povo de deus · 2019-10-29 · sumÁrio introdução - pág. 5 a eternidade de deus e a eternidade...

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“E ordenarei um lugar para o meu povo Israel, e o plantarei, para que habite no seu lugar, e nunca mais seja removido de uma para outra parte; e nunca mais os filhos da perversidade o debilitarão como dantes, e desde os dias em que ordenei juízes sobre o meu povo Israel. Assim abaterei a todos os teus inimigos; também te faço saber que o Senhor te edificará uma casa.” (1 Crônicas 17.9-10) “Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. E acontecerá naquele dia que a raiz de Jessé, a qual estará posta por estandarte dos povos, será buscada pelos gentios; e o lugar do seu repouso será glorioso.” (Isaías 11.9-10) “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” (Efésios 4.13-14) POVO DE DEUS POVO DE DEUS ORIGEM E DESTINO GLORIOSO PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE ISRAEL, O PRIMOGÊNITO DE DEUS Base teológica da destinação das ovelhas do SENHOR

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Page 1: POVO DE DEUS · 2019-10-29 · SUMÁRIO Introdução - Pág. 5 A Eternidade de Deus e a Eternidade dos homens - Pág. 8 A Encarnação das Almas - Pág. 11 · Encarnação e Povo

“E ordenarei um lugar para o meu povo Israel, e o plantarei, para que habite no seu lugar, e nunca mais seja removido de uma para outra parte; e nunca mais os filhos da perversidade o debilitarão como dantes, e desde os dias em que ordenei juízes sobre o meu povo Israel. Assim abaterei a todos os teus inimigos; também te faço saber que o Senhor te edificará uma casa.”

(1 Crônicas 17.9-10)

“Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. E acontecerá naquele dia que a raiz de Jessé, a qual estará posta por estandarte dos povos, será buscada pelos gentios; e o lugar do seu

repouso será glorioso.”(Isaías 11.9-10)

“Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos

inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.”

(Efésios 4.13-14)

POVO DE DEUSPOVO DE DEUSORIGEM E DESTINO GLORIOSO

PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE ISRAEL, O PRIMOGÊNITO DE DEUSBase teológica da destinação das ovelhas do SENHOR

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Unificação das Casas de Israel

O Povo de Deus não está circunscrito a determinada igreja, sinagoga ou na-ção. Ele é constituído por um grupo de almas que foi separado pelo Deus Eter-no para o elevado propósito de orientar o mundo nos caminhos da verdadeira felicidade.

A vida é o resultado do trabalho histórico das almas habitantes desse planeta. Não se pode desconsiderar que a Casa dos Judeus e dos Cristãos, com suas dou-trinas, costumes e práticas, é produto das ações dessas ovelhas que, ao longo dos séculos, fizeram o melhor para divulgar os santos ensinamentos aos homens. De posse do conhecimento de que a alma participa incessantemente da cons-trução da humanidade futura, por encarnações sucessivas, compreende-se, com mais profundidade, a missão que repousa sobre os ombros de todos os judeus e cristãos, como faróis para uma humanidade perdida em suas ilusões.

Ao falarmos a respeito da unificação das duas Casas, não nos referimos à união de religiões. Mencionamos o esforço de se criar um pensamento capaz de servir a todos os irmãos, separados por razões diversas e, principalmente, por não possuírem entendimento da ciência eterna, a única via de unificação dos corações.

No presente trabalho estão postos os primeiros fundamentos a respeito da verdade do Eterno Deus, as leis naturais que permeiam o Universo, na susten-tação da vida e progresso das humanidades. Convidamos você, ovelha desse re-banho Divino, para fazer parte desse esforço. Que Deus nos ajude com o desen-volver dessa importante tarefa, frente aos dias que antecedem o dia do Senhor.

União de Irmãos

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NOVA TEOLOGIAUnificação das Casas de Israel

Contém os princípios básicos de uma nova teologia, contida nas Escrituras Sagradas, que trata da criação do Universo, das almas, do

mundo terreno, da progressividade das almas, da salvação, da vida após a morte do corpo, do Messias Filho de Davi, da história do Povo de Deus

e sua missão na humanidade futura.

Apostila para Estudos 2ª Edição - Corrigida

UNIÃO DE IRMÃOSTel. (17) 3225-8229

São José do Rio Preto - SP

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SUMÁRIO

Introdução - Pág. 5A Eternidade de Deus e a Eternidade dos homens - Pág. 8A Encarnação das Almas - Pág. 11

· Encarnação e Povo de Deus - Pág. 11· Encarnação e Racionalidade - Pág. 12· Espírito religioso e fanatismo - Pág. 13· Lei universal de Deus - Pág. 14· Encarnação e Reencarnação - Pág. 14· A revelação de Deus e a doutrina espírita - Pág. 16· A encarnação das almas nas Escrituras Sagradas - Pág. 16· Aos homens está ordenado morrerem uma vez - Pág. 17· A volta de Elias - Pág. 20· A volta de Daniel - Pág. 23· A volta de João Evangelista - Pág. 25· As 144 mil Testemunhas - Pág. 29· O diálogo com Nicodemos - Pág. 31· Considerações finais - Pág. 34

Judeus e Gentios - Pág. 37

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Origem e destino do Povo Escolhido - Pág. 42Deus, a Criação, Trindade, Adão e EvaÁrvore do Conhecimento, Árvore da VidaO bem e o mal, Livre arbítrio

O rebanho de Deus na terra - Pág. 51Escravidão, Moisés, As leis de DeusA terra prometida

As doze Tribos de Israel, Juízes, Reis, Profetas - Pág. 60Babilônia, Prisão de Satanás, Primeira Ressurreição

Encarnação do Verbo, Ovelhas do Senhor - Pág. 73Elias e João Batista, Os Evangelhos, Os ApóstolosA igreja do Cristo

Apóstolo Paulo, Salvação, Pecado, Graça - Pág. 86Justificação pela Fé, Eternidade da AlmaCristianismo

Novo nascimento, Vida Eterna, Morte carnal - Pág. 95Morte espiritual, Espírito SantoRessurreição, Apocalipse, Reino de Deus

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5POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

cessárias durante esse tempo para que o povo que saiu da escravidão do Egi-to pudesse morar livremente nas terras que o Pai prometera a Abraão. Assim, as tribos de posse de seu pedaço de chão, seguiram independentes entre si, sendo guiadas pelas orientações de homens que o Eterno levantou como juízes do Povo.

Quando aprouve ao Senhor Deus de Israel ungir reis para guiar os hebreus, da tribo de Judá surge a figura aparen-temente frágil de um jovem pastor de ovelhas que foi levado à casa do rei Saul para servi-lo com sua música e seus cantos. Davi, ungido pelo Altíssimo, es-tava sendo preparado para a mais difícil e grave missão de sua vida: iniciar o mo-vimento de unificação do Povo de Deus como uma única nação, de um só Deus, de um só Senhor, que é Pai de todos, so-bre todos e por todos. Eis a tarefa, que não poderia ser completa naquela oca-sião.

Da linhagem de Davi, sairia o Salva-dor, o Cordeiro de Deus, o Leão da tribo de Judá, Jesus, o filho de José. Tal pro-fecia havia sido anunciada no princípio por Jacó, quando abençoou seus filhos no momento de sua morte:

“Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se in-clinarão. Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho;

“Ouve, Israel, o Eterno é o nosso Deus, o Eterno é o único Deus!”. Este foi o bra-do de Moisés para o povo que conduzia pelo deserto, cumprindo determina-ção do próprio Criador. Passados mais de três mil anos deste acontecimento o grito do profeta permanece vivo, atual e necessário, chamando o Povo de Deus para uma realidade desconhecida da maior parte desse rebanho.

As Escrituras Sagradas contam a his-tória desse povo que vem sendo condu-zido pelo seu Deus para um maravilho-so propósito e destino glorioso, ainda não compreendido. No conteúdo destes escritos estarão as linhas principais des-se entendimento, revelado pelo Espíri-to, aos filhos da promessa.

O Povo iniciou sua jornada com Abraão, se multiplicou no Egito, foi li-berto da escravidão por Moisés, lutou por sua unidade com Davi, foi punido na Assíria e Babilônia e espalhado no mundo pelas diásporas. Socorrido por Jesus, o Messias, finalmente chega a um ponto dessa rica trajetória no qual busca sua definitiva comunhão com o Eterno.

A ideia de Povo unido só pode ser compreendida se buscarmos também a racional compreensão de sua trajetória. Com Moisés no deserto foram estabele-cidos os termos das tribos, porém não havia a ideia da necessária união entre elas. Depois que o Eterno Deus recolheu seu servo, os israelitas passaram à con-quista de sua terra, sob o comando de Josué, sucessor de Moisés. Muitas lutas, guerras, mortes e disputas foram ne-

SUMÁRIO

Introdução - Pág. 5A Eternidade de Deus e a Eternidade dos homens - Pág. 8A Encarnação das Almas - Pág. 11

· Encarnação e Povo de Deus - Pág. 11· Encarnação e Racionalidade - Pág. 12· Espírito religioso e fanatismo - Pág. 13· Lei universal de Deus - Pág. 14· Encarnação e Reencarnação - Pág. 14· A revelação de Deus e a doutrina espírita - Pág. 16· A encarnação das almas nas Escrituras Sagradas - Pág. 16· Aos homens está ordenado morrerem uma vez - Pág. 17· A volta de Elias - Pág. 20· A volta de Daniel - Pág. 23· A volta de João Evangelista - Pág. 25· As 144 mil Testemunhas - Pág. 29· O diálogo com Nicodemos - Pág. 31· Considerações finais - Pág. 34

Judeus e Gentios - Pág. 37

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Origem e destino do Povo Escolhido - Pág. 42Deus, a Criação, Trindade, Adão e EvaÁrvore do Conhecimento, Árvore da VidaO bem e o mal, Livre arbítrio

O rebanho de Deus na terra - Pág. 51Escravidão, Moisés, As leis de DeusA terra prometida

As doze Tribos de Israel, Juízes, Reis, Profetas - Pág. 60Babilônia, Prisão de Satanás, Primeira Ressurreição

Encarnação do Verbo, Ovelhas do Senhor - Pág. 73Elias e João Batista, Os Evangelhos, Os ApóstolosA igreja do Cristo

Apóstolo Paulo, Salvação, Pecado, Graça - Pág. 86Justificação pela Fé, Eternidade da AlmaCristianismo

Novo nascimento, Vida Eterna, Morte carnal - Pág. 95Morte espiritual, Espírito SantoRessurreição, Apocalipse, Reino de Deus

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6POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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quem o despertará? O cetro não se ar-redará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos. Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele la-vará a sua roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas” (Gênesis 49.8-11).

A linhagem de reis, portanto, ini-ciaria com Davi e o cetro não sairia de Judá, diz a profecia. Daí porque Jesus, o filho de José, nasceu da descendência de Davi e não do ramo dos levitas. O cetro não poderia sair de Judá, pois, as-sim o Eterno Deus determinou. Jesus, o Cristo, é o descendente de Davi a quem foi prometido o reino. Unicamente a Ele. Antes do nascimento de Jesus, o anjo Gabriel disse a Maria:

“Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lucas 1.32, 33).

Da Casa de Davi, sairia o definitivo reino do Eterno Deus. Diz a profecia que o cetro (o poder do Deus) perma-neceria em Judá e o legislador também, até que viesse Siló (aquele a quem per-tence) e congregaria os povos em torno dele. Jesus, o Cristo, a quem pertence o reino, finalizou a linhagem de “reis”, na história dos hebreus, e reunirá povos, nações e línguas em torno de seu corpo (Apocalipse 5.9).

Diante dessas revelações faz-se ne-cessário uma melhor compreensão so-bre a Casa de Davi e sua descendência. Evidentemente não se está falando de castas ou mesmo doutrinas religiosas, tampouco dos aspectos temporais da vida, mas unicamente do sentido espi-ritual e divino que envolve a trajetória do Povo Escolhido. Davi foi um ho-mem segundo o coração de Deus, que iniciou o movimento de unificação das tribos, que se mantiveram unidas por

muito pouco tempo, naquela época. Davi apascentou o Povo e deixou um legado de paz para o reino de seu filho Salomão, como a prefigurar que assim seria no futuro, com o reino apascen-tado do Messias. Logo em seguida, após Salomão, o reino seguiu dividido e per-manece assim até os dias atuais.

A história pessoal de Davi é a pró-pria história do povo que busca o seu Deus incessantemente, sabedor de seus pecados e, principalmente, de sua total dependência do Eterno. A alma submis-sa desse rei, diante de todas as lutas, re-preensões e provações pelas quais pas-sou, fala de uma condição que o Povo de Deus necessita ter para alcançar a verdadeira liberdade.

Os constantes conflitos de sua alma o levaram a escrever a maioria dos Sal-mos, nos clamores e penitências a que se submetia em sua comunhão com o Eterno Deus de Israel. Davi ansiava pela vinda do seu Senhor, sem saber que de seus lombos ele sairia. Nas suas últimas palavras, ao final de sua vida, profetizou sobre a chegada do Messias:

“Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor do Eterno. E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens, quando pelo seu resplendor e pela chuva a erva brota da terra” (2 Samuel 23.3-4).

O profeta Ezequiel anunciou que Davi estaria de volta ao mundo, no tem-po devido, para concluir seu trabalho de unificação do Povo Escolhido. Pro-fetizou também que nunca mais have-ria dois reinos, mas apenas o reino do Messias (Ezequiel 34.23-25). Não mais duas casas, mas unicamente a casa do Eterno Deus, pacificada por Ele mesmo e seu Ungido (Ezequiel 34.15). Da Casa de Davi, que é a casa do Senhor Jesus, sairá um Povo unido e consciente de suas gran-des responsabilidades na construção do mundo novo, o reino de Deus, perten-

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7POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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cente a Cristo. O Israel verdadeiro, o primogênito do Eterno entre as nações, habitará com o Messias, na Jerusalém dos céus, estabelecida na terra, na qual as doze tribos serão as colunas, o sus-tentáculo dos governos em todos os povos, nações e línguas. Para um enten-dimento aprofundado de todo esse pla-no faz-se necessário a compreensão ra-cional de alguns conceitos, tais como a Criação, a eternidade do Deus de Israel, a eternidade dos homens, a encarnação das almas, a condição de judeus e gen-tios, além de outros que serão desenvol-vidos. Que Deus nos ajude!

TERMINOLOGIA UTIL IZADA

Como é de amplo conhecimento, existem diferenças consideráveis de terminologia utilizada entre judeus e cristãos, nas referências à Divindade, ao Verbo, ao Espírito e ao Messias. Para facilitar o entendimento, em uma tenta-tiva de unidade de vistas nos dois cam-pos de pensamento, foram utilizados termos que transitam em comum pela linguagem teológica dos dois povos.

REFERÊNCIAS AO CRIADOR (YHWH)EternoDeusCriadorPai

REFERÊNCIAS AO VERBO (ADONAI)VerboUnigênitoLogos

REFERÊNCIAS AO MESSIASMessias, Cristo, UngidoFilho de DeusFilho de Davi

REFERÊNCIAS A JESUSJesusFilho de José Senhor Jesus

REFERÊNCIAS AO ESPÍRITO (ELOHIM)Espírito

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8POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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CAPÍTULO ICAPÍTULO I

A ETERNIDADE de DEUS e a eternidade dos homens

Eternidade é uma das palavras mais utilizadas nos textos sagrados. Por isso é indispensável que se conheça a abran-gência do seu significado.

Na língua portuguesa a palavra eter-nidade, tem um sentido de existir para sempre. É habitual que se utilize a ex-pressão olhando para o futuro, o que dá um caráter perpétuo a algo que, se acredita, permanecerá existindo para sempre. Um exame mais cuidadoso do uso que se dá ao termo, nas Escrituras, demonstra que nem tudo o que se afir-ma ser eterno tem essa natureza.

Por conta das dificuldades existen-tes nas traduções das palavras e textos é possível, e provável, que os intérpre-tes da igreja católica e, por consequ-ência, das denominações evangélicas e protestantes, cometeram o equívoco de identificar como eterno um local de so-frimento denominado inferno.

A questão é grave, pois, afeta a forma como a cristandade entende a justiça de Deus, levando a inúmeras interpreta-ções desprovidas de sentido inteligente. A maioria das traduções bíblicas dispo-níveis na língua portuguesa foi feita de originais em grego. Especialmente nos textos do Novo Testamento, essas ocor-rências são mais frequentes.

Eternidade, segundo o dicionário da língua portuguesa, é a qualidade daqui-lo que é eterno. Também diz que eter-nidade significa duração, sem princípio nem fim e, finalmente, que tem sentido de longa existência. Na primeira defini-ção se entende que o termo é utilizado

para se referir ao que se pensa ser dota-do do caráter de eternidade. A seguir, entende-se que a expressão é usada para se referir à existência de algo que não teve começo e nem terá fim. Nesse pensamento pode-se inserir o Eterno Deus das Escrituras Sagradas. Consi-dere-se, entretanto, que a eternidade atribuída a Deus é bem diferente da-quela conferida às diferentes situações do que se considera eterno.

O que acontece comumente, inclusi-ve adotado pela teologia clássica cristã, é designar por eterno aquilo que não possui tal característica, quer dizer, afirmar ser dotado de eternidade algo que foi gerado, um erro decorrente da rasa interpretação. Quando se diz, por exemplo, que o amor de um homem por uma mulher é eterno, se está utilizando indevidamente o termo relativo à eter-nidade. Situações semelhantes são en-contradas nas Escrituras.

O Universo é a magnífica obra do Criador, que abrange um plano exterior, visível, e outros planos interiores, invisí-veis aos olhos do corpo, chamados céus (2 Coríntios 12.2). Usando da simbologia bí-blica pode-se dizer que a Criação ema-na do seio do Eterno, num ponto abs-trato da eternidade absoluta, onde uma eternidade relativa aparece e a vontade do Criador flui nela como um rio (Apoca-

lipse 4.6) materializando-se no plano ex-terno onde foi gerado o espaço/tempo. O primeiro versículo do Gênesis indica a ordem da criação do Universo que do Pai se exterioriza: “No princípio criou

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9POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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Deus o céu e a terra” (Gênesis 1.1). É de co-nhecimento geral, dado pelas palavras das Escrituras, que o Deus de Israel é Eterno, ou seja, sempre existiu, existe e existirá (Gênesis 21.23; Isaías 40.28; 63.12; Salmos

90.2; Jeremias 10.10). Pela própria natureza da eternidade, não pode haver alguma coisa gerada por ela, que seja como ela. Somente o Eterno possui a eternidade absoluta. Todas as coisas, não importa que nomes tenham, a função que ocu-pem, o lugar ou tempo em que existam, devem obrigatoriamente ser destituídas do caráter da eternidade absoluta, pois, são obras do Criador, variações da sua própria natureza.

Vendo toda a Criação pela ótica da relatividade, muda-se radicalmente o entendimento de determinados ensi-namentos das Escrituras, que deram origem a crenças, religiões e doutrinas nas quais a compreensão é limitada ao mundo terreno.

A fonte do pensamento judaico/cris-tão está nas Escrituras Hebraicas, chama-da entre os cristãos de Velho Testamento. Com respeito ao Novo Testamento, em-bora as palavras de Jesus e dos apóstolos tenham sido oriundas de traduções do aramaico e, posteriormente, do grego, é de grande importância procurar o en-tendimento dos vocábulos em sua lín-gua original, o hebraico.

Na língua hebraica transliterada, quando se faz referências à eternidade, a expressão utilizada é “olam”. Pelas ca-racterísticas da própria língua, a mes-ma expressão é utilizada tanto para se referir a algo com durabilidade muito longa ou desconhecida, como também ao Eterno Deus, quando se quer dizer que a divindade é dotada de eternidade, sem começo e sem fim. Existe ainda o embaraço de possíveis inserções de co-pistas, ocorridas ao longo dos séculos de história do Povo de Deus.

Uma grande confusão se formou entre os intérpretes e tradutores, que nem sempre possuíam conhecimento da ciência que Jesus ensinava particularmen-

te aos discípulos. Alguns eruditos nega-ram a existência dessa ciência oculta. Entretanto, as constantes referências do Cristo a ensinamentos velados nas letras levam a se concluir pela sua vera-cidade (Salmos 78.1-7; Marcos 4.2; Mateus 13.35;

Marcos 4.34). Em relação aos mistérios da Criação

é mais sensato admitir que existe uma sabedoria oculta ao vulgo, do que pen-sar que Deus faz todas as coisas à moda da irracionalidade, para provar aos se-res inteligentes que pode tudo, por ser Deus. Graves erros doutrinários sur-giram devido à ausência de um pensa-mento mediador. Inclui-se nesses equí-vocos a ciência do criacionismo. O fato de tal pensamento moderador ainda não ter sido encontrado, não quer dizer que não exista. Discorrer a respeito da Criação apenas pelo ponto de vista hu-mano, sem considerar a ciência eterna, é falta de sabedoria.

Examinando nas Escrituras o senti-do da palavra “olam” encontram-se pas-sagens contraditórias, que podem dar uma ideia mais justa a respeito do signi-ficado relativo e absoluto da expressão “eternidade”. O livro dos Salmos nos fornece a seguinte passagem:

“Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração” (Salmos 100.5).

A misericórdia é um dos atributos do Eterno e, mesmo se não estiver ma-nifesta, ela pertence à natureza eterna do Criador. No livro de Mateus, no en-tanto, aparece a seguinte citação:

“E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mateus

25.46). Não pode haver no mesmo Deus a

misericórdia eterna, que seria o perdão eterno e, ao mesmo tempo, o tormen-to eterno, provocado pelo pecado. Uma dessas citações deve, obrigatoriamen-te, estar falando de eternidade relativa. Com certeza pode-se deduzir que a ex-pressão “tormento eterno” pertence à eternidade relativa, uma vez que se re-

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10POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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fere ao sofrimento causado pelo pecado que, nalgum tempo, desaparecerá sob a ação da eterna misericórdia, essa sim, dotada da eternidade absoluta.

Na interpretação das Escrituras é preciso considerar a progressividade das revelações que, à medida que o tem-po histórico se desenrola, vão aos pou-cos assumindo maior profundidade. Seria inusitado que na época de Moisés já houvesse uma clara instrução sobre as regiões invisíveis da Criação, embo-ra em seus livros exista evidências dessa realidade (Gênesis 22.15; 32.1; Êxodo 3.2; 4.1-17).

No que toca às zonas de sofrimento e lugares de habitação no invisível, o pen-samento parece ser enriquecido a par-tir de Samuel (960 a.C.), cuja alma falou com o rei Saul, através de uma pitonisa de Endor (1 Samuel 28.15).

Na Bíblia Hebraica, o inferno é tido como um lugar de suplício, destino das almas desobedientes. Teólogos católicos equivocaram-se imputando ao inferno, o atributo da eternidade de Deus. Se o inferno é parte da Criação, e tudo indi-ca que sim, obrigatoriamente deverá ter um fim. Os mortos que estão no inferno, já estarão condenados antes do Juízo? A Palavra de Deus indica que não.

“E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e todos foram julgados cada um segundo as suas obras” (Apocalipse 20.13). Todos serão julgados no tempo do

Juízo, mesmo os que estiverem no infer-no. Então, se o inferno vai ser destruído, na época do Juízo, os condenados serão lançados no lago de fogo e enxofre (Apo-

calipse 21.8). A Palavra não diz que ficarão lá para sempre. Apocalipse anuncia que a “besta” e o “falso profeta” permane-cerão no lago de fogo. Nada afirma a respeito dos condenados. Haveria uma saída para eles? Quando se considera a encarnação sucessiva das almas e o po-voamento do Universo, a história muda de aspecto e os condenados poderão re-petir a lição na qual foram reprovados.

É um novo começo, um novo corpo, uma nova vida. Isso está conforme a inteligência do Eterno Deus, que criou o Universo e deseja que todos os seus filhos se salvem (Isaías 19.21-25; Salmos 67.2;

1 Timóteo 2.4).Em relação à palavra “olam”, encon-

tramos uma variante no hebraico que se pronuncia “min olam ad olam”, que significa “de um longo período inde-terminado, até outro”. É assim que nas traduções aparece a expressão “de eter-nidade a eternidade” (Salmos 90.2; 103.17). Eternidade passada e eternidade futu-ra. São eternidades relativas.

A Criação é um fenômeno com iní-cio em um ponto, que existe por um período indeterminado de tempo e que se repete, depois de ter fim no próprio Eterno. O que era unidade, gerou di-versidade, mas pela própria natureza da diversidade, voltará necessariamente à unidade. Paulo dizia:

“Em Deus nos movemos e em Deus existimos” (Atos 17.28).A eternidade relativa é uma realida-

de comprovada pela Palavra de Deus e pelo raciocínio lógico. O ideal é que houvesse um vocábulo que a diferen-ciasse da eternidade absoluta do Cria-dor. Infelizmente, a mesma locução é utilizada para designar a eternidade do Pai, o que gerou equívocos no trabalho dos intérpretes e tradutores. A eterni-dade absoluta pertence exclusivamente ao Criador e às almas geradas no seio d’Ele. A alma é a única entidade do-tada de eternidade, como o próprio Deus Eterno (Gênesis 2.7).

A existência das almas é tão-somen-te o trânsito dos personagens que vivem historicamente no cenário da eternida-de relativa. Movem-se do ponto criati-vo com destino à eternidade de quem as gerou. João ajuda a compreender o princípio da unidade:

“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17.21).

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11POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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CAPÍTULO 2CAPÍTULO 2

A ENCARNAÇÃO DAS ALMAS Princípio essencial para entender o Plano Divino

INTRODUÇÃOO princípio da encarnação sucessiva

e progressiva das almas encontra resis-tência, principalmente entre os cristãos. Porém, nas Escrituras Sagradas não se encontram passagens que condenem o pensamento de que a alma de uma pes-soa que tenha findado sua existência na carne, possa nascer de novo em outro corpo físico.

Estranhamente, existe verdadeira repulsa a esse ensinamento em todas as igrejas cristãs, especialmente entre os protestantes e evangélicos. Entre os judeus, alguns segmentos sempre acre-ditaram nessa possibilidade.

Neste capítulo serão abordados os principais fundamentos da encarna-ção sucessiva, utilizando argumenta-ção contida nas Sagradas Escrituras. O aprofundamento do tema também será feito pelas dúvidas que naturalmente surgirem no meio dos que buscam co-nhecer a maravilhosa obra do Criador.

A encarnação das almas é um con-ceito parecido com a reencarnação, princípio oriental de renascimento su-cessivo, tendo como objetivo a purifi-cação da alma. No Brasil, além de seitas espiritualistas, os espíritas kardecistas são os maiores divulgadores.

Embora semelhantes quanto ao fe-nômeno da alma nascer de novo, en-carnação e reencarnação possuem di-ferenças consideráveis, a ponto de se tornarem contraditórias, quando se considera as lições da Nova Aliança, o

pacto que o Verbo fez com as ovelhas perdidas, da Casa de Israel (Judá e Isra-el), através de Jesus, o filho de José.

ENCARNAÇÃO E POVO DE DEUSQue importância tem a encarnação

para o Povo de Deus? A encarnação sucessiva, ou seja, a trajetória da alma transitando pela história em diferentes momentos, dá sentido ao fato de que a nação criada pelo Eterno, a partir de Abraão, é uma realidade constituída de almas que, segundo os propósitos Divinos, estão sendo preparadas para desempenharem importante papel na futura civilização do planeta (Gênesis 17.6-

8; 26.4; 28.13-15; Apocalipse 5.10). A encarnação sucessiva e progressiva

dá sentido de continuidade às gerações que se expandem, com o acréscimo de novos indivíduos que se aperfeiçoam nos aspectos morais, intelectuais e espi-rituais.

Sem a encarnação sucessiva, a tra-jetória do Povo de Deus não teria sen-tido inteligente e tudo não passaria de momentos desconexos na história, onde alguns indivíduos seriam salvos e outros condenados ao inferno eterno, criado pelos católicos, também susten-tado por evangélicos e protestantes.

Sem a possibilidade de viver nas di-mensões temporais quantas vezes fos-sem necessárias para aprimoramento, o caráter espiritual do Povo de Deus não seria forjado nas tribulações, provas e angústias conforme foi ensinado pelos

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mestres das Escrituras (Deuteronômio 8.2-

3; Salmos 81.13; Neemias 9; Atos 14.22; Romanos

5.3-5; Hebreus 10.33). Por que o Povo de Deus haveria de

sofrer tanto ao longo de toda a história, se não existisse um propósito futuro, envolvendo as mesmas almas? Por que Deus endureceu, propositadamente, o coração dos judeus de modo que os gentios fossem enxertados na oliveira santa? Quando os judeus entrariam no-vamente em harmonia com o Verbo, se rejeitaram o Messias por ocasião de sua encarnação?

Para quem Jesus e os profetas anun-ciariam o novo mundo, se não para as almas que futuramente viveriam nele, devidamente preparadas para esse fim? São questões que precisam ser respon-didas e elas não encontram elucidação sem a chave inteligente das sucessivas experiências terrenas, a encarnação progressiva.

É inegável que o Povo de Deus vem sendo pastoreado desde o princípio, em obediência a um desígnio do Eterno (Deuteronômio 6.1-25; Jeremias 31.33; Salmos 50.7).

ENCARNAÇÃO E RACIONALIDADEÉ compreensível que a ideia da en-

carnação sucessiva seja desconfortável às religiões, posto que põe fim às inú-meras doutrinas e dogmas que susten-taram o edifício das igrejas cristãs, tais como o inferno eterno, destino dos abortados, dos suicidas, das almas in-capazes e outras tantas. Enfim, são situ-ações de morte desprovidas de explica-ção teológica racional.

Convém lembrar que os homens são seres pensantes, gerados do Eterno Deus, portanto, com seus qualificativos. O Pai quer que se pense e que se for-mulem questões, que se bata na porta divina para que os mistérios possam ser esclarecidos (Deuteronômio 29.29; Daniel 2.47;

Mateus 7.7; Colossenses 1.26). Compreender a necessidade do repetido mergulho da alma na vida terrena chega a ser muito simples: vida, justiça e desenvolvimen-

to. Embora nem todos tenham consci-ência, a justiça do homem fundamenta-se nos princípios da justiça de Deus.

Na justiça humana, a transgressão à lei é tratada numa linha considerável de racionalidade e civilização. Referi-mo-nos à justiça nos países civilizados, onde a liberdade já foi devidamente conquistada e aperfeiçoada. Tome-se como exemplo um homem que come-te um crime, tirando a vida de outro. A justiça prende o assassino e ele é subme-tido a julgamento, onde defesa e acusa-ção apresentam suas razões, apreciadas por um juiz e, geralmente, por um júri constituído de pessoas de bem.

O julgamento produzirá uma conde-nação à prisão, para que o condenado seja punido e, ao mesmo tempo, pos-sa corrigir sua conduta, esperando-se que não repita o mesmo erro. Isso pa-rece justo ao homem civilizado. Qual é o interesse geral? Que o transgressor saia da prisão recuperado, reassuma a vida em sociedade e cumpra seu papel de cidadão. Ninguém em sã consciência desejaria que tal indivíduo ficasse preso eternamente, caso já tivesse cumprido sua pena.

Entretanto, no universo da teologia cristã, há um deus que não considera essa possibilidade, não havendo nenhu-ma expectativa futura quanto à melho-ria do transgressor. Reza essa doutrina que, se o pecador não se arrepender do que fez enquanto estiver na vida terre-na, aceitando Jesus como salvador, ele ficará para sempre na prisão, no caso, o inferno eterno.

Certamente, uma condenação dessa natureza não faz sentido diante de um Pai misericordioso e cheio de compai-xão, como o descrevem Moisés, Jesus e os profetas (Deuteronômio 4.31; Neemias

9.31; Isaías 44.3; Salmos 116.5; Mateus 5.45; Marcos

10.18). Se o homem, com toda a sua imper-

feição, desenvolveu um sistema de jus-tiça que tem desejo de levar à recupe-ração alguém que cometeu grave delito,

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é estranho que o Eterno Deus, Senhor de todas as coisas, Pai de amor, de mi-sericórdia e virtudes, faça o contrário da justiça humana, abandonando seus filhos desobedientes em eterno castigo.

Por que acreditam nisso? A resposta está no espírito de atraso existente nas religiões. Trata-se um sistema poderoso de ideias, que abomina a ciência e que mantém o mundo na escuridão espiri-tual. Nenhuma estranheza, posto que o bem caminha junto com o mal (Isaías 45.7;

Salmos 139.12) e a vida é uma peleja entre as duas realidades.

Nas Escrituras Sagradas o homem pode encontrar Deus e o diabo. Como isso é possível, sendo as Escrituras, uma fonte de sabedoria, salvação e consola-ção? Como pode Satanás ser encontra-do em tão grandiosa obra? A questão é elementar: depende apenas de como a pessoa lida com os ensinamentos. Uma mesma lição pode salvar ou conde-nar, dependendo do ponto de vista de quem lê. Como exemplo pode-se citar o livro de João, capítulo 10, versículo 10. Jesus afirma que veio para dar vida em abundância. Em torno da promes-sa de abundância, encontrada também em outras passagens bíblicas (Gênesis

27.28; Salmos 37.11; Mateus 13.12), foram for-muladas doutrinas que são anunciadas em igrejas, como se Deus quisesse dar prosperidade material, riquezas e bens de consumo aos homens. O sentido da Palavra é distorcido para atender inte-resses terrenos.

Há coerência nos escritos bíblicos do começo ao fim, e vê-se nos ensinos gerais da Nova Aliança que a abundân-cia a que se refere a passagem é de vida eterna, virtudes e sabedoria, riquezas que as traças não corroem, nem os la-drões roubam (Mateus 6.19). Explicam, ainda, que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, que o homem deve procurar uma vida modesta e outros conceitos no mesmo sentido (1 Timóteo

6.8-10; Romanos 14.17; Filipenses 4.12). Há algo de errado com os ensinamentos do

Cristo? Evidente que não. O problema está no coração de quem lê. Se o dese-jo do homem for de adquirir riquezas do mundo, ele distorcerá a Palavra de Deus para o sentido material, caindo e fazendo cair em perdição (Mateus 5.19-20;

Mateus 15.14). A alma nasce sucessivamente para

colher as consequências de seus atos e despertar para a vida eterna. A encar-nação progressiva põe fim à injustiça eterna e mostra a perfeição da obra de Deus.

ESPÍRITO RELIGIOSO E FANATISMOO espírito de fanatismo e de irra-

cionalidade é muito comum nas igre-jas cristãs. Vive-se em tempos onde há fartura de igrejas e seitas, formadas ao gosto e intenção dos homens.

Por isso, as pessoas devem avaliar cuidadosamente o sentido e as linhas gerais dos discursos feitos por lideran-ças religiosas, ao frequentar um local aonde se ouve a Palavra de Deus. De-vem escolher com liberdade. Qualquer constrangimento não vem do Eterno, pois não é Deus de confusão (1 Corín-

tios 14.33). Do espírito de atraso e fanatismo

nasceram conceitos errôneos a respei-to da origem da alma, sua missão no mundo e destino depois da morte físi-ca. Questões igualmente importantes, tais como o pecado, o destino do peca-dor depois da morte, sua condenação, a eternidade das penas, o fim do mundo, ficaram sem explicações lógicas. Graves erros de interpretação bíblica guiaram o Povo de Deus nos obscuros caminhos da irracionalidade durante séculos.

A encarnação sucessiva das almas é um princípio que esclarece a maior par-te dessas incertezas da teologia cristã. Dá um sentido inteligente à história do Povo de Deus, envolvendo sua existên-cia e missão num espírito de lucidez. A leitura das Escrituras Sagradas torna-se iluminada, engrandecendo ainda mais a obra do Eterno e de seu Unigênito.

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LEI UNIVERSAL DE DEUSA encarnação sucessiva é uma lei na-

tural que não implica crenças. Faz parte das leis do Criador, assim como são as leis da física, da química, da matemáti-ca, e se aplica a todos os seres vivos da Criação. É como as demais leis naturais. Proporciona às almas acompanharem a evolução da Criação sempre em tempo presente, carregando consigo o ponto do despertar, onde anteriormente se en-contravam, dilatando-o na medida em que tudo à sua volta se expande. Isso faz com que a alma, nas sucessivas experi-ências na vida material, se aproxime da luz esclarecedora do Eterno, onde teve origem.

Toda a Criação segue um curso ma-nifesto de tempo, como se fosse uma onda que se desloca pelo espaço/tempo criado no seio divino.

Se não houvesse encarnação sucessi-va, as almas perderiam sincronia com o restante do Universo em movimento. De acordo com o pensamento tradicional, cada alma apareceria em determinada época e sairia do cenário existencial para um inexplicável estado de glória ou vergonha eterna, uma interpretação obscura, que foge ao mais elementar senso de racionalidade e justiça, sem qualquer relação com a inteligência universal.

Por que o princípio da encarnação progressiva da alma é ignorado pelo ho-mem? Porque muda todos os conceitos da vida como é conhecida. A visão do poder, das glórias terrenas, das autori-dades e finalidades da vida, todas essas coisas seriam profundamente modifi-cadas. O edifício das ilusões e mentiras que sustenta o mundo profano ruiria e a vida com seus valores transitórios se tornaria uma quimera.

O ser humano, como pensa ter so-mente uma efêmera existência na vida material, naturalmente procura des-frutá-la de todas as formas possíveis. Atualmente o sistema de produção, co-mércio e consumo vive dessa ânsia do

homem em gozar os grandes e peque-nos prazeres que a vida terrena propor-ciona. Embora tal conceito, à primeira vista, não seja condenável, ele gera na sociedade uma atmosfera de egoísmo e soberba, que é a causa das aflições em todo o planeta (Isaías 2.12; Salmos 73.6). Se, de modo geral, os homens soubessem que não estão no mundo pela primei-ra vez e que voltarão outras tantas, que seus atos determinarão consequências futuras, não somente no seu aspecto espiritual, mas também material, a exis-tência humana mudaria consideravel-mente, para o bem.

Assim será na nova humanidade, quando o conhecimento do Eterno en-cher a terra (Habacuque 2.14), e os homens tiverem a certeza de que são filhos do Altíssimo, dotados de imortalidade (Sal-

mos 82.6). Terão finalmente consciência de que o Criador, desde o princípio, tem um auspicioso plano para a huma-nidade, para que todos os habitantes do planeta encontrem a felicidade du-radoura. No ponto de vista das realiza-ções terrenas, as instruções do Eterno Deus de Israel são o único caminho.

ENCARNAÇÃO E REENCARNAÇÃOFaz-se necessário tecer algumas con-

siderações sobre os conceitos de encar-nação sucessiva e reencarnação. Existe diferença? Sim, assim como joio e trigo. A reencarnação é um antigo conceito, oriundo das doutrinas orientais, que tra-ta das passagens da alma pela vida terre-na. Através dos renascimentos, a alma teria uma sequência de reencarnações para purificar seu carma. Tal pensamen-to é comum ao hinduísmo e budismo. A alma carregaria consigo uma espécie de peso de pecados e limitações, do qual se livraria gradualmente, adquirindo luz pelo pagamento das dívidas, acrescido de autoconhecimento.

