prefeito do ipojuca - saemi · dos estudantes, do 5º ao 9º ano do ensino fundamental, por ... 4...
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ISSN 2318-7263
REVISTA PEDAGÓGICALÍNGUA PORTUGUESAEscrita, Produção de Texto e Ditado5º, 6º E 7º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
SAEMI2015SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL MUNICIPAL DO IPOJUCA
PREFEITO DO IPOJUCACarlos José de Santana
VICE-PREFEITO DO IPOJUCAPedro José Mendes Filho
CHEFIA DE GABINETE DO PREFEITO Antônio Alberto Cardoso Giaquinto
SECRETARIA DO GOVERNOPedro Henrique Santana de Souza Leão
SECRETARIA DE EDUCAÇÃOMargareth Costa Zaponi
Apresentação
Pr� ad� educadores,
A responsabilidade pela gestão de uma rede de en-
sino não recai sobre os ombros de um único ator educa-
cional. Para ser efetiva, ela precisa ser compartilhada, fa-
zendo com que cada unidade escolar e cada profi ssional
que dela faça parte sintam-se responsáveis pela oferta
de uma educação de qualidade, cujo horizonte converge
para um único ponto: a aprendizagem dos alunos.
Esse desafi o não é corriqueiro. Ele exige a partici-
pação, o envolvimento e o comprometimento de todos
os professores, diretores, funcionários, estudantes, famili-
ares e responsáveis, o conjunto de agentes da secretaria
de educação e a comunidade ipojucana como um todo.
Se, de um lado, o suporte dado pelos agentes edu-
cacionais é fundamental para que esse virtuoso objetivo
seja atingido, por outro, é necessário, como guia de um
trabalho sério e capaz de alterar a realidade educacional
de nosso município, pautar nossos esforços e atividades
por informações capazes de fornecer um panorama ger-
al de nossa rede, permitindo identifi car nossas virtudes e
nossas fragilidades, abrindo espaço, dessa forma, para o
desenho e a efetivação de ações destinadas a contornar
os problemas identifi cados.
Toda ação pública precisa ser legitimada e encon-
trar suporte em diagnósticos fi éis sobre a realidade so-
bre a qual pretende produzir mudanças. Para tanto, é
necessária que esteja ancorada em informações preci-
sas e criteriosas.
É justamente como suporte para que políticas e
ações educacionais possam ser pensadas e efetivadas
que a avaliação educacional em larga escala encontra
sua principal razão de ser. Através de seus diagnósticos,
é preciso defi nir estratégias para que soluções para os
problemas sejam encontradas.
O município de Ipojuca conta com seu próprio siste-
ma de avaliação em larga escala, o SAEMI, comprometi-
do com a melhoria da qualidade da educação em nossa
rede municipal, através da produção de diagnósticos so-
bre nossas escolas.
É com ciência da importância que tais informações
assumem para que decisões sejam tomadas e da cen-
tralidade que todos vocês, profi ssionais e benefi ciários
da educação, possuem para que ofertemos uma edu-
cação de qualidade para nossos estudantes, que divul-
gamos os resultados do SAEMI 2015, através da presente
coleção de revistas. Esse material é destinado ao uso e
à apropriação por parte de todos envolvidos com a edu-
cação do município.
Através dele, reforçamos a crença no trabalho de
nossos profi ssionais e no valor que o trabalho com os
resultados do SAEMI possui.
Margareth Zaponi
Secretária de Educação
S U M Á R I O
19 A AVALIAÇÃO DAS
PRODUÇÕES TEXTUAIS DOS ESTUDANTES
10 O DITADO NO SAEMI
8 A AVALIAÇÃO EM
LARGA ESCALA DA ESCRITA
29 COMPREENDENDO OS
RESULTADOS
16 A PRODUÇÃO DE
TEXTO NO SAEMI 2015
A AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA
DA ESCRITA
Com a implementação e ampliação das avaliações edu-
cacionais em larga escala nas últimas duas décadas, abriu-se
espaço para a incorporação da avaliação da produção escrita,
complementando o diagnóstico do desempenho em Língua
Portuguesa já realizado pelos testes de leitura, obtendo-se,
dessa forma, uma visão mais ampla e completa da qualidade
da educação ofertada pela rede pública de ensino.
Em consonância com essa tendência em se avaliar a es-
crita, o Sistema de Avaliação Educacional Municipal do Ipo-
juca – SAEMI – avalia, desde 2013, a competência escritora
dos estudantes, do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental, por
meio de uma tarefa de produção de texto dentro da tipologia
narrativa – para os 5º, 6º e 7º anos -, argumentativa – para os
8º e 9º anos - e um ditado de palavras – para ambos.
Destaca-se, aqui, que o SAEMI também avalia a escrita
dos estudantes do ciclo de alfabetização e da Educação de
Jovens e Adultos em suas quatro fases.
9
LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
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O DITADO NO SAEMI Além da tarefa de produção de texto, os estudantes do 5º ao 9º ano do
Ensino Fundamental foram submetidos a um ditado contendo 20 (vinte) palavras
referentes a um determinado contexto próximo à realidade dos jovens avaliados,
lido pelo Aplicador antes do início do ditado de palavras.
Após esperar, aproximadamente 1 (um) minuto, os Aplicadores passavam ao di-
tado das palavras que apresentavam diferentes tipos de estruturas silábicas, obede-
cendo, portanto, a diferentes regras de transposição dos fonemas para os grafemas.
Assim, a escolha dos aspectos avaliados deveu-se à complexidade que
apresentam no processo de aprendizagem das regras que organizam o sistema
alfabético da Língua Portuguesa, tanto no que diz respeito à relação entre fone-
ma e grafema, quanto no padrão de estruturação da sílaba (CV / CVV / CVC/ CCV,
por exemplo).
A seguir, apresentamos os ditados aplicados em cada etapa referida nessa
revista Pedagógica, apresentando os resultados gerais por categoria avaliada.
