política estadual de hematologia e hemoterapia de

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2016 Secretaria Estadual de Saúde Fundação Hemope 07/10/2016 Política Estadual de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (PEHH-PE)

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2016

Secretaria Estadual de Saúde

Fundação Hemope

07/10/2016

Política Estadual de Hematologia e Hemoterapia de

Pernambuco (PEHH-PE)

2

GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE

POLÍTICA ESTADUAL DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DO ESTADO DE PERNAMBUCO (PEHH-PE)

Recife – Outubro / 2016

3

COMITÊ DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DE PERNAMBUCO Elaboração de Texto Yêda M. de Albuquerque – HEMOPE

Ana Maria M. C. de Albuquerque – HEMOPE

Fábia Michelle R. de A. Callado - HEMOPE

Anna Fausta C. de Oliveira - HEMOPE

Alita da C. Azevedo - HEMOPE

François J. de Figueirôa - SES

Miranete T. de Arruda - SES

Ana Paula Amaral - SES

Débora Karen de L. E Garret - SES

Ana Lúcia Ávila -SES

Rose Glaucea P. de Souza - SES

Inês Eugênia R. da Costa – SES

Sandra de Fátima B. Brito – COSEMS-PE

Maria Isabel M. de Almeida – COSEMS-PE

Revisão Técnica – HEMOPE Yêda M. de Albuquerque

Ana Maria M. C. de Albuquerque

Fábia Michelle R. de A. Callado

Anna Fausta C de Oliveira

Alita da C. Azevedo

Colaboradores: Adriana Cavalcanti – SEVS/SES

Silvana Carneiro Leão - HEMOPE

Mércia Sobral – SECG/SES

Érika Patrícia – SEAS/SES

Nielma Maria – SES/SERS

Neide Samico – SEAS/SES

Iara A. de Arruda – HEMOPE

Andressa Almeida de Moura - HEMOPE

Grazielle dos Santos Vasconcelos – SEVS/SES

Aline Evelyn Viana de Araújo – HEMOPE

Maria do Carmo Valgueiro – HEMOPE

4

Dedicamos a elaboração deste trabalho ao ilustre médico hematologista pernambucano Luiz Gonzaga dos Santos *.

*Luiz Gonzaga dos Santos, cidadão recifense, médico hematologista e hemoterapeuta ,

transformou a Hemoterapia Brasileira com a criação do Centro de Hematologia e

Hemoterapia de Pernambuco - HEMOPE, inaugurado em 25 de novembro de 1977, sendo

o primeiro Hemocentro do Brasil. De um ideal a modelo, o HEMOPE foi referência para o

Programa Nacional de Sangue e Hemoderivados - PRÓ-SANGUE, coordenado por Dr Luiz

de 1980 a 1986, quando iniciou a elaboração de projetos e a construção de Hemocentros

nas diversas capitais do país. A estruturação desta rede de serviços de sangue

(Hemorrede) contemplou a interiorização das ações e atividades hemoterápicas.

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LISTA DE SIGLAS

ACS – Agente Comunitário de Saúde

AINEs - antiinflamatórios não esteroides

ANS - Agência Nacional de Saúde

APAMI – Associação Petrolinense de Amparo a Infância

AT - Agência Transfusional

BSCUP - Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário

CACON - Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia

CCIH - Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

CEAF – Componente Especializado da Assistência Farmacêutica

CES - Conselho Estadual de Saúde

CGSH/MS - Coordenação Geral do Sangue e Hemoderivados/Ministério da

Saúde

CIB - Comissão Intergestores Bipartite

CID - Código Internacional de Doenças

COSEMS - Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde de Pernambuco

CPH - Células Progenitoras Hematopoiéticas

CPP - Complexo Protrombínico Humano

CPPA - Complexo Protrombínico parcialmente ativado

CRIE - Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

CTLD - Central de Triagem Laboratorial de Doadores

DATASUS / CNES – Departamento de Informática do SUS / Cadastro Nacional

de Estabelecimentos de Saúde

DF - Doença Falciforme

DVW - Doença de Von Willebrand

Fundação Hemope - Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco

HAM - Hospital Agamenon Magalhães

HAMSTeRS - The Haemophilia A Mutation, Structure, Test and Resource Site

HBL - Hospital Barão de Lucena

HbS – Hemoglobina S

HC - Hemocentro Coordenador

HC - UFPE - Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco

HCP – Hospital de Câncer de Pernambuco

6

HEMOBRÁS - Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia

HGV - Hospital Getúlio Vargas

HLA - exame de Histocompatibilidade

HOF - Hospital Otávio de Freitas

HPLC - Cromatografia Líquida de Alta Performance

HR - Hemocentro Regional

HR - Hospital da Restauração

HRA - Hospital Regional do Agreste

HUOC - Hospital Universitário Oswaldo Cruz

IMIP - Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

INCA - Instituto Nacional do Câncer

INTO - Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia

LACEN/PE - Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco

NASF - Núcleo de Apoio à Saúde da Família

NH - Núcleo de Hemoterapia

OMS - Organização Mundial de Saúde

PACS – Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PDR - PE - Plano Diretor de Regionalização de Pernambuco

PEHHPE - Política Estadual de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco

PLANASHE - Plano Nacional de Sangue e Hemoderivados

PP - Profilaxias Primárias

PSLD - Profilaxia Secundária de Curta e Longa Duração

PTT - Púrpura Trombocitopênica Trombótica

PTN-MG – Programa de Triagem Neonatal – Minas Gerais

RAPS - Rede de Atenção Psicossocial

RDC/ANVISA - Resolução da Diretoria Colegiada/Agência Nacional Vigilância

Sanitária

REDOME - Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea

REESME - Relação Estadual de Medicamentos

RENACORD - Registro Nacional de Sangue de Cordão Umbilical

SAS - Secretaria de Assistência à Saúde (MS)

SBS – Sistema de Banco de Sangue

SES - Secretaria Estadual de Saúde

SIA - Sistema de Informação Ambulatorial

7

SIH - Sistema de Informação Hospitalar

SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação

SINASAN - Sistema Nacional do Sangue

SUS - Sistema Único de Saúde

TCHH – Células-tronco hematopoiéticas / Aférese

UBS - Unidade Básica de Saúde

UC - Unidade de Coleta

UCT - Unidade de Coleta e Transfusão

UNACON - Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia

UPA - Unidade de Pronto Atendimento

UPAE - Unidade Pernambucana de Atenção Especializada

8

SUMÁRIO I- APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA .................................................................................. 09 II- SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS HEMATOLÓGICAS EM PERNAMBUCO........................................................................................................................ 10

III- DIRETRIZES DA POLÍTICA ESTADUAL DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DE PERNAMBUCO ....................................................................................................................... 14

IV- OBJETIVOS: OBJETIVO GERAL .................................................................................................................. 21 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................... 21 V- MODELAGEM DA REDE ..................................................................................................... 21

HEMATOLOGIA .............................................................................................................21

HEMOTERAPIA .............................................................................................................39

VI- FINANCIAMENTO .............................................................................................................. 58

VII- CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 61 VIII- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 63

IX- ANEXOS............................................................................................................................... 69

9

I- APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA

A Política Estadual de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Pernambuco

(PEHH-PE) é uma formulação da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES),

no intuito de chamar para si a responsabilidade e o compromisso, enquanto gestão

estadual, na instituição de uma política pública que defina o papel do Estado na

reestruturação e na reorganização da rede assistencial para Hematologia e

Hemoterapia, em conformidade com o estabelecido na Política Nacional de

Hematologia e Hemoterapia da Coordenação Geral do Sangue e Hemoderivados -

Ministério da Saúde (CGSH/MS), que engloba a Hemoterapia e os Programas de

atenção às Coagulopatias e Hemoglobinopatias. Enquanto política pública a ser

implementada no SUS estadual deverá ser coerente com os princípios e diretrizes do

Sistema Único de Saúde (SUS), visando à universalidade, integralidade e equidade da

assistência, em consonância com os princípios constitucionais da garantia de acesso à

saúde como direito de cidadania.

Estabelece ações de promoção à saúde, prevenção de doenças, assistência e

reabilitação coerentes com os princípios e diretrizes do SUS, promovendo a

participação popular e o controle social, além de prever o desenvolvimento de ações de

qualificação técnica aos profissionais de saúde e de ampliação do conhecimento aos

usuários e à população em geral.

Abrange ações, programas e políticas existentes tendo, assim, caráter

transversal e cuja formulação, gestão e operacionalização deverá envolver as três

esferas de Governo, visando à integralidade do cuidado, além da implementação das

responsabilidades de cada ente federado.

Deverá ser implementada no âmbito do SUS estadual, tendo a Secretaria

Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) como órgão responsável pela

implantação da Política e coordenação em parceria com a Hemorrede Pública.

A Coordenação Estadual da Política de Hematologia e Hemoterapia do Estado

de Pernambuco, norteada pelos princípios da descentralização e regionalização, que

têm pautado a ação institucional, carece concretizar a interiorização da assistência em

10

hematologia e o fortalecimento da hemoterapia, visto que o acesso da população às

ações e serviços no interior do Estado tem sido precário, fazendo-a se deslocar de

grandes distâncias no Estado para buscar atendimento no Recife, onde há o único

serviço de referência especializada em hematologia, qual seja o Hospital Hemope.

Apesar de algumas políticas públicas estarem claramente definidas, em relação

ao sangue e derivados e às políticas de atenção integral às coagulopatias e

hemoglobinopatias hereditárias, não há qualquer outra política dirigida, diretamente, à

atenção integral para as demais doenças hematológicas.

A elaboração desta proposição ficou a cargo do Comitê Técnico de Hematologia e Hemoterapia instituído pela Portaria nº 416, de 16 de novembro de

2015, composto por representantes da Secretaria Estadual de Saúde (Regulação em

Saúde, Assistência à Saúde, Vigilância em Saúde, Atenção Primária e Planejamento

em Saúde) e por representantes técnicos e da gestão do HEMOPE, sendo coordenado

pelo gestor da Hemorrede de Pernambuco (Parágrafo único Artigo 7º, do Decreto

3.990 de 30/10/2001). A formulação atual buscou resgatar a contribuição de uma

proposição anteriormente elaborada em 2014 (Grupo de trabalho Portaria nº 516 de

04 de dezembro de 2014), sendo acrescida dos trabalhos atuais, apresentados nas

reuniões do Comitê pelas áreas técnicas, após apreciação e aprovação dos pares e da

SES em 28 de novembro de 2016, da pactuação na Comissão Intergestores Bipartite

(CIB) em 04 de setembro de 2017 e homologação no Conselho Estadual de Saúde

(CES), com conseqüente publicação em Diário Oficial do Estado de Pernambuco em

08 de novembro de 2017.

II- SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS HEMATOLÓGICAS EM PERNAMBUCO

Para a melhor compreensão deste documento, parte-se do entendimento de que

as doenças hematológicas são aquelas que comprometem as células sanguíneas, a

hemostasia e o sistema imunológico. De um modo geral, podem ser agrupadas em:

anemias, leucemias, linfomas e mielomas, síndromes mielodisplásicas, distúrbios

mieloproliferativos não-leucêmicos, distúrbios da hemostasia e as tromboses. Podem

ser agudas ou crônicas, malignas ou benignas, congênitas ou adquiridas.

11

No triênio 2012-2014 foram registrados 2.494 óbitos por doenças hematológicas

em residentes no Estado de Pernambuco, segundo o Sistema de Informação sobre

Mortalidade, correspondendo a uma média anual de 831 óbitos. Do total de óbitos,

60,3% foram residentes na I Macrorregião (Metropolitana), 20,8% na II Macrorregião

(Agreste), 8,6% na III Macrorregião (Sertão), 10,1% na IV Macrorregião (Vale do São

Francisco e Araripe).

As doenças hematológicas malignas representaram a principal causa de óbito

por doenças do sangue em Pernambuco (64%) e em todas as Macrorregiões de saúde,

com 69,2% na I Macro, 55% na II Macro, 50,2% na III Macro e 62,3 na IV Macro.

Em todas as macrorregiões, no triênio de 2012-2014 predominaram os óbitos

hospitalares, sendo a proporção para as doenças malignas superior às doenças

benignas. Ressalta-se a proporção de óbitos domiciliares nas Macrorregiões Sertão e

Agreste, onde foram registrados 21,1% e 14%, respectivamente, dos óbitos por

doenças malignas e 26,7% e 21,3%, respectivamente, dos óbitos por doenças

benignas.

Há uma maior concentração na ocorrência de óbitos na Região Metropolitana,

especialmente na capital. De um total de 2.591 óbitos por doenças hematológicas,

1.597, quer dizer, 61,6% ocorreram na capital, dos quais 31,3% foram residentes no

Recife (fluxo interno) e 68,7% residentes dos demais municípios (fluxo externo). Dos

óbitos hospitalares, a maior proporção ocorreu no HEMOPE (12,4%), seguido do

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) (10,9%) e do Hospital

de Câncer de Pernambuco – (HCP) (5,6%).

As doenças hematológicas não são de notificação compulsória, não sendo,

portanto, registradas rotineiramente no Sistema de Informação de Agravos de

Notificação (SINAN).

Para avaliar a frequência das principais doenças foram analisados os

registros do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e do Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA), no período de 2011 a 2015.

12

Nesse período, as doenças com maior frequência de atendimentos ambulatoriais

e hospitalares foram a leucemia linfoblástica aguda (CID – C91.0), o mieloma múltiplo

(CID - C90.0) e a leucemia mielóide crônica (CID- C92.1), seguidas de anemia

falciforme em crise (CID - D57.0), leucemia mielóide aguda (CID – C92.0),

trombocitemia essencial (CID – D47.3) e talassemia beta (CID - D56.1) - Tabela 01.

Analisando apenas os procedimentos hospitalares, verificam-se como

atendimentos mais frequentes em todos os anos da série leucemia linfóide e leucemia

linfoblástica aguda.

