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Professor: David MartinsDisciplina: Lingua Portuguesa

Trabalho realizado por:Cristiana Lagoa

 Nº217 2ºTR 

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Quem foi Frei Luis de Sousa

Frei Luís de Sousa sofreu uma vida acidentada na Ásia e em África, onde prestouserviços a Filipe II de Espanha. Regressando a Portugal, casou-se com D. Madalena deVilhena, viúva de D. João de Portugal, desaparecido na Batalha de Alcácer Quibir, aquatro de Agosto de 1578. E em 1599 muda-se para Almada, nomeado capitão-mordessa localidade. No ano seguinte, devido à peste em Lisboa, os governadores do reino

 pretenderam abrigar-se em Almada, numa casa de Manuel que, por questões pessoais,lhe lançou fogo para não lhes ceder abrigo.Em 1613, após o falecimento da filha única do casal, D. Manuel e D. Madalena seguemo exemplo dos condes de Vimioso, dando entrada ele no Convento de S. Domingos deBenfica e ela no convento do Sacramento.Manuel, então Frei Luís de Sousa, desenvolveu alguns projectos literários até à suamorte como “A Vida de D. Frei Bartolomeu dos Mártires”, “A História de S. DomingosParticular do Reino e Conquistas do Reino”, a partir de materiais deixados por Frei Luís

Cácegas, num estilo fluente, cheio de naturalidade e poder expressivo marcando a prosaclássica portuguesa.Carreram diversas versões acerca da causa da morte para o mundo de D. Manuel e D.Madalena, partindo uma delas de um biógrafo daquele, segundo o qual um peregrinotrouxera a notícia de que D. João de Portugal ainda estaria vivo na Terra Santa, 35 anosapós o seu desaparecimento, sendo o casamento de D. Manuel e D. Madalenaimpossível. Foi este facto que deu origem a Frei Luís de Sousa, de Garrett.

Resumo da históriaO primeiro marido de D. Madalena de Vilhena tinha partido para uma guerra deAlcácer-Quibir (1578), após sete anos buscando D. João de Portugal, D. Madalena deVilhena decide casar-se de novo com D. Manuel de Sousa Coutinho, pelo qual nutre umamor incondicional.Dessa união, nasce Maria, filha dedicada e frágil. Com o casal e a filha vivia Telmo, umfiel amigo e escudeiro de D. João de Portugal, primeiro marido de D. Madalena. Apesarde viver feliz e amar verdadeiramente D. Manuel de Sousa Coutinho, D. Madalena, umamulher superticiosa, sente-se constantemente atormentada com a possibilidade doregresso do seu primeiro marido, cujo corpo nunca fora encontrado.Catorze anos depois, concretizam-se todos os pressentimentos e profecias de um fimtrágico anunciado por Telmo, e pressentimentos por D. Madalena. Reaparece D. João dePortugal, morre Maria, D. Manuel e D. Madalena tomam o hábito.

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Resumo por cenas

Ato ICena um e doisInformações sobre o passado das personagens (caracterização de D.Madalena deVilhena, Manuel de Sousa Coutinho, Maria de Noronha, D.João de Portugal e TelmoPais).Sinais que indicam o desenlace: Ao ler episódio de Inês de Castro, de "Os Lusíadas",Madalena compara o seu estado de espírito com o de Inês de Castro (sente-se

 predestinada para a morte). Telmo anuncia desgraças próximas, contínuo agouros; arepetição do número sete por Madalena confere ao tempo um carácter ominosocarregado de mistério e fatalismo; Telmo alimenta a presença do passado que Madalenaquereria "enterrar".

Cena três

Maria pergunta a Telmo pelo romance que ele lhe prometeu sobre D.Sebastião; a mãenem quer ouvir falar disso.Sinais que indiciam o desenlace: Sebastianismo de Maria (se o rei não morreu D.Joãode Portugal também não terá morrido...); tuberculose de Maria.

Cena quatroMaria não consegue entender a perturbação dos pais relativamente ao regresso deD.Sebastião; Madalena não pode revelar a causa das suas preocupações.Sinais que indiciam o desenlace: Maria é dotada de uma prodigiosa imaginação (tem a“doença de sonhar”; as “papoulas” que Maria traz murcham). 

Cena cincoFrei Jorge anuncia a intenção dos governadores de se instalarem em casa de Manuel deSousa Coutinho para fugirem à peste que ainda grassava em Lisboa.Sinais que indiciam o desenlace: O ouvido apurado de Maria é encarado por Frei Jorgecomo um "terrível sinal".

Cena seisMiranda anuncia a chegada de Manuel de Sousa Coutinho.Sinais que indiciam o desenlace: (os mesmos que na cinco)

Cena sete

Manuel de Sousa transmite à família a decisão de se mudarem para o palácio que forade D.João de Portugal.Sinais que indiciam o desenlace: Madalena fica aterrorizada com a ideia de mudança.

Cena oitoMadalena não quer voltar à casa de D.João de Portugal: para ela é uma questão de vidaou de morte, o que Manuel de Sousa interpreta como uma teimosia incompreensível; asduas personagens vivem um conflito dominado pelas oposições passado/presente,razão/coração.Sinais que indiciam o desenlace: A mudança para o palácio de D.João de Portugal, maisdo que um regresso ao passado, é o regresso ao passado.

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 Cena oitoMadalena despede-se de Manuel de Sousa, abraçando-o repetidamente como se elefosse embarcar "num galeão para a Índia"; referindo-se a Soror Joana, Jorge diz que a

 perfeição verdadeira é a do Evangelho: "Deixa tudo e segue-me".

Sinais que indiciam o desenlace: Madalena não consegue entender a atitude dos Condesde Vimioso que se "enterraram vivos" depois de tantos anos de amor.

Cena noveFrei Jorge começa a sentir que alguma desgraça está para acontecer.

Cena dezMadalena revela a Frei Jorge a razão que está na origem dos seus medos: amou Manuelde Sousa desde o primeiro instante em que o viu, era ainda casada com D.João; pecou,teme ser castigada.Sinais que indiciam o desenlace: Naquela sexta-feira, fazia anos que Madalena casara

com D. João, que D.Sebastião desaparecera na batalha de Alcácer Quibir, que seapaixonara por Manuel de Sousa Coutinho.

Cenas onze, doze e treze.Miranda anuncia a chegada de um romeiro, vindo da Terra Santa, que deseja falar aMadalena.Sinais que indiciam o desenlace: O Romeiro só dará o recado que traz da Palestina aMadalena. Quando Frei Jorge pergunta ao Romeiro se é aquela a fidalga com quemdeseja falar, a resposta dele:- "A mesma." - pode indiciar que ele a reconhece.

