portifolio

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Currículo Clauton Danelli de Souza Rua Confederação do Equador, 54, São Paulo - CEP 03475-120 tels. 11 8346-8006 // 6721-8006 [email protected] á r e a s d e a t u a ç ã o :: diagramação, produção gráfica, design, criação r e s u m o d e q u a l i f i c a ç õ e s e a l g u n s p r o j e t o s :: atuação na área gráfica desde 2000; :: participação da equipe interna de desenvolvimento e implantação do mais recente projeto gráfico do jornal Folha de S. Paulo, que teve estréia em maio de 2006; :: diagramação para as principais coberturas jornalísticas especiais realizadas entre 2000 e 2006; :: habilidade de criação do processo para identidade visual; :: experiência em alguns softwares de editoração eletrônica, para Macintosh ou PC: Illustrator, Freehand, Quarkxpress, Indesign e Photoshop; experiência profissional :: Empresa: Folha da Manhã S.A. Período: Abril de 2000 até a presente data. Cargo: Diagramador Criação das páginas de acordo com as matérias a serem publicadas em cada caderno; desenvolvimento de proje- tos para cadernos especiais, como Papa, Tsunami, Eleições, Olimpíadas, Copa 2002-2006, Acidente do Vôo da Tam e Pan 2007 trabalhos efetuados em todos os cadernos do jor- nal, finalização de arquivos, organização de layout publici- tário (espelho) e escala da equipe f o r m a ç ã o a c a d ê m i c a :: Senai Theobaldo de Nigris Pós em Gestão Empresarial Inovadora da Empresa Gráfica (em andamento) :: UniFmu - Faculdades Metropolitanas Unidas Desenho Industrial com Habilitação Design Gráfico prêmios :: Em 2006 fui vencedor de 3 prêmios de SND (The Society for News Design - Newspaper design and visual journalism society www.snd.org) c u r s o s d e a p r i m o r a m e n to :: Indesign - Impacta Carga horária: 40h - set/06 :: Photoshop Avançado - Impacta Carga horária: 25h - ago/05 :: Ilustração com o ilustrador Carvall – Folha de São Paulo Carga horária: 20h - abr/05 :: Semana do Design - UniFmu (Ouvinte) Carga horária: 40h - mai/05. Principais palestrantes: Mau- ricio Camim Filho, Kito Castanha, Henrique Nardi, Sidney Rufca, Miguel de Frias, Sergio Antunes, Cláudio Rocha, Ar- iovado Capano e Marco Aurélio Kato. ::Quark press - Impacta Carga horária: 40h - set/01

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Page 1: portifolio

Currículo Clauton Danelli de Souza

Rua Confederação do Equador, 54, São Paulo - CEP 03475-120tels. 11 8346-8006 // [email protected]

á r e a s d e a t u a ç ã o:: diagramação, produção gráfica, design, criação

r e s u m o d e q u a l i f i c a ç õ e s e a l g u n s p r o j e t o s:: atuação na área gráfica desde 2000;:: participação da equipe interna de desenvolvimentoe implantação do mais recente projeto gráfico dojornal Folha de S. Paulo, que teve estréia em maio de 2006;:: diagramação para as principais coberturas jornalísticasespeciais realizadas entre 2000 e 2006;:: habilidade de criação do processo para identidade visual;:: experiência em alguns softwares de editoração eletrônica,para Macintosh ou PC: Illustrator, Freehand, Quarkxpress,Indesign e Photoshop;

experiência profissional :: Empresa: Folha da Manhã S.A.Período: Abril de 2000 até a presente data.Cargo: DiagramadorCriação das páginas de acordo com as matérias a serem publicadas em cada caderno; desenvolvimento de proje-tos para cadernos especiais, como Papa, Tsunami, Eleições, Olimpíadas, Copa 2002-2006, Acidente do Vôo da Tam e Pan 2007 trabalhos efetuados em todos os cadernos do jor-nal, finalização de arquivos, organização de layout publici-tário (espelho) e escala da equipe

f o r m a ç ã o a c a d ê m i c a:: Senai Theobaldo de Nigris Pós em Gestão Empresarial Inovadora da Empresa Gráfica (em andamento):: UniFmu - Faculdades Metropolitanas UnidasDesenho Industrial com Habilitação Design Gráfico

prêmios:: Em 2006 fui vencedor de 3 prêmios de SND (The Society for News Design - Newspaper design and visual journalism society www.snd.org)

c u r s o s d e a p r i m o r a m e n to :: Indesign - ImpactaCarga horária: 40h - set/06:: Photoshop Avançado - ImpactaCarga horária: 25h - ago/05:: Ilustração com o ilustrador Carvall – Folha de São PauloCarga horária: 20h - abr/05:: Semana do Design - UniFmu (Ouvinte)Carga horária: 40h - mai/05. Principais palestrantes: Mau-ricio Camim Filho, Kito Castanha, Henrique Nardi, Sidney Rufca, Miguel de Frias, Sergio Antunes, Cláudio Rocha, Ar-iovado Capano e Marco Aurélio Kato.::Quark press - ImpactaCarga horária: 40h - set/01

Page 2: portifolio

folhaCOTIDIANOTel.: 0/xx/11/3224-3402E-mail: [email protected]

Fax: 0/xx/11/3224-2285

Serviço de atendimento ao assinante:Grande São Paulo 0/xx/11/3224-3090Demais localidades 0800-775-8080

Página C 1 ★ São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006 ★ concluído à 1h25

FOTO6.029.0

promovemegarrebeliãoReginaldo Pupo/Folha Imagem

eampliamedonoEstado74mortes156 ataques80 rebeliões

No terceiro dia de terror provocado pelafacção criminosa PCC, a violência se espalhouem São Paulo. Os ataques não se resumiram abases da polícia. Ao menos 36 ônibus foramincendiados. Fóruns da Justiça também sofre-ram atentados. Pelos menos três agências ban-cárias e um prédio comercial foram atacados.Desde sexta, presos se rebelaram em 80 presí-dios (cadeias públicas e penitenciárias) —55continuavam dominados pelos presos até o fe-

chamento desta edição—, superando a me-garrebelião de 2001, quando houve motins em29 unidades. O protesto teve a solidariedadede presos de Mato Grosso do Sul. Em uma dasrebeliões de ontem, detentos de uma cadeiapública do interior jogaram colchões em cha-mas contra um delegado, que teve queimadu-ras em 64% do corpo. Em São Sebastião, oitopresos morreram; em Ribeirão Preto, cinco.Segundo dados divulgados à noite pela Secre-

taria da Segurança Pública, 61 pessoas morre-ram nos atentados —36 agentes de segurança,dois civis e 23 suspeitos de participar dasações. Houve 13 mortes nas prisões, num totalde 74 vítimas. O governo paulista nega que asituação esteja fora do controle e recusou aju-da do Exército. À Folha, o governador Cláu-dio Lembo (PFL) disse que já sabia dos ata-ques há 20 dias. Policiais que atuam na rua,porém, dizem que não foram alertados.

G U E R R A U R B A N A

PCCatacaônibusebancos,

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em

Presos rebelados nacadeia de SãoSebastião, no litoral deSão Paulo; rebeliãodeixou oito presosmortos e 14 feridos

Ônibus em chamas naestrada de Itapecerica,

no Capão Redondo,zona sul; pelo menos

dez veículos foramincendiados Candidatos

TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRECOMO VOTAR HOJE Págs. A10 e A11

CONHEÇA TAMBÉM A TRAJETÓRIA DOS HOMENS QUE CONCORREM AO GOVERNO DE SP

HELOÍSA

eleições2006EFDOMINGO, 1º DE OUTUBRO DE 2006 ¤ ESPECIAL A1

Quem são, o que pensam, de que maneira atuam e como construíram suascarreiras os políticos que disputam hoje o mais importante cargo do país

enfermeiraprofessora universitáriavice-prefeitadeputada estadualsenadoracandidataa presidente

ALCKMIN

médico anestesista vereadorprefeitodeputadoestadualdeputado federalgovernadorcandidato apresidente

LULA

torneiro mecânico presidente doSindicato dosMetalúrgicos de São Bernardopresidente do PTdeputado federalpresidente da Repúblicacandidato a presidente

Adi Leite

Marcelo Soubhia

Roberto Setton

O comitê de campanha de LuizInácio Lula da Silva, em Brasília

Militante de Geraldo Alckmin, emato no Clube Espéria, em São Paulo

Heloísa Helena profere palestra na Confederação de Lojistas de Aracaju

61%dos votos válidos

39%dos votos válidos

>> ACOMPANHE A COBERTURA DA VOTAÇÃO E A APURAÇÃO NA FOLHA ONLINE www.folha.com.br/eleicoes2006

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eleições2006EFDOMINGO, 29 DE OUTUBRO DE 2006 ¤ ESPECIAL 1

Lula deve ser reeleitohoje, indica DatafolhaPesquisa concluídaontemmostra atual presidente22pontospercentuais à frentedeAlckmin; petista já canta vitória epede trégua, enquanto tucanoainda fala emvirada

OPRESIDENTE Luiz Inácio Lula da Silva, 61completados na sexta, deve ser reeleitohoje para governar o Brasil até 31 de de-zembro de 2010. Pesquisa Datafolha rea-

lizada ontem e anteontem dá a Lula 61% dos votos vá-lidos, 22 pontos percentuais à frente de seu adversáriodo PSDB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alck-min, 53. Confirmado o resultado, será a segunda vezque um presidente brasileiro é eleito por voto popularpara dois mandatos consecutivos —o outro foi Fer-

nando Henrique Cardoso (1995-98 e 99-02). Antesdele, só Getúlio Vargas comandou o país por dois pe-ríodos (1930-45 e 50-54). Se eleito, Lula, ex-torneiromecânico e líder sindical, será novamente o 39º presi-dente do Brasil. Estão registrados para ir às urnas125.913.479 eleitores. Eles podem dar a Lula votaçãorecorde em números absolutos. Em 2002, o petista te-ve 52.793.364 votos no segundo turno. Caso se confir-me sua reeleição, Lula terá que lidar com a sombra datentativa da compra de um dossiê contra tucanos por

membros de sua campanha. O Tribunal Superior Elei-toral investiga a responsabilidade do presidente, e aPolícia Federal tenta descobrir a origem do R$ 1,75milhão envolvido na negociação. Dez Estados tam-bém elegem hoje seus governadores. No Rio, SérgioCabral deve manter o PMDB no poder. Será mais umentre os governadores a reforçar a base de aliados deLula, que deve se expandir em relação à de 2002. A vo-tação acontece em todo o país de 8h a 17h. O TSE esti-ma que, até as 23h, 99% das urnas estejam apuradas.

RIOGRANDEDOSUL MARANHÃO PARANÁ

Ibopedá dezpontosdevantagemaYedaCrusius (PSDB)sobreopetistaOlívioDutranaretafinal Pág. 15

RoseanavestevermelhodoPTparaevitarqueosSarney sejam batidosnoEstadodepoisde40anos Pág. 15

Requião (PMDB) tem53%dos votosválidoscontra47%deOsmar (PDT),segundopesquisaDatafolha Pág. 14

Páginaspremiadasna28ªediçãodoBestNewspa-perDesign(OMelhordoDe-signdeJor-nais,nasiglaeminglês)

FolhaganhanoveprêmiosdedesignJornal foi o veículobrasileiro commaispáginasdestacadasna28ªediçãodacompetição internacionaldaSociety forNewsDesign

................................................................................................DAREDAÇÃO

A Folha recebeu nove prê-mios de excelência gráfica na28ª edição do Best NewspaperDesign —O Melhor do Designde Jornais— por páginas publi-cadasnoanopassado.A competição é promovida

desde 1979 pela Society forNews Design (SND), entidadeinternacional com sedenosEs-tadosUnidosque congrega cer-ca de 2.600profissionais de de-senho gráfico de jornais emmaisde50países.O jornal já havia sido pre-

miado em outras sete ocasiões(1991, 1995, 1997, 1999, 2000,2001, 2002, 2003 e 2004), masesse é o maior número de dis-tinções obtidas pela Folha emum mesmo concurso —o maisimportantedacategoria.Na edição deste ano, na qual

concorreram 351 publicaçõesde dezenas de países, os jornaisbrasileiros receberam ao todo

22 prêmios. Além dos noveconcedidos à Folha, o “EstadodeMinas” recebeu seis, o “Cor-reio Braziliense”, quatro, “OGlobo”, dois, e “ODia”, um.As páginas da Folha premia-

das estão publicadas em qua-dros nesta página. “As páginasselecionadas premiam a nossaconstante preocupação com aharmonia entre conteúdo eforma. Informações bem apu-radas, unidas a fotografias bemescolhidas e um trabalho gráfi-co de qualidade certamentetornam a leitura mais atraen-te”, disse Fábio Marra, editordeArtedaFolha.De acordo com o júri, os jor-

nais mais bem desenhados domundo foram Äripäev (Estô-nia), “El Economista” (Espa-nha), “Frankfurter Allgemei-ne” (Alemanha) e “Politiken”(Dinamarca). Os veículos im-pressos que mais receberamprêmios na 28ª edição foram:“The New York Times”, “LosAngeles Times”, “Excelsior”,“Hartford Courant”, “San JoseMercury News”, “The BostonGlobe”, “The South FloridaSun-Sentinel”, “La Presse”,“The (Cleveland) Plain-Dea-ler” e “ElMundo”.

Disputaépromovidadesde1979pelaSND,grupoquereúne,emmaisde50países,2.600profissionaisdedesenhográficode jornais

)Ciência -25.ago.2006)Cotidiano-15.mai.2006 )Brasil -11.jun.2006 )Especial - 1.out.2006)Eleições -1.out.2006)Eleições -29.out.2006

)Cotidiano-1. a6 jan.2006

)Cotidiano-5.fev.2006

)Mundo-26.mar.2006

A12 brasil SÁBADO, 3 DEMARÇODE 2007 ef

Folha de S.PauloPáginas vencedoras do SND 2006

Folha de S.PauloPáginas vencedoras do SND 2006

Page 3: portifolio

>>ACOMPANHE A PREPARAÇÃODE 11 ATLETASEM CONTAGEMREGRESSIVAPARA O PAN

folhateen

A cantoraAmy Lee

Ass

ocia

ted

Pre

ss

Danilo Verpa/Folha Imagem

TÊNIS CUSTOMIZADO É OPÇÃO PARA QUEM BUSCAEXCLUSIVIDADE MAS NÃO QUER GRIFE Págs. 4 e 5

“SOU DIVERTIDA E DESAJEITADA”,REVELA A VOCALISTA DOEVANESCENCE,QUE COMEÇA AMANHÃTURNÊ PELO BRASIL Págs. 6 e 7

amanhã

+

U M J O R N A L A S E R V I Ç O D O B R A S I L ¤ ¤ ¤ W W W . F O L H A . C O M . B R

SEGUNDA-FEIRA,16DEABRILDE2007ANO87 ★ Nº28.502

DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO EDIÇÃONACIONAL, CONCLUÍDA ÀS 20H45 ★ R$ 2,50

Oliver Multhaup/Associated Press

MassaganhaGPdoBahreinesobepara4ºnoMundial

ContraCPI,LulamandaPFinvestigaraInfraero

Pressionado pelos resulta-dosruinsnasduasprimeirascorridas do ano,FelipeMas-sa, 25, venceu ontem o GPdo Bahrein, no primeiro fi-nal de semana perfeito desua carreira: fez também apoleeamelhorvolta.“Foi um resultado sensa-

cional”, disse Massa, agoraem quarto lugar no Mun-dial, atrás de FernandoAlonso, Lewis Hamilton eKimi Raikkonen, que estãoempatados. Pág. D1 Governotambémnegociacom

tucanosparaabafar investigaçãoCarpegianifechacomCorinthians

O presidente Luiz InácioLula da Silva mandou o mi-nistroTarsoGenro (Justiça)colocar a Polícia Federal pa-ra investigar a Infraero, es-tatalqueadministraosaero-portos. O objetivo de Lula ése antecipar aos trabalhosdeumapossívelCPIdoApa-gão Aéreo e reduzir o efeitode eventuais denúncias. Ogoverno considera inevitá-vel a instalaçãodeCPI.Paulo Lacerda, diretor da

PF, colocará o serviço de in-teligência para analisar osnegócios da estatal. Audito-rias apontam que a estatalfezobrassuperfaturadas.

O governo atua em outrafrente para tentar esvaziar ainvestigação. Governistasnegociam com oposicionis-tas do PSDB para encontraruma saída honrosa paraabortar aCPIdoApagãoAé-reonoSenado.AbasedeLu-laémais frágilnoSenado.ParlamentaresdoPSDBjá

acertaram com o governo aproposta de criar uma CPIsó na Câmara, onde Lulatêm uma base de apoiomaior. Em troca, o governovai oferecer mais recursosdoPAC(ProgramadeAcele-ração do Crescimento) a go-vernadoresdoPSDB. Pág. A4

O técnico Paulo CésarCarpegiani, 58, acertou suaida para o Corinthians, comcontrato por um ano. “Nãoconsidero um desafio, masuma coisa normal’’, disse.Ganhará cerca de R$ 140mil, menos que um terço deLeão,seuantecessor. Pág. D3 FelipeMassa festeja a sua terceira vitória naF-1, queveio junto comapole e comamelhor volta

Ricardo Nogueira/Folha Imagem

Penitenciáriafederalvivecaos,dizrelatório................................................................................................JOSÉMASCHIODAAGÊNCIA FOLHA, EMCATANDUVAS

Relatório do serviço de in-teligênciadaPolíciaFederal,obtido pela Folha, descreveuma situação de caos nape-nitenciária federal de Ca-tanduvas (PR). O governoalardeou na sua inaugura-ção, em junho de 2006, queeraumsuperpresídio.

O documento cita atos deinsubordinaçãodosagentesdiante da direção, apontafalhas graves de segurançae expõe o poder de presoscomo o traficante Fernan-dinho Beira-Mar —descritocomo chefe dos 141 presi-diários. A norma que res-tringe aomáximo a conver-sa de agentes com detentoséviolada,dizaPF. Pág. C1Oatacantesão-paulinoAloísio disputabola comLuisAlberto, doSãoCaetano,no jogodeontem,quetevegrandenúmerode faltas

SãoPauloeSãoCaetanoficamsónoempate

mundoProtestoscontraPutinemSãoPetersburgotêm150prisões A11

Estabilidadeelevafusõeseaquisiçõesdeempresas

Emplebiscito,Equador aprovaconvocação deconstituinte

PolíciapriorizaaanálisededocumentosdebicheiroejuizEm jogo com marcação

forte e correria o tempo in-teiro, SãoPaulo eSãoCaeta-no empataramontemem1a1, no primeiro jogo entre osdois pela semifinal do Pau-lista-2007,noPacaembu.O time do Morumbi mar-

cou aos 30 minutos do pri-meiro tempo e levou, emgolcontra, aos 10 do segundo.Um novo empate leva o SãoPauloàfinal. Pág. D6

ED ITOR IA I S Pág. A2

Leia“Expansãoimobiliária”,sobrenovosinvestimentos;e“Climadeomissão”,acercadeaquecimentoglobal.

A estabilidade econômicae a alta disponibilidade derecursos no mercado inter-nacional aceleraram o pro-cessodefusãodeempresas.O Cade (Conselho Admi-

nistrativo de Defesa Econô-mica) recebeu 199 pedidospara essas operações nesteano. Esse número é quase ametade dos pleitos de 2006(423). Em 2000, com a pri-vatização, ocorreu uma ex-plosãode fusões (668).Aon-da atual tem relações com aquedadoriscoBrasil. Pág. B1

Os equatorianos aprova-ram em plebiscito ontem aconvocação de uma novaAssembléia Constituinte.Segundo pesquisa de boca-de-urna, o “sim”, que preci-sava de maioria simples, te-ria 78,1% dos votos, contra11,5%do“não”.O presidente Rafael Cor-

rea havia ameaçado renun-ciar caso não conseguisseuma vitória convincente. Aoposição teme que ele con-centre mais poder e centra-lizeogoverno. Pág. A9

A Polícia Federal suspen-deu a coletadedepoimentosdos 25 presos, entre eles juí-zes, delegados e bicheiros,acusados de prática de jogoilegal, corrupção e tráfico deinfluência, na maior opera-ção policial já realizada ten-do com alvo o Judiciário.Comoeles usamodireitodosilêncio, a PF vai priorizar aanálisedosdocumentos.O desembargador JoséRi-

cardo Siqueira Regueira dis-se que foi cerceado em seudireitoconstitucional. Pág. A5

ATMOSFERA Pág. C2

TemperaturasestáveisnopaísCuritiba mín.16ºC.................................................................................

RiodeJaneiro máx.34ºC.................................................................................

Luaminguante

Estaediçãotem50páginas302.439exemplares

ISSN 1414-5723

9 771414 572025

28502

Estãoinclusas12páginasdeFolhateen

“Homem-peixe”atravessa o rioAmazonas em 66 dias Pág. D5

esporte

O nadadoresloveno

Martin Strel

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Saretta garante vitória doBrasil na Copa Davis Pág. D4

Conheça os criadores das comunidadesque reúnem milhões noOrkut Págs. 6 e 7

folhateen

Paulistanos enfrentam filas de até 5 horas para ver exposiçõesPág. C8

cotidiano

Fila para ver “CorpoHumano“, na Oca

Santos assegura liderançano Campeonato Paulista Pág. D3

Pau

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Estaediçãotem56páginas301.526exemplares

+

Iraquianos vivemcomdesordememedo após4anosde ocupação

ParaministrodaSaúde,debatesobreabortoéprecárionopaís

................................................................................................KARENMARONESPECIAL PARAA FOLHA,EMBAGDÁ

Há quatro anos, a estátuade Saddam Hussein na pra-ça Farduz, em Bagdá, foiderrubada pelos soldadosamericanos. Esse dia ficouconhecidocomooda“quedade Bagdá” e representou oresultado que a coalizãoacreditava ter conquistadocom a ofensiva “Iraqi Free-dom”(liberdade iraquiana).Mashoje no Iraque faltam

sobretudo liberdade e segu-rança.Acarênciadeserviçosbásicos se agrava, e as ruasda capital do país são umcartão postal do caos e dadesorganização. Pág. A10

Para o ministro da Saúde,José Gomes Temporão, 56,a rejeição dos brasileiros àdescriminalização do abortoresulta de um debate “aindamuito precário” sobre o as-sunto no país. Segundo pes-quisa Datafolha, 65% sãocontramudançasna lei.Médico sanitarista, Tem-

porão defende a realizaçãode um plebiscito sobre o te-ma. Ele avalia que o abortoprecisa ser analisado doponto de vista da saúde pú-blica, mas que faltam infor-maçõesparaadiscussão.Ele também critica a es-

tratégia do ministério deaquisição e distribuição decontraceptivos. Pág. A14

)))LAMENTAÇÃOLAMENTAÇÃOLAMENTAÇÃOOpapaBento16nobalcão central dabasílica deSãoPedro, noVaticano, deonde leu suamensagemdePáscoa; ele lamentouo‘massacre contínuo’ no Iraque, a ‘agitação e a instabilidade’ noAfeganistão e tambémaviolência noCongo enaSomália Pág. A11

Novaleiconcedebenefícioaacusadodecrimehediondo

ObservadorabrasileiraéesfaqueadanoTimorLesteA juíza Sandra Aparecida

Silvestre de Frias Torres foiesfaqueada durante assaltoem Dili, capital do TimorLeste,nanoitedesábado.Ela integraamissãodeob-

servadores brasileiros paraas eleições presidenciais nopaís, que ocorrem hoje. Ajuíza do Tribunal de Justiçade Rondônia recebeu cercade 50 pontos nasmãos enosbraços, mas diz que traba-lharánaseleições. Pág. A11

Projeto aprovadoemmarçopeloCongressoderrubaproibiçãodedar liberdadeprovisórianeste tipodedelito................................................................................................GILMARPENTEADODAREPORTAGEMLOCAL

Votada às pressas para daruma resposta ao clamor po-pular pelo endurecimentopenal, a nova Lei de CrimesHediondos acabou resti-tuindo ao acusado o direitode esperar o julgamento emliberdade. A alteração erareivindicada pelos defenso-resda flexibilizaçãoda lei.

A mudança, aprovada emmarço sem debate público,ocorreu graças à supressãode parte da lei antiga queproibia a concessãode liber-dade provisória neste tipode crime, e devolve aos juí-zes a prerrogativa de decidirquemrecebeobenefício.A alteração surpreendeu o

Judiciário e, para uma partedos magistrados, traiu a in-tençãodeendurecera lei.

Segundo o deputado Ar-naldo Faria de Sá (PTB-SP),que é autor do pedido de ur-gência e votou a favor da lei,houve falha na análise. O re-lator, JoséEduardoCardozo(PT-SP), diz que a justifica-tivaqueacompanhavaotex-toera claraemrelaçãoàmu-dança e que esta foi feita pa-ra se adequar ao entendi-mento de instâncias judi-ciaissuperiores. Págs. C1 e C3

PMdaequipedesegurançadeCabralébaleadoO policial militar Guaracy

de Oliveira da Costa, 28, queintegra a CoordenadoriaMilitar do gabinete do go-vernador do Rio, Sérgio Ca-bral Filho (PMDB), foi ba-leado com seis tiros ao ten-tar reagir a assalto e seridentificadocomopolicial.Operado, seu estado de

saúdeeragrave. Pág. C6

Após32anos, só23%dasempresasmantêmstatus

Governo aprova50%dos projetos;Congresso, 1,7%Levantamento da Folha

sobre as leis produzidas nopaís de 1995 a 2006 mostraque o Planalto obteve aaprovação de 348 dos 690projetos de sua autoria(50%). No mesmo período,apenas 355 (1,7%) das20.918 propostas apresen-tadas pelos deputados fede-raisviraramlei. Pág. A4

................................................................................................JANAÍNALEITEDAREPORTAGEMLOCAL

Das 500 maiores e maisimportantes empresas doBrasil em 1973, só 117 aindaatuam com excelência emseus setores, ou 23,4% dototal, segundo estudo reali-zado por pesquisadores daFundaçãoDomCabral.

Para os especialistas, asbaixas se explicam pelo fatode as empresas não teremcriado condições para resis-tir àsmudançassociais, polí-ticaseeconômicasocorridasno país de 1973 a 2005. Noperíodo, os brasileiros con-viveram com hiperinflação,cinco moedas e sete planoseconômicos. Pág. B1

Brasil jáoperaórgãos internossemfazercortesAs cirurgias por meio de

orifícios naturais do corpo—e semcorte aparente—sãouma nova realidade no Bra-sil.Oprocedimentopodeserutilizado em operações devesícula, apêndice e útero.As vantagens são custosmais reduzidos, recupera-çãomais rápida emenos ris-cosdeinfecções. Pág. C5

NELSONASCHER

TédiosedifundiucomsucessoportodososníveisSe houve um produto que

se difundiu com sucesso no-távelpelosmais inesperadosandares e recantos do edifí-cio social, foio tédio.O tédio não é piada, nem

problema menor. Ele é cen-tral. Caso inexistisse, nãohaveria toda uma indústriadoentretenimento. Pág. E10

dinheiroAções da indústria sevalorizammais que odobro do Ibovespa B3

1e2Veja à página C2 mapa com a área em

que os carros estão proibidos de circular

R O D Í Z I O E M S P C2

Não devem circular hoje,das 7h às 10h e das 17h às 20h, carros com placas cujo final seja

ATMOSFERA Pág. C2

GrandeSPtemsolentrenuvensmínima 18ºC.................................................................................

máxima 27ºC.................................................................................

háumano mín.18ºC máx.28ºC

ED ITOR IA I S Pág. A2

Leia“Osegundoalerta”,acercademudançaclimática;e“Emtonsdedrama”,sobredesempenhodaindústria.

ISSN 1414-5723

9 771414 572025

28495

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U M J O R N A L A S E R V I Ç O D O B R A S I L ¤ ¤ ¤ W W W . F O L H A . C O M . B R

SEGUNDA-FEIRA,9DEABRILDE2007ANO87 ★ Nº28.495

DIRETOR DEREDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO EDIÇÃO SÃO PAULO/DF, CONCLUÍDA ÀS 23H ★ R$ 2,50

Estãoinclusas12páginasdoFolhateen

ESPORTIVOSE JIPÕES SÃOMAIS LETAISEM ACIDENTESPág. 1

7.928ofertas

classificados

95páginasveículos

IGREJA CATÓLICAcomo a ‘únicaverdadeira’é tema de sociólogosPágs. 4 e 5

LIXOSREVIRADOSmostram asvantagens da reciclagem Págs. 12 a 17

mais!

revista

FOME DE BOLARobinho e Messi duelam às

18h na final da Copa AméricaPágs. D8

Dunga parece gostar s˙ de vit˙ria, n o de futebol

Pág. D11

TOSTÃO

esporte

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O MELHOR NA TV

TriatloSportv

8h

Handebol femininoBrasil x CanadáBand, Sportv 3e ESPN Brasil

13h

Futebol masculinoBrasil x HondurasBandsports, Sportv 2e ESPN Brasil

15h30

Pólo aquático femininoBrasil x VenezuelaSportv 2

18h

Ginástica Artísticamasculina (individual geral)Bandsports, Sportv 3 e ESPN Brasil

21h

Vôlei femininoBrasil x Rep. DominicanaGlobo, Band (a partir das 22h45),Sportv e ESPN Brasil

22h

Brasil decide hojecontra a Rússiaa Liga Mundial de vôlei Pág. D9

Aos 70,ator PauloJosé diz convivercom a velhice sóna ficção Pág. E4

Confronto de torcidas marcaclássico em São Paulo Pág. D11

ilustrada

TV PAGAcresce eenlouqueceassinantes

Com venda casada de in-ternet e telefonia, opera-doras de TV por assinaturadevem crescer mais de15% em 2007 no Brasil —recorde da década. Contu-do, problemas como repri-se de filmes, queda de sinale mau atendimento au-mentam insatisfação dosconsumidores. Pág. E1

Brasil larga com cincomedalhas de prata no 1º dia

No primeiro dia do Pan, o Brasil ganhou setemedalhas —cinco de prata e duas de bronze. Anadadora Poliana Okimoto (prata) foi a primeirabrasileira a subir no pódio. As seleções masculina efeminina de ginástica artística levaram prata. Noquadro geral, os EUA lideram com oito medalhas.

