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1 CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL PLANO MUNICIPAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DO DIREITO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM CONSULTA PÚBLICA MAIO DE 2010

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1

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

PLANO MUNICIPAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DO DIREITO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM

CONSULTA PÚBLICA

MAIO DE 2010

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CRÉDITOS

A PREENCHER

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CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

NOMES DOS CONSELHEIROS GOVERNAMENTAIS E NÃO GOVERNAMENTAIS

A PREENCHER

CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

NOMES DOS CONSELHEIROS GOVERNAMENTAIS E NÃO GOVERNAMENTAIS

A PREENCHER

COMISSÃO INTERSETORIA DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL

NOMES

A PREENCHER

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LISTA DE SIGLAS

A PREENCHER

LISTA DE TABELAS

A PREENCHER

LISTA DE GRÁFICOS

A PREENCHER

SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS

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LISTA DE TABELAS

LISTA DE GRÁFICOS

APRESENTAÇÃO

1 CONTEXTO HISTÓRICO DE BETIM

2 MARCO LEGAL E CONCEITUAL

3 MARCO SITUACIONAL

4 DIRETRIZES

5 OBJETIVOS GERAIS

6 IMPLEMENTAÇÃO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

7 PLANO DE AÇÃO

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INTRODUÇÃO

TEXTO A SER INCLUIDO

1 CONTEXTO HISTÓRICO DE BETIM

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O município de Betim possui uma área geográfica de 346,8 Km² e um população aproximada de 415.098 pessoas, em 2007. De acordo com a contagem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. O município faz parte da região metropolitana de Belo Horizonte - RMBH, conforme a lei Complementar Nº14, de 8 de junho de 1973.

A Região Metropolitana de Belo Horizonte está situada em duas grandes sub-basias da Bacia do Rio São Francisco: do Rio das Velhas e do Rio Paraopeba, sendo que Betim fica inteiramente dentro da Bacia do Paraopeba, cujo principal afluente corta a sede do município1.De acordo com estudos sobre a bacia do rio Paraopeba, está dividido em três regiões: Alto Paraopeba, Médio Paraopeba e Baixo Paraopeba. Betim está localizado no Médio Paraopeba.

2Atualmente, Betim tem Oito Administrações Regionais: Centro, Alterosas, Vianópolis, Norte, Teresópolis, Imbiruçu, PTB e Citrolândia.

A importância de resgatar o contexto histórico de uma cidade consiste no reconhecimento de sua evolução, avanços e conquistas. O município de Betim, no decorrer de sua história está inserido neste contexto de superação, emancipação histórica, social, econômica, cultural e política. Neste caso, consideramos necessário e relevante mencionarmos brevemente, o contexto histórico e social, relatados a seguir.

No século XVII, Betim teve seu inicio, quando Joseph Rodrigues Betim3, cunhado do bandeirante Fernão Dias Paes Leme, requereu e obteve do Conselho Ultramarino da Corte Real Portuguesa, em 1711, a concessão da Carta de Sesmaria, relativa às terras localizadas no vale do Ribeirão da Cachoeira (Rio Betim), cujas terras pertenciam, ao imenso território da primitiva Vila Real de Sabará. A carta de Sesmaria era o documento legal e definitivo que concedia àqueles que desejassem terras para cultivar e promover a formação de povoados. As terras requeridas estavam localizadas em núcleos regionais pioneiros: Pitangui, Curral Del Rei (Belo Horizonte), Santa Quitéria (Esmeraldas), Contagem das Abóboras (Contagem) e Sabará.

1 Plano Estratégico de Desenvolvimento do Município de Betim: Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio Betim – Consórcio Figueiredo Ferraz. Março, 2008.

2 http://www.betim.mg.gov.br/prefeitura_de_betim/secretarias.

3 GRANBEL . História do Município. http://granbel.ite.net.br/cidades/historia.asp?cidad=Betim

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Joseph Rodrigues Betim instalou-se com sua família e parentes em uma destas terras. Ao longo do tempo o povoado cresceu e logo foi erguida uma capela à beira da estrada. No ano de 1754, o povoado passou a ser conhecido como Arraial da Capela Nova de Betim. O arraial foi evoluindo, mostrando sua força, sendo também considerado como um dos focos da Inconfidência Mineira, e para combater o movimento dos inconfidentes na região, a Rainha Maria I, em 20 de janeiro de 1788, criou o Regimento da Infantaria da Capela Nova de Betim. Desta forma o arraial ganharia importância se tornando em distrito.

O livro "História Média de Minas Gerais" relata que para alcançar as picadas de Goiás, rumo às ricas minas descobertas por Bartholomeu Bueno-o Anhagüera- muitas pessoas eram obrigadas a transitar por Capela Nova de Betim. Pois, possuía uma posição geográfica estratégica em relação a Sabará, Pitangui, Vila Rica, com passagem para grandes territórios.

Em agosto de 1797, Bernardo José Lorena, Conde de Sarzedas, assumiu o governo da capitania de Minas, criando novos distritos, entre eles, o de Capela Nova de Betim.

No regime republicano, em 1890, ocorreu uma reforma político-administrativa, alterando o quadro territorial de Minas Gerais. Desde 1889 o Arraial de Capela Nova de Betim passou a estar subordinada ao município de Santa Quitéria (Esmeraldas). Com essa reforma, o "Termo de Santa Quitéria", hoje Esmeraldas, foi desmembrado de Sabará em 1901 e elevado a condição de município.

Paralelamente a estes acontecidos, nos período de 1894 à 1896 ocorreu a construção da Capela do Rosário4 Padroeira dos escravos. A construção da igreja se deu, devido a mobilização de uma irmandade negra que passou um século a fim de captar recurso para viabilização do projeto.

Em 19 de setembro de 1905 foi fundada em Capela Nova de Betim a primeira Conferência de São Vicente de Paula denominada “Nossa Senhora do Carmo da Capela Nova de Betim”. Sua fundação foi por iniciativa do Sr. Luiz Orsini. Em 1922 engajou-se na Conferência vicentina, o senhor Divino Ferreira Braga, funcionário público. 4 Teresinha Assis (geógrafa e professora) artigo: ‘Igrejinha do Rosário’ - Betim tem História. O Independente – Ano 2. Nº24. Betim. 20/09/2002. P.5.

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Em 07 de setembro de 1923, foi criado o distrito de Betim, porém, continuando a integrar o território de Santa Quitéria (Esmeraldas).

Em 1931 foi inaugurada em 23 de dezembro através da Lei de Nº 801 de 22 de setembro de 1921, a Colônia Santa Izabel. Construída com a finalidade de abrigar pessoas atingidas pela hanseníase5 em regime de confinamento obrigatório, seguindo a política sanitarista adotada pelo país no início do século XX. Este modelo político isolava os enfermos em hospitais-colônias, com objetivo de impedir os pacientes, a ter contato com o mundo externo. Após sua inauguração foi considerado na época, um modelo de abrigo6 aos enfermos de ‘lepra’ com grandes pavilhões onde os internos estavam divididos por faixa etária e sexo.

Em 1938, os betinenses alcançavam seu objetivo maior: a elevação do distrito a município, conquistando definitivamente a sua emancipação político-administrativa, através do Decreto do Governador Benedicto Valladares Ribeiro, de Nº 148, datado em 17 de dezembro de 1939. As solenidades de instalação do município e Comarca de Betim realizaram-se em 1º de janeiro de 1939.

Entre os períodos de 1939 à 1948 o município de Betim passou por vários governantes com vários tipos de governo, acompanhando assim, o contexto histórico e político da nação brasileira. Mencionaremos a seguir alguns destes governantes: (1939 – 1945) Raul Saraiva Ribeiro; (1945) Inocente Soares Leão; (1946) Divino Ferreira Braga; (1947) Edmundo Orozimbo do Amaral; (1948) Sylvio Lobo.

Em 1948 é desmembrado do território de Betim o município de Contagem e em 1962 o município de Ibirité.

Em 1965, foi permitido que os pacientes da Colônia Santa Isabel saíssem da instituição. Até a metade da década de 80, a colônia funcionava restritamente a enfermos, agentes de saúde, religiosos e familiares de internos.

5 A Hanseníase, ao longo da história, foi descrita como uma doença que causava horror, em decorrência, das deformidades físicas relacionados ao doente não tratado, que ocasionou estigma e preconceito dos mais diversos. Na história da humanidade, provavelmente nenhuma doença gerou estigma social tão intenso quanto à Hanseníase, sempre associada a conceitos tais como: pecado, impureza e punição. Revista Brasileira de Enfermagem vol.61 no.spe Brasília Nov. 2008

6 O que é o Complexo Assistencial Santa Isabel? – Guia da Saude Pública de Betim, 2007 – Secretária Municipal de Saude.

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Bem mais tarde, a região da colônia, ampliou tornando-se o atual bairro de Citrolândia. O bairro surgiu 7devido a necessidade dos familiares dos hansenianos, pacientes da Colônia Santa Izabel, ficarem mais próximos de seus doentes. Posteriormente, a região de Citrolândia valorizou com a construção da BR 381 e também com a chegada do Movimento de Reintegração dos Hansenianos – MORAN8.

Breve histórico do contexto econômico e da assistência social de Betim:

Contexto econômico:

Até a década de 40 a economia do município baseava-se na atividade agropecuária, cuja produção era transportada através da rede ferroviária. Betim fazia parte de uma rede ferroviária de cidades interligadas a capital Belo Horizonte. A linha de trem atravessava o município de leste a oeste e por muitos anos, foi o principal meio de transporte da população para sair da cidade. ASSIS9 (2002) em seu artigo, narra ‘que houve épocas, segundo moradores mais idosos, que a chegada do subúrbio na estação da rua Dr. Gravatá era motivo de festas’.

Ao final da década de 40 foram implantadas as primeiras indústrias de porte significativo, como a Cerâmica Saffran no segmento de refratários, além de algumas siderúrgicas de ferro-gusa, iniciando o fenômeno de industrialização do município, que prosseguiu durante as décadas de 50 e 60, com a inauguração da Rodovia Fernão Dias e a implantação da Refinaria Gabriel Passos.

A partir da década de 50 (ASSIS)10 Era da modernização no período de JK, a industria automobilística foi atraída para o país, tornando-se prioridade a construção de rodovias. Neste caso, as políticas de

7 Teresinha Assis (geógrafa e professora) artigo: ‘Citrolândia’ - Betim tem História. O Independente – Ano 2. Nº23. Betim. 13/09/2002. P.5.

8 Movimento de Reintegração dos Hansenianos – MORAN é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 6 de junho de 1981, com sede administrativa no Rio de Janeiro, presente em aproximadamente em 100 comunidades pelo Brasil. O Trabalho é feito por pacientes, ex pacientes e pessoas interessadas no combate ao preconceito em torno da hanseníase. http://www.morhan.org.br/

9 Teresinha Assis (geógrafa e professora) artigo: ‘Os trilhos da linha do trem’ - Betim tem História. O Independente – Ano 2. Nº21. Betim. 20/08/2002. P.5.

10 Teresinha Assis escritora do artigo ‘Betim tem História’. O Independente – Ano 2. Nº21. Betim. 20/08/2002. P.5.

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implantação das ferrovias foram abandonadas. No caso de Betim, por um lado a construção de novas vias facilitou a circulação da população de uma região à outra na cidade. Por outro lado, devido as linhas dos trens já existentes, com suas paradas nas estações por longos períodos ao dia, isolou regiões, como no caso da região do Imbiruçu. Esta situação causou muitos transtornos e complicações para o trânsito. Pois, gerava impedimentos para as pessoas transitarem, atrasos de trabalhadores, isolamento de regiões entre outras situações.

Em 30 de março de 1968, foi inaugurada a refinaria Gabriel Passos da Petrobrás, com uma área territorial de 12,5 Km². Suas obras tiveram inicio em 1962. A construção da refinaria resultou nos esforços do engenheiro Gabriel Passos Ministro das Minas e Energia na época. A refinaria foi implantada na zona rural de Betim, impulsionando o crescimento urbano, dando origem aos bairros: Petrolina, Petrovale, Cascata e Ouro Negro.

Dentro deste processo de industrialização, foi instalada no município em 1976, iniciando as atividades em julho, a Fiat Automóveis S.A. e suas indústrias-satélites. Resultando na formação do segundo pólo industrial automobilístico do país. A ida da fabrica para Betim, se deu no inicio de 1970, quando o governador de Minas, Rondon Pacheco manteve seus primeiros contatos com a empresa italiana, objetivando levá-la para o município e criar em Betim um pólo industrial11. A área escolhida para a instalação da FIAT era uma fazenda sem infra-estrutura. Naquele momento, o município contava com uma população de 37 mil habitantes. Em 1970, a população de Betim era de 35.174 e já em 1980 passou para 82.601, sendo uma das cidades que mais cresceu no Brasil.

Com a crise econômica no início dos anos 80 (período considerado como década perdida, dentro da perspectiva econômica), observou-se desaceleração do processo de crescimento, retomado no final da década. O parque industrial se modernizou para adequar-se aos padrões de concorrência impostos pelo mercado externo. No censo de 1991, Betim já contava com 169.756 habitantes.

A partir de 1993, o município passa por transformações significativas também nas questões sociais, implantadas pelo governo da Frente 11 Plano Estratégico de Desenvolvimento do Município de Betim: Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio Betim – Consórcio Figueiredo Ferraz. Março, 2008.

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Betim Popular. O Parque Industrial continua a crescer e foram ampliados e implantados, serviços nas áreas da saúde, educação e infra-estrutura.

Outros investimentos que consolidaram o perfil industrial da cidade, em 1994, foram as empresas: PLASC. COLAUTO e Santa Amália localizadas no Distrito Industrial de Bandeirinhas.

Em 1996 foi inaugurado o primeiro Hospital Público de Betim, além da consolidação da rede municipal de saúde, com novas unidades de atendimento imediato.

Na educação, o município passa a ser referência nacional da Educação Infantil, com a reconstrução das creches comunitárias. A rede municipal tornou-se maior que a estadual, em relação ao ensino de fundamental, sendo Betim um dos poucos municípios de Minas com essa característica.

Outro investimento de grande importância na educação, foi a instalação do Campus da Pontifícia Universidade Católica - PUCMinas-Betim, constituindo-se na primeira Universidade do município.

Contexto da assistência social:

As instituições aqui narradas fazem parte da história da assistência no município, se mantêm atualmente, a maioria delas, como principais parceiros nas discussões, construções conjuntas, elaborações e ações de política pública da assistência com o governo.

Ressaltamos aqui, que narraremos períodos e décadas nos quais as concepções da vida social e visões de mundo foram contextualizadas de acordo com os valores ideológicos e políticos direcionados pelo governo vigente em âmbito nacional. Como no caso da concepção de assistência social que era prestada aos indivíduos de forma caritativa e filantrópica, ou seja, do ‘favor’ da ‘boa vontade’ e não vista como direito. Pois, para que a assistência social se transformasse em política publica e responsabilidade do Estado foi necessário alguns anos de debates, mobilizações sociais, embates e discussões por vários segmentos da nação brasileira.

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A história da assistência social de Betim, conta com uma trajetória exitosa de ações, projetos e programas sociais, os quais serão pontuados a seguir.

Em 25 de agosto de 1939 foi criado o Orfanato Rosalee Appleby , orfanato Batista Mineiro subordinado a Associação Batista de Assistência Social – ABAS12

No ano de 1959 iniciaram suas ações a Missão Ramacrisna13 e o Posto de Puericultura ‘Lia salgado’. Fundada pelo professor Arlindo Correia da Silva. A Missão Ramacrisna tinha como objetivo promover o crescimento do ser humano como indivíduo. Até 1991 esta entidade não tinha atuação relevante na área social.

O Posto de Puericultura “Lia Salgado”, ou Centro Social Três da LBA14 era conhecido também como Lactário tornando-se referência tanto para saúde quanto para a ação social.

Destacaremos dentro deste contexto histórico a figura de Dona ‘Mariquinha’ esposa do prefeito Álvaro de Sales Barbosa e fundadora da Ação Social Santa Edwiges. Instituição esta que ao longo dos anos tornou-se Associação de Proteção à Maternidade, Infância e Velhice – APROMIV.

12 A Associação Batista de Assistência Social, foi fundada em 25 de agosto de 1939 em Campos de São Gotardo, pelo fazendeiro Antônio Bento Ferreira (vulgo Badu), na época, membro da primeira Igreja Batista. Meses depois, o doutor Antônio Teixeira de Carvalho (então ministro do Supremo) comprou a instituição do fundador e proprietário Antônio Bento e a transferiu para Betim, no bairro Santo Afonso, inaugurando-a oficialmente no dia 7 de setembro.Fonte: http://www.otempo.com.br/otempobetim/noticias/?IdNoticia=4133

13 Em 1959 a Missão Ramacrisna, foi fundada pelo professor Arlindo Corrêa da Silva. Idealista, iniciou o trabalho em Belo Horizonte, levando meninos de rua para sua própria casa. Logo passou a buscar outro local, pois o espaço tornou-se insuficiente. Motivado pela facilidade de encontrar imóveis mais baratos, partiu para Betim, cidade distante 50 km de Belo Horizonte. Com a participação de amigos comprou alguns lotes e em 1960 iniciou a construção dos prédios. Em 1963 inaugurou o 1º prédio e no ano seguinte o segundo e funcionou como internato até o ano de 1992. Fonte: http://www.ramacrisna.org.br/instituicao.html

14 A Legião Brasileira de Assistência (LBA), foi um órgão brasileiro fundado em 1942 pela então primeira-dama Darcy Vargas, com o objetivo de ajudar as famílias dos soldados enviados à Segunda Guerra Mundial. Com o final da guerra, se tornou um órgão de assistência as famílias necessitadas em geral. A LBA era presidida pelas primeiras-damas. Em 1991, sob a gestão de Rosane Collor, foram feitas denúncias de esquemas de desvios de verbas.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Legi%C3%A3o_Brasileira_de_Assist%C3%AAncia

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1962 o SAMDU, órgão público federal destinado para a compra de mantimentos a preço baixo, estava localizado no salão ao lado da casa de Dona Mariquinha. Mais tarde, suas ações sociais foram transferidas para o Posto de Puericultura “Lia Salgado”, ou Centro Social Três da Legião Brasileira de Assistência - LBA: consultas médicas, exames laboratoriais, atendimento dentário e os mantimentos eram distribuídos para famílias pobres do Programa Aliança para o Progresso. Sendo que em 1972 as ações da Ação Social Santa Edwiges complementavam e eram articuladas com as ações da Secretaria de Saúde e Ação Social, basicamente apoiadas nas doações feitas pela LBA e pela Cáritas do Brasil

Em 1967 ocorreu a criação do Lions Clube do Brasil. A criação e inicio das atividades do Lions Clube do Brasil no município de Betim, aconteceram através da iniciativa do médico Dr. Manoel de Aguiar e sua esposa Djanir Arantes Aguiar.

Também em 1967, ocorreu a chegada do Frei Pedro Paulo Chiaretti. Sua vinda ao município possibilitou posteriormente a criação do Serviço Assistencial da Paróquia São Francisco de Assis (SASFRA).

No período de 1969 à 1972 o Serviço Assistencial da Paróquia São Francisco de Assis (SASFRA) desenvolveu várias ações sendo elas: jardim de infância na casa paroquial; grande horta no seminário; implantou uma quitanda para dar saída aos produtos da horta; distribuição de hortaliças e legumes para famílias pobres; fornecimento de almoço e jantar para pessoas carentes na casa paroquial; doação de alimentos dentre outros.

Em 1972, o frei Estanislau Bartoldi assumiu a presidência da SASFRA e estabeleceu parceria com Noeme Gontijo15, criando a Cantina dos Freis onde foi construído inicialmente um pequeno galpão rústico, onde funcionava uma cozinha que distribuía sopa ás pessoas necessitadas . Em seguida foi criado o Salão do Encontro16 uma instituição que inicialmente constituiu-se de um espaço alternativo de capacitação para o ingresso ao mercado de trabalho dos moradores de um bairro periférico de Betim. Com o tempo ampliou sua atuação com

15 Noemi Macedo Gontijo, educadora, escritora e artesã. Diplomada pelo magistério público como professora, especializou-se m Artes industriais e Educação Artística pelo MEC.

16 Fonte: http://www.salaodoencontro.org.br

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atendimento para famílias, diferenciando as atividades de acordo com as faixas etárias. Atualmente o Serviço Assistencial da Paróquia São Francisco de Assis (SASFRA) é desvinculado do Salão do Encontro.

Em 1971 foi criado pelo Sra. Maria de Lourdes Pereira Lara a Associação de Proteção à Maternidade, Infância e Velhice – APROMIV17. Sendo esta uma entidade sem fins lucrativos com objetivo de amparar a maternidade, infância e velhice. Sendo suas atividades em parceria com o governo municipal.

Até este ano as primeiras damas atendiam no Lactário. A partir de 1971 a 1976 os atendimentos no Lactário eram realizados pela APROMIV. Foi criada a Fundação de Assistência Médica de Urgência de Betim - FAMUB, sendo transferido o pessoal do Lactário para Fundação. No Lactário passou a funcionar o Instituto Nacional de Previdência Social - INPS e a Legião Brasileira de Assistência - LBA, separando-se assim da saúde e da Associação de Proteção à Maternidade, Infância e Velhice – APROMIV.

1979 - Criação do Centro de Defesa dos Direitos Humanos em Betim, que teve Maria do Carlo Lara como sua primeira presidente e foi criado também iniciando suas atividades o Clube Rotary de Betim sendo seu primeiro presidente João Batista Lara.

1980 - Termo de cooperação com a Secretaria de Estado do Trabalho, Ação Social e Desportos para instalação de um posto de migração e emprego. No mesmo mês foi aprovada uma legislação instituindo o quadro de pessoal da Prefeitura, constando, dentre outros, seis Secretários Municipais e uma assistente social. Sendo maio do mesmo ano, a implantação e funcionamento da Secretaria do Trabalho, Ação Social e Desportos

1982 - realização do convênio com a Secretaria de Estado para a construção de uma lavanderia pública no governo do prefeito Osvaldo Rezende Franco.

Nos períodos de 1983 a 1989 a Secretaria de Ação Social e a Associação de Proteção à Maternidade, Infância e Velhice - APROMIV passaram a funcionar na Rua Santa Cruz. Atual sede da Prefeitura Municipal de Betim inaugurada em 1992 . 17 APROMIV – Fonte: http://www.betim.mg.gov.br/prefeitura_de_betim/

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1984 – criada a comissão de Voluntários juntamente com as empresas: Companhia Brasileira de Alimentação - COBAL e AGROCERES, objetivando arrecadar mantimentos destinados à população betinense e ao servidor público municipal.

Em 1987 - Secretaria do Trabalho e Ação Social e criação da Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo da Secretaria e uma nova denominação: Secretaria de Desenvolvimento Social – SEDS, habitação e equipamentos sociais.

O município de Betim através da Secretaria Municipal da Assistência Social – SEMAS foi um dos pioneiros na implantação do Sistema Único de Assistência Social - SUAS18em Minas gerais contando com oito unidades, uma em cada regional: Quatro Centros de referência de Assistência Social – CRAS e dois Centros Especializados da Assistência Social - CRES. Sendo estes programas, projetos, serviços e benefícios destinados a população em vulnerabilidade social.

O público atendido pela Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS19 é composto pelo atendimento a família como um todo: o trabalhador desempregado, a pessoa com deficiência, a mulher vitima de violência, a criança e o adolescente e o idoso.

