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DESEMP NHO DA BARRAGEM POCAO DA RIBEIRA FACE AOS ALOS SISMICOS ORIUNDOS DE UMA PEDREIRA PROXIMA EM EXPLORACAO Carlos Eduardo de M.Fernandes Diretor Adjunto da TECNOSOLO S.A. RESUMO Este trabalho relata a convivencia de uma barragem de terra, POQAO DA RIBEIRA em Sergipe, de finalidade agro-industrial e de abastecimento d'agua, corn urna pedreira ativa, situada a menos de 200 m da barragem. Essa convivencia comecou com a barragem ainda em construcao (1985), perdura ate os dias de hoje e se prolongara certamente. A exploracao da pedreira obedece a limites de carga por espera a de intervalo de tempo entre esperas fixados por um ensaio sismico, realizado na lase de construcao; o desempenho da barragem vem sendo avaliado pelo monitoramento dos seus piezometros a tassometros, mas tambem foi avaliado, em duas ocasioes (1986 e 1990), por ensaios sismicos, mais adequados a avaliacao quantitativa desse tipo de solicitacao. Embora os impactos, ou abalos, que o aterro experimenta, correspondem aqueles de terremotos de intensidade de V a Vll, a duracao do trem de ondas a inferior a 0,5 segundo e o seu espectro de frequencia significativamente major (25 a 70 Hz) do que a irequencias natural do aterro (pouco major do que 5 Hz). Curta duragao e frequencia comparativamente alta no trem de ondas sao doffs aspectos favoraveis a estabilidade da obra. Embora barragens de terra adequadamente construidas sejam, pela prbpria geometria, estruturas estaveis do ponto de vista sismico, o que a histbria confirma, e aconselhavel cautela no caso, pelo fato da exploracao continuada da pedreira poder deteriorar a qualidade mecanica da prbpria rocha local a conduzir, no futuro, a maiores durag6es e a espectro de irequencias com desvio para valores menores, no trem de ondas. Monitoracao de piezometros e tassometros, ocasionais ensaios sismicos e restrita observancia pela pedreira aos parametros pre-fixados de carga e retardos deverao continuar como o esquema de garantia a integridade de POt AO DA RIBEIRA. 1. INTRODUcAO A barragem POQAO DA RIBEIRA, no rio Trairas, Municipio de Itabaiana, Estado de Sergipe, a uma barragem de terra, de segao homogenea, assente diretamente sobre rocha sa fraturada, de comprimento 550 m no eixo do coroamento, de 150 m no vertedouro e altura 27 m. Pertence a COHIDRO - Companhia de Recursos Hfdricos e Irrigagao de Sergipe; foi construlda em 1985, dentro do programa denominado Chapeu de Couro. O projeto executivo da barragem foi elaborado pela TECNOSOLO, que tambem foi responsavel pela Assistencia Tecnica a COHIDRO durante a construrao, a cargo da empresa E.I.T.. Localizada a menos de 200 m do eixo da barragem, a jusante e na margem esquerda do Trairas, existia uma pedreira inativa. Os proprietarios dessa pedreira decidiram pela sua reativacao, quando ainda se desenvol- viam os trabalhos de construgao da barragem. A compulsbria convivencia das obras da futura barragem com a pedreira reativada (pedreira Cajafba) obrigou a realizagdo de estudos sismicos no local. Esses estudos se distribuiram, de 1985 ate o presente (1990), em 3 campanhas de medigdo sismica e avaliagAo de resultados, e cumpriram duas tarefas principals: a primeira tarefa, cumprida na primeira campanha de medicao (Maio/1985), executada ao nfvel da rocha de fundacao no centro da futura barragem, foi a pre-fixagao da carga maxima por espera e do intervalo de tempo, ou retardo, entre esperas, para Iimitagao das cargas explosivas na pedreira Cajafba; a segunda tarefa, cumprida pelas segunda (Junho/1986) e terceira (Dezembro/1989) campanhas de medigao sfsmica, com a - XIX SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS - -35-

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DESEMP NHO DA BARRAGEM POCAO DA RIBEIRA FACE

AOS ALOS SISMICOS ORIUNDOS DE UMA PEDREIRA

PROXIMA EM EXPLORACAO

Carlos Eduardo de M.FernandesDiretor Adjunto da TECNOSOLO S.A.

