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BIOLOGIA Botnica
2012/2013 Departamento de Biologia Vegetal
Francisco Carrapio ([email protected])
http://azolla.fc.ul.pt/aulas/BiologiaBotanica.htm
l
Biologia (Botnica) 2012/13 F. Carrapio
Aulas 3, 4, 5 e 6
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Clula procaritica e clula eucaritica vegetal
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Bactria Clula vegetal
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Procariotas versus Eucariotas Caractersticas Procariotas Eucariotas
Organismo (Domnio) Archaea e Bacteria Eukarya
Dimenso (mdia) 1-10 m 10-100 m (20-30 m)
Metabolismo Anaerbico ou aerbico Aerbico
Organizao endomembranar Simples, resultante de invaginaes da
membrana plasmtica
Complexa. Organitos celulares bem
definidos. Material gentico
compartimentado.
Organizao do DNA Molculas circulares no citoplasma Cromossomas (unidades independentes
lineares) no ncleo
Local da sntese do RNA e protenas No citoplasma RNA sintetizado e processado no
ncleo. Protenas sintetizadas no
citoplasma
Ribossomas 70S 80S
Citoplasma Sem citoesqueleto Com citoesqueleto
Ncleo Ausente Presente
Diviso celular
Bipartio / parassexual
Mitose ou meiose
Organizao
Unicelulares, por vezes coloniais
Unicelulares ou pluricelulares e neste
caso com diferenciao em tecidos
Estruturas locomotoras
Flagelos sem microtbulos Clios ou flagelos com microtbulos
Parede celular
(quando existente)
Presena de peptidoglicano Presena de celulose ou quitina.
Ausncia de peptidoglicano
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OS 3 DOMNIOS DA VIDA
http://scienceblogs.com/clock/2007/01/current_biological_diversity.php
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Archaea
Eubacteria
Eukarya
Carl Woese, 1998
Trs domnios
Contra a bifurcao procarionte-eucarionte
Baseado na sua classificao de 1977 (Archaebacteria, Eubacteria, Eukarya)
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As origens
1683
Antoni van Leeuwenhoek (1632-1723)
A Teoria Celular - 1838-39
Mathias-Jacob Schleiden (1804-1881)
1838
Theodor Schwann (1810-1882)
1839
Rudolph Virchow (1821-1910)
1855
1- Os organismos so formados por uma ou mais clulas; 2- As clulas so as unidades bsicas da vida; 3- Cada clula provm duma clula pr-existente;
1665
Robert Hooke (1635-1703)
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Os instrumentos
1931
Ernst Ruska
Max Knoll
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Microscpio Electrnico de Varrimento (MEV) 1 Microscpio Electrnico de Transmisso (MET)
1s Microscpios pticos
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Ao lectivo 2010/11
Adapta
do d
e F
igueiredo, A
.C.
et al.,
1996
Quadro comparativo da microscopia ptica e electrnica
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Procariontes
Escherichia coli
Oscillatoria sp.
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As clulas vegetal e animal
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Clula animal
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Clula vegetal
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Membrana plasmtica (modelo)
Fosfolpido Proteina globular
Protena oligosacrido
Colesterol
Glicolpido
Segmento hidrfobo de hlice alfa Biologia (Botnica) 2012/13 F. Carrapio
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Membrana plasmtica
Funes
Controlar o movimento de Substncias para dentro e para fora da clula contra
Definir os limites da clula
Realizar funes especficas
Detectar sinais externos
a favor
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Membrana celular
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http://www.cellsalive.com/channels.htm
CITOSQUELETO
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Citosqueleto Biologia (Botnica) 2012/13 F. Carrapio
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Dinmica dos microtbulos
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CITOSQUELETO
Responsvel por:
i) suporte estrutural para a membrana plasmtica e organitos celulares
ii) movimento intracelular dos organitos e outros componentes do citosol
iii) estrutura de clios e flagelos
iv) contraco muscular, em associao com filamentos de miosina e outras protenas
v) mecanismos de fagocitose
vi) formao do fuso acromtico na mitose
vii) reforo da membrana plasmtica
Rede tridimensional de filamentos proteicos que preenche o citoplasma
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Dinmica vacuolar
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Plasmlise
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Continuidade dinmica das membranas celulares GERL
Golgi
Regiao trans
Regiao cis Endocitose
Exocitose
Vescula secretora
Lisosoma
RE
Membrana plasmatica
Envelope nuclear
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Estrutura da mitocndria
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Mitocndrias
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Mitocndrias
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Retculo endoplasmtico
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Retculo endoplasmtico
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Cloroplastos
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Actividade
fotossinttica
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Peroxissomas
clula vegetal
clula animal
Richard Trelease
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Ncleo
http://www.emc.maricopa.edu/faculty/farabee/BIOBK/BioBookTOC.html
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Mitose
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Teoria Endossimbitica Sequencial
1967
Lynn Margulis (1938-2011)
(Microbiology Today, vol. 31, Nov. 2004)
Contribuio extraordinria para a reabilitao e desenvolvimento das ideias simbiognicas aplicadas ao mundo celular, explicando duma maneira clara e elegante a transio entre os nveis procaritico e eucaritico da organizao biolgica
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In 1878 Heinrich Anton de Bary (1831-1888)
introduz o conceito de simbiose como a vida
conjunta de organismos diferentes.
