prevenÇÃo e proteÇÃo contra incÊndios - apostila devânia
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SUMÁRIO
Capítulo 1 – Introdução
1- Fogo
1.1 Elementos Essenciais do Fogo
1.2 Tetraedro do Fogo
1.3 Características dos Elementos do Tetraedro do Fogo
2- Combustão
2.1 Classificação da Combustão
2.2 Fatores determinantes da Velocidade das Combustões
2.3 Pontos Notáveis da Combustão
2.4 Combustíveis em Geral
2.4.1 Combustíveis Sólidos Comuns
2.4.2 Combustíveis Sólidos Especiais
2.4.3 Combustíveis Líquidos
2.4.4 Combustíveis Gasosos
2.4.5 Substâncias Gasosas que Apresentam Riscos de Incêndios
2.4.6 Características do GLP
2.4.7 BLEVE
3- Extinção do Fogo
3.1 Retirada do Combustível ou Isolamento
3.2 Resfriamento
3.3 Abafamento
3.4 Extinção Química
3.5 Propagação
Capítulo 2 – Classificação dos Incêndios
1. Incêndio
1.1 Classificação Quanto à Proporção
1.2 Classificação Quanto à Causa
1.2.1 Principais Causas
1.3 Classificação Quanto ao Combustível
2. Classes de Incêndios
3. Classificação das Edificações
Capítulo 3 – Proteção contra incêndios
1. Normas Regulamentadoras
2. Órgão Fiscalizador
3. Prevenção de Incêndios
4. Técnicas de Prevenção de Incêndios
5. Sistemas ou Meios de Prevenção
5.1 Meios que Retardam a Propagação do Fogo
5.2 Meios de Evacuação
5.3 Instalação Preventiva Convencional
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5.4 Instalação Preventiva Especial
5.5 Sinalizações e Indicações
6. Tipos de Extintores
6.1 Resumo das informações
7. Tipos de Equipamentos para Combate à Incêndio
7.1 Extintores
7.2 Hidrantes
7.2.1 Operação
7.2.2 Canalização de Alimentação do Hidrante
7.3 Mangueira
7.3.1 Peças e Acessórios da Mangueira
7.3.2 Seleção da Mangueira
7.4 Caixa de Incêndio
7.5 Chuveiros Automáticos (Sprinklers)
7.6 Reservatório de Incêndio
Capítulo 4 – Brigada de Incêndio
1. Brigada de Incêndio
2. Composição da Brigada
3. Critérios para Seleção de Brigadistas
4. Organograma da Brigada
5. Programação de Curso e Formação do Brigadista
6. Atribuições da Brigada
7. Atividades da Brigada
Anexo I – Referências Bibliográficas
Anexo II – Fluxograma de procedimentos Emergenciais da Brigada
Anexo III – Anexo A da NT 001/04 CBMCE
Anexo IV – Anexo B da NT 001/04 CBMCE
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CAPÍTULO 01
Introdução
As usinas termoelétricas utilizam-se do fogo para gerar força elétrica que, posteriormente, movimentará os
equipamentos nas industrias. Quando controlado pelo homem, o fogo é um instrumento de grande valor.
Há casos, porém, em que o fogo torna-se um agente destruidor, fugindo ao controle do homem. São
exemplos cigarros acesos, jogados à beira de estradas, ou queimadas nas áreas rurais feitas de forma
inadequada, atingindo grandes proporções, incendiando florestas, lavouras, casas, matando animais e, às
vezes, seres humanos.
A prevenção de incêndios consiste em evitar que ocorra fogo, utilizando-se certas medidas básicas, que
envolvem a necessidade de conhecer, entre outros itens:
a. características do fogo;
b. propriedades de riscos dos materiais;
c. causas de incêndios;
d. estudo dos combustíveis.
Quando, apesar da prevenção, ocorre um principio de incêndio, é importante que ele seja combatido de
forma eficiente, a fim de que sejam minimizadas suas conseqüências. Para tal, deve-se:
conhecer os agentes extintores;
saber utilizar os equipamentos de combate a incêndios;
saber avaliar as características do incêndio, o que determinará a melhor atitude a ser tomada.
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1. Fogo
1.1 Elementos Essenciais do Fogo
1.2 Tetraedro do Fogo
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1.3 Características dos Elementos do Tetraedro do Fogo
a. Combustíveis
Todo material possui certas propriedades que o diferem de outros, em relação ao nível de combustibilidade,
Por exemplo, pode-se incendiar a gasolina com a chama de um isqueiro, não ocorrendo o mesmo em relação
ao carvão coque. Isso porque o calor gerado pela chama do isqueiro não seria suficiente para levar o carvão
coque à temperatura necessária para que ele liberasse vapores combustíveis.
Cada material, dependendo da temperatura a que estiver submetido, liberara maior ou menor quantidade de
vapores. Para melhor compreensão do fenômeno, definem-se algumas variáreis, denominadas:
b. Calor
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Fontes de calor
As fontes de calor em um ambiente podem ser as mais variadas:
a chama de um fósforo;
a brasa de um cigarro aceso;
uma lâmpada;
a chama de um maçarico, etc.
A própria temperatura ambiente já pode vaporizar um material combustível; e o caso da gasolina, cujo ponto
de fulgor e aproximadamente de – 40ºC. Considerando-se que o ponto de combustão e superior em apenas
alguns graus a uma temperatura ambiente de 20º C já ocorre a vaporização. O calor pode atingir uma
determinada área por condução, convecção ou radiação.
c. Comburente
d. Reação em Cadeia
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2. Combustão
2.1 Classificação da Combustão
a. Quanto à Velocidade.
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b. Quanto à Reação
c. Quanto à Proporção de Oxigênio
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2.2 Fatores Determinantes da Velocidade das Combustões
2.3 Pontos Notáveis da Combustão
a. Ponto de Fulgor
b. Ponto de Combustão
c. Ponto de Ignição
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2.4 Combustíveis em Geral
2.4.1 Combustíveis Sólidos Comuns
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2.4.2 Combustíveis Sólidos Especiais
a. Produtos Reativos com Água (Pirofóricos)
b. Produtos Reativos com o Ar
c. Halogênios
2.4.3 Combustíveis Líquidos
a. Líquidos Inflamáveis
b. Líquidos Combustíveis
São líquidos que possuem ponto de fulgor igual ou superior a 37,8°C.
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2.4.4 Combustíveis Gasosos
a. Gás Inflamável
É qualquer material que no estado gasoso e sob temperatura ambiente e pressão atmosférica, queimará
quando em contato com uma concentração normal de oxigênio no ar, sob a ação de uma fonte de calor.
b. Gás Inerte
É aquele que não sustenta a combustão, como por exemplo, o nitrogênio, o gás carbônico, o argônio, o hélio,
etc.
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2.4.5 Substâncias Gasosas que Apresentam Riscos de Incêndios
2.4.6 Características do GLP
a. Dicas Preventivas
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b. Cuidados na Compra do Botijão ou Cilindro
c. Cuidados na Instalação do Botijão
e. Em caso de Vazamento sem Fogo no Botijão
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f. Em caso de Vazamento com Fogo no Botijão
g. Em caso de Vazamento em Edificações com Centrais de GLP ou GN
2.4.7 Boiling Liquid Expanding Vapour Explosion – BLEVE
3 Extinção do fogo
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3.1 Retirada do Combustível ou Isolamento
3.2 Resfriamento
3.3 Abafamento
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3.4 Extinção Química
3.5 Propagação
O incêndio, naturalmente, se alastra e muda de proporções, e, não raro, ocasiona o aparecimento de outro,
em virtude da propagação não só do calor mas, também, por sua ação evolutiva, que é uma constante,
caprichosa tal a uma trajetória.
A propagação pode processar-se de maneira direta, por contato ou disseminação, ou indireta, por influência
(como nas explosões) ou repercussão. A propagação direta ocorre:
a. por alastramento conseqüente do fogo que se desdobra e atinge elementos de fácil combustão,
distintos, contíguos ou ligados intimamente ao que está ardendo;
b. por contato a corpos descontínuos que se encontram muito próximo daquele que arde;
c. por alongamento espontâneo das chamas, ou por serem estas tangidas por ventos, a corpos jazentes
nas vizinhanças do incêndio;
d. por veiculação do calor em alta temperatura, através do espaço, por irradiação ou convecção, o qual
afetando pontos favoráveis propicia a formação de novos focos, desde que se conjuguem os
elementos indispensáveis;
e. pela queda de paredes e destroços esbraseados;
f. por disseminação de fagulhas cadentes, provindas do incêndio envoltas na fumaça;
g. por meio de rastilhos conseqüentes a pisos oleosos, rastros de líquidos ou de quaisquer matérias
inflamáveis, atingidas pelo fogo ou por grandes calores;
h. por líquidos inflamados, em flutuação ou que jorre no local do incêndio;
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i. por estilhaços expelidos ou resíduos ignescentes, arremessados de explosões ou comoções havidas na
área incendiada;
j. por gases libertados; também por labaredas de retorno;
k. por acidentes elétricos e outros.
a. Condução
b. Convecção
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c. Irradiação
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CAPÍTULO 02
CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS
1 Incêndio
Chamamos Incêndio a todo fogo anômalo: tanto o que simplesmente se manifesta, como o que ameaça
destruir alguma coisa ou o que, não sendo obstado, se propaga e envolve tudo quanto possa devorar. Seja ele
casual ou intencional.