Cena catorzeO Romeiro vai-se dando a conhecer gradualmente; Madalena fica aterrorizada ao tomarconhecimento que D. João de Portugal está vivo - o seu casamento com Manuel deSousa não existe e Maria é filha ilegítima; sai de cena espavorida e gritando.Sinais que indiciam o desenlace: Atinge-se o clímax da acção - D.João de Portugal estávivo.

Cena quinzeQuestionado por Jorge sobre a sua identidade, o Romeiro responde-lhe: "Ninguém",mas aponta para o retrato de D. João de Portugal.Sinais que indiciam o desenlace: O Romeiro é D. João de Portugal.

Ato IIICena umManuel de Sousa, que até aqui nos apareceu como um homem racional e decididoapresenta-se agora, emotivo e atormentado, sobretudo em relação ao destino de Maria:chega a afirmar que prefere vê-la morta pela doença que a consome do que porvergonha pela situação de ilegitimidade em que agora se encontra. Sente-se responsável

 por toda a desgraça. O seu discurso é, por vezes, contraditório. A sua entrada para oconvento é, nas suas próprias palavras, a sua morte (“morri hoje”.). Maria, que tinha chegado já doente de Lisboa, ficou ainda pior quando viu o estado em

que sua mãe se encontrava.

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 Frei Jorge informa Manuel de Sousa de que está tudo tratado e que ele e Madalenatomarão o hábito ainda naquele dia. Diz-lhe ainda que apenas eles e o Arcebispo saibama verdadeira identidade do Romeiro.

Cenas dois e três

Telmo traz notícias de Maria: "está melhor, mas muito abatida e muito fraca".

Cena quatroTelmo está completamente mudado; é grande o seu conflito interior: deve ficar ao ladodo seu "filho", D. João de Portugal, ou da sua "filha", Maria?Dividido entre a fidelidade ao passado e o amor ao presente, ofereceu a sua vida a Deusem troca da vida de Maria.

Cena cincoTelmo reconhece, no Romeiro, a voz de D. João e a sua dolorosa fragmentação afectivaé cada vez mais viva; o Romeiro pede-lhe para evitar a desgraça iminente mandando - o

dizer que aquele peregrino é um impostor e que tudo não passou de um "embuste"organizado pelos inimigos de Manuel de Sousa.

Cena seisÚltima "ilusão" de D. João que, ouvindo Madalena chamar de fora pelo seu marido,

 pensou que aquele se dirigia a si.

Cenas sete e oitoTelmo transmite a Frei Jorge o recado que o Romeiro lhe tinha dado na cena anterior;

 porém, Frei Jorge não consente em tal; Madalena tenta evitar o inevitável, dando conta,aos dois irmãos, das suas dúvidas em relação à veracidade daquilo que o Romeiro disse;Frei Jorge e Manuel, sabendo que o Romeiro é o próprio D. João, não permite qualquerrecuo; Madalena acaba por seguir a decisão que Manuel tomou pelos dois.

Cenas nove e dezDá-se início à cerimónia da tomada de hábito.

Cena onzeMaria interrompe a cerimónia, dando origem á cena mais melodramática da peça.Alienada pela febre, em delírio, exprime-se de forma violenta, mostrando uma profundarevolta contra o mundo, contra Deus, contra a sociedade hipócrita que não permite a

dissolução do casamento, transformando assim, em filhos ilegítimos aqueles que sãoapenas vítimas de actos que lhe são alheios.

Cena dozeA voz do Romeiro, que Maria ouve pedindo a Telmo que os salve, pois ainda está atempo, desfere o golpe fatal. Maria morre.

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Cenário

O Acto I passa-se numa "câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegânciados princípios do século XVII", no palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada.

 Neste espaço elegante parece brilhar uma felicidade, que será, apenas, aparente.

O Acto II acontece "no palácio que fora de D. João de Portugal, em Almada, salãoantigo, de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de familia…". Asevocações do passado e a melancolia prenunciam a desgraça fatal.

O Acto lll passa-se na capela, que se situa na "parte baixa do palácio de D. João dePortugal". "É um casarão vasto sem ornato algum". O espaço denuncia o fim das

 preocupações materiais. Os bens do mundo são abandonados.

A crença do sebastianismo

O mito do sebastianismo está espalhado por toda a obra. “Logo no início, Madalenaafirma a Telmo”. Mas as tuas palavras misteriosas, as tuas alusões frequentes a essedesgraçado rei de D. Sebastião, que o seu mais desgraçado povo ainda quis acreditasseque morresse, por quem ainda espera em sua leal incredulidade.

 No sebastianismo, como ele é representado no Frei Luís de Sousa, por Telmo e Maria,reside somente à crença em que o rei ao voltar conduzira a uma época mundial dodireito e da grandeza, a qual será última no plano de salvação dos Homens.

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Personagens

Manuel de Sousa CoutinhoD. Madalena de VilhenaD. Maria de NoronhaTelmo Pais –  aioRomeiroMirandaPior de BenficaArcebispoFrei Jorge CoutinhoDoroteiaIrmão Converso

Personagens principais 

Manuel de Sousa Coutinho “Frei Luís de Sousa”  –   Segundomarido de madalena; pai de Maria; pai e marido extremoso; temeque a saúde débil de sua filha progrida para uma doença grave;homem decidido, de coragem, “bom português”, honrado,

 patriota (incendeia o seu palácio, por motivos políticos, porqueeste iria ser ocupado pelos governadores espanhóis); sofre e senteterríveis remorsos com o trágico final de Maria, optando peloescapulário e por uma vida de penitência e redenção, enquantoFrei Luís De Sousa.

D. João de Portugal  –  1º marido de D. Madalena desapareceu na batalha de Alcácer Quibir, onde combateu ao lado de D. Sebastião,é tido como morto, apesar das dúvidas manifestadas na trama;austero; sofrido; o seu amor por Madalena e amizade por Telmofazem-no sobreviver ao cativeiro e regressar na figura do Romeiro;à pergunta “Quem és tu?”, D. João, na figura do romeiro, vairespondendo “ninguém”. 

Dona Madalena  –   Suposta viúva de D. João de Portugal; casacom Manuel de S. Coutinho; nasce Maria, filha de D. Manuel;

vive na angústia em relação à possível ilegitimidade do seucasamento e ao futuro da sua filha Maria; sofre de remorsos

 profundos por ter gostado de D. Manuel, enquanto ainda eracasada com D. João; manifesta uma constante inquietação emedo; insegura; marcada pelo fatalismo dos seus

 pressentimentos; perfil romântico; solidão na sua dorincompreendida.

