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Fazer o povo testemunha par-ticipante da decisão governamen-tal, f alar-lhe a linguagem da

verdade e transformar a palavra

em complemento mínimo da açãotêm sido as características essen-ciais da comunicação de umPresidente que, em apenas dois

anos de governo, já alcançou apopularidade, entendida no seu

legitimo sentido de compreensãodo povo e conquistada tão-somente com o inalterável cum-primento do dever.

A capa imaginada por FerdyCarneiro para os livros do 2.°

ano de governo, com o risco doterritório brasileiro sobre o fundoincaracteristico da multidão dr

nossa gente, associa-se ao titulo

escolhido — «O povo não estasó» — para dar ao leitor a visão

antecipada das mensagens maio-res de justiça social, de integra-ção de terras e homens, assim

como de integração entre gover-nantes e governados.

«O povo não este to», comoos anteriores livros do Presidente

Mediei, nSo é apenas um livro

para ler, senão um livro paramedir a dimensão inteira das

ações que as suas idéias e pala-vras desencadearam neste mo-

mento de nossa História.

«O povo não está só» é osegundo e último volume de pro-nunciamentos do Presidente Mé-

dicl, em seu segundo ano degoverno.

Pronunciamentos feitos entre6 de junho e 30 de outubro de

1971, apenas quatro deles podem

ser caracterizados como discur-sos: o improviso em Cruz Alta,

a fala aos diplomados da Escola

de Piracicaba e as palavras desaudação aos Presidentes do Pa-

raguai e da Colômbia,

Os principais pronunciamentosdeste volume — «Proterra», «Re-

médio ao alcance do povo»,

«Unidade de Espírito» e «Opovo não está só» — são comu-nicações à Nação, perante o

Ministério reunido no Palácio do

Planalto.

Ao anunciar, um ano antes, o

lançamento do MOBRAL — noque ele chamou a grande horada alfabetizarão nacional, disse

o Presidente Mediei: «Quero que

o povo saiba que só falo paradizer, que só falo para agir, que

só falo para anunciar a provi-dência, que só falo para por em

marcha a solidariedade humanae a consciência nacional.»

O POVOESTÁ SÓ

Publicações anteriores:

O JOGO DA VERDADE (3.' edição)

NOVA CONSCIÊNCIA DE BRASIL (2.» edição)

A VERDADEIRA PAZ (2.« edição)

TAREFA DE TODOS NÓS (2." edição)

O POVONÃO ESTÁ SÓEmílio Garrastazu Mediei -

2* edição

ms

Capa de FERDY CARNEIRO

"O Governo não está só e só não está o povo nessacruzada histórica, mas unidos um ao outro e um como outro identificados."

PROTERRA

''Facilitar o acesso do homem à ferra, criar me-lhores condições de emprego da mão-de-obra e Jomenfara agro-indústria nas regiões compreendidas nas áreasde atuação da SUDAM e da SUDENE."

TRANSFORMAÇÃO da fisionomia econômica esocial do Norte e Nordeste está entre as mais gravespreocupações do Governo, que envida esforços,mediante providências de grande porte, seja parapromover a efetiva integração da Amazônia nacomunhão nacional, seja para arrancar as popula-ções nordestinas da penúria em que se acham mer-gulhadas .

As gigantescas obras rodoviárias em anda-mento, aliadas aos programas de colonização, tam-bém em curso, empurram as fronteiras econômicasdo País para regiões, onde imperava o vazio demo-gráfico, fazendo com que o Brasil cresça dentro dosseus próprios limites. Áreas de grande extensão seabrem, desse modo, à exploração agro-industrial,atraindo a'migração de contingentes populacionaisque procuram, em outras terras, melhores condiçõesde vida.

A instituição dos incentivos fiscais carreia, aseu turno, para essas regiões, considerável cabedalde investimentos financeiros, que se empregammormente no setor industrial, cuja expansão se pro-cessa em larga escala, notadamente no Nordeste, sobo influxo da mais avançada tecnologia.

Os incentivos fiscais favorecem, no entanto, demodo preponderante, a área urbana, não benefi-

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ciando, em iguais proporções, a área rural. Contribuipara isso a própria índole do sistema, segundo o quala maior rentabilidade dos empreendimentos é quedetermina a sua escolha para a aplicação dos incen-tivos. Como os empreendimentos industriais são, viade regra, mais rentáveis do que os agrícolas, osincentivos se desviam para os primeiros, que se loca-lizam preferencialmente na zona urbana, deitandoquase totalmente desprotegida a atividade rural, demodo particular a desenvolvida pelo pequeno e médioprodutor.

Para não deixar, pois, ao desamparo o setorrural, precisamente aquele em que mais áspera é avida das populações do Norte e Nordeste, cumpreque outras medidas se articulem para desenvolver aagro-indústria nessas regiões, a fim de que, peloincremento da riqueza comum, se eleve o bem-estareconômico e social de quantos aí mourejam na ativi-dade agrícola.

Persuadido de que, entre essas medidas, assumerelevo especial a consistente na assistência financeiradireta ao pequeno e médio produtor, determinei, em29 de março do corrente ano, ao Conselho MonetárioNacional a adoção de programa especial de amparocreditício às atividades agrícolas da região nprte eda área geográfica do Polígono das Secas, revelan-do-se essa decisão de excepcional alcance e oportu-nidade, principalmente em face dos danosos efeitosda prolongada seca que se abateu sobre o Nordeste.

Graças à ação rápida dos bancos oficia s, emcomplemento da desenvolvida pela SUDEJNE e pelosdemais órgãos federais da região, instituíram-!>e no-vas frentes de trabalho, recompuseram-se dívidas deagricultores que perderam as lavouras, concedeu-se

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crédito barato para a retenção do homem do campo,promoveram-se investimentos para aumentar a pro-dutividade agrícola e fortalecer a resistência daspropriedades rurais a novas intempéries e solucio-nou-se a crise que afligia os produtores de cacau.Tornou-se possível, dessa maneira, proteger os de-sempregados, evitar a fome e o desemprego e criarperspectivas mais alentadoras para o futuro.

Os resultados dessa experiência creditícia de-monstraram, em pouco tempo, a elevada eficiência dosistema, que proporcionou a surpreendente geraçãode cerca de um emprego por mil cruzeiros de inves-timento .

Ê imperioso, por conseguinte, dar continuidadea essa experiência, conferindo-lhe maior amplitude einstitucionalizando-a como Programa de Governo.Fortalecer-se-á, dessa maneira, a infra-estruturaagrícola, transformar-se-á em economia de mercadoa economia de auto-suficiência das regiões pobres eatrasadas, iniciar-se-á a criação de empresas agrí-colas e encaminhar-se-ão soluções mais adequadas eracionais para o problema social do Norte e doNordeste.

Romper-se-ão, assim, as barreiras das soluçõeslimitadas que ameaçavam condenar as populaçõesrurais dessas regiões à marginalização econômica eà perpetuação de um drama social intolerável.

A mesma inspiração social e econômica, quepresidiu à deflagração do Programa de IntegraçãoNacional, ora em plena e vitoriosa execução, conduzagora, ao lançamento do Programa de Redistribui-ção de Terras e de Estímulo à Agro-Indústria doNorte e do Nordeste, consubstanciado no decreto-lei que, dentro de instantes, será promulgado.

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Tem por objetivo esse diploma legal facilitar oacesso do homem à terra, criar melhores condiçõesde emprego da mão-de-obra e fomentar a agro-in-dústria nas regiões compreendidas nas áreas deatuação da SUDAM e da SUDENE. Nele se prevêemrecursos no montante de quatro bilhões de cruzeirosa serem incluídos no orçamento monetário relativoaos exercícios de 1972 a 1976.

Aplicar-se-á essa dotação, fundamentalikente,na aquisição de terras ou sua desapropriação, porinteresse social, inclusive mediante justa e prévia in-denização em dinheiro, para posterior venda a peque-nos e médios produtores rurais; na concessão deempréstimos fundiários destinados à aquisição daterra própria; no financiamento de projetos desti-nados à expansão da produção agro-industrial; naorganização e modernização das propriedades rurais,dos serviços de pesquisas e experimentação agíícola,dos sistemas de armazenagem e de comefcialhiação;no fomento ao uso de insumos modernos; na insti-tuição do sistema de garantia de preços mínimospara os produtos de exportação, bem como na expan-são do sistema de transporte e energia elétrica.

Essas medidas, somadas às providências ante-riormente adotadas, constituirão os elementos bási-cos da melhoria da produtividade agro-industrial,aumentarão a capacidade competitiva da produçãoregional nos mercados internos e externos e criarãonovas e promissoras possibilidades de abertura paraos mercados internacionais.

Os recursos para custeio do Programa serãoconstituídos pela dedução da parcela de^ vinte porcento dos atuais incentivos fiscais de caráter : regio-nal e setorial, pela transferência de recursos do Pro-

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grama de Integração Nacional, por financiamentosobtidos de instituições nacionais e internacionais, deforma compatível com o propósito de não prejudicaro crescimento global do País, e destaque de verbasdo orçamento monetário. Continuam, pois, em vigoros cinqüenta por cento de incentivos fiscais remanes-centes, para a sua aplicação, como até aqui, nosempreendimentos industriais, segundo as regras paraisso em vigor.