Uma característica constante dos incêndios, é a periculosidade de que se revestem, afrontando a integridade
e a existência de todos os seres, onde quer que surja. Outra propriedade que particulariza o incêndio de outro
fogo qualquer, de serviço, é a ameaça que expede e exerce pela propagação arbitrária, pelo calor que mistura
com o ar, pelo fumo sufocante que expele, pela crepitação e pelo próprio clarão que emite.
Os incêndios surgem e se desenvolvem, lenta ou repentinamente, em função dos elementos que lhes dão
causa, e se avolumam conforme a quantidade e a qualidade dos combustíveis e o ambiente que encontram.
Ordinariamente, o incêndio em combustíveis densos, ou enfeixados, obedece a três fases seguidas:
a. o calor elementar vai-se associando aos fatores normais e dá causa à combustão;
b. após a transição, o fogo iniciado, isto é, a combustão de alguma substância, passa a produzir novos
elementos com que se nutre (gases e mais calor);
c. o fogo, propriamente dito, favorecido pela conjunção eficiente dos fatores de que é resultante, se
exorbita transmudando-se em incêndio, com todas as suas características: ameaça de avassalamento e
destruição.
Os combustíveis leves, em geral, aceleram ou abreviam a Segunda fase; os explosivos, comumente, reduzem
o incêndio a uma única fase, englobando-as.
Deve-se, por conseguinte, Ter sempre em vista a formação arbitrária de fontes de calor em meios ou locais
onde as mesmas possam Ter origem e evolução continuada. Mesmo as combustões espontâneas podem ser
previstas e obstadas.
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1.1 Quanto à Proporção
O incêndio começa e vai-se avolumando, vai tomando aspectos variados, conforme as circunstâncias. Assim,
com maior ou menor rapidez, pode tornar-se descomunal. Na sua progressão, passará por diversas fases,
adquirindo novas características, dependendo isso da qualidade, disposição, estado e quantidade dos
combustíveis e ainda de elementos extras, concorrentes.
A classificação, assim como uma série de detalhes, interessa, principalmente, à execução das perícias e à
organização das estatísticas. Todavia, a prevenção não deve desdenhá-la, por isso que, as proporções a que
um sinistro pode alcançar poderão ser previstas e em grande parte reduzidas de maneira a impossibilitar a
eventualidade dele atingir o máximo das características de um grande incêndio. Não se trata de tipos
experimentais de incêndios, designados por A, B e C, em matérias selecionadas, mas de incêndio
propriamente dito: quanto ao fogo decorrente do volume e qualidade dos combustíveis de variados gêneros
que ardem simultaneamente.
Para esta classificação será levado em conta sua dimensão, intensidade e os meios empregados para
extinção:
a. Princípio de Incêndio
Também conhecido como incêndio incipiente, é um evento de mínimas proporções que requer para sua
extinção, um ou mais aparelhos extintores portáteis. São incêndios em fase inicial.
Exemplo: fogo numa cesta de lixo ou em um aparelho doméstico.
b. Pequeno Incêndio
É um incêndio que para sua extinção requer pessoal
(Bombeiros Militares ou Civil) e material especializado,
porém, sendo extinto com facilidade. Não apresenta risco
imediato de propagação.
Estes incêndios podem ser extintos com uma linha de
mangueiras armada no sistema preventivo fixo da
edificação ou em uma viatura do Corpo de Bombeiros.
Exemplo: fogo que ocorre em um quarto ou outro cômodo
qualquer.
c. Médio Incêndio
Devido à sua intensidade, necessita de um socorro básico de incêndio (Corpo de Bombeiros) para sua
extinção, além de apresentar grande risco de propagação.
Exemplo: incêndio em uma residência ou loja, etc.
d. Grande Incêndio
Devido ao risco de propagação ser elevadíssimo e a grande área atingida, exigem mais de um socorro básico
(Corpo de Bombeiros) para sua extinção.
Exemplo: incêndio em edifícios.
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e. Incêndios Extraordinários
São aqueles provocados por fenômenos da natureza ou por bombardeios.
Exemplo: vulcões, tempestades elétricas, bombardeio nuclear entre outros.
As características que configuram as classes dos incêndios são, principalmente, as seguintes: (a) duração; (b)
proporções; (c) extensão; (d) destruição; e, (e) elementos de extinção aplicados.
Algumas características devem ser apreciadas durante o desdobramento do incêndio, no terreno, tendo-se em
vista a diversidade de pontos que ardem simultaneamente, a intensidade do calor, a velocidade ou a violência
das chamas, etc.
Duração: é o tempo que, efetivamente, o fogo, resistindo a combate adequado, lavra até ser reprimido. Um
começo de incêndio pode durar 15 minutos; o pequeno incêndio, até uma hora; o incêndio propriamente dito,
de uma a, mais ou menos, três horas; e, um grande incêndio, pode perdurar, em atividade, quatro a seis
horas. Muito além disso é uma Calamidade: é o fogo campeando livremente, com fraca ou nenhuma
oposição.
Proporção: é a maior ou menor atividade das chamas; as proporções de um incêndio variam com o volume,
comprimento, intensidade (calor e claridade) das labaredas, e outros impressionantes aspectos.
Extensão: é a área dentro da qual o fogo ficou limitado. Em construção de um só pavimento e em materiais
encontradiços nas habitações e casas comerciais, pode, o fogo, em marcha desenfreada, devastar uma área
talvez de 300 metros quadrados numa hora, ou seja cerca de 5 metros quadrados por minuto, atingindo
proporção máxima, em tempo mínimo.
Destruição: compreende tudo que se arruinou por ação exclusiva do incêndio. É a consumição do material
fixo ou móvel existentes no local incendiado.
Obs.: o cômputo dos prejuízos não convém à classificação dos incêndios, de vez que, um incêndio realmente
insignificante, pode dar causa a grandes prejuízos, destruindo de imediato coleções artísticas ou raras,
documentos valiosos,, e outros, contidos num pequeno espaço.
A destruição pode ser parcial ou total; esta só deve ser assim considerada quando a presa do fogo não puder
ser restaurada.
Elementos de Extinção Aplicados: estes são de duas espécies: pessoal e material, e são da competência
privativa do Corpo de Bombeiros, que os emprega conforme exige a situação.
Nenhuma destas características basta, porém, por si só, para a classificação de um incêndio.
A manifestação de incêndio, por exemplo, é de características nulas; o princípio, não comporta proporções
nem extensão; o pequeno incêndio, admite todas as características, em grau mínimo; o incêndio médio,
comporta todas elas em proporções desiguais. Somente o grande incêndio é abrangido, total e amplamente,
por todas elas.
É comum qualificar-se esses sinistros de: violento, alarmante, dramático, pavoroso, medonho, calamitoso,
catastrófico, devastador, gigantesco, etc. Na realidade, mais ou menos, todos os incêndios causam alarme,
infundindo pavor, medo ou terror, gerando ás vezes o pânico.
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Em verdade, porém, devem os incêndios receber qualificações que representem uma idéia da sua veemência,
tais como: moderado, quando queima material pesado ou em condições desfavoráveis à combustão, casos
em que o fogo embora persistente segue um andamento vagaroso; devedor, quando seu ritmo é contínuo e
como que apressado, por encontrar todos os elementos favoráveis e acende grandes chamas, devido a
presença de inflamáveis e, além disso, parece querer tragar com avidez a presa.
O incêndio dito dramático ou catastrófico é aquele em que há ocorrências funestas; o calamitoso o que
devasta e deixa numerosas pessoas sem morada ou desempregadas.
1.2 Quanto à Causa
Quando uma fonte de aquecimento é capaz de fornecer calor suficiente para
gaseificar um material combustível sólido ou líquido, produzindo uma mistura
combustível entre o material destilado e o ar, estamos em face de um ponto de
partida para um incêndio, portanto, de uma "causa de incêndio".
Entende-se por causa de incêndio o princípio de ação, material ou pessoal, que
produz ou transmite o fogo causador do incêndio. Dividem-se em naturais e
artificiais.