Tabela 01 - Número de procedimentos ambulatoriais e hospitalares registrados como

diagnóstico principal e secundário por ano de competência

Pernambuco, 2011-2015

CID Principal 2011 2012 2013 2014 2015 C859 (Linfoma não-

Hodgkin .) 355 201 234 119 440

C900 (Mieloma múltiplo)

3.304 3.855 4.221 4.396 4.253

C910 (Leucemia linfoblástica aguda)

6.293 7.466 7.347 7.196 8.345

C911 (Leucemia linfocítica crônica)

460 781 682 736 450

C920 (Leucemia mielóide aguda)

808 1.212 1.592 2.233 1.736

C921 (Leucemia mielóide crônica)

3.161 3.636 3.968 4.191 4.402

C924 (Leucemia pró-mielocítica

aguda)

289 269 291 355 295

C930 (Leucemia monocítica aguda)

5 49 43 50 44

D45 (Policitemia vera)

636 841 884 939 936

D46 (Síndromes mielodisplásicas)

53 1 3 3 -

D461 (Anemia refratária com sideroblastos)

778 365 91 198 59

D462 (Anemia refratária com

excesso de blastos)

118 671 31 90 34

D471 (Doença mieloproliferativa

189 352 513 587 317

13

crônica) D473

(Trombocitemia essencial)

963 1.259 1.488 1.554 1.362

D561 (Talassemia beta)

691 1.296 858 1.459 1.032

D570 (Anemia falciforme com

crise)

885 750 769 1.244 1.902

D572 (Transtornos falciformes

heterozigóticos duplos)

101 649 500 761 717

D66 (Deficiência hereditária do fator

VIII)

161 212 415 322 160

D67 (Deficiência hereditária do fator

IX)

8 22 33 66 7

D680 (Doença de Von Willebrand)

5 46 97 303 58

D682 (Deficiência hereditária de

outros fatores de coagulação)

3 7 23 21 71

D683 (Transtorno hemorrágico devido

a anticoagulantes circulantes)

1 5 4 8 12

D684 (Deficiência adquirida de fator

de coagulação)

2 - 6 4 2

D689 (Defeito de coagulação não

especificado)

12 15 45 32 63

D690 (Púrpura alérgica)

6 8 8 8 13

D691 (Defeitos qualitativo das

plaquetas)

5 30 51 97 128

D693 (Púrpura trombocitopênica

idiopática)

82 204 518 1.164 596

D694 (Outra trombocitopenia

primária)

- 6 4 3 4

Fonte: SIA e SIH

14

III - DIRETRIZES DA POLÍTICA ESTADUAL DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DE PERNAMBUCO

O SUS, instituído pela Constituição Federal de 1988 e em virtude de seu

compromisso com a cidadania, criou uma nova ordem social, onde um conjunto

integrado de ações e iniciativas dos Poderes Públicos e da sociedade é destinado a

assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à Assistência Social - Brasil

1988.

Esta Política Estadual de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco está

embasada nos princípios constitucionais da saúde como direito social, de cidadania, de

dignidade e igualdade da pessoa humana e do repúdio ao racismo, cujo objetivo

fundamental da Republica Federativa do Brasil é o de promover o bem de todos sem

preconceitos de origem, raça, cor, credo, idade e quaisquer outras formas de

discriminação - Brasil 1988 e reafirma os princípios do SUS constantes na Lei 8.080,

assim como está norteada pela Política Nacional de Hematologia e Hemoterapia, com

destaque para os Programas de atenção aos portadores de coagulopatias e

hemoglobinopatias.

A PEHH/PE tem como diretrizes na HEMATOLOGIA:

Descentralizar e Regionalizar a Assistência de Hematologia em serviços das

macrorregionais e ou regionais;

Descentralizar e Regionalizar a Assistência de Hematologia com suporte de

apoio laboratorial básico nos Hospitais Regionais e na Unidade de Pronto

Atendimento (UPA) e Unidade Pernambucana de Atenção Especializada

(UPAE);

● Descentralizar e Regionalizar a Assistência de Hematologia ambulatorial na

UPAE e de internação nos Hospitais Regionais;

● Garantir o acesso, através da Central de Regulação, do paciente hematológico

aos serviços com especialidades de Traumato Ortopedia, Cardiologia,

Nefrologia, Oftalmologia, Cirurgia, entre outras;

15

● Garantir leitos hospitalares de retaguarda através da Central de Regulação, para

pacientes hematológicos de baixo risco (paciente com intercorrência de clínica

médica);

● Garantir leitos hospitalares especializados na rede estadual de saúde –

Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE, Hospital

Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Hospital das Clínicas da Universidade

Federal de Pernambuco (HC - UFPE), Instituto de Medicina Integral Professor

Fernando Figueira (IMIP) e Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP);

● Garantir o acesso ao atendimento multidisciplinar para os pacientes

hematológicos (Fisioterapia, Odontologia, Terapia Ocupacional, Ambulatório de

dor), entre outros.

.

A PEHH/PE tem como diretrizes na HEMOTERAPIA:

Art. 14. Lei 10.205/2001 A Política Nacional de Sangue, Componentes e

Hemoderivados rege-se pelos seguintes princípios e diretrizes:

I - universalização do atendimento à população;

II - utilização exclusiva da doação voluntária, não remunerada, do sangue, cabendo ao

poder público estimulá-la como ato relevante de solidariedade humana e compromisso

social;

III - proibição de remuneração ao doador pela doação de sangue;

IV - proibição da comercialização da coleta, processamento, estocagem, distribuição e

transfusão do sangue, componentes e hemoderivados; V - permissão de remuneração dos custos dos insumos, reagentes, materiais

descartáveis e da mão-de-obra especializada, inclusive honorários médicos, na forma

do regulamento desta Lei e das Normas Técnicas do Ministério da Saúde;

VI - proteção da saúde do doador e do receptor mediante informação ao candidato à

doação sobre os procedimentos a que será submetido, os cuidados que deverá tomar e

as possíveis reações adversas decorrentes da doação, bem como qualquer anomalia

importante identificada quando dos testes laboratoriais, garantindo-lhe o sigilo dos

resultados;

VII - obrigatoriedade de responsabilidade, supervisão e assistência médica na triagem

16

de doadores, que avaliará seu estado de saúde, na coleta de sangue e durante o ato

transfusional, assim como no pré e pós-transfusional imediatos;

VIII - direito a informação sobre a origem e procedência do sangue, componentes e

hemoderivados, bem como sobre o serviço de hemoterapia responsável pela origem

destes;

IX - participação de entidades civis brasileiras no processo de fiscalização, vigilância e

controle das ações desenvolvidas no âmbito dos Sistemas Nacional e Estaduais de

Sangue, Componentes e Hemoderivados;

X - obrigatoriedade para que todos os materiais ou substâncias que entrem em contato

com o sangue coletado, com finalidade transfusional, bem como seus componentes e

derivados, sejam estéreis, apirogênicos e descartáveis;

XI - segurança na estocagem e transporte do sangue, componentes e hemoderivados,

na forma das Normas Técnicas editadas pelo SINASAN; e

XII - obrigatoriedade de testagem individualizada de cada amostra ou unidade de

sangue coletado, sendo proibida a testagem de amostras ou unidades de sangue em

conjunto, a menos que novos avanços tecnológicos a justifiquem, ficando a sua

execução subordinada à Portaria específica do Ministério da Saúde, proposta pelo

SINASAN. (anexo VI)

RESPONSABILIDADES DAS ESFERAS DE GESTÃO

São gestores da Política Estadual de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco as

três esferas de gestão, com as seguintes competências e responsabilidades (Figura 1)

Figura 1 - Níveis de esferas de gestão

17

Gestor Federal: formulador, coordenador e financiador do Sistema Nacional do Sangue (SINASAN), onde está inserida a Política Nacional de Hematologia e Hemoterapia do campo de atuação, que em seu artigo 15 estabelece que:

Art. 15. Lei 10.205/2001 A Política Nacional de Sangue, Componentes e

Hemoderivados objetivará, entre outras coisas:

I - incentivo às campanhas educativas de estímulo à doação regular de sangue;

II – recrutamento, triagem clínica e laboratorial do doador, coleta, fracionamento,

processamento, estocagem, distribuição, provas imunohematológicas, utilização e

descarte de sangue, componentes e hemoderivados;

III – verificação e aplicação permanente de métodos e ações de controle de qualidade

do sangue, componentes e hemoderivados;

IV – instituição de mecanismos de controle do descarte de todo o material utilizado na

atividade hemoterápica, para que se evite a contaminação ambiental, devendo todos os

materiais e substâncias que entrem em contato com o sangue coletado, seus

componentes e hemoderivados, ser esterilizados ou incinerados após seu uso;

V – fiscalização da utilização ou estocagem do sangue, componentes e hemoderivados

em todas as instituições públicas ou privadas que exerçam atividade hemoterápica;

VI - implementação, acompanhamento e verificação da observância das normas

relativas à manutenção de equipamentos e instalações físicas dos órgãos que integram

a Rede Nacional dos Serviços de Hemoterapia;

VII - orientação e apoio aos casos de reações transfusionais e doenças pós-

transfusionais do sangue, seus componentes e hemoderivados;

VIII – participação na formação e aperfeiçoamento de recursos humanos em

Hemoterapia e Hematologia; IX – ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico em Hemoterapia e Hematologia;

X - a implementação de sistemas informatizados com vistas à formação e estruturação

de banco de dados e disseminação de informações tecnológicas, operacionais e

epidemiológicas;

XI – produção de derivados industrializados de plasma e reagentes, para uso

laboratorial em Hemoterapia e em Hematologia e autorizar a aquisição de anti-soros ou

outros produtos derivados do sangue, essenciais para a pesquisa e diagnóstico.

18

Gestor Estadual: formulador, coordenador e cofinanciador da Política Estadual de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco.

Responsabilidade da SES/PE:

A gestão e a coordenação, na sua área de competência do Sistema Nacional de

Sangue, Componentes e Hemoderivados; incumbe elaborar o Plano Diretor Estadual

de Sangue, Componentes e Hemoderivados e promover o acompanhamento e

avaliação do cumprimento das metas e das ações no seu âmbito de atuação, em

articulação com o Ministério da Saúde:

I - formular, em conjunto com os municípios, a política estadual de sangue,

componentes e hemoderivados, definindo a regionalização e a responsabilidade pela

assistência hemoterápica em sua área de abrangência, assessorando tecnicamente os

municípios;

II - coordenar no âmbito do estado, as ações na área de sangue, componentes e

hemoderivados, incluindo as ações de vigilância sanitária e as atividades voltadas para

o atendimento de situações de emergência, assegurando a unidade de comando e

direção da política estadual;

III - adequar, em articulação com os municípios, os parâmetros assistenciais do Plano

Diretor Estadual de Sangue, componentes e hemoderivados, incluindo a assistência

hemoterápica no estado;

IV - planejar e coordenar a distribuição de hemoderivados para os portadores de

coagulopatias;

V - garantir o acesso aos medicamentos estratégicos imprescindíveis aos portadores

de doenças hematológicas, assim como aos medicamentos preconizados nos

protocolos habituais para o tratamento de doença hematológica;

VI - garantir à população a oferta de sangue e hemocomponentes com segurança e

qualidade, assegurando a assistência hemoterápica;

VII - exigir o cumprimento das normas técnicas pelos órgãos executores das ações de

hemoterapia, por meio das ações de Vigilância Sanitária;

VIII - acompanhar e avaliar o cumprimento das metas estabelecidas no plano diretor

estadual de sangue e hemoderivados;

19

IX - formular programas de formação e capacitação dos recursos humanos com vistas

a garantir a qualidade do sangue e componentes na assistência hemoterápica, bem

como assistência hematológica;

X - alimentar os bancos de dados dos sistemas de informações na área de sangue,

componentes e hemoderivados;

XI - complementar o financiamento das ações voltadas para a assistência

hemoterápica e a melhoria da qualidade do sangue;

XII - divulgar os relatórios das ações estaduais na área de sangue e hemoderivados.

XIII - contratar os serviços complementares na área da assistência hematológica e

hemoterápica quando necessário.

XIV – definir o fluxo assistencial para os pacientes hematológicos e a garantia da rede

assistencial como a necessária contratação de serviços;

XV – garantir os insumos e aquisição de novas tecnologias para o diagnóstico de

doenças hematológicas, bem como renovação do parque tecnológico das unidades

públicas estaduais;

XVI - Garantir o fornecimento dos medicamentos de acordo com Relação Estadual de

Medicamentos (REESME) – Versão Ambulatorial Pernambuco 2015 e atualizações;

XVII - Garantir a implantação das agências transfusionais (ATs) nos hospitais estaduais

que se enquadrem nos critérios da legislação vigente, assim como fiscalizar

implantação das ATs nos hospitais da rede assistencial privada e filantrópica no

estado;

Responsabilidades da Fundação Hemope:

I - Assessorar a Secretaria Estadual de Saúde e demais autoridades do Setor, na

formulação da Política Estadual de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco, dos

planos, programas e projetos e supervisionar sua execução;

II - Estabelecer normas científicas, técnicas e administrativas à organização e

funcionamento do sistema;

III - Supervisionar a assistência hemoterápica garantindo a qualidade do sangue e seus

derivados, a execução das ações pertinentes ao Registro de Doadores Voluntários de

Medula Óssea (REDOME), bem como proporcionar todo o assessoramento para que

esses objetivos sejam atingidos;

20

IV - Aplicar medidas corretivas que sanem eventuais problemas técnicos,

organizacionais e operacionais da assistência hemoterápica;

V - Coordenar o sistema de informações na área de hematologia, atendendo os

programas do ministério da saúde;

VI - Coordenar a elaboração de projetos e programas e supervisionar a sua

implantação;

VII - Promover formação de recursos humanos para rede de assistência;

VIII - Articular-se com as unidades colegiadas integrantes do Sistema Único de Saúde

(SUS).

Gestor Municipal: Implementar no âmbito da gestão Municipal a PEHH, garantindo na Atenção Primária a execução das Ações da Assistência inerentes

a esse Nível de Atenção através do Programa de Agentes Comunitários de Saúde, do Programa de Saúde da Família e nas Unidades Básicas de Saúde.