Em resumo, a doutrina da reencar-nação entende que a alma consegue se libertar dos seus erros pela via do sofri-mento expiatório, aprende com experi-

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ências e se torna iluminada por esforço próprio. Há quem pense que a alma po-derá voltar a viver no corpo de um ani-mal. Em todas as variantes relacionadas à reencarnação, o pensamento é que a alma, por si mesma, conquista sua evo-lução, luz e glórias.

A dificuldade está no fato de que tais conceitos contradizem os ensinamentos gerais das Escrituras Sagradas, princi-palmente no que se refere à insuficiên-cia da Lei para libertar a alma de seus pecados.

A encarnação sucessiva, ao contrá-rio da reencarnação, não confronta os mandamentos contidos nas Escrituras Sagradas, nem entra em conflito com o Cristo. Embora entenda que a alma encarna sucessivamente, a encarnação não dispensa a ação salvadora do Mes-sias e a dependência que tem em relação a Deus, para se livrar do atraso moral e intelectual.

A alma não nasce como um livro de páginas brancas, onde se escreve uma história, conforme preconizam os adeptos da reencarnação. Ela é gerada no seio do próprio Deus (Gênesis 2.7), por isso, contém a divindade do Criador. Ao separar-se do Seio Divino, mergulha na escuridão consciencial, acompanhando o movimento de ascensão do Universo, até despertar e tomar consciência de si mesma, de suas origens e potencialida-des (Romanos 10.17; Efésios 5.14).

A alma não evolui como se come-çasse de um ponto zero. Ela desperta, acorda para compreender o que está à sua volta. Por isso, uma vida de 70 ou 80 anos não é suficiente para o divino despertar. Milênios se passam até que a alma comece a dar os primeiros passos nos caminhos da luz divina. Ao crer em Deus, toma posse de sua eternidade e, então, não há mais sobre ela o poder da morte, do inferno, da matéria do tempo ou espaço. Uma alma em tais condições, pode existir em qualquer lugar do Uni-verso visível ou invisível, pois, se tornou Filho de Deus. Jesus veio dos céus para

iniciar a etapa da redenção do mundo. Surgiu para libertar as almas crentes do círculo vicioso do pecado (João 3.17). Como nenhum outro profeta, recebeu de Deus o dom de perdoar pecados (Mar-

cos 2.10). Na reencarnação não há perdão de

pecados. O perdão estaria condicio-nado à reparação, ou seja, a alma seria obrigada a restaurar o estrago que cau-sou. Receberia de volta tudo o que fez os outros sofrerem. A doutrina espírita acredita que, através da dor, a alma se cansa de sofrer e, em vidas futuras, ten-do-a como fundo da consciência, não repetirá o erro. Por seus esforços pesso-ais e autoconhecimento, chegaria à per-feição, iluminando-se. Parece um pen-samento lógico, porém, desprovido do espírito das Escrituras, onde o homem não deixa o círculo de equívocos, sem contar com uma intervenção divina, no caso, o Messias (João 14.6). Ao arrepen-der-se, o pecador encontra no Filho de Deus o perdão definitivo de suas ofen-sas (Lucas 5.20).

Na reencarnação a alma não precisa de Jesus para se salvar. Na encarnação sucessiva, a justificação pela fé no Filho de Deus é obrigatória. Ainda que viva um milhão de vezes, se não encontrar o caminho da fé, a alma continuará morta em seus pecados (João 9.41). Utilizando a imagem do criminoso, citado, a justiça humana, faz com que cumpra a pena e saia da prisão para uma nova vida. A pena cumprida, porém, não o livra do fato de que, perante Deus, ainda é um assassino. A pena imposta pela justiça humana o libertou no mundo, mas uma questão grave está por resolver. Foi que-brada a lei do Criador. O pecado per-manece.

A doutrina da reencarnação afirma que tal homem, em uma vida futura, precisaria ser assassinado, para quitar seu débito com a Lei. Certamente, teria necessidade de alguém para causar o crime. O outro, sendo julgado, iria pre-so, e teria de ser morto por outro, e as-

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sim, sucessivamente. Uma questão sem solução, um círculo infinito de ações e reações, que mostra a incoerência de tal pensamento.

A lei de causa e efeito é uma reali-dade universal. Nas Escrituras aparece como uma “lei de talião” (Levítico24.19-20). Está no mundo antes que a história do Povo de Deus se iniciasse com Abraão. Fundamenta-se no princípio da justa reciprocidade. A doutrina da Graça, re-velada por Jesus e elaborada por Paulo, opõem-se à lei de talião, na qual se fun-damenta a tese espírita da justiça.

No instante em que, pela fé, a alma toma consciência do perdão que existe no Filho de Deus, as reações determina-das pela Lei podem ser interrompidas. Quando o pecador encontra o caminho da fé e está verdadeiramente arrepen-dido, Deus abre as grades da prisão da alma, libertando-a (Romanos 6.22; 8.2).

Reencarnação e encarnação são princípios parecidos, mas, não idên-ticos. O princípio da primeira é an-tagônico às Escrituras e ao próprio Salvador, sua bondade, misericórdia e amor. Os objetivos da encarnação sucessiva, porém, são perfeitamente harmônicos com todos os predicados e virtudes do Eterno Deus de Israel.

A REVELAÇÃO DE DEUS E A DOUTRINA ESPÍRITA

No Brasil, o princípio da reencar-nação é difundido pelos espíritas, que professam sua crença na doutrina ela-borada em 1857, pelo francês Allan Kardec. Seus seguidores acreditam ser a doutrina uma revelação que teria vin-do substituir as Escrituras Sagradas. Por esta razão, colocam os ensinos dos es-píritos acima da ciência de Deus conti-da nas Escrituras. Embora sejam livres para crer como quiserem, interessa es-clarecer o Povo de Deus, que a doutrina kardecista não é a terceira revelação.

Por que se faz tal afirmativa? Por estar em completa desarmonia com as revelações de Deus a Moisés e a Jesus, o

Cristo e, porque não existem evidências nas Escrituras de que o Eterno Deus en-viaria uma terceira revelação. Os textos sagrados da falam da manifestação de um espírito de verdade e de esperança, mas não de uma nova revelação.

Allan Kardec utilizou as Escrituras para fundamentar a doutrina espírita com questões filosóficas, morais e me-tafísicas. O codificador não fez mais do que fazem pastores e teólogos tradicio-nais, que usam os textos sagrados como lhes convém, para formular doutrinas e conceitos. Todos erram quando descon-sideram o conjunto dos ensinamentos sagrados (Mateus 22.29).

É comum encontrar pessoas que não utilizam as Escrituras Sagradas para aprender, mas para fundamentar ideias próprias. Kardec não cotejou sua dou-trina com os escritos bíblicos, mas deles tomou emprestado apenas o que inte-ressava.

A doutrina espírita, portanto, em-bora revele verdades da vida invisível, não é uma terceira revelação. É neces-sário considerar que, tendo como base de crença a reencarnação, a doutrina kardecista anula a ação salvadora do Cristo, não sendo cristãos os que assim pensam. Tais incoerências doutriná-rias já poderiam ter sido corrigidas na doutrina espírita, se os seus seguidores tivessem dado ouvidos à orientação do próprio Kardec, que prescreveu revisões periódicas, de modo que as ideias gerais pudessem acompanhar o progresso.

A ENCARNAÇÃO DAS ALMAS NAS ESCRITURAS SAGRADAS

O princípio da encarnação sucessi-va da alma está presente nas Escrituras Sagradas. No que toca à vida dos profe-tas e das testemunhas do Cristo, não há o que discutir que viveram, viverão em outros corpos e que foram e são aguar-dados pelo Povo de Deus, para cum-prirem missões (Malaquias 4.5; Lucas 9.19;

Mateus 17.11-13). Não se encontram refe-rências a respeito da encarnação suces-

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siva, no que se refere à alma do homem comum. O fato, porém, de determinado ensinamento não estar explícito nas Es-crituras, não quer dizer que não exista.

Princípios que não estão evidencia-dos nas passagens bíblicas, podem ser percebidos pela lógica exegética e pelo ensinamento revelado pelo Espírito de Deus aos que o buscam (João 16.25; 8.31-

32). Cristãos e judeus engessaram suas doutrinas por causa da ausência desse espírito de progressividade.

Jesus prometeu que posteriormente daria o Espírito às suas ovelhas com a finalidade de ensiná-las em tudo, pois, em sua época, segundo afirmou, não era possível falar de certas verdades teológi-cas (João 16.12).

Para o Povo de Deus, as Escrituras Sagradas sempre foram a fonte da sabe-doria. O pensamento revelado pela ação progressiva do Espírito, com o correr do tempo, recebe mais completos pontos de vista, principalmente quando eluci-dam dúvidas e controvérsias existentes na teologia bíblica.

Tudo o que se aplica aos profetas e ao Filho de Deus, aplica-se aos demais seres humanos. Somos deuses, no dizer dos Salmos (82.6) e isso nos põe como irmãos de Jesus, o Cristo e membros da família divina (Romanos 8.12-17).

Neste capítulo, serão demonstradas as evidências da encarnação sucessiva das almas nos Escritos Sagrados. Utili-zaremos a hermenêutica bíblica e a ca-pacidade do livre pensar que o Criador deu aos seus filhos para o aprender, o ensinar, o redarguir e o instruir em jus-tiça, para que todo homem possa ser paulatinamente aperfeiçoado nas boas obras (2 Timóteo 3.16-17).

AOS HOMENS ESTÁ ORDENADO MORREREM UMA VEZ

Teólogos cristãos se posicionam con-tra o renascimento sucessivo das almas, tomando como base um único versícu-lo da Carta aos Hebreus. A passagem merece reflexão por parte dos estudio-

sos que buscam a verdade por detrás do sentido das letras.

HEBREUS 9

1 Ora, também a primeira tinha orde-nanças de culto divino, e um santuá-

rio terrestre.

2 Porque um tabernáculo estava pre-parado, o primeiro, em que havia o

candeeiro, e a mesa, e os pães da propo-sição; ao que se chama o santuário.

3 Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo

dos santos,

4 Que tinha o incensário de ouro, e a arca da aliança, coberta de ouro

toda em redor; em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas da aliança;

5 E sobre a arca os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório;

das quais coisas não falaremos agora particularmente.

6 Ora, estando estas coisas assim pre-paradas, a todo o tempo entravam

os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços;

7 Mas, no segundo, só o sumo sacerdo-te, uma vez no ano, não sem sangue,

que oferecia por si mesmo e pelas cul-pas do povo;

8 Dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do san-

tuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro taber-náculo,

9 Que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons

e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço;

10 Consistindo somente em comi-das, e bebidas, e várias abluções

e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção.

11 Mas, vindo Cristo, o sumo sacer-dote dos bens futuros, por um

maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação,

12 Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio

sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.

13 Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha

esparzida sobre os imundos, os santifi-ca, quanto à purificação da carne,

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14 Quanto mais o sangue de Cris-to, que pelo Espírito eterno se

ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?

15 E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, in-

tervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do pri-meiro testamento, os chamados rece-bam a promessa da herança eterna.

16 Porque onde há testamento, é necessário que intervenha a

morte do testador.

17 Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele

algum valor enquanto o testador vive?

18 Por isso também o primeiro não foi consagrado sem sangue;

19 Porque, havendo Moisés anun-ciado a todo o povo todos os

mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã purpúrea e hissopo, e aspergiu tanto o mesmo livro como todo o povo,

20 Dizendo: Este é o sangue do testamento que Deus vos tem

mandado.

21 E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e to-

dos os vasos do ministério.

22 E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue;

e sem derramamento de sangue não há remissão.

23 De sorte que era bem necessá-rio que as figuras das coisas que

estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifí-cios melhores do que estes.

24 Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura

do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;

25 Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como

o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio;

26 De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes

desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.

27 E, como aos homens está orde-nado morrerem uma vez, vindo

depois disso o juízo,

28Assim também Cristo, ofere-cendo-se uma vez para tirar os

pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.

O versículo 27 afirma “está ordenado aos homens morrerem uma vez”. Todos os versículos anteriores e posteriores ao 27 mostram que o autor sagrado não falava da morte física, mas da morte espiritual, que acomete o homem peca-dor apenas uma vez, na ocasião em que é surpreendido pelos mandamentos de Deus (Romanos 7).

A doutrina é desenvolvida por Pau-lo em suas epístolas, que trata do pe-cado, da morte e da ressurreição. Uma vez que a alma foi resgatada por Cristo, pelo novo nascimento (João 3.2-8), ela não morrerá de novo. É esse o sentido teo-lógico da instrução encontrada em He-breu 9.27 e não tem nenhuma relação com morte física.

Teólogos, contrários à realidade da encarnação das almas, se apegaram a essa passagem porque fizeram o ino-cente raciocínio de que, se é dado ao homem morrer apenas uma vez, vindo depois disso o juízo, segue-se que tal indivíduo não poderia nascer e morrer outras vezes. Estaria comprovada, pelas Escrituras, a impossibilidade de a alma ter um novo nascimento no cenário terreno.

Parece tratar-se de um inteligente argumento. Porém, a conclusão é su-perficial e não passa do sentido radical da letra. Os defensores dessa ideia, não consideram o contexto, quer dizer, ver-sículos anteriores e posteriores ao cita-do. A partir do versículo 22, a instrução proclama que todas as coisas de Deus, segundo a lei, se purificam com sangue e que, sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados. Ensina acerca do sacrifício de Jesus na cruz e das causas do derramamento do seu

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19POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

19

sangue. O verso 23 anuncia que o sacri-fício de Cristo substitui definitivamente os sacrifícios do templo, que tratavam de coisas transitórias e que, o do Cristo, seria relativo às coisas eternas.

No versículo 24, os ensinamentos seguem mostrando que o Messias en-trou no santuário celeste, do qual os santuários terrestres eram meras re-presentações. Como sumo-sacerdote, sacrificou-se para interceder por cada uma de suas ovelhas pecadoras, junto do Eterno Deus. Do verso 25 em dian-te, o autor afirma que Jesus não fez tal gesto, de oferecer-se a si mesmo como oferta, muitas vezes, como fazia o sumo sacerdote todos os anos, mas uma vez somente, para aniquilar o pecado defi-nitivamente.

O versículo 26 é o clímax do ensino, pois, diz que se o Cristo fosse como um sumo sacerdote terreno, teria de morrer diversas vezes. O 27 é o complemento da instrução dada pelo autor sagrado no versículo 26, de que o Senhor morreu apenas uma vez, por nossos pecados, como oferta definitiva. E que é dado aos homens morrerem apenas uma vez, vindo depois disso o juízo.

Se o versículo 27 é o complemento do 26, logicamente não está tratando da morte física, mas da morte espiritual, à qual quando vencida, não mais se está sujeito a ela.

O que aconteceu com Jesus, de ter grandiosa vitória sobre a morte, é o que acontece com todo aquele que Nele crê. Morre somente uma vez. É o sentido ge-ral de Hebreus, capítulo 9, versículos 22 a 28. Não há nenhuma negativa à ideia da alma ter nova oportunidade de re-nascer carnalmente, em nova encarna-ção, e nem do homem passar pela morte física muitas vezes.

Se o crente já estiver de posse da vida eterna, poderá viver milhões de vidas, morrerá como todos os seres hu-manos, mas nem a morte, nem o infer-no poderá retê-lo. É o que também se entende nos Salmos 16.10; 30.3; 49.15

e passagens semelhantes. O princípio da encarnação sucessiva insere a alma na grandiosidade do Eterno Deus de Is-rael e abre oportunidade para todos se corrigirem diante de suas imperfeições. Destituída do conceito da encarnação sucessiva, como pensa a teologia tradi-cional, a alma pode, durante sua única vida, fazer apenas uma escolha. Se errar, o que é muito comum, estará perdida para sempre.

Nesse vesgo ponto de vista não são poucas as almas perdidas, pois, há pa-íses onde, por diversas razões, o Evan-gelho inexiste. Para onde as almas dos seus habitantes iriam depois da morte física? Também em situação semelhan-te estão as almas de crianças mortas prematuramente, as que nascem com malformações congênitas graves, pes-soas que vivem em bolsões de atraso no planeta e outras dificuldades. Tais almas não seriam salvas, pois, não souberam do Evangelho.

Qual seria o destino desses indi-víduos, depois da morte? Os céus não poderia ser, pois, ainda não adquiri-ram os tesouros eternos (Mateus 6.20). O inferno também não, uma vez que, se erraram, não tinham conhecimento das regras (Romanos 2.12). Não seria uma in-justiça gravíssima da obra de Deus? Tal incongruência teológica estaria de acor-do com a vida inteligente do Universo e com a justiça, bondade e sabedoria do Criador?

O renascimento dos profetas, referi-do nas Escrituras Sagradas (Malaquias 4.5;

Lucas 9.19; Mateus 17.11-13), não seria a ma-nifestação de uma lei natural, que po-deria ser aplicada a todos os seres vivos, tendo em vista o progresso? É possível e provável que sim. No Universo, não existe lei ou mandamento que se apli-que a determinado indivíduo e não a outros. As leis são iguais para todos e não poderia ser diferente. Assim sendo, o renascimento dos profetas tem todos os predicados de uma lei natural, aplicá-vel a todas as criaturas.

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20POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

20

2 E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e

as suas vestes se tornaram brancas como a luz.

3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.

4 E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui;

se queres, façamos aqui três tabernácu-los, um para ti, um para Moisés, e um para Elias.

5 E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E

da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o.

6 E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram gran-

de medo.

7 E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não te-

nhais medo.

8 E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.

9 E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis

a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos.

10 E os seus discípulos o interro-garam, dizendo: Por que dizem

então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?

11 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro,

e restaurará todas as coisas;

12 Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-

lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem.

13 Então entenderam os discípulos que lhes falara de João o Batista.

14 E, quando chegaram à multidão, aproximou-se-lhe um homem,

pondo-se de joelhos diante dele, e di-zendo:

15 Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre mui-

to; pois muitas vezes cai no fogo, e mui-tas vezes na água;

16 E trouxe-o aos teus discípulos; e não puderam curá-lo.

17 E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! até

quando estarei eu convosco, e até quan-do vos sofrerei? Trazei-o aqui.

18 E, repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele, e desde aquela hora

o menino sarou.

A encarnação progressiva é uma lei natural e soluciona inúmeras anoma-lias teológicas, dando respostas a pra-ticamente todas as dúvidas acerca da existência do ser humano, sua origem, missão e destino. Para o Povo de Deus, a encarnação sucessiva é um novo concei-to para ajudá-lo a entender a grandiosi-dade da obra do Eterno e de sua justiça. A lei da encarnação não foi revelada nos tempos do Cristo ou dos Apóstolos, por causa dos limites morais e intelectuais das almas encarnadas naquele período. Jesus, o Filho de Davi, deixa bem claro a respeito dessa imaturidade, quando lhes fala por parábolas e ao dizer que ti-nha muito a revelar, mas que as pessoas ainda não estavam em condições de su-portar (João 16.12).

A VOLTA DE ELIAS

MALAQUIAS 4

1 Porque eis que aquele dia vem arden-do como fornalha; todos os sober-

bos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exér-citos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo.

2 Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura

trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.

3 E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos

pés, naquele dia que estou preparando, diz o Senhor dos Exércitos.

4 Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe mandei em Horebe

para todo o Israel, a saber, estatutos e ju-ízos.

5 Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e

terrível dia do Senhor;

6 E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a

seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.

MATEUS 17

1 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu ir-

mão, e os conduziu em particular a um alto monte,

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21POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

21

19 Então os discípulos, aproximan-do-se de Jesus em particular,

disseram: Por que não pudemos nós ex-pulsá-lo?

20 E Jesus lhes disse: Por causa de vossa incredulidade; porque

em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.

21 Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e

pelo jejum.

22 Ora, achando-se eles na Gali-leia, disse-lhes Jesus: O Filho

do homem será entregue nas mãos dos homens;

23 E matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristece-

ram muito.

24 E, chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os

que cobravam as dracmas, e disseram: O vosso mestre não paga as dracmas?

25 Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou,

dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo? Dos seus filhos, ou dos alheios?

26 Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão li-

vres os filhos.

27 Mas, para que os não escandali-zemos, vai ao mar, lança o anzol,

tira o primeiro peixe que subir, e abrin-do-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti.

Uma promessa de Deus, feita ao Povo Escolhido, no capítulo 4, do livro de Malaquias, contém passagem com indícios irrefutáveis de que a alma do homem pode voltar a encarnar-se no mundo. Era comum aos profetas fala-rem como se as pessoas a quem se diri-giam, estivessem vivendo perto dos dias do fim.

Teólogos cristãos concluíram que passagens dessa natureza eram meras expectativas. Algumas profecias, no en-tanto, parecem misturar fatos da época em que foram feitas, com acontecimen-tos futuros. É uma situação incomum, pois, o que as pessoas do tempo pre-

sente teriam a ver com o tempo futuro? Somente haveria sentido inteligente na instrução se fosse dirigida às almas que estariam vivendo na época dos aconte-cimentos.

Na introdução de Malaquias, capí-tulo 4, o profeta diz que suas palavras se referem àquele dia, o dia do Juízo, que viria ardendo como fornalha e que poria fim na existência dos homens so-berbos e impiedosos. Afirma: “para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça”. O Deus de Israel se referia aos judeus ou aos cristãos? Seria uma profecia para ambos os povos, unifica-dos? Ao falar do testemunho em que “pisareis os ímpios”, não está profeti-zando o tempo do fim do mundo, se referindo aos escolhidos, que estariam encarnados nesse período? As circuns-tâncias indicam que sim.

No versículo 4, do mesmo capítulo, o profeta lembra as ovelhas do Senhor, para que não se esqueçam da lei de Moisés, dos estatutos e juízos, manda-mentos estabelecidos para orientar a vida moral e espiritual do povo. A se-guir, Malaquias afirma textualmente que o Eterno enviaria o profeta Elias, antes do dia abrasador. Ele converteria o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais, para que a terra não fosse des-truída (Malaquias 4.6).

Intérpretes que não aceitaram Jesus, o filho de José, como Messias, entende-ram que as palavras do profeta falavam de João Batista, a voz que clama no de-serto.

Concluíram, porém, que seria ele a converter os corações. Entretanto, o Elias que havia de vir, como as Escri-turas Hebraicas testificam (Isaías 40.3), seria o precursor do Cristo, prepa-rando terreno para que o Reino fosse estabelecido pelo Filho de Deus (João

1.23; Mateus 3.3). O salvador era o Cristo e não o Batista.

Na Escritura Sagrada dos cristãos, Malaquias encerra os livros da Antiga Aliança, com a promessa de que Elias

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22POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

22

seria enviado ao Povo (Malaquias 4.5). Ini-ciam-se, então, as obras da Nova Alian-ça, o pacto que Deus fez com as ovelhas perdidas da Casa de Israel, através de Jesus, pelo ministério iniciado por João. Além das ovelhas perdidas, o novo pac-to permitia também aos gentios con-vertidos entrarem para a casa do Pai (Isaías 42.6; Atos 28.28).

Com o testemunho de dois evange-lhos, o próprio Jesus afirma que João Batista, seu precursor, era o Elias que havia de vir. As narrativas no capítulo 17 do livro de Mateus são incontestá-veis. A partir do versículo 10, logo após a transfiguração, quando recebe a visita incorpórea de Moisés e Elias, os discí-pulos interrogaram Jesus a respeito do relato que circulava entre os escribas, de que era necessário que Elias viesse antes da vinda do Cristo. Os escribas, obvia-mente, se referiam a Malaquias 4.5. Je-sus respondeu:

“Sim, é verdade que Elias virá. Mas

digo-vos, em verdade, que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem” (Mateus 17.11-12).

Então entenderam os discípulos que Jesus lhes falara de João Batista, dizem os escritos sagrados. Ele afirmou, sem sombra de dúvida, que João Batista era a encarnação do profeta Elias. Nas pa-lavras do Cristo não há meias verdades, Ele não se refere a alguém parecido com Elias, que fosse da mesma personalida-de, ou movido por um mesmo espírito. Elias já veio, disse o Messias (Mateus 17.12). Não é habitual nas Escrituras Sagradas que se refira a algum personagem mo-vido por um espírito que se assemelha a outro indivíduo.

Interpretes vinculados ao catolicis-mo e ao evangelismo, asseguram que não foi bem o que Jesus quis dizer. Abri-gam-se nas palavras do anjo que falara a Zacarias, pai de João Batista, a respeito

da personalidade de seu filho. A pas-sagem consta em Lucas, no capítulo 1, versículo 17. O anjo disse que o profeta iria salvar muitos filhos de Israel para Deus, e que o faria no espírito e virtude de Elias.

As traduções podem apresentar va-riantes, ao sabor da crença dos tradu-tores. Dependendo da palavra que se escolhe na tradução de determinado vocábulo, o sentido pode ser muda-do. Observam-se erros grosseiros. Por exemplo:

“Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração” (Eclesiastes 7.3).

As traduções ACF e ARA, Almei-da Corrigida Fiel e Almeida Revisada e Atualizada, muito utilizadas pelos evangélicos, apresentam a forma citada acima. Evidente, não se pode dizer, em nenhuma circunstância, que a mágoa é uma coisa boa, pois, não passa de or-gulho ferido. A tradução adequada ao espírito das Escrituras seria algo como:

“Melhor é o chorar do que o sorrir, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração” (Eclesiastes 7.3).

A passagem trata da serventia do so-frimento, que é a de fazer melhor o co-ração. Para compreender tal princípio é preciso conhecer um pouco da ciên-cia eterna, coisa atípica aos tradutores. As anomalias nas traduções podem ser encontradas na totalidade das Escritu-ras Sagradas, mas, principalmente, no Novo Testamento, onde os organiza-dores e tradutores, quase sempre estão ligados à igreja católica/evangélica, com sua teologia medieval.

No sentido literal, dizer que João Batista iria adiante de Deus no espíri-to e virtude de Elias, significa que teria personalidade forte, corajosa e atuante, tão virtuosa quanto a do profeta Elias. Mesmo assim, as palavras do anjo não

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23POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

23

5 Então eu, Daniel, olhei, e eis que es-tavam em pé outros dois, um deste

lado, à beira do rio, e o outro do outro lado, à beira do rio.

6 E ele disse ao homem vestido de li-nho, que estava sobre as águas do rio:

Quando será o fim destas maravilhas?

7 E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, o

qual levantou ao céu a sua mão direita e a sua mão esquerda, e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, tempos e metade do tempo, e quando tiverem acabado de espalhar o poder do povo santo, todas estas coisas serão cumpridas.

8 Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será

o fim destas coisas?

9 E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até

ao tempo do fim.

10 Muitos serão purificados, e em-branquecidos, e provados; mas

os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão.

11 E desde o tempo em que o sacri-fício contínuo for tirado, e posta

a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.

12 Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e

cinco dias.

13 Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na

tua herança, no fim dos dias.

entram em contradição com as do Filho de Deus (Mateus 17.11-13), mas as confir-mam.

João Batista nasceria com iguais qua-lificativos de Elias, pois, se tratava da mesma alma, vivendo dois personagens. Dizer que o profeta era tão-somente um homem com virtudes e coragem como Elias, é usar de simples alegoria e des-considerar a palavra do Cristo, que ab-solutamente não afirma tal coisa. Jesus disse: Elias já veio e não alguém pareci-do com Elias teria vindo. Considere-se ainda, que as palavras do anjo Gabriel, que falam da tal semelhança com Elias, constam somente do livro de Lucas. O testemunho do Messias, ao contrário, está nos livros de Mateus e Marcos. Es-tranhamente não consta em Lucas.

A vesga teologia cristã não faz mais do que sustentar a tese de que o homem não passa de uma entidade casual, que existe por determinado tempo, para ser condenada à glória ou vergonha eter-na. Impele uma multidão nas obscuras regiões de sofrimento, pessoas que, a qualquer custo, tentam encontrar a fe-licidade nos bens corruptíveis.

A VOLTA DE DANIEL

DANIEL 12

1 E naquele tempo se levantará Mi-guel, o grande príncipe, que se levan-

ta a favor dos filhos do teu povo, e ha-verá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àque-le tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.

2 E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida

eterna, e outros para vergonha e despre-zo eterno.

3 Os que forem sábios, pois, resplan-decerão como o fulgor do firmamen-

to; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.

4 E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo;

muitos correrão de uma parte para ou-tra, e o conhecimento se multiplicará.

Nas Sagradas Escrituras encontram-se outros livros contendo indícios de que os profetas poderiam viver uma nova encarnação. O livro de Daniel se destaca no conjunto dos livros da lei e dos profetas por conter profecias re-lacionadas com o período do fim do mundo. Jesus, no sermão escatológico, ao tratar do Juízo, fez referência às pa-lavras desse profeta, estabelecendo um vínculo entre suas revelações e a prédica que proferiu no Monte (Mateus 24.15).

Profetas como Daniel e João Evange-lista, autor do Apocalipse, não são almas comuns. Isso porque devem ter matu-ridade suficiente para suportar visões relacionadas com grandes tragédias e

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24POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

24

sofrimentos, advindas de mundos que transitam de estágios primitivos, para outros mais civilizados. É o que acon-tece atualmente com a Terra, um pla-neta semicivilizado, a caminho de sua civilização. Sua humanidade convive com situações sociais heterogêneas e de profundas desigualdades. Alguns países vivem em abundância de bens, outros na mais profunda miséria. A ciência e a tecnologia se desenvolvem com aben-çoadas realizações no campo do bem, mas também são usadas para elabora-ção de armas destrutivas.

Como a vida moral das nações não se fundamenta nas leis naturais do Criador, nem suas expectativas em re-lação ao futuro, o desastre global é uma questão de tempo. Não se pode negar o esforço dos homens, em criar uma rela-ção civilizada entre os países e os indi-víduos, porém, a soberba e as vaidades geram tantas disputas a ponto de levar o mundo à própria destruição.

O homem desconhece a eterna ciên-cia de Deus. Por causa disso, não sabe conduzir o mundo, de maneira que não se autodestrua. De acordo com as pala-vras do Filho de Deus, a situação criada pelos homens será tão grave que, se não houvesse intervenção divina, ao final da Grande Tribulação, a humanidade seria extinta, ou seja, nenhuma carne se salvaria (Mateus 24.22).

Os profetas são almas especialmen-te escolhidas e preparadas pelo Eterno Deus para serem porta-vozes de reve-lações e advertências ao Povo de Deus e a toda a humanidade. No capítulo 12 do livro de Daniel encontra-se uma pas-sagem em que o profeta conversou com duas inteligências incorpóreas, anjos ou espíritos, que haviam vindo instruí-lo a respeito das visões relacionadas com o Juízo.

Ao ouvir as graves ocorrências do fi-nal dos tempos, Daniel pergunta:

“Senhor meu, qual será o fim destas coisas?” (Daniel 12.8). Um dos anjos explica que as reve-

lações estavam previstas para o perío-do da Grande Tribulação, que duraria 1260 dias. No que diz respeito a Daniel, anuncia que o profeta estaria presente nos dias do fim, dando a entender que voltaria a viver no meio do Povo de Deus, levantando-se em sua descen-dência para nova missão. Como as tra-duções bíblicas foram feitas por homens que não concebiam o renascimento das almas, o sentido retirado das letras saiu com várias interpretações:

Traduções em português:

“Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias” (Daniel 12.13).

“Quanto a você, siga o seu caminho até o fim. Você descansará, e então, no final dos dias, você se levantará para receber a herança que lhe cabe” (Daniel 12.13).

“Tu, porém, vai-te, até que chegue o fim; pois, descansarás, e estarás na tua sorte, ao fim dos dias” (Daniel 12.13).

“Quanto a ti, vai até o fim. Tu repousarás e te levantarás para {receber} tua parte de herança, no fim dos tempos” (Daniel 12.13).

“Mas tu perseverarás até ao fim da tua vida; e depois repousarás. Porque ressuscitarás e terás a tua recompensa nos últimos dias” (Daniel 12.13).

Traduções em espanhol:

“Y tú irás al fin, y reposarás, y te levantarás en tu suerte o en tu herencia al fin de los días” (Daniel 12.13).

“Y tú irás al fin, y reposarás, y te levantarás en tu suerte al fin de los días” (Daniel 12.13).

Os tradutores são unânimes em con-cordar que, depois da morte de Daniel,

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25POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

25

sua alma iria repousar. Não parece im-plícita a ideia de que ficaria dormindo no túmulo até o Juízo, uma vez que se entende que repousar, depois de um período de trabalho, não significa ne-cessariamente se submeter a um sono. É período de descanso para a alma nos céus da eternidade. Voltará, posterior-mente, à vida terrena, cumprindo as ta-refas definidas por Deus.

Também é pensamento comum en-tre os tradutores, de que a alma de Da-niel voltaria a viver nos tempos do fim. A maioria deles usa o “te levantarás”, como se a alma do profeta estivesse dei-tada em algum lugar e surgiria no mun-do por ressurreição carnal. Não parece ser o sentido literal apontado na passa-gem, uma vez que a expressão “levan-tar um profeta” frequentemente é en-contrada nas Escrituras. As referências sempre são feitas a uma futura missão profética ou nascimento de um mensa-geiro de Deus.

É bem mais racional conceber que a alma volte a nascer através de um novo corpo físico, encarnando-se como fez o próprio Jesus, do que ajuntar os átomos de uma velha carcaça, transformada em pó, para ressuscitá-la. É certo que Deus pode todas as coisas, mas não se deve usar tal alegação para justificar teses mirabolantes. Em hermenêutica acon-selha-se caminhar no campo seguro da lógica e não na perigosa zona das ale-gorias.

Na tradução ARC, Almeida Revisa-da e Corrigida, aparece a palavra “sor-te” (Daniel 12.13), com significação de destino. Estaria na sorte, ou destino do profeta, viver mais uma vez junto ao Povo de Deus. Um novo enviado, outro nome, porém, a mesma alma do antigo Daniel.

Nas Escrituras Sagradas não se en-contra obstáculo para que o renas-cimento sucessivo e progressivo das almas seja uma realidade, a não ser a resistência de teólogos para sustentar a tese católica de que a experiência huma-

na, por mais difícil e injusta que pareça, aconteça apenas uma vez.

A teologia propaga a imagem de um Deus injusto, pior do que seus próprios filhos, homens que bem sabem castigar os transgressores, corrigindo seus atos insanos com penas distintas e oportu-nidades de recomeço. O vocábulo “he-rança” (Daniel 12.13) acabou empregado pelos tradutores como se fosse uma su-posta recompensa material a que o pro-feta teria direito. Os interpretes vislum-braram o ponto de vista temporal, onde os bens terrenos são vistos nas igrejas como um “presente de Deus”. A doutri-na do Cristo e dos Apóstolos põe fim a especulações dessa natureza.

O sentido de “herança” aponta para a posteridade carnal, quer dizer, que Daniel voltará a viver em meio à sua li-nhagem familiar, o que parece coerente, tanto por descendência biológica, quan-to espiritual. Nascerá naturalmente em família de judeus ou gentios pertencen-tes às tribos de Israel. Não há nenhuma herança ou bem terreno a ser recebido pelo profeta. A maior recompensa para uma alma dessa natureza é a de servir ao Deus Altíssimo.

No fim do mundo, Daniel estará no meio do Povo de Deus, conforme ates-ta seu livro (Daniel 12.13). Em vez de res-suscitado fisicamente, estará renascido, com outro nome, mas no mesmo espí-rito e virtude do antigo Daniel, assim como aconteceu com Elias.

A VOLTA DE JOÃO EVANGELISTA

JOÃO 21

1 Depois disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar

de Tiberíades; e manifestou-se assim:

2 Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era

de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos.

3 Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe eles: Também nós vamos

contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam.

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26POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

26

18 Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te

cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, es-tenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras.

19 E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar

a Deus. E, dito isto, disse-lhe: Segue-me.

20 E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem

Jesus amava, e que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair?

21 Vendo Pedro a este, disse a Je-sus: Senhor, e deste que será?

22 Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te

importa a ti? Segue-me tu.

23 Divulgou-se, pois, entre os ir-mãos este dito, que aquele discí-

pulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?

24 Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e

sabemos que o seu testemunho é verda-deiro.

25 Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada

uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia con-ter os livros que se escrevessem. Amém.

APOCALIPSE 10

1 E vi outro anjo forte, que descia do céu, vestido de uma nuvem; e por

cima da sua cabeça estava o arco celeste, e o seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo;

2 E tinha na sua mão um livrinho aberto. E pôs o seu pé direito sobre o

mar, e o esquerdo sobre a terra;

3 E clamou com grande voz, como quando ruge um leão; e, havendo

clamado, os sete trovões emitiram as suas vozes.

4 E, quando os sete trovões acabaram de emitir as suas vozes, eu ia escrever;

mas ouvi uma voz do céu, que me dizia: Sela o que os sete trovões emitiram, e não o escrevas.

5 E o anjo que vi estar sobre o mar e sobre a terra levantou a sua mão ao

céu,

4 E, sendo já manhã, Jesus se apresen-tou na praia, mas os discípulos não

conheceram que era Jesus.

5 Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responde-

ram-lhe: Não.

6 E ele lhes disse: Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis.

Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes.

7 Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor. E,

quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar.

8 E os outros discípulos foram com o barco (porque não estavam distantes

da terra senão quase duzentos côvados), levando a rede cheia de peixes.

9 Logo que desceram para terra, vi-ram ali brasas, e um peixe posto em

cima, e pão.

10 Disse-lhes Jesus: Trazei dos pei-xes que agora apanhastes.

11 Simão Pedro subiu e puxou a rede para terra, cheia de cento e

cinquenta e três grandes peixes e, sendo tantos, não se rompeu a rede.

12 Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. E nenhum dos discípulos ousava

perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor.

13 Chegou, pois, Jesus, e tomou o pão, e deu-lhes e, semelhante-

mente o peixe.

14 E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípu-

los, depois de ter ressuscitado dentre os mortos.

15 E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho

de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.

16 Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me?

Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

17 Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão

entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

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27POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

27

6 E jurou por aquele que vive para todo o sempre, o qual criou o céu e

o que nele há, e a terra e o que nela há, e o mar e o que nele há, que não haveria mais demora;

7 Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta,

se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos.

8 E a voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo, e disse: Vai, e

toma o livrinho aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra.

9 E fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. E ele disse-me: Toma-o, e

come-o, e ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel.

10 E tomei o livrinho da mão do anjo, e comi-o; e na minha

boca era doce como mel; e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo.

11 E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos

povos, e nações, e línguas e reis.

João, o evangelista, filho de Zebedeu, era o mais novo dos apóstolos de Jesus, o Cristo. Teria morrido de morte natu-ral, em Éfeso, no ano de 103 d.C. Escre-veu um evangelho, três epístolas e uma profecia que fazem parte dos escritos da Nova Aliança.

O evangelho de João se destaca por ser diferente dos demais, devido ao seu conteúdo de revelações da ciência de Deus. Exegetas afirmam que o livro de João teria sido escrito para os judeus dispersos na Grécia. Convém, no entan-to, considerar outros fatores históricos relacionados com as ações do Criador no propósito de criar os fundamentos da civilização.

