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1 IPRS O IPRS é formado por quatro conjuntos de indicadores: três setoriais, que mensuram, em um índice contínuo, as condições do município em termos de renda, escolaridade e longevidade – permitindo, nesse caso, o ordenamento dos 645 municípios do Estado de São Paulo em cada uma dessas dimensões –; e uma tipologia que classifica os municípios em cinco grupos de acordo com sua situação nas três dimensões. As medidas das três dimensões, definidas em uma escala de 0 a 100, formam categorias (alta, média e baixa), considerando-se os padrões de dispersão e agrupamento dos escores dos municípios. Considerando que a mensuração da qualidade de vida deve levar em conta as várias dimensões de forma interdependente, porém sem juntá-las em uma PRINCIPAIS RESULTADOS IPRS Riqueza Longevidade Escolaridade Mortalidade perinatal Mortalidade infantil Mortalidade de pessoas de 15 a 39 anos • Mortalidade de pessoas de 60 a 69 anos Consumo residencial de energia elétrica Consumo de energia elétrica na agricultura, no comércio e nos serviços Remuneração média dos empregados com carteira assinada e do setor público Valor Adicionado fiscal per capita Média da proporção de alunos da rede pública que atingiram o nível adequado nas provas de português e matemática (5 o ano do EF) Média da proporção de alunos da rede pública que atingiram o nível adequado nas provas de português e matemática (9 o ano do EF) Taxa de atendimento escolar na faixa de 4 e 5 anos Taxa de distorção idade-série no ensino médio indicadores organizados em três dimensões (riqueza, longevidade e escolaridade) 645 municípios classificados em cinco grupos 12

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1IPRS

O IPRS é formado por quatro conjuntos de indicadores:

três setoriais, que mensuram, em um índice contínuo,

as condições do município em termos de renda,

escolaridade e longevidade – permitindo, nesse caso,

o ordenamento dos 645 municípios do Estado de

São Paulo em cada uma dessas dimensões –; e uma

tipologia que classifica os municípios em cinco grupos

de acordo com sua situação nas três dimensões.

As medidas das três dimensões, definidas em uma

escala de 0 a 100, formam categorias (alta, média e

baixa), considerando-se os padrões de dispersão e

agrupamento dos escores dos municípios.

Considerando que a mensuração da qualidade de vida

deve levar em conta as várias dimensões de forma

interdependente, porém sem juntá-las em uma

PRINCIPAIS ReSultAdoS

IPRS

Riqueza Longevidade Escolaridade

• Mortalidade perinatal• Mortalidade infantil• Mortalidade de pessoas

de 15 a 39 anos• Mortalidade de pessoas

de 60 a 69 anos

• Consumo residencial de energia elétrica

• Consumo de energia elétrica na agricultura, no comércio e nos serviços

• Remuneração média dos empregados com carteira assinada e do setor público

• Valor Adicionado fiscal per capita

• Média da proporção de alunos da rede pública que atingiram o nível adequado nas provas de português e matemática (5o ano do EF)

• Média da proporção de alunos da rede pública que atingiram o nível adequado nas provas de português e matemática (9o ano do EF)

• Taxa de atendimento escolar na faixa de 4 e 5 anos

• Taxa de distorção idade-série no ensino médio

indicadores organizados em três dimensões(riqueza, longevidade e escolaridade)

645 municípios classificados emcinco grupos

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única hierarquização, é, então, gerada uma tipologia

de municípios segundo a similaridade de suas

situações de desenvolvimento humano, permitindo

agrupá-los em cinco grupos com características

socioeconômicas semelhantes.

A análise dos resultados da formação desses grupos

revelam padrões regionais distintos.

Riqueza Longevidade Escolaridade

Média ou alta Alta

Alta

Baixa

Baixa

Baixa

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Grupo 5

Baixa longevidade ou baixa escolaridade

Baixa longevidade ou baixa escolaridade

Baixa longevidade e baixa escolaridade

Média ou alta

+

+

+

+

+

=

=

=

=

=

Em 2014, os indicadores mostram o seguinte quadro da situação dos municípios paulistas.

