preconceito lingüístico - rl.art.br file · web viewword-key: variations - linguistic prejudice -...

27

Click here to load reader

Upload: dangngoc

Post on 24-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

Preconceito lingüístico: Uma questão social

Lucas Bonina Trindade

Orientador: Gredson dos Santos

RESUMO:

Observando a grande capacidade de variações que a língua possui, e conseqüentemente, o quanto isso tem sido motivo de resistência e preconceito por setores minoritários da sociedade, logo, o presente artigo foi desenvolvido com o objetivo de analisarmos o fenômeno das variações lingüísticas e sobretudo, a questão do preconceito lingüístico aliado ao preconceito social. Desta forma, este trabalho tem como base uma reflexão crítica sobre a questão do “certo e do “errado” na língua portuguesa brasileira, cumprindo o papel de desafiar a todos educandos e educadores para militar contra todo tipo de preconceito que existe referente a língua de uma nação. Seja ele no aspecto lingüístico como no aspecto social.

PALAVRAS-CHAVE: Variações - Preconceito lingüístico- Preconceito social

ABSTRACT

Observing the great capacity of variations that the language possesses, and consequently, the as that has been reason of resistance and prejudice for minority sections of the society, therefore, the present article was developed with the objective of we analyze the phenomenon of the linguistic variations and above all, the subject of the prejudice linguistic ally to the social prejudice. This way, this work has as base a critical reflection on the subject of the " right and of the " wrong " in the Brazilian Portuguese language, accomplishing the paper of challenging all students and educators to militate against every prejudice type that exists regarding language of a nation. Be him in the linguistic aspect as in the social aspect.

WORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice

Artigo apresentado como trabalho de conclusão do curso de Letras vernáculas da Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Campus XXI, Ipiaú. Graduando em Letras vernáculas, com habilitação em língua portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB- campus XXI, Ipiaú.- e-mail [email protected] Prof. Gredson dos Santos, Graduado em Letras vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Mestre em letras pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB

Page 2: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

Introdução

A idéia de desenvolver esse artigo surge diante uma necessidade de

discutirmos a questão do preconceito lingüístico, para isso, faz-se necessário um

estudo sobre as variações lingüísticas e, sobretudo, uma análise sobre a questão

do preconceito social atuando com pano de fundo no preconceito lingüístico.

Teremos como principio, refutar as idéias e atitudes imponderadas que ainda

perduram na sociedade, fazendo com que o preconceito se difunda, e assim,

impedindo a livre manifestação lingüística; desta forma, estaremos discutindo

nesse artigo a necessidade de despertar o discernimento crítico na sociedade, a

fim de minimizar o preconceito lingüístico e social.

O estudo dos fenômenos das variações é válido para que tenhamos um

melhor entendimento sobre de onde vem e pra onde vai o preconceito, ou, de

quem vem e para quem vai, pois, entendemos que o preconceito é fruto de uma

relação sujeito X sujeito.

Teremos como meta, nesse artigo, apontar algumas variações existentes

na língua português brasileiro, assim como também alguns conceitos e exemplos

de preconceito lingüístico; porém, o que mais iremos abordar nesse artigo é o

quanto o preconceito social atua sobre o preconceito lingüístico, e, sobretudo, o

quanto a questão do preconceito lingüístico está ligado a fatores tantos de ordem

lingüística como de ordem social.

Sei o quanto é complicado falar sobre a língua, não somente por motivos de

sintaxe ou fonético, porém por ser um tema que serve a interesses, assim,

concordo com Bagno, (2002: 9) quando afirma que, “Tratar da língua é tratar de

um tema político”, desta forma, entendemos, que tratar da língua e, sobretudo,

denunciar o preconceito implica interesses políticos e principalmente daqueles que

perpetuam a discriminação e a exclusão, utilizando-se da língua como instrumento

para tal.

Page 3: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

Abordagens sobre as variabilidades da língua e o preconceito.

É refletindo sobre o “problema” da variação lingüística no português

brasileiro, que logo somos obrigados a discutir com mais amplitude sobre essa

questão, sobretudo o preconceito que determinado público de falantes sofre.

Sendo assim, é necessário que tenhamos um olhar crítico e pesquisador sobre a

questão do “certo” e do “errado” na língua portuguesa brasileira, principalmente,

no que diz respeito ao modelo “padrão” almejado por diversos segmentos da

sociedade .

