principio poluidor pagador

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PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR 1 INTRODUÇÃO A gestão dos recursos naturais, no Brasil seguiu até o ano de 1997 uma linha extremamente voltada para os instrumentos de comando e controle. Somente com o advento da Política Nacional de Recursos Hídricos, através da Lei Federal nº 9.433/97 (BRASIL, 1997), os instrumentos econômicos passam a integrar o rol de ferramentas formalmente estabelecidas para a condução de políticas públicas na área ambiental em nível nacional. Até este momento, as iniciativas então existentes, se limitavam a projetos de abrangência local ou regional e em quase que sua totalidade, decorrentes de iniciativas de organismos da sociedade civil ou dos empreendedores. A partir da promulgação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de suas réplicas no nível estadual observou-se a introdução do conceito poluidor-pagador como norteador do processo de gestão das águas quando declara em seus artigos os fundamentos legais a exemplo do Art. 1.º inciso II e seguintes. II A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico Este princípio e mundialmente aceito e foi explicitado em 1992, na Declaração de Dublin na Irlanda e também recomendado pela ONU na Rio 92 na discussão da agenda 21. No estado do Espírito Santo, a Lei Estadual 5.818/1998 (ESPÍRITO SANTO, 1998) que institui a Política Estadual de Recursos Hídricos ousou um pouco mais e inovando com o conceito provedor-recebedor ao propor mecanismos compensatórios a prestadores de serviços ambientais na área de melhoria de qualidade e incremento da disponibilidade das águas: 31 Serão estabelecidos Mecanismos Compensatórios na forma estabelecida em regulamento:

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Page 1: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

1 INTRODUÇÃO

A gestão dos recursos naturais, no Brasil seguiu até o ano de 1997 uma linha

extremamente voltada para os instrumentos de comando e controle. Somente com o

advento da Política Nacional de Recursos Hídricos, através da Lei Federal nº

9.433/97 (BRASIL, 1997), os instrumentos econômicos passam a integrar o rol de

ferramentas formalmente estabelecidas para a condução de políticas públicas na

área ambiental em nível nacional. Até este momento, as iniciativas então existentes,

se limitavam a projetos de abrangência local ou regional e em quase que sua

totalidade, decorrentes de iniciativas de organismos da sociedade civil ou dos

empreendedores.

A partir da promulgação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de suas

réplicas no nível estadual observou-se a introdução do conceito poluidor-pagador

como norteador do processo de gestão das águas quando declara em seus artigos

os fundamentos legais a exemplo do Art. 1.º inciso II e seguintes.

II – A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico

Este princípio e mundialmente aceito e foi explicitado em 1992, na Declaração de

Dublin na Irlanda e também recomendado pela ONU na Rio 92 na discussão da

agenda 21.

No estado do Espírito Santo, a Lei Estadual 5.818/1998 (ESPÍRITO SANTO,

1998) que institui a Política Estadual de Recursos Hídricos ousou um pouco mais e

inovando com o conceito provedor-recebedor ao propor mecanismos

compensatórios a prestadores de serviços ambientais na área de melhoria de

qualidade e incremento da disponibilidade das águas:

31 – Serão estabelecidos Mecanismos Compensatórios na

forma estabelecida em regulamento:

Page 2: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

II – Aos Proprietários Rurais ou Posseiros que

comprovadamente destinem parte de áreas de sua propriedade

à conservação dos Recursos Hídricos...

Como parte das estratégias do governo do estado do Espírito Santo de

implementar o pagamento por serviços ambientais (PSA) como política pública,

instrumentos legais estão sendo criados no intuito de viabilizar legal e

metodologicamente os mecanismos de PSA.