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

• 93 municípios • 74 municípios • 209 municípios • 188 municípios • 81 municípios

• 12,7 milhões de pessoas (30%)

• 19,1 milhões de pessoas (45%)

• 4,9 milhões de pessoas (11%)

• 3,7 milhões de pessoas (9%)

• 2,3 milhões de pessoas (5%)

• Concentrados na Região Administrativa de Campinas (37 municípios)

• 6 dos 10 municípios mais populosos do Estado: Campinas, São Bernardo do Campo, Santo André, São José dos Campos, Ribeirão Preto e Sorocaba

• Concentração na RM de São Paulo

• Alguns municípios de grande porte, incluindo São Paulo, Guarulhos e Osasco, assim como algumas cidades turísticas (Guarujá, Campos do Jordão e outras)

• Forte presença nas RAs de São José do Rio Preto, Campinas, Presidente Prudente e Araçatuba

• Na maioria, são pequenas cidades que estão dispersas por todas as regiões do Estado

• Participação importante nas RAs de Registro, Franca, Bauru e Itapeva e nas RMs de São Paulo, Baixada Santista e Vale do Paraíba e Litoral Norte

3IPRS

Municípios paulistas, segundo grupos do IPRS2014

Fonte: Fundação Seade. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS.

Consolidação do Grupo 1 no eixo da Rodovia Anhanguera

Grupo 2 concentrado na RMSP, litoral norte até a porção central da Baixada Santista e municípios do nordeste do Estado, no entorno do Grupo 1

Maioria dos municípios da faixa que vai do sudoeste ao norte e oeste do Estado mescla-se nos Grupos 3 e 4

Grupo 5 caracteriza as áreas tradicionalmente mais carentes do Estado, nos Vales do Ribeira e do Paraíba, destacando-se também a região de Bauru

4IPRS

Riqueza

O Estado de São Paulo atingiu, em 2014, a marca de

47 pontos no indicador de riqueza do IPRS, um avanço de um

ponto em relação a 2012. Houve variações pouco significativas

em três dos quatro componentes dessa dimensão: o consumo

de energia elétrica no comércio, agricultura e em serviços,

por ligação variou 10,6%, passando de 22,1 MWh para

24,5 MWh por ligação; o Valor Adicionado fiscal per capita

variou 0,6% (de R$ 22.005 para R$ 22.128, em valores

corrigidos monetariamente para 2014); e o consumo anual de

energia elétrica residencial por ligação apresentou variação

negativa de 1,5% (passando de 2,58 MWh para

2,54 MWh). Já o rendimento médio do emprego formal

registrou crescimento real de 5,8% (em reais de 2014,

de R$ 2.591 para R$ 2.740).

Nesse período, das 16 regiões administrativas do Estado, duas

permaneceram com os mesmos níveis do período anterior

(a RM de São Paulo, com 49 pontos, e a RM do Vale do Paraíba

e Litoral Norte, com 44 pontos). Quatro tiveram aumento de

um ponto (RM da Baixada Santista e RAs de Sorocaba, Franca e

Central) enquanto nas dez outras se verificou acréscimo

de dois pontos.

Em relação à classificação utilizada nos grupos do IPRS, nove

regiões encontram-se no grupo de maior riqueza (Regiões

Metropolitanas de São Paulo, da Baixada Santista e do Vale do

Paraíba e Litoral Norte, RA de Campinas, RA de Ribeirão Preto,

RA de Sorocaba, RA de Barretos, RA de Bauru, RA Central). As

demais sete regiões, que compreendem a maior parte da área

do Estado, foram classificadas como de baixa riqueza.

Apenas duas regiões – Região Metropolitana de São Paulo

(49) e Região Metropolitana da Baixada Santista (49) –

apresentaram escores superiores aos 47 pontos da média

estadual. Duas das demais têm dez pontos ou mais abaixo

dessa média: Registro (33 pontos) e Itapeva (34 pontos).

Os municípios do Estado que apresentaram maiores níveis

de riqueza localizam-se, em sua maior parte, ao longo dos

principais eixos rodoviários que partem da RMSP, formados

pela Rodovia Presidente Dutra (que liga a capital à Região

Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), pelo sistema

Anhangüera-Bandeirantes (que se estende até Ribeirão Preto),

pela Rodovia Castelo Branco (que segue até Sorocaba) e pelo

sistema Anchieta-Imigrantes (que interliga a RMSP e a Região

Metropolitana da Baixada Santista).

É nessa porção do Estado que se encontra o maior complexo

industrial da América Latina, com uma ampla diversidade

setorial: indústrias automobilísticas; aeronáuticas; de

refino de petróleo; farmacêuticas e químicas; de máquinas

e equipamentos; e de equipamentos eletrônicos e de

telecomunicações. Trata-se de segmentos com ligações

importantes com o mercado externo, que se caracterizam por

níveis altos de investimentos, P&D, inovação tecnológica e

produtos de elevado valor agregado.