Entendemos que a variação é um processo natural que ocorre em cada

falante, é uma ilusão pensar que o português, língua majoritária no Brasil, constitui

uma realidade monolítica e homogênea. Sujeito ao fenômeno da variação, próprio

a todas as línguas, o português brasileiro apresenta diversidade interna e externa

correlacionada  com o espaço geográfico, o estrato sociocultural, a faixa etária e

ao sexo próprio de cada falante. Por mais que se diga que “Pedro fala um

português impecável”, Pedro, com certeza, em algum momento faz uso de

variações na fala, dependendo da ocasião e lugar, com conversas informais,

barzinho, roda de amigos e familiares; é impossível que alguém seja plenamente

“correto” no uso do português padrão. “Existe um fenômeno chamado variação,

isto é, nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares, assim como

nem todas as pessoas falam a própria língua de modo idêntico” (Bagno, 2002: 52).

É sabido que muitos “gramatiqueiros” tentam, a qualquer custo, impor uma

uniformidade lingüística; continuam a dizer que temos uma só língua, e não

admitem as variedades lingüísticas como um fenômeno natural da língua,

tentando, de todas as formas, padronizar algo abstrato, que “voa” e modifica-se ao

tempo e ao meio, e que ainda assim, menosprezam e subestimam a variação

como um processo natural da língua. É necessário entender que a variação é um

requisito ou condição do próprio sistema lingüístico, pois, não há quem fale a

mesma língua de forma idêntica em todas as ocasiões e, sobretudo a língua esta

sujeita a improvisos e modificações.

Page 4: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

Desta forma, vemos que um dos grandes empecilhos dos adeptos da

norma padrão é não respeitar as variedades lingüísticas como instrumento de uso

natural de falantes, e, apenas acreditam que existe uma “língua-objeto-padrão”, e

é como se cada um de nós pegássemos, (apalpássemos) a língua-objeto-padrão e

fizéssemos o uso, além disso, não se permitem a olhar a língua quanto a seu

espaço geográfico e social, pois, é a partir desses dois aspectos que passamos a

identificar as mais diversas formas de variações, que, aliás, se estende à questão

do preconceito lingüístico e, sobretudo social, e que, muitas dessas variações, são

submetidas a diversos tipos de preconceitos, taxadas de “feias”, “erradas”,

“cafonas” e, além disso, é rejeitada por “aqueles” que se acham no direito de julgar

como “certo” ou “errado” um determinado tipo de linguagem.

Digamos também, que o fenômeno das variações nos leva a abordar mais a

frente a questão do preconceito social, que, por sua vez, esta camuflado no

preconceito lingüístico; não por acaso, pois os fatores que determinam o

preconceito lingüístico, o que determina se a língua falada está “certa” ou “errada”,

“bonita” ou “feia”, não são apenas os fatores internos, lingüísticos ou variações,

há, sobretudo os valores sociais implicando no juízo de valor aplicado a uma

língua, e que geralmente percebemos nas pessoas menos escolarizadas, que

coincidentemente estão na base da pirâmide das classes sociais, assim também

com os moradores da zona rural, o favelado, o vendedor de Apolo, o engraxate, a

lavadeira de roupas, etc..., São milhões de brasileiros, cada qual com suas

particularidades, e assim sendo, a língua também, impossível falar a mesma

língua com tanta heterogeneidade.

O que devemos levar sempre em consideração é que as diversas formas de

falar a língua, os vários tipos de variações, são resultantes das diferentes

maneiras de ser e de viver das pessoas, e assim sendo, é bom lembrarmos que a

língua deve ser percebida como um instrumento de identidade do nosso povo, e

não usada para subestimar a capacidade do falante brasileiro, que, até então, tem

recebido muitos “títulos” desagradáveis, gerando também vários mitos, um dos

quais, Bagno (2002: 20), chama de mito nº 2 “Brasileiro não sabe falar português /

Page 5: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

Só em Portugal se fala bem o português”, e que mais tende a desvalorizar a língua

brasileira e seus falantes. Cada variante da língua tem suas características

próprias. Assim, toda língua viva do mundo apresenta o fenômeno da variação: a

língua é falada de diferentes formas, segundo uma série de fatores sociais: se o

falante é homem ou mulher, se vive no campo ou na cidade, se é da região sul ou

nordeste, se é jovem ou velho, se é rico ou pobre, se estudou muito, pouco ou

nada; o que muda é que o acesso às boas condições de ensino vai permitir,

simplesmente, que a pessoa conheça as formas mais padronizadas e cultas da

língua, sobretudo da língua escrita.

Dentro desse contexto de variações, não podemos omitir o preconceito

social que está embutido no preconceito lingüístico. Haja vista, quando as

variações ocorrem nas classes de privilégio econômico, vemos que logo a

variação tende a transforma-se em “normal”, e já passa a ser tratada apenas como

desvio de linguagem, que na realidade não passa de uma adoção da variável sem

o preconceito que caberia se a variação fosse fruto de uma classe social menos

privilegiada economicamente.

