políticas públicas de saúde direcionadas à poulação lgbt no estado de são paulo
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Apresentação realizada no Seminário de Desenvolvimento Geral e Organizacional (SDGO),sobre as Políticas Públicas de Saúde para Poulação LGBT no Estado de São Paulo, em novembro de 2013. Por Márcia Regina Giovanetti, integrante do Núcleo de Populações Mais Vulneráveis da área de Prevenção CE DST/Aids/SP.TRANSCRIPT
Políticas Públicas de Saúde direcionadas à lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transexuais
No Estado de São Paulo
Onde tudo começou...
Epidemia da aids – início da década de 80
“peste gay” reforço ao estigma e preconceitos
Reação dos movimentos organizados
cobrança ao poder público com exigência de políticas públicas de assistência, cuidado e prevenção.
HistóricoAté final dos anos 90
• Foco das ações nos gays, outros HSH e travestis.
• Maioria das ações de prevenção realizadas por Organizações Não Governamentais e não necessariamente articuladas com serviços locais.
• Necessidades da assistência concentrando os esforços e recursos públicos (tratamento, internações, medicamentos, rede de apoio social)
• Ações centradas em municípios de grande e médio porte .
A partir do início dos anos 2000• Maior investimento nas ações de prevenção• Ampliação das ações para o interior do Estado• Lésbicas e transexuais começam a compor a
pauta de discussão sobre prevenção (pressão do movimento social organizado)
• Identificação de demandas de atenção integral
(para além das DST/aids - saúde da mulher / homem / especificidades das TT)
• Início de algumas iniciativas de ação
Políticas de atenção em DST/Aids direcionada aos LGBT no Estado de São Paulo
OBJETIVOS:• Contribuir para a redução da vulnerabilidade a
infecção, ao adoecimento e morte;• Contribuir para a diminuição do número de
casos novos ;• Ampliar o acesso: a informação,aos insumos, ao
diagnóstico, à prevenção, ao acolhimento e ao tratamento;
• Qualificar a atenção na perspectiva da saúde integral.
Dificuldades dos serviços na atenção à diversidade sexual
• Temática da diversidade sexual não faz parte da formação da maioria dos profissionais da saúde;
• Preconceito em relação a apresentações e comportamentos considerados “fora do padrão esperado” (Ex: travestis, moradores de rua, usuários de drogas), gerando discriminação;
• Despreparo dos profissionais para lidar com esta diversidade, gerando distanciamento e negligencia;
• Preconceito e estigma presente na sociedade levando a invisibilidade desta parcela da população que ao não ser percebida pelos serviços não gera demandas e, conseqüentemente, não é contemplada com políticas públicas traduzidas em ações efetivas que visem atender suas necessidades específicas.
A Experiência do Programa Estadual de DST/Aids
• Uso do nome social nos formulários/prontuários e no trato dos usuários no cotidiano do trabalho;
• Investimento em sensibilização e capacitação de gestores e profissionais dos serviços tendo como princípio os direitos humanos (direito a vida; a saúde; a um atendimento humanizado e livre de discriminação);
• Elaboração e distribuição de materiais informativos com foco em grupos específicos.
• Elaboração de materiais informativos e campanhas com foco no combate ao preconceito e a discriminação.
Alguns avanços, para além das DST/aids
• Articulação com o Núcleo Técnico de Humanização da SES para atuarem enquanto facilitadores no processo de inclusão das travestis e transexuais nos hospitais e pronto socorros. * prioridade p/ inclusão do nome social, estratégia p/ utilização dos banheiros e definição de enfermaria p/ internação.
• Criação do Ambulatório de Atenção Integral para Travestis e Transexuais – Ambulatório TT
• Ampliação da atenção à travestis e transexuais no Estado - acompanhamento em saúde mental em alguns municípios do interior (26 até o momento)
Ambulatório de Saúde Integral para Travestis eTransexuais
Clínica Geral Saúde Mental (psiquiatria e psicologia)Proctologista Endocrinologista Fonoaudiologia Serviço Social Urologista Ginecologista
Clínica Geral Saúde Mental (psiquiatria e psicologia)Proctologista Endocrinologista Fonoaudiologia Serviço Social Urologista Ginecologista
Quem são os/as usuários(as)?
Mulheres Transexuais
Homens Transexuais
Mulheres e homens trans já passaram pela cirurgia de redesignação sexual.
