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“Por mais longa que seja a caminhada o mais importante é dar o primeiro passo.” 2013 VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR ...uma homenagem a Vinícius de Moraes ! VINÍCIUS DE MORAES

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“Por mais longa que

seja a caminhada

o mais importante é

dar o primeiro passo.”

2013

VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR...uma homenagem a Vinícius de Moraes !

VINÍCIUS DE MORAES

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APRESENTAÇÃO

Estamos em uma época em que a rapidez da informação e da comunicação instantânea é incontestável e isso domina a rotina de nossos jovens.

Sinto muito orgulho de nossa equipe de professores da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias pelo incentivo dado aos nossos alunos, levando-os a refletir sobre o fascinante mundo das palavras, pois é por meio delas que fluem nossos pensamentos e nos expressamos para o mundo.

Eis aqui o resultado de um trabalho da parceria educador-educando: uma obra representativa do talento, dedicação e criatividade.

Queridos alunos, sei que farão bom uso desta que é uma das dádivas com que fomos abençoados: a capacidade de eternizar nossos pensamentos através de registros.

Somos palavras...Palavra é sentimento.

Neuza Maria ScattoliniMANTENEDORA E DIRETORA

PREFÁCIO

No início de cada ano letivo, os professores procuram estabelecer estratégias que ajudem os alunos a desenvolver gosto pela leitura e pela escrita. As atividades de produção de texto do primeiro semestre procuram, dessa forma, desenvolver a expressão escrita como desafio transformador.

Os textos que compõem este livro são a prova inquestionável do estímulo à criatividade, ao exercício da produção e interpretação textual, e, acima de tudo, da oportunidade de trabalharmos alguns dos temas transversais: saúde, ética e cidadania, pluralidade cultural e meio ambiente.

Assim, nossos jovens são inseridos num contexto de produção de conhecimento, uma vez que o exercício autoral dota o adolescente da possibilidade da descoberta.

Os leitores encontrarão uma variedade de gêneros, dos jornalísticos aos tipos textuais mais rígidos, a exemplo da dissertação. Todos os escritos foram selecionados pelo critério do potencial criativo do aluno e da habilidade da expressão linguística.

É, enfim, um convite à reflexão sobre o sentido da vida individual e coletiva, importante experiência na formação de nossos alunos-escritores.

O homem se faz livre por meio do domínio da palavra.É através dela que ocorre o enriquecimento intelectual e cultural do ser humano.

EQUIPE DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

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LEAGUE OF LEGENDS E TEAM FORTRESS: A GUERRA - Pedro Almeida Gil

COURO DE PILHO - Stella La Regina

CHAPEUZINHO VERDE - Sophia Uchôa Bortolli

O DESAFIO - Nicholas Tanaka

SOU MÁRIO - Carolina Pontes Loretti

COURO DE PIOLHO - PARTE II - Fabienne Rost

O HIPOPÓTAMO GRISELDA - Giovana Valim

O CASTELO PERDIDO DE SARODON - Fabio Mendonça de Barros Braghette

A FLOR FALANTE - Mariana Povoa

O GATO DE BOTAS MÁGICAS - Carolina Parra

JULIETA, A GUERREIRA - Mariana Oliveira Leite

O NORDESTE - Bianca Sanchez

os6 Anos - Fundamental

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THE INFERNO DRAGON - Bruno Granado

BATALHA ENTRE RIVAIS - Arthur Shinzato

A VIAGEM PARA O TRANSTORNO - Beatriz Costa

A BATALHA ENTRE O HERÓI OSMERIX E BRUXS - Júlia Helena Gammaro

A BATALHA - Tyê Bocci

CONTINUAÇÃO DE DOM QUIXOTE - Isabela Fabozzi

DEZESSEIS LUAS - Giulia Moretti

SHKARKA, A GRANDE AMEAÇA - Pedro Said Durand Parreira

O DRAGRIFO E A HEROÍNA - Giovanna Liz Vieira

O MEDO E FRIO - Thiago Semkovski

DOM ROMEU Y SUAS AVENTURAS - Romeu Zuliani Filho

UMA BATALHA DE ARREPIAR! - Sarah Birembaim dos Santos

os7 Anos - Fundamental

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ORFEU PAULISTANO - Pedro Henrique Saboia Campos

O VÍRUS - Raul Moderiano

AMOR, TRAGÉDIA E MORTE - Felipe Santa Cruz

DESAFIANDO O DESTINO - Camila Viana

ORFEU PAULISTANO - Davi Cassano

O DIA EM QUE MATAMOS JAMES CAGNEY (ROTEIRO) - Natalie Cofino

A MORTE DE JAMES CAGNEY - Gustavo Bruni, Juliano Manhães e Rafael Dias

O QUE EU FAÇO COM ESSA GENTE? - Ana Beatriz Cabral

ORFEU PAULISTANO - Igor Magela

JÁ ESPERADO, MATOU ATORES AMADOS - Ana Luiza Cintra

A MORTE DE JAMES CAGNEY - Alexia Guerra Melo

WALDYNER E CLAUDINETE - Thiago Rodriguez

os8 Anos - Fundamental

SUMÁRIO

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À PROCURA DE ESTRELAS - Sarah Oliveira

BOLSA LUXO - Lígia A. Filgueiras

BOLSA CRACK - Rafaela Melo Ferreira

O DINHEIRO DA BOLSA - Antonio Martins

MELHORA OU PIORA - Camila M. Ziravello

A BONECA - Maria Julia Albuquerque

“CRER, OU NÃO CRER” - Yvan Verlongieri

QUEM CONA UM CONTO - AUMENTA UM PONTO - Rafaella Polachini

BOLSA CRACK - Marcelo Costa

É UM CRAQUE - Amanda Jentof

O MAL DA GUERRA - Gustavo Schneider

INVESTIMENTOS PROVISÓRIOS - Paula S. M. Cassitas

os9 Anos - Fundamental

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BEIJO DE AMOR - Vitor Maron

CICLO ALIENADO - Manuela Heloisa Scaramela Pereira

60 SEGUNDOS - Christie Yamasaki

SOCIEDADE ROTULADA - Luana Gaudino Brescia

CONSUMO DESNECESSÁRIO - Alexandre Kowalski

CICLO CONSUMISTA - Daniela Beatriz Scaramela Pereira

LIBERDADE: UM DOS CAMINHOS PARA A FELICIDADE - Gabriela Gurgel

O AMOR - Roberta Strauss

SEU JEITO DE AMAR - Luiza Mazzio

DINHEIRO NÃO COMPRA FELICIDADE - Andressa Munhoz

SEDENTARISMO TECNOLÓGICO - Lucas Arruda

CONSUMISMO - Amanda Vedovi

os1 Anos - Ensino Médio

os2 Anos - Ensino Médio

os3 Anos - Ensino Médio

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“ESTRANHO NO NINHO” - Marina Miranda

TRAGÉDIA EM CAMPO - Francisco Juarez

O FIM DO MUNDO - Hugo Henrique

CARTA DE BELÁ KATZ ZEDEC - Kiana Gray

PEQUENAS MELHORIAS, GRANDES MUDANÇAS - Georgia Luquini

A RENÚNCIA DO PAPA BENTO XVI - João Paulo Moura

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IRREFUTÁVEL INFERIORIDADE - Ricardo B. M. Fernandes

A VERGONHA DE DARWIN - Carlos André Nunes

GERAÇÃO COCA-COLA - Ana Carolina Barreto

O CASAMENTO DA FELICIDADE E TRISTEZA - Ilana Melo F. Sabino

PLEONASMO IRÔNICO - Marcello Ziravello

CARTA AO ACIONISTA - Bárbara Napolitano

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os6 Anos

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o6o6A primeira proposta da aula de Redação para os ingressantes

do Fundamental II foi a escrita de uma fábula no modelo de Esopo e La Fontaine. Era importante que os alunos

compreendessem que a história deveria conduzir o leitor a uma reflexão sobre a moral. O texto de Giovana Valim chama a atenção pelo humor.

Em março, propomos aos alunos que revisitassem o universo dos contos maravilhosos, repertório do imaginário mundial já bastante conhecido. Após a leitura

das diferentes versões de “Cinderela”, recolhidas pelos fabulistas Charles Perrault e pelos irmãos Grimm, os alunos inventaram suas próprias histórias. Os textos das alunas, Mariana Povoa, Mariana Leite e Sophia Uchôa brincam com o maravilhoso através do romantismo e de reviravoltas inesperadas. Já a narrativa dos alunos, Fábio Braghetti, Pedro Gil e Nicholas Tanaka chamam a atenção por aliar, além dos textos tradicionais do universo maravilhoso, diversas referências de leitura à estrutura dos contos maravilhosos e ao mesmo tempo dar um tom aventuresco ao texto.

A proposta de março instigou a veia humorística dos alunos. A intertextualidade da tirinha de Adão Iturrusgarai com as histórias maravilhosas clássicas, serviu de ponto de partida para que os alunos pudessem criar um universo ao mesmo tempo mágico e cômico. O texto de Carolina Parra é delicioso de ler porque a aluna conseguiu imaginar e descrever dois reinos diferentes que não foram dados pela imagem além de criar uma personagem desastrada, um anti-herói que vence o vilão da história “por acaso”.

Em abril, os alunos foram convidados a adentrar o mundo dos contos populares do Brasil através da leitura do texto oral “Couro de Piolho” recolhido pelo folclorista Câmara Cascudo. Trata-se de um projeto ambicioso nosso uma vez que os alunos foram não somente convidados a construir a continuação de uma narrativa maravilhosa, como também deveriam trazer o universo da cultura brasileira e a linguagem informal para sua criação. Por conta da idade, é difícil encontrar textos longos que consigam aliar tanto a imaginação quanto certa dose de cultura popular sem que a narrativa valha-se de clichês e linguagem que pouco convencem. Os textos de Stella La Regina e Fabienne Rost são exemplos de narrativas muito imaginativas, que aliam a fabulação do conto maravilhoso à riqueza do universo cultural e linguístico brasileiro.

A prova trimestral de abril trouxe boas surpresas. Após lerem o texto rimado e cheio de sotaque nordestino de Patativa do Assaré, os alunos foram convidados a contar uma narrativa que integrasse a variante linguística sertaneja à temática do retirante nordestino. Ao observarem a figura e ouvirem as leituras em classe de cordeis rimados, Carolina Loretti e Bianca Sanches intuitivamente compuseram histórias com sonoridade e experimentação vocabular interessantes para a idade.

Professora Gabriela Fonseca

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LEAGUE OF LEGENDS E TEAM FORTRESS: A GUERRAPedro Almeida Gil

Era uma vez, um inventor de games muito conhecido mundialmente. Ele inventou dois incríveis games de computador que se chamavam League of Legends e Team Fortress.

Ele morava em uma mansão que era mantida pelo governo que pagava suas despesas. Ele tinha um computador mágico que liberava o computador de qualquer vírus e de qualquer hack. Esse computador podia se encolher e caber no bolso dele para ele levar o seu computador para qualquer lugar.

O nome do grande inventor era Bane Tchu, um nome adorado por todos seus fãs. Ele adorava seu trabalho, pois sempre conseguia criar um jogo que tivesse fama mundial.

Certo dia, um ladrão chamado Ralph Core tentou hackear um dos jogos de Bane Tchu e por azar o ladrão roubou o jogo mais famoso chamado, League of Legends, um jogo de ação, que necessita de muita estratégia e muita habilidade .

O Bane Tchu já estava preparado para esse tipo de coisa quando ele descobriu que o ladrão conseguiu hackear o seu jogo. Mesmo com um computador que se defendia de qualquer vírus, ele entrou em um site que ele mesmo inventou. O site era muito desenvolvido com a última geração de tecnologia, tinha vários códigos para ele usar em cada tipo de situação. Mas esse roubo era diferente de todos os outros, pois necessitava de um código muito complicado que só o Bane Tchu sabia fazer. Mas esse código demorava 1dia e 20 horas para funcionar.

Depois de 1 dia e 20 horas, o Bane Tchu ligou para o Ralph Core (ladrão) e disse, com muito orgulho de ter conseguido:

- Cadê o jogo que você me roubou?- E o ladrão disse:- Ué ta aqu... - Quando ele percebeu que o Bane Tchu tinha recuperado o jogo ele

parou de falar e desligou o telefone.Então depois disso Bane Tchu contou tudo em uma entrevista de imprensa.

É lógico que ninguém acreditou, mas não importava o que os outros pensavam, o que importava é que ele tinha conseguido recuperar o jogo.

No final da história, claro que ele jogou o seu jogo para ter uma comemoração mais divertida e ele também convidou seus amigos para jogar com ele... Essa foi a noite mais divertida da vida de Bane Tchu, e a pior de Ralph Core, pois ele foi preso. Mas no final Bane Tchu se divertiu muito...

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COURO DE PIOLHOStella La Regina

A princesa pediu ao rei que fizesse mais provas ao João:- Por favor, pai! Ainda não acredito que seja mesmo ele com quem vou casar! Por favor!- Tudo bem... - o rei disse - vou fazer só mais duas provas para ele e chega!No outro dia o João foi convocado a falar com o rei de novo. Ao chegar lá, o rei falou

que ia fazer outro teste. João ficou meio bravo, mas decidiu aceitar.Às duas horas da tarde, foi fazer o outro tal teste. O teste era assim: o rei fazia uma

pergunta ao João, se ele respondesse errado, tchau, tchau João, mas se respondesse corretamente; deveria passar pelo último teste.

Ao chegar na sala do trono, sentou em uma cadeira grande, vermelha e feita de ouro. O rei estava sentado no trono real. O rei já ia começar a fazer as perguntas, mas João falou:

- Espere, vossa majestade! Preciso ir ao banheiro!- Oh! Mas seja rápido, por favor!- João na verdade não queria ir ao banheiro, ele queria mesmo era queimar outro fio da

roupa do velhinho. Então, pediu ao fio e queimou:- Quero que eu saiba todas as respostas que o rei me perguntar!Ao chegar na sala do trono, sentou-se na cadeira. O rei começou a fazer as perguntas e

como todo mundo previa, acertou todas.A princesa, depois de saber que ele ganhou, começou a ficar interessada nele. No

segundo teste que já seria no próximo dia, ele tinha que: adivinhar a cor da cueca do rei! Era estranho! Mas era o que ele tinha que fazer, né?

No dia da segunda prova, antes de começar, João foi, no quarto dele mesmo, queimar outro fio e pediu:

- Eu quero acertar qual é a cor da cueca do rei!Ao chegar na sala do trono, ia sentar na mesma cadeira quando o rei, sentado em seu

trono, perguntou qual era a cor da sua cueca e João falou:- É branca de coraçõezinhos vermelhos!- O que será que aconteceu? Óbvio que ele acertou! - O rei (meio

constrangido e meio feliz) falou:- Parabéns, João! Você vai casar com a minha filha!João muito feliz respondeu:

- Claro! Eu vou cuidar super dela!No dia do casamento, a princesa, como já estava interessada nele,

aceitou e ele também. Espera! Esqueci uma coisa! Depois eles comeram muita feijoada até ficarem com dor de barriga! Ou seja: ficaram felizes para

sempre! Obs.: atividade que propôs a continuação do conto “Couro de Piolho” de Câmara Cascudo.

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O CASTELO PERDIDO DE SARODONFabio Mendonça de Barros Braghette

Era uma vez um menino com 27 anos, alto, leal e bonito com o nome de Jack. Quando tinha 12 anos, seu inimigo se chamava Eddie. Ele era um psicopata. Jack perdeu o pai muito cedo. Ele era rico, morreu de uma doença rara e seu cadáver estava congelado no castelo perdido da antiga cidade de Sarodon.

Eddie descobriu que tinha o poder da magia. Com seus poderes escreveu um livro de feitiços e em um mês, dominou a antiga cidade de Sarodon. Escravizou seus cidadãos e os obrigou a obedecê-lo, senão deveriam ser mortos.

Jack, quando viu o noticiário em sua casa, soube do lance e tentou lutar contra Eddie, mas não conseguiu derrotá-lo. Jack então correu, correu e correu sem destino e acabou perdido. Então disse desesperado:

- Hã? O que foi isso? Eu já estava aqui! Que caminho eu devo cruzar? Eu estou perdido! Estou completamente perdido!

Já era meia noite e o Jack continuou chorando e ficou com muito medo ao mesmo tempo, quando viu uma coisa toda destruída lá longe e foi ver o que era. Ele descobriu um castelo velho e falou:

- Sarodon era um reino!Então encontrou uma mensagem que dizia: “Se alguém ler esta mensagem saberá que

fugimos do castelo por causa de um terremoto que o estragou no ano 00. Para reconstruir o castelo, na Atlântida há um livro de feitiços que ajudará a derrotar os vilões que escravizaram as pessoas deste reino. Quem as derrotar se tornará o novo rei”.

Jack esperou amanhecer e tentou voltar para Sarodon, mas se lembrou que lá Eddie o pegaria. Então seguiu qualquer caminho e chegou numa cidade chamada Sext. Correu para uma loja de submarinos e comprou um, indo direto para uma praia. Logo começou a estar mais próximo de Atlântida. Chegando lá, colocou uma roupa de mergulhador, pegou o livro de feitiços e voltou para Sarodon.

Eddie o viu e o prendeu, mas Jack fez vários feitiços. Aconteceram guerras entre os dois e depois de 6 horas Jack matou Eddie. Depois de 2 meses, Jack se tornou rei de Sarodon, mandou reconstruir o castelo e desafundou Atlântida.

Sarodon se tornou um reino de novo. Jack mandou construir um túmulo para seu pai e trouxe benefícios ao reino.

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CHAPEUZINHO VERDESophia Uchôa Bortolli

Era uma vez uma menina linda e meiga chamada Chapeuzinho Verde. Era chamada assim pois sempre estava vestida com uma capa verde. Um dia, a mãe de Chapeuzinho verde lhe falou:

- Chapeuzinho, sua avó está muito doente. Você precisa levar doces para ela.- Tudo bem, mamãe.- Mas não se esqueça, vá pela cidade, pois na floresta tem um lobo que é muito mau, ele

come as criancinhas e suas famílias.- Chapeuzinho foi pela cidade que era uma calma cidade do interior. De repente, viu

sua avó, saiu correndo para abraçá-la.- Oi vovó!- Oi minha netinha! Achei que você estava demorando, então eu vim lhe buscar.E as duas saíram caminhando em direção à casa da vovó. Chapeuzinho percebeu que

sua vó estava levando ela para um lugar estranho, então saiu correndo. Mas a bengala da avó não servia para nada, a bengala era mágica, fazia vovó ficar ágil como uma pessoa de 20 anos só batendo a bengala no chão. Então vovó bateu sua bengala e saiu correndo atrás de Chapeuzinho, que gritava:

- Socorrooooo!!!De repente Chapeuzinho viu o tal do lobo mau que nem era tão mau assim, era um

simples padeiro que vivia na floresta. Então pediu ajuda a ele. Ele partiu para cima da velha vovozinha e a comeu. Chapeuzinho falou:

- Obrigado, achei que você nem ligaria para meu pedido de socorro, pensei que você fosse mau.

- Por que todos acham que eu sou mau?- Sei lá, minha mãe me falou que na floresta tinha um lobo mau.- Quer que eu te leve para casa? Sua mãe deve estar preocupada.

