porosidade de aeraÇao de solos para a maxima...

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An.ESALQ, Piracicaba, 45(parte 2),:381-396, 1988 381 POROSIDADE DE AERAÇAO DE SOLOS PARA A MAXIMA PRODurAO DE GRAOS DE FEIJOEIRO, EM " CASA DE VEGETAÇAO* PRoeI-1988.00038 PRI 1988 SP-1988.00038 O. Primavesi** F.A.F. de Mel10*** P.L. Libardi**** RESU~10: Foram realizados experimentos em casa de etação, na Escola Superior de Agricultura "Luiz de iroz", USP, em Piracicaba, SP, com amostras de terra O horizonte AloU Ap eB2 de um Oxis~l (LR) e um Alfi- 01 (PVp), sem e com adubação mineral e calagem, para rificar qual é a porcentagem de poros com diâmetro mai que 0,05 mm, numa faixa de 3 a 24%, que corresponde ã ixima produção de grãos de feijoeiro cultivar . Aroana O. O conteúdo de água, dos 2,5 litros de terra por va- o. foi mantido entre 100 e 70% da capacidade de vaso ôde ser constatada urna faixa preferencial entre 9 e 16% poros de aeração, sendo deslocada para uma faixa en- 24'e 29% de macroporos, quando ocorrer maior taxa de CUmulo de matéria seca, e provave1 menor fornecimento 02 ;nos nontos de crescimento radicular em solos com tgados pequen~s de grande estabilidade e maior conteú do de ãgua~ Parte da Tese, com bolsa de estudo da EMBRAPA, a- !,resentada pelo primeiro autor, ã E.S.A. "Luiz de l1ueiroz", Piracicaba, SP. ~ Centro de Tecnologia COPERSUCAR, Piracicaba, SP. Dept9 de Solos, Geologia e Fertilizantes da E.S.A. "Luí d .". . b U1Z e Que1roz , P1raC1ca a, SP. Dept9 de Física e Meteoro10gia da E.S.A. "Luiz de Queiroz", pesquisador do CENA/USP, Bolsista do CNPq. Piracicaba, SP.

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An.ESALQ, Piracicaba, 45(parte 2),:381-396, 1988 381

POROSIDADE DE AERAÇAO DE SOLOS PARA A MAXIMAPRODurAO DE GRAOS DE FEIJOEIRO, EM

" CASA DE VEGETAÇAO*PRoeI-1988.00038PRI1988SP-1988.00038

O. Primavesi**F.A.F. de Mel10***P.L. Libardi****

RESU~10: Foram realizados experimentos em casa deetação, na Escola Superior de Agricultura "Luiz deiroz", USP, em Piracicaba, SP, com amostras de terra

O horizonte AloU Ap eB2 de um Oxis~l (LR) e um Alfi-01 (PVp), sem e com adubação mineral e calagem, para

rificar qual é a porcentagem de poros com diâmetro maique 0,05 mm, numa faixa de 3 a 24%, que corresponde ã

ixima produção de grãos de feijoeiro cultivar . AroanaO. O conteúdo de água, dos 2,5 litros de terra por va-o. foi mantido entre 100 e 70% da capacidade de vasoôde ser constatada urna faixa preferencial entre 9 e 16%

poros de aeração, sendo deslocada para uma faixa en-24'e 29% de macroporos, quando ocorrer maior taxa de

CUmulo de matéria seca, e provave1 menor fornecimento02 ;nos nontos de crescimento radicular em solos comtgados pequen~s de grande estabilidade e maior conteú

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Parte da Tese, com bolsa de estudo da EMBRAPA, a-!,resentada pelo primeiro autor, ã E.S.A. "Luiz del1ueiroz", Piracicaba, SP. ~Centro de Tecnologia COPERSUCAR, Piracicaba, SP.Dept9 de Solos, Geologia e Fertilizantes da E.S.A."Luí d .". . bU1Z e Que1roz , P1raC1ca a, SP.Dept9 de Física e Meteoro10gia da E.S.A. "Luiz deQueiroz", pesquisador do CENA/USP, Bolsista doCNPq. Piracicaba, SP.

