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Preste atenção você que milita na área do direito, e que busca estaespecialização para se tornar um expert em direito médico, eu preciso quevocê entenda que antes de abordarmos os aspectos técnicos sobre aresponsabilidade penal do médico, necessário que tenhamos uma visãomacro, sobre a área da saúde, sobre o “ser” chamado nosocômio, suasnuances, seus setores, o fluxo de informações que temos que obter paraanalisar sob qual contexto, ocorreu a ofensa ao bem jurídico que possaatribuir reprimenda penal ao médico.

EI QUE FOI SENTIU UM

Que bom mais adiante eu vou demonstrar a você como éimportante ter essa visão macro.

PILARES JURÍDICOS QUE IRÃO NORTEAR NOSSOS TRABALHOS.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

LEMBRANDO QUE O BRASIL TEVE 07 CONSTITUIÇÕES, SENDOCERTO QUE SOMENTE A CONSTITUIÇÃO DE 1891, NÃO TEVE UMCAPÍTULO ESPECÍFICO SOBRE A TUTELA DA SAÚDE, COMO DEVERDA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS.

NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 ENCONTRAMOS O DISPOSITIVOLEGAL DA PROTEÇÃO E DO DEVER DE PRESTAR ASSISTÊNCIA NAÁREA DA SAÚDE AO CIDADÃO BRASILEIRO E AO ALIENÍGENA, EMSEUS ARTIGOS 6º, 196 A 200.

LEMBRANDO QUE O ARTIGO 6º PRESCREVE O DIREITO E OSARTIGOS 196 A 200 A FORMA DE ATUAÇÃO DOS ENTESFEDERADOS, ATRIBUIÇÕES DE DIREITOS, OBRIGAÇÕES.

DA ADMINISTRAÇÃO DOS ENTES FEDERADOS;

DESTAQUE-SE AINDA QUE CADA ENTE FEDERADO, NÃO PODE SEDIVORCIAR DA PRESCRIÇÃO CONSTITUCIONAL, MAS CADA QUALFARÁ A ADMINISTRAÇÃO DO SEU SETOR DE SAÚDE DA FORMAQUE LHE APROUVER RESPEITANDO OS LIMITES LEGAIS DASRUBRICAS ALOCADAS.

O BRASIL TEVE 07 ( SETE ) CONSTITUIÇÕES.

A CONSTITUIÇÃO DE 1824 – Primeira Constituição do país,outorgada por dom Pedro I. Mantém os princípios do liberalismomoderado.Principais medidas – Fortalecimento do poder pessoal doimperador com a criação do Poder Moderador acima dos poderesExecutivo, Legislativo e Judiciário. As províncias passam a sergovernadas por presidentes nomeados pelo imperador. Eleiçõesindiretas e censitárias, com o voto restrito aos homens livres eproprietários e condicionado à seu nível de renda.Reformas – Ato Adicional de 1834, que criou as AssembléiasLegislativas provinciais. No curso deste, sobreveio a Legislaçãoeleitoral de 1881, que eliminou os dois turnos das eleiçõeslegislativas.Tratou da saúde em seu artigo 179 inciso XXXI

A CONSTITUIÇÃO DE 1891 – Promulgada pelo CongressoConstitucional que elege Deodoro da Fonseca presidente. Teveespírito liberal, inspirado na tradição republicana dos EstadosUnidos.

Principais medidas – Estabeleceu o presidencialismo, conferindomaior autonomia aos estados da federação e garantindo aliberdade partidária.

Instituiu eleições diretas para a Câmara, o Senado e a Presidênciada República, com mandato de quatro anos. O voto era universale não-secreto para homens acima de 21 anos e vetado amulheres, analfabetos, soldados e religiosos. Determinava aseparação oficial entre o Estado e a Igreja Católica e eliminava oPoder Moderador. (g.n)Cabia ao Estado a responsabilidade pelas ações na área dasaúde.