O que quero dizer é que quando uma pessoa que ocupa o espaço de cima

da pirâmide social, comete um “erro” ou variação na pronúncia, geralmente esse

“erro” ou variação, logo tende a receber outros títulos, a exemplo de “desvio de

linguagem”, “equívoco da fala” e outros que tem como único objetivo amenizar o

que poderia ser chamado de “erro crasso” ou “agressão ao português”, caso o fato

acontecesse com alguém que ocupasse o espaço de baixo da pirâmide social, ou

até mesmo alguém oriundo do nordeste brasileiro. Segundo Lemos, (2000: 65), “A

variedade das classes dominadas tende a se desestruturar, quando em contato

com a variedade da classe dominante, gerando inúmeros sentimentos de

culpabilidade ou de inferioridade lingüística, levam muitos falantes a se

envergonharem de seus próprios dialetos”.

O que mais tem nos chamado à atenção é que, quando a língua passa a

ser usada como um instrumento de preconceito social e ao mesmo tempo de

exclusão, logo entendo que o maior mal que vem acontecendo, e a maior

Page 6: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

agressão aos falantes do português não-padrão, é que tudo isso tem causando

nesses falantes uma sensação de desconforto, receio para falar e um grande

complexo de inferioridade.

Entretanto, há um avanço que nos torna otimistas, é que passamos a

perceber, mesmo que lentamente, a inclusão e o respeito que a sociolingüística

tem recebido nas escolas e universidades, isso talvez, se dê ao fato de que já tem

ficado insustentável a idéia de homogeneidade lingüística que por muito tempo

perdurou entre os gramáticos e que ainda, porém, com menos força tenta impor a

unidade lingüística. “Cada vez mais se aceita a idéia de que a heterogeneidade

lingüística reflete a variabilidade social e as diferenças no uso das variantes

lingüísticas correspondem às diversidades dos grupos sociais e à sensibilidade

que eles mantém em termos de uma ou mais normas de prestigio”. (Doriam,1994:

96)

Embora percebamos que de forma lenta o ensino da lingüística nas escolas

e academias tem avançado, é necessário que possamos aprofundar cada vez

mais as discussões sobre a questão dos fenômenos variacionistas da língua e,

sobretudo do preconceito lingüístico, que ainda, por questões históricas, políticas

e culturais estão arraigadas na nossa sociedade. Desta forma, é plausível que

existam muitos interessados e dispostos a encarar esse assunto como uma

militância que não pode ser negada, até porque, se negarmos a luta contra o

preconceito lingüístico estamos negando nossa própria identidade lingüística e

social.

Tipos de variações.

Podemos observar que há inúmeras variações, o que nos dá margem para

trabalharmos algumas delas dentro desse artigo, e que poderíamos começar com

a variação diacrônica, haja vista, que a mesma esta sujeita a modificar-se com o

tempo e, sobretudo com os aspectos sociais e lingüísticos que a cerca, mudando

sua estrutura ou significado de acordo o que a história e o meio determina.

Segundo Ilari, (2006:152), “a variação diacrônica é às vezes percebida

Page 7: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

comparando gerações. Por exemplo, todos nós conhecemos gírias que, embora

compreensíveis, soam “antigas”, e também é comum o caso de gírias

compreensíveis somente aos mais velhos ou os mais novos”.

É válido citar, por exemplo, as mudanças que a língua sofreu ao longo de

sua história, e isso, não nos dá o direito de afirmar que outrora a língua era “bela”,

“conservada” e “refinada”, apenas era a forma usada naquele momento. Por

exemplo, analisarmos um texto escrito na idade média, por volta do século XI e XII

é claro que teremos uma dificuldade de entendermos, vejamos, “Senhor do corpo

de delgado, em forte pont` eu fuy nado! Que nunca perdi cuidado, nen afan dês

que vos vi. En forte pont´ eu fuy nado, Senhor, por vos e per mi!” (Francisco,

1999:41). Vimos o quanto à língua mudou? Assim também tem acontecido com

todas as línguas, isso não quer dizer que tivemos mudanças pejorativas, o

processo de mudança da língua como já falamos, continua e continuará sendo em

detrimento dos fatores sociais e lingüísticos. Segundo uma lingüista britânica,

especialista em mudanças lingüísticas, Aitchison, 2001, apud Bagno, (2006: 114)

“ as diferentes línguas não implementam todas as tendências possíveis de uma só

vez, e línguas diferentes serão afetadas de modo diferentes”, essa mudanças

ocorrerão de forma diferentes, cada uma a seu ritmo, e sobretudo pelo fator

histórico social.