A construção de uma sociedade livre, autô-noma e desenvolvida, no Brasil, o desafio da inte-gração nacional e a revolução agrícola exigem medi-das corajosas e de grande alcance, sem as quais nãoserá possível criar a infra-estrutura necessária aonosso pleno desenvolvimento econômico e social.

O Programa de Redistribuição de Terras e deEstímulo à Agro-Indústria do Norte e do Nordeste,tal como se acha concebido no decreto-lei que orapromulgo, é fruto da decisão inabalável, que animaos Governos da Revolução, de introduzir na socie-dade brasileira as mudanças estruturais exigidaspelo imperativo de conjugar o crescimento da eco-nomia com o estabelecimento de ordem social maispróspera, mais humana e mais justa.

Discurso perante o Ministério, no Palácio do Planalto, anunciandoa instituição do PROTERRA, em 6-7-71.

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A SECA QUE SE FOI

"Não houve epidemias, nem multidões de braçosparados e olhos súplices; não se viram as grandes cara-vanas retirantes a buscarem a aventura do Sul, e desa-pareceram os ressentimentos do abandono e da des-crença na ação governamental"

iNIo momento em que se dissolve, decorrido umano de minha visita aos sertões ressequidos deCurrais Novos e Crateús, a última das frentes detrabalho, abertas em hora de calamidade para osnordestinos, quero dizer o que foi a seca de 70, dizero que, tendo sucedido nas outras secas, desta veznão sucedeu, dizer o que desta seca se colheu.

Desde 1958, não sofria o Nordeste seca tãoampla, insistente, penosa e devastadora: 8 Estados,605 municípios, quase 600 mil quilômetros quadra-dos de terra calcinada, meio milhão de homens dei-xando o chão de seu trabalho, 3 milhões de criaturasatingidas, rebanhos descarnados e tristes, lavourasperdidas e, todo dia, o ano inteiro, um milhão decruzeiros injetados para acudir o infortúnio.

É certo que a seca de 70 impôs o transplante derecursos que poderiam gerar riqueza mais rápida, eque assim retardou a ascensão da economia nordes-tina; mas se essas foram as suas dimensões materiais,sinto que em 70 o Nordeste e a Nação saíram maisfortes da seca que se foi.

A Nação viu com os próprios olhos que, em 70,a miséria da seca não enriqueceu ninguém: nãohouve alta descontrolada no preço dos gêneros ali-mentícios; a ganância não logrou asfixiar, pela usura,os precisados; e o dinheiro mandado pelo Governo

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chegou a seu destino sem descaminhos. Não seviram gastos inúteis, desvios e vazamentos de dota-ções, nem a desvairada pulverização de recursos, notumulto da improvisação e precariedade de estruturasassistenciais. E como não houve epidemias, nemmultidões de braços parados e olhos súplices, comonão se viram as grandes caravanas retirantes a bus-carem a aventura do Sul e como desapareceram osressentimentos do abandono e da descrença na açãogovernamental, não prosperaram as tentativas dosacendedores da subversão.

Ao dizer o que resultou de tudo o que se fez,começo por aquele trabalho que somente se davapara que o homem se sentisse válido e que, no en-tanto, intensificou vários projetos de irrigação, me-lhorou dezenas de açudes e caminhou mais d^ oitomil quilômetros de estradas.

À seca de 70 traçou, na terra, para sempre, asolidariedade e o destino complementarei da Ama-zônia e do Nordeste que, no passado, os mares e osrios levavam para a enxurrada das terras baixas.A decisão de construirmos a rodovia Transama-zônica, já agora avançando irresistível na floresta,assegura uma colonização orientada e racional emfaixas úmidas e férteis; oferece, para á hora daemergência, um novo horizonte ao nordestino deáreas que se tornem irrecuperáveis e abre, à Naçãointeira, a grande aventura da descoberta da Ama-zônia no rumo das terras altas.

A marcha de providências emergenciáis e obje-tivas ensejou, além disso, a convergência do trabalhode autoridades federais e estaduais, assim como des-pertou as instituições creditícias para o imperativode maior adaptabilidade às condições regionais.

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Colheita maior terá sido, porém, o surgimentode motivações positivas subindo do próprio chãoressequido, a atitude participante da juventude e achegada da hora madura de um Nordeste, que nãoapenas começou a confiar na administração pública,senão que confia principalmente em si mesmo.

Da seca de 70, bem viva,, restou à nacionalidadeinteira a consciência de que não existe desafio quenão possa ser vencido pela determinação dos brasi-leiros. As frentes se fecharam, a seca já se foi, umano é decorrido desde que falei àquela boa gente,em seus farirapos, em seu prato sem tempero e semsal, mas também em sua resignação, em sua bondade,na fortaleza moral e na esperança que sorriam paramim. Mas o Nordeste está aberto à iniciativa e àcapacidade de todos os brasileiros: esse Nordesteonde emerge a consciência de um novo mundo emconstrução; esse Nordeste de invejável rede de estra-das que a Revolução riscou na aridez do solo; esseNordeste que agora se abre às suas imensas poten-cialidades.

Decorrido um ano de minha visita aos sertõesna hora da calamidade, o mesmo homem que, fazum ano, disse à Nação que o Nordeste haveria demudar, vem agora dizer que, em verdade, o Nordesteestá começando a mudar.

Mensagem dirigida ao Nordeste, no encerramento da última dasfrentes de trabalho, abertas quando da grande seca de 1970, em 8-6-71.

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REMÉDIO AO ALCANCE DO POVO

"Uma administração inspirada nos princípios daJustiça social tem de preocupar-se com o jornecimentode todos os meios que suplementem o ganho de cada um.O remédio ao alcance da bolsa do povo é um dessesmeios, e dos mais importantes."

E as medidas a que atribui caráter priori-tário, incluiu o Governo a gradativa ampliação daassistência farmacêutica no tocante às classes dereduzido poder aquisitivo, levando em conta a rea-lidade, todos os dias observada, de que, sem a pos-sibilidade de aviamento da receita, a consulta médicase torna inócua para uma grande massa da popu-lação .

Não poderíamos ficar indiferentes a esse espe-táculo triste e, por vezes, alarmante. Uma adminis-tração inspirada nos princípios da justiça social temde preocupar-se com o fornecimento de todos osmeios que suplementem o ganho de cada um. Oremédio ao alcance da bolsa do povo é um dessesmeios, e dos mais importantes.

Para concretizar medidas administrativas, semas quais não seria possível atingir esse objetivo dapolítica social do Governo, foi decidido baixar,, como concurso dos Ministérios que dispõem de labora-tórios farmacêuticos, uni Decreto Executivo queinstitui a Central de Medicamentos.

A finalidade social e humanitária do Decreto éevidente e não deixa de ser análoga às providênciasque, em ocasiões excepcionais, como as de calami-dade pública, o Governo é obrigado a tomar para oamparo dos necessitados.

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A Central de Medicamentos não será, assim,um órgão de competição com a indústria e^ o coinércioespecializados, pois se destina tão-somente a pro-mover e organizar o fornecimento de remédios àque-les que, por suas condições econômicas, não puderemadquiri-los aos preços vigentes.

Como instrumento regulador da produção edistribuição de medicamentos, surge de uma conju-gação de esforços, que reunirá, sob a égide dle umacomissão coordenadora, subordinada à Presidênciada República, os laboratórios em funcionamento nosMinistérios da Marinha, do Exército, da Aero-náutica, do Trabalho e Previdência Social e daSaúde.

Sistematizando e dinamizando as atividadesdesses laboratórios, será possível ampliar e aperfei-çoar a assistência farmacêutica em moldes adequa-dos à capacidade aquisitiva dos que dela realmenteprecisam.

Contribuir para que o remédio chegue àâ mãosde todos, por preços acessíveis a cada um, oumesmo gratuitamente, quando não houver possibi-lidade de pagar — eis o alto propósito da iniciativagovernamental, ditada pelo imperativo de não privarda proteção do Estado faixa alguma da, populaçãobrasileira.

Discurso lido perante o Ministério, no Palácio do Planalto anun-ciando a instituição da Central de Medicamentos, em 25-6-71.

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MAIS PRÓXIMOS E MAIS UNIDOS

"No momento em que se inaugura a ponte interna-cional sobre o rio Apa, que possibilitará comunicaçãorodoviária mais rápida entre Assunção e Brasília,tornando os nossos países mais próximos e mais unidos,formulo votos de que esta obra solidifique ainda maiso entendimento, a cooperação e a amizade entre o Brasile o Paraguai."

Presidente:

Ao nobre povo paraguaio, tão dignamenterepresentado na pessoa de Vossa Excelência, trago,com efusão de alma, a saudação fraterna do povobrasileiro.

