pré-projeto - comportamento dos determinantes macroecômicos da balança comercial brasileira
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE, UNICENTRO
SETOR DE SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
ERICKSON SCHLEMPER
COMPORTAMENTO DOS DETERMINANTES MACROECONOMICOS NA BALANÇA
COMERCIAL BRASILEIRA
Guarapuava2011
ERICKSON SCHLEMPER
COMPORTAMENTO DOS DETERMINANTES MACROECONOMICOS NA BALANÇA
COMERCIAL BRASILEIRA
Projeto de monografia apresentado ao Prof.
Orientador Fernando Franco Netto como
requisito para elaboração da monografia.
Guarapuava2011
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Sumário1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................4
2. OBJETIVOS.............................................................................................................................5
2.1. Objetivos específicos.........................................................................................................5
3. PROBLEMA............................................................................................................................6
4. HIPÓTESES.............................................................................................................................7
5. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................................8
6. REVISÃO TEÓRICA..............................................................................................................9
6.1. Balanço de Pagamentos.....................................................................................................9
1.6.1. Balanço de transações correntes........................................................................11
6.2. Condição Marshall –Lerner.............................................................................................12
7. METODOLOGIA...................................................................................................................13
8. CRONOGRAMA...................................................................................................................14
9. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................15
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1. INTRODUÇÃO
A Balança comercial é considerada a mais importante dentro das contas do balanço de
pagamentos.
A crise imobiliária Estadunidense teve início em 2008, e vem repercutindo no âmbito
internacional desde então, afetando primeiramente o setor financeiro, onde vários bancos
recorreram ao Governo Estadunidense para salvar os bancos de um colapso financeiro.
Após a crise o Brasil teve rápida recuperação econômica em relação a países
desenvolvidos, estes, que alguns, estão em situações mais criticas que na época que se
desencadeara a crise.
É neste contexto que se pretende fazer a análise do estudo, com ênfase na balança
comercial brasileira, que se comportou acima da média esperada durante a crise.
De acordo com a macroeconomia contemporânea, a princípio, podemos definir as
exportações e importações em função da renda interna, renda externa e da taxa de câmbio
real, e com isso a soma da balança comercial.
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2. OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo principal analisar o comportamento da balança comercial
brasileira através do impacto dos determinantes macroeconômicos após o inicio da crise de
2008. Determinar se durante o período analisado os três principais determinantes da balança
comercial tiveram um grande grau significância na variação das importações e exportações.
2.1. Objetivos específicos
A partir da análise da renda interna, externa e a taxa de cambio real, durante o período a
ser analisado e também de outros fatores que podem ser explicativos para variações na
balança comercial, como a pauta de exportações ou o preço das commodities, analisar o
comportamento da balança comercial vista o impacto das variáveis citadas e também verificar
se a condição de Marshal-Lerner se aplica durante o período estudado.
Pesquisar em estudos a cerca do tema para uma compreensão da conjuntura econômica
no período estudado.
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3. PROBLEMA
Qual a influencia dos fatores macroeconômicos na determinação da balança comercial. Em
que proporção a renda interna, externa e taxa de cambio altera os resultados da balança
comercial Brasileira. A partir disto, Após a crise, basicamente financeira dos EUA no primeiro
semestre de 2008, o comportamento destes elementos continuaram em concordância com a
condição de Marshall & Lerner, ou seja, que o inicio de um processo de desvalorização cambial,
iria fazer com que se eleve as exportações do país. No entanto quando se considera a variável
renda externa, vê-se que esta estava em taxas decrescentes, conforme o agravar da crise.
Neste cenário qual é a capacidade de explicação dos fatores macroeconômicos no resultado da
balança comercial? E o que isso significaria para o país em termos de políticas
macroeconômicas?
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4. HIPÓTESES
Vê-se que após feito os procedimentos metodológicos para a determinação da Balança
Comercial. De acordo com o modelo econômico para as Exportações:
exp=fEXP (Y ¿ ,e . pp )
Na lógica keynesiana, considera-se que o menor nível de renda externa iria contrair as
exportações, e um maior nível iria aumentar, sabendo que a crise afetou o setor produtivo e
tangível da economia, reduzindo a renda dos países importadores do Brasil, Conclui-se a
primeira hipótese que as exportações se contrariam devido a menor renda externa.
Nota-se que durante o mesmo período a economia tem passado por altas nos preços de
commodites, que pode ser considerado o principal componente da balança comercial. Assim,
poderá haver uma maior resistência na queda das exportações devido ao aumento dos preços.
Já para a taxa de cambio, no período a ser analisado, percebe-se uma desvalorização cambial
após out de 2008, esta conforme, a condição de Marshall & Lerner, deveria estimular as
exportações, se constata outra hipótese.
Já para as importações tem-se o seguinte modelo econômico:
M=fM (Y , e . pp )
Desta forma tem-se, que o aumento da renda nacional tem relação direta com o
aumento das importações, assim conforme o cenário da época, vê-se que houve queda na
renda interna, sendo esta mais uma hipótese, logo a taxa de câmbio desvalorizada iria diminuir
as importações, pois estas ficariam mais caras.