- Sim.Então o lobo levou Chapeuzinho para a casa dela e, no caminho,

Chapeuzinho contou sua história para ele e a partir desse dia passaram a ser os melhores amigos do mundo!

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A FLOR FALANTEMariana Povoa

Era uma vez uma menina, a Charlote, uma princesa. Ela era linda e querida por todos. Nesse reino havia a lenda da flor falante, era uma flor de cor ouro ,bela e jamais vista. A mãe de Charlote era a Rainha Angela, que o povo idolatrava. E para variar havia a vilã que no caso era a invejosa: Doroteia, a cozinheira.

Um dia, plantaram uma semente diferente, também jamais vista, na frente do castelo e de frente para o quarto da princesa.

- Hora do jantar!-disse a cozinheira. - E a coitada Charlote veio correndo para aproveitar seu delicioso jantar! A pobre da menina estava sendo envenenada. A malvada de Doroteia tinha envenenado a comida de Charlote. Doroteia rindo por dentro foi avisar a Rainha. A rainha mandou colocar a princesa em sua cama. Nisso, a mãe dela, desesperada, chamou o melhor médico do reino. O médico não consegui identificar o diagnóstico pois Doroteia usou um veneno cujo fabricante já tinha morrido. O médico angustiado disse:

- Eu sei que tem pessoas que não acreditam, porém só a flor falante poderá curá-la. A rainha mandou os guardiões e os moradores do reino irem atrás da flor falante, mas o que a rainha não sabia é que a flor estava na frente de sua casa.

Um humilde jardineiro que trabalhava no jardim do castelo estava regando o jardim quando viu uma coisa brilhando. Ele foi ver o que era: a flor dourada! Ele arrancou a flor e entrou correndo no castelo e falou:

- Vossa Alteza, achei a flor, posso ir ao quarto de Charlote para curá-la.Ele colocou a flor no nariz da princesa e ela acordou com lindo rapaz em sua frente.

Eles deram um intenso beijo e se casaram. Doroteia foi presa durante 100 anos na masmorra e por fim morreu de mau gosto. O jardineiro virou príncipe. E a Charlote e seu marido tiveram 12 filhinhos...

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O DESAFIONicholas Tanaka

Era uma vez um príncipe chamado Steve que vivia em seu castelo. Um dia ele soube que uma princesa foi capturada por Livia, a bruxa. Steve pegou sua espada e foi para a casa da bruxa com o objetivo de salvar a princesa. No caminho, o príncipe viu algo ou alguém. Steve chamou-o:

- Ei você aí !A coisa imediatamente se virou e foi na direção de Steve. Ela tinha formato de humano,

mas tinha três olhos. Steve arrancou a cabeça da criatura e começou a falar sozinho:- Hahaha! Criatura sem noção! Você gosta disso? Em ? Em ? Eu sou bem melhor que

vo... Antes de terminar a fala, Steve viu a casa de Livia que ficava na parte sombria da floresta. Steve entrou na casa e viu um gigante e perguntou:

- Antes da gente lutar, tenho uma pergunta: como você cabe aqui?O gigante não respondeu, apenas tentou esmagar Steve que se desviou e começou a

atacar também, mas logo o gigante caiu de cara no chão da casa. Steve olhou para os lados e viu a princesa de costas para ele. O príncipe olhou para os lados para ver se Livia não estava por perto. Ele foi até a princesa e sussurrou nos ouvidos dela:

- Oi princesa quer se casar comigo? - A mulher ainda de costas disse:- Claro que quero Steve! - Steve confuso perguntou:- Então vamos ao meu caste... Pera aí, como é que você sabe meu nome? - A princesa se

virou com seu rosto horrível e gritou na cara do príncipe:- Porque sou Livia e não uma princesa! Esse negócio de princesa foi um truque para

você vir aqui eu te eliminar!Steve ficou com os olhos arregalados e enfiou a espada no coração da bruxa. Steve

estava triste por continuar solteiro e voltou para seu castelo.

O GATO DE BOTAS MÁGICASCarolina Parra

Era uma vez um gato que usava botas mágicas. Elas voavam e lançavam feitiços. Ele usava as botas para salvar princesas. O pai da princesa Jujuba pediu para o gato salvar sua filha do rei

Gelado e em troca, Jujuba casaria com ele. O gato achou muito justo e foi salvar a princesa.

Quando o gato chegou no reino Gelado, dois monstros de sorvete o atacaram e ele os lambeu porque sorvete é feito com o leite que os gatos

adoram. Os monstros ficaram com medo e gritaram:- Socorro! Socorro! Um gato, há!

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O gato não entendeu o que aconteceu e continuou a viagem. Mais tarde, dois monstros de raspadinha o atacaram, mas o gato estava fazendo um miojo e deixou água quente cair neles. Eles começaram a gritar:

- Ah! Água quente! Eu estou derretendo!- Eles não devem gostar do sabor peixe, é muito exótico! – pensou o gato.De novo, sem entender nada, o gato continuou a viagem até chegar no castelo do rei

Gelado e finalmente disse:- Devolva a princesa!- Nunca! - replicou o rei Gelado.Então o gato entrou no castelo e deu uma paradinha para fazer chocolate quente.

Depois saiu voando até o alto do castelo com suas botas e disse:Eu vim salvar a princesa, seu rei Gelado!Depois de dizer isso, o gato desastrado derrubou o chocolate quente no rei e ele

derreteu.- Oh, nobre gato, você me salvou!- Vamos nos casar então, linda princesa! - disse o gato.Então os dois foram voando para o reino Doce, se casaram e foram felizes para sempre.

SOU MÁRIOCarolina Pontes Loretti

Seu dotô, tem leite pra hoje? - Tem sim! Marco era um veinho que vendia leite. E tinha um cachorrinho que só sartava e não parava. O cachorrinho me adorava. - Tchau dotô! Brigada pelo leite! Gostava muito de laçá. Tinha um cavalo branco e preto. Adorava o cavalo.Um dia, o cachorrinho do dotô morreu... tadinho... Fiquei tão triste. Depois de alguns anos, Seu dotô morreu... Ê Ê Ê Ê cachorrinho. Ê Ê Ê Ê seu dotô.

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JULIETA, A GUERREIRAMariana Oliveira Leite

Era uma vez num reino distante, um rei e uma rainha: rei Arthur e rainha Caroline. Eles eram muito apreciados e amados no seu reino que fica na Inglaterra. Eles tinham 3 filhas: Cher a mais velha que tem 20 anos e é bem bonita, apaixonante mas muito preguiçosa; Julieta, a do meio que tem 17 anos e é bonita, meiga e guerreira; e Violetta, a caçula de 5 anos que é bonita, meiga e delicada. Todas amavam a Inglaterra onde viviam e futuramente (talvez) iriam governar.

Seus pais eram muito rígidos, então não deixavam elas saírem de lá, até construíram uma floresta assombrada em volta do castelo. De lá, só sai quem tem uma espada mágica que só o rei e a rainha e alguns funcionários/servos tinham permissão de usar. Julieta sempre sonhava em sair dali e iria, seus pais deixando ou não. Ela então foi falar com seus pais:

- Mãe, pai? Posso atrapalhar por apenas um segundo?- Claro filha, diga.- Eu...eu... eu amo vocês, só isso! Beijo, tchau! - Julieta disse isso e saiu correndo.- Não acredito que disse aquilo, queria falar... que eu vou fugir.- ela disse isso e foi pro

quarto. Ela nem reparou que alguém estava ouvindo ela.Ela foi pro quarto dormir, acordou de madrugada, pegou a espada mágica, e saiu pela

janela. Quando caiu no jardim, abriu um sorriso e começou a correr, mas ela tinha um objetivo. Pegou a espada e correu para a floresta. Cada vez que um bicho ou árvore do mal aparecia, ela matava com a espada. Cada vez que se via mais perto do final da floresta, abria um sorriso muito grande. Estava quase saindo da floresta, quando uma árvore que ela nunca tinha visto antes a impediu de passar. Quando ela bateu com a espada nela, a árvore se despedaçou e apareceu o Joseph

- Joseph? O que está fazendo aqui?- perguntou Julieta.- Soube que você iria fugir e vim pra cá. Assim facilita muito o plano! - respondeu

Joseph.- Plano? Bom depois me conta. Agora licença. – disse Julieta.- Não! - gritou Joseph.

- Não? Você é meu funcionário, me obedeça! – gritou Julieta.

- Saímos do castelo, não sou seu funcionário, sou seu irmão, Joseph Millar.

- Hahahá - disse ela rindo sarcasticamente - Dá licença, por favor e para de falar besteira!

- Quer que eu prove?- disse Joseph.

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- Não! Eu quero passar. Joseph mostrou o colar que o filho primogênito de um rei ganha quando nasce e uma

foto.- Oh! Me desculpe - Julieta foi abraçá-lo mas Joseph a esfaqueou.- Esse era o meu plano, matar todas vocês para eu ser o REI!!! Na verdade só irei matar

você e a Violetta. Se meu plano não der certo eu conquisto a Cher e...serei rei de qualquer jeito!

- Não acredito que você é tão burro de me dizer isso! – disse Julieta caída no chão.- Você não vai conseguir me impedir, diga adeus para sua Violettinha!Joseph voltou correndo para o castelo e nem foi atacado na floresta, parece que ele

sabia como mandar nela. Julieta não hesitou, pegou a espada, resgou um pedaço de roupa para reter o sangue e foi o mas rápido possível para o castelo. Abriu o portão do castelo e viu Violetta no chão. Ela ficou muito triste, mas lembrou de uma lenda que dizia: para ressucitar a pessoa morta, é preciso pegar o sangue da vitíma, o sangue do assassino e misturar, depois colocar na boca da pessoa, que em menos de 10 minutos a vítima iria acordar.

Julieta escondeu a Violetta e foi em direção ao castelo tentar salvar sua família. Ela chegou no palácio e viu o Joseph beijando a Cher.

- O quê? - Julieta disse.- Oi!- disse Joseph.- Ah! Ju? - falou Cher.- Joseph se afaste dela ou... - disse Julieta pegando a espada.- O que você está fazendo? O que deu em você, Julieta? - Joseph pegou uma faca que

estava no bolso dele e eles ( Julieta e Joseph) começaram a brigar.- O que está acontecendo aqui? Alguém me explica? - falou Cher.Julieta saiu correndo, não sabia o que estava fazendo, nem o que pensava. Quando

parou pra pensar estava longe do castelo e havia atravessado a floresta. Olhou para frente lá tinham guardas e mais um grande portão e uma limousine na porta. Os guardas deixaram ela passar e ela entrou na limousine. Pediu para o motorista levar ela para a cidade mais próxima. Ela achou uma roupa na limousine, um vestido lindo e estava frio. Então foi perfeito: chegou na cidade e recebeu vários aplausos. Havia um homem lindo, com uma rosa na mão. Ele entregou a rosa para ela e a beijou. Ele se chamava Leon. Eles conversaram e se conheceram bem. Ele estava disposto a ajuda-lá em tudo. Juntos, eles voltaram para o castelo. Chegaram lá e tudo estava um caos, tudo destruído. O rei e a rainha estavam chorando no jardim.

- O que aconteceu aqui pai?

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- O Joseph... A Cher se apaixonou por ele e ele sequestrou ela e mandou um exército para destruir o reino. Ele só fez isso pra virar rei.

- É eu sei! E agora o que faremos?- Eu tenho uma ideia -disse Leon.- Quem é você? - perguntou Caroline.- Ele é o Leon, ele me recebeu na cidade dele, e acho que é meu namorado... - Julieta

disse e se beijaram.- Tá bom, tá bom. Cadê a Violetta?- Arthur perguntou.- Aqui! - Julieta foi aonde tinha escondido Violetta, mais ela não havia acordado.- Não acredito, ela... - disse Caroline.- Depois vemos isso - disse Julieta.- Depois? Vão vocês eu vou cuidar da minha filha- disse Caroline.Então eles foram, seguiram a ideia do Leon e foram para Califórnia. Lá tinha uma casa

gigante com uma placa escrita: La casa de el gigante Joseph Millar. Arrombaram a porta e Joseph estava preparando um chá de maldade para a Cher. Julieta foi buscar a Cher.

Dias Depois, Julieta, Leon, Arthur e Cher estavam em um hotel porque o castelo estava tão destruído que não dava para ir pra lá. Joseph havia fugido e estaria tentando capturar Cher porque não havia poção anti-amor. Joseph estava perto do hotel e viu que a Cher estava no saguão. Ele pediu pra conversar com ela, eles estavam conversando fora do hotel. Quando Julieta resolveu olhar pela janela para ver o dia, viu a Cher e o Joseph. Ela procurou o arco-e-flecha e pensou : "é agora ou nunca!”

Julieta atirou o arco e flecha e ela foi no coração de Joseph- Eu...eu consegui, acabou, finalmente acabou.Meses depois tudo estava perfeito. A Julieta virou rainha e Leon o rei. Julieta era, foi e é

a melhor rainha. Depois de 3 anos teve uma filha chamada Marian. Marian era linda. Violetta infelizmente não aguentou. Cher achou um novo namorado, nosso primo de 3° grau: Princípe Filipe. E todos foram Felizes para Sempre.

COURO DE PIOLHO - PARTE IIFabienne Rost

A princesa não quis se casar com João, pois ele era feio e estranho. A princesa então resolveu fazer um plano para que

esse casamento não acontecesse. Ela pensou, pensou e finalmente teve uma grande ideia e escreveu em um papel:Plano B ! - Receita:

- Olho de pônei;- Fio de cabelo de um duende fedido;

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- Cuspe de dragão;- Meia de ogro;- Meleca de dinossauro;E por fim, o mais importante e difícil!- O dente de ouro de um vampiro!

A princesa tinha uma leve “queda” por um vampiro chamado Elanilson da Cunha Pereira dos Santos Machado Jesuíno. Sim, ela sabia o nome dele de cor! Ele era alto e tinha um dente de outro que era muito poderoso. Ela precisava daquele dente para terminar a poção. Ele tinha uma casa gigantesca. Então, a princesa foi lá à noite enquanto ele estava dormindo e pegou o dente e foi embora!

Chegando em casa, fez a poção e deu para João beber. Quando João bebeu ele começou a crescer e crescer e ele começou a brilhar... Meu Deus, ele havia ficado lindo, loiro, olhos verdes e saradão. Ele achou estranho, mas gostou. Depois de um tempo, se casou com a princesa e ficou triste pois ela não gostava dele de verdade. Então, João decidiu fazer uma outra poção e a receita era:

- 1 panda fofo;- 2 cabelos de velhinha;- 1 vida do Mário;- 2/3 de olhos de bode;- Comida de palhaço;- O sapato de cristal da Cinderela.João não sabia onde encontrar isso, então pegou uma de suas cordinhas e pediu isso

tudo. De repente, uma sacola apareceu no meio do nada com tudo; na verdade, quase tudo: faltou o sapato da Cinderela. João estava em um jardim longe do palácio, pois não queria ser visto. Então, ele se pôs a pensar: “Cadê o sapato da Cinderela?”. Simplesmente depois disso apareceu o velhinho do programa “A Caverna do Dragão” falando que João teria que ir buscar o sapatinho lá no bairro dela.

Ao chegar lá, João passou pela ponte e chegou na casa de Cinderela. Ele logo viu dois guardas e como não sabia lutar, pegou a terceira cordinha e pediu para lugar karatê e pegar o sapato. E POW! Aconteceu!

João pegou o sapato e fez a poção. Ele depois a tomou e então voltou ao normal. Depois ele disse para a princesa:

- Eu sei que posso ser pobre e feio, mas tenho bom coração ao contrário de você!

A princesa abaixou a cabeça e saiu sentida. João voltou à sua vida normal, porém feliz.

Obs.: atividade que propôs a continuação do conto “Couro de Piolho” de Câmara Cascudo.

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O NORDESTEBianca Sanchez

No nordeste, o sol queima tudo.Nem calor que a água não chegaOnde você tem que andá quilómetros para encontrar água, mas é água suja.Meus fio e minha muié chora de fome e sede.

E tinha outro pobrema:meus boi morria tudo de fome e sem águaE meus vizinho tudo morreu de fome.Nóis era em cinco pessoa: eu, minha muié e meus três fio,mais o meu fio menó morreu dizidratado.E agora somo nóis tudo em quatro pessoa.

O rio fica longe, o ambiente é seco e calorento,meus legume que plantei quando criança,prantei uva e nem cresceu quatro milímetro,eu não comi nenhuma uva,nem do que eu pranteinem que meu pai trouxe de suas viagem de mula.

Um dia eu saí para andar e quando voltei minha avó tinha morrido.E meu pai estava chorando no chão da sala com o meu avô.Eu era pequeno, tinha dez anos e fiquei com um trauma.E hoje estou aqui sem minha avó do meu lado.

O HIPOPÓTAMO GRISELDAGiovana Valim

Um dia, o pai de Griselda saiu e disse a ela:- Jamais minta, minha filha! E foi-se andando.O telefone tocou, e como não havia ninguém em sua casa, ela atendeu.

- Alô? Quem é?- É a dona Margarida, sua vizinha. Eu queria que você

dissesse a sua opinião sobre mim!- Tá bom! Griselda pensou no que o seu pai havia lhe dito, para nunca

mentir e disse a ela:- Você é gorda, tem o cabelo bagunçado, não se veste bem e cheira mal!

Moral: Contar a verdade é sempre essencial, mas de vez em quando até que é bom contar uma pequena mentirinha.

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os7 Anos

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o7o7A aula de redação convidou os alunos do 7º ano a

inventarem suas próprias bestas mitológicas e seus heróis de coragem imensurável. A experiência produziu resultados dos mais

clássicos aos mais inusitados. O texto de Giovanna Liz chama a atenção pela qualidade do vocabulário e extensão narrativa. Trata-se de uma história

que mescla referências mitológicas com o universo das aventuras medievais. Os textos de Júlia Gammaro e Bruno Granado nos instigam com muita ação, reviravoltas e personagens

inspiradas em panteões celtas e gregos. Pedro Said encontra uma saída no universo dos heróis da Marvel para contar uma história moderna.

O mês de março inspirou os alunos do 7º ano que foram convidados a imaginar um diálogo entre orixás e o Deus Supremo a partir da leitura de uma lenda afro-brasileira. O texto de Giulia Moretti surpreende pela sensibilidade e beleza das palavras. Uma segunda proposta convidou os alunos a criarem uma batalha entre duas bestas mitológicas. Utilizamos as gravuras clássicas de Gustave Doré para instigar a imaginação dos alunos. A narrativa ágil de Arthur Shinzato chama a atenção especialmente por conta das comparações inusitadas e pelo humor,Thiago Semkovski cria espaços horripilantes através de um vocabulário muito original e Tyê Bocci e Sarah Santos trabalham muito bem a ação e o caráter épico do texto.

As tradicionais novelas arturianas, a figura do cavaleiro medieval de extrema bondade e moral católica, a bela dama e as bestas medievais serviram de inspiração a muitos alunos do 7º ano. Os textos de Beatriz Costa e Romeu Zuliani Filho foram selecionados por trazerem algo novo para a narrativa, por anteciparem a aula em que falaríamos da paródia de Miguel de Cervantes e da figura de Dom Quixote. Beatriz propõe interessantes desdobramentos para a história medieval clássica e trabalha com humor ao criar uma personagem de um cavaleiro nem tão honrado assim. Romeu brinca com as clássicas personagens de Shakespeare e conquista o leitor com seu vocabulário inusitado.