Um outro exemplo de variação é a diatópica, que essencialmente trata das

mudanças que ocorrem em decorrência da localização geográfica, e também

pelas influências que cada região sofreu durante sua formação. Um exemplo

clássico da variação diatópica são as diferenças existentes em regiões do Brasil, a

exemplo de: macaxeira / mandioca / aipim, observamos que são três palavras

diferentes, usadas em regiões distintas, e com o mesmo significado, outro

exemplo, é o de trepar na árvore / subir na árvore, o termo trepar e subir são

termos usados em regiões diferentes, neste caso, vemos também duas palavras

diferentes foneticamente e lexical, porém com o mesmo significado dentro desse

contexto.

Page 8: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

As diferenças entre a língua usada em regiões diferentes, em sua maioria,

se dá no plano fonético, desde a pronúncia, timbre e entonação, como também no

flano lexical, como o exemplo acima; palavras diferentes para dizer a mesma

coisa, e ou, palavras iguais, com sentidos diferentes.

A variação diatópica é percebida mais claramente quando observamos a

fala de um gaúcho e de um nordestino de alagoas, logo, vemos que a forma de

falar desses dois falantes variam, porém, a fala do nordestino é discriminada e

sofre de um preconceito lingüístico, que na verdade tem mais um fundo de

preconceito social, sobretudo pelo fato da região nordeste ser considerada

“pobre”, “atrasada” e lugar de “gente torpe”, quanto ao Sul, recebe títulos bem

mais agradáveis, “politizados” e “cultos”. Neste caso vemos que essa variação

pode ser vista também como uma variação diastrátrica, pois, além do fator

geográfico, o fator social também influencia o preconceito. ( Ilari, 2006:163). “Nem

sempre é fácil separar o que é diatópico do que é diastrático (diferentes camadas

sociais). O que queremos dizer com isso é que, como regra geral, os traços

tipicamente regionais aparecem com mais nitidez nas falas mais informais, as

mesmas que permitem o uso de variedades não-padrão”.

Um exemplo clássico de que a variação diatópica pode “determinar” ou ser

motivo de preconceito social, é o caso do Presidente Luis Inácio Lula da Silva,

nordestino, oriundo das camadas populares operário e acima de tudo não possui

um nível superior, embora tais características não representem mais a sua figura,

vemos que ainda sim, esses elementos muitas vezes foram usados como

instrumento de desmoralização e preconceito por parte de adversários políticos,

sem contar as diversas vezes que recebe críticas da imprensa escrita e falada

sobre as suas falas, considerados por muitos de “bizarra”, “ridícula” e

“desastrosa”. Todas essa criticas não fundamentam-se somente no campo

lingüístico, sobretudo nos elementos citados acima, (nordestino,oriundo das

camadas popular, operário e acima de tudo não possui um nível superior ), neste

caso nota-se um sério preconceito social.

Page 9: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

Quanto à variação diamésia, vemos que está mais no campo das

diferenças entre a língua falada e a língua escrita, não que falamos de divergência

lingüística, porém, que existe normas mais usadas em uma e menos usadas em

outra.

Temos a possibilidade de observar essa variação nos diversos meios de

comunicação, ou seja, na forma escrita há uma exigência pela norma culta, a

exemplos de jornais, revistas científicas e livros, porém, na língua falada percebe-

se que não há o mesmo cuidado pela norma culta, há, sobretudo improvisos,

variações, dialetos e gírias, e que, sobretudo, de maneira alguma, podemos

permitir que alguns setores adeptos da norma culta descriminem a variação que

ocorre na língua falada, devemos inibir e combater esse sentimento

preconceituoso, que por muitas vezes é visto quanto à forma da língua falada.

Segundo Luft & Celso, (2001:18) “o importante é comunicar. (e quando possível

surpreender, iluminar, divertir, comover). Mas aí entramos na área do talento que

não tem nada a ver com gramática”.

Existem momentos em que mudamos nossa fala, ou seja, procuramos

adaptá-la em função das circunstâncias específicas em que se realiza o ato de

fala: conforme o meio utilizado na comunicação, conforme o grau de intimidade

existente entre os interlocutores, conforme o assunto tratado, o local em que

ocorre a interação, neste caso, caracterizamos a variação diafásica. É só

pensarmos nas atitudes que assumimos em situações formais (por exemplo, um

discurso em uma solenidade de casamento ou formatura), ou em situações

informais (roda de amigos e futebol, por exemplo). Assim é, que diferentes

recursos da língua são mobilizados conforme o falante esteja se comunicando

oralmente ou por escrito, conforme a situação de fala permita um estilo mais

informal ou exija uma linguagem mais formal, vemos, que até um mesmo individuo

emprega diferentes formas de língua. Sendo assim, Fiorin, (2002:76) fala.

