polÍtica pÚblica de combate À dengue e os ......desenvolvimento de meios mais eficazes no combate...

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Grupo Temático 3: ROQUE, D. M.; ALMEIDA, F. M.; Análise de Políticas Públicas MOREIRA, V. S. 665 POLÍTICA PÚBLICA DE COMBATE À DENGUE E OS CONDICIONANTES SOCIOECONÔMICOS Daiane Medeiros Roque 1 Fernanda Maria de Almeida 1 Vinícius de Souza Moreira 1 RESUMO Este artigo tem como objetivo investigar como determinados fatores socioeconômicos podem afetar o número de incidência de casos de dengue nos Estados de Minas Gerais e São Paulo, que foram os entes federativos brasileiros que mais apresentaram notificações da doença no ano de 2015. Para tanto, foi estimado um modelo econométrico de contagem, do tipo Binomial Negativo, com dados em painel, tomando como base os anos de 2000 e 2010. Os resultados apontaram que a ocorrência de dengue está mais associada a fatores demográficos e sociais, como taxa de população urbana, acesso à água encanada e taxa de população pobre, do que à fatores econômicos, como renda e educação. Isso indica que, para o controle da doença, os investimentos em infraestrutura urbana são essenciais e mais eficientes que o investimento em políticas que visam o controle da assimetria social. Palavras-chave: Dengue. Políticas Públicas de Combate à Dengue. Condicionantes Socioeconômicos. Dados de Contagem. Dados em Painel. 1 Universidade Federal de Viçosa (UFV).

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Page 1: POLÍTICA PÚBLICA DE COMBATE À DENGUE E OS ......desenvolvimento de meios mais eficazes no combate à dengue. 2 A DENGUE NO BRASIL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE CONTROLE O Brasil

Grupo Temático 3: ROQUE, D. M.; ALMEIDA, F. M.; Análise de Políticas Públicas MOREIRA, V. S.

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POLÍTICA PÚBLICA DE COMBATE À DENGUE E OS

CONDICIONANTES SOCIOECONÔMICOS

Daiane Medeiros Roque1 Fernanda Maria de Almeida1

Vinícius de Souza Moreira1

RESUMO Este artigo tem como objetivo investigar como determinados fatores socioeconômicos podem afetar o número de incidência de casos de dengue nos Estados de Minas Gerais e São Paulo, que foram os entes federativos brasileiros que mais apresentaram notificações da doença no ano de 2015. Para tanto, foi estimado um modelo econométrico de contagem, do tipo Binomial Negativo, com dados em painel, tomando como base os anos de 2000 e 2010. Os resultados apontaram que a ocorrência de dengue está mais associada a fatores demográficos e sociais, como taxa de população urbana, acesso à água encanada e taxa de população pobre, do que à fatores econômicos, como renda e educação. Isso indica que, para o controle da doença, os investimentos em infraestrutura urbana são essenciais e mais eficientes que o investimento em políticas que visam o controle da assimetria social. Palavras-chave: Dengue. Políticas Públicas de Combate à Dengue. Condicionantes Socioeconômicos. Dados de Contagem. Dados em Painel.

1 Universidade Federal de Viçosa (UFV).

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1 INTRODUÇÃO

A dengue é uma doença de vinculação hídrica, sua transmissão da dengue

está associada ao mosquito Aedes aegypti, que tem sua reprodução condicionada à

água e favorecida pelo clima quente e úmido, como também pelas condições

precárias de urbanização (LINES et al., 1994; SILVA; MARIANO; SCOPEL, 2008;

MENDONÇA; SOUZA; DUTRA, 2009).

Os casos dessa patologia aumentaram consideravelmente nos últimos anos,

fazendo dela um problema de saúde pública. Em 2014, foram registrados pelo

Ministério da Saúde cerca de 600 mil casos e, em 2015, esse número ultrapassou

1,6 milhão de pessoas infectadas pelo vírus (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016a). Este

último número é o maior já registrado desde 1990, quando o Ministério da Saúde

tornou obrigatória a notificação da dengue.