Finalmente, a proposta de redação do livro-texto adotado para o 7º ano pedia aos alunos que continuassem um dos capítulos do livro “Dom Quixote de La Mancha”. Ao tomarem contato com a paródia cavaleiresca de Miguel de Cervantes, muitos alunos tiveram dificuldades em explorar o aspecto central da personagem principal: a loucura. A aluna Isabela Fabozzi, entretanto, conseguiu compor um texto irônico e satírico magistralmente sem desvirtuar as características quixotescas e foi capaz de ir além: criar uma voz própria e surpreender no final. Parabéns!

Professora Gabriela Fonseca

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THE INFERNO DRAGONBruno Granado

Lá no inferno, vivia um dragão com apelido de Inferno Dragon. Só um herói podia derrotá-lo: seu nome era Perseu. Ele já o havia visto quando estava passando pelo inferno quando foi surpreendido por uma besta com asas infernais e uma cauda extremamente mais forte do que cinco ciclopes juntos. Ela soltava fogo e era imortal, mas tinha uma fraqueza que ele, Perseu, não sabia.

Depois daquele dia, Perseu ficou pensando se mandava ou não soldados para matá-lo até que uma hora cansou de pensar e mandou soldados, mas na batalha, os soldados foram mortos e só um conseguiu fugir. Esse que fugiu, contou a Perseu que não conseguiram matar a fera. Daquele dia em diante, Perseu estudou cada fraqueza da besta até descobrir a verdadeira, que eram as lágrimas de sereia do cálice das Montanhas Nevadas. As sereias se encontravam no lago. Lá, ele iria conseguir as lágrimas necessárias para o ritual da morte da besta e então começou a sua busca.

Primeiro Perseu foi às Montanhas Nevadas. Estava seguindo seu rumo quando foi surpreendido por um trol de no mínimo 30 metros de altura e logo sacou sua espada, pulou em cima do trol e escalou até a cabeça dele. O trol se rebatia para tirar Perseu de sua cabeça. Perseu enfiou sua espada no olho dele que jorrou sangue de tudo quanto é lado. Então ele entrou em uma caverna e vagou por ela até encontrar outro trol, só que dessa vez com armadura, e sem recuar, ele se atirou nas paredes com pilares e escalou até um certo ponto onde saltou e rasgou a cara do trol. Então em seguida os portões se abriram para a câmara onde estava o cálice. Perseu então pegou o cálice só que ativou o alarme que fez com que a caverna começasse a desabar. Perseu correu dali como um louco até a saída e conseguiu sair de lá são e salvo.

Depois Perseu seguiu para o lago das sereias onde tinha lágrimas. Quando chegou, todas fugiram, pois conheciam a história de Perseu e apenas sobrou uma. Ela era guerreira e tentou seduzi-lo ao invés de brigar com ele para não acabar como o trol Kaken. Como não funcionou, ela partiu para a briga usando uma de suas armas: folhas que grudam e puxam. Perseu desviou e cortou a folha da sereia, que revidou com um soco em Perseu. Ele esquivou e meteu sua espada na armadura dela atravessando-a e matando-a. Então Perseu foi para o lago e recolheu as lágrimas.

Perseu foi para seu castelo para comandar uma tropa. Ele disse que tinha encontrado um jeito de matar a besta. Comandou o exército em direção à besta. Quando chegou, jogou a água na besta e logo ela secou. Com o sinal de Perseu, os outros guerreiros atiraram as lanças nela até uma hora em que ela caiu e morreu.

Então Perseu foi para casa vitorioso!!!

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O DRAGRIFO E A HEROÍNAGiovanna Liz Vieira

A maioria dos mortais sabe que os deuses tem vontade própria e também tem sentimentos. Eles podem descer à terra e provocar brigas, podem usar seus poderes e interferir nas nossas vidas, podem até mesmo se apaixonar por humanos e ter filhos com eles. Foi o que aconteceu com Afrodite. Ela desceu à terra e acabou se apaixonando pelo mortal Elias. Por conta de sua beleza surpreendente, ele logo se apaixonou. Sem saber das consequências, Elias engravidou Afrodite. Urano, pai dela, ficou enraivecido, pois sentia muito ciúmes de sua filha; então, proibiu todos os deuses de verem seus filhos; é claro, se tivessem algum.

Quando o bebê nasceu, Urano logo o tirou dos braços da mãe. Mas o que ele não sabia, era que Afrodite tinha dado a seu filho a espada da sabedoria. Urano descobriu que era uma menina e com muito remorso, pensou em devolvê-la para Afrodite, mas ao invés disso, em homenagem à mãe, deu o nome de Frothena para a pequena menina.

Frothena foi morar com Elias. Quando tinha quatro anos de idade, seu pai lhe deu um espelho no qual se olhava todo dia. Ela foi crescendo e começou a estudar sobre os deuses. Logo descobriu que eles poderiam ter filhos com os mortais. Por conta de sua beleza incrivelmente parecida com a de sua mãe, logo descobriu que era filha de Afrodite. Muito curiosa para conhecer a mãe, foi perguntar a seu pai sobre isso.

- Você nunca me disse quem foi minha mãe. Sempre me dizia que ela tinha nos abandonado e viajado para outro lugar. Mas acho que descobri quem ela é e onde ela vive. - Disse Frothena para seu pai.

Elias, já apreensivo, logo respondeu: Já disse pra você não tentar procurar conhec...Mas eu não procurei! - Disse ela, cortando-o - Apenas acabei descobrindo. É apenas

uma hipótese. Se sabe quem é ela, diga-me.Afrodite. - O som do nome de sua mãe a fez hesitar. Por alguns instantes, Elias ficou

quieto, apenas olhando para a filha.� Preciso lhe entregar uma coisa. – Disse Elias indo para um armário que

tinha no corredor. Voltou trazendo um pacote grande com um formato comprido e fino. Quando o abriu, Frothena viu

uma espada cravejada de rubis e diamantes.� Esta espada foi dada á você quando nasceu. Sua mãe lhe deu. Sempre

a escondi, pois temia que um dia você viesse a descobrir sobre Afrodite. Ela foi a mulher mais bela que já conheci. Apaixonamo-nos rápido. Então ela engravidou e seu avô, Urano, criou a lei de que nenhum filho de deus ou

de deusa poderia ver seus pais.

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Ele te tirou dela e me entregou, deixando bem claro para eu tomar cuidado com o fato que um dia você descobrisse sobre sua mãe. - Disse Elias entregando a espada para Frothena.

O que devo fazer com uma espada? - Perguntou Frothena intrigada.Quero que você aprenda a lutar para derrotar o terrível Dragrifo. Ele guarda a Fonte da

Imortalidade. Você deverá usar a espada para derrotá-lo. Vou lhe ensinar tudo que sei e, quando chegar a hora, você irá para a Floresta do Deão, é lá que o Dragrifo vive. – Respondeu Elias.

Mas, o que é um Dragrifo? – Perguntou Frothena olhando de seu pai para a espada.O Dragrifo é o que se origina do cruzamento de um Dragão com um Grifo. Tem asas

enormes, garras e cabeça de águia. Seu corpo é de Dragão. É uma das criaturas mais cruéis que existem. Ele captura as pessoas e as destroça com suas garras afiadas para devorá-las depois. Nunca vi um antes, pois são muito raros. – Dizia Elias enquanto olhava para Frothena como se fosse a primeira vez que via uma pessoa. – Começaremos a treinar amanhã bem cedinho.

Na manhã seguinte, Frothena acordou bem cedo. Seu pai já estava esperando-a na sala. Ele propôs para treinarem fora da casa. Mesmo que não soubesse lutar, a filha fazia as vontades dele. Num dia frio e chuvoso, Elias parou de repente de treinar a filha e disse:

Vamos parar com o treino. Acho que você está pronta. Vá ao ferreiro que tem aqui perto e peça para ele lhe fazer uma armadura. Depois, volte e lhe entregarei meu cavalo para você ir enfrentar o Dragrifo. Assustada, concordou com seu pai e foi ao ferreiro. O ferreiro lhe deu uma armadura de aço, sem muitos detalhes, mas muito resistente.

Quando Frothena voltou, Elias estava na porta da casa, segurando as rédeas de seu cavalo marrom. Depois de se despedir de seu pai, pegar a espada de sua mãe e montar no cavalo, Frothena foi em direção à Floresta do Deão. Após 17 horas cavalgando, Frothena ouviu passos de algo pesado, grande. Sem saber o que fazer, desceu do cavalo do seu pai, pegou sua espada e ficou pronta para o que viesse.

Q-Quem está aí? - Gaguejou Frothena.Humpf! – respondeu a criatura que originou os passos.Frothena se assustou com o barulho e percebeu que seu cavalo também

havia se assustado. O barulho era alto e grosso. Frothena começou a andar bem devagar ao redor de seu cavalo, mas de costas para o mesmo. Acabou pisando em um galho que estava no chão e ouviu outro barulho. Harft!

O segundo barulho foi mais alto ainda e por conta do volume desse som, seu cavalo saiu correndo dali. Logo, cessaram se os trotes. Estranhando a rapidez do animal, foi na direção que ele tinha ido para verificar o que tinha acontecido.

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A VIAGEM PARA O TRANSTORNOBeatriz Costa

Dom Turquiel era alto, magro, com olhos cinzas e cabelo escuro. Adorava andar a cavalo, mas nunca quis ser um cavaleiro, pois mesmo adorando lutar e cavalgar, ele era muito preguiçoso e odiava o trabalho de acordar cedo.

Seu primo de quinto grau, Alfonso, era totalmente o contrário: odiava ficar parado e estava à procura de um emprego. Sabendo que seu primo gostava de cavalgar, chamou Dom Turquiel para uma viagem de cavaleiros.

- Claro que não! Eu tenho cara de quem é responsável?- Por favor, priminho! Apenas uma viagem e você ficará mais rico do que já

é! Comprará enormes casas, cavalos e tudo mais que você queira.- Não!

- Estou desempregado e nenhum outro me agrada. Tenha dó!

- Prometa-me que tudo o que você disse é verdade.- Prometo!- Uma viagem!

- Tudo bem! Viajaremos às oito horas amanhã.

Era cheio de arbustos e árvores a direção que Frothena tinha seguido, então ela pegou sua espada e cortou algumas plantas que impediam seu caminho.

Ao cortar as plantas, se deparou com duas criaturas: O cavalo de seu pai, jogado no chão e sujo de sangue. Morto. E outra criatura, grande, com garras afiadas, cabeça de águia e corpo de Dragão, exatamente como seu pai o tinha descrito. Era o Dragrifo. E ele estava comendo o cavalo. Frothena, pálida com a cena, logo se lembrou de que seu pai lhe tinha dito para matar o Dragrifo e achar a Fonte da Imortalidade. Com apenas um golpe de espada, Frothena cortou a cabeça do Dragrifo, matando-o.

Atrás da criatura, havia uma fonte branca com uma estátua de anjo e nela tinha um líquido azul bem claro. Olhou em volta e viu um cálice pequeno de prata ao lado da fonte. Pensou na explicação que seu pai tinha lhe dado e soube por que ele queria que ela encontrasse a Fonte da Imortalidade. Para beber dela, se tornando uma imortal, assim poderia subir ao Olimpo e reencontrar sua mãe, Afrodite.

Pegou o cálice nas mãos e o encheu do líquido azul da fonte. Olhou para o cálice com o líquido e bebeu tudo, se tornando assim, uma imortal. Depois disso, subiu ao Olimpo e reencontrou sua mãe, quebrando a regra imposta pelo seu avô, Urano, e nunca mais viu ou teve notícias de seu pai.

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Dom Turquiel resmungou e foi dormir. No dia seguinte, acordou grunhindo às sete da manhã e arrependendo-se profundamente do que fez. Às sete e meia, Alfonso chegou e embebedou seu primo para ele parar de reclamar.

Estavam no caminho quando foram parados por uma mulher linda chamada Amélia. Ela era morena, com cabelos escuros como a noite. Dom Turquiel se apaixonou profundamente pela graciosa mulher, mas não teve tempo de falar com ela. Continuou o seu caminho até chegar em Vilnema onde pararam, almoçaram e conheceram melhor o lugar. Ainda bêbado, Dom Turquiel saiu de perto de seu parceiro e começou a andar sem rumo por lá. De repente, se deparou com Amélia:

- Oi! Eu lembro de você daquele dia na estrada. Como você está? – disse Amélia nervosa.

- Bem.- Respondeu Dom Turquiel com a cabeça no mundo da lua.Perto de Amélia passou um homem de chapéu, bem suspeito. Aflito, Dom Turquiel

gritou:- Saia de perto dela! – Mas o homem jogou Amélia num rio ali perto.- Ahhhh! - Berrou Amélia aterrorizada.Ela caiu no rio e por pouco não se afogou. Nadou até uma ilha deserta onde viveu por

pouco tempo até ser encontrada por barcos.Dom Turquiel andou mais um pouco e chegou a um banco. Pensando que era uma

cadeia, insultou a todos que lá estavam. Por isso, foi preso. Quando notou a falta de seu cavaleiro, Alfonso logo pensou na cadeia. Lá, o encontrou sujo e falando sozinho. Pagou a fiança e os dois foram embora.

Um tempo depois, eles passaram por uma fogueira. Alfonso seguiu seu caminho até que percebeu que seu primo havia parado e ido em direção à fogueira. Voltou para ajudá-lo, mas Dom Turquiel exclamou:

- Você não vai me machucar Amélia, monstro do inferno. – E foi em direção ao fogo, queimou uma das mãos, os joelhos e os ombros. Assim que tomou consciência, voltou para casa e nunca mais falou com Alfonso.

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SHKARKA, A GRANDE AMEAÇAPedro Said Durand Parreira

Era um tempo cheio de maravilhas na cidade de Nova York, época de primavera, flores desabrochando, passarinhos voando e as nuvens enchiam o céu bem azul. Tudo estava bem até um buraco de 1.000 Km de profundidade aparecer. Todos ficaram assustados e não tinham ideia de como se formou a enorme cratera, mas depois esqueceram disso.

No meio da madrugada, um barulho ecoou pelas ruas de Nova York e log depois um prédio de 80 andares pegou fogo, do nada. Os bombeiros lutavam para apagar as chamas quando finalmente conseguiram conter as labaredas. Foram buscar sobreviventes. “BUM! BUM!”, o barulho estrondoso foi aumentando até uma criatura aparecer! Ela era grande, barulhenta e muito, muito forte, ela andava derrubando prédios, comendo carros!!! A população gritava por socorro, até que no meio do desastre, um ponto vermelho surgiu no céu. O povo falou:

- Que coisa é essa? Será um meteoro? Não, é o Tocha Humana, um dos maiores super-heróis da Marvel!

- O incrível Tocha Humana desafiou o monstro para um duelo e o monstro aceitou na hora.

BUM, POW, PAF, SOC, um duelo de titãs e de xingamentos.- Você ai perder seu *¨#*!!!Tocha Humana ficou irado e foi para cima dele. Nossa, ele acabou com o monstro e

salvou a cidade! Todos celebraram e até o Tocha Humana se refrescou!

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A BATALHA ENTRE O HERÓI OSMERIX E BRUXSJúlia Helena Gammaro

Muitos viajantes passavam pela floresta mística onde curandeiras celtas viviam e acabavam morrendo misteriosamente por causa de Bruxs. Eles eram animais horríveis que matavam homens só deixando a pele de fora. Pretos, com o rosto arroxeado, ninguém nunca os havia visto, pois o olhar de um Brux hipnotizava a todos. Eles seduziam humanos para sua caverna com o objetivo de devorá-los.

Um certo dia, Osmerix, voltando para sua cidade natal, orientado e protegido pela Deusa da sabedoria e da literatura, Dana, ouviu rumores vindo do meio da floresta e depois um grito, correu para ver o que estava acontecendo. Ele observou uma pele caída de uma linda mulher e gotas de sangue que formavam um rastro para uma caverna. Quando chegou na caverna, ela era bem escura com uma luz no fundo. Osmerix começou a seguir a luz e quando chegou perto dela, a luz se apagou e a caverna se fechou.

Osmerix pisou em gravetos e viu que podia fazer fogo, então o fez e o espalhou por toda a caverna. A caverna iluminada ficou o mostrando uma pilha de cadáveres. Quando Osmerix olhou para trás, viu um Bruxs indo atacar ele. Osmerix pegou sua espada, pulou por cima de Bruxs até que cavalos alados entraram misteriosamente na caverna com fadas que lhe ajudaram na luta.

No meio da luta, Osmerix, com sua força vinda de poções das curandeiras, o deixou inconsciente. Nesse intervalo, ele rezou pedindo ajuda a Dana. Quando Bruxs acordou, Osmerix começou a golpear Bruxs com sua espada, subiu em um cavalo alado e cortou a cabeça dele. Alguns dias depois, chegou em sua cidade natal e virou o herói do pequeno vilarejo. Clarix, lider do grupo, exclamou:

- Por favor aceite esse dragão como recompensa!- Não precisa Clarix, salvar vocês já esta de bom tamanho – exclamou Osmerix. Assim

em todas as pessoas do vilarejo viveram felizes até Osmerix morrer.

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O MEDO E FRIOThiago Semkovski

No topo do Monte Everest morava uma besta gosmenta, fedida e selvagem que se chamava Aragog; uma jovem bonita transformada em uma aranha que devorava mineradores que por lá exploravam. Aragog tinha um trabalho: proteger os raríssimos diamantes Ômega. Num dia pálido e silencioso, o chão tremeu a gruta de Aragog e as pessoas gritaram de pavor.

César, o gigante, se aproximava destruindo a vila Rakyat. César se aproximava e Aragog se escondia, mas César, um monstro alto, loiro e forte, ah! e muito peludo, de cinco metros e noventa e oito centímetros, escalou o Monte Everest em busca de seu arquirrival. Aragog, sem mais nem menos, deu um salto em direção ao César e fincou suas garras espinhosas no peito dele. Não demorou muito e Aragog já estava no chão, ensangüentada, machucada e com duas de suas patas corroídas devido à mistura de ácido sulfúrico que havia no sangue de César.

Aragog agonizava diante de César que ria com sua voz alta e aterrorizante...

A BATALHATyê Bocci

Há muito tempo, havia um monstro chamado Bruno. Ele era barbudo, muito forte. Ele era parecido com um ser humano, mas ele media três metros de altura e por isso foi banido do vilarejo onde vivia.

Porém, os aldeões disseram que se ele trouxesse a cabeça de Goriba, um monstro aracnídeo que vivia em uma caverna escura, onde podia-se ouvir as vozes das pessoas que ele devorava, Bruno poderia voltar para casa.

Quando ele chegou na caverna, a aranha apareceu atrás dele. Porém, Bruno pegou o escudo e a espada de um esqueleto que provavelmente morreu tentando enfrentar

Goriba para se defender.E então a aranha o empurrou, mas depois de cair no chão, Bruno deu

uma surfada em sua espada e cortou a perna do animal. Logo em seguida, deu um pulo giratório bem alto, ergueu sua espada e fincou-a na cabeça do monstro Goriba que morreu na hora.Bruno foi embora da caverna com a cabeça do monstro em

mãos e foi aceito de volta em seu vilarejo. Até hoje são cantadas as canções sobre a batalha épica entre Bruno e Goriba.

