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Mula-fólio

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E que tal contratar uma mula?Absurdo, não? Ou mesmo imbecil. No caso mais extremo, um autêntico suicídio. Não acha?

Olhe que o que vem a seguir pode convencê-lo do contrário.

A mula gosta de resolver problemas. Pode resolver problemas sem se dar por ela, invisível ou silenciosa como um ninja. Mas também sabe dançar, pensar no impensável, surpreender. Desde que haja problemas para

resolver, a mula gosta, está bem, e não pára até encontrar a solução.

A mula tem montanhas de paciência para aturar designers e directores de arte. Porque nada faz os olhos da mula brilharem como uma maquete bem feita, um cliente satisfeito ou um bom trabalho na rua. Mas, quando

é preciso, a mula também sabe rezingar, resfolegar, dar coices e teimar, teimar, teimar, até que o trabalho esteja bem feito.

A mula não se contenta com primeiras ideias. Quer sempre mais do que uma solução para o mesmo problema. É que muito é bom: significa que há por onde se escolher.

A mula gosta de pensar e, às vezes, é difícil fazê-la mexer-se. Mas quando se mexe, normalmente está preparada para o fazer. Os resultados podem não ser sempre os melhores, mas volta e meia, a mula

consegue ter boas ideias criativas e levá-las a bom porto com boas execuções. No caso desta mula, as execuções são feitas de palavras.

A mula estudou antropologia e publicidade. Gosta de escrever em todos os formatos, para todos os produtos e para todos os meios. Prefere quase sempre as soluções mais malucas ou as mais elegantes. É viciada em

briefings, enredos, personagens, ideias.

Se ainda está a ler isto, é porque o copy-mula não é assim tão mau naquilo que faz. Continua a achar estúpida a ideia de contratar uma mula?

O mula-mobile é o 91 957 23 68, o mula-mail é este: [email protected]

Soluções impensáveispara problemas impossíveis

Headline: “Desculpe, mas isto é importante”

Bodycopy: “As soluções de construção modular Carmo permitem-lhe querer mais e melhor. Melhor

isolamento, com madeiras de alta qualidade e durabilidade. Maior flexibilidade, com um sistema que

lhe permite expandir a sua casa quando quiser. Uma melhor relação com a natureza, protegendo-a ao

mesmo tempo que a aproxima de si, através do recurso exclusivo a madeira de florestas sustentáveis

e de uma melhor integração no meio ambiente. Maior simplicidade de construção, sem empreitadas

e invasões, garantindo um isolamento superior por um preço mais barato. Tudo isto para lhe dar uma

casa que respira melhor, com elegância e requinte. Porque viver bem é o mais importante.”

Peça desenvolvida durante o estágio na Brain, em Lisboa. O trabalho consistiu na adaptação do

conteúdo de um folheto de divulgação das soluções de construção modular da Carmo para uma

peça de imprensa (uma página).

1 Imprensa Madeiras Carmo

o briefing

(texto na íntegra)

Este projecto pessoal é o resultado de um desafio auto-imposto: escrever 50 páginas que teriam como tema exclusivo “o tédio”.

O processo de ilustração dos textos, que ainda está a decorrer, é da responsabilidade do Diogo Landô.

2 FicçãoMicronarrativas“50 páginas de Tédio”

Mais um dos exercícios elaborados durante o curso na Restar: a criação da campanha de lançamento de uma marca fictícia: a “Sporters”.O desafio consistia em apresentar ao público uma marca portuguesa de vestuário desportivo, cujo calçado é composto por materiais inteiramente recicláveis. Um importante senão a contornar: todas as sapatilhas da marca são, por isso, verde-alface. Uma vez que o exercício foi elaborado durante o módulo “Comunicação Interactiva”, era ainda pretendido que as campanhas fizessem uma forte utilização de meios digitais.