Quanto à distribuição espacial da doença, a região Sudeste foi a que registrou

maior incidência em 2015 (62,2% dos casos), sendo que os estados de São Paulo e

Minas Gerais apresentaram 733.490 e 189.378 notificações, respectivamente

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016a). Em números absolutos, estes estados somaram

os maiores registros de ocorrência do país, representando 58% dos casos.

A procriação do mosquito Aedes aegypti é influenciada por um conjunto de

fatores. Por um lado, existem aqueles relacionados com questões climáticas e

naturais, que não podem ser controlados por ações públicas e governamentais. Por

outro, há os fatores políticos e socioeconômicos que são passíveis de serem

controlados e ajustados pelo Estado (TAUIL, 2001).

Neste sentido, aspectos socioeconômicos começaram a ser discutidos na

literatura como essenciais para o combate a proliferação da Dengue. Já em 1994,

Lines, et al. enfatizou a relevância da infraestrutura urbana para conter o ciclo

reprodutivo do mosquito; seguindo a mesma premissa desses autores, Costa

(1998); Tauil (2001); Montini; Neto (2007) destacaram fatores como infraestrutura

urbana inadequada, coleta de lixo ineficiente, saneamento básico precário e

condições inadequadas de moradia; somada a campanhas públicas ineficientes, e a

fatores educacionais e de distribuição de renda como sendo catalisadores da

ocorrência da doença.

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Mafra (2011) apresentou como tese a responsabilidade do poder público no

controle da Dengue. Para o autor, o Estado concentra-se em políticas de

mobilização social, convidando o cidadão à tornar-se “soldado” na guerra contra a

dengue, mas exime-se do dever de oferecer condições estruturais para o combate a

doença, como oferecer saneamento básico e melhores condições de moradia, por

exemplo.

Tendo em vista o contexto ora apresentado, essa pesquisa tem como objetivo

investigar como os fatores socioeconômicos podem afetar no número de casos da

doença, respondendo ao seguinte questionamento: quais têm sido as influências das

condições socioeconômicas na incidência de Dengue?

A incidência da dengue é um fator preocupante tanto para os órgãos públicos

que investem muitos recursos financeiros na prevenção, combate e tratamento dos

doentes quanto para a população que sofre com as consequências da doença.

Portanto, o (re)conhecimento de fatores condicionantes, passíveis de controle pelo

Estado, é uma forma de oferecer subsídios aos gestores públicos para o

desenvolvimento de meios mais eficazes no combate à dengue.

2 A DENGUE NO BRASIL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE CONTROLE

O Brasil passou a registrar os casos de dengue a partir de 1990, entretanto, o

país já experimentou períodos passados de ocorrência da doença. Silva, Mariano e

Scopel (2008), afirmam que os primeiros relatos de dengue foram verificados a partir

da segunda metade do século XIX, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e

Salvador. No século XX, esta doença se tornou uma preocupação pública, pois

epidemias foram manifestadas em vários municípios brasileiros. Devido a medidas

adotadas pelo Governo Getúlio Vargas, principalmente relacionadas com o combate

químico do mosquito, a dengue foi erradicada do Brasil na década de 1940 (SILVA;

MARIANO; SCOPEL, 2008).

No entanto, a dengue foi reintroduzida no Brasil em 1982, transformando-se

novamente em uma epidemia. Desde então, o país não conseguiu erradicar

completamente o mosquito vetor e a doença. Os métodos tradicionais que

funcionaram da década de 40, não foram mais suficientes para controlar o mosquito,

que adaptou-se bem condições urbanas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

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Para combater a dengue o governo brasileiro tem investido em politicas

públicas, em 1996 foi criado o Programa de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa).