Maria de Noronha  –   Filha de D. Madalena e D. Manuel; amorfilial, puro e incondicional; precoce; mulher-anjo; sonhadora,intuitiva, inteligente; marcada pela fantasia e o idealismonacionalista e patriótico; sebastianista por influência de Telmo;adivinhava "lia nos olhos e nas estrelas", “é que eu sabia de um

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saber cá de dentro; ninguém mo tinha dito”; sempre febril, sofre de tuberculose. Temum fim trágico, morrendo na última cena junto dos seus pais.

Telmo Pais  –   Escudeiro de família dos condes Vimioso, nuncaacreditou na morte de D. João; espicaça a consciência de D.

Madalena; sofre, porque antevê o trágico fim de Maria, que temcomo filha; acaba por reconhecer intimamente que o regresso do seuvelho amo, nunca deveria ter ocorrido. Por amor a Maria e a pedidode D. João, dispõese a declarar o Romeiro como um impostor; é oconfessor das personagens femininas; tem a função de coro (como natragédia clássica); acredita na predestinação.

Frei Jorge Coutinho  –  Irmão de D. Manuel e representante do clero; esta personagem émarcada pelo uso da razão e comedimento nas situações mais dramáticas da obra; ésábio; confessor de D. Madalena e de D. Manuel no final do acto III; marca presençanos principais momentos da acção.

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Características do Romantismo na obra

O texto escrito em prosa;A crítica aos preconceitos que vitimam inocentes (como Maria);A situação real que subfaz à acção da peça, o que retira a preocupação de Garrett

com a verdade e realidade dos acontecimentos;O homem como alvo de atenção analítica;A exaltação dos valores patrióticos e nacinais (sobretudo através de Manuel deSousa Coutinho);As superstições e agouros populares que retratam a cultura portuguesa;A região cristã como um consolo;O realismo psicológico que caracteriza a tranformação dos sentimentos deTelmo dividido entre o amor a D. João e a D. Maria de Noronha;A projecção da experiência pessoal do autor, que possuía uma filha ilegítima deAldelaide Pastos Deville, por quem se apaixonara ainda casado com LuísaMidsosi;A morte de Maria em palco;O não cumprimento da lei das três unidades da tragédia (unidade de acção, deespaço e de tempo).

Caracteríticas da tragédia na obra

Existência de um número reduzido de personagens.Personagens pertencentes a estratos sociais elevados.Condensação do tempo em que a acção decorre.

Existência de poucos espaços.Acção sintética, isto é, existe um número reduzido de acções a convergir para aacção trágica.Reminiscência do coro da tragédia clássica em Frei Jorge e Telmo Pais.Existência de momentos que retardam o desenlace trágico.Ambiente trágico marcado por uma solenidade clássica.Presença de elementos da tragédia clássica

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Elementos caraterísticos da tragédia

Hybris: desafio do protagonista aos deuses, às autoridades ou ao destino;Presente essencialmente no casamento de D. Madalena com Manuel de SousaCoutinho, sem a confirmação da morte de seu primeiro marido, e no incêndio do

 palácio de Manuel de Sousa Coutinho pelo próprio.Pathos: sofrimento intenso como consequência do desafio e capaz de despertar acompaixão do espectador;Agnórise ou anagnórise: reconhecimento de um facto inesperado, quedesencadeia o climax (crescimento trágico até à peripécia, ou seja, à mudançarepentina de estado nas personagens, muitas vezes como resultado da agnórise);Momento de identificação do Romeiro como D. João de PortugalKatastrophe, catástase (desfecho trágico);Morte de Maria, separação e morte espiritual do casal, desgosto de Telmo e

conscienciliação de D. João de que já não faz parte do mundo daqueles queamou.Cathársis (reflexão purificadora, purgação das emoções dos espectadores);Renúncia ao prazer mundano pelo casal, que se refugia num convento, eascensão de Maria ao espaço celeste, devido à sua inocência.

 Némesis (vingança dos deuses, ou do destino, perante o desafio arrogante dohomem);Ananké (necessidade como fatalidade);Responsável pela ausência e cativeiro de D. João de Portugal durante vinte e um

anos e pela mudança da família de Manuel se Sousa Coutinho para o palácio deD. João de Portugal.Phóbos (sentiemnto de terror, de medo);Ágon (conflito) –  a alma da tragédia que decorre da hybris desencadeada;Manifesta-se a nível psicológico nos conflitos interiores e dilemas vivos porTelmo e por D. Madalena.

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Estrutura Externa

Acto I –  12 cenasCenas I –  IV –  informação sobre o passado das personagens;Cenas V  –  VIII  –   preparação da acção: decisão dos governadores e decisão de

incendiar o palácio;Cenas IX –  XII –  acção: incêndio do palácio.

Acto II –  15 cenasCenas I –  IV –  informações sobre o que se passou depois do incêndio;Cenas IV  –   VIII  –   preparação da acção: ida de Manuel de Sousa Coutinho aLisboa;Cenas IX –  XV –  acção: chegada do romeiro.

Acto III –  12 cenasCena I –  informações sobre solução adoptada;Cenas II –  IX –  preparação do desenlace;Cenas X –  XII –  desenlace

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Espaço

O espaço situa-se em três lugares: o palácio de Manuel de Sousa Coutinho (actoI), palácio de D. João de Portugal (acto II) e a capela / parte baixa do palácio (acto III).

A mudança do acto I para o II é provocada pelo incêndio e o espaço tende aconcentrar-se. O acto I envolve um espaço aberto, com amplas janelas, luz, decoradas ecomunica com o exterior, o que se relaciona com alguma felicidade que se vive naquelelugar.

O acto II decorre num espaço mais fechado, mais sombrio e melancólico. Nãotem janelas e as portas têm reposteiros, há grandes retratos de família, lembrando o

 passado. É aqui que vai chegar o Romeiro e felicidade da família começa a desagregar-se.

 No acto III, o espaço ainda é mais fechado e subterrâneo, não há janelas e há poucas portas. Não há decoração. Na capela não há decoração, há apenas um altar e umacruz, símbolos de sacrifício e de morte. É lá que Manuel e Madalena vão professar e

Maria vai morrer.Em suma pode dizer-se que, à medida que a acção avança e se torna maistrágica, o espaço é mais fechado e opressivo e aniquilador das personagens.

Tempo

Tal como o espaço, também o tempo se fecha e concentra. Inicialmente amplo e vasto(21 anos).

1578 –  batalha de Alcácer Quibir.+7 –  anos de buscas por parte de Madalena.

+14 –  segundo casamento / +13 nascimento de Maria1599 –  tempo presente.

