portuguese cycling magazine nº 8 - especial tour de france

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Leitores e leitoras, estamos perante uma antevisão de uma das melhores e maiores edições da Volta à França em bicicleta! Teremos os melhores do Mundo, em todas as especialidades, a correr as 3 semanas de Tour. O que se pode pedir mais? Que seja um espectáculo e que eleve o ciclismo ao seu auge! Boas pedaladas!

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Page 1: Portuguese Cycling Magazine nº 8 - Especial Tour de France

TOURO GUIA DA PORTUGUESE CYCLING MAGAZINE PARA

A EDIÇÃO DE 2015 DA “GRAND BOUCLE”

ENTREVISTAS MÁRIO COSTA | SAMUEL MAGALHÃES | MARTIN NORRMAN

ESPECIAL

PORTUGUESE CYCLINGMAGAZINE8ª EDIÇÃO | ESPECIAL TOUR DE FRANCE

JULHO/AGOSTO 2015

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5 | 10 IDEIAS QUE FICARAM DO GIRO D’ITALIA

8 | CICLISMO NACIONAL

18 | ESPECIAL TOUR DE FRANCE

20 | PERCURSO

42 | EQUIPAS

56 | FAVORITOS 56 | FAVORITOS

62 | OUTSIDERS

78 | CLASSIFICAÇÕES SECUNDÁRIAS

82 | A ARMADA LUSA 86 | O TOUR EM NÚMEROS

90 | ENTREVISTA COM MARTIN 90 | ENTREVISTA COM MARTIN NORMAN, FUNDADOR DA TEAM ADDISON

96 | PORTUGAL CAMPEÃO DO MUNDO

CONTEÚDOS5 | 10 IDEIAS QUE FICARAM DO GIRO D’ITALIAO balanço da Volta a Itália vencida por Alberto Contador e que deu muito que falar durante o mês de Março.

90 | ENTREVISTA COM MARTIN NORMAN, FUNDADOR DA TEAM ADDI-SONJá ouviu falar da doença de Addison? Ela existe e Martin Norman fala sobre ela e da equipa que criou apenas com portadores desta doença.

18 | ESPECIAL TOUR DE FRANCEA Grande Boucle está mesmo a começar e aqui pode encontrar tudo o que há para saber sobre o Tour. O percurso, as equipas, os favoritos, as diversas classificaçãoes e os portugueses presentes em prova.

É O TOUR, A MAIOR PROVA DO MUNDO

Leitores e leitoras, estamos perante uma antevisão de uma das melhores e maiores edições da Volta à França em bicicleta!Teremos os melhores do Mundo, em todas as especialidades, a correr as 3 semanas de Tour. O que se pode pedir mais? Que seja um espectáculo e que eleve o ciclismo ao seu auge!

Boas pedaladas!Boas pedaladas!

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Alberto Contador: contra os adversários, as quedas e as lesõesAlberto Contador, ciclista espanhol da Tinkoff – Saxo não tem tido Alberto Contador, ciclista espanhol da Tinkoff – Saxo não tem tido vida fácil nos últimos Grand Tour em que tem participado: além dos seus adversários, tem enfrentado também quedas e lesões! Se no último Tour de France foi mesmo forçado a abandonar, no Giro D’Ita-lia o espanhol foi mais forte que a lesão no ombro e acabou mesmo por vencer a prova italiana. Resta agora ver como é que Alberto Contador se vai apresentar no Tour de France, o seu quarto Grand Tour consecuti-vo, sendo que o que todos os adeptos esperam é que ele e os restantes favoritos estejam afastados dos azares para benefício do espetáculo.

A super equipa cazaque e os seus erros táticosA Astana demonstrou ser a equipa mais forte em A Astana demonstrou ser a equipa mais forte em prova: Cinco vitórias de etapa, dois atletas no pódio final e ainda a vitória na classificação da juventude. Seria difícil alguma equipa fazer melhor mas, ana-lisando a prova da equipa cazaque, a incerteza sobre apostar em Fabio Aru ou Mikel Landa fez com que pagassem com a derrota no Giro D’Italia, existindo diversas vezes em que poderiam ter apostado no diversas vezes em que poderiam ter apostado no ciclista espanhol e ele ter condições de ganhar tempo a todos os adversários, ameaçando a camisola rosa de Alberto Contador. De igual forma, na última etapa de montanha da prova, a Astana poderia ter consegui-do a vitória na classificação da montanha através de Mikel Landa mas este foi forçado a esperar por Fabio Aru, que acabaria por vencer a etapa. São Fabio Aru, que acabaria por vencer a etapa. São opções de corrida tomadas no momento mas que, analisadas a frio, poderiam ter sido pensadas de outra forma.

O nascimento de Mikel LandaPara muitos entusiastas do ciclismo, o nome de Mikel Landa Para muitos entusiastas do ciclismo, o nome de Mikel Landa não era estranho antes deste Giro e, durante a prova italiana, o ciclista da Astana fez questão de fazer com que não mais se esqueçam do seu nome. Nos momentos em que seria esperado ver Fabio Aru na frente, quem lá estava era Mikel Landa, mostrando que, se não fosse o tempo perdido no contra-reló-gio, poderia muito bem ter disputado a vitória final do Giro lado a lado com o seu compatriota, Alberto Contador.lado a lado com o seu compatriota, Alberto Contador.

Vencedores das Camisolas sem vitóriasO Giro D’Italia, a exemplo da maioria das provas que compõe O Giro D’Italia, a exemplo da maioria das provas que compõe o calendário internacional, tem quatro classificações em dispu-ta: Classificação Geral, Classificação dos Pontos, Classificação da Montanha e Classificação da Juventude. Destas quatro, apenas o vencedor da classificação da juventude, Fabio Aru, conseguiu vencer pelo menos uma etapa ao longo da prova. Por outro lado, Alberto Contador, Giacomo Nizzolo e Giovan-ni Visconti, ao contrário do que aconteceu com Nairo Quin-ni Visconti, ao contrário do que aconteceu com Nairo Quin-tana, Nacer Bouhanni e Julian Arredondo no ano passado, não conseguiram vencer nenhuma etapa, algo raro de acontecer neste género de provas.

O fantasma de Rigoberto UranRigoberto Uran, ciclista colombiano da Etixx – Quick Step, foi Rigoberto Uran, ciclista colombiano da Etixx – Quick Step, foi uma sombra do que apresentou nos últimos dois anos no Giro D’Italia. Vindo de dois segundos lugares consecutivos na classi-ficação geral, atrás de Vincenzo Nibali em 2013 e de Nairo Quintana em 2014, o expectável seria ver este homem a lutar por um lugar no pódio. Pelo contrário, desde o primeiro dia nas montanhas, demonstrou que estava uma sombra do que apresen-tou nos últimos anos e terminou mesmo fora do top10, algo que tou nos últimos anos e terminou mesmo fora do top10, algo que seria completamente inesperado antes do início da competição.

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O perigo que são os espectadoresPor mais uma vez, os espectadores demonstraram que conseg-Por mais uma vez, os espectadores demonstraram que conseg-uem ter influência no resultado de uma corrida… de forma negati-va! No Giro D’Italia isso ocorreu na sexta etapa, quando a lente de uma máquina fotográfica foi o suficiente para causar uma queda a Daniele Colli, deixando-o em muito mau estado, alastran-do-se a queda ao resto do pelotão, com o principal destaque nas notícias internacionais a ser mesmo o ombro deslocado de Alber-to Contador. E este não é um exemplo único já que, no último to Contador. E este não é um exemplo único já que, no último Tour de France, vimos também por diversas vezes pessoas a colo-car os ciclistas em perigo por apenas uma foto. Isto é algo que tem de mudar!

Contrarrelógio demasiado longo?Os contra-relógios individuais e coletivos fazem Os contra-relógios individuais e coletivos fazem parte da modalidade mas, a exemplo do que se passou com o contra-relógio individual deste Giro D’Italia, é necessário pensar se a distância destes não será um fator determinante para a quebra do espetáculo e luta pela classificação geral. Foram 60 quilómetros de contra-relógio, o limite permiti-do pela UCI, fazendo com as diferenças fossem do pela UCI, fazendo com as diferenças fossem enormes! Entre o vencedor Vasil Kiryenka e Luka Mezgec, o homem mais lento do dia, existiram quase quinze minutos de diferença! Já entre Alber-to Contador e o primeiro dos homens que viriam a terminar entre os cinco primeiros da classificação geral, existe uma diferença de um minuto e meio. Se limitarmos a diferença entre Alberto Contador Se limitarmos a diferença entre Alberto Contador e um dos dois ciclistas da Astana que terminou no pódio, o espanhol ganhou cerca de três minutos a Aru e quatro minutos a Landa! Sem nunca colocar em causa o facto de Alberto Contador se ter mostrado superior, a verdade é que em apenas um dia de prova as decisões finais foram feitas.

A vitoriosa Lampre – MeridaA Lampre – Merida foi outra das equipas que mais venceu: um A Lampre – Merida foi outra das equipas que mais venceu: um total de quatro etapas. A primeira vitória surgiu através de Jan Polanc numa chegada em alto em que deixou todos os seus com-panheiros de fuga para trás. Diego Ulissi foi o vencedor seguinte, numa etapa que se adequava perfeitamente a si, fruto do sobe e desce constante da fase final. Já as restantes vitórias pertenceram a Sacha Modolo mostrando ser um dos sprinters mais fortes em prova. Foi um Giro repleto de alegrias para esta equipa italiana.prova. Foi um Giro repleto de alegrias para esta equipa italiana.

Surpresas em dia de consagraçãoÉ algo raro de acontecer, mas acontece! Enquanto para muitos a É algo raro de acontecer, mas acontece! Enquanto para muitos a última etapa é sempre um dia calmo e de consagração dos vence-dores, para outros ainda existem prémios em jogo. A maiorira das vezes, isso nota-se na classificação dos pontos, que nem sempre está decidida à entrada da última etapa mas, desta vez, até a luta pela vitória de etapa foi diferente do normal, com dois atacantes a chegarem isolados à meta e a discutirem entre si o final. Foi assim que Iljo Keisse e Luke Durbridge demonstraram que a corrida só que Iljo Keisse e Luke Durbridge demonstraram que a corrida só termina após a passagem pela meta da vigésima primeira etapa da competição, fazendo lembrar a inesperada vitória de Alexander Vinokourov nos Campos Elísios em 2005.

Richie Porte e os Grand ToursOutra das grandes desilusões do Giro D’Italia acabou por ser Outra das grandes desilusões do Giro D’Italia acabou por ser Richie Porte. Durante a primeira semana tudo correu bem ao ciclista australiano, sem correr riscos, sem atacar e simplesmente a gerir tempo que sabia que poderia recuperar no contra-relógio. No entanto, tudo mudou quando Richie Porte teve um furo e perdeu não só tempo na estrada mas também em penalizações atribuídas pelos comissários da corrida, fruto de uma troca de roda que muita polémica gerou nas redes sociais. O australiano roda que muita polémica gerou nas redes sociais. O australiano viu-se igualmente envolvido numa queda dias mais tardes e o con-tra-relógio individual correu muito pior do que seria de esperar o que, aliado a um mau dia nas montanhas antes do dia de descanso, acabou por ditar o seu abandono da prova.

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Ciclismo NacionalDurante os últimos meses foram várias as provas que decorreram em solo nacional, fique a conhecer a par e passo o que se passou. O pelotão andou praticamente de Norte a Sul O pelotão andou praticamente de Norte a Sul correndo em Trás-os-Montes, na Beira Interior, na região Centro e também no Minho. A viagem de bicicleta terminou em Braga nos Campeonatos Nacionais onde a Portuguese Cy-cling Magazine marcou presença.

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Volta à BairradaDecorrendo entre os dias 25 e 26 Decorrendo entre os dias 25 e 26 de Abril, a Volta à Bairrada reuniu ciclistas elites e sub23 do pelotão nacional, tendo sido uma prova em que os dois últimos vencedores da Volta a Portugal estiveram em destaque: o prólo-go do primeiro dia de prova foi go do primeiro dia de prova foi vencido por Gustavo Veloso da W52 – Quinta da Lixa e a segun-da etapa foi vencida por Alejan-dro Marque da Efapel! Contas feitas no final e a vitória da classi-ficação geral foi para Gustavo Veloso, mostrando que a tempo-rada portuguesa não se resume apenas à Grandíssima.

Volta ao Alto Tâmega em BicicletaEntre os dias 22 e 24 de Maio foi a vez do Entre os dias 22 e 24 de Maio foi a vez do Alto Tâmega receber as bicicletas dos ciclistas que formam o pelotão nacional, tendo sido disputadas um total de quatro etapas:. A equipa da Efapel acabou por ser a vencedora da primeira etapa, com Joni Brandão a vestir a camisola amarela nesse dia para iniciar uma luta de segundos com dia para iniciar uma luta de segundos com Amaro Antunes da LA – Antarte, vencedor da segunda etapa e líder por apenas um segundo ao fim de duas tiradas da prova. O terceiro dia guardava duas etapas complica-das para o pelotão, tendo sido a primeira vencida por Bruno Sancho da Anicolor, com Joni Brandão a recuperar a camisola com Joni Brandão a recuperar a camisola amarela que havia perdido no dia anterior. Já na etapa da tarde, Gustavo Veloso da W52 levantou os braços pela segunda vez na temporada com um ataque na fase final da corrida, sendo que Amaro Antunes e Joni Brandão chegaram integrados no grupo perseguidor, o suficiente para o grupo perseguidor, o suficiente para o ciclista da Efapel vencer a classificação geral por apenas cinco segundos.

Grande Prémio Beira Baixa – Terras de ExcelênciaO último fim-de-semana de Maio não foi O último fim-de-semana de Maio não foi exceção aos fins-de-semana anteriores no que diz respeito a competição, com os ciclistas a percorrem três etapas entre os dias 30 e 31 de Maio. Tudo começou com uma vitória de Hugo Sabido do Louletano – Ray Just Energy, numa etapa com chegada a Castelo Branco. O segundo dia de competição começou com uma segundo dia de competição começou com uma crono-escalada que foi vencida por Amaro Antunes da LA – Antarte, com Gustavo Veloso a ser novamente segundo classificado mas, devido à diferença de 23 segundos entre o ciclista português e o ciclista espanhol nesta etapa, foi mesmo o homem da LA – Antarte a assumir a liderança da prova que conseguiu assumir a liderança da prova que conseguiu defender na terceira e última etapa da prova, etapa essa vencida por David de la Fuente da Efapel, equipa que manteve aqui a sua grande regularidade em vitórias ao longo do mês de Maio.