Esta iniciativa, além do controle químico do vetor, teve uma proposta multissetorial,

envolvendo a participação das esferas federal, estadual e municipal. No entanto, o

programa visava pouco envolvimento da comunidade, sendo um dos motivos para

seu insucesso (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). Para Tauil (2001), a população teve

o papel de mera expectadora do programa, mantendo-se na dependência de ações

previamente definidas pelo governo.

Já em 2002, foi criado o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD),

cujas diretrizes se baseavam no desenvolvimento de campanhas publicitárias para

disseminação de informações e mobilização civil; fortalecimento da vigilância

epidemiológica e entomológica para detecção de surtos precoces; ações de

saneamento básico; integração das ações de controle da doença associadas com os

Programas de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Programas de Saúde da

Família (PSF); utilização de instrumentos legais que permitem a entrada em

propriedades particulares abandonadas para a eliminação de criadouros; destinação

adequada de resíduos sólidos; utilização de meios seguros para armazenamento de

água e acompanhamento e supervisão das ações desenvolvidas (BRASIL, 2002).

Pessanha et al. (2009) realizaram um estudo cujo objetivo foi avaliar o PNCD,

quanto ao cumprimento de suas metas. Os autores revelaram que no período de

2003-2006, as mesmas não foram cumpridas em quantidade significativa dos

municípios considerados prioritários pelo programa. “A redução em 50% no número

de casos de 2003 em relação a 2002 e nos anos seguintes (25% a cada ano) não foi

alcançada em 143 de 292 (49%)” (PESSANHA et al., 2009, p.1638). Logo, aponta-

se indícios que o PNCD não foi eficaz para controlar os casos de dengue no Brasil.

Em 2015, o Aedes aegypti ganhou ainda mais evidência, pois uma das

doenças transmitidas pelo mosquito, o Zika vírus, foi associado ao aumento dos

casos de microcefalia no país. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). Devido aos graves

problemas que a Zika pode ocasionar, o combate ao mosquito Aedes aegypti foi

reforçado por meio do Programa Nacional de Enfrentamento ao Aedes e a

Microcefalia (PNEAM), criado pelo governo federal em 2015.

O programa conta com o envolvimento de vários ministérios, dos governos

federal, estadual e municipal, e também da sociedade (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

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2016b). Tem como proposta a intensificação de campanhas; inspeção de todos os

domicílios e instalações públicas e privadas urbanas; e realização de visitas

domiciliares de controle do mosquito bimestralmente (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2016b).

3 A DENGUE E A RELAÇÃO COM OS FATORES SOCIOECONÔMICOS

Para controlar a dengue é necessário combater o mosquito transmissor. No

entanto, questões como a urbanização descontrolada, ineficiência dos sistemas de

abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de coleta de lixo, associado ao

clima tropical do país, favorecem um ambiente propício para a reprodução do Aedes

aegypti, e, consequentemente torna-se mais difícil o controle do mosquito (COSTA,

1998; MENDONÇA; SOUZA; DUTRA, 2009; TEIXEIRA, et al., 2009).

Montini e Neto (2007) destacam fatores sociais e de urbanização como

influentes na transmissão da doença como, crescimento populacional, migrações,

viagens aéreas, e densidade populacional. Os autores afirmam que os centros

urbanos e as interações sociais configuram-se como facilitadores da dispersão da

dengue, visto que o espaço social oferece condições de interações entre o vetor,

vírus e homem (MONTINI; NETO, 2007).

As condições demográficas e socioeconômicas, como a densidade

demográfica urbana, e as variáveis associadas ao contexto social, como nível de

renda e de educação, podem influenciar a ocorrência de dengue (SCANDAR et al.,

2010; ALMEIDA; MEDRONHO; VALENCIA, 2009). De acordo com os referidos

autores, quanto maior a densidade urbana, ou seja, quanto maior o número de

pessoas concentradas em uma área, maior o risco de contaminação por dengue,

visto que favorece a circulação do vírus dengue (MENDONÇA, SOUZA, DUTRA,

2009). Quanto à renda e educação, Costa (1998) verificou a relação inversa entre os

casos de dengue e essas variáveis, quanto maior a renda e o nível de escolaridade

da população menor a ocorrência de dengue.