 No presente, a peça passa-se numa sexta-feira à tarde, 21 anos após a batalha deAlcácer Quibir, passam oito dias desde o incêndio (noite de sexta para sábado), é denovo sexta-feira. Chega o Romeiro, Manuel de Sousa e Madalena professam e Mariamorre.Toda a acção dramática se passa “Hoje”, o dia em que tudo se concentra: por um lado,Madalena teme esse dia; por outro lado, D. João quer chegar ali “Hoje” (é o dia em quefaz 21 anos que ocorreu a batalha).Em síntese, podemos dizer que a acção, espaço e tempo convergem e concentram-se

 progressivamente, até à tragédia final.

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O espaço cénico

Acto IPalácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada.Câmara antiga (luxo e elegância)Peças de mobiliário: bufete pequeno, cadeiras antigas, tambores rasos,contadores.Objetos decorativos: Porcelanas, Xarões, flores, livros, tapeçarias, um vaso dachina de colo alto.Metais: prata (metal Precioso)Tecidos referidos: sedas e veludoRetratos: Retrado de Manuel de Sousa Coutinho, qundo era noviço de S. João deJerusalém.

Encontramos um ambiente de luxo, de opulência e de requinte, com certo ar exótico

(xarões, vaso da china). Este espaço, embora interior, permite a comunicação com oexterior, através de duas janelas rasgadas, que deixam ver o eirado e o rio Tejo. Atravésdas janelas, entra também a claridade. Temos, pois um espaço cheio de luminosidade ecolorido, o que sugere alegria, leveza. É neste espaço que Manuel e Madalena vivemfelizes o seu amor. O espaço revela igualmente traços do carácter das personagens quenele se inserem. O luxo, a opulência, o requinte remetem para personagens quevalorizam o bem-estar físico, os materiais. Os livros reflectem preocupações eruditas,mas é também um “alimento” para as almas mais fantasiosas, alimentando sonhos edevaneios.

Acto II

Palácio que pertenceu a D. João de Portugal, em Almada.Salão antigo (melancólico e pesado)Peças de mobiliário: não são referidasJanelas: não há apenas uma tribuna que deita sobre a capela de Nossa Senhorada PiedadeObjetos decorativos: não há referênciasMetais: prataTecidos referidos: não são referidos, mas fala-se de resposteiros grandes,

 pesados, que tapavam portas e tribuna, ostentando as armas dos condes deVimioso.Retratos: grandes retratos de família  –  bispo, damas, cavaleiro e monges; três

retratos em destaque: D. Sebastião, Luís de Camões e o de D. João de Portugal.

O requinte e a elegância deram lugar à melancolia e à austeridade. O espaço torna-semuito fechado –  não há janelas e as portas e as varandas estão tapadas por reposteiros.

 Não há contacto com o exterior, nem entra a claridade. O ambiente é escuro, pesado etriste. Parece que «grades invisíveis» se formaram à volta da família, conduzindo-ainevitavelmente.Para um fim trágico. Mesmo que tentem fugir, tal não é possível. Por essa razão,Madalena não queria regressar à sua anterior casa, à casa que pertenceu a D. João dePortugal; tal seria como regressar para os seus «braços». Seria uma ameaça ao seu amore à sua felicidade. O cenário de este acto adequa-se ao carácter de D. João de Portugal,

também ele inflexível, austero, de princípios rígidos e melancólicos.

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Acto IIIParte baixa do palácio de D. João de Portugal/ Capela da Senhora da Piedade, naigreja de S. Paulo dos Domínicos de Almada.Casarão vasto.Peças de mobiliário: banca velha com dois ou três candelabros.

Janelas: não háObjectos decorativos: utensílios próprios da igreja (tocheiras; cruzes; ciriais; umesquife-tumba; uma grande cruz de pau; uma toalha branca; um castiçal; umhábito completo –  túnica, escapulário, rosário, cinto, etc).Metais: chumboTecidos referidos: algodãoRetratos: não há.

A austeridade é total. O espaço fechou-se completamente. Todos os objectosremetem para o fim das personagens: a tomada do hábito e a morte (física e

 psicológica). O espaço não apresenta um único objecto que remeta para uma vida

terrena, material. O «despir» do espaço também tem a ver com o despojamento dos bens materiais –  Manuel e Madalena têm que deixar tudo o que os ligava a uma vidaterrena, material, de felicidade. É como se «morressem» para a vida; nem a tumbafalta no cenário. As porcelanas, os xarões, as sedas, os veludos, a prata sãosubstituídos por algodão, madeira e chumbo. É o peso de uma vida de resignação, desacrifícios que se abate sobre eles. Nem Maria é poupada, morrendo em cena. Acruz de madeira, ainda por cima negra, remete para o calvário e a morte de Cristo.Também as personagens «morrem» e também elas têm de percorrer a sua «viadolorosa» (Manuel e Madalena). Ao mesmo tempo, este calvário, forçosamente

 percorrido por elas, funciona como uma espécie de expiação dos pecados, de purificação, encontrando-se em a salvação das almas. Tomarem o hábito era a únicaatitude digna que poderiam ter tomado. Ou era isso, ou era viverem para sempre em

 pecado, o que implicava a perdição das suas almas.

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Questionário de escolha múltipla 

Acto I, Cenas I e II.1.  O lugar da cena é:

Coimbra

Lisboa  Almada

Jerusalém

2.  A didascália descreve-nos um espaço que:É fortemente iluminada por velas e candelabrosTem duas portas de acessoÉ uma câmara fechada e escura  Recebe a luz de duas grandes janelas

3.  No local onde se desenrola a ação:  Avista-se em Lisboa, do outro lado do Tejo.

Existe um moniliário típico de uma modesta casa do século XVIIPercebe-se o amanhecer de um novo dia.Existe um quadro de um jovem cavaleiro entre as janelas.

4.  A sala onde se inicia a Cena I:  É requintadamente luxuosa, sugerindo um ambiente nobre.

Mostra um armário envidraçado, com livros.Tem uma porta que dá acesso ao interior da casa.

 Não tem qualquer comunicação com o exterior.

5.  Na cena I Madalena está a ler:O episódio de Adamastor em “Os Lusiadas” de Luis de Camões. O episódio do consílio dos Deuses em “Os Lusiadas” de Luís de Camões.O episódio da Batalha de Aju barrota em “Os Lusiadas” de Luis de Camões.   O episódio de Inês de castro em “Os Lusiadas” de Luias de Camões. 

6.  A propósito da leitura de “Os Lusiadas”, Madalena: Rejeita a semelhança entre a sua vida e o que acabou de ler.Divide-se entre sentimentos de felicidade e de morrer.Revela o seu receio de que descubram o seu estado de espirito. 

