posionamento sustentÁvel das “500 … · empresas relacionadas na revista exame (2008) ... as...

18
1 POSIONAMENTO SUSTENTÁVEL DAS “500 MELHORES E MAIORES": ANÁLISE DE UMA POSSÍVEL ASSOCIAÇÃO Samuel Käfer Fontoura 1 1 RESUMO O presente artigo, após estudo conceitual e teórico sobre a Temática Sustentabilidade e suas variáveis, bem como, posteriormente a leitura da Carta da Terra 2 , mostrou através de gráficos, uma possível ligação entre o sucesso e o fato de as “500 Melhores e Maiores” empresas relacionadas na Revista Exame (2008) terem posicionamento Sustentável. Nos conceitos teóricos, se mostrou um pouco das origens e surgimento da temática Sustentabilidade e os demais conceitos ligados e também foram mostrados estudos Nacionais e Internacionais pertinentes à temática de Instituições com grande nome e prestígio no Brasil e no exterior. Através dos gráficos, se mostrou, em relação à amostra de 500 empresas, a quantidade de organizações que possuem sites na Internet, a quantidade de empresas por cada setor de atuação, o controle acionário de cada uma, e após, comparou as empresas que dentre as melhores, se posicionam de forma sustentável ou não. Logo, compararam-se as empresas do Brasil e como essas estão se posicionando frente a empresas controladas por outros países, para então, revelar as possíveis limitações do estudo e indicar possíveis novos temas para dar continuidade ao entendimento da Sustentabilidade entre as “Melhores e Maiores” e seguir em frente para saber se o fato do “Agir Sustentável” é uma coincidência ou fato para essas grandes corporações ocuparem tal lugar nos rankings de vendas e rentabilidade. PALAVRAS-CHAVE: Sustentabilidade. Carta da Terra. Melhores e Maiores. ABSTRACT After a conceptual and theoretical study on Sustainability and its relationships, as well as the reading of the “Land Chart”¹, the present work has shown through graphics a possible connection between the success and the fact of the “Best and Biggest 500” companies ranked on the “Exame” Magazine (2008) having a Sustainable accomplishment. The theoretical concepts have demonstrated the origins and the coming up of the “Sustainability” and other connected concepts as well as studies on the same subject developed by great companies all over the world. The graphics researched in 500 companies have shown the amount of organizations that have sites on internet, the quantity of organizations on each sector of actuation, each sharing control and then comparing the companies between the best and biggest that are positioned on a Sustainable way. Further more comparing the Brazilian companies with those controlled by other countries we could see the possible limitations of these work and indicate new possible themes to give continuity to Sustainability understanding among the “Best and the Biggest” and keep going to know if the matter “Acting Sustainable” is a coincidence or a fact, for these important and successful corporations being in such a ranking. KEY-WORDS: Sustainability. Land Chart. Best and Biggest. 1 Samuel Käfer Fontoura é graduando do curso de Administração no Centro Universitário Ritter dos Reis e exerce atividade profissional para o Grupo Santander Brasil; 2 BRASIL. Carta da Terra Brasil. Disponível em: < http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html> acesso em 3,4 e 7 mai.2009.

Upload: donguyet

Post on 17-Apr-2018

215 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

1

POSIONAMENTO SUSTENTÁVEL DAS “500 MELHORES E MAIORES": ANÁLISE DE UMA POSSÍVEL ASSOCIAÇÃO Samuel Käfer Fontoura1 1 RESUMO

O presente artigo, após estudo conceitual e teórico sobre a Temática Sustentabilidade e suas variáveis, bem como, posteriormente a leitura da Carta da Terra2, mostrou através de gráficos, uma possível ligação entre o sucesso e o fato de as “500 Melhores e Maiores” empresas relacionadas na Revista Exame (2008) terem posicionamento Sustentável.

Nos conceitos teóricos, se mostrou um pouco das origens e surgimento da temática Sustentabilidade e os demais conceitos ligados e também foram mostrados estudos Nacionais e Internacionais pertinentes à temática de Instituições com grande nome e prestígio no Brasil e no exterior.

Através dos gráficos, se mostrou, em relação à amostra de 500 empresas, a quantidade de organizações que possuem sites na Internet, a quantidade de empresas por cada setor de atuação, o controle acionário de cada uma, e após, comparou as empresas que dentre as melhores, se posicionam de forma sustentável ou não. Logo, compararam-se as empresas do Brasil e como essas estão se posicionando frente a empresas controladas por outros países, para então, revelar as possíveis limitações do estudo e indicar possíveis novos temas para dar continuidade ao entendimento da Sustentabilidade entre as “Melhores e Maiores” e seguir em frente para saber se o fato do “Agir Sustentável” é uma coincidência ou fato para essas grandes corporações ocuparem tal lugar nos rankings de vendas e rentabilidade. PALAVRAS-CHAVE: Sustentabilidade. Carta da Terra. Melhores e Maiores. ABSTRACT After a conceptual and theoretical study on Sustainability and its relationships, as well as the reading of the “Land Chart”¹, the present work has shown through graphics a possible connection between the success and the fact of the “Best and Biggest 500” companies ranked on the “Exame” Magazine (2008) having a Sustainable accomplishment.

The theoretical concepts have demonstrated the origins and the coming up of the “Sustainability” and other connected concepts as well as studies on the same subject developed by great companies all over the world.