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386 An.ESALQ, Piracicaha, 45(parte 2) :381-396, 1988I

bases de 80%, com uma relação Ca:t~g:K de 16:4:1, de acordo com características químicas de cadá amostra de terra (Tabela 2), e elevar o nível de P disponível (H2S04 -0,05N) em torno de 15 ppm. Foram misturados com a terraCaC03, MgC03, KOH e superfosfato triplo. Ainda foramaplicados o equivalente a 40 kg/ha de N-ureia dissolvidaem água (1/3 no plantio e 2/3 24 dias apos emergência) e20 kg/ha de Zn-sulfato de zinco. ° potássio foi aplica-

!l • t -do na forma de base para garantlr sua participaçao nocomplexo de troca, com manutenção da relação desejadados cations.

Os vasos foram semeados no dia 18/07/84, commentes de feijoeiro cultivar Aroana 80, inoculadasRhizobium phaseoZi, e colhido ao final do ciclo (3tas/vaso).

A umidade do solo foi mantida entre 100 e 70%capacidade de vaso (MORAES, 1984).

Ao final do ciclo as vagens foram colhidas (excetopara o PVp-B2 sem adubo, no qual as plantas definharamaos 53 dias), secas em estufa com ventilação forçada a65 ± SOC, e apos debulha, pesadas as sementes.

As amostras indeformadas para as determinações fí-sicas no solo foram coletadas, apos corte da parte ae-rea, com anel volumetrico de alumínio, com base em bi-seI, com 4,8 cm de diâmetro e 3 cm de altura, a 5-7 cmda superfície da terra. Foi seguida a metodologia des-crita por SCARDUA (1972) para a macroporosidade, pelometodo do anel volumetrico. Os poros de aeração foramconsiderados aqueles com diâmetro superior a 0,05 mm queretem água a tensões de uma coluna de água menor que 60em.

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da

Foram realizados 4 experimentos, num esquema fa-torial 4 x 2, inteiramente casualizado. Um experimentopara cada tipo de amostra de terra, com 4 níveis de po-ros de aeração, 2 níveis de adubação e 4 repetições.

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Tabela 2. Características químicas das amostras de terra antes da instalaçãoexperimentos. (2 repetições).

dos

Peneira C % POJ_ + 2+ 2. AIJ+SOLO pH 4 K Ca !1g CTC7 V z m %agua emg g/lOOg te r r a

LR-AI e.2-1 5,9 1,44 0,05 0,09 4,22 1,57 0,09 10,04 58,6 1,5p.l 5,8 1,47 0,04 0,08 3,60 1,42 0, 1I 8,86 57,ó 2, 1

LR-82 p.l 5,2 0,90 0,02 0,01 1,82 0,25 0,21 6,72 3l,° 9,2p.05 5,3 0,84 0,02 0,01 1,89 0,25 0,24 6,87 3l,2 10,0

PVp-Ap e.2-1 5,0 0,57 0,02 0,12 3, 12 0,96 0,72 8,20 51,2 14.6p.2 5,0 0,51 0,02 0,01 2,92 1,08 0,96 7,61 52, 7 19,3

PVp-82 e.2-1 4,7 0,36 0,01 0,21 1,88 2,80 7,92 16,33 29,9 61,8p.l 4,7 0,39 0,01 0,21 1,90 2,81 8,00 16,611 29,S 61,9

areia e"I-0,5 6,7 0,06 0,10 0,03 0,46 0,37 0,08 0,04 51,8 8,5

085: pH-água ·relação solo: agua de 1:2,5; C% por titulação do excesso de bicromato de potássio comiodo; P (H2S04 0,05 N) re la ç ão solo:extracor de 1:1O; Ca e Mg (KCI 1 N) por ciculaçãocom EDTA; x: (HN03 0,05 N) com fotometro de chama; AI + H (acetato de Ca 1 N, pH 7) citulação com !iaOH 0,02 N;

valor 11. • saturação em Al)·;

CTC7 ·a pH 7;V ·saturaç~o em bases.

