pluralismo jurÍdico: fundamentos de uma nova … · pluralismo jurÍdico: fundamentos de uma nova...

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ –– UNIFAPUNIFAPPRÓPRÓ REITORIA DE PESQUISA E PÓSREITORIA DE PESQUISA E PÓS GRADUAÇÃOGRADUAÇÃOPRÓPRÓ--REITORIA DE PESQUISA E PÓSREITORIA DE PESQUISA E PÓS--GRADUAÇÃOGRADUAÇÃO

MESTRADO EM DIREITO AMBIENTAL E POLÍTICAS PÚBLICASMESTRADO EM DIREITO AMBIENTAL E POLÍTICAS PÚBLICASDISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISADISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA

PROFºPROFº DRºDRº RAUL GALAADRAUL GALAADPROFPROF . . DRDR . RAUL GALAAD. RAUL GALAAD

PLURALISMO JURÍDICO: FUNDAMENTOS DE PLURALISMO JURÍDICO: FUNDAMENTOS DE UMA NOVA CULTURA NO DIREITOUMA NOVA CULTURA NO DIREITOUMA NOVA CULTURA NO DIREITO.UMA NOVA CULTURA NO DIREITO.

A t i C lA t i C l W lkW lkAntonio Carlos Antonio Carlos WolkmerWolkmer

ApresentaçãoApresentação pelospelos mestrandosmestrandos::JorielsonJorielson,, LinaraLinara ee OdairOdair..

SOBRE O AUTOR:SOBRE O AUTOR:SOBRE O AUTOR:SOBRE O AUTOR:

F d Di i l U i id d d V l d Ri d SiFormado em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos(1977);Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do RiopGrande do Sul (1983);Doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina(1992);(1992);Atualmente é professor titular nos cursos de graduação e pós-graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina,é i d d CNP lt ' d h ' d CAPESé pesquisador do CNPq e consultor 'ad hoc' da CAPES.Professor convidado em diversas universidades do exterior:Espanha, México, Perú, Colômbia e Argentina;Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Teoria doDireito, atuando principalmente nos seguintes temas: sociologiajurídica, pluralismo jurídico, história do direito, filosofia doj , p j , ,direito e teoria do direito.

ORIGEM, EVOLUÇÃO E DECLÍNIO DA ORIGEM, EVOLUÇÃO E DECLÍNIO DA CULTURA JURÍDICA ESTATALCULTURA JURÍDICA ESTATAL

CapitalismoCapitalismo, sociedade burguesa e Estado , sociedade burguesa e Estado pp , g, gmodernomoderno

Karl Marx Karl Marx

& &

Max WeberMax WeberMax WeberMax Weber

ORIGEM, EVOLUÇÃO E DECLÍNIO DA ORIGEM, EVOLUÇÃO E DECLÍNIO DA CULTURA JURÍDICA ESTATALCULTURA JURÍDICA ESTATALJJ

DIREITODIREITO ESTATAL: FORMAÇÃO CICLOSESTATAL: FORMAÇÃO CICLOSDIREITO DIREITO ESTATAL: FORMAÇÃO, CICLOS ESTATAL: FORMAÇÃO, CICLOS HISTÓRICOS E CARACTERIZAÇÃOHISTÓRICOS E CARACTERIZAÇÃO

ORIGEM, EVOLUÇÃO E DECLÍNIO DA ORIGEM, EVOLUÇÃO E DECLÍNIO DA , Ç, ÇCULTURA JURÍDICA ESTATALCULTURA JURÍDICA ESTATAL

1º Ciclo: Formação do Monismo1º Ciclo: Formação do Monismo

Século XVI e XVII;Século XVI e XVII;

Soberanos Absolutistas;Soberanos Absolutistas;

NobertoNoberto BobbioBobbio::

“o poder político e as estruturas jurídicas “o poder político e as estruturas jurídicas p p jp p jreduzem o Direito ao Direito Estatal, reduzem o Direito ao Direito Estatal,

protegido pela coação”protegido pela coação”p g p çp g p ç


2º Ciclo: Estruturação e solidificação da 2º Ciclo: Estruturação e solidificação da legalidade estatal burguêslegalidade estatal burguês--capitalista no capitalista no g gg g pp