RESUMO

Este trabalho relata a convivencia de uma barragem de terra, POQAO DA RIBEIRAem Sergipe, de finalidade agro-industrial e de abastecimento d'agua, corn urnapedreira ativa, situada a menos de 200 m da barragem. Essa convivenciacomecou com a barragem ainda em construcao (1985), perdura ate os dias dehoje e se prolongara certamente.A exploracao da pedreira obedece a limites de carga por espera a de intervalo detempo entre esperas fixados por um ensaio sismico, realizado na lase deconstrucao; o desempenho da barragem vem sendo avaliado pelo monitoramentodos seus piezometros a tassometros, mas tambem foi avaliado, em duas ocasioes(1986 e 1990), por ensaios sismicos, mais adequados a avaliacao quantitativadesse tipo de solicitacao.Embora os impactos, ou abalos, que o aterro experimenta, correspondem aquelesde terremotos de intensidade de V a Vll, a duracao do trem de ondas a inferior a0,5 segundo e o seu espectro de frequencia significativamente major (25 a 70 Hz)do que a irequencias natural do aterro (pouco major do que 5 Hz). Curta duragaoe frequencia comparativamente alta no trem de ondas sao doffs aspectosfavoraveis a estabilidade da obra.Embora barragens de terra adequadamente construidas sejam, pela prbpriageometria, estruturas estaveis do ponto de vista sismico, o que a histbria confirma,e aconselhavel cautela no caso, pelo fato da exploracao continuada da pedreirapoder deteriorar a qualidade mecanica da prbpria rocha local a conduzir, nofuturo, a maiores durag6es e a espectro de irequencias com desvio para valoresmenores, no trem de ondas.Monitoracao de piezometros e tassometros, ocasionais ensaios sismicos e restritaobservancia pela pedreira aos parametros pre-fixados de carga e retardosdeverao continuar como o esquema de garantia a integridade de POt AO DARIBEIRA.

1. INTRODUcAO

A barragem POQAO DA RIBEIRA, no rio Trairas, Municipio de Itabaiana, Estado de Sergipe, a uma barragemde terra, de segao homogenea, assente diretamente sobre rocha sa fraturada, de comprimento 550 m noeixo do coroamento, de 150 m no vertedouro e altura 27 m. Pertence a COHIDRO - Companhia de RecursosHfdricos e Irrigagao de Sergipe; foi construlda em 1985, dentro do programa denominado Chapeu de Couro.

O projeto executivo da barragem foi elaborado pela TECNOSOLO, que tambem foi responsavel pelaAssistencia Tecnica a COHIDRO durante a construrao, a cargo da empresa E.I.T..Localizada a menos de 200 m do eixo da barragem, a jusante e na margem esquerda do Trairas, existia umapedreira inativa. Os proprietarios dessa pedreira decidiram pela sua reativacao, quando ainda se desenvol-viam os trabalhos de construgao da barragem.

A compulsbria convivencia das obras da futura barragem com a pedreira reativada (pedreira Cajafba)obrigou a realizagdo de estudos sismicos no local. Esses estudos se distribuiram, de 1985 ate o presente(1990), em 3 campanhas de medigdo sismica e avaliagAo de resultados, e cumpriram duas tarefas principals:a primeira tarefa, cumprida na primeira campanha de medicao (Maio/1985), executada ao nfvel da rocha defundacao no centro da futura barragem, foi a pre-fixagao da carga maxima por espera e do intervalo detempo, ou retardo, entre esperas, para Iimitagao das cargas explosivas na pedreira Cajafba; a segunda tarefa,cumprida pelas segunda (Junho/1986) e terceira (Dezembro/1989) campanhas de medigao sfsmica, com a

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obra terminada, foi de avaliagao da resposta da barragem (paramento de jusante e crista) aos abalos dapedreira em atividade. 0 cumprimento dos parametros de carga por espera e de retardo entre esperas, nosprogramas de fogo, 6 rigorosamente acompanhada pela COHIDRO, com assistdncia da TECNOSOLO,desde 1985.

2. FIXAcAO DOS PARAMETROS PARA DETONAQAO SEGURA ( 1a Campanha de Medico)

Conforme indica a Fig.1, a medigao s(smica avaliou as condigoes de homogeneidade e transmissibil(dade darocha entre a pedreira e a fundagao da futura barragern ao centro (linha de 12 geofones uni-direcionais, corncalibragao de amplitude, espagados de 15 em 15 metros), bern Como o nivel dos abalos na fundagao(4 geofones tri-direcionais, corn calibragao de amplitude, entre as estacas 11 +5 e 15+9). Essas avaliagaesforam realizadas para cargas instantaneas de 675 gramas, 3780 gramas e 5400 gramas de explosivo emfuros de profundidades variando de 1,60 m e 2,40 m.

