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11º PLANO DE PASTORAL TEXTO PROVISÓRIO Página 1 de 58 1 1 1 1 º º P P P P C C 2 2 0 0 1 1 2 2 - - 2 2 0 0 1 1 6 6 : : O O R RIO DE J JANEIRO EM MISSÃO

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11º PLANO DE PASTORAL

TEXTO PROVISÓRIO

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1111ºº PPPPCC 22001122--22001166:: OO RRIIOO DDEE JJAANNEEIIRROO EEMM MMIISSSSÃÃOO

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TEXTO PROVISÓRIO

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“Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam

maior preocupação com as conseqüências sociais, culturais e

políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta

como um pressuposto óbvio da sua vida diária.

Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas

freqüentemente acaba até negado.

Enquanto, no passado, era possível reconhecer um

tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu

apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados,

hoje parece que já não é assim em grandes setores da

sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu

muitas pessoas.”

PPaappaa BBeennttoo XXVVII

CCaarrttaa AAppoossttóólliiccaa PPoorrttaa FFiiddeeii,, 22

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AAQQUUII,, OO DDEECCRREETTOO DDEE DD.. OORRAANNII

PPAARRAA AA PPRROOMMUULLGGAAÇÇÃÃOO DDOO PPLLAANNOO PPAASSTTOORRAALL..

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TEXTO PROVISÓRIO

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UUMM PPLLAANNOO PPAASSTTOORRAALL PPAARRAA TTEEMMPPOOSS EESSPPEECCIIAAIISS

A Igreja acolhe Jesus Cristo!

A Igreja vive em Jesus Cristo!

A Igreja respira Jesus Cristo!

A Igreja transborda Jesus Cristo!

Foi esta consciência que levou os primeiros discípulos a saírem em missão, unidos, despojados,

confiantes, pacificadores e caridosos (cf Lc 10,1-11). É esta consciência que tem atravessado séculos,

vencido dificuldades, enfrentado perseguições, acolhido novas realidades e dialogado com pessoas e

culturas. É esta mesma consciência que leva os discípulos a se colocarem diante de seu Senhor, em atitude

de oração, de escuta contínua da Palavra e discernimento dos passos a serem dados (cf At 2,1-12). Foi ela

que levou a Arquidiocese de S. Sebastião do Rio de Janeiro a preparar, celebrar e agora vivenciar seu 11º

Plano de Pastoral.

Com humilde alegria, a Igreja de Deus que está no Rio de Janeiro celebra os cinqüenta anos de

convocação do Concílio Vaticano II, no desejo de que seu 11º Plano de Pastoral seja a concretização dos

ensinamentos conciliares.

Com fraterna gratidão, acolhe as conclusões da Conferência de Aparecida, dom de Deus para o

continente latino-americano e caribenho, no desejo de ser, cada vez mais, discípula missionária de Jesus

Cristo, Caminho, Verdade e Vida (cf Jo. 14,6).

Com forte sentido de unidade, acolhe também as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da

Igreja no Brasil, para o período 2011-2015, consciente de que, no respeito à variedade de contextos

brasileiros, pontos comuns necessitam ser assumidos e concretizados por todos.

Com o realismo que brota da contemplação do Senhor Crucificado e Ressuscitado, louva e bendiz a

Deus pelo Ano da Fé, pelo Sínodo 2012 e pelo forte apelo à Nova Evangelização.

Com o sonho e o vigor dos jovens, não encontra palavras suficientes para expressar o que sente

pelo Rio de Janeiro ter sido escolhido para sediar a Jornada Mundial da Juventude 2013.

Com certa dose de santo orgulho e de festa, imita o Redentor, abrindo os braços a todos que o

Redentor convida e acolhe. O Rio de Janeiro é cidade maravilhosa, entre outros motivos, porque é a cidade

do Redentor.

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Em linha de continuidade criativa com o que os cristãos de outras épocas viveram, a Arquidiocese

do Rio de Janeiro quer ser, sempre mais, uma Igreja que responde, com vigor, unidade e humildade, aos

desafios do momento presente.

Em conseqüência, o presente texto haverá de ser lido por todos os cristãos e cristãs cariocas. Será

uma leitura individual e comunitária, orante e comprometida, acolhedora e criativa. O 11º PPC não pode

permanecer como um texto a mais, guardado nas estantes, arquivado nas bibliotecas ou apenas

mencionado em palestras. Ao contrário, haverá de ser devorado com a mente e com o coração do discípulo

missionário que, no fascinante mistério que é a vida na Fé, reconhece que aqui está a ação de Deus por

meio das ações humanas.

Em sua estrutura, este será um Plano diferente dos anteriores, pois ele é, antes de tudo, uma

mística que deverá envolver a todos. Por isso, apresenta alguns textos mais longos que em planos

anteriores, exigindo um pouco mais de leitura, reflexão, conversa e reuniões específicas. Não deixa, porém,

de apresentar também, como já lembrado antes, algumas determinações, seja de compromissos

vinculantes para todos, seja de orientações disciplinares no que fazemos. O Plano Arquidiocesano de

Pastoral não retira das comunidades, sejam elas quais forem, a iniciativa. Ao contrário, ele impulsiona cada

força viva da ação evangelizadora a se unir em torno de objetivos comuns, concretizando-os de acordo com

a realidade local.

O Plano de Pastoral é um presente de Deus, não apenas seu texto final, que agora temos em mãos,

mas todo o processo de sua elaboração: os três textos para estudo, as reuniões e pequenas assembléias

locais, até a grande Assembléia Arquidiocesana, celebrada nos dias 26 e 27 de novembro de 2011, sob o

maternal olhar da Virgem-Mãe, Senhora da Penha.

Recordando o 10º Plano, do qual muitas intuições foram mantidas, assumamos que os planos se

sucedem, mas só um é o Senhor, que a todos ama, convoca, reúne e envia:

Senhor Jesus, Redentor nosso, somos teus servos, somos teus amigos!

Confiantes em tua presença junto a nós, queremos testemunhar a vitória da luz

sobre as trevas, a força da esperança sobre a descrença, o tesouro da vida em

comunidade sobre o egoísmo.

Fica conosco, Jesus! Envia sobre nós Teu Santo Espírito! Que Ele nos liberte do

imobilismo e da acomodação, do descompromisso e da falta de fraternidade.

Pastor do Rebanho e Senhor da Messe, Faze-nos ouvir e transmitir Tua Palavra.

Faze-nos participantes do eterno plano de amor do Pai, que, no Espírito, haverá de,

por tuas mãos, a todos receber. Amém.

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10º PPC – Orientações Específicas - 47

II

OOBBJJEETTIIVVOO GGEERRAALL

1. Ao longo de todo o processo de elaboração do 11º Plano de Pastoral, a Arquidiocese de S. Sebastião

do Rio de Janeiro chegou à conclusão de que, para ser fiel ao Senhor da Missão e aos desafios do

tempo de hoje, precisa ser:

Uma Igreja que

anuncia e reanuncia Jesus Cristo,

numa rede de comunidades,

serviços e ministérios,

em permanente estado de missão,

a serviço da vida em todas as suas instâncias.

2. Cada item aqui indicado representa uma parcela de um único caminhar. São prioridades assumidas

em conjunto e com a mesma importância, pois umas conduzem às outras, aplicando-se a imagem

das engrenagens construídas com rodas dentadas. Girando-se uma, as outras necessariamente se

movimentam. O mover-se de uma impulsiona as demais. Se uma parar, toda a engrenagem emperra.

Por isso, falamos em apenas UM objetivo, no singular, dentro do qual, por certo, existem

peculiaridades que, pedagogicamente, podem ser compreendidas em separado. Não se trata, porém,

de escolher esta ou aquela, pois, até mesmo nos pequenos detalhes, é possível impedir que todo o

processo avance. São, portanto, cinco aspectos que se destacam como grandes horizontes da ação

evangelizadora. Dizem respeito a tudo e a todos, não isentando ninguém do esforço de os

concretizar na sua realidade própria.

3. O anúncio e o reanúncio da pessoa e da mensagem de Jesus Cristo ocupam o centro das

preocupações evangelizadoras deste 11º PPC. Por sua vez, o encontro com Jesus Cristo acontece

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dentro da comunidade de seus discípulos e discípulas, isto é, a Igreja. Daí a segunda prioridade:

através de intensa atividade missionária, implantar comunidades, de modo que a vida de Igreja

chegue bem perto da vida das pessoas. Falamos, portanto, do núcleo de toda a ação evangelizadora:

Jesus Cristo e a Igreja.

4. A partir do surgimento de tantas comunidades, cresce a necessidade do elemento humano, o qual,

acolhendo Jesus Cristo, vive como discípulo missionário. A comunidade cristã faz surgir pessoas de

coração generoso, que, estimuladas pela graça de Deus e pelo convívio fraterno, colocam seus dons

a serviço. Em cada comunidade, notadamente nas pequenas comunidades, onde os relacionamentos

são mais imediatos, cada batizado assume e coloca em prática, diante de Deus, da comunidade e de

si mesmo, os dons recebidos. Surgem os serviços e os ministérios.

5. Este anúncio da pessoa e da mensagem de Jesus Cristo, realizado através da presença efetiva da

Igreja, comunidade dos discípulos, coloca todos os batizados e batizadas em estado permanente de

missão. Em nossos dias, fazer missão não significa apenas ir a este ou àquele local, onde o anúncio

do Evangelho ainda não chegou. Viver o espírito da missão significa atualmente anunciar e

reanunciar Jesus Cristo, através de uma rede de comunidades, dons, serviços e ministérios 1. O lugar

da missão é também aqui!

6. Por certo sempre existirá o perigo de se pensar apenas em si mesmo. Podemos, por exemplo, buscar

Jesus Cristo e formar comunidades, sem que estas, por mais contraditório que isto signifique,

tenham a força testemunhal para ser sal, fermento e luz (cf. Mt 5,13-16; Mt 13,33). Um grande sinal

de que verdadeiramente acolhemos Jesus Cristo e nos reunimos como Igreja está no serviço aos

sofredores, na sensibilidade diante dos que padecem (cf At. 3,1-10) e na capacidade de se tornar

presente fazendo o bem (cf. At, 10,38). É por isso que o conjunto de prioridades do 11º PPC é

completado pela sensibilidade e pelo compromisso com a vida em todas as suas instâncias,

especialmente aquelas situações em que a vida é ameaçada. O encontro com Jesus Cristo, através da

Igreja, comunidade dos discípulos, leva a uma vida de irmãos, onde os dons são colocados a serviço

e onde a promoção e a defesa da vida surgem como conseqüência, uma conseqüência sobrenatural,

pois é Deus agindo em nós e somos nós deixando Deus efetivamente agir.

7. No decorrer da elaboração do 11º PPC, em especial na etapa imediatamente anterior à Assembléia

Arquidiocesana sugiram duas preocupações: juventude e comunicação. Elas não acrescentam dados

novos ao que se vinha refletindo até então. Elas concretizam as prioridades, chamando nossa

atenção para aspectos bem específicos, através dos quais vamos assumir 11º PPC.

1 cf DA 365

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8. O Objetivo Geral, com suas prioridades, será implantado ao longo de cinco anos: 2012-2016. Alguns

temas receberão destaque em períodos específicos. Outros temas deverão ser abordados de modo

contínuo. O destaque num tempo específico não significa, entretanto, que os assuntos não deixem

de receber atenção contínua. Deste modo, a vivência do 11º PPC obedecerá ao seguinte calendário:

ANO TEMA ATIVIDADE REFERÊNCIA OBS.

2012 Jesus

Cristo

Ano do

Discipulado

Iniciação e Reiniciação à

Vida Cristã

2013 Igreja

Fé 2

Ano da Igreja e

da Juventude

Jornada Mundial da

Juventude

2014 Vida

Caridade

Ano da Defesa e

da Promoção da

Vida

Detalhamento posterior

2015

Esperança

Ano de Revisão

do 11º PPC

Detalhamento posterior

Animação Bíblica de

toda a pastoral

Estado permanente de

missão

Rede de serviços e

ministérios

2016 Continuação da Revisão do 11º PPC e início da preparação do 12º Plano.

9. Na medida em que acompanham os ritmos de vida das pessoas e das comunidades, os Planos de

Pastoral também mudam seu estilo de ser. O 11º Plano é, antes de tudo, uma grande proposta, que

haverá de se concretizar nas diversas realidades que compõem a riquíssima vida do povo e da Igreja

cariocas. Há, neste Plano, indicações e determinações. As indicações representam o grande sentido

do Plano. Acenam para onde toda a Arquidiocese, após ouvir a voz do Espírito, deve caminhar. As

determinações funcionam como balizamentos para este caminhar. Assim como acontece em toda a

nossa vida, somos livres para caminhar de acordo com nosso jeito de ser cristão. Sabemos, porém,

que algumas trilhas ajudam a chegar mais rápido, enquanto outras atrapalham ou simplesmente

impedem. As determinações, longe de cercear a liberdade, alertam que o caminho indicado ou,

conforme o caso, rejeitado, é decisivo para o sucesso ou o fracasso do Plano. Algumas

2 cf: Bento XVI, Carta Apostólica Porta Fidei, 4

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determinações dizem respeito a atitudes de nosso dia-a-dia e outras ligam-se mais diretamente a

atividades que precisaremos realizar. Nos dois casos, oneram a consciência e demandam

acolhimento e compromisso de todos.

10. Assim, o 11º Plano de Pastoral não é um plano com prioridades e orientações específicas para cada

setor pastoral. É, ao contrário, um plano no qual temos grandes linhas inspiradoras, com as

respectivas determinações. Caberá a cada pastoral, setor, comunidade, paróquia, movimento,

associação ou entidade, realizar seu planejamento e dar seus passos visando a concretizar, na sua

realidade específica, as grandes orientações.

11. Outra consideração importante diz respeito ao fato de que nem todos os temas foram diretamente

abordados no Plano de Pastoral. Isto não significa que foram deixados de lado ou que não tenham

valor na ação evangelizadora. Ao contrário, todas as atividades são importantes. A todas as

paróquias, aos grupos, movimentos, associações e demais entidades é pedido que continuem a

trabalhar, organizando-se, entretanto, a partir do espírito do 11º PPC e de suas prioridades. Por isso,

é muito importante que se realizem encontros, assembléias ou similares para que as indicações e

determinações do 11º PPC sejam postas em prática, através da elaboração de planos específicos

para cada comunidade ou entidade. Assim, a partir de 2012, vicariatos, paróquias, comunidades,

movimentos e demais entidades devem elaborar seus planejamentos de acordo com o que está

indicado no 11º PPC.

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IIII

NNOOSSSSOO TTEEMMPPOO EE SSUUAASS MMAARRCCAASS

12. O tempo propício para a evangelização é hoje! O tempo propício para a evangelização é agora e

sempre! A Boa Nova da Salvação não muda, pois Jesus Cristo, origem e meta de toda ação

evangelizadora, é o mesmo (cf Hb 13,8). No entanto, cada tempo e cada lugar possuem

características próprias, que marcam o modo como a evangelização ocorre. Esta é a razão pela qual

se faz necessário elaborar Planos de Pastoral de tempos em tempos, planos que não duram para

sempre. Ao contrário, acompanham o ritmo da vida e, de vez em quando, precisam ser atualizados.

13. Para a construção de um Plano de Pastoral, são necessários dois olhares. O primeiro se volta para

Cristo Senhor. Fortalecidos pelo Espírito Santo, os discípulos missionários se voltam para o amor do

Pai manifestado em Jesus Cristo. O segundo olhar se dirige para a realidade, nela buscando o que

está de acordo ou não com o Reino de Deus. Estes dois olhares devem ser feitos com intensidade e

atenção. O determinante é o olhar para Cristo Senhor. Este olhar, contudo, remete para o cotidiano,

lá onde acontecem as dores, as esperanças e as alegrias. Importa reconhecer que não estamos

diante de duas atitudes entre as quais podemos escolher uma. Ao contrário, os dois olhares se

encontram unidos de modo inseparável. O discípulo missionário é alguém que, fixando os olhos em

seu Senhor, com Ele, contempla a realidade (cf. 2 Cor 5,14).

14. Sabemos que não é fácil descrever o tempo atual. Sabemos que não é fácil identificar e

compreender, o mais objetivamente possível, uma realidade da qual somos parte, nela envolvidos

racional e emocionalmente. Esta foi uma das tarefas iniciais na elaboração do 11º PPC. Com a graça

de Deus, nós não cumprimos sozinhos esta tarefa, nem mesmo demos o primeiro passo. Ao

contrário, em espírito eclesial, acolhemos o que a própria Igreja nos indicava como marcas de nosso

tempo.