Medita acerca da fatalidade do destino.7.  Telmo, ao chegar:

Afirma que só a Bíblia é superior a “Os Lusiadas”. Reconhece imediatamente Manuel de Sousa Coutinho como seu “senhor”. Zanga-se com Madalena por esta estar a ler.  Sente-se um pouco constrangido por a bíblia estar em latim.

8.  Na cena II, o diálogo entre Telmo e Madalena, informa-nos de que:Telmo nutre uma imensa estima por Maria.Telmo já cuidava de Madalena desde que esta era criança.

  Maria tem agora treze anos.Madalena se casou quando ainda era uma criança.

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9.  Deduz-se que:Telmo já era aio do ex-marido de Madalena, quando esta se casou.  Telmo se mantinha fiel e saudoso de D. João de Portugal.

D. João de Portugal foi rei de Portugal até 1570.D João de Portugal foi o primeiro marido de Madalena.

10. O diálogo entre Telmo e Madalena permite-nos ainda concluir que:O nascimento de Maria trouxe uma grande satisfação a Telmo.  Telmo considera Maria, agora com treze anos, como que uma filha muito

estimada.Madalenase assusta com os agouros e profecias de Telmo.Maria tem uma curiosidade e compreensão reveladoras de uma maturidade

 precoce.

11. Ao falarem do passado, ficamos, a saber, que:Madalena tinha 17 anos quando ficou viúva.

  Madalena procurou seu marido durante sete anos.Madalena encontrou vários indícios de que seu marido estava vivo.Telmo duvida que seu antigo amo, D. João de Portugal, tenha perecido na

 batalha.

12. Ao recordarem o passado:  Telmo acusa Madalena de não ter amado o seu primeiro marido.

Ficamos, a saber, que Madalena já está casada novamente faz 14 anos.Telmo revela uma maior admiração por Manuel de Sousa Coutinho do que pordão João de Portugal.Madalena confessa que o casamento com Manuel de Sousa nunca foi asserte

 pelas familias.

13. Desde o desaparecimento de D. João de Portugal na batalha de Alcacer-Quibir, em 1578, já decorrram:  21 anos

28 anos14 anoos7 anos

14. Esta primeira apresentação das personagens mostranos que:

D. João de Portugal é presentado como um espectro. É respeitado e admirado,mas também aterrador.  Maria é uma criança de treze anos, magra e alta, inteligente e perspicaz.

Madalena vive na insegurança da sua decisão do passado de ter contraido novocasamento.Telmo acredita na possibilidade do regresso de D. Sebastião, tambémdesaparecido na batalha em Africa.

15. No final da cena II:  Madalena está angustiada com a demora do marido que está em Lisboa.

Madalena pede a Telmo para ir a Lisboa saber do marido.

O Tejo suscita em Madalena sentimentos de serenidade e confiança, neste fim detarde.

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 Telmo recebe ordens para procurar Frei Jorge Coutinho, irmão de Manuel deSousa Coutinho.

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Questionário de Compreensão Global do Ato II

1.  Relê a cena um do Ato I.1.1 Que facto aproxima o início das duas primeiras cenas dos dois primeiros

Atos?

R: O facto que aproxima o início das duas primeiras cenas, dos dois primeiros actos era o facto de ao decorrer da conversa eles tornavam-se maisausteros e lamentavam-se pelo destino trágico que poderia ter.

2.  O incendio do palácio de Manuel de Sousa, no final do Ato I, provocoureações diferentes em Maria e em Madalena.2.1 Esplica-os.

R: A razão de Maria, que não fugia sem o pai, a reação de Madalena era parasalvar o retrato do marido e que não fazia sem o marido.

2.2 Identifica as razões que estão na origem da reação de Madalena.R: A origem da reação de Madalena era em relação ao retrato do seu marido,

 pois era o seu retrato favorito e em ele estava tão gentil e vestido decavaleiro de Malta com a sua cruz branca no peito.

2.3 Que pensa Maria destes constantes agouros da mãe?R: Maria pensa que estes constantes agouros da mãe, seja de uma grandedesgraça a cair sobre seu pai ou até mesmo sobre sua mãe.

3.  Á três retratos, na sala onde se encontram Maria e Telmo, que fascinamMaria.3.1 Apresenta as razões desse fascinio de cada um deles.

R: Os retratos que fascinaram Maria foram de D. Sebastião que dava aentender a sua austeridade, a sua lealdade, a verdadeira pessoa que era e queseus olhos e boca lhe retratavam a sua morte; O retrato de Luís de Camões

 pelo seu desimbaraço e tão galã que era, com o seu único olho, era como setivesse os seus dois olhos; e por fim o retrato de D. João de Portugal com oseu aspecto triste, com expressão de melancolia e como se não tivesse apoio,

 proteção, nem mesmo outro amor.

4.  Telmo sempre respeitou Manuel de Sousa, não poupando elogios ás suasqualidades.4.1 Que sentimento revela ele agora em relação áquele que, de alguma

forma, veio tomar o lugar do sei velho amo D. João?

R: Telmo revela que admira o segundo marido de D. Madalena comentusiasmo, por ser um português às direitas, mas que não trocapelo amorque tem por D. João que o carregou ao colo.

5.  No final desta cena, Manuel de Sousa chega embuçado.5.1 Procura no texto as razões que originam as necessidades destes

cuidados.R: Manuel de Sousa chega embuçado e as suas razões desses cuidados era

 para não ser reconhecido.

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 Cenas 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9

1.  Procura, nas cenas 3 e 4, novos indícios do desenlace trágico.R: Os indícios de desenlace trágico nas cenas 3 e 4 é a ida para Lisboa, numasexta-feira.

2.  Apartir deste momento, o clima trágico vai-se adensando.2.1 Basiando-te nas informações contidas nas didascálias da cena 5,

reconstitui as oscilações do esta de espírito de Madalena, bem como osfactos que estão na sua origem.R: Oestado de espírito de Madalena é de alegria pelo marido ter aparecidohá beira dela, depois recai na sua tristeza por ter lido as orações e Deus nãose lembrou, só se lembrou das orações de sua filha e por fim ficou numestado de desespero porque o marido partiria para Lisboa a uma sexta-feira.

2.2 Relembra o que aconteceu na conversa de Madalena e Telmo, na cena 2do ato I, e adinata uma explicação para o facto de aquela não querer,

agora (cena 6), ficar a sós com Telmo.R: Uma das explicações para que Madalena não quisesse ficar a sós comTelmo era para falar dos sentimentos de Telmo por Maria a Manuel.

