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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE HUMANIDADES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO DOUTORADO EM EDUCAÇÃO ROBERTO SARQUIS BERTE EDUCAÇÃO POR COMPETÊNCIAS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: UM DESAFIO PARA CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA NO SENAC-RS Porto Alegre 2016

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE HUMANIDADES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO

ROBERTO SARQUIS BERTE

EDUCAÇÃO POR COMPETÊNCIAS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL:

UM DESAFIO PARA CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA NO SENAC-RS

Porto Alegre

2016

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ROBERTO SARQUIS BERTE

EDUCAÇÃO POR COMPETÊNCIAS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL:

UM DESAFIO PARA CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA NO SENAC-RS

Tese apresentada como pré-requisito para a obtenção do grau de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Orientadora: Profa. Dra. Marília Costa Morosini

Porto Alegre

2016

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B537e Berte, Roberto Sarquis

Educação por competências na formação profissional: um desafio para Cursos Superiores de Tecnologia do Senac-RS / Roberto Sarquis Berte. – Porto Alegre, 2016.

179 f.: il. Orientadora: Prof. Dra. Marília Costa Morosini Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação da Faculdade

de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2016.

1. Educação por competências. 2. Educação Superior. 3. Curso

Superiores de Tecnologia. 4. Educação Profissional e Tecnológica. 5. Senac-RS. I. Morosini, Marília Costa. II. Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2016. III. Título

CDU 377(816.5)

Bibliotecário responsável: Maria do Carmo Mitchell Neis – CRB 10/1309

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

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ROBERTO SARQUIS BERTE

EDUCAÇÃO POR COMPETÊNCIAS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL:

UM DESAFIO PARA CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA NO SENAC-RS

Tese apresentada como pré-requisito para a obtenção do grau de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Aprovada em: 14 de Junho de 2016.

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________________ Profa. Dra. Marília Costa Morosini – PUCRS

______________________________________________

Prof. Dr. Alam de Oliveira Casartelli – PUCRS

______________________________________________ Prof. Dr. José Paulo da Rosa – Senac-RS

______________________________________________ Profa. Dra. Vera Lucia Felicetti – La Salle

______________________________________________ Profa. Dra. Marilene Batista da Cruz Nascimento – UFS

Porto Alegre

2016

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Dedico esta tese ao meu pai, Arnaldo, in memoriam, a minha mãe, Marlene, a minha esposa, Silvana, ao meu filho, Bernardo, e as minhas irmãs, Denise e Claudia, pelo apoio e incentivo ao meu desenvolvimento profissional e acadêmico.

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AGRADECIMENTOS

À Professora Dra. Marília Costa Morosini pela orientação, pelo incentivo e

pelas oportunidades de aprendizado;

Ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande do Sul, pela acolhida e oportunidade de

aprendizado;

Ao Diretor Regional do Senac-RS, Dr. José Paulo da Rosa, pelo apoio e

incentivo constante para a minha evolução profissional;

Ao Professor e Coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Análise e

Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade Senac Porto Alegre, Guilherme Bertoni

Machado;

Ao Diretor e à Gestora Acadêmica da Faculdade Senac Porto Alegre do

Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS da

FSPOA), Elivelto Nagel da Rosa Finkler e Maria da Graça Monteiro Sanchez;

Ao Professor Wagner Ladeira pelo auxilio nas questões relativas aos

assuntos de estatística;

Aos colegas do Núcleo de Educação Profissional do Senac-RS Miriam

Mariani Henz, Claudia Zank, Inácio Kaspary, Juliana Lermen Vieira, Ivelize Cardoso

Gonçalves, Paulo Ricardo Araújo Leal e aos demais colaboradores da área, pelo

auxílio e constante incentivo na realização da pesquisa com os egressos;

E, de modo especial, à colega de trabalho do Núcleo de Educação

Profissional do Senac-RS Vera Regina Flocke Keller, pelo auxílio nas informações

sobre educação por competência que constam nesta tese.

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RESUMO

Esta tese analisa a efetividade da metodologia de educação por competências nas

instituições de educação profissional, especialmente nos Cursos Superiores de

Tecnologia do Senac-RS. O crescente interesse pela noção de competência e a sua

importância para a educação em geral, incluindo os Cursos Superiores de

Tecnologia, justifica a pesquisa proposta. Inicia-se com uma avaliação da Educação

Profissional e da legislação para a Educação Tecnológica no Brasil com o intuito de

contextualizar historicamente o campo empírico, refletindo sobre os objetivos e os

princípios norteadores da Educação Profissional de Nível Tecnológico. Como forma

de contribuir para a compreensão do conceito, contempla-se o entendimento dos

principais autores que teorizam sobre competência, para, em seguida, discutir

acerca do surgimento da educação por competência, de seus desafios e de suas

proposições como uma forma de integrar os diversos olhares dos atores envolvidos

no processo de ensino e aprendizagem. Por fim, realiza-se uma pesquisa junto aos

egressos do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de

Sistemas da Faculdade Senac Porto Alegre com o objetivo de analisar as

percepções deles relativas às competências profissionais desenvolvidas no Curso

Superior de Tecnologia e como são requeridas essas competências pelo mercado

de trabalho no que tange às demandas identificadas pelas empresas. Os resultados

obtidos pela pesquisa, como a percepção do caráter holístico e integrado das

competências, da riqueza do contexto cultural e/ou profissional em que o egresso se

encontra e de suas disposições ou atitudes, podem auxiliar a educação por

competência na formação profissional, especialmente no desafio da implementação

em Cursos Superiores de Tecnologia no Senac-RS, benefício esse que também

poderá ser estendido a outros Cursos da Faculdade Senac Porto Alegre e a outras

Instituições de Educação Superior que oferecem Cursos Superiores de Tecnologia.

Palavras-chave: Educação por competências. Educação Superior. Cursos

Superiores de Tecnologia. Educação Profissional e Tecnológica. Senac-RS.

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ABSTRACT

This thesis analyzes the effectiveness of education methodology skills in professional

educational institutions, especially in the Colleges of Senac-RS Technology. The

growing interest in the concept of competence and its importance to education in

general, including the Colleges of Technology, justifies the proposed research. It

begins with an assessment of Vocational Education and legislation for Technological

Education in Brazil in order to historically contextualize the empirical field, reflecting

on the goals and guiding principles of Technological Level Professional Education.

As a contribution to the understanding of the concept, the understanding is

contemplated of the main authors who theorize about competence, to then discuss

about the emergence of competence for education, its challenges and its proposals

as a way to integrate different views of the actors involved in the teaching

andlearning process. Finally, a survey is carried out with graduates of the Course of

Technology Analysis and Systems Development, Faculty Senac Porto Alegre in

order to analyze their perceptions regarding the professional skills developed in the

Course of Technology and how they are these skills required by the labor market, in

relation to the demands identified by companies. The results obtained by the

research, as the perception of holistic character and integrated skills, the richness of

the cultural context and / or professional egress is and its provisions or attitudes, may

help education by competence in vocational training, especially in implementation of

the challenge in Technology Colleges in Senac-RS, this benefit which may also be

extended other courses of the Faculty Senac Porto Alegre and other institutions of

higher education offering Colleges of Technology.

Keywords: Education Competence. Higher Education. Colleges of Technology.

Technological Education. Senac-RS.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Evolução do Número de Matrículas por Grau Acadêmico Brasil – 2001-

2013 .......................................................................................................................... 34

Tabela 2 - Evolução do Número de Matrículas e Formandos no Curso de ADS da

FSPOA ...................................................................................................................... 56

Tabela 3 - Descrição Estatística das Variáveis COMPnA e COMPnB ...................... 75

Tabela 4 - Média, moda e erro das Variáveis COMPnA e COMPnB ......................... 76

Tabela 5 - Descrição Estatística das Variáveis COMPnA ......................................... 77

Tabela 6 - Estatística das Variáveis COMPnA .......................................................... 78

Tabela 7 - Descrição Estatística das Variáveis COMP B .......................................... 79

Tabela 8 - Estatística das Variáveis COMPnB .......................................................... 80

Tabela 9 - Correlações existentes entre as Variáveis COMPnA ............................... 82

Tabela 10 - Correlações existentes entre as Variáveis COMPnB ............................. 88

Tabela 11 - ANOVA - Modelo de Regressão entre as Variáveis COMPnA ............... 91

Tabela 12 - Resumo Modelo de Regressão entre as Variáveis COMP A ................. 92

Tabela 13 - Coeficiente entre as Variáveis Independentes COMP A ........................ 93

Tabela 14 - Resumo Modelo de Regressão entre as Variáveis COMP B ................. 94

Tabela 15 - Coeficiente entre as Variáveis Independentes COMP B ........................ 94

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Taxa crescimento do Número de Matrículas por Grau Acadêmico Brasil –

2001-2013 ................................................................................................................. 35

Gráfico 2 - Representatividade do Número de Matrículas por Grau Acadêmico Brasil

– 2001-2013 .............................................................................................................. 35

Gráfico 3 - Evolução das Matrículas dos Cursos Superiores de Tecnologia por

Modalidade no Brasil entre 2001-2013 ...................................................................... 36

Gráfico 4 - Situação Profissional dos Egressos do Curso de ADS da FSPOA .......... 71

Gráfico 5 - Natureza Jurídica da Empresa em que trabalha ..................................... 72

Gráfico 6 - Atuação na área de Tecnologia da Informação ....................................... 72

Gráfico 7 - Porte das Empresas em que os Egressos trabalham .............................. 73

Gráfico 8 - Gênero dos Egressos .............................................................................. 73

Gráfico 9 - Renda dos Egressos ............................................................................... 74

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ecograma Senac-RS – Sistema de Trabalho ........................................... 48

Figura 2 - Mapa Estratégico do Senac-RS ................................................................ 49

Figura 3 - Ecograma FSPOA – Sistema de Trabalho ................................................ 51

Figura 4 - Apresentação da Pesquisa aos Egressos do Curso de ADS da FSPOA .. 60

Figura 5 - Apresentação do questionário da pesquisa aos Egressos do Curso de

ADS da FSPOA no LABIN ........................................................................................ 61

Figura 6 - Egressos do Curso de ADS da FSPOA no LABIN respondendo o

questionário da pesquisa .......................................................................................... 61

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Relação entre os objetivos específicos e as técnicas estatísticas

aplicadas ................................................................................................................... 70

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LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADS – Análise e Desenvolvimento de Sistemas

ADS – Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

CCERGS - Centro do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Sul

CEFET - Centros Federais de Educação Tecnológica

CET - Centros de Educação Tecnológica

CGU - Controladoria Geral da União

CNC - Confederação Nacional do Comércio

CNE - Conselho Nacional de Educação

COMP nA – Competência

COMP nB – Competência

COMPGE - Competência Geral

CONAES - Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior

CPC - Conceito Preliminar de Curso

CST - Cursos Superiores de Tecnologia

DCN - Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Profissional

DOU – Diário Oficial da União

EAD – Educação à distância

ENADE – Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes

EPT - Educação Profissional e Tecnológica

FIC - Formação Inicial e Continuada

FSPOA - Faculdade Senac Porto Alegre

IES - Educação Superior

IFEP - Instituto Fecomércio de Pesquisa

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

MEC – Ministério da Educação

NBR - Norma Brasileira

PPC - Projeto Pedagógico do Curso

Procergs – Cia de Processamentos de Dados do Estado do Rio Grande do Sul

PSG - Programa Senac de Gratuidade

PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

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SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESC - Serviço Social do Comércio

SESI - Serviço Social da Indústria

SETEC - Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

SINAES - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

SPSS® - Statistical Package for the Social Sciences

TI – Tecnologia da informação

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15

2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NO BRASIL 20

2.1 TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL TECNOLÓGICO NO

BRASIL ..................................................................................................................... 29

3 EDUCAÇÃO POR COMPETÊNCIAS .................................................................... 37

3.1 EDUCAÇÃO POR COMPETÊNCIAS NO SENAC-RS ........................................ 40

3.2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TECNOLÓGICA NO SENAC-RS ........................ 46

3.3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O CURSO SUPERIOR DE

TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DA

FACULDADE SENAC PORTO ALEGRE .................................................................. 54

4 MÉTODO E ABORDAGEM DA PESQUISA .......................................................... 59

4.1 A AMOSTRA ....................................................................................................... 64

4.2 O INSTRUMENTO DE COLETA - QUESTIONÁRIO DA PESQUISA ................. 64

4.3 TÉCNICAS DE ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA..................................... 66

4.3.1 Análise Bivariada ou de Correlações entre as Variáveis da Pesquisa ...... 67

4.3.2 Análise multivariada com Regressão Múltipla entre as Variáveis da

Pesquisa................................................................................................................... 68

5 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA ............................................................... 70

5.1 PLANO DE ANÁLISE .......................................................................................... 70

5.2 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS EGRESSOS ............................................... 71

6 ANÁLISE DESCRITIVA DA PESQUISA ............................................................... 75

6.1 ANÁLISE DESCRITIVA DA PESQUISA RELACIONADA ÀS COMPETÊNCIAS

DE CATEGORIA A (COMPnA) E DE CATEGORIA B (COMPnB) ............................ 75

6.2 ANÁLISE DA DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DA PERCEPÇÃO DO EGRESSO NO

QUE SE REFERE À AUTOAVALIAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS - “COMPnA” ........ 76

6.3 ANÁLISE DA DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DA PERCEPÇÃO DO EGRESSO NO

QUE SE REFERE AO GRAU DE DEMANDA DA EMPRESA “COMPnB” ................ 78

6.4 ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS DE CATEGORIA A -

AUTOAVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS “COMPnA” . 81

6.5 ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS DE CATEGORIA B –

IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DAS DEMANDAS DAS EMPRESAS

“COMPnB” ................................................................................................................. 87

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6.6 ANÁLISE DA REGRESSÃO MÚLTIPLA ENTRE AS VARIÁVEIS DE

CATEGORIA A- AUTOAVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAS

COMPETÊNCIAS “COMPnA” ................................................................................... 90

6.7 ANÁLISE DA REGRESSÃO MÚLTIPLA ENTRE AS VARIÁVEIS DE

CATEGORIA B – IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DAS DEMANDAS DAS

EMPRESAS - “COMPnB” .......................................................................................... 94

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 96

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 106

ANEXO A – Relatório ENADE 2014 - FSPOA ....................................................... 115

ANEXO B – Relatório ENADE 2014 – Curso - ADS ............................................. 134

APÊNDICE A – Pesquisa de acompanhamento de Egressos do Curso de ADS

da FSPOA ............................................................................................................... 157

APÊNDICE B – Respostas da Pesquisa de acompanhamento de Egressos do

Curso de ADS da FSPOA ...................................................................................... 165

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1 INTRODUÇÃO

Os grandes desafios enfrentados em muitos países estão intimamente

relacionados às contínuas e profundas transformações sociais ocasionadas pela

velocidade na geração de novos conhecimentos científicos e tecnológicos, pela sua

rápida difusão e consequente utilização por parte da sociedade, especificamente

pelos setores produtivos. Eis aí solo fértil para o surgimento da Educação por

Competências. Elas, relacionadas às épocas de crise, aparecem como exigência do

processo de globalização e do fenômeno de transformação produtiva. Em seu livro,

Leonard Mertens (1996) assinala que o enfoque no desenvolvimento de

competências surgiu em 1980 em alguns países industrializados, principalmente

naqueles que apresentavam maiores problemas para relacionar o sistema educativo

com o sistema produtivo.

A bibliografia cada vez mais vasta sobre essa temática, tendo como principais

autores Delors (2010), Zarifian (1999), Gimeno Sacristán (2011), Zabala e Arnau

(2010), Irigoin e Vargas (2004), dentre outros, aponta para uma nova organização da

educação, do trabalho; para o valor do conhecimento e da inovação tecnológica; e

para o caráter central da formação dos trabalhadores. Nesse último aspecto, as

competências se projetam para a educação formal e profissional de modo a facilitar

a confluência das necessidades dos indivíduos e das organizações e/ou instituições

estatais e civis. O marco da globalização da economia e a necessidade de alcançar

o crescimento econômico são bem conhecidos, mas não se podem esgotar aí as

referências para pensar a educação e o trabalho humano. Ideias relacionadas à

equidade e, principalmente, ao enfoque do desenvolvimento humano podem

constituir referenciais afins para o trabalho com competências na educação.

A educação do cidadão de forma continuada, verticalizando-se com o

desenvolvimento de competências complexas, é fundamental para o

desenvolvimento do país. Nesse sentido, a agilidade e a qualidade na formação de

graduados em áreas tecnológicas, por meio de cursos fortemente ligados à

realidade do mundo do trabalho, viabilizam o aporte de recursos humanos

necessários à competitividade do setor produtivo ao mesmo tempo em que ampliam

as oportunidades para novos empreendimentos.

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[...] Se apresentamos o ideal como algo desejado e necessário e que ainda não existe [...] é preciso acrescentar que é necessário que ele seja possível. O que ainda não é, pode vir a ser (RIOS, 2002).

A empregabilidade constitui-se um dos fatores mais preocupantes para os

egressos da Educação Superior. A perspectiva de inserção no mercado de trabalho

em sua área de formação é impactada por fatores variados relacionados à sintonia

entre a formação recebida e as demandas do trabalho, o comportamento do

mercado e a situação econômica do país, fatores esses que interferem

significativamente nas oportunidades de ingresso no trabalho. Esse quadro só pode

ser analisado e avaliado por meio de ferramentas complexas, dentre as quais se

destacam os estudos de acompanhamento de egressos, com base na análise

detalhada da percepção dos diferentes agentes envolvidos no processo de

formação.

Nos últimos anos, há alterações no contexto das Instituições de Ensino

Superior. Um dos fatores mais importantes é a política de ampliação do acesso à

Educação Superior, especialmente por conta da expansão na oferta de Cursos

Superiores de Tecnologia. As Universidades, assim, emergem como Instituições que

oferecem formação para a grande maioria da população ao longo da vida. Ao

mesmo tempo, a globalização da economia e a emergência de camada social que

utiliza o conhecimento e a informação estão mudando as estratégias das instituições

de Educação Superior. À medida que o mundo se move em direção ao

desenvolvimento científico e tecnológico acelerado, essa nova sociedade torna-se

cada vez mais importante. Diante dessa perspectiva, é esperado que graduados em

Universidades/Faculdades não só possuam competências profissionais compatíveis

com profissionais de alto desempenho, mas também que evidenciem outras

características, como a flexibilidade, a adaptabilidade, a capacidade de enfrentar

desafios e a de encontrar soluções para problemas do contexto profissional e social.

Afinal, conforme “Projeto PROFLEX” (MORA; CAROT; CONCHADO, 2010), emerge

a demanda por um novo tipo de profissional, caracterizado por sua capacidade de

adaptação às mudanças sociais e laborais em âmbito global. Nesse contexto,

segundo Friedman (2007),

[...] por volta do ano 2000 adentramos uma nova era: a Globalização 3.0, que está não só encolhendo o tamanho do mundo de pequeno para minúsculo, como também, ao mesmo tempo, aplainando o terreno [...]: esse

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é o fenômeno que está capacitando, empoderando e impelindo pessoas e grupos a se tornarem globais (FRIEDMAN, 2007)

Para o autor, a Globalização 1.0 é a globalização dos países; a Globalização

2.0 globaliza as empresas e, agora, a Globalização 3.0 consiste na capacidade de

os indivíduos colaborarem e concorrerem no âmbito mundial. (FRIEDMAN, 2007).

Neste sentido, torna-se igualmente importante que os egressos desenvolvolvam as

"competências interculturais” que, segundo Crichton e Scarino (2007), trata-se da

[...] capacidade para trabalhar com a sua própria e a dos outros idiomas e culturas, para reconhecer o conhecimento em seu contexto cultural, para examinar a dimensão intercultural de aplicações de conhecimento e para comunicar e interagir de forma eficaz através das línguas e culturas (CRICHTON & SCARINO, 2007, p. 19-20).

É para essa nova era que as IES devem preparar seus alunos, pois é muito

provável que eles venham a competir no mercado de trabalho em escala mundial.

Daí a importância de observarmos com atenção os resultados do processo

educacional, avaliando e analisando cuidadosamente o que acontece com os

egressos dos cursos de Graduação quando eles se defrontam com a realidade do

mercado de trabalho. Dessa forma, esta tese pretende contribuir como um dos

instrumentos a subsidiar as IES na gestão permanente do processo de ensino-

aprendizagem, instigando-as à atualização de seus modelos educacionais, a fim de

que os seus egressos tornem-se cidadãos globais, com perspectivas profissionais

mais amplas.

É da maior relevância para as instituições educacionais acompanhar a

trajetória de seus egressos, analisando as relações entre as competências

desenvolvidas no curso superior e aquelas demandadas pelo mundo do trabalho.

Esse é um processo de análise essencial para a compreensão do processo de

transição entre formação acadêmica e mercado de trabalho, em especial no que

tange aos graduados em Cursos Superiores de Tecnologia. Nesse sentido, as

Instituições de Educação Superior (IES) devem propiciar a seus egressos melhores

oportunidades no mundo do trabalho, oportunizando uma formação sólida e

adequada às demandas profissionais contemporâneas “Projeto PROFLEX” (MORA;

CAROT; CONCHADO, 2010).

Em relação a esta tese especificamente, após o desenvolvimento dos perfis

profissionais, a compreensão do conceito de competência que aqui interessa, dos

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desafios da implementação dos projetos pedagógicos promotores de

desenvolvimento de competências significativas e duradouras e de abordar a

contribuição desse modelo educacional para a inserção dos egressos no mundo do

trabalho, é relevante que seja averiguado com os egressos como são percebidas as

competências profissionais tecnológicas desenvolvidas no curso, como as empresas

identificam essas competências e quais são as demandas das empresas dessas

competências na atividade profissional dos egressos pesquisados. Além disso, é

importante analisar se a formação oferecida capacita o egresso a desenvolver novas

competências ou a refinar as já desenvolvidas no curso a partir do exercício do

trabalho, bem como se o profissional reconhece que é preparado, durante sua

formação, para continuar aprendendo.

Nesse sentido, temos a seguinte situação problema:

Como são percebidas pelos egressos do Curso Superior de Tecnologia de

Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) da Faculdade Senac Porto Alegre

(FSPOA) o desenvenvolvimento de suas competências profissionais adquiridas no

curso e como são requeridas essas competências pelo mercado de trabalho,

especialmente no que tange às demandas identificadas pelas empresas?

Os benefícios desse tipo de pesquisa se estendem às IES que oferecem

outros cursos superiores de tecnologia, inclusive de outros Eixos Tecnológicos, os

quais, por suas características, requerem um cuidado especial no que se refere à

permanente atualização em relação às demandas profissionais e ao alinhamento

com os novos processos produtivos.

No caso de cursos tecnológicos cujo foco está no domínio e na aplicação de

conhecimentos científicos e tecnológicos em áreas específicas do conhecimento, os

impactos da evolução tecnológica acelerada são ainda mais marcantes. Os Cursos

Superiores de Tecnologia têm por finalidade o desenvolvimento de competências

profissionais que permitam tanto a correta utilização e aplicação da tecnologia para

o desenvolvimento de novas aplicações quanto ao entendimento das implicações

daí decorrentes sobre os processos produtivos e a sociedade.

O objetivo a ser perseguido pelas IES é o do desenvolvimento de propostas

de formação capazes de permitir ao egresso a gestão de processos de produção de

bens e serviços resultantes da utilização de tecnologias, além do desenvolvimento

de aptidões para a pesquisa e a disseminação de conhecimentos científico-

tecnológicos. Nesse aspecto, estudos de acompanhamento de egressos constituem

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uma ferramenta valiosa e indispensável, uma fonte inesgotável de informações

sobre a contribuição dos cursos de Graduação Tecnológica para a vida profissional

dos egressos e, a partir daí, para a indicação de aspectos relevantes à melhoria

contínua dos processos de ensino-aprendizagem e do modelo de formação adotado

“Projeto PROFLEX” (MORA; CAROT; CONCHADO, 2010).

No Capítulo 2, analisamos a importância da Educação Profissional

Tecnológica no contexto da Educação Superior no Brasil. No Capítulo 3,

apresentamos a evolução da educação focada no desenvolvimento de competências

e sua contribuição para o desenvolvimento integral das pessoas e das organizações.

Também abordamos a educação por competências, a educação profissional

tecnológica no Senac-RS e realizamos algumas considerações sobre o Curso

Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade

Senac Porto Alegre.

No Capítulo 4, apresentamos a metodologia empregada nesta pesquisa, a

abordagem, o objetivo geral e específicos, as limitações do estudo, a amostra, o

Questionário de Pesquisa e as técnicas de análise utilizadas. No Capítulo 5,

analisamos os dados da pesquisa, identificamos e caracterizamos o perfil dos

egressos.

No Capítulo 6, realizamos a análise descritiva estatística da percepção do

egresso no que se refere à autoavaliação da apropriação das competências ao final

do curso e a como são requeridas essas competências pelo mercado de trabalho,

considerando as demandas identificadas pelas empresas. São avaliadas as

correlações existentes entre as competências e analisadas as regressões múltiplas

entre elas, identificando o grau de relacionamento existente entre as competências

estudadas.

No Capítulo 7, apresentamos as considerações finais da pesquisa, avaliando

a percepção dos egressos em relação à apropriação de suas competências

profissionais desenvolvidas no Curso Superior de Tecnologia de Análise e

Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade Senac Porto Alegre e das

competências requeridas e identificadas pelas demandas das empresas em que

trabalham. Também são apresentadas considerações acerca dos desafios para a

educação por competências na formação profissional, especialmente para os cursos

superiores de tecnologia no Senac-RS.

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2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NO BRASIL

Para analisar a importância da Educação Profissional Tecnológica no

contexto da Educação Superior no Brasil, é necessário resgatar as profundas

mudanças conceituais e paradigmáticas que marcam a história da Educação

Profissional no país. Debruçando-nos sobre o passado, percebemos que até o

século XIX não existia, nesse contexto, nenhuma iniciativa voltada à oferta regular e

sistemática de formação para o trabalho. Somente em 1809, por iniciativa de D.

João VI, é que é criado o Colégio das Fábricas, considerado o marco inicial da

formação profissional no Brasil. Cabe referir que a denominada formação

profissional nasce com o estigma de uma educação destinada aos pobres, aos

desvalidos e àqueles para os quais estava reservado o trabalho em suas formas

mais rudimentares e repetitivas. Enquanto isso, a educação regular em níveis mais

elevados e, em especial, a Educação Superior destinava-se à formação das elites

condutoras do país.

