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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE DANIELLE R. DE ALCÂNTARA SOUSA POLT-LONA: COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DE ESTUDANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM ONG’S ATRAVÉS DO DESIGN POSSÍVEL. SÃO PAULO 2006

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Este trabalho trata da cooperação internacional entre estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP e Universidade de Firenze - IT no desenvolvimento de novos produtos para a geração de renda em comunidades. Dentrodeste contexto, o trabalho aborda todo o desenvolvimento do produto Polt-Lona – poltrona em lona flexível – produzida pelaONG Projeto Arrastão e apresentada em uma Mostra Fuori Salone, paralela ao Salão do Móvel de Milão 2006. Este projeto foi gerado pela iniciativa do Design Possível, grupo de estudantes de desenho industrial e designers que vem alcançando excelentes resultados na área, divulgando outros conceitos de extrema importância como o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social do designer, também abordados nesse trabalho.

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Page 1: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

DANIELLE R. DE ALCÂNTARA SOUSA

POLT-LONA: COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DE ESTUDANTES

PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM ONG’S ATRAVÉS

DO DESIGN POSSÍVEL.

SÃO PAULO

2006

Page 2: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

DANIELLE R. ALCÂNTARA SOUSA

POLT-LONA: COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DE ESTUDANTES

PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM ONG’S ATRAVÉS

DO DESIGN POSSÍVEL.

Trabalho de Graduação

Interdisciplinar apresentado à

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E

ARTES DA UNIVERSIDADE

PRESBITERIANA MACKENZIE, como

requisito parcial para obtenção do

título de BACHAREL em DESENHO

INDUSTRIAL – HABILITAÇÃO EM

PROJETO DE PRODUTO.

Orientador: Prof.º Ivo Pons

SÃO PAULO

2006

Page 3: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

DANIELLE R. ALCÂNTARA SOUSA

POLT-LONA: COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DE ESTUDANTES

PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM ONG’S ATRAVÉS

DO DESIGN POSSÍVEL.

Trabalho de Graduação

Interdisciplinar apresentado à

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E

ARTES DA UNIVERSIDADE

PRESBITERIANA MACKENZIE, como

requisito parcial para obtenção do

título de BACHAREL em DESENHO

INDUSTRIAL – HABILITAÇÃO EM

PROJETO DE PRODUTO.

Aprovada em junho de 2006

BANCA EXAMINADORA

Profº _________________________

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Profº _________________________

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Profº _________________________

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Page 4: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Para minha mãe.

Page 5: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha família, que conviveu comigo durante

todo o período de formação, pelo interesse, apoio, colaboração e

incentivo sempre.

A minha mãe, a quem eu dedico este trabalho, pela demonstração de

coragem e força que me impulsionaram muito para o término deste

projeto.

A minha irmã e minha tia pelo interesse e disposição em ajudar no

que for preciso.

A meu pai e irmão também pela ajuda prestada e pelos momentos de

descontração.

Ao professor e orientador Ivo Pons pelo apoio, contribuição, incentivo,

confiança e por todo ensinamento doado no decorrer do curso,

expressado neste trabalho.

À minha parceira de projeto Marcella Foschi, pelo conhecimento e

amizade adquiridos durante o desenvolvimento do projeto.

Ao Professor Giuseppe Lotti pela co-orientação e contribuição no

desenvolvimento deste trabalho.

À super amiga Heloisa Righetto Descalzi, pela amizade, cumplicidade

e presença sempre.

À ONG Projeto Arrastão pelo voto de confiança depositado no Design

Possível, e conseqüentemente no trabalho por mim desenvolvido, e

pela colaboração e incentivo ao nosso trabalho.

Às costureiras da ONG Arrastão, Dona Helena, Herculania, Margareth

e Neide, pela colaboração, compreensão e força de vontade na

produção do produto desenvolvido.

A amiga Daniela Jardim, pela enorme contribuição, através do

desenvolvimento gráfico e diagramação deste trabalho.

A todos os amigos do Design Possível que contribuíram para o

embasamento deste trabalho e pela amizade adquirida através do

projeto.

A todos os amigos presentes durante todo o curso, em especial a

minha Batian, Maria Fumiko Machida e ao amigo Denis Yudi Sasaya,

pelo incentivo, interesse e apoio.

Page 6: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Entre todos os objetos, os

mais caros pra mim são os

usados... Impregnados

pelo uso de tantos,

muitas vezes

t r a n s f o r m a d o s ,

melhorando a sua forma,

tornam-se preciosos por

serem apreciados.

(Bertolt Brecht)

Page 7: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

RESUMO

Este trabalho trata da cooperação internacional entre

estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP e

Universidade de Firenze - IT no desenvolvimento de novos

produtos para a geração de renda em comunidades. Dentro

deste contexto, o trabalho aborda todo o desenvolvimento do

produto Polt-Lona – poltrona em lona flexível – produzida pela

ONG Projeto Arrastão e apresentada em uma Mostra Fuori

Salone, paralela ao Salão do Móvel de Milão 2006. Este projeto

foi gerado pela iniciativa do Design Possível, grupo de

estudantes de desenho industrial e designers que vem

alcançando excelentes resultados na área, divulgando outros

conceitos de extrema importância como o desenvolvimento

sustentável e a responsabilidade social do designer, também

abordados nesse trabalho.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Design Social. Reciclagem.

Reutilização. Cooperação.

Page 8: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

ABSTRACT

This work is about international cooperation among students

from Mackenzie Presbyterian University - SP and University of

Firenze - IT in the development of new products for income

generation in communities. Within this concept, this work deals

with the entire development of the product Polt-Lona –

armchair in flexible canvas – produced by NGO Projeto Arrastão

and presented at the Fuori Salone Exhibit in 2006, an event

parallel to Salone Internazionale del Mobile in Milan. This project

was created by the initiative of Design Possível, a group of

Industrial Design students and professional designers, which

is obtaining excellent results in the area and diffusing other

very important concepts such as sustainable development and

the designer’s social responsibility, also treated in this work.

Key-words: Sustainability. Social Design. Recycling. Reuse.

Cooperation.

Page 9: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

LISTA DE FIGURAS

Fig.01 – Logo Design Possível – Identidade Visual Design

Possível .................................................................................

Fig.02 – Logo Aldeia do Futuro – Disponível em

<http://www.aldeiadofuturo.org.br/index.shtml> ........................

Fig.03 – Retalhos doados – do próprio autor ...............................

Fig.04 – Local de Trabalho das Mulheres – do próprio autor ...........

Fig.05 – Local de Trabalho das Mulheres – do próprio autor ...........

Fig.06 – Processo Produtivo Ondinha – do próprio autor ................

Fig.07 – Processo Produtivo Amarradinho – do próprio autor ..........

Fig.08 – Processo Produtivo Acabamento – do próprio autor ..........

Fig.09 – Produtos Produzidos com Amarradinho – do próprio

autor .....................................................................................

Fig.10 – Produtos Produzidos com Amarradinho e Fuxico – do

próprio autor ..........................................................................

Fig.11 – Produtos Produzidos com Fuxico – do próprio autor ..........

Fig.12 – Logo Associação Monte Azul – disponível em

<http://www.monteazul.org.br/> ..............................................

Fig.13 – Favela Monte Azul – do próprio autor ............................

Fig.14 – Loja Monte Azul – do próprio autor ...............................

Fig.15 – Marcenaria – do próprio autor ......................................

Fig.16 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................

Fig.17 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................

Fig.18 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................

Fig.19 – Produtos Produzidos com MDF – do próprio autor ............

Fig.20 – Produtos Produzidos com MDF – do próprio autor ............

Fig.21 – Produtos Produzidos com Marchetaria – do próprio ..........

autor ....................................................................................

Fig.22 – Logo Projeto Florescer - disponível em

<http://www.ongflorescer.com.br/> ..........................................

Fig.23 – Logo Recicla Jeans - disponível em

<http://www.ongflorescer.com.br/> ..........................................

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Fig.24 – Favela de Paraisópolis – do próprio autor .......................

Fig.25 – Local de Trabalho da Mulheres – do próprio autor ............

Fig.26 – Retalhos de Jeans doados – do próprio autor .................

Fig.27 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................

Fig.28 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................

Fig.29 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................

Fig.30 – Tecido feito com retalhos utilizado na produção de

novas peças – do próprio autor .................................................

Fig.31 – Produto Desenvolvido - disponível em

<http://www.ongflorescer.com.br/> ...........................................

Fig.32 – Produto Desenvolvido - disponível em

<http://www.ongflorescer.com.br/> ...........................................

Fig.33 – Logo Projeto Arrastão – disponível em

<http://www.arrastao.org.br/> .................................................

Fig.34 – Toldo Externo da ONG – do próprio autor .......................

Fig.35 – Local de Trabalho das Mulheres – do próprio autor ..........

Fig.36 – Local de Trabalho das Mulheres – do próprio autor ..........

Fig.37 – Banner reutilizado para produção de novos produtos

– do próprio autor ...................................................................

Fig.38 – Processo Produtivo – corte da lona – do próprio autor ......

Fig.39 – Processo Produtivo - costura – do próprio autor ...............

Fig.40 – Produtos Desenvolvidos – do próprio autor .....................

Fig.41 – Produtos Desenvolvidos – do próprio autor .....................

Fig.42 – Produtos Desenvolvidos – do próprio autor .....................

Fig.43 – Estudantes da Universidade Mackenzie e Professor

Ivo Pons – foto Altair Urbano ....................................................

Fig.44 – Montagem da Mostra no IBRIT, Milão 2005 – foto

Ivo Pons ................................................................................

Fig.45 – Grupo Design Possível – Estudantes e seus produtos

– foto Ivo Pons .......................................................................

Fig 46 – Revisteiro Mago Fechado – foto Altair Urbano .................

Fig.47 – Revisteiro Mago Aberto – foto Altair Urbano ...................

Fig.48 – Boneco Omo – foto Altair Urbano ..................................

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Fig.49 – Boneco Omo - Detalhe – foto Altair Urbano .....................

Fig.50 – Boneco Omo - alteração feita pela estudante – do

próprio autor ...........................................................................

Fig.51 – Revisteiro Encaixe chão – foto Altair Urbano ....................

Fig.52 – Revisteiro Encaixe parede – foto Altair Urbano .................

Fig.53 – Revisteiro Encaixe outras opções – do próprio autor ..........

Fig.54 – Revisteiro Encaixe outras opções – do próprio autor ..........

Fig.55 – Revisteiro Encaixe outras opções – do próprio autor ..........

Fig.56 – Assento Noda – foto Altair Urbano .................................

Fig.57 – Assento Noda – foto Marta Pampana ..............................

Fig.58 – Assento Noda – desenho esquemático ............................

Fig.59 – Porta-retrato modular Retalho – foto Altair Urbano ...........

Fig.60 – Porta-retrato modular Retalho – foto Altair Urbano ...........

Fig.61 – Porta-retrato modular Retalho – foto Altair Urbano ...........

Fig.62 – Estante modular Encher o saco – foto Altair Urbano ..........

Fig.63 – Estante modular Encher o saco – desenho

esquemático ...........................................................................

Fig.64 – Almofada Recheio – foto Altair Urbano ...........................

Fig.65 – Almofada Recheio – foto Altair Urbano ...........................

Fig.66 – Almofada Recheio – foto Altair Urbano ...........................

Fig.67 – Luminária O’rigami – foto Altair Urbano ..........................

Fig.68 – Luminária O’rigami – foto Altair Urbano ..........................

Fig.69 – Luminária O’rigami – alteração feita pela estudante

– do próprio autor ...................................................................

Fig.70 – Revisteiro X da questão horizontal – foto Altair

Urbano ..................................................................................

Fig.71 – Revisteiro X da questão vertical – foto Altair Urbano .......

Fig.72 – Luminária Blue Light – foto Altair Urbano .......................

Fig.73 – Luminária Blue Light – foto Altair Urbano .......................

Fig.74 – Almofadas Gomo – foto Altair Urbano ............................

Fig.75 – Almofadas Gomo – alterado pelo estudante – foto

Altair Urbano .........................................................................

Fig.76 – Almofadas Gomo – alterado pelo estudante – foto

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Altair Urbano ..........................................................................

Fig.77 – Almofadas Flor de Jeans – foto Altair Urbano ..................

Fig.78 – Almofadas Flor de Jeans – desenho esquemático .............

Fig.79 – Arandela Ripa – foto Altair Urbano ................................

Fig.80 – Arandela Ripa – foto Altair Urbano ................................

Fig.81 – Pendente Ripa – foto Altair Urbano ................................

Fig.82 – Poltrona Modular Sedute Multiforme – foto Altair

Urbano ...................................................................................

Fig.83 – Poltrona Modular Sedute Multiforme - montagem –

foto Altair Urbano ....................................................................

Fig.84 – Quebra-cabeça Circo – montagem – foto Altair

Urbano ...................................................................................

Fig.85 – Quebra-cabeça Circo – foto Altair Urbano ........................

Fig.86 – Bola PseudoBola – foto Altair Urbano .............................

Fig.87 – Porta-cd Expo-cd aberto – foto Altair Urbano ...................

Fig.88 – Porta-cd Expo-cd – foto Altair Urbano .............................

Fig.89 – Almofada Dupla Face – lado jeans – foto Altair

Urbano ...................................................................................

Fig.90 – Almofada Dupla Face – foto Altair Urbano .......................

Fig.91 – Almofada Dupla Face – lado amarradinho – foto

Altair Urbano ..........................................................................

Fig.92 – Chinelos Batrip – foto Altair Urbano ...............................

Fig.93 – Chinelos Batrip – foto Altair Urbano ...............................

Fig.94 – Revisteiro Trapézio – foto Altair Urbano ..........................

Fig.95 – Revisteiro Trapézio – Mesa – foto Altair Urbano ...............

Fig.96 – Poltrona The Cube – foto Altair Urbano ...........................

Fig.97 – Poltrona The Cube – foto Altair Urbano ...........................

Fig.98 – Maddalena Vantaggi e seus bonequinhos de dedos

– foto Altair Urbano ................................................................

Fig.99 – Poltrona alterada pela estudante, versão com

madeira – foto Altair Urbano .....................................................

Fig.100 – Claudia D’aniello e Danielle Alcântara – foto Altair

Urbano ...................................................................................

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Fig.101 – Poltrona alterada pela estudante, versão de lona

– do próprio autor ...................................................................

Fig.102 – Daniele Chiarantini, professora Alessandra e Laura

Sandroni – do próprio autor .....................................................

Fig.103 – Luminária projetada por Laura aqui no Brasil – do

próprio autor ..........................................................................

Fig.104 – Luminária projetada por Ilaria, feita de papel

artesanal e retalhos de madeira da produção da marcenaria

– foto Ilaria Serpente ..............................................................

Fig.105 – Ilaria Serpente na marcenaria – foto Ilaria Serpente ......

Fig.106 – Processo Produtivo – foto Ilaria Serpente .....................

Fig.107 – Luminária de Madeira e fibra de buriti – foto Ilaria

Serpente ...............................................................................

Fig.108 – Matteo Giannerini desenvolvendo uma luminária

com fibra de buriti – foto Matteo Giannerini ................................

Fig.109 – Os dois produtos desenvolvidos por Matteo, uma

luminária e uma mesa de centro – foto Matteo Giannerini .............

Fig.110 – Marcella Foschi desenvolvendo a poltrona no ateliê

da ONG Arrastão – do próprio autor ...........................................

Fig.111 – Marcella Foschi com o corpo da poltrona costurado

– do próprio autor ...................................................................

Fig.112 – Workshop para desenvolvimento de um novo

produto – do próprio autor .......................................................

Fig.113 – Processo produtivo – costura – do próprio autor ............

Fig.114 – Produtos desenvolvidos – do próprio autor ...................

Fig.115 – Convite da Feira Craft+Design 2005 ............................

Fig.116 – Estande Dom Brasil – do próprio autor ........................

Fig.117 – Produto desenvolvido por integrante do Design

Possível – Gomo, de Gustavo Andretta Yoshida – do próprio

autor ....................................................................................

Fig.118 – Produto desenvolvido por integrante do Design

Possível – Encaixe, de Danielle Alcântara – do próprio autor .........

Fig.119 – Convite Prêmio Planeta Casa 2005 .............................

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Fig.120 – Display dos produtos finalistas da Categoria

Estudante – do próprio autor ....................................................

Fig.121 – Cartaz de divulgação – foto Ivo Pons ..........................

Fig.122 – Chapas de Papelão – foto Ivo Pons .............................

Fig.123 – Participantes – estudantes e designers – foto Ivo

Pons .....................................................................................

Fig.124 – Palestra Consultor da Klabin – foto Ivo Pons ................

Fig.125 – Processo Produtivo – foto Ivo Pons .............................

Fig.126 – Processo Criativo – foto Ivo Pons ...............................

Fig.127 – Processo Produtivo – foto Ivo Pons .............................

Fig.128 – Produto desenvolvido – Cadeiras – foto Ivo Pons ..........

Fig.129 – Produto desenvolvido – Berço – foto Ivo Pons ..............

Fig.130 – Produto desenvolvido – Sofá – foto Ivo Pons ................

Fig.131 – Convite Mostra Oca ..................................................

Fig.132 – Museu Oca – Parque do Ibirapuera – do próprio

autor ....................................................................................

Fig.133 – Mostra Design Possível – do próprio autor ....................

Fig.134 – Mostra Design Possível – do próprio autor ....................

Fig.135 – Mostra Design Possível – do próprio autor ....................

Fig.136 – Mostra Design Possível – do próprio autor ....................

Fig.137 – Mostra Design Possível – do próprio autor ....................

Fig.138 – Mostra Workshop Papelão – do próprio autor ................

Fig.139 – Mostra Workshop Papelão – do próprio autor ................

Fig.140 – Mostra Workshop Papelão – do próprio autor ................

Fig.141 – Convite Mostra EcoDesign – do próprio autor ................

Fig.142 – Espaço – do próprio autor ..........................................

Fig.143 – Produtos Design Possível – do próprio autor .................

Fig.144 – Produtos Design Possível – do próprio autor .................

Fig.145 – Produtos Design Possível – do próprio autor .................

Fig.146 – Produtos Design Possível – do próprio autor .................

Fig.147 – Produtos Design Possível – do próprio autor ................

Fig.148 – Convite Mostra Primavera do Design ............................

Fig.149 – Produtos Desenvolvidos para o projeto Design

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Possível expostos na mostra – do próprio autor ...........................

Fig.150 – Produtos Desenvolvidos para o projeto Design ..............

Possível expostos na mostra – do próprio autor ...........................

Fig.151 – Explicação do técnico do laboratório – do próprio

autor ....................................................................................

Fig.152 – Aplicação da técnica em papel e camisetas – do

próprio autor ..........................................................................

Fig.153 – Aplicação da técnica em papel e camisetas – do

próprio autor ..........................................................................

Fig.154 – Convite Mostra Nida ..................................................

Fig.155 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do

próprio autor ..........................................................................

Fig.156 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do

próprio autor .........................................................................

Fig.157 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do

próprio autor ..........................................................................

Fig.158 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do

próprio autor ..........................................................................

Fig.159 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do

próprio autor ..........................................................................

Fig.160 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do

próprio autor ..........................................................................

Fig.161 – Projeto Arrastão – Local da Mostra – do próprio

autor ....................................................................................

Fig.162 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do

próprio autor ..........................................................................

Fig.163 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do

próprio autor ..........................................................................

Fig.164 – Estande Design Possível – do próprio autor ..................

Fig.165 – Produtos – do próprio autor ........................................

Fig.166 – Cortina feita de resíduos de tecido– do próprio

autor .....................................................................................

Fig.167 – Aula para os jovens urbanos – do próprio autor .............

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Fig.168 – Dinâmica – do próprio autor ........................................

Fig.169 – Produção no ateliê de costura – do próprio autor ............

Fig.170 – Logo Tyg Iluminação – disponível em

<http://www.tyg.com.br> ........................................................

Fig.171 – Mascote desenvolvido para Tyg pela Aldeia do

Futuro – do próprio autor ..........................................................

Fig.172 – Logo Ornare – disponível em

<http://www.ornare.com.br> ....................................................

Fig.173 – Caio Esteves, gerente de marca da Ornare, ao lado

dos brindes desenvolvidos pelo Design Possível – do próprio

autor .....................................................................................

Fig.174 – Porta-jóias em mdf laqueado – do próprio autor ............

Fig.175 – Graveteiro em couro, porta-lápis em mdf e

porta-cartão em lâmina pré-composta – do próprio autor ..............

Fig.176 – Painel Semântico – Possibilidades Produtivas da

ONG .....................................................................................

Fig.177 – Painel Semântico – Produtos desenvolvidos pelo

Design Possível com a lona ......................................................

Fig.178 – Painel Semântico – Ambientes de utilização .................

Fig.179 – Painel Semântico – Concorrentes ................................

Fig.180 – Painel Semântico – Referências Estéticas .....................

Fig.181 – Roughs ...................................................................

Fig.182 – Teste de formato com papel kraft – do próprio autor ......

Fig.183 – Opções adquiridas – do próprio autor ..........................

Fig.184 – Protótipos em lona em escala reduzida – do próprio

autor ....................................................................................

Fig.185 – Danielle e Marcella no atêlie da ONG Arrastão – do

próprio autor .........................................................................

Fig.186 – Costura da primeira versão do molde – do próprio

autor ....................................................................................

Fig.187 – Costura da segunda versão do molde – do próprio

autor ....................................................................................

Fig.188 – Gomos prontos para a próxima costura que vai

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fechar a poltrona – do próprio autor ..........................................

Fig.189 – Passante feito de lona para encaixe da estrutura

metálica – do próprio autor .....................................................

Fig.190 – Passante – parte interna, reforçado com costura e

cola vinílica – do próprio autor .................................................

Fig.191 – Vivo – viés de pvc – do próprio autor ..........................

Fig.192 – Desenho Esquemático – Poltrona Suspensa .................

Fig.193 – Desenho Esquemático – Poltrona Apoiada ao chão ........

Fig.194 – Desenho Esquemático – Demonstração de troca de

posição .................................................................................

Fig.195 – Tipo de Gancho existente no mercado – disponível

em <http://www.amorimferragens.com.br> ................................

Fig.196 – Tipo de Gancho existente no mercado – disponível

em <http://www.imab.com.br> ................................................

Fig.197 – Tipo de Gancho existente no mercado – disponível

em <http://www.hammockheaven.co.uk> ..................................

Fig.198 – Propriedades de um gancho existente no mercado

– disponível em <http://www.qualityfix.com.br> ........................

Fig.199 – Cinto de Segurança – disponível em

<http://www.lopan.com.br> ....................................................