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Grande Prémio AbimotaEntre os dias 6 e 7 de Junho foi a vez da região Centro de Portugal receber duas etapas em linha, numa prova já com Entre os dias 6 e 7 de Junho foi a vez da região Centro de Portugal receber duas etapas em linha, numa prova já com muita história no ciclismo nacional. Depois de ter vencido a última etapa da prova do fim-de-semana anterior, David de la Fuente da Efapel foi o vencedor da primeira etapa, sendo que Amaro Antunes foi segundo, mostrando que estava com vontade de vencer pelo terceiro fim-de-semana consecutivo. Já a segunda etapa desta competição foi vencida ao sprint por Vicente de Mateos do Louletano – Ray Just Energy, não existindo alterações na classificação geral, vencida então por David de la Fuente.

Grande Prémio Jornal de NotíciasA última prova corrida em Portugal até este A última prova corrida em Portugal até este momento foi mesmo o Grande Prémio Jornal de Notícias num regresso que é sempre muito acarinhado pelos adeptos da modalidade. Tendo decorrido entre os dias 19 e 21 de Junho, a prova iniciou-se com um curto prólogo que ditou Pedro Paulinho da LA - Antarte como primeiro camisola amare-LA - Antarte como primeiro camisola amare-la da prova, camisola essa que veio a perder para António Carvalho da W52 – Quinta da Lixa, vencedor da primeira etapa em linha com final no Alto do Sameiro. Já a última etapa, com chegada na cidade do Porto, viu João Benta do Louletano – Ray Just Energy conseguir vencer após se escapar do grupo conseguir vencer após se escapar do grupo em que seguia, com António Carvalho a con-firmar a sua vitória na classificação geral da prova.

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TAÇA DE PORTUGAL AO RUBRO: DIEGO RUBIO E CÉSAR FONTE, NA DISCUSSÃO

ATÉ AO ÚLTIMO PONTOA Taça de Portugal de Ciclismo está verdadeiramente em aberto com a discussão a estar entre o espanhol Diego Rubio, Efapel, e o vencedor do ano passado, César Fonte, Radio Popular – Boavista. Com duas provas para o completar as cinco que compõe a competição, os dois homens estão separados por curtos 45 pontos, em terceiro lugar da geral aparece o surpreen-dente Rui Carvalho, corredor ainda pertencente ao circuito de sub-23, que naturalmente lidera a competição entre os mais novos.

Volta a AlbergariaA Taça de Portugal abriu este ano em Albergar-A Taça de Portugal abriu este ano em Albergar-ia, na 15ª edição da Volta a Albergaria em bici-cleta, competição que no ano passado tinha marcado o fecho da Taça. Depois de na última temporada esta ter sido uma das provas que César Fonte venceu no seu caminho para a vitória final da Taça de Portugal, este ano não conseguiu voltar a levantar os braços pois conseguiu voltar a levantar os braços pois Diego Rubio da Efapel foi o homem mais forte deste dia, num sprint a dois em que ambos os ciclistas se mostraram muito iguais nos metros finais.

Troféu Concelhio de AzeméisA segunda prova pontuável para a Taça de Por-A segunda prova pontuável para a Taça de Por-tugal “Liberty Seguros” foi o Troféu Concel-hio de Azeméis, sendo mais uma prova venci-da por um atleta da Efapel, tendo sido Filipe Cardoso quem levantou os braços na meta. O ciclista que foi convocado para representar a seleção nacional nos Jogos Europeus de Baku conseguiu aproveitar a perigosa descida da Serra da Freita para se chegar ao grupo da frente e, sendo o homem mais rápido que inte-grava o conjunto, chegar à vitória do dia, com o seu colega Diego Rubio a manter-se líder da Taça de Portugal ao terminar na terceira posição do dia.

Memorial Bruno NevesNo dia 14 de Junho correu-se então a segun-No dia 14 de Junho correu-se então a segun-da prova do fim-de-semana a contar para a Taça de Portugal “Liberty Seguros”, num dia que fica marcado pela dobradinha alcançada pela equipa Rádio Popular antes da sua viagem para a Route du Sud, tendo César Fonte vencido com o seu colega Fred-erico Figueiredo a ser o segundo classifica-erico Figueiredo a ser o segundo classifica-do. Novamente em terceiro nesta prova, Diego Rubio da Efapel mantem-se como líder da Taça de Portugal “Liberty Seguros” com ainda duas provas pon-tuáveis por correr, no fim-de-semana de 15 e 16 de Agosto.

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Braga foi a cidade escolhida para acolher os campe-onatos nacionais de ciclismo, numa prova que

decorreu nos 27, 28 e 29 de Junho. O acordo firmado entre a autarquia minhota e a Podium Events garante que durante os próximos três anos a cidade dos arcebispos será o palco desta competição.Com os “estrangeiros” Rui Costa, Tiago Machado, Com os “estrangeiros” Rui Costa, Tiago Machado, Nélson Oliveira, José Mendes, Bruno Pires e o sub-23 Ruben Guerreiro a juntarem-se ao pelotão nacional esta-vam todas os ingredientes reunidos para três dias de muito, e bom, ciclismo. A competição iniciou-se na sexta-feira com as provas de contrarrelógio, sendo os sub-23 a abrirem as hostilidades logo pela manhã. José Fernandes da Anicolor era tido como claro favorito e não defraudou as expetativas de quem nele apostou, batendo por uma margem superior a um minuto Rúben Guerreiro e Gaspar Gonçalves, respeti-vamente segundo e terceiro. Se da parte da manhã a van-tagem do vencedor foi expressiva da parte da tarde, nos elites, a luta deu-se até ao último momento. Com José Mendes e Tiago Machado a partirem relativamente cedo para estrada ficaram desde logo carimbados tempos de grande nível e que eram o alvo a abater, com o famali-cense na frente. E só quando o campeão em título, Nélson Oliveira, saiu para a estrada é que Machado viu o seu tempo ameaçado. Volta após volta o homem da o seu tempo ameaçado. Volta após volta o homem da Anadia ia reduzindo a diferença para o representante da Katusha numa batalha de nervos, e de força, para chegar à meta com apenas quatro segundos de vantagem e assim revalidar o seu título! Machado tinha-se de conten-tar com a prata e para José Mendes ficava o lugar mais baixo do pódio.

No sábado os sub-23 voltavam à estrada No sábado os sub-23 voltavam à estrada para o campeonato em linha, no difícil circuito na zona do Sameiro. Numa prova onde a dureza ficou bem evidenciado pode-mos dizer que foi quase cada um por si, como prova disso o facto de apenas 11 corredores terem terminado. Nuno Bico na fuga desde a primeira volta foi o grande fuga desde a primeira volta foi o grande vencedor ao isolar-se a duas voltas do fim e não mais ser alcançado. Ruben Guerreiro acabaria por ficar mais uma vez com a prata e o bronze para Rui Carvalho.No domingo a prova de elites, a mais esper-No domingo a prova de elites, a mais esper-ado deste tríodo de competição, arrancou a todo o gás com uma primeira volta muito forte e que determinou desistências dos menos hábeis logo ao fim da primeira volta. O trabalho do controlo do pelotão estava divido entre a Lampre de Rui Costa e a Efapel que apostava em Joni Brandão, e a Efapel que apostava em Joni Brandão, campeão de 2013. Na frente a fuga do dia levou quatro elementos, Bruno Silva, Edgar Pinto, Frederico Figueiredo e Joaquim Silva. Depois de anulada a escapa-da foram vários os homens que tentaram a sua sorte com Hernani Broco, Amaro Antunes, Sandro Pinto e Bruno Pires a serem alguns dos homens que estiverem na cabeça de corrida, no entanto a decisão estava mesmo guardada por os últimos metros com Rui Costa a bater já bem próxi-ma da meta Joni Brandão e a levar para casa um título inédito. Em terceiro entrava Tiago Machado que juntava mais uma medalha ao palmarés mas ainda não era desta que conseguia o tão desejado ouro.

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FOI UMA PROVA DURA QUE CONTROLOU DURANTE MUITO TEMPO PARA MANTER A DISTÂNCIA PARA A FRENTE DA FUGA. O QUE ACHOU DESTE PERCURSO E O QUE É SENTIU AO LONGO DO DIA?

Sim, o percurso é duro, a equipa fez um grande trabalho Sim, o percurso é duro, a equipa fez um grande trabalho apesar de sermos só três ciclistas, mas eu e o Nelson con-trolamos bem. O percurso era sobe e desce e rolava um pouco e a subir vínhamos sempre a andar bem e a descer rolávamos tranquilos. O desgaste é igual para todos e foi tentar fazer a corrida dura para que também chegassem poucos ciclistas ao final e também já chegassem des-gastados que assim era melhor para o Rui e pronto, gan-gastados que assim era melhor para o Rui e pronto, gan-hámos e estou muito feliz pelo Rui.

E COMO É QUE É TER UM IRMÃO CAMPEÃO NACIONAL?

É a primeira vez que ele é campeão nacional, é um título que ele já queria alcançar há muito e alcançou-o agora, estou muito feliz por ele, ele é grande.

E EXPECTATIVAS PARA O TOUR DE FRANCE DO SEU IRMÃO?

As expectativas… Não há que estar com expectativas As expectativas… Não há que estar com expectativas porque o Tour de France é uma corrida especial, são três semanas e a primeira semana é sempre muito complica-da com quedas e vê-se todos os anos que há grandes ciclistas que têm de desistir da prova, é esperar dia a dia e vamos a ver.

E O RESTO DA TEMPORADA PARA MÁRIO COSTA?

Bem, eu para a semana já tenho que ir para a China e depois ainda não está planeado.

VIESTE PARTICIPAR AGORA NOS CAMPE-ONATOS NACIONAIS VINDO DE UMA PROVA EM FRANÇA, A ROUTE DU SUD, EM QUE VESTISTE A CAMISOLA DA MON-TANHA, COMO É QUE FOI ESSE DIA PARA TI?

Foi o melhor dia que eu tive no ciclismo, acho que vai ser inesquecível. É uma prova internacional, nós não fazemos muitas provas internacionais, não temos o ritmo que eles têm, foi muito bom conseguir vestir essa camisola, mesmo que tenha sido só por um dia, foi muito importante.

E ESTE PRIMEIRO ANO NA RÁDIO POPU-E ESTE PRIMEIRO ANO NA RÁDIO POPU-LAR, COMO É QUE ESTÁ A SER?

Está a ser uma boa experiência, temos que trabalhar de uma maneira diferente do que quando estamos na equipa sub23 mas é positivo, tenho aprendido muito com os ciclistas como por exemplo o Rui Sousa, estou a gostar muito, estou a conhecer pessoas novas, está a ser positi-vo o balanço.

O QUE É QUE PODEMOS ESPERAR DO SAMUEL MAGALHÃES DURANTE O RESTO DA TEMPORADA?

Não sei, vamos ver. A equipa ainda não está definida Não sei, vamos ver. A equipa ainda não está definida para ir à Volta a Portugal e, independentemente disso, se eu estiver presente é claro que deixo tudo na estrada para ajudar o Rui e se não estiver, vou estar do outro lado a apoiar.

E SOBRE ESTE PERCURSO PARA CAMPE-E SOBRE ESTE PERCURSO PARA CAMPE-ONATOS NACIONAIS, O QUE É QUE ACHASTE?

É um percurso muito duro mas também acho que se deve dar oportunidade aos trepadores de serem campeões nacionais, tal como se deve dar aos sprinters e aos ciclistas que são mais combativos. Agora para o próximo ano acho que certamente se devia fazer um percurso mais fácil, para outros ciclistas com outras características porque senão são sempre os mesmos a ter a mesma oportunidade e quem não sobe tão bem não a mesma oportunidade e quem não sobe tão bem não tem hipótese de chegar ao título.

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GUIA PORTUGUESE CYCLING MAGAZINEGUIA PORTUGUESE CYCLING MAGAZINE

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PERCURSO

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1ªETAPA, 4 DE JULHO: UTRECHT-UTRECHT,

CONTRA-RELÓGIO INDIVIDUAL, 13,8 KM

A 102ªedição da Volta à França arranca da Holanda, algo que não acontecia desde o ano de 2010. É a vigésima-primeira vez que o Tour arranca fora de território francês, e a sexta vez que o Tour tem o seu Grand Départ na Holanda. A cidade de Utrecht recebe pela primeira vez o Tour. No entanto, Utrecht já antes recebeu uma etapa de uma Grande Volta, no caso a segunda etapa de uma Grande Volta, no caso a segunda etapa do Giro 2010, que nesse dia contou com a vitória ao sprint de Tyler Farrar, atual ciclista da equipa sul-africana MTN-Qhubeka. Neste dia inicial os ciclistas terão pela frente um con-tra-relógio individual relativamente curto, que tem como grande curiosidade o facto de ser o único esforço solitário contra o cronómetro disputado no Tour 2015, o que torna esta edição do Tour como aquela com menos quilómetros de contra-relógio individual desde o longínquo ano de 1933! O contra-relógio será totalmente plano e disputado, na sua íntegra, na malha urbana de Utrecht, pelo que será sinuoso e técni-co, podendo eventualmente fazer mais difer-enças do que as que se poderiam esperar para uma distância de apenas 13 800 metros. Será certamente um dos especialistas no esforço indi-vidual que irá envergar a primeira maillot jeune do Tour de France 2015!

