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POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL email: [email protected] Prof. Me. Milécyo de Lima Silva

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POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL

email: [email protected]

Prof. Me. Milécyo de Lima Silva

O que são Políticas Públicas de Saúde?

Um conjunto de princípios, propósitos, diretrizes e decisões de caráter geral voltada para a saúde;

Uma proposta de distribuição do poder no setor; As formas de intervenção do Estado sobre a

organização social das práticas de saúde e sobre os problemas de saúde da população

Ação ou omissão do Estado, enquanto responsável social, diante dos problemas de saúde e seus determinantes, bem como da produção, distribuição e regulação de bens, serviços e ambientes que afetam a saúde dos indivíduos e da comunidade.

República Velha (1889 -1930) “Era Vargas” (1930 – 1964) Autoritarismo (1964 – 1984) “Nova república” (1985 – 1988) Pós-Constituinte (1989 – )

Desenvolvimento das políticas de saúde no

Brasil

REPÚBLICA VELHA (ATÉ 1930) Doenças transmissíveis,

epidemias e doenças pestilenciais: febre amarela, varíola, tuberculose, sífilis, etc.

Política de saúde no Brasil

A saúde como uma questão

social: ameaça ao modelo agro-exportador, resposta do Estado, emergência da política nacional de saúde(org.de serviços de saúde pública e campanhas sanitárias);

Política de saúde no Brasil

Economia: agro-exportadora, movida pelo

capital comercial Superestrutura político-ideológica: Estado

liberal-oligárquico(interesses de São Paulo e Minas / politica café c/leite)

Aparecimento das indústrias, precárias condições de trabalho e de vida das populações urbanas

Conjuntura

Reação do Estado aos movimentos operários:

embriões de legislação trabalhista (jornada,acidentes,menor) e previdenciária (caixas de aposentadoria e pensão)

Reação do Estado às condições de saúde da população: combate as epidemias

Conjuntura

Oswaldo Cruz: combate a febre amarela,

vacina contra a varíola, ações sanitárias;

Objeto de atenção do Estado: a insalubridade dos portos, a atração e retenção da força de trabalho, as endemias rurais e o saneamento urbano (interesses da economia de exportação)

Conjuntura

Enfretamento do problema: como “caso de

polícia” e posteriormente como “questão social”

Previdência: lei Eloi Chaves (organizando as CAP)

Saúde Pública: Reforma Carlos Chagas (implantando o Depto. Nacional de Saúde Pública) 1920.

Conjuntura

Transição demográfica (redução mortalidade e

envelhecimento da população.) Predomínio das doenças da pobreza e

aparecimento da morbidade moderna (doenças do coração, neoplasias, acidentes e violências)

Crise da Velha República (frações da burguesia lutavam pela hegemonia)

“Revolução de 30” golpe de estado Industrialização, urbanização e mudanças nas

condições de vida e saúde

“Era Vargas” (1930 – 1964)

Crise do café + Crise Política da Velha

República (frações da burguesia lutavam pela hegemonia)

“Era Vargas” (1930 – 1964)

Âmbito estatal: forma trifurcada (saúde pública,

medicina previdenciária e saúde do trabalhador)

Institucionalização da saúde pública: Ministério da Educação e Saúde

Medicina Previdenciária e Saúde ocupacional: Ministério do Trabalho

“Era Vargas”

Âmbito privado: forma fracionada: Medicina liberal Hospitais beneficentes ou filantrópicos Empresas médicas (hospitais lucrativos)

“Era Vargas”

1933 - surgiu a Previdência Social, atuando por

meio dos Institutos de aposentadorias e Pensão (IAP)

1941: Serviço de Combate às endemias 1953: Ministério da Saúde 1956: Criação do Serviço Especial de Saúde

Pública (SESP) e instalação do Depto. Nacional de Endemias Rurais (depois Superintendência de Campanhas de Saúde - SUCAM) fundidos em FUNASA (Fundação nacional de Saúde).

“Era Vargas”

Ações do Ministério da Saúde, SES e SMS:

concentradas nas campanhas sanitárias, nos programas especiais (materno-infantil, tuberculose, endemias rurais, hanseníase, etc) e na manutenção de centros, postos de saúde, maternidades,hospitais específicos de psiquiatria, etc para os pobres

“Era Vargas”

Trabalhadores urbanos/Previdência

Social: organização dos IAP por categorias: marítimos (IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), transportes e cargas (IAPETEC), servidores do Estado (IPASE), etc.

Assistência médico-hospitalar começa a fornecer as bases para a capitalização do setor saúde

“Era Vargas”

1964: Golpe MilitarDesenvolvimento via internacionalizaçãoda economia assentada no tripé: capitalnacional, Estado e capital multinacional.Modelo econômico: concentrou renda,reforçou migrações e acelerou aurbanização sem os investimentosnecessários.