The graphics researched in 500 companies have shown the amount of organizations that have sites on internet, the quantity of organizations on each sector of actuation, each sharing control and then comparing the companies between the best and biggest that are positioned on a Sustainable way. Further more comparing the Brazilian companies with those controlled by other countries we could see the possible limitations of these work and indicate new possible themes to give continuity to Sustainability understanding among the “Best and the Biggest” and keep going to know if the matter “Acting Sustainable” is a coincidence or a fact, for these important and successful corporations being in such a ranking.

KEY-WORDS: Sustainability. Land Chart. Best and Biggest.

1 Samuel Käfer Fontoura é graduando do curso de Administração no Centro Universitário Ritter dos Reis e exerce atividade profissional para o Grupo Santander Brasil; 2 BRASIL. Carta da Terra Brasil. Disponível em: < http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html> acesso em 3,4 e 7 mai.2009.

2

2 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo conceituar aspectos relacionados à “Sustentabilidade” baseado em literatura nacional e internacional e apresentar uma possível relação entre o sucesso das 500 “Melhores e Maiores” empresas no Brasil, divulgadas na Revista Exame3com o fato de terem como parte de seus norteadores estratégicos, ou posicionamento de mercado, aspectos relacionados à temática citada. O estudo, baseado em cruzamento de dados secundários identificou uma relação na qual empresas melhores e mais rentáveis adotam, em percentual superior, ações sustentáveis ligadas ao posicionamento estratégico, bem como, a maneira que essas corporações se “comportam” no mercado serve de exemplo e “guia” para que empresas de menor porte cresçam de forma sustentável sem prejudicar as futuras gerações de uma sociedade que já enfrenta tantos problemas. A delimitação do objeto de estudo se dá em empresas de grande porte atuantes no Brasil. O assunto abordado é tema de grande interesse do autor, graduando do curso de Administração, o qual acredita e busca divulgar a idéia de que administradores são grandes agentes de mudança sobre o posicionamento e desenvolvimento sustentável atual e futuro nas organizações, o que vai de encontro ao que abrange um dos tópicos da Carta da Terra, na qual faz menção ao ato de “Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido”. A premissa do autor é de que a conscientização da sociedade em aspectos gerais acerca da temática é feita pelo indivíduo, o qual, com informação e senso de participação faz refletir melhorias no âmbito empresarial ou não, uma vez que, todos se vêem envolvidos de uma forma ou outra.

O método utilizado foi comparativo, tomando como base o ranking disponibilizado na Revista Exame de cada uma das 500 “Melhores e Maiores” empresas do Brasil e posteriormente analisado se essas empresas possuem publicados em seus sites na internet, norteadores estratégicos como Missão, visão e valores, fundamentados na temática Sustentabilidade ou se fazem menção a mesma. Tal se deu tendo em vista a importância e abrangência da rede como fonte de comunicação, informação e conscientização para uma sociedade cada vez mais “on-line”, preocupada e vigilante por empresas que atuem de forma responsável. 3 INTRODUÇÃO AO TEMA “SUSTENTABILIDADE” E OS CONCEITOS LIGADOS Para Kotler e Keller, (2006, p.89) o posicionamento “verde” é tido como uma vantagem competitiva e afirmam que,“ embora as questões ambientais venham há muito influenciando as práticas de Marketing, especialmente na Europa, sua relevância aumentou de fato na última década”. O interesse e percepção da urgência pelo tema e a origem conceitual da temática Sustentabilidade conforme exposto no Guia Sustentabilidade Meio Ambiente Amanhã4 vem do Ecodesenvolvimento, proposto na década de 70, por Maurice Strong e Ignacy Sachs, na primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (realizada 3 EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, 2008. 4 AMANHÃ. Guia Sustentabilidade e Meio Ambiente, Porto Alegre, 2008.

3

em Estocolmo, na Suécia, em 1972) quando foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A partir de 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) incluiu o conceito no relatório Our Common Future [Nosso Futuro Comum], mais conhecido como o Relatório de Brundtland. Em 1992 durante a Eco-92, o conceito de desenvolvimento sustentável se tornou um princípio com meta de buscar o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e proteção ambiental, tornando-se base para a Agenda 21 (GUIA..., 2008).

Na avaliação da ONG WWF - Brasil, para que exista o desenvolvimento sustentável, é necessário planejamento e consciência de que os recursos naturais são finitos, com uma significativa redução de uso de matérias-primas e produtos, e o aumento da reutilização e da reciclagem. Ainda no Guia Sustentabilidade Meio Ambiente Amanhã (2008) salienta-se a informação da ONG WWF - Brasil na qual ressalta que os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas são marcados por disparidades. Embora os países do Hemisfério Norte tenham apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem, por exemplo, 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção mundial de madeira. Tendo em vista toda a relevância do assunto, um caminho a seguir para o “agir de forma sustentável”, se traduz com base em afirmação de Nelson Mello e Souza (2000, p.4), “A educação ambiental é atividade estratégica por ser a opção mais viável para o esclarecimento das novas gerações”, na qual o mesmo autor cita (2000, p.12) as dificuldades para a compreensão das causas, das dificuldades operativas, acima de tudo dos custos sociais e financeiros para corrigir os erros educacionais, onde, a questão do ensino e disseminação do conhecimento sobre a temática sustentabilidade é abordada de forma semelhante na Carta da Terra em um dos tópicos de seus princípios que é embasado por: “Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável’ (BRASIL. Carta da Terra Brasil..., 2009). 3.1 O RELATÓRIO DE BRUNDTLAND: Nosso Futuro Comum

O Relatório Brundtland – elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), a qual era presidida pelo então Primeiro Ministro da Noruega, Gro Harlem Brundtland, faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à Agenda 21, as quais reafirmam uma visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. O relatório aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes (FRANCO, Maria de Assunção Ribeiro, p.159, 2000).