Somos uma marca portuguesa de equipamento desportivo com vontade de proporcionar aos nossos clientes uma experiência diferente da habitual. Acreditamos que é possível abordar este mercado com uma atitude inteiramente nova, sem deixarmos de nos orientar pelos mais altos padrões de qualidade. Estamos a falar de vestuário desportivo a um preço acessível, sem qualquer perda a nível de conforto, qualidade ou beleza.Além disso, garantimos que, com os nossos ténis calçados, te vais destacar no meio da multidão: ninguém fica indiferente ao verde-alface dos nossos produtos. Sonhamos com um mundo melhor. Um mundo mais saudável. Um mundo mais limpo. Um mundo em que qualquer pessoa pode ser um craque no desporto, desde que tenha a atitude certa, um pouco de criatividade e uma pitada de loucura. Adoramos o desporto. Queremos que toda a gente passe menos tempo sentado no sofá. Queremos ver os parques e as ruas cheias de gente a praticá-lo, com a mesma dose de loucura e paixão que sentimos por ele. Os nossos produtos são inteiramente constituídos por material 100% reciclável. Ao comprares os nossos produtos, estás a ser menos um a contribuir para a criação de enormes pilhas de desperdícios e lixo.

Se te sentes próximo da nossa visão do mundo e estás interessado em ficar mais próximo de nós, está atento aos nossos eventos e desafios, que terão um lema muito simples: “Sporters. O Delírio da Tradição.”

o briefing

texto do site

3 Campanha digital e interactivaCliente Sporters

Manifesto Sporters

Somos contra a indiferenca, o desperdicio e a apatia. Somos pela singularidade, pelo verde, pela energia. Somos pelo desporto, pela tradicao, pelo delirio. Mais do mesmo, nao. Estamos fartos! Sporters. Distingue-te pela atitude.

Ukulele “Chinguito”

“30 anos de idade. Emigrou do Congo aos 25 anos de idade. Órfão de pai e mãe, tem como passatempo

favorito o jogo da Cabra-Queda, que ele mesmo inventou, a única coisa capaz de lhe devolver o gosto

pela vida. É considerado uma lenda viva pelos restantes praticantes desta modalidade.”

Desporto Associado: Cabra Queda

Pepe Gonzaga

“Duas coisas diferenciam este talhante de 27 anos de idade do comum dos mortais: o seu gosto quase

patológico por cortar lombos de porco e a sua rapidez estonteante na prática da macaca rolante,

em que se especializou, tornando-se na principal referência para os praticantes da modalidade. Ele é

louco, ele é veloz, ele é ágil. Ele não se importa de cair e esfolar os cotovelos. Ele é Pepe Gonzaga.”

Desporto associado: Macaca Rolante

personagens

Rute – “Miss Fingers”

“Miss Fingers tem 25 anos, três deles passados na prisão, depois de ter sido apanhada a roubar um

automóvel. Depois de muito reflectir enquanto esteve presa, chegou à conclusão de que precisava de

mudar de vida. Revolução e Desporto foram as primeiras palavras que lhe vieram à cabeça e, hoje, é

a maior especialista mundial de Malha em Comprimento.”

Desporto Associado: Malha Em Comprimento

“Bárbara Lunettes”

“Outrora uma campeã do poker virtual, esta implacável mulher percebeu que sentia falta do ar livre.

Sentar-se no jardim não era uma opção válida. Faltaria a adrenalina, a competição, a possibilidade

de derrubar o adversário sem piedade. Assim surgiu a maior craque do Bilro Insuflável. Ninguém

vai querer ser o bilro no caminho desta mulher. Só por curiosidade, o apelido Lunettes teve origem

nos óculos fundo de garrafa que Bárbara usou em tempos. Modernizou-se. Agora, usa lentes de

contacto.”

Desporto associado: Bilro Insuflável

Script – “Macaca Rolante”

Na entrada do metro, Pepe Gonzaga, equipado com uma fita na cabeça, t-shirt e calções brancos e os seus indispensáveis sporters, volta a cabeça para uma câmara doméstica.

Pepe: “Vamos testar a resistência e a velocidade dos sporters.”

Cortamos para uma passadeira rolante, observada ao nível do chão. Deste ângulo, aparenta ser interminável. Sobre a passadeira, está uma macaca de k-line, presa por dois fios ao começo da mesma.

Pepe salta o corrimão da passadeira, aterrando de pé, mais ou menos a meio do seu com-primento. Começa a correr desalmadamente no sentido contrário ao do movimento do tapete.

Depois de várias tentativas para completar o jogo da macaca e consequentes quedas, Pepe acaba deitado, deslizando com a passadeira, completamente derreado, como se tivesse desis-tido finalmente do jogo. Volta novamente o rosto para a câmara.

Pepe: “Agora é a tua vez. Calça os teus sporters e faz-te à pista!”

scripts TV

Script: “Bilro Insuflável”

Um homem está voltado a falar para uma câmara, vestido com equipamento desportivo sporters. Ao seu lado, está uma bola insuflável, da qual conseguimos ver apenas a superfície.