As regras de caráter ambiental, costumeiramente, são sanções negativas,

isto é, com natureza punitiva, como é o caso do Princípio do Poluidor-Pagador, que

pune o indivíduo que se utiliza dos recursos naturais de forma errônea e contrária a

legislação. No entanto, estes atos preventivos ou repressivos se mostram

insuficientes para minimizar os megariscos ambientais. Dessa forma, se faz

necessário uma inversão da esfera punitiva para a esfera compensatória, por meio

do Princípio do Protetor-Recebedor que objetiva uma sanção positiva do Estado,

permitindo a compensação por serviços ambientais prestados, sendo assim, uma

forma de estímulo para os atores sociais que têm sensibilidade ecológica e

contribuem para a preservação/conservação do meio ambiente. A compensação

financeira por estes serviços trata-se de norma incentivadora a práticas como: o

seqüestro e armazenamento de carbono, o surgimento de áreas verdes privadas, as

Reservas Particulares de Patrimônio Natural, a proteção a biodiversidade, a

proteção de bacias hidrográficas e o pagamento pela beleza cênica, entre outras.

Há várias possibilidades de compensação por serviços ambientais prestados

em âmbito local, nacional e global. Contudo, estas práticas são pouco difundidas e

abarcam ainda uma parcela pequena da população, uma vez que, a sua efetivação

necessita de políticas públicas e da criação de leis que disciplinem de que forma

ocorrerá o pagamento por tais serviços.

Page 3: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

2 O PRINCÍPIO DO PTROTETOR-RECEBEDOR E AS FERRAMENTAS

COMPENSATÓRIAS AOS SERVIÇOS AMBIENTAIS PRESTADOS.

O Ordenamento Jurídico nacional, na atualidade, está orientado por diversos

princípios, que se constituem em fontes basilares para qualquer ramo do direito

influindo tanto em sua formação como em sua aplicação.

No caso do Direito Ambiental, as suas particularidades, obviamente, implicam

numa série de princípios diversa daquela que, usualmente, informa os demais ramos

da ciência jurídica. Os princípios do Direito Ambiental estão voltados para a

finalidade básica de proteger a vida, em qualquer forma que esta se apresente, e

garantir um padrão de existência digno para os seres humanos desta e das futuras

gerações, bem como de conciliar os dois elementos anteriores com o

desenvolvimento econômico ambientalmente sustentado.

O Princípio do Desenvolvimento Sustentável contextualiza que os recursos

ambientais não são ilimitados, e, portanto, é imperioso que as atividades sejam

planejadas de modo a possibilitar a coexistência harmônica, entre o homem e o

meio onde está inserido.

A forma de cobrança pelo descumprimento dos deveres para com o meio

ambiente é efetivada através do Princípio do Poluidor-Pagador, todavia não basta

simplesmente levar em conta o critério de que quem contamina deve, em princípio,

arcar com os custos da contaminação. O Princípio do Poluidor-Pagador surgiu em

razão da busca incessante das pessoas por novas formas de ganhar dinheiro,

priorizando os lucros, sem preocupações maiores, vez que propicia o

desenvolvimento econômico, fazendo valer a pena correr o risco de ocasionar danos

ao meio ambiente em razão do lucro. Ribeiro (2008) explana que, em situações de

pobreza, é preciso virar pelo avesso o Princípio do Poluidor-Pagador e aplicar o

princípio Protetor-Recebedor, que mostra-se eficaz na realidade concreta de

sociedades que precisam resolver as carências de infra-estrutura de saneamento. O

desenvolvimento sustentável o utiliza como um de seus sustentáculos o Princípio do

Protetor-Recebedor , compensando financeiramente, como incentivo pelo serviço

Page 4: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

prestado, aquele que protege um bem natural, representando um símbolo da justiça

econômica.

2.1 O PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS (PSA)

Os PSA são mecanismos que remuneram ou recompensam quem protege a

Natureza. É uma forma de “precificar” os bens e serviços ambientais e estimular a

conservação, atribuindo-lhes valor e constituindo mercado para a troca de créditos

de carbono, conservação de recursos hídricos, criação de impostos ecológicos,

exploração sustentável de florestas, uso sustentável da biodiversidade e para o

ecoturismo.

Quem deve pagar e quem deve receber?

É quem usufrui do mesmo, ou seja, toda a sociedade. O Governo, as ONGs e

até mesmo as empresas privadas, o que já ocorreu.

Para que o PSA tenha sentido, a preservação do meio ambiente tem de ser mais

lucrativa do que sua destruição. Quem deve pagar está diretamente vinculado a

quem recebe os benefícios dos serviços ambientais. Logicamente, quem deveria

receber o PSA é quem faz o esforço de manter os serviços ambientais, seja o

morador da floresta, um produtor rural, uma empresa usuária da floresta, ou o

próprio poder público.