Na variação diafásica, pode-se estabelecer a hipótese de que o mesmo falante use as formas “andar” ou “andá”, “fazer” ou “fazê”, apagando parte de palavras quando está numa situação de bastante informalidade (por exemplo,

Page 10: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

numa conversa familiar), diferentemente do que muito provavelmente faria numa situação de maior formalidade (como numa conferência).

Desta forma, é correto afirmar que a variação diafásica é um momento

ímpar e único de cada falante, pois, geralmente, cada um costuma a exercer suas

falas conforme as circunstâncias.

Uma variação a ser refletida com mais atenção.Quanto a variação diastrática, entendemos que mereça ser refletida com

mais um pouco de atenção, não que desmereçamos as outras, porém é a que

iremos mais abordar ao longo desse artigo. É esse tipo de variação, além da

diatópica, que podemos questionar o preconceito social que se esconde por trás

do preconceito lingüístico. Devemos lembrar, que a variação diastrática, assim

como a variação diatópica podem ser resultantes de um profundo preconceito

social, a exemplo do que citamos sobre a fala de um de um Gaúcho e um

Nordestino, é evidente que a fala do nordestino, mesmo sendo ele de prestigio

social, tende a ser discriminada pelo fato do nordeste sofrer de um histórico

preconceito social.

Sendo assim, podemos dizer que não somente a variação diastrática, a que

mais revela o caráter social, como também, a diatópica, resultam um preconceito

lingüístico e conseqüentemente social.

A partir da variação diastrática observamos também a rejeição da fala, a

ironia, o descaso e os adjetivos que os falantes das camadas menos privilegias

recebem, “caipira”, “cafona”, “ridículo”, “feio” e outros tantos, que nem sequer

merecem ser citados por tamanha ignorância que possuem. É importante que o

leitor entenda que, nesse contexto de variação, o problema que está em jogo não

é o que se fala, mas, sobretudo, quem esta falando. “Há uma séria diferença entre

o português falado pela parte mais escolarizada da população (que não por acaso,

é também a parte mais rica ou menos pobre) e pela parte menos escolarizada”.(Ilari 2006: 175).

Page 11: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

A variação diastrática esta intimamente ligada ao abismo social que existe

em nosso país, ou seja, uma pequena parcela da sociedade com acesso ao

português padrão, enquanto uma maioria de pessoas, ou excluídos, ficam à mercê

e distante do acesso a esse português padrão. “Não é difícil perceber que a norma

culta, por diversas razões de ordem política, econômica, social e cultural, é algo

reservado a poucas pessoas no Brasil” (Bagno, 2002: 105). É interessante, que no fragmento acima, Bagno mais uma vez denúncia o

caráter social da variação diastrática; em outros momentos, o mesmo Bagno

chega a chamar essas poucas pessoas que se refere, como os “sem língua”,

fazendo uma analogia perfeita aos milhões de sem terra, aos milhões de sem teto,

aos sem saúde e aos sem escola, pois, é a partir da idéia que alguém é privado de

seu direito e não o possua, logo, esse alguém é um “sem alguma coisa”, sendo

assim, o que existe no Brasil é que a educação ainda é de privilégio de poucos,

deixando uma grande parcela da população sem o acesso a norma culta, e é

pensando no que Bagno chama de sem línguas, que logo entendemos que são

milhões de brasileiros que não possuem a norma culta aprendida na escola e tido

como língua única e padrão.

São essas graves diferenças de status social que explicam a existência, em nosso país, de um verdadeiro abismo lingüístico entre os falantes das variedades não-padrão do português brasileiro - que são maioria de nossa população – e os falantes da (suposta) variedade culta, em geral mal definida, que é a língua ensinada na escola. (Bagno,2002:16).

Desta forma, somos intimados a erguer a bandeira contra toda e qualquer

forma de preconceito, principalmente, quando observamos esse preconceito

sendo uma camuflagem de um preconceito social. Não podemos mais permitir que

discursos onde menosprezam, descriminam e ridicularizam a língua, ou a

variedade da língua seja empregado debaixo dos nossos olhos, permitir isso,

equivale a aceitar que o ser humano seja menosprezado, ridicularizado, e

dirscrimanado. É necessário que levemos em conta as diferenças sociais que

esse país vive, é importante que antes de qualquer julgamento preconceituoso,

lembremos que vivemos num contexto social onde é separado por duas únicas

Page 12: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

classes, e que cada uma devolve a sociedade aquilo o que é dado, neste caso, as

variações que hoje muitos se atrevem a julgar como “certo” e “errado”, não

passam de um fenômeno natural e resultante do ter ou não oportunidade de

apreender a norma culta ensinada nas escolas, principalmente a forma escrita.