Assinala, com a maior eloqüência, a cordiali-dade existente entre os nossos povos a inauguração,a que ora procedemos, Vossa Excelência e eu, destaponte internacional. Além de significar o atendi-mento de antiga aspiração, exprime este ato, tam-bém, o inabalável propósito dos nossos povos demultiplicar os seus pontos de contato e as áreas deinteresse comum,, visando a consolidar, cada vezmais, os seus vínculos de amizade.

Destinada a constituir elo importante no enlacedos sistemas rodoviários de nossos países, representaesta ponte mais um passo no caminho que vem sendodesbravado por brasileiros e paraguaios pára inte-gração física desta região.

A continuidade do esforço desenvolvido nessesentido é marcada, de modo especial, pela construçãoda Estrada Concepción-Pedro Juan Caballero, daPonte da Amizade e da Rodovia do Atlântico.

Dentro do espírito da mais estreita solidarie-dade se desenvolve, também, a participação brasi-leira no aproveitamento hidrelétrico dos rios Acaraí

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e Mondai, obra em que se evidencia a capacidaderealizadora do povo paraguaio.

Incentivados pelos êxitos até agora alcançadospor essa política de cooperação, iniciaram estudos osdois Governos para a captação do potencial energé-tico das águas do Paraná, desde Sete Quedas ouGuaíra, até a foz do do Iguaçu, empresa binacionalque não terá paralelo, no mundo, por sua naturezae magnitude.

Esses empreendimentos conjuntos, aos quaisoutros certamente se juntarão, como fruto de nossaassociação fraternal e irreversível, ao mesmo tempoque estimulam a prosperidade de nossos países, con-correm, ainda, para a valorização do homem, causafinal de todo o nosso esforço. l

Na árdua tarefa de governar, a que VossaExcelência se tem dedicado sem repouso, são dejúbilo as ocasiões em que assistimos à transformaçãoem realidade dos projetos que concebemos para bemservir a nossos povos. Esta hora, por conseguinte,é para mim, como certamente o será também paraVossa Excelência, de grande alegria.

Senhor Presidente:

No momento em que se inaugura a ponte inter-nacional sobre o rio Apa, que possibilitará comu-nicação rodoviária mais rápida entre Assunção eBrasília, tornando os nosso países mais próximos emais unidos, formulo votos de que esta obra solidi-fique ainda mais o entendimento, a cooperação e aamizade entre o Brasil e o Paraguai.

Discurso pronunciado durante encontro com o Presidente ALFREDOSTROESSNER, do Paraguai, na inauguração da ponte internacional sobreo rio APA, em Bela Vista, a 7-7-71.

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PIRACICABA: TERRA E PESQUISA

"A revolução que se promove hoje na agriculturaexige também a revolução nos métodos e processos detrabalhar a terra. Ilusório é pensar que a simples dis-tribuição da propriedade Jundiária garantirá ao homemdo campo a prosperidade e o coniorto. Se é indispen-sável facilitar o acesso do homem à terra, imprescin-dível se torna, igualmente, jacultar-lhe meios eficazespara fazê-la produzir segundo padrões econômicos."

A CONFIANÇA que deposito nas virtudes intelec-tuais da nossa gente, na sua capacidade organiza-dora, no entusiasmo com que se devota ao progressodo saber, consolida-se ainda mais em face do queme foi dado ver e sentir no curso desta grata visitaà Universidade de São Paulo.

A moderna metodologia que se emprega nosseus múltiplos e modelares institutos, seja na con-dução da pesquisa científica, seja na transmissão doconhecimento, comprova que não é alheio ao seucorpo docente nada do que se realiza, nos demaiscentros culturais, quanto ao avanço da Ciência.

Largos e encorajadores são os horizontes quese rasgam, nesta imensa oficina de trabalho intelec-tual, para aqueles que se deixam empolgar pelavocação científica. Encontram aqui as geraçõesjuvenis tudo quanto podem ambicionar para con-verter em realidade os sonhos alimentados, no querespeita ao futuro, pelo seu coração inquieto egeneroso.

Não basta, entretanto, que se acumulem, pelainvestigação científica, tesouros de saber, nem que,pelo domínio da técnica, se adquiram meios prodi-giosos para atuar sobre a natureza. Pela sua neutra-lidade ética, a ciência natural e a tecnologia, como a

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experiência dolorosamente nos ensina, tanto puderaser usadas para o bem como para o mal.

Para que uma e outra se utilizem, pois, em pro-veito dos reais e legítimos interesses do ser humano,cumpre que sejam ambas colocadas unicamente aserviço de valores que, promovendo a dignificaçãodo homem, de todo o homem, concorram pata aharmonia e a felicidade sociais.

À disposição moral de recorrer ao progíessocientífico, bem como às suas aplicações práticas,exclusivamente para assegurar ao homem a melhoriade sua condição histórica, imprescindível é que sejunte a determinação inabalável de acelerar as pro-vidências no sentido de realizar esse ideal.

Estando com esses princípios a alma brasileira,não admira que com eles se coadune o comporta-mento de nossa família universitária, tão bem repre-sentada pelos professores e alunos deste admirávelcentro de trabalho intelectual. Diante do clima espi-ritual que o envolve, bem como da rara proficiênciacom que a ciência se cultiva em todos os seus depar-tamentos, não cabe discriminar entre estes. f

Não posso esconder, no entanto, o especialinteresse em mim despertado, como governante ecomo homem de meu tempo, pela atividade que,nesta acolhedora Piracicaba, desenvolve, no terrenotécnico-científico, a Escola Superior de Agricultura"Luís de Queiroz".

Os resultados práticos dos estudos nela atéagora empreendidos, notadamente no campo dagenética, da silvicultura e do emprego da energianuclear na agricultura, valem, sem dúvida, por simesmos, como fatores de aumento da produtividadeagrícola.

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Confirmam, porém, acima de tudo, os feitosaqui realizados, a irredutível inclinação, que a todosnos domina, para utilização do progresso científicotão-somente em prol do bem-estar da comunidade-

A revolução que se promove hoje na agriculturaexige também a revolução nos métodos e processosde trabalhar a terra. Ilusório é pensar que a sim-ples distribuição da propriedade fundiária garanti-rá ao homem do campo a prosperidade e o conforto.Se é indispensável facilitar o acesso do homem àterra, imprescindível se torna, igualmente, facultar-lhe meios eficazes para fazê-la produzir segundopadrões econômicos.

No programa governamental, recentemente lan-çado, para solução dos problemas agrários nasregiões Norte e Nordeste, alia-se, por isso, à redis-tribuição de terras largo elenco de providências, me-diante as quais o produtor rural poderá tirar dagleba, em cuja propriedade se investir, rendimentoque lhe assegure, assim como à sua família, o nívelde vida a que tem direito.

Não será pleno, contudo, o êxito dessas provi-dências sem a contribuição, em prestações de saber,de nossas instituições científicas, entre as quais, demodo distinto, se insere a Escola Superior de Agri-cultura "Luís de Queiroz"- Aos moços que lhedeixam os bancos acadêmicos para colocar a suacompetência profissional a serviço da sociedade,incumbe, de modo particular, juntar as suas forçasàs dos que se devotam ao progresso de nosso sistemaagrícola.

Quiseram os jovens, que ora aqui terminam ocurso, distinguir-me com a escolha para seu para"ninfo. Nesse gesto, que tanto me sensibiliza, não

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vejo somente a manifestação de um movimento desimpatia em relação a mim e à obra que, sob o meucomando, o Governo realiza.

Creio que nela me é lícito identificar o nobrepropósito, em que se acham os meus paraninfados,de pugnar também, dentro de sua peculiar esfera detrabalho, pelo interesse público,, concorrendo, assim,para que a nação brasileira alcance grau de prospe-ridade, que assegure a seu povo as condições devida pelas quais, todos nós, governantes e gover-nados, juntamente nos batemos.

Agradecendo do fundo do coração esta mani-festação de cordialidade, que tanto me confunde,quero dizer-vos que a minha confiança no futurodo País sai daqui extremamente fortalecida, porquefortalecida sai daqui a confiança que deposito namocidade de hoje, em cujas mãos o decurso dotempo não tardará em colocar os destinos da

Alocução perante os alunos da Escola Superior de Agricultura. «Luísde Queiroz», em Piracicaba (SP), em 30-7-71. ,

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VIZINHOS PRÓSPEROS

"O Brasil quer vizinhos prósperos e está dispostoa cerrar fileira na luta comum pelo progresso a que têmdireito os nossos povos,"

O ENHOR Presidente:

Estar em terra colombiana é, para mim, tantoum privilégio, quanto o cumprimento de antiga aspi-ração. Mas estar em terra colombiana precisamentehoje, quando se comemora a gesta libertadora daPonte de Boyacá, aumenta, de modo particular, aminha profunda satisfação, pois que isso me propor-ciona a grata oportunidade de participar da grandefesta nacional deste nobre povo, junto com o seuilustre Presidente, que ora vê transcorrer o primeiroaniversário do seu fecundo mandato.

É singular, na verdade, como observa VossaExcelência, que, não obstante a imensa fronteira queune nossas pátrias e, não obstante, ainda, a sólidaamizade, jamais estremecida ao longo de váriosséculos, entre os nossos países, seja este o primeiroencontro dos Chefes de Estado da Colômbia e doBrasil.