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DOM ROMEU Y SUAS AVENTURASRomeu Zuliani Filho

Dom Romeu era um cara de estilo James Bond, um homem conquistador, charmoso e muito inteligente. Ele era rodeado de mulheres e tinha um cavalo chamado Romarinho. Ele era um cowboy que gostava de ir atrás de aventuras, gostava de fazer duelos e tinha muita honra.

Um dia estava andando tranquilamente quando surgiu a ideia de dar a volta ao mundo e acabar com o mal. Ele queria matar bandido por bandido, mas não iria conseguir fazer isso sozinho. Então, chamou seu velho amigo feio e mulambo, Raimundo, para embarcar nessa aventura junto com ele.

Eles moravam em Málaga, na Espanha. Então, começaram a caça ao mal por Portugal. Chegando lá, eles se estranharam com a cultura daquele país e estavam ansiosos para começar a caça até que Romeu seu apaixonou.

O nome da mulher por quem ele se apaixonou era Julieta, uma mulher vinte anos mais nova que ele, bonita, rica e muito inteligente, uma mulher totalmente inadequada para seu perfil. Julieta achou Romeu um cara muito interessante e então foi sendo conquistada de pouco em pouco.

A família de Julieta implicava muito com Romeu por uma série de motivos. Meses se passaram e ele a pediu em casamento. A família de Julieta não aceitou e mandou matá-lo.

Ele era procurado pelo país inteiro até que propôs a ela que fugisse com ele. Ela pensou por meses e meses até que aceitou a proposta.

Romeu mandou Raimundo de volta para Málaga e fugiu em seu cavalo branco para bem longe de todos. Ele e Julieta se casaram e tiveram filhos e viveram felizes para sempre.

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CONTINUAÇÃO DE DOM QUIXOTEIsabela Fabozzi

Mas, para sua surpresa, não era a princesa. Era algo muito mais incrível, mais sensacional do que qualquer princesa. Um bode.

Esse bode era branco, parecia cansado, mas muito, muito gordo. “Ora essa! Meu cavalo encolheu!” - pensou o Dom Quixote frustrado - “O que farei com um pônei?!”

Dom Quixote, depois de muito pensar, decidiu fugir com o bode-pônei, apreensivo de que os outros poderiam suspeitar que ele poderia tê-lo encolhido.

Longe de alguém e de algum lugar próximo, ou conhecido, ele começou a seguir o sol, que estava nascendo pois acreditava que se o seguisse, acharia o caminho de volta para casa já que, onde morava, batia sol também.

Subiu em seu bode-pônei, ou pelo menos tentou. Logo que subiu, o bode-pônei caiu no chão, suando e cansado. “Ôxe! Seu porco! Trate de malhar mais! Agora que necessito de seus serviços e agora que não tenho Sancho a meu lado, seja macho e aguente!” - Disse o Dom Quixote, extremamente irritado.

Depois dessa bronca, houve várias outras tentativas de subir no bode-pônei, mas sem sucesso. Exausto, Dom Quixote notou que havia algo de errado. Então, catou o bode-pônei nas costas, e saiu marchando em direção ao sol. Após horas e horas, andando e andando, tentando chegar em casa, se orientando pelo sol, Dom Quixote notou que o dia estava ficando escuro, e quando olhou para cima, um monte de nuvens estavam cobrindo o céu azul e o sol. “Ah, não! Meu Sol! Senhor Sol! Não se vá!” - implorou Dom Quixote - “E agora, o que faremos meu bom porco?”- perguntou para o bode-pônei, agora apelidado de porco, que dormia em suas costas.

De repente, surgiu uma ideia brilhante na confusa cabeça do Dom Quixote. Nem tanto. “Ofereço a você, Mister Sol, meu glorioso pônei! Não confunda-o com um porco!”- Gritou ele.

Sem hesitar, ele jogou o bode-porco-pônei para o céu. O pobre bode-porco-pônei foi tão alto que pôde furar uma nuvem! Satisfeito, Dom Quixote se deitou na sombra de uma árvore, e dormiu. Quando acordou, seu bode-porco-pônei estava morto em seu lado, sendo suas tripas comidas por seu parceiro,

Sancho, que o havia achado a mais ou menos meia hora. “Esse animal caiu do céu! Simplesmente delicioso!”.Por fim, seu bode-porco-pônei foi morto e Sancho e Dom

Quixote ficaram de barriga cheia.

Obs.: atividade que propôs a continuação de um capítulodo livro Dom Quixote de La Mancha.

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UMA BATALHA DE ARREPIAR!Sarah Birembaim dos Santos

Era um dia chuvoso. A gigante aranha estava com fome, pois não comia havia dias. Decidiu então caçar. Ela estava saindo de sua caverna quando se deparou com um gigante barbudo de três metros.

- Ahh! O que está fazendo caçando em meu território, bicho asqueroso? - rosnou o gigante.

- Seu território? Por favor! Eu caço aqui há anos! – retrucou a aranha, quase rindo.- É o que veremos!Dito isso, o gigante deu um soco na testa da asquerosa: SMASH! A aranha é claro que

revidou e eles começaram a batalhar quando finalmente a aranha mordeu o gigante espalhando o seu veneno pelo corpo dele. Ele então caiu.

Depois de alguns minutos, a aranha checou se ele estava mesmo morto. Quando teve certeza, saiu andando, ainda procurando uma presa, como se nada tivesse acontecido...

DEZESSEIS LUASGiulia Moretti

A tristeza tomava os corações que nunca existiram. O céu não era o que se poderia chamar de bonito, era lindo, maravilhoso. O palácio de Olorum era de mármore branco e refletia a luz do sol na água do mar. No palácio, havia grandes portas, marca de Olorum. Algo o incomodava, como agulhas.

- Deus Supremo, grande Olorum! - uma voz delicada e aconchegante, como ondas no mar, apareceu na porta. Era Iemanjá junto com vinte orixás.

A que devo sua presença? – perguntou Olorum.Nosso povo, almas e nosso coração, encontram-se dominados pela tristeza, grande

Olorum. Não aguentamos mais. Sentimos falta dos humanos, precisamos deles! - Iemanjá comentou com uma voz firme.

Uma vez a cada dezesseis luas vocês irão, mas em forma humana aparecerão! Olorum permite, pois nem um Deus consegue viver com mágoa no coração.

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BATALHA ENTRE RIVAISArthur Shinzato

Magnum e Leucário eram grandes rivais. Magnum era uma aranha venenosa e muito ágil e Leucário era um gigante do tamanho de um arranha-céu e pesava o equivalente a dez elefantes asiáticos.

Certo dia, Magnum foi caçar faisões na floresta e Leucário também. Logo os dois deram de cara e rapidamente Magnum berrou:

- Eu te mato, seu maldito! Eu vou te estraçalhar! – e então Leucário retrucou:- Eu vou pisar, esmagar, eu vou te matar!Assim, na floresta só se ouvia: BAIKA! BUUM! SLAAM! KABUM! E muito mais! Ao final

da batalha, Magnum percebeu que Leucário estava tonto devido a ficar girando o tempo inteiro.

Assim, Magnum aplicou uma injeção de veneno em Leucário e após nove minutos ele caiu que nem um pedaço de pau. E então Magnum foi embora para sua casa comer seus faisões que ele ia fritar depois de uma batalha tão cansativa.

Enquanto isso, Leucário estava tremendo (porque estava quase morto) e começou a ser decomposto por: urubus, formigas, ratos e todo tipo de bicho que se pode imaginar.

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os8 Anos

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o8o8Os alunos do 8º ano se viram em meio a uma tarefa nada fácil

no início deste ano letivo: dar conta de uma história dentro da estrutura do texto teatral. A batalha foi dura, mas conseguimos

excelente resultados principalmente quando a veia humorística de Raul Moderiano e Ana Beatriz Cabral se viu atiçada pela ideia inusitada de um cartunista. Os textos dos alunos conquistam pela excelente escolha dos nomes

das personagens e vocabulário ao mesmo tempo adequado e expressivo.As obras do teatro moderno e também os roteiros cinematográficos do século XX

encontram na intertextualidade com obras clássicas uma de suas maiores inspirações. A exemplo de “West Side Story”, roteiro cinematográfico cuja trama shakespeariana de Romeu e Julieta serviu de mote para uma história nova-iorquina, convidamos os alunos do 8º ano a reinterpretar o mito de Orfeu e Eurídice e a obra teatral “Orfeu Negro” de Vinícius de Moraes a partir da realidade do caos paulistano. Os resultados foram interessantíssimos. Pedro Saboia e Camilla Viana resignificam o inferno mitológico ao caracterizá-lo como espaço corporativo. Davi Cassano coloca Orfeu no meio do mar de carros de nossa cidade, Igor Magela e Thiago Rodriguez atualizam a tragédia clássica no espaço urbano.

A segunda prova de Redação do ano de 2013 propôs um desafio aos alunos do 8º ano: escrever um texto de teatro trágico a partir da observação das tradicionais máscaras do teatro clássico grego. Os textos de Ana Luiza Cintra e Felipe Santa Cruz se destacaram por encontrarem expressividade através do tom das falas e da escolha dos nomes das personagens.

Após a dura tarefa de organizar textos narrativos dentro da estrutura teatral, os alunos do curso de Redação do 8º ano se viram frente a mais um novo desafio: transformar o famoso conto de realismo fantástico de Moacyr Scliar em um roteiro cinematográfico. A complexidade de tal tarefa reside principalmente na dificuldade que o roteirista tem para imaginar a cena que será filmada e indicar com minúcia como cada fala e gesto deverão ser conduzidos pelo diretor. Natalie Cofino surpreende ao conseguir estruturar muito bem aspectos do conto em um roteiro cheio de humor e Alexia Melo consegue imaginar a trajetória da câmera para dar maior expressividade a uma cena de morte. Os roteiros do conto “O dia em que matamos James Cagney” foram também filmados a convite da aula de Redação. O grupo de Gustavo Bruni, Rafael Dias e Juliano Manhães não só escreveu um grande texto como também ganhou o prêmio de melhor filme em um Mini-Oscar que contou com a votação da classe. Parabéns pelo trabalho!

Professora Gabriela Fonseca

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ORFEU PAULISTANOPedro Henrique Saboia Campos

É um dia chuvoso, como muitos. No céu é possível apenas ver o cinza das nuvens. O trânsito está lento em cada avenida, em cada rua, cada rotatória e curva. Mas isso não afeta Hades, o CEO das Empresas “Inferno” que agora é o governador do estado de São Paulo. Ao seu lado está Tánatos, seu braço direito que gesticula com as mãos enquanto fala sobre as estratégias de marketing da nova campanha empresarial para o feriado. Lá embaixo, nas ruas, o jovem Orfeu tenta atravessar a segurança do prédio e o trânsito pré-carnaval. No escritório de Hades, o som do elevador interrompe a conversa.

Orfeu - (Entra ofegante) Eurídice, onde está Eurídice?Hades - Onde está minha segurança que eu pago tão bem? (Bufa) Devem estar

dormindo. Quando isso acabar, todos estarão na rua, na rua!Tánatos - Meu senhor se acalme, eu cuido disso. (Olha para Orfeu) O que um jovem

vestindo esses trapos faz aqui? Rápido, explique-se! Tempo é dinheiro.Orfeu - Eu só peço uma coisa (coloca o chapéu no peito) : devolvam minha Eurídice! E

se isso for feito, eu irei embora e tudo será esquecido.Tánatos - Eurídice? Meu senhor, temos alguma Eurídice? Pode ser a nova secretária...Hades - Não, não é ela. Aquela se chama Quimera, ô coisa feia que me dá até pesadelos!Tánatos - Eurídice...Eurídice... (coça o cavanhaque loiro). Ah! É aquela menina que

assinou o contrato de, como podemos dizer, voluntariado.Orfeu - Mas ela não leu, e eu tenho o documento para invalidar ele. Só um momento...

(abre a mochila e tira uma tocha) e a segunda parte... (apalpa os bolsos e procura na mochila). Ah! Eu me lembro! Eu fui assaltado no caminho para cá, droga!

Hades - Meu jovem, como estamos em clima de festa, eu lhe darei uma chance. Você vai tentar levar sua namoradinha com uma condição apenas (bate palmas e uma porta se abre).

Orfeu - Eurídice! (abre os braços).Eurídice - Orfeu! (Ela o abraça). Você veio por mim, para mim!Hades - Mas, se você olhar para trás, ela morre.

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ORFEU PAULISTANOIgor Magela

Personagens: Orfeldson e EuricleideCena: Dentro de um ônibus. O ônibus está bem cheio. São seis horas da tarde. Orfeldson está em pé ao lado de Euricleide. É um dia quente. O ônibus está abafado. Cada vez fica mais cheio. Orfeldson está estressado e Euricleide está calma.

Orfeldson - Euricleide? Que tempão não a vejo! (olha para ela).Euricleide - É! Tá trabalhando onde?Orfeldson - Lá na Paulista! Muito longe!Euricleide - Credo! (faz um gesto de espanto) Muito longe!Orfeldson - Tá cheio hoje, né? Poxa vida, que inferno! (irritado)Euricleide - Calma, ôxe! (ri) Ainda tá tocando todos aqueles instrumentos?Orfeldson - (Sorri) Mas, é claro! Aqueles instrumentos são minha vida!Euricleide - Hum, que ótimo! Agora vamos que chegou o nosso ponto. Vá na frente e

não olhe para mim. Prometa que não vai olhar.Orfeldson - (Dá a mão para Euricleide) Tá bom, mas por quê? Ah... esquece... Depois

você me fala (puxando-a).Euricleide - Estamos chegando, só mais um pouquinho! (alegre)Orfeldson - Pois é, só mais um... (acidentalmente olha para ela e suas mãos se soltam).Euricleide - Fuja desse inferno! Você ainda consegue! Adeus, meu velho amigo...

(desaparece entre os passageiros).Orfeldson - (sai do ônibus) Euricleide! Eu ainda vou te achar! Não importa quantos

funkeiros eu tenha que aturar! Eu te acharei, minha parceira de busão, eu te acharei! (cala-se e vai chorando até a sua casa).

AMOR, TRAGÉDIA E MORTEFelipe Santa Cruz

Em Atenas, na Grécia antiga, onde se apresenta um grupo de teatro: Tristinho (Hermanoteu), Espanto (Adolfis), Risonho (Rodolfin) e Espantada

(Cassiopédia).Hermanoteu - (emocionado) Oh Cassiopédia, aceitas

hoje ter um matrimônio amoroso comigo?Cassiopédia - (assustada) Si-sim, clar...(Os dois são interrompidos por um raio que cai do céu destruindo tudo

e todos no local, quebrando o teto do teatro. Todos têm medo menos Hermanoteu)

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O QUE EU FAÇO COM ESSA GENTE?Ana Beatriz Cabral

Monobacteriana é um vírus muito saudável. Vai ao médico, Dr. Virolosogico mensalmente. O doutor atende aos clientes em sua clínica onde há uma cadeira, lupas, uma mesa, palitos, etc. A Monobacteriana conversa com um amigo chamado Osviroloso em um parque de manhã quando de repente passa mal. Ela vai até o médico para ser examinada.

Dr. Virolosogico - (coloca o palito na boca da Monobacteriana)Osviroloso - É muito grave, doutor?Dr. Virolosogico - (tira o palito da boca da Monobacteriana) Não muito... Você só está

com uma Gente.Monobacteriana - (Levanta da cadeira) O que é que eu faço doutor?Dr. Virolosogico - (Entrega para a Monobacteriana um papel) Dê para sua Gente ler e,

assim, eu garanto que ela dorme.Monobacteriana - (Pegando o papel) O senhor é mágico?Dr. Virolosogico - Não, só sou muito criativo para fazer crianças dormirem com

histórias chatas...

Hermanoteu - Oh Zeus, por favor, livre-nos dessa punição.(Um tornado se forma rapidamente no local. Hermanoteu desaparece. Os outros o

procuram e o encontram ao levantar uma pedra. Eles veem que metade do corpo de Hermanoteu encontra-se esmagado por uma pedra. O teatro continua a desabar).

Adolfis - Cassiopédia, vamos! Corra! Não podemos mais ajudá-los!(Cassiopédia não consegue abandonar seu amor nem seus irmãos e morre com eles)Cassiopédia - (deitando-se ao lado de seu amor) Pelo menos morremos juntos.

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DESAFIANDO O DESTINOCamilla Viana

PersonagensOrfeu da Penha - o irmão fracassado;I-Eurídice - novo e revolucionário tablet;Apolo da Penha - irmão sortudo;Plutão - chefe do inferno...oopss!, da empresa;Mãe - de Orfeu e Apolo.CenaAção: trabalho (empresa)Tempo: presente e passado.

Orfeu da Penha, nascido em 15 de outubro de 1965, cresceu ouvindo uma tal de conversa sobre o destino. A única coisa que se lembra é de sua mãe falar que Apolo, seu irmão, iria vencer e ganhar tudo na vida. Já ele, seria o perdedor e o fracassado da família.

Quinze de outubro de 2013, quarenta e oito anos depois de seu nascimento e o contrário não havia sido provado. Apolo continuava a vencer e crescer na vida, mas Orfeu pensava que se tivesse uma chance para mostrar para sua mãe que era o melhor filho... isso já bastaria.

Esse dia chega, indo para o inferno, oopss... para a empresa. Orfeu liga para Plutão, seu chefe.

Orfeu - Bom dia, chefe. Estou ligando para dizer que vou me atrasar.Plutão - Não é problema meu! Chegue logo pois tenho novidades.Orfeu - Boas ou ruins?Plutão - Não importa, você não tem que saber!Orfeu - Está bem. Até logo!Plutão - Morto ou vivo, venha logo.(Após estacionar o carro, sobe as escadas correndo e retira do bolso seu crachá, que

após ter batido na máquina do ponto, é esquecido. Dá um tempo pois está ofegante. Então bate com calma na porta de Plutão)

Orfeu - Posso entrar?Plutão - Vai logo! Entre, entre!

Orfeu - (assustado pois vê todos na sala) Então, qual era a novidade?

Plutão - Bem, estamos fazendo uma competição de meta de vendas.Apolo - Já venci! Qual é o prêmio?Plutão - Cala a boca e senta! Como ia dizendo, o grupo que vender mais ganhará o novo I-Eurídice.

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Orfeu - Você disse “I-Eurídice”?Plutão - Você é surdo? Sim, eu disse! Agora saiam todos!(Orfeu então abre a sua planilha e observa o produto que o público mais aprovou e

começa a fazer cálculos de quanto precisa vender por mês para ganhar a competição)(Duas semanas depois, Orfeu aparece com uma folha que comprova que seu grupo foi

o vencedor do mês. Sai então correndo, liga o carro e acelera. Minutos depois liga para a sua mãe)

Orfeu - Mãe, eu venci o destino! Sim, eu venci!(Desliga na hora sem ouvir a resposta. Acelera igual a um louco. Orfeu bate o carro na

porta da empresa e morre. Mas antes, ele esquece seu celular ligado. Apenas a voz da mãe, ao celular, é ouvida)

Mãe - Filho, ninguém pode vencê-lo. Tome cuidado, ele é o destino, o imbatível, o invencível.

(Afinal, o que é uma pessoa perto da magnitude do destino?)

JÁ ESPERADO, MATOU ATORES AMADOSAna Luiza Cintra

São sete horas e atores estão ensaiando uma peça. Guliver, Janet e Pinop, três amigos famosos por suas peças. Todos já esperam, já sabem o que irá acontecer. Mas não sabem quando irá acontecer.