As causas naturais são aquelas originárias de
fenômenos da natureza, ou seja, que não tem a
intervenção do homem: raios, vulcões etc.
As causas artificiais podem ser proposital (dolosa) ou
acidental (culposa).
As artificiais podem ser: acidentais, quando decorrem
de um acidente (exemplo: um homem com candeeiro
cai com o aparelho na mão e provoca um incêndio); culposa, o homem não quer o
resultado mas age com negligência, imprudência ou imperícia; e doloso, o homem quer
o resultado (incendiarismo).
1.2.1 Principais Causas
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1.3 Quanto ao Combustível
O conhecimento da classe do combustível envolvida irá determinar que técnicas de combate devem ser
empregadas, bem como o agente extintor a ser utilizado.
Podem ser de classe A, B, C ou D abordados no item 2 (Classes de Incêndio) deste capítulo.
2. Classes de incêndio
De acordo com a NBR 7532, os incêndios são classificados em 4 classes principais:
- Classe "A": fogo em materiais como papel, madeira, tecidos. Deixam cinzas e sua
extinção se dá através do processo de resfriamento.
- Classe "B": fogo em líquidos inflamáveis como gasolina, querosene, álcool, etc. Sua
extinção se dá através do processo de abafamento.
Classe "C": fogo em aparelhos elétricos ou instalações com corrente ligada. Sua
extinção ocorre pelo abafamento.
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Classe "D": fogo em ligas metálicas combustíveis, sua extinção ocorre através de agentes
extintores e métodos especiais. São caracterizados pela queima em altas temperaturas e por
reagirem com água.
3. Classificação das edificações
"A edificação segura contra incêndio pode ser definida como aquela em que há uma baixa probabilidade de
início de incêndio e para o qual, em caso de incêndio, há uma alta probabilidade de que todos os seus
ocupantes irão sobreviver" (Berto &Tomini, 1988).
Para efeitos de considerações a respeito de incêndios, segundo a NBR 9077/93, as edificações são
classificadas em:
a. quanto à ocupação, de acordo com a Tabela 2 e 3;
b. quanto à altura, de acordo com a Tabela 1;
c. quanto à suas características construtivas, de acordo com o quadro 1.
Tabela 1 – Classificação das edificações quanto à sua altura
Código Tipo de edificação Alturas contadas da soleira de entrada ao piso do
último pavimento, não consideradas edículas no
ático destinadas e casas de máquinas e terraços
descobertos (H). Denominação
K Edificações térreas Altura contada entre o terreno circundante e o piso
de entrada igual ou inferior a 1,00m.
L Edificações baixas H <= 6,00 m
M Edificações de média altura 6,00 m < H <= 12,00 m
N Edificações mediamente altas 12,00 m < H <= 30,00 m
O
Edificações altas
0 – 1 H > 30,00 m
0 – 2
Edificações dotadas de pavimentos recuados em
relação aos pavimentos inferiores, de tal forma que
as escadas dos bombeiros não possam atingi-las, ou
situadas em locais onde é impossível o acesso de
viaturas de bombeiros, desde que sua altura seja H
> 12,00 m.
Fonte: NBR – 9077/93.
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Tabela 2 – Classificação das edificações quanto à sua ocupação (tabela reduzida)
Grupo Ocupação/Uso Divisão Descrição Exemplos
A
Residencial
A – 1 Habitações unifamiliares Casas térreas
A – 2 Habitações multifamiliares Edifícios de
apartamentos
A – 3 Habitações coletivas
(grupos sociais equivalentes
à família)
Pensionatos, internatos,
conventos
Fonte: NBR – 9077/93.
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Quadro 1 – Classificação das edificações quanto às suas características construtivas
Código Tipo Especificação Exemplos
X
Edificações em
que a propagação
do fogo é fácil
Edificações com
estrutura e entre pisos
combustíveis
Prédios estruturados em madeira,
prédios com entre pisos de ferro
e madeira, pavilhões em arcos de
madeira laminado e outros
Y
Edificações com
resistência
mediana ao fogo
Edificações com
estrutura resistente ao
fogo, mas com fácil
propagação entre os
pavimentos
Edificações com paredes-cortinas
de vidro; edificações com janelas
sem peitoris (distância entre
vergas e peitoris das aberturas do
andar seguinte menor que 1,00 m
e outros
Z
Edificações em
que a propagação
do fogo é difícil
Prédios com estrutura
resistente ao fogo e
isolamento entre
pavimentos
Prédios com concreto armado
calculado para resistir ao fogo,
com divisórias incombustíveis,
sem divisórias leves, com
parapeitos de alvenaria e outros
Fonte: NBR – 9077/93.
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CAPÍTULO 03
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
1 Normas Regulamentadoras
As normas que regulamentam a prevenção contra incêndio no Brasil são as da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT referentes aos procedimentos para projeto e construção das edificações entre
outras, como: NBR 9077 – Saídas de Emergências em Edifícios, NBR 5627 – Exigências particulares a
obras de concreto armado, NBR 9442 – Materiais de construção e NBR 11742 – Porta corta-fogo.
As instalações para proteção contra incêndios são regulamentadas pelas normas da ABNT referente à
instalação e manutenção de sistemas de proteção. Podemos citar a NBR 7532 – Classes de incêndios e
extintores, NBR 13714 – Instalações hidráulicas de hidrantes, NBR 10987 – Chuveiros automáticos e a NBR
10898 – Sistema de iluminação de emergência. Podemos citar também a NR 23 – Norma Regulamentadora
23 do Ministério do Trabalho.
2 Órgão fiscalizador
Em cada Estado da federação a fiscalização é responsabilidade do Corpo de Bombeiro local vistoriar e
verificar se as normas técnicas estão sendo cumpridas para a devida segurança dos moradores.
Qualquer obra a ser executada, deve ainda na fase de projeto ser submetida aos engenheiros ou arquitetos do
quadro técnico do Corpo de Bombeiros, para aprovação e no seu final para o habite-se.
3 Prevenção de incêndios
A prevenção de incêndio envolve uma série de providências e cuidados, cuja aplicação e desenvolvimento
visam evitar o aparecimento de um princípio de incêndio, ou pelo menos limitar a propagação caso ele surja.
A prevenção construtural consiste na aplicação da legislação e das medidas preventivas de incêndio
relacionadas com a construção de prédios e o planejamento dos meios fixos de prevenção taticamente nele
instalados, conforme a área, altura e ocupação, com a finalidade de evitar incêndios ou combatê-lo em sua
fase inicial e retardar sua ação até a chegada dos bombeiros. Objetiva ainda dotar as edificações de saídas de
emergências e rotas de fuga para o público em caso de sinistro.
Já a prevenção operacional ou ocupacional objetiva aplicar a legislação relacionada ao armazenamento de
materiais, métodos e processos de utilização de equipamentos e conhecimentos de prevenção de incêndio,
bem como da disposição de elemento humano no local do evento com vistas à prevenção.
4 Técnicas de Prevenção de Incêndios
Para que haja uma combustão, é essencial a presença dos elementos do fogo, o combustível, o comburente, a
fonte de calor gerando o quarto elemento, a reação em cadeia.
Em um ambiente industrial, temos materiais combustíveis (roupas, madeira, papel, gasolina, graxa, óleo,
etc.), comburente (oxigênio presente no ar atmosférico), fontes de calor (soldagem e corte a quente, cigarros,
fósforos, lâmpadas elétricas, tubulações de vapor, solda elétrica, etc.) que ao se inflamarem dá origem à
reação em cadeia.
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A prevenção consistirá em evitar que esses elementos se combinem em condições propícias que possibilitem
a ignição.
Para tanto, é importante conhecer as principais causas de incêndios e as características dos processos e
materiais utilizados nas instalações que se quer proteger.
Segundo estatísticas da "National Fire Protection Associaton", entidade americana que desenvolve estudos
nessa área, as fontes de incêndios mais comuns são:
eletricidade incluindo eletricidade estática = 21%
atrito = 14%
centelhas = 12 %
ignição espontânea = 8%
cigarros e fósforos = 8%
superfícies aquecidas = 7%
chamas abertas = 5%
solda e corte = 4%
O conhecimento das causas de incêndio consagrou certas práticas como recomendáveis para maior
segurança do trabalhador e das instalações. Por exemplo:
a) Armazenagem de material
É comum nas empresas usar, movimentar material inflamável. Exemplos: seção de pintura, seção de corte e
oxicorte, trabalhos com solventes, depósitos de papel, madeira, etc.
Algumas providências simples e práticas podem evitar a ocorrência do fogo:
Manter sempre a substância inflamável longe de fonte de calor e de comburente, como no caso de
operações de solda e oxicorte. A operação de solda e a fábrica estarão muito mais seguras se os
cilindros de acetileno estiverem separados ou isolados dos cilindros de oxigênio
Manter sempre, no local de trabalho, a mínima quantidade de inflamável para uso, por exemplo,
operações de pintura, nas quais o solvente armazenado deve ser apenas o suficiente para um dia de
trabalho.
