Centro Comunitário de

Gestão Ambiental Integrada

RELATÓRIO DA OFICINA

PRÁTICAS SUSTENTÁVEIPRÁTICAS SUSTENTÁVEIPRÁTICAS SUSTENTÁVEIPRÁTICAS SUSTENTÁVEIS PARA S PARA S PARA S PARA

AUMENTO DE FERTILIDAAUMENTO DE FERTILIDAAUMENTO DE FERTILIDAAUMENTO DE FERTILIDADE DOS DE DOS DE DOS DE DOS

SOLOSSOLOSSOLOSSOLOS

Dias 14 e 15 de Maio de 2007

Comunidade Rio Jordão Carlinda, MT

Instrutor:

Eng. Agr. Vander de Freitas Rocha

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1. OBJETIVO GERAL DA OFICINA

A oficina teve como objetivo geral capacitar os moradores do setor Nazaré para o

planejamento e a definição das melhores estratégias para a recuperação do solos,

através da técnica da compostagem. Para isso, os objetivos específicos da atividade

foram::

a) Que os participantes conheçam as principais propriedades químicas, físicas

e biológicas do solo.

b) Que os participantes conheçam os principais fertilizantes naturais do solo.

c) Que os participantes sejam capazes de fazer os fertilizantes naturais do

solo em sua propriedade, em especial biofertilizantes e compostos

orgânicos.

2. CONTEÚDO TRABALHADO/ METODOLOGIA

A Tabela 01 apresenta os conteúdos trabalhados na oficina e metodologia empregada.

Verifica-se que a oficina foi dividida basicamente em três momentos distintos:

- Levantamento das percepções dos participantes sobre fertilidade de solo.

- Conteúdo técnico, levando em consideração o conhecimento prévio dos

moradores da comunidade.

- Parte prática, tanto de avaliação da fertilidade do solo quanto da elaboração

de compostos e biofertilizantes.

Como material de apoio, o instrutor disponibilizou aos participantes um apostila sobre

o tema. Esta apostila foi reproduzida para todos os participantes, além de cópias

adicionais para o Centro Comunitário de Gestão Ambiental Integrada.

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Tabela 01. Conteúdo da oficina fertilidade dos solos e compostagem.

TEMA METODOLOGIA Levantamento das percepções iniciais dos participantes sobre a adubação e a fertilidade do solo

Os participantes serão divididos em grupos (no máximo 08/ grupo) e deverão responder as seguintes questões: - o que você entende por “fertilidade do solo” - o que você entende por “adubação” - quais as diferenças existentes entre os adubos químicos e os compostos orgânicos?

Envolver os participantes no tema da oficina, fazendo com que compreendam a importância para o desenvolvimento sustentável das comunidades.

Palestra dialogada, tendo como base os pontos apresentados na discussão anterior.

Apresentar aos participantes as três principais propriedades do solo (química, física e biológica).

Palestra dialogada.

Fazer com que os participantes apliquem os conceitos das propriedades do solo na prática.

Os participantes serão divididos em grupos (máximo de 08/ grupo) para discutir e avaliar a qualidade do solo na região. Esta avaliação deverá ser feita seguindo um roteiro apresentado pelo instrutor e que irá destacar as características físicas e biológicas do solo.

Apresentar alguns dos principais fertilizantes naturais, tais como: esterco (curtido e líquido), urina, compostagem, biofertilizantes e vermicompostos. Serão apresentadas as características gerais destes diferentes produtos bem como os procedimentos de preparação.

Palestra dialogada

Serão apresentados alguns fertilizantes minerais, tais como calcário, gesso, rocha fosfática, rocha potássica, cinzas, farinhas.

Palestra dialogada

Será apresentado o conceito de adubação verde, sua importância e os procedimentos para efetivar.

Palestra dialogada

Elaboração de fertilizantes naturais Prática

Avaliar a oficina Questionário de avaliação

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4. PARTICIPANTES

Participaram dos dois dias de atividade da oficina 43 pessoas. Chamou a atenção o

elevado número de pessoas que não haviam participado de outras atividades

desenvolvidas pelo projeto nas comunidades, além da boa quantidade de jovens.

Todas as comunidades do setor Nazaré participaram da oficna. Os Gráficos 01, 02 e

03 apresentam a especificação destes participantes.

Gráfico 01. Relação dos participantes da oficina sobre Fertilidade de Solos em

relação a comunidade de origem.

14%

7%

23%

35%

7%

14%

Palestina

Monte das Oliveiras

Nazaré

Rio Jordão

Monte Sinai

Emaús

Gráfico 02. Relação dos participantes da oficina sobre Fertilidade de Solos em

relação ao sexo.

47%

53%

Mulher

Homem

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Gráfico 03. Relação dos participantes da oficina sobre Fertilidade de Solos em

relação a idade.