A CONSTITUIÇÃO DE 1934 – Promulgada pelaAssembléia Constituinte durante o primeiro governo dopresidente Getúlio Vargas, reproduziu a essência domodelo liberal anterior.

Principais medidas – Conferiu maior poder ao governofederal. Estabeleceu o voto obrigatório e secreto apartir dos 18 anos e o direito de voto às mulheres, jáinstituídos pelo Código Eleitoral de 1932. Previu acriação da Justiça Eleitoral e da Justiça do Trabalho.(g.n).

Tratou da saúde em seu artigo 10º inciso II.

A CONSTITUIÇÃO DE 1937 – Outorgada por GetúlioVargas, foi inspirada nos modelos fascistas europeus.Institucionaliza o regime ditatorial do Estado Novo.

Principais medidas – Institui a pena de morte, suprimea liberdade partidária e anula a independência dospoderes e a autonomia federativa. Permite a suspensãode imunidade parlamentar, a prisão e o exílio deopositores. Estabelece eleição indireta para presidenteda República, com mandato de seis anos.

Tratou da saúde em seu artigo 16º inciso XXVII

A CONSTITUIÇÃO DE 1946 – Promulgada durante ogoverno Dutra, refletiu a derrota do nazi-fascismo naII Guerra Mundial e a queda do Estado Novo.

Principais medidas – Restabelece os direitosindividuais, extinguindo a censura e a pena de morte.Devolve a independência dos três poderes, aautonomia dos estados e municípios e a eleição diretapara presidente da República, com mandato de cincoanos.

Tratou da saúde em seu artigo 5º inciso XV letra “b”.

1961

Reformas – Em 1961 sofre importante reforma coma adoção do parlamentarismo, posteriormenteanulada pelo plebiscito de 1963, que restaurou oregime presidencialista.

A CONSTITUIÇÃO DE 1967 – Promulgada peloCongresso Nacional durante o governo CastelloBranco. Institucionalizou a ditadura do RegimeMilitar de 1964.

Principais medidas– Manteve o bipartidarismo criadopelo Ato Adicional nº 2 e estabeleceu eleiçõesindiretas para presidente da República, com mandatode quatro anos.

Tratou da saúde em seu artigo 8º inciso XIV.

1969Reformas – Emenda Constitucional nº 1, de 1969, outorgadapela Junta Militar. Incorporou, nas suas DisposiçõesTransitórias os dispositivos do Ato Institucional nº 5 (AI-5), de1968, permitindo que o presidente, entre outras coisas,fechasse o Congresso, caçasse mandatos e suspendessedireitos políticos. Concedeu aos governos militares, completaliberdade de legislar em matéria política, eleitoral, econômicae tributária. Na prática, o Executivo substitui o Legislativo e oJudiciário. No período da abertura política, várias outrasemendas preparam o restabelecimento de liberdades einstituições democráticas.

Manteve o texto da CF/67 onde tratou da saúde em seuartigo 8º inciso XIV.

1988.

FINALMENTE A CONSTITUIÇÃO DE 1988 – A sétima constituição brasileira foipromulgada durante o governo José Sarney, ainda sobre a comoção e lutopela perda do então Presidente da República Tancredo de Almeida Neves,cujo falecimento ocorreu 1985. A carta política de 1988 define maiorliberdade e direitos ao cidadão, reduzidos durante o Regime Militar, viabilizaa incorporação de emendas populares e mantém o status do Estado comorepública presidencialista.

Conclui-se, portanto, que esta Constituição é a guardiã dos DireitosIndividuais e Coletivos desta Nação, Pátria que zela sobremaneira pelosprincípios da Dignidade da Pessoa Humana, que zela pelos direitos egarantias fundamentais daquele ou daquela, que busca no judiciário oamparo, o socorro imediato a ofensa de um direito, ou a constituição de umdireito e quíça também de uma obrigação.