Ocidente.Ocidente.Revolução Francesa ao século XIXRevolução Francesa ao século XIXRevolução Francesa ao século XIXRevolução Francesa ao século XIXMínima intervenção do Estado;Mínima intervenção do Estado;Capitalismo concorrencial;Capitalismo concorrencial;Capitalismo concorrencial;Capitalismo concorrencial;Crescente produção industrial;Crescente produção industrial;Liberalismo econômico;Liberalismo econômico;Liberalismo econômico;Liberalismo econômico;Idéias iluministas;Idéias iluministas;Somente Direito Positivo é verdadeiramente DireitoSomente Direito Positivo é verdadeiramente DireitoSomente Direito Positivo é verdadeiramente Direito...Somente Direito Positivo é verdadeiramente Direito...


3º Ciclo: Legalidade Dogmática do Capitalismo.3º Ciclo: Legalidade Dogmática do Capitalismo.

Anos 20/30 aos anos 50/60;Anos 20/30 aos anos 50/60;

P j P lí i C li dP j P lí i C li dProjeto Político Centralizador;Projeto Político Centralizador;

Estruturação normativa lógicoEstruturação normativa lógico--formal;formal;


4º Ciclo: Legalidade Dogmática do Capitalismo.4º Ciclo: Legalidade Dogmática do Capitalismo.

Anos 60/70;Anos 60/70;

Gl b li ã d C i l liGl b li ã d C i l liGlobalização do Capital monopolista;Globalização do Capital monopolista;

Crise do Crise do WelfareWelfare StateState;;Aumento dos conflitos entre grupos e classes Aumento dos conflitos entre grupos e classes

sociais inerentes à sociedade de massa;sociais inerentes à sociedade de massa;


CRISE DE HEGEMONIA E DISFUNÇÕES DO CRISE DE HEGEMONIA E DISFUNÇÕES DO ÍÍPARADIGMA JURÍDICOPARADIGMA JURÍDICO

CONFLITOS SOCIAIS EMERGENTES, CONFLITOS SOCIAIS EMERGENTES, SOBRETUDO NO ESPAÇO SOCIAL DOSOBRETUDO NO ESPAÇO SOCIAL DOSOBRETUDO NO ESPAÇO SOCIAL DO SOBRETUDO NO ESPAÇO SOCIAL DO CAPITALISMO DE TIPO PERIFÉRICOCAPITALISMO DE TIPO PERIFÉRICO


••Todo Direito é criação do EstadoTodo Direito é criação do EstadoDireito Estatal é Direito PositivoDireito Estatal é Direito Positivo

MONISMO JURÍDICOMONISMO JURÍDICOMONISMO JURÍDICOMONISMO JURÍDICOXX

PLURALISMO JURÍDICOPLURALISMO JURÍDICOPLURALISMO JURÍDICOPLURALISMO JURÍDICODireito sem EstadoDireito sem Estado

Direito Positivo sem EstadoDireito Positivo sem EstadoDireito Positivo sem EstadoDireito Positivo sem Estado


••PLURALISMO JURÍDICO COMUNITÁRIO PLURALISMO JURÍDICO COMUNITÁRIO PARTICIPATIVOPARTICIPATIVO

E úbli b ilh dE úbli b ilh dEspaço público aberto e compartilhado Espaço público aberto e compartilhado democraticamente;democraticamente;

Participação direta de agentes sociais na regulaçãoParticipação direta de agentes sociais na regulaçãoParticipação direta de agentes sociais na regulação Participação direta de agentes sociais na regulação das instituiçõesdas instituições--chave da Sociedadechave da Sociedade

Controle exercido pelas bases comunitárias;Controle exercido pelas bases comunitárias;Controle exercido pelas bases comunitárias;Controle exercido pelas bases comunitárias;Direito passa a ser resultante das relações sociais;Direito passa a ser resultante das relações sociais;

O PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS COMOO PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS COMOO PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS COMO O PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS COMO FONTES DE PRODUÇÃO NA NOVA CULTURA FONTES DE PRODUÇÃO NA NOVA CULTURA