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LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
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O DITADO NO 5º E 6º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Para cada uma das palavras, foram considerados dife-
rentes aspectos ortográficos, identificados como categorias.
Assim, no 5º e 6º anos do Ensino Fundamental, foram
ditadas 20 (vinte) palavras, mas considerados 42 (quarenta e
dois) aspectos ortográficos, distribuídos em 9 categorias. o
quadro a seguir traz a frequência com que esses aspectos
foram contemplados no ditado:
FREQUÊNCIA DAS CATEGORIAS AVALIADAS
Categoria Aspecto avaliado Frequência
1 Sílaba canônica 12
2 Letras concorrentes 8
3 Dígrafos 8
4 Encontros vocálicos 3
5 Marcas de nasalização 3
6 Encontro consonantal 2
7 Sílaba não canônica 2
8 uso do “r” intervocálico 1
9 uso do “r” em final de sílaba 3
Como exemplo das ocorrências nas categorias avalia-
das, temos:
Categoria Aspecto avaliadoExemplo de ocorrência
1 Sílaba canônica bezerro
2 Letras concorrentes ganso
3 Dígrafos cachorro
4 Encontros vocálicos leitão
5 Marcas de nasalização gavião
6 Encontro consonantal avestruz
7 Sílaba não canônica coelho
8 uso do “r” intervocálico carneiro
9 uso do “r” em final de sílaba codorna
Observações: (1) colocamos em negrito as sílabas/letras consideradas em cada categoria; (2) sabemos que sílabas não canônicas são todas aquelas não obedecem ao padrão consoante/vogal (CV), no entanto destacamos essa forma, pois outras estruturas não canônicas já são avaliadas nas demais categorias.
DESEMPENHO DOS ESTUDANTES POR CATEGORIA AVALIADA
Ao se propor o ditado, buscou-se avaliar não apenas o
número de acertos no tocante às palavras utilizadas, mas,
principalmente, os aspectos em que os estudantes ainda
apresentam dificuldade na codificação da Língua Portuguesa.
Com relação ao domínio dessas dos princípios que regem o
sistema alfabético e sua adequada aprendizagem, entendemos
que, ao conhecer as dificuldades nessa aprendizagem, podem
ser desenvolvidas atividades que permitam a assimilação dos
princípios que regem a escrita ortográfica da Língua Portuguesa.
o quadro a seguir traz o percentual de acertos em cada
uma das categorias avaliadas.
Categoria Aspecto avaliado% de acerto
5º ano 6º ano
1 Sílaba canônica 85,6 86,9
2 Letras concorrentes 73,2 74,4
3 Dígrafos 64,6 71,3
4 Encontros vocálicos 75,5 82,0
5 Marcas de nasalização 71,9 77,8
6 Encontro consonantal 72,5 80,6
7 Sílaba não canônica 85,5 88,6
8 uso do “r” intervocálico 82,1 86,5
9 uso do “r” em final de sílaba 52,5 59,2
10 Ditongação 67,9 69,8
Ao analisarmos esse quadro, constatamos que, tanto para
o 5º quanto para o 6º ano, a categoria em que eles mais apre-
sentaram dificuldades foi a do uSo Do “r” EM FInAL DE SíLA-
BA com 52,5% de acertos para o 5º ano e 59,2%, para o 6º ano.
Para essa categoria, avaliou-se o “r” em posição de travamento
tanto de sílaba inicial (carneiro) quanto sílaba medial de palavras
(codorna / lagartixa). A dificuldade nessa realização ortográfica
pode ser devido a uma forte interferência da oralidade, pois
em uma fala mais familiar, menos elaborada, é comum ocorrer a
omissão do “r” travando sílaba.
o segundo aspecto com menor percentual de acertos,
para ambas as etapas, foi da categoria DígrAFoS (64,6% de
acertos no 5º ano e 71,3%, no 6º ano). nesse caso, avaliou-
-se, especificamente, o uso de:
» rr – bezerro / cachorro / marreco;
» CH – cachorro;
» LH – coelho;
» nH – galinha / passarinho;
» SS – passarinho.
Comparando-se os resultados obtidos no teste de 2015
com os de 2014, nota-se uma inversão entre as categorias me-
nos acertadas. As dificuldades encontradas pelos estudantes
continuam se destacando entre essas duas categorias, mas em
2014 os DígrAFoS foram menos acertados.
Importante ressaltar que, ao compararmos os resultados
alcançados em cada uma das categorias, em cada uma das
etapas, observamos que os estudantes do 6º ano apresentam
melhor desempenho que os estudantes do 5º ano, confirmando
o que seria esperado: o avanço na escolaridade revela melhor
consolidação da aprendizagem dos aspectos associados à orto-
grafia da Língua Portuguesa.
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SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
O DITADO NO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Para cada uma das palavras, foram considerados dife-
rentes aspectos ortográficos, identificados como categorias.
Assim, no 7º ano do Ensino Fundamental, foram ditadas
20 (vinte) palavras, mas considerados 48 (quarenta e oito)
aspectos ortográficos, distribuídos em 10 categorias. o qua-
dro a seguir traz a frequência com que esses aspectos foram
contemplados no ditado:
FREQUÊNCIA DAS CATEGORIAS AVALIADAS
Categoria Aspecto avaliado Frequência
1 Sílaba canônica 14
2 Letras concorrentes 7
3 Dígrafos 7
4 Encontros vocálicos 6
5 Marcas de nasalização 5
6 Encontro consonantal 3
7 Sílaba não canônica 2
8 uso do “r” intervocálico 2
9 uso do “r” em final de sílaba 1
10 uso do “l” em final de sílaba 1
Como exemplo das ocorrências nas categorias avalia-
das, temos:
Categoria Aspecto avaliadoExemplo de ocorrência
1 Sílaba canônica furão
2 Letras concorrentes jabuti
3 Dígrafos galinha
4 Encontros vocálicos canário
5 Marcas de nasalização camundongo
6 Encontro consonantal cobra
7 Sílaba não canônica curió
8 uso do “r” intervocálico periquito
9 uso do “r” em final de sílaba tartaruga
10 uso do “l” em final de sílaba rouxinol
Observações: (1) colocamos em negrito as sílabas/letras consideradas em cada categoria; (2) sabemos que sílabas não canônicas são todas aquelas não obedecem ao padrão consoante/vogal (CV), no entanto destacamos essa forma, pois outras estruturas não canônicas já são avaliadas nas demais categorias.