E trás como bem jurídico tutelado o DIREITO À SAÚDE. ARTIGOS 6º , 196 A200.

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

UMA AÇÃO NUNCA VEM ISOLADA, SEJA ELA COMISSIVA OUOMISSIVA, E SE ELA NÃO VEM ISOLADA, PARA QUE EU APURE ARESPONSABILIDADE PENAL DO MÉDICO EU TENHO TAMBÉM QUEME VALER DO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

( RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL ARTIGOS1º,3º,7º,14º,20º, DIREITOS HUMANOS ARTIGOS 22º,23º,24º ,RELAÇÃO COM O PACIENTE E SEUS FAMILIARES ARTIGOS31,32,33,41 ).

Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável comoimperícia, imprudência ou negligência.

Parágrafo único. A responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode serpresumida.

Art. 3º Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento médico queindicou ou do qual participou, mesmo quando vários médicos tenham assistidoo paciente.

Art. 14. Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pelalegislação vigente no País.

Art. 20. Permitir que interesses pecuniários, políticos, religiosos ou dequaisquer outras ordens, do seu empregador ou superior hierárquico ou dofinanciador público ou privado da assistência à saúde interfiram na escolha dosmelhores meios de prevenção, diagnóstico ou tratamento disponíveis ecientificamente reconhecidos no interesse da saúde do paciente ou dasociedade.

DIREITOS HUMANOS.

É vedado ao médico:

Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seurepresentante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento aser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte.

Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração,desrespeitar sua dignidade ou discriminá-lo de qualquerforma ou sob qualquer pretexto.

Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exercício do direitode decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar,bem como exercer sua autoridade para limitá-lo.

RELAÇÃO COM O PACIENTE E SEUS FAMILIARES.

É vedado ao médico:

Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidirlivremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo emcaso de iminente risco de morte.

Art. 32. Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico etratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente.

Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais emcasos de urgência ou emergência, quando não haja outro médico ou serviçomédico em condições de fazê-lo.

Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e osobjetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocardano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal.

Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seurepresentante legal. ( como fica então o TESTAMENTO VITAL?).

CÓDIGO CIVIL.

NO CAPITULO DOS ATOS ILÍCITOS – ARTIGOS186, 187, 927, 932, 935,944,950 § UNICO E ODEVER DE INDENIZAR EXTENSIVO AO ESPÓLIO.

NO CAPÍTULO DOS CONTRATOS – ARTIGO 421e.s.

NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - ARTIGOS593/595

Dos Atos Ilícitos

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,negligência ou imprudência, violar direito e causar dano aoutrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direitoque, ao exercê-lo, excede manifestamente os limitesimpostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé oupelos bons costumes.

Da Obrigação de Indenizar

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.

Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.

Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa deterceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver aimportância que tiver ressarcido ao lesado.Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem secausou o dano (art. 188, inciso I).Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresáriosindividuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danoscausados pelos produtos postos em circulação.Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em suacompanhia;II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmascondições;III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, noexercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde sealbergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,moradores e educandos;V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até aconcorrente quantia.

RESPONSABILIDADE CIVIL INDEPENDEDA CRIMINAL.

Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal,não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ousobre quem seja o seu autor, quando estas questões seacharem decididas no juízo criminal.

Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.

CAPÍTULO IIDa Indenização

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre agravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,equitativamente, a indenização.

Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido nãopossa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua acapacidade de trabalho, a indenização, além das despesas dotratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença,incluirá pensão correspondente à importância do trabalho paraque se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que aindenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.

É VOZ CORRENTE QUE A RELAÇÃO PACIENTE/MÉDICO/HOSPITALÉ UM RELAÇÃO DE CONSUMO, E POR ISSO TAMBÉM VAMOSPASSEAR UM POUCO SOBRE OU NA COMPANHIA DO CÓDIGO DEDEFESA DO CONSUMIDOR.

ARTIGO 6º INCISO I, II,III,VI,VIII.