Realizar as seguintes ações:

I - Garantir Posto de Coleta para realização da triagem Neonatal e busca ativa de

faltosos, conforme preconizado na Portaria GM/MS nº 822, de 06 de junho de 2001;

II - Garantir monitoramento e apoio para assistência fora de domicílio;

III - Garantir a assistência clínica nas intercorrências não hematológicas na rede

municipal;

IV - Garantir o fornecimento dos medicamentos básicos de acordo com Relação

Estadual de Medicamentos (REESME – Versão Ambulatorial) Pernambuco 2015 e

atualizações;

V - Manter e garantir o calendário vacinal atualizado com especial atenção aos grupos

prioritários (portadores de hemoglobinopatias, coagulopatias, esplenectomizados e

transplantados), por meio do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

(CRIE);

VI - Identificar casos suspeitos de doença hematológica e encaminhar para as

unidades de referência do Estado;

VII - Garantir o apoio logístico e o cuidado supervisionado na aplicação de

medicamentos para os programas relacionados aos pacientes portadores de

hemoglobinopatias (anemia falciforme e talassemias), bem como aos portadores de

coagulopatias;

21

VIII - Garantir a captação de doadores de sangue voluntários através dos agentes

comunitários, assim como, à captação dos candidatos à doação de medula óssea;

IX - Garantir a implantação de agências transfusionais nos hospitais municipais que se

enquadrem nos critérios da legislação vigente;

X - Garantir o acesso ao tratamento complementar de reabilitação física, utilizando os

equipamentos das academias da saúde;

IV- OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL: Promover acesso universal qualificado, descentralizado,

regionalizado e em tempo hábil para a população, definindo ações e serviços de

atenção à saúde em hematologia e hemoterapia no Estado de Pernambuco.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

● Introduzir a Política Estadual de Hematologia e Hemoterapia do Estado de

Pernambuco (PEHH-PE) na Assistência à saúde na Atenção Primária,

Secundária e Terciária.

● Introduzir a PEHH-PE nas Redes de Atenção (Doenças Crônicas, Urgência e

Emergência, Materno-infantil e Oncologia).

● Introduzir a PEHH-PE na Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência.

● Introduzir a PEHH-PE na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

Ressalte-se que esses objetivos têm como parâmetros os protocolos, as linhas

de cuidado e a Política Nacional de Hematologia e Hemoterapia, através de seus

componentes (Hemoglobinopatias, Coagulopatias e Hemoterapia)

V - MODELAGEM DAS REDES DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA

HEMATOLOGIA - SITUAÇÃO ATUAL:

A organização das redes de atenção à saúde, em seus diversos níveis de

complexidade, embasada nas diretrizes do SUS, procura constituir dispositivos e

arranjos institucionais que possam garantir a gestão democrática dos estabelecimentos

de saúde, o acolhimento humanizado da clientela, o acesso a serviços resolutivos e o

22

fortalecimento de vínculos entre profissionais e usuários, com a clara definição de

responsabilidades.

Ao longo dos anos, o modelo de atenção à saúde do SUS em Pernambuco, vem

sofrendo diversas alterações, saindo do sistema fragmentado de atenção à saúde e

passando para o modelo de atenção regionalizada, através das Redes de Atenção.

Desta forma, fica previsto o atendimento de qualidade ao usuário e o melhor acesso às

ações e serviços de saúde, tendo a atenção primária como ordenadora deste modelo.

Assim, no novo Plano Diretor de Regionalização de Pernambuco (PDR - PE)

foram criadas 04 (quatro) Macrorregiões de Saúde. A Macrorregião Metropolitana, com

sede em Recife; a Macrorregião do Agreste, com sede em Caruaru; a Macrorregião do

Sertão, com sede em Serra Talhada; e, por fim, a Macrorregião do Vale do São

Francisco, com sede em Petrolina.

Com base nos dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), a população

beneficiária do SUS em Pernambuco corresponde a 84,5% da população total,

variando nas micro e macrorregiões (2015).

Apesar do Estado de Pernambuco possuir uma das maiores redes públicas de

saúde do País, sua rede assistencial é concentrada na Região Metropolitana do Recife,

havendo um esforço recente para a interiorização na assistência à saúde do SUS em

Pernambuco. Apesar dos esforços, ainda há uma dificuldade ao acesso da população

do interior às ações e serviços de saúde, tendo que se deslocar à capital.

Atualmente, a assistência hematológica é concentrada no Hospital de

Hematologia da Fundação Hemope, apesar de existir atendimento em outros serviços

(Hospital das Clínicas, Hospital Oswaldo Cruz, Hospital do Câncer de Pernambuco e

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira), estando todas estas

unidades localizadas no Recife. Sabe-se que a atenção ao usuário deve ser de forma

descentralizada e regionalizada, buscando a resolução de seus problemas de saúde o

mais próximo possível de sua moradia.

Nesse sentido, a presente política pretende implementar a linha de cuidado ao

paciente hematológico a partir da atenção primária em saúde, tendo-a como a

23

norteadora do cuidado. Em seguida, utilizando-se dos demais pontos de atenção que

estão definidos nos municípios, a saber: Policlínicas, Unidades Pernambucanas de

Atenção Especializada, Hospitais Gerais, Hospitais Especializados e em caso de

urgência, deve-se seguir o fluxo de outros agravos.

Visando facilitar o processo de discussão e de organização da rede assistencial

da Política Estadual de Hematologia, as doenças hematológicas foram agrupadas em

benignas e malignas.

Doenças Hematológicas Benignas/Programas - MS

O Ministério da Saúde (MS) conta com dois programas de assistência a pacientes

crônicos no âmbito da hematologia, que são: Programa de Atenção a Pacientes de Coagulopatia e o Programa de Atenção a Pacientes Portadores de Hemoglobinopatias.

AS COAGULOPATIAS

Coagulopatias são alterações hemorrágicas congênitas ou adquiridas,

decorrentes da deficiência dos fatores da coagulação do sangue, causando

hemorragias de gravidade variável, podendo ser espontâneas ou decorrentes de

trauma.

As coagulopatias hereditárias são doenças crônicas, que deverão ser

diagnosticadas e acompanhadas desde o nascimento. Todos os portadores devem ser cadastrados no sistema “Hemovida web coagulopatias”, cuja responsabilidade é da

Hemorrede Pública, que faz o controle e a distribuição dos fatores pró-coagulantes

adquiridos pelo Ministério da Saúde. A CGSH/MS assegura, exclusivamente e desde

2012, através da Hemorrede Pública Nacional, fatores pró-coagulantes para os

portadores de coagulopatias hereditárias cadastrados no sistema, garantindo o

fornecimento de 3,0 UI de Fator VIII de coagulação per capita e 0,7 de Fator IX per

24

capita, pelo Programa “Hemovida Web Coagulopatias”. Vale salientar que no Brasil,

somam-se 20.023 pessoas registradas com coagulopatias hereditárias.1

Entre as Coagulopatias, a doença de Von Willebrand (DVW) é causa frequente

de sangramento, mas sendo a Hemofilia a principal causa de ocorrência severa.

Ambas necessitam de uso frequente de pró-coagulantes e a rapidez do atendimento é

fundamental para a garantia de vida deste usuário.

As coagulopatias hereditárias podem ser classificadas de acordo com as

seguintes deficiências de fator:

● Deficiência de fibrinogênio – Afibrinogenemia, Hipofibrinogenemia,

Disfibrinogenemia

● Deficiência de protrombina (fator II)

● Deficiência de fator V

● Deficiência de fator VII

● Deficiência de fator VIII - Hemofilia A

● Deficiência de fator IX - Hemofilia B

● Deficiência de fator X

● Deficiência de fator XI

● Deficiência de fator XII

● Deficiência do fator estabilizador da fibrina (fator XIII)

● Doença Von Willebrand

A hemofilia é causada pela deficiência de fator VIII (F VIII) ou Fator IX (FIX),

resultante de herança genética ligada ao cromossomo X e é transmitida quase

exclusivamente a indivíduos do sexo masculino por mãe portadora. Até o presente

momento, foram relatadas mais de 800 mutações associadas à doença, conforme The

Haemophilia A Mutation, Structure, Test and Resource Site – HAMSTeRS

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9399839. É importante ressaltar que de 25% a

30% dos casos de hemofilia A, o evento genético é novo (mutação de novo), não

havendo, nestes casos, relato de ocorrência da doença em outros membros da família. 1 Ministério da Saúde Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos – DGITS/SCTIE. conitec.gov.br/images/Incorporados/FatorVIIIRecombinante-final.pdf

25

A doença de Von Willebrand é uma doença hemorrágica resultante de defeito

quantitativo e/ou qualitativo do fator Von Willebrand (F VW). Das doenças

hemorrágicas hereditárias, esta é a mais comum, com prevalência de cerca de 1% da

população de acordo com estatísticas provenientes de países nórdicos. No Brasil, a

mesma parece estar subdiagnosticada, pois o número de casos reportados é bastante

inferior ao de hemofílicos. A DVW é herdada como caráter autossômico dominante.

Foram relatados mais de 21 subtipos distintos da DVW.

Para o tratamento de algumas patologias citadas acima, o Ministério da Saúde

planeja e acompanha a execução dos processos de aquisição, distribuição, cobertura e

consumo de pró-coagulantes. Estas informações estão armazenadas no “site”

http://coagulopatiasweb.datasus.gov.br/.

A CGSH/MS elabora e atualiza as normas técnicas para atenção hematológica,

bem como, os protocolos e as diretrizes terapêuticas, que estão elencadas abaixo:

● Tratamento sob demanda

● Profilaxias Primárias (PP),

● Profilaxia Secundária de Curta e Longa Duração (PSLD) e

● Tratamentos: Imunotolerância e sob demanda

● Uso do fator VII ativado recombinante

● Uso de concentrado de fibrinogênio para o tratamento das deficiências

hereditárias de fibrinogênio (afibinogenemia e hipofibrinogemia).

Para os pacientes hemofílicos abaixo de três anos, a realização de Profilaxia Primária é assegurada pela Portaria SAS/MS nº 364, de 06 de Maio de 2014, que

aprova o Protocolo de Uso de Profilaxia Primária para Hemofilia Grave.

Em relação ao tratamento de Imunotolerância, a Portaria nº 478, de 16 de

Junho de 2014, regulamenta esse tratamento.

É competência da Hemorrede Estadual o registro dos portadores de

coagulopatias hereditárias ou adquiridas e o envio desta informação à CGSH/MS. Em

Pernambuco, o HEMOPE é a unidade de referência no gerenciamento dos estoques,

26

bem como o fornecimento/distribuição de pró-coagulantes disponibilizados pelo

Ministério da Saúde. Tendo o Hospital Hemope como unidade de diagnóstico e

tratamento da I Macro região, realizando procedimentos de alta complexidade e

treinamento de equipes multiprofissionais.

Produtos disponibilizados pelo Ministério da Saúde à Hemorrede Nacional:

1. Concentrado de Fator de Coagulação, Fator VIII plasmático;

2. Concentrado de Fator de Coagulação, Fator VIII Recombinante;

3. Concentrado de Fator de Coagulação, Fator IX Plasmático;

4. Concentrado de Fator de Coagulação, Fator XIII Plasmático;

5. Concentrado de Fator de Coagulação, Fator I Plasmático (Fibrinogênio);

6. Concentrado de Fator de Coagulação, Fator VIII para doença de Von Willebrand;

7. Concentrado de Fator de Coagulação, Fator VIII Associado ao Fator de Von

Willebrand para imunotolerância;

8. Concentrado de Fator de Coagulação, Fator VII Recombinante Ativado;

9. Complexo Protrombínico Parcialmente Ativado – CPPA;

10. Complexo Protrombínico Humano - CPP;

11. Desmopressina;

12. Ácido Tranexâmico.

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DAS COAGULOPATIAS EM PERNAMBUCO

Atualmente existem cadastradas no sistema “webcoagulopatias”, 1.503

pessoas portadoras de coagulopatias. Desses, 766 são portadores de hemofilia, onde

somente 259 (43,9%) fazem tratamento domiciliar e 507 (56%) não estão incluídas em

nenhuma forma de tratamento domiciliar, sem adesão à terapêutica e sobrecarregando

o Hemocentro.

No quadro abaixo demonstramos o quantitativo de pacientes incluídos nos

programas do MS (Tabela 02):

27

Tabela 02 – Número de pacientes incluídos nos programas do MS

Dados Nº

Inibidor Alto Título 38

Imunotolerância 16

Radiossinoviórteses 37

Profilaxia Primária 33

Profilaxia Secundária de Longa Duração 266

Fonte: MS/Webcoagulopatias - consulta em dezembro/2015.

Considerando que o cadastramento é feito nas Hemorredes Estaduais, o

HEMOPE dispõe de um laboratório de coagulopatias, que tem a finalidade de dosar

fatores e inibidores, exames obrigatórios para inclusão, exclusão ou mudança dos

pacientes nos programas do Ministério da Saúde. Esses exames também podem ser

realizados em serviços privados.

É importante ressaltar que há “vazios assistenciais” no que se refere ao

atendimento aos portadores de coagulopatias no estado de Pernambuco, que estão

elencados abaixo:

● Deslocamento de pacientes com problemas ortopédicos para o Instituto

Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), no Rio de Janeiro nos casos

que precisam de radiossinoviórtese;

● Não há laboratório especializado na II, III e IV Macrorregionais;

● Carência de equipe multiprofissional habilitada na II e III Macrorregionais,

fazendo com que os usuários tenham que se deslocar para o Recife.

AS HEMOGLOBINOPATIAS

As hemoglobinopatias compreendem as doenças benignas de origem genéticas,

como: talassemias e a doença falciforme.

28

I. Talassemia – é uma doença genética, hereditária e crônica. É decorrente de uma

mutação cromossômica, levando a anemia em graus variáveis. As Talassemias podem

ser alfa ou beta, a depender da cadeia de globina afetada (defeito quantitativo). A

mutação cromossômica altera a produção da cadeia de globina, assim as reações do

organismo e conseqüentemente, os sintomas clínicos. O tratamento pode ser variável

de indivíduo a indivíduo. Do ponto de vista clínico, as talassemias podem ser: menor,

intermedia e maior.