Homem: “Vamos testar o conforto e a leveza dos novos sporters.”

Cortamos para o rosto de Bilro, que está de olhos fechados, completamente apavorado. O plano alarga, revelando mais rostos, igualmente apavorados, lado a lado. O plano alarga novamente. Nove pessoas estão de pé, lado a lado, completamente imóveis.

Ao longe, ouvimos uma voz masculina:

Bilro: “Estás preparada? Rebenta com eles! 1, 2, 3, largada!”

Pelo ponto de vista de uma das pessoas que continuam de pé, percebemos a razão do seu medo. Uma bola insuflável gigante, com uma mulher no interior, acaba de ser lançada pelos seus companheiros de equipa, nesta direcção, fazendo o seu caminho aos pinchos pelo rel-vado de um jardim.

À medida que a bola insuflável se aproxima, vamos ouvindo os gritos dos bilros humanos que antecipam o impacto. O ecrã vai subitamente a negro, no momento em que se ouve o som de uma bola de bowling a derrubar nove pinos de uma vez só.

Voltamos ao homem da equipa adversária, que fala novamente para a câmara.

Homem: “Como viram, são leves. Bárbara, os teus pés? Continuam confortáveis?”

Bárbara está toda partida dentro da bola insuflável e ainda zonza, de cara no chão.

Bárbara (num tom doloroso): “Siiiiiiiiiiim...”

Script – “Cabra-Queda”

Nota: Ao longo do anúncio, através de altifalantes, ouve-se a seguinte música:

“Cabra cega, de onde vens?”“Venho da Serra.”“O que me trazes?”“Trago bolinhos de canela.”“Dá-me um.”“Não dou.”“Gulosa, gulosa, gulosa...”

Estamos a ver o rosto aterrorizado de um miúdo num ringue de gelo.

Cortamos para o rosto de Ukulele Chinguito. Tem os olhos vendados. A expressão facial é ameaçadora.

A seguir, o rosto de outro miúdo, também ele aterrorizado.

Depois, “a Cabra”, o bulldog francês de Ukulele Chinguito, também ele vendado, que começa a rosnar na direcção dos miúdos. Um fio de baba escorre-lhe por um dente abaixo.

Quando acaba a música, o cão ladra. Ukulele Chinguito começa a perseguir os miúdos, aos berros. Toda a gente acaba no meio do chão, menos o cão, que fica no mesmo sítio, impávido e sereno.

Ukulele: “Ahahahah! Agora és tu a cabra-cega, jovem atleta! Calça a tua sapatilha moderna e pratica desporto moderno!”

O cão dá dois passinhos para o lado, acabando por anichar-se ao lado dos sporters de um dos miúdos, como se estivesse perdido de amores pelo ténis.

Script – “Malha em Comprimento”

Começamos com um plano apertado do rosto de Bárbara “Lunettes”. Os olhos estão fecha-dos. A expressão é semelhante à de um atleta olímpico. Revela um estado de concentração absoluta. Bárbara inspira. Bárbara expira.

Cortamos para um plano mais largo, revelando o seu corpo, que agora começa a correr, sem sair do sítio, para sacudir a pressão de antes da prova. Percebemos que está numa plata-forma do metropolitano.

O plano alarga mais um pouco, enquanto a vemos fazer alongamentos, dar mais uns passos de corrida, mover os braços ao redor do tronco.

Na sua mão direita, está um disco de Malha.

De repente, a sua expressão e pose transformam-se, passando agora a traduzir uma atitude totalmente relaxada. A mulher faz pontaria e, na pose típica do jogo da malha, atira o disco para a sua frente.

Com um ruído pouco entusiasmante, o disco cai na plataforma do outro lado da linha, a uns dois ou três centímetros do pino. Sim, ela atirou um disco da malha. Só isso.Bárbara vira o rosto de frente para a câmara.

Bárbara: “Para desportos de precisão, ténis de precisão. Usa sporters para a prática da malha em comprimento.”