5IPRS

Riqueza

Baixa (478)

Alta (167)RA de Franca

RA de Barretos

RA de São José do Rio Preto

RA de Araçatuba

RA de Presidente Prudente

RA de Marília

RA de Bauru

RA de Sorocaba

RA de Itapeva

RA de Registro

RM de São Paulo

RM da Baixada Santista

RM do Vale do Paraíbae Litoral Norte

RA Central

RA de Ribeirão Preto

RA de Campinas

RA de Franca

RA de São José do Rio Preto

RA de Araçatuba

RA de Presidente Prudente

RA de Marília

RA de Bauru

RA de Itapeva

RA de Registro

RM do Vale do Paraíbae Litoral Norte

RA de Ribeirão Preto

RA de Sorocaba

RA de Campinas

RM de São Paulo

RA Central

Municípios, segundo níveis de riqueza municipal do IPRS2014

Fonte: Fundação Seade. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS.

6IPRS

longevidade

O Estado de São Paulo manteve, em 2014, a marca de 70

pontos no índice de longevidade do IPRS, atingida em 2012. Tal

manutenção do escore é explicada pela relativa estabilidade nos

quatro componentes dessa dimensão, embora com tendência

de redução em três deles, no período analisado: a taxa de

mortalidade infantil variou de 11,49 para 11,45 óbitos por mil

nascidos vivos (-0,3%); a taxa de mortalidade das pessoas de

15 a 39 anos variou de 1,33 para 1,32 óbito por mil habitantes

nessa faixa etária (-0,9%); e a taxa de mortalidade dos idosos

de 60 a 69 anos variou de 16,11 para 15,79 óbitos por mil

pessoas nesse grupo de idade (-2,0%). Em sentido contrário

às demais taxas, a mortalidade perinatal oscilou de 13,29 para

13,43 óbitos por mil nascidos (variação positiva de 1,1%).1

A Região Administrativa de Franca obteve o maior crescimento

do indicador geral de longevidade, entre 2012 e 2014, com

aumento de dois pontos. Em seguida aparecem as RMs da

Baixada Santista e do Vale do Paraíba e Litoral Norte, assim

1. As taxas de mortalidade correspondem à média do período, conforme descrito na metodologia do IPRS.

como as RAs de Araçatuba, Central e Itapeva, que registraram

ampliação de um ponto. A RM de São Paulo e as RAs de

Bauru, Campinas, Marília, Presidente Prudente,

São José do Rio Preto e Sorocaba não apresentaram alteração

na pontuação, enquanto as RAs de Barretos, Ribeirão Preto e

Registro tiveram decréscimo no indicador.

Em relação à média estadual, observa-se que as regiões de

Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba,

Franca e Presidente Prudente têm índices superiores. A RMSP

e a RA Central empataram com a medida do Estado e as oito

demais se situaram abaixo desse valor.

Nota-se, do norte ao centro-leste do Estado, um predomínio

de municípios com alta longevidade, sobretudo nas RAs de

São José do Rio Preto (65,6% dos seus municípios), Presidente

Prudente (64,2%) e Campinas (62,2%). Já na porção litorânea,

localizam-se as regiões com maior presença de municípios com

baixa longevidade: RM da Baixada Santista (88,9% dos seus

municípios) e RA de Registro (71,4%).

7IPRS

Municípios, segundo níveis de longevidade do IPRS2014

Longevidade

Baixa (228)

Alta (310)Média (107)

RA de FrancaRA de Barretos

RA de São José do Rio Preto

RA de Araçatuba

RA de Presidente Prudente

RA de Marília

RA de Bauru

RA de Sorocaba

RA de Itapeva

RA de Registro

RM de São Paulo

RM da Baixada Santista

RM do Vale do Paraíbae Litoral Norte

RA Central

RA de Ribeirão Preto

RA de Campinas

Fonte: Fundação Seade. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS.

8IPRS

escolaridade

O Estado de São Paulo alcançou 54 pontos no indicador de

escolaridade, em 2014, um avanço de dois pontos em relação

a 2012. A melhora no indicador é reflexo dos progressos em

dois dos três aspectos (cobertura, desempenho e fluxo) tratados

nessa dimensão do IPRS.