Programas desenvolvidos para atendimento a crianças e adolescentes pela SEMAS:

Programa de Erradicação do Trabalho infantil: são atendidas 650 crianças e adolescentes na faixa-etária entre 7 e 16 anos de idade, que estão em situação de vulnerabilidade social. Cada criança ou adolescente recebe uma bolsa social; Programa Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano: são

18 SUAS - O Sistema Único de Assistência Social (SUAS), cujo modelo de gestão é descentralizado e participativo, constitui-se na regulação e organização em todo território nacional dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassitenciais, de caráter continuado ou eventual, executados e providos por pessoas jurídicas de direito público sob critério universal e lógica de ação em rede hierarquizada e em articulação com iniciativas da sociedade civil. Além disso, o SUAS define e organiza os elementos essenciais e imprescindíveis à execução da política pública de assistência social, possibilitando a normatização dos padrões nos serviços, qualidade no atendimento aos usuários, indicadores de avaliação e resultado, nomenclatura dos serviços e da rede prestadora de serviços socioassistenciais. Fonte: http://www.mds.gov.br/programas/rede-suas

19 Prefeitura Municipal de Betim. Fonte: http://www.betim.mg.gov.br/prefeitura_de_betim/secretarias/assistencia_social

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atendidos 450 adolescentes na faixa-etária entre 16 e 18 anos de idade. Cada adolescente recebe uma bolsa social;

Programa Sentinela: atendimento, de acordo com a demanda, a crianças ou adolescentes que sofreram algum tipo de violência sexual;

Programa custeado somente pelo município:

Futuro Melhor: atende a aproximadamente 900 crianças e adolescentes, em diversas atividades lúdicas, esportivas, oficinas de teatro, capoeira, dança, dentre outras. Oferece também cursos de informática.

Atendimento de medidas sócio-educativas, como prestação de serviço à comunidade feita por adolescentes que cometeram algum tipo de ato infracional. Eles prestam serviços à comunidade por um período próximo a seis meses.

O município de Betim, chegou a receber em Brasília o prêmio por mérito municipalista concedido pela Associação Brasileira dos Municípios (ABM) em parceria com a Organização das Nações Unidas – ONU. O município foi premiado na categoria Programas de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente referente a alguns programas dos citados acima.

Os fatos aqui narrados através deste breve contexto histórico do município de Betim nos apontam para o crescimento não apenas, populacional, demográfico, econômico e industrial mais também social. Destacamos aqui interação da sociedade civil organizada com o governo municipal que ao longo de sua história estiveram atentos as mudanças no cenário político, das novas concepções e entendimentos em relação a assistência social.

2 - MARCO CONCEITUAL:

As relações em sociedade passam por constante processo de transformação. Devido a este dinamismo, ocorrem mudanças nos valores, nas concepções de mundo gerando novos conceitos. Será pontuada a seguir a compreensão dos seguintes termos: Família;

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Assistência Social; crianças e adolescentes como ‘sujeitos de direitos’, e formas de serviços de acolhimento: institucional e familiar.

FAMÍLIA: NOVAS FORMAS DE INTERAÇÃO E CONCEPÇÃO.

A família é, em qualquer sociedade moderna, regida por leis, normas e costumes que definem direitos e deveres entre seus membros, nos quais acontecem desde a infância. Sua história ao longo dos séculos não é linear, mas com muitas rupturas e passa por constantes mudanças: econômicas, sócio-culturais e religiosas de acordo com o contexto nos quais estão inseridas.

Para entendermos os arranjos familiares e as relações existentes entre seus membros, devido as transformações e constantes mudanças, é necessário ser observadas dentro de algumas perspectivas: geracionais, jurídicas, sociais, psicanalíticas, sociológicas, econômicas entre outras.

‘ A família é uma elaboração ideológica e social20. Quaisquer tentativas de defini-la como uma instituição delimitada, com características universais em qualquer local ou tempo, necessariamente fracassarão’

Antes da Constituição da Republica de 1988, a única família constitucionalmente reconhecida era a fundada no casamento. Exemplo este, constatado na Constituição Federativa de 1967 no Art. 167 ‘- A família é constituída pelo casamento e terá direito à proteção dos Poderes Públicos. § 1º - O casamento é indissolúvel’. Isto significava que a única família protegida pelo Estado, era a constituída pelo casamento indissolúvel.

Segundo ROCHA (2009) 21, ‘ somente era considerado membro de uma mesma família os cônjuges, os parentes e os afins, uma vez que as noções de parentesco e de afinidade complementam o vinculo familiar surgido com o casamento, salvo em caso de filiação extramatrimonial’. A Constituição de 1988 além de eleger os vínculos familiares de parentesco, afinidade, concubinato entendidos na constituição anterior (1967), acrescenta: companheirismo.

20 Naomi R. Gertel. Dicionário do pensamento social do século XX, p.299 (verbete: família)

21 Marco Túlio de Carvalho Rocha – Conceito de Família e suas implicações jurídicas: Teoria sociojurídica do Direito de Família. P, 43. Ed. Elsevier.

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Com a nova Constituição de 1988, no art.226 a compreensão de família se dá da seguinte forma:

Art.226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado:

...

§3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

§4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

§5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.

...

§8º O estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

Os parágrafos acima mencionados do art. 226 apresentam alterações em relação ao conceito de família: não existe mais restrição da proteção do Estado para a família; também apresenta introdutoriamente 3 tipos de família: A matrimonial (§§1º,2º 5º); a união estável entre homem e mulher (§3º) e a monoparental (§4º).

NADER22 identifica na família interesses morais, afetivos e econômicos e afirma que antes de ser jurídica, a família é uma instituição de conteúdo moral, sociológico e biológico.

Segundo ROCHA (2009)23 dentro do conjunto de interpretações que tomam como base a família , o conceito psicanalítico tem sido conhecido como ‘teoria do afeto’. Citando Rodrigo da Cunha Pereira 24 que expressa esta tendência ao buscar o conceito de família em Lacan:

22 Paulo Nader – Docente em diversas faculdade de direito, escritos de comentários de código civil e Juiz de Direito do Estado do Rio de Janeiro.

23 Marco Túlio de Carvalho Rocha – Conceito de Família e suas implicações jurídicas: Teoria sociojurídica do Direito de Família. P, 59. Ed. Elsevier 24 Pereira, Rodrigo da Cunha. Família, direitos humanos, psicanálise e inclusão social. P8.

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‘ A partir de Lacan e Lévi-Strauss, podemos dizer que a família é uma estruturação psíquica em que cada membro ocupa um lugar, uma função. Lugar de pai, Lugar de mãe, lugar de filhos, sem, entretanto, estarem necessariamente ligados biologicamente. Tanto é assim, uma questão de’ lugar’, que um individuo pode ocupar o lugar de pai ou mãe, sem que seja o pai ou a mãe biológicos. Exatamente por ser uma questão de lugar, de função exercida, que existe o milenar instituto da adoção. Da mesma forma, o pai ou a mãe biológicos podem ter dificuldade em ocuparem este lugar de pai ou de mãe, tão necessários e essenciais á nossa estrutura psíquica e formação como seres humanos e sujeitos de Direitos’.

Estes novos arranjos familiares puderam ser constatados através de uma pesquisa realizada no Brasil elaborada em 2006 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e pelo departamento de Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, a Pesquisa demonstrou que:

a) 49,4% dos domicílios serviam a famílias compostas por um casal com os filhos;

b) 18,1% dos domicílios referiam-se a famílias monoparentais, formadas por uma mulher e seus filhos (crescimento de 2,3%);

c) 15,6% dos domicílios referiam-se a casais sem filhos (crescimento de 2,5%);

d) 10,7% dos domicílios referiam-se a pessoas que moravam sós (crescimento de 2,7%);

e) 6,0% dos domicílios referiam-se a pessoas com outros tipos de parentesco (crescimento de 0,6%);

f) 0,3% dos domicílios referiam-se a pessoa sem vínculo de parentesco (mesmo índice da pesquisa anterior).25

O termo família usado pelo IBGE, compreendeu aos arranjos familiares onde existiam laços de consangüinidade, dependência econômica e/ou residência em um mesmo domicilio e também, grupos distintos de pessoas que habitavam no mesmo domicilio.

25 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Síntese de indicadores sociais. P.86.

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Considera-se como 26arranjo familiar: Formas de organização interna à família, incluindo os papeis e funções familiares, modos de representar e viver as relações de gênero e de geração, de autoridade e afeto. Os arranjos familiares podem ser compreendidos em torno da relação de parentalidade (famílias com ou sem filhos, filhos conjuntos do casal, filhos de diferentes uniões, etc.) e em relação à conjugalidade (família nucleares, famílias monoparentais, etc) e também em relação presença de demais parentes e agregados (famílias nucleares e famílias com relações extensas).

O IBGE considerou também, como ‘famílias’ as pessoas que moram sós (‘famílias unipessoais’); grupos com até cinco pessoas que vivem sobre o mesmo teto, ainda não tenham vínculos de parentesco (‘famílias sem parentesco’) e grupos que abrangem famílias com parentesco27.

Portanto, os papeis entre seus membros (homem e mulher, pai, mãe e filhos, parentes e outros) são reordenados de acordo com as relações de poder da sociedade em que vivem.

Tal mudança de organização familiar foram constatadas anteriormente em Belo Horizonte (1996) através de uma pesquisa realizada por Afonso e Filgueiras28 , identificando nove tipos de famílias, considerando seus significados. Sendo elas:

Nuclear simples: família em que o pai e a mãe estão presentes no domicilio; todas as crianças e adolescentes são filhos desse mesmo pai e dessa mesma mãe. Não há mais nenhum adulto ou nenhuma criança ( que não sejam filhos) morando no domicilio;

Monoparental feminina simples: família em que apenas a mãe está presente no domicílio vivendo com seus filhos, mas também eventualmente, com outros menores sob sua responsabilidade . Não há nenhuma pessoa maior de 18 anos que não seja filho, morando no domicilio;

26 PLANO ESTADUAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DO DIREITO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA.P,108.

27 Marco Túlio de Carvalho Rocha – Conceito de Família e suas implicações jurídicas: Teoria sociojurídica do Direito de Família. P, 51. Ed. Elsevier.

28 AFONSO, Maria Lúcia Miranda Afonso e FILGUEIRAS, Cristina Almeida Cunha. Maternidade e Vinculo Social. In. Revista Periódico: estudos Feministas. Instituto de Filosofia e Ciências Socais, IFCS/UFRJ, RJ, 1996, vol 4, n. 2,p. 319 a 337.

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Monoparental masculina (simples ou extensa): família em que apenas o pai apenas está presente no domicilio, vivendo com seus filhos e, possivelmente, com outros menores sob sua responsabilidade e/ou outros adultos sem filhos menores de 18 anos.

Nuclear extensa: família em que o pai e a mãe estão presentes no domicilio, vivendo com seus filhos e outros menores sob sua responsabilidade e também com outros adultos, parentes ou não;

Monoparental feminina extensa: família em que apenas a mãe está presente no domicilio, vivendo com seus filhos e outros menores sob sua responsabilidade e também com outros adultos, parentes;

Famílias conviventes: famílias que moram juntas no mesmo domicilio, sendo ou não parentes entre si. Cada família pode ser constituída por pai-mãe-filho, por pai-filho ou por mãe-filho. Outros adultos sem filhos, parentes ou não, podem viver no domicilio. Nessa categoria foram também agrupadas as famílias compostas de duas ou mais gerações, desde que em cada geração houvesse pelo menos uma mãe ou um pai com filhos até 18 anos;

Família nuclear reconstituída: família em que o pai e/ou a mãe estão vivendo em nova união, legal ou consensualmente, podendo também a companheira ou o companheiro ter filhos com idade de 18 anos, vivendo ou não no domicilio. Outros adultos podem viver no domicilio;

Família de genitores ausentes: família em que nem pai nem a mãe estão presentes no domicilio, mas em que existem outros adultos (tais como avós, tios) que são responsáveis pelos menores de 18 anos;

Família nuclear com crianças agregadas: família em que o pai e a mãe estão presentes no domicilio com seus filhos e também com outros menores sob sua responsabilidade. Não há outro adulto morando no domicilio (AFONSO, 1996, p 323 e 324).

Na época do universo pesquisado, os resultados foram de nove tipos de família, mas além destes e com o passar dos anos, vários arranjos tem sido criado, como os mencionados anteriormente pela pesquisa do IBGE e PNAD (2006).

Com as novas formas de interação familiar verificamos que a compreensão de ‘família’ vai além, com arranjos alternativos, pautados

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em vínculos de afetividade e afinidade se estendendo nas relações comunitárias.

CENTRALIDADE DA FAMILIA NAS POLITICAS PUBLICAS

A família independente de seu formato é mediadora das relações entre os sujeitos e a coletividade e geradora de modalidades comunitárias de vida29. Entendendo isto, a centralidade das políticas públicas está na família. Portanto, em situações de vulnerabilidades e risco social, essas famílias precisam ser apoiadas e protegidas pela sociedade e principalmente pelo Estado para que possam cumprir suas responsabilidades.

O Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, define família como:

“a família é compreendida como: grupo de pessoas com laços de consangüinidade, de aliança, de afinidade, de afetividade ou de solidariedade, cujos vínculos circunscrevem obrigações recíprocas, organizadas em torno de relações de geração e de gênero. E que os arranjos familiares diversos devem ser respeitados e reconhecidos como potencialmente capazes de realizar as funções de proteção de socialização de suas crianças e adolescentes’.

Segundo FIGINI (2006) 30 ‘A família é de qualquer maneira a protagonista, a referência principal da educação, quando esta está presente é preciso sustentá-la, apoia-lá, de forma que possa se tornar um sujeito capaz de desenvolver a tarefa educativa. Neste sentido é preciso olhar as famílias não como destruídas, frágeis, como algo que deve ser cuidado, deve ser apoiado; mas como um sujeito, lutando contra a mentalidade assistencialista, porque a família é um recurso que pode também ser uma resposta’.

Sendo assim, a família quando é valorizada e fortalecida como primeiro núcleo educativo, ponto de origem, de partida para a vida, que consegue enfrentar as adversidades e apoiar seus membros no seu

29 Política Nacional de Assistência Social – PNAS, 2002.

30 Série Percurso Educativo: Família: O Primeiro Sujeito Educativo - João Carlos Petrini; Maria Grazia Figini; Lilian Perdigão Caixêta Reis;

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processo de desenvolvimento, tornado-se um recurso para a sociedade. Motivo este de estar centralizada nas políticas públicas.

Contexto conceitual da Assistência Social:

SPOSATI31 conceitua a assistência de algumas maneiras: no campo das relações sociais ou ajuda mútua que decorre da solidariedade social distinta da filantropia e no campo governamental que é política pública de proteção ou de seguridade social decorrente do padrão ético e civilizatório que uma sociedade deseja garantir a todos. Exemplifica uma sociedade que não permitia que um de seus pares comesse, para sobreviver, restos de carne humana procedente de lixo hospitalar jogado a céu aberto, no caso de Olinda em abril de 1994.

Conceitua também assistencialismo como contraponto do direito, da provisão de assistência como proteção social ou seguridade. Como acesso a um bem através de uma benesse, de adoção, que supõe sempre um doador e um receptor. Tornando-se um dependente, um apadrinhado, um devedor etc. Aponta que no assistencialismo tem sempre um sujeito, público ou aprovado e um sujeitado. Neste caso, o sujeito age como se fosse ele o proprietário de um bem que distribui, dada a ‘sua bondade’ a alguém que quer ganhar o reconhecimento e a divida de favor por esta prática.

Esclarece que a assistência como função governamental supõe transferência ou acesso, a um bem, que produzido ou financiado pelo Estado a um cidadão ou um grupo de cidadãos, segmentos social, universos de cidadãos fora do consumo de mercado e em face de algumas pré-condições. Tratando-se ao acesso de um bem, de forma não contributiva procedentes de taxas ou impostos que podem ser redistribuídos para atender uma necessidade coletiva considerada prioritária, para garantir um dado padrão de condição de vida e de direitos a todos os cidadãos.

31 Aldaíza Sposati - Graduada em Servico Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1966), mestrado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1976) e doutorado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1986). Professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, professora da Universidade Católica Portuguêsa e coordenador da Universidade Bandeirante de São Paulo. Tem experiência na área de Serviço Social, com ênfase em Política da Assistência Social, atuando principalmente nos seguintes temas: assistência social, política social, assistencia social, políticas públicas e administração pública

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Assistência Social: Perspectiva de Proteção Social:

A concepção de assistência como função governamental tem como marco, a regulamentação da Lei Nº 8.742, de 07 de Dezembro de 1993, Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS, na qual rompe com o modelo assistencialista e se apresenta com uma nova concepção de assistência rompendo com os ‘favores’ caritativos e assegurando os direitos sociais. A lei Orgânica torna-se Política de Seguridade Social não contributiva, pois provê os mínimos sociais, através de um conjunto integrado: iniciativa pública e da sociedade, para assegurar o atendimento às necessidades básicas.

A Política de Assistência Social32 realiza de forma integrada às políticas setoriais, considerando as desigualdades socioterritoriais, visando seu enfrentamento, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais e tem como objetivos:

Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e, ou, especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem;

Contribuir com a inclusão e a eqüidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, em área urbana e rural;

Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária;

A Política Nacional de Assistência Social - PNAS (2004) tem como forma de organização, sistematização e operacionalização, o Sistema Único de Assistência Social - SUAS. O SUAS significa por em prática o que determina a LOAS. São serviços, programas, projetos e benéficos que tem como foco prioritário à atenção a família, seus membros e indivíduos e o território como base de organização.

32 BRASIL (2004) – Política Nacional de Assistência Social – PNAS P,29.

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O Sistema único de Assistência Social – SUAS33: define e organiza os elementos essenciais e imprescindíveis à execução da política de assistência social possibilitando a normatização dos padrões nos serviços, qualidade no atendimento, indicadores de avaliação e resultado, nomenclatura dos serviços e da rede socioassistencial e, ainda, os eixos estruturantes e de subsistemas.

Destacaremos aqui a Matricialidade Sócio-Familiar; Descentralização político-administrativa e Territorialização e Novas bases para a relação entre Estado e Sociedade Civil:

Matricialidade Sócio-Familiar: a família como ponto fundamental nas políticas públicas para o fortalecimento, crescimento, promoção, proteção e defesa do individuo respeitando seus novos arranjos e capacidades de superação;

Descentralização político-administrativa e Territorialização: cada esfera de governo (Federal, Estadual e Municipal) em seu âmbito de atuação, respeitando os princípios e diretrizes estabelecidos na PNAS, podendo coordenar, formular e co-finaciar, além da monitoração, avaliação, capacitação e sistematização de informações e no reconhecimento do alto grau de heterogeneidade e desigualdade socioterritorial presentes nos municípios;

Novas bases para a relação entre Estado e Sociedade Civil: formação de redes de interação, articulação e construção conjunta na elaboração das políticas públicas e também na proteção, defesa e promoção. No caso do Sistema de Garantia de Direitos - SGD que através de seus eixos, assegura a promoção, controle social e defesa da criança e do adolescente. O Sistema de Garantia Direito será mais detalhado ao longo deste plano.

Além dos eixos estruturantes e subsistemas mencionados acima, estão: Financiamento; Controle Social; O desafio da participação popular/cidadão usuário; A Política de Recursos Humanos; e a Informação, o Monitoramento e a Avaliação. Os quais poderão ser examinados no PNAS, a partir da pagina 33.

Sendo assim, o Estado torna-se o principal responsável e fomentador das políticas públicas. A fim de buscar garantir a proteção a todos que 33 BRASIL (2004) – Política Nacional de Assistência Social – PNAS P,33.

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dela necessitarem: pessoas, suas circunstâncias e seu núcleo de apoio que é a família. Este direito se dá através da proteção social culminado na Política Nacional de Assistência Social – PNAS (2004).

.Proteção Social34 - nas Políticas de Assistência social, garante as seguintes seguranças: segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia); de acolhida; e, convívio ou vivência familiar.

Segurança de rendimentos: assegura que todos tenham uma forma monetária que garanta sua sobrevivência, independentemente de suas limitações para o trabalho ou do desemprego. Ex. pessoas com deficiência, idosos, desempregados, famílias numerosas, famílias desprovidas das condições básicas para sua reprodução social.

Segurança da acolhida: segurança primordial da política de assistência social. Pois, opera com a provisão de necessidades humanas que começa com os direitos à alimentação, ao vestuário, e ao abrigo, próprios à vida humana em sociedade.

Segurança da vivência familiar ou a segurança do convívio: supõe a não aceitação de situações de reclusão, de situações de rompimento de vínculos. A dimensão multicultural, intergeracional, interterritoriais, intersubjetivas, entre outras, devem ser ressaltadas na perspectiva do direito ao convívio.

A Política de Assistência Social pontua outra situação que pode demandar acolhida, em que ocorra a necessidade de separação da família ou da parentela por múltiplas situações: violência familiar ou social, drogadição, alcoolismo, desemprego prolongado e criminalidade. Podendo também, ocorrer situações de desastre ou acidentes naturais, além da profunda destituição e abandono.

Dentro desta nova lógica de proteção social pautada na preservação e fortalecimento através dos vínculos familiares e comunitários, existem ações, programas e projetos de políticas da assistência social destinados a fortalecer os vínculos familiares que estão na proteção social básica.

34 BRASIL (2004) – Política Nacional de Assistência Social – PNAS P,27.

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A Proteção Social Básica: tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras).

A Proteção Social não está pautada apenas na preservação e fortalecimento de vínculos como no caso da proteção básica, mas em situações de risco de famílias e de indivíduos em que seus direitos tenham sido violados ou que tenham laços familiares e comunitários rompidos necessitando de um atendimento diferenciado de proteção social especial, devido à situação de complexidade que se encontram.

Proteção social especial: modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas sócio-educativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras.

A proteção Social especial está dividida em duas modalidades: média e alta complexidade35.

Proteção de média complexidade, de acordo com a Tipificação dos Serviços socioassistenciais: são aqueles serviços que oferecem atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos familiares e comunitários não foram rompidos. Sendo eles:

Serviço de proteção e atendimento especializado a famílias e indivíduos - PAEFI;

Serviço de Proteção Social a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de liberdade assistida(LA) e de prestação de serviços à comunidade (PSC);

Serviço especializado para pessoas em situação de rua

35 BRASIL (2004) – Política Nacional de Assistência Social – PNAS P,30 e 31.

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Proteção de alta complexidade: são serviços que garantem proteção integral: moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e, ou, comunitário, tais como:

Serviço de Acolhimento Institucional

Serviço de Acolhimento em Republicas

Serviço de Acolhimento em família acolhedora ;

Serviço de proteção em situações de calamidades públicas e de emergências.

Os serviços de proteção social especial têm estreita interface com o Sistema de Garantia de Direitos, ou seja, compartilhada com o Poder Judiciário, Ministério Público, ações do Executivo e vários outros órgãos.

Sistema de Garantia de Direitos da criança e do adolescente: direito à convivência familiar e comunitária:

O sistema de Garantia de Direitos – SGD vem da resolução 113 de 19 de abril de 2006 que dispõe sobre os parâmetros para a institucionalização e fortalecimento que assegura os direitos da criança e do adolescente criados pelo Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA.

Art.1º da resolução 113: ‘O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente constitui-se na articulação e integração das instâncias públicas governamentais e da sociedade civil, na aplicação de instrumentos normativos e no funcionamento dos mecanismos de promoção, defesa e controle para a efetivação dos direitos humanos da criança e do adolescente, nos níveis Federal, Estadual, Distrital e Municipal’.

A base do Sistema de Garantia de Direitos encontra-se na Política de atendimento preconizado no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA no Art.86 ‘ A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações

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governamentais e não-governamentais, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios’.

Os Atores envolvidos no Sistema de garantia de Direitos são: família, sociedade civil organizada, Poder Público, Conselho Tutelar, Poder Judiciário, Ministério Público entre outros.

A resolução estabelece também os tipos de programas de atendimento para crianças e adolescentes36 citados no Art. 15 ‘ A política de atendimento dos direitos humanos de crianças e adolescentes operacionalizam-se através de três tipos de programas, serviços e ações públicas:

I - serviços e programas das políticas públicas, especialmente das políticas sociais, afetos aos fins da política de atendimento dos direitos humanos de crianças e adolescentes;

II - serviços e programas de execução de medidas de proteção de direitos humanos; e

III - serviços e programas de execução de medidas socioeducativas e assemelhadas’.