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388 An.ESALQ, Piracicaba, 45(parte 2):381-396, 1988

RESULTADOS E DISCUssAoA meta almejada de macropotosidade foi praticamen-

te alcançada com as amostras de terra do Lasossolo Roxo(Tabela 3), para os dois horizontes. Para o solo PVp ,não foi possível manter, durante o experimento, a faixade poros de aeração inicial, provavelmente devido ã ins-tabilidade dos agregados ã ação da agua, e a consequentereacomodação de partículas sólidas. A variação extremapara os macroporos encontrada foi de 1,81 a 28,75%considerando parcelas isoladas .

.iH - - - •A compactaçao afetou a produçao de graos, com ma~-

or intensidade nos tratamentos adubados. (Figura 1).

,A produção de grãos variou com o tipo de solo, mesmo com macroporosidade semelhante, em ordem decrescente:LR-Al, PVp-Ap, LR-B2 e PVp-B2' A produção nos horizon-tes superficiais sempre foi maior que no B2' Provavel-mente devido ã ausência de materia orgânica efetiva(- %MO - 0,03 x % argila, baseado PRIMAVESI, 1980,p.117)neste último. As parcelas sem adubo representam respec-tivamente 41, 2, 32, 7 e 13,3% das parcelas adubadas doL~-AI, PVp-Ap e LR-B2' considerando as maiores Erodu-çoes, destacando-se a resposta grande (7,5 vezes) a adu-bação no LR-B2. Considerando o hbrizonte AloU Ap e B2,a diferença de produção para o horizonte A e de 6,3, 3,6e 2,0 vezes maior no LRsem, PVpcom e LR com adubação respectivamente.

Comparando as produções de grão com as poros idadesde aeração (Tabela 3), pod~ ser verificado que não ocor-reuuma faixa estreita ótima de macroporos para a pro-dutividade maxima. Entretanto, na faixa de 9 a 16%(media de 12,5%) de macroporos, são entontradas tendên-cias (4) de picos de produção no PVp horizonte Ap e B2 ,sem e com adubo, e no LR-AI sem adubo, e na faixa de 24a 29% (media de 25,6%) de macroporos picos de produção(3) no LR-AI com adubo e no LR-B2 sem e com adubo. Aprimeira faixa com 4 casos, concorda com os dados de RO-VIRA (1975), PRIMAVESI (1983) e PRIMAVESI et alii

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An.ESALO, Piracicaba, 45(narte 2) :381-396, 1988

Macroporosidade, produção de grãos, raizesparte aerea, água e condutividade elétricasolos adubados (media de 4 repetições).

Tabela 3.

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390 An.ESALQ, Piracicaha, 45(parte 2):381-396, 1988

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Fig. 1. Produção de grãos (g/p1anta) em função da por-centagem de poros de aeração .

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An.ESALQ, Piracicaba, 45(parte 2):381-396, 1988 391

(1984) para a produção de matéria seca, e a segunda fai-xa, com 3 casos, concorda com resultados LEGARDA & FORSYTHE (1978).

Procurando explicação para a ocorrência de.stasduas faixas ótimas, inclusive para amostras de terra deum mesmo solo e horizonte (LR-Al), encontrou-se MARCOS &FREIRE (1980), que lembram que o àumento no grau de agregação das partículas sólidas de um solo resulta num equTlíbrio água: ar mais favorável ao desenvolvimento vegetal, podendo, porém, agregados pequenos reter mais águanuma mesma tensão, com redução no arejamento. Alem disso, a 9resença de espécies iônicas hidratadas, como deFe, pode reter água a tensões mais elevadas, tornando- amenos,disuonível ã ulanta. Este fenômeno pode ser elimi-nado por complexação ou quelação (JAMES & RICHARDS ,1986), destes ions. Medições de água presente na faixade 100 a 70% da cauacidade de vaso mostraram reelmenteque ocorreu maior ~onteúdo de água no LR que no PVp (Ta-bela 3), e que poderia explicar as diferenças entre osdois solos, mas não no LR.