As variáveis ambientais, tais como porcentagens de residências com água

encanada, coleta de lixo adequada e rede de esgoto adequada foram consideradas

como variáveis explicativas nos estudos de Almeida, Medronho e Valencia (2009) e

Flauzino, Souza-Santos e Oliveira (2009). De acordo com tais autores, quanto maior

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o número de residências com instalações e infraestruturas inadequadas para água,

esgoto e coleta de lixo, maior a probabilidade de incidência de dengue.

Residências onde não há abastecimento por água encanada necessitam de

outros meios para suprir a demanda pelo recurso. Para isso, utiliza-se de recipientes

para armazená-la, no entanto, esses recipientes se mal condicionados, podem se

tornar perfeitos criadouros para o mosquito. O mesmo pode acontecer quando se

trata de uma residência onde não há coleta de esgoto.

Conforme relatado, a dengue está associada ao contexto social, as condições

de infraestrutura urbana, e aos fatores demográficos, logo o combate ao mosquito só

é eficiente se associado às melhoras nas condições sócias, demográficas e urbanas.

4 METODOLOGIA

Para verificar a influência das condições socioeconômicas sobre a ocorrência

de dengue, este artigo utilizou metodologia quantitativa com dados em painel, tendo

como universo temporal os anos de 2000 e 2010 e como objeto de análises os

Estados de São Paulo (SP) e Minas Gerais (MG). Os anos de 2000 e 2010 foram

selecionados por se ter mais informações sobre a situação social e demográfica do

país devido aos censos demográficos do IBGE divulgados nesses anos.

A proposta de estudar os referidos estados está relacionada ao fato de eles

terem apresentado maior número de ocorrência da doença nos anos de 2014 e

2015. A amostra foi composta por todos os municípios dos estados, ou seja, 853

municípios em Minas Gerais e 645 em São Paulo, formando uma amostra com

2.996 observações.

Os dados para a análise foram obtidos a partir do Censo Demográfico 2000 e

2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Programa das

Nações Unidas pelo Desenvolvimento (PNUD) e, também, do Departamento de

Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

O modelo econométrico foi composto pelas variáveis apresentadas no Quadro

1, sendo que na variável independente renda per capta familiar foi empregada uma

transformação do tipo logaritmo neperiano para aproximá-la a uma distribuição

normal.

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Quadro 1 – Variáveis de análise

Representação

Variável* Descrição

cd Casos

registrados de dengue

Número de casos totais de dengue registrados no município.

rpc Renda per capta

familiar

Razão entre o somatório da renda per capita de todos os indivíduos de uma família e o número total de indivíduos na família com valores expressos em R$.

aesc Expectativa de anos de estudo

Anos de estudo, a metodologia adotada pelo IDH considera 12 anos como máximo de anos de estudos da educação formal (ensino básico) e ajustando estes valores para repetência.

ae Acesso à água

encanada

Percentual de pessoas que vivem em domicílios com água encanada, proveniente de rede geral, de poço, de nascente ou de reservatório abastecido por água das chuvas ou carro-pipa.

cl Acesso à coleta

de lixo

Percentual de pessoas que vive em domicílios com coleta de lixo. Estão incluídas as situações em que a coleta de lixo realizada diretamente por empresa pública ou privada, ou o lixo é depositado em caçamba, tanque ou depósito fora do domicílio, para posterior coleta pela prestadora do serviço.

aei Acesso à água e

esgoto inadequado

Percentual de pessoas que vivem em domicílios cujo abastecimento de água não provém de rede geral e cujo esgotamento sanitário não é realizado por rede coletora de esgoto ou fossa séptica.

pu Taxa de

população urbana

Razão entre o número de habitantes do município e a população urbana.

pp Taxa da

população pobre Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 140,00 mensais.