A Compensação ou Prêmios por Serviços Ambientais (CSA) tem como

principal objetivo transferir recursos, monetários ou não, para aqueles indivíduos que

ajudam a conservar ou produzir tais serviços, mediante a adoção de práticas,

técnicas e sistemas, na agricultura, na indústria, no meio urbano, p.ex., e que até o

momento não sejam obrigatórios. É importante ressaltar que esse trabalho é

usufruído por todos; então, é justo que tais pessoas recebam incentivos da parte que

se beneficia.

Há quem diga que preservar é um dever, e não um serviço.

Page 5: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

3 INICIATIVAS DE PSA NO BRASIL

Proambiente. Programa de Desenvolvimento Socioambiental da Produção Familiar

Rural, criado em 2000 pelo MMA e implantado de forma geral em 2006, que dá 1/3

do salário a agricultores e pecuaristas que adotarem práticas sustentáveis.

ICMS Ecológico. Repasse pelas Prefeituras Municipais de 5% do ICMS para

projetos de preservação ambiental.

Compensação Ambiental de empresas particulares ou estatais, aos Estados, por

impactos ambientais inevitáveis.

Reposição Florestal de madeireiras em seu manejo florestal, para financiar

reflorestamento em outras áreas.

Isenção Fiscal para RPPN, isentando do ITR os proprietários das Reservas

Particulares do Patrimônio Natural.

Política Nacional de PSA. Minuta de PL, elaborada por um grupo de trabalho do

MMA, em dezembro de 2006.

Imposto de Renda Ecológico. Também, uma idéia.

Período de defeso. Salário mensal pago aos pescadores artesanais pelo Governo

para evitar que pesquem durante as fases juvenis das espécies (lagosta no NE,

p.ex.)

Outras modalidades de PSA

Servidão florestal. Consiste em uma operação de comercialização de cotas de

reserva florestal: o proprietário de uma propriedade com Área de Reserva Legal

inferior a exigência legal (80% da área total da propriedade na Amazônia)

recompensa, via mercado, outro proprietário de propriedade com ARL maior a

exigência legal.

Page 6: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

Créditos por redução certificada de emissões de gases de efeito estufa (RCE).

Esse mecanismo chamado de "Desenvolvimento Limpo" (MDL) permite a uma

empresa que emite mais do que a sua quota (estabelecida no Protocolo de Kioto),

comprar, via mercado, "crédito de carbono" de outra empresa ou projeto que consiga

emitir menos do que a sua quota ou que seqüestra carbono (MDL). Esse mecanismo

não esta destinado a atividades "limpas" já estabelecidas.

Créditos por redução voluntária de emissão de gases de efeito estufa.

Mecanismo que permite a uma empresa valorizar no mercado voluntário a sua

contribuição na redução de gases de efeito estufa. Essa contribuição pode alimentar

um Fundo que sirva para pagar os serviços ambientais.

Outras situações possíveis:

Seqüestro de carbono. Por exemplo: uma indústria que não consegue reduzir suas

emissões de carbono na atmosfera paga para que produtores rurais possam plantar

e manter árvores.

Proteção da biodiversidade. Por exemplo: uma fundação paga para que

comunidades protejam e recuperem áreas para criar um corredor biológico (ou

ecológico).

Proteção de bacias hidrográficas. Por exemplo: os usuários pagam para que

donos de propriedades rio acima adotem usos da terra que limitem o desmatamento,

a erosão, os riscos de enchente, etc.

Beleza cênica. Por exemplo: uma empresa de turismo paga para que uma

comunidade local não realize caça numa floresta usada para turismo de observação

da vida silvestre.

Page 7: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

4 DIFERENÇA ENTRE PRODUTO AMBIENTAL E SERVIÇO AMBIENTAL

Os produtos ambientais: são aqueles produtos oferecidos pelos

ecossistemas que são utilizados pelo ser humano para seu consumo ou para serem

comercializados (madeira, frutos, peles, carne, sementes, medicinas, entre outros).