Preconceito lingüístico ou social?Como vimos, alguns processos de variações são recebidos com resistência

e como instrumentos de preconceito. Alguns setores da sociedade ainda lutam

através da língua por uma preservação de sociedade dividida em classes, ou,

entre pobres e ricos, sendo a língua uma arma para controle e alienação. Desta

forma, podemos concordar que a sociedade brasileira é marcada por uma divisão

econômica e política, onde as pessoas são divididas em grupos, de um lado os

ricos e privilegiados, do outro os pobres e excluídos. Com a língua não há muita

diferença, de um lado estão os falantes do português-padrão (privilegiados), do

outro os falantes do português não-padrão (excluídos). Assim, logo entendemos

que a questão do preconceito lingüístico está intimamente ligado ao preconceito

social, ou melhor, o preconceito está recaído em quem fala e não o que está se

falando. Segundo Lemos, (2000:65) “um dos preconceitos mais forte numa

sociedade de classes, é o que se instaura nos usos da linguagem, se o falante é

um camponês, ou mora numa favela, se é analfabeto ou de baixo nível de

escolaridade, é lógico que sua maneira de falar não será a mesma que das

pessoas que se situam no ápice da pirâmide social”.

Sabemos que falar de preconceito lingüístico e, apontar o preconceito social

nas entre linhas do preconceito lingüístico não é tarefa fácil, até porque o

preconceito lingüístico está arraigado na cultura desse país, e principalmente nas

classes privilegiadas. Isso se deu por conta de herdamos o resultado de um

drástico processo colonial, e que ainda não fomos capazes de nos libertar, ainda

acreditamos que a língua “certa” e “bonita” é falada na Europa, ou melhor, em

Portugal. E assim tratamos o português brasileiro, o português do engraxate, do

vendedor de Apolo, da lavadeira e da cozinheira Tratamos o português falado pela

Page 13: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

maioria da população de “atrasado”, “indecente” e “assassino”, adjetivos que mais

tendem a subestimar e menosprezar a língua de uma nação inteira, e acima de

tudo, revela um profundo preconceito social.

Em geral, o preconceito lingüístico é exercido pelas pessoas que ocupam

as classes sociais dominantes, que tiveram acesso à educação formal e, portanto,

à norma-padrão de prestígio. Assim, acreditam que seu modo de falar é mais

“correto”, mais “formoso” que o das pessoas sem instrução formal ou com pouca

escolarização. Na verdade, o preconceito lingüístico é somente uma camuflagem

para um intenso preconceito social: não é a língua da pessoa que é discriminada,

mas a própria pessoa em sua identidade individual e social. Seguindo esse

raciocínio, Bagno, (2005:28) diz, “[...] quanto menos prestigiado socialmente é um

individuo, quanto mais baixo ele tiver na pirâmide das classes sociais, mais erros

(e erros mais “crassos”) os membros das classes privilegiadas encontram na

língua dele.”

Quando falamos do preconceito lingüístico e, sobretudo social, é porque

percebemos o quanto o povo brasileiro é menosprezado acerca de sua fala, e

alguns gramáticos fazem isso sem um mínimo de responsabilidade, e pior, sem

conhecimento de causa, tratando a língua na maioria de suas gramáticas como

homogênea e instrumento de uso apenas para pessoas cultas. Observemos bem

o que Paschoal(1990), apud, Bagno,(2002:65) diz em sua novíssima gramática,

“Este livro pretende ser uma gramática normativa da língua portuguesa do Brasil,

conforme a falam e escrevem as pessoas cultas na época atual”

Fica uma pergunta a ser feita, quem são essas pessoas cultas? De quem o

Paschoal pretende falar? Perguntas como essas não ficam sem respostas, basta

observarmos o conceito de “pessoas cultas” que logo veremos na fala do

Paschoal um sentimento preconceituoso, seu desprezo pelos excluídos da

sociedade, sua falta de respeito por milhões de brasileiros, haja vista, as

lavadeiras, as cozinheiras, os engraxates, o flanelinha, o carregador de feira, o

pião da roça, e entre tantos brasileiros que dentro desse conceito de “culto” não se

enquadram, logo não fazem parte e nem falam essa língua exclusiva para os

Page 14: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

cultos da época atual.