O brasileiro RubensValeriano pedala

para conquistar amedalha de pratano mountain bike

A ginasta Jade Barbosa, destaque da equipe brasileira

PANRio2007

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U M J O R N A L A S E R V I Ç O D O B R A S I L ¤ ¤ ¤ W W W . F O L H A . C O M . B R

DOMINGO,15DEJULHODE2007ANO 87 ★ Nº 28.592

DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO EDIÇÃO SÃO PAULO/DF, CONCLUÍDA À 0H39 ★ R$ 4,00

MilionáriosdetêmriquezaequivalenteameioPIBdoBrasilEm2005,país foio14ªnorankingmundialdepessoascommaisdeUS$1milhãoemaplicações

Levantamento da consul-toria The Boston ConsultingGroup revela haver no Brasil130 mil milionários.

A fortuna financeira dessaparcela de 0,7% da popula-ção é estimada em US$ 573bilhões —patrimônio equi-valente a cerca de metade doPIB (soma de tudo o que foiproduzido no país) de 2006.

De 2000 a 2005, o Brasilpassou de 18º a 14º país nomundo com mais milioná-rios. Não existe nação lati-no-americana que supere oBrasil na comparação.

Entre os emergentes, osbrasileiros com mais de US$1 milhão em aplicações fi-nanceiras só são inferioresem número aos chineses.

Segundo a Receita Fede-ral, Estados do Centro-Oes-te, do Norte e do Nordesteestão entre os que tiveram omaior aumento de pessoascom declaração anual derenda acima de R$ 1 milhão.

De olho nesses dados, lo-jas de luxo estão ampliandoseus investimentos fora doeixo Rio-SP. Dinheiro

Universidadecresce sem infra-estruturaExpansão de vagas nas universidades públicas federais sob o governo Lula nãofoi acompanhada de boas condições de aprendizado; falta de sedes própriasdeixa 13 mil alunos em instalações provisórias, alugadas ou emprestadas. Pág. C1

Roriz é suspeitode favorecerdono da Gol noDistrito Federal

JOSÉA.SCHEINKMAN

Violência é entravepara crescimentodasmetrópoles

Plano dos EUAantecipou açãodemilitares noBrasil em 1964

A evidência empírica dizque o baixo nível educacio-nal e a enorme desigualdadesão causas relevantes da cri-minalidade, mas tambémque a impunidade tem aindamais importância. Pág. B2

Segundo o Ministério Pú-blico, ex-governador do DFJoaquim Roriz (PMDB) fa-voreceu os grupos que con-trolam o transporte públicolocal, como o do empresárioNenê Constantino, da com-panhia aérea Gol. Roriz re-nunciou ao seu mandato noSenado sob suspeita de terrecebido propina de Nenê.

A viação da família diz queo empresário não é sócio daempresa desde 1986. Roriznão foilocalizado. Págs. A4 e A6

................................................................................................SÉRGIODÁVILADEWASHINGTON

Um plano americano es-crito em 1963 por LincolnGordon, então embaixadorno Brasil, antecipou os pas-sos do golpe militar. O textoprevia “persuasão” para queJoão Goulart deixasse a Pre-sidência e uma “tomada mi-litar interina”. Gordon disseà Folha que o Brasil corriarisco de se tornar uma “se-gunda Cuba”. Págs. A12 e A13

ELIOGASPARI

Tucanos têmoseu‘momentoRenan’naAssembléia deSP

Pág. A18

ED ITOR IA I S Pág. A2

Leia“Panecirco”,sobreosJogosPanamericanos;e“AvezdaCPMF”,acercadealtanacargatributária.

ATMOSFERA Pág. C2

Possibilidadedepancadasdechuvamínima 13ºC.................................................................................

máxima 24ºC.................................................................................

háumano mín.13,8ºC máx.21,1ºC

Estaediçãotem228páginas389.995exemplares

Estãoinclusas10páginasdoMais!,60páginasdaRevistadaFolhae70páginasdeClassificados

ISSN 1414-5723

9 771414 572018

28592

amanhãVan Gogh e Cézanne abremcoleção de livrosda Folha Pág. E8

folhinhailustradaLivro de José Murilode Carvalho investigaa melancolia de d.Pedro 2º Pág. E1

Mergulhe nas aventuras do escritorMonteiro Lobato, nascido há 125 anos

Págs. 2 e 3

Ilus

traç

ão F

lávi

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cara

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Reprodução

Obra de Vincent van Gogh

Estaediçãotem86páginas326.589exemplares

+

U M J O R N A L A S E R V I Ç O D O B R A S I L ¤ ¤ ¤ W W W . F O L H A . C O M . B R

SÁBADO,14DEABRILDE2007ANO87 ★ Nº28.500

DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO EDIÇÃONACIONAL, CONCLUÍDA ÀS 21H30 ★ R$ 2,50

PFprendejuízes,delegadosebicheirosDetidos sãoacusadosdeesquemade jogo ilegal, corrupção, contrabando, tráficode influência e receptaçãoLixeiros de SP,em greve, pedemreajuste salariale protetor solar

André Mourão/Agif/Folha Imagem Operação da PF, batizadade Hurricane (furacão, eminglês), prendeu a cúpula dacontravenção no Rio, doisdesembargadores do Tribu-nal Regional Federal, umjuiz do Trabalho, um procu-rador regional da República,três delegados da PF, em-presárioseadvogados.São 25 presos, suspeitos

de integrar esquema de jogoilegal, corrupção, contra-bando, tráfico de influênciae receptação. A PF apreen-deumaisdeR$6milhões.Estão presos o procurador

João Sérgio Leal Pereira, jáacusado de formação dequadrilha, e o desembarga-dor José Eduardo CarreiraAlvim, vice-presidente doTRFda2ªRegiãoatéquinta.Foramdetidosaindaosbi-

cheiros Aniz Abraão David,o Anísio, presidente de hon-ra da Beija-Flor; Ailton Gui-marães Jorge, o CapitãoGuimarães, presidente daLiga Independente das Es-colas de SambadoRio; eAn-tônioPetrusKalil, oTurcão.O advogado de Leal Perei-

ra não foi localizado. O deGuimarães nega as acusa-ções, e a deTurcãodisse queadefesa foicerceada. Brasil

Os lixeiros de São Pauloentraram em greve, reivin-dicando melhoria da pro-postade reajuste salarial, ca-fédamanhãeprotetorsolar.Os trabalhadores queremainda pagamento integraldoplanodesaúde.No fimdemarço, as companhias ofe-receramreajustede3,11%.A coleta do lixo domiciliar

foi feitaparcialmente.Apre-feitura entrou com açãocontraasempresasdecoletade lixo, exigindo o cumpri-mento do contrato e a ma-nutençãodoserviço. Pág. C3

FrançaalertaturistassobreriscosnoBrasil

)))DETRAGÉDIAEMTRAGÉDIADETRAGÉDIAEMTRAGÉDIADETRAGÉDIAEMTRAGÉDIAEdnaEzequiel se desespera ao ver o corpodo irmão,Hélio JosédaSilva, baleadonomorro dosMacacos, noRio, quando voltavadamaternidade onde seu filhohavia nascido; no detalhe, Edna chora amorteda filhaAlana, vítimadebala perdida emmarço Pág. C4

Em sua página na inter-net, a Embaixada da Françafaz advertências sobre a vio-lêncianoBrasil.Umadas re-comendações aos cidadãosfranceses é reservar umanota de R$ 50 para entregarao ladrãoemcasodeassalto.A embaixada lista 14 con-

selhos e dá dicas específicaspara quemvai aBrasília, SãoPaulo,RecifeeRio. Pág. Esp. C1

Ricardo Nogueira/Folha Imagem

esporte NoJudiciário,crimerequercumplicidade

SantoseBragantinofazemsemifinaldoPaulista ................................................................................................

FREDERICOVASCONCELOSDAREPORTAGEMLOCAL

Ao se ramificar no Judi-ciário, o crime organizadorequer a cumplicidade demagistrados, a cobertura depoliciais corruptos e a inter-mediaçãode advogados liga-dos às quadrilhas, além daprevaricação, para dizer omínimo, de membros doMinistérioPúblico. Pág. A8

Governoelevaem80%compradetítulosdosEUANo período de um ano, o

Brasil elevou em 80% seupatrimônio em títulos doTesourodosEUA.Emjanei-ro, o país tinha US$ 53,7 bi-lhões nesses papéis, contraUS$ 30,1 bilhõesumano an-tes. O BC diz que compra ostítulos —de risco zero, maspouco rentáveis— como for-ma de aplicar os dólares ad-quiridosnomercado. Pág. B1

Fimda reeleiçãoé ‘inventar rodaquadrada’, diz FHC

Pág. A17

Omeia santistaZéRoberto durantetreino para o jogodehoje

Maradonavoltaaserhospitalizado

TRE de Rondôniacassa senador porcompra de votos

DRAUZIOVARELLA

Paísnegaaosmaispobresacessoaanticoncepcionais

Dois dias após teralta,oex-jogadorar-gentinoDiegoMara-dona,46,voltouaserinternadoemBuenosAirescom“fortesdoresabdo-minais”,segundoseumédicopessoal.Ainternaçãoante-

riorsedeveuaumahepatitetóxicacau-sadaporálcool. Pág. D4

O TRE de Rondônia cas-sou o mandato do senadorExpedito Júnior (PR), acu-sado de compra de votos.Ele nega. O segundo coloca-do, Acir Gurgacz (PDT), to-mará posse caso o TSE ne-gue recurso. Funcionáriosde empresa de irmão de Ex-pedito dizem ter ganho R$100paravotarnele. Pág. A13

Nós,noBrasil, queéramos90 milhões em 1970 e hojepassamosdos 180, fechamosos olhos para o fato de que73% dos nascimentos acon-tecem nas classes D e E. Atéquando insistiremos na per-versidade de negar aos maispobres acesso aos métodosanticoncepcionais? Pág. E12

ED ITOR IA I S Pág. A2

Leia“Osalquimistas”,sobrepropostadefimdareeleição;e“Areianaengrenagem”,acercadecotaçãododólar.

ATMOSFERA Pág. Esp. C2

PancadasdechuvaemgrandepartedopaísCuritiba mín.15ºC.................................................................................

Cuiabá máx.35ºC.................................................................................

Luaminguante

ISSN 1414-5723

9 771414 572070

28500

Estãoinclusas8páginasdaFolhinha

Marcos Tristão - 5.mar.2007/Agência O Globo

Folha de S.PauloPrimeiras páginas

(criação dos caramelos)

Page 4: portifolio

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EF ¤ SEGUNDA-FEIRA, 10 DE JULHO DE 2006

INCLUI ESPORTE

APESAR DO FIASCO NO MUNDIAL,

BRASILMANTÉM A LIDERANÇA NORANKING FOLHACaderno Especial

CIAO!

ItáliaTETRACAMPEÃUnida pela maior crise de seu futebol,Azzurra derrota Fran a nos pınaltis ap˙s empate em 1 a 1,consagra defesa e encerra jejum de 24 anos

O capitão da Itália, FabioCannavaro, ergue a Taça Fifa, cercado por seus companheiros, no EstádioOlímpico de Berlim

Zidane deixa o campo e o futebol após dar cabeçada em Materazzi e ser expulso

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Tel.:0/xx/11/3224-7944 Fax: 0/xx/11/3224-2286E-mail: [email protected]

Serviço de atendimento ao assinante:0800-775-8080GrandeSãoPaulo 0/xx/11/3224-3090

Ombudsman: [email protected]

Lancea lanceecomestatísticas, revivao jogoquecorouaAzzurra ) www.folha.com.br/061903

................................................................................................FÁBIOVICTORGUILHERMEROSEGUINIPAULOCOBOSRICARDOPERRONERODRIGOBUENOENVIADOS ESPECIAIS A BERLIM

Em uma das finais mais dra-máticas da história recente dasCopas do Mundo, a Itália ven-ceu a França por 5 a 3 nos pê-naltis, ontem, em Berlim, de-pois de um empate em 1 a 1 notempo normal e na prorroga-ção, e conquistou o tetracam-peonato mundial de futebol.

O épico da conquista italiana,que encerra um jejum de 24anos sem títulos e acontece emmeio a um enorme esquema decorrupção em seu campeonatonacional, teve de ser divididocom um herói derrotado, Zine-dine Zidane. O meia francês,autor do gol de seu time numacobrança de pênalti antológicano primeiro tempo, foi expulsona segunda etapa da prorroga-ção por dar uma escandalosacabeçada no peito do zagueiroitaliano Materazzi. Era, comojá se sabia, o último jogo da car-reira de Zidane, o maior joga-dor que a França já produziu, lí-der do time campeão em 1998.

Além de Materazzi, a cabeça-da que ajudou a definir o cam-peão atingiu por tabela, e deforma incrivelmente simbólica,o futebol técnico. E não só porter tirado de campo aquele queera o retrato do estilo, mas por-que o título da Itália coroa umaseleção cuja excelência está nadefesa (sofreu só dois gols naCopa), numa edição marcadapelo baixo número de gols (asegunda menor média da histó-ria) e pela violência (recorde de

cartões vermelhos e amarelos).Até o herói do título, Mate-

razzi, que fez de cabeça o gol daItália e anotou seu pênalti, temsua imagem colada à pobrezatécnica, conhecido em seu paíscomo um atleta tosco.

O tetra italiano, que se somaàs conquistas de 34, 38 e 82, fezo país ultrapassar a Alemanha e

encostar no Brasil em númerode troféus e pôs fim a um trau-ma da Squadra Azzurra em jo-gos com mais de 90 minutos.

Nos últimos quatro Mun-diais, o time fora derrotadoapós empatar seus jogos notempo normal, incluindo a finalde 1994 contra o Brasil. A coin-cidência histórica: naquela dis-

puta, a seleção brasileira encer-rou, também nos pênaltis, umaseca igual em número de anos àterminada ontem pela Itália.

Em 1990, as cobranças dire-tas tiraram o time na semifinal,contra a Argentina. Em 1998, aalgoz dos pênaltis foi a França,nas quartas-de-final. Em 2002,a queda foi na prorrogação,

contra a Coréia do Sul, nas oita-vas. Agora, a vitória sobre a Ale-manha na prorrogação, na se-mifinal, antecipou a mudança.

Após um primeiro tempo ele-trizante e uma etapa final mor-na, o jogo foi para os 30 minu-tos extras. A França terminou apartida sem seus principais jo-gadores. Além da expulsão deZidane, Vieira havia saído ma-chucado, e Henry, esgotado, foisubstituído na prorrogação.

Na disputa de pênaltis, Pirlofez 1 a 0, Wiltord fez 1 a 1. Mate-razzi fez 2 a 1, Trezeguet des-perdiçou, chutando no traves-são. De Rossi fez 3 a 1, Abidal fez3 a 2. Del Piero fez 4 a 2, Sagnoldiminuiu. Até que Grosso, au-tor de gol decisivo no triunfosobre a Alemanha, fez o dele edecretou os 5 a 3 do título.

Como Cafu em 2002, o za-gueiro e capitão Fabio Canna-varo quebrou o protocolo e su-biu no topo do púlpito para er-guer a taça, enquanto os seuscolegas faziam uma algazarrade alegria infantil no gramadodo Estádio Olímpico.

Queiram ou não os italianos,são imagens que a história háde dividir com outra cena. Fal-tava pouco para tudo terminar,quando Materazzi se enroscoucom Zidane na área italiana.Eles foram andando em dire-ção ao meio-campo batendoboca. De repente, a cabeçada. Ojuiz não viu, mas o quarto árbi-tro avisou, e o meia foi expulso.

Tirou a braçadeira de capitãoe caminhou para o vestiárioolhando para o chão. Passou aolado da Taça Fifa antes de en-trar no túnel. Não apareceumais em campo, e possivel-mente não aparecerá mais.

Folha de S.PauloCobertura da Copa de 2006 copa2006>> www.folha.com.br/copa2006

EF ¤ DOMINGO, 2 DE JULHO DE 2006

INCLUI ESPORTE

desculpa

Quarta, 16hX

FINALEUROPÉIA

Terça, 16h

Portugal França

XAlemanha Itália

Domingo, 15h

semmágicasem táticasem fôlegosem craquesem timesem raçasem hexasem

FIMDA ERA CAFU,QUE JOGOU QUATROCOPAS,ERGUEUDOIS TÍTULOS ESOFREU DUASDECEPÇÕES Pág. D14

SELEÇÃO NOTA 3,9Por Tostão, Rossi e Juca

Dida 6,6Cafu 3,3(Cicinho) 4,3Lúcio 6Juan 6Roberto Carlos 3Gilberto Silva 4Juninho 3(Adriano) 2,6Zé Roberto 4Kaká 3(Robinho) 2,6Ronaldinho 2,6Ronaldo 3,6Pág. D4

COM SCOLARI Seleção portuguesa bate Inglaterra nos pênaltis e iguala melhor campanha;para técnico, ir às semis com Portugal foi mais difícil do que ser penta Pág. D10

Ronaldinho, no instantedo apito final da derrota queeliminou oBrasil da Copa

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BRASIL0 x 1 FRANÇA

Tel.:0/xx/11/3224-7944 Fax: 0/xx/11/3224-2286E-mail: [email protected]

Serviço de atendimento ao assinante:0800-775-8080GrandeSãoPaulo 0/xx/11/3224-3090

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Onoticiáriodosquatromelhores timesdomundorumoàsemifinal ) www.folha.com.br/copa2006

Megafavorita ao títulono início daCopa, seleção tematuaçãodesastrosa, perdepara aFrançapelaterceira veznumMundial, desperdiça chanceúnicade revanche e é eliminadanas quartas-de-final................................................................................................EDUARDOARRUDAFÁBIOVICTORPAULOCOBOSRICARDOPERRONESÉRGIORANGELENVIADOS ESPECIAISA FRANKFURT

Como há oito anos, haviadois monstros do futebol emcampo, Zidane de um lado, Ro-naldo do outro. Como naquele12 de julho de 1998 no Stade deFrance, um deles apagou, o ou-tro liderou sua equipe à vitóriacomo um general classudo.

De novo, a França ganhou doBrasil na Copa. Desta vez emFrankfurt, ontem, nas quartas-de-final. E só por 1 a 0. O pas-seio francês, porém, foi igual.

Mas —e aí é tudo muito dife-rente—, desta vez o Brasil queviu a França passear não sofreucom crise de Ronaldo, tinha emcampo a geração mais talentosados últimos anos (entre eles umterceiro monstro, Ronaldinho,tido como melhor do mundo),não jogava contra o anfitrião.

Perdeu sem ter desculpa.A França ampliou a vanta-

gem nos confrontos com osbrasileiros em mata-matas de

Copas. Além dos 3 a 0 na finalde 98, já haviam despachado aseleção em 86, nos pênaltis. OBrasil ganhou uma vez, em 58.

É agora o único time a bater oBrasil em mata-mata da Copatrês vezes, e Zidane se transfor-mou no maior carrasco da his-tória da equipe. Já a seleçãobrasileira segue com um tabu—a única Copa que ganhou naEuropa foi justamente a de 58.

Agora, a França pegará Por-tugal, de Luiz Felipe Scolari.

Seu sucessor na seleção bra-sileira, Carlos Alberto Parreira,incapaz de armar um bom timea partir de uma das mais bri-lhantes safras do país, vai dei-xar o comando da seleção.

A esquadra azul de Zidanepôs a pique uma seqüência re-corde de vitórias seguidas doBrasil em Copas: 11 até ontem.

Um amontoado de marcasamargas segue a eliminação.Foi o pior desempenho desde90. Foi a pior Copa de Ronaldo,maior artilheiro do torneio. Apior de Cafu, único homem ajogar três finais. A pior de Zaga-llo, quatro vezes campeão.

A pior não só pelo passado.Ronaldinho, que chegou à Ale-manha como o maior astro daCopa, sai como o maior fiasco, o

que o jogo de ontem ampliou.A seleção volta a jogar em

agosto, um amistoso contra aNoruega, início do ciclo de pre-paração para a Copa de 2010.

“Desculpa. Não fomos a ver-dadeira seleção, com toque debola, criatividade. Em instantealgum fomos a seleção brasilei-ra”, resumiu Kaká, após o jogo.

LEIA MAIS D2 a D9 e D14

Page 5: portifolio

ai!copa2006>> www.folha.com.br/copa2006

EF ¤ SÁBADO, 17 DE JUNHO DE 2006

INCLUI ESPORTE

HOJEGRUPO D10h >> Portugal x Irã

GRUPO E13h >> Rep.Tcheca x Gana16h >> Itália x EUA

ONTEM GRUPO CHolanda 2C. do Marfim 1GRUPO DMéxico 0Angola 0

Argentina 6Sérvia e M. 0Argentina dá show, impõe a maior goleada sul-americana sobre um europeu em 52 anos, classifica-se ao lado da Holanda no ‘grupo da morte’ e põe mundo do futebol em alerta

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Efe

O volante Cambiassocomemora seu golaço navitória sobreSérvia e Montenegro, ontem, emGelsenkirchen

Maradona vibra com a vitória

SALDO DO DIAClassificados:Holanda e ArgentinaEliminados:Costa do Marfim e Sérvia e Montenegro

E DAÍ?Dependendo do que acontecer na última rodada, Holanda e Portugal podem revivernas oitavas o duelo dassemis da Euro-04, vencidopelo time de Scolari

Tel.:0/xx/11/3224-7944Fax: 0/xx/11/3224-2286E-mail: [email protected]

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Acompanheos jogosdehojecomdadosexclusivos ) www.folha.com.br/copa2006

................................................................................................GUILHERMEROSEGUINIENVIADOESPECIAL AGELSENKIRCHEN

Ilija Petkovic se encolheu nobanco. Olhos fechados, cabeçabaixa. Parecia querer sumir.

Sua defesa, a melhor da Eu-ropa nas eliminatórias, acabarade assistir atônita a uma trocade 24 passes. Sorín, Saviola, Ri-quelme, Crespo. Um toque decalcanhar. Gol de Cambiasso.

Jogada magnífica, daquelasque dificilmente se repetemnum mesmo jogo de futebol.

Para azar do treinador deSérvia e Montenegro, porém, aArgentina construiu outrascinco, também temperadascom precisas trocas de bola ouarroubos individuais. No final,um 6 a 0 histórico, a maior go-leada de um país sul-americanosobre um europeu em Mun-diais desde 1954, na Suíça.

“É claro que o mundo vai vera gente de outra forma depoisde um jogo como esses”, disse olateral Sorín após o duelo.

Não é para menos. A chaveera considerada a mais equili-brada da Copa, e a Argentinasobrou. Deixou para trás otrauma de 2002, quando caiuainda na fase inaugural, e já as-segurou lugar nos mata-matas.

Como a Holanda passou on-tem pela Costa do Marfim, asseleções entram em campo nodia 21 para decidir quem ficacom o primeiro posto no grupobatizado de “da morte”.

Morte, aliás, entoada pelatorcida para simbolizar a quedade uma seleção que não justifi-cou a fama de contar com umasuperdefesa —havia tomadoum só gol no qualificatório paraa Copa. “Um minuto, um minu-to de silêncio para a Sérvia, quemorreu”, diziam os argentinos.

Era o epílogo de um enredoque começou a ser escrito antesdo apito inicial. Diego Marado-na cumpriu seu juramento, en-controu o time antes do jogo,deu conselhos aos atletas e ves-tiu a camisa celeste para maisuma vez se esgoelar nas arqui-bancadas —já havia torcido co-mo um fanático nos 2 a 1 contraa Costa do Marfim, na estréia.

O placar de ontem foi cons-truído com Maxi Rodríguez(duas vezes) e Cambiasso naetapa inicial. Depois, o técnico

José Pekerman decidiu exibir oarsenal que guarda no banco.

Tevez entrou, fez o seu e deupasse para gol de Messi, outroque estava entre os reservas.Este também atuou como “gar-çom” e serviu o atacante Cres-po, que balançou as redes pelasegunda vez no certame.

Ao final de um massacre as-

sim —o time só havia cravadoum 6 a 0 em Copas em 1978, emcasa, sobre o Peru, em jogo po-lêmico que causou a eliminaçãodo Brasil—, os argentinos bemque poderiam ter deixado o es-tádio em Gelsenkirchen exul-tantes. Preferiram, porém, ca-minhar por outra vereda. Naconversa com jornalistas, sen-

tenças como “temos que serhumildes” e “ainda temos mui-to para melhorar” perpassa-vam todos os discursos.

“Tudo bem que fizemos umgrande jogo, mas ainda estamosna primeira fase, e não na final.Não ganhamos o título. Nadamuda”, avisa Riquelme.

Sorín deu mais pistas sobre o

estratagema de seleção campeãem 1978 e 1986. Ao ser questio-nado sobre quem são os favori-tos ao título, respondeu: “Bra-sil, Alemanha e Inglaterra”.Mas não vale pôr a Argentinano grupo? “De jeito nenhum.Vamos caminhar em silêncio.”

LEIA MAIS D6 e D7

Folha de S.PauloCobertura da Copa de 2006

ef QUARTA-FEIRA, 8 DE MARÇO 2006 esporte D3

copa2006>> www.folha.com.br/copa2006

EF ¤ QUARTA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 2006 ¤ D1

INCLUI ESPORTE

EU JÁ SABIA“Quando apito jogode time brasileiro, é 1a 0para o Brasil”BENITO ARCHUNDIA, juiz de Brasil xCráocia, na Folha, em 6 de junho

DATAFOLHA:RONALDINHO É O MAISACIONADOE ZÉ ROBERTO É O MELHOR PASSADOR NACOPA Pág. D5

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HOJEGRUPO H10h >> Espanha x Ucrânia13h >> Tunísia x Arábia S.

GRUPO A16h >> Alemanha x Polônia

ONTEM GRUPO FBrasil 1Croácia 0GRUPO GFrança 0Suíça 0Coréia do Sul 2Togo 1

a menosCom Ronaldo nulo em campo, Brasil bate 1º adversárioe alcança recorde de vitórias consecutivas em Mundiais

Abraçado por Roberto Carlos e observado por Ronaldinho, Kaká comemora o gol que deu a vitória ao Brasil, ontem, em Berlim

BRASIL 1 x 0 CROÁCIA

SELEÇÃO NOTA 5,3Por Tostão, Rossi e Juca

Dida 8Cafu 5,6Lúcio 4,8Juan 5,8Roberto Carlos 4,8Emerson 5Zé Roberto 5,1Kaká 8Ronaldinho 5,6Ronaldo 2(Robinho) 6,5Adriano 3Pág. D2

umRonaldo é cumprimentado por Parreira após ser substituído por Robinho aos 24min do segundo tempo

Roberto Pfeil/Associated Press

Tel.:0/xx/11/3224-7944 Fax: 0/xx/11/3224-2286E-mail: [email protected]

Serviço deatendimentoao assinante:0800-775-8080GrandeSãoPaulo 0/xx/11/3224-3090

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................................................................................................EDUARDOARRUDAFÁBIOVICTORPAULOCOBOSRICARDOPERRONESÉRGIORANGELENVIADOS ESPECIAIS A BERLIM

Foi como um silêncio quegrita. Em seu primeiro jogo noMundial da Alemanha, ontem,no Estádio Olímpico de Berlim,a seleção venceu a Croácia por 1a 0, bateu o recorde de vitóriasconsecutivas em Copas (oito),que dividia com a Itália de1934-1938, e tirou das costas oincômodo fardo da estréia.

Mas a ausência é que chamoumais a atenção. O superfavoritoBrasil, com uma equipe consi-derada a melhor em muitosanos, teve um triunfo chocho,marcado principalmente pelanulidade de Ronaldo.

Fora de ritmo, parado e ino-fensivo, o protagonista do timenos dois últimos Mundiais foisubstituído aos 24min do se-gundo tempo por Robinho—cuja entrada foi pedida pelatorcida—, reforçando as dúvi-das que já existiam a respeitode seu desempenho na Copa.

O técnico Carlos Alberto Par-reira assegurou a escalação deRonaldo para o próximo jogo,contra a Austrália, no domingo,em Munique. Disse que, como àseleção, o que falta ao atacanteé ritmo. Quando se apresentou

ao time, o jogador estava sematuar havia quase dois meses e,durante a pré-temporada, so-freu com bolhas nos pés e febre.

Ao deixar o gramado, o arti-lheiro da Copa-2002 foi frago-rosamente vaiado, manifesta-ção puxada pela torcida croata,mas com a qual os brasileirosforam pelo menos coniventes.

Apesar da apresentação mui-to aquém da expectativa e de oresultado ter sido o mais magrodo time em estréias de Copasdesde 1986 (1 a 0 na Espanha),Parreira classificou de “excep-cional” o saldo da largada.

“Em Copa do Mundo, a vitó-ria no primeiro jogo é funda-mental, para criar um clima deconfiança. É o primeiro degrau-zinho que a gente sobe numalonga escadaria. Então achoque o resultado foi excepcional.A performance do time, evi-dentemente, vai melhorar.”

Kaká, autor do gol num belochute de fora da área e escolhi-do o melhor em campo, e Dida,que impediu o empate croatano segundo tempo, foram osnomes brasileiros do jogo.

Em sua estréia em Copas co-mo maior estrela do futebolmundial, Ronaldinho não bri-lhou. Adriano, o outro atacantedo quadrado mágico, estevemal. Coincidência ou não, osdois e Ronaldo não deram en-trevistas. Nem passaram pelachamada zona mista, área emque, por determinação da Fifa,os atletas precisam passar.

