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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS KARINA SANTOS CONTABILIDADE AMBIENTAL: Um estudo investigativo sobre o seu conhecimento pelos acadêmicos de Ciências Contábeis de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas da grande Florianópolis. São José 2013

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Page 1: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO … · KARINA SANTOS CONTABILIDADE AMBIENTAL: Um estudo investigativo sobre seu conhecimento pelos acadêmicos de Ciências Contábeis

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

KARINA SANTOS

CONTABILIDADE AMBIENTAL: Um estudo investigativo sobre o seu conhecimento pelos acadêmicos de Ciências Contábeis de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas da

grande Florianópolis.

São José

2013

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

KARINA SANTOS

Trabalho de conclusão do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José – USJ.

Orientador: Dr. Édson Telê Campos

São José

2013

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KARINA SANTOS

CONTABILIDADE AMBIENTAL:

Um estudo investigativo sobre seu conhecimento pelos acadêmicos de

Ciências Contábeis de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas da

grande Florianópolis.

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do

grau de bacharel em Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São

José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:

Orientador: Prof. Édson Telê Campos, Dr.

Prof. Alfredo L. Braun, Esp.

Prof. Ednaldo Souza Vilela, MSc.

São José, 26 de Junho de 2013.

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Dedico este trabalho aos meus pais e ao

meu esposo que concederam muito apoio

nesta etapa de minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me dar força para realizar minhas

atividades diárias, orientando-me com sua proteção para realização deste trabalho.

Agradeço aos meus pais, por estarem sempre presentes em minha vida,

apoiando minhas decisões e escolhas, pelos conselhos, compreensão e amor

incondicional.

Ao meu esposo Guilherme pelo amor, carinho, paciência e por entender

minha ausência e falhas durante o decorrer desse trabalho.

Aos amigos que conquistei durante a caminhada na universidade, Bruna,

Gabriela, Juliana, Maikon, Sheila e Tuâni pelo companheirismo e amizade nos

momentos alegres e de dificuldades.

À minha amiga Gabriela Aparecida pela ajuda na elaboração dos detalhes

deste trabalho, sempre me incentivando nos momentos mais difíceis.

Ao professor Dr. Édson Telê Campos pela orientação do trabalho.

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A mente que se abre a uma nova ideia

jamais voltará a seu tamanho original.

Albert Einstein

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RESUMO

A questão ambiental está em evidência na atualidade, tornando-se importante a aplicação e o conhecimento da contabilidade ambiental na gestão estratégica dos negócios, auxiliando na tomada de decisões frente à competitividade das organizações. Diante desse pressuposto, faz-se necessário o estudo e conhecimento da contabilidade ambiental no processo de formação do acadêmico nas Instituições de Ensino Superior (IES). O presente estudo tem como objetivo investigar o grau do conhecimento dos acadêmicos de Ciências Contábeis de Instituições de Ensino Superior públicas da grande Florianópolis, o Centro Universitário Municipal de São José (USJ) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A pesquisa é aplicada, com abordagem quantitativa e qualitativa e, quanto aos objetivos, tem característica descritiva. Ao analisar os procedimentos técnicos, tem-se uma pesquisa de levantamento, onde envolve a interrogação direta dos acadêmicos, a fim de conhecer o problema em estudo. A área em que a pesquisa foi desenvolvida compreende as IES públicas da grande Florianópolis (USJ e UFSC) que oferecem o curso de Ciências Contábeis, sendo que a amostra abrange os estudantes de Ciências Contábeis dessas IES, matriculados no semestre 2013/1. Aplicou-se questionário com essa amostra, sendo enviado aos acadêmicos por meio do Google docs, organizado para análise através do software STATISTICA®. As respostas são provenientes de 48% de acadêmicos do USJ e 52% da UFSC. Os resultados da pesquisa demonstram que 92% dos acadêmicos do USJ e 72% dos acadêmicos da UFSC não cursaram a disciplina de Contabilidade Ambiental ou correlata no decorrer da graduação. Constatou-se que na UFSC há uma disciplina com caráter optativo, com o título Contabilidade e Responsabilidade Social, em que está inserida na ementa o tema contabilidade ambiental. Em relação a eventos que relacionam esse tema, tem-se que 91% (considerando USJ e UFSC juntamente) não participaram. Quando se questionou a leitura sobre contabilidade ambiental, nota-se que 45% não leram nada a respeito do tema na literatura e 73% dos acadêmicos consideram-na deficiente para o entendimento do tema. A maioria dos acadêmicos considera importante o ensinamento da contabilidade ambiental nas IES. Por fim, 71% dos acadêmicos entrevistados têm a percepção que desconhecem totalmente do tema em estudo, o que demonstra a necessidade da construção de discussões a respeito da formulação de uma nova matriz curricular, inserindo a contabilidade ambiental nas ementas, o que favorecerá o processo de formação, assim como atender a demanda do mercado.

Palavras chave: IES. USJ. UFSC. Contabilidade Ambiental. Conhecimento.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Universo da presente pesquisa.................................................................18

Quadro 2: Variáveis da fórmula para obtenção do tamanho da amostra...................18

Quadro 3: Fórmula numérica para cálculo do tamanho da amostra..........................19

Quadro 4: Total da amostra mínima aceitável da pesquisa.......................................19

Quadro 5: Princípios e vantagens dos Sistemas de Gestão Ambiental.....................33

Quadro 6: Comparativo entre o ontem, o hoje e o amanhã do profissional

contábil.......................................................................................................................38

Quadro 7: Exemplos de passivos ambientais............................................................42

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Distribuição dos acadêmicos no USJ e na UFSC......................................55

Gráfico 2: Período de estudo dos acadêmicos de ciências contábeis do USJ e da

UFSC..........................................................................................................................56

Gráfico 3: Disposição das fases dos acadêmicos de ciências contábeis do USJ e da

UFSC..........................................................................................................................57

Gráfico 4: Atuação dos acadêmicos do USJ e da UFSC na prática com contabilidade

ambiental....................................................................................................................58

Gráfico 5: Oferta da disciplina contabilidade ambiental ou correlata no USJ e na

UFSC..........................................................................................................................59

Gráfico 6: Oferta da disciplina contabilidade ambiental ou correlata no USJ............60

Gráfico 7: Oferta da disciplina contabilidade ambiental ou correlata na UFSC.........61

Gráfico 8: Participação dos acadêmicos do USJ e UFSC em eventos sobre

contabilidade ambiental..............................................................................................63

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Gráfico 9: Leitura sobre contabilidade ambiental por meio de revistas, livros, artigos

ou outras publicações – acadêmicos do USJ e da UFSC..........................................64

Gráfico 10: Opinião da suficiência da literatura sobre o tema – acadêmicos do USJ e

da UFSC.....................................................................................................................65

Gráfico 11: Opinião dos acadêmicos do USJ sobre a deficiência na abrangência da

contabilidade ambiental na IES que frequentam........................................................66

Gráfico 12: Opinião dos acadêmicos da UFSC sobre a deficiência da abrangência da

contabilidade ambiental na IES que frequentam........................................................67

Gráfico 13: Opinião dos acadêmicos do USJ sobre a importância do ensino da

contabilidade ambiental..............................................................................................68

Gráfico 14: Opinião dos acadêmicos da UFSC sobre a importância do ensino da

contabilidade ambiental..............................................................................................69

Gráfico 15: Opinião sobre o conhecimento do acadêmico sobre contabilidade

ambiental nas IES USJ e UFSC.................................................................................70

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CFC – Conselho Federal de Contabilidade

CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNE – Conselho Nacional de Educação

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

FBC – Fundação Brasileira de Contabilidade

FUNDESJ – Fundação Educacional de São José

GAIA – Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais

IES – Instituições de Ensino Superior

ISO – Organização Internacional para Padronização

MEC – Ministério da Educação

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NBC T – Normas brasileira de contabilidade

NBR – Norma Brasileira

ONG – Organizações não governamental

ONU – Organização das Nações Unidas

PMSJ – Prefeitura Municipal de São José

SICOGEA – Sistema Contábil Gerencial Ambiental

UFPE – Universidade Federal de Pernambuco

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

UNCTAD – United Nations Conference on Trade and Development

USJ – Centro Universitário Municipal de São José

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

1.1 OBJETIVOS ...................................................................................................... 13

1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 13 1.1.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 13 1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 13

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 16

2.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA.................................................................. 16 2.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA ........................................................................................ 17 2.3 DEFINIÇÃO DO UNIVERSO E AMOSTRA ......................................................... 17

2.4 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 19 2.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .................................................... 22

2.6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ............................................................................. 22 2.7 ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA ......................................................................... 22

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 24

3.1 MEIO AMBIENTE ................................................................................................ 24 3.1.1 A questão ambiental e sua evolução ............................................................ 26 3.1.2 Meio ambiente e impactos ambientais ......................................................... 30

3.1.3 A empresa e o meio ambiente ....................................................................... 31 3.1.4 Gestão ambiental............................................................................................ 33

3.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .............................................................. 35 3.3 CONTABILIDADE E SUA EVOLUÇÃO ............................................................... 36

3.3.1 Contabilidade ambiental ................................................................................ 39 3.3.2 Ativos ambientais ........................................................................................... 41 3.3.3 Passivos ambientais ...................................................................................... 43

3.3.4 Gastos, custos e despesas ambientais ........................................................ 44

3.3.5 Receitas ambientais ....................................................................................... 46 3.3.6 Balanço socioambiental ................................................................................ 48 3.3.7 Notas explicativas ambientais ...................................................................... 49 3.4 CONTABILIDADE AMBIENTAL NOS CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS .... 49

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................... 52

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR ................. 52

4.1.1 Centro Universitário Municipal de São José – USJ ..................................... 52 4.1.2 Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC ........................................ 54

4.2 RESULTADO DO QUESTIONÁRIO APLICADO COM OS ACADÊMICOS ........ 55 4.2.1 Perfil dos acadêmicos .................................................................................... 55

4.2.2 Qualificação dos acadêmicos ....................................................................... 60

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 72

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 75

APÊNDICE A – AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA NO USJ .. 81

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APÊNDICE B – AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA NA UFSC

................................................................................................................................. .82

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO APLICADO COM OS ACADÊMICOS ................ 83

ANEXO A – MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DO

USJ ........................................................................................................................... 87

ANEXO B – MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA

UFSC ........................................................................................................................ 89

ANEXO C – PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA CONTABILIDADE E

RESPONSABILIDADE SOCIAL – UFSC ................................................................. 93

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1 INTRODUÇÃO

Um assunto evidenciado na atualidade é o aspecto ambiental nos diversos

segmentos empresariais, onde a minimização de impactos negativos ao ambiente é

uma busca incessante, seja qualquer seu ramo de atuação. Isso implica maior

investimento em gestão ambiental, mesmo que num primeiro momento a mudança

comportamental da empresa possa caracterizar gastos substancialmente altos, que

por sua vez, pode ser revertido em lucros posteriores.

A Contabilidade é uma ciência social e utiliza elementos de vários ramos do

conhecimento para a construção do seu arcabouço teórico. Por meio da inter-

relação com várias áreas, a Contabilidade torna-se de ampla aplicabilidade, e a

atuação do profissional, da mesma forma, é bastante extensa (MARION, 2005).

Sendo assim, essa ciência tem participação na gestão ambiental, onde registra os

eventos dessa natureza, evidenciando os impactos significativos na situação

econômica e financeira das empresas.

De acordo com Ferreira (2002, p. 185) a contabilidade ambiental tem o papel

de fornecer informações adequadas à mensuração dos eventos econômicos

relacionados ao meio ambiente, para uma correta avaliação do patrimônio, tornando

pública qualquer informação que possa influenciar o meio ambiente. Sendo assim,

todos os interessados nas informações contábeis poderão ter acesso aos aspectos

ambientais das empresas que lhes interessam.

O Brasil é um país com uma diversidade de riquezas naturais a serem

exploradas, com consequente desenvolvimento econômico, o que implica a

utilização da contabilidade ambiental como ferramenta aos gestores como auxílio na

tomada de decisões. Diante disso, vê-se a necessidade do conhecimento desse

instrumento a fim de otimizar o sucesso das empresas, garantindo assim, a

sustentabilidade.

Ressalta-se que a utilização de políticas ambientais, incluindo aqui a

contabilidade ambiental, aumenta a vantagem econômica e competitiva da empresa,

promovendo e mantendo sua boa imagem, o que lhe possibilita sua permanência no

mercado competitivo. Nesse contexto, por ser o meio ambiente um aspecto

explorado na atualidade, seja nas pesquisas acadêmicas de diversas áreas de

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estudo ou como preocupação empresarial, acredita-se que os acadêmicos podem

explorar e investigar esse assunto em suas pesquisas.

Diante do pressuposto, necessita-se investigar a seguinte questão: “qual o

grau de conhecimento específico acerca do tema Contabilidade Ambiental entre os

acadêmicos de Ciências Contábeis de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas

da região da grande Florianópolis?”.

1.1 OBJETIVOS

A seguir são destacados o objetivo geral e os objetivos específicos da

presente pesquisa, buscando evidenciar as metas e os resultados pretendidos.

1.1.1 Objetivo geral

Investigar o grau de conhecimento acerca do tema Contabilidade Ambiental

entre os acadêmicos de Ciências Contábeis de IES públicas região da grande

Florianópolis.

1.1.2 Objetivos específicos

Para atingir o objetivo geral, foram traçados alguns objetivos específicos:

a) discorrer sobre a importância da contabilidade ambiental na formação

de futuros profissionais da Contabilidade;

b) verificar as oportunidades oferecidas nos cursos de Ciências Contábeis

das IES públicas da grande Florianópolis para conhecimento do tema;

c) identificar se os acadêmicos consideram importante o estudo da

contabilidade ambiental;

d) investigar a percepção que os acadêmicos têm dos seus próprios

conhecimentos sobre contabilidade ambiental.

1.2 JUSTIFICATIVA

Atualmente a sociedade mostra-se preocupada com o ambiente que a cerca,

fazendo com que sejam adotadas posturas socialmente responsáveis, minimizando

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os impactos negativos ao ambiente que podem ser causado por diversos

segmentos. Diante disso, políticas ambientais podem ser adotadas nas

organizações para uma gestão estratégica e sustentável, controlando os impactos

de suas atividades sobre o meio ambiente, implicando sua permanência no

mercado.

De acordo com Epelbaum (1997, p. 235):

Pode-se expressar sucintamente o comprometimento com o meio ambiente como sendo a contínua intencionalidade e prática em considerar a proteção ambiental nas decisões gerenciais e operacionais cotidianas. Tal noção de comprometimento, para ser considerada abrangente dentro das organizações, deve ser adotada por todos os seus níveis e funções, desde

a alta administração até o nível operacional.

Fica evidente a importância da aplicação e conhecimento da Contabilidade

Ambiental na gestão estratégica dos negócios, quando os problemas e desempenho

ambiental tornam-se partes do processo da tomada de decisão. A Contabilidade

Ambiental auxilia na elaboração do planejamento estratégico, servindo de parâmetro

no gerenciamento das atividades-alvo, além de fornecer informações externas, o

que facilita a gestão e agrega vários benefícios (PAIVA, 2009, p. 17).

É crescente o número de organizações que demonstram as informações

ambientais em seus relatórios, o que evidencia a necessidade de estudos acerca do

tema, iniciando com a formação dos acadêmicos nas universidades de todo o país.

Em uma pesquisa, realizada por Maciel et al. (2009), buscou-se identificar o

nível de conhecimento dos contadores cursando pós graduação na Universidade

Federal de Pernambuco (UFPE), concluindo que os profissionais não têm

conhecimento mínimo de informações acerca do tema. Outro estudo mais recente,

feito por Martendal (2011), objetivou conhecer o nível dos profissionais contábeis da

grande Florianópolis sobre o tema Contabilidade Ambiental. Neste, constatou-se

como resultado principal, que 71,64% dos profissionais da região ainda não tem um

conhecimento satisfatório das informações que se deve ter sobre o tema.

Diante dos resultados destacados das pesquisas supracitadas, sente-se a

necessidade de conhecer o perfil dos acadêmicos que estão vivenciando o processo

de formação em contabilidade de IES da região da grande Florianópolis.

Devido à importância que os profissionais da Contabilidade têm na gestão dos

negócios, torna-se relevante investigar o processo se formação dos mesmos,

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analisando a grade curricular do curso de Ciências Contábeis de IES públicas, bem

como averiguar a participação destes em congressos e atividades afins, buscando

verificar o grau de conhecimento destes acerca do tema. Além disso, é importante

ressaltar a importância desse estudo para o meio acadêmico, onde visa avaliar a

inserção desse assunto no processo de formação acadêmica de IES da região.