No Plano Estadual de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária 37, comenta sobre a divisão dos três eixos deste sistema que são: promoção, controle social e defesa.

Eixo da promoção: está na formulação de políticas públicas sociais básicas e nos órgãos de atendimento direto, como as escolas e os serviços públicos de saúde e assistência social.

Eixo do controle social: engloba as entidades que exercem a vigilância sobre a política e o uso de recursos públicos para a área da infância e da adolescência, como os conselhos de direitos e os fóruns.

Eixo da defesa: está na responsabilização do Estado, da sociedade e da família. Reúne órgãos como defensorias públicas, Conselhos Tutelares, Ministério Público, Poder Judiciário, Centros de apoios

36 CONANDA – Resolução 113 de 19 de abril de 2006. Capitulo V da Promoção dos Direitos humanos no art.15. P,7.

37 MINAS (2009) Plano Estadual de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. P, 31 e 32.

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operacionais das promotorias, delegacias especializadas, Policia Militar, Policia Civil, advocacia geral da união, procuradorias e Ouvidorias com a função de intervir nos casos em que os direitos de crianças ou adolescentes são negados ou violados.

O Sistema de Garantia de Direitos em atenção a crianças e adolescentes tem como perspectiva o trabalho da rede social. Pois a organização, articulação e interação com ações conjuntas por meio dos seus atores tornam-se fundamental. Esta perspectiva de rede social que assegura a promoção, proteção e defesa da criança e do adolescente a convivência familiar e comunitária de maneira propositiva e participativa.

Criança e Adolescente: de situação irregular á ‘sujeito de Direito’:

A legislação anterior a constituição de 1988 no que se referia a criança e adolescente, se restringia ao código de menores. A primeira citação de cuidados e atenção aos mesmos, apareceu na Lei 4.242, de 5 de janeiro de 1921, lei orçamentária, que referia-se ao orçamento da Republica e continha em um dos seus artigos autorização para o Poder Executivo organizar no que referia a ‘ a assistência, a proteção à infância abandonada e ao delinqüente’. Este artigo foi a primeira menção de assistência, proteção e intervenção estatal em relação a criança e adolescente que antecedeu até o Código de Menores.

O primeiro Código foi o Decreto 17. 943 – A do dia 12 de outubro de 1927, instituído como Código de Menores, sendo o primeiro da América Latina a consolidar leis relativas a menores38. Este primeiro Código de Menores consolidou a prática ligada ao ideário de periculosidade, ou seja, era preciso tirar das ruas as crianças maltrapilhas. Sedimentou, em termos legais, a idéia de correção a que deveria ser submetidos menores qualificados como abandonados e delinqüentes. Estabeleceu atendimento diferenciado para o jovem delinqüente e o menor carente, sendo que ao primeiro era reservados internatos em reformatórios e casas de correção. Ao segundo, patronatos agrícolas e escola de arte e oficio urbanos. O termo criança era entendido a partir de 0 aos 10 anos.

38 Bianca Schubert Gollo, formada em Ciências Jurídicas e Sociais, advogada, atua com Direito de família. Palestrante dos temas sobre Direito de Família e Estatuto da Criança e adolescente. http://gramadosite.com.br/hotsite/bianca

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O Código de Menores denominou crianças de: expostas (menores de sete anos); abandonadas (menores de 18 anos); vadias ( os atuais meninos de rua); mendigas (as que pedem esmolas ou vendem coisas nas ruas); e as libertinas (que freqüentam prostíbulos).

Posteriormente com algumas revisões veio a Lei Nº 6.697, de 10 de outubro de 1979. O Código de Menores de 1979 introduziu o conceito de menor em situação irregular. Sendo implantada a Doutrina da Situação irregular.

Estas Legislações estabeleciam a intervenção do Estado na família em situação de ‘desvio social’ da criança, principalmente no caso das famílias pobres.39 Neste contexto, a proposta para o ‘enquadramento’ deste desvio social para criança seria o abrigo como instituição reparatória a qual poderia permanecer abrigada até 18 anos de idade ou poderia ir para família substitua como possibilidade de reenquadramento dentro do padrão de ‘normalidade social’. Ou seja, o problema estava com o individuo e ele deveria se ‘enquadrar’ dentro do padrão social existente. O desvio social era entendido de acordo com a legislação vigente como conduta anti-social. A partir daí os menores de 14 anos foram declarados penalmente irresponsáveis e sujeitos a ‘medidas reeducativas’.

Até a constituição de 1988, no que referia as crianças e adolescentes, de acordo com o contexto acima mencionado, havia uma concepção de que as famílias pobres eram incapazes e despreparadas para cuidar de seus filhos, e que a colocação em famílias substitutas ‘abastadas’ e os internatos eram os lugares ideais para afastarem as crianças dos perigos da rua e da malandragem. Longe da família e das ruas, pensava-se, que a criança poderia ser melhor cuidada e educada, através do rigor, da disciplina e da vigilância nas instituições.

Essa distinção, em tese, ocorria para evitar o risco de “contaminação”. Sendo assim, estas instituições buscavam preparar a criança pobre, para o mundo do trabalho, para a valorização da família, prevenindo-a da ociosidade, da mendicância, da marginalidade, do crime, do abandono e da vida na rua.

39 Roberto Silva – pedagogo, mestre, doutor em Educação. Como consultor da UNICEF, atuou ao Comitê Nacional de Abrigos no período de 2003 e 2004. Livro: O direito á convivência Familiar e Comunitária. IPEA. 2004.

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Neste contexto o atendimento dispensado às crianças institucionalizadas seguiu o enfoque correcional-repressivo, que via no menino pobre e no infrator, um risco em potencial para a sociedade e que, portanto, era necessário ser recolhido, isolado e regenerado para só então, voltar ao convívio da sociedade.

Estatuto da Criança e do Adolescente:

Antes da Constituição Federal de 1988, o Judiciário era acionado exclusivamente para resolver conflitos individuais privados. No que se refere a criança e o adolescente, o que chegava no judiciário eram casos de adoção, guarda, tutela, carência ou de adolescentes que haviam cometido atos inflacionais.

Com a Constituição de 1988 através da Lei Nº8. 069, de 13 de julho de 1990 é criado o Estatuto da Criança e do adolescente. No ECA, a criança e o adolescente são vistos como ‘sujeitos de direito’ e são considerados como prioridade absoluta, nas ações e políticas públicas. O Estatuto passa a ser a garantia do direito para todas as crianças e adolescentes brasileiros, independente de sua classe social, sendo a efetivação deste direito, uma responsabilidade da família, da sociedade e do poder público.

De acordo com o ECA40 art.2º ‘ Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade’.

Como “sujeitos de direitos” passam a serem vistos como indivíduos independentes e dignos, que possuem personalidade e vontade próprias. Não mais subjugados pelo adulto. É-lhes garantido direito na sociedade, passando a ter voz, podendo participar das decisões que lhes dizem respeito; expor o que pensam de acordo com seu grau de desenvolvimento e de sua compreensão.41

Este cuidado a Constituição Federativa do Brasil pontuou no art.277 ‘É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à

40 ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990. 41 Art. 28 §1º da Lei nº 12.010/09

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dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão’. A partir daí muda o significado e a proposta de atendimento para as crianças/adolescentes abandonados ou impossibilitados de viverem com suas famílias.

No art 3º do ECA ‘ A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo de proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhes, por Lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade’.

A Proteção integral segundo o Estatuto significa não somente o nascimento, mas também em todo processo da criança antes de seu nascimento e dos cuidados em relação a sua família. Citaremos aqui desde a fase gestatória, com a devida assistência a gestante42.Sendo reforçado novamente na Lei. 12.010 de 03 de agosto de 2009, no art.8°. §4º’ Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as conseqüências do estado puerperal’. Neste caso, a proteção integral da criança e do adolescente precisará do contínuo e consistente respaldo das políticas públicas, sendo enfatizado pelo plano estadual43·. Esta proteção resulta na importância do tripé: saúde, educação e assistência social. Destaca também, o papel estratégico desempenhado pela Assistência Social na promoção, defesa e garantia do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária, em seus diferentes níveis de proteção social. Proteção social esta mencionada anteriormente neste documento no item: assistência Social na perspectiva da proteção social.

42 Art. 8º do ECA.‘ É assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal. § 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de atendimento, segundo critérios médicos específicos, obedecendo-se aos princípios de regionalização e hierarquização do Sistema. § 2º A parturiente será tendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanha na fase pré-natal. § 3º Incube ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e a nutrriz que dele necessitem. 43 MINAS (2009) – Plano Estadual de Promoção, Proteção e Defesa do direito de crianças e adolescentes a convivência familiar e comunitária. P, 23.

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Condição Peculiar da Criança e Adolescente como pessoa em desenvolvimento.

Como pessoas em condição peculiar de desenvolvimento a crianças e o adolescente têm direitos subjetivos à liberdade, à dignidade, à integridade física, psíquica e moral, à educação, à saúde, à proteção no trabalho, à assistência social, à cultura, ao lazer, ao desporto, à habitação, a um meio ambiente de qualidade e outros direitos individuais indisponíveis, sociais, difusos e coletivos.

O Plano nacional44 pontua que o desenvolvimento da criança e, mais tarde, do adolescente, caracteriza-se por intrincados processos biológicos, psicoafetivos, cognitivos e sociais que exigem do ambiente que os cerca, do ponto de vista material e humano, uma série de condições, respostas e contrapartidas para realizar-se a contento. A família tem um papel essencial para este desenvolvimento.

CRIANÇA E ADOLESCENTE: DIREITO A CONVIVENCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

A convivência no ambiente familiar é de extrema importância para o processo de desenvolvimento entre seus membros, desenvolvimento este que acontece desde a infância. Pois, a criança recém-nascida depende para sua sobrevivência de outras pessoas e através desta relação de cuidados vai aprendendo do mundo que a cerca. A relação de dependência que passa a existir entre ela e aqueles que cuidam faz com que os mesmos, sejam extremamente importantes para ela durante seu processo de desenvolvimento, ou seja, através da socialização primária45.

O núcleo familiar é o principal lugar para o crescimento, proteção e desenvolvimento de uma criança. Mas, ao mesmo tempo, este núcleo pode se caracterizar como um contraditório lugar de conflitos, violências e desconstruções nas relações cotidianas entre seus membros. Nos quais necessitam ser bem verificados e avaliados, caso seja necessário seu afastamento, precisará ser desenvolvido dentro da

44 BRASIL (2006) - Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do direito de crianças e adolescentes a convivência familiar e comunitária. P, 39.

45 LANE. Silvia Maurer. IN:A história da Família e Escola , Livro: O que é Psicologia Social. ED Brasiliense

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perspectiva de excepcionalidade e temporalidade, afim de que uma vez superado este conflito a criança retorne para seu convívio familiar.

O Grupo de Trabalho Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária - Gt Nacional46 já apontava para uma atenção em relação à possibilidade de afastamento da criança de sua família de origem. Pois, gera implicações e uma série de questões que precisam ser avaliadas e pesquisadas cuidadosamente, antes da tomada desta decisão.

O grupo reforçava também que é legítimo e necessário que uma equipe especializada avalie se a família possui recursos internos para prover os cuidados à criança e ao adolescente. Recursos estes que devem ser trabalhados através de uma intervenção em “Média Complexidade”, pelo SUAS e também retomada novamente esta atenção e cuidado para o acompanhamento especializado através da Lei 12.010 de 2009. A equipe especializada deve estar preparada para balizar seu diagnóstico analisando o grau de violação, a situação da criança e do adolescente em seu desenvolvimento e o acesso aos recursos da família. Para evitar o afastamento e garantir a excepcionalidade da medida de afastamento, é necessário que a equipe de diagnóstico possa contar, em sua região, com um serviço especializado de acompanhamento sociofamiliar.

CONVIVÊNCIA COMUNITÁRIA:

A convivência comunitária se dá a partir da entrada da criança na educação infantil ou no ensino fundamental, pois expande seu núcleo de relacionamentos para além da família. O Plano Nacional47 menciona que durante a infância e a adolescência o desenvolvimento é continuamente influenciado pelo contexto no qual a criança e o adolescente estão inseridos. A partir da relação com colegas, professores, vizinhos e outras famílias, bem como da utilização das ruas, quadras, praças, escolas, igrejas, postos de saúde e outros, crianças e adolescentes interagem e formam seus próprios grupos de relacionamento.

46Fazendo Valer um Direito / Grupo de Trabalho Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária ; [organização Adriana Pacheco da Silva, Claudia Cabral]. - 2.ed. - Rio de Janeiro : Terra dos Homens , 2008 47 BRASIL (2006) - Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do direito de crianças e adolescentes a convivência familiar e comunitária. P, 33.

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Na relação com a comunidade, as instituições e os espaços sociais, eles se deparam com o coletivo – papéis sociais, regras, leis, valores, cultura, crenças e tradições, transmitidos de geração a geração – expressam sua individualidade e encontram importantes recursos para seu desenvolvimento.

Os espaços e as instituições sociais são, portanto, mediadores das relações que as crianças e os adolescentes estabelecem, contribuindo para a construção de relações afetivas e de suas identidades individual e coletiva. Nessa direção, se o afastamento do convívio familiar for necessário, as crianças e adolescentes devem, na medida do possível, permanecer no contexto social que lhes é familiar. Além de muito importante para o desenvolvimento pessoal, a convivência comunitária favorável contribui para o fortalecimento dos vínculos familiares e a inserção social da família48 (Plano Nacional)·.

O plano cita o autor TAKASHIMA (2004)49 que destaca algumas estratégias da comunidade que contribuem para a proteção da criança e do adolescente, constituindo formas de apoio coletivo entre famílias em situação de vulnerabilidade social:

Redes espontâneas de solidariedade entre vizinhos: a família recebe apoio em situações de crise como morte, incêndio ou doenças;

Práticas informais organizadas: a comunidade compartilha com os pais ou responsáveis a função de cuidado com a criança e com o adolescente, bem como denuncia situações de violação de direitos, dentre outras; e

Práticas formalmente organizadas: a comunidade organiza projetos e cooperativas para a geração de emprego e renda, por exemplo.

Os vínculos familiares e comunitários possuem uma dimensão política, na medida em que tanto a construção quanto o fortalecimento dos mesmos dependem também, dentre outros fatores, de investimento do Estado em políticas públicas voltadas à família, à comunidade e ao

48 NASCIUTI, J. R. A instituição como via de acesso à comunidade. In: R. H. F. Campos (Org), Psicologia social e comunitária: Da solidariedade à autonomia (pp. 100-126). Rio de Janeiro: Vozes, 1996 49 TAKASHIMA, G. M. K. O Desafio da Política de Atendimento à Família: dar vida às leis

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espaço coletivo – habitação, saúde, trabalho, segurança, educação, assistência social, desenvolvimento urbano, combate à violência, ao abuso e à exploração de crianças e adolescentes, distribuição de renda e diminuição da desigualdade social, meio ambiente, esporte e cultura, dentre outros. (VICENTE 2004 – Plano Nacional. P 34).

Violação dos direitos da criança e do adolescente:

Cabe ao Estado garantir como prioridade absoluta a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, juntamente com a família e toda a sociedade (CF, art. 227) nos quais se encontram garantidos por lei. Visando assegurar a efetivação desses, o estatuto dispõe que qualquer atentado, por omissão ou ação, aos direitos fundamentais das crianças e adolescentes serão passiveis de punição. Pois, os problemas enfrentados pela infância e pela juventude são muitos e não se limitam apenas a uma determinada classe social, raça, religião, ou qualquer outro fator pré-concebido. As dificuldades e ameaças podem ser provenientes de qualquer lugar: dos meios de comunicação; de uma precária condição sócio-econômica; da negligência do Poder Público; e até mesmo do próprio seio familiar.

A violência contra criança e adolescente ocorre no âmbito de um uma relação interpessoal assimétrica, hierárquica, de poder, implicando relações de dominação. Pois todo ato de omissão praticado pelos pais, parentes ou responsáveis contra as mesmas, capaz de causar danos físicos, sexuais ou psicológicos á vitima, implica em uma transgressão de poder ou dever de proteção do adulto negando assim o direito as mesmas em serem tratadas como sujeitos de direitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento.

A seguir destacaremos os tipos e situações de violência citados no Plano Estadual50 l.

50 MINAS (2009) Plano Estadual de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. A patrir da P, 26 - 29.

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Violação no contexto da família:

A violência contra as crianças e adolescentes na família é um fenômeno complexo e multideterminado para o qual concorrem fatores diversos, como: condições de vida, características pessoais do agressor, conflitos familiares e elementos da cultura. A violência doméstica perpassa todos os estratos e grupos sociais. Porém há fatores como pobreza, desemprego, exposição à violência urbana, dependência química, violência de gênero e outros, que podem aumentar a vulnerabilidade das famílias, das crianças e adolescentes à ocorrência de violência, embora não possam ser apontados como causa desta.

O Plano cita que dentre as situações de risco vividas por crianças e adolescentes, destacam-se a negligência, o abandono e a violência doméstica. A negligência se configura quando os pais (ou responsáveis) não atendem às necessidades dos seus filhos (alimentação, vestuário e outras) em virtude de condições de vida além do seu controle. A negligência assume formas diversas, que podem compreender, por exemplo, o descaso: com a saúde, alimentação, segurança ou educação da criança, dentre outras situações. De acordo com o CONANDA e CNAS (2006 op. cit.), O abandono, deixando a criança em situação de extrema vulnerabilidade, seria a forma mais grave de negligência. A avaliação das situações de negligência, ou mesmo de abandono, deve sempre levar em conta a condição socioeconômica e o contexto de vida das famílias, a fim de avaliar se a negligência resulta de circunstâncias que fogem ao seu controle, exigindo intervenções de apoio sociofamiliar e fortalecimento de vínculos familiares.

A violência doméstica pode se manifestar como: Física: podendo ocorrer a partir de um tapa e chegar a ser fatal; Psicológica: desvalorizando as potencialidades da vítima e, em alguns casos , levando-a ao suicídio; Negligência: não suprindo a necessidades básicas, o que pode levar á morte; Abuso sexual: em geral ocorre com freqüência levando à gravidez incestuosa e/ou deturpando as referências sociais, afetivas e culturais entre adultos, crianças e adolescentes, ao transformá-la em relações erotizadas; Exploração sexual comercial: deturpando as referências sociais, afetivas e culturais entre adultos, crianças e adolescentes, ao transformá-las em relações erotizadas, comerciais, violentas e criminosas.

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Exploração Sexual: violação de um direito.

A exploração sexual comercial de crianças e adolescentes diferem do abuso incestuoso, por ser medida por uma relação comercial, de compra e venda. A comercialização pode ocorrer través dos próprios pais ou pessoa de confiança da criança/ ou adolescente. No entanto em sua, maioria ocorre através de organização criminosa que lucra através exploração sexual a venda de armas/drogas.

A exploração sexual de crianças e adolescentes devem ser analisadas como um problema social de múltiplas faces que deve ser combatido através de uma rede especializada no atendimento às crianças, adolescentes e famílias, através de campanhas de prevenção e de recepção e encaminhamento de denúncias, bem como da capacitação dos agentes participantes do Sistema de Garantia dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes. Foram criados serviços e programas, como o Serviço de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, oferecido nos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS.

Trabalho infantil:

O governo brasileiro se comprometeu a tomar medidas imediatas e eficazes para assegurar a eliminação das piores formas de exploração de mão de obra infantil. Medidas estas, devido a convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho, em 17 de junho de 1999. A principal estratégia adotada pelo país no enfrentamento ao problema foi combinar a transferência de renda às famílias com o compromisso de retirar as crianças do trabalho, garantir sua freqüência na escola e inseri-las em atividades socioeducativas.

Essa política, desde a implementação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), em 1996, contribuiu para uma redução significativa do trabalho infantil. Em 2002, 8,2% das crianças e adolescentes até 15 anos trabalhavam, sendo que 19,1% entraram no mercado de trabalho com menos de 9 anos de idade. Em 2007, o percentual de trabalho infantil era de 6,6%. Ainda assim, o problema continua tendo grandes dimensões, com 2,5 milhões no mercado de

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trabalho, a maioria entre 10 e 15 anos de idade. Segundo o Relatório UNICEF (2009)11, 19% das crianças e dos adolescentes que trabalham não estudam. E os que permanecem nas salas de aula, devido ao cansaço e ao tempo reduzido para se dedicar aos estudos, muitas vezes são reprovados. De fato, é preciso lembrar que no trabalho infantil estão envolvidos não apenas a família, mas toda uma série de atores sociais, tais como empregadores, intermediadores e compradores de serviços ou produtos. São necessárias ações que garantam condições de existência, mobilizem a sociedade e promovam mudança de mentalidade, pois o trabalho infantil tem sido uma realidade histórica que sobrevive através das gerações tanto devido a causas socioeconômicas quanto a crenças sobre a socialização das crianças e adolescentes. Esta mudança cultural deve acompanhar a ampliação do acesso à educação e saúde tanto das crianças e adolescentes quanto de suas famílias.

Crianças e adolescentes em situação de rua:

A situação de rua se apresenta de forma complexa e heterogênea, sugerindo perfis distintos de crianças e adolescentes com as mais diferentes trajetórias nas ruas: trabalhadores, pedintes, perambulantes, moradores, com menor ou maior grau de contato com suas famílias e comunidades51.

O plano coloca também que Crianças e adolescentes que “se movimentam entre suas casas, as ruas e as instituições, em busca de proteção e de um lugar onde se sintam pertencentes. São diversos os fatores de ordem política mais ampla que determinam os processos excludentes que afetam as vidas de cada uma destas crianças e famílias”. Nesse sentido, “a compreensão da dinâmica das relações desenvolvidas no interior das famílias dos meninos e meninas que se encontram em situação de rua é fundamental para se formular políticas que criem ou fortaleçam estratégias de apoio familiar e comunitário no cuidado das crianças”.

51 MINAS (2009) Plano Estadual de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. P, 29.

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Crianças e adolescentes desaparecidos

O fenômeno do desaparecimento de crianças e adolescentes no Brasil tem sido objeto de maior atenção por parte do Poder Público e da sociedade brasileira nos últimos anos, estruturando se, a partir de dezembro de 2002, a Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos (ReDESAP), coordenada pela Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SPDCA), da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH). O Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos é alimentado pelos participantes da ReDESAP e encontra-se disponível ao público através da Internet.

De acordo com o Plano Nacional, com base nas estatísticas estaduais, estima-se que anualmente exista um número aproximado de 40.000 ocorrências de desaparecimento de crianças e adolescentes registrado nas delegacias de polícia de todo o País. Pesquisa financiada pela SEDH e executada pela equipe do Projeto Caminho de Volta, vinculado ao Centro de Ciências Forenses da Faculdade de Medicina da USP, sobre as causas do desaparecimento infantojuvenil, revela que, em 73% dos casos estudados, o desaparecimento tratava-se de fuga de casa, motivada, principalmente, por situações

de maus-tratos, alcoolismo dos pais, violência doméstica e abuso de drogas. Neste grupo, observouse uma altíssima taxa de reincidência, da ordem de 48%. Estes dados demonstram a necessidade de se incluir as famílias nas estratégias de atenção e prevenção ao desaparecimento de crianças e adolescentes. (CONANDA e CNAS, 2006, op. cit.)

Acolhimento Institucional

O Plano Nacional adotou o termo Acolhimento Institucional para designar o acolhimento em entidades, definidas no Art. 90, Inciso IV do ECA, como aquelas que atendem crianças e adolescentes que se encontram sob medida protetiva de abrigo, aplicadas nas situações dispostas no Art. 98. Segundo o Art. 101, Parágrafo Único, o abrigo é medida provisória e excepcional, não implicando privação de liberdade. O Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes pode ser oferecido em diferentes modalidades, como: Abrigo Institucional para pequenos grupos, Casa-Lar e Casa de Passagem. Em

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qualquer uma dessas formas de equipamento, o número de crianças e/ou adolescentes não deve exceder 20 (vinte).