15. A Conferência de Aparecida chamou nossa atenção para o fato de que vivemos hoje uma realidade

marcada por grandes mudanças que afetam profundamente nossas vidas. Isto acontece nos campos

pessoal, familiar, eclesial, social, cultural e em tantos outros. São mudanças vertiginosas, que tornam,

não poucas vezes, a realidade cada vez mais sem brilho e complexa. Esta realidade traz consigo uma

crise do sentido que dá unidade a tudo o que existe. Mesmo a preciosa tradição cristã, tão presente

na história, no sangue e nas alegrias do povo brasileiro e de todo o continente, começa a se diluir,

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tornando-se um dos fatos mais desconcertantes e originais que vivemos no presente. Os valores que

dão sentido à existência, as tradições culturais e também a Fé já não se transmitem de uma geração

à outra com a mesma fluidez do passado 3.

16. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil resumem esta realidade em uma

expressão: mudança de época. As DGAE lembram que mudanças de época afetam os valores mais

profundos de pessoas e povos, atingindo os critérios de compreender e julgar a realidade. Trazem,

com isso, alguma desorientação e forte dose de incerteza quanto ao que devemos ser e agir 4.

17. Não se trata, portanto, de abandonar as conseqüências da Fé. O discípulo de Jesus Cristo,

exatamente em virtude de sua paixão pelo Mestre 5, contempla a realidade e, nela, de modo

especial, todas as situações de sofrimento (cf Mc 6,34). Para, entretanto, assumir a realidade com o

coração de discípulo, é preciso, antes de tudo, ser discípulo. Ora, as mudanças de época, exatamente

porque afetam os critérios mais profundos da existência, afetam também nosso discipulado,

trazendo insegurança e perplexidade até mesmo para a relação que estabelecemos com Jesus Cristo.

Não negamos nosso desejo de incessantemente repetir com o Apóstolo: “A quem iremos, Senhor?

Tu tens palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que és o Santo de Deus!”(Jo 6,68-69).

Sabemos, no entanto, que, em nossos dias nem sempre é fácil fazê-lo.

18. É exatamente por estarmos no meio de uma mudança de época que precisamos assumir um tipo

específico de ação evangelizadora, “a qual, sem deixar de lado aspectos urgentes e graves da vida

humana, preocupa-se em ajudar a encontrar e estabelecer valores e princípios. São tempos

propícios para a volta às fontes e busca dos aspectos centrais da fé. Este é um tempo em que,

através de novo ardor, novos métodos e nova expressão, respondamos missionariamente à

mudança de época com o recomeçar a partir de Jesus Cristo ”6. Esta é, portanto, a identidade do 11º

Plano de Pastoral. É seu DNA: viver, ratificar, celebrar e transmitir a Fé, especialmente às novas

gerações.

3 cf. DA 33-39

4 cf DGAE 20, onde são indicadas algumas posturas que surgem durante as mudanças de época.

5 cf. DA 131

6 cf DGAE 24

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IIIIII

RREECCOOMMEEÇÇAARR AA PPAARRTTIIRR DDEE JJEESSUUSS CCRRIISSTTOO

19. Recomeçar a partir de Jesus Cristo 7 assume, deste modo, um sentido bastante específico. Em

primeiro lugar, trata-se de reconhecer que, para não poucas pessoas, Jesus Cristo não significa mais

nada. Provavelmente algumas O conhecem, sabem detalhes de Sua vida. Estas são atitudes boas,

porém insuficientes. Não basta possuir algumas informações a respeito de Jesus (cf. Mc 1,23-25).

Lembranças do que se aprendeu no catecismo da infância podem ajudar, mas não suprem o

essencial, que é o estabelecimento de um contínuo vínculo de vida com Jesus. A este vínculo

podemos dar vários nomes. Em nossos dias, tem-se optado por falar em discipulado.

20. O discípulo é, antes de tudo, um apaixonado por seu Senhor (cf. Jo 21,15-17). O Senhor lhe dá

sentido para tudo que faz. Até mesmo as realidades mais importantes da vida são deixadas para trás

em vista do seguimento do Senhor (cf . Lc 9,57-62). As que não são deixadas de lado, passam a ser

vividas em função do Senhor (cf . Lc 19,1-10). Para o autêntico discípulo, o Senhor não é um caminho

para outros bens, pois o único bem é o próprio Senhor 8. Se, portanto, não existe o vínculo de vida

não se pode verdadeiramente falar em discipulado.

21. Neste sentido, convém que nos voltemos às palavras do Santo Padre Bento XVI, o qual, com grande

clareza, nos descreve o principal desafio de nossos dias: “Sucede não poucas vezes que os cristãos

sintam maior preocupação com as conseqüências sociais, culturais e políticas da fé do que com a

própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto

não só deixou de existir, mas freqüentemente acaba até negado. Enquanto, no passado, era possível

reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da

fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade

devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.” 9

22. Recomeçar a partir de Jesus Cristo significa dedicar atenção ainda maior Àquele que é a fonte e a

meta de todo o nosso agir. Não se trata de esquecer as conseqüências da fé, de modo especial a

prática da caridade, da justiça, do amor e a promoção da reconciliação e da paz. É necessário fazer

7 cf DA 12, 41 e 549

8 cf DA 131

9 PF 2

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estas coisas, sem, todavia, se esquecer do fundamento, que é Jesus Cristo. A novidade de nosso

tempo é que o fundamento não pode mais ser dado como pressuposto, no sentido de que é lógico

ter Fé, é tranqüilo seguir Jesus Cristo. Sabemos que Ele é o sentido de toda a existência (cf 1 Cor

15,28). Nele, para Ele e com Ele, vivemos e somos. Mas, num período histórico em que a própria

categoria de sentido se mostra abalada 10, toda a Igreja é convocada a anunciar seu Senhor como

sentido que unifica e realiza.

23. Não negamos que nosso tempo é fortemente marcado pelo pluralismo cultural e religioso. Muitas

são as possibilidades de se encontrar um sentido para a vida. Existem, se assim podemos afirmar,

valores e religiões para todo gosto. Num contexto como este, para não poucas pessoas Jesus Cristo

se tornou uma possibilidade entre outras. Não se nega, por certo, a liberdade que cada um possui

para escolher seu caminho e orientar sua vida 11. O que preocupa é o distanciamento em relação a

Jesus Cristo. Se, por um lado, nem todos são cristãos, por outro, cabe aos cristãos a responsabilidade

missionária de anunciar, por palavras e, acima de tudo, por atitudes quem é Jesus Cristo e o que

significa apaixonar-se por Ele, tornando-se Seu discípulo, comprometido com o Reino de Deus.

24. Em nossos dias, há pessoas, grupos e povos para os quais Jesus Cristo não significa coisa alguma.

Embora dura de ouvir, esta frase é verdadeira. Pesquisas realizadas há alguns anos e dados dos

últimos censos nacionais revelam duas situações ligadas a Jesus Cristo. Primeiro, constata-se uma

espécie de crescente indiferença. As pessoas estão mais interessadas em questões imediatas, nos

problemas do dia-a-dia e nos impasses que a vida apresenta. Segundo, percebe-se o nome de Jesus

utilizado mais para resolver tais problemas, impasses e angústias. Estas mudanças trazem, no

mínimo, duas conseqüências: o distanciamento da vida em comunidade e o distanciamento ético.

25. O distanciamento da comunidade se manifesta no pouco ou mesmo nenhum valor dado à vida de

irmãos, à participação nas atividades da Igreja, entre elas, a celebração eucarística dominical da fé e

da vida. Jesus Cristo é acolhido somente na medida em que ajuda a resolver os problemas. É por isso

que vemos crescer um tipo de relação com Jesus muito voltada para prodígios e milagres. É a visão

de que Jesus existe para socorrer e nada mais. É por isso que deparamo-nos com o fenômeno do

trânsito religioso, fenômeno bastante estudado pelos especialistas e que se refere à mudança

contínua de religião. Esta mudança ocorre porque as pessoas buscam a religião que promete

melhores resultados com menor esforço. Se os resultados são alcançados, não temos condições de

dizer. Sabemos, no entanto, que se trata bem mais da lei de mercado tomando conta até mesmo da

10 cf. DA 10

11 cf GS 16

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religião, pois estamos diante do princípio econômico da oferta e da procura. Nestes casos, o

discípulo não pode se esquecer das palavras de Jesus, ao comentar que as pessoas o procuravam

apenas porque tiveram suas necessidades satisfeitas (cf Jo 6,26-27).

26. Ninguém nega que a maioria de nossas missas estão cheias, que tem gente voltando a participar da

Igreja, que o número dos cursos, retiros peregrinações e outros tipos de encontros se multiplicaram,

que novos movimentos ou comunidades têm surgido. Todos estes aspectos são verdadeiros, válidos

e, por eles, louvamos a Deus. Entretanto, não podemos nos esquecer dos que, estando fora de

nossas comunidades, não experimentam, entre irmãos, a alegria do convívio com Jesus. O que dizer,

por exemplo, dos que chegam à juventude e até mesmo à idade adulta sem ter ouvido uma palavra

sobre Jesus Cristo? Quem não conhece um casal que diz não apresentar Jesus Cristo a seus filhos,

deixando “essa coisa de religião” para escolherem quando se tornarem adultos? Como não nos

preocuparmos com o mencionado jeito de apresentar Jesus predominantemente como fazedor de

milagres, servindo bem mais para aumentar patrimônio e resolver problemas afetivos?

27. O distanciamento ético diz respeito à conversão. Quem verdadeiramente acolhe Jesus Cristo deixa-

se transformar por Ele, mudando o jeito de pensar, sentir e agir. O discípulo de Jesus Cristo não se

envolve, por exemplo, em esquemas de corrupção, na devastação ecológica, na prática da violência,

na busca desenfreada pelo poder e em outras atitudes que destroem a vida. O autêntico discípulo de

Jesus Cristo apresenta certamente suas angústias ao Senhor (cf Mt. 11,28-30), mas não subordina o

encontro com Ele aos efeitos imediatos e restritos apenas a esta vida. O autêntico discípulo de Jesus

Cristo é um apaixonado por seu Senhor, seguindo-O nas alegrias e nas dores. Deste modo, podemos

concluir que nosso tempo não está afastado de Jesus Cristo apenas porque as pessoas não estão

indo tanto à Igreja como em outras épocas. Parece que nosso tempo também se esqueceu da

mensagem de Jesus Cristo acerca do Reino de Deus e seus valores. As conseqüências podem ser

percebidas rápida e facilmente: desrespeito à vida em todas as suas instâncias, violência, corrupção,

ganância, vingança, guerras, uso indevido do nome de Deus...

28. Interessante observar como estes dois distanciamentos estão diretamente ligados entre si. A vida

em comunidade é o lugar do enriquecimento pessoal. É lá que os discípulos se encontram com o

Senhor, na oração, na liturgia, no contato orante com a Palavra de Deus, no convívio fraterno e em

tudo mais que a vida em comunidade oferece. Este convívio gera e alimenta um certo tipo de

atitude cada vez mais parecida com o que Jesus viveu e ensinou. O discípulo missionário é um

imitador de Cristo. Ora, sem enriquecimento interior ocorre esvaziamento. Sem vida em

comunidade, o contato com Jesus, a escuta de sua Palavra, a celebração dos mistérios de sua paixão,

morte e ressurreição e tudo mais que a vida de comunidade possibilita não produzem o desejado

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efeito de efetivamente transformar as mentes e os corações. Como a pressão exercida por um

mundo que privilegia bens, sucesso e prazer (Mt 4,1-10) é muito forte, o distanciamento ético acaba

por acontecer. Por isso, não é errado dizer que o afastamento da vida em comunidade representa

um lado da moeda. O outro é o distanciamento ético. O difícil é saber qual dos dois é mais grave.

29. Diante deste quadro, o discípulo de Jesus Cristo se descobre em intenso e ininterrupto estado de

missão. Por isso, na verdade, ele é, como repetidamente ensinou Aparecida, discípulo missionário 12.

Tem consciência de que o primeiro lugar nas preocupações evangelizadoras de nosso tempo não é

este o aquele aspecto, mas o núcleo mesmo da missão: anunciar Jesus Cristo. Estamos vivendo um

tempo em que se torna mais do que urgente e necessário apresentar Jesus Cristo, testemunhá-lo,

falar dele, suscitar nos corações o desejo de conhecê-lo mais intensa e profundamente 13.

30. Por certo, não se trata de transformar este momento eminentemente missionário em uma busca

desenfreada de católicos perdidos para colocá-los de volta nos bancos de nossas igrejas. O encontro

com Jesus Cristo deve sempre acontecer na liberdade (Jo 1,39). O importante é separar bem o que

pertence ao respeito à liberdade religiosa do que nos leva a incorrer em omissão no anúncio de

Jesus Cristo. Se não podemos obrigar ninguém a aceitar Jesus Cristo, somos, pelo amor que temos a

Ele, impelidos a anunciá-lo incessantemente (cf. 2 Cor 5,4).

31. Este urgente anúncio assume diversos modos. Vai desde o testemunho pessoal até estruturas

pastorais específicas 14. O testemunho pessoal assume dupla vertente. De um lado, é o testemunho

dos valores do Reino de Deus (por exemplo: Gl 5,19-25). De outro, é a consciência de que é

necessário falar claramente de Jesus Cristo, responder às interpelações, dando as razões de nossa

esperança como discípulos (cf. 1 Pd 3,15) e provocando questionamentos. É preciso falar quem é

Jesus Cristo, qual o núcleo de sua proposta para cada pessoa, como participar dela e quais as

mudanças que tudo isso implica. Este falar não acontece apenas de modo oral, ao estilo de palestras

e pregações. Acontece também e principalmente por meio do testemunho pessoal, da vida em

comunidade e do serviço fraterno, gratuito e firme em prol dos irmãos e irmãs. É o Reino de Deus

acontecendo!

32. Por tudo isso, em toda a Arquidiocese de S. Sebastião do Rio de Janeiro, durante 2012, será

celebrado o Ano do Discipulado. Nele, todos os católicos, de acordo com seus respectivos estados

de vida, são convocados a rezar, refletir, partilhar e testemunhar o que significa ter Jesus Cristo

12 Em muito ajudará a leitura de todo o Cap. 4, do Documento de Aparecida. cf DA 129-153.

13 cf EN 6-14

14 cf DA 365

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como sentido da vida, o que, em outras palavras, significa ser Seu discípulo.

33. A celebração de um Ano do Discipulado será ocasião propícia a concretizarmos para o Rio de Janeiro

a convocação que o Santo Padre Bento XVI fez a toda a Igreja para celebrar um Ano da Fé. “Será

uma ocasião propícia, diz o Papa, para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de

particular reflexão e redescoberta da fé”. “É convite para uma autêntica e renovada conversão ao

Senhor, único Salvador do mundo”. Por isso, “deverá se intensificar a reflexão sobre a fé, para ajudar

todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho,

sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está vivendo” 15.

34. O ano do discipulado se iniciará em 20 de janeiro, Solenidade de S. Sebastião, padroeiro da

Arquidiocese e da Cidade, jovem discípulo de Jesus Cristo do século III, modelo, portanto, para quem

deseja ser autêntico discípulo em qualquer século. O término acontecerá na Solenidade de Cristo Rei,

dia 25 de novembro.

34.1 Celebraremos a abertura do Ano do Discipulado juntamente com a trezena e, mais ainda,

com os festejos de S. Sebastião. Não haverá uma solenidade especial para seu início.

34.2 Durante este período, celebraremos de modo solene 16 a abertura do Ano da Fé, com

detalhes a serem divulgados oportunamente.

34.3 Para o encerramento, oportunamente serão divulgados detalhes. Por enquanto, o

importante é registrar a data.

35. Durante o Ano do Discipulado, organizar-se-ão estudos sobre os principais aspectos da experiência

cristã, tendo como referência o que está indicado no Documento de Aparecida nn. 131 e 278. Por

certo, serão utilizados também o Catecismo da Igreja Católica, os Documentos do Concílio Vaticano

II e o Evangelho de Marcos, em cujo ano litúrgico estaremos.

35.1 Em princípio, não serão previstos períodos nem locais para estes cursos. Caberá a cada

instância os organizar como melhor lhe convier. O importante é que sua realização seja

divulgada e o material produzido enviado à Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, para

arquivo e, se possível, disponibilização no Portal Arquidiocesano.