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16

2 METODOLOGIA

Serão descritos, a seguir, os procedimentos metodológicos adotados na

presente pesquisa, buscando classificá-la de acordo com a ciência.

2.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA

A pesquisa tem diversas classificações como ciência, descritas no decorrer.

Segundo Fachin (2005, p. 123)

Pesquisa é um procedimento intelectual em que o pesquisador tem como objetivo adquirir conhecimentos por meio da investigação de uma realidade e a busca de novas verdades sobre um fato. O pesquisador utiliza-se de buscando conhecimentos específicos, respostas ou soluções para o problema estudado.

Em relação à natureza, a pesquisa classifica-se em básica ou aplicada, sendo

a presente pesquisa classificada como aplicada. Segundo Gil (2008, p.10), a

pesquisa aplicada “tem como característica fundamental o interesse na aplicação,

utilização e consequências práticas dos conhecimentos”. Além de tal característica,

a pesquisa aplicada “visa à aplicação de suas descobertas a um problema (COLLIS;

HUSSEY, 2005 apud SILVA & KARKLOTI, 2011, p.10), o que é observado na

presente pesquisa.

Quando analisada a abordagem, a pesquisa pode-se enquadrar como

qualitativa, quantitativa ou ambas as características, sendo que sob esse aspecto, o

presente estudo, compõe-se das duas abordagens. A pesquisa enquadra-se como

qualitativa, visto utilizar técnica de dados como a observação participante e

entrevistas. É definida como quantitativa, visto ser focada na mensuração de

fenômenos, envolvendo a coleta e análise de dados numéricos e aplicação de testes

estatísticos (COLLIS; HUSSEY, 2005 apud SILVA & KARKLOTI, 2011, p.10).

Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser classificada como exploratória,

explicativa ou descritiva. A caracterização da presente pesquisa é definida como

descritiva, tendo “como objetivo primordial a descrição das características de

determinada população”. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob

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17

este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de

técnicas padronizadas de coleta de dados (GIL, 2008, p.28).

Quando analisado os procedimentos técnicos, caracteriza-se a pesquisa

como de levantamento de campo, “onde envolve a interrogação direta de pessoas

cujo comportamento se deseja conhecer acerca do problema estudado para em

seguida, mediante análise quantitativa, identificar as conclusões correspondentes

aos dados coletados” (GIL, 2008, p.55). Diante do pressuposto, a presente pesquisa

classifica-se como aplicada; qualitativa e quantitativa; descritiva e de levantamento.

2.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA

A pesquisa tem como objetivo geral investigar o grau de conhecimento acerca

do tema Contabilidade Ambiental entre os acadêmicos de Ciências Contábeis de

IES públicas da região da grande Florianópolis, caracterizando assim, a área do

estudo.

Na região da grande Florianópolis há duas IES públicas que oferecem o curso

de ciências contábeis, sendo a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o

Centro Universitário Municipal de São José (USJ), locais estes onde foram

desenvolvidas a presente pesquisa.

O campus da UFSC está localizado na capital do estado de Santa Catarina. A

outra IES analisada, o USJ, localiza-se em São José, município vizinho de

Florianópolis.

2.3 DEFINIÇÃO DO UNIVERSO E AMOSTRA

A pesquisa possui como universo os acadêmicos de ciências contábeis da

UFSC e do USJ, matriculados no semestre 2013.1. Tal classificação é evidenciada,

visto universo ser definido como “um conjunto definido de elementos que possuem

determinadas características” (GIL, 2008, p.89).

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18

O universo do presente estudo é composto por um total de 1.154 acadêmicos

matriculados no semestre 2013/1 do USJ e da UFSC, sendo que a distribuição

desses acadêmicos nas IES encontra-se disposta no Quadro 1. (informação verbal)1

Acadêmicos matriculados no USJ –

2013/1

Acadêmicos matriculados na UFSC

2013/1

Período diurno Período Noturno Período diurno Período Noturno

- 351 406 397

Quadro 1: Universo da presente pesquisa

Fonte: Fornecida pelas secretarias acadêmicas do USJ e da UFSC

De acordo com Gil (2008, p. 89), as pesquisas sociais abrangem um universo

de elemento tão grande que se torna impossível considerá-los em sua totalidade.

Por essa razão, trabalha-se com amostra, correspondendo a uma pequena parte

dos elementos que compõem o universo.

A amostra estudada caracteriza-se como probabilística estratificada, sendo

fundamentada em leis estatísticas, por meio da seleção de uma amostra de cada

subgrupo da população considerada (GIL, 2008, p.90). Diante disso, a amostra

desta pesquisa compreende os acadêmicos que responderam o questionário

aplicado.

O tamanho da amostra do estudo foi obtida por meio da fórmula proposta por

Barbetta (2008), onde se tem:

N: tamanho da população;

N: amostra mínima;

no: tamanho da amostra;

Eo: erro amostral tolerável.

Quadro 2: Variáveis da fórmula para obtenção do tamanho da amostra

Fonte: Barbetta, 2008.

1 Tamara Natal Silveira, secretária acadêmica do USJ. Informação concedida em São José/SC, 18 mar. 2013.

Mauro Pereira, coordenador do curso de Ciências Contábeis da UFSC. Informação concedida em Florianópolis/SC, 18 mar. 2013.

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19

De acordo com Barbetta (2008, p.58), “um primeiro cálculo da amostra pode

ser feito, mesmo sem conhecer o tamanho da população, através da expressão”:

no =_1_ (Eo)

2

n =_N.no_ N+ no

Quadro 3: Fórmula numérica para cálculo do tamanho da amostra

Fonte: Barbetta, 2008.

Na presente pesquisa, N representa 1.154 alunos devidamente matriculados

na UFSC e no USJ, referente ao período 2013/1. Eo corresponde ao erro amostral

tolerável, sendo que nesse estudo atribuiu-se 5%, com nível de confiança de 99%.

Após estipular tais características, tem-se a seguinte amostra mínima aceitável:

no = _1_ = 400 acadêmicos (0,05)2

n =_1154.400_ = 296 acadêmicos 1154 + 400

Quadro 4: Total da amostra mínima aceitável da pesquisa

Fonte: Elaborada pela autora, 2013.

Diante do exposto, a amostra mínima aceitável desta pesquisa deve ser

composta por no mínimo 296 acadêmicos devidamente matriculados no semestre

2013/1 das IES públicas da grande Florianópolis.

2.4 COLETA DE DADOS

De acordo com Silva & Karkloti (2011, p. 17), é necessário demonstrar a

maneira de como foi organizada e operacionalizada a coleta dos dados relativos ao

processo de pesquisa, devendo ser mencionadas todas as formas usadas de coleta

(leituras, entrevistas, questionários, documentos, observação).

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20

A coleta de dados da pesquisa foi realizada por meio de aplicação de

questionário escrito. “Pode-se definir questionário como a técnica de investigação

composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o

propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores,

interesses, expectativas, etc.” (GIL, 2008, p.121).

Gil (2008, p. 122) explica as formas das questões que podem ser aplicadas:

questões abertas, questões fechadas e questões dependentes.

Segundo Gil (2008, p. 122), nas questões abertas “os respondentes podem

oferecer suas próprias respostas”, o que torna ampla a quantidade de respostas que

podem vir a acontecer.

As questões fechadas possibilitam que os respondentes escolham uma

alternativa dentre as que são apresentadas numa lista. São as mais comumente

utilizadas, porque conferem maior uniformidade às respostas e podem ser facilmente

processadas (GIL, 2008, p.123).

Ainda em relação ao tipo de questões, Gil (2008, p.123) define questões

dependentes como aquelas que só têm sentido quando associadas a outras

perguntas.

Diante do supracitado, a pesquisa foi aplicada com questões abertas,

fechadas e/ou dependentes, com questionários que foram enviados por meio

eletrônico à população em estudo de ambas as IES. Ressalta-se que em sua

maioria as questões foram fechadas, possuindo apenas uma questão aberta.

Foi concedida autorização dos coordenadores dos cursos de ambas

instituições de ensino (apêndices A e B), e assim, foi enviado aos acadêmicos o

questionário por meio do aplicativo Google Docs. O Google Docs é um aplicativo

disponível no Gmail com finalidade de aplicação de questionários, formulários, bem

como suas tabulações, facilitando os trabalhos acadêmicos.

De acordo com Vieira et al (2010) as pesquisas realizadas via internet estão

ficando cada vez mais populares entre os pesquisadores, com algumas vantagens

evidentes, sendo elas: rapidez, baixo custo e capacidade de atingir populações

específicas, além do respondente poder escolher o local e a data que lhe for mais

conveniente para responder.

Tal método foi escolhido visando otimizar o tempo de resposta de cada

acadêmico, sendo que o questionário ficou disponível para recebimento de

respostas no período de 18 de março de 2013 à 17 de maio de 2013.

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Além da aplicação do questionário, utilizou-se dados pesquisados em livros,

artigos, teses, dissertações e demais trabalhos científicos, formando então, um

arcabouço teórico a fim de conduzir ao alcance dos objetivos finais do estudo.

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2.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

O resultado final da pesquisa foi obtido por meio de análise das respostas dos

questionários aplicados com os acadêmicos de Ciências Contábeis das IES públicas

da grande Florianópolis.

As respostas recebidas foram dispostas no software STATISTICA® e, então,

interpretadas e analisadas. Por meio desse software foram confeccionados gráficos,

permitindo uma melhor visualização dos dados numéricos e consequentemente,

uma interpretação mais acessível, chegando ao objetivo e conclusão final da

pesquisa. Já a questão aberta deu-se por descrição das palavras chaves ou das

ideias centrais expostas pelos respondentes, as quais aparecerem em maior

número.

Como mencionado anteriormente, a pesquisa tem caráter qualitativo e

quantitativo, sendo assim, possibilitou a análise dos dados por meio dos números

obtidos com posterior confecção dos gráficos e suas interpretações.

2.6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

As principais limitações do estudo encontram-se no fato de trabalhar com

percepções das pessoas, o que pode tornar subjetiva as respostas dadas.

Como fator limitante do estudo tem-se também, a disponibilidade dos

acadêmicos em responder às questões aplicadas, bem como a veracidade das

respostas às mesmas.

Em relação à área da pesquisa, tem-se a limitação de abranger apenas a

região da grande Florianópolis e IES públicas.

2.7 ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA

Este trabalho encontra-se estruturado em quatro capítulos: introdução,

fundamentação teórica, metodologia, descrição e análise de dados e, ainda, as

considerações finais sobre o contexto da pesquisa.

Na introdução são apresentadas as considerações iniciais sobre o contexto

do tema que a pesquisa abrange, bem como o problema da mesma. Neste capítulo

são descritos os objetivos, identificados como objetivo geral e objetivos específicos.

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Nesse mesmo capítulo, tem-se a justificativa do por que se realizou a pesquisa,

abrangendo a relevância da mesma.

No segundo capítulo foram descritos os procedimentos metodológicos

adotados na presente pesquisa, classificando-a de acordo com a ciência. Neste

capítulo expõem-se os itens que enquadram a pesquisa como: característica da

pesquisa, definição da área, universo e amostra; a forma como foram coletados,

analisados e interpretados os dados. Além disso, foram descritas as limitações da

pesquisa.

O terceiro capítulo é composto por um referencial teórico que serve de base

para entendimento do tema em questão. São evidenciados conceitos referentes ao

meio ambiente, bem como a evolução da questão ambiental; impacto ambiental; a

evolução da contabilidade; a contabilidade ambiental; ativos e passivos ambientais;

gastos ambientais; custos e despesas ambientais; receitas ambientais; balanço

socioambiental; notas explicativas ambientais e contabilidade ambiental nos cursos

de ciências contábeis.

O quarto capítulo é constituído pela descrição e análise dos dados, trazendo

assim, respostas para o problema da pesquisa.

Em seguida, são apresentadas as considerações finais pertinentes aos

resultados da pesquisa. Por fim, têm-se os apêndices e anexos, contendo o modelo

de questionário adotado na presente pesquisa.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Apresenta-se a seguir, a construção teórica necessária para um melhor

entendimento do presente estudo, evidenciando aspectos relacionados à

contabilidade, meio ambiente e contabilidade ambiental.

3.1 MEIO AMBIENTE

Conceituar meio ambiente é amplo, com abrangência de diversos aspectos:

físicos, químicos, biológicos, econômicos, antropológicos, sociológicos, tecnológicos,

éticos, filosóficos e jurídicos (VERMÖHLEN, 2003). Logo, há necessidade do

conhecimento de uma série de fatores para que assim, haja a conceituação

adequada do meio ambiente.

A legislação brasileira dispõe do conceito de meio ambiente no art. 3º, I, da

Lei nº. 6.938/81, que discorre sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins

e mecanismos de formulação e aplicação. Nesta, o conceito de meio ambiente é “o

conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e

biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

De acordo com Silva (2004, p. 21) o entendimento de meio ambiente sugere:

[...] a compreensão de três aspectos, quais sejam: Meio ambiente natural, ou físico, constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora; enfim, pela interação dos seres vivos e seu meio, onde se dá a correlação recíproca entre as espécies e as relações destas com o ambiente físico que ocupam; Meio ambiente artificial, constituído pelo espaço urbano construído; Meio ambiente cultural, integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico, que, embora artificial, difere do anterior pelo sentido de valor especial que adquiriu ou de que se impregnou.

Além das dimensões citadas por Silva, pode-se destacar o meio ambiente do

trabalho, previsto no art. 200, VIII, da Constituição Federal de 1988, definido por “o

conjunto de fatores físicos, climáticos ou qualquer outro que interligados, ou não,

estão presentes e envolvem o local de trabalho da pessoa” (SANTOS, 2000).

O conceito de meio ambiente definido por Silva e Santos é mais abrangente

quando comparado ao da legislação brasileira, pois esta engloba o meio ambiente

natural especificamente, excluindo aspectos relevantes na construção do conceito.

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O meio ambiente tornou-se um aspecto discutido na atualidade, onde o

conhecimento das causas de sua degradação não é apenas de responsabilidade do

governo, mas sim, de vários segmentos da sociedade, visto a interação da

sociedade e meio ambiente estar intimamente ligada à sobrevivência humana.

Chequetto (2004, p. 16), evidencia a relação homem e meio ambiente, como

descrito abaixo:

Mesmo o ser humano consciente de sua dependência com o meio ambiente, sempre tratou essa fonte de recurso como renovável e inesgotável, entretanto esse consumo indisciplinado somado ao crescimento acelerado da população e à industrialização chega a um cenário de degradação ambiental e de reações aos impactos ambientais ocasionados pelo homem, como: poluição da água, efeito estufa, chuva ácida e destruição da camada de ozônio.

Diante do contexto, sabe-se que é evidente a preocupação de vários

segmentos da sociedade com a temática meio ambiente, porém, o que tem sido feito

para mudar as práticas e as posturas ainda é insuficiente, ocasionando degradação

do mesmo. Há necessidade de educar a sociedade no que tange aspectos

relacionados ao meio ambiente: realizar uma mudança de comportamento,

adquirindo novos valores e conceitos que traduzem a necessidade do mundo atual,

estabelecendo ações que valorizem o meio ambiente, minimizando os impactos

negativos, e assim, culminando ao desenvolvimento sustentável.

Baroni (1992 p. 16) definem desenvolvimento sustentável como:

Desenvolvimento Sustentável implica usar os recursos naturais de maneira a não degradá-los ou eliminá-los, ou diminuir sua utilidade para as gerações futuras. Implica usar os recursos minerais não renováveis de maneira tal que não necessariamente se destrua o acesso a eles pelas gerações futuras. [...] Conforme definição da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), o Desenvolvimento Sustentável é aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações de satisfazerem suas necessidades.

De acordo com o citado por Baroni, há necessidade de preservar o meio

ambiente no qual estamos inseridos, suprindo as necessidades atuais, sem exaurir

fontes e recursos para as gerações futuras. Cabe à sociedade, destacando aqui as

organizações em suas práticas com anseios econômicos, conscientizar-se de que

necessitam de um meio ambiente adequado à sobrevivência, onde os recursos

naturais não são infinitos, devendo preocupar-se com a questão ambiental.

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3.1.1 A questão ambiental e sua evolução

Durante milhares de anos conviveu-se harmoniosamente com a degradação e

poluição ambiental, onde esses fatos eram vistos e vivenciados em nosso cotidiano

como “normal”. Tais práticas ocorriam em uma proporção que suas consequências

não eram tão maléficas à natureza e à sociedade como um todo, porém, na

atualidade os impactos são substancialmente negativos, o que proporcionou um

maior conhecimento e preocupação acerca do assunto.