Possuir um depósito com boas condições de ventilação para armazenagem de inflamável e o mais
longe possível da área de trabalho, de operações.
Proibição de fumar nas áreas onde existam combustíveis ou inflamáveis estocados. Não se deve
esquecer que todo fumante é um incendiário em potencial. (Ele conduz um dos elementos essenciais
do fogo: o calor.) Uma ponta de cigarro acesa poderá causar incêndio de graves proporções.
b) Manutenção adequada
Além da preocupação com combustível e comburente é preciso saber como se pode evitar a presença do
terceiro elemento essencial do fogo: o calor. Como evitar sua ação?
Instalação elétrica em condições precárias
Fios expostos ou descascados podem ocasionar curtos circuitos, que serão origem de focos de incêndio se
encontrarem condições favoráveis à formação de chamas.
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Instalações elétricas mal projetadas
Poderão provocar aquecimento nos fios sendo origem de incêndios. A carga excessiva em circuitos elétricos
pode e deve ser evitada.
Pisos Anti faísca
Em locais onde há estoque de líquidos ou gases inflamáveis, os pisos devem ser anti faísca, porque, um
simples prego no sapato poderá ocasionar um incêndio.
Instalação Mecânica
Falta de manutenção e lubrificação em equipamentos mecânicos pode ocasionar aquecimento por atrito em
partes móveis, criando a perigosa fonte de calor.
c) Ordem e Limpeza
Os corredores, com papeis e estopas sujos de óleo, graxa pelo chão, são lugares onde o fogo pode começar e
se propagar rapidamente, sendo mais difícil a sua extinção. Isto é especialmente importante no caso de
escadas, onde as conseqüências podem ser mais graves.
A decoração, os móveis, os equipamentos de escritórios merecem muita atenção, pode estar sendo
aumentado o volume de material combustível representado por móveis, carpetes cortinas e forros falsos.
d) Instalação de pára raios
Os Incêndios causados pelos raios são muito comuns. Daí, a instalação de pára-raios ser uma proteção
importantíssima.
5 Sistema ou Meios de Prevenção
Compreende um conjunto de instalações à proteção contra incêndio em uma determinada área que, acionado,
funciona com auto suficiência. Constituem meios de Prevenção e Combate a Incêndios:
5.1 Meios que retardam a propagação do fogo
a) Paredes e portas corta-fogo
b) Pisos, tetos e paredes incombustíveis ou resistentes à combustão;
c) Vidros entelados, em portas e janelas;
d) Afastamentos;
e) Instalações elétricas à prova de explosão.
5.2 Meios de evacuação
a) Escadas e saídas;
b) Rampas com caminhamento para a via pública ou para outros meios conjugados de vazão;
c) Passarelas e pontes de ligação
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d) Iluminação de Emergência;
e) Sinalização;
f) Áreas de refúgio.
5.3 Instalação Preventiva Convencional (dispositivos e equipamentos fixos e/ou móveis, comuns a todos
os tipos de edifícios)
a) Extintores de incêndios manuais e/ou sobre rodas;
b) Hidrantes;
c) Canalizações hidráulicas para combate a incêndios;
d) Reservatório de água.
5.4 Instalação Preventiva Especial (destinada a complementar a instalação preventiva convencional)
a) Sistema manual ou automático de alarme de incêndio;
b) Sistema de detecção de incêndio;
c) Sistema de Sprinklers;
d) Instalação própria para uso de Dióxido de Carbono;
e) Instalação própria para uso de Pó Químico Seco;
f) Outros dispositivos e equipamentos aprovados.
5.5 Sinalização e Indicações que facilitem as operações de salvamento e combate a incêndios
a) Sinais convencionais indicativos da existência, no local, de equipamentos de combate ao fogo;
b) Mapas e fichas indicativas de zonas de alta periculosidade, zonas de acesso para veículos e zonas
construídas com material incombustível ou não.
6 Tipos de Agentes Extintores
São aparelhos que contém um agente extintor que pode ser projetado e dirigido sobre um
incêndio pela ação de uma pressão interna, que pode ser fornecida por compressão prévia
(sistema pressurizado) ou por um gás auxiliar chamado de gás propelente (sistema à
pressurizar entrando em desuso).
Água
A água é o agente de uso mais comum e tem sido utilizada há séculos, por causa de
suas propriedades de resfriamento, abafamento, diluição e emulsionamento. É indicado
para incêndio classe A, age por resfriamento e/ou abafamento (na forma de jato
compacto, chuveiro, neblina ou vapor).
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I. Pressão Injetada (pressurizável)
Aparelhos formados por cilindro metálico contendo água e outro cilindro de aço anexo contendo C02,
provido de válvula, que quando aberta libera o CO2 para o cilindro que contém água, possibilitando a
expulsão da mesma sobre pressão.
II. Pressurizado
Aparelho formado por cilindro metálico contendo água que é diretamente pressurizado por gás carbônico,
nitrogênio ou ar comprimido possui um manômetro indicativo da pressão, que com uma simples consulta
pode se verificar se está carregado ou não. A sua descarga pode ser controlada pelo operador, e para acioná-
lo basta soltar o pino de segurança que prende o gatilho existente em sua parte inferior. Com uma mesma
carga pode ser utilizado várias vezes.
Atuando a água como agente extintor por resfriamento, é recomendado para combates a incêndios da classe
"A".
Possui vantagens sobre a espuma dado o seu poder de penetração em combustíveis sólidos, de combustão
lenta. Totalmente contra indicado em incêndios da classe "B" e "C", no primeiro caso, por aumentar o
volume do líquido em combustão, além do que a força do jato pode espalhar mais o fogo. No segundo, a
água é boa condutora de eletricidade se o material estiver carregado pode colocar a vida do bombeiro em
risco.
Existem extintores portáteis de 10 litros e carretas de vários tamanhos, com cilindro de gás externo ou
internos de CO2 ou ar comprimido. As válvulas de comando se localizam nos cilindros de gás onde possuem
manômetros e redutores de pressão para tipos maiores. As carretas possuem mangueiras de 8 a 15 metros
com esguichos.
Os aparelhos devem ser distribuídos de modo que o seu emprego seja o mais fácil possível, levando-se em
consideração os elementos que poderão manejá-los e as condições do trabalho e local para as instalações dos
aparelhos, leva-se em conta que o operador não percorra, em caso de princípio de incêndio, uma distância
maior do que:
o 20 m para local de pequeno risco;
o 15 m para local de risco médio;
o 10 m para local de risco elevado.
Inspeção e manutenção:
o Semanalmente: verificar acesso ao aparelho;
o Mensalmente: verificar se o extintor está carregado, observando o nível de água dos
extintores de água pressurizável;
o Semestralmente: pesar a cápsula de gás carbônico, substituindo-a caso o peso esteja baixo do
indicado;
o Anualmente: esvaziar e levar o extintor para testá-lo hidraulicamente, e examinar o
vasilhame, verificando se o mesmo está corroído ou acidentado. Trocar a cápsula se estiver
corroída ou selo de válvula violado. Verificar o mangontinho contra obstruções e o substituir,
se for o caso;
o Cada três anos: descarregar fazendo funcionar e inspecionar. Recolocar nova cápsula de gás e
recarregar, neste extintor colocar uma etiqueta com a data e nome de quem fez a verificação e
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peso da cápsula. Verificar se o mecanismo de percussão ou a válvula, segundo o tipo, estão
funcionando bem;
o Cada cinco anos: submeter os extintores a testes hidrostáticos NBR 142/70 ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Modo de usar (pressurizado):
o Retirá-lo de seu suporte;
o Conduzi-lo pelo punho até as proximidades do fogo;
o Soltar a trava de segurança;
o Acionar o gatilho;
o Dirigir a água para a base do fogo.
Modo de usar (pressurizável):
o Retirá-lo do suporte;
o Conduzi-lo até as proximidades do fogo;
o Abrir a válvula do pressurizador do fogo;
o Acionar o gatilho;
Dirigir a água para a base do fogo.
Agentes Extintores de Espuma
A espuma para combate a incêndio é um agregado de bolhas cheias de gás, geradas de soluções aquosas. Sua
densidade é menor do que a dos líquidos inflamáveis e combustíveis. É usada principalmente para formar
uma capa flutuante de cobertura. Extingue o incêndio neste liquido, cobrindo e resfriando o combustível de
forma a interromper a evolução dos vapores e impedir o acesso do oxigênio.
NOTA: proibido por lei desde 1990 por vários acidentes ocorridos com o mesmo e por não ter controle de
vazão.