O Abrigo Institucional52 é um serviço que oferece acolhimento, cuidado e espaço de desenvolvimento para grupos de crianças e adolescentes em situação de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção. Oferece atendimento especializado e condições institucionais para o acolhimento em padrões de dignidade, funcionando como moradia provisória até que seja viabilizado o retorno à família de origem ou, na sua impossibilidade, o encaminhamento para família substituta. Não deve exceder o número de 20 crianças e adolescentes abrigados por unidade. Deve estar inserido na comunidade, em áreas residenciais, oferecer ambiente acolhedor e ter aspecto semelhante ao de uma residência, sem distanciar-se excessivamente, do ponto de vista geográfico e socioeconômico, da comunidade de origem das crianças e adolescentes atendidos. O atendimento prestado deve ser personalizado e em pequenos grupos e favorecer o convívio familiar e comunitário, bem como a utilização dos equipamentos e serviços disponíveis na comunidade local.

A Casa-Lar53 é uma modalidade de serviço de acolhimento oferecido em unidades residenciais, nas quais pelo menos uma pessoa, ou um casal, trabalha como cuidador(a) / educador(a) residente – em uma casa que não é a sua – prestando cuidados a um grupo de crianças e adolescentes sob medida protetiva de abrigo até que seja viabilizado o retorno à família de origem ou, na sua impossibilidade, o encaminhamento para família substituta. Esse tipo de atendimento visa estimular o desenvolvimento de relações mais próximas do ambiente familiar, promover hábitos e atitudes de autonomia e de interação social com as pessoas da comunidade. Com estrutura de uma residência privada, deve receber supervisão técnica, localizar-se em áreas residenciais da cidade e seguir o padrão socioeconômico da comunidade onde estiverem inseridas sem distanciar-se excessivamente, do ponto de vista geográfico e socioeconômico, da comunidade de origem das crianças e adolescentes atendidos.

52 Orientações Técnicas do CONANDA / CNAS. P,63.

53 Orientações Técnicas do CONANDA / CNAS. P,69.

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A Aldeia a um Conjunto de Casas-Lares dispostas em um mesmo terreno que compartilham de mesma estrutura técnico-administrativa. O serviço deve organizar ambiente próximo de uma rotina familiar, proporcionar vínculo estável entre o(a) cuidador(a) / educador(a) residente e as crianças e adolescentes atendidos, além de favorecer o convívio familiar e comunitário dos mesmos, bem como a utilização dos equipamentos e serviços disponíveis na comunidade local, devendo atender a todas as premissas do Estatuto da Criança e do Adolescente, especialmente no que diz respeito ao fortalecimento dos vínculos familiares e sociais, e oferecimento de oportunidades para a (re) inserção na família de origem ou substituta. O número máximo deve ser de 10 crianças e adolescentes por equipamento.

A Casa de Passagem54 é uma modalidade de Acolhimento Institucional de curtíssima duração, onde se realiza diagnóstico eficiente, com vista à reintegração à família de origem ou encaminhamento para Acolhimento Institucional ou Familiar, que são medidas provisórias e excepcionais.

O Plano Estadual reforça que todas as entidades que desenvolvem programas de abrigo devem prestar plena assistência à criança e ao adolescente, ofertando-lhes acolhida, cuidado e espaço para socialização e desenvolvimento. Destaca-se que, de acordo com o Art. 92 do ECA, devem adotar os seguintes princípios:

I - preservação dos vínculos familiares;

II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família de origem;

III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;

IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;

V - não desmembramento de grupos de irmãos;

VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes abrigados;

54 Definição conforme CONANDA e CNAS (2008, op. cit.). Segundo o MDS (2009, op. cit.), a Casa de Passagem Pública é uma unidade para a oferta de acolhimento imediato e emergencial, espaço adequado e profissionais preparados para receber a criança/adolescente, em qualquer horário do dia ou da noite, enquanto se realiza um estudo diagnóstico detalhado de cada situação para os encaminhamentos necessários. Plano Estadual p, 42.

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VII - participação na vida da comunidade local;

VIII - preparação gradativa para o desligamento;

IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.

As entidades que desenvolvem programas de abrigo devem registrar-se e inscrever seus programas junto aos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e de Assistência Social e, para que essa inscrição seja deferida, devem cumprir uma série de recomendações do ECA acerca de suas atividades e instalações.

Em conformidade com o Artigo 92, Parágrafo Único, “o dirigente da entidade de abrigo é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito”. Tais serviços devem:

• Estar localizados em áreas residenciais sem distanciar-se excessivamente, geograficamente, da realidade de origem das crianças e adolescentes acolhidos;

• Promover a preservação do vínculo e do contato da criança e do adolescente com a sua família de origem, salvo determinação judicial em contrário;

• Manter permanente comunicação com a Justiça da Infância e da Juventude, informando à autoridade judiciária sobre a situação das crianças e adolescentes atendidos e de suas famílias;

• Trabalhar pela organização de um ambiente favorável ao desenvolvimento da criança e do adolescente e estabelecimento de uma relação afetiva e estável com o cuidador.

Para tanto, o atendimento deverá ser oferecido em pequenos grupos, garantindo espaços privados para a guarda de objetos pessoais e, ainda, registros, inclusive fotográficos, sobre a história de vida e desenvolvimento de cada criança e cada adolescente;

• Atender crianças e adolescentes com deficiência de forma integrada às demais crianças e adolescentes, observando as normas de acessibilidade e capacitando seu corpo de funcionários para o atendimento adequado às suas demandas específicas;

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• Atender ambos os sexos e diferentes idades de crianças e adolescentes, a fim de preservar o vínculo entre grupo de irmãos;

• Propiciar a convivência comunitária por meio do convívio com o contexto local e da utilização dos serviços disponíveis na rede para o atendimento das demandas de saúde, lazer, educação, dentre outras, evitando o isolamento social;

• Preparar gradativamente a criança e o adolescente para o processo de desligamento, nos casos de reintegração à família de origem ou de encaminhamento para adoção;

• Fortalecer o desenvolvimento da autonomia e a inclusão do adolescente em programas de qualificação profissional, bem como a sua inserção no mercado de trabalho, como aprendiz ou trabalhador – observadas as devidas limitações e determinações da lei nesse sentido - visando à preparação gradativa para o seu desligamento quando atingida a maioridade. Sempre que possível, ainda, o abrigo deve manter parceria com Serviço de Acolhimento em Repúblicas, utilizáveis como transição para a aquisição de autonomia e independência e destinadas àqueles que atingem a maioridade no abrigo.

Acolhimento Familiar: Família Acolhedora:

O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora foi objeto de regulação pela Lei 12.010, de 2009, é de caráter provisório, para crianças e adolescentes afastados da família de origem mediante medida protetiva, na residência de famílias, nomeadas como famílias acolhedoras (PLANO ESTADUAL).

O Serviço de Acolhimento55 em Família Acolhedora implica a organização de acolhimento em residência de famílias acolhedoras, para crianças e adolescentes afastados da família por medida de proteção6. É previsto até que seja possível o retorno à família de origem ou, na sua impossibilidade, o encaminhamento para adoção. O Serviço deverá ser organizado segundo os princípios e diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente, sobretudo no que se refere à preservação e reconstrução do vínculo com a família de origem e manutenção de 55 Família Acolhedora - Vide nas Orientações Técnicas, p, 76 , no MDS (2009, op. cit.) e no Plano Estadual p,43 .

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crianças e adolescentes com vínculos de parentesco (irmãos, primos, etc.) numa mesma família. O atendimento também deve envolver o acompanhamento às famílias de origem, com vistas à reintegração familiar. Por família acolhedora se compreende o grupo familiar selecionado, preparado e acompanhado por uma equipe técnica especializada, que se dispõe a acolher, de forma temporária, crianças e adolescentes sob sua guarda. Esse tipo de acolhimento possui como pressuposto um mandato formal – uma guarda fixada judicialmente a ser requerida pelo serviço ao Juízo, em favor da família acolhedora. A manutenção da guarda estará vinculada à permanência da família acolhedora no serviço. Recomenda-se que cada família acolha uma pessoa por vez, número que poderá ser flexibilizado no caso de grupo de irmãos.

As “famílias acolhedoras”56 devem atuar como voluntárias, não sendo recomendada a remuneração pelos seus serviços. O acolhimento deve ocorrer paralelamente ao trabalho com a família de origem, com vistas à reintegração familiar ou, na sua total impossibilidade, encaminhamento para adoção. Assim, não deve ser confundido com adoção ou forma que conduza à adoção. É uma modalidade de acolhimento diferenciada, que não se enquadra no conceito de abrigo em entidade, nem no de colocação em família substituta, no sentido estrito, porém podendo ser entendido como regime de colocação familiar preconizado no artigo 90 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Para atender às necessidades das crianças/adolescentes acolhidos, deverá ser viabilizado auxílio material para as famílias acolhedoras na forma de gêneros alimentícios, vestimentas, material escolar, remédios, etc., ou de subsídio financeiro – de acordo com Lei ou parâmetros locais que o regulamentem. No caso da opção por subsídio financeiro, o mesmo não deve ter caráter remuneratório, e seu uso deverá ser centrado em suprir os gastos decorrentes da manutenção da criança/adolescente.

Dentro da sistemática jurídica, este tipo de acolhimento possui como pressuposto um mandato formal. O termo de guarda provisória expedido para a família acolhedora, fixada judicialmente e requerida

56 MINAS (2009) - Plano Estadual de Promoção, Proteção e Defesa do direito de crianças e adolescentes a convivência familiar e comunitária p,43

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pelo programa de atendimento ao Juízo, mediante prévio cadastro e habilitação pela equipe técnica do serviço. A guarda será deferida para a família indicada pelo serviço e terá sempre caráter provisório.

Ressalta-se que a manutenção da guarda deve estar vinculada à permanência da família acolhedora no serviço ou programa. Cada família acolhedora deverá acolher uma criança/adolescente por vez, exceto quando se tratar de grupo de irmãos, quando esse número poderá ser ampliado.

O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora deve contemplar57:

• Mobilização, cadastramento, seleção, capacitação, acompanhamento e supervisão das famílias participantes por uma equipe multiprofissional;

• Acompanhamento psicossocial das famílias de origem, buscando criar condições para a reintegração familiar;

• Articulação com a rede serviços, com a Justiça da Infância e da Juventude e com os demais atores do Sistema de Garantia de Direitos;

• Cuidado individualizado da criança ou do adolescente;

• Preservação do vínculo e do contato da criança e do adolescente com a sua família de origem, salvo determinação judicial em contrário;

• Fortalecimento dos vínculos comunitários da criança e do adolescente, favorecendo o contato com a comunidade e a utilização da rede de serviços disponíveis;

• Preservação da história da criança ou do adolescente, contando com registros e fotografias organizados, inclusive pela família acolhedora;

• Preparação da criança e do adolescente para o desligamento e, sempre que possível, o retorno à família de origem, bem como preparação da família de origem para receber a criança/ adolescente;

57 Orientações Técnicas do CONANDA/CNAS. A partir da p,76 – 84.

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• Permanente comunicação com a Justiça da Infância e da Juventude, informando à autoridade judiciária sobre a situação das crianças e adolescentes atendidos e de suas famílias;

Acolhimento em República58

O acolhimento em república é uma modalidade diferenciada de atendimento que oferece apoio e moradia subsidiada a grupos de jovens entre 18 e 21 anos em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados, em desligamento de serviços de acolhimento.

Com a estrutura de uma residência privada, deve receber supervisão técnica e localizar-se em áreas residenciais da cidade, seguindo o padrão socioeconômico da comunidade onde estiverem inseridas sem distanciar-se excessivamente, do ponto de vista socioeconômico, da comunidade de origem dos usuários. A república é um estágio na construção da autonomia pessoal e uma forma de desenvolver possibilidades de autogestão, autosustentação e independência, preparando os usuários para o alcance de autonomia e autosustentação. Possui tempo de permanência limitado, podendo ser reavaliado e prorrogado em função do projeto individual formulado em conjunto com o profissional de referência.

O número máximo é de 06 usuários por equipamento. As Repúblicas devem ser organizadas em unidades femininas e unidades masculinas, garantindo-se, na rede, o atendimento a ambos os sexos conforme demanda local, devendo ser dada a devida atenção à perspectiva de gênero no planejamento político-pedagógico do serviço, inclusive no que tange aos direitos sexuais e reprodutivos e à proteção à maternidade.

Se após tiver sido feitas todas as tentativas de reintegração à família de origem, esta se revelou impossível, a criança ou adolescente será encaminhado à adoção.

58 Orientações Técnicas do CONANDA/CNAS. A partir da p,85 – 89.

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3 MARCO SITUACIONAL

O Direito a convivência familiar e comunitária para crianças e adolescentes foi fruto de pesquisas, ações, articulações da sociedade civil organizada com o poder público, através de discussões temáticas em âmbito nacional por meio de fóruns – regionais nacionais e internacionais, conferências, encontros, desenvolvendo revisões de conceitos, concepções e novos entendimentos em relação ao atendimento para crianças e adolescentes e suas famílias nas políticas públicas de assistência social.

Tais articulações, discussões temáticas, e encontros geraram: pesquisas como o Levantamento de dados dos serviços de acolhimento institucional conveniados pelo governo federal a qual objetivou saber a real condição das unidades de acolhimento institucional através do instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – IPEA; Também ocorreram encontros com o Grupo de Trabalho Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária – GT NACIONAL; culminando assim no Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária.

No âmbito estadual destacaremos aqui o diagnóstico das Instituições de acolhimento a crianças e adolescentes no Estado de Minas Gerais, realizada pela Fundação João Pinheiro no ano de 2008. A pesquisa foi encomendada pela Coordenadoria Especial de Políticas Pró-criança e Adolescente - CEPCAD da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social – SEDESE, com objetivo de levantar a real situação das unidades de acolhimento institucional para crianças e adolescentes em Minas Gerais e também dar subsídios para a elaboração Plano Estadual de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. A Fundação João Pinheiro concluiu a pesquisa em 2009.

Apresentaremos também neste documento, o diagnostico aos serviços de acolhimento do município de Betim, realizados pela equipe técnica da Associação Casa Novella59. No ano de 2009 em quatro unidades de acolhimento institucional.

59 Associação Casa Novella - Fundada em novembro de 2001, a Casa de Acolhida "Novella" é uma organização não governamental, sem fins lucrativos. Tem como missão contribuir para a defesa dos direitos da criança, sobretudo o direito à convivência familiar, através dos seguintes programas: Acolhimento Institucional, Apoio Sóciofamiliar, Assessoria Técnica e Defesa de Direitos.Desde a sua criação, definiu como principal objetivo institucional reintegrar as crianças vítimas de violência doméstica sob medida de proteção às suas famílias de origem. Os resultados deste trabalho surpreendem pelas mudanças verificadas no seio destas famílias e, conseqüentemente, na convivência familiar, permitindo a reintegração das crianças após alguns meses de acolhimento Fonte: www.casanovella.org.br

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PESQUISA DO IPEA: SITUAÇÃO DOS ACOLHIMENTOS INSTITUCIONAIS DO BRASIL. Em agosto de 2002 foi realizado o “Colóquio Técnico sobre Rede Nacional de Abrigos” 60, que contou com a participação de Secretarias Estaduais de Assistência Social, e entidades não-governamentais dos diferentes estados brasileiros envolvidos com a temática. No evento foram identificadas ações que precisavam ser priorizadas, entre elas: a realização de um censo nacional de crianças e adolescentes em unidades de acolhimento institucional e das práticas institucionais e a elaboração de um Plano de Ação. Constituiu-se para as decisões deliberadas o “Comitê61 Nacional para Reordenamento de Abrigos”, que objetivou estimular mudanças nas políticas e práticas de atendimento, efetivando uma transição para o novo paradigma legal – ECA a respeito do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária. Como resultado, fez - se necessário uma pesquisa levantando dados, a fim de averiguar a real situação dos serviços de acolhimento institucional de crianças e adolescentes, iniciando assim, a sua pesquisa o IPEA. O instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – IPEA realizou no ano de 2003 uma pesquisa de âmbito nacional, com objetivo de verificar a real condição de atendimento nos serviços de acolhimento institucional: abrigos, orfanatos, educandários e casas lares à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. O IPEA teve como recurso para sua pesquisa os estabelecimentos que compunham a rede de abrigos conveniados pelo com o Governo Federal. Foram pesquisadas, diferentes formas de organização, funcionamento e atendimento, que apontaram varias tendências no perfil desse tipo de entidade e dos seus usuários. As instituições levantadas fizeram parte da Rede de Serviço de Ação Continuada – Rede SAC. Ao todo foi um universo de 589 unidades de acolhimento institucional, as quais atendiam 19.373 crianças e adolescentes.

60 Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. P, 17.

61 O Comitê, composto pelo DCA, SEAS, FONSEAS, CNAS, CONANDA, Colegiado do Fórum Nacional de Conselheiros Tutelares, RENIPAC, UNICEF e Fundação ORSA realizou três encontros ainda em 2002, e concluiu pela relevância do levantamento nacional de abrigos. Porém, dado a limitações de recursos e tempo, delimitaram o universo da pesquisa para os programas de abrigos que faziam parte da Rede de Serviço de Ação Continuada - Rede SAC. No final de 2002 o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) e o DCA do Ministério de Justiça alocaram recursos para financiar esta pesquisa.

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O perfil das crianças e adolescentes encontrados nos abrigos pesquisados revelou característica de exclusão social62. Na sua maioria eram meninos entre as idades de 7 a 15 anos, negros e pobres. Dos principais motivos apontados para o abrigamento destacaram-se também:

Relacionados á pobreza: 24,1%; Carência de recursos materiais da família; 18,8%; Abandono pelos pais ou responsáveis; 7,0%%; Vivenciam de rua e, 1,8%; Exploração do trabalho infantil, trafico

ou mendicância. A pesquisa apontou que mais de 80% das crianças e adolescentes abrigados tinham família, sendo que 58% até mantinham vínculos com seus familiares. Contrariando assim, o senso comum de que a maioria das crianças nos acolhimentos institucionais são órfãs. Das crianças encontradas nas unidades de acolhimento institucional, apenas uma minoria, 10,7%, estava judicialmente em condição para adoção. Por outro lado, a maioria ainda mantinha um vinculo judicial com suas famílias de origem. Em relação ao tempo de permanência na unidade de acolhimento, metade das crianças e dos adolescentes permanecem nas instituições há mais de dois anos. E um percentual de 20% delas, estava acolhida há mais de seis anos, tempo considerado demasiadamente longo, sobretudo no que se refere ao caráter de provisoriedade da medida de abrigo conforme o parágrafo único do ECA no art.101. ‘ O abrigo é medida provisória e excepcional, utilizável como forma de transição para a colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade’. A pesquisa constatou que em todo território nacional, apenas metade das crianças e dos adolescentes acolhidos nas instituições tinha processo nas Varas de Justiça. Provavelmente muitos abrigados poderiam estar nas instituições sem conhecimento judicial. Em relação às instituições que mais realizaram encaminhamentos das crianças e adolescentes para os serviços de acolhimento institucional foram: os Conselhos Tutelares (88,0%) e as Varas da Infância (85,6%). Outras instituições também se destacam no encaminhamento como: Ministério Publico (29,5%) e a própria família do abrigado (11,1%).

62 “Livro: O direito à convivência familiar e comunitária: os abrigos para crianças e adolescentes no Brasil” – IPEA.

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No que se refere a ações de incentivo á convivência das crianças e dos adolescentes com suas famílias de origem de acordo com as informações levantadas, a maioria (65,9%) dos programas realizou visitas para as crianças e adolescentes aos seus lares, e um percentual menor (41,4%) permitia visitas livres dos familiares nas unidades de acolhimento. Somente 31,2% realizavam as duas ações conjuntamente. Muito embora a maioria dos programas realizasse atividades de visitas às famílias (78,1%) e acompanhamento social (65,5%), a minoria realizava reuniões ou grupos de discussão (34,5%) ou encaminhava famílias (31,6%) para inserção em programas de proteção social. Somente 14,1%do total de abrigos pesquisados realizava todas as quatro ações de apoio à reestruturação familiar.

Quanto à convivência comunitária, o Levantamento Nacional identificou que apenas (6,6%) dos serviços de acolhimento institucional pesquisados utilizavam todos os serviços necessários que estavam disponíveis na comunidade, tais como: educação infantil e fundamental; profissionalização para adolescentes; assistência medica e odontológica; atividades culturais, esportivas e de lazer; e assistência jurídica. Grupo de Trabalho Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária - GT NACIONAL: O Grupo de Trabalho Nacional63 Pró-Convivência Familiar e Comunitária iniciado em 2005, por iniciativa do Fundo das Nações Unidas para Infância – UNICEF, com a cooperação técnica da Associação Brasileira Terra dos Homens e apoio da Secretaria Especial dos Direitos Humana – SEDH, do Instituto Camargo Corrêa e do Instituto C&A. O GT Nacional reuniu representantes governamentais (estados e municípios) e não governamentais para a discussão e proposição de parâmetros nacionais para o atendimento em serviços de acolhimento para crianças e adolescentes. No período de novembro de 2005 a julho de 2008, o GT realizou 12 Encontros com os seguintes objetivos64:

63 Orientações Técnicas CONANDA / CNAS. P,12. e Fazendo Valer um Direito / Grupo de Trabalho Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária; organização Adriana Pacheco da Silva, Claudia Cabral. - 2.ed. - Rio de Janeiro : Terra dos Homens , 2008.

4 LIVRO: Fazendo Valer um Direito / Grupo de Trabalho Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária; organização Adriana Pacheco da Silva, Claudia Cabral. - 2.ed. - Rio de Janeiro : Terra dos Homens , 2008 P, 29.

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• Fortalecimento dos movimentos locais (municipais e estaduais) Pró-Convivência Familiar e Comunitária; • Construção de parâmetros mínimos sobre metodologia básica para programas de apoio sociofamiliar; Famílias Acolhedoras; Acolhimento Institucional; apoio socioeducativo em meio aberto para crianças e adolescente com trajetória de rua, república e reordenamento institucional. • Fomento à implementação de políticas públicas de direito à convivência familiar e comunitária. Os encontros do GT, que se constituíram em um dia e meio de Seminário local e três dias de oficinas, foram realizados cada vez em uma cidade diferente e com a mesma representação do grupo, diversificando apenas os consultores e convidados: I GT Campinas/SP - “II Colóquio Internacional sobre Acolhimento Familiar”

II GT Belém/PA - “Seminário - O Direito à Convivência Familiar e Comunitária e

sua aplicação”

III GT Recife/PE - “II Seminário Metropolitano Pró-Convivência Familiar e

Comunitária: o acolhimento familiar”

IV GT São Luís/MA - “Seminário - Convivência Familiar e Comunitária: direito de

todas as crianças e adolescentes”

V GT Salvador/BA - “Seminário de Salvador Pró Convivência Familiar e

Comunitária”

VI GT Porto Alegre/RS - “Seminário - Criança: Cadê a Família?”

VII GT Fortaleza/CE - “Convivência Familiar e Comunitária: pelo direito de

crianças e adolescentes à vida protegida”

VIII GT Brasília/DF - “I Seminário Pró-Convivência Familiar e Comunitária do DF”

IX GT Belo Horizonte/MG - “I Encontro Estadual Pró-Convivência Familiar e

Comunitária”

X GT Vitória/ES – ‘I Encontro Capixaba Pró-Convivência Familiar e Comunitária’

XI GT Rio de Janeiro/RJ – ‘I Encontro Pró-Convivência Familiar e Comunitária do

Estado do Rio de Janeiro’.