Assume, por conseguinte, peculiar significadoo encontro que agora se efetua, nesta cidade fron-teiriça, em pleno coração de um continente aindajovem, onde o porvir é cheio de promessas para asgerações que, em meio à inquietação do século, pro-curam edificar cidade política, na qual a ordem e a

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tranqüilidade sociais se forjem sob a inspiração dajustiça.

Está encerrada, sem dúvida, no plano terrestre,a era dos terrenos vagos, dos territórios livres doslugares que a nenhum poder soberano se suje tem.Sob esse ponto de vista, é certo — cQmo houvequem assinalasse — que o tempo do miindo finitocomeçou. Porém a época do mundo finito não seiniciou ainda, para nós, dentro das nossas fronteiras,onde vastas regiões continuam a desafiar a temperadesbravadora com que, no passado, a nossa gentevadeou rios, transpôs montanhas, percorreu valessem fim para estabelecer, nos pontos mais rerftotos,novos centros de civilização.

Não é menos firme, porém, que a cjlos nossosmaiores a disposição de ânimo com quei nos con-sagramos, cada qual em seu país, à integração nacomunidade nacional das regiões despovoadas entreas quais, notadamente, as situadas na Amazônia.Move-nos, sobretudo, a essa tarefa gigantesca, opropósito de valorizar e desenvolver tais regiões,como partes, que devem ser, de um complexo equili-brado e coeso; também nos move a esse empreen-dimento o imperativo de fazer da Amazônia oontode enlace e comunhão entre os povos que nelavivem, bem como o dever indeclinável de levar aosseus habitantes o amparo material e moral a quefazem jus.

Essa obra ciclópica, fascinante e inadiávelabsorverá as energias de gerações sucessivas e exi-girá continuada prioridade nos programas gover-namentais, reclamando, além disso, imaginação cria-dora e capacidade de adaptação a circunstânciasnovas, no tocante às quais não se ajustaiji conceitosou técnicas ideadas para situações diferentes. A

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cooperação entre as nações que se inserem nessequadro fisiográfico é indispensável, ademais, paraevitar erros, desperdícios de esforços e frustrações.

Estamos, Senhor Presidente, construindo umpaís que, sem romper as linhas fundamentais de suatradição cultural, utiliza os instrumentos do presente,não para prolongar obstinadamente o passado, maspara solver, com os olhos postos no futuro, os pro-blemas que propõe o nosso tempo.

As reformas que empreendemos, nos mais diver-sos setores da vida nacional, não são diversas, peloespírito que as impulsiona, das que se promovemnas demais nações, onde não se esquece, como nãoesquece o grande país irmão, a que Vossa Excelên-cia tão superiormente preside, que o homem é prin-cípio e fim de toda a organização política.

Estimulando, assim, com decisão e pertinácia,como fazemos, o crescimento da economia, só dese-jamos criar os bens indispensáveis para elevar, pelasua adequada e justa distribuição, o nível de vidado povo, oferecendo a todos e a cada um os meiosde que necessitam para modelar o próprio destino,segundo a sua capacidade.

Longe de nós está, portanto, a idéia de conquis-tar, pelo empenho que colocamos em promover odesenvolvimento nacional, qualquer tipo de hegemo-nia política. Rejeitando, como temos feito, ao situara nossa posição no plano do direito das gentes, adivisão do mundo em esferas de influência, nãopoderíamos, sem infidelidade a esse postulado, pre-tender qualquer espécie de primado sobre qualqueroutra nação. Nossa atuação internacional se des-dobra, desta*te, dentro desse princípio, em clima damais fraterna solidariedade para com as demais

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nações, especialmente com as que compõem a Comu-nidade americana. O Brasil quer vizinhos prósperose está disposto a cerrar fileira na luta comum peloprogresso a que têm direito os nossos povos.

Nessa filosofia de afirmação do interiesse nacio-nal, dentro da ordem jurídica, se enquadra a recentedecisão de estender o mar territorial brasileiro até alargura de duzentas milhas. Ao assim proceder, nãosó exercitamos faculdade que deriva da nossa sobe-rania, mas cumprimos, ainda, o dever de preservarpara os brasileiros a utilização racional das riquezasque se encontram nessa faixa marítima, nela incluí-dos o seu solo e subsolo.

Respeitamos a posição dos países que, em vir-tude da peculiaridade de suas condições geográficas,adotaram outras fórmulas, também no exercício desua soberania e das faculdades assegurada^ peloDireito Internacional. Conforta-nos, sobremaneira,que a Colômbia haja reconhecido a legitimidade doato praticado, nesse particular, pelo Brasil.

Tratando-se de países de idêntica formaçãojurídica e tão larga tradição de solidariedade, é na-tural que sempre tenha sido exemplar a cooperaçãoque nos prestamos na defesa de causas relevantes.Está nesse caso a luta pela transformação da injus-ta estrutura do comércio internacional, pela garan-tia de condições para o fortalecimento de nossasmarinhas mercantes; pelo acesso, em termcjs nãoonerosos, à tecnologia originária das nações desen-volvidas e pela obtenção de recursos financeirosinternacionais em volume e condições adequc dos àcomplementação do esforço pelo desenvolvimento.

Merece ser destacada; por certo, nesse quadro,pela perfeita harmonia de pensamento que a informa

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e pela importância fundamental que reveste para osnossos países, a ação que temos empreendido emprol de salutar e equãnime política internacionalquanto ao café.

Essa cooperação, de que nos desvanecemos,considero-a, Senhor Presidente, da maior relevânciapara a consecução de nossos objetivos nacionais.O destino das nações americanas se encontra de talmaneira interligado que já não podemos conceber,sequer a título de formulação teórica, processos dedesenvolvimento autárquico ou sem correspondêncianos demais integrantes do sistema continental.

Tais convicções, partilhadas pelos nossos doisGovernos, induziram-nos a concertar, durante arecente e honrosa visita do Chanceler da Colômbiaao Brasil, medidas de grande transcendência paraos nossos países, ora solenemente ratificadas.

Dentro desse programa, iniciaremos, em breve,intercâmbio de conhecimentos e experiências entreas entidades brasileiras e colombianas devotadas aoestudo e desenvolvimento da Amazônia; estabelece-remos regimes preferenciais que estimulem e aper-feiçoem a complementação comercial entre nossasregiões fronteiriças; alentaremos a criação de empre-sas que, associando o capital e a técnica de nossospaíses, se dediquem à produção de bens e serviçosna Amazônia; começaremos imediatamente o estudode vias de transporte interiores que propiciem cor-rentes de comércio e contatos humanos entre nossascomunidades; examinaremos planos e providênciascom o fim de aumentar os fluxos turísticos para aAmazônia; abreviaremos os trâmites para a prontaassinatura de um Acordo de Cooperação Sanitária,que nos permita coordenar e fortalecer o combateàs endemias e a assistência médico-hospitalar aos

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habitantes de nossas áreas limítrofes; reuniremos,dentro em pouco, técnicos de nossos países paraconceberem providências de proteção à flora e àfauna amazônicas.

Não se restringe, todavia, à Amazôriia a coope-ração que assentamos, embora só isso já bastassepara imprimir caráter histórico a este momento.Convencionamos, ainda, a exploração sistejnáticadas possibilidades de incrementar e diversificarnosso intercâmbio comercial; contemplamos, tambémno âmbito extra-amazônico, a promoção de fórmulasassociativas entre nossos empresários; dispusemo-nosa analisar o aperfeiçoamento dos meios de transpor-tes marítimo e aéreo entre a Colômbia e o Brasil;definimos setores prioritários para uma efetiva co-operação técnica e acordamos em desenvolver o in-tercâmbio cultural, científico e tecnológico entre osnossos países.

Eis aí, Senhor Presidente, todo una programaque reclamará, de parte a parte, esforço, dedjicaçãoe persistência, para que se cumpram os fins que oinspiraram. Embora ambicioso, esse prograflna secoaduna perfeitamente com a grandeza que já klcan-çamos, com a firmeza de nossa vontade e com afraternal amizade que nos une.

Creio, pois, que o nosso encontro em Letíciaservirá, como ambos desejamos, para quê Colômbiae Brasil conquistem futuro cada vez mais promissor.

Queira aceitar, Senhor Presidente, o sentimentode apreço e admiração que, na pessoa de VossaExcelência, o povo brasileiro tributa, por meu inter-médio, à nobre nação colombiana.

Discurso pronunciado durante encontro com o Presidente MISAELPASTRANA BORRERO, da Colômbia, em Letícia, a 7-8-71.

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A UNIDADE DE ESPÍRITO

"O Brasil deseja e espera que Vossa Excelênciatraga pessoalmente para o chão brasileiro os restos donosso Imperador português que, mais do que ninguém,simboliza, no arrojo de seu sonho e no impulso de suavontade, a unidade de espírito, vocação de sentimentodas duas nações lusíadas."