Pinop - Senhores, fiquem calmos. Vamos para o porão nos proteger (arrumando a malinha). Não posso esquecer das nossas máscaras!

Guliver - Senti alguma coisa, um tremor. Ahhhh! Todos corram! Vamos, cuidado! (todos correm)

Janet - Minha perna ficou presa, me ajudem! (se debatendo).(Pinop, ao tentar ajudar, escorrega e bate a cabeça em um baú do palco)Guliver - Janet, irei ajudar o Pinop. (Puumba! Cai um pedaço do teto em cima de Guliver e não se vê mais nada.

Janet se desespera e Pinop continua no chão. Lá nasceram para o teatro, e morreram no próprio)

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ORFEU PAULISTANODavi Cassano

PersonagensOrfeu do João;Eurídice - sua amada;Clio - mãe de Orfeu;Plutão - presidente dos maiorais do trânsito, o guarda;Os maiorais do trânsito Gente no trânsitoCenaLugar:no trânsito de São PauloTempo: presente

No meio da Marginal do Tietê, Plutão e os Maiorais do Trânsito estão, no fim da tarde de uma quarta-feira, comandando o trânsito de Sampa. No meio do barulho e do engarrafamento, Orfeu do João, muito desesperado, vai para a Marginal à procura de sua amada, Eurídice. Ele conta com a ajuda de Caronte e sua barca (uma caçamba de picape).

Os maiorais do trânsito - Plutão, não é o Orfeu, este que está na barca de Caronte?Plutão - O quê? Espere um minuto que vou anotar a placa deste carro que passou o

sinal vermelho. (muito furioso) Fechar, guardas! Vamos fazer uma blitz!Os maiorais do trânsito - Ok, senhor!Orfeu - (desesperado na picape) Eurídice, minha amada! Onde estás?Gente no trânsito - (buzinando bastante) Ô meu senhor, você está atrapalhando o

trânsito!Plutão - Meus amigos e minhas amigas... Viva o descanso! Amanhã é feriado!Gente no trânsito - Viva! Viva!Orfeu - Eurídice!

Plutão - Homens, vamos anotar a placa do carro de Orfeu!Os maiorais do trânsito - Sim, senhor! A placa é EQC – 3456, de São

Paulo, senhor!Plutão - A blitz já está pronta?Os maiorais do trânsito - Sim, senhor!

Plutão - Ok! Apolo ficará muito triste em saber que seu filho morreu no trânsito.

(Orfeu passa pela blitz)Plutão - O que você quer, Orfeu?

Orfeu - Só quero a minha amada de volta, seu displicente!

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Plutão - Ok, te darei a sua amada, mas com uma condição...Orfeu - Me fale logo, seu capacho! Já estou com nojo deste inferno!Plutão - A condição é que você volte com ela na picape, porém sem poder olhar para

ela. Não olhe para trás!Orfeu - (com medo) Mas onde ela está?Plutão - (com um ar de indiferença) Está no 15º DP, presa por dirigir alcoolizada!

Venha comigo que eu te mostro!Orfeu - Trato fechado.

A MORTE DE JAMES CAGNEYAlexia Guerra Melo

Cena: O filme passa tranquilamente pela tela branca, os espectadores mal respiram, estão muito curiosos para saber o que acontecerá com James Cagney. James se encontra com Sam. Em questão de segundos, James Cagney está caído no chão, imóvel, com um tiro no meio da testa enquanto Sam sai de seu quarto com uma arma na mão.

James - (cena interna, zoom na sua face, ao anoitecer) Então (suspira com a voz trêmula), esse é o fim, não é?

Sam - Ora (risada e sorriso maléfico), só me faltava deixar você vivo! Nesse mundo só os fortes podem sobreviver (debochando). Guris como você (risada) só o demônio para aguentar...

James - (saca uma arma, cena interna, zoom em Sam mostrando um pedaço da arma) Pena que a minha hora está longe de chegar.

Sam - Ou não (dá uma cabeçada em James, sacando a arma de sua mão. Plano médio em uma janela aberta)

James - (pânico) Você não faria iss... ( James morre com um tiro na cabeça. Zoom em James).

Sam - (Passa próximo ao corpo de James) Adeus, irmão. (sorriso)

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O DIA EM QUE MATAMOS JAMES CAGNEY (ROTEIRO)Natalie Cofino

PersonagensPedro: um dos amigos, alto,sério e inteligente;Tom: um dos amigos, irmão menor de Pedro;Sam: vilão do filme, temido, forte, alto;James Cagney: protagonista do filme, baixinho, pequeno e medroso.

É tarde da noite de domingo. A censura do filme é 15 anos, mas os amigos vão a um cineminha na esquina assistir ao mais novo filme em cartaz: James Cagney. O Filme finalmente começa. Os meninos gritam e batem os pés ansiosos. Ao longo do tempo o filme começa ficar chato. James Cagney (protagonista do filme) leva uma bela surra de Sam (vilão) depois de uns cinco minutos, o suficiente para mil socos e tapas em James. Sam vai embora e a plateia grita desesperada.

Sam - Às vezes penso: pra que parar com a surra? Mas sabe, cansa! (calmo e sério Sam vai embora)

Pedro - Ora Sam! Volte acabe com ele (grita um dos amigos)James - (quase sem voz) Alguém me ajude! James - (Se levanta devagar e pega um revólver calibre 13 numa gaveta velha e

empoeirada) Agora eu mato ele! Vai pagar por cada gota de sangue derramada!James - ( Para diante da porta) Ou será que não ... Quer dizer, ele é mais forte, maior

etc, talvez seja melhor o silêncio (volta para o quarto).Todos os amigos - (Batem os pés e mãos conforme os passos de James ) Seu fracote!

Vá!James - ( Vai até a porta) É isso! Vou matá-lo ou não me chamo...Platéia - James Cagney ( gritam alegremente).James - (Confiante vai até a casa de Sam) Abra essa porta!!

Sam - (Abre a porta devagar) Há-há-há ,veio apanhar mais?!James - (Aponta a arma para Sam ).Todos os amigos - Ole!ole!ole!ole! O James vai sofrer (gritam batendo os

pés e mãos).Sam - Olha, também tenho um desses! (atira bem na

testa de James).Todos os amigos - Mereceu!!Tom e Pedro - Queremos ouvir! Quem nós matamos?!Todos os amigos - Cagney!

Tom e Pedro - Quem mereceu?!

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Todos os amigos - Cagney!Tom e Pedro - Quem são os criminosos?!Todos os amigos - Nós! Nós matamos James Cagney!

WALDYNER E CLAUDINETEThiago Rodriguez

PersonagensClaudinete - uma socialite muito bonitaWaldyner - um empresário muito rico e casado com ClaudineteClodoalvo - o mordomo da família, conciliadorCenaNo ano de 2009, Claudinete está presa no trânsito de São Paulo. Ao saber do fato, Waldyner sai de sua mansão em sua Mercedes para salvar sua amada do terrível congestionamento.

Clodoalvo - Sr. Waldyner, dona Claudinete acaba de ligar e disse que está presa no trânsito.

Waldyner - (desesperado) O quê? Preciso salvá-la agora! Clodoalvo, pegue o meu carro que eu vou sair!

(Chega próximo de sua amada depois de muito tempo)Waldyner - (preocupado) Querida, você está bem? Claudinete - (de modo cansado) Sim amor, agora apenas me leve para casa.(Dentro do carro)Claudinete - Querido, não olhe para trás, se não você irá bater o carro.Waldyner - (Pensamento de Waldyner) Não olhe para trás, não olhe para trás, não olhe

para trás...Claudinete - Ai!Waldyner - (Olhando para trás) O que acon...(O carro está capotado. Waldyner vê do outro lado sua amada morta)

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A MORTE DE JAMES CAGNEYGustavo Bruni, Juliano Manhães e Rafael Dias

Personagens James Cagney: Gustavo BruniSam: Rafael DiasDiretor: Rafael DiasDiretor de Arte: Juliano ManhãesCâmeraman: Juliano ManhãesCena: Dia, externa

James Cagney está observando Sam de longe, atrás de um pilar de um estacionamento. Ele está muito medo e está assustado, então ele se vira na direção de Sam discretamente, e Sam está olhando para a direção contrária, sem suspeitar de nada.

James Cagney - (suspira) [Pensamento de James Cagney em voice over:É agora.] ( James Cagney anda sorrateiramente em direção a Sam, ele anda cambaleando muito

e quando começa a se aproximar de Sam seus pensamentos ficam tomados por medo e a expressão de seu rosto é de pavor. Então Sam se vira repentinamente e chama a atenção de James Cagney com um olhar forte e uma fala com tom de sarcasmo – plano médio em James e Sam)

Sam - (com tom de sarcasmo) Ora ora vejam só, se não é o James Cagney. ( James Cagney retruca com uma fala clara e firme, pedindo que Sam lhe devolva uma

carteira que ele roubou de James Cagney na semana anterior)James Cagney - Sam! Eu não aguento mais você! Devolve a carteira que você me

roubou semana passada! (Sam olha para a câmera - close - se referindo a James Cagney com um olhar mau

amedrontando mais James Cagney )Sam - Essa carteira James? ( James Cagney implica com Sam, e ordena que ele devolva a carteira, e James tenta

pegar a carteira da mão de Sam, mas ele desvia.)James Cagney - Me devolve essa carteira!

(Plano médio - Sam rapidamente dá um chute nas costas de James Cagney, que por sua vez cai no chão)

(Plano médio - Sam se aproxima de James Cagney que está caído no chão, e joga a carteira em cima dele.Então, ele levanta James

Cagney e o empurra na parede) (Sam pisa em um dos braços de James Cagney, então com o outro

braço, James pega uma faca e faz um corte na perna de Sam, que cai no chão e coloca a mão no machucado – close no machucado)

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Sam - Quem você pensa que você é, inútil! ( James Cagney faz um corte na perna de Sam)

Sam - (grita) AI! CARACA!(Sam no chão rasteja um pouco para longe de James Cagney) Sam - Imbecil!(Sam se levanta com a mão no machucado e anda mancando para uma direção, então

ele olha para sua mão e vê o sangue nela, e então olha para James Cagney) Sam - Como você ousa?(Sam manca até uma parede próxima, e coloca suas duas mãos nela para servir de

apoio, então a mão que está suja de sangue macha a parede - close na parede. Ao mesmo tempo, Sam vai em direção a James Cagney que continua caído, e James está com a faca sacada em direção a Sam, que da um chute na faca que vai para um pouco longe)

(Sam chuta a mão de James Cagney)James Cagney - Ahh! ( James Cagney se vira e tenta pegar a faca. Ele não a alcança, e no mesmo momento

Sam pisa em sua mão e o impede de se aproximar mais da lâmina). Sam - (sorrateiramente) Aonde você acha que você vai?(Sam pega a faca que está caída no chão e James Cagney tenta impedi-lo, mas não

chega nem perto de conseguir. Então, Sam se aproxima de James Cagney que ainda está caído no chão e quando ele vai lhe matar a cena fica preta – Black out)

(Corte - Aparece uma imagem de James Cagney morto no chão e a faca ao lado de seu corpo. Tudo está cheio de sangue. Créditos finais.)

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O VÍRUSRaul Moderiano

João Vírus acorda de sua cama molecular e vai cambaleando por sua parede cerebral. João cai no chão e vomita ao seu lado e leva os tentáculos à cabeça. Fica caído por algum tempo até que sua mãe, Dona Virória chega com um balde de tentáculos mal passados.

Dona Virória - (com preocupação) Meu filho, acho que aquela sopa de membrana não caiu bem. Vou ligar para o Doutor Vírus. (Com o telefone na mão) Doutor Vírus, é urgente! Eu acho que meu filho está com G.E.N.T.E. Você pode vir agora? Já estou te esperando. (Desliga o telefone e senta no sofá gelatinoso)

(A campainha toca e Virória abre a porta com seus tentáculos)Dona Virória - Meu filho está no quarto.(Doutor Vírus segura a maleta e vai até o quarto de João)Doutor Vírus - Oi.João Vírus - Oi.(O Doutor Vírus pega sua maleta, tira um alicate e abre a boca do João. Alguma coisa o

chuta. Ele abre a boca do João de novo e avista uma pessoa dentro dela. É uma menina loira)

Doutor Vírus - Você está com G.E.N.T.E.(Tira uma folha de dentro da mala e a joga na boca do João)João Vírus - O que é?Doutor Vírus - Relaxe que com essa página de livro ela vai dormir.

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os9 Anos

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o9o9O desafio do confessional pode aturdir qualquer ser

humano. Nesta etapa, última e derradeira do Ensino Fundamental, faz-se uma retrospectiva dos gêneros e tipos

textuais que fizeram parte do universo desses Jovens Escritores, que se despedem da narrativa compreendendo então suas minudências de

forma sensível e ao mesmo tempo consciente. O Relato Pessoal é algo difícil e ao mesmo tempo prazeroso de ser trabalhado

entre os jovens como Literatura. Precisa-se de uma alma sensível a si e ao outro para colocar no papel as metáforas da própria alma. A aluna Sarah Oliveira traz-nos uma narrativa em primeira pessoa, o tema parecia ser simples, mas não era, tratava-se de Felicidade e não sobre o que eles haviam feito nas férias.

Para introduzir o gênero dissertativo-argumentativo, procuramos realizar em sala de aula, um recurso semelhante em situação oral intitulado: Debate Regrado Público. Minha surpresa ao perceber o engajamento político dos alunos nesta questão foi grande. Devo ressaltar que isso se deu antes das Manifestações que vêm ocorrendo no país.

As discussões foram calorosas e bem argumentadas, empenharam-se nas pesquisas e discutiram como adultos. Mais do que como adultos, como jovens aprendendo a respeitar a opinião alheia e a defenderem seus pontos de vista. A ocasião foi filmada e provavelmente será apresentada na cerimônia de premiação dos alunos.

Criou-se um grupo de discussões na rede social Facebook que rendeu calorosos comentários de forma polida e civilizada. Tive a honra de ver o primeiro germinar desta sementinha ali deitada em solo esplêndido.

O tema um só: a recém-criada e apelidada “Bolsa Crack”. Um trabalho em conjunto com a área de Literatura que trabalhou a obra “Vida de droga” de Walcyr Carrasco. Podemos perceber um domínio sobre o tema e o debruçar do olhar sobre uma realidade que precisa mais que ser mostrada, mas revelada aos jovens como forma de alerta.

O propósito desta etapa de aprendizagem da língua portuguesa em sua vertente escrita é inserir o aluno a um olhar mais crítico de mundo, a entender a realidade por trás dos fatos, das notícias e do cotidiano. A arte da narrativa vai se despedindo para dar espaço à arte da argumentação.

Tivemos três textos selecionados por se destacarem em coerência, argumentação e defesa dos pontos de vista.

Professora Maína Machado

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À PROCURA DE ESTRELASSarah Oliveira

Em plena escuridão de um céu nublado, isento de luz, sinto uma força dentro do meu ser.

Algo capaz de mudar-me completamente, algo que jamais eu sentira antes. De repente, na janela, as gotículas de água escorrem rapidamente e os raios

majestosos brilham em puro êxtase, enquanto os trovões fazem sua melodia forte e tenebrosa.

A chuva cai sobre o chão devagar, mostrando sua delicadeza em cada gota. Debruçada sobre a janela com a mão esticada para fora, posso sentir a água entre meus

dedos. E o sossego da noite me traz sua voz cantarolando perante meus ouvidos. A chuva cessou.O que as estrelas têm para mim esta noite? Ouço-as sussurrando pelos céus, convidando-me a sorrir com elas. E querem que eu conte mais sobre os sonhos do meu coração.Fazendo-me lembrar de cada momento de alegria que eu vivi, cada emoção que eu

senti, elas me convidam para dançar esta noite. Mas não posso aceitar... Consigo ouvi-las, mas não vê-las, porque o céu continua nublado.São simples coisas que me fazem sonhar, fazem-me viver, fazem-me acreditar. E são

elas que me fazem acordar todo dia com um sorriso nos rosto.Agora posso ver no breu a Lua brilhando para mim. Ela quer que eu me levante e diga o que eu sinto.O que eu sinto? Eu sinto vontade de gritar para o mundo inteiro ouvir a felicidade do meu coração. Eu sinto, na verdade, a vontade de tê-lo ao meu lado, segurando a minha mão e me

chamando para dançar um tango perante as estrelas.A felicidade tomou conta de mim.Assim, depois de tanto procurar, encontrei minhas estrelas, mas uma delas

brilha mais do que as outras. Descobri que a estrela que eu andava procurando, era

você, a mais bela de todas.

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BOLSA CRACKRafaela Melo Ferreira

A bolsa popularmente conhecida como bolsa crack dará R$ 1350,00 para o tratamento de viciados em São Paulo, porém esses tratamentos só poderão acontecer em clínicas particulares.

A bolsa crack beneficiará apenas uma pequena parte dos viciados, além disso, pesquisas comprovam que a cada 10 viciados, apenas 1 consegue livrar-se da droga.

O Estado dará R$1350,00 para um tratamento de apenas 6 meses, primeiramente, um tratamento desse tipo é mais caro e segundo, o tratamento completo dura nove meses, ou seja, será um dinheiro mal investido.

O governo com certeza precisa tomar iniciativas em relação às drogas, mas essas iniciativas deveriam vir da melhora da educação e saúde. Assim teríamos uma população

mais informada e um tratamento de qualidade e gratuito aos que querem sair deste mundo.

Conclui-se que essa bolsa é apenas mais uma forma do governo aumentar impostos e enganar as pessoas fazendo elas acreditarem que essa é a melhor solução para o problema

enquanto na verdade poderia agravar a situação.

BOLSA CRACKMarcelo Costa

A Bolsa Crack é uma tentativa do governo do Estado de São Paulo que pretende curar químico-dependentes da região. Essa ideia tem o valor de R$1350,00 e irá internar viciados do estado inteiro, seja obrigatoriamente ou por opção do indivíduo.

Conhecendo a ideia, é possível compreender que não seria algo duradouro devido ao fato de que muito dependentes desejariam fugir e a colaboração para essa bolsa não seria suficiente para a sua auto sustentabilidade.

Este dinheiro não seria suficiente para a cura de um viciado, tanto é que o processo é longo e o resultado nem sempre é encontrado com facilidade, mas paralelamente a isso, esse valor poderia ser utilizado na melhora da educação pública do estado, considerando que, ao lado da orientação familiar (a mais importante), a educação ajuda a reduzir o número futuro de viciados, pois eles irão obter conhecimento e mais informação.

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QUEM CONTA UM CONTO - AUMENTA UM PONTORafaella Polachini

Mais um empregoGiovana, uma professora demitida de seus outros sete empregos, precisava de

dinheiro. Lançou seus currículos e foi chamada por uma escola para cuidar do Ensino Fundamental para contar histórias para as crianças dormirem.

Sua única tarefa se resumia em contar histórias e no final do dia enumerar quantas histórias contou. Um dia, esqueceu-se de registrar este número e foi demitida novamente. Cansou dessa vida, abriu uma creche e hoje paga para alguém contar histórias para ela.

O DINHEIRO DA BOLSAAntonio Martins

Qual o uso do dinheiro da bolsa crack para a família dos viciados?Esta é a pergunta que não quer calar.As famílias dos dependentes estão recebendo muito dinheiro da bolsa crack. Muitas

famílias estão gastando esse dinheiro para outras coisas. Pessoas querendo “ter” viciados para ganhar este dinheiro.