XII GT Florianópolis/SC – ‘I Seminário Catarinense Pró-Convivência Familiar e

Comunitária’

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Os 12 encontros propiciaram65: aprofundamento técnico-teórico sobre as modalidades de atendimento previstas no Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária - PNCFC e o Sistema Único de Assistência Social - SUAS; construção de parâmetros mínimos sobre estas modalidades; e, o fortalecimento da identidade do Grupo e das suas relações interinstitucionais.

O GT Nacional realizou encontros que resultaram em uma fundamentação teórico-prática de experiências exitosas desenvolvidas nos encontros dos grupos de várias regiões do Brasil. Estes encontros serviram de subsidio para a implementação Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária aprovado ineditamente por dois Conselhos de Direitos: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA e Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS em dezembro de 2006. Culminou também no livro: Fazendo Valer um Direito - Grupo de Trabalho Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária, organizado por Adriana Pacheco da Silva e Claudia Cabral. Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária: O Plano Nacional o resultado do processo participativo e elaboração conjunta, envolvendo representantes de todos os poderes e esferas de governo, da sociedade civil organizada e de organismos internacionais, os quais compuseram a Comissão Intersetorial que elaborou os subsídios apresentados ao Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes - CONANDA e ao Conselho Nacional de Assistência - CNAS. O Plano Nacional está fundamentado nas seguintes diretrizes66:

Centralidade da família nas políticas públicas;

65 LIVRO: Fazendo Valer um Direito / Grupo de Trabalho Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária; organização Adriana Pacheco da Silva, Claudia Cabral. - 2.ed. - Rio de Janeiro : Terra dos Homens , 2008 P, 29.

66 Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. Pgs 69-74.

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Primazia da responsabilidade do Estado no fomento de políticas

integradas de apoio à família;

Reconhecimento das competências da família na sua

organização interna e na superação de suas dificuldades;

Respeito à diversidade étnico-cultural, à identidade e orientação

sexuais, à eqüidade de gênero e às particularidades das

condições físicas, sensoriais e mentais;

Fortalecimento da autonomia da criança, do adolescente e do

jovem adulto na elaboração do seu projeto de vida;

Garantia dos princípios de excepcionalidade e provisoriedade

dos Programas de

Famílias Acolhedoras e de Acolhimento Institucional de crianças e

de adolescentes;

Reordenamento dos programas de Acolhimento Institucional;

Adoção centrada no interesse da criança e do adolescente;

Controle social das políticas públicas; Os fundamentos, estratégias e objetivos do Plano têm estão centrados nas crianças e adolescentes ao direito a convivência familiar e comunitária, através da prevenção ao rompimento dos seus vínculos, na qualificação do atendimento dos serviços de acolhimento e no investimento para o retorno ao convívio com a família de origem. Esgotadas as possibilidades para o fortalecimento deste vinculo, poderá se encaminhadas para família substituta. Minas Gerais: ‘Censo de abrigos de crianças e adolescentes’ - Fundação João Pinheiro: A Coordenadoria Especial de Políticas Pró-Criança e Adolescente - CEPCAD da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social – SEDESE, solicitou a Fundação João Pinheiro uma pesquisa objetivando a identificação das instituições que prestam algum tipo de acolhimento institucional para crianças e adolescentes com ate 18 anos incompletos, levantando dados fundamentais sobre as crianças abrigadas e suas famílias.

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A pesquisa “Diagnostico das Instituições de acolhimento a crianças e adolescentes no Estado de Minas Gerais ‘’ (FJP, 2009, op.cit) teve inicio em 2008 e foi concluída em 2009 – sendo coordenada por Frederico Poley Martins Ferreira. O levantamento dos dados realizados pela Fundação João Pinheiro, serviu também para dar subsídios ao Plano Estadual de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária.

Foram pesquisadas todas as unidades de acolhimento institucional até então reconhecidas por seus municípios do Estado de Minas Gerais no ano de 2008, perfazendo um total de 355, que abrigavam um total de 4.731 crianças e adolescentes. Sendo que posteriormente, através do Programa de Volta Para Casa / SEDESE67, novas unidades foram encontradas. De acordo com a Fundação João Pinheiro - FJP (2009, op.cit.), os serviços de acolhimento institucional estão distribuídos por Diretorias Regionais da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de Minas Gerais – SEDESE e revela que a grande concentração está na Região da Grande Belo Horizonte, com 101 organizações, sendo 61 localizadas no município de Belo Horizonte. Os menores índices de unidades de acolhimento estão localizados nas Regionais Almenara e Salinas, ambas com números de três e cinco instituições respectivamente. As modalidades de serviços e acolhimento institucional que foram encontrados foram os seguintes: Abrigos institucionais - 55,9%; Casas-lares – 26,6%; Casas Transitória/passagem – 13,8%; Aldeias - 1,7%; Albergues – 0,6; Republicas/Pensionatos 0,6%; Outros - 0,9% s.

Em relação à orientação religiosas, no universo pesquisado, 53% das unidades de acolhimento não apresentavam orientação religiosa e 45,2% estavam vinculados a uma religião. A porcentagem das instituições confessionais foram as seguintes:

67 Programa De Volta Para Casa - é executado pela Associação casa Novella desde 2008 e tem como objetivos: Reordenamento das Unidades de Acolhimento Institucional Formando Multiplicadores. Programa é desenvolvido pelo governo de Minas Gerais através da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de Minas Gerais – SEDESE e Coordenadoria Especial Política Pró Criança e Adolescente - CEPCAD. São acompanhados, assessorados e capacitados atores do Sistema de Garantia de Direitos em 132 municípios de Minas Gerais.

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88 instituições vinculadas á religião católica - 25,2%; 46 Evangélicas - 13,2%; 20 Espíritas - 5,7%; 04 Outras orientações - 1,1%.

Os principais motivos para o abrigamento das crianças foram: Negligencia - 18,45%; Maus tratos, violência domestica, agressão física - 15,51%; Abandono - 14,31%; Alcoolismo - 9,36%; Pobreza ou vivência/situação/trajetória de rua da família e/ou

criança - 7,72%; Abuso/suspeita/tentativa de violência sexual ou prostituição infantil - 5,10%;

Situação de risco /vulnerabilidade social, física, psicológica, moral, habitacional, ameaça á vida do menor de idade - 4,94%;

Uso/ tráfico de drogas por parte dos pais - 4,26%; Ausência de um ou ambos os genitores falecimento / prisão /

desaparecimento/ internação hospitalar ou psiquiátrica - 2,73%; Outros motivos – 10,53%’.

No que se refere à capacidade máxima de acolhimento por uma noite, a maior das instituições das 189 unidades - 54,1% são capazes de acolher, até 15 crianças. As outras 137 unidades - 39,4% possuem capacidade máxima de acolhimento para mais entre 16 ate 50 crianças e adolescentes.

A capacidade para acolhimento de crianças e adolescentes no Estado de Minas Gerais na data de referência da pesquisa foi de 7.904 vagas. A comparação desse resultado com a quantidade total de crianças e adolescentes encontrados nas unidades apresentou uma diferença de 3.264 vagas, que poderiam ser consideradas como ociosas no momento da pesquisa. Nesse sentido, a taxa de ocupação nos acolhimentos institucionais ficou na ordem de 58,7%.

Uma vez que os dados demonstram certa ociosidade das vagas, não pode afirmar o mesmo sobre a estabilidade dessa ocupação. Pois, em 2007 estiveram acolhidos em Minas Gerais um total de pelo menos 10.437 crianças, o que demonstrou grande rotatividade na ocupação das vagas existentes. Quanto ao acolhimento de crianças e adolescentes em situações especiais, das 221 unidades de acolhimento, ou seja, 63,32% do total

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afirmam ter capacidade para acolher crianças e adolescentes em situações especiais, tais como: “vivencia de rua’’. 207 unidades afirmaram acolher crianças e adolescentes com

deficiência mental - 59,9%; Acolhem crianças e adolescentes com deficiência auditiva -

43,84%; Acolheram crianças e adolescentes com deficiência visual -

42,41%; Acolhem crianças e adolescentes com deficiência física múltipla

– 42,12%; Afirmaram acolher portadores de HIV - 39,54%; Acolheram adolescentes grávidas – 32,09%; Acolheram crianças e adolescentes com dependência química -

28,65%; Acolhem adolescentes com filhos – 26,07%; Acolhem por outros motivos - 10,60%.

No que se refere a unidades de acolhimento com atendimentos regionalizados, ou seja, de outros municípios: Instituições que recebem crianças de outros municípios – 66,2%; Não recebem - 33,5%; Não definiram sobre o assunto – 1%.

No que tange à cobertura no sistema de abrigamento, mais da metade dos municípios e a maioria dos serviços de acolhimento - 80,2%, não possuem convênio com outros municípios para o encaminhamento de crianças e adolescentes. A situação em relação à dificuldade para distribuição de vagas no Estado foi sinalizado. Das 63 unidades de acolhimento que firmaram convênio com outros municípios, 44 69,8% estabeleceram convênios formais e 15 unidades -23,8% contavam com parcerias informais. No que se refere a existência de uma sistematização metodológica de trabalho , pôde-se constatar que 73 instituições - 20,9% do total, afirmaram possuir uma metodologia e que esta é do conhecimento de todos os seus funcionários e técnicos. Somando com as unidades possuem alguma metodologia mesmo que não seja do conhecimento de todos, o numero chega a 106 - 30,4% do total. No entanto, a maior parte das unidades das 235, não possui metodologia estruturada para o atendimento. Significando assim, um total de 67,3%. Considerando a metodologia como pilar fundamental para a ação organizada de seus técnicos e funcionários, os dados revelaram um baixo índice na profissionalização das atividades realizadas nas unidades.

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No que concerne ao fortalecimento e investimento para a autonomia dos adolescentes em processo de desligamento das unidades, mais da metade das instituições, 194 unidades - 55,6%, asseguraram algum tipo de apoio, enquanto 133 unidades - 38,1% afirmam não realizar tais ações. Dentre os tipos de apoio mais recorrentes estão: Acompanhamento social - 151 unidades de acolhimento; Visitas domiciliares - 147 unidades de acolhimento; E apoio através de doações - 108 Unidades. Houve 70 unidades de acolhimento que encaminharam seus adolescentes para uma vaga de emprego, 50 oferecem qualificação profissional e 22 unidades ofereceram apoio financeiro. Dentre os tipos de serviço oferecidos pelas instituições, o mais freqüente é o de assistência odontológica, com 339 ocorrências e, em segundo lugar, a assistência medica que conta com 337 atendimentos. A oferta interna mais freqüente é o reforço escolar, com 190 ocorrências. Na oferta externa, houve 296 ocorrências de assistência odontológicas. As atividades culturais - 96 desenvolvidas respondem pelo tipo de serviço mais ofertado de modo misto (interno e externo). Em novembro de 2008, havia, em Minas Gerais, aproximadamente 4.731 crianças e adolescentes em 355 unidades de acolhimento institucional. O numero dos que permaneceram acolhidos, pelo menos por uma noite, ao longo do ano de 2007, foi estimado em 10.437 crianças e adolescentes. Observou se ainda que a proporção de crianças e adolescentes do sexo masculino era aproximadamente 3% maior do que a do sexo feminino (FJP, 2009, op.cit). Em relação à faixa etária, ocorre que, para o total de crianças abrigados, 19,7% tinham até 4anos de idade 27% estavam entre os cinco e os nove anos. A maior quantidade pertencia ao grupo entre 09 e 10 anos de idade, somando 38%. Adolescentes entre 15 e 18 anos representavam 14,4% do total. Foi observado a existência de adolescentes com mais de 18 anos que ainda permanecem nas instituições. Com relação ao tempo de abrigamento, pode-se dizer que quase metade das crianças e adolescentes: Permaneciam há mais de um ano institucionalizados - 49,2%; Permaneciam há pelo menos um ano representavam - 17,7%; Permaneciam há pelo menos dois anos, 9,3% do total;

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Permaneciam mais de três anos representavam aproximadamente - 19% do total.

Investigou se também a composição das famílias de referência das crianças e adolescentes acolhidos, no momento da pesquisa, independentemente se possuíam vínculo ou não com a família. Arranjos familiares encontrados entre os acolhidos: Composto por pai, mãe e irmãos (família nuclear) - o mais freqüente - 42,4%; Compostos por madrasta e/ou padrasto - 26,02%; Pelas famílias monoparentais femininas - 11,31%, com ou sem irmãos. Índice significativo a quantidade de crianças e adolescentes 11,16%, cujas composições familiares não eram conhecidas. Estudos sobre acolhimento institucional – CONANDA E CNAS, 2006, op.cit. mostram que as famílias de crianças e adolescentes abrigados geralmente não possuem rede familiar extensa ou redes sociais de apoio na comunidade. São famílias predominantemente chefiadas por mulheres e com uma historia marcada pela exclusão social, migração e rupturas de vínculos afetivos. Vivências de ‘desenraizamento familiar e social ‘ associam se á falta de um grupo familiar extenso e de vínculos significativos nos quais a família possa recorrer pra encontrar apoio no cuidado e proteção á criança e ao adolescente. Para estas famílias, em especial, o acesso a uma rede de serviços potencializada e integrada torna-se fundamental para a superação de suas vulnerabilidades. Enfatizado mais uma vez no PLANO ESTADUAL A CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA.

Plano Estadual de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária: O Plano Estadual realizado por iniciativa dos Conselhos Estaduais: dos Direitos da Criança e do Adolescente do Estado de Minas Gerais – CEDCA e da Assistência Social - CEAS, baseado no Plano Nacional de Promoção, Defesa e Garantia do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária”. O Plano Estadual de Promoção, Defesa e Garantia do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, foi elaborado pelo Grupo de Trabalho Mineiro Pró convivência Familiar e Comunitária. O Grupo Mineiro – GT Mineiro foi constituído em 200768 sendo coordenado pelo CEDCA, com o apoio do CEAS e da SEDESE – com os 68 Plano Estadual de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. P,20.

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objetivos de: Fomentar a implantação de políticas públicas que favoreçam o direito à convivência familiar e comunitária na ótica da proteção integral; fortalecer a discussão, em nível estadual, do direito à convivência familiar e comunitária e fomentar a implementação do Plano Estadual. O grupo de trabalho mineiro manteve a articulação com o GT Nacional Pro convivência Familiar e Comunitária, buscou incorporar e adequar as suas contribuições à realidade de Minas Gerais, com ampla participação de setores e entidades que trabalham com a infância, a adolescência e as famílias. O Plano possibilitou também juntamente com a pesquisa da Fundação João Pinheiro o reordenamento dos serviços de acolhimento institucional no Estado de Minas Gerais. Mais informações sobre o plano estadual encontram-se no capitulo das diretrizes pontuadas neste documento.

DIAGNOSTICO DO ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DA CASA NOVELLA: BETIM 2009

Informamos que nas unidades de acolhimento institucionais do município de Betim, aqui apresentadas, serão preservados alguns dados como nomes e endereços e outros que se fizerem necessários, tendo em vista, que são instituições de medidas protetivas, objetivando assim, assegurar sigilo e garantir quanto a proteção as crianças e adolescentes acolhidos, suas famílias e seus funcionários. Denominaremos as instituições como unidades A, B, C e D.

Entre os meses de setembro a dezembro de 2009 foram realizados pelos técnicos da Associação Casa Novella69, diagnósticos em quatro unidades de acolhimento institucional existentes no município de Betim/MG. São elas:

Unidade A – Caracterizava-se como uma casa de Acolhimento Institucional integral. Possui duas modalidades em um mesmo espaço físico: É uma unidade com atendimento misto (atende ambos os sexos). Acolhe de recém-nascidos à 08 anos em uma modalidade e na outra 0 a 17 anos e 11 meses, como grupo de irmãos. Tem capacidade para acolhimento de 20 (vinte) crianças. Na época do diagnóstico eram 17 acolhidos entre crianças e adolescentes;

11 Site: www.casanovella.org.br

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Unidade – B - acolhe crianças do sexo masculino na faixa etária entre 09 a 12 anos. Tem a capacidade para acolher 10 crianças. Caracteriza-se em duas modalidades: Acolhimento Institucional integral e Casa de Passagem. No período do diagnóstico estavam 07 crianças no acolhimento institucional e 01 na casa de passagem;

Unidade – C – Caracterizava-se por acolhimento institucional integral, com capacidade para acolher 20 crianças e adolescentes do sexo feminino; com faixa etária de 11 a 17 anos incompletos. No período do diagnóstico haviam 07 acolhidos;

Unidade – D - Caracterizava-se como acolhimento institucional integral, com capacidade para acolher 20 adolescentes do sexo masculino de 12 à 17 anos incompletos. No período do diagnóstico encontravam-se 13 acolhidos.

As Unidades são administradas por uma Instituição Ponto de Contacto Nova Canaã. A entidade é sem fins lucrativos reconhecida por lei como de Utilidade Pública Municipal e Estadual. Têm por finalidade a promoção humana por meio de serviços, programas, projetos e benefícios de proteção básica e/ou especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem. Fundada em 14 de novembro de 1992, vem ao longo dos seus 17 anos, em parceria com diversos setores da sociedade, desenvolvendo sua missão, a de resgatar a dignidade do ser humano. No período do diagnóstico a instituição possuía aproximadamente cem funcionários e executava diversos projetos em parceria com o poder público e organizações privadas.

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Tabela 1

Número de serviço de acolhimento institucional e de crianças e adolescentes acolhidos no município de Betim, no ano de 2009.

NÚMERO DE SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE CRIANÇAS E

ADOLESCENTES ACOLHIDOS NO MÚNICÍPIO DE BETIM- 2009

NÚMERO UNIDADE CAPACIDADE DE

ACOLHIMENTO POR

INSTITUIÇÃO

CRIANÇAS E

ADOLESCENTES

ACOLHIDOS 01 Unidade A 20 17 02 Unidade B 20 08 03 Unidade C 20 07 04 Unidade D 20 13

Total 80 45

Tabela 2

Número de crianças e adolescentes em acolhimento institucional segundo sexo e faixa etária do município de Betim – Ano de 2009.

NÚMERO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL EM BETIM SEGUNDO SEXO E FAIXA ETÁRIA EM 2009

FAIXA ETÁRIA NÚMERO DENTRO DAS INSTITUIÇOES Nº INICIAL FINAL SEXO MASC FEM TOTAL 01 01 mês 08 anos 08 09 17

02 09 anos 12 anos

CRIANÇA: 08 08

03

11 anos 17 anos 07 07

04

12 anos 17 anos

ADOLESCENTE:

13 13

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Todas as unidades apresentaram facilidades e dificuldades no decorrer do trabalho executado, seja elas com relação às crianças, a rotina da instituição, a organização do qual fazem parte, ou até mesmo com a rede onde estão inseridas. Pode-se destacar como ponto favorável o compromisso, o comprometimento, a coesão, o interesse e a afetividade da equipe de todas as unidades, com relação ao trabalho desenvolvido. Também se destaca a construção de um relacionamento mais articulado com a rede e com a comunidade e enfim, o começo de um trabalho mais sistematizado com ênfase nas famílias das crianças e ou adolescentes acolhidos, onde se busca alternativas de proximidade entre a Instituição e a família a fim de promover a reintegração familiar, seja ela em família de origem ou família extensa.

De forma geral as unidades se mantiveram com uma rotina pré-estabelecida, possuindo atividades desde as primeiras horas do dia até o anoitecer. As unidades fazem seis refeições ao longo do dia, e em relação a atividades externas, são desenvolvidas apenas nos projetos de socialização oferecidos pela rede, e nas atividades internas realizam seus estudos, cuidados com a casa, momentos de interação entre seus acolhidos, horários livres e atividades esportivas ou de lazer.

Os profissionais das unidades se organizam em torno das diretrizes estipuladas pelo coordenador e equipe técnica, ou seja, para cada casa há uma equipe tratada de forma diferenciada, segundo as determinações de seu coordenador. As reuniões têm como escopo o andamento da casa, a atuação da equipe, o estudo de caso da criança e ou adolescente acolhido, trata-se um pouco sobre o acompanhamento familiar e da articulação com a rede, contudo acontecem informalmente, não são sistematizadas ou compartilhadas com toda a equipe de funcionários e não possuem instrumentos de registro e avaliação. Por outro lado acontecem encontros dos profissionais, nas poucas oportunidades de capacitações. A necessidade do acolhimento institucional provém dos bairros periféricos do município e também nos municípios de Itambacuri e Arcos. O Conselho Tutelar é o órgão responsável pelo encaminhamento das crianças e/ou adolescentes às casas de acolhimento institucional. Segundo os entrevistados, existe um bom relacionamento entre eles, construído através de reuniões e contatos emergentes (telefone).

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Nos termos de abrigamento advindos do Conselho Tutelar estão elencados os motivos que levaram tal acolhimento. Os motivos são escritos de forma muito sucinta, não sendo especificados detalhadamente os motivos. Neste caso, a equipe das unidades procura buscar mais informações. Foi percebido que as necessidades dos acolhidos frente à instituição nas quais são acolhidos são originárias da falta de oportunidade não referendada pela família, pela sociedade e pelo Estado, como atenção familiar, resgate da infância, afeto, convívio social, qualificação profissional, respeito, sentido de pertencimento, dentre outros. Tabela 3 Motivos de acolhimento de crianças e adolescentes mais freqüentemente apontados nas instituições do município de Betim, em 2009 de acordo com o Termo de Abrigamento encaminhado pelo Conselho Tutelar:

MOTIVOS DE ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES MAIS

FREQUENTES APONTADOS NAS INSTITUIÇÕES DO MUNICÍPIO DE BETIM

Violência doméstica (maus tratos físicos e/ou psicólogo praticados

pelos pais ou responsáveis) Abandono pelos pais ou responsáveis Pais ou responsáveis portadores de deficiência mental ou

deficiência de um modo geral. Doença dos pais e/ou responsáveis Carência de recursos materiais da família/responsável (pobreza) Pais ou responsáveis sem condições de cuidar de criança/

adolescente portador de doenças graves como câncer, HIV, ou

deficiência física, etc. Pais ou responsáveis detidos Pais ou responsáveis dependentes químico-alcoolistas Abuso sexual praticado pelos pais ou responsáveis Submetido à exploração de tráfico de drogas Vivência de rua Transferência de abrigo Retorno de abrigo Submetido à mendicância

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O acolhimento se faz geralmente pela equipe técnica e/ou educador, por vezes com a presença dos outros acolhidos, acontece de forma natural. Quanto a possibilidade de apadrinhamento, não existe um programa formal. A indicação é realizada pelo Juizado da Infância e do Adolescente. Existe um movimento das unidades para que o apadrinhamento seja algo mais praticado a fim de proporcionar novas oportunidades aos acolhidos e assegurar o direito a convivência familiar e comunitária..

Durante o diagnóstico foi informado pelos entrevistados que as unidades mantêm bom relacionamento com o judiciário, desta forma conhecem a situação jurídica de seus acolhidos, naquele período todos os acolhidos possuiam processo em tramitação normal. O tempo médio de acolhimento é de um ano a um ano e meio. Tabela 6

Tempo médio de estada das crianças e adolescentes nas

instituições de acolhimento do município de Betim, 2009.

TEMPO MÉDIO DE ACOLHIMENTO DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES NAS INSTITUIÇÕES DE ACOLHIMENTO DE BETIM 2009

INSTITUIÇÕES DE ACOLHIMENTO ANOS MESES 01 Unidade A 01 ano 06 meses 02 Unidade B 07 meses 03 Unidade C 01 ano 06 meses 04 Unidade D 01 ano 06 meses

* Ressalvando que naquele período havia um adolescente acolhido por 05 anos.

Os acolhidos têm a saúde acompanhada pela rede, que promove a vacinação aqueles que dela necessitam, oferecem fisioterapia, médico e dentista. O cuidado aos acolhidos que se encontram doentes é feito pelo cuidador, sempre em concordância com as orientações médicas. De acordo com os entrevistados a maior demanda apresentada nas unidades, refere-se ao despreparo dos funcionários quanto ao tratamento de assuntos como sexualidade, comportamento e relacionamento.