No Estado, a taxa de atendimento às crianças de 4 e 5 anos,

que capta o aspecto da cobertura, foi o único dos componentes

que teve variação negativa, passando de 96,8% para 92,2%,

entre 2012 e 2014. Ainda assim, verifica-se que diminuiu a

variabilidade desse indicador entre as regiões do Estado, já que

a RA de Registro, que tinha a pior taxa apresentou aumento,

enquanto as demais regiões registraram oscilações para baixo.

Já no indicador de desempenho dos estudantes do 5o ano do

ensino fundamental das redes públicas, constatou-se uma

melhora quase generalizada no período. A proporção de alunos

que atingiram pelo menos o nível adequado na média das

avaliações de língua portuguesa e matemática da Prova Brasil

cresceu de 42,9% para 50,9%.

Para os alunos do 9o ano, a variação positiva foi discreta,

passando de 19,2% para 20,2% a proporção de estudantes

que alcançaram nível adequado ou acima na média das notas

de língua portuguesa e matemática na avaliação nacional.

Quanto à taxa de distorção idade-série no ensino médio,

que reflete o aspecto de fluxo na educação, registrou-se

redução de 11,0% no Estado, passando de 16,3% para

14,5%, entre 2012 e 2014, embora ainda persistam

grandes diferenças entre as regiões.

O aumento no indicador de escolaridade se deu de

forma quase generalizada nas regiões administrativas.

A RA de Registro apresentou a maior ampliação, com

acréscimo de quatro pontos; a RM de São Paulo e as RAs

de Araçatuba, Campinas e Presidente Prudente evoluíram

três pontos; as RAs de Franca, Itapeva, Sorocaba,

São José do Rio Preto e Marília acrescentaram dois pontos;

e as RAs de Ribeirão Preto e Central, assim como as RMs

da Baixada Santista e do Vale do Paraíba e Litoral Norte

aumentaram um ponto. A RA de Barretos manteve o mesmo

escore do período anterior e a RA de Bauru foi a única que

apresentou queda no escore em relação à edição anterior

do IPRS.

Apenas a RA de Registro e as Regiões Metropolitanas de São

Paulo e da Baixada Santista tiveram índices abaixo da média

do Estado, enquanto as regiões de São José do Rio Preto,

Araçatuba, Marília e Campinas destacaram-se por alcançar

valores acima de 60 pontos.

9IPRS

Municípios, segundo níveis de escolaridade do IPRS2014

Fonte: Fundação Seade. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS.

Escolaridade

Baixa (212)

Alta (279)Média (154)

RA de FrancaRA de Barretos

RA de São José do Rio Preto

RA de Araçatuba

RA de Presidente Prudente

RA de Marília

RA de Bauru

RA de Sorocaba

RA de Itapeva

RA de Registro

RM de São Paulo

RM da Baixada Santista

RM do Vale do Paraíbae Litoral Norte

RA Central

RA de Ribeirão Preto

RA de Campinas

A distribuição dos municípios pelas classes do indicador

de escolaridade parece demonstrar uma lógica menos

influenciada pela localização geográfica, já que apenas a

Região Metropolitana da Baixada Santista não tem municípios

na melhor categoria. A porções noroeste e sudeste do Estado

chamam a atenção por uma certa predominância de municípios

com bons índices nessa dimensão, embora haja destaques

importantes em outras regiões, como São Caetano do Sul,

na RMSP e Cerquilho, na RA de Sorocaba, além de municípios

de pequeno porte, como Paulistânia, na RA de Bauru e

Nuporanga, na RA de Franca.

Tomando como parâmetro de análise o porte populacional

dos municípios, constata-se que, no conjunto dos menores

municípios (com até 5 mil habitantes), a maior parte (53%)

foi classificada como de alta escolaridade, enquanto que,

considerando a totalidade dos municípios do Estado, essa

parcela foi de 43%. No entanto, não se verifica relação direta

entre essas duas características, pois, entre os municípios na

faixa de 10 mil a 20 mil habitantes, os classificados como

de escolaridade baixa, são 44%, em contraste com os 33%

registrados no Estado como um todo.

De forma geral, o segmento que registrou melhores resultados,

foi o dos municípios entre 50 mil e 100 mil habitantes, com,

respectivamente, 18%, 29% e 53% dos casos nas classes de

baixa, média e alta escolaridade, enquanto no total do Estado

essa distribuição foi de 33%, 24% e 43%.

Onde cidadania e política fazem escola