ARTIGOS 14, 18

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados porpráticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ounocivos;

II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos eserviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidadee preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade,tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,

coletivos e difusos;VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus

da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil aalegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias deexperiências;

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentementeda existência de culpa, pela reparação dos danos causados aosconsumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bemcomo por informações insuficientes ou inadequadas sobre suafruição e riscos.

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ounão duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidadeou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados aoconsumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim comopor aqueles decorrentes da disparidade, com a indicaçõesconstantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagempublicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza,podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.

A CADA CASO DEVEMOS OBSERVAR TAMBÉM A RELAÇÃO OUEVENTO QUE SE INVESTIGA COM AS RESOLUÇÕES DO CONSELHOFEDERAL DE MEDICINA.MORMENTE A RESOLUÇÃO CFM 2147/2016 – QUE TRATA DASRESPONSABILIDADES DO DIRETOR CLÍNICO. ( PODEMOSDESDOBRAR PARA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOADMINISTRADOR HOSPITALAR OU CLÍNICO COM O ADVENTOPENAL PRATICADO – CULPA IN ELIGENDO IN VIGILANDO INCUSTUDIENDO).

CÓDIGO PENALCÓDIGO DE PROCESSO PENAL

FINALMENTE VAMOS DESAGUAR NO CÓDIGO PENAL E CÓDIGO DE PROCESSOPENAL.

Lembrando que nesse caso trataremos do crime próprio (aquele que exige doagente determinada qualidade: o poder de prestar atendimento médico-hospitalar emergencial), unissubsistente (em regra, costuma se realizar com umsó ato e não admite a tentativa), comissivo (decorre de uma atividade positivado agente “exigir”) e, excepcionalmente, comissivo por omissão (quando oresultado deveria ser impedido pelos garantes – art. 13, § 2º, do CP), de formavinculada (somente pode cometido pelos meios de execução descritos no tipopenal), de perigo concreto individual (o perigo deve ser demonstrado e atingeuma pessoa determinada), instantâneo (a consumação não se prolonga notempo), monossubjetivo (pode ser praticado por um único agente), doloso (oagente quer ou assume o risco de criar situação de perigo para a saúde ou avida da vítima).

OBJETOS JURÍDICO E MATERIAL

O objeto jurídico do crime de condicionamento de atendimentomédico-hospitalar emergencial é a saúde e a vida da pessoahumana. O objeto material é a pessoa humana sobre a qual recai aconduta criminosa, ou seja, é a pessoa.

SE DA CONDUTA DO PROFISSIONAL MÉDICO RESULTAR LESÃOCORPORAL. ( ARTIGO 129 CP ).

SE DA CONDUTA DO PROFISSIONAL MÉDICO RESULTAR ÓBITO (ARTIGO 121 CP).

SE DA CONDUTA DO PROFISSIONAL MÉDICO RESULTAR EMATESTADO MÉDICO SEM PRECEDENTES = FALSO ( ARTIGO 302 CP).OMISSÃO DE SOCORRO – ( ARTIGO 135 CP ).

MAS E A RESPONSABILIDADE PENAL DO MÉDICO?

CADÊ?

ONDE ESTA?

COMO OCORRE?

CALMA SEGURA A EMOÇÃO.APERTE O CINTO VAMOS DECOLAR

Número de ações sobre erro médico no STJ cresce

assustadoramente no Brasil, a maioria questionando

responsabilidade civil e penal dos profissionais médicos.

Em sete anos, os processos judiciais por erros médicos que

chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) aumentaram nada

menos do que 100 vezes do que observado no período de

2009/2013.

Em 2016 já somavam 6.380 processos - a maioria questionando

a responsabilidade civil e penal dos profissionais médicos e

hospitais.

A FALTA DE CONHECIMENTO TÉCNICOPARA MELHOR JULGAR & CONSELHO

NACIONAL DE JUSTIÇA.