DESEMPENHO DOS ESTUDANTES POR CATEGORIA AVALIADA
Ao se propor o ditado, buscou-se avaliar não apenas o
número de acertos no tocante às palavras utilizadas, mas,
principalmente, os aspectos em que os estudantes ainda
apresentam dificuldade na codificação da Língua Portuguesa.
Com relação ao domínio dessas dos princípios que regem o
sistema alfabético e sua adequada aprendizagem, entendemos
que, ao conhecer as dificuldades nessa aprendizagem, podem
ser desenvolvidas atividades que permitam a assimilação dos
princípios que regem a escrita ortográfica da Língua Portuguesa.
o quadro a seguir traz o percentual de acertos em cada
uma das categorias avaliadas.
Categoria Aspecto avaliado% de
acerto
1 Sílaba canônica 84,6
2 Letras concorrentes 83,0
3 Dígrafos 82,1
4 Encontros vocálicos 60,5
5 Marcas de nasalização 65,8
6 Encontro consonantal 84,7
7 Sílaba não canônica 60,0
8 uso do “r” intervocálico 87,0
9 uso do “r” em final de sílaba 75,5
10 uso do “l” em final de sílaba 32,7
Ao analisarmos esse quadro, constatamos que, para
o 7º, a categoria em que eles mais apresentaram dificul-
dades foi a categoria 10 (uso do “l” em final de sílaba),
com apenas 32,7 % de acerto, sendo esse aspecto o que
apresentou maior dificuldade por parte dos estudantes
no teste de 2014, apresentando um avanço de apenas
1,6 pontos percentuais. A dificuldade nessa realização
ortográfica deve-se a interferência da oralidade quando
na transposição do fonema para o grafema, pois, nessa
posição, o “l” é pronunciado como “u”. outras categorias
que apresentaram certa dificuldade foram EnControS
VoCÁLICoS e SíLABA não CAnÔnICA.
Importante ressaltar que, ao compararmos os resulta-
dos alcançados em cada uma das categorias, em cada uma
das etapas, observamos que os estudantes do 7º ano apre-
sentam melhor desempenho que os estudantes dos 5º e
6º anos na maioria das categorias avaliadas, mas há uma
queda no percentual de acerto em aspectos com desem-
penho satisfatório nessas primeiras etapas, que já deveriam
ter sido desenvolvidas por estudantes da sétima etapa: Sí-
LABA não CAnÔnICA e EnControS VoCÁLICoS.
Contudo, é possível identificar um avanço na apren-
dizagem dos aspectos associados à ortografia da Língua
Portuguesa, conforme as etapas vão se sucedendo.
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SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
A PRODUÇÃO DE TEXTO
NO SAEMI 2015
Dando continuidade à avaliação de
escrita incorporada, no ano de 2013, ao
teste de Língua Portuguesa, a avalia-
ção da comunicação escrita formal por
meio da produção de um texto também
fez parte da avaliação aplicada aos es-
tudantes no ano de 2015.
Como dito anteriormente, esse
tipo de avaliação segue uma tendência
nacional crescente em se avaliar, em
larga escala, a escrita dos estudantes,
seja através de itens ou de produções
textuais, as chamadas redações.
Assim como as avaliações em ní-
vel nacional e as já realizadas em nível
local, o SAEMI quer ir além da obser-
vação das estruturas de funcionamento
da língua escrita. Ele pretende avaliar
se os estudantes conseguem estabe-
lecer comunicação por meio do código
escrito, demonstrando serem sujeitos
de seu próprio discurso. Para isso, além
de um ditado, solicitou-se aos estudan-
tes a elaboração de um texto narrativo
em prosa ficcional ou relato, dentro
de qualquer gênero que componha o
agrupamento do narrar, fato que con-
feriu aos estudantes maior liberdade
para definirem as propriedades so-
ciocomunicativas necessárias para a
transmissão da mensagem pretendida
por cada um.
A narração é a tipologia básica do
processo de ensino e aprendizagem
da Língua Portuguesa, uma vez que
contar histórias, sejam elas reais ou
fictícias, é intrínseco a cada ser huma-
no, ou seja, é a tipologia primária como
apontam teóricos. Dependendo da es-
trutura adotada pelo autor, essa narrati-
va pode se configurar como conto, crô-
nica, diário, fábula, mito, lenda, dentre
outras inúmeras possibilidades.
Em comum, os textos narrativos
apresentam personagens que intera-
gem entre si vivenciando acontecimen-
tos que ocorrem em um determinado
espaço e em um determinado recorte
temporal. não se pode falar em uma
estrutura fechada de texto narrativo,
mas existe uma composição prototípica
nos textos dessa tipologia que busca
responder a algumas questões essen-
ciais para o desenvolvimento do enre-
do, a saber:
Introdução(ou apresentação)
Quando aconteceu?onde aconteceu?
Com quem aconteceu?
Complicação(ou desenvolvimento)
o que aconteceu?Como aconteceu?
Por que aconteceu?
Clímax
Qual é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico,
tornando o desfecho inevitável?
Conclusão(ou desfecho)
Qual é consequência desse aconte-cimento?
Como o conflito se resolveu?
Dessa forma, a narração se carac-
teriza por ser uma modalidade dinâmi-
ca de redação, na qual predominam os
verbos de ação, ao contrário da des-
crição, por exemplo, onde predominam
verbos de estado (ser, estar...). Além
disso, possui como características os
discursos direto, indireto e indireto livre.