Regime Autoritário (1964-1984)

Capitalização da medicina: privilegiou o setor

privado, comprando serviços médicos, apoio aos investimentos e empréstimos com subsídios (unificação dos IAP/ 1966 – INPS)

1973: FUNRURAL (extensão da med.previdenciária aos trabalhadores rurais)

Regime autoritário

A extensão da cobertura previdenciária de forma a abranger a quase totalidade da população urbana e rural O privilegiamento da prática médica curativa, individual, assistencialista e especializada A criação, através da intervenção estatal, de um complexo médico-industrial O desenvolvimento de um padrão de organização da prática médica orientada em termos de lucratividade, propiciando a capitalização da medicina e do produtor privado de serviços de saúde

INPS e a conformação do modelo médico-assistencial

privatista

1974: Reformulações adotadas: Separação área previdenciária e área

do trabalho - MPAS – Ministério da Previdência e Assistência social

Implantação do Plano de Pronta Ação (PPA)(atendimento de urgência para qualquer indivíduo)

Instituição do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS)

Regime autoritário

1975: V Conferência Nacional de SaúdeCrise do setor saúde:insuficiência,

descoordenação, má distribuição e ineficácia

Regime autoritário

1975: Sistema Nacional de Saúde (Lei

6229/75) x Oposição pelos empresários da saúde

Intervenção política nos programas:materno –infantil, de imunização, de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), PNI, etc

Regime autoritário

1977: INAMPS – Instituto nacional de

assistência médica da previdência social (base para a hegemonia do modelo privatista)

1978 - acontece a Conferência de Alma-Ata

Regime autoritário

Universidades, OPS, CEBES (Centro

Brasileiro de Estudos em Saúde), etc Inserção de técnicos do movimento

sanitário no Estado Programa de Interiorização das Ações

de Saúde e Saneamento no Nordeste: expansão da rede ambulatorial pública

Penetração do tema saúde no legislativo.

Movimento contra-hegemônico da saúde

1980: período recessivo e explosão da crise

financeira da previdência social Governo Figueiredo / VII Conferência Nacional

de Saúde: PREV-SAÚDE – Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (reorientação do sistema de saúde, mediante a integração dos ministérios da saúde e previdência)

Regime autoritário

Reforço a atenção primária Participação da comunidade Regionalização e hierarquização de serviços Sistema de referência e contra-referência Integração das ações preventivas e curativas

Diretrizes do Programa não implantado

1982: Plano do CONASP – Conselho Consultivo

de Administração da Saúde Previdenciária (implantou AIH e possibilitou via AIS – Ações Integradas de Saúde o acesso aos serviços previdenciários e de saúde pública para população não segurada)

Ações não suficientes para alterar as condições de saúde da população.

Regime autoritário

TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA /Nova

República (1985 - 1988) Redemocratização do país Democracia é saúde: a politização

da saúde e o movimento pela Reforma Sanitária

Política de saúde no Brasil

Redução da mortalidade infantil e das doenças

imunopreveníveis Manutenção das doenças do aparelho

circulatório e neoplasias como principais causas de morte

Aumento das mortes por violência AIDS e DENGUE

Situação de saúde

Conquista da democracia, demanda

pelo resgate da “dívida social” Saúde na agenda política da “Nova

República” 8a Conferência Nacional de Saúde:

5000 participantes representantes dos movimentos sociais, intelectuais, sindicatos, conselhos regionais e federais de profissionais da saúde, etc

Contexto político

Crítica ao modelo baseado no paradigma clínico, individualista e nas práticas curativista e hospitalocêntrica

Conceito ampliado de saúde Saúde como direito de todos e dever do

Estado Criação do SUS Participação popular (controle social) Constituição e ampliação do orçamento

social

Reforma Sanitária

89: mudança no cenário político e ideológico

(no mundo e no Brasil) Ajuste neoliberal e reformas Participação e democratização x

Racionalização e eficiência Retrocessos na Gestão Collor

Pós – Constituinte (1989 – 2002)

Epidemia de cólera Agravamento da mortalidade por

causas externas Erradicação da poliomielite Decréscimo da mortalidade infantil Persistência da tuberculose Estabilização das taxas de AIDS Expansão da Dengue

Pós-Constituinte/situação de saúde

Operação descrédito contra o SUS: pelos

dirigentes e mídia, pelas ações políticas predominantemente corporativas dos trabalhadores de saúde

Aprovação da Lei Orgânica da Saúde (lei 8080/90) vetos presidenciais

Contexto

Lei 8142/90: complementa a primeira,

recupera artigos vetados e regula a participação da comunidade no SUS através de instâncias colegiadas. Orienta as transferências intergovernamentais de recursos financeiros, exige a formulação de planos de saúde e a criação de fundos de saúde

Contexto

Collor: redução dos recursos para a saúde Reforço ao modelo conservador: expansão

da assistência médica supletiva; reforço a centralização decisória e ao controle burocrático; municipalização discriminatória (“presente de grego”); lógica da produtividade nos serviços públicos SIH e SIA - SUS

Obstáculos a concretização dos

direitos promulgados

Constituições estaduais e leis orgânicas dos

municípios foram elaboradas Conselho Nacional de Saúde instalado Organização de serviços através dos distritos

sanitários Após o impeachment alguns aspectos da

reforma foram retomados: NOBs

Em contrapartida...

NOB 96: preocupação em estabelecer as

bases para que o SUS fosse transformado em um modelo de atenção centrado na qualidade de vida das pessoas e no meio ambiente, bem como da equipe de saúde com a comunidade. PACS e PSF

Financiamento da atenção básica de saúde (PAB e PAB variável)

Regulação da assistência médica supletiva (ANS)

Outros ganhos...

Criação da ANVISA Implantação do SIOPS Cartão SUS Implementação do Programa de

Interiorização do Trabalho em Saúde Atualização da relação nacional de

medicamentos essenciais Aprovação da Lei dos Medicamentos

Genéricos Emenda Constitucional (EC-29)

Fatos político-institucionais