política industrial - desenvolvimento econômico do rs

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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO RS PLANO DE IMPLANTAÇÃO

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A publicação Política Industrial – Desenvolvimento Econômico do RS é importante documento do Governo do Estado.

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Page 1: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO RS

plano de implantação

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Plano de implantação daPolítica Industrial

Desenvolvimento Econômico do RS

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Coordenação:Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI)Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI)

Supervisão editorial:Assessoria de Comunicação da SDPI

Execução e produção:Critério - Inteligência em Conteúdo

Imagens:Banco de Imagens do Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Impressão:Gráfica Mosca

Realização:Martins+Andrade

A Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) e a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) agradecem a todos os técnicos, empresários e representantes de governo e instituições que participaram da formulação desta Política Industrial. A lista completa com os nomes dos integrantes dos grupos de trabalho de cada um dos 22 setores está publicada nos sites www.sdpi.rs.gov.br e www.saladoinvestidor.rs.gov.br.

As informações contidas nesta publicação não refletem a opinião pessoal dos envolvidos no processo de formulação da Política Industrial.

Av. Borges de Medeiros, 1501 - 17º e 21º andares - [email protected] - +55 (51) 3288.1000

Porto Alegre, RS, Brasil

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Plano de implantação daPolítica Industrial

Desenvolvimento Econômico do RS

Tarso GenroGovernador do Estado do Rio Grande do Sul

Mauro KnijnikSecretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento

José Antônio Valle Antunes Jr.Secretário-adjunto de Desenvolvimento e Promoção do Investimento

Marcus CoesterPresidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento

e Promoção do Investimento (AGDI)

Ivan De PellegrinDiretor de Planejamento, Programas e

Captação de Recursos da AGDI

Moema Pereira NunesDiretora-adjunta de Planejamento, Programas e

Captação de Recursos da AGDI

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Índice

9 Introdução

10 Elementos da Política Industrial

22 Política Setorial

30 Política da Economia da Cooperação

36 Política da Firma

41 Instrumentos Transversais

48 Infraestrutura para o Desenvolvimento

54 Nova economia 56 Indústria Oceânica e Polo Naval

64 Reciclagem e Despoluição 72 Energia Eólica 80 Biocombustíveis - Bioetanol e Biodiesel 88 Semicondutores 96 Saúde Avançada e Medicamentos 104 Indústria da Criatividade

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112 Economia tradicional 114 Agroindústria 114 Carne Bovina 122 Carne Suína 130 Avicultura 138 Leite e Derivados 146 Arroz 154 Soja e Milho 164 Vitivinicultura 172 Automotivo e Implementos Rodoviários 180 Bens de Capital – Máquinas, Equipamentos e Imple-mentos Agrícolas e Industriais 188 Madeira, Celulose e Móveis

196 Equipamentos para Indústria de Petróleo e Gás 204 Petroquímica, Produtos de Borracha e Material Plástico 212 Software 220 Eletroeletrônica, Automação e Telecomunicações 228 Calçados e Artefatos

237 Ações Transversais

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Introdução

Este documento trata da Política Industrial: Desen-volvimento do Rio Gran-de do Sul (2012 - 2014). Em sua parte inicial, na seção Elementos da Polí-

tica Industrial, são estabelecidos os pressupostos básicos adotados para construção processual e participativa dessa política, bem como são escla-recidos sinteticamente os cinco eixos distintos e inter-relacionados que a constituem, a saber: Eixo I - Política Setorial; Eixo II - Política da Economia da Cooperação; Eixo III - Política da Firma; Eixo IV - Instrumentos Trans-versais; e Eixo V - Infraestrutura para o Desenvolvimento.

Em sua segunda parte, é rea-lizado um maior detalhamento dos elementos da Política Industrial. São descritas as diferentes políticas fins propostas – Política Setorial, Política da Economia da Cooperação e Polí-tica da Firma –, bem como os seus elementos de suporte – Instrumentos Transversais e Infraestrutura para o Desenvolvimento. É importante des-tacar que neste detalhamento são apresentados, em todos os casos, os

principais conceitos, práticas e ações envolvidos, bem como os tópicos as-sociados com a institucionalização (decretos e leis) e a governança das distintas políticas, ações transversais e elementos da infraestrutura para o desenvolvimento.

Na sequência, são apresentados os setores que formam a Política Se-torial. Eles estão divididos em duas categorias: Nova Economia, formado por setores cuja relevância vem au-mentando nos últimos anos ou que sejam portadores de futuro, e Econo-mia Tradicional, com aqueles que já têm trajetória sólida em solo gaúcho. A seleção também fez uma distinção entre três níveis: Prioritário, Prefe-rencial e Especial.

Em cada um dos capítulos, os se-tores são detalhados a partir de uma introdução, seus principais produtos, diferenciais competitivos e principais oportunidades. No final de cada um deles, são apresentadas as ações es-pecíficas do Governo do Estado. O documento traz ainda as ações trans-versais – comuns a todos os setores – e as ações transversais exclusivas dos setores da agroindústria.

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Elementos da Política Industrial

O Governo Tarso Genro recolocou o desenvol-vimento econômico no centro da política pública do Estado do Rio Gran-de do Sul. Desde seus

primeiros meses, sob coordenação da nova Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), orientou suas iniciativas com o intuito de modificar as taxas de crescimento do produto a fim de aumentar a partici-pação do Rio Grande no PIB brasileiro; fomentar o adensamento de cadeias produtivas no território do estado, com ênfase no fortalecimento de grupos empresariais e do sistema cooperativis-ta gaúchos; e promover investimentos em regiões de menor renda relativa. O

atendimento a empresas que buscam ampliar sua capacidade produtiva ou ingressar no Estado tornou-se mais ágil com a Sala do Investidor; lançaram-se os programas da Economia da Coope-ração; adotaram-se novos mecanismos de incentivo fiscal ao investimento pro-dutivo e à inovação; organizou-se o Sis-tema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul.

A Política Industrial do Rio Grande do Sul sistematiza e amplia o escopo do trabalho realizado até o momento. Será uma política com lógica federati-va e republicana, sob as diretrizes da governança e do planejamento; focada em resultados econômicos e, ao mes-mo tempo, baseada em práticas de sustentabilidade social e ambiental;

As ações serão realizadas com lógica federativa e republicana, sob as diretrizes

da governança e do planejamento

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ancorada na ideia de que o sucesso do processo de desenvolvimento depen-de de um esforço de concertação com todos os atores envolvidos; provenien-te de diagnóstico válido e geradora de prognósticos críveis, mas não dogmáti-ca e, portanto, com conteúdo aperfei-çoável conforme as exigências de uma realidade mutável; transversal, abran-gente e eficaz. Propriedade dos gaú-chos, para além das alternâncias e sus-ceptibilidades políticas. Uma política de Estado e não somente de governo.

A Política Industrial é, antes de tudo, uma política de desenvolvimento econômico, em especial, como aponta o próprio termo, uma política de desen-volvimento industrial. Definir a atuação com base em tal política não significa ignorar a relevância dos demais seto-res no desenvolvimento do Estado. Re-conhece-se que há uma relação direta entre o crescimento do setor industrial e o crescimento da economia como um todo; que o necessário aumento da produtividade na indústria ocorre de

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modo mais efetivo no curso da expan-são desse setor; e que a produtivida-de dos setores não-industriais será tão maior quanto mais elevada for a pro-dutividade na indústria. Ao abraçar o desenvolvimento econômico como um dos objetivos mais amplos, postula-se, em síntese, a tese de que uma indús-tria competitiva com base em elevada produtividade deve ser erigida como prioridade absolutamente central.

Ativar uma política industrial en-volve uma firme definição por fortale-cer a estrutura econômica diversifica-da do Rio Grande do Sul em tempos de expansão do processo de globalização e, mais recentemente, de profunda cri-se econômica no mundo industrializa-do. Sabe-se que o processo de globa-lização, traduzido como o aumento da integração das economias real e finan-ceira, vem se aprofundando sobrema-neira nas últimas décadas. Como re-sultado, o comércio internacional e os investimentos estrangeiros sofreram vertiginoso aumento. Tal integração fez com que os países se tornassem mais dependentes das flutuações do sistema global. Esse processo foi cau-sa e consequência do alastramento e aprofundamento das crises financeiras que ocorreram nas últimas décadas, culminando na grande crise que se de-senvolveu em etapas: financeira em 2008, econômica em 2009 e sistêmica em 2010. O saldo foi a maior queda do PIB mundial desde a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, com cresci-mento negativo do produto na ordem de 2,0% e recuo do volume de comér-cio em cerca de 11% apenas no ano de 2009.

Neste período, a locomotiva do crescimento mundial foram os países do leste asiático, puxados especialmen-te pela China. O Brasil se beneficiou dessa situação e, apesar do cenário do último quadriênio, manejou corre-tamente seus instrumentos de política macroeconômica e evitou adentrar no grupo dos países com baixo crescimen-to, elevado desemprego, aumento do endividamento estatal e destruição de renda da população. O governo adotou políticas anticíclicas, que garantiram a manutenção da taxa de investimento e fortaleceram o mercado interno.

Não obstante os aspectos da ges-tão macroeconômica de curto prazo, um ponto comum entre vários dos pa-íses que se sobressaíram nesses anos de crise da globalização, particular-mente os do leste asiático, está na for-mulação e adoção de políticas indus-triais com o propósito de diversificar e fortalecer suas estruturas econômicas. Essas políticas, sobretudo as dos pa-íses de menor tamanho de mercados internos, caracterizaram-se pela forte ênfase na inovação para gerar ganhos de produtividade e na promoção do co-mércio exterior. As lições de sua histó-ria e do debate teórico sobre indústria e desenvolvimento estiverem presen-tes na formulação da Política Industrial do Rio Grande do Sul.

A Política Industrial do Rio Gran-de do Sul pretende operar com base em ambas as vertentes que dominam o debate técnico sobre o assunto, re-conhecendo suas diversas comple-mentaridades e recusando a dicotomia simplista que muitas vezes contamina as decisões políticas sobre ações efica-

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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zes para promover o desenvolvimento. Será, portanto, uma política geral ou funcional, que adota medidas com im-pacto difuso sobre a indústria e mesmo diretamente sobre os demais setores da atividade econômica, e uma política seletiva, que busca fortalecer setores industriais selecionados. Essas dimen-sões desdobram-se em dois conjuntos de ações inter-relacionadas:

• Ações transversais destinadas à economia como um todo, de modo a aumentar a eficiência das unidades produtoras;

• Ações setoriais com foco na im-plantação de programas e projetos vol-tados para o fortalecimento de setores industriais selecionados.

Acreditamos, certamente, que entes subnacionais podem formular e executar políticas industriais bem-sucedidas – destacando-se, a título de ilustração, os casos da Emilia-Romag-na, na Itália, e de Baden-Württemberg, na Alemanha – sem deixar, todavia, de respeitar as especificidades nacionais. No caso do sistema federado brasilei-ro, notadamente em face da prepon-derância da União na apropriação do

bolo tributário, políticas estaduais de desenvolvimento econômico precisam necessariamente conectar-se com as estratégias do governo federal. O Rio Grande do Sul procurou observar esse condicionante na elaboração de sua Política Industrial, tarefa facilitada em virtude da identidade política que une os respectivos governos.

A estratégia nacional que nos inte-ressa mais intimamente é a nova políti-ca industrial brasileira, anunciada pela presidenta Dilma Rousseff, em agosto de 2011, sob o nome Plano Brasil Maior. Adotando o slogan “Inovar para compe-tir. Competir para crescer”, essa política apresenta dois focos de centralidade. O primeiro foco estimula a inovação e a produção nacional, com o intuito de in-crementar a competitividade da indús-tria nos mercados interno e externo. O segundo foco integra e alinha os vários ministérios e órgãos do governo com as necessidades da política industrial, além de mobilizar as forças produtivas para inovar, competir e crescer. Em es-pecial, o plano busca aproveitar com-petências presentes nas empresas, na academia e na sociedade.

A formulação e a adoção de políticas industriais para diversificar e fortalecer

estruturas econômicas são pontos comuns entre os países que se sobressaíram na crise

Elementos da Política Industrial

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Nossa Política Industrial será uma política de indústria, de inovação e de promoção do comércio exterior articu-lada com a política do governo federal. Não será, portanto, uma política au-tárquica e centrada apenas nas oscila-ções da produção e da renda no curto prazo. Como política pública de desen-volvimento econômico, nosso olhar se fixa em uma perspectiva sistêmica e de longo prazo, de construção de um modelo de desenvolvimento industrial, de confiança no futuro do Rio Grande. Para tanto, retomamos a noção de pla-nejamento de longo prazo da economia gaúcha e adotamos o conceito-chave de Sistema de Desenvolvimento Eco-nômico.

Sistema de Desenvolvimento do Rio Grande do SulO governo gaúcho reestruturou a

área de desenvolvimento econômico. Criou a SDPI como vértice das ativi-dades dessa área e seu braço execu-tivo, a Agência Gaúcha de Desenvol-vimento e Promoção do Investimento (AGDI). A partir dessa reorganização inicial, constituiu-se o Sistema de De-senvolvimento do Estado do Rio Gran-de do Sul (SDRS), institucionalizado no Decreto n° 48.396, de 26/09/2011,

com base nas seguintes premissas conceituais:

• Sustentabilidade: o desenvolvi-mento econômico deve perseguir uma trajetória de sustentabilidade em três dimensões, quais sejam, econômica, social e ambiental;

• Planejamento: o desenvolvimen-to requer uma orientação planejada para a evolução da economia;

• Governança: o sucesso de uma política de desenvolvimento econômi-co depende de efetiva coordenação en-tre os entes de governo.

A par da dimensão interna ao go-verno, o conceito de SDRS pressupõe, ainda, que a efetividade de suas ações é diretamente proporcional ao grau de articulação entre o governo e os principais atores do desenvolvimento econômico do Estado. O SDRS deve ser entendido, sobretudo, a partir de sua intenção básica de coordenar es-forços em prol do desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul. As-sim, reúne atores do governo estadu-al, do governo federal, dos governos municipais e dos setores privado e cooperativo, instituições de represen-tação de empresários, cooperativas e trabalhadores e outras instituições da sociedade civil associadas ao desen-volvimento da indústria, à inovação e à promoção do comércio exterior.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Sistema de Desenvolvimento do RS

Elementos da Política Industrial

Atores do Governo do Estado

Atores do Governo Federal

Empresas, cooperativas e trabalhadores

Outras instituições

Secretarias ligadas a atividades-fim Secretarias ligadas a atividades-meio

• Gabinete do Governador • Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES/RS)• Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI)• Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI)• Sistema Financeiro Gaúcho: Banrisul, Badesul e BRDE • Secretaria da Fazenda (SEFAZ)

• Empresas e instituições diretamente ligadas ao desenvolvimento econômico: PETROBRAS, ELETROBRAS, ELETROSUL, CTGEE, ABDI, APEX, BNDES, FINEP, Banco do Brasil, SEBRAE, CEF e ministérios afins

• Atores regionais e locais• Prefeituras e as secretarias municipais responsáveis por políticas de desenvolvimento

econômico local e regional• Atores da governança de Arranjos Produtivos Locais (APLs) e de polos de modernização

tecnológica

• Empresas privadas e públicas (não financeiras) que atuam ou possuem projetos para atuar no RS

• Cooperativas de produção que atuam ou possuem projetos para atuar no RS• Empresas financeiras privadas e cooperativas de crédito que atuam no RS• Instituições de representação empresarial• Instituições (sindicatos e centrais sindicais) de representação dos trabalhadores• Instituições de representação do sistema cooperativista

• Redes de cooperação e de inovação• Universidades públicas e privadas e outras organizações ligadas a PD&I (Pesquisa,

Desenvolvimento e Inovação)

• Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA)

• Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR)

• Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEINFRA)

• Secretaria da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa (SESAMPE)

• Secretaria do Turismo (SETUR)

• Secretaria do Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã (SEPLAG)

• Secretaria do Meio Ambiente (SEMA)• Secretaria de Ciência, Inovação e

Desenvolvimento Tecnológico (SCIT)• Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas

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Eixos da Política IndustrialA formulação conceitual, a adoção

prática e a institucionalização do SDRS, em conjunto com o alinhamento da es-tratégia de desenvolvimento econômi-co do Estado com o Plano Brasil Maior, solidificam o lançamento da Política In-dustrial: Desenvolvimento do Rio Gran-de do Sul (2012-2014). O núcleo dessa Política compõe-se de cinco eixos dis-tintos, mas fortemente inter-relaciona-dos:

•EixoI:PolíticaSetorial;•Eixo II: Política da Economia daCooperação;

•EixoIII:PolíticadaFirma;•EixoIV:InstrumentosTransversais;•Eixo V: Infraestrutura para oDesenvolvimento.

Além dos eixos que formam o nú-cleo da Política Industrial, cabe desta-car duas articulações fundamentais para o sucesso das ações que já vêm sendo empreendidas. Uma dessas arti-culações refere-se às inter-relações que o Sistema de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul estabelece com institui-ções internacionais, especialmente no que diz respeito aos temas de atração

Eixos da Política Industrial

Política Industrial do

RS

Infraestrutura para o Desenvolvimento Instrumentos Transversais

Política Setorial

Atração de investimentos

Política de Infraestrutura e de Energia

Política da Firma

Internacionalização de empresa

Política da Economia da Cooperação

Escopo internacional

Esco

po e

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Escopo federal

Promoção comercial

Programa Brasil Maior

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de investimentos, promoção comer-cial e internacionalização de empresas gaúchas. A outra articulação consiste de inter-relações com instituições fe-derais nacionais, especialmente aque-las vinculadas com o Programa Brasil Maior e com a Política de Infraestrutura e de Energia.

Política Industrial e outras políticas relacionadas ao desenvolvimento industrialA par dos programas e projetos

que estruturam a Política Industrial, o governo do Estado executa diversas outras políticas que, embora não te-nham o desenvolvimento da indústria em sua gênese, produzirão efeitos po-sitivos de médio e longo prazo sobre a atividade industrial gaúcha ao garanti-rem uma oferta crescente de insumos primários e a formação qualificada de pessoas. Neste sentido, destacam-se o Programa de Cooperativismo; o Pro-grama Mais Água, Mais Renda e o Pac-to Gaúcho pela Educação Profissionali-zante, Técnica e Tecnológica.

EixoI:PolíticaSetorialA Política Setorial busca fortalecer

o desenvolvimento das diferentes in-dústrias, sejam tradicionais ou perten-centes à nova economia, atuando sobre os fatores determinantes da competiti-vidade regional e setorial e tendo a ino-vação e a tecnologia como vetores cen-trais dessa competitividade. Com este foco em mente, pretendemos dinami-zar a presença de empresas e coopera-tivas gaúchas no mercado interno e ex-terno, ampliando a estrutura produtiva

da indústria localizada no território do Rio Grande. Um aspecto específico da Política está na revitalização do esforço exportador de diferentes setores estra-tégicos da economia gaúcha em conso-nância com a ampliação almejada pela política de promoção do comércio exte-rior do país.

A Política Setorial obedece às se-guintes premissas gerais:

• Diversidade da indústria gaúcha como uma das consequências de sua trajetória de desenvolvimento econô-mico;

• Geração de empregos de quali-dade;

• Valorização das indústrias enrai-zadas no Estado;

• Necessidade de desenvolver e consolidar novos setores da economia, com duas prioridades específicas, as quais são, ao mesmo tempo, oportuni-dades abertas ao Estado:

– Setores alinhados ao desenvolvi-mento econômico mais amplo do país, tais como a indústria naval e a geração de energia eólica;

– Setores portadores de futuro, nos quais se verifica um déficit nacional, tanto na balança de comércio, quanto na atualização tecnológica (por exem-plo, nas áreas de semicondutores e de saúde avançada e medicamentos);

• A inovação ao longo da cadeia de valor e em setores correlatos, incluindo cadeias de suprimentos de máquinas e equipamentos para os setores selecio-nados;

• Sustentabilidade ambiental, com ênfase em soluções para a utilização de resíduos como insumos ou produtos para outras aplicações

Elementos da Política Industrial

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A Política Setorial compõe-se de Programas Setoriais, cuja coordena-ção operacional cabe à Diretoria de Planejamento, Programas e Captação de Recursos da AGDI, sob direta super-visão da SDPI, e que se destinam a ala-vancar a competitividade dos setores estratégicos da economia industrial e agroindustrial do Rio Grande do Sul, e do Programa de Ações Internacionais, coordenado pela SDPI e que apoia mis-sões e feiras. Este último tem como fo-cos a promoção comercial, a interna-cionalização de empresas gaúchas e a atração de investimentos com o fim de adensar cadeias produtivas e criar novos setores na matriz produtiva do estado.