4 Campanha de lançamentoWines of Portugal

Projecto final do curso de Criatividade Publicitária na Restart. O desafio consistia em criar uma campanha para a apresentação da marca umbrella “Wines of Portugal”, ficando a escolha dos meios ao critério de cada dupla criativa. O objectivo principal da campanha: apresentar o mundo dos vinhos portugueses a consumidores estrangeiros apaixonados por vinho, habituados a produtos de qualidade, dando conta de que os vinhos portugueses não se resumem aos mais conhecidos Mateus Rose e Vinho do Porto.Um dos pontos mais importantes da campanha: enfatizar a autenticidade, complexidade e riqueza dos vinhos portugueses, contornando algumas características por vezes desencorajadoras para o consumidor: a sua imagem um pouco antiquada e a dificuldade de os apreciar relativamente a alguns vinhos mais fáceis de beber.O trabalho foi posteriormente avaliado por um júri, depois das apresentações de todas as duplas, num ambiente que pretendia simular uma apresentação real ao cliente.

Imprensa 1 - “Consumer”

Bodycopy: “Drinking our wines may not be that easy at first. For the average consumer, their authenticity, complexity and richness can be as frightening as facing a beast. But to those truly devoted to the pursuit of a deeper and richer wine experience, the outcome will easily compensate the effort.”

Headline: “Feeling brave?”

Imprensa 2 – “Winemaker”

Bodycopy: “In our country, producing wines isn´t just making wines. It´s a way of life. Man conquering nature´s gifts, day after day, as if he was taming a savage beast. In the end, all of his courage, devotion and craftsmanship will be carried by every drop contained in every bottle. That´s what makes our wines so au-thentic, singular and rich: our winemakers aren´t just winemakers. They have souls of warriors.”

o briefing

imprensa

Headline: “Glory is never easy”

Imprensa 3 – “Land”

Bodycopy: “Where average men tremble in fear and flee, heroes build legends. Facing the portuguese terroirs´ diversity and complexities, the average man would surely turn around and run, as if a beast stood before him. In our country, only such a challenge would mobilize whole armies. History taught us that only in face of adversity will men produce glorious results. The same goes for the drinking part: our wines can be tough at first, but no easy drinking will ever be as fulfilling as them.”

Headline: “Frightened or challenged?”

Special packaging

“Armies have battled for ages to conquer this. Savage beasts were tamed in order to achieve this. Brave leaders have been living for this, devoted to this, guiding their soldiers with skill, persistence and courage to bring you this. This is their gift to you. Their heritage. Their hearts and guts, their sweat and blood, their whole lives and spirits gathered inside this. Now, it´s up to you. Dare to claim it.Wines of PortugalBottled Bravery”

packaging

“Battle for Glory” – Rádio - 45´

MÚSICA: Uma sinfonia, que começa quase em silêncio e cresce gradualmente até atingir um tom verdadeiramente épico no final do anúncio.VM (Narrador): “In the vast field of battle, armies stood aside each other before the army of beasts. Stones became gargoyles...”SFX: O som de pedra a contorcer-se, a esmigalhar-se. Depois, o grito animalesco de uma gárgula antes do ataque, acompanhado de um poderoso bater de asas.VM (Narrador): “...from the vegetation, hydras came out, dancing in the air...”SFX: O silvo de uma hydra, estridente, penetrante, a ecoar pelo ar.VM (Narrador): “...and from the darkness came the guardian, the three headed cerberus...”SFX: Os passos de um cão a fazerem vibrar o solo. Depois, o triplo rosnado de cerberus, como três rosnares de cães em simultâneo, um som que parece ocupar a totalidade do espaço.VM (Narrador): “...For an instant, beasts and men stood still. And then...”COMANDANTE (num berro forte e prolongado): “Chaaaaaaaaarge!”SFX: O som de milhares de soldados, gritando, largando em corrida, ao mesmo tempo que o som das três bestas ecoa pelo espaço em uníssono.VC: “Producing and truely appretiating our wines can be as demanding as taming a beast. But the outcome is equally glorious. Wines of Portugal. Bottled bravery.”