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O perfil desta etapa é totalmente plano, o que indica que à partida será uma das tradicionais etapas em que se forma a fuga do dia, o pelotão deixa-a ganhar alguns minutos, para nos 50 quilómetros finais acelerar e alcançá-la, com vista a um sprint final em pelotão compacto. Certo? Errado! O que no papel parece um dia totalmente benigno e livre de dificuldades pode totalmente benigno e livre de dificuldades pode vir a tornar-se numa das etapas mais épicas deste Tour, se as condições meteorológicas assim o permitirem. Todo o percurso será feito paralelamente ao Mar do Norte, ao longo dos famosos diques holandeses, que permitiram a esta nação crescer bem para lá da sua dimensão original, o que torna esta região fortemente original, o que torna esta região fortemente exposta à força do vento. Os ciclistas que correm e treinam habitualmente nesta zona já saberão o que os espera, nomeadamente os que participam na World Ports Classic, mas a etapa poderá seguramente apanhar desprevenidos os mais distraídos. Neste dia o posicionamento dentro do pelotão será fundamental, pelo que o dentro do pelotão será fundamental, pelo que o risco de quedas também aumenta exponencial-mente. Este é um dos típicos dias em que o cliché “aqui não se ganha a corrida, mas pode-se perdê-la” se aplica na perfeição.

2ªETAPA, 5 DE JULHO: UTRECHT – ZEELAND, ETAPA PLANA, 166 KM

Delta de Zeeland, será este o palco do final da 2ª etapa, o vento será um factor muito importante,

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Page 23: Portuguese Cycling Magazine nº 8 - Especial Tour de France

Ui ui! É a melhor descrição possível para o que espera os ciclistas na parte final da jornada. O dia até começa tranquilo, com um perfil pratica-mente plano, mas ao quilómetro 120 começam as dificuldades, com a primeira contagem de montanha deste Tour. Será apenas uma 4ª catego-ria mas o pior ainda estará para vir, já que serão os 15 quilómetros finais que irão seguramente os 15 quilómetros finais que irão seguramente provocar um enorme nervosismo no pelotão. Teremos 3 contagens de montanha neste perío-do, com 2 destas de 4ªcategoria e, como cereja no topo do bolo, o temível Mur de Huy, que pela primeira vez acolhe um final de etapa do Tour de France! Rampas de 19% e uma enorme multidão em êxtase aguardarão os ciclistas, para um final em êxtase aguardarão os ciclistas, para um final de etapa já bem conhecido de todos aqueles que participam na Fléche Wallone no mês de Abril. As estradas estreitas desta região também poderão fazer a sua marca, fazendo com que quem entre mal posicionado no Mur de Huy perca bem mais tempo do que seria de esperar para uma subida de apenas 1300 metros. Os can-para uma subida de apenas 1300 metros. Os can-didatos a um lugar de relevo na geral terão aqui a sua primeira oportunidade para lançarem as suas cartas e estabelecer algumas pequenas difer-enças entre si.

3ªETAPA, 6 DE JULHO: ANVERS – MUR DE HUY, ETAPA ACIDENTADA, 159,5 KM

Valverde é um especialista no Mur d’Huy, conseguirá impôr a sua lei novamente na terrível rampa?

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Page 24: Portuguese Cycling Magazine nº 8 - Especial Tour de France

A Volta à França despede-se da Bélgica em grande, tanto em quilometragem como em espe-táculo. A mais longa jornada deste Tour entra finalmente em França e termina pela primeira vez na cidade de Cambrai. A etapa conta como grande atração a inclusão de 7 sectores de pavé, que muita polémica gereram no Tour 2014, numa extensão total de aproximadamente 13 numa extensão total de aproximadamente 13 quilómetros. Os especialistas neste tipo de terre-no terão como principal missão defender os seus líderes e protegê-los de eventuais cortes e quedas. No entanto, não será de descurar que, à semelhança da etapa de pavé do Tour 2014, em que venceu Lars Boom, venha a ser novamente um destes ciclistas a marcar a diferença e a con-quistar a vitória. O último sector de pavé, situa-do a menos de 15 quilómetros da meta, poderá ser decisivo e ditar o vencedor da etapa ou, pelo menos, o grupo do qual sairá o ciclista mais forte do dia. Todos os cuidados e atenção serão poucos num dia que poderá irremediavelmente marcar esta edição do Tour. Não será descabido pensar que alguns dos favoritos a um lugar importante na classificação geral possam já estar completamente arredados da luta por uma posição de relevo com apenas 4 dias de com-petição nas pernas.

4ªETAPA, 7 DE JULHO: SERAING – CAMBRAI, ETAPA COM PAVÉ, 223,5 KM

No ano passado Vincenzo Nibali surpreendeu tudo e todos com a sua excelente prestação nas pedras de Roubaix!

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Primeira etapa integralmente disputada em terri-tório francês e a primeira etapa em que se aguar-da, com um grande grau de certeza, que chegue um pelotão compacto ao fim da tirada. À semel-hança da segunda etapa, não existirão contagens de montanha para ultrapassar, com os grandes monstros do sprint a ter aqui uma oportunidade de ouro para conseguir a vitória e, quem sabe, começar a marcar posição na luta pela classifi-cação dos pontos. A guerra pelo posicionamento nos quilómetros finais deverá ser uma constante, numa região que infelizmente foi vítima de uma das bem mais sangrentas batalhas há 100 anos atrás, no decorrer da Primeira Grande Guerra Mundial. A cidade de Amiens recebe pela Mundial. A cidade de Amiens recebe pela décima vez um final de etapa do Tour, algo que já não acontecia desde 1999, na altura com vitória do Mário Cipollini. Esta cidade já viu também vitórias de outras lendas do ciclismo, como Johan Bruyneel, Marino Basso, André Dar-rigade e o alemão Rudi Altig. Curiosamente, no ano passado a cidade de Arras foi também palco ano passado a cidade de Arras foi também palco da partida de uma etapa do Tour, que na altura teve o seu apogeu em Reims, com vitória de André Greipel. Será que poderemos ter uma nova vitória alemã nas vastas e intermináveis planícies francesas?

5ªETAPA, 8 DE JULHO: ARRAS – AMIENS, ETAPA PLANA, 189,5 KM

Sem a presença de Kittel é Andre Greipel quem carrega as ambições germânicas no sprint.

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A sexta etapa do Tour conta com 3 contagens de montanha de 4ª categoria, a última a 35 quilómet-ros de meta. Se por aqui as dificuldades não deverão ser suficientes para causar problemas ao pelotão, há que realçar que grande parte da tirada se disputa paralelamente ao mar, na habit-ualmente ventosa costa da Normandia. Está aqui mais uma oportunidade para algumas equipas mais uma oportunidade para algumas equipas mais habituadas a este tipo de terrenos semear-em o pânico em grande parte do pelotão. Mais uma vez o posicionamento será essencial, para evitar ficar numa bordure, que pode muito bem significar a perda de minutos valiosos na disputa por um lugar de relevo na classificação geral. Mas mesmo que o vento não venha a marcar Mas mesmo que o vento não venha a marcar uma presença significativa na corrida, é preciso ter em conta o quilómetro final, sendo que a última chegada a Le Havre ocorreu no ano de 1999, também com vitória de Mario Cipollini. Dificilmente teremos um vencedor com carac-terísticas semelhantes ao “Super Mário” já que este ano o final da tirada dá-se numa rampa com este ano o final da tirada dá-se numa rampa com 850 metros a 7% de inclinação média, o que deverá afastar alguns dos homens rápidos da discussão pela etapa. Não seria surpreendente ver homens da geral a lutarem pelos segundos das bonificações.

6ªETAPA, 9 DE JULHO: ABBEVILLE – LE HAVRE, ETAPA PLANA, 191,5 KM

A etapa afigura-se bem ao jeito de Peter Sagan

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A Caravana do Tour visita pela primeira vez na sua história a cidade de Livarot, viajando para Sul, entrando na belíssima região da Bretanha, com uma etapa longa mas maioritariamente plana, que conta apenas com uma contagem de montanha de 4ª categoria, logo nos quilómetros iniciais. Ainda assim, existem algumas subidas não categorizadas ao longo do caminho para não categorizadas ao longo do caminho para Fougères que podem desgastar alguns dos sprint-ers menos preparados para as dificuldades, caso o ritmo imposto na frente do pelotão seja eleva-do. Os últimos 500 metros apresentam uma inclinação de cerca de 3%, o que não deverá ser suficiente para afastar os principais velocistas da luta pela vitória, naquela que é a última oportuni-luta pela vitória, naquela que é a última oportuni-dade para um sprint compacto antes da entrada nos Pirenéus. Algumas pequenas colinas na parte final poderão convidar a ataques, mas difi-cilmente as equipas dos sprinters deixarão de controlar a corrida para que o final seja disputa-do ao sprint, entre os principais pesos-pesados da especialidade desta edição do Tour de France. da especialidade desta edição do Tour de France. Não haverá certamente a lugar a facilitismos, mas os homens da geral já estarão provavel-mente a pensar nos importantes dias que se seguem.

7ªETAPA, 10 DE JULHO: LIVAROT – FOUGÈRES, ETAPA PLANA, 190,5 KM

Kristoff e Cavendish são os mais triunfadores da temporada. Quem sairá do Tour com mais etapas?

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O Tour continua no coração da Bretanha, numa etapa com apenas duas contagens de montanha, uma de 4ª e outra de 3ª categoria. Apesar de algum sobe e desce, a etapa não oferece um desnível positivo de grande relevo. Se assim dito, pode parecer que é apenas “mais uma etapa” mas a verdade é que a contagem de mon-tanha de 3ª categoria coincide com a meta, na tanha de 3ª categoria coincide com a meta, na chegada ao Mur de Bretagne. Esta subida tem uma extensão de “apenas” 2 quilómetros, mas a pendente média de 6.9%, com rampas a mais de 12%, poderá sem dúvidas marcar algumas difer-enças, e provocar a perda de segundos em alguns dos ciclistas menos explosivos e adapta-dos a este tipo de finais. O quilómetro inicial é o mais duro, com uma pendente média de 10%, e será aí onde os atacantes terão de fazer a difer-ença. Caso contrário, o final da etapa terminará certamente num sprint reduzido, já que os últi-mos 500 metros são praticamente planos, com uma inclinação que não chega aos 3%. Os favori-tos à vitória final no Tour poderão aspirar à vitória e, assim, somar segundos de bonificação. Esta subida já foi palco de uma chegada na edição 2011 do Tour, que foi vencida por Cadel Evans, que mais tarde viria a vencer o Tour. Será que a história se repetirá?

8ªETAPA, 11 DE JULHO: RENNES – MUR DE BRETAGNE, ETAPA ACIDENTADA, 181,5 KM

Em 2011 Evans e Contador discutiram a vitória no Mur de Bretagne ao milímetro. O australiano venceu, a etapa e o Tour.

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O contra-relógio por equipas regressa ao Tour, depois de ter sido percorrido pela última vez em 2013, numa distância de 25 km, na altura com vitória da Orica-GreenEdge. As diferenças de tempo nesse ano foram reduzidas, com as 10 primeiras equipas separadas por 28 segundos. No entanto, este ano a história deverá ser significativamente diferente. O percurso entre significativamente diferente. O percurso entre Vannes e Plumelec é bastante acidentado e, como se tal já não bastasse, termina numa difícil subida de 1700 metros de extensão a 6.2% de inclinação média, que marcou o final de uma etapa do Tour em 2008, com vitória de Alejan-dro Valverde. Para além disso, esta subida é bastante conhecida do pelotão francês, que a bastante conhecida do pelotão francês, que a percorre por diversas ocasiões no mês de Maio numa das provas da Taça de França, o Grand Prix de Plumelec-Morbihan. Há também a realçar que este contra-relógio surpreende pelo seu posicionamento no final da primeira semana. Para além de todo o desgaste físico e psicológico acumulado, muitas equipas poderão psicológico acumulado, muitas equipas poderão já chegar desfalcadas de alguns dos seus elemen-tos, quer por problemas físicos ou por quedas que os tenham forçado a abandonar. Será, portan-to, um dia crítico e que poderá fazer diferenças marcadas entre alguns dos favoritos.

9ªETAPA, 12 DE JULHO: VANNES – PLUMELEC, CONTRA-RELÓGIO POR EQUIPAS, 28 KM

Os australianos da Orica foram os vencedores da última vez que houve um contrarrelógio coletivo no Tour.

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No dia nacional de França, e após o merecido dia de descanso, entramos no terreno mais esperado pelos adeptos de ciclismo: a alta montanha! Para reaquecer os motores, os primeiros 150 quilómet-ros apresentam apenas ligeiras dificuldades, com três contagens de 4ª categoria e um terreno ondu-lante, propício a que uma fuga se estabeleça e adquira uma grande vantagem. O pior estará para adquira uma grande vantagem. O pior estará para vir nos derradeiros 15,3 quilómetros. À entrada dos Pirenéus, a subida para La Pierre Saint Martin, de categoria especial, será o primeiro grande teste de montanha nesta 102ª edição do Tour de France. Com 7,4% de inclinação média e rampas que chegam aos 11%, esta subida vai separar o “trigo do joio” no que respeita aos verdadeiros candida-do joio” no que respeita aos verdadeiros candida-tos para a vitória final. Os primeiros 10 quilómet-ros da subida são os mais duros, com inclinações que não baixam dos 8%, e que deverão deixar em grandes dificuldades muitos dos ciclistas, assim como revelar algumas desilusões entre os candida-tos ao top-10 final. Os 5 quilómetros finais são mais suaves, embora no quilómetro final volte a mais suaves, embora no quilómetro final volte a endurecer, sendo decisivo no desfecho final. Esta subida foi ultrapassada em toda a sua extensão apenas por uma vez, no ano de 2007, mas grande parte da mesma é bem conhecida de todo o pelotão, já que apenas o derradeiro quilómetro não faz parte do tradicional Col de Soudet.

A subida à estância de La Pierre Saint Martin, na fronteira com Espanha, fará a sua estreia na Grande Boucle.