Com o fim da escravidão babilô-nica (538 a.C.), houve um período de silêncio em que o Eterno não mais en-viou profetas para falar ao Povo israeli-ta. Nessa lacuna, floresceu na Grécia o pensamento lógico, inclusive a respeito da vida além do mundo visível, com o aparecimento de filósofos como Sócra-tes, Platão e outros, que trouxeram ao horizonte da compreensão humana,

ideias, raciocínios e explicações em tor-no de conceitos relativos à Criação, às criaturas e ao Criador.

O evangelho de João está escrito em linguagem em que o pensamento racio-nalista grego e os princípios do judaísmo, se misturam em inquietante revelação de que somos, na verdade “deuses” (Salmos

82.6), ramos e galhos da árvore divina, destinados a produzir frutos em abun-dância (João 15).

Ao contrário do que habitualmente se pensa, Deus não ficou em silêncio, mas deu origem a uma visão inteligente da sua magnífica obra, a Criação. Mais tar-de, João escreveria o seu evangelho, com esses princípios, trazendo uma visão in-teligente da obra divina, acessível não só aos judeus dispersos na Grécia (João 7.35), mas a todos os que desejassem conhecer o papel dos filhos do Altíssimo na gran-diosa árvore-da-vida.

No capítulo 21, versículos 21 a 24 deste evangelho, há relato de uma con-versa do Cristo com o apóstolo Pedro, que levou os discípulos a divulgarem entre os irmãos, que João não iria mor-rer. Como em outras passagens bíbli-cas, a ausência do pensamento de que a alma pode voltar a viver em novo corpo produziu interpretações as mais estapa-fúrdias. Afirmaram, por exemplo, que ao abrirem o túmulo de João, seu ca-dáver, à semelhança do corpo de Jesus, havia sumido.

O próprio texto bíblico corrige a in-terpretação equivocada, explicando cla-ramente que Jesus não disse que João não iria morrer, mas sim, que estaria vivo, no tempo de sua volta ao mundo, nos dias do fim (João 21.22-24).

Sendo verdadeira a assertiva bíblica, é provável que João voltará a viver nou-tro corpo, no espírito e virtude do antigo evangelista, do mesmo modo como as Escrituras declaram a respeito do renas-cimento de Elias. Não parece haver dú-vidas de que a passagem é uma alegação de que João, o filho de Zebedeu, estaria encarnado no mundo na época relativa

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28POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

28

à volta do Messias. A tese da nova en-carnação de João se torna mais evidente, quando o livro Apocalipse proclama que ele profetizará outra vez (Apocalipse 10.11).

João foi o autor de um dos mais com-plexos livros das Escrituras Sagradas, o Apocalipse. A profecia finaliza o con-junto dos livros sagrados e tem tanta importância para o Povo de Deus, quan-to o primeiro livro da Torá, o Gênesis. Ele trata da maior crise a ser vivida pela humanidade em toda sua progressiva história. Não haverá tempo com tantos distúrbios e transtornos para as nações, igual ao que ocorrerá na Grande Tribu-lação. São palavras do próprio Cristo

(Mateus 24).

O período crítico do fim do mundo será de 1260 dias, no qual, o espírito da abjuração suscitará em muitos lugares uma espécie de ditadura materialista, um caminho de abominação ao Eter-no Deus de Israel. Indiferente às regras e instruções do Criador, o fenômeno já pode ser observado em alguns segmen-tos das sociedades ocidentais. Políticas públicas mudaram conceitos morais e leis que regem a vida das pessoas, sob o argumento de atenderem as minorias injustiçadas ou vítimas de preconceitos. Nesse contexto está o Povo de Deus, que o Criador vem preparando há milênios para se manter fiel aos ensinamentos das Escrituras. A proposta do Eterno para o seu Povo é preservar os valores morais e espirituais das Escrituras, im-prescindíveis para restaurar a civiliza-ção, depois da autodestruição.

O capítulo 11 do Apocalipse, fala das duas testemunhas de Deus. É provável que sejam os judeus e cristãos, a Antiga e a Nova Aliança, que estão diante do prín-cipe do mundo. Intituladas também de duas oliveiras ou dois castiçais (Apocalipse

11.4), são as únicas fontes de luz vindas do Eterno Deus para o mundo.

Nos 42 meses da Grande Tribulação, o texto fala de testemunhos, persegui-ção e morte (Apocalipse 13.7; Apocalipse 18.24). Um código de identificação é usado pe-

los indivíduos, para que ninguém pos-sa comprar ou vender sem que tenha o número, três conjuntos de seis algaris-mos, a serem incorporados na vida de cada personagem (Apocalipse 13.16-17). Não se sabe ainda se tais coisas serão esta-belecidas em todo o planeta, ou apenas nas regiões prósperas. O clima de ale-gria durará três anos e meio (1260 dias), vindo logo depois, a consequente des-truição (Apocalipse 11.11-12; 16).

João, o filho de Zebedeu, era profeta, por isso, vivia momentos nos quais sua alma deixava seu corpo físico, era arre-batada em direção às regiões eternas, para receber revelações (Apocalipse 1.10).

O fenômeno de desprendimento momentâneo da alma foi chamado pe-los apóstolos, Paulo, Pedro e João de “arrebatamento de espírito” ou “arreba-tamento de sentido” (2 Coríntios 12.4; Atos

11.5; Apocalipse 1.10). As passagens mos-tram que não se tratava de um arreba-tamento do corpo físico, mas da alma, do espírito.

João teve uma intrigante visão narra-da no capítulo 10, do Apocalipse. Ela se referia a um livro que recebera do Eter-no, pelas mãos de um anjo, de quem obteve instrução para que fosse comido. Ezequiel viveu experiência semelhante quando Deus ordenou que comesse um rolo de livro (Ezequiel 2.7-10). Quando o Espírito determinava a um profeta que comesse um livro ou pergaminho, era indicativo que profetizaria posterior-mente.

Tratava-se da voz dos sete trovões, conforme o relato bíblico (Apocalipse 10.4). João ao ouvi-la, teve intenção de escre-ver a respeito, mas foi contido por uma voz dos céus, pedindo-lhe que selasse o que ouvira e que não escrevesse.

Depois de comer o livro, que de acordo com a descrição, era doce na boca e amar-go no ventre, o profeta ouviu do anjo, que deveria ainda profetizar outra vez, a povos, nações e línguas (Apocalipse 10.11).

O livro do apóstolo João ainda não apareceu. Pode-se admitir, pela segunda

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29POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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10 E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso

Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.

11 E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos,

e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus,

12 Dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de

graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém.

13 E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos

de vestes brancas, quem são, e de onde vieram?

14 E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que

vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.

15 Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de

noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.

16 Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem

calma alguma cairá sobre eles.

17 Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e

lhes servirá de guia para as fontes vivas das águas; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.

O estudo das profecias relacionadas ao fim do mundo, existentes no livro do profeta Daniel, no discurso profético do Cristo e no Apocalipse de João, deixa claro que no período da Grande Tribu-lação, haverá grandes desafios e aflições para o Povo de Deus (Daniel 10.32-35, Ma-

teus 24, Apocalipse 12). Em maior ou menor intensidade, todos os irmãos, judeus e cristãos, serão provados e embranque-cidos (Daniel 11.35). Nesse tempo, haverá profetas, pregadores e sábios que ensi-narão a muitos (Daniel 12.3).

O Espírito de Deus estará por to-dos os lugares, cuidando e zelando do Povo Escolhido, até que se findem os dias, nos quais, sabendo que tem prazo contado, o espírito do anticristo se en-grandecerá em força e poder. Seu reino,

vez, a tese de que João voltará a profetizar, a respeito dos tempos do fim. Que o filho de Zebedeu encarne novamente, com o mesmo espírito e virtude do antigo evangelista, tendo a missão de escrever um livro, contendo o que ouviu dos sete trovões, na sua visão apocalíptica.

É possível que o livro do profeta João se torne conhecido por todo o Povo de Deus e que seja um elemento de unificação para a casa de Judá e para os dispersos de Israel, as ovelhas perdidas.

AS 144 MIL TESTEMUNHAS

APOCALIPSE 7

1 E depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos

da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma.

2 E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do

Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar,

3 Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que

hajamos selado nas suas testas os servos do nosso Deus.

4 E ouvi o número dos selados, e eram cento e quarenta e quatro mil

selados, de todas as tribos dos filhos de Israel.

5 Da tribo de Judá, havia doze mil selados; da tribo de Rúbem, doze

mil selados; da tribo de Gade, doze mil selados;

6 Da tribo de Aser, doze mil selados; da tribo de Naftali, doze mil selados;

da tribo de Manassés, doze mil selados;

7 Da tribo de Simeão, doze mil selados; da tribo de Levi, doze mil selados; da

tribo de Issacar, doze mil selados;

8 Da tribo de Zebulom, doze mil selados; da tribo de José, doze mil

selados; da tribo de Benjamim, doze mil selados.

9 Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém

podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;

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30POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

30

porém, não subsistirá. Um novo reino, o reino do Eterno, será estabelecido e o Messias, com o Povo Santo, o governará para sempre (Apocalipse 11.15; 21.9-10).

Os falsos sábios serão pegos em suas fraquezas (1 Coríntios 1.19). O Espírito de Deus fará como lhe aprouver, falará pela boca dos humildes, dará sonhos e visões aos jovens e aos velhos, rela-tando o que está por vir e o que os que creem podem esperar (Joel 2.28).

O capítulo 7 do livro Apocalipse re-fere-se a um grave tema, em que os ser-vos de Deus darão testemunho perante o espírito do mundo. Alguns deles, in-clusive, perderão a vida para cumprir a missão que, pelo Messias, lhes será con-fiada (Apocalipse 11.7-10). O primeiro ver-sículo do capítulo 7 revela a existência de quatro anjos, a quem teria sido con-cedido poder para destruir o mundo. Estariam retendo os quatro ventos, os vetores destrutivos, para que nada fosse destruído, antes da hora determinada (Apocalipse 7.1).

Outro anjo, que tinha o selo do Deus vivo, aparece no cenário dando ordens às quatro entidades angélicas para que nada fosse destruído até que os servos do Eterno fossem assinalados no mun-do. O número dos que receberiam o sinal era 144 mil almas (Apocalipse 7.4). A questão é que os assinalados, servos de Deus, conforme diz a revelação, eram almas de israelitas que fizeram parte das antigas tribos de Israel. Seriam doze mil almas de cada uma das doze tribos, perfazendo assim, o número de 144 mil testemunhas.

Se a ordem era de não destruir o mundo enquanto os servos não fossem assinalados, isso significa que eles es-tariam espalhados nas nações. Como almas antigas das tribos de Israel pode-riam estar vivendo no mundo, se não encarnassem de novo? A encarnação sucessiva é a mais lógica e racional ex-plicação para o texto apocalíptico.

Teólogos afirmaram que as 144 mil almas iriam ressuscitar carnalmente,

fazendo-as levantar dos túmulos (Eze-

quiel 37). De que túmulos, porém, elas se levantariam, se não existe sequer ves-tígios dos lugares onde viveram? Apa-receriam nas ruas das cidades, pessoas que nunca foram vistas, dizendo terem saído de sepulturas inexistentes? Com que nome seriam chamadas? Aceitar teses dessa natureza é mergulhar no mundo da fantasia. Intérpretes susten-taram também a proposição de que as tarefas dessas almas se passariam nos céus. Elas seriam convocadas a partici-par do Juízo, mas não explicam as ra-zões.

Independente das teses mirabolantes da teologia tradicional, é forçoso con-cluir que Deus espalhou seu Povo pelo mundo, através de famílias judias e gen-tias, usando para isso a lei da encarna-ção.

Cristo contará com todas essas almas preciosas, secularmente cunhadas pela experiência terrena, para testemunha-rem no Juízo, perante um mundo em completo desajuste.

A Grande Tribulação será o mais obscuro e doloroso período da existên-cia humana. Unicamente almas que, durante séculos, foram habilitadas para resistirem à perseguição e afronta, po-derão suportá-lo. Se nos dias atuais houvesse uma rejeição generalizada ao Povo de Deus, por abominação às Es-crituras (Apocalipse 11.10), a maioria cristã estaria perdida, sem condições morais e espirituais para entender e resistir aos acontecimentos.

As igrejas cristãs estão cheias de crentes porque nelas, infelizmente, se promove o homem carnal com suas fes-tas e comemoração da vida, com seus gozos, prazeres e promessas terrenos. Ninguém está preparado para viver aflições e não são poucos os que acredi-tam na tola hipótese de serem arrebata-dos carnalmente para os céus. Convém que todos se preparem, porque, como disse o Espírito ao profeta Ezequiel, o fim vem, o fim vem (Ezequiel 7.2).

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31POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

31

15 Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida

eterna.

16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho

unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que

condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.

18 Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está

condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

19 E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens

amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.

20 Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para

a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.

21 Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as

suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.

22 Depois disto foi Jesus com os seus discípulos para a terra da

Judéia; e estava ali com eles, e batizava.

23 Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim, porque

havia ali muitas águas; e vinham ali, e eram batizados.

24 Porque ainda João não tinha sido lançado na prisão.

25 Houve então uma questão entre os discípulos de João e os judeus

acerca da purificação.

26 E foram ter com João, e disseram-lhe: Rabi, aquele que

estava contigo além do Jordão, do qual tu deste testemunho, ei-lo batizando, e todos vão ter com ele.

27 João respondeu, e disse: O homem não pode receber coisa

alguma, se não lhe for dada do céu.

28 Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu

não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele.

29 Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo,

que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido.

30 É necessário que ele cresça e que eu diminua.

“E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor DEUS acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra” (Ezequiel 7.2).

DIÁLOGO COM NICODEMOS

JOÃO 3

1 E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos

judeus.

2 Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és

Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.

3 Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que

aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.

4 Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho?

Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?

5 Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não

nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.

6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.

7 Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.

8 O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem,

nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.

9 Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?

10 Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes

isto?

11 Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos,

e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho.

12 Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos

falar das celestiais?

13 Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o

Filho do homem, que está no céu.

14 E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim

importa que o Filho do homem seja levantado;

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32POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

32

31 Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele que vem da terra é

da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos.

32 E aquilo que ele viu e ouviu isso testifica; e ninguém aceita o seu

testemunho.

33 Aquele que aceitou o seu testemunho, esse confirmou que

Deus é verdadeiro.

34 Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus; pois

não lhe dá Deus o Espírito por medida.

35 O Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos.

36 Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não

crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.

Nicodemos foi um fariseu, membro do Sinédrio, mestre de Israel, que se interessou pelos ensinos do Messias. É conhecida a passagem da sua visita no-turna a Jesus, e do diálogo a respeito da necessidade de nascer de novo para ver o Reino. A passagem consta do livro de João, capítulo 3. É usada repetidas vezes pelos adeptos da reencarnação, como sendo referência do Cristo ao nascimento sucessivo das almas, o que não é verdade.

O nascimento a que se referia Jesus, não tratava de possibilidade da alma nascer em novo corpo, mas abordava o renascimento espiritual, ocasião em que o homem, pelos caminhos da fé no Eterno, se livra da morte provoca-da pelo pecado. A alma nasce de novo, para tomar posse da sua eternidade. As palavras do Cristo a Nicodemos foram:

“Na verdade, te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus” (João 3.3).

Paulo confirma a mesma doutrina. O Apóstolo assegurava que a alma do homem está morta desde a sua gênese e que precisa, em algum tempo, encon-trar-se com Deus. A partir de então, livra-se da morte espiritual e recebe as

bênçãos do Criador para sempre. A sal-vação pelo caminho da fé, sempre este-ve disponível, tornando-se evidente, a partir de Abraão, quando creu em Deus e foi tornado justo por esta confiança.

Uma alma não pode almejar a verda-deira felicidade enquanto não encontrar o caminho da salvação pela fé. Para os judeus o alvo é o Verbo (Adonai) e, para os cristãos, a fé aponta para o Cristo. Um mesmo Deus, porém, opera tudo em todos. Entende-se, pois, que a sal-vação sempre esteve ao alcance do Povo de Deus ou a quem a Ele se convertesse. A salvação, o novo nascimento que o Cristo revelou a Nicodemos e que salva o crente, não depende do saber, mas da confiança no Deus que fez as promes-sas. A fé, sendo verídica, estabelecerá um sólido e indestrutível vínculo entre a men-te da alma e a do Verbo, a manifesta forma do Eterno Deus de Israel (1 Coríntios 2.16).

A partir do encontro entre Pai e fi-lho, a alma livra-se das barreiras da morte e do inferno. Adquire verdadeira liberdade e, de posse de sua eternidade, todas as coisas passam a lhe pertencer e, aonde vier a existir, estará guiada e protegida pela Graça Eterna. Por isso, o Filho de Davi disse a Nicodemos que, sem o novo nascimento, não seria pos-sível ver o reino.

O reino de Deus é um estado de es-pírito que a alma adquire, nos caminhos da fé salvadora do Cristo, porta-voz do Verbo divino. Uma vez encontrado, nunca será perdido. É como se alguém estivesse em total escuridão e de re-pente, descobrisse um ponto luminoso. Instintivamente se dirige para ele e, na medida em que se aproxima, percebe o ambiente à sua volta, que não via em ra-zão das trevas que o envolvia. Ir para a luz é um caminho de mão única. Não há como voltar.

Quando a alma encontra a salvação, sua felicidade durará até o fim da eter-nidade. O despertar não se faz no cur-to espaço de uma vida. A existência da alma, seja nos céus da eternidade, ou

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no plano terreno, começa quando Deus cria o Universo visível e invisível. Ter-minará quando a majestosa obra retor-nar ao seio divino.

A Criação foi concebida com o pro-pósito de que os filhos de Deus se rea-lizem nos diferentes níveis existenciais a que determinada civilização propor-ciona. A história da humanidade é a trajetória das almas no mundo, desde o período primitivo (trevas), até se trans-formar em gloriosa morada (luz), sem dores, injustiças ou desordem.

Não satisfeito, Nicodemos fez nova pergunta ao Filho de Deus:

“Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?” (João 3.4).

O rabino judeu não havia entendi-do que o Cristo falava do renascimento da alma e perguntou-lhe a respeito do novo nascimento do corpo. A resposta leva à conclusão de que Jesus não estra-nha a pergunta sobre um novo nasci-mento, em novo corpo. Não repreende Nicodemos.

O Filho de Deus parece não se im-portar com a pergunta de Nicodemos (João 3) e continua instruindo, como fez a princípio, em relação ao novo nasci-mento.

“Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Es-pírito, não pode entrar no reino de Deus” (João 3.5).

A seguir, o Cristo diz algo inesperado:

“O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3.6).

Jesus esclarece acerca da possibilida-de do homem, sendo velho, entrar de novo no ventre de sua mãe. O nascer de um novo corpo (carne), segundo o Fi-lho de Deus, pertenceria às leis da vida material, mas o renascer da alma, com-

petiria às leis do Espírito. A alma não nasce de novo, porque nasceu somente quando o Eterno a gerou da sua própria essência. Encarna sucessivamente em novo corpo, que nasce no cenário terre-no, segundo as leis físicas.

O Cristo revela os dois princípios fundamentais da existência humana: carne e espírito. A alma não foi criada no momento da concepção, ela já exis-tia anteriormente. Por isso, o Filho de Deus disse a Nicodemos que, o que era nascido da carne era carne, mas o novo nascimento da alma, era segundo as leis do Espírito. Somente Deus, através do Verbo e seu Cristo, pode fazer a alma deixar a escuridão para existir na luz divina.

Quando a alma é gerada, separa-se de Deus em face de sua natural marca adâmica, a “desobediência”. Permanece um longo período nas trevas, arrastan-do-se pelas vidas, até que, em dado mo-mento, é resgatada pelo Criador. Como se dá o resgate? Pela água e pelo espírito, dizem as Escrituras (João 3.5). Intérpretes cristãos confundiram o nascer da água com o batismo de imersão ou aspersão. As Escrituras Sagradas, porém, ensinam que a água é a Palavra de Deus (João 15.3).

Não se pode conceber que alguém se salve por ter sido imerso na água de um rio ou piscina. O batismo nas águas é um ato exterior de devoção, mas não pode mudar interiormente as disposi-ções íntimas da alma. A salvação de-pende do que há no coração do homem e não fora dele.

O conhecimento relacionado ao Deus de Israel, os mandamentos e juí-zos, anunciado pelos pregadores, leva a alma a converter-se, quer dizer, sair da zona da escuridão para a região da luz divina. Nascer da água é nascer da Pala-vra anunciada, lida e refletida. Nascer do Espírito é o momento em que a alma rece-be o toque interno de Deus, que a levará à certeza de ter encontrado sua eternidade. Se a conversão for verdadeira, a alma não mais se afastará da luz do Eterno.

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ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Jesus, o Cristo, falando de quem era João Batista, disse:

“E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir” (Mateus 11.14).

Os discípulos respondendo a Jesus, quando lhes perguntou a respeito de quem diziam que ele (o Cristo) era:

“E, respondendo eles, disseram: João o Batista; outros, Elias, e outros que um dos antigos profetas ressuscitou” (Lucas 9.19).

“E outros que um profeta dos antigos havia ressuscitado” (Lucas 9.8).

O homem é espírito, um sopro do Eterno Deus que deu origem à sua exis-tência na Criação (Gênesis 2.7). Quando na vida terrena, a alma torna-se um ser humano e possui uma natureza carnal e outra espiritual. Com a natureza hu-mana, goza das coisas terrenas. Com a espiritual, mantém-se ligada aos planos eternos e com a mente do Verbo, a men-te manifesta do Criador (1 Coríntios 2.16) de onde lhe vem a vida e a felicidade eterna.

A natureza espiritual exerce constan-te influência na vida terrena, para que a alma não se perca no poder ilusório da carne. Quando a natureza carnal predo-mina na conduta, o homem faz coisas insanas, capazes de gerar sofrimento aos semelhantes ou a ele mesmo (Gálatas

5.19-21). Sob o domínio da natureza espi-ritual, o homem desenvolve uma vida de virtudes e santas realizações (Gálatas 5.25).

O corpo carnal é como um vaso, uma ferramenta que a alma recebe do Criador, para se aperfeiçoar (Deuteronô-

mio 8.2; 2 Timóteo 2.20; 1 Tessalonicenses 4.4) e desfrutar de todas as coisas que lhe são permitidas.

Para usufruir da ilimitada vida que Deus concede aos seus filhos, é preciso que a alma esteja em comunhão plena

com a verdade eterna, em harmonia com as leis naturais e com o conheci-mento de Deus. É assim, que o homem deixa de ser mortal, tomando consci-ência de sua eternidade (1 Coríntios 15.53).

Torna-se capacitado a existir no mun-do, ou em qualquer outro lugar ou tem-po da Criação visível ou invisível.

A alma que já tomou posse da eterni-dade não vive em conflito com o Eterno. Os conflitos entre a alma e seu Criador, nascem da sua baixa condição evolu-tiva, por ainda estar excessivamente adormecida.

O mundo terreno é um lugar de provas e tribulações, mas também de almejada felicidade. Pela dureza dos corações, a riqueza e progresso de algu-mas regiões contrastam com a miséria de outras. Evidentemente há esforços para erradicar a miséria e a injustiça no planeta, porém, estando destituídos do conhecimento eterno, estão fadados ao fracasso, por estar sustentados nos inte-resses pessoais e de poder, sendo insu-ficientes para mudar o cenário e cons-truir um futuro sustentável.

Isso se dá porque a maior parte dos habitantes da Terra acha-se sob o do-mínio da natureza carnal. Vive para o gozo dos pequenos e grandes prazeres da vida terrena. No ocidente, as igrejas cristãs, que poderiam contribuir para o esclarecimento das pessoas, insistem em convencê-las de que teriam vindo ao mundo para serem felizes e que Deus é quem vai ajudá-las a encontrar a tal fe-licidade.

Em todo o planeta, as expectativas se resumem no breve período entre o nascimento carnal e a morte. Por isso, os homens vivem em exacerbado egoís-mo e pensam mais na própria felicidade do que na do próximo. Este é o círculo vicioso do pecado, que se expande dia-riamente e terá fim somente quando chegar o dia do Juízo.

O Povo de Deus é guiado pelo Ver-bo e seu Cristo. Embora com raízes nos tempos de Adão, pode-se anunciar que

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a família divina iniciou sua formação a partir de Abraão, o primeiro crente jus-tificado pela fé (Gênesis 12.1-2).

Abraão se tornou justo, porque creu no Eterno (Romanos 4.3). Deus disse a Abraão, que faria da sua descendência uma grande nação e que todas as na-ções da terra, seriam abençoadas por essa futura geração (Gênesis 22.18).

Não se pode entender a formação da família divina, expansão e aperfeiçoa-mento, sem o conceito da encarnação sucessiva das almas. A formação das doze tribos de Israel, sua dispersão pelo planeta e, no futuro, seu ajuntamento, antes do Reino ser estabelecido, todas essas passagens têm sentido inteligen-te apenas se o Criador estiver tratando com um mesmo grupo de almas. De ou-tro modo, nem as promessas do próprio Deus seriam verdadeiras.

Adonai prometera aos cativos do Egito, que entrariam em Canaã e nem mesmo Moisés, pode fazê-lo (Números

20.12). O que parece obscuro, porém, pode ser entendido, se as almas dos que morreram no deserto, pudessem se le-vantar numa nova encarnação e viver na descendência futura. A encarnação sucessiva das almas é a chave do enten-dimento racional das Escrituras Sagra-das e da história do Povo de Deus.

As Escrituras nos levam a entender que todo o trabalho civilizatório da humanidade terá como fundamento as doze tribos de Israel (Apocalipse 21.14). Nos tempos de Salomão, depois da sua morte, as tribos se dividiram. Jeroboão passou a reinar com dez tribos no nor-te de Israel e Roboão, filho de Salomão, ficou como governante de duas delas, consideradas fieis ao Eterno, Judá e Benjamim, que deram origem aos atu-ais judeus.

As tribos do norte degeneraram-se e passaram a ser consideradas infiéis, por adorarem outros deuses e se envol-verem com povos pagãos e idolatras. Por causa da desobediência, caíram em maldição e foram lançadas em terras

estranhas (Deuteronômio 30.1-10). As tribos perdidas seriam resgatadas posterior-mente pelo Messias, purificadas e tra-zidas de volta à terra prometida (Ezequiel

37.15-28; 34.12-14).Com o advento do Messias, o rabi-

no judeu Saulo foi convertido ao Cristo, passando a chamar-se Paulo. Foi con-vocado por Jesus para ser o porta-voz da mensagem redentora, destinada aos gentios, mas principalmente às ovelhas perdidas, almas da Casa de Israel (Atos

11.1; Romanos 3.29; Tiago 1.1). Nos documen-tos do Apóstolo, se entende que falava aos estranhos, mas procurava primeiro as sinagogas, os dispersos, pertencentes às tribos de Israel. Foi o início do cha-mamento das ovelhas desgarradas. O nascimento da igreja cristã, no mundo ocidental, é uma obra do Deus de Israel, destinada a congregar as ovelhas perdi-das em torno do novo pacto, além de ajuntar outras, que não seriam do apris-co do Pastor, ou seja, não faziam parte do rebanho perdido (João 10.16).

Sendo assim, pela lei da encarnação sucessiva, boa parte dos cristãos é, na verdade, constituída de almas judias, vivendo como ocidentais. Por isso os cristãos, no tocante à sua religiosidade e modo de viver, são parecidos com os judeus degenerados da antiga Samaria.

Judeus e cristãos são uma só família, dividida pela ignorância em relação às verdades do Espírito, à história previa-mente escrita por Deus, ao presente e ao futuro promissor, programado des-de que Abraão creu e foi tornado justo diante do Pai (Gênesis 22.16).

Os Escritos Sagrados, desde os pro-fetas da Antiga Aliança, até os apon-tamentos de Paulo, referem-se a um movimento para a unificação do Povo de Deus. Pode-se concluir, tendo como preceito a encarnação sucessiva, que líderes do passado estarão de volta ao cenário humano, para serem guias e ins-trutores da nova humanidade. É possí-vel afirmar que já estão entre os cristãos e judeus, tendo em vista a unificação e a

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chegada do Reino. Não se quer com isso desprezar as inteligências, preceitos e sistemas políticos que atualmente con-duzem o mundo, tendo em vista o bem comum. É preciso, no entanto, conside-rar que todas as leis, doutrinas políticas e religiosas que não estiverem em acor-do com o pensamento do Eterno Deus, não resistirão aos eventos da transição planetária (Mateus 15.13).

A felicidade de todos os filhos de Deus será completa, quando a encarna-ção sucessiva das almas for concebida como lei natural e passar a dar sentido lógico à existência do ser humano. Sem essa chave que explica o aparentemente inexplicável, a Criação se torna um fe-nômeno inconcludente.

A suposta destruição do planeta, anunciada por fanáticos religiosos, não passa de ignorância espiritual. O mun-do terreno é uma das moradas da Casa do Pai (João 14.2). É um lugar de vivências das almas, para desfrutarem de tudo o que lhes oferece a vida natural. Qual é a razão para uma possível destruição do planeta, vinda de Deus? Não há nenhu-ma, a não ser as teses oriundas do obs-curantismo religioso.

O mundo sofrerá uma crise sem pre-cedentes, é verdade, porém, são muitas as passagens bíblicas que dizem que os mansos, herdarão a terra e o Povo de Deus, a terra prometida (Ezequiel 34; 37.15-

28). Também se tem consciência de que a morte e o inferno serão destruídos (Apocalipse 20.14), mas, a vida orgânica, continuará existindo no planeta, como sempre foi (Apocalipse 22.2).

A humanidade seguirá o progres-so, assumindo estágios cada vez mais harmônicos, segundo os propósitos do Criador e as leis naturais. As pesso-as vão continuar nascendo, vivendo e morrendo fisicamente, como profetizou Isaías. Não haverá mortes prematuras e todos cumprirão os seus dias (Isaías 65). Que dificuldade há em adormecer na vida terrena, acordar nos céus da eter-nidade, lembrar do passado, entender

o presente, vislumbrar o futuro e, de-pois, voltar a viver novamente, na pró-pria descendência biológica e espiritu-al, cumprindo os propósitos divinos? Não há escândalo! A lei da encarnação sucessiva explica como o homem, que é uma alma eterna, toma posse da sua eternidade e se torna cidadão do Uni-verso. Um mundo habitado por almas conscientes da verdade, encontrará o caminho da felicidade duradoura.

Retire-se a realidade da encarnação progressiva das almas e teremos uma Criação sem qualquer sentido lógico, que viria a ser obra de um Deus injusto, imperfeito, que condenaria filhos deso-bedientes ao inferno eterno.

A inteligência do homem é um dom de Deus. Instintivamente não aceita um Criador, injusto, ameaçador, anunciado nas igrejas cristãs. Por essa razão, ca-vou-se um grande abismo entre ciência e religião, dando origem a imenso con-tingente de céticos. É tempo de mudan-ças, não para se fundar outra igreja ou doutrina, mas para criar uma consciên-cia inovada, de entendimento universal, acessível a todos os homens, para que, em todo o mundo, se compreenda o quanto o Eterno Deus de Israel é bom e digno de honra, louvor e glória.

O Povo de Deus é uma realidade bíblica e, como disse o Ungido, as Es-crituras não podem ser anuladas (Mateus

22.29). Compreenda-se, porém, que, por ter escolhido um Povo, não se segue que Deus faz acepção de pessoas. A porta do Reino está aberta a todos os homens, crentes ou descrentes que se convertam ao Eterno e seu Cristo.

O Criador deseja que todos os ho-mens se salvem. Louvado seja o Senhor Deus de Israel, de eternidade em eterni-dade e para sempre.

“Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da ver-dade. Porque há um só Deus, e um só Me-diador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2.3-5).

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CAPÍTULO 3 Capítulo 3

JUDEUS E GENTIOS As duas testemunhas do Eterno Deus

Quando Jesus chamou Paulo para a missão de levar o Evangelho da Salva-ção e da Graça do Eterno Deus de Is-rael aos gentios (Atos 9.1-7), foi iniciado o anúncio de uma Boa Nova para todos os povos, nações e línguas. O Apóstolo enfrentou a fúria dos judeus, por ensi-nar uma doutrina que solapava as bases do judaísmo. Como o próprio Cris-to, Paulo anunciava a ressurreição dos mortos, evidenciando que os crentes justificados pela fé, como Abraão, não veriam a morte.

No transcorrer de sua missão, o após-tolo dos gentios se deparou com uma realidade inesperada. Havia gentios que aceitavam de pronto, e com alegria, as novidades anunciadas, porém, entre os judeus dispersos, não faltou quem as repudiassem, tal como o fizeram os de Jerusalém. O Apóstolo identificou, fora de Israel, duas categorias de crentes, que se tornaram alvos da sua pregação: ju-deus dispersos e gentios.

Evidente que o Criador pretende que todos os homens se salvem (Isaías 19.21-25; Salmos 67.2; 1 Timóteo 2.4), pois, todos são seus filhos. A linha geral dos Escritos Sagrados, porém, não deixa dúvida de que as instruções, profecias e promes-sas, estão destinadas especificamente aos judeus e a certo tipo de gentios, des-cendente dos hebreus, ovelhas perdidas da Casa de Israel. O termo “gentio” foi usado nos escritos antigos para se refe-rir às nações ímpias. Na Nova Aliança,

no entanto, assumiu outro caráter, um dos alvos do ministério de Paulo. Tais almas, posteriormente, foram chama-das pelo vocábulo “cristãos” (Atos 11.26).

É de amplo conhecimento que exis-tem diferenças entre judeus e cristãos, quanto à interpretação das Escrituras. Cada um deles procura fazer valer seu próprio ponto de vista de ter direito exclusivo na herança do Reino e das verdades eternas. Judeus e cristãos, no entanto, encerraram-se em suas certe-zas e ficaram destituídos de uma visão mais completa a respeito dos propósitos do Eterno Deus de Israel para a huma-nidade e de qual seria o papel das almas escolhidas, no contexto do tempo pre-sente e futuro. Por isso, somente uma visão universalista da unificação das ca-sas divididas, poderá levar a um defini-tivo panorama da realidade vindoura, o Reino de Deus, a ser instaurado na terra e nos céus (Isaías 65.17.25, Apocalipse 21).

O exame cuidadoso da história, dos pontos de vista, conceitos e princípios, de ambos os lados e, principalmente, das Escrituras Sagradas, poderá levar a um espírito de entendimento que facilitará a unificação. Ninguém detém a supremacia da verdade. Ela pertence exclusivamente ao Deus Eterno, que possibilita ao homem buscá-la incessantemente (Provérbios 8). Se o Espírito de Deus estiver guiando o ho-mem que procura a verdade, seguramente chegará às conclusões sensatas, discernin-do espiritualmente todas as coisas (1 Corín-

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tios 2.14; Hebreus 4.12; Judas 1.19). Entretanto, se Deus não for com este homem, não fará prosperar seus vãos pensamentos.

O que se pode ter certeza é que o Eterno Deus deseja que todas as almas adquiram a sabedoria (Provérbios 1 e 2). A sabedoria divina é um bem precioso, destinado à iluminação de todos os ho-mens, sem exceção (Provérbios 8; 1 Timóteo

2.4). Ela qualifica a alma humana a viver na futura civilização, a Nova Jerusalém dos profetas.

Paulo foi um rabino judeu, instruído aos pés de Gamaliel, conceituado mes-tre de Israel (Atos 5.34; 22.3). Converteu-se aos caminhos do Cristo pela ação direta do próprio Filho de Deus, que o esco-lheu para levar a doutrina da justifica-ção pela fé para fora de Israel.

Por ter vivido próximo aos tempos em que o Messias iniciou a missão sal-vadora do mundo, os escritos de Paulo se tornaram fonte relevante para a bus-ca do necessário ponto de convergência entre os dois rebanhos da Casa de Israel (Ezequiel 37.15-28).

Através das cartas paulinas, pode-se estabelecer seguro vínculo entre as revelações da Antiga e Nova Aliança, mostrando sua mútua dependência, as-sim como a inquestionável presença do espírito de progressividade.

Paulo esclareceu que o princípio da justificação pela fé era comum às duas Alianças (Gênesis 15.6; Romanos 4.3), propor-cionando salvação a todos os que cres-sem no Deus Eterno.

Melhor entendimento, porém, a res-peito da origem dos judeus, das ovelhas perdidas da Casa de Israel e do cumpri-mento das promessas, somente pode ser alcançado ao se considerar ambas as Escrituras como única mensagem, des-tinada a um mesmo povo (2 Timóteo 3.16;

Tiago 2.9).Mesmo diante das dificuldades re-

lativas às traduções, as interpolações e dúvidas exegéticas, é possível com-preender os textos sagrados como um único núcleo de instruções, revelações

e promessas ao Povo Escolhido, tanto para judeus naturais, quanto para os que nasceram gentios.

Na carta que o apóstolo Paulo es-creve à igreja de Roma, encontram-se instruções que fornecem elementos in-dispensáveis para compreender o Povo de Deus, a justificação pela fé, a condi-ção de judeus e gentios, e a esperança que se deve ter em relação ao futuro das duas Casas de Israel. O Apóstolo disse que a Deus importava a circuncisão no coração, independente da alma ser um judeu ou gentio, o que universalizou o ensinamento e estendeu a salvação para todos os homens. Tal doutrina fora en-sinada por Jesus, o Cristo, de que im-portava a Deus que seus filhos fossem limpos e fieis interiormente (Mateus 23.26-

27; Lucas 11.39). A Boa Nova, tanto pela boca do

Messias, quanto do rabino judeu, so-ava como um perigo ao exclusivismo do pensamento judaico. Ao chamar de “meu evangelho” a mensagem do Filho de Davi (Romanos 2.16), Paulo deixou cla-ro que fizera uma interpretação pessoal da doutrina de Jesus. Embora não des-considerasse os judeus, a quem chama-va “irmãos”, distendia o braço de Deus para quem quisesse alcançá-lo.

Como era esperado, encontrou resis-tência e inimizade entre os seus irmãos, não somente por ensinar a doutrina libertadora do Cristo, mas divulgar o que havia compreendido ao procurar o Messias nos Livros Sagrados. Não teve dúvidas: Jesus era o Messias esperado (Deuteronômio 18.15-22; Atos 3.21-26).

Ao dizer que a circuncisão na carne não tinha valor para o judeu que não respeitasse a Lei, Paulo os igualou aos gentios.

Afirmou o Apóstolo que, se um gentio guardasse a Lei, teria, diante de Deus, direitos semelhantes aos judeus, sendo considerados circuncisos (Romanos

2.26). Ficava evidente que o pensamento do antigo rabino, agora convertido ao Cristo, ofendia os brios judaicos.

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“Porque não é judeu o que o é exte-

riormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente, na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Romanos 2.28-29).

Em tempos antigos a circuncisão era um elo físico, carnal, da união entre a alma do crente e o Eterno Deus (Gênesis

17). Futuramente, seria um laço de natu-reza espiritual. No tempo presente, não são poucos os que continuam pensando que basta ser fisicamente judeu ou des-cendente biológico, circuncidar-se na carne, para gozar das primícias do Povo Escolhido. Jesus e o apóstolo Paulo mu-daram radicalmente esse conceito.