O processo de formulação dos Programas Setoriais, há que se desta-car, procurou envolver múltiplos ato-res do governo e da sociedade civil, apoiados numa estrutura de gover-nança em que os trabalhos referentes a cada setor estratégico foram condu-zidos por um coordenador executivo, normalmente alguém vinculado a um dos órgãos do SDRS – SDPI, AGDI, Ba-desul e BRDE –, sob a supervisão de um dos executivos desses órgãos na

condição de seu patrocinador (spon-sor). Esse processo não se esgota no momento de anúncio dos programas. Isso porque, nesse instante, é dada partida na execução da totalidade das ações que os constituem (embora par-te significativa das mesmas já esteja em pleno andamento), assim como no monitoramento e na contínua re-visão das medidas e programas que instrumentam a execução da Política Industrial. Tudo ancorado em uma só-lida estrutura de governança (Sistema de Desenvolvimento) e na prática con-tínua das relações transversais e de concertação entre os diferentes atores envolvidos.

EixoII:PolíticadaEconomiada CooperaçãoA Política da Economia da Coope-

ração também procura incidir sobre a competitividade das empresas, porém a partir de uma perspectiva coletiva e, em geral, com forte componente ter-ritorial. Insere-se, portanto, naquele rol de políticas que buscam modificar a dinâmica da ação isolada de indiví-duos, empresas e outras organizações por meio de práticas que enfatizam a

A execução da Política Industrial está ancorada em uma sólida estrutura de governança e na prática contínua das

relações transversais e de concertação entre os diferentes atores envolvidos

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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cooperação e a geração intencional de sinergias. Cooperar permite, ao mesmo tempo:

• Adotar vínculos diversos entre unidades de produção e outros atores singulares, como empresas públicas e privadas de PD&I e entes de governo, com o intuito de se obterem ganhos de escala e outros ganhos relacionais. Exemplos disso são as cooperativas de produção, as redes de cooperação e de inovação, os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os polos e parques tecnológi-cos;

• Agir de modo flexível e com res-postas rápidas às necessidades da so-ciedade civil e do mercado.

No ano de 2011, o Governo do Es-tado obteve a aprovação das duas leis básicas desta política pública. Uma tra-ta da instituição da Política Estadual da Economia da Cooperação, instrumen-to que transborda os limites da Políti-ca Industrial, e a outra cria o Fundo de Apoio aos APLs. São três os programas que compõem a Política da Economia da Cooperação como um eixo específi-co da Política Industrial:

• O Programa Estadual de Forta-lecimento das Cadeias e Arranjos Pro-dutivos Locais (Programa de APLs), co-ordenado pela Diretoria de Produção e Inovação da AGDI;

• O Programa de Redes de Coope-ração (PRC), coordenado pela Secreta-ria da Economia Solidária e Apoio à Mi-cro e Pequena Empresa (SESAMPE);

• O Programa de Apoio aos Polos Tecnológicos, sob coordenação da Se-cretaria da Ciência, Inovação e Desen-volvimento Tecnológico (SCIT).

Por fim, há que se assinalar que,

conquanto não componha diretamente a Política Industrial, encontra-se em re-lação estreita com as diretrizes dessa Política, no eixo da Economia da Coo-peração, o Programa Gaúcho do Coo-perativismo Rural (Programa de Coope-rativismo), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Co-operativismo (SDR).

EixoIII:PolíticadaFirmaA Política da Firma consiste de

uma abordagem para a ação direta no campo microeconômico com o objetivo central de atender empresas interes-sadas em implantar ou expandir suas atividades no Estado. Para sua implan-tação, foi inicialmente criada a Sala do Investidor em atenção à diretriz de go-vernança, tendo sido designada para sua coordenação a SDPI. O objetivo da Sala é coordenar as ações necessárias à atração de investimentos produtivos, integrando os diferentes agentes do Sis-tema de Desenvolvimento Econômico – especialmente a SDPI, a AGDI, o Ban-risul, o Badesul e a agência gaúcha do BRDE –, secretarias estaduais e órgãos vinculados, municípios, agentes do go-verno federal e instituições públicas e privadas de capacitação tecnológica. Na Sala do Investidor, centraliza-se a interlocução requerida à viabilização dos projetos de investimento. Sua fer-ramenta de gestão torna mais eficiente a relação do setor público com quem estiver disposto a investir no Rio Gran-de do Sul.

Outros dois programas têm desta-que neste eixo: o Programa de Apoio à Captação de Recursos para Empresas Inovadoras, coordenado pela Diretoria

Elementos da Política Industrial

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de Planejamento, Programas e Capta-ção de Recursos da AGDI, que compre-ende ações em parceria com institui-ções do porte e importância de FINEP e BNDES, e o Projeto de Extensão Produ-tiva e Inovação, coordenado pela Dire-toria de Produção e Inovação da AGDI, que apoia a capacitação de empresas para a competitividade e que está in-serido no contexto mais amplo do Pro-grama de APLs, sendo seu instrumen-to específico de atuação no nível das empresas que constituem os arranjos produtivos.

EixoIV:InstrumentosTransversaisOs Instrumentos Transversais

mobilizam recursos públicos que atin-gem os setores da atividade econômi-ca como um todo. Esses Instrumentos consistem do FUNDOPEM/RS, de pro-gramas específicos e do Sistema Finan-ceiro Gaúcho.

O FUNDOPEM/RS é coordenado pela SDPI através da Central do Siste-ma Estadual para Atração e Desenvol-

vimento de Atividades Produtivas (SE-ADAP). Quanto aos programas, temos:

• O Programa Estadual de Desen-volvimento Industrial (PROEDI), que tem por objetivo apoiar, através de in-centivos fiscais, materiais e financeiros, projetos que resultem em implantação ou expansão de unidades industriais no Estado, sendo coordenado pela SDPI através da Central do SEADAP;

• O Programa de Apoio a Iniciativas Municipais, também coordenado pela SDPI, que busca contribuir para a ca-pacitação dos municípios no que tange à implantação ou expansão de distritos industriais;

• O Programa Pró-Inovação, que visa apoiar as empresas inovadoras, coordenado pela SCIT;

• O Programa Gaúcho de Parques CientíficoseTecnológicos (PGTec), co-ordenado pela SCIT no âmbito do RS Tecnópole;

• O programa de subvenção de ju-ros INVESTE/RS, sob coordenação da SEFAZ.

Coordenação e suporteOs três primeiros eixos da Política Industrial – a Política Setorial, a

Política da Economia da Cooperação e a Política da Firma –, embora distintos, estão estreitamente relacionados e, portanto, precisam ser executados em permanente articulação institucional a fim de promover o efetivo desenvolvimento econômico do Estado. Num contexto de recursos escassos, coordenar as múltiplas ações de cada eixo e dar-lhes efetividade, a propósito, é um dos sentidos fundamentais da Política Industrial, sendo, portanto, o tema da governança efetiva uma questão permanente para o sucesso da Política.

O funcionamento adequado e o alcance dos objetivos da Política dependem, ainda, de dois outros eixos, concebidos para dar suporte aos primeiros: Instrumentos Transversais e Infraestrutura para o Desenvolvimento.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Por fim, o Sistema Financeiro Gaú-cho, formado por Banrisul, Badesul e BRDE, disponibiliza linhas de crédito, com uso de recursos próprios ou pro-venientes do sistema BNDES e de ou-tras fontes, e prestação de garantias, além de trabalhar para a montagem de fundos de participação e ofertar outros serviços necessários à materialização dos investimentos produtivos.

EixoV:InfraestruturaparaoDe-senvolvimento

O eixo Infraestrutura para o De-senvolvimento reúne programas e projetos relacionados a três pilares de sustentação do desenvolvimento eco-nômico: logística, energia e comunica-ção. Engloba, portanto, projetos estra-tégicos de largo espectro que buscam satisfazer demandas latentes e futuras. Respondem, por certo, à aposta do go-verno em um cenário otimista de de-

senvolvimento econômico do Estado, sendo exemplos, dentre outras, as se-guintes iniciativas:

• Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada “Mais Água, Mais Renda”;

• Plano de Obras Rodoviárias;• Ampliação de aeroportos;• Novo aeroporto na Região Metro-

politana de Porto Alegre;• Terminais portuários na Hidrovia

do Mercosul e ampliação de sua nave-gabilidade;

• Ampliação da capacidade do Por-to do Rio Grande;

• Apoio à ampliação da geração de energia eólica;

• Apoio à ampliação da disponibili-dade de gás natural;

• Ampliação da capacidade de transmissão de energia elétrica;

• PGBL – Programa Gaúcho de Ban-da Larga.

Elementos da Política Industrial

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Uma das principais virtu-des da economia gaúcha, que fornece um estímulo à formulação de uma Polí-tica Industrial de largo es-pectro, é a sua variedade

setorial. A economia industrial sul-rio-grandense não depende exclusivamen-te de apenas um ou de poucos setores, senão que da ativação dos múltiplos segmentos que a compõem. Esses se-tores se complementam e constroem um rico e variado cenário de oportuni-dades, em que algumas cadeias locais se posicionam entre as mais competiti-vas do país.

5.1 Programas SetoriaisOs Programas Setoriais reúnem

os setores industriais e agroindustriais estratégicos para a economia do Rio Grande do Sul, os quais se classificam em duas categorias – Economia Tradi-cional e Nova Economia – e se agrupam em três níveis – Prioritário, Preferen-cial e Especial. A Economia Tradicio-nal agrega os setores historicamente constituídos e fortemente enraizados na economia gaúcha, como a produ-

ção de calçados e a agroindústria. Já a Nova Economia compreende tanto aqueles setores que vêm recentemen-te ganhando relevância na geografia do estado como setores portadores de futuro (como a indústria oceânica e a energia eólica) e que são, ao mesmo tempo, oportunidades abertas para o RS. Este é o caso de setores nos quais se verifica um déficit nacional, tanto na balança de comércio, quanto na atuali-zação tecnológica – por exemplo, os de semicondutores e de saúde avançada e medicamentos – e que encontram no estado uma base de competências dis-ponível para seu desenvolvimento.

Participação setorial e concertação

A seleção dos 22 setores estraté-gicos partiu de uma análise multicrite-rial empreendida por representantes da SDPI, da AGDI e da SEFAZ. Uma vez definidos os setores, a formulação dos Programas Setoriais ficou sob respon-sabilidade de coordenadores executi-vos apoiados por patrocinadores (spon-sors), todos partícipes de instituições do Sistema de Desenvolvimento. Pro-cedemos desta maneira com o intuito

Eixo I: Política SetorialEixo II: Política da Economia da CooperaçãoEixo III: Política da FirmaEixo IV: Instrumentos TransversaisEixo V: Infraestrutura para o Desenvolvimento

Page 23: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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de assegurar uma governança compar-tilhada na elaboração dos programas e, desta forma, ampliar os compromissos necessários à efetividade das ações planejadas.

O conteúdo dos Programas Seto-riais foi desenvolvido através de amplo processo de concertação, sob a égide de critérios técnicos claramente expli-citados, e envolveu empreendedores e profissionais diretamente associados aos setores industriais, pesquisadores universitários e membros de secreta-rias de Estado e de órgãos vinculados. Assim, na elaboração dos diagnósticos

setoriais e na identificação de medidas para o fortalecimento de nossa com-petitividade, foi possível contar com o benefício da informação e do conheci-mento do setor industrial, da academia e do setor público. Realizaram-se 170 reuniões presenciais que contaram, no seu todo, com 516 participantes, sen-do 51% deles vinculados a entidades empresariais, de trabalhadores e coo-perativas, 11% a instituições de ensino, ciência e tecnologia e 38% ao governo. O resultado final fornece os caminhos que deveremos trilhar na execução da Política Industrial.

Algumas marcas setoriais do Rio Grande do Sul

Primeiro parque industrial de: Segundo parque industrial de:

Quarto parque industrial de:Terceiro maior centro de geração de energia eólica

AutomaçãoBiodieselImplementos Rodoviários e ÔnibusMáquinas e Implementos AgrícolasCouro e CalçadosVinhos e Espumantes Agroindústria do Arroz

EletroeletrônicosMóveisBebidasMáquinas e EquipamentosProdutos QuímicosMetal-mecânicaPlástico e BorrachaNaval

AlimentosVeículos Automotores

Page 24: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Setores Estratégicos da Política Industrial

Prioritários

Indústria oceânica e polo naval AgroindústriaCarne bovinaCarne suína

Avicultura

Leite e derivadosArroz

Soja e MilhoVitivinicultura

Automotivo e implementos rodoviários

Prioritários

PreferenciaisPreferenciais

EspeciaisEspeciais

Setores Nova economia Setores Economia tradicional

Bens de Capital – Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas e Industriais

Reciclagem e despoluição

Equipamentos para indústria de petróleo e gás

Biocombustíveis - Etanol e biodiesel

SoftwareSaúde avançada e medicamentos

Calçados e artefatos

Madeira, celulose e móveisEnergia eólica

Petroquímica, produtos de borracha e material plástico

Semicondutores

Eletroeletrônica, automação e telecomunicações

Indústria da criatividade

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 25: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Determinantes da Competitividade RS – Visão Geral

Técnica e diagnóstico Como resultado deste processo de

consulta e participação, elaboraram-se 22 matrizes de competitividade e ou-tras tantas notas técnicas setoriais, as quais apresentam uma descrição do se-tor, um diagnóstico de suas condições de competitividade, uma análise de oportunidades e ações necessárias ao

aumento da competitividade setorial. As matrizes de competitividade e as notas técnicas basearam-se fortemen-te em conceitos inspirados nos estudos de competitividade de Michael Porter, em particular no consagrado “modelo do diamante” – um padrão a ser aplica-do para avaliar ou comparar a posição competitiva de setores econômicos.

Indústrias correlatas e de apoio competitivas

Sistema de incentivos e promoção de investimentos,

produtividade e inovação

Promoção comercial e inserção internacional

Contexto para desenvolvimento e

prosperidadeFatores de produção

O modelo teórico foi adaptado à realidade da economia industrial gaú-cha, considerando-se, principalmente, questões sobre as quais o Governo tem possibilidade de ação direta, totalizan-do 22 fatores para análise da competi-tividade setorial, distribuídos nos qua-tro determinantes da competitividade regional. Os grupos de trabalho identifi-caram os fatores mais relevantes para

a competitividade do respectivo setor; os fatores mais relevantes, por sua vez, foram estudados à luz do desempenho atual do Rio Grande e de benchmarkin-gs nacionais e internacionais, a fim de constatar o posicionamento do estado em relação a cada tópico importante; por fim, medidas foram sugeridas para sustentar posições de liderança e pre-encher vazios de desempenho.

Política Setorial

Page 26: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Demanda local

Canais de distribuição para fora do RS

Poder de compra do Estado

Educação e treinamento

Atividades de PD&I

Recursos naturais

Infraestrutura (energia, logística e comunicação)

Bens de capital

Financiamento estadual

Financiamento federal

Processos para licenciamento ambiental

Processo para acesso a incentivos

Incentivos tributários para MPs e componentes

Incentivos tributários para produtos

Incentivos para investimentos

Incentivos para PD&I

Fornecedores locais de MPs, componentes e insumos

Fornecedores de serviços relacionados

APLs competitivos

Áreas e distritos industriais estaduais

Áreas e distritos industriais municipais

Parques tecnológicos

Fatores Determinantes da Competitividade Setorial RS

Além da análise crítica e da ava-liação da viabilidade das ações suge-ridas pelos grupos de trabalho, as se-cretarias de Estado e os demais órgãos públicos envolvidos contribuíram dire-tamente para a formulação dos Progra-mas Setoriais, identificando e sugerin-do sub-programas, projetos, ações e instrumentos que potencializarão os

resultados da Política Industrial.Várias medidas sugeridas ao longo

do processo de formulação dos Progra-mas Setoriais foram adotadas antes mesmo do lançamento oficial da Polí-tica Industrial. Após esse lançamento, devem ocorrer reuniões sistemáticas dos grupos de trabalho setoriais com o objetivo de monitorar e aprimorar os

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Indústrias correlatas e de apoio competitivas

Sistema de incentivos e promoção de investimentos,

produtividade e inovação

Promoção comercial e inserção internacional

Contexto para desenvolvimento e

prosperidadeFatores de produção

Page 27: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Processo de Elaboração dos Programas Setoriais – Visão Geral

Programas Setoriais, em particular, e a Política Industrial em seu todo, pre-vendo, dentre outros instrumentos de gestão da Política, a realização de ci-clos anuais de PDCA (planejamento/plan, execução/do, verificação/check e ação/act). No caso dos setores estra-

tégicos vinculados à agroindústria, este acompanhamento também deverá se realizar através das câmaras setoriais e temáticas – por exemplo, a de irriga-ção – que se reúnem sob coordenação da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA).

Formação dos grupos de trabalho setoriais

Elaboração das notas técnicas

Análise da matriz de competitividade

Elaboração do programa setorial

Definição dos patrocinadores (sponsors) e coordenadores

executivos

3. Definição de ações

2. Concertação

1. Análise das demandas /

Transversalidade

IndústriaICTsGoverno

EmpresáriosTrabalhadoresCooperativas

Cadernos Setoriais

Plano de implantação da Política Industrial do RS

Política Setorial

Page 28: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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As ações derivadas da formulação dos Programas Setoriais são de dois ti-pos, a saber, ações transversais, que agem sobre os setores estratégicos (e vão além desses), e ações específicas para cada setor. São 51 ações trans-versais e 218 específicas para a tota-lidade dos 22 setores. Grande parte dessas ações, cerca de dois terços, que já está em execução, avançará com maior sinergia, oportunizada pela Polí-tica Industrial. Outra fatia corresponde às ações novas que se incorporam nos esforços do Estado para melhorar o po-sicionamento competitivo da indústria gaúcha. Essas ações ganham status es-pecial, uma vez que a Política Industrial passará a ser monitorada diretamente pelo Governador do Estado, na Sala de Gestão.

5.2 Programas de Ações InternacionaisO Programa de Ações Internacio-

nais está focado na promoção comercial de bens e serviços gaúchos, ampliando o acesso de empresas exportadoras e po-tenciais exportadoras ao mercado inter-nacional, e na atração de investimentos

produtivos ao Rio Grande do Sul, dentro do objetivo maior de fomentar a com-petitividade dos setores estratégicos e o desenvolvimento da economia do Estado. Compõe-se de dois instrumen-tos principais: o Programa de Apoio à Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais e o Programa de Missões Internacionais, ambos vincula-dos à SDPI. Além desses instrumentos, a participação em missões e a atividade de atrair investimentos produtivos no âmbito internacional vêm sendo poten-cializadas por um número crescente de parcerias estabelecidas entre a AGDI e agências internacionais, como a UK Tra-de & Investment (UKTI) do Reino Unido, a Institute of Engineers Singapore (IES), a Câmara Brasil Texas em Houston e a Germany Trade and Invest (GTAI) da Alemanha.

A Secretaria apoiará a participação de empresas gaúchas em estande co-letivo em feiras internacionais no Brasil (fora do estado) e no exterior. A seleção anual das feiras do Programa de Apoio à Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais estará direciona-da para aqueles eventos que atendam ao critério de fortalecimento dos seto-res estratégicos. Nesse levantamento,

O Programa de Ações Internacionais tem como objetivo maior fomentar a

competitividade dos setores estratégicos e o desenvolvimento da economia do Estado

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 29: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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considera-se o Calendário de Feiras da APEX-Brasil, formando parcerias com essa agência federal; a participação dos setores estratégicos na pauta de expor-tações do Rio Grande do Sul; os parece-res dos patrocinadores (sponsors) e dos coordenadores executivos de cada um dos setores estratégicos; e as deman-das dos participantes dos grupos seto-riais e das entidades representativas dos setores estratégicos. O apoio, cuja solicitação será processada pela Divisão de Feiras do Departamento de Articula-ção Internacional (DAI) da SDPI, estará condicionado à participação mínima de seis empresas por evento.

Outra iniciativa no âmbito da pro-moção comercial serão os showrooms. Ainda em fase de implantação, colocam à disposição das empresas gaúchas uma estrutura no exterior para exposi-ção temporária de produtos e para reali-zação de rodadas de negócios.

O Programa de Missões Internacio-nais, por seu turno, tem como propó-sitos a atração de investimentos para

o estado, o incremento das relações comerciais e o intercâmbio técnico e tecnológico entre o Rio Grande do Sul e os países/regiões visitados ou recebi-dos. Conforme sua finalidade principal, as missões serão classificadas em: (a) Prospectivas, as que almejam explorar potenciais mercados de interesse; (b) Precursoras, as que se ocupam de agen-da para uma futura visita do Governa-dor; (c) de Manutenção, quando buscam intensificar contatos já estabelecidos; (d) Governamentais, em caso de parti-cipação do Governador na missão; e (e) Feiras Internacionais, quando uma equi-pe técnica do SDRS cumprir agenda em feira no exterior.