A demora e a falta de conhecimento técnico dos juízespara julgar casos médicos é um problema já reconhecidopelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em agosto de2013, o órgão aprovou, por unanimidade, aRecomendação n.º 43, orientando os tribunais estaduaisa criarem varas especializadas para processar e julgarações que tenham como objeto o direito à saúde pública.Além disso, recomendou que as varas competentespriorizem os processos relativos à saúde suplementar.

NUMEROS QUE ASSUSTAMPERCENTUAL QUE REPRESENTAÇÕES

80,52% - Percentual de ações demandadas contraHospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios.

5,54% - Percentual de ações demandadas contraOperadoras de Plano de Saúde.

23,35% - Percentual de ações demandadas contraMédicos.

AUTORIA DE ERRO MÉDICO

87,05% Erros praticados por Médicos.

12,05% Erros praticados por Médicas.

ESTIMATIVA DE MÉDICOS PROCESSADOSHOJE NO BRASIL.

Estima-se que 82000 ( oitenta e dois mil ) médicosfigurem no polo passivo de Ações Cíveis e Penais,derivadas de erro médico e erro do médico, destenumero 28.000 ( vinte e oito mil) médicos respondem naesfera penal.

ORIGEM DA RESPONSABILIDADE PENAL DO MÉDICO.

QUAL É A ORIGEM ?

COMO NASCE ESSA RESPONSABILIDADE PENAL?

DE QUAL ATO DERIVATIVO?

POR CERTO NÃO PODEMOS OLVIDAR QUE ARESPONSABILIDADE PENAL DO MÉDICO, VAISEMPRE DERIVAR DA ATIVIDADE PRIMÁRIACÍVEL CONTRATUAL OU EXTRA-CONTRATUAL.

CONTRATUAL QUANDO DERIVADA DE UMCONTRATO EXPRESSO/LEGAL DEVIDAMENTEAJUSTADO ENTRE AS PARTES.

EXTRA CONTRATUAL QUANDO DERIVADA DECASOS FORTUITOS OU DE FORÇA MAIOR.

CONTRATUAL.

CONTRATO PARTICULAR DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOSPRÉ-DETERMINADOS EX CIRURGIAS.

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS “CONVÊNIO”.

EXTRA CONTRATUAL – CASOS DE EMERGÊNCIASATENDIDOS EM HOSPITAIS DO SUS, PRONTO SOCORRO,HOSPITAIS PARTICULARES – EX: ACIDENTES, MALSÚBITOS.

DERIVAÇÃO.

TEMOS ENTÃO COMO CERTO QUE A APURAÇÃO DARESPONSABILIDADE PENAL DO MÉDICO, DERIVANECESSARIAMENTE DE UM ATO ILÍCITO, DECORRENTE DE UMTRATAMENTO QUE GEROU NO PACIENTE OFENSA AO BEMJURÍDICO CHAMADO VIDA, CHAMADA INTEGRIDADE FISICA,PSICOLÓGICA E MORAL.

E ESSA DERIVAÇÃO NASCE, EXSURGE DE UMA ATIVIDADE CIVIL,CONTRATUAL OU EXTRA CONTRATUAL.

ATO PERSONALISSIMO.

A RESPONSABILIDADE PENAL DO MÉDICO DECORRE DOATO PERSONALÍSSIMO DO MÉDICO, OU SEJA, A SUAINTERVENÇÃO JUNTO AO PACIENTE.

TRINOMIO.

NEGLIGÊNCIA, IMPRUDENCIA,

IMPERÍCIA.

DEVE EXISTIR NA RELAÇÃO AO MENOS UMA DAS TRESMODALIDADES DE CULPA – NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA,IMPERICIA, OU AS TRÊS JUNTAS.

Erro médico é o ato ilícito praticado por qualquer profissional da saúde(enfermeiro, farmacêutico, terapeuta, fisioterapeuta, psicólogo,recepção etc.).