É constituído essencialmente de um vasilhame principal cilíndrico de aço,
cobre, latão, aço inoxidável ou material equivalente, uma tampa e um vaso
interno. O jato do aparelho mais comum (10 litros) deve ter no mínimo 7,5 m,
o tempo de descarga deverá ser de cerca de um minuto. O alcance do mesmo
é de aproximadamente 9 a 12 m e a produção de espuma mínima deverá ser
de 8 vezes a sua capacidade nominal.
A espuma nestes extintores é produzida por meio de uma reação química
entre: uma solução de Bicarbonato de Sódio em água, um agente estabilizador
de espuma (saponina ou alcaçuz), dentro do próprio reservatório; e uma
solução de Sulfato de Alumínio. Quando o extintor é investido, os líquidos se
misturam e formam uma solução espumosa com Dióxido de Carbono (CO2),
encerrado em bolhas resistentes e duráveis.
O extintor de espuma é indicado para incêndios da classe "A", desde que em pequenos focos. Devido a ação
de cobertura e resfriamento é muito mais indicado para incêndio da classe "B".
A espuma é de grande valor na extinção de incêndios da classe "B". Flutua na superfície líquida excluindo
totalmente o oxigênio. A cortina por ela formada mantém-se por muito tempo, evitando a re ignição do
inflamável. A espuma comum não é aplicável em álcool, acetona, ésteres ou lacas. Não devem ser usadas em
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incêndios de equipamentos elétricos. O extintor de espuma pode ser usado apenas uma vez com a mesma
carga.
São normalizados no Brasil os extintores portáteis de 5, 10 e 20 litros e carretas de 75, 100 e 150 litros.
Localização e distribuição:
o 20 m para local de pequeno risco;
o 15 m para local de risco médio;
o 10 m para local de risco elevado.
Inspeção e manutenção:
o Semanalmente: verificar acesso ao extintor;
o Mensalmente: verificar se o extintor está com carga e se o bico está desobstruído;
o Anualmente: descarregar e verificar o estado geral do aparelho em caso de qualquer avaria
mecânica, fazer teste hidrostático. Recarregar o aparelho e colocar a etiqueta presa na tampa
com nome de quem examinou e recarregou o aparelho e respectiva data.
Modo de usar:
o Retirar o aparelho com cuidado e levá-lo até as proximidades do fogo;
o Inverter o aparelho;
o Dirigir o jato contra a base do fogo, em casos de materiais sólidos;
Dirigir o jato contra as bordas ou peças salientes, em casos de líquidos.
Agentes Extintores de (CO2) – Dióxido de Carbono
O gás carbônico tem sido usado, desde há muitos anos, para a extinção de
incêndios em líquidos inflamáveis e em equipamento elétrico energizado. As
propriedades que tornam o gás carbônico conveniente para uso em certos
incêndios, e as que limitam seu uso em outras ocasiões, são discutidas mais
adiante.
Compõe-se especialmente de um cilindro de aço, uma válvula e um esguicho com
ou sem mangueira. A válvula de funcionamento destes aparelhos, localiza-se na sua
parte superior e os mesmos funcionam na posição vertical que é a normal do
aparelho.
Estes extintores tem grande sucesso na extinção de incêndios da classe "B" e "C",
devido o CO2 agir como agente de abafamento e resfriamento e não ser condutor de
eletricidade.
O CO2 não é corrosivo, não deixa resíduos, não é condutor de eletricidade, não se
estraga com o tempo, não tem nenhuma ação química em condições normais. É
particularmente eficiente em incêndios de numerosos líquidos inflamáveis que
dissolvem a espuma comum. Sua ação é de extrema rapidez independentemente da temperatura; por se tratar
de um gás pode atingir pontos normalmente inacessíveis, devido a formação de uma nuvem na descarga,
podem facilmente dominar incêndios em escapamento de gases. Este extintor é o preferido para incêndios
em equipamentos elétricos, por isso o esguicho difusor deve ser de material isolante ou no mínimo isolado.
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Entre suas limitações observa-se a não possibilidade de verificação imediata da carga, o que obriga uma
constante verificação para se detectar um possível vazamento ou mesmo a ruptura do disco de segurança;
tem que retornar ao fornecedor para ser recarregado. Como não forma uma cobertura permanente sobre o
inflamável ou qualquer superfície incendiada, permite o retorno das chamas, quando estas não forem
totalmente extintas, por este motivo quando se extingui um incêndio em líquido inflamável com o CO2,
mesmo depois da extinção, deve-se continuar a usar o gás por mais alguns segundos, dirigindo-o contra as
bordas da vasilha, pois, estas poderão estar aquecidas acima do ponto de ignição do inflamável que poderá
ter seus vapores novamente incendiados.
Possuem diversos e diferentes tamanhos, os quais correspondem à capacidade em peso de gás liquefeito que
admite o cilindro. Obs.: para tempo de descarga: 1 Kg – 19 Seg., 2 Kg – 22 Seg., 4 Kg – 25 Seg., 7 Kg – 27
Seg., 10 kg – 30 Seg., 25 Kg – 57 Seg.
Estes extintores devem estar localizados em locais acessíveis, próximos ao risco a proteger, para a proteção
de equipamentos elétricos volumosos, recomenda-se extintores de 7 Kg e 10 Kg, laboratórios ou similar os
de 4 Kg, em automóveis os de 1 Kg a 2 Kg.
Inspeção e manutenção:
o Semanalmente: verificar a acessibilidade, se o pino de segurança, e o selo de lacre estão sem
alteração;
o Cada seis meses: pesar o aparelho e registrar na etiqueta, recarregar o mesmo se a perda de
gás for superior a 10%;
o Cada 5 anos: descarregar o aparelho e submeter ao teste hidrostático, se aprovado deve ser
remarcado no recipiente, recarregado, receber selo azul, da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas) de vistoriado.
Modo de usar.
o Retirar do suporte da parede;
o Conduzi-lo pelo punho até a proximidade do fogo;
o Retirar o pino de segurança;
o Retirar mangueira do suporte segurando o difusor;
o Acionar a válvula ou gatilho;
o Dirigir o jato contra a base do fogo.
Agentes Extintores Químico Seco
O termo agente químico seco refere-se aos pós extintores com base em bicarbonato, os
quais são usados, em primeiro lugar, para extinguir incêndios das Classes B e C. "Agente
químico seco universal", refere-se a pós extintores com base em fosfato de amônia, os
quais tem sido considerados eficazes para uso em incêndios das Classes A, B e C. Os
termos agente químico seco e agente químico seco universal não devem ser confundidos
com "pó seco", termo usado para identificar agentes pulverizados, elaborados
primariamente para uso em incêndios de metais pirofóricos.
O extintor de pó químico utiliza como agente extintor o bicarbonato de sódio, bicarbonato
de potássio, cloreto de potássio, tratados com estereato, a fim de torná-los anti higroscópicos e de fácil
descarga. O agente propulsor pode ser o dióxido de carbono ou o nitrogênio.
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I. Extintor de Pó Químico (pressurizado)
Consta de um único recipiente onde fica o pó continuamente pressurizado por CO2, ar comprimido ou
nitrogênio; uma válvula que comanda a saída do pó, equipada com manômetro que indica a pressão interna;
uma mangueira.
II. Extintor de Pó Químico (pressurizável)
Consta de dois recipientes, um para o pó químico e outro para o gás excedente; uma mangueira para a saída
do pó com válvula para abrir e fechar o jato; outra válvula no cilindro do gás para comandar e controlar sua
saída.
É recomendado para incêndios em líquidos inflamáveis ou combustíveis e em equipamentos elétricos de
grande porte, é também recomendado para incêndios em inflamáveis líquidos e gasosos em tanques abertos,
depósitos ou espalhados pelo solo.
A principal ação do pó no fogo é fazer sobre uma superfície em chamas uma nuvem de pó para isolar o
oxigênio. Além desta ação do pó no estado normal há ainda produção de CO2 e vapor de água em
conseqüência da queima do bicarbonato de sódio, que auxilia no abafamento.
A ação do extintor de pó químico demonstra mais eficiência que o CO2, pois sendo sólida a nuvem cai e tem
ação de permanência e o fogo, antes de tornar a avivar tem que queimar o bicarbonato. Não tem efeito de
umidificação, logo não extingue fogos em combustíveis comuns. O alcance do jato deste extintor é maior
que o CO2 e menor que o de espuma.
Tamanhos: 2, 6 e 12 kg para os portáteis e 80, 100, 150 e 250kg para carretas.
Os aparelhos de pó devem ser instalados de maneira que seu emprego seja o mais rápido possível, devido
tratar-se de equipamentos que via de regra, cobrem áreas de risco elevado. Por isso devem estar localizados
de modo que o operador não tenha de percorrer mais do que 10m para alcançá-los.