10ªETAPA, 14 DE JULHO: TARBES – LA PIERRE SAINT MARTIN, ETAPA DE MONTANHA, 167 KM

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O pelotão continua nos Pirenéus, partindo de Pau, uma das cidades mais tradicionais no percurso do Tour. A primeira parte da jornada conta com 3 contagens de montanha, duas de 3ª categoria e uma de 4ª categoria, que deverão servir para a fuga do dia se estabelecer e adquirir alguma van-tagem. Mas a grande animação está reservada para a segun-da metade da jornada, em que praticamente não existe um metro plano. Os ciclistas começam por subir o Col d’As-pin, de 1ª categoria, para em seguida se defrontarem com terrível e icónico Tourmalet, situado a 41 quilómetros da linha de chegada, que foi palco de algumas das grandes batalhas da história do ciclismo. Esta subida de mais de 17 de quilómetros a 7,3% de inclinação média irá com toda a certeza marcar a jornada e só um grupo muito restrito, com os mais fortes neste terreno, deverá ser capaz de passar na frente. Em seguida, os ciclistas encaram uma vertiginosa descida para mais uma vez voltarem a subir para Cauterets, para uma contagem de montanha de “apenas” 3ª categoria. No entanto, a dureza da etapa vai deixar as suas marcas e, certamente, veremos ação nesta última subida de 6 quilómetros a 5,4 % de inclinação média. Apesar de distar 3,5 quilómetros da linha de meta, os ciclistas terão ainda de 3,5 quilómetros da linha de meta, os ciclistas terão ainda de enfrentar algumas rampas antes de terminarem a etapa, com o quilómetro final a ter cerca de 3% de inclinação. Uma etapa a fazer lembrar a combinação Mortirolo - Aprica no Giro e que promete grande espetáculo!

11ªETAPA, 15 DE JULHO: PAU – CAUTERETS, ETAPA DE MONTANHA, 188 KM

O italiano Fabio Casartelli faleceu em 1995, vítima de queda, numa etapa que terminava em Cauterets.

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E, ao terceiro dia nos Pirenéus, mais uma etapa de alta montanha, desta vez de início ao fim. Os ciclistas enfren-tarão duas contagens de 1ª categoria e uma de 2ª categoria antes da subida final para Plateau de Beille. A montanha começa com a subida ao Portet d’Aspet, relativamente curta (apenas 4,3 quilómetros), mas com uma pendente média de aproximadamente 10%! A organização relem-brará certamente o malogrado Fabio Casartelli, falecido brará certamente o malogrado Fabio Casartelli, falecido nesta descida há 20 anos, após uma queda no Tour 1995. Em seguida o pelotão deparar-se-á com as subidas para o Col de la Core e o Port de Lers que, não sendo muito duras, apresentam uma extensão considerável, e deverão selecion-ar o grupo dos favoritos que irá atacar a contagem de mon-tanha em Plateau de Beille. Esta subida tem 15,8 quilómet-ros e uma inclinação média de quase 8%. A subida é con-stante e não apresenta qualquer quilómetro abaixo dos 7% de inclinação, com exceção dos dois últimos, em que alivia consideravelmente, sendo os derradeiros 500 metros praticamente planos. Mas, para lá chegar, os ciclistas terão de enfrentar muita dureza, pelo que dificilmente teremos mais de 2 ou 3 ciclistas a terminar com o tempo do vence-dor. O Plateau de Beille já foi palco de quatro chegadas no Tour, com as mais recentes no ano de 2011, com vitória em fuga de Jelle Vanendert, e em 2004 numa chegada em que Lance Armstrong se impôs (pelo menos na estrada) a Ivan Basso nos metros finais, numa etapa que curiosamente também partia da localidade de Lannemazan.

12ªETAPA, 16 DE JULHO: LANNEMAZAN – PLATEAU DE BEILLE, ETAPA DE MONTANHA, 195 KM

Jelle Vanendert foi o último a vencer no Plateau de Beille, no Tour de 2011.

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O Tour afasta-se finalmente dos Pirenéus, para alívio de muitos dos velocistas e roladores. No entanto, tal não quer dizer que as dificuldades não estejam ao virar da esquina. Se a parte inicial da etapa se disputa em terreno plano, o mesmo já não acontece nos derradeiros 100 quilómetros, em que o pelotão entra no Maciço Central. No papel, uma contagem de 3ª categoria e duas de 4ª papel, uma contagem de 3ª categoria e duas de 4ª categoria podem não parecer muito assustadoras, mas existem pelo menos mais cinco subidas não categorizadas e que poderão ser decisivas no des-fecho da corrida. A subida para La Primaube, a apenas 10 quilómetros da meta, poderá servir para o lançamento de um ataque vitorioso, já que os sprinters poderão passar por dificuldades. O desgaste após 3 dias de dureza nos Pirenéus também deverá ter influência, o que poderá servir para agravar ainda mais os problemas para muitos dos homens rápidos. Porém, o final da jornada reserva ainda uma pequena armadilha, com o final em Rodez a ser marcada por uma subida de 570 metros, a 9.6% de inclinação. Só subida de 570 metros, a 9.6% de inclinação. Só os sprinters mais aptos no terreno inclinado serão capazes de sobreviver aos quilómetros finais e sobreviver na rampa final, mas não será de descu-rar que homens da geral se venham a intrometer na discussão da vitória, na luta pelos preciosos segundos de bonificação.

13ªETAPA, 17 DE JULHO: MURET – RODEZ, ETAPA ACIDENTADA, 198,5 KM

Etapa perfeita para uma fuga, Thomas Voeckler é uma arma apontada a tiradas deste tipo.

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Mais uma etapa no Maciço Central, que conta com quatro contagens de montanha: duas de 4ª categoria e duas de 2ª categoria, sendo que a última coincide praticamente com o final da etapa em Mende. A fase inicial da jornada é bastante acidentada contando, para além da subida de 4ª categoria, com pelo menos mais 3 subidas – terreno propício para a formação da fuga do dia. Em seguida temos uma rápida descida que leva o pelotão a 80 quilómet-temos uma rápida descida que leva o pelotão a 80 quilómet-ros de terreno praticamente plano e sem qualquer dificul-dade. Mas o melhor está reservado para os 40 quilómetros finais! Os ciclistas começam por abordar a difícil subida de Côte de Sauveterre (9 quilómetros de extensão com 6% de inclinação média). No final da ascensão há ainda uma zona de planalto, com algumas pequenas rampas, e que no conjunto já deverão selecionar severamente o grupo princi-conjunto já deverão selecionar severamente o grupo princi-pal. Nova descida e, a apenas 9 quilómetros da meta, os ciclistas enfrentam uma contagem de 4ª categoria, não muito dura, mas que serve de aquecimento para o apogeu da etapa: a subida de Côte de la Croix Neuve (também con-hecida como “Montée Laurent Jalabert”) que leva os ciclis-tas a Mende. São apenas 3 quilómetros, mas de uma dureza extrema, com rampas que ultrapassam os 15% de inclinação! Os favoritos à vitória no Tour terão aqui um teste importante e quem não estiver ao nível exigido poderá perder muito tempo para os melhores da etapa.

14ªETAPA, 18 DE JULHO: RODEZ – MENDE, ETAPA ACIDENTADA, 178,5 KM

Purito triunfou na última visita do Tour a Mende, foi no ano de 2010.

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Mais uma etapa que se disputa no Maciço Cen-tral, pelo menos na sua fase inicial, mas que grad-ualmente vai baixando de altitude. Esta tirada conta novamente com quatro contagens de mon-tanha, sendo duas de 4ª categoria, uma de 3ª cate-goria e uma de 2ª categoria. Depois de passarem pela terceira contagem de montanha do dia, ao quilómetro 73,5, os ciclistas saem do Maciço Central e passam a enfrentar terreno mais plano. Porém, isso não significa que as dificuldades estão terminadas. A cerca de 65 quilómetros da meta os ciclistas começam a subir para o Col d’Escrinet, contagem de montanha categorizada como 2ª categoria, com quase 8 quilómetros de extensão a 6% de inclinação média. Se alguma extensão a 6% de inclinação média. Se alguma equipa impor um ritmo forte nesta fase da etapa, os sprinters quase seguramente terão de suar muito para conseguirem ultrapassar com os mel-hores esta contagem de montanha. Ainda assim, mesmo que descolem do grupo, terão mais de 50 quilómetros para reentrar no pelotão e discutir a vitória final. A fase final de etapa é totalmente plana e terá lugar no vale do rio Reno, exposto ao vento, o que poderá deixar com ideias algumas equipas, caso as condições meteorológicas sejam favoráveis à formação de bordures. Todo o cuida-do será pouco no posicionamento dos líderes.

15ªETAPA, 19 DE JULHO: MENDE – VALENCE, ETAPA ACIDENTADA, 183 KM

Perfil acidentada, decisão ao sprint. Michael Matthews é um especialista para dias como este.

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A segunda semana de competição (um dia mais longa do que o habitual) termina com uma tradi-cional etapa de transição, com chegada a Gap, cidade que tão boas memórias tem deixado ao ciclismo português, com as vitórias de Rui Costa em 2013 e de Sérgio Paulinho em 2010. Os ciclis-tas terão pela frente uma longa etapa, de mais de 200 quilómetros e que se apresenta como uma oportunidade ideal para o triunfo de uma fuga. A etapa conta com duas contagens de montanha de 2ª categoria, com a primeira a ser percorrida a 70 quilómetros da meta, enquanto a subida para Col de Manse, a apenas 12 quilómetros da meta, deverá ditar as suas leis e decidir quem irá vencer a etapa, ou pelo menos o grupo restrito que irá a etapa, ou pelo menos o grupo restrito que irá disputar a vitória, já que depois é sempre a descer até Gap. Não é de descurar que alguns dos favori-tos tentem recuperar tempo perdido nesta última subida, dada a proximidade da meta, no entanto não deverão ser feitas diferenças de tempo significativas, até porque os principais ciclistas estarão mais preocupados em não ser surpreendi-estarão mais preocupados em não ser surpreendi-dos do que propriamente em fazer diferenças, em vésperas de dia de descanso e etapas de alta mon-tanha nos Alpes. Nas duas últimas chegadas a Gap venceu um português. Será que não há duas sem três?

16ªETAPA, 20 DE JULHO: BOURG-DE-PÉAGE – GAP, ETAPA ACIDENTADA, 201 KM

Gap é uma cidade talismã para os portugueses, Sérgio Paulin-ho e Rui Costa que o digam.

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A última semana de competição, que conta apenas com cinco dias, começa em grande com entrada nos Alpes e chegada em alto. O já muito desgastado pelotão do Tour depara-se com duas contagens de montanha de 3ª catego-ria nos primeiros 70 quilómetros, que não deverão criar demasiadas dificuldades mesmo aos fisicamente menos aptos. A ação deverá começar na contagem de montanha seguinte, de 2ª categoria, no Col de la Colle-Saint-Michel, seguinte, de 2ª categoria, no Col de la Colle-Saint-Michel, que fica já a cerca de 65 quilómetros da chegada. Em segui-da, breve descida e os ciclistas atacam o mítico Col de Allos (que se tornou o ponto mais alto desta edição do Tour, devido à remoção do Galibier), que já não fazia parte do Tour desde o ano 2000. A subida para o Col de Allos não é excessivamente dura (14 quilómetros a 5.5% de inclinação média), muito por culpa dos quilómetros inici-inclinação média), muito por culpa dos quilómetros inici-ais, já que os 6 últimos quilómetros têm uma pendente média a rondar os 7% de inclinação. Depois de Allos temos uma descida muito perigosa, que poderá servir para ataques de ciclistas com mais técnica e, logo a seguir, começa a subida para Pra-Loup, contagem de montanha de 2ª categoria que coincide com a linha de meta. Esta mesma etapa foi percorrida há poucas semanas no Critérium du Dauphiné, com Romain Bardet a aproveitar a descida do Col d’Allos para criar uma diferença irrecuperável para o grupo de favoritos. Esta etapa serve ainda como home-nagem à etapa de há 40 anos no Tour 1975, quando a vitória de Bernard Thévenet neste mesmo local marcou o início do fim da era Eddy Merckx.

17ªETAPA: 21 DE JULHO: DIGNE-LES-BAINS – PRA-LOUP,ETAPA DE MONTANHA, 161 KM

Em 1975 Thevenet surpreendeu Merckx em Pra Loup. Foi o início do fim do “Canibal”.

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O Tour desvia-se hoje um pouco do coração dos Alpes, o que não implica de todo um menor grau de dificuldade na jornada. Os primeiros 100 quilómetros da etapa serão percorridos num terreno “torto”, praticamente sempre em subida ou descida. Logo a abrir, após percorrerem 6,5 quilómetros, temos uma contagem de montanha de 2ªcate-goria, que será certamente aproveitada para a formação da fuga do dia. Em seguida os ciclistas enfrentam 3 contagens fuga do dia. Em seguida os ciclistas enfrentam 3 contagens de montanha de 3ª categoria, para terminarem a primeira metade da etapa com uma subida de nome sugestivo: Col de la Morte (3,1 quilómetros a 8,4% de inclinação média, com rampas a mais de 10%). Será, no entanto, na segunda metade da tirada que se vai decidir a corrida. Os ciclistas abordam o Col de Glandon, de categoria especial, que pro-mete despedaçar o pelotão, numa subida muito longa (21,7 quilómetros, mas com uma pendente média de apenas 5,1% devido a algumas secções planas ou mesmo a descer). Terminada a descida do Glandon, os ciclistas vão atacar a última contagem de montanha do dia, que dista apenas 10 quilómetros da meta, a subida de 2ª categoria para Lacets de Montvernier, a ser ultrapassada pela primei-ra vez na história do Tour. Não sendo longa (apenas 3400 metros) é uma subida extremamente constante e sinuosa, com 18 curvas e pendentes que nunca descem dos 8%, à exceção dos últimos 400 metros. Após a descida temos apenas 5 quilómetros planos, que não deverão chegar para grandes recuperações. Os ciclistas que passarem na frente na subida irão certamente discutir a etapa entre si.

18ªETAPA: 22 DE JULHO: GAP – SAINT-JEAN-DE-MAURIENNE, ETAPA DE MONTANHA, 186,5 KM

Lacets de Montvernier, a última subida do dia. Sim-plesmente espantoso.