Constituem uma base de sustentação e fonte de renda importante para a Sociedade.

Os serviços ambientais: são serviços úteis oferecidos pelos ecossistemas

para o homem, como a regulação de gases (produção de oxigênio e seqüestro de

carbono), belezas cênicas, conservação da biodiversidade, proteção de solos e

regulação das funções hídricas.

5 PAGAMENTO, COMPENSAÇÃO OU GRATIFICAÇÃO

Pagamento, compensação ou gratificação: três categorias de PSA que não

podem ser confundidas.

O PSA pode ser pensado como uma maneira de "envolver" os moradores da

floresta no controle dos recursos naturais da floresta. Nesse caso, os

moradores recebem um "pagamento contratual" para um serviço de

sensibilização e fiscalização. Poderiam ser considerados nessa categoria os

Agentes Ambientais Voluntários.

Outra forma de pensar o PSA consiste em compensar a perda da

competitividade ou da remuneração devido o respeito as regras de manejo

(custo adicional) ou de proteção (dentro de Unidades de Conservação).

Poderia ser considerado nessa categoria um PSA para extratores madeireiros

que, por lei, devem elaborar um plano de manejo para extrair madeira. Fala-

se então de "compensação".

Também se pode pensar no PSA como sendo uma forma de recompensa aos

usuários da floresta que adotem voluntariamente regras ou práticas

dedicadas a manter os serviços ambientais. Poderiam ser considerados

nessa categoria os moradores que decidam implementar sistemas agro-

florestais (SAF) ou reflorestamento. Falar-se-ia então de "gratificação".

Page 8: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

6 LEGISLAÇÃO EM VIGOS NA ESFERA FEDERAL E EM APLICAÇÃO NOS ESTADOS

Programa Produtores de Água da Agência Nacional de águas.

É um Programa de adesão voluntária de produtores rurais que propõe a adotar

práticas e manejos conservacionistas. Como os benefícios advindos dessas práticas

ultrapassam as fronteiras das propriedades rurais e chegam aos demais usuários da

bacia. O Programa prevê a remuneração dos produtores participantes que será

proporcional ao serviço ambiental prestado e dependerá de prévia inspeção na

propriedade.

O Programa oferece apoio técnico e financeiro à execução de ações como

construção de terraços e de bacias de infiltração, readequação de estradas vicinais,

recuperação e proteção de nascentes, reflorestamento das áreas de proteção

permanente e reserva legal, saneamento ambiental entre O agricultor brasileiro que

ajudar a conservar o meio ambiente poderá ser remunerado pelo governo federal.

Lei 9433/97 Política Nacional de Recursos Hídricos.

O governo federal está atento à questão e implantou o Programa Federal de

Pagamento por Serviços Ambientais. A lei institui o Fundo Federal de Pagamento

por Serviços Ambientais, com a finalidade de financiar as ações do programa.

Além de doações, o fundo receberá recursos da participação especial sobre os

lucros do petróleo.

LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010- institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos e altera a Lei 9.605/98. Em seu Art. 6º inc. II – contempla a

partir de agora o princípio do o poluidor-pagador e o protetor-recebedor, abrindo

o leque para o PSA.

Page 9: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

Os Estados também se movimentam com algumas ações com esta finalidade

como exemplos:

Em Minas Gerais A concessão de incentivo financeiro aos proprietários e

posseiros, denominada Bolsa Verde, foi instituída pela Lei 17.727, de 13 de agosto

de 2008, e regulamentada pelo Decreto 45.113, de 05 de junho de 2009. No

município de Extrema, Lei Municipal 2.100, de 21 de Dezembro de 2005.Por meio da

execução de ações de proteção florestal e restauração de áreas degradas que

margeiam os cursos d’água, dentro da sub-bacia hidrográfica das Posses, o projeto

tem por objetivo a implantação do conceito de Pagamento por Serviços Ambientais:

“A Prefeitura Municipal compensa financeiramente proprietários rurais que aderem

ao projeto, enquanto que os parceiros e também a Prefeitura se encarregam de

financiar os custos de recuperação e proteção destas áreas, fundamentais para a

conservação das águas em qualidade e quantidade”.