In 1867, Simon Schwendener (1829-1919) introduz
a hiptese dualista para explicar a natureza dos
lquenes, indicando que estes eram uma
associao de dois organismos, um fungo e uma
alga, comportando-se respectivamente como
senhor e escravo.
Antecedentes...
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Lquenes
1 + 1 = 1
1 + 1 = 2 fungo
alga
novo organismo
X
Usnea Parmelia
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Elysia chlorotica um animal com plastos
Este gastrpode marinho forma uma simbiose intracelular com cloroplastos
da alga Vaucheria litorea (Phylum Chrysophyta) Biologia (Botnica) 2012/13 F. Carrapio
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Rumpho M. E. et.al. PNAS (2008),105:17867-17871
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Transferncia horizontal de genes
de Wolbachia (endossimbionte) para eucariontes multicelulares em:
4 espcies de insectos e em 4 espcies de nemtodes
Microscopia de fluorescncia, mostrando a relao Wolbachia/hospedeiro no cromossoma 2L de
Drosophila ananassae. A verde o gene WD_0484 de Wolbachia.
Dunning-Hotopp et al. (2007) Science, vol. 317: 1753-1756, 21 September Biologia (Botnica) 2012/13 F. Carrapio
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Em 1909, o bilogo russo Constantin Merezhkowsky (1855-
1921) introduz o conceito de simbiognese, definindo-o
como a origem de organismos pela combinao ou
associao de dois ou mais seres que entram em simbiose
Neste trabalho, introduz no apenas este novo conceito em biologia, como tambm
desenvolve importantes ideias sobre a origem da vida, nomeadamente sobre o papel
dos organismos extremfilos neste cenrio evolutivo, 15 anos antes do trabalho de
Oparin.
Simbiognese deve ser compreendida como um mecanismo evolutivo e simbiose como o
veculo, atravs do qual esse mecanismo se desenrola.
Simbiognese Uma nova forma de olhar a evoluo
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Presentemente, o trabalho desenvolvido por Lynn Margulis e
colaboradores desde o final da dcada de 60 do sculo XX, um
importante contributo para a reabilitao e desenvolvimento das
ideias simbiognicas.
Pioneiros no mbito
dos estudos
simbiognicos
Lynn Margulis (1938-2011)
Andreas Schimper (1856-1901)
1883
Shosaburo Watas
(1862-1929)
1893
Felix dHrelle
(1873-1949)
1917
Paul Portier (1866-1962)
1918
Ivan E. Wallin
(1883-1969)
1927
Anton de Bary (1831-1888)
1878
1907
Andrey Famintsyn (1835-1918
Albert Bernhard Frank (1839-1900)
1876
Boris Kozo-Polyansky (1890-1957)
1924
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Comparao entre os esquemas filogenticos de acordo com a
Teoria Sinttica da Evoluo (1) e o ps-Neodarwinismo (2)
1 2
Doolittle, 2000
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A Clula como um Microcosmos Natural
The eukaryotic cell is a co-evolved microbial community and,
therefore, more comparable to an ecological unit ...
Lynn Margulis, 2000
A clula est separada do exterior por uma
membrana semi-permevel, a membrana
celular, criando um compartimento com
caractersticas prprias. Por outro lado os
fluxos de informao, energia e metabolitos que
ocorrem no seu interior, podem comparar-se
aos processos de circulao de energia e
matria num ecossistema. A relao entre
clulas pode igualmente ser enquadrada no
contexto da interaco entre ecossistemas.