35.2 De modo especial, convocam-se - cada um no seu nível de vida e de atividades - o clero, a

vida consagrada e o laicato, a realizar momentos de oração e reflexão. Onde for possível,

aproveitem-se compromissos já previamente agendados para que o tema do discipulado e

15 BENTO XVI, Carta Apostólica Porta Fidei, 4, 6, 8

16 CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ, Notas com indicações pastorais para o Ano da Fé, 33

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suas implicações específicas seja abordado. Com certeza, um dos grandes desafios

consistirá em não cair nas armadilhas da busca por novidades, mas de voltar às fontes de

nossa identidade batismal, de onde decorrem todos os modos de vida.

36. Embora todas as atividades sejam convocadas a assumirem objetivos concretos ligados ao

discipulado, com certeza emerge a importância e mesmo a urgência da Iniciação Cristã como

atividade específica do Ano do Discipulado. Interessante observar que, nos últimos anos, a Iniciação

Cristã tem se tornado prioridade para toda a Igreja. A Conferência de Aparecida conclamou todas as

Igrejas no Continente a desenvolver “um processo de iniciação à vida cristã que ... conduza a um

encontro pessoal, cada vez maior, com Jesus Cristo” e que deve ser “assumido em todo o

Continente” 17.

37. No testemunho do discipulado, a Arquidiocese do Rio de Janeiro, em atitude de gratidão e

compromisso, volta-se com intensidade ainda maior para duas riquezas que a graça de Deus lhe

confiou: o Corcovado e S. Sebastião. O Cristo Redentor do Corcovado, símbolo da cidade do Rio de

Janeiro e uma das maravilhas do mundo moderno, é motivo de alegria e sinal de nossa identidade.

Como Santuário é lugar de peregrinação, de encontro com Aquele que, de braços abertos, a todos

acolhe, proclamando: “Vinde a mim, vós que carregais o fardo! (cf. Mt 11,27-28). Como imagem que

fala a todos os corações, indistintamente, o Redentor do Corcovado é também acolhida em

movimento. É presença nos mais diversos segmentos da vida da cidade e mesmo fora dela. É missão.

É visita.

38. Igual atitude desperta no coração do católico carioca a figura de seu padroeiro, S. Sebastião. É longa

a tradição de se reunir, no dia dedicado a este jovem mártir dos primeiros séculos, para,

caminhando pela cidade, numa das maiores e mais bonitas procissões, bendizer a Deus e

testemunhar a Fé. Nos últimos anos, os católicos cariocas têm preparado as festividades de seu

padroeiro com uma trezena missionária, através da qual, tendo como referência uma réplica da

histórica imagem ligada à fundação da cidade, visitam-se os mais diversos ambientes da vida da

cidade, no desejo de que ninguém deixe de receber a acolhida de Jesus Cristo por meio de S.

Sebastião, discípulo missionário de ontem, e da Igreja no Rio de Janeiro, discípula missionária de

hoje.

39. Por tudo isso, este 11º PPC determina:

39.1 O incremento das peregrinações de paróquias, grupos, movimentos e demais associações

17 cf DA 289 e 294

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ao Santuário do Redentor no Corcovado, assim como aos outros dois locais arquidiocesanos

de peregrinação, o Santuário Nacional da Adoração Perpétua, na igreja de Sant’Ana, no

centro da cidade, e a igreja de N. S. Penha, no bairro do mesmo nome.

39.2 Aproximação ainda maior do Redentor do Corcovado com os diversos ambientes da vida

carioca, ambientes nem sempre atingidos pela realidade paroquial: mundos da cultura e

das artes, entre outros.

39.3 A realização anual da trezena missionária de S. Sebastião, com a ampliação, a cada ano, dos

limites das visitas, atingindo-se sempre contextos ainda não visitados.

39.4 Esta trezena será realizada em nível arquidiocesano, com a réplica da imagem histórica de S.

Sebastião e presidida pelo Sr. Arcebispo. Haverá também de ser realizada em cada paróquia,

associação e demais entidades, conforme orientação específica para cada ano, de modo

que já não se realize apenas uma visita missionária, porém toda a Arquidiocese seja

envolvida neste projeto de visitas e momentos celebrativos em preparação à solenidade de

seu padroeiro. Deste modo, a cada ano, ocorrerá nas paróquias um momento missionário,

que poderá ser organizado ao estilo da Missão Popular, tão conhecida dos cariocas, ou de

algum outro modo que a criatividade, ungida pela graça de Deus, haverá de encontrar.

39.5 Integrados estes dois momentos, o das visitas missionárias paroquiais e a grande visita

missionária arquidiocesana, o testemunho do discipulado missionário, que tanto marcou a

vida de S. Sebastião, haverá de crescer a cada ano 18.

40. Nosso Plano de Pastoral anterior, o 10º Plano, deu grande destaque à Iniciação Cristã 19. Naquele

momento, foi um grande impulso para que nossa Arquidiocese assumisse ainda mais este processo

evangelizador. As propostas foram muitas e importantes. Para ajudar a que estes critérios

fundamentais se tornem prática evangelizadora, nossa Arquidiocese elaborou um Diretório da

Iniciação Cristã 20. Com base no que ali foi estabelecido e a partir das experiências locais, inúmeras

comunidades tomaram a peito a tarefa de sonhar, ousar e iniciar, ainda que, em meio às

dificuldades, experiências concretas de Iniciação Cristã, tendo o catecumenato como metodologia 21.

41. Na avaliação do 10º Plano, vimos que inúmeros passos foram dados. Destacamos também os passos

18 Dentro da criatividade evangelizadora, idêntica atitude poderá ocorrer nas celebrações dos padroeiros das

comunidades. A preparação de sua festa é um tempo propício para ações missionárias.

19 cf 10º PPC – Orientações Específicas, 89-140

20 cf ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO, Diretório Arquidiocesano da Iniciação Cristã, Editora N. S. Paz, 2008.

21 cf Catecismo da Igreja Católica 1229, Diretório Geral da Catequese 90-91

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que mais urgentemente ainda precisariam ser dados. Estes passos foram incorporados a este 11º

PPC.

42. O primeiro passo consiste em perceber e tirar conseqüências dos motivos pelos quais a Iniciação

Cristã se torna uma urgência na ação evangelizadora. Sabemos que, em outras épocas, as famílias

cuidavam de transmitir a Fé às novas gerações. Cabia, então, à Igreja, principalmente através da

catequese, esclarecer, informar e oferecer conteúdos doutrinários a um encontro com Jesus Cristo

que já havia ocorrido. Nossos dias, entretanto, mostram que as grandes instituições encarregadas de

transmitir valores e tradições já não são mais capazes de o fazer. Já não possuem o mesmo fôlego de

outras épocas para conduzir ao encontro com Jesus Cristo e sua Igreja. Em outras épocas, a ação

pastoral se centralizava bem mais na manutenção da Fé. Em nossos dias, é necessário realizar esta

primeira evangelização como uma das atividades principais das comunidades, dos movimentos e

demais associações. É preciso iniciar na Fé, ajudar a fazer a experiência do Mistério revelado em e

por Jesus Cristo. O que antes estava implícito agora precisa ser explicitado.

43. O problema maior está no fato de que não existem receitas para a Iniciação Cristã. A Conferência de

Aparecida, recordando o Concílio Vaticano II e trazendo para nossos dias o que nossos antepassados

realizavam, recordou um parâmetro para que se concretize a Iniciação Cristã: ter “sempre caráter de

experiência, na qual é determinante o encontro vivo e persuasivo com Cristo, anunciado por

testemunhas autênticas” 22. Independentemente, portanto, do modo como, na concretização de

cada realidade local, se realiza a Iniciação Cristã, algumas características não podem ser deixadas de

lado:

− Centralidade da pessoa e da mensagem de Jesus Cristo e conseqüente convite à conversão

− Vida de Oração

− Amor pela Palavra de Deus

− Vida sacramental, especialmente na eucaristia e na confissão

− Participação ativa na comunidade

− Solidariedade com os pobres e sofredores

− Compromisso missionário 23

44. Interessante observar que estamos falando de Iniciação à vida cristã e não somente de preparação

22 cf DA 290

23 cf DA 292

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aos sacramentos da iniciação cristã através de um caminho pedagógico distinto. A iniciação à vida

cristã é maior que a preparação aos três Sacramentos da Iniciação Cristã. Ela se refere ao encontro

com Jesus Cristo, na comunidade dos discípulos, isto é, a Igreja, resultando no compromisso com o

Reino de Deus.

45. Na medida, porém, em que a vida pode levar as pessoas a se afastarem de Jesus Cristo e da Igreja as

comunidades devem estar preparadas para possibilitar o encontro, mas também o reencontro com o

Senhor e a comunidade dos discípulos. Isto vale tanto para os que não têm os três sacramentos da

Iniciação Cristã, como também para os que, tendo os três sacramentos, afastaram-se e desejam

retornar ou reavivar sua Fé 24. Trata-se de reconhecer que, em nossos dias, deparamo-nos com uma

realidade crescente. Pessoas que, já tendo os três sacramentos, precisam ouvir a Boa Nova em seu

núcleo querigmático e reformular sua adesão a Jesus e à Igreja. Nestes casos, a reiniciação à vida

cristã é a chance de renovar a Fé e o caminho de vida que dela decorre.

46. A expressão reiniciação à vida cristã lembra nossos computadores. É preciso reiniciar todas as vezes

que a máquina trava. As pessoas devem ser estimuladas a buscar os grupos de iniciação à vida cristã

sempre que sentirem sua Fé vacilar, seja porque motivo for. Os missionários, os visitadores e outros

agentes de pastoral deverão estar bem informados a respeito das ofertas de iniciação ou reiniciação

á vida cristã que a comunidade possui. Por sua vez, a comunidade precisa indispensavelmente estar

preparada para oferecer a iniciação e a reiniciação à vida cristã a todos que as buscam. Esta oferta

precisará ser adaptada à realidade das pessoas, considerando não apenas horários e lugares, mas

também a pedagogia utilizada.

47. Conseqüentemente, iniciação e reiniciação à vida cristã não são aspectos para uma comunidade

escolher se pode ou não pode ter. Trata-se de uma exigência evangelizadora que onera fortemente a

consciência. É possível que faltem ainda muitos passos para chegarmos a um patamar desejável.

Importa, contudo, permanecer tentando aprimorar cada vez mais esta urgência. Não se pode,

consequentemente, desconsiderar a urgência das ofertas de iniciação e reiniciação à vida cristã em

todas as comunidades.

48. Porque ainda temos muito a caminhar e para que este processo se acelere, este Plano de Pastoral

determina:

48.1 Criar em todas as paróquias a Coordenação da Iniciação Cristã, composta pelos que

acolhem crianças a partir dos sete anos, adolescentes, jovens e adultos para a Iniciação à

24 cf DA 278

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Vida Cristã.

48.2 Integrar a preparação de adolescentes, jovens e adultos em um único processo de Iniciação

Cristã, não mais realizando preparações separadas para cada um dos três Sacramentos da

Iniciação Cristã.

48.3 Na medida em que este processo de passagem de uma pastoral centrada em cursos aos

sacramentos para uma ação evangelizadora voltada à iniciação e à reiniciação à vida cristã é

irreversível, necessitamos de alguns parâmetros para não nos estacionar no tempo nem

deixar de avançar na meta proposta. Por isso, determina-se que o prazo mínimo para

qualquer processo de iniciação à vida cristã será de 12 (doze) meses, pois não se justifica

que alguém regateie o tempo em que vai conviver na comunidade de irmãos a caminho de

Jesus Cristo.

48.4 Caberá à Comissão Arquidiocesana da Iniciação Cristã, com base no Diretório

Arquidiocesano da Iniciação Cristã, apresentar subsídios para que se faça esta urgente

passagem de um estilo evangelizador a outro.

49. Uma situação especial é a que diz respeito ao acolhimento de pais e padrinhos que pedem o

batismo para crianças até seis anos inclusive.

49.1 Estes são acolhidos pelas equipes que costumamos chamar de Pastoral do Batismo.

Têm a tarefa de dialogar não com os que serão, pelo Batismo, inseridos na vida cristã.

Dialogam com adultos marcados pelas mais diversas experiências, com expectativas

variadas, nem sempre disponíveis ao contato com a comunidade e a Palavra de Deus 25.

49.2 Infelizmente, constata-se que, para algumas pessoas, as chamadas preparações ou

cursos para Batismo acabam sendo um grande fardo. Foi por isso que, no 10º PPC, um

princípio evangelizador foi afirmado e, na teoria, bem acolhido. Ele necessita, entretanto,

ser colocado em prática com um pouco mais de intensidade. Trata-se da passagem de um

acolhimento burocrático para o contato personalizado, que acontece entre irmãos e que

alivia as pessoas da sensação de fardo ocasionada por alguns cursos para sacramentos.

Esta passagem, antes de determinar procedimentos, é uma mística que deve nutrir a ação

evangelizadora de todas as comunidades. Diante dela, nenhuma outra norma deveria ser

necessária. Como, entretanto, a realidade é um pouco mais dura, é necessário darmos

alguns passos.

25 cf. Diretório Arquidiocesano da Iniciação Cristã, 64 e 66

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49.3 O primeiro passo em vista da superação de uma mentalidade burocratizante exige

que não substituamos pessoas por papéis. O atendimento pessoal é sempre o mais

importante. Por isso, na hora da inscrição para batismo de uma criança de até seis anos

inclusive, pedir-se-á somente um único documento, que é a certidão de nascimento da

própria criança. Em caso de dúvida ou desconfiança quanto à veracidade das declarações

de pais e padrinhos, estes devem ser chamados para uma conversa com o sacerdote, o

diácono ou mesmo alguém da equipe de preparação ao batismo. Outros documentos

poderão, então, ser solicitados, nunca, porém, fora de um contexto de acolhimento,

contato pessoal, fraternidade e diálogo.

49.4 O comprovante de preparação de pais e padrinhos serve também como documento

de transferência, sem a necessidade de se emitir um segundo documento com a finalidade

única de autorizar batismos fora da jurisdição paroquial de domicílio da criança a ser

batizada. Salvo situações específicas e graves, ao acolher pais e padrinhos para a

preparação, a comunidade, através de seus ministros e agentes de pastoral, já declara que

a criança poderá ser batizada na igreja de melhor conveniência ou devoção familiar. Este

princípio vale também para batizados realizados fora da Arquidiocese.

49.5 Na medida em que o testemunho é importante para o contato com Jesus Cristo,

pessoas engajadas na comunidade não podem se utilizar desta condição para deixar de

participar da preparação de pais e padrinhos. O desejo de isenção é uma realidade que nos

deve levar a pensar profundamente não tanto naqueles que o manifestam, mas nos

motivos pelos quais tal desejo é expresso. Se as preparações são vistas e, mais ainda,

apresentadas como uma exigência burocrática e não como um momento de alegre

encontro com a comunidade e com o Senhor, é claro que, podendo escapar, ninguém vai

se submeter a elas. As pessoas fogem do que não gostam e, em geral, não gostam do que

não é bom.

49.6 Outro ponto de preocupação é o distanciamento da vida de comunidade. Embora a

intenção nem sempre seja esta, o que acaba acontecendo é a separação entre o amor a

Deus e o amor aos irmãos (cf. 1 Jo 4, 20-21). É por isso que a Igreja estimula de modo

bastante incisivo que os atos catequéticos e litúrgicos sejam feitos em efetivo espírito de

comunidade. No caso das preparações de pais e padrinhos, já os encontros haverão de ser

feitos sempre de modo comunitário, ou seja, reunindo um grupo de famílias. As exceções

devem ser cuidadosamente avaliadas pelos sacerdotes diretamente responsáveis pela

paróquia, comunidade, movimento ou associação. Através do bom senso e da certeza de

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11º PLANO DE PASTORAL

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que suas consciências ficam deveras oneradas, haverão de encontrar a melhor forma de

acolher, sempre apontando para a comunidade. Se, em virtude de doença, trabalho ou

viagem, alguém não puder participar no horário previamente estabelecido, a comunidade,

através de seus ministros e agentes de pastoral haverá de encontrar um modo fraterno de

dizer àquela pessoa que as ocupações de sua vida não a impedem de estar com Jesus e

com a Igreja. A comunidade deve, então, buscar a melhor forma de atender a estes casos.

Grave, contudo, será a situação em que a busca por preparação individual de pais e

padrinhos representar efetivo desejo de não se colocar em contato com uma comunidade.

