presidente do conseg vê bairro com otimismo · o síndico do prédio onde moro saiu no meio do seu...

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A10 | CIDADES | SEXTA-FEIRA, 15 DE AGOSTO DE 2014 Folha de Alphaville D e semblante e voz firmes, de quem sabe o que está fazendo, a carioca Gislane Gan- dra, de 46 anos, é síndica do prédio onde mora, presiden- te da Associação de Síndicos dos Condomínios Verticais de Alphaville, Tamboré e Região (Acvat) e presidente do Conse- lho Comunitário de Segurança Alphaville Tamboré (Conseg). Em entrevista exclusiva à Folha de Alphaville, a advo- gada conta um pouco de seu cotidiano cercado por autorida- des e a responsabilidade de co- mandar um órgão que trata de segurança preventiva em um momento de tema crítico para o bairro. Como o tema ‘segurança’ apa- receu em sua vida? Na verdade, uma coisa foi levando à outra. O síndico do prédio onde moro saiu no meio do seu mandato e eu, que já participava das reuniões com frequência e era fonte de con- sulta por ser advogada, acabei sendo eleita para cobrir o man- dato dele. Com isso, conheci outros síndicos de outros pré- dios e comecei a frequentar as reuniões da Acevat, que estava para convocar nova votação para presidente e eu acabei sen- do indicada e eleita também. Por meio de outros síndicos fui informada que era no Conseg que falávamos sobre quaisquer problemas de segurança que o Eu até pensei que fossem me convidar para cargo de secreta- riado ou conselho fiscal ou de ética para me inteirar e quando fui conversar, me apresentaram o convite para ser presidente. Como é trabalhar com tema de tamanha importância? Segurança é uma coisa que está sempre presente na vida da gente. Mas não da mes- ma forma para todo mundo. prédio enfrentasse e comecei a participar das reuniões. E a presidência? Como veio? Estava próximo das eleições e eu me interessei em participar do Conseg e ver como funciona- va. O presidente da época fala- va que o conselho precisavam de mulheres participantes e en- tão fui indicada ao cargo. Eles me fizeram convite para partici- par e foi uma coisa bem rápida. Presidente do Conseg vê bairro com otimismo Quem participa do Conseg, por exemplo, lida com a segurança de uma maneira diferente. O Conseg não é órgão de polícia, mas faz segurança preventiva e conta com a cooperação de vários órgãos atuantes na so- ciedade. Mantemos um relacio- namento próximo com todos esses órgãos e fazemos reuni- ões esporádicas para saber o que está acontecendo – o que é importante, principalmente em Alphaville que funciona como cidade pequena e onde as notícias se propagam muito rapidamente. Alphaville é um bairro co- nectado. A internet ajuda ou atrapalha quando o assunto é segurança? Ajuda mais do que atrapa- lha por mobilizar um número muito grande de pessoas e in- formá-las com rapidez. Mas é preciso ter parcimônia e verifi- car se o que você está vendo ali é verdade ou não. Como moradora, você se sen- te segura em Alphaville? Eu me mudei para Alphavil- le há nove anos, quando meu marido foi transferido do Rio de Janeiro. Quando cheguei, fiquei impressionada por poder an- dar tranquilamente pelas ruas. Hoje o bairro é outro. Ainda me sinto segura, mas com reservas. Estamos com problema sério de motos no bairro, que entram e saem rapidamente. Estamos pedindo blitze e a polícia tem feito isso. Mas temos um entor- no pobre e Alphaville é alvo. E qual a solução? Melhorar o entorno e in- vestir no desenvolvimento do bairro em vez de apenas cresci- mento. Como é a Gislane quando tem que fazer as vezes de presi- dente atuante? Eu sou uma pessoa atuante. Se me identifico com uma cau- sa, entro de cabeça. Mas às ve- zes é preciso mudar um pouco a postura. Eu pareço comunicati- va, mas sou bem fechada e tive que aprender a me comunicar, me expor, chegar e falar. Não é da minha essência, mas apren- di e trabalhei para ficar assim. E como é sua vida em casa? Você tem filhos? Não tenho filhos. Mas há oito anos ganhei do meu ma- rido um mini coelho chamado Leopoldo e há pouco tempo comprei outro, o Pompom, o se- gundo filho. Sempre gostei de bichos, cuido de passarinhos e cães quando os encontro ma- chucados e trato meus coelhos como filhos. Evito até dormir fora porque o Leopoldo já está velhinho e precisa comer legu- mes ralados. Fotos: Sandro Almeida / Folha de Alphaville A CARA DA SEGURANÇA. Gislane representa o Conseg no bairro e estará à frente do conselho por pelo menos mais dois anos de mandato Perfil Atuante no bairro, Gislane se diz comunicativa por necessidade e fala de seu amor por coelhos, seus bichos de estimação Ana Carolina Pereira repor [email protected] Barueri voltou às chama- das do SPTV, da Rede Globo, na última sexta-feira (8). Pais e alunos da Escola Municipal Luiz de Oliveira Andrade, loca- lizado no bairro Vila Engenho, denunciavam que a diretoria estava vendendo pasteis para arrecadar verba para a reforma do banheiro. A secretaria da Educação do município informou que co- nhecia o problema do banheiro e que possuía uma manuten- ção pré-agendada, porém não sabia da ação da escola que, de Barueri justifica venda de pastel em escola pública Educação acordo com a diretora, foi cria- da em parceria com o grêmio estudantil para melhorar os ba- nheiros e vestiários do ponto de vista estético. Sobre a outra denúncia, de que os alunos recebem salsicha e nuggets no almoço, a secreta- ria informa que cumpre a Reso- lução nº 26, de 17 de junho de 2013, em que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa- ção (FNDE) estabelece as nor- mas para a execução técnica e administrativa do Programa Nacional de Alimentação Esco- lar (PNAE). Além disso, informa que a secretaria de Abastecimen- to possui cinco nutricionistas para a elaboração do cardápio e preparo das refeições e que, oferece embutidos duas vezes por semana, está dentro do li- mite de gordura estabelecido no programa. Por fim, o órgão justifica que às segundas-feiras não é possível deixar a carne descongelando, visto que o dia anterior de trabalho é sexta-fei- ra e que existiria o risco de con- taminação. SECRETÁRIO. Jaques Munhoz é o responsável pela educação municipal O técnico em radiologia, Manuel Ávila, foi preso na sex- ta-feira (8) suspeito de gravar imagens das pacientes trocan- do de roupa antes de exames médicos. A investigação e a pri- Técnico de radiologia preso na sexta (8) trabalhava em Barueri Crime são foram feitas pela Delegacia da Mulher de Sorocaba (DDM), após a denúncia da ex-mulher que encontrou um cômodo escondido em sua casa onde eram guardadas as gravações. Atualmente, Ávila trabalha- va em uma clínica de Barueri. Ao serem questionados, funcio- nários da DDM disseram que o nome da clínica poderia ser di- vulgado apenas pela delegada, Ana Luíza Salomoni, porém ela não atendeu a reportagem. As investigações apuram se o técnico, nascido no Peru, per- tencia a uma rede internacional de pedofilia. 2 VEZES Por semana, é a quantidade de refeições em que é permitido o consumo de embutidos nas escolas