Inspeção e manutenção:
o Semanalmente: verificar o acesso ao extintor, o pino de segurança e o lacre;
o Mensalmente: verificar o estado geral do aparelho para ver se ele não apresenta avarias;
o Semestralmente: extintor pó químico pressurizado ler manômetro:
Vermelho: descarregado
Verde: campo de operação normal
Amarelo: excesso de carga ou pressão
No extintor de pó químico pressurizável deve-se verificar o peso do cilindro de gás, se for constatado um
peso de 10% para menos, é necessário recarregá-lo.
o Anualmente: examinar o estado do pó químico, se constatado empedramento do pó, o extintor
deve ser recarregado;
o Cada 3 anos: descarregar o extintor e trocar a carga, nesta fase aconselha-se usar o mesmo
para se ministrar instrução;
o Cada 5 anos: Submeter o aparelho extintor a teste hidrostático.
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Modo de usar (extintor de pó químico pressurizado):
o Soltar a trava de segurança, destravando o gatilho;
o Procurar ficar a favor do vento se possível e acionar o gatilho em jatos
intermitentes, procurando formar uma cortina com o pó sobre o local
sinistrado;
o Todo o tempo em que o operador estiver usando o aparelho o mesmo deverá
estar suspenso.
Modo de usar (extintor de pó químico pressurizável):
o Abrir ampola de gás, girando-a para a esquerda;
o Procurar ficar a favor do vento se possível e acionar o gatilho em jatos
intermitentes procurando formar uma cortina com o pó sobre o local em leque;
o Quando o estiver sendo utilizado deverá estar suspenso.
Substância Química Úmida
São agentes extintores à base de ácido cítrico ou láctico que transformam o óleo de cozinha em uma
substância saponácea, abafando o incêndio. São aplicados em sistemas de supressão de incêndio em cozinhas
e em locais onde existam óleo de cozinha, gorduras e graxa.
Agentes Extintores Halogenados
Os agentes extintores halogenados são os compostos que tem na sua composição
química carbono mais o flúor, cloro, bromo ou iodo. Este último elemento pode
ser de custo elevado, e é pouco usado. Existem dois tipos de agente: o líquido
vaporizante e o gás liquefeito, ambos expelidos mediante um propelente gasoso,
como por exemplo, o nitrogênio. Os agentes halogenados não deixam resíduo
após o uso.
NOTA: O Halon 1211 e o Halon 1301 estão incluídos como substâncias que
agridem a camada de ozônio pelo Protocolo de Montreal assinado em 16 de
setembro de 1987. Como resultado, o seu uso é restrito na maioria dos países.
Agente Extintor Pó ABC (Monofosfato de Amônia)
Os extintores de Pó chamados Multiuso ou ABC são extintores que podem ser
usados em quaisquer classes de incêndio, pois extinguem princípios de
incêndio em materiais sólidos, em líquidos inflamáveis e gases. Também
controlam incêndios em que haja a presença da corrente elétrica, sem transmiti-
la, isto é, sem gerar risco ao operador. Age pela quebra de reação em cadeia e
por abafamento. Sua ação consiste na formação de uma nuvem sobre a
superfície em chamas. O pó, sob pressão, é expelido quando o gatilho é
acionado. É mais eficiente nas classes A, B e C.
Capacidade de carga: 2,4,6,8 Kg
Alcance do jato: 5 metros
Tempo de uso: 15 segundos para extintor de 4 kg e 20 segundos para de 08 kg.
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6.1 Resumo das Informações
O Quadro 2 apresenta de forma condensada as informações do sub item anterior.
Quadro 2 - Agentes extintores por classe de incêndio.
Agentes Extintores Água Espuma CO2 Pó Químico
Classes de Incêndios
A Papel
Tecidos
Madeira
Fibras
SIM SIM NÃO
**
NÃO
***
B
Óleo
Gasolina
Graxa
Tinta
G.L.P.
NÃO
*
SIM
SIM
SIM
C Equipamentos
Elétricos
Energizados
NÃO NÃO SIM SIM
D
Magnésio
Zircônio
Titânio
NÃO
NÃO
NÃO
SIM
Pó Químico
Especial
NOTA: variante para Classe "D": usar método de limalha de ferro fundido.
* Não é utilizada em jato pleno, porém pode ser usada sob a forma de neblina.
** Pode ser usado em seu início.
*** Há pós químicos especiais que são eficientes nesta classe de incêndio.
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7 Tipos de Equipamentos para Combate à Incêndios
Os mais utilizados são:
o Extintores;
o Hidrantes;
o Mangueiras de incêndio;
o Caixas de incêndio;
o Chuveiros automáticos;
o Reservatórios.
7.1 Extintores
Quando foram estudadas as classes de fogo, foi apresentada uma tabela que indicava, de acordo com a classe
de incêndio, o tipo de agente extintor a ser utilizado. É preciso conhecer muito bem cada tipo de extintor
(especificações técnicas no item 6 – Tipos de Extintores).
a. Extintor de espuma
b. Aparelho extintor de Água
c. Extintor de (CO2) – Dióxido de carbono
d. Extintor de Pó Químico Seco
e. Extintor Pó ABC (Monofosfato de Amônia)
A instalação de extintores deve obedecer à seguinte tabela 4:
Tabela 4 – Unidade extintora – Área de atuação
Área coberta por
unidade de extintores
Risco Classe de ocupação
segundo IRB
Distância máxima
percorrida pelo
operador
500 m2 Pequeno 1 e 2 20 m
250 m2 Médio 3,4,5 e 6 15 m
150 m2 Grande 7,8,9,10,11,12 e 13 10 m
Observação: independentemente da área ocupada, deverão existir pelo menos dois extintores para cada
pavimento.
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A unidade extintora é calculada pela tabela 5:
Tabela 5 – Unidades de extintores – quantidade
Substância Capacidade dos
extintores
Números de extintores que
constituem a unidade extintora
Espuma
Água
10 litros 1
Gás carbônico
(CO2)
6 quilos
4 quilos
2 quilos
1 quilo
1
2
3
4
Pó químico
4 quilos
2 quilos
1 quilo
1
2
3
Observação:
o Os locais designados aos extintores devem ser assinalados por um círculo vermelho ou por
uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas.
o Deverá ser pintada de vermelho uma larga área do piso embaixo do extintor, a qual não
poderá ser obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo de 1,00 x 1,00 m
(um metro por um metro).
o Os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60 m (um metro e sessenta
centímetros) acima do piso.
7.2 Hidrantes
O hidrante compreende uma tomada de água ou ponto de captação de água equipado com dispositivo de
manobra e conexão ( registro de controle e junta de engate rápido) para possibilitar manobras com as
mangueiras e acessórios. Tipos de hidrantes:
Hidrante de parede – é aquele instalado junto a uma parede com tubulação embutida ou
aparente, é alimentado por rede de água de um reservatório particular;
Hidrante urbano - são instalados em logradouros, nas calçadas das avenidas e são
alimentados através de água da rede pública comum que abastece a cidade;
Hidrante de coluna – é aquele que é instalado ao lado de uma edificação e é alimentado
por rede particular. São instalados nas industrias, clubes, estabelecimentos comerciais, etc;
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Hidrante de passeio – as instalações hidráulicas de combate a incêndio devem possuir
um prolongamento da canalização até ao passeio público da rua (calçada) defronte do
edifício onde será instalado o hidrante de passeio.
7.2.1 Operação
1. Abra a caixa de incêndio. Se estiver trancada, quebre o vidro;
2. Estenda a mangueira, faça as conexões necessárias e só abra o registro quando o esguicho estiver
conectado e bem seguro na mão de quem vai dar o combate ao fogo;
3. Dirija o jato à base do fogo.
7.2.2 Canalização de alimentação dos hidrantes
A canalização preventiva contra incêndio é um sistema hidráulico composto de:
Reservatório d’água elevado – tem a finalidade de abastecer toda a canalização preventiva
contra incêndios;
Canalização – é um conduto de ferro fundido, aço galvanizado, obre ou latão com diâmetro
interno não inferior 63mm e que tem a finalidade de conduzir a água do reservatório
superior da edificação até o hidrante de passeio;
Hidrante de Pavimento – é um equipamento de combate a incêndios instalado em cada
pavimento da edificação, contendo abrigo com a inscrição INCÊNDIO, registro globo,
adaptador, redução com engate rápido, mangueira de 38mm, esguicho indeformável.
Hidrante de Passeio – é um dispositivo instalado no final da canalização da rede de hidrante
predial de combate a incêndio, destinado às operações de recalque e tomada d’água pelo
Corpo de Bombeiros, os mesmos serão instalados subterrâneos na calçada principal da
edificação.