Junto ao desenvolvimento e crescimento desenfreado, a Revolução Industrial

agravou os problemas ambientais, que até então já eram existentes, porém, em

menor proporção. De acordo com Barbieri (2007, p.37), os seres humanos têm papel

imprescindível na degradação ambiental, como discorre abaixo:

A ação humana desde os primórdios tem contribuído para a degradação do meio ambiente, No início, embora a ação antrópica existisse, sua incidência sobre o meio ambiente não comprometia recursos naturais, pois a atividade humana executada voltava-se basicamente para a sua própria subsistência.

Com a evolução da sociedade, viu-se aumentar a interação do ser humano

com o meio ambiente, o que pôde ocasionar transformações no mesmo, sendo

estas ser maléficas ou benéficas. Algumas dessas interações aconteciam sem

controle algum, o que acarretou prejuízo ambiental, decorrente de sua degradação.

Segundo Pelicioni (2005, p. 587), pode-se considerar a Conferência das

Nações Unidas sobre Meio Ambiente, ocorrida em Estocolmo no ano de1972, como

um início da conscientização ambiental, consolidando-se uma discussão acerca dos

problemas ambientais, desenvolvimento e meio ambiente, como destaca abaixo:

[...] evidenciou-se a necessidade de educação da população, considerada essencial para ampliar as bases de uma opinião esclarecida e de uma conduta responsável por parte dos indivíduos, empresas e comunidades quanto à proteção e à melhoria do meio ambiente em sua plena dimensão humana. Da mesma forma, recomendou-se que os meios de comunicação de massa evitassem contribuir para a deterioração do meio ambiente e disseminassem informações de caráter educativo sobre a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente, de modo a possibilitar o desenvolvimento do homem em todos os sentidos.

Os problemas ambientais tornam-se, então, uma preocupação constante a

partir do momento que começaram a ser veiculados pela mídia, a qual destacou os

agravos à saúde e os prejuízos à sociedade como um todo.

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Segundo Guerra (2007, p. 6), no ano de 1992, foi realizado em Nairóbi, um

encontro para a formação de uma Comissão Mundial do Meio Ambiente e

Desenvolvimento. Esse encontro serviu para fazer uma avaliação dos dez anos da

Conferência de Estocolmo, apresentando alguns resultados no Relatório de

Brundtland – Nosso Futuro Comum, da Comissão Mundial de Meio Ambiente e

Desenvolvimento, Organização das Nações Unidas (ONU). Resultados que foram

divididos em três grupos, como dispostos a seguir:

a) poluição ambiental, emissões de carbono e mudanças climáticas, poluição da atmosfera, poluição da água, dos efeitos nocivos dos produtos químicos e dos rejeitos nocivos, dos rejeitos radioativos e a poluição das águas interiores e costeiras;

b) diminuição dos recursos naturais, como a diminuição de florestas, perdas de recursos genéticos, perda de pasto, erosão do solo e desertificação, mau uso de energia, uso deficiente das águas de superfície, diminuição e degradação das águas freáticas, diminuição dos recursos vivos do mar;

c) problemas de natureza social tais como: uso da terra e sua ocupação, abrigo,suprimento de água, serviços sanitários, sociais e educativos e a administração do crescimento urbano acelerado.

Como consequência surge a definição de desenvolvimento sustentável, ou

seja, a importância da geração atual desenvolver-se sem comprometer a

capacidade das futuras gerações terem suas necessidades atendidas.

No ano de 1992, foi realizado na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência

das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD),

conhecida também, como Cúpula da Terra, Conferência do Rio ou Rio 92,

destacando os interesses globais como sua principal preocupação (Vieira, 2010, p.

9).

Guerra (2007, p. 7) destaca os principais documentos produzidos na Rio 92:

“a Agenda 21, a Declaração do Rio, a Declaração de Princípios sobre Florestas, a

Convenção sobre Diversidade Biológica e a Convenção sobre Mudanças

Climáticas”, sendo importantes como descrito a seguir:

[...] esses documentos definiram o contorno das políticas essenciais para alcançar o modelo de desenvolvimento sustentável que atendesse às necessidades dos pobres, reconhecendo os limites de desenvolvimento, de modo a satisfazer às necessidades globais. As relações entre países pobres e ricos foram conduzidas por um novo conjunto de princípios inovadores, como o do “poluidor pagador” e de “padrões sustentáveis de produção e consumo”.

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Fica evidenciado na Rio 92 a importância do desenvolvimento sustentável em

diversas áreas, ressaltando a necessidade de captação de recursos financeiros para

atuação nessa política ambiental.

A Declaração do Rio dispõe de ideias que vinham sendo discutidas na área,

como destacado por Pelicioni (2005, p. 587):

a) os seres humanos devem estar no centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável (Princípio 1);

b) todos têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza, assim como ao desenvolvimento, que deve atender às necessidades de gerações presentes e futuras, com equidade. Como parte integrante do processo de desenvolvimento deve estar a proteção ambiental (Princípio 4);

c) com o objetivo de atingir um desenvolvimento sustentável e uma boa qualidade de vida para todos, os países devem reduzir e eliminar os padrões insustentáveis de produção e consumo e promover políticas demográficas adequadas. Devem, portanto, cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza (Princípio 5);

d) a melhor maneira de tratar as questões ambientais é contar com a participação de todos os cidadãos interessados, em todos os níveis. No plano nacional, toda pessoa deverá ter acesso adequado a informações sobre o ambiente, as mesmas que as autoridades públicas dispõem, inclusive as informações sobre materiais e atividades que oferecem perigo em suas comunidades, assim como deverá ter a oportunidade de participar dos processos de tomada de decisões. Dessa forma, os Estados deverão facilitar e fomentar a sensibilização e a participação do público, colocando a informação à disposição de todos (Princípio 10).

Torna-se clara a importância da participação de todos os cidadãos nas

discussões de políticas ambientais, incluindo o desenvolvimento sustentável em

diversos níveis de atuação. Diante disso, várias profissões têm que convergir, a fim

de promover o desenvolvimento inteligente e sustentável, garantindo assim, a

implementação de políticas ambientais eficazes.

Com o passar dos anos, as pessoas passam a adquirir conhecimento a

respeito da questão ambiental, aprimorando os valores, valendo-se de atitudes para

proteger e melhorar o ambiente em que vivem, bem como a adoção de novas

formas de conduta em diversos grupos sociais.

No ano de 2002, aconteceu a Conferência de Joanesburgo, na África do Sul,

que “procurou a adoção de medidas concretas e identificação de metas

quantificáveis para por em ação de forma concreta a Agenda 21”, conforme disposto

abaixo por Guerra (2007, p. 8):

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Foram avaliados os avanços obtidos e ampliadas as finalidades para as chamadas “metas do milênio” que visavam, além de garantia da sustentabilidade ambiental, a erradicação da fome e a miséria, o alcance de educação primária com iguais oportunidades para homens e mulheres, a redução da mortalidade infantil, com especial enfoque ao combate à AIDS e malária, o desenvolvimento de uma parceria global para o desenvolvimento que inclua sistemas internacionais de comércio e financiamento não discriminatórios e que atendesse às necessidades especiais de países em desenvolvimento, aliviando suas dívidas externas, provendo trabalho aos jovens e acesso a remédios e tecnologia.

Em 2012, realizou-se mais um encontro para discutir questões relativas ao

meio ambiente: a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento

Sustentável, a Rio +20, dando continuidade às propostas das conferências

anteriores. Sua missão foi definir os rumos do desenvolvimento sustentável nas

próximas décadas, contemplando temas como a segurança alimentar, economia

verde, acesso à água e uso de energia.

Considerando a complexidade da questão ambiental, a contabilidade pode ser

um instrumento para auxiliar no processo de decisão na gestão, contribuindo no

desenvolvimento sustentável dos processos econômicos, o que implica necessidade

do conhecimento desse ramo da contabilidade.

Medley (1997 p. 600) cita:

A questão ambiental é uma oportunidade para os contadores demonstrarem por meio deste tópico contemporâneo que a profissão pode ter novas oportunidades e desenvolver temas modernos. O meio ambiente será outro, mas esta é uma mudança que os contadores serão capazes de se adaptar e demonstrar que este é um tema que podem dominar. A Contabilidade tem uma função chave a desempenhar no debate sobre a questão ambiental e, dessa forma, os contadores poderão dizer no futuro “nós fizemos a diferença no mundo em que vivemos”.

Diante desses encontros e discussões, a questão ambiental tornou-se

preocupação mundial, mantendo-se intrínseca a várias atividades. Hoje, a maioria

das pessoas e organizações consideram que enfrentar os problemas ambientais,

bem como suas consequências, engloba a busca pelo desenvolvimento sustentável

por meio do desenvolvimento humano, do crescimento econômico e da preservação

ambiental.

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3.1.2 Meio ambiente e impactos ambientais

O mundo está sofrendo muitas mudanças, catástrofes e desequilíbrios no

ecossistema decorrentes de ações antrópicas, o que acarreta em impactos

negativos ao meio ambiente. Isso implica preocupação relacionada ao tema meio

ambiente, sendo que abrange tanto os países desenvolvidos quanto os países em

desenvolvimento.

A preocupação acerca do meio ambiente é proveniente de elevados níveis de

poluição gerados pelo homem nas últimas décadas, sendo as organizações as

maiores geradoras de poluentes ambientais. Estas “deveriam considerar este quadro

quando adotam suas decisões gerenciais, reformulando seus produtos e

desenvolvendo programas de ações corretivas” (VEGINI, 2007, p. 19).

Vegini (2007, p.20), aponta como causador de problemas ambientais, o

próprio homem, junto ao crescimento econômico e a industrialização, como descrito

abaixo:

O ser humano, sendo um dos integrantes do ecossistema, mesmo consciente de sua dependência com o ambiente, sempre tratou essa fonte de recursos de forma renovável e inesgotável, não se preocupando com o seu consumo indisciplinado. Porém, juntamente com o uso abusivo dos recursos, o crescimento da população e da industrialização hoje se tem um quadro de degradação e impactos ambientais bastante significantes. Perante a essas circunstâncias onde o homem, as empresas e as indústrias são agentes responsáveis por esse processo, a adoção de práticas conscientes que minimizem os impactos provocados no ambiente precisam ser realizadas.

Há necessidade da utilização dos recursos ambientais de forma responsável,

beneficiando assim, diversos segmentos, que são o econômico, o social, o interesse

individual e coletivo como um todo, bem como o ambiental.

Segundo a Norma Brasileira (NBR) ISO 14001, considera-se impacto

ambiental como “qualquer alteração benéfica ou adversa causada pelas atividades,

serviços e/ou produtos de uma organização” (EPELBAUM, 1997).

De acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), por meio

da Resolução CONAMA nº 1, de 23 de janeiro de 1986, impacto ambiental é definido

como:

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[...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais.

Diante do supracitado, percebe-se que a atuação humana pode acarretar

alterações pró ou contra no meio ambiente ou em algum de seus componentes,

verificando então, a necessidade de estudar e quantificar essas variações

ambientais. Dessa forma, é importante avaliar essas questões, buscando minimizar

as consequências negativas dessas, bem como, buscar medidas preventivas por

meio de projetos ou ações, que busquem a não degradação ambiental, ou pelo

menos, sua minimização.

De acordo com a ISO 14001, “qualquer ação corretiva ou preventiva adotada

para eliminar as causas das não conformidades, reais ou potenciais, deve ser

adequada à magnitude dos problemas e proporcional ao impacto ambiental

verificado”.

As organizações devem programar ações para prevenção ou correção de

potenciais impactos ao ambiente, devendo estas adotar mudanças nos

procedimentos inerentes à sua atuação, buscando práticas de gestão que culminem

na proteção e/ou manutenção do ambiente a qual estão inseridas, prática esta, que

gera benefícios à organização.

3.1.3 A empresa e o meio ambiente

A globalização e o aumento de conscientização da sociedade em relação à

questão ambiental induzem as organizações a adotarem uma postura mais

responsável, com o mínimo de comprometimento possível de agressões ao meio

ambiente. Diante do contexto, Veiga (2004, p. 9) discorre abaixo:

Deve-se salientar ainda que as empresas que protegem o meio ambiente são bem vistas pelo consumidor e por investidores, já havendo, em alguns países fundos especializados em investir em empresas que protegem o ambiente. As empresas que ignoram esses padrões, especialmente aquelas cujas atividades trazem danos ao meio ambiente, sofrem punições, sendo pena maior a imposta pelos consumidores que procuram deixar de adquirir seus produtos, dando assim, preferência às corporações que primam pela preservação ambiental.

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Os consumidores passaram a adotar posturas mais críticas, analisando

organizações socialmente responsáveis ao englobar a temática meio ambiente.

Assim, essa preocupação com o meio ambiente vem alterando a maneira ou o estilo

de administrar uma organização, onde os gestores têm enfaticamente uma

preocupação maior com essa questão.

A questão do lucro empresarial deve caminhar concomitantemente às

preocupações externas da empresa, antecipando-se dos problemas decorrentes da

atuação empresarial, como discorre Veiga (2004, p. 8):

As empresas devem reorientar seu enfoque de atuação e, embora centradas pelo movimento da lucratividade, necessitam antepor-se às exigências do mercado, voltando-se não só à qualidade do produto, mas para a qualidade das relações sociais estabelecidas em âmbito interno e externo da organização.

Diante do supracitado por Veiga, as empresas que não buscarem esse

redirecionamento de atuação, perderão seu espaço no mercado acirrado, visto os

consumidores estarem mais seletivos em suas escolhas no momento de optarem

por determinada empresa, seja na busca de qualquer produto ou serviço. Este

enfoque contribui para que os próprios gestores reformulem o papel e a missão de

atuação de suas empresas no cenário atual, selando um compromisso ético, moral e

socialmente responsável com a sociedade em que estão inseridas.

De acordo com Leite (2003, p. 27), a imagem coorporativa está intimamente

vinculada com a questão da preservação do meio ambiente, descrito a seguir:

As imagens coorporativas estarão cada vez mais comprometidas com questões de preservação ambiental. Consequentemente, ações convenientemente dirigidas à preservação ambiental, dentro dessa visão contributiva de marketing social e ambiental, certamente serão recompensadas com salutares retornos de imagem diferenciada como vantagem competitiva.

A manutenção da organização no mercado competitivo dar-se-á por meio do

envolvimento com causas sócio ambientais, adaptando-se ao novo cenário moldado.

As que não conseguirem trabalhar dentro desta perspectiva, acabarão perecendo no

mercado, visto a humanidade já ter se dado conta de que a sobrevivência de todos

depende da preservação do meio ambiente.

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Em relação à manutenção das organizações no mercado, Kinlaw (1998, p. 15)

conceitua que as organizações têm que ser ambientalmente responsáveis ou

“verdes”, como descreve abaixo:

[...] as empresas devem se tornar ambientalmente responsáveis, ou “verdes”, para sobreviver. Somente por meio da administração e do trabalho verde, pela aceitação do meio ambiente como parte integrante de cada aspecto da operação total da empresa, é que os líderes de uma organização podem esperar manter sua posição competitiva e assegurar sua sobrevivência.

Dessa forma, sabe-se que a sobrevivência da organização decorre de uma

política ambiental eficiente, inserindo o ambiente em suas operações, a fim de se

impor frente à competitividade.

De acordo com Schenini (2005, p. 19), quando se fala em preocupação

ambiental, pode-se evidenciar que:

Desenvolveram-se inúmeras ações gerenciais e operacionais, que ficaram conhecidas como ações sustentáveis, esperando-se que através destas se alcance a sustentabilidade da sociedade. Essas ações as quais dizem respeito à adequação com a legislação vigente no país e também com as tecnologias limpas gerenciais e operacionais que podem ser utilizadas.

Essa temática de preservação do meio ambiente deixou de ser preocupação

isolada de ambientalistas e de organizações não governamentais (ONG’s),

abrangendo as organizações com uma gestão mais participativa, com envolvimento

de todos os setores de atuação, garantindo produtos e/ou serviços de qualidade,

com segurança e proteção ambiental, o que repercute numa maior captação e

fidelização de clientes, bem como culminam para o desenvolvimento sustentável.

3.1.4 Gestão ambiental

A discussão da questão ambiental é bastante difundida na atualidade, em

vários segmentos da sociedade. Diante disso, a preocupação de como as

organizações desempenham suas atividades concomitantemente à proteção

ambiental, é muito relevante pelos clientes, o que fez com que as organizações se

preocupassem com essa questão.