A comissão chega ao final, em 1987 revelando sucessos e falhas do desenvolvimento mundial, criando então, o Our Common Future [Nosso Futuro Comum]. Os resultados positivos foram: expectativa de vida crescente; mortalidade infantil caindo; maior grau de alfabetização; inovações técnicas e científicas promissoras; aumento de produção de alimentos em relação ao crescimento da população mundial. Por outro lado, os problemas apontados no relatório incluíam o aumento da erosão no solo e expansão das áreas desérticas; florestas desaparecendo; poluição do ar crescente e ameaçando a camada de Ozônio; fracasso nos programas de desenvolvimento; aumento de toxidade dos resíduos produzidos pela indústria e agricultura nas cadeias alimentares e áreas de mananciais (FRANCO, Maria de Assunção Ribeiro, p.159, 2000).

4

O relatório, o qual seguia baseia-se no conceito de que o Desenvolvimento Sustentável é “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” [Nosso Futuro Comum, p.9, 1987], também enfrenta algumas dificuldades, e conforme citado por Nelson Mello (p. 185, 2000) “Parece claro que o relatório ficou envolvido em um paradoxo. O modelo seria altamente necessário, mas objetivamente inviável”. Tais dificuldades, conforme Mello, se dariam em função não ter-se estabelecido técnicas explícitas, da reforma institucional e dos tipos de investimentos através dos quais as medidas corretivas recomendadas ganhariam concreção objetiva.

As barreiras a enfrentar para efetivamente o desenvolvimento ser “Sustentável”, dizem respeito a quatro tópicos, relatados conforme Nelson Mello (p.185/190, 2000):

1º) Têndencias do sistema e de sua lógica produtiva; 2º) aos riscos que decorrem do tipo de desenvolvimento científico e tecnológico que

gera mais empregos, porém, prejudica outras questões que afetam a Sustentabilidade; 3º) barreira que luta contra a pobreza, enquadrando-se no trade-off “emprego vs.

Desenvolvimento sustentável”; 4º) Conter os efeitos do crescimento populacional Sem dúvida existiriam dificuldades, equívocos e fatores inviáveis para o “Relatório”

ser executado em sua plenitude, porém, o grande passo foi dado e comandado pelo Ministro Noruêgues, onde o próprio comentou em Oslo, no dia 20 de Março de 1987 “em última análise, o que importa é estimular a compreensão comum e o espírito de responsabilidade comum, tão evidentemente necessários num mundo dividido” [Nosso Futuro Comum, p. XVII, 1987].

3.2 AGENDA 21 Segundo o Guia Sustentabilidade Meio Ambiente Amanhã (2008, p.58), a Agenda 21 foi um plano de ação adotado global e localmente por organizações do sistema das Nações Unidas, por governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a atuação humana impacta o ambiente. É a mais abrangente tentativa já realizada com o objetivo de orientar o planeta para um novo padrão de desenvolvimento no século 21 - um trabalho caracterizado basicamente pela interação dos três pilares da sustentabilidade: ambiental, social e econômico. A Agenda 21 é composta por 40 capítulos e foi criada pelo trabalho conjunto, durante dois anos, de governos e instituições da sociedade civil de 179 países. Sua aprovação final ocorreu na Rio-92, a conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvimento realizada em 1992, no Rio de Janeiro. O documento comprometeu as nações a refletir sobre a forma com a qual os governos, ONGs, todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais (GUIA..., 2008).

Entre os vários temas contemplados pela Agenda 21 estão, por exemplo, o combate à pobreza; o fortalecimento do papel do comércio e da indústria; a desertificação e a seca; e a gestão dos impactos do uso de produtos químicos tóxicos, rejeitos perigosos e radioativos. No Brasil, as ações são realizadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS), onde prioritariamente, optou-se por programas de inclusão social (acesso de toda população à educação, à saúde e à renda), a sustentabilidade urbana e rural, a preservação dos recursos naturais e minerais e a ética política. Em cada país, existem ações da Agenda 21 Local, nas quais se realizam ações de sustentabilidade microregionais (GUIA..., 2008).