MARCOS & FREIRE (1980) ainda informam que um teorcrescente de sais solúveis na solução do solo aumenta aexigência da planta em oxigênio. Medições da condutivi-dade elétrica do extrato de saturação (CEe) das parcelasadubadas, realizadas no final do ciclo em vasos semplanta, acusaram valores de ate 1,4 mmhos/cm (Tabela 3).Dados do US SALINITY LABORATORY STAFF (1954) informamque 2 mmhos/cm reduzem a produção de feijoeiro em 10% e4 mmhos/cm em 50%. Nestes experimentos embora não fo-ram utilizados adubos minerais com elevado índice salino(i excessão da uréia) pode ter 6corrido condição de mai-or necessidade de 02 no início do ciclo vegetativo, atea redução dos valores da CEe próximas ao crítico.

Durante o ciclo da cultura, a media das temperatu-ras máximas foi de 4l,20C, e das mínimas, l6,10C. FRAN-CO et atii (1972) informam que para a cultura do feijoeiro a máxima ótima limite parece estar em torno de 300C ~~ode ter ocorrido a ultrapassagem do ponto de compensa-ção (FERRAZ, 1984) luminica, jã que para amenizar a tem-

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392 An.ESALQ, Piracicaba, 45(~arte 2):381-396, 1988

peratura o telhado de vidro foi coberto (em 50%) com fo-lhas de palmeiras, e também o ponto de compensação térmico, ocorrendo uma atividade respiratória mais intensa-que a fotossinterica, em diversas fases do ciclo da cul-tura. Maior ativi0nde respiratória corresponde ã umamaior exigência em oxigênio. Alem de um menor envio deassimilados à'raiz, necessários ao estabelecimento da.•.pressao osmôtica necessária ã pressão de crescimento dascelulas em elongação (TAYLOR & RATLIFF, 1969), e ã ab-Rorção de água e nutrientes (com envolvimento, tambem ,na produção de energia química). Plantas com crescimen-to mais ~ntenso, devem ter exigência maior de oxigênioque planéas menos vigorosas, requerendo taxa de difusãode oxigênio ótimas maiores, como tambem sugerido porMEEK et alii (1986), o que pode ter ocorrido no caso doLR-Al adubado.

I

Além disso, o que se poderia chamar de eficiênciano aproveitamento de oxigênio, também deve ser dependen-te do estado nutricional da planta, (Tabela 4), ã seme-lhança da eficiência no uso de água (PRIMAVESI, 1986), eda eficiência nutricional (PRlMAVESI et: alii, 1985; PRI-MAVESI, 1986), afetados prIncipalmente pelo grau de fer-tilidade química do solo, e o ultimo também pelo graude compactação ou porcentagem de poros de aeração. A re-dução dos poros de aeração pode beneficiar nutrientes embaixo teor no substrato, e que chegam às raizes preferencialmente por difusão. Este parâmetro também deve estarligado às exigências específicas do genotipo utilizado.

Considerando todos estes fatores ambientais afetan.do o estado nutricional da planta, poderia ser evocada a

"lei do mínimo", através da qual poder-se-ia prever que,com o aumento do nível de oferta dos nutrientes mine-rais e água, mantendo as proporções requeridas pelo genoma, poderão ocorrer não somente duas faixas ótimas demacroporosidade, mas um requerimento linear de oxigêniona faixa dos 9 a 29% de macroporos, enquanto ocorrer ,evidentemente, o mesmo comportamento no acumulo de mate-ria seca vegetal, principalmente com metabolismo já ace-lerado por temperaturas ambiente mais elevadas.

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Tabela 4. Teor relativo de nutrientes Cio) na parte aerea, nos tratamentos de ma1-ar produção, nos 4 tipos de terra, sem e com adubo, alem da eficiênciade uso de agua.(PRIMAVESI, 1986).

SOLO sma smi.graosg ml/g

EUAN P K Ca Mg Zn Cu Fe Mn

% ppm

LR-AcPVp-AcLR-82CLR-AsPVp-AsPVp-82cLR-B2sPVp-B2s

5,213,242,562,151,060,910,340,18*

428540488562865670644880

31,6331,0634,9536,0138,7230,5030,2737,36

3,074,542, 733,493,122,782,662,36

29,4127,6428,3022,6928,0535,3517,6144,31

28,6029,5828,6128,6722,9426,2140,34

8,16

5,986,324,848,496,184,637,977,16

0,0390,0920,0460,0540,1060,0390,0560,054

0,0280,0380,0350,0410,0480,0270,0410,031

0,3000,4290,4020,4240,4370,3480,4740,507

0,0720,3090,1030,1380,4390,1190,5930,064

7,3 3245,9 5207,4 4457,4 4896,5 6718,4 4467,9 9206,7 373

OBS:- EUA ~ eficiência de uso de água, em ml áp,ua transpirada por grama de matériaparte aérea produzida; teor relativo, de cada nutriente em relação ao ·outro,

seca dasendo

sua soma igual a 100; sma/smi = soma de macro/micro nutrientes; s/c = sem/com adubo.A produção do solo LR-Ac, de 5,21 g de grãos pode ser considerado tratamento padrão.(*) produção de matéria seca da parte aérea.Deve ter havido diferença grande para os teores de B, AI e talvez S e Mo.

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CONCLUSCESConsiderando as condições de ambiente e genoma dos

experimentos, pode ser concluido que:a) ocorre uma faixa ótima de poros de aeração, em solos,

entre 9 e 16% (média de 12,5%) para a maxima produçãode grãos de feijão. Com o aumento no teor de sais eágua no substrato a faixa desloca-se em direção aos24 a 29% (média de 25,6%).

b) ocorre maior necessidàde de poros de aeração quandohouver maior requerimento de 02 (crescimento mais in-tenso, maior respiração devido i maior temperatura eteor de sais),ou menor fornecimento de 02 (em soloscom agregados pequenos de grande estabilidade, e mai-

or massa de água), ou desequi1ibrios nutricionais (mine-rais).

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Recebido para publicação em: 29.04.88Aprovado para publicação em' 08.11.88

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Termos para indexação: feijoeiro, porosidade deaeração, casa de vegetação.

AERATION POROSITY OF SOILS FOR THE MAXIMUM GRAINYIELD 0F COM~10N BEAN (Phaeeol.ue vul qar-ie, L.),IN GREENHOUSE

I

ABSTRACT: Experiments were carried out ingreenhouse, at ESALQ/USP, in Piracicaba, state of sãoPaulo, Brazil, with soil samples of the AI or Ap andB2 horizon of an Oxisol (LR) and an Alfisol (PVp)without and with mineral fertilizer and lime, toverify the optimum aeration porosity, between 3 and24%, for the maximal yield of common bean, cv. Aroana80. The water content in the 2,5 1 of the soil samplein the pot was maintained between 100 and 70% of thefield capacity. A preferential range (9 - 16%) ofmacropores or aeration pores (diameter greater than0,05 mm) could be verified. And deslocated to a

·range between 24 and 29% of macropores, when a higherdry matter accumalation rate occur, besides a probablylower oxygen supply to the growth points of the rootsin soils with small aggregates extremely water stableand with a higher water contento

Index terms: common bean, aeration oorositygreenhouse.

INTRODUçAORevendo a literatura sobre o assunto, encontra-se

que ROSENBERG & WILLITS (1962) verificaram que em soloarenoso o aumento da densidade do solo por compactaçãomelhorava a produção de feijoeiro ate certo ponto paradepois decair. Em solo argiloso o aumento da densidade

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levou a um decréscimo contínuo de produção.ROVIRA (1975) verificou que a macropcrosida~e

igualou inferior a 7,4% levava a um impedimento do de-senvolvimento mais profundo das raízes de feijoeiro, ob-tendo crescimento bom ao redor de 14,4%.