O governo sede às famílias do dependente um cartão com uma quantia de R$1350,00. Esta dinâmica de ceder ajuda financeira torna-se um chamariz para que as pessoas se aproveitem da situação para se darem bem financeiramente. Se isso não for muito bem planejado e vigiado, pode acabar numa grande fonte de renda para a população.

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É UM CRAQUEAmanda Jentof

A cidade de São Paulo, atualmente é uma das que tem maior número de dependentes químicos no Brasil, para apoiar essas pessoas e suas famílias e diminuir o número de dependentes, o governo criou o “Bolsa Crack” que dá à família, uma certa quantia por mês enquanto o dependente está na clínica.

A Bolsa Crack pode até no início ajudar algumas famílias, porém, quando o dependente sai da clínica e a sua família deixa de receber a quantia as coisas se dificultam.

A princípio, a ideia do Bolsa Crack é boa, pois irá ajudar a família e o dependente, porém, se olharmos mais afundo, perceberemos que o dependente pode ser colocado à força na clínica, o que faz com que o tratamento seja mais difícil e menos eficaz. Outro problema, é que depois do tratamento, o dependente pode não conseguir voltar a trabalhar por preconceito da sociedade.

Esta não é uma solução eficaz, neste jogo, o governo não está sendo um craque.

MELHORA OU PIORA?Camila M. Ziravello

O Crack, uma droga ilícita no Brasil, faz de muitas pessoas vítimas de seus efeitos. É muito usado por adolescentes e adultos. A dependência desta droga é muito rápida, consta que no segundo dia de uso, já podemos ter um viciado.

A bolsa criada pelo governador de São Paulo pode tanto melhorar como piorar a vida do viciado paulista.

A cracolândia, região da cidade de São Paulo assim conhecida por concentrar um grande número de viciados, sofreu um grande “limpa” e os viciados que ali se encontravam não tiveram um tratamento adequado. Para se redimir disso, a bolsa foi criada pelo governo. Tem o valor de R$ 1350,00.

Estatísticas apontam que 64% da população é contra a implantação desta bolsa contra 36% a favor. A maior parte dos 36% só é a favor porque apresenta um dependente químico na família.

Este dinheiro fará falta no bolso dos paulistas, fará falta nas escolas, fará falta nos hospitais e principalmente, fará

falta nas gerações futuras que poderiam ser melhor esclarecidas com o investimento neste ssetores.

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O MAL DA GUERRAGustavo Schneider

O cenário de guerra estava devastado, armas para todos os lados, corpos já sem vida jaziam ali mesmo ao ar livre, deixando o cheiro de putrefação quase insuportável. Jasmine corria como nunca, a morte em seu encalço. A menina nunca fora boa lutadora, ainda assim, quando a aldeia foi atacada ela fora posta na linha de frente, por ser a mais velha. Agora, na floresta, Jasmine sabia que enfrentava um perigo muito maior que o que qualquer Huno remanescente na aldeia pudesse oferecer. Ela enfrentava a morte em pessoa.

A sensação de estar tão perto de uma força milenar embrulhava lhe o estômago. De repente, uma flecha passa zunindo ao lado de sua bochecha. Um Huno fora burro o suficiente para segui-la até ali. Determinada, vira e enfrenta seu opositor. O Huno, gordo e baixinho, olhou de soslaio para o pássaro morto caindo ao seu lado, sem dar importância. Um barulho agudo estoura, os pássaros gralham em desespero enquanto assistem a morte de seus iguais e se preparam para o seu próprio fim. O frio começa a tomar conta de todos e uma figura aparece às costas do Huno, que cai morto com suas veias expostas e sua cara pálida como a neve que cai agora neste momento. A Morte está a poucos metros de distância, porém o ar condensa ao seu redor, de forma que sua imagem ainda não é mais que uma sombra. Só depois de alguns segundos foi possível definir exatamente com seria o último rosto que a assustada garota veria.

A Morte não veio como muitos imaginam, trajando seu pano aos farrapos e agarrada à sua foice, a Morte era uma força poderosa e sua personificação era imponente, tinha ao menos 2,40 metros de altura e era puro esqueleto, mas seus ossos tomavam a forma de músculos, definidos e gigantescos. Sua arma, uma foice, era feita de um cristal puro e mortalmente afiado. Só de olhar, Jasmine soube que o fim chegara. A Morte chega perto, encosta sua mandíbula no ouvido de Jasmine e sussurra:

- Bem vinda ao meu mundo.

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A BONECAMaria Julia Albuquerque

Lá estava ela: parada, pensando em tudo o que tinha acontecido, segurava o brinquedo com as mãos meio estremecidas, acariciava seus cabelinhos enquanto seu rosto se enchia de interrogações na falta daqueles dois olhos da boneca.

Era uma vez uma menina chamada Neusa, que vivia apenas com o seu pai, pois sua mãe morreu no parto. Um dia, ela caminhava pela casa e tropeçou em algo que parecia ser um alçapão, resolveu abri-lo e percebeu que a casa em que moravam tinha um porão. Nem ela nem seu pai sabiam disso.

Curiosa, Neusa entrou no cômodo para ver o que tinha escondido lá dentro. Quando entrou, achou uma caixinha, um armário, roupas velhas e alguns saquinhos. Ela escolheu um deles para abrir, somente um, quando o abriu sentiu uma poeira em seu rosto e achou uma bonequinha velha, logo percebeu que era de sua mãe porque junto a ela havia uma foto antiga de quando sua progenitora tinha a sua idade e a boneca parecia ser sua fiel companheira. Tratava-se de uma típica boneca de criança: loira, cabelos grandes, bochechas rosadinhas, mas estava faltando um olho e estava escrito em seus dedos o número "1". Neusa resolveu ir dormir e deixou a boneca sobre a mesa de jantar.

No dia seguinte, a menina, pegou a boneca e foi mostrar para o pai, ele não estava em nenhum lugar, sumiu. Foi quando Neusa percebeu que a boneca estava sem os dois olhos e estava escrito "2" em seus dedos. Neste mesmo dia, à noite e a sós, a menina ainda assustada com o sumiço do pai, resolve ir ao parque próximo de sua casa com a boneca. Pensa então no que tinha acontecido, acaricia o brinquedo, olha para a foto da mãe, repara nos mínimos detalhes do bordado do vestido da boneca, distrai-se com latidos de um cachorro que se aproxima. A boneca não está mais em suas mãos, inclina-se para procurá-la, o brinquedo a agarra pelo pescoço e a estrangula até a morte. Eis que aparece o número "3" em seus dedos. Na manhã seguinte, outra menina encontra a boneca do outro lado do parque...

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INVESTIMENTOS PROVISÓRIOSPaula S. M. Cassitas

O governo de São Paulo vai oferecer um plano de ajuda financeira para famílias de dependentes químicos. O incentivo tem como única finalidade o tratamento dos dependentes. A bolsa de R$1350,00 é oferecida apenas aos dependentes que estão interessados em deixar o vício, sendo assim, é um dinheiro considerado bem aplicado, porém, existem controvérsias.

O sistema público brasileiro apresenta inúmeras falhas: escolas públicas sem professores, hospitais sem profissionais e infraestrutura e violência urbana. Por isso, o “bolsa crack” pode ser considerado um dinheiro mal aplicado no momento com tantas outras prioridades.

Atualmente, o número de viciados é muito grande, porém o número de crianças que estão ou deveriam estar em escolas é muito maior. Talvez se fosse aplicado e investido este dinheiro na educação, muitas crianças mudariam seu destino e não usariam drogas. Apesar da informação não consagrar o não uso da droga, ela traz a certeza de uma influência positiva na vida dos cidadãos, afinal, nunca se ouviu falar que escolas e universidades arruinaram a vida de alguém.

Por outro lado, a questão não é no que se deveria aplicar esta verba, mas sim a “bolsa crack” em si, que com certeza vai mudar a vida de muitos, tanto dos próprios dependentes químicos, quanto das pessoas que poderiam posteriormente ser roubadas, machucadas ou até assassinadas por viciados durante a abstinência.

O “Bolsa Crack” é uma medida provisória que pode mostrar resultado em pouco tempo, enquanto as falhas no sistema público levariam anos e muito mais investimentos. Antes ser uma forma paliativa de tampar um buraco aberto na sociedade do que continuarmos com esta casa cheia de goteiras que virou o cenário nacional. Antes tapar um furo, do que não tapar nenhum.

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“CRER, OU NÃO CRER”Yvan Verlongieri

Em 9 de maio de 2013 o Governador do estado de São Paulo, o Sr. Geraldo Alckmin, anunciou que irá oferecer um auxílio para o tratamento de dependentes químicos em clínicas particulares. Observam-se dois pratos: “A ocasião faz os heróis” – disse o filósofo. A “Bolsa Crack” chegou na hora correta para auxiliar os tão necessitados dependentes que, vagando sem rumo, preocupam suas famílias e a si mesmos sem vagas em clínicas estaduais e que agora poderão fazer seus tratamentos em clínicas boas.

Entretanto, como em toda boa discussão, observa-se um contraponto de que, com isso os “ladrões” escondidos na sociedade e os corruptos só iriam se aproveitar, apenas ampliando o prejuízo paulista. A probabilidade das famílias beneficiadas com esta bolsa usufruírem do dinheiro em benefício próprio e não do viciado é alta.

A dúvida, então, se alastra na medida que não podemos saber se este será um dinheiro bem gasto ou se serão nossos impostos indo para o lixo.

BOLSA LUXOLígia A. Filgueiras

No Brasil, torna-se cada vez maior o número de bolsas desnecessárias. O governo não parece se contentar e fornece um número absurdo de ajuda financeira à população. A última bolsa lançada foi a “bolsa crack”. Esta, pode ser tanto útil quanto irrelevante dependendo do dependente que usufruirá de seus benefícios.

A bolsa pode ajudar aquele que realmente quer se reabilitar. A problemática é o seu alto valor chamativo ao lado corrupto que habita em cada cidadão brasileiro. Comparemos a bolsa em mini escala com os altos salários de nossos parlamentares. As famílias dos dependentes passariam pela tentação que assola nosso povo: a de “aproveitar-se das regalias do governo”.

Tal como existem dependentes a favor do tratamento, também existem aqueles que não querem se reabilitar. Nesse caso, a internação torna-se inútil, pois acaba com o dinheiro que poderia ser investido em saúde e

educação.Conclui-se que pode-se acabar com o vício, mas o alto

valor gasto não só é desnecessário, como é tentador à nossa política de pão e circo.

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o1o1 Despedida da ingenuidadeO que marca o processo do ano introdutório do

Ensino Médio é poder perceber como as marcas de ingenuidade típicas da infância vão ficando pelo caminho. O

despertar de um pensamento mais maduro, até sobre os temas mais sensíveis como o amor ganha tanto na narrativa como nos primórdios de

uma dissertação argumentativa um olhar mais profundo e situado no tempo e no espaço.

A trajetória deste período transita entre o olhar mais rigoroso dos aspectos da narrativa, seja ela dramática ou prosaica, e o trabalho árduo de inseri-los à arte da argumentação. Os alunos foram inseridos no contexto da história da escrita. Para isso, houve a necessidade de um maior comprometimento em entender o surgimento e as funções dos diversos gêneros textuais.

Nesta coletânea, a diferença entre estes dois aspectos apontados fica bem marcada entre os três primeiros textos dos alunos: Vitor, Luiza e Christie e os três últimos textos de Roberta, Alexandre e Luana.

Professora Maína Machado

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BEIJO DE AMORVitor Maron

O ano era 1978, no auge da Guerra Fria. O mundo em grande tensão diante de uma ameaça nuclear,

e eu, Kenny Carter nesse caso difícil do vazamento de informações aos comunistas.Então quem é o comunista infiltrado em nosso QG? Muitas perguntas mas nenhuma

resposta.Meu caso havia começado depois que nós, da CIA, descobrimos que informações

importantíssimas foram entregues aos comunistas, então eu e meu assistente McField e minha

namorada, agente da CIA, Kamila Klovosk entramos no caso afim de resolver e vingar nosso país.Comecei vendo todas as informações TOP Secrets e quem teve contato com elas nos

últimos tempos. Achei três nomes, o meu, de Kamila e de McField.Pasmo, não podia acreditar que um dos meus melhores amigos poderia ser um

comunista, então falei da suspeita a minha, quase, noiva. Ela ficou assustada, e me disse para fazer o que devia, então decidi fazer o certo.

Ao cair da noite, McField estava indo ao aeroporto, então Kamila foi primeiro e eu fui depois, pois fiquei revendo o que tinha de informações sobre o caso, então vi uma foto russa com iniciais KK, lembrei das informações atuais, soube da verdade e fui atrás de McField e Kamila.

Ao encontrá-la Kamila havia prendido McField, então cheguei perto dela lancei-lhe um beijo com muito amor, e então a prendi. Descobri que era ela a comunista, pois relembrei que ela havia visto as informações TOP Secrets e conclui o caso quando vi as iniciais KK na foto russa, KK de Kamila Klovosk. A armação foi desfeita.

Daquele dia em diante minha vida foi completamente diferente, nunca amei ninguém, tudo o que tinha era apenas a recordação de um beijo de amor, um beijo avassalador.

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SEU JEITO DE AMARLuiza Mazzio

- Eu te amo. (ele) (Ela olha com desaforo cruzando os braços).- Ah não pera... (ela gargalha) Isso que você acabou de dizer, nós dois sabemos que não

é verdade. (ela)- A não? Então o que é verdade pra você? (pergunta ele indignado)- A verdade é que somos atores, então como ator você deveria saber que usamos o “se”

antes de qualquer coisa, isso serve pro amor também. Pois é, feche os olhos (ele faz): “Se” você fosse cego me amaria como? Com a boca? Com a mão? Ou ouvindo a minha voz, cada detalhe e ênfase que coloco nas palavras, sentindo o arrepio de minha pele quando me toca? E “se” você fosse surdo? Você me amaria com os olhos? Vendo o meu corpo se despir pra você enquanto você olha remotamente como se fosse me ter pra sempre? Ou você me amaria olhando o meu jeito de movimentar a boca, sentindo o gosto de meu batom, observando o meu andar? Agora e “se” você fosse mudo? Como diria que me ama? Dando-me sorrisos falsos e me comprando quinquilharias? Ou ouvindo a minha respiração aumentar rigorosamente de acordo com a sua proximidade, sentindo o cheiro do meu perfume, me olhando como se eu fosse um obra, vendo cada traço, me amar sem dizer que me ama?

Vê, _________ se eu amasse alguém, seria cega e a ouviria como se fossem palavras de Shakespeare. Seria surda e amaria seu jeito de olhar como se fosse câmera. Seria muda, e mostraria meu amor em cada toque em cada linha de expressão como se fosse música. Você não pode me amar.

- Eu sei que sou cegamente, ensurdecedoramente apaixonado por você e poderia repetir isso até perder a voz! (beija as mãos dela)

- É engraçado o seu jeito de amar as coisas, já diria o Mestre “Você diz que ama o vento, mas fecha as janelas quando o vento sopra. Você diz que ama o Sol, mas vai a procura de uma sombra quando o sol brilha. Você diz que ama a chuva, mas abre o guarda chuva

quando chove. É por isso que eu tenho medo” você está me dizendo que me ama. (gesticula ela com as mãos olhando para um ponto imaginário)

- Tem medo do meu amor ou tem medo de me amar? (sugere ele)- O medo é subjetivo. (diz ela inconfidente)- Não, não é. O medo é a perseguição da dúvida, do

desejo, de querer e não poder. O medo é só a parte mais crua de você. (ele aponta com as mãos para si)

- O medo é mais que isso, o medo te caça, não te deixa dormir ou pensar em outra coisa. Tenho medo sim, mas não sei se é de mim ou de você.

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- Acho que esse seu medo pode também chamar de amor. Se for medo da minha mísera existência então me dê uma chance de provar o contrário. Posso fazer seus medos irem embora. (pega em sua mão)

- Não posso. Não consigo. Tenho medo de me entregar, nunca me entreguei antes. Mas, não consigo me ver em outro lugar a não ser em suas mãos. (lacrimeja)

- Cuidarei de seu coração, que está na torre mais alta, trancado e protegido por um dragão em seu peito.

- Você não tem direito de me deixar sem palavras. Não sei se sinto medo, ódio ou amor por você. (levanta da cadeira indignada)

- Dizem que quando a boca não consegue dizer o que o coração sente é melhor deixar a boca sentir o que o coração diz. (segura em seus braços ela se debate) (Beijo) (ela cede e revida) (Narrador aparece em cena)

- É estranho como o quebra-cabeças dentro da mente de uma pessoa pode gerar a perda da última peça, do mesmo, da pessoa amada. Assim acontece, esse casal depois de muitos anos de discórdia e desarmonia vão descobrir que era sim, só medo, medo de ficar sozinho, medo de não ter mais ninguém para amar, sempre existe aquele alguém, que nunca passou pela sua cabeça encontrar, você pode encontrar ele em um dia chuvoso, ou ensolarado, em um velório ou num parque. Preste bem atenção em seus medos, eles apenas são o bloqueio, a barreira para sua felicidade, como se fosse uma guerra e você tem medo de morrer, você pensa em tudo que se pode dar errado naquele momento, mas depois a sensação de liberdade e as suas histórias te fazem ser um mito, mesmo que for pra você mesmo, quebre as paredes, pule os precipícios de sua cabeça, quando se trata da mente você pode subir tudo de novo e inventar a queda por novos ângulos, até chegar o momento em que você aprende a flutuar.

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60 SEGUNDOSChristie Yamasaki

Em mais um dia chuvoso de Londres eu caminhava por ai. Meu guarda-chuva preto protegendo-me dos pesados pingos que caíam do céu. Dos quais cessaram-se rapidamente.

Fechei o guarda-chuva, retirando o excesso de água girando-o levemente. Direcionei meu olhar ao céu ainda nublado. De certa forma, eu gostava de tempos fechados.

Voltei o olhar para meu caminho. A paisagem era agradável. Várias árvores e flores em tons amarelados. Por ser outono as folhas mudavam de cor e secavam, muitas caíam, formando um tapete de folhas sobre o cimento da calçada.

As lojas discretas, pintadas em branco, de arquitetura... Europeia, talvez? Não poderia saber pois nunca tivera muito interesse em tal assunto.

O café fora a construção que mais me chamou atenção. Suas paredes forradas com ladrilhos brancos envelhecidos, o banco em frente as três janelas da loja, decks de madeira. Uma simples e comprida planta perto de outra janela, onde em frente havia um belo banco de madeira. A entrada era enfeitada com algumas pequenas luzes. Havia uma placa com o nome do estabelecimento, plantas decoravam os dois lados das portas de madeira de aparência velha, por culpa de detalhes pintados. Um pequeno quadro negro onde, com uma caligrafia delicada e bem trabalhada, continha o cardápio do dia.

E quando parei para observar a loja por dentro, um garoto de cabelos cor de chocolate, mais baixo que eu, lábios rosados, que vestia uma camisa xadrez por cima de uma camiseta branca e com um jeans claro, saiu do lugar sorrindo. Nossos olhos se encontraram... Seus orbes castanhos tão profundos. Rapidamente virei o rosto, achando, repentinamente, algo de interessante em meu All Star preto. Lentamente levantei meu olhar, percebendo que você se espreguiçava, sentindo o clima fresco que a chuva trouxe.