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No que se refere à educação, os acolhidos encontravam-se devidamente matriculados e nas unidades de acolhimento eram disponibilizados um educador social ou um funcionário para auxiliar e manter relacionamento com a escola, a fim de monitorar o desenvolvimento de cada acolhido. Pode-se ressaltar que em uma das unidades, existia um grande número de adolescentes fora da escola, o motivo alegado foi falta de vagas nas escolas devido as faixas etárias das mesmas que não correspondia a sua série. Ao analisar o histórico familiar dos últimos acolhidos existentes nas unidades, no período de 2 anos verificou-se que a maioria advinha de família de origem e que possui vinculo. Verificou-se também que a maioria retornou às suas famílias de origem e devido a inexistência de acompanhamento pós acolhimento, em média, 20% retornaram para o acolhimento institucional. Tabela 4 Número de crianças e adolescentes acolhidos, segundo situação do vínculo com a família de origem, Betim, anos de 2009.

NÚMERO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDAS QUE MANTEM O VÍNCULO FAMILIAR

Situação familiar Nº.de crianças/adolescentes

Com família e com vínculo 29 Com família e sem vínculo 12 Com família desaparecida 00

Com impedimento judicial de contato familiar 02 Sem família (órfãos) 00

Sem informação 02 Total 45

Com relação aos adolescentes, existem dificuldades em contribuir para promoção da autonomia e do protagonismo juvenil, devido ao desconhecimento/desinformação ou poucas possibilidades no município para encaminhamento de profissionalização e inserção para o mercado de trabalho.

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Tabela 5 Destinação das ultimas 10 crianças e adolescentes desligadas das instituições do município de Betim, ano de 2009.

DESTINAÇÃO DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES DESLIGADAS DAS INSTITUIÇÕES DE ACOLHIMENTO

Criança e adolescente Número 01 Família de origem 20 02 Família extensa 10 03 Família substituta 04 04 Adoção 01 05 Transferência de abrigo 02 06 Maioridade 00 07 Outros 03

No ato do acolhimento o movimento de aproximação entre a Unidade de acolhimento e a família se dá de forma geral pela instituição, onde a equipe técnica faz uma primeira abordagem com a visitação e logo após começa o trabalho de acompanhamento. As visitas são realizadas num prazo médio de 30 (trinta) dias e são registradas em relatórios. Já a visita ao acolhido por sua família se dá semanalmente, o horário é aberto e pode ser individual ou em grupo, geralmente é acompanhada pelo funcionário de plantão, às vezes de forma reservada ou não dependendo da especificidade de cada caso.

Em relação ao acompanhamento familiar, constatou-se que no geral as famílias trazem em sua bagagem dificuldades parecidas, como o alcoolismo, o descontrole emocional, e financeiro, causando aos filhos maus tratos, abusos de ordem sexual e abandono. Assim não raro as famílias buscam nas instituições o apoio para mitigar suas mazelas. Desta forma, a instituição procura ajudá-las no que lhes compete e lhes é possível, no mais procura encaminhá-las aos serviços da rede. Quanto às unidades buscam das famílias o comprometimento em relação a visita contínua e a participação efetiva na vida do filho acolhido. Tudo isso a fim de propiciar a possibilidade de ter o filho de regresso ao lar. Mas constatou-se que não existe um trabalho sistematizado de acompanhamento familiar.

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Com relação à estrutura dos imóveis onde são sediadas as unidades de acolhimento institucional, necessitam estar adequados de acordo com as orientações técnicas70 do CONANDA. A capacitação realizada pela equipe técnica da Associação Casa Novella no ultimo semestre de 2009, destinada aos profissionais do Sistema de Garantia do Direito com o tema: Profissionais que Acolhem Priorizando a Experiência do Encontro, possibilitou a rede, uma visão mais sistêmica do trabalho, quebras de antigos paradigmas, e o entendimento de que todos devem trabalhar unidos pelo bem do acolhido de pela restauração dos vínculos familiares. Capacitação realizada pela Associação Casa Novella, módulos e temas abordados: Módulo I – Marco Normativo: Convenção da ONU, ECA, Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito da Criança e do Adolescente à Convivência Familiar e Comunitária, Orientações técnicas CONANDA/ CNAS, PNAS, SUAS. Trabalho em rede. História da Institucionalização em nosso país. Duração 16 horas

Módulo II – Acompanhamento familiar, passos para um efetivo trabalho com famílias em situação de vulnerabilidade. Ações sócio familiares e seu caráter de protagonismo e fortalecimento.

Metodologia e instrumentais: estudos de casos, visitas domiciliares, genograma, ecopama. Do acolhimento ao desligamento. Papel dos diversos atores. Duração 16 horas para cada grupo.

Módulo III – O papel do educador social, como lidar com a realidade posta no dia-a-dia. Possibilidades de dinâmicas para trabalhar com crianças e adolescentes em Acolhimento Institucional. A articulação da rede para garantir atividades sócio-educacionais para as crianças/adolescentes. Duração 16 horas, para cada grupo.

Módulo IV – O que é um plano e como construir um marco lógico. Preparação para o Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa do Direito da Criança e Adolescente a Convivência Familiar e Comunitária. Duração 8 horas.

Na data do fechamento do diagnóstico, a equipe teve a informação pela instituição administradora das unidades de novas adequações de

12 Parâmetros de funcionamento. Orientações Técnicas: serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. CONANDA 2009, a partir das pgs 61 -89.

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equipe, dando inicio assim, uma mudança no que havia sido encontrado no período em que ocorreu o diagnóstico.

4 DIRETRIZES

O Plano Municipal por lógica segue as mesmas diretrizes estabelecidas no Plano Nacional e Estadual de forma a prezar pela mudança de paradigma do atendimento à criança e ao adolescente e efetivação do seu direito à convivência familiar e comunitária.

Primazia da responsabilidade do Município na proteção, promoção e defesa do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária

Em relação ao princípio da prioridade absoluta à garantia dos direitos da criança e do adolescente, o municipio deve se responsabilizar por oferecer serviços adequados e suficientes à prevenção e superação das situações de violação de direitos, possibilitando o fortalecimento dos vínculos familiares e sociocomunitários. O apoio às famílias e seus membros deve ser concretizado na articulação eficiente da rede de atendimento das diferentes políticas públicas, garantindo o acesso a serviços de educação, de saúde, de geração de trabalho e renda, de cultura, de esporte, de assistência social, dentre outros.

Nas situações de risco e enfraquecimento dos vínculos familiares, as estratégias de atendimento deverão favorecer a reconstrução das relações no grupo familiar e a elaboração de novas referências. Estas estratégias visam potencializar a família para o exercício de suas funções de proteção e socialização e o desenvolvimento de sua autonomia, incluindo as ações que possam levar à constituição de novos vínculos familiares e comunitários em caso de ruptura dos vínculos originais. Apoio adequado deve ser garantido, ainda, às famílias em situação de vulnerabilidades específicas – com pessoas com deficiência, com necessidades específicas de saúde (como por exemplo, com pessoas vivendo e convivendo com HIV/AIDS, com doenças crônicas, transtorno mental, uso, abuso ou dependência de álcool e outras drogas), com restrita rede social de apoio, em situação de desemprego, pobreza ou miséria e que vivem em contextos de extrema violência, dentre outras.

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Para garantir a qualidade das políticas de apoio às famílias, o município – articulado com Governo Federal e Estadual – tem a responsabilidade de capacitar seus agentes e de fiscalizar, monitorar e avaliar esses serviços.

Centralidade da família nas políticas públicas

O direito das crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária está relacionado à inclusão social de suas famílias. O reconhecimento da importância da família no contexto da vida social está explícito no artigo 226 da Constituição Federal do Brasil, na Convenção sobre os Direitos da Criança, no Estatuto da Criança e do Adolescente, na Lei Orgânica da Assistência Social e na Declaração dos Direitos Humanos.

A família é compreendida como um grupo de pessoas com laços de consanguinidade, de aliança, de afinidade, de afetividade ou de solidariedade, cujos vínculos circunscrevem obrigações recíprocas, organizadas em torno de relações de geração e de gênero. Arranjos familiares diversos devem ser respeitados e reconhecidos como potencialmente capazes de realizar as funções de proteção e de socialização de suas crianças e adolescentes.

Sendo assim, “a família, independente de seu formato, é a mediadora das relações entre os sujeitos e a coletividade e geradora de modalidades comunitárias de vida”. Diante de situações de risco social e vulnerabilidades vividas pelas famílias brasileiras, principalmente por pressões geradas pelos processos de exclusão social e cultural, essas famílias precisam ser apoiadas pelo Estado e pela sociedade para que possam cumprir suas responsabilidades. Esse apoio visa à superação de vulnerabilidades e riscos vividos por cada família, favorecendo e ampliando os recursos socioculturais, materiais, simbólicos e afetivos que contribuem para o fortalecimento desses vínculos. A centralidade da família no âmbito das políticas públicas se constitui em importante mecanismo para a efetiva garantia do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária.

Reconhecimento das competências da família na sua organização interna e na superação de suas dificuldades

As políticas especiais para promoção, proteção e defesa do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária devem

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reconhecer a família como um grupo social capaz de se organizar e se reorganizar dentro de seu contexto e a partir de suas demandas e necessidades, bem como rever e reconstruir seus vínculos ameaçados, a partir do apoio recebido das políticas sociais.

É fundamental potencializar as competências da família para o enfrentamento de situações de vulnerabilidade, como a presença de um filho com deficiência, transtorno mental e/ou outros agravos. O foco deve ser o empoderamento e o protagonismo das famílias, a autonomia e a vida independente da pessoa com deficiência e, finalmente, a superação do mito de que o atendimento especializado em instituições de abrigo e reabilitação é superior ao cuidado que a própria família pode ofertar, quando devidamente apoiada pelas políticas públicas. Reconhecendo a complexidade desse processo, é preciso escutar e respeitar as famílias, seus valores e crenças, criando com elas soluções que possam ser adequadas ao contexto, coerentes com os direitos dos seus membros e consistentes com as políticas sociais. É preciso reconhecer que a família apresenta capacidade de criar soluções para seus problemas, em sua relação com a sociedade e em sua rede de relações internas e de rever e reconstruir seus vínculos ameaçados a partir do apoio recebido das políticas sociais.

Respeito à diversidade étnico-cultural, à identidade e orientação sexuais, à equidade de gênero e às particularidades das condições físicas, sensoriais e mentais

O apoio às famílias deve se pautar pelo respeito à diversidade dos arranjos familiares, às diferenças étnico-raciais e socioculturais, bem como à equidade de gênero, de acordo com a Constituição Federal. A defesa dos direitos de cidadania deve ter cunho universalista, considerando todos os atores sociais envolvidos no complexo das relações familiares e sociais e tendo impacto emancipatório nas desigualdades sociais.

Associado à reflexão das famílias sobre suas bases culturais, ao combate aos estigmas sociais, à promoção dos direitos humanos e ao incentivo aos laços de solidariedade social, o respeito à diversidade deve estar em consonância com uma ética capaz de ir além de padrões culturais arraigados que violam direitos, incentivando mudanças nesse sentido e a construção participativa de novas práticas.

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Nesse sentido, o Estado deve dedicar atenção especial e assegurar que crianças e adolescentes de comunidades e povos tradicionais, como as comunidades remanescentes de quilombos e os povos indígenas, recebam apoio e atendimento culturalmente fundamentados, e que os profissionais e operadores do direito tenham o devido preparo para lidar com as suas peculiaridades. Da mesma forma, deve ser dada atenção especial às crianças e aos adolescentes com necessidades específicas, como aqueles com deficiência, transtorno mental e/ou outros agravos, vivendo e convivendo com o HIV/AIDS, dentre outras situações. Finalmente, todas as ações abrangidas nesse Plano devem observar o princípio da não-discriminação e levar em conta as perspectivas de orientação sexual e de gênero.

Fortalecimento da autonomia da criança, do adolescente e do jovem adulto na elaboração do seu projeto de vida

Sendo a criança e o adolescente sujeitos de direitos, é necessário reconhecer suas habilidades, competências, interesses e necessidades específicas, ouvindo-os e incentivando-os -inclusive por meio de espaços de participação nas políticas públicas – à busca compartilhada de soluções para as questões que lhes são próprias. Nesse sentido, é importante que, nos serviços de Acolhimento, sejam proporcionados espaços para a participação coletiva de crianças e adolescentes na busca conjunta de alternativas de melhoria do atendimento, contribuindo, assim, para que sejam sujeitos ativos nesse processo.

Atenção especial deve ser dada aos adolescentes no serviço de Acolhimento Institucional, sobretudo àqueles cujas possibilidades de reintegração à família de origem foram esgotadas e que têm reduzidas possibilidades de colocação em família substituta, face às dificuldades de se encontrar famílias para os mesmos. O atendimento, nestes casos, deve perseverar no apoio ao fortalecimento dos vínculos comunitários, na qualificação profissional e na construção do projeto de vida, bem como estar fundamentado em metodologia participativa que favoreça o exercício de seu protagonismo.

Os espaços públicos frequentados por crianças e adolescentes e as instâncias de formulação de políticas públicas constituem importantes instrumentos para o exercício dos direitos de cidadania, sob a perspectiva tanto de incentivar a criatividade no campo das ciências,

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das artes, da cultura e dos esportes quanto na formação de lideranças infanto-juvenis.

Garantia dos princípios de excepcionalidade e provisoriedade dos Serviços de Acolhimento Institucional e de Acolhimento em Família Acolhedora

Toda medida de proteção que indique o afastamento da criança e do adolescente de seu contexto familiar, podendo ocasionar suspensão temporária ou ruptura dos vínculos atuais, deve ser uma medida rara, excepcional. Apenas em casos onde a situação de risco e de desproteção afeta a integridade do desenvolvimento da criança e do adolescente é que se deve pensar no seu afastamento da família de origem.

A decisão sobre a separação é de grande responsabilidade e deve estar baseada em uma recomendação técnica, a partir de um estudo diagnóstico, caso a caso, realizado por equipe interdisciplinar, com a devida fundamentação teórica – desenvolvimento infantil, etapas do ciclo de vida individual e familiar, teoria dos vínculos e estratégias de sobrevivência de famílias em situação de extrema vulnerabilidade. A realização deste estudo diagnóstico deve ser realizada em estreita articulação com a Justiça da Infância e da Juventude e o Ministério Público, de forma a subsidiar tal decisão.

A análise da situação evita danos ao desenvolvimento da criança e do adolescente causados por separações bruscas, longas e desnecessárias e deve considerar a qualidade das relações familiares e a atitude proativa de seus membros para a reconstrução das mesmas. Quando necessário o afastamento, todos os esforços devem ser realizados no sentido de reintegrar a criança ou adolescente ao convívio da família de origem, garantindo, assim, a provisoriedade de tal afastamento. A decisão pela destituição do poder familiar só deve ocorrer após um investimento eficiente na busca de recursos na família de origem, nuclear ou extensa, com acompanhamento profissional sistemático e aprofundado de cada caso, que considere o tempo de afastamento, a idade da criança e do adolescente e a qualidade das relações.

É importante destacar que a situação de pobreza não constitui motivo suficiente para o afastamento do convívio familiar e institucionalização da criança e do adolescente – Art. 23 do ECA – nem a presença de uma deficiência, transtorno mental ou outros agravos. Nas situações de

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pobreza, conforme previsto na legislação, a família deverá obrigatoriamente ser inserida em programas sociais de auxílio. Nos demais casos aqui destacados, os atendimentos necessários devem ser oferecidos o mais próximo possível da residência, em caráter ambulatorial, ou até mesmo no próprio domicílio, contribuindo, assim, para a preservação e fortalecimento dos vínculos familiares.

Reordenamento do Serviço de Acolhimento Institucional de acordo com o ECA e a Lei 12.010, de 2009

O reordenamento institucional se constitui em um novo paradigma na política social que deve ser incorporado por toda a rede de atendimento do país. Reordenar o atendimento significa reorientar as redes pública e privada, que, historicamente, praticaram o regime de abrigamento, para se alinharem à mudança de paradigma proposto. Este novo paradigma elege a família como a unidade básica da ação social e não mais concebe a criança e o adolescente isolados de seu contexto familiar e comunitário.

Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e de Assistência Social e órgãos financiadores podem sugerir adequações tanto nos estatutos quanto nos projetos pedagógicos das entidades, como estabelecer condições para o registro, para aprovação de projetos e/ou para liberação de recursos.

O reordenamento dos serviço de Acolhimento Institucional requer ações como: 1) mudança na sistemática de financiamento das entidades de abrigo, eliminando-se formas que incentivem a manutenção desnecessária das crianças e adolescentes nas instituições – como o financiamento por criança e adolescente atendido – e incluindo recursos para o trabalho com a reintegração à família de origem; 2) qualificação dos profissionais que trabalham no serviço de Acolhimento Institucional; 3) estabelecimento de indicadores qualitativos e quantitativos de avaliação dos serviços e programas; 4) desenvolvimento ou incorporação de metodologias para o trabalho com famílias; 5) ênfase na prevenção do abandono e na potencialização das competências da família, baseados no reconhecimento da autonomia e dos recursos da mesma para cuidar e educar seus filhos; 6) adequação do espaço físico e do número de crianças e adolescentes atendidos em cada unidade, de forma a garantir o atendimento individualizado e em pequenos grupos; 7)

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adequação do espaço físico às normas de acessibilidade; e 8) articulação das entidades de abrigo com a rede de serviços, considerando todo o SGD.

No processo de reordenamento do serviço de Acolhimento Institucional, em estreita articulação com a rede se serviços, deverão ser perseguidos os seguintes objetivos: 1) prevenção à ruptura de vínculos, por meio do trabalho com famílias em situação de vulnerabilidade social e/ou com vínculos fragilizados; 2) fortalecimento dos vínculos, apoio e acompanhamento necessário às famílias das crianças e dos adolescentes abrigados para a mudança de práticas de violação e para a reconstrução das relações familiares; 3) acompanhamento das famílias das crianças e adolescentes durante a fase de adaptação, no processo de reintegração familiar; 4) articulação permanente entre o serviço de Acolhimento Institucional e o Sistema de Garantia de Direitos para o acompanhamento adequado de cada caso, evitando-se o prolongamento desnecessário da permanência da criança e do adolescente na instituição; e 5) excepcionalmente, nos casos de encaminhamento para adoção pela autoridade judiciária, intervenção qualificada para a aproximação gradativa e a preparação prévia da criança, do adolescente e dos pretendentes, bem como acompanhamento no período de adaptação.

Adoção centrada no interesse da criança e do adolescente de acordo com o ECA e a Lei 12.010/09

De acordo com o ECA, a colocação em família substituta, concebida nas formas de guarda, tutela e adoção, é uma medida de proteção que visa garantir o direito fundamental das crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária. É preciso mudar o paradigma tradicional segundo o qual a adoção tem a finalidade precípua de dar filhos a quem não os tem, estando, portanto, centrada no interesse dos adultos.

Toda criança e adolescente cujos pais são falecidos, desconhecidos ou foram destituídos do poder familiar têm o direito a crescer e se desenvolver em uma família substituta e, para estes casos, deve ser priorizada a adoção que lhes atribui a condição de filho e a integração a uma família definitiva. Este é o sentido da proposta de uma nova cultura para a adoção, que visa estimular, sobretudo, as adoções de crianças e adolescentes que, por circunstâncias diversas, têm sido

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preteridos pelos adotantes, especialmente os grupos de irmãos, as crianças maiores e adolescentes, aqueles com deficiência ou com necessidades específicas de saúde, os afrodescendentes ou pertencentes a minorias étnicas, como forma de assegurar-lhes o direito à convivência familiar e comunitária.

Não se trata mais de procurar “crianças” para preencher o perfil desejado pelos pretendentes, mas sim de buscar famílias para crianças e adolescentes que se encontram privados da convivência familiar. Isso pressupõe o investimento na conscientização e sensibilização da sociedade acerca desse direito das crianças e adolescentes e no desenvolvimento de metodologias adequadas para a busca ativa de famílias adotantes. Trata-se, portanto, de investir para que a adoção seja o encontro dos desejos e prioridades da criança e do adolescente com os desejos e prioridades dos adotantes e ocorra em consonância com os procedimentos legais previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Controle social das políticas públicas

Efetivada nas normativas constitucional e infraconstitucionais (Constituição Federal de 1988, Convenção sobre os Direitos da Criança, ECA, LOAS, LDB e LOS), a participação popular, com caráter democrático e descentralizado, se dá em cada esfera do governo, abrangendo o processo de gestão político-administrativa-financeira e técnico-operativa. O controle do Estado deve ser exercido pela sociedade na busca de dar garantia dos direitos fundamentais e dos princípios democráticos.

Os Conselhos Setoriais de políticas públicas e dos Direitos da Criança e do Adolescente e suas respectivas Conferências são espaços privilegiados para esta participação, além de outros também importantes, como a mídia e os conselhos profissionais. As Conferências avaliam a situação das políticas públicas e da garantia de direitos, definem diretrizes e avaliam os seus avanços. Os Conselhos têm, dentre outras, a responsabilidade de formular, deliberar e fiscalizar a política de atendimento e normatizar, disciplinar, acompanhar e avaliar os serviços prestados pelos órgãos e entidades encarregados de sua execução. Avanços na organização e fortalecimento da participação da população são necessários, buscando a integração das políticas sociais nos níveis federal, estadual e municipal.

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A consolidação de novas representações e práticas das famílias e da sociedade acerca dos direitos das crianças e dos adolescentes deve estar baseada numa mudança cultural, fundamentada em processos participativos, no exercício do controle social das políticas públicas e na ética da defesa e promoção de direitos.

Evidente é que esse processo de fortalecimento da cidadania e da democracia é longo e demorado, cabendo aos Conselhos Setoriais e dos Direitos da Criança e do Adolescente, num primeiro momento, se apresentarem à sociedade e incentivarem a participação desta nos debates relativos às políticas públicas a serem implementadas em prol da população infanto-juvenil, inclusive no que diz respeito à inclusão, nas propostas de leis orçamentárias, dos recursos que para tanto se fizerem necessários. Vale lembrar que a “mobilização da opinião pública, no sentido da indispensável participação dos diversos segmentos da sociedade” no processo de discussão e solução dos problemas que afligem a população infanto-juvenil se constitui numa das diretrizes da política de atendimento traçada pelo ECA (cf. Art.88, inciso VI, deste Diploma Legal) e que a participação popular no processo de elaboração das propostas de leis orçamentárias pelo Executivo, assim como de discussão e aprovação pelo Legislativo, é expressamente prevista na Lei Complementar nº. 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal) e Lei nº. 10.257/00 (Estatuto das Cidades), bastando apenas que os espaços democráticos já assegurados pelo ordenamento jurídico Pátrio sejam efetivamente ocupados pela sociedade organizada.

5 OBJETIVOS GERAIS

O Plano municipal subscreve os objetivos do Plano Estadual adequando-os ao município:

Ampliar, articular e integrar, no município, as diversas políticas, serviços, programas, projetos e ações de apoio sociofamiliar para a promoção, proteção e defesa do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária;

Difundir uma cultura de promoção, proteção e defesa do direito à convivência familiar e comunitária, extensiva a todas as crianças e adolescentes;

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Proporcionar por meio de apoio psicossocial adequado, a manutenção da criança ou adolescente em seu ambiente familiar e comunitário, considerando os recursos e potencialidades da família natural, família extensa e da rede social de apoio;

Fomentar a implementação de Serviço de Acolhimento Familiar como alternativa de acolhimento de crianças e adolescentes que necessitem ser temporariamente afastados da família de origem, atendendo aos princípios da excepcionalidade e provisoriedade estabelecidos pelo ECA e pela Lei 12.010/2009, bem como assegurando parâmetros de qualidade no atendimento e acompanhamento às famílias acolhedoras, às famílias de origem, às crianças e aos adolescentes;

Assegurar que o Acolhimento institucional seja utilizado como medida de caráter excepcional e provisória, proporcionando atendimento individualizado, de qualidade e em pequenos grupos, bem como proceder ao reordenamento institucional das entidades para que sejam adequadas aos princípios, diretrizes e procedimentos estabelecidos no ECA, na Lei 12.010/2009, e nas Orientações Técnicas para os serviços de Acolhimento para crianças e adolescentes, estabelecidas pelo CONANDA e CNAS em 2008.