Quanto aos elementos principais
da narração, temos: narrador (a voz do
texto, quem conta a história), persona-
gens, tempo, espaço e o enredo (que
são os fatos em si).
no caso do SAEMI, é dado aos
estudantes o mote para desenvolvi-
mento do enredo de seus textos que
serão avaliados com base em aspectos
específicos que se relacionam às com-
petências que ele precisa desenvolver
durante a etapa de escolaridade, as
quais são apresentadas na Matriz de
Correção por Competência de Produ-
ção de texto, a ser abordada em uma
das próximas seções desse texto.
17
LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
3
As propostas de produção textual de 2015
A tarefa do teste de produção de texto do SAEMI envolvia a elaboração de uma narrativa a partir de uma situação que
delimitava o tema e o objetivo esperado do texto do estudante. Veja as propostas aplicadas:
5º E 6º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Como se pode observar, cada proposta solicitava que o estudante narrasse um fato fictício, sendo possível utilizar se-
quências textuais de relato também, uma vez que a tipologia textual elencada permite esse hibridismo.
A AVALIAÇÃO DAS PRODUÇÕES
TEXTUAIS DOS ESTUDANTES
18
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA
4
5º, 6º e 7º anos do Ensino Fundamental
os textos produzidos pelos estudantes foram avaliados sob duas óticas distintas:
» por SItuAção DE CorrEção;
» por CoMPEtÊnCIA DE ProDução DE tExto.
AVALIAÇÃO POR SITUAÇÃO DE CORREÇÃO
A avaliação por SItuAção DE CorrEção configura a primeira leitura da
produção textual do estudante a ser feita pelo avaliador. nessa primeira análise,
pode-se atribuir ao texto conceitos que permitirão, ou não, sua análise por CoM-
PEtÊnCIA. As situações previstas foram:
» norMAL;
» BrAnCo;
» não ALFABÉtICo;
» InSuFICIEntE;
» CóPIA;
» AnuLADo;
» ESCrItA ILEgíVEL;
» FugA Ao tEMA;
» FugA À tIPoLogIA.
Excetuando-se a situação norMAL, único conceito que permitia enviar o tex-
to para a análise por CoMPEtÊnCIA, em todas as outras ocorrências, a produção
textual recebeu, automaticamente, a nota 0 (zero).
Veja exemplos de cada situação:
Nesse exemplo do 5EF, o es-tudante absteve-se de reali-zar o teste de escrita propos-to pela avaliação.
BrAnCo
2120
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
A escrita produzida por esse estudante do 6EF ainda se encontra em ní-vel anterior ao alfabético.
não ALFABÉtICo
Os textos deveriam conter 6 (seis) ou mais linhas escritas (contando o título, quando pre-sente). Nesse exemplo do 7EF, a produção apresentou apenas 3 (três) linhas escritas.
InSuFICIEntE
Excetuando-se o título, o texto não possui o número mínimo de linhas autorais, 5 (cinco), apresentando apenas trechos transcritos da proposta.
CóPIA
Esse estudante do 6EF utili-zou a Folha de Redação para produzir rasuras de modo a anular sua produção.
AnuLADo
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SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
A ilegibilidade da LETRA desse estudante do 7EF impediu a leitu-ra de sua produção.
ESCrItA ILEgíVEL
O texto produzido por esse estudante do 5EF difere total-mente do tema solicitado pela tarefa do teste de escrita.
FugA Ao tEMA
Esse texto de um estudante do 6EF não se configura como uma narrativa em prosa.
FugA À tIPoLogIA
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SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
Avaliação por CoMPEtÊnCIA DE ProDução DE tExto
Essa etapa da avaliação de produção de texto configura a segunda análise das produções elaboradas pelos estudantes, sendo
que somente os textos que receberam o conceito norMAL foram liberados para essa segunda leitura do avaliador. Para a realiza-
ção dessa avaliação, tomou-se como base uma Matriz de Correção por Competência, elaborada especificamente para essa análise.
Cabe destacar que a matriz para avaliação dos textos produzidos pelos estudantes contempla os elementos estruturais básicos para
que um texto seja considerado verdadeiramente um texto e não apenas um amontoado de frases.
Essa Matriz de Correção por Competência apresenta os critérios da avaliação e é constituída por quatro competências básicas:
Competência 1REGISTRO
Competência 2COERÊNCIA TEMÁTICA
Competência 3TIPOLOGIA TEXTUAL
Competência 4COESÃO
Avalia-se o domínio de um conjunto de regras de utilização da língua,
do ponto de vista morfológico, sintático e
semântico.
Avalia-se a adequada compreen-são da proposta de produção de texto, seu desenvolvimento associado a conhecimentos de diversas áreas e a conformida-de com a tipologia prevista, no
caso, a narrativa.
Avalia-se a articulação de frases e parágrafos por meio de re-
cursos linguísticos de tal forma que haja uma sequência lógica
entre as ideias.
Avalia-se a utilização de elementos conectores e referentes de forma a construir um texto com ideias entrelaçadas e
conectadas.
Veja, a seguir, as Matrizes de Correção por Competência de Produção de texto do SAEMI:
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Nível IV (8 pts.)
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2726
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
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Nível III(6 pts.)
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o.
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s.
Nível IV(8 pts.)
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parte
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o.
o
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Nível V(10 pts.)
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COMPREENDENDO OS RESULTADOS
A partir da nota final obtida pelo estudante, define-se o perfil de escritor dele
de acordo com a descrição do nível no qual sua nota está alocada.
os níveis de desempenho e suas denominações qualificam o perfil de escritor
enquadrado em cada um. Esses níveis compreendem intervalos específicos de
pontuação, sendo que, no ato da correção, a nota atribuída à competência é o va-
lor máximo do nível que, após o cálculo da média final, pode apresentar variações
dentro do nível ou transferir a pontuação do estudante na competência para outra
classificação.