Neste Programa, destaca-se, ainda, a realização de eventos internacionais – tais como seminários, palestras e cafés da manhã – destinados a públicos sele-cionados, com o intuito de divulgar o Rio Grande do Sul e de atrair investimentos, proporcionando um ambiente favorável a negócios entre empresários gaúchos e estrangeiros.

Política Setorial

Page 30: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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O Rio Grande do Sul tem longa tradição em ar-ranjos cooperativos na economia. É o berço na-cional das cooperativas, nascidas ainda no século

XIX, sendo que as cooperativas de pro-dução agropecuária foram decisivas para a expansão da fronteira agrícola em meados do século XX. Nos anos 1980 e 1990, emergiram projetos co-munitários que iriam formar uma ex-tensa rede de empreendimentos de economia popular e solidária. Já nos anos 2000, surgiram os programas pú-blicos de fomento a sistemas e arranjos produtivos locais, à economia popular e solidária e às redes de cooperação entre empresas.

A Política da Economia da Coope-ração foi institucionalizada através da Lei estadual n° 13.389, de 05/12/2011 (Política Estadual de Fomento à Econo-mia da Cooperação), e sua governança, regulamentada por meio do Decreto n° 48.937, de 20/03/2012. O primeiro objetivo dessa Política é incidir sobre o desenvolvimento econômico do Estado através do adensamento de cadeias e arranjos produtivos locais, da coopera-ção entre empresas e destas com ins-

tituições do cooperativismo, da econo-mia popular e solidária, da autogestão, do aprendizado coletivo, da inovação e da cultura exportadora. A cooperação passa a ser um conceito-chave da po-lítica pública de desenvolvimento eco-nômico e um dos eixos básicos da Po-lítica Industrial. Compõem a Política da Economia da Cooperação, com vínculo direto na Política Industrial, dois progra-mas previstos na Lei n° 13.389 – o Pro-grama de Fortalecimento das Cadeias e Arranjos Produtivos Locais (Programa de APLs) e o Programa de Redes de Co-operação (PRC) – e, ainda, o Programa Polos de Inovação Tecnológica.

A par daqueles programas associa-dos à Política Industrial, um destaque especial dentro da Política da Econo-mia da Cooperação deve ser dado ao Programa Gaúcho de Cooperativismo Rural (Programa de Cooperativismo), coordenado pela Secretaria de Desen-volvimento Rural, Pesca e Cooperati-vismo (SDR), em face da importância da oferta de insumos primários para a estrutura industrial do Estado e dos arranjos institucionais baseados em cooperativas de produção na transfor-mação industrial desses insumos. O for-talecimento desses arranjos, portanto,

Eixo I: Política Setorial

Eixo II: Política da Economia da CooperaçãoEixo III: Política da FirmaEixo IV: Instrumentos TransversaisEixo V: Infraestrutura para o Desenvolvimento

Page 31: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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é visto como perfeitamente compatível com as diretrizes da Política Industrial.

6.1 Programa de APLs

O Programa de Fortalecimento das Cadeias e Arranjos Produtivos Locais (Programa de APLs), instituído pela Lei n° 13.389 e regulamentado pelo De-creto n° 48.936, de 20/03/2012, trata a empresa a partir de uma perspecti-va coletiva e ter-ritorial sob a pre-missa de que os vínculos de co-operação entre instituições dos setores privado, cooperativo, pú-blico, de ensino e pesquisa e de or-ganizações sem fins lucrativos potencializam as estratégias singu-lares de competição e fomentam o de-senvolvimento da economia da região. A cooperação público-privada pode ser emuladora do protagonismo local, nas regiões e nos arranjos produtivos, de modo a criar dinâmicas de desen-volvimento que geram investimentos produtivos, trabalho e renda, formando um círculo virtuoso, impulsionado por educação e inovação aplicadas na pro-dução e pela valorização social, cultu-ral e ambiental da comunidade.

O Programa de APLs direciona suas ações para as prioridades das políticas públicas de desenvolvimento, notada-mente os Programas Setoriais e a Polí-

tica de Combate às Desigualdades Re-gionais. Com a finalidade de assegurar efetividade ao Programa, constituiu-se o Núcleo Estadual de Ações Transver-sais nos APLs (NEAT), que conta com a participação de mais de vinte institui-ções públicas e privadas que ajudarão a conceber ações de apoio a APLs, de forma coordenada e complementar, ativando instrumentos disponíveis nas esferas local, estadual e federal.

O Programa de APLs deverá, tam-bém, aproveitar a janela de oportuni-dade aberta pelas inflexões recentes da abordagem do BNDES no campo do desenvolvimen-to regional. Um re-direcionamento da política nesse cam-po data da criação da Secretaria de Ar-ranjos Produtivos e Inovativos e Desen-

volvimento Regional (SAR) e da cons-tituição do Comitê de Arranjos Produti-vos Inovação e Desenvolvimento Local Regional e Socioambiental (CAR-IMA) em 2007. Com o Planejamento Estra-tégico 2009-2014, o BNDES passou a orientar sua política com os fins de mitigar o impacto negativo dos gran-des projetos (ações para o entorno dos grandes projetos) e apoiar os APLs e as cooperativas de baixa renda, além de incorporar expressamente os Estados como parceiros no planejamento de programas e ações.

Dentre seus principais instrumen-tos na esfera do governo do Estado, o

O fortalecimento dos arranjos baseados em cooperativas é compatível com as

diretrizes da Política Industrial

Page 32: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Programa dispõe do Fundo de Fortale-cimento dos Arranjos Produtivos Locais (FUNDOAPL), criado pela Lei n° 13.840, de 05/12/2011, que concederá crédi-to fiscal em valor equivalente aos re-cursos que as empresas aportarem no Fundo. Esses recursos vão se destinar a projetos cooperados para os APLs, incluindo o fortalecimento da coorde-nação do arranjo. Será, portanto, uma fonte permanente de meios financeiros para projetos e iniciativas cooperadas de empresas e instituições para o de-senvolvimento do APL e de sua respec-tiva região. Além disso, o FUNDOAPL foi enquadrado no programa de financia-mento PROREDES BIRD, do Banco Mun-dial, o que garantirá fonte adicional de recursos até o ano de 2015.

Tendo sido lançado no ano passa-do, o Programa de APLs deu um passo importante em sua execução ao abrir processo de seleção de projetos de APLs, para enquadramento e apoio, mediante edital divulgado em março de 2012 e dirigido aos setores eletro-eletrônico e de automação, plástico, petroquímico e borracha, de máquinas e equipamentos industriais e de audio-visual; a agroindústrias familiares das regiões Celeiro, Nordeste, Vale do Rio

do Pardo, Paranhana, Missões e Norte; e, por fim, às regiões Médio Alto Uru-guai e Sul. No caso específico dos APLs de agroindústrias familiares, a chama-da para seleção concilia primazia seto-rial (agroindústria) e regional (regiões mais pobres) com um público específi-co (agricultores familiares) considerado como prioridade da política de desen-volvimento do estado.

6.2 Programa de Redes de Cooperação (PRC)O Programa de Redes de Coopera-

ção (PRC), implantado nos anos de 1999 e 2000, foi de tal modo bem-sucedido que permaneceu ativo ao longo de di-ferentes governos, tendo sido recente-mente revigorado pela Lei nº 13.839, de 05/12/2011. Sua ideia central é reunir empresas com interesses comuns em redes de cooperação, constituindo uma entidade juridicamente estabelecida que mantenha a independência legal e a individualidade de cada empreen-dimento participante. O Programa tem como objetivo fomentar a cooperação entre empresas, gerar um ambiente de estímulo ao empreendedor e fornecer

O Programa de APLs deu um passo importante em sua execução ao abrir

processo de seleção de projetos de Arranjos Produtivos Locais

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 33: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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suporte técnico necessário à formação, consolidação e desenvolvimento das redes.

A formação de uma rede permite a realização de ações conjuntas, facili-tando a solução de problemas comuns e viabilizando novas oportunidades que isoladamente não seriam possíveis. As empresas integradas conseguem redu-zir e dividir custos e riscos, conquistar novos mercados, melhorar a qualidade de seus bens e serviços e acessar no-vas tecnologias.

O PRC se destaca, ainda, por seu potencial de fortalecimento de micro e pequenas empresas ao melhorar as condições de concorrência frente às atuais exigências dos mercados. Ou-tro diferencial é o permanente esforço de concertação entre governo, empre-sários, técnicos e universidades para encontrar soluções aos problemas das empresas e dos setores. Destaca-se, neste sentido, que as universidades gaúchas vêm crescentemente pesqui-sando e disseminando conhecimento sobre práticas baseadas na ótica da co-operação.

Atualmente, há mais de cinco mil empresas envolvidas em cerca de 300 redes de cooperação no Rio Grande do Sul e seu faturamento é superior a R$ 5 bilhões. Essa adesão expressiva das empresas e os resultados finan-ceiros evidenciam um abandono do ceticismo com que se avaliaram os be-nefícios da formação das redes no lan-çamento do programa há mais de uma década. Além do aumento no fatura-mento das empresas atendidas, outros indicadores reforçam as consequências positivas das redes de cooperação.

Indicadores de Eficácia de Empresas que Atuam em Redes

• Aumento médio no faturamento das empresas: 26,51%

• Aumento médio no número de funcionários: 36,73%

• Aumento médio nos investimen-tos produtivos: 30,95%

• Aumento médio no recolhimento dos impostos: 26,59%

Redução média dos custos: 13,38% Fonte: CPP-Feevale (Centro de Pes-

quisas e Planejamento), 2006.

6.3 Programa de Apoio aos Polos TecnológicosO Programa de Apoio aos Polos

Tecnológicos dirige sua atenção aos resultados da pesquisa científica e tec-nológica para o desenvolvimento do estado por meio de inovação e mo-dernização nos processos produtivos e, especialmente, da transferência de tecnologia das Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) para a sociedade. Foi criado pela então Secretaria de Ciência e Tecnologia (SCT), em 1989, para esti-mular a integração de universidades e centros de pesquisa com o setor produ-tivo, almejando o desenvolvimento de tecnologias adequadas às diferentes regiões do Rio Grande do Sul. Ao longo do tempo, o Programa transformou-se a fim de se tornar mais permeável às demandas e à ação da sociedade e pro-duzir um ambiente fértil à inovação. Os polos operam em conjunto com os CO-REDES, havendo, atualmente, 21 polos tecnológicos em funcionamento e três em implantação, os quais cobrem dife-rentes regiões em uma distribuição uni-

Política da Economia da Cooperação

Page 34: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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forme pelo território do Estado. O Programa, que oferece apoio

financeiro a projetos associados aos polos tecnológicos, tem por critério primordial a capacidade do projeto de transferir tecnologia para o setor produ-tivo local. A seleção dos projetos ocor-re a partir de editais específicos e pelo Processo de Participação Popular Cida-dã, quando as propostas são submeti-das ao voto da população, que escolhe as prioridades da sua região. A execu-ção de cada projeto é acompanhada e avaliada por técnicos da SCIT.

No atual governo, o Programa ad-quiriu uma função estratégica, con-tando com aumento de recursos de R$ 3,5 milhões em 2011 para R$ 17 milhões em 2012. Esta importância atribuída aos efeitos positivos dos pro-jetos sobre o desenvolvimento do Es-tado também se evidencia no apoio do Banco Mundial ao Programa. Além dis-so, a SCIT vem promovendo workshops com os gestores dos polos com vistas a uma revisão das áreas de atuação e à importância do acompanhamento dos impactos dos projetos nas diferentes regiões. Assim, a partir das ações deli-neadas no ano de 2011, todo o projeto

que buscar apoio do Programa deverá vir acompanhado de indicadores de desempenho que contribuirão para o monitoramento de seus efeitos para o desenvolvimento regional.

6.4 Apoio ao Sistema Cooperativista: Programa Gaúcho de Cooperativismo Rural A atividade produtiva com base

em cooperativas é conhecida por sua relevância para o setor agroindustrial do Estado. Ao longo dos anos, políticas públicas federais e estaduais exerce-ram um importante papel indutor por meio de um leque variado de incenti-vos ao desenvolvimento da agricultura gaúcha e da transformação industrial de produtos de origem primária as-sentada no sistema de cooperativas. Os esforços não foram em vão. Cria-ram-se sistemas de armazenagem, uma malha de transportes, fábricas de óleo vegetal, de fertilizantes e de defensivos agrícolas, canais de comer-cialização integrados numa visão de complexo rural e de agroindustrializa-ção. Surgiram sistemas agroindustriais

O apoio ao cooperativismo é uma das principais diretrizes do governo do Estado

em sua política de desenvolvimento

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 35: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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como expressão de importantes ca-deias produtivas, articulando empre-sas industriais que fornecem insumos, máquinas e equipamentos, segmen-tos de classificação e produtores agrí-colas.

O apoio ao cooperativismo é uma das principais diretrizes do Governo do Estado em sua política de desenvolvi-mento. Assim, constituiu-se, no ano de 2011, um grupo de trabalho para a formulação de um diagnóstico dos problemas que o setor vem enfrentan-do no estado e a proposição de ações com a finalidade de fortalecer o siste-ma cooperativista (Decreto n° 47.956, de 19/04/2011). O resultado foi o lan-çamento do Programa Gaúcho do Co-operativismo Rural (Programa do Co-operativismo), coordenado pela SDR, inserido no âmbito maior da Política da Economia da Cooperação do governo do Estado.

O Programa desdobra-se nas se-guintes ações:

• Programa de Revitalização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul – RECOOP/RS (Lei n° 13.865, de 29/12/2011).

• Fundo de Aval do Cooperativismo (Lei n° 13.863, de 29/12/2011).

• Programa de Extensão Coopera-tiva – PEC/RS.

• Programa de Acompanhamento da Gestão.

• Reformulação do FUNDOPEM/RS e INTEGRAR/RS (Lei n° 13.708, de 06/04/2011)

• Isenção de ICMS nas Compras Institucionais da Agricultura Familiar.

• Programa Pró-Cooperação.• Programa de Apoio à Geração/

Distribuição de Energia Limpa.• Tributação Cooperativa Simplifi-

cada.• Concessão de tratamento dife-

renciado e simplificado para microem-presas e empresas de pequeno porte (Lei n° 13.706, de 06/04/2011).

Além dessas ações, merece des-taque a contribuição do Sistema Finan-ceiro Gaúcho no financiamento aos investimentos produtivos e aos gastos correntes das cooperativas. Algumas ações do Programa do Cooperativismo começaram a ser implantadas já no ano de 2011. Nos marcos da Política In-dustrial, interessa, sobretudo, articular seus vários elementos com esse Pro-grama no propósito de fortalecer as co-operativas agroindustriais inovadoras e com gestão eficiente.

Política da Economia da Cooperação

Page 36: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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A gestão da Política da Fir-ma é uma das principais atividades do Sistema de Desenvolvimento Eco-nômico. Trata-se de uma abordagem para ação dire-

ta na microeconomia, tendo como ob-jetivo atender empresas interessadas em implantar ou expandir atividades

industriais no estado. Envolve o aten-dimento a essas organizações e o mo-nitoramento de projetos de atração de investimentos, tendo como elemento central a Sala do Investidor. Inclui, ain-da, o Programa de Apoio à Captação de Recursos para Empresas Inovadoras e o Projeto de Extensão Produtiva e Ino-vação.

Gestão da Política da Firma

Sala do Investidor Monitoramento Projetos

EscritórioProjetos

Atendimento

Gestão das Firmas

Assessoria Comunicação

SDRS

Inteligência Competitiva

AGDI

Eixo I: Política SetorialEixo II: Política da Economia da Cooperação

Eixo III: Política da FirmaEixo IV: Instrumentos TransversaisEixo V: Infraestrutura para o Desenvolvimento

Page 37: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Sala do InvestidorA Sala do Investidor foi instituciona-

lizada pelo Decreto estadual n° 48.396, de 26/09/2011, que atribuiu à SDPI a coordenação de suas atividades. A Sala materializa a mudança de postura que o Governo imprimiu na relação do se-tor público com quem está disposto a investir no Estado, tornando essa rela-ção mais ágil e eficiente com o fim de gerar o máximo de benefício econômico à sociedade gaúcha em virtude da ex-pansão da capacidade produtiva e do adensamento de cadeias produtivas no estado.

É um modelo de atendimento – físi-co e virtual – às empresas interessadas na instalação ou ampliação de plantas no Rio Grande do Sul, que almeja inte-grar os agentes do Sistema de Desen-volvimento Econômico a fim de viabi-lizar projetos de investimento. Desta maneira, busca-se sempre apresentar uma “proposta de valor” com as van-tagens oferecidas às empresas para a implantação ou ampliação de empreen-dimentos. As atividades da Sala utilizam

regras transparentes, baseiam-se em princípios republicanos e evidenciam a relevância da transversalidade, respei-tando as normas ambientais e a capaci-dade financeira do Estado.

Os projetos são administrados por gestores capacitados, que ajudam as empresas na tomada de decisão ao es-tabelecerem um diálogo profissional e eficiente entre o empreendedor e os de-mais atores públicos. Na Sala, também são repassadas, criteriosamente, infor-mações relevantes para o investimen-to: incentivos fiscais, linhas de finan-ciamento do Banrisul, do Badesul e do BRDE, distritos industriais do Estado ou de municípios, licenciamento ambien-tal, infraestrutura e logística, educação profissional, inteligência e informações econômicas. É, portanto, um canal de relacionamento com a empresa, um mecanismo de coordenação do governo que assegura maior eficácia e raciona-lidade à política pública. O gerente de projetos atua como interlocutor em to-das as etapas do investimento, desde a recepção da demanda até a implanta-ção efetiva do empreendimento.

A Sala do Investidor é um modelo de atendimento – físico e virtual – às empresas interessadas na instalação ou ampliação de

plantas no Rio Grande do Sul

Page 38: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Atraindo Projetos na Sala do Investidor

No período entre o início efetivo de suas atividades, em 2011, e o mês de março de 2012, foram atendidas 340 diferentes empresas, computados os atendimentos realizados pela equipe técnica da SDPI, os realizados direta-mente pelo Secretário de Desenvolvi-mento e Promoção do investimento e as empresas recebidas na Sala do Investi-dor. Nesta estatística, não se incluem os atendimentos diretos realizados por instituições do Sistema Financeiro Gaú-cho e ou pelo SEADAP. No mesmo perí-odo, foram realizadas 52 reuniões com empresas na Sala do Investidor, envol-

vendo, além de equipe técnica multi-disciplinar do governo, outros atores re-levantes – por exemplo, representantes de universidades, de parques tecnoló-gicos, da Federação das Indústrias, do SENAI e de Prefeituras, de acordo com o empreendimento em questão. Essas práticas de transversalidade e concer-tação, aliadas à definição, na Sala do Investidor, de gerentes de projeto que respondem às empresas como ponto focal para as tratativas com o governo, vêm acelerando os resultados efetivos da atração de investimentos para o Es-tado.

Empreendedor

Negócio implantado no RS

Sala do Investidor do SDRS

Conhecer o propósito do negócio

Proposta de Valor RS

Avaliar a prioridade estratégica

Investimentos fiscais e financeiros - Rio Grande do Sul

Infraestrutura Incentivos Fiscais e Financeiros - Federais

Outras informações estratégicas

Ambiental

FUNDOPEM e INTEGRAR/

RS: SDPI

Infraestrutura e logística

RS: SEINFRA

Distritos industriais de

propriedade do Estado: SDPI

Inteligência: Educação

Profissional, Universidades

Sistema financeiro RS:

SDPI - Badesul e BRDE

Parques Tecnológicos

Sistema financeiro RS:

Banrisul

Lei da inovação (Pró-Inovação):

SCIT, SDPI, SEPLAG, SEFAZ

Financiamento BNDES

Informações Socioeconômicas

RS

Benefícios fiscais: SEFAZ

Financiamento FINEP

Questões Ambientais:

SEMA - FEPAM

Distritos industriais, outras áreas e incentivos

municipais: Pref. Municipais

Incentivos Fiscais: Lei do

Bem

Canais de relacionamento com o Governo

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 39: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Programa de Apoio à Captação de Recursos para Empresas Inovadoras O Programa de Apoio à Captação

de Recursos para Empresas Inovadoras, iniciado em 2011, tem por objetivo dis-seminar informações e facilitar o acesso de empresas gaúchas a oportunidades de financiamento ou de fomento a pro-jetos de inovação. Articulado pela AGDI, com a participação do Sistema Financei-ro Gaúcho, o Programa persegue uma dinâmica objetiva e direta por meio de encontros individualizados de empresas com as instituições de apoio. Seu foco principal está nas necessidades das empresas de capital gaúcho; no entan-to, também servirá para atender a for-te demanda por inovação advinda dos setores estratégicos da Política Setorial. Para divulgar as ações entre as empre-sas e aumentar o alcance do Programa, a AGDI utiliza tanto a rede de contatos dos Grupos de Trabalho Setoriais, quan-

to o relacionamento direto com associa-ções setoriais e de classe.