Fonte: Resultado da pesquisa bibliográfica, 2016. *As variáveis foram tratadas com matriz de correlação.

Portanto, levando em consideração a variável dependente e as variáveis

explicativas, a Equação 1 representa o modelo empírico delineado pelo estudo.

itε+

itaei

7β+

itacl

6β+

itae

5β+

itaesc

4β+

itpp

3β+

itrpcβ+

itpu

1β+

0β=

itCD ln

2 (1)

A variável dependente, número de casos de dengue, apresenta valores

inteiros não negativos, e por ter esta característica, utilizam-se os modelos

estatísticos com dados de contagem para verificar a ocorrência de um dado número

de acontecimentos num certo intervalo de tempo (CAMERON; TRIVEDI, 2005). Os

modelos com dados de contagem são comumente utilizados em pesquisas da área

de saúde (MILHORANÇA, 2014), pois é comum a busca por respostas que

envolvem a relação entre o número de casos de uma doença e as varáveis

possivelmente causadoras.

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Para verificar qual a característica da dispersão dos dados e então determinar

o modelo de análise mais adequado, Cameron e Trivedi (2005) recomenda utilizar o

teste de superdispersão de goodness-of-fit, que irá indicar entre os modelos Poisson

e Binomial Negativo (SUTRADHARA; NEERCHALB; MORELC, 2008). Ao

determinar o modelo adequado ao estudo, é necessário indicar o método de

estimação para mais apropriado para tal, nesse caso realiza-se o teste de Hausman

para escolher entre efeito fixo ou efeito aleatório.

Os modelos de dados de contagem têm como característica problemas de

heterocedasticidade e autocorrelação (RAMALHO, 1996), assim, as estimações

devem ser corrigidas por “erros padrões robustos” para amenizar tais problemas. Os

resultados dos testes, bem como a discussão dos achados da pesquisa, estão

apresentados na próxima seção.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Fatores sociodemográficos

Entre as sete variáveis selecionadas, apenas três, no caso de SP, foram

válidas para explicar os casos de dengue, sendo elas: acesso à água encanada,

taxa de população urbana e taxa de população pobre. Já para MG, quatro variáveis

foram significativas para explicar os casos de dengue no estado, quais sejam:

acesso à água encanada, taxa de população urbana, taxa de população pobre e

anos de escolaridade.

O aglomerado urbano propicia a propagação do vírus da dengue, devido à

aproximação dos mosquitos infectados e com um grande número de pessoas

concentradas em áreas restritas, essa relação foi explicada pelo modelo

econométrico para os dois Estados. O acelerado crescimento urbano, associado às

condições precárias de saneamento e moradia, comum nos centros urbanos, e

também os fatores culturais, proporcionam condições ideais à transmissão do vírus

da dengue (TEIXEIRA; MEDRONHO, 2008; TEIXEIRA et al., 2009). Assim, os

resultados encontrados corroboram os achados teóricos, ao indicar uma relação

direta entre os casos de dengue e a proporção da população urbana.

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Tabela 2– Condicionantes socioeconômicos para dengue: EF – Modelo Binomial Negativo