Erro do médico é o ato ilícito praticado pelo próprio médico (ato médico).Ambos os erros ensejarão indenização moral e material, podendo derivar para aesfera penal.

Erro do médico é o dano provocado no paciente pela ação ou inação do médico,no exercício da profissão, e sem a intenção de cometê-lo. Há três possibilidadesde suscitar o dano e alcançar o erro: imprudência, imperícia e negligência.

A negligência, consiste em não fazer o que deveria ser feito;

A imprudência consiste em fazer o que não deveria ser feito;

A imperícia em fazer mal o que deveria ser bem feito. Isto traduzidoem linguagem mais simples.

A negligência ocorre quase sempre por omissão. É dita de caráteromissivo, enquanto a imprudência e a imperícia ocorrem porcomissão.

O mal provocado pelo médico no exercício da sua profissão, quandoinvoluntário, é considerado culposo, posto não ter havido a intençãode cometê-lo.

Entretanto, se esse mal provocado decorre da conduta desidiosa domédico, em umas das modalidades acima, respondera ele por doloeventual, tipificação penal diversa, por natureza, dos delitospraticados contra a pessoa humana, se a intenção é ferir, provocar osofrimento com dano psicológico e/ou físico para negociar asupressão do mal pela maldade pretendida,

CASO REAL.

PACIENTE ORIENTAL, 33 ANOS DE IDADE, ENGENHEIRO QUÍMICO, CASADO,COM TRÊS FILHOS, DUAS MENINAS E UM MENINO RESPECTIVAMENTE 02, 8,13 ANOS DE IDADE, SALÁRIO MENSAL R$ 33.000,00 + PREMIO SEMESTRAL R$18.000,00 –ATUALMENTE CURSANDO PÓS DOUTORADO EM HARVARD .

ENTRA NA EMERGÊNCIA DO HOSPITAL JESUS TE CHAMA E EU TE AJUDO ASUBIR, QUEIXANDO-SE DE DORES NO TORNOZELO ESQUERDO, QUEIXA-SETAMBÉM DE FORTE DOR DE GARGANTA.

HORÁRIO DE ENTRADA EM PRONTO ATENDIMENTO 13;01 HS.

APRESENTA QUADRO FEBRIL 39.8º

ESTA CLAUDICANTE TEM DIFICULDADES RESPIRATÓRIAS E MOTORAS.REFERE-SE A DISCRETA DOR NO PEITOREFERE-SE A VERMELHIDÃO EM SEU MIE – PANTURRILHA COM DESCONFORTODE PARALISIA OU ENDURECIMENTO.

TRIAGEM – PROTOCOLO DE MANCHESTER – RECEBE ETIQUETAVERDE.??????? OI ??????? ATENÇÃO ??????

APÓS 45 MINUTOS É ATENDIDO PELO MÉDICO ORTOPEDISTA.

ANAMNESE – TEMPO 15 MINUTOS –ALEGA NÃO TABAGISMOALEGA NÃO SER USUÁRIO DE DROGAS OU CONSUMO DE BEBIDASALCOOÓLICAS DESTILADAS OU NÃO.

EXAME FÍSICO – CONSITIU EM REQUERER AO PACIENTE QUE ESSETIRASSE SEU TÊNIS, MOVIMENTAÇÃO CIRCULAR O PÉ ESQUERDO,ALTERNANDO OS MOVIMENTOS EM FLEXÕES SUPERIORES EINFERIORES.

INDAGADO AO PACIENTE SE O MESMO PRATICOU ALGUMAATIVIDADE COMO FUTEBOL, LUTA, TRILHAS, CICLISMO?RESPOSTAS NEGATIVAS.

DIAGNÓSTICO ORTOPEDIA –

TENDINITE DE EXTENSORES DOS DEDOS SEM RAZÃO DAS DORES E INCHAÇO DOPÉ.

PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA.

DISPROSPAN.