Além da inoperância do ata-que, um recorrente ponto vul-nerável do Brasil voltou a apa-recer. Embora com atuaçõesindividuais regulares, a defesaexibiu buracos e fraquezasquando os croatas cresceram.

Num Estádio Olímpico comseus 72 mil lugares tomados e

todas as autoridades máximasda Copa presentes —o presi-dente da Fifa, Joseph Blatter, apremiê alemã, Angela Merkel, eo presidente do comitê organi-zador do torneio, Franz Bec-kenbauer—, o Brasil teve des-vantagem nas arquibancadas.

A torcida croata era maior,cerca de 60%, e muito mais rui-dosa. Cantou alto o hino dopaís, enquanto os 11 titulareslevavam a mão ao peito. No doBrasil, somente Ronaldinho eKaká fizeram o gesto.

Embora tenha começado às21h locais, o jogo foi disputadosob calor (25˚C), do qual os doistimes se queixaram.

O problema tende a aumen-tar no domingo, cujo jogo seráàs 18h locais. E contra a Austrá-lia, que surpreendeu ao bater oJapão, tão acostumada ao calorquanto o Brasil e hoje, pelo sal-do de gols, líder do Grupo F.

LEIA MAIS D2 a D7 e D14

Page 6: portifolio

AlemanhaX

Argentina

ItáliaX

UcrâniaQUARTAS

XSEMIS

InglaterraX

Portugal

SEMISX

QUARTAS

BrasilX

França

FINAL

Sexta - 12h Sexta - 16h

Sábado - 12h Sábado - 16h

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EF ¤ QUARTA-FEIRA, 28 DE JUNHO DE 2006

INCLUI ESPORTE

COMUNIDADEQUILOMBOLAVÊ JOGO DE CORAÇÃOPARTIDO E SE RECONHECENDONOS TRAÇOS DOS GANENSES Pág. D14

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PARADADURÍSSIMAQuartas-de-final serão asmaiores da história dasCopas. Nunca seis donosde títulos haviam ficadoentre os oito melhores.Sete dos oito maiorescraques da última eleiçãoda Fifa seguem na disputaPág. D10

BOMBARDEIO EM DIDAGana finaliza 23 vezes nogol brasileiro, recorde deofensividade contra a seleção em Mundiais, segundo o DatafolhaPág. D5

BOMBARDEIO NO JUIZRevoltados, ganensesacusam juiz eslovaco defavorecer Brasil e de pedir camisa de Ronaldoao fim da partida Pág. D6

Ronaldo é abraçado por colegas de seleçãoapós abrir o placar contra Gana e se tornaro maior artilheiro da história dos Mundiaisse quiser

acredite

SELEÇÃO NOTA 5,9Por Tostão, Rossi e Juca

Dida 8,6Cafu 6Lúcio 6,3Juan 5,6Roberto Carlos 5,3Emerson 4,3(Gilberto Silva) 5Zé Roberto 6,3Kaká 6(Ricardinho) 6,3Ronaldinho 5,3Adriano 5(Juninho) 5,6Ronaldo 6,6Pág. D4

Espanha 1França 3

Com o astro Zidane fechando o placar contra a Espanhae adiando sua despedida dos gramados, França apaga trauma de 2002, passa às quartas e reencontra o Brasil, sua vítima nas Copas de 1986 e 1998 Págs. D8 e D9

Sob vaias e criticado até por Parreira, Brasil vence e se classifica para revanche contra uma França renascida

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................................................................................................EDUARDOARRUDAFÁBIOVICTORPAULOCOBOSRICARDOPERRONESÉRGIORANGELENVIADOS ESPECIAIS ADORTMUND

O Brasil chegou à Copa comoo time que o mundo todo que-ria admirar e aplaudir. Ontem,apesar da vitória de 3 a 0 sobreGana, que assegurou passagemàs quartas-de-final, a seleçãonão foi admirada nem aplaudi-da. Foi vaiada fragorosamentepela torcida alemã, que domi-nou o Estádio de Dortmund.

O adversário de sábado emFrankfurt será a França, queeliminou a Espanha num 3 a 1.A revanche da final de 1998,quando os franceses ganharampor 3 a 0, ocorre num momentodesconfortável para o Brasil.

Se o desempenho contra Ga-na representou uma involuçãodo time de Carlos Alberto Par-reira em relação à apresentaçãodos 4 a 1 sobre o Japão, o triun-fo francês mostrou um grupoem ascensão. Foi o jogo em queos “Bleus” (Azuis) marcarammais gols e o em que o craqueZidane saiu-se melhor.

Em Dortmund, foi diferente.Com os mesmos titulares dosdois primeiros confrontos —vi-tórias, mas desempenho sofrí-vel—, o Brasil voltou a acumu-lar “apagões” criativos e chegoua ser envolvido pelos ganenses.

Venceu porque saiu na fren-te, logo aos 5min: Ronaldo ar-rancou, driblou o goleiro e fezseu 15º gol em Copas, passandoo alemão Gerd Müller e isolan-do-se como o maior artilheiroda história dos Mundiais.

“Senti que tinha que enganaro goleiro de alguma maneira ouentão ganhar na velocidade.Achei que não ia me sair me-lhor se conduzisse mais a bola,então decidi fazer aquele dri-ble”, falou, ao comentar o gol.

E venceu porque teve ajudada arbitragem. Adriano estavaimpedido no segundo gol.

Logo depois, o lance foi repri-sado no telão do estádio, o quefez os ganenses cercarem o au-xiliar. A torcida alemã, que jáestava ao lado de Gana, come-çou a vaiar o juiz e o Brasil.

A seleção melhorou na etapafinal, com Juninho no lugar deAdriano. Gana teve um jogadorexpulso aos 36min. E, aos39min, o resultado foi definido,com belo gol de Zé Roberto.

Foi a 11ª vitória consecutivado Brasil em Copas, recordeque ontem foi ampliado pelaterceira vez neste Mundial.

Parreira, questionado sobre afalta de espetáculo, de novoexaltou a eficiência. “A histórianão fala de jogo bonito, mas decampeões.” Mas achou espaçopara ressalvas ao time. “O pla-car de 3 a 0 chega a ser uma ilu-são. Confundimos velocidadecom pressa. Tivemos pressa dechegar ao gol. Pressa é veloci-dade sem coordenação.”

E sobre a França: “Não existeclima de revanche. Aqui não sepensa nisso”. Falta combinarcom o torcedor brasileiro.

LEIA MAIS D2 a D7

Folha de S.PauloCobertura da Copa de 2006 copa2006>> www.folha.com.br/copa2006

EF ¤ TERÇA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2006

INCLUI ESPORTE

CONTUSÕES ERECORDES DECARTÕES DEIXAMSELEÇÕES AOS

CACOSPARA A PRÓXIMAFASE DO MATA-MATA Pág. D14

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No mata-mata com seca de gols, Brasil esquece jogo bonito e prega eficácia para ir às quartas

ONTEM

HOJE16h >> Espanha x França

No jogo que apontará opossível adversário dasquartas, Espanha recorrea psicólogo para superartrauma e vencer a FrançaPág. D12

Itália 1Austrália 0Beneficiada pela arbitragem, que apontoupênalti inexistente, Itáliavence Austrália e se vingade Guus Hiddink, técnicoque eliminou os italianosem partida polêmica no Mundial de 2002Pág. D11

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RECEITA ANTIGA Sem poder contar comRobinho, Parreira escala a mesma equipe da estréia, com Emerson nomeio e Adriano na frentePág. D3

VELOZES EFURIOSOS Mesmo sem preparadorfísico, Gana diz ter energia para correr maisde uma partida inteira esurpreender o BrasilPág. D6

QUEBRADE SIGILO Irritado com reportagemque fez leitura labial desuas conversas à beira docampo, Parreira se queixade invasão de privacidade Pág. D4

O australiano Schwarzer, caído sobre a linha do gol, após cobrança de pênalti de Totti

O brasileiro Ronaldo, artilheiro de um time com poucos gols, tônica atéagora dos jogos das oitavas-de-final

Patrick Hertzog/France Presse

meio a zero

Suíça 0Ucrânia 0O zagueiro suíço Müllerlamenta a eliminação emColônia: primeira colocada no Grupo G, sua equipe caiu diante daUcrânia após ficar no zerona disputa de pênaltis,acontecimento inédito,recorde de má pontaria na história das CopasPág. D10

HOJE12h >> Brasil x Gana

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................................................................................................EDUARDOARRUDAPAULOCOBOSRICARDOPERRONESÉRGIORANGELENVIADOSESPECIAISABERGISCHGLADBACH

Os gols estão em falta. O de-sejável, nas oitavas-de-final daCopa da Alemanha, é o resulta-do. Sem show, sem espetáculo.É a regra do Mundial. E a bada-lada seleção brasileira, cultua-da pelo talento de seus jogado-res, de quem sempre se esperaalgo diferente, não foge dela.

Ao menos no discurso, o quevale hoje para o time de CarlosAlberto Parreira contra Gana,às 12h, é vencer, não importa amaneira, para avançar às quar-tas-de-final. “O principal é ga-

nhar. Se puder dar espetáculo,se puder jogar bonito, entre as-pas, porque essa palavra não seaplica ao futebol, tudo bem. Oimportante é ter eficiência.Ninguém é contra jogar bonitoe com eficiência, mas nas oita-vas há o fantasma de voltar pa-ra casa”, avalia Parreira.

As palavras do treinador sin-tetizam o que se viu nos jogosde mata-mata na Alemanha.Foram oitos gols em seis jogos,média de 1,33 por partida. Ouseja, em oitavas-de-final, é aCopa mais pobre em gols.

É pior do que a de 90, na Itá-lia, de futebol defensivo e pou-cos gols. Naquele Mundial, a re-de balançou 2,25 vezes por par-tida na decisão dos oito melho-res. E é pior do que a de 94, ven-

cida por Parreira com um timede jogo pragmático. Nos EUA,as oitavas produziram 3,12 gols.

A seca de gols ficou mais evi-dente ontem. A Itália só conse-guiu passar pela Austrália comum gol solitário nos acréscimosdo segundo tempo. E a Suíça, aoperder nos pênaltis para aUcrânia após empate em 0 a 0,foi a primeira equipe na histó-ria das Copas a ser eliminadasem ter sofrido nenhum gol.

Os comandados de Parreirajá assimilaram a maneira depensar do técnico, que, hoje, é amaneira de pensar da Copa.

Ontem, para justificar o “fu-tebol de resultados”, os brasi-leiros citaram o simbólico due-lo entre Portugal x Holanda.Jogo em que, no 1 a 0 para o ti-

me de Luiz Felipe Scolari, so-brou pancadaria, com quatroexpulsões, e faltou futebol.

“Eu acho que, se o Brasil che-gar às quartas, terá dado espe-táculo. Não vi seleção dando es-petáculo. O jogo de Portugal foimuito difícil. O jogo entre In-glaterra e Equador também. AArgentina empatou com o Mé-xico e só ganhou na prorroga-ção”, comenta o capitão Cafu.

Jogador que mais atuou coma camisa da seleção, o lateral-direito dá uma volta na históriado time nacional para justificarsua opção pelo “resultado”.

“A seleção de 1982, que nãoganhou, para vocês [jornalis-tas], foi a melhor. Para mim, fo-ram as de 1994, 1998 e 2002.Acho que jogar bem, dar espe-

táculo, é muito relativo. O im-portante é a vitória”, afirma Ca-fu, alfinetando o time que deuespetáculo na Espanha, em1982, mas caiu na segunda fase.

Até de quem se espera o algoa mais, o discurso não dá espe-rança de mudança. “O jogo bo-nito está de lado, todo mundoestá objetivo e eficiente, todosbuscam o resultado, e não jogarbem”, afirma Kaká, integrantedo quarteto ofensivo, que ga-nhou o apelido de mágico.

Um empate com Gana hojeleva o jogo à prorrogação. Man-tida a igualdade, a decisão serános pênaltis. O vencedor pegaEspanha ou França, que tam-bém se enfrentam hoje, às 16h.

LEIA MAIS D2 a D5

Page 7: portifolio

Vinte anos ap˙s falhar emlance decisivo contra aFran a e se despedir oficialmente da sele obrasileira, Zico lan a se emataque pesado contra a Fifa

pênalti

O treinador do Japão às vésperas de enfrentar o Brasil na Copa da Alemanha

1986O francês Bats cai para defender opênalti batidopor Zico aos29min do segundo tempodas quartasda Copa do México

2006

Delfim Vieira - 21.jun.86/Agência JB

Kimimasa Mayama/Reuters

D10 copa2006 QUARTA-FEIRA, 21 DE JUNHODE 2006 ef

ClóvisRossiArestrangeiro

HOUVE um tempo,quando ainda joga-va pelo Hannover

96, em que Gerald Asa-moah recebia bananas, pa-ra ofendê-lo como “maca-co”, um nefando clássicodoracismo.Ontem, no entanto, Asa-

moah foi recebido comaplausos da torcida alemã,ao entrar em campo para apartida(àquelaalturajága-nha) contra o Equador.Nascido em Gana, Asa-moah, 27, é o primeiro ne-groavestiracamisabrancada seleção alemã. É verda-de que tem sido convocadojá faz cinco anos, mas dis-putar uma Copa com a ca-misa da pátria de adoçãotem um valor extraordiná-rio, mais ainda se se consi-derar que Asamoah, alémdo racismo, enfrentou pro-blemas cardíacos para setornarprofissional.A presença de Asamoah

acaba sendo uma espéciede ilustração de uma Ale-manha que, de algumama-neira, lembra a França de1998. Ou seja, imigrantesoufilhosdeimigrantesdão,literalmente, cor aos timesnacionais de países bran-cos. Claro que, na Françacampeã do mundo, o nú-mero de filhos de imigran-tes era bemmaior e come-çava pelo melhor jogadordo time, Zinedine Zidane,filhodeargelinos.De todo modo, na Ale-

manha-06, quatro dos oitogols atéagoramarcados fo-ram feitos por umpolonês,Miroslav Klose, que, deresto, tem como compa-nheiro de ataque outro po-lonês,LukasPodolski.NapartidacontraaPolô-

nia, que garantiu a Alema-nhana segunda fase, o úni-co gol surgiu de pés “es-trangeiros”. O cruzamentofoi de David Odonkor, des-cendente de ganeses comoAsamoah, aproveitado porOliverNeuville, nascido navizinhaSuíça.E ainda ficou de fora na

última hora Kevin Kura-nyi, nascido no Brasil, depai alemão emãe paname-nha, que vinha sendo con-vocadodesde2003.O paradoxal nessa relati-

va “estrangeirização” do ti-me local é o fato de que amídia européia e parte danorte-americana estão en-cantadas com o ressurgi-mentodeumnacionalismosadio em um país em que,por motivos óbvios, nacio-nalismoerapalavrão.Curiosotambémque,em

meio ao festival de bandei-ras alemãs que aparecememtodaparte, surgemaco-pladas bandeiras turcas. Acomunidade turca é imen-sa na Alemanha e o trata-mento duro dado a ela háalguns anos deu origem aum clássico do notável es-critorGüntherGrass.

crossi@@@uol.com.br

................................................................................................FÁBIOVICTORENVIADOESPECIALA BONN

Ojoelhoqueatrapalhavaavi-da de Zico naquele 21 de junhode 1986 ainda é capaz de ator-mentá-lo. Nos dias em que tra-balha forte com bola no treinodoJapão,comoontem,temquepassar depois no vestiário parasessõesdegeloe fisioterapia.Há exatos 20 anos, Zico fez o

últimojogooficialpelaseleção.Um dos grandes craques da

história, talvez omaior do Bra-sil nos anos 80, naquela tardenoestádioJalisco, emGuadala-jara, ele saiu do banco, para on-de só foraporquese recuperavados problemas no maldito joe-lho, como arma de Telê Santa-na nas quartas-de-final da Co-pa do México contra a FrançadePlatini,TiganaeGirese.O jogoestava1a1.Zicoestava

frio.Mesmo assim, logo de caradeu um passe para Branco, quefoi derrubado na área. Zico ba-teu o pênalti, Bats pegou. Em 1a 1 terminou. Prorrogação semgols. Na disputa de pênaltis, Zi-co fez o dele,masnão adiantou.Sócrates e Júlio César erraram,easeleção foieliminada.Na fogueiradaGrandeInqui-

siçãoBrasileira dasCopas, Zicotambém já foi queimado. Se oculpado por 50 foi Barbosa e opor 82, Cerezo, o júri desse tri-bunal abstrato do imagináriocoletivo nacional o condenoucomooresponsávelpor86.As queimaduras engrossa-

ram o couro do “Galinho deQuintino”. Ele ganhou o mun-do, virou o ídolomaior do fute-bol japonêsehojeéotécnicodopaísnaCopadaAlemanha.Mastambém foi integrante do go-verno [Collor, informação queprocura omitir], idealizou umalei com seunome, foi dirigente,montouseupróprioclube.Deummeia refinadoepouco

dado a polêmicas, Zico, na vi-vência conturbada dessas duasdécadas, transformou-se numdos mais credenciados críticosdoestablishmentdofutebol.Primeiro do brasileiro, à

frenteaCBF,quejáocontratou(coordenador da seleção naFrança-98), mas de quem hojequerdistânciatransatlântica.E, o mundo agora começa a

perceber, transformou-se tam-bém numa implacável línguaferina a azucrinar o império daFifa, papel que costumava serdesempenhado por Maradona,colegadegeraçãoegenialidade.No treino de ontem em

Bonn, Zico liderou exercíciosintermináveis de finalizaçõescom seus jogadores, que sómarcaram um gol até agora naCopa e cujas chances de classi-ficação às oitavas-de-final, mí-nimas, dependem de que ba-lancem as redes brasileirasamanhã.Cuidoudo joelhoede-pois falou.Aumentou vários tons no vo-

lume das críticas que tem feitoàFifadesdeaestréia japonesa.A metralhadora começou a

disparar com a repetição dasqueixas sobre os horários dosjogos iniciais do Japão, ambosàs 15h locais,oquenoverãoale-mão tem sido calor saariano.“Eles [a Fifa] vão me advertir

por quê? Porque disse que temventilador no banco de reser-vas e que o juiz parou para be-ber água?Porquê [iriamadver-ti-lo]?Éditadura?”,questiona.A verve envereda pela arbi-

tragem. “Aí vem um senhor ci-dadão da Fifa [o diretor de co-municação Markus Siegler] ediz que o juiz errou ao não darum pênalti para o Japão [con-tra a Austrália].Mas vem aFifae escala um juiz europeu paraapitar um jogo do Japão contraumeuropeu[aCroácia]...”Em seguida sobra para a Co-

réia do Sul, país que alimentarivalidades seculares comos ja-poneses e com quemdividirama organização da última Copa.“Essas coisas todas acontecemcontra o Japão, mas contra aCoréia não acontecem.” E porquenãoacontecem?, questionaaFolha. “Por que será?Não seipor que não acontecem. Nãosei”, ironiza, piscandooolho.E logo prossegue no tiroteio

verbal. “A Coréia chegou porméritos próprios [à semifinal]na Copa passada, né? Não teveajuda nenhuma...”, diz, aludin-do às denúncias de ajuda da ar-bitragemaosco-anfitriões.“É que quem tá ganhando”,

continua Zico, “não fala nada,não reclama.Mas vou falar, nãodevonadaaninguém”.E vemadinamite. “E temou-

tras coisas que ninguém fala,uns papéis que estão obrigandotodas as seleções a assinar...”Zico é instado a contar do quetrata,maso fazpelametade.“Todo mundo está sendo

obrigado a assinar um papelconcordando com umas coi-sas... Eu não assinei, não vouassinar. Sou cumpridor dosmeus deveres. Isso é ditadurapura!”, atira, possivelmente namais pesada crítica feita à FifaporumtécniconesteMundial.“Mas, o quehá nesse papel?”,

insiste a Folha. “Não sei, nãolembro bem”, despista Zico,para emseguidacontarparcial-mente. “Dizem que temos denos comprometer comfairplay[jogo limpo]. Que fair play é es-se, que toda hora jogador cai naárea fingindo, e todo mundo táusando issocomotática?”Para onde se olhe, a missão

de Zico é ingrata. A Fifa nãolhe dá ouvidos. Em campo,tenta acertar o pé do seu ti-me. O treino de ontem,acompanhado pela prince-sa japonesa Hisako, foi oprimeiro na Copa em quea equipe treinou só finali-zações —nada mais.“Treinar tática agora nãoé mais necessário. O timeprecisa é fazer gol”, afir-mouoex-artilheiro.O Japão depende de

uma matemática comple-xa para obter uma vaga:tem de vencer o time deParreira com pelo menosdois gols de diferença e torcerpara que a Croácia bata a Aus-trália,mas comumgol amenosdo que os da sua vitória sobre aseleçãobrasileira.Há 20 anos, apesar do joelho,

tudopareciamais fácil paraele.

Colaborou TALES TORRAGA, da ReportagemLocal

BATSESTÁNOLYONOherói francêsem1986 éo atualtreinador degoleiros do timepentacampeãonacional. Bats,hoje com49anosemuito acimadopeso, superoucâncer nostestículos em1981—precisouextrair umdeles.Cantor, lançou LPinfantil em1986,“O Escargot”

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EF ¤ SEXTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2006

INCLUI ESPORTE

R1º Ronaldo

27%2º Kaká14%3º Ronaldinho

12%

Ronaldo, 29, e Ronaldinho, 26, durante treino da seleção, ontem, em Bergisch Gladbach

PESQUISA DATAFOLHA

AlemanhaArgentina>> 12h, Berlim

ItáliaUcrânia>> 16h, Hamburgo

AMANHÃ12h >> Inglaterra

Portugal16h >> Brasil

França

HOJEComeçam as maioresquartas-de-final da história das Copas

MAIS VELHOJOGADOR DASELEÇÃO,

CAFUSE ASSUME COMOPAIZÃO DO TIME ESAI EM DEFESA DESEUS ‘MENINOS’Pág. D12

CrespoPodolski

ShevchenkoTotti

Ro melhorda seleção

1º Ronaldinho

13%2º Ronaldo

9%3º Cafu7%

o piorda seleção

bem-me-quer,mal-me-quer

Ant

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déri

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em

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Maiores astros da seleção,Ronaldosmonopolizamatenção epolarizamopiniões dos torcedores................................................................................................LEONARDOCRUZEDITOR-ASSISTENTEDA ILUSTRADA

Para o torcedor brasileiro, osucesso do Brasil na Copa daAlemanha depende diretamen-te do desempenho dos dois Ro-naldos da equipe de Carlos Al-berto Parreira. É o que indicapesquisa nacional do InstitutoDatafolha realizada nos doisdias seguintes à vitória do Bra-sil sobre Gana (3 a 0), na terça.

Os dados apontam que o ata-cante do Real Madrid e o meiado Barcelona polarizam asatenções dos entrevistados. Se-gundo eles, Ronaldo e Ronaldi-nho estão entre os melhores —etambém entre os piores— joga-dores da seleção atual.

Pelo levantamento, 27% dos2.828 entrevistados acreditamque Ronaldo é o melhor joga-dor do Brasil no Mundial. É se-guido por Kaká, com 14%, e Ro-naldinho, com 12%. O zagueiroLúcio (7%), o volante Zé Rober-to (6%), o goleiro Dida (5%) e oatacante Robinho (4%) surgemempatados em quarto lugar,pois a pesquisa tem margem deerro de dois pontos percen-tuais, para mais ou para menos.

Os demais jogadores recebe-ram 2% ou menos de menções,e 11% dos entrevistados nãosouberam dizer quem é o cra-que do Brasil na Alemanha.

No pólo oposto, os Ronaldostambém são indicados como osdois piores nomes da equipe.

Questionados sobre quem estásendo o pior jogador do Brasil,13% apontaram Ronaldinho, e9% citaram Ronaldo —o laterale capitão Cafu aparece logo de-pois, com 7%. No ranking dospiores, o atacante Adriano, ovolante Emerson e o lateral Ro-berto Carlos têm 6% cada um.Os demais foram indicados por2% ou menos dos torcedores.

É alto o percentual de entre-vistados que crêem que não hápior jogador na seleção —19%.Além disso, 30% não souberamapontar seu desafeto.

A relação de amor e ódio comos integrantes do escrete nacio-nal varia (e muito) de acordocom sexo, escolaridade, regiãodo país e grau de interesse por

futebol dos entrevistados.Entre os melhores, a lideran-

ça de Ronaldo cai quatro pon-tos e chega a 23% entre os quedizem gostar muito do esporte.Nesse segmento, a preferênciapor Kaká vai de 14% a 17%, e apor Ronaldinho oscila de 12% a10%. Lúcio e Zé Roberto saltamcinco pontos cada um e chegama 12% e 11%, respectivamente.

A preferência pelo camisa 9despenca entre os entrevista-dos com ensino superior. Paraeles, Ronaldo e Kaká ficam em-patados, com 18% cada um. En-tre os que têm apenas nível fun-damental, Ronaldo é o melhorpara 32%, e Kaká, para 11%.

Artilheiro do Brasil na Copacom três gols, o atacante é visto

como o melhor tanto por ho-mens quanto por mulheres,mas entre elas o percentual émais alto —30%, contra 24%para eles. Ainda entre as mu-lheres, Kaká e Ronaldinho em-patam com 14%. Entre os ho-mens, atrás de Ronaldo, apare-cem na seqüência Kaká (14%),Ronaldinho (11%), Lúcio (11%)e Zé Roberto (10%).

Por fim, na escolha dos pio-res, Ronaldinho é o eleito noSudeste (15%) e no Nordeste(12%) e fica empatado com Ro-naldo no Norte/Centro-Oeste(9%). Na região Sul, 9% esco-lhem o gaúcho, e Ronaldo surgecomo o pior, com 14%.

LEIA MAIS D2

Page 8: portifolio

A história do futebol esuas curiosas criações

de patente a piada

ASSIM FICA FÁCILPatente americana de 1991 mostra conceitos usadosna fabricação de chuteiras: a superfície tem materialaderente que facilita o domínio e o controle da bola

CHUTEIRA OU COTURNO? Calçado patenteado pelo alemão George Willmör, deNuremberg, em 1921, um dos primeiros a reforçarema parte frontal, visando facilitar o domínio da bola

CANELEIRA CIBORGUERequerida pela fabricante alemã Puma em 1999, a patentemostra modelo de caneleira aliada à tornozeleira. Oacessório fracassou: não foi bem recebido por atletas

CADÊ A NOVIDADE?O modelo produzido pelo alemãoDagmar Küster em 1998 visa darmais mobilidade na área dos ombros

A PIONEIRALuva de couro para goleiro patenteada em 1885 pelo inglês William Sykes; peça foi uma das primeiras a usaremaparadores de borracha para melhorar a aderência

BOLA ANTIFRIAGEMMecanismos para tornar a bola adaptável a diversascondições climáticas sempre motivaram invenções, como este modelo do tailandês Tsung Ming Ou, de 1996

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D12 copa2006 DOMINGO, 11 DE JUNHO DE 2006 ef

Emlivro, pesquisadoresalemães levantamosregistros da evoluçãodechuteiras, bolas e outrosacessórios do esporte Clóvis

RossiEstá atédivertido

ATÉ QUEestádivertidaesta 18ª edição daCopa, pelo menos no

pouco que os horários detrabalho e de fechamentome permitiram ver antesde escrever (apenas Ale-manha 4 x 2 Costa Rica eInglaterra1 x0 Paraguai).

Antes de explicar porque, um preâmbulo: domeu ponto de vista, há trêsmaneiras de ver futebol. O“modo paixão” leva você aocampo para torcer para oseu time, mesmo que seja oEvadidos do CarandiruF.C. e esteja na oitava divi-sãodotorneio dobairro.

O “modo arte” me em-purra a ver os Pelés, Mara-donas, Cruyffs, Tostão (noplural, não daria certo) e,hoje em dia, RonaldinhoGaúcho, Kaká, Robinho eRonaldo (quando este nãoestá brigando com os jor-nalistas ou com o presiden-tedaRepública).

Finalmente, o “modo en-tretenimento” é ver o queestá aoalcance dos olhos.

Bom, desligados comoestão até agora os dois pri-meiros modos, o entreteni-mento tem funcionadomais do que no início deCopasanteriores.

Seis gols na abertura deum Mundial é bastante,ainda mais que dois dosgols alemães foram bemtrabalhados.

É verdade que não há, naseleção anfitriã, nenhumgrande artista da bola. Nemmesmo Michael Ballack, ocapitão e principal jogador,chega perto de astros dopassado, como Becken-bauer, Lottar Matthäus,Mathias Sammer e outrosmenos votados.

Mas quero ver mais dosjovens Schweinsteiger ePodolski, ambos de 21anos. O primeiro até quejogou direitinho na sexta-feira. Por baixo, por baixo,foi o responsável pelopasseque deu o primeirodos doisgols de Klose. Podolski nãofez nada, mas suspeito quetem potencial para crescer.

Já Paraguai e Inglaterrafoi bem menos divertido,principalmente no segun-do tempo.

Deve ter batido todo opeso do calor, porque o ve-rão chegou agora para valerà Alemanha (pelo menosaqui em Hamburgo, a tem-peratura era de interior doCeará na hora em que In-glaterra e Paraguai joga-vam emFrankfurt).

Está claro que a Inglater-ra já não é mais o futebol doeterno chuveirinho naárea. Não chegam a ser“sul-americanos”, talveznunca cheguem, mas já dápara ver sem bocejar.