Fig.200 – Detalhe da costura parte interna – do próprio autor .....

Fig.201 – Banner publicitário feito de lona – do próprio autor ......

Fig.202 – Transformação do banner em produto – do próprio

autor ....................................................................................

Fig.203 – Detalhe do centro da poltrona – do próprio autor ..........

Fig.204 – Marcação do molde na lona – do próprio autor ..............

Fig.205 – Corte dos pedaços – do próprio autor ..........................

Fig.206 – Pedaços cortados – do próprio autor ............................

Fig.207 – Marcação do molde na espuma – do próprio autor ..........

Fig.208 – Corte da espuma – do próprio autor ............................

Fig.209 – Preparação par costura – do próprio autor ....................

Fig.210 – Costura dos pedaços em gomos – do próprio autor ........

Fig.211 – Gomo pronto – do próprio autor ..................................

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Fig.212 – Preparação para costura que vai unir os gomos – do

próprio autor .........................................................................

Fig.213 – Costura dos gomos, fechando a meia esfera – do

próprio autor .........................................................................

Fig.214 – Detalhe da Costura – do próprio autor ........................

Fig.215 – Parte Interna costurada – do próprio autor ..................

Fig.216 – Parte Interna pronta – divisões externas – do

próprio autor .........................................................................

Fig.217 – Parte Interna pronta – costuras internas – do

próprio autor .........................................................................

Fig.218 – Parte Interna pronta – costuras internas – do

próprio autor .........................................................................

Fig.219 – Marcação do molde na lona – do próprio autor .............

Fig.220 – Pedaços prontos para costura – do próprio autor ..........

Fig.221 – Corte de pedaço para passante – do próprio autor ........

Fig.222 – Corte de pedaço para passante – do próprio autor ........

Fig.223 – Pedaços prontos com o passante preparadas para

costura – do próprio autor .......................................................

Fig.224 – Detalhe do passante de lona – do próprio autor ...........

Fig.225 – Costura parte externa – do próprio autor .....................

Fig.226 – Pedaços costurados – do próprio autor ........................

Fig.227 – Parte Externa Pronta – do próprio autor .......................

Fig.228 – Parte Externa Pronta – do próprio autor .......................

Fig.229 – Estruturas feitas por empresa italiana para cadeira

suspensas – disponível em

<http://www.esedradesign.com/intro.htm> ...............................

Fig.230 – Estruturas feitas por empresa italiana para cadeiras

suspensas – disponível em

<http://www.esedradesign.com/intro.htm> ...............................

Fig.231 – Polt-lona – do próprio autor .......................................

Fig.232 – Polt-lona – do próprio autor .......................................

Fig.233 – Espaço da Mostra Design Possível em Milão – do

próprio autor ..........................................................................

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Page 19: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Fig.234 – Detalhe - sofá de papelão e bonecão de jeans – do

próprio autor .........................................................................

Fig.235 – Legenda do produto Polt-Lona – do próprio autor...........

Fig.236 – Polt-lona na Mostra – do próprio autor ........................

Fig.237 – Polt-lona na Mostra – do próprio autor ........................

Fig.238 – Polt-lona na Mostra – do próprio autor ........................

Fig.239 – Espaço da Mostra Design Possível em Milão – do

próprio autor .........................................................................

Fig.240 – Espaço da Mostra Design Possível em Milão – do

próprio autor .........................................................................

Fig.241 – Equipe de estudantes e designers que montaram

e participaram da mostra – do próprio autor ..............................

Fig.242 – Coquitel de Inauguração – do próprio autor .................

Fig.243 – Catálogo da Mostra Milão 2006 – frente ......................

Fig.244 – Catálogo da Mostra Milão 2006 – verso .......................

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LEGENDA

Page 21: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................

2. O DESIGN E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................

2.1. Sustentabilidade Ambiental ......................................

2.2. O Papel dos Consumidores .......................................

2.3. O Papel dos Designers .............................................

2.4. O Papel das Empresas .............................................

3. O ASPECTO SOCIAL ..............................................................

3.1. Mobilização Social em Comunidades ..........................

3.2. ONG – Organização Não-Governamental .....................

4. PROJETOS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL ......................

4.1. Brasil+Holanda .......................................................

5. DESIGN POSSÍVEL ................................................................

5.1. Descrição do Projeto ................................................

5.2. ONGs Parceiras .......................................................

5.2.1. Aldeia do Futuro .....................................................

5.2.2. Associação Monte Azul ............................................

5.2.3. Projeto Florescer – Recicla Jeans ...............................

5.2.4. Projeto Arrastão .....................................................

5.3. Primeira Fase .........................................................

5.4. Resultados – Primeira Fase .......................................

5.4.1. Catálogo ................................................................

5.5. Conclusões da Primeira Fase .....................................

5.6. Conseqüências da Primeira Fase ................................

5.6.1. Brasil+Itália ...........................................................

5.7. Ações Paralelas ......................................................

6. PROJETO: SEGUNDA FASE .....................................................

6.1. Definições iniciais do projeto ....................................

6.1.1. Problema ...............................................................

6.1.2. Definição do problema .............................................

6.1.3. Componentes do problema .......................................

6.1.4. Pesquisas ..............................................................

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Page 22: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

6.1.5. Análise dos dados ..................................................

6.2. Briefing ................................................................

6.3. Fases Criativas ......................................................

6.4. Apresentação do Projeto – Produto Polt-Lona .............

6.5. Desenvolvimento do Projeto ....................................

6.6. Alterações Previstas ...............................................

6.7. Ergonomia aplicada ao projeto .................................

6.7.1. Fatores Ergonômicos ...............................................

6.7.2. Ações de Percepção ................................................

6.8. Desenho Técnico ....................................................

6.9. Processo Produtivo .................................................

6.9.1. ONG .....................................................................

6.9.2. Empresas Parceiras ................................................

6.10. Resultados – Segunda Fase .....................................

6.11. Mostra Fuori Salone Milano 2006 ...............................

6.11.1. Catálogo ...............................................................

6.12. Memorial Descritivo ................................................

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

ANEXOS

APÊNDICES

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Page 23: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

1. INTRODUÇÃO

O cenário ambiental vivenciado atualmente

com a crescente urbanização das cidades,

a globalização e a conseqüente emissão de

resíduos, no que diz respeito à utilização

dos recursos naturais disponíveis,

demonstra que a garantia de melhores

condições de vida tanto para gerações

atuais, quanto para as futuras, depende

de como as questões ambientais e sociais

estão sendo efetivamente aplicadas.

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Page 24: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Conscientes da importância do atual quadro social e ambiental,

cada vez mais profissionais, de diferentes áreas, buscam

agregar ao desenvolvimento de seus trabalhos mudanças de

comportamento ou de atitude que reflitam de forma positiva

no âmbito global.

Inserido neste cenário da utilização dos recursos naturais está

o designer, que através de sua ação profissional, pode contribuir

para essa mudança, através da inserção em seus projetos, de

componentes como a sustentabilidade, responsabilidade social,

reutilização, reciclagem, dentre outros, fundamentais para o

futuro do planeta.

Com base nestas questões o grupo Design Possível, que há

um ano e meio desenvolve ações e projetos de cunho social e

ecológico, em parceria com Universidades, ONG’s e empresas

dos dois países, propõe neste projeto, o desenvolvimento de

um móvel projetado em parceira entre uma estudante brasileira

da Universidade Presbiteriana Mackenzie e uma estudante

italiana da Universidade de Firenze, a ONG Projeto Arrastão e

empresas italianas.

A Polt-lona, desenvolvida para este projeto, consiste em uma

poltrona de lona flexível com dois modos de utilização para

ambientes externos, todas suas etapas de desenvolvimento

estão descritas neste trabalho, que além da preocupação com

a questão ambiental e social, aborda pontos como a união de

duas culturas diversas, a tecnologia de produção das indústrias

italianas, o trabalho artesanal brasileiro produzido pelas artesãs

das ONG’s, o incentivo à comercialização, o aumento das

possibilidades produtivas e a conseqüente geração de renda

para as comunidades.

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O resultado deste projeto procura demonstrar que é viável a

transformação de resíduos e outros materiais descartados por

empresas em produtos com valor social, estético e econômico.

E que através da difusão do conhecimento adquirido neste

projeto de graduação uma nova realidade possa ser construída.

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Page 26: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

2. O DESIGN E O DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

O futuro da Terra depende de como as

questões ambientais estão sendo tratadas

atualmente. Na medida em que

concentram crescentes quantidades de

pessoas e atividades, cidades se apropriam

de grandes quantidades de recursos

naturais, e exportam grandes quantidades

de resíduos. A urbanização igualmente leva

a importantes mudanças na maneira como

as pessoas utilizam os recursos naturais.

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Page 27: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Desse modo, de acordo com Branco, “a fórmula encontrada

para, de certa forma, compatibilizar a proteção ambiental e

o equilíbrio dos ecossistemas com as crescentes necessidades

do homem de explorar os recursos naturais é representada

pelo chamado desenvolvimento sustentável¹” (2002 p.126).

O desenvolvimento se faz necessário para garantir a

preservação de recursos que permitam a sobrevivência e a

qualidade de vida das gerações atuais e futuras. Dessa forma,

qualquer uso que se faça do ambiente ou de seus

componentes, terá que ser conservativo, ou sustentável, no

sentido de não ser esgotado, ou seja, sua exploração deverá

ser feita “em um nível compatível com a sua capacidade

potencial de recomposição e de manutenção do equilíbrio de

seus principais ecossistemas” (BRANCO, 2002, p.127).

Inserindo neste contexto, o design desempenha um papel de

extrema importância, pois o desenvolvimento de produtos

está diretamente ligado à questão ecológica, no que diz

respeito ao uso de materiais e processos produtivos

adequados a este conceito. Sendo assim, a resposta do design

deve ser a ponte entre as necessidades humanas e a

preservação do meio ambiente.

1. O conceito de desenvolvimento sustentável foi introduzido no debate

internacional pelo documento da World Commission fo Environment and

Development Our Common Future. Este foi a base da conferência UNCED

(United Nations Conference on Environment and Development), que se

desenvolveu no Rio de Janeiro em 1992. Atualmente, constitui referência

fundamental do Quinto Plano de Ação da União Européi para o Ambiente.

(Manzini, 2005, p.27)

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Geralmente o encontro entre a atividade de projetar e o meio

ambiente é definido como ecodesign, que de acordo com

Manzini, 2005 “é uma palavra dotada de uma boa capacidade

auto-explicativa, [...] ecodesign é modelo ‘projetual’ [...]

orientado por critérios ecológicos, mas ao mesmo tempo,

ecodesign ainda é um termo que está longe de apresentar

uma definição precisa do seu significado”.

Ressalta ainda Manzini (2005) que o importante é que o

designer consiga unir o tecnicamente possível com o

ecologicamente necessário, criando propostas socialmente e

culturalmente apreciáveis. Ampliando a conscientização da

população em relação ao problema ambiental e a levando a

reorientação de novos comportamentos sociais, isto é, da

procura de produtos e serviços que motivem a existência de

processos e produtos mais favoráveis.

2.1. Sustentabilidade Ambiental

Partindo do ponto que a sociedade, e portanto a nossa vida

e das futuras gerações, depende da qualidade e capacidade

produtiva da natureza, é preciso encarar a sustentabilidade

ambiental como “um objetivo a ser atingido [...] e uma direção

a ser seguida”. (MANZINI, 2005, p.28)

Porém, nem tudo que apresenta uma melhoria em relação

aos aspectos ambientais pode ser considerado sustentável.

Portanto, alguns requisitos gerais definidos por Holmberg

(1995), devem ser respeitados:

• Basear-se fundamentalmente em recursos renováveis

(garantindo ao mesmo tempo a renovação);

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• Otimizar a utilização dos recursos não renováveis

(compreendidos como o ar, a água e o território);

• Não acumular lixo que o ecossistema seja capaz que

renaturalizar (isto é, fazer retornar às substâncias

minerais originais e, não menos importante, às suas

concentrações originais);

• Agir de modo que cada indivíduo, e cada comunidade

das sociedades ‘ricas’, permaneça nos limites de seu

espaço ambiental e, que cada indivíduo e comunidade

das sociedades ‘pobres’ possam efetivamente gozar

do espaço ambiental ao qual potencialmente têm direito.

Segundo Manzini (2005), a perspectiva da sustentabilidade

põe em discussão nosso atual modelo de desenvolvimento e

propõe uma transição que atinja o objetivo sustentável; um

articulado processo de inovação social, culltural e tecnológico,

a fim de se construir um cenário da sustentabilidade que dê

visibilidade a um futuro possível.

Porém, a transição por escolha só poderá ocorrer se um grande

número de pessoas reconhecer nela uma oportunidade para

melhorar o seu grau de bem-estar, e nesta questão, fatores

culturais e éticos serão decisivos.

Para isso, deve-se estabelecer objetivos e estratégias a médio

e longo prazo de onde se quer chegar. Neste ponto, o papel

desempenhado pela sociedade, em especial neste trabalho,

pelos consumidores, designers, empresas e instituições é de

extrema importância.

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2.2. O Papel dos Consumidores

O modo de agir vem a ser o único que pode levar a soluções

verdadeiramente coerentes com a perspectiva de

sustentabilidade. Indo ao encontro das idéias de Manzini,

“cada indivíduo, decidindo como e o que adquirir e utilizar,

legitima a existência daquele produto e está na origem dos

efeitos ambientais ligados à sua produção, ao seu emprego

e ao seu escoamento final”. (2002, p.64)

Portanto, a mudança de comportamento e das escolhas de

consumo se faz necessária. O melhor modo para seguir no

caminho da sustentabilidade é aquele em que cada indivíduo,

agindo com base em seus próprios valores, em seus próprios

critérios de qualidade e em sua própria expectativa de vida,

faça escolhas que também sejam as mais compatíveis com

as necessidades ambientais. (MANZINI, 2005)

2.3. O Papel dos Designers

Promover a capacidade do sistema produtivo de responder à

procura social de bem-estar utilizando uma quantidade de

recursos ambientais drasticamente inferior aos níveis

atualmente praticados é um dos papéis que pode ser exercido

pelo designer.

Segundo Papanek (1995), a fabricação de qualquer tipo de

produto, assim como sua existência, gera um ciclo de pelo

menos seis fases, cada uma com alto potencial de causar

danos ao meio ambiente. Essas fases são:

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• Escolha dos materiais;

• Processos de fabricação;

• Embalagem do produto;

• Acabamentos do produto;

• Transporte e

• Lixo.

O designer tem um papel relevante na escolha e aplicação

dos materiais empregados, na fase produtiva e distribuição

dos produtos, a fim de proporcionar alternativas de baixo

impacto ambiental.

Entre as possibilidades de contribuição dos designers para

garantir a sustentabilidade, Manzini (2005) ressalta os

seguintes pontos:

• Contribuir para o aumento do número de alternativas e

estratégias de solução de problemas, técnica e

economicamente praticáveis da parte dos usuários;

• Promover as suas capacidades, isto é, as suas

habilidades ou possibilidades de intervir pessoal e

diretamente na definição dos resultados e dos meios

para alcançá-los;

• Estimular a sua imaginação, ou seja, a sua propensão

a vislumbrar soluções ainda não expressas claramente.

O que significa que pode intervir no âmbito das

propostas culturais, dos valores, dos critérios de

qualidade e das visões de mundos possíveis, para tentar

influenciar o mundo existente.

Portanto, intervir na relação consumidor-produtor para orientar

o sistema na direção de um desenvolvimento sustentável

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exige o apontamento de produtos mais coerentes com as

necessidades ambientais, reforçando-os e gerando uma maior

visibilidade. (MANZINI, 2005)

2.4. O Papel das Empresas

As discussões sobre questões ambientais, inseridas no amplo

conceito da sustentabilidade ganharam intensidade nesses

últimos anos, refletindo uma tendência irreversível para as

próximas décadas.

Em todo o mundo, diversos setores da

sociedade têm intensificado ações em prol do

desenvolvimento sustentável. Nesse cenário,

as empresas vêm assumindo um papel cada

vez mais notável, estimulando o

desenvolvimento de iniciativas com vistas a

preservar os recursos do planeta e assegurar

a perenidade de seus negócios. (Cempre,

2006)

As medidas de redução do impacto ambiental podem ser

direcionadas ao próprio processo produtivo ou pós-consumo

dentro das empresas. Atuando assim no desenvolvimento de

produtos menos agressivos ao meio ambiente, recicláveis ou

ainda que contribuam para a diminuição do consumo de energia

e água.

Além de contribuir, para as gerações atuais, e garantir, para

as gerações futuras uma melhoria na qualidade de vida, o

desenvolvimento dessas ações exalta a criatividade,

competência e um posicionamento estratégico claro no sentido

de transformar projetos ambientais em marcas de sua cultura

corporativa.

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Page 33: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

3. O ASPECTO SOCIAL

O designer não pode estar alheio a

sua responsabilidade de agente

cultural, não pode estar apenas

atento ao mercado, pois sua posição

é muito importante na cadeia

produtiva, o seu papel pode e deve

mudar o cenário atual, porque a sua

influência no ambiente, na sociedade

e sua força construirá uma nova

realidade (HATTORI, 2005).

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Page 34: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Dentro do contexto social, o design deve ser visto como um

elemento importante de inclusão social das comunidades,

melhoria de vida e geração de renda. Aspectos esses,

apresentados neste projeto através da transformação de

resíduos, reutilização de materiais e aperfeiçoamento de

produtos que já possuem uma identidade local. Agindo dentro

das comunidades, de forma contínua e dinâmica, o designer

torna-se um agente de transformação social.

3.1. Mobilização Social em Comunidades

De acordo com as idéias de Toro & Werneck (1997), mobilizar

é “convocar vontades pra atuar na busca de um propósito

comum, sob uma interpretação e um sentido também

compartilhados”.

A mobilização ocorre quando um grupo de pessoas, uma

comunidade ou uma sociedade decide e age com um objetivo

comum, buscando, cotidianamente, os resultados desejados

por todos. Exemplo disso, é o trabalho desenvolvido por

algumas ONG’s, geralmente situadas em regiões pobres das

grandes cidades, que através de ações sociais buscam a

melhoria de vida para comunidades carentes.

Quando as pessoas começam a fazer as coisas juntas, a

participar de ações coletivas, começam também a pensar

diferente. Além da troca de experiências, elas desenvolvem

idéias de solidariedade e espírito de equipe, expressadas na

resolução de problemas comuns.

O processo de mobilização da comunidade estimula a

participação em ações efetivas em torno de questões concretas

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e reais do cotidiano das pessoas, questões ambientais locais,

por exemplo, são objeto de mobilização.

Muitos dos movimentos sociais estabelecem parcerias com

órgãos públicos, empresas, outras ONG’s e instituições. Assim

a participação dos movimentos torna-se mais eficaz, criando-

se canais que potencializam as práticas de acordo com os

anseios da população. E é exatamente na potencialização

desta transformação que atua o Design Possível, propondo

ações, juntamente com a Universidade, a fim de mobilizar

estudantes, profissionais e professores, na articulação dessa

transformação.

Nesse sentido, serão abordadas com maior ênfase algumas

organizações não-governamentais (ONG’s) que tiverem papel

ativo e essencial no desenvolvimento e realização deste

projeto.

3.2. ONG – Organização Não-Governamental

A definição do que é uma ONG é de extrema importância para

se compreender o relacionamento designers – ONGs dentro

do conceito da mobilização social.

Uma Organização não Governamental, ou ONG, em um sentido

mais amplo pode ser definida como qualquer entidade

comunitária que não possua vínculo com governo municipal,

estadual ou federal, que atenda aos membros da comunidade,

sem fins lucrativos.

Ainda de acordo com Betinho (1993):

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...uma ONG se define por sua vocação política,

por sua positividade política: uma entidade sem

fins de lucro cujo objetivo fundamental é

desenvolver uma sociedade democrática, isto

é, uma sociedade fundada nos valores da

democracia liberdade, igualdade, diversidade,

participação e solidariedade. (...) As ONGs são

comitês da cidadania e surgiram para ajudar a

construir a sociedade democrática com que

todos sonham.

Para este projeto, a busca por um perfil mais característico

para o trabalho a ser realizado se fez necessário, sendo essas

ONGs conceituadas como organizações formais, ou seja, não

constituem um mero agrupamento de pessoas, mas uma

estrutura formalmente constituída para alcançar determinados

objetivos. Possuem certo grau de autonomia e realizam

atividades, projetos e programas com o objetivo de contribuir

para a erradicação das condições de vida desiguais e injustas

no mundo, sobretudo nos países pobres do hemisfério sul.

Dessa forma, apóiam grupos e movimentos populares de uma

maneira que nem o mercado e nem Estado são capazes.

Enquanto a relação do mercado com a sociedade se constitui

por meio da troca e a do Estado se legitima pela hierarquia,

as ONG’s se vinculam à sociedade mediante atos de

solidariedade.

De acordo com pesquisa de campo realizada, sabe-se que as

atividades de uma ONG não são necessariamente compostas

por trabalho voluntário, tão pouco seus serviços devem ser

obrigatoriamente gratuitos. Podem ser cobradas taxas ou

mensalidades pelos cursos ministrados, produtos

comercializados, etc. No entanto, toda a renda é revertida

para o desenvolvimento da comunidade e manutenção da

própria ONG.

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Page 37: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

As parcerias das ONGs com empresas e outras instituições

são importantes para geração de renda, apoio para a

realização de projetos, capacitação e divulgação.

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4. PROJETOS DE COOPERAÇÃO

INTERNACIONAL

Ainda são poucas as referências que se

pode citar sobre projetos, na área de

design, já realizados em cooperação

internacional no Brasil e no mundo. Isso

mostra que ainda é insignificante o número

de projetos que atuam sob esse conceito

e o quão “inédito” e inovador é o trabalho

que vem sendo desenvolvido pelo Design

Possível. (Revista Kaza, ANEXO B)

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Page 39: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

4.1. Brasil+Holanda

Dentre os projetos brasileiros de cooperação internacional

que se pode citar, está o Brasil+Holanda, projeto fruto da

parceria da ONG Associação Comunitária Monte Azul e da

Academia de Design de Eindhoven, iniciado em 2004 e que

envolve uma das ONG’s parceiras do Design Possível.

Esse projeto estimulou a criação de uma série de produtos

desenvolvidos por estudantes holandeses em cooperação com

a marcenaria da Monte Azul.

A Academia de Design de Eindhoven é uma das mais

renomadas escolas de design do mundo. A proposta da parceria

era aproximar o conhecimento do design à arte manufatureira.

Os resultados são produtos com visual moderno e forte

identidade brasileira.