Em diversas fases da história, ocor-reram diásporas entre os hebreus, que levaram boa parte do Povo de Deus a se espalhar pelas nações. A princípio pen-sava-se apenas em famílias no ponto de vista biológico e que, segundo a in-terpretação tradicional, descendiam de judeus, tendo, assim, possibilidade de serem incorporadas ao clã genuíno, de-vido aos laços consanguíneos. Sob a luz da encarnação sucessiva das almas, no entanto, as diásporas deixaram de ser um fenômeno casual e passaram a ser a expressa vontade do Eterno Deus que, por meio dessas migrações, fez progre-dir as nações do planeta em diversifica-dos aspectos (Isaías 42.6; 49.6; Lucas 2.32; Atos

13.47). As profecias que tratam da dis-persão se revestem de sentido lógico e racional, quando se considera que Deus está lidando com as mesmas almas e não somente com seus corpos.

No ponto de vista, de que possa ha-ver judeu vivendo em corpo de gentio, mesmo as almas degeneradas nos tem-pos anteriores a Cristo, trariam consigo o selo do Deus vivo. Seriam as ovelhas perdidas da Casa de Israel, as tribos que se perderam e que, segundo os profetas, serão encontradas, lavadas dos seus pe-cados e finalmente ajuntadas com Judá,

para servirem ao Deus vivo (Ezequiel 37.21-28).Considerando a doutrina ensinada por Paulo e o princípio da encarnação su-cessiva e progressiva das almas, é inevi-tável admitir a tese de que, no ponto de vista biológico, há entre judeus, almas gentias e entre os gentios, almas judias. De outro modo, teria de se aceitar a possibilidade do corpo ser o gerador da alma, o que contraria os princípios das Santas Escrituras, unânimes em apontar a natureza divina e eterna do ser humano.

Em face da relevância da Nova Aliança no Ocidente, o caráter progres-sivo dos ensinamentos do Cristo e seu alcance entre os povos, pode-se consi-derar que, entre os cristãos, está a maior parte das ovelhas perdidas da Casa de Israel. Paulo foi chamado pelo Messias, para encontrá-las, instruí-las e salvá--las, reunindo-as em tempo oportuno, aos seus irmãos judeus (Ezequiel 37.19-28;

Ezequiel 34).O movimento instituído pelo Após-

tolo deu origem ao cristianismo, a Casa de Israel. Pelo mover da história, a Casa de Judá é composta, em maioria, por almas judias. Os judeus devem ser con-siderados como os irmãos mais velhos da família divina. Não se pode ignorar o atavismo biológico das raças, uma espé-cie de repositório da história e da tradi-ção de um povo.

Judeus e cristãos são um mesmo povo, apenas falam línguas diferentes e não se entendem em torno da mensa-gem que receberam do Eterno. É pro-vável, no entanto, que no dia do Juízo, ambos terão de testemunhar diante do príncipe do mundo. Será um tempo de provas para todos os filhos de Abraão (Judá e Israel). Assim se tornarão um único povo (Ezequiel 37.19-28; Zacarias 10.6;

13.7-9; Daniel 11.33).A união do Povo em torno de seu

Deus é determinação profética (Ezequiel

36.1-38; 37.19-28). No futuro, as duas Casas serão a grande nação a orientar a hu-manidade nos caminhos da verdadeira vida e felicidade, o reino do Messias,

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Senhor de judeus, cristãos e de toda a Terra (Daniel 2.44; Apocalipse 5.9-10; 21).

Como consequência do afastamento de Deus, todos os homens estão debai-xo da lei do pecado. Serão condenados, não importa a origem biológica. Salvar-se-ão, contudo, se buscarem o Eterno Deus de Israel, que perdoa pecados. Visando a felicidade coletiva da huma-nidade, aprouve ao Eterno chamar suas ovelhas, segundo o propósito que, des-de o começo da história, tem para cada uma delas. Por conseguinte, escolheu determinado rebanho, para nobre fina-lidade, que se concretizará no período pós-apocalíptico.

Diante da natureza progressiva das revelações do Eterno, conclui-se que a maior parte das ovelhas perdidas da Casa de Israel está nas igrejas cristãs, se-paradas do Verbo vivo de Deus, viven-do na idolatria e buscando as riquezas que os ladrões roubam. As duas Casas, deverão ser novamente ajuntadas, antes e durante a formação do Reino, a Nova Jerusalém, que será a civilização defini-tiva (Ezequiel 37, Efésios 2.11-22).

No que tange aos judeus, no capítulo 11 da carta aos Romanos, Paulo revela que foram propositalmente impedidos por Deus de aceitar Jesus, o filho de José, como sendo o Messias. O Salmo 69 faz a mesma declaração. Por outro lado, afirma que havia na comunidade israelita, um remanescente fiel (Romanos

11.1-5). Os primeiros tiveram os corações endurecidos, para que sua queda fosse a salvação dos desgarrados (Romanos 11.7-

10). Cumpriu-se a vontade do Eterno, de modo que a plenitude dos gentios pu-desse entrar e todo o Israel viesse a ser salvo (Romanos 11.26).

O Apóstolo tratava os gentios como membros apartados a serem enxertado no corpo da Oliveira Santa, a família di-vina. Chamava-os de zambujeiro, uma oliveira de baixa qualidade. Admoesta--os, para que, diante das revelações, não se deixasse enganar pela soberba. Se Deus havia quebrado os galhos santos

para que fossem enxertados os que es-tavam de fora, o que não poderia fazer com eles? (Romanos 11.17-21)

A instrução de Paulo também revela que as almas viventes no tempo presen-te, eram as mesmas que no passado es-tavam sendo conduzidas por Deus nos caminhos da salvação.

“Porque assim como vós também anti-gamente fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobe-diência deles (dos judeus), assim também estes (os judeus) agora foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada” (Romanos

11.30-31).Ao dizer “antigamente fostes deso-

bedientes” o Apóstolo remete os gen-tios a existência noutros tempos, aonde essas mesmas almas, transgrediram as regras divinas, misturando-se a povos idolatras, como a história testifica. To-cado pela grandiosidade das coisas que escrevia, Paulo faz a seguinte conside-ração:

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Por que quem compreendeu a mente do Se-nhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Romanos 11.33-36).

Alguns intérpretes acreditaram que as promessas feitas a Israel seriam con-cretizadas no seio da igreja cristã. Tal pensamento, porém, não encontra fun-damento no conjunto de ensinamen-tos das Escrituras. Quando instrui os Gálatas, no capítulo 3, versículo 16, o Apóstolo assegura que as promessas de Deus foram feitas ao crente Abraão e à sua descendência. Argumenta que não foi dito “às descendências”, como se re-ferisse a muitas.

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Assim, não podem existir judeus e cristãos em separado, sendo ambos considerados Povo de Deus. De acordo com a coerência das promessas divinas, ou um deles está equivocado nas suas pretensões, ou ambos estão certos, em-bora divididos na maneira de enxergar a realidade circunstancial, o que é pro-vável. Judeus e cristãos são, em linhas gerais, Judá e Israel, as duas casas que naquele dia, serão ajuntadas (Ezequiel

37.15-28; Apocalipse 7.1-8; 14.3; 21.17). Não se trata de ajuntamento de re-

ligiões, mas de corações. A descendên-cia não é carnal, mas espiritual. Sem o princípio da encarnação sucessiva, a história do Povo de Deus, assim como de toda a humanidade, é uma sucessão de eventos desconexos, promovidos por personalidades criadas aleatoriamente. Quando se considera, no entanto, que as almas não são criadas sucessivamente, mas que nascem continuamente, acom-panhando suas próprias obras, pode-se entender perfeitamente como o Deus de Israel pretende encontrar e ajuntar as mesmas ovelhas que, em algum tempo, se perderam do rebanho principal.

Uma ovelha só pode ser considerada perdida, se em algum período, esteve no lugar dela, como foi nos tempos de Davi e Salomão. Não é possível que al-guém seja considerado perdido se não desapareceu da verdadeira habitação e de seus conhecidos. Através do evan-gelho de Paulo, as ovelhas desgarradas, por meio da fé no Cristo, o Filho de Davi, poderiam voltar a fazer parte do

rebanho divino, encontrando sua an-tiga habitação. Cumprir-se-á assim, o propósito do Eterno Deus de Israel, que o Povo pertença a um só corpo. Tenha um só Espírito, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos (Efésios 4.4-6). Amém!

“E ele, respondendo, disse: Eu não fui en-viado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mateus 15.24).

“Desgarrei-me como a ovelha perdida; busca o teu servo, pois, não me esqueci dos teus mandamentos” (Salmos 119.176).

“Ovelhas perdidas têm sido o meu povo, os seus pastores as fizeram errar, para os montes as desviaram; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar do seu re-pouso” (Jeremias 50.6).

“Todos andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu cami-nho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqui-dade de nós todos” (Isaías 53.6).

“Filho do homem, profetiza contra os pas-tores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” (Ezequiel 34.2).

“Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei” (Ezequiel 34.11).

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1) COMO ENTENDER A NATUREZA DE DEUS E SEUS ATRIBUTOS?

Toda concepção acerca da natureza do Eterno Deus e de suas maravilhas dependem da condição espiritual do observador na vereda do progresso. Quanto mais a alma for desprendida da influência que a carne exerce sobre o espírito, mais perto está de entender a profundidade dos mistérios que envol-vem o Criador e a Criação (1 Coríntios 2). Deus é a fonte da Criação e o Verbo, o princípio, meio e fim de todas as coisas (Apocalipse 22.13). É a plenitude das virtu-des e dos atributos advindos do amor; é soberanamente justo, bom e perfeito em suas obras. Todas as coisas nasce-ram da vontade manifesta do Criador. A criação inteira, o espaço, o tempo, a energia e, mais tarde, a matéria difusa, organizaram-se em obra viva e perfeita, dando cumprimento ao Plano Divino. Considere-se, no entanto, que o Plano de Deus ainda está em execução, o Uni-verso continua sua expansão de acordo com o Divino propósito.

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro” (Apocalipse 22.13).

2) POR QUE O CONHECIMENTO DE DEUS É CERCADO DE MISTÉRIOS?

Não são mistérios no sentido que se dá a essa palavra, ou seja, de que seriam

CAPÍTULO 4CAPÍTULO 4

ORIGEM E DESTINO DO POVO ESCOLHIDO Perguntas e Respostas

DEUS, A CRIAÇÃO, TRINDADE, ADÃO E EVA,ÁRVORE DO CONHECIMENTO, ÁRVORE DA VIDA, O BEM E O MAL, LIVRE-ARBÍTRIO

conhecimentos vedados às pessoas. Eles estão ao alcance de todos, porém, deve o homem deixar de pensar como cria-tura mortal e tomar posse da sua eter-nidade, restituída aos que creem, pela ação misericordiosa do Cristo. (Salmos

82.6; 1 Coríntios 15.54). A mente do homem, em comunhão com o Eterno Deus, es-tará em condições favoráveis para son-dar o invisível e receber entendimento das revelações que estão veladas nas Es-crituras Sagradas, fonte de toda sabedo-ria (João 8.31-32). Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

“Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo” (Salmos 82.6).

“E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória” (1 Coríntios 15.54).

“Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.31-32).

3) É POSSÍVEL COMPREENDER A COMPLEXIDADE DA CRIAÇÃO?

A Criação foi concebida para o ho-mem, que é a mais sublime obra do Criador (Gênesis 1.26). Se Deus assim o fez, não é vedado a seus filhos conhece-

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rem a obra divina e saber da razão pela qual foi criada. O que parece complexo ficará descomplicado, quando houver maturidade e despertar da alma. Nada é vedado aos que buscam a sabedoria eterna e o fazem em espírito e verdade (João 8.31-32), porém, nenhuma ciência ou doutrina poderá interpretar o Códi-go Divino, sem considerar Deus como princípio de todas as coisas (Isaías 45.7; João

1.3; Apocalipse 22.13). É necessário partir do Eterno Deus

para entender tudo o que existe. Ele é a Luz de onde emanam todas as coisas. A ciência humana faz o caminho inverso. Com lógica invertida, os cientistas con-tinuam tentando explicar ou interpretar a Criação, desconsiderando o próprio Criador, permanecendo, assim, numa visão restrita aos limites da matéria visí-vel. Demandam grande esforço na ten-tativa de conceber o todo pelas partes, como se o funcionamento de um braço pudesse ser entendido desconectado do corpo.

Chegará dia em que a ciência estará diante de fenômenos que não consegui-rá explicar pelo conhecimento acumu-lado. Assim dizem os ensinamentos do Eterno Deus, e assim se cumprirá (Daniel

12; Mateus 24.21). O ateísmo distancia o homem da compreensão profunda das coisas da Criação, sejam elas materiais, morais ou espirituais. Cientistas mate-rialistas causam enorme prejuízo à vida humana, pois, alimentam o que Paulo chamou de falsa ciência (1 Timóteo 6.20).

O homem espiritual aproxima-se do entendimento perfeito, que será tanto melhor e mais completo, quanto maior for a sua proximidade com a Luz que emana do Criador (1 Coríntios 2.14-15).

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra” (Gênesis 1.26).

“Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos.

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.31-32).

“E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro” (Daniel 12.1).

“Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver” (Mateus 24.21).

“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Coríntios 2.14-15).

4) COMO ENTENDER O PRINCÍPIO CRIATIVO DO DEUS ETERNO?

A natureza eterna do Criador não se manifesta de modo direto na obra criada. Se isso ocorresse Deus deixaria de ser eterno. Assim, o Eterno modifi-ca-se em certo ponto de sua eternidade, tomando um estado relativo, para reali-zar o intento criativo, constituindo três princípios: Pai, Verbo e Espírito, uma visão inteligente da Criação. Explica como a Eternidade pode tornar-se tem-poral, sem que o Eterno deixe de sê-lo.

O Verbo é o Deus Eterno revelado. Por esse impulso divino todas as coisas foram feitas e são sustentadas de eterni-dade em eternidade. Quando os primei-ros teólogos cristãos criaram o conceito da Trindade, como Pai, Filho e Espírito Santo, o Verbo foi chamado de Filho. Erradamente o confundiram com Jesus, o filho de José.

As Escrituras confessam que no prin-cípio, o Verbo estava com Deus, e o Ver-bo era Deus (João 1.1). Séculos antes de Cristo, os gregos concluíram pela exis-tência do mesmo Verbo e o chamaram por Logos. Nos dois primeiros séculos do cristianismo, os pais apostólicos se aprofundaram no estudo da Trindade. Acreditavam, e com razão, que o Logos, o Verbo de Deus, era o intermediário

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entre o Criador e a Criação. O Espírito é a expressa manifestação da mente do Criador. Através dele, a Criação é cons-tituída e desdobrada, desde sua origem até chegar à conclusão. O Espírito não fala de si mesmo, mas cumpre a vontade do Verbo, que é a do Pai, sempre har-mônicas (João 14.16-17). Pai e Filho, assim como o Espírito, são oriundos de um só, o Eterno Deus (João 10.30).

Os judeus não concebem a existência da Trindade. Empregam o conceito da existência de um Deus único, ao qual se referem por diversos nomes. O judaís-mo não está errado, porém, não parece preocupado em entender logicamente a manifestação do Eterno. Ao final do processo criativo, da presente eternida-de, os três princípios se unificam, res-tando tão-somente o Eterno Deus, de quem ninguém sabe a divina integri-dade, luz inacessível, revelou o apóstolo Paulo (1 Timóteo 6.16).

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1.1).

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós” (João 14.16-17).

“Eu e o Pai somos um” (João 10.30).

“Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém” (1 Timóteo 6.16).

5) EM QUAL FONTE O HOMEM ENCONTRARÁ ELEMENTOS PARA COMPREENDER A COMPLEXIDADE DA CRIAÇÃO?

As Escrituras são a fonte da sabedoria eterna e da Verdade de Deus. O homem espiritual deve examinar todos os Li-vros Sagrados, refletir e buscar o enten-dimento superior, que não pertence ao mundo visível (1 Coríntios 2.6-8). A Criação é o efeito visível de uma causa invisível. Nas passagens bíblicas o Espírito revela

ensinamentos que não estão escritos em livros feitos por homens (João 5.39).

Através das Escrituras, o Povo de Deus deve aprender, de modo mais aprofundado, a respeito dos fenôme-nos da vida, da morte e da relação que a alma possui com o Criador e a Criação (Josué 1.8; Salmos 1; João 5.39; Marcos 12.24).

No mundo novo, a Nova Jerusalém, a ciência avançará no entendimento dos mistérios do Universo, especialmen-te no que se refere ao que havia antes do Big Bang. Entenderá, finalmente, que a singularidade, a ausência de tem-po, espaço e matéria, é o Deus Eterno que, com sua vontade, criou e ordenou a vida, os mundos, as galáxias e tudo o que existe (Gênesis 1; Hebreus 11.3).

“Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória” (1 Coríntios 2.6-8).

“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 5.39).

“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem-sucedido” (Josué 1.8).

“Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmos 1).

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?” (Marcos 12.24).

6) HÁ OUTROS LIVROS IMPORTANTES PARA O APRENDIZADO DAS VERDADES ETERNAS?

Importante como as Escrituras Sa-gradas, nenhum outro livro existe. Po-rém, existe bibliografia idônea que o homem espiritual poderá examinar (1

Tessalonicenses 5.21), sem perder de vista

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que os Escritos Sagrados se tornaram a fonte das águas vivas para o Povo de Deus. Os demais livros e doutrinas são rios, riachos e córregos que correm para um e outro lado.

Considere-se que a água que sai de uma fonte límpida pode se contaminar em algum ponto do percurso. Pensa-mentos e doutrinas em desarmonia com o conjunto de ensinamentos dos Livros Sagrados, são obras de homens, ou estão marcados por suas ideias terre-nas (1 Timóteo 6.3-5).

“Examinai tudo. Retende o bem” (1 Tessalonicenses 5.21).

“Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, perversas contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais” (1 Timóteo 6.3-5).

7) É POSSÍVEL SABER COMO DEUS CRIOU AS ALMAS?

O espírito profano embota a visão espiritual do homem e o impede de se aprofundar no conhecimento da Cria-ção.

Deus não criou a alma, como se par-tisse de uma abstração material, tempo-ral ou espacial. Por ora, basta ao homem saber que a alma teve origem no im-pulso criativo de Deus (Gênesis 2.7). Saiu das suas entranhas, com os predicados do próprio Criador, para se manifestar no cenário visível da Criação, em tem-po apropriado (Salmos 82.6). A alma teve sua origem no seio do Eterno, portanto, é constituída da mesma substância do próprio Deus.

“Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo” (Salmos 82.6).

“E formou o Senhor DEUS o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2.7).

8) HAVERÁ TEMPO EM QUE O HOMEM COMPREENDERÁ O MISTÉRIO DA GÊNESE DA ALMA?

O despertar da alma para sua natureza divina a conduzirá no caminho do entendimento de todas as coisas, inclusive da sua própria gênese. Nenhum conhecimento é oculto aos filhos do Altíssimo (Deuteronômio 29.29). As Escrituras Sagradas afirmam: “Sois deuses” (Salmos 82.6; Isaías 41.23; João 10.34;

15.5). Esse é o paradigma a guiar o homem em todo o aprendizado da Palavra anunciada ao Povo Escolhido e às nações.

Aquele conhecimento que aparenta ser escondido, o é apenas relativo ao grau de aperfeiçoamento de cada indivíduo, diante da grandiosa obra do Criador. É como a criança que, ao nascer, se alimenta sem saber onde está, quem é, e de onde surge o leite que a mantém viva. Conforme vai crescendo, aos poucos toma ciência do mundo à sua volta, até se tornar adulta. Mesmo sem ter a consciência da verdade, tudo estava à sua disposição e funcionava sem que conhecesse os princípios (Eclesiastes

1.9). Chegará o tempo em que não haverá mais mistérios não revelados aos filhos de Deus (1 Coríntios 13.12).

“Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo” (Salmos 82.6).

“O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1.9).

“Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido” (1 Coríntios 13.12).

9) A ALMA EVOLUI?Foi pronunciado pela ciência: nada

se cria, tudo se transforma. O conceito de evolução precisa ser renovado pela inserção do princípio de que o Espírito de Deus é o móvel da transformação. A alma não evolui como se fosse um livro de páginas brancas, no qual, através das encarnações, escreve uma história de

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46POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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experiências. Da mesma forma não é como a matéria que se modifica com o fluir do tempo. A alma, por ser de na-tureza divina, é perfeita em suas poten-cialidades, assim como a semente que traz consigo o broto tenro, a árvore e os frutos. Quem dá o crescimento é Deus (1 Coríntios 3.6-7).

A alma, ao ser gerada das entranhas do Eterno, é obscurecida pelo caos dos primeiros tempos da Criação. Mais tar-de, no delinear da obra de Deus, ela des-perta para a consciência de si mesma e de sua origem divina.

Ao longo da trajetória existencial, a experiência na vida carnal a conduz ao despertar, como se descobrisse o que, em verdade, já soubesse. O Verbo é a Luz Eterna, que atrai a alma para o Criador, tanto quanto um ponto lumi-noso seduz as mariposas na escuridão noturna (Isaías 9.2; João 8.12).

“O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz” (Isaías 9.2).

“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8.12).

10) EM QUANTO TEMPO O HOMEM CHEGARÁ A UM ENTENDIMENTO MAIS COMPLETO DA CRIAÇÃO?

Não é um tempo medido pela cro-nologia humana, mas um tempo de na-tureza espiritual. A relação entre as coi-sas temporais e as eternas vai além do conhecimento comum (Salmos 90.4; 2 Pedro

3.8). A vida seguirá seu curso, segundo a vontade do Eterno, dando o devido despertar à alma do homem que, dia a dia, ainda que se corrompa exterior-mente, aproxima-se da natureza divina (2 Coríntios 4.16).

Consciente da sua eternidade e da existência sucessiva nas dimensões vi-síveis e invisíveis da Criação, a alma adquire gradual entendimento sobre todos os aspectos existenciais, tanto em relação a ela mesma, quanto das coisas que a cercam (1 Coríntios 2.10-16).

“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia” (2 Coríntios 4.16).

“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (1 Coríntios 2.10 e demais versículos).

11) DEUS CRIOU AS ALMAS DE UMA SÓ VEZ, OU A CRIAÇÃO DOS MUNDOS E DAS ALMAS É INCESSANTE?

A Criação foi gerada de imediato, mas o seu desdobrar, no ponto de vista humano, parece incessante. É como um arquiteto que ao planificar um edifício, tivesse todos os materiais à sua dispo-sição. Basta executar o plano criativo, até que a obra se complete. O Univer-so foi criado, instantaneamente, pela mente de Deus, inclusive as almas. Há mais tempo, porém, entre os extremos, o ponto inicial e final, do que supõe a ciência. Referimo-nos ao tempo terre-no, uma vez que o tempo, no Universo, depende do lugar onde se encontra o observador. É razoável admitir que, se a Criação teve começo, em determinado tempo terá fim (Gênesis 2.2; Apocalipse 22.13). Eterno, somente o Criador, o Deus, Pai de todos nós.

“E havendo DEUS acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito” (Gênesis 2.2).

“Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite” (Salmos 90.4).

“Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pedro 3.8).

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro” (Apocalipse 22.13).

12) QUEM FOI ADÃO E EVA?A história de Adão e Eva, descrita

no livro Gênesis (Gênesis 2), aborda a ge-ração da alma do homem e da mulher, assim como a sua encarnação. O Eterno fez a sua mais complexa obra para abri-gar almas à sua própria imagem e seme-

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lhança (Gênesis 1.27). O Gênesis apresen-ta dois momentos criativos: um trata da criação dos seres vivos, do ponto de vista da matéria, inclusive do homem (Gênesis 1.26-31); o outro contempla o sur-gimento da alma, quando Deus sopra o fôlego da vida nas narinas de Adão (Gê-

nesis 2.7).Na simbologia bíblica, Deus conclui

que não era bom que a existência do ho-mem fosse solitária e lhe fez uma com-panheira (Gênesis 2.18-25). O casal divino, que vivia na virgindade do seio do Cria-dor, foi lançado para fora do Paraíso (o seio do Criador) para a experiência do despertar e aprendizado, tendo a exis-tência deslocada para o cenário terreno, dando origem à história conhecida.

“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1.27).

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra” (Gênesis 1.26).

“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1.27).

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2.7).

“E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele” (Gênesis 2.18).

13) POR QUE A MULHER FOI TENTADA PELA SERPENTE E NÃO O HOMEM?

Todos os episódios do processo cria-tivo, inclusive a desobediência, estão de acordo com o plano do Criador. A tentação não é um erro da Criação, nem obra de Satanás, suposto anjo decaído. A serpente faz parte do Éden bíblico (Gênesis 3.1), como uma das criações do Eterno. Nenhuma coisa se criou por si mesma, ou surgiu de outra fonte que

não seja o Altíssimo. A união entre o homem e sua mulher pertence à obra de Deus. Determinando que haveria macho e fêmea, Deus direciona a base da construção do mundo para a famí-lia. Homem e mulher possuem papéis distintos. Um é o contraponto do outro. A mulher complementa o homem e vi-ce-versa. Um homem sem sua mulher é metade de um homem, dizem os anti-gos sábios.

Na descrição da Criação, Deus ava-lia sua obra como boa, com exceção da criação do homem sem a mulher. Ele avaliou que não era bom que o homem ficasse sozinho. A lei básica da Criação é a dualidade: corpo e alma, bem e mal, trevas e luz, passado e futuro, macho e fêmea. Não há crescimento sem dois polos, intimamente relacionados um com o outro, sendo imprescindível que haja equilíbrio entre eles, para que a maravilhosa obra seja concluída.

Somente através da união homem e mulher, passado e futuro podem se jun-tar para fazer o presente, que é a realida-de. O presente é o resultado do passado e a construção do futuro. Eva foi criada para ser companheira do homem, a sua metade, o seu complemento. Algumas traduções da língua portuguesa, tradu-ziram a expressão “ezer kenegdô”, com a frase “uma ajudadora para ele” (Gênesis

2.18; 2.20). Em hebraico, “kenegdô” não significa “para ele” e sim “frente a ele”, como seu oposto. A mulher foi feita para ser diferente do homem, equili-brando suas deficiências com uma na-tureza especial. Por ser o polo oposto do homem, Eva foi tentada para movê-lo no caminho existencial. 

“Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gênesis 2.24).

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos.

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Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gênesis 3.1-6).

“Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Isaías 45.7).

14) O QUE É A ÁRVORE DO CONHECIMENTO DESCRITA NO LIVRO GÊNESIS?

A árvore do conhecimento simbo-liza o Espírito de sabedoria. Por ele, as almas aprendem a discernir o bem do mal, a ordem da desordem, a luz das trevas (Provérbios 1.1-7). A dualidade per-tence à própria Criação. O episódio do Éden, em que Deus disse ao homem para não comer do fruto da Árvore do Conhecimento, é uma instigação a que o comesse por vontade própria. A tenta-ção da mulher é o desejo de experimen-tar o desconhecido, um ímpeto divino da alma, em busca do necessário apren-dizado.

O casal come o fruto do conheci-mento e se descobre nu, evidenciando que, antes de comê-lo, não tinha cons-ciência de si mesmo. Há um tempo na trajetória da alma que ela não diferencia o bem do mal, o certo do errado, a luz e trevas.

Ao desejarem saber a respeito do bem e do mal, Adão e Eva tomaram consciência de suas individualidades. Na linguagem simbólica, ao se percebe-rem separados de Deus, ficaram enver-gonhados e vestiram-se com folhas (Gê-

nesis 3.7). Ao serem expulsos do paraíso alegórico, deixaram o útero divino para começar a jornada na existência univer-sal (Gênesis 3.23).

Foi dito que o fruto era proibido por-que havia intenção de despertar na alma

virgem, o desejo de comê-lo. O Criador poderia impor o caminho do bem aos seus filhos, mas não o fez. O “eu sou” de-veria ser uma escolha individual, o que fundamenta a liberdade existencial e as consequências decorrentes da conduta.

A Lei é o aio que promove o aprimo-ramento da alma ao longo da história. Finalmente, chega à sua emancipação pela ação graciosa do Verbo e de seu Cristo (Deuteronômio 30.19; Efésios 5.1-10).

“Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel. Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem, as palavras da prudência. Para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade. Para dar aos simples, prudência, e aos moços, conhecimento e bom siso. O sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido adquirirá sábios conselhos. Para entender os provérbios e sua interpretação; as palavras dos sábios e as suas proposições. O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução” (Provérbios 1.1-7).

“Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gênesis 3.7).

“O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado” (Gênesis 3.23).

“Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Deuteronômio 30.19).

“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. Mas a fornicação, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos. Nem tor-pezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas antes, ações de graças. Por-que bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Nin-guém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de DEUS sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais seus companheiros. Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (Porque o fruto do

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Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade). Aprovando o que é agradável ao Senhor” (Efésios 5.1-10).

15) QUAL O SIGNIFICADO DA ÁRVORE DA VIDA?

A Árvore da Vida representa o Espí-rito de eternidade. Está no Éden, junto à Árvore do Conhecimento. Adão e Eva comem do fruto proibido e iniciam a jornada consciente pela vida universal. Em tempo futuro, ao despertarem do escuro consciencial, tomarão posse da Árvore da Vida. Isso acontecerá quando reconhecerem o Unigênito de Deus, o Verbo, representado no mundo por Je-sus, o Cristo (João 14.6). Receberão o que, no princípio, supostamente lhes fora negado. Os frutos da Árvore da Vida es-tão disponíveis a todos os que vencerem a luta contra as trevas. Entre o comer os frutos do conhecimento e os da vida eterna, muito tempo transcorre. Depois de encarnações sucessivas, a alma toma consciência da eternidade e começa um novo ciclo da existência universal. Do-ravante, em definitiva comunhão com o Eterno, cumpre a vontade divina em qualquer tempo ou lugar. A alma foi gera-da para desfrutar dos frutos da vida eter-na, seja na dimensão visível ou invisível, no tempo desejado por Deus (João 15).

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14.6).

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.1-5).

16) DEUS CRIOU AS TREVAS E A LUZ, O BEM E O MAL?

Sim. Deus criou as trevas e a luz, o bem e o mal (Isaías 45.5-7). Não existe nada definitivo a não ser o Eterno Deus. To-

das as coisas foram e são criadas por Ele, obedecendo a um plano de reali-zação universal, ainda distante da com-preensão humana, pois, abrange todo o Universo, em sua face visível e invisível.

O mal é apenas a ausência do bem, em sua expressão do amor Divino. É uma característica do caos criativo. Existe tão-somente na infância das al-mas e dos mundos. É extinto à medida que o despertar dos filhos de Deus os aproxima do Pai, que lhes dá sabedoria e entendimento pela ação benfazeja do Espírito. As almas despertam da morte adâmica, que as domina desde o início, reconciliando-se com Deus por meio do Verbo e seu Cristo. Tomam posse da sabedoria e vida eterna sendo, assim, conforme a imagem e semelhança do Criador (Salmos 82.6; Gênesis 1.26).

“Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me conheças. Para que se saiba desde a nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Isaías 45.5-7).

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra” (Gênesis 1.26).

17) A CORRUPÇÃO DO GÊNERO HUMANO, É UMA NECESSIDADE OU UMA ESCOLHA?

A corrupção do gênero humano faz parte da obra de Deus (Gênesis 6.1-5). Como já foi afirmado, a alma, quando deixa o seio Divino, mergulha na escu-ridão consciencial, separando-se da luz divina. Ela está imersa na morte (espi-ritual), mas não é consciente dessa con-dição (Romanos 5.14). À medida em que o tempo se consome, Deus vai chamá-la para o grande despertar. Quando, pela primeira vez, a alma conhece a vonta-de do Altíssimo, por meio da fé ou dos mandamentos revelados, descobre-se

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em desobediência, percebe que está em corrupção e passa, em dado momento, a ter o desejo de sair dessa condição (Efésios 5.8). Porém, nem sempre se livra rapidamente do domínio da carne, daí a necessidade de encarnar-se repeti-das vezes até se encontrar com a luz do Eterno Deus, perdida a princípio.

O tempo em que a alma existe no seio do Criador pode ser comparado à gênese de uma criança em sua vida fe-tal. Ao nascer, perde toda a relação que tinha com o mundo uterino, acorda, pouco a pouco, para uma realidade que já estava à sua volta; traz em si mesma o código genético dos seus pais, que vai influenciá-la na vida exterior, na forma-ção do caráter e de sua futura vida de relação.

Nós somos as crianças de Deus e te-mos em nosso DNA espiritual, as vir-tudes e qualificativos d’Aquele que nos criou. Somos deuses, segundo as Es-crituras (Salmos 82.6), filhos do Altíssimo. Pertencemos à luz e não às trevas (Efésios

5.8). Deduz-se, então, que todas as almas serão salvas em algum tempo, mesmo as mais perversas e indiferentes. O que parece impossível aos homens, é possí-vel ao Criador (Mateus 19.25-26).

“E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas. Viram os filhos de DEUS que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de DEUS entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama. E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gênesis 6.1-5).

“No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir” (Romanos 5.14).

“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Efésios 5.8).

“Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo” (Salmos 82.6).

“Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá, pois, salvar-se? E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a DEUS tudo é possível” (Mateus 19.25-26).

18) O HOMEM TEM LIVRE-ARBÍTRIO?Ao examinar os livros da lei, pro-

fetas, evangelho de Jesus e demais do-cumentos da Nova Aliança, pode-se compreender que o homem não tem li-berdade absoluta em relação à sua exis-tência material. O homem considera o livre-arbítrio o corolário de sua curta vida no mundo, porém, essa liberdade que pensa ter, não passa de uma ilusão.

Paulo, o apóstolo, ao discursar em Atenas, disse que existimos e nos move-mos em Deus (Atos 17.28). Isso quer dizer que o homem vive mergulhado no oce-ano divino. Dentro dessa bolha criativa, tudo está sujeito ao Criador. É como alguém que vivesse em uma cidade go-vernada por leis e regras, sem o saber. Ele pensa ser livre, mas, todos os seus atos estão sujeitos à legislação vigente. Assim é a Criação.

A alma nasce do Eterno Deus e exis-te em um ambiente criado e governa-do pela mente Divina. Todos os movi-mentos, pensamentos e ações da alma, em qualquer lugar em que ela esteja, se nesse mundo ou qualquer outro, se nos céus, se na luz ou nas trevas, tudo é per-cebido por Deus que, na Sua onipresen-ça, governa todas as coisas (Salmos 139.7-

10). Por ignorância espiritual, a alma pensa que é livre, pois, na vida carnal, tem liberdade de escolha. Seja qual for a escolha que fizer, sua ação será perce-bida e conduzida em suas consequên-cias pelo Eterno.

Paulo afirma que o homem tem ape-nas dois caminhos a seguir: ou serve a Deus ou ao pecado, quer dizer, em am-

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bas as situações, não há liberdade para fazer conforme a sua vontade. Assim, não há livre-arbítrio, mas servo-arbítrio. Compreende-se dessa forma, a insistên-cia dos profetas em instruir a humani-dade por meio da Palavra de Deus, para que os homens possam ser felizes, ser-vindo aos propósitos do Criador. Qual-quer movimento contrário a isso, cai-se na escravidão do pecado. Pela ação cor-retiva da lei, a má semente produzirá consequente colheita de sofrimentos (Gálatas 6.7). A alma existe no seio de Deus e somente poderá ser feliz se compreender que não há outro caminho, senão a vida de amor ensinada pelos profetas e pelo Mes-sias. A verdadeira liberdade existe somente onde há o Espírito de Deus (2 Coríntios 3.17).

“Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração” (Atos 17.28).

“Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (Salmos 139.7-10).

“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gálatas 6.7-8).

“Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3.17).

O REBANHO DE DEUS NA TERRA, ESCRAVIDÃO, MOISÉS, AS LEIS DE DEUS, A TERRA PROMETIDA

19) EXISTE UM POVO DE DEUS NA TERRA? COMO SURGIU?

Sim, existe um Povo Escolhido na Terra, um grupo de almas separadas por Deus, desde o princípio, (Gênesis 12.1-

3) para se tornar conselheiro da Nova Jerusalém, que é o nome dado ao mun-do novo, à nova humanidade prestes a nascer (Apocalipse 21.9-27). Pode-se dizer que é a família de Deus na terra dos ho-mens comuns, embora todas as almas viventes sejam elaboradas pelas mãos do Criador, supremo arquiteto do Uni-verso visível e invisível.

O Povo de Deus teve origem na fa-mília de Adão e Eva (Gênesis 5). Mesmo considerando o simbolismo das letras, sabe-se que nos dias de Adão havia outras famílias na terra, conforme ates-tam as Escrituras (Gênesis 4.17; Gênesis 6.1-2). Quanto à origem do Povo de Deus, no momento, basta o entendimento da história bíblica. Ela fala de um po-deroso Senhor, dono de muitos reba-nhos, que escolheu ovelhas, separou-as e marcou-as para um grande propósito (Deuteronômio 7.6).

“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12.1-3).

“E veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de DEUS descia do céu” (Apocalipse 21.9-10 e demais versículos).

“Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que DEUS criou o homem, à semelhança de DEUS o fez. Homem e mulher os criou; e os abençoou e chamou o seu nome Adão, no dia em que foram criados” (Gênesis 5.1-2 e demais versículos).

“E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho Enoque” (Gênesis 4.17).

“E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes

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nasceram filhas,viram os filhos de DEUS que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (Gênesis 6.1-2).

“Porque povo santo és ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os povos que há sobre a terra” (Deuteronômio 7.6).

20) QUAL RELEVÂNCIA DO LIVRO GÊNESIS PARA O POVO DE DEUS?

O livro Gênesis foi uma obra do Espírito, utilizando os dons do grande profeta Moisés para codificar e organi-zar ensinamentos a respeito da criação do Universo, do mundo terreno e da vida transitória, como a conhecemos. É o mais importante livro das Sagradas Escrituras, pois se constitui alicerce e sustentáculo das demais obras, que per-deriam o sentido se dela fosse removi-do esse maravilhoso compêndio.

Do mesmo modo, o Apocalipse tem importância tal que, se fosse subtraído do conjunto dos Livros Sagrados, o sen-tido das Escrituras se perderia. O Povo de Deus deve receber a Palavra como um conjunto de revelações que vieram a seu tempo, não para construir uma história, mas para testificar a história já construída pelo Criador, iniciando no livro Gênesis e tendo sua finalização no livro Apocalipse. Depois desse tempo, se estabelecerá um rei-no definitivo de paz e de amor, guiado pelo Cristo, e o mundo se encherá do conheci-mento do Eterno (Apocalipse 21.6; Habacuque 2.14). “E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa

e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida” (Apocalipse 21.6).

“Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Habacuque 2.14).

21) O QUE DIZER DA TESE DE QUE CERTAS PASSAGENS DO GÊNESIS EXISTEM EM OUTRAS CULTURAS?