5

3.3 AQUECIMENTO GLOBAL Segundo o Guia Sustentabilidade Meio Ambiente Amanhã (2008, p.61), o Aquecimento Global foi uma expressão criada para explicar o aumento da temperatura média dos oceanos e da camada da atmosfera mais próxima da superfície da terra. Em que média o fenômeno acontece se por causas naturais ou pela influência direta do homem, é tema controverso. A comunidade cientifica se divide entre aqueles que vêem o aquecimento global como a causa de crimes iminentes no mundo e aqueles que discordam do clima de apreensão e pânico gerado por tais teorias. O Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC) - criado em 1988 pelas Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial - divulgou relatório apontando o efeito estufa como a principal causa do aquecimento observado nos últimos 50 anos. O fenômeno é causado pelo aumento da concentração de gases estufa originados pelo homem e pelo maior consumo energético, além da poluição. O IPCC5 (2007, p.22), prevê aumento de até 6,4º C até 2100, o que se ocorrer, poderá causar mudanças nas freqüências e intensidades de eventos climáticos, como temperaturas extremas e maior ocorrência de enchentes e secas. O cenário ainda prevê alteração na disponibilidade de produtos agrícolas, recuo glacial, vazão reduzida em rios durante o verão, extinção de espécies e aumento dos fatores causadores de doenças ao redor do mundo (GUIA..., 2008). Algumas conseqüências já estão sendo vistas, onde, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), na região asiática do Pacífico, morrem a cada ano 77 mil pessoas por causas direta ou indiretamente ligadas à mudança climática (GUIA..., 2008). Em 1997, grande parte dos países assinou o Protocolo de Quioto, o qual visa combater a emissão de gases causadores do efeito estufa, porém, os Estados Unidos, maior emissor de poluentes do planeta, se recusou a fazer parte da proposta alegando que isso estagnaria a economia do país (GUIA..., 2008). A figura 1 a seguir, publicada no site do IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change) demonstra o tipo de gás emitido e sua representatividade na atmosfera, bem como, o share da emissão dos gases por cada setor.

FIGURA 1 - Fourth Assessment Report, Climate Change 2007 [Quarto Relatório de Avaliação do IPCC, 2007 ,Alterações Climáticas] Fonte: SUIÇA. Intergovernmental Panel on Climate Change: Graphics, presentations & speeches. Disponívelem:<www.ipcc.ch/graphics/graphics/syr/fig2-1.jpg>, acesso em 8 mai.2009.

5 SUIÇA. Painel Intergovernamental sobre mudança do clima. Mudança do clima 2007: a Base das ciências Físicas. Paris, 2007.

6

No Brasil os efeitos do cenário são preocupantes, como diminuição pela metade da floresta Amazônica, desertificação de 15,7% do território nacional, no Nordeste, redução de até 60% nas áreas de plantação de soja por problemas climáticos, extinção de 90% das espécies comerciais dos mares, bem como, furacões e tempestades constantes (GUIA..., 2008). 3.3 CONSUMO CONSCIENTE E A CARTA DA TERRA Conforme abordado no Guia Sustentabilidade Meio Ambiente Amanhã (2008, p.74), o consumo consciente “é a preocupação de não consumir bens duráveis ou não-duráveis que possam prejudicar o meio ambiente ou os seres humanos”. Trata-se de um modo de vida que defende uma resistência aos impulsos consumistas, orienta a implementação e manutenção de políticas de reciclagem e a procura de fornecedores que demonstrem ter consciência social, ecológica e econômica. Essa preocupação fica evidente na Tabela 1, que demonstra o que a sociedade está valorizando nas empresas nos últimos anos.

Tabela 1 – O que os consumidores querem das empresas? Fonte: BRASIL. Descobrindo o Consumidor Consciente: uma nova visão da realidade Brasileira. Disponível em: < http://www.uniethos.org.br/_uniethos/documents/conclusoes_akatu.pdf> acesso em 6,7 e 8 mai.2009.

O consumo também é visto como um ato de cidadania a ser praticado diariamente onde foram criados doze princípios do consumidor consciente (GUIA..., 2008):

a) planeje suas compras; b) avalie os impactos do seu consumo; c) reutilize os produtos e embalagens; d) separe o lixo; e) tome crédito conscientemente; f) conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas; g) não compre produtos piratas ou contrabandeados; h) contribua para a melhoria de produtos e serviços; i) divulgue o consumo consciente; j) cobre dos políticos; k) reflita sobre seus valores.

Conforme figura estudo realizado pelo Instituto Akatu (2004), o perfil da população consciente se traduz, em termos de participação, conforme abordado na figura 2.

7

FIGURA 2 - Descobrindo o Consumidor Consciente Fonte: BRASIL. Descobrindo o Consumidor Consciente: uma nova visão da realidade Brasileira. Disponível em: <http://www.uniethos.org.br/_uniethos/documents/conclusoes_akatu.pdf> acesso em 6,7 e 8 mai.2009.

A Carta da Terra indica que a pessoas e empresas devem em conjunto “Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário” (BRASIL. Carta da Terra Brasil..., 2009).

Os padrões propostos pela Carta da Terra, são apresentado como um check-list para o consumo ideal, conforme abaixo:

a) Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos;

b) Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento;

c) Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais seguras;

d) Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais;

e) Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável;

f) Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito (BRASIL. Carta da Terra Brasil..., 2009).

3.5 STAKEHOLDERS, GOVERNANÇA CORPORATIVA E A EMPRESA DO FUTURO Para Kotler (1998, p.73), “A primeira etapa na busca do alto desempenho, a empresa deve definir seus stakeholders e suas necessidades”. No Guia Sustentabilidade Meio Ambiente Amanhã (2008, p.107), os stakeholders são definidos como todas as “partes interessadas” de uma organização. Ou seja: todos os públicos que afetam ou são afetados pela atuação de uma empresa, incluindo-se funcionários, acionistas, fornecedores, governos, clientes, etc.