Dois tipos de produtos foram desenvolvidos: brinquedos e

objetos de decoração. Os brinquedos contêm elementos que

estimulam a criatividade das crianças. Os objetos de

decoração têm um diferencial, que é a inserção do conceito

da reciclagem, com o reuso de embalagens de uso doméstico,

etc. Percebe-se também a apropriação da cultura brasileira,

explícita em alguns produtos, como por exemplo, um banquinho

feito com latas reutilizadas e madeira, ou seja, materialização

e/ou oficialização de um produto que já é utilizado como tal

em algumas ocasiões.

4. P

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O IN

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5. DESIGN POSSÍVEL

O projeto surgiu a partir de um encontro

entre os professores Ivo Pons (professor

da Universidade Presbiteriana Mackenzie

–Brasil) e Giuseppe Lotti (professor da

Universidade de Firenze – Itália) em 2004.

Iniciaram o Projeto de Cooperação Eco-

design social Brasil – Itália, denominado

Design Possível, crendo que reverter um

pouco do quadro social atual depende

também da atuação do designer, e que o

desenvolvimento de bons produtos

produzidos em cooperação e parceria, mais

do que entre designers, estudantes,

professores e artesãos, e sim entre pessoas

trabalhando pelo mesmo objetivo é

possível.40

Page 41: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

O Design Possível tem como objetivo inicial

promover a inclusão de ONG’s que trabalham com

reaproveitamento ou reutilização de resíduo

industrial em favelas e regiões periféricas da

grande São Paulo, no mercado interno e no

mercado consumidor italiano, através da

comercialização dos produtos em empresas do

setor do móvel Toscano, intermediados pela

cooperação entre alunos do curso de Desenho

Industrial da Universidade Presbiteriana Mackenzie

e da Universidade de Firenze, gerando assim renda para as

comunidades. Objetivo esse que acabou se expandindo para

outras diversas ações de cunho social liderados pelo grupo,

superando as expectativas idealizadas para o projeto.

De acordo com relatórios e documentos internos do próprio

projeto, do ponto de vista acadêmico, são apontados também

como objetivos secundários:

• Estudar a relação criativa dos estudantes com os

refugos utilizados pelas ONG’s;

• Estudar o potencial criativo e diferencial competitivo

do desenvolvimento de produtos com ONG’s que

trabalham com reaproveitamento e reutilização;

• Promover a cooperação entre estudantes da

Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo,

Brasil e estudantes da Universidade de Firenze em

Firenze, Itália;

• Aproximar os estudantes brasileiros do mercado

interno e das indústrias italianas.

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Fig.01. Logo Design

Possível

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Page 42: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

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5.1. Descrição do Projeto

O projeto inicial foi dividido em duas fases com início em

abril de 2004 e término em abril de 2006. A primeira fase do

projeto, demonstrada aqui mais sucintamente, foi o tema do

trabalho de graduação interdisciplinar dos alunos integrantes

do grupo Design Possível, Gustavo Andretta Yoshida e Márcio

Augusto Andretta Batista, em dezembro de 2005, onde a

abordagem foi mais profunda em todas suas premissas.

5.2. ONG’s Parceiras

De acordo com os documentos internos do projeto, a seleção

das ONG’s participantes do projeto foi realizada com o auxílio

do Centro São Paulo de Design (CSPD), representado por

Christian Ullmann. Para isso, estas entidades deveriam cumprir

os seguintes quesitos:

-Possuir um envolvimento com a área de design;

-Pertencer à região periférica da Grande São Paulo;

-Utilizar técnicas que trabalhassem ou reutilizassem resíduos;

-Possuir mão-de-obra oriunda da comunidade em que se situa,

como o trabalho com a população de risco.

A parceria do designer com a ONG agrega valor ao forte

trabalho social já realizado, com o ampliamento e

potencialização do aproveitamento de refugos nas favelas

ou regiões pobres de São Paulo e a conseqüente geração de

renda. Desenvolvendo produtos que se adeqüem às técnicas

artesanais utilizadas, diferente do segmento ao qual estão

acostumadas, com isso, inovamos, estimulamos a integração

entre designers e artesãos e incentivamos o agir consciente.

42

Page 43: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Seguindo estes parâmetros, foram selecionadas três ONG’s

para a 1ª fase do projeto: Aldeia do Futuro, Associação Monte

Azul e Projeto Florescer. Para o desenvolvimento da 2ª fase

além das ONG’s participantes na 1ª fase, a ONG Projeto

Arrastão foi integrada ao projeto.

5.2.1. Aldeia do Futuro

A Aldeia do Futuro é uma organização da

Sociedade Civil sem fins lucrativos, e conforme

documentos internos cedidos pela ONG, foi

fundada em 30 de Outubro de 1993, por

empresários comprometidos com a solução de

problemas sociais relacionados a educação, cultura

e cidadania de adolescentes e comunidades

carentes de regiões populares urbanas.

Está localizada em Americanópolis, distrito do Jabaquara,

região Sul do Município de São Paulo. O bairro, inserido numa

das regiões da capital com um dos piores índices de

desenvolvimento humano, conta com alto índice de

desemprego e violência. O atendimento se expande para as

comunidades de Vila Clara, Cidade Ademar, Jardim Miriam e

adjacências.

Diariamente, atende mais de 600 jovens que freqüentam os

cursos de oferecidos gratuitamente pela instituição1

. O

objetivo é educar e profissionalizar, contribuindo assim na

formação de cidadãos conscientes e participativos.

1. Dados referente ao ano 2005. Cedidos pela ONG Aldeia do Futuro.

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Fig.02. Logo Aldeia

do Futuro

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Page 44: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Para atender as demandas da comunidade, a Aldeia do Futuro

estruturou núcleos de atuação. Para manter essas atividades,

a Aldeia do Futuro conta com o apoio de parceiros na

disponibilidade de recursos para a realização dos projetos:

• Núcleo de formação para o trabalho;

• Núcleo de comunicação;

• Núcleo de arte, cultura, esporte e lazer;

• Núcleo de orientação social;

• Núcleo de protagonismo juvenil;

• Núcleo de relações com a família e a comunidade.

Aldeia das Mulheres

Este núcleo da ONG, abordado aqui com maior ênfase, foi o

parceiro de desenvolvimento de produtos do Design Possível,

portanto o que tivemos um contato maior.

Segundo documentos internos da ONG, cedidos ao Design

Possível, após três anos de trabalho com os jovens, a Aldeia

constatou que eles paravam de estudar devido às dificuldades

financeiras das famílias, que os forçava a trabalhar. Então,

em 1998, a ONG implantou o projeto “Aldeia das Mulheres”

direcionado às mães de família da comunidade, oferecendo a

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Fig.03. Retalhos doados Fig.04. Local de trabalho

das mulheres

Fig.05. Local de trabalho

das mulheres

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Page 45: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

profissionalização em trabalhos manuais, permitindo que elas

participem ativamente na produção de sofisticados produtos

como bolsas, tapetes, xales, almofadas comercializados em

diversos locais no Brasil e no exterior, e assim geram renda

para suas famílias.

A proposta inserida pelo Design Possível atua no trabalho

realizado por essas mulheres, propondo novos produtos e

conceitos a partir das técnicas artesanais e materiais –

tecidos, em sua maioria – já utilizados, ou seja, um produto

com a característica da ONG projetualmente resolvido em

todos os aspectos.

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Fig.06. Processo

produtivo Ondinha

Fig.07. Processo

produtivo Amarradinho

Fig.08. Processo

produtivo Acabamento

Fig.09. Produtos

produzidos com

Amarradinho

Fig.10. Produtos

produzidos com

Amarradinho e Fuxico

Fig.11. Produtos

produzidos com Fuxico

45

Page 46: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Conforme ficha técnica abaixo, segue o detalhamento das

técnicas e materiais utilizados:

• Técnica: costura, bordado e técnicas artesanais: fuxico,

amarradinho, ondinha, bordado e pintura em tecido.

• Matéria-prima: resíduos têxteis, retalhos de elastano,

crepe de seda, seda, linho, etc. Entre as matérias-

primas secundárias, temos os aviamentos, tela de pvc

(para a produção do amarradinho), enchimento (para

as almofadas), etc.

• Obtenção: doações e compra de alguns materiais.

• Quantidades: as doações não são regulares e as

quantidades também variam.

5.2.2. Associação Monte Azul

De acordo com o histórico da ONG fornecido ao Design

Possível, a Associação Comunitária Monte Azul é fruto

da iniciativa de Ute Craemer, pedagoga que, em 1976,

começou a atender crianças da favela Monte Azul, zona

sul da cidade de São Paulo, em sua própria casa, nas

imediações da comunidade. Para isso, contou, no início,

com a ajuda de alunos de uma escola situada no Alto

da Boa Vista, onde lecionava, aproveitando a

oportunidade para construir uma ponte entre as diferentes

realidades socioeconômicas. Por meio das crianças, Ute

começou a conhecer as famílias e organizou reuniões entre

os adultos, para discutir e procurar soluções para seus

problemas.

Em 1979, foi fundada oficialmente a Associação Comunitária

Monte Azul. As primeiras atividades implantadas pela

Associação foram: o Ambulatório Médico, que foi construído

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Fig.12. Logo

Associação

Monte Azul

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Page 47: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

pelos moradores em mutirão, e a

“Escolinha” para as crianças, atendendo

as carências sociais mais urgentes. Daí

para frente, a presença da Associação

na favela cresceu continuamente e, foram

sendo implantadas oficinas de

marcenaria, tecelagem, reciclagem de

papel, reciclagem de móveis e utensílios,

produção de bonecas, instalações

elétricas e de informática, além de

creches e berçários. A partir de 1983, as

atividades se ampliaram para mais uma

favela, a Peinha, e para mais um bairro

periférico, o Horizonte Azul.

Hoje, a Associação tem como missão

promover o amor ao ser humano

independente da nacionalidade, raça,

religião, posição política e condições

social e física, proporcionando

oportunidades através da educação,

cultura e saúde, principalmente para as

pessoas não privilegiadas se

desenvolverem material, social e

espiritualmente, estimulando-as para

agir conscientemente, com liberdade e

amor.

Atende diretamente 1.251 crianças e

adolescentes na área de educação, 635

na área de cultura e aproximadamente

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Fig.13. Favela Monte Azul

Fig.14. Loja Monte Azul

Fig.15. Marcenaria

Fig.16. Processo Produtivo47

Page 48: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

4.000 atendimentos mês na área de saúde.

Os programas desenvolvidos pela

Associação Comunitária Monte Azul

transformaram crianças que pediam ajuda

de porta em porta, em pessoas

conscientes, que hoje participam da

comunidade exercendo seu papel de

cidadãos, lutando por um mundo mais

justo e de igual oportunidade para todos.

Os trabalhos desenvolvidos estruturam-se em 4 áreas de

atuação:

• Educação: baseada em princípios da pedagogia Waldorf.

• Saúde: são prestados serviços médicos

ambulatoriais, baseados nos princípios da medicina

antroposófica.

• Desenvolvimento social: desenvolve-se uma rotina de

discussão e busca de soluções para os problemas da

favela com os moradores.

• Cultura: o Centro Cultural Monte Azul tem intensa

programação de teatro, dança e música.

A geração de renda ajuda na manutenção

e sustento da associação com a produção

artesanal de brinquedos educativos,

bonecas de pano, móveis infantis,

reciclados de papel e de madeira, que

podem ser comprados diretamente na

associação ou em lojas especializadas.

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Fig.17. Processo Produtivo

Fig.18. Processo Produtivo

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Page 49: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Marcenaria

A parceria maior do Projeto Design Possível

foi com o núcleo da marcenaria da

Associação Monte Azul, na qual produzimos

os primeiros protótipos dos produtos

desenvolvidos na primeira fase do projeto

e os aprimoramos. A marcenaria é

desenvolvida desde 1979, onde trabalham

10 funcionários e 30 aprendizes, que após

o curso com duração de 1 ano podem

trabalhar na marcenaria produtiva. A

madeira utilizada é reaproveitada de

sobras industriais, doadas por indústrias parceiras ou

adquirida no mercado.

A produção da marcenaria em sua maioria sempre foi voltada

para a produção de brinquedos

pedagógicos, comercializados na Lojinha

da Monte Azul, localizada também na

comunidade. Aos poucos eles começaram

a se inserir no mercado de produtos

decorativos, produzindo caixas, vasos,

porta-retratos, etc.

O Design Possível chegou com a proposta

de agregar valor às técnicas já utilizadas

por eles para a produção dos brinquedos,

na produção de produtos. A integração de conhecimentos; o

olhar do designer e a técnica do marceneiro.

Conforme ficha técnica abaixo, segue o detalhamento das

técnicas e materiais utilizados:

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Fig.19. Produtos produzidos

em MDF

Fig.20. Produtos produzidos

em MDF

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Page 50: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

• Técnica: maquinário utilizado para

serviços gerais de marcenaria e

marchetaria.

• Matéria-prima: resíduos, refugo

industrial e peças inteiras de

compensado, MDF, Pinho, Cedrinho,

Lâminas, entre outros.

• Obtenção: doações e compra de

alguns materiais, quando

necessário.

• Quantidades: Os resíduos são conseguidos

mensalmente e em grande quantidade, doadas por

empresas como a Giroflex, Ornare, etc.

5.2.3. Projeto Florescer

Conforme o histórico da ONG fornecido ao

Design Possível, a ONG Florescer foi criada em

11 de junho de 1990, no município de São

Manuel, interior paulista, com o principal

objetivo de unir a comunidade através de ações

comunitárias, sanando, em partes, a carência

de convívio social, principalmente das crianças

e jovens.

Em 1995 a ONG é transferida para São Paulo

com sede na favela de Paraisópolis – segunda

maior favela da capital –, na zona sul da cidade no bairro do

Morumbi, onde os contrastes sociais são gritantes. A população

estimada da região é de 70.000 habitantes, dos quais 30%

são crianças de 0 a 14 anos.

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Fig.22. Projeto

Florescer

Fig.21. Produtos produzidos

com Marchetaria

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Page 51: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Hoje, a ONG atende 700 crianças, com cursos que visam à

inclusão social das crianças e jovens promovendo acessos às

novas tecnologias, conhecimento e estimulando sua

capacidade de solucionar conflitos além de desenvolver o

sentido de cooperação e co-responsabilidade?.

Dentre os cursos ministrados, podemos citar: computação,

reforço escolar, teatro, inglês, artes plásticas, futebol, dança,

recreação, música e flauta.

Projeto Recicla Jeans

O núcleo Recicla Jeans, como parceiro de desenvolvimento

de produtos do Design Possível na primeira fase do projeto,

será apresentado aqui com maior

detalhamento.

O Projeto Recicla Jeans nasceu dentro

da ONG Florescer em parceria com a

Prefeitura de São Paulo e com o Programa

Bolsa Trabalho da SDTS – Secretaria de

Desenvolvimento do Trabalho e

Solidariedade e a Unesco.

O objetivo do projeto é reciclar e

reaproveitar peças e retalhos de jeans na

fabricação de novos produtos, acessórios

e roupas, para que estes gerem renda para

seus produtores. Através do emprego, a

ONG está inserindo os moradores da

favela e suas famílias no mercado de

trabalho e de consumo e oferecendo uma

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Fig.23. Logo Recicla Jeans

Fig.24. Favela de Paraisópolis

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Page 52: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

nova perspectiva de vida. Os produtos do

Recicla Jeans são confeccionados com

resíduos têxteis, pedrarias e aviamentos

advindos de doações de empresas.

Este é um projeto ambicioso que

democratiza a moda, colocando-a a

serviço de uma comunidade carente de

recursos, mas cheia de criatividade. A

contribuição do Design Possível neste

projeto, também se fez através da

aplicação dos conhecimentos adquiridos

por essas mulheres na fabricação de

roupas, bolsas e acessórios, na produção

de novos produtos.

Conforme ficha técnica abaixo, segue o

detalhamento das técnicas e materiais

utilizados:

• Técnica: descoloração do tecido (em

alguns casos), costura reta e curva,

aplicação manual de bordados e

miçangas. Os retalhos são

costurados uns aos outros,

transformando-os em um novo

tecido.

• Matéria-prima: retalhos de jeans e

peças inteiras (usadas ou

defeituosas), pedrarias e

aviamentos.

• Obtenção: doação.

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Fig.25. Local de trabalho das

mulheres

Fig.26. Retalhos de jeans

doados

Fig.27. Processo produtivo

Fig.28. Processo produtivo 52

Page 53: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

• Quantidades: Os

resíduos são

c o n s e g u i d o s

mensalmente e em

grande quantidade

doadas pelas

indústrias. As peças

inteiras não possuem

uma periodicidade e são

doadas em menor

quantidade.

5.2.4. Projeto Arrastão

Fundado em 1968, o Projeto Arrastão é

uma organização sem fins lucrativos que atua na região

do Campo Limpo com ações sociais desenvolvendo

seu trabalho por meio das áreas pedagógica, social e

cultural e desenvolvimento institucional.

Hoje, o Arrastão realiza cerca de 1.100 atendimentos

diários para crianças, adolescentes e adultos.

A Área Pedagógica supervisiona todas as atividades

desenvolvidas na Educação Infantil, que segue a

educação formal estabelecida pelo MEC e no Núcleo Sócio

Educativo – NSE, que através da educação não-formal, prevê

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Fig.29. Processo produtivoFig.31.

Produto

Produzido

Fig.30. Processo produtivoFig.32.

Produto

Produzido

Fig.33. Logo

Projeto Arrastão

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Page 54: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

a realização de diversas oficinas onde a metodologia de ensino

tem como resultado final apresentações artísticas, confecção

de livros, etc.

A Área Cultural atua na formação pessoal e profissional dos

jovens, fortalecendo o projeto de vida de cada um deles e

ampliando seu repertório cultural. Isso se dá principalmente

por meio do Programa de Formação de Jovens em seus níveis

básico, especifico e núcleo. Os jovens possuem em sua

formação básica inclusão digital, qualidade de vida, expressão

e produção textual, empreendedorismo e cidadania. Dentre

os módulos estão as oficinas de artes plásticas, moda e

design, arte urbana, artes cênicas, hip hop, oficina de

jornalismo e de vídeo.

Destaca-se, na parte musical, o programa Arrasta-Lata que é

um grupo de percussão musical onde o jovem também aprende

sobre a preservação do meio ambiente. Através destes módulos

que desenvolvem cursos e oficinas, buscamos formar jovens

conscientes de sua atuação social e de seu papel de

multiplicador do conhecimento além de aumentar suas chances

no mercado de trabalho.

Para o trabalho de desenvolvimento comunitário, atendimento

aos voluntários e às famílias, formação de agentes

empreendedores, trabalho de prevenção em saúde e

articulações locais, tem-se a Área Social, que é totalmente

voltada para a comunidade e suas necessidades.

O Desenvolvimento Institucional tem grande importância nas

ações do Projeto Arrastão porque divulga os projetos

realizados, os eventos feitos para a comunidade, a exposição

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Page 55: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

do trabalho do Arrastão na mídia, além da

captação de novos apoiadores que possam

viabilizar projetos de implantação e

melhoria do trabalho social e qualidade

de vida na comunidade do Campo Limpo.

Núcleo de Moda e Design

O recente núcleo de moda e design,

implantado na ONG Arrastão com o apoio

do Design Possível, foi criado para suprir

as necessidades de organização e melhor

desempenho da criação e produção dos

produtos desenvolvidos na ONG.

O grande diferencial do trabalho

desenvolvido pelo Arrastão é a matéria-

prima utilizada, a lona de pvc ou lona

vinílica reutilizada. Material esse provindo

de propagandas de mídia exterior, banners,

etc., doados por empresas parceiras para

a ONG regularmente.

A lona vinílica é doada em boa

quantidade, o que possibilita a criação e

desenvolvimento de vários produtos.

Apresentada em diversos tamanhos e

cores (devido à impressão da propaganda)

ela garante ao produto exclusividade e

inovação, além de ser um material

impermeável e fácil de limpar.

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Fig.34. Toldo externo da ONG

Fig.35. Local de Trabalho

Fig.36. Local de trabalho

Fig.37. Banner reutilizado

para produção de produtos 55

Page 56: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Antes da criação do núcleo, a ONG contava com a colaboração

de algumas mães da comunidade que produziam e

comercializavam alguns produtos como bolsas, pastas e

estojos, gerando renda para suas famílias. Muitas vezes o

pedido de compra parte das próprias empresas doadoras.

Porém, as mulheres não conseguiam se organizar para garantir

uma renda significativa, pois a produção acontecia esporádica

e desordenadamente devido à falta de liderança e

planejamento.

Com a intenção de mudar esse quadro, o Design Possível

iniciou sua parceria com a ONG em outubro de 2005, propondo

novos projetos e produtos a serem desenvolvidos com a

colaboração e participação ativa das mães.

A parceria recebeu uma ótima avaliação e resultou na

contratação, em março de 2006, de três integrantes do Design

Possível para estruturar e coordenar um novo núcleo dentro

da ONG, chamado de Núcleo de Moda e Design, onde atuo

hoje como coordenadora.

Para alcançar os resultados esperados, neste primeiro

momento, alguns objetivos específicos foram traçados:

• Estimular a autonomia do grupo;

• Fornecer conhecimentos de gestão e empreendedorismo,

capacitando as mães para a autogestão do grupo;

• Introduzir o conceito de design social como instrumento

que agrega valor ao produto, conferindo-lhe vantagens

competitivas;

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Page 57: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

• Otimizar a habilidades existentes e

despertar as mães para o processo

criativo adaptado ao conceito de

design atual, criando produtos

inovadores;

• Incentivar o protagonismo das

mulheres participantes para que

elas assumam papéis que

interfiram no interesse e no destino

do grupo;

• Formar multiplicadoras para

transmitir os conceitos vistos para

um novo grupo de mães e jovens da

comunidade em situação de risco.

Por estar em desenvolvimento,

certamente com o passar do tempo

alguns desses objetivos serão alterados,

melhorados ou terão são conceitos

ampliados. O importante é continuar

realizando ações, que capacite e amplie a

capacidade produtiva das mães, e

conseqüentemente da ONG, a fim de

difundir de forma definitiva esse

conceito com os resultados potenciais

obtidos.

Devido a todos esses fatores, a ONG

Arrastão foi selecionada para o

desenvolvimento da segunda fase do

projeto Design Possível.

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Fig.38. Corte da Lona

Fig.39. Costura da Lona

Fig.40. Produtos Desenvolvidos

Fig.41. Produtos Desenvolvidos

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Page 58: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

• Técnica: costura e bordado.

• Matéria-prima: lona vinílica (pvc) e

tecidos diversos doados.

• Obtenção: doação.