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5. JUSTIFICATIVA
O tema tratado é de grande importância para os pesquisadores de economia em diversas
áreas, pode ser útil para os formuladores das políticas econômicas, após ter sido verificado o
quanto estes fatores podem influenciar imediatamente, ou não, a balança comercial brasileira,
que é um tema exponencial para a economia nacional, assim poderá também ser estipulado o
grau de sensibilidade que choques externos causam na balança comercial brasileira.
O método econometrico aplicado com dados disponíveis, que servirá como análise
empírica do grau que a teoria macroeconomia se aproxima da realidade no caso brasileiro e
nesse determinado período, claro que de acordo a teoria em evidência. Se caso o resultado do
estudo indique a há grande influência destes fatores no resultado da balança comercial. Este
passará a ser de grande importância para estabelecer parâmetros de política econômica para
os próximos anos. E também para aprofundar as análises feitas às questões que envolvem as
políticas monetárias e fiscais adotadas pelo governo no período.
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6. REVISÃO TEÓRICA
6.1. Balanço de Pagamentos
O balanço de pagamentos corresponde uma apresentação sumaria na qual, em
principio, todas as transações dos residentes de uma determinada nação, realizadas com os
residentes de outras nações, são registradas durante um período de tempo, geralmente um ano
civil. Os Estados Unidos e algumas outras nações também mantêm esse tipo de registro em
uma base trimestral. Após esta breve definição, alguns esclarecimentos ficam necessários ser
feito. Em primeiro lugar que fica evidente que o montante das transações efetuados no país não
podem ser contabilizadas individualmente no balanço de pagamentos, assim o balanço de
pagamentos agrega todo o comércio internacional em algumas categorias importantes. Além
disso, o balanço de pagamentos inclui algumas transações nas quais os residentes de nações
estrangeiras não estão diretamente envolvidos – por exemplo, quando o banco central de uma
determinada nação vende uma parcela de sua reserva de moedas estrangeiras aos bancos
comerciais da nação (FROYEN, 2001).
De acordo com Dominick (2007), uma transação internacional se refere à transferência
de um bem,serviço ou ativo (para a qual um pagamento é geralmente exigido) entre os
residentes de uma determinada nação e os residentes de outras nações. No entanto, doações e
outras transferências especificas (para as quais nenhum pagamento é exigido) são também
incluídas no balanço de pagamentos de uma nação
O objetivo principal do balanço de pagamentos diz respeito a informar o governo sobre a
posição internacional de uma determinada nação e auxiliá-lo na formulação das políticas
monetária, fiscal e comercial. Os governos também consultam com regularidade o balanço de
pagamentos de seus importantes parceiros comerciais ao tomar decisões sobre políticas. As
informações contidas no balanço de pagamentos de uma nação também são indispensáveis
aos bancos, empresas e indivíduos envolvidos direta ou indiretamente no comércio
internacional e nas finanças internacionais (CARVALHO;SILVA, 2000).
A contabilidade do balanço pode ser resumidamente entendida, de acordo com
Blanchard (2007), as transações internacionais são classificadas como créditos ou débitos. As
transações de credito são aquelas que envolvem o recebimento de pagamento por parte de
estrangeiros. As transações de debito são aquelas que envolvem o pagamento realizado a
estrangeiros. Assim, a exportação de bens e serviços, transferências unilaterais recebidas de
estrangeiros e a entrada de capital são registradas como créditos (+), uma vez que envolvem o
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recebimento de pagamentos por parte de estrangeiros. Por outro lado, a importação de bens e
serviços, transferências unilaterais ou doações feitas a estrangeiros, bem como a saída de
capitais, envolvem pagamentos realizados a estrangeiros e são registradas como débitos (-) no
balanço de pagamentos da nação.
A entrada de capitais pode assumir uma das duas formas: um aumento nos ativos
estrangeiros na nação ou uma redução dos ativos da nação no estrangeiro. Por outro lado, as
saídas de capital podem assumir a forma tanto de um aumento nos ativos da nação no exterior
quanto de uma redução dos ativos estrangeiros na nação, uma vez que ambos envolvem um
pagamento a estrangeiros (CARVALHO; SILVA, 2000).
Blanchard (2007) completa, que ao serem registradas as transações internacionais de
uma nação utiliza-se um outro procedimento contábil, conhecido como registro de partidas
dobradas. Significa que cada transação internacional é registrada duas vezes, uma vez como
crédito e uma outra vez como um débito de montante idêntico. O motivo para isso é que em
geral cada transação apresenta dois lados, ou seja, quando vendemos alguma coisa e
recebemos um pagamento por isso, e quando, compramos alguma coisa temos que pagar por
isso.
No quadro 1, tem-se de forma bastante reduzida a estrutura do balanço de pagamentos:
A.BALANÇO DE TRANSAÇÕES CORRENTES
a.1 balança comerciala.2 conta serviços e rendasa.3 transferências unilaterais correntesB. CONTA CAPITAL E FINANCEIRAb.1 conta capitalb.2 conta financeiraC. ERROS E OMISSÕES
A+B+C.