O século XX traz à tona a preocupação com a preparação de operários para o

exercício profissional, época em que começam a surgir instituições assistenciais

destinadas ao atendimento de órfãos e crianças em condição de extrema pobreza. O

objetivo dessas instituições era a alfabetização elementar e o ensino de ofícios,

como a carpintaria, a sapataria, entre outras ocupações, numa perspectiva

explicitamente assistencialista.

Para Kuenzer (2007), é a partir de 1909 que o Estado brasileiro assume a

Educação Profissional e cria 19 escolas de artes e ofícios em diferentes unidades da

Federação, sendo essas as precursoras das escolas técnicas estaduais e federais

que surgem décadas depois. Todavia, as escolas de artes e ofícios nascem

contextualizadas em um período no qual o desenvolvimento industrial praticamente

inexiste. Portanto, essas escolas têm “a finalidade moral de repressão: educar pelo

trabalho, os órfãos, os pobres e desvalidos da sorte, retirando‐os das ruas”

(KUENZER, 2007, p. 27), razão pela qual se caracterizam como política pública

moralizadora da formação do caráter por meio do trabalho. Ainda segundo Kuenzer

(2007, p. 27):

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[...] a formação de trabalhadores e cidadãos no Brasil, constituiu-se historicamente a partir da dualidade estrutural, uma vez que havia uma nítida demarcação da trajetória educacional dos que iriam desempenhar funções intelectuais e daqueles com funções instrumentais, em uma sociedade cujo desenvolvimento das forças produtivas delimitava claramente a divisão entre capital e trabalho traduzida no taylorismo-fordismo, como ruptura clara entre as atividades de planejamento e supervisão de um lado, e de execução por outro (KUENZER, 2007, p. 27).

Nas décadas de 30 e 40, inicia-se movimento voltado a promover um

incremento na formação de profissionais por conta do processo de industrialização

no país. A Constituição Federal de 1937 é a primeira a trazer, em artigo específico, o

tema da formação para o trabalho. O art. 129 explicita:

[...] O ensino pré-vocacional e profissional destinado às classes menos favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado. Cumpre-lhe dar execução a esse dever, fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos indivíduos ou associações particulares e profissionais. É dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especialidade, escolas de aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados. A lei regulará o cumprimento desses deveres e os poderes que caberão ao Estado sobre essas escolas, bem como os auxílios, facilidades e subsídios a lhes serem concedidos pelo poder público (BRASIL, 1937).

A Lei Federal nº 378, assinada em 13 de janeiro de 1937, transforma as

Escolas de Aprendizes e Artífices em Liceus Profissionais destinados ao ensino

profissional. Em 1941, sob a denominação de “Reforma Capanema”, passa a vigorar

uma série de leis que remodelam o ensino no país. Os principais pontos dessa

reforma são:

O ensino profissional passa a ser considerado de nível médio;

O ingresso nas escolas industriais passa a depender de exames de

admissão;

Os cursos são divididos em dois níveis, correspondentes aos dois ciclos do

novo ensino médio: o primeiro compreende os cursos básico industrial,

artesanal, de aprendizagem e de mestria; o segundo ciclo corresponde ao

curso técnico industrial, com três anos de duração e mais um de estágio

supervisionado na indústria, compreendendo várias especialidades.

O Decreto Federal nº 4.127, de 25 de fevereiro de 1942, transforma as

Escolas de Aprendizes e Artífices em Escolas Industriais e Técnicas, passando a

oferecer a formação profissional em nível equivalente ao do secundário. A partir daí

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são criados os serviços nacionais de aprendizagem nos dois setores que constituem

os motores da economia na época: a indústria e o comércio. Ainda em 1942, surge o

chamado Sistema “S”, com a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial (SENAI). O ano de 1943 é marcado pela Criação da Lei Orgânica da

Educação Nacional do Ensino Comercial, o que culmina, em 1946, com a criação do

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), do Serviço Social do

Comércio (SESC) e do Serviço Social da Indústria (SESI).

No governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), a indústria automobilística

surge como o grande ícone da consolidação da indústria no Brasil. O Plano de

Metas desse governo prevê investimentos maciços nas áreas de energia e

transporte, e, pela primeira vez, contempla-se o setor de educação com 3,4% do

total de investimentos previstos. O objetivo dessa destinação de recursos para a

educação é a formação massiva de trabalhadores para suprir a carência de

profissionais nos setores, foco das metas de desenvolvimento do país. Esse fator

intensifica a formação de técnicos, trabalhadores necessários, diante do crescente

processo de industrialização do Brasil.

Em 1971, com a promulgação da Lei 5.692, em 11 de agosto de 1971, torna-

se compulsória a formação profissional no currículo do Segundo Grau com a

definição de um novo paradigma: formar técnicos em caráter de urgência. Com isso,

as Escolas Técnicas Federais aumentam expressivamente o número de matrículas e

implantam novos cursos técnicos. Em 1978, com a Lei nº 6.545, três Escolas

Técnicas Federais (Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro) são transformadas em

Centros Federais de Educação Tecnológica – CEFET. Essa mudança confere

àquelas instituições a atribuição de formar engenheiros de operação e tecnólogos,

processo esse que se estende às outras instituições federais e privadas anos mais

tarde.

Em 1994, a Lei nº 8.948, de 8 de dezembro, dispõe sobre a instituição do

Sistema Nacional de Educação Tecnológica, transformando, gradativamente, as

Escolas Técnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica –

CEFET´s –, mediante decreto específico para cada instituição e em função de

critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação.

Finalmente, em 20 de novembro de 1996, é sancionada a Lei 9.394, que

dispõe sobre a Educação Profissional em capítulo específico, separado da

Educação Básica. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB

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9.394/1996 supera o enfoque assistencialista e o estigma do preconceito social

contido nas primeiras legislações que tratam da formação profissional no Brasil. Na

LDB 9.394/96, a educação profissional recebe destaque especial, sendo

caracterizada como uma modalidade educacional articulada com as diferentes

formas de educação, com o trabalho, a ciência e a tecnologia, conduzindo o cidadão

trabalhador ao

[...] permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva (BRASIL, 1996, art. 39).

Na condição de modalidade educacional, a educação profissional ocupa um capítulo

específico no que se refere aos níveis e às modalidades de educação e ensino,

sendo considerado um fator estratégico de competitividade e de desenvolvimento

humano na nova ordem econômica e social.

A educação escolar no Brasil, de acordo com o artigo 21 da LDB 9.394/1996

compõe-se de dois níveis, que são o da educação básica e o da educação superior.

Essa educação escolar, de acordo com o § 2º do Artigo 1º da Lei,

[...] deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social [...] do cidadão (BRASIL, 1996).

Segundo o Parecer CNE/CP nº 29/2002, aprovado em 03/12/2002, a moderna

organização do setor produtivo está a demandar do trabalhador competências que

garantam maior mobilidade em uma área profissional, não se restringindo apenas a

uma formação vinculada especificamente a um posto de trabalho. Dessa forma, a

educação profissional é profundamente reestruturada para atendimento desse novo

contexto do mundo do trabalho em condições de modificá-lo e de criar novas

condições de ocupação. A Educação Profissional não é mais concebida como um

simples instrumento de política assistencialista ou linear de ajustamento às

demandas do mercado. Ela é concebida, agora, como importante estratégia para

que os cidadãos tenham efetivo acesso às conquistas científicas e tecnológicas da

sociedade que tanto modificam suas vidas e seus ambientes de trabalho.

Cabe destacar que essa mudança de paradigma dá-se graças à superação

do enfoque tradicional da educação profissional, encarada apenas como preparação

para a execução de um determinado conjunto de tarefas, em um posto de trabalho

determinado. A educação profissional, especialmente aquela de nível tecnológico,

requer muito mais que a formação técnica específica para um determinado fazer. Ela

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requer, além do domínio operacional de uma determinada técnica de trabalho, a

compreensão global do processo produtivo, a apreensão do saber tecnológico e do

conhecimento que dá forma ao saber técnico e ao ato de fazer, a valorização da

cultura do trabalho, a mobilização dos valores necessários à tomada de decisões

profissionais e o monitoramento dos seus próprios desempenhos profissionais em

busca do belo e da perfeição. (BRASIL, 2002).

O Decreto Federal nº 2.208/1997, ao regulamentar os dispositivos referentes

à educação profissional na LDB 9.394/1996, estabelece uma organização para essa

modalidade educativa em três níveis: o Básico, o Técnico e o Tecnológico (BRASIL,

1996). Depresbiteris (2001, p. 25) explica que o nível básico é o nível de educação

não formal por meio de programas de qualificação, certificação, requalificação; o

nível técnico é a educação profissional formal, a qual caminha paralelamente ao

Ensino Médio, uma vez que a obtenção do diploma de técnico está vinculada à

conclusão desse nível de ensino; e o nível tecnológico constitui o nível superior da

Educação Profissional. Além dos três níveis, com a nova LDB 9.394/1996, a

Educação Profissional compreende, ainda, os chamados cursos complementares,

tais como de Especialização, Aperfeiçoamento e Atualização. Além disso, a

organização curricular da Educação Profissional ampara-se na premissa da

competência, abordada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação

Profissional (DCN), sempre de forma relacionada à autonomia do trabalhador

contemporâneo diante da instabilidade do mundo do trabalho e das mudanças nas

relações de produção.

Enquanto a Educação Profissional de Nível Básico não carece de diretrizes

curriculares que a regulamentem, a Educação Profissional de Nível Técnico é

regulamentada pelo Parecer CNE/CEB nº 16/1999 e pela Resolução CNE/CEB nº

04/1999. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível

Tecnológico, necessárias para concluir a normatização da reforma da Educação

Profissional, são anunciadas no Parecer CNE/CES nº 436/2001, sendo definidas em

um conjunto de instrumentos normativos.

Os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível

Técnico, elaborados e divulgados pelo MEC, complementando o trabalho

desenvolvido pelo CNE, apresentam, nos seguintes termos, o novo paradigma da

educação profissional com o qual se deve trabalhar e que deve reposicionar os

currículos escolares tanto dos cursos técnicos quanto dos cursos superiores de

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tecnologia centrados no compromisso institucional com o desenvolvimento de

competências profissionais:

[...] Emerge, no novo paradigma da educação e, de forma mais marcante, na educação profissional, o conceito de competência, mesmo que ainda polêmico, como elemento orientador de currículos, estes encarados como conjuntos integrados e articulados de situações-meio, pedagogicamente concebidos e organizados para promover aprendizagens profissionais significativas. Currículos, portanto, não são mais centrados em conteúdos ou necessariamente traduzidos em grades de disciplinas. A nova educação profissional desloca o foco do trabalho educacional do ensinar para o aprender, do que vai ser ensinado para o que é preciso aprender no mundo contemporâneo e futuro (BRASIL, 2002).

O Artigo 10 do Decreto nº 2.208/97 define que

[...] os cursos de nível superior, correspondentes à educação profissional de nível tecnológico, deverão ser estruturados para atender aos diversos setores da economia, abrangendo áreas especializadas, e conferirão diploma de Tecnólogo (BRASIL, 1997a).

O Artigo 10 do Decreto nº 2.208/97 insere os cursos correspondentes ao nível

tecnológico definitivamente no nível superior da educação como cursos de

Graduação e de Pós-Graduação. Isso estabelece um diferencial definitivo entre a

Educação Profissional Tecnológica de Graduação e Pós-Graduação em relação aos

cursos sequenciais por campos específicos do saber, os quais não são classificados

como cursos de Graduação.

Esclarecemos que, nos termos da legislação educacional atual, os cursos

superiores de tecnologia não podem e nem devem ser confundidos com os cursos

sequenciais, por campos do saber, por serem de natureza distinta e com objetivos

diversos. Os cursos sequenciais por campos do saber, de destinação individual ou

coletiva, são, essencialmente, não sujeitos a qualquer regulamentação curricular.

Eles são livremente organizados para atender a necessidades emergenciais ou

específicas dos cidadãos, das organizações e da sociedade. A flexibilidade, nesse

caso, depende unicamente das condições da instituição educacional e das

demandas identificadas. Não cabem regulamentações curriculares a cursos dessa

natureza e, em consequência, também não geram direitos específicos para além da

respectiva certificação, já que não estão comprometidos com um perfil profissional

específico e reconhecidos pela legislação e pelo mercado de trabalho.

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No documento Proposta em Discussão: políticas públicas para a educação

profissional e tecnológica (BRASIL, 2004), encontramos a defesa por uma Educação

Profissional.

[...] como elemento estratégico para a construção da cidadania e para uma melhor inserção de jovens e trabalhadores na sociedade contemporânea, plena de grandes transformações e marcadamente tecnológica. Suas dimensões, quer em termos conceituais, quer em suas práticas, são amplas e complexas, não se restringindo, portanto, a uma compreensão linear, que apenas treina o cidadão para a empregabilidade, nem a uma visão reducionista, que objetiva simplesmente preparar o trabalhador para executar tarefas instrumentais. No entanto, a questão fundamental da Educação Profissional e Tecnológica envolve, necessariamente, o estreito vínculo com o contexto maior da Educação circunscrito aos caminhos históricos percorridos por nossa sociedade (BRASIL, 2004).

Assim, o documento defende a Educação Profissional e Tecnológica

concebida como um processo de construção social que, ao mesmo tempo, qualifique

o cidadão e o eduque em bases científico-tecnológicas e ético‐políticas, evitando o

erro histórico de transformar o trabalho em mercadoria e de considerar a Educação

Profissional e Tecnológica como adestramento ou treinamento. Pacheco (2010)

afirma que a nova organização acadêmica

[...] aponta para a ruptura da reprodução de modelos externos e toma a inovação a partir da relação entre o ensino técnico e o científico, articulando trabalho, ciência e cultura na perspectiva da emancipação humana (PACHECO, 2010, p.10).

Para esse autor,

[...] agregar à formação acadêmica a preparação para o trabalho (compreendendo-o em seu sentido histórico, mas sem deixar de firmar o seu sentido ontológico) e discutir os princípios das tecnologias a ele concernentes dão luz a elementos essenciais para a definição de um propósito específico para a estrutura curricular da educação profissional e tecnológica. O que se propõem é uma formação contextualizada, banhada de conhecimentos, princípios e valores que potencializam a ação humana na busca de caminhos mais dignos de vida. (PACHECO, 2010, p.10).

O que a LDB 9.394/96 propõe é uma formação contextualizada, sustentada

em conhecimentos, princípios e valores que potencializam a ação humana na busca

de caminhos de vida mais dignos.

[..] Assim, derrubar as barreiras entre o ensino técnico e o científico, articulando trabalho, ciência e cultura na perspectiva da emancipação humana, é um dos objetivos basilares (PACHECO, 2010, p. 10).

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Nesse sentido, a formação acadêmica no âmbito dos Cursos Superiores de

Tecnologia.

[...] deve recusar o conhecimento exclusivamente enciclopédico, assentando-se no pensamento analítico, buscando uma formação profissional mais abrangente e flexível, com menos ênfase na formação para ofícios e mais na compreensão do mundo do trabalho (PACHECO, 2010, p. 10).

O autor defende, ainda, um profissionalizar‐se mais amplo, que abra infinitas

possibilidades de reinventar‐se no mundo e para o mundo, princípios esses válidos,

inclusive, para as engenharias e licenciaturas. (PACHECO, 2010, p. 10).

Os Cursos Superiores de Tecnologia surgem como uma das principais

respostas do setor educacional às necessidades e demandas da sociedade

brasileira. De acordo com o Parecer CNE/CES n° 776/97, que orienta a definição de

Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação, o estabelecimento

de um currículo mínimo, como previsto pelo antigo Conselho Federal de Educação,

não proporciona aos cursos de Graduação a qualidade almejada, além de

desencorajar a inovação e a diversificação da formação ofertada (BRASIL, 1997c).

Por outro lado, a atual LDB 9.394/96 cria condições para enfraquecer a burocracia a

envolver os projetos pedagógicos das Instituições educacionais, possibilitando a sua

contínua adequação às tendências contemporâneas de construção de itinerários de

profissionalização, de trajetórias formativas e de atualização permanente em

consonância com a realidade laboral dos novos tempos. (BRASIL, 1997a). Nessa

perspectiva, o referido parecer assinala que as novas diretrizes curriculares:

[...] devem contemplar elementos de fundamentação essencial em cada área do conhecimento, campo do saber ou profissão, visando promover no estudante a capacidade de desenvolvimento intelectual e profissional autônomo e permanente, e também buscando reduzir a duração da formação no nível de graduação (BRASIL, 1997a).

A Lei Federal nº 10.172/01, que aprova o Plano Nacional de Educação de

2001, previsto no § 1º do Artigo 87 da Lei nº 9.394/96, dedica um capítulo especial à

Educação Tecnológica, do qual destacamos as seguintes metas:

“Mobilizar, articular e ampliar a capacidade instalada na rede de instituições

de educação profissional, de modo a triplicar, a cada cinco anos, a oferta de

educação profissional permanente para a população em idade produtiva e

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que precisa se readaptar às novas exigências e perspectivas do mercado de

trabalho” (Meta 06).

“Modificar, dentro de um ano, as normas atuais que regulamentam a

formação de pessoal docente para essa modalidade de ensino, de forma a

aproveitar e valorizar a experiência profissional dos formadores” (Meta 07).

“Estabelecer, com a colaboração entre o Ministério da Educação, o Ministério

do Trabalho, as Universidades, os Cefets, as escolas técnicas de nível

superior, os serviços nacionais de aprendizagem e a iniciativa privada,

programas de formação de formadores para a educação tecnológica e

formação profissional” (Meta 08).

“Transformar, gradativamente, unidades da rede de educação técnica federal

em centros públicos de educação profissional e garantir, até o final da

década, que pelo menos um desses centros em cada unidade federada possa

servir como centro de referência para toda a rede de educação profissional,

notadamente em matéria de formação de formadores e desenvolvimento

metodológico” (Meta 09).

“Estabelecer parcerias entre os sistemas federal, estaduais e municipais e a

iniciativa privada, para ampliar e incentivar a oferta de educação profissional”

(Meta 10).

Na história recente da Educação Profissional e Tecnológica, o Decreto 5.773

de 2006 consolida as grandes mudanças provocadas pela regulamentação e pelo

aprimoramento das disposições da LDB 9.394/1996. Esse Decreto dispõe sobre o

exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de

educação superior, bem como sobre o exercício dos cursos superiores de

Graduação e sequenciais no sistema federal de ensino, definindo que:

a regulação é realizada por meio de atos administrativos autorizativos do

funcionamento de instituições de educação superior e de cursos de

graduação e sequenciais;

a supervisão é realizada a fim de zelar pela conformidade da oferta de

educação superior a legislação aplicável;

a avaliação, realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Superior – SINAES –, constitui referencial básico para os processos de

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regulação e supervisão da educação superior, a fim de promover a melhoria

de sua qualidade;

o sistema federal de ensino superior compreende as instituições federais de

educação superior, as instituições de educação superior criadas e mantidas

pela iniciativa privada e os órgãos federais de educação superior.

O Decreto estabelece, ainda, que as competências para as funções de

regulação, supervisão e avaliação são exercidas pelo Ministério da Educação, pelo

Conselho Nacional de Educação – CNE –, pelo Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP – e pela Comissão Nacional de

Avaliação da Educação Superior – CONAES.

Por meio da Portaria nº 1.024, de 11 de maio de 2006, é implantado o

Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia, o qual é aprovado pela

Portaria nº 10 de 29 de julho de 2006, com o propósito de aprimorar e fortalecer os

Cursos Superiores de Tecnologia (CST) em cumprimento ao Decreto nº 5.773, de 9

de maio de 2006. Em 2010, o Ministério da Educação apresenta a segunda edição

do Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, que tem o objetivo de

servir como referência a estudantes, educadores, instituições, sistemas e redes de

ensino, entidades representativas de classes, empregadores e público em geral, no

que tange à oferta de cursos de Tecnologia. O catálogo organiza e orienta essa

oferta, inspirado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional

de Nível Tecnológico e em sintonia com a dinâmica do setor produtivo e os

requerimentos da sociedade atual. Esse Documento constitui-se instrumento que

relaciona os cursos superiores de tecnologia e apresenta denominações, sumário de

perfil do egresso, carga horária mínima e infraestrutura recomendada de 112

Graduações tecnológicas organizadas em 13 eixos tecnológicos.

2.1 TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL TECNOLÓGICO NO

BRASIL

Na última década, o Brasil passa a fomentar a Educação Profissional de nível

superior como uma resposta estratégica tanto de escolarização quanto de

atendimento ao setor produtivo. Alguns fatores parecem ter pressionado essa

iniciativa. Um deles é que há um contingente expressivo de alunos formados no

Ensino Médio buscando a continuidade dos estudos, resultado da ampliação das

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vagas na educação básica nos últimos 10 anos. O segundo fator é a pressão da

chamada economia baseada no conhecimento sobre os sistemas educacionais para

qualificar os trabalhadores de forma que as organizações possam inserir-se na

economia globalizada. O terceiro fator é a tendência educacional mundial de

investimentos na educação profissional. Nos Estados Unidos e em alguns países da

Europa, mais da metade dos alunos egressos do Ensino Superior se forma nessa

modalidade de ensino (Parecer CNE/CES nº 436/2001).

Conforme apontam Martelet e Morosini (2015), no final do século passado,

inicia-se na Europa, sob a influência de organismos internacionais, uma forte

retomada das discussões acerca do Ensino Superior, as quais resultam na sua

expansão, não só na Europa como na América Latina. No Brasil, essas instituições

internacionais também exercem forte influência, e a retomada das discussões

acerca da educação resulta em uma ampla reforma que ocorre sob a égide do

neoliberalismo e toma corpo por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB 9.394/96) de 1996. À luz do entendimento de contextos emergentes,

de acordo com Morosini (2014, p. 386),

[...] A Educação Superior vive um momento singular no contexto sócio histórico e econômico mundial. Além de desafios às funções de ensino, pesquisa e extensão de qualidade, novos desafios estão postos dos quais se destaca considerar as demandas locais num contexto global (MOROSINI, 2014, p. 386).

Destaca-se, assim, o entendimento de Martelet e Morosini (2015) de que há

diversos aspectos que envolvem contextos emergentes e ensino superior, desde as

legislações até as concepções teóricas que vêm se alternado conforme o pêndulo

das ideologias: ora tendendo para o neoliberalismo, ora para outras visões de

homem e sociedade. Tal entendimento toma contextos emergentes em educação

superior como

[...] configurações em construção na educação superior observadas em sociedades contemporâneas e que convivem em tensão com concepções pré-existentes, refletoras de tendências históricas (RIES, 2013 apud MOROSINI, 2014, p. 386).

Apresenta-se, assim, um cenário em que os Cursos Superiores de Tecnologia

(CST) configuram-se em processo de transição. Essa transição está pautada,

contudo, e desde o início do século, pela expansão das matrículas; pela participação

de empresas privadas na oferta de educação superior; por reformas que

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estabelecem critérios que visam à padronização de currículos; e por sistemas de

avaliação que pretendem acreditação em âmbito institucional, estatal e internacional.

Os CST integram a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e, nesse sentido,

requerem

[...] além do domínio operacional de um determinado fazer, a compreensão global do processo produtivo, com a apreensão do saber tecnológico, a valorização da cultura do trabalho e a mobilização dos valores necessários à tomada de decisões (BRASIL, 2001, p. 2).

Conforme aponta Berte (2013), as propostas e os propósitos das Licenciaturas,

Bacharelados e Tecnológicos não são os mesmos. Nesse sentido, os cursos

superiores tecnológicos objetivam a formação de especialistas de uma determinada

área do conhecimento, enquanto os outros cursos superiores visam à formação de

generalistas (BERTE, 2013). Destaca-se, ainda, que os egressos dos CST são

denominados tecnólogos, profissionais de nível superior,

[...] voltados à produção e à inovação científico-tecnológica e capacitam-se para gestão de processos de produção de bens e serviços (BERTE, 2013, p. 112).

A partir da LDB 9.394/96, a Educação Profissional passa a integrar níveis

educacionais (Parecer CNE/CP nº 29/2002). Esse redimensionamento, proposto

nessa Lei e nas regulamentações posteriores, proporciona o reinício da trajetória do

ensino tecnológico no Brasil. A organização e o incentivo dados pela Secretaria de

Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) a essa modalidade educacional

trouxeram uma nova perspectiva de formação superior para o Brasil, aproximando-a

daquela que já existe em outros países (Parecer CNE/CES nº 436/2001).

Os Cursos Superiores de Tecnologia têm um significativo crescimento quanto

ao número de vagas, de alunos matriculados e de instituições ofertantes na última

década no Brasil. Esses cursos são Graduações voltadas ao mundo do trabalho, à

inovação científica e tecnológica e à gestão de produção e serviços. A principal

diferença entre os cursos de Graduação tecnológicos, que conferem o diploma de

Tecnólogo, e os cursos tradicionais de Ensino Superior, que conferem o diploma de

Licenciado ou Bacharel, está na proposta e nos propósitos de cada um.

Os cursos tecnológicos vêm atender a uma demanda do mercado por

especialistas de uma área de conhecimento e estão orientados por características

como foco, rapidez e flexibilidade, enquanto as outras modalidades de ensino

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superior visam formar generalistas, como mencionado. Os CST são, portanto, cursos

distintos das graduações tradicionais (Parecer CNE/CES nº 436/2001). Entretanto,

os alunos concluintes são aptos a prosseguir seus estudos em nível de Pós-

Graduação.

Especificamente em relação à expansão da Educação Tecnológica de

Graduação e Pós-Graduação no Brasil cabe uma análise acurada do crescimento

desses cursos, o que demonstra a crescente aceitação dessa modalidade no

contexto da Educação Superior no país. Os cursos de Educação Profissional

Tecnológica de Graduação respondem, hoje, por uma parcela significativa da oferta

total de Ensino Superior brasileiro. Enquanto em anos anteriores sua participação no

cenário educacional nacional era tímida e até mesmo incipiente, nos dias atuais os

cursos superiores de tecnologia vêm crescendo e se solidificando nas redes de

ensino público e privado, conquistando o reconhecimento e a aceitação do mercado

de trabalho e da sociedade.