Pena que um jogador doPalmeiras tenha levado afase maldita do time até aAlemanha. Ah, Gamarra.

crossi@@@uol.com.br

Guilherme Roseguini/Folha Imagem................................................................................................GUILHERMEROSEGUINIENVIADOESPECIAL AMUNIQUE

Klaus Wollny e Markus Seitznão agüentavam mais os repe-titivos livros de história de fu-tebol ou as manjadas biografiasde craques que inundam o mer-cado em época de Copa. Fun-cionários do escritório de pa-tentes alemãs, localizado emMunique, desejavam dar con-tribuição diferente aos visitan-tes do país-sede do Mundial.

Tiveram, então, um estalo:por que não vasculhar os arqui-vos do local onde trabalham ecompilar as criações que fize-ram do futebol o esporte maispopular do planeta?

Com a ajuda de outros doiscolegas, Lisa Renniegir e Jo-hann Holzmann, prepararam ocurioso “Futebol e Técnica”, li-vro que mostra a evolução dechuteiras, bolas, uniformes eoutros acessórios usados noscampos através de registros do-cumentados por inventores.

Entre 2003 e 2006, mais de10 mil patentes foram destrin-chadas pelo quarteto. O mate-rial não tem tradução para o in-glês, mas pode ser obtido degraça no sitewww.dpma.de.

“Hoje as invenções que apa-recem no futebol são mais pro-duto dos departamentos demarketing do que de pesquisa-dores. Mas nem sempre foi as-sim. Para chegar aos materiaisque vamos ver nesta Copa,existiram ótimas idéias e muitoesforço”, explica Seitz.

Ocorreram, também, muitoscasos inusitados, como o do de-sastrado músico britânico Jo-seph Hudson. Ele tocava seuviolino quando errou uma notae estourou uma das cordas.

Gostou, todavia, do barulhoproduzido no acidente. Na bus-ca para tentar repeti-lo, criou,em 1885, o mecanismo básico

utilizado hoje na fabricaçãodos apitos para árbitros.

“A história é cheia de casosassim. Difícil é conseguir sepa-rar o que foi importante para ofutebol e o que não passa de bo-beira”, afirma Wollny.

Ele, por exemplo, ficou en-carregado do capítulo sobre abola, mas precisava de um pon-to de partida para começar.

A saída foi encontrada emCharles Goodyear, inventor doprocesso de vulcanização daborracha em 1839. A partir desu a s d e s c o b e r t a s , n a r r aWollny, a busca por técnicas oumateriais destinados a lapidar

a bola usada em jogos ganhoufôlego entre pesquisadores.

Outro desafio do grupo esta-va na linha inicial para agruparas mais importantes patentesrelativas às chuteiras, já que ofutebol era praticado com to-dos os tipos de calçado.

Seitz, encarregado da seara,só decolou nos trabalhos apósanalisar a trajetória das Copas.“Havia pouca coisa registradaantes de 1930, ano do primeiroMundial. Então, os europeustiveram que ir até o Uruguaicompetir. Lá, viram que seussapatos pesados, normalmenteutilizados para o frio, atrapa-lhavam o desempenho. Depoisdisso, a busca por invençõescresceu bastante”, explica.

Cresceu tanto que produziusituações bizarras. Seitz contaque um dos grandes desafiosera desenvolver calçados quefacilitassem o domínio da bola.

Um alemão, então, inovou:patenteou um tênis com esca-mas de peixe fincadas na partesuperior. “Quando li aquilo,morri de rir. Só que, anos de-pois, a Adidas lançava no mer-cado um modelo que segue amesma lógica, usando garrasna superfície para ampliar oatrito com a bola. Neste merca-do, tudo pode ser aproveitado.”

FOTO2.014.0

Osautores doestudo, os alemãesMarkusSeitz eKlausWollny

BRASIL FICAAUSENTEDELIVRODEINVENÇÕESSegundo os autores,pode ser falta deorganização doescritório de patentesdo Brasil. “NaAlemanha, cuidar depatentes é umatradição”, diz Seitz

Folha de S.PauloCobertura da Copa de 2006

++

+R$2,1 bilhões

(soma dos valores das multas rescisórias dos contratos, das últimasnegociações e de propostas recentes feitas aos jogadores da seleção)

R$ 364.200.000

=

R$ 204.000.000

R$ 477.500.000TODOS OS OUTROS JOGADORES

em ação

+R$ 582.800.000

R$ 524.500.000

Fernando Llano/Associated Press

Flávio Florido/Folha Imagem

Antonio Scorza/France Presse

Marcelo Sayão/Efe

D10 copa2006 QUARTA-FEIRA, 7 DE JUNHODE 2006 ef

Preçodaseleçãojáatingecifrabilionária

CLÓVISROSSI

Cadê aCopa?

FÁCIL, fácil, temmaisCopa doMundo emSão Paulo, nas ruas,

TVs e jornais, do que emMunique, apesar de seraqui quevai serdisputada,sexta-feira, a partida inau-gural. Ainda por cima en-volvendo a seleção local(contraaCostaRica).Atéquesevendemalgu-

mas bandeiras, até que al-guns curiosos (poucos)procuram o “Fanartikel”,o quiosque montado naMarienplatz para venderartigos para fãs, como dizo nome, tudo oficial (e ca-ro). E aMarienplatz é simplesmente o principalponto de concentração deturistas, em especial às11h, 12h e 17h, quando soao carrilhão animado daNovaPrefeitura.Não é que o alemão seja

frio. O alemão é apaixona-do pelo futebol em espe-cial na Baviera, terra doBayern, o time da Alema-nha que tem a mais ricahistóriainternacional.O problema é queo bra-

sileiro é apaixonado de-maispor futebol.Não, nãoé só palpite, não. Pesquisada própria Fifa, associadaao cartão Mastercard,mostrou que o brasileirotem o maior nível de pai-xão pela seleção e, por ex-tensão, amaiorpropensãoagastarparaseguí-la.Setenta e sete por cen-

tos dos brasileiros são tor-cedores “ávidos”, à frentedosdetodososdemaisno-vepaísespesquisados.Talvez porque o futebol

é aúnica atividadeemqueo brasileiro é o melhor domundo, fato comprovadohistóricaeestatisticamen-te e referendado pelos ou-trostorcedores.Vide “L’Equipe”, o prin-

cipal esportivo francês, deontem: manchete de capae foto gigante para a che-gada à Alemanha dos“prodígios brasileiros”,“umachuvadeestrelas”.A paixão reflete-se na

frenesi com que a mídiaacompanha a seleção.Voutirar foto para a creden-cial. Dos cinco postos defotografia, três estão ocu-padosporbrasileiros.Opostodocentrodeim-

prensa anuncia uma si-nopse dos diários brasilei-ros. Só dos brasileiros,apesarde150paísesterempelo menos um jornalistacredenciado.Por lá, desfilam os mais

variados sotaques do por-tuguês, nenhumdePortu-gal(ouAngola).Aparece até uma cami-

seta verde-e-amarelaanunciando a Rádio Li-berdade, diretamente deCaruaru, no quente inte-rior pernambucano, paraofriozinhodasempretrai-çoeiraprimaveraalemã.

crossi@@@uol.com.br

Dos 23 jogadores do grupo, só Mineirotem contrato vencendo ainda em 2006................................................................................................RODRIGOMATTOSDAREPORTAGEMLOCAL

Pentacampeã, time do qua-drado mágico, casa do melhorjogador do mundo e favorita àCopa do Mundo-2006. Torcerpela seleção brasileira não tempreço.Mas,paracontarcomto-dos seus jogadores, é precisogastarumacifrabilionária.Estimativa da Folha avaliou

emR$2,1 bilhõesovalordos23atletas que compõem o timebrasileiro. O número foi obtidopor meio das somas de multasrescisórias dos contratos, dasúltimas negociações e de pro-posta recente feita pelo RealMadrid, nocasodeKaká.Opreçoda seleção canarinho

representa cerca de um terçodo gasto do governo Lula comprogramas de transferência derendaem2005.É impossível determinar que

esse valor seria suficiente paracontratar todos os jogadores daseleção. Volátil, a avaliação domercado de atletas varia deacordo com asatuações, a du-ração de contra-tos, o continen-te emque jogamea idade.O n t e m , a

agência de notí-cias alemã DPAestimou o valorda seleção emR$ 1,2 bilhão—disse que era amais valiosa domundo. O sitealemão trade-mark, especiali-zado no merca-do do futebol,calcula que os23 atletas brasi-leiros valem emtorno de R$ 1,1bilhão.Em ambos os casos, foram

ignoradas asmultas rescisóriasde nossos principais jogadores,como Ronaldo e Adriano—atribuem a eles valores demercado,deR$90milhões.Mas, para tirar o atacante do

Real Madrid sem negociação, énecessário pagar seis vezesmais do que isso. Sem acordocom a Inter de Milão, Adrianosó sai do clube comopagamen-todeR$580milhões.“O jogador nunca vale tanto

assim. Colocam uma quantiaalta para poderem estipularquanto quiserem na venda”,afirmou o procurador do ata-cante da Inter, Gilmar Rinaldi,que julga ser difícil determinaro preço de um atleta. “Já tive-mos proposta de US$ 70 mi-lhões [R$ 158 milhões] doChelsea, mas depende do mo-

mentodecadaatleta.”Assessores de Ronaldo tam-

bém já disseramque amulta deseu contrato era para obrigar ointeressado a uma negociação,mesmoporvalormenor.Dos quatro componentes do

quadradomágico, Adriano, Ro-naldo e Kaká têm seus nomesenvolvidos em especulações. Omeia milanista não tem multarescisória em seu contrato, se-gundo informou sua assesso-ria. Para quebrar o acordo, opreço depende de negociação—o Real Madrid acenou comR$204milhões, recusados.O valor cresce quanto maior

for a duração do contrato. En-tre os 23 jogadores da seleção,22 estão presos a acordos atépelomenos2007.Nos casos deAdriano,Kaká e

Ronaldinho, os contratos se es-tendem até pelo menos 2010.Para o melhor do mundo, oBarcelona renovou com ele eaumentou seu salário para in-flar sua multa até 364,2 mi-lhões. Já Ronaldo só tem mais

um ano preso aoReal.O único que po-

de ser liberado degraça no fim doano é o volanteMineiro, que ne-gocia renovaçãocomoSãoPaulo.No mercado eu-

ropeu, ainda não émuito conhecido—o site trademarknem sequer lhe dáuma cotação. Mas,após a Copa, issopodemudar.Quem quiser

contratá-lo logodepois do Mundialtem de pagar R$45,1 milhões aoSão Paulo, valor desua multa, mesma

quantia que teria de ser gastapara terogoleiroRogério.“São jogadores de alto nível.

Já tínhamos botado esse valorantes da Copa”, afirmou o dire-tor de futebol são-paulino,JoãoPaulodeJesusLopes.Se Ronaldo e Adriano apare-

cem supervalorizados nasmul-tas, outros valemmais do que opreço pelo qual foram negocia-dos, principalmente se saíramdo Brasil. É o caso do zagueiroLuisão, cuja última transferên-cia saiuporR$2,9milhões.Fora o quadrado mágico, os

atletas negociados por maioresvalores foram: Emerson, R$81,9 milhões, Robinho, R$ 70milhões, Fred,R$43,7milhões,eLúcio,R$35milhões.Só Juninho saiu de graça do

Vasco para o Lyon. Mas, hoje,custaria caro, comoosoutros.

ITÁLIA ÉOUTRASELEÇÃOVALIOSAOs jogadoresitalianosvalemR$1,086 bilhão,diz o sitetrademark,para quemosbrasileiroscustamumpoucomenos.

Page 9: portifolio

corrente pra trás>>>

DAILY MAIL>> Escrevendo para o diário inglês, o volante Gilberto Silvaaborda a polêmica em torno do peso de Ronaldo. "Apressãosobre nós é maior do que sobrequalquer outro time", afirma

KICKER>> "Fator de risco", é o título dematéria da revista "Kicker" sobreDida. Segundo a publicação alemã,o goleiro é o ponto fracoda seleçãobrasileira no Mundial e só é titularpor falta de jogadores melhores

CORRIERE DELA SERA>> Um dos principais diários daItália joga dúvidas sobre o desempenho do atacante Adrianono Mundial. "Na equipe mais favorita da história das Copas, oúnico mistérioé ele"

LIDOVE NOVINI>> O jornal tcheco aborda apolêmica entre Ronaldo e o presidente Lula. Para o diário, o caso pode colocar em risco o ânimoe a motivação de uma das principais estrelas do Brasil

¤Problemasde Ronaldo epedido de prisão de Cafu atormentam os dois jogadores mais experientes do time

mas...¤Equipe repete encanto de1982, quando empolgou ostorcedores, mas fracassou na campanha pelo título

¤Prováveis adversárias daseleção nas oitavas, Itália eRepública Tcheca largam com força no Mundial

O atacante Ronaldo, quese irrita com perguntas

sobre seu peso, no reconhecimento dogramado em Berlim

O atacante Iaquinta celebra o segundo gol da Itália contra Gana

François-Xavier Marit/France Presse Ant

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D12 copa2006 TERÇA-FEIRA, 13 DE JUNHODE 2006 ef

ClóvisRossi

................................................................................................DOSENVIADOSABERLIM

Agora, o lado ruim da histó-ria. Também pode ser muitotriste, comoem1982.Seja pela formação do time,

pelo possível caminho até a fi-nal ou pelo favoritismo exage-rado, o Brasil de Carlos AlbertoParreira tem, noque aconteceuno verão espanhol há 24 anos,motivosparasepreocupar.O time chega à Alemanha

embaladopelodesempenhoar-rebatador na Copa das Confe-deraçõesdoanopassado.Os comandados de Telê San-

tana também tinham feito umaexcursão à Europa em 1981comgrandesexibições.O Brasil que caiu diante da

Itália na segunda fase tinha umquadrado inesquecível no seumeio-campo (Falcão, Cerezo,SócrateseZico).O atual, que pode pegar os

italianos também na segundafase, conta com o famoso“quarteto mágico” (Kaká, Ro-naldinho,AdrianoeRonaldo).E o fantasma italiano ganha

força. Brigada com a imprensae no meio do maior escândaloda sua história, a “Azzurra” es-treou bem ontem, vencendoGanapor2a0.Tudo muito parecido com

1982, quando os jogadores daItália também estavam emguerra com a imprensa e joga-dores envolvidos em casos demanipulaçãoderesultados.Para piorar, a outra provável

hipótese de rival nas oitavas-de-final impressionou na es-tréia —a República Tcheca ba-teu os americanos por 3 a 0, nomaisdilatadoplacardaCopadaAlemanhaatéomomento.E o cenário cor-de-rosa que

se desenhava para a seleção so-freuabalosnosúltimosdias.A festiva preparação em

Weggis, com estádio lotado etransmissão ao vivopara todooplaneta, ficou longe da ideal,ainda mais pelo gramado pesa-dodocentrodetreinamento.Ontem, apromotoria italiana

pediu a prisão por nove mesesde Cafu, por envolvimento emcasodepassaportes falsos.Maior esperança de gols do

time, Ronaldo foi um manan-cial de problemas. Primeiro,por seu peso. Depois, pelas bo-lhas que o tiraram de parte doamistoso contra a Nova Zelân-dia. JánaAlemanha, febril, dei-xou de treinar. Por fim, bateubocacomopresidenteLula.“Ele está pronto”, diz o pre-

parador físico Moraci Sant’An-na, que, noentanto,nãomostraamesma firmeza sobre a chan-cedeoatacante ficar emcampodurante os 90minutos contra aCroácia. “Isso, no caso de qual-quer jogador, depende do queacontecerduranteapartida.”No último coletivo antes da

estréia, ainda em Königstein,os titulares perderam para osreservaspor3a0.E o time de Parreira precisa

responder ao ambiente de am-plo favoritismo, que já derru-bou, além do Brasil-82, outrasseleções famosas, como aHun-gria-54eaHolanda-74.“Todos têm a consciência de

que o favoritismonos leva ane-nhum lugar”, declarou o za-gueiro Lúcio. “O favoritismoexiste só até antesdecomeçarapartida. Depois disso, temosque provar em campo”, falouRonaldinho, o duas vezes me-lhor do mundo, mas que nãomarca há cinco jogos pela sele-ção, secarecordeparaele.Parreira faz de tudo para jo-

gar o ônus do favoritismo parao colo dos rivais. “A favorita é aAlemanha, que joga em casa econta com o apoio da sua torci-da’’, disse o treinador, que ain-da precisa superar o retrospec-tonada impressionantedoBra-sil emCopas disputadas na Eu-ropa. Em nove edições realiza-das no continente, o país foicampeãoapenasumavez.Nasoitorealizadasemoutras

partes do mundo, a equipenacional ficou com a taça emquatrooportunidades.(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RI-

CARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

Vale o quefor escrito

OTÉCNICO Carlos Al-berto Parreira temuma boa resposta

sempre que lhe pedem pa-racompararaatual seleçãobrasileira, a mais badaladadesde, pelo menos, a Copade 1982, com as grandesequipescampeãsem1958e1970: “Este time precisaprovar naCopa [seu valor].Osoutrosjáprovaram”.À primeira vista, a res-

posta parece uma platitu-de, uma obviedade. Afinal,os times de 1958 e de 1970de fato já jogaram suasCo-pas —e venceram. O de2006 começa hoje a jogar—portanto,nãovenceucoi-síssimaalguma.Mas a obviedade começa

a se tornar menos óbviaquando se percebe que atéjornalistas estrangeirospensam na atual seleçãocomo um extraordináriosucessodecrítica,antesatéde ela se transformar emsucesso de fato no campodejogodeumaCopa.Aliás, as frases de Parrei-

ra acima transcritas foramem resposta a um jornalis-tabritânico,aindaporcimacom uma camisa pólo daseleção inglesa, o que achoparticularmente inadequa-do. Jornalista é jornalista,torcedorétorcedor.De volta a Parreira. O fa-

toéque,pelasmemóriasdeJuca Kfouri, relatadas ou-trodia, oambienteprévioàestréianaCopade1982eraparecido, talvez igual. Deuno que deu. Deu aliás emumamisturacruel: aomes-motempoemqueseexaltaa “seleção de Telê Santa-na”, como se fez recente-mente, quandoelemorreu,se diz que foi uma geraçãobrilhante, mas fracassada,porque não conquistou tí-tulos (Sócrates, Falcão,Ce-rezo,Zicoetc.).É, no futebol comonavi-

da, ahistóriaéescritapelosvencedores. Poucos têmdúvidas de que os quatrosjogadores citados forambem melhores que os queganharam a Copa de 1994,masamediocridadevence-dora recebe mais atençãodoqueotalentoderrotado.Comosuperstiçãoe fute-

bol são irmãos siameses,muita gente fica tremendodemedo de que 2006 repi-ta 1982.Emumtorneio emque, depois da primeira fa-se, entra-se nomata-mata,tudo pode acontecer. SeBrasil e Itália jogassemdezoutras vezes, com as mes-mas formações de 1982, oBrasil ganharia nove e em-patariaaoutra,pelalógica.Sempre pela lógica, não

desfilou até agora, peloscamposdaAlemanha, umaúnica seleção capaz de darcorda à superstição. Mas onível do torneio está bemrazoável, e superstição dis-pensacorda.

crossi@@@uol.com.br

HistóriadasCopasguardapesadelosdoBrasil ) www.folha.com.br/061634

Folha de S.PauloCobertura da Copa de 2006

NomeSeleçãoIdadeFoi jogador profissional?Copas como treinador

O TEÓRICO BOM DE PRÁTICACompare os técnicos de dez forças do Mundial

Sven-GöranErikssonINGLATERRA

58Sim1

Luiz FelipeScolariPORTUGAL

57Sim1

RicardoLavolpeMÉXICO

54Sim0

LuisAragonésESPANHA

67Sim0

RaymondDomenechFRANÇA

54Sim0

Marco vanBastenHOLANDA

41Sim0

JürgenKlinsmannALEMANHA

41Sim0

MarcelloLippiITÁLIA

58Sim0

JoséPekermanARGENTINA

56Sim0

Carlos A.ParreiraBRASIL63NÃO4

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D12 copa2006 SEGUNDA-FEIRA, 12 DE JUNHODE 2006 ef

x ClóvisRossi

................................................................................................GUILHERMEROSEGUINIENVIADOESPECIAL A KAISERSLAUTERN

Shunsuke Nakamura erratrêschutesseguidos,caraacaracomogoleiro.Noúltimo, abolaexplode na trave e voltanospésde Zico. O técnico está fora daárea. Olha o goleiro e dá um to-que sutil, quase displicente. Noângulo.Nakamuraaplaude.Cenas como a do treino de

ontem são comuns na seleçãojaponesa. Zico, três Copas co-mo jogador no currículo, sabequetemmuitoparaensinar.Ter um ex-atleta no banco

pode não ser garantia de suces-so, mas seguir tal caminho nãoéopção sódoJapão.Dos31 téc-nicos na Alemanha —o coman-dante do Togo pediu demissãoàs portas do torneio—, 16 atua-ramemseleçõesnacionais.Éuma reviravolta emrelação

a 2002, quando 26 treinadorestraziam na bagagem carreirasnada brilhantes da época emque atuaram como profissio-nais, como o campeão Luiz Fe-lipeScolari, que jogou comoza-gueiroenãoobtevedestaque.“A experiência ajuda, acima

de tudo, para passar confiança.Os jogadores acreditam no quevocê fala porque conhecem oseupassado”,afirmaZico.Passado, porém, não é sufi-

ciente para manter alguns deseuscolegastranqüilos.O técnico da seleção anfitriã

é um bom exemplo. JürgenKlinsmann era um atacante le-tal —fez 47 gols em 108 jogospela Alemanha— e brilhou nasconquistas do Mundial de 90 eda Eurocopa de 96. Mesmo as-sim, é bombardeado por com-patriotas pela vocação ofensivaquedeuaotimeouporteresco-lhido os EUA como seu lar. Aomenos, sobreviveu à estréia—4a2sobreaCostaRica.HenriMichelnão teveames-

ma sorte. Três vezes campeãofrancês e chamado em58opor-tunidades para a seleção, viusua Costa do Marfim perderpor2a1paraaArgentina.“Não éaprimeira vezqueen-

frento uma situação complica-da. Precisamos evitar umclimaruimeentender queprossegui-mosnadisputa”,dizMichel.Discursos demotivação tam-

bém são usados por KoebiKuhn, que conduz a Suíça ama-nhã contra a França. Sua histó-ria é curiosa. Meia habilidoso,chegou a ser descrito em seupaís como “homem com melnos pés”. Esteve64vezesna se-leção, mas sua recordação dasCopas não é das melhores. NaInglaterra-66, ele não respei-tou o horário (22h) dado pelacomissão técnica para voltar aoalojamento. Ficou fora da es-tréia e abalou o grupo, que aca-bouotorneiona16ªposição.“Se temos mais confiança

agora é porque temos trabalha-do com jovens, numa equipecom vontade de mostrar algo.Mas vamos sempre ser peque-nos e precisamos pensar assimparaseguir”,afirmaKuhn.Oleg Blokhin é mais ousado.

Técnico da Ucrânia e melhorjogador europeu em 1975, sem-pre põe sua seleção entre as fa-voritas na Copa. Resta saber serecuperará o atacante Shev-chenko para o duelo contra aEspanha, na quarta. Conheci-mento da posição não lhe falta:só pela seleção da União Sovié-tica,Blokhinmarcou42gols.

Robben,o caixa2

SEGUINDO AS pegadasdo PT, comecei a fa-zer caixa 2 na Copa.

Ou,paraserpreciso,caixa2dejogador-sensação.A lista do caixa 1 eu já ti-

nha levadonacue...Ops,namala. Começa, óbvio, comRonaldinho, o preferido de101 de cada 100 jornalistasque cobrem a Copa. E in-clui Kaká, Robinho, Ronal-do e o argentino LionelMessi,quesónasceunaAr-gentina, mas foi devida-mente amamentado noCamp Nou, a catedral“blau-grana” (azul e grenádoBarcelona).Mas digamos que Ronal-

dinho seja, na Copa, tãodiscreto quanto o foi na fi-nal da Liga dos Campeõesda Europa, contra o Arse-nal. Digamos que Ronaldoestejamesmo gordo. E queRobinho e Messi conti-nuem na reserva ou jo-guem tempo insuficienteparabrilharem.Digamos, por fim, que a

religiosidade de Kaká sejaseveramente afetada pelodesfile de loiras cada vezmais despidas, agora que overão sentou praça de umaveznaAlemanha.É preciso recorrer a um

“jogador não-contabiliza-do”. O meu chama-se, porenquanto, ArjenRobben, ojovem (22 anos) atacantedaHolandaedoChelsea.Foi o único, até agora, a

realmente destacar-semuito claramente do lotedegenteemcampo,napar-tidacontraSérviaeMonte-negro. Nem incluo o gol, oúnico da partida, porque omérito maior foi de quemfezopasse(VanPersie).Robben só não brilhou

mais porque a Holandaaindaéumtimeemforma-ção e sua defesa, aomenosontem, foi condescenden-te, com o que a bola demo-ravamuito tempoparavol-tar ao ataque, o territóriodecaçadeRobben.Só não o promovo já a

caixa 1 porque lhe falta(nãosóontemmasempar-tidas anteriores que vi doChelsea) o acabamento fi-nal, o fecho na sinfonia dedribles, aquele que mata oúltimo zagueiro e o deixa(ou a um companheiro) nacaradogol.Exatamente a arte que

Ronaldinho executa comoninguém ou, para voltar àhistória da própria Holan-da,JohannCruyffofazia.Se aprender nesta Copa

doMundo, Robben passa aserumbelocaixa1.Com os jogos de ontem,

já estrearam 16 dos 32 ti-mes. Ganharam todos osque deveriam ganhar, me-nosaSuécia,quecansoudeperdergolsqueatéeufaria.Feitas as contas, o Brasil émais favorito do que eraantesdapartidainaugural.

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Dos31 técnicos que estãonoMundial, 16 são ex-jogadores que atuaramemsuas seleçõesnacionais, incluindo estrelas comoZico,VanBasten eKlinsmann

Parreiraéaexceçãoentreos favoritos.................................................................................DOS ENVIADOSAKÖNIGSTEIN

Ele é um teórico nomeio de um gigante exér-cito de práticos. Mas é naexperiência no ofício emCopas que Carlos AlbertoParreira pode virar o jogocontra os companheirosdeprofissãonaAlemanha.Entre as dez seleções

mais cotadas para ficarcom o título na Copa doMundo, o brasileiro é oúnico que não foi jogadorde futebol profissional.Mas já disputou a compe-tição como treinador qua-tro vezes, ou o dobro doque fizeram os outros no-ve comandantes dos favo-ritos —para sete deles, aAlemanha será o primeiroMundialcomotécnico.Além de ídolos como

Jürgen Klinsmann, o ex-professorde educação físi-ca terá comoconcorrentestécnicos que disputaramCopas comocoadjuvantes,como o ex-goleiro RicardoLavolpe (o argentino quedirige oMéxico), e ex-atle-tasdepoucaexpressão, ca-sos de Scolari e doargenti-noJoséPekerman.“É uma honra ir ao meu

quinto Mundial”, diz Par-reira, que serelacionabemcom práticos que eram ta-lentosos em campo (mos-tra intimidade com Klins-mann) e com ex-atletas deterceira linha (nunca ba-teubocacomScolari).Comparado com a

maioria dos outros treina-dores, Parreira consegueadministrarbemorelacio-namentocomasestrelas.Em quase quatro anos

no emprego, ele nunca te-veatritoscomelas.Bem diferente de seus

colegas. Quase todos dei-xaram veteranos que nãose encaixavam em suas fi-losofias.Foioqueocorreu,por exemplo, com Verónna Argentina. (EDUARDO AR-

RUDA,PAULOCOBOS,RICARDO

PERRONEESÉRGIORANGEL)

Otécnico eprofessor de

educaçãofísicaCarlos

AlbertoParreira

VANBASTENVENCE PELA1ªVEZ EMCOPASOagora treinadorholandês desencantoucomo1a0 sobreSérvia eMontenegroontem.O técnico foi àItália em1990, sembrilhar. Atacante, nãomarcoupelaHolanda,que empatou trêsjogos e perdeuum

práticateoria

Page 10: portifolio

D6 copa2006 TERÇA-FEIRA, 20 DE JUNHODE 2006 ef

Oliver Lang/France Presse

FOTO6.045.0

‘Matadoresdevacas’miramalemãesEmbaladopor livrode cabeceira do técnicoLuis Suárez,Equador tenta façanhade ficar à frente da anfitriã daCopa

Luis Fernando Suárez,treinador da seleçãoequatoriana, que deu umlivro a seus atletas paramantê-los motivados

OliverBerg/Efe

Treinadordistribuiuaobracolombiana ‘LaVaca’paraos jogadoreseusouenredoparaestimularseleçãoasermaisambiciosanoMundial

O JOGO>> As duas seleções lutampara ficar com o 1º lugar dogrupo e evitar um provável duelocom a Inglaterra nas oitavas

O astroalemão

MichaelBallack afirmouque não vai sepoupar, apesarde a vaga jáestar garantida,

e quer a vitóriapara aumentar aconfiança dotime

FIQUE DEOLHO

O RETROSPECTOEquador e Alemanha irão se enfrentarpela primeira vez

MoraDe la CruzHurtadoEspinozaReascoMéndezEdwin TenorioCastilloValenciaDelgadoCarlos Tenorio

LehmannFriedrich

MertesackerMetzelder

LahmSchneider

FringsBallack

SchweinsteigerKlose

Podolski

EQUADOR ALEMANHA12

4

3

17

18

8

20

14

16

11

21

1

3

17

21

16

19

8

18

7

11

20

grupo A hoje

T.: Luis Fernando Suárez T.: Jürgen Klinsmann

12 13 17

4 20

11 21

14

18

16

2117

193 16

18 7

1120

88

Local: BerlimJuiz: Valentin Ivanov (RUS) 11h

ZOOM DESDE 2002

EQUADOR50 jogos

1912

19

vitória empate derrota

Aproveit.46%

Gols pró Gols contra61 66

ALEMANHA41 jogos

17 13 11

vitória empate derrota

Aproveit.52%

Gols pró Gols contra70 45

NA TVGlobo. Bandsports, ESPN Brasil, Directv e Sportv

FOTO4.044.0

................................................................................................GUILHERMEROSEGUINIENVIADOESPECIAL A BERLIM

Não é a classificação para osmata-matas, tampouco apossi-bilidadedeconseguirhoje,con-tra a Alemanha, o primeiro lu-gar do Grupo A na Copa. O querealmente alegra Luis Fernan-do Suárez é saber que os atletasequatorianosmataramvacas.Ele não festeja um extermí-

nio. Nenhumanimal de carne eosso acabou aniquilado. O quecaiu por terra foram o confor-mismoe a falta de atitudequeotécnico julgava impedir seusatletas de voar alto no torneiomaisbadaladodofutebol.Antes da Copa, Suárez com-

prou 40 exemplares do livro“La Vaca”, escrito por seu com-patriota, o empresário colom-biano Camilo Cruz, e entregouatodososmembrosdaseleção.O enredo da obra, que já ven-

deu mais de 265 mil exempla-res, é simples. Uma famíliacriava uma vaca e vivia do leiteproduzido. Certo dia, o animalmorreu. Os proprietários, en-tão, precisaramarriscar,buscarnovas formas de sobrevivência.A partir daí, construíram umavida mais afortunada do que aquelevavamanteriormente.“Àsvezes ficamospresosaal-

gumas limitações e nos confor-mamos. Estas são nossas vacas.Nossa seleção tinha várias”, ex-plicouSuárezàFolha.Ele acredita que o complexo

de vira-latas do país está supe-rado. Cita como exemplo seusatletas recebendo propostas declubes grandes e chamandoatenção pelo desempenho noMundial —até aqui, duas vitó-rias, cinco gols feitos, nenhumsofrido. “Ninguém respeitava oEquador no futebol. Viemosdispostosamudar isso.”Suárez jápodedizer que con-

seguiu. Ontem, em Berlim, jor-nalistas de todo o mundo bus-cavam entender o segredo deuma equipe que participou deapenas uma edição de Copa—em 2002, 24º lugar— e agoraé capaz de ameaçar até a tri-campeãAlemanha.Respostas não estão só nas

vacas que o técnico diz ter eli-minado com a obra que colo-counacabeceirados jogadores.Suárez, 47, exibe uma meto-

dologia inusitada para a profis-são. Além dos textos de CamiloCruz, utiliza composições pró-priasparamotivar jogadores.Os membros de sua seleção,

contudo, não são os únicos quepodem ter acesso às criações li-terárias. Tudo o que Suárezproduz vai para seu site pessoal(www.luisfernandosuarez.com). Num dos últimosensaios, discute a questão doacaso. Pergunta a si próprio seo momento do seu time na Co-

panão seriaobradodestino.Depois, ele mesmo replica:

“Nós é que fazemos o destino,porque o que acontece hoje é oque os jogadores desta equipelutaramparaconseguir”.Parece o discurso de quem já

se dá por satisfeito. Suárez as-segura que não. Pretende pro-vocar mais surpresas. E exibeoutra cartanamanga.Chamouumalpinista quees-

calou o Everest para dar pales-tras. Quer ensinar como sobre-viveremsituaçõesdifíceis.“Jogaremos contra Suécia ou

Inglaterra na próxima fase.