RESULTADO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS
D.VARIAÇÃO DAS RESERVAS (Transações compensatórias)
Essa forma de apresentação do balanço de pagamentos procura resumir as diferentes
contas ou transações internacionais de um país. As contas chamadas transações autônomas
são as do itens A e B, e no B um retrato dos movimento de capitais externos para o país. As
chamadas transações compensatórias estão no item D. Assim, quando se diz que um país
possui superávit ou déficit, ou seja, quando procura-se apurar o resultado do balanço de
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pagamentos de um país em determinada época, estamos pensando no saldo credor ou devedor
da soma das três primeiras contas do balanço (A,B,C). Tal saldo deverá ser de alguma forma
financiado. Esse financiamento é mostrado pelo saldo das contas do item D, que tem o mesmo
valor do saldo do balanço de pagamentos, com o sinal trocado (BLANCHARD, 2007).
1.6.1. Balanço de transações correntes
Dominick (2007) diz que, Nesta conta procura-se resumir a diferença entre o total das
exportações e das importações tanto de mercadorias como de serviços, sendo também incluído
o saldo de transferências unilaterais executadas durante o período. São transações que afetem
diretamente a Renda Nacional, e são consideradas as mais importante do Balanço de
Pagamentos.
Assim, de acordo com Mankiw (2010) se esta conta for superavitária, isto significa que o
país está recebendo recursos que podem ser utilizados:
No pagamento de compromissos assumidos anteriormente (diminuição do
endividamento externo);
Para investimento do país no exterior (aumento do controle do país sobre
empreendimentos no exterior);
Para aumentar as reservas do país;
Se, porém, ela for deficitária, isto implica a necessidade de:
Contrair empréstimos no exterior (aumento do endividamento externo);
Contrair investimento no exterior (aumento o controle de estrangeiros sobre
empreendimentos no país);
Diminuir as reservas do país;
Conforme Vasconcellos (2011) o saldo do balanço de transações correntes, por vezes é
chamado Poupança Externa do país. Quando a déficit nas transações correntes, há poupança
externa positiva. Significa que, em termos reais, estamos absorvendo recursos reais do resto
mundo, que permitem o financiamento do consumo e dos investimentos no país. A
contrapartida financeira desse fluxo real é o aumento do endividamento do país. Quando ocorre
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superávit no balanço de transações correntes, há poupança externa negativa, no sentido de
que estamos transferindo bens e serviços para o resto do mundo.
6.2. Condição Marshall –Lerner
De acordo com Blanchard (2007) os determinantes das importações podem ser obtidos
da seguinte forma:
ℑ=ℑ (Y ,∈ )
Assim, Blanchard (2007) completa que um aumento da renda doméstica, Y (ou, de modo equivalente, um aumento do produto doméstico ou do produto interno – renda e produto ainda são iguais em uma economia aberta), leva a um aumento das importações. E que um aumento da taxa real de câmbio, ∈, leva um aumento nas importações.
Já as exportações de acordo com, Blanchard (2007) dependem da renda estrangeira, assim uma renda estrangeira maior significa uma demanda estrangeira maior, por todos os bens, tanto estrangeira quanto doméstica.
X=X (Y ¿ ,∈ )
Percebe-se assim que a renda estrangeira, leva o aumento das exportações, e um
aumento da taxa real de câmbio, leva a uma diminuição das exportações.
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7. METODOLOGIA
Os dados referente a taxa de câmbio real serão retirados do site do Banco Central do
Brasil. Para as exportações e importações bem com o saldo do resultado da balança, serão
utilizados os dados fornecidos pelo site Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC). Para a renda interna serão extraídos dados do site do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, bem como para a
renda externa. Será utilizado também de dados secundários retirados dos sites supracitados,
como também de bibliografia e estudos feitos a cerca do assunto.
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8. CRONOGRAMA
1ª Entrega do Projeto 30/03/2012
2ª 1ª Versão da Monografia 28/05/2012
3ª 2ª Versão da Monografia 29/06/2012
4ª Banca de Qualificação 08 a 26/08/2012
5ª Entrega da Versão Final 26/10/2012
6ª Leitura pela Banca 26/10 a 2/11/2012
7ª Bancas de defesa oral 3/11 a 18/11/2012
8ª Entrega da Monografia Padronizada, + CD + Artigo 30/11/2012
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9. BIBLIOGRAFIA
DOMINICK, S. Introdução à economia internacional: uma primeira edição. Rio de Janeiro:
LTC, 2007.
MANKIW, N. G. Macroeconomia; (tradução Teresa Cristina Padilha de Souza)- Rio de Janeiro:
LTC, 2010.
FROYEN, R. T. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2001.
LOPES, L. M; VASCONCELLOS, A. S. Manual de macroeconomia: nível básico e nível
intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
CARVALHO, M. A; SILVA, C. R. L. Economia internacional. São Paulo: Saraiva, 2000.
BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
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