Nos últimos tempos, verifica-se, no Brasil, um aumento significativo na oferta

de curso de educação superior tecnológica. Muitos centros universitários e

faculdades isoladas são criados e passam a oferecer um número considerável de

novos cursos tecnológicos. Até mesmo empresas fazem investimentos em educação

superior tecnológica. Esse fato relaciona-se às alterações da legislação educacional

e também aos novos contornos sociais e econômicos do país. (MOROSINI, 2007).

Além disso, a expansão é pressionada, também, por organizações internacionais

com o objetivo de forçar a melhoria dos indicadores educacionais brasileiros. De

modo geral, a educação superior experimenta profundas transformações nas últimas

décadas. Conforme Morosini (2009), essa expansão dá-se:

[...] a partir de dezembro de 1996, com a promulgação da Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB 9.394/96, uma transformação significativa, no sistema de educação superior, se instaura. O sistema, que até então se caracterizava pelo forte papel do Estado na sua sustentação, seguindo os ditames internacionais, passa a ter uma expansão desordenada, uma diversificação - de tipos de instituições de educação superior e de tipos de cursos, uma redução do papel do estado, uma privatização e se orienta por uma avaliação em todos os níveis a partir de critérios de qualidade. (MOROSINI, 2009).

Esse panorama altera-se a partir da LDB 9.394/96, quando a Educação

Profissional começa a passar por profundas mudanças no Brasil. Com isso, o

mesmo crescimento que pode ser observado na oferta de Bacharelados na área de

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Administração também é visto nos Cursos Superiores de Tecnologia (CST), no Eixo

Tecnológico de Gestão e Negócios. Fenômeno similar pode ser observado na

relação entre os Bacharelados em Ciências da Computação e Informática e os

CST´s do Eixo Tecnológico de Informação e Comunicação.

A qualidade no domínio da educação profissional e nos Cursos Superiores de

Tecnologia torna-se uma questão de importância crescente, tanto para os

investigadores e profissionais da educação como para a comunidade em geral.

(VIEBRANTZ, 2010). As abordagens sobre qualidade em educação diferem em

vários aspectos, como âmbito ou metodologia. Morosini (2001), ao examinar

diferentes concepções de qualidade, busca relacioná-las com estratégias advindas

de experiências internacionais, considerando que essas têm sido encaradas como

modelos para a realidade brasileira. A pesquisadora, no ensaio denominado

Qualidade Universitária: isomorfismo, diversidade e equidade, registra que a noção

de qualidade na educação apresentava três tipos ideais, os quais poderiam ser

entendidos como modelos para a realidade brasileira: a qualidade isomórfica, a

qualidade da diversidade e a qualidade da equidade.

A Tabela 1, abaixo, demonstra os resultados do número de matrículas, por

grau acadêmico, no período de 2001 a 2013 no Brasil. Os Cursos Superiores de

Tecnologia cujo total de matrículas é de 69.797, em 2001, atingem, em 2013, um

total de 995.746 matrículas.

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Tabela 1 - Evolução do Número de Matrículas por Grau Acadêmico Brasil – 2001-

2013

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados obtidos no site do MEC/Inep

O que chama a atenção, conforme mostra o Gráfico 1, é o crescimento

exponencial no número de matrículas nos Cursos Superiores de Tecnologia, que têm

uma evolução de mais de 1.300% entre os anos de 2001 a 2013, enquanto o

Bacharelado cresce 141% e as Licenciaturas apenas aumentam em 112% o seu

número de matrículas.

Ano Total Bacharelado Licenciatura TecnólogoNão

informadoNão aplicável

2001 3.036.113 2.036.724 648.666 69.797 1.570

2002 3.520.627 2.340.407 789.575 81.348 2.832

2003 3.936.933 2.600.193 885.384 114.770 3.701

2004 4.223.344 2.788.406 928.599 188.916 2.863

2005 4.567.798 3.001.095 970.331 237.066 2.701

2006 4.883.852 3.172.625 1.023.582 325.901 850

2007 5.250.147 3.419.495 1.062.073 414.822 7.979

2008 5.808.017 3.772.939 1.159.750 539.851 2.653

2009 5.954.021 3.867.551 1.191.763 680.679

2010 6.379.299 4.226.717 1.354.989 781.609 15.954

2011 6.739.689 4.495.831 1.356.329 870.534 16.995

2012 7.037.688 4.703.693 1.366.559 944.904 22.532

2013 7.305.977 4.912.310 1.374.174 995.746 23.747

Evolução do Número de Matrículas de Graduação por Grau Acadêmico no Brasil (2001-2013)

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67%

19%

14%

Matrícula por Grau Acadêmico em 2013

Bacharelado

Licenciatura

Tecnólogo

Gráfico 1 - Taxa crescimento do Número de Matrículas por Grau Acadêmico Brasil –

2001-2013

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados obtidos no site do MEC/Inep

Ao analisar o Gráfico 2, abaixo, podemos perceber a representatividade dos

Cursos Superiores de Tecnologia, que em 2001 representam apenas 2% do total de

matrículas, enquanto em 2013 já representam praticamente 14% das matrículas no

Brasil.

Gráfico 2 - Representatividade do Número de Matrículas por Grau Acadêmico Brasil

– 2001-2013

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados obtidos no site do MEC/Inep

Quando avaliamos a modalidade dos Cursos Superiores de Tecnologia, como

evidencia o Gráfico 3, podemos perceber que a modalidade que mais cresce é a de

Cursos Superiores de Tecnologia presenciais com 654.569 matriculas, embora

0%

500%

1000%

1500%

Bacharelado Licenciatura Tecnólogo

Taxa Crescimento Matrículas Graduação no Brasil (2001 - 2013)

74%

24% 2%

Matrícula por Grau Acadêmico em 2001

Bacharelado

Licenciatura

Tecnólogo

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tenhamos um crescimento considerável também na modalidade a distância, com

341.177 matrículas no ano de 2013.

Gráfico 3 - Evolução das Matrículas dos Cursos Superiores de Tecnologia por

Modalidade no Brasil entre 2001-2013

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados obtidos no site do MEC/Inep

O crescimento dos Cursos Superiores de Tecnologia demonstrado nos dados

evidencia a crescente demanda que os CST´s têm entre 2001 a 2013, conquistando

um espaço importante nas matriculas dos cursos de Graduação no Brasil.

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Evolução das Matrículas CST por Modalidade

Presencial

EaD

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37

3 EDUCAÇÃO POR COMPETÊNCIAS

O trabalho e a educação apresentam mudanças profundas no final do século

XX e início do século XXI. Hoje, não se pode falar desses temas de forma

dissociada. A educação, seja formal ou informal, está orientada para o

desenvolvimento humano e, nesse sentido, educar-se é muito mais do que se

preparar para o trabalho. Embora o propósito único e fundamental da educação não

seja esse, a educação deve, sim, ajudar as pessoas a desenvolver essa dimensão

tão importante de suas vidas.

A educação focada no desenvolvimento de competências pode contribuir para

o desenvolvimento humano no sentido do desenvolvimento integral das pessoas e

das organizações se for referenciada em organizações de aprendizagem

permanente. A capacitação e o desenvolvimento de pessoas, nas organizações que

buscam a excelência, supera a visão estreita do treinamento para o desempenho de

uma função ou de um posto de trabalho, para abrir-se à proposição de um sistema

de desenvolvimento que combine intervenções de vários tipos.

As instituições de educação para o trabalho precisam enfrentar a dicotomia

criada entre dois paradigmas: a função de preparar para as demandas do mercado

ou para a vida das pessoas. Na verdade, não é possível pretender uma em

detrimento da outra. Educação para o trabalho e educação para a vida precisam

entrar em diálogo constante.

As análises de conceitos de competência advindas do mundo do trabalho e

do mundo da educação podem auxiliar na definição de estratégias para aproximar

esses dois âmbitos de relacionamento e diminuir o abismo existente nas relações

entre capital e trabalho. Vejamos algumas definições de competência profissional

oriundas do mundo do trabalho:

[...] a construção social de aprendizagens significativas e úteis para o desempenho produtivo numa situação real de trabalho, que se obtém não só pelo ensino, como também – e em grande parte– por meio da aprendizagem em situações concretas de trabalho. (DUCCI, 1997).

[...] a aptidão de um indivíduo para desempenhar a mesma função produtiva em contextos diferentes e com base nas exigências de qualidade esperadas pelo setor produtivo. Essa aptidão se consegue com a aquisição e o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e capacidades expressas no saber, no fazer e no saber fazer. (CONSEJO NACIONAL DE LANORMALIZACIÓN Y CERTIFICACIÓN DE COMPETENCIA LABORAL, México, 1997 apud IRIGOIN BARRENNE; VARGAS ZUNIGA, 2004).

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[...] a capacidade de desempenhar seu trabalho de acordo com os padrões exigidos pelo emprego, numa ampla gama de circunstâncias e em resposta a demandas mutáveis”. (INSTITUTE-OF-HEALTH-AND-CARE-DEVELOPEMENT – IHCD, 1998 apud IRIGOIN BARRENNE; VARGAS ZUNIGA, 2004).

[...] uma construção fruto de uma combinação de recursos–conhecimentos, saber fazer, qualidades ou aptidões e recursos do ambiente que são mobilizados para alcançar um desempenho. (LEBOTERF, 1998).

[...] a condição de consenso impõe uma noção de competência que não pode ser técnica, pois o acordo dos atores sociais dificilmente se mantém se for produto de pura manipulação instrumental. [...] uma competência é uma ação social. (ROJAS, 1999).

Para que possamos avaliar melhor o sentido do “conceito de competência

profissional”, transcrevemos, agora, algumas definições originárias do mundo da

educação:

[...] a capacidade de agir com eficiência, eficácia e satisfação sobre algum aspecto da realidade pessoal, social, natural ou simbólica”. Toda competência é, portanto, entendida como a integração de três tipos de saberes: “conceitual (saber), procedimental (saber fazer) e atitudinal (ser). São aprendizagens integradoras que envolvem a reflexão sobre o próprio processo de aprendizagem (metacognição). (PINTO, 1999 apud IRIGOIN BARRENNE; VARGAS ZUNIGA, 2004).

[...] um conjunto identificável e avaliável de conhecimentos, atitudes, valores e habilidades inter-relacionados que permitem desempenhos satisfatórios em situações reais de trabalho, segundo padrões utilizados na área ocupacional. (CONSELHO FEDERAL DE CULTURA E EDUCAÇÃO DA Argentina apud IRIGOIN BARRENNE; VARGAS ZUNIGA, 2004).

[...] entende-se por competência profissional a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho. (Resolução CNE/CEB, nº 04, de 8 de dezembro de 1999).

O conceito de competência profissional também é enfocado na relação entre

educação e trabalho. Na Austrália, é criado um modelo denominado “integrado” ou

holístico, que diz que

[...] a competência é vista como uma estrutura complexa de atributos necessários ao desempenho em situações específicas. Obviamente, incorpora a ideia de julgamento. (AUSTRALIAN COUNCIL FOR EDUCATIONAL RESEARCH apud GONCZI; ANASTHASOU, 1996).

No que se refere à definição do que seriam os atributos, Gonczi e Athanasou

(1996) explicitam que

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[...] por atributos se entendem os conhecimentos, as atitudes, os valores e as habilidades que entram em jogo para que os estudantes interpretem a situação específica na qual se encontram e ajam em consequência, isto é, a noção de competência é relacional. Reúne fatores desiguais – as habilidades dos indivíduos (derivadas de combinações de atributos) e as tarefas que eles precisam desempenhar em determinadas situações.

Os autores Gonczi e Athanasou (1996) afirmam também que o conceito de

competência

[...] se trata de um enfoque holístico na medida em que integra e relaciona atributos e tarefas, permite que várias ações intencionais transcorram simultaneamente e leva em conta o contexto e a cultura do local de trabalho. Além disso, permite incorporar a ética e os valores como elementos do desempenho.

Segundo Irigoin Barrenne e Vargas Zuniga (2004), ao analisar esses

conceitos, podemos identificar ideias que se repetem nas definições:

• A combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes;

• A ideia de colocar em jogo, mobilizar capacidades diversas para agir,

visando um desempenho;

• A ideia de que esse desempenho pode ocorrer em diversos contextos cujos

significados o indivíduo deve ser capaz de compreender para que sua

atuação seja ad hoc;

[...] não se trata de algo que uma pessoa aprende para repetir depois a qualquer tempo seguindo as mesmas coordenadas. É uma aprendizagem que constitui um capital que a pessoa, com tudo o que é e tem, coloca em jogo adaptando-se às circunstâncias em que se encontre. Esse novo conceito de competências abrange o desenvolvimento das atitudes da pessoa, o que o indivíduo é em sua afetividade e vontade, procurando um enfoque integrador no qual a pessoa, a partir de seu ser, coloque em jogo todo o seu saber e seu saber fazer. (IRIGOIN BARRENE; VARGAS ZUNIGA, 2004).

Diferentemente das críticas anteriores, o conceito de competências de

Perrenoud se aproxima de um enfoque didático, mais especificamente para a

formação geral. Esse autor atribui vários conceitos às competências, mas a ênfase

repousa sobre a mobilização de recursos cognitivos. Uma dessas definições revela a

diversidade de requisitos para se construir uma competência:

[...] competência é a aptidão para enfrentar uma família de situações análogas, mobilizando de uma forma correta, rápida, pertinente e criativa, múltiplos recursos cognitivos: saberes, capacidades, microcompetências, informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio. (PERRENOUD et al., 2002)

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40

Se considerarmos os elementos comuns extraídos das diferentes definições,

podemos chegar a um conceito de competência como sendo a combinação

integrada de conhecimentos, habilidades e atitudes/valores que são colocados em

ação para um desempenho adequado em um determinado contexto. Competência,

pois, é a combinação integrada de um saber, um saber fazer, um saber ser e um

saber ser com o outro, que se põem em ação para um desempenho adequado em

um determinado contexto. Os saberes em jogo não se esgotam no saber conhecer e

saber fazer. Pelo contrário, atualmente o saber ser, que remete aos aspectos da

personalidade do trabalhador, especialmente às atitudes, tem um papel

preponderante em um desempenho competente.

Os três tipos de saberes que encontramos nas competências – saber

conhecer (e aprender), saber fazer e saber ser – formam uma tríade que já é quase

clássica. O saber ser inclui, evidentemente, as relações consigo mesmo, com os

outros e com o ambiente. De toda a maneira, consideramos que não seria demais

enfatizar a dimensão social tal como a estabelece, por exemplo, Delors (2010) ao

propor quatro dimensões básicas que toda pessoa deve possuir: aprender a ser, a

conhecer (e a aprender), a fazer e a viver em paz com os demais. Isso corresponde,

nos termos da UNESCO, a um referencial que é uma cultura de paz e convivência

democrática, temas que, se espera, permeiem a vida familiar, os ambientes

educacionais e profissionais e todos os espaços nos quais a vida humana se

desenvolve.

3.1 EDUCAÇÃO POR COMPETÊNCIAS NO SENAC-RS

Com a promulgação da LDB 9.394/96, o Senac-RS inicia um trabalho de

adequação de seu conjunto de cursos no sentido de ajustá-los às diretrizes

estabelecidas na nova lei. Ao adotar o modelo pedagógico focado no

desenvolvimento de competências, além de atender aos princípios definidos na LDB

9.394/96, o Senac-RS, em termos pedagógicos, objetiva:

construir caminhos potencialmente formadores de cidadãos-trabalhadores

críticos, solidários e conscientes de seu papel na sociedade e no mundo do

trabalho, oportunizando lhes uma formação sólida e abrangente, que se

constitua em fator de inclusão social e de realização pessoal e profissional;

garantir a unidade pedagógica da Instituição, independente do nível ou da

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41

modalidade de educação;

romper com a lógica dominante das verdades únicas e absolutas e das

dicotomias próprias da modernidade: teoria/prática; certo/errado; bem/mal,

entre outros.

Nessa perspectiva, e instigados pelos desafios aí implícitos, unimos esforços

e propomos reflexões de diferentes dimensões por meio de diferentes estratégias

(SENAC-RS, 2009a). No Senac-RS, entende-se por competência profissional a

“capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação conhecimentos, habilidades,

atitudes e valores necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades

requeridas pela natureza do trabalho” (Resolução CNE/CEB nº 04/99) e pelo

desenvolvimento tecnológico. Esse conceito de competência profissional não se

limita apenas ao conhecimento: envolve ação em dado momento e determinada

circunstância; implica um fazer intencional, sabendo por que se faz algo de uma

dada maneira; implica, ainda, saber que existem múltiplas formas ou modos de se

fazer algo. Para agir competentemente, é preciso acertar no julgamento da

pertinência e saber posicionar-se autonomamente diante de uma situação, tornar-se

capaz de ver corretamente, julgar e orientar sua ação profissional de uma forma

eficiente.

Logo, competência significa conhecer, julgar, decidir e agir, com intuição e

ousadia, em situações previstas e imprevistas, aproveitando o aprendizado que

experiências anteriores proporcionaram. Dito de outro modo, competência é também

fazer uso de conhecimentos, habilidades e valores, mobilizados e articulados entre

si, para resolver os desafios da vida profissional, que exigem respostas sempre

criativas e inovadoras. Afinal, sem capacidade de julgar, considerar, discernir e

prever resultados distintos para distintas alternativas, de eleger e de tomar decisões

autônomas, não há como se falar em competência profissional. O Parecer CNE/CEB

nº 16/99, ao tratar do princípio relativo às competências profissionais para a

laboralidade, assim se expressa: “[...] o conceito de competência vem recebendo

diferentes significados, às vezes contraditórios e nem sempre suficientemente claros

para orientar a prática pedagógica das escolas.” (Parecer CNE/CEB nº 16, de 5 de

outubro de 1999).

Para os efeitos desta tese, entende-se por competência profissional a

capacidade de articular, mobilizar e colocar em ação valores, conhecimentos e

habilidades necessários para o desempenho eficiente de atividades requeridas pela

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42

natureza do trabalho. O conhecimento é entendido como o que muitos denominam

simplesmente saber. A habilidade refere-se ao saber fazer relacionado com a prática

do trabalho, transcendendo a mera ação motora. O valor se expressa no saber ser,

na atitude relacionada com o julgamento da pertinência da ação, como a qualidade

do trabalho, a ética do comportamento, a convivência participativa e solidária e

outros atributos humanos, tais como a iniciativa e a criatividade.

Os elementos das novas práticas de gestão que configuram o modelo de

competências no mundo do trabalho são a valorização dos altos níveis de

escolaridade nas normas de contratação; a valorização da mobilidade e do

acompanhamento individualizado da carreira; novos critérios de avaliação que

valorizam as competências relativas à mobilização do trabalhador e seu

compromisso com a empresa; o estímulo à formação contínua; e a desvalorização

de antigos sistemas de hierarquização e classificação, ligando a carreira ao

desempenho e à formação (DELUIZ, 2001). A adoção do modelo das competências

profissionais pelas gerências de recursos humanos no mundo empresarial está

relacionada, portanto, ao uso, controle, à formação e à avaliação do desempenho da

força de trabalho diante das novas exigências postas pelo padrão de acumulação

capitalista flexível ou toyotista: competitividade, produtividade, agilidade,

racionalização de custos.

Não obstante, é necessário advertir que ao desenvolvimento de competências

profissionais na perspectiva da laborabilidade, embora facilite a mobilidade

aumentando as oportunidades de trabalho, não pode ser apontada como a solução

para o problema do desemprego. Tampouco, a educação profissional e o próprio

trabalhador devem ser responsabilizados por esse problema, que depende

fundamentalmente do desenvolvimento econômico com adequada distribuição de

renda.

Do ponto de vista da formação, o caráter transversal das competências ainda

é um tema pouco explorado. Rey (2002) ressalta que a identidade de estruturas

lógicas entre um problema que o aluno sabe resolver e um problema novo não

provoca por si a extensão da competência. Seria imaginar que essa identidade (um

elemento do mundo) serviria de estímulo suficiente para a mobilização de recursos

cognitivos do sujeito. Para Rey (2002, p. 170),

[...] não existe capacidade transversal como realidade psicológica. Há, todavia, uma possibilidade de transferência ou de transversalidade: ela

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surge quando o sujeito toma consciência das suas próprias abordagens e das semelhanças entre as situações (REY, 2002, p. 170).

O exame das próprias abordagens de um problema ou situação pode ser

entendidao como uma prática metacognitiva utilizada pelo estudante. Metacognição

entendida como uma compreensão das formas de chegar ao conhecimento, bem

como a identificação das dificuldades de sua apreensão, detectando a rede de

obstáculos e representações que dificultam ou impedem o sujeito de aprender. A

transversalização e mobilização consistem em relacionar saberes em fase de

ressignificação com aqueles já construídos anteriormente. Todavia, quando se trata

de aprendizagem, o processo não é assim tão simples. A questão da transferência

das competências e da mobilização de recursos cognitivos é discutida também por

FOUREZ (1999, 2006). Para o autor, "transferir" pode ser entendido em didática

como "[...] utilizar uma competência, uma noção, um conceito fora de seu contexto

de produção." (FOUREZ, 2006, p. 59). Ou seja, trata-se de recorrer a recursos para

um novo fim, fora do contexto inicial. Mais adiante, ele (FOUREZ, 2006, p. 109)

destaca que “[...] diante de uma mesma situação, existe uma infinidade de

modelizações possíveis. Seu valor é relativo ao que se quer fazer com elas".

Para Fourez (2006), quando determinadas capacidades são transferidas para

outros contextos, mesmo que com pequenas modificações, fica clara a relevância

dos saberes como recursos mobilizáveis na construção das competências. Isso

aponta para a inviabilidade da dicotomia entre competências e conteúdos.

Menosprezar os conteúdos e centrar-se excessivamente no sujeito é um dos pontos

mais criticados quando o assunto é educação por competências. Entretanto, a

mudança de ênfase no que se refere às escolhas metodológicas e a conteúdos a

serem ensinados não diminui a importância destes.

As competências envolvem uma complexidade maior, pois comportam

inferências, antecipações, generalizações, transposições analógicas, além de outras

capacidades humanas. Nesse caso, uma competência também se torna um recurso

mobilizável para a construção de outras competências mais complexas, ou mesmo

para a aprendizagem de conteúdos específicos. Assim, a identificação e a

formalização de uma competência não se originam apenas nos saberes de

referência de cada disciplina, ou no "saber sábio", para usar a terminologia de

Chevallard (1991), mas também se encontram nas práticas sociais, que passam a

ser referência de status equivalente aos saberes. Isso exige, entre outros elementos,

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44

um profundo conhecimento da sociedade para a qual se está formando um

determinado sujeito. Reside aí um grande desafio das instituições formadoras.

Sob essa perspectiva, a construção de um programa de formação consistente

e capaz de dar conta dos aspectos cognitivos, afetivos e sociais envolvidos no

desenvolvimento de competências não é tarefa fácil. Em primeiro lugar, a escola

deve atentar para a diferença e a distância que há entre o currículo prescrito e o

currículo real, aquele que é efetivamente implementado em sala de aula.

Paralelamente, constata-se que a maioria dos conhecimentos escolares acumulados

é pouco útil para o cotidiano dos alunos, carecendo de sentido e significado para a

formação proposta. Há, portanto, a necessidade de privilegiar determinadas

competências e dados saberes em detrimento de outros. O problema maior não está

no acúmulo de conhecimentos em si, mas na falta de estratégias e situações que

levem os alunos a identificar as possibilidades de aplicação desses conhecimentos

em suas vidas. O que está em discussão não é propriamente a pertinência dos

saberes escolares, mas a forma de gerir o processo de ensino e a aprendizagem, a

possibilidade de mobilizá-los em situações cotidianas e de contextualizá-los,

considerando as demandas sociais, profissionais e as expectativas pessoais dos

estudantes.

A metodologia das competências não se opõe aos saberes, mas chama a

atenção para o mero acúmulo de informações e de pré-requisitos como fins da

educação profissional e tecnológica. Além disso, capacidades descontextualizadas e

com alto grau de abstração, supostamente “ensinadas”, tais como raciocinar,

negociar, procurar informações, formular hipóteses, argumentar, entre outras, não

dão consistência suficiente aos programas e, em muitos casos, apenas mascaram

práticas antigas. Expandir os currículos para competências gerais associadas a

saberes específicos busca, na maioria das vezes, minimizar conflitos entre os

defensores do saber disciplinar e os adeptos da cultura generalista. Para evitar

falsas abordagens por competências, um programa estruturado nessa perspectiva

terá de precisar o grau de abrangência das competências que pretende construir.

Por outro lado, não deveria explicitar todas as competências e todos os conteúdos

de forma padronizada, tirando a autonomia do professor.

Isso, de certa forma, põe a formação por competências em oposição à

educação bancária, denunciada por Paulo Freire (2000), na qual o professor faz o

saque daquilo que depositou na cabeça dos alunos a cada avaliação. Há uma

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dimensão desafiadora nas competências, para a qual o professor deverá se

preparar. Para desenvolver e avaliar competências, é imprescindível colocar o aluno

no protagonismo do processo, trabalhar com problemas, propor desafios, aceitar

novas formas de solucionar as questões. Isso significa uma completa quebra de

paradigmas em relação às metodologias tradicionais focadas no ensino e no

conteúdo e centralizadas na figura do docente.

Esse tipo de abordagem requer um planejamento flexível e com escolhas

didáticas potencialmente desafiadoras, confrontando os alunos com obstáculos

impostos pelos novos aprendizados. O trabalho com situações-problema, por

exemplo, torna-se um bom momento para aprender não apenas os conteúdos, mas

também para verificar como o aluno aplica os conhecimentos que construiu e como

faz a gestão de seu processo de trabalho.

A competência na educação profissional tem a ver com uma combinação

integrada de conhecimentos, habilidades e atitudes que conduzem a um

desempenho adequado e oportuno em diversos contextos. A flexibilidade e a

capacidade de adaptação, como parte de um desenvolvimento integral que

possibilite às pessoas a utilização do conhecimento construido, representam a base

para o novo tipo de resultado que o trabalho e a educação buscam.