49.7 Os pais em situação matrimonial irregular serão acolhidos pelo sacerdote, pelo

diácono ou pelos agentes de pastoral, buscando-se o matrimônio religioso, quando

possível. Se não for possível a realização do matrimônio religioso, converse-se claramente

com os pais sobre a responsabilidade da escolha dos padrinhos, nos termos exigidos pela

lei canônica 26. Mesmo diante das dificuldades em se encontrar familiares e amigos com

matrimônio regularizado perante a Igreja, não se dispense esta exigência. Se, por um lado,

os pais são um dom de Deus para a criança, os padrinhos, por outro, devem merecer

cuidadosa atenção na escolha. Junto com os pais, eles são auxiliares e modelos na

educação da Fé 27.

50. A Iniciação Cristã de crianças a partir dos sete anos será feita pela equipe respectiva, por muito

tempo conhecida por catequese infantil. Em nossos dias, melhor será chamá-la de Iniciação

Cristã de Crianças. Sabemos que a alteração de um nome não significa que as realidades sejam

transformadas de uma hora para outra. Algumas vezes, em várias situações da vida, mudam-se

somente os nomes. No caso do acolhimento das crianças para o encontro com Jesus Cristo e

com a Igreja, a mudança de nome haverá de também suscitar a transformação na metodologia

de trabalho, valendo as mesmas observações feitas neste Plano para a Iniciação Cristã em geral

e as contidas no Diretório Arquidiocesano da Iniciação Cristã.

51. Algumas observações, no entanto, devem ser consideradas:

51.1 O acompanhamento de crianças de 4 a 7 anos e adolescentes de 11 a 14 ficará sob a

responsabilidade das equipes de Iniciação Cristã de Crianças.

51.2 No período entre 4 e 7 anos, a criança deverá ser acolhida na comunidade para O pré-

26 Cânon 874

27 cf. 10º PPC – Orientações Específicas 98.6 e 98.7

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11º PLANO DE PASTORAL

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catecumenato. Seu batismo, quando for o caso, seguirá o regulamentado para crianças

nesta idade 28.

52. Como já indicado antes, o acolhimento de adolescentes, jovens e adultos seguirá a pedagogia

da Iniciação Cristã, com os seguintes detalhes:

52.1 O tempo mínimo para a iniciação à vida cristã de quem está entre 7 e 14 anos

permanece de dois anos.

52.2 Cabe às comunidades, principalmente através do sacerdotes e catequistas, reverem o

modo como estão desenvolvendo o processo catecumenal. Se a preparação é

agradável, os adolescentes, mesmo atravessando uma etapa peculiar da vida, onde

muitos atrativos lhes são apresentados, alegram-se em participar e permanecem.

52.3 Para os que tiverem de 15 anos em diante, não serão oferecidos cursos para os

sacramentos da Iniciação Cristã, quer em separado, ou seja, para cada um dos

Sacramentos, quer no seu conjunto, ou seja, para os três Sacramentos em um único

curso. Os cursos devem ser substituídos pela pedagogia catecumenal. Neste caso, o

convite se direciona para o encontro com o Senhor e com os discípulos do Senhor.

Neste encontro, celebram-se, por certo, os Sacramentos.

52.4 Na medida em que estamos falando de Iniciação à Vida Cristã e não cursos de

preparação a sacramentos, não poderão ocorrer preparações exclusivamente

individuais, sem contato com a comunidade. Por certo, em alguns casos, será

necessário e até mesmo recomendável que os catequistas estabeleçam contato mais

pessoal com os candidatos. Este contato, todavia, haverá de ser sempre referido aos

encontros de grupos e outros momentos comunitários.

52.5 A preocupação pelos aspectos materiais e individuais dos sacramentos atinge

também certas situações em que a celebração dos sacramentos acaba por ser

integrada no conjunto de serviços que algumas instituições de ensino oferecem a seus

alunos. Nestes casos, a catequese e a celebração dos sacramentos só poderá ocorrer

se houver permissão e efetivo vínculo com a paróquia local ou com a Coordenação

Arquidiocesana da Iniciação Cristã. Caso contrário, catequese e celebração não

podem acontecer.

53. A Coordenação Arquidiocesana de Pastoral e a Comissão Arquidiocesana da Iniciação Cristã

28 Ver acima nº 49 e Diretório Arquidiocesano da Iniciação Cristã

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continuarão realizando anualmente Seminário ou Congresso sobre a ação evangelizadora com

adolescentes, partilhando experiências bem sucedidas, analisando dificuldades e discernindo

caminhos.

54. No que diz respeito a todas as celebrações, importa destacar o encontro com Jesus Cristo e

com a Igreja. Esta é a razão pela qual alguns aspectos são agora determinados:

54.1 As celebrações dos sacramentos da Iniciação Cristã haverão de ser sempre comunitárias.

Esta é a regra. Celebrações individuais deverão ser exceções em virtude de efetivo

impedimento na participação comunitária, cabendo aos respectivos ministros o

discernimento a partir da consciência evangelizadora da Igreja e da efetiva impossibilidade

do ato comunitário. As celebrações individuais dos sacramentos da Iniciação Cristã não

podem ser vividas em espírito de distanciamento das comunidades ou privilégios pessoais.

54.2 Tampouco se pode vincular a celebração dos sacramentos da Iniciação Cristã alguma forma

de pagamento. Ninguém deixará de receber tais sacramentos por razões financeiras.

54.3 A comunidade poderá ser ressarcida de custos eventuais que independam do sacramento.

Nestes casos, não se poderá, de modo algum, deixar nem mesmo a impressão de que tal

contribuição liga-se aos sacramentos. Ao contrário, deve-se necessariamente informar a os

motivos pelos quais algum tipo de ressarcimento é necessário.

54.4 Em alguns casos, o ressarcimento de despesas liga-se a adereços utilizados no desejo de

fornecer maior beleza à celebração. Se o grupo das pessoas envolvidas assim desejar, com

facilidade e diálogo as despesas serão partilhadas. Convém, no entanto, observar que, nas

celebrações dos sacramentos, em especial da Primeira Comunhão, haverá de se evitar

atitudes de ostentação, luxo e dispersão, atitudes que acabam por colocar o centro das

preocupações em aspectos exteriores, abafando o sacramento, o encontro com Jesus Cristo

e com a Igreja.

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IIVV

AA PPAALLAAVVRRAA DDEE DDEEUUSS::

LLUUGGAARR PPRRIIVVIILLEEGGIIAADDOO PPAARRAA OO EENNCCOONNTTRROO CCOOMM JJEESSUUSS CCRRIISSTTOO

55. O encontro com Jesus Cristo na comunidade dos discípulos é alimentado de diversas maneiras

29. Entre elas, a Sagrada Escritura possui um valor fundamental 30. Nos últimos anos, tem

crescido a consciência a respeito da importância da Bíblia na vida de todo cristão. Se, no

passado, houve um tempo em que as pessoas nem a podiam ler, este tempo já se foi e não vale

mais ficar falando nisso. Atualmente, cresce, com a Graça de Deus, o número dos católicos que

descobrem a Bíblia, apaixonam-se por ela, trazem-na para a vida e a levam a outras pessoas.

56. É por isso que Iniciação Cristã e Sagrada Escritura possuem um vínculo muito forte, de modo

que iniciar ou reiniciar na Fé significa também iniciar ou reiniciar no contato com a Bíblia. A

Iniciação Cristã nos leva a Jesus Cristo e Jesus Cristo é a Palavra de Deus feita carne. Como,

portanto, não destacar ainda mais a Escritura Sagrada nestes tempos de Iniciação ou

Reiniciação Cristã?

57. Assim, no que diz respeito à Bíblia, quatro aspectos definem com muita clareza a que a ação

evangelizadora é chamada em nossos dias:

57.1 Todos tenham a Bíblia.

57.2 Todos aprendam a usar a Bíblia.

57.3 Necessidade de material disponível para ajudar na leitura e na compreensão da Bíblia.

57.4 Gente capacitada para usar adequadamente este material e ajudar no contato com a

Bíblia.

58. Com alegria, constatam-se alguns avanços no contato com a Sagrada Escritura:

58.1 Cresce o uso da Bíblia em diversos momentos da vida em comunidade: reuniões,

adorações ao Santíssimo, assembléias paroquiais, entre outros.

29 cf DA 246-257

30 cf DA 247ss

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58.2 O preço das Bíblias não é mais tão inacessível à maioria das pessoas. Nas comunidades

com menor poder aquisitivo, campanhas e ajudas de outras comunidades resolvem o

problema.

58.3 Os Círculos Bíblicos apresentam, em nossa Arquidiocese, uma história de décadas,

tornando-se, em várias situações, sementes de grandes comunidades.

58.4 A maioria das comunidades se empenha em organizar cursos bíblicos e outros

momentos formativos, em geral, abertos a todos.

59. Ocorre que precisamos avançar bem mais. O número dos familiarizados com a Bíblia cresceu.

No entanto, este número ainda é proporcionalmente pequeno diante do total de católicos.

Embora louvemos a Deus pelo crescimento dos Círculos Bíblicos, dos cursos e outros modos de

melhor conhecer e acolher a Sagrada Escritura, devemos igualmente reconhecer que ela ainda

não chegou à maioria de nossos católicos. Para a maioria das pessoas, o contato com ela se dá

somente através da Liturgia. Em não poucos casos, a Bíblia permanece estranha, de difícil

acesso, com palavras, imagens e mensagens que parecem nada dizer ao mundo de hoje.

60. Como sinal do quanto ainda precisamos caminhar, algumas dificuldades foram repetidamente

destacadas ao longo do processo de elaboração do 11º PPC:

60.1 A resposta aos momentos de formação bíblica ainda não atingiu o nível ideal de

participação.

60.2 Ainda se percebe o problema do analfabetismo na maioria das comunidades. Algumas

vezes, percebe-se também certa incapacidade de compreender o que se está lendo.

60.3 Os roteiros dos Círculos Bíblicos nem sempre se encaixam na realidade do grupo, pois

falam de assuntos que dizem respeito a situações de outros lugares da cidade.

60.4 Dificuldade de implantação dos círculos bíblicos em algumas comunidades.

60.5 Desconhecimento do que seja a Leitura Orante.

60.6 Inexistência de grupos específicos para a animação bíblica.

60.7 Dificuldade de acesso em algumas regiões, onde o estilo de viver é mais fechado em

torno da própria residência, sem grandes relações de vizinhança.

61. Certamente, não existe um único caminho para o contato com a Escritura Sagrada.

Indispensáveis são a abertura de coração, a entrega de si mesmo nas mãos do Espírito Santo, a

partilha da Palavra em comunidade e o firme empenho para que a Palavra seja colocada em

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ação. Por isso, neste tempo em que as referências mais profundas estão se transformando,

torna-se urgente perceber que, ao se mergulhar na Escritura, os véus do desconhecimento e do

medo se rasgam. A Bíblia se torna, então, companheira de caminhada, livro de vida, luz para os

passos. Importa ressaltar que não se trata de estudo da Bíblia para crescimento da informação,

mas de trazer a Bíblia para o coração, a mente e a vida.

62. Aqui entra o grande trabalho dos Círculos Bíblicos e de outros grupos que se dedicam à escuta

e à leitura da Palavra de Deus, ligando-a com a vida. Aqui entra a indicação de Aparecida para

buscarmos a “animação bíblica de toda a pastoral” 31 e recuperarmos, da história da Igreja, a

Leitura Orante como rico caminho para o contato com a Escritura Sagrada 32. São, na verdade,

diversos os métodos para isso. Nenhum deles é exclusivo ou absoluto. Nosso tempo é marcado

pela diversidade, que atinge também os modos de leitura bíblica. Na força do Espírito Santo e

diante do desafio de testemunhar a unidade na caridade, cabe-nos assumir uma postura de

diálogo e mútuo enriquecimento entre estes diversos modos de contato com a Escritura

Sagrada.

63. A Igreja já se pronunciou oficialmente sobre os caminhos para a leitura bíblica 33, indicando

critérios, apresentando referências. O ponto comum é a fé em Jesus Cristo, nosso Senhor e

Salvador. O caminho a evitar é a manipulação da Palavra de Deus em vista de outros interesses

que não a salvação (cf 2 Cor 4,2). A meta é deixar a Palavra de Deus ser realmente de Deus, isto

é, livre das manipulações e forte o suficiente para questionar a vida, os valores e as opções. Se

isto não acontecer, seja qual for o método usado, estaremos fazendo mau uso da Palavra de

Deus.

64. Quatro pontos necessitam ser considerados ao falarmos de Círculos Bíblicos ou outros grupos

de reflexão, independentemente do nome que tenham ou do método de leitura que utilizem. A

estes quatro se aplica o mesmo princípio das rodas dentadas, onde cada parte é indispensável

para que todo o mecanismo funcione. Interessante observar como a própria Escritura Sagrada

chama nossa atenção para este aspecto através da imagem do corpo( Rm 12,3-10; 1 cor 12,27;

Ef 4,4-16). Os pontos são:

64.1 Formação de cada pessoa no contato vivencial com a Escritura Sagrada.

31 cf DA 248

32 cf DA 249

33 BENTO XVI, Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini, 29-49; COMISSÃO PONTIFÍCIA BÍBLICA, A

interpretação da Bíblia na Igreja, de 15 de abril de 1993

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64.2 Formação de pequenas comunidades, que se constroem a partir de vínculos

humanos profundos.

64.3 Compromisso com a realidade do local, fazendo com que o contato com a Bíblia

seja motivador de ações bem concretas.

64.4 Ajuda na descentralização e na formação das redes de comunidades.

65. Para que, na Arquidiocese do Rio de Janeiro, cresça bem mais a animação bíblica de toda a

pastoral, determina-se:

65.1 Não se dedicará um tempo especial à animação bíblica. A cada ano, de acordo com

o tema evidenciado, a iluminação bíblica deverá ocorrer naturalmente, sob a

supervisão da Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, que, para isso, organizará

equipe específica, tomando como ponto de partida a atual equipe arquidiocesana

dos Círculos Bíblicos.

65.2 Investimento na metodologia da Leitura Orante, com cursos e materiais acessíveis,

além da formação de animadores ou monitores.

65.3 Celebração ainda mais intensa do Mês da Bíblia. Já em 2012, a Coordenação

Arquidiocesana de Pastoral e a Comissão de Animação Bíblica deverão propor

calendário e conteúdo para as celebrações em nível arquidiocesano.

65.4 Elaboração de roteiro único, em nível arquidiocesano, para os Círculos Bíblicos e

demais grupos de reflexão, integrando-se a riqueza da Leitura Orante.

65.5 A Novena do Natal e a Campanha da Fraternidade permanecerão seguindo texto

próprio elaborado pela Arquidiocese e vinculante para todas as paróquias,

movimentos, associações e entidades que atuem na jurisdição arquidiocesana. Não

se usarão, portanto, textos de outra origem.

65.6 A formação de animadores(as) bíblicos de toda a pastoral, conforme projeto a ser

elaborado pela Coordenação Arquidiocesana de Pastoral e a Comissão de Animação

Bíblica. Nesta formação, inclui-se o estudo para a implantação do Ministério da

Palavra, com a determinação de sua identidade e os âmbitos de sua missão.

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VV

NNUUMMAA RREEDDEE DDEE CCOOMMUUNNIIDDAADDEESS

66. O contato com Jesus Cristo, alimentado pela Escritura, nos coloca necessariamente no caminho

da comunidade dos discípulos. Quem se deixa fascinar por Jesus Cristo quer se unir a quem fez

e faz a mesma experiência. Acolher Jesus no coração e na vida significa ser irmão(ã) de

todos(as), abrindo-se à fraternidade, à solidariedade, à partilha, ao perdão e a tudo mais que a

vida comunitária comporta.

67. O perigo consiste em querer separar o encontro com Jesus da vida de comunidade. É querer

Jesus Cristo, mas não a Igreja 34. É querer a Cabeça, mas não o Corpo (cf Cl 1,18). Em nossos

dias, encontramos pessoas com medo do compromisso, do engajamento e da participação. É

forte a tentação de querer conseguir as coisas sem muito esforço. Neste caso, as conseqüências

para a vida na fé são inúmeras e graves. Como desejar Jesus sem o discipulado, sem a

conversão? Como reduzir o encontro com o Senhor a alguns breves momentos, como se o

discipulado fosse algum tipo de relacionamento momentâneo, sem grandes conseqüências?

Como não ficar preocupado com o esvaziamento da sensibilidade fraterna e comunitária?