Fomentar a implementação de ações para promoção da autonomia do adolescente e/ou jovem que está em processo de desligamento dos serviços de acolhimento, desenvolvendo parâmetros para a organização, monitoramento e avaliação dessas ações;

Em relação à adoção, estimular no município a adoção de crianças e adolescentes que têm sido preteridos pelos adotantes; investir para que todos os processos de adoção ocorram em consonância com os procedimentos legais previstos no ECA e na Lei 12.010 e garantir que a adoção internacional ocorra somente quando esgotadas todas as tentativas de adoção no município e no estado, sendo nestes casos, priorizados os paises que ratificaram a Convenção de Haia.

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Assegurar estratégias e ações que favoreçam os mecanismos de controle social e a mobilização da opinião publica na perspectiva do Plano Nacional, Plano Estadual e deste Plano.

Aprimorar os mecanismos para o financiamento das ações previstas neste plano, tendo como referência a absoluta prioridade definida no artigo 227 da Constituição Federal de 1988 e no artigo 4º do ECA.

6 IMPLEMENTAÇÃO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Este documento, de extrema relevância busca efetivamente garantir o direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária, em especial àquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade. Tal direito só será efetivado com a mudança de paradigma e o fortalecimento da família como o primeiro sujeito educativo. Conforme o Plano Nacional e Estadual, para que tal intuito ocorra faz-se necessário:

Cumprimento integral deste plano no âmbito municipal;

Conselho de direitos da Criança e do Adolescente e Conselho da Assistência Social, assumindo o presente plano como prioridade a partir de 2010, viabilizando recursos nos orçamentos, de um modo geral, e, em particular, no Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, para a sua implementação;

Participação e integração entre o Conselho de Direito da Criança e do Adolescente e outros conselhos setoriais.

Previsão em orçamento municipal das ações de apoio sóciofamiliar e demais ações previstas neste plano.

7 PLANO DE AÇÃO

As propostas operacionais deste Plano estão organizadas em cinco eixos estratégicos articulados entre si:

1) Análise da situação e sistemas de informação;

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2) Atendimento;

3) Marcos normativos e regulatórios;

4) Mobilização, articulação e participação e

5) Sustentabilidade.

O conjunto de ações deste Plano será implementado e implantado no horizonte de 8 anos (2010 – 2017) , ficando estabelecidos os seguintes intervalos:

Curto Prazo: 2010 – 2011

Médio Prazo: 2010 – 2014

Longo Prazo: 2010 – 2017

Ações permanentes: 2010 – 2017

A seguir os objetivos e ações de cada eixo, resultado de todo um trabalho da comissão em propor ações permanentes e de curto, médio e longo prazo, de forma a garantir a prioridade absoluta da criança e do adolescente na agenda política.

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EIXO 1 : ANÁLISE DA SITUAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

OBJETIVO AÇÕES RESULTADOS CRONOGRAMA RESPONSÁVEIS PELA AÇÃO E/OU ARTICULAÇÃO

1.1 Verificar junto aos Conselhos setoriais, bem como nos demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos, os dados quantitativos e qualitativos disponíveis sobre crianças, adolescentes e famílias atendidas no município.

Conhecimento sistematizado

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Secretaria Municipal de Educação, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Instituições de Pesquisa.

1. Aprofundamento do conhecimento em relação à situação familiar das crianças e adolescentes em seu contexto bio-psico-socio-cultural, esportivo e econômico identificando os fatores que favorecem ou ameaçam a convivência familiar e comunitária

1.2 Realizar pesquisas municipais quantitativas e qualitativas, sobre a convivência familiar e comunitária, comparando situações de manutenção ou fortalecimento de vínculos com outras de seu enfraquecimento ou ruptura, com posterior socialização dos dados e

Pesquisas realizadas e relatórios concluídos. Dados socializados e discutidos.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Secretaria Municipal de Educação, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social –

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discussão dos resultados CMAS, Instituições de Pesquisa.

1.3 Identificar pesquisas existentes, incluindo internacionais, nacionais, estaduais e municipais, sobre a situação sócio-familiar das crianças e adolescentes em Programas de Apoio Sócio-Familiar, Programa de Acolhimento Familiar, Acolhimento Institucional e Adoção, com posterior socialização dos dados e discussão dos resultados

Conhecimento sistematizado Dados socializados e discutidos

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Secretaria Municipal de Educação, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Instituições de Pesquisa

1.4. Realizar pesquisas sobre crianças e adolescentes em situação de rua para conhecer a sua realidade no município.

Pesquisas realizadas.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Secretaria Municipal de Educação, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Instituições de

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Pesquisa 1.5 Realizar pesquisas que identifiquem o perfil de famílias com crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional no município, a fim de que seus resultados orientem iniciativas de prevenção de institucionalização de crianças e adolescentes, bem como contribuir para a regulação das instituições às normativas vigentes.

Pesquisas realizadas

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Secretaria Municipal de Educação, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Instituições de Pesquisa

1.6 Realizar pesquisas que identifiquem os impactos dos programas de Apoio Sócio-familiar e de Acolhimento Institucional, do poder público e iniciativa privada, existentes no município.

Pesquisas realizadas.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Secretaria Municipal de Educação, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Instituições de

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Pesquisa 1.7. Construir indicadores dos fatores que favorecem ou ameaçam a convivência familiar e comunitária

Indicadores construídos.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Instituições de Pesquisa

2.1 Mapear e cadastrar os Programas e serviços de Apoio sócio familiar, Acolhimento Familiar, Acolhimento Institucional.

Levantamento realizado e programas cadastrados.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Instituições de Pesquisa

2. Mapeamento e análise das iniciativas de Apoio Sócio-Familiar, Acolhimento Familiar, Acolhimento Institucional e de adoção e sua adequação aos marcos legais.

2.2 Levantar pesquisas existentes, visando identificação de atores, de concepções e de

Levantamento realizado.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Superintendência Municipal de Tecnologia da

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metodologias de Programas e serviços de Apoio Sócio-Familiar, Acolhimento Familiar, Acolhimento Institucional e de adoção, que auxiliem na análise e na indicação de critérios de qualidade do atendimento71 considerando as especificidades do município.

Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS.

2.3 Elaborar indicadores de monitoramento e avaliação dos programas e serviços de Apoio Sócio-Familiar, de Acolhimento Familiar, Institucional e Adoção.

Indicadores de monitoramento elaborados.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS.

2.4 Criar e divulgar catálogo institucional da rede governamental e não

Catálogo criado e divulgado.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos

71 Para a criação de critérios de qualidade será considerado as Orientações Técnicas Conanda/ Cnas para as Unidades de Acolhimento Institucional.

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governamental de atenção à criança e ao adolescente, com atualização permanente/anual e publicação virtual.

Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS.

3.1 Identificar lacunas na oferta de dados dos Sistemas de Informação e as dificuldades de interface entre esses sistemas.

Lacunas identificadas e campos incluídos.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Judiciário.

3. Aprimoramento e valorização da comunicação entre os Sistemas de Informação72 sobre crianças, adolescentes e família, com ênfase no Apoio Sócio-familiar, Acolhimento Familiar, Acolhimento Institucional e Adoção.

3.2 Garantir a implantação, instrumentalização, funcionamento e atualização do Sistema de Informação para Infância e Adolescência (SIPIA) assegurando seu uso pelo Conselho Tutelar, Judiciário e gestor da Assistência

SIPIA implantado, instrumentalizado e funcionando.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA e Conselhos Tutelares.

72 Sistemas de Informação: todos os sistemas existentes no municio, seja na Saúde, Educação, Assistência Social, dentre outras.

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Social conforme preconiza a lei 12010/09. 3.3 Consolidar e implementar municipalmente, com o apoio do Governo Estadual, o InfoAdote – Módulo III do SIPIA, visando o funcionamento do cadastro único de adotáveis e pretendentes à adoção, contemplando inclusive dados necessários a prevenção e combate ao tráfico de crianças e adolescentes

InfoAdote implementado e cadastro único em funcionamento.

Curto Prazo Tribunal de Justiça, CEJA.

3.4 Promover a sinergia entre os sistemas de informação em nível municipal.

Sistemas Integrados.

Secretarias Municipais, em especial Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação – STI.

3.5 Sistematizar os dados necessários à prevenção ao tráfico de crianças e adolescentes, violência física, psicológica, sexual, trabalho infantil, trajetória de vida nas ruas.

Dados sistematizados.

Médio Prazo Secretarias Municipais, em especial Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação – STI.

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3.6 Realizar seminários em âmbito municipal para discussão de estratégias de funcionamento de Sistemas de Informação sobre crianças e adolescentes em situação de risco.

Seminários realizados

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS.

3.7 Obter e incluir, no CadÚnico, dados sobre crianças e adolescentes que vivem com adultos sem vínculo legal, de crianças e adolescentes em situação de rua e de famílias que possuem filhos em programas de Acolhimento Familiar ou Institucional.

Dados obtidos. Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Judiciário.

3.8 Criar e implementar o cadastro municipal de crianças e adolescentes sob medida de Acolhimento Familiar, Institucional, objetivando garantir a provisoriedade

Cadastro criado e implantado.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação - STI, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente –

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da medida de proteção. CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS.

3.9 Sistematizar os dados necessários ao monitoramento da adoção no município.

Dados sistematizados e monitoramento realizado.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Tribunal de Justiça.

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EIXO 2 : ATENDIMENTO OBJETIVO AÇÕES RESULTADOS CRONOGRAMA RESPONSÁVEIS PELA AÇÃO

E/OU ARTICULAÇÃO 1.1 Estimular a integração dos conselhos Municipais (Direitos da Criança e do Adolescente, Assistência Social, Pessoa com Deficiência, Saúde, Educação, Política Pública sobre Drogas e outros que vierem a ser implantados) para elaboração de estratégias de integração da rede de atendimento às famílias, conforme as peculiaridades locais73, com prioridade para as famílias em situação de vulnerabilidade ou risco pessoal e social, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos

Rede de atendimento integrada.

Ação permanente.

Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS.

1. Articulação e integração entre as políticas públicas de atenção às crianças, aos adolescentes e às famílias considerando e respeitando as especificidades e diferentes características regionais considerando o porte, geografia, densidade demográfica, renda, cultura, esporte e lazer, entre outros, garantindo, primordialmente, o direito a convivência familiar e comunitária

1.2 Implantar e implementar os Conselhos

Conselhos Tutelares

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS,

73 Com base em diagnóstico local.

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Tutelares, com base em diagnóstico, instrumentalizando-os e qualificando-os para um atendimento à população e para operar o SIPIA

implantados e qualificados para o atendimento.

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS.

1.3 Implantar o serviço de Acolhimento Familiar no município pautado na Lei 12.010/2009 e Orientações Técnicas Conanda/Cnas.

Serviço implantado.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS.

1.4 Utilizar os indicadores74 e critérios estabelecidos nas políticas públicas e sociais para identificar as famílias em situação de vulnerabilidade a serem incluídas em Programas e serviços de Apoio Sócio-Familiar visando garantir o direito à convivência familiar e comunitária.

Indicadores estabelecidos.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS.

1.5 Estimular a ação integrada de Programas e

Programas articulados e

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS,

74 Mais os indicadores em proposta de criação no Eixo Análise da Situação e Sistemas de Informação.

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serviços de Apoio Sócio-Familiar por meio de ações articuladas de prevenção à violência contra crianças e adolescentes em parceira com a família e a comunidade

integrados. Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS e grupos municipais de enfrentamento.

1.6 Promover a integração operacional entre os Programas e serviços de Apoio Sócio-Familiar, Acolhimento Familiar, Acolhimento Institucional, de Adoção e entre atores estratégicos do sistema de Garantia de Direitos potencializando os recursos existentes

Integração operacional realizada.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS.

1.7 Garantir a Inclusão das famílias em situação de vulnerabilidade nos equipamentos da Proteção Social Básica (CRAS e instituições da Rede Socioassistencial)

Famílias incluídas. Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS

1.8 Incluir, nos serviços oferecidos pelo CRAS,

Orientações incluídas.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS,

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pela Estratégia de Saúde da Família e pelas escolas, ações de orientação às famílias quanto à educação de filhos.

Secretaria Municipal de Saúde e de Educação.

1.9 Ampliar a oferta e garantir o acesso aos serviços de educação infantil, com infra-estrutura e qualidade, para crianças de 0 a 5 anos em famílias em vulnerabilidade com vistas à garantia da convivência familiar e comunitária

Acesso garantido Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS, Secretaria Municipal de Educação.

1.10 Estabelecer critérios na contratação de profissionais para o desenvolvimento de atividades de gerenciamento e coordenação dos serviços de atendimento à família das diversas Políticas Públicas

Critérios estabelecidos

Curto Prazo Secretaria de Governo, Secretaria Adjunta de Administração e demais secretarias.

1.11 Fortalecer os fóruns intersetoriais e fórum municipal dos direitos da

Fóruns fortalecidos Médio Prazo SEMAS, CDMCA, Fóruns intersetoriais.

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Criança e do Adolescente como espaços de discussão, articulação e controle social de políticas públicas do município.

1.12 Mobilizar conselhos, executivo e sociedade civil, para solicitar junto às instâncias competentes a implantação de uma DOPCAD – Delegacia especializada criança e adolescente, com equipe exclusiva e capacitada.

DOPCAD instalada Curto Prazo Tribunal de Justiça e Superintendência de Segurança Publica.

1.13 Mobilizar conselho, executivo e sociedade civil, para solicitar às instâncias competentes a exclusividade da vara da infância e juventude.

Vara da Infância exclusiva

Curto Prazo Tribunal de Justiça, CMDCA, SEMAS.

1.14 Estabelecer critérios de qualidade a serem assegurados na contratação de recursos humanos para o desenvolvimento de atividades de execução, gerenciamento e

Critérios estabelecidos

Curto Prazo SEMAS, Secretaria Adjunta de Administração.

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coordenação dos serviços de atendimento à família nas diversas políticas publicas.

2. Sistematização e difusão de metodologias participativas de trabalho com famílias e comunidades, visando o empoderamento das mesmas.

2.1 Sistematizar e publicar acervo de metodologias e instrumentais (material técnico e educativo) de trabalho com famílias e comunidade na formação, manutenção e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e de experiências bem sucedidas de trabalho com famílias com violação de direitos e envolvidas em guarda ou adoção de crianças e adolescentes, visando à qualificação do atendimento prestado.

Material técnico e educativo sistematizado, publicado e disponibilizado, contribuindo na realização do atendimento prestado.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

3. Ampliação da oferta de serviços de Apoio Sócio-Familiar e empoderamento das famílias para melhor orientar e cuidar de

3.1 Ampliar os programas e serviços de atendimento às crianças e adolescentes em situação de violência e suas famílias.

Programas e serviços ampliados

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de

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Assistência Social – CMAS. 3.2 Ampliar os programas e serviços de apoio pedagógico, sócio-cultural, esportivos e de lazer às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social.

Programas e serviços ampliados.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, de Educação e Esportes.

3.3 Ampliar e fortalecer os Programas de prevenção e tratamento das dependências químicas direcionadas ao atendimento de crianças e aos adolescentes e suas famílias

Programas de prevenção e tratamento ampliados e fortalecidos.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Superintendência Municipal de Antidrogas.

3.4 Incluir atendimento qualificado às gestantes e às famílias que entregaram ou que estão em vias de entregar seus filhos para adoção, nas ações da Saúde, da Assistência Social e do Poder Judiciário, entre outros.

Atendimento ofertado.

Curto Prazo. Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Secretaria Municipal de Saúde, Justiça da Infância e Juventude.

seus filhos com mais acesso a informação, a espaços de reflexão, visando maior compreensão sobre os direitos de cidadania e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.

3.5 Incorporar ações que Ações Médio Prazo Secretaria Municipal de

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assegurem o direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária à Política Municipal para População de Rua

incorporadas. Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude.

3.6 Elaborar e implementar ações específicas para crianças e adolescentes em situação de moradia na rua e suas famílias, que contemplem o direito à convivência familiar e comunitária

Ações elaboradas e implementadas.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude.

3.7 Promover a integração entre as Políticas Públicas, seus respectivos programas e serviços e o Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte e implementar ações que assegurem a preservação dos vínculos e a convivência familiar dessas

Políticas articuladas, programas e serviços de proteção e ações elaboradas e incorporadas aos programas de proteção às crianças e adolescentes

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude.

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crianças e adolescentes, incorporando-as aos programas e ações existentes.

ameaçados de morte existentes.

3.8 Incorporar nos programas e serviços de Apoio Sócio-Familiar ações que garantam o direito a convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes com transtornos mentais e deficiências.

Crianças e adolescentes com transtornos mentais e deficiências incluídas.

Longo Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Secretaria Municipal de Saúde

3.9 Implantar e ampliar os programas de inclusão produtiva da família enquanto estratégia para autonomia, visando o fortalecimento dos vínculos familiares.

Programas de inclusão produtiva implantados e ampliados.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS

3.10 Desenvolver ações educativas de sensibilização das famílias sobre o cuidado com a educação dos filhos.

Ações desenvolvidas

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS e Secretaria Municipal de Educação.

3.11 Estimular a criação de projetos de oficinas culturais e artísticas na

Oficinas criadas Médio Prazo Secretaria Municipal de Educação.

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rede pública de educação básica, enquanto espaço de reflexão, fortalecendo a convivência familiar e comunitária. 3.12 Garantir o atendimento técnico-especializado às crianças e adolescentes vítimas de violência e suas famílias em todos os municípios mineiros nos diferentes níveis de proteção social em articulação com o Sistema de Garantia de Direitos.

Atendimento especializado garantido.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude.

4 Reordenamento dos serviços de Acolhimento Institucional com base nos marcos normativos e regulatórios. 75

4.1 Promover a revisão de casos de crianças e adolescentes sob medida protetiva em entidade (artigo 101 do ECA), em unidade de Acolhimento Institucional, priorizando a revisão dos casos de

Diminuição do número de crianças e adolescentes em Acolhimento Institucional

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e

75 Plano Nacional e Estadual de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes à convivência familiar e comunitária, Orientações Técnicas Conanda/Cnas, Tipificação dos Serviços Socioassistenciais, Lei 12.010/2009.

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crianças e adolescentes com mais de um ano de institucionalização.

Juventude, Unidades de Acolhimento.

4.2 Elaborar e aprovar parâmetros de qualidade para o reordenamento de serviços de Acolhimento Institucional, através de resolução CMDCA.

Parâmetros de qualidade elaborados e aprovados.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude.

4.3 Garantir que o Acolhimento Institucional de crianças e adolescentes aconteça preferencialmente, em locais próximos à sua família ou comunidade de origem e estejam articulados com as diferentes políticas públicas e conselhos tutelares.

Crianças e adolescentes inseridos em Programas de Acolhimento Institucional, preferencialmente, em locais próximos à sua família ou comunidade de origem

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude, Promotoria de Justiça, Conselhos Tutelares, Unidades de Acolhimento.

4.4 Adequar os serviços de Acolhimento Institucional às Orientações Técnicas, a Lei 12.010/2009 e as

Programas de Acolhimento Institucional devidamente

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

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diretrizes deste plano. adequados a Lei 12.010 e as diretrizes deste plano.

Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude, Promotoria de Justiça, Conselhos Tutelares, Unidades de Acolhimento.

4.5 Implantar e implementar o Programa de Apadrinhamento Afetivo de crianças e adolescentes acolhidos institucionalmente.

Programa implantado e implementado.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude, Promotoria de Justiça, Unidades de Acolhimento.

4.6 Criar estratégias para a promoção da reintegração familiar em um período inferior a dois anos através de articulação dos órgãos gestores da política de Assistência Social, da Defensoria Pública, do Poder Judiciário, do

Ações de reintegração implantadas.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude, Promotoria de Justiça, Conselhos Tutelares,

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Ministério Público, e também dos conselhos tutelares, estabelecendo prazos, fluxos e procedimentos que viabilizem a reintegração ou encaminhamento para família substituta de forma pactuada com os demais atores do Sistema de Garantia de Direitos.

Unidades de Acolhimento.

4.7 Garantir legalmente, que o acolhimento institucional seja realizado em pequenos grupos definindo-se o número máximo de acolhimento por unidade conforme as Orientações Técnicas, estabelecendo um prazo para que as instituições se adequem a esta normativa.

Acolhimento em pequenos grupos garantidos.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude, Promotoria de Justiça, Conselhos Tutelares, Unidades de Acolhimento.

5 Criação e/ou ampliação dos mecanismos de garantia de vínculos comunitários.

5.1 Implementar ações para a sensibilização e envolvimento da comunidade com Serviço de Acolhimento

Ações implantadas

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA,

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Institucional. Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

5.2 Fomentar e articular, na rede de serviços, em âmbito municipal, a discussão sobre a temática da convivência familiar e comunitária e da qualidade do atendimento às crianças e adolescentes e suas famílias, em situação de vulnerabilidade ou violação de direitos.

Discussão fomentada.

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

6 Implantação, ampliação e implementação de Programa e serviços de preparação de adolescentes e jovens, em Acolhimento Institucional para autonomia.

6.1. Elaborar e aprovar parâmetros de atendimento para programas de preparação de adolescentes e jovens para a autonomia, incluindo ações de apoio e encaminhamento ao primeiro emprego

Parâmetros elaborados e aprovados e ações implementadas.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

6.2. Implantar e ampliar programas e serviços de preparação de adolescentes e jovens para a autonomia.

Programas implantados e ampliados.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA,

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Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

6.3 Reavaliar os serviços e programas existentes que excluem os adolescentes acolhidos devido a pré-requisitos tais como nível de escolaridade, ausência de atos infracionais, etc.

Serviços reavaliados

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

6.4 Implementar ações para a inclusão no mercado de trabalho de jovens que completam 18 anos institucionalizados, através de parcerias com empresas públicas e privadas.

Ações implementadas.

Médio Prazo. Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

6.5 Implantar e implementar ações de apoio sociofamiliar e de acompanhamento psicossocial às famílias de jvens em processo de

Ações implantadas e implementadas.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de

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desligamento dos Serviços de Acolhimento, visando promover a reintegração familiar e o fortalecimento da rede de apoio social nos casos em que o jovem retorna para a família.

Assistência Social – CMAS

7.1. Estabelecer parâmetros para a criação do Serviço de Acolhimento Familiar.

Parâmetros estabelecidos

Curto Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

7.2. Instrumentalizar o CMAS, CMDA, SEMAS, Conselhos Tutelares e Justiça da Infância e Juventude, para o acompanhamento e fiscalização da implementação do serviço de Acolhimento Familiar.

Órgãos instrumentalizados

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude, Promotoria de Justiça, Conselhos Tutelares

7 Implantação e implementação do serviço de Acolhimento Familiar, pautado nas Orientações Técnicas Conanda/Cnas e Lei 12.010/2009.

7.3. Supervisionar, monitorar e avaliar os serviços de Acolhimento

Programas e serviços supervisionados,

Ação Permanente

Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos

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Familiar de acordo com a legislação em vigor e aos parâmetros básicos estabelecidos para o atendimento

monitorados e avaliados.

Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Justiça da Infância e Juventude, Promotoria de Justiça, Conselhos Tutelares

8.1. Consolidar e implementar o Módulo III do SIPIA do (InfoAdote), visando o funcionamento do cadastro único de adotáveis e pretendentes à adoção,

Info Adote consolidado e implementado

Médio Prazo CMDCA, Tribunal de Justiça e CEJA.

8.2. Estimular a busca ativa de pais para crianças e adolescentes cujos recursos de manutenção na família de origem foram esgotados, sobretudo, para aqueles que por motivos diversos têm sido preteridos pelos adotantes, priorizando-se a adoção nacional.