A legislação, hoje, privilegia a autonomia de cada instituição educacional para

conceber, elaborar, executar e avaliar os seus projetos pedagógicos, a fim de que

cada instituição possa desenvolver uma imagem própria e distinta de qualquer outra,

capaz de garantir identidade particular inconfundível. As novas Diretrizes orientam

para a necessidade do desenvolvimento de um processo pedagógico que garanta

uma formação básica sólida, com espaços amplos e permanentes de ajustamento

às rápidas transformações sociais geradas pelo desenvolvimento do conhecimento,

das ciências e da tecnologia. Em suma, as novas Diretrizes Curriculares Nacionais

apontam para a criatividade e a inovação, condições básicas para atendimento das

diferentes vocações e para o desenvolvimento de competências para a atuação

social e profissional em um mundo exigente de produtividade e de qualidade dos

produtos e serviços.

Assim, de acordo com essas Diretrizes Curriculares Nacionais e com os

princípios definidos pela reforma da Educação Profissional, os currículos dos Cursos

Superiores de Tecnologia devem ser estruturados em função das competências

desenvolvidas e elaborados a partir das demandas do trabalho. A seguir, são

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46

elencados os princípios norteadores da Educação Profissional de Nível Tecnológico,

essencialmente aqueles enunciados pelo Artigo 3º da LDB para a Educação Escolar,

ou seja, aqueles que devem efetivamente ser considerados pelos estabelecimentos

de ensino em seus respectivos Projetos Pedagógicos:

I. igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola;

II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o

pensamento, a arte e o saber;

III. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V. coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII. valorização do profissional da educação escolar;

VIII. gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação

dos sistemas de ensino;

IX. garantia de padrão de qualidade;

X. valorização da experiência extraescolar;

XI. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

(BRASIL, 1996, art. 3)

Dessa forma, o objetivo de embasar os currículos com tais princípios

norteadores é o de capacitar o estudante para o desenvolvimento de competências

profissionais que se traduzam na aplicação, no desenvolvimento (pesquisa aplicada

e inovação tecnológica), na difusão de tecnologias, na gestão de processos de

produção de bens e serviços, a fim de que esse estudante possa responder, de

forma original e eficiente, aos desafios e requerimentos do mundo do trabalho no

qual pretende atuar.

3.2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TECNOLÓGICA NO SENAC-RS

Nesta seção, abordamos o pensamento pedagógico no Senac-RS e,

consequentemente, do Projeto Pedagógico Institucional e do desenvolvimento do

Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento

de Sistemas.

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O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial no Estado do Rio Grande do

Sul - Senac-RS é uma organização de educação profissional, de direito privado, sem

fins lucrativos, que faz parte do Sistema Fecomércio-RS. Ele representa mais de 570

mil estabelecimentos do comércio de bens, serviços e turismo no Rio Grande do Sul,

reunindo 112 sindicatos patronais. O Sistema Fecomércio-RS agrega o Serviço

Social do Comércio (Sesc-RS), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

(Senac-RS), o Instituto Fecomércio de Pesquisa (IFEP) e o Centro do Comércio de

Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Sul (CCERGS). (SENAC-RS, 2015)

O Senac-RS caracteriza-se como uma entidade paraestatal (serviço social

autônomo) composta pelo Conselho Regional, Administração Regional e Unidades

Educacionais. Está vinculado à Administração Nacional (Senac-DN), entidade com

jurisdição nacional dirigida pela Confederação Nacional do Comércio, sendo

auditado anualmente pelo Conselho Fiscal (órgão de fiscalização financeira) e pela

Controladoria Geral da União (CGU), (SENAC-RS, 2015).

O Senac-RS foi criado em 10 de janeiro de 1946 pela Confederação Nacional

do Comércio (CNC), por meio do Decreto-Lei nº 8.621, e regulamentado pelo

Decreto nº 61.843/67 que Aprova o Regulamento do Senac. Iniciou suas atividades

no RS em 13 de setembro de 1946. Na mesma data da sua criação, foi promulgado

o Decreto 8.622, que dispõe sobre a aprendizagem dos comerciários, estabelece

deveres dos empregadores e dos trabalhadores menores relativamente a essa

aprendizagem, entre outras providências (SENAC-RS, 2015).

A natureza das atividades e a estrutura de funcionamento do Senac, em

âmbito nacional e regional, são regidas pelo Regulamento Interno, aprovado pelo

Decreto nº 61.843, de 5 de dezembro de 1967, e alterado pelos Decretos 5.728 de

2006 e 6.633 de 2008. A atividade-fim do Senac-RS é a educação para o trabalho

em atividades do comércio de bens, serviços e turismo (SENAC-RS, 2015).

Possui 43 Unidades Educacionais, distribuídas em 33 municípios do interior

do Estado, além de Porto Alegre. Destas, duas Unidades são Faculdades, sendo

uma em Porto Alegre e outra em Pelotas. Além disso, a estrutura de atendimento

compreende mais 23 Balcões de Atendimento, que são operados em parceria com o

Sesc-RS, no interior do Estado. O atendimento a todos os 497 municípios do Estado

é garantido pela distribuição de áreas de abrangência entre as Unidades que se

responsabilizam diretamente pela sua jurisdição. A Administração Regional localiza-

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48

se em Porto Alegre, onde administra, regulamenta e apoia a ação das Unidades

Educacionais.

A estruturação do Senac-RS para executar a estratégia foi definida a partir do

foco do cliente e do mercado. As Unidades Educacionais, que têm relacionamento

direto com os clientes, recebem apoio dos diversos núcleos e áreas do

Departamento Regional, os quais mantêm contato com as partes interessadas. O

Senac-RS tem como base de sua estrutura funcional a gestão biológica, derivada da

teoria dos sistemas vivos, a qual pressupõe que a estrutura ideal para o exercício da

liderança não é a hierarquia, mas em rede, para a possibilitar que as partes se

organizem com o objetivo da consecução de suas ações. Sendo assim, a

representação da estrutura funcional do Senac-RS é composta por Núcleos e

Unidades que se inter-relacionam com o objetivo de atender ao foco do cliente. O

sistema de trabalho é representado pelo Ecograma do Senac-RS conforme ilustra a

Figura 1 abaixo.

Figura 1 - Ecograma Senac-RS – Sistema de Trabalho

Fonte: Plano de Ação Senac-RS (2015).

O Senac-RS possui uma área total de instalações de 78.731,86m².São 830

ambientes de ensino, considerando auditórios, bibliotecas, salas de aula multiuso,

laboratórios de informática, ambientes de EAD e laboratórios de ensino adequados à

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prática profissional em áreas de formação específica, como laboratórios de

gastronomia (SENAC-RS, 2015).

Embasados em análises de cenários e avaliação de ambiente interno e

externo, o grupo diretivo do Senac-RS reavalia anualmente as estratégias e os

objetivos da organização, validando a consistência desses diante dos novos

cenários considerados no planejamento até 2020. As estratégias da organização

estão sintetizadas no Mapa Estratégico, que relaciona os temas estratégicos em

cada perspectiva, segundo metodologia Balanced Scorecard (BSC), constituindo-se

em um sistema de gestão e medição de desempenho como principal objetivo de

alinhar a organização com suas estratégias definidas no planejamento

organizacional (KAPLAN; NORTON, 1997). O Mapa Estratégico do Senac-RS é

representado pela Figura 2 abaixo.

Figura 2 - Mapa Estratégico do Senac-RS

Fonte: Plano de Ação Senac-RS (2016)

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50

Atendendo à Legislação da Educação e as Diretrizes Técnicas do

Departamento Nacional, o Senac-RS oferece para a sociedade as ações de

educação destacadas em cada eixo tecnológico, dispondo de um portfólio variado de

cursos. Oferta Educação Superior, principalmente com Cursos Superiores de

Tecnologia em duas Faculdades, na Faculdade Senac Porto Alegre (FSPOA), em

Porto Alegre, e na Faculdade de Tecnologia Pelotas, em Pelotas/RS. Para a

modalidade de Formação Inicial e Continuada (FIC), são oferecidos cursos em

turmas abertas ou in-company. Na Educação Profissional Técnica de Nível Médio,

os cursos são tanto presencialmente como a distância, pois o Senac-RS está entre

os quatro Departamentos Regionais no país que coordenam parte da Rede Nacional

de EAD. Além disso, desenvolve Ações Extensivas à Educação Profissional

(palestras, seminários, simpósios, assessorias, consultorias e outras atividades

similares) e Ações Complementares à Educação Profissional.

O Senac-RS, na condição de Mantenedora da Faculdade Senac Porto Alegre

– FSPOA –, assegura a autonomia didático-pedagógica da IES, o que fica expresso

na constituição de seus órgãos colegiados, conforme estabelecido no Regimento da

Faculdade, que foi credenciada pela Portaria MEC Nº 269, de 20 de janeiro de 2004.

O ingresso do Senac-RS na educação superior é resultado do processo natural de

maturidade institucional, construído ao longo de seis décadas de atuação em

educação profissional nos níveis básico e técnico. Isso reflete o objetivo institucional

de promover o permanente desenvolvimento de pessoas e organizações por meio

da educação para o trabalho e para a vida. Nesse contexto, é que se insere a oferta

de Cursos Superiores de Tecnologia, os quais completam o círculo virtuoso da

Instituição com a oferta de Educação Profissional, abrangendo todos os níveis da

Aprendizagem à Pós-Graduação.

A FSPOA é instituição de ensino superior de médio porte, com cerca de 3.000

alunos na educação superior, tendo um total de atendimento superior a 5.000 alunos

no ano de 2015. Atua no mercado de Educação Profissional, no segmento do

comércio de bens, serviços e turismo, nas modalidades de Educação Superior,

Educação Profissional Técnica de nível médio e Educação de Formação Inicial e

Continuada, com ênfase nas áreas de Informação e Comunicação, Gestão e

Negócios, Hospitalidade e Lazer, Produção Cultural e Design (FSPOA, 2016).

A força de trabalho da FSPOA é composta por 221 colaboradores, sendo

quatro do núcleo diretivo, composto pelo Diretor da Faculdade e por assessorias, por

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80 colaboradores técnicos administrativos, 110 professores na Educação Superior e

por 27 orientadores educacionais da Formação Inicial e Continuada e do Técnico do

Nível Médio (FSPOA, 2016). O sistema de trabalho está representado na figura 3

abaixo.

Figura 3 - Ecograma FSPOA – Sistema de Trabalho

Fonte: Plano de Ação Senac-RS (2015).

Os Cursos de Graduação que a FSPOA oferece são dois Bacharelados e 13

Cursos Superiores de Tecnologia, descritos a seguir:

Bacharelado em Administração de Empresas;

Bacharelado em Contabilidade;

Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas;

Curso Superior de Tecnologia em Marketing;

Curso Superior de Tecnologia em Hotelaria;

Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos;

Curso Superior de Tecnologia em Gestão Financeira;

Curso Superior de Tecnologia em Redes de Computadores;

Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda;

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Curso Superior de Tecnologia em Produção Multimídia,

Curso Superior de Tecnologia em Comércio Exterior;

Curso Superior de Tecnologia em Logística;

Curso Superior de Tecnologia em Gestão Comercial;

Curso Superior de Tecnologia em Sistemas para Internet;

Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.

A FSPOA também oferece Cursos de Pós-Graduação, destacando-se,

principalmente, as epecilizações em:

Comunicação Estratégica de Marketing;

Gestão de Moda;

Segurança da Informação;

Computação nas Nuvens;

Liderança, Coaching e Gestão de Pessoas;

Gestão de Negócios;

Desenvolvimento de Aplicações para Dispositivos Móveis;

Projeto e Gerência de Redes de Computadores.

O Projeto Político Pedagógico da Instituição acompanha as mudanças da

sociedade e do mercado, superando a formação de trabalhadores para postos de

trabalho. Hoje, com a proposta de desenvolvimento de competências profissionais

significativas e duradouras, o Projeto proporciona a qualificação de pessoas,

capacitando-as a articular conhecimentos e desenvolver habilidades, para agir,

intervir e tomar decisões em situações inusitadas na vida profissional e pessoal.

O modelo de ensino-aprendizagem da Faculdade está fundamentado na

educação por competências, as quais são entendidas como a capacidade de

mobilizar, articular saberes para agir em situações concretas e muitas vezes

inusitadas do contexto de trabalho. O compromisso com a aprendizagem dos

estudantes é fundamental para a compreensão da natureza do saber a ser

desenvolvido e das metodologias de ensino e avaliação a serem adotadas. A lógica

das competências supõe a adoção de práticas pedagógicas diferenciadas para que

as aprendizagens se realizem. As propostas de ensino devem propiciar mecanismos

de simulação e contato direto com as condições reais de trabalho, ou seja, práticas

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pedagógicas que promovam a autonomia na aprendizagem, a capacidade de o

aluno identificar e resolver problemas, de integrar-se a grupos de trabalho.

Na Educação Profissional Tecnológica, o currículo proposto para o Curso

Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas,

especificamente, visa à apropriação de competências fundamentais para a formação

de trabalhadores conscientes do seu papel frente às demandas sociais e

profissionais, percebendo-se responsáveis pela construção de relações mais

humanizadas no trabalho. O curso objetiva formar um profissional transformador no

meio social em que está inserido. As metodologias adotadas pelos professores

possuem um papel fundamental na implementação dos pressupostos do Projeto

Pedagógico do Curso, de forma que ele cumpra seus objetivos. Dentre essas

metodologias para o desenvolvimento das competências, podemos destacar:

a) realização de aulas expositivo-dialogadas com o apoio de recursos

tecnológicos, estudo e interpretação de textos e casos, problematização de

situações e elaboração de projetos interdisciplinares e práticas profissionais

em laboratório de informática;

b) utilização da Biblioteca para consultas a livros, periódicos e à Internet;

c) desenvolvimento de projetos de extensão e pesquisa articulados com temas

relevantes para a comunidade acadêmica e local;

d) realização de seminários, palestras e encontros sobre temas relacionados à

Tecnologia da Informação e ao mercado de trabalho na área, com a finalidade

de atualizar informações;

e) acompanhamento e avaliação contínua do desempenho do aluno,

oportunizando diferentes práticas de ensino e aprendizagem com foco no

processo de desenvolvimento das competências e nas habilidades

requeridas;

f) realização de encontros regulares e sistemáticos de professores para a

avaliação dos trabalhos, a reformulação e atualização de programas.

No desenvolvimento e na implementação das metodologias de ensino-

aprendizagem, o Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de

Sistemas assume como princípio fundamental a interdisciplinaridade, buscando

eixos articuladores entre os diferentes campos do saber por meio do Projeto de

Desenvolvimento e do Trabalho de Conclusão de Curso, previsto na matriz curricular

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do curso. A fim de promover uma formação adequada às demandas dos estudantes,

da sociedade e do mercado, ocorrem regularmente reuniões pedagógicas com os

professores de todos os cursos da Faculdade e reuniões específicas com os

docentes do curso, para o planejamento, a avaliação das ações e a reformulação de

programas, visando uma efetiva interdisciplinaridade e à atualização da proposta

pedagógica do curso.

3.3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O CURSO SUPERIOR DE

TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DA

FACULDADE SENAC PORTO ALEGRE

Na sequência, abordamos o histórico do curso pesquisado, seus objetivos, o

perfil profissional de conclusão e as competências a serem apropriadas pelos alunos

ao final do curso.

O Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Análise e

Desenvolvimento de Sistemas é originário do PPC do Curso de Tecnologia em

Sistemas de Informação. Encaminhado à SETEC/MEC em meados de 2003 para

autorização, simultaneamente ao processo de credenciamento da IES, é aprovado

por Comissão Avaliadora durante visita in loco, tendo seu funcionamento autorizado

pela Portaria/Ministerial nº 269 de 20/01/2004, do MEC. O Curso é reconhecido pela

Portaria Ministerial/MEC nº 249 de 07/03/2007, publicada no Diário Oficial da União.

Nos três primeiros anos de funcionamento, o projeto, elaborado com um

referencial dinâmico, que contempla sua inserção regional, passa por uma avaliação

e ampla discussão envolvendo a comunidade acadêmica. Pretendia-se atualizar e

enriquecer o currículo sem que fosse perdida a sua identidade original. Naquela

oportunidade, são adotadas medidas para garantir a integração curricular, a inclusão

de mecanismos para promover o diálogo entre teoria e prática, além da ampliação

do escopo do curso por meio de Atividades Complementares. A partir disso, o curso

é incorporado ao Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, aprovado

pela Portaria nº. 10, de 28 de julho de 2006, publicada no DOU em 31 de julho de

2006. O referido Catálogo define as denominações, o sumário de perfil do egresso, a

carga horária mínima e a infraestrutura recomendada para 98 cursos de graduação

tecnológica organizados em torno de 10 eixos tecnológicos.

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Com essa adequação ao Catálogo, o curso original passa a ser denominado

Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e a

integrar o Eixo Tecnológico Informação e Comunicação, compreendendo tecnologias

relacionadas à comunicação e ao processamento de dados e informações. Tal eixo

abrange concepção, desenvolvimento, implantação, operação, avaliação e

manutenção de sistemas e tecnologias relacionadas à informática e

telecomunicações; especificação de componentes ou equipamentos, suporte

técnico, procedimentos de instalação e configuração, realização de testes e

medições, utilização de protocolos e arquitetura de redes; identificação de meios

físicos e padrões de comunicação e, sobremaneira, atualização tecnológica. O

desenvolvimento de sistemas informatizados desde a especificação de requisitos até

os testes de implantação e as tecnologias de comutação, transmissão, recepção de

dados também podem constituir-se especificidades desse Eixo.

Assim, o Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de

Sistemas, oferecido pela Faculdade Senac Porto Alegre – FSPOA –, autorizado com

conceito A pela Portaria Ministerial/MEC nº 269 de 20/01/2004, tem duração de 6

semestres, conferindo o título de Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de

Sistemas. Cabe mencionar que o curso, reconhecido pela Portaria MEC nº 249, de 8

de março de 2007, com conceito 3, teve seu reconhecimento renovado pela Portaria

MEC nº 46, de 21 de janeiro de 2011. O curso obteve nota 3 no ENADE 2008 com o

Conceito Preliminar de Curso – CPC –, em 2011; obteve nota 4 no ENADE e voltou

a ter nota 3 no ENADE 2014 (ANEXOS A e B), mantendo o CPC do Curso com nota

3.

A Tabela 2, abaixo, demonstra o número de matrículas no Curso Superior de

Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, oferecido pela Faculdade

Senac Porto Alegre, desde 2005, bem como o número de alunos formados em cada

ano.

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Tabela 2 - Evolução do Número de Ingressantes e Formados no Curso de ADS da

FSPOA

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados obtidos na FSPOA

Objetivo Geral do Curso

O Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

tem como objetivo oferecer aos alunos formação profissional em Tecnologia da

Informação, que possibilite aos egressos atuarem de forma crítica, inovadora,

empreendedora e ética frente aos desafios da sociedade, capacitando-os a analisar,

obter requisitos, projetar, documentar, especificar, implementar e testar sistemas

computacionais e de informação.

Objetivos Específicos do Curso

a) Desenvolver sistemas através do domínio de diversas linguagens de

programação e de seus diferentes paradigmas;

b) Desenvolver interfaces homem-computador, considerando os aspectos visuais e

funcionais das aplicações;

c) Empreender novas soluções voltadas aos sistemas de automação comercial;

Alunos de ADS na FSPOA Formandos

2005 513

2006 786 26

2007 905 38

2008 1127 53

2009 1242 72

2010 1268 86

2011 1290 83

2012 1281 90

2013 1238 97

2014 1228 106

2015 1181 56

707

CURSO DE ADS DA FSPOA

TOTAL FORMANDOS CURSO ADS DA FSPOA

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d) Constituir um espaço de integração entre o meio acadêmico e a sociedade na

área da Informática;

e) Contribuir para o desenvolvimento tecnológico na área de Análise e

Desenvolvimento de Sistemas;

f) Atender às necessidades regionais e nacionais em termos de formação de

recursos humanos na área de Desenvolvimento de Sistemas;

g) Manter um centro de capacitação profissional que permita aos profissionais já

existentes na região, e aos futuros alunos formados, manterem-se atualizados nas

inúmeras tecnologias que surgem constantemente na área;

h) Formar profissionais capazes de especificar e coordenar a aquisição de

equipamentos e software que atendam às necessidades da empresa ou instituição

pública, considerando os limites existentes;

i) Atender ao previsto na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) cujas

ocupações relacionadas à área de Desenvolvimento de Software são: Analistas de

Sistemas Computacionais e Programador de Sistemas Orientados a Objetos.

Assim, o profissional, a partir da visão especializada para atuação em seu

campo de trabalho, desenvolve competências profissionais, sociais e intelectuais

específicas da área, competências essas necessárias para que o egresso possua

plenas condições de executar as atividades do Tecnólogo em Análise e

Desenvolvimento de Sistemas. Dentre o conjunto de competências que integram o

perfil desse profissional da Faculdade Senac Porto Alegre – FSPOA –, selecionamos

como objetos da presente pesquisa as seguintes competências:

i) dominar técnicas de programação e solução de problemas;

ii) conhecer e aplicar os conceitos de programação nos diferentes

paradigmas de linguagens de programação;

iii) dominar conceitos de engenharia de software, análise, projeto e

qualidade de sistemas;

iv) compreender o funcionamento geral de um computador e de seus

componentes básicos;

v) conhecer e aplicar os princípios básicos de bancos de dados,

vi) reconhecer diversas arquiteturas de software e sua aplicação no

processo de desenvolvimento;

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vii) compreender a solução de problemas, empregando do raciocínio

lógico e aplicando as técnicas de programação;

viii) compreender os conceitos básicos relativos à segurança da

informação e identificar vulnerabilidades em sistemas;

ix) identificar as alternativas tecnológicas no desenvolvimento de sistemas

de informação, visando à sua utilização em projetos de software.

Outras competências trabalhadas ao longo do curso se referem às relações

humanas, à ética profissional, aos princípios e valores que constituem o referencial

filosófico da Instituição e a outras capacidades requeridas pelo mercado de trabalho.

Portanto, as seguintes competências integram a pesquisa:

x) desenvolver o raciocínio abstrato, numérico e lógico na resolução de

problemas do trabalho;

xi) demonstrar capacidade de síntese;

xii) aplicar senso crítico na análise de solução de problemas;

xiii) cultivar a criatividade e inovação;

xiv) desenvolver autonomia na aprendizagem.

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4 MÉTODO E ABORDAGEM DA PESQUISA

Neste capítulo, é apresentada a metodologia empregada nesta pesquisa que

teve uma abordagem qualitativa e quantitativa. Abordagem qualitativa, porque é

baseada em um estudo de caso (LÜDKE e ANDRÉ 1986, p. 17), propiciando a

formulação de uma construção baseada nas interfaces que emergiram da análise

das respostas dos egressos respondentes e aprofundaram a compreensão dos

fenômenos investigados. (MILES; HUBERMAN, 1994 apud FELICETTI; CABRERA;

MOROSINI, 2014). Abordagem quantitativa, porque analisa frequências e relações

acerca dos dados coletados (BOOTH et al., 2000 apud FELICETTI; CABRERA;

MOROSINI, 2014). De qualquer forma, enfatizamos que em razão da natureza da

pesquisa a ênfase recai sobre a abordagem quantitativa. A mensuração da

efetividade das competências desenvolvidas durante o Curso para o exercício

profissional é definida com o emprego de pesquisa survey, envolvendo a construção

de um instrumento de coleta de dados, dados esses respondidos pela técnica de

autopreenchimento.

O público da pesquisa são egressos do Curso Superior de Tecnologia em

Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) da Faculdade Senac Porto Alegre –

FSPOA – com mais de dois anos de conclusão de curso, tendo como subsídio o

método utilizado pelo “Projeto PROFLEX” (MORA; CAROT; CONCHADO, 2010),

tempo a partir do qual os profissionais tendem a refletir sobre as suas experiências

acadêmicas e expectativas futuras no mercado de trabalhosem que, no entanto,

esqueçam o que foi vivenciado em ambiente universitário.

A pesquisa de campo com os egressos do Curso de ADS, a partir de agora

designados egressos respondentes, corresponde a uma amostra por conveniência.

É realizada no dia 27/07/2015, no Campus II da FSPOA, localizado à Rua Cel.

Genuíno, nº 358, em Porto Alegre/RS. É enviado convite por e-mail a todos os

egressos. Esse convite é reforçado por contato telefônico do Coordenador de Curso.

Como estratégia para ter a maior quantidade de egressos respontentes, é

organizado um evento que conta com a presença do Diretor da Faculdade, da

Diretora de Ensino, do Coordenador do Curso de ADS, Prof. Guilherme Bertoni

Machado. Na abertura do evento, o Prof. James Brum, docente do Curso e analista

sênior da Procergs, profere palestra sobre Tecnologias Ágeis. Após a fala do

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palestrante, os egressos são convidados a responder o questionário online1,

disponibilizado em Laboratório de Informática anexo à sala onde foi realizada a

reunião, garantindo total anonimato. A confidencialidade dos dados fornecidos pela

FSPOA, das informações pessoais, dos resultados individuais dos egressos, dos

resultados obtidos para instituição e seu banco de dados correspondente é

garantida.

O questionário de pesquisa é respondido pelos egressos do Curso Superior

de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) da Faculdade

Senac Porto Alegre (FSPOA) por meio da técnica de autopreenchimento no

questionário on line disponível conforme demonstram as figuras 4, 5 e 6 a seguir:

Figura 4 - Apresentação da Pesquisa aos Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Fonte: Arquivo pessoal

1 questionário online:

(https://docs.google.com/forms/d/1YUznPI1QGHxWxBNuq8cYU0qtXPqFW5Lxn8liKmVGD-w/viewform?usp=send_form)

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Figura 5 - Apresentação do questionário da pesquisa aos Egressos do Curso de

ADS da FSPOA no LABIN

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 6 - Egressos do Curso de ADS da FSPOA no LABIN respondendo ao

questionário da pesquisa

Fonte: Arquivo pessoal

A metodologia empregada na coleta de dados está baseada em projetos de

pesquisa similares, a exemplo do “Projeto PROFLEX”, "O Profissional Flexível na

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Sociedade do Conhecimento" (MORA; CAROT; CONCHADO, 2010), co-financiado

pela União das Universidades Europeias e Latino-Americanas pertencentes à rede

de parceiros do projeto, composta por onze instituições de ambos os continentes. A

principal ferramenta utilizada no “Projeto PROFLEX” é uma pesquisa dirigida a

graduados latino-americanos questionados sobre as suas visões a respeito da

universidade e do mercado de trabalho cinco anos após a conclusão do curso

superior. Cabe destacar que o “Projeto PROFLEX” é um projeto herdeiro de outro

similar realizado no Japão e em quatorze países da Europa: o REFLEX, "O

Profissional Flexível na Sociedade do Conhecimento - novas exigências sobre o

Ensino Superior na Europa". A existência desses dois projetos permite-nos utilizar

conceitos similares para a pesquisa com os egressos do Curso de ADS da FSPOA.