A Fig. 3 apresenta tres sismogramas t(picos dessa campanha. Obteve-se os seguintes resultados:

Caracter(stica sismica da transmissao entre a pedreira e a fundagao

Meio (rocha): homogeneo

Vp = 4680 m/s (onda P)

Vs - 3000 m/s (onda S)

Atenuagao - -2,2 DB (muito pequena; desprez(vel)

N(vel do Abalo (em U. velocidade de nart (cula cm/s) em fungao da carga explosiva:Frequencia de Vibragao (f a Duragao (AT).

U = 0,014 + 0,006.09

sendo 0 carga instantanea ( com tamponamento ) em quilogramas.

(NOTA: Por seguranga, U 6 lido de pico + a pico -, numa oscilagao).

Frequencia (f) = 25 Hz < f < 70 Hz (das amplitudes dominantes)

Duragao (AT) - 200 msEstimou - se para o futuro aterro Vp = 1600 m/s e d (densidade) = 1,9; entao , o translente (abalo) na rocha(Vp = 4680 m/s e d - 2,5) se transmitira ao aterro com uma ampliagao (a):

4,68x2,5-1,6x1,9a=1+

4,bW(Z ,5t 1,bx1,9=1R

Tomou-se por seguranga a = 2.

Portanto, para o aterro, valeria U = 0,028 + 0,012 .0 e considerando um U admissivel de 1 cm/s, obteve-se0 = 80 kg , para a carga maxima instantanea (carga por espera) de exploragao segura da pedreira; com-plementarmente, o retardo entre esperas, para nao haver superposigao de abalos, foi pre-fixado em 200 m,conforme as medigoes indicaram.

3. MONITORACAO DA BARRAGEM (2' e 3' Campanhas de Medigao)

11 Avali ao (correspondente a 20 Campanha deMedigao S(smica - Junho de 1986)

Nessa primeira avaliagdo, com a obra conclufda, foram tambem monitoradas a Estagao de Bombeamento (1geofone tri-direcional e 3 uni-direcionais) e a Tubulagao de Recalque (2 geofones tri-direcionais e 1 uni-direcional); a monitoragao da barragem propriamente dita contou com 1 geofone tri-direcional e 1 uni-direcional na crista e 7 uni-direcionais egUi-espagados no paramento de jusante (ver Fig.2).

Para a carga detonada Instantaneamente de 42,84 kg na pedreira obteve-se o seguinte resultado (ver Fig. 4).

- Crista da Barragem : U = 0,10 cm/s- Tubulagao : U t = 0,33 cm/s ; U2 = 0,17 cm/s

- Estagao de Bombeamento (piso): U = 0,20 cm/s

Essa avaliagao confirmou o que se antecipava, isto a, uma sensibilidade maior a abalos por parte da Estagaode Bombeamento (alvenaria, um sb piso) e da Tubulagao de Recalque (elevada, a cerca de 1 m do terreno esobre suportes isolados), em comparagao a barragem. 0 registro sfsmico confirmou a duragao da ordem de200 ms para o abalo.

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2a Avaliacao (correspondente a 3a Campanha de

Medigdo Sismica - Dezembro de 1989)

Nessa avaliacao foi monitorada exclusivamente a barragem (crista e paramento de jusante) conforme indicaa Fig.2. Na crista foram colocados os geofones tri-direcionais e no paramento os unidirecionais; as cargasdetonadas, nesta ocasiao, na pedreira foram de 9,8 kg (a 275m) e 20,6 (a 366m) respectivamente (Fig. 5 e 6).

Foram tambem medidos, nesta campanha, Vp e Vs no corpo da Barragem: Vp = 1677 m/s ; Vs = 418 m/s.

Em vez de serem apresentados em termos de U, os resultados dessa medigao o sao em valores deaceleragao instantanea U, conforme indica a Fig. 7, para a modalidade de onda voluminal ("body-wave") S nocorpo da barragem.