JURÍDICAJURÍDICAJJ

ReflexãoReflexão dede queque numnum espaçoespaço públicopúblico descentralizado,descentralizado, marcadomarcadop lp l pl r lid dpl r lid d dd int r ss sint r ss s p lp l f ti ãf ti ã r lr l d sd spelapela pluralidadepluralidade dede interessesinteresses ee pelapela efetivaçãoefetivação realreal dasdasnecessidadesnecessidades humanas,humanas, aa juridicidadejuridicidade emergeemerge dasdas diversasdiversas formasformasdodo agiragir comunitáriocomunitário;;dodo agiragir comunitáriocomunitário;;

NaNa concepçãoconcepção dede WolkmerWolkmer ((20012001))::MovimentosMovimentos SociaisSociais:: sãosão sujeitossujeitos coletivoscoletivos transformadores,transformadores,MovimentosMovimentos SociaisSociais:: sãosão sujeitossujeitos coletivoscoletivos transformadores,transformadores,advindosadvindos dede diversosdiversos estratosestratos sociaissociais ee integrantesintegrantes dede umauma práticapráticapolíticapolítica cotidianacotidiana comcom certocerto graugrau dede institucionalização,institucionalização, imbuídosimbuídosggdede princípiosprincípios valorativosvalorativos comunscomuns ee objetivandoobjetivando aa realizaçãorealização dedenecessidadesnecessidades humanashumanas fundamentaisfundamentais..

O PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS COMO O PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS COMO FONTES DE PRODUÇÃO NA NOVA CULTURAFONTES DE PRODUÇÃO NA NOVA CULTURAFONTES DE PRODUÇÃO NA NOVA CULTURA FONTES DE PRODUÇÃO NA NOVA CULTURA

JURÍDICAJURÍDICA

AA compreensãocompreensão destedeste conceito,conceito, implicaimplica ooestabelecimentoestabelecimento objetivoobjetivo ee sistemáticosistemático dede característicascaracterísticascomunscomuns ee ideaisideais entreentre osos movimentosmovimentos sociaissociais (Claus(ClausOffeOffe –– conteúdo,conteúdo, valores,valores, formasformas dede ação)ação);;SurgimentoSurgimento dosdos movimentosmovimentos sociaissociais;;TrêsTrês linhaslinhas dede açãoação queque correspondemcorrespondem àsàs perspectivasperspectivaspolíticopolítico--estratégicasestratégicas queque osos movimentosmovimentos sociaissociaisrefletem,refletem, sejamsejam elaselas::PosturaPostura reivindicatóriareivindicatóriaPosturaPostura contestatóriacontestatóriaPosturaPostura participativaparticipativa

O PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS COMO O PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS COMO FONTES DE PRODUÇÃO NA NOVA CULTURAFONTES DE PRODUÇÃO NA NOVA CULTURAFONTES DE PRODUÇÃO NA NOVA CULTURA FONTES DE PRODUÇÃO NA NOVA CULTURA

JURÍDICAJURÍDICA

ConstataçãoConstatação dede queque grandegrande parcelaparcela dosdos movimentosmovimentossociaissociais sese articula,articula, sese mobilizamobiliza aa margemmargem dosdos mecanismosmecanismosrepresentativosrepresentativos tradicionaistradicionais ee independentementeindependentemente dodoEstadoEstado;;

AA constituiçãoconstituição ee oo desenvolvimentodesenvolvimento dodo DireitoDireito vivovivocomunitáriocomunitário nãonão sese prendeprende nemnem àà legislação,legislação, nemnem àà ciênciaciênciadodo DireitoDireito ee tampoucotampouco àà decisãodecisão judicial,judicial, masmas àsàscondiçõescondições dada vidavida cotidiana,cotidiana, cujacuja realreal eficáciaeficácia apóiaapóia--sese nanaaçãoação dede gruposgrupos associativosassociativos ee organizaçõesorganizações comunitáriascomunitárias..