No Brasil, estima-se que cerca de três milhões de pessoas tenham a talassemia

menor, também conhecida por traço talassêmico. Este tipo não apresenta sintomas e

não necessita de seguimento clínico.

Considerando a possibilidade de milhões de mutações cromossômicas no

diagnóstico das talassemias, há dificuldade para detectar os casos, sobretudo os de

menor expressão clínica. Nesses casos, o registro pode ser de apenas uma

microcitose com perfil férrico normal. Some-se a isso a dificuldade para o diagnóstico

das Alfa-Talassemias, já que as metodologias usualmente utilizadas para diagnóstico

das hemoglobinopatias, seja a Eletroforese das hemoglobinas ou a Cromatografia

Líquida de Alta Performance (HPLC) podem ajudar apenas nas Beta-Talassemias.

Para diagnóstico das Alfa-Talassemias, faz-se necessária a técnica de biologia

molecular. O Teste do Pezinho não se presta para detecção das talassemias.

II. Doença falciforme – é uma patologia genética, hereditária e crônica. Nos casos

com indicação e doador HLA compatível, é possível a cura por transplante alogênico de

medula óssea. As formas mais graves são decorrentes da homozigose para a

Hemoglobina S (SS) ou da dupla heterozigose com genes graves da talassemia

(HbSβ°), para cujas formas clínicas toda a atenção à saúde deverá ser prestada e

desde o primeiro trimestre de vida. Outras formas híbridas são as doenças falciformes

SC, SD e Sβ+ talassemia, que costumam ter evoluções menos graves.

Compete aos serviços de hemoterapia públicos e privados, conforme Portaria nº 158 MS/GM de 04 de fevereiro de 2016, a realização de testes de detecção da

Hemoglobina S (HbS) em doadores de sangue de primeira vez, encaminhando os

casos positivos à rede assistencial.

29

Compete aos municípios, no protocolo existente para o pré-natal, realizar teste

de detecção da HbS em gestantes sem avaliação prévia (que ainda não tenham

realizado o exame)

A Portaria MS nº 650 de 05 de outubro de 2011 - introduz na Rede Cegonha a

requisição do exame de eletroforese da Hemoglobina no Componente - Pré Natal da

referida rede. A solicitação e o resultado do exame devem ser registrados em espaço

apropriado no Cartão da Gestante. Os casos positivos devem ser encaminhados à rede

assistencial (pré-natal de alto risco) e os traços (AS, AC, e outros) para orientação na

atenção primária.

Considerando que a testagem da HbS para os indivíduos do sexo masculino

ocorre ao nascimento, na doação de sangue de primeira vez, assim como, no estudo

familiar das crianças com HbS, seria importante disponibilizar o teste no âmbito da

Política de Atenção à Saúde do Homem.

A Doença Falciforme (DF) é uma condição genética grave que afeta cerca de

100.000 indivíduos nos Estados Unidos e, no Brasil, acomete de 25 a 30 pessoas

(dados do MS), com um número de casos novos / ano em torno de 3.500. Atualmente,

cerca de cinco milhões de recém-nascidos são triados pelo PTN-MG (Programa de

Triagem Neonatal/MG) e mais de cinco mil crianças / jovens estão em

acompanhamento e tratamento para as doenças diagnosticadas. A prevalência média

estimada do gene S /Traço falciforme (Hb AS) na população geral é de 4% (variando

de 2% a 8%) e entre os afro-descendentes, alcança a cifra de 6% a 10%. A expectativa

de nascimentos / ano de indivíduos com HbAS é de 200.000 e a existência de

7.200.000 portadores do gene S no Brasil. 2

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DAS HEMOGLOBINOPATIAS EM PERNAMBUCO – dados da Fundação Hemope – Tabela 03 2 Revista Brasileira Hematologia Hemoterapia 2007; 29 (3): 2013-206. O título do artigo: A doença falciforme no Brasil

- Rodolfo D. Cançado1 Joice A. Jesus www.nupad.medicina.ufmg.br

30

Tabelas 03 - Pacientes Falciformes acompanhados no HEMOPE por idade e CID, até

15/08/2016

CID Idade

D570 D571 D572 D573 D578

Total Geral

>60 01 05 06 05 00 17

0-10 17 288 106 26 05 442

11-18 24 251 29 06 06 316

19-60 57 485 57 10 09 618

Total Geral 99 1029 198 47 20 1393 Fonte: HEMOPE/Diretoria de Hematologia/Coordenação de Ações Estratégicas, Sistema VIDA e

Sistema MV soul – consultado em agosto/2016.

Tabelas 04 - Pacientes de Anemia Falciforme acompanhados no serviço público (exceto HEMOPE) até 09/2016

Pacientes

IMIP 10 (adultos e crianças)

HC-UFPE 10

UPAE/Petrolina 45

Total 65

Fonte: SES/PE - Coordenação de Atenção à Saúde da População Negra e às Pessoas com Doença Falciforme

Atualmente estão cadastradas no HEMOPE 1.393 pessoas portadoras de

Doença Falciforme e o maior número está na faixa etária de 19-60 anos (Tabela 03).

A cada 1.400 nascidos vivos, um é portador de doença falciforme no Estado.

Considerando a estimativa de 140.000 nascidos vivos ao ano, teremos 100 novos

casos de doença falciforme no estado de Pernambuco. Existem 210 postos de coleta

do teste do pezinho em quase 99% dos municípios, entretanto a cobertura do teste

atinge apenas 75% da totalidade dos nascidos vivos 3. No ano de 2015, foram triadas

104.858 crianças, identificado 2.936 casos de traço falciforme e 42 de doença

falciforme4

3 www.nupad.medicina.ufmg.br 4 Relatório de Triagem Neonatal da SES/PE

31

Em relação às talassemias, segundo dados do Ministério da Saúde5, estima-se que

1,5% da população caucasóide seja portadora da talassemia beta menor. No período

de 2013 a 2015, a CGSH/DAET/SAS/MS realizou levantamento e demonstrou a

situação das talassemias no Brasil. Do total de 593 pessoas, 305 (51,4%), possuem

talassemia beta maior; 256 (43,2%), talassemia beta intermediária; e 32 (5,4%)

possuem doença de hemoglobina H (talassemia alfa). Por ordem decrescente, a

talassemia beta maior e a intermediária foram evidenciadas nas regiões Sudeste

(60%), Nordeste (17%), Sul (10,4%), Centro-Oeste (7,3%) e Norte (5,3%). Acredita-se

que esses números estejam subestimados, uma vez que a Organização Mundial da

Saúde (OMS) prevê cerca de 1.000 pessoas com essas síndromes talassêmicas no

nosso País. Atualmente existem cadastradas no HEMOPE 274 pessoas portadoras de

talassemias 6.

Em Pernambuco, o Hospital de Hematologia do Hemope é o Centro de

Referência para orientação e apoio técnico em relação a:

Diagnóstico neonatal da doença falciforme: fornecer treinamento adequado e

apoio técnico para realização da primeira consulta para casos oriundos da

triagem neonatal de forma descentralizada no estado;

Assistência hematológica; ambulatorial, para urgências (24h) e internamentos,

disponibilizando protocolos para consulta;

Diagnóstico e acompanhamento laboratorial completo;

Treinamento para Fisioterapia, Odontologia, Ortopedia, Psicologia, Terapia

Ocupacional e Enfermagem;

Em relação à Assistência Farmacêutica, a distribuição de: Hidroxiureia, morfina,

penicilinas, codeína + paracetamol, amitriptilina, AINEs e quelantes do ferro é realizada

através das Farmácias Regionais do estado, após cadastramento adequado dos

pacientes.

5 Orientações para diagnóstico e tratamento das Talassemias Beta / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à

Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília: MS, 2016. bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_diagnostico_tratamento_talassemias_beta.pdf

6 www.hemope.pe.gov.br Sistema MV SOUL – HEMOPE

32

Em relação ao teste do pezinho, há postos de coleta em 183 municípios, sendo

as amostras enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco

(LACEN/PE), para o processamento adequado7

Tabela 05- Distribuição por GERES e por municípios de pessoas com

doença falciforme segundo cadastro do HEMOPE (agosto 2016)

GERES NUMERO DE MUNICÍPIOS COM PESSOAS PORTADORAS DE

ANEMIA FALCIFORME

NÚMERO DE PESSOAS COM DOENÇA FALCIFORME

I GERES 18 843

II GERES 12 74

III GERES 18 88

IV GERES 19 95

V GERES 17 45

VI GERES 12 35

VII GERES 06 36

VIII GERES 05 47

IX GERES 06 NÃO HÁ REGISTRO

X GERES 03 08

XI GERES 07 18

XII GERES 08 67

TOTAL - 1.356

Outras cidades - 37

Fonte: Hemope/Hospital de Hematologia de Pernambuco – cadastro de pacientes com doença

falciforme - Sistema VIDA e Sistema MV soul – Diretoria de Hematologia – Coordenação de

Ações Estratégicas - agosto/2016.

DOENÇAS HEMATOLÓGICAS MALIGNAS OU ONCO-HEMATOLÓGICAS

A Hematologia, além de absorver o atendimento às patologias benignas,

engloba a assistência aos pacientes com doenças malignas hematológicas, a exemplo

das leucemias e linfomas.

7 Relatório de Triagem Neonatal da SES/PE

33

A Regulamentação da atenção aos pacientes com doença oncológica está

contida na Portaria GM/MS nº 874 de 16 de maio de 2013, que institui a Política

Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das

Pessoas com Doenças Crônicas; na Portaria SAS/MS nº 140 de 27 de fevereiro de

2014, que redefine os critérios e parâmetros para organização, planejamento,

monitoramento, controle e avaliação dos estabelecimentos de saúde habilitados ou

candidatos à habilitação na atenção especializada em oncologia e na Portaria GM/MS nº 483 de 01 de abril de 2014, que redefine a Rede de Atenção às Pessoas com

Doenças Crônicas e estabelece diretrizes para a organização das Linhas de Cuidado.

A Rede de Atenção Especializada aos pacientes com doenças malignas

hematológicas está inserida no Centro de Assistência de Alta Complexidade em

Oncologia (CACON) e nas Unidades de Assistência de Alta Complexidade em

Oncologia - UNACON, seja na UNACON EXCLUSIVA de HEMATOLOGIA, no caso do

HEMOPE ou nas Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia

(UNACON) com Serviço de Hematologia.

Segundo parâmetros definidos pela Portaria SAS/MS nº 140 de 27/02/2014

para atenção aos pacientes com Câncer Hematológico na Região Nordeste, deverá ser

observada a razão de um estabelecimento de saúde habilitado para cada 2.700.000

habitantes, indicativo da necessidade de no mínimo quatro unidades para tratamento

das doenças malignas hematológicas em Pernambuco.

Atualmente, estão registrados no Estado os serviços do Hospital Hemope

(UNACON exclusivo de hematologia), IMIP (CACON) e o HUOC (UNACON com

serviço de hematologia e oncologia pediátrica).

O número e o percentual das malignidades hematológicas, constantes do

Registro Hospitalar de Câncer (ainda sujeitos a alterações), fornecidos pela Secretaria

Executiva de Vigilância em Saúde – SES/PE apontam para 331 novos em 2011 e 319

em 2012. Desses, 48,6% em 2011 e 59,2% em 2012 foram atendidos pelo UNACON

Exclusivo de Hematologia /HEMOPE.

34

Tabela 06 – ESTIMATIVA DE CASOS NOVOS DE CÂNCER NO ESTADO DE PE/INCA

Localização Primária Neoplasia Maligna Estimativa de casos novos no Estado Total

Homens Mulheres

Linfoma de Hodgkin 50 30 80

Linfoma não-Hodgkin 200 180 380

Leucemias 200 180 380

840 Fonte: INCA - http://www.inca.gov.br/estimativa/agosto/2016/

A Rede de Atenção ao paciente com câncer no Estado está mostrada no Anexo

II, conforme descrição aprovada em reunião da CIB, Resolução 1.119 de 07/05/2007.

REDESENHO DA ASSISTÊNCIA HEMATOLÒGICA

A Assistência ao paciente hematológico começa com a identificação da

possibilidade de uma doença hematológica, que seja inserida entre os três grandes

grupos reconhecidos na hematologia: doenças dos glóbulos vermelhos, coagulopatias

e as doenças dos glóbulos brancos.

A atenção deve estar voltada para história clínica, as alterações de exame físico

e exames complementares. Algumas situações não permitirão sua resolução na

atenção primária, por requererem maior complexidade de diagnóstico e terapêutica,

respeitando os protocolos pertinentes a cada patologia. Os pacientes devem ser

encaminhados para complementação diagnóstica na rede de atenção secundária, que

devem estar disponíveis nas sedes das regionais de saúde do estado. Em caso de

maior complexidade, onde se fizer necessário atendimento terciário, os pacientes

devem ser encaminhados à rede hospitalar referenciada. As ações e as competências

estão mostradas abaixo.