28
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA
5
O PERFIL DE ESCRITOR
o perfil de escritor se dá com base na descrição do nível no qual sua nota está alocada, conforme a seguinte escala:
5º E 6º ANOS
ABAIXO DO BÁSICO BÁSICO INTERMEDIÁRIO ADEQUADO AVANÇADO
0,1 2,0 2,1 4,0 4,1 6,0 6,1 8,0 8,1 10,0
ABAIXO DO BÁSICO
0,1 2,0
o estudante cuja escrita se encontra nesse nível de desempenho demonstra já ter conseguido compreender como
funciona o sistema de escrita da Língua Portuguesa, percebendo que, para grafar uma sílaba, são necessárias duas ou mais
letras, compreendendo a escrita como transcrição fonética da sua fala. no entanto, ele ainda não possui domínio adequado
da escrita, apresentando muitos erros ortográficos e de segmentação das palavras, além da ausência ou escassez de sinais
de pontuação.
o texto apresenta ideias desconexas (soltas, sem progressão) acerca do tema ou o desenvolve de forma tangencial
(superficial), com certa progressão lógica, pois os fatos narrados e/ou relatados não se articulam de forma coerente, apre-
sentando frases soltas, listas de palavras e/ou de frases.
Ao realizar uma primeira leitura desse texto, já se cons-
tata que o estudante ainda apresenta dificuldades no uso
da página, pois não respeita a margem direita e salta linhas
entre os parágrafos.
Porém, ao se realizar uma análise mais cuidadosa, per-
cebe-se também que o estudante elaborou um texto apre-
sentando fatos relacionados ao tema, apesar de a sequên-
cia lógica ter sido é prejudicada pela falta de pontuação, que
provoca uma quebra na conexão entre os relatos. Dessa
forma, percebe-se, por exemplo, que o autor fez uso de diá-
logos no texto, que poderiam estar a favor da narrativa, mas
os mesmos não foram devidamente indicados e pontuados
para tanto. Assim sendo, apresentam-se como falas soltas,
sem introdução e sem pontuação adequada para indicar os
intervenientes.
Em relação à competência registro, além dos desvios
relacionados ao uso da página, à falta ou uso inadequado
de pontuação e letra maiúscula, pode-se encontrar ao longo
do texto variados desvios ortográficos. Destacam-se alguns
como: falta de acento nas palavras FErIAS (ℓ. 03), notICIA-
rIo (ℓ. 04-05), SABADo (ℓ. 19); emprego do pronome pes-
soal oblíquo tônico “MIM”, que aparece em vários momentos
no texto, em lugar de “ME”; casos de hipossegmentação em
“DE PoIS” (ℓ. 09), “A gorA” (ℓ. 23) e “CoM SErtou” (ℓ. 26).
5º ANO
3130
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
Ao analisar o texto selecionado, nota-se que o estu-
dante o compôs em apenas um período e empregou letra
maiúscula somente no título e no início do único parágrafo.
Ainda em relação à competência registro, podem-se
encontrar, ao longo do texto, vários desvios causados pela
interferência da oralidade que refletem na escrita uma falta
de consolidação dos princípios do sistema alfabético da lín-
gua portuguesa. São eles:
» – “um monte de pessoa” (ℓ. 05);
» – “tou” (ℓ. 07);
» – “tava” (ℓ. 10);
» – “mais” em lugar de “mas” (ℓ. 13);
» – “aligei” em lugar de “liguei” (ℓ. 04);
» – “mi” em lugar de “me” (ℓ. 04, 08, 11 e 15);
» – “pucho” em lugar de “puxou” (ℓ. 04);
» – “preguntei” (ℓ. 05-06) e “preguntando” (ℓ.
11);
» – “arcorda” (ℓ. 08 e 15);
» – “morre” em lugar de “morrer” (ℓ. 12);
» – “conessei” em lugar de “comecei” (ℓ. 12);
» – “grita” em lugar de “gritar” (ℓ. 12);
» – “chando” em lugar de “achando” (ℓ. 15).
observa-se, ainda, que além desses desvios, o texto
apresenta problemas relacionados à utilização de recursos
coesivos, tanto no que diz respeito à ausência quanto na
repetição do “e” (recurso típico de narrativas orais).
Apesar disso, observa-se no texto a presença de per-
sonagens realizando ações, em determinado lugar, embora
não haja tempo definido e não tenha havido um desfecho
razoável para os acontecimentos apresentados.
6º ANOBÁSICO
2,1 4,0
o estudante que se encontra nesse nível elabora textos com graves e frequentes desvios de escolha de registro e/ou
de convenções da escrita os quais prejudicam a inteligibilidade de seu texto, limitando-o a meras apresentações de fatos,
eventos, acontecimentos e/ou cenas, omitindo fatos importantes de sua narrativa, geralmente, com muitas inadequações
na utilização dos recursos coesivos.
Ao analisar esse texto, em relação à competência re-
gistro, notam-se diversos desvios, pois o estudante não fez
uso de letra maiúscula, não pontuou o texto, além de ter
estruturado seu texto em um único parágrafo. observa-se,
ainda, desrespeito à margem direita, possivelmente por não
conseguir segmentar as palavras para mudar de linha.
nota-se, também, a interferência constante da oralidade
na escrita desse estudante em palavras como: “tive” (ℓ. 03),
“soio” (ℓ. 03), “tava” (ℓ. 08), “mininos” (ℓ. 09) e a utilização,
quase que exclusiva da conjunção “e”, para marcar a pro-
gressão da história.
Em alguns momentos, a inteligibilidade do texto fica
comprometida em função das frases truncadas e períodos
extensos contendo erros graves de ortografia, como os se-
guintes: “pençava”, “pergontei”, “verloses e fureossos”, “gai-
nao” (em lugar de “ganhou”).