68. É por isso que a iniciação cristã deve sempre conduzir a Jesus Cristo e à comunidade dos(as)

discípulos(as). Caso contrário, não será verdadeira iniciação cristã. Poderá ser até mesmo uma

pastoral de remendos (cf. Mt 9,16-17). Sabemos que o único modo de se quebrar o gelo do

individualismo consiste no testemunho dos que descobriram a alegria de viver como irmãos.

Ou uma comunidade irradia a alegria de ser comunidade ou não pode verdadeiramente levar

este nome. Como discípulos missionários de Jesus Cristo, a promessa que, em Seu nome,

precisamos e podemos fazer é a de nos empenharmos com tudo que somos e temos para

vivermos como irmãos.

69. Pena que algumas pessoas até desejem participar da vida de comunidade, mas não consigam.

Os motivos para isso são vários. Um, porém, nos diz respeito diretamente. Trata-se do jeito que

algumas paróquias foram assumindo ao longo do tempo. Elas se tornaram distantes da vida das

pessoas, uma distância que é geográfica mas também existencial.

34 cf EN 15

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70. A distância geográfica é fácil de ser entendida. Basta verificar quanto uma pessoa tem que

percorrer para chegar à igreja mais próxima. Já vai longe o tempo em que a família reunida

caminhava léguas para ir à missa no domingo. O sino da matriz tocava na cidade e as pessoas,

saindo de seus sítios e suas roças, usando a melhor roupa, se dirigiam à missa. Ainda existem

lugares onde este jeito funciona. Mas, numa grande cidade como o Rio de Janeiro, as coisas

acontecem de outro modo. A cidade grande causa nas pessoas a sensação de que tudo está ao

alcance das mãos. Hoje, através, por exemplo, de um telefone celular, o que não se consegue?

Como, portanto, exigir demasiado sacrifício para ir à igreja, se a capela fica longe, o transporte

não passa na hora, o crime organizado controla a circulação das pessoas e o horário de

trabalho exige também uma parte do domingo? Não podemos falar em Jesus Cristo próximo ao

coração se não testemunhamos uma Igreja próxima fisicamente das pessoas, uma Igreja que se

reúne, portanto, nas casas e em outros espaços que a criatividade vai fazendo surgir.

71. A este distanciamento geográfico corresponde o distanciamento existencial. Se não há efetivo

convívio, alegrias e dores acabam não sendo compartilhadas. Ouve-se mais exigência

burocrática e doutrina distante do que palavra viva a penetrar em toda a existência. Como

resultado, as pessoas acabam se contentando com o que está mais perto, com o que é mais

fácil, embora nem sempre seja o mais profundo e valioso.

72. Infelizmente, algumas de nossas atuais paróquias, pelo tamanho a que chegaram, pelo volume

de pessoas que abrangem e pela centralização, já não conseguem possibilitar uma autêntica

vida de comunidade senão a um pequeno grupo. Na hora das estatísticas, podemos até lançar

nos formulários o número de habitantes da região. Convém, todavia, perguntar se aquele

número corresponde aos que efetivamente fazem parte da vida de comunidade, sentindo-se

como irmãos(ãs), alegrando-se e sofrendo juntos.

73. Para não poucas pessoas, as paróquias se tornaram prestadoras de serviços especializados, no

caso, os serviços religiosos. Tais pessoas vêem as paróquias como repartições burocráticas, com

exigências documentais a serem cumpridas. O que realmente atrai e apaixona são os

ambientes onde a fraternidade, o acolhimento e a partilha têm um espaço decisivo. Qual das

duas situações vai ser a escolhida, por exemplo, para batizar uma criança: a que pede uma lista

de documentos ou a que, antes de mais nada, convida para sentar e conversa sobre a vida e a

fé dos pais, padrinhos e familiares? 35

74. Deste modo, levar Jesus aos corações equivale a levar a Igreja para mais perto das pessoas. Esta

35 Ver: 11º PPC 42.3

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descentralização, escolhida como uma das prioridades já no 10º PPC 36, pode ser feita de vários

modos. Pode ser uma descentralização territorial, em que a grande área da paróquia é dividida

em setores e estes, por sua vez, em pequenas comunidades. Pode também ser uma

descentralização que se costuma chamar de ambiental ou afetiva, onde as pessoas, mesmo não

residindo próximas, têm interesses comuns tão fortes que se reúnem em comunidade. Os dois

modelos podem e devem coexistir, pois nenhum deles tem o monopólio do Espírito Santo e

nosso mundo está bastante plural 37. O fato é que, se não dermos o passo rumo às pequenas

comunidades, organizadas em rede, corremos o risco de ficar chorando porque alguém

conseguiu chegar mais perto das pessoas. Por que não transformar nossos resmungos em

esforço evangelizador e desinstalador? Por que não aproveitar casas, garagens, salões, lojas e

tantos outros locais para reunir o povo, ajudar a rezar, celebrar a eucaristia e mergulhar na

Palavra de Deus?

75. Não se trata de levar apenas a Igreja-Prédio, mas levar, acima de tudo, a Igreja-Comunidade. Os

prédios só têm sentido se forem expressão de uma comunidade viva e atuante. Já não se trata

mais de chamar para a Igreja. Trata-se agora de ir até onde as pessoas estão e construir Igreja

lá. É claro que estamos falando da igreja-comunidade, da igreja-gente, igreja que, no futuro,

poderá e deverá ter também seu prédio, sua sede. O primeiro passo, contudo, é o da igreja-

comunidade.

76. Comunidade é um termo complexo, aplicável a diversas realidades, que nem sempre se

identificam umas com as outras. Na Igreja, temos o costume de usar o termo, também genérico,

pequenas comunidades. Esta expressão é igualmente ampla, podendo significar muitas coisas,

dependendo de quem a aplica. O ponto em comum está na palavra pequena. Ela diz respeito ao

número de membros. Por meio desta palavra, estamos falando de pequenos grupos, onde as

relações pessoais sejam de conhecimento mútuo, amizade, envolvimento, ajuda fraterna. O

anonimato é sempre desumano e as grandes cidades, como é o caso do Rio de Janeiro, tendem

a aumentar os níveis de anonimato. Daí a importância de se estabelecerem relações de

conhecimento e partilha da vida. Neste sentido, pequena comunidade começa a ser entendida

como pequenos grupos espalhados por toda a área paroquial. A grande novidade – se

podemos realmente falar em novidade! – está no relacionamento humano mais direto, mais

próximo. As secretarias paroquiais tradicionais, por lidarem com tanta gente, acabam não

36 Cf. 10º PPC, Diretrizes Gerais

37 DA 307-310

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tendo outra saída a não ser a organização burocrática dos serviços. A questão aqui não é a

organização do trabalho. Isto sempre deve acontecer. A questão – recordemos!- é o contato

pessoal. Neste sentido, a organização do trabalho não exclui criatividade no acolhimento das

pessoas e isto cabe a cada pároco incluir em suas prioridades pastorais.

77. Por certo, existe o risco de as pequenas comunidades se fecharem em torno de si mesmas,

tornando-se mais um grupo de amigos, do que uma Igreja Doméstica. Este perigo começa a ser

vencido quando o grupo se reúne para rezar e acolher a Palavra de Deus, abrindo-se, então,

para o Deus de Amor, acolhendo Sua Palavra e se deixando conduzir pelo Espírito Santo. Na

medida em que alguém ou algum grupo se abre verdadeiramente para Deus, não pode ficar

fechado em si mesmo. Abre-se para o próximo. Esta abertura para o próximo acontece

principalmente através da prática da caridade. O pequeno grupo começa a rezar pelos que

estão sofrendo e – outro passo importante – começa a fazer visitas, agir, fazer o que for preciso.

Acontece também quando existe forte ligação com a paróquia local, com os outros pequenos

grupos, participando em reuniões gerais, partilha de material, cursos e outros eventos em

comum. Não nos esqueçamos de que a paróquia local é a geradora e alimentadora das

pequenas comunidades 38. Não existe, portanto, competição nem isolamento. Um bom sinal de

abertura a Deus e ao próximo acontece quando surgem as lideranças, os serviços e os

ministérios. Alguns começam a visitar os enfermos. Outros cuidam da iniciação cristã das

crianças. Outros se dedicam às famílias e assim por diante

78. Se a experiência de comunidade não acontece de fato, a tendência é buscar Jesus Cristo

predominantemente nos prodígios e milagres. É claro que não se trata de negar a possibilidade

de milagres. Trata-se de perceber que, na Bíblia, os milagres apontam para o seguimento de

Jesus. Experimentando o amor de Jesus, as pessoas largavam tudo e o seguiam (cf. Mc 1,40-45;

Mt 20,29-34; Lc 5,1-11; Jo 9,1-38). Em nossos dias, este fascínio por Jesus Cristo deve acontecer

através do fascínio pela vida de irmãos e este fascínio pela vida de irmãos passa, com certeza,

pelas pequenas comunidades (cf At 2,42-47).

79. Para isso, desde as primeiras etapas de elaboração do 11º PPC, algumas indicações se firmaram,

tornando-se agora compromisso arquidiocesano:

79.1 Valorização dos Círculos Bíblicos e de outros pequenos grupos que se reúnam

missionariamente nas casas, nos locais de trabalho e em outros onde as pessoas estejam.

38 cf. DA 170-173 e 310

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79.2 Constituição de lugares de culto, iniciando a presença com visitação 39 e celebrações

regulares.

79.3 Comunicação permanente entre as comunidades, ao estilo do que S. Paulo fazia

escrevendo cartas. Atualmente, existem vários modos de se comunicar. Entre os mais

conhecidos, estão os boletins paroquiais e a Internet.

79.4 Funcionamento efetivo dos conselhos de pastoral. Tais conselhos são o local onde se

partilham as experiências, tomam-se decisões e resolvem-se problemas.

80. A história da Arquidiocese do Rio de Janeiro é infinitamente grata aos círculos bíblicos.

Nascidos há tantas décadas, atravessaram épocas diferentes na história do mundo e do país.

Souberam responder aos desafios de cada momento e, agora, neste mundo confuso e agitado,

eles são chamados a se unirem com as diversas formas de ser pequena comunidade, tornando-

se pontos de referência em cada rua, em cada prédio, em cada localidade.

81. Por tudo isso, determina-se forte investimento na formação de pequenas comunidades, sejam

territoriais, sejam afetivas ou de interesse. Nada justifica que esta prioridade não seja cumprida.

Não existem paróquias, movimentos ou grandes associações que não necessitem se

descentralizar, setorizar, possibilitando laços humanos mais diretos. Para isso, não existem

datas, pois o tempo é agora!

81.1 Cada Vicariato Episcopal Territorial encontrará, de acordo com sua realidade

específica, os caminhos para o fazer, concretizando, em seus planejamentos o que

aqui se determina.

81.2 O Vicariato Episcopal para a Vida Consagrada organizará Seminário ou Congresso com

Movimentos e Novas Comunidades para contato, troca de experiências e

planejamento sobre a Rede de Comunidades nestes ambientes.

82. Quis a Providência Divina que nossa Arquidiocese recebesse uma grande ajuda para o

incremento do processo descentralizador e gerador de pequenas comunidades. Este presente é

a Jornada Mundial da Juventude, a acontecer exatamente em 2013. A grandeza das Jornadas

consiste no fato de que elas não atingem somente os jovens, seus primeiros destinatários. As

Jornadas deixam um legado muito significativo para as Igrejas locais. Em se tratando da relação

com Jesus Cristo e com a Igreja, não podemos deixar de reconhecer que este legado poderá ser

realmente decisivo.

39 Ver o que está dito sobre este ministério no nn. 96-98

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83. Importa perceber aqui a fortíssima relação, que percorre todo este Plano Pastoral entre Jesus

Cristo e a Igreja. As Jornadas desejam alimentar no coração dos jovens o fascínio por Jesus

Cristo e o desejo pelo discipulado. As novas gerações se identificam com Jesus Cristo. Sentem-

se fascinadas por sua pessoa e sua mensagem sobre o Reino de Deus. Encontram, algumas

vezes, dificuldade em transformar este fascínio em vida eclesial. É por isso que precisamos,

desde agora, nos perguntar: qual será o rosto de Igreja que testemunharemos em preparação e

durante a realização da Jornada Mundial da Juventude? Em que sentido, a Jornada poderá

realmente ajudar a Igreja no Rio de Janeiro a testemunhar a efetiva vida em comunidade?

84. Com certeza, um dos pontos centrais da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em

2013, será o acolhimento. O carioca é acolhedor por natureza. Assim como o Redentor, que, do

alto do Corcovado, abre os braços para acolher todos os que aqui vêm, também o povo carioca

haverá de viver tão intensamente a Jornada que, pela vida em comunidade, testemunhará seu

discipulado.

85. Durante a Jornada, são acolhidos jovens de muitas partes do mundo. Eles se hospedam em

diversos locais de nossa cidade. A maioria dos jovens se hospeda e participa das catequeses em

locais adaptados, tais como quadras, salões e áreas semelhantes. Cada paróquia é chamada,

portanto, a entrar em contato com todos os possíveis espaços de alojamento, consultar sobre a

viabilidade, reservar a data e disponibilizar paroquianos para as equipes de serviço. As

paróquias não oferecem apenas suas próprias instalações, cruzando os braços se estas não

existirem. Pelo contrário, incrementam o contato com instituições da área paroquial, com as

quais pode até nem ter ocorrido relacionamento algum até o momento. Deste modo, a Jornada

empurra as comunidades católicas ainda mais para fora de si mesmas. Só isto já é um grande

legado.

86. Ao estabelecer contato com diversas instituições, ao visitar as ruas da área paroquial para que

os jovens se hospedem, realizem catequese e missão, as paróquias começam também a

descobrir inúmeras possibilidades de pessoas e locais para semeadura de novas comunidades.

O contato com estas pessoas, instituições e locais não poderá ficar restrito à finalidade

específica da Jornada, mas também à verificação - com respeito à autonomia de cada situação -

se naquele lugar ou com aquelas pessoas, não se pode iniciar uma pequena comunidade de Fé.

87. Conseqüentemente, o ano de 2013 será para o Rio de Janeiro, ao mesmo tempo, um Ano da

Igreja e um Ano da Juventude. As reflexões realizadas durante a Assembléia Arquidiocesana

viram que estes dois temas, Igreja e Juventude, não se excluem. Pelo contrário,

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complementam-se. Se, antes do Rio de Janeiro ser escolhido como sede da próxima Jornada

Mundial da Juventude, o ano de 2013, nas propostas ao 11º PPC, deveria ser o Ano da Igreja, a

indicação da Jornada não cancela esta possibilidade. Dá a ela um rosto diferente, é verdade,

mas um rosto com tamanho vigor e tantas possibilidades que não poderemos nos fechar a este

presente recebido. Seremos responsáveis não apenas pela realização da Jornada. Seremos

igualmente responsáveis pelos legados que a Jornada haverá de deixar para a ação

evangelizadora no Rio de janeiro.

88. Na verdade, 2013 é um rico convite a que os católicos do Rio de Janeiro vivam intensamente o

espírito do discipulado e da missão. Viveremos, em nível arquidiocesano, o Ano da Igreja, que

será também o Ano da Juventude. Viveremos igualmente o Ano da Fé. Unem-se, deste modo,

tantas possibilidades de crescermos ainda mais: Fé, Igreja e Missão.

89. Este ano tão rico será marcado, na Arquidiocese de S. Sebastião do Rio de Janeiro, pela

solenidade de seu padroeiro, isto é, 20 de janeiro e se encerrará na solenidade de Cristo Rei,

dia 24 de novembro, mesma data que o Santo Padre escolheu para encerrar o Ano da Fé 40.

89.1 Para a abertura, como também em 2012, não será realizado um evento especial. A

riqueza missionária da trezena em preparação à solenidade de nosso padroeiro, por si,

já é um grande momento evangelizador. Além dela, a tradicional procissão e seu

encerramento diante da Igreja-Mãe, nossa Catedral, servirão para que se eleve ao

Senhor da Messe ação de graças por tantos benefícios evangelizadores e se declare,

então, aberto o Ano da Igreja, o Ano da Juventude.

89.2 Em 2013, para a Solenidade de S. Sebastião, haverão de ser escolhidos tema, textos

bíblicos, cânticos e outros instrumentos evangelizadores sempre voltados para o tema

da Juventude. S. Sebastião foi um jovem discípulo missionário de Jesus Cristo, com

infinito amor pela comunidade dos irmãos. Na história de sua vida, a comunidade

sempre teve um papel importante. Lembremo-nos, especialmente em 2013, da

comunidade fraterna e solidária,que recolheu o jovem coberto de flechas e sangue,

cuidando dele até a recuperação e o retorno à missão.