35

Referências Ações / Competências

Municipal

Ações: Conhecer o perfil da doença em seu município a partir dos dados

do programa estadual;

Promover a saúde e prevenção da doença hematológica;

Promover campanhas de informação e divulgação, bem como a

elaboração de materiais instrucionais e educativos;

Captar os pacientes com suspeita de diagnóstico e necessidade

de tratamento hematológico;

Garantir a realização do teste de detecção da HbS no pré-natal

de gestantes primíparas e/ou gestantes que ainda não

realizaram este exame;

Garantir o acompanhamento, orientação / aconselhamento

médico com hematologista ou geneticista, para os municípios

que possuam uma população superior a um milhão de habitantes

e nos municípios com menos de um milhão de habitantes,

encaminhar para hematologista da UPAE referenciada;

Apoiar as ações de acondicionamento e infusão dos fatores pró-

coagulantes nos portadores de coagulopatias hereditárias,

quando necessário;

Aplicar e monitorar o calendário vacinal;

Garantir, na farmácia, a dispensação dos medicamentos de sua

competência, inclusive ressaltando o fornecimento de penicilina

oral e penicilina benzatina;

Garantir a coleta da amostra para o Teste do Pezinho, bem como

a entrega do resultado e encaminhamento dos casos

necessários;

(anexo I - Fluxograma)

Garantir o diagnóstico de anemia falciforme no pré-natal;

Garantir hematologista nas Policlínicas de Municípios com mais

de 350.000 habitantes (Recife, Jaboatão dos Guararapes e

Olinda);

Capacitar os profissionais da rede básica: médicos, enfermeiros,

técnicos de enfermagem, profissionais da saúde bucal, ACS,

fisioterapeutas, profissionais de laboratório, psicólogos,

nutricionistas e educadores físicos, para o diagnóstico,

36

tratamento e acompanhamento de pacientes hematológicos

dentro das diretrizes preconizadas pelo MS;

Garantir laboratório clínico (hemograma, bioquímica e

coagulograma) para investigar o diagnostico e o monitoramento

dos pacientes com patologias hematológicas confirmadas;

Promover campanhas de captação de doadores voluntários de

sangue e medula óssea;

Internar pacientes hematológicos com intercorrências clínicas em

Hospitais Municipais;

Realizar ações de vigilância epidemiológica, de acordo com o

Manual de Vigilância Epidemiológica do MS.

Competências: Unidade básica de saúde, PACS, Unidade de Saúde da Família, NASF, Policlínica, UPA, Unidades Conveniadas ao SUS, Hospital Municipal e Laboratório Municipal.

Regional

Ações: Garantir hematologista em todas as UPAE;

Garantir assistência laboratorial e atendimento nos Hospitais

Regionais nos casos de urgências clinica e pediátricas de

pacientes hematológicos, destacando as crises de dor e

infecções;

Garantir a realização de exames complementares de imagem

nas UPAE;

Garantir a realização de exame de biopsia nas UPAE ou em

outras unidades;

Garantir internamentos e cirurgias de acordo com o perfil do

hospital, quando necessário, obedecendo aos protocolos clínicos

hematológicos;

Realizar infusão de pró-coagulantes quando necessário, de

acordo com os Protocolos do Ministério da Saúde - MS e através

de treinamento oferecido pelo Hemocentro Regional.

Garantir a dispensação de fatores pró-coagulantes nos

hemocentros regionais de acordo os Protocolos do Ministério da

Saúde - MS.

Garantir a dispensação de hidroxiureia através do programa

CEAF para os CIDs (D56.1, D56.8, D57.0, D57.1, D57.2) nas

37

unidades regionais da Farmácia Estadual de PE;

http://www.farmacia.pe.gov.br/medicamento/hidroxiureia

Capacitar os profissionais desta rede para o diagnóstico,

tratamento e acompanhamento de pacientes hematológicos

dentro das diretrizes preconizadas pelo MS;

Promover campanhas de captação de doadores voluntários de

sangue e medula óssea;

Garantir, nas unidades regionais da Farmácia Estadual, a

dispensação dos medicamentos no âmbito de sua

responsabilidade;

Garantir a coleta da amostra de sangue dos pacientes

(realização da classificação sanguínea ABO/Rh e teste de

compatibilidade) nas agencias transfusionais dos respectivos

hospitais e/ou nos Hemocentros Regionais;

Garantir a dispensação pelo Hemocentro Regional de sangue

filtrado e fenotipado de acordo com a indicação clinica;

Realizar ações de vigilância epidemiológica, de acordo com o

Manual de Vigilância Epidemiológica do MS.

Competências: UPAE, Laboratórios Regionais, Unidades Regionais da Farmácia Estadual de PE, Unidades Conveniadas ao SUS, Hospitais Regionais e Hemocentros Regionais.

Macrorregional

Ações: Realizar todas as ações descritas no nível regional acrescidas

de:

Qualificar e ampliar os serviços de forma articulada e integrada;

Formar uma rede de atenção descentralizada;

Garantir ao paciente acesso ao tratamento multiprofissional e

medicamentoso próximo de sua residência;

Garantir o diagnóstico e o tratamento das patologias onco-

hematológicas;

Garantir o acesso aos exames de imagem de alta complexidade;

Garantir o acompanhamento ambulatorial e o internamento nas

unidades especializadas UNACON ou CACON;

Garantir a dispensação pelas unidades regionais das

medicações especiais que constem na relação da Farmácia

38

Estadual;

Garantir a dispensação de hemocomponentes pelo Hemocentro

Regional de acordo com a indicação clinica.

Garantir o cumprimento da Portaria GM/MS nº 158 de 04 de

fevereiro de 2016, ressaltando o item que trata dos critérios para

instalação de Agencia Transfusional em unidades de saúde;

Garantir um programa de educação continuada na área da

oncohematologia;

Realizar ações de vigilância epidemiológica, de acordo com o

Manual de Vigilância Epidemiológica do MS.

Competências: UPAE, Laboratórios Regionais, Unidades Regionais da Farmácia Estadual de PE, Unidades Conveniadas ao SUS, Hospitais Regionais, Hemocentros Regionais e Hospital Universitário.

Estadual

Ações: Garantir o aconselhamento genético para os pacientes com

doenças hematológicas hereditárias;

Garantir o diagnóstico, terapêutica e seguimento para os

pacientes de maior complexidade no âmbito da hematologia;

Garantir a distribuição dos pró-coagulantes para todos os

hemocentros regionais;

Assegurar o acesso ao diagnóstico, terapêutica e seguimento

para os pacientes oncohematológicos;

Garantir a estrutura para realizar transplante de célula tronco

hematopoéticas no estado de Pernambuco;

Garantir o cumprimento da meta estabelecida pelo ministério

para captação de doadores voluntários de medula óssea;

Garantir o acesso/realização de exames de alta complexidade

para diagnóstico de doenças hematológicas;

Garantir a assistência hemoterápica para todos os pacientes;

Garantir a dispensação das medicações especiais no âmbito da

hematologia, dentro dos protocolos aprovados pela SES/PE e

pelo MS;

Capacitar os profissionais desta rede para o diagnóstico,

tratamento e acompanhamento de pacientes hematológicos

dentro das diretrizes preconizadas pelo MS;

39

Realizar ações de vigilância epidemiológica, de acordo com o

Manual de Vigilância Epidemiológica do MS.

Competências: UPAE, Laboratório Estadual de PE, Farmácia Central do estado de PE, Unidades Conveniadas ao SUS, Hospitais Estaduais, Hemocentro Coordenador Recife e Hospitais Universitários.

HEMOTERAPIA

A hemoterapia é uma a especialidade médica que abrange o Ciclo do Sangue,

desde o planejamento, captação de doadores, coleta e fracionamento de sangue em

hemocomponentes (concentrado de hemácias, de plaquetas, plasma e crioprecipitado)

e hemoderivados (Concentrados de fatores de coagulação, albumina, imunoglobulina).

É uma atividade multiprofissional, tendo o hemoterapeuta e demais profissionais, que

atuam na área, de seguir a Legislação e as normas, que se aplicam ao longo da cadeia

produtiva dos hemocomponentes, para garantir a qualidade e efetividade dos produtos

destinados a atender a demanda e viabilizam procedimentos cirúrgicos e clínicos.

A Hemoterapia é também a especialidade que realiza a terapia através da

transfusão de sangue, seus componentes (Concentrado de hemácias e plaquetas,

Plasma fresco, crioprecipitado) e derivados (Concentrado de fatores de coagulação,

albumina, imunoglobulina).

No Brasil, a Lei 10.205, de 21 de março de 2001, conhecida como a “Lei do

Sangue”, regulamenta a captação, proteção ao doador e receptor, coleta,

processamento, estocagem, distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e

derivados, garantindo a segurança transfusional. A Hemorrede do Estado de

Pernambuco é formada por Hemocentro Coordenador Recife, Hemocentros Regionais,

Hemonúcleos ou Núcleos de Hemoterapia, Unidade de Coleta e Agências

Transfusionais (Públicas e Privadas) e Bancos de Sangue Privados. Esses serviços

40

estão conceituados na RDC/ANVISA nº 151 de 21 de agosto de 2001, de acordo com

a sua complexidade.

Atualmente, a Hemorrede Pública de Pernambuco não atende a 100% da

necessidade hemoterápica do SUS, sendo preciso que a gestão estadual contrate

serviço complementar para garantir o acesso da população à assistência hemoterápica.

A Hemorrede tem como núcleo Coordenador o Hemocentro Recife inaugurado em 22

de novembro de 1977 e unidades no interior até Petrolina.

LEGISLAÇÃO DA HEMOTERAPIA:

A Hemoterapia é regida por diversas leis, normas e resoluções colegiadas,

sendo a Lei nº 10.205, de 21 de Março de 2001, chamada Lei do Sangue, que

regulamenta o § 4º do art. 199 da Constituição Federal, relativo ao ciclo do sangue

(captação, proteção ao doador e receptor, coleta, processamento, estocagem,

distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados).

A Lei em seu art. 1 também veta a compra, venda ou qualquer outro tipo de

comercialização do sangue, componentes e hemoderivados em todo território nacional,

seja por pessoas jurídicas ou físicas, em caráter eventual ou permanente. Para efeito

da Lei em seu artigo 2 entende-se por sangue, componentes e hemoderivados os

produtos e subprodutos originados do sangue venoso, placentário ou de cordão

umbilical. O parágrafo único da Lei citada não considera comercialização a cobrança

de valores referentes a insumos, materiais, exames sorológicos, imunohematológicos e

demais exames laboratoriais realizados para seleção do sangue, componentes ou

derivados, bem como honorários médicos prestados na assistência aos pacientes e

doadores.

A Política Nacional do Sangue no CAPÍTULO I, DO ORDENAMENTO

INSTITUCIONAL, Art. 8 - “A Política Nacional de Sangue, Componentes e

Hemoderivados terá por finalidade garantir a autossuficiência do País nesse setor e

harmonizar as ações do poder público em todos os níveis de governo, e será

implementada, no âmbito do Sistema Único de Saúde, pelo Sistema Nacional de

Sangue, Componentes e Derivados - SINASAN, composto por:

41

I - organismos operacionais de captação e obtenção de doação, coleta,

processamento, controle e garantia de qualidade, estocagem, distribuição e transfusão

de sangue, seus componentes e hemoderivados;

II - centros de produção de hemoderivados e de quaisquer produtos industrializados a

partir do sangue venoso e placentário, ou outros obtidos por novas tecnologias,

indicados para o diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças.

No seu artigo 10, a Política Nacional de Sangue, Componentes e Derivados

observará os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde:

ORGANIZAÇÃO DA REDE DE SERVIÇOS DA HEMOTERAPIA - POR COMPLEXIDADE

A Hemoterapia Pública Nacional é formada por uma rede de serviços constituída

de unidades de baixa, média e alta complexidade, tanto pública como privada,

conveniadas ao SUS e privadas - Não-SUS, as quais se organizam por Estado da

Federação, produzindo e distribuindo os hemocomponentes necessários para prestar a

assistência hemoterápica no País.

A Resolução RDC/ANVISA nº 151 de 21/08/2001 regulamenta e define os

níveis de complexidade da Hemorrede Nacional de acordo com a seguinte

nomenclatura e conceituação:

1- Hemocentro Coordenador - HC: entidade de âmbito central, de natureza

pública, localizada preferencialmente na capital, referência do Estado na área de

Hemoterapia e/ou Hematologia com a finalidade de prestar assistência a apoio

hemoterápico e/ou hematológico à rede de serviços de saúde. Deverá prestar

serviços de assistência às áreas a que se propõe de ensino e pesquisa,

formação de RH, controle de qualidade, suporte técnico, integração das

instituições públicas e filantrópicas, e apoio técnico à Secretaria de Saúde na

formulação da Política de sangue e hemoderivados do Estado, de acordo com o

Sistema Nacional de Sangue e Hemoderivados - SINASAN e o Plano Nacional

de Sangue e Hemoderivados - PLANASHE e em articulação com a Vigilância

Sanitária e Epidemiológica;

42

2- Hemocentro Regional - HR: entidade de âmbito regional, de natureza pública,

para atuação macro-regional na área hemoterápica e/ou hematológica. Deverá

coordenar e desenvolver as ações estabelecidas na Política de Sangue e

Hemoderivados do Estado para uma macro-região de saúde, de forma

hierarquizada e de acordo com o SINASAN e PLANASHE. Poderá encaminhar a

uma Central de Triagem Laboratorial de Doadores as amostras de sangue para

realização de exames;

3- Núcleo de Hemoterapia- NH: entidade de âmbito local ou regional, de natureza

pública ou privada, para atuação micro-regional na área de hemoterapia e/ou

hematologia. Deverá desenvolver as ações estabelecidas pela Política de

Sangue e Hemoderivados no Estado, de forma hierarquizada e de acordo com o

SINASAN e o PLANASHE. Poderá encaminhar a uma central de Triagem

Laboratorial de Doadores as amostras de sangue para realização dos exames;

4- Unidade de Coleta e Transfusão - UCT: entidade de âmbito local, de natureza

pública ou privada, que realiza coleta de sangue total e transfusão, localizada

em hospitais ou pequenos municípios, onde a demanda de serviços não

justifique a instalação de uma estrutura mais complexa de hemoterapia. Poderá

ou não processar o sangue total e realizar os testes imunohematológicos dos

doadores. Deverá encaminhar para a realização da triagem laboratorial dos

marcadores para as doenças infecciosas a um Serviço de Hemoterapia de

referência;

5- Unidade de Coleta - UC: entidade de âmbito local, que realiza coleta de sangue

total, podendo ser móvel ou fixa. Se móvel, deverá ser pública e estar ligada a

um Serviço de Hemoterapia. Se unidade fixa, poderá ser pública ou privada.