Microcosmos naturais podem ser definidos
como pequenos ecossistemas
parcialmente isolados. Estes contentores
naturais apresentam auto-organizao e
uma estrutura ecolgica definida. Este
conceito pode ser aplicado unidade
estrutural e funcional da organizao
biolgica: a clula.
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De que maneira esta abordagem nos pode ajudar a compreender melhor a origem da vida no nosso planeta e fora dele?
As ideias de Oparin e Haldane constituem as bases da
hiptese heterotrfica da origem da vida, tendo sido
reforadas pelos resultados positivos da experincia Miller-
Urey de 1953.
Estas abordagens formam o edifcio terico que
presentemente os investigadores utilizam para enquadrar e
pesquisar a formao da vida no domnio astrobiolgico.
Enquanto Oparin deu prioridade evolutiva ao metabolismo,
Haldane deu replicao, e a escolha entre estas duas alternativas
ainda hoje divide o campo das teorias sobre a origem da vida.
Aleksandr Oparin (1894-1980)
John Haldane (1892-1964)
Stanley Miller (1930-2007)
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Estas duas teorias foram construdas no princpio de que a
evoluo era um processo estritamente Darwinista sem qualquer
envolvimento cooperativo ou sinergstico.
Acreditamos que esta abordagem deve igualmente incluir uma
perspectiva simbiognica, introduzindo novos conceitos que permitam
a compreenso do mundo natural num sentido mais cooperativo e
eventualmente mais prximo da realidade. Neste sentido, a expresso
convencional sobrevivncia do mais apto no pode, nem deve, ser
aplicada na sua forma tradicional.
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Em Maio de 1953 Stanley Miller publica na revista Science
Com esta experincia teve incio uma nova etapa nos estudos sobre a origem da vida formao de compostos orgnicos em condies abiticas
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Uma estratgia cooperativa e sinergstica deve ser considerada como tendo sido
determinante para o desenvolvimento da sobrevivncia do mais apto,
particularmente sob condies ambientais extremas.
Um exemplo representativo so os estromatlitos, considerados como a primeira
estratgia ecolgica desenvolvida para a sobrevivncia na Terra primitiva, no para
um organismo, mas para uma comunidade de organismos. Esta abordagem pode
igualmente ser aplicada evoluo pr-bitica.
A Primeira Grande Estratgia de Sobrevivncia
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Estromatlitos Estruturas organo-sedimentares laminadas (maioritariamente constitudas por CaCO3)
Produto da actividade metablica de microrganismos (principalmente de cianobactrias)
So o registo mais antigo de vida na Terra. Os estromatlitos mais antigos so os do Warrawoona, Austrlia, com 3,5 mil milhes de anos
Os organismos construtores de estromatlitos so fotossintticos. Foram os primeiros oxigenadores da atmosfera e os primeiros recicladores de carbono
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Ser a vida um imperativo csmico?
Modelo Exgeno versus Modelo Endgeno
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Pizzarello et al., 2001
Meteoros
Murchison - Austrlia (1969)
Lago Tagish - Canad (2000)
Condrites carbonceas
Em 2008 foram descobertos nucletidos de cidos nucleicos no
meteoro de Murchison Biologia (Botnica) 2012/13 F. Carrapio
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As Clulas Primordiais
A formao de sistemas protocelulares inicia-se, na nossa perspectiva, com a auto-
organizao de membranas primitivas em meios aquticos criando uma barreira e definindo a
separao entre os meios exterior e interior.
In Deamer et al. , 1994
Estas membranas podiam-se formar espontaneamente no
meio pr-bitico ou mesmo em alguns corpos csmicos. A
presena de compostos anfiflicos isolados do meteorito de
Murchison, que apresentam a capacidade de se auto-organizar
em vesculas membranares, pode indicar uma possvel via de
como estes sistemas primitivos se teriam formado e evoludo.
Nestes casos, a vida nas condies ambientais pr-
biticas envolveria o desenvolvimento de sistemas celulares
encapsulados com replicao em que macromolculas
apresentariam propriedades catalticas.
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Seremos os nicos...?
Hubble deep field
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