special packaging

“Taming the land” – TV - 40´

Voz Masculina (V. O.) - “You must know the field of battle like the palm of your hand... “Uma vinha no final de um dia sombrio. Uma neblina densa paira no ar. Reina um silêncio sepulcral, cheio de tensão, interrompido por vezes por ruídos típicos de um ambiente rústico.VM (V.O.) - “...The soil, the wind, the water. The hidden truth in every vine, in every grape...”Centenas de mulheres, armadas de cestos de vime, enfrentam o cenário com expressões decididas, concentradas, tensas.VM (V.O.) - “...in every ray of sunlight or drop of rain. In our country...”Ouvimos o som de madeira a ranger, a torcer. O estalar de um ramo. Depois, gradualmente, uma respiração animal vai aumentando de volume. Um ramo de videira contorce-se, transformando-se lentamente num tentáculo de textura rugosa, que começa a soltar-se, ganhando vida própria.VM (V.O.) - “...winemaking is like taming a beast. Whole armies devoted to the task of reassembling nature´s gifts into a richer result...”A ponta do ramo de videira assume a forma de uma cabeça de hydra, que agora se agita violentamente no ar, soltando silvos em direcção às mulheres, mandíbulas escancaradas exibindo as suas presas afiadas.VM (V.O.) - “...And only the bravest can achieve an ending worthy of the attempt.”De um ponto de vista longínquo, vemos agora mais cinco cabeças de hydra elevando-se a partir da videira de que fazem parte. Ao mesmo tempo, erguem-se, agitando-se violentamente,

silvando, dando dentadas selvagens ao ar.As mulheres, de uma vez só, começam a correr em direcção a esta besta selvagem, soltando gritos de batalha.

PackShot: “Wines of Portugal. Bottled bravery”

Um dos exercícios durante o curso de Criatividade Publicitária na Restart. Eram pedidos Spots de TV de 30´´ e 45´´ que descolassem da Água das Pedras a associação a algo que se bebe apenas para curar a má disposição, apresentando-a como uma água única, cujos ingredientes garantem uma frescura intensa.

o briefing

Água das Pedras – Aquecimento Extremo – 30

Num dia de calor intenso, um jovem adulto, com montes de camisolas umas por cima das outras, luvas de lã e gorro, está dentro da cozinha, a correr num tapete rolante a uma velocidade estonteante.

Vermelho que nem um tomate, a deitar os bofes pela boca, sai da passadeira. Agarra num copo de café a ferver pousado em cima da mesa e bebe-o de uma só golada. Percebemos pela sua reacção que se queimou todo.

Finalmente, abre o frigorífico, retira uma água das pedras do interior, abre-a, bebe um gole.

Jovem adulto (satisfeito): “Aaaahhhhhh...”

Packshot: “Água das Pedras. Frescura extrema.”

spot 1

5 Spot TV Água das Pedras

Água das Pedras – Arrefecimento Extremo – 30

O corredor de uma casa, em sil|encio. Subitamente, surge um jovem adulto de tanga, a correr, que atravessa o corredor de um lado ao outro, sempre a gritar.

Jovem Adulto (aos berros):”Aaaaaaaaaahhhhhhhhhh!”

Atravessa, sempre a correr e a berrar, a porta aberta, continuando a correria pelo exterior, que está coberto de neve.

Finalmente, mergulha de cabeça na neve, acabando enterrado até meio do corpo.

Packshot: “Água das Pedras. Frescura extrema.”

Água das Pedras - “Confessionário” – 45

Uma mulher entra na Igreja. Aproxima-se do padre, aponta para o confessionário com uma expressão embaraçada.

spot 2

spot 3

Mulher: “Senhor Padre, podemos?” Padre: “Vá entrando, minha filha.”

Passamos para o interior do confessionário, onde a mulher está já sentada. O padre entra e senta-se também.

Padre: “Pode começar, minha filha.” Mulher(embaraçada): “Senhor Padre, tenho andado a ter assim... uns calores.” Padre: “Calores como?” Mulher: “Às vezes vejo o Arlindo na obra, em tronco nu e a suar e fico assim... pronto... com os calores.” Padre: “Reze cinco avé-marias e vá à sua vida.” No dia seguinte, o padre já está no interior do confessionário e a mesma mulher entra e senta-se.

Mulher: “Boa tarde, Senhor Padre.” Padre: “Diga lá, minha filha.” Mulher: “Continuo com os calores.” Padre: “Reze cinco ave-marias e seis pais-nossos.”

No dia seguinte, a cena repete-se.

Mulher (ofegante): “Senhor Padre, os calores não passam.” Padre: “Vinte ave-marias, trinta pais-nossos e nada de olhar pela janela!”

No dia seguinte, no confessionário.

Mulher (ainda mais ofegante): “Senhor Padre, isto não passa!” Padre (irritado): “Caramba, mulher! Beba uma água das Pedras e não volte mais!”

Packshot: “Água das Pedras. Frescura extrema “

6 Spot Rádio Bi’Kiwi

o briefing

Spot de 30´´ para comunicar o lançamento do novo B´ Kiwi. Comunicar os pontos fortes deste produ-to: atitude irreverente e cool; sabor pouco comum e alternativo; bebida extremamente fresca.