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Mais um dia de Alpes, mais um dia de alta montanha! Muitos consideram esta como a etapa rainha, embora tal epíteto possa ser discutível, já que as etapas de Plateau de Beille e de Alpe D’Huez até apresentam uma subida final de categoria extra, ao contrário de La Toussuire, que é “apenas” de 1ª categoria. Seja como for, a dureza está lá e esta promete ser uma etapa absolutamente demolidora, não obstante a reduzida quilometragem. O pelotão arranca não obstante a reduzida quilometragem. O pelotão arranca praticamente em subida, com a primeira contagem de mon-tanha do dia (e logo de 1ª categoria) a ser ultrapassada ao quilómetro 15,5. Depois disso, um período de acalmia com 25 quilómetros planos e, em seguida, um carrossel avassalador de subidas e descidas até terminarem em La Toussuire. Primeiro temos o Col de la Croix de Fer, com 22,4 quilómetros de extensão e uma pendente média de 6,9% (com a curiosidade de apenas os 3 quilómetros finais não fazerem parte do Col de Glandon, que foi descido por esta vertente no dia anterior). Em seguida fazem uma desci-da, para rapidamente ascenderem o Col de Mollard. Após ultrapassarem esta contagem de 2ª categoria, mais uma des-cida em direção novamente a Saint-Jean-de-Maurienne, a partir de onde começa a subida final para La Toussuire. Esta montanha foi ultrapassada apenas por 2 vezes na história do Tour, tendo em ambas marcado o final de etapa. Quem sucederá a Pierre Rolland, vencedor em 2012?

19ªETAPA: 23 DE JULHO: SAINT-JEAN-MAURIENNE – LA TOUSSUIRE, ETAPA DE MONTANHA, 138 KM

Em 2012 Chris Froome teve de esperar por Wiggins em La Toussuire, desta vez não terá amarras.

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Os Alpes (e a montanha) da 102ª edição do Tour terminam em grande, com a icónica chegada ao Alpe D’Huez, pela primeira vez na véspera do dia final do Tour! Se é verdade que a etapa pode ter perdido alguma da sua espetaculari-dade com a retirada do Telégraphe e do Galibier, que torna-va a etapa exatamente igual à sensacional 19ª etapa do Tour 2011, vencida por Pierre Rolland, as 21 curvas dos 13 800 metros do Alpe D’Huez continuam lá, e prometem 800 metros do Alpe D’Huez continuam lá, e prometem deixar a sua marca nesta edição do Tour, até porque é a última oportunidade para retirar tempo aos adversários. Mas antes temos ainda o Col de la Croix de Fer, que será subido pela vertente de Saint-Jean-de-Maurienne, que é mais longa mas menos inclinada que a vertente ultrapassa-da no dia anterior (29 quilómetros a 5,2% de inclinação média), mas é também categorizada da mesma forma (cate-goria especial). Após o topo da Croix de Fer fica ainda a faltar metade da etapa, com cerca de 15 quilómetros de plano entre o final da descida e o início da subida para o Alpe D’Huez. Será aqui que tudo ficará decidido no que respeita à classificação final do Tour de France. Se a vitória final ainda estiver em aberto, será no Alpe d’Huez que se viverá, com toda a certeza, um dos dias mais dramáticos e viverá, com toda a certeza, um dos dias mais dramáticos e emocionantes das últimas edições do Tour. Depois da vitória em 2011 de Pierre Rolland, e de Christophe Riblon em 2013, será um francês novamente a erguer os braços na mais famosa montanha do ciclismo mundial?

20ªETAPA, 24 DE JULHO: MODANE – L’ALPE D’HUEZ, ETAPA DE MONTANHA, 110,5 KM

O Col du Galibier chegou a estar no percurso, mas teve de ser retirado devido a obras.

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O Tour entra no seu dia de consagração! Glória aos vence-dores, mas honra também aos vencidos, que tiveram de ultrapassar um verdadeiro cabo das tormentas no decorrer destas extenuantes 3 semanas de competição. O cham-pagne jorrará pelas gargantas dos heróis que percorreram as estradas francesas, mas com um sabor bem mais espe-cial para todos aqueles que tiverem alcançado os seus obje-tivos e, especialmente, para o vencedor final da 102ª edição do Tour. Contudo, há ainda uma etapa para dispu-tar. E se os primeiros quilómetros deverão ser corridos a ritmo de passeio, com as brincadeiras e descontração a mar-carem presença, assim que chegarmos aos Campos Elísios tudo mudará. As tentativas de fuga vão-se suceder no circu-ito final, e nunca se pode excluir a hipótese de um ciclista em fuga conseguir a vitória de etapa. Mas o mais provável é mesmo um final em pelotão compacto. Todos os sprint-ers têm como sonho vencer nos Campos Elísios. Mas só um o poderá fazer e, assim, suceder a Marcel Kittel, que foi o último a levantar os braços na Edição 2014 do Tour de France. O vencedor desta jornada juntar-se-á à lista de notáveis que venceram nos Campos Elísios, entre os quais se incluem Mark Cavendish, Tom Boonen, Alexandre se incluem Mark Cavendish, Tom Boonen, Alexandre Vinokourov, Robbie McEwen, Djamolidine Abdoujap-arov, Johan Museeuw, Bernard Hinault ou Freddy Mae-rtens, entre muitos outros.

21ªETAPA, 25 DE JULHO: SÈVRES – PARIS CHAMPS ÉLYSÉES, ETAPA PLANA, 109,5 KM

Será desta que Cavendish chega à quinta vitória nos Campos Elísios?

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ASTANAPRO TEAMVINCENZONIBALILARSBOOMJAKOBFULGSANGANDRIYGRIVKODMITRYGRUZDEVTANELKANGERTMICHELESCARPONIREINTAARAMAELIEUWEWESTRA

AG2RLA MONDIALE

JEAN-CHRISTOPHEPERAUDJANBAKELANTSROMAINBARDETMIKAELCHERELBENGASTAUERDAMIENGAUDINCHRISTOPHERIBLONJOHANVANSUMMEREN

ALEXISVUILLERMOZ

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FDJ.FRTHIBAUTPINOTWILLIAMBONNETSEBASTIENCHAVANELARNAUDDEMAREALEXANDREGENIEZMATTHIEULADAGNOUSSTEVEMORABITOJEREMYROYBENOITVAUGRENARD

TEAMSKY

CHRISFROOMEPETERKENNAUGHLEOPOLDKONIGWOUTPOELSRICHIEPORTENICHOLASROCHELUKEROWEIANSTANNARDGERAINTTHOMAS

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TINKOFFSAXO

ALBERTOCONTADORIVANBASSODANIELEBENNATIROMANKREUZIGERRAFALMAJKAMICHAELROGERSPETERSAGANMATTEOTOSATTOMICHAELVALGREN

MOVISTARTEAMNAIROQUINTANAWINNERANACONAJONATHANCASTROVIEJOALEXDOWSETTIMANOLERVITIJOSEHERRADAGORKAIZAGIRREADRIANOMALORIALEJANDROVALVERDE

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BMCRACING TEAMTEJAY VANGARDERENDAMIANOCARUSOROHANDENNISDANIELOSSMANUELQUINZIATOSAMUELSANCHEZMICHAELSCHARGREG VANAVERMAETDANILOWYSS

LOTTOSOUDALTONYGALLOPINLARS YTTINGBAKTHOMASDE GENDTJENSDEBUSSCHERE

ANDREGREIPELADAMHANSENGREGHENDERSONMARCELSIEBERGTIMWELLENS

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TEAMGIANT - ALPECIN

JOHNDEGENKOLBWARRENBARGUILROYCURVERSKOENDE KORTTOMDUMOULINSIMONGESHCKEGEORGPREIDLERRAMONSINKELDAMALBERTTIMMER

TEAMKATUSHAJOAQUIMRODRIGUEZGIAMPAOLOCARUSOJACOPOGUARNIERIMARCOHALLERDMITRYKOZONTCHUK

ALEXANDERKRISTOFFALBERTOLOSADATIAGOMACHADOLUCAPAOLINI

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ORICAGREENEDGESIMONGERRANSMICHAELALBASINILUKEDURBRIDGEDARYLIMPEYMICHAELMATTHEWSSVEINTUFTPIETERWEENINGADAMYATESSIMONYATES

ETIXXQUICKSTEP

MICHALKWIATKOWSKIMARKCAVENDISHMICHALGOLASTONYMARTINMARKRENSHAWZDENEKSTYBARMATTEOTRENTINRIGOBERTOURANJULIENVERMOTE

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TEAMEUROPCARPIERREROLLANDBRYANCOQUARDCYRILGAUTIERYOHANNGENEBRYANNAULEAUPERRIGQUEMENEURROMAINSICARDANGELOTULIKTHOMASVOECKLER

TEAM LOTTONLJUMBOWILCOKELDERMANROBERTGESINKSTEVENKRUIJSWIJKTOMLEEZERPAULMARTENSBRAMTANKINKLAURENSTEN DAMJOSVAN EMDENSEPVANMARCKE

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TREKFACTORY RACING

BAUKEMOLLEMAJULIANARREDONDOFABIANCANCELLARASTIJNDEVOLDERLAURENTDIDIERMARKELIRIZARBOBJUNGELSGREGORYRASTHAIMARZUBELDIA

LAMPREMERIDARUICOSTAMATTEOBONODAVIDECIMOLAIKRISTIJANDURASEKNELSONOLIVEIRARUBENPLAZAFILIPPOPOZZATOJOSESERPARAFAELVALLS

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TEAM CANNONDALEGARMINANDREWTALANSKYJACKBAUERNATHANHAASRYDERHESJEDALKRISTIJANKORENSEBASTIANLANGEVELDDANIELMARTINRAMUNASNAVARDAUSKAS

DYLANVAN BAARLE

COFIDISSOLUTIONS CREDITS

NACERBOUHANNINICOLASEDETCHRISTIANLAPORTELUIS ANGELMATEDANIELNAVARROFLORIANSENECHALJULIENSIMONGEOFFREYSOUPEKENNETHVANBILSEN

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IAMCYCLINGMATHIASFRANKMATTHIASBRANDLESYLVAINCHAVANELSTEFCLEMENTJEROMECOPPELMARTINELMIGERRETOHOLLENSTEINJARLINSONPANTANOMARCELWYSS

BORAARGON 18EMMANUELBUCHMANNJANBARTASAMBENNETTZAKKARIDEMPSTERBARTOSZHUZARSKIJOSEMENDESDOMINIKNERZANDREASSCHILLINGER

PAULVOSS

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BRETAGNESECHE ENVIRONNMENT

EDUARDOSEPULVEDAFREDERICBRUNANTHONYDELAPLACEPIERRICKFEDRIGOBRICEFEILLUARMINDOFONSECAARNAUDGERARDPIERRE-LUCPERICHONFLORIANVACHON

MTNQHUBEKADANIELTEKLEHAIMANOT

EDVALD BOASSONHAGENSTEPHENCUMMINGSTYLERFARRARJACQUES JANSEVAN RENSBURG

REINARDT JANSEVAN RENSBURG

MERHAWIKUDUSLOUISMEINTJESSERGEPAUWELS

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Quer mostrar que percebe de ciclismo e que consegue bater a concorrência? Entre em http://www.facebook.com/groups/apostas.ciclismo e comece já a jogar!

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Vincenzo Nibali

O italiano Vincenzo Nibali da Astana Pro Team O italiano Vincenzo Nibali da Astana Pro Team parte para esta edição do Tour de France como o vencedor da edição interior e terá em mente provar a toda a gente que não venceu apenas pelos azares dos seus adversários mas sim porque é um ciclista tão forte como eles e capaz de discutir uma prova de três semanas de igual para igual com estes.estes.Tendo até este momento uma época discreta e em que por diversas vezes ajudou os seus com-panheiros de equipa a conseguir lutar por vitórias de etapas e provas, este será o momento em que é esperado que Nibali esteja na sua melhor forma da temporada, com os seus companheiros todos motiva-dos para o apoiar e, tendo em conta a exibição da equipa cazaque no Giro D’Italia, as expetativas são grandes para ver do que são capazes na prova francesa sendo que, a exemplo da edição do último ano, poderá ser uma das equipas a tirar maior partido da etapa de pavé para colocar o seu líder em vantagem face a todos os seus rivais.a todos os seus rivais.

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Alberto Contador

O espanhol Alberto Contador da Tinkoff – Saxo O espanhol Alberto Contador da Tinkoff – Saxo irá iniciar este Tour de France numa época que, até ao momento, tem sido muito positiva. Inician-do a temporada com lugares entre os cinco primei-ros na Vuelta a Andalucia, no Tirreno – Adriatico e na Volta Ciclista a Catalunya, o ciclista natural de Pinto viria a vencer o Giro D’Italia e, mais recentemente, a Route du Sud, no caminho para o Tour de France, a sua segunda Grande Volta da temporada.

Já habituado a ter a pressão sobre si, Alberto Contador parte com a ambição de conseguir fazer a dobradinha Giro D’Italia – Tour de France, um dos feitos mais raros do ciclismo, sendo que pas-sará também a ser o vencedor em título das três Grandes Voltas título das três Grandes Voltas caso seja capaz desse feito. Além desse objetivo, o espanhol quer-erá também mostrar que a queda

que o afastou de competição durante o ano anterior é passado e que o Tour pode voltar a ser palco de boas recordações. Ao já ter anunciado o fim de carreira para o final da próxima temporada, Alberto Contador irá querer utilizar estes dois últimos anos de com-petição para mostrar que é um dos melhores ciclistas do pelotão internacional e terminar o seu percurso profissional a o seu percurso profissional a conseguir tão bons resultados como os do seu auge como atleta.

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Chris Froome

O britânico Chris Froome da Team Sky tem habitua-O britânico Chris Froome da Team Sky tem habitua-do os adeptos a épocas vitoriosas, desde o seu início até ao seu final mas, depois das quedas que o afetaram durante o Tour de France de 2014, este optou por fazer algumas alterações ao seu calendário habitual, em busca de estar na sua melhor forma nesta altura do ano e conquistar o Tour de France pela segunda vez na sua o Tour de France pela segunda vez na sua carreira.Com vitórias na Vuelta a Andalucia e, mais recentemente, no Critérium du Dauphiné onde se mostrou a um grande nível, Froome quererá continuar com este momento de forma quando encontrar todos os grandes adversários, deixando-os para trás nas mon-tanhas graças às suas inesperadas mudanças de ritmo. Tendo terminado nos cinco primeiros de ritmo. Tendo terminado nos cinco primeiros em todas as Grandes Voltas que competiu desde 2011, estando só por uma vez fora do pódio, será de esperar esta mesma regularidade do britânico neste Tour.