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De acordo com Antonius (1999 apud MAFRA, 2008, p. 22) o gerenciamento

ambiental pode ser conceituado como a integração de sistemas e programas

operacionais que permitem:

controle e redução dos impactos no meio ambiente, devido às operações ou produtos; cumprimento de leis e normas ambientais; desenvolvimento e uso de tecnologias apropriadas para minimizar ou eliminar resíduos industriais; monitoramento e avaliação dos processos e parâmetros ambientais; eliminação ou redução dos riscos ao meio ambiente e ao homem; utilização de tecnologias limpas (clean technologies), visando minimizar os gastos de energia e materiais; melhoria do relacionamento entre a comunidade e o governo; antecipação de questões ambientais que possam causar problemas ao meio ambiente e, particularmente, a saúde humana.

As organizações passaram a incorporar no planejamento estratégico, a

Gestão Ambiental, de forma a intensificar e evidenciar sua relação com o meio

ambiente. Dessa forma, a gestão ambiental potencializa a utilização racional de

matérias primas e insumos, o que demonstra aos clientes que a consciência

ambiental está presente nos moldes de produção e operações da organização,

trazendo benefícios a toda sociedade, bem como aos clientes internos.

O Quadro 5 demonstra princípios e vantagens dos sistemas de gestão

ambiental:

Princípios Vantagens

Conheça o que deve ser feito; Diferencial competitivo;

Elabore o plano de ação; Melhoria organizacional;

Assegure condições para o cumprimento dos objetivos e metas ambientais;

Minimização de custos;

Realize avaliações qualitativas e quantitativas; Minimização dos riscos;

Revise e aperfeiçoe a política de meio ambiente, os objetivos e metas ambientais.

Melhores resultados.

Quadro 5: Princípios e vantagens dos Sistemas de Gestão Ambiental

Fonte: Pfitscher (2004, p. 53)

Ao analisar o Quadro 5, pode-se perceber que a implantação de sistemas de

gestão ambiental proporcionam à organização vantagens, potencializando seu

retorno econômico. Além disso, o aumento da vantagem competitiva no mercado

acirrado é uma forte vantagem, fortalecendo assim, a imagem da organização na

sociedade com consequente fidelização de clientes.

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Tem-se como exemplos de ferramentas de gestão ambiental o

Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais (GAIA) e o Sistema Contábil

Gerencial Ambiental (SICOGEA).

3.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

As organizações têm adotado ações de prevenção ambiental na busca do

crescimento econômico e financeiro desejado, respeitando os direitos humanos e o

meio ambiente como um todo. Surge então, a necessidade de se desenvolver

sustentavelmente, onde as organizações primam pelo equilíbrio entre o homem e o

meio ambiente.

Diante dessa nova visão de crescimento econômico, surge o conceito e a

temática do desenvolvimento sustentável, apresentado ao mundo em 1987 pela ex

ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, na CMMAD, exposto abaixo:

[...] é o desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades, como também, uma forma de otimizar o uso racional dos recursos naturais e a garantia de conservação e do bem estar para as próximas gerações (PHILIPPI, 2001, p. 303).

O conceito de desenvolvimento sustentável supracitado propõe o não

comprometimento das necessidades de gerações futuras, porém, não as define.

Salienta a problemática ambiental e a importância de se desenvolver

economicamente por meio de novas formas que não comprometam o meio

ambiente, preservando os recursos naturais, com minimização da degradação e dos

impactos ambientais.

Dias (2009) afirma que o desenvolvimento sustentável tem os seguintes

alicerces: prosperidade econômica; qualidade ambiental e equidade social.

Nesse contexto, quando se analisa o aspecto econômico, estabelece-se que

as organizações devem prosperar, a fim de obter o lucro desejado, sendo

economicamente viáveis. Em relação à qualidade ambiental, as organizações devem

adotar posturas que garantam a responsabilidade social, buscando a consolidação

do seu trabalho junto à integridade ambiental, sem qualquer degradação. Já, no

tocante social, devem oferecer aos seus colaboradores melhores condições de

trabalho.

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Para que as organizações atinjam o desenvolvimento sustentável faz-se

necessário que as “medidas de correção sejam trocadas por políticas de prevenção

ambiental que atuem sobre a origem dos problemas, chamadas de pró-ativas”

(BONISSONI, 2008, p.29). Além disso, há necessidade de que sejam atendidas as

dimensões do desenvolvimento sustentável (proposto por Dias), contemplando

todas, sem detrimento de algum deles.

De acordo com a temática, as organizações deixam de ser meramente

captadoras de lucros incessantes, sem qualquer preocupação inerente à produção

de bens ou serviços. Há necessidade de que as mesmas obtenham o lucro desejado

por meio de uma maior produção de bens ou serviços, utilizando cada vez menos

recursos, com consequente diminuição da degradação ambiental.

3.3 CONTABILIDADE E SUA EVOLUÇÃO

A Contabilidade é uma ciência que nasceu com o início da civilização,

coincidindo com as primeiras manifestações racionais e da escrita do homem, com

um desenvolvimento lento e gradual ao longo dos séculos. Acompanhando a

evolução, é de suma importância que a contabilidade dentro do seu escopo de

atuação, busque atender as necessidades atuais da sociedade e de seus usuários,

adaptando-se às questões sociais e tecnológicas.

Por meio de atividades rudimentares, o homem sentiu necessidade de avaliar

suas riquezas, através do acréscimo ou decréscimo destas, surgindo então, a

contabilidade na sua forma mais rudimentar, data que permeia em 4.000 antes de

Cristo, como descrito por Iudícibus e Marion (2002, p. 30):

[...] o homem tem uma ideia. Havendo um pequeno de pedrinhas ao seu lado, o homem separa uma pedrinha para cada cabeça de ovelha, executando assim o que o contabilista chamaria hoje de inventário. Após o término dessa missão o homem separa o conjunto de pedrinhas, guardando-as com muito cuidado, pois o conjunto representa a sua riqueza num determinado momento.

Ao analisar as atividades das civilizações, percebe-se que a contabilidade

está intrínseca no cotidiano, com diversas maneiras de registrar o patrimônio criado,

necessitando-se de aprimoramento com o aumento das operações econômicas, com

o surgimento da moeda e de sistemas de valor.

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Em meados do século XIII e XIV, com estudos acerca do Método das Partidas

Dobradas de Frei Luca Pacioli, tem-se preocupação com os métodos de

escrituração e com as técnicas de registros por meio de contas, estimulando assim,

a evolução do conhecimento contábil (SANTOS, 2007, p.17).

A evolução da contabilidade acompanha o caminhar da humanidade, onde a

ciência não se restringe apenas em mensurar o patrimônio, e sim, torna-se

ferramenta para prover informações e para a tomada de decisões dos usuários

como um todo, sejam eles gestores, acionistas, investidores, credores ou governo.

Os ramos de conhecimento humano têm fundamentos empíricos, por meio de

observações da realidade, sendo que através de estudos dá-se a construção e

consolidação da base da ciência. Logo, a contabilidade enquanto ciência segue esse

molde de construção de conhecimento, com êxito entre os séculos XIII e XVII.

De acordo com Sá (1997 p.20), tem-se como marco inicial a contabilidade

como ciência no ano de 1809, como descreve abaixo.

[...] embora o século XVII tenha sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Administração, e o patrimônio se definia como um direito segundo os postulados jurídicos. Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A contabilidade começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809. Foi o início da fase científica da Contabilidade.

O conceito de contabilidade pode ser descrito como uma ciência que tem

como o objeto de estudo o patrimônio. Busca identificar, mensurar e comunicar

informação econômica, financeira, física e social, auxiliando na tomada de decisões,

além de fornecer subsídios para possíveis julgamentos por parte dos usuários da

informação (IUDÍCIBUS, 1997, p.26).

De acordo com Franco (2006, p.19), a função da contabilidade é descrita

abaixo.

[...] registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores.

A contabilidade contemporânea deixa de ser meramente sistemática, com

única preocupação de controlar o patrimônio, passando a ser a base para a tomada

de decisões, relacionando-se a vários âmbitos na organização. Busca um

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envolvimento do profissional através do conhecimento vasto e qualificado, a fim de

atender às necessidades do mercado, em busca de respostas à sociedade exigente

e o cumprimento de suas responsabilidades.

Para Queiroz (2000, p. 81), a contabilidade pode ser definida como o melhor

mecanismo de gestão disponível ao empresariado, cujos resultados apurados

podem ser tornados visíveis à sociedade, com relativa facilidade, mediante a

apresentação de balanços mais complexos, que incluam em seu corpo as respostas

aos questionamentos sociais.

Cabe à contabilidade, por ser uma ciência de cunho social, avaliar os

problemas sociais, visto esta ser o elo existente entre as organizações e a

comunidade, buscando como resultado a construção da consciência sócio-

ambiental.

A evolução da contabilidade pode ser demonstrada no quadro 6, onde se

compara o perfil da contabilidade em diferentes momentos, ressaltando a

necessidade do conhecimento e atualização para atuação do profissional.

Ontem Hoje Amanhã

Baixa competitividade Competitivo Alta competitividade

Comércio tradicional Relações comerciais complexas

Globalização/desregulamentação

Ênfase na escrituração Ênfase no registro Ênfase nos negócios

Ensino comercial Ensino técnico Ensino de gestão

Busca pela padronização

Padronização legal Adaptação aos negócios

Pouco envolvimento nos negócios

Acompanhamento da gestão

Proposição de soluções

Baixa complexidade nas operações

Operações complexas Operações virtuais

Não utilização da TI Uso intensivo da TI TI Business Inteligence

Luta pelo reconhecimento

Profissão reconhecida Profissão fundamental

Quadro 6: Comparativo entre o ontem, o hoje e o amanhã do profissional contábil.

Fonte: Merlo (2007 apud Santos 2007, p. 20).

Diante do quadro supracitado, fica evidente o envolvimento do profissional de

contabilidade nos negócios, inserindo-se na gestão e buscando soluções para a

manutenção das organizações no mercado, favorecendo assim, para que a

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profissão seja cada vez mais fundamental no mundo dos negócios, seja de qualquer

caráter.

Como uma perspectiva de atuação, a contabilidade está intimamente

relacionada ao campo social, onde se propõe responder questões e atender os

anseios da sociedade, por meio da aplicação de conhecimentos científicos. Nasce

então, a necessidade da contabilidade com ação mais participativa socialmente, o

que contribui para abrangência e impacto na gestão dos negócios, incluindo o

contexto ambiental.

3.3.1 Contabilidade ambiental

A contabilidade é uma ciência que tem como objeto de estudo o patrimônio.

Busca identificar, mensurar e comunicar informação econômica, financeira, física e

social, auxiliando na tomada de decisões, além de fornecer subsídios para possíveis

julgamentos por parte dos usuários da informação (IUDÍCIBUS, 1997, p.26).

Da mesma forma que a contabilidade tradicional, a contabilidade ambiental

tem como objeto de estudo o patrimônio, porém, este mais específico: o patrimônio

ambiental (bens, direitos e obrigações ambientais) e as mutações que nele podem

ocorrer. Utiliza-se de técnicas como a escrituração, demonstração, auditoria e

análise de balanço, contabilizando a fim de transformar os dados obtidos em

informações à sociedade no que diz respeito à manutenção e controle do meio

ambiente, além de beneficiar a organização, facilitando a tomada de decisão.

Segundo Paiva (2009, p.17), a contabilidade ambiental pode ser definida

como “atividade de identificação de dados e registro de eventos ambientais,

processamento e geração de informações que subsidiem o usuário, servindo como

parâmetro para a tomada de decisões”.

A preocupação e conscientização com o meio ambiente em diversos setores

da sociedade faz emergir a necessidade de se vincular o desenvolvimento

econômico com a preservação ambiental, surgindo então, a contabilidade ambiental

como ferramenta de informação e controle para adquirir a vantagem competitiva e a

permanência no mercado.

A contabilidade ambiental torna-se cada vez mais importante na tomada de

decisões à medida que “surgem novas necessidades do homem, onde passam a

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exigir a incorporação do valor agregado ambiental, antes não considerado, aos

custos do processo produtivo e de produtos” (SCHENINI, 2005, p.127).

Há varias razões para a prática da contabilidade ambiental nas organizações,

destacando-se: aprimoramento da gestão, implicando redução de custos e

despesas; exigências legais, a fim de evitar passivos ambientais, como multas e

indenizações por meio do cumprimento de normas e leis ambientais; evidenciação

do aspecto social, promovendo para que a organização seja socialmente

responsável, tanto para clientes internos como os externos. Dessa forma, essa

ferramenta torna-se mais detalhada e complexa, a fim de subsidiar o processo

decisório das organizações, o que implica um maior entendimento e envolvimento do

diversos níveis gerenciais.

Schenini (2005, p.128) discorre acerca da relevância da contabilidade

ambiental, conforme descrito a seguir:

A contabilidade vem colaborando com as demais ciências na proteção e preservação do meio ambiente, utilizando os relatórios contábeis para mostrar o estado e os resultados das atividades desenvolvidas pela empresa. Tais relatórios, por sua vez, utilizam-se de dados quantitativos que podem diminuir ou eliminar as interpretações duvidosas, buscando refletir os investimentos, despesas, custos e receitas relativos ao desempenho ambiental da empresa.

Várias organizações já demonstraram interesse na preservação do patrimônio

natural, o que permite a contabilidade ambiental apresentar indicadores, explicitando

as vantagens de tal preocupação. O investimento e a preocupação com as causas

ambientais vêm sendo vistas como oportunidades competitivas para as

organizações, culminando em produção de receitas relativas ao desempenho

ambiental.

A preocupação ambiental tem se tornado relevante em vários segmentos de

atuação, conforme o infracitado:

As discussões sobre qual a melhor forma da empresa conciliar seus processos produtivos com questões ambientais, aumentando a conscientização por parte das entidades, de que a preservação do meio ambiente é um fator determinante para a continuidade das mesmas (Souza e Ribeiro, 2004).

Dessa forma, a saúde financeira das organizações é influenciada pelas

informações sociais e ambientais que devem ser registradas, utilizando-se da

ferramenta da contabilidade ambiental, partindo do pressuposto que as

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organizações atuam no mercado de modo a preservar o ambiente, bem como sua

recuperação, respaldadas pelas obrigações legais que lhes são atribuídas.

Por mais relevante e importante que seja o detalhamento dos aspectos

ambientais nas organizações, a contabilidade ambiental ainda apresenta

deficiências, como declarado por Trindade e Brondani (2005, p.237)

A contabilidade esbarra em uma questão que envolve identificar e mensurar os valores ambientais, pois apesar de definições semelhantes entre os lançamentos tradicionais financeiros e os referentes ao meio ambiente, os profissionais da contabilidade deparam-se com a dificuldade de mensurar o patrimônio ambiental e suas respectivas transformações, isto talvez, devido à inexistência de padrões de mensuração que proporcionaria as

informações contábil-ambientais uma credibilidade maior.

Sendo assim, as organizações que divulgarem as informações de cunho

social e ambiental, terão um diferencial, o que possibilita sua permanência no

mercado competitivo. Nasce então, a necessidade do profissional envolver-se no

processo ambiental, aprimorando seus conhecimentos específicos sobre o tema, o

que promove a facilitação na tomada de decisões gerenciais.

3.3.2 Ativos ambientais

Ativos ambientais representam os bens e direitos das organizações que visam

à preservação, proteção, recuperação e controle ambiental, demonstrados no

balanço patrimonial, a fim de prover as informações aos usuários de todas as ações

ambientais que a organização vem praticando.

O conceito de ativo ambiental é definido por Bergamini Júnior (2000, p.20),

conforme infracitado:

O ativo ambiental é um recurso controlado por uma empresa que surge de eventos passados e de onde são esperados futuros fluxos de benefícios econômicos diretos ou indiretos para a empresa, através de aumento da capacidade, aumento da segurança ou eficiência de outros ativos próprios da empresa, redução ou prevenção de possível contaminação ambiental resultante de futuras operações e conservação do meio ambiente.

Entende-se que os ativos ambientais estejam intimamente relacionados aos

eventos de cunho ambiental, sendo controlados pela organização, resultantes de

eventos passados e dos quais se esperam retornos e benefícios econômicos

futuros.

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Conforme a United Nations Conference on Trade and Development – Unctad

(1998 apud SOUZA e RIBEIRO, 2004, p.55), a definição de ativos ambientais dá-se

da seguinte forma:

[...] são gastos capitalizados e amortizados nos períodos presente e futuro, que satisfazem aos critérios de reconhecimento como um ativo, o que ocorrerá quando houver controle de recursos aplicados por uma empresa como resultado de eventos passados e dos quais se espera benefícios

econômicos futuros.