8

O relacionamento bom com os stakeholders é uma medida importante para as empresas que querem entender as expectativas da sociedade em relação à sustentabilidade de seus negócios (GUIA..., 2008) Algumas questões pertinentes aos stakeholders que evidenciam uma gestão socialmente responsável são descritas no Guia Sustentabilidade Meio Ambiente Amanhã (2008, p. 104):

a) Transparência: a empresa que tem responsabilidade social divulga informações, decisões e intenções de maneira clara e acessível a todos os públicos que se relacionam com ela;

b) Estabelecimento de compromissos: a empresa assume em público seus compromissos, sobre questões internas, ao futuro, à manutenção de recursos naturais ou a promoção da diversidade;

c) Envolvimento com interesses variados: a empresa procura dialogar com organizações e especialistas que colabore para a solução de seus problemas socioambientais;

d) Capacidade de atrair e manter talentos: a empresa apresenta alternativas que atendem aos interesses dos cidadãos e profissionais;

e) Comprometimento dos colaboradores: a empresa envolve todos os funcionários e fornecedores com a gestão da responsabilidade social, demonstrando coerência em seus compromissos;

f) Capacidade de lidar com situações de conflito: demonstra disposição para investigar problemas e dialogar, desenvolvendo processos que previnam situações de risco;

g) Estabelecimento de metas de curto e longo prazo: a empresa introduz aspectos de responsabilidade social e os monitora como indicadores do negócio;

h) Envolvimento da direção: a empresa entende que a responsabilidade social tem importância estratégica. Questões semelhantes as abordadas acima também foram abordadas no estudo realizado pela IBM (2008)6, intitulado “A empresa do futuro”.

FIGURA 3 - Mais de mil CEOs em todo mundo participaram deste estudo Fonte: IBM Estudo Global de CEO: A Empresa do Futuro, p. 6, 2008.

Nesse estudo foram feitas entrevistas com mais de 1000 CEOs e administradores ao redor do mundo e um dos fatores mais importantes que resultaram dessa pesquisa, é o fato de que as empresas devem ser “Genuínas, não apenas generosas” (2008, p.60), sendo esse tópico, o que revela a grande relevância que os altos executivos do mundo dão para esse tipo de ação nas empresas.

No estudo, os CEOs em geral concordam que estão crescendo as expectativas dos clientes quanto à Corporate social responsability – CSR [responsabilidade social corporativa]. O meio ambiente é ponto de atenção notório: a mudança do clima tornou-se um ponto de mobilização urgente para os cidadãos e as empresas de todo o mundo. E ela tem 6 GLOBAL. IBM, estudo global de CEO: A empresa do Futuro, 2008.

9

sensibilizado tanto os cidadãos quanto as corporações para uma ampla variedade de questões ambientais e sociais – do trabalho infantil e da reciclagem até a segurança de produtos – sobre as quais eles podem fazer alguma coisa. No estudo da IBM (2008), foi constado que embora os níveis atuais de investimento em CSR sejam modestos em comparação com as outras tendências dos clientes, os CEOs pretendem gastar mais nos próximos três anos.

Os investimentos em CSR crescerão 25%, o que é mais rápido que as outras tendências discutidas – aumentando o sucesso em economias desenvolvidas e em rápido desenvolvimento, e junto a clientes informados e participativos. O curioso é que esse padrão se aplica mesmo entre CEOs de mercados emergentes (com um aumento de 22%), conforme um CEO chinês afirma: “nos últimos três anos, investimos duas vezes mais em CSR e iniciativas ambientais do que na soma dos 30 anos anteriores.” As implicações do estudo demonstram que os CEOs abordam a CSR de forma mais ampla para “A empresa do futuro”, na qual a responsabilidade social será ainda mais importante e fundamental, embasada em alguns tópicos:

a) Compreende as expectativas de CSR Um número excessivo de empresas baseia-se em suposições sobre o que a CSR

significa para seus clientes. Somente um quarto das empresas pesquisadas em um recente estudo de CSR disse compreender bem as preocupações dos clientes. Mas a Empresa do futuro sabe o que os clientes esperam. Ela usa fatos e informações diretas do cliente como base para suas decisões;

b) Informa sem exagerar: A Empresa do futuro é transparente, mas discreta. Ela encontra formas criativas de

oferecer informações relevantes, como códigos na embalagem que permitem que os clientes interessados examinem detalhes – informações do fornecedor, possível impacto ambiental e instruções de reciclagem –, seja na loja, seja mais tarde em casa;

c) Começa com o verde: Considerando-se o preço do petróleo e a preocupação crescente com a emissão de

carbono, o uso eficiente de energia é crítico para os negócios, bem como para o planeta. É comum a empresa do futuro começar suas mudanças de CSR com iniciativas ambientais. Com esses esforços, ela aprende mais sobre como colaborar efetivamente em questões que afetam a todos nós.

d) Envolve as ONGs como parte da solução: Em vez de ficar desconfiada com grupos ativistas – ou de simplesmente passar-lhes

dados – a Empresa do futuro colabora com eles. Por exemplo, ela pode contar com as ONG’s para ajudar a monitorar e inspecionar instalações ou para ajudar a estabelecer padrões industriais.

e) Faz com que o trabalho ajude a tornar o mundo melhor Funcionários atuais e potenciais querem trabalhar para organizações com

responsabilidade ética e social. Mas a Empresa do futuro compreende que os funcionários também querem se envolver ativamente na solução de problemas. Suas iniciativas unem os funcionários em uma causa que literalmente pretende tornar o mundo um lugar melhor (IBM, 2008).