Embora o autor contemple o tema através das suas
ideias, verifica-se na narrativa a ausência de elementos
como: clara sequenciação de fatos, lugar em que a narrativa
ocorre, momento em que se dão os acontecimentos e uma
finalização plausível.
5º ANO
3332
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
Ao analisar esse texto, constata-se que seu autor ainda
não domina as regras de uso da página, assim como o autor
do texto analisado anteriormente.
Em relação à competência registro, observa-se que o
estudante, fez uso de pontuação em um ou outro momento
da narrativa.
nota-se também a interferência da oralidade, como por
exemplo, as várias ocorrências da expressão “e aí”, (ℓ. 04, 08
e 15), característica das narrativas orais.
o autor descreve fatos que correspondem ao tema
numa sequência plausível, com ideias autorais, embora se
verifique na narrativa desse estudante a ausência de dois
elementos que comprometem a progressão temática: o lu-
gar em que a narrativa ocorre e uma finalização plausível.
6º ANOINTERMEDIÁRIO
4,1 6,0
o estudante com escrita nesse nível encontra-se ainda mistura as hipóteses alfabética e ortográfica, mesmo com pre-
domínio desta, apresentando eventuais desvios de registro, ou seja, aspectos gramaticais e de convenções da escrita que
ainda influenciam significativamente a inteligibilidade de seu texto. Sua narrativa é desenvolvida de forma contínua, mas com
fatos pouco organizados e relacionados de forma pouco consistente em relação ao tema da proposta de produção textual,
com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos, que afetam a continuidade de sua produção textual.
Ao analisar a escrita desse estudante, percebe-se que
ocorreram ainda alguns desvios ortográficos e que o autor
compreendeu a proposta de produção textual.
ocorreram alguns desvios que já deveriam ter sido su-
perados nessa etapa de escolaridade como a ausência de
pontuação e paragrafação.
observam-se, ainda, repetições de palavras nas pri-
meiras cinco linhas do relato, quando se lê “televisão” três
vezes e “puxada” duas. Apesar disso, o texto não se torna
ininteligível.
5º ANO
3534
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
Ao se fazer a leitura desse texto, constata-se que seu
autor demonstra ter compreendido a proposta, pois abor-
da o tema de modo adequado, embora, para isso, organize
o texto em um único parágrafo, e não utilize pontuação de
maneira correta.
nesse texto, notam-se também raros desvios de con-
venções da escrita, como:
– “agente” em lugar de “a gente” (ℓ. 07);
– “voltamos para casa falando sobre o que aconte-
ceu feliz da vida” (quando o correto seria “felizes” – ℓ. 19-20);
– marcas de oralidade como “daí” (ℓ. 05).
Em relação à tipologia, o texto apresenta personagens exe-
cutando ações em uma sequência de fatos, com lugar e tempo
determinados, além de finalização plausível para o relato.
ADEQUADO
6,1 8,0
PARA O 5º ANO
Após cinco anos de escolarização, espera-se que o estudante já tenha domínio sobre o código alfabético da escrita,
identificando as relações entre grafemas e fonemas. os desvios eventuais de registro que esse estudante apresenta re-
ferem-se, em sua maioria, a questões relacionadas à ortografia oficial da Língua Portuguesa e algumas interferências de
oralidade. o texto desse estudante atende ao tema a partir de uma narração consistente, apresentando os fatos de forma
contínua, com eventuais supressões de elementos da tipologia textual avaliada e poucas inadequações na utilização dos
recursos coesivos, que ainda afetam a continuidade do texto.
6º ANO
3736
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
Ao realizar a análise desse texto, nota-se que não ocor-
rem muitos desvios ortográficos, mas o emprego inadequa-
do de pontuação, a ausência de paragrafação, assim como
de letra maiúscula no início de cada período prejudicam a
leitura do texto, comprometendo, muitas vezes, a progres-
são da narrativa e a articulação dos fatos relatados.
Percebe-se, também a interferência da oralidade tanto
no modo como o estudante estrutura o texto, em grandes
períodos, quanto na utilização de expressões como: “Do
nada” (ℓ. 05-06), “coisas muito loucas” (ℓ. 26).
Com relação à estruturação da narrativa, observa-se
que o estudante apresenta uma introdução para seu relato,
define lugar tempo, finaliza o texto, apesar de fazê-lo de for-
ma pouco plausível.
5º ANO Para o 6º ano
o estudante que se encontra nesse período de escolarização já cursou o ciclo de alfabetização e está em transição entre o
segundo e terceiro ciclos do Ensino Fundamental. nessa fase, o estudante já exposto à estrutura básica da sintaxe da Língua Portu-
guesa e possui um repertório vocabular mais amplo, por isso espera-se que ele já tenha domínio sobre o código alfabético da escrita,
identificando as relações entre grafemas e fonemas, o uso dos sinais básicos de pontuação (ponto final, interrogação, exclamação
etc.), as classes de palavras, tempos verbais principais, entre outras estruturas de registro. os desvios eventuais que esse estudante
ainda apresente referem-se, em sua maioria, a questões relacionadas à ortografia oficial da Língua Portuguesa e algumas interferên-
cias de oralidade que ainda serão abordadas nas próximas etapas de escolaridade, pois esse estudante já faz bom uso da língua
escrita e se propõe a construir novas hipóteses. Seu texto estudante atende ao tema a partir de uma narração consistente, apresen-
tando os fatos de forma contínua, mas com eventuais supressões de elementos da tipologia textual avaliada e poucas inadequações
na utilização dos recursos coesivos, que ainda afetam a continuidade do texto, mas não prejudicam sua inteligibilidade.