Travestis
Principais parceiros• CRD – Centro de Referência da Diversidade
Atendimento psicossocial Oficinas de formação p/ geração de renda
• Hospital Estadual de Diadema – Esc. Paul. de Medicina Referência para Complicações com Silicone Industrial
• Hospital das Clínicas do HCFMUSP Referência para cirurgia de redesignação sexualFila única para cirurgia organizada pelo HCParceria com ambulatório: acompanhamento Psicológico e endocrinológico pré e pós cirúrgico
• Hospital Perola BygthonHisterectomias
• ONG SOS Dignidade (trabalho voluntário) Orientações e acompanhamento para mudança de nome
Foco do atendimento
• Acompanhamento hormonal = +/- 98%
• Acompanhamento pré Cirurgia de Redesignação Sexual = +/- 90 %
• Complicações com silicone industrial
• Atendimento em Saúde Mental
• Clínica Geral
• Orientações para mudança de nome
Algumas preocupações...
Faltas as consultas e grupos de acolhimento
a cada 50 contatos – 15 efetivados
dos 15 efetivados – 9 comparecem
Cadastros desatualizados
impedem contato para agendamento das consultas
Não adesão ao tratamento/exames
Pessoas não fazem exames exigidos para controles
hormonais – impossibilita novas prescrições/interrupção
do hormônio até novo exame.
Pensando na melhoria da qualidade de vida....
Reuniões informativas (conhecer o serviço, procedimentos,
etc.)
Parcerias com serviços de outros municípios e Estados –
aprox. 26 serviços já estão acompanhando em saúde
mental.
Demora das cirurgias
Providencias : acelerar o processo para outras intervenções
que promovam a saúde e o bem estar como por exemplo,
simplificação do acesso a hormonioterapia, pareceres para
mudança de nome, mudança no modelo de acolhimento.
ALGUNS MARCOS LEGAIS
PORTARIA Nº 1.707, DE 18 DE AGOSTO DE 2008 - Ministério da Saúde /GM Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Processo
Transexualizador, a ser implantado nas unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão.
RESOLUÇÃO CFM 1955/2010 – dispõe sobre a cirurgia de trangenitalização
DECRETO Nº 55.588, DE 17 DE MARÇO DE 2010Dispõe sobre o tratamento nominal das pessoas transexuais e travestis nos órgãos públicos do Estado de São Paulo e dá providências correlatas
Portaria CCD/CRT-DST/AIDS nº a-1 , de 27 de janeiro de 2010Protocolo clínico nos ambulatórios de saúde para travestis e transexuais
RESOLUÇÃO CREMESP Nº. 208, DE 27 DE OUTUBRO DE 2009Dispõe sobre o atendimento médico integral à população de travestis etransexuais (acompanhamento hormonal e respeito ao nome social)
Algumas demandas colocadas para Saúde
• Promover sensibilização e capacitação de gestores, gerentes públicos e profissionais da saúde sobre os efeitos da homofobia como elemento da vulnerabilidade que gera obstáculos ao acesso e à promoção da equidade em saúde da população GLBTT.
• Combater a homofobia institucional por meio da ampliação do atendimento humanizado, da participação e do controle social em defesa dos princípios do SUS.
• Fomentar a realização de pesquisas e produção de conhecimento em saúde da população GLBT.
Algumas demandas colocadas p/ Saúde
• Implementar ações e práticas de Educação em Saúde nos serviços do SUS, incluindo as temáticas de orientação sexual e identidade de gênero.
• Implementar em consonância com os programas nacionais contra a violência ações de vigilância, prevenção e atenção à violência contra os GLBT.