PACIENTE EM CONSULTA COM O CLÍNICO GERAL.

ANAMNESE – 10 MINUTOS

DIAGNÓSTICO – AMIGDALITE PURULENTA PARA DOR DE GARGANTA.

PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA – NO PRONTUÁRIO DO PACIENTE CONSTAEXAMINADO ORIENTADO E ALTA COM PRESCRIÇÃO MÉDICAMENTOSA.

NÃO FOI ENCONTRADO NO PRONTUÁRIO DO PACIENTE QUAL FOIA PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA, TAMPOUCO NO RECEITUÁRIOINFORMATIZADO?????????????????????????????????????????????????

NÃO SE SABE ATÉ HOJE O PARADEIRO DESTA PRECRIÇÃO MÉDICA.A MULHER APRESENTOU A CAIXA DA MEDICAÇÃO QUESUPOSTAMENTE TERIA SIDO PRESCRITA PELO MÉDICO. “PARACETAMOL”.

ALTA MÉDICA E HOSPITALAR.

PACIENTE RECEBEU ALTA MÉDICA E HOSPITALAR, COMORIENTAÇÃO. AS 13;45 HS.

RETORNO DO PACIENTE

PACIENTE RETORNA EM PRONTO ATENDIMENTO ÀS 19;25 HS.

APRESENTA – FALTA DE AR – DOR NO PEITO- FALTA DEMOBILIDADE EM MEMBROS INFERIORES – FEBRE 40º -VERMELHIDÃO EM MEMBROS INFERIORES, PERNA ESQUERDA –INCHAÇO EM MEMBRO INFERIOR ESQUERDO –PACIENTE EM PRONTO ATENDIMENTO ESTABILIZADO –DIAGNÓSTICO TROMBOSE VENAL DE TIBIAL POSTERIORESQUERDA.

DESLOCAMENTO PARA UTI - ESTABILIZAR – MONITORAR –MEDICAMENTAR- EXAMES COMPLEMENTARES.AMBIENTE UTI.

PACIENTE EVOLUI NEGATIVAMENTEDOPPLER VENOSO MIE ( MEMBRO INFERIOR ESQUERDO ) –DIAGNÓSTICO TOMBROSE TIBIAL ESQUERDA EVOLUTIVA.

EVOLUÇÃO DO EDEMA E HEMATOMAS NO MIE TOMANDO TODOMIE

CONDUTA CLINICA EM UTI.

HEPARINA EV – ANTIBIÓTICOS - EXAMES.

RELATÓRIO NOTURNO EM UTI – PACIENTE MUITO GRAVE –SEDADO- EVOLUINDO COM PIORA PROGRESSIVA – INSTABILIDADEHEMODINÂMICA – FEBRE ALTA INCONTROLÁVEL.

ÓBITO.

PACIENTE EVOLUI A ÓBITO ÀS 7;50 HS DO DIA 27/11/2013 – CHOQUEDISTRIBUTIVO REFRATÁRIO AO USO DE VASOPRESSORES EVOLUINDO PARAPARADA CARDIO RESPIRATÓRIA E ÓBITO.

COMUNICAÇÃOFAMILIA COMUNICADA – NÃO AUTORIZOU O PROCESSO DE FORMOLIZAÇÃOCORPO.

REALIZADO TAMPONAMENTO COM SILICONE- EXCETO EM ORO FARINGEDADO O ESTADO DE RIGIDEZ CADAVÉRICA MANDIBULAR.

CORPO EM BOX – AGUARDANDO ROUPA PARA POSTERIORMENTE SERTRANSFERIDO PARA “MORGUE” = NECROTÉRIO.FIM.

INQUÉRITO POLICIAL.