Corroborando com a definição da Unctad, Ribeiro (2006, p. 61) considera que

“os ativos ambientais são constituídos por todos os bens e direitos possuídos pelas

empresas, que tenham capacidade de geração de benefício econômico em períodos

futuros e que visem à preservação, proteção e recuperação ambiental”.

Os ativos ambientais caracterizam-se como investimentos na área ambiental,

sendo que suas características diferem-se de uma organização para outra, de

acordo com a distinção de suas atividades econômicas e processos operacionais,

agregando todos os bens captados e utilizados no que tange à conservação,

recuperação ou controle do meio ambiente.

Diante desse contexto o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) emitiu a

Resolução nº 1.288/2010, para a contabilização de fundos para a prevenção de

perdas de ativos, bem como outras aplicações pertinentes à prevenção de

desembolsos ambientais, conforme infracitado:

A finalidade dos fundos de desativação, restauração e reabilitação ambiental, doravante referido como “fundos de desativação” ou “fundos”, é segregar ativos para custear alguns ou todos os custos de desativação de fábricas ou determinados equipamentos ou de reabilitação ambiental, referidos conjuntamente como “desativação”.

Dessa forma, os ativos ambientais devem ser evidenciados segregadamente,

permitindo ao usuário uma eficiente avaliação dessas informações, favorecendo

para uma eficaz avaliação e análise do quão empenhada e preocupada a

organização é com a questão ambiental e sua preservação. Além disso, as

obrigações com terceiros merecem destaque e relevância, os passivos ambientais.

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3.3.3 Passivos ambientais

Passivos ambientais são todas as obrigações, de curto e longo prazo,

decorrentes de um evento ou transações que promovam a interação da organização

com o meio ambiente, relacionado à preservação ou recuperação deste.

Martins e De Lucca (1994, p. 27) explicam passivos ambientais como sendo:

[...] benefícios econômicos que serão sacrificados em função de obrigação contraída perante terceiros para preservação e proteção ao meio ambiente. Tem origem em gastos relacionados ao meio ambiente, que podem constituir-se em despesas do período atual ou anteriores, aquisição de bens permanentes ou na existência de riscos de esses gastos virem a se efetivar (contingências).

Diante do conceito, fica elucidado que a definição de passivo ambiental tem

como base a contabilidade tradicional, tomando como referência o controle,

preservação e recuperação, bem como os gastos incorridos relacionados ao meio

ambiente. Pode-se verificar alguns exemplos de passivos ambientais no quadro 7.

Especificação Descrição

Aquisição

Ativos para contenção dos impactos ambientais (chaminés, depuradores de águas químicas, etc). Insumos que serão inseridos no processo operacional que não produza resíduo tóxico.

Despesas Manutenção e operação do departamento de gerenciamento ambiental, inclusive mão de obra.

Gastos

Recuperação e tratamento de áreas contaminadas (máquinas, equipamentos, mão de obra, insumos em geral, etc); Multas por infrações ambientais; Danos irreversíveis, inclusive os relacionados à tentativa de reduzir o desgaste da imagem da empresa perante a opinião pública, etc.

Quadro 7: Exemplos de passivos ambientais

Fonte: adaptado de Nasario (2002 apud Pfitscher, 2004, p.41)

Percebe-se que o controle, a manutenção ou a recuperação do meio

ambiente advindos do impacto que as atividades econômicas trazem, é a origem dos

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passivos ambientais, englobando todos os custos das atividades relacionadas ao

ambiente desde a ocorrência do fato gerador ou até mesmo, quando se evidencia a

responsabilidade sobre esse fato, respeitando o regime de competência.

De acordo com Schenini (2006, p.132) há diferentes origens do passivo

ambiental, relacionadas abaixo:

Os passivos ambientais poderão ser originados por gastos relativos ao meio ambiente que podem constituir em despesas do período contábil atual. Podem ser gerados através da aquisição de ativos permanentes de natureza ambiental que irão ser utilizados por períodos superiores ao exercício em curso. E por último, os passivos ambientais podem ser correlacionados com riscos e incertezas que a empresa está inserida.

O autor ressalta que esses “riscos e incertezas são provisões de passivos que

podem ser gerados por iniciativa própria da empresa; por reivindicações de

indenizações por terceiros e por exigências de legislações ambientais” (SCHENINI,

2006, p.132).

Nesse contexto, as organizações devem trabalhar de modo a evitar os

passivos ambientais decorrentes de multas, indenizações ou penalidades por

infrações legais, pois além de não refletirem práticas de boas ações e uma boa

imagem para a organização, trazem prejuízos financeiros à mesma.

Verifica-se que nem todos os passivos ambientais devem ser evitados,

ressaltando a necessidade de investimentos na gestão ambiental, bem como em

equipamentos ambientalmente viáveis, o que culmina na prevenção de possíveis

multas ou infrações, na responsabilidade sócio-ambiental, caminhando assim, para o

desenvolvimento sustentável.

3.3.4 Gastos, custos e despesas ambientais

De acordo com Martins (2003, p.17) gastos são definidos como a “compra de

um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade

(desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de

ativos (normalmente dinheiro)”.

Todos os gastos referentes ao sistema de gestão ambiental no processo

produtivo, bem como na proteção e manutenção do ambiente são classificados

como gastos ambientais. Muitos desses gastos representam benefício futuros e

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vantagens à sociedade, porém, nem sempre representam o mesmo para a

organização na qual incorreu os gastos.

Despesas e custos são gastos, mas têm diferentes classificações. Custos

estão relacionados à atividade produtiva, ou seja, tem relação direta com a produção

em si, enquanto as despesas referem-se à produção de forma indireta, geralmente

direcionada à gestão ambiental. Nesse contexto, quando relacionados às atividades

ambientais, esses custos e despesas são designados em ambientais.

O conhecimento dos custos relacionados ao meio ambiente, bem como um

seu maior controle e racionalização, torna-se imprescindível para garantir a

sobrevivência e a competitividade da organização no mercado a qual está inserida,

importante também para a sociedade.

Conforme a ONU-Unctad (1998, apud SOUZA e RIBEIRO, 2004, p.59) os

custos ambientais são definidos como:

Gastos realizados, pagos ou não, para gerenciar, de forma responsável, os impactos ambientais das atividades da empresa, além de outros gastos direcionados para objetivos ambientais e exigidos pelo contexto operacional da companhia. Afirma ainda que os custos ambientais devem ser reconhecidos em confrontação às receitas do período em que são identificados.

Nesse contexto, os custos ambientais tornam-se fundamentais nas atividades

das organizações, possibilitando a avaliação dos riscos ambientais que a

organização dispõe, facilitando a avaliação pelos gestores e evidenciados pelos

usuários externos. Campos et al (1999 apud Pfitscher, 2004, p.43) reforçam essa

ideia:

Apoiando-se no fato de que o aumento das preocupações em relação às questões ambientais é parte integrante das mudanças do meio empresarial das últimas décadas, acredita-se que a identificação e avaliação dos chamados custos ambientais tornam-se imprescindíveis e bastante úteis.

Os custos ambientais podem ser classificados em custos diretos ou indiretos,

seguindo a classificação dos custos tradicionais. De acordo com Ferreira (2006 apud

SOUZA, 2011, p.31) custos diretos são “gastos cujos fatos geradores afetam o meio

ambiente e o impacto pode ser diretamente identificado a uma ação poluidora ou

recuperadora ocorrida numa área física sob a responsabilidade da entidade

contábil”. Já os custos indiretos “são aqueles cujos fatos geradores não afetam

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diretamente o meio ambiente, não sendo diretamente identificáveis a eventos e/ou

transações ambientais” (FERREIRA, 2006 apud SOUZA, 2011, p.31).

O sistema de custos é importante na formação e fixação do preço de venda

de produtos e serviços. Além disso, diante do exposto, avaliar os custos ambientais

implica melhoria na qualidade dos produtos ou serviços oferecidos em relação ao

meio ambiente, com vantagem competitiva no mercado.

As despesas ambientais referem-se aos gastos ambientais que a organização

tem na execução de suas atividades, não relacionados diretamente com a produção,

geralmente alocados e incorridos na área administrativa da organização.

Segundo Tinoco e Kraemer (2004) as despesas ambientais podem ser

classificadas como operacionais e não operacionais, sendo: as despesas

operacionais relacionadas à atividade fim da empresa e as não operacionais são

aquelas alheias a essa atividade, como as multas e sanções.

O autor ainda elenca alguns tipos de despesas de natureza ambiental:

[...] ocasionadas pela prevenção de contaminação relacionada com as atividades operacionais atuais; tratamento de resíduos e vertidos; tratamento de emissões; descontaminação; restauração; materiais auxiliares e manutenção de serviços; depreciação de equipamentos; exaustões ambientais; pessoal envolvido na produção; gestão do meio ambiente; investigação e desenvolvimento; desenvolvimento de tecnologias mais limpas; auditoria ambiental.

As atividades não relacionadas diretamente à produção, como o setor de

compras, recursos humanos, financeiro, almoxarifado, entre outros, são de extrema

importância nas atividades da organização, sendo seus de grande valia à proteção e

controle ambiental.

3.3.5 Receitas ambientais

A adoção de uma gestão ambiental nas organizações não tem como objetivo

principal a geração de receitas, mas nada impede que a organização obtenha

proveito econômico desses processos. Nesse contexto, Tinoco e Kraemer (2004)

expõem que as receitas ambientais decorrem de diversos fatores na empresa,

sendo eles:

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A prestação de serviços especializados em gestão ambiental, a venda de produtos elaborados de sobras de insumos com o processo produtivo, venda de produtos reciclados, receita de aproveitamento de gases e calor, redução de consumo de matérias-primas, de energia e de água, melhor gestão de resíduos, além da decorrência do aumento das vendas de seus produtos/serviços perante a melhoria da imagem pelos consumidores.

Verifica-se que as receitas ambientais podem decorrer resultantes de

melhorias nas organizações.

A gestão empresarial voltada a práticas de preservação do meio ambiente

que o cerca tem como consequência o aumento de suas receitas, principalmente

pelo fato da empresa ser mais bem vista socialmente, preocupação relevante na

atualidade. Sendo assim, os consumidores optam por produtos ou serviços

provenientes de empresas socialmente responsáveis, o que as garantem no

mercado competitivo, com aumento de suas receitas.

De acordo com Souza (2001, p.19), implantar um sistema de gestão

ambiental não tem como objetivo imediato a geração de receita, mas sim,

desenvolver uma política responsável acerca dos problemas ambientais, o que não

impede que a organização detenha algum benefício econômico oriundo do processo.

Dessa forma, mesmo sabendo que a implantação de uma política de gestão

ambiental nas organizações não tenha como objetivo principal a geração de receita,

não significa que a organização não possa ter benefícios econômicos com a mesma,

alavancando sua situação financeira.

Nesse contexto Tinoco e Kraemer (2004), discorrem sobre a vantagem de

uma organização investir no meio ambiente:

Empresas que investem em meio ambiente provocam melhorias em seu desempenho econômico, financeiro, ambiental e social, incentivando o incremento da produtividade dos recursos utilizados em seu processo produtivo, que poupadores de recursos podem ser, por analogia, considerados receitas, além de contribuírem para a redução de impactos ambientais.

O retorno desse processo é oriundo da melhoria da visão dos clientes em

relação às práticas ambientalmente sustentáveis adotadas pela organização, onde

os consumidores optam na aquisição de seus produtos ou serviços.

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3.3.6 Balanço socioambiental

O balanço socioambiental permite elucidar todas as ações e processos de

cunho social e ambiental de uma organização, divulgando informações desse

caráter aos entes públicos, aos parceiros e a todos os interessados da sociedade

como um todo. Torna-se evidente a importância dessa publicação, visto detalhar a

transparência dos processos relativos à questão ambiental e social, atualmente de

extrema relevância para o mundo.

Tem como principal objetivo, de acordo com Antunes (2000, p.7), o seguinte:

[...] tornar público, para fins de avaliação de desempenho toda e qualquer atitude das entidades, com ou sem finalidade lucrativa, mensuráveis em moeda, que a qualquer tempo possam influenciar ou vir a influenciar o meio ambiente, assegurando que custos, ativos e passivos ambientais sejam reconhecidos a partir do momento de sua identificação, em consonância

com os Princípios Fundamentais da Contabilidade.

Por gerar transparência dos negócios da organização, a publicação desse

balanço melhora sua imagem perante a sociedade e permite calcular as reduções

dos gastos referentes ao desperdício de recursos como água e energia. Além disso,

“identifica e aloca os custos corretamente, faz-se cumprir leis e normas ambientais,

reduzir multas e penalidades geradas pela poluição” (MAY, 2011, p.24).

Diante dessa temática, a Resolução do CFC nº 1.003 de 2004 aprovou a NBC

T 15 (Normas Brasileira de Contabilidade), onde dispõe sobre informações de

natureza social e ambiental. Essa norma estabelece procedimentos para

evidenciação de informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de

demonstrar à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade.

Ainda em relação à NBC T 15, esta elucida que as informações relativas com

o meio ambiente devem conter:

Investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para a melhoria do meio ambiente; investimentos e gastos com a preservação e/ou recuperação de ambientes degradados; investimentos e gastos com a educação ambiental para empregados, terceirizados, autônomos e administradores da entidade; investimentos e gastos com educação ambiental para a comunidade; investimentos e gastos com outros projetos ambientais; quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos contra a entidade; valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambiental, determinadas administrativa e/ou judicialmente; passivos e contingências ambientais.

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De forma geral, no balanço socioambiental, a organização pode constituir-se

de uma série de informações que demonstrem o quão responsável é, gerando

benefícios e qualidade de vida a grande parte da sociedade, o que implica estreitar

os vínculos com a sociedade, a organização e o meio ambiente.

3.3.7 Notas explicativas ambientais

As notas explicativas integram as demonstrações contábeis, sendo relevantes

e complementares, visando divulgar informações para esclarecer a situação

patrimonial e o resultado do exercício da organização.

As informações contidas nas notas explicativas devem ter relevância e

complementar aquelas que estejam nas demonstrações contábeis, corroborando

para a evidenciação clara e adequada.

As notas explicativas, além de esclarecer informações de cunho monetário

das variações que ocorrem nas principais contas, podem esclarecer informações

ambientais, qualitativa e quantitativamente, como descrito por Braga (2007 apud

SOUZA, 2011, p. 38):

Medidas preventivas utilizadas para redução ou eliminação de impactos ambientais; capacitação e orientação profissional interna visando a qualidade da gestão ambiental na empresa; certificação de normas ambientais; obtenção de selos específicos de qualidade ambiental; informações qualitativas e quantitativas não monetárias sobre impactos ambientais causados pela entidade; passivos ambientais, entre outros.

Essas informações contidas nas notas explicativas contribuem para uma

melhor compreensão da responsabilidade socioambiental da empresa, avaliando os

benefícios que a mesma contribui para a sociedade.

3.4 CONTABILIDADE AMBIENTAL NOS CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

O Conselho Nacional de Educação (CNE) é um órgão que integra o Ministério

da Educação (MEC), atuante na formulação e avaliação da política nacional de

educação. O CNE normatiza as diretrizes curriculares nacionais, onde dispõe sobre

o perfil do formando no curso de Ciências Contábeis, descrito abaixo.

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De acordo com o CNE (2004), o curso de Ciências Contábeis deve contribuir para que o profissional seja capacitado a compreender questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras em âmbito nacional e internacional nos diferentes modelos de organização, assegurando o pleno domínio das responsabilidades funcionais envolvendo apurações, auditorias, perícias, arbitragens, domínio atuarial e de quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, com a plena utilização de inovações tecnológicas, revelando capacidade crítica-analítica para avaliar as implicações organizacionais com o advento da tecnologia da informação. Propõe que as Diretrizes Curriculares para o curso de graduação em Ciências Contábeis deve refletir uma dinâmica que atenda aos diferentes perfis de desempenho a cada momento exigidos pela sociedade, nessa “heterogeneidade das mudanças sociais” sempre acompanhadas de novas e mais sofisticadas tecnologias, formando profissionais adaptáveis e com suficiente autonomia intelectual e de conhecimento para que se ajuste às necessidades emergentes.

Fica evidente que os cursos de contabilidade não devem se ater apenas ao

ensino das demonstrações econômicas e financeiras tradicionais, mas, proporcionar

a formação de contadores com visão sistêmica, voltados ao cenário atual. Saindo do

contexto tradicionalista da contabilidade, evidencia-se então, a importância da

disciplina de contabilidade ambiental nos cursos superiores.

A Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC) dispõe de proposta que busca

padronizar nacionalmente o currículo dos cursos de Ciências Contábeis. De acordo

com a FBC (2009), o curso é dividido em conteúdos distintos, especificados em

conteúdo de formação básica; conteúdo de formação profissional; conteúdo de

formação teórico e prática e conteúdo de disciplinas optativas.