A afirmativa é verdadeira. Todos os povos, nações e línguas são obras do Criador, rebanhos do pasto Divino. Na época de Moisés, quando escreveu

os primeiros livros, já havia conheci-mento, em outras culturas, de substra-tos dos ensinamentos revelados a esses povos por Deus, por meio de suas pri-mitivas crenças. O grande mover do homem através do tempo foi em busca de conhecer suas origens. Com Moisés, entretanto, os ensinamentos revelados tomaram corpo e foram desenvolvidos em forma de sistema de instrução, es-pecialmente voltados para o Povo esco-lhido por Deus, cujas almas foram cha-madas de filhos, segundo a promessa (Romanos 9.7-8; Gálatas 3.29).

“Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de DEUS, mas os filhos da promessa são contados como descendência” (Romanos 9.7-8).

“E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa” (Gálatas 3.29)

22) QUEM FOI ABRAÃO? POR QUE FOI CHAMADO O PAI DA FÉ?

Inicialmente denominado por Abrão, foi um nômade a quem Deus chamou para dar início à família da fé. A his-tória que abrange os tempos antes de Abraão é envolta em obscuridade. É a proto-história do Povo de Deus e se re-fere a uma época remota, em que pouco ou quase nada foi registrado. Ao tempo devido, porém, o Espírito revelará deta-lhes desse passado distante. Ele falou a Abrão, instruiu-o pelos caminhos da fé, organizou sua vida pessoal, até revelar que faria da sua descendência uma fu-tura e grande nação. A partir daí, passa a chamá-lo por Abraão, o pai de mui-tas nações (Gênesis 17.1-8). Abraão foi o primeiro homem justificado pela fé no Criador, por isso, é chamado de o pai da fé (Gênesis 22.16-18).

“Quanto a mim, eis a minha aliança contigo: serás o pai de muitas nações. E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai de muitas nações te tenho posto” (Gênesis 17.4-5 e demais versículos).

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“Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos. E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz” (Gênesis 22.16-18).

23) TODO O POVO DE DEUS É DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO?

Todas as almas do Povo de Deus, sem exceção, são descendência espiritu-al da aliança que Deus fez com Abraão. Essa aliança deu início à preparação dessas almas para que, no futuro, sejam lideranças à frente da Nova Jerusalém, o mundo novo (Gênesis 17.8) que poucos co-nhecem o verdadeiro significado e que, em breve, chegará com a volta de Jesus, o Messias. Este é o reino de Deus tão es-perado, mas ainda não concretizado.

Considere-se, no entanto, que nem todos os que estão entre judeus ou entre cristãos, são almas desse grande Povo Escolhido. Muitos homens são crentes apenas na exterioridade da fé (Romanos 2.29). No meio de judeus e cristãos existem almas judias e gentias, independente da descendência genética. Elas estão envolvidas com os livros da lei, dos profetas, com as promessas, com os evangelhos de Jesus e doutrina dos apóstolos, compreendendo-os em maior ou menor profundidade.

“E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu DEUS” (Gênesis 17.8).

“Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de DEUS” (Romanos 2.29).

24) COMO DIFERENCIAR A ALMA GENTIA DA JUDIA?

Tanto entre cristãos, como entre os judeus, existem almas do Povo Santo, que possuem a circuncisão de coração, e outras que não a possuem (Romanos 2.29). A circuncisão de coração é dada ao ho-mem por meio da fé no Criador. Justifi-

cam-se pela fé de Abraão, para os judeus e no Cristo, para os cristãos. Tanto os ju-deus como os cristãos alcançam a salva-ção pela mesma fé. Judeus e cristãos têm acesso ao Eterno pela fé e não por obras, sejam quais forem (Gálatas 3.27-28). Assim, entende-se a razão do apóstolo Paulo ter ensinado que havia judeus que o eram somente por fora, mas, interiormente, eram gentios, estranhos ao Povo Santo (Romanos 2.29). Eram almas encarnadas em corpo de judeus, mas que, espiritu-almente, não eram circuncisos de cora-ção; eram estranhas à fé que justifica o ímpio.

Pelo princípio da encarnação suces-siva, entende-se que no meio dos gen-tios existem muitos que trazem em seus corpos almas de antigos judeus, cir-cuncisos de coração. Essas almas foram espalhadas por Deus, entre os povos, com a missão de dar vigor às doutrinas, instituições religiosas, filosóficas e po-líticas, durante o desenvolvimento da história humana, até a segunda volta do Messias. Eis a razão das diásporas judai-cas (Deuteronômio 28.64).

As almas judias, circuncisas de co-ração, são mais profundas e inclinadas para as coisas do Espírito (Romanos 2.29). Elas buscam, incessantemente, a comu-nhão com o Deus de Israel, obediência às Suas leis e aprendizado dos Seus mis-térios. As almas gentias permanecem na superficialidade dos ensinos espirituais e vivem mais voltadas para as coisas temporais. Desde o princípio da história bíblica, observam-se essas duas nature-zas de crentes: uma piedosa, com o pen-samento nas coisas de cima e outra vol-tada mais para as coisas da vida terrena (Gênesis 4.2). Assim, pode-se compreender o espírito superficial das igrejas cristãs e a razão pela qual tanto se ocupam dos interesses da vida terrena, mais do que os da vida eterna.

“Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Romanos 2.29).

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“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3.27-28).

“E o Senhor vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até à outra; e ali servireis a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; ao pau e à pedra” (Deuteronômio 28.64).

“E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra” (Gênesis 4.2).

25) TODAS AS ALMAS PODEM SER CHAMADAS POVO DE DEUS?

De modo algum. Considere que se está tratando dos aspectos espirituais das almas viventes. Há muitas almas ainda imaturas para compreender as coisas do Espírito de Deus, e rejeitam Seu Filho (João 8.47).

Almas que estão em estado de es-curidão consciencial e suas vidas se caracterizam pelo apego excessivo aos gozos terrenos, pela impiedade, idola-tria e amor a si mesmo (Filipenses 3.18-19). A vida, porém, em todas as situações, é proveitosa para o futuro da alma, uma vez que nascerá de novo e quantas ve-zes forem necessárias até que chegue à luz de Deus, à unidade da fé, a homem perfeito, à medida da estatura completa do Cristo (Efésios 4.13). Deus transforma joio em trigo.

“Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: a tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono de geração em geração” (Salmos 89.3-4).

“Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus” (João 8.47).

“Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas” (Filipenses 3.18-19).

“Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4.13).

26) DEUS GEROU ALMAS QUE SÃO POVO DELE E OUTRAS QUE NÃO SÃO?

Deus gerou todas as almas e elas são destinadas a receber a sua maravilhosa Luz. Embora tenha separado um reba-nho para um propósito definido, todas a almas são Dele. Não existem almas que sejam nascidas do diabo, como dizem alguns teólogos. A confusão é feita por causa da interpretação radical da letra, erro comum à teologia tradicional. Não se pode compreender a verdade de Deus sem a revelação do Verbo (João 8.31-32).

A grande dificuldade do entendi-mento está na ausência do conhecimen-to da ciência de Deus, cujo fundamento se encontra no invisível. Jesus ensinava uma doutrina pública e outra, particu-lar (Mateus 13.13-15). Por isso, dizia: quem tiver olhos de ver, que veja.

Há muitas coisas relacionadas à vida da alma que os teólogos precisam com-preender com maior alcance e, com certeza, terão que modificar ou se des-fazer de certos pontos de vista irracio-nais que os embaraçam. Embora a ori-gem e o fim da existência da alma sejam temas de entendimento inacabado, não se pode, de modo algum, duvidar da perfeição da obra do Criador. O atribu-to de que Deus é infinitamente perfeito é o pilar fundamental do edifício que sustenta o entendimento dos demais princípios.

Tudo o que existe foi criado por Deus, e qualquer manifestação ou obra, do bem ou do mal, ocorrem sob a Sua Divina permissão. O bem e o mal, são faces de uma mesma realidade que, ao final, tornar-se-á apenas o bem. Mesmo depois do bem se estabelecer definiti-vamente na alma ou coletividade, pois esse é um caminho sem volta, a serpen-te (Gênesis 3.1) continuará como um prin-cípio existente em todo o Universo.

“Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.31-32).

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“Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido. E ouviram de mau grado com seus ouvidos. E fecharam seus olhos. Para que não vejam com os olhos. E ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure” (Mateus 13.13-15).

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor DEUS tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que DEUS disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” (Gênesis 3.1).

27) QUAL FOI O PAPEL DE MOISÉS? Moisés é uma das personagens que

lideram esse imenso grupo de almas chamadas Povo de Deus, Povo Esco-lhido ou Nação Abençoada. Também participam como lideranças os profetas e homens santos que, ao longo da his-tória, entre judeus, na Casa de Judá, ou gentios, as ovelhas perdidas da Casa de Israel, anunciaram as Boas Novas (He-

breus 1.14; 1 Pedro 2.9). Moisés atendeu ao chamado de Deus

para ser o grande libertador quando, ha-via mais de quatrocentos anos, o povo hebreu era escravo no antigo Egito (Êxo-

do 3). Codificou as leis divinas, os Dez Mandamentos, que se tornariam as re-gras fundamentais da conduta moral do Povo Escolhido (Deuteronômio 5.1-21) e, fu-turamente, dos aspectos práticos da vida das nações em todo o planeta. Foi o or-ganizador das leis de Deus, tanto para os homens da sua época, como para o fu-turo da humanidade. Pode-se dizer que os ensinamentos de Moisés exerceram influência direta ou indireta na forma-ção da vida no ocidente e oriente médio.

Moisés é um dos pilares morais em que se sustenta a humanidade e con-tinua trabalhando como um anjo de Deus na edificação do Reino, a futura humanidade, a Nova Jerusalém que to-dos os crentes, judeus e cristãos, espe-ram. Por isso, anunciou ao Povo Santo a chegada do Messias, como um profeta

semelhante a ele, a quem o Povo deveria ouvir (Deuteronômio 18.17-18). Sua aparição a Jesus para confortá-lo nos momentos antes da prisão, mostra o elevado grau de autoridade e importância do profe-ta no contexto do Povo de Deus, na sua missão de orientar a humanidade nos caminhos da iluminação (Marcos 9.2-6).

“Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1.14).

“Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou” (João 8.58).

“E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de DEUS, a Horebe” (Êxodo 3.1 e demais versículos).

“E chamou Moisés a todo o Israel, e disse-lhes: Ouve, ó Israel, os estatutos e juízos que hoje vos falo aos ouvidos; e aprendê-los-eis, e guardá-los-eis, para os cumprir” (Deuteronômio 5.1 e demais versículos).

“Então o Senhor me disse: Falaram bem naquilo que disseram. Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar” (Deuteronômio 18.17-18).

“E seis dias depois Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte; e transfigurou-se diante deles. E as suas vestes tornaram- se resplandecentes, extremamente brancas como a neve, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia branquear. E apareceu-lhes Elias, com Moisés, e falavam com Jesus” (Marcos 9.2-4 e demais versículos).

28) POR QUE DEUS PERMITIU QUE SEU POVO FOSSE ESCRAVIZADO?

A alma, desde o nascimento até a ilu-minação, passa por muitas existências, num mesmo ambiente material/espiri-tual, tendo como finalidade despertar e aperfeiçoar suas qualidades morais e intelectuais. Nasce embrutecida pelas trevas, resultante da sua separação de Deus, como se mergulhasse num ocea-no de escuridão. A cisão é tão profunda, que a alma, por si mesma, não conse-

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gue se libertar (Romanos 7.19). Por isso, em tempo oportuno, Deus promove essa liberdade, e ela não acontece de um mo-mento para o outro. É necessário livrar-se gradualmente do jugo, aprendendo, pouco a pouco, nos caminhos da luz (Filipenses 1.6). A vida terrena possui todos os mecanismos para a iluminação. A es-cravidão humana, embora ao homem moderno seja uma condição inaceitável, no ponto de vista de Deus é um instru-mento de aprendizado e correção.

As Escrituras ensinam que é melhor sujeitar-se ao jugo do que escravizar alguém (1 Coríntios 6.7). A sujeição é um meio que o Criador utiliza para sufocar o orgulho, a vaidade e o amor próprio. É evidente que esse ponto de vista somente é compreendido quando se considera a eternidade da alma e seu trânsito pela história, por meio das encarnações sucessivas, sendo ela conduzida por um pastor maior, o Cristo (João 10.14).

Toda sujeição é educação para a alma (Efésios 5.21). A escravidão é injusti-ça e ninguém, em sã consciência, se co-loca a favor dessa condição, seja ela de que tipo for. Quando, porém, se leva em conta o conhecimento do Espírito de Deus, em relação à progressividade da alma, o ponto de vista é profundamente modificado, e mesmo essas circunstân-cias dolorosas, são lições preciosas para o aprendizado individual e coletivo das almas. A escravidão no Egito foi um pe-ríodo de profunda instrução para o Povo de Deus (Efésios 6.5-8). Com o mesmo ob-jetivo, a travessia no deserto forjou a alma nas adversidades (Deuteronômio 8.2-6). A su-jeição às potestades é o fundamento da sabedoria (Jó 28.28; Eclesiastes 8.2).

“Porque não faço o bem que quero, mas o mal

que não quero esse faço” (Romanos 7.19).

“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Filipenses 1.6).

“Na verdade, é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano?” (1 Coríntios 6.7).

“Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido” (João 10.14).

“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus” (Efésios 5.21).

“Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo. Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus. Servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens. Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre” (Efésios 6.5-8).

“E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não” (Deuteronômio 8.2 e demais versículos).

“E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência” (Jó 28.28).

“Eu digo: Observa o mandamento do rei, e isso em consideração ao juramento que fizeste a Deus” (Eclesiastes 8.2).

29) POR QUE O POVO DE DEUS FICOU QUARENTA ANOS NO DESERTO?

A experiência no deserto foi permi-tida por Deus ao seu Povo pela necessi-dade de viver novas experiências frente à liberdade e ao livre arbítrio. Reprimi-do pela opressão durante mais de qua-trocentos anos, o Povo tornou-se livre. Diante da liberdade, teria de aprender seus mecanismos e consequências, se fosse mal utilizada (Deuteronômio 11.26-28). Todas as circunstâncias que envolveram o mover do Povo de Deus em sua traje-tória para a luz do Criador tem profun-do significado, tanto para o momento vivido como para o futuro.

Moisés também codificou leis ci-vis e cerimoniais para que o Povo pudesse aprender a andar em novo Caminho, até então, desconhecido (Deuteronômio 4).

Uma aliança foi estabelecida entre Deus e Moisés de modo que, ao tem-po devido, Canaã pudesse se tornar a

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moradia das futuras gerações do Povo Santo. A terra prometida por Deus aos israelitas, na verdade, era imagem da Nova Jerusalém, a nova humanidade, sob os cuidados e patrocínio do Verbo. (Isaías 61, 62, 63). A história do deserto é um laboratório vivo de crescimento e amadurecimento espiritual para todos os envolvidos.

“Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição. A bênção, quando cumprirdes os mandamentos do Senhor vosso DEUS, que hoje vos mando. Porém a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do Senhor vosso DEUS, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes” (Deuteronômio 11.26-28).

“Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor meu DEUS; para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar” (Deuteronômio 4.5 e demais versículos).

“O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos” (Isaías 61.1 e demais versículos).

“Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa” (Isaías 62.1 e demais versículos).

“Quem é este, que vem de Edom, de Bozra, com vestes tintas; este que é glorioso em sua vestidura, que marcha com a sua grande força? Eu, que falo em justiça, poderoso para salvar” (Isaías 63.1 e demais versículos).

30) A ESCRAVIDÃO DO POVO CESSOU? A LIBERDADE FOI CONQUISTADA?

A escravidão no Egito, assim como outros períodos de opressão do Povo de Deus, serviu para moldar muitos valo-res relacionados à submissão, humilda-de, obediência e tolerância. Todos esses eventos que, no moderno ponto de vista são desagradáveis, estavam previstos no propósito de Deus para o amadureci-mento do mundo e de sua humanidade. Este mundo é uma das moradas da Casa do Pai (João 14.2). A humanidade é cons-tituída por muitos rebanhos ou nações,

e o Povo de Deus, um desses rebanhos, foi separado e instruído para aconselhar os caminhos da vida futura e o seu de-senvolvimento, sob todos os aspectos (Apocalipse 5.10). Tal grupo de almas é ins-truído pelo próprio Eterno, por meio do Verbo, de seu Cristo e do Espírito.

Nos dias de hoje, parte do Povo Es-colhido continua escravo, não de Fa-raó, mas do império do mundo, com suas ilusões e glórias. Por isso, surge um novo movimento do Espírito, um sopro, destinado a despertar e ajuntar a Nação Santa, constituída de homens e mulhe-res idôneos em busca de sua identidade e de seu Deus. O Cristo está chamando as ovelhas para a libertação definitiva, que virá com a chegada do Reino e a trans-formação das almas salvas e do Povo San-to em espíritos vivificantes (Ezequiel 37.21-22;

1 Coríntios 15.45).

“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar” (João 14.2).

“E para o nosso DEUS nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra” (Apocalipse 5.10).

“Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante” (1 Coríntios 15.45).

“Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu tomarei os filhos de Israel dentre os gentios, para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra. E deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles, e nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos” (Ezequiel 37.21-22).

31) O QUE SÃO AS LEIS DE DEUS? As leis de Deus, reveladas por Moisés,

foram ministradas em três aspectos: leis divinas, cerimoniais e civis. As leis divi-nas são os Dez Mandamentos (Deuteronô-

mio 5), fundamento da conduta moral em toda a Criação. As leis, de natureza civil e cerimonial, destinavam-se a governar a vida do povo hebreu na existência terrena e, sendo abolidas pelo Cristo, não mais se apli-cam à vida do Povo de Deus (2 Coríntios 2.14;

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Hebreus 9.11-12). A Nova Aliança, estabele-cida entre Deus e seu Povo, por meio de Jesus, o Messias, resume-se na obediên-cia à Lei Divina, pela prática do amor ao Criador e ao próximo (Marcos 12.28-34).

Paulo ensinava que o homem natural era incapaz, por si mesmo, de obedecer às leis de Deus (Romanos 7.18-25).

O Senhor Jesus é o bom pastor, o salvador e o libertador das ovelhas per-didas da Casa de Israel, o salvador do mundo.

O jugo não é mais no Egito, e sim, no mundo consumista que ilude as nações, jugo infinitamente maior do que a es-cravidão do corpo. Jesus é o profeta da libertação definitiva das ovelhas desgar-radas, caminho da unidade do Povo de Deus, artífice do Reino que não passará a outro e nem será jamais destruído (Da-

niel 2.44; 7.14; João 14.6).

“E chamou Moisés a todo o Israel, e disse-lhes: Ouve, ó Israel, os estatutos e juízos que hoje vos falo aos ouvidos; e aprendê-los-eis, e guardá-los-eis, para os cumprir” (Deuteronômio 5.1 e demais versículos).

“Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação; Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (Hebreus 9.11-12).

“Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar, e sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Marcos 12.28-31 e demais versículos).

“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem” (Romanos 7.18 e demais versículos).

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14.6).

“Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Daniel 2.44).

“E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído” (Daniel 7.14).

32) QUAL O PAPEL DAS ESCRITURASSAGRADAS PARA O POVO DE DEUS?

As Escrituras Sagradas falam da ori-gem, da história e do destino glorioso do Povo de Deus e das nações, frente ao nascimento, crescimento e amadu-recimento do planeta Terra como ci-vilização. Todas as almas que ouvem o chamado do Espírito e que se mobili-zam para participar da implantação do Reino devem examinar os livros da lei e dos profetas, assim como os evangelhos e demais documentos relativos à Nova Aliança. Devem estudar e refletir sobre todos os seus aspectos, para compreen-der o grande propósito do Criador (João

5.39). Nas Escrituras Sagradas, o homem de Deus encontrará respostas, sabedo-ria, revelação e direcionamento do Es-pírito para enfrentar sua experiência na vida terrena, assim como saber a respei-to do que deve esperar dos dias futuros, antes da chegada do Messias e implan-tação do Reino (2 Pedro 3.1-7).

As Escrituras Sagradas são, para as almas, a fonte da vida e eternidade. Considere-se, ainda, o elevado conteú-do moral e espiritual dos ensinamentos ministrados ao Povo de Deus em todas as épocas de sua trajetória na humani-dade.

Uma vez que as almas transitam pela história do planeta, por meio de encar-nações sucessivas, essa especial instru-ção dos Livros Sagrados tem como fina-lidade o despertar das consciências para as realidades eternas (Isaías 44; 52). “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter

nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 5.39).

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“Amados, escrevo-vos agora esta segunda carta, em ambas as quais desperto com exortação o vosso ânimo sincero. Para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como apóstolos do Senhor e Salvador. Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências” (2 Pedro 3.1-3 e demais versículos).

“Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, e tu, ó Israel, a quem escolhi. Assim diz o Senhor que te criou e te formou desde o ventre, e que te ajudará: Não temas, ó Jacó, servo meu, e tu, Jesurum, a quem escolhi” (Isaías 44.1-2 e demais versículos).

“Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupas formosas, ó Jerusalém, cidade santa, porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo. Sacode-te do pó, levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém: solta-te das cadeias de teu pescoço, ó cativa filha de Sião. Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; também sem dinheiro sereis resgatados” (Isaías 52).

33) EXISTE UMA TERRA PROMETIDA? ISRAEL JÁ TOMOU SUA POSSE?

Certos fatos que têm relação com a vida do Povo de Deus repetem-se na história periodicamente, como se fos-sem modelos pré-estabelecidos (1 Corín-

tios 10.11; Hebreus 8). A promessa da Terra Prometida tem um papel especial na vida das ovelhas, porque elas sempre se moveram na esperança de que, um dia, chegariam a esse lugar. Durante um pe-ríodo determinado afirmou-se que Ca-naã era essa terra, da qual manava leite e mel, e essa região foi, por longo tempo, o berço de realizações e elaboração do futuro do Povo Santo. À medida que se consumiram os séculos, ela se tornou terra comum de disputas e de carências, como outras regiões do mundo.

O Povo Escolhido teria perdido a Terra Prometida? Fugira algo do con-trole de Deus, ou do Plano Divino? Evidente que não. A verdadeira Terra Prometida é a Nova Jerusalém, o mun-do novo, a nova humanidade, que será estabelecida após a derrocada do mun-do velho, a grande Babilônia. O Povo de Deus receberá sua terra e muito mais

(Ezequiel 37.21-28; Mateus 19.29). O anúncio da promessa foi feito pelos profetas, antes da chegada de Jesus, o Messias, e depois confirmada pelos apóstolos (Isaías 65; He-

breus 12.22-23; Apocalipse 21). A humanidade será guiada pelo Povo

Santo a um caminho de paz, de justiça, de verdadeira liberdade e amor (Jeremias

33.14-16; Apocalipse 22). O tempo fará desa-parecer das nações todos os vestígios do atraso espiritual proveniente da época em que Satanás foi príncipe no mundo.

O Povo de Deus, em determinado tempo, teve para si a Canaã terrena, mas, depois do Juízo Final, tomará pos-se definitiva da terra que o Eterno Deus prometeu a Abraão, desde a antiguidade.

O mundo e suas nações se voltarão para as coisas do Espírito, e viverão em paz uns com os outros, pois essa é a vontade do Deus de Israel (Isaías 65.17-25; Apocalipse 21.9-27).

“Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos” (1 Coríntios 10.11).

“Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou” (Hebreus 8.5 e demais versículos).

“E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna” (Mateus 19.29).

“E exultarei em Jerusalém, e me alegrarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor” (Isaías 65.19 e demais versículos).

“Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos. À universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos os justos aperfeiçoados” (Hebreus 12.22-23).

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Apocalipse 21).

“Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que cumprirei

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a boa palavra que falei à casa de Israel e à casa de Judá. Naqueles dias e naquele tempo farei brotar a Davi um Renovo de justiça, e ele fará juízo e justiça na terra. Naqueles dias Judá será salvo e Jerusalém habitará seguramente; e este é o nome com o qual Deus a chamará: O Senhor é a nossa justiça” (Jeremias 33.14-16).

“E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre” (Apocalipse 22.5 e demais versículos).

“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (Isaías 65.17 e demais versículos).

AS DOZE TRIBOS DE ISRAEL, JUÍZES, REIS, PROFETAS, BABILÔNIA, PRISÃO DE SATANÁS, PRIMEIRA RESSURREIÇÃO

34) O QUE REPRESENTA AS DOZE TRIBOS PARA O POVO DE DEUS?

A criação das doze tribos de Israel pelo Eterno, teve como propósito dar origem aos ramos de uma frondosa ár-vore que, no tempo devido, daria frutos para o sustento das nações. Esses ra-mos, além de representarem cada um deles uma particular natureza espiritu-al, com suas características e inclina-ções, também influenciou na formação de linhagens biológicas específicas entre os povos. Com isso, criaram-se as con-dições favoráveis para que as almas liga-das ao Povo de Deus pudessem nascer e influenciar o progresso coletivo. Mais tarde, a união das tribos formará a glo-riosa nação prometida a Abraão (Gênesis,

12.1-2; 13.16; 17.1-8), Isaque (Gênesis 26.2-4) e Jacó (Gênesis 28.13-14; 35.10-12).

A palavra das Sagradas Escrituras afirma que as doze tribos de Israel se-rão as colunas em que se sustentarão o novo mundo, tanto no aspecto material quanto no espiritual (Apocalipse 21.12).

A Nova Jerusalém, o mundo novo, será adornada com os fundamentos dessas colunas, tendo o Verbo como luz para todas as coisas (Apocalipse 21.1-2).

A história das tribos de Israel, em sua formação, deve ser objeto de interesse do Povo de Deus para que possa enxer-gar as muitas maneiras que o Eterno utilizou para cuidar de seus filhos e fa-lar com eles da Sua grandeza, através de experiências, dificuldades e sacrifícios. A vida de José no Egito, por exemplo, prefigura a imagem de Jesus, o Messias, com seu grande amor por aqueles que

o desprezaram, mas que, pelo seu pró-prio sofrimento, os livrou da morte. O que parecia absurdo aos olhos huma-nos estava programado por Deus para conservar os filhos, segundo a promes-sa (Gênesis 45.7-8).

“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua

terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção” (Gênesis 12.1-2)

“E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se alguém puder contar o pó da terra, também a tua descendência será contada” (Gênesis 13.16).

“Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o Senhor a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o DEUS Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito” (Gênesis 17.1).

“E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar” (Gênesis 26.1).

“E eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o Senhor Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência. E a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 28.13-14).

“E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel” (Apocalipse 21.12).

“E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não te chamarás mais Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou-lhe Israel” (Gênesis 35.10).

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“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Apocalipse 21.1).

“Pelo que Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento. Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito” (Gênesis 45.7-8).

35) AS DOZE TRIBOS DE ISRAEL ESTÃO VIVENDO NO MUNDO ATUAL?

Imenso contingente dessas almas está vivendo experiências nas nações do pla-neta, nos mais diversos setores da vida. Encarnadas como judeus, descendentes de judeus e gentios, seguem cooperan-do com o progresso da humanidade. Boa parte delas, porém, ainda se en-contra na eternidade, aguardando para voltar à vida material, constituir novas famílias e aperfeiçoar as coisas planeja-das por Deus, no seu glorioso propósito de transformar a Terra em verdadeira ci-vilização. Dentre as almas viventes estão as Testemunhas do Senhor (Apocalipse 7; 14.1-

4). É a geração bendita do Eterno Deus de Israel, nação santa, povo adquirido, preparado para anunciar e viver as vir-tudes do Santíssimo (1 Pedro 2.9).

Em linhas gerais pode-se considerar que duas tribos (Judá e Benjamim) es-tão em Israel, e dez tribos se encontram espalhadas no mundo, principalmente entre os cristãos. Deus constituiu a Je-sus, o Messias, para resgatar as ovelhas desgarradas da Casa de Israel, uni-las novamente ao remanescente e dar con-dições às doze tribos, para terem supre-macia sobre as coisas da terra e dos céus (Gênesis 1.26; Efésios 2.14-16; Apocalipse 5.10).

Depois da grande tribulação, as na-ções salvas ficarão perdidas diante do colapso do sistema humano, e o Povo de Deus será orientador da reconstru-ção da vida em todos os lugares. Haverá sofrimento e desafios, mas também a cer-teza de que as primeiras coisas já não mais existem e o reino nascente, não passará a outro (Daniel 2.44; Apocalipse 7.17).

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9).

“E disse DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra” (Gênesis 1.26).

“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio; Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz; E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” (Efésios 2.14-16).

“E para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra” (Apocalipse 5.10).

“Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Daniel 2.44).

36) QUAL O PAPEL DOS PROFETAS?Os profetas são servos do Eterno

Deus que trazem a mensagem do Espí-rito ao Povo Escolhido e à humanida-de. São almas diferentes dos homens comuns e pertencem a um plano mais próximo do Criador. Desempenham missões diversas, são servis e obedien-tes e possuem o dom de interpretar vi-sões celestiais, destinadas a informar a respeito da história futura e dos aconte-cimentos do porvir.

Os profetas sempre estiveram por perto do Povo de Deus, durante o longo período da sua história antes do Cristo. Com a chegada do Messias ao mundo, o Espírito foi concedido às ovelhas per-didas da Casa de Israel, a maioria entre os cristãos, justificadas pela fé no Filho de Deus (Atos 2; João 14.15-17). A partir daí a profecia passou a ser um dom conce-dido aos crentes, a quem o Espírito o quisesse dar (Atos 10.44-45). Entre judeus e gentios há a manifestação de dons espi-

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rituais, inclusive o da profecia (1 Corín-

tios 12), mas, nada impede que, nos úl-timos dias, Deus envie novamente seus profetas em novas encarnações.

“E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar. E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles” (Atos 2.1-3).

“Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós” (João 14.15-17).

E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios” (Atos 10.44-45 e demais versículos).

“Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois Povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia” (1 Pedro 2.10).

“E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios” (Atos 10.44,45).

“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados. Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de DEUS diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1 Coríntios 12.1-3 e demais versículos).

37) OUTROS PROFETAS ESTARÃO DE VOLTA, NO FIM DO MUNDO?

Sim. É o que se entende em um exame cuidadoso das Sagradas Escrituras. Há evidências de que o profeta Daniel e o apóstolo João estarão encarnados no meio do Povo de Deus, nesse tempo de angústias (Daniel 12.13; João 21.23; Apo-

calipse 10.11). Não somente eles, mas, cer-tamente, outros personagens da história bíblica estarão no meio de Judá e das ove-lhas da Casa de Israel (Ezequiel 37.19).

O livro Apocalipse afirma que cento e quarenta e quatro mil almas das tribos de Israel foram escolhidas para se tor-narem as testemunhas do Cristo, peran-te os acontecimentos dos dias do fim, quando da sua volta gloriosa (Apocalipse

7). Nesse tempo, algumas dessas teste-munhas perderão a vida, por causa da Palavra de Deus, mas vieram ao mundo para isso (Apocalipse 7 e 14; Daniel 11.32-35).

“Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias” (Daniel 12.13).

“Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?” (João 21.23).

“Tu lhes dirás: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu tomarei a vara de José que esteve na mão de Efraim, e a das tribos de Israel, suas companheiras, e as ajuntarei à vara de Judá, e farei delas uma só vara, e elas se farão uma só na minha mão” (Ezequiel 37.19).

“E depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar. Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos selado nas suas testas os servos do nosso Deus” (Apocalipse 7.1-3 e demais versículos).

“E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7.14).

“Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para DEUS e para o Cordeiro” (Apocalipse 14.4 e demais versículos).

“E aos violadores da aliança ele com lisonjas perverterá, mas o povo que conhece ao seu DEUS se tornará forte e fará proezas. E os entendidos entre o povo ensinarão a muitos;

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todavia cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias. E, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas. E alguns dos entendidos cairão, para serem provados, purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo, porque será ainda para o tempo determinado” (Daniel 11.32-35).

38) QUAL FOI O PAPEL DOS JUÍZES?A palavra das Escrituras dá conta

de que, após a morte de Josué, suces-sor de Moisés, levantou-se uma gera-ção que construiu altares a diversos deuses, deidades dos povos que havia ao redor deles (Juízes 2.12). Entraram em grande aflição como consequência da desobediência aos preceitos do Deus verdadeiro. Então, o Eterno Deus levan-tou homens santos no meio deles para orientá-los. Entretanto, quando morria um juiz, o Povo voltava a se corromper (Juízes 2.19).

O período de Juízes foi de trezentos e quarenta e nove anos, tendo iniciado com Josué e terminado com Samuel. Serviu para preparar o Povo para a fase posterior, a da existência dos reis. Ca-racterizou-se pela governança de líderes como Débora, Gedeão, Jefté e Sansão, que mantiveram unidas as doze tribos de Israel em períodos de grandes confli-tos, disputas e deserções. Foi um tempo marcado por incertezas e por diferen-tes ciclos de confusão religiosa, já que outros deuses eram cultuados entre os hebreus (Juízes 17.5; 2.13).

“E deixaram ao Senhor DEUS de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos povos, que havia ao redor deles, e adoraram a eles; e provocaram o Senhor à ira” (Juízes 2.12).

“Porém sucedia que, falecendo o juiz, reincidiam e se corrompiam mais do que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os e adorando-os; nada deixavam das suas obras, nem do seu obstinado caminho” (Juízes 2.19).

“E teve este homem, Mica, uma casa de deuses; e fez um éfode e terafins, e consagrou um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote” (Juízes 17.5).

“Porquanto deixaram ao Senhor, e serviram a Baal e a Astarote” (Juízes 2.13).

39) POR QUE HOUVE ÉPOCA EM QUE O POVO DE DEUS NÃO PRECISOU DE REIS?

Nesse período, chamado teocrático, o Povo era guiado pelos profetas e pelas lideranças das tribos, porém as almas que constituíam a Nação Santa deve-riam experimentar as demais formas de governos, obediência e lideranças. Destinadas ao futuro conselho da nova humanidade, tais almas tinham neces-sidade de passar por diversos estágios de desenvolvimento moral e intelectu-al. Por isso, no tempo devido, o Povo de Deus teve os seus reis (1 Samuel 10; 16; 1 Reis

1.34). Muitos séculos iriam se consumir, até que as almas do rebanho recebessem o credenciamento para a mais elevada tarefa, a de guiar o mundo futuro nos caminhos da paz e iluminação. “E sucedeu que, tendo Samuel envelhecido,

constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel. E o nome do seu filho primogênito era Joel, e o nome do seu segundo, Abia; e foram juízes em Berseba. Porém, seus filhos não andaram pelos caminhos dele, antes se inclinaram à avareza, e aceitaram suborno, e perverteram o direito. Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá. E disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações” (1 Samuel 8.1-5 e demais versículos).

40) POR QUE FOI DADO REIS AO POVO DE DEUS EM CERTO MOMENTO?

A presença do rei faz parte de um sistema que desenvolve na alma os princípios de governo unificado, de po-testade, de autoridade, de obediência, de reconhecimento, de dedicação, em-penho, disciplina e outros qualificativos indispensáveis às futuras lideranças. No governo teocrático os filhos de Deus convivem com a obediência por meio dos intermediários.

No governo de reis, os envolvidos, reis, autoridades e governados, apren-

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dem acerca dos relacionamentos huma-nos, políticos, sociais, sob a inspiração do Espírito e de suas próprias decisões (Romanos 13.1-5).

O senso de justiça e de moralidade é aperfeiçoado, agora sem a ordem di-reta do Eterno, mas por meio do exer-cício e desenvolvimento dos princípios anteriormente revelados. No entanto, mesmo sob o governo de reis, o Povo Escolhido não ficou abandonado por Deus. Além de todos possuírem a Lei como referência, homens e mulheres permaneceram sob a influência do Es-pírito e das orientações do rei, ungido pelo Altíssimo. Os conflitos geraram as correções necessárias ao aperfeiçoa-mento (Gálatas 5.17).

“Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência” (Romanos 13.1-5).

“Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gálatas 5.17).

41) POR QUE DEUS DEIXOU QUE O POVO FOSSE GOVERNADO POR REIS VIOLENTOS E PECADORES?

A visão humana é pobre para apreciar os desígnios de Deus. Enquanto, para os homens, a fraqueza é sinal de vergonha, para o Criador é condição indispensá-vel à aproximação entre a alma e o Ver-bo (2 Coríntios 12.9-10). O Povo Santo deve confiar plenamente no Deus de Israel e saber que todas as coisas foram permiti-das e cumpriram a vontade divina, mes-mo que os personagens bíblicos tivessem

defeitos de caráter à semelhança das pes-soas comuns. Ao observar fatos e personagens bíblicos é preciso considerar o fator tempo, que aponta determinada realidade para cada período da história. O que parece violência para os dias atuais, nem sempre foi em épocas passadas. Guerras e mortes, que a civilização atual abomina, eram comuns nos dias dos reis e, convenhamos, continuam sendo comuns hoje, por causa da ignorância dos povos em relação à luz do Criador.

Quanto aos pecadores, Deus sem-pre esteve ao lado deles para salvá-los. A salvação da alma é antecedida por diversas fases de aprendizado, daí a ne-cessidade de viver experiências diversi-ficadas ao longo da história terrena. Por isso, o Espírito e os profetas sempre esti-veram próximos dos pecadores.

O Povo de Deus é constituído por al-mas pecadoras em vias de santificação. Sem dúvida, o homem pecador, enfra-quecido em suas vaidades, está mais perto do Eterno Deus, do que quem se acha virtuoso e que julga não precisar de correção (Isaías 55.8; 59.2; Lucas 18.9-14). Por isso, o Messias foi descendência da família de Davi, um pecador semelhan-te ao homem comum, e não de um puro sacerdote da tribo de Levi.

“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte” (2 Coríntios 12.9-10).

“Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (Lucas 18.10-13 e demais versículos).

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42) O QUE DAVI REPRESENTA NA HISTÓRIA DO POVO DE DEUS?

Davi deu origem a uma linhagem de almas que congrega lideranças para governos. Foi dedicado ao Eterno Deus, tendo sua vida descrita nas Sagradas Escrituras, em semelhança do homem terreno, com suas lutas, pecados e difi-culdades. O que o tornou diferente dos homens comuns foi sua relação com Deus, caracterizada pela elevada confiança no Altíssimo (Salmos 23; 32; 40; 51, entre outros).

A alma conciliadora de Davi con-gregou as doze tribos de Israel, que es-tavam dispersas, criando a unidade do Povo de Deus. Apesar de ser considera-do um pecador contumaz e indigno do Reino, é a imagem do homem arrepen-dido e desejoso de encontrar o caminho para a verdadeira vida e harmonia com o Deus de Israel. Davi foi o filho que gastou toda a parte da herança que lhe cabia e, depois de descobrir a futilidade do pecado, desejou ardentemente voltar para a Casa do Pai. Foi um homem, se-gundo o coração de Deus (1 Samuel 13.14;

Salmos 15). Jesus, o Messias, aborreceu os sacer-

dotes de seu tempo, porque andava em meio aos pecadores (Mateus 8.11-13). Seus inimigos, o acusavam de impureza es-piritual, porque não compreendiam os propósitos do Eterno para as almas ligadas à casa de Davi, sendo Ele mes-mo, o Senhor Jesus, dessa descendência (Marcos 12.35-37). Sendo o filho de José da descendência de Davi, segundo a car-ne, não tinha vínculo com o sacerdócio a que os judeus valorizavam. Isso de-monstra que Deus preparava Seu Povo para guiar o mundo, e não o templo. Davi representa essa figura e as almas da sua casa ainda estão sendo prepa-radas com objetivos semelhantes (Isaías

27.1-6; Jeremias 33.14-15). Nos escritos de Davi, encontram-se

as principais profecias relacionadas à sublime missão de Jesus, a quem o rei chamava de “meu Senhor” (Salmos 110.1;

Mateus 22.41-46). A intimidade entre Davi

e o Cristo pode ser testificada pelos Sal-mos de sua autoria.

