monografia karina

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 “Nosso trabalho é constituído de duas partes. Na primeira parte, desejamos analisar a representação da melancolia em três contos de Lygia Fagundes Telles, são eles: Apenas um saxofone (AS), Verde lagarto amarelo (VLA) e O moço do saxofone (MS), todos escritos em 1969 e enfeixados no livro Antes do baile Verde publicado em 1970. Na segunda parte, discutimos alguns caminhos teóricos e metodológicos que podem conduzir à abordagem estético-humana da literatura na escola e sistematizamos essa perspectiva de ensino a a partir de algumas indicações para o trabalho como o conto Verde lagarto amarelo.” (p. 09)

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“Nosso trabalho é constituído de duas partes.

Na primeira parte, desejamos analisar arepresentação da melancolia em três contos de

Lygia Fagundes Telles, são eles: Apenas umsaxofone (AS), Verde lagarto amarelo (VLA)e O moço do saxofone (MS), todos escritos

em 1969 e enfeixados no livro Antes do baileVerde publicado em 1970. Na segunda parte,

discutimos alguns caminhos teóricos emetodológicos que podem conduzir à

abordagem estético-humana da literatura naescola e sistematizamos essa perspectiva deensino a a partir de algumas indicações para otrabalho como o conto Verde lagarto amarelo.”

(p. 09)

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“[...] é importante questionarmos que relações

os personagens estabelecem com osespaços, consigo mesmos e com os outros;

que atmosferas ou que tons efetivos

recobrem a linguagem e impregnam oslugares e os personagens; e que relação osprotagonistas têm com o tempo [...] O foco de

nossa investigação é o espaço melancólico.Este é compreendido como um lugar deinstabilidade e de perdas. (p. 10)” 

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“Entretanto, a nossa hipótese é de que a

identificação com o melancólico não se realiza semlutas ou sem formas de resistência ainda quetímidas ou incompreensíveis ao sentido comum. Noconto O moço do saxofone, por exemplo, o ato de

tocar é, para o homem traído, um modo deresistência, uma maneira de viver dignamente. Onarrador-personagem do conto não compreende

essa atitude, julgando-a como passividade. Oespaço de resistência, assim como qualquer outro,

não se afigura igual para todos.” (p. 12) 

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Nessa perspectiva, o trabalho pleno com

a literatura na escola parece exigir aintegração de duas atividades que,durante um bom tempo, não foram

pensadas conjuntamente: a crítica e oensino. Monteiro (1961) atribui a critica a

função de explicitar os fios que une aobra ao presente e ao seu contexto

histórico. (p. 15)

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A contribuição teórica para a formulaçãode nossa proposta engloba atitudes

apontadas pelo círculo hermenêutico 8 etambém pela estética da recepção 9.

Com a primeira, fomos alertados para a

importância do movimento dialético naapreciação literária. Com a segunda,despertamos para a necessidade deconsiderar os saberes e a história de

vida dos alunos na construção da leiturana sala de aula. (p. 16)

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“A primeira parte do nosso trabalho é composta de

cinco itens. No primeiro, comentamos, maisapropriadamente, os nossos objetivos e as questões

que procuramos discutir. Também apresentamosalgumas idéias sobre a melancolia e a identidade,sobre o espaço e o tempo, temas estes que nosajudaram, sobremaneira, no entendimento e na

resolução dos problemas que enfrentamos nesseestudo. Nos três itens subseqüentes,sistematizamos a leitura sobre os contos Apenasum saxofone, Verde lagarto amarelo e O moço

do saxofone. Por fim, apresentamos algumaspalavras finais sobre a leitura desses contos,

salientando as recorrências e as diferenças no quediz respeito à constituição da personagem

melancólica e à relação desta com os espaços.” 

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Se um lugar pode se definir comoidentitário, relacional e histórico, um

espaço que não pode se definir nemcomo identitário, nem como relacional,nem como histórico definirá um não-

lugar. A hipótese aqui defendida é a deque a supermodernidade é produtora denão-lugares, isto é, de espaços que não

são em si antropológicos e que,contrariamente à modernidadebaudelairiana, não integram os lugares

antigos [...]. (AUGÉ, 1994, p. 73). 

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A negação do desejo de ser outro possibilita aRodolfo lidar com Eduardo num tom arrogante e

cheio de brio. Dessa maneira, o narrador vive sob o

signo do impasse. Aliás, a inveja, do modo comoCarvalho (2003) a define, traduz bem essa relação

de crise:“A inveja é o mais dissimulado dos sentimentos

humanos, não só por ser o mais desprezível masporque se compõe, em essência, de um conflito

insolúvel entre a aversão a si mesmo e o anseio deauto valorização, de tal modo que a alma, dividida,fala para fora com a voz do orgulho e para dentrocom a do desprezo, não logrando jamais aquela

unidade de intenção de tom que evidencia a

sinceridade.”  

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As indicações aqui formuladas não são modelos decomo se ensina a literatura na escola. A forma

discursiva como articulamos as nossas sugestõesservem a uma atitude reflexiva, jamais à intençãoesquemática. Dessa maneira, sugerimos algunscaminhos para se trabalhar com a literatura, mas

tivemos a preocupação de discutir esses caminhos,argumentando a favor de sua validade teórica e

metodológica, a fim de que os professores, mais doque disporem de algumas alternativas de ensino,possam compreender essas alternativas, sabendo

de seus pressupostos teóricos e de seudesenvolvimento. (p. 116)