7.3 Mangueira
Define-se mangueira de incêndio como sendo um duto flexível que conduz
água em grande quantidade, normalmente a uma pressão relativamente alta
para permitir um bom alcance de jato.
Este duto normalmente é constituído por um tubo de tecido de pontos bem
fechados, revestidos internamente por outro tubo de borracha, ambos sem
emendas, possuindo conexões de latão nas duas extremidades.
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O comprimento máximo da mangueira do hidrante é de 30 m, sendo duas de 15 m,
e seu diâmetro mínimo de 38 mm (1 ½"), devendo o esguicho ter diâmetro mínimo
de 13 mm (1/2"). Não serão aceitáveis mangueiras sem forro interno de borracha
ou confeccionadas de plástico. As mangueiras deverão estar aduchadas ou serem
acondicionadas em ziguezague, sofrer manutenção constante e permanecerem
desconectadas.
É necessário ser instalado,
junto de cada hidrante e em lugar visível e de fácil
acesso, um abrigo especial para mangueira e demais
acessórios. A porta do abrigo deve está situada em um
dos lados de maior dimensão, deve ser confeccionada
em chapa de aço, com trinco, pintada de vermelho,
provida de vidro transparente com o dístico incêndio.
A mangueira e o hidrante poderão estar dentro do
mesmo abrigo, desde que permita a manobra e a
substituição de qualquer peça. O hidrante externo deverá ser colocado em caixa embutida no passeio com
tampa metálica identificada, sendo que esta não deve situar-se em profundidade superior a 0,15 m em
relação ao nível do passeio.
7.3.1. Peças e Acessórios (mangueira)
São utensílios para facilitar o ataque, o acoplamento e desacoplamento de uniões, acessórios ou
abertura e fechamento de registro.
1. Esguicho – peça destinada a dar forma, direção e alcance ao jato d’água, conforme as
necessidades da operação. Os esguichos mais utilizados são: esguicho canhão, agulheta e
esguicho regulável.
2. Chave para mangueira – destina-se a facilitar o acoplamento e desacoplamento das
mangueiras. Apresenta na parte curva dentes que se encaixam nos ressaltos existentes no
corpo da junta de união.
3. Adaptador – peça metálica que permite a conexão de equipamento hidráulico com junta de
rosca, com outro equipamento hidráulico com junta de união tipo engate rápido.
4. Junta de união – utilizada para efetuar a conexão de mangueiras, mangotes e mangotinhos
entre si e a outros equipamentos hidráulicos.
5. Passagem de nível - equipamento confeccionado de metal ou madeira que possui um canal
central para a colocação da mangueira, protegendo-a e permitindo o tráfego de veículos sobre
as linhas de mangueiras dispostas no solo.
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6. Redução - peça usada para transformar uma linha (ou expedição) em outra de menor
diâmetro.
7. Tampão – os tampões destinam-se a vedar as expedições desprovidas de registro que estejam
em uso, e a proteger a extremidade das uniões contra eventuais golpes que possam danificá-
las.
8. Válvula de retenção – utilizada para permitir uma única direção do fluxo da água,
possibilitando que se forme coluna d’ água em operações de sucção e recalque. Pode ser
vertical ou horizontal.
9. Chave “T” – empregada na abertura de registro de hidrantes públicos subterrâneo.
7.3.2 Seleção de Mangueiras
A escolha do tipo de mangueira é fundamental para um desempenho adequado e maior durabilidade do
produto. Devem ser consideradas três características básicas.
Local de aplicação:
Tipo 1: destina-se a edifícios de ocupação residencial;
Tipo 2: destina-se a edifícios comerciais e industriais ou Corpo de Bombeiros;
Tipo 3: destina-se às áreas navais e industriais ou Corpo de Bombeiros, em que é desejável uma
maior resistência à abrasão,
Tipo 4: destina-se à área industrial, na qual é desejável uma maior resistência à abrasão;
Tipo 5: destina-se à área industrial, na qual é necessária uma alta resistência à abrasão e superfícies
quentes.
Pressão de trabalho:
A Norma estabelece pressões de trabalho relativamente altas, que atendem com uma boa margem de
segurança à maioria das necessidades.
Resistência à abrasão:
Toda mangueira sofre um desgaste quando arrastada. A mangueira tipo 1 é indicada para pisos lisos.
A mangueira tipo 2 é indicada para pisos de áreas comerciais e industriais. As mangueiras tipos 3 e 4
são indicadas para pisos nos quais é desejável uma maior resistência à abrasão. A mangueira tipo 5 é
indicada para pisos altamente abrasivos.
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Tabela 6 – Classificação da mangueira quanto à utilização
MANGUEIRA
TIPO APLICAÇÃO
PRESSÃO DE
TRABALHO
1 Edifícios Residenciais 10 kgf/cm2
2 Edifícios comerciais, industriais e CB 14 kgf/cm2
3 Área Naval, industrial e CB 15 kgf/cm2
4 Área Industrial c/maior resistência/abrasão 14 kgf/cm2
5 Área Industrial c/maior resistência/abrasão e
alta temperatura 14 kgf/cm2
Tabela 7 – Classificação da mangueira por trabalho quanto à união
UNIÃO
TIPO APLICAÇÃO
PRESSÃO DE
TRABALHO
40-A Mangueira predial 1 1/2" tipo 1 21 kgf/cm2
40-B Mangueira industrial 1 1/2"
tipo 2 a 5 30 kgf/cm2
65-B Mangueira Industrial 2 1/2"
tipo 2 a 5 30 kgf/cm2
7.4. Caixas de incêndio
As caixas de incêndio são comumente encontradas nos halls e corredores. O seu acesso deverá estar
permanentemente desimpedido e não devem ser transformados em depósitos de objetos ou de lixos.
Em seu interior deverão estar enroladas as mangueiras e seus acessórios.
7.5 Chuveiros automáticos ("sprinklers")
O sistema de extinção de incêndios por chuveiros automáticos consiste na distribuição de encanamentos
cujos diâmetro diminuem à proporção que se afastam do equipamento central. Os bicos sensíveis ao calor, à
fumaça ou a gases resultantes de um princípio de combustão, são distribuídos pelas instalações da
edificação. Automaticamente se abrem, permitindo passagem do agente extintor que pode ser água, gás
carbônico ou halogenados.
Os Sprinklers ou chuveiros automáticos são aparelhos instalados, normalmente, no teto dos andares ao longo
das tubulações. Em determinadas temperaturas fixas (aproximadamente 68ºC nas ampolas que contém
líquidos de cor vermelha, e 79ºC nas que contém líquidos de cor amarela), são acionados através de fusão ou
do rompimento de um elemento, criando-se assim, passagem livre para o agente extintor (água da rede de
distribuição, gás carbônico ou halogenados), espalhar-se pelo ambiente, apagando o foco de incêndio.
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Observação:
o Embora de alta eficiência, é um sistema com custo inicial de instalação elevado.
o Há unidades extintoras individuais, compreendendo o cilindro com o agente extintor e o bico
de abertura automática.
Tabela 8 – Área a proteger e reserva técnica por Sprinkler
Risco Área por
sprinkler m2
Distância entre
sprinkler
Densidade
média MM /
min
Vazão l/min Reserva
técnica
Pequeno 21,00 4,50 2,25 47,00 9,00 à 11,00
Médio 12,00 4,00 5,00 60,00 55 à 185
Grande 9,00 3,50 7,50 67,50 225 à 500
7.6 Reservatórios de incêndio
O sistema de hidrantes terá um suprimento d’água permanente. Sendo feito preferencialmente por ação da
gravidade, isto é, por reservatório elevado ou quando necessário por reservatório subterrâneo sendo a adução
feita por bombas exclusivas ao sistema. Poderá ser usado o mesmo reservatório para consumo normal e para
o de combate ao incêndio, desde que fique a reserva prevista (reserva técnica) para cada caso, não sendo
permitido a utilização da reserva de incêndio pelo emprego conjugado de reservatórios subterrâneo elevado.
A reserva de incêndio deve ser prevista para permitir o primeiro combate, durante determinado tempo. Após
este tempo considera-se que o Corpo de Bombeiros mais próximo atuará no combate, utilizando a rede
pública, caminhões-tanque ou fontes naturais.
Para qualquer sistema de hidrante ou de mangotinho, o volume mínimo de água da reserva de incêndio deve
ser determinado conforme indicado:
V = Q x t
onde:
Q é a vazão de duas saídas do sistema aplicado, conforme a tabela 1, em litros por minuto;
t é o tempo de 60 min para sistemas dos tipos 1 e 2, e de 30 min para sistema do tipo 3;
V é o volume da reserva, em litros.