Efeito Fixo – Modelo Binomial Negativo (SP)1

VARIÁVEL EXPLICATIVA COEFICIENTE P-VALOR

Renda per capta familiar (lnrpc) 0,919 0,640

Expectativa de anos de estudo (aesc) 0,994 0,906

Acesso à água encanada (ae) -0,963 0,001*

Acesso à coleta de lixo (cl) 1,017 0,408

Acesso à água e esgoto inadequado (aei) 1,025 0,286

Taxa de população urbana (pu) 0,967 0,000*

Taxa da população pobre (pp) 0,928 0,000*

Efeito Fixo – Modelo Binomial Negativo (MG)2

VARIÁVEL EXPLICATIVA COEFICIENTE P-VALOR

Renda per capta familiar (lnrpc) 1,186 0,404

Expectativa de anos de estudo (aesc) 1,114 0,004*

Acesso à água encanada (ae) -0,984 0,000*

Acesso à coleta de lixo (cl) 1,002 0,297

Acesso à água e esgoto inadequado (aei) 0,991 0,191

Taxa de população urbana (pu) 0,969 0,000*

Taxa da população pobre (pp) 0,956 0,000*

Fonte: Resultados da pesquisa, 2016. Nota: Teste de significância geral do modelo: 1

Wald chi2 = 312.668 e Prob >chi2 = 0.000;

2 Wald chi2 = 312.668 e Prob >chi2 = 0.000. *Significante a 1%.

Em ambos os estados analisados a taxa de população pobre apresentou

relação significativa e direta com os casos de dengue. A população com baixa

renda, geralmente vive em regiões de vulnerabilidade social, com carência de

moradias adequadas, saneamento básico e coleta de lixo eficiente (MENDONÇA;

SOUZA; DUTRA, 2009). A relação entre dengue e a taxa de população pobre

retorna ao problema das condições precárias de moradia e urbanização desta

população.

Outra condicionante que influência no número de casos de dengue, de acordo

com os dados dessa pesquisa, é o acesso à água encanada. Segundo Teixeira e

Medronho (2008), a irregularidade no fornecimento de água canalizada pode

implicar situações favoráveis à procriação do mosquito devido ao armazenamento

de água para o consumo em recipientes inadequados se tornando fonte ideal de

reprodução Aedes aegypti.

Em Minas Gerais, em especial, a varável anos de escolaridade apresentou

significância para responder sobre a incidência de dengue, no entanto, a relação

apontada por essa variável foi inversa à expectativa teórica. De acordo com os

resultados, o aumento dos casos de dengue está relacionado com o aumento dos

anos de escolaridade. Entretanto, de acordo com Teixeira et al. (2009), pode existir

uma lacuna entre o conhecimento e o comportamento, os indivíduos podem saber

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sobre a doença, os modos de prevenção e as atividades que devem realizar na sua

casa para evitar água parada, mas nem sempre colocam esses comportamentos em

prática.

Ainda, as práticas para o controle do mosquito Aedes aegypti devem ser

adotadas por toda a população, não basta que uma pessoa seja informada e cuide

de sua casa, é preciso que toda a vizinhança faça o mesmo, pois basta um foco

para o mosquito se espalhar por toda a localidade. Logo, o aumento de casos de

dengue vai além da educação formal das pessoas de forma individual.

A variável “água e esgoto inadequado”, que não foi validada para nenhum dos

Estados, está fortemente correlacionada com a variável “acesso à água encanada”,

essa correlação justifica a não validação. A ausência de significância da variável

“coleta de lixo” pode estar relacionada ao fato da maioria das residências de SP e

MG possuírem coleta de lixo regular. No entanto, o problema do lixo não está

apenas na coleta, mas também na periodicidade que ela ocorre e nas condições de

depósito dos resíduos sólidos, aspectos que, a variável não consegue captar.

Já os fatores econômicos mostraram não ter uma relação direta com o

número de casos dengue, mas o que não afasta a possibilidade dessas variáveis

influenciarem indiretamente a incidência da doença, pois renda e educação têm

relação direta com a taxa de população pobre e acesso à água encanada.

5.2 Políticas públicas de combate à dengue

Quanto às políticas públicas de combate a dengue, o Brasil tem investido ao

longo de vários anos nelas, no entanto, desde 1982 não se conseguiu efetuar a

completa erradicação do mosquito transmissor. Nesse sentido, é necessário um

esforço em compreender as razões pela qual essas políticas públicas não têm

contribuído de forma efetiva na erradicação da doença.

De acordo com Subirats (1989), umas das razões pelo insucesso de uma

política é a má identificação do problema. No caso da dengue é preciso identificar

claramente qual é o principal agente causador da doença. Este estudo permitiu

levantar alguns destes: falta de acesso à água encanada; aumento das taxa de

população pobre e de população urbana, ou seja, a concentração de populações de

baixa renda no aglomerado urbana.

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Outro possível problema está na formulação dessas políticas desenvolvidas,

visto que elas têm apresentado apenas pequenas mudanças incrementais com

relação à política anterior. A PNCD de 2002 manteve a base das diretrizes da PEAa

de 1996, e a PNEAM de 2015 também manteve a base da Política de 2002.

O Programa de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa) de 1996 teve como

objetivo a atuação multissetorial dividido em nove áreas de atuação, sendo: 1)

Entomologia; 2) Operações de campo de combate ao vetor; 3) Vigilância de portos,

aeroportos e fronteiras; 4) Saneamento; 5) Informação, educação e comunicação

social; 6) Vigilância epidemiológica e sistema de informações; 7) Laboratório; 8)

Desenvolvimento de recursos humanos; e 9) Legislação de suporte. (FUNASA,

2001).

Algumas razões foram levantadas para explicar o insucesso do PEAa, de

acordo Braga e Valle (2007, p. 114) “diversas áreas de atuação não foram

implementadas, entre as quais: Saneamento; Informação; Educação e comunicação

social; Desenvolvimento de recursos humanos; e Legislação de suporte”, logo, a

implementação dessa política não ocorreu com o êxito esperado, implicando em

resultados divergentes as metas propostas. Dias (2006), levantou ainda outras

explicações para a falha do programa, como a ineficiência das gestões municipais

do programa, o baixo repasse de recursos aos estados e municípios para o

desenvolvimento das atividades estabelecidas e a insuficiência das técnicas de

combate vetorial.

O Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) de 2002 dá

continuidade a várias propostas do PEAa, apresentando algumas áreas de atuação

semelhantes. 1) Vigilância epidemiológica; 2) Combate ao vetor; 3) Assistência aos

pacientes; 4) Integração com a atenção básica (Programa Agentes Comunitários de

Saúde e Programa Saúde da Família); 5) Ações de saneamento ambiental; 6) Ações

integradas de educação em saúde, comunicação e mobilização social; 7)

Capacitação dos recursos humanos; 8) Legislação; 9) Sustentação político-social e;

10) Acompanhamento e avaliação (BRASIL, 2002).

Autores como Costa (2011) apontam como razões para a ineficiência da

PNCD a sua característica top down, visto que a política é formulada pelas

instituições de maior poder e sua implementação fica a cargo das instituições de

menor nível hierárquico (Hill e Hope, 2002). No caso da Política Nacional de

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Combate à Dengue, suas diretrizes foram desenhadas pelo Governo Federal, mas

sua implementação coube aos municípios.

Uma das possíveis falhas da PNCD de acordo com Costa (2011) está

associada ao fato dos municípios terem se tornado os principais responsáveis

diretos pelo controle e erradicação da dengue. Foi delegado aos municípios às

ações de controle da transmissão, vigilância entomológica, ampliação do

saneamento básico, registro e notificação inicial dos casos, coleta de material para

sorologia, isolamento viral, organização de plano de contingência para internação

dos pacientes com dengue e mobilização social. O Governo Federal se limitou na

formulação da política e aos Estados coube o apoio logístico e laboratorial. Os

municípios, em geral, possuem baixa capacidade técnica e financeira para

planejamento e gestão, o que dificultou o cumprimento da política.

Em 2015 o governo criou o Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à

Microcefalia (PNEAM) que consiste em três frentes de atuação, a prevenção e

combate ao mosquito Aedes aegypti; a melhoria da assistência às gestantes e

crianças e; a realização de estudos e pesquisas nessa área (Brasil, 2016b).