Diminuição do tempo médio de espera do cadastro de postulantes e adotáveis.

Médio Prazo CMDCA, Tribunal de Justiça e CEJA.

8. Aprimoramento e consolidação dos procedimentos de Adoção Municipal de crianças e adolescentes

8.3. Regulamentar a atuação dos organismos estrangeiros de adoção

Diminuição dos casos de intermediação

Médio Prazo Tribunal de Justiça e CEJA.

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internacional no município. ilegal nas adoções internacionais.

8.4. Capacitar o corpo técnico que atua nos Tribunais de Justiça – CEJAS/CEJAIS, na Justiça da Infância e Juventude, nos Serviços de Saúde, nos Programas de Acolhimento Institucional e de Famílias Acolhedoras, sobre adoção nacional e internacional com base no ECA e Convenção de Haia

Aprimoramento do conhecimento do corpo técnico da Justiça da Infância e da Juventude de forma a evitar a ocorrência de adoções irregulares, ilegais e devoluções no período da guarda

Médio Prazo CEJA e Colégio Nacional de Corregedores Gerais de Justiça

8.5. Estimular a integração entre o trabalho das equipes técnicas da Justiça da Infância e da Juventude, do Ministério Público e os Grupos de Apoio à Adoção (GAA).

Integração realizada

Médio Prazo Justiça da Infância e Juventude, Promotoria de Justiça, CMDCA, GAA.

8.6 Levantar metodologias de preparação e acompanhamento das famílias adotivas nos período pré adoção, visando o repasse de

Alternativas metodológicas para o trabalho de pré adoção e pós adoção oferecidas à

Médio Prazo Justiça da Infância e Juventude, Promotoria de Justiça, CMDCA, GAA, SEMAS.

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tecnologias sociais Justiça da Infância e Juventude

8.7. Estimular a criação de programas de incentivo a adoção de crianças maiores e adolescentes com deficiências, com transtornos mentais e outros agravos, afrodescendentes e de minorias étnicas, bem como grupos de irmãos; entre outros, que permaneçam vivendo em Acolhimento Institucional, tendo se esgotado as possibilidades de reintegração à família de origem

Programas criados Médio Prazo Justiça da Infância e Juventude, Promotoria de Justiça, CMDCA, GAA, SEMAS.

9 Capacitação e assessoramento dos atores do Sistema de Garantia de Direitos, considerando as especificidades regionais.

9.1. Elaborar estratégia de capacitação continuada, para os profissionais que atuam no apoio sócio-familiar, em Programas de Acolhimento Familiar, Acolhimento Institucional, de preparação de adolescentes e jovens

Estratégias de capacitação elaboradas.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

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para a autonomia e Adoção, visando a adequação e potencialização de suas práticas aos princípios da LOAS e do ECA e a promoção da mudança de paradigma para uma cultura que apóia o direito à convivência familiar e comunitária 9.2. Elaborar estratégia de capacitação continuada para conselheiros tutelares com ênfase na convivência familiar e comunitária, visando a correta e atualizada compreensão e fiscalização dos Programas de Apoio Sócio-Familiar, Famílias Acolhedoras, Acolhimento Institucional e Adoção e, sobretudo, a adequação de suas práticas aos princípios do ECA e da LOAS

Estratégias de capacitação elaboradas.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

9.3. Sensibilizar e capacitar Gestores públicos Médio Prazo Secretaria Municipal de

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os gestores públicos e profissionais que planejam, implementam e fiscalizam as políticas públicas, programas e ações direcionadas ao direito à convivência familiar e comunitária

e profissionais sensibilizados e capacitados.

Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

9.4. Levantar regionalmente as instituições habilitadas e pessoas físicas e com perfil para realização das capacitações

Instituições de formação e capacitação identificadas.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

9.5. Produzir e divulgar material de orientação e capacitação

Material produzido e divulgado.

Médio Prazo Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS

10. Consolidação de uma rede de identificação e localização de crianças e adolescentes

10.1. Estimular a criação e a integração de serviços especializados de busca no município,articulado com o Estado e Governo Federal.

Serviços especializados de busca nas cidades criados.

Médio Prazo Superintendência de Segurança Pública, SEMAS e CMDCA.

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10.2. Incorporar e disseminar novas tecnologias utilizadas na busca de pessoas desaparecidas

Novas tecnologias incorporadas e disseminadas.

Médio Prazo Superintendência de Segurança Pública.

10.3. Criar, manter e divulgar um cadastro municipal de casos de crianças e adolescentes desaparecidos, fortalecendo, ampliando e alimentando a rede já existente de localização de pessoas desaparecidas

Cadastro criado Médio Prazo Superintendência de Segurança Pública.

10.4. Produzir e divulgar material preventivo de orientação às famílias, às crianças, aos adolescentes e a comunidade em geral, incluindo informações sobre o tráfico de crianças e adolescentes

População orientada quanto à prevenção do desaparecimento e ao tráfico de crianças e adolescentes.

Médio Prazo Superintendência de Segurança Pública, SEMAS e CMDCA.

desaparecidos e de pais e responsáveis

10.5. Regularizar a situação de crianças e adolescentes que vivem em famílias com quem não possuem vínculo legalizado

Situação regularizada

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, Justiça da Infância e Juventude e Ministério Público

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10.6. Realizar busca ativa de responsáveis por crianças e adolescentes em Acolhimento Institucional e em situação de rua com famílias não identificadas

Dados sistematizados

Médio Prazo SEMAS, Justiça da Infância e Juventude e Unidades de Acolhimento.

EIXO 3: MARCOS NORMATIVOS E REGULATÓRIOS

OBJETIVO AÇÕES RESULTADOS CRONOGRAMA RESPONSÁVEIS PELA AÇÃO E/OU ARTICULAÇÃO

1 Aperfeiçoamento dos marcos normativos e Regulatórios para a efetivação da promoção, proteção e defesa do direito à convivência familiar e comunitária no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e do Sistema de Garantia de Direitos (SGD)

1.1. Elaborar e aprovar parâmetros para Programas, serviços e ações de Apoio Sócio-Familiar, de Acolhimento Familiar, Acolhimento Institucional e Programas de preparação de adolescentes e jovens para a autonomia no âmbito do SUAS e SGD, no município, tendo como parâmetros as diretrizes e objetivos gerais deste Plano, garantindo a

Parâmetros elaborados

Curto Prazo SEMAS, CMAS E CMDCA.

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exepcionalidade e provisoriedade da medida protetiva. 1.2 Elaborar e aprovar critérios de qualidade e parâmetros para a seleção, contratação e capacitação de profissionais que atuarão em serviços, programas e ações da Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade, incluindo apoio sociofamiliar e proteção de vínculos comunitários e adotar, no âmbito do SUAS e do SGD, em consonância com a NOB-SUAS, NOB-RH, as diretrizes e objetivos do Plano Nacional, Plano Estadual e deste Plano Municipal e as demais normativas vigentes.

Critérios elaborados e aprovados.

Curto Prazo SEMAS, CMAS E CMDCA.

1.3 Estabelecer e fazer cumprir mecanismos de fiscalização sobre os serviços e programas da

Mecanismos de fiscalização estabelecidos

Curto Prazo SEMAS, CMAS E CMDCA.

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Proteção Social Especial de média e alta complexidade, incluindo o apoio sociofamiliar, programas de apadrinhamento afetivo e outros programas de proteção aos vínculos comunitários, bem como de adoção, no município. 1.4 Criação, implantação e pactuação do Protocolo de Atendimento à crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica.

Protocolo criado, implantado e pactuado.

Curto Prazo SEMAS, CMAS, CMDCA, demais atores do SGD

2.1 Criar formulários de notificação às autoridades competentes dentro de todo o SGD quanto a violação de direitos de crianças e adolescentes no município

Formulários criados

Curto Prazo SEMAS, CMAS, CDMCA, CONSELHOS TUTELARES, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E SAÚDE.

2. Regulamentação dos procedimentos de notificação às autoridades competentes dos casos de violação de direitos de crianças e adolescentes em todo o Sistema de Garantia de Direitos, conforme previsto no ECA e na

2.2 Criar mecanismos que garantam a responsabilidade legal do atores do Sistema de

Mecanismos criados

Curto Prazo SEMAS, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E SAÚDE, Tribunal de Justiça

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Lei 12.010/2009 Garantia de Direitos quanto a comunicação dos casos de violação de direitos das crianças e adolescentes na rede de atendimento municipal, conforme artigo 245 do ECA.

3 Garantir a observância do artigo 23 do ECA, sob pena de nulidade do pedido de destituição do poder familiar, bem como responsabilidade individual dos operadores do direito envolvidos.

3.1 Assessorar, monitorar e avaliar a implementação e a execução dos programas oficiais de auxílio a famílias em situação de vulnerabilidade e violação de direitos, segundo o disposto no Parágrafo único do art 23 do ECA.

Programas monitorados e avaliados.

Curto Prazo SEMAS, CMAS, CMDCA.

4.1 Incentivar que o registro de nascimento seja feito no período em que a criança está na maternidade e gratuitamente, ampliando a aplicação do artigo 10 do ECA.

Redução do número de crianças sem registro de nascimento.

Médio Prazo CMDCA, Ministério Público e Cartórios de Registro Civil.

4. Garantia da aplicação da legislação existente referente à adoção, tornando eficaz sua aplicação.

4.2 Excluir do procedimento cadastral,

Termos excluídos

Curto Prazo CMDCA, VIJ

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nas VIJ e demais instituições, o detalhamento de traços étnicos de caráter preconceituoso ( “negróide”, “quase negro”, “quase branco”, dentre outros) de crianças e adolescentes, mantendo, todavia, aquele relativo à cor. 4.3 Provocar o Poder Legislativo para a subtração nos textos legais da expressões “infante exposto”, “menor”, “menores abandonados” e similares, constantes dos dispositivos legais, substituindo-as por “crianças e adolescentes”.

Termos excluídos

Curto Prazo CMDCA, CMAS

4.4 Monitorar para que todos os procedimentos relativos à adoção esteja dentro do que preza a Lei 12.010/2009

Procedimentos monitorados

Ação permanente

CMDCA, VIJ

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EIXO 4: MOBILIZAÇÃO, ARTICULAÇÃO E PARTICIPAÇÃO

OBJETIVO AÇÕES RESULTADOS CRONOGRAMA RESPONSÁVEIS PELA AÇÃO E/OU ARTICULAÇÃO

1.1. Realizar campanhas educativas difundindo por meio da mídia, questões sobre o direito das crianças e adolescentes, em especial o direito à convivência familiar e comunitária, bem como mobilizar a sociedade para a prevenção da violação de direitos de crianças/adolescentes, o combate ao trabalho infantil e ao tráfico de crianças e adolescentes, bem como a localização de crianças e adolescentes desaparecidos.

Campanhas educativas veiculada na mídia

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Redes públicas de rádio e TV, Secretaria de Comunicação.

1. Desenvolvimento e implementação de estratégias de comunicação que mobilizem a sociedade e contribuam na qualificação da mídia para o tema do direito à convivência familiar e comunitária

1.2.Realizar oficinas com a participação conjunta de profissionais da mídia, da teledramaturgia

Oficinas realizadas

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Redes públicas de rádio e TV, Secretaria de Comunicação.

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(jornalistas, artistas, diretores, produtores) para o desenvolvimento de uma ética no trato de questões da criança e adolescente e suas famílias 1.3 Mobilizar a sociedade para o apoio aos Serviços e Programas de acompanhamento Sociofamiliar, no âmbito da Proteção Social Básica e Especial de Média e Alta Complexidade, com ênfase no serviço de Acolhimento Familiar, Acolhimento Institucional e Repúblicas.

Aumento da participação da sociedade.

Ação permanente.

SEMAS, CMDCA, CMAS, Redes públicas de rádio e TV, Secretaria de Comunicação.

1.4. Mobilizar a sociedade para a adoção de crianças e adolescentes, cujos recursos de manutenção dos vínculos com a família de origem foram esgotados, com ênfase nas adoções de crianças maiores e

Mobilização efetuada e adoções incentivadas.

Ação permanente

SEMAS, CMDCA, CMAS, Redes públicas de rádio e TV, Secretaria de Comunicação, Tribunal de Justiça.

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adolescentes, afrodescendentes ou pertencentes a minorias étnicas, com deficiências, necessidades específicas de saúde, grupo de irmãos e outros 1.5. Mobilizar as famílias com experiência em adoção para a socialização, criação e fortalecimento de grupos de estudo e apoio à adoção, preparação e apoio de futuros adotantes, discussão e divulgação do tema na sociedade e incentivo às adoções daquelas crianças e adolescentes que, por motivos diversos, têm sido preteridos pelos adotantes (crianças maiores e adolescentes, afrodescendentes e pertencentes a minorias étnicas, com deficiência, com transtornos mentais e

Famílias mobilizadas e adoções incentivadas

Ação permanente

CMDCA, VIJ, GAA.

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outros agravos, com necessidades específicas de saúde, grupo de irmãos e outros) 2.1. Articular ações entre a Superintendência Municipal de Habitação e respectivos órgãos municipais para priorizar, na inserção em programas habitacionais, as famílias com crianças e adolescentes que apresentem risco de ruptura de vínculos familiares em virtude e vulnerabilidade social.

Articulação estabelecida e programas implantados

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Superintendência Municipal de Habitação.

2.2. Articular com as áreas da Cultura e do Esporte para a implantação e ampliação de serviços e programas socioculturais, esportivos e de lazer voltados para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Articulação estabelecida e programas implantados

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Secretaria de Educação e Esportes.

2. Articulação e integração dos programas e das ações considerando o Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária

2.3. Articular junto a Secretaria Municipal de

Articulação estabelecida e

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Superintendência Municipal

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Saúde e respectivos órgãos municipais, a criação/ampliação de núcleos de prevenção e tratamento de uso e abuso de drogas direcionados ao atendimento de crianças e adolescentes, inclusive com o fortalecimento dos vínculos familiares.

programas implantados

Antidrogas, Secretaria de Saúde.

2.4 Articular com a Secretaria Municipal de Saúde para envolver os Agentes Comunitários de Saúde, a Equipe de Estratégia de Saúde da Família e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família no processo de identificação de famílias com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e com direitos violados

Articulação estabelecida

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Secretaria de Saúde.

2.5. Articular com a área da saúde para incluir, no atendimento pré-natal e

Articulação estabelecida e orientações

Curto Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Secretaria de Saúde.

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dos primeiros anos de vida da criança, orientações sobre o aleitamento materno, de forma a envolver tanto as mães quanto os pais, visando o fortalecimento de vínculos familiares e a prevenção de abandono e de violência.

incluídas.

2.6. Articular com a Secretaria Municipal de Educação e respectivos órgãos municipais para que todas as crianças tenham o acesso aos serviços de educação infantil de modo a assegurar o apoio sociofamiliar e a proteção aos vínculos familiares e comunitários das crianças.

Articulação estabelecida

Curto Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Secretaria de Educação

2.7. Articular com a Secretaria Municipal de Educação e respectivos órgãos municipais para assegurar a oferta de vaga para todas as

Vagas asseguradas

Curto Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Secretaria de Educação

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crianças e adolescentes sob medida de Acolhimento Institucional e familiar, na rede de educação, em todos os níveis. 2.8 Articular com os órgãos de apoio ao trabalhador, Programa Bolsa Família, Pro Jovem e demais órgãos para implantação e ampliação de programas de inclusão produtiva para famílias em situação de vulnerabilidade visando sua autonomia e o fortalecimento dos vínculos familiares

Programas ampliados e famílias incluídas em programas de inclusão produtiva.

Curto Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, órgãos de apoio ao trabalhador.

2.9. Articular com a Secretaria de Educação Superior, as instituições de ensino superior e as agências financiadoras (Especialmente FAPEMIG) a criação de programas de extensão, pós graduação e pesquisa

Articulação realizada

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Universidades, Secretaria de Educação.

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sobre os direitos da criança e adolescente e o trabalho social com famílias no município. 2.10. Articular com a Secretaria Municipal de Educação e respectivos órgãos municipais para oferecer capacitação para professores da rede pública e de ensino básico para abordar questões relativas aos direitos das crianças e adolescentes, ao Apoio Sociofamiliar e ao Sistema de Garantia de Direitos, conforme estabelecido pelo ECA nas escolas.

Articulação realizada

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Secretaria de Educação.

2.11. Articular na área da Educação para implantar, implementar e ampliar os serviços e programas de apoio pedagógico voltados para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade no município.

Serviços implementados e ampliados.

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Secretaria de Educação.

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2.12. Articular com a Secretaria Municipal de Educação e respectivos órgãos municipais para que toda a produção e todas as ações, como eventos festivos, feiras e mostras culturais da rede pública de ensino trabalhe com o conceito ampliado de família, conforme as diversas legislações vigentes, tais como LOAS, ECA, PNAS, NOB/RH, LEI 12.010, Orientações Técnicas: Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes e este Plano Municipal.

Articulação garantida e conceito ampliado de família divulgado.

Curto Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Secretaria de Educação.

2.13. Articular ações entre a Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS e respectivos órgãos municipais, Organizações não governamentais e empresas, para a implantação e ampliação

Articulação estabelecida e programas implantados e ampliados.

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

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de Programas de Inclusão Produtiva para famílias em situação de vulnerabilidade, visando sua autonomia e o fortalecimento dos vínculos familiares, na defesa da convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes. 2.14. Articular ações entre a Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS e respectivos órgãos municipais, Organizações não governamentais e empresas, para garantir a participação em programas de inclusão produtiva e programas de qualificação profissional de adolescentes acima de 16 anos e dos familiares de crianças e adolescentes acolhidos ou reintegrados à família.

Articulação estabelecida e programas implantados e ampliados.

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS

2.15. Articular ações entre a Secretaria Municipal de

Articulação estabelecida e

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS

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Assistência Social – SEMAS e respectivos órgãos municipais, Organizações não governamentais e empresas, para garantir a oferta de programa de Aprendiz para adolescentes de 14 e 15 anos de idade em Acolhimento Institucional e familiar ou que tenham sido integrados à família.

programas implantados e ampliados.

2.16. Articular ações com a Superintendência de Segurança Pública e a Polícia Civil no sentido de envolver as demais políticas públicas no apoio socioassistencial e psicossocial prestado às famílias de crianças e adolescentes desaparecidos e localizados, visando à proteção do direto à convivência familiar e comunitária.

Articulação estabelecida.

Médio Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS, Superintendência de Segurança Pública, Secretaria de Governo

3. Mobilização e 3.1 Assegurar ações Ações Curto Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS e

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conjuntas entre o CMDCA e CMAS para implantação, implementação, monitoramento e avaliação deste plano, incluindo a formação continuada de atores do SGD.

asseguradas. demais atores do SGD.

3.2 Incluir o tema do “direito à convivência familiar e comunitária” nas agendas de discussões dos diferentes conselhos setoriais e conselhos tutelares, a ser abordado conjuntamente à defesa dos “demais direitos básicos: alimentação, educação, cultura, esporte, lazer, saúde, habitação, trabalho e emprego”.

Tema incluído Curto Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS

articulação entre os Conselhos Municipais da Assistência Social e dos Direitos da Criança e do Adolescente para implantação, implementação, monitoramento e avaliação deste Plano

3.3 Efetivar o registro de todas as entidades de atendimento nos Conselhos Municipais de Direitos e de Assistência

Registros efetivados

Curto Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS

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Social, em consonância com as diretrizes deste Plano e com as normativas da Assistência Social. 4.1 Incluir a temática da convivência familiar e comunitária de forma permanente em: seminários, conferências e fóruns municipais, encontros de promotores, juízes da infância e juventude, defensores públicos, respectivas equipes técnicas e demais atores do Sistema de Garantia dos Direitos

Temática incluída

Curto Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS e demais atores do SGD

4. Mobilização e articulação de diferentes atores do Sistema de Garantia de Direitos e da Proteção Social, para o fortalecimento da família, a garantia da provisoriedade e excepcionalidade do Acolhimento Institucional e familiar, o reordenamento dos Serviços de Acolhimento Institucional, a implantação e regulamentação do Serviço de Acolhimento Familiar e

4.2 Provocar o monitoramento por meio da sociedade civil76 organizada, através dos fóruns, defensoria pública, ministério público, conselhos profissionais,

Monitoramento efetivado

Ação permanente

Atores do SGD

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a divulgação de alternativas a institucionalização.

setoriais e de direitos, para o efetivo cumprimento do ECA e da Lei 12.010/2009 nos serviços de Apoio Sóciofamiliar, Acolhimento Familiar e Acolhimento Institucional e de Adoção. 5.1. Estimular e apoiar a participação da família e de indivíduos em espaços comunitários, nos Conselhos Setoriais e nos Fóruns públicos voltados para a defesa e garantia dos direitos da criança e do adolescente

Participação aumentada

Ação permanente

SEMAS, CMDCA, CMAS 5. Ampliação e fortalecimento da participação da sociedade civil organizada na defesa dos direitos da criança e do adolescente e no controle social da garantia do direito à convivência familiar e comunitária

5.2 Mobilizar as famílias com a experiência em adoção para a socialização,criação fortalecimento de grupos de estudo e apoio à adoção, preparação e apoio de futuros

Aumento do número de adoções.

Ação permanente

SEMAS, CMDCA, CMAS

76 Sociedade civil se refere à arena de ações coletivas voluntárias em torno de interesses, propósitos e valores. Fonte. Wikipedia

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adotantes, discussão e divulgação do tema na sociedade e incentivo à adoção.

EIXO 5: SUSTENTABILIDADE

OBJETIVO AÇÕES RESULTADOS CRONOGRAMA RESPONSÁVEIS PELA AÇÃO E/OU ARTICULAÇÃO

1.1 Incluir este plano no PPAG – Plano Plurianual de Ação Governamental e na Lei Orçamentária.

Plano incluído no PPAG

Curto Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS. 1. Garantia de recursos financeiros e orçamentários para realização do Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária.

1.2 Garantir dotação orçamentária e outras fontes de recursos no Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, no Fundo Municipal da Assistência Social, para implementação do Plano.

Dotação garantida

Ação permanente

SEMAS, CMDCA, CMAS.

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1.3 Sistematizar informações sobre o orçamento municipal destinados às ações de promoção dos direitos da criança e do adolescente em situação de vulnerabilidade, visando a publicização dessas informações.

Informações sistematizadas.

Ação permamente.

SEMAS, CDMCA, CMAS, Secretaria de Governo.

1.4 Promover campanhas para que pessoas físicas e jurídicas destinem recursos do Imposto de Renda para o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, visando o financiamento de serviços, programas e ações contempladas neste Plano

Campanhas promovidas e aumento do recurso

Ação permanente

SEMAS, CDMCA, CMAS

1.5 Garantir recursos para sistematização de estudos existentes, realização de novas pesquisas, implantação e alimentação continua de Banco de Dados.

Recursos garantidos e pesquisas realizadas.

Ação permanente.

SEMAS, CDMCA, CMAS

1.6 Assegurar Recursos Ação SEMAS, CDMCA, CMAS,

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financiamento para o reordenamento do serviço de Acolhimento Institucional, o que poderá incluir conveniamento com organizações não governamentais.

assegurados. permanente.

1.7 Assegurar o financiamento para a implantação, implementação, ampliação, fortalecimento e manutenção do serviço de Acolhimento Familiar

Financiamento assegurado.

Ação permanente.

SEMAS, CDMCA, CMAS,

1.8 Assegurar recursos para o funcionamento dos Conselhos Tutelares, Conselho de direito e da Assistência Social e para capacitação continuada de todos os conselheiros.

Recursos assegurados

Curto prazo SEMAS, CMDCA

2 Cumprimento integral deste Plano Municipal.

2.1 Constituir formalmente a comissão responsável pela implementação integral deste plano, bem como seu monitoramento e avaliação.

Comissão constituída.

Curto Prazo SEMAS, CMDCA, CMAS.

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