“Os reis da terra se levantam e os governos

consultam juntamente contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas” (Salmos 2.2-3).

“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto” (Salmos 32.1 e demais versículos).

“Amas a justiça e odeias a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos teus companheiros” (Salmos 45.7).

“Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para com todos os que te invocam” (Salmos 86.5).

“Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” (Salmos 110.1).

“Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros” (Lucas 15.18-19 e demais versículos).

“Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus. E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou” (Mateus 8.11-13).

“E, falando Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi? O próprio Davi disse pelo Espírito Santo: O SENHOR disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. Pois, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade” (Marcos 12.35-37).

43) O QUE REPRESENTA O ADULTÉRIO DE DAVI PARA A VIDA DO POVO?

O pecado de Davi, quando se envol-veu com a mulher de Urias, é relatado nas Escrituras Sagradas com detalhes, tanto quanto a repreensão de Deus, que veio pela boca do profeta Natã (2 Samuel

12.1-24). Da mesma maneira, o imediato

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arrependimento do rei e a subsequente morte da criança, fruto do adultério, ensinam às almas da casa de Davi que pecado e arrependimento são situações comuns à vida terrena, até o encontro com o Eterno. Experiências de erros e acertos são ferramentas para a forma-ção do caráter e da personalidade dese-jada pelo Espírito.

Jesus é o Messias, o Cristo, salvador do mundo (João 12.47). É o profeta envia-do para resgatar as ovelhas perdidas da Casa de Israel, nascidas em muitas ge-rações entre povos, nações e línguas. A alma de Davi, como pai da casa dos pe-cadores, estará encarnada nos tempos do fim como um dos líderes do Povo. (Ezequiel 34.23).

“E o SENHOR enviou Natã a Davi; e, apresen-tando-se ele a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. O rico possuía muitíssimas ovelhas e vacas. Mas o pobre não tinha coisa nenhuma, se-não uma pequena cordeira que comprara e criara; e ela tinha crescido com ele e com seus filhos; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha. E, vindo um viajante ao homem rico, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para assar para o viajante que viera a ele; e tomou a cordeira do homem pobre, e a preparou para o homem que viera a ele. Então o furor de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem, e dis-se a Natã: Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso” (2 Samuel 12.1-5 e demais versículos).

“E suscitarei sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor” (Ezequiel 34.23).

“E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo” (João 12.47).

44) A ALMA DE DAVI ESTARIA VIVENDO NO MUNDO ATUAL?

É o que as Escrituras Sagradas dão a entender. Pode estar entre os de Judá ou mesmo entre as dez tribos espalhadas nas nações e será uma das lideranças do Povo Santo. A profecia de Ezequiel

afirma que o Eterno Deus de Israel li-vraria suas ovelhas dos falsos pastores, que as estariam comendo e explorando, cuidando apenas do próprio ventre. Por isso, chamaria a alma do seu servo Davi para apascentá-las (Ezequiel 34).

A profecia, embora escrita no pas-sado, aplica-se perfeitamente aos dias atuais. Alguns teólogos afirmam que a referência a Davi seja, em verdade, a Jesus. Porém, o sentido literal do texto e outras passagens do livro dos profetas não deixam dúvidas acerca da presença física daquele antigo servo de Deus, no período do fim do mundo.

Os teólogos interpretam erronea-mente as Escrituras Sagradas porque não aceitam o princípio do renasci-mento das almas, chamado encarnação sucessiva. Não possuem conhecimento da ciência eterna, à qual Jesus se referia, em separado, aos discípulos. Por conta disso, o Cristo repreendeu os fariseus quando o questionavam a respeito dos mistérios dos céus, por desconheci-mento das Escrituras (Marcos 11.27-33; João

5.39; João 8.30-59; Marcos 12.18-27). Nos tempos de Jesus era comum

se falar na possibilidade da alma re-nascer no mundo. As Escrituras tes-tificam a respeito (Eclesiastes 6.6; Mateus

11.12-15; 17.10-13). O princípio das múltiplas experiên-

cias da alma na vida terrena, ao ser acei-to por judeus e cristãos revolucionaria o pensamento do homem em relação à Criação e a todas as coisas. A teologia seria reformada e inúmeros equívocos seriam esclarecidos. O homem, porém, em suas vaidades, resiste secularmente à ciência de Deus.

“E suscitarei sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor. E eu, o Senhor, lhes serei por DEUS, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas; eu, o Senhor, o disse. E farei com elas uma aliança de paz, e acabarei com as feras da terra, e habitarão em segurança no deserto, e dormirão nos bosques” (Ezequiel 34.23-25 e demais versículos).

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67POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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“E tornaram a Jerusalém, e, andando ele pelo templo, os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos, se aproximaram dele. E lhe disseram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? ou quem te deu tal autoridade para fazer estas coisas?” (Marcos 11.27-28 e demais versículos).

“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 5.39).

“Dizendo ele estas coisas, muitos creram nele. Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.30-32 e demais versículos)

.“Então os saduceus, que dizem que não há

ressurreição, aproximaram-se dele, e perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e deixasse a mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher dele, e suscitasse descendência a seu irmão” (Marcos 12.18-19 e demais versículos).

“E, ainda que vivesse duas vezes mil anos e não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar?” (Eclesiastes 6.6).

“E, desde os dias de João o Batista até agora,

se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mateus 11.12-15).

“E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é preciso que Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara de João o Batista” (Mateus 17.10-13).

45) COMO O POVO DE DEUS SERÁ REUNIDO EM UM MESMO PROPÓSITO?

As profecias expressas nas Sagradas Escrituras falam de um tempo em que o Criador reuniria novamente as doze tribos de Israel, no período da Gran-de Tribulação (Ezequiel 36.24-28; 37; Isaías 60;

Amós 9.9-15). O Espírito manifesta-se em todas as nações chamando as ovelhas perdidas da Casa de Israel para o en-contro com o seu Deus, e elas ouvirão o chamado (João 10.3-4). Por causa dos acontecimentos do fim do mundo, Judá e Israel, se unirão em torno do Cristo e então virá o fim de todas as coisas, para que novos céus e nova terra sejam esta-belecidos e a Geração Bendita venha to-mar posse da herança que lhes pertence (Ezequiel 37.19-28).

“E vos tomarei dentre os gentios, e vos congregarei de todas as terras, e vos trarei para a vossa terra. Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis. E habitareis na terra que eu dei a vossos pais e vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso DEUS” (Ezequiel 36.24-28).

“Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu tomarei os filhos de Israel dentre os gentios, para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra. E deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles, e nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos” (Ezequiel 37.21-22)

.“Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz,

e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti; porque eis que as trevas cobriram a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e a sua glória se verá sobre ti. E os gentios caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu” (Isaías 60.1-3 e demais versículos) .

“Naquele dia tornarei a levantar o tabernáculo caído de Davi, e repararei as suas brechas, e tornarei a levantar as suas ruínas, e o edificarei como nos dias da antiguidade; para que possuam o restante de Edom, e todos os gentios que são chamados pelo meu nome, diz o Senhor, que faz essas coisas. Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as uvas ao que lança a semente; e os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão. E trarei do cativeiro meu povo Israel, e eles

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68POVO DE DEUS:

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reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto. E plantá-los-ei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu DEUS” (Amós 9.9-15).

“A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (João 10.3-4).

46) QUAL O PAPEL DO REINADO DE SALOMÃO PARA O POVO DE DEUS?

Salomão, filho de Davi, recebeu de seu pai a incumbência de edificar um templo para congregar o Povo de Isra-el, incluindo os hebreus que estavam dispersos em outras regiões. O reinado de Salomão foi marcado pela codifica-ção de elevadas instruções morais, re-lacionadas à sabedoria eterna. Os livros desse período, Eclesiastes, Provérbios e Cânticos, estão repletos de instruções para aplicação prática na conduta mo-ral das pessoas e, em especial, do Povo Escolhido.

Todas as ovelhas da Casa de Israel devem meditar nesses ensinamentos para conhecer os princípios da Sabe-doria Divina (Provérbios 1.1-7). O reino de Salomão pacificado simboliza a pacificação do Povo Santo por Davi, nos tempos do fim, na Nova Jerusa-lém, onde não haverá diferença entre judeus e cristãos. Os relatos históricos dão conta de que não houve reinado de maior abundância e paz em Israel des-de os tempos de Salomão (Salmos 72.1-8).

“Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel. Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem, as palavras da prudência. Para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade. Para dar aos simples, prudência, e aos moços, conhecimento e bom siso. O sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido adquirirá sábios conselhos. Para entender os provérbios e sua interpretação; as palavras dos sábios e as suas proposições. O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução” (Provérbios 1.1-7).

“Ó Deus, dá ao rei os teus juízos, e a tua justiça ao filho do rei. Ele julgará ao teu povo com justiça, e aos teus pobres com juízo. Os montes trarão paz ao povo, e os outeiros, justiça. Julgará os aflitos do povo, salvará os filhos do necessitado, e quebrantará o opressor. Temer-te-ão enquanto durarem o sol e a lua, de geração em geração. Ele descerá como chuva sobre a erva ceifada, como os chuveiros que umedecem a terra. Nos seus dias florescerá o justo, e abundância de paz haverá enquanto durar a lua. Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra” (Salmos 72.1-8).

47) POR QUE ISRAEL SE DIVIDIU APÓS O REINADO DE SALOMÃO?

Todos os eventos históricos são gera-dos pelo Eterno Deus para que favoreça o grande espetáculo da vida e da futura civilização do planeta. A divisão das tri-bos teve por finalidade dar seguimento à diáspora física e espiritual, iniciada desde os tempos em que José casou-se com a filha de Potífera, o sacerdote egíp-cio (Gênesis 41.50-52). Isso faria com que os gentios, mais tarde, tivessem condições favoráveis de receber os ensinamentos eternos.

As nações gentias foram influencia-das pela presença dessas almas que, por propósito divino, foram dispersas no planeta. Elas impulsionaram o desen-volvimento nos diversos setores da vida humana. Encarnadas no seio da igreja, combateram falsas doutrinas. Contri-buíram para o progresso geral dos po-vos e sociedades (1 João 4; 2 Pedro 2; 1 Timóteo

1.3-11). A divisão das tribos obedeceu ao planejamento de Deus, tendo em vista o progresso e a unidade em tempos fu-turos. “E nasceram a José dois filhos (antes que viesse um

ano de fome), que lhe deu Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. E chamou José ao primogênito Manassés, porque disse: DEUS me fez esquecer de todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pai. E ao segundo chamou Efraim; porque disse: DEUS me fez crescer na terra da minha aflição” (Gênesis 41.50-52).

“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de DEUS, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 João 4.1 e demais versículos).

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“Também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição” (2 Pedro 2.1 e demais versículos).

“Como te roguei, quando parti para a macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns, que não ensinem outra doutrina. Nem se deem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de DEUS, que consiste na fé; assim o faço agora” (1 Timóteo 1.3-4 e demais versículos).

48) QUAL A IMPORTÂNCIA PARA ISRAEL DA ESCRAVIDÃO NA BABILÔNIA

A escravidão na Babilônia, ocorrida por volta dos anos 500 a.C., é um divisor de águas na história do Povo de Deus. Por meio do reino babilônico, o Eterno Deus promoveu o que se chama primei-ra ressurreição, ou seja, a primeira sepa-ração de almas ocorrida no planeta. É como se fosse uma experiência precur-sora do Juízo Final. Os salvos foram fei-tos sacerdotes de Deus e reinaram com Cristo por mil anos (Apocalipse 20.4-6). Ao contrário do que se pensa, este reinado não era de natureza material, mas espi-ritual. São eventos invisíveis aos olhos carnais, em que o Senhor exerceu auto-ridade e conteve as potestades destruti-vas do invisível por mil anos.

Depois que terminou o período de sete anos da loucura do rei da Babilônia, Nabucodonosor, começou o tempo de mil anos de que fala o Apocalipse. Satanás foi mantido sob a autoridade do Senhor, de modo que sua influência destrutiva não viesse pôr fim à vida no planeta.

Todo esse processo de juízo e controle do mundo invisível, que interage com a vida terrena, está descrito no capítulo 20, do livro Apocalipse. Os mil anos já aconteceram. O mundo se aproxima do segundo e derradeiro juízo, ou seja, do Juízo Final, com a volta do Messias. Evidências dessa história são encontradas no livro de Daniel

(Daniel 2.44). Essa é a razão de suas visões se referirem aos eventos do fim do mundo, tendo o profeta recebido a notícia de que estaria encarnado entre a sua descendência, quando da volta do Messias (Daniel 12.13).

As Sagradas Escrituras dizem que as testemunhas do Cristo e o Povo Esco-lhido estarão vivendo no mundo no dia do Juízo (Apocalipse 7.3-4; Apocalipse 11.3). A Babilônia de Nabucodonosor é a repre-sentação da Grande Babilônia em que se transformou o mundo, e sua história simbolizava o fim da humanidade pe-cadora, com todas suas glórias, poder e ilusões (Isaías 13.9-11; Apocalipse 18.2-3). É possível que personagens dos tempos ba-bilônicos estejam encarnados no mundo atual como líderes políticos ou autorida-des nos diversos campos da vida.

Os fenômenos relacionados com o fim dos tempos serão os mesmos ocor-ridos na antiga Babilônia: degradação moral, luxúria, apostasia e todas as formas de distorção do comportamen-to a que pode gerar uma vida aparta-da de Deus (Romanos 2). Por isso, o Povo de Deus teve de ser conduzido como escravo àquela nação, para aprender lições que seriam usadas mais tarde, quando estivesse vivendo na época do fim do mundo.

“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela Palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20.4-6).

“Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias” (Daniel 12.13 e demais versículos).

“Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar,

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nem as árvores, até que hajamos selado nas suas testas os servos do nosso Deus. E ouvi o número dos selados, e eram cento e quarenta e quatro mil selados, de todas as tribos dos filhos de Israel” (Apocalipse 7.3-4).

“E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco” (Apocalipse 11.3 e demais versículos).

“Eis que vem o dia do Senhor, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e dela destruir os pecadores. Porque as estrelas dos céus e as suas constelações não darão a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não resplandecerá com a sua luz. E visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos” (Isaías 13.9-11).

“E clamou fortemente com grande voz, dizendo:

Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave imunda e odiável. Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua fornicação, e os reis da terra fornicaram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias” (Apocalipse 18.2-3).

“Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?” (Romanos 2.1-3).

49) O QUE SIGNIFICAA PRIMEIRA RESSURREIÇÃO?

O Povo de Deus teve origem nos primórdios da história, quando a des-cendência de Adão começou a rece-ber almas de homens escolhidos para cumprirem uma especial missão para o Eterno (Gênesis 26.4). À medida que es-sas almas foram encarnando e trazen-do para o mundo a vontade manifesta do Criador, entraram em conflito com a natureza oposta do Espírito de Deus, que é Satanás. Depois de milênios de história conflitiva entre as naturezas do bem e do mal, o Eterno Deus promo-veu a primeira seleção de almas salvas, em meio àquelas que foram para a Ba-

bilônia. Essa separação foi denominada primeira ressurreição (Apocalipse 20.4-6). A se-leção de almas aconteceu por meio de um fenômeno espiritual, que envolveu a coletividade babilônica, produzindo anomalias comportamentais.

Na Nova Aliança, esse fenômeno é conhecido como separação do joio e do trigo (Mateus 13.30). A degradação mo-ral chega a tal ponto, que o espírito do mundo provoca loucura de conduta nos homens que têm comunhão com ele. Há um transtorno generalizado, guer-ras, revoltas, distúrbios de toda ordem e, então, vem o fim (Daniel 4.28-37; Apoca-

lipse 18). Durante o período do domínio

babilônico ocorreram perseguições e injustiças ao Povo de Deus, mas os que perseveraram na fé e confiança no Eterno, não se deixaram arrastar pela loucura do rei e dos seus súditos. Esses foram separados para a vida e reinado com o Cristo (Apocalipse 20.6).

O mesmo móvel dessa influência invisível, que destruiu a opulência e poder da Babilônia, destruirá a vida no planeta nos tempos do fim. As pes-soas comuns, sem o saber, mantêm-se em sintonia mental com o invisível e deixam-se conduzir por caminhos es-cusos, que poderão leva-las à condena-ção. À medida que se instala no mundo, esse fenômeno espiritual faz a vida so-cial tornar-se instável em todos os lu-gares, ficando difícil o relacionamento pacífico entre as pessoas. Todo tipo de conflito afeta a sociedade; florescem a maldade, a prostituição, a corrupção e todas as desgraças morais que preju-dicam a estabilidade da vida em socie-dade. O ambiente, em todo o mundo, degenera-se e se torna incontrolável.

“E multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e darei à tua descendência todas estas terras; e por meio dela serão benditas todas as nações da terra” (Gênesis 26.4).

“Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei

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primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro” (Mateus 13.30).

“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela Palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20.4-6).

“Todas estas coisas vieram sobre o rei Nabucodonosor” (Daniel 4.28 e demais versículos).

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20.6)

50) QUAL A RELAÇÃO ENTRE A ANTIGA BABILÔNIA E A GRANDE BABILÔNIA DO APOCALIPSE?

O tempo do Juízo final é um evento sem precedentes na história do planeta. Nunca houve, nem haverá fenômeno de tal magnitude. Atingirá toda a terra, destruindo sua infraestrutura, elimi-nando do mundo toda a planta que o Pai Celestial não plantou (Mateus 15.13). Assim profetizou Jesus, o Messias, conforme as profecias da Nova Aliança (Mateus 24).

O fenômeno ocorrido na Babilônia de Nabucodonosor foi um aconteci-mento apocalíptico localizado. No dia do Juízo Final, acontecerá evento seme-lhante, porém, de alcance mundial, tra-zendo ocorrências graves e de grande destruição.

Na antiga Babilônia a manifestação do espírito das trevas foi contida pelo Vigia dos céus, para que a vida pudesse seguir com a história como hoje é co-nhecida (Daniel 4.23; Apocalipse 20.1-6). Por essa razão, a profecia do Apocalipse, ao referir-se aos reinos do mundo, diz que o oitavo reino, que é o da Besta, a Grande

Babilônia, era também um dos sete reinos anteriores a ele, o da pequena Babilônia (Apocalipse 7.11).

“Ele, porém, respondendo, disse: Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada” (Mateus 15.13).

“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão” (Apocalipse 20.1 e demais versículos).

“E quanto ao que viu o rei, um vigia, um santo, que descia do céu, e dizia: Cortai a árvore, e destruí-a, mas o tronco com as suas raízes deixai na terra, e atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais do campo, até que passem sobre ele sete tempos” (Daniel 4.23).

“E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição” (Apocalipse 17.11).

51) A QUE SERVE O EVENTO DO FIM DO MUNDO?

Em todos os mundos habitados, há um natural período de ignorância hu-mana, quando as almas estão envolvi-das pelas trevas. Considerando a gran-deza e os propósitos da Criação, a vida atual é primitiva e apresenta apenas os rudimentos da verdadeira civilização. A Palavra de Deus é semeada para que as almas conheçam os princípios univer-sais que regem o comportamento e as verdades eternas, de modo que possam construir o futuro sobre o alicerce das leis universais (2 Timóteo 3.16-17).

As almas desse mundo, no tempo devido, conhecerão a verdade de Deus, tomarão posse da cidadania celestial, que é a vida eterna e, por meio do Verbo e de seu Cristo, se tornarão edificadores da nova civilização, que terá como ali-cerce o amor do Eterno Deus de Israel.

A princípio, as almas desconhecem a realidade existencial eterna, perma-necem por milênios sob o domínio do espírito da ignorância e da morte (Roma-

nos 5.12-14). O Juízo final não é o fim do mundo, mas término do período da ig-norância, das trevas e injustiças. A Nova Jerusalém é a Terra Prometida, um

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72POVO DE DEUS:

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mundo onde seus habitantes viverão em paz, guiados pelo Deus de Israel e seu Cristo (Isaías 65; Jeremias 30.18-22; Je-

remias 33.1-16). Na história progressiva da humani-

dade, há períodos de seleção, juízo e separação de almas. Envolve guerras, conflitos, pestilências, desastres natu-rais e outros eventos catastróficos. Faz parte do natural progresso do planeta. É a operação do Espírito que separa bo-des e ovelhas, joio e trigo. (Mateus 13.37-

43; Mateus 25.31-33).

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Timóteo 3.16-17).

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir” (Romanos 5.12-14).

“Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém uma alegria, e para o seu povo gozo. E exultarei em Jerusalém, e me alegrarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor” (Isaías 65.18-19).

“Assim diz o Senhor: Eis que farei voltar do cativeiro as tendas de Jacó, e apiedar-me-ei das suas moradas; e a cidade será reedificada sobre o seu montão, e o palácio permanecerá como habitualmente” (Jeremias 30.18).

“Eis que eu trarei a ela saúde e cura, e os sararei, e lhes manifestarei abundância de paz e de verdade” (Jeremias 33.6 e demais versículos).

“E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem. O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno. O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos” (Mateus 13.37-39 e demais versículos).

“E quando o Filho do homem vier em sua glória,

e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda” (Mateus 25.31-33).

52) HOUVE UM PERÍODO EM QUE DEUS NÃO ENVIOU PROFETAS AO SEU POVO?

O reino milenar do Cristo começou durante o cativeiro babilônico, depois que o rei Nabucodonosor voltou à nor-malidade, após a loucura de que fora acometido (Daniel 4.28-37). Findo o perío-do de exílio (70 anos) sucedeu-se uma reorganização das práticas religiosas, dos costumes e cultura judaicos.

Houve silêncio em torno de novas revelações para Israel. O Eterno, no entanto, não ficou em silêncio. Esse foi o período em que, na Grécia, desen-volveu-se o pensamento racional, que influenciou posteriormente a cultura judaica e cristã, para que a fé não cami-nhasse pela história sem raciocinar.

As relações com Deus, dizia o após-tolo Paulo, devem se dar no plano ra-cional (Romanos 12.1). O apóstolo Pedro afirma o mesmo princípio (1 Pedro 2.1-2).

“Todas estas coisas vieram sobre o rei Nabucodonosor. Ao fim de doze meses, quando passeava no palácio real de babilônia” (Daniel 4.28-29).

“E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro” (Daniel 12.1 e demais versículos).

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12.1).

“Deixando, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações. Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo” (1 Pedro 2.1-2).

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ENCARNAÇÃO DO VERBO, OVELHAS DO SENHOR, ELIAS E JOÃO BATISTA, OS EVANGELHOS, OS APÓSTOLOS, A IGREJA DO CRISTO

53) COMO SE PODE COMPREENDER QUE JESUS CRISTO É O VERBO DE DEUS?

Jesus é o emissário do Verbo Divi-no e não o próprio. O Verbo faz parte dos atributos da Divindade e se torna manifesto somente quando ocorre e se desenvolve um ciclo criativo universal. No momento em que não havia a Cria-ção, o Deus Eterno mantinha-se abso-luto, numa condição de inexistência de tempo, espaço ou matéria. É difícil para a concepção humana formular a exis-tência de coisa ou princípio que esteja além da visão científica tradicional. O que a ciência denomina singularidade, é o Eterno Deus.

Quando o Criador deseja dar origem a um Universo, o Verbo se manifesta como uma variação da natureza abso-luta do Eterno. O Verbo, ou Logos, por um lado, comunica com a eternidade de Deus e, por outro, com a criação relati-va. Por isso, João relata na abertura do seu evangelho, que no princípio, havia apenas o Verbo, que estava com Deus; e Ele era Deus (João 1.1). Deus e o Verbo, juntos como Pai e Filho.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1.1)

54) O DOGMA CRISTÃO DE QUE JESUS É DEUS, ESTÁ EQUIVOCADO?

Sim, é um grave erro teológico. Jesus, o Filho de Davi é uma alma a quem foi dado cuidar do mundo terreno (2 Samuel

23.3-4). É a cabeça da família divina, líder maior do Povo Escolhido, Pastor dos pastores, Príncipe dos príncipes e Rei dos reis (Isaías 9.6). Juntamente com ou-tras almas, pastoreia o rebanho divino desde a antiguidade, para conduzi-lo ao glorioso destino de liderança, segundo a promessa feita a Abraão e à sua posteri-dade. Importantes passagens das Escritu-

ras mostram que a Jesus foi dada a condi-ção de Cristo, redentor da humanidade (Deuteronômio 18.18-19; Isaías 9.1-7; João 1; João

6.35; 14.6; 15.1-7; Atos 3.22; Apocalipse 5). Jesus é o portador do Verbo do Eterno Deus. Por causa dessa perfeita comunhão do Pai com o Verbo, Jesus dizia: Eu e o Pai somos um (João 10.30), tendo sido errone-amente considerado Deus pelos teólo-gos cristãos.

“E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra” (Apocalipse 5.5-6 e demais versículos).

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6).

“Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para firmá-lo e fortifica-lo com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto” (Isaías 9.1-7)

“O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Deuteronômio 18.15).

“Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (João 1.9-12 e demais versículos).

“E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede” (João 6.35).

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14.6).

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“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador” (João 15.1).

“Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de entre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser” (Atos 3.22).

“E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares. Que com grande voz diziam: Digno o é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra e glória, e ações de graças” (Apocalipse 5.11-12).

“Eu e o Pai somos um” (João 10.30).

55) O QUE O MESSIAS SIGNIFICA PARA O PLANETA TERRA?

Desde a história narrada nos livros da lei e dos profetas, o Eterno conduz o Povo Santo para prepará-lo, instruí-lo, amadurecê-lo de modo que, no futuro, venha a ser conselheiro e guia da nova humanidade. A manifestação do Verbo já ocorria por meio dos anjos e de Je-sus, a quem Davi em espírito, chamava “meu Senhor” (Salmos 110.1).

Jesus é o responsável pelos eventos que envolvem a história do planeta, quando as almas ainda estão sob o do-mínio da morte, até que recebam a de-finitiva alforria no Juízo (João1; João 8.58). Jesus é chamado Cordeiro de Deus, porque pelo seu sacrifício vicário o mundo encontrou redenção para os pecados cometidos em tempos de ig-norância (Atos 17.30-31; Apocalipse 5).

Moisés apresentou a Lei que mos-trou ao Povo de Deus o pecado, a con-denação e a morte, a marca do primei-ro Adão. Jesus trouxe a Misericórdia, o Perdão e a Vida Eterna (Romanos 6; 7; 8). Jesus, o filho de Davi, é o governo da Terra e a Ele se curvarão as nações do mundo (Filipenses 2.9-11; Apocalipse 21 e 22).

Paulo declara que Jesus é o segundo Adão da raça humana (1 Coríntios 15.45-49). Adão e Jesus não são simplesmente indivíduos, mas representantes de uma condição espiritual oposta, entretanto, saídas da mesma fonte, ambos obede-

cendo ao mesmo propósito, que é o de povoar e civilizar o planeta. Povoar, pelo homem carnal; civilizar pelo homem es-piritual. A atitude de Adão, como a de Jesus, afetou profundamente os seres humanos, gerados também desta mes-ma raiz (Romanos 5.18). O papel do Filho de Davi, nesta humanidade, deverá ser compreendido pelo Povo Santo e anun-ciado pelos entendidos a todas as gen-tes (Daniel 11.33).

“Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” (Salmos 110.1).

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1.14 e demais versículos).

“Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou” (João 8.58)

“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam. Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (Atos 17.30-31).

“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.” (Apocalipse 5.6 e demais versículos).

“De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Romanos 6.4 e demais versículos).

“Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra” (Romanos 7.6 e demais versículos).

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8.1 e demais versículos).

“Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;

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Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2.9-11).

“E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tenha sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida” (Apocalipse 21.6 e demais versículos).

“Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã” (Apocalipse 22.16 e demais versículos).

“Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual. O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu” (1 Coríntios 15.45-47 e demais versículos).

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Romanos 5.18).

“E os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias” (Daniel 11.33).

56) POR QUE JESUS VEIO DA CASA DE DAVI?

Davi representa o homem segundo o coração de Deus (1 Samuel 13.14; 16.13;

Salmos 89.20; Atos 13.22). A mesma palavra diz que o filho de Jessé executaria toda a vontade do Criador. Com certeza, o homem que agrada a Deus é aquele que faz a Sua vontade (João 8.29). Não se pode caminhar com o Eterno, fazendo a von-tade do homem. Para ensinar ao Povo que não buscava a virtude das aparên-cias, Deus fez com que Jesus, o Messias, nascesse da descendência carnal de Davi, homem que cometeu graves peca-dos, mas que, arrependido, o procurava diariamente para confissões e lamentos. Jesus possuía o sacerdócio natural, vin-do da comunhão plena entre a alma e o Criador. Não era sacerdote de templos, nem pertencia a qualquer hierarquia sacerdotal (Hebreus 7.15-17). Por isso, seus maiores inimigos estavam nas sinago-

gas, as igrejas da época. Se voltasse hoje ao mundo, falando da vida eterna e da ciência de Deus, com certeza, as igrejas cristãs iriam persegui-lo, como fizeram os religiosos de outrora. Confirmando a profecia (2 Samuel 23.3-4), o Messias nas-ceu da descendência de Davi para que fosse estabelecida a união entre Ele sua casa, almas carentes da intervenção do primogênito de Deus para receberem a herança prometida. Nesse mundo de pecados, enganos e perigos, Davi é a imagem desejada para o homem de Deus. Foi repreendido pelo Espírito por causa do seu erro, arrependeu-se e reco-nheceu sua plena dependência do Eter-no. As almas da Casa de Davi possuem essa identidade e desejam encontrar-se com Deus, para serem perdoadas.

As confissões e aflições de Davi constituem-se na maioria dos Salmos, escritos para os que precisam de conso-lo e de proximidade com o Santíssimo. É um livro para cuidadosa reflexão e busca de identidade. Nas suas aflições e combates, o próprio Jesus, o Filho de Deus, não deixou de referir-se aos Sal-mos de Davi. A libertação proporciona-da pelo Messias anula a intermediação do sacerdócio carnal, cuja utilidade é a de orientar a alma nos primeiros passos da caminhada.

Os profetas afirmam que a alma de Davi é uma das lideranças que estará à frente do movimento de unificação das casas de Israel, as almas de Judá e os dispersos (Ezequiel 34.23-24; 37.24). Deus vai unir o Povo, judeus e cristãos, em uma grande nação, tendo em vista o estabe-lecimento da Nova Jerusalém dos profe-tas, o reino de Deus, a nova humanida-de, para a felicidade das nações.

Se o Reino pertence ao Messias (Apoca-lipse 11.15), é forçoso admitir que se esteja diante de uma linha sucessória, iniciada na família de Jessé. Jesus pertence à casa de Davi, porque com ele Deus fez um pacto eterno (1 Crônicas 29.10-18; Salmos 89; Isaías 22.22).

“E, quando este foi retirado, levantou-lhes como rei a Davi, ao qual também deu testemunho,

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e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade” (Atos 13.22).

“E aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada” (João 8.29).

“E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote. Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível. Porque ele assim testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hebreus 7.15-17).

“E meu servo Davi será rei sobre eles, e todos eles terão um só pastor; e andarão nos meus juízos e guardarão os meus estatutos, e os observarão” (Ezequiel 37.24).

“E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Apocalipse 11.15).

“Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento” (Lucas 5.32).

57) A SALVAÇÃO ESTÁ DISPONÍVEL APENAS PARA AS OVELHAS DO SENHOR?

Primeiro, Jesus procura por Suas ovelhas desgarradas que, como o seu servo Davi, tem o coração desejoso de salvação. Ao verem seus pecados anun-ciados pela Palavra, reconhecem suas más obras, arrependem-se e desejam salvar-se.

A vida das almas convertidas pas-sa a ser guiada pelos ensinamentos do Eterno Deus e pela fé no seu Cristo. As almas que têm laços espirituais com o Deus Abraão, Isaque, Jacó ouvirão o chamado da Palavra anunciada por Je-sus (João 8.47), mas as que não têm esse elo repudiarão a repreensão e, conse-quentemente, a salvação.

Pela palavra das Escrituras Sagradas fica manifesto, porém, que o desejo do Criador é que todos os homens se con-vertam e sejam salvos (1 Timóteo 2.3-5). Deus deu vida a seus filhos para que vi-vam na luz e não nas trevas. Ao libertar

o homem pela fé, o Verbo e seu Cristo concede-lhes o dom do Espírito. Isso faz com que a alma receba do Eterno Deus os mesmos dons a que Paulo chamou herança do Cristo (Romanos 8.17). É notó-rio que este estado de liberdade é defi-nitivo; o crente vence a morte, o tempo, o espaço e, inclusive a matéria. Por fim, vê-se cumprir a promessa de viver na Terra Prometida.

Quando alma deixa o mundo visível, passa a existir na dimensão da eterni-dade relativa, assim chamada porque somente o estado do Criador é a eterni-dade absoluta, não cabendo nela qual-quer variação. Todas essas coisas consti-tuem a liberdade que o Eterno Deus de Israel deseja para os seus filhos (2 Coríntios

3.17), que assumem a condição de deuses, conforme foi anunciado (Salmos 82.6). Não terão mais poder sobre os filhos de Deus a morte, o inferno, a matéria, o tempo ou espaço. Tudo lhes pertence (1 Coríntios 3.21-23).

“Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus” (João 8.47).

“Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador. Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2.3-5).

“E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Romanos 8.17).

“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém uma alegria, e para o seu povo gozo. E exultarei em Jerusalém, e me alegrarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor” (Isaías 65.17-19).

“Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3.17).

“Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo” (Salmos 82.6).

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“Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso. Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro; tudo é vosso. E vós de Cristo, e Cristo de Deus” (1 Coríntios 3.21-23).

58) POR QUE HOUVE A PROFECIA DE QUE ELIAS VIRIA ANTES DO MESSIAS?

A alma de Elias é uma das lideranças do Povo de Deus, a serviço do Cristo. Foi escolhida para renascer e preparar o terreno dos corações antes da chega-da do Messias (Malaquias 4.5). Dominados pela ideia de que os homens poderiam se justificar pela obediência da Lei, os ju-deus pensavam nela encontrar o neces-sário para a salvação. Paulo ensinou que o domínio da carne (o poder das trevas) é de tal magnitude, que o homem, por si mesmo, não consegue obedecê-la (Ro-

manos 7). A única via para a obediência da Lei é o caminho de Abraão, a fé que justifica aquele que crê (Romanos 1.16-17).

Deus escolheu a alma de Elias para que voltasse a viver na Terra como João Batista, um dos mais enérgicos profetas de seu tempo, que teve a missão de en-frentar a fúria dos fariseus. Anunciava a salvação pelo arrependimento dos pecados e desejo de vida nova, inician-do assim, o ministério de Jesus. Sim, a alma de Elias nasceu como João Batista, e fizeram dele o que quiseram, disse o Senhor Jesus (Mateus 17.12).

“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Malaquias 4.5).

“Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?” (Romanos 7.1).

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé” (Romanos 1.16-17).

“Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem” (Mateus 17.12).

59) POR QUE ELIAS, AO APARECER A JESUS, NÃO O FEZ COMO JOÃO BATISTA, E SIM, COMO ELIAS?

Nas manifestações dessa natureza, a alma pode aparecer na forma que lhe convier, ainda mais quando já tenha vivido sob figura desejada. O corpo espiritual, de que fala Paulo (1 Coríntios

15.44), pode assumir a forma do perso-nagem que desejar a alma. A natureza etérea do corpo espiritual permite que seja moldado pela ação da vontade da alma que reveste. Jesus, após sua morte na cruz, apareceu aos discípulos e, em mais de uma ocasião, eles não o reco-nheceram, pois não surgiu com a mes-ma aparência que tinha quando encar-nado (João 20.14; João 21.4; Lucas 24.15-16).

Acerca de Elias, é preciso conside-rar que os discípulos que estavam com Jesus (Pedro, Tiago e João) não conhe-ciam a figura antiga do profeta. Nos escritos de Mateus, Marcos e Lucas, as narrativas não deixam dúvidas de que Elias e Moisés conversaram com Jesus (Mateus 173; Marcos 9.4; Lucas 9.30). A visão era tão real, que o Cristo os proíbe de di-zer a outros o que tinham visto. Prova-velmente, o próprio Jesus os esclareceu acerca da identificação dos dois profetas que o visitaram no monte, mas não se sabe, com certeza, se a figura visível que estava diante do Filho de Deus era a de Elias ou a de João Batista.

O que Jesus afirmou, após a pergun-ta dos discípulos sobre a vinda prévia de Elias, é que o profeta já tinha vindo, e que os judeus não o reconheceram (Mateus 17.12-13). Deduz-se, portanto, que o profeta Elias e o João Batista eram a mesma alma.

“Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual” (1 Coríntios 15.44).

“E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus” (João 20.14).

“E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus” (João 21.4).

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“E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecesse” (Lucas 24.15-16).

“E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele” (Mateus 17.3).

“E apareceu-lhes Elias, com Moisés, e falavam com Jesus” (Marcos 9.4).

“E eis que estavam falando com ele dois homens, que eram Moisés e Elias” (Lucas 9.30).

“Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara de João o Batista” (Mateus 17.12-13).

60) A VOLTA DE ELIAS COMO JOÃO BATISTA PODE SER CHAMADA DE REENCARNAÇÃO?

Quanto ao fenômeno do renascer da alma em novo corpo físico sim, mas quanto aos princípios e fundamentos, a reencarnação distingue-se da encarna-ção. Jesus encarnou livre do pecado e da Lei. No entanto, fez-se pecador e se colocou sob a lei do pecado para com-prar a liberdade dos Filhos de Deus (1 Coríntios 7.23; Romanos 8.1-3). A reencar-nação é um princípio conhecido desde a antiguidade, onde a alma está sujeita à lei de retorno das suas ações, ou seja, à pena de talião, também denominada lei de causa e efeito.

A doutrina da reencarnação desen-volvida pelas seitas orientalistas e ad-mitida pelo espiritismo, é incompatível com os princípios dos livros da Lei, dos profetas e dos apóstolos. Isso porque afirma que a alma, por si mesma, pode salvar-se pela própria dor, usando suas sucessivas encarnações.

A Palavra de Deus ensina em direção oposta a este princípio, atestando que a liberdade se estabelece por meio da fé no Cristo de Deus, despretensiosa e des-tituída da ideia de qualquer obra ou pa-gamento de dívidas (Romanos 2.13). Jesus, diante dos sofredores que o buscavam

dizia: A tua fé te salvou. Como pode-riam essas almas serem salvas sem pa-garem seus débitos, senão pelo perdão dos pecados, dado pelo Filho de Deus? (Marcos 2.10; Mateus 9.2-7).