Arregalei meus olhos, entreabri os lábios. E parecia que tudo à minha volta parava. Pude ouvir meu coração batendo forte e rápido. O som de meus batimentos

descompassados ressoavam em meus ouvidos como em uma melodia, onde as notas gravadas na partitura ainda era muito confusa para os instrumentistas.

“60 seconds is enough for this story, you have entered my heart. I don't doubt that you have taken me in this not-

so-short time. That's the kind of person you are”Fui tirado de meus devaneios quando espirraram água em meu rosto.

Você adentrou a loja e eu fiz o mesmo. Eu não preciso de razão alguma para ir atrás de você, que fez meu coração vibrar no primeiro momento em que

te viu.

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Sentei em uma mesa afastada das pessoas, perto do balcão branco revestido de ladrilhos brancos iguais aos da parede de fora. Em cima do balcão de madeira clara haviam utensílios de cozinha, alguns temperos e um computador, provavelmente o caixa.

Você preparava algo que não pude ver do ângulo em que estava.“Eu o ajudava a cortar ingredientes para nosso almoço. Mesmo que tenha dito que iria

prepará-lo, quem cozinhou fui eu.- Waah! – Exclamou com a voz um pouco falha enquanto eu fritava os ingredientes

para nossa macarronada.”Lágrimas lentamente se formavam, querendo cair.“Eu me apoiei no balcão da cozinha, esperando você me dar o macarrão que enrolava

nos talheres de metal.- Diga “aah”. – Pediu manhoso quando me levantei. Abri minha boca em um sorriso e

você me deu comida na boca. Estava delicioso.Logo fiz o mesmo com você e tinha molho perto de sua bochecha. Eu o limpei com o

dedo e você riu. Baguncei seus cabelos por conta de sua fofura.”Me lembrava lentamente dos dias em que passamos juntos.“Eu lia um livro sentado no sofá, você havia se deitado em meu colo e adormecera.

Retirei a franja que cobria seus olhos, observando o quão bonita era tal cena. Um anjo adormecido.”

Você me olhou, curioso com o por quê de eu estar desatento. Uma garçonete aproximou-se, perguntando o que eu queria. Pedi um chocolate quente e a garota de cabelos loiros afastou-se.

“I hug you in my arms for a while and slowly let you go. My eyes go blank and my lips lost all words. My heart stops at the sound of your sighs.”

“Eu lhe cutucava a cabeça levemente, tentando provocá-lo. Irritado, você empurrou minha testa de leve. Nos abraçamos enquanto ríamos.”

Curvei-me um pouco para frente, entrelaçando minhas mãos logo a frente.Você trazia a bebida fumegante que pedi, sorrindo simpático.“Tomávamos chocolate quente em minha casa. Eu batia minha mão

esquerda na mesa com a intenção de fazer barulho, focando sua atenção no objeto em meu anelar. Um anel de ouro.

- O que é isso? – Você me perguntou curioso.”Segurei minha mão esquerda, observando o objeto

dourado. Colocou-o em minha mesa.“Eu tomei mais um gole de minha bebida quente, repousei a caneca na

mesa novamente. Em meu bolso, retirei um pequeno objeto, puxando sua mão para perto e logo coloquei um anel idêntico ao meu em seu dedo anelar.

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Nos olhamos. Eu sorri.Você analisou feliz o anel e observamos o par junto, aproximando as mãos.”Sorriu. E logo afastou-se novamente.“Eu estava sentado no sofá e você de pé de costas para mim. Disse que queria

conversar após uma briga que tivemos.- Eu estou me machucando, ChanYeol-ah. – Disse, virando-se. Entregou-me o anel que

lhe dei e foi embora.E eu deixei você ir. Em nosso último momento juntos.”“My two different stories It was a hot and cold time with you. Both are memories that

you gave to me”Tirei o anel que perdera sua cor, assim como eu e sem ao menos tocar em minha

bebida, o deixei na mesa e me retirei. Você percebeu. Veio atrás de mim e tocou de leve em meu ombro. Olhei por cima de meu ombro.

- Você esqueceu isso. - Você disse sorrindo e me estendeu a mão com o anel.Eu apenas toquei em sua mão pequena e macia, fechando-a com o anel dentro. Meus

olhos ardiam.Lembra-se da primeira vez em que nos encontramos?“Chovia forte e você esperava, em frente à um café como este, que o céu deixasse de

chorar. Eu o vi e lhe cobri com meu guarda-chuva preto. Sorri. Você fez o mesmo.”Você me olhou confuso, talvez? Seus pequenos olhos me observavam. Eu sorri

enquanto sentia uma lágrima escorrer por minha bochecha. Eu tremia.Você me olhava como se um dia tivesse esquecido de tudo o que passamos juntos e

agora os relembrasse. O que no final, não era mais que a verdade.Pouco depois de termos terminado, você sofrera um acidente, fazendo com que se

esquecesse de parte de sua vida. Apenas os três anos em que estavámos juntos. Você mesmo disse que queria me esquecer, esquecer de tudo o que passamos juntos BaekHyun. E seu desejo foi concedido.

Eu me mudei para Londres, em uma tentativa de te esquecer. E você voltou para me assombrar.

Gosta de me fazer sofrer BaekHyun? Eu te amei por todo esse tempo e você simplesmente desapareceu. E até agora, você ainda é o

amor da minha vida.Em um tempo não tão curto você tomou meu coração

para si. Esse é o tipo de pessoa que você é. Me visão tornava-se embaçada por conta das lágrimas que insistiam em inundar meus olhos. Observei sua mão fechada sobre o anel. Meu sorriso se desfazia.

Tentando sorrir novamente, senti uma pequena lágrima escorrer por minha bochecha.

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Eu desisti de você, BaekHyun. Agora viva sua vida como se eu nunca tivesse existido.Pois é assim que vou viver.- ChanYeol... – Ouvi você sussurrar extremamente baixo. Fingi não escutar e virei-me

com o objetivo de sair e você não me impediu.“- Venha, eu te levo. – Disse, ainda sorrindo. Você concordou com um aceno de cabeça

e começamos a andar, conversando sobre assuntos aleatórios.”Ainda me pergunto se, no dia em que você terminou comigo, eu deveria ter lhe

abraçado, pedindo-lhe perdão.O céu chorava novamente. Talvez por quê um amor tão puro quanto o meu por você

acabara? Não tenho certeza.Abri meu guarda-chuva novamente e comecei a andar, dirigindo-me à minha casa, que

dividia com um amigo. Tenho pena de YiFan, que terá de aguentar meus lamentos, reclamações, desabafos e tristezas novamente.

Adeus BaekHyun.

O AMORRoberta Strauss

As pessoas dizem que a coisa mais fácil na vida é o amor, puro, simples e verdadeiro, não precisa de explicação, ele apenas acontece. Mas, as pessoas não dizem como se sobrevive a ele.

O amor tem várias faces, o lado bom é quando se ama e é correspondido e o lado ruim tem três possibilidades, amar e não ser correspondido, amar em segredo e quando mesmo amando a pessoa você deixa ela ir, pois você quer que ela seja feliz mesmo que não seja com vc.

Mesmo o lado bom, às vezes tem seus momentos ruins, como quando o ciúme toma conta de seus corpos impedindo que as pessoas reparem em suas atitudes, prejudicando a única pessoa que você não quer prejudicar.

Independente de qual seja a face do amor que você veja, ele um dia acaba. Ele acaba, pois nada dura para sempre, ele acaba, pois, as pessoas morrem, o amor diminui com as dificuldades, com a infidelidade, com o ciúme. Mas, nem sempre tudo que acaba tem final, como a história de “Romeu e Julieta”, o amor deles é eterno, perdura e inspira os nossos corações com a esperança de que um dia todos vamos encontrar o verdadeiro amor.

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SOCIEDADE ROTULADALuana Gaudino Brescia

Atualmente, a sociedade está supervalorizando os bens materiais que as pessoas possuem e desvalorizando o que a pessoa realmente é, este problema está levando a sociedade a ter sérios problemas de caráter para se ser aceito pelo outro e não se amar, se aceitar. As máscaras sociais tornam tudo muito artificial, fútil e superficial o que nos leva ao consumismo exacerbado, à vaidade e à depressão, pois nem todo o dinheiro do mundo nos traz felicidade.

O ser humano fútil e supérfluo nunca vai se satisfazer porque sempre vão haver novas coisas. A sociedade é construída na base do “status”. Você não é, você tem e apenas quer se sentir normal e aceito pelos outros, isso acontece principalmente com adolescentes que ainda não têm personalidade formada, sem muitos valores morais.

Enquanto o marketing e a valorização de marcas nos dominarem, vamos nos afundar cada vez mais neste buraco sem fundo. Os seres humanos realmente desenvolvidos são aqueles que são seguros de si e buscam a felicidade na natureza e nas boas companhias.

DINHEIRO NÃO COMPRA FELICIDADEAndressa Munhoz

Renato, um homem de 22 anos com uma esposa e um filho recém nascido, é formado em medicina e trabalha com ginecologia. Ele tem uma casa grande em um dos melhores condomínios da cidade, é um homem bem sucedido. Seu filho, Carlinhos, tem tudo o que precisa e muito mais. Dinheiro é o que não falta.

No segundo ano de faculdade, Renato fez um amigo, Guilherme. Ele não teve a mesma sorte que Renato, por problemas financeiros, teve que largara a faculdade. Hoje ele é frentista de posto e mora em um cortiço perto do seu trabalho, é um homem muito feliz com duas filhas lindas e uma mulher carinhosa. Dinheiro falta dentro de casa, mas não

deixam de ser felizes.Atualmente, tudo gira em torno do dinheiro, o mundo para aqueles que

podem, já é uma bola de consumismo. As propagandas de televisão despertam a vontade de comprar cada vez mais e cada vez mais o consumismo aumenta.Renato adquiriu um câncer, não conseguiu se tratar a

tempo. Morreu há duas semanas. O Câncer foi causado por efeito psicossomático. Renato morreu por trabalhar demais na verdade. Podia até ser feliz, mas tornou a vida de sua família infeliz ao morrer.

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CONSUMO DESNECESSÁRIOAlexandre Kowalski

O mundo vive hoje, o consumismo desnecessário do ser humano. Empresas em busca de dinheiro e consumidores alienados pelo poder da coerção exercida por meios de comunicação e da própria sociedade. É esse consumo desenfreado que está destruindo o planeta.

Não existe um culpado único, mas cada vez mais o consumo cresce, como por exemplo, no século XX, produtos eram feitos para durar o ano, a década, a vida inteira, em contrapartida, no século em que vivemos, os produtos são feitos para durar poucos meses. Isso pode ser culpa de uma competição capitalista que busca saber quem destruirá a Terra primeiro.

Um engenheiro de produção numa palestra realizada no colégio Domus Sapientiae afirmou que consome-se a metade a mais que a Terra produz. A solução para este problema é a redução do consumo desnecessário, a reutilização de produtos usados para a fabricação de novos e a conscientização das empresas que devem parar para pensar apenas no dinheiro e pensar no futuro dos seus netos.

A publicidade é a maior instituição que ilude o consumidor hoje em dia, não se compra um produto apenas pelos benefícios que ele traz, mas sim, pelo status que se irá ganhar. Devemos parar de pensar só em dinheiro, status e conforto e aprender a ter qualidade de vida sem consumo desnecessário.

SEDENTARISMO TECNOLÓGICOLucas Arruda

Atualmente, o aumento do nível de desenvolvimento tecnológico em que a sociedade se encontra vem contribuindo de forma importante no cotidiano das pessoas. Isso faz com que o ser humano, se torne cada vez mais independente do meio em que vive e dependente do material que usa.

A tecnologia pode ajudar o acesso do homem a opções que antes eram inacessíveis, mas também, torna o esforço desnecessário para realizar outras atividades. Um exemplo é o universo estudantil que antes obrigava os jovens a pesquisar em bibliotecas para as atividades escolares. Hoje, este acesso mudou com o advento do Google.

O sedentarismo é fruto de uma tecnologia que surgiu e é utilizada de forma negativa, tornando as pessoas obsoletas e as atividades ao ar livre são banalizadas.

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CICLO CONSUMISTADaniela Beatriz Scaramela Pereira

O ciclo vicioso que é o consumismo é tão longo e eterno que é difícil se lembrar de como tudo começou. A sociedade atual já se acostumou e se adaptou a esse ciclo, mas seria isto o correto? Como podem considerar normal ser manipulado e se sentir insuficiente todos os dias?

A mídia, a cada minuto bombardeia a sociedade com propagandas e comerciais. Mas o que as pessoas não percebem é o que a mídia realmente faz ao dizer que “precisamos emagrecer” ou “precisamos de roupas novas”. A mídia manda a nos adaptarmos a este ciclo sem fim todos os dias.

Pesquisas comprovam que a quantidade de pessoas com trabalhos que deram mais renda e mais bens materiais vem aumentando, enquanto a taxa de pessoas felizes com sua vida só diminui. É óbvio que o ciclo consumista tem um papel muito importante sobre isso.

Se ser bem sucedido significa uma vida de stress e infelicidade cercada por bens materiais enquanto ser fracassado significa ser mais feliz, mas não ter tantos bens materiais, será mesmo que nossa sociedade não deveria reavaliar seus valores?

CONSUMISMOAmanda Vedovi

Vivemos em uma sociedade consumista em que é dado mais valor ao dinheiro e o que se obtém com ele do que a valores morais como a educação, respeito, carinho e amor. Coisas que são de graça e nos fazem bem.

O consumismo desacerbado da população vem vindo e aumentando cada vez mais transformando a população.

As pessoas já não trabalha para ter uma vida confortável, estabilidade financeira e afins, trabalham para sustentar sua vontade compulsiva de sempre querer

estar “por dentro” das novidades. Compram algo que foi lançado por uma marca “x”, um ano depois lançam a segunda geração, aposentam o antigo e

compram o novo. Um ano depois, é lançado um produto três gerações à frente. As pessoas têm que saber a diferença entre inovação,

reposição moderada e consumismo. Para uma melhor qualidade de vida, ambientes e casa e na rua, pois o consumismo excessivo pode levar as pessoas a terem má socialização e pouca renda, trazendo futuros

problemas para a sociedade.

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LIBERDADE: UM DOS CAMINHOS PARA A FELICIDADEGabriela Gurgel

Felicidade é uma palavra forte e de impacto, nosso vocabulário está bem acostumado com ela. Nesse sentimento de bem estar, muitos colocam preços altíssimos alegando que precisam de variadas coisas para serem felizes. Dinheiro, roupas de marca ou serem correspondidos pela pessoa amada... Em contraste com isso, pessoas que mal têm o que comer ou vestir, sentem –se felizes tendo tão pouca qualidade de vida.

É certo que a definição da felicidade altera-se de pessoa para pessoa, dependendo de sua cultura e ideais. Desde começo das civilizações, várias pessoas expressaram e expressam seus próprios conceitos de felicidade. Temos a religião budista que afirma que a felicidade é a liberação do sofrimento e só é obtida pela superação do desejo em todas as formas. Já Aristóteles dizia que a felicidade estaria no equilíbrio, na harmonia. Após tantas e tantas definições além das aqui citadas, a que mais me agrada foi a do filósofo Epicuro. O mesmo dizia que a melhor forma de alcançar a felicidade é através da satisfação dos desejos de uma forma equilibrada, que não pertube a tranquilidade do indivíduo.

Apesar de eu achar impossível que uma definição 100% concreta e bem aceita por todos surja, eu tenho meu próprio conceito de liberdade, que para mim, é um ótimo caminho para a felicidade. A felicidade é um sentimento, um estado em que corpo, mente e alma entram em harmonia e bem estar. Os sentimentos negativos e preocupações ficam em segundo plano e encarados de forma mais sensata. As pessoas têm uma vida mais feliz quando fazem o que gostam e quando estão rodeadas de pessoas que elas gostam. Isso tudo soa muito óbvio, mas quantas pessoas são realmente felizes com seu emprego, seu conjugue e a forma como levam a vida?

Todos nós temos problemas, dias ruins e ficamos tristes. Mas a vida, em geral, fica bem melhor quando aceitamos como somos nossos desejos e o que queremos. Muitas pessoas seriam mais felizes se elas se preocupassem menos com o que os outros pensam e falam, e também se não tentassem agradar tanto assim outras pessoas. Ter uma vida convencional e 100% planejada não significa ter uma vida feliz.

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CICLO ALIENADOManuela Heloisa Scaramela Pereira

Beckett Willians era um cidadão americano como outro qualquer. Tinha 28 anos, uma família e dois empregos para sustenta-la. Ao chegar em casa, tarde da noite, após um longo e estressante dia de trabalho, ligava a televisão e via os comerciais de pessoas que possuíam itens (diferentes dos deles) e aparentavam ser muito mais felizes. Então, saía para fazer compras e consumia todos esses itens porém, um dia, ao separar os objetos inúteis de sua casa para serem transformados em lixo, um pensamento veio à sua mente “Onde tudo isso vai parar?”

O consumismo é um fator muito presente na sociedade atual. As pessoas acabam comprando itens que elas não necessariamente precisam, mas, por achar que eles facilitarão ou melhorarão determinados aspectos da vida, como mostrado pelas propagandas, elas os compram mesmo assim. A maioria desses itens torna-se lixo após um curto período de tempo e as pessoas compram outros itens mais “sofisticados” para substituí-los, fazendo do consumismo um ciclo sem fim.

Esse ciclo afeta o meio ambiente catastroficamente. Todo o lixo produzido pode, em alguns casos, ser queimado, liberando substâncias extremamente tóxicas e fortes, além disso, para que ocorra a produção dos itens que consumimos, há devastação de florestas e criação de fábricas poluidoras do ar e da água. Nessas fábricas trabalham pessoas que inspiram este ar tóxico diariamente.

Não é possível verdadeiramente sair do ciclo consumista. Porém, é possível tomar certas atitudes como reciclar e reutilizar sempre que possível, além de se conscientizar sobre a necessidade dos produtos que compramos. Esses pequenos atos, se feitos por todos, farão uma grande diferença e talvez até mudar esse ciclo.

Portanto, onde tudo isso vai parar está nas nossas mãos.

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os2 Anos

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o2o2 Interpretação do mundo factualAssim podemos resumir a finalidade do ensino de

redação desta etapa do Ensino Médio. O primeiro olhar lança-se às mídias. Um mergulho na linguagem dos telejornais, filmes, propagandas, crônicas, documentos históricos, relatos, enfim, o que nos conta o mundo como ele é hoje em decorrência do que já foi no

passado.A sinopse “Estranho no Ninho” da aluna Marina Miranda traz uma história

criada por ela. O desafio aqui é utilizar-se da linguagem ao mesmo tempo compacta e crítica que traz esta modalidade textual: a sinopse. Ganhou destaque não só por atingir os objetivos da proposta, mas também por trazer algo que saísse do senso comum.

A carta de Belá Katz Zedec, escrita pela aluna Kiana Gray nos insere num universo histórico através de um tipo de arqueologia textual. Esta é a finalidade das cartas históricas. O destaque vai pela ambientação perfeita e pelas angústias da personagem criada.

O Editorial, ou Texto de Opinião foi amplamente explorado pelos alunos Geórgia, Hugo, João Paulo e Francisco. Um olhar crítico sobre a notícia, o momento em que o veículo de mídia lança seu olhar analítico ao invés de apenas preocupar-se em informar.