A FAMILIA CONSTITUI ADVOGADO QUE ADOTA OS SEGUINTESPROCEDIMENTOS:

POR PETIÇÃO DIRIGIDA AO DELEGADO TITULAR DA DELEGACIA DA JURISDIÇÃODO HOSPITAL, PEDE A INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL PEDINDOAPURAÇÃO DOS FATOS DESTACANDO QUE:

HOUVE NEGLIGÊNCIA MÉDICA NO PRIMEIRO ATENDIMENTO, TANTO DOPRIMEIRO MÉDICO ORTOPEDISTA COMO DO SEGUNDO MÉDICO CLÍNICOGERAL.

ARGUMENTOS TÉCNICOS – MÁ ANAMNESE – ERRO DE DIAGNÓSTICO – ERRODE PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA

PEDIDO – INDICIAMENTO DOS MÉDICOS POR NEGLIGÊNCIA, IMPERÍCIA EIMPRUDÊNCIA – INDICIAMENTO POR HOMICIDIO POR DOLO EVENTUAL.

INICIOU A RESPONSABILIDADE PENAL DO MÉDICO.

A RESPONSABILIDADE PENAL DO MÉDICO INICIOU-SECOM O EVENTO MORTE?

OU INICIOU-SE COM O PEDIDO DE INSTAURAÇÃO DOCOMPENTE INQUÉRITO POLICIAL?

RESPOSTA

COM OS DOIS EVENTOS.

INQUÉRITO RELATADO.

INQUÉRITO RELATADO POR PORTARIA, ENCAMINHADO O JUÍZO DO DIPO = DIVISÃO DE INQUÉRITO POLICIAIS.

DISTRIBUIÇÃO VARA CRIMINAL DE ORIGEM.

MP – OFERECE DENUNCIA

JUIZ ACEITA-

INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

PRONUNCIA PARA JURI POPULAR = TESE MP HOMICIDIO NAMODALIDADE DE DOLO EVENTUAL.

MAS E A VISÃO MACRO?

É SIMPLES E EU EXPLICO, DENTRO DA VISÃO MACRO OADVOGADO OU PROFISSIONAL DA SAÚDE TEM QUE TERCONHECIMENTO ACURADO, SOBRE TODA A ATIVIDADEHOSPITALAR DENTRE ELAS:

EM PA = PRONTO ATENDIMENTO =-COMO FUNCIONA O PRONTO ATENDIMENTO?RECEPÇÃO DO PACIENTETRIAGEM – PROTOCOLO DE MANCHESTERTEMPO DE ESPERATEMPO DO ATENDIMENTOANAMNESE PERFEITA?HIPÓTESE DIAGNÓSTICA?

EXAMES COMPLEMENTARES?

FECHAMENTO DO DIGNÓSTICO ?

TERAPIA INDICADA?

CORPO CLÍNICO DE PLANTÃO?RDC 50?MÉDICOS/PARAMÉDICOS/ENFERMEIROS/TECNÓLOGOS/LABORATÓRIO INTERNO OU EXTERNO/ EXAMES DEIMAGENS/ FARMÁCIA/ ESTOQUE/DISPENSAÇÃO DEMEDICAMENTOS/PRONTUÁRIO DO PACIENTE/ PERFIL NOSOLÓGICO/CCIH/HOTELARIA/SEGURANÇA DO PACIENTE/ COMISSÃO DEESTUDOS DE PRONTUÁRIO MÉDICO/COMISSÃO DE ESTUDOS DEÓBITOS/ ADMINSTRAÇÃO DE LEITO EM UTI/QUARTO/ENFERMAGEM.RESOLUÇÃO CFM 2147/2016.

O protocolo de Manchester trata da classificação de risco e é uma ferramentautilizada nos serviços de urgência e emergência, que visa avaliar e identificar ospacientes que necessitam de atendimento prioritário, de acordo com agravidade clínica, potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. Ouseja, trata-se da priorização do atendimento, após uma complexa avaliação dopaciente, realizada por um profissional devidamente capacitado, do ponto de vistatécnico e científico.

Professor: Dr. Jose Jaime do ValleTelefones: (11) 31590002

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