A ideia geral da reencarnação está associada à doutrina das obras, em que a alma faz por merecer sua entrada no Reino. Reencarnada, ela pagaria suas dívidas com a Lei e, por isso, se purificaria dos pecados cometidos. É uma doutrina que imputa ao próprio homem a capacidade de salvar a si mesmo, por meio das coisas que faz e do seu esforço pessoal. Não deixa de ser uma doutrina aparentemente lógica aos olhos humanos, mas em flagrante contradição com as Escrituras.

A Nova Aliança ensina que Deus despreza as obras feitas pelas pessoas que, na visão humana, são utilizadas para alcançar o céu. A salvação é gratui-ta, não depende do que se faz, mas em quem se crê.

A alma do homem somente pode se tornar justa por meio da fé no Eterno Deus de Israel ou em seu Cristo (Efésios

2.8-9). O Povo Santo, ao referir-se ao novo nascimento da alma em um corpo físico deve utilizar a expressão encarna-ção, e não reencarnação.

“Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens” (1 Coríntios 7.23).

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne” (Romanos 8.1-3).

“Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Romanos 2.13).

“Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa” (Marcos 2.10-11).

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“Pois, qual é mais fácil? dizer: Perdoados te são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa” (Mateus 9.5-6 e demais versículos).

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2.8-9).

61) EM SEU DIÁLOGO COM NICODEMOS JESUS SE REFERE A UMA NOVA ENCARNAÇÃO?

De modo algum. Ele fala do renasci-mento espiritual. A alma nasce de novo quando, estando morta pelo pecado, encontra salvação pela água e pelo Es-pírito, ou seja, pela Palavra anunciada e pelo batismo do Espírito (João 3.5). Por isso, Jesus afirmou ser preciso nascer de novo.

Nicodemos não compreendeu o en-sinamento e perguntou se era possível um homem velho entrar novamente no ventre de sua mãe. Jesus não respondeu que tal coisa seria impossível, mas ar-gumentou que não falava desse tipo de nascimento físico, carnal, mas do renas-cimento espiritual da alma.

Entrar no ventre da mãe outra vez é uma questão ligada à carne, conforme disse o Filho de Deus. O que nasce da carne é carne (João 3.6). Deu a entender a Nicodemos que não falava de nasci-mento corporal, mas sim do nascimen-to espiritual, sem o qual não se pode ver o Reino de Deus, nem entrar nele.

Se a alma descrente viver mil vidas e, se em nenhuma delas reconhecer a sal-vação de Deus e recebê-lo no coração pela fé, independente das obras, terá sido morta em todas as suas existências (Eclesiastes 6.6).

O renascimento espiritual acontece somente na vida terrena, uma vez que a alma precisa estar submetida à luz e às trevas para decidir o caminho que de-seja seguir. Daí a necessidade das almas condenadas no Juízo, em algum tempo, nascerem de novo.

“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (João 3.5).

“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3.6 e demais versículos).

“E, ainda que vivesse duas vezes mil anos e não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar?” (Eclesiastes 6.6).

62) O QUE SÃO OS EVANGELHOS?Os Evangelhos são narrativas escritas

no período posterior à vida do Cristo, tratando dos fatos comuns à sua exis-tência terrena, ensinamentos morais e espirituais, salvação dos pecadores pelo arrependimento e justificação pela fé.

Os livros de Mateus, Marcos e Lucas, falam de fatos similares, considerados por isso evangelhos sinóticos. O evan-gelho de João se diferencia dos demais e faz comentários de passagens e con-ceitos não existentes nas outras versões. Este evangelho apresenta as bases do conhecimento eterno. É de fundamen-tal importância, considerar o ensino de Paulo ao dizer que Evangelho é o poder de Deus para a salvação dos que creem (Romanos 1.16).

“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (João 16.13).

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Romanos 1.16).

63) OS ENSINAMENTOS DE JESUS SÃO DE NATUREZA MORAL OU ESPIRITUAL?

Pode-se tirar das palavras de Jesus um tratado contendo lições da mais profunda moralidade, porém, o ho-mem de Deus deve considerar os en-sinos do Messias como lições minis-tradas pelo próprio espírito do Eterno, relacionadas à vida que deseja para seu Povo (Deuteronômio 6.4-9). A moral do Cristo é divina e universal. Moral, no sentido humano, são costumes que se

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modificam com o correr do tempo. Não acontece o mesmo com as instruções do Espírito do Criador, que são lições eternas de vida, de conduta e que não mudarão jamais (Hebreus 13.8). A moral divina nunca deve ser comparada com moral humana. Uma é eterna, e a outra transitória.

“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração. E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” (Deuteronômio 6.4-9).

“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hebreus 13.8).

64) POR QUE AS PALAVRAS DE JESUS ENTRAM EM CONFLITO COM A MANEIRA DE VIVER DA CRISTANDADE?

O Filho de Deus é de cima, dos céus (João 8.23), enquanto os cristãos ainda es-tão envolvidos em demasia com os in-teresses da vida terrena. A causa desse afastamento é a ausência da verdade de Deus no seio da igreja cristã. A Reforma Protestante combateu os desvios e dis-putas da igreja católica causados pelo domínio das trevas. Porém, mesmo as novas igrejas protestantes e evangélicas não conseguiram avançar a ponto de entender a vida nos céus da eternidade, onde está o conhecimento que levaria a cristandade a libertar-se. Não são pou-cos os crentes que caminham envolvidos com o espírito do mundo, guiados por falsos sacerdotes e pastores, adorando a falsos deuses. Se um cego guia outro cego, o destino de ambos não será outro senão o abismo, disse Jesus (Lucas 6.39).

O homem natural é inclinado ao erro e, por isso, mesmo imbuído de boa von-tade, se não permanecer nos caminhos do Messias, estará na escuridão, ainda

que frequente igrejas ou sinagogas. Sa-tanás é o inimigo do Povo de Deus e de toda a humanidade. Fazer o homem ne-gar a sua natureza divina e eterna é o seu plano maligno para sustentar o atraso moral e espiritual das almas habitantes deste planeta (Mateus 4.1-11).

A história do Povo de Deus, narra-da nas Sagradas Escrituras, atestam que toda revelação de Deus aos homens ter-mina distorcida, caindo no obscurantis-mo. Por essa razão, a quase totalidade das igrejas cristãs pratica uma forma de doutrina que pouco ou nada tem a ver com o Cristo de Deus. Trata-se de mera religiosidade destituída da sabe-doria eterna e suas consequências. Não se quer dizer com isso que não tenham utilidade, pois todas as coisas são úteis, uma vez que estão sob o teto do Eterno.

“E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (João 8.23).

“E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova?” (Lucas 6.39).

“Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo” (Mateus 4.1 e demais versículos).

65) DEUS NÃO PODERIA DESTRUIR O PODER DO DIABO?

Sim, Deus poderia impedi-lo de se-guir com sua obra destrutiva, uma vez que é o Soberano Deus. Por que não o faz? Porque existe um plano em anda-mento, do qual a presença do diabo é peça indispensável. A aparente injustiça do Criador é apenas falta de entendi-mento do homem a respeito da verdade existencial (Jó 1).

Quando se compreende a Criação pelo ponto de vista das encarnações su-cessivas, voltadas para enriquecimento da experiência da alma e do seu desper-tar, tudo passa a fazer sentido lógico e racional. O diabo tem, assim como to-das as coisas, um papel na Criação, que é o de fazer cumprir no homem a lei de Deus diante do pecado, em seus efeitos

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de sofrimento, dor e consequências (1 Coríntios 5.5; Apocalipse 12.9-10). O livro Gênesis mostra que a serpente já estava no Éden quando Deus gerou o homem e a mulher (Gênesis 3). Tratar o diabo como se fosse elemento estranho à Criação, ou tomá-lo por arcanjo revoltado (Eze-

quiel 28.12-19) é contrassenso e absurdo, demonstrando apenas ignorância do homem a respeito da natureza do Eterno Deus e de sua maravilhosa obra.

“E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles. Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” (Jó 1.6-8 e demais versículos).

“Seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (1 Coríntios 5.5).

“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite” (Apocalipse 12.9-10).

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” (Gênesis 3.1 e demais versículos).

“Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti” (Ezequiel 28.12-15).

66) FALE MAIS SOBRE AS DIFICULDADES DA CRISTANDADE EM RECEBER A VERDADE DE DEUS?

Por acreditar que a alma é gerada no ventre da mãe (criacionismo) e vive apenas uma vez, é natural que o homem não tenha tempo e nem interesse por questões mais aprofundadas sobre a vida, a morte ou a relação da alma com o Eterno. Sendo assim, vive a fé super-ficialmente, cuidando apenas das coisas que pode desfrutar com os sentidos fí-sicos. Nos três primeiros séculos da era cristã, com medo das confusas teses do gnosticismo, a igreja nascente afastou qualquer possibilidade de vir a aceitar a ciência que Jesus ensinava em particu-lar aos discípulos.

No nascimento da igreja católica, no IV século da era cristã, muitas lutas árduas já tinham sido travadas nesse campo de pensamento. Sem entender o sentido das coisas invisíveis, a igre-ja católica enveredou pelo caminho da superstição e da idolatria, permitindo no seu seio, o desenvolvimento de dou-trinas incompatíveis com o espírito da verdade do Criador. Muitos homens, inspirados pelo Espírito, trouxeram re-velações da realidade que estava além da vida visível, mas foram considerados hereges. A doutrina contida no Evange-lho de Jesus foi substituída por outras, destituídas da sabedoria eterna, volta-das para os interesses terrenos.

Igreja católica e poder político mar-charam juntos, durante mais de mil e quinhentos anos, no escuro do conhe-cimento das verdades celestiais, cujas consequências estão expostas até os dias atuais. Jesus, o Messias, sendo de natureza espiritual, é mestre no conhe-cimento eterno. Por isso, falava em par-ticular aos discípulos a respeito da dou-trina que a igreja sempre fez questão de colocar fora do seu círculo de pensa-mento (Marcos 4.34; Lucas 8.10).

O resultado dessas restrições deu origem a uma instituição que simples-mente representa o espírito materialista

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do mundo ocidental. Ela e suas varian-tes tratam a Palavra de Deus de modo superficial e infrutífero, sem as naturais consequências morais e espirituais (Isaías

55.11).

“E sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos seus discípulos” (Marcos 4.34).

“E ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros por parábolas, para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam” (Lucas 8.10).

“Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei” (Isaías 55.11).

“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Coríntios 15.19).

67) QUAL O PAPEL DE SATANÁS NA EXISTÊNCIA HUMANA?

Entre os teólogos, Satanás é um ele-mento controverso. Muito já se discutiu a respeito de sua origem, papel e desti-no. Ele é a antiga serpente de que trata o Gênesis (Gênesis 3.1).

Pode-se dizer, em rápidas palavras, que o diabo é o contraponto da ordem. Para a ordem ser conhecida, deve haver uma desordem que lhe sirva de parâme-tro. Não pode desfrutar dos benefícios da luz quem nunca experimentou a es-curidão.

Se alguém tivesse nascido na luz, sem conhecer as trevas, a luz seria para ele trevas (Lucas 15.11-32). É evidente que nenhum desses argumentos teria sen-tido se houvesse apenas uma passagem da alma pela existência material. A en-carnação sucessiva das almas é a chave para se entender a maravilhosa obra do Criador.

Por ela se interpreta racionalmente as promessas feitas por Deus aos an-tigos. Explica as próprias Escrituras como uma obra que conta o passado, o presente e o futuro do Povo Escolhido e das nações.

Ao admitir o trânsito das almas pela

história, em busca do seu despertar e de credenciamento para encontrar sua eternidade, tudo assume um aspecto inteligente. Compreende-se, dessa ma-neira, a lógica de Deus e que Ele não é o absurdo, como alguns dogmas teológi-cos fazem parecer.

A alma, em seu processo milenar de despertar para o Criador, precisa desse contraponto, que é Satanás, sem o qual permaneceria eternamente no seio de Deus, deixando de tomar ciência da sua individualidade.

Pode-se dizer que, do ponto de vista da utilidade de todas as coisas, Satanás é o espírito executor da lei. Durante e depois de suas vidas, ele faz com que os homens recebam em si mesmos, os ma-les que causaram a outros (1 Coríntios 5.5).

Todo esse grandioso movimento de Deus tem um papel educativo. O so-frimento é real e pode ser demorado e doloroso para quem tiver o coração en-durecido.

Quando o Filho de Deus entra na his-tória de uma alma pecadora e desejosa de salvação, muitas dores podem ser evi-tadas, e a libertação é garantida por pro-messas e determinações divinas. Nesse mundo apenas o Messias tem poder so-bre Satanás, pela autoridade que o Eterno lhe conferiu (1 Coríntios 15.56; Apocalipse 1.18).

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” (Gênesis 3.1).

“E disse: Certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente” (Lucas 15.11-13 e

demais versículos).

“Seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (1 Coríntios 5.5).

“Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (1 Coríntios 15.56).

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“E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno” (Apocalipse 1.18).

68) EXISTE UMA IGREJA DE CRISTO NA TERRA?

O livro Apocalipse diz que Cristo tem sete igrejas na terra e que são como os olhos de Deus em todo o mundo (Apocalipse 1.20). As sete cartas às igrejas, contidas no livro da Profecia, foram es-critas para aviso às igrejas e sinagogas quanto ao tempo do fim e o juízo sobre cada uma delas (Apocalipse 2 e 3).

Qualquer igreja, sinagoga, comuni-dade ou templo que utiliza do nome de Deus ou do seu Cristo, mesmo as mais desconhecidas, poderão encontrar nas cartas apocalípticas elementos que pos-sam identificá-las quanto ao espírito dominante em suas práticas e conceitos.

Embora algumas cartas do Apocalip-se às igrejas falem de fatos acontecidos na época em que foram redigidas, as linhas gerais apontam para um espírito comum ao atual meio judaico e cristão. Essas são as igrejas do Cristo, os olhos de Deus na Terra.

No ponto de vista do Espírito, a ver-dadeira igreja, ou tabernáculo, é o Povo de Deus, as almas da Casa de Judá e Israel, que estão espalhadas no mundo e que, em determinado tempo, serão reunidas em um mesmo ideal e propó-sito. É o Povo que, no futuro, se tornará o orientador das nações no caminho da felicidade (Deuteronômio 28.9-10; Zacarias 8.23).

Está em curso um processo de edi-ficação da humanidade futura, a verda-deira civilização do planeta, chamada Nova Jerusalém, a que se referiram os profetas (Apocalipse 21; Isaías 65). As igrejas e sinagogas, como são atualmente conhe-cidas, vão desaparecer da face da Terra.

No mundo novo não haverá templos de adoração, pois todo o planeta será um lugar de constante e verdadeira ado-ração, em espirito e em verdade, con-forme o Messias anunciou (João 4.23-24;

Apocalipse 21.22).

“O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas” (Apocalipse 1.20).

“Escreve ao anjo da igreja de Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro” (Apocalipse 2.1 e demais versículos).

“E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto” (Apocalipse 3.1 e demais versículos).

“O Senhor te confirmará para si como povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu Deus, e andares nos seus caminhos. E todos os povos da terra verão que é invocado sobre ti o nome do Senhor, e terão temor de ti” (Deuteronômio 28.9-10).

“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele dia sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla das vestes de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco” (Zacarias 8.23).

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Apocalipse 21.1-2).

“E exultarei em Jerusalém, e me alegrarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor” (Isaías 65.19 e demais versículos).

“Mas a hora vem, e agora é; em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4.2-24).

“E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro” (Apocalipse 21.22).

69) NA ATUALIDADE O POVO DE DEUS ESTÁ RESTRITO ÀS IGREJAS CRISTÃS?

Considere como sendo o Povo de Deus as almas que estão na casa de Judá (os judeus) e as ovelhas perdidas (os cristãos), também denominadas por Is-rael. Deus escolheu um dos seus rebanhos

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para fins específicos (Deuteronômio 7.6). Esta nação abençoada está no mundo terreno para servi-Lo.

Em linhas gerais, judeus e cristãos, são as testemunhas do Eterno Deus diante do mundo. As ovelhas perdidas da Casa de Israel são almas da geração anterior ao tempo de Jesus, que foram espalhadas pelas nações, por meio de posteriores encarnações e que serão resgatadas para que sejam novamente reunidas ao rebanho (Ezequiel 37.15-17).

“Porque povo santo é, ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os povos que há sobre a terra” (Deuteronômio 7.6).

“E outra vez veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Tu, pois, ó filho do homem, toma um pedaço de madeira, e escreve nele: Por Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros. E toma outro pedaço de madeira, e escreve nele: Por José, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus companheiros. E ajunta um ao outro, para que se unam, e se tornem uma só vara na tua mão” (Ezequiel 37.15-17).

70) AS RELIGIÕES DIFICULTAM O ENTENDIMENTO DOS PROPÓSITOS DE DEUS?

As religiões cristãs nasceram do es-forço do apóstolo Paulo, na busca pe-las ovelhas perdidas da Casa de Israel, os gentios. Sendo instituições gentias, é natural que tenham dificuldade em compreender as verdades do Eterno Deus, pois as coisas invisíveis se en-tendem espiritualmente (1 Coríntios 2.15). Sendo mais inclinados às coisas da car-ne do que às coisas do Espírito, os gen-tios não conseguem compreender os desígnios do Criador, seus mistérios e fundamentos.

O homem no mundo, particular-mente no ocidente, está mergulhado no espírito da carnalidade e tem dificulda-des em assimilar o que se discerne pelo Espírito (1 Coríntios 2.14). O Cristo, porém, está iniciando um grande movimento para despertar o Povo de Deus, isso de-vido à grande crise do fim do mundo, que se aproxima.

Mesmo com suas deficiências, as re-ligiões cristãs anunciam o Salvador, ain-da que de forma limitada (Filipenses 1.18). Não se pode dispensar o valor relativo da igreja terrena, com os seus feitos, qualidades e defeitos. Todas as igrejas e sinagogas foram instruídas e repre-endidas na passagem do Apocalipse, que trata das sete igrejas de Cristo, ou sete espíritos de Deus, que estão dian-te do senhor dessa terra, que é Satanás (Apocalipse 5.6). Tudo será radicalmente transformado com a chegada do fim do mundo, incluindo igrejas e sinagogas (Mateus 15.13).

Todas as instituições e almas crentes, ligadas à Casa de Judá e às ovelhas per-didas da Casa de Israel, passarão pelo processo de purificação e, finalmen-te, restará o verdadeiro tabernáculo de Deus, morada definitiva do Eterno, no meio do Povo Santo (Daniel 8.14; Zacarias 13.9).

“Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Coríntios 2.15).

“Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda” (Filipenses 1.18).

“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra” (Apocalipse 5.6).

“Ele, porém, respondendo, disse: Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada” (Mateus 15.13).

“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Coríntios 2.14).

“E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (Daniel 8.14).

“E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é o meu Deus” (Zacarias 13.9).

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71) QUAL O PAPEL DOS DOZE APÓSTOLOS DE JESUS?

Os Apóstolos são as colunas que sus-tentam o ministério do Cristo, incluin-do Judas Iscariotes, que teve importante missão no sacrifício vicário de Jesus. São grandes almas que serviram a Deus em muitas épocas e situações, atenden-do um mesmo propósito, a salvação do mundo pelo Messias.

O nome de cada um dos Apóstolos está escrito nas colunas que susten-tam a Nova Jerusalém, o novo mundo, anunciado pelo profeta Isaías e o livro do Apocalipse (Isaías 65; Apocalipse 21.1-3;

Apocalipse 12-14). São iminentes inteligên-cias que ajudaram e ajudam o Ungido de Deus no governo da Terra (Hebreus 1.14).

“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém uma alegria, e para o seu povo gozo. E exultarei em Jerusalém, e me alegrarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor” (Isaías 65.17-19).

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus” (Apocalipse 21.1-3).

“E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Do lado do levante tinha três portas, do lado do norte, três portas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas. E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Apocalipse 21.12-14)

“Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1.14).

“Para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como apóstolos do Senhor e Salvador” (2 Pedro 3.2).

72) JESUS CONHECIA PREVIAMENTE OS HOMENS QUE CHAMOU PARA O SEU MINISTÉRIO?

Considerando que há um Plano Di-vino para o Povo Escolhido, é evidente que sim (João 15.16). O Senhor Jesus não chamaria almas imaturas para missão de tão grande responsabilidade. Ele sa-bia exatamente quem eram essas almas e as procurou no meio dos israelitas (Marcos 2.14; Mateus 4.18-22).

Todas as coisas do Eterno Deus se cumprem num programa pré-determi-nado, que nunca é modificado. O Plano do Criador é cumprido nos mínimos detalhes em toda sua Criação. Deus é a suprema perfeição. “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos

escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda” (João 15.16).

“E, passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na alfândega, e disse-lhe: Segue-me. E, levantando-se, o seguiu” (Marcos 2.14).

“E Jesus, andando junto ao mar da Galileia,

viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no” (Mateus 4.18-22)

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86POVO DE DEUS:

ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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APÓSTOLO PAULO, SALVAÇÃO, PECADO, GRAÇA, JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ, ETERNIDADE DA ALMA, CRISTIANISMO

73) POR QUE OS GENTIOS FORAM CHAMADOS, SE NÃO FAZIAM PARTE DO POVO DE DEUS?

Os gentios a que o apóstolo Paulo se dirigia eram almas de duas categorias: a primeira constituía-se de almas per-tencentes ao Povo de Deus, às dez tri-bos dispersas, vivendo como gentios em terras estranhas. As diásporas ocorridas em diversos períodos da história das tribos de Israel levaram essas almas a praticamente todos os países do mundo (Deuteronômio 4.27-30; Jeremias 9.16; 15.4; Ezequiel

20.23). Além de viverem a própria expe-riência da busca pela Terra Prometida, elas colaborariam com o desenvolvi-mento das religiões e dos sistemas hu-manos, dando a eles um sentido mais elevado e ético. Não agiram somente no campo religioso, mas nos demais seto-res da vida humana.

Pode-se afirmar que são gentios com coração de judeus, ou seja, almas ju-dias vivendo como gentias (Gálatas 2.14). A segunda categoria constitui-se dos gentios naturais, almas de nações des-crentes, já maduras o suficiente para se interessarem pelas coisas de Deus. Vi-vem a fé, orientam-se pela Palavra de Deus, mas ainda não despertaram para compreender os mistérios da Criação (Isaías 49.22). A história do cristianismo e de suas igrejas constitui-se por esses dois tipos de almas: gentios judeus, descendentes da raiz abraâmica e gen-tios naturais.

Deus não deixa nenhum de seus fi-lhos ao abandono. Mesmo tendo esco-lhido e preparado um Povo para um di-vino propósito (Apocalipse 5.10), o Criador também abriu uma porta para que as almas das outras nações, que viessem a se interessar por sua Palavra, converten-do-se ao Cristo, pudessem entrar na Sua Casa (Isaías 42.6). Todos são chamados.

O desejo de Deus é que ninguém mor-ra, mas que todos os homens se salvem e vivam (Isaías 55.7; 1 Timóteo 2.3-5).

“E o Senhor vos espalhará entre os povos, e ficareis poucos em número entre as nações às quais o Senhor vos conduzirá. E ali servireis a deuses que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não veem, nem ouvem, nem comem, nem cheiram” (Deuteronômio 4.27-28 e demais versículos).

“E os espalharei entre gentios, que não conheceram, nem eles nem seus pais, e mandarei a espada após eles, até que venha a consumi-los” (Jeremias 9.16).

“Também levantei a minha mão para eles no deserto, para os espalhar entre os gentios, e os derramar pelas terras” (Ezequiel 20.23).

“Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” (Gálatas 2.14).

“Assim diz o Senhor DEUS: Eis que levantarei a minha mão para os gentios, e ante os povos arvorarei a minha bandeira; então trarão os teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros” (Isaías 49.22).

“E para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra” (Apocalipse 5.10).

“Eu, o Senhor, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios” (Isaías 42.6).

“Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador. Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2.3-5).

74) QUAL O PAPEL DOS GENTIOS NATURAIS NO PROPÓSITO DE DEUS PARA A HUMANIDADE?

A construção da civilização de um mun-do como a Terra envolve almas de natureza, dons e maturidade diversos, o que produz

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87POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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a diversidade da vida. Não somente os judeus e os gentios de ambas as cate-gorias, mas também os que forem con-siderados à esquerda de Deus (Mateus

25.33). Todos são e continuarão sendo objeto da atenção do Criador para que, em algum tempo, cheguem ao reino da Luz. As almas condenadas no Juízo Fi-nal, certamente não serão destruídas, como prega a teologia tradicional. Al-mas dessa natureza são ignorantes da própria origem divina. Por isso, vivem envoltas no espírito do mundo, indife-rentes às coisas de cima. Nas Sagradas Escrituras, são denominados filhos da desobediência (Efésios 5.6), por causa da sua pobreza moral, intelectual e espiri-tual. Constituem-se temporariamente em vasos de barro da Casa do Eterno, igualmente importantes para a vida universal (2 Timóteo 2.20). “E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à

esquerda” (Mateus 25.33).

“Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Efésios 5.6).

“Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra” (2 Timóteo 2.20).

75) EXISTE CONDENAÇÃO ETERNA PARA OS PECADORES?

Eterno, somente o Criador. Nem mesmo Deus poderia tornar algo cria-do em eterno. Uma vez a coisa criada deverá, obrigatoriamente, ter um fim, não importa quanto tempo se consuma, até que aconteça. É o que indica a razão, que é um dos atributos que o Criador concede aos seus filhos para, com ela, compreenderem Sua grandiosa Criação (Jó 28.28; Romanos 12.2).

Na questão dos condenados no Juí-zo, optar pelas penas eternas é fugir do entendimento inteligente das coisas e tornar o Eterno em um deus injusto e absurdo. As palavras das Sagradas Es-crituras não devem ser tomadas ao pé da letra. É preciso evitar a alegoria, ter o

sentido literal como âncora e perceber a natureza espiritual dos escritos.

Algumas palavras, traduzidas indevidamente, mudaram o significado das passagens das Escrituras e deram origem a ideias e teorias absurdas. A linguagem bíblica é toda especial, marcada pelo cunho de fortes imagens e expressões, destinadas a despertar a alma da letargia consciencial para a maravilhosa luz de Deus (1 Pedro 2.9). Ainda não é dado ao homem conhecer todos os propósitos do Criador em sua magnânima obra, mas tal conhecimento virá com o tempo.

“E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência” (Jó 28.28).

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2).

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9).

76) A ALMA DO HOMEM, POR TER SIDO CRIADA POR DEUS, TERIA EXISTÊNCIA RELATIVA, E NÃO ETERNA?

A alma do homem foi gerada pelo Eterno Deus, juntamente com o impul-so criativo do Universo. Por isso, tem a natureza divina e eterna. Forçoso é reconhecer que os filhos de Deus têm a eternidade do Pai em si, obscurecida pela separação do seio divino e pelo caos dos primeiros tempos do Universo.

O Verbo resgata a alma da escuridão e a põe novamente em contato com a fonte de sua origem e com a eternidade perdida (1 Reis 10.24; Salmos 19.2; Provérbios 8;

9.10; Mateus 19.8; Lucas 15.11-24). Desse modo, pode-se dizer que, na existência relativa das coisas, apenas a alma possui eternida-de absoluta, pois saiu e é constituída da es-sência do próprio Deus. Em tempo futuro,

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voltará a Ele. O mesmo não ocorre com a matéria inerte, que tendo sido gerada para a existência das almas, se desfará ao final do ciclo criativo, sem que tenha consciên-cia de si mesma. A Criação foi feita para o homem, e não o homem para a Criação. O homem é senhor da Criação (Gênesis 1.26).

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2.7).

“E disse: Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda” (Lucas 15.11 e demais versículos).

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra” (Gênesis 1.26).

77) O PENSAMENTO DE QUE AS ALMAS VOLTAM PARA DEUS NÃO É O PANTEÍSMO?

O panteísmo é uma doutrina des-tituída de fundo moral. Ela tem como fundamento a ideia de que todas as al-mas, independente de seus atos morais, ao deixarem o mundo visível, voltariam a penetrar no seio de Deus, perdendo, assim, a individualidade.

É uma doutrina que não considera as múltiplas passagens da alma pela vida material, por meio das encarnações su-cessivas, nem sua existência nas dimen-sões eternas.

Se todas as almas têm a mesma des-tinação depois da morte, independente de seus atos, não há razão para se cul-tivar o amor ao próximo e nem temer as consequências do pecado. Este pen-samento foge ao mais elementar racio-cínio. Além disso, o panteísmo descon-sidera as Escrituras, assim como outras doutrinas e religiões ditas espiritualis-tas.

Toda filosofia ou doutrina que des-considera o Messias, o Cristo no seu sen-tido bíblico, caminha no engano (1 Timó-teo 6.3-5). Pode servir à transitoriedade da vida, mas não serve à eternidade da alma.

“Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade. É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas. Perversas contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais” (1 Timóteo 6.3-5).

78) TODOS OS FILHOS DE DEUS SÃO DEUSES?

As Escrituras Sagradas afirmam, com toda clareza, que os homens são de na-tureza divina (Salmos 82.6; Isaías 41.23; João

10.34). Sem dúvida são deuses e todos, seguramente, são Filhos do Altíssimo. As Escrituras não dizem que alguns, mas que todos são filhos divinos.

Todos os filhos de Deus e suas cria-turas nasceram Dele, são Dele e foram feitas para Ele (Atos 17.28).

Os homens presidem a Criação e são, evidentemente, deuses que, por meio do Verbo e de seu Cristo despertaram para sua eternidade.

O Verbo e seu Cristo os trouxe das trevas para a luz divina, o reino da eter-nidade, para a Verdade e a Vida que há no Eterno (João 14.6). A descoberta e consciência dos homens de que são deuses é apenas o começo da grande experiência existencial. Se o tempo terreno for considerado como refe-rência, haverá muito mais pela fren-te, do que se teve até o momento do despertar.

“Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo” (Salmos 82.6).

“Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração” (Atos 17.28).

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14.6).

“Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.5).

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89POVO DE DEUS: ORIGEM E DESTINO GLORIOSO

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79) POR QUE PAULO AFIRMA QUE PELA QUEDA DOS JUDEUS VEIO A SALVAÇÃO DOS GENTIOS?

Na verdade, não houve queda dos judeus, mas apenas endurecimento pro-posital de corações (Salmos 69.21-23; Isaías

6.10; Romanos 11.8). Mesmo assim, ficou entre eles um remanescente (Gênesis 45.7;

Ezequiel 6.8; Romanos 11.5) que seguiu fiel ao Eterno Deus de Israel até os dias atuais. A finalidade desta aparente discrepân-cia era de que os gentios judeus e ou-tros povos e nações da Terra pudessem também fazer parte da Casa do Senhor Deus, habitando a Nova Jerusalém, o mundo novo.

Se todos os judeus tivessem acei-tado Jesus como o salvador e guia do Povo, os gentios judeus não seriam encontrados, e os gentios naturais não teriam oportunidade de receber a sal-vação (Romanos 11.25).

Paulo, o apóstolo dos gentios, foi o servo escolhido para desempenhar a tarefa de resgate (Atos 26.15-18), desen-volvendo uma doutrina que servisse de ponte entre judeus e gentios. Foi um judeu que intercedeu pelos gentios, de-signado pelo Messias, por tratar-se de alma com profundos conhecimentos do Povo de Deus e ensinamentos dos livros da lei e profetas (Gálatas 1.14).

Aparentemente rejeitados por Deus, os judeus foram causa da salvação do mundo e socorro enviado aos gentios (Atos 28.28; Mateus 22.8-10; Romanos 11.25).

A intercessão apostólica de Paulo deu origem às igrejas cristãs. Mesmo com distorções doutrinárias, o cristia-nismo se tornou o pilar do desenvolvi-mento da civilização ocidental. Sem a influência da igreja cristã e seus prin-cipais personagens, o ocidente estaria bem mais atrasado, moral e intelectual-mente. É o que se vê em países onde o Cristo de Deus não foi aceito.

“Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje” (Romanos 11.8).

“Pelo que Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento” (Gênesis 45.7)

.“Porém deixarei um remanescente, para que

tenhais entre as nações alguns que escaparem da espada, quando fordes espalhados pelas terras” (Ezequiel 6.8).

“Assim, pois, também agora neste tempo ficou

um remanescente, segundo a eleição da graça” (Romanos 11.5).

“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado” (Romanos 11.25).

“E disse eu: Quem és, Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda. Livrando-te deste povo, e dos gentios, a quem agora te envio, Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (Atos 26.15-18)

.“E na minha nação excedia em judaísmo a muitos

da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais” (Gálatas 1.14).

“Seja-vos, pois, notório que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão” (Atos 28.28).

“Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes. E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados” (Mateus 22.8-10).

“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado” (Romanos 11.25).

80) COMO SE DÁ A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ?

O despertar da alma se dá por meio das muitas experiências ao longo de sua história de vidas sucessivas. Nos pri-

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meiros tempos desenvolve a capacidade de utilizar a inteligência de maneira ra-cional. Depois, é a vez dos princípios da vida moral, ou seja, adquire noção do que é certo e errado, segundo o ponto de vista divino. Nesta fase, leva-se em conta o conhecimento inato e a Palavra de Deus, apresentada à alma em certo momento. Ao ter contato com a Lei a alma é lançada na condenação cons-ciencial (Romanos 7.9). Depois precisa li-bertar-se dos erros que dominam suas experiências. Nesse ponto, Deus inter-cede pela alma, por meio de emissários, fazendo chegar até ela a possibilidade de salvação. Quando a alma crê no cha-mado do Eterno, justifica-se por essa fé e torna-se livre.

A libertação modifica a sua comu-nhão, livrando-a das trevas. Passa a ser alimentada pelo Espírito de Deus. Para os judeus, este vínculo se estabelece pela fé no Eterno. Para os cristãos, o laço de estabelece pela mesma fé no Cristo de Deus. É um mesmo caminho, uma só fé, o mesmo Senhor, a mesma salvação (Efésios 4.5-6).

A alma se torna justa, não pelo seu conhecimento, nem por obras, mas por crer no Eterno Deus (Romanos 1.16-17). Se a alma crê verdadeiramente, o vínculo da comunhão divina se estabelece de pronto (1 João 1.6-7), e ela é inundada de virtudes. A isso se chama justificação pela fé (Gálatas 2.14-21). Enquanto a alma confia nela mesma ou em deuses estra-nhos, não terá comunhão com a fonte de suas origens, que é o Deus Altíssimo (Salmos 135.16-18).

“E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri” (Romanos 7.9).

“Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós” (Efésios 4.5-6).

“Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3.17).

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação

de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé” (Romanos 1.16-17).

“Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 João 1.6-7)

.“Sabendo que o homem não é justificado pelas

obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (Gálatas 2.16 e demais versículos).

“Têm boca, mas não falam; têm olhos, e não veem, têm ouvidos, mas não ouvem, nem há respiro algum nas suas bocas. Semelhantes a eles se tornem os que os fazem, e todos os que confiam neles” (Salmos 135.16-18).

81) O QUE É A FÉ?As Escrituras afirmam que a fé é o

firme fundamento das coisas que se esperam (Hebreus 11.1). A fé, portanto, se fundamenta na espera. É confiança plena no Criador e nas suas promessas. Pela fé espera-se a salvação e o Reino de Deus, numa busca constante e perseverante, na comunhão pelo Espírito. A fé é dom do Eterno Deus, dada e consumada pelo Verbo e seu Cristo, distribuída gratuita-mente aos seus filhos, judeus e gentios (Romanos 3.29). Ela surge e se engrandece no ouvir pela Palavra de Deus (Gênesis

12.2-3; Romanos 10.17). Portanto, a fé é dinâ-mica e transformadora, tem origem na essência do próprio Deus e na pessoa de Cristo, para despertar os que dormem (Isaías 52.1; Efésios 5.14; Romanos 13.11-12). Pela comunhão da alma com o Eterno, por meio do Verbo, da oração e das boas obras, nasce um novo homem e uma nova vida se descortina para ele (João 3.3).

As obras, se não forem consequência da fé, são impotentes para a salvação da alma. A fé verdadeira se desdobra em ações de graça, disse Paulo (Colossenses

2.6-7). Afinal, a árvore do Senhor Deus precisa dar bons frutos, ou será lançada

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fora (Mateus 21.19). De que frutos fala a Pa-lavra de Deus? Das boas obras que são manifestas na vida daquele que crê. As obras que agradam a Deus são sempre resultado de um coração alegre, feliz, livre e convertido. Nenhuma obra feita com constrangimento tem valor diante do Eterno, que se alegra quando vê seus filhos fazendo obras de amor livremente.

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem” (Gênesis 15.6; Marcos 16.16; Gálatas 3.6; Hebreus 11.1).

“É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente” (Romanos 3.29).

“E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12.2-3).

“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10.17).

“Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupas formosas, ó Jerusalém, cidade santa, porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo” (Isaías 52.1).

“Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-

te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá” (Efésios 5.14).

“E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz” (Romanos 13.11-12).

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3.3).

“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele. Arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças” (Colossenses 2.6-7).

“E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela, e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente” (Mateus 21.19).

82) O QUE É A GRAÇA DE DEUS?Graça é o amor do Eterno que desce

do céu graciosamente (João 3.16). Do pon-to de vista da doutrina ensinada pelo apóstolo Paulo, somos salvos pela graça de Deus, na pessoa de Cristo (Efésios 2.5), uma vez que a salvação nos é dada por misericórdia. Para um melhor entendi-mento acerca desse grande favor do Pai, pode-se chamar graça de Deus a sua in-finita bondade para com todas as suas criaturas.

A salvação pela graça acontece quan-do a alma, chamada para o Caminho, crê e se entrega ao Eterno Deus com alegria, sem temer pelos pecados come-tidos em tempos de ignorância. Deseja sinceramente uma vida nova, longe das mentiras e ilusões do mundo. A graça não faz juízo do pecador, mas o recebe como um justo e dele nada exige (Salmos 32).

A salvação é gratuita porque não requer do pecador nenhuma obra ou pagamento. A única condição é o arrependimento e fé no Cristo ou em seus emissários (Gênesis

12.1-3; Atos 2.38; Gálatas 3.6-9). Como a própria Palavra ensina, graça é de graça e não pode ser cobrada. Chuva, vento, sol e todas as demais coisas do Eterno Deus vêm graciosamente sobre justos e injus-tos (Mateus 5.45). Deus é amor (1 João 4.8).

“Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Efésios 2.5).

“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano” (Salmos 32.1-2 e demais versículos).

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2.38).

“Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e

bons, e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mateus 5.45).

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“Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (1 João 4.8).

83) QUAL A RELAÇÃO ENTRE O PECADO E A GRAÇA?

Pecado e graça são duas extremi-dades de um mesmo caminho. Um é contraponto do outro, como trevas e luz. Pecado é a consequência natural da vida sem Deus, como o estado de graça é o resultado da vida plena com Deus. O pecado reina na morte, como a graça reina na vida eterna (Romanos 5.21).