Deverá encaminhar o sangue total para processamento e realização dos testes

imunohematológicos e de triagem laboratorial dos marcadores para doenças

infecciosas a um Serviço de Hemoterapia de referência;

6- Central de Triagem Laboratorial de Doadores - CTLD: entidade de âmbito

local, regional ou estadual, pública ou privada, que tem como competência a

realização dos exames de triagem das doenças infecciosas nas amostras de

sangue dos doadores coletados na própria instituição ou em outras. A realização

de exames para outras instituições só será autorizada mediante

convênio/contrato de prestação de serviço, conforme a natureza das instituições;

43

7- Agência Transfusional - AT: localização preferencialmente intra-hospitalar,

com a função de armazenar, realizar testes de compatibilidade entre doador e

receptor e transfundir os hemocomponentes liberados. O suprimento de sangue

a estas agências realizar-se-á pelos serviços de hemoterapia de maior

complexidade.

O artigo 4º da RDC nº 151, de 21 de agosto de 2001, diz que os Serviços de

Hemoterapia públicos e privados que compõem a Hemorrede Nacional serão

classificados nos quatro níveis integrantes do anexo desta resolução podendo, de

acordo com as atividades que desenvolvem, serem enquadrados como:

I – no Nível I e II os serviços: Hemocentro Coordenador - HC e Hemocentro Regional -

HR, Núcleo de Hemoterapia - NH;

II – no Nível III os serviços: Central de Triagem Laboratorial de Doadores - CTLD,

Unidade de Coleta e Transfusão - UCT, Unidade de Coleta (fixa e móvel) - UC; e

III – no Nível IV: Agência Transfusional - AT

(As competências de cada nível estão descritas no anexo VIII da Resolução

RDC/ANVISA nº 151, de 21 de agosto de 2001).

Em Pernambuco, a definição de localização e complexidade das unidades da

rede foi discutida durante a realização do Curso de Planejamento e Gestão de Sistema

e Serviço de Saúde - Planeja Sangue em 2015 (projeto de iniciativa do Ministério da

Saúde de apoio à construção do Plano Diretor de Hemoterapia dos estados), com a

participação de representantes do CGSH/MS, SES, HEMOPE, Conselho Estadual de

Saúde e COSEMS, estando em elaboração o Plano Diretor de Hemoterapia em conformidade com a Portaria GM/MS nº 1.631 de 01 de outubro de 2015, que define

critérios e parâmetros para o planejamento e programação de ações e serviços de

saúde no âmbito do SUS e o Plano de Regionalização do Estado de Pernambuco.

44

FIGURA 2- MAPA DA HEMORREDE DE PERNAMBUCO

Paulista

Recife

Cabo de StºAgostinho

Limoeiro

Caruaru

Palmares

GaranhunsPetrolândia

Arcoverde

Afogados da Ingazeira

Serra Talhada

Salgueiro

Ouricuri

Araripina

Belém de São Francisco

Cabrobó

Petrolina

IXIXIIII

VV

VIIVII

XIIXII

II

IIIIII

IVIV

XX

VIVIXIXI

VIIIVIII

REDE DE HEMOTERAPIA:

Em 1987, a Fundação Hemope, através de parceria com os municípios e o

Estado, iniciou a descentralização da assistência hemoterápica com a criação de

Hemocentros Regionais, Núcleos de Hemoterapia e Agências Transfusionais (ATs),

culminando em unidades em quase todas as regionais de saúde do Estado,

subordinadas hierarquicamente ao Hemocentro Coordenador Recife.

ORGANIZAÇÃO POR GERES E POR COMPLEXIDADE:

I - Organização da Hemorrede por GERES/REGIÃO DE SAÚDE (Quadro 01):

Quadro 01 Região de Saúde Município Serviço

I Recife Hemocentro Coordenador

IV Caruaru Hemocentro Regional

V Garanhuns Hemocentro Regional

VIII Petrolina Hemocentro Regional

XI Serra Talhada Hemocentro Regional

45

VI Arcoverde Hemonúcleo Regional

IX Ouricuri Hemonúcleo Regional

VII Salgueiro Hemonúcleo Regional

II Limoeiro Agência Transfusional Regional

III Palmares Agência Transfusional Regional

II - Agências Transfusionais sob Gestão Estadual e Federal (Quadro 02):

Quadro 02

Região de Saúde

Município Serviços de Saúde

I Recife

CISAM

Hospital das Clínicas da UFPE

Hospital Agamenon Magalhães

Hospital Barão de Lucena

Hospital de Câncer de Pernambuco

Hospital da Restauração

Hospital Getúlio Vargas

Hospital Osvaldo Cruz

Hospital Otávio de Freitas

Hospital Pelópidas da Silveira

Hospital da Polícia Militar

Hospital dos Servidores do Estado

IMIP

PROCAPE

I Cabo de Santo Agostinho Hospital Dom Helder Câmara

I Paulista Hospital Miguel Arraes

IV Caruaru Hospital Regional do Agreste

Hospital Mestre Vitalino

X Afogados da Ingazeira Hospital Emília Câmara

46

III - Agências Transfusionais sob Gestão Municipal (Quadro 03):

Quadro 03 Região de Saúde Município Serviços de Saúde

III Barreiros Hospital Municipal de Barreiros

VI Petrolândia Hospital Municipal Dr. Francisco

Simões de Lima

VII Belém de São

Francisco

Hospital Municipal Dr. José

Alventino de Lima

VIII Cabrobó Hospital Municipal Dr. Arnaldo

Vasconcelos de Alencar

IX Araripina Centro de Saúde José Araújo Lima

IV- Bancos de Sangue e Agências Transfusionais Privados na cidade do Recife

(Quadro 04):

Quadro 04 I Região de Saúde Serviços de Saúde

IHENE Banco de Sangue

HEMATO

Hospital Português com gerência do IHENE

Agência Transfusional Hospitais Esperança, Memorial São José e Santa

Joana, com gerência do HEMATO

V – Unidade de Coleta (Quadro 05):

Quadro 05 I Região de Saúde Serviços de Saúde

Unidade de Coleta Hospital da Restauração

HEMORREDE DE PERNAMBUCO – DADOS DE PRODUÇÃO/ ANO 2015

As tabelas 7, 8, 9 e 10 apresentam os dados de coletas de sangue

convencionais e por aférese, realizadas pelo HEMOPE e Serviços Privados no

Estado de Pernambuco no ano de 2015.

47

Tabela 07 - QUANTITATIVO DE BOLSAS COLETADAS EM 2015

Média

mensal

Por ano

Hemocentro Coordenador Recife

(HC)* 7.800 86.624

Unidade de Coleta do Hospital

da Restauração – Recife 630 7.590

IHENE 1.807 21.692

Região

Metropolitana

HEMATO

1.243 14.916

Hemocentro Regional de

Caruaru 1.375 16.507

Hemocentro Regional de

Garanhuns 354 4.250

Núcleo de Hemoterapia Regional

Arcoverde 193 2.321

Núcleo de Hemoterapia Regional

Salgueiro 244 2.937

Hemocentro Regional de

Petrolina 951 11.413

Hemocentro Regional de Ouricuri 186 2.232

Interior

Hemocentro Regional de Serra

Talhada 213 2.557

TOTAL 14.996 173.039

Fonte: Hemoprod

IHENE/HEMATO - dados repassados pela APEVISA/SES-PE

OBS.: Das 86.624 bolsas coletadas no HC em 2015, 79.010 foram coletadas no HC

e 7.614 em coletas externas.

Tabela 08- Número de Coletas de Sangue – Participação do HEMOPE na

Hemorrede de PE/ Ano 2015

Nº de Coletas Percentual

HEMOPE (HC e Interior) 128.841 74,5%

Unidade de Coleta do HR* 7.590 4,4%

48

IHENE 21.692 12,5%

HEMATO 14.916 8,6%

Total 173.039 100%

Fonte: Hemoprod

IHENE/HEMATO - dados repassados pela APEVISA/SES-PE

*As amostras coletadas na UC-HR são processadas no HEMOPE

Tabela 09 - Número de Coletas de Sangue/ Estoque SUS/PE Ano 2015

Nº de Coletas Percentual

HEMOPE HC e Interior + UC-HR*

136.431 91,5%

IHENE** 12.670 8,5%

Total 149.101 100%

Fonte: Hemoprod - HEMOPE / Registro do Sistema GSM-NAT (SIT/NAT HEMOPE) –

IHENE

* O processamento do sangue coletado é realizado no HEMOPE.

** Amostras IHENE com NAT realizado no HEMOPE, conforme Portaria GM/MS nº

122, de 29 de Janeiro de 2004.

COLETA DE PLAQUETAS POR AFÉRESE – HEMORREDE PERNAMBUCO – ANO 2015 (Tabela 10):

Tabela 10

IHENE HEMATO HEMOPE

Aférese 309 678 825

Fonte: IHENE/HEMATO – Apevisa/SES/PE e HEMOPE – livro de

registro/coleta de aférese/HEMOPE

REGISTRO DE DOADORES VOLUNTÁRIOS DE MEDULA ÓSSEA - REDOME

Criado em 1993 no Estado de São Paulo, o Registro Nacional de Doadores de

Medula Óssea - REDOME, foi transferido em 1998 para o INCA (Instituto Nacional do

49

Câncer) – Rio de Janeiro, sendo regulamentado por Portarias do MS, entre elas a

Portaria GM nº 1.315 de 30 de novembro de 2000, que estabelece os mecanismos

destinados a organizar o fluxo de informações, a tipificação e o cadastro de doadores

no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea - REDOME e que

envolve, diretamente, as Centrais de Transplantes Estaduais e a Hemorrede Nacional

de Hemocentros, onde se inclui a Hemorrede Pública do Estado de Pernambuco -

Fundação Hemope. Atualmente, no Brasil, existem mais de quatro milhões de

doadores voluntários de medula óssea, estando atrás apenas dos registros dos

Estados Unidos e Alemanha.

Em junho de 2008, a Fundação Hemope iniciou as ações do REDOME,

através do Hemocentro Coordenador Recife, passando a cadastrar doadores

voluntários de medula óssea.

Em 2013, a Fundação Hemope iniciou a descentralização da captação de

doadores voluntários de medula óssea com a implantação nos Hemocentros Regionais

de Caruaru, Garanhuns, Petrolina, Ouricuri e Serra Talhada, e ainda, nos Núcleos de

Hemoterapia Regionais de Arcoverde e Salgueiro.

Atualmente, existem cadastrados no Estado mais de 100 mil doadores

voluntários de medula óssea e a meta anual é de 15 mil novos cadastros, conforme

Portaria GM/MS nº 2.132 de 25/09/2013.

A captação dos doadores – REDOME é feita através de campanhas em

empresas, universidades, municípios e no próprio Hemocentro Coordenador Recife,

entre os doadores de sangue. São realizadas palestras para o esclarecimento sobre o

Transplante de Células-tronco Hematopoiéticas, cadastro e coleta de sangue para

realização do exame de Histocompatibilidade (HLA).

Fonte – informações do REDOME/Brasil – agosto/2016.

50

BANCO DE SANGUE DE CORDÃO UMBILICAL E PLACENTÁRIO (BSCUP)

O Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário do HEMOPE foi o 11°

banco público brasileiro, inaugurado em marco/2014, fazendo parte da Rede

BrasilCord, criada em 2004 por força da Portaria GM/MS nº 2381 de 29/09/2004. Esta

Portaria cria a rede Nacional de Bancos de Cordão Umbilical e Placentário para

Transplante de Células-tronco Hematopoiéticas (BrasilCord).

Os Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário foram

estrategicamente distribuídos em todo o território brasileiro com a finalidade de atender

a diversidade genética da população, aumentando as chances de encontrar um doador

compatível dentro do país.

O Banco tem como objetivo realizar a coleta, testagem, processamento,

armazenamento, liberação e transporte de Células Progenitoras Hematopoiéticas

(CPH), provenientes do sangue de cordão umbilical e placentário. As CPH são também

chamadas de células-tronco hematopoiéticas e são usadas para transplantes

alogênicos não aparentados.

O laboratório do BSCUP/HEMOPE possui um bioarquivo robotizado,

equipamento que realiza a criopreservação das unidades coletadas de sangue de

cordão umbilical e placentário, que é abastecido com nitrogênio líquido, mantendo uma

temperatura em torno de -150° C.

As unidades de sangue de cordão umbilical e placentário armazenadas fazem

parte do Registro de Doadores de Medula Óssea (REDOME), através do sistema

Tabela 11 - Demonstrativo do Número de Cadastros de Doadores de Medula Óssea -

REDOME, Segundo Local de Cadastro e Ano na Hemorrede Pública do Estado - I a XII

GERES - 2013 a 2015

Unidade Hemoterápica 2013 2014 2015

Hemocentro Recife 1.858 2.728 4.166

Hemorrede 1.953 1.878 3.382

Total 3.811 4.606 7.548

51

Registro Nacional de Sangue de Cordão Umbilical (RENACORD) que reúne as

informações fornecidas pela rede Brasilcord.

FORNECIMENTO DE PLASMA EXCEDENTE À INDÚSTRIA

A Hemorrede Pública de Pernambuco, através dos seus Hemocentros

qualificados, fornece o plasma excedente ao Governo Federal através da Empresa

Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). Trata-se de uma empresa

pública vinculada ao Ministério da Saúde, criada pela Lei Federal 10.972 de dois de

dezembro de 2004, instalada em Goiana, município de Pernambuco.

A Hemobrás começou a funcionar em setembro de 2005 e tem como objetivo a

produção de hemoderivados (a exemplo do concentrado de fator VIII), a partir do

plasma excedente, tornando o país autossuficiente.

PROCEDIMENTOS HEMOTERÁPICOS - AFÉRESES

- AFÉRESE PARA OBTENÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS - AFÉRESE PARA OBTENÇÃO DE HEMOCOMPONENTES ESPECÍFICOS (EX. PLAQUETAS) - AFÉRESE TERAPÊUTICA

A Aférese é um processo de separação do plasma sanguíneo dos outros

elementos do sangue, por centrifugação, através de um separador de células, seja para

obtenção de células-tronco hematopoiéticas e hemocomponentes específicos ou para

finalidade terapêutica.

Considerando o componente removido, a aférese pode ser classificada em

plasmaférese (remoção de plasma), leucaférese (remoção de granulócitos e ou

linfócitos), eritrocitaférese (remoção de eritrócitos) e plaquetaférese (remoção de

plaquetas).8

8 http://www.apheresis.org/

52

Nos casos de obtenção de células-tronco hematopoiéticas, a coleta pode ser

realizada no paciente ou no doador, a depender do tipo do transplante.