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Tabela 9 – Reserva de incêndio (m3)
ÁREA CONSTRUÍDA RESERVATÓRIO CLASSE DE RISCO
A B C
Até 2.000 m2 Elevado
Subterrâneo
5
15
10
20
15
30
De 2.001 a 5.000 m2 Elevado
Subterrâneo
10
30
15
40
20
50
De 5.001 a 10.000 m2 Elevado
Subterrâneo
15
40
20
50
20
60
De 10.001 a 15.000 m2 Elevado
Subterrâneo
20
50
30
60
40
70
Acima de 15.000 m2 Elevado
Subterrâneo
30
70
40
80
60
100
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CAPÍTULO IV
BRIGADA DE INCÊNDIO
1. Brigada de Incêndio
É um grupo formado por funcionários da empresa, preparados, treinados e habilitados na maneabilidade dos
equipamentos preventivos e operacionais de incêndio, com a finalidade de atuar de forma imediata e
eficiente em situações de incêndio e/ou salvamento, para zelar pelo bem-estar de empregadores e
empregados. Bem como os seguintes objetivos:
Fazer cumprir as normas de prevenção;
Extinguir princípios de incêndios;
Facilitar as operações de combate a incêndio executadas pelo Corpo de Bombeiros e
Realizar salvamento.
Regulamentado pela Portaria 006/2004 – NT 001/04, Disciplina as brigadas de incêndio no estado do Ceará.
NBR 14276/99 ABNT – Programa de Brigada de Incêndio
2. Composição da Brigada
A Brigada é composta levando-se em conta a população fixa e o percentual de cálculo do anexo A (NT
001/04 CBMCE). Será dimensionado a quantidade de brigadistas pela fórmula:
Para população fixa acima de 10 pessoas:
Nº brigadistas pavimento = [10 x %(até 10)]+(popul. Fixa – 10)x % (acima 10)
Para população fixa com até 10 pessoas:
Nº brigadistas pavimento = [população fixa x %(até 10)]
Entendendo a Fórmula:
Para cálculo em que a população fixa seja maior que 10 pessoas, coloca-se entre ‘colchetes’ 10 da fórmula
vezes (x) a porcentagem correspondente à população fixa com até 10 pessoas (anexo A da NT 001/04) mais
(+) o valor da população fixa menos (-) 10 da fórmula vezes (x) a porcentagem para população fixa acima de
10 (anexo A da NT 001/04).
Para cálculo em que a população fixa seja até 10 pessoas, coloca-se o valor da população fixa vezes (x) a
porcentagem para população fixa até 10 (anexo A da NT 001/04).
NOTA: quando o número obtido no cálculo do número de brigadistas for fracionário, deve-se arredondá-lo
para mais. Por exemplo, se obteve 3,6 deve-se considerar 4 brigadistas.
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3. Critérios para Seleção de Brigadistas
Os candidatos a brigadista devem atender preferencialmente aos seguintes critérios básicos:
a) permanecer na edificação;
b) possuir experiência anterior como brigadista;
c) possuir boa condição física e boa saúde;
d) possuir bom conhecimento das instalações;
e) ter responsabilidade legal;
f) ser alfabetizado.
4. Organograma da Brigada
A brigada de incêndio deve ser organizada funcionalmente como segue:
a) BRIGADISTA: membros da brigada;
b) LÍDER: responsável pela coordenação e execução das ações de emergência em sua área de atuação
(pavimento/compartimento). É escolhido dentre os brigadistas aprovados no processo seletivo, com o
melhor desempenho nos fundamentos técnicos, bem como um bom relacionamento dentro e fora do
grupo, possuindo preferencialmente o perfil de liderança;
c) CHEFE DA BRIGADA: responsável por uma edificação com mais de um pavimento/compartimento. É
escolhido dentre os brigadistas aprovados no processo seletivo, com desempenho satisfatório nos
fundamentos técnicos;
d) COORDENADOR GERAL: responsável geral por todas as edificações que compõem uma planta. É
escolhido dentre os brigadistas que tenham sido aprovados no processo seletivo, com desempenho
satisfatório nos fundamentos técnicos e conhecer todo estabelecimento desde as informações contidas nos
documentos de caracterização do empreendimento(ex.. manual do proprietário) até as intervenções de
manutenção;
e) ASSESSOR TÉCNICO: Profissional habilitado, devidamente credenciado junto ao Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Ceará e com registro no conselho de classe ou entidade pública competente.
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5. Programa de Curso e Formação do Brigadista
O curso deve enfocar, além do currículo mínimo constante do Anexo B (NT 001/04 CBMCE), as
informações inerentes as peculiaridades da edificação (riscos inerentes ao grupo de ocupação).
Os candidatos a brigadista, selecionados devem freqüentar curso com carga horária mínima de 20 h,
sendo a parte prática de, no mínimo, 8 (oito) horas, conforme anexo B (NT 001/04 CBMCE).
O Certificado de Treinamento do Brigadista terá validade de 02 (dois) anos. Findo este prazo o
Brigadista deverá se submeter a um novo processo de recertificação.
O Certificado de Brigada de Incêndio, obtido junto ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Ceará, terá validade de no máximo, 02 (dois) anos e/ou caso ocorra alteração de 50% dos membros
da Brigada de Incêndio. Findo este prazo, deverá ser realizado novo treinamento.
Além das exigências referenciadas nos itens anteriores a Brigada deverá possuir,
obrigatoriamente, um Assessor Técnico, que promoverá, no mínimo, 02 (dois) treinamentos mensais
que deverá ser registrado em ata e ter duração mínima de 01 hora e 40 minutos.
A ausência de comprovação de registro das atas de que trata o item anterior acarretará a cassação do
Certificado de Formação de Brigada de Incêndio.
Aos Brigadistas em processo de recertificação será facultada a parte teórica do Curso de Formação do
Brigadista desde que o interessado seja aprovado em pré-avaliação e obtenha aproveitamento
superior a 80%.
Aqueles que concluírem o Curso de Formação do Brigadista com aproveitamento mínimo de 70% na
avaliação teórica e prática receberão certificado de brigadista, expedido por profissional habilitado.
COORDENADOR
GERAL
ASSESSOR
TÉCNICO
CHEFE DE
BRIGADA
CHEFE DE
BRIGADA
LÍDER LÍDER
BRIGADISTA BRIGADISTA BRIGADISTA BRIGADISTA
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6. Atribuições da Brigada
Ações de Prevenção:
a) avaliação dos riscos existentes;
b) inspeção geral dos equipamentos de combate a incêndio;
c) inspeção geral das rotas de fuga;
d) elaboração de relatório das irregularidades encontradas;
e) encaminhamento do relatório aos setores competentes;
f) orientação à população fixa e flutuante;
g) exercícios simulados;
h) controle de acesso (evitar entrada de material e pessoas indesejáveis);
i) organizar plano de chamada dos brigadistas e órgãos públicos e privados competentes para
situações de emergência.
Ações de Emergência:
a) identificação da situação;
b) alarme/abandono de área;
c) acionamento do Corpo de Bombeiros e/ou ajuda externa;
d) atendimento pré-hospitalar;
e) controle de pânico;
f) combate ao princípio de incêndio;
g) Instrução de abandono de área com segurança;
h) recepção e orientação ao Corpo de Bombeiros;
i) preenchimento do formulário de registro de trabalho dos bombeiros;
j) encaminhamento do formulário ao Corpo de Bombeiros para atualização de dados estatísticos.
7. Atividades da Brigada
Devem ser realizadas reuniões mensais com os membros da brigada, presidida e organizada pelo assessor
técnico, com registro em ata;
Após a ocorrência de um sinistro ou quando identificada uma situação de risco iminente, fazer uma
reunião extraordinária para discussão e providências a serem tomadas. As decisões tomadas são
registradas em ata, devidamente assinadas pelo assessor técnico, e enviadas às áreas competentes para as
providências pertinentes.
Deve ser realizado, a cada 6 meses, no mínimo um exercício simulado no estabelecimento ou local
de trabalho com participação de toda a população. Imediatamente após o simulado, deve ser realizada
uma reunião extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas.
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ANEXO I – Referências Bibliográficas
NBR 9077 – Saídas de emergências em edifícios
NBR 5627 – Exigências particulares a obras de concreto armado
NBR 9442 – Materiais de construção
NBR 1174 – Portas corta-fogo
NBR 7532 – Classes de incêndios e agentes extintores
NBR 13714 – Instalações hidráulicas de hidrantes
NBR 10987 – Chuveiros automáticos
NBR 10898 – Sistema de iluminação de emergência
NBR 12779 – Inspeção, manutenção e cuidados em mangueiras de incêndios
NBR 11861 e NBR 14349 – Classificação de mangueiras
NBR 9441 – Sistema de alarme
NBR 12692 – Extintores portáteis
NBR 12693 – Extintores sobre-rodas