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Nairo Quintana

O colombiano Nairo Quintana da Movistar O colombiano Nairo Quintana da Movistar Team está de volta ao Tour de France depois de, na sua estreia na prova, ter terminado na segunda posição, vencido uma etapa, a camisola da montanha e a camisola da juventude! Por decisões inter-nas da equipa espanhola ficou de fora da edição do ano passado e quererá este ano edição do ano passado e quererá este ano mostrar por que razão deveria ter participado e o quanto evoluiu desde a sua participação anterior, ao tentar vencer a prova francesa.Com uma época marcada por lugares sempre entre os primeiros das etapas com chegadas em alto e nas classificações gerais, apenas tem uma vitória de etapa e da classificação geral do Tirreno – Adriatico deste ano como momentos em que levan-tou os braços, tendo mostrado ser um ciclista mais contido que em anos anteriores, sendo exemplo disse a Route du Sud, prova que correu contra Alber-disse a Route du Sud, prova que correu contra Alber-to Contador e em nenhum momento tentou mexer na corrida, seguindo apenas as movimentações do espanhol durante a subida final, acabando apenas por perder tempo na descida que antecedia a meta. No Tour quererá provar também o porquê de ser ape-lidado por muitos como o melhor trepador da atuali-dade e levar a bandeira colombiana ao lugar mais alto do pódio pela primeira vez na história do Tour de France.

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OS OUTSIDERSFora do grupo do big-4, os principais candidatos a vencer o Fora do grupo do big-4, os principais candidatos a vencer o Tour, existem vários corredores que ambicionam também às posições cimeiras da corrida. Um lugar nos cinco ou nos dez primeiros da geral individual é o principal objetivo destes corredores que não querem passar ao lado deste Tour!

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Alejandro Valverde

O espanhol da Movistar vem a este O espanhol da Movistar vem a este Tour sabendo que a liderança da equipa pertence a Nairo Quintana mas esse não será um motivo para que deixemos de esperar ver Alejan-dro Valverde entre os primeiros da clas-sificação geral e das principais etapas, sendo um dos claros favoritos a vestir a sendo um dos claros favoritos a vestir a camisola amarela durante a primeira semana de prova, fruto de finais de etapa como o Mur de Huy. Será um ciclista com liberdade e que, caso exista essa possibili-dade, irá certamente tentar dificultar as contas a todos os adversários em busca de um lugar no pódio.de um lugar no pódio.

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Tejay van Garderen

O americano da BMC Racing Team foi um O americano da BMC Racing Team foi um dos homens que em melhor forma se apre-sentou no Critérium du Dauphiné, tendo conseguido lutar quase de igual para igual com Chris Froome, acabando por termi-nar a prova na segunda posição e com um total de três lugares entre os cinco primeiros nas etapas verdadeiramente difíceis. Além de estar em boa forma e de assim se querer manter, van Garderen tem ainda do seu lado a equipa campeã mundial de con-tra-relógio coletivo e que o poderá colocar numa muito boa posição neste Tour após ser corrido o con-tra-relógio coletivo entre Roanne e Montagny, o mesmo percurso em que a sua equipa venceu no Critéri-um du Dauphiné.

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Rui Costa

O ciclista português da Lampre – O ciclista português da Lampre – Merida irá enfrentar este Tour em busca do melhor resultado possível, sabendo no entanto que a concorrên-cia este ano será forte e que terá de estar ao seu melhor nível para poder conseguir um tão ambicionado lugar entre os dez primeiros da classificação entre os dez primeiros da classificação

geral. Depois de ter conseguido a sua primeira vitória da temporada no Critérium du Dauphiné e de ter conseguido bons resultados nos seus primei-ros objetivos da temporada, a Semana das Ardenas, a alteração de calendário de provas que Rui Costa fez este ano parece estar a ter resultado e resta agora ver como se irá apresentar no grande objetivo da ver como se irá apresentar no grande objetivo da temporada.

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Daniel Martin

O ciclista irlandês da Cannondale – Garmin é O ciclista irlandês da Cannondale – Garmin é um atleta de créditos firmados em provas de um dia, tendo vencido já dois Monumentos, mas no último ano conseguiu pela primeira vez terminar entre os dez primeiros de uma Grande Volta, na Vuelta a España, sendo um resultado que quererá repetir, desta que quererá repetir, desta feita em França. Sendo um ciclista que costuma ser afetado por quedas, Martin quererá primeiro garantir que evita o azar nas etapas iniciais da prova para poder mostrar-se a um bom nível e fazer mostrar-se a um bom nível e fazer esquecer a semana das Ardenas menos bem conseguida da sua parte, tendo apenas terminado a Amstel Gold Race.

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Andrew Talansky

Andrew Talansky, o novo campeão americano de Andrew Talansky, o novo campeão americano de contra-relógio, é outro ciclista que aparenta estar num bom momento de forma após o seu lugar entre os dez primeiros do Critérium du Dauphiné e que também tem uma imagem a apagar: as más exibições no Tour de France e na Vuelta a España de 2014, depois de nas suas participações anteriores nestas provas ter terminado entre os dez primeiros. nestas provas ter terminado entre os dez primeiros. Sendo um ciclista com uma excelente capacidade no contra-relógio e capaz de subir montanhas com os melhores, o americano da Cannondale – Garmin quererá testar-se e sonhar intrometer-se na luta por

um dos primeiros lugares.

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Bauke Mollema

O holandês Bauke Mollema é um homem O holandês Bauke Mollema é um homem que não é estranho a lugares entre os dez primeiros de uma Grande Volta, já tendo marcado presença nesse lugares por duas vezes no Tour de France e por uma vez na Vuelta a España. Tendo ingressado este ano na Trek Factory Racing em busca de uma Factory Racing em busca de uma maior liberdade que não teria na atual Team LottoNL-Jumbo, o ciclis-ta de 28 anos quererá mudar a imagem da sua temporada até este momento, uma época de altos e baixos e já com vários abandonos em provas, tentando

mostrar neste Tour o seu real valor.

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Rigoberto Uran

O colombiano Rigoberto Uran apresentou-se no O colombiano Rigoberto Uran apresentou-se no Giro D’Italia com uma forma muito inferior ao que seria de esperar de um ciclista que havia terminado por duas vezes na segunda posição da prova nas suas duas últimas edições mas, já na última semana, este mostrou estar em crescendo de forma, tendo conseguido dois terceiros lugares em etapa. O homem da Etixx – Quick Step quererá fazer homem da Etixx – Quick Step quererá fazer com que as pessoas se esqueçam desta má performance e terá neste Tour a hipótese de se redimir e tentar obter um lugar entre os dez primeiros da classificação geral, um lugar perfeitamente ao seu alcance.

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Wilco Kelderman

Será a estreia do jovem holandês Wilco Kel-Será a estreia do jovem holandês Wilco Kel-derman no Tour de France, depois de em 2014 conseguir o seu primeiro top-10 de uma grande volta na sua curta carreira ao ser sétimo no Giro d’Italia. A época do corredor da Lotto-Jumbo tem sido algo discreta até ao momento, sendo os seus prin-cipais resultados o nono posto na Volta à Catalunha e especialmente o décimo posto na Flèche Wallone, o que lhe abre boas pers-petivas para o Tour, já que o Mur d’Huy será um dos pontos-chave do percurso. Recentemente conseguiu também alcançar o título de contrarrelógio holandês, provando que esta especiali-dade é também uma das suas armas.

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Laurens ten Dam

A formação holandesa da Team LottoNL-Jum-A formação holandesa da Team LottoNL-Jum-bo anunciou que todos os seus ciclistas irão ter liberdade para fazer a sua corrida e tentar o seu próprio resultado, sendo que para Laurens ten Dam isto representa a oportunidade de voltar a repetir um lugar entre os dez primei-ros da prova, algo que conseguiu o ano passa-do. Correndo sem pressão de obter um resultado e apenas de dar o seu melhor, tudo leva a crer que o holandês conseguirá mesmo ser um dos ciclistas em destaque ao longo das três semanas de prova.

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Os leitores mais atentos poderao ter pensado que os ciclistas gauleses nos tinham passado ao lado, bem pelo contrário. Os gauleses estão de volta ao expoente máximo e partem para este Tour com as expetativas em alta nos seus trepadores.A França procura há muitos anos um ciclista que seja A França procura há muitos anos um ciclista que seja capaz de disputar o Tour, visto que não têm qualquer vitória na Geral da prova há 30 anos e, nos últimos 20 anos, apenas Virenque conseguiu entrar no pódio, além dos 2 franceses da época passada: Pinot e Peraud. Foi exatamente o ano de 2014 que trouxe esperança renovada aos adeptos fervorosos que encontramos em França. É que além destes 2 encontramos em França. É que além destes 2 ciclistas, surgiu também Romain Bardet em grande estilo a finalizar na 6ª posição do Tour e Pierre Rolland a voltar às grandes exibições ao terminar o Giro na 4ª posição e o jovem prodígio Warren Barguil a terminar a Vuelta no top-10. Pois bem, estes 5 franceses vão estar no Tour com o objetivo de tentar surpreender e dar um motivo de orgulho a quem tanto surpreender e dar um motivo de orgulho a quem tanto os apoia nas estradas do Tour. O percurso deste ano favorece o típico ciclista francês, dando até a sensação que a organização quer finalmente ver um francês a vencer. Muita montanha e pouca quilometragem de contra-relógio (apenas 14kms!), sendo que apenas o Contra-Relógio por equipas lhes pode fazer perder mais tempo que os seus rivais. No pode fazer perder mais tempo que os seus rivais. No entanto, apesar de ter referido 5 ciclistas franceses, cremos que apenas 3 terão hipóteses reais de entrar na disputa pelo pódio e até a vitória. São eles Thibaut Pinot, Romain Bardet e Jean-Christophe Peraud.

Thibaut Pinot

O ciclista da FDJ entra aqui com a confiança no topo. Depois do 3º lugar no Tour de 2014 e a vitória na camisola branca, vai aqui com uma vitória fantástica no Rettenbachferner, uma subida infernal da Volta à Suiça, acabando por perder a vitória na prova no CR final. No entanto, tem feito uma época de excelente nível com vários resultados no top-10 e até no top-5. Não tem a equipa mais forte a seu lado, mas ainda Não tem a equipa mais forte a seu lado, mas ainda tem Geniez e Morabito para o apoiar nos finais mais duros. Tendo em conta o que mostrou no Tour de 2014 e a clara evolução que tem tido durante esta temporada não será de o descartar da luta pelo pódio e pela vitória na camisola de melhor jovem.

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Romain Bardet

O pequeno francês da Ag2R entra também em excelente O pequeno francês da Ag2R entra também em excelente forma, após vencer uma das etapas mais duras do Dauphiné e finalizar no 6º lugar da Geral. Tem também feito uma temporada de bom nível com uma série de lugar entre os 10 primeiros e mostra-se claramente mais consistente nas chegadas de montanha. Depois do 6º lugar no Tour do ano passado, o objetivo é claramente melhorar e será mais uma seta apontada ao pódio. Resta apenas a dúvida se Péraud seta apontada ao pódio. Resta apenas a dúvida se Péraud ainda tem gás para disputar a prova, sendo que nesse caso poderá ter que eventualmente trabalhar. A Ag2R partirá dividida ao trabalho para os dois, mas tendo em conta a temporada de um e outro, Romain parece partir partir com ligeira vantagem.

Jean-Christophe Peraud

O veterano francês de 38 anos tem tido uma temporada aquém das expetativas e pairam muitas dúvidas sobre o que será capaz de fazer, mas tem que ser obrigatoriamente colocado no lote de favoritos, tendo em conta o que mostrou no Tour do ano passado, com uma prestação absolutamente fantástica. Apesar da fraca temporada, já venceu no Critérium Internacional, tendo trazido a chegada ao Col de l’Ospedale e a Geral para casa. É um ótimo ao Col de l’Ospedale e a Geral para casa. É um ótimo contrarrelogista e talvez seja o único francês que saia mais prejudicado pela redução da quilometragem de contra-relógio e, por isso, parte ligeiramente atrás de Bardet na liderança da equipa.

Warren Barguil e Pierre Rolland

Resolvemos juntar estes dois, porque parecem ter hipóteses semelhantes. Qualquer um dos dois tem tido uma temporada algo apagada, com todas as baterias apontadas a este Tour, onde tencionam disputar o top-10 da prova e lutar por alguma etapa. Os dois franceses já deram indícios de estar em crescendo de forma, com posições interessantes no Dauphiné, no caso de Rolland, e na Volta à Suiça, no caso de Barguil. No entanto, em qualquer uma das suas equipas, de Barguil. No entanto, em qualquer uma das suas equipas, o objetivo crucial não será propriamente levá-los a um grande resultado na Geral, mas sim trazer etapas para casa. Com companheiros como Degenkolb e Coquard o espaço para brilharem poderá estar mais reduzido. A camisola da montanha poderá ser uma aposta para os dois, tendo em conta a habitual combatividade dos ciclistas franceses.

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CLASSIFICAÇÃO DOS PONTOS: A QUARTA PARA SAGAN?O eslovaco da Tinkoff-Saxo já levou por três vezes a camisola verde para a sua vitrina mas este ano a tarefa afigura-se mais complicada. Para além de partilhar equipa com Alberto Contador, um dos principais favoritos à vitória final, o que implica um menor apoio nas etapas planas, Sagan tem contra si também a alteração do regulamento da camisola verde que premeia agora mais os ciclistas que verde que premeia agora mais os ciclistas que alcançam vitórias de etapas. De lembrar que por exemplo no ano passado Sagan venceu esta classificação sem vencer uma única etapa, valendo-se de quatro segundos lugares, um terceiro e ainda três quartos postos em etapas!Outro dos grandes favoritos é um dos homens mais Outro dos grandes favoritos é um dos homens mais parecidos com Sagan, falamos claro do australiano Michael Matthews. O corredor da Orica tem quatro etapas nesta temporada, todas elas em tiradas com chegadas com dificuldades perto do final, algo que também acontece muito neste Tour. Um homem que passa bem as dificuldades montanhosas menos exigentes, sprinta bem e com uma equipa forte junto exigentes, sprinta bem e com uma equipa forte junto de si, parecem estar reunidos os ingredientes ideais

para estar na discussão da verde.Do outro lado estão os chamados sprinters puros. Do outro lado estão os chamados sprinters puros. Kristoff, Cavendish e Greipel são os homens fortes para a discussão das chegadas compactas e levam esta época dezoito, treze e nove vitórias respetivamente. Os três estão no Tour apoiados por fortes comboios capazes de os deixarem nas melhores condições possíveis para discutir as etapas e engordar os seus números de vitórias no ano de e engordar os seus números de vitórias no ano de 2015. Falta ainda falar de outros nomes interessantes como o alemão John Degenkolb ou Nacer Bouhanni. O primeiro venceu a Milano-Sanremo e o Paris-Roubaix deste ano e assume o comando da Giant no Tour perante a péssima temporada do compatriota Kittel. Já Bouhanni é a aposta forte da Cofidis para o Tour, tendo dado excelentes indicações ao vencer a verde no recente Critérium du Dauphiné.ao vencer a verde no recente Critérium du Dauphiné.