• Quantidades: As lonas são

conseguidas quinzenalmente e em

grande quantidade doadas por

empresas parceiras, entre elas

estão a Tok & Stok, a Editora Abril,

etc.

5.3. Primeira Fase

Briefing: desenvolver em cooperação internacional objetos

de decoração e acessórios para mobiliário a partir dos

materiais e técnicas de produção que as ONGs oferecem.

A escolha dos estudantes Italianos foi realizada pelo

professor da Universidade de Firenze, Giuseppe Lotti, sendo

os alunos selecionados: Alice Cappelli, Claudia D’Aniello,

Daniele Chiarantini, Francesco Taviani, Laura Sandroni, Laura

Passalacqua, Maddalena Vantaggi, Marta Pampana, Marta

Puccini e Sara Piccoli.

No Brasil, os alunos foram escolhidos por um grupo de

professores da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São

Paulo através de votação, seguindo os seguintes parâmetros:

os alunos devem estar nos últimos anos de estudo ou recém

formados, ter interesse e motivação para o trabalho na área

do móvel e de seus acessórios; possuir disponibilidade de

tempo para pesquisa e visita em ONG’s tanto nos finais de

semana quanto durante o horário comercial, serem criativos

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Fig.42. Produtos Desenvolvidos

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Page 59: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

e comprometidos. Foram selecionados: Danilo Caldeira,

Danielle Alcântara, Danilo Conti, Danielle Ativo, Gabriela

Amato, Gustavo Andretta, Heloisa Righetto, Letícia Kanazawa,

Marcio Andretta e Sidney Matos.

Os universitários brasileiros, juntamente com o professor

responsável, fizeram visitas às ONG’s paulistanas, onde foram

feitas reuniões, entrevistas e coleta de materiais e imagens

dos produtos, das ONG’s e da região em que estão situadas,

sendo os mesmos enviados para os estudantes italianos e

utilizados também pelos estudantes brasileiros como

referência no processo criativo.

Em ambas as universidades, clínicas para a definição dos

projetos foram realizadas com o respaldo dos professores

responsáveis. Após a escolha dos projetos apresentados,

realizada pelos professores Ivo Pons e Giuseppe Lotti, os

mesmos organizaram o grupo em duplas internacionais.

Devido a diferenças culturais e metodológicas, foram

desenvolvidos dois projetos por dupla, um de autoria

brasileira e outro de autoria italiana, ficando o estudante

brasileiro responsável pela produção do produto desenvolvido

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Fig.42. Estudantes da Universidade Mackenzie e Professor Ivo Pons

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Page 60: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

por sua dupla italiana, intervindo muitas vezes no projeto

para viabilizá-lo.

Os projetos selecionados foram produzidos

nas respectivas ONGs e enviados para

Milão para a participação do Salão do Móvel

de Milão 2005 em um evento “Fuori Salone”

– de 13 a 18 de abril 2005 - organizado

por estudantes e professores.

Esse evento marcou a primeira fase do

projeto foi dividido em duas mostras

que aconteceram simultaneamente

durante o período do Salão do Móvel e

que posteriormente foram realizadas

em São Paulo. A primeira delas

realizada no IBRIT (Instituto Brasil

Itália), onde foi apresentada a primeira

fase dos trabalhos desenvolvidos

pelos estudantes das duas

universidades, a segunda mostra

aconteceu na loja Brasilartes,

apresentando produtos de designers brasileiros que

desenvolveram objetos e acessórios com ONGs brasileiras.

Após a mostra em Milão, uma conferência com estudantes

italianos e os professores Ivo Pons e Giuseppe Lotti foi

realizada em Firenze para discussão e levantamento de pontos

a serem alterados e melhorados nos protótipos. As sugestões

apontadas foram passadas para os estudantes brasileiros,

que se encarregaram de reproduzir os protótipos dos produtos

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Fig.44. Montagem da Mostra no

IBRIT

Fig.45. Grupo Design Possivel -

Estudantes e seus produtos

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Page 61: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

com as respectivas modificações, encerrando assim a primeira

fase do projeto.

5.4. Resultados – Primeira Fase

Produtos

De acordo com a descrição feita anteriormente, segue os

resultados obtidos na primeira fase, bem como suas possíveis

alterações:

MAGo | Associação Monte Azul e Aldeia do Futuro

Danilo Caldeira | BRASIL

Maddalena Vantaggi | TALIA

oMo | Recicla Jeans

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Fig.46. Revisteiro Mago

Fechado

46

Fig.47. Revisteiro Mago

Aberto

Fig.48. Boneco OmoFig.49. Boneco Omo -

detalhe

Fig.50 - Boneco

Omo alterado

61

Page 62: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

A estudante em visita ao Brasil, fez alterações pessoais, a

fim de embutir no projeto um pouco de sua característica

projetual. Atitude observada em alguns outros projetos que

se seguem.

Encaixe | Associação Monte Azul

Danielle Alcântara | BRASIL

Sugestão de modificação do projeto apontada pelo

professor Giuseppe Lotti, exploração da

tridimensionalidade possível no projeto.

Marta Pampana | ITALIA

Noda | Aldeia do Futuro

5. D

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Fig.51.

Revisteiro

Encaixe chao

Fig.52.

Revisteiro

Encaixe parede

Fig.53. Revisteiro

Encaixe outras

opções

Fig.54. Revisteiro

Encaixe outras

opções

Fig.55. Revisteiro

Encaixe outras

opções

Fig.56. Assento Noda Fig.57. Assento

Noda

Fig.58. Desenho esquemático

62

Page 63: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Danilo Conti | BRASIL

Retalho | Recicla Jeans

Alice Cappelli | ITALIA

Encher o saco | Recicla Jeans

Danielle Ativo | BRASIL

Recheio | Aldeia do Futuro

5. D

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EL

Fig.59. Porta-retrato

modular

Fig.60 e 61. Porta-retrato modular -

Opcoes de Montagem

Fig.63. Desenho

esquemáticoFig.62. Estante modular

Fig.64, 65 e 66. Almofada Recheio

63

Page 64: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Laura Sandroni | ITALIA

O’rigami | Aldeia do Futuro

A estudante em visita ao Brasil, esteve na ONG onde sua

peça foi prototipada e reproduziu uma nova versão da

luminária.

Gabriela Amato | BRASIL

X da Questão | Associação Monte Azul

Blue Light | Recicla Jeans

Francesco Taviani | ITÁLIA

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Fig.67. Luminaria

O’rigami

Fig.68. Luminaria

O’rigami alterada

Fig.69. Luminaria

O’rigami alterada

Fig.70. Revisteiro X da questão

horizontal

Fig.71. Revisteiro X da questão

vertical

Fig.72 e 73. Luminária Blue Light

64

Page 65: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Gustavo Andretta | BRASIL

Gomo | Recicla Jeans

Outra versão melhorada do projeto foi confeccionada, depois

do apontamento de possíveis alterações feita pelos

professores.

Laura Passalacqua | ITALIA

Flor de jeans | Recicla Jeans

Heloisa Righetto | BRASIL

RIPA | Associação Monte Azul

5. D

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Fig.77. Almofadas Flor de Jeans Fig.78. Desenho

esquemático

Fig.79 e 80. Arandelas Ripa Fig.81. Pendente Ripa

Fig.74, 75 e 76. Almofadas Gomo

65

Page 66: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Foi desenvolvida após a arandela, uma luminária pendente

para apresentação como uma linha de produto.

Claudia D’Aniello | ITALIA

Sedute Multiforme Recicla Jeans

Este produto também foi alterado em visita da estudante

ao Brasil, e deu origem a outras duas versões do mesmo.

Letícia Kanazawa |BRASIL

Circo | Associação Monte Azul

Daniele Chiarantini | ITALIA

PseudoBola e Expo-CD | Aldeia do Futuro

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Fig.82 e 83. Poltrona Modular Seduta Multifome

Fig.84. Montagem

Quebra-cabeca

Fig.85. Quebra-cabeca

Fig.86. PseudoBolaFig.87 e 88. Porta-cd

66

Page 67: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Marcio Andretta | BRASIL

Dupla Face | Recicla Jeans

Sara Piccioli | ITALIA

Batrip | Recicla Jeans

Sidney Matos | BRASIL

Trapézio | Associação

Monte Azul

Elisa Puccini | ITALIA

The cube | Recicla Jeans e Associação Monte Azul

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Fig.89, 90 e 91. Maneiras de utlizacao da almofada

Fig.92 e 93. Chinelos de jeans

Fig.94 e 95. Revisteiro e Mesa Trapezio

Fig.96 e 97. Poltrona The cube

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Page 68: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

5.4.1. Catálogo

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Page 74: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

5.5. Conclusões da Primeira Fase

De acordo com entrevistas realizadas, o intercâmbio cultural

adquirido nessa fase foi o melhor ganho para os estudantes

(APÊNDICE A). A transmissão e absorção de conhecimentos

com certeza somaram e contribuíram no desenvolvimento da

segunda fase.

Analisando a linha de produtos apresentado, é possível notar

claramente a diferença na concepção dentro do grupo de

estudantes. Os projetos brasileiros, apesar de potenciais,

se prenderam muito na questão comercial e na solução de

problemas produtivos, limitando assim o processo criativo.

Já os dos estudantes italianos, são conceitualmente fortes,

porém, não se apoiavam nos quesitos produtivos, materiais,

etc., dificultando a viabilização. Alguns projetos, como o The

Cube e o Noda, das estudantes italianas Elisa Puccini e Marta

Pampana, por exemplo, chegaram a ser modificados, para se

enquadrarem as condições de produção das ONGs, que são

bem limitadas, devido ao trabalho artesanal.

Isso se deve, além da questão cultural, ao sistema de ensino

e metodologia aplicada em ambos os países. Os estudantes

de desenho industrial da Universidade Presbiteriana

Mackenzie, possuem hoje como principal característica de

projeto, a capacidade de solucionar problemas rapidamente,

somos instruídos a suprir às necessidades do mercado e das

empresas. As aulas práticas e laboratórios nos moldam para

um relacionamento designer – indústria, onde o raciocínio

técnico está sempre presente, desde a concepção, criação e

conceitos do projeto, passando pela fase de viabilização e

indo até o ponto de venda. O que de certa forma é positivo,

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Page 75: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

estar consciente das etapas e processos por qual um produto

deve passar e saber solucioná-los se preciso, mas por outro

lado, mesmo que involuntariamente, esse método limita o

processo criativo, fazendo com que os alunos não se libertem

para desenhar e conceituar sem pensar na questão produtiva.

Os projetos dos alunos italianos, além de serem

essencialmente conceituais na sua criação, como dito

anteriormente, também diferem dos projetos nacionais no

que diz respeito a apresentação. Foram apresentadas apenas

ilustrações sobre o estilo e o conceito do produto, tudo que

se referiu a resolução e enquadramento produtivo – desenhos

técnicos e moldes – foram feito pelos brasileiros.

Indiscutivelmente o projeto foi positivo e engrandecedor tanto

para os estudantes, como para os participantes das ONGs.

Em entrevistas cedidas (APÊNCIE A), a satisfação das artesãs,

costureiras e coordenadores das ONGs envolvidas nos

projetos é perceptível, e de forma geral todos acreditam que

o desenvolvimento deste projeto contribuiu para o ganho de

experiência e troca de conhecimentos, não só profissional,

mas também pessoal. De acordo com a responsável do projeto

na ONG Aldeia do Futuro, Elisa Moreau, a relação entre as

ONGs e a Universidade “gera um movimento que traz outras

coisas, como vendas e soluções para outros projetos”, citando

também o responsável pela produção dos produtos na

Associação Monte Azul, Roberto Almeida, outro fator de

extrema importância, foi “o retorno de divulgação da entidade”

e “a proposta de trabalho, um projeto inovador, que possibilita

a geração de renda através de outros produtos que nós não

fazemos”. Indo ao encontro das idéias dos estudantes

participantes entrevistados, o projeto auxiliou na formação

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Page 76: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

e crescimento profissional em todos os aspectos, ampliando

a visão de design conhecida anteriormente.

5.6. Conseqüências da Primeira Fase

Incentivados pelos resultados alcançados na primeira fase

do projeto Design Possível e pela diversidade produtiva

encontrada no Brasil, estudantes italianos fizeram visitas ao

Brasil a fim de conhecer melhor a realidade de produção das

ONGs e propor novos produtos desenvolvidos para os

trabalhos de graduação da universidade.

A diferença encontrada nos materiais (em sua maioria,

resíduos industriais) e nas técnicas artesanais de produção,

fez com que os estudantes saíssem da Itália – considerada

o berço do design – para buscar no Brasil, algo diferente de

tudo o que eles estão acostumados a ver.

5.6.1. Brasil+Itália

Desde julho de 2005, já são sete os estudantes da

Universidade de Firenze – IT que vieram ao Brasil pesquisar

e desenvolver produtos sob a bandeira levantada pelo Design

Possível como embasamento para o trabalho de conclusão

de curso da universidade dos mesmos.

• Maddalena Vantaggi

Conclusão: Novembro 2005

Tema: “Design Possível, uma cooperação Itália-Brasil”

Descrição: “Design Possível é um projeto que transforma o

design em instrumento de cooperação internacional, com o

objetivo de criar um mercado socialmente, eticamente e

ecologicamente correto. Decidi participar dessa experiência

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Page 77: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

pela consciência da minha responsabilidade

de designer, responsabilidade que muitos não

conhecem. O Design Possível demonstra que

todos podem contribuir na criação de coisas

melhores”.

Durante os dois meses que a estudante

Maddalena Vantaggi esteve no Brasil – junho

e julho de 2005 –, fez visitas às ONGs e

produziu novos produtos, um deles – Bonequinhos de dedos

para crianças – esteve exposto também na Mostra apresentada

em abril de 2006 em Milão.

• Cláudia D´aniello

Conclusão: Novembro 2006

Tema: “Catálogo de Materiais utilizados nas

ONGs”

Descrição: “Embasado no trabalho realizado

pelo Design Possível, será desenvolvido um

catálogo com descrição das técnicas e

materiais utilizados nas ONGs (resíduos). A

intenção é divulgar e repassar o conteúdo do

catálogo para as indústrias toscanas, para

que as mesmas criem um relacionamento de

exportação com as ONGs”.

Enquanto esteve no Brasil, no período de

julho e agosto de 2005, a estudante Cláudia

D´anielo colheu amostras de materiais e fotos

dos processos artesanais realizados pelas ONGs

e fez alterações e uma nova versão do seu

produto, apresentado na primeira fase do

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Fig.98. Maddalena e seus

bonequinhos de deods

Fig.99. Poltrona alterada

madeira

Fig.100. Claudia e Danielle

Fig.101. Poltrona alterada

lona

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Page 78: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

projeto e exposto também no Salão do Móvel de Milão em

2006, na mostra do Design Possível.

• Daniele Chiarantini e Laura Sandroni

Conclusão: Novembro 2005

Tema: “Design Possível: a comunicação de um

projeto”

Descrição: “Colocar o Design Possível no

fenômeno mundial da globalização, e

compreender como se poderia divulgar o

resultado desse projeto de colaboração

internacional mais eficazmente e, portanto

mais rapidamente. A proposta foi produzir o

site do Design Possível para a rápida

divulgação e um vídeo para mostrar e explicar

mais precisamente a filosofia do projeto”.

Os estudantes Daniele e Laura estiverem no Brasil

durante o mês de setembro de 2005, além

de colher informações, fotos e vídeos para o

documentário que resultou no trabalho de

graduação, eles aperfeiçoaram os produtos

projetados para a primeira fase.

• Ilaria Serpente

Conclusão: Julho 2006

Tema: (ainda não definido)

Descrição: “Trata-se de um trabalho com a comunidade rural

da Amazônia, onde trabalhei em colaboração com a associação

ODESS (Organização para o desenvolvimento econômico e

social sustentável) de Xapuri, no Acre, e em particular com a

oficina escola de marcenaria, EMEC, desenvolvendo produtos

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Fig.102. Daniele,

professora Alessandra e

Laura

Fig.103. Luminaria

projetada por Laura no

Brasil

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Page 79: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

para o mercado local com madeira certificada, fibra

natural e papel artesanal. Dentre os produtos

desenvolvidos estão algumas luminárias e alguns objetos

encomendados pela igreja da região”.

No mês de outubro de 2005, o designer Christian

Ullmann foi convidado pelo Projeto Design

Possível para participar do encontro internacional

de design Approaches to Critical Projects na

cidade de Firenze, Itália, onde ministrou a palestra

Design mais ou menos infinito, juntamente com o

designer Ivo Pons. Neste encontro, Christian fez a

apresentação de dois projetos amazônicos entre eles a

consultoria para a EMEC e surgiu o interesse de

alguns alunos em realizar o trabalho de pesquisa

para o desenvolvimento das teses de graduação

em uma comunidades amazônica e acompanhar

o desenvolvimento da consultoria para a EMEC.

As atividades para os dois estagiários, Ilaria

Serpente e Matteo Giannerini, durante a ultima

oficina de desenvolvimento de produtos da

consultoria na EMEC foi se relacionar com os

integrantes das duas empresas incubadas e

desenvolver dois produtos com resíduos de

produção e misturando os diferentes materiais e técnicas

utilizados nas consultorias anteriores.

A EMEC tem a possibilidade de aproveitar outros

recursos naturais disponíveis como fibras

naturais e o papel artesanal, pois são abundantes

e moradores da cidade de Xapuri e artesãs da

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Fig.104 . Luminaria feita

em papel artesanal e

residuos de madeira

Fig.105 . Ilaria na

marcenaria

Fig.106. Processo Produtivo

Fig.107. Luminaria de

madeira e fibra de buriti

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Page 80: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Cooperativa Mãos de Mulher tem habilidade artesanal e

técnica para trabalhar com estes materiais.

Durante a consultoria foram desenvolvidos novos produtos

misturando madeira, fibra de buriti e papel artesanal. Esta

experiência foi muito interessante, pois possibilitou una nova

situação de relacionamento e desenvolvimento de produtos

entre estagiários, artesãos, mestre e associados da empresa

NEMA.

Christian Ullmann, é formado pela Faculdade de Arquitetura,

Design e Urbanismo de Buenos Aires, na qual foi professor

na área de design. Foi secretário da Asociación de Diseñadores

Industriales de la Argentina. Teve projetos premiados no

Brasil, Argentina e Itália. Participou do Progetto Bilogico

Centro Studi Alessi. Desde 1996 no Brasil, trabalha na

elaboração de produtos que promovam o desenvolvimento

sustentável e como consultor junto a comunidades.

Coordenou o projeto de divulgação de madeiras da Amazônia

para fabricação de móveis junto ao LPF/IBAMA. Criador e

Curador da mostra Design & Natureza. Curador da Categoria

Especial Desenvolvimento Sustentável do Prêmio Brasil Faz

Design. Menção Honrosa da Categoria Ciência e Tecnologia

do Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente - SCA/MMA 2003.

Desde 2000, Christian Ullmann e a sócia Tania De Paula,

desenvolvem o Projeto Oficina Nômade Amazônia, que tem

como objetivo identificar, apoiar, divulgar e fortalecer o

mercado de produtos comunitários amazônicos que utilizam

de forma sustentável os recursos naturais. Em 2005

participaram da mostra Design Possibile em Milão, Itália e

criaram e coordenaram o Prêmio CEMPRE + design + resíduo.

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Page 81: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Em 2006 prestam consultoria para o Projeto NIDA 2006,

coordenando o trabalho de designers e comunidades artesanais

do estado de São Paulo e desenvolvendo produtos artesanais.

• Matteo Giannerini

Conclusão: Novembro 2006

Tema: “Design Possível: o caminho ético do

design”

Descrição: “Desenvolvimento de um livro sobre o

projeto Design Possível – diagramação, fotos

e comentários sobre o design ético. Partindo

do trabalho do arquiteto italiano Lina Bo Bardi

e o trabalho nas comunidades do Brasil,

chegando aos problemas atuais, ambiental,

social e a globalização, comparando as

tradições italianas e brasileiras,

usando o design como ponte e

fonte de renda para comunidades

carentes das periferias de São

Paulo. Entrando nos problemas

ambiental e social o design junta

a ética com a estética para um

design possível”.

Como citado anteriormente, Matteo também participou do

desenvolvimento de produtos na comunidade de Xapuri, no

Acre, sob a orientação de Christian Ullman.

• Marcella Foschi

Conclusão: Julho 2006

Tema: “Polt-lona”

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Fig.108. Matteo

desenvolvendo uma

luminaria com fibra de

buriti

Fig.109. Os dois produtos

desenvolvidos durante o estagio

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Page 82: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Descrição: “O nosso conceito projetual nasce da aliança de

dois modos de fazer design, de duas escolas diversas: uma

italiana, marcada pelo desenvolvimento conceitual e outra

brasileira, marcada pelo desenvolvimento “bauhasiano” na

prática do design. No início estava difícil conjugar estas duas

propostas, as quais aplicadas na proporção correta dariam

origem ao projeto “perfeito”, alinhado em cada aspecto. No

final, depois de um maior conhecimento uma da outra apareceu

a idéia, depois de várias tentativas, as quais não eram

verdadeiramente a integração de mente, conseguimos chegar

a mesma proposta de projeto, a idéia de uma prevalecia

sobre a idéia da outra: uma perfeita harmonia. O nosso projeto

de fato tem dois resultado neste sentido: a poltrona suspensa

possui um espírito com a cabeça nas nuvens, a poltrona

apoiada possui uma personalidade com os pés

no chão”.

Durante dois meses no Brasil, a estudante

italiana Marcella Foschi foi a parceira de projeto

e desenvolvimento do produto proposto neste

trabalho. Apesar de muitos estudantes italianos

terem vindo ao Brasil a fim de conhecer e

estreitar o relacionamento com as ONGs e

difundir esse novo conceito de design, a proposta

inicial introduzida pelo Design Possível não havia

sido alcançada até então, o desenvolvimento do

projeto em cooperação internacional entre

estudantes, ou seja, um produto de dupla

autoria. Essa afirmação agrega valor às

qualidades já explícitas no produto, tornando-

o um projeto inédito.

Fig.110. Marcella no

atelie da ONG Arrastao

Fig.111. Marcella com o

corpo da poltrona

costurado

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Page 83: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

A parceria se deu da concepção a produção do produto e se

estenderá a viabilização de sua comercialização. A cooperação

internacional é uma experiência enriquecedora para o

estudante e muito importante para o designer, só tem a

acrescentar muito conhecimento, informação e cultura, de

ambas as partes envolvidas, em um projeto.

5.7. Ações Paralelas

O aprendizado adquirido e a conscientização das pessoas,

unidos a um fator de extrema importância para a continuidade

do projeto, que é a divulgação (ANEXO A), promovendo o

trabalho realizado em mídias nacionais e internacionais,

deram força ao projeto, que ampliou seus horizontes e aplicou

seu conceito em outras ações.