90. Por certo, a vida das paróquias, dos movimentos e demais associações sofrerá alguma

transformação já em 2012 e mais ainda em 2013, para a realização da Jornada Mundial da

Juventude. Esta transformação, entretanto, não impedirá que se mantenha boa parcela do

40 cf: Bento XVI, Carta Apostólica Porta Fidei, 4

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ritmo regular da vida. É, pois, exatamente neste ritmo regular da vida de paróquias,

movimentos e demais associações que poderá e deverá ocorrer uma boa e efetiva reflexão

sobre:

90.1 A relação entre o discipulado de Jesus Cristo e a vida em comunidade.

90.2 Os laços humanos indispensáveis para que se considere um grupo verdadeiramente

comunidade.

90.3 Os motivos pelos quais a Igreja, há longo tempo, vem insistindo tanto na formação

destas pequenas comunidades.

90.4 Os caminhos pelos quais principalmente cada paróquia pode se tornar uma autêntica

comunidade de comunidades.

91. Outros aspectos devem, contudo, ser igualmente observados. Eles não se conflitam com as

celebrações da Jornada. Pelo contrário, podem e devem ser vividos no único espírito

evangelizador.

91.1 Fortalecimento da presença da Igreja junto às comunidades carentes, com a criação de

capelas ou lugares de culto e catequese, de modo que, ao final do período janeiro-

novembro 2013, a Arquidiocese do Rio de Janeiro tenha aumentado significativamente

sua presença junto a estas comunidades. Para isso, recomenda-se que, durante a

realização da Jornada Mundial da Juventude, notadamente nos dias de Catequese, os

jovens sejam convidados a visitar comunidades localizadas em regiões de maior

carência, vivendo o intercâmbio de vidas que se consagram ao mesmo Jesus Cristo.

91.2 Ao longo de 2012, analisar-se-á a viabilidade de se realizar um Encontro

Arquidiocesano das Comunidades Eclesiais de Base, como preparação para o

Intereclesial 2013 (Justiça e Profecia a Serviço da Vida).

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VVII

SSEERRVVIIÇÇOOSS EE MMIINNIISSTTÉÉRRIIOOSS

92. Nos últimos anos, vem crescendo ainda mais a consciência de que o papel de cada batizado é

fundamental para a Evangelização. Todos somos chamados e, na Igreja, há lugar para todos,

cada um com seu carisma, isto é, com os dons recebidos de Deus, e com os serviços

conseqüentemente assumidos. É por isso que tanto se tem falado ultimamente em ministérios.

93. Por melhores que sejam as técnicas, os recursos pedagógicos e tudo mais que possamos

imaginar e utilizar, a Evangelização não pode abrir mão de seu instrumento indispensável: o ser

humano. É por meio dele que a Boa Nova chega aos corações e à vida. Técnicas, aparelhagem e

recursos didáticos só valem na medida em que estão ligados a alguém. Surge, então, a figura

do(a) evangelizador(a). É o(a) agente de pastoral, como costumamos dizer. A este imenso grupo

de mulheres e homens de incontável dedicação devemos e precisamos sempre agradecer. Se

não fosse o trabalho que fizeram, não estaríamos aqui.

94. De fato, a evangelização é responsabilidade de todos e de cada um. Pelo batismo, somos

inseridos na vida nova em Jesus Cristo. Somos convocados a viver como cristãos, praticando o

bem, a honestidade e a fraternidade (testemunho). Somos igualmente convocados a anunciar

claramente este Jesus Cristo. O testemunho é a base do anúncio, mas não podemos parar nele.

Todo(a) batizado(a) é convocado(a) a fazer algo direta e claramente ligado à ação

evangelizadora. Trata-se de uma convocação, no dizer bíblico, a largar até mesmo as coisas

mais importantes para dedicar um tempo ao anúncio do Evangelho (cf Mt 8,22).

95. Ao longo da elaboração do 11º PPC, observou-se a persistência de um problema sério e antigo.

Apesar da clara identidade batismal apontar para a missão, o que, na maioria das vezes

encontramos, é pouca mão de obra para a evangelização. Uma curiosidade, no entanto, surge

aqui: por que, em algumas comunidades há gente e em outras, bem próximas, não há? Por que

algumas pastorais, movimentos ou associações crescem mais, apresentando maior número de

agentes de pastoral? No 10º PPC, rezávamos para que nossas comunidades fossem “atrativas

pelo exemplo, convidativas pelo acolhimento, fascinantes pelo partilhar” 41. Torna-se, deste

modo, necessário verificar os motivos da não participação e das resistências ao engajamento.

Precisamos, todavia, reconhecer que, na dinâmica do Reino de Deus, a força atrativa de Jesus

41 10º PPC, Orientações Específicas, nº 84.

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Cristo, presente na comunidade dos discípulos, é sempre mais forte. Para isso somos

fortalecidos pelo Espírito Santo. Se assim não fosse, com certeza, não existiriam cristãos hoje,

pois também nossos antepassados viveram momentos difíceis na ação evangelizadora em suas

épocas. Para nós, fica o desafio de não esmorecer e assumir com afinco a responsabilidade pelo

futuro.

96. Nesse sentido, é sempre bom recordar que dons e carismas são as aptidões que o Espírito

Santo dá a cada pessoa. Ninguém possui todos os dons. Ninguém pode dizer que seu dom ou

carisma é maior que os demais (cf 1 Cor 12,4-6.12-27; Ef 4,1-7; Rm 12, 3-8). Todos os dons são

distribuídos para a edificação da Igreja e para o anúncio do Evangelho. Serviços começam a

surgir quando os dons e carismas são assumidos e colocados à disposição da comunidade. Esta

é uma parte muito bonita da vida da Igreja. Como alegra ver gente se colocando a serviço, com

disponibilidade de coração, dedicando horas e horas, por exemplo, no atendimento aos pobres,

nos mutirões, na catequese, na visita aos doentes, na liturgia e em tantas outras situações! Já

os ministérios acontecem quando a Igreja oficialmente reconhece um serviço e oficialmente

envia em missão. Trata-se, como podemos ver, da chancela oficial da Igreja, através do bispo

diocesano, a um serviço que, muitas vezes, já vem sendo realizado há algum tempo.

97. Em nossa Arquidiocese, os ministérios com investidura são os seguintes: Acolhimento, Visitação,

Consolação e Esperança e Sagrada Comunhão. Este último ministério, o da Comunhão ou

Eucaristia, é o mais conhecido e mesmo o mais antigo. Atua em duas grandes frentes, levando a

comunhão aos impedidos de comparecer à missa e ajudando durante as celebrações, para que

as mesmas transcorram de modo tranqüilo, digno e no tempo justo. Os(as) ministros(as) da

Consolação e Esperança atuam diretamente nas capelas fúnebres, rezando pelos que morreram

e consolando os familiares e amigos. Estes dois ministérios já se consolidaram em nossa

Arquidiocese. Estes dois ministérios, ainda que de modos diferentes, possuem organização em

nível paroquial, vicarial e arquidiocesano. Possuem cursos para formação de novos(as)

ministros(as), investidura anual, momentos de formação permanente e celebração.

98. Em decorrência do 10º PPC, foram criados dois ministérios, o do Acolhimento e o da Visitação.

Estes ministérios viveram um tempo de adaptação. A idéia foi lançada, o tempo permitiu

experiências e amadurecimento e o período de elaboração do 11º PPC foi dedicado a avaliar a

missão e o modo de seu exercício, bem como verificar o caminho a ser percorrido no futuro.

99. Quanto ao ministério do Acolhimento, na maioria das vezes, ele tem ficado muito restrito ao

acolhimento litúrgico, ou seja, antes das missas, sendo esta a forma mais comum de exercício

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deste ministério. O desafio consiste em transpor o período das celebrações e fazer disso uma

atitude constante, manifestando uma igreja sempre pronta a acolher e aqui se destacam duas

situações bem concretas:

99.1 Igrejas abertas o máximo possível do tempo, em especial aquelas localizadas em

lugares de grande trânsito de pessoas.

99.2 Gente disponível para acolher, escutar, conversar e rezar junto com quem chega.

100. Estes dois exemplos, tão simples e tão conhecidos nossos, mostram que o rosto da Igreja,

nestes tempos de Nova Evangelização, há de ser um rosto de forte acolhimento, com

comunidades aptas, se possível vinte e quatro horas por dia, a testemunhar o eterno e radical

amor de Jesus Cristo, que sempre tem compaixão das ovelhas (cf. Mt 9,36) Assim como as

multidões daquele tempo acorriam a Jesus, levando-lhe principalmente as tribulações, também

hoje, num tempo em que as raízes mais profundas se mostram frágeis, em que as condições de

vida para muitos não se mostram presentes e os valores reinantes não são realmente capazes

de trazer paz e felicidade, também hoje, portanto, é um tempo em que os discípulos

missionários são chamados a seguir pelo mesmo caminho do seu Senhor: acolher as ovelhas

abandonadas, perdidas, sofridas (cf. Mt. 9,27; Mt 15,22; Mt 20,30; Mc 10,47).

101. Este acolhimento aponta para uma atitude que, embora sempre válida, vem adquirindo

importância vital em nossos dias e em todos os setores. Trata-se do contato pessoal, do

acolhimento individual. Gostamos de ser acolhidos, ouvidos e ajudados em nossas dores

específicas. Por isso, as perguntas que o ser humano de hoje tanto se faz podem ser resumidas

a estas:

− O que impede de que, mesmo reconhecendo a dor de tantos outros irmãos e irmãs, eu

possa ser acolhido, escutado, ajudado e abençoado?

− Quem haverá de ouvir a minha dor?

− Quem haverá de compreender o que vivo, com minhas alegrias e dores e me ajudar a

encontrar Jesus Cristo em meio a tudo isso?

− Quem rezará por mim e comigo?

102. Este processo de individualização traz para a ação evangelizadora algumas conseqüências, das

quais duas se destacam. A primeira, já indicada antes, se refere à presença da comunidade o

mais próximo possível de onde as pessoas estão. A segunda conseqüência é, na verdade, a

radicalização da primeira, pois somos atualmente impelidos a levar a ação evangelizadora até

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cada pessoa, em sua individualidade, com tudo aquilo que cada pessoa traz consigo. São duas

etapas do mesmo movimento: ir ao encontro das pessoas, implantando comunidades e ir ao

encontro das pessoas acolhendo-as em suas individualidades. Trata-se de ir, portanto, cada vez

mais intensamente, ao encontro das pessoas.

103. Ao longo da elaboração deste 11º PPC, muito se refletiu a respeito de dois serviços diretamente

ligados a esta atitude pastoral de ir ao encontro das pessoas. Falamos de escuta e dos

introdutores. A escuta, como o nome da já indica, é o serviço pelo qual se acolhe cada irmão e

irmã, em sua individualidade, especialmente nas angústias, mas também, é claro, nas alegrias.

Num mundo de correria, agitação, em que até mesmo familiares não se encontram para a

gratuidade do convívio que partilha sonhos, dores e sucessos, cabe aos discípulos missionários

de Jesus Cristo testemunhar o valor do gratuito encontro entre pessoas, um encontro pelo qual

nada se cobra, nada se revela e tudo é ofertado em oração ao Deus do Reino. O serviço dos

Introdutores 42 tem como função acolher, acompanhar, escutar, visitar os que buscam

especificamente a Iniciação ou Reiniciação Cristã, em suas primeiras etapas, fazendo-o no

modo mais personalizado possível.

104. O discernimento realizado ao longo da elaboração deste 11º PPC concluiu, com ratificação na

Assembléia Arquidiocesana, que os serviços da escuta e dos introdutores devem permanecer

exatamente como serviços nascidos no coração das comunidades. Caberá, portanto, às

comunidades discernir e alimentar os dons surgidos, apresentando-se capazes de acolher,

escutar e ajudar a descobrir ou redescobrir Jesus Cristo e a Igreja. Não devem ser por enquanto

instituídos como ministérios.

105. Quanto ao Ministério do Acolhimento, seja mantido, em toda a Arquidiocese, nos moldes em

que se encontra, criando-se, o mais breve possível a respectiva Comissão Arquidiocesana, a

partir das comissões vicariais já existentes. Caberá a esta comissão refletir sobre a identidade, a

missão e os rumos do Ministério do Acolhimento na Arquidiocese do Rio de Janeiro.

106. Quanto ao Ministério da Visitação, antes de se criar a respectiva comissão arquidiocesana,

realizem-se, sob a responsabilidade da Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, estudos para

melhor se verificar a identidade deste Ministério, bem como os rumos a partir dos quais ele

será vivenciado.

107. O Ministério da Palavra foi aprovado e, de acordo com as indicações deste Plano Pastoral

42 cf RICA – Ritual da Iniciação Cristã de Adultos nº 32.

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deverá passar por um tempo de estudo e respectiva implantação 43.

108. O Ministério da Sagrada Comunhão, o mais antigo na Arquidiocese do Rio de Janeiro, tem sido

vivido com entusiasmo. Pede-se que se supere a predominância litúrgica no exercício deste

ministério, integrando-se ainda mais com a Pastoral da Saúde, de modo que os enfermos e os

impossibilitados de comparecer à igreja não fiquem privados da Sagrada Comunhão.

109. O Ministério da Consolação e Esperança foi reconhecido como outro exemplo de um dom, que

se tornou serviço e, com o tempo, foi assumido pela nossa Arquidiocese como ministério. Sua

maior dificuldade está no fato de que a presença do carisma é crucial, fato que reduz a

disponibilidade das pessoas. Duas indicações foram recordadas durante as etapas de

elaboração deste 11º PPC e assumidas oficialmente na Assembléia Arquidiocesana:

109.1 Paróquias que não possuem cemitérios em sua jurisdição são convocadas a se unir

àquelas que os possuem, buscando entre os paroquianos quem possua o carisma

específico para a Consolação e Esperança. Lembremo-nos de que o Espírito Santo,

fonte dos dons e carismas, não se prende a jurisdições.

109.2 Ampliação do exercício do Ministério para além do momento das exéquias, exercendo-

o também no período entre o funeral e a missa de 7º dia, através, por exemplo, de

visitas aos enlutados.

110. Com relação ao tempo de exercício de um ministério, constatou-se a existência de duas

situações com as quais é necessário ter bastante atenção a fim de se encontrar o respectivo

equilíbrio. Idêntica preocupação se expandiu também para os serviços de coordenação em

todos os âmbitos da ação evangelizadora. As duas situações são as seguintes:

110.1 Necessidade do dom ou carisma para o exercício de um ministério e mesmo para

coordenar um serviço.

110.2 Regulamentação do tempo no exercício de um ministério ou coordenação de modo a

permitir o surgimento de lideranças e renovação dos quadros.

111. Em vista do equilíbrio, assim se determina durante o tempo de vigência deste 11º PPC:

111.1 À diferença do 10º PPC, que estabelecia um princípio único para ministérios e

coordenações 44, determinar soluções diferentes para cada um.

43 cf. nº 58.6

44 cf. 10º PPC, Orientações Específicas, nn 225 e 233

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111.2 O Ministério da Sagrada Comunhão será exercido por um período de dois anos, sendo

renovável tantas vezes quantas se fizer necessário, de acordo com a avaliação do

pároco e supervisão do vigário episcopal do território.

111.3 O Ministério da Consolação da Esperança será exercido por tempo indeterminado, com

acompanhamento pela respectiva comissão arquidiocesana.

111.4 Os Ministérios do Acolhimento e da Visitação terão o tempo de seu exercício

determinado após as avaliações indicadas neste Plano Pastoral.

111.5 As coordenações, em todos os níveis, serão exercidas pelo prazo de dois anos, com a

possibilidade de apenas uma renovação, perfazendo, portanto o total de quatro anos.

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VVIIII

EEMM PPEERRMMAANNEENNTTEE EESSTTAADDOO DDEE MMIISSSSÃÃOO

112. A igreja, nós sabemos, é missionária desde a sua origem. Nossos dias, porém, trazem a atividade

missionária para os primeiros lugares da preocupação pastoral. Nosso bairro, nossa casa e nossa família

se tornaram áreas onde o anúncio de Jesus Cristo deve ser feito com todo empenho. É, pois, neste

contexto missionário que se compreende o “recomeçar a partir de Jesus Cristo” indicado por Aparecida,

bem como o destaque dado à Iniciação Cristã, ao contato com a Palavra de Deus, às redes de pequenas

comunidades, serviços e ministérios.