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CLASSIFICAÇÃO DA MONTANHA: UMA VERDADEIRA LOTARIAQuando se chega ao Tour e se pensa nos homens que podem vencer a camisola da montanha só há uma certeza: Praticamente qualquer um, à exceção de Cavendish ou Greipel, pode vencer. Como é óbvio estamos a hiperbolizar mas, verdade seja dita, esta é a classificação mais incerta não só do Tour como de praticamente todas as grandes voltas. Longe vão os tempos em que apostar para Richard Virenque chegar tempos em que apostar para Richard Virenque chegar com a polka dot jersey a Paris praticamente não rendia dinheiro aos apostadores.À partida são poucos os corredores que partem para o Tour com o objetivo de levar a camisola às bolinhas vermelhas para casa. Vimos isso no ano passado com Joaquin Rodriguez, que partia para o Tour sem ambições à geral, ou em 2013, quando Rolland andou ao ataque desde o primeiro momento nas contagens de montanha. Rafal Majka venceu a montanha no ano passado, Rafal Majka venceu a montanha no ano passado, fruto da liberdade que conseguiu fruto da desistência de Alberto Contador, logo com espanhol na equipa este ano não é de esperar ver o polaco em busca de repetir o êxito de 2014. Por outro lado está Julian

Arredondo, vencedor da camisola da montanha do Giro 2014, que poderá também no Tour fazer algo semelhante ao que no ano passado fez em Itália, andando em fuga em praticamente todas as tiradas montanhosas. Os franceses esperam voltar a ver um compatriota a envergar o símbolo dos trepadores do Tour, depois de Voeckler ter vencido em 2012, e para isso contam que Pierre Rolland faça uma campanha isso contam que Pierre Rolland faça uma campanha semelhante à levada a cabo em 2013, embora infrutífera, ou então apostar no jovem Warren Berguil que faz a sua estreia na corrida.Importante não esquecer os homens da geral que costumam sempre povoar os primeiros lugares desta classificação, principalmente se não houverem muitas fugas a triunfarem nas chegadas ao alto, onde os pontos contam a dobrar. Foi este o caso de Nairo Quintana que venceu a montanha do Tour de 2013 mesmo estando na discussão dos primeiros postos da geral.geral.

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CLASSIFICAÇÃO DA JUVENTUDE: NOMES QUE JÁ SÃO GRANDESA luta pela camisola branca deste Tour far-se-á entre nomes já sólidos do pelotão internacional e candidatos aos primeiros lugares da classificação geral. À cabeça está claramente Nairo Quintana, o mais À cabeça está claramente Nairo Quintana, o mais cotado dos homens que ainda contam para a juventude. O colombiano tem como cartão-de-visita o título do Giro d’Italia do ano passado e o segundo lugar do Tour de 2013, ano em que também conquistou esta mesma classificação dos jovens. Candidato ao primeiro lugar da classificação geral a aposta no corredor da Movistar para vencer esta aposta no corredor da Movistar para vencer esta classificação é sem dúvida a mais lógica.Em segundo na lista de candidatos vem o homem da Em segundo na lista de candidatos vem o homem da casa, Thibaut Pinot. Terceiro da geral do ano passado e vencedor desta mesma classificação, o francês é cada vez mais uma certeza do pelotão internacional e este ano tem demonstrado ser um dos melhores trepadores da atualidade tendo vencido as chegadas em alto da Volta à Romandia e da Volta à Suiça.Outro francês aparece como main-contender ao Outro francês aparece como main-contender ao ceptro de melhor ciclista jovem do Tour, trata-se de

Romain Bardet. O homem da AG2R envergou durante o ano passado a camisola branca durante várias etapas mas viria a perdê-la no início da terceira semana para Thibaut Pinot. Recentemente esteve em destaque ao vencer a etapa de Pra-Loup no Critérium du Dauphiné, que percorria exatamente o mesmo traçado que vamos ver no Tour.Numa segunda linha surge mais uma mão cheia de Numa segunda linha surge mais uma mão cheia de nomes nesta disputa com o holandês Wilco Kelderman, os gêmeos Simon e Adam Yates, o campeão do mundo Michal Kwiatkowski ou Warren Barguil.

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CLASSIFICAÇÃO COLETIVA: A UNIÃO FAZ A FORÇAA luta pela classificação das equipas é talvez uma das que mais passa despercebidas aos telespetadores de uma grande volta, mas é também uma das mais interessantes de se acompanhar. Primeiro que tudo importa explicar, para os menos Primeiro que tudo importa explicar, para os menos conhecedores, como se disputa essa classificação: Em cada etapa são somados os tempos dos três primeiros corredores de uma equipa e assim sucessivamente durante as vinte e uma etapas. Como tal a classificação geral não é o ponto fulcral para a decisão desta classificação, sendo por exemplo o sucesso das fugas um fator muito mais preponderante sucesso das fugas um fator muito mais preponderante visto que existem etapas em que equipas colocam muitos ciclistas escapados.A formação vencedora do ano passado foi a AG2R, beneficiando do facto de Romain Bardet e Jean-Christophe Peraud ocuparem por várias vezes os lugares cimeiros das etapas de montanha, mas também dos tais homens em fuga como foi por exemplo o caso de Blel Kadri que venceu uma etapa escapado. Este ano os franceses voltam a contar com a dupla do ano passado com ambições aos primeiros a dupla do ano passado com ambições aos primeiros

lugares e devem ser, novamente, muito participativos nas escapadas.Outra super equipa é a formação da Astana, Outra super equipa é a formação da Astana, vencedora desta mesma classificação coletiva no Giro, e que apesar de ter como principal missão levar Vincenzo Nibali à vitória na geral final conta com nomes muito bem cotados para as etapas de montanha como Michele Scarponi, Jakob Fuglsang ou Rein Taaramae.A Tinkoff venceu esta classificação em 2013 mas o A Tinkoff venceu esta classificação em 2013 mas o facto de boa parte dos seus elementos já terem corrido no Giro d’Italia coloca a formação russa num patamar inferior para a conquista desta classificação. Por outro lado a Sky junta também muitos homens de qualidade mas com a sua habitual tática do “comboio” a luta por esta classificação quase sempre é posta de lado, sendo o foco a cem por cento na é posta de lado, sendo o foco a cem por cento na geral. Outras equipas que reúnem um bom leque de trepadores como a Movistar, a Cannondale-Garmin ou mesmo a Lotto-Jumbo NL podem ser de equacionar nesta batalha.

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Tiago Machado

Tiago Machado vai participar Tiago Machado vai participar na sua sexta Grande Volta, sendo este o seu segundo Tour de France, ao qual junta dois Giro D’Italia e duas Vuelta a España. O melhor resultado do ciclista da equipa russa acabou por ser conseguido mesmo na por ser conseguido mesmo na sua primeira participação em provas deste género, onde termi-nou na décima nona posição mas, o seu momento mais relem-brado em Grandes Voltas ocor-reu no último ano quando, após uma queda feia, foi anunciado o abandono de Tiago Machado da prova mas este recusou-se a abandonar e terminou a prova apesar das feridas com que ficou. Para este ano, numa nova equipa, o papel de Tiago Machado deverá passar pelo apoio ao líder Joaquim Rodríguez mas, caso surja algum apoio ao líder Joaquim Rodríguez mas, caso surja algum problema com o ciclista espanhol, poderá ser um ciclista que terá várias ocasiões para tentar a sua sorte na luta por uma vitória.

Rui Costa

Esta será a sétima Grande Volta para Rui Costa e, ao con-trário dos anteriores, todas as participações do antigo campeão do mundo foram na corrida francesa! Ao longo dos anos somou já três vitórias de etapa na Grande Boucle e conseguiu terminar por uma vez na décima oitava posição, algo que o faz ter a ambição de lutar pela classificação geral, algo que se viu impedido de fazer no último ano, quando foi forçado a abandonar por doença. último ano, quando foi forçado a abandonar por doença. Para este ano, Rui parte com novas ambições de dar o seu melhor na luta por um lugar entre os dez primeiros da classificação geral e, depois de uma vitória de etapa e pódio final no Critérium du Dauphiné, o português parece estar em forma para as difíceis três semanas que terá pela frente.

Nelson OliveiraNelson Oliveira

Nelson Oliveira é outro dos ciclistas portugueses neste

Tour de France que já correu as três Grandes Voltas, tendo começado pela Vuelta a España em 2011, seguin-do-se o Giro D’Italia durante dois anos e vai agora para a sua segunda participação no Tour de France, prova que correu já no último ano. A função de Nelson será muito semelhante à função que teve no último ano, dando apoio ao seu líder, Rui Costa, sendo que será uma das peças mais fundamentais da Lampre – Merida, sobretu-peças mais fundamentais da Lampre – Merida, sobretu-do na etapa de contra-relógio coletivo, um dos principais calcanhares de Aquiles da formação italiana.

José Mendes

Este Tour de France será a terceira Grande Volta do ciclista português da Bora – Argon 18, depois de ter corrido a Vuelta a España em 2013 e o Tour de France no último ano. Depois de ter tido uma boa estreia em Grandes Voltas, a sua participação no Tour do último ano esteve longe de ser memorável mas, face aos resulta-dos que tem alcançado este ano em grandes provas como o Giro del Trentino, será de esperar um José Mendes o Giro del Trentino, será de esperar um José Mendes mais forte do que se viu no último ano e, acima de tudo, sem a presença de Leopold König e Tiago Machado na sua equipa (ambos corriam na NetApp – Endura na tem-porada passada), o ciclista português passa a ter uma liberdade maior para tentar os seus próprios resultados.

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MARTIN NORRMAN É UM NOME ESTRANHO À MAIORIA DOS NOSSOS LEITORES, PORTANTO A PRIMEIRA PERGUNTA É: QUEM É MARTIN NORRMAN?

Sou um homem de 39 anos, natural da costa Oeste Sou um homem de 39 anos, natural da costa Oeste da Suécia e que adora a vida. Vivo com os meus dois filhos e a minha mulher numa pequena vila. Trabalho, há já vários anos, como professor. Adoro treinar, é um dos pilares da minha vida, e faço-o desde cedo pois foi-me diagnosticada diabetes quando tinha 7 anos de idade. Anos depois surgiu a doença de Addison e, mais recente-depois surgiu a doença de Addison e, mais recente-mente, a doença de Graves.

QUANDO LHE FOI DIAGNOSTICA-DA A DOENÇA DE ADDISON? PODE EXPLICAR-NOS EM QUE CONSISTE A MESMA?

Foi-me diagnosticada a doença de Addison no ano de 2003, depois de estar em coma durante 4 dias. Nas urgências não perceberam a razão para estar em coma, por isso perguntaram à minha mulher o que eu tinha feito de especial antes de desmaiar. Ela disse-lhe aos médicos que havia comido bastantes rebuçados salgados e foi essa revelação que me salvou a vida. No entanto foi-me diagnosti-que me salvou a vida. No entanto foi-me diagnosti-cada a doença de Addison.Esta doença está associada à insuficiente pro-dução de certas hormonas produzidas pelas glân-dulas supra-renais. Com esta doença, essas glându-las produzem muito pouco cortisol e níveis míni-mos de aldosterona e por isso tomamos comprimi-dos de sal e cortisona para sobrevivermos mais um dia, todos os dias.

COMO É VIVER COM ADDISON? QUAIS SÃO AS MAIORES DIFICUL-DADES QUE ENCONTRA NO SEU DIA A DIA?

Fico feliz por esta ser uma doença crónica mas não letal, o que me permite continuar a minha vida positivamente. Como disse, o nosso corpo deixa de produzir cortisol, o que nos torna bastante sensíveis ao stress, contrariado pelos comprimidos de cortisol que tomamos todos os dias. Se não tomarmos a medicação habitual ou estamos sujeitos a demasiado stress, podemos estamos sujeitos a demasiado stress, podemos estar perante uma crise de Addison, que significa

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que não existe mais cortisol no nosso organismo.Sinto-me quase sempre cansado e preciso de Sinto-me quase sempre cansado e preciso de dormir todos os dias à hora de almoço, depois do trabalho, e outras 10 horas por noite para con-seguir treinar e estar bem fisicamente no dia seguinte. Por vezes sofro de fraqueza muscular, pelo que tomo cortisol extra para combater essa fraqueza. É muito difícil… basta ter níveis baixos destas hormonas para se sentir em baixo fisica-destas hormonas para se sentir em baixo fisica-mente.No entanto, isto não é nada a comparar com o que ainda posso viver! É por isso que pratico ciclismo, para me sentir melhor e para me fazes melhor.

É O FUNDADOR DA SOCIEDADO SUECA PARA A DOENÇA DE ADDI-SON E TAMBÉM DA TEAM ADDI-SON. O QUE O FEZ LANÇAR-SE COM ESTES PROJECTOS?

Quando acordei do coma, em 2013, fui pesquisar sobre a doença que tinha. Nessa altura tinha bastantes perguntas na cabeça e queria respostas. Será que vou morrer? Quanto tempo mais terei de vida? Que doença é esta? Não havia qualquer tipo de informação sobre a doença aqui na Suécia e decidi que isto não podia acontecer a mais ninguém! Comecei por criar um site e, pouco ninguém! Comecei por criar um site e, pouco tempo depois, as pessoas que tinham a doença encontraram a minha página. Não estava sozinho nesta luta!

Para começar a imprimir uns panfletos sobre a doença, para esta chegar a mais pessoas, criei a Associação para a doença aqui na Suécia e organ-izei um concerto para recolher fundos. Foi um sucesso!Também decidi criar a Team Addison, há dois Também decidi criar a Team Addison, há dois anos, para mostrar que, medicados, também con-seguimos ser activos. Como gosto muito de ciclis-mo, a equipa só podia ser de ciclismo, obvia-mente.