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A10 | CIDADES | SEXTA-FEI RA, 15 DE AGOSTO DE 2014 Folha de Alphaville

D e semblante e voz fi rmes, de quem sabe o que está

fazendo, a carioca Gislane Gan-dra, de 46 anos, é síndica do prédio onde mora, presiden-te da Associação de Síndicos dos Condomínios Verticais de Alphaville, Tamboré e Região (Acvat) e presidente do Conse-lho Comunitário de Segurança Alphaville Tamboré (Conseg).

Em entrevista exclusiva à Folha de Alphaville, a advo-gada conta um pouco de seu cotidiano cercado por autorida-des e a responsabilidade de co-mandar um órgão que trata de segurança preventiva em um momento de tema crítico para o bairro.

Como o tema ‘segurança’ apa-receu em sua vida?

Na verdade, uma coisa foi levando à outra. O síndico do prédio onde moro saiu no meio do seu mandato e eu, que já participava das reuniões com frequência e era fonte de con-sulta por ser advogada, acabei sendo eleita para cobrir o man-dato dele. Com isso, conheci outros síndicos de outros pré-dios e comecei a frequentar as reuniões da Acevat, que estava para convocar nova votação para presidente e eu acabei sen-do indicada e eleita também. Por meio de outros síndicos fui informada que era no Conseg que falávamos sobre quaisquer problemas de segurança que o

Eu até pensei que fossem me convidar para cargo de secreta-riado ou conselho fi scal ou de ética para me inteirar e quando fui conversar, me apresentaram o convite para ser presidente.

Como é trabalhar com tema de tamanha importância?

Segurança é uma coisa que está sempre presente na vida da gente. Mas não da mes-ma forma para todo mundo.

prédio enfrentasse e comecei a participar das reuniões.

E a presidência? Como veio?Estava próximo das eleições

e eu me interessei em participar do Conseg e ver como funciona-va. O presidente da época fala-va que o conselho precisavam de mulheres participantes e en-tão fui indicada ao cargo. Eles me fi zeram convite para partici-par e foi uma coisa bem rápida.

Presidente do Consegvê bairro com otimismo

Quem participa do Conseg, por exemplo, lida com a segurança de uma maneira diferente. O Conseg não é órgão de polícia, mas faz segurança preventiva e conta com a cooperação de vários órgãos atuantes na so-ciedade. Mantemos um relacio-namento próximo com todos esses órgãos e fazemos reuni-ões esporádicas para saber o que está acontecendo – o que é importante, principalmente

em Alphaville que funciona como cidade pequena e onde as notícias se propagam muito rapidamente.