10

3.6 GUIA EXAME “500 MELHORES E MAIORES” EMPRESAS DO BRASIL O ranking exposto na Revista Exame (2008) traz desde 1974 e em suas 35 edições, um comparativo entre as corporações para identificação das melhores e maiores no Brasil. A avaliação foi feita em mais de 3500 empresas, compreendendo todas as que publicaram demonstrações contábeis no Diário Oficial dos estados até 15 de Maio de 2008 com intuito de medir o desempenho das empresas individualmente onde o critério de principal de avaliação é a receita de vendas. Também se pode comparar o desempenho das empresas pelo ranking com o ano anterior, o que permite enxergar melhorias ou quedas em relação à edição vigente. As empresas relacionadas têm forte impacto na economia do país e do mundo, uma vez que, faturaram juntas o montante de US$ 970 bilhões no Brasil , o que representa um avanço de 7,5% em relação ao ano anterior conforme figura abaixo:

FIGURA 4 – Análise- Balanço das 500 Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, p. 40, 2008.

O aumento das receitas também refletiu em um aumento de 9,5% na arrecadação de impostos (somente pelas 500 Maiores e Melhores empresas do Brasil), o que significa que 28% do total de tributos recolhidos no país tiveram como contribuinte esse grupo de empresas, conforme exposto graficamente na Figura 6:

Figura 6 – Impostos pagos pelas 500 Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, p. 41, 2008.

11

As empresas em seus respectivos setores, apresentaram acréscimo em suas receitas de aproximadamente US$ 68 bilhões em 2007 em relação ao ano anterior, conforme demonstrado na Figura 4.

Figura 5 – Crescimento (em bilhões de dólares) das “Melhores e Maiores” empresas do Brasil Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, p. 41, 2008.

O desempenho das 500 “Maiores e Melhores” foi melhor, em termos de crescimento percentual, do que o próprio PIB brasileiro, fazendo também, com que o número de empresas “bilionárias” aumentasse consideravelmente, percentualmente representando aumento de 38% em relação ao ano anterior:

Figura 7: Número de empresas com faturamento superior a 1 bilhão de dólares Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, p. 44, 2008. 3.6.1 QUEM ESTÁ ENTRE AS “MELHORES E MAIORES” DO PAÍS

12

As empresas que compões o seleto grupo das 500 “melhores e maiores” da revista Exame são atuantes no Brasil e se enquadram nos seguintes critérios (2008, p.26):

a) Ser uma das 1000 maiores empresas privadas ou estatais do país, o que implica ter faturamento anual superior a US$ 156,4 milhões;

b) Ser uma das 50 maiores empresas privadas, uma das 50 maiores empresas estatais, uma das 50 maiores empresas do mundo digital, um dos 50 maiores bancos ou uma das 50 maiores seguradoras;

c) Ser uma das 50 maiores da indústria, uma das 50 maiores do comércio, uma das 50 maiores de serviços ou uma das 50 maiores exportadoras;

d) Ser uma das 10 maiores ou das 15 melhores empresas do respectivo setor; e) Ser um dos 100 maiores conglomerados ou grupos empresariais; f) Ser uma das 100 maiores empresas das regiões Centro-Oeste, Norte/Nordeste ou sul.

As empresas dispostas entre as 500 “Melhores e Maiores” foram avaliadas pelos

seguintes indicadores, conforme demonstrado na tabela 2: Tabela - Indicadores para mensurar as “Melhores e Maiores”

Indicador Ativo Total Ajustado Liquidez Corrente Capital Circulante Líquido Liquidez Geral Controle Acionário Lucro Líquido Ajustado Crescimento das Vendas Lucro Líquido Legal EBITDA7 Liderança de Mercado Empregados Margem das Vendas Endividamento - Longo Prazo

Mediana

Endividamento Geral Nome das Empresas Excelência Empresarial Passivo Circulante Exigível - Longo Prazo Patrimônio Líquido Ajustado Exigível Total Patrimônio Líquido Legal Exportação Produtividade Giro do Ativo Receita Líquida Impostos sobre Vendas Rentabilidade do Patrimônio Investimento (imobilizado) Riqueza Criada Riqueza Criada por Empregado

Vendas em Dólares

Tabela 2 – Critérios/ Indicadores Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, p. 28, 2008. Com base documental nos indicadores e gráficos, partiu-se para as comparações. 4 METODOLOGIA

7 EBITDA: Sigla em inglês “Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization” [LAJIR: Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização] disponível em <http://www.wharton.universia.net/index.cfm?fa=viewfeature&id=503&language=portuguese> acesso em 8 abr.2009.