• Estabelecer redes de referência p/ atenção integral a travestis e transexuais contemplando suas necessidades específicas (hormonioterapia, saúde mental, fonoaudiologia, cirurgia plástica, entre outros)
Histórico mais recente
I Conferência (Nacional e
Estadual) LGBT
I Conferência (Nacional e
Estadual) LGBT
Criação da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual
(dentro da SJDC)
Criação da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual
(dentro da SJDC)
2008 2009 2011 2012
Criação do Comitê Intersecretarial da Diversidade Sexual
(vinculado à Coord. Pol. Diversidade Sexual) com
participação de 11 Secretarias , incluindo SES
Criação do Comitê Intersecretarial da Diversidade Sexual
(vinculado à Coord. Pol. Diversidade Sexual) com
participação de 11 Secretarias , incluindo SES
Elaboração do 1º Plano de Enfrentamento da
Homofobia do ESP
Elaboração do 1º Plano de Enfrentamento da
Homofobia do ESP
II Conferência (Nacional e
Estadual) LGBT
II Conferência (Nacional e
Estadual) LGBT
Avaliação do 1º Plano de Enfrentamento da Homofobia do ESP
Avaliação do 1º Plano de Enfrentamento da Homofobia do ESP
Recomposição e publicação do Comitê Intersecretarial da Diversidade Sexual com a participação de 11 Secretarias, incluindo SES
Recomposição e publicação do Comitê Intersecretarial da Diversidade Sexual com a participação de 11 Secretarias, incluindo SES
Elaboração do 2º Plano de Enfrentamento da Homofobia do ESP 2013/2015
Elaboração do 2º Plano de Enfrentamento da Homofobia do ESP 2013/2015
II Plano de Enfrentamento a Homofobia e Promoção da Cidadania LGBT – 2014-2015
Eixo Saúde - Diretrizes:
•Implementação da Política Nacional de Saúde Integral para LGBT no Estado de São Paulo
•Sensibilização e formação dos profissionais que atuam no SUS no âmbito do Estado de São Paulo
•Acesso à saúde integral a travestis e transexuais no âmbito do Estado de São Paulo
Estratégias:1.Criação do Comitê Técnico de Saúde LGBT no âmbito da SES (demanda da 2ª Conferência Est. LGBT)
2.Implementação do Plano de Enfrentamento da Epidemia de Aids e controle das DST entre gays e travestis
3. Implementação do Plano de Enfrentamento da epidemia de Aids e controle das DST (lésbica e mulheres transexuais) entre mulheres
Estratégias:1.Criação do Comitê Técnico de Saúde LGBT no âmbito da SES (demanda da 2ª Conferência Est. LGBT)
2.Implementação do Plano de Enfrentamento da Epidemia de Aids e controle das DST entre gays e travestis
3. Implementação do Plano de Enfrentamento da epidemia de Aids e controle das DST (lésbica e mulheres transexuais) entre mulheres
Ações do Eixo Saúde 2013 - 2015
Implementação da Política Nacional de Saúde Integral para LGBT no Estado de São PauloImplementação da Política Nacional de Saúde Integral para LGBT no Estado de São Paulo
Estratégia:
Curso EAD Diversidade Sexual e Saúde – em parceria com a Secretaria de Justiça
Inclusão da temática:• nos processos de formação dos profissionais de saúde • nos documentos oficiais dos demais programas da SES
Estratégia:
Curso EAD Diversidade Sexual e Saúde – em parceria com a Secretaria de Justiça
Inclusão da temática:• nos processos de formação dos profissionais de saúde • nos documentos oficiais dos demais programas da SES
Ações do Eixo Saúde 2013 - 2015
Sensibilização e formação dos profissionais que atuam no SUS no âmbito do Estado de São PauloSensibilização e formação dos profissionais que atuam no SUS no âmbito do Estado de São Paulo
Estratégias:
1. Garantia da utilização do nome social nos serviços e sistemas de registro e notificações existentes no âmbito da SES (já previsto na cartilha dos usuários do SUS e mais recentemente regulamentado no ESP através do Decreto: 55.5888 de 17/03/2010)
2. Regionalização e ampliação da atenção à Saúde Integral de travestis e transexuais
Estratégias:
1. Garantia da utilização do nome social nos serviços e sistemas de registro e notificações existentes no âmbito da SES (já previsto na cartilha dos usuários do SUS e mais recentemente regulamentado no ESP através do Decreto: 55.5888 de 17/03/2010)
2. Regionalização e ampliação da atenção à Saúde Integral de travestis e transexuais
Ações do Eixo Saúde 2013 - 2015
Acesso à saúde integral a travestis e transexuais no âmbito do Estado de São PauloAcesso à saúde integral a travestis e transexuais no âmbito do Estado de São Paulo
Grata pela atenção!
Márcia Regina GiovanettiNúcleo de Populações Mais Vulneráveis
Área de Prevenção CE DST/Aids/SP
e-mail: [email protected]@crt.saude.sp.gov.br
site: www.crt.saude.sp.gov.br