IRIJOME neste momento a todos os brasilei-ros para dizer-lhes que, em culminação de gestõesdiplomáticas, encontra-se neste momento em Lisboao Ministro das Relações Exteriores do Brasil, quelevou de minha parte a Sua Excelência o Senhor Pre-sidente da República de Portugal, Almirante Amé-rico Deus Rodrigues Thomaz, a seguinte mensagem:

"Senhor Presidente:

À profunda amizade que é a base do nossopermanente entendimento e as relações especiais quevinculam nossos dois países animam-me a enviar aLisboa o meu Ministro de Estado Mário GibsonBarboza, para fazer a Vossa Excelência, em meunome e no de toda a nação brasileira, um pedidoa que atribuo o mais elevado grau de importância.

Em 1972, celebraremos juntos — o Brasil ePortugal — o sesquicentenário do acesso brasileiroà plena independência política. Só temos, os doispovos, motivos de orgulho por um acontecimentoque, ao separar em dois grandes braços a comuni-dade lusíada, manteve íntegras a consciência daigualdade espiritual, a língua e as tradições dosantepassados comuns.

Brasileiros e portugueses contemplamos juntosuma história que pertence aos dois povos desde o

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século XVI e que é uma só até o início da diferen-ciação nacional brasileira. Mesmo depois que for-mamos dois Estados distintos, continuamos a terheróis comuns, a reconhecer com alegria, na perso-nalidade e nas obras do outro, o que há de maisprofundo em cada um de nós mesmos.

Muito devemos por essa identidade fraternaàqueles que, no momento da bifurcação de destinos,souberam ser ela mais alta do que o impulso pas-sageiro do momento que viviam, a homens comoD. João VI, José Bonifácio de Andrada e Silva esobretudo aquele que se tornaria o primeiro Impe-rador do Brasil e mais tarde o Rei D. Pedro IV dePortugal.

Esses homens conservaram sempre enraizadoamor, em cada lado do Atlântico, pelas terras queficavam na outra margem do mar que Portugal abriupara a História. É natural, por isso, que cada umdos dois países os reivindique para as honras 4e sua

gratidão.

O Brasil, que tanto recebeu de Portugal, desejacontinuar a merecer as dádivas de sua amizade ge-nerosa. Não teme, assim, pedir muito. E, por meuintermédio, o povo brasileiro pede agora ao povoportuguês, de que Vossa Excelência é o alto fepre-sentante, os restos mortais de D. Pedro I do Brasil, oD. Pedro IV de Portugal, para depositá-los ao ladoda Primeira Imperatriz, em Ipiranga, no mesmo sítioonde, há um século e meio, num arrebatamento gene-roso, decidiu ser o intérprete da vontade naci<pnal ese transformou em símbolo da unidade brasileira.

À heróica e sua bem-amada cidade do Portolegou o coração. Do Brasil, das paisagens de suaadolescência e das gentes cujo espírito encarnou,

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jamais se esqueceu. "O Brasil é meu filho como tu",escreveu certa vez a D. Pedro II. Teve sempre bemguardado, cidadão de duas nações, onde serviu comigual zelo os. ideais de liberdade, o entranhado amorpela Pátria que criou no continente americano e oenternecido orgulho de ser brasileiro.

De Portugal, e só de Portugal, podemos espe-rar dádiva tão grande. Só a Portugal, que tantoamou o seu Rei D. Pedro IV, pode o Brasil pedirque lhe ceda os restos mortais de quem, sendo bomportuguês, se sabia brasileiro e brasileiro queria ser.

Não esquecerá o povo do Brasil esse despren-dido gesto da nação portuguesa. E aspira a que secomplete com o atendimento de outro pedido. OBrasil deseja e espera que Vossa Excelência tragapessoalmente para o chão brasileiro os restos donosso Imperador português que, mais do que nin-guém, simboliza, no arrojo de seu sonho e no impulsode sua vontade, a unidade de espírito, vocação desentimento das duas nações lusíadas.

O meu Ministro de Estado das Relações Exte-riores dirá a Vossa Excelência do empenho emocio-nado que coloco nesta gestão. Peço ouvi-lo como sea mim fosse. Ele transmitirá a Vossa Excelênciaminha firme esperança de que venha até nós, paraque, ao celebrarmos o mais alto momento de nossaHistória, tenhamos conosco, na pessoa de VossaExcelência, o fraterno povo português.

Com meus votos pela felicidade pessoal deVossa Excelência e pela do povo português, apre-sento-lhe meus cordiais cumprimentos."

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É com o sentimento da mais profunda gratidãoque leio para os meus compatriotas a resposta queacabo de receber do Senhor Presidente de Republicade Portugal:

"Senhor Presidente:

Recebi ontem das mãos do insigne Ministro dasRelações Exteriores do Brasil, Embaixador Mário;Gibson Barboza, a carta de Vossa Excelência, emque declara enviá-la em seu nome e no de toda anação brasileira: permita-me que a tome como diri-gida não somente a mim, mas igualmente à naçãoportuguesa, e que por esta responda também.

É com o maior júbilo que Portugal se upe aoBrasil nas celebrações do centésimo qüinquagésimoaniversário de sua independência. E os motivos queo determinam encontram-se ao longo de muitos pas-sos da história dos dois países, traduzidos em umsem número de ações fraternalmente partilhadas ecuja sucessão a separação formal da CpmunídadeLusíada em dois grandes ramos não veio, felizmente,afetar. Na verdade, Senhor Presidente, impossívelserá encontrar, no caminhar da humanidade atravésdos tempos, exemplo como o nosso de tão grandeidentidade secular de idéias e de propósitos, inaba-lável alicerce do permanente entendimento e das re-lações especiais que Vossa Excelência tão jusíjifica-damente assinala.

No povoamento operado desde mil e quinhentose em que logo os descobridores se cruzaram cdm osnaturais, como nas lutas subseqüentes que mantive-mos para garantir a unidade prodigiosa do grandeBrasil que é assombro do mundo, na gesta hercúleados bandeirantes tanto quanto no desenrolar dosacontecimentos que conduziram ao Império, o rol dos

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portugueses que souberam distinguir o amor da suaterra natal do amor à sua terra adotiva bem deramjus à afirmação de um ilustre antecessor de VossaExcelência de que nós, brasileiros e portugueses,somos um só povo. E como um só povo estaremosno áureo ano de 1972, quando por providencialcoincidência conjuntamente nos dispomos a come-morar também o quarto centenário de "Os Lusía-das", monumento perene da nossa língua, afirmaçãoeterna de glória e de cultura comuns.

O pedido que Vossa Excelência me fez chegarpor tão distinto enviado especial irmana-se perfeita-mente com a importância da efeméride que vamoscelebrar. Anseio histórico do Brasil, que nós os por-tugueses não desconhecíamos, se mais cedo não oatendêramos não foi porque os governantes destepaís o não tivessem por natural, ou porque o vossodesejo nos não lisonjeasse — mas, cidadão de duasnações, símbolo de tão altos valores,, herói comumde duas pátrias, ao rei D. Pedro IV de Portugal,que a uma das nossas cidades legou o coração, natu-ralmente se têm apegado os portugueses. Conside-ramos, todavia, nesta hora em que nos empenhamos,mais ainda do que em qualquer outra, na constru-ção efetiva da Comunidade Luso-Brasileira, que amorada definitiva no Brasil dos restos mortais doseu primeiro Imperador constituirá mais um ponto deconvergência, um novo símbolo de indestrutível coe-são — pois que, ao venerar em sua terra um heróicomum, estará o povo brasileiro em cada momento areafirmar elos comuns por ele representados.

Deste modo, de acordo com o pensar do meuGoverno, e seguro de interpretar a vontade do povoportuguês, comunico a Vossa Excelência que Por-tugal, numa atitude sem paralelo, confia de futuro

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ao Brasil os despojes de D. Pedro. E acedendoao solene e transcendente convite transmitido nacarta de Vossa Excelência, é com plena consciênciado privilégio que a História me outorga que acom-panharei pessoalmente ao Brasil o português da di-nastia de Bragança que regressa ao país de que foiprimeiro soberano e erigiu em Império, e que outroschefes, de igual estatura e sob a mesma inspitação,desde então tanto têm engrandecido.

Nesta excepcional oportunidade é-me muitoagradável poder renovar os protestos da mais altaconsideração, ao subscrever-me

de Vossa Excelência

a) Américo Deus Rodrigues Thomaz."

Brasileiros:

Não posso esconder minha emoção. Fala porsi mesmo este fato que nenhuma eloqüência poderiasuperar: no ano em que celebraremos o sesqüicen-tenário de nossa Independência, regressará ao Bra-sil o corpo daquele que, em sete de setembro, àfi mar-gens do Ipiranga, com a bravura, o arroubo e a pai-xão, que eram a marca de sua personalidade, pro-clamou livres estas terras.

Meus compatriotas. Os restos mortais deD. Pedro,, o nosso primeiro Imperador, de agoraem diante repousarão para sempre no solo brasileiroque ele tão extremadamente amou, no seio desta na-ção livre, soberana e altiva, que ele sempre conside-rou a sua pátria.