13

O método de pesquisa desenvolvido para composição do artigo presente se deu por Pesquisa Documental, a qual, conforme Antonio Carlos Gil (1999, p. 66):

Assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documenta vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”

Relacionou-se a pesquisa aqui abordada com o método Documental e Comparativo em função de ser feita análise de conteúdo nacional e internacional disponível em gráficos, estudos, matérias de revistas, sites e livros para embasamento do referencial teórico como fundamentação para descoberta de possíveis respostas para as diferenças e similaridades entre as organizações de sucesso e seu posicionamento para com a Sustentabilidade. Tal se deu pela utilização de softwares de planilhas para elaborar possíveis relações entre as 500 “Melhores e Maiores” Empresas (2008) em função de sua receita, posição no ranking, controle acionário, setor de atividade, estado e se possui algum envolvimento com a temática Sustentabilidade, sendo pesquisada essa última variável citada, por comparação em sites das próprias empresas relacionadas na amostra (500 empresas) para comparação o que permitiu executar uma série de observações e experimentos entre as corporações com as mais diversas atuações. 5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente artigo foi desenvolvido, após maior estudo sobre a temática Sustentabilidade e os conceitos ligados em diferentes tipos de literatura e fontes. Após pesquisa nos sites das 500 “Melhores e Maiores” da Revista Exame (2008), foram revelados fatores que se alinham com o título deste trabalho no que se refere à questão abordada sobre o sucesso dessas corporações e a coincidência ou fato de terem aspectos relacionados à Sustentabilidade divulgados em seus norteadores estratégicos ou citados em suas páginas na internet. Um aspecto que se pode entender a força que a Internet tem nos dias atuais e como ela pode ajudar ainda mais na disseminação dos temas relacionados à Sustentabilidade é o fato de que da amostra das 500 “Melhores e Maiores” empresas participantes da Revista Exame (2008), 97% utilizam a ferramenta de sites para se comunicar com seus stakeholders, conforme demonstrado na figura 8:

SIM97%

NÃO3%

FIGURA 8 - Percentual das “500 Melhores e Maiores” que possuem Sites Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, 2008.

14

Outro aspecto encontrado nessa pesquisa, relacionado abaixo na Figura 9, diz respeito a representatividade de cada estado do Brasil e sua representatividade entre as “Melhores e Maiores”. É interessante observar que São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul juntos, correspondem 67% das “Melhores e Maiores” empresas do país, revelando-se então, um grande papel desses estados, e oportunidade para os mesmos, para poderem desenvolver ações para a conscientização dos públicos que se envolvem, sejam cliente, funcionários, fornecedores, enfim, todos os envolvidos.

0

100

200

300

Empresas por estado 16 12 12 41 31 60 34 13 241 40

AM DF ES MG PR RJ RS SC SP Out

FIGURA 9 - Participação dos estados Brasileiros entre as “Melhores e Maiores” Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, 2008.

No que diz respeito à participação quantitativa entre os setores, empresas relacionadas

a Energia, Química e Petroquímica, Siderurgia e Metalurgia e Varejo, tiveram participação elevada sobre as 500 “Melhores e Maiores” da Revista Exame (2008), conforme Figura 10.

34

38

20

119

46

33

37

16

40

117

0 50 100 150

Quantidade

Setor de Atuação

OUTROS

VAREJO

TELECOMUNICAÇÕES

SIDERURGIA EMETALURGIASERVIÇOS

QUIMICA EPETROQUIMICAENERGIA

ELETROELETRONICO

AUTO-INDUSTRIA

ATACADO

Figura 10 - Quantidade de empresas por setor entre as "Melhores e Maiores" da Revista Exame Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, 2008.

Após relatar aspectos sobre a amostra pesquisada no artigo desenvolvido, quando focada a questões sobre a temática Sustentabilidade, pode-se notar que a “coincidência” ou “fato” pode existir como relação com o sucesso e rentabilidade dessas grandes corporações, uma vez que, 85% (Figura 11) dessa amostra se posicionam de forma Sustentável junto a seus Stakeholders, o que se pode relacionar que a temática está sendo cada vez mais relevante para as empresas estarem entre o perfil exigido por alguns investidores ou pelo que parte (ainda pequena) da sociedade vem cobrando dessas empresas.

Outro aspecto descoberto com a pesquisa, é que os 100 primeiros lugares ocupados pelas “Melhores e Maiores” do ranking da Revista Exame, 100% dessas empresas se posicionam de forma Sustentável, apresentando em sua grande maioria Balanços Sociais, Governança Corporativa, tendo Fundações de Apoio Social, entre outros.

15

426

74 POSSUEM(85,20%)

NÃO POSSUEM(14,80%)

Figura 11 – Quantidade de empresas que se posicionam de forma Sustentável Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, 2008.

O controle acionário, conforme Figura 12 das 500 “Maiores e Melhores” empresas do Brasil é feito, em número superior, por brasileiros e estatais (somam 298 empresas, representando 59,6% de participação), americanos, franceses e espanhóis.

Maiores Controladores Acionários das "500 Melhores e

Maiores" Empresas do Brasil

1261

259

16

39

18

101011

64ALEMÃO

AMERICANO

BRASILEIRO

ESPANHOL

ESTATAL

FRANCES

INGLES

ITALIANO

SUIÇO

OUTROS

Figura 12 – Controladores acionários das “500 Melhores e Maiores” Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, 2008.

Das 74 empresas que não se posicionam de forma Sustentável em seus sites na

internet, 48 são Brasileiras e as 26 restantes se dividem outros controles acionários, o que, acende uma “luz vermelha” sobre o que está sendo feito no mundo corporativo no Brasil, país no qual tem tantos problemas sociais e ambientais, dando margem para refletir se as empresas dentro de nossa própria “casa” estão colaborando ou não para o Desenvolvimento Sustentável. A título de comparação, das empresas com controle acionário Brasileiro, 81% se posicionam de forma sustentável, frente a 94% das Americanas, e 100% das Francesas que adotam políticas organizacionais ligadas a Sustentabilidade. Tais números, em suas devidas proporções, revelam uma possível comparação entre países de 1º mundo em relação ao Brasil que vem em crescente nos últimos anos.