Objetivo Geral

Analisar como são percebidas pelos egressos do Curso Superior de

Tecnologia de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) da Faculdade Senac

Porto Alegre (FSPOA) o desenvenvolvimento de suas competências profissionais

adquiridas no curso e como são requeridas essas competências pelo mercado de

trabalho, especialmente no que tange às demandas identificadas pelas empresas.

Objetivos Específicos

Analisar a percepção dos egressos em relação ao desenvolvimento de suas

competências profissionais adquiridas no Curso Superior de Tecnologia em

Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade Senac Porto Alegre;

Analisar a percepção dos egressos em relação à utilização dessas

competências pelo mercado de trabalho, especialmente no que tange às

demandas identificadas pelas empresas;

Analisar quais são as principais correlações existentes entre as competências

desenvolvidas para o desempenho acadêmico, tendo em vista as

autoavaliações e as demandas das empresas para o exercício profissional;

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Analisar quais são as competências mais influentes para o conhecimento

geral dos egressos, tendo em vista as autoavaliações e as demandas das

empresas para o exercício profissional;

Hipóteses da Pesquisa

Como hipóteses dessa pesquisa, podemos admitir:

a) Que todas as competências profissionais técnicas ou humanas descritas no

Projeto Pedagógico do Curso, foram desenvolvidas pelos egressos e as

empresas demandam todas elas em maior ou menor grau dependendo a

função exercida pelos egressos nas empresas;

b) Que as competências profissionais, sejam elas técnicas ou humanas,

possuem fortes correlações, tendo um caráter holístico e integrado. Que

algumas competências podem ter maior influência que outras no

desenvolvimento das competências fundamentais. Que as competências não

são a soma mecânica das habilidades específicas e simples, mas modelos

mentais de interpretação da realidade e de intervenção racional que usamos

na vida cotidiana e na prática profissional.

c) Que há alguns desafios relativos à educação profissional, especialmente para

os Cursos Superiores de Tecnologia do Senac-RS no que tange a

implementação do conceito de competência, na organização dos currículos

dos cursos com a inclusão de novas formas de organização do trabalho,

incorporando conhecimentos adquiridos na prática e metodologias que

propiciem o desenvolvimento de suas competências.

Limitações da Pesquisa

As pesquisas de campo tipo survey se caracterizam pela interrogação direta

das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, são solicitadas

informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado, para

que, em seguida, mediante análise quantitativa, se possa chegar a conclusões

através dos dados coletados (GIL, 2008). Esse tipo de levantamento de informações

tem como principais vantagens o conhecimento direto da realidade, a economia,

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rapidez e a quantificação dos dados de forma a poder agrupá-los em tabelas

possibilitando a análise estatística. No entanto, há algumas limitações,

especialmente quanto aos aspectos perceptivos, por identificar uma visão estática,

uma fotografia momentânea do fenômeno estudado (GIL, 2008).

Considerando as vantagens e limitações expostas, é importante ressaltar que

egressos de outros cursos da mesma Instituição podem responder a questões de

forma diferenciada, não se obtendo, necessariamente, as mesmas respostas ou

percepções quanto à apropriação das competências estudadas.

4.1 A AMOSTRA

A população total de egressos do Curso de ADS da FSPOA com dois anos ou

mais de formados é de 448 alunos. Dessa população, é possível contatar 150

egressos. Comparecem ao encontro, respondendo ao questionário proposto, 22

deles. Posteriormente, outros 22 egressos atendem ao convite de responder ao

instrumento de pesquisa, totalizando, assim, uma amostra de 44 egressos

participantes.

4.2 O INSTRUMENTO DE COLETA - QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

O questionário da pesquisa é desenvolvido tendo sido, posteriormente,

avaliado e testado sua construção e resultados pelo Prof. Dr. James E. Cofer2, que

esteve na PUC/RS pelo projeto Scholar Fulbright junto ao Centro de Estudos em

Educação Superior da PUCRS ministrando aulas de estatística e do uso do software

da IBM® SPSS® (Statistical Package for the Social Sciences). O instrumento é

elaborado com base em três grandes Blocos com total de 12 perguntas, sendo que a

nona questão é subdividida em 14 outras perguntas (Apêndice A – Questionário e

Apêndice B – Respostas). O primeiro Bloco compõe questões relacionadas a:

i) perfil profissional;

ii) situação profissional (empregado, empreendedor autônomo, desempregado);

iii) natureza jurídica da empresa em que trabalha;

iv) atuação profissional na área de Análise e Desenvolvimento de Sistemas;

2Estatístico e Presidente da Missouri State University, 2010-2011.

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v) início da atuação na área de Tecnologia da Informação;

vi) porte da organização na qual atua;

vii) gênero;

viii) renda individual aproximada.

O segundo Bloco é composto por 14 questões relacionadas às principais

competências profissionais descritas no Projeto Pedagógico do Curso do Curso de

ADS da FSPOA. As nove primeiras competências referem-se às técnicas e as outras

cinco referem-se às humanas, relativas, respectivamente, ao raciocínio e à

autonomia na aprendizagem, ambas relevantes à pesquisa, pois são competências

gerais que constituem o referencial filosófico da Instituição, sendo também

requeridas pelo mercado de trabalho. As 14 competências profissionais descritas no

PPC do Curso de ADS da FSPOA e contempladas no questionário de pesquisa são:

1. dominar técnicas de programação e solução de problemas (COMP1)3;

2. dominar conceitos de engenharia de software, análise, projeto e qualidade de

sistemas (COMP2);

3. conhecer e aplicar os princípios básicos de bancos de dados (COMP3);

4. compreender a solução de problemas, empregando o raciocínio lógico e

aplicando as técnicas de programação (COMP4);

5. conhecer e aplicar os conceitos de programação nos diferentes paradigmas

de linguagens de programação (COMP5);

6. compreender o funcionamento geral de um computador e de seus

componentes básicos (COMP6);

7. reconhecer diversas arquiteturas de software e sua aplicação no processo de

desenvolvimento (COMP7);

8. compreender os conceitos básicos relativos à segurança da informação e

identificar vulnerabilidades em sistemas (COMP8);

9. identificar as alternativas tecnológicas no desenvolvimento de sistemas de

informação, visando à sua utilização em projetos de software (COMP9);

10. demonstrar capacidade de síntese (COMP10);

11. desenvolver raciocínio abstrato, numérico e lógico (COMP11);

12. aplicar senso crítico na análise de soluções (COMP12);

3(COMP n) é a forma de identificação, neste estudo, das competências profissionais estudadas de acordo com

as variáveis propostas em questionário, o que será melhor detalhado posteriormente.

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13. cultivar a criatividade e a inovação (COMP13);

14. desenvolver a autonomia na aprendizagem (COMP14).

Com base no aprendizado oferecido pelo Curso de Tecnologia em Análise e

Desenvolvimento de Sistemas da FSPOA e nas experiências profissionais após a

formação, os egressos atribuem para cada uma das competências uma nota de 1 a

10 que corresponde a percepção relativa ao desenvolvimento das competências no

curso. . Considerando uma escala de 1 a 10, 1 significa que o egresso se percebe

com “baixo nível de desenvolvimento” e 10 que se percebe com “alto nível de

desenvolvimento”.

Para que se pudesse também avaliar as demandas das empresas em relação

a cada uma das competências desenvolvidas, o questionário propõe que o egresso

também atribua valores às competências mais demandadas a eles, profissionais, por

parte das empresas. Considerando uma escala de 1 a 10, 1 significa “não existe

demanda” e 10 significa “existe muita demanda”.

O terceiro Bloco é composto de quatro questões de caráter geral. A primeira

delas está relacionada ao entendimento global de desenvolvimento das

competências; a segunda, ao nível de dedicação no Curso; a terceira, à indicação do

curso de ADS da FSPOA aos amigos/familiares (na escala de 1 a 10, 1 equivale a

“com certeza, não indicaria” e 10 a “com certeza, indicaria”); e a quarta questão

solicita que o egresso sugira alternativas para aperfeiçoar e manter o Projeto

Pedagógico do Curso afinado com as demandas do trabalho.

4.3 TÉCNICAS DE ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA

Para organizar as respostas dadas às questões do segundo Bloco do

formulário de pesquisa, composto de 14 questões relacionadas às competências

profissionais descritas no Perfil de Conclusão do Curso de ADS da FSPOA,

adotamos a terminologia “COMPnA” para designar as Variáveis de Categoria A, ou

seja, relativas à autoavaliação do egresso sobre o nível de desenvolvimento na

respectiva competência, e “COMPnB” para designar as Variáveis de Categoria B,

isto é, relativas à percepção do egresso quanto ao grau de demanda da empresa a

respeito da respectiva competência.

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Os dados estatísticos das variáveis “COMPnA” e “COMPnB” são analisados

para verificar se possuem uma curva de distribuição normal, com simetria das

frequências, tendo a presença das principais medidas de tendência central (média,

mediana e moda) no mesmo ponto, de desvio padrão e para proporcionar também

os testes da correlação e multicolinearidade. Esse tipo de distribuição normal das

variáveis garante que a um desvio padrão tenhamos 68,26% das observações

contidas, a dois desvios padrões, 95,44% dos dados compreendidos e, finalmente, a

três desvios, 99,73% das observações contidas (NIQUE; LADEIRA, 2014). Para

analisar os dados estatísticos, utilizamos o software da IBM® SPSS® (Statistical

Package for the Social Sciences), capaz de transformar os dados de variáveis que

descrevem relacionamentos complexos em informações importantes,

proporcionando análise, inferências e conclusões.

4.3.1 Análise Bivariada ou de Correlações entre as Variáveis da Pesquisa

A análise bivariada ou de correlação fornece um número que resume o grau

de relacionamento linear entre as variáveis. A verificação da existência de variáveis

e do grau de relação entre ela fornece informações sobre a intensidade aí implicada.

Em termos estatísticos, duas variáveis se associam quando elas guardam

semelhanças na distribuição dos seus resultados. Mais precisamente, elas podem

se associar a partir da distribuição das frequências ou pelo compartilhamento de

variância correlação de Pearson (R). Para o estudo das correlações das

competências profissionais aqui estudadas, utilizamos a correlação de Pearson

como parâmetro, ou seja, a associação entre as variáveis através da medida da

variância compartilhada entre duas variáveis, tendo a variação linearmente

distribuída.

O coeficiente de correlação Pearson (R) varia de -1 a 1. O sinal indica direção

positiva ou negativa do relacionamento, e o valor sugere a força da relação entre as

variáveis. Uma correlação perfeita (-1 ou 1) indica que o resultado de uma variável

pode ser determinado exatamente ao se saber o resultado da outra. Já uma

correlação de valor zero indica que não há relação linear entre as variáveis.

Importante é interpretar a magnitude dos coeficientes, mostrando se há uma

correlação fraca: R= 0,10 até 0,39, uma correlação moderada: R= 0,40 até 0,69 ou

correlação forte: R= 0,70 até 1 entre as variáveis (CUNHA; COELHO, 2007).

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4.3.2 Análise multivariada com Regressão Múltipla entre as Variáveis da

Pesquisa

A análise multivariada com regressão múltipla entre as variáveis é uma

técnica utilizada para verificar se existe uma função matemática que descreve o

comportamento de determinada variável. Para isso, é necessário definir uma

variável dependente com base nos valores de uma ou mais variáveis, denominadas

independentes (CUNHA; COELHO, 2007). Como variável dependente (Y), é

utilizada a Competência Geral (COMPGE) pesquisada e refletida na questão número

10 do questionário , pois essa consiste em uma pergunta de caráter genérico acerca

do entendimento do egresso em relação ao nível de desenvolvimento geral de suas

competências.

Pergunta 10: Como você avalia seu nível de conhecimento geral, considerando

todas as competências apresentadas?

Utilize uma escala de 1 a 10, sendo 1– Baixo conhecimento e 10 – Alto

conhecimento.

Na presente pesquisa, consideramos variáveis independentes (X) todas as

competências pesquisadas de “Categoria A” ou “COMPnA” referentes à

autoavaliação do egresso respondente em relação ao desenvolvimento das

competências do Perfil Profissional de Conclusão descritas no PPC do Curso de

ADS da FSPOA. Portanto, a regressão múltipla indica os efeitos cumulativos de um

grupo de variáveis explicativas (COMP1A, COMP2A, COMPnA, etc.) em uma

variável dependente de COMPGE = Conhecimento Geral, assim como os efeitos

separados dessas variáveis explicativas.

Y = β1.(X1) + β2 .(X2) + β3.(X3) +βn.(Xn) + ......+ β0 (01)

ou

COMPGE=β1.(COMP 1A)+β2.(COMP 2A)+β3.(COMP 3A)+βn.(COMPnA)+...+β0(02)

Por fim, é possível sugerir o cálculo do coeficiente de regressão (βn) e a

interpretação da variável de regressão. O modelo de regressão ajuda a identificar o

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coeficiente de regressão (βn) que avalia a importância relativa das variáveis

individuais na previsão geral.

Neste estudo, o grau de relacionamento entre as variáveis é avaliado através

do coeficiente momento-produto (ou r de Pearson) e do fator de inflação da variância

(FIV). O propósito desse coeficiente r de Pearson é verificar se existe

relacionamento entre as variáveis. Outra etapa importante deste trabalho é estimar o

stepwise, que é um método de seleção de variáveis para inclusão no modelo de

regressão. Isso inicia com a escolha do melhor “preditor” da variável dependente.

Nesse caso, as variáveis independentes adicionais são selecionadas em termos do

poder explicativo incremental que podem acrescentar ao modelo de regressão

(HAIR et al., 1998; WOOLDRIGGE, 2006). O modelo de regressão stepwise fornece

uma sólida avaliação do problema de pesquisa, pois apresenta, em diversos

modelos, os valores de R e R². (GUAJARATI, 2000). Cabe ao pesquisador escolher

o modelo que melhor forneça uma explicação da variável dependente.

Da mesma forma, essa técnica de regressão múltipla é utilizada para

analisarmos se existe uma função matemática que descreve o comportamento de

determinada variável, denominada dependente (COMPGE = Conhecimento Geral),

com base nos valores de uma ou mais variáveis, denominadas independentes

(COMPnB = Competência identificada), utilizando a percepção do egresso quanto ao

grau de demanda da empresa a respeito das competências identificadas.

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70

5 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA

5.1 PLANO DE ANÁLISE

Para melhor visualização dos objetivos específicos propostos na tese e da

relação deles com as técnicas estatísticas utilizadas na análise dos dados,

apresentamos o quadro 1, resumido, abaixo.

Quadro 1 - Relação entre os objetivos específicos e as técnicas estatísticas

aplicadas

Fonte: Elaborado pelo autor deste trabalho

OBJETIVOS ESPECÍFICOS TÉCNICA APLICADA

SUB CAPÍTULO

ONDE SE

ENCONTRA

APLICADO

• Analisar a percepção dos egressos em relação ao

desenvolvimento de suas competências profissionais

adquiridas no Curso Superior de Tecnologia em Análise e

Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade Senac Porto

Alegre;

Estatística Descritiva 6.1 / 6.2

• Analisar a percepção dos egressos em relação à

utilização dessas competências pelo mercado de trabalho,

especialmente no que tange às demandas identif icadas

pelas empresas;

Estatística Descritiva 6.1 / 6.3

• Analisar quais são as principais correlações existentes

entre as competências desenvolvidas para o desempenho

acadêmico, tendo em vista as autoavaliações e as

demandas das empresas para o exercício profissional;

Correlação entre as Variáveis de Categoria A (COMP nA) e de

Categoria B (COMP nB)6.4 / 6.5

• Analisar quais são as competências mais influentes para

o conhecimento geral dos egressos, tendo em vista as

autoavaliações e as demandas das empresas para o

exercício profissional;

Regressão Múltipla entre as Variáveis de Categoria A (COMP nA)

e de Categoria B (COMP nB)6.6 / 6.7

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5.2 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS EGRESSOS

Como referido, a amostra final totaliza 44 egressos respondentes. Dos 44,

36(82%) deles estão empregados; 08(18%) trabalham como

empreendedores/autônomos e nenhum está desempregado. Esse resultado

demonstra o cumprimento da missão do Senac de educar para o trabalho nas

atividades do Comércio de Bens Serviço e Turismo, confirmando o objetivo de

ampliar a laboralidade das pessoas e a produtividade das organizações, o que

integra a dimensão Clientes e Mercado do Plano de Ação Senac 2015. Esses

índices ratificam, também, o alto potencial de laboralidade conferido pelos

programas do Senac-RS aos egressos de seus cursos.

Gráfico 4 - Situação Profissional dos Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Fonte: Elaborado pelo autor deste trabalho, a partir dos dados da Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Em relação à natureza jurídica da empresa em que trabalham, dos 44

egressos respondentes, 36 deles (81,8%) trabalham em empresas privadas, 05

respondentes (11,4%) trabalham em empresas públicas e 03(6,8%) atuam em

empresas de economia mista.

82%

18%

Empregado

Empreendedor autônomo

Situação Profissional

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Gráfico 5 - Natureza Jurídica da Empresa em que trabalha

Fonte: Elaborado pelo autor deste trabalho, a partir dos dados da Pesquisa de Egressos do Curso de

ADS da FSPOA

Em relação à atuação na área de tecnologia da informação, dos 44 Egressos

respondentes, 06 respondem que não trabalham na área da Tecnologia da

Informação (TI). Dos 38 egressos restantes, 26(68,4%) já atuavam na área de TI

antes de ingressar no Curso de ADS da FSPOA, 10(26,3%) obtiveram seus

empregos durante o Curso e 02(5,3%) conseguiram colocação profissional na área

após concluir a Graduação como Tecnólogo em ADS.

Gráfico 6 - Atuação na área de Tecnologia da Informação

Fonte: Elaborado pelo autor deste trabalho, a partir dos dados da Pesquisa de Egressos do Curso de

ADS da FSPOA

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Privada Pública Economia Mista

36

5 3

Natureza Jurídica Empresa

69% 5%

26%

Atuação na Área Tecnologia da Informação

Antes do ingresso naGraduação deTecnólogo em ADS

Após a graduação deTecnólogo em ADS

Durante a graduação deTecnólogo em ADS

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73

Em relação ao porte das empresas em que trabalham, dos 44 egressos

respondentes, seis não respondem a essa questão. Dos 38 restantes, 20(53%)

trabalham em empresas de grande porte, 13(34%) em empresas de porte médio,

04(10%) em pequenas empresas e 01(3%) atua em microempresa individual.

Gráfico 7 - Porte das Empresas em que os Egressos trabalham

Fonte: Elaborado pelo autor deste trabalho, a partir dos dados da Pesquisa de Egressos do Curso de

ADS da FSPOA

Em relação ao gênero, dos 44 Egressos respondentes, 37(84%) são do sexo

masculino e 07(16%) são do sexo feminino.

Gráfico 8 - Gênero dos Egressos

Fonte: Elaborado pelo autor deste trabalho, a partir dos dados da Pesquisa de Egressos do Curso de

ADS da FSPOA

53% 34%

10%

3%

Porte da Empresa

Empresa de grande porte

Empresa de médio porte

Pequena Empresa

Microempresa individual

84%

16%

Gênero

Masculino

Feminino

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Em relação à renda individual aproximada, do total de 44 respondentes,

06(14%) possuem renda mensal superior a R$ 8.000,00; 09(21%) declaram possuir

renda mensal entre R$ 6.000,00 e R$ 8.000,00; 14(32%) possuem renda mensal

entre R$ 4.000,00 e R$ 6.000,00; 12(27%) possuem renda mensal entre R$

2.000,00 e R$ 4.000,00; e 03(7%) possuem renda mensal inferior a R$ 2.000,00.

Disso se pode concluir que 35(80%) dos egressos possuem renda mensal que varia

entre R$ 2.000,00 e R$ 8.000,00, sendo que 26 desses (59%) possuem renda

mensal entre R$ 2.000,00 e R$ 6.000,00 e 15(34%) têm renda mensal acima de R$

6.000,00.

Gráfico 9 - Renda dos Egressos

Fonte: Elaborado pelo autor deste trabalho, a partir dos dados da Pesquisa de Egressos do Curso de

ADS da FSPOA

Até R$ 2.000,00

R$ 2.000,00 e R$ 4.000,00

R$ 4.000,00 e R$ 6.000,00

Entre R$ 6.000,00 e R$ 8.000,00

Acima R$ 8.000,00

3

12

14

9

6

Renda dos Egressos

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75

6 ANÁLISE DESCRITIVA DA PESQUISA

6.1 ANÁLISE DESCRITIVA DA PESQUISA RELACIONADA ÀS COMPETÊNCIAS

DE CATEGORIA A (COMPnA) E DE CATEGORIA B (COMPnB)

Os dados estatísticos das variáveis “COMPnA” e “COMPnB” representam

uma curva de distribuição normal. A amostra demonstra ter as principais

características em relação à simetria das frequências, a presença das principais

medidas de tendência central (média, mediana e moda) no mesmo ponto, além da

presença de desvio padrão. Como se pode observar nas Tabelas 3 e 4, abaixo,

todas as variáveis “COMPnA” e “COMPnB” possuem essas características. Portanto,

as análises e inferências estatísticas descritas possuem tratamento de uma curva

normal, respeitadas as margens de erro já observadas.

Tabela 3 - Descrição Estatística das Variáveis COMPnA e COMPnB

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error

COM P1A 44 3,00 10,00 7,9545 1,84207 -1,076 ,357 ,704 ,702

COM P1B 44 1,00 10,00 7,2500 2,70336 -,981 ,357 ,046 ,702

COM P2A 44 4,00 10,00 7,5227 1,57729 -,491 ,357 -,276 ,702

COM P2B 44 1,00 10,00 6,8864 2,44203 -,816 ,357 ,030 ,702

COM P3A 44 5,00 10,00 8,3409 1,64166 -,745 ,357 -,497 ,702

COM P3B 44 1,00 10,00 7,5455 2,54681 -1,153 ,357 ,467 ,702

COM P4A 44 3,00 10,00 8,1364 1,77307 -1,160 ,357 1,069 ,702

COM P4B 44 1,00 10,00 7,4091 2,65293 -1,021 ,357 ,213 ,702

COM P5A 44 3,00 10,00 7,3182 1,97393 -,524 ,357 -,255 ,702

COM P5B 44 1,00 10,00 5,8636 2,92218 -,152 ,357 -1,064 ,702

COM P6A 44 4,00 10,00 8,3182 1,76230 -,912 ,357 ,020 ,702

COM P6B 44 1,00 10,00 6,0227 3,06130 -,048 ,357 -1,282 ,702

COM P7A 44 2,00 10,00 7,1591 2,02247 -,846 ,357 ,245 ,702

COM P7B 44 1,00 10,00 6,0455 2,76148 -,285 ,357 -1,109 ,702

COM P8A 44 3,00 10,00 6,7500 1,83157 -,278 ,357 -,772 ,702

COM P8B 44 1,00 10,00 6,4318 2,84807 -,574 ,357 -,805 ,702

COM P9A 44 3,00 10,00 7,3182 1,78850 -,710 ,357 ,056 ,702

COM P9B 44 1,00 10,00 6,5000 2,51969 -,434 ,357 -,635 ,702

COM P10A 44 4,00 10,00 8,2273 1,34447 -,978 ,357 1,005 ,702

COM P10B 44 1,00 10,00 7,0455 2,24079 -,787 ,357 ,206 ,702

COM P11A 44 2,00 10,00 7,8182 1,72900 -1,120 ,357 1,888 ,702

COM P11B 44 4,00 10,00 7,2500 1,95442 -,114 ,357 -1,139 ,702

COM P12A 44 3,00 10,00 8,2273 1,42834 -1,123 ,357 2,746 ,702

COM P12B 44 2,00 10,00 7,9773 1,95874 -,959 ,357 ,538 ,702

COM P13A 44 3,00 10,00 7,8864 1,60255 -,801 ,357 1,031 ,702

COM P13B 44 1,00 10,00 6,8409 2,40100 -,459 ,357 -,636 ,702

COM P14A 44 3,00 10,00 8,4773 1,57729 -1,446 ,357 2,504 ,702

COM P14B 44 1,00 10,00 7,6591 2,31218 -1,005 ,357 ,396 ,702

Valid N (listwise) 44

Mean Std. Deviation Skewness Kurtosis

Descriptive Statistics

N Minimum Maximum

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76

Tabela 4 - Média, moda e erro das Variáveis COMPnA e COMPnB

a. Multiple modes exist. The smallest value is shown

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Pode-se observar, também, que algumas variáveis “COMPnB” possuem um

desvio padrão maior do que as variáveis “COMPnA”. Isso implica dizer que as

respostas das variáveis “COMPnA” se encontram mais homogêneas diante das

44evidências, indicando que existe um comportamento semelhante entre os

respondentes. Logo, as respostas dos egressos em relação ao nível pessoal de

desenvolvimento na respectiva competência possuem um desvio padrão menor do

que as respostas que se referem ao grau de demanda da empresa em relação à

mesma competência. Assim, há uma maior diferença de percepção quando os

egressos respondem acerca das demandas das empresas do que quando expõem a

percepção relativa ao nível de desenvolvimento de suas competências profissionais.

6.2 ANÁLISE DA DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DA PERCEPÇÃO DO EGRESSO NO

QUE SE REFERE À AUTOAVALIAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS - “COMPnA”

Ao analisar os dados da Tabela 5, podemos perceber que nas autoavaliações

das competências, dois é a nota mínima atribuída pelos egressos quando o

questionamento recai sobre as Competências COMP7A e COMP11A, que são,

respectivamente, reconhecer diversas arquiteturas de software e sua aplicação no

desenvolvimento de software desenvolver raciocínio abstrato, numérico e lógico. A

nota 10 é atribuída a todas as competências, ou seja, pelo menos um egresso atribui

nota dois a essas duas competências e pelo menos um atribui nota 10 a todas as

competências. A competência COMP7A apresenta maior desvio padrão (2,02). Isso

denota que os egressos têm maior amplitude em suas respostas, ou seja, há maior

variação entre as respostas dessa competência.

COM P

1A

COM P

1B

COM P

2A

COM P

2B

COM P

3A

COM P

3B

COM P

4A

COM P

4B

COM P

5A

COM P

5B

COM P

6A

COM P

6B

COM P

7A

COM P

7B

COM P

8A

COM P

8B

COM P

9A

COM P

9B

COM P

10A

COM P

10B

COM P

11A

COM P

11B

COM P

12A

COM P

12B

COM P

13A

COM P

13B

COM P

14A

COM P

14B

Valid 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Missing 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

8,0 8,0 8,0 7,5 8,5 8,5 8,0 8,0 7,5 5,0 9,0 6,0 8,0 6,0 7,0 7,0 8,0 7,0 8,5 7,0 8,0 7,5 8,0 8,5 8,0 7,0 9,0 8,0

8,0 10,0 8,0 8,0 10,0 9,0 8,0 10,0 8,0 5,0 10,0 10,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 5,00a 9,0 7,0 8,0 8,0 8,0 10,0 8,0 8,0 9,00

a 10,0

N

Statistics

Median

Mode

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77

Tabela 5 - Descrição Estatística das Variáveis COMPnA

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Praticamente todas as médias das autoavaliações das competências estão

acima da nota com pontuação 7,8, ficando apenas uma competência com média

6,75, a Competência COMP8A - Compreender os conceitos básicos relativos à

segurança da informação e identificar vulnerabilidades em sistemas.

Especificamente, as competências conhecer e aplicar os princípios básicos de

bancos de dados (COMP3); compreender a solução de problemas empregando o

desenvolvimento do raciocínio lógico e aplicando as técnicas de programação

(COMP4); compreender o funcionamento geral de um computador e de seus

componentes básicos (COMP6); demonstrar capacidade de síntese (COMP10);

aplicar senso crítico na análise de soluções (COMP12) obtêm média acima de 8,0,

com destaque para a competência desenvolver autonomia na aprendizagem

(COMP14), que obteve média 8,47.

Essas notas atribuídas pelos egressos para o desenvolvimento de seus

conhecimentos, de suas habilidades e atitudes reforça o que diz o Relatório para a

UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI –

Educação: Um Tesouro a Descobrir. Os quatro pilares propostos no Relatório para a

educação no terceiro milênio são “Aprender a conhecer; Aprender a fazer, Aprender

a conviver e Aprender a ser.” (DELORS, 2010). Segundo o autor:

[...] O conceito de educação ao longo da vida é a chave que abre as portas do século XXI; ele elimina a distinção tradicional entre educação formal inicial e educação permanente. Além disso, converge em direção a outro conceito, proposto com frequência: o da “sociedade educativa” na qual tudo pode ser uma oportunidade para aprender e desenvolver os talentos (DELORS, 2010, p. 32).

Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error

COM P1A 44 3,00 10,00 7,9545 1,84207 -1,076 ,357 ,704 ,702

COM P2A 44 4,00 10,00 7,5227 1,57729 -,491 ,357 -,276 ,702

COM P3A 44 5,00 10,00 8,3409 1,64166 -,745 ,357 -,497 ,702

COM P4A 44 3,00 10,00 8,1364 1,77307 -1,160 ,357 1,069 ,702

COM P5A 44 3,00 10,00 7,3182 1,97393 -,524 ,357 -,255 ,702

COM P6A 44 4,00 10,00 8,3182 1,76230 -,912 ,357 ,020 ,702

COM P7A 44 2,00 10,00 7,1591 2,02247 -,846 ,357 ,245 ,702

COM P8A 44 3,00 10,00 6,7500 1,83157 -,278 ,357 -,772 ,702

COM P9A 44 3,00 10,00 7,3182 1,78850 -,710 ,357 ,056 ,702

COM P10A 44 4,00 10,00 8,2273 1,34447 -,978 ,357 1,005 ,702

COM P11A 44 2,00 10,00 7,8182 1,72900 -1,120 ,357 1,888 ,702

COM P12A 44 3,00 10,00 8,2273 1,42834 -1,123 ,357 2,746 ,702

COM P13A 44 3,00 10,00 7,8864 1,60255 -,801 ,357 1,031 ,702

COM P14A 44 3,00 10,00 8,4773 1,57729 -1,446 ,357 2,504 ,702

Valid N (listwise) 44

Maximum Mean Std. Deviation Skewness Kurtosis

Descriptive Statistics

N Minimum

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78

Analisando os dados da Tabela 06, podemos perceber que a Moda=10,0,

nota que mais se repete em cada competência, acontece nas Competências

COMP3A e COMP6A, respectivamente: conhecer e aplicar os princípios básicos de

bancos de dados (COMP3); compreender o funcionamento geral de um computador

e de seus componentes básicos (COMP6). Isso denota que mais de um egresso

afirma ter apropriado totalmente essas competências.

Tabela 6 - Estatística das Variáveis COMPnA

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Podemos verificar também que os egressos afirmam em suas autoavaliações

ter desenvolvido e apropriado ao final do Curso as competências profissionais

requeridas no PPC do Curso de ADS da FSPOA. As avaliações até aqui pontuadas

referem-se tanto às nove competências técnicas como também às cinco humanas

constantes do Perfil Profissional de Conclusão do Curso. Nessa perspectiva, os

egressos reforçam a ideia da necessidade de uma educação capaz de romper com

a fragmentação do saber que foi dividido nas escolas em disciplinas isoladas, o que

Behrens (2005, p. 59) chama de “Sociedade do Conhecimento”.

6.3 ANÁLISE DA DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DA PERCEPÇÃO DO EGRESSO NO

QUE SE REFERE AO GRAU DE DEMANDA DA EMPRESA “COMPnB”

Ao analisar os dados da Tabela 7, pode-se verificar que a nota mínima

atribuída pelos egressos em relação a sua percepção das demandas das empresas

às competências é a nota 1,0 em praticamente todas as Competências, com

exceção da COMP11B e da COMP12B, competências humanas relativas ao

raciocínio e à autonomia na aprendizagem, respectivamente: desenvolver raciocínio

abstrato, numérico e lógico, com mínimo de nota 4,0, e aplicar senso crítico na

análise de soluções, com mínimo de nota 2,0. A nota máxima, 10,0, aparece em

todas as competências. Logo, pelo menos um egresso respondente atribui nota 1,0

C OM P 1

A

C OM P

2A

C OM P

3A

C OM P

4A

C OM P

5A

C OM P

6A

C OM P

7A

C OM P

8A

C OM P

9A

C OM P 1

0A

C OM P 1

1A

C OM P 1

2A

C OM P 1

3A

C OM P 1

4A C OM P GE D ED IC A GE IN D IGE

Valid44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Missing 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

8,0 8,0 8,5 8,0 7,5 9,0 8,0 7,0 8,0 8,5 8,0 8,0 8,0 9,0 8,0 8,0 9,0

8,0 8,0 10,0 8,0 8,0 10,0 8,0 8,0 8,0 9,0 8,0 8,0 8,0 9,00a 8,0 7,0 9,00

a

Statistics - COMP A

N

Median

Mode

a. M ult iple mo des exist . T he smallest value is sho wn

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79

a todas as competências, exceto as competências COMP11B e COMP12B, e pelo

menos um atribui nota 10,0 a todas as competências.

Tabela 7 - Descrição Estatística das Variáveis COMP B

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Percebemos, também, que, na avaliação das demandas das empresas, os

egressos atribuem uma média menor do que aquela representada em suas

autoavaliações. Isso indica que a demanda das empresas pelas competências

desenvolvidas apresenta uma ligeira redução em suas médias. A menor média,

5,86, é alcançada pela COMP5B, e a maior média, 7,97, aparece na COMP12B,

respectivamente: conhecer e aplicar os conceitos de programação nos diferentes

paradigmas de linguagens de programação; Aplicar senso crítico na análise de

soluções. A competência compreender o funcionamento geral de um computador e

de seus componentes básicos (COMP 6) apresenta o maior desvio padrão, de 3,06,

e a competência desenvolver raciocínio abstrato, numérico e lógico (COMP 11)

apresenta o menor desvio padrão, de 1,95.

Desse modo, o maior desvio padrão é relativo a uma competência técnica,

evidenciando que os egressos respondem ligeiramente diferentes quando avaliam

as demandas das empresas nessa competência. Já o menor desvio padrão está

justamente em uma competência humana ligada ao raciocínio e à autonomia na

aprendizagem, identificando que os egressos tem uma percepção mais próxima da

realidade em relação às demandas das empresas nessa competência.

Nas avaliações dos egressos sobre as demandas das empresas nas

competências estudadas, as respostas evidenciam que o menor desvio padrão,

1,95, é muito próximo do maior desvio padrão, 2,02, obtido pela autoavaliação do

Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error Statistic Std. Error

COMP1B 44 1,00 10,00 7,2500 2,70336 -,981 ,357 ,046 ,702

COMP2B 44 1,00 10,00 6,8864 2,44203 -,816 ,357 ,030 ,702

COMP3B 44 1,00 10,00 7,5455 2,54681 -1,153 ,357 ,467 ,702

COMP4B 44 1,00 10,00 7,4091 2,65293 -1,021 ,357 ,213 ,702

COMP5B 44 1,00 10,00 5,8636 2,92218 -,152 ,357 -1,064 ,702

COMP6B 44 1,00 10,00 6,0227 3,06130 -,048 ,357 -1,282 ,702

COMP7B 44 1,00 10,00 6,0455 2,76148 -,285 ,357 -1,109 ,702

COMP8B 44 1,00 10,00 6,4318 2,84807 -,574 ,357 -,805 ,702

COMP9B 44 1,00 10,00 6,5000 2,51969 -,434 ,357 -,635 ,702

COMP10B 44 1,00 10,00 7,0455 2,24079 -,787 ,357 ,206 ,702

COMP11B 44 4,00 10,00 7,2500 1,95442 -,114 ,357 -1,139 ,702

COMP12B 44 2,00 10,00 7,9773 1,95874 -,959 ,357 ,538 ,702

COMP13B 44 1,00 10,00 6,8409 2,40100 -,459 ,357 -,636 ,702

COMP14B 44 1,00 10,00 7,6591 2,31218 -1,005 ,357 ,396 ,702

Valid N (listwise) 44

KurtosisN Minimum Maximum Mean Std. Deviation Skewness

Descriptive Statistics

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80

desenvolvimento das competências do Tecnólogo em ADS. Esses resultados

demonstram que os egressos têm uma amplitude muito maior em suas respostas,

uma maior variação entre suas percepções, quando avaliam as demandas das

empresas nas competências pesquisadas.

Analisando os dados da Tabela 8, podemos perceber que a Moda, 5,0, nota

que mais se repete em cada competência, acontece nas Competências COMP 5B e

COMP 9B, respectivamente, conhecer e aplicar os conceitos de programação nos

diferentes paradigmas de linguagens de programação e identificar as alternativas

tecnológicas no desenvolvimento de sistemas de informação, visando à sua

utilização em projetos de software. A Moda, 10,0, nota que mais se repete em cada

competência, aparece nas competências dominar técnicas de programação e

solução de problemas (COMP1); compreender a solução de problemas empregando

o desenvolvimento do raciocínio lógico e aplicando as técnicas de programação

(COMP 4); compreender o funcionamento geral de um computador e de seus

componentes básicos (COMP 6); aplicar senso crítico na análise de soluções

(COMP 12) e desenvolver autonomia na aprendizagem (COMP 14).

Tabela 8 - Estatística das Variáveis COMPnB

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Pelas análises demonstradas, podemos afirmar que os egressos percebem

em suas respectivas avaliações que as competências profissionais descritas no PPC

do Curso de ADS da FSPOA e aqui estudadas são todas requeridas, com maior ou

menor grau, pelas empresas em que trabalham. Tal conclusão refere-se tanto às

nove competências técnicas como também às cinco humanas relativas ao raciocínio

e à autonomia na aprendizagem, obtêm uma maior média, demonstrando que as

percepções dos egressos sobre as demandas das empresas estão muito

posicionadas no desenvolvimento das competências humanas e autonomia da

aprendizagem.

COMP1

B

COMP2

B

COMP3

B

COMP4

B

COMP5

B

COMP6

B

COMP7

B

COMP8

B

COMP9

B

COMP1

0B

COMP11

B

COMP1

2B

COMP1

3B

COMP1

4B COMPGE DEDICAGE INDIGE

Valid44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Missing 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

8,0 7,5 8,5 8,0 5,0 6,0 6,0 7,0 7,0 7,0 7,5 8,5 7,0 8,0 8,0 8,0 9,0

10,0 8,0 9,0 10,0 5,0 10,0 8,0 8,0 5,00a 7,0 8,0 10,0 8,0 10,0 8,0 7,0 9,00

a

Statistics - COMP B

N

Median

Mode

a. Mult iple modes exist . The smallest value is shown

Page 83: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO …tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/7045/2/TES_ROBERTO_SARQUIS... · Prof. Dr. Alam de Oliveira Casartelli – PUCRS ... competências,

81

Isso reforça a ideia de que as competências humanas ganham relevância na

expectativa das empresas quando se trata das competências esperadas de seus

colaboradores.

6.4 ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS DE CATEGORIA A -

AUTOAVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS “COMPnA”

Os dados estatísticos de correlação das variáveis da autoavaliação dos

respondentes relacionados às competências profissionais nas variáveis de Categoria

A, “COMPnA”, conforme Tabela 9, mostram que:

i) há uma forte correlação entre as variáveis COMP4A x COMP5A, COMP6A

x COMP7A, COMP7A x COMP9A, COMP7A x COMP12A, COMP12A x

COMP13A e entre as variáveis COMP 13A x COMP 14A;

ii) há uma moderada correlação entre as variáveis COMP1A x COMP3A,

COMP1A x COMP4A, COMP1A x COMP7A, COMP2A x COMP3A,

COMP3A x COMP4A, COMP4A x COMP10A, COMP6A x COMP12A,

COMP7A x COMP8A, COMP7A x COMP10A, COMP7A x COMP13A,

COMP9A x COMP10A, COMP9A x COMP12A, COMP9A x COMP14A,

COMP10A x COMP12A e entre as variáveis COMP12A x COMP14A;

iii) para as demais variáveis “COMPnA”, há uma fraca correlação entre elas.

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82

Tabela 9 - Correlações existentes entre as Variáveis COMPnA

**. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed) *. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).

Forte correlação: r> 0,7

Moderada correlação: 0,4<r<0,69

Fraca correlação: r<0,39

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Entre as competências profissionais analisadas, podemos ressaltar que na

autoavaliação dos egressos em relação ao desenvolvimento de suas competências,

conforme demonstrado na Tabela 9, há uma forte correlação entre as variáveis

compreender a solução de problemas empregando o desenvolvimento do raciocínio

lógico e aplicando as técnicas de programação (COMP4A) e conhecer e aplicar os

conceitos de programação nos diferentes paradigmas de linguagens de

C OM P 1A C OM P 2A C OM P 3A C OM P 4A C OM P 5A C OM P 6A C OM P 7A C OM P 8A C OM P 9A C OM P 10A C OM P 11A C OM P 12A C OM P 13A C OM P 14A

Pearson

Correlation

1

Sig. (2-tailed)

N 44

Pearson

Correlation,489

** 1

Sig. (2-tailed) ,001

N 44 44

Pearson

Correlation,697

**,567

** 1

Sig. (2-tailed) ,000 ,000

N 44 44 44

Pearson

Correlation,621

**,373

*,591

** 1

Sig. (2-tailed) ,000 ,013 ,000

N 44 44 44 44

Pearson

Correlation,503

** ,244 ,454**

,712** 1

Sig. (2-tailed) ,001 ,110 ,002 ,000

N 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,442

**,299

*,323

* ,187 ,231 1

Sig. (2-tailed) ,003 ,049 ,032 ,225 ,131

N 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,570

**,527

**,481

**,519

**,523

**,716

** 1

Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,001 ,000 ,000 ,000

N 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,431

**,489

**,307

* ,125 ,267 ,494**

,620** 1

Sig. (2-tailed) ,004 ,001 ,042 ,418 ,080 ,001 ,000

N 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,548

**,401

**,437

**,455

**,511

**,506

**,751

**,486

** 1

Sig. (2-tailed) ,000 ,007 ,003 ,002 ,000 ,000 ,000 ,001

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,511

**,381

*,512

**,572

**,323

*,450

**,679

** ,269 ,608** 1

Sig. (2-tailed) ,000 ,011 ,000 ,000 ,033 ,002 ,000 ,077 ,000

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,362

*,385

**,350

*,372

* ,263 ,386**

,507** ,191 ,478

**,448

** 1

Sig. (2-tailed) ,016 ,010 ,020 ,013 ,085 ,010 ,000 ,214 ,001 ,002

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,446

**,338

*,323

* ,162 ,295 ,645**

,712**

,467**

,672**

,578**

,507** 1

Sig. (2-tailed) ,002 ,025 ,032 ,294 ,052 ,000 ,000 ,001 ,000 ,000 ,000

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,329

* ,162 ,103 ,186 ,438**

,565**

,659**

,307*

,565**

,347*

,521**

,723** 1

Sig. (2-tailed) ,029 ,293 ,504 ,228 ,003 ,000 ,000 ,043 ,000 ,021 ,000 ,000

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,472

** ,150 ,214 ,267 ,495**

,454**

,522** ,203 ,613

** ,233 ,519**

,684**

,730** 1

Sig. (2-tailed) ,001 ,332 ,163 ,079 ,001 ,002 ,000 ,186 ,000 ,128 ,000 ,000 ,000

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

COMP1A

COMP2A

COMP3A

COMP4A

Correlations

COMP10A

COMP11A

COMP12A

COMP13A

COMP14A

COMP5A

COMP6A

COMP7A

COMP8A

COMP9A

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programação (COMP5A). Dessa forma, deduzimos que, na avaliação dos egressos,

apropriar a competência profissional relacionada à compreensão da solução de

problemas, empregando, para isso, o raciocínio lógico e aplicando técnicas de

programação, está fortemente relacionado ao conhecimento e aplicação dos

conceitos de programação nos diferentes paradigmas de linguagens de

programação.

Outra correlação que se evidencia é entre as variáveis compreender o

funcionamento geral de um computador e de seus componentes básicos (COMP6A)

e reconhecer diversas arquiteturas de software e sua aplicação no desenvolvimento

de software (COMP7A). Assim, na concepção dos egressos, compreender o

funcionamento geral de um computador e de seus componentes básicos está

fortemente relacionado ao reconhecimento das diversas arquiteturas de software e

sua aplicação no desenvolvimento de software. Interessante observar que, para os

egressos, há apenas uma moderada correlação entre as variáveis COMP4A x

COMP7A, ou seja, moderada correlação entre as competências relacionadas à

compreensão da solução de problemas, empregando o desenvolvimento do

raciocínio lógico, as técnicas de programação, a capacidade de reconhecer diversas

arquiteturas de software e sua aplicação no desenvolvimento de software.

A pesquisa evidencia uma forte correlação entre as variáveis reconhecer

diversas arquiteturas de software e sua aplicação no desenvolvimento de software

(COMP7A) e identificar as alternativas tecnológicas no desenvolvimento de sistemas

de informação, visando a sua utilização em projetos de software (COMP9A). Dessa

forma, identificamos que, na ótica dos egressos, reconhecer diversas arquiteturas de

software e sua aplicação no desenvolvimento dele está fortemente relacionado com

a competência de identificação das alternativas tecnológicas no desenvolvimento de

sistemas de informação, visando à sua utilização em projetos de software.

É interessante observar que, para os egressos, há apenas uma moderada

correlação entre as variáveis COMP4A x COMP9A, ou seja, moderada correlação

entre as competências de compreender a solução de problemas empregando o

desenvolvimento do raciocínio lógico e aplicando as técnicas de programação e

identificar as alternativas tecnológicas no desenvolvimento de sistemas de

informação, visando a sua utilização em projetos de software.

Por outro lado, existe uma forte correlação entre as variáveis reconhecer

diversas arquiteturas de software e sua aplicação no desenvolvimento de software

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84

(COMP7A) e aplicar senso crítico na análise de soluções (COMP12A). Percebemos

que, na avaliação dos egressos, reconhecer diversas arquiteturas de software e sua

aplicação no desenvolvimento de software está fortemente relacionado com a

competência de aplicar senso crítico na análise de soluções. Da mesma forma, é

interessante observar que, para os egressos, há uma fraca correlação entre as

variáveis compreender a solução de problemas empregando o desenvolvimento do

raciocínio lógico e aplicando as técnicas de programação (COMP4A) e aplicar senso

crítico na análise de soluções (COMP12A).

Sendo assim, fica demonstrada pela pesquisa uma forte correlação entre as

variáveis aplicar senso crítico na análise de soluções (COMP12A) e cultivar a

criatividade e a inovação (COMP13A). Pode-se evidenciar que, para os egressos,

aplicar senso crítico na análise de soluções está fortemente relacionado com a

competência de cultivar a criatividade e a inovação. Da mesma forma, é interessante

observar que, para os egressos, há uma moderada correlação entre as variáveis

COMP 7A x COMP 13A, ou seja, moderada correlação entre as competências que

se caracterizam pela capacidade de reconhecer diversas arquiteturas de software e

sua aplicação no desenvolvimento de software e aplicar senso crítico na análise de

soluções.

Existe outra forte correlação que a pesquisa evidencia. É aquela entre as

variáveis cultivar a criatividade e a inovação (COMP13A) e desenvolver a autonomia

na aprendizagem (COMP14A). Identificamos que, na percepção dos egressos, o

cultivo da criatividade e da inovação está fortemente relacionado com a competência

desenvolver autonomia na aprendizagem. Da mesma forma, é interessante observar

que, para os egressos, há uma moderada correlação entre as variáveis COMP12A x

COMP14A e COMP9A x COMP14A, ou seja, há uma moderada correlação entre as

competências de aplicar senso crítico na análise de soluções e desenvolver

autonomia na aprendizagem.

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85

As competências técnicas COMP4A, COMP5A, COMP7A e COMP9A estão

fortemente relacionadas entre si, assim como as competências humanas COMP12A,

COMP13A e COMP14A. O que chama a atenção é a competência COMP7A, que,

apesar de ser caracterizada como competência técnica, apresenta uma forte relação

com a competência COMP12A, que é caracterizada como competência humana.

Isso mostra que o desenvolvimento da competência é um processo complexo no

qual, inevitavelmente, alguns componentes não estritamente cognitivos, que, por sua

vez, conferem o sentido peculiar dos significados individuais ou coletivos que vão

compondo as plataformas sobre as quais cada sujeito apoia suas interpretações e

suas ações.

[...] Os processos de aquisição de conhecimento requerem complexas habi-lidades de identificação, seleção, contraste, organização, aplicação, valorização, mas tais habilidades formais exigem sempre um objeto ou conteúdo para sua materialização e não existe a possibilidade de transferência automática e isolada de cada uma de tais habilidades de âmbito a âmbito do saber. Valorizar, selecionar e decidir não é um processo formal no vazio, à margem do conteúdo, mas sim estreitamente impregnado dos significados, das chaves conceituais de cada âmbito do saber e do saber fazer (GIMENO SACRISTÁN, 2011, p.82).

Para Gimeno Sacristán (2011), torna-se evidente que a convergência da

maneira como entendemos a construção dos significados e o desenvolvimento

integral se apoia em uma interpretação holística, interativa e complexa do processo

de aprendizagem. A aprendizagem relevante dos seres humanos tem lugar em uma

complexa rede de intercâmbios, na qual se implicam todas as dimensões de

personalidade.

[...] Os seres humanos aprendem de forma relevante quando adquirem significados que consideram úteis para seus propósitos vitais (GIMENO SACRISTÁN, 2011, p.78).

A relevância da aprendizagem garante consistência e continuidade, mas a qualidade

do que se aprende requer distanciamento, contraste e reflexão.

A aprendizagem é fundamentalmente um subproduto da participação do

indivíduo em práticas sociais, para chegar a ser membro de uma comunidade social.

Parece evidente, portanto, que as formas mais frequentes e importantes de

aprendizagem relevante e duradoura são subprodutos de outras atividades, efeitos

secundários da participação em atividades sociais. A aquisição eficaz de

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86

habilidades, atitudes e conhecimentos tem lugar como parte de um processo de

familiaridade com formas de ser, de pensar, de sentir e de ver que caracterizam o

grupo e o entorno no qual nossa vida se desenvolve (LAVE; WENGER, 1991).

É nítido que as contribuições atuais no campo da Psicologia da

Aprendizagem, da construção de significados e do desenvolvimento pessoal

amparam uma interpretação holística, interativa e complexa do processo de

aprendizagem dos seres humanos, claramente convergente com a maneira como

entendemos os processos de construção dos significados humanos (GIMENO

SACRISTÁN, 2011).

Nossa estrutura cognitiva está configurada por uma rede de esquemas de

conhecimento. Esses esquemas se definem como as representações que uma

pessoa possui em um dado momento de sua existência sobre algum objeto de

conhecimento. Ao longo da vida, esses esquemas são revisados, modificados,

tornam-se mais complexos e adaptados à realidade e, portanto, mais ricos em

relações. Se isso realmente é assim, qualquer nova aprendizagem deve "constituir-

se" a partir dos esquemas existentes. Isso significa a caracterização dos

conhecimentos prévios, sejam competências ou algum de seus componentes, como

ponto de partida para as novas aprendizagens (ZABALA; ARNAU, 2010, p. 95).

Os princípios pedagógicos aqui descritos nos apresentam critérios gerais

sobre as condições que devem estar presentes em todo o processo de

aprendizagem de competências e no qual os conceitos de funcionalidade e

relevância são essenciais. Os princípios psicopedagógicos relacionados aos

conhecimentos prévios nos apontam as bases sobre as quais as novas

aprendizagens devem ser construídas. No caso das competências, referem-se ao

maior ou menor grau que já possuem ou às habilidades, aos conhecimentos e às

atitudes prévias de que já se dispõe em relação a seus componentes (ZABALA;

ARNAU, 2010, p. 99).

A contribuição de Vygotsky, com o princípio da zona de desenvolvimento

proximal, é essencial para estabelecer os diferentes graus de aprendizagem em

função de características individuais. A disposição para a aprendizagem, as

expectativas e as ideias de cada um estão relacionadas à atitude favorável para o

desenvolvimento de novas competências. A atividade mental, eixo nuclear sobre o

qual gira a aprendizagem, junto à reflexão a respeito dela, propicia a identificação do

papel do aluno e das características das atividades de aprendizagem que

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87

possibilitam a elaboração e a apropriação das competências. (ZABALA; ARNAU,

2010, p. 99).

6.5 ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS DE CATEGORIA B –

IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DAS DEMANDAS DAS EMPRESAS

“COMPnB”

Os dados estatísticos de correlação das variáveis de Categoria B, “COMPnB,”

a avaliação da demanda das empresas em relação às competências profissionais

desenvolvidas pelos egressos, conforme Tabela 10, mostram que:

i) há uma forte correlação entre as variáveis COMP3B x COMP4B, COMP3B

x COMP9B, COMP4B x COMP5B, COMP7B x COMP9B e entre as

variáveis COMP13B x COMP14B;

ii) há uma moderada correlação entre as variáveis COMP1B x COMP3B,

COMP1B x COMP4B, COMP1B xCOMP5B, COMP1B x COMP7B,

COMP1B x COMP9B, COMP2B x COMP9B, COMP2B x COMP13B,

COMP2B x COMP14B, COMP3B x COMP5B, COMP3B x COMP7B,

COMP4B x COMP7B, COMP4B x COMP9B, COMP4B x COMP10B,

COMP5Bx COMP7B, COMP5B x COMP9B, COMP5B x COMP10B

COMP7B x COMP8B, COMP8B x COMP9B, COMP9B x COMP10B e

entre as variáveis COMP11B x COMP13B;

iii) para as demais variáveis “COMPnB”, há uma fraca correlação entre elas.

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Tabela 10 - Correlações existentes entre as Variáveis COMPnB

**. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed) *. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).

Forte correlação: r> 0,7

Moderada correlação: 0,4<r<0,69

Fraca correlação: r<0,39

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Entre as competências profissionais analisadas, podemos ressaltar que na

avaliação da demanda das empresas, na percepção dos egressos, há forte

correlação entre as variáveis conhecer e aplicar os princípios básicos de bancos de

dados (COMP3B) e compreender a solução de problemas empregando o

desenvolvimento do raciocínio lógico e aplicando as técnicas de programação

(COMP4B). Na avaliação dos Egressos sobre as demandas das empresas em

relação às competências profissionais, conhecer e aplicar os princípios básicos de

C OM P 1B C OM P 2B C OM P 3B C OM P 4B C OM P 5B C OM P 6B C OM P 7B C OM P 8B C OM P 9B C OM P 10B C OM P 11B C OM P 12B C OM P 13B C OM P 14B

Pearson

Correlation

1

Sig. (2-tailed)

N 44

Pearson

Correlation,529

** 1

Sig. (2-tailed) ,000

N 44 44

Pearson

Correlation,689

**,425

** 1

Sig. (2-tailed) ,000 ,004

N 44 44 44

Pearson

Correlation,699

**,377

*,730

** 1

Sig. (2-tailed) ,000 ,012 ,000

N 44 44 44 44

Pearson

Correlation,605

**,451

**,654

**,760

** 1

Sig. (2-tailed) ,000 ,002 ,000 ,000

N 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation

,227 ,075 ,243 ,119 ,320* 1

Sig. (2-tailed) ,139 ,628 ,112 ,441 ,034

N 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,562

**,504

**,572

**,569

**,655

**,366

* 1

Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,015

N 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,505

**,482

**,515

**,438

**,516

**,476

**,592

** 1

Sig. (2-tailed) ,000 ,001 ,000 ,003 ,000 ,001 ,000

N 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,626

**,550

**,790

**,626

**,676

** ,255 ,739**

,614** 1

Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,095 ,000 ,000

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,447

** ,175 ,485**

,631**

,640** ,196 ,530

**,325

*,568

** 1

Sig. (2-tailed) ,002 ,255 ,001 ,000 ,000 ,201 ,000 ,031 ,000

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,322

*,464

**,355

*,428

**,487

** -,028 ,386** ,214 ,385

**,332

* 1

Sig. (2-tailed) ,033 ,002 ,018 ,004 ,001 ,856 ,010 ,163 ,010 ,028

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation

,054 ,243 ,343* ,123 ,410

**,407

**,404

** ,227 ,422** ,292 ,378

* 1

Sig. (2-tailed) ,729 ,113 ,023 ,428 ,006 ,006 ,006 ,139 ,004 ,055 ,011

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,347

*,639

**,349

*,299

*,448

** ,156 ,454**

,344*

,382* ,140 ,559

**,405

** 1

Sig. (2-tailed) ,021 ,000 ,020 ,049 ,002 ,313 ,002 ,022 ,010 ,366 ,000 ,006

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Pearson

Correlation,494

**,635

**,463

**,308

*,365

* ,083 ,512**

,355*

,473** ,232 ,518

** ,270 ,740** 1

Sig. (2-tailed) ,001 ,000 ,002 ,042 ,015 ,591 ,000 ,018 ,001 ,130 ,000 ,076 ,000

N 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44 44

Correlations

COMP1B

COMP2B

COMP3B

COMP4B

COMP5B

COMP6B

COMP7B

COMP8B

COMP9B

COMP10B

COMP11B

COMP12B

COMP13B

COMP14B

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89

bancos de dados está fortemente relacionado com a capacidade de solucionar

problemas por meio do raciocínio lógico e da aplicação de técnicas de programação.

Há igualmente uma correlação entre as variáveis conhecer e aplicar os

princípios básicos de bancos de dados (COMP3B) e identificar as alternativas

tecnológicas no desenvolvimento de sistemas de informação, visando à sua

utilização em projetos de software (COMP9B). Dessa forma, podemos perceber que

na avaliação dos respondentes sobre as demandas das empresas em relação as

suas competências profissionais, o fato de conhecer e aplicar os princípios básicos

de bancos de dados está fortemente relacionado com a identificação das

alternativas tecnológicas no desenvolvimento de sistemas de informação, visando a

sua utilização em projetos de software.

Outra forte correlação que se apresenta é aquela entre as variáveis COMP4B

x COMP5B: compreender a solução de problemas empregando o desenvolvimento

do raciocínio lógico e aplicando as técnicas de programação e conhecer e aplicar os

conceitos de programação nos diferentes paradigmas de linguagens de

programação. Dessa forma, identificamos que na avaliação dos egressos sobre as

demandas das empresas em relação às suas competências profissionais,

compreender a solução de problemas empregando o desenvolvimento do raciocínio

lógico e as técnicas de programação, está fortemente relacionado com o

conhecimento aplicado aos conceitos de programação nos diferentes paradigmas de

linguagens de programação.

Há correlação, também, entre as variáveis COMP7B x COMP9B: reconhecer

diversas arquiteturas de software e sua aplicação no desenvolvimento de software e

identificar as alternativas tecnológicas no desenvolvimento de sistemas de

informação, visando à sua utilização em projetos de software. Dessa forma, pode-se

evidenciar que, na demanda das empresas, reconhecer diversas arquiteturas de

software e sua aplicação no desenvolvimento de software está fortemente

relacionado com a identificação das alternativas tecnológicas no desenvolvimento de

sistemas de informação, visando à sua utilização em projetos de software.

Mais uma forte correlação é percebida entre as variáveis COMP13B x

COMP14B: cultivar a criatividade e a inovação e desenvolver a autonomia na

aprendizagem. Na avaliação dos Egressos sobre as demandas das empresas,

cultivar a criatividade e a inovação é aspecto fortemente relacionado com o

desenvolvimento da autonomia na aprendizagem.

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90

Analisando os resultados das correlações fortes entre as competências

descritas no Perfil Profissional de Conclusão do Curso de ADS da FSPOA e

identificadas pelos egressos respondentes como demandas das empresas,

podemos destacar que das cinco fortes correlações existem sete competências com

fortes relações; cinco possuem fortes relações e se caracterizam por serem

competências técnicas e duas por serem competências humanas. As competências

técnicas COMP3B, COMP4B, COMP5B, COMP7B e COMP9B estão fortemente

relacionadas entre si e as humanas, COMP13B e COMP14B, também. O que chama

a atenção é, segundo percepção da avaliação das demandas das empresas feita

pelos egressos, as competências técnicas possuem uma quantidade maior de fortes

correlações entre si que as competências humanas.

6.6 ANÁLISE DA REGRESSÃO MÚLTIPLA ENTRE AS VARIÁVEIS DE

CATEGORIA A- AUTOAVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAS

COMPETÊNCIAS “COMPnA”

A partir da Tabela 13, podemos verificar em relação à colinearidade que a

Tolerância > 0,1 e que VIF<10 é para todos os Modelos do 1 ao 3. Isso significa que

não há colinearidade no modelo, ou seja, as variáveis não estão altamente

correlacionadas, aspecto positivo por assegurar que não existem variáveis que

medem o mesmo aspecto, o que torna a pesquisa confiável. Podemos verificar pelo

teste ANOVA, Tabela 11, que a significância nos três modelos é menor que 5%

(Sig.<0,05), indicando haver pelo menos uma variável significativa, o que explica a

variável dependente.

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91

Tabela 11 - ANOVA - Modelo de Regressão entre as Variáveis COMPnA

a. Dependent Variable: COMPGE b. Predictors: (Constant), COMP5A c. Predictors: (Constant), COMP5A, COMP1A d. Predictors: (Constant), COMP5A, COMP1A, COMP14A

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

No relacionamento entre a variável dependente (COMPGE=Conhecimento

Geral) e as variáveis independentes (COMPnA), os coeficientes R têm um bom nível

de aceitação, conforme demonstra a Tabela 12 abaixo. Também conforme Tabelas

12 e 13, podemos verificar que há três modelos propostos e o terceiro modelo é o

que responde com maior eficiência tendo o coeficiente R=0,774. Isto significa que do

modelo 3 explica 77,4% das respostas de interdependência entres as variáveis

independentes.

Os relacionamentos entre as variáveis estudadas demonstraram estar

coerentes com as aplicações de um modelo de regressão. No sentido de estimar um

modelo de regressão mais apropriado à realidade das variáveis, opta-se pela

estimação stepwise4. No quadro de estimação stepwise, são originados três

modelos. Neles, as variáveis interligadas geram três propostas de equações. O

primeiro modelo expressa a relação da variável dependente

(COMPGE=Conhecimento Geral) com a variável independente (COMP5A); o

segundo adiciona a variável COMP1A ao primeiro modelo e o terceiro adiciona a

variável COMP14A ao segundo modelo.

Observamos que, a cada adição de uma variável na tentativa de explicar a

variável dependente, o R e o R2 (múltiplo ou de determinação) aumentam

4Uma das técnicas em regressão múltipla mais utilizada de seleção de variáveis. O procedimento

constrói iterativamente uma sequência de modelos de regressão pela adição ou remoção de variáveis em cada etapa.

Sum o f

Squares df

M ean

Square F Sig.

R egressio n 26,178 1 26,178 39,681 ,000b

R esidual 27,708 42 ,660

T o tal 53,886 43

R egressio n 29,702 2 14,851 25,177 ,000c

R esidual 24,184 41 ,590

T o tal 53,886 43

R egressio n 32,318 3 10,773 19,978 ,000d

R esidual 21,569 40 ,539

T o tal 53,886 43

1

2

3

ANOVAa

M o del

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92

progressivamente até alcançar, respectivamente, os valores de 0,774 e 0,600. Isso

indica que o melhor modelo a ser adotado é o de número três, que contém as

variáveis COMP5A (conhecer e aplicar os conceitos de programação nos diferentes

paradigmas de linguagens de programação), COMP1A (dominar técnicas de

programação e solução de problemas) e COMP14A (desenvolver a autonomia na

aprendizagem). O modelo três é aquele que possui maior correlação entre as

variáveis independentes e a variável dependente (COMPGE=Conhecimento Geral).

No modelo 03, inferimos que o R representa 77,4% das variações ocorridas na

variável dependente, ou seja, esse valor indica o percentual de variação total de

COMPGE=Conhecimento Geral, que é explicado por COMP5A, COMP1A e

COMP14A.

Na Tabela 12, encontra-se ainda o erro padrão de estimativa, representando

a estimativa do desvio padrão dos valores reais dependentes em torno da reta de

regressão. O erro do padrão da estimativa decresce gradativamente a cada modelo,

do número um ao número três. Observamos que no modelo três encontra-se o

menor erro padrão da estimativa, o que evidencia o fato de tal modelo ser o melhor a

adotar.

Tabela 12 - Resumo Modelo de Regressão entre as Variáveis COMP A

a. Predictors: (Constant), COMP5A b. Predictors: (Constant), COMP5A, COMP1A c. Predictors: (Constant), COMP5A, COMP1A, COMP14A

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Analisando a Tabela 13, especialmente o modelo 3, podemos identificar a

seguinte equação:

Y = β1.(X1) + β2 .(X2) + β3.(X3) +βn.(Xn) + ......+ β0 (03)

ou

COMPGE= 0,363.(COMP5A) + 0,228 .(COMP1A)– 0,188.(COMP14A) + 4,970 (04)

R Square

C hange F C hange df1 df2

Sig. F

C hange

1 ,697a ,486 ,474 ,81223 ,486 39,681 1 42 ,000

2 ,742b ,551 ,529 ,76802 ,065 5,974 1 41 ,019

3 ,774c ,600 ,570 ,73431 ,049 4,851 1 40 ,033

Model Summary

M o del R R Square

A djusted R

Square

Std. Erro r

o f the

Estimate

C hange Stat ist ics

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93

Tabela 13 - Coeficiente entre as Variáveis Independentes COMP A

a.DependentVariable: COMPGE

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Dessa equação, podemos verificar que, para efeitos da identificação do nível

de conhecimento geral dos egressos em relação às competências adquiridas, a

competência COMP5A - Conhecer e aplicar os conceitos de programação nos

diferentes paradigmas de linguagens de programação possui um coeficiente de

0,363. Já a competência COMP1A - Dominar técnicas de programação e solução de

problemas - apresenta um coeficiente de 0,228, e a competência COMP14A -

Desenvolver autonomia na aprendizagem, tem um coeficiente negativo de -0,188.

Assim sendo, podemos afirmar que os egressos do Curso de ADS da FSPOA,

quando analisam o seu Conhecimento Geral, identificam que, para cada unidade de

variação da competência técnica COMP5A (Conhecer e aplicar os conceitos de

programação nos diferentes paradigmas de linguagens de programação), há uma

variação diretamente proporcional de 0,363 da variável dependente

(COMPGE=Conhecimento Geral); para cada unidade de variação da competência

técnica COMP1A (Dominar técnicas de programação e solução de problemas), há

uma variação diretamente proporcional de 0,228 da variável dependente

(COMPGE=Conhecimento Geral); para cada unidade de variação da competência

COMP14A (Desenvolver autonomia na aprendizagem), há uma variação diretamente

proporcional e negativa de -0,188 da variável dependente (COMPGE=Conhecimento

Geral).

Standardiz

ed

C o eff icient

s

B Std. Erro r B eta

Lo wer

B o und

Upper

B o und Z ero -o rder P art ial P art T o lerance VIF

(C o nstant) 4,948 ,475 10,412 ,000 3,989 5,907

C OM P 5A ,395 ,063 ,697 6,299 ,000 ,269 ,522 ,697 ,697 ,697 1,000 1,000

C OM P 1A

C OM P 14A

(C o nstant) 4,136 ,559 7,398 ,000 3,007 5,264

C OM P 5A ,311 ,069 ,548 4,529 ,000 ,172 ,450 ,697 ,577 ,474 ,747 1,339

C OM P 1A ,180 ,074 ,296 2,444 ,019 ,031 ,328 ,572 ,357 ,256 ,747 1,339

C OM P 14A

(C o nstant) 4,970 ,655 7,586 ,000 3,646 6,294

C OM P 5A ,363 ,070 ,640 5,203 ,000 ,222 ,504 ,697 ,635 ,520 ,661 1,512

C OM P 1A ,228 ,074 ,375 3,095 ,004 ,079 ,377 ,572 ,440 ,310 ,681 1,468

C OM P 14A -,188 ,086 -,266 -2,202 ,033 -,361 -,016 ,228 -,329 -,220 ,688 1,453

Coefficientsa

1

2

3

M o del

Unstandardized

C o eff icients

t Sig.

95,0% C o nfidence

Interval fo r B C o rrelat io ns C o llinearity Stat ist ics

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94

6.7 ANÁLISE DA REGRESSÃO MÚLTIPLA ENTRE AS VARIÁVEIS DE

CATEGORIA B – IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DAS DEMANDAS DAS

EMPRESAS - “COMPnB”

No relacionamento entre a variável dependente (COMPGE=Conhecimento

Geral) e as variáveis independentes (COMPnB), o coeficiente R de 0,539 não tem

um bom nível de aceitação. Conforme Tabela 14, há apenas um modelo proposto

correspondendo a um coeficiente R de 0,539, o que explicaria apenas 53,9% das

respostas de interdependência entre as variáveis independentes.

Tabela 14 - Resumo Modelo de Regressão entre as Variáveis COMP B

a.Predictors: (Constant), COMP4B

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

Analisando a Tabela 15, tendo apenas o modelo 1, podemos identificar a

seguinte equação:

COMPGE= 0,228.(COMP4B) + 6,155 (05)

Tabela 15 - Coeficiente entre as Variáveis Independentes COMP B

a.DependentVariable: COMPGE

Fonte: SPSS - Pesquisa de Egressos do Curso de ADS da FSPOA

O modelo expressa a relação da variável dependente

(COMPGE=Conhecimento Geral) com apenas uma variável independente, a

COMP4B (Compreender a solução de problemas empregando o desenvolvimento do

raciocínio lógico e aplicando as técnicas de programação). Quando verificamos

R=0,539, o R2=0,291 e o R2ajustado=0,274, percebemos que o modelo não possui

R Square

C hange F C hange df1 df2

Sig. F

C hange

1 ,539a ,291 ,274 ,95390 ,291 17,221 1 42 ,000

Model Summary

M o del R R Square

A djusted R

Square

Std. Erro r

o f the

Estimate

C hange Stat ist ics

Standardiz

ed

C o eff icient

s

B Std. Erro r B eta

Lo wer

B o und

Upper

B o und Z ero -o rder P art ial P art T o lerance VIF

(C o nstant) 6,155 ,431 14,282 ,000 5,285 7,025

C OM P 4B ,228 ,055 ,539 4,150 ,000 ,117 ,338 ,539 ,539 ,539 1,000 1,000

Coefficientsa

1

M o del

Unstandardized

C o eff icients

t Sig.

95,0% C o nfidence

Interval fo r B C o rrelat io ns C o llinearity Stat ist ics

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95

as condições estatísticas para que possamos fazer algum tipo de análise entre as

variáveis independente e dependente, pois o modelo apresentado explicaria apenas

53,9% das respostas dos egressos.

Apesar de ter significância no modelo, os resultados devem ser analisados

com extremo cuidado, pois o R, o R2 e o R2 ajustado demonstram valores baixos, o

que mostra pequeno poder de explicação das variáveis independentes no

Conhecimento Geral. Logo, podemos dizer que, para os egressos do Curso de ADS

da FSPOA, embora entendam que haja uma correlação entre o seu Conhecimento

Geral e a competência COMP4B (Compreender a solução de problemas

empregando o desenvolvimento do raciocínio lógico e aplicando as técnicas de

programação), na avaliação das demandas das empresas, o modelo explicaria

apenas 53,9% dessa relação, não sendo utilizado para garantir análises e

interpretações.

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96

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta tese analisa a percepção dos egressos em relação ao desenvolvimento

de suas competências profissionais construídas no Curso Superior de Tecnologia de

Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade Senac Porto Alegre. Também

analisa as competências profissionais desenvolvidas pelos egressos e demandadas

pelas empresas em que atuam e o nível de exigência aí implicado. Além disso, a

pesquisa reflete sobre as correlações existentes entre as próprias competências

desenvolvidas para o desempenho acadêmico, com base nas autoavaliações, e para

o exercício profissional, com base nas demandas das empresas. Nesse sentido,

analisamos quais são as competências com maior influência no conhecimento geral

dos egressos, por meio das autoavaliações, e as competências mais significativas

do ponto de vista do mercado de trabalho, a partir das demandas das empresas.

Para contextualização dos temas abordados nesta tese, descrevemos um

breve histórico da Educação Profissional e Tecnológica no Brasil e da evolução dos

Cursos Superiores de Tecnologia no país. Também tratamos de discorrer sobre as

questões educacionais, filosóficas e profissionais que envolvem a Educação por

Competências, buscando embasamento no olhar de autores considerados

especialistas no assunto, como Delors (UNESCO), Zarifian, Irigoin, Vargas, Ducci,

Le Boterf, Rojas, Gonczi e Athanasou, além de instituições referências, como

Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica do Brasil, Conselho

Federal de Cultura e Educação da Argentina, Institute-of-Health-and-Care-

Developement da Inglaterra e Consejo Nacional dela Normalización y Certificación

de Competencia Laboral (Conocer) do México.

Abordamos a evolução da educação por competências no Senac-RS, o

desenvolvimento da Educação Profissional e Tecnológica na instituição, o ingresso

dela na Educação Superior, o credenciamento da Faculdade Senac Porto Alegre, o

Projeto Político Pedagógico, a oferta dos Cursos Superiores de Tecnologia, o Curso

Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, com seus

objetivos, e, especialmente, as competências profissionais que o egresso deverá ter

desenvolvido ao final do curso.

É realizada a pesquisa de campo com os egressos do curso no Campus II da

FSPOA, localizado à Rua Cel. Genuíno, nº 358, em Porto Alegre/RS. É empregado o

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97

método de pesquisa survey, envolvendo a construção de um instrumento de coleta

de dados.

O instrumento é respondido pelos egressos por meio da técnica de

autopreenchimento. O público-alvo da pesquisa constitui-se de egressos do Curso

Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) da

Faculdade Senac Porto Alegre (FSPOA) com mais de dois anos de formação, tendo

como subsídio o método utilizado pelo “Projeto PROFLEX” (MORA; CAROT;

CONCHADO, 2010).

Os dados são tabulados e analisados através de técnicas estatísticas, como a

análise bivariada, multivariada e regressão múltipla entre as variáveis. Para a

análise dos dados estatísticos, utilizamos o software da IBM® SPSS® (Statistical

Package for the Social Sciences).

A seguir, descrevemos os principais resultados da pesquisa realizada

observados em cada um dos blocos do questionário, com um destaque especial às

questões relacionadas às competências profissionais descritas no Perfil de

Conclusão do Curso de ADS da FSPOA.

Constatamos que o nível de empregabilidade (empregados ou autônomos

trabalhando) dos egressos pesquisados é de 100%. Praticamente 50% dos egressos

trabalham em empresas de grande porte e os outros 50% trabalham em empresas

de médio porte, em pequenas empresas ou até mesmo em microempresa individual.

Praticamente 82% dos egressos empregados trabalham em empresas privadas.

Mais de 86% deles trabalham na área de Tecnologia da Informação. A grande

maioria do público, 84%, são do sexo masculino.

Verificamos que as autoavaliações das competências e de suas avaliações

sobre a demanda das empresas representam uma curva de distribuição normal.

Portanto, podemos utilizar as análises estatísticas para realizar as inferências a

respeito dos dados e da consequente interpretação deles, respeitado as margens de

erros estatísticos. Algumas variáveis “COMPnB” tiveram um desvio padrão maior do

que o das variáveis “COMPnA”. Isso implica afirmar que as respostas dos egressos

em relação ao nível pessoal de desenvolvimento na respectiva competência

apresentam um desvio padrão menor do que as respostas que se referem ao grau

de demanda da empresa em relação à mesma competência. Essa constatação

demonstra que as demandas das empresas em relação às competências podem ser

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98

diferentes entre as mesmas a depender das atividades que cada egresso

desenvolve na organização, dos setores em que atua.

Praticamente todas as médias das autoavaliações das competências

pontuaram valor superior a 7,8. Destacamos que das nove competências técnicas,

três apresentam médias acima de 8,0 e, das cinco competências humanas, três

também garantem médias acima de 8,0, especialmente a competência desenvolver

autonomia na aprendizagem, que obteve média de 8, 47. Essas notas atribuídas

pelos egressos caracterizam que, em suas autoavaliações, percebem a apropriação

ao final do Curso das competências profissionais requeridas no PPC do Curso de

ADS da FSPOA. Isso válido tanto às nove competências técnicas como também às

cinco humanas constantes do Perfil Profissional de Conclusão do Curso. Nessa

perspectiva, os egressos reforçam a ideia da necessidade de uma educação capaz

de romper com a fragmentação, o que Behrens chama de Sociedade do

Conhecimento. Para a autora,

[...] O grande desafio da visão holística será a superação do saber fragmentado que foi dividido nas escolas em disciplinas isoladas, assemelhando-se ao trabalho na indústria que se tornou especializado e repartido em setores, e, por consequência, os homens passaram, na escola e no trabalho, a se restringir a tarefas estanques sem a consciência global do processo e do produto a ser produzido (BEHRENS, 2005, p. 59).

Assim, a inclusão das competências humanas na proposta formativa do Curso

Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da FSPOA, vem

atender às novas demandas por uma formação integral e integradora, para o

trabalho e para a vida, na perspectiva da educação holística.

[...] O conceito de educação ao longo da vida aparece, portanto, como uma das chaves de acesso ao século XXI. Ele supera a distinção tradicional entre educação inicial e educação permanente, dando resposta ao desafio desencadeado por um mundo em rápida transformação; [...] Além de permanecer atual, essa exigência tornou-se ainda mais premente; e para superá-la, impõe-se que cada um aprenda a aprender (DELORS, 2010, p. 32).

Autores como Delors (2010), Zarifian (1999), Gimeno Sacristán (2011),

Zabala (2011), Irigoin Barrenne e Vargas Zuniga (2004), dentre outros, destacam o

enfoque holístico das competências na medida em que integram e relacionam

atributos e tarefas, permitindo que várias ações intencionais transcorram

simultaneamente, levando em conta o contexto e a cultura do local de trabalho. Além

disso, reforçam a relevância de se incorporar a ética e os valores como elementos

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99

do desempenho, fazendo uso dos conhecimentos construidos, desenvolvimento das

habilidades e qualidades pessoais.

Quando os egressos respondem acerca das demandas das empresas, a

média obtida é ligeiramente menor do que aquela que atribuem em suas

autoavaliações quando expõem a percepção relativa ao nível de desenvolvimento de

suas competências profissionais.