No conteúdo de formação profissional, tem-se a disciplina titulada de

Responsabilidade Social, com a ementa descrita da seguinte forma:

Responsabilidade Social; Responsabilidade Ambiental; Projetos Sociais; Marketing

Social; Empreendedorismo Social; Noções de Contabilidade Social; Balanço Social;

Modelos de Balanço Social; Legislação Aplicável.

A disciplina Responsabilidade Social possui como objetivo compreender a

responsabilidade social e ambiental nas organizações, destacando o balanço social

como instrumento de gestão capaz de demonstrar o grau de comprometimento das

organizações com projetos e ações sociais (FBC, 2009). Diante disso, a

Contabilidade Ambiental enquadra-se nessa disciplina, onde se busca uma eficiente

gestão ambiental, evidenciando o meio ambiente como oportunidades de negócio.

Segundo Calixto (2006), “há uma dificuldade da inserção dessa disciplina na

matriz curricular, evidenciada pelo pouco interesse das instituições e professores em

ensinar acerca do tema”. Sendo assim, a tarefa de incluir essa disciplina na matriz

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curricular é uma tarefa morosa, porém, não menos importante, visto ser de grande

aplicabilidade nas organizações, o que ressalta sua importância.

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52

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados da presente pesquisa, bem

como as análises e interpretações do questionário aplicado (apêndice C), a fim de

conhecer o perfil dos acadêmicos, bem como sua percepção e conhecimento acerca

da contabilidade ambiental.

Inicialmente será realizada a caracterização das IES nas quais foram

aplicados os questionários para concretização dos objetivos almejados.

Em seguida, será evidenciado o perfil dos acadêmicos estudados e os

resultados oriundos da investigação do conhecimento da contabilidade ambiental.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

A pesquisa ocorreu com os acadêmicos do curso de Ciências Contábeis

devidamente matriculados no semestre 2013/1 das IES públicas da grande

Florianópolis, UFSC e USJ. Estas serão caracterizadas a seguir.

4.1.1 Centro Universitário Municipal de São José – USJ

O Centro Universitário Municipal de São José (USJ) foi criado por meio da Lei

municipal nº 4.279 de 26 de abril de 2005, constituído com base na Lei 9.384/96, Lei

Complementar Estadual nº. 170/98 e Resolução 001/2001/CEE/SC. Tem como

mantenedora a Fundação Educacional de São José (FUNDESJ), vinculada à

Prefeitura Municipal de São José (PMSJ), regendo-se pela legislação que lhe for

aplicável e pelo presente Regimento Geral (REGIMENTO GERAL DO USJ, 2013).

Segundo o Art. 6º do Regimento Geral do USJ, o USJ “tem por objetivo

ministrar o ensino de graduação, de pós-graduação, de formação de tecnólogos e

técnicos, promover cursos de extensão universitária, de atualização e desenvolver

pesquisas, visando o desenvolvimento regional sustentável”.

Já o Art. 7º discorre sobre as finalidades do USJ, sendo estas:

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I – Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II – Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento do Município, do Estado e do País e colaborar na sua formação contínua; III – Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência, da tecnologia, da criação e difusão da cultura e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive, promovendo a compreensão do homem em sua totalidade e do meio ao qual está inserido; IV – Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber por meio do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V – Promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. VI - Ministrar o ensino de graduação, de pós-graduação e de formação de tecnólogos. VII – Desenvolver cursos de atualização e aperfeiçoamento objetivando renovar os conhecimentos adquiridos nos Cursos de Graduação e Pós-Graduação na linha da educação permanente, podendo ser abertos a estudantes e graduados. Art. 8º - A USJ goza de autonomia didática, pedagógica, científica, administrativa e disciplinar na forma da lei, garantida a gratuidade do ensino nos cursos regulares de graduação. § 1º - A autonomia didática- pedagógica -científica consiste na faculdade de: I - estabelecer sua política de ensino, pesquisa, atualização e extensão; II - criar, organizar, modificar e extinguir cursos, observadas a legislação, a orientação governamental e as exigências do meio social, econômico e cultural; III - organizar os currículos plenos de seus cursos, obedecidas as determinações do Conselho de Educação competente; IV - estabelecer seu regime escolar e didático-pedagógico- científico; V - conferir graus, diplomas, títulos e outras dignidades universitárias. § 2º - A autonomia administrativa consiste na faculdade de: I - propor a reforma deste Regimento Geral; § 3º - A autonomia disciplinar consiste na faculdade de: I. Aplicação das penas disciplinares, conforme disposto neste Regimento Geral.

Como missão, o USJ tem “produzir e sistematizar conhecimento científico,

filosófico, cultural, artístico e tecnológico e difundi-lo para toda a comunidade na

formação crítica e ética do ser humano, atuando na sua inserção profissional,

contribuindo para a sustentabilidade local e global, privilegiando a tecnologia e a

inovação com formação e informação de vanguarda”. (USJ, 2013)

Sua visão é “ser reconhecida como instituição de excelência na qualidade de

ensino, no desenvolvimento e na difusão de pesquisas e na gestão inovadora de

projetos sociais e culturais” (USJ, 2013). Dentro desse contexto, sabe-se que o USJ

obteve nota máxima na avaliação do Ministério da Educação (MEC) no ano de 2011,

estando classificado entre as vinte e cinco melhores instituições de ensino superior

do Brasil.

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54

O USJ está localizado no município de São José, região da grande

Florianópolis, disponibilizando quatro cursos de graduação: Administração, Ciências

Contábeis, Ciências da Religião e Pedagogia, sendo todos no período noturno. No

semestre de 2013/1 encontram-se matriculados 351 alunos no curso de Ciências

Contábeis.

O curso de Ciências Contábeis tem duração de quatro anos, sendo sua

organização curricular distribuída em três núcleos: núcleo de formação básica,

núcleo de formação profissional, e núcleo de formação teórico-prático, conforme

disposto no planejamento pedagógico2 do curso.

4.1.2 Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi fundada em 18 de

dezembro de 1960 por meio da Lei nº 3.849 de 1960.

De acordo com o Art. 3º do Estatuto da UFSC de 2008, a IES tem como

finalidade:

[...] produzir, sistematizar e socializar o saber filosófico, científico, artístico e tecnológico, ampliando e aprofundando a formação do ser humano para o exercício profissional, a reflexão crítica, a solidariedade nacional e internacional, na perspectiva da construção de uma sociedade justa e democrática e na defesa da qualidade da vida.

O Art. 4º dispõe sobre a finalidade do curso superior, sendo:

I. estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II. formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira e colaborar na sua formação continua; III. incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV. promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber mediante o ensino, publicações ou outras formas de comunicação; V. estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VI. promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.

2 Documento interno do USJ – disponibilizado pela coordenação do curso de Ciências Contábeis do USJ.

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A UFSC tem como missão “produzir, sistematizar e socializar o saber

filosófico, científico, artístico e tecnológico, ampliando e aprofundando a formação do

ser humano para o exercício profissional, a reflexão crítica, solidariedade nacional e

internacional, na perspectiva da construção de uma sociedade justa e democrática”

(REGIMENTO INTERNO DA UFSC, 2013).

A UFSC é a pioneira no curso de Ciências Contábeis em Santa Catarina,

sendo classificado como um dos melhores do país, segundo avaliação da Revista do

Estudante, sendo reconhecida como uma das melhores universidades do país.

A IES oferece 180 vagas no curso de Ciências Contábeis por ano, distribuídas

nos períodos diurno e noturno, tendo 45 ingressos a cada semestre nos diferentes

períodos. A duração do curso varia de acordo com o período: no período noturno

tem duração de quatro anos e meio, enquanto durante o dia dura quatro anos. Isso

se deve devido a distribuição das disciplinas, sendo que durante o dia a carga

horária semanal é mais extensa.

A UFSC está localizada na cidade de Florianópolis, com mais três campi

situados nas cidades de Araranguá, Curitibanos e Joinville.

4.2 RESULTADO DO QUESTIONÁRIO APLICADO COM OS ACADÊMICOS

Será apresentada a tabulação resultante da aplicação do questionário por

meio de gráficos, analisando o perfil dos acadêmicos, bem como suas relações com

o tema em estudo, para assim, atingir os objetivos definidos.

Para um melhor entendimento, definiu-se as cores das barras dos gráficos de

forma que se considerou para os acadêmicos do USJ a cor vermelha e para os

acadêmicos da UFSC a cor azul. Quando demonstrou-se ambas IES em conjunto, a

cor escolhida foi a cinza.

4.2.1 Perfil dos acadêmicos

Com o intuito de atingir os objetivos traçados no início desse estudo,

investigou-se o perfil dos acadêmicos das IES públicas da grande Florianópolis,

caracterizando-os, dispostos no decorrer.

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56

Os acadêmicos respondentes desta pesquisa são estudantes do USJ e da

UFSC, provenientes da 1ª à 9ª fases. No USJ o curso é oferecido somente no

período noturno, enquanto na UFSC o curso é oferecido nos períodos diurno e

noturno. Sabe-se que no USJ e na UFSC período diurno o curso tem duração de 8

fases, enquanto na UFSC período noturno, o curso é composto por 9 fases.

Tem-se uma população de 1.154 acadêmicos, devidamente matriculados no

semestre 2013/1 das IES em estudo, sendo que deste total, 466 acadêmicos

responderam à pesquisa aplicada, caracterizando a amostra desse estudo.

A distribuição dos acadêmicos entre as IES investigadas encontram-se

disponíveis no gráfico 1.

Desses acadêmicos, investigou-se o período em que os mesmos estão

matriculados, sendo que em sua maioria encontram-se no período noturno,

conforme pode ser visualizado no gráfico 2.

Gráfico 1: Distribuição dos acadêmicos no USJ e na UFSC

Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA® com base no questionário

aplicado

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57

82%

18%

Noturno Diurno0

50

100

150

200

250

300

350

400

Aca

mic

os

82%

18%

A distribuição dos alunos de Ciências Contábeis no USJ dá-se somente no

período noturno, visto a IES oferecer todos os cursos neste período. Já na UFSC,

tem-se o curso de Ciências Contábeis nos períodos diurno e noturno, sendo

demonstrado no gráfico 2.

Os acadêmicos que responderam aos questionários distribuem-se entre a 1ª e

a 9ª fase das IES analisadas. Neste estudo teve respondentes de todas as fases,

observando que a maior participação encontra-se entre os acadêmicos da 8ª fase,

como pode ser visualizado no gráfico 3.

É importante ressaltar que foi necessário enviar o questionário três vezes

para as diferentes fases nas IES, explicitando a necessidade dos acadêmicos

responderem para a conclusão da presente pesquisa, a fim de se atingir a amostra

mínima viável.

Gráfico 2: Período de estudo dos acadêmicos de ciências contábeis do USJ e da UFSC

Fonte: Elaborado pela autora no programa STATISTICA® com base no questionário

aplicado

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58

25%

10%

14%

12% 12%

7%8%

5%

7%

8ª 4ª 6ª 7ª 1ª 9ª 5ª 3ª 2ª0

20

40

60

80

100

120

140

Aca

mic

os

25%

10%

14%

12% 12%

7%8%

5%

7%

Foi questionada a atuação dos acadêmicos com contabilidade, sendo que

51% deles trabalham na área ou realizam estágio na mesma. Assim, questionou-se

para quem trabalha na área da contabilidade, se tem algum contato prático com

contabilidade ambiental. O resultado desse questionamento pode ser observado no

gráfico 4, onde se verifica que 44% dos acadêmicos que atuam com contabilidade

possuem contato na prática com contabilidade ambiental, o que fica explícito a

necessidade do conhecimento e estudo nas IES dessa área da contabilidade.

Gráfico 3: Disposição das fases dos acadêmicos de ciências contábeis do USJ e da UFSC

Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA® com base no questionário aplicado

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59

Num estudo realizado por Maciel et al (2008), concluiu-se que contadores da

grande Florianópolis não têm um conhecimento adequado ou o mínimo de

informações necessárias para atuação com contabilidade ambiental, ficando

evidente uma maior ênfase nesse assunto no meio acadêmico, a fim de preparar os

futuros profissionais para o mercado de trabalho. Isso decorre que mesmo não tendo

base o suficiente a respeito do tema, os profissionais acabam atuando com

contabilidade ambiental, devido às necessidades e exigências do mercado atual, o

que implica necessidade de uma qualificação profissional que abranja esse tema.

A qualificação profissional desse estudo será abordada no próximo item, por

meio da análise dos resultados.

56%

44%

Não Sim0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

260

280A

ca

mic

os

56%

44%

Gráfico 4: Atuação dos acadêmicos do USJ e da UFSC na prática com contabilidade ambiental

Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA® com base no questionário aplicado

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60

4.2.2 Qualificação dos acadêmicos

A qualificação profissional é um fator importante para a colocação e sucesso

do acadêmico no mercado de trabalho, sendo este cada vez mais exigente. Diante

desse contexto, foram investigados alguns fatores que culminam para uma

qualificação acerca do tema em questão, sendo eles: ter cursado alguma disciplina

de contabilidade ambiental ou correlata; participação em algum evento que

contemplasse o tema em estudo; leitura de algum material por escrito a respeito do

assunto em questão.

Inicialmente foi investigada a oferta da disciplina de contabilidade ambiental

ou alguma disciplina correlata nas IES em estudo, obtendo o resultado apresentado

no gráfico 5.

82%

18%

Não Sim0

50

100

150

200

250

300

350

400

Aca

mic

os

82%

18%

Gráfico 5: Oferta da disciplina contabilidade ambiental ou correlata no USJ e na UFSC

Fonte: Elaborado pela autora no programa STATISTICA® com base no questionário aplicado

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61

O gráfico 5 demonstra que a maioria dos acadêmicos de ambas as IES que

responderam à pesquisa não tiveram a disciplina de contabilidade ambiental ou

alguma disciplina que se relacione ao tema durante o curso. Observa-se que de

todos os entrevistados, 82% deles não cursaram a disciplina, cabendo ressaltar que

esse gráfico demonstra todos os entrevistados, de ambas as IES. Isso é um ponto

negativo, já que o mercado de trabalho, como mencionado anteriormente, explicita a

necessidade da participação do profissional nessa área.

Viu-se então, a necessidade de investigar em separado as IES, a fim de saber

a abrangência do tema na grade curricular de cada uma delas, tendo o resultado

apresentado nos gráficos 6 e 7.

Com a análise do gráfico 6, percebe-se que a minoria dos acadêmicos do

USJ que responderam ao questionário não tiveram a disciplina de contabilidade

ambiental ou correlata durante o curso. Isso pode ser confirmado por meio da

análise da matriz curricular do curso de Ciências Contábeis do USJ (anexo A), onde

92%

8%

Não Sim0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

Aca

mic

os

92%

8%

Gráfico 6: Oferta da disciplina contabilidade ambiental ou correlata no USJ Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA com base no questionário aplicado

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se verifica que não há a disciplina de contabilidade ambiental, nem o tema proposto

na ementa das outras disciplinas do curso, conforme demonstrado no planejamento

pedagógico do curso3. É importante ressaltar que nessa análise, estão inseridas

todas as fases dos cursos, desde a primeira até a última, o que pode indicar que

fases iniciais ainda terão a possibilidade de ter a disciplina no decorrer dos próximos

semestres.

Em relação à disciplina correlata, os acadêmicos do USJ não mencionaram o

título de nenhuma, embora afirmam que tenham cursado.

O gráfico 7 demonstra que na UFSC, assim como no USJ, a maioria dos

respondentes afirmam não ter cursado a disciplina de contabilidade ambiental ou

correlata, totalizando 72% dos entrevistados. Da mesma forma que no USJ, as fases

iniciais ainda poderão cursá-la ao no decorrer dos semestres.

3 Documento interno do USJ – disponibilizado pela coordenação do curso de Ciências Contábeis do USJ.

72%

28%

Não Sim0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

Aca

mic

os

72%

28%

Gráfico 7: Oferta da disciplina contabilidade ambiental ou correlata na UFSC Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA com base no questionário aplicado

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Aos respondentes da UFSC que afirmaram ter cursado alguma disciplina

correlata com contabilidade ambiental, perguntou-se o nome da disciplina e todos

responderam que tiveram o assunto na disciplina Contabilidade e Responsabilidade

Social . Na matriz curricular do curso de ciências contábeis da UFSC essa disciplina

é oferecida como optativa, ou seja, nem todos os acadêmicos têm a obrigação de

cursá-la (anexo B).