16

Percentual do controle acionário que é Brasileiro e não se posiciona de forma Sustentável

Controle acionário Brasileiro

64%

Controle acionáriovariado36%

Figura 13 - Controle acionário brasileiro não posicionado de forma Sustentável Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, 2008.

Alguns setores, apesar de se referirem a empresas que se encontram entre as “Melhores e Maiores”, lideraram também o ranking das empresas que menos se posicionam de forma Sustentável, conforme Figura 14. O Fato interessante, é que os setores relacionados, são os setores que mais tem contato direto com os consumidores, como o Atacado, Bens de Consumo e Varejo, fazendo que esse índice “ruim”, possa se transformar em uma oportunidade para maior propagação de ações sustentáveis por essas empresas.

16%

14%

8,10%

17,50%

ATACADO BENSCONSUMO

PRODUÇÃOAGRO

VAREJO

Setores

Setores Piores posicionados de forma sustentável entre as "500 Melhores e Maiores"

Figura 14 – Piores setores com posicionamento Sustentável Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, 2008.

Dentre as empresas que estão entre as “Melhores e Maiores” empresas do Brasil, os melhores setores em se tratando de posicionamento Sustentável divulgados em seus respectivos sites, se destacam os setores de Energia e Química, os quais têm maior impacto ambiental, mas que demonstraram uma série de ações ligadas a Sustentabilidade, o que pode ser visto na Figura 15.

17

Representatividade percentual, por Setor, das empresas que Melhor se posicionam de forma Sustentável entre as 500 "Melhores e Maiores"

8,45%

10,80%

27,00%

9,86%

7,04%

7,98%

6,34%

AUTO-INDUSTRIA

BENS CONSUMO

ENERGIA

QUÍMICA

SERVIÇOS

SIDERURGIA

VAREJO

Setores

Figura 15 – Melhores setores com posicionamento Sustentável Fonte: EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, 2008 Após o estudo, notou-se uma forte ligação entre o sucesso das 500 “Melhores e Maiores” empresas do Brasil e o posicionamento Sustentável, apresentado em percentual superior, o que, pode ser uma tendência e um pré-requisito para alcançar tais patamares de vendas e rentabilidade, entre outros aspectos anteriormente relacionados. Um possível limitador para os resultados desse artigo, se dá em razão de que algumas empresas podem apenas apresentar o posicionamento “verde”, porém, muitas não têm efetivamente atuação social ou ambiental, o que dá margem ao que pode gerar um problema tão grave quanto o de não contribuir para o Desenvolvimento Sustentável do país, o chamado efeito “Green Washing” [Lavagem Verde], efeito que faz com que as empresas somente publiquem ações relacionadas à temática sustentabilidade em função de questões publicitárias, modismo ou para esconder o que realmente são, porém, essas corporações nada fazem para contribuir com questões relacionadas à temática, somente mascarando os grandes problemas que acorrem, privando os stakeholders da verdade e atrasando as melhorias que o mundo necessita com extrema urgência. O tema desse artigo deixa como sugestão para futuras pesquisas, relacionar as melhores empresas em níveis Globais, para salientar ainda mais a importância da temática para um melhor desenvolvimento empresarial, comparando os continentes melhores desenvolvidos, mostrando as melhores práticas executadas e propagando o conhecimento, atitude esta, genuinamente Sustentável. 6 REFERENCIAL TEÓRICO Administração de Marketing, Kotler e Keller, p.89, Referencial, 12. edição, São paulo:Pearson prentice hall,2006; Administração de Marketing, Kotler, p.73, Referencial, 5ª edição, São paulo: Editora Atlas,1998; AMANHÃ. As marcas do Rio Grande, Porto Alegre, Abril, 2009;

18

BRASIL. Carta da Terra Brasil. Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html> acesso em 3,4 e 7 mai.2009; BRASIL. Mundo do Marketing: Philip Kotler fala sobre inovação, fidelidade, segmentação, sustentabilidade e customização. Disponível em: <http://www.via6.com/topico.php?tid=117703>, acesso em 6 mai.2009; EBITDA: Sigla em inglês “Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization” [LAJIR: Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização] disponível em: <http://www.wharton.universia.net/index.cfm?fa=viewfeature&id=503&language=portuguese> acesso em 8 abr.2009; Educação Ambiental: dilemas da prática contemporânea, Nelson Mello e Souza, p.4, 1ª edição, Rio de Janeiro: Thex Editora Ltda, 2000; Educação Ambiental: dilemas da prática contemporânea, Nelson Mello e Souza, p.4, 1ª edição, Rio de Janeiro: Thex Editora Ltda, 2000; EXAME. Melhores e Maiores, São Paulo, Julho, 2008; GLOBAL. IBM, estudo global de CEO: A empresa do Futuro, 2008; Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, Antonio Carlos Gil, p. 66, 5ª edição, São Paulo: Editora Atlas, 1999; Our Common Future, Oxford/ New York/, Oxford University Press, p. XVII/9, 1987; Planejamento Ambiental para a Cidade Sustentável, Maria de Assunção Ribeiro Franco, p. 161/162, 1ª edição, São Paulo: Annablume: FAPESP, 2000; SUIÇA. Painel Intergovernamental sobre mudança do clima. Mudança do clima 2007: a Base das ciências Físicas. Paris, 2007;