Em sua etapa inicial, a SDPI/AGDI estabeleceu uma ativa parceria com a FINEP, a qual disponibilizou técnicos para várias rodadas que ocorreram em Porto Alegre com o intento de aproximar as empresas gaúchas daquela agência federal e, assim, melhorar a informação sobre as condições de oferta e o aces-so a recursos de seus programas de apoio à inovação, em especial o Inova Brasil. Nos quatro encontros realizados em 2011, participaram 55 empresas do Estado.

Para o futuro, planejam-se seis ro-dadas anuais de aproximação entre em-presas gaúchas e a FINEP, sendo que, no ano de 2012, um primeiro encontro ocorreu em fevereiro e atendeu 16 em-presas do Estado. Além de reforçar os elos entre o SDRS e a FINEP, o Programa buscará contemplar novas parcerias, desatacando-se, no plano imediato, o BNDES.

Para otimizar o Programa de Apoio à Captação de Recursos para Empresas

Inovadoras, a AGDI utiliza tanto a rede de contatos dos Grupos de Trabalho Setoriais,

quanto o relacionamento direto com associações setoriais e de classe

Política da Firma

Page 40: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Projeto de Extensão Produtiva e Inovação O Projeto de Extensão Produtiva e

Inovação, outra experiência precurso-ra do Rio Grande do Sul no antigo Pro-grama de Extensão Empresarial, foi re-vigorado e ampliado com base na Lei nº 13.839, de 05/12/2011, fixando-se como um instrumento específico do Pro-grama de APLs voltado para ação direta nas firmas por meio de assessoria, con-sultoria e capacitação a empreendimen-tos produtivos, com ênfase no desenvol-vimento local.

A iniciativa é executada, preferen-cialmente, com base no apoio de insti-tuições universitárias e tecnológicas das regiões e busca incentivar a geração e oferta permanente de serviços de plane-jamento, informação, pesquisa, tecnolo-gia, inovação, financiamento e coopera-ção por instituições públicas e privadas dirigidos a empreendimentos não-finan-

ceiros. Ao atuar de maneira regionaliza-da, prioriza cadeias e arranjos produti-vos relevantes para o desenvolvimento econômico da respectiva região e apri-mora as capacidades de universidades e instituições locais na prestação de ser-viços a empreendimentos produtivos e na consecução de projetos que visem o desenvolvimento local.

Nesta nova etapa, o Projeto já es-tabeleceu parceria com três universida-des, formando os Núcleos de Extensão Produtiva e Inovação (NEPI) da Região da Serra (APLs Moveleiro, Metal-Mecâ-nico e Automotivo e Polo de Moda), da Região da Produção (empresas locais e APL de Pedras, Gemas e Joias de So-ledade) e da Região Noroeste Colonial (prioridades locais e APL Pós-Colheita no entorno de Panambi). Para o ano de 2012, há previsão de implantação de dez novos NEPIs, contemplando regi-ões de menor desenvolvimento relati-vo.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 41: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Os Instrumentos Trans-versais representam uma dimensão geral ou funcional da Política In-dustrial, porquanto, em princípio, sua utilização

é de impacto abrangente, não discrimi-nando a priori setores ou regiões. Mas podem e devem ser direcionados ao fortalecimento dos setores estratégi-cos, o que implica articular diferentes atores, principalmente os agentes in-ternos ao Governo do Estado, de modo a comprometê-los com as diretrizes gerais e a alocação de recursos para a efetiva execução dos planos de ação da Política Industrial no que se refere aos três eixos anteriores. Os Instrumentos Transversais compõem-se do FUNDO-

PEM/RS, de cinco programas específi-cos e do Sistema Financeiro Gaúcho.

A adoção da transversalidade exi-ge que se ultrapassem barreiras muitas vezes rígidas de saberes e poderes que fazem com que assuntos sejam depar-tamentalizados e entregues a peque-nos nichos administrativos, em geral acarretando perda de efetividade das políticas públicas. Não se trata, pois, de questão de menor relevância ou de so-lução simples. O sucesso da Política In-dustrial, em larga medida, depende da capacidade de coordenar ações e de envolver os atores em sua execução. Esse é um dos principais desafios para o uso efetivo dos Instrumentos Trans-versais.

Eixo I: Política SetorialEixo II: Política da Economia da CooperaçãoEixo III: Política da Firma

Eixo IV: Instrumentos TransversaisEixo V: Infraestrutura para o Desenvolvimento

O sucesso da Política Industrial, em larga medida, depende da capacidade

de coordenar ações e de envolver os atores em sua execução

Page 42: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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8.1 FUNDOPEM/RSO Fundo Operação Empresa do

Estado do Rio Grande do Sul (FUNDO-PEM/RS) é um instrumento fiscal de promoção do desenvolvimento econô-mico do Estado que opera com base na postergação do recolhimento do ICMS devido em decorrência da operação de um projeto de investimento. Não se trata de alocação não reembolsável de recursos públicos, mas de incentivo ao investimento produtivo através da me-lhora do fluxo de caixa e do custo de financiamento das empresas. O limite do benefício é de 100% do investimen-to fixo do empreendimento apoiado.

A norma legal que institui e regu-la o FUNDOPEM/RS foi atualizada pelo governo do Estado através da aprova-ção da Lei n° 13.708, de 06/04/2011, na Assembleia Legislativa, a qual tam-bém criou o Programa de Harmoniza-ção do Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Sul (INTEGRAR/RS). O cerne do INTEGRAR/RS está em um abatimento incidente sobre cada par-cela a ser amortizada do financiamento concedido pelo FUNDOPEM/RS, incluin-do o valor do principal e os respectivos encargos.

A modificação nas normas deste

instrumento fiscal foi suscitada pela constatação de uma baixa efetividade do instrumento, cujo uso não vem ul-trapassando a marca de 10% do bene-fício concedido. Esta atualização permi-tiu melhorar os processos operacionais e ampliar os benefícios do Programa. Dentre as modificações introduzidas pela Lei n° 13.708, destacam-se as se-guintes:

• Ampliação do benefício com ele-vação do limite de financiamento para 90% do ICMS incremental, podendo chegar a 100% no caso de cooperati-vas de produtores. O enquadramento de um empreendimento singular em percentual maior de benefício depen-de do conteúdo local das compras da empresa, valorizando a produção de insumos no Rio Grande, de sua classi-ficação dentro dos setores estratégicos da Política Setorial e do seu conteúdo tecnológico;

• Apoio à implantação de centros de pesquisa e de desenvolvimento tec-nológico de empresas que possuem unidade produtiva no estado, conce-dendo incentivo financeiro para os in-vestimentos fixos e as despesas com salários e encargos do pessoal alocado exclusivamente no centro;

• Ampliação dos limites de abati-

O FUNDOPEM/RS é um incentivo ao investimento produtivo através da

melhora do fluxo de caixa e do custo de financiamento das empresas

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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mento do INTEGRAR/RS, enquadrando projetos em todos os municípios por meio de abatimento varia entre 10% e 90%. Esse percentual é determinado com base em critérios de pontuação como o município de localização do projeto, a geração de empregos, a mé-dia salarial e o impacto ambiental.

8.2 Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial (PROEDI)O Programa Estadual de Desenvol-

vimento Industrial (PROEDI), instituído pelo Decreto nº 32.666, de 27/10/1987, possui o objetivo específico de apoiar projetos de investimento mediante a concessão de incentivo financeiro na forma de venda de terrenos a preços atrativos, em áreas de propriedade do Estado preparadas com infraestrutura necessária para atividades industriais. Esse Programa envolve a constituição de Distritos Industriais por meio da re-gularização legal dos terrenos, da ela-boração de Plano Diretor, do licencia-mento ambiental e da instalação de infraestrutura de serviços de responsa-bilidade pública, entre outros fatores de apoio ao investimento produtivo. Pre-vê-se a venda dos terrenos a empresas para realização de empreendimentos considerados importantes para o de-senvolvimento industrial do Estado.

O Estado, sob a coordenação da SDPI, possui seis Distritos Industriais – Alvorada-Viamão, Bagé, Cachoeirinha, Gravataí, Montenegro-Triunfo e Rio Grande –, além de um Distrito carac-terizado como Zona Mista Industrial no município de Guaíba. No marco da Polí-

tica Industrial, o Programa prevê atingir as seguintes metas com base em re-cursos obtidos junto ao BNDES:

• Ampliação do Distrito Industrial Estadual de Rio Grande;

• Ampliação do Distrito Industrial Estadual de Montenegro/Triunfo e im-plantação de terminal portuário;

• Ampliação do Distrito Industrial Estadual de Alvorada/Viamão;

• Finalização das obras na Zona Mista Industrial de Guaíba e implanta-ção de terminal portuário;

• Implantação do Distrito Industrial Estadual de Pelotas com terminal por-tuário;

• Implantação de Distrito Industrial Estadual de Cachoeira do Sul com ter-minal portuário.

8.3 Programa de Apoio a Iniciativas MunicipaisO Programa de Apoio a Iniciativas

Municipais fundamenta-se no Decre-to n.º 32.666, o mesmo que instituiu o Programa Estadual de Desenvolvimen-to Industrial, e tem o propósito de con-tribuir na capacitação dos municípios para a promoção de iniciativas promis-soras de desenvolvimento econômico local, bem como para a racionalização do uso do solo com base em condições ambientais de desenvolvimento sus-tentável. Sua execução ocorre por in-termédio do apoio a ações municipais para implantação de áreas industriais, mediante o assessoramento técnico para escolha da gleba e na elaboração do Plano Diretor para implantação da Área Industrial Municipal. Quando a gleba passa à propriedade do municí-

Instrumentos Transversais

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pio e há licenciamento ambiental para o loteamento da mesma, o Programa prevê o aporte de recursos financeiros para a implantação ou expansão da in-fraestrutura básica, a título de incenti-vo. Recursos demandados pelo Estado junto ao BNDES permitirão apoiar pelo menos 20 municípios no triênio 2012-2014.

8.4 Programa Pró-Inovação O Programa Pró-Inovação, institu-

cionalizado pela Lei Estadual de Inova-ção (Lei nº 13.196, de 13/07/2009, re-gulamentada pelo Decreto nº 46.781, de 04/12/2009) e reformulado pelo Decreto nº 48.717, de 04/12/2011, é Instrumento Transversal de incentivo às atividades inovativas em ambiente produtivo. Atividades inovativas com-preendem todas as etapas científicas, tecnológicas, organizacionais e comer-ciais, incluindo novas formas de conhe-cimento, que visam à inovação de pro-dutos e/ou processos. Isto é, consistem de todas as atividades necessárias ao desenvolvimento e implementação de produtos e processos novos ou aperfei-çoados.

O Programa tem como diretrizes fundamentais estimular e apoiar em-presas industriais e agroindustriais ino-vadoras que promovam, no Rio Grande do Sul, o aumento da produtividade; o desenvolvimento de produtos e servi-ços inovadores; a competitividade e a incorporação de novos produtos, pro-cessos e serviços disponibilizados pela atividade empresarial; a geração de postos de trabalho; o incremento na arrecadação de impostos; e o cuidado

com o meio ambiente.Objetiva, mais especificamente,

apoiar esforços relacionados à intro-dução de novos produtos (bens e ser-viços) e processos, bem como o aper-feiçoamento dos já existentes, além de atividades de marketing e inovações organizacionais, com vistas a ampliar a competitividade da empresa nos mer-cados local ou global e melhorar as condições de vida do povo gaúcho. O Programa busca, também, promover maior dinamismo no comportamento dos agentes do setor produtivo e disse-minar a cultura de inovação como ele-mento fundamental para o crescimento das organizações e o desenvolvimento econômico do Estado.

Em termos operacionais, o Pró-Inovação concede incentivo fiscal pro-porcional aos esforços inovativos das empresas, considerando-se seus dis-pêndios correntes (por exemplo, remu-neração dos profissionais ocupados di-retamente nas atividades de pesquisa e desenvolvimento) e de capital (des-pesas anuais brutas referentes às imo-bilizações de recursos utilizados nos programas de P&D, como as despesas com terrenos, obras civis, máquinas e equipamentos). Compreende, ainda, contratos com ICTs e com prestadores de serviços relacionados à inovação e considera a qualificação profissional dos colaboradores e as projeções de crescimento da empresa. O incentivo pode atingir 3% do faturamento bruto da empresa, limitado a 75% do ICMS incremental. O Programa, que foi re-formulado em 2011 a fim de permitir processos mais céleres e seu uso con-comitante com outros incentivos esta-

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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duais como o FUNDOPEM/RS, tem flu-xo contínuo e cada projeto apoiado tem validade de três anos, sendo renovável por mais três anos, quando, então, a empresa deverá submeter um novo projeto, iniciando novo ciclo.

8.5 Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos (PGTec)O Programa Gaúcho de Parques

Científicos e Tecnológicos (PGTec) visa fomentar o desenvolvimento científi-co e tecnológico no território do esta-do com foco na inovação e na susten-tabilidade. Consiste da principal ação do RS Tecnópole, programa este que tem como objetivo principal a articu-lação das diferentes ações em ciência, tecnologia e inovação, integrando os atores da tríplice hélice – setores pú-blico, privado e acadêmico. Para atin-gir este objetivo, a SCIT trabalha com os propósitos de consolidar uma rede de Parques Tecnológicos no Estado, de construir um mapa de competências cientifico-tecnológicas e de implantar três centros de competitividade em áreas estratégicas para o desenvolvi-mento local e regional.

Os parques tecnológicos são am-

bientes de inovação onde se instalam empresas inovadoras e/ou centros de P&D de grandes empresas. Atualmen-te, o PGTec conta com 14 parques tec-nológicos credenciados, distribuídos por todo o Estado, sendo que três par-ques localizados na Região Metropolita-na de Porto Alegre estão consolidados e 11 parques encontram-se em processo de consolidação. Na fase atual do Pro-grama, a SCIT enfatiza a consolidação dos parques localizados no interior do Estado, com o intuito de reduzir as de-sigualdades regionais. Os parques em processo de consolidação localizam-se nos municípios de São Sebastião do Caí, Passo Fundo, Santa Cruz do Sul, Pelotas, Rio Grande, Canoas, Alegrete, Porto Alegre, Lajeado, Erechim e Santa Maria.

O PGTec também representa um importante instrumento para atração de investimentos, na medida em que potencializa a formação de recursos humanos com alta qualificação técni-ca e o desenvolvimento de produtos e processos com alto valor agregado. Há projetos importantes nos Parques Tec-nológicos em consolidação tais como o Polo Naval, em Rio Grande; o de oleo-química e biotecnologia, em Santa Cruz do Sul; o de alimentos, em Lajeado; e o de saúde, em Passo Fundo.

O Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos articula diferentes ações em

ciência, tecnologia e inovação, integrando os setores público, privado e acadêmico

Instrumentos Transversais

Page 46: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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8.6 INVESTE/RSO Programa de Promoção do In-

vestimento no Estado do Rio Grande do Sul (INVESTE/RS) foi instituído por meio da Lei nº 13.838, de 05/12/2011, como instrumento para fomentar o de-senvolvimento econômico, reduzir as desigualdades regionais e apoiar a ge-ração de emprego e renda no Estado. Operará por meio de subvenção eco-nômica na modalidade de equalização de taxas de juros e outros encargos financeiros nos financiamentos conce-didos pelo Banrisul, Badesul e BRDE a empreendimentos do setor produtivo, especialmente para aquisição de má-quinas e equipamentos, cobertura de despesas para inovação tecnológica. O Programa é coordenado pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), que também presi-de seu Comitê, composto por represen-tantes do Sistema Financeiro Gaúcho.

Prevê-se que a operação efetiva do INVESTE/RS se inicie ainda no primeiro semestre de 2012. No decreto regula-mentador, serão especificadas as con-dições da subvenção, em particular a magnitude da equalização associada a critérios de preferência para aquisição de bens e serviços produzidos no Esta-do, setores econômicos, porte de em-presas e incentivos a regiões de menor renda.

8.7 Sistema Financeiro Gaúcho

O Rio Grande do Sul é um dos pou-cos Estados da Federação que mante-ve um sistema público de instituições financeiras após a reforma bancária im-plementada no Brasil. Hoje, o Sistema Financeiro Gaúcho (SFG) compõe-se de três instituições: o Banco do Estado do Rio Grande do Sul S. A. – Banrisul; o Badesul Desenvolvimento S. A. – Agên-cia de Fomento/RS; e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE. Esse Sistema participa da exe-cução da Política Industrial na condição primeira de Instrumento Transversal para o financiamento da atividade pro-dutiva, em especial para a formação de capital fixo, a provisão de capital de giro e o saneamento financeiro de em-preendimentos.

O Banrisul é a instituição mais antiga do SFG, tendo sido autoriza-do a funcionar em 1928. Hoje é uma companhia aberta com múltiplas ati-vidades e responsabilidades, na qual o Estado detém 57% da composição acionária. Ao final do ano de 2011, o Banrisul possuía um patrimônio da or-dem de R$ 4,39 bilhões, posicionan-do-se como um dos maiores bancos brasileiros, operações de crédito com

O Rio Grande do Sul se destaca por ser um dos poucos Estados da Federação

que manteve um sistema público de instituições financeiras

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 47: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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saldo de R$ 20,39 bilhões e ativo total de R$ 37,83 bilhões. Além de suas ati-vidades diretas, o Banco controla ou-tras quatro empresas: Banrisul S. A. Administradora de Consórcios; Ban-risul S. A. CVMC; Banrisul Armazéns Gerais S. A.; e Banrisul Serviços Ltda.

O Badesul é uma agência de fo-mento instituída no ano de 1997 sob controle do Estado do Rio Grande do Sul, a que se circunscreve sua região de atuação. Opera, principalmente, pelo crédito de longo prazo a empre-endimentos privados de vários setores de atividade econômica e a municí-pios. A partir de 2011, o Banco passou a estruturar fundos de participação como novo mecanismo de financia-mento. Ao final desse ano, o patrimô-nio do Badesul era de R$ 561 milhões, o saldo de suas operações de crédito atingia R$ 1,68 bilhão e o ativo totali-zava R$ 2,27 bilhões.

O BRDE é um banco de desenvol-vimento fundado no ano de 1961 sob o controle dos três Estados do Sul, cujos representantes compõem sua diretoria

colegiada. No Rio Grande do Sul, o Banco opera a partir de sua agência de Porto Alegre, sendo especializado no crédito de longo prazo ao setor privado, alcançando todos os seto-res da atividade econômica e portes de empresa, inclusive produtores ru-rais. Ao final de 2011, o BRDE como um todo possuía patrimônio de R$ 1,25 bilhão, saldo de operações de crédito de R$ 7,02 bilhões e ativo to-tal de R$ 8,33 bilhões.

Desde a constituição do Sistema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, as instituições financei-ras têm participado ativamente da con-dução da política de desenvolvimento econômico, atuando nas reuniões de projetos e na Sala do Investidor. Com a sistematização dessa política na forma de uma Política Industrial, a exemplo de outras situações que requerem trans-versalidade, crescerá a necessidade de efetiva coordenação das ações das ins-tituições financeiras a fim de assegurar efetividade à estratégia gaúcha de de-senvolvimento industrial.

Instrumentos Transversais

Page 48: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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O Governo do Estado tra-balha com o propósito de ampliar e qualificar a infraestrutura para o desenvolvimento da in-dústria gaúcha por meio

da realização de investimentos nas áreas de logística, energia e comuni-cações. O crescimento da competiti-vidade industrial exige, certamente, o suprimento ade-quado de energia e de banda lar-ga, a redução dos custos de distri-buição e logística, o melhor aprovei-tamento dos mo-dais hidroviário e ferroviário e a ampliação e me-lhoria da malha rodoviária e aero-viária, o que fará com que os produtos gaúchos cheguem mais rapidamente e com menores preços nos mercados consumidores. Num contexto amplo de cooperação que envolve municí-pios, a União e agentes financeiros nacionais e internacionais, o Estado projeta alocar recursos da ordem de mais de R$ 1,8 bilhão, financiados por

meio de recursos próprios, do BNDES e do Programa PROREDES do BIRD, que viabilizarão investimentos totais de R$ 2,6 bilhões em infraestrutura até 2014.

Além dos investimentos em lo-gística, energia e comunicação, duas outras iniciativas governamentais merecem destaque em face de suas consequências positivas para o de-

senvolv imento industrial do Es-tado. A primeira relaciona-se à ne-cessidade de in-formações siste-matizadas para o planejamento do desenvolvimento, que está sendo enfrentada por meio de estudos em elaboração

pela AGDI e pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Re-gional (METROPLAN). A segunda ini-ciativa, de que uma das consequên-cias, ainda que não a mais relevante, será ampliar a oferta de insumos pri-mários para a indústria de alimentos, é o Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada (Programa

Um diagnóstico compreensivo sobre a situação das áreas e distritos industriais faz parte do Plano de

Infraestrutura

Eixo I: Política SetorialEixo II: Política da Economia da CooperaçãoEixo III: Política da FirmaEixo IV: Instrumentos Transversais

Eixo V: Infraestrutura para o Desenvolvimento

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Mais Água, Mais Renda), coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuá-ria e Agronegócio (SEAPA).