30%

70%

de 15 a 24 anos

Mais que 24 anos

5. AVALIAÇÃO DA OFICINA

A avaliação da oficina foi realizada através de um questionário passado aos

participantes ao final das atividades. Abaixo estão sintetizados os resultados desta

avaliação :

a) Com referência aos novos conhecimentos trazidos pela oficina: todos os

participantes avaliaram que a oficina trouxe novos conhecimentos e que as técnicas

discutidas eram viáveis para serem aplicadas na prática. De fato, a compostagem, os

biofertilizantes e a melhoria das pastagens foram apontadas como técnicas possíveis

de serem aplicadas.

.

b) Instrutor da Oficina: 69% dos participantes consideraram o instrutor Muito Bom,

26% Bom e apenas 3% regular. Em geral, houve grande empatia com o instrutor, que

já era conhecida de outras atividades do projeto.

c) Local da oficina: a oficina foi realizada na sede da comunidade Rio Jordão – desde

o início do projeto Padeq foi sugerido que cada atividade ocorresse em uma

comunidade de forma a contemplar e prestigiar todas as associações. Mais de 55%

dos participantes consideraram o local “muito bom”, sendo que 38% consideraram

“bom” e somente 7% consideraram “regular”.

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d) Avaliação: a nota média para a oficina foi de 9,55. Não houve notas inferiores a 8,0,

demonstrando a grande satisfação com a atividade.

e) Sugestões: existiram 30 pessoas que apontaram sugestões. A grande maioria foi

com respeito a realização de oficinas sobre manejo do gado leiteiro (10 pessoas) e a

continuidade do projeto (12 pessoas). Outros pontos mencionados foram: envolver

mais pessoas (3 pessoas), desenvolver durante a oficina mais atividades práticas (3

pessoas), a realização de mais dinâmicas nestas atividades (1 pessoa) e curso sobre

mineralização do gado (1 pessoa).

6. CONCLUSÃO GERAL

A oficina cumpriu com seu objetivo central com grande qualidade e com todos os

objetivos específicos. Deve-se dar um destaque especial para as atividades práticas,

que possibilitaram que todos os participantes pudessem aplicar os conhecimentos.

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ANEXO A: PERCEPÇÕES SOBRE OS FERTILIZANTES

Grupos Idéia de Fertilidade de Solo

Como estão nossos solos Sugestões

01 Solo fértil é aquele que não necessita de produtos químicos, que produz com seus próprios nutrientes e com nosso cuidado.

Debilitados pelo uso indevido de agrotóxicos, nosso ambiente esta praticamente todo contaminado e também estamos sofrendo a lei da gravidade, sendo que os solos estão sendo compactados pelo uso de máquinas, criações de gado e falta de reserva nas margens dos rios.

Parar com a devastação das matas, queimadas. Fazer reflorestamento nas margens dos rios e nascentes, usar adubos naturais e não artificiais, nós dependemos do nosso solo e ele depende de nós.

02 Solos férteis produzem mais.

Os solos estão cada vez mais pobres e produzindo menos.

Nas pastagens, a solução seria a redução do número de cabeças, manejo de pastagem e piqueteamento. Na lavoura a adubação do solo, controle biológico de insetos, uso da mão de obra ao invés de venenos.

03 Solo não é apenas um substrato. Possui vida. A aparência das plantas indica a fertilidade dos solos. Deve ter água, sol e microrganismos.

Pobre, lavados, degradados, cansados, pedindo socorro, compactados.

Adubação, descanso do solo, Correção do solo, manutenção.

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ANEXO B: AVALIAÇÃO DO SOLO DA REGIÃO E POTENCIAL PARA UTILIZAR OS

COMPOSTOS E BIOFERTILIZANTES

Grupos Materiais possíveis de serem utilizados

Locais a serem aplicados

Outras medidas cabíveis

01 Esterco (gado, galinha, porco, cabrito, cavalo, ovelha), milho, urina, palha do café, arroz, feijão, folhas secas, palhas da roçada, pó de serra.

Em todos os lugares que existam plantas, usando a quantidade necessária para o solo.

Evitar o fogo, veneno, fazer o manejo de pastagem e outras atividades de culturas, piqueteamento, reflorestamento, evitar a gradeação do solo, curva de nível.

02 Todos os materiais orgânicos que geralmente jogamos fora, como estercos, frutas que são perdidas, casca de vegetais, cinzas, caldo d cana, leite, urina etc.

Em todas as plantações.

Evitar agrotóxicos e fazer a rotação de culturas. Evitar queimadas, fazer reflorestamento das nascentes, não usar grade nos terrenos, não deixar o solo descoberto, fazer curva de nível.

03 Lixo orgânico, vegetação em composição, esterco em geral.

Horta, pomar, agricultura, pastagem, jardim, árvores,

Curva de nível, rotação entre pasto e agricultura, plantio de leguminosas, correção do solo, reflorestamento.