Todo pecado prejudica o pecador e o seu próximo. É um estado de escravidão mental e espiritual. Quem não encon-trou a luz do Eterno ainda está cativo de si mesmo e de mesquinhos interes-ses. Se o homem ainda não está liberto do jugo da carne, sua mente permane-ce dominada pelo espírito do mundo, a que Jesus chamava diabo ou Satanás.

O domínio das trevas determina si-tuações de insucesso, dores e provas que podem persistir por séculos na experi-ência da alma. Ao deixar a vida terrena, a alma continua dominada por seus pe-cados, passando a sofrer nas regiões da morte e dos infernos (Salmos 16.10; 139.8;

Lucas 16.23-24; Atos 2.27). Ali ficará por pe-ríodos mais ou menos longos, até que a misericórdia do Eterno Deus interceda, proporcionando-lhe nova encarnação. O poder do mundo é tão intenso que se não houvesse a intercessão do Cria-dor, enviando seus emissários, as almas ficariam perdidas indefinidamente no círculo de erros e tentativas de acertos (Romanos 7). Deus enviou ajuda aos povos que estavam perdidos em suas próprias paixões, porque é Pai de todos (Efésios 4.6).

O Cristo é a mão forte do Eterno Deus de Israel, estendida a toda esta humanida-de que, infelizmente, ainda caminha rumo ao abismo (João 3.16-17). Deus é Senhor de todos e não faz acepção de pessoas.

“Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor” (Romanos 5.21).

“E no inferno, ergueu os olhos, estando em tor-mentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me re-fresque a língua, porque estou atormentado nesta chama” (Lucas 16.23-24).

“Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que está-vamos retidos; para que sirvamos em novi-dade de espírito, e não na velhice da letra” (Romanos 7.5-6 e demais versículos).

“Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós” (Efésios 4.6).

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira

que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (João 3.16-18).

84) O PERDÃO DE DEUS ANULA A CONDENAÇÃO DA LEI?

O perdão dos pecados é concedido pelo Senhor Deus aos que creem. Todo servo que anuncia o Verbo de Deus pode ser portador do perdão eterno por essa anunciação. O perdão somen-te pode ser tido como tal se anular a ação da Lei, que permanece gerando sofrimento na alma enquanto ela não se converter ao Deus verdadeiro (Isaías 55.7;

Mateus 9.6; Tiago 2.13).Quem executa a Lei gerando sofri-

mento ao pecador é o espírito de Satanás (Jó 2.1-6). Esse é o papel que lhe foi dado por Deus, para o aperfeiçoamento das almas que, sofrendo as consequências do pecado, avançam no caminho do progresso. Não há erros no Universo do Eterno Deus. Tudo é obra da sua infini-ta sabedoria.

Se for considerada a tese da teolo-gia tradicional a respeito do diabo, que acredita na queda moral de um que-rubim, como causa da desarmonia do

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Universo, com certeza, mergulha-se num abismo de irracionalidade. Deus não é o absurdo.

Ao perdoar o pecador arrependido, o Eterno cobre seus pecados, impedin-do a ação da Lei, que o havia condena-do ao sofrimento. O Senhor não deixa que o mandamento leve o transgressor a experiências dolorosas (Salmos 32). Se a alma se mantiver no caminho da luz, a salvação seguirá até o Juízo, quando o corpo do pecado será desfeito para sempre (2 Tessalonicenses 2).

A alma, mesmo perdoada, precisa vigiar-se para não sair do caminho da luz. Há sempre risco de tal coisa acon-tecer, uma vez que o mal prevalece no mundo (Atos 14.15-16; Hebreus 12.1).

Tendo sido a alma desperta pela fé, combaterá não mais com o pecado, que foi morto quando se converteu, mas com as potestades do ar, que operam e influenciam os filhos da desobediência (Efésios 5.6). O resistir e lutar contra esses inimigos da paz, Paulo chamou de “o bom combate” (2 Timóteo 4.7).

“Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar” (Isaías 55.7).

“Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa” (Mateus 9.6).

“Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo” (Tiago 2.13).

“E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles, apresentar-se perante o SENHOR. Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E respondeu Satanás ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. E disse o Senhor a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa. Então Satanás respondeu ao Senhor, e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem

tem dará pela sua vida. Porém estende a tua mão, e toca-lhe nos ossos, e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face! E disse o Senhor a Satanás: Eis que ele está na tua mão; porém guarda a sua vida” (Jó 2.1-6).

“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas do-res levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53.4-5).

“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto” (Salmos 32.1 e demais versículos).

“Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado. E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2 Tessalonicenses 2.7-8 e demais versículos).

“E dizendo: Senhores, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles. O qual nos tempos passados deixou andar todas as nações em seus próprios caminhos” (Atos 14.15-16).

“Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Efésios 5.6).

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4.7).

85) COMO SE DÁ A RECONCILIAÇÃO DA ALMA COM DEUS?

As Escrituras ensinam que o pro-cesso criativo estabelece uma natural desarmonia entre criatura e Criador. Pode-se afirmar que as almas habitantes da Terra, por estarem adormecidas, vi-vem em conflito com a ordem do Eter-no Deus (Isaías 52.1-2). Numa linguagem mais abrangente, a própria natureza, os seres vivos e demais coisas estão envol-tos nessa situação conflitiva, o que gera desastres naturais, injustiças e sofri-mentos.

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O homem, por mais que se esforce e tenha boa vontade, não consegue esta-belecer o equilíbrio nas nações.

A causa da perturbação envolve ele-mentos desconhecidos da ciência, que ainda não possui entendimento a res-peito da intimidade da Criação e seus mecanismos.

A desarmonia cessará com a recon-ciliação do mundo e o seu Criador por meio do Messias. Ele trouxe ao mundo o ministério da reconciliação (Hebreus

4.14-16), que culminará com a mudança dos tempos, levando o planeta à sua re-generação moral, material e espiritual. Jesus, o filho de Davi, veio interromper de modo irrevogável essa desarmonia e reconciliar a alma do mundo com a alma de Deus (Efésios 2.15-16).

Aplica-se o mesmo processo à alma individual que, envolta pelo pecado, está em desequilíbrio nas suas relações com o Criador. O Cristo promove a paz entre a criatura e o Criador. Por isso, é chamado Príncipe da Paz (Isaías 9.6).

“Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupas formosas, ó Jerusalém, cidade santa, porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo. Sacode-te do pó, levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém: solta-te das cadeias de teu pescoço, ó cativa filha de Sião” (Isaías 52.1-2).

“Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hebreus 4.14-16).

“Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz. E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” (Efésios 2.15.16).

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso,

Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6).

86) O QUE É A CIRCUNCISÃO E A INCIRCUNCISÃO?

A circuncisão, do ponto de vista do judaísmo, é uma marca feita no corpo fí-sico do homem, a fim de estabelecer um pacto entre a alma e o Eterno Deus. A prática da circuncisão foi iniciada com as instruções dadas a Abraão, o pai de fé (Gênesis 17.11). Paulo alertou que esse laço material poderia se tornar apenas apa-rente. Segundo o Apóstolo, a circunci-são da carne não garantia que houvesse, no coração, a união da alma com Deus. Não se pode esquecer que Abraão foi justificado pela fé, e não pela circun-cisão (Gálatas 3).

A circuncisão entre os judeus tem o mesmo significado do batismo nas águas, para os cristãos. Nenhum desses dois procedimentos justifica o crente, se a fé no Deus Eterno não estiver no cora-ção. A salvação vem por meio de um ato de confiança plena, e não de um sinal exterior.

Circuncisos são os que, por meio da fé no Deus de Israel, tornam-se justifi-cados (Romanos 1.17). Incircuncisos são os que frequentam igrejas ou sinago-gas, fazem obras materiais, mas vivem para o mundo. São os que buscam Deus apenas para tratar das coisas do próprio ventre (Filipenses 3.19). No meio do Povo de Deus existem muitos incircuncisos de coração, como outrora (Mateus 23.2-3).

“E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós” (Gênesis 17.11).

“Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão” (Gálatas 3.6-9).

“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé” (Romanos 1.17).

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“Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas” (Filipenses 3.19).

“Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem” (Mateus 23.2-3).

87) O CRISTIANISMO CUMPRIU O PAPEL DE ANUNCIAR O MESSIAS?

O cristianismo nasceu pela busca das ovelhas perdidas, iniciada pelo apóstolo Paulo, nas terras circunvizinhas a Israel. Para falar aos gentios, identificou nos livros da lei e nos profetas a figura do Messias. Por isso, anunciava que Jesus era o Cristo, o Messias esperado pelos judeus (Deuteronômio 18.15; Isaías 9.6-7; Atos

3.22). O Apóstolo lamenta que o Altís-simo tenha endurecido o coração dos judeus, mas ensina que tal fato ocorrera pela necessidade de resgatar as ovelhas perdidas da Casa de Israel (Romanos 11.11).

Nos primeiros séculos da era cristã, a doutrina apostólica, ensinada por Paulo e pelos apóstolos de Jesus, degenerou-se, dando origem a uma forma religiosa anômala, mais humana do que divina.

Embora se afirme que Paulo fundou o cristianismo, sua doutrina foi sufo-cada pelos interesses temporais, até o período da Reforma Protestante. Os re-

formadores fizeram profundas reflexões em torno das epístolas, confrontando os ensinos apostólicos com o catolicismo. Tal movimento provocou uma divisão na igreja católica, dando origem ao protes-tantismo.

Nesse tempo, surgiram importantes personagens, servos de Deus, que encar-naram entre os cristãos, com a missão de impedir que o Evangelho da Salvação pela fé caísse no esquecimento. Todo esse movimento para resgatar as ovelhas perdidas, traduz-se na história da igreja cristã e de suas variantes.

O cristianismo exerceu poderosa influência na formação da civilização ocidental. É um movimento religioso com profundas consequências morais, sociais e espirituais.

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto” (Isaías 9.6-7).

“Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação” (Romanos 11.11).

NOVO NASCIMENTO, VIDA ETERNA, MORTE CARNAL, MORTE ESPIRITUAL, ESPÍRITO SANTO, RESSURREIÇÃO, APOCALIPSE, O REINO DE DEUS

88) O QUE É O REINO DE DEUS E QUEM O HERDARÁ?

O reino de Deus tanto é um estado de espírito que faz parte da vida dos que são salvos pelo Eterno Deus, quanto também será a Nova Jerusalém, o mun-do novo, que faz parte das promessas que o Criador fez a Abraão e sua des-cendência (Gênesis 17.6-8).

Os livros da lei e dos profetas e Je-sus, o Messias, fizeram referências a essa nova terra que seria dada como herança ao Povo de Deus (Salmos 37.3; Mateus 25.34).

O Senhor Deus, porém, não ajunta-rá somente as ovelhas escolhidas, mas também outras dos seus rebanhos, des-de que aceitem as verdades do Eterno Deus de Israel e de seu Cristo (João 10.16). Herdarão o reino de Deus as almas que fazem parte do Povo Escolhido, além das que se converterem até o Juízo.

Jesus, citando Salmos, capítulo 37, afir-mou que os mansos herdariam a Terra (Sal-

mos 37, Mateus 5.5). Como Israel já estava em Canaã, na época dos Salmos, o profeta se referia, evidentemente, à nova humani-

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dade, como herança a ser concedida ao Povo de Deus. Caracterizou os habitan-tes desse novo mundo, como portado-res da mansidão advinda da comunhão com o Verbo (Mateus 5.5). Aqueles que herdarão o mundo novo que será im-plantado na Terra, são os que escolhe-ram a vida com Deus, sob a orientação das leis divinas (Lucas 17.33).

As Sagradas Escrituras afirmam que muitas nações serão salvas e prestarão honra e glória ao Cordeiro (Apocalipse

21.22-27), quer dizer, os povos entenderão que não será possível construir um fu-turo para a humanidade, sem considerar as leis eternas, o divino amor, e todo o plano que o Eterno Deus tem para o fu-turo.

Atualmente, vive-se em uma socie-dade semicivilizada, onde os interesses individuais predominam sobre o bem comum, gerando males e injustiças em todas as nações. A alma da humani-dade chora e tem ânsias de libertação (Romanos 8.22).

“E te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei

nações, e reis sairão de ti; E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus” (Gênesis 17.6-8).

“Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado” (Salmos 37.3 e demais versículos).

“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita:

Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mateus 25.34).

“Bem-aventurados os mansos, porque eles

herdarão a terra” (Mateus 5.5).

“Qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salvá-la-á” (Lucas 17.33).

“A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu DEUS, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu DEUS, e o nome da

cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome” (Apocalipse 3.12).

“Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Romanos 8.22).

89) O QUE É A VIDA ETERNA? Os livros da Primeira Aliança tra-

taram da vida eterna superficialmente. Com o advento da Boa Nova, tanto Je-sus, quanto o apóstolo Paulo, desenvol-veram o pensamento em torno do seu significado. Ao instruir Timóteo acerca do seu ministério, o Apóstolo afirma que ele deveria tomar posse da vida eterna (1 Timóteo 6.12). Jesus, o Messias, instruiu dizendo que a vida eterna é esta: “que te conheçam, a ti só, por único Deus ver-dadeiro, e a Jesus, a quem enviaste” (João 17.3). Não há dúvida de que a vida eter-na é a tomada de consciência em torno da origem divina da alma e o seu desti-no glorioso como filho do Eterno Deus, com todas as prerrogativas do Criador.

Salmos 86 afirma: “vós sois deuses”. Ao assumir a eternidade a alma vence a morte e o inferno para sempre, to-mando posse da vida eterna que havia perdido devido o processo criativo (Lucas

15.11-32). Depois da morte do corpo físi-co, a alma deixa o mundo material para viver um período nos céus da eternida-de, mais ou menos perto de Deus, de acordo com seu despertar, onde perma-necerá até que volte a viver na Terra.

Nos céus da eternidade, habitam os anjos, os espíritos, os arcanjos, serafins e as almas dos escolhidos (Isaías 6.2; Zaca-

rias 2.3; Lucas 4.10). Além dos céus, está o Eterno Deus, que existe em luz inacessí-vel, afirmou Paulo (1 Timóteo 6.16). A alma procede da intimidade do Criador e, por isso, é eterna, como o próprio Deus.

A eternidade é um dom inato da alma. Ao separar-se da sua origem, mer-gulha na escuridão consciencial e parece ter perdido a eternidade. Esta condição, porém, é transitória. Tal estado de espí-rito perdura por longo tempo. A alma nunca perde a eternidade, mas, a exis-

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tência no plano material pode aprisioná--la de tal modo que, por si mesma, não consiga chegar à luz de Deus. O cami-nho da fé em Deus e seu Cristo é a úni-ca via de libertação. O Verbo restaura, por meio de Jesus, a separação da alma com o Criador, fazendo cessar a aparen-te perda da eternidade, devolvendo aos filhos de Deus, a consciência de sua ver-dadeira natureza.

As Escrituras afirmam que a vida eterna está com o Verbo, e que ele é o conciliador do homem com Deus. En-tre os cristãos o ato conciliatório ocor-re por meio da fé em Jesus (1 João 2.1-2). Quem não se converteu, ainda não en-controu sua eternidade e está em litígio com o Eterno.

“Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas” (1 Timóteo 6.12).

“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17.3).

“E eis que saiu o anjo que falava comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro” (Zacarias 2.3).

“Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem” (Lucas 4.10).

“Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém” (1 Timóteo 6.16).

“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1 João 2.1-2).

“E a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel” (Hebreus 12.24).

90) EXISTE VIDA PARA A ALMA APÓS A MORTE DO CORPO CARNAL?

A alma continua existindo depois da morte do seu corpo físico, que a re-veste e pertence ao mundo visível. Nos céus da eternidade ela segue conscien-

te de suas lembranças e preocupações. A parábola de Jesus, falando do rico e Lázaro, ensina que mesmo no inferno, a alma continua lembrando de todas as coisas que viveu na vida terrena (Lucas

16.19-31). A morte produz um período mais

ou menos longo de inconsciência, se-melhante a um sono, seguido do des-pertar no mundo invisível. Ela viverá em estado de felicidade ou sofrimento, de acordo com a vida que tenha levado, se teve fé, se não teve; se fez o bem ou o mal. O período do pós-morte é a co-lheita do que se plantou na vida. Ain-da não há julgamento dos atos morais, mas colheita das suas consequências. O julgamento acontecerá no Juízo (Mateus

25.31-32; Lucas 16.24). Quem ensina doutrina contrária ao

princípio de vida depois da morte física, está servindo, sem o saber, aos interes-ses da carne e sofrerá as consequências por conduzir almas no caminho do erro (Mateus 5.19). Grandes figuras da história bíblica, depois da sua partida, aparece-ram em visões (Mateus 17.3; 2 Timóteo 1.10).

Jesus manifestou-se depois da morte física e falou com seus discípulos, com-provando a comunicabilidade entre os planos existenciais. Paulo, na tentativa de convencer os incrédulos quanto a esta questão, disse que se nós esperamos em Cristo somente nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens (1

Coríntios 15.19). Há pessoas que, dotadas de dons espirituais, concedidos pelo Eterno Deus, podem, em certas circunstâncias, ter visão das regiões invisíveis, dos céus da eternidade, da morte e dos infernos com seus habitantes (2 Coríntios 12.2).

A relação entre os planos existenciais é natural e existe desde o princípio da Criação. Não há mundo visível sem que seja gerado e mantido pelo mundo in-visível com seus muitos céus (1 Coríntios

15.44). A continuidade da existência da alma depois da vida física não depen-de de crenças religiosas, é um estado da natureza criada por Deus.

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“Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite” (Lucas 16.19-31).

“E quando o Filho do homem vier em sua glória,

e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas” (Mateus 25.31-32)

. “E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia

de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama” (Lucas 16.24).

“Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus” (Mateus 5.19).

“E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho” (2 Timóteo 1.10).

“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Coríntios 15.19).

“Conheço um homem em CRISTO que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; DEUS o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu” (2 Coríntios 12.2).

“Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual” (1 Coríntios 15.44).

91) O FENÔMENO DA TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS FOI REAL?

Não há dúvidas quanto à realidade do contato que Jesus teve com Moisés e Elias, e da transfiguração de seu rosto, conforme o relato das Escrituras (Mateus

17.2-3). A alma do homem nunca fica separada do mundo invisível, uma vez que a região da eternidade é a sua ori-gem. Ela está sempre ligada com o lu-gar de onde veio, quer dizer, a mente da criatura humana, a todo o momento, se encontra sob a influência de pensamen-tos, energias, inspirações boas e más, vindas das regiões do invisível.

Esta sintonia se dá por meio da men-te inconsciente. A mente é a manifesta-ção da alma e, por estar ligada ao cére-bro físico, exerce influência em todo o corpo.

A transfiguração é um fenômeno de alteração da aparência do corpo, pro-vocado por intensa comunhão da mente com uma fonte invisível de pensamen-tos. No caso citado nos Evangelhos, a mente do Cristo estava de tal maneira ligada à mente de Deus, que o rosto de Jesus e todo o seu ser, pareceu transfor-mado e luminoso aos que estavam com ele (Mateus 17.2). A luz do Criador esta-va com o Messias e iluminava tudo à sua volta. Fenômeno semelhante ocorreu com Moisés (Êxodo 34.30-35; 2 Coríntios 3.7).

A transfiguração é passageira, tanto que Jesus voltou à sua feição normal, depois que cessou a aparição de Moisés e Elias, homens que haviam estado na Terra e agora se mostravam vivos nos céus da eternidade (Marcos 9.4).

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Certas pessoas recebem influência da transfiguração e nem percebem. Por isso se colhe impressões agradáveis e desagradáveis, quando se está diante de determinados indivíduos. De uma ma-neira geral, pode-se dizer que pessoas envolvidas numa vida de pecados, as-sumem aparência desagradável. As que estão em sintonia com o bem e vivem para Deus irradiam à sua volta uma agradável impressão.

“E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele” (Mateus 17.2-3).

“E apareceu-lhes Elias, com Moisés, e falavam com Jesus” (Marcos 9.4).

92) MOISÉS E ELIAS, AO VISITAREM O MESSIAS, ESTAVAM VIVOS OU MORTOS?

Moisés e Elias estavam vivos, assim como estão vivos os que, tendo encon-trado sua eternidade, foram para a ou-tra dimensão existencial (1 Samuel 28.15-19;

Daniel 12.5-13; Lucas 20.37-38). Na região invi-sível da Criação existem diversos céus, com lugares de habitação. Paulo teria sido levado, em espírito, ao terceiro céu (2 Coríntios 12.2). Os que encontraram o Caminho da realização com Deus ha-bitam nos céus da eternidade, por um tempo mais ou menos longo (João 14.2). Outras almas estão em transição de um estado inferior, de sujeição à Lei, para outro de maior liberdade. E ainda ou-tras estacionam por certo tempo, nas regiões da morte ou dos infernos (Mateus

8.12; 22.13; 25.30). As almas que estão de posse da vida

eterna têm ocupações no mundo invisí-vel, sendo instrumentos do Eterno Deus para realizarem tarefas junto aos que es-tão na vida terrena, conforme as Escri-turas comprovam em aparições variadas (1 Samuel 28.15-19; Daniel 12.5-13; Lucas 20.37-38).

A vida no invisível é de atividade in-tensa, bem maior do que a vida no pla-no visível, mas sempre está voltada para

os interesses do Eterno em relação à sua Criação. Paulo ficou estupefato com o que viu, e foi impedido de revelar a gran-deza daquela região eterna (2 Coríntios 12.2).

“E que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; porque para ele vivem todos” (Lucas 20.37.38).

“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar” (João 14.2).

“Porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de DEUS, sendo filhos da ressurreição” (Lucas 20.36).

“Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu” (2 Coríntios 12.2).

93) O QUE É A RESSURREIÇÃO?Ressurreição é vida depois da morte.

O conceito aplica-se às diversas situa-ções em que a morte está manifesta. A situação mais comum é quando o corpo físico de uma pessoa morre e, por ação do Espírito Divino, a alma é trazida no-vamente ao corpo morto e, por meio de um intercessor, recebe o influxo da vida voltando a viver. É o caso da ressurrei-ção de Lázaro (João 12.17).

A ressurreição também ocorre quando a alma se encontra na condi-ção de morte, por causa do pecado e encontra o caminho da salvação pela fé no Deus Eterno (Romanos 5.21). Ao crer, a alma recebe a ressurreição, saindo da morte para vida, não morrendo mais e espírito, em ocasião alguma (João 3.3; He-

breus 9.27). O Senhor Deus tem consigo a vida eterna. A ressurreição é a comu-nicação dessa vida eterna de Deus por meio do Verbo e seu Cristo (João 11.25).

A ressurreição é ainda um conceito que se aplica à profecia do Apocalipse. A primeira ressurreição foi um fenôme-no ocorrido no império babilônico, na época do profeta Daniel (Apocalipse 20.5). Diante da primeira morte, Deus pro-

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moveu a primeira ressurreição, ou seja, estabeleceu um pequeno Juízo, separan-do as almas dos que reinariam por mil anos com o Messias (Apocalipse 20.6).

A ressurreição do último dia, diante da segunda morte (Apocalipse 21.8), será a derradeira, e o Juízo será o do fim do mundo (João 6.40; Apocalipse 20.11-15).

Os princípios da vida eterna e da morte são regidos pela mesma regra di-vina. Vida eterna e morte, no seu sentido espiritual, produzem felicidade ou sofri-mento, esteja a alma existindo no plano visível ou invisível, neste mundo ou em qualquer outro lugar do Universo, pois, no dizer do Filho de Deus, são muitas as moradas na casa do Pai (João 14.1).

“A multidão, pois, que estava com ele quando Lázaro foi chamado da sepultura, testificava que ele o ressuscitara dentre os mortos” (João 12.17).

“Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor” (Romanos 5.21).

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11.25).

“Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição” (Apocalipse 20.5).

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20.6).

“Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte” (Apocalipse 21.8).

“E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos

que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Apocalipse 20.11-15).

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim” (João 14.1).

94) COMO SE DÁ A MORTE FÍSICA?A morte física é o desprendimento

corporal da alma, provocado pela falên-cia do corpo físico. É como uma viagem que empreende entre a região visível e invisível. Acontece de maneira natural, sob o cuidado das inteligências incor-póreas a serviço de Deus, que assiste a alma em seu despertar. A morte física é como um sono, a consciência é perdida de um para outro momento, havendo posteriormente, um acordar nos céus da eternidade, para que se inicie a fase posterior à vida terrena.

É um equívoco dizer de uma pessoa falecida, que agora está descansando. Ao contrário, vai acordar para variadas experiências relacionadas ao passado, presente e futuro. O desejo do Eterno Deus é a de que todos os homens se convertam e tomem posse da eternida-de (Ezequiel 33.11).

As Escrituras afirmam que a pessoa adormeceu, e não que morreu (1 Reis

11.43). Diz- se morreu somente aos que deixaram o mundo sem terem encon-trado o caminho da salvação em Deus e seu Cristo.

Aos crentes verdadeiros, aos filhos de Abraão, às ovelhas do Senhor, se diz “adormeceu”, embora a alma liberta nunca permaneça dormindo (1 Reis 11.43).

“Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?” (Ezequiel 33.11).

“E adormeceu Salomão com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi, seu pai; e Roboão, seu filho, reinou em seu lugar”

(1 Reis 11.43).

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95) COMO RECEBER O NOVO NASCIMENTO DE QUE FALOU O JESUS A NICODEMOS?

O nascer de novo é o arrepender-se da vida que se tinha até o momento em que a alma recebe a anunciação do Ver-bo e seu Cristo, como o caminho da sal-vação. É o novo nascimento de que fala o Messias a Nicodemos (João 3), dizendo ser necessário nascer da água e do Es-pírito. Nascer da água é sofrer o influxo da Palavra de Deus (João 3.5). É o acordar para a vida eterna, diante da pregação (Romanos 10.17).

O nascer do Espírito é receber seu toque na intimidade da alma, via de comunhão com o Eterno, o laço que ja-mais se desfará (João 14.16). É esse o único e definitivo batismo (Marcos 1.8). Quem não nascer de novo, segundo as pala-vras do Filho de Davi, não poderá ver o Reino, compreendê-lo ou participar dele (João 3.5). Todos os filhos de Deus estão predestinados ao arrependimento e regresso ao reino da Luz, de onde saí-ram (Lucas 15.11-32; Efésios 5.8).

Nos tempos de Jesus, nem todos esta-vam em condições de receber o conhe-cimento das verdades eternas. Os cora-ções não estavam maduros o suficiente para o suportar (João 16.12). O mundo ainda se encontrava em precário desen-volvimento moral, intelectual e científi-co. O Messias disse que o nascimento da alma pelo Espírito era como um vento, que acontecia sem que se soubesse o momento de sua manifestação (João 3.8).

Com o desenvolvimento da ciên-cia e do intelecto do homem, corações e mentes ficaram mais aptos a receber esclarecimentos a respeito da vida no invisível, acerca da existência da alma, sua origem, missão e destino.

“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de DEUS” (João 3.5).

“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de DEUS” (Romanos 10.17).

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (João 14.16).

“Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo” (Marcos 1.8).

“E disse: Um certo homem tinha dois filhos; E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente” (Lucas 15.11-13 e demais versículos).

“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Efésios 5.8).

“Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora” (João 16.12).

“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3.8).

96) EXISTEM CORPO CARNAL E CORPO ESPIRITUAL?

O homem e todas as coisas vivas, mesmo a matéria visível, para existirem dependem dos planos eternos. A região visível é a exteriorização do invisível, emanação da viva vontade do Criador (Gênesis 1.2-3). O corpo do homem é fei-to de material comum ao plano visível, mas, a sua alma não.

A alma tem origem no seio do Eter-no Deus (Gênesis 2.7). O homem, no seu atual estado de desenvolvimento, ainda não pode penetrar certos fundamen-tos relacionados com o nascimento da alma. Basta aos homens saberem que sua essência é divina e que pre-cisam viver como deuses, filhos do Altíssimo (Salmos 82.6).

Entre a alma e o corpo físico, existe um corpo etéreo intermediário. A alma é espírito e sua natureza abstrata não permite ter acesso direto ao mundo fí-sico. Por isso a alma é revestida de um corpo espiritual onde, pela ação da sua vontade e pensamento, movimen-

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ta o corpo físico para realizar ações. A alma e corpo físico, quanto à sua natu-reza, são antagônicos, não podendo um agir diretamente no outro. É como o cavalo e seu cavaleiro. Não basta ao ca-valeiro, a vontade de cavalgar. Ele deve montar o cavalo e agir no animal, trans-formando sua vontade em ação. Não há ligação direta entre espírito e matéria. Por isso, há um corpo intermediário que o apóstolo Paulo denominou cor-po espiritual (1 Coríntios 15.44).

“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de DEUS se movia sobre a face das águas. E disse DEUS: Haja luz; e houve luz” (Gênesis 1.2-3).

“E formou o Senhor DEUS o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2.7).

“Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo” (Salmos 82.6).

“Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual” (1 Coríntios 15.44).

97) O QUE É O ESPÍRITO SANTO?O Espírito é a manifestação do Eter-

no Deus na criação relativa. É o ele-mento divino que move a Criação, manifesta-se e permeia todas as coisas. Constitui-se na presença viva de Deus nas dimensões do Universo. É a fonte do bem. Por ele, todo o homem que crê terá eterna comunhão com o Criador. O Espírito dá as divinas virtudes de Deus aos seus filhos (Gálatas 5.22).

Anjos, serafins, potestades, espíri-tos, todas as formas de manifestações, fazem-se no governo do Espírito. Nada foge ao seu comando. As permissões de Deus para que qualquer evento se reali-ze na Criação, por menor que seja, vêm por meio do Espírito.

O Espírito, porém, nunca atua sem a intermediação do Verbo, cujo porta-voz na Terra, é o Cristo (João 1.14). Qual-quer ocorrência obedece a essa ordem: Deus (Pai), Verbo (Filho) e Espírito. É a Trindade, pela qual se pode entender os

fundamentos da Criação. Jesus fez pro-messa às ovelhas perdidas da Casa de Israel, de que enviaria o Espírito, para que fossem instruídas na ciência de Deus, dando-lhes dons conforme a fé (João 16.13; Atos 2.4). O Messias restabelece o contato do Espírito com as ovelhas desgarradas (Ezequiel 36.16-38). A degene-ração a que estiveram sujeitas, as pri-vou desse laço (Isaías 59.2-3). Os cristãos, portanto, em sua maioria, são membros da Casa de Israel, constituem-se em ovelhas, aguardando a salvação (Ezequiel

37.21; Mateus 15.24).

“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5.22).

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1.14 e demais versículos).

“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (João 16.13).

“E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (Atos 2.4).

“E outra vez veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Tu, pois, ó filho do homem, toma um pedaço de madeira, e escreve nele: Por Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros. E toma outro pedaço de madeira, e escreve nele: Por José, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus companheiros. E ajunta um ao outro, para que se unam, e se tornem uma só vara na tua mão” (Ezequiel 37.15-17).

“E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mateus 15.24).

98) POR QUE OS DISCÍPULOS RECEBERAM O BATISMO DO ESPÍRITO SOMENTE APÓS A MORTE DE JESUS?

A manifestação do Espírito foi o cumprimento da promessa do Cristo, de que não deixaria abandonadas as ove-lhas do rebanho. O Filho de Davi disse que, depois de ser glorificado pela mor-

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te redentora, daria o Espírito de verdade aos convertidos para que nunca estives-sem sozinhos (João 14.18; 16).

Com a vinda de Jesus, se rasgou o véu que impedia o acesso ao Santo dos Santos (Marcos 15.38; Mateus 27.51; Lucas 23.45; 2 Coríntios 3.16). As ovelhas do Se-nhor puderam entrar e pelo Espírito de Deus, compreender o que até então lhes era vedado (Atos 10.47).

No mundo novo, a Nova Jerusalém, todos os homens, filhos e filhas do Al-tíssimo, terão natural comunhão com seu Espírito, que os guiará em todas as boas obras a serem feitas para a felicida-de futura das nações (Jeremias 31.34).

O conhecimento do Senhor Deus encherá o mundo, assim como as águas cobrem o mar (Isaías 11.9; Habacuque 2.14). Haverá um tempo de paz e de santas realizações que nunca passará. Um rei-no que não será dado a outro, senão ao Messias (Apocalipse 21).

“Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós” (João 14.18).

“Respondeu, então, Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo?” (Atos 10.47).

“E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados” (Jeremias 31.34).

“Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Habacuque 2.14).

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Apocalipse 21.1).

99) O ESPÍRITO ESTÁ DISPONIVEL A TODOS OS HOMENS?

Todas as almas que despertam das trevas existenciais, pelo arrependimen-to e justificação pela fé no Cristo de Deus, têm o Espírito à sua disposição.

É um princípio da Criação. Os cristãos pensam que a manifestação do Espírito é apenas a fenomenologia dos dons, co-muns nas igrejas.

O Espírito de Deus se mantém em sintonia com as mentes convertidas e despertas, guiando-as nas experiências pela vida terrena, protegendo, sugerin-do caminhos e decisões acertadas. É como o cajado a guiar as ovelhas pela vontade do pastor, o Messias (Salmos 23).

O Povo de Deus foi escolhido para guiar o mundo futuro nos caminhos da felicidade eterna. O Eterno Deus de Israel preparou o rebanho ao longo da história, credenciando-o para servir de guia da humanidade (Apocalipse 5.10; Deute-

ronômio 4.6). O Espírito de Deus é a força motriz dessa realização.

“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará” (Salmos 23.1 e demais versículos).

“E para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra” (Apocalipse 5.10).

“Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida” (Deuteronômio 4.6).

100) O QUE É A RESSURREIÇÃO DOS ÚLTIMOS DIAS?

A ressurreição dos últimos dias é uma expressão apocalíptica que indica o Juízo Final, onde a morte e o inferno serão destruídos. Ela é precedida de um fenômeno chamado segunda morte, onde acontecerá a separação definitiva do joio e do trigo.

As Escrituras, ao afirmarem que ha-veria, no fim do mundo, a segunda mor-te, atestaram que houve uma primeira. Por consequência, houve também uma primeira ressurreição, que aconteceu na antiga Babilônia, nos tempos do rei Na-bucodonosor, durante o período de sua loucura (Daniel 4.33; Apocalipse 20.6). Todos os eventos daquela pequena Babilônia vão se repetir no final dos dias, agora como uma Grande Babilônia, a huma-

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nidade inebriada por vaidade, ciência e poder (Apocalipse 17). A queda da Grande Babilônia será descomunal, produzirá eventos destrutivos nunca vistos e que jamais voltarão a acontecer (Mateus 24; Da-

niel 9.20-27). Na antiga Babilônia houve a primei-

ra separação das almas que se salvaram pelo caminho de Abraão (Apocalipse 20.4-5). Elas reinaram com Cristo por mil anos, um reinado celestial e invisível, até que Satanás fosse solto pela última vez para fazer sua obra de destruição. Sobre as almas salvas na primeira ressurreição, não terá mais poder a segunda morte. Isso quer dizer que os salvos da primei-ra morte não estarão mais sujeitos ao Ju-ízo Final (Mateus 16.28; Apocalipse 20.6).

Na ressurreição dos últimos dias, que é a segunda ressurreição apocalíptica, a finalização do período das trevas para o estabelecimento do reino da luz, um grupo de almas receberá a salvação de-finitiva e outro, será considerado conde-nado. A ressurreição dos últimos dias é a finalização do Juízo (Daniel 7.27; Apoca-lipse 20.11-15).

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20.6).

“Na mesma hora se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor, e foi tirado dentre os homens, e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo, como as penas da águia, e as suas unhas como as das aves” (Daniel 4.33).

“E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra” (Apocalipse 17.5 e demais versículos).

“Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver” (Mateus 24.21 e demais versículos).

“Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus, Estando eu, digo, ainda falando na

oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde. Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido” (Daniel 9.20 e demais versículos).

“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição” (Apocalipse 20.4-5).

“Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino” (Mateus 16.28).

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20.6).

101) O QUE É O APOCALIPSE?Como o próprio nome diz, trata-

se de uma revelação feita pelo Eterno Deus de Israel aos seus servos, cristãos e judeus para compreenderem os acon-tecimentos do fim do mundo e até que ponto estarão envolvidos nos transtor-nos que devem ocorrer em toda a Terra (Apocalipse 20.11-15).

Embora a interpretação da profecia seja acessível a pequeno número de ser-vos do Altíssimo, tanto judeus quanto cristãos poderão encontrar na Profecia ensinamentos importantes para ajudá--los no enfrentamento das graves tribu-lações, durante quarenta e dois meses, quando a verdade de Deus será removi-da da Terra (Apocalipse 12.6).

Com dores e aflições as duas casas sobreviverão aos transtornos e distúr-bios que virão sobre o mundo. Judeus e cristãos são as duas testemunhas do Eterno em toda a terra, diante do prín-cipe do mundo (Zacarias 4.3-11; Apocalipse 11.4). Nesse tempo falarão uma mesma língua, guiados pelo Espírito, pois a verdade de Deus virá sobre tudo e to-

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dos. Quem tiver laços com o Eterno ou-virá o chamado (João 8.47).

Os sábios ensinarão os povos e farão grandes sinais, demonstrando que o Santíssimo estará ao lado dos escolhi-dos (Daniel 12.3). Um grupo de almas das doze tribos de Israel, separadas para testemunho, estará espalhado em todas as nações. Doze mil almas de cada uma das tribos de Israel, perfazendo cento e quarenta e quatro mil homens (Apo-

calipse 7.4). Algumas das testemunhas se-rão provadas e perderão suas vidas por causa do Senhor Deus e de seu Cristo, e haverá escândalos em todos os lugares, guerras, revoltas, insatisfação, pestilên-cias e transtornos, até que se comple-tem os dias (Daniel 11.35; Apocalipse 18.8-9).

A volta gloriosa de Jesus, com um sinal no céu (Mateus 24.30), marcará a mu-dança dos tempos para sempre, e o rei-no de Deus será estabelecido no mun-do. No dizer do profeta Isaías, um nova terra e novos céus, para honra e glória do Eterno Deus de Israel (Isaías 65).

Nada ou ninguém poderá impedir que tais coisas sejam cumpridas, pois essa é a soberana vontade e promessa do Criador, que é Bendito Eternamen-te. Amém.

“E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de DEUS, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o

da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (Apocalipse 20.11-12 e demais versículos).

“E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias” (Apocalipse 12.6).

“E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco” (Apocalipse 11.3).

“Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus” (João 847).

“Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente” (Daniel 12.3).

“E ouvi o número dos selados, e eram cento e quarenta e quatro mil selados, de todas as tribos dos filhos de Israel” (Apocalipse 7.4).

“Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga. E os reis da terra, que fornicaram com ela, e viveram em delícias, a chorarão, e sobre ela prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio” (Apocalipse 18.8-9).

“E alguns dos entendidos cairão, para serem provados, purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo, porque será ainda para o tempo determinado” (Daniel 11.35).

“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais, se recordarão” (Isaías 65.17 e demais versículos).

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