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JORNAL das Centrais Ano I | Edição I | Outubro - Novembro de 2016 Por nenhum direito a menos! RUMO À GREVE GERAL > PEC 241: A PEC DA MORTE > o avanço da terceirização > pré sal a venda 11 e 25 de novembro - paralisações e greves

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Page 1: Por nenhum direito a menos! RUMO À GREVE GERAL · investimento em Educação seria de R$ 60,7 bilhões e em Saúde seria de R$ 37,7 bilhões. • Se a PEC 241/16 estivesse em vi-gor

JORNALdas Centrais

Ano I | Edição I | Outubro - Novembro de 2016

Por nenhum direito a menos!

RUMO À GREVE GERAL

> PEC 241: A PEC DA MORTE> o avanço da terceirização

> pré sal a venda

11 e 25 de novembro - paralisações e greves

Page 2: Por nenhum direito a menos! RUMO À GREVE GERAL · investimento em Educação seria de R$ 60,7 bilhões e em Saúde seria de R$ 37,7 bilhões. • Se a PEC 241/16 estivesse em vi-gor

Apresentação Este é um jornal das centrais sindicais para o conjunto da classe trabalhadora do nosso estado. A quantidade e a força dos ataques do governo Michel Temer contra as garantias sociais previstas na Constituição de 1988, contra os direitos da classe traba-lhadora e contra o patrimônio nacional precisa de uma resposta à altura. Entendemos ser necessária, a construção de uma forte greve geral para mostrar ao governo e à maio-ria dos deputados e senadores que a população não vai assistir calada ao desmonte das garantias sociais. Convidamos todas e todos a participar da cons-trução da mobilização pelos direitos, e nos colocamos à disposição para conversar sobre estas questões.

Se a situação dos trabalha-dores já não é animadora, imagina quando o projeto que libera a ter-ceirização para todas as atividades for aprovado pelo Senado! Am-plamente praticada nas atividades meio (limpeza, vigilância, telefo-nia), a terceirização poderá ser li-berada para todas as atividades. Números atuais já comprovam que

os terceirizados em relação aos contratados diretos, ganham 27% a menos e que a cada 10 acidentes de trabalho, 8 acontecem com tercei-rizados. Isso só comprova o quanto a terceirização traz prejuízos aos trabalhadores! O projeto já foi aprova-do na Câmara de Deputados (PL 4330) e agora está no Senado (PLS

30) e aguarda para entrar na pauta de votação. Esse projeto é uma questão de classe! Põe em risco o futuro dos jovens, a economia do país, ataca as leis de trabalho! Precisamos rea-gir e impedir que o trabalhador e a trabalhadora sejam ainda mais ex-plorados!

Monstro da terceirização

Embora ainda não tenha apresentado uma proposta por escrito, uma das medidas mais anuncia-das pelo governo Temer é a mal chamada Reforma da Previdência. Com ela, o governo quer acabar com o tem-po de contribuição como critério para aposentadoria, e estabelecer apenas a idade mínima, que, segundo anunciam, seria de 65 anos de idade, tanto para ho-mem quanto para mulher. Está em debate também o fim da paridade (igualdade) entre salários dos trabalhadores ativos e benefícios na aposentadoria, inclusive para os servi-dores públicos.Evidente que passou da hora da classe trabalhadora ir à luta para impedir este ataque! Em primeiro lugar, é preciso saber, e divulgar para todas as pessoas que pudermos, que é uma gran-de mentira esse papo de que existe “rombo” na previ-

dência. A propaganda ideológica dos governos e da mídia finge hipocritamente desconhecer o que a Constituição de 1988 diz sobre a seguridade social e suas fontes de financiamento. Se cumprirem o que a Constituição Federal determina sobre as fontes de financiamento da segu-ridade social, onde está também a previdência, não existirá nenhum déficit, pelo contrário, haverá supe-rávit de milhões. Mas, para que os empresários pa-guem menos para a previdência, nunca cumpriram a Constituição, e querem novamente colocar o prejuízo nas costas da classe trabalhadora. Não se deixe enganar! Diga NÃO à Reforma da Previdência, e venha para a rua construir a greve geral!

Governo Temer quer estabelecer aposentadoria somente aos 65 anos

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A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 10 de outubro, a Proposta de

Emenda Constitucional número 241 (PEC 241), de autoria do go-verno Michel Temer, que tem o objetivo de congelar, por 20 anos, os gastos com os serviços públicos. A PEC 241 anda de mãos dadas com outros projetos, como o PLP 257 (que agora no Senado recebeu o número 54) da renegociação das dívidas dos estados e restrição aos gastos com o serviço público; com o PLS 204, que cria um novo me-canismo de crescimento artificial e inconstitucional da dívida pública; dentre outros. Veja abaixo, alguns prejuí-zos da PEC 241 e das medidas pa-ralelas: • A PEC 241/16 e o PLS 204/16 atendem aos interesses dos seto-res mais concentrados do capital, principalmente os banqueiros e credores da dívida pública, impu-tando graves prejuízos ao interesse

público e à sociedade. • Se a PEC estivesse vigente desde 2002, somente em 2015 a perda de investimento em Educação seria de R$ 60,7 bilhões e em Saúde seria de R$ 37,7 bilhões. • Se a PEC 241/16 estivesse em vi-gor desde 2003, a Saúde teria so-frido uma perda acumulada de R$ 318 bilhões até 2016. • A PEC 241/16 proíbe a realiza-ção de concursos e a contratação de novos servidores públicos para atender as demandas da popula-ção. • O IBGE estima que em 20 anos a população aumentará em cerca de 20 milhões de pessoas e o número de idosos irá dobrar, o que exigirá maior investimento em saúde, ul-trapassando em muito o teto esta-belecido pela PEC 241. • Estudos do próprio governo e de entidades sindicais estimam que a aplicação da PEC241 implicará, nos próximos 20 anos, em perdas da ordem de R$ 868 bilhões no fi-

nanciamento da assistência social. • A PEC 241/16 junto como PLC 54 (PLP 257/16) terão impactos negativos em todo o serviço públi-co, obrigando os municípios e esta-dos a diminuírem gastos com áreas sociais com o fim de renegociarem suas dívidas com a União.