A solução: uma telenovela mexicana dobrada em brasileiro.

spot

“Coração Kiwi” - 30 NOTA: Todos os personagens falam com sotaque brasileiro, salvo indicação contrária. Ouvimos música com um feeling muito quentinho: uma coisa entre o merengue e a bossa-nova, mas de qualidade muito fraca. VM1(Narrador) (num tom grave, epico e seguro): “Compal apresenta: Coração Kiwi, a novela série B em que Joaquim ama Esmeralda...” VM2 (Joaquín): “Eu amo Esmeralda!” VM1 (Narrador): “Esmeralda ama Luíz Alberto...” VF1 (Esmeralda): “Não resisto a Luíz Alberto...” VM1 (Narrador): “E Luíz Alberto ama Joaquín.” VM3 (Luiz Alberto): “Ai, Joaquín...” VM1 (Narrador): “Mas, nesse Verão, um estranho chega na cidade.” VM2 (Joaquín): “Puxa, que frescura!...” VF1(Esmeralda): “Tão exótico!...” VM3 (Luiz Alberto): “Ai, ele é tão irreverente!...” VM1 (Narrador): “Quem resistirá a esse misterioso... sumo?” VC: (em português de Portugal): “Sim, o novo B’ kiwi. B’! o lado b da vida.”

o briefing

Spot de 30´´ que divulgasse o motor de busca de restaurantes disponível no PAI. Divulgar os pontos fortes deste serviço particular: organização da informação, quantidade de informação disponível.

spot

“Gases” - 30

SFX: Um flato. Depois, um dedo a bater impacientemente numa superfiície de madeira e uma mão a coçar uma cabeça. Voz Masculina (aborrecida, arrastada): Onde é que hei-de ir jantar? SFX: o clic de um rato de computador. Música: música tradicional mexicana. Voz Masculina: Hmmmm... Nachos, tacos... Não. Mexicano não. Dá-me gases. SFX: Outro traque. Outro clic do rato. Música: música tradicional chinesa. Voz Masculina: Chinês não. Só de pensar nisso até fico... SFX: Outro gás. Outro clic do rato. Música: fado. Voz Masculina: Cozido à portuguesa? SFX: Outro traque. Outro clic do rato. Música: samba. Voz Masculina: Brasileiro? Gases. SFX: Outro flato. Outro clic. Música: música italiana. Voz Masculino: Italiano não. Dá-me montanhas de... SFX: Outro traque. Silêncio. Voz institucional: Jantar fora tornou-se um problema? Procure restaurantes no PAI. Www.pai.pt. As páginas amarelas na internet. Se houver solução, está lá, com toda a informação de que possa precisar.

7 Spot Rádio Páginas Amarelas

Argumentos para cinema. Curtas-metragens, médias-metragens, longas-metragens, algu-mas mais comerciais, outras mais experimentais, escritas com muita paciência e muito gosto.

Até hoje, ainda não os apresentei a produtoras, razão pela qual ainda não fiz um cêntimo com eles.

Um narrador narra, um argumentista escreve e um casal de viajantes viaja. A viagem entre três mundos é curta, célere e fácil, mas está apenas é permitida àqueles que a ela assistem e, portan-to, nunca nela embarcam. E a preciosidade da travessia é a exacta medida da sua efemeridade, da sua fragilidade. Esta é a história de uma estória que ficou por escrever. Porque o mais belo dos mundos pode ter como destino o fracasso diante da mais banal das coisas: um simples jantar.

De um lado, o sonho. Do outro lado, a rotina. A fronteira, todas as vezes transporta, apesar de ténue, separa os dois mundos mais contrastantes. No lado de lá, a liberdade absoluta. No lado de cá, a prisão, a prisão de uma existência pejada de frustrações. Acordar é simples. Acordar acon-tece todos os dias. Acordar nunca é fácil, num mundo em que os corpos envelhecem, as normas imperam sobre a vontade e ninguém é dono do seu próprio tempo. É que, por vezes, os sonhos parecem existir apenas para nos fazerem recordar que a vida é uma merda.

Rui tem uma missão aparentemente simples. Mas o que na aparência é fácil, visto mais profun-damente, não é mais nem menos do que uma imensa batalha. Tão simples como atravessar uma rua e tão complexo como derrotar, de mãos vazias, a ferocidade de uma multidão.