3938
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
no exemplo de escrita apresentado acima, o estudante
desenvolve bem o tema, apresentando os fatos de forma
contínua, atendendo à proposta de produção textual de
modo adequado.
o texto produzido por esse estudante apresenta uma
boa introdução, que define lugar e tempo em que a narra-
tiva ocorre, personagem realizando ações numa sequência
plausível, mas com muitos problemas de pontuação e falta
de paragrafação. Assim sendo, o texto se compõe de perío-
dos muito longos, tornando-se confusos em alguns momen-
tos, embora isso não impeça a compreensão do relato.
ocorrem também desvios provocados pela interferência
da oralidade como a expressão “daí”, repetidas vezes; o re-
gistro de “mais” em lugar de “mas” e “luiz” em lugar de “luz”.
6º ANOAVANÇADO
8,1 10,0
o estudante que apresenta uma escrita em nível AVAnçADo produz um texto que não apresenta desvios relacionados
às competências registro e Coesão ou, mesmo que ocorram, não afetam a inteligibilidade do texto como um todo ou partes
dele.
Seu texto apresenta todos os elementos necessários para o desenvolvimento de uma narrativa coerente.
5º ANO
4140
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
Ao analisar esse texto, observa-se que ele atende à proposta de produção
textual, pois apresenta personagens executando ações de forma sequenciada,
também define o espaço e o tempo em que a trama se desenvolve e cria um
desfecho plausível para a narrativa.
observa-se que os desvios ocorridos, tanto de ortografia quanto gramaticais
não interferem na compreensão do texto, mas o estudante demonstra que ainda
existem alguns conhecimentos a serem desenvolvidos acerca do uso de pontua-
ção, da grafia correta de algumas palavras e expressões.
Com relação à organização da narrativa, constata-se que, as ideias do estu-
dante para compor a narrativa são muito interessantes. Destaca-se o momento
em que seus pulos dentro da televisão provocam a mudança de canal e o fato
de encontrar a saída de dentro da televisão justamente através de um programa
cujo nome sugere uma direção, um caminho. Além disso, o encontro com perso-
nagens conhecidos em seus programas preferidos envolve o leitor e promove a
fluidez da trama.
Ao produzir essa escrita, o estudante demonstrou ter com-
preendido a proposta de produção de texto, apresentando to-
dos os elementos que compõem uma narrativa. Assim sendo,
identificam-se personagens executando ações de forma se-
quenciada e plausível, a delimitação do espaço e do tempo em
que a narrativa ocorre e, do mesmo modo, um desfecho plausí-
vel, considerando os fatos e a autoria do texto.
Contuto o texto apresenta problemas de pontuação, as-
sim como de organização dos períodos e parágrafos, que
não atrapalham a compreensão do texto. observam-se, ain-
da, alguns desvios ortográficos, como: “sengundos” (ℓ. 6), “vi-
zão” (ℓ. 6), “exergar” (ℓ. 7).
6º ANO
7º ANO
INADEQUADOABAIXO DO
BÁSICOBÁSICO INTERMEDIÁRIO ADEQUADO AVANÇADO
0,0 0,1 2,0 2,1 4,0 4,1 6,0 6,1 8,0 8,1 10,0
INADEQUADO
0,0
Após sete anos de escolarização, o estudante que se encontra alocado nesse nível ainda apresenta um desempenho
linguístico primário, demonstrando desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e/ou de convenções da es-
crita, por isso sua escrita é ininteligível, mas ainda assim é possível compreender algumas palavras acerca do tema.
Quando elabora tópicos frasais, as fazem de forma nominal ou com verbos empregados de forma inapropriada. Conse-
quentemente, seu texto não apresenta articulação entre as partes e desenvolve uma narrativa ou relato incoerente, limitan-
do-se geralmente a listar informações e/ou ações.
*não foram observados exemplos significativos que ilustrem esse nível de desempenho.
4342
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
ABAIXO DO BÁSICO
0,1 2,0
o estudante com uma escrita ABAIxo Do BÁSICo para essa etapa de escolaridade apresenta graves desvios de
registro como frases truncadas ou graves problemas de pontuação ou não utilização dos sinais de pontuação, dificuldade
para relacionar grafemas e fonemas, regras básicas de concordância e regência nominal e verbal e emprego recorrente de
marcas de oralidade.
A coerência e a coesão de seu texto são dadas de forma precária e o tema é tangenciado por meio de um texto que
omite diversos elementos da tipologia textual avaliada.
Ao analisar esse texto, observa-se que o estudante de-
monstra domínio insuficiente da norma padrão, limitando-se
a escrever uma lista de ações acerca do tema, apresentan-
do personagens que realizam ações, numa determinada se-
quência, em lugar e tempo definidos, mas com ausência de
uma finalização coerente com o que foi narrado.
Percebe-se que o estudante consegue expressar algu-
mas ideias, porém isso ocorre em um texto em que o estu-
dante saltou linhas no meio da narrativa e cometeu desvios
ortográficos como:
_ “imteiro” (ℓ. 02) em lugar de “inteiro”;
_ “rozouvi” (ℓ. 05) em lugar de “resolvi”;
_ “croca” (ℓ. 05) em lugar de “troca”;
_ “ingreja” (ℓ. 13) em lugar de “igreja”.
Acrescente-se ainda a ausência de pontuação e da orga-
nização de parágrafos.
BÁSICO
2,1 4,0
o estudante que se encontra no nível BÁSICo ainda elabora um texto com muitos desvios gramaticais, de escolha de
registro e/ou de convenções da escrita, deixando o texto em parte ininteligível.
Além disso, os fatos narrados e/ou relatados não se articulam de forma coesa e coerente, porque seu texto apresenta
a supressão de elementos essenciais à tipologia e/ou ao tema.
A análise desse texto demonstra que o estudante desen-
volveu uma narrativa de acordo com o tema, apresentando
ideias com alguns traços de autoria, com lugar e tempo defini-
dos para os fatos ocorridos, assim como uma finalização plau-
sível em relação ao relato. no entanto, existem graves desvios
de estruturação sintática, ausência de pontuação na maior par-
te do texto, além de frequentes desvios ortográficos.