A Plasmaférese Terapêutica é um procedimento hemoterápico indicado para

pacientes hematológicos, como os portadores de Púrpura Trombocitopênica

Trombótica (PTT), mas também se aplica a outras situações, a exemplo dos pacientes

com doenças neurológicas, como na Síndrome de Guillain Barré, nos doentes renais e

como na rejeição pós-transplante, entre outras.9

Em caso de áferese terapêutica, o procedimento pode ser realizado na

unidade de referência ou ainda, há a possibilidade de deslocamento (com máquina

portátil) da equipe à unidade de internamento do paciente.

O serviço de aférese terapêutica deve ser organizado a garantir uma unidade

de referência com máquinas fixas e portáteis e eventualmente, a existência de uma

máquina em locais de alta demanda.

É importante ressaltar que a maior demanda pela aférese terapêutica se dá no

grupo de pacientes com doenças neurológicas, o que pode vir a justificar a

disponibilidade de uma máquina de aférese nos serviços de referência para neurologia

clínica.

Em Pernambuco os dados da aférese terapêutica, realizados na unidade de

referência, qual seja o HEMOPE estão abaixo:

Tabela 12 - Plasmáferese Terapêutica – HEMOPE

Ano Número de solicitações atendidas *

Número total de sessões

realizadas/ano

Número de solicitações do Hospital da Restauração

Serviço de neurologia

2013 18 180 09 (50% do total)

2014 20 155 10 (50% do total)

2015 33 201 14 (42% do total)

Fonte: HEMOPE - Livro de Registro da Aférese Terapêutica.

9 http://www.apheresis.org/

53

* Solicitação por paciente, podendo variar o nº de sessões por paciente.

Em relação ao procedimento de aférese para obtenção de hemocomponente

(concentrado de plaquetas) e disponibilidade no estoque para dispensação, este é

realizado apenas no Hemocentro Coordenador Recife. A programação inclui a

realização de quatro coletas diárias de segunda a sexta-feira, no total de 20 coletas,

que correspondem a 20 unidades de plaqueta por aférese.

O procedimento é realizado na máquina de aférese com o doador, onde é

retirada apenas a plaqueta e os outros hemocomponentes retornam ao organismo. O

doador é selecionado, levando em consideração a facilidade de acesso venoso e um

bom nível de plaqueta circulante. O produto obtido é de melhor qualidade em relação à

coleta convencional (coleta randômica), corresponde a 06 ou 07 unidades de plaqueta

randômica, porém de alto custo e com indicação precisa para uso clínico.

Tabela 13 – Produção de plaquetas 2013 a 2015 - HEMOPE

Ano Nº de unidades de

plaquetas randômicas Nº de unidades de

plaqueta por aférese

2013 51.032 794

2014 46.844 733

2015 49.334 825

Total 147.210 2352 Fonte: HEMOPE/SBS – consulta em 31/08/2016

Em relação ao procedimento de aférese para coleta de células-tronco

hematopoiéticas, presta-se à obtenção da célula para o efetivo transplante de medula,

sendo necessário que os serviços de transplante de medula óssea estejam alinhados

com um serviço de hemoterapia, que realize tal procedimento.

No que concerne ao procedimento de aférese terapêutica, Pernambuco tem três

serviços, o HEMOPE, o HEMATO e o IHENE. O atendimento ao SUS é realizado pelo

HEMOPE (tabela 14) e pelo IHENE, enquanto que o atendimento à rede privada/não

SUS é feito pelo IHENE e pelo HEMATO.

54

Tabela 14 - Nº DE SESSÕES PLASMAFÉRESE

TERAPÊUTICA / SUS / HEMOPE

ANO HEMOPE

2011 55

2012 134

2013 161

2014 142

2015 Não há ainda registro no SIA.

Fonte: SAI - consulta em 23/09/2016.

O HEMOPE registra negativas de atendimento, em virtude da falta de vagas na

UTI/HEMOPE para pacientes hematológicos, como também no caso de pacientes não

hematológicos internados em outro hospital e sem condições clínicas de transporte

para realização do procedimento ambulatorial no HEMOPE, uma vez que não dispõe

de máquina portátil.

DADOS ESTATÍSTICOS DA COLETA DE SANGUE:

A média de coletas de sangue no Brasil, de 2012 a 2014 vem se mantendo

estável, em relação aos anos anteriores, sendo de 3.657.756 coletas. Em Pernambuco

a média é de 205.343 coletas. Ressaltamos que vem crescendo o número de coletas

em Pernambuco, de acordo com o quadro abaixo, e que a coleta do serviço privado –

SUS – é proporcionalmente maior que o observado na Hemorrede Pública até 2014.10

Tabela 15 - COLETAS DE SANGUE – BRASIL / PERNAMBUCO

2012 2013 2014 Média

Coletas Brasil 3.637.775 3.586.523 3.748.969 3.657.756

Coletas Pernambuco 190.047 201.418 224.564 205.343

Coletas Pernambuco – público 128.242 129.968 134.017 130.742

Coletas Pernambuco – privado 61.805 - 22.164 41.985

Coletas Pernambuco – privado/SUS - 71.450 68.383 69.917

Fonte: Caderno de Informação – Sangue e Hemoderivados, MS, Brasília- DF – 2012 (7ª edição),

2013 (8ª edição) e 2014 (9º edição). 10 Caderno de Informação – Sangue e Hemoderivados, MS, Brasília - DF – 2012 (7ª edição), 2013 (8ª edição) e 2014 (9º edição).

55

A Fundação Hemope é responsável pela Hemorrede Pública de Pernambuco,

devendo garantir o abastecimento de sangue para 100% dos leitos SUS em todo o Estado.

Atualmente, em Pernambuco existem 18.585 leitos SUS Datasus – (Departamento de

Informática do SUS) / CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde),

distribuídos em hospitais públicos estaduais, municipais, universitários, filantrópicos e

conveniados, os quais são abastecidos com hemocomponentes coletados no Hemocentro

Coordenador Recife e na Hemorrede do Interior do Estado. Na Região Metropolitana do

Recife existe um serviço de hemoterapia complementar, enquanto que no interior, apenas

a Hemorrede pública é que coleta e distribui os hemocomponentes para toda a rede

assistencial (SUS e não SUS).11

Nos últimos 03 (três) anos o Estado de Pernambuco coletou em média 17.000

bolsas/mês, compreendendo o público e o privado, capital e interior, em unidades fixas

e coletas externas.12 Considerando a população de Pernambuco de 9.423.686 –

IBGE/consulta em 19 de setembro de 201613 –, observamos que em torno de 1,9% da

população é doadora, o que é semelhante à média nacional, porém abaixo do

preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda um

percentual de 3% a 5% da população doadora para uma boa garantia de assistência

hemoterápica. Além disso, o HEMOPE processou e liberou para transfusão cerca de

345.000 hemocomponentes/ano, sendo 245.000 da capital e 100.000 do interior. Para

manter os estoques e atender a demanda transfusional da população, o HEMOPE

realiza campanhas sistemáticas e coletas externas.

A Fundação Hemope realizou em 2014 cerca de 134.000 coletas de sangue e,

de acordo com os parâmetros encontrados no Planeja Sangue, é necessária

aproximadamente uma coleta de 174.000 por ano, para garantir a cobertura

hemoterápica em todo o Estado (estimativa preconizada pela OMS – 3 a 5% da

população doadora).

11www.hemope.pe.gov.br

www.saude.gov.br/cnes 12 Caderno de Informação – Sangue e Hemoderivados, MS, Brasília - DF – 2012 (7ª edição), 2013 (8ª edição) e 2014 (9º

edição). 13 www.ibge.gov.br/população/projeção

56

O Hemocentro Coordenador Recife atende cerca de 70% da demanda

solicitada das 17 Agências Transfusionais (ATs), assim como dos hospitais públicos,

privados-SUS e privados não SUS.

Tabela 16 – Atendimento às ATs pelo Hemocentro Coordenador Recife.

HOSPITAIS Quantidade solicitada

Quantidade atendida

% Atendido Quantidade Devolvida

Quantidade utilizada

Otávio de Freitas 10.090 6.774 67,14 202 6.572

Getúlio Vargas 14.451 8.058 55,76 533 7.525

HSE (Hosp.

Servidores de PE) 3.536 2.459 69,54 227 2.232

Barão de Lucena 6.641 4.823 72,62 178 4.645

Restauração 17.897 13.709 76,6 599 13.110

Agamenon

Magalhães 7.537 5.086 67,48 347 4.739

IMIP 39.687 25.159 63,39 877 24.282

CISAM 1669 1050 62,91 244 806

HUOC (Hosp. Oswaldo

Cruz) 15.792 10.309 65,28 740 9.569

Hospital das Clínicas

UFPE 9.991 7.185 71,91 676 6.509

IMEC (Hospital do

Câncer) 14.398 8.802 61,13 294 8.508

Hospital da Polícia

Militar 1373 1041 75,82 257 784

PROCAPE 11.240 6.938 61,73 2.163 4.775

Hospital Miguel

Arraes 7.887 5.212 66,08 342 4.870

Hospital Dom Helder

Câmara 9.058 4.988 55,07 606 4.382

Hospital Pelópidas

Silveira 3.749 2.298 61,3 337 1.961

TOTAL 165.996 113.891 - 8622 105.269 Fonte: HEMOPE /Sistema SBS, consulta em julho de 2016.

57

De acordo com a tabela 16 - O Atendimento à demanda das Agências Transfusionais de 70% do solicitado e atendido pelo Hemocentro Coordenador, o

percentual efetivamente utilizado (não devolvido) corresponde a uma média de 65%

do solicitado. Este percentual de utilização requer um esforço das ATs para

recalcularem a sua demanda de bolsas de sangue (realizar uma demanda

racional), permitindo, inclusive, uma situação estável no estoque do HEMOPE

(Tabela 16).

Embora não haja registro efetivo da demanda não atendida de plaquetas, o

HEMOPE encontra dificuldades em atender às solicitações deste

hemocomponente. São necessárias ações para incrementar a produção de

plaquetas.

Do total de coletas da Hemorrede Pública, o Hemocentro Coordenador é

responsável por 70% e atende 17 Agências Transfusionais (ATs) nos hospitais

públicos de maior complexidade. Os 30% restantes são coletados na Hemorrede

Pública do Interior.

É importante ressaltar o percentual de devolução de hemocomponentes ao HEMOPE (tabela 16). Este dado chama atenção à necessidade de um melhor

controle das indicações transfusionais, com o suporte dos Comitês Transfusionais

que, atualmente são escassos na rede ou inativos, infringem as recomendações

legais (Portaria MS nº 158 de 04 de fevereiro de 2016), Art. 12). Toda instituição de

assistência à saúde que realiza transfusão de sangue e componentes sanguíneos

comporá ou fará parte de um Comitê Transfusional. “§ 1º É competência do Comitê

Transfusional o monitoramento da prática hemoterápica na instituição de

assistência à saúde visando o uso racional do sangue, a atividade educacional

continuada em hemoterapia, a hemovigilância e a elaboração de protocolos de

atendimento da rotina hemoterápica.”

Há necessidade de implantação de Agências Transfusionais (AT) nos

serviços que realizam transfusão de sangue conforme preconizam as legislações

vigentes (Portaria nº 158, de 04 de fevereiro de 2016, artigo 11).

58

Considerando a expectativa da OMS (3 a 5% da população doadora de

sangue) 14, é necessário ampliar o número de coletas no Estado de Pernambuco

em aproximadamente 40.000 coletas/ano (estimativa população/2016), com o

incremento no processo de descentralização das coletas, implantando postos de

coleta principalmente nos municípios da Região Metropolitana. Concomitante à

implantação das unidades de coleta pelos municípios, a unidade de fracionamento

do Hemocentro Coordenador deverá ser ampliada, a fim de garantir a efetiva

produção de hemocomponentes, a partir do sangue coletado pelas novas unidades.

Importante destacar que todos os Municípios de Pernambuco devem

realizar as ações de vigilância epidemiológica, em especial a Hemovigilância e a

Retrovigilância, de acordo com o Manual de Vigilância Epidemiológica do MS,

pertinentes à sua competência.

VI- FINANCIAMENTO DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA

O financiamento é realizado através de recursos do Ministério da Saúde.

Cada unidade apresenta mensalmente sua produção no Sistema de Informação

Ambulatorial (SIA) e no Sistema de Informação Hospitalar (SIH), e a SES repassa o

recurso para cada serviço de acordo com a produção apresentada e aprovada pelo

MS, até o limite do teto financeiro de cada unidade.

O teto financeiro de cada unidade (tabelas 17 e 18) no estado de

Pernambuco, de acordo com a Portaria Nº 989, de 15 de agosto de 2016 MS/SAS, é

de R$ 24.320.000,00/ano, o equivalente a R$ 2.026.666,66/mês, inferior à produção

real da Hemorrede do Estado e mais ainda se comparado com os custos dos

procedimentos.

O HEMOPE é responsável pelo atendimento hemoterápico a 100% dos

leitos SUS no Estado e o único a atender toda a rede hospitalar do interior de

Pernambuco.

14 Caderno de Informação – Sangue e Hemoderivados, MS, Brasília - DF – 2012 (7ª edição), 2013 (8ª edição) e 2014 (9º edição).

59

Em Pernambuco existem dois bancos de sangue privados. Um deles

atende também a demanda do SUS, como rede complementar, na região metropolitana

e o outro atende somente a rede privada não SUS.

Considerando o número de coletas de sangue do HEMOPE/2015 e as

coletas SUS da rede complementar (total de coletas do IHENE cujo exame/NAT foi

realizado no HEMOPE, quer dizer, o estoque disponibilizado ao SUS), o HEMOPE

obteve cerca de 90% do total das coletas disponibilizadas para o SUS/PE em 2015.

Em relação a toda Hemorrede de Pernambuco, acrescentando as coletas da rede

privada (IHENE não SUS e HEMATO), o HEMOPE processou aproximadamente 80% do total das coletas de sangue do Estado no ano.