O maior desvio padrão diz respeito a uma competência técnica, evidenciando

que os egressos avaliam ligeiramente diferentes as demandas das empresas nessa

competência. Em contrapartida, o menor desvio padrão recai sobre uma

competência humana e de raciocínio, sinalizando que os egressos têm uma

percepção mais próxima da realidade em relação às demandas das empresas nessa

competência.

Podemos afirmar, portanto, que um profissional, ao desenvolver as

competências profissionais técnicas e humanas, é percebido pelas empresas como

alguém que articula e mobiliza valores, conhecimentos e habilidades para a

resolução de problemas não só rotineiros, mas também inusitados em seu campo de

atuação. Assim, esse profissional age eficazmente diante do inesperado e do

habitual, superando as dificuldades que se apresentam por meio da criatividade e da

atuação transformadora.

O desenvolvimento de competências profissionais, como concebe o Senac-

RS, proporciona condições de laboralidade de forma que o profissional possa

manter-se em atividade produtiva e geradora de renda em contextos

socioeconômicos instáveis, o que representa mobilidade entre múltiplas atividades

produtivas, condição imprescindível em uma sociedade cada vez mais complexa e

dinâmica em suas descobertas e transformações.

A pesquisa revela que os egressos percebem em suas respectivas avaliações

que, de alguma forma, as competências profissionais aqui estudadas são todas

requeridas, em maior ou menor grau, pelas empresas nas quais trabalham, tanto em

relação às competências técnicas quanto em relação às humanas. Já na análise das

correlações entre as Variáveis de Categoria A “COMPnA”, autoavaliação relativa ao

grau de desenvolvimento das competências profissionais propostas pelo curso,

destacamos que entre as seis fortes correlações estão sete competências, sendo

quatro competências técnicas e três competências humanas.

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100

Fica evidente, como afirma Gimeno Sacristán (2011, p.82), que a

convergência da maneira como entendemos a construção dos significados e o

desenvolvimento integral se apoia em uma interpretação holística, interativa do

processo de aprendizagem. Essa aprendizagem relevante dos seres humanos tem

lugar em uma complexa rede de intercâmbios, na qual se implicam todas as

dimensões de personalidade. Como descrevem Zabala e Arnau (2010, p. 93-94),

podemos caracterizar tal processo como uma “aprendizagem significativa" quando

da constatação de que tudo que se aprende se integra às mesmas estruturas do

conhecimento. Desse modo, algumas aprendizagens que se integram na estrutura

cognitiva e são desenvolvidas se relacionam a outras aprendizagens, especialmente

quando se utiliza um processo similar de aprendizagem ou interpretação de um

mesmo fenômeno físico ou real. Se colocássemos as aprendizagens em um

contínuo, teríamos em um dos extremos a aprendizagem superficial, mecânica, e no

outro extremo as aprendizagens profundas ou significativas.

As competências, por definição própria, implicam uma ação, uma intervenção

que, para que seja eficaz, necessariamente envolve a mobilização de recursos

formados por esquemas de atuação que integram, ao mesmo tempo, conhecimento,

procedimento e atitudes. Uma ação é impossível de ser aplicada a qualquer

competência se os próprios esquemas que a compõem (conhecimentos, habilidades

e atitudes) não são desenvolvidos com o maior grau de relevância possível. Não é

possível aplicar, de modo eficiente e eficaz, o que não se aprende ou se domina

razoavelmente. Ou o aprendido se compreende e domina profundamente ou

dificilmente poderá ser utilizado de forma competente diante de urna situação real,

inusitada e específica no contexto do trabalho. A condição de ser competente é

incompatível com uma aprendizagem que se restrinja apenas ao caráter mecânico

da atuação (ZABALA; ARNAU, 2010, p. 94).

Para a análise das correlações entre as suas avaliações sobre a demanda

das empresas relativas ao grau de desenvolvimento das competências profissionais

descritas no Perfil Profissional de Conclusão do Curso de ADS da FSPOA e

identificadas pela demanda das empresas, destacamos que entre as cinco fortes

correlações existem sete competências com fortes relações, cinco possuem fortes

relações e se caracterizam por serem competências técnicas e duas por serem

competências humanas. As competências técnicas estão fortemente relacionadas.

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101

O que chama a atenção nesse caso é que as percepções dos egressos em

relação às demandas das empresas possuem maior correlação entre as

competências técnicas do que entre as competências humanas.

Ao verificar a análise multivariada através da regressão múltipla entre as

Variáveis de Categoria A “COMPnA”, relativas ao grau de desenvolvimento das

competências profissionais propostas pelo Curso e identificadas na autoavaliação

dos egressos, podemos perceber que, dos três modelos propostos pelo software da

IBM® SPSS®, o Modelo 03 é o que responde com maior eficiência, explicando

77,4% das respostas de interdependência entres as variáveis independentes. Ou

seja, para os egressos, o conhecimento geral (COMPGE) é explicado pela variação

de três competências, duas técnicas (COMP5A, COMP1A) e uma comportamental

(COMP14A). Por outro lado, as equações propostas pelos modelos 01 e 02, além de

terem coeficientes menores de confiabilidade, não incluem nenhuma competência

humana. No entanto, o modelo 03, que possui maior confiabilidade, inclui apenas

uma competência humana com sinal negativo, como demonstrado na seguinte

equação:

COMPGE= 0,363.(COMP5A) + 0,228.(COMP1A)– 0,188.(COMP14A) + 4,970 (06)

Isso significa que, para os egressos, o Conhecimento Geral (COMPGE) está

mais ligado às competências técnicas, dominar técnicas de programação e solução

de problemas (COMP1A) e conhecer e aplicar os conceitos de programação nos

diferentes paradigmas de linguagens de programação (COMP5A) do que à

competência humana desenvolver autonomia na aprendizagem (COMP14A). A

(COMP14A), quando incluída, acaba reduzindo o nível de conhecimento geral.

Ao verificar a análise multivariada através da regressão múltipla entre as

Variáveis de Categoria B, “COMPnB”, relativas ao grau de desenvolvimento das

competências profissionais propostas pelo curso e identificadas pelas demandas das

empresas, identificamos que o modelo proposto explicaria apenas 53,9% das

respostas de interdependência entre as variáveis independentes. O Modelo

expressa a relação da variável dependente Conhecimento Geral com apenas uma a

variável independente, Compreender a solução de problemas empregando o

desenvolvimento do raciocínio lógico e aplicando as técnicas de programação

(COMP4B). Nesse caso, podemos concluir que, para os egressos do Curso de ADS

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da FSPOA, embora entendam que haja uma correlação entre o seu Conhecimento

Geral e a competência COMP4B, o modelo proposto não responde de maneira

confiável para que se façam inferências estatísticas.

O que podemos perceber ao analisar a regressão múltipla entre as Variáveis

tanto de Categoria A relativa à percepção dos egressos quanto a autoavaliação do

nível de desenvolvimento de suas competências profissionais, como de Categoria B,

acerca das demandas das empresas, é que os egressos respondem de maneira

pouco sensível ao conhecimento geral adquirido através dodesenvolvimento das

competências humanas.

É importante avaliar as considerações de Deluiz (2001) quando menciona que

as noções estruturantes do modelo das competências no mundo do trabalho são a

flexibilidade, a transferibilidade, a polivalência e a empregabilidade. Para o capital, a

gestão por competências implica dispor de trabalhadores flexíveis, para lidar com as

mudanças no processo produtivo, capazes de enfrentar imprevistos

(incidentes/eventos) e polivalentes, passíveis de serem transferidos de uma função a

outra dentro da empresa. Essas percepções ainda podem estar atreladas ao

pensamento de que o Conhecimento Geral que os egressos adquirem está mais

ligado às competências técnicas que no mundo do trabalho serão demandadas.

Nesse sentido, o fato de haver um modelo representativo que considera em maior

escala as competências técnicas do que as humanas não invalidam as percepções

anteriores dos próprios egressos sobre as necessidades do desenvolvimento das

competências humanas.

Como propõe Tardif (2002, p. 63), em um quadro dedicado aos saberes dos

docentes, podemos pensar tais saberes enfocando os egressos do Curso de ADS

da FSPOA. Afinal,

[...] os saberes dos professores também são provenientes de sua própria experiência na profissão, tendo como fonte social de aquisição a prática do ofício na escola, na sala de aula, na experiência com seus pares através da prática do trabalho e pela socialização profissional (TARDIF, 2002, p. 63).

Na oportunidade em que mencionamos os saberes, levando em consideração

os trabalhos centrais que sustentam o documento DeSeCo5 e seus desdobramentos

críticos posteriores, em especial essa pesquisa realizada com os egressos do Curso

5DeSeCo (Definição e Seleção de Competências-Chaves) é um documento seminal elaborado pela

OCDE em 2000, revisado e difundido para todos os países da OCDE em 2003.

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de ADS da FSPOA, destacamos algumas das principais características que formam

o conceito de competências, conforme já proposto por PÉRES GÓMEZ, SOTO e

SERVAN (2007).

A primeira característica a destacar é o caráter holístico e integrado das

competências. As competências fundamentais não são a soma mecânica das

habilidades específicas e simples, mas modelos mentais de interpretação da

realidade e de intervenção racional que usamos na vida cotidiana e na prática

profissional. As competências possuem caráter holístico, porque integram demandas

externas, possuem atributos individuais (incluídos os afetos, as emoções, os valores,

as atitudes e as habilidades, bem como o conhecimento explícito ou tácito)

peculiaridades dos contextos, cenários próximos ou distantes de atuação. Elas não

podem, portanto, ser confundidas com habilidades.

A segunda característica-chave das competências é que, do mesmo modo

que o conhecimento ou a informação, as competências de interpretação e

intervenção de cada sujeito não estão apenas em cada indivíduo, mas na riqueza

cultural e/ou profissional que existe em cada contexto. Por isso, são tão importantes

os contextos em que cada indivíduo vive, aprende e trabalha. O desafio que se

apresenta é, portanto, como preparar os contextos de aprendizagem, as atividades e

os projetos, as interações entre os estudantes a fim de que se forme um espaço rico

de conhecimento compartilhado. Afinal, a riqueza desse cenário depende, em

grande medida, da qualidade das competências que desenvolve o aprendiz para agir

e atuar em tal contexto.

O terceiro aspecto a destacar é a importância das disposições ou atitudes.

Estreitamente relacionado com as intenções, com as emoções e com os valores, é

necessário ressaltar a necessidade de que os indivíduos desejem aprender,

encontrem o sentido e o gosto pela aventura do conhecimento, que desejem

descobrir novos horizontes e se projetar na ação. Toda competência implica um

querer fazer. O desenvolvimento emocional dos seres humanos se implica

diretamente na construção de competências e vice-versa (GIMENO SACRISTÁN,

2011). Se analisarmos em detalhes o exercício profissional em contextos reais,

veremos que será necessário o conhecimento, o domínio de muitos saberes e de

inúmeras habilidades técnicas que não são objetos de estudo metódicos por parte

de nenhuma disciplina (ZABALA, 2011). Assim, o desenvolvimento desses saberes

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resulta da percepção do sentido e do significado que as aprendizagens têm para

cada indivíduo e das interações sociais e profissionais que o contexto oportuniza.

Ao analisar o processo de desenvolvimento das competências profissionais

técnicas ou humanas, identificadas em maior ou menor grau pela autoavaliação dos

egressos do Curso de ADS da FSPOA ou pela demanda das empresas em que

atuam, constatamos que todas as competências são relevantes e fazem do egresso

do Senac-RS um profissional com “capacidade de mobilizar, articular e colocar em

ação conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para o

desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho”.

Cabe destacar ainda dois aspectos importantes. O primeiro relativo às

limitações desta pesquisa. Embora tenhamos a fidedignidade das respostas dos

egressos neste estudo de caso, precisamos ter alguns cuidados em relação à

generalização dos resultados. Segundo LÜDKE e ANDRÉ (1986, p. 23), as

generalizações do que se colheu e apreendeu em determinado contexto para outras

situações podem variar conforme o leitor ou o usuário desse tipo de estudo.

Egressos de outros cursos da mesma Instituição ou de outras Instituições

respondem de forma diferenciada, não se obtendo necessariamente as mesmas

respostas ou percepções quanto à apropriação das competências estudadas.

O segundo aspecto a destacar são alguns desafios relativos à formação

profissional, especialmente para os Cursos Superiores de Tecnologia do Senac-RS.

Constatamos que a vinculação entre educação e trabalho, na perspectiva da

laborabilidade, é uma referência fundamental para se entender o conceito de

competência como capacidade pessoal de articular os saberes (saber, saber fazer,

saber ser e saber conviver) inerentes às situações concretas de trabalho. Neste

sentido, é da responsabilidade das instituições de ensino que utilizam o conceito de

competência na organização dos currículos de educação profissional promover a

inclusão de novas formas de organização do trabalho, incorporar conhecimentos

adquiridos na prática, metodologias que propiciem o desenvolvimento de

capacidades para que os alunos resolveram problemas, comuniquem ideias, tomem

decisões, sejam criativos e tenham autonomia intelectual, tudo isso em um contexto

de respeito às regras de convivência democrática, desafios permanentes.

Outro desafio é como o desempenho no trabalho pode ser utilizado para aferir

e avaliar competências, entendidas como um saber operativo, dinâmico e flexível e

capazes de guiar desempenhos em um mundo do trabalho em constante

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desenvolvimento. Também entre os desafios encontramos o desenvolvimento da

competência intercultural dos egressos, um processo contínuo e dinâmico, interativo

e autoreflexivo de aprendizagem que transforma atitudes, habilidades e

conhecimentos para uma comunicação eficaz e interação entre culturas e contextos.

Enfim, muitos são os desafios, inclusive o de manter o atual patamar de

desenvolvimento tecnológico e de desenvolvimento e apropriação das competências

pelos egressos dos Cursos Superiores de Tecnologia no Senac-RS, daí a

contribuição desta pesquisa.

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ANEXO A – Relatório ENADE 2014 - FSPOA

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134

ANEXO B – Relatório ENADE 2014 – Curso - ADS

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154

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155

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156

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157

APÊNDICE A – Pesquisa de acompanhamento de Egressos do Curso de ADS

da FSPOA

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158

Prezado Egresso,

Esta pesquisa tem como objetivo identificar a sua situação profissional dois anos após

a graduação como Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

Além disso, verificar a efetividade das competências desenvolvidas durante o curso

para o seu exercício profissional. Por favor, responda às questões abaixo conforme sua

experiência.

Será mantido sigilo absoluto em relação à identidade dos participantes. Os resultados

desta pesquisa, além de servir de subsídio para a Tese de Doutorado de Roberto

Sarquis Berte, serão norteadores para ações de melhorias no Curso de Tecnologia em

Análise e Desenvolvimento de Sistemas da FSPOA.

*Obrigatório

PERFIL PROFISSIONAL *

1. Sua situação profissional, hoje, é

Empregado

Empreendedor autônomo

Desempregado

1.1. Se você escolheu a opção desempregado informe quantos meses

2. A natureza jurídica da empresa para a qual você trabalha é: *

Privada

Pública

De economia mista

Outro:

3. Atualmente, você atua especificamente na atividade de Análise e Desenvolvimento

de Sistemas? *

Sim

Não. Em qual atividade atua (responda na opção "Outro" e pule para questão 6)

Outro:

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159

4. Sua atuação na área de Tecnologia da Informação teve início

Antes do ingresso na Graduação de Tecnólogo em ADS

Durante a graduação de Tecnólogo em ADS

Após a graduação de Tecnólogo em ADS

5. Em relação ao porte da organização na qual você atua, a mesma é:

Microempresa individual

Pequena Empresa

Empresa de médio porte

Empresa de grande porte

PERFIL PESSOAL *

6. Sexo:

Feminino

Masculino

7. Idade *

8. Renda individual (aproximada): *

Até R$ 2.000,00

R$ 2.000,00 e R$ 4.000,00

R$ 4.000,00 e R$ 6.000,00

Entre R$ 6.000,00 e R$ 8.000,00

Acima R$ 8.000,00

9. Com base na sua experiência com Curso de Tecnologia em Análise e

Desenvolvimento de Sistemas da FSPOA, atribua para as competências abaixo uma

nota de 1 a 10 quanto a sua percepção de domínio do conhecimento. Sendo 1 — Baixo

conhecimento, 10 — Alto conhecimento. Para a mesma competência, faça uma

reflexão sobre o quanto esta competência é demandada em sua atua' empresa.

Considere a escala de 1 a 10, sendo 1 — Não existe demanda e 10 — Existe bastante

demanda. *

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160

9.1. Dominar técnicas de programação e solução de problemas

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

9.2. Dominar conceitos de engenharia de software, análise, projeto e qualidade de sistemas

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

9.3. Conhecer e aplicar os princípios básicos de bancos de dados

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

9.4. Compreender a solução de problemas empregando o desenvolvimento do raciocínio

lógico e aplicando as técnicas de programação

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

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161

9.5. Conhecer e aplicar os conceitos de programação nos diferentes paradigmas de

linguagens de programação

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

9.6. Compreender o funcionamento geral de um computador e de seus componentes básicos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

9.7. Reconhecer diversas arquiteturas de software e sua aplicação no desenvolvimento de

software

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

9.8. Compreender os conceitos básicos relativos a segurança da informação e identificar

vulnerabilidades em sistemas

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

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162

9.9. Identificar as alternativas tecnológicas no desenvolvimento de sistemas de informação,

visando a sua utilização em projetos de software

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

9.10. Desenvolver raciocínio abstrato, numérico e lógico

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

9.11. Demonstrar capacidade de síntese

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

9.12. Aplicar senso crítico na análise de soluções

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

9.13. Cultivar a criatividade e a inovação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

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163

9.14. Desenvolver autonomia na aprendizagem 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Autoavaliação do Conhecimento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Avaliação da Demanda da Empresa

10. Como você avalia seu nível de conhecimento geral, considerando todas as competências

apresentadas.

Utilize uma escala de 1 à 10, sendo 1 — Baixo conhecimento, 10 — Alto conhecimento. *

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nível de Conhecimento Geral

11. Como você avalia seu nível de dedicação durante o curso.

Utilize uma escala de 1 à 10, sendo 1 — Baixo conhecimento, 10 — Alto conhecimento. *

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nível de sua dedicação durante o curso

12. Qual nota você daria para a indicação do curso de ADS da FS POA à seu

amigos/familiares?

Utilize uma escala de 1 à 10, sendo 1 — Com certeza não indicaria e 10 — Com certeza

indicaria. *

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nota você daria para o curso de ADS

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164

Como Egresso do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de

Sistemas da Faculdade Senac Porto Alegre, sua avaliação é muito importante para nós.

Nesse sentido, gostaríamos de receber sugestões que otimizem e mantenham nosso

Projeto Pedagógico do Curso (PPC) sintonizado com as demandas do trabalho.

Você tem alguma sugestão a fazer?

Enviar

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165

APÊNDICE B – Respostas da Pesquisa de acompanhamento de Egressos do Curso

de ADS da FSPOA

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166

PERFIL PROFISSIONAL

1. Sua situação profissional, hoje, é

1.1. Se você escolheu a opção desempregado informe quantos meses

Nenhuma resposta

2. A natureza jurídica da empresa para a qual você trabalha é: *

3. Atualmente, você atua especificamente na atividade de Análise e Desenvolvimento de

Sistemas? *

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167

4. Sua atuação na área de Tecnologia da Informação teve início

5. Em relação ao porte da organização na qual você atua, a mesma é:

PERFIL PESSOAL *

6. Sexo:

7. Idade *

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168

8. Renda individual (aproximada): *

9. Com base na sua experiência com Curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de

Sistemas da FSPOA, atribua para as competências abaixo uma nota de 1 a 10 quanto a sua

percepção de domínio do conhecimento. Sendo 1 — Baixo conhecimento, 10 — Alto

conhecimento. Para a mesma competência, faça uma reflexão sobre o quanto esta

competência é demandada em sua atua' empresa.

Considere a escala de 1 a 10, sendo 1 — Não existe demanda e 10 — Existe bastante

demanda.

9.1. Dominar técnicas de programação e solução de problemas

Autoavaliação do Conhecimento

Avaliação da Demanda da Empresa

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169

9.2. Dominar conceitos de engenharia de software, análise, projeto e qualidade de sistemas

Autoavaliação do Conhecimento

Avaliação da Demanda da Empresa

9.3. Conhecer e aplicar os princípios básicos de bancos de dados

Autoavaliação do Conhecimento

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170

Avaliação da Demanda da Empresa

9.4. Compreender a solução de problemas empregando o desenvolvimento do raciocínio

lógico e aplicando as técnicas de programação

Autoavaliação do Conhecimento

Avaliação da Demanda da Empresa

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171

9.5. Conhecer e aplicar os conceitos de programação nos diferentes paradigmas de

linguagens de programação

Autoavaliação do Conhecimento

Avaliação da Demanda da Empresa

9.6. Compreender o funcionamento geral de um computador e de seus componentes básicos

Autoavaliação do Conhecimento

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172

Avaliação da Demanda da Empresa

9.7. Reconhecer diversas arquiteturas de software e sua aplicação no desenvolvimento de

software

Autoavaliação do Conhecimento

Avaliação da Demanda da Empresa

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173

9.8. Compreender os conceitos básicos relativos a segurança da informação e identificar

vulnerabilidades em sistemas

Autoavaliação do Conhecimento

Avaliação da Demanda da Empresa

9.9. Identificar as alternativas tecnológicas no desenvolvimento de sistemas de informação,

visando a sua utilização em projetos de software

Autoavaliação do Conhecimento

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174

Avaliação da Demanda da Empresa

9.10. Desenvolver raciocínio abstrato, numérico e lógico

Autoavaliação do Conhecimento

Avaliação da Demanda da Empresa

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175

9.11. Demonstrar capacidade de síntese

Autoavaliação do Conhecimento

Avaliação da Demanda da Empresa

9.12. Aplicar senso crítico na análise de soluções

Autoavaliação do Conhecimento

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176

Avaliação da Demanda da Empresa

9.13. Cultivar a criatividade e a inovação

Autoavaliação do Conhecimento

Avaliação da Demanda da Empresa

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177

9.14. Desenvolver autonomia na aprendizagem

Autoavaliação do Conhecimento

Avaliação da Demanda da Empresa

10. Como você avalia seu nível de conhecimento geral, considerando todas as competências

apresentadas.

Utilize uma escala de 1 à 10, sendo 1 — Baixo conhecimento, 10 — Alto conhecimento. *

Nível de Conhecimento Geral

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178

11. Como você avalia seu nível de dedicação durante o curso.

Utilize uma escala de 1 à 10, sendo 1 — Baixo conhecimento, 10 — Alto conhecimento. *

Nível de sua dedicação durante o curso

12. Qual nota você daria para a indicação do curso de ADS da FS POA à seu amigos/familiares?

Utilize uma escala de 1 à 10, sendo 1 — Com certeza não indicaria e 10 — Com certeza

indicaria. *

Nota você daria par o curso de ADS

Como Egresso do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de

Sistemas da Faculdade Senac Porto Alegre, sua avaliação é muito importante para nós. Nesse

sentido, gostaríamos de receber sugestões que otimizem e mantenham nosso Projeto

Pedagógico do Curso (PPC) sintonizado com as demandas do trabalho.

Você tem alguma sugestão a fazer?

Cursos de especialização durante a semana e para área de qualidade e engenharia de software

Assuntos sobre Gestão Estratégica, BI, metodologias ágeis e governança. Melhorar a infraestrutura pois

muitos alunos tinham que usar seus próprios notebooks pois os computadores eram lentos. Professores

ótimos, convivência com os colegas. Acredito que com a mudança de currículo em 2012 tenha surtido efeito

o desnivelamento em aulas de programação.

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179

Parabéns :)

Hoje trabalho em uma multinacional com mais de um milhão de clientes em um projeto com mais de 2

milhões de requisições por mês com mais de 40 mil usuários, nesse ambiente consegui ver que o curso me

permitiu competir e ganhar de candidatos formados nas mais renomadas universidades. Mas também me

permitiu ver que o curso apesar de muito bom poderia ser muito melhor ensinando mais tecnologia de

ponta, acompanhar mais as tendências de mercado e melhorar a parte técnica junto com as tecnologias.

Continuar se mantendo atualizados e voltados ao mercado.

Mais eventos de integração e envolvimento com ex-alunos. Inclusive isso aumentaria o interesse na

continuidade do aprendizado e no envolvimento com a instituição.

Oferecer mais cursos de extensão durante a graduação, pois esses cursos trazem uma percepção dos

conteúdos apresentados nas cadeiras.

Mais rapidez nas mudanças das ementas das disciplinas, assim como mais agilidade nas mudanças de

ferramentas utilizadas para ficar mais próximo do mercado.

Menos slides em algumas matérias, é comprovado que a atenção na

Curso de teoria e prática de um sistema. Algo como uma equipe desenvolvendo um sistema e todas suas

etapas

Por se tratar de m curso de tecnologia, penso que algumas situações principalmente no que tange a gerência

de configuração do software deveria ter uma abordagem mais prática. Explicito isto com relação a

documentação de requisitos, versionamento de código e rastreabilidade.

Especializações mais voltada para o curso de ADS.

Professores terem o braço mais firme na hora de avaliar alunos, não deixando aqueles que não se dedicaram

passar adiante. Reformular a grade de disciplinas, focando mais no que realmente o mercado de TI exige - e

não em técnicas que estão defasadas há anos - ex: modelo cascata. Demonstrar outros paradigmas de

programação - funcional por exemplo - e comparativos entre eles. Ex: introduzir Ruby, Python, Clojure ou

Scala. Comparar frameworks utilizados no mercado e suas vantagens/desvantagens em diferentes contextos.

HTML/CSS/Javascript de forma moderna, e não como era feito há 6 anos atrás. É um curso que tem como

filosofia inserir um indivíduo no mercado de trabalho e tem grande potencial, no entanto, infelizmente,

grande parte do que é apresentado apenas é útil se o indivíduo for trabalhar com sistemas já legados ou em

empresas do setor público que não evoluíram nas técnicas/linguagens/conceitos aplicados.

não

Oferecer mais opções de especialização em computação

Inserir alguma disciplina que aborde os campos de atuação e as habilidades requeridas em cada campo para

um tecnólogo em análise de sistemas. Poderia ser algo em parceria com alguma empresa que possua estas

áreas e possa discorrer um pouco sobre elas. Acredito que isto ajudaria muito para a tomada de decisão dos

alunos em qual rumo tomar durante e ao final do curso.

Agradeço ao espaço disponibilizado.