9.1 Informação e Planejamento da Infraestrutura para o DesenvolvimentoA Diretoria de Infraestrutura e

Energias da AGDI é responsável pela elaboração do Plano de Infraestrutura para o Desenvolvimento da Atividade Produtiva no Rio Grande do Sul e pe-los estudos e projetos para Qualifica-ção da Infraestrutura para o Polo Na-val de São José do Norte/Rio Grande, ambos inseridos no âmbito do Progra-ma de Estruturação, Investimento e Pesquisa em Gás Natural, Petróleo e Indústria Naval do Rio Grande do Sul (PGPIN), conforme a Lei nº 13.710, de 06/04/2011. Tais estudos têm a coor-denação técnica da METROPLAN.

O Plano de Infraestrutura para o Desenvolvimento da Atividade Produ-tiva no Rio Grande do Sul tem por ob-jetivo identificar a situação da infra-estrutura estadual para a promoção do crescimento da indústria e propor intervenções alinhadas com os pro-gramas governamentais de desen-volvimento econômico. Assim, prevê-se, inicialmente, a elaboração de um diagnóstico compreensivo sobre a situação das áreas e distritos indus-triais e as condições de telecomunica-ções, abastecimento de gás natural, energia elétrica, saneamento básico, água e logística de transportes. A par-tir desse diagnóstico e com base em critérios da Política Industrial e da Po-

lítica de Desenvolvimento Regional, serão definidas as ações que compo-rão o Plano.

Os estudos e os projetos para Qualificação da Infraestrutura para o Polo Naval de São José do Norte/Rio Grande visam proporcionar ao muni-cípio de São José do Norte e região um desenvolvimento equilibrado, ala-vancado pelos investimentos do Polo Naval. Serão abordadas questões de infraestrutura em geral como sanea-mento, abastecimento de água, ener-gia, telecomunicações, educação, saúde, logística de transportes e se-gurança.

9.2 Logística As redes modais de transportes

constituem, juntamente com seus elos formados por terminais ferroviá-rios, rodoviários, portos e aeroportos, os principais elementos da infraes-trutura física dos sistemas logísticos. A adequação dessa infraestrutura às necessidades de transporte de bens é fundamental para a competitividade da indústria gaúcha. A Secretaria Es-tadual de Infraestrutura (SEINFRA) co-ordena a elaboração do Plano de Esta-dual de Logística e Transportes (PELT) e a execução de projetos e obras para ampliação e qualificação dos modais de transporte rodoviário, hidroviário e aeroportuário.

O PELT tem como objetivo prin-cipal a definição das estratégias de intervenção pública e privada volta-das à articulação física do estado e à reorganização das suas cadeias logís-ticas, orientando o desenvolvimento

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estadual nos próximos 25 anos com vistas a: (a) fomentar a racionaliza-ção dos fluxos de transporte na malha viária do Estado, com sua integração física pelo uso da multimodalidade, maximizando as vantagens dos diver-sos modos de transporte para a movi-mentação de cargas; e (b) proporcio-nar o aumento da competitividade da indústria gaúcha, ampliando o acesso a mercados nacionais e internacio-nais, com a eliminação de gargalos e do aumento da qualidade da infraes-trutura, redução dos custos e tempos de transporte.

Num prazo mais curto, confor-me o Plano de Obras Rodoviárias, se-rão executadas obras de duplicação das seguintes rodovias:

• ERS 118: Cachoeirinha-Grava-taí-Sapucaia do Sul;

• ERS 734: Cassino-Rio Grande;• RSC 470: Carlos Barbosa-Bento

Gonçalves (23,54 km);• RSC 453: Bento Gonçalves-Far-

roupilha (17,35 km);• ERS 324 e entrada da ERS 135:

Passo Fundo-Marau (33,37 km).O Plano de Desenvolvimento da

Hidrovia do MERCOSUL, por sua vez, consiste de uma ação integrada do Departamento Nacional de Infraestru-tura de Transportes (DNIT) e da SEIN-FRA, com base em acordo celebrado entre Brasil e Uruguai, para a explo-ração conjunta do transporte fluvial e lacustre de carga e passageiros na Hidrovia Uruguai-Brasil. As principais ações e projetos envolvem:

• Estudos de viabilidade técni-

ca, econômica e ambiental e Projeto Básico de Melhoramento da Hidrovia Uruguai-Brasil, coordenados pelo Mi-nistério dos Transportes;

• Viabilização do Terminal de Pas-sageiros em Porto Alegre;

• Sinalização da Lagoa dos Patos;• Concessão à iniciativa privada

do Terminal de Contêineres em Porto Alegre;

• Manutenção e ampliação do ca-lado da hidrovia entre Porto Alegre e Rio Grande;

• Monitoramento dos projetos de Transporte Hidroviário Porto Alegre/Guaíba e de Arrendamento do Cais Mauá;

• Melhorias do Super Porto de Rio Grande:

- Sinalização náutica;- Pavimentação do cais público;- Plano de zoneamento ambien-

tal;- Zoneamento ambiental do lado

leste (expansão São José do Norte).Por último, o Programa Aeropor-

tuário planeja ampliar a capacidade e melhorar as instalações dos aero-portos existentes, estando previstas obras nos aeroportos de Caxias do Sul, Passo Fundo, Erechim, Rio Gran-de, Santo Ângelo, Santa Rosa, Vaca-ria e Ijuí. Além disso, com a finalidade de ampliar a malha aeroviária, estão sendo elaborados os estudos para a construção de dois novos aeroportos, um localizado na Região da Serra e outro na Região Metropolitana de Por-to Alegre.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 51: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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9.3 Energia O setor industrial é o segundo

maior consumidor de energia no Esta-do, representando 24,8% do consumo na matriz energética estadual. Desta forma, é necessário garantir que a produção e as redes de transmissão e distribuição de energia elétrica aten-dam às necessidades de demanda das empresas existentes e daquelas que queiram instalar-se no Estado. Também é importante garantir o abas-tecimento de gás natural e buscar o aumento da sua oferta, hoje limitada pela capacidade das redes de trans-porte. O Governo do Estado trabalha, ainda, para fomentar a produção de energias alternativas, aproveitando as excelentes condições naturais que o Rio Grande do Sul possui, a partir de fontes renováveis como a eólica, pois o Estado conta com 11% do potencial eólico brasileiro, e o biodiesel.

Ainda que o vetor principal das ações se refira à energia renovável, ou seja, à energia de fonte solar di-reta ou indireta (eólica, hidráulica e biomassa) e que contribui para mais de 80% da matriz elétrica brasileira, há que se considerarem fontes alter-nativas – as que não constituem a base do sistema energético –, incluin-

do as renováveis (eólica) e as não-renováveis (carvão e gás natural). Essa ampla consideração decorre de aspectos como o virtual esgotamento do potencial das hidráulicas no Esta-do, pois restam apenas os aproveita-mentos da fronteira como Itapiranga, Garabi e Panambi, e de estabilidade do sistema. Dentre as opções efetivas para ampliação da oferta de energia, destacam-se a eólica, o gás natural e o carvão. No caso do carvão, seu uso requer estudos tecnicamente isen-tos sobre emissões e novas tecnolo-gias para redução de resíduos e sobre estabilidade sistêmica com o fim de convencer o poder concedente (EPE) a incluir essa fonte nos leilões A-5.

As principais ações em desenvol-vimento estão descritas a seguir.

O Programa de Estruturação, In-vestimento e Pesquisa em Energia Eó-lica propõe-se a: (a) ampliar a cadeia produtiva de produção de energia eó-lica a partir da ampliação dos parques instalados e apoio ao desenvolvimen-to de um segmento industrial de for-necedores de partes e componentes; (b) fomentar o ambiente de contra-tação livre de energia; (c) fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecno-lógico para produção de energia eóli-ca; e (d) articular as políticas públicas

O Governo do Estado trabalha para fomentar a produção de energias alternativas,

aproveitando as excelentes condições naturais que o Rio Grande do Sul possui

Infraestrutura para o Desenvolvimento

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existentes nos âmbitos federal e esta-dual vinculadas à cadeia produtiva da energia eólica.

O Estudo de Viabilidade para Im-plantação de Terminal de Regaseifica-ção de Gás Natural Liquefeito (GNL) nasceu de um Protocolo de Intenções entre o Estado, a Petrobras e as em-presas Hyundai e Samsung, com o objetivo de desenvolver, em coopera-ção, estudos para avaliar a viabilida-de técnica, econômica e financeira da instalação de um terminal de regasei-ficação de GNL e de uma fábrica de fertilizantes no Rio Grande do Sul.

Dentre outros projetos, há, ainda, a destacar os seguintes:

• Adequação do planejamento das redes de distribuição e transmis-são de energia elétrica de acordo com as necessidades identificadas na Polí-tica Setorial, assim como para o apro-veitamento da energia eólica;

• Fomento à produção de biocom-bustíveis no Estado por meio do in-centivo à produção integrada de eta-nol e biodiesel;

• Viabilização da utilização de biogás para geração de energia elétri-ca e calor para aproveitamento pela agricultura familiar, transformando o passivo ambiental em ativo e geran-do maior renda para o pequeno pro-

dutor rural;• Fomento ao desenvolvimento

de tecnologias que visem o melhor aproveitamento do carvão mineral gaúcho, proporcionando alternativas de uso, além da queima direta para a geração de energia elétrica, tal como a produção de gás como fonte de energia.

9.4 Comunicação O fortalecimento e a expansão

da indústria gaúcha exige condições de acesso à comunicação de forma rápida e segura. A integração dos sis-temas de comunicações e das tec-nologias da informação, agregando dados, voz e imagens, associada à necessidade de crescimento destas redes convergentes, é parte integran-te da sociedade atual. Estas novas plataformas de comunicação exigem capacidade de transmissão em Banda Larga.

No Rio Grande do Sul, para que seja disponibilizado o alcance a um si-nal de banda larga de qualidade e bai-xo custo, em todas as regiões, é fun-damental a construção de um “anel de fibras óticas” (backbone). A infra-estrutura necessária para a implan-

O fomento aos biocombustíveis no Estado por meio do incentivo à produção integrada de etanol e biodiesel é um dos importantes

projetos na área de energia

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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tação deste anel, capaz de transmitir uma elevada capacidade de dados, poderá ser suprida por empresas es-taduais (CEEE, SULGÁS e PROCERGS) e federais (ELETROSUL e TELEBRÁS), através da implementação do Plano Gaúcho de Banda Larga que possibi-litará, também, a execução das políti-cas de Inclusão Digital e de fomento à criação de Cidades Digitais.

9.5 Irrigação A incidência do fenômeno da es-

tiagem tem afetado negativamente a renda dos agricultores gaúchos e a dinâmica da economia de muitos municípios do estado em anos re-centes. Nos últimos dez anos, houve um comprometimento do potencial produtivo das lavouras gaúchas em 70%, fazendo com que a necessida-de de irrigação suplementar varie de 80 a 300 mm. Dos 429,9 mil estabe-lecimentos agrícolas existentes no Estado, apenas 26,8 mil (6,2%) utili-zam algum tipo de irrigação (Fonte: SEAPA), o que confere atualidade a um amplo programa de irrigação que

objetive evitar frustrações de safra, estabilizar a renda agrícola e mesmo aumentar os níveis de produtividade na atividade primária. Esses objeti-vos são altamente meritórios por si mesmos. Não obstante, de um ponto de vista da economia industrial, uma consequência positiva da difusão da irrigação também está na garantia de uma oferta de insumos primários para a transformação industrial de ali-mentos.

Diante desse cenário, o governo do Estado instituiu o Programa Esta-dual de Expansão da Agropecuária Ir-rigada “Mais Água, Mais Renda” sob coordenação da SEAPA (Decreto nº 48.921, de 14/03/2012). O Programa visa a incentivar a expansão da irriga-ção através de agilidade no licencia-mento ambiental, de outorga precária a partir do cadastro no Sistema ICA (Informação, Cidadania e Ambiente), da SEAPA, de incentivos financeiros a produtores que contratarem projetos de irrigação junto a agentes financei-ros e de eventos de capacitação em sistemas de irrigação para técnicos e produtores.

Infraestrutura para o Desenvolvimento

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Política setorialNova economia

Edua

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Pira

tini

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Com o objetivo de incentivar o investimento em empresas que ainda não possuem forte atuação no Estado, a Política Industrial selecionou setores que fazem parte da Nova Economia do Rio Grande do Sul. Eles estão divididos em três níveis: Prioritários, com Indústria Oceânica e Polo Naval; Preferenciais: com Energia Eólica e Reciclagem e Despoluição; e Especiais, com Biocombustíveis (Bioetanol e Biodiesel), Semicondutores, Indústria da Criatividade e Saúde Avançada e Equipamentos.

Neste capítulo, os setores são detalhados a partir de uma introdução, seus principais produtos, diferenciais competitivos e principais oportunidades. Também são apresentadas as ações específicas do Governo do Estado para cada um deles.

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Com privilegiada condição geográfica e economia diversificada, o Rio Grande do Sul protagoniza o crescimento da indústria oceânica no Brasil. Sua consolidação se deve ao desenvolvimento do segmento naval, cujos investimentos serão alavancados pelas novas jazidas de petróleo em ambiente marítimo.

Indústria Oceânica e Polo Naval

Marcus CoesterCoordenador (Sponsor)

AGDI

Aloísio NóbregaCoordenador Executivo

AGDI

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Os olhos se voltam para o oceano

Embora relativamente no-vos no Estado, a indústria oceânica e o polo naval es-tão em franca ascensão na economia gaúcha. Gran-des oportunidades surgem

diante das perspectivas de expansão da atividade, sobretudo a partir da des-coberta de novas jazidas de petróleo no ambiente marítimo brasileiro.

O Rio Grande do Sul protagoniza o crescimento dessa atividade. Com sua privilegiada condição para a logística e expertise em setores correlatos e de apoio, o Estado é considerado a nova fronteira de desenvolvimento da indús-tria oceânica/naval no país.

Novas oportunidades às expertises gaúchasA indústria oceânica e o polo na-

val se relacionam diretamente com um conjunto de atividades já existentes no Estado. Essas esferas produtivas e de serviço envolvem desde o fornecimen-to de matérias-primas, componentes, sistemas hidráulicos, elétricos e de au-tomação até a fabricação de máquinas e equipamentos.

Também fazem parte dessa gama de serviços de apoio operadores logís-

ticos de transporte rodoviário e hidrovi-ário, de movimentação de cargas e de operação portuária.

Situação geográfica única no BrasilAs condições geográficas específi-

cas do Rio Grande do Sul têm relação direta com o destaque gaúcho no setor. A indústria oceânica e naval está inseri-da em uma vasta extensão territorial – compreendendo mais de 50 municípios que cortam o mapa do Estado.

O início do processo se dá no Polo Naval em Rio Grande e São José do Norte. Em seguida, passa pela hidrovia da Lagoa dos Patos e os rios navegá-veis do sistema Guaíba, Jacuí e Taquari. A partir de então, integra-se, também por via terrestre, ao eixo industrial Por-to Alegre-Caxias do Sul. Ali estão situa-dos os polos metal-mecânico, eletroe-letrônico, de automação e de máquinas e equipamentos industriais.

O salto da construção navalA última década marcou um perí-

odo de recuperação e consolidação da indústria da construção naval brasilei-ra. O número de postos de trabalho no setor passou de 2 mil, em 2000, para mais de 62 mil em 2012, segundo o SI-

Indústria Oceânica e Polo Naval

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NAVAL. Dados levantados pelo sindica-to em novembro de 2012 indicam que o Rio Grande do Sul já respondia por 6,1 mil empregos diretos.

Demanda em altaA demanda também está em ple-

na sintonia com o crescimento do setor. Os financiamentos anuais do Fundo da Marinha Mercante (FMM), por exemplo, aumentaram de R$ 300 milhões, em 2001, para R$ 2,1 bilhões, em 2011 se-gundo a Controladoria Geral da União. Além disso, a demanda do mercado é prontamente respondida com investi-mentos de empresas.

Segundo o SINAVAL as 367 obras em andamento voltadas ao segmen-to no país somam um volume de 6,89 milhões de Toneladas de Porte Bruto (TPB). Nesse quesito, o Rio Grande do Sul é o terceiro estado mais bem posi-cionado, com 16,25% da participação nacional, ou 1,12 milhão de TPB. Ao todo, 13 obras estão em andamento em território gaúcho. Algumas dessas obras são a construção e integração de módulos da P55, os 8 cascos das plata-formas replicantes e integração de mó-dulos da P58 e P62.

PGPIN: Esforços conjuntosDentro desse contexto, o Gover-

no do Estado instituiu o Programa de Estruturação, Investimento e Pesquisa em Gás Natural, Petróleo e Indústria Naval do RS (PGPIN). Trata-se de inicia-tiva que estabelece uma lógica de go-vernança para coordenar as ações para o desenvolvimento do setor.

O programa é conduzido de forma transversal com diversos órgãos pú-blicos e de forma articulada com a Pe-trobras, a FIERGS e outros agentes do meio industrial.

foi o total de financiamentos realizados pelo Fundo da Marinha Mercante em 2011

R$ 2,1 bi

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Plataformas de perfuração.• Navios-plataforma - FPSO

(Floating Production Storage and Offloading).

• Navios-sonda.• Módulos.• Comboios fluviais.• Barcos de apoio.• Grandes equipamentos.• Petroleiros.• Porta-contêineres.• Graneleiros.

Principais produtos

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• Processo para acesso a incentivos: Como a desoneração é viabilizada pelo Repetro, os incentivos não são acessados pelas empresas. Ações complementares vêm sendo desenvolvidas pelas prefeituras, como por exemplo na desapropriação de áreas em benefício de investidores.

• Incentivos tributários para máquinas e equipamentos: Trata-se de fator abrangido pelo Repetro. O Rio Grande do Sul oferece a desoneração em duas etapas da cadeia de circulação de mercadorias, enquanto que os demais estados desoneram em apenas uma fase.

• Incentivos para investimentos: O RS adaptou o FUNDOPEM, abrangendo a indústria oceânica como prioritária, melhorando também os incentivos para as regiões onde se localizam os Arranjos Produtivos Locais e ou Pólos dessa indústria. Além disto, o Estado aderiu ao regime especial Repetro e REB.

• Educação e treinamento: Com relação à formação de nível técnico, está sendo desenvolvido trabalho de adequação da oferta de mão-de-obra com as demandas das empresas, com levantamento concluído em Rio Grande e em andamento no Jacuí. Está sendo realizada articulação para formação de mão-de-obra com recursos da iniciativa privada (BG). No que se refere à formação superior, constata-se uma acentuada demanda para a área de gestão da produção (engenharia, suprimentos, administrativo).

• Infraestrutura de energia: Condições atuais da infraestrutura de energia atendem ao setor.

• Recursos naturais: Todas as operações da indústria podem ser instaladas ao longo de mais de 400 km de hidrovia – situação única no Brasil.

• Processos para licenciamento ambiental: Por tratar-se de setor prioritário, os investimentos para o setor recebem atendimento preferencial.

• Parques tecnológicos: A estrutura de parques no RS como a criação do OCEANTEC (FURG-Rio Grande), está se movimentando para alinhar o setor.

Diferenciais competitivos

Indústria Oceânica e Polo Naval

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Clau

dio

Fach

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alác

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iratin

i Principais oportunidades

As reservas de petróleo e gás do pré-sal tornarão o Brasil um importante ator no cenário energético mundial. Esse novo con-texto traz oportunidades

e desafios para diversas atividades. A indústria oceânica e naval é benefici-ária direta, posto que precisará am-pliar sua capacidade operacional, tec-nológica e de produção para atender à demanda crescente.

Sendo considerado como uma nova fronteira para crescimento da in-dústria oceânica e naval, o Rio Gran-de do Sul exerce um papel importante nesse contexto. O Estado dispõe de diversas oportunidades de mercado nas principais áreas de atuação do setor, dado o aumento no número de pedidos relacionados à atividade no Brasil.

Em 2012 a Indústria Oceânica do Rio Grande do Sul foi ampliada com o lançamento do Polo Naval do Jacuí, contando com contrato de financia-mento do Banrisul no valor de R$ 70 milhões para liberação de capital de giro à empresa Iesa Óleo e Gás, uni-dade industrial situada no município de Charqueadas, às margens do Rio Jacuí. O projeto da empresa prevê a criação de mais de 1,2 mil empregos diretos, podendo chegar a mais de 6 mil, incluindo os indiretos.