Existe uma defasagem relacionada à insuficiência de teto para repasse

dos serviços prestados pela Hemorrede à população e a prestação de serviços é

garantida à população através de complementação de recursos destinados pelo

Tesouro do Estado.

A manutenção dos serviços terceirizados, aluguel de imóveis e de carros,

além do pagamento de plantões extras dos profissionais do HEMOPE é custeada

também com recursos do tesouro estadual.

Tabela 17 - Média mensal do custeio global do HEMOPE (Hemorrede e

Hospital Hemope) – Recurso SUS e Tesouro Estadual – incluindo folha de pessoal –

Ano 2015:

Tabela 17 - Média mensal do Custeio 2015

SUS 2.644.691,85 37% FAEC 249.835,72 4% 41%

CUSTEIO TESOURO 820.940,55 12% FOLHA DE PESSOAL 3.349.398,69 47% 59%

TOTAL 7.064.866,81 100% Fonte: Hemope - Dados fornecidos pela Diretoria Administrativa e

Financeira em setembro/2016.

Quanto ao ressarcimento dos custos operacionais de procedimentos

hemoterápicos realizados para instituições de saúde, que prestam serviços a usuários

não SUS, há necessidade de atualização da tabela de cobrança constante na Portaria

60

MS nº 1469 de 2006, bem como, regulamentação estadual que permita a

contratualização com a rede hospitalar privada não SUS. O não ressarcimento gera um

maior déficit financeiro nas ações.

Tabela 18 - Receita do HEMOPE, no período de 2010 a 2015.

ANO HEMOTERAPIA

SIA/SUS HEMATOLOGIA

SIA/SUS HEMATOLOGIA

SIH/SUS TESOURO

ESTADUAL PRIVADOS NÃO SUS

TOTAL

2010 19.776.871,48 12.937.302,64 1.755.035,22 2.912.548,56 3.702.624,75 41.084.382,5

2011 19.406.210,32 8.929.503,56 1.683.482,59 2.912.548,56 3.342.252,01 36.273.997,04

2012 20.336.441,12 11.636.583,74 1.298.943,05 2.912.548,56 2.625.155,95 38.809.672,42

2013 20.676.695,81 11.600.140,49 1.955.706,21 8.230.146,96 1.927.417,55 44.390.107,02

2014 22.688.611,00 10.938.045,12 1.851.372,98 9.293.666,64 1.608.758,13 46.380.453,87

2015 23.971.351,64 5.128.047,78 2.636.902,79 9.851.286,60 1.626.041,56 43.213.630,37

Fonte: Fonte Tesouro: efisco.sefaz.pe.gov.br módulo: GCT - Gestão Contábil / Convergência Contábil Dia:

17/08/2016 às 14h.

Fonte SUS: ppah.saude.pe.gov.br Dia: 17/08/2016 às 10h.

Fonte Privados Não SUS: Sistema Mult/CFIN-HEMOPE - 22/08/2016.

Os recursos de Investimentos para a Hemorrede são provenientes de

convênios celebrados entre o HEMOPE e o Ministério da Saúde:

Tabela 19 - Recursos repassados através de Convênios / MS.

ANO VALOR INVESTIMENTO

Em reais

2010 0,00

2011 982.564,00

2012 0,00

2013 258.949,00

2014 902.844,00

2015 588.097,25 Fonte: efisco.sefaz.pe.gov.br módulo: Administração de Convênios _

ACO - 17/08/2016 às 16:20h

61

VII- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A saúde é um direito universal no Brasil. Desta forma, as Políticas Públicas de

Saúde são garantidas pela própria Constituição Federal, podendo ser formuladas por

iniciativa de qualquer um dos três poderes da República e avaliadas pela sociedade,

através dos Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais de Saúde.

A Política Estadual de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Pernambuco

(PEHH-PE) é resultado de um sonho e do esforço conjunto das pessoas envolvidas

com a área da Hematologia/Hemoterapia, para promoção de um atendimento

humanizado e holístico, com qualidade e nos diversos recantos do Estado de

Pernambuco, priorizando o Plano Diretor de Regionalização e respeitando os níveis

assistenciais de complexidade.

O presente trabalho foi realizado em conformidade com o disposto no Decreto 3.990, de 30/10/2001, Artigo 7º, que institui o ordenamento para formulação da política

do sangue.

A Secretaria Estadual de Saúde, enquanto autoridade sanitária responsável pela

gestão tripartite do SUS em nível estadual, tem a competência de articular, formular,

implantar, implementar, co-financiar e monitorar as Políticas Públicas de Saúde no

âmbito estadual e tem como referência as Políticas Nacionais estabelecidas pelo

Ministério da Saúde, estruturadas com base nos princípios e diretrizes do SUS.

A PEHH-PE deverá ser implementada no âmbito do SUS estadual tendo a SES

como órgão responsável por sua implementação e sua Coordenação, em parceria e

corresponsabilização com a Hemorrede Pública.

Para garantir a institucionalidade da PEHH-PE, faz-se necessário:

Instituir a Coordenação da Política na SEAS

Incluir no Plano Estadual de Saúde – PES – 2017/2019 (diretrizes,

objetivos e metas).

62

Inserir no Plano Anual de Saúde – PAS/2017 (diretrizes, objetivos, meta

programada e respectivo orçamento).

Introduzir nas Redes de Atenção (Doenças Crônicas, Urgência e

Emergência, entre outras).

A Fundação Hemope é parte importante, sendo seu Diretor-Presidente

coordenador da Hemorrede Pública Estadual, sendo formadora de recursos humanos

especializados nas duas áreas e detentora de grande respeito e credibilidade junto à

população pernambucana.

É importante destacar que a Hematologia também compreende a

Oncohematologia, entretanto no desenho da Política Nacional de Hematologia e

Hemoterapia constam as políticas de Atenção às Coagulopatias e às

Hemoglobinopatias. As patologias oncológicas da Hematologia estão referenciadas em

conjunto com as demais, na Política Nacional de Atenção às Doenças Crônicas – eixo

temático: Câncer, e em portarias próprias.

A Política Nacional do Sangue tem por finalidade garantir a autossuficiência de

sangue no país, em todos os níveis de governo no âmbito do SUS. Todos os esforços

devem ser empreendidos nesse sentido.

O Estado de Pernambuco, com uma população estimada em 9.423.686

habitantes – IBGE consulta em 19 de setembro de 201615– distribuídos nos 184

municípios, dois deles com população maior que 500.000 habitantes, além do distrito

de Fernando de Noronha, tem, com certeza, grandes desafios. Há de se ressaltar os

novos enfrentamentos em decorrência dos avanços técnicos e científicos, tanto na

hematologia, quanto na hemoterapia, sobretudo pela questão que envolve o

financiamento das ações elencadas. Entretanto, deve-se destacar que a saúde é um

direito constitucional do cidadão brasileiro.

15 www.ibge.gov.br/população/projeção

63

VIII- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (Brasil). Resolução RDC nº 151 de 21 de

Agosto de 2001. Regulamenta e define os níveis de complexidade dos Serviços de

Hemoterapia da Hemorrede Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.161-E, 22, ago. 2001. Seção 1, p. 29-31. Disponível

em:<http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/

jsp/visualiza/index.jsp?data=22/08/2001&jornal=1&pagina=31&totalArquivos=108>. Acesso em:

10 out. 2016.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada

em 5 de outubro de 1988. Disponível

em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 10 out.

2016.

______. Decreto nº 3.990, de 30 de Outubro de 2001. Regulamenta o art. 26 da Lei nº 10.205,

de 21 de março de 2001, que dispõe sobre a coleta, processamento, estocagem, distribuição e

aplicação do sangue, seus componentes e derivados, e estabelece o ordenamento institucional

indispensável à execução adequada dessas atividades. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.209, 31, out. 2001. Seção 1, p. 1-3. Disponível em: <

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/

jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=31/10/2001>. Acesso em: 10 out. 2016.

______. Lei Federal nº 10.205, de 21 de Março de 2001. Regulamenta o § 4º do artigo 199 da

Constituição Federal, relativo à coleta, processamento, estocagem, distribuição e aplicação do

sangue, seus componentes e derivados, estabelece o ordenamento institucional indispensável

à execução adequada dessas atividades, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.57-E, 22 mar. 2001. Seção 1, p. 1-2.

Disponível em: < http://pesquisa.in.gov.br/imprensa

/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=22/03/2001>. Acesso em: 10 out. 2016.

______. Lei Federal nº 10.972, de 02 de Dezembro de 2004. Autoriza o Poder Executivo a criar

a empresa pública denominada Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia -

HEMOBRÁS e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.232, 3, dez. 2004. Seção 1, p. 1-3. Disponível em: < http://pesquisa.in.gov.br/

64

imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=03/12/2004. Acesso em: 10 out.

2016.

______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 122, de 29 de janeiro de 2004. Dispõe sobre a

implantação, no âmbito da Hemorrede Nacional, da realização dos testes de amplificação e

detecção de ácidos nucléicos (NAT), para HIV e HCV. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.21, 30, jan. 2004. Seção 1, p. 71-72. Disponível em: <

http://pesquisa.in.gov.br/

imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=71&data=30/01/2004>. Acesso em: 10 out.

2016.

______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 158, 04 de Fevereiro de 2016. Redefine o

regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.25, 5, fev. 2016. Seção 1, p. 37-57. Disponível em:

<http://pesquisa.in.gov.br/

imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=2&pagina=48&data=04/02/2016>. Acesso em: 10 out.

2016.

______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 483, de 01 de abril de 2014. Redefine a Rede

de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de

Saúde (SUS) e estabelece diretrizes para a organização das suas linhas de cuidado. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.63, 2, abr. 2014. Seção 1, p. 50-

52. Disponível em: <http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/

visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=50&data=02/04/2014>. Acesso em: 10 out. 2016.

______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 650, de 05 de Outubro de 2011. Introduz na

Rede Cegonha a requisição do exame de eletroforese da Hemoglobina no Componente - Pré

Natal da referida Rede. A solicitação e o resultado do exame devem ser registrados em espaço

apropriado no Cartão da Gestante. Os casos positivos devem ser encaminhados à rede

assistencial (pré-natal de alto risco) e os traços (AS, AC, etc) para orientação. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.193, 6, out. 2011. Seção 1, p. 69-73.

Disponível em: <

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=69&data=06/10/201

1>. Acesso em: 10 out. 2016.

______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 822, de 06 de junho de 2001. Institui, no

âmbito do Sistema Único de Saúde, o Programa Nacional de Triagem Neonatal/PNTN. Diário

65

Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.110-E, 7, jun. 2001. Seção 1, p.

33-38. Disponível em: <

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=07/06/2001&jornal=1&pagina=3

6&totalArquivos=220>. Acesso em: 10 out. 2016.

______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 874, de 16 de maio de 2013. Institui a Política

Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas

com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.129, 17, maio. 2013. Seção 1, p. 129-132.

Disponível em: < http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?

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______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.469, de 10 de Julho de 2006. Dispõe sobre

o ressarcimento de custos operacionais de sangue e hemocomponentes ao Sistema Único de

Saúde (SUS), quando houver fornecimento aos não-usuários do SUS e instituições privadas de

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______. Ministério da Saúde. Portaria SAS/MS nº 140, de 27de fevereiro de 2014. Redefine os

critérios e parâmetros para organização, planejamento, monitoramento, controle e avaliação

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condições estruturais, de funcionamento e de recursos humanos para a habilitação destes

estabelecimentos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.42, 28, fev. 2014. Seção 1, p. 71-85. Disponível em: <

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2016.

______. Ministério da Saúde. Portaria SAS/ MS nº 478, de 16 de junho de 2014. Aprova o

Protocolo de Uso de Indução de Imunotolerância para Pacientes com Hemofilia A e Inibidor.

Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.114, 17, jun. 2014. Seção

1, p. 50. Disponível em: < http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.

jsp?jornal=1&pagina=70&data=17/06/2014>. Acesso em: 10 out. 2016.

______. Ministério da Saúde. Portaria SAS/MS nº 989 de 15 de agosto de 2016. Remaneja o

limite financeiro anual referente à Assistência de Média e Alta Complexidade Hospitalar e

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Especializada. Manual de diagnóstico e tratamento da doença de von Willebrand. Brasília,

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Especializada e Temática. Manual de hemofilia .2. Ed. Brasília, 2015. 80 p. Disponível em:

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COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SUS (Brasil). Fator VIII de origem recombinante para tratamento de pacientes com hemofilia A. Brasília: Ministério

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Caderno de Informação – Sangue e Hemoderivados, MS, Brasília - DF – 2012 (7ª edição),

2013 (8ª edição) e 2014 (9º edição).

www.nupad.medicina.ufmg.br

www.uptodate.com

http://coagulopatiasweb.datasus.gov.br

efisco.sefaz.pe.gov.br módulo: Administração de Convênios

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ppah.saude.pe.gov.br

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Relatório de Triagem Neonatal da SES/PE

INCA - http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/

Sistema MV SOUL – HEMOPE

http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home

http://www.apheresis.org/

http://datasus.saude.gov.br/

www.saude.gov.br/cnes

69

IX- ANEXOS

ANEXO I - FLUXOGRAMA DA ASSISTÊNCIA REGULAÇÃO 1ª CONSULTA RN COM RESULTADO ALTERADO PARA DOENÇA

FALCIFORME E OUTRAS HEMOGLOBINOBATIAS (Hb)

Anexo II -

ANEXO II – RESOLUÇÃO Nº 1.119, DE 07 DE MAIO DE 2007, QUE ORGANIZA A IMPLANTAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO EM ALTA COMPLEXIDADE NO ESTADO DE PERNAMBUCO – COMISSÃO

INTERGESTORES BIPARTITE / SES/PE.

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) Busca Ativa

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HEMOPE

RECÉM-NASCIDO

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Pediatria/HEMOPE

Apoio Busca

Ativa (*)

Resultados Alterados Doença

Falciforme

HEMOPE Comunicar via e-mail

Contato com a mãe do RN e comparecimento na consulta

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