Nossa equipe tem dificuldadepara atuar contra europeus. Se-rámuitocomplicado.”Mesmo em caso de elimina-

ção, os holofotes que conseguiupodem assegurar futuro pro-missor. Ex-jogador mediano,Suárez não renovou contratocom o Equador. Afirmou quesonha comandar oMilan. Sinalde que vai se livrar de suas “va-cas” e tentar algo maior? “Va-mos falardeCopa”, despista.

NATV -Equador xAlemanhaGlobo, Bandsports, ESPNBrasil,Sportv eDirectv, ao vivo, às 11h

Jürgen Klinsmann, técnico da Alemanha, que precisa bater o Equador para ficar em 1º no Grupo A, acompanha treino em Berlim

Reprodução

FOTO1.019.0

SoldadossãoaarmadeKlinsmann

PorrasMarinSequeiraUmañaBadillaSolisCentenoBolañosDrummondGomezWanchope

BorucBaszczynski

BakBosacki

ZewlakowSmolarekRadomski

KrzynowekJelen

ZurawskiSobolewski

COSTA RICA POLÔNIA18

3

20

4

17

8

10

7

2

11

9

1

4

6

19

14

15

16

8

21

9

7

grupo x

Local: HannoverJuiz: Shamsul Maidin (CIN) 11h

T.: Alexandre Guimarães T.: Pawel Janas

O RETROSPECTO

O JOGO>> O duelo não vale paraefeitos de classificação, mas oatacante Wanchope avisou quequer se despedir da seleção deCosta Rica com uma vitória. Jáo goleiro polonês Boruc desejadar um alento para a torcida

NA TVESPN Brasil 2, Directv e Sportv 2

183

20 4

178

107

11 9

14 6 19

14

1516 8

21

9 7

hoje

Costa Rica e Polônia jamais seenfrentaram em Copas, masrealizaram dois amistosos queforam vencidos pela Polônia

2

........................................................................................DOENVIADOABERLIM

O adversário de Luis Fer-nandoSuárezhoje tambéméadepto de técnicas alternati-vas de motivação. Enquantoo treinador do Equador fala-va do livro que empurra suaequipe, Jürgen Klinsmannparticipava de uma confe-rência comsoldados alemãesqueestãonoAfeganistão.Ontem, também em Ber-

lim, o treinador recebeu feli-citações pelas vitórias ini-ciais da Alemanha na Copa.Os interlocutoreseramcincomilitares baseados em Ca-

bul, que representavam umamissãode1.300alemães.Mas os conterrâneos de

Klinsmann não eram só ale-gria.Os soldadosdemonstra-ram preocupação pelo esta-do emocional de OliverKahn, goleiro eleito melhorjogador em2002eagoraestáno banco. O técnico infor-mouqueoreservaestábemetem função importante namotivaçãodogrupo.O capitão da equipe, aliás,

fez lobby ontem para Klins-mann continuar como técni-co da Alemanha indepen-dentemente do que ocorrerno Mundial. “Nós temos umelenco que tem futuro, e oKlinsmann é muito adequa-do para dirigi-lo”, disse Mi-chael Ballack, que prometeentraremcampohoje. (GR)

O livro colombiano usado pelotécnico equatoriano Suárez

[+][+][+] ZEBRA:ZEBRA:ZEBRA: MEIAEQUATORIANODEIXAMEIAEQUATORIANODEIXAMEIAEQUATORIANODEIXAMESSIPARATRÁSEMELEIÇÃODAFIFAMESSIPARATRÁSEMELEIÇÃODAFIFAMESSIPARATRÁSEMELEIÇÃODAFIFA

QUEAPONTARÁPRODÍGIODOMUNDIALQUEAPONTARÁPRODÍGIODOMUNDIALQUEAPONTARÁPRODÍGIODOMUNDIALValencia, 20, que atua no Recreativo Huelva, da Espa-Valencia, 20, que atua no Recreativo Huelva, da Espa-Valencia, 20, que atua no Recreativo Huelva, da Espa-

nha, lidera a votação de melhor jogador jovem do torneio.nha, lidera a votação de melhor jogador jovem do torneio.nha, lidera a votação de melhor jogador jovem do torneio.Na contagem exibida ontem no site do Mundial, tinha cer-Na contagem exibida ontem no site do Mundial, tinha cer-Na contagem exibida ontem no site do Mundial, tinha cer-ca de 20% dos votos. O argentino Lionel Messi, 18, do Bar-ca de 20% dos votos. O argentino Lionel Messi, 18, do Bar-ca de 20% dos votos. O argentino Lionel Messi, 18, do Bar-celona, era o segundo, com 17%. Da escolha aberta ao pú-celona, era o segundo, com 17%. Da escolha aberta ao pú-celona, era o segundo, com 17%. Da escolha aberta ao pú-blico no site sairão os três mais votados. Eles completamblico no site sairão os três mais votados. Eles completamblico no site sairão os três mais votados. Eles completamuma lista com outros três escolhidos pelo Grupo de Estu-uma lista com outros três escolhidos pelo Grupo de Estu-uma lista com outros três escolhidos pelo Grupo de Estu-dos Técnicos da Fifa. A decisão final será dessa comissão.dos Técnicos da Fifa. A decisão final será dessa comissão.dos Técnicos da Fifa. A decisão final será dessa comissão.

Folha de S.PauloCobertura da Copa de 2006

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D6 copa2006 SÁBADO, 10 DE JUNHODE 2006 ef

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Torcedoresalemães comemoramemtelãoemMuniqueo terceiro gol daAlemanha contra aCostaRica,marcadopelo atacanteMiroslavKlose, na partidaque inaugurou a18ªCopa doMundo

Festaforadoestádiosaiatémaiscaraquedentro

Timm Schamberger/France Presse

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ARGENTINAARGENTINAARGENTINA

Maradonafaltaàcerimôniadeabertura.................................................................................DAREPORTAGEMLOCAL

O argentino Diego Ma-radonaalegouatraso enãodesfilou na cerimônia deabertura daCopa doMun-do. O ex-jogador afirmouque está na Alemanha pa-raassistiràspartidas.“Nãovimaqui paravero

Pelé e o Beckenbauer, esim para desfrutar o bomfutebol que teremos noMundial”,declarou.Com a falta ao desfile,

Maradona mais uma vezdeu as costas à Fifa, enti-dade que já criticou váriasvezes. A Fifa, por sua vez,divulgou ter sido “sur-preendida”pelaausência.Maradona afirmou que

irá visitar a concentraçãoargentina para incentivaros comandados de JoséPekerman. “Vimdar apoioà seleção. Vou tentar vertodos os jogos que puder.Também gostaria muitode assistir a algum treinodo Brasil”, contou o cam-peãomundialem1986.

EspaçosVIPsde telões pelaAlemanha custammais que alguns setores da finalDaniel Maurer/Associated Press

Emumsódia,eventoquereúneaspessoasemcidadesdopaísatingiuumterçodopúblicoque irácompareceràsarenasemtodaaCopa

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................................................................................................RODRIGOBUENOUIRÁMACHADOENVIADOS ESPECIAISA FRANKFURT

O festival armado pela orga-nização para os torcedores quenão vão acompanhar os jogosnos estádios começou com su-cesso tão grande que ingressospara a área VIP do evento emFrankfurt—que é aberto paraopúblico—sãomais carosdoquemuitas entradaspara assistir àspartidasnosestádios.Somando o público que

acompanhou as duas primeiraspartidas nos cerca de 200 te-lões gigantes espalhados pelaAlemanha, mais de 1 milhão depessoas viram o início da Copareunidos no evento chamadoFan Fest —em só um dia, o nú-mero bateu em quase um terçoda quantidade de torcedoresqueverãoos jogosnosestádios.EmFrankfurt, dois telões fo-

rammontados no centro do rioMain.Emumadasmargens,ar-quibancadas para 3.000 pes-soas lotaram duas horas antesde o jogo da Alemanha come-çar.Maisde30mil fãs seamon-toaramnosdois ladosdorio.Quem procurava conforto

poderia encontrar num loungeespecial montado na margemoposta à da arquibancada. Porum jantar e o direito de ver osdois jogosdeontemnesseespa-ço reservado, eram cobrados€

232. Em Frankfurt, centro fi-nanceiro da Alemanha, 250pessoas pagaram a quantia,equivalente aR$700.Para assistir à final da Copa

no estádio, há duas categoriasde ingresso que são mais bara-tos que o lounge —€ 120 e €

220. A primeira fase sai porbemmenos: entradasdeúltimahora custam até € 100 —ofi-cialmente, os mais baratos daCopacustam€35.Barracas que vendiam cerve-

ja a€ 5 (com direito a uma se-gunda rodada) animavam a ga-lera, descontraída com a tem-peratura de quase 25˚C —amaisquentedosúltimosdias.A maioria dos presentes os-

tentava as cores da Alemanha.Centenas de ingleses, à esperado jogo de amanhã, em Frank-furt, contra o Paraguai, tam-bém faziam barulho. Pequenosincidentes —em geral criadospor ingleses embriagados—eram contidos sempre sem usode força, pelapolícia.Um público 40% menor viu

Polônia x Equador. Parte dosingleses e dos alemães deixou orio para muitos poloneses epoucos equatorianos.Em Berlim, mais de 200 mil

pessoas se reuniram em telõesperto do Portão de Brandem-burgo. Mesmo em Munique,sede do jogo da Alemanha,mais de 35mil se aglomerarampara ver o 4 a 2 pelo telão—houvepoucosdetidos.

Maradona chegaparaassistirsó aoprimeiro jogodaCopa

Anja Niedringhaus/Associated Press

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UCRÂNIASELEÇÃORECEBEFLORESNACHEGADAAodesembarcaremontemnaAlemanha,os jogadoresdaUcrânia foramrecebi-doscomrosasamarelasenãogostaram.Issopor-que,nopaís,elassósãoen-treguesemdespedidas.Osjogadorestambémganha-ramrosasazuis,outracordabandeira.AUcrâniaes-tréianoGrupoHcontraaEspanha,naquarta-feira.

QUÊNIAACIDENTECOMANTENADETVFERETRÊSTrêsquenianosforamele-trocutadosontem,emNairóbi,quandotentavaminstalarumaantenadeTVparaassistiràCopadoMundo.Oacidenteocor-reudepoisqueoequipa-mentocaiuemumarededealtatensão.Elessofre-ramqueimadurasdeter-ceirograuqueatingiram18%deseuscorpos.

Banda fazapresentaçãonoEstádio deMuniquePelé eamodelo alemãClaudiaSchiffer apresentamaTaçaFifa durantea cerimônia deabertura

Outras fotosdo1ºdiadoMundialdaAlemanha ) www.folha.com.br/061522

Damir Sagolj/Reuters Thomas Bohlen/Reuters

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BandeirasdospaísesparticipantesdoMundial sãoexibidas, e Piazza, Félix (na cadeira de rodas) eMarcoAntônio, campeões naCopade70, desfilamna festa

Page 11: portifolio

terra em transe

Torcedores acompanham o jogodo Brasil no vale do Anhagabaú,no centro de São Paulo

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D14 copa2006 QUARTA-FEIRA, 14 DE JUNHODE 2006 ef

NoAnhangabaú, os sem-pátria, os sem-sofá, os sem-amigos e os sem-amorespararampara ver (ou tentar ver) a estréia da seleçãodeParreiranaAlemanha

................................................................................................XICOSÁCOLUNISTADA FOLHA

Amigo torcedor, amigo seca-dor,ovaledoAnhangabaú,cen-trão de SP, se transformou on-tem no jardim dos caminhosonde se bifurcam todas as mi-sérias, todas as solidões dossem-amores ou dos sem-ami-gos, os sem-sofá, todos os delí-rios dos cheira-colas e dos me-ninos do crack, todos os patrio-tismos dos sem-pátria e sem-patrões, todas as alegrias clan-destinas dos sem-teto, todas asfrustrações e bolas perdidas dolumpesinato, o Brasil em tran-se,opaísquenãoconsegueche-gar nunca em casa a tempo deuma estréia da Copa, ali esta-vam todos os olhares daquelesque acostumamos chamar, cáentrenós,deperdedores.Omendigo maneta, de cami-

sa azul-escuro, boné cinza e co-bertor do tipo Paraíba, não es-tava nem aí para o jogo. Do seucanto,nãoseviao telãogigante.Os seus quatro amigos, aos10min de partida, tomaramno-vos goles de pinga e semistura-ramàmassa.Fácil acompanhá-los: além dos tombos, eram ospoucos não vestidos com algoverde-amarelo.Mais umbandode brasileiros cinzentos de SãoPaulo.Mascobravamcachêporentrevista. Esqueci as regrasdojornalismo e morri com umtrocado para mais uma garrafada branquinha que levavaaquelamassaaodelírio.“José dos Santos Lino, anota

aí”, liberou o primeiro dosmendigos, um sem-coisa-algu-ma mas também homem comolhar ainda altivo. O cheira-co-la atrapalhou o diálogo. Falavacomo um Guimarães Rosa ur-banóide, nonada, nãodavaparaentender quase uma palavra. Otravesti, todo borrado de ma-quiagem, traduziu tudo: “Ban-do de filho-da-puta perdido,deixa o tiozim [referindo-se aestecronista]empaz”.E o jogo? Ah, algumas famí-

lias, na decência e na estica,apesar de poucos cobres a cadafim de mês, se portavam comcivilidadenunca vista. Eramfa-mílias que seapertamemquiti-netes ali no centro e famíliasque chegaramde longe engana-das pela propaganda oficial dotelão. “Não estou vendo nadadeste canto”, protestava o pai,Alberto Santana de Araújo, 35,um raro entrevistado ali na-quele transebêbadoquenãote-ve trabalho para pronunciar opróprio batismo. A mulher,Ivone, 28,mais agoniada ainda.Osmeninos, Jonas, 10, Robson,9, emitiam aqueles grunhidosinfantisderevolta.Uma família pobre daquelas

que ainda têm direito a banho,a uma roupinha em conta nomercadão do Brás, um zelo demãe e um pai que teima, namarra, em não deixar a casacair por mais que tudo desabe.Araújo é garçom numa lancho-nete ali dos arredores do vale.Ivone faz faxina também naárea. Estão no timedos que tei-mam, na várzea da vida, paranão cair de divisão social, a ter-ceironadaexistência.Jogo que é bom, quem fosse

baixinho, como a família de-cente, só via as cabeçadas nosescanteios dos altos croatas.Por issoqueoshomens-gabiruscorreramparao altodoviadutodo Chá, de onde viam a mira-gemdapátriaemchuteiras.Para os perdidos das ruas ou

os loucos solitários do centrão,tudo era festa, o que quer quefizessemilionárioescretecana-rinho. Do telão para o chão dossem-estrelas tanto fazia. “Numganho nada com isso”, berravaumhomem-sanduícheexisten-cialista, logo após o gol do Bra-sil. Não que os perdedores navida fossem secadores. Ao con-trário. A grande massa, novesfora os delirantes bêbados echeira-colas, vestia o manto dopatriotismoverde-amarelo.Ao fimdo jogo,numaterrade

gente alegre, havia uma torcidanãode tudo triste,mas comumleve olhar de vira-lata —comoos cães que acompanhavam osmendigos—, o corpo coçandocomaspulgasdadesconfiança.

ClóvisRossiBateuponto.E só

ANTES de mais nada,vamos combinar oseguinte: eu não es-

tou gastando o dinheiro daFolhanaAlemanha só pa-ra ver o Brasil ganhar daCroácia. Esse resultadoestava “precificado”, co-modizemoseconomistas.Prova? A torcida da

Croácia comemorou o 1 a0 contra até mesmo de-pois do apito final, evidên-cia clara de que perder depouco do Brasil estava nolimite de suas expectati-vas. Já a torcida brasileirapedia “Robinho, Robinho,Robinho” desde os 16 mi-nutos do segundo tempo,sinal de que seu apetitenão estava nada satisfeitocomo1a0afavor.Vim para ver a concreti-

zaçãode todos ospaposdebotequim, no Brasil ou naAlemanha, na Croácia ouno Togo: a melhor seleçãobrasileira de todos os tem-pos ou, ao menos, algomuito semelhante aos ti-mes de 1958 e 1970, semdúvida os melhores do ri-corepertóriobrasileiro.Nãovinemsombra.Pior: a nova dupla de za-

gueiros, Lúcio e Juan, pa-recia disposta a reabilitara memória do tão vilipen-diado Roque Júnior, detantos sustos que deram àcomportada torcida brasi-leira, nas bolas alçadas naárea ou enfiadas entreeles. A Croácia, time mo-destíssimo, conseguiu afaçanha de chutar, comperigo, quatro ou cincobolaspelocentrodaárea.O Brasil, com o que é o

melhor jogador domundoe o que foi (Ronaldinho eRonaldo), conseguiuproe-za inversa: nenhuma joga-da de área. Nemo gol, estesimumprimor.Kaká chu-tou com a precisão de umcomputador e com a bele-zadeumpassedebalé.No mais, Ronaldo jogou

comojoganoRealMadrid,ou seja, nada. Ronaldinhojogou como não joga noBarcelona. Parecia terple-na noção disso, tanto que,ao contrário do que acon-tece até quando erra joga-das noBarcelona, não sor-riu.Nemmesmoaodeixaro campo e receber cum-primentospelavitória.Se estivesse de mau hu-

mor, diria que o Brasil jo-gou preguiçosamente, so-vinamente.Mas,emtribu-to póstumo aos artistasque ontem não o foram,digamos que a seleção pa-rece ter a tranqüila certe-za de que, cedo ou tarde,fazumgolemataojogo.Ontem, o gol saiu mais

tarde que cedo e, pior, nãomatou o jogo. Ao contrá-rio, aCroácia foiparacimae, em vez dos Ronaldos, atorcida gritou o nome deDida.Estáditotudo.

crossi@@@uol.com.br

Outras fotosdatorcidapeloBrasil ) www.folha.com.br/061522

Folha de S.PauloCobertura da Copa de 2006

Long

edo

gol

No Barcelona, jogo aberto para o gol. Fico bem pertinho, qualquer drible já estou bem posicionado. Aqui, por jogar mais longe, passo por um, passo por dois, passo por três e ainda estou longe do gol

ClóvisRossiGenteséria

TOPO, NO centro deimprensadoEstádiode Frankfurt, com

umfantasma(umbomfan-tasma) de um passado emque o Palmeiras era gran-de. A credencial diz que elese chama Giuseppe Altafi-ni, mas nasceu José JoãoAltafini, ganhou no futebolo apelido de Mazzola, foicampeão domundo com oBrasil em 1958.Mais: era otitular inicial, no lugar deumcertoEdsonArantesdoNascimento,oPelé.Agora comentarista da

Sky Itália, está, como é na-tural, incumbido de co-mentar, entreoutros,os jo-gosdoBrasil.Mazzola con-ta que, aos cinco minutosdo jogo contra a Croácia,disse a José Trajano, o no-tável jornalista esportivohoje chefe da ESPN Brasil:“ORonaldonãoestábem”.Acertou em cheio. Per-

gunto o que ele acha dacomparaçãoquesefazianoBrasil (antesdojogocontraa Croácia) entre a seleçãode 1970 e a atual. “Para co-meçar, os cinco atacantesde 1970 eram gente séria”,responde com aqueles ges-toslargosbemitalianos.É, portanto,mais um jul-

gamento extracampo. Equestionável. Gérson, umdos queMazzola chama deatacante, fumava tanto oumais que eu, até parar fazseis anos. Mas nem comum pulmão supostamenteavariado, como é o de todofumante, andava em cam-po tão lentamente comoRonaldonaterça-feira.Mas o meu bom fantas-

ma faz também uma com-paração puramente fute-bolística: “Os cinco de 70tratavam a bola de você,nãodesenhor”.MazzoladizqueAdriano,

na Itália, jogou mal o anointeiro. Critica a troca deEdmílson por Zé Roberto.“NoBayern,ZéRoberto jo-gava praticamente comoum ponta. No Brasil, jogano meio, nem tão à frentecomo no Bayern nem tãoatrás como Edmílson”, re-clama, adepto de uma teo-ria da simplicidade: saiu ogoleiro,entraoutrogoleiro.Saiu o centroavante, entraoutroeponto final. “Eusaí,entrou o Pelé”, comparaimodestamente.A menos, é claro, que o

quadrado mágico que ain-da não foimágico estivesseem forma. “Aí, você tomatrêsgols,masfazcinco.”Ronaldo, então, deve

sair? Responde com outracomparação: “O que é me-lhor: um professor mortoouumburrovivo?”.Ah, doPalmeirasnemfa-

lamos: “Só torço para doistimes na vida, a seleçãobrasileira e o Palmeiras.Mas falar do Palmeiras ho-jemefazdoerocoração”.

crossi@@@uol.com.br

Ronaldinho,meiadaseleção,

concedeentrevista

Fláv

ioFlorido/

FolhaIm

agem

Ronaldinho dorme na con-centração da seleção emba-lado pela velha-guarda dosamba suburbano do Rio.“Sou viciado emmúsica’’,disse. Sempre está com umfone no ouvido nos interva-los dos treinos e relaxa aossom de Monarco, Aniceto e oFundo do Quintal. “Adoro amúsica deles. Eu me sintobem’’, disse o gaúcho, quegosta de passar folgas e fé-rias no Rio.Fora o grupo Fundo de

Quintal, que leva multidõesaos seus shows, os outrosdois pagodeiros prediletosde Ronaldinho não são tãofamosos, mas são cultuadosno mundo do samba.Monarco, 72, é um dosprincipais integrantes da Ve-lha Guarda da Portela. Ani-ceto do Império, um dos pri-meiros partideiros do sam-ba, morto em 1993 aos 79anos, foi um dos fundadoresda escola Império Serrano.“Adoro todo tipo de músi-ca. É a coisa que mais gostode fazer fora do futebol.Além do samba, adoro funke forró’’, disse o atleta, quequase sempre festeja os seusgols com “sambadinhas’’.

ASTRORELAXACOMSAMBASDAVELHA-GUARDA

Melhor jogadordomundodiz quepode evoluirmuito, queprimeiropasso é fazermais gols e aprimorar ocabeceio equequer começar agora

................................................................................................TOSTÃOCOLUNISTADA FOLHASÉRGIORANGELENVIADOESPECIAL AKÖNIGSTEIN

Eleito pela Fifa melhor joga-dor doplaneta,Ronaldinho, 26,quer ser goleador.Ementrevis-ta à Folha na tarde de anteon-tem em Königstein, o atleta doBarcelona espera que a Copamarque o início de uma novaetapaemsuacarreira.A partir de agora, ele quer

aumentar o seu poder de fogo eser implacável também nas jo-gadas aéreas, um de seus pon-tos fracos. Tarefa difícil dadoseu posicionamento na sele-ção. “Aqui jogo longedogol.”O astro aposta hoje, contra a

Austrália, na recuperação deRonaldo. Em ano eleitoral noBrasil, não apoiará nenhumcandidato e demonstra poucointeressepelapolítica.

FOLHA - Jogar uma Copa como omelhordomundoédiferente?

RONALDINHO - Depois destesquatro anos, sei que existeaquelaatençãoredobrada.Temsempre um me marcando, ou-tro na sobra. Mas tudo bem. Oboméocarinhoquerecebo.

FOLHA - O que você achou da suaatuação na estréia? Foi a marcaçãomaisduraqueenfrentouemCopa?

RONALDINHO - Na outra Copa,os adversários sempre tinhampreocupação comigo também.Ninguém dava espaço. Tenhoconsciência de que precisome-lhorar muito. Nós já conversá-vamos sobre isto. Na estréia, tí-nhamos comomais importantevencer. Depois, o peso sairá, eascoisasvoltarãoaonormal.

FOLHA - O que você achou da de-claração do Pelé sobre o desempe-nho da seleção com a Croácia [dissequeRonaldinho teve atuaçãomuitoabaixodonívelnoBarcelona]?

RONALDINHO -Temcríticaqueéparamelhorar. Sobreadele, co-mo não li, não posso falar. Nãotenhooquecomentar [risos].

FOLHA -Muitosdizemque, sevocêse preocupasse em fazer mais gols,entrar mais na área, chutar mais esergoleador,seriamelhordoqueé.

RONALDINHO - Esta é a minhapreocupaçãotambém.

FOLHA -ORivaldogostavadefazergol.Diaemqueelenãofaziagol...

RONALDINHO -Eleficavabravo.FOLHA - Quando não fazia gol, di-

zia que jogavamal. Foi umdos pou-cosmeiasartilheirosdofutebol...

RONALDINHO - Isto é uma coisaque tenho na cabeça. Quero fa-zermais gols, cabecearmelhor.Tenhoquecomeçaragora.

FOLHA - Nos jogos dificílimos doBarcelona, você assumia a funçãonão só de fazer o passe como tam-bém de fazer os gols. Você entravacomoumtípicocentroavante...

RONALDINHO - Posso melhorarmuito e quero. Treino muito

para ter uma chegada melhor àárea, de ter um melhor cabe-ceio. No último jogo, acabouacontecendo [umaoportunida-de de fazer um gol de cabeça],mas perdi o gol. Estamos trei-nando muito esta jogada vindodetrás .Voumeaprimorar.

FOLHA - Você está treinando paraserfominha?

RONALDINHO -Não. Treino parafazer gol. Quero ter umpercen-tual grande para fazer o gol epara dar o passe. Minha priori-dadeé fazer comqueoatacantedo meu time seja artilheiro. Ocara que faz o passe é tão im-portantequantooquefazogol.

FOLHA -Você já faloucomoRonal-dosobreoqueacontececomele?

RONALDINHO - Sempre conver-samos. Temos uma amizademuito grande. Acho que vai jo-garbemnopróximojogo.

FOLHA - Apareceram muitas teo-rias sobre o motivo da má atuaçãodo Ronaldo em Berlim. A mãe deledeclarou que o filho passoumal emcampo.Depois,aCBFdesmentiu...

RONALDINHO - Dentro de cam-po, naquela dia, não chegamosa falar muito. Temos é que dei-xar isso para trás. Além disso,mãesempreestácerta [risos].

FOLHA -Você jogaaquinumaposi-çãodiferentedanoBarcelona...

RONALDINHO -Adiferençaéqueaquipegoabolaumpoucomaisatrás, seguro mais, tenho quedar tempo de jogo. Lá, jogoabertoparaogol.Ficobemper-tinho do gol, qualquer drible jáestou bem posicionado. Aqui,por jogar mais longe, passo porum, passo por dois, passo portrêseaindaestoulongedogol.

FOLHA - Você acha que após a Co-pa, as pessoasvãomudaroconceitosobre você? A Copa é tão marcanteparamelhorouparapior?

RONALDINHO - A Copa marcamuito a carreira para melhorou para pior. Sei disto. Na últi-ma, foi maravilhoso. Isto mar-cou. Mas também conheço ooutro lado. Játivea infelicidadede não vencer uma Olimpíada[2000]. A Copa é um torneioem que todos querem entrarparaahistóriapelo ladobom....

FOLHA -Esta faixaquevocêusanoseucabelo.Émarketing?

RONALDINHO - Não. Sempregostei de usar bonés, estas coi-sas. Depois que deixei o cabelogrande,comeceiausá-las.

FOLHA - Neste ano, vai ter eleiçãoparapresidente.Vocêjásedecidiu?

RONALDINHO - Sempre justificoomeuvoto.

FOLHA -Vocêgostadeparticipar...RONALDINHO - Não sou de

apoiar ninguém. Vivemos naEuropa... Ficamos quase sem-premaisdentrodeavião.Acabonãoacompanhando100%.

FOLHA -EogovernoLula?RONALDINHO - Sou um cara po-

sitivo. Sempre acho que tudopode melhorar, que vamos fa-zerumpaísmelhor.

D12 copa2006 DOMINGO, 18 DE JUNHODE 2006 ef

Page 12: portifolio

esporteEF

QUINTA-FEIRA, 16DENOVEMBRODE2006 ★ D1

SELEÇÃOBRASILDERROTASUÍÇA,EDUNGAPERMANECEINVICTOPág. D4

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Adecisãofeminina ) www.folha.com.br/063191

auto-ajuda memória

Brasil recorreaestímulointernoparabuscarobi

Equipe foireformuladaapósAtenas.................................................................................DAREPORTAGEMLOCAL

O Mundial é o primeirogrande teste da renovadaseleçãodeBernardinho.Após a medalha de ouro

nos Jogos de Atenas-2004, a equipeperdeu trêspeças importantes: o le-vantador Maurício e ospontasNalberteGiovane.Desde então, o treina-

dor tem feito testes.E suasprincipais apostas confir-maramasvagas. SóRober-to Minuzzi não teve chan-ce de se firmar por causade cirurgia no coração—ele voltou aos treinos,masacaboucortado.No ataque, Bernardinho

tem mantido Murilo e Sa-muel Fuchs. Marcelinho,até então o terceiro levan-tador, ganhouoposto.“Os jovens deram inje-

ção de ânimo nosmais ex-perientes”, dizoassistentetécnicoRicardoTabach.“O Samuel está crescen-

do bastante. Acreditamosque já neste Mundial pos-sa ser uma das grandessurpresas”,completa.Em 2002, o Brasil tam-

bém havia passado por re-novação. A principal apos-ta era o oposto novato An-dré Nascimento, que ter-minou eleito o melhor dacompetição. (ML)

Semajudadepsicólogo, timeestréia amanhãnoMundialdoJapão, visto pelos jogadores comoseumais difícil teste

Cubaseráoprimeiroadversáriodaequipe,quesoma14títulosedoisvicesdesdequeBernardinhoassumiuocargoem2001................................................................................................MARIANALAJOLODAREPORTAGEMLOCAL

Até agora, tudo eranovidade.A equipe surpreendeu a todos econquistou o título inédito.De-pois, devolveu opaís ao topodopódioapós jejumde12anos.OMundial de 2002 e aOlim-

píada de Atenas, em2004, fize-ram do Brasil omelhor time devôlei do mundo, o principal al-vodetodasasseleções.A partir de amanhã, no Ja-

pão, a posição de caça será ain-damaisevidentee incômoda.Para os jogadores brasileiros,

ratificar o título será missãobem mais complicada do que aenfrentada quando atingiramofeito inéditoháquatroanos.E, para Bernardinho, isso é

suficientepara empurrarogru-po. Adepto de técnicas demoti-vação, o técniconãorepetiránoJapãoaexperiênciade2002.NaqueleMundial, ele contou

comajudadeumpsicólogo,eosatletas fizeram rituais comopreencher partes de umaman-dala a cada jogoparaunir emo-tivaraindamaisotime.“A motivação é um processo

do dia-a-dia, e os jogadores é

que precisam encontrar suasrazões, seja pela paixãodeestarfazendo o que gostam, seja pelanecessidade de continuar reali-zando”,dizotécnico. “Sabemosquenestemomento somoso ti-measerbatido.”Ospróprios atletas dãosinais

de que preferem não ter inter-ferênciasexternasaogrupo.“A gente não gosta muito

dessa coisa [uso de psicólogos].Nunca pedimos. Em 2002, oBernardo teve ajuda de umapessoa, mas foi coisa passagei-ra. Nossamotivação é ganhar oMundial”,afirmaRicardinho.Avontadedeconquistaro se-

gundo título do país, no entan-to, é cada vezmais acompanha-da de cobrança. O favoritismofazos jogadoresdaseleçãoclas-sificarem este Mundial comoseu mais difícil teste. A estréiaserá namadrugada de amanhã,às3h,contraCuba(comTV).“Confirmar o título é bem

mais complicado. Hoje sofre-mos uma pressão que não exis-tiaem2002”,dizGustavo.“Temos uma responsabilida-

demaior”, completaomeio-de-rede, que esteve na campanhavitoriosa na Argentina e no fra-casso de 1998, quando a equipeficouemquarto lugar.Na última edição do Mun-

dial, oBrasil carregavanabaga-gemsóo título daLigaMundialde 2001. Desde então, só nãochegou à final dos Jogos Pan-

Americanos-2003—foi bronze.Soma14títuloseduaspratas.Nofimde2005,Bernardinho

se reuniu com os jogadores epropôs um pacto: queria dedi-cação total à seleçãoatéaOlim-píadadePequim-2008.“Não é simples chegar a um

campeão olímpico e falar queele temquesededicarmaisain-da”,disseotreinadoràépoca.A proposta, porém, parece

ter sidoaceita.Apósaconversa,o time venceu a Copa do Cam-peões, título inédito para essageração. Nomeio deste ano, le-vouohexadaLigaMundial.“Eu sempre falo para os joga-

dores irem para os quartos epensarem se estão fazendo omáximo. É o que eu faço. Só sefizermos mais do que todomundo vamos ter a chance deganhar”,dizRicardinho.Para o assistente técnico Ri-

cardo Tabach, no entanto, nãoforam só as conquistas e ambi-ções que fizeram o time aceitarapropostadeBernardinho.Apassagemdosanoseasmu-

danças nas vidas particularestransformaramogrupo.“O fato de eles serem pais de

família, de terem essa respon-sabilidade aflorada, reflete-seno treinamento. Eles têmmaisconsciência da importância deirparaessecampeonato.”

NATV -Brasil xCubaGlobo e Sportv, às 3h de amanhã

Cadacompetiçãoficamaisdifícil.Todosqueremnosbater.OquetemosdefazerénãoperderparanósmesmosGIBA

atacantedaseleção

AndyRain/Efe

FOTO0.9118.0

Sheilla ataca na semifinal

Ricardinhosedesdobrapara, semopassenamão, imprimirvelocidade

MUNDIAL FEMININOMUNDIAL FEMININOMUNDIAL FEMININO

Antesdafinal,brasileirasbatemzebra

................................................................................................DAREPORTAGEMLOCAL

Jogar sem opasse namão é opesadelo de todo levantador epode arruinar a apresentaçãodeumtime,atédosfavoritos.A seleção brasileira, no en-

tanto, encontrou um jeito detransformar o erro em arma eprometesurpreenderosrivais.Ricardinho tem treinado de

propósito com o passe ruim. Aidéia é tentar conseguir ata-ques velozes mesmo quando ocompanheiroerraarecepção.“Ele tem forçado bastante is-

so nos treinamentos, será umadiferença já neste Mundial.Acreditamos que, mesmo semo passe namão, tenhamos con-diçõesde jogarcomumaveloci-dade que outras equipes nãotêm. Os nossos atacantes têmcondições de acompanhar esseritmo”, afirma o assistente téc-nicoRicardoTabach.O capitão brasileiro conta

que já tenta trabalhar com opasse ruim desde 1994. Busca-vaalgoqueodiferenciassemaisdosoutros levantadores.“No começo, todo mundo

achava que era uma coisa boba,exagerada da minha parte, que

issonãoexistianovoleibol”, re-lembraRicardinho.Nos treinos, além de cuidar

dos levantamentos, a comissãotécnica deu atenção especial aosaque, umdos problemas do ti-me na conquista do hexacam-peonatodaLigaMundial.“A cobertura é outro detalhe

ao qual temos nos dedicadoporque vamos enfrentar blo-queiosaltos”,afirmaTabach.No Japão, a equipe brasileira

também vai testar o fôlego dosatletas,preparadocomestafan-tessessõesdetreino.Giba chegou a batizar os dias

passados no CT de Saquarema(RJ), antesdaviagemparaoJa-pão,de“Ironman”.“A gente deu gás, correu na

areia, fez musculação... Nãoadianta estar bem tecnicamen-te e não ter fôlego para agüen-tar a maratona do Mundial”,diz Ricardinho. O time terá aprimeira folganasegunda. (ML)

.................................................................................DAREPORTAGEMLOCAL

A seleção feminina der-rotou ontem Sérvia eMontenegro por 3 sets a 1(25/17, 25/14, 21/ 25 e 25/20) e voltou a uma decisãodeMundialapós12anos.A disputa pela medalha

de ouro aconteceria nestamadrugada, às 3h30, con-traaRússia,emOsaka.Sérvia e Montenegro foi

a principal surpresa dotorneio japonês.Edeu tra-balho para o Brasil, que,após vencer dois sets comfacilidade, relaxou o per-mitiu a reação. A opostoSheilla foi o principal des-taque,com20pontos.Sérvia e Montenegro e

Itália disputariamameda-lha de bronze. As atuaiscampeãs mundiais perde-ram da Rússia por 25/19,25/16e25/20. (ML)

[+][+][+] BRUTAMONTE:BRUTAMONTE:BRUTAMONTE:FORÇADERIVAISFORÇADERIVAISFORÇADERIVAIS

PREOCUPASELEÇÃOPREOCUPASELEÇÃOPREOCUPASELEÇÃOJogadores fortes e saquesJogadores fortes e saquesJogadores fortes e saques

potentes. São essas as carac-potentes. São essas as carac-potentes. São essas as carac-terísticas das cinco equipesterísticas das cinco equipesterísticas das cinco equipesque o Brasil enfrentará naque o Brasil enfrentará naque o Brasil enfrentará naprimeira fase. Cuba, rival daprimeira fase. Cuba, rival daprimeira fase. Cuba, rival daestréia, é o principal exem-estréia, é o principal exem-estréia, é o principal exem-plo. “É uma equipe preocu-plo. “É uma equipe preocu-plo. “É uma equipe preocu-pante, de muita força física”,pante, de muita força física”,pante, de muita força física”,diz Ricardinho. Em nove jo-diz Ricardinho. Em nove jo-diz Ricardinho. Em nove jo-gos entre as duas seleçõesgos entre as duas seleçõesgos entre as duas seleçõespor Mundiais, os caribenhospor Mundiais, os caribenhospor Mundiais, os caribenhoslevaram amelhor em seis. Olevaram amelhor em seis. Olevaram amelhor em seis. Oúltimo revés nacional foi naúltimo revés nacional foi naúltimo revés nacional foi nadisputa do bronze em 1998.disputa do bronze em 1998.disputa do bronze em 1998.

Grupos e jogos do BrasilMUNDIAL MASCULINO

GRUPO A

Japão

Argentina

Polônia

China

Egito

Porto Rico

Zebra2º escalãoFavorito

GRUPO B

BRASIL

França

Grécia

Cuba

Austrália

Alemanha

GRUPO C

Itália

EUA

Venezuela

Bulgária

Irã

Rep. Tcheca

GRUPO D

S. e Montenegro

Rússia

Coréia do Sul

Canadá

Tunísia

Cazaquistão

EM S

END

AI

EM N

AG

AN

O

EM F

UKU

OKA

EM S

AIT

AM

A

Amanhã-3h Cuba x BrasilSábado-3h Brasil x GréciaDomingo-7h França x Brasil21.nov-5h Austrália x Brasil22.nov-3h Brasil x Alemanha

Jogos do Brasil

1ª FASE

Sportv e Globo,ao vivo, às 3h

NA TVBrasil x Cuba

SEGUNDA FASE25.nov a 29.nov

FINAIS02.dez e 03.dez

Divu

lgaç

ão

Bernardinho, técnico do Brasil,durante treino da equipe

NOME ALTURA IDADELevantadoresRicardinho 1,91 m 30Marcelinho 1,83 m 32PontasDante 2,01 m 26Giba 1,92 m 29Samuel Fuchs 2,00 m 22Murilo 1,90 m 25Meios-de-redeGustavo 2,03 m 31Rodrigão 2,05 m 27André Heller 1,99 m 30OpostosAnderson 1,90 m 32A. Nascimento 1,95 m 27LíberoEscadinha 1,84 m 31

TIMEBRASILEIRO

Folha de S.PauloPáginas elaboradas

Page 13: portifolio

Saídacasademeuspaishá17anos.Eunãoqueriamaisaquelavidaefiqueisozinhonomundo.Meenvolviemmuitasbrigas,apanheimuito.Nesseperíodo,aprendiacontrolaresuportaradorfísicaepsicológica.Sãoconhecimentosqueusoagoraemminhasmaratonasaquáticas

Eutenhoumaequipeparaprestarauxílioeficardeolhoemmim.Masninguémpodepreveroquevaiacontecer.TorçoparaDeusmeajudarduranteatravessiaMARTINSTRELnadadorde52anosquequercruzar5.430kmnorioAmazonas

missãoimpossível?

Anado,Homem-Peixequercruzar5.000kmnoAmazonas

MartinStrel, esportista que já venceu grandes riosnomundo, vai nadar pormais de trêsmeses peloPeru epeloBrasil

Esloveno largaemfevereiroparaatravessiamaisduradavidaedizquevai superardificuldadesparatentarinspirarpolíticose religiosos................................................................................................GUILHERMEROSEGUINIDAREPORTAGEMLOCAL

Três palavras passaram aroubar o sono de Martin Strelapós sua peregrinação pela re-giãoribeiradaAmazônia.Candiru, piranha e pororoca

assustaram um homem habi-tuadoaoperigoecolocaramemxequeoprojetomaisambiciosode sua carreira: percorrer, a na-do,5.430kmnorioAmazonas.“O primeiro é um peixinho

que pode entrar no meu orga-nismo e causar sérias doenças.O outro pode rasgar meu trajecom os dentes. E a terceira éuma onda impressionante ca-paz de me matar afogado. Tiveaté pesadelos quando soubequeteria tudoissopela frente.”Os sonhos ruins motivaram

precaução extra com as pedrasno caminho, porém não frea-ramoímpetodoatleta.No próximodia 1º de feverei-

ro, emAtalaya, noPeru, eledáalargada para um périplo jamaisrealizado. Pelo cronogramaque traçou, as braçadas acabamsomente em11 de abril, quandoaportaemBelém,noPará.“Nós, maratonistas aquáti-

cos, ficamosmelhorcomotem-po. Creio que reúno agora a ex-periência e o preparo físico epsicológico necessários paraconquistaroAmazonas.”Strel é esloveno, mede 1,85

m, tem 52 anos e uma barrigasaliente.Aumolhardesaperce-bido,nempareceesportista.Mas seu currículo mostra

que o projeto atual é apenasmais um a figurar na coleçãoparticulardefaçanhas.Em 2000, nadou 3.000 km

no rio Danúbio, o segundomaior daEuropa.Dois anos de-pois, cumpriu3.797kmnoMis-sissipi (EUA). Por fim, em2004, percorreu 4.000 km noYangtzé,naChina.Todos os feitos, que lhe ren-

deram o apelido de Homem-

Peixe, estão registrados comorecordesno livroGuiness.“Comecei a disputar provas

longasnanataçãoquandotinha18 anos. Com o tempo, percebique queria passar horas e horasnadando. Foi então que escolhiseguirprojetosextremos.Enãoexiste nada mais extremo doquenadarnoAmazonas”,diz.A afirmação está embasada

emtrêsmesesdepesquisasqueStrel e sua equipe realizaramno Peru e no Brasil. O nadador

conversou com especialistas ebuscou relatos da população ri-beirinhasobrea faunaeaflora.Descobriu um rio repleto de

vida ecriouumaequipedequa-se20pessoasparaajudá-lo.Enquanto estiver na água,

dois caiaques vão fazer sua es-colta. Após cumprir a quilome-tragem programada —as dis-tâncias variam entre 35 km e100 km diários—, sobe em umbarco que já foi utilizado pelooceanógrafo francês Jacques

Cousteau (1910-1997)parador-mirereceberasrefeições.“Vou nadar sempre no meio

do rio, onde a possibilidade deencontrar peixes perigosos oucobras venenosas émenor.Mi-nha equipe estáprecavida, e es-tamos levando até armas a bor-do. Caso eu seja atacado, tere-moscomoreagir”, afirma.O traje de neoprene também

é reforçado e vai cobrir todo ocorpo. Tais medidas preventi-vas, argumenta o nadador, mi-

nimizam riscos, porém aconte-cimentos fortuitos semprecomplicamprojetosdogênero.Strel traz uma reminiscência

à tona para explicar sua teoria.Em 2004, havia feito treina-mentos especiais para suportaraáguafriadoYangtzé.As práticas surtiram efeito, e

a temperatura não o atrapa-lhou. Só que, durante o percur-so,umredemoinhomuito inco-mum naquela localidade o tra-gouparadentrod’água.“Eu não conseguia subir, e

minha equipenadapodia fazer.Pensei que fosse morrer. Aí, li-berei o ar de dentro demeu co-lete salva-vidas. Aquilo propi-ciou um empuxo que me levoudevoltaàsuperfície”, lembra.Falhas assim foramassimila-

das. Strel e seu grupo hoje in-vestem pesado em tecnologia.A embarcação de 21 metros es-tá equipada com sistema paramonitoramento do clima e doleito do rio. Via satélite, a equi-pe mantém contato com o de-partamento de medicina daUniversidade do Arizona(EUA), que vai prestar consul-toriaemcasosdeacidentes.“Nosso orçamento é deUS$ 1

milhão”, revela Borut Strel, fi-lhodeMartin e responsávelpe-lacaptaçãoderecursos.Ele vai acompanhar a traves-

sia e prevê alguns “momentosassustadores” pelo caminho. Edeclara que só a determinaçãodopai é capazde transmitir oti-mismoantesdaempreitada.Martin treina de três a cinco

horaspordia.Sabequenãoteráoutra chance. “Os anos têmpassadodepressa”,conta.Por isso, acredita que a tra-

vessia mais difícil de sua vidaprecisa passar uma mensageminspiradora, que transcenda oesporte. Assim, ao ser questio-nado sobre suasmetas, respon-deemtommessiânico.“Se eu posso cruzar esse rio,

então palestinos e israelensespodem viver empaz. Se eu pos-so cruzar esse rio, os paísesmais ricos do mundo podemperdoar a dívida dos pobres. Seeu posso fazer o que julgam serimpossível, líderes religiosos epolíticos tambémpodem.”

Perigosvãodetubarãoacorrenteza.................................................................................DAREPORTAGEMLOCAL

A pródiga vida aquáticado rio Amazonas não é aúnica razão para MartinStrel sepreocupardurantesua longatravessia.A lista de intempéries,

de acordo com SérgioBringel, pesquisador doInpa (Instituto Nacionalde Pesquisas da Amazô-nia), começacomoclima.O especialista diz que a

época escolhida para o de-safio coincide com as chu-vas na região. O rio, assim,ficarámovimentado.“Existem ventanias

constantes e deslizamen-tos de terra próximos àmargem. Além disso, o riocostuma carregar pedaçosde madeira imensos. Umchoque pode machucarbastante”, afirma.A correnteza também é

forte e vai exigir preparofísico, prevê Bringel, espe-cialmentequandooespor-tista alcançar as cercaniasda foz do Amazonas, áreana qual costuma se formaraondadapororoca.Além dos peixes que o

próprio nadador citou co-mo perigosos, o pesquisa-dor lembra que existemregistros na região de ani-maisbemmaiorese letais.“Já foram encontrados

tubarões em alguns tre-chos pelos quais ele vaipassar”,avisa.JoãoAlfredo, integrante

do núcleo de fauna silves-tre do Ibama (InstitutoBrasileiro do Meio Am-biente e dos Recursos Na-turais Renováveis), elencaainda a presença de jaca-rés e dopirarara, umpeixequechegaa2mepodeata-car humanos, comoempe-cilhosnajornada. (GR)

AM

Belém

Manaus

OceanoPacífico

RioAmazonas

P E R UPA

Atalaya

B R A S I L

Percurso que o nadadorvai cumprir pelo rioAmazonas

O CAMINHO DE MARTIN

5.430 kmé o percurso totalque Martin vaipercorrer no rio

100 kmé a distânciamáxima que o atletavai nadar por dia

OceanoAtlântico

1º.fevLARGADAA travessia começaem Atalaya, no Peru

25.fevENTRADA NO BRASILPrimeira parada do atleta noBrasil será em Tabatinga (AM)

11.abrCHEGADAO trajeto acaba em Pontade Pedras, em Belém (PA)

[+][+][+] BIGBROTHER:BIGBROTHER:BIGBROTHER:DESAFIOSERÁDESAFIOSERÁDESAFIOSERÁ

TRANSMITIDOTRANSMITIDOTRANSMITIDO

FOTO1.017.00

[+][+][+] MYBRAZIL:MYBRAZIL:MYBRAZIL:ATLETATOCAATLETATOCAATLETATOCA

BOSSANOVABOSSANOVABOSSANOVAA equipe deMartin StrelA equipe deMartin StrelA equipe deMartin Strel

preparou uma novidade empreparou uma novidade empreparou uma novidade emrelação aos projetos anterio-relação aos projetos anterio-relação aos projetos anterio-res. O grupo contratou umares. O grupo contratou umares. O grupo contratou umaequipe de produção para fil-equipe de produção para fil-equipe de produção para fil-mar todos os passos de suamar todos os passos de suamar todos os passos de suatravessia pelo rio Amazonas.travessia pelo rio Amazonas.travessia pelo rio Amazonas.Além de produzir um docu-Além de produzir um docu-Além de produzir um docu-mentário, a idéia, de acordomentário, a idéia, de acordomentário, a idéia, de acordocom André Souza, membrocom André Souza, membrocom André Souza, membrodo estafe do atleta no Brasil,do estafe do atleta no Brasil,do estafe do atleta no Brasil,é transmitir a travessia emé transmitir a travessia emé transmitir a travessia emtempo real na internet. O si-tempo real na internet. O si-tempo real na internet. O si-te, www.amazonswim.com,te, www.amazonswim.com,te, www.amazonswim.com,já está em funcionamento.já está em funcionamento.já está em funcionamento.

Martin Strel admira o es-Martin Strel admira o es-Martin Strel admira o es-porte e a cultura do Brasil.porte e a cultura do Brasil.porte e a cultura do Brasil.Na natação, diz conhecer aNa natação, diz conhecer aNa natação, diz conhecer abiografia de Abílio Couto,biografia de Abílio Couto,biografia de Abílio Couto,multicampeão de águasmulticampeão de águasmulticampeão de águasabertas e considerado pai daabertas e considerado pai daabertas e considerado pai damodalidade no país, e de Ri-modalidade no país, e de Ri-modalidade no país, e de Ri-cardo Prado, ex-recordistacardo Prado, ex-recordistacardo Prado, ex-recordistamundial e medalha de pratamundial e medalha de pratamundial e medalha de prataem Los-Angeles-1984. Aem Los-Angeles-1984. Aem Los-Angeles-1984. Agrande paixão, porém, apa-grande paixão, porém, apa-grande paixão, porém, apa-rece na música. Guitarristarece na música. Guitarristarece na música. Guitarristanas horas vagas, gosta de to-nas horas vagas, gosta de to-nas horas vagas, gosta de to-car samba e bossa nova. “Co-car samba e bossa nova. “Co-car samba e bossa nova. “Co-nheço várias músicas”, diz.nheço várias músicas”, diz.nheço várias músicas”, diz.

Martin Strel, que vai nadar norio Amazonas em fevereiro

esporteEF

TERÇA-FEIRA, 16DEJANEIRODE2007 ★ D1

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Foto

sDivulga

ção

Folha de S.PauloPáginas elaboradas

Irmãos de 13 anos e 14 anossão achados mortos apósdesaparecerem no sábado

MORTES NA SERRADA CANTAREIRA

Josenildo José de Oliveira, 13,e Francisco de Oliveira Neto, 14,saíram de casa na travessa NovaEsperança, no Jardim Paraná, nazona norte de SP, para colher jacasno sábado e desapareceram

1

Ontem, pela manhã, a políciaachou os corpos dos dois meninosapós um garoto contar que ele eoutros dois também foramatacados no sábado, mas fugiram

2

Os corpos dos irmãos estavama cerca de 1,5 km mata a dentro.Um corpo estava distante 100metros do outro. Delegadosacreditam no uso de uma espéciede lança de madeira e de arma defogo. No local, havia umaplataforma de madeira no alto deuma árvore, que pode ter sido usadapelo autor ou autores do crime

3

Mata onde foramencontrados os irmãos

Av Dep. CantídioSampaio

B R A S I L Â N D I AB R A S I L Â N D I A

São Paulo

Estrada da Vista Alegre

Av.

Ayr

ton

Senn

a

R. Nova IsraelR. João Meira

Tv. Nova EsperançaEndereço dos irmãos

JD. PARANÁ

cotidianoEFQUARTA-FEIRA, 26DESETEMBRODE2007 ★ C1

ESPORTEFUNDOSCOMRECURSOSSUSPEITOSATUAMNOFLUENOFLAPág. D1

SEMVITAMINANOBRASIL,RICOSEPOBRESCOMEMMAL,AFIRMAPESQUISAPág. C4

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À esquerda, Lindalva, que teve de ser amparada por um filho e um vizinho ao saber da morte dos sobrinhos; à direita, em sentido horário: Francisco, 14, Josenildo, 13, e Rita, a mãe dos garotos

DoisirmãossãotorturadosemortosnaserradaCantareira

PMdemorouparainiciarbuscas,dizemvizinhos................................................................................................DAREPORTAGEMLOCAL

A polícia demorou para ini-ciar as buscas dos garotos Jose-nildo e Francisco, afirmavam,ontem,boapartedosvizinhoseparentes dos doismeninos, nasproximidades da travessaNovaEsperança. “Isso é uma palha-çada, deveria ter mais policiaisporaqui”,dizomotoristaAntô-nioCarlosdaSilva,52.De acordo com Robson Bra-

siliano, 19, “quem procurou osmeninos no domingo foi a po-pulação”. “Vieram quatro poli-ciais e mal entraram na mata.Depois, apareceram seis e sóquatrosubiram.”Rita deCássia, amãedosme-

ninos, também reclama noatraso do atendimento (vejaentrevista abaixo). Ela diz queprecisou ligarparadiversosnú-merosatérecebersocorro.Seu filho mais velho, José

Francisco, 16, está convencidode que, de fato, “a polícia pode-ria teragidomaisrápido”.Júnior diz que a mata onde

os irmãos foram encontradosestá cheiade“nóia” [traficantese usuários de drogas]. “Temmaconheiro direto nessemato.Tudocompitbull”, afirma.

PolícianegaDe acordo com aPolíciaCivil

e com a Secretaria da Seguran-ça Pública, as buscas tiveraminício na tarde de domingo,quando o Comando de Opera-ções Especiais teria entrado namata. O boletim de ocorrência,segundo a polícia, foi feito pelafamílianocomeçodamadruga-dadedomingo.“Não temos bola de cristal.

Foram tomados todos os pro-cedimentos adequados”, afir-ma o delegado Nelson de Ca-margoRosa,do72ºDP.Os vizinhos acreditam que o

assassinonãoéda região.Espe-culam sem muita segurançaque “pode ter sido um carameio maluco conhecido poraquicomoMudinho”.“Ele [o assassino] não mora

nobairro.Aqui não secriames-sas coisas”, acredita LenilsondeOliveira, 15.O pai dos meninos deixou a

mãe há cerca de cinco anos evoltou para Pernambuco, ondenasceu. A mãe se casou em se-guida com José Justino da Sil-va, líder de suporte, e tevemaisduas filhas, de 3 e 4 anos. Umadelasédeficiente física.A casa ondea famíliamora fi-

ca no alto de uma viela sempa-vimentação, tem dois cômodosecercade20m2.O quarto é separado da cozi-

nhaapenaspor umageladeiraeumarmário.O padeiro Antônio Vieira Li-

ma, 59 (“caçula de 21”), diz queos meninos “foram criados emcasa, eram sossegados”. “Umdeles, o mais novo, Josenildo,trabalhou na padaria, era bon-zinho, nunca reclamou do ser-viço”, conta Lima, que pagavaR$15pordiaao garoto.Tinha namorada? “Ih, tadi-

nhos. Esses dois morreramsem saber o que era isso”, diz oamigoErickRodrigues, 22. (PS)

PolíciadeSPacreditaqueJosenildo, 13, eFrancisco, 14, foramvítimasdeummaníaco

Policiaischegaramaoscorposapóssaberqueoutrostrês jovenstinhamsidoatacadosporumhomemnomesmodiae local................................................................................................AFRABALAZINAGILMARPENTEADODAREPORTAGEMLOCAL

Dois irmãos adolescentes fo-ram encontrados mortos, namanhã de ontem, na mata fe-chada da serra da Cantareira(zona norte de São Paulo). De-saparecidos desde sábado pas-sado, a polícia acredita que elestenham sido torturados e víti-masdeabusosexual.Os corpos nus de Josenildo

José Ferreira de Oliveira, 13, eFrancisco Ferreira de OliveiraNeto, 14, foram localizadosporqueoutros trêsgarotoscon-seguiramfugirdeumoutroata-que na mata também no sába-do. Todos são moradores doJardim Paraná, também na zo-na norte, região com esgoto acéuabertoeruasdeterra.A polícia, que já fala na ação

de um “maníaco”, diz que che-gou aos corpos após saber, pormoradores da região, do relatodessestrêsmeninos.Segundo o comandante do

COE (Comando de OperaçõesEspeciais), Luiz Fiore, um des-ses trêsmeninos disse que ele eos outros amigos foram abor-dados por um homem negroque dizia estar armado. O ho-mem, que ainda segundo ome-nino tinha cerca de 1,70m e 30anos, tentou amarrá-los comumacorda—maselesconsegui-ramfugir.