Esperidião Amin – PP – SimMauro Mariani – PMDB – SimJoão Rodrigues – PSD – SimJorginho Mello – PR – SimMarco Tebaldi – PSDB – SimPeninha – PMDB - SimGeovania de Sá – PSDB – SimRonaldo Benedet – PMDB – SimEdinho Bez – PMDB – SimCelso Maldaner – PMDB – SimValdir Collato – PMDB – SimÂngela Albino – PCdoB - NãoCarmen Zanotto – PPS – NãoDécio Lima – PT – NãoPedro Ucsai – PT – Não

gVeja o voto dos deputados federais de SC

P E C 2 4 1 : A P E C D A M O R T E

Sabe as férias, o décimo terceiro, a licença maternidade e paternidade e tantos outros direi-tos garantidos aos trabalhadores/as? Você pode perder tudo! Trami-ta no Congresso o Projeto 4193/12 chamado de “Negociado sobre o Legislado”, que prevê que os acor-dos feitos entre sindicatos e pa-trões, estarão acima do que está na lei (Consolidação das Leis Traba-

lhistas – CLT). Parece ser uma proposta boa, mas é lobo em pele de cordei-ro! Quando um sindicato tem for-ça e capacidade de organização, ele consegue negociar com empresas e garantir boas condições para uma categoria de trabalhadores. Mas, com sindicatos fragilizados ou co-niventes com o patrão, o direito será reduzido para menos do que a

lei garante hoje. Esse projeto tem um obje-tivo claro: retirar dos trabalhado-res os direitos mínimos que foram conquistados pela luta de um sécu-lo atrás. Michel Temer apoia esse projeto, tanto que consta no seu Plano de Governo - Ponte para o Futuro -, e junto com ele estão os políticos e as empresas que apoia-ram o impeachment.

Com Temer, direitos serão negociados acima da lei

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A Câmara Federal aprovou, no dia 5 de outubro, o projeto de lei 4567, de autoria do senador José Serra, que deixa a Petrobrás fora de exploração do petróleo do pré-sal. O placar foi de 292 votos favoráveis e 101 contrários. O Senado já havia aprovado este projeto no último mês de março, de sorte que o as-sunto está encerrado no Congres-so. Ao contrário do que alguns dizem, foram os trabalhadores da Petrobrás (engenheiros, técnicos, operadores) que pesquisaram e des-cobriram petróleo abaixo do mar e abaixo da camada de sal. Foram os trabalhadores da Petrobrás que en-contraram formas de ir buscar este petróleo lá naquelas profundezas a um custo bem inferior à média do

custo mun-dial. E, justa-mente no m o m e n t o em que o barril do petróleo está mais baixo ao lon-go de décadas, o governo Temer e seu Ministro José Serrá decidem “alu-gar” o pré sal para ex-ploração de monopólios privados internacionais. O ar-gumento de que a Petrobrás não consegue explorar ao ritmo desejado é ridículo.

Golpistas leiloam petróleo que era nosso

Recentemente, a comuni-dade educacional brasileira foi sur-preendida pela Medida Provisória 746/2016, que trata da reforma do ensino médio. Por esta medida, sem discussão com a sociedade e sem apreciação sequer do Con-gresso Nacional, o presidente ilegí-timo Michel Temer dá força de lei a um conteúdo que é extremamente polêmico. A MP 746 tira a obrigato-riedade de disciplinas como Edu-cação Física, Sociologia, Artes e Filosofia, estabelecendo como compulsórias somente Matemática e Português. Sua proposta estrutu-rada em cinco eixos (linguagens; matemática; ciências da nature-za; ciências humanas; e formação técnica e profissional) supõe uma espécie de formação parcial e tec-nicista. Ademais, retira das escolas

a capacidade de decidir sobre a se-gunda língua moderna, colocando o inglês como língua prioritária na formação dos estudantes. Na práti-ca, essa reforma propõe uma forma de ensino cuja orientação está mais voltada para o mercado, dando ên-fase para uma incipiente formação da força de trabalho juvenil. Com isso, estabelece-se uma educação acrítica, que nega aos estudantes o acesso ao conhecimento científico para o entendimento da sociedade, da cultura e do seu próprio corpo. Além disso, a medida cria um mecanismo para a entrada de “professores” sem licenciatura. Trata-se do chamado “notório sa-ber”, que permite que qualquer um possa adentrar em uma sala de aula para ministrar conteúdos mesmo que ele não tenha a devida forma-ção para isso. Por fim, e não menos im-

portante, é preciso atentar que tal reforma está estritamente vincu-lada ao projeto mal denominado “Escola sem Partido”, ao restrin-gir o trabalho docente e arruinar a possibilidade de uma formação mais voltada para a cidadania. Fica evidente a intenção do governo Temer de estabelecer uma morda-ça na educação. Não querem nada que possa levar à reflexão, ao pen-samento crítico sobre qualquer as-sunto, e nem mesmo qualquer dis-ciplina lúdicas. A revolta com esta medida tem provocado manifestações pú-blicas e ocupação de escolas em di-versas partes do país. Entendemos importante o apoio a tais ativida-des, neste processo de construção de uma greve geral que possa der-rotar esta e todas as políticas de re-gressão social do governo Temer.

MP 746: o desmonte da educação