Mensagem lida, através de rede nacional de rádio e de televisão,no PALÁCIO DO PLANALTO, em 12-8-71.

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IMPROVISO EM CRUZ ALTA

"Alegra-me e me anima toda visita que jaço aoRio Grande, porque me dá oportunidade de ver o quese jaz nesta terra. Anlma-me, porque me fortalecea disposição de enfrentar a imensa fareja que tenhode cumprir."

c,'ONFESSO, inicialmente, que não era meu intentofalar nesta oportunidade; por isso, pedi ao meu dinâ-mico Ministro da Agricultura que respondesse à ca-rinhosa saudação do prefeito desta cidade. Diantedo que vi e do que senti nesta Cruz Alta, que co-memora 150 anos, não posso, no entanto, deixar dedizer algo do que se passa no meu íntimo.

Sobrevoando Cruz Alta, percorrendo CruzAlta, as ruas de Cruz Alta, vi o carinho deste povo.Agora, recebo expressivo presente, como recordaçãodesta viagem. Devo dizer, antes de mais nada, queme alegra e me anima toda visita que faço ao RioGrande, porque me dá oportunidade de ver o quese faz nesta terra. Anima-me, porque me fortalecea disposição de enfrentar a imensa tarefa que tenhode cumprir, qual seja a de dirigir os destinos destagrande nação.

Viveu o Rio Grande muitos séculos debruçadosobre as barrancas do Uruguai, guardando as suasfronteiras, para conservar aquilo que os nossos ante-passados nos legaram. Mas a verdade é que, hoje,graças a Deus, já não nos preocupamos com isto,porque, felizmente, não temos dissídio ou desavençacom nossos vizinhos. Em verdade, a partir da Revo-lução de 64, o Rio Grande passou a preocupar-se

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especialmente com a promoção do progresso sqcial eeconômico do Brasil.

Que a terra era dadivosa e boa, nós já sabíamosdesde a memorável carta de Pero Vaz de Caminha.Mas a verdade, também, é que a terra não respondequando não é provocada. E o gaúcho resolveu per-guntar à terra se era capaz de produzir trigo, j E elarespondeu: produzo. O resultado aí está. Bem pró-ximos nos encontramos de nossa auto-suficíênciaquanto à produção de trigo. Perguntou, ainda, àterra, se respondia à soja do mesmo modo que faziaquanto ao trigo; e ela respondeu afirmativamente.O mesmo no tocante ao arroz. E ela respondeu afir-mativamente . O Governador me informa que concla-mou os agricultores gaúchos a uma produção dç doismilhões de toneladas de soja. Os gaúchos sorriram,dizendo que era pouco, que iriam produzir mais.

Lembro aos nossos agricultores que a exporta-ção anual de soja, por parte dos Estados Unidos,ultrapassa a um bilhão e trezentos milhões de dó-lares, o que representa mais de 30% do valor totalda exportação do nosso país. Acredito que oshomens de minha terra, breve, muito breve, irãotambém proporcionar uma grande soma de divisasmediante a exportação de soja-

Quero, ao final destas minhas palavras infor-mais, cumprimentar Cruz Alta e toda esta região pelotrabalho produtivo que estão desenvolvendo peloengrandecimento do Brasil.

O Brasil, como há bem poucos dias me diziaem carta o Presidente de Portugal, é o assombro domundo. E eu assim acredito. Acredito porque vejo,com meus próprios olhos, aquilo que me informamos meus assessores diretos lá no Planalto Central,na sede do Governo. Os meus auxiliareS, os meus

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Ministros, o próprio Governador, afirmam, quantoao Rio Grande, que este está explodindo- Vejo queisto é verdade. O Rio Grande explode em todos ossetores, na agricultura, na pecuária e na indústria.

Aproveito esta oportunidade para enviar, nãosó a Cruz Alta mas a todo o Rio Grande do Sul,uma mensagem de trabalho e de fé no engrandeci-mento do Brasil.

Muito obrigado aos meus conterrâneos.

Discurso pronunciado, de Improviso, em Cruz Alta (RS), em 18-8-71.

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SISTEMA CIRCULATÓRIO

''Todos os dias, ao longo de um ano já de exercícioda Presidência, tenho presente o papel do funciona-lismo publico como verdadeiro sistema circulatórioda ação governamental."

JL ODOS os dias, ao longo de um ano já de exer-cício da Presidência, tenho presente o papel do fun-cionalismo público como verdadeiro sistema circula-tório da ação governamental.

Ao receber, há poucas semanas, os dirigentesda Associação dos Servidores Civis do Brasil, muitome sensibilizaram a confiança que levavam ao Pla-nalto e a elevação de propósitos da visita, despidade queixas e reivindicações, rica de informaçõessobre a situação da entidade e sua ação no campoda assistência social, assim como de idéias sobre oaumento da produtividade, a valorização e a dignifi-cação da função pública.

Bem sei que essa atitude não lamuriante, longede configurar um quadro de satisfação e suficiência,que escondesse as dificuldades e carências da classe,em verdade significava a visão madura de uma pro-blemática global e a homenagem do seu respeito aum Governo que não promove o bem de um seg-mento só, para cortejar-lhe o beneplácito, senãoporque se impôs o dever maior de promover o bemcomum, no amanhã de todos nós, se possível no hojemesmo, na medida em que fecundem os esforços davontade coletiva.

Venho agora juntar-me às alegrias da classepelo transcurso do Dia do Servidor, na palavra de

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minha admiração pela missão que lhe cabe, de minhaidentificação com os seus anseios de afirmação pro-fissional e de meu propósito de alcançar, em breve,e plenamente, também na área da política de pes-soal, as metas e bases para a ação de meu Governono campo administrativo.

Compreendo que, no transcurso de datas quecomo esta sensibilizam toda uma laboriosa classe,advenha a expectativa do anúncio de benefícios evantagens, de parte do Governo, à maneira de quem,dispondo livremente dos recursos de toda a comu-nidade nacional, trouxesse flores à comemoração.

Compreendo que essa expectativa nasce em boaparte de anseios legítimos, mas também sei identifi-car, em tais procedimentos, a ação dos grupos depressão, a messe triste dos fabricantes de fijustra-ções e o velho hábito de vergar-se a solução pro-funda dos problemas ao sopro dos interessas deocasião.

A hora de identificar-me nas alegrias da gjrandefamília dos servidores é também a hora de trazer-lhe, como homenagem maior, a palavra de minha sin-ceridade e de minha firmeza de propósitos. Cum-pre-me dizer bem claro que também neste 28 deoutubro, e talvez mais ainda pela proximidade daseleições, vi acender-se toda uma expectativa de me-didas generosas que o Governo traria de presenteem minhas mãos.

A solução dos problemas nacionais ou dos pro-blemas de uma classe não se subordina, neste Go-verno, a datas prefixadas, não se ilumina nas luzesde uma comemoração, nem visa cortejar a simpatiade homens e horas que passam, antes se volt^ sem-pre para os rumos maiores deste país.

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Agradeço ao funcionalismo público a distinçãode considerar-me o Servidor n° l. Em verdade nadamais que servidor tenho sido ao longo de toda a vida,e mais não almejo ser.

Faço-me solidário com a Associação e com aclasse em sua homenagem às personalidades quetantos serviços lhes prestaram e aos velhos servido-res reconhecidos por sua dedicação.

E volto-me, neste grande dia, para o funciona-lismo público de meu país, onde vejo o instrumentode trabalho — que espero sempre mais prestante —e o contingente humano — que desejo cada vezmais motivado, participante e feliz.

Aos servidores como eu, a minha confiança e aafirmação de que o meu Governo tudo está fazendoe ainda mais fará no sentido de dispor de quadrosadministrativos à altura da missão histórica que atodos nos incumbe.

Mensagem lida, a 28-10-70, por representante do Presidente da Re-pública, na sessão solene da ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES Crvis DO BRASIL.

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O POVO NÃO ESTÁ Só

"O Governo não está só e só não está o povo nessacruzada histórica, mas unidos um ao outro e um como outro identificados."

Á pouco mais de ano se registrava o desen-cadeamento de ação governamental no sentido deacelerar, mediante providências de grande porte, aefetiva integração do mundo amazônico, naquilo quenos pertence, na comunidade nacional. Três mesesnão eram corridos dessa transcendente decisão ejá me era dado presenciar no coração da floresta,que cobre o grande vale, o ímpeto com que homense máquinas, quebrando a solidão desses imensosespaços vazios, iniciavam a sua missão desbrava-dora . À confiança, que nutria, na praticabilidade doprograma, segundo os planos e cronogramas estabe-lecidos, ganhou, com isso, ainda maior consistência,convertendo-se em profunda certeza de que esseimenso empreendimento, não obstante a magnitudedas dificuldades que o cercam, estava a caminho domais pleno êxito.