São Paulo, LEI nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991 Estabelece normas de

orientação à Política Estadual de Recursos Hídricos bem como ao Sistema

Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos. LEI 13.798/2009, que institui o

Programa de Remanescentes Florestais no âmbito da Política Estadual de

Mudanças Climáticas,Contempla na lei o pagamento e rateio com usuários os custos

com conservação da água, o que proporcionou a parceria com Minas Gerais.

No amazonas, o Programa Bolsa Floresta foi instituido pela Lei 3.184 de 13

de Novembro de 2007 sobre Mudanças Climáticas (Capítulo IV, artigo 5, II), para o

pagamento por serviços e produtos ambientais às comunidades tradicionais das

Unidades de Conservação pelo uso sustentável, a conservação e proteção dos

recursos naturais assim como para incentivar políticas voluntárias de redução de

desmatamento.

Temos também projetos em andamento nos Estados de Goiás, Rio de Janeiro

e Paraná, todos voltados para recuperação e conservação de recursos da

biodiversidade, águas e florestas.

Page 10: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

Seguindo o exemplo do MMA, o Estado do Espírito Santo inova e desponta

com a LEI Nº 8.995 Institui o Programa de Pagamento por Serviços, externando sua

vontade e contemplando os que se enquadrarem nos seguintes serviços elencados :

Art. 2º O PSA tem como objetivo recompensar financeiramente o proprietário

rural, em função do valor econômico dos serviços ambientais prestados por sua área

destinada para cobertura florestal, nas seguintes modalidades:

I - conservação e melhoria da qualidade e da disponibilidade hídrica;

II - conservação e incremento da biodiversidade;

III - redução dos processos erosivos;

IV - fixação e seqüestro de carbono para fins de minimização dos efeitos das

mudanças climáticas globais.

7 PROJETOS NO ESPÍRITO SANTO

- Projeto Produtores de água

Propõe um mecanismo de tratamento por serviços ambientais relacionados

aos recursos hídricos. Ou seja, o produtor rural que participar do projeto vai receber

um incentivo financeiro por ajudar na preservação de determinadas áreas que se

encontram dentro de sua propriedade.

O projeto Produtores de água tem como prioridade reconhecer proprietários

que protejam áreas estratégicas, tais como entorno de estradas, rios e córregos,

contribuindo assim para o combate a erosão, assoreamento nos corpos d’água e

ainda na infiltração de água no solo. Os produtores já recebem o repasse desde

março de 2009, com o primeiro projeto tendo sido implantado na Bacia Beneventes.

O projeto tem iniciativa estadual, através da criação do FUNDAGUA (2008).

Os recursos são provenientes de royalties do petróleo e compensação ambiental

Page 11: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

advinda do setor elétrico onde, 60% dos recursos são aplicados no PSA e os outros

40% são usados para o fortalecimento dos Comitês de Bacia.

- Projeto Florestas para a Vida

Tem como objetivo a conservação dos ecossistemas florestais e dos recursos

hídricos das bacias dos rios Santa Maria e Jucu. A região abriga altos níveis de

biodiversidade e foi classsificada como prioritária para a conservação dentro do

corredor ecológico central da Mata Atlântica.

Receberaão os recursos fincanceiros os proprietários rurais que estão nas

áreas destinadas a conservação (responsáveis pelo abastecimento de água para a

população da Grande Vitória).

É uma parceria público-privada firmada entre o Governo do Espírito Santo,

organizações não-governamentais e setor empreendedor, que juntos investirão US$

12 milhões em sua execução.

Page 12: PRINCIPIO POLUIDOR PAGADOR

8 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Paulo Bessa. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2001.

ANTUNES, Paulo Bessa. Curso de Direito Ambiental: doutrina, legislação e

jurisprudência. 2ed. Rio de Janeiro; Renovar, 1992.

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IEMA

<http://www.meioambiente.es.gov.br/defalt.asp>. Acesso em 10 de setembro de 2010.

LUGLI, Djair. Gestão e Qualidade: Técnico em Meio Ambiente – Método Próprio de

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WANKLER, Fábio Luiz. Política Nacional de Recursos Hídricos: Aspectos Jurídicos. Instituto de Geociências. Departamento de Geologia.