Alphaville é um bairro co-nectado. A internet ajuda ou atrapalha quando o assunto é segurança?

Ajuda mais do que atrapa-lha por mobilizar um número muito grande de pessoas e in-formá-las com rapidez. Mas é

preciso ter parcimônia e verifi -car se o que você está vendo ali é verdade ou não.

Como moradora, você se sen-te segura em Alphaville?

Eu me mudei para Alphavil-le há nove anos, quando meu marido foi transferido do Rio de Janeiro. Quando cheguei, fi quei impressionada por poder an-dar tranquilamente pelas ruas. Hoje o bairro é outro. Ainda me sinto segura, mas com reservas. Estamos com problema sério de motos no bairro, que entram e saem rapidamente. Estamos pedindo blitze e a polícia tem feito isso. Mas temos um entor-no pobre e Alphaville é alvo.

E qual a solução?Melhorar o entorno e in-

vestir no desenvolvimento do bairro em vez de apenas cresci-mento.

Como é a Gislane quando tem que fazer as vezes de presi-dente atuante?

Eu sou uma pessoa atuante. Se me identifi co com uma cau-sa, entro de cabeça. Mas às ve-zes é preciso mudar um pouco a postura. Eu pareço comunicati-va, mas sou bem fechada e tive que aprender a me comunicar, me expor, chegar e falar. Não é da minha essência, mas apren-di e trabalhei para fi car assim.

E como é sua vida em casa? Você tem fi lhos?

Não tenho fi lhos. Mas há oito anos ganhei do meu ma-rido um mini coelho chamado Leopoldo e há pouco tempo comprei outro, o Pompom, o se-gundo fi lho. Sempre gostei de bichos, cuido de passarinhos e cães quando os encontro ma-chucados e trato meus coelhos como fi lhos. Evito até dormir fora porque o Leopoldo já está velhinho e precisa comer legu-mes ralados.

Fotos: Sandro Almeida / Folha de Alphaville

A CARA DA SEGURANÇA.Gislane representa o Conseg no bairro e estará à frente do conselho por pelo menos mais dois anos de mandato

Perfi l Atuante no bairro, Gislane se diz comunicativa por necessidade e fala de seu amor por coelhos, seus bichos de estimação

Ana Carolina [email protected]

Barueri voltou às chama-das do SPTV, da Rede Globo, na última sexta-feira (8). Pais e alunos da Escola Municipal Luiz de Oliveira Andrade, loca-lizado no bairro Vila Engenho, denunciavam que a diretoria estava vendendo pasteis para arrecadar verba para a reforma do banheiro.

A secretaria da Educação do município informou que co-nhecia o problema do banheiro e que possuía uma manuten-ção pré-agendada, porém não sabia da ação da escola que, de

Barueri justifi ca venda de pastel em escola pública

Educação

acordo com a diretora, foi cria-da em parceria com o grêmio estudantil para melhorar os ba-nheiros e vestiários do ponto de vista estético.

Sobre a outra denúncia, de que os alunos recebem salsicha e nuggets no almoço, a secreta-ria informa que cumpre a Reso-lução nº 26, de 17 de junho de 2013, em que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa-ção (FNDE) estabelece as nor-mas para a execução técnica e administrativa do Programa Nacional de Alimentação Esco-

lar (PNAE). Além disso, informa que

a secretaria de Abastecimen-to possui cinco nutricionistas para a elaboração do cardápio e preparo das refeições e que, oferece embutidos duas vezes por semana, está dentro do li-mite de gordura estabelecido no programa. Por fi m, o órgão justifi ca que às segundas-feiras não é possível deixar a carne descongelando, visto que o dia anterior de trabalho é sexta-fei-ra e que existiria o risco de con-taminação.

SECRETÁRIO.Jaques Munhoz é o responsável pela educação municipal

O técnico em radiologia, Manuel Ávila, foi preso na sex-ta-feira (8) suspeito de gravar imagens das pacientes trocan-do de roupa antes de exames médicos. A investigação e a pri-

Técnico de radiologia preso na sexta (8) trabalhava em Barueri

Crime

são foram feitas pela Delegacia da Mulher de Sorocaba (DDM), após a denúncia da ex-mulher que encontrou um cômodo escondido em sua casa onde eram guardadas as gravações.

Atualmente, Ávila trabalha-va em uma clínica de Barueri. Ao serem questionados, funcio-nários da DDM disseram que o nome da clínica poderia ser di-vulgado apenas pela delegada, Ana Luíza Salomoni, porém ela não atendeu a reportagem.

As investigações apuram se o técnico, nascido no Peru, per-tencia a uma rede internacional de pedofi lia.

2VEZESPor semana, é a quantidade de refeições em que é permitido o consumo de embutidos nas escolas