Destacam-se alguns desses desvios que já deveriam ter
sido superados nessa etapa de escolaridade. São eles:
» – “serto” (ℓ. 03);
» – “paseando” (ℓ. 03);
» – “divertino” (ℓ. 04);
» – “asento” (ℓ. 06);
» – “contol” (ℓ. 12);
» – “agente” (ℓ. 27);
» – “procimo” (ℓ. 27 e 29);
» – “eu amostrei minal casa” (ℓ. 14-15);
» – “mais” em lugar de “mas” (ℓ. 21 e 23).
também é possível perceber em alguns momentos da
narrativa, que o estudante fez uso de gírias como “irado” (ℓ.
22), demonstrando domínio insuficiente do padrão da lin-
guagem escrita formal.
4544
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
INTERMEDIÁRIO
4,1 6,0
o estudante com escrita em nível IntErMEDIÁrIo compõe uma narrativa ou relato com algumas inadequações na
utilização dos recursos coesivos, que afetam a continuidade de partes do texto, omitindo elementos essenciais para a cons-
trução de um texto coerente que atenda ao tema e à tipologia.
Quanto ao registro, sua escrita ainda transita entre a adequação e a inadequação, o que prejudica o entendimento de
partes de seu texto. os principais desvios são regência, concordância e pontuação.
o autor desse texto desenvolve o tema de forma razoável,
organizando suas ideias em parágrafos e utilizando pontuação,
embora muitas vezes não o faça de maneira adequada.
Por pouco o estudante não tangenciou o tema, pois re-
lata de modo generalizado a questão da troca de papéis,
comentando mais o comportamento da amiga com quem
trocou de lugar do que a sua própria experiência, como so-
licita a proposta de texto.
Mesmo assim, o texto desse estudante traz indícios de
autoria, apresenta tempo e lugar definidos para a narrativa,
assim como sequência dos fatos e finalização coerente com
os mesmos.
Além dos desvios ortográficos ocorridos em “cançadas” (ℓ.
04), “legau” (ℓ. 17), percebe-se a ausência de acentuação grá-
fica em “facil” (ℓ. 06 e 08), “so” (ℓ. 08), “as vezes” (ℓ. 18), “tras” (ℓ.
19) e ocorrência de hipossegmentação em “na quele” (ℓ. 07).
ADEQUADO
6,1 8,0
nessa fase, o estudante já foi exposto a estruturas mais complexas da sintaxe da Língua Portuguesa e possui um reper-
tório vocabular mais amplo, devido ao contato com novas tipologias textuais, por isso seu texto apresenta poucos desvios
no que tange à competência registro.
Seu texto é em grande parte coeso e coerente, mas o tema ainda não é desenvolvido por completo dentro dos limites
estruturais da tipologia textual, pois alguns elementos da narrativa ou do relato ainda são omitidos ou não foram apropriados
pelo estudante.
Ao analisar esse texto, constata-se que o estudante res-
peitou as regras de utilização da página. Em relação à Com-
petência 1 – registro nota-se apenas dois erros ortográficos
como a palavra “dançei” (ℓ. 17) e “vizualizações” (ℓ. 18-19). Além
desses escassos desvios observados, destaca-se também o
uso inadequado de pontuação, embora esses equívocos não
prejudiquem a compreensão do texto.
no decorrer do relato, pode-se identificar a presença dos
elementos da narrativa como o tempo e o lugar definidos para
os fatos relatados, a sequenciação dos acontecimentos, a
manutenção do tema. Porém a finalização apresentada ainda
é pouco plausível com a história contada, porque não define
se a menina volta a ser ela mesma ou vai pra casa dormir
como se ainda fosse a artista.
4746
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA LínguA PortuguESA - ESCrItA, ProDução DE tExto E DItADo - 5º, 6º E 7º AnoS Do EnSIno FunDAMEntAL | SAEMI 2015
AVANÇADO
8,1 10,0
o estudante que apresenta uma escrita em nível AVAnçADo não apresenta desvios relacionados às competências
registro e Coesão ou, mesmo que ocorram, não afetam a inteligibilidade do texto como um todo ou partes dele.
Seu texto apresenta todos os elementos necessários para o desenvolvimento de uma narração ou relato coerente.
o estudante que escreveu esse texto, embora não te-
nha utilizado os recursos de estruturação sintática de forma
adequada em todos os casos, organizou o texto através de
paragrafação adequada.
Além disso, produziu um texto com raros desvios de
convenções da escrita, ocorrências que em nada prejudi-
cam a compreensão do texto.
o desenvolvimento da narrativa se dá de maneira plau-
sível, pois seus elementos estruturantes foram contempla-
dos adequadamente. nesse caso, o texto possui uma intro-
dução, a sequência dos fatos, tempo e lugar definidos para a
narrativa, assim como uma finalização coerente com o relato.
Em relação à competência I, registro, nota-se a interfe-
rência da oralidade em algumas passagens do texto como
em: “tava” (ℓ. 13) e na frase “quando eu olhei para ele ele
disse que queria ver eu dando aula [...]”. observa-se também
um caso de hipossegmentação em “agente” (ℓ. 20).
48
SAEMI 2015 | rEVIStA PEDAgógICA
Reitor da Universidade Federal de Juiz de ForaMarcus Vinicius David
Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita de Oliveira
Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares
Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende
Coordenação de Design da ComunicaçãoRômulo Oliveira de Farias
Coordenação de Gestão da InformaçãoRoberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo
Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoRenato Carnaúba Macedo
Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva
Coordenação de Monitoramento e IndicadoresLeonardo Augusto Campos
Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira
Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage
Ficha catalográfica
Ipojuca. Secretaria Municipal de Educação.
SAEMI – 2015/ universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
v. 1 ( jan./dez. 2015), Juiz de Fora, 2015 – Anual.
Conteúdo: revista Pedagógica - Língua Portuguesa – Escrita, Produção de texto e Ditado – 5°, 6° e 7° anos do Ensino Fundamental.
ISSn 2318-7263
CDu 373.3+373.5:371.26(05)