Tanto a associação como a equipa servem para alertar as pessoas para a doença de Addison e para não ser algo estranho na nossa sociedade. Certo é que em 95% dos casos médicos, quando estamos perante uma crise das que mencionei há pouco, os responsáveis de saúde não sabem o que fazer nem têm conhecimento da doença. É importante o alerta para esta doença para não se perderem vidas alerta para esta doença para não se perderem vidas apenas por desconhecimento médico…

Nunca vou deixar de lutar para tornar a nossa doença muito mais conhecida, na Suécia e no mundo inteiro!

E COMO AVALIA OS RESULTADOS E COMO AVALIA OS RESULTADOS DESTES SEUS PROJECTOS? PENSA QUE A MENSAGEM SOBRE A DOENÇA DE ADDISON ESTÁ A SER BEM PASSADA?

Graças aos nossos projectos conseguimos chegar Graças aos nossos projectos conseguimos chegar a mais pessoas, mas torna-se extremamente difícil apelar à preocupação das pessoas. Felizmente, ou infelizmente neste caso, a doença afecta poucas pessoas, o que torna a nossa tarefa mais difícil, nomeadamente na altura de arranjar apoios e patro-cinadores que nos possam ajudar a crescer. Se fosse uma doença mais comum, seria mais facil-fosse uma doença mais comum, seria mais facil-mente apoiada pela sociedade. Ainda assim, não desistimos e fazemos o nosso trabalho, diaria-mente, aqui na Suécia. Apoiamos e ajudamos quem precisa e espalhamos ao máximo toda a informação que temos sobre a doença. Hoje em dia, se esta doença for diagnosticada a alguém, esse alguém já terá uma associação a quem poderá recorrer. Através da Team Addison somos entrevis-tados antes e durante as corridas em que partici-pamos, falamos com outros ciclistas e com vários meios de comunicação. Como costumo dizer, se somos vistos é porque existimos!

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ESTA DOENÇA ESTÁ ASSOCIADA À INSUFICIENTE PRODUÇÃO DE CERTAS HORMONAS PRODUZIDAS PELAS GLÂNDULAS SUPRA-RE-NAIS. COM ESTA DOENÇA, ESSAS GLÂNDULAS PRODUZEM MUITO POUCO CORTISOL E NÍVEIS MÍNI-MOS DE ALDOSTERONA E POR ISSO TOMAMOS COMPRIMIDOS DE SAL E CORTISONA PARA SO-BREVIVERMOS MAIS UM DIA, TODOS OS DIAS.

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FALEMOS SOBRE O CYCLING FOR LIVE, UM FILME SOBRE A SUA VIDA E OS DESAFIOS COM A DOENÇA DE ADDISON. QUEM TEVE A IDEIA, QUANDO COMEÇARAM AS FILMAGENS E QUEM ESTÁ A APOIAR ESTE PRO-JECTO?JECTO?

Sempre sonhei em fazer um filme sobre a minha vida, de modo a chegar a ainda mais gente, mas sem dinheiro torna-se impossível de alcançar… Certo dia vi fotografias e vídeos fascinantes num grupo que a nossa vila tem no Facebook. Con-tactei o responsável (Martin Wallgren) e pergun-tei-lhe por um orçamento para realizar o meu sonho. Ficámos logo amigos e o Martin decidiu sonho. Ficámos logo amigos e o Martin decidiu ajudar-nos a realizar o filme, ao mesmo tempo que testava o seu material e os ângulos preferenciais para a filmagem, tudo para nos ajudar, sem que tenha sido preciso qualquer pagamento.

Com o teaser que gravámos conseguimos chegar a Com o teaser que gravámos conseguimos chegar a 45 países em 5 dias. A comunicação social é um meio excelente para impulsionar ideias como esta, juntamente com excelentes paisagens, grande real-ização e, obviamente, o ciclismo como pano de fundo… O próximo projecto será encontrar um realizador que nos ajude na elaboração de um filme que ilustre como é o quotidiano com esta filme que ilustre como é o quotidiano com esta doença.

SABEMOS QUE ESTÁ À PROCURA SABEMOS QUE ESTÁ À PROCURA DE PATROCINADORES QUE O APOIEM NESTA CAMINHADA. COMO É QUE AS EMPRESAS OU OS NOSSOS LEITORES EM PAR-TICULAR PODEM CHEGAR ATÉ VOCÊS PARA AJUDAR?

Sim, é extremamente difícil arranjar patrocina-dores dada a raridade da doença. Consequente-mente, é mais importante para nós conseguir apoio para crescer e chegar mais longe. As nossas vidas são tão importantes como a de todos os outros, e o apoio significaria tanto para nós que nem o consigo exprimir em palavras. É tudo para caridade e permitir-nos-ia espalhar melhor a infor-caridade e permitir-nos-ia espalhar melhor a infor-mação e conhecimento relativos à doença, torná-la mais conhecida. A Team Addison é o nosso grupo de ciclismo, com tudo o que isso acar-reta. Usamos rodas, equipamento, peças e

acessórios de bicicleta como qualquer ciclista mas os pagamentos são feitos em privado para a cari-dade, pelo que qualquer apoio é bem-vindo. Se alguma empresa desejar apoiar-nos, nós colocare-mos o seu belo símbolo algures no nosso equipa-mento de corrida, o qual também contém sempre o nosso próprio símbolo e o nosso endereço na Internet. A maneira mais simples de nos apoiar é através do nosso PayPal (http://www.addison-gruppen.se/2580-2/) ou contactar-me directa-mente em [email protected].

TEM MAIS ALGUMA COISA A DIZER AOS NOSSOS LEITORES EM PORTUGAL?

Graças aos nossos projectos conseguimos chegar a mais pessoas, mas torna-se extremamente difícil apelar à preocupação das pessoas. Felizmente, ou infelizmente neste caso, a doença afecta poucas pessoas, o que torna a nossa tarefa mais difícil, nomeadamente na altura de arranjar apoios e patro-cinadores que nos possam ajudar a crescer. Se fosse uma doença mais comum, seria mais facil-fosse uma doença mais comum, seria mais facil-mente apoiada pela sociedade. Ainda assim, não desistimos e fazemos o nosso trabalho, diaria-mente, aqui na Suécia. Apoiamos e ajudamos quem precisa e espalhamos ao máximo toda a informação que temos sobre a doença. Hoje em dia, se esta doença for diagnosticada a alguém, esse alguém já terá uma associação a quem poderá recorrer. Através da Team Addison somos entrevis-tados antes e durante as corridas em que partici-pamos, falamos com outros ciclistas e com vários meios de comunicação. Como costumo dizer, se somos vistos é porque existimos!

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TEAMADDISON

ATRAVÉS DA TEAM ADDISON SOMOS EN-TREVISTADOS ANTES E DURANTE AS COR-RIDAS EM QUE PARTICIPAMOS, FALAMOS COM OUTROS CICLISTAS E COM VÁRIOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. COMO COSTU-MO DIZER, SE SOMOS VISTOS É PORQUE EXISTIMOS!

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PORTUGALCAMPEÃO DO MUNDO!hegou ao fim mais uma edição dos campe-onatos do mundo de Pro Cycling Manager,

a 12ª. Este ano “calhou” a Portugal, mais con-cretamente à comunidade PCM-Portugal, a oportunidade de organizar o evento mais exclu-sivo e mais importante do único jogo no merca-do sobre ciclismo. Portugal sucedeu assim a França, país que organizou o Mundial do ano passado, na preparação deste evento. Para a organização o balanço foi claramente positivo, contribuindo para tal as várias opiniões de quem participou no torneio, bem como da própria empresa Focus e Cyanide (distribuidor e criador do jogo, respectivamente), que expressaram toda a sua satisfação pelo empen-ho, trabalho e pelo esforço que a comunidade envolveu em torno da competição. A imagem da comunidade responsável pela organização ficou bem cotada perante todas as outras comu-nidades, bem como as empresas relacionadas com o jogo.

Correndo em casa, os melhores jogadores de PCM portugueses não queriam desiludir, quer no campeonato a solo quer no campeonato por equipas. E a verdade é que não desiludiram! Sabendo que seria muito difícil ultrapassar a prestação de Portugal (solo e equipas) nos mun-

diais de 2013 e 2014, os nossos participantes voltaram a elevar a fasquia! No ano de 2013 o emblemático josepereira, jogador português, sagrou-se campeão do mundo de estrada, juntando a esse prémio o título mais impor-tante, o de vencedor da classificação geral -nesse ano o José foi declarado o melhor jogador de PCM do mundo! Um pouco mais jogador de PCM do mundo! Um pouco mais tarde, nesse mesmo ano, Portugal sagrou-se campeão do mundo por equipas.

Já em 2014, e ainda que, por equipas, Portugal não tenha conseguido revalidar o título, a selecção nacional lutou até à última prova pelo título, que acabou por ser entregue à França, já referenciada como organizadora do evento no ano transacto. Ainda nesse ano Portugal con-seguiu revalidar o título individual, desta vez por intermédio de por intermédio de SirBoston, que teve como principais resultados a vitória no Keirin e na corrida por pontos. Juntaram-se, ao ouro de SirBoston, mais 4 medalhas para jogadores portugueses.

Este ano a prestação portuguesa foi soberba! Em solo, e como era já esperado e apontado por todos os conhecedores da realidade online de PCM, josepereira voltou a fazer das suas e,

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passados dois anos, voltou a ser consagrado como o melhor jogador de PCM do mundo, sendo o primeiro jogador a nível mundial a alcançar tal feito. Nunca ninguém tinha con-seguido ganhar, até então, dois títulos na classi-ficação geral de PCM. Para este enorme resulta-do contribuiu, como é óbvio, a vitória do José no evento mais importante de pista, o omnium, bem como a medalha de prata que conseguiu alcançar em Keirin. Mas as grandes exibições não foram só deste jovem portuense! EdkKing, outro dos destaques dentro dos jogadores portugueses, obteve o seu melhor resultado de sempre num mundial, de resto acompanhado pela melhoria significativa por Portugal neste evento. A sua performance foi notável em quase todas as provas, saltando à vista a medalha de bronze obtida em estrada e em Scratch, que fizeram com que terminasse em Scratch, que fizeram com que terminasse em 5º lugar na classificação geral do Campe-onato do Mundo (a nível individual). No que toca a medalhas, de realçar também a excelente prestação de Dinli que, apesar de pedra basilar da organização da competição, não deixou de mostrar os seus dotes enquanto jogador, ganhando a única medalha de prata jogador, ganhando a única medalha de prata que Portugal conquistou este ano no Mundial, ainda na vertente individual.

Tal feito foi alcançado na prova de Scratch. De realçar também a prestação honrosa do jogador Polocav que obteve um honroso 4º lugar na corrida por pontos, ficando muito perto do pódio e das medalhas. Foram estes resultados acimas descritos que permitiu a Por-tugal colocar 3 jogadores (josepereira, edkKing, DinliedkKing, Dinli) entre os 10 melhores do mundo, sendo josepereira o número 1 nessa classificação!

No que diz respeito ao campeonato do mundo por equipas, Portugal este ano apresentou 3 equipas para participar neste evento, um facto inédito pois, até hoje, nunca Portugal tinha apresentado três equipas para lutar pelo título mundial por equipas, que estava de longe garantido, já que eram esperadas as presenças de fortes jogadores de outros países, neste que de fortes jogadores de outros países, neste que é o título colectivo mais desejado. Logo à parti-da a primeira formação portuguesa, denomina-da de Portugal (1), equipa composta por josep-ereira, Guilherme, edkKing, SirBoston, jotafef e Roche, era apontada como umas das principais candidatas à vitória. De facto, a qual-idade individual dos seus jogadores, bem

como a prestação que a equipa tem vindo a apresentar nestes últimos dois anos (em 2013 alcança o titulo mundial e em 2014 foi 3ª classi-ficada) fez com que esta equipa lusa fosse um dos alvos a abater por parte das restantes nações. A luta pelo lugar mais alto do pódio foi intensa, e sem dúvida que muito emocionante. Tudo foi decidido no último dia da com-Tudo foi decidido no último dia da com-petição, por ocasião da prova de estrada. Portu-gal encontrava-se em desvantagem à entrada para este ultimo dia e via-se obrigada a vencer a prova mais importante para deixar o título em casa. E o que parecia difícil aconteceu!

Depois de uma etapa menos conseguida, a equipa lusa, na última e derradeira etapa do último dia de prova, puxou dos galões e fez mais uma exibição de encher o olho, con-seguindo ultrapassar a Bélgica e a Alemanha na prova de estrada. Consequentemente ultra-passou a nação Francesa (campeã do mundo no ano passado), consagrando-se assim como a selecção vencedora do Mundial por equipas! Foram escassos os 5 pontos que separaram a selecção gaulesa da portuguesa, mas foram os

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pontos suficientes para Portugal voltar a subir ao lugar mais alto do pódio, dois anos depois! As duas restantes equipas portuguesas tiveram prestações mais modestas: Portugal (2) mel-horou a sua classificação geral face ao ano transacto ficando este ano na 7ª posição, termi-nando na metade superior da tabela da classifi-cação geral; já Portugal (3) acabou a com-cação geral; já Portugal (3) acabou a com-petição na 11ª posição, o que não deixou de ser um marco assinalável para uma equipa que participou pela primeira vez num evento deste género.

Afinal não é só no ciclismo puro e duro que os portugueses dão cartas e os resultados acima apresentados mostram isso mesmo! Ficou provado na edição de 2015 dos Campeonatos do Mundo de PCM que existe um leque enorme de jogadores nacionais que pertencem à elite mundial do maior videojogo de ciclis-mo. Podemos afirmar hoje que Portugal é, no mo. Podemos afirmar hoje que Portugal é, no que diz respeito ao Pro Cycling Manager, a maior potencial a nível mundial!A verdade é que a tendência é para continuar. A verdade é que a tendência é para continuar. Muitos dos jogadores que hoje têm resultados assinaláveis são ainda muito jovens e além disso, o número de jogadores portugueses no jogo tem vindo a crescer consideravelmente, esperando-se brevemente o aparecimento de novos jogadores talentosos.

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