2.3 Interpreta o comentario que Madalena tece, na sena oito, á entrada doscondes de Vimoso para o convento.R: Madalena afirmaque não inveja a perfeição da condessa Joana de Catros,

 porque Manuel afirma que Joana de Castro não faria tanto espetáculo ao sedespedir do seu marido.

2.4 Explica de que forma o monólogo de Jorge, na cena, contribui para aintensificação do clima de tragédia.R: Jorge faz por estar alegre, mas não esconde a desgraça que por ai vem aafetar a sua família.

3.  Prova, com exemplos retirados das cenas 5 a 8, que, por oposição a suamulher, Manuel de Sousa continua a mostrar-se um homem decidido eracional.R: Os exemplos que provam que Manuel de Sousa era um homem decidido eracional eram:- Cena cinco → “... É hoje sexta-feira, e daqui a oito... Vamos  –  daqui a quinzedias bem contados não saio de casa. Estás contente?...” - Cena cinco → “... sim, e não posso deixar de ir. Sabes que por fim desta minha

 pendencia com os governadores, eu fiquei em divida...” - Cena cinco → “... Não, sussega, não, estão aqui ao anoitecer. E nunca maissaio ao pé de ti. E não serão quinze dias, vinte, os que tu quiseres...”. - Cena cinco → “... tur mãe tem razão, não há-de ser assim, hje não pode ser...”.-  Cena seis → “... é preciso deixá-la espairecer, mudar de lugar, destrair-se,aquele sangue está em chama. Arde sobre si e consome-se, a não o deixaremcorrer á vontade. Há-de vir melhor verás”. - Cena oito → “... Ora vamos: ao anoitecer, antes da noite, aqui estou. E Jesus?...Olha a condessa de Vimioso... Olha se ela faria esses prantos, quando disee oúltimo adeus ao marido.” 

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Cena 10

1.  A cena 10 vem clarificar os receios que madalena exteriorizou na cena 5,relativamente aquele dia.1.1 Expplica, resumidamente, porque razão Madalena teme tanto esta

sexta-feira.R:  Naquela sexta-feira, fazia anos que Madalena casara com D. João dePortugal, que D.Sebastião desaparecera na batalha de Alcácer-Quibir, que seapaixonara por Manuel de Sousa Coutinho.

1.2 Até que ponto as palavras da íltima fala de Madalena exclarecemmelhor o facto de esta personagem viver sempre em estado de prefundaanciedade?R: Na última fala de Madalena, ela esclarece que quando conheceu Manuelde Sousa começou tudo nnum crime, pois quando ela viu Manuel de Sousaapaixonou-se logo e ainda era casada com D. João de Portugal então sesentia em pecado e a imagem que lhe passava na alma era de amante.

2.  Compara a última fala de Madalena com a de Telmo, na cena 2 do Ato 1,que transcrevemos:Telmo –  “Desgraçada! Por quê? Não sois feliz na companhia do homem queamais, nos braços a quem sempre quisestes mais sobre todos? Que o pobrede meu amo... respeito, devoção, lealdade, tudo lhe tivestes, como tão nobree onrada senhora que sois... mas amar?” R: Na fala de Telmo, ele pergunta a Madalena o porquê da desgraça e perguntase ela não era feliz ao lado de Manuel de Sousa. Na fala de Madalena, elaconfessa a desgraça que ela tanto temia e afirma que quando conheceu Manuelde Sousa ainda era casada com D. João de Portugal entºao achava-se em viverem pecado.2.1 Que função cumpre Frei Jorge nesta cena?

R: A função de Frei Jorge nesta cena é fazer com que Madalena não penseque a sexta-feira seja um dia tão infeliz.

Cenas 11, 12, 13, 14, 15

1.  Miranda anuncia a chegada de um peregrino que pretende falar aMadalena.1.1 Que efeito tem as palavras de Miranda sobre Madalena? Como

caracteriza Miranda o peregrino?R: Madalena fica assustada com as palavras de Miranda. Mirandacaracteriza o peregrino como um pobre velho peregrino, um romeiro, umcoitado, um velho com barbas de velho tão alvo.

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 2.  Cena 14, onde a tragédia atinge o climax, pode dividir-se em três momentos.

1º Momento: o romeiro fornece informações sobre si proprio.2.1 Soblinha as informações objetivas que ele fornece.

R: As informações objetivas que ele fornece são: “... Parentes!... Os maischegados os que me importava achar... contaram com a minha morte,

fizeram a sua felicidade com ela, não de jurar que não me conhecem...” 2.2  Destaca as passagens em que o romeiro aponta factos que são jáindícios da sua verdasdeira identidade.R: O Romeiro afirmava que viveu junto com esse homem jerusalem.Afirmou que o homem de quem falava ficou em cativopor causa da Batalhade Alcácer-Quibir, e conhecia homem como se o viesse a si próprio noespelho.

2.3 Mostra que Madalena não atribui importância a esses factos.R: Madalena, ao contrário do que tem aconteciso nos outors Atos trata oRomeiro como “bom velho amigo” recusando, até onde lhe é possível averdade que está à frente dos seus olhos.

2º Momento: o romeiro transmite o recado que traz para Madalena.2.4 Comenta o sorriso amargo do romeiro ao prenunciar as palavras que

iniciam este segundo momento.R: O sorriso amargo do Romeiro era por pensava que Frei Jorge o queriadespachar, que não estavam com paciencia para ouvi-lo a sua mensagem.

2.5 Recorda a cena 10 do acto II explica porque razão queria o Romeirochegar exatamente naquele dia.R: O Romeiro queria chegar exactamente naquele dia, pois era um dia fatal

 para Madalena e porque tinha sido o dia que se casou com Madalena.2.6 Com que objetivo o Romeiro vai revelando gradualmente os factos,

demorando-se em comentarios laterais?R: O objetivo do Romeiro é fazer com que Madalena sofra “... sofrei que eleTambém sofreu muito...”. 

2.7 Presta atenção ás didascálias e prova que o crescendo da acção se refleteno estado de espírito de Madalena.R: Com o crescer da acção o estado de Madalena altera-se, primeiro estáaterrada depois com o desenrolar da conversa fica na maior ansiedade, poisquer saber quem enviou a Romeiro e por fim quando descobre que o homemé D. João de Portugal fica espavorida com tal situação.

2.8 Explica a relação entre a perturbação crescente de Madalena e

alteração do seu discurso.R: A relação entre aperturbação e alteração do discurso de Madalena é quecomeça a perceber que D. João de Portugal está vivo e fica desesperada.