Sinaisde torturaOs irmãos Josenildo e Fran-

cisco, porém, não conseguiramescapar. Segundo a polícia, omais novo tinha pelo menos 15perfurações espalhadas pelocorpo. Já o mais velho tinha obraço direito quebrado, alémde um corte profundo no peitoeoutrasperfurações.Segundo o delegado Raul

Machado Tilcher, do DHPP(Departamento de Homicídiose Proteção à Pessoa), os feri-mentos foram feitos com armabranca(faca,porexemplo).Os corpos foram retirados da

mata separadamente por umhelicóptero da Polícia Militar,entre 16h15 e 16h30 de ontem.Para possibilitar o resgate aé-reo dos corpos e evitar que os

policiais os carregassempor 1,5km até sair da mata, foi neces-sáriocortarpartedavegetação.Para o delegado da 4ª Seccio-

nal, César Camargo, uma lançafeita de madeira, não muitocontundente, pode ter sido oinstrumento usado para ma-chucar os irmãos. Para o dele-gado Nelson Camargo Rosa, do72ºDP (Vila Penteado) só a pe-

rícia poderá confirmar exata-mente o que houve, “porque oscorpos já estão em adiantadoestado[dedecomposição]”.Apesar de os delegados fala-

rem na ação de um “maníaco”,opolicialRosadizacreditarqueo criminoso tenha tido ajuda.“Uma pessoa sozinha não teriacomosegurarosdoisrapazes.”Perto dos corpos havia uma

espécie de casa na árvore —acerca de 10 metros de altura—que pode ter sido usada pelocriminoso. Também foramachados preservativos no local—o que, para a polícia, pode serumindíciodeviolênciasexual.Segundo Rosa, o irmão mais

velho foi amarrado a umaárvo-re e torturado.Há cordas e san-gue no local. Depois, ele foi ar-rastado e atirado na ribanceira—ondeficoupresoàvegetação.Perto dos garotos, a polícia

encontrou ainda uma arcadadentária e um osso que pareceserpartedeumfêmur.A polícia acredita que os ir-

mãos não são as primeiras víti-mas do suposto maníaco. Hádois meses o corpo nu de umgaroto de 15 anosmorto por ti-ro foiencontradonafloresta.“Eles só iamdecasaparaaes-

cola e vice-versa. Não tinhaminimigos”, disse Iracema Oli-veira Costa, tia das vítimas. Elacontaqueosdoisgarotos foramver um pé de jaca perto da casaondemoravamquandodesapa-receram. Outra tia, Lindalva daSilva Barbosa, aos prantos, tevede ser amparada ontemporumfilhoeumvizinho.

TrilhaPara chegar até os corpos, a

polícia percorreu uma subidabastante íngreme, onde erapossível ver, em diferentes tre-chos da trilha, um cobertor,uma camisa xadrez e cinzas deuma fogueira. Perto do local,dois garotos andavam a cavalono meio da mata. “Medo quemnão tem? Mas venho semprepassear com o cavalo e dar co-mida para ele aqui na mata”,disseummeninode16anos.

Raimundo Paccó/Folha Imagem

FOTO2.046.0

Chegada dos peritos à mata onde os corpos foram encontrados

“Oqueeuvoufazersemmeusfilhos?”,dizdona-de-casa................................................................................................PAULOSAMPAIODAREPORTAGEMLOCAL

Poucas horas após receber anotícia damortededoisdeseuscinco filhos, a dona-de-casa Ri-ta de Cássia Alves de Oliveira,31, chora meio atordoada, nacasa de dois cômodos do Jar-dim Paraná (extremo da zonanorte). O lugar está abarrotadode vizinhos, crianças, cachor-roserepórteres.Sentada em uma cama com

as costas apoiadas em uma pa-

rede de tijolos, Rita respondeautomaticamente, emendandoas frases: “O que eu vou fazersemmeus filhos, meu Deus, eunão sei como eles foram mor-rer,eagora?...”★

FOLHA -Comoeramosseusfilhos?RITADECÁSSIAALVESDEOLIVEIRA -O

Neném [Josenildo, 13], o maisnovo, era muito caseiro, tãoapegado amim que eu tinha depedir a ele para sair e se diver-tir. ONeto [Francisco, 14] tam-bémnuncadeuproblema.Ado-

rava soltar pipa e jogar bolinhade gude. Estamos em setembroe nenhum dos dois tinha faltanacadernetadaescola.

FOLHA -Asenhoratrabalha?RITA -Tôparadaporquepreci-

so dar atenção à minha filhamais nova, que nasceu de seismeses.Ela temestrabismo,nãoenxerga de um olho e puxa daperna. O Neném adorava asduas [Kailane, 4, e Kauane, 3].Preferia ficar em casa brincan-docomelasdoquesair.

FOLHA - Os vizinhos dizem que o

Nenémquasenãofalava.RITA - Ele era mudo até pouco

tempo. Mas aí começou a falar.Era nervoso, coitadinho [cho-randomuito],gaguejava.

FOLHA - Quando a senhora des-confiou que alguma coisa ruim ti-nhaacontecido?

RITA - Já no próprio sábado.Eles saíram daqui por volta de11h e, lá pelas duas, pedi ao ir-mão mais velho deles, o JoséFrancisco (16), que fosse ver oque houve. Ele foi, mas voltousem notícia. Por volta das seis

da tarde, eu já estava muitopreocupada e mandei chamarmeu marido. Juntaram umgrupo de homens e entraramnamata.Mas eram23hquandoeles voltaram sem notícia. Re-gistramos o B.O., mas a políciasódeuatençãonooutrodia,do-mingo, ao meio-dia. Eu ligava,me diziam que não era ali, da-vamoutronúmero...

FOLHA -Asenhoratemraiva?RITA -Raiva?[soluço].Eusinto

mágoa. Esses meninos nuncafizerammalaninguém.

FotosBrunoMiranda/Folha Imagem Reprodução Reprodução

Page 14: portifolio

Os muito ricos não gargalhamC10 cotidiano DOMINGO, 21DEOUTUBRODE 2007 ef

................................................................................................DANUZALEÃOCOLUNISTADAFOLHA

Os muito ricos adoram brin-car de pobres. Para as férias,costumam ter uma casa sim-ples, mas muito confortável,numa praia ainda não desco-berta do Nordeste, e por nadadeste mundo deixariam umarevista fotografaresteparaíso.Lá, usam bermudas velhas,

camisetas desbotadas, andamdescalços e só recebem osmui-to íntimos. Quando isso acon-tece, oferecemumacachacinhalocal e nada lhes dámais prazerdo que uma comidamuito sim-ples, especialidade da mulherdo caseiro. O casal trabalhacom eles há 30 anos, usa ber-muda, camiseta, anda descalçomesmopara servir amesae tem uma familiaridadecom os patrões que só otempopermite.Os carros dos muito

ricos costumam ser pre-tos, de marca indefinida enuncadoano.

Osmuito ricosnãoostentam;os homens mandam fazersuas gravatas e lenços sobmedida no Charvet, que fi-ca num segundo andar naPlace Vendôme, endereçoem Paris que só poucos co-nhecem, e suas mulherestêm jóias maravilhosas masguardadas no cofre de um ban-co —na Suíça, de preferência—,que são usadas apenas em jan-tares muito privados, só entreeles. E não usam uma só roupaou acessório que seja “identifi-cável”. Têm seus costureirosexclusivos, que só elas conhe-cem, e que não fazem a menorquestão de aparecer nas revis-tas demoda,paraquesuascria-ções não sejam usadas por es-trelas de cinema na noite doOscar ou manequins e assimnãosejamvulgarizadas.Só quem faz parte desse sele-

tíssimomundo é capazde iden-tificar a origem daquele vesti-do, daquela bolsa ou daquelesapato. Afinal, qual a graça deusar um vestido com a grife deSt. Laurent, se esse vestido nãofoi desenhado pelo próprio e,desde que a marca foi vendida,no ano 2000, a cada estaçãomudaodesigner?O porta-voz da luxuosíssima

Bottega Veneta declarou re-centemente: “Nós nos rende-mos ao prazer da nossa fantás-tica qualidade emão-de-obra, eisso diz mais do que qualquergrife”. Detalhe: em seus artigosnãoháumsósinalsugerindodeondeelesvêm.Jamais um logotipo, jamais

umaletrinhaque identifiquedeonde saíram aquelas preciosi-dades. Mas quem sabe —e sóquemsabe—sabe.Osmuitoricos, atéporcansa-

ço de seremricos há tanto tem-po, viajam—evivem—àmanei-ra deles; em altíssimo padrão,mas na maior das discrições.Não é um problema de dinhei-ro, claro, mas os famosos tem-plos de luxo e riqueza não sãofreqüentados por quem é ricodeverdade.Um amigomeu, quando vai a

Londres, ficaemumhotelqueéuma casa; uma casa normal, ti-picamente inglesa, compoucosquartos, onde só se hospedampessoas altamente recomenda-das.Nessehotel-casa, cadahós-pede tem a chave da porta darua; não existe portaria, conse-qüentemente também nãoexistem porteiros, e, no living—confortável, charmoso e beminglês—, um bar com todas asbebidas, os copos apropriados,e um balde de gelo. O hóspedese serve do que quer, e anotanum bloquinho o que consu-miu, que será cobrado quandofor pagar a conta. Ah, e nessahotel/casa temumgato,quees-

tá sempre passeando pela casa.Podesermaischique?Outra coisa invejável dos

muito ricoséqueelesnãousamchave; a qualquerhoraqueche-guem, o motorista telefona docarro, discretamente, avisandoque o patrão está chegando, eum empregado estará esperan-do, com a porta já aberta. A ar-rumadeira ajudará madame ase despir, perguntará se ela de-seja alguma coisa —talvez umchá—, o mordomo fará o mes-mo com seu marido, eles dor-mirão em lençóis que, se nãosão trocados tododia, serão pe-lomenos passados tododia, pa-ra nãomarcar o rosto, e o quar-to ficará na mais perfeita or-dem, semuma sópeçade roupaemcimadeumacadeira.

Eles nunca são vistos nasruas, nas lojas, nas joalherias.São elas que vão até eles,muitomais prático. Vendedores le-vam os itens mais novos e ex-clusivos das coleções e, nas ra-ras vezes emque saem—afinal,às vezes é preciso respirar umpouco de ar puro—, se entramnum estabelecimento comer-cial são logo reconhecidos pe-los vendedores; a conta vai di-retamente para o escritório, eo(s) pacote(s) é(são) entre-gue(s) em casa, pois rico nãocarrega embrulho. E cuidado:se acontecer de você sair comalguém muito rico, é capaz da

conta sobrar para você, pois ri-co não costuma levar dinheironobolso,nunca.Os muito ricos adoram dizer

que não gastam; aquele vestidomaravilhoso é umChanel anti-go de 30 anos atrás, o outro foicomprado há 15 numa lojinhaexclusivíssima no interior daEspanha, eos lençóis,discretís-simos e sempre brancos, sãobordados por freiras de umconventoemPortugal.Eles não falam demoda nem

de consumo, e o vinho que ser-vem em casa é tão garantida-mente o melhor que é servidoemgarrafas decristal—enãosefala na origem nem de que anoé, porque não precisa. Têm vá-rioscelulares, sendoumdomo-torista; quando saem, de ondeestiverem, telefonam para queo carro já esteja na porta e elesnãoprecisemesperar.Viajar, para os que são ricos

há muito tempo, é simples; pa-ra isto existe a femmedecham-bre —arrumadeira, para os

mais simples. Cada peça deroupa é embrulhada em papelde seda, cada pé de cada par desapatos vai embalado num sa-quinho de flanela. As malasnunca vão cheias demais, paraquenadaamarrote.A secretária vai para o aero-

porto três horas antes, levandoa bagagem, os bilhetes de aviãoeospassaportes.Despachamasmalas, fazemo check-in, e o ca-sal sai decasa, ela comumabol-sinha pequena, e omarido, semnadanasmãos.

Chegando ao aeroporto—de-pendendo da distância, vão dehelicóptero—, são levados nãopara a sala vip, com aqueleamontoado de gente aprovei-tando para beber de graça, fa-lando aos berros, crianças cor-

rendo e gente dormindo pelascadeiras. A sala vip dos muitoricos é exclusiva, e nela elesdesfrutam de uma paz celestialaté a hora de entrar no avião,quandosãoosúltimosaembar-car. Só viajam em classe execu-tiva, e durante a viagemnãoco-memnada,sóbebemágua.Estou falando dos que não

tem um avião particular, é cla-ro. Aliás, avião, a não ser parti-cular, hoje em dia só é pratica-menteusadopelospobres.Mas, se necessário, quando

se instalamemsuas poltronas,as mulheres costumam recu-sar ocobertorqueacomissáriade bordo oferece; tiramdabol-sa uma manta de pashmina,comprada no Hermès de Paris— US$ 3.000, pelo menos—, eque dobrada é do tamanho deum lenço. Qual a mulher quese cobriria com uma mantaque já foi usada por outra pes-soa, mesmo que tenha sido es-terilizada?Aliás, quando você quiser

saber se uma manta é mesmode pashmina, tire seu anel eprocure passá-la por dentro

dele. Se não passar, éfalsa.Essas pessoas não

usam dinheiro, sócartão de crédito.Paradinheirodebol-so, é só telefonar pa-ra o banco onde têmconta —na Suíça ouem Luxemburgo— eumportador levaráodinheiro ao hotel,em qualquer lugardomundo.Em Paris costu-

mam se hospedar noRitz ou no Meurice; afemme de chambreque os acompanhanas viagens desfaz amala, põe nas gavetasas peças menores ependura as roupas—depois de passadas,é claro. Mas quem sehospeda nesses ho-téis, se não quiser,nem precisa levar suacamareira, poisnesseshotéis as coisas fun-cionam automatica-mente; e na hora de irembora, as malas sãotão bem feitas comoquandochegaram.Eles não freqüen-

tam os restaurantesda moda e preferemalmoçar no terraço daCloserie des Lilas, on-

de não correm o risco de encon-trar uma só pessoa quepertençaao chamado jet set; talvez cru-zem com um banqueiro que co-nhecem há anos, que chegou deGenève naquela manhã, a negó-cios, evaivoltarnamesmatarde.Detrem,éclaro.

Curiosamente, osmuito ricosdormememquartos separados;não saem do quarto sem esta-rem formalmente vestidos, e ocasal se trata com a maior ceri-mônia. Nem sei como conse-guem procriar. Não têm a me-nor intimidade com os empre-gados e não costumam ter ami-gos íntimos, por isso quandotêm seus problemas existen-ciais não têm com quem seabrir, pois não costumam fre-qüentar analistas. Imagine, ummuito rico ser visto saindo doconsultóriodeumpsi.Não foi à toa que a imperatriz

do Japão, devido ao rigor doprotocolo, teve uma depressãoe ficou sem aparecer nem nascerimônias oficiais, por longosanos.E os muito ricos, muito ricos

mesmo, homens e mulheres,têm uma coisa em comum:nunca ninguém ouviu, e jamaisouvirá, um deles dando umagargalhada.Nomáximo,elessorriem.

NÃOFREQUENTAMFAMOSOSTEMPLOSDELUXOENUNCAUSAMCHAVES

IlustraçãoDenis

DORMEMEMQUARTOSSEPARADOSENÃOTÊMAMIGOSÍNTIMOS

NUNCASÃOVISTOSNASRUASOULOJASEADORAMDIZERQUENÃOGASTAM

NÃOLEVAMMALASCHEIASENÃOCOMEMNADADURANTEAVIAGEM

Elesnão têmdinheironobolsonemchavedaporta;não freqüentam lugares

damodanemusamroupascomgrifes àmostra; não

carregammalasnempassaporte.Eles não são

ricos: sãomuito ricos

Folha de S.PauloPáginas elaboradas

Divulga

ção

Cantora islandesaafirmaqueseushowatualémaisbemresolvidoqueseunovoCD

Os álbuns maisimportantes da cantora

BJÖRK EM SETE ATOS

“Post” (1995)>> Com participações de nomes dotrip hop como Tricky, Björk continuaa flertar com o pop eletrônico comoem “Hyper-Ballad”

“Debut” (1993)

>> Primeiro trabalho de Björkdepois do fim do Sugarcubes. Acantora vai da dance music de“Big Time Sensuality” a visceral“Human Behavior”

“Homogenic” (1997)

>> O disco, mais sereno eobscuro do que os anteriores,ajudou a consolidar asonoridade única da cantora

“Selmasongs” (2000)>> Trilha de “Dançando noEscuro”, de Lars von Trier, quetem Björk como protagonista

“Vespertine” (2001)

>> Delicado e intimista, oálbum, nas palavras da cantora,traz canções tranquilas que tefazem andar na ponta dos pés

“Medúlla” (2004)>> Um dos álbuns maisexperimentais de Björk explorasua voz como nenhum um outro

“Volta” (2007)

>> A cantora volta à flertarcom o pop com participaçõesdo cantor Anthony Hegarty, dogrupo Konono nº1 e do rapperTimbaland

>> Com 11 anos, Björk se tornouum sucessso na Islândia comum disco de covers que incluiaos Beatles

>> Em 1990, interpretoucanções do jazz em ‘Gling-Gló’com o trio islandês de bebopGudmundar Ingólfssonar

>> Björk ganhou o prêmio demelhor atriz em Cannes de 2000com “Dançando no Escuro”.Indicada ao Oscar em 2001,apareceu no tapete vermelhousando um vestido-cisne. Acantora considerou a experiênciacom von Trier “traumática”

>> Björk assinou a trilha de“Drawing Restraint 9”, filme de2005 dirigido pelo seu maridoMatthew Barney, com o casalno elenco

de cantorainfantilao OSCAR

comentário

Artistaagregaoqueestiveraseualcance

.................................................................................CRÍTICODA FOLHA

MMMutação é umapalavra que ali-menta o pop pe-

lo menos desde que DavidBowie adotou o camaleo-nismo como forma de so-brevivência. Björk avança,ao longo de sua carreirasolo, inspirada por esseprocedimento, mas não secontentou em reutilizar afórmula gasta das muta-çõesdepersona.O gnomo islandês age

mais como aqueles orga-nismos que agregam tudooqueesteja aoalcanceeosdigerem sem se fixar nu-ma única forma. Chama-se isso deplástica, e tal po-der costuma estar associa-doaodomíniodaarte.Desse modo, Björk de-

glute sons em seus álbunsmas também se transfor-ma em imagens e repre-sentações.Os clipes e figu-rinos, as artes gráficas deseus discos e de seu sitesão testemunho dessa ca-pacidadedereformulação.A parceria, sob a forma

de casamento, de Björkcom o artista MatthewBarney é aindamais explí-citadessaatitude.O humano e o animal

nas criações visuais deBarney apontampara essanatureza que parece semlimites, em que as formastanto mais ganham emcomplexidade na medidaem que perdem suas indi-viduações. Essa “mons-truosidade” Björk associaa uma capacidade (quetambém vê nos brasilei-ros) de antropofagia. Tra-ta-se de uma habilidade(como bem sabemos) as-sociadaàsobrevivência.(CÁSSIOSTARLINGCARLOS)

A cantoraislandesa,que seapresenta noRio, em SP eem Curitiba

‘FazerCDnãoémasturbaçãonemliçãodepsicologiaparamimmesma’,afirma,sobreálbumquedefinecomo‘globalizaçãodesons’................................................................................................LUCRECIAZAPPICOLABORAÇÃOPARAA FOLHA,EMNOVAYORK

“‘Volta’ não é um regresso.Faço todo tipo demúsica desdeos 12 anos. Só porque agora émúsica extrovertida, com rit-mo, não significa que esteja re-visitando ‘Debut’ [1993]. Seriauma forma simplista de enca-rar o disco. As batidas sãomui-to diferentes, tipo ‘a’ e ‘b’. Têmoutroselementose,emocional-mente, eu me sinto em outrolugar”, diz Björk em entrevistaàFolha, no escritório da grava-

dora Universal, no Meatpac-kingDistrict, emNovaYork..Mesmo que esse “outro lu-

gar” se pareça em grau de ecle-tismo com tudo o que ela já fez,salta aos ouvidos em “Volta”,seu sexto álbum solo, uma so-noridade divergente e a pre-sença forte de músicos de vá-rias origens. E, se o número devendas de CDs indica para on-de vai Björk, vale notar que en-tre o primeiro (“Debut”) e“Medula” (2004), que antece-deu “Volta”, ela vendeu pertode 3 milhões de discos, em or-demdecrescente—o que talvezmostre que esteja esfriando notermômetrocomercial.Mas, desde que despontou

no fim dos anos 80 à frente dabanda punk islandesa Sugarcu-bes, Björk Gudmundsdóttir,que faz 42 anos em novembro,é influência de peso não só nosuniversos do pop e do rock al-ternativo: além de acumular 12Grammys, entre álbuns e vi-deoclipes, levou, por exemplo,a Palma de Ouro (2000) comomelhor atriz em “Dançando noEscuro”, deLarsvonTrier.A islandesa traz ao Brasil o

show da turnê “Volta”, iniciadaemabril. Ela tocanoTimFesti-val em São Paulo, no Rio e emCuritiba, e diz que o show estámais afiado tecnicamente, dosequipamentos eletrônicos àbanda de metais. Os efeitos vi-suais, conta, são mínimos, “pa-radespertarosouvidos”.No showde 2 demaio noRa-

dio City Hall, em Nova York,sentia-se o peso do palco. Des-calça e frenética, Björk abriucom a potente “Earth Intru-ders” ao lado dos congolesesKonono Nº 1. Contrastaramcom a delicadeza do malinêsToumani Diabaté ou do ameri-cano Anthony Hegarty, que,

além de cantar com ela no Bra-sil, toca no Tim com seu grupo,Anthonyand theJohnsons.

Mistura globalSobre o caráter múltiplo do

“Volta”, Björk arrisca defini-locomo uma “globalização desons”. “As pessoas têm a idéianegativa de que globalizado ésupermercado, McDonald’s eos americanos como os donosdo universo. Mas tem o ladoque depende da gente. Por quedeixarparaoBush?Somos6bi-lhões,eeleésóum”,dizela.Björk, que passou a adoles-

cência em Reykjavík gritandopela identidade islandesa, emumpaís quese tornou indepen-dente da Dinamarca em 1944,diz estar cansadadenacionalis-mos e querer a diversidade.“Fazer CD não é masturbaçãonem lição de psicologia paramim mesma. O disco é um lu-gar de encontro entre os músi-cos. Nesse sentido, sou invisí-vel”, ri Björk, entre tiques ner-vososebatuquesnamesa.“Músicapopéumaexperiên-

cia isolada de estúdio”, diz elasobre o CD, que nasceu de umaexpressão “física”, cantada nafaixa“Wanderlust”,dasviagenspelomundoemseubarco—on-de mora, ancorada em NovaYork, com a filha de cinco anose o namorado, o artista plásticoMatthewBarney.A artista aponta entre seus

favoritos do pop Santo Gold,M.I.A. e Joanna Newsom. Dizadmirar amúsica do Japão e daEspanha, “porque nesses luga-res opopnão temdeser estúpi-do”. “As letras estão perto dapoesia”, diz ela e traça paralelocom a Islândia. “Todo adoles-cente no meu país faz livro depoemas, o que não os impedede sair para dançar, para mui-

tos uma ‘arte menor’. Com oritmo pode-se entrar em tran-se, chegar a um lugar mais ele-vadoqueumintelectual.”No sentido de atingir a catar-

se pela música, Björk diz que“Volta” é bem resolvido no pal-co. E lembra a importânciacrescente dos shows. “As pes-soas têm uma relaçãomais vir-tual com a música. No futuro,os CDs vão servir só para intro-duzirosshows.”

BJÖRKNOTIMFESTIVAL

Quando: dias26(MarinadaGlória,RJ), 28 (ArenaSkollAnhembi,SP)e31(PedreiraPauloLeminski,Curitiba)Quanto: R$180(RJ,emnoitecomAn-thonyandtheJohnsons);R$200aR$400(SP,emnoitecomSpankRock,HotChip,JulietteandtheLicks,ArcticMonkeyseTheKillers);R$60(Curiti-ba,emnoitecomHotChip,ArcticMon-keyseTheKillers)

comentário

Vozdacantoraenchefestivaldinamarquês

.................................................................................THIAGONEYEMROSKILDE (DINAMARCA)

BBB jörk sobe ao palcoacompanhada porguitarrista, bate-

rista, sopros, teclados epor um músico que mani-pulasonsemumamesadi-gital “touch screen”.Mas ésua voz o fio condutor doshow—oque,àsvezes, tor-na-seumpouco... demais.No iníciode julho,acan-

tora islandesa foi a princi-pal atração do primeirodos quatro dias do Roskil-de, festival na Dinamarca.Chovia havia mais de 30horas, ventania, um friodelascar, e ela ali, descalça,saltitando sob um mantomulticolorido e como ros-totodopintado.“Volta”, seu último dis-

co, é a base do show. So-pros,barulhoseletrônicos,teclados e percussão tra-vam uma batalha sincopa-da em “Earth Intruders”,“Innocence”; nas antigas“All Is Full of Love” e“Army of Me”, os arranjosseguemessa linha.AvozdeBjörk, comtodo

o seu malabarismo, lideraabandaepreencheRoskil-de. Não parece sobrar es-paço paramais nada. Nemparaaprópriamúsica.O jornalista THIAGO NEY viajou a convi-tedaorganizaçãodoTimFestival

Esseálbuméglobalizado.Aspes-soastêmessaidéiane-gativadequeglobali-zadoésupermercado,McDonald’seosameri-canossetornandoosdonosdouniverso.Masachoquetemumoutrolado,oquede-pendedagente.PorquedeixarparaoBush?Somos6bilhõeseeleésóumBJÖRKcantora islandesa

Façotodotipodemúsicadesdeos12anos.Sóporqueagoraémúsicaextrovertidacomritmonãosignifi-caqueestejarevisitan-do‘Debut’[1993].Essaéumaformamuitosimplistadeencararo‘Volta’.Asbatidassãomuitodiferentes,tipo‘a’e‘b’.Têmoutrosele-mentose,emocional-mente,eumesintoemumoutrolugarIDEM

‘Volta’chegaráaoBrasilmaisafiado,prevêBjörk

E4 ilustrada SEXTA-FEIRA, 19 DEOUTUBRODE 2007 ef

Page 15: portifolio

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Folha de S.PauloCobertura especial Pan 2007 e

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ESPN BRASIL E SPORTV 3

dos Jogos reúneCHAPOLIN,Neruda,‘Betty, A Feia’e Che Guevara Pág. D12

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Edição atualizada à 0h40

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AS MEDALHAS DO BRASIL

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Poliana Okimoto, pratana maratona aquática

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Daiane dosSantos, pratana ginásticapor equipes

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Torcedores detidospela polícia

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No1ºdiadedisputapormedalhasnoRio,Brasil batena trave cincovezes ese vê em8ºnoquadrodepremiações

................................................................................................DOSENVIADOSAORIO

No sábado dourado dos so-nhos dos cartolas brasileiros,um dia de prata. Prata, alcancemáximo dos atletas do país noprimeiro dia de medalhas noPan. Cinco pratas: maratonaaquática, taekwondo, moun-tain bike, ginástica (duas).

Houve também dois bronzes.E o anfitrião fechou o dia em oi-tavo no quadro de premiações.

Na série de vice-conquistasdo país, houve pratas e pratas.

Prata com sabor de frustra-ção, mas celebrada, como a dePoliana Okamoto, a primeirado dia, na maratona aquática.

Incenssada pela Confedera-ção Brasileira de DesportosAquáticos como a maior favori-ta ao primeiro ouro do Brasil, anadadora viu até sua prova mu-dar de horário, em um acertopara que a profecia vingasse.

Prata surpreendente até paraquem a colocou no peito, comoa obtida por Rubens Valerianono mountain bike. “Um quarto,quinto lugar estava ótimo.”

Prata temperada com umquê de indignação. Derrotadopor decisão dos juízes na finalaté 58 kg do taekwondo, MárcioWenceslau revoltou-se com oresultado e com sua situação fi-nanceira. Disse que abandona-rá o esporte se não tiver reno-vado o Bolsa-Atleta, programado governo federal que hoje ésua única fonte de receita.

Prata com sentimento de de-ver cumprido. Comandada porDiego Hypólito e Mosiah Ro-drigues, a equipe masculina deginástica artística bateu osEUA, mas ficou atrás da de Por-to Rico. E, já no final do sábado,a equipe feminina de DanieleHypólito e Daiane dos Santosassegurou uma prata resignada—o time americano dominou.

Mas o domingo é longo. E po-de ser o domingo do triatlo, dotaekwondo, da esgrima, do ti-ro... Pode ser, enfim, dourado.