Ao analisar o plano de ensino da disciplina Contabilidade e Responsabilidade

Social, certifica-se que o assunto em questão é tratado na mesma. A ementa da

disciplina contém os seguintes assuntos: A Responsabilidade social e ambiental nas

organizações. Desenvolvimento sustentável e controladoria. Gerenciamento de

Aspectos e Impactos Ambientais (GAIA) e Sistema Contábil Gerencia Ambiental

(SICOGEA). Contabilidade, Benchmarking e Políticas Ambientais. Demonstrações

de casos reais (anexo C).

De acordo com o plano de ensino, a disciplina Contabilidade e

Responsabilidade Social oferecida na UFSC tem como objetivos apresentar noções

de Responsabilidade Social com aporte da contabilidade, especificamente quanto à

sustentabilidade ambiental e ao Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais

na perspectiva de análise, bem como conhecer as formas de gestão nas empresas.

O resultado do presente estudo vem ao encontro de outros, sendo: em estudo

realizado por Maciel et al (2009), da amostra analisada (contadores do estado de

Pernambuco), 83% deles não cursaram a disciplina de contabilidade ambiental ou

correlata, onde evidencia que somente egressos de IES privadas tiveram a

disciplina. Martendal (2011), por meio de seu estudo, demonstrou que 95,24% dos

contadores da grande Florianópolis entrevistados também não cursaram a disciplina.

Questionou-se a participação em eventos que abordasse o tema

contabilidade ambiental e foi verificado que 91% dos acadêmicos (considerando USJ

e UFSC juntamente) não participaram de nenhum congresso, palestra ou seminário,

como pode ser visto no gráfico 8.

Ainda em relação ao gráfico 8, pode-se ressaltar que a pouca participação em

eventos é um fator negativo para a formação dos mesmos, visto que os eventos

científicos “constituem-se como fonte essencial na busca e apreensão de novos

conhecimentos, com finalidade de reunir profissionais e estudantes de uma

determinada especialidade para a troca e transmissão de informações de interesse

comum aos participantes” (LACERDA et al, 2008).

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64

No estudo realizado por Maciel et al (2009), os resultados foram ao encontro

do presente estudo, onde apenas 12% dos entrevistados dizem ter participado de

algum evento na área. Martendal (2011) aponta que 40,48% participaram de

eventos, um número mais expressivo quando comparado ao estudo atual.

Os eventos que disponibilizaram palestras sobre o tema em estudo,

frequentados pelos acadêmicos, foram: ENECIC (Encontro Nacional de Estudantes

de Ciências Contábeis); ECECON (Encontro Catarinense de Estudantes de Ciências

Contábeis); Congresso de Controladoria e Finanças; ENGEMA (Encontro Nacional

sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente); Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado no USJ.

Investigou-se a leitura sobre o tema em estudo, por meio de materiais

impressos (livros, revistas, artigos ou outras publicações) e concluiu-se que mais da

metade dos entrevistados de ambas IES, 55%, tiveram contato com esses materiais,

conforme demonstrado no gráfico 9. É importante ressaltar que a leitura contribui

91%

9%

Não Sim0

50

100

150

200

250

300

350

400

450A

ca

mic

os

91%

9%

Gráfico 8: Participação dos acadêmicos do USJ e UFSC em eventos sobre contabilidade ambiental

Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA com base no questionário aplicado

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65

45%

55%

Não Sim0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

260

280

Aca

mic

os

45%

55%

para o autodesenvolvimento e para a análise crítica de cada um, devendo ser uma

tarefa contínua e habitual na formação do profissional.

Os acadêmicos foram questionados quanto à suficiência da literatura dirigida

sobre contabilidade ambiental, onde se verificou que os acadêmicos do USJ e da

UFSC acham insuficiente a literatura sobre contabilidade ambiental, totalizando 73%

dos entrevistados, conforme exposto no gráfico 10.

Gráfico 9: Leitura sobre contabilidade ambiental por meio de revistas, livros, artigos ou outras publicações – acadêmicos do USJ e da UFSC

Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA com base no questionário aplicado

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66

27%

73%

Sim Não0

50

100

150

200

250

300

350

400

Aca

mic

os

27%

73%

Investigou-se a abrangência da contabilidade ambiental, onde os resultados

tiveram respostas distintas quando comparadas as IES em estudo, conforme

demonstram os gráficos 11 e 12.

O gráfico 11 demonstra que 85% dos acadêmicos do USJ consideram

deficiente a abordagem da contabilidade ambiental na sua IES.

A deficiência na abrangência do tema em estudo pode ser ratificada pelo fato

de não haver a disciplina de contabilidade ambiental, bem como outra disciplina que

relacione esse tema na matriz curricular do curso de ciências contábeis do USJ

(anexo A).

Gráfico 10: Opinião da suficiência da literatura sobre o tema – acadêmicos do USJ e da UFSC

Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA® com base no questionário aplicado

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67

85%

15%

Sim Não0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

Aca

mic

os

85%

15%

Segundo Rameiro et al (2011), na faculdade de Belém, a maioria dos

discentes possui conhecimento sobre a existência da área pesquisada, entretanto, o

número de interessado em atuar é ínfimo. Assim, a inclusão dessa disciplina na

matriz curricular acaba não sendo realizada, onde os alunos informam ser deficiente

sua abrangência para sua formação acadêmica.

Ainda analisando a abrangência do tema nas IES, tem-se que na UFSC,

menos da metade dos respondentes, 44%, consideram deficiente a abordagem

desse tema no curso, podendo se visualizado no gráfico 12.

O fato da UFSC oferecer aos acadêmicos de ciências contábeis a disciplina

de Contabilidade e Responsabilidade Social, mesmo sendo na modalidade optativa,

implica no resultado obtido, onde menos da metade dos acadêmicos consideram

deficiente a abordagem desse tema (gráfico 12). Tal disciplina foca aspectos

relacionados à contabilidade ambiental, como: Relatórios e Balanços Sociais;

método GAIA – Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais e o SICOGEA –

Gráfico 11: Opinião dos acadêmicos do USJ sobre a deficiência na abrangência da contabilidade ambiental na IES que frequentam

Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA® com base no questionário aplicado

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68

44%

56%

Sim Não0

20

40

60

80

100

120

140

160

Aca

mic

os

44%

56%

Sistema Contábil Gerencial Ambiental e sua aplicabilidade junto às empresas;

Contabilidade, Benchmarking e Políticas Ambientais; casos reais de aplicação de

Sistema de Gestão Contábil Ambiental.

Em uma questão aberta, os acadêmicos de ambas as IES (USJ e UFSC)

deram sugestões para melhoria na matriz curricular dos cursos, onde as respostas

são mencionadas a seguir, em ordem decrescente: incluir a disciplina contabilidade

ambiental na matriz curricular; interdisciplinaridade; aumentar a discussão do tema

no ambiente acadêmico; o tema poderá ser incluído na disciplina tópicos especiais;

demonstrar como a contabilidade ambiental é mensurada na prática nas

organizações; dar exemplos de como são incluídas as contas e subcontas

ambientais nas demonstrações contábeis. Para os que não acham importante o

Gráfico 12: Opinião dos acadêmicos da UFSC sobre a deficiência da abrangência da contabilidade ambiental na IES que frequentam

Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA® com base no questionário aplicado

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69

85%

15%

Sim Não0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

Aca

mic

os

85%

15%

ensino do tema, verificou-se a seguinte resposta: não há deficiência na matriz

curricular, pois o tema é abordado em disciplina optativa, isso no caso da UFSC.

Após investigar o conhecimento e o processo de formação dos acadêmicos

das IES em estudo, foi pesquisado se esses consideram importante o ensino da

contabilidade ambiental na IES que frequentam. Como resultado, obteve-se que no

USJ, 85% dos respondentes consideram importante o assunto no processo de

formação acadêmica, podendo ser verificado no gráfico 13.

Assim como no USJ, os acadêmicos da UFSC, em sua maioria, consideram

importante o ensinamento da contabilidade ambiental, como demonstrado no gráfico

14.

Gráfico 13: Opinião dos acadêmicos do USJ sobre a importância do ensino da contabilidade ambiental

Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA® com base no questionário aplicado

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70

94%

6%

Sim Não0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

Aca

mic

os

94%

6%

Gráfico 14: Opinião dos acadêmicos da UFSC sobre a importância do ensino da contabilidade ambiental

Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA® com base no questionário aplicado

Por fim, procurou-se averiguar a percepção de cada acadêmico acerca do

tema em estudo, a fim de avaliar o grau de compreensão que cada acadêmico

possui do assunto.

Conforme exposto no gráfico 15, tem-se como resposta de que 71%

desconhecem totalmente o tema, 29% conhecem pouco sobre o tema e nenhum dos

acadêmicos conhece bastante do tema. É importante ressaltar que esse percentual

corresponde às duas IES em conjunto, o que implica que há necessidade de revisar

a matriz curricular, inserindo essa modalidade da contabilidade na mesma.

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71

29%

71%

Conheço pouco Desconheço totalmente0

50

100

150

200

250

300

350

Aca

mic

os

29%

71%

Gráfico 15: Opinião sobre o conhecimento do acadêmico sobre contabilidade ambiental nas IES: USJ e UFSC

Fonte: Elaborado pela autora através do programa STATISTICA com base no questionário aplicado

Diante da oferta da disciplina contabilidade ambiental, percebe-se que há

deficiência, onde se vê a necessidade da revisão da matriz curricular dos cursos de

ciências contábeis das IES investigadas. Tal revisão deve-se ao fato da

contabilidade ambiental ser um tema em evidencia atualmente, além de ter suas

peculiaridades que a diferem da contabilidade de outros setores, o que necessita

estar inserida no meio acadêmico.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo identificar o grau de conhecimento

sobre o tema contabilidade ambiental dos acadêmicos do USJ e da UFSC,

devidamente matriculados no semestre 2013/1. Para tanto, aplicou-se um

questionário disponível no Google docs, no período de 18 de março de 2013 à 17 de

maio de 2013, e então, obteve-se os dados necessários para a tabulação e análise

dos resultados.

Algumas questões foram avaliadas a fim de se compreender o grau de

conhecimento dos acadêmicos sobre a contabilidade ambiental, bem como a

necessidade de se estudar o tema.

Percebe-se que 44% dos acadêmicos pesquisados que trabalham com

contabilidade, utilizam da ferramenta contabilidade ambiental no seu dia a dia,

mesmo sem ter preparação durante a graduação em que estão cursando.

Quanto à oferta da disciplina nas IES estudadas, a UFSC possui uma

disciplina correlata, que aborda o assunto em questão. A disciplina está na matriz

curricular na modalidade de disciplina optativa, com o título de Contabilidade e

Responsabilidade Social. Por ser uma disciplina de caráter optativo, nem todos os

graduandos têm a obrigação de cursá-la, resultando que 72% dos entrevistados não

a cursaram. Já no USJ, 92% dos acadêmicos que participaram da pesquisa não

cursaram nenhuma disciplina correlata à contabilidade ambiental, o que pode ser

ratificado com a análise da matriz curricular que não apresenta essa disciplina ou

alguma outra relacionada.

A participação em eventos constitui uma fonte na busca e apreensão de

novos conhecimentos, permitindo a troca de informações, aprimoramento na

graduação e qualificação dos estudantes. Nesse contexto, foi investigada a

participação dos acadêmicos em eventos relacionados à contabilidade ambiental,

verificando-se que 91% dos entrevistados (considerando USJ e UFSC juntamente)

não participaram de nenhum evento que abordasse o tema.

A leitura de materiais a respeito da contabilidade ambiental também favorece

a qualificação do acadêmico, sendo que nesse estudo 55% dos entrevistados já

leram alguma publicação a respeito do tema. E do total dos acadêmicos

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73

entrevistados, 73% consideram insuficiente a literatura que trata sobre contabilidade

ambiental.

Investigou-se a abrangência da contabilidade ambiental nas IES em estudo,

onde se pode verificar que no USJ 85% dos acadêmicos consideram deficiente a

abrangência do tema em questão. Já na UFSC, menos da metade dos

entrevistados, 44%, definem como deficiente a abrangência do tema. Cabe ressaltar,

que no USJ não há nenhuma disciplina que aborde o tema em estudo, o que pode

ter favorecido a maioria dos entrevistados considerarem deficiente a abrangência do

assunto.

Os acadêmicos sugeriram melhorias para que houvesse uma maior

abrangência do tema nas IES, sendo as sugestões mais relevantes: inclusão da

disciplina contabilidade ambiental na matriz curricular; aumentar a discussão do

tema em sala de aula; demonstrar como a contabilidade ambiental é mensurada na

prática nas organizações.

Ressalta-se que os acadêmicos entrevistados consideram importante o

ensinamento da contabilidade ambiental, com resultados de 85% no USJ e de 94%

na UFSC.

Por fim, cabe demonstrar a percepção que cada entrevistado tem do assunto

em estudo, onde 71% dos entrevistados dizem desconhecer totalmente do assunto

em questão; 29% dizem ter pouco conhecimento e nenhum dos entrevistados diz

conhecer bastante sobre o tema.

Diante dos apontamentos, considera-se que o estudo demonstra que há

necessidade dos acadêmicos serem preparados durante a graduação para a

demanda do mercado de trabalho, onde atualmente, a gestão ambiental é estratégia

dentro das organizações a fim de sobreviver à competitividade. Diante dessa

demanda, ressalta-se que é interessante realizar uma reestruturação na matriz

curricular do curso de Ciências Contábeis das IES estudadas, inserindo o tema

como disciplina obrigatória ou por meio de outras disciplinas.

As principais limitações do estudo encontram-se no fato de trabalhar com

percepções de indivíduos, o que pode tornar subjetiva as respostas dadas. Como

fator limitante do estudo tem-se também, a disponibilidade dos acadêmicos em

responder às questões aplicadas, bem como a veracidade das respostas às

mesmas. Em relação à área da pesquisa, tem-se a limitação de abranger apenas a

região da grande Florianópolis e IES públicas.

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74

Recomenda-se para futuros estudos que seja considerada uma população

maior, abrangendo também as IES particulares, bem como IES de outras cidades.

Fica como sugestão, realizar uma proposta para atualização da matriz

curricular de IES públicas e privadas que possuam o curso de Ciências Contábeis de

regiões do estado de Santa Catarina.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A – Autorização para realização da pesquisa no USJ

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APÊNDICE B – Autorização para realização da pesquisa na UFSC

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APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO APLICADO COM OS ACADÊMICOS

Este questionário destina-se a auxiliar na elaboração de um trabalho de conclusão

de curso, referente ao conhecimento de acadêmicos acerca do tema contabilidade

ambiental.

1 – Em que Instituição de Ensino Superior pública da grande Florianópolis você

estuda?

( ) Centro Universitário Municipal de São José – USJ

( ) Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

2 – Qual período você estuda?

( ) Diurno

( ) Noturno

3 – Qual fase você está cursando?

( ) ___________________

4 – Você trabalha na área contábil?

( ) Sim

( ) Não

Obs.: Se sua resposta foi não, desconsidere a questão nº 5.

5 – Você tem contato com contabilidade ambiental na prática?

( ) Sim

( ) Não

6 – Cursou alguma disciplina de contabilidade ambiental ou correlata com o tema

inserido no conteúdo programático?

( ) Sim

( ) Não

( ) Se você respondeu sim, qual o nome da disciplina? _______________________

___________________________________________________________________

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7 – A Instituição de Ensino onde você cursa já disponibilizou alguma palestra,

seminário ou congresso na área de contabilidade ambiental?

( ) Sim

( ) Não

8 – Já participou de algum congresso, seminário, palestra ou estudo, em local que

não seja sua Instituição de Ensino Superior, sobre contabilidade ambiental?

( ) Sim

( ) Não

Obs.: Se sua resposta foi não, desconsidere a questão nº 10.

9 – Onde, quando e qual foi o evento que você participou?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

10 – Já leu ou teve conhecimento do tema contabilidade ambiental por meio de

revistas, livros, artigos?

( ) Sim

( ) Não

11 – Na sua opinião, a literatura dirigida sobre contabilidade ambiental é suficiente

para o entendimento do tema?

( ) Sim

( ) Não

12 – Você considera importante o ensinamento da contabilidade ambiental na

Instituição de Ensino Superior para a sua formação?

( ) Sim

( ) Não

13 – Você considera deficiente a abrangência da contabilidade ambiental pela sua

Instituição de Ensino Superior?

( ) Sim

( ) Não

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85

Obs.: Se sua resposta foi não, desconsidere a questão nº 14.

14 – Qual a sua sugestão para melhoria?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

15 – Na sua opinião, qual o seu grau de conhecimento sobre contabilidade

ambiental?