Conduzindo feijoeiro sobre um solo franco-argilo-so, FORSYTHE & HUERTAS (1979), constataram um aumento nap:od~çã~ de grãos_até c~mpactações com valor~s de resi~tencla a penetraçao radlcular de 6 - 10 x 10 KPa, composterior queda de produção com valores mais elevadosEm exnerimento anterior, no mesmo solo, LEGARDA & FORSY-THE (1978) encontraram que o espaço macroporoso adequadopara o cultivar de feijoeiro utilizado estava em tornode 25%. Isto levou FORSYTHE& HUERTAS \(1979) a sugerir umespaço macroporoso superior a 24% como sendo não limitante, entre 24 a 18% como levemente limitante (com redu=ções de produção até 20%), e abaixo de 5,3% como severa-mente depressivo.

Mais recentemente, PRIMAVESI (1983) e PRIMAVESI etalii (1984 a), observaram em terra do horizonte A de umlatossolo roxo (que apresenta comportamento físico de so10 arenoso, devido ao grau de agregação elevado das par=tículas sólidas) aumento de matéria seca de . feijoeirocom compactação para valores de m3croporosidade em tornode 11%, correspondendo a 8,6 x 102 KPa de resistência ãpenetração de penetrógrafo de cone, e redução com maiorgrau de compactação. Já em solo franco-si1toso, o au-mento de compatação levava a uma redução contínua deprodução, em função da redução da porosidade de aeração.Em terra do horizonte B2 de um latosso10 roxo, a compac-tação levou a um aumento de produção de materia seca defeijoeiro Rico Pardo, sem ultrapassar a macroporosidadeideal limite. PRIMAVESI et alii (1984 b) constataram quea consideração da macroporosidade parece ser o fator fí-sico mais adequado para correlacionar a produção ótimaem diferentes solos. Os resultados indicaram que deveexistir uma faixa adequada de poros de aeração, para amáxima produção de materia seca de feijoeiro, e que parece ser semelhante para diferentes tipos de solo, que

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apresentam drenagem livre.Surgiu entio, a neces$idade de realizar um traba-

lho que se baseasse numa faixa pré-fixada de macroporos,ou, no presente caso,poros com diâmetro maior que0,05 mm semelhante para todos os solos utilizados.

O estabelecimento desta faixa adequada de porosde aeraçio adquire importância na avaliaçio e interpretaçio mais adequada de resultados ryraticos de manejo de so10, adubaçio mineral superficial ~ e~ ~rofundidade, be~como de irrigaçio e movimento de ar,ua no solo, com rela-çio ao comportamento vegetal. .

Com o objetivo de confirmar a hipó!ese da existên-cia de uma faixa ótima de poros de aeraçao, independentede solo, realizou-se o cultivo de feijoeiro, em terrado horizonte A e B2 de um Oxisol e um Alfisol, sem e comadubaçio mineral, variando a porcentagem de poros comdiâmetro maior que 0,05 mm de 3 a 24%.

r1ATERIAL E ~irTODOS

Foram utilizadas amostras de terra dos horizontes(LR-Al, PVp-Ap) e B2 de Latossolo Roxo, Série Iracema(LR) e de Podzólico Vermelho-Amarelo varo Piracicaba(PVp), classificados por RANZANI et alii (1966) respectivamente como sendo Haplacrox orthico e Typustalf ochrul=tico.

A terra seca ao ar foi passada por peneira commalha de 2 mm de diâmetro, com posterior seleçio a secode agregados (Tabela 1) que permitissem o preparo deamostras de terra com porosidade de aeraçio de 24-17-10-3%, atraves de compactaçio. FOl determinada a massa deterra necessária para completar o volume de 15 cm de al-tura de vasos metálicos cilíndricos, com drenas basais,e com 16,5 cm. de diâmetro e 18 cm de altura (PRI~~VESI ,1986).

A adubaçio mineral ~isou alcançar uma saturaçio em