Vejamos também o que Napoleão Mendes de Almeida diz,

os delinqüentes da língua portuguesa fazem “que faz a língua é o povo” verdadeiro moto para justificar o desprezo de seu estudo, de sua gramática, de seu vocabulário, esquecidos de que a falta de escola é ocasiona a transformação, a deterioração, o apodrecimento de uma língua. Cozinheiras, babás, engraxates, trombadinhas, vagabundos, criminosos é quem deve figurar, segundo esses derrotistas , como verdadeiros mestres de nossa sintaxe e legítimos defensores de nosso vocabulário. Almeida (1994, apud,Bagno,2002:65).

Essa citação acima mostra-nos claramente, tanto um preconceito

lingüístico, como também de forma profunda e mesquinha um preconceito social.

Diremos que, considerando a tamanha ignorância que Napoleão Mendes revela

ter sobre a lingüística, que ele demonstra um estranho preconceito social. “O

preconceito é fruto da ignorância”. (Bagno,2002:97). Assim, muitos gramáticos têm

agido, tratando a questão das variações com um enorme e mesquinho

preconceito, contudo, um preconceito social, pois no momento em que tenta-se

difundir a idéia de que há uma língua homogenia ou que a língua falada de forma

“correta” é apenas a pessoas “cultas”, coincidentemente o conceito de pessoas

cultas esta relacionado a pessoas de prestigio social, ironicamente, significa uma

parcela ínfima da população.

Podemos também perceber que o preconceito lingüístico é facilmente

perceptível em renomados jornais e revistas de circulação nacional. A mídia

também tem um papel importante em disseminar o preconceito, ela expõe um

paradigma bilateral entre linguagem padrão e linguagem coloquial, atribuindo à

última, rótulos de pobreza, simplicidade e mesmo de incoerência, revelando uma

confusão entre língua e gramática normativa, entre língua falada e língua escrita e,

nas palavras de Scherre, (2005:88-89) “as deprimentes associações entre língua e

inteligência/burrice, competência/incompetência, beleza/feiúra;

sucesso/insucesso", um desserviço que só vem a reforçar "um dos aspectos mais

sórdidos do ser humano: a divisão entre classes e a exclusão social.”

Quando falamos de exclusão e reforçamos a idéia que existe um “projeto”

de marginalização da língua, isso é fruto de uma política de que quanto menos

Page 15: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

acesso à norma culta, maior a probabilidade de exclusão do mercado de trabalho,

maior a probabilidade de não ter acesso a uma universidade, maior a

probabilidade de ser reprovado em uma entrevista, e maior a probabilidade de não

ter acesso a documentos públicos, os quais, são construídos dentro de uma

norma culta é técnica, com isso, muitos brasileiros não sabem quais seus direitos,

pois muitos deles estão escritos dentro de normas “gregas” e “inteligíveis”.

Na verdade, os preconceitos servem a interesses, e acabar com eles é esta

prejudicando os interesses daqueles que exercem a discriminação, a exclusão e a

divisão de classes, separando a todo custo ricos de pobres.

O preconceito lingüístico/social acaba sendo mais um instrumento de poder

e dominação, sobretudo, serve como uma arma para aqueles que tentam manter o

domínio em suas mãos, afinal, controlar a fala do outro proporciona uma grande

sensação de poder e domínio.

Uma expressão que me chama muito a atenção, e que tem um sentido

muito pejorativo, é quando ouvimos “analfabetos de pai e mãe”, poderia ser

engraçado se não fosse tão preconceituosa, e, sobretudo cruel. Mais uma vez, o

que vemos nessa expressão é uma profunda negação de uma condição social, é

mais uma expressão a serviço do preconceito social. É interessante, que fique

claro que o preconceito aqui evidenciado não é o preconceito lingüístico, e sim o

preconceito social, pois essas pessoas a quem chamamos de ignorantes, na

verdade não tiveram acesso aos bancos escolares  nem tiveram contato com a

norma culta em seus ambientes familiares, portanto têm mais dificuldade de

aprendê-la e de empregá-la. O que estamos falando sobre o preconceito social, é

contemplado na citação abaixo.

as pessoas que falam Cráudia, praça, pranta pertencem a uma classe social desprestigiada, marginalizada, que não tem acesso à educação formal e aos bens culturais da elite, e por isso, a língua que elas falam sofrem o mesmo preconceito que pesa sobre elas mesmas, os seja, sua língua é considerada feia, pobre e carente, quando na verdade é apenas diferente da língua ensinada na escola (Bagno,2002:42)

Page 16: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

Por todos esses motivos e razões, é preciso que fique claro que a nossa

língua esta acima de que simplesmente a norma culta: ela esta sujeita a todas as

variações e registros lingüísticos das diferentes regiões de nosso imenso país.