Três histórias com um único ponto de contacto: a morte, que se abate impiedosamente sobre três homens sentados. Há mortes naturais, mortes voluntárias e mortes simplesmente absurdas. E outras coisas também, numa história que avança em três frentes. O brio, o método, a frieza da competência. O medo, a angústia, o vazio da existência. A violenta devastação levada a cabo pelo tempo. E sempre, mas sempre, o destino que nos espera a todos, sem excepção. A mais escura de todas as noites. O reino do silêncio e do frio. A morte.Um assassino, um homem desesperado e um velhote estão prestes a perceber tudo isto. E o desfecho, esse nunca esteve nas suas mãos.

8FicçãoArgumentos audiovisual

Short Story Filme

a Felicidade Conjugal

o Combate

senta-te e espera

Um evento terrível está prestes a acontecer numa pequena localidade rural. Um crime. Um peca-do. O mal em estado puro. Uma Janela para o Mal é o policial que conta a história deste crime e das suas implicações na vida daqueles que com ele se cruzaram. Dois desempregados estão aprisionados pelo medo. Não dormem, não saem, não sabem que fazer à vida. Um conservador homem de família questiona as suas crenças e embarca no caminho da vingança e do ódio. Um alcoólico que se preocupava ap-enas com o dinheiro para o próximo copo descobre um novo rumo para a sua vida. Um criminoso descobre que o dinheiro não é tudo. Um escritor não consegue terminar o seu romance, porque não sabe o que acontece a meio. E o inspector chega sempre atrasado.Há ainda taxistas tagarelas, motorizadas e motas. Mercenários sanguinários ansiosos por premir o gatilho e homens poderosos desejosos de fazer o mal. Um cavalo, gente enjaulada e uma moto-serra. Contrabandistas, um celeiro e um ritual macabro. O filme dentro do livro e o livro dentro do filme. Pesadelos e perversões. Cervejas, cigarros e café, muito café. Uma janela iluminada na noite. Um atalho para o Inferno.

uma Janela para o Mal

9Contos“Ficções Impossíveis”

Colectânea de contos cujos enredos se baseiam em ideias impossíveis de concretizar no mundo real. Uma tentativa de chegar a verdades através da fantasia, da exploração de impossibilidades, de absurdos, do inconcretizável, procurando, ao mesmo tempo que se reflecte sobre o mundo real, construindo e desconstruindo os mecanismos da própria ficção.

Integram-na os seguintes contos:“olhar”“irmã, mulher e filha”“uma banal história de amor”“os meus olhos perderam-me no rio”“não vou contar a ninguém”“obsessão absurda absurdo medo”“um compromisso fictício”

Colectânea de contos cujos enredos se baseiam em ideias impossíveis de concretizar no mundo real. Uma tentativa de chegar a verdades através da fantasia, da exploração de impossibilidades, de absurdos, do inconcretizável, procurando, ao mesmo tempo que se reflecte sobre o mundo real, construindo e desconstruindo os mecanismos da própria ficção.

Integram-na os seguintes contos:“olhar”“irmã, mulher e filha”“uma banal história de amor”“os meus olhos perderam-me no rio”“não vou contar a ninguém”“obsessão absurda absurdo medo”“um compromisso fictício”

No dia dos seus quarenta anos, João da Silva, empregado bancário, acorda com um mau pres-sentimento. João da Silva, o pintor acabou a obra da sua vida. Também faz quarenta anos nesse dia. Do mesmo modo, no dia do seu quadragésimo aniversário, João da Silva, empregado fabril, homem digno e honesto, fiel a Deus acima de todas as coisas, perde o autocarro para o em-prego.

“as frustrações de João da Silva” narram este dia de cão, durante o qual decorrerão mudanças irreversíveis nestas três vidas aparentemente estáveis e bem encaminhadas. Nesta história, há ainda lugar para traições, homicídios, tentativas de suicídios, exílios, penas de prisão perpétua, papagaios, padres, adultérios, um surrealista, uma folha castanha, filas de trânsito e muito, muito mais.

Quer saber mais? Convença uma editora a publicar-me o livro. Depois, ofereço-lhe um.

10Romance“as Frustrações de João da Silva,ou a Trindade dos Malditos”

Soluções impensáveispara problemas impossíveis

Mula-mobile: 91 957 23 68 Mula-mail: [email protected]