pouco tempo e muito risco no Último lance
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8/16/2019 Pouco Tempo e Muito Risco No Último Lance
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11/04/2016 - 05:00
Pouco tempo e muito risco no último lance
Por Angela Bittencourt
Quem quiser ganhar mais no mercado financeiro terá uma janela de oportunidade nos próximos três ou quatro dias. Esse é o tempo a contar entre a votação do pedido de
abertura do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff na Comissão Especial do Impeachment e o encaminhamento da matéria para o plenário da Câmara. Hoje, a
comissão vota o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO). No domingo, os deputados participam da sessão que decidirá se o processo deve ser aberto. Se aprovado, a próxima
parada é no Senado.
Há pouco tempo e muito risco no último "lance do impeachment". O resultado das votações - hoje na comissão especial e depois no plenário - é imponderável. Situação e
oposição não se acanham em promover uma guerrilha de informações. O governo garante ter votos de sobra para entregar os 172 necessários para derrubar o pedido noplenário da Câmara; a oposição jura ter os 342 votos para a aprovação da matéria aguardada no Senado.
Aberto o processo, a presidente é automaticamente afastada do cargo durante o julgamento. Instantaneamente, deve ter início uma realocação de capital no mercado
financeiro. Alguma certamente já ocorreu, mas não há como calcular quanto dinheiro se moveu para buscar ganhos adicionais ou evitar prejuízos.
Condição financeira deve apertar no pós-impeachment
Nas últimas semanas, a incerteza com o resultado do processo armou apostas no real. Em seu fortalecimento na comparação com o dólar. Os juros passaram a ter maior
oscilação, mas os prêmios foram reduzidos. A trajetória de queda, mantida. Caso o processo de impeachment não prospere no Congresso e prevaleça a continuidade do
mandato de Dilma, faltando dois anos e meio para o encerramento em dezembro de 2018, a moeda brasileira pode apanhar.
De novo, não dá para cravar que será exatamente assim. E a imprecisão quanto aos desdobramentos das votações na Câmara, e também quanto ao montante de recursos
aplicados ou desinvestidos antecipadamente, ajudam a manter em estado de alerta instituições, grandes investidores e também a equipe econômica. Não se discute, porém, que
o dólar é o ativo que indicará a variação do otimismo ou pessimismo dos agentes econômicos com a perspectiva que será lançada para a política e a economia, apesar da
exposição da moeda a eventos externos.
A polarização do discurso político - calibrada pela reação à condução coercitiva de Lula e pela delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) - incentivou
uma primeira realocação de recursos. Grandes fundos de investimentos reduziram drasticamente suas posições em dólar e elevaram em taxa de juro com preferência pela
NTN-B, por ser um papel vendido com hedge. A NTN-B paga 6% ao ano mais a variação da inflação. Os brasileiros têm tanto medo da inflação que deixaram de ganhar tanto
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