Professora Maína Machado

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“ESTRANHO NO NINHO”Marina Miranda

Relatando a dificuldade de mudanças, “Estranho no Ninho” conta a história de uma garota que sofria de uma rara doença de pele chamada epidermólise bolhosa, na qual se formam bolhas por todo o corpo do individuo. Ela, recentemente, mudou-se para a cidade grande e terá que enfrentar os desafios de ser aceita em uma nova escola.

A personagem vivida por Bruna Marquesine passa por grandes apertos ao ser o centro dos comentários de todo o colégio. A garota chega até a tentar o suicídio pela dificuldade da adaptação. Mas, é em um desses episódios que conhece Jorge, também novo no colégio, e que ajuda a menina a contornar a situação. Aos poucos ela vai se acostumando, aceitando seus defeitos, e percebendo que a maior dificuldade estava no medo de se entregar a novas amizades.

O longa se passa em São Paulo, e coloca à mostra o sofrimento que uma mudança pode causar. A atriz mostra-se intensamente participativa durante todo o filme, o que aproxima o espectador da história. Além de servir como exemplo de superação para pessoas que passam pela mesma situação.

PEQUENAS MELHORIAS, GRANDES MUDANÇASGeorgia Luquini

Nos tempos modernos, somos constantemente apresentados a novas tecnologias e seus avanços, o que aumenta a cada dia. O aprimoramento de eletroeletrônicos abrange os mais diversos campos econômicos e sociais, alcançando também a área rural.

Este avanço causa um êxodo marcante à medida que as máquinas substituem o trabalho humano. Deste modo, as pessoas viram-se caminhando para os centros urbanos causando um inchaço populacional nas cidades.

Com o aumento da população nas cidades, toda a sua infraestrutura deve aprimorar-se para acomodar seus habitantes. Tais melhorias envolvem os campos da saúde, saneamento e transporte público de qualidade.

Atualmente, nas cidades brasileiras encontra-se uma grande deficiência nos meios de transporte públicos. A cidade de São Paulo, por exemplo, possui uma rota abrangente, porém precária, sempre lotada e suja. Há urgência em se tapar o buraco do transporte no Brasil. Em colaboração a tal fato, propaga-se o mau hábito de se preferir ter um carro a andar de transporte público no país. A mudança teria que vir do governo ou de dentro de cada um de nós?

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CARTA DE BELÁ KATZ ZEDECKiana Gray

Polônia, Auschwitz21/07/1944

Não sei bem para quem escrever esta carta. Sou Belá Katz Zedec, nasci na Hungria, tenho 17 anos e possuo a estrela de David colada no meu peito há 4 anos.

Você deve estar se perguntando porque eu estou na Polônia, pois bem, fui transferida para cá. Separei-me da minha família há 3 semanas. Não sei onde estão. Não sei como ainda estou sobrevivendo com a ausência deles e com esta dúvida que não desaparece do meu pensamento. Choro todas as noites. Apenas o meu irmão mais novo, de apenas 3

anos veio comigo. Fomos separados no primeiro dia que chegamos nesta miséria. O pavor em seus olhos por estar sozinho e por não saber o que vinha pela frente neste futuro tão indesejado trouxe-me uma dor extremamente

forte no coração. Não parava de vigiá-lo até o momento que a fila dos homens desapareceu d aminha vista. Essa cena se

repete constantemente em meu consciente. Estou traumatizada e não sei como sair desta depressão. Nunca mais o vi... apenas os que têm condição de trabalhar sobrevivem, quem não tem é exterminado. Portanto, já tenho uma hipótese de onde ele deve estar.

TRAGÉDIA EM CAMPOFrancisco Juarez

A morte do menino Kevin chocou o futebol sul-americano, a mídia, a Conmebol e os torcedores apontaram a culpa aos torcedores do Corinthians pelo sinalizador ter sido lançado de sua torcida. Segundo a regra a torcida é uma extensão do time. Mas, a pergunta que não quer calar é: seria justo punir 30 milhões pela irresponsabilidade de alguns?

O próprio técnico do Corinthians alega que não foi um acidente, pois que porta consigo um fogo de artifício sabe que está carregando uma arma em potencial. O banimento dos torcedores que cometeram o ato seria o mais justo com todos.

Mudanças são necessárias, mas tudo precisa ser mudado, a própria Conmebol precisa se reciclar e para de ser uma entidade corrupta. Mudar os termos das regras para que se entendam com as leis locais, assim, sem admitir confusão nos estádios.

A segurança dos jogadores também precisa ser priorizada, via de regra precisam jogar sofrendo ataques dos torcedores que atiram pilhas e outras coisas em campo. A morte, seja da torcida ou dos jogadores precisa ser evitada.

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Fui uma das escolhidas para trabalhar. O pior não é o trabalho. Pior é o clima; ver todas aquelas pessoas com as mesmas dúvidas e angústias na alma, como eu; ver manchas de sangue em várias partes do terreno; observar filas enormes de pessoas de todos os tipos, gêneros e idades entrando naquela construção e depois não as ver sair de lá.

Estou muito doente. Estou tão fraca que as minhas condições de fazer algum tipo de trabalho se esgotaram. O desespero escorre pelas minhas veias. Não sei o que será de mim. A febre toma conta do meu corpo e não me permite ter energia. Os homens de uniforme vieram me avisar que amanhã irão solucionar a minha doença. Já está claro para mim o que vão fazer comigo. Como? Eu não sei. Talvez seja a melhor solução mesmo. Não me vejo siando daqui livre, sem dor e angústia e com saúde.

Enterrarei esta carta dentro de uma caixa. Espero que seja encontrada. Talvez no futuro eu seja reconhecida com um ser humano e não como um simples número.

Belá Katz Zedec

O FIM DO MUNDOHugo Henrique

21 de dezembro de 2012. Esse era para ser o dia do fim do mundo segundo interpretações do calendário Maia.

Uma coisa tão simples, mas que mexe com o imaginário do ser humano de uma forma tão abrupta. É difícil entender como, mesmo diante de várias previsões erradas, esse tema ainda provoca um sentimento tão forte em grande parte da população.

Não é a primeira vez que se surge uma data para o famoso fim do mundo, a última dizia que ia ser na virada do ano 2000. Não só essa como muitas outras datas já foram previstas e nunca aconteceu nada.

Mas, há um motivo que deixa as pessoas com tanto medo, o fim do mundo representa o fim dos nossos projetos, anseios e esperanças. Nossas alegrias e amores. O fim de tudo que já fizemos e de tudo que já planejamos. Na verdade, o que cria o sentimento mais tenebroso em nós diante da crença em uma catástrofe que venha aniquilar a humanidade é somente a dúvida de que isso aconteça, posto que jamais tenha ocorrido.

Só não podemos esquecer que somos seres racionais, podemos pensar e agir de maneira correta. Temos que ponderar as provas e só então distinguir o que é um perigo real e o que é fictício. Fazendo isso, chegaremos à conclusão de que o fim do mundo nada mais é do que um assunto da mídia para ganhar audiência e causar pânico na população.

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A RENÚNCIA DO PAPA BENTO XVIJoão Paulo Moura

O anúncio da renúncia do papa Bento XVI foi realizado no dia 11 de fevereiro de 2013, foi uma enorme surpresa no mundo católico. Começando assim, o período da Sé Vacante, em que a Igreja Católica fica provisoriamente sem líder, geralmente por conta da morte de um Papa e nesse caso especial de renúncia.

No caso de Joseph Ratzinger ou Papa Bento XVI, de 85 anos, os motivos para sua renúncia foram a debilidade física pela qual ele passa, o que o impossibilita de cumprir com as funções exigidas pelo cargo.

A Igreja Católica tornou-se a religião do Império Romano em 390 D.C, medida adotada pelo imperador Teodósio, depois da aproximação com cristãos efetuada por Constantino, que havia autorizado os cultos cristãos em 313. Outro fato histórico importante foi a divisão da Igreja que ocorreu em 1054, O Cisma do Oriente, criando a Igreja Romana de um lado e a Igreja Ortodoxa Bizantina de outro.

A criação do Vaticano foi um fato notável, através do tratado de Latrão em 1929, pelo qual o ditador italiano Mussolini concedeu um pequeno território na cidade de Roma para ser a sede do Vaticano o institucionalizando como um país, no qual o Papa exerce seu governo de forma vitalícia sendo chefe de Estado.

A Igreja é sem dúvida uma instituição poderosa não só pelos grandes fatos históricos que ela traz consigo, mas pela influência que exerceu e ainda exerce em muitas das decisões mundiais. Mas nunca em sua história, seu representante máximo destitui-se por conta própria do cargo. O pedido de demissão de Bento XVI é um dos maiores acontecimentos até então.

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os3 Anos

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O 3º ano tem como finalidade encerrar um ciclo precioso da pedagogia juvenil.

É a reta final, preparamos estes jovens para sair do casulo e enfrentar o mundo lá fora. Este ambiente vai exigir dos nossos jovens, não só um olhar mais crítico sobre o que os circunda, mas

sabedoria em saber elaborá-lo. Muito foi dito em sala de aula que o texto é uma arte e que a arte imita a vida.O fantasioso ficou para trás há léguas de distância. Os pés agora são fincados

na realidade dos concursos vestibulares. A postura argumentativa teve que ser explorada em seu máximo de potência.

Há muitos textos bons, ao contrário do que se pensa, esta juventude não é alienada, muito pelo contrário, é antenada. O único trabalho aqui é o que enfrentarão pela vida: o de lapidar seus saberes teóricos com a dura realidade da prática.

Os textos selecionados tiveram primazia em selecionar metáforas, organizar os argumentos de forma contundente e trazerem em si uma reflexão que saísse do senso comum.

Professora Maína Machado

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IRREFUTÁVEL INFERIORIDADERicardo B. M. Fernandes

Uma escola que ensina aos estudantes as matérias para ingressar e cursar com maestria numa faculdade bem cotada. Essa é a escola pública. Ou ao menos era, há alguma, muitas décadas. Mas, o que aconteceu para as boas escolas públicas ficassem num estado tão deplorável como se encontram hoje?

Muitos diriam clichês como “o governo investe em atributos banais como o carnaval e as escolas ficam em segundo plano”. Embora o bruto deste argumento esteja certo, deve-se levar em consideração que são nada mais nada menos que 51 milhões de jovens no Brasil, segundo o último senso do IBGE em 2010. Mesmo com a sexta maior economia do mundo, os resquícios da ditadura, no qual a qualidade das escolas caiu vertiginosamente, ainda permanecem.

Qual a solução deste problema absurdo? O aumento na dificuldade para a qualificação dos profissionais que lecionam nas escolas públicas faria com que somente os professores com capacidade intelectual suficiente para difundirem seus conhecimentos fossem selecionados. Aliado a isso, o acréscimo no salário dado aos professores também poderia ser uma alternativa cabível, já que incentivaria tais trabalhadores. Só assim a escola campeã do carnaval seria a escola pública.

PLEONASMO IRÔNICOMarcello Ziravello

O nível de escolaridade é certamente um fator de grande importância para se determinar um país como desenvolvido ou emergente. A educação é um dos fatores que compõe o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), juntamente com a expectativa de vida e a renda per capita. De acordo com o último Relatório de Desenvolvimento Humano (2011), o Brasil ocupa o octogésimo quarto lugar entre 187 países encontrados na lista. Surpreendentemente ou não países como o Casaquistão e Kuwait ocupam posições superiores à brasileira. Evidentemente, existem problemas (e muitos) nas composições do IDH encontrados no território nacional.

A educação é de fato a base de tudo. Se o investimento neste fator estrutural fosse tratado com maior consideração por inúmeros políticos, profissionais mais capacitados seriam formados (aumentando consequentemente a renda per capita), o setor da saúde pública também evoluiria e bem possivelmente as taxas de criminalidade cairiam.

Um país em que a rede de escolas privadas é superior à de escolas públicas realmente não conseguirá uma posição entre os 20 melhores do planeta. O slogan do governo Dilma “País rico é país sem pobreza” deveria ser repensado, pois um pleonasmo ridículo reflete bem a nossa situação, em que uma alternativa como “País com educação de qualidade é um país sem pobreza” faria muito mais sentido.

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A VERGONHA DE DARWINCarlos André Nunes

Todos os dias, notícias são assistidas sobre conflitos na região da Faixa de Gaza, Israel e Palestina que perduram há décadas. Esses conflitos são exemplos claros do problema mais antigo do homem: o desafio de se conviver com as diferenças.

O Brasil não é diferente. Apesar de ser conhecido pelo mundo como um centro de miscigenação cultural e étnica, o país sofre todos os dias com problemas relacionados ao preconceito. Seja contra índios, nordestinos ou homossexuais, este problema existe e é preocupante no Brasil.

Um exemplo claro seria o caso de índios queimados em Brasília na década passada. Eles nada haviam feito, nem conheciam os agressores, mas foram queimados. Ao se questionar a causa, os praticantes deste tipo de preconceito costumam responder sobre a inferioridade ou inutilidade dos agredidos.

Os agressores sentem-se, de certa forma, como a espécie que fora selecionada pelo ambiente como havia dito Darwin, enquanto os outros, menos adaptados e mais fracos, deveriam sumir. Mas, não é porque uma espécie seja mais adaptada que ela seja superior.

Todos os seres humanos fazem parte de uma mesma subespécie, sendo essencial a convivência com as diferenças. Com elas, aprende-se a ter mais tolerância, enriquecem-se culturas e consolida-se o conhecimento difundido entre os diferentes povos.

Por isso, é essencial que se continue a incentivar o intercâmbio cultural e deve-se enrijecer as leis contra crimes cometidos por preconceito, para se evitar ocorrências antes mencionadas. É dever do ser humano conviver com a diferença para que se impeçam atos que indiretamente, envergonham Darwin e suas teorias.

O CASAMENTO DA FELICIDADE E TRISTEZAIlana Melo F. Sabino

Psicologia, estudo da mente. Filosofia, estudo das ideias. Sociologia, estudo das interações sociais. Termos de pesquisa são o que não faltam em dicionários, contudo, depois de páginas e páginas numa procura exaustiva, é

muito improvável que se encontre um sinônimo para estudo da felicidade. Compreensível. A felicidade nunca fora um

assunto de fácil discussão.Ao analisar o mundo de hoje, de uma visão infantil - e, de acordo com

muitos, a mais sábia -, pode-se perceber que todos os atos de um indivíduo se dão pela busca da felicidade. No entanto, ela surge em diferentes

formas.

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GERAÇÃO COCA-COLAAna Carolina Barreto

Segundo o sociólogo Karl Mannheim, uma geração se forma a partir de um grupo de pessoas que nasceu na mesma época e viveu os mesmos acontecimentos históricos, independentemente do sexo e da etnia. O grande desafio é lidar com o conflito de ideias entre diversas gerações e como elas convivem pacificamente.

A primeira grande diferença a ser notada entre gerações mais antigas e esta atual é a forma de encarar o mundo e a sociedade. A geração mais atual tem o melhor avanço em medicina, tecnologia e educação, e se torna cada vez mais ociosa e preguiçosa para adquirir informação. O grande contraste se dá por ser uma geração mais egoísta, pois as pesquisas são feitas para o próprio saber, e não para o da sociedade como um todo.

É estranho pensar nesses jovens sem pensar em seus prováveis avós que provavelmente já passaram por dificuldades como vender balas em trens ou se prepararam para ir a uma guerra. Há uma grande inversão de valores, em que era valorizado o básico, mas sempre em vista de ganhar mais pelos próprios meios e agora, uma em que se tem tudo e o que se quer ganhar só tem valor material e deve ser por outros meios mais fáceis. Ao que parece, a geração atual não se dispõe a passar por dificuldades à procura de vitória.

Com sorte, em geral, as nações convivem bem. Os ensinamentos são passados pelas gerações e isso é de relevante importância para que não se percam os valores positivos que precisam ser trocados. Valores estes que farão a diferença nas gerações futuras refletindo o nosso presente.

Para um fiel, seria a certeza de que seu Deus o olha e o protege; já para um ateu, talvez fosse um senso comum da inexistência desse Deus. Para um rico, seria um aumento de sua fortuna; e ao pobre, uma refeição quente que lhe enchesse o estômago.

Com base nisso, se tentássemos definir o conceito de felicidade, talvez pudéssemos fazer uso da palavra “perspectiva”. A felicidade não deixa de ser uma conquista pessoal, e essa conquista – romance, dinheiro, saúde, ou o que seja – se forma pelo ponto de vista de quem a busca.

A felicidade, entretanto, na perspectiva dessa escritora, se constitui de nada menos do que tudo; das lágrimas aos sorrisos, dos gemidos aos gritos. O anjo não existe sem o demônio, o bom não existe sem o mau, e o contraste deve estar sempre presente, como cita William Blake em “O Casamento do Céu e do Inferno”, e isso se inclui nesse assunto tão discutido. A felicidade não existe sem a tristeza, logo, a tristeza também é felicidade.

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CARTA AO ACIONISTABárbara Napolitano

São Paulo, 4 de junho de 2013.Caro senhor acionista,Acabo de ser contratado como gerente em uma das lojas de sua empresa e devo dizer

que sinto-me honrado. Tenho observado a estrutura e a organização da empresa e parece que a tradição a que tanto prezamos pode não mais condizer com a geração de nossos consumidores. Os valores que antes destacavam no campo da “administração estratégica” hoje conflitam com a contemporaneidade tecnológica, atrasando uma rentabilidade máxima.

O primeiro problema encontra-se na maneira de tratar o cliente. É preciso agradá-lo, porém, na sociedade atual, a procura é por dinâmica e não por conforto. É preciso atender o cliente o mais rápido possível sem pecar em educação. Assim, atenderemos mais clientes satisfazendo a todos.

A falta de redes de internet sem fio já foi alvo de reclamações de inúmeros clientes. As pessoas procuram lugares em que possam relaxar e conectar seus aparelhos eletrônicos com o mundo. A instalação do sistema “wi-fi” é urgente. Na área de tecnologia, o site da empresa também apresenta problemas. Foi atualizado pela última vez em 2007, falta informação e estética; para isso, devemos contratar um designer de sites. Precisamos mostrar ao cliente que é possível manter a tradição e mostrar o novo. O choque de gerações possibilita a troca de saberes e pode renovar a s opiniões e visões que temos do mundo.

Agradeço pela atenção e espero sua resposta, G.Q

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COLÉGIO DOMUS SAPIENTIAE

www.domussapientiae.com.brPARA QUEM LEVA A EDUCAÇÃO A SÉRIO E FAZ DA VIDA UM ETERNO APRENDIZADO

Sinceros agradecimentos da equipe de Português aos colegas das demais áreas do conhecimento e à equipe técnico-pedagógica, pela

presença constante e incentivo diário.

EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA

Mantenedora e Diretora-geral - Neuza Maria ScattoliniAssistente de Direção - Márcia GavinoCoordenadora Geral - Lucienne Maria BuscariolliOrientadora Educacional (Ensino Fundamental) - Valéria FurtadoOrientadora Educacional (Ensino Médio) - Ângela M. M. da Encarnação

EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESAProfessora Gabriela FonsecaProfessora Luciane dos SantosProfessora Maína MachadoProfessora Maria Inez Ferreira de JesusProfessora Rejane Loli RuizProfessora Silvana E. O. da Matta Vívolo