113. Trata-se de uma atitude em nível pessoal e em nível pastoral. Em nível pessoal, destacam-se o

testemunho e o engajamento em alguma atividade evangelizadora. Em nível de grupo, todas as pastorais,

associações e demais entidades não podem ficar satisfeitas com o que já realizam. É preciso ir mais longe

45, chegando a ambientes e situações até então não atingidas. Esta é a grande passagem que Aparecida

nos interpela a fazer: passagem de uma pastoral de conservação ou manutenção para uma pastoral

decididamente missionária 46

114. Em nossos dias, a missionariedade não é mais atributo de uma pastoral específica, no caso, a Pastoral

Missionária. Cresce, cada vez mais, a consciência de que todas as pastorais, movimentos, associações e

demais organismos são missionários e precisam assumir de modo mais intenso esta perspectiva

missionária nas suas opções e prioridades. Não basta afirmar que, sendo pastoral, já é automaticamente

missionária. O risco da pastoral de conservação é muito grande. Podemos estar trabalhando bastante,

sem, contudo, perfil missionário.

115. Alguns exemplos podem nos ajudar a compreender o salto missionário que devemos dar. No caso da

pastoral familiar, é necessário estar atento às novas situações que vão surgindo com o advento de um

novo perfil de família. É preciso dar atenção ainda maior às famílias em crise, com disponibilidade para

atendê-las no momento da crise e não apenas nos horários previamente estabelecidos ou na palestra do

final do mês. É preciso acolher com carinho e respeito às normas da Igreja os casais de segunda união,

ajudando-os na vida de comunidade e lhes orientando para que pleiteiem a nulidade matrimonial, caso

exista objetivamente esta possibilidade. Precisamos incrementar ainda mais, dentro do Setor Pós-

Matrimonial, da Pastoral Familiar, atenção aos recém casados, cujas dificuldades, até mesmo em nível

humano, aumentam o risco da não perseverança.

45 Lc 5,4; JOÃO PAULO II, Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, nn. 1-15

46 cf DA 370

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116. Um segundo exemplo muito desafiador em nossos dias é o da juventude. Sentimos, cada dia mais, que

vários dos nossos grupos jovens já não têm a força atrativa de tempos atrás. Ficamos incomodados com a

distância entre a ação pastoral costumeira e a presença no mundo das escolas e universidades, onde

vários de nossos jovens se encontram. O que dizer dos meios de comunicação, da internet e outros

ambientes aos quais a juventude é tão sensível?

117. No campo das pastorais sociais, deparamo-nos com “novos rostos de empobrecidos”, cuja realidade não

enxerga mais qualquer possibilidade de solução 47

. Reconhecendo o imenso trabalho feito neste campo,

somos chamados a assumir missionariamente a existência de formas novas de pobreza e

sofrimento,formas mais agudas, que nos desconcertam, sem, contudo, nos imobilizar. Geração de renda,

moradia, saúde, alimentação e segurança encontram-se entre os direitos básicos de todas as pessoas,

cabendo ao anúncio evangelizador trabalhar missionariamente também pelo seu crescimento.

118. Durante as fases de preparação do 11º PPC, constatamos que, no entanto, ainda se faz necessário dar

muitos passos. A conseqüência maior do distanciamento prático em relação ao Documento de Aparecida

está na dificuldade de se realizar a conversão pastoral. Esta indicação já é conhecida, mas seu significado

ainda não está suficientemente claro. Conversão pastoral é a resposta que a Igreja é chamada a dar

diante das transformações. Se o mundo mudou, o jeito de evangelizar tem que mudar também: novo

mundo e novos desafios, então, novo jeito de evangelizar. Conversão pastoral não pode ser confundida

com conversão pessoal. Não se refere às atitudes humanas de abertura ou fechamento do coração a

Deus e à missão. É, então, a mudança de atitude que deve marcar tudo que é feito em termos pastorais.

Já não se trata tanto de pressupor que a relação com Jesus Cristo e com a Igreja esteja tranqüila no

coração das pessoas. Em nosso tempo, fala-se tanto de Jesus Cristo, cada um dizendo uma coisa. Em

nosso tempo, existe religião para todo gosto. Jesus Cristo e a comunidade dos discípulos, isto é, a Igreja

precisam ser testemunhados e anunciados. A colocação destes dois aspectos em primeiro lugar pode ser

chamada de conversão pastoral.

119. Conseqüentemente, estado permanente de missão significa colocar o anúncio de Jesus Cristo e da Igreja

em primeiro lugar, não pressupondo que estes dois aspectos estejam claros e assumidos pelas pessoas. É

preciso sair em busca dos que estão afastados. É preciso setorizar sempre mais a comunidade. É preciso

chegar aos hospitais, aos colégios, às instituições prisionais. É preciso, enfim, ir. No entanto, este ir deve

ser marcado, acima de tudo, pela preocupação em testemunhar e anunciar Jesus Cristo e a comunidade

dos discípulos, permitindo que, através da comunidade dos discípulos, com todas as características que a

Bíblia indica 48

, as pessoas descubram ou redescubram Jesus Cristo.

120. Se, portanto, as indicações deste 11º PPC ficaram claras até aqui, torna-se fácil compreender como levar

adiante esta nova perspectiva de missão. Podemos mesmo falar que este Plano de Pastoral é a

47 DA 402, 65, 257

48 Por exemplo: At 2,42-47; 4,32-35; 5,12-16

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11º PLANO DE PASTORAL

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concretização para a realidade do Rio de Janeiro de uma Igreja em permanente estado de missão. Mais

uma vez, podemos utilizar as imagens do corpo e da engrenagem com suas rodas dentadas. Cada uma

das prioridades deste 11º PPC se compara a uma parte. Toda a engrenagem ou todo o corpo têm por

meta colocar a Igreja carioca em estado permanente de missão.

121. O estado permanente de missão, mais do que um conjunto de atividades a serem desenvolvidas, no

estilo da Missão Popular, pode ser considerado como uma proposta geral a iluminar e orientar todas as

atividades desenvolvidas por paróquias, movimentos e demais entidades. Não pode, conseqüentemente,

ser confundido com a Missão Popular ou atividades semelhantes. Estas visitas ocasionais fazem parte do

conjunto de medidas que ajudam a criar a mentalidade missionária nos católicos. Junto com as visitas

missionárias, devem ocorrer a descentralização e a setorização, o fortalecimento dos ministérios já

existentes, a criação de novos ministérios, conforme indicado acima e o destaque para a iniciação cristã.

122. Tampouco se pode deixar de lado a sensibilidade missionária ad gentes. Nossa Arquidiocese tem atuado

muito diretamente na Diocese de Parintins (AM) e na Prelazia de Paranatinga (MT). A cada ano, as

equipes missionárias nestas duas igrejas irmãs vão se fortalecendo e, com isso, também a nossa

consciência missionária.

123. Como exemplo, podemos indicar a presença em Paranatinga. O grupo vem crescendo bastante.

As viagens missionárias anuais vêm apresentando os números a seguir indicados, números que

não têm crescido por questões logísticas, não por falta de missionários. Além disso, em 2011,

dois diáconos se apresentaram para viver seu período diaconal naquela prelazia, em nome da

nossa Arquidiocese.

Ano Missionários Ano Missionários

2003 4 2008 32

2005 8 2009 43

2006 12 2010 44

2007 16

2011 44

124. Um dos grandes perigos para a missão é o estabelecimento da condição preparo total. Trata-se daquele

pensamento que, olhando para a realidade interna das comunidades, percebe os limites e as fragilidades,

sentindo, então, insegurança para sair e evangelizar. Esta, por certo, é uma atitude prudente, pois

ninguém dá o que não tem. O problema é que nunca nos consideraremos devidamente preparados para

sair em missão. Ou vamos com o que somos e temos ou nunca iremos. Esta atitude não significa

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despreparo, desorganização ou coisa parecida. Significa que não podemos utilizar a constatação de

nossos limites para justificar a acomodação e ausência missionária.

125. Alguns ambientes necessitam de especial atenção missionária:

125.1 Iniciação cristã de crianças, ou, como estamos acostumados a dizer, a catequese infantil,

apresentou uma dificuldade crônica em seu trabalho, dificuldade que indica a urgência de uma

postura mais missionária. Trata-se do relacionamento entre comunidade-catequista, criança e

família. Muitas vezes, as famílias procuram a comunidade para que a criança receba apenas a

instrução necessária para fazer a primeira comunhão. As famílias resistem muito a

preparações longas, presença na missa dominical e encontros fora do dia específico para o

catecismo. As comunidades, por sua vez, tentam o que podem no sentido de envolver as

famílias. Há casos em que os resultados são muito bons. Costuma-se dizer que os filhos puxam

os pais. Na maioria das vezes, porém, o que ainda se experimenta é a tristeza de ver as

crianças se afastarem da comunidade após a primeira comunhão. Neste caso, como a

comunidade inteira é responsável pelos que chegam, é necessário incrementar efetivamente

uma pastoral de conjunto, em que outros grupos, como, por exemplo, a Pastoral da Família,

atuem em parceria.

125.2 Outro problema diz respeito à acomodação no que se está acostumado a fazer. De fato,

mudança de mentalidade é a mais difícil de ser feita. É por isso que evangelizar não é apenas

ensinar normas religiosas. Evangelizar é mudar a mentalidade, pensando e agindo diferente,

mesmo que existam hábitos milenares. A dificuldade é tanta que tendemos a justificar nossas

resistências afirmando que tem dado certo ou então apenas mudando a nomenclatura de

certas atividades. Mudam-se os nomes, mas as atitudes permanecem as mesmas.

125.3 Uma destas mudanças diz respeito ao modo como acolhemos as pessoas para as preparações

ao batismo e ao matrimônio. A leitura da realidade pastoral carioca mostrou que ainda

estamos excessivamente presos à metodologia de palestras, enquanto as pessoas querem

participar mais, falar mais, sentir mais. Este é, sem dúvida, um dos grandes desafios, pois as

pessoas também querem e precisam escutar mais. Diante da incerteza de critérios e valores,

não é possível deixar de dizer a verdade que brota do Evangelho. O problema é que este dizer

não significa apenas fazer palestras. É possível dizer de outro modo, com uma pedagogia um

pouco mais interativa.

125.4 Um obstáculo reconhecido para o estado permanente de missão é a centralização de

atividades apenas na matriz paroquial ou em algumas capelas. O processo de descentralização,

indicado como uma das prioridades desde o 10º PPC, precisa ser levado adiante com afinco

ainda maior.. Diversas paróquias ainda não se setorizaram nem investiram em pequenos

grupos, que se tornam sementes de futuras comunidades.

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126. Diante destes fatos, determina-se:

126.1 A realização de cursos e outros meios para conhecimento do Documento de Aparecida,

iniciando-se por um curso arquidiocesano, sob a responsabilidade da Coordenação

Arquidiocesana de Pastoral, com a participação de lideranças vicariais, de movimentos e

outras entidades, e continuação do mesmo curso nos diversos níveis: vicarial, forâneo e

paroquial.

126.2 Articulação do estudo do Documento de Aparecida com as atuais Diretrizes Gerais da Ação

Evangelizadora na Igreja do Brasil, para o período 2011-2014, da CNBB, que procuraram

concretizar, para a realidade brasileira, as grandes intuições de Aparecida.

126.3 Continuidade das ações missionárias em Parintins e Paranatinga, sob a coordenação do

COMIDI – Conselho Missionário Arquidiocesano e a busca de soluções mais permanentes para

a sustentação financeira destas atividades.

126.4 Urgência na descentralização pastoral.

126.5 Compreender e realizar os trabalhos de preparação da Jornada Mundial da Juventude como

um grande período missionário, seja na etapa de preparação da Jornada, seja após sua

realização. Antes da Jornada, buscar-se-ão locais para acolhimento dos jovens e diálogo com

toda a cidade para manifestar o espírito acolhedor do carioca, seja na etapa de execução,

quando os jovens poderão visitar as comunidades do Rio de Janeiro e estas, em espírito de

acolhimento missionário, os receber de braços abertos. Após a Jornada, recolher-se-ão os

frutos de todo o empenho anterior, para se ter um trabalho ainda mais missionário com e a

partir dos jovens.

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VVIIIIII

AA SSEERRVVIIÇÇOO DDAA VVIIDDAA EEMM TTOODDAASS AASS SSUUAASS IINNSSTTÂÂNNCCIIAASS

127. Nossa época não se fecha ao nome de Jesus Cristo. Pelo contrário, Jesus é mencionado em

diversos lugares e ambientes. A questão consiste em saber se a referência a Jesus está

verdadeiramente de acordo com o que Ele ensinou e fez. Lembremo-nos de que “nem todo que

diz Senhor, Senhor entra no Reino dos céus”(Mt 7,21). Num tempo em que, em nome de Jesus,

fazem-se coisas que Jesus nunca faria, o diferencial mais palpável dos autênticos discípulos

missionários é o amor à vida, um amor que defende, protege, zela pela vida, especialmente

quando ameaçada.

128. As DGAE nos recordam que “a vida é dom de Deus! O Evangelho da vida está no centro da

mensagem de Jesus. ... A missão dos discípulos é o serviço à vida plena 49. A Igreja no Brasil ...

proclama com vigor que as condições de vida de muitos abandonados, excluídos e ignorados

em sua miséria e dor, contradizem o projeto do Pai e desafiam os discípulos missionários a

maior compromisso a favor da cultura da vida 50. Ao longo de uma história de solidariedade e

compromisso com as incontáveis vítimas das inúmeras formas de destruição da vida, a Igreja se

reconhece servidora do Deus da Vida. A nova época que, pela graça deste mesmo Deus, haverá

de surgir, precisa ser marcada pelo amor e valorização da vida, em todas as suas dimensões. A

omissão diante de tal desafio será cobrada por Deus e pela história futura”. 51

129. Quando olhamos ao nosso redor e, mais ainda, quando temos nossos corações voltados para

Jesus Cristo, alargamos nosso olhar ao mundo inteiro, ficamos assustados. Em nosso tempo, a

vida se encontra de tal modo ameaçada que se fala até em cultura da morte. Trata-se de uma

mentalidade que, na prática, valoriza a morte, a destruição, o afastamento e o aniquilamento.

Dito de modo muito simples: se alguém ou algo me incomoda, eu destruo porque quero e

porque tenho os meios para fazê-lo. Ou, então, se posso lucrar um pouco mais, por que vou

reduzir meus ganhos? Só para que a vida de pessoas e até mesmo do planeta seja protegida?

Este raciocínio acontece com o aborto, por exemplo. Se uma gravidez é indesejada, se a criança

49 DA, cap. VII.

50 DA 358.

51 cf DGAE 65-66

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que vai nascer é vista como inconveniente, por que não destruí-la? Outros exemplos podem ser

acrescidos à lista das situações que agridem e destroem a vida 52.

130. Nossas comunidades possuem grande sensibilidade em relação aos sofredores e a

solidariedade não está esquecida. Estas são algumas das inúmeras situações através das quais a

vida é ameaçada. Elas indicam que há muito com que nos preocuparmos e muito trabalho a

fazer:

− Violência, tanto nas famílias (violência doméstica), quando na sociedade em geral. Vários

relatórios manifestaram a angústia diante das mortes, chacinas e outras situações com

as quais as comunidades precisam conviver.

− Pessoas que vivem em locais de risco, em sub-habitações ou mesmo sem habitação

alguma, perambulando pelas ruas.

− Aborto, eutanásia, tráfico de drogas e de armas.

− Consumismo, hedonismo, padrões estereotipados de beleza, gravidez precoce,

prostituição.

− Abandono, desrespeito e maltrato aos idosos.

− Vícios, dependência química de todo tipo, entre os quais, alcoolismo e tabagismo.

− Corrupção, desvio de verbas públicas.

− Manipulação do nome de Deus em vista de lucro pessoal.

131. Frente a estes e outros fatos, precisamos nos lembrar que o cristianismo é necessariamente

interpelador. Cristão que se acomoda diante da cultura da morte vai dar contas a Deus pelo

pecado da omissão. Eis porque é crucial defender, promover e resgatar a dignidade da vida em

todas as situações, em todos os momentos, desde a vida ameaçada de não nascer até a vida

impedida de morrer naturalmente. Entre estes dois momentos, quanta dor, quanta angústia!

Quantos os desafios, por exemplo, ligados à segurança pública, à geração de renda, à

honestidade na vida política! É impossível não assumir o compromisso com a vida como uma

das prioridades do 11º PPC!

