polÍticas pÚblicas – fundamentos e noÇÕes de planejamento moisés marques - 2014
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POLÍTICAS PÚBLICAS – FUNDAMENTOS E NOÇÕES DE
PLANEJAMENTO
Moisés Marques - 2014
SOBRE O PALESTRANTE
- Moisés da Silva Marques é tecnólogo (FATEC/SP); Engenheiro Civil (CCET/UMC) e Cientista Social (USP). Possui MBA Controller (USP) e Mestrado e Doutorado nas Áreas de Políticas Públicas e Relações Internacionais (USP). É professor universitário, consultor e palestrante, sendo também autor de livros e artigos na área de pesquisa. Atuou por 26 anos no mercado financeiro, gerenciando áreas de planejamento, marketing, relações governamentais, gestão de pessoas e controladoria, entre outras.
AGENDAAula 1 – Fundamentos das políticas públicas e noções de planejamentoAula 2 – Legislação, planos e planejamento público estratégicoAula 3 – Planejamento Estratégico Setorial (PES)Aula 4 – Gestão integrada de projetos estratégicosAula 5 – Gestão estratégica por indicadores (BSC)
OBJETIVO GERAL
Permitir um contato dos alunos com o pensamento e a ação referentes ao planejamento público, no Brasil, trazendo elementos conceituais e práticos que possam auxiliar no dia a dia da administração pública, em seus diversos níveis. Sempre que necessário, serão utilizados exemplos e comparações, para melhor compreensão das questões referentes ao planejamento
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EVOLUÇÃO DAS SOCIEDADES
SOCIEDADE AGRÍCOLA INDUSTRIAL INFORMAÇÃO
FONTE DECONHECIMENTO
PASSADO PRESENTE FUTURO
RECURSOESTRATÉGICO(PODER)
TERRA CAPITAL CONHECIMENTO
Fonte: ALFREDO PASSOS, 2005
• “Era o dia 4 de abril um dia chuvoso e a cidade amanheceu envolta numa garoa persistente. Theodoro Maria de Salles saiu de sua chácara à beira do caminho de Campinas e dirigiu-se à Chácara do Chá, onde o barão de Itapetininga o aguardava com sua sege para, juntos, dirigirem-se à Casa do Trem. Era um grande dia- a primeira leva de imigrantes que iriam trabalhar em suas plantações de café tinha acabado de aportar em Santos(...)-. Quando, já chegando a seu destino, passaram pelo Campo da Luz, Theodoro indignou-se com o que viu: parte significativa do que fora uma das principais áreas de rocio, tão utilizada para o pasto de animais (...), estava sendo rapidamente ocupada pelos andaimes e tapumes de construções particulares, numa afoiteza (...). Diante da constatação de tal extensão roubada à servidão pública, Theodoro expressava sua surpresa sem perceber que naquele exato momento protagonizava uma das maiores reviravoltas que São Paulo passaria em sua história urbana...” (Raquel Rolnik – A cidade e a lei)
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AULA 1 – Fundamentos das políticas públicas e noções de planejamento
- Surgimento da área de estudos específicos, no pós-guerra
- Necessidade de planejar o Estado e articular planejamentos econômicos e políticos
- Conhecer instituições, regras e modelos que parametrizam decisões, elaborações e avaliações das políticas levadas a cabo pelos governos e que atingem diretamente os cidadãos
MODELO WEBERIANO
Poder do Estado é político monopólio legítimo do uso da violência sobre os indivíduos que integram a sociedadeEstado Organização racional e burocráticaMeritocraciaTrês tipos puros de dominação legítima:
Dominação TradicionalDominação CarismáticaDominação Legal/Burocrática
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POLÍTICAS PÚBLICAS
Polity – a RegraPolitics – o JogoPolicy – o Resultado (conteúdo concreto)Estado passa a ser objeto de estudo Interferências e Burocracia PúblicaConstituição de 1988 vs. Reformas orientadas para o mercadoNeutralidade Política vs. Legitimidade TécnicaInternacionalização da Economia e suas consequências 9
POLÍTICAS PÚBLICAS
Ética e Captura Cognitiva (os grupos de interesse)Déficit Democrático e Mecanismos ReparadoresInstâncias IntermediáriasPolíticos também gostam de “tirar boas notas”Dahl – Desigualdades políticas decorrem de desigualdades cognitivasMarshall – Necessidade de uma espécie de igualdade humana básica (cidadania)Todos somos influenciados pelas políticas públicas Desde o dilema hobbesiano da liberdade vs. segurança
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O que caracteriza o sucesso ou fracasso de uma política pública?