3º momento: O Romeiro revela a identidade daquela que o enviou.2.9 Demonstra que, através das três respostas que o Romeiro dá a Jorge, se

podem deduzir, seguramente, a identidade do romeiro.R: “A referencia” a mim mesmo é um dos indicadores claros da suaidentidade, e o outro é quando ele aponta para o retrato de D. João dePortugal sem olhar para outro qualquer.

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2.10  Como explicas que, depois d reconhecimento de que D. João estávivo, Madalebna se preocupe particularmente com a filha?R: Madalena preocupa-se com a filha, porque a filha pode-se tornar orfã de

 pai e mãe, que é filha ilegitima, o seu casamento com Manuel de Sousa nãoexiste e teme pela frágil saúde da filha.

3.  A cena 15 parece dispensável uma vez que o espectador/leitor já percebeuque o Romeiro é D. João de Portugal.3.1 Explica a sua importancia para Frei Jorge.

R: Frei Jorge irmão de Manuel de Sousa Coutinho pretendia saber se oRomeiro era D. João de Portugal, pois esperava uma grande desgraçanaquela família.

3.2 Interpreta o(s) sentido(s) do pronome indefenido “... Ninguém,”

proferido pelo Romeiro no final da cena.R: D. João de Portugal identifica-se com um “ninguém” por ter sido dadocomo morto por aqueles que amavam e sua casa estava agora ocupada por

uma família construida.

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Questionário para compreenção de Leitura do Ato III

Grupo I

1.  Nesta primeira cena ao Ato III, Manuel de Sousa aparece como uma vitima

ao destino. A intensidade do seu sofrimento transforma-o.1.1 Que transformação é essa?

R: A transformação de Manuel de Sousa é, sobretudo por causa doagravamentoda doença da sua filha a decisão de tomada do hábito e oaparecimento do D. João de Portugal.

1.2 Faz o levantamento das marcas que refletem a emotividade do seudiscurso, salientando nomeadamete:. Os sentimentos contraditórios;. O vocabolário trágico utilizado;

. Os recursos exprimem o exagero (hipérboles, metáforas de conotaçãonegativa,...);

. O uso da pontuação como recurso expresivo.R: No discurso de Manuel de Sousa refletem-se marcas de emotividade taiscomo:- Os sentimentos contraditórios: A “razão” leva-o a desejar a morte da filha eo “amor” leva-o a contrariar a “razão” e a implorar saúde e vida para ela. -  O vocabulário trágico utilizado  –  desgraça, vergonha, escárnio, desonra,sepultura, ignominia, epitáfio e infâmia.-  Os recursos que exprimem o exagero  –   prefere vê-la morta, que na

vergonha que se encontra, “... morri hoje...”. . O uso da pontuação como recurso expressivo  –  O seu desespero perante afilha: “Oh, minha filha, minha filha!...”, “Resgate! sim, para o céu; nesseconfio eu... mas o mundo?”. 

1.3 Refere os sentimentos de Manuel de Sousa em relação a si próprio, aMaria, a Madalena e ao Romeiro.R: Manuel de Sousa acha-se um falhado, um injusto, a pessoa que poderiater impedido muita coisa, mas que não o fez, acha-se repugnante. Manuel deSousa sente amor por paternal por Maria, trata Madalena como se não a

conhecesse, e diz que Romeiro é uma pessoa cruel, que não tem coração, éduro e desapiedado.

2.  O diálogo entre os irmãos fornece informações acerca dos acontecimentosocorridos após a cena da revelação com que termina o Ato II.2.1 Resume esses acontecimentos.

R: Esses acontecimentos são quando o Romeiro vai com D. Madalena aosretratos e aponta para D. João de Portugal.

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3.  Explica as funções desempenhadas por Frei Jorge nesta cena.R: As funções desempenhadas por Frei Jorge nesta cena são em animar seuirmão Manuel, para que ele não pense tão negativamente sobre ele e sua filha,dando-lhe exemplos.

4.  Prova, com passagens do texto, que as personagens envolvidas nestatragédia não detêm todo o mesmo nível de conhecimento em relação aosfactos.R: As personagens envolvidas nesta tragédia não têm o mesmo nível deconhecimento em relação aos factos, porque Madalena chama o marido

 pensando que é Manuel de Sousa que estava por de trás da porta junto comTelmo. Tirando do texto do Ato III da cena VI:Madalena - “Esposo, esposo, abri-me, por quem sois! Bem sei que aqui estais!Abri!”. 

Madalena –  “Meu marido, meu amor, meu Manuel!”. 

Grupo II

1.  Tendo em conta que as cenas II e III são apenas cenas de transição, atenteparticularmente na cena IV.1.1 Identifica os sentimentos com que se debate a personagem.

R: Telmo sente-se confuso, angustiado e com rumores, pois se sentedividido entre o humor e lealdade ao seu amo e amor profundo que,

entretanto desenvolveu por Maria.1.2 Comenta as contradições expressas por Telmo e D. João de Portugal.

R: As contradições expressas por Telmo neste monólogo são os seus pensamentos perante o sucedido, tanto queria que quando aconteceu, já nãoo desejava.

1.3 Indica os processos que, ao nível do discurso, sugerem a sua agitaçãointerior.R: Ao nível do discurso, a sua agitação interior fica mais confuso e commedo.

Grupo III

1.  Na cena V dá-se, finalmente, o encontro entre Telmo o D. João de Portugal.1.1 Á mesma pergunta que Frei Jorge tinha feito na última cena do Ato II,

dá o Romeiro a Telmo uma resposta semelhante.R: Romeiro simplesmente disse “ninguém” a Jorge e a Telmo disse que “nãoera ninguém, Telmo! Ninguém, se nem já tu me conheces!...”.

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 1.1.1  Em que diferem as duas respostas?

R: As duas respostas diferem-se porque uma delas o Romeirorespondeu apontando o dedo para quem era ele e a outra foram paraTelmo dizendo que não era ninguém já que ele próprio não oreconhecia.

1.2 O romeiro pretende comunicar a Telmo intenção.1.2.1  Qual?

R: João pretende tentar salvar aquela família, mandando Telmo dizerque o Romeiro era um impostor e que tudo foi mandado pelosinimigos de Miguel de Sousa, para o destruir

1.2.2  Antes de transformar essa intenção numa resolução, o que é queo Romeiro pretende que Telmo lhe confirme?R: João diz ter acerteza por boca de Telmo, que a Madalena tinhafeito tudo o que era preciso fazer para encontrá-lo.

2.  Telmo é neste mommento, uma personagem dividida.2.1 Copia do texto as personagens que o confirmam.

R: As personagens que confirmam que Telmo é neste momento uma personagem dividida são: “já não sei pedir se não pela outra. (alto) E que pedisse por ele oupor outrem, porque não me há de ouvir Deus, se lhe peço avida de um inocente.”. 

3.  “Fui imprudente, fui injusto, fui duro e cruel.” 

3.1 Expplica estas acusações que o Romeiro faz a si próprio.R: Refere de ter a certeza de que Madalena tudo haveria feito para encontrá-lo, o João sente-se injusto, duro e cruel porque esta a destruir uma famíliainocentee afirma ainda que foi imprudente por não ter pensado nasconsequências da sua atitude.

4.  D. João de Portugal é uma espécie de “fantasma” do passado. 4.1 Prova a veracidade da afirmação feita em 4, recorrendo a elementos

textuais.R: Romeiro é um “fantasma” do passado, a frase que afirma tal coisa é:“(tirando o chapéu e elevantando o cabelo dos olhos) –  Ninguém, Telmo!

 Ninguém, se nem já tu me conheces!”. 

5.  Telmo considera que a resolução do Romeiro é “nobre e digna”. 5.1 Concordas com ele? Apresenta as razões que justificam a tua resposta.

R: Sim, porque apesar de Romeiro pedir a Telmo para mentir, com estamentira está a tentar corrigir um erro e a proteger Madalena.

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6.  Na cena VI, cria-se um equívoco que logo se desfaz.6.1 Identifica-o.

R: O equivoco cria-se quando D. João ao ouvir Madalena do lado de fora achamar pelo seu marido e refere-se a ao amor que sente por ele, ela tem umaúltima ilusão: a de que Madalena se refere a ele. Este engano e desfeitoquando Madalena se refere ao nome de Manuel.

6.2 Aponta os sentimentos que atravessam a alma do Romeiro.R: Os sentimentos que atravessam a alma de Romeiro são de frustração.

Grupo IV

1.  Madalena faz uma última tentativa para evitar a catástrofe final.1.1 Que argumento a apresenta a Manuel de Sousa?

R: Madalena tenta convencer Manuel que pode ter sido percicitado porterem dado demasiado importancia as palavras de um desconhecido, tudo

 parecia chama-lo  porque afirma que, “a nossa união”, “ o nosso amor éimpossível”. 

1.2 Como reage ele?R: Ele reagiu como uma pessoa perdida, desamparada, porque ele que éímpossivel o amor entre eles, por D. João ter aparecido.

2.  “Tenho que vos dizer; ouvi.” 

2.1 Reconstitui o que Telmo terá dito a Jorge.R: Telmo terá dito a Jorge aqueilo que Romeiro o ordenou dizer na cena 5.

2.2 Explica a reação de Jorge àquilo que Telmo lhe diz.R: Jorge não queria acreditar o que Telmo lhe tinha dito sobre Romeiro.

3.  Relê a última indicação cénica da cena VII.3.1 Explica a “repugnância” de Telmo e o facto de ele tentar falar com

Madalena.R: Telmo fica repugnado por Jorge não o deixar falar com Madalena peloaparecimento de D. João de Portugal

Grupo V

1.  Que função desempenha, na peça, a cena X?R: A cena X o cenário de onde vai a tomada de hábito de Manuel de Sousa eMadalena.

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 2.  As cenas XI e XII formam um conjunto  –   o desfecho do conflito  –   que

sesoluciona de forma irreversível com a morte de Martia e a tomada dehábito de Manuel de Sousa e Madalena.2.1 Poderemos afirmar que Maria se transforma aqui na personagem

principal? Por quê?R: Maria torna-se a personagem principal por ter descoberto a verdade eentra na igreja a correr para tentar impedir o acontecimento, mas como tinhauma sáude frágil não resiste e morre, dando o fim ao drama.

3.  O discurso de Maria é um discurso violento no tom, nos gestose nas ideias. 3.1 Contra quem e contra quê dirige a sua revolta?

R: Maria dirige a sua revolta contra todo o mundo, deus e a sociedadehipocrita que não permite a dissolução do casamento, tornando assimilegitimos essas pequenas vítimas de atos que lhes são alheios.

3.2 Embora já as “conhecesse”, o leitor/espectador ouve, agora, da boca daprópria a Maria, as razões que lhe tiravam o sono “cf. Cena IV, Ato I”. 3.2.1  Identifica-as

R: Maria procura perceber por que razão os pais estão sempre tão preocupados com ela.

3.3 Evidenciam, nesta longa fala de Maria, os recursos expressivos que dãoconta do “estado de completa alienação” da personagem.  R: Os recursos expressivos de Maria eram de completa tristesa, desalento eacima de tudo medo.

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Glossário

Agouros –  que indica presságio, sensação.

Aparente –  que parece ser, mas não é, visível, evidente.

Austero –  rígido, sevéro, de carácter inabalável.

Calvário –  lugar da crucificação do cristo, martírio.

Candelabro –  suporte feito normalmente em bronze, alguns com riqueza nos detalhes eque serve com aparato para se colocar velas.

Cirial –  castiçal grande, terminado em lanterna, que acompanha a cruz.

Consentir –  aceitar.

Desagregar –  separar, decompor, desunir.

Desferir –  aplicar, atirar, levantar.

Devaneio –  acto ou efeito de devanear, fantasia, sonho.

Dissolução –  acto ou efeito de dissolver ou dissolver-se, extinção, fim.

Eirado –  lugar descoberto e saliente sobre uma casa, ao nível de um andar, terraço,açoteia.

Embuste –  mentira artificiosa, ardil, patranha, logro.

Eruditas –  que revela vasto saber académico, doutor, adquirido através do estudo.

Espavorida –  que está muito assustada, ou apavorada.

Escapulário –  parte do vestuário monástico que cai sobre as espáduas e o peito;distintivo pendente do pescoço sobre o peito e as costas, próprio de certas confrarias.

Esquife-tumba –  caixão fúnebre; ataúde, tumba.

Extremoso –  carinhoso afetuoso: mãe extremosa; capaz de praticar extremos poralguém.

Galeão –  Barco

Ilegítima –  que não se adequa às circunstâncias determinadas pela lei, pelo direito:contrato ilegitimo.

Incredulidade –  falta de credulidade, repugnância em crer, falta de fé religiosa, decrença.

Leveza –  Qualidade do que é leve, pouco espesso, pouco pesado, pouco maciço: aleveza de uma pluma, do alumínio.

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A opinião de Garrett sobre a sua obra

“Contento-me para a minha obra com o título modesto de drama; só peço que não as julguem pelas leis que regem, ou devem reger essa composição de forma e índole nova; porque a minha, se na forma desmerece da categoria, pela índole dá-de ficar

 pertencendo sempre ao antigo género trágico”. 

Memória ao Conservatório Real de Almeida Garrett

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