132. Também neste ponto, as atuais DGAE são bastante claras: “Ao mergulhar nas profundezas da

existência humana, o discípulo missionário abre seu coração para todas as formas de vida

52 DA 65 e 402

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ameaçada desde o seu início até a morte natural. Na medida em que nenhuma vida existe

apenas para si, mas para outras e para Deus este é um tempo mais do que propício para a

articulação e integração de todas as formas de paixão pela vida. Só assim conseguiremos, de

fato, vencer os tentáculos da cultura de morte. Contemplando os diversos rostos de sofredores,

o discípulo missionário enxerga, em cada um, o rosto de seu Senhor53. Seu amor por Jesus

Cristo e Cristo Crucificado (cf 1Cor 1,23-25), leva-o a buscar o Mestre em meio às situações de

morte (cf. Mt 25,31-46). Leva-o a não aceitar as situações de morte, sejam elas quais forem,

envolvendo-se na preservação da vida. O discípulo missionário reconhece que seu sonho por

vida eterna leva-o a ser, já nesta vida, parceiro da vida e vida em plenitude 54. Daí o “ratificar e

potencializar a opção preferencial pelos pobres”55, “implícita a fé cristológica naquele Deus que

se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza”56, e que deverá “atravessar todas

as suas estruturas e prioridades pastorais”manifestando-se “em opções e gestos concretos”57.

133. Alegra, por isso, perceber que não estamos parados diante de tanta dor. Ao contrário, diversas

ações já estão acontecendo. Estes exemplos indicam que estamos trabalhando bastante no

sentido de impulsionar a cultura da vida, cultura que resgata os valores éticos, voltados para o

bem comum, a integridade de todas as pessoas e a preservação do planeta.

133.1 Alfabetização para adultos, pré-vestibulares e outras atividades para inserção social.

133.2 Atendimentos médico, jurídico e psicológico.

133.3 Sensibilidade para pessoas e grupos que necessitam de atenção diferenciada, como,

por exemplo, as jovens gestantes, as crianças em situação de quase perda dos laços

familiares ou os dependentes químicos.

133.4 Abertura e manutenção de casas de acolhida e comunidades terapêuticas para

dependentes químicos.

133.5 Presença sempre maior no mundo da deficiência, sempre trabalhando para que os

direitos humanos e de cidadania sejam efetivamente respeitados.

53 DA 32, 65 e 402.

54 cf DGAE 67

55 DA 396; 407-430

56 cf DA 391-398, DI 3

57 DA 397; cf. BENTO XVI, Deus Caritas est 28 e 31.

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133.6 No campo da ecologia, conscientização, coleta seletiva de lixo e reciclagem. Apoio a

cooperativas e outras entidades ligadas aos recicladores.

133.7 Abertura dos espaços das comunidades para encontros, debates e cursos voltados

para todas as questões ligadas à vida, especialmente as que dizem respeito à vida do

bairro, da região.

133.8 Valorização de algumas iniciativas de lei, como a Lei 9840, contra a corrupção eleitoral,

a Lei da Ficha Limpa e a Lei Seca.

133.9 Participação na formação e nos processos de escolha dos membros dos conselhos de

direitos e cidadania, como, por exemplo, nos Conselhos Tutelares.

134. No entanto, apesar de todo o trabalho feito, algumas limitações foram também apresentadas

ao longo da elaboração deste Plano Pastoral:

134.1 A conscientização sobre o valor da vida fica restrita, às vezes, às palestras e às

homilias, sem que surjam ações concretas. É preciso certamente falar, mas é preciso

também agir.

134.2 Acomodação diante do volume de dificuldades. Em geral, costuma-se dizer que

fazemos o que podemos. Esta compreensão, embora verdadeira e realista, não pode

nos levar à acomodação. Diante da vida ameaçada, sempre haverá algo mais a fazer.

134.3 Enfraquecimento das chamadas pastorais sociais, com dificuldade para renovação das

pessoas.

134.4 Pouca informação e comunicação sobre o que é feito em termos de promoção

humana e defesa da vida. Sabemos que a solidariedade não deve ser usada como

propaganda, mas a falta de comunicação pode se tornar um empecilho ao

crescimento do trabalho.

134.5 Baixa articulação entre trabalhos feitos por comunidades vizinhas.

135. Para que a Igreja no Rio de Janeiro se comprometa ainda mais com a defesa e a promoção da

vida, determina-se:

135.1 Dedicação do ano de 2014 à reflexão sobre a responsabilidade cristã em favor da vida

em toda a Arquidiocese do Rio de Janeiro. Será, de algum modo, o Ano da Caridade

Social, isto é, o ano que não apenas realizaremos o Fórum das Pastorais Sociais uma

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única vez, mas buscaremos, sob a orientação do respectivo Vicariato, caminhos para

maior integração, comunicação e dinamização.

135.2 A criação de comissões em favor da vida nas paróquias e vicariatos, em conjunção de

esforços com a Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida.

135.3 Criação urgente de instrumentos de comunicação na área da Caridade Social, como,

por exemplo, aproveitar o portal da Arquidiocese para nele inserir um setor onde se

partilhariam as informações sobre o que está acontecendo, os cursos oferecidos e

tudo mais ligado ao tema.

135.4 Continuidade no trabalho dos projetos de lei de iniciativa popular. Estudar a

viabilidade de um projeto na área do ensino religioso. Para isso, seria de grande

utilidade articular as atividades da Caridade Social com o trabalho dos Juristas

Católicos.

135.5 Ajudar as comunidades católicas a compreenderem, divulgarem e aplicarem as

seguintes leis: 9840, Ficha Limpa, Lei Seca e Maria da Penha. Ainda que nem todas

tenham surgido da iniciativa popular, são leis que atuam diretamente nas causas da

violência e em diversas formas de agressão à vida.

135.6 Implantação de serviços de acolhimento telefônico para as diversas situações de risco,

como, por exemplo, o Disk-Vida, para as mulheres que vivem uma gravidez indesejada,

ou para situações de depressão, crise conjugal ou solidão.

135.7 Continuidade do trabalho de formação para os Conselhos de Direitos.

135.8 Continuidade e mesmo intensificação do apoio arquidiocesano a quem, motivado pela

fé, assume o compromisso político, em cargos eleitorais ou semelhantes, respeitando-

se a legislação eleitoral.

136. “O serviço testemunhal à vida, de modo especial à vida fragilizada e ameaçada, é a mais forte

atitude de diálogo que o discípulo missionário pode e deve estabelecer com uma realidade que

sente o peso da cultura da morte. Na solidariedade de uma igreja samaritana, o discípulo

missionário vive o anúncio de um mundo diferente que, acima de tudo, por amar a vida,

convoca à comunhão efetiva entre todos os seres vivos” 58.

58 cf DGAE 72; DA 27

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IIXX

JJUUVVEENNTTUUDDEE::

DDIISSCCIIPPUULLAADDOO EE MMIISSSSÃÃOO

137. Nestes tempos em que celebramos o cinqüentenário de convocação do Concílio Vaticano II,

alegramo-nos com o fato de que a juventude tenha sido um destaque no 11º PPC. À luz do Concílio,

recordamos que a juventude sempre recebeu da Igreja um carinho especial. No dia 7 de dezembro

de 1965, os padres conciliares escreveram uma mensagem a todos os jovens, conclamando-os a

receber a tocha da vida das gerações anteriores e contribuir para a construção do futuro com base

na dignidade, na liberdade e no direito das pessoas.

138. Em 1º de janeiro de 1985, o Beato João Paulo II dedicou sua mensagem para a Jornada Mundial da

Paz exatamente aos Jovens. Era o Ano Internacional da Juventude. Em 31 de março daquele mesmo

ano, Domingo de Ramos, o Papa escreveu uma longa e carinhosa mensagem a todos os jovens.

Depois de reconhecer que a própria Igreja se espelha nos jovens, afirmou serem eles a esperança da

Igreja, que, exatamente como jovem, vê a si mesma e sua missão no mundo.

139. Era o final do século XX, o mundo se transformava e o Papa João Paulo II percebia a importância

dos jovens. Por isso, conclamou-os a um grande encontro, no ano seguinte, 1986, através do qual a

Fé reunisse jovens de todas as partes do mundo, integrando culturas e diversidades em torno do

mesmo Senhor. Para a primeira Jornada Mundial da Juventude, celebrada em Roma, no Domingo de

Ramos, o Papa indicara como tema o conhecido versículo de 1Pd 3,15: “Estai sempre prontos a dar a

razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir”.

140. É, pois, com este fio condutor que, a partir de então, as Jornadas Mundiais da Juventude vêm

acontecendo anualmente, sem cessar. Algumas vezes, ocorrem em Roma; outras vezes, em uma

cidade especialmente escolhida. O Santo Padre Bento XVI escolheu o Rio de Janeiro para sediar a

Jornada de 2013. Deste modo, a Jornada Mundial da Juventude marcará a vivência do 11º PPC 59 e

este Plano marcará de algum modo a celebração da Jornada. Para compreender esta forte ligação.

Basta considerar os dois lemas, o da primeira Jornada e o que nos foi oferecido como presente para a

Jornada de 2013: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações!” (Mt 28,19)

59 cf. nn 72ss

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141. Quando olhamos o lema da primeira Jornada e o lema que nos foi presenteado para a Jornada

de 2013, compreendemos com grande clareza o que significa ser discípulo missionário de Jesus Cristo.

O discípulo é aquele que, tendo contemplado a pessoa de Jesus Cristo, nela se enraíza (cf Mt 7,24),

tornando-se sempre pronto a manifestar quem é Aquele que dá sentido à sua vida e à vida de todas

as criaturas (cf Cl 1,15-20; 1 Cor. 15, 27-28). A firmeza em Cristo Jesus, lema da Jornada de Madri (cf

Cl 2,7), necessariamente transborda em missão, lema da Jornada do Rio de Janeiro. Este é, em

grandes palavras, o objetivo de toda ação evangelizadora junto aos jovens: anunciar-lhes e lhes

reanunciar a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo, para que, por Ele fascinados, os jovens O

testemunhem e anunciem, atuando, lá onde estiverem, como sal, luz e fermento do Reino de Deus 60.

142. O 10º PPC foi bastante marcado pelos desafios evangelizadores trazidos do mundo da

juventude 61. Suas indicações manifestavam a preocupação quanto aos desafios socioculturais

enfrentados pelos jovens, mas também quanto aos modos como a ação evangelizadora os acolhia.

Levantaram-se, então, várias sugestões 62, entre as quais se destacava uma, que podemos chamar de

fio condutor. Trata-se da capacidade de estar presente entre os jovens não apenas através de

caminhos e formas comuns às décadas anteriores. É preciso, advertia o 10º PPC, construir uma ação

evangelizadora junto à juventude que esteja presente em todos os ambientes onde os jovens vivem,

por isso mesmo, ação diversificada, plural em suas concretizações e dialogal no jeito de integrar as

diversidades. O resultado maior, na Arquidiocese do Rio de Janeiro, foi a formação do Setor

Juventude, englobando os jovens de diversas espiritualidades e modos de viver a Fé.

143. Durante a etapa de elaboração do 11º PPC, tornou-se clara a importância do trabalho junto aos

jovens num ambiente marcado pela mudança de época, preocupado, portanto, com a transmissão

da fé às novas gerações. Esta conexão nos mostrou que não podíamos assumir o Objetivo do 11º PPC

se não considerássemos a juventude também como uma prioridade. Nela e com ela, se concretizam

todas as outras prioridades que compõem o Objetivo Geral. Precisamos encontrar caminhos para

comprometer os próprios jovens católicos na nova evangelização junto aos outros jovens.

144. Conseqüentemente, em espírito de continuidade com o indicado no Plano Pastoral anterior,

este 11º PPC determina:

144.1 Ação evangelizadora diversificada, plural e dialogal.

144.2 Crescente fortalecimento do Setor Juventude, como condição para o cumprimento da

60 cf. nn 6ss

61 Especialmente nos capítulos 14 (Juventude) e 22 (Educação

62 cf 10º PPC, Orientações Específicas, 182-184

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determinação anterior.

144.3 Forte vínculo com o catecumenato para a Iniciação à Vida Cristã.

144.4 Formação bíblica a partir da Leitura Orante e dos Círculos Bíblicos.

144.5 Efetiva abertura das comunidades à presença e atuação dos jovens.

144.6 Sensibilidade para a cultura da solidariedade, da justiça social e da paz.

144.7 Maior integração com a ação evangelizadora junto aos adolescentes.

144.8 Atuação junto às famílias dos jovens

144.9 Atenção aos jovens em situação de risco.

144.10 Implantação de serviços de aconselhamento especializado de jovens.

144.11 Investimento ainda mais intenso na presença eclesial junto ao mundo da Educação.

144.12 Acolhimento do Programa Nacional de Evangelização da Juventude, elaborado pela

Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB.

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CCOOMMUUNNIICCAAÇÇÃÃOO::

AA MMIISSSSÃÃOO NNOOSS NNOOVVOOSS AARREEÓÓPPAAGGOOSS

145. Um segundo destaque apresentado durante a elaboração do 11º PPC foi a comunicação. Nas

conversas, reuniões e assembléias locais, o termo foi usado em diversos sentidos, todos, porém,

convergindo para duas direções: precisamos nos comunicar mais e precisamos comunicar mais. A

primeira direção se refere à comunicação interna na Igreja. É comum se dizer que muito se faz,

porém pouco se sabe do que é feito. A segunda direção se refere à comunicação da Igreja com o

mundo atual. No primeiro caso, o da comunicação para dentro, constatamos o crescimento no

número de instrumentos de comunicação, mas não de uma mentalidade que, de fato, acompanhe

este crescer instrumental. No caso da comunicação com o mundo, percebemos que ainda estamos

acostumados a um tempo que, embora não mais existindo em nossos dias, muito marcou a ação

evangelizadora, com conseqüências muito concretas no campo da comunicação. Durante séculos, a

ação evangelizadora conviveu com a hegemonia, através da qual os mecanismos culturais de

comunicação transmitiram como que naturalmente a vida da Igreja. Em nossos dias, tão marcados

pelo pluralismo, os mecanismos socioculturais de comunicação tendem exatamente ao oposto,

tornando-se necessário explicitar o que antes era implícito. Ora, tanto tempo acostumada com o

modo implícito de comunicar, a ação evangelizadora ainda encontra dificuldades em dar o passo da

explicitação.

146. Considerando os passos dados a partir do 10º PPC, determina-se:

146.1 A criação do Planejamento Geral de Comunicação, envolvendo todas as mídias sociais e a

Pastoral da Comunicação, levando em consideração, também os principais ecossistemas

comunicacionais.

146.2 A preparação, estudo e constituição do Diretório Arquidiocesano de Comunicação,

considerando as orientações fornecidas pela CNBB.

146.3 Solidificação da identidade da Pastoral da Comunicação, priorizando a evangelização por

meio do testemunho, da partilha e da comunhão.

146.4 Priorização do aspecto formativo pastoral, investindo na capacitação para o uso apropriado

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das mídias, mas destacando a comunicação como experiência humana, antes de tudo.

146.5 Formação do clero, de religiosos e de religiosas, e de fiéis leigos para avançar na

comunicação interna das paróquias;

146.6 Formação para evangelização pelas mídias sociais, em especial, nas redes sociais.

146.7 Criação de cursos tanto presenciais como on-line.

146.8 Continuidade dos trabalhos desenvolvidos em prol da Pastoral da Comunicação, de modo

que paróquia alguma dela seja desprovida, com a formação espiritual e técnica de seus

agentes. Idêntico esforço haverá de ser realizado para que também nas foranias e nos

vicariatos existam equipes da Pascom.

146.9 Criação do site da Pascom com aspectos formativos e de socialização de experiências

146.10 Crescente atenção e configuração sempre mais profissional dos eventos de massa, com

maior interação com a população da cidade, em seus diversos segmentos.

146.11 Fortalecimento contínuo do Portal da Arquidiocese, seja através da renovação das técnicas,

seja através da atualização das informações e conteúdos.

146.12 Desenvolvimento técnico da Rádio Catedral, do Jornal Testemunho de Fé e da WebTV

Redentor.

146.13 Crescente presença nas Redes Sociais.

Diante de tudo que planejamos e assumimos, roguemos ao Deus de

nosso Senhor Jesus Cristo que Ele nos dê um espírito de sabedoria que

nos revele o conhecimento dele; que ilumine os olhos do nosso

coração, para que compreendamos a que esperança fomos chamados

e qual a suprema grandeza de seu poder para conosco, que abraçamos

a fé (cf. Ef 1, 17-19).