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CICLO CLÁSSICO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Identificação doProblema
Formação daAgenda
Formulação deAlternativas
Tomada de Decisão
Implementação
Avaliação
Extinção
Fonte: Secchi, 2010
O PROBLEMA PÚBLICO
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Status quo Situação ideal possível
PROBLEMA
Fonte: Secchi, 2010
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POLÍTICAS PÚBLICAS E GOVERNAMENTAIS
Políticas Públicas
Políticas Governamentais
Fonte: Secchi, 2010
O ESTABELECIMENTO DA AGENDA
Conjunto de problemas ou temas entendidos como relevantesAgenda política – comunidade políticaAgenda formal – poder públicoCondições para fazer parte da agenda:
Atenção: situação merecedora de intervençãoResolubilidadeCompetência
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FORMULAÇÃO DE ALTERNATIVAS
Estabelecimento de objetivos e estratégias e estudos das potenciais consequências de cada alternativaAnalistas, políticos e demais atores estabelecem os resultados esperadosMecanismos de indução de comportamentoProjeções, predições e conjecturas
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TOMADA DE DECISÃO
Problemas
Soluções
Soluções
Problemas
Soluções
Problemas
Fonte: Secchi, 2010
IMPLEMENTAÇÃO
Produção dos resultados concretos da PPConversão de intenções em ações“Leis que pegam e leis que não pegam”Modelos top-down e bottom-upPreocupação e participação dos policytakers
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AVALIAÇÃO
Implementação
Avaliação in itinere (monitoramento)AvaliaçãoEx ante
AvaliaçãoEx post
Fonte: Secchi, 2010
OS BRASIS
1920 – 30 M 1940 – 41 M 1960 – 70 M 1970 – 90 M
1980 – 117 M 2000 – 170 M2010 – 191 M
Democratização traz a discussão da descentralizaçãoFunções do Estado Constituição FederalSeparação de poderes – Legislativo, Executivo e JudiciárioCultura política peculiar Gramáticas políticas: patrimonialismo; clientelismo; corporativismo e insulamento burocrático
NO BRASIL
Dinâmica eleitoral pautando as políticas públicasFederalismo Constituição de 1988 (Pacto/Parceria)Desafio: Equilibrar o relacionamento entre os três níveis da federação, preservando autonomia e interdependênciaAutonomização dos municípios, sem a contrapartida clara de responsabilidades x recursosAmpliação da transferência de recursos“Tragédia dos comuns”
NO BRASIL
Constituição de 1988: Equilibrou um pouco mais o poder político e tributário dos entes federativos
Municípios passaram a ter o direito de promulgar suas próprias leis orgânicasCriação das RMs se desloca da competência federalTransformou questões de governança local
Rompimento das fronteiras estritamente municipais com contornos mais amplos e complexosPlano Diretor – Obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes (Federal) e para todos os municípios de SP (Estadual)
CONSTITUIÇÃO
FEDERALISMO COOPERATIVO
Interconexão das autonomias Divisão das responsabilidades governamentaisEstruturação de organismos de planejamento em diversos níveis subnacionais e regionaisIntegração do planejamento regional no sistema decisório governamental e PPsIncentivo à participação popular, para legitimar ações governamentais
EVOLUÇÃO DE No. MUNICÍPIOS
1980 1988 1990 1992 1994 1998 2000 2010
3991 41844425 4491
49745507 5560 5565
Fonte: FSP, 18/10/2013 – p. A13
A QUESTÃO DOS RECURSOSA QUESTÃO DOS RECURSOS
FONTE: Araújo e Wilson, 2013
O que ocorreu?