Um Um novo paradigma: o novo paradigma: o pluralismo pluralismo p gp g ppjurídicojurídico

A necessidade um novo paradigma--CriseCrise do do paradigmaparadigma liberalliberal--formalistaformalista;;--Um novoUm novo paradigmaparadigma: o: o pluralismopluralismoUm novo Um novo paradigmaparadigma: o : o pluralismopluralismojurídicojurídico;;


A pluralidade de percepções sobre o pluralismo jurídico-- RomanosRomanos, , idadeidade médiamédia e e modernidademodernidade;;,, d dd d dd d d dd d d ;;-- QuilombosQuilombos, , missõesmissões;;-- JuristasJuristas:: Gierke; Santi Romano; Giogio DelJuristasJuristas: : Gierke; Santi Romano; Giogio Del Vecchio; Cesarini Sforza;

Sociólogos do direito: Eugen Ehrlich- Sociólogos do direito: Eugen Ehrlich, Georges Gurvitch, Boaventura Santos;

Ant pól L p ld P pi il S ll F lk- Antropólogos: Leopold Pospisil, Sally FalkMoore, John Griffiths


A pluralidade de percepções sobre o pluralismo jurídico-- AméricaAmérica Latina: Latina: Jesus Antonio de La Torre J dRangel, Oscar Correas, German Palácio, Eduardo Rodrigues Carlos Carcóva;Eduardo Rodrigues, Carlos Carcóva;- Brasil: Oliveira Viana, Luiz José de Mesquita, Evaristo de Morais Filho André FrancoEvaristo de Morais Filho, André Franco Montouro, Miranda Rosa, Joaquim Falcão, O ld F d M l R b t L Filh J éOsvaldo F. de Melo, Roberto Lyra Filho, José G. de Souza Júnior e Luiz Fernando Coelho;


Conceito, e vantagens do pluralismo jurídico-- ConceitoConceito: : “multiplicidade de práticas jurídicas existentes num mesmo espaço sócio-político, interagidas por conflitos ou consensos, podendo ser ou não ser oficiais e tendo sua razão de ser nas necessidades existenciais, materiais e culturais”- Vantagens: de demonstrar a força e autenticidadeVantagens: de demonstrar a força e autenticidade de múltiplas práticas sociais e de revelar toda uma produção oriunda de contradições sociaisprodução oriunda de contradições sociais


As condições para um pluralismo jurídico emancipador-- FundamentosFundamentos materiaismateriais: : reconhecimentoreconhecimento de de novosnovos sujeitossujeitos coletivoscoletivos e a e a realizaçãorealização das das necessidadesnecessidades humanashumanas;;;;-- FundamentosFundamentos formaisformais: : construção dos espaços públicos através da descentralização epúblicos através da descentralização e participação, uma nova ética, calcada na alteridade e uma nova racionalidadealteridade e uma nova racionalidade, comprometida com a emancipação humana.


Limites--Miguel Miguel RealeReale: : dificuldade de apurar os princípios gerais pela variedade de pluralismos;g--Norberto Norberto BobbioBobbio: : pode ser revolucionário, quanto conservador;;-- CarbonnierCarbonnier: : estáestá nãonão nasnas normasnormas emem sisi, , masmas nanadiversidadediversidade dede formasformas dede aplicaraplicar aa normanorma;;diversidadediversidade de de formasformas de de aplicaraplicar a a normanorma;;-- CárcovaCárcova: : uma ordem descontínua e fragmentada do que como ordens diferenciadas e contraditórias;do que como ordens diferenciadas e contraditórias;--Norbert Norbert RoulandRouland: : podepode conduzirconduzir à à unicidadeunicidade..

ConclusãoConclusão

-- Monismo x pluralismo (viabilidade);Monismo x pluralismo (viabilidade);-- Monismo x pluralismo (viabilidade);Monismo x pluralismo (viabilidade);-- FortalecimentoFortalecimento ouou enfraquecimentoenfraquecimento do do Estado?Estado?-- AplicaçãoAplicação àà pesquisapesquisa e àe à ciênciaciência;;AplicaçãoAplicação à à pesquisapesquisa e à e à ciênciaciência;;

BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA

WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo Jurídico:Fundamentos de uma nova cultura no Direito. 3. ed. SãoP l Edi Alf O 2001Paulo: Editora Alfa Omega, 2001.

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