Retornando, em viagem recente, à região ama-zônica, cerca de um ano após essa primeira inspeçãoao Programa de Integração Nacional, pude verifi-car, mais uma vez, que não mudou o ânimo dos res-ponsáveis por essa grande empresa, nem diminuiuo ritmo com que os trabalhos avançam em todos ossetores. Acompanhei, em parte, pelo ar, o risco inter-minável traçado, através da selva sem fim, pela rodo-via Transamazônica, donde se irradiam estradas de

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penetração, que se perdem também na vasti4ão damata. Visitei alguns dos centros urbanos existentesna área, os quais se revitalizam, a olhos vistips, emface do que aí se realiza e das novas e promissorasperspectivas que dessa maneira se abrem para ^s ati-vidades produtivas. Inspecionei o processo peloqual se implanta o plano de assentamento de agricul-tores nas margens da grande rodovia, tendo vistocomo se desdobram os serviços de apoio ao trabalha-dor agrícola e à sua família, bem como aos demaispioneiros, que se dão a si mesmos, no esforço defixar, nesse enorme espaço físico, a presença huma-na. Do que vi, ouvi e senti, durante quase uma se-mana de viagem, trago, em suma, a convicção —tão bem expressa, aliás, por um dos correspondentesestrangeiros, cujas opiniões, todas entusiásticas, tivea oportunidade de ali pessoalmente recolher — deque o Programa de Integração Nacional mudará, narealidade, a face do Brasil.

Alcançam-se,, desse modo, firmemente, comobservância pontual dos cronogramas fixados peloGoverno, os objetivos a que este se propôs, quandoanunciou ao País o lançamento desse Programa, cujaexecução prosseguirá, daqui para a frente, com igualímpeto, a fim de que, no mais curto prazo, se cons-titua em fonte cada vez maior de criação de riquezae bem-estar, assim para as populações amazqnides,como para os brasileiros em geral.

No quadro das iniciativas em andamento* cum-pre que, doravante, se concentrem recursos nos ser-viços de apoio aos núcleos urbanos, que figurarãocomo pólos de desenvolvimentos ao longo das rodo-vias Transamazônica e Cuiabá-Santarém, para queesses aglomerados populacionais se transformem emcentros catalizadores de todas as atividades úteis ao

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progresso das zonas que lhes são contíguas. Em-prestar-se-á, assim, toda a cooperação aos governosmunicipais e estaduais pajra que esses núcleos urba-nos sejam providos, convenientemente, de serviçosde água, esgotos, luz, telefone, educação, saúde,assistência e segurança. Promover-se-ão, ainda,obras de urbanização e calçamento, a fim de queessas comunidades citadinas — para algumas dasquais se destacarão, em caráter permanente, unida-des militares — possam cumprir, no interesse pú-blico, a função que lhes é destinada.

A par dessas obras de infra-estrutura, serãoaprimoradas as especificações técnicas das rodovias,nos trechos vizinhos a esses pólos de desenvolvi-mento para que melhor se aproveite a potencialidadeeconômica da região, cujo surto de progresso, emdeterminadas faixas, já se prenuncia altamente pro-missor. Novas medidas se tomarão, além disso, como objetivo de incrementar a navegação fluvial paraessas concentrações urbanas, acelerando-se, para talfim, a construção dos portos projetados e dando-senovas dimensões à frota já em operação.

A qualidade do solo, em certas zonas, confirmaas previsões sobre as quais se fundou o traçado daTransamazônica. A análise de amostras colhidasalém do quilômetro cento e vinte, no trecho Alta-mira-Itaituba, apura a ocorrência de solo superiorao existente junto ao Xingu, em Altamira, tido comoexcelente.

Corporificam-se, assim, as melhores condiçõespara que a iniciativa privada participe,, ativamente,dos empreendimentos projetados para a região. Cha-mar-se-á o setor empresarial a cooperar, de modoparticular, em programas de colonização, neles com-preendidas a construção de agrovilas e a abertura

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de estradas vicinais. Convém que essa colaboraçãose efetive, também, em projetos agropecuários, dadasas excepcionais possibilidades que se oferecem paraisso, notadamente na região situada entre Estreito,Marabá e Altamira.

Persistir-se-á, com especial diligência, na pre-servação da imensa riqueza florestal, fazendo-de comque a sua utilização se processe racionalmente, se-gundo critérios que atendam sobretudo ao interesseda Nação. Cuidar-se-á, igualmente, com o devidorigor, da preservação do solo, estabelecendo-sé, paratanto, ao lado das regras já em execução, as demaiscautelas, que a experiência sugerir.

Imagens colhidas através do radar, sobre áreaque se estende por mais de três milhões de quilôme-tros quadrados, levantam, sistematicamente, o grandevéu que até agora encobria, de forma quase irripene-trável, os mistérios do vale amazônico. Com base noconjunto de informações assim recolhidas acercja dascaracterísticas geológicas da região, bem como dacobertura vegetal, hidrografia e natureza do solo,demarcar-se-ão, com segurança, as zonas que me-lhor se prestem, pelas suas peculiaridades, ao apro-veitamento econômico. Em face das indicações queestão sendo ministradas, redobrar-se-ão as pesqui-sas para que novas jazidas minerais, além das deferro, bauxita e cassiterita, venham também a con-tribuir, em breve, para o desenvolvimento do País.

Àtivar-se-ão igualmente os estudos para suprirde energia elétrica os pólos econômicos da Amazô-nia. Nesses estudos se incluirão, além dos concer-nentes a outros potenciais hidrelétricos, os relativosà corredeira de Itaboca ou Tucuruí, no rio Tocantins,que poderá produzir cerca de dois milhões e meiode quilowatts.

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Ampliar-se-ão, de outra parte, as medidas deordem sanitária para completa proteção das popu-lações locais e daqueles que, vindos de todas as par-tes do território nacional, se incorporam à campanhapela humanização da Amazônia.

Nenhum esforço se deverá poupar para impedirque a Amazônia contamine o homem que vai habitá-la e o homem, por sua vez, contamine o ambiente quevai recebê-lo. Importa que os trabalhos de medicinapreventiva sejam acompanhados de estudos e pes-quisas sobre os problemas médicos da região, poissomente destarte se conseguirá manter em nívelnormal a saúde individual e coletiva.

Entre os encargos em que se está investindo,assumirá, ainda, o Governo Federal,, na Transama-zônica, o de aumentar, em curto prazo, a oferta doensino de segundo grau e o de implantar, a médioprazo, licenciaturas vinculadas ao sistema universi-tário. Proporcionar-se-á, além disso, a partir dasagrovilas, o ensino fundamental para alunos na faixados sete aos quatorze anos. Convênios se estabele-cerão, para esse fim, com as Secretarias de Educaçãodos Estados e com os governos municipais.

A difusão do ensino, em todos os ramos, nessaregião, terá de contar, porém, com o concurso deatividades extracurriculares, nos moldes das que sedesdobram, com êxito notável, por intermédio doProjeto Rondon, em cujos campos avançados, dis-tribuídos pelas margens da Transamazônica e darodovia Cuiabá-Santarém, a nossa juventude revelaque a geração de hoje é digna do imenso patrimônio,que os seus antepassados lhe transmitiram.

Constituindo a Amazônia, no globo terrestre, aderradeira grande reserva úmida, ainda disponível

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na região tropical, recomendo que se iniciem estu-dos imediatos para a instalação ali de um centro depesquisa acerca dos trópicos úmidos,, em condiçõesde formular diretrizes adicionais quanto à adaptaçãodo ser humano às peculiaridades da vida no universoamazônico.

Além de se conferir eficiência ao serviço postalnas áreas adjacentes à Transamazônica, esta^bele-cer-se-á, desde logo, sistema de telecomunicaçõesque ligue entre si e com o resto do País as loc^lida-des de Estreito, Marabá, Altamira, Itaituba, Hu-maitá e Santarém, estendendo-se esse serviço àsagrovilas, bem como aos demais núcleos urbanos quevenham ali a constituir-se.

Quando voltar, dentro de um ano, ao mundoamazônico, estarão essas providências, tais coníio asanteriormente estabelecidas, convertidas em reali-dade. Assim o quer a eficácia que os Governes daRevolução imprimem às suas decisões. Assim o quertoda a Nação, que vê, nesse empreendimento, con-cretizar-se uma de suas mais antigas e legítimasaspirações.

O Govejrno não está só e só não está o povonessa cruzada histórica, mas unidos um ao outro eum com o outro identificados.

Canalizando, como está fazendo, a energia dacomunidade brasileira para a ocupação econômica esocial de nossa fronteira, no vale amazônico, cumpreo Governo o indeclinável dever de colocar, c^m amaior rapidez, esse gigantesco patrimônio a serviçodos interesses do País.

Discurso lido perante o Ministério, no Palácio do Planalto, em27-10-71.

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ÍNDICE DE NOMES E DE ASSUNTOS

AGRICULTURA — emprego daenergia nuclear na agricultura— 42. ...a revolução que sepromove hoje na agriculturaexige também a revolução nosmétodos e processos de traba-lhar a terra... — 43. ...programa governamental parasolução dos problemas agráriosnas regiões norte e nordeste...— 43. ... O progresso denosso sistema agrícola e osmoços que deixam os bancosacadêmicos... — 43.

AGROVILAS — na Transamazôni-ca... — 86.