( ) Conheço bastante

( ) Conheço pouco

( ) Desconheço totalmente

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ANEXOS

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ANEXO A – MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DO

USJ

1ª FASE CRÉDITOS CARGA HORÁRIA

CONTABILIDADE I 4 72

FILOSOFIA E ETICA 2 36

INFORMÁTICA APLICADA 4 72

METODOS QUANTITATIVOS 4 72

METODOLOGIA CIENTÍFICA 2 36

TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO I 4 72

TOTAL 20 360

2ª FASE CRÉDITOS CARGA HORÁRIA

CONTABILIDADE II 4 72

INSTITUIÇÕES DE DIREITO 4 72

ESTATISTICA 4 72

SOCIOLOGIA 4 72

TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO II 4 72

TOTAL 20 360

3ª FASE CRÉDITOS CARGA HORÁRIA

CONTABILIDADE III 4 72

DIREITO EMPRESARIAL 4 72

ECONOMIA I 4 72

MATEMÁTICA FINANCEIRA 4 72

PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL 4 72

TOTAL 20 360

4ª FASE CRÉDITOS CARGA HORÁRIA

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 4 72

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

4 72

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS I

4 72

DIREITO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIÁRIO

4 72

ECONOMIA II 4 36

TOTAL 20 360

5ª FASE CRÉDITOS CARGA HORÁRIA

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTO

4 72

COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 4 72

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS II

4 72

DIREITO TRIBUTÁRIO 4 72

GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS 4 72

TOTAL 20 360

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6ª FASE CRÉDITOS CARGA HORÁRIA

CONTABILIDADE E PLANEJAMEN. TRIBUTÁRIO

4 72

CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL 4 72

ESTÁGIO I 4 72

SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL 4 72

TEORIA DA CONTABILIDADE 4 72

TOTAL 24 360

7ª FASE CRÉDITOS CARGA HORÁRIA

AUDITORIA 4 72

CONTROLADORIA 4 72

ESTÁGIO II 8 144

ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISIONAL 4 72

LABORATÓRIO CONTÁBIL I 4 72

TÓPICOS ESPECIAIS I 4 72

TOTAL 28 504

8ª FASE CRÉDITOS CARGA HORÁRIA

CONTABILIDADE AVANÇADA 4 72

CONTABILIDADE INTERNACIONAL 4 72

LABORATÓRIO CONTÁBIL II 4 72

ESTÁGIO III 8 144

PERICIA, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM 4 72

TÓPICOS ESPECIAIS II 4 72

TOTAL 28 504

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ANEXO B – MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA

UFSC

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ANEXO C – PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA CONTABILIDADE E

RESPONSABILIDADE SOCIAL – UFSC

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Campus Universitário - Trindade - Caixa Postal 476 CEP 88010-970 - Florianópolis - Santa Catarina

Centro Sócio Econômico Departamento de Ciências Contábeis – Programa de Pós-Graduação

em Contabilidade

CURSO DE GRADUAÇÃO CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Disciplina: CCN5247-CONTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Prof. Dra. Elisete Dahmer Pfitscher ([email protected]; [email protected]) Carga Horária: 72 h/a Modalidade presencial - Ano de 2013.

1 Ementa A Responsabilidade social e ambiental nas organizações. Desenvolvimento sustentável e controladoria. Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais (GAIA) e Sistema Contábil Gerencial Ambiental (SICOGEA). Contabilidade, Benchmarking e Políticas Ambientais. Demonstrações de casos reais.

2 Objetivos da Disciplina Apresentar noções de Responsabilidade Social com aporte da contabilidade,

especificamente quanto à sustentabilidade ambiental e ao Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais na perspectiva de análise, bem como conhecer as formas de gestão nas empresas.

3 Objetivos de Aprendizado para os Alunos Conceituar e evidenciar Responsabilidade Social, Relatórios e Balanços Sociais.

Apresentar o método GAIA-Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais e o SICOGEA-Sistema Contábil Gerencial Ambiental e sua aplicabilidade junto às empresas.

Explicar a Contabilidade; Benchmarking e Políticas Ambientais.

Apresentar a Demonstração do Valor adicionado (DVA).

Apresentar casos reais de aplicação de Sistema de Gestão Contábil Ambiental.

4 Conteúdo Programático Unidades constantes do livro da Disciplina, com a referência das páginas.

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UNIDADE 1 – A Responsabilidade social e ambiental nas organizações 1.1 Conceitos e características 1.2 Gestão com pessoas e tecnologias de gestão 1.3 Balanço social UNIDADE 2 – Desenvolvimento sustentável e controladoria 2.1 Enfoques do planejamento participativo e breve histórico de desenvolvimento sustentável 2.2 Teorias e conceito de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade 2.3 Indicadores de desempenho 2.4 Conceitos de gestão, controle e controladoria 2.5 Economia de comunhão UNIDADE 3 – Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais (GAIA) e Sistema Contábil Gerencial Ambiental (SICOGEA) 3.1 Conceitos e fases do método GAIA 3.2 Fases do método GAIA 3.3 Planejamento 5W2H 3.4 Proposta de modelo de gestão com avaliação dos efeitos ambientais integrando a contabilidade e controladoria ambiental 3.5 Etapas do SICOGEA UNIDADE 4 – Contabilidade, Benchmarking e políticas ambientais 4.1 Ativos e passivos ambientais 4.2 Receitas e custos ambientais 4.3 Novas estruturas das demonstrações contábeis 4.4 Benchmarking ambiental nas empresas e ecobusiness e a valorização ambiental 4.5 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) UNIDADE 5 – Demonstrações de casos reais 5.1 Aplicação do SICOGEA em um supermercado 5.2 Aplicação do SICOGEA em um hospital 5.3 Aplicação do SICOGEA em uma Secretaria Municipal de Saúde

5 Avaliação de Aprendizagem A conscientização em assegurar um bom ensino não depende somente do repasse de conhecimentos e sim da reciprocidade de informações obtidas com todo público acadêmico. Existe uma necessidade básica para o desenvolvimento do indivíduo em obter uma boa conduta, também nos bancos escolares, ter o poder de competir num mercado extremamente excludente. Com base nesta situação um plano de ensino pode evidenciar os trabalhos realizados junto ao corpo discente e obter uma visão globalizada para melhoria contínua do processo ensino – aprendizagem.

Existe uma problemática quanto aos assuntos abordados em cada disciplina no direcionamento das ementas, nos objetivos, metodologias e até mesmo nas

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referências, dentro de uma linha de atualização constante. Tudo isto mostra uma avaliação mais coerente não só do acadêmico, como daquele que ministra as aulas, quando houver reciprocidade das informações que poderão ser obtidas com os trabalhos de fixação de cada unidade. Nesta perspectiva, este plano de ensino apresenta uma forma de enquadrar o processo ensino –aprendizagem na seqüência dos conteúdos ministrados com a união da teoria com a prática, mostrando linhas seguidas dentro das empresas. A Tabela 1 mostra a forma de avaliação.

Tabela 1: Pontuação das Atividades

Ordem Descrição da atividade Pontuação- Pesos

a Provas presenciais e estudo de caso 70%

b Atividades de aprendizagem das unidades – trabalhos de fixação 30%

Total 100%

Quanto às atividades de aprendizagem das unidades estas estão dispostas no material on-line (Nemac), e deverão ser entregues quando do término de cada unidade conforme datas previstas no Erro! Fonte de referência não encontrada.. As provas

abrangerão todo o conteúdo do livro da disciplina até o capítulo ministrado, bem como as atividades e pesquisas recomendadas. Na realização das prova 1 e 2 (P1 e P2) serão considerados 30% do total da pontuação do peso de questões relacionadas às apresentações dos Trabalhos de Fixação (TF1 e Artigo Final).

Nesta disciplina são realizados 5 (cinco) trabalhos de fixação.

Verifica-se, desta forma, que os acadêmicos poderão dirimir suas eventuais dúvidas e divulgar o resultado de cada trabalho de fixação, após a unidade estudada com a professora da disciplina bem como a (o) representante do estágio a docência.

Assim pretende-se trabalhar o ensino e aprendizagem, unindo a teoria com a prática, numa forma recíproca de conhecimento entre o aluno e o professor. Tendo ainda a perspectiva de formar pesquisadores.

Um dos meios de verificação para a formação dos pesquisadores pode ser realizado através das pesquisas dos acadêmicos, e estas são fontes de informação suscetíveis de serem utilizadas para a avaliação. Poderão ser incluídas oportunamente como materiais publicados (contribuições científicas) e indicar novos acontecimentos, condições ou decisões necessárias para assegurar melhoria contínua do ensino.

Bibliografia Básica:

ALVAREZ, Jesús Lizcano. La apuesta estrategica de la gestion contable medio ambiental. Diário Cinco Días, 29 jun. 1995.

AZEVEDO, T. C. Balanço Social das Entidades: Elaboração, Padronização e Regulamentação. Material de apoio para o minicurso. In: V EBECIC, Vitória da Conquista, Bahia, maio 2006. (Artigo completo).

BARBIERI, José Carlos. CAJAZEIRA, Jorge Emanuel Reis. Responsabilidade Social Empresarial e Empresa Sustentável: Da teoria à prática. São Paulo: Saraiva: 2009.

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BEUREN, I. M. O papel da controladoria no processo de gestão. Controladoria – agregando valor para a empresa. São Paulo: Bookman Cia. Editora, divisão Artmed Editora S.A., 2002.

CASAROTTO FILHO, N.; PIRES, L. H. Redes de pequenas e médias em-presas e desenvolvimento local: estratégias para a conquista da competitividade global com base na experiência italiana. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

COLAUTO, Romoaldo Douglas. SANT’ANA, Luiz Ernesto. BEUREN, Ilse Maria. SANTOS, Neri dos. O benchmarking como suporte ao sistema de inteligência competitiva em pequenas empresas. Enfoque-Reflexão Contábil, Maringá, v. 23, n. 1, p. 5 – 15, jan/jun. 2004.

DALLABRIDA, V. R. Sustentabilidade e Endogenização como Princípios Balizadores do Desenvolvimento Regional: Análise da Estratégia de Desenvolvimento Proposta para a área da Bacia do rio Uruguai. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 1998.

DOSSING et al. Agrupamentos de responsabilidade corporativa: alavancando a responsabilidade corporativa para atingir benefícios competitivos nacionais. São Paulo: 232 Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, 2002.

FERREIRA, A. C. de S. Contabilidade ambiental in Controladoria: agregando valor para a empresa. São Paulo: Bookman Cia. Editora, divisão Art-med Editora S.A., 2002.

FLORES, M.; NASCIMENTO, J. Impactos ambientais e sustentabilidade da agricultura brasileira: Uma visão da pesquisa. Trabalho apresentado no Simpósio Internacional sobre Ecologia e Agricultura Sustentável nos Trópicos – Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, n. 3-6, fev. 1992.

GOUVEIA FILHO et al. Responsabilidade Social: Um Enfoque sobre o Balanço Social da.Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 18o Congresso Brasileiro de Contabilidade. Gramado: 18o Congresso Brasileiro de Contabilidade: 2008.

IBASE. Disponível em: <www.ibase.org.br>. Acesso em 28 fev. 2011.

INSTITUTO ETHOS. Guia para elaboração de balanço social e relatório de sustentabilidade. São Paulo. Disponível em: <http://www.ethos.org.br/_ Uniethos/Documents/ GuiaBalanco2007_PORTUGUES.pdf>. 2007.

LERÍPIO, A. de Á. GAIA – Um método de gerenciamento de aspectos e impactos ambientais. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.

LITLLE, P. Agropolos e Meio Ambiente: A dimensão conceitual. In: Agropolos, uma proposta metodológica. Brasília: Abipti, 1999

MACHADO FILHO, C. P. M. Responsabilidade Social e Governança: O Debate e as Implicações. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2006.

MARCHEZE, N. M. Benchmarking para cursos de nível superior: Uma aplicação no curso de química industrial da Univille – Santa Catarina. 2004. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

MARION, J. C. Contabilidade e Controladoria em Agribusiness. São Paulo: Atlas, 1996.

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MEDEIROS, J. X. Inserção de políticas publicas no processo de desenvolvimento regional e do agronegócio. In: Agropolos, uma proposta metodológica. Brasília: Abipti, 1999.

MIRANDA, L. C.; SILVA, J. D. G. da. Medidas de desempenho. In: Controladoria – agregando valor para a empresa. São Paulo: Bookman Cia. Editora, divisão Artmed Editora S.A., 2002.

NAKAO, Silvio Hiroshi; VELLANI, Cássio Luiz. Investimentos ambientais e redução de custos. In: CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CONTABILIDADE, 3. Anais... São Paulo, 2003.

NEMAC. Disponível em: <www.nemac.ufsc.br>. Acesso em 28 fev. 2011.

OLIVO, C. J. Sustentabilidade de condomínios rurais formados por pequenos agricultores familiares: Análise e proposta de modelo de gestão. 2000. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.

PAIVA, R. P. de. Contabilidade Ambiental. São Paulo: Atlas, 2003.

PFITSCHER, E. D. Gestão e sustentabilidade através da contabilidade e controladoria ambiental: estudo de caso na cadeia produtiva de arroz ecológico. 2004. 252 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Curso de Pós-graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

PFITSCHER, E. D. Novas tendências de sustentabilidade das pequenas propriedades rurais com a Agricultura Biodinâmica. 151 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2001.

PIMENTEL, Alessandra. O método da análise documental: seu uso numa pesquisa historiográfica. Departamento de Psicologia Social e Institucional da Universidade Estadual de Londrina – PR . Londrina, 2001

PORTER, Michael. The competitive advantage of nations. Oxford: Oxford University Press, 1990.

QUARTANA, P. A. Economia de Comunhão do pensamento de Chiara Lubich. In: Economia de Comunhão: propostas e refexões para uma cultura da partilha, a cultura do dar. São Paulo: Cidade Nova, 1992. 207p. cap. 1, p. 11-22.

QUARTANA, P. Economia de Comunhão. São Paulo: Cidade Nova, 1992.

QUARTANA, P. et al. Economia de Comunhão. Trad. por Maria de Almeida e João Batista Florentino. São Paulo: Cidade Nova, 1992.

RAUPP, E. H. Desenvolvimento sustentável: a contabilidade num contexto de responsabilidade social de cidadania e de meio ambiente. Revista de Contabilidade, São Paulo, 2002.

RAUPP, Fabiano Maury; BEUREN, Ilse Maria; LONGARY, André Andrade; SOUZA, Marco Aurélio Batista de; COLAUTO, Romoaldo Douglas; PORTON, Rosimere Alves de Bona. Como Elaborar Trabalhos de Monografias em Contabilidade. In: BEUREN, Ilse Maria. (ORG.). Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências Sociais: Raupp e Beuren. São Paulo: Atlas, 2003. (Cap. 3, p. 80 - 83).

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RIBEIRO, Maisa de Souza. Custeio das atividades de natureza ambiental. 1998. 241 f. Tese (Doutorado em Contabilidade) – FEA/USP, 1998.

SORGI, T. A cultura do dar. In: Economia de Comunhão: projeto, reflexões e propostas para uma cultura da partilha. 2. ed. São Paulo: Cidade nova, 1998.

SORGI, T.; GUI, B.; FERRUCCI, A. Economia de Comunhão: Projeto; reflexões e propostas para uma cultura da partilha. Trad. por José Maria de Almeida, João Batista Florentino e Rui Costa. 2. ed. Vargem Grande Paulista: Cidade Nova,1998.

SOUZA, M. F. Contabilidade Ambiental: Um estudo sobre sua importância e aplicabilidade em empresas brasileiras. Trabalho de iniciação científica, apresentado pelo Grupo de Estudos e pesquisas em contabilidade. Campinas: Pontifícia Universidade Católica, 2001.

TACHIZAWA, T. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Corporativa: Estratégias de Negócios Focadas na Realidade Brasileira. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2004.

THOMPSON JR., A. A.; STRICKLAND, A. J. Planejamento estratégico: elaboração, implementação e execução. São Paulo: Pioneira, 2000.

TINOCO, J. E. P. Balanço Social: uma abordagem da transparência e da responsabilidade pública das organizações. São Paulo: Atlas, 2001.

TINOCO, J. E. P.; KRAEMER, M. E. P. Contabilidade e Gestão Ambiental. São Paulo: Atlas, 2004.

VIEIRA, P. M. Caracterização básica dos agropolos. In: Agropolos, uma proposta metodológica. Brasília: Abipti, 1999.

VIEIRA, P. M.; ROSA, D. S.; PEREIRA, J. R. Enfoque de Planejamento Participativo. In: Agropolos, uma proposta metodológica. Brasília: Abipti, 1999.

_______________________________ Prof. Dra. Elisete Dahmer Pfitscher