4. DESEMPENHO DA BARRAGEM

Nesses 5 anos em que a pedreira Cajafba vem funcionando regularmente, nada parece ter afetado a bar-ragem POCAO DA RIBEIRA. Os piezometros e tass6metros nao mostram anomalias e, possivelmente, viriamdos piezometros as primeiras indicagoes de problemas, caso a continuidade dos abalos resultasse numefeito deleterio cumulativo no tempo. Nao parece provavel que o aterro possa sofrer uma ruptura subitapelos abalos, vale dizer, uma deterioragao que nao se manifestasse , mas que, repentinamente, viesse a seinstalar por meio de fraturas. 0 potencial de liquefacao nao existe para o material de fundagao (rocha), nem aantecipavel para o corpo do aterro, que tem, comprovadamente, compacidade homogenea e de grau ade-quado.

As principals diferengas qualitativas entre os abalos oriundos de detonagao numa pedreira e os de um ter-remoto natural sao, provavelmente, a duragao e o espectro de frequencia do trem de ondas. As aceleragoesregistradas em POCAO DA RIBEIRA seguramente nao as distinguern de um terremoto de intensidade V e erazoavel supor que aceleragoes nao registradas, nesses 5 anos de funcionamento da pedreira, atingiram oequivalente a intensidades VI e ate VII, ou seja, quanto ao nivel, ou grau, os abalos nao diferem de ter-remotos no limiar de intensidades que poderiam ser consideradas perigosas a barragem. A duragao, porem,desses abalos a de poucos decimos de segundo e o espectro dominante de frequencias de 25 a 70 Hz con-forme indicam os registros.

A importancia da duragao do trem de ondas, para a estabilidade de obras de engenharia , inclusive bar-ragens, a um conhecimento ha muito divulgado (veja-se, por exemplo, Richter, C. "Elementary Sismology' -Freeman - 1958). Quanto a frequencia, as medigoes permitem uma investigagao quantitativa; com efeito, afrequencia natural da barragem, para uma oscilagao que nela incidisse a partir da fundagao, pode seraproximadamente calculada, ao centro, em:

4187 = 8 Hz

onde418 m/s = Vs, velocidade de propagagao da onda S

27 m = h , altura da barragern

que corresponde a do harmonico, do trem de ondas, cujo meio-comprimento de onda equivale a altura dabarragem. A incidencia se faria por um angulo proximo da vertical (ver Fig. 7), pois:

ac = arc.sen 418/4680 = 5°

(sendo ac Angulo da trajetoria sfsmica com a normal a fundagao e 4680 m/s = Vp, na rocha) como exige alei da refragao sfsmica (modo PS nesse caso), e assim as interfaces barragem-rocha de fundagao e bar-ragem-ar (crista) confinariam uma vibragao de trajetoria quase ortogonal as mesmas. Terremotos naturaistern em geral suas maiores amplitudes em harmonicos de 1 ou unidades de Hz, que se aproximam dafrequencia natural da barragem, enquanto os abalos, no caso em foco, tern seus harmonicos de majoramplitude na faixa de 25 - 70 Hz.

5. COMENTARIOS FINAIS

Uma projegao (no tempo) de carater exclusivamente determinfstico aponta ser segura a condigao de POCAODA RIBEIRA face aos abalos oriundos da pedreira proxima. Por cautela, monitoracoes sismicas devem serprevistas e o Ideal a que o fossem a intervalos de tempo menores, pots, se a qualidade mecanica da rochadecair, na area da pedreira, por excesso de fraturamento induzido pelas pr6prias detonagoes a possivel osurgimento de duas caracterfsticas: a primeira, o deslocamento do espectro de frequencias para valoresmais baixos e a segunda, o aumento da duragao do abalo. Embora a atenuagao possa ate aumentar corn a

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deterioragdo mecanica da qualidade da rocha , e o nfvel de U (e de U) na barragem decair , o efeito geralresultante pode nao ser favoravel a seguranca futura.

Como a proprietfiria da obra , COHIDRO, executa um programa de leitura de piezOmetros e tass6metros decanter continuo (se comparado As monitoracoes de abalo) 6 nessa auscultacao que reside a possibilidadede detecgao de anormalidades.Uma proposicao para que fosse instalada uma estagdo sismografica na barragem malogrou por razi es finan-ceiras ; em contrapartida , a exercido urn rigoroso controle no campo , pela COHIDRO, dos programas de des-monte a fogo na pedreira Cajalba.

6. BIBLIOGRAFIA

[1]

[2]

[3]

RICHTER, C.F. - (1958) - Elementary Seismology ; Freeman & Co.

SAVARENSKI, E. - (1975) - Seismic Waves; Mir.

FERNANDES , C.E. de M. - (1973) - Estabilidade de Capas sobre Rocha nas Encostas sobSolicitacao Dinamica ; Tese de Doutorado, UFRJ.

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