ALMIRANTE Américo Deus Rodri-gues Thomaz — Presidente dePortugal... — 59.

ALTAMIRA — município de... —&7/90.

AMAZÔNIA — efetiva integraçãoda Amazônia na comunidadenacional... — 11. ... integra-ção na comunidade nacional dasregiões despovoadas entre asquais, notadamente, as situadasna Amazônia... — 50. ... oimperativo de fazer da Amazô-nia ponto de enlace e comunhãoentre os povos que nela vi-vem... — 50. ...o desenvol-vimento da Amazônia e o inter-câmbio de entidades brasileiras

e colombianas... — 53/54.... integração do mundo ama-zônico... — 85. ... energiaelétrica na Amazônia... — 88.... hwnanização da Amazô-nia... 89. ... a derradeiragrande reserva úmida no globoterrestre... 89.

ASSOCIAÇÃO dos Servidores Civisdo Brasil — mensagem ao fun-cionalismo público... — 77/79.

ASSUNÇÃO — comunicação rodo-viária entre Assunção e Brasí-lia... — 36.

B

BANCOS oficiais — ação rápidapara instituição de frentes detrabalho nas regiões das se-cas... — 12.

BRASIL — e seus vizinhos da Amé-rica... — 52.— e Portugal... — 59/64.

CENTRAL de Medicamentos — De-creto Executivo que instituiua... — 29/30.

COLÔMBIA — primeiro encontrodos Chefes de Estado da Co-lômbia e do Brasil... — 49/52.

COMUNIDADE Luso-Brasileira —63.

— 91

CONSELHO Monetário Nacional— seu programa especial deamparo creditício às atividadesagrícolas da região norte e daárea geográfica do Polígonodas Secas... — 12.

CRATEÚS — visita aos sertõesressequidos de... — 21.

CRUZ ALTA — os 150 anos dacidade... — 69/71.

CURRAIS Novos — visita aos ser-tões ressequidos de... — 21.

D

DESENVOLVIMENTO — promoçãodo desenvolvimento nacionalsem qualquer idéia de conquis-tar qualquer tipo de hegemo-nia... — 51.

E

ECONOMIA — estímulo ao cresci-mento da economia... — 51.

ENSINO — difusão do ensino naTransamazônica... — 89.

ESCOLA Superior de Agricultura«Luís de Queiroz» (Piracicaba,SP) ... — 42/43.

ESTADOS Unidos da América —sua exportação anual de soja...— 70.

ESTRADA Concepción-Pedro JuaaCaballero — 35.

FRENTES de trabalho — no Nortee Nordeste — 12, 21, 23.

FUNCIONALISMO — mensagem aofuncionalismo público... —• 77/79.

GOVERNO — objetivo da políticasocial do... — 29- .. .e a pro-moção do bem comum».. —77/79. ... e o Programa deIntegração Nacional... j— 86.... o Governo não está só..._ 90.

GOVERNOS da Revolução — de-cisão inabalável de introduzirna sociedade brasileira as mu-danças estruturais... — 15.

H

HEGEMONIA — promoção do de-senvolvimento nacional semidéia de conquista de qualquerhegemonia política... —51.

HIDRELÉTRICAS — aproveitamentohidrelétrico dos rios Acaraí,Mondai, Paraná e Iguaçu (SeteQuedas e Guaira)... — ,35/36.

HOMEM — princípio e fim detoda a organização política...— 51. T

I

INCENTIVOS fiscais — para, Nortee Nordeste e para as ár^as ur-bana e rural... — 11/12.

INTEGRAÇÃO — na comunidadenacional das regiões despovoa-das... — 50.

IPIRANGA — monumento etn SãoPaulo... — 60.

J

JOÃO VI (Dom)... — 60,

JOSÉ Bonifácio de Andradaj e Sil-va . . .— 60.

GOVERNADOR — do Rio Grandedo Sul... — 70/71.

LETÍCIA — eneontro dos presiden-tes do Brasil e da Colômbia...— 54.

92 —

M

MAR territorial brasileiro de du-zentas milhas — e a filosofiade afirmação de interesse na-cional... — 52.

MINISTÉRIOS — da Marinha, Exér-cito, Aeronáutica, Trabalho ePrevidência Social e Saúde...— 30.

MINISTRO das Relações Exterio-res... — 59, 61/62. ... daAgricultura... — 69.

N

NAÇÕES americanas — o destinodas... — 53.

NORDESTE — a transformação dafisionomia econômica e socialdo Nordeste... — 11. ... ex-pansão industrial do Nordes-te... — 11. ... a áspera vidadas populações rurais do Nor-deste. .. — 12. ... os danososefeitos da prolongada seca noNordeste... — 12. ... agrande seca de 70 no Nordes-te... — 21/23. ... soluçõesmais adequadas e racionais pa-ra o problema social do Nor-deste... — 13. ... programagovernamental para solução dosproblemas agrários no Norte eNordeste... — 43.

NORTE — a transformação da fi-sionomia econômica e social doNorte... — 11. ... a ásperavida das populações rurais doNorte... — 12. ... soluçõesmais adequadas e racionais parao problema social do Norte...— 13. ... programa governa-mental para solução dos pro-blemas agrários no Norte eNordeste... — 43.

O

«Os LUSÍADAS» — 4' centenárioem 1972... —63.

PAÍS — confiança no futuro doPaís... — 44. ... estamosconstruindo um país, utilizandoos instrumentos do presente ecom os olhos postos no futu-ro... — 51.

PARAGUAI — entendimento, co-operação e amizade entre oBrasil e o Paraguai... — 36.

PEDRO I, do Brasil (Dom) — ouDom Pedro IV de Portugal...— 60/64.

PEDRO II (Dom) — 60.

PERO VAZ DE CAMINHA — 70.PIRACICABA — Visita à Escola

Superior de Agricultura «Luísde Queiroz»... — 41/44.

PONTE — inauguração da ponteinternacional sobre o rio Apa...— 35/36. — ... Ponte daAmizade... — 35. ... Pontede Boyacá — gesta libertadorada... —49.

PORTUGAL — 50/64.

PORTO — cidade do... — 60.Povo — desejamos criar os bens

indispensáveis para elevar, pelasua adequada e justa distribui-ção, o nível de vida do povo...— 51.

PROGRAMA de Integração Nacio-nal... — 85/86.

PROGRAMA de Integração Social— inspiração social e econômi-ca do PIS... — 13. ... trans-ferência de recursos do PIS pa-ra O PtROTERRA.. 14/15.

PROGRAMA de Redistribuição deTerras e de Estímulo à Agro-indústria do Norte e do Nor-deste (PROTERRA) — seus obje-tivos e recursos... — 13/15.

PROGRESSO científico —utilizaçãodo progresso científico em proldo bem-estar da comunidade...— 43.

— 93

PROJETO Rondon — na Transa-mazônica... — 89.

REFORMAS — nos mais diversossetores da vida nacional... —51.

RELAÇÕES internacionais — nossaatuação internacional se desdo-bra em clima da mais fraternasolidariedade para com as de-mais nações... — 51.

REMÉDIO — ao alcance do povo(Central de Medicamentos)...— 29/30.

REVOLUÇÃO de 64... — 69.

Rio Grande do Sul — visita aCruz Alta... — 69/71.

Rios — aproveitamento hidrelétri-co dos rios Acaraí, Mondai,Paraná e Iguaçu... — 35/36.

RODOVIA do Atlântico... — 35.

SECA — o que foi a seca de 70...— 21/23.

SESQUICENTENÁRIO da Indepen-dência... — 59.

SOBERANIA nacional — e o marterritorial' até a largura de du-zentas milhas... — 52.

SOJA — no Rio Grande do Sul enos E.U.A 70.

SUDAM — o PROTERRA nas áreasde atuação da SUDAM|... —H.

SUDENE — e as frentes de tra-balho nas regiões das secas...12/13. ... o PROTERRA nasáreas de atuação da SUDE-NE... — H. T

TELECOMUNICAÇÕES — Sistemaque ligue entre si e com' o restodo Pais as localidades de Es-treito, Marabá, Àltamira, Itaitu-ba, Humaitá e Santarém, naTransamazônica... — 90.

TRANSAMAZÔNICA — a decjisão deconstruir a rodovia... — 22.... visita à Transamazônica...— 85/86, 89/90.

TRIGO — produção de trigo noRio Grande do Sul... — 70.

U

UNIVERSIDADE de São Paulo —visita à Escola Superior deAgricultura «Luís de Queiroz»,em Piracicaba, SP... — 41/44.

SUMARIO

Págs.

PROTERRA 7A Seca Que se Foi 17Remédio ao Alcance do Povo 25Mais Próximos e Mais Unidos 31Piracicaba: Terra e Pesquisa 37Vizinhos Prósperos 45A Unidade de Espírito 55Improviso em Cruz Alta 65Sistema Circulatório 73O Povo Não Está Só 81índice de Nomes e de Assuntos 91

A 2* edição deste livro foi composta e impressa no De"parfamento de Imprensa Nacional em março de 1973, paraa. Secretaria de Imprensa da Presidência da República,

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