Não podemos mais aceitar e permitir a idéia de que português é apenas a norma

culta. A norma culta é a língua exigida nas escolas, a  modalidade exigida nos

documentos oficiais, nas constituições e leis, nos livros didáticos, nos artigos

científicos etc, por isso é necessário sabê-la, mas não poder apreender falar, e ser

considerada a única desejável. Nossa língua é mais que isso. São todos os falares

de nosso povo. Por isso, não saia por aí “corrigindo” as pessoas em nome da

norma culta ou do bom português ou do bom uso da língua. Todos os usos da

língua são bons e desejáveis desde que se comuniquem e seja usada as

diferentes situações do dia-a-dia.  

Considerações finaisO presente artigo teve como abordagens principais as variações

lingüísticas, apresentando suas diferenças no campo social e geográfico, como

também no campo ocasional. Desenvolvemos uma análise sobre a questão do

preconceito lingüístico, como ele se dá e conseqüentemente, como podemos

compreender o preconceito social nele.

Vimos durante todo o desenrolar do artigo que ainda há muito a ser feito

para inibirmos o preconceito que ainda exerce seu papel de exclusão.

Quanto às variações, foi visto que essa não passa de um fenômeno natural

da língua, que conseqüentemente torna a língua heterogenia e com uma

capacidade surpreendente de transforma-se.

Sendo assim, este artigo conclui-se com um convite a toda a classe de

estudantes, professores, lingüistas e interessados pela língua portuguesa, para

que se conheça o real caráter do preconceito lingüístico, o qual reside, antes de

qualquer coisa, no preconceito social e na "negação do outro".

Para iniciarmos qualquer discussão é necessário que tenhamos em mente

a necessidade enfrentar a questão do preconceito como uma tarefa de militância

Page 17: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

política, é fundamental que pensemos como Bagno, (2002:105) “para que haja

desconstrução temos que reconhecer a crise”, por isso, temos ciência de que o

trabalho é lento, porém, progressivo e persistente, pois, o que tem que ser

trabalhado é a consciência, e tão somente, a partir daí, comecemos a refutar os

preconceitos, que na verdade tem sido usado como instrumentos de exclusão

social.

Desta forma, diante de argumentações e fundamentações aqui presentes,

comungamos com o que Luft, (2002:16) diz, “ o preconceito lingüístico não existe.

O que existe, de fato, é um profundo e estranho preconceito social”. Assim,

afirmamos sem nenhum problema que o que está em jogo no preconceito

lingüístico não é de ordem da língua, e sim de ordem social.

REFERÊNCIAS

AITCHISON, Jean. Linguagem change: Progresso r Decay? 3rd ed.: Cambridge University Press, 2001

ALMEIDA, Napoleão Mendes. Dicionário de questões vernáculas. 4ºed. São Paulo: LCTE, 1994.

BAGNO, Marcos. A norma oculta: Língua e poder na sociedade brasileira. 4ª.ed. São Paulo:Parábola,2003.

BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: O que é, como se faz. 15ª ed. São Paulo: Loyola, 2002.

BAGNO, Marcos. Dramática da língua portuguesa: Tradição gramatical, mídia e exclusão social. 2ª ed. São Paulo: Loyola, 2000.

BERNADI, Francisco. As bases da literatura Brasileira. Porto Alegre: AGE, 1999.

CEGALLA, Domingos P. Novíssima gramática da lingual portuguesa. 33ª ed. São Paulo: Cia Editora Nacional, 1990. DORIAN, Nancy C. Varieties of variation in a very small place: Social Homogencity, prestige norms, and linguistic variation. In: language- Jour – nal of the linguistic society of America, Baltimore.

Page 18: Preconceito Lingüístico - rl.art.br file · Web viewWORD-KEY: Variations - linguistic Prejudice - social Prejudice. Introdução. A idéia de desenvolver esse artigo surge diante

FIORIN, José Luis. Língua e ideologia. 6ª ed. São Paulo: Ática, 1998.

ILARI, Rodolfo. O português da genti: A língua que estudamos e a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006.

ILARI, Rodolfo. A lingüística e o ensino da língua portuguesa: 4ª ed. São Paulo: Fontes, 1997.

LEMOS, José Monteiro de. Para compreender Labov. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes 2000.

LUFT, Pedro Celso. Língua e liberdade. 5ª ed. São Paulo: Ática, 2002.

PERINE, A. Márcio. Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 2002.