Entre as três bases de atuação, o foco se voltou para à assistência da

população de risco, por meio de orientações e auxílio as gestantes, futuras

gestantes e as crianças diagnosticadas com microcefalia. Já a proposta para o

combate ao mosquito está na política anterior, de 2002. O PNEAM por se

caracterizar como uma ação emergencial, e por focar principalmente no público-alvo

da doença Zika vírus, sem novos direcionamentos ao combate ao mosquito, pode se

tornar novamente como um plano mal sucedido.

Pois como demonstrado neste estudo e em outros, como Costa (1998); Dias

(2006); Montini e Neto (2007); Almeida, Medronho e Valencia (2009); Flauzino,

Souza-Santos e Oliveira (2009); Scandar et al. (2010), o enfrentamento das doenças

Dengue, Febre Amarela, Chikungunya e Zika deve-se voltar a medidas que

impeçam a procriação do mosquito transmissor, como melhorias nas condições de

infraestrutura urbana, redução das taxas de pobreza e densidade população e

melhorias dos indicadores sociais.

O que de fato pode perceber é que os casos das doenças relacionadas ao

mosquito Aedes aegypti tem aumentado ao longo dos últimos anos. Portanto, nota-

se que as políticas até então desenvolvidas não estão sendo eficazes para resolver

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o problema, tornando necessário pensar em políticas públicas com propostas

diferentes das já elaboradas e resguardar sua adequada implementação.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O que se pôde constatar a partir deste estudo foi que as variáveis com maior

influência na ocorrência de dengue são as demográficas e sociais, o que indica que

o controle dessa epidemia está associado a investimentos em obras de

infraestrutura urbana e melhorias nas condições de moradia e de saneamento

básico.

Apesar de não ter sido encontrada a relação entre a coleta de lixo e o número

de casos de doença dengue, é necessário considerar que recipientes

inadequadamente armazenados podem acumular água e torna-se local propício à

reprodução do mosquito. Portanto, a coleta adequada do lixo, a limpeza das ruas, de

terrenos abandonados e de quintais, bem como a correto depósito desse lixo, são

importantes para o controle da doença.

Quando as ações governamentais voltadas para conscientização da

população essa podem ser reforçadas com iniciativas sejam mais coercivas,

alinhando a conscientização com a fiscalização e punição para os indivíduos que

não zelam pelo cuidado adequado de sua propriedade.

As instituições de ensino e pesquisa também podem colaborar com o

combate à dengue. No ensino, isso pode ser feito a partir da conscientização dos

alunos e, na pesquisa, com o desenvolvimento de novas tecnologias capazes de

enfrentar essa epidemia. O avanço tecnológico é um caminho potencial que deve

ser considerado e incentivado pelo poder público no controle da dengue.

Acredita-se que estudos e pesquisas nessa área devem continuar sendo

desenvolvidos e aprimorados, mas torna-se necessário deixar claro algumas

dificuldades na condução dessa pesquisa que podem ter comprometido a ampliação

e a robustez dos resultados, como o fato de ter considerado apenas os anos de

2000 e 2010, uma vez que o ideal seria considerar uma série temporal maior e

contínua. No entanto, houve dificuldade na obtenção de dados para os demais anos

por município.

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Por inexistência de informações para análise temporal proposta, uma variável

importante que não foi considerada é a quantidade de agentes comunitários de

saúde por município, os quais fazem um papel significativo na conscientização da

população e no combate aos mosquitos em residências particulares.

Fica como sugestão para estudos futuros a incorporação dessa e outras

variáveis, e a ampliação temporal da análise. Também, sugere-se o

desenvolvimento de estudos com o objetivo de analisar as políticas públicas de

combate a dengue de forma mais detalhada, para compreender as razões pelo

insucesso dessas políticas em erradicar ou pelo menos reduzir as incidências das

doenças relacionadas com o mosquito Aedes aegypti.

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