Mudanças na proporção campo / cidade (# entre regiões)Novas lógicas territoriaisMudanças na base da economiaDemocratização/Autoritarismo/RedemocratizaçãoMudança de status dos entes federativosAumento da expectativa de vidaAumento da escolarizaçãoAscensão social
QuestãoUrbana
Gestão da DesigualdadeAumento da ViolênciaIncremento da MobilidadeNovos parâmetros de gestãoMaior controle social das políticas públicasInternacionalização da EconomiaTemas de PPs de difícil delimitação de competênciasCriação do Ministério das Cidades (2003)
O que ocorreu?
QuestãoUrbana
CULTURA POLÍTICA
• “O termo ‘cultura política’ refere-se às orientações especificamente políticas, às atitudes com respeito ao sistema político, suas diversas partes e o papel dos cidadãos na vida pública” (ALMOND e VERBA)
• Orientação geral e tradicional de cidadãos de uma nação, com relação à política (f.e.: orientação dos britânicos com relação à monarquia)
• Conjunto de atitudes, normas, crenças, mais ou menos largamente partilhadas pelos membros de uma determinada unidade social e tendo por objeto fenômenos políticos
• Cultura política de elites e de massas
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SOBRE A ARTE DE PLANEJAR
Antes de começar, é preciso um plano, e depois de planejar, é preciso execução imediata. (Sêneca)
SOBRE A ARTE DE PLANEJAR
O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai acontecer. O planejamento é um instrumento para raciocinar agora, sobre que trabalhos e ações serão necessários hoje, para merecermos um futuro. O produto final do planejamento não é a informação: é sempre o trabalho. (Peter Drucker)
POR QUE PLANEJAMENTO PÚBLICO?
Mudanças dramáticas nos cenários, nos últimos vinte anosDemocratização traz a questão do funil de demandasGovernos são avaliados por resultadosPossibilidade da reeleiçãoClamor por transparência, responsabilização pública e divulgação de dadosInteração com organismos internacionais
MODELO ATUAL DE PLANEJAMENTO
Excesso de formalismo e formalidadeInstituições de controles atentas mais à forma do que ao conteúdoDificuldades de difusão e incorporação pela burocraciaDificuldades de adaptação à lógica da política e da prestação de contasAcabam por não criar a necessária unidade e homogeneização de programas PPs implementadas “por fora”
DESAFIOS PARA O PLANEJAMENTO
Busca de um desenvolvimento mais equilibrado das cidadesLimitações do poder legislativo e desarticulações na sociedade civilNecessidade de articular planejamento e gestão (Estratégia e Ação)Valorização simultânea das dimensões política e técnica do planejamentoAproveitamento de técnicas e ferramentas de planejamento existentes mesmo fora das esferas governamentais
Fonte: Miyazaki e Whitacker, 2005
DESAFIOS PARA O PLANEJAMENTO
Melhor comunicação das açõesFomentar a participação popularArticular planejamento e desenvolvimento econômicoTornar o planejamento um processo permanente e dinâmico, com acompanhamento, monitoramento e correções de rumoIdentificar corretamente políticas públicas de interesse comumConsolidar o pensamento para não prejudicar ou favorecer uma cidade
Fonte: Miyazaki e Whitacker, 2005
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OS TIPOS DE PLANEJAMENTO
• Estratégico (Viés de LP)– Dá direção à organização adaptando-a a seu meio ambiente
(Direção; Conselho de Administração; Comitê de Auditoria)
• Administrativo (Viés de MP)– Cuida do relacionamento e integração interna da organização
(Recursos Humanos; Finanças; Controle; TI)
• Operacional (Viés de CP)– Diz respeito diretamente às operações da organização
(Compras; Vendas; Produção)
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PLANO VS PLANEJAMENTO• Plano é a obra acabada, porém estática• Planejamento é o processo, altamente dinâmico• Exemplo:
– Meu plano é viajar para a Europa no ano que vem– Planejamento:
• Programar a compra das passagens no mês em que o câmbio estiver mais favorável
• Estabelecer os locais de visita• Determinar a quantidade de dias da viagem• Designar roteiros• Reservar hotéis• Preparar um orçamento• Comprar moeda estrangeira• Verificar passaporte e vistos
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“A arte da guerra nos ensina a não confiar na probabilidade de o inimigo não vir, mas na nossa presteza em recebê-lo; não na chance de ele não atacar, mas em vez disso, no fato de que tornamos nossa
posição invulnerável.”
MUITO OBRIGADO!!!
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