Parceria com empresas também começaram a ser iniciadas

garantindo a continuidade das ações de geração de renda

para as ONGs e comunidades.

Programa de estágio nas ONGs

Estágio voluntário nas ONGs para alunos do 3º

ao 6º semestre do curso de Desenho Industrial

da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que

ainda não tem a oportunidade de estagiar em

empresas, e a partir do trabalho com as Ongs,

aprendam, vivenciem e participem da realidade

profissional da qual farão parte. O estágio tem

duração de três meses aproximadamente e visa

o ganho de experiência com o desenvolvimento

de um novo produto para a Ong ao final do estágio. Esse

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Fig.112.Workshop para

desenvolvimento de um

novo produto

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Page 84: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

projeto já foi implantado na Ong Aldeia do Futuro

– de junho a outubro de 2005 – com duas

estudantes do 4º semestre e resultou em um

workshop com as alunas da Ong para a

viabilização do produto proposto pelas

estudantes.

O programa de estágio será implantado também

na ONG Projeto Arrastão em maio de 2006, com

uma aluna do 6º semestre.

7º Circuito Craft+Design 2005

Em Agosto de 2005, dois produtos projetados para a primeira

fase do projeto Design Possível – Encaixe e Gomo – entraram

em comercialização através da participação de uma empresa

de representação que trabalha com novos designers e

artesãos, chamada Dom Brasil, em uma conceituada feira de

presentes. O Circuito Craft + Design é uma feira específica

para lojistas do setor de utilitários e decorativos, realizada

de 17 a 21 de Agosto de 2005 no Centro de Eventos São Luis

em São Paulo. Como resultado da exposição dos produtos na

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Fig.113. Processo Produtivo

Fig.116. Estande Dom

Fig.115.

Convite

da Feira

Fig.117 e 118. Produto desenvolvido por

integrante do Design Possivel

Fig.114. Produtos Desenvolvidos

84

Page 85: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

feira, contamos com a divulgação de dois produtos do stand

na coluna Jornal de Casa, da Revista Casa Cláudia, sendo o

revisteiro Encaixe um desses produtos.

Prêmio Planeta Casa

O Prêmio Planeta Casa busca valorizar empresas,

profissionais e estudantes das áreas de arquitetura,

construção e decoração engajados com o

desenvolvimento sustentável, destacando ações,

produtos, projetos arquitetônicos e de interiores que

promovam a conservação do meio ambiente. Em

Setembro de 2005, três produtos desenvolvidos

para a primeira fase do projeto Design Possível –

Encaixe, Gomo e Mago – ficaram entre os cinco

finalistas da categoria estudante, que engloba

estudantes de arquitetura, engenharia, desenho

industrial, design de interiores e artes plásticas de

ensino superior e visa o projeto de produtos utilizados

em casa que considerem a importância da conservação

e do equilíbrio ambiental no processo de produção

e consumo, prevêem o uso de materiais afinados

com a conservação dos recursos naturais e a

sustentabilidade.

Workshop Papelão – Mobiliário Temporário para

Desabrigados

Realizado em 17 de setembro de 2005, o workshop contou

com a presença de alunos do curso de Desenho Industrial –

Mackenzie e designers profissionais, que se distribuíram em

grupos para desenvolver uma linha de produtos – Mobiliário

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Fig.119. Convite

Prêmio Planeta Casa

2005

Fig.120. Display dos

produtos finalistas da

categoria estudante

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Page 86: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Temporário para Desabrigados. Cada grupo, composto

de aproximadamente sete alunos e dois designers

profissionais, que auxiliaram na viabilização dos projetos,

ficou responsável pelo desenvolvimento de um sofá,

um berço, uma mesa, um organizador, uma cadeira, um

banco e uma estante. Teve o apoio e palestra da

Klabin sobre a utilização do papelão e da Curadora

do Brasil faz Design, Marili Brandão.

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Fig.121. Cartaz de

divulgação

Fig.122. Chapas de

Papelão

Fig.123.Participantes -

estudantes e

designers

Fig.124. Palestra

Consultor da Klabin

Fig.125. Processo

Produtivo

Fig.126. Processo

Criativo

Fig.127. Processo

Produtivo

Fig.128. Produto

Desenvolvido -

Cadeiras

Fig.129.Produto

desenvolvido - Berço

Fig.130.Produto

Dasenvolvido -

Sofá

86

Page 87: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

II Mostra de Boas Práticas Ambientais

A II Mostra de Boas Práticas Ambientais finalizou a

programação da Semana da Primavera, realizada pela

Secretaria do Verde e Meio Ambiente da cidade de São

Paulo, reunindo experiências na área de eco-design,

reciclagem, eco-vilas, agricultura orgânica e projetos

de redução e aproveitamento de matérias primas. O

evento aconteceu no Pavilhão Lucas Nogueira Garcez

(OCA) nos dias 24 e 25 de setembro 2005. Cerca de

sete mil pessoas compareceram à OCA para conferir

iniciativas voltadas para a sustentabilidade e para

a melhoria da qualidade de vida. Foram oferecidas

oficinas e palestras ligadas ao tema. O Design Possível

colaborou com a mostra apresentando os produtos

realizados para o projeto e produtos de outros

designers que seguem a mesma linha de

desenvolvimento, o design sustentável. Além

disso, o Design Possível juntamente com outros

estudantes e professores da Universidade Presbiteriana

Mackenzie foram os responsáveis pela montagem e

organização da mostra.

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Fig.131. Convite

Mostra OCA

Fig.132. Museu OCA -

Parque do Ibirapuera

Fig.133, 134 e 135. Mostra Design Possível

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Page 88: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Mostra EcoDesign

A mostra de EcoDesign realizada no Espaço

Cultural João Calvino, dentro da Universidade

Presbiteriana Mackenzie, de 25 a 28 de outubro

de 2005, apresentou os trabalhos realizados pelos

grupos Design Possível e Anima Lixo, da

Universidade Presbiteriana Mackenzie e os

trabalhos de graduação de uma turma da Faculdade

de Belas Artes de São Paulo. Ambos os projetos

abordaram o conceito de sustentabilidade, dentro

de diferentes propostas, o Design Possível

apresentou os produtos desenvolvidos na primeira fase do

projeto; o Anima Lixo apresentou trabalhos desenvolvidos

por alunos do curso de publicidade, que criaram bonecos com

lixo doméstico para uma animação; e Faculdade de Belas

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Fig.136, 137. Mostra Design Possível

Fig.138, 139 e 140. Mostra Workshop Papelão

Fig.141. Convite

Mostra EcoDesign

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Page 89: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Artes apresentou o trabalho de graduação de uma turma do

curso de desenho industrial que tinha como tema o

desenvolvimento de produtos com a reutilização de latas e

materiais similares usados.

Primavera do Design

A mostra Primavera do Design, realizada no Interlar

Aricanduva no dia 27 de outubro de 2005 reuniu nomes

do design como Carlos Motta, André Marx, Irmãos

Campana, Guto Lacaz, Elizabeth e Eduardo Prado, Ivo

Pons, Flávia Pagotti, Marilena G, entre outros e apresentou

uma nova geração de designers que estão entrando no

mercado, dentre os quais, quatro, são integrantes do

Design Possível e participaram na mostra com os

produtos realizados para a primeira fase do projeto –

Encaixe, X da questão, Circo e Trapézio. Conceituar a

relevância do designer e suas escolhas para a

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Fig.143 e 144. Produtos Design PossívelFig.142. Espaço

Fig.145, 146 e 147. Produtos Design Possível

Fig.148. Convite

Mostra Primavera

do Design

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sustentabilidade do meio ambiente é a proposta do evento,

onde se pôde conferir a implicação de um material

construtivo e seu impacto no meio ambiente, assim como

o olhar criativo reorganizando sucatas, materiais

tecnológicos ou ainda certificados, garantindo a

criação de móveis e objetos inovadores. Oficinas

abertas ao público estavam entre as atividades

paralelas

à

mostra.

Workshop Serigrafia

Workshop desenvolvido para capacitação de

jovens da ONG Projeto Arrastão, que desenvolve

produtos com lonas vinílicas utilizadas em mídia

exterior. Por ser um material plástico (pvc), existe

uma dificuldade na aplicação de imagens e logos

sobre a lona e essa foi uma oportunidade para

que, através dos jovens, essa técnica seja

inserida na realidade produtiva da ONG, para

assim desenvolver e capacitar novos alunos. O

Workshop foi realizado do dia 05 a 09 de

novembro de 2005, no laboratório de serigrafia

do Mackenzie, com o apoio do professor e do

técnico responsável e a colaboração de

voluntários do grupo Design Possível.

Fig.149 e 150. Produtos

Desenvolvidos para o Design Possível

Fig.151. Explicação do

técnico do laboratório

Fig.152 e 153. Aplicação da

técnica em papel e camisetas

90

Page 91: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Projeto Nida/Sebrae

Participação do Design Possível em um projeto

do Nida – Núcleo de Inovação e Design em

Artesanato de São Paulo –, um núcleo do Centro

São Paulo Design patrocinado pelo Sebrae, que

propôs o desenvolvimento de alguns produtos

em parceria com comunidades visando o

incentivo a comercialização e geração de renda para as

mesmas, utilizando como ferramenta o design e revitalizando

a tradição das técnicas artesanais, características das diversas

regiões do Estado. Iniciado em dezembro de 2005, o Design

Possível participou com a apresentação de três novos

produtos, que foram apresentados na cerimônia de lançamento

do Nida, em 15 de fevereiro de 2006.

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Fig.154. Convite Mostra

Nida

Fig.155, 156 e 157. Produtos desenvolvidos pelo Design Possível

Fig.158, 159 e 160. Produtos desenvolvidos pelo Design Possível

91

Page 92: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Mostra ONG Arrastão

A mostra realizada na ONG Projeto Arrastão em

01 de março de 2006, reuniu alguns produtos

desenvolvidos pelo Design Possível desde a

primeira fase aos produtos mais atuais. O intuito

da mostra foi apresentar o projeto e seus

resultados ao Presidente da Região Toscana,

Sr. Claudio Martini, que em visita agendada ao

Brasil, reservou algumas horas para conhecer o

projeto e seus responsáveis. Essa mostra, que

uniu também os responsáveis de todas as ONGs

parceiras do Design Possível, fortificou a relação

entre os participantes e criou uma perspectiva

de melhores condições e investimentos para

continuidade do projeto.

Feira Craft + Design 2006

O Circuito Craft + Design, já citado

anteriormente, é uma feira específica para

lojistas do setor de utilitários e decorativos,

que acontece todo ano em março e agosto, onde

alguns produtos produzidos para a primeira fase

do projeto tiveram participação na edição

anterior. O Design Possível, nesta edição, de 15

a 19 de março de 2006, teve uma participação

mais abrangente e relevante, com o convite

feito pela organizadora do evento para

participação do grupo como expositor. Foram

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Fig.161. Projeto Arrastão

– Local da Mostra

Fig.162 e 163. Produtos desenvolvidos

pelo Design Possível

Fig.164. Estande

Fig.165.Produtos92

Page 93: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

desenvolvidas novas linhas de produtos em

parceria com as ONGs, os designers atuaram

novamente aplicando o design e agregando valor

nas técnicas utilizadas e na efetiva

comercialização dos produtos na feira.

Programa Jovens Urbanos

Nas regiões metropolitanas, os principais fatores de

vulnerabilidade social que atingem os jovens consistem na

baixa escolaridade, precárias oportunidades de socialização

da produção cultural, de vivências produtivas e o próprio

contexto de violência das metrópoles.

Partindo destas questões, o Programa Jovens Urbanos elenca

os seguintes propósitos como norteadores de suas ações:

interferir na trajetória da inserção desqualificada que os

jovens, em situação de vulnerabilidade, enfrentam no mundo

do trabalho e promover a empregabilidade e o acesso dos

jovens ao mundo do trabalho de forma que tenham um maior

repertório de oportunidades e de escolhas.

Dentro deste contexto, o Programa Jovens Urbanos,

patrocinado pelo Cenpec – Centro de Estudos e Pesquisa em

Educação, Cultura e Ação Comunitária – propôs a formação

de 480 jovens, de 16 a 21 anos de ambos os sexos, com foco

no aprendizado de tecnologias e implementação de projetos

coletivos de intervenção social, em parceria com ONGs locais.

A ONG Projeto Arrastão, como colaboradora deste projeto

convidou o Design Possível para atuar em parceria na

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Fig.166. Cortina feita de

retalhos de tecido

93

Page 94: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

capacitação desses jovens, abordando o tema

Moda, Design e Empreendedorismo.

A metodologia aplicada envolveu dois dias de

exploração-experimentação e produção – 19 e

20 de abril de 2006 –, por meio de visitas a

ONG, abordando assuntos relacionados ao tema

que instigasse o espírito exploratório, a

motivação para empreender descoberta e o

desejo e a vontade de produzir o novo e atuar

em novos cenários dos jovens. Após esta etapa,

uma turma de 21 jovens interessados foi

confirmada para o início do curso sobre Moda,

Design e Empreendedorismo, com duração total

de 52 horas. Os representantes do Design

Possível atuaram no curso abordando assuntos

ligados a metodologia e viabilização de projeto

(pesquisa de mercado, público-alvo, etc.)

aplicados em produto. Os jovens desenvolveram

uma camiseta customizada aplicando a

metodologia ensinada.

Projeto Tyg

Parceria da empresa de iluminação Tyg com o

projeto Design Possível, realizada em Março

de 2006. Desenvolvimento de um mascote para

fidelização do cliente, produzido com a

colaboração da ONG Aldeia do Futuro e

estudantes da Universidade Presbiteriana

Mackenzie, integrantes do Design Possível.

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Fig.167. Aula para os

jovens urbanos

Fig.168. Dinâmica

Fig.169. Produção no

ateliê de costura

Fig.170. Logo Tyg

Iluminação

Fig.171. Mascote desenvolvido para Tyg pela

Aldeia do Futuro 94

Page 95: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Projeto levado para mostra realizada em Milão 2006.

Projeto Ornare

Desenvolvimento de brindes para a conceituada

empresa de armários Ornare, em parceria com as

ONGs Projeto Arrastão, Associação Monte Azul e

integrantes do Design Possível. O objetivo foi

utilizar os resíduos industriais que fábrica descarta

para a fabricação dos brindes conforme o briefing. A Associação

Monte Azul, já recebia em grande quantidade resíduos de

mdf, compensado e lâminas da Ornare, porém nunca haviam

retornado o material em produtos para a empresa. Essa

iniciativa visa gerar renda para as ONG através da venda dos

brindes e incentivar este tipo de relacionamento por parte de

outras empresas. Foram desenvolvidos cinco produtos e estes

Fig.172. Logo Ornare

Fig.173. Caio

Esteves, gerente de

marca da Ornare, ao

lado dos brindes

desenvolvidos pelo

Design Possível

Fig.174. Porta-jóias

em mdf laqueado

Fig.175. Graveteiro

em couro, porta-lápis

em mdf e porta-

cartão em lâmina

pré-composta

95

Page 96: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

6. PROJETO: SEGUNDA FASE

Briefing: desenvolver um objeto de

mobiliário em cooperação internacional, a

partir dos materiais e técnicas de produção

que as ONGs oferecem e promover a

parceria e cooperação das mesmas também

com indústrias do setor moveleiro toscano

e nacional. A fim de obter um produto

contido da identidade local da ONG e a

tecnologia e possibilidade de

comercialização que as indústrias oferecem.

O resultado deve ser apenas um produto

de dupla autoria para ser apresentado em

uma mostra em Milão, em abril de 2006.

96

Page 97: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Novas clínicas foram realizadas, com o objetivo de desenvolver

móveis que terão algum componente produzido pelas

indústrias toscanas ou até mesmo as indústrias nacionais e

que contenham elementos das ONG’s brasileiras como

diferencial ecológico, social e estético, elevando sua auto-

estima como indivíduos e trazendo renda para a comunidade.

Dando continuidade ao trabalho desenvolvido na primeira

fase e ampliando a experiência adquirida em decorrência da

mesma, houve o interesse de aprofundar o desenvolvimento

desta fase, a fim de apresentá-lo como o trabalho de

graduação interdisciplinar aqui proposto.

A visita da estudante italiana da Universidade de Firenze –

IT, Marcella Foschi, em fevereiro de 2006, permanecendo aqui

por dois meses, foi essencial para a realização deste trabalho,

sendo ela a indicada para parceria projetual. Tendo como

intuito da sua visita a realização de um trabalho com as

comunidades brasileiras para embasamento de seu trabalho

de graduação, unimos nossos objetivos, conhecimentos e

culturas diversas no desenvolvimento deste projeto.

Novas visitas, coletas de materiais e experimentações foram

feitas às ONGs, após mais de um ano de parceria com o

Design Possível, o relacionamento e dinâmica das ONGs já

são mais adequados ao ritmo de trabalho do grupo.

A ONG selecionada para o desenvolvimento do projeto foi o

Projeto Arrastão, que, como já dito anteriormente, apresenta

pelo tipo de material utilizado, uma maior possibilidade criativa

e inovadora.

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Page 98: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

O produto final além de ser apresentado como trabalho de

graduação interdisciplinar, teve seu primeiro protótipo exposto

em um evento Fuori Salone, no Salão do Móvel de Milão, de

05 a 10 de abril de 2006, em um espaço cedido pela loja

Brasilartes. O resultado positivo, interesse e aceitação,

impulsionaram e motivaram ainda mais o seu aperfeiçoamento

e produção para uma possível comercialização no exterior.

Outro índice que aponta para essa aceitação é a participação

da Polt-Lona na 1ª Bienal Brasileira de Design, selecionada

pela curadora Marili Brandão para a Mostra Contemporânea

(ANEXO H).

6.1. Definições iniciais do Projeto

6.1.1. Problema

• Poltrona multiuso

6.1.2. Definição do problema

• Desenvolvimento do produto em cooperação

internacional, ou seja, em dupla com uma estudante

italiana;

• Utilizar os materiais e técnicas de produção que a ONG

Projeto Arrastão oferece;

• Promover a parceria e cooperação da ONG com indústrias

do setor moveleiro toscano e nacional;

• O produto deve ser apresentado e exposto em abril de

2006, em uma mostra em Milão.

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6.1.3. Componentes do problema

• Estudos de formas

• Ergonomia

• Modelagem

• Corte e Costura

• Infra-estrutura apropriada para costura

• Acabamentos

• Estrutura interna

• Alças de sustentação

6.1.4. Pesquisas

• Tipos de modelagem para esferas

• Tipos de ganchos

• Materiais resistentes para alças

• Máquinas de costuras industriais

• Estruturas metálicas (perfis, tubos, etc.)

6.1.5. Análise de dados

A análise de dados se dá através de referências visuais ligadas

ao tema de desenvolvimento. Para essa análise, neste

trabalho, foram criados os painéis semânticos que se seguem:

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Painel Semântico – Possibilidades

Produtivas da ONG

Fig. 176 100

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Painel Semântico – Produtos

desenvolvidos pelo Design Possível

com a lona

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Fig. 177101

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Painel Semântico – Ambientes de

Utilização

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Fig. 178102

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Painel Semântico – Concorrentes

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Fig. 179

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Painel Semântico – Referências Estéticas

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Fig. 180104

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6.2. Briefing

Ressaltar a cultura, os valores e a identidade brasileira,

através do desenvolvimento de um produto de dupla autoria,

produzido na ONG Arrastão, que agregue valor, através do

design, às técnicas e processos produtivos utilizados pelas

costureiras, resultando em um produto potencial e competitivo

no mercado interno e externo.

Público-alvo: Dois caminhos podem ser considerados na

identificação do público-alvo. Um, é a utilização do produto

em ambientes externos, varandas e jardins, classificando

uma parcela da população adepta a esses ambientes, seja

como moradia fixa ou temporária. O outro caminho, por se

tratar também de uma ação de design inovadora, é considerar

como público-alvo estudantes e profissionais de Design,

Arquitetura e áreas afins que possuam envolvimento crítico e

cultural com as questões ambientais e sociais.

6.3. Fases Criativas

Expressada primeiramente através dos

roughs e primeiras ilustrações:

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Fig. 181

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Fig. 181

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Fig. 181

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Fig. 181

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Fig. 181

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6.4. Apresentação do Projeto – Produto Polt-Lona

A Polt-Lona é um projeto de cooperação que promove uma

articulação projetual conjunta entre duas estudantes, uma

brasileira e uma italiana que estão desenvolvendo juntas os

respectivos trabalhos de graduação interdisciplinar.

O produto consiste em uma poltrona de dupla funcionalidade

projetada para ambientes externos, de acordo com o estudo

do material e da técnica de costura disponível.

Produzida dentro da ONG Projeto Arrastão, ela favorece a

reutilização da lona vinílica/pvc – utilizada em publicidades

de mídia externas, banners, etc., doadas por empresas

parceiras – de forma diversa e flexível.

Apresenta duas possibilidades de uso:

• Suspensa e móvel

• Apoiada ao chão e fixa

O projeto foi pensado dentro do conceito da meia esfera

como forma adequada de acomodação e sensação de

aconchego, se tratando de um material maleável repleto de

espuma em seu interior, onde o usuário se amolda da forma

mais confortável. Apenas com uma estrutura rígida, que

garante a segurança e estabilidade da poltrona, a flexibilidade

de seu corpo permite a modificação de sua posição sem

dificuldade. As características do material, como limpeza e

impermeabilidade, por exemplo, contribuem para sua

utilização no ambiente para o qual foi projetado – externo.

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6.5. Desenvolvimento do Projeto

Clínicas e encontros com o orientador – Professor

Ivo Pons – foram realizados para a definição do

produto e discussão do formato a ser aprovado,

atuando como orientador da estudante italiana

e conseqüente meu co-orientador, o Professor

Giuseppe Lotti também participou das decisões,

aprovações e alterações ocorridas no decorrer

deste trabalho, conforme cronograma de

realização do projeto (APÊNDICE B).

Com a forma definida, era necessário viabilizá-

la para a costura em máquina, onde os formatos

circulares são sempre mais difíceis. Portanto,

pesquisas de formas e construção de esferas

foram obrigatórias. Identificamos a necessidade

de desconstrução da esfera em módulos ou

gomos para melhor desempenho das costureiras;

o centro da esfera também foi descentralizado

para melhor acomodação do usuário ao sentar.

Se iniciou então diversas tentativas de obtenção

da meia esfera através dos módulos, utilizando

modelos em papel kraft e em escala reduzida

nesse estudo. Após esse estudo, foram

produzidos protótipos com a lona em menor

escala de algumas opções mais viáveis de

obtenção da meia esfera.

Chegando ao resultado mais viável em termos de produção

(costura), e melhor resolvido, em termos de obtenção da

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Fig.182. Teste de

formato com papel

Kraft

Fig.184. Protótipos em

lona em escala

reduzida

Fig.183.Opções

adquiridas

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forma desejada, os moldes para o início da

produção – corte e costura – foram feitos no

tamanho real. Duas versões do mesmo molde

foram disponibilizadas para a verificação de

viabilidade de produção, levando-se em

consideração a dificuldade de entendimento e o

tempo gasto pelas costureiras.

Verificou-se uma grande dificuldade na produção

do primeiro protótipo, que possuía uma versão

mais complexa do molde aprovado, dividido em

mais gomos, possuía uma quantidade maior de

costura, dificuldade e desgaste da costureira. A

espuma inserida no produto, como item não

utilizado anteriormente pelas costureiras,

também dificultou na realização desse primeiro

protótipo.

Após esta etapa, foi realizada uma reflexão sobre

o projeto e possíveis alterações. Foi produzido

outro protótipo com uma outra versão do molde,

com gomos maiores e em menor quantidade,

que foi melhor e facilmente resolvida pelas

costureiras, teve o seu tempo gasto muito

reduzido em relação ao anterior e o resultado

estético mais atrativo, fazendo dela a versão

do molde aprovada para o projeto.

Estando a costura resolvida nesse primeiro

momento, ou seja, 90% do produto pronto, era

preciso definir as estruturas internas e as alças

que fariam a sustentação da poltrona e do peso

aplicado a ela.

Fig.185. Danielle e

Marcella no atêlie da

ONG Arrastão

Fig.187. Costura da

segunda versão do

molde

Fig.186. Costura da

primeira versão do

molde

114

Page 113: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

viabilizadas com um material chamado

cadarço – material resistente utilizado

em alças de bolsas e mochilas. Costuras

internas circulares foram feitas com o

cadarço, de onde também se originavam

as alças, indo da metade da esfera, onde

o cadarço estava costurado, até a parte

exterior.

6.6. Alterações Previstas

Após ser exposto na Mostra Design Possível, em Milão, uma

reunião com os respectivos orientadores e co-orientadores

foi realizada para apontamento de possíveis modificações

para melhoria do produto.

Direcionadas para pesquisar soluções mais viáveis e tipos

de materiais disponíveis para as alterações propostas, as

seguintes alterações propostas:

1 – Utilizar uma estrutura de alumínio ou aço inox em toda a

borda da meia esfera, no lugar do “bambolê” usado

anteriormente. Tratando-se de um

material industrial, essa alteração já

envolveria uma indústria ou empresa na

parceria com a ONG para produção do

produto.

2 – Alteração do encaixe da estrutura

rígida. Será feito uma espécie de

“passantes” para a passagem da

Fig.188. Gomos prontos para a

próxima costura que irá fechar

a poltrona

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Fig.189. Passante feito de lona

par aencaixe da estrutura

metálica

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SE estrutura metálica, colados e costurados na parte

externa, fazendo com que, diferentemente da opção

anterior, a estrutura fique com algumas partes

expostas.

3 – As alças serão de um material mais resistente,

facilmente encontrado e que ainda contribuem para

o conceito sustentável do trabalho. Serão utilizados

cintos de segurança usados, adquiridos em ferros-

velhos. Estes, não terão mais nenhuma costura

com o corpo da poltrona (lona), serão diretamente

encaixados na estrutura metálica aparente.

4 – As costuras internas dos módulos A

serão reforçadas com viés de pvc rígido,

chamado vivo (geralmente utilizado em

acabamento de bolsas), para maior

resistência quando utilizada na opção

apoiada ao chão. Essa alteração foi

testada, mas não chegou a ser concluída,

devido à falta de máquinas apropriadas

para a costura desse material.

6.7. Ergonomia aplicada ao projeto

Em termos gerais, pode-se dizer que a ergonomia visa à

adaptação das tarefas ao homem. Quer se trate de um produto

para consumo ou de um posto de trabalho, a ergonomia oferece

vantagens através da melhoria do bem-estar, da redução de

custos e da melhoria da qualidade e produtividade. Assim, a

concepção de qualquer produto ou sistema deve integrar

critérios ergonômicos desde a fase projetual, de forma a

assegurar a sua eficiência.

Fig.190. Passante -

parte interna,

reforçado com costura

e cola vinílica

Fig.191. Vivo - viés de PVC

116

Page 115: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Propondo a definição de MORAES (2003) et al apud Moares &

Soares (1989), conceitua-se ergonomia como “tecnologia

projetual das comunicações entre homens e máquinas,

trabalho e ambiente”.

6.7.1. Fatores Ergonômicos

Os fatores ergonômicos são requisitos necessários para que

as qualidades que se pretende para o produto sejam

alcançadas. Analisaremos neste projeto os seguintes

requisitos: tarefa, postura, segurança, conforto e materiais.

Tarefa

A partir do fator tarefa se define e se inicia o projeto do

produto. A tarefa diz respeito à ação desenvolvida pelo usuário

na utilização do produto e delimita suas dificuldades, por

isso “deve ser tomada, ergonomicamente, como o primeiro

pré-requisito de projeto, porque a partir dela nasce

praticamente toda a filosofia que norteia e/ou influencia

grandemente o design [...], em termos dos seus aspectos de

uso, formais, estruturais e tecnológicos” (GOMES, 2003, p.62).

A tarefa principal colocada ao usuário da poltrona é o ato de

sentar. Ainda como tarefas secundárias, temos o

posicionamento da poltrona na posição desejada, pendurada

ou apoiada ao chão. O procedimento dessas tarefas será

detalhado no fator ergonômico postura.

É importante ressaltar que “a facilidade de assimilação rápida

e o melhor desempenho do usuário em relação a essas tarefas

vai depender naturalmente de suas qualidades pessoais em

117

Page 116: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

termos antropométricos, faixa etária, habilidades, etc.”

(GOMES, 2003, p.61), ou seja, uma pessoa idosa,

provavelmente não desempenhará essas tarefas com a

facilidade de uma pessoa jovem ou necessitará de ajuda

para executá-la.

Postura

Define-se postura como a “imobilização de partes do

esqueleto em posições determinadas, solidárias umas

às outras e que conferem ao corpo uma atitude de

conjunto” (GOMES, 2003, p.32). A postura está

relacionada também com outros fatores ergonômicos

que veremos a seguir, como a segurança e o conforto.

Levando em consideração as tarefas a serem

executadas pelo usuário, identifica-se a postura

utilizada para cada tarefa:

- Sentar: sendo a poltrona confeccionada em

material maleável, sem estruturas internas

rígidas que indiquem assento e encosto, ela

permite longa e confortável permanência do

usuário em posições flexíveis, se amoldando

ao produto encontrando a posição mais

confortável.

- Pendurar a poltrona: é necessário que se encaixem as hastes

das alças da poltrona em um gancho – soluções já existentes

em ambientes externos, na parede ou teto. Para essa tarefa

se faz necessário o movimento de alcance do gancho – de pé

com os braços esticados –, e no caso de gancho de teto, é

preciso também fazer uma pequena força, devido ao peso da

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Fig.192. Desenho

esquemático

Poltrona suspensa

Fig.193. Desenho esquemático

Poltrona apoiada no chão

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Page 117: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

poltrona que será levantada, que é

de aproximadamente 8 kg.

- Apoiar a poltrona ao chão: é

necessário vira - lá da posição original

(meia-esfera) e empurrar para baixo

a parte de cima em direção ao chão –

agarrachado inclinado –,

transformando-a no assento dessa

outra posição, a espuma utilizada em

seu interior e a costura interna

reforçada garantem a sua estrutura.

Segurança

De acordo com João Gomes Filho (2003, p.29): “Conceitua-se

segurança como a utilização segura e confiável dos objetos

em relação às suas características funcionais, operacionais,

perceptíveis, de montagem, de fixação, sustentação, e outras,

fundamentalmente, contra riscos e acidentes eventuais que

possam envolver o usuário ou grupo de usuários”.

A proteção ao usuário vai depender das soluções

projetuais de configurações físicas desenvolvidas

para o produto. Neste caso, tratando-se de uma

poltrona que pode ser pendurada, o fator segurança

é crucial.

Alguns itens que apontam para esse fator foram

listados e devem ser seguidos por parte do usuário

e produto:

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Fig.194. Desenho esquemático

Demonstração de troca de posição

Fig.195. Tipo de gancho

existente no mercado

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- Usuário: deve se certificar que o

gancho a ser utilizado suporta a carga

indicada. De acordo com algumas

pesquisas realizadas com ganchos

existentes no mercado, muitos

classificados como “gancho de rede”

para essa utilização, a carga máxima

estipulada para a maioria dos casos é

de até 200 kg.

-

Poltrona: Resistência e sustentação das alças – as alças

são de material extremamente resistente, foi reutilizado

cintos de seguranças de carros inutilizados

(encontrados em ferro-velhos) e a sustentação é feita

a partir de um perfil cilíndrico circular de alumínio

(que se encontra ao redor da poltrona em toda a

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Fig.196. e Fig. 197

Tipos de ganchos existentes no

mercado

Fig.198

Propriedades de um gancho existente no mercado

Fig.199. Cinto de

segurança

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Page 119: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

extensão de seu diâmetro) através do próprio

sistema de encaixe do cinto de segurança utilizado

nos veículos, que é fixado a esse perfil;

Resistência do corpo (material e costura) – o

material utilizado é a lona de pvc (vinílica) que

possui ótima resistência ao rasgo, o corpo consiste

em um “sanduíche” de lona, espuma e lona

costurada em toda sua extensão, a costura é feita

com máquina industrial adequada para o material

e reforços internos com viés de pvc ajudam a

estruturar e reforçar a segurança.

Conforto

A segurança também está inserida nesse item, pois quanto

maior a confiança no produto maior a comodidade e sensação

de bem-estar, seja nos níveis físicos ou sensoriais (GOMES

FILHO, 2003).

Também como no fator segurança, algumas condições que

apontam para esse fator devem ser observados por parte do

usuário e produto:

- Usuário: alguns desconfortos são trazidos pela má postura

corporal. Como citado anteriormente, a poltrona permite que

o usuário se amolde a ela, achando a posição mais confortável,

solucionando essa questão.

- Poltrona: permitir ao usuário a comodidade necessária

através de sua forma e materiais. O formato (meia-esfera)

da poltrona transmite ao usuário a sensação de aconchego e

proteção e os materiais principais – lona de pvc e espuma

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Fig.200. Detalhe da

costura parte interna

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conferem flexibilidade e maleabilidade ao produto. A opção

de utilização do produto pendurado, possibilitando a

movimentação e balanço da poltrona também transmite uma

sensação de bem-estar e conforto.

Materiais

Os materiais que constituem a poltrona, bem como sua

utilização e contribuição para o produto, serão listados a

seguir:

-Lona de pvc (vinílica): durabilidade, segurança, conforto e

impermeabilidade ao produto, além de facilitar a limpeza do

mesmo.

-Espuma de poliuretano: concede conforto e maleabilidade

ao produto.

-Estrutura metálica e alças: durabilidade, sustentação e

segurança.

6.7.2.Ações de Percepção

Informação, (dentro do contexto de comunicação) de um modo

geral é a transmissão de notícias que está relacionada com

alguns conceitos como símbolos, significância, dados,

conhecimento, mensagem, etc.

Relacionado a essa “definição”, os problemas ergonômicos

que se podem encontrar são “à não compreensão da

informação [...] relativa ao dimensionamento, à clareza, ao

contraste figura-fundo [...] e no dimensionamento e

qualidades táteis de superfícies” (GOMES, 2003, P.40).

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Devemos então provocar esses estímulos para que essas

informações sobre o produto se dêem de forma adequada.

No caso da poltrona desenvolvida, esses estímulos podem

ser ativados através de percepções visuais e táteis.

Visual

O primeiro nível de informação captada pela visão

são os atributos relacionados a estética e forma.

Já o segundo nível de informação procura captar

maiores detalhes do que se vê, nesse nível,

aspectos como acuidade, que diz respeito a

intensidade luminosa do ambiente e legibilidade,

que trata da leitura da informação e o seu

reconhecimento, influenciam na visualização e

compreensão do objeto.

O produto trata da questão da percepção visual da seguinte

forma: no primeiro momento, a estética e a forma explicita

ao usuário a ação de sentar e o convida para isso. Em um

segundo momento, a questão da iluminação que

geralmente se fará pela luz do dia e a localização

do produto em seu ambiente de utilização –

ambientes externos, varandas e jardins –

também acrescentam dados a essa percepção,

entretanto, a legibilidade não será imediata, pois

se trata de uma proposta de um “novo” material

para o segmento de móveis, porém, já visto em

uma outra utilização – utilizado anteriormente

em propagandas de mídia exterior. A leitura do que era esse

material, o reconhecimento e a compreensão de sua nova

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Fig.201. Banner

publicitário feito de

lona

Fig.202.

Transformação do

banner em produto

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utilização será mais lenta, mas quando esclarecida, ganhará

um valor maior, de novidade e conscientização.

- Cromático

Inserido no contexto da percepção visual, a utilização das

cores são de extrema importância para expressar e reforçar a

informação visual.

A fim de contribuir para a melhor a visualização, a compreensão

da leitura e o reconhecimento do objeto ou da informação,

existem algumas exigências ergonômicas no que se refere

ao uso das cores.

Primeiramente deve-se fazer uso coerente, harmônico e

compatível da imensa gama de cores existentes e atender

alguns padrões:

• Figura-fundo – adequar as cores empregadas em

relação figura-fundo, seja em imagens ou textos.

• Utilização sensata dos recursos de iluminação.

• Conhecer o significado e as aplicações das cores

utilizadas para determinadas funções, por exemplo, vermelho

significa perigo, amarelo atenção, e assim por diante.

Percebe-se no produto desenvolvido essa preocupação na

utilização e escolha das cores utilizadas. Apesar de vibrantes

e alegres, as cores se entendem e se completam, deixando

o produto mais divertido.

Tátil

Define-se o “tato como o sentido por meio do qual se percebem

sensações de contato e pressão, as térmicas e as dolorosas”

(GOMES, 2003 apud FERREIRA, 1999, p.1298).

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Nesse sentido, a escolha dos materiais utilizados é de grande

importância, pois são eles que vão transmitir as sensações e

conseqüentemente despertar no usuário o desejo ou não

pelo produto.

É conveniente a aplicação de

texturas em elementos planos ou

volumétricos que os caracterizam de

tal maneira que o seu uso se faça

sem olhar, que o usuário o reconheça

pelo contato ou pressão ou, ainda

simplesmente pelo conforto.

Dessa forma, o produto proposto

contribui para a percepção tátil por

ter espuma em seu interior e sua superfície separada em

gomos divididos pela costura, além de ser não fixo (balança

quando pendurado no teto), o que facilita o acesso para o

usuário, podendo assim ter sua função facilmente percebida.

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Fig.203. Detalhe do centro da

poltrona

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6.9. Processo Produtivo

6.9.1. ONG

O processo produtivo, quando se trata do desenvolvimento

de produtos que envolvam corte e costura ou até mesmo

técnicas artesanais, necessita de algumas etapas que não

estamos acostumados a ver durante o curso na universidade,

pois difere muito do relacionamento com as indústrias

direcionado aos alunos.

As artesãs e costureiras não lêem com facilidade os desenhos

técnicos ou ilustrações, portanto, se faz necessário a produção

de moldes no tamanho real, em papel kraft, especificando

locais de costura, dobras, cortes, etc.

Seguindo esse direcionamento, segue o passo-a-passo do

processo produtivo da obtenção da poltrona:

• Parte Interna:

1 – Marcação e corte dos pedaços de lona internos, conforme

os moldes de A1-A5, B1-B5, C1-C5.

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Fig.204. Marcação do

molde na lona

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Fig.205. Corte dos

pedaços

Fig.206. Pedaços

cortados

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2 – Marcação e corte da espuma – dupla, de acordo com os

moldes onde essa será inserida, tirando 1cm de cada lado

para a costura lateral.

3 – Costura das partes A, B e C, seguindo a seqüência dos

números, por exemplo: 1A, 2A e 3A e assim

sucessivamente, formando os gomos da poltrona.

4 – Costura dos gomos prontos na seqüência

1,2,3,4,5,5,4,3,2,1, fechando a meia esfera interna.

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Fig.210. Costura dos

Fig.215. Parte interna

costurada

Fig.213. Costura dos

gomos, fechando a

meia esfera

Fig.214. Detalhe da

costura

131

Fig.207. Marcação do

molde na espuma

Fig.212. Preparação

para costura que vai

unir os gomos

Fig.211. Gomo pronto

Fig.208. Corte da

espuma

Fig.209. Preparação

para costura

Page 126: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

5 – Parte interna pronta

• Parte Externa:

1 – Marcação e corte dos pedaços de lona externos,

conforme os moldes de 1 a 5.

2 – Corte horizontal na lona para inserção de um outro

pedaço de lona que irá sustentar o perfil cilíndrico que vai

ao redor da poltrona, como um passante para a estrutura.

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Fig.221. e Fig.222

Corte dos pedaços para passante

Fig.220. Pedaços

prontos para costura

Fig.219. Marcação do

molde na lona

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Fig.218. Parte interna

pronta - costuras

internas

Fig.216. Parte interna

pronta -

Fig.217. Parte interna

pronta - costuras

internas

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3 – Inserir os pedaços de lona nos cortes feitos

anteriormente e fixá-la com cola vinílica e costura, criando

o passante para a estrutura.

4 – Costura dos pedaços na seqüência 1,2,3,4,5,5,4,3,2,1,

fechando a meia esfera externa.

5 – Parte externa pronta

Fig.224. Detalhe do

passante de lona

Fig.223. Pedaços

prontos com o

passante preparadas

para costura

Fig.226. Pedaços

costurados

Fig.225. Costura Parte

Externa

Fig.227 e 228. Parte Externa Pronta

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• Acabamento:

1 – União da parte externa e interna através da costura de

um viés de lona ou cadarço em toda lateral, fazendo o

acabamento.

2 – Colocação da estrutura metálica.

3 – Encaixe das alças na estrutura metálica.

6.9.2. Empresas Parceiras

A proposta do projeto é unir em parceria

nacional e internacional as ONG’s da

cidade de São Paulo, em especial, a ONG

Projeto Arrastão, que colaborou na

produção deste produto, com empresas

e indústrias que viabilizem uma parte do

produto que necessite de uma tecnologia

maior e/ou atuem na comercialização do

mesmo.

Contatos estão sendo realizados, através

do apoio e colaboração dos professores

orientador e co-orientador, tanto no

Brasil, como na Itália, para que essa

proposta de trabalho realmente se efetive, trazendo benefícios

para as ONG’s com a geração de renda, para as empresas

com as vendas e apoio ao trabalho social e ao design brasileiro,

com a divulgação e exposição de uma identidade que é única.

Fig.229. estruturas feitas por

empresa italiana para cadeiras

suspensas

134

Page 129: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Fig.230. estruturas

feitas por empresa

italiana para

cadeiras suspensas

135

Dentro desta proposta, a estrutura metálica de

alumínio, que envolve a poltrona e dá sustentação

a mesma, deve ser produzida em um sistema

industrial. Uma proposta para uma futura parceira,

está sendo negociada na Itália, com uma empresa

de móveis chamada Esedra Design, que se interessou

muito pelo produto e propôs outros tipos de

estruturas disponíveis por eles, que facilitariam a

utilização.

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6.10. Resultados - Segunda Fase

Fig.231. Polt-lona

Fig. 232. Polt-lona

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6.11. Mostra Fuori Salone Milano 2006

A mostra do Design Possível, realizada em Milão dos dias 05

a 10 de abril de 2006, apresentou diversos produtos produzidos

sob os conceitos abraçados pelo Design Possível, como o

desenvolvimento sustentável, a inclusão social,

reaproveitamento e reutilização de resíduos, etc., entre eles

estão alguns projetos de cooperação internacional entre

estudantes, sendo um deles o projeto aqui apresentado,

projetos de desenvolvimento de brinde e promoção em

parcerias com ONGs e empresas, projeto desenvolvido com

comunidades da Bahia e móveis temporários para

desabrigados produzidos com papelão. A mostra recebeu

muitos elogios e resultados positivos. As pessoas se

mostraram impressionadas diante das possibilidades

projetuais, o que prova o sucesso da iniciativa e da proposta

inserida pelos produtos.

Fig.233. Espaço da Mostra Design Possível em Milão137

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Fig.234.Detalhe - sofá de

papelão e bonecão de jeans

Fig.235. Legenda do produto

Polt-lona

Fig.236 , Fig. 237 e Fig. 238. Polt-lona na mostra

Fig.239. e Fig. 240. Espaço da mostra Design Possível em Milão

Fig.241.Equipe de

estudantes e designers

Fig.242. Coquitel de

inauguração

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6.11.1. Catálogo

Fig.243. Catálogo da Mostra

de Milão 2006 - frente

Fig.244. Catálogo da Mostra

de Milão 2006 - verso

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6.12. Memorial Descritivo

1.Descrição do projeto do produto:

Poltrona meia esfera: 90cm diâmetro X 70cm profundidade

Peso: aprox. 8 kg

Materiais:

Lona vinílica / pvc descartada

Espuma de poliuretano

Perfil de alumínio

Cinto de Segurança usado

2.Funcionalidade prevista para o produto:

POLT-LONA é uma poltrona que pode ser utilizada de duas

maneiras, suspensa e móvel ou apoiada ao chão e fixa.

3.Qualidade prevista:

Produto inovador, utiliza um material que agrega flexibilidade

e versatilidade ao produto, além de outras características

como a impermeabilidade e fácil limpeza.

4.Características previstas do consumo do produto

relacionados à questão ambiental:

A combinação da questão ambiental e a social é o objetivo e

o grande diferencial deste produto. Permite o aproveitamento

e reutilização de um material que fatalmente seria destinado

ao lixo. Além de inserir o design à técnica já utilizada pela

ONG Projeto Arrastão, gerando renda para as famílias locais.

5.Informações previstas aos consumidores:

O produto POLT-LONA além de um produto diversamente

funcional, atende as necessidades estéticas e ergonômicas

dos usuários dentro do conceito e prática da responsabilidade

social. Produto versátil e divertido que irá complementar o

espaço de lazer externo, com beleza, conforto e praticidade.

140

Page 135: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

CONCLUSÃO

Através do desenvolvimento desse trabalho, constata-se o quão

rico e desafiador é o desenvolvimento de projeto em

cooperação internacional e o quanto o designer pode fazer

para preservação do planeta, e conseqüentemente para a

melhoria da qualidade de vida das pessoas. Percebe-se a real

contribuição à sociedade que o designer pode realizar, criando

assim sistemas integradores, valorizando nossa cultura,

resgatando técnicas tradicionais, coerentes e responsáveis pelo

futuro da humanidade.

As diferenças culturais e sociais dos países em questão – Brasil

e Itália – são barreiras que nos ensinam a identificar e

solucionar projetos, adequando-os a nossa realidade. A

diferença projetual se dá pelo modo de aprendizado e

concepção e pelas realidades diversas vivenciadas. É preciso

situar seu parceiro de projeto do que é possível, do que é

viável. E essa troca de conhecimentos adquiridos é também

um dos grandes ganhos desse projeto. O projeto de produtos

em cooperação internacional, além de ser um desafio é também

uma oportunidade para o mercado, que têm a chance de

exportar e divulgar o produto brasileiro no comércio exterior.

Indiscutivelmente o projeto foi positivo e engrandecedor tanto

para os estudantes, como para os participantes das ONGs e

demais pessoas envolvidas. A aproximação dos artesãos às

modernas práticas de gestão, de utilização de matéria-prima

e design, os auxiliou a gerir de forma mais eficaz sua produção

artística e a agregar valor pela forma. Contribuiu e acrescentou

muito em minha formação e crescimento profissional em todos

os aspectos, ampliando a visão de design conhecida

anteriormente. 141

Page 136: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

REFERÊNCIAS

ACCESSORIES for Hanging Hammock Airchairs and Skychairs. Disponível

em: <http://www.airchairusa.com/accessories.html>. Acesso em 2 maio

2006.

BRANCO, Samuel Murgel. Meio Ambiente: uma questão moral. São Paulo:

OAK, 2002.

BUBBLE Chair. Disponível em: <http://www.plushpod.com/item_13.php>.

Acesso em 2 maio 2006.

COIMBRA, Ávila. O outro lado do meio ambiente: uma inclusão humanista

na questão ambiental. Campinas: Millennium, 2002.

GOMES, João Filho. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura

ergonômica. São Paulo: Escrituras, 2003.

HANGING Chairs. Disponível em: <http://www.mypashmina.co.uk/

my_hammock/hanging_chairs.htm#>. Acesso em 2 maio 2006.

HANGING chairs, hammock chairs, from hammock heaven. Disponível em:

<http://www.hammockheaven.co.uk/shop/hanging_chairs.htm>. Acesso em

2 maio 2006.

HANGING chair, hammock chair, medium size Kapalua. Disponível em: <http:/

/www.hawaiiansunchairs.com/hammock_chair.htm>. Acesso em 2 maio

2006.

INDÚSTRIAS investem no “R” de Redução para garantir sustentabilidade.

Disponível em: <http://www.cempre.org.br>. Acesso em 20 maio 2006.

Page 137: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

ISLAND Chairs. Disponível em: <http://www.islandchairs.com/

compare_chairs.html>. Acesso em 2 maio 2006.

JOVENS Talentos. Revista Cláudia Casa, São Paulo, ano 29, n. 11, p. 32,

nov. 2005.

KAZAZIAN, Thierry (Organizador). Design e Desenvolvimento Sustentável:

haverá a idade das coisas leves. São Paulo: Senac, 2005.

LOPES, Odete L. Coletânea de atividades de educação ambiental. Curitiba:

Unilivre, 2002.

MACKENZIE ganha apoio da Ornare em projeto. Disponível em: <http://

www.dci.com.br> Acesso em 28 abr 2006.

MANZINI, Ezio; VEZZOLI, Carlo. O desenvolvimento de Produtos

Sustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos industriais. 1. ed.

São Paulo: Edusp, 2005.

MEURS, Paul. Brazil Holland: a design match. Eindhoven: Design Academy,

2002.

MORAES, Anamaria de; MONT´ALVÃO, Cláudia. Ergonomia: conceitos e

aplicações. Rio de Janeiro: A. de Moraes, 2003.

NANNA Jorgen Ditzel. Disponível em: <http://www.bonacinapierantonio.it/

data/classici_file/html/egg.html>. Acesso em 2 maio 2006.

PRÊMIO Planeta Casa. Revista Cláudia Casa, São Paulo, ano 29, n. 9, p. 50,

set.. 2005.

Page 138: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

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/www.cempre.org.br>. Acesso em 28 out. 2005.

ROPES, fixings and cushions from Hammock Heaven. Disponível em: http:/

/www.hammockheaven.co.uk/shop/ropes_and_fixings.htm>. Acesso em 2

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SANTOS, Cleon R. dos; FORTES, Otávio F. Desenvolvimento Urbano e Meio

Ambiente – textos escolhidos. Curitiba: Unilivre, 2003.

SANTOS, Glória Lúcia S. A.; OTA, Sueli Naomi. Mobilização Social em

Comunidades. Curitiba: Unilivre, 2002.

STORIA. Disponível em: <http://www.esedradesign.com/storia.htm> Acesso

em 2 jun 2006.

TERRAÇOS. Varandas, pátios e jardins, São Paulo, 25. ed., p. 52, 2006.

TORO, José B.; WERNECK, Nísia M. Mobilização Social: um modo de construir

a democracia e a participação. Brasília: Abeas-Unicef, 1997.

TRANSPONDO Fronteiras. Revista Kaza, São Paulo, ano 3, n. 24, p. 16,

maio 2005.

UM ESTILO todo peculiar. Campo e decoração. São Paulo, ano 3, n. 8, p. 27,

2006.

Page 139: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

ANEXO A

Abril/2005

Convite Mostra Design Possível

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ANEXO B

Revista Kaza – SP – Maio/2005

Coluna Eco chic

Transpondo fronteiras

Em Milão, a exposição Design Possível mostrou fuori salone

o intercâmbio inédito entre jovens designers brasileiros e

italianos, nossas ONGs e a indústria moveleira da Toscana.

Um projeto vitorioso que contou com o aval de ecodesigners

consagrados, e já tem lugar garantido no Salão Satélite 2006.

Mostrar ao mercado mundial o trabalho de nossas ONGs e

das comunidades carentes que reaproveitam os resíduos das

grandes cidades. Este é o objetivo do Design Possível, projeto

inédito de professores e alunos de Desenho Industrial do

Mackenzie e da Universidade de Firenze, liderados pelo

designer Ivo Pons e o professor Giuseppe Lotti. A iniciativa

se transformou em exposição paralela à recente edição do

Salão do Móvel de Milão, realizada sob os auspícios de

Instituto Brasil Itália (IBRIT, onde aconteceu o evento),

Casa Toscana, Consulado do Brasil em Milão, Associação

de Designers de Produtos (ADP), Centro São Paulo Design

(CSPD) e da Brasilartes, loja-galeria de Francesco Quartuli.

A mostra é parte de um conjunto de ações previstas ao

longo de dois anos, que culminará com a apresentação dos

resultados no festejado Salão Satélite de Milão, em 2006,

e em posteriores exposições em Firenze e São Paulo. Nesta

primeira etapa, vinte alunos brasileiros e italianos formaram

dez duplas para criar, à distância, protótipos de acessórios

para casa com sobras de materiais produzidas na capital

paulista. As propostas tiveram como base estudos da

realidade da metrópole, suas ONGs e comunidades onde

Page 141: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

estão inseridas (a princípio, Aldeia do Futuro, Florescer e

Monte Azul). Na segunda fase do projeto, as duplas

desenvolverão protótipos de móveis a serem produzidos pelas

indústrias toscanas, com elementos das ONGs brasileiras e

de acordo com o diferencial da matéria-prima ecológica e

social. Não bastasse a receptividade à idéia, a expressiva

visitação da mostra e o sucesso das criações (luminárias,

revisteiros, pequenas estantes, pufes), o Design Possível

teve o apoio de consagrados ecodesigners que já atuam junto

às ONGs, em exposição simultânea, e também fuori salone

de seus trabalhos, na Brasilartes. Mais do que o vínculo entre

nossos futuros designers e a indústria italiana de móveis,

sempre muito atenta à criatividade do design brasileiro, o

pioneirismo do Design Possível pretende agregar valor estético

e abrir caminho à produção de nossas ONGs num mercado

forte, formador de opinião e capaz de difundir de forma

definitiva o conceito de ecodesign.

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ANEXO C

Revista Casa Cláudia – SP – Setembro/2005

Coluna Planeta Casa

Prêmio Planeta Casa

Promovido por Casa Cláudia, o Prêmio Planeta Casa chega a

sua quarta edição. Este ano, cinco comitês técnicos se

debruçaram sobre 134 inscrições os 31 finalistas que você

vai conhecer a seguir. São dez produtos, oito ações sociais,

cinco projetos arquitetônicos, três de design de interiores e

cinco propostas de estudantes.

Categoria Ação Social:

Design Possível – usar o design para descobrir novas formas

de aproveitar resíduos é o mote do projeto, que envolve

ONGs e estudantes da Universidade Mackenzie, de São Paulo,

e da Universidade de Firenze, Itália.

Categoria Estudante:

Revisteiro Mago – projeto de Danilo Caldeira Rodrigues, o

móvel de MDF reaproveitado e tela emborrachada vai à parede

ou ao chão.

Revisteiro Multiuso – no chão, é revisteiro, e na parede,

prateleira. O projeto de Danielle Rodrigues aproveita MDF e

dispensa parafusos.

Gomos Versáteis – retalhos de jeans combinados de inúmeras

maneiras criam diferentes peças. Idéia de Gustavo Andretta

Yoshida.

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ANEXO D

Revista Casa Cláudia – SP – Novembro/2005

Coluna Jornal de Casa

Jovens Talentos

Danielle Alcântara, 22 anos, e Gustavo Dias, 27, são exemplos

da nova geração de designers paulistas. Ela foi finalista da

categoria Estudante do Prêmio Planeta Casa 2005, concedido

por Casa Cláudia, com o sistema Encaixe, feito de resíduos

de MDF e que pode virar revisteiro ou prateleira. Já Gustavo

criou o banco e luminária São João inspirado nas fogueiras de

festas juninas. De teca certificada, a peça representou o

Brasil numa mostra em Milão.

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ANEXO E

Revista Kaza – SP – Abril/2006

Coluna Design

Por Ivo Pons

O Design está morrendo. Viva o novo design!

É cada vez maior a integração entre design e questão sócio-

ambiental. Designers, empresas, ongs, comunidades e

instituições questionam o verdadeiro papel que o design deve

assumir neste nosso mundo poluído, superpovoado, exaurido

em seus recursos e de contrastes econômicos extremos.

O velho design está morrendo, e já não era sem tempo! Mas

não devemos ficar alarmados. Nós, amantes da forma, função,

cores e comunicação, felizmente não estaremos órfãos. Esta

é uma morte anunciada e bastante positiva, pois o modelo

de design que conhecemos tem dado lugar a um outro.

Estimulante, engarrajado, objetivo. Este novo modelo surge

quase que imperceptível, entrincheirando-se frente a frente

com antigos dogmas para atender às novas necessidades do

mundo. Há tempos a sociedade questiona a disparidade

econômica, a ecologia, o aproveitamento e o sentido do

design. Se a razão do produto é servir o usuário, por que

desenvolvê-lo segundo critérios exclusivamente comerciais?

Se a matéria-prima é escassa, por que utilizá-la

indiscriminadamente? E se a produção e o comércio são os

motores da sociedade, por que não transformá-los em

ferramentas de inclusão econômica e social?

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Iiciativas para inclusão:

Estas são algumas das questões que o novo design e o novo

designer precisam responder. Evidentemente, as repostas

não viram só deles, mas de toda a sociedade, que começa a

se articular em iniciativas pioneiras. O projeto Design Possível,

por exemplo, é uma bem sucedida parceria entre as

universidades Mackenzie e de Firenze. Há dois anos, esta

ação entre indústrias, estudantes, designers, ongs e

instituições vincula a criação de produtos ao reaproveitamento

e transformação de resíduos nas comunidades carentes,

contribuindo, assim, para a geração de renda e inclusão.

Seus frutos serão mostrados mais uma vez no próximo Salão

do Móvel de Milão em mostra que acontece na Galeria

Brasilartes e tem despertado esse novo espírito junto ao

setor moveleiro, lá e cá. Participam dessa mostra também

outros designers e empresas engajados na inclusão social.

Caso da designer Paula Dib e os produtos desenvolvidos

para Report e as empresas Ornare e Tyg Iluminação, com

projetos em parceria com o Design Possível.

Atores Sociais:

Os agentes de transformação vão além de pequenos grupos

e pessoas engajadas nas causas sociais. Grandes empresas,

como Redecard (cartões de crédito), participam de projetos

com jovens designers junto a comunidades carentes de São

Paulo, capacitando ongs para fornecer materiais em suas

ações promocionais. Isso também gera emprego e estimula

o uso de matérias-primas ecologicamente corretas, fechando

o ciclo de responsabilidade assumido pela empresa. Já citada,

a Report (Suzano papel e celulose), atua pelo interior do

Brasil, reutilizando resíduos de eucalipto na concepção de

novos produtos, o que ajuda comunidades, cidades e

Page 146: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

principalmente cidadãos a se tornarem auto-suficientes e

ingressarem no mercado de trabalho e consumo. A Klabin

(papel e celulose), com ampla atuação no setor de

responsabilidade social, forneceu matéria-prima para a

criação, por estudantes e designers, de móveis temporários

em papelão. Eles foram desenvolvidos para a população

desabrigada por chuvas e outras catástrofes, suprindo as

dificuldades cotidianas nos abrigos provisórios, aparelhando

famílias no retorno à casa e inaugurando uma outra forma de

ação do designer na sociedade.

Nós na fita:

Todos podemos contribuir decisivamente no processo

transformador. Basta consumir! Por mais paradoxal que isso

possa parecer à defesa do meio ambiente, para ajudar

precisamos adquirir a produção consciente, única capaz de

fomentar a possibilidade de consumo dos excluídos,

integrando-os de vez à cadeia do lucro pessoal, social e

humano. Quanto a nós, designers, precisamos romper

paradigmas internos para mudar o que está fora. Abdicar do

personalismo de nossas idéias em prol do coletivo. Não

podemos focar apenas produto, criação, fabricante, lucro,

mas o que é melhor para o conjunto e a sociedade. E isso

passa por uma reformulação de valores e da ética, muitas

vezes relegada a segundo plano por necessidades supérfluas,

questões industriais e adequação mercadológica. Tudo isso

abre um novo caminho para um novo tempo, em que a

sociedade não pode mais compactuar com o desperdício de

recurso, com a desigualdade de oportunidades e a injustiça

social.

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ANEXO F

Abril/2006

Convite Mostra Design Possível

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ANEXO G

DCI - SP - 28/Abril/2006

Mackenzie ganha apoio da Ornare em projeto

Panoramabrasil – TERCEIRO SETOR

A Ornare , marca de móveis de alto padrão, acaba de fechar

a parceria com o Design Possível , projeto de cooperação

entre as Universidades Mackenzie de São Paulo e de Firenze,

na Itália. O intuito desse trabalho é que os projetos dos

alunos sejam confeccionados pelas organizações não-

governamentais (ONGs) Arrastão e Monte Azul , já

beneficiadas com as doações da Ornare.

Os alunos da Universidade criaram cinco produtos: porta-

gravata, porta-maquiagem, porta-cartões, porta-lápis e porta-

jóias, todos alinhados com a marca Ornare. Esse projeto

será executado pelas instituições com as aparas doadas, sob

a supervisão do professor Ivo Pons, da Universidade

Presbiteriana Mackenzie, e de Caio Esteves, gerente de marca

da Ornare.

Com isso, as aparas de madeira, armazenadas em contêineres

e entregues nas instituições, transformam-se em peças

exclusivas e compradas pela própria Ornare para presentear

seus clientes. Esses produtos irão compor uma nova linha de

brindes, colaborando com a transformação da realidade das

comunidades envolvidas.

“Essa parceria com o projeto Design Possível potencializa

ainda mais esforços para ajudar entidades que possuem um

trabalho tão sério em suas comunidades. Para isto vamos

utilizar o design como ferramenta principal e aproveitar como

matéria-prima os retalhos da produção de moveis de alto

padrão”, diz Esther Schattan, sócia diretora da Ornare.

Page 149: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Atualmente o Design Possível ultrapassa os muros das

universidades e desenvolve um grande número de atividades,

sempre mantendo o tripé geração de renda em comunidades

carentes, design socialmente engajado e mercado consumidor.

O projeto desenvolvido pelo Design Possível visa trabalhar

em parceria com ONGs a questão do reaproveitamento de

materiais.

Page 150: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

ANEXO H

SP – 05/06/2006

Confirmação dos Produtos selecionados para a Bienal.

De: IVO PONS <[email protected]>

Enviado: segunda-feira, 5 de junho de 2006 00:51:49

Para: ‘Dani Alcântara’ <[email protected]>

Assunto: IVO PONS: 1ª Bienal Brasileira de Design

De: T á bata [mailto: [email protected]]

Enviada em: terça-feira, 30 de maio de 2006 12:03

Para: IVO PONS

Assunto: 1ª Bienal Brasileira de Design

Prezado Ivo,

Como dito anteriormente, estamos realizando a produção da

1ª Bienal Brasileira de Design. O evento tem curadoria geral

de Fabio Magalhães, organização do MBC (Movimento Brasil

Competitivo) e acontecerá em São Paulo, no Pavilhão Lucas

Nogueira Garcez (OCA) no Parque do Ibirapuera, entre 19 de

junho e 06 de agosto.

A curadora Marili Brandão selecionou para a Mostra

Contemporânea a(s) seguinte(s) peça(s) para ser exposta na

Bienal:

1) AUTOR: Design Possível

TÍTULO: Quebra-cabeça

DATA: 2006

DIMENSÕES: 50 x 74 cm

PESO:

COLEÇÃO:

VALOR: R$ 58,00

ENDEREÇO PARA RETIRADA/DEVOLUÇÃO:

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2) AUTOR: Ivo Pons

TÍTULO: Pufe Pocan

DATA: 2004

DIMENSÕES: 60 x 60 cm (fechado)

PESO: 6kg

COLEÇÃO:

VALOR: R$ 435,00

ENDEREÇO PARA RETIRADA/DEVOLUÇÃO:

3) AUTOR: Danielle Alcântara e Marcella Foschi

TÍTULO: Polt-Lona

DATA: 2006

DIMENSÕES: 90 x 60 cm

PESO: 6kg

COLEÇÃO:

VALOR:

ENDEREÇO PARA RETIRADA/DEVOLUÇÃO:

4) AUTOR: Claudia D´aniello

TÍTULO: Seduta Multiforme

DATA: 2005

DIMENSÕES: 2 cil – 10 x 80 cm, 1 cil – 20 x 80 cm, 1cil – 30 x 80 cm, 1 cil

– 40 x 80 cm

PESO:

COLEÇÃO:

VALOR: R$ 700,00

ENDEREÇO PARA RETIRADA/DEVOLUÇÃO:

Peço a gentileza de verificar os dados acima, corrigindo e completando as

informações necessárias. A retirada de todas as obras emprestadas e

documentação será feita pela transportadora arte3log, entre os dias 5 e 10

de junho.

Page 152: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Se houver necessidade de emissão de Nota Fiscal, favor

informar para que possamos enviar os dados que devem

constar na mesma. Também precisamos saber se as peças já

virão embaladas ou não, para que possamos informar a

transportadora.

Desde já, agradecemos a atenção e nos colocamos a

disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem

necessários.

No aguardo de um breve retorno,

Cordialmente,

Tábata Sequeira

Produção

Bienal Brasileira de Design

arte3

R.: Tabapuã, 798 conj. 06

Itaim Bibi CEP. 04533-003

São Paulo – SP. – Brasil

TEL.: (55) (11) 3168 6521

FAX: (55) (11) 3168 6576

[email protected]

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APÊNDICE A

ENTREVISTAS ONGS E ESTUDANTES

ONG ALDEIA DO FUTURO

ENTREVISTA COORDENAÇÃO

Nome?

Elisa Moreau.

Idade?

45 anos.

ONG que está ligado(a)?

Aldeia do Futuro.

Há quanto tempo participa da Ong?

1 ano.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Coordenei a interação entre o pessoal do Mackenzie e da Aldeia

do Futuro.

O que achou do resultado?

Eu sou suspeita para falar, pois eu só acredito no aprendizado

através da prática.

Você acha que a experiência auxiliou na formação das

artesãs?

Eu acho, principalmente porque as mulheres puderam acompanhar

todas as etapas de criação, viabilização ou viabilidade econômica,

até o mercado.

Quão importante foi a experiência e o resultado?

A importância foi a união de dois pólos, um com a visão fabril e

outro do produto acabado, e o relacionamento que proporcionou

oportunidade para todas as partes se manifestarem.

Qual foi a melhor experiência?

Apesar das diferenças de expectativas de todos os lados, foi

engrandecedor.

O que foi mais difícil?

Foi trabalhar com o desenvolvimento do protótipo porque é difícil

para a artesã entender e angustiante para a coordenação da ONG,

ver uma pessoa que depende daquele serviço para sobreviver,

trabalhar de graça, e fazê-las entender que isso agrega valor.

O que poderia ser mudado?

Na verdade eu não acho que algo deveria ser mudado, esse foi um

processo de vivência, e que só a vivência vai mostrar como fazer

melhor, ao invés de mudar, deve ser aperfeiçoado.

A relação entre as ONGs e a Universidade pôde auxiliar a

instituição?

Sem dúvida porque toda a interação gera um movimento que nos

traz outras coisas, como vendas e soluções para outros projetos.

Você acredita que a ligação entre o artesão e o designer

durante o período de formação dos dois pode estreitar a

ligação futura, facilitando a cooperação?

Sim, eu acredito na união entre criador e criatura.

Page 154: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

ENTREVISTA CAPACITAÇÃO

Nome?

Maria Inês Manoel

Idade?

46 anos

ONG que está ligado(a)?

Aldeia do Futuro.

Há quanto tempo participa da Ong?

8 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o design

Possível?

Orientando as artesãs, definindo o tipo de material a ser usado,

custos, etc.

O que achou do resultado?

Em relação aos produtos foram bons, todos, não foi coisa difícil,e

agora estamos esperando um monte de coisas boas pra gente

fazer, mais o resultado foi legal, e a experiência também.

Você acha que a experiência ajudou na formação das artesãs?

Muito, a maioria que participaram principalmente a Vilma e a

Marineuza se sentem hiper valorizadas, porque elas se sentiram

úteis, ajudaram e aprenderam também, foi ótimo, pra mim

também, claro.

Quão importante foi a experiência e o resultado?

A gente aprendeu muito, quanto ao resultado, já foi bom, mas a

gente espera muito mais da comercialização.

Qual foi a melhor experiência?

Foi o conjunto entre eu e as meninas, e vocês com as idéias, foi

legal ter sempre alguém fazendo coisas diferentes e pra nos apoiar.

O que foi mais difícil?

Juntar as meninas e vocês para podermos resolver os problemas,

tem hora que um pode, outro não..., mais no desenvolvimento

das peças.

O que deveria ser mudado?

Tempo, a gente teve muito problema com o tempo, e deveria ter

mais planejamento.

ENTREVISTAS ARTESÃS

Nome?

Arlete da Silva.

Idade?

37 anos.

ONG que está ligado(a)?

Aldeia do Futuro.

Há quanto tempo participa da Ong?

5 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Fiz costura numas peças.

O que achou do resultado?

Bonito e bom de fazer.

Qual foi a melhor experiência?

Aprender cada dia uma coisa nova.

O que foi mais difícil?

Page 155: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Foi diferente mais não difícil.

O que deveria ser mudado?

Nada, acho que está muito bom.

****

Nome?

Clarice Souza Silva.

Idade?

44 anos.

ONG que está ligado(a)?

Aldeia do Futuro.

Há quanto tempo participa da Ong?

8 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Fiz um tabuleiro de xadrez e um kit de computador com a técnica

do amarradinho.

O que achou do resultado?

Eu achei lindo, gostei,

Qual foi a melhor experiência?

Aprender a fazer produtos diferentes.

O que foi mais difícil?

Não achei difícil, eu gosto de fazer, então foi fácil.

O que deveria ser mudado?

Nada, pra mim foi perfeito.

****

Nome?

Maria do Socorro.

Idade?

42 anos.

ONG que está ligado(a)?

Aldeia do Futuro.

Há quanto tempo participa da Ong?

3 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Fiz um kit de banheiro com a técnica do amarradinho.

O que achou do resultado?

Legal, gostei porque é novidade.

Qual foi a melhor experiência?

Aprender a fazer novas coisas.

O que foi mais difícil?

Foi fácil, normal, tranqüilo, a gente já tem prática.

****

Nome?

Vilma Aparecida Semeão da Silva.

Idade?

48 anos.

ONG que está ligado(a)?

Aldeia do Futuro.

Há quanto tempo participa da Ong?

Page 156: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

6 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Fiz um pouco de tudo, amarradinho, fuxico, costura.

O que achou do resultado?

Ótimo, quando você começa a fazer um trabalho a coisa mais

importante é ver o resultado.

Qual foi a melhor experiência?

A amizade e aprender o trabalho.

O que foi mais difícil?

O começo é sempre difícil.

O que deveria ser mudado?

Não deveria ser mudado, foi uma troca, ganhamos experiência.

ONG ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA MONTE AZUL

ENTREVISTA COORDENAÇÃO E CAPACITAÇÃO

Nome?

Roberto Moura de Almeida.

Idade?

23 anos.

ONG que está ligado(a)?

Associação Comunitária Monte Azul.

Há quanto tempo participa da Ong?

12 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Coordenação e produção de protótipos.

O que achou do resultado?

Satisfatório pela atitude, pela proposta de trabalho, um projeto

inovador possibilita uma geração de renda através de outros

produtos que nós não fazemos.

Você acha que a experiência auxiliou na formação das

artesãos?

Ajudou bastante desenvolver coisas novas.

Quão importante foi a experiência e o resultado?

Foi bom pelo retorno de divulgação da entidade.

Qual foi a melhor experiência?

Trabalhar com produção de design.

O que foi mais difícil?

Adaptar alguns desenhos inviáveis para a realidade.

O que deveria ser mudado?

Planejamento.

A relação entre as ONGs e a Universidade pôde auxiliar a

instituição?

Pôde porque é um trabalho de voluntariado, a troca que possibilita

a abertura de outras portas.

Você acredita que a ligação entre o artesão e o designer

durante o período de formação dos dois pode estreitar a

ligação futura, facilitando a cooperação?

Hoje em dia isso é essencial para uma pessoa que quer montar

um negócio nessa área.

Page 157: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

ENTREVISTA MARCENEIRO

Nome?

Wiliam Ribeiro da Conceição.

Idade?

25 anos.

ONG que está ligado(a)?

Associação Comunitária Monte Azul.

Há quanto tempo participa da Ong?

10 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Acabamento e protótipos.

O que achou do resultado?

Ótimo, espero que venham mais pela frente.

Qual foi a melhor experiência?

O aprendizado.

O que foi mais difícil?

No começo foi difícil, mas entendemos rápido.

O que deveria ser mudado?

Ter mais tempo.

ONG PROJETO ARRASTÃO

ENTREVISTA COORDENAÇÃO

Nome?

Selma Cagholi.

Idade?

48 anos.

ONG que está ligado(a)?

Arrastão.

Há quanto tempo participa da Ong?

26 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Coordenando, orientando.

O que achou do resultado?

Surpreendente, não só pelo produto, mas também pela experiência.

Você acha que a experiência auxiliou na formação das

artesãs?

Com certeza, foi um aprendizado na vida delas.

Quão importante foi a experiência e o resultado?

Obteve o resultado que a gente quer, o desenvolvimento da pessoa.

Qual foi a melhor experiência?

Todo mundo gosta da novidade.

O que foi mais difícil?

A falta de tempo.

O que deveria ser mudado?

Deveria ser mais planejado.

A relação entre as ONGs e a Universidade pôde auxiliar a

instituição?

Totalmente. Trouxe conhecimento, troca de experiência.

Você acredita que a ligação entre o artesão e o designer

durante o período de formação dos dois pode estreitar a

ligação futura, facilitando a cooperação?

Page 158: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Toda a relação das pessoas, com o tempo, com a conversa, com

a vivência, resulta nisso.

ENTREVISTA CAPACITAÇÃO

Nome?

Solange Aparecida da Silva.

Idade?

38 anos.

ONG que está ligado(a)?

Arrastão.

Há quanto tempo participa da Ong?

11 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Acompanhei a produção, vi materiais, custos.

O que achou do resultado?

Fiquei encantada, mas no começo eu estava assustada porque

não estávamos acostumadas a produzir esse tipo de produto para

comercializar.

Você acha que a experiência auxiliou na formação das

artesãs?

Sem dúvida, porque mudou a rotina de trabalho e proporcionou

uma troca profissional e pessoal.

Quão importante foi a experiência e o resultado?

A partir deste marco vamos crescer muito nessa área, que até

então era uma coisa bacana, mas não tínhamos idéias sobre o que

fazer com as lonas além das bolsas, e agora vimos que somos

capazes.

Qual foi a melhor experiência?

Foi o reconhecimento das artesãs.

O que foi mais difícil?

Cumprir com os prazos porque foram muito curtos.

O que deveria ser mudado?

A questão do tempo é importante e melhorar o planejamento.

ENTREVISTA COSTUREIRAS

Nome?

Margareth da Silva Machado.

Idade?

40 anos.

ONG que está ligado(a)?

Arrastão.

Há quanto tempo participa da Ong?

2 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Costurando.

O que achou do resultado?

Bom.

Qual foi a melhor experiência?

Eu achei a lixeira porque foi bem diferente.

O que foi mais difícil?

Nada.

O que deveria ser mudado?

Page 159: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

As máquinas não servem pra lona.

****

Nome?

Herculânia Maria dos Rios.

Idade?

29 anos.

ONG que está ligado(a)?

Arrastão.

Há quanto tempo participa da Ong?

3 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Costurando.

O que achou do resultado?

Eu gostei muito.

Qual foi a melhor experiência?

Eu gostei dos modelos novos.

O que foi mais difícil?

Os de lona eram difíceis.

O que deveria ser mudado?

Mais tempo.

****

Nome?

Tosiko Yabuta Helena

Idade?

70 anos.

ONG que está ligado(a)?

Arrastão.

Há quanto tempo participa da Ong?

2 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Faço costura, bordo, eu faço de tudo.

O que achou do resultado?

Gostei, espero ter bastante disso pra trabalhar.

Qual foi a melhor experiência?

As coisas novas, vivendo e aprendendo, como dizem.

O que foi mais difícil?

Não teve nada muito difícil.

O que deveria ser mudado?

As máquinas que nós temos aqui não servem muito bem pra

costurar lona, precisamos de máquina industrial.

ONG PROJETO FLORESCER

ENTREVISTA COORDENAÇÃO

Nome?

Nadia Rubio Bachi.

Idade?

54 anos.

ONG que está ligado(a)?

Page 160: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Florescer.

Há quanto tempo participa da Ong?

15 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Coordenação.

O que achou do resultado?

Achei maravilhoso, espero que a gente possa manter a parceria.

Você acha que a experiência auxiliou na formação das

artesãs?

Sim, porque é um trabalho diferente do que a gente está

acostumado aqui, e conviver com pessoas que possuem uma outra

cultura é muito importante.

Quão importante foi a experiência e o resultado?

Acrescentou muito, pois uma parceria com designers valoriza o

nosso trabalho.

Qual foi a melhor experiência?

Tudo acrescentou muito pra gente.

O que foi mais difícil?

Foi atender a altura.

O que poderia ser mudado?

Ter costureiras exclusivas para os designers, mas pra isso seria

necessário uma parceria que bancasse essa pessoa para a

fabricação do protótipo.

A relação entre as ONGs e a Universidade pôde auxiliar a

instituição?

Sim, houve um crescimento geral, das pessoas, do trabalho, foi

super importante.

Você acredita que a ligação entre o artesão e o designer

durante o período de formação dos dois pode estreitar a

ligação futura, facilitando a cooperação?

Sim, o designer tem condições de expor o produto num outro

patamar.

ENTREVISTA CAPACITAÇÃO

Nome?

Iracilda Loiola.

Idade?

48 anos.

ONG que está ligado(a)?

Florescer.

Há quanto tempo participa da Ong?

5 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Eu cortava os tecidos e coordenava a produção.

O que achou do resultado?

Foi bom porque muita gente aprendeu.

Você acha que a experiência auxiliou na formação das

artesãs?

Ajudou, foi difícil costurar as primeiras, mas depois foi tudo muito

bom.

Quão importante foi a experiência e o resultado?

Tudo o que vier a gente tem que abraçar para crescer.

Qual foi a melhor experiência?

Page 161: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Foi concluir o trabalho.

O que foi mais difícil?

Foi uma estante de jeans.

O que poderia ser mudado?

A questão do tempo, tudo é pedido em cima da hora, falta

planejamento.

ENTREVISTA COSTUREIRAS

Nome?

Severina Ferreira.

Idade?

50 anos.

ONG que está ligado(a)?

Florescer.

Há quanto tempo participa da Ong?

2 anos.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Produzi quase todos os protótipos.

O que achou do resultado?

Muito bonito e interessante.

Qual foi a melhor experiência?

Aprender e conviver com as pessoas que vieram.

O que foi mais difícil?

Não tem mais difícil.

O que poderia ser mudado?

Acho que foi tudo tranqüilo.

****

Nome?

Galbi Carneiro da Silva.

Idade?

53 anos.

ONG que está ligado(a)?

Florescer.

Há quanto tempo participa da Ong?

9 meses.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Fiz vários produtos.

O que achou do resultado?

Até agora eu não sei. É muito trabalhoso pra fazer.

Qual foi a melhor experiência?

Eu estou aprendendo ainda.

O que foi mais difícil?

Não me adaptei muito com os porta-retratos.

O que deveria ser mudado?

Sempre que veio coisa foi muito corrido.

ESTUDANTES MACKENZIE

Nome?

Heloísa Righetto

Idade?

Page 162: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

25 anos.

Semestre ou ano de conclusão?

8º semestre.

Área de atuação?

Desenho Industrial - Projeto de Produto.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Desde o começo, projetei para primeira fase, parceria com as

ONGs, e agora ajudando nas ações do Design Possível, coordenando

um.

Em que aspecto o projeto auxiliou na sua formação ou

crescimento profissional?

Em tudo porque dentro de uma faculdade a gente só fica ligado

em indústria, acha que design é só isso, carro, eletrodoméstico...e

tem todo um outro lado que a gente não conhece que é de design

social, trabalhar com resíduo, parte ecológica, que a gente não

aprende na faculdade.

Quais foram as principais dificuldades?

No começo conciliar o tempo para o projeto e reuniões, agora,

arrecadar recurso.

Qual foi o melhor momento ou experiência?

A exposição em Milão e o reconhecimento dos alunos do Mackenzie

querendo entrar no projeto.

Qual o pior momento ou experiência?

Foi o começo que a gente não sabia se ia dar certo, teve muito

conflito, a gente trabalhava muito em cima da hora.

O que poderia ser mudado?

Acho que o Mackenzie devia reconhecer mais de dar mais recursos

financeiros para o projeto.

O projeto na sua opinião envolve de maneira prática o

conhecimento de quais disciplinas de Universidade?

Teoria do Design, um pouquinho de Desenvolvimento de Projeto,

na verdade envolve muito pouco, é como se fosse outra faculdade.

Quais conhecimentos ou disciplinas não existem na

Universidade e fizeram falta durante a realização do projeto?

Essa parte de Design Social, Design Sustentável, que a gente tem

algumas noções com alguns professores que são mais envolvidos.

Quanto ao relacionamento, avalie como foi sua experiência

com as ONGs, seus colegas, os alunos da cooperação

(italianos), os coordenadores, outras professores e outras

pessoas envolvidas?

Foi tudo ótimo, só com os italianos que eu não tive muito contato,

com a Recicla Jeans todo mundo teve problema e de resto cada

vez melhor.

****

Nome?

Marcio Augusto Andretta Batista

Idade?

24 anos.

Semestre ou ano de conclusão?

Conclusão 2º semestre de 2005.

Área de atuação?

Desenho Industrial - Projeto de Produto.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Page 163: POLT-LONA: cooperação internacional de estudantes para o desenvolvimento de produtos em ONGs através do Design Possível

Possível?

Desde o início, projetando e agora com outra funções.

Em que aspecto o projeto auxiliou na sua formação ou

crescimento profissional?

Em todos os aspectos, me deu uma outra visão de design que eu

ainda não conhecia, que é o design autoral e profissionalmente a

minha vida caminhou pra esse sentido e hoje eu trabalho com

isso.

Quais foram as principais dificuldades?

Interação entre o Brasil e a Itália e a criação em conjunto com os

italianos que possuíam uma metodologia totalmente diferente da

nossa.

Qual foi o melhor momento ou experiência?

Quando eu consegui um emprego devido ao Design Possível.

Qual o pior momento ou experiência?

Foi quando ficou tudo corrido porque o Ivo precisava embarcar

com as peças e não estavam prontas.

O que poderia ser mudado?

Se deu certo é porque foi bem executado, mas é lógico que com

mais tempo seria melhor.

O projeto na sua opinião envolve de maneira prática o

conhecimento de quais disciplinas de Universidade?

Principalmente DPP, materiais industriais, foi bem importante

conhecer.

Quais conhecimentos ou disciplinas não existem na

Universidade e fizeram falta durante a realização do projeto?

Principalmente coisas relacionadas com Design autoral, a gente

não tem nada sobre isso.

Quanto ao relacionamento, avalie como foi sua experiência

com as ONGs, seus colegas, os alunos da cooperação

(italianos), os coordenadores, outras professores e outras

pessoas envolvidas?

Acredito que tenha sido muito boa porque ninguém reclamou. Só

com o Recicla Jeans a gente teve algum problema, mas no final

deu tudo certo.

****

Nome?

Gustavo Andretta Yoshida

Idade?

24 anos.

Semestre ou ano de conclusão?

Formado em Dezembro de 2005

Área de atuação?

Desenho Industrial - Projeto de Produto.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Projeto GOMO e Auxiliando no projeto e produção dos italianos e

brasileiros

Em que aspecto o projeto auxiliou na sua formação ou

crescimento profissional?

A gente encontrou uma nova realidade em relação a uma camada

da população que a gente não conhecia, então a gente conseguiu

enxergar com outros olhos.

Quais foram as principais dificuldades?

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Foi exatamente chegar a enxergar com os olhos de outras pessoas,

de outra realidade.

Qual foi o melhor momento ou experiência?

Além dos produtos que tiveram um sucesso maior do que o

esperado, foi o reconhecimento por parte das pessoas que a gente

ajudou.

Qual o pior momento ou experiência?

Foi explicar para os alunos que o produto não poderia ser feito da

maneira que estavam sonhando.

O que poderia ser mudado?

Precisa ter um planejamento detalhado.

O projeto na sua opinião envolve de maneira prática o

conhecimento de quais disciplinas de Universidade?

Todas. Cada indivíduo do projeto aplicou o conhecimento da maneira

que quis, então, quem soube utilizar o que aprendeu na faculdade

fez da maneira mais abrangente possível.

Quais conhecimentos ou disciplinas não existem na

Universidade e fizeram falta durante a realização do projeto?

Falta um pouco de Psicologia, Sociologia, porque acho que o

designer tem que entender um pouco de política para poder se

envolver com esse lado social, ou Economia, falta alguma coisa

assim.

E algo ligado a Projeto Social, Responsabilidade Social?

Não porque eu acho que todos os cursos deveriam trabalhar esse

lado social, e não ser uma disciplina do Desenho Industrial.

Quanto ao relacionamento, avalie como foi sua experiência

com as ONGs, seus colegas, os alunos da cooperação

(italianos), os coordenadores, outras professores e outras

pessoas envolvidas?

Minha experiência foi ótima, cada pessoa que conheci me ensinou

alguma coisa e também acho que eu soube transmitir o

conhecimento de um lado para o outro de pessoas tão diferentes.

****

Nome?

Letícia Kanazawa

Idade?

21 anos.

Semestre ou ano de conclusão?

8º semestre.

Área de atuação?

Desenho Industrial - Projeto de Produto.

Como participou do projeto em conjunto com o Design

Possível?

Após a seleção dos alunos, a gente começou a projetar de acordo

com as ONGs, e a coisa foi acontecendo até a exposição.

Em que aspecto o projeto auxiliou na sua formação ou

crescimento profissional?

Esse tipo de experiência pouca gente tem a chance na faculdade

como a gente, então foi uma experiência de poder trabalhar com

profissionais, ONGs e com nossos colegas.

Quais foram as principais dificuldades?

Foi a relação de trabalho em grupo.

Qual foi o melhor momento?

Foi no final da primeira exposição onde a gente viu o resultado.

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Qual o pior momento?

Foram os momentos que a gente se desentendia no grupo.

O que poderia ser mudado?

Acho que o tempo foi curto.

O projeto na sua opinião envolve de maneira prática o

conhecimento de quais disciplinas de Universidade?

Ergonomia, Metodologia, Pesquisa, Projeto, DPP.

Quais conhecimentos ou disciplinas não existem na

Universidade e fizeram falta durante a realização do projeto?

Como o projeto tem um lado social, meio ambiente, acho que

falta um pouco na nossa formação, porque não tem nenhuma

matéria que tenha esse lado.

Quanto ao relacionamento, avalie como foi sua experiência

com asONGs, seus colegas, os alunos da cooperação

(italianos), os coordenadores, outras professores e outras

pessoas envolvidas?

No começo foi difícil, depois fui me aprofundando, mas ainda não

é do jeito que eu gostaria.

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APÊNDICE B

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES REALIZADAS – POLT-LONA

13/03/2006 – ONG Arrastão

Clínica com orientador para definição do projeto.

14/03/2006 – Mackenzie

Primeiros estudos de dimensões e moldes.

15/03/2006 – ONG Arrastão

Finalização dos estudos de moldes e teste das possibilidades

prováveis na lona. Corte do material.

16/03/2006 – ONG Arrastão

Costura dos pedaços cortados. Testes de viabilização com

protótipos em escala reduzida.

17/03/2006 – ONG Arrastão

Continuação da costura.

18/03/2006 – Casa

Prova e teste de descentramento.

19/03/2006 – Casa

Continuação do teste de descentramento e corte dos moldes.

20/03/2006 – ONG Arrastão

Testes do descentramento na costura. Protótipos feitos em

lona em escala reduzida. Desenho técnico dos moldes em

escala 1:1, em duas versões, uma com 10 peças e outra com

5 peças.

21/03/2006 – ONG Arrastão

Plotagem dos moldes na escala 1:1, compra de material e

corte da lona e espuma no tamanho real.

22/03/2006 – ONG Arrastão

Costura parte interna da meia esfera, versão com 10 pedaços.

23/03/2006 – ONG Arrastão e Mackenzie

Acabamento da costura da parte interna e costura da parte

externa. Início da costura da versão com 5 pedaços.

Foto para catálogo da mostra Design Possível Milão 2006.

24/03/2006 – ONG Arrastão

Correção da costura externa da primeira versão. Costura e

acabamento da parte interna e externa da segunda versão.

Segunda versão foi muito mais fácil e rápida de produzir.

27/03/2006 – ONG Arrastão

Compra de materiais. Desenvolvimento da costura para

colocação da estrutura rígida. Testes.

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28/03/2006 – ONG Arrastão

Posicionamento do cadarço para costura interna, alças e viés.

Costura do passador da estrutura rígida. Verificação e teste

de costura para a montagem e união da parte interna, externa

e alças.

29/03/2006 – EMPRESA PLÁSTICOS RISANA

Não foi possível a realização do procedimento final na ONG

devido a falta de infra-estrutura necessária. Costura do

cadarço para as alças e acabamento da meia esfera (união

da parte interna e externa – borda). Procedimento mais difícil,

exige o uso de máquina industrial para realizá-lo. Propor

alterações para facilitar a costura.

01/04/2006 – VIAGEM PARA MILÃO – 05 a 10 de abril 2006

O protótipo foi levado para uma mostra Fuori Salone, em

Milão.

13/04/2006 – FIRENZE

Reunião com orientador (mackenzie) e co-orientador(firenze)

para possíveis melhorias e alterações no projeto.

Levantamento de questões para reflexão e pesquisa.

02/05/2006 – PESQUISAS

Pesquisas e visitas para alteração do projeto – ferro velho e

serralheria.

22/05/2006 – ONG Arrastão

Início do protótipo com as alterações de projeto previstas.

Corte e costura da lona.

25/05/2006 – ONG Arrastão

Costura da Parte Interna – lona, espuma e lona. Módulos A,

B e C.

Costura da Parte Interna – módulos inteiros

1,2,3,4,5,5,4,3,2,1.

Corte da Parte Externa

29/05/2006 – ONG Arrastão

Testes de viabilização dos passantes para a estrutura e

suspensão da poltrona e costura.

01/06/2006 – ONG Arrastão

Teste de costura do viés de pvc (vivo): Inviável pela falta de

infra-estrutura das máquinas. Costura dos pedaços da parte

externa. Anotações de alterações que devem ser testadas.