FEIO:FEIO:FEIO: ORGANIZAÇÃOORGANIZAÇÃOORGANIZAÇÃOTEMFALHAS,EJOGOTEMFALHAS,EJOGOTEMFALHAS,EJOGODOBRASILÉADIADODOBRASILÉADIADODOBRASILÉADIADOProblemas arranharam a

organização do Pan do Riono primeiro dia de disputasde medalhas. Houve confu-são no pódio da prova demountain bike do ciclismo,bagunça na premiação damaratona aquática, e telõesfalharam e frustraram a tor-cida. No torneio de beisebol,a estréia da seleção brasilei-ra teve de ser adiada porcausa de problemas com ailuminação no estádio da Ci-dade do Rock —marcado pa-ra o período da tarde, o jogopoderia se estender até anoite. Assim, Brasil x Nica-rágua ficou para hoje.

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E2 ilustrada DOMINGO, 9 DE SETEMBRODE 2007 ef

MônicaBergamobergamo folhasp.com.br@

Fotos Caio Guatelli/Folha Imagem

JulianaPaesestánocama-rimdoTomBrasil, emSP,ondeestréianosábado, 15,omusical“OsProdutores”,umapeçaso-bredoisvigaristasque fazem“opiorespetáculodaBroadway”efogemparaoRiocomodinhei-rodaprodução.AatrizseráadançarinasuecaUlla,estreladotal“piorespetáculo”.

Elausaumatoucanacabeça.Aredeseguraseuscabeloscas-tanhosparaquerecebaaperu-ca louradesuapersonagem.Aatrizserecusaaser fotografadacomoacessório. “Vocêsque-remacabarcomaminhacar-reira?Nãovoudeixar fazer ‘SeuBoneco’!”,diz, referindoseaomeninoderuada“EscolinhadoProfessorRaimundo”,quesempreusavatouca.

“JáviramaJenniferLopezouaMadonnaderedinha?En-tãonãovãomever.”Orádioto-ca. “Quemestámegritando?Ah,éoDudu[onamoradoCar-losEduardoBaptista].Oi,amor!Adoreioseutorpedo.Masnãopossofalaragora. ‘Tô’fazendoumascoisascomaim-prensa”.

Juliana,28,disfarçaarededocabelocomumlenço.Empurraassandálias. “Tiraessashavaia-nasdaíparanãoaparecernafo-tografia!”.Tambémnãoquerser fotografadatomandoCoca-Cola light—elatemcontratocomaconcorrenteAmBev.

Garota-propagandadecer-veja,dizquebebe“vinho.Enãolargominhacervejinha.Masnãotenhonadamaisparafalarsobre isso,naboa”.Eladefendeoprodutoqueanuncia: “Achonegativoquandorelacionambebidacomacidentes.Ésuper-viávelbebersemencheracara,éperfeitamentesaudável”.

“Nãoconsigodeixaraunhacrescerepor issousoessa,pos-tiça”,dizaumaprodutoradapeça. “Masnãoescrevequeaunhaéfalsaporquesougarota-propagandadaColorama”.Pe-rucanacabeça,eladizque“nuncaquisser loira,nemquandoeraadolescente.Masagoraachoquevoupintar.Odeioperuca”.Umcolegadeelencoobserva: “VocêestámuitoMarilyn[Monroe]”.

Julianaalmoçafilédefrangocomsaladadealface, tomateepepino.Deixaopratopelame-tade,porqueaprogramaçãoeraextensa: editorialdemodaparaumarevista, fotosparaopro-gramadapeçaeensaiodasmú-sicascomaorquestra.

Elaexperimentaquatrofigu-rinos—doisdeles,vestidos jus-tosqueevidenciamseubum-bum.“Amulheréumacoisabonitadeserver, temquesermostrada.Édiferentedoho-mem.Ocorpomasculinonãotemapeloestético”,explica.

Paraela,aprogramaçãodeTVestá“umtomacima”,mas“porexcessodeviolência,nãodesexo”. “Ascenasmaisapela-tivasestãono ‘JornalNacio-nal’”,diz.Desceasescadasparaopalcoeumsegurançanãore-siste: “Elaétudodebom.com.br”,dizele.

“Jáestoupaulista,dandoumbeijosó”,dizJuliana,quemoranoRio,masfixouresidênciatemporáriaemSPporcausadapeça. “Sóvoudoensaioparaohotel”,diz.Háduassemanas,deuuma“esticada”emumafesta,massaiuàs2h, “quandoestavacomeçandoaficarbom”.

“Queéisso?Levouumasur-ra?”ÉMiguelFalabella,prota-gonistaediretordapeça,quan-doJulianachega,comaperucadespenteada,paraas fotosdocatálogo.Elereclamadaausên-ciadear-condicionadoedapresençadefotógrafosnopal-co: “Comoéqueagentevai fa-zerumespetáculoassim?”.No

intervalo,brincaaoverJulianacomumsanduíche. “Olhaore-gime!Vai terquadril sobrandoemcena.”

Quandoaatriz foi testadapa-raopapeldeUlla—substituin-doDanielleWinits,queengra-vidou—,Falabellanãoquispar-ticipardaescolha,por ter“vá-riasamigasconcorrendo”,co-moEmanuelleAraújoeLucia-naVendramini. “Masaperso-nagemescolheointérprete.EraparaserdaJuliana.Elatrouxetesãoeenergiaparaoespetáculo”,dizele.

Juliana,estreantenoteatro,jáseenturmoucomos“colegasdeclasse”.Tantoquepediupa-radividirocamarimcomoatorSandroChristopher. “Comoerasuaestréia, achoqueelanãoquis ficarsozinha”,dizele.

Sandromostraoespaço. “Te-mosdois toaletes [nocama-rim],entãonãovai terproble-madeumlevantareooutroabaixaratampadovaso”,brin-ca.Aolado,estãoasararasdefi-gurinos—osdelasãooito—esapatoscomonomedaatriz

“Muitagentequestionouseeupodia fazerummusical.Danceie fizcantoaminhavidainteira.Nãoseioquevaiacon-tecer,masfizminhaparte.Es-touaquiparaoquederevier”,dizela.

Falabella tranqüilizaaequi-pe.AdaptaçõesdemusicaisdaBroadway,afirma,“têmpoucoprocessocriativo.Éumtraba-lhopizzahut.Temqueficarigualaooriginalamericano”.Juliana,portanto, sótemqueficarmaisbranquinha,para in-terpretaradançarinasueca.Tarefa fácil, jáqueSãoPaulonãotempraia.

JulianaMONROE Aatriz, que nosbastidoresda

peça é chamadadeMarilynMonroepelos colegas

Àesq., croqui do figurinonamesado produtor SandroChaim; à dir., os sapatos de cena,marcados comonomedaatriz

Julianaentra no camarimpara tirar a perucae o figurino

Maquiadapara umeditorial demoda(acima), esconde a redede cabelocomum lenço; à dir., nopalco com

Falabella eVladimir Brichta

Juliana pediuparadividir seucamarimcomoatorSandroChristopher; “ela não queria ficarsozinhana estréia no teatro”, diz ele

reportagemDIÓGENESCAMPANHA

AatrizJulianaPaes, queestréianoteatroemSP,usaperucaparaencarnar sueca,defendeoscomerciaisdecerveja edizqueocorpo feminino temquesermostrado

Folha de S.PauloColuna Mônica Bergamo

Page 17: portifolio

26ª EDIÇÃOEM ATIBAIA,SP,FESTA DOMORANGO DURA MAISDOIS FINS DE SEMANA PÁG. F13

SÃO LUÍSNA CAPITAL DOMARANHÃO,FOLCLORE TEMSOTAQUEPRÓPRIOPÁG. F9

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Saint Paul e Minneapolis

Em Minnesota, maior shopping dos EUAfica próximo das cidades-irmãs Págs. F10 a F12

Tubarão no aquário doMall of America; à esq.,

ilustração mostraCharles M. Schulz

(1922-2000), criador deSnoopy e Charlie Brown

Banho de solnas dunas deRio Novo

Travessia a pé de 75 km sai de São Luís e termina emCaburé, fugindo de lagoas lotadas de gente Págs. F2 a F8

Fotos Fabio Schivartche/Folha Imagem

Eduardo Knapp/Folha Imagem

Homem usa fantasia na festa

do bumba-meu-boi

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Page 18: portifolio

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Cuidadosajudamaevitarroubosdelaptopseperdadedadosimportantes................................................................................................GUSTAVOPETRÓDAREPORTAGEMLOCAL

Tomecuidado, você está sen-do observado. E não são as câ-meras de vigilância, mas, sim,assaltantes prontos para colo-carasmãosnoseunotebook.Segundo uma pesquisa do

FBI, a Polícia Federal norte-americana, em 2005 os roubosnos EUA causaram um prejuí-zo de US$ 6,7 milhões. Emmé-dia, cada assalto trouxe perdasdeUS$89milàsempresas.Nos últimos sete anos, o rou-

bo dos aparelhos é a segundac au s a d eperdas fi-nanceirasvincula-das à áreada tecno-

logia da infor-

mação, perdendo apenas paraosdanoscausadosporvírus.No Brasil, o número de note-

books cresceu nos últimosanos. Seu alto valor, que podeultrapassar osR$ 10mil, fazde-les uma presa valiosa para oscriminosos. Nas ruas de SãoPaulo, as quadrilhas utilizammotoqueiros que seguemeata-cam a vítima no trânsito. En-garrafamentos e semáforos sãoos locaisdemaiorrisco.Para tentar evitar o roubo, o

usuário deve tomar alguns cui-dados, como ficar de olho emsuas bagagens no aeroporto,guardar o laptop no porta-ma-las do carro ou mesmo usarumamochila.Piordoque ficarsemoapare-

lho é perder informações im-portantes. Em junhodeste ano,por exemplo, dados de 250 mil

clientes da página Hotels.comestavam arquivados em umlaptop roubado. Entre as infor-mações, havia endereços e nú-meros de cartões de crédito deusuáriosdoserviço.Cerca de 97% dos computa-

dores portáteis roubados nosEstados Unidos não são recu-perados, de acordo com o FBI,o que torna ainda mais impor-tante a proteção das informa-ções.Uma saída é utilizar ferra-

mentas de encriptação, quecriam uma espécie de escudo,aberto somente quando ousuário inserirumasenha.Além disso, você deve man-

ter cópia dos dados e arquivosmais importantes, fazendobackup regularmente.

LEIA MAIS F3 e F4

+Igualadas na resolução, novas câmeras digitais apresentamrecursos como estabilizador de imagem e tocador de músicas

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Medir a potência de uma câ-mera digital pelaquantidadedemegapixels de seu sensor não émais garantia da modernidadedomodelo.

Como poderá ser visto na fei-ra PhotoImageBrazil, que reu-

nirá profissionais da fotografiaem São Paulo, na próxima se-mana,asmáquinasdigitaisago-ra apelam para outros recursosparaatrairoscompradores.

Tocar MP3, fazer filmes, tro-car dados via rede sem fio, edi-tar imagens e resistir à águasãoalgumas das novas habilidadesapresentadas pelas câmeras.

Contornar problemas de pro-dução é outra atração da novageração de máquinas fotográfi-cas, que oferecem recursos pa-ra evitar fotos tremidas, borra-das ou com olhos vermelhos,causadospeloflash.

Atualmente, as câmeras des-tinadas aos amadores estacio-naram nos 6 Mpixels com 3x de

zoom —resolução suficientepara imprimir fotos com ótimaqualidade.

A boa notícia é que, com umadefinição mais clara do concei-to de câmera doméstica, hámais competição entreas fabri-canteseospreçosdeverãocair.

LEIAMAISnaspágs.F3eF4

Page 19: portifolio

Folha de S.PauloSuplementos Folhinha

Atenção, navegantes!

Ilustrações Janaina Tokitaka

Agradecimentos: Colégio Santo Américo

(www.colegiosantoamerico.com.br) e Positivo

Informática (www.positivoinformatica.com.br).

Clique AquiPingüins, fadas, dragões e outrosbichos vivem nos sites abaixoClub Penguin:www.clubpenguin.com (em inglês)

Neopets: www.neopets.com.br

Disney Fairies:www.disneyfairies.com (em inglês)

Stardoll - www.stardoll.com/pt/

Bichinho virtual Splash -www.monica.com.br

Conheça alguns cuidados antes de brincar na rede

Nunca diga seunome ouendereço nemrevele o local

onde estuda ou os lugaresque freqüenta na internet.

Não use contas de e-mailcom seu nome esobrenome. Crie um e-mail diferente com algumapelido para conversarcom pessoas que sóconhece na rede. Assimvocê pode apagar essee-mail sem problemas.

É importanteter um tempocerto parapoder brincar

com outras coisas alémdos jogos on-line.

Chame seus pais paraconhecer os sites quevocê mais visita paraque vocês possamexplorá-los juntos.

Não combineencontros compessoas queconheceu pela

internet. Se alguém darede convidar você paraalgo, avise seus pais.

Não deixe de cumprirsuas obrigações antesde sair navegando poraí. Reserve um tempopara a lição de casae para outrasbrincadeiras.

Fontes: Andréa Nolf, psicóloga do Núcleo de Pesquisas da Psicologiaem Informática da PUC-SP, e Roseli Bettini, professora da Famema(Faculdade de Medicina de Marília).

real”“Parece

+4ef

sábado,18deagostode2007

Folhinha Folhinhaef

sábado,18deagostode2007

+5Internet

Bate-papo tem limite........................................................................................COLABORAÇÃOPARAA FOLHA

Os joguinhos são a pri-meira coisa que vêm à ca-beça de Maria VitóriaMarques Barroso, 8,quando pensa nos mun-dos virtuais. Mas, de vezem quando, ela tambémpuxapapocomalguém.“Falo sobre o jogo, con-

vido para brincar comigoe peço para visitar o igludapessoa”,conta.Rafaela Calicchio, 9,

também gosta de jogarconversa fora entre umjoguinho e outro. “Falocomaspessoas que euve-jo sempre por lá. Tenhouns50amigospingüins.”Conversar com alguém

que você conhece na in-ternet pode ser divertido,mas é preciso ter cuida-

dosredobrados.Éoalertada psicóloga Roseli Betti-ni,queéprofessoradaFa-mema (Faculdade deMe-dicinadeMarília).“Na escola, você não fi-

ca perto de colegas quenão são legais com você.Na internet, como não hácomo separar essas pes-soas,édifícilseproteger.”Aí valem asmesmas re-

gras da vida real, afirmaAndréaNolf, psicóloga doNúcleo de Pesquisas daPsicologia em Informáti-ca da PUC-SP. “Assim co-mo você não fala com es-tranhos na rua, na inter-net deve evitar conversarcomquemnãoconhece.”E lembre-se: “Amigos

virtuais devem ficar nomundo virtual e falar sósobrecoisasdelá”. (CC)

........................................................................................CLARICECARDOSOCOLABORAÇÃOPARAA FOLHA

Todos os dias depois daescola, BeatriceMarie daCunha, 10,dácomidapa-ra Pestinha, seu bichi-nho de estimação ver-melho e peludo, e seguepara trabalhardescarre-gando sacos de um ca-minhãonalojadecafé.Com o salário, com-

pra comida para Pesti-nha ou cores para serum pingüim diferenteacadadia.Espere aí: pingüim?Isso mesmo, duran-te até duas horas

por dia, Bea-trice é um

pingüimquemudadecorevivenummundovirtual.É que a menina adora

brincar num jogo on-linequetentaimitarouniversoemqueagente(oumelhor,ospingüins)vivem.“Ali você cria um perso-

nagemesai explorando lu-gares. Em cada um há umjoguinho em que você fazalgodiferente”,conta.Esses jogos,quecomeça-

ram como uma brincadei-ra de adultos, fazem umbaita sucesso entre ascrianças. Mais de 12 mi-lhões de pessoas jogam sóno “Club Penguin”, queacaba de ser comprado pe-laDisney.E a febre por bichinhos

on-line também é

grande no Brasil. O Neo-pets.com, outro site do gê-nero,éo80ºsitemaisaces-sado no Brasil, segundo oAlexa.com.

Vida de pingüimAna Beatriz Horta, 9,

também adora brincar deser pingüim. “É um jogo,mas ele imita a vida mes-mo,parecereal”,diz.E, comoétudodementi-

rinha, ela aproveita parafazer algumas coisas quenão teria coragem de fazerna vida real. “Sou tímida,mas lá, quando conversocom alguém de

quem eu fico amiga, man-doatéumcoração.”Quando se cansamde suas

vidas no pólo, os internautasdão um pulinho em outromundo, onde podem ser osbichinhos que quiserem:desdesapoatédragão.Danilo Losito, 13, tem três

bichos e cuida deles com omesmocarinhocomquecui-da de seu cachorro de verda-de. “Vejo se eles estão doen-tes, dou comida e algumbrinquedoparaeles”,diz.Mas qual dos bichos ele

prefere? “O de verdade, cla-ro.Os outros são sópersona-gens do jogo. Não têm a vercomavidareal.”

Internet

SÃO

PAUL

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8 de

ago

sto

de 2

007

TV 3

Criado por dupla brasileira, peixe metido a agente secreto

vai parar na telinha de crianças de diversos países

folhinha

um jornal a serviço da criança

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páginas

4 e 5

VidaVirtua

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Maria Vitória

Marques Barroso, 8,

que gosta de brincar

em sites como o

"Club Penguin"

folhinha

+ +

A TURMA DOPEIXONAUTA

Pai escolhido a dedoO padrinho de LucasAntonio Costa da Silva,10, Hugo Calixto, vaiganhar um presentediferente no próximodomingo. É que o meni-no vai eleger Hugo co-mo seu pai durante as

comemorações do Diados Pais.Lucas vai preparar umcafé da manhã especialpara o padrinho, comquem quer passar odomingo. A progr-mação: eles vão al-moçar, jogar bola e brin-car muito.Lucas nunca teve umcontato muito próximocom seu pai biológico.Há dois anos ele não vêo pai, mas há muitomais tempo Lucas jáhavia inventado o

ZicoO macaco não perdetempo para pensar

quando os cipós o estão"chamando" para uma boabalançada. Ele finge não estarinteressado no que Marina ePeixonauta estão fazendo,mas está sempre metidonas aventuras.

Chumbo-FelizO peixe sábio viveno fundo da baía hámuito tempo. Elepassa informaçõessecretas ao Peixonautapor meio de charadas.

RosaA paquera dePeixonauta é umapeixinha cor-de-

rosa bonita e charmosa. Elaadora decorar o fundo do lago.

Dr. JardimO avô de Marina é oveterinário doparque. Ele é tãobom no que faz quepode fazer a dor de barrigade uma cobra desaparecer.É o conselheiro da neta, comquem compartilha o amorpelo ambiente.

MarinaMarina é umaespecialista emanimais, apesar desó ter oito anos.Ela é a melhor amiga doPeixonauta e é boa emcódigos (o seu aperto demão secreto envolve todosos dedos da mão e um do pé!).

Um peixesecreto

Juca e PedroOs gêmeos endiabrados sãoprimos de Marina. Eles passamas tardes no parque dasÁrvores Felizes _assim o avôpode ficar de olho neles. Estãosempre aprontando algumaconfusão, que Peixonauta eMarina vão ter que desfazer.

Folhinhaef

sábado,18deagostode2007

+3TV

Foto

sDivulga

çãoPersonagem

criado porbrasileiros

ganhaa telinhado mundo

Peixonauta, umagenteespecial queestaránoDiscoveryKids apartir

de abril de2008

Kika,personagemdasérie “DeOndeVem”

Você já deve ter vistoa Kika por aí. Essa me-nina curiosa, líder deaudiência da TV Cul-tura, também é exibi-da na TV Futura e em

outros canais, até noexterior —é conhecidadas crianças de HongKong desde 2005.

“Filha” dos criado-res do Peixonauta, elasempre quer saber aorigem das coisas—desde o fósforo até oespirro. Como os adul-tos não têm tempo (oudisposição) para res-ponder, os objetos ga-nham vida e tiramsuas dúvidas.

De ondevem?

................................................................................................DENISERIBEIROCOLABORAÇÃOPARAA FOLHA

Guarde bem este nome:Peixonauta. A partir de abrilde 2008, um desenho ani-mado sobre um peixe que éagente secreto vai passar nocanal Discovery Kids (TVpaga) emvários países.

A novidade é que o Peixo-nauta, que cuida de um par-que, é brasileiro e pode ficartão importante quanto opersonagem Nemo.

“Pela primeira vez ascrianças do mundo inteirovão assistir a uma históriacontada do jeito da gente”,diz Kiko Mistrorigo, criadordo Peixonauta ao lado deCélia Catunda, sócios da

produtora TV PinGuim.O Peixonauta passa a

maior parte do tempo noparque, onde moram ani-mais do mundo inteiro e on-de bicho, planta e gente con-vivem na maior harmonia.

O peixinho pertence à Os-tra (Organização Secretapara Total RecuperaçãoAmbiental), é especialistaem reciclagem e bem esper-to —e, às vezes, meio atrapa-lhado. Ele desvenda misté-rios no parque, sempre coma ajuda da Marina —leia so-bre a turma ao lado.

Outro dia, ele descobriuque tentavam vender um fi-lhote de gorila só ao analisaras seguintes pistas: pêlo,chupeta, moeda e jaula.

Page 20: portifolio

Folha de S.PauloSuplementos Equilíbrio

horamuita calma nessa

Leon

ardo

Wen

/Fol

haIm

agem

................................................................................................IARABIDERMANPRISCILAPASTREROSSICOLABORAÇÃOPARAA FOLHA

CCCC omcarade anjoe sen-tado comoumpeque-no Buda, Bruno SkafBorges, 10, parece ser

zen desde criancinha. O garotoentrega: “Eu extrapolava, eramuito bagunceiro”. Agitado,com dificuldade de se concen-trar e de conter seus impulsos,Bruno começou a freqüentaraulas de ioga quando tinha oitoanos, por sugestão do pai, oaposentadoAidarBorges,46.“OBrunoeramuitodisperso,

hiperativo. Primeiro, coloqueiele no caratê, achei que podiaajudar, mas nãomudou grandecoisa.Então sugeri a ioga”, con-ta o pai. A melhora foi aconte-cendo aos poucos, mas, depoisde um ano, já pôde ser sentidana convivência familiar, norendimento escolar, nas rela-ções sociais e, principalmente,pelopróprioBruno.Adepto da prática há alguns

anos,opaidogarotoapostounaiogapor intuição.Masumatesepublicada neste ano mostraqueaapostapode terbasecien-tífica. Um estudo controladofeito na clínica de psiquiatria epsicoterapia infantil daUniver-sidade de Heidelberg (Alema-nha) concluiu que a ioga é umtratamento complementar al-tamente indicado para o cha-madoTDAH(transtornodedé-ficit de atenção comhiperativi-dade). Segundo os pesquisado-res, a iogamostrou-semais efi-caz do que outras práticas cor-porais ou atividades físicas naredução dos sintomas relacio-nados ao distúrbio. O estudotambémmostra que os melho-res resultados foram verifica-dos nas crianças que, aliado àprática de ioga, tomavammedi-camentos específicos prescri-tosparaoquadro.“Uma atividade com regras e

rituais bem determinados [co-mo a ioga] traz benefícios àcriança com essas característi-cas e pode fazer com que elamelhore mais rapidamente”,diz Luiz Celso Vilanova, chefedo setor de neurologia infantilda Unifesp (Universidade

Federal de São Paulo). Vilano-va pondera que, dependendodo grau de hiperatividade, acriançapodeterdificuldadeemseguir uma aula e ficar paradanas posturas. Nesse caso, a as-sociação da prática com osme-dicamentos indicados contri-bui para a obtenção dos resul-tados,comoapontaapesquisa.Para EnioRoberto deAndra-

de, coordenador do ambulató-rio para TDAH para crianças eadolescentes do IPq-HC (Insti-tuto de Psiquiatria do Hospitaldas Clínicas de São Paulo), osexercícios de relaxamento,concentração e meditação daioga trazem benefícios apenas

se a criança consegue estenderesse aprendizado para as práti-cas cotidianas. “A idéia é fazercom que elas aprendam estra-tégias para lidar comas suasdi-ficuldades. Isso aumenta achance de virem a ficar sem oremédio, mas não há garantiade que isso ocorra.” SegundoAndrade, a principal causa doTDAH,queafeta entre3%e5%das criançasbrasileiras, é gené-tica e, na maioria dos casos, éindicada a medicação. “É maisfácil tratar com remédios paraevitar desgaste no relaciona-mento familiar, comprometi-mento social e insucesso na es-cola”,dizVilanova.

ConcentraçãoFreqüentemente, é na escola

queosefeitosdapoucaatençãoe do excesso de atividade sãomais notados. Quando a fun-cionária de cartório MariaAparecida Arakaki Affonso, 45,foi chamada à escola de sua fi-lha, Júlia, 6, para tratar dagrande dificuldade da meninapara focar a atenção nas ativi-dades, procurou diferentesabordagens para resolver oproblema. Mesmo não sendouma praticante de ioga, MariaAparecida achou que isso po-deria ajudar. Hoje, comemoraos resultados. “A Júlia estámuitomais concentradaeacho

que foi a ioga quedeuoempur-rão para ela conseguir focar aatenção. Sua avaliação [esco-lar] melhorou, as professorascomentam,elogiam”,conta.O garotoBrunopercebebem

como a ioga ajuda na sua vidaescolar. “Levei muito ‘ralo’ naescola, cansei. Agora uso o queaprendi na ioga para me con-centrar, faço uma ‘mentaliza-ção’ nahora daprova.Também‘estouro’ menos, se alguémmexinga, entra por um ouvido esai por outro.” Ele conta que,no começo, achava que não iagostar da prática. “Pensavaqueera só ficar parado,meditando,meditando... Mas não, você seenvolve porque tem de usar ocorpoeacabeça”,explica.“A ioga favorece aauto-refle-

xão e organiza os estímulos.Por isso, pode ser um comple-mento e até uma alternativapara não medicar”, acredita apsicóloga Vera Zimmerman,coordenadora do Crie (Centrode Referência da Infância e daAdolescência) da Unifesp.Zimmerman afirma, porém,que a prática não pode ser con-siderada uma soluçãomilagro-sa. “É preciso orientação, paraajudar a criança a agregar a ex-periência do que fez na aula. Aprática deve ser degustada, de-ve criar associações qualitati-vas para a vida. E isso tambémpode ser obtido comoutras ati-vidades” (vejaàpág.8).

Energia focadaÉ comum acreditar que o hi-

perativo precisa de uma ativi-dade para “gastar energia” eque, dificilmente, consegue fi-car parado em uma postura deioga. “Simplesmente gastarenergia, sem foco, desorganizaainda mais a criança. Não setrata de quantidade, e sim dequalidade”,dizZimmerman.Aquestãodesaberseacrian-

ça vai agüentar ou não a disci-plina que a prática requer de-pende damotivação do aluno eda persistência dos pais—mui-tas vezes, os resultados demo-ram meses para serem obser-vados. Há casos, no entanto,em que podem ser sentidosquase que imediatamente. Acarioca Camille Guimarães SáRego, 11, faz ioga desde março.A mãe, a analista de sistemasMarcia Regina Guimarães Sá

Aulas de ioga ajudam a minimizar sintomas dehiperatividade e falta de atenção e podem ser

combinadas com medicamentos para acelerar otratamento de crianças com essas características

JúliaArakakiAffonso, 6, pratica

postura de ioga comsua colega de aula,

Isis JunqueiraBrostolin, 7

[...][...][...] “A iogaaumenta achance de achance de achance de acriança ficarcriança ficarcriança ficarsem remédio,sem remédio,sem remédio,mas não hágarantia de queisso ocorra”EnioRoberto deAndrade

saúde saúde6 quinta-feira, 12deoutubrode2006 ● Equilíbrio

ef

7quinta-feira, 12deoutubrode2006 ● Equilíbrio

ef

Academias fazem treinamento para a temporada de esqui Pág. 4 »

SÃO PAULO, QUINTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO DE 2006

EF

Novos protetores solares

prometem combate

a rugas e manchas,

proteção do DNA e

melhora do sistema

imunológico Pág.6

Kar

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orbi

s

A colunistaAnna Veronica

Mautnerescreve sobre a

transmissão de

conhecimento

Pág. 2

de umageraçãopara a outra

verão ao sol

equilíbrio

Edua

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olha

Imag

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Aula de corrida em esteiras é novidade em academias Pág. 4»O colunistaMichael Keppescreve sobrecuidados comdoentes no BrasilPág. 2 SÃO PAULO, QUINTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2006

EF

vontadede ajudar

equilíbrio

Exposição constante a sons altos,música inclusive, aumenta produção deendorfina e pode levar à dependência Pág. 6

viciaisso

Page 21: portifolio

+

guiadasprofissõesENCAIXE-SE NO MERCADO

DOMINGO, 17 DE SETEMRO DE 2006 ¤ ESPECIAL 1

AMBIENTEPreocupadascom imagem,empresas investem em redução dedanos Págs. 8 e 10

AGRONEGÓCIOSNo Brasil,setor é responsável por 84% do superávitcomercial e 28%do PIB Págs. 17 e 18

ENERGIAProdução nacional depetróleo e gásnatural cresce30% em cincoanos Págs. 12 e 13

TECNOLOGIAÁrea recebe investimento de R$ 22,7bilhões e está em todos os setores da produção Págs. 14 e 16

EDUCAÇÃONúmero de estudantes deve chegar a 8 milhões só noensino superiorprivado Pág. 3

BEM-ESTAR Apenas nos EUA,indústria daqualidade de vida deve movimentar US$ 1 tri Págs. 4 e 6

Conheça as áreas maispromissoras e saiba quais são os cursos que vão formar os profissionais que serão absorvidos por elas

Ilust

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EF

escolha a escola efESPECIALDOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2007

roteiro parapais aflitos

Teste Folhaajuda a optar

por um colégio para seu filho

+ VEJA COMO CALCULAR OS GASTOS ESCOLARES QUE CABEM NO SEU BOLSO

+

Folha de S.PauloSuplementos Especiais

Page 22: portifolio

Identidade VisualVez da Voz

VEZ DA VOZ

Manual de Identidade Visual | Vez da Voz | Normas para uso da marca

VEZ DAVOZ