Para os navios de apoio maríti-mo, que atuam no suprimento e no

apoio às operações em alto-mar, há um programa em andamento com en-comendas de 146 unidades. Também estão sendo construídos rebocadores para manobras de atracamento em portos e terminais, além de cinco na-vios porta-contêineres e dois navios graneleiros.

Outras ações aumentarão ainda mais a demanda do setor em todo o país. É o caso do Programa de Moderni-zação e Expansão da Frota (PROMEF), que renovará a frota de 49 petroleiros da Transpetro. Ou ainda a Empresa Brasileira de Navegação (EBN), que selecionará armadores para produzir navios para afretamento construídos em estaleiros locais.

Demandas por formação de mão-de-obra e de serviços qualifica-dos representam oportunidades de negócios, assim como sistemistas de fornecedores para o setor e operado-res para hidrovias.

Existe, ainda , oportunidade para instalação de mais estaleiros em Rio Grande, São José do Norte e em Pelo-tas para embarcações de apoio, bem como ao longo da hidrovia.

São evidências de um setor em plena ebulição, onde há uma clara decisão política de investimentos por parte do Governo Federal. E o Rio Grande do Sul, diante desse cenário, irá exercer cada vez mais influência e adquirir maior importância ao longo dos próximos anos.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fatorrelacionado Desafio Ação/ProgramaAcesso a incentivos / Sistema Financeiro Gaúcho / Atividades de PD&I.

Promover o SDRS junto as empresas gaúchas.

Divulgar o SDRS, via estande institucional, às empresas gaúchas na Feira do Polo Naval (Rio Grande).

Áreas e Distritos industriais estaduais / Áreas e Distritos industriais municipais.

Promover o desenvolvimento da Indústria Oceânica no RS.

Executar estudos e projetos do Programa de desenvolvimento da Indústria Oceânica e Polo Naval no Rio Grande do Sul (PGPIN).

Atividades de PD&I. Fomentar a pesquisa aplicada da Indústria Oceânica no RS.

Programa REDE RIOSUL de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação - SCIT.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Realizar a promoção comercial do Estado do RS e a atração de investimentos.

Apoiar a participação de empresas gaúchas em missões internacionais para OTC (Estados Unidos), ONS (Noruega) e Rio Oil &Gas (Rio de Janeiro, Brasil) e para os Estados Unidos (Houston).

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Apoiar a participação de empresas gaúchas na Feira Rio Oil & Gas (Rio de Janeiro, Brasil).

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS / Fornecedores locais de MPs, componentes e insumos / Fornecedores de serviços relacionados.

Atrair investimentos para implantação de canteiros offshore, estaleiros, integradores, estaleiros para barcos de apoio e fabricantes de grandes equipamentos. Atrair investimentos para implantação de fabricantes de equipamento, materiais especiais, e serviços e processos industriais especializados.

Promover a atração de empreendimentos ligados ao setor da Indústria Oceânica e Polo Naval.

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Indústria Oceânica e Polo Naval

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

Educação e Treinamento.

Qualificação e formação profissional para as atividades da cadeia produtiva da indústria offshore.

Programa de promoção da qualificação e formação profissional para as atividades da cadeia produtiva da Indústria Oceânica e Polo Naval no Rio Grande do Sul.

Fornecedores locais de MPs, componentes e insumos / Fornecedores de serviços relacionados.

Promover a inserção da indústria gaúcha no fornecimento de bens e serviços para indústria oceânica brasileira. Alinhar as competências industriais do RS (destaque para metal-mecânico, eletroeletrônico e automação) às demandas na indústria.

Programa de promoção à ampliação da participação da indústria gaúcha no fornecimento de bens e serviços para indústria oceânica brasileira.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Adoção de medidas especiais para desoneração do ICMS incidente nas operações de produção de equipamentos utilizados na indústria de petróleo e gás, indústria oceânica e no polo naval.

Infra-estrutura (energia, comunicação e logística).

Aumentar a competitividade da Indústria Oceânica no RS. Executar estudos e projetos PGPIN.

APL's Competitivos.

Desconcentrar a localização da indústria naval, superando os riscos de saturação de recursos humanso e infraestrutura no Polo Naval de Rio Grande.

Estudo e levantamento de localizações alternativas para empreendimentos ligados à Indústria Oceânica e Polo Naval no âmbito do PGPIN.

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O Rio Grande do Sul é pioneiro em reciclagem e despoluição. À frente de outros estados, possui uma população consciente das questões ambientais, criou leis pioneiras e está avançando na coleta seletiva e desenvolvimento da indústria da reciclagem. O segmento cresce intensamente em território gaúcho, com ótimos indicadores e experiências bem-sucedidas. Esse desempenho expande o cenário de oportunidade de negócios no Estado para a nova economia que se apresenta para o século XXI.

Reciclagem e Despoluição

Carlos Henrique HornCoordenador (Sponsor)

BRDE

Eduardo GrijóCoordenador executivo

BRDE

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Rio Grande pioneiro em reciclagem e despoluição

O Estado coleciona ex-celentes índices no destino adequado dos resíduos, além de volu-me significativo de pro-cessos de reciclagem,

sobretudo nos setores de plásticos, vidros, papeis e alumínio. É o que mostram pesquisas da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABREL-PE) e do Compromisso Empresarial para Reciclagem.

No cenário nacional, o Rio Gran-de do Sul destaca-se como um Estado que historicamente desenvolve ações favoráveis à reciclagem. Exemplos disso são a criação de legislações es-pecíficas, a promoção da coleta sele-tiva e a conscientização da população e dos empresários. Outra caracterís-tica local do segmento é a elevada transversalidade do setor nas ações entre os órgãos do governo e a socie-dade civil organizada.

Tudo isso implica uma visão de que a continuidade do crescimento industrial gaúcho requer mudança de estratégia em relação a uma realidade social e econômica também em cons-tante transformação.

Um setor impulsionado por dois contextosO setor enquadra-se em dois con-

textos institucionais fundamentais. O primeiro está compreendido na recen-te Política Nacional de Resíduos Sóli-dos no interior da qual a reciclagem é prioritária. As prioridades movem-se da necessidade de redução e reapro-veitamento dos resíduos, para a sua reciclagem e aproveitamento energé-tico, tendo como última alternativa a disposição final em depósito adequa-do. As iniciativas aqui entendidas res-pondem a princípios que devem ser respeitados quanto à promoção da competitividade e inovação, responsa-bilidade compartilhada, acordos seto-riais, financiamento adequado, valori-zação das cooperativas de catadores, dentre outros.

O segundo contexto trata da ges-tão dos resíduos, cuja responsabilidade cabe às entidades geradoras (empre-sas, governos e famílias) ou aos entes municipais, de forma isolada ou em consórcio. Ambos os contextos se com-plementam na medida em que o de-senvolvimento de inovações no setor industrial da reciclagem, quer como um processo autônomo de produção, quer como reintrodução direta de resíduos nas linhas tradicionais de produção, de-

Reciclagem e Despoluição

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Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Processo de reciclagem de bens finais (pós-consumo) e de resíduos da produção com sua reintrodução no processo produtivo como insumo novo (plásticos, vidros, metais, madeira, couro, borracha, entre outros).

• Investimentos em produção mais limpa: Redução/Eliminação da geração de resíduos no processo produtivo.

• Reutilização de resíduos em novos produtos e cadeias de produção solidária.

• Aproveitamento energético de resíduos com características de inflamabilidade.

• Desenvolvimento do setor industrial na incorporação de tecnologia em máquinas e equipamentos adequados às soluções ambientais.

Principais produtospende de uma correta disposição dos resíduos por parte de quem o gerou.

Potencial em crescente expansãoNos últimos anos, a reciclagem

vem passando por um período de ex-pansão no Estado. O desenvolvimento do setor como um negócio economi-camente viável sustenta-se, principal-mente, nas cadeias produtivas do plás-tico, papel, vidro, metais, borracha, couro e compostagem orgânica. Nes-ses segmentos, há disponibilidade e acesso de tecnologia às empresas, inclusive entre as pequenas e as coo-perativas. Mesmo com o alto valor dos investimentos, muitas vezes eles são realizados por motivação econômica e independem de programas governa-mentais.

Contudo, a promoção do setor conta, atualmente, com diversas alter-nativas de reutilização de resíduos que vem sendo pesquisadas e incentiva-das, tendo como finalidade um gran-de número de cadeias de produtos. Com forte potencial destaca-se nesse contexto a construção civil e os eletro-eletrônicos. As iniciativas neste sentido constituem oportunidades de integra-ção entre universidades e empresas, bem como atração de novas empresas para o equacionamento da questão ambiental em seus setores específicos.

A reciclagem apresenta um mar-cante aspecto econômico para o futu-ro como oportunidade. Cria negócios

e inovação no contexto industrial, pois o resíduo como matéria-prima requer processamento e, para tanto, inves-timentos e produção de máquinas e equipamentos adequados. Cria oportu-nidades para cidadãos com dificuldade de ingressar no mercado formalizado de trabalho, vindo ao encontro de rele-vantes expectativas sociais na geração de empregos para grupos marginali-zados e desfavorecidos da sociedade. Cria responsabilidade e um ambiente mais favorável ao desenvolvimento hu-mano.

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• Cooperativas: Forte atuação na cadeia de reciclados gaúcha, contando com suporte da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

• Conscientização do setor produtivo em operar no segmento, o Estado é pioneiro em legislação ambiental e na implementação de gestão ambiental de empresas.

• Financiamentos estaduais e federais: Disponibilidade de recursos do sistema financeiro gaúcho (Badesul, BRDE e Banrisul) e instituições nacionais para suprimento de crédito adequado ao setor.

• Incentivos no RS: Novo FUNDOPEM enquadra a atividade como estratégica no oferecimento de benefícios de ordem fiscal.

• Infraestrutura: Além das condições adequadas de energia, comunicação e logística, existem cooperativas e associações de catadores organizadas, além de coleta seletiva em diversos municípios.

• Processos para licenciamento ambiental: Avanços recentes acompanham modernização da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler.

Diferenciais competitivos

Reciclagem e Despoluição

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Cláu

dio

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iPrincipais oportunidades

A perspectiva de novos negócios emerge (i) de novas parcerias com empresas, entidades e governos estrangeiros detentores de tecnologia

em segmentos-chave da reciclagem; (ii) de pesquisas locais feitas a partir de integrações institucionais, envol-vendo empresas, universidades e ou-tras entidades de pesquisa; e (iii) pelo desenvolvimento da legislação am-biental capaz de conduzir as empre-sas e a comunidade a responsabiliza-rem-se pela correta destinação dos resíduos gerados durante seu proces-so produtivo ou consumo, como no caso de embalagens e o resíduo ele-trônico, por exemplo.

O segmento coleciona diversas experiências bem-sucedidas em re-ciclagem, sobretudo nas cadeias pro-dutivas dos metais, papel, vidro, PET, plásticos, compostagem, borracha, geração energética, além de iniciati-vas inovadoras em couro. Essas reali-zações abrem espaço para o aumen-

to da produção e da diversificação do setor no Estado.

O cenário aponta para o desen-volvimento do setor, sobretudo em razão dos progressivos dispositivos de gestão e de proteção ambiental inseridos em lei. Embora haja ten-dência de concentração na demanda local por matéria-prima de origem re-ciclada, não há impeditivos quanto à criação de um mercado inter-regional.

O cenário mercadológico futu-ro implica, sobretudo, na considera-ção de algumas oportunidades. Entre elas, destacam-se: produção mais limpa (incluindo redução, reaprovei-tamento e uso da matéria reciclada); coleta, transbordo e beneficiamento; logística reversa; empresas recicla-doras, compostagem; aproveitamen-to energético; centrais de disposição final; eliminação e descontaminação de lixões e aterros controlados.

Uma boa resposta a essas pos-sibilidades colocará o Rio Grande do Sul em ainda mais evidência no âmbi-to nacional.

O cenário aponta para o desenvolvimento do setor, sobretudo em razão dos

progressivos dispositivos de gestão e de proteção ambiental inseridos em lei

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fatorrelacionado Desafio Ação/ProgramaAcesso a incentivos / Sistema Financeiro Gaúcho / Atividades de PD&I.

Promover o SDRS junto empresas gaúchas.

Divulgar o SDRS, via estande institucional, às empresas gaúchas na feira Fiema Brasil (Bento Gonçalves, Brasil).

APL's Competitivos / Recursos Naturais.

Realizar diagnóstico da geração de resíduos de forma a revelar oportunidades de negócios em reciclagem e o adensamento das cadeias produtivas locais nos APLs Metalmecânico e Automotivo - Serra, Metalmecânico Pós-colheita - Panambi, Moveleiro - Serra, Pedras, Gemas e Joias - Soledade e Polo de Moda da Serra Gaúcha.

Projeto Simbiose Industrial - DPI/AGDI.

Atividades de PD&I / Recursos Naturais.

Apoiar e promover a integração das universidades e centros de pesquisa visando a promoção de inovações tecnológicas para reciclagem.

Fomentar projetos de inovação tecnológica do setor através do Programa de Polos de Modernização Tecnológica - SCIT.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Realizar a promoção comercial do Estado do RS e a atração de investimentos.

Apoiar a participação de empresas gaúchas em missão internacional para a Husum Wind Energy (Alemanha), EWEA (Dinamarca) e para a Feira Brazil Wind Power (Rio de Janeiro, Brasil).

Demanda local / Recursos Naturais.

Apoiar a operacionalização dos acordos setoriais .

Estruturar modelo de apoio à operacionalização dos acordos setoriais para o estabelecimento da logística reversa, buscando os agentes organizados dos principais setores produtivos locais e colaborar na construção de soluções para as obrigações decorrentes da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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Reciclagem e Despoluição

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

Demanda local / Recursos Naturais.

Divulgar iniciativas bem sucedidas e alternativas para uso de resíduos, constituir um inventário de oportunidades em reciclagem, fomentar negócios no setor, oportunizar acordos setoriais, e ouvir problemas e sugestões de cada setor.

Fórum de oportunidades regionais em reciclagem em parceria com o Banco de Resíduos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande Do Sul (FIERGS).

Fornecedores de Serviços Relacionados / Canais de Distribuição para fora do RS / Recursos Naturais.

Atrair investimentos e empresas de reciclagem de elevada tecnologia e investimentos para o Estado.

Promover a atração de empreendimentos ligados ao setor da Reciclagem e Despoluição.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos / Recursos Naturais.

Aproximar cooperativas e empresas que realizem tratamento de resíduos sólidos e a reciclagem de materiais eletroeletrônicos.

Mapear e promover a aproximação entre os setores eletroeletrônica e reciclagem e despoluição através de seminários, novas tecnologias em feiras, e articulação.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Concessão de incentivo fiscal para o aproveitamento de resíduos de madeira serrada, utilizados como insumo em indústria do Estado.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Criação de Grupo de Trabalho, em conjunto com a iniciativa privada, para avaliar a viabilidade da concessão de benefícios fiscais vinculadas à aquisição de matéria-prima de origem reciclada.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Melhorar as condições de acesso ao crédito para as empresas do setor.

Sul-Recicla: Desenvolver programa para facilitação do acesso a crédito para o investimento no setor.

Page 72: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

72

O Rio Grande do Sul oferece abundância e intensidade de ventos, concentrando 11% do potencial nacional. São dez parques eólicos em funcionamento, com potência instalada de 340MW em 8 de fevereiro de 2012. Um deles, situado em Osório, está entre os maiores de toda a América Latina. Até 2016, serão instalados mais 1.052MW, totalizando 1.392MW.

EnergiaEólica

José Antônio Valle Antunes JúniorCoordenador (Sponsor)

SDPI

Marco Aurelio FranceschiCoordenador executivo

AGDI

Eberson SilveiraAssessor técnico

AGDI

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 73: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

73

Os bons ventos do Rio Grande

Com 11% do potencial eólico do Brasil, o Es-tado dispõe de todas as condições naturais necessárias à geração dessa fonte de energia.

Ao longo do Litoral do Rio Grande do Sul, os ventos são intensos e cons-tantes. Na Região da Campanha, a integração com o vento Minuano ori-gina excelentes oportunidades de aproveitamento desse recurso natu-ral.

Acima de 100 metros de altu-ra, o potencial eólico gaúcho chega a 115.200 MW para ventos com mais de 7m/s.

Alternativa em sintonia com o EstadoCada vez mais competitiva, a inser-

ção desta fonte de energia consolida-se como uma importante alternativa para a diversificação da matriz energética do Estado. Isso porque atende a duas necessidades centrais da atualidade: redução do impacto ambiental e au-mento da geração de eletricidade.

Entre 2011 e 2020, segundo previ-são da Empresa de Pesquisa Energéti-ca (EPE), o consumo de eletricidade na Região Sul crescerá 50%. Esse percen-tual representa, na prática, um salto de 70.803 para 105.500 GWh, implicando na necessidade de aumento da capaci-dade de geração e de transmissão de energia.

Energia Eólica

Potencial eólico para ventos maiores ou iguais a 7m/s - RS

Altura Potencial

50m 15,8 GW

75m 54,4 GW

100m 115,2 GW

Fonte: Atlas Eólico do RS

Page 74: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

74

Regiões com maior potencial eólico do RS

Capacidade consolidadaAtualmente, o Rio Grande do Sul

possui dez parques eólicos. Juntos, reú-nem 340 MW instalados – cerca de 2% do potencial gaúcho. Todos têm exce-lente histórico de operação. No Brasil, a potência instalada chega a 1.471MW. Dessa forma, atualmente, o RS apresen-ta uma participação nacional de 23%.

O Estado se destaca também por ter um dos maiores parques eólicos da América Latina. A usina, localizada no município de Osório, tornou-se uma evidência da grande capacidade do Rio Grande do Sul em gerar energia eólica.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Geração de energia eólica.• Fabricação de máquinas,

equipamentos e componentes para utilização nos parques eólicos.

• Construção de parques eólicos.

Principais produtos

Fonte: Atlas Eólico do RS

Page 75: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

75

Energia Eólica

Rio Grande do Sul: uma nova fronteira eólicaO potencial dos ventos no Rio Gran-

de do Sul, aliado às vantagens compe-titivas locais, impulsiona a expansão do setor. Com base no resultado dos últi-mos leilões, o Estado terá mais 54 par-ques eólicos em operação até 2016.

Nesse sentido, o RS coloca-se em sintonia com países que tem grande desenvolvimento na geração e na ca-

deia produtiva desta fonte de energia. São os casos da China, Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, e Espanha.

Com recursos naturais ideais para a geração eólica, o Rio Grande do Sul aparece como uma nova fronteira para essa fonte de energia, possibilitando a emergência de um grande mercado. Entre 2011 e 2016, são projetados in-vestimentos de R$ 4,8 bilhões em no-vas usinas eólicas no Estado.

Potência eólica instalada no Estado

ParqueEólico Potência (MW) Município Início da

operaçãoElebrás Cidreira 1 70 Tramandaí 2011Osório 50 Osório 2006Sangradouro 50 Osório 2006Palmares 8 Palmares do Sul 2010Índios 50 Osório 2006Fazenda Rosário 3 14 Palmares do Sul 2011Fazenda Rosário 8 Palmares do Sul 2011Cerro Chato I 30 Santana do Livramento 2012Cerro Chato II 30 Santana do Livramento 2011Cerro Chato III 30 Santana do Livramento 2011

Fonte dos dados brutos: Aneel

Previsão até 2016 – RS

PotencialNúmero de parques

49

Potência 1.163,8 MWPotência em relação ao Brasil

17,2%

Investimentos R$ 4,8bi

Fonte: Aneel/BIG e CCEE

Page 76: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Diferenciais competitivos

• Atividades de PD&I: Empresas, instituições de ensino e centros de pesquisa trabalham na contínua atualização de conhecimento do setor.

• Educação e treinamento: Estrutura para capacitação de profissionais de alta qualificação e trabalhadores que operam e fazem manutenção de equipamentos.

• Financiamento estadual: Crédito disponível no sistema financeiro gaúcho (Badesul, BRDE e Banrisul).

• Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos: Rede de empresas abastece a cadeia produtiva da energia eólica, gerando renda, empregos qualificados, adensamento de conteúdo tecnológico e agregação tecnológica.

• Infraestrutura: Qualidade na rede de transmissão e distribuição de energia elétrica, facilitando a conexão nas regiões com maior potencial de ventos.

• Licenciamento ambiental: Projetos de geração de energia eólica devem atuar de modo adequado em relação ao meio ambiente.

• Recursos naturais: Disponibilidade de potencial de ventos e áreas apropriadas para instalação de parques eólicos.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 77: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

77

Principais oportunidades

A energia eólica tem no Rio Grande do Sul um ambiente com grandes perspectivas. Com po-tencial 46 vezes maior do que o total instala-

do, o Estado oferece todas as condi-ções para um maior aproveitamen-to desse patrimônio natural.

Os 10 parques em funcionamento e os 44 que ficarão prontos até 2014 abrem caminho para a instalação de novas usinas. Como resultado, há uma forte tendência de vinda de fabricantes de equipamentos para o RS. As compa-nhias alimentariam a cadeia produtiva de energia eólica, fornecendo gerado-res, controladores, inversores, transfor-madores e a caixa envoltória do gera-dor completo.

Fruto da profunda integração des-sa cadeia produtiva, surgem ainda oportunidades para o estabelecimento de prestadores de serviços especiali-zados em engenharia, logística, mon-tagem e manutenção. Esse processo

impulsiona a evolução da indústria lo-cal, o desenvolvimento de pesquisas, a internalização da tecnologia e a forma-ção de profissionais qualificados. Além disso, as usinas atraem investimentos, promovem o crescimento de regiões com economia deprimida, geram ren-da e empregos.

De acordo com o Ambiente de Contratação Livre – do qual participam agentes de geração, comerciantes, im-portadores e exportadores de energia, além de consumidores livres –, há um grande mercado em potencial de in-vestimento em novos parques eólicos ainda não mensurado. O impulso do se-tor é tão forte que especialistas defen-dem que os aportes superam todas as estimativas já realizadas.

O RS já possui uma rede de em-presas e instituições com expertise no segmento. Trata-se de um importante suporte para o desenvolvimento do se-tor – e, consequemente, da economia gaúcha.

Os 10 parques em funcionamento e os 44 que ficarão prontos até 2014 abrem

caminho para a instalação de novas usinas

Energia Eólica

Page 78: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Fornecedores Locais de MPs, Componentes e Insumos, Fornecedores de Serviços Relacionados, Áreas e Distritos Industriais Estaduais e Municipais, Infraestrutura, Sistema Financeiro Gaúcho, Processos para Licenciamento Ambiental.

I - Criar um ambiente competitivo para a atração de Usinas de Geração de Energia Eólica; II - Criar um ambiente competitivo para a atração e instalação da Cadeia Produtiva de Energia Eólica; III - Fomentar a ampliação dos Parques Eólicos dentro do ambiente de contratação livre - ACL, através de regras diferenciadas de contratação a serem elaboradas; IV - Ampliar e potencializar os benefícios econômicos e sociais que as atividades relacionadas à Energia Eólica poderão gerar no território do Rio Grande do Sul, tais como o fortalecimento da indústria gaúcha, a geração de emprego e renda, o avanço tecnológico, o fortalecimento empresarial, a qualidade de vida e o bem-estar social; V - Ampliar a participação da indústria gaúcha no fornecimento dos componentes necessários à realização de investimentos na geração de Energia Eólica; VI - Fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias envolvendo a cadeia produtiva da Energia Eólica; VII - Reduzir os impactos ambientais que possam ser causados pelo desenvolvimento das atividades referidas; VIII - Articular as políticas públicas existentes no âmbito federal e estadual vinculadas à cadeia produtiva da Energia Eólica; e IX - Articular os interesses e a participação do Estado em eventos representativos, nacionais e internacionais, de Energia Eólica.

Programa de Estruturação, Investimento e Pesquisa em Energia Eólica – PREEólica - DINF/AGDI.

Acesso a incentivos / Sistema Financeiro Gaúcho / Atividades de PD&I.

Promover o SDRS junto as empresas gaúchas.

Divulgar o SDRS, via estande institucional, às empresas gaúchas na feira Fiema Brasil (Bento Gonçalves, Brasil).

Page 79: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

79

Energia Eólica

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Realizar a promoção comercial do Estado do RS e a atração de investimentos.

Apoiar a participação de empresas gaúchas em missão internacional para a Husum Wind Energy (Alemanha), EWEA (Dinamarca) e para a Feira Brazil Wind Power (Rio de Janeiro, Brasil).

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Diferimento do ICMS nas saídas de energia elétrica produzida em parque eólico e fornecida no mercado livre para indústrias instaladas no Estado, condicionada a conteúdo local mínimo na construção do referido parque.

Infra-estrutura. Mapa eólico atualizado - SEINFRA.

Atualizar o mapa eólico do RS com medições a 100 metros de altura.

Processos para licenciamento ambiental e acesso a incentivos.

Consolidar o Zoneamento Ambiental para a atividade de geração de Energia Eólica.

Zoneamento Econômico Ecológico - SEMA/FEPAM.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Melhorar as condições de investimento para empresas fornecedoras de empresas Âncora do setor com a flexibilização das garantias para a concessão do crédito e a amortização do crédito sendo realizada pela Âncora.

Projeto Âncora para o Desenvolvimento de Cadeias de Fornecedores.

Page 80: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

80

Recente no Rio Grande do Sul, o segmento de biodiesel passou a gerar impactos bastante positivos na economia local. O Estado é líder em produção de biodiesel, atendendo um quarto da demanda nacional. Em 2010 foram produzidos mais de 600 milhões de litros no RS, em seis plantas industriais. Por outro lado, o bioetanol se apresenta como um segmento portador de futuro, com grandes oportunidades, haja vista que a produção nos anos recentes não tem alcançado sequer 1% da demanda estadual. A consolidação do RS como centro de alcoolquímica na América Latina mais que duplicou a sua demanda nos últimos anos.

Biocombustíveis - Bioetanol e Biodiesel

José Antônio Valle Antunes JúniorCoordenador (Sponsor)

SDPI

Luis Alberto da Silva BairrosCoordenador executivo

Badesul

Valdecir ZoninCoordenador da Câmara Temática de Agroenergia

SEAPA

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 81: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

81

O segmento de biodiesel - Rio Grande, líder nacional em produção

A indústria de biodiesel é nova no Rio Grande do Sul, porém gera um impacto expressivo e crescente na economia local. Suas ativi-dades iniciaram em 2007.

Desde então, foram investidos R$ 800 milhões na construção do atual parque de usinas e nas instalações que estão em fase de obras.

Hoje o Estado já é o maior pro-dutor nacional (25% da produção na-cional em 2010), com seis plantas do biocombustível. Juntas, em 2010, elas registraram produção de 606 milhões de litros, o que correspondeu a menos de 45% da capacidade instalada no RS. Desse total, 160 milhões de litros abas-teceram 100% da demanda estadual, enquanto 446 milhões de litros desti-nam-se aos outros estados.

Entre 2005 e 2010, a produção de biodiesel no país registrou um cresci-mento exponencial, evoluindo de 736 milhões de litros para 2,4 bilhões de li-tros.

Impactos econômicos e sociais do biodieselO setor de biodiesel contribui para

o desenvolvimento do Estado com a geração de postos de trabalho, renda, atração de investimentos e a industria-lização da soja. Inclui socialmente uma elevada parcela da população e expan-de culturas agrícolas alternativas. Além disso, promove o crescimento econô-mico aliado à sustentabilidade.

A cadeia é responsável pela cria-ção de mais de 1.500 empregos diretos e 6 mil indiretos no Rio Grande do Sul. Em torno de 38 mil famílias gaúchas estão vinculadas ao Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel – 30% ligadas às usinas e 70% às cooperati-

Biocombustíveis - Bioetanol e Biodiesel

Plantas de biodiesel em operação no RS em 2010

Município Capacidadeautorizada(m³/dia) Produçãomédia(m³/dia)Rosário do Sul 360 175,99Passo Fundo 444 359,43Ijuí 400 232,03Cachoeira do Sul 933,33 441,50Veranópolis 1.050 544,85Erechim 600 290,79

Fonte: ANP

• Biodiesel.• Glicerina.• Farelo .

Principais atividades (Biodiesel)

Principais atividades (Bioetanol)

• Combustível para automóveis (hidratado e anidro).

• Insumo para bioplástico (plástico verde).• Insumo para fármacos, perfumes,

bebidas e co-produtos.

Page 82: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

82

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

vas. Desde o início dessa iniciativa, em 2007, a produção gaúcha de biodiesel já contribuiu com cerca de R$ 200 mi-lhões em ICMS para o Estado.

O segmento de bioetanolDiferentemente do setor de bio-

diesel, a indústria de bioetanol não se desenvolveu no RS. Entretanto, tem potencial para gerar uma série de efei-tos positivos na economia do Rio Gran-de do Sul. Trata-se de um segmento portador de futuro e potencial indutor de tecnologia e inovação.

A atividade agrega valor à produ-ção agrícola e estimula a diversificação de cultivos nas pequenas propriedades rurais. O segmento impulsiona a com-pra de bens de capital e fomenta a rea-lização de pesquisas.

Em 2010, a demanda nacional por bioetanol foi de 20,5 bilhões de litros, segundo a EMBRAPA, para diversas apli-cações, mas principalmente como com-bustível para automóveis (hidratado ou anidro).

No RS, em 2010, foram produzidos 5,8 milhões de litros de etanol hidra-tado e consumidos 240,9 milhões de litros. Tradicionalmente, além da de-manda para automóveis, um conjunto de outras atividades econômicas de-manda bioetanol, tais como a indústria de bebidas e de fármacos. Além disso, com o início de produção em escala co-mercial de “polietileno verde” no pólo petroquímico de Triunfo, a demanda por bioetanol mais que dobrou, nos úl-timos dois anos, com estimativa de al-cançar aproximadamente 1 bilhão de litros em 2012.

A produção de bioetanol no RS concentra-se em uma usina instalada no município de Porto Xavier, com 700 funcionários. Com modelo cooperativo, sua capacidade instalada de fabricação chega a nove milhões de litros anuais.

Em 2011 o Rio Grande do Sul abri-gava também 18 microdestilarias de etanol em operação, além de outras 16 unidades em vias de instalação.

Radiografia da indústria de biodiesel no RS em 2010

Produção anual 606 milhões de litrosAtendimento da demanda nacional 25%Empregos diretos e indiretos 7.500 Número de plantas em operação 6Investimentos totais (2007-2010) R$ 800 milhõesArrecadação total de ICMS (2007-2010) R$ 200 milhões

Fonte: Grupo de Trabalho Setorial

A indústria de bioetanol no RS em 2010

Produção anual 5,8 milhões de litrosArrecadação de ICMS anual R$ 2 a 2,5 miQuantidade de usinas 1Quantidade de microdestilarias 18

Fonte: Grupo de Trabalho Setorial

Page 83: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

83

Biocombustíveis - Bioetanol e Biodiesel

Biodiesel• APLs: Mais de 38 mil produtores de agricultura familiar são fornecedores.

Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) obriga compra de 30% dessa origem.

• Demanda local: Potencial de expansão do mercado consumidor gaúcho.• Educação e treinamento: Tradição na produção primária e industrial

impulsiona formação de excelentes profissionais.• Sistema Financeiro Gaúcho: Crédito disponível no sistema financeiro gaúcho

(Badesul, BRDE e Banrisul). • Financiamentos federais: Acesso a recursos do BNDES e FINEP, de modo a

viabilizar investimentos e projetos inovadores. • Recursos naturais: Disponibilidade e qualidade de matéria-prima para a

produção. • Bens de Capital: Base instalada atual com ociosidade de 50% permite

ampliação da produção sem investimentos• Fornecedores de máquinas e equipamentos: Indústria metal mecânica,

eletroeletrônica e de automação, bem como de máquinas e equipamentos industriais e para a agroindústria bem desenvolvida, com pioneirismo em projeto e fabricação de usinas de biodiesel.

Bioetanol• Recursos naturais: Mais de 1,5 milhão de hectares de área apropriada segundo

o Zoneamento Agroclimático para Cana-de-açúcar realizado pela EMBRAPA/ MAPA.

• Demanda local: Forte importação de bioetanol tendo em vista que a produção no Estado não atende sequer 1% da demanda.

• Sistema Financeiro Gaúcho e financiamentos federais: Recursos disponíveis no sistema financeiro gaúcho (Badesul, BRDE e Banrisul), BNDES, Crédito Rural e PRONAF.

• Cooperativas: forte organização no sistema cooperativo do RS.• Infraestrutura (logística): Boas condições reduzem custos, sobretudo no

transporte do etanol às distribuidoras e grandes consumidores, que atualmente trazem o produto de outros estados.

• Educação e treinamento: Tradição na produção primária e industrial impulsiona formação de excelentes profissionais.

Diferenciais competitivos

Page 84: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

84

Principais oportunidades

Expoentes da energia reno-vável, os biocombustíveis adquirem cada vez mais im-portância no cenário mun-dial. A evolução tem raízes nos preços em ascensão e

nas externalidades negativas das fon-tes fósseis.

Desde 2006, a produção de biodie-sel vem evoluindo em ritmo acelerado, sobretudo em razão do aumento da demanda compulsória estabelecido na legislação. O desenvolvimento do setor reflete ainda os investimentos bilioná-rios realizados entre 2004 e 2010.

Segundo projeção do BNDES, a

demanda crescerá em torno de 3,6% ao ano, abrindo espaço para o forta-lecimento da indústria gaúcha. Caso o Governo Federal faça as alterações no percentual obrigatório da mistura, atendendo ao pleito do segmento, as estimativas apontam para uma expan-são mais robusta.

A indústria gaúcha de biodiesel tem ainda oportunidades no mercado externo. Destacam-se nesse sentido países europeus como sendo os maio-res consumidores mundiais de biodie-sel, cujas frotas de automóveis movi-das a óleo diesel são ainda bastante expressivas.

Desde 2006, a produção de biodiesel vem evoluindo em ritmo acelerado, sobretudo em razão do

aumento da demanda compulsória, estabelecida na legislação

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Biodiesel

Page 85: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

85

O cenário futuro para a indústria gaúcha de bioetanol, por sua vez, é composto por uma sequência de fatores positivos. Em plena sin-

tonia com a agenda verde interna-cional, o segmento favorece-se pela meta de redução de emissão de CO2. Quanto ao mercado interno no RS, o segmento de bioetanol conta com de-manda crescente para a alcoolquími-ca, que já supera significativamente a sua demanda como biocombustível no RS.

Nos próximos seis anos, são previstos investimentos nacionais de R$ 14,6 bilhões na atividade, no Brasil. A demanda de etanol no RS, por sua vez, constitui uma fonte de oportunidades para a expansão do segmento. Para atender o mercado consumidor, de acordo com os índi-ces atuais de produtividade, será ne-cessário plantar 250 mil hectares de cana-de-açúcar e ou sorgo sacarino e ou outras culturas próprias para a produção do bioetanol no RS. Além da produção primária, os investimentos em usinas, de diferentes portes, des-de microdestilarias até de grande por-te, implicarão em um grande número de empreendimentos.

A meta de autossuficiência do

Rio Grande do Sul contribui, portan-to, para o desenvolvimento de uma ampla cadeia produtiva. Significa também a geração de empregos qua-lificados nos setores industrial e de serviços de distribuição e logística. O bioetanol constitui ainda uma pers-pectiva de diversificar o perfil do se-tor primário gaúcho, sobretudo como forma de resguardar as regiões sujei-tas às estiagens.

O RS oferece ainda uma condição ímpar para o desenvolvimento de mo-delos de negócio inovadores no setor. Com uma estrutura fundiária bastante diversificada, com predominância da agricultura familiar em várias regiões, os projetos a serem desenvolvidos no Estado encontram a oportunidade impar de integração com atividades econômicas já estabelecidas, com agregação de valor a co-produtos que usualmente são mal aproveitados em empreendimentos de grande escala.

São exemplos de atividades com grande potencial de integração com a produção de bioetanol no RS os segmentos de carne bovina, leite e derivados, carne suína, geração de energia, entre outros. Esses projetos podem contar, ainda, com vantagens e inovações em modelos de negócio propiciados pelo sistema cooperati-vista presente no Estado.

Nos próximos seis anos, são previstos investimentos nacionais de

R$ 14,6 bilhões na atividade no Brasil

Bioetanol

Biocombustíveis - Bioetanol e Biodiesel

Page 86: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

Atividade de PD&I. Promover a produção de biogás.Identificar e prospectar oportunidades de produção e uso do biogás no agronegócio.

Atividade de PD&I.Difundir o uso e a importância do uso da casca de arroz para a geração de energia.

Estimular estudos econômicos e financeiros, bem como a implantação de usinas termelétricas com base no uso da casca de arroz.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Considerar a agregação de valor como elemento multiplicador na determinação de Créditos Presumidos associados à aquisição de insumos produzidos no Estado.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Criação de Grupo de Trabalho, em conjunto com a iniciativa privada, para avaliar a viabilidade da concessão de benefícios fiscais vinculados à aquisição de grãos produzidos no Estado.

Fatorrelacionado Desafio Ação/ProgramaDemanda local / Canais de Distrbuição para fora do RS.

Atuar na busca pela ampliação da demanda por biodiesel.

Apoiar a criação de novo Marco Regulatório para atingir o B10 em 2012, e o B20 EM 2020 e aumento imediato da mistura para o B7.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Atrair investimentos e empresas fabricantes de equipamentos para a indústria de biodiesel, ou interessar as empresas locais já fabricantes de máquinas e equipamentos em ampliar o escopo de seus produtos para esse fim.

Promover a atração de empreendimentos ligados ao setor de Biocombustíveis.

Biodiesel

Page 87: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Biocombustíveis - Bioetanol e Biodiesel

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

Atividades de PD&I.

Ampliar a realização de pesquisas científicas relacionadas com bioetanol e o fortalecimento da cadeia produtiva.

Ampliar e fortalecer projetos de pesquisa agricola, especialmente relacionados com sorgo granífero, sorgo sacarino e cana de açúcar em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Fundação Gaúcha de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO) e EMATER.

Atividades de PD&I.

Ampliar a realização de pesquisas científicas relacionadas com bioetanol e o fortalecimento da cadeia produtiva.

Fomentar junto aos órgãos públicos e privados, como a Petrobrás, a liberação de recursos para o Estado pesquisar e desenvolver o setor, bem como financiar pequenas empresas aos moldes do biodiesel.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Promover estratégias e modelagem agrícola, no que tange á produção de matérias-primas agrícolas, escalonadas, observando a diversificação e complementaridade para produção de etanol no RS.

Desenvolver modelo de produção de etanol no RS integrado com as atividades agropecuárias, bem como outras atividades econômicas já estabelecidas.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Autorizar a fruição de crédito presumido de 75% do ICMS gerado ao longo dos 4 primeiros anos do empreendimento, e de 50% nos 4 anos seguintes.

Infra-estrutura.Conhecer a situação real das microdestilarias e destilarias de produção de etanol no RS.

Realizar dignóstico da situação real das microdestilarias e destilarias de produção de etanol no RS.

Bioetanol

Page 88: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

88

A indústria de semicondutores é cada vez mais estratégica para os países que pretendem avançar tecnologicamente. No Rio Grande do Sul, esse setor tem avançado em encapsulamento e design. Instalado em território gaúcho, a CEITEC será a primeira empresa a produzir wafers em escala comercial na América Latina. De todos os investimentos previstos no Brasil, quase metade destina-se ao Estado.

Semicondutores

Marcelo de Carvalho LopesCoordenador (Sponsor)

Badesul

Otacílio NunesCoordenador executivo

Badesul

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 89: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Um setor que conduz o desenvolvimento

Por levar produtividade e inovação a diversos seg-mentos da economia, a indústria de semicondu-tores é um importante instrumento para o de-

senvolvimento do Rio Grande do Sul. Portador de futuro, o setor man-tém forte relação com alta tecnolo-gia e inovação. Dessa forma, repas-sa seus avanços a diversos setores industriais.

Embora seja um setor em constru-ção no Brasil, o RS vem se estabelecen-do como o único Estado brasileiro com empreendimentos industriais em todos os elos da cadeia produtiva de semi-condutores, desde o design, passan-do pela produção de wafers até o seu encapsulamento. Essa realidade é im-pulsionada pela qualificação dos profis-sionais, excelência das instituições de ensino e parques tecnológicos, além da expertise das indústrias locais.

Do ponto de vista econômico, a falta de uma indústria de semicondu-tores no Brasil tem gerado déficits cres-centes na balança comercial. Em 2011 foram importados US$ 4.909 bilhões em semicondutores (ABINEE).

Pioneirismo instalado no Rio Grande do Sul Em 2008, o Rio Grande do Sul

foi colocado no contexto do desen-volvimento mundial de microeletrô-nica avançada. Com investimento de R$ 500 milhões, surgia a CEITEC (Centro Nacional de Tecnologia Ele-trônica Avançada). Instalada em Por-to Alegre, a empresa destacou-se por ser a primeira que irá produzir chips na América Latina. E, portanto, adqui-riu uma função-chave para transfor-mar a base da indústria brasileira.

Vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a CEITEC tem por objeti-vo o desenvolvimento da indústria na-cional de semicondutores. Além disso, transmitir conhecimento tecnológico, através da capacitação de recursos hu-manos.

Outras iniciativas empreendedo-ras vêm se consolidando no RS, como a Santa Maria Design House (SMDH), que em 2009 desenvolveu projeto piloto para o desenvolvimento, a fabricação e teste de circuito integrado dedicado para o INPE (Instituto Nacional de Pes-quisas Espaciais), e segue avançando na concepção de circuitos integrados. Na Unisinos está em implantação o Ins-tituto de Semicondutores (ISC). O pro-jeto – que constitui um centro de refe-

Semicondutores

Page 90: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

90

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

rência em encapsulamento e teste de semicondutores – faz parte do esforço para a criação de um polo do setor no Estado.

A consolidação de todas estas ini-ciativas acadêmicas e empresariais, além do esforço do Governo do Estado

na implementação da política indus-trial para o setor, vai criar um ambien-te adequado para o desenvolvimento da indústria de semicondutores no Rio Grande do Sul.

Presente e futuro dos semicondutoresEm 2011, a demanda nacional por

semicondutores superou os US$ 4,9 bilhões, sendo 10% desse montante referente apenas ao mercado gaúcho. Atualmente, o setor gera mais de 200 empregos no Rio Grande do Sul. No en-tanto, com o início das operações da HT Micron e de outras empresas, o número de postos de trabalho terá um forte in-cremento.

• Circuitos integrados.• Microprocessadores.• Memórias.• LEDs.• Diodos.• Tiristores.• Células e painéis

fotovoltaicos.• Displays (LCDs e OLEDs).

Principais produtos

Divu

lgaç

ão C

EITE

C S.

A.

Page 91: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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• Educação e treinamento: Profissionais qualificados devido à alta concentração e qualidade das instituições de ensino e à tradição em eletrônica e alta tecnologia.

• SistemaFinanceiroGaúchoefinanciamentosfederais:Crédito disponível no sistema financeiro local (Badesul, BRDE e Banrisul) e instituições nacionais.

• Incentivos estaduais: Fundopem e Programa de Harmonização do Desen-volvimento Industrial (Integrar/RS) apoiam o desenvolvimento da indústria de semicondutores, considerada estratégica para a nova economia do Estado.

• Incentivos tributários para máquinas e equipamentos: A lei federal 11.484 de 31 de maio de 2007 (PADIS) reduz a zero todos os impostos federais, enquanto o estado oferece condições de competitividade adequadas.

• Incentivos tributários para matérias-primas e componentes: Incentivos tributários conferem competitividade internacional a estes itens devido à redução de custos permitindo o aumento das escalas de produção.

• Incentivos tributários para produtos: O Estado oferece condições de competitividade adequadas.

• Parques tecnológicos: Parques Tecnológicos consolidados e de referência em âmbito nacional, além de conjunto de novos parques em implantação com apoio do Estado.

• Infraestrutura: Forte disponibilidade de energia e água, insumos de grande impacto nessa indústria.

Diferenciais competitivos

Semicondutores

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A.Principais oportunidades

Pelo menos nos últimos quinze anos vem sendo desenvolvidas um conjun-to significativo de ações, lideradas principalmente pelo Ministério da Ciência e

Tecnologia, visando o desenvolvimen-to da indústria de semicondutores no Brasil. Recentemente, com o objeti-vo de dar competitividade a atração de investimentos, o Governo Federal concluiu a regulamentação do Pro-grama de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Industria de Semicon-dutores (PADIS).

O Rio Grande do Sul, a partir do movimento vitorioso para a instala-ção da CEITEC no estado, adquiriu um condição diferenciada para contri-buir com este esforço nacional. Nes-se contexto, adquire relevância os

esforços para o desenvolvimento das atividades de projeto, encapsulamen-to e testes de semicondutores, com foco na redução das importações e do atendimento do crescente mercado interno brasileiro.

O Rio Grande do Sul oferece pro-fissionais qualificados para a ativida-de de design, com mais de duzentos projetistas formados pelo Programa CI Brasil. Soma-se a isso a demanda local, que está aquecida e em plena expansão. Embora exijam investi-mentos relativamente menores e ofe-reçam pouco risco, tanto a atividade produtiva de encapsulamento quanto a atividade de projeto têm capacida-de de impulsionar o desempenho do segmento. Serão gerados empregos qualificados e renda, além de estimu-ladas as exportações.

O Rio Grande do Sul, a partir da instalação da CEITEC, adquiriu uma

condição diferenciada no setor

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Semicondutores

Fatorrelacionado Desafio Ação/ProgramaAcesso a incentivos / Sistema Financeiro Gaúcho / Atividades de PD&I.

Promover o SDRS junto as empresas gaúchas.

Divulgar o SDRS, via estande institucional, às empresas gaúchas na feira BITS (Porto Alegre, Brasil).

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Apoiar a participação de empresas gaúchas na Feira Cebit (Alemanha).

Educação e Treinamento.Melhorar a oferta de profissionais qualificados para o setor.

Promover a criação de um programa de formação de Recursos Humanos com foco no treinamento de profissionais para atuação em tecnologias de processamento, empacotamento e testes.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes / Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Revisão da sistemática vigente para concessão de benefícios fiscais, passando a considerar a diferenciação da natureza (insumo ou consumo final) dos produtos fabricados no Estado de tal forma que permita a potencialização os incentivos.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Desoneração do ICMS nas operações com produtos beneficiários do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Indústria de Semicondutores (PADIS).

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O setor de Saúde Avançada e Medicamentos engloba dois segmentos. O primeiro compreende a indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório (EMHO) e cresce 13% ao ano no país. Há 18 empresas industriais de EMHO no Estado, empregando mais de mil pessoas. Já o segundo segmento é o de Medicamentos, que conta nacionalmente, com uma expansão superior a 20% ao ano. Há 29 empresas industriais farmacêuticas no Estado, que juntas faturaram aproximadamente US$ 500 milhões em 2011.

Saúde Avançada e Medicamentos

Marcus CoesterCoordenador (Sponsor)

AGDI

Aloísio NóbregaCoordenador executivo

AGDI

Luciana França de OliveiraAssessora técnica

AGDI

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 97: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Saúde avançada: inovação com integração

O segmento de saúde avançada apresenta alta intensidade tecnológica. Seguindo o comporta-mento mundial, empre-sas industriais brasileiras

de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Labo-ratório (EMHO) investem mais do que as de outros segmentos em inovação. Em 2005, destinou 5,3% da receita líquida de vendas a essa finalidade – quase o dobro da média nacional (2,8%), se-gundo levantamento do BNDES.

As empresas têm uma estreita re-lação com outras expressões produti-vas. Dessa forma, impulsionam a agre-gação de valor de diversos produtos, entre eles polímeros, plásticos de en-genharia de alta performance, placas de circuito impresso, mecânica fina e outros componentes.

O Rio Grande do Sul se destaca pelos serviços médicos e de saúde, so-bretudo em hospitais de referência, de reconhecimento internacional, localiza-dos na Região Metropolitana, sendo a cooperação técnica entre os hospitais e as empresas do setor uma oportunida-de para o segmento.

Potencial econômico e social da saúde avançada O segmento que fabrica EMHO

cresce 13% por ano no país, segundo estudo da Agência Brasileira de Desen-volvimento Industrial (ABDI). No Rio Grande do Sul, são 18 empresas indus-triais, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório (ABIMO). O número re-presenta 3,7% das fábricas instaladas em todo o Brasil e 12,5% na Região Sul. Em sua maioria, são de pequeno ou médio porte. Atualmente no Esta-do, 10% das companhias concentram 40% do mercado. Quando o percentual é elevado a 50%, o market share chega a 88%.

O segmento de saúde avançada emprega mais de 33.000 pessoas no país, segundo a ABIMO. Já no RS são mais de mil postos de trabalho. Segun-do o BNDES, em 2008, a produção no Brasil ultrapassou R$ 7 bilhões. Desse total, R$ 6 bilhões correspondem ao mercado interno, enquanto R$ 1,1 bi-lhão refere-se a exportações. No mes-mo ano, o consumo aparente foi supe-rior a R$ 11 bilhões, sendo R$ 6 bilhões da demanda atendida por produtores nacionais e o restante por empresas de fora do país.

Saúde Avançada e Medicamentos

Page 98: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Medicamentos: mercado em expansãoAnalisando dados do IMS Health

de fevereiro de 2012, o mercado nacio-nal do segmento farmacêutico foi ava-liado em US$ 26 bilhões ao ano. Com aproximadamente US$ 500 milhões, as empresas gaúchas foram responsáveis por cerca de 2% do consumo no perío-do, empregando diretamente mais de 2 mil pessoas no Estado. No Brasil, o seg-mento cresceu mais de 20% ao ano se comparado com o mesmo período de 2011, impulsionado principalmente pe-los medicamentos genéricos, cuja taxa

anual de expansão foi de 45%, influen-ciado também pelo crescente desem-penho de produtos biotecnológicos.

Em 2010, o Brasil exportou US$ 1,1 bilhão em medicamentos. Com esse resultado, os produtos ganharam duas posições na lista de itens mais comercializados da pauta de exporta-ções, conquistando a 28ª colocação.

A força por trás dos medicamentosA produção de medicamentos é

relativamente concentrada. A maior empresa do ranking brasileiro é respon-sável por 8,9% de tudo o que é produzi-do no país. Somadas, as 100 melhores companhias do ranking concentram aproximadamente 97% da produção, sendo os 3% restantes divididos por mais de trezentas empresas industriais (IMS Health, Fev 2012).

Atualmente, o Estado abriga 29 empresas do segmento farmacêutico, incluindo duas farmoquímicas. A maior parte delas é pequena (50%) ou média (28%) (Sindifar). Das médias, apenas duas destacam-se no ranking nacional, posicionando-se em 25º e 49º lugares. No Rio Grande do Sul, 10% das empre-sas concentram 65% do mercado gaú-cho, ao passo que 50% detêm 98% do market share.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Saúde Avançada: Artigos e equipamentos médicos, odontológicos, hospitalares e de laboratórios; reagentes; produtos implantáveis; artigos e equipamentos para reabilitação; equipamentos médico-hospitalares; equipamentos para laboratório.

• Medicamentos: Medicamentos de uso humano nas mais diversas apresentações e aplicações, incluindo similares, genéricos, fitoterápicos, alopáticos, biológicos e injetáveis.

Principais produtos

US$ 500 mié o valor total movimentado no mercado gaúcho do segmento farmacêutico

Page 99: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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• Canais de distribuição para fora do RS: Grande volume de vendas para outros Estados, sobretudo da indústria de medicamentos de maior porte.

• Educação e treinamento: Disponibilidade de profissionais capacitados e especializados, tanto no quesito técnico quanto no regulatório. Há diversidade de universidades com cursos de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado que habilitam para a área e com excelente avaliação da CAPES, tais como Farmácia e Química Industrial, Engenharia Biomédica, Biomedicina, Biotecnologia Molecular, Bioinformática, Física, dentre outros.

• Parques Tecnológicos: Parques Tecnológicos consolidados e de referência em âmbito nacional, além de conjunto de novos parques em implantação com apoio do Estado.

• Incentivos para investimento FUNDOPEM – Integrar: Novo Fundopem-Integrar enquadra o setor como estratégico, oferecendo condições especiais.

• Incentivos para RS para P&D e Pró Inovação - DECRETO Nº 47.702/2010 estabelece crédito presumido de 60% para as empresas produtoras medicamentos desde que atendidas algumas exigências.

• Redes de Inovação: O Rio Grande do Sul se destaca no cenário nacional em seu pioneirismo na organização de redes de inovação articulando empresas, governo e ICTs. Esforços incipientes neste setor já apresentam resultados significativos.

Diferenciais competitivos

Saúde Avançada e Medicamentos

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Principais oportunidades

Tanto o segmento da saúde avançada quanto o de me-dicamentos apresentam um cenário com muitas perspectivas. A crescente incorporação tecnológica

significa, na prática, aumentar a qua-lidade dos serviços prestados e, con-sequentemente, a qualidade de vida da população. Novos equipamentos, métodos cirúrgicos e fármacos, asso-ciados ao avanço de diversas áreas do conhecimento, apontam para uma nova maneira de fazer saúde.

Como forma de prevenir um quadro de explosão nos custos de saúde, causado pela combinação en-tre prolongamento da vida e desen-volvimento tecnológico, o setor passa por uma intensa renovação.

A conversão à prática de concei-tos inovadores como homecare e te-lemedicina é uma evidência disso. O

primeiro compreende a prestação de uma série de serviços de saúde fora do ambiente hospitalar, com o supor-te de diversos móveis, equipamentos e utensílios adaptados. O segundo supera as barreiras da distância por meio do uso das tecnologias de infor-mação e de comunicação, com o en-vio remoto de dados, sinais e imagens médicas e monitoração à distância de parâmetros vitais.

Juntas, essas duas soluções são promissoras para o Estado, pois estão sintonizadas ao aumento da idade média da população e descentralizam o atendimento médico-hospitalar. E, assim, levam medicina de qualidade a regiões que, de outra forma, não te-riam acesso.

Nesse contexto de evolução, a biotecnologia em saúde humana tam-bém desempenha um papel funda-mental. Seu conhecimento já é uti-

A crescente incorporação tecnológica significa aumentar a qualidade dos

serviços prestados e, consequentemente, a qualidade de vida da população

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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lizado pela medicina, possibilitando tratar doenças e melhorar a expec-tativa de vida. Ela abrange diferen-tes áreas do conhecimento, incluindo a ciência básica (Biologia Molecular, Microbiologia, Biologia celular, Gené-tica, Genômica, Embriologia etc.), a ciência aplicada (Técnicas imunológi-cas, químicas e bioquímicas) e outras tecnologias (Informática, Robótica e Controle de processos), utilizando agentes biológicos (organismos, célu-las, organelas, moléculas) para obter bens ou assegurar serviços. Trata-se de uma área em forte expansão e que abre uma série de oportunidades para o Rio Grande do Sul. O mesmo ocorre com a medicina preventiva, que cada

vez mais se torna o foco dos cuidados com a saúde.

A cada evolução, o setor de Saú-de Avançada e Medicamentos incre-menta também outras expressões econômicas do Estado. Trata-se de uma área que interage continuamen-te com a indústria de eletroeletrônica de automação e telecomunicações; software; petroquímica, produtos de borracha e material plástico; entre outras. Em razão desse fato, o de-senvolvimento do setor trará reflexos produtivos a toda a sua cadeia.

Além disso, há no Estado hos-pitais de referência em constante e crescente qualificação, acreditados internacionalmente.

Saúde Avançada e Medicamentos

Page 102: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

Atividades de PD&I. Fomentar atividades de PD&I na área de saúde.

Lançamento de Edital de PD&I para a área de saúde - SCIT.

Atividades de PD&I.Capacitar o Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul (LAFERGS) para a produção de fitoterápicos.

Cooperação com outras Instituições Científicas e Tecnológicas e Empresas do setor.

Atividades de PD&I.

Capacitar o Laboratório Farmacêutico do RS (LAFERGS) como instituição de apoio ao desenvolvimento de produtos em biotecnologia médica e suas aplicações.

Integração do Laboratório Farmaceutico do Rio Grande do Sul (LAFERGS) com o Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT) e cooperação com outras Instituições Científicas e Tecnológicas e Empresas do setor.

Atividades de PD&I.

Tornar o Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul (LAFERGS) referência na produção de medicamentos para doenças negligenciadas.

Parceria de desenvolvimento de produção de medicamentos (PDP) conforme portaria 1284/2010 do Ministério da Saúde.

Atividades de PD&I.

Buscar um convênio com a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ ) que viabilize a instalação de uma operação do Instituto no RS.

Processo de articulação com as Instituições Científicas e Tecnológicas do RS e Fiocruz.

Page 103: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Saúde Avançada e Medicamentos

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

Atividades de PD&I.

Consolidar o Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Rio Grande do Sul (CDCT) como centro de referência no desenvolvimento de produtos e compostos na área de biotecnologia.

Programa Pesquisa e Educação em Saúde - SES.

Atividades de PD&I / Poder de compra do Estado.

Fomentar a produção e o desenvolvimento e novos produtos de acordo com os produtos prioritários listados pelo SUS.

Programa de Pesquisa para o SUS - SCIT/FAPERGS.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Realizar a promoção comercial do Estado do RS e a atração de investimentos.

Apoiar a participação de empresas gaúchas em missões internacionais para Feira Hospitalar (São Paulo, Brasil) , Bio 2012 (Estados Unidos) e Medica (Alemanha).

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Atrair investimentos e empresas interessadas na fabricação de Biotecnológicos, de Home care e de Telemedicina.

Promover a atração de empreendimentos ligados ao setor de Saúde Avançada e Medicamentos integrados ao sistema produtivo local.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes / Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Revisão da sistemática vigente para concessão de benefícios fiscais, passando a considerar a diferenciação da natureza (insumo ou consumo final) dos produtos fabricados no Estado de tal forma que permita a potencialização os incentivos.

Page 104: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Diversidade cultural e tradição fazem do Rio Grande do Sul um polo nacional da indústria da criatividade. O núcleo gaúcho do setor movimenta anualmente R$ 5,2 bilhões, uma fatia de 5,6% de toda a área criativa do país. A renda do trabalhador criativo situa-se acima da média do trabalhador formal nacional.

Indústria da Criatividade

Marcus CoesterCoordenador (Sponsor)

AGDI

Fernando Carlini GuimarãesCoordenador executivo

AGDI

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 105: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Um Estado de criatividade

A diversidade é uma carac-terística da indústria da criatividade. O setor en-volve áreas distintas como artes visuais, espetáculos, indústria de conteúdos e

design, que bebem da diversidade cul-tural e tradição gaúcha para ganhar força e expressão. E é justamente essa multiplicidade que faz do Rio Grande do Sul um dos principais polos criativos brasileiros.

Com um cenário cultural local ar-rojado e dinâmico, o Estado é destaque em diversas frentes da indústria da criatividade. No setor audiovisual, por exemplo, o RS goza de uma forte tradi-ção, estando entre os maiores estados produtores brasileiros além de apre-sentar o setor mais organizado do país e contar com parceria firmada com pa-íses do Mercosul para produção bilate-ral. A cena musical é caracterizada por um conjunto vasto de estilos e festivais, enquanto museus e bens tombados formam uma herança tangível da cul-tura gaúcha. O Estado também é refe-rência nacional na oferta de cursos de graduação para as áreas criativas, em especial para artes visuais e design.

A indústria do livro gaúcha é es-pecialmente forte, tanto em número de publicações quanto em qualidade do conteúdo gerado. A edição de 2010 da publicação Cultura em Números do MINC mostra outros aspectos relevan-tes para a indústria criativa gaúcha,

como a quantidade de bibliotecas pú-blicas, que representam 9,1% do total do país. O mesmo estudo mostra que o Rio Grande do Sul lidera o ranking nacional em quantidade de municípios que realizam feiras de livro

A capital do Estado conta com um grande número de teatros e de cine-mas, posicionando-se nacionalmente com as melhores taxas de oferta de es-tabelecimentos por total da população da cidade. Além disso, Porto Alegre é uma das cidades brasileiras com maior demanda por televisão, rádio, revistas e internet (MINC, 2010). E, em torno da região metropolitana, vemos uma for-te aglomeração de empreendimentos criativos das mais diversas áreas. Este é o caso do setor de jogos digitais, que se encontra principalmente concentra-do em torno dos três parques tecnológi-cos e das três principais universidades da região e que conta com algumas das empresas mais respeitadas do setor no país, efetivamente posicionando o Rio Grande do Sul como um dos maiores produtores de jogos digitais do Brasil.

O crescimento do setorO núcleo da cadeia criativa, que

abrange os profissionais responsáveis pela criação dos produtos, movimenta anualmente R$ 92,9 bilhões, segundo estudo da FIRJAN de 2011. Observa-se aumento da participação do núcleo da cadeia criativa no Produto Interno Bru-to (PIB) brasileiro, que, com movimen-

Indústria da Criatividade

Page 106: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Artes visuais.• Manifestações populares.• Atividades relacionadas a sítios

culturais/patrimônio.• Artes de espetáculo.• Audiovisual.• Publicação e mídias impressas.• Indústria de conteúdos/novas mídias.• Design.• Serviços criativos.

Principais produtos

tação de R$ 60 bilhões em 2006, repre-sentava 2,4% do seu total, e hoje tem valor que responde por 2,5% do PIB.

No Rio Grande do Sul, o mes-mo estudo demonstra crescimen-to de R$ 2.8 bilhões em 2006 para R$ 5,2 bilhões em 2010. A participa-ção do setor subiu de 1,8% para 1,9% de equivalência a todas as riquezas do Estado, aumentando a participa-ção gaúcha no cenário nacional de 4,6% para 5,59% do total da área criativa no país.

Força de trabalho jovem e especializadaO número de postos formais de

trabalho criativos cresceu 8,5% ao ano no período de 2006 a 2010, ritmo mais acelerado que o mercado de traba-lho brasileiro em geral, 5,8% (FIRJAN, 2010). Os 771 mil postos de trabalho setor correspondem a 1,75% do total dos trabalhadores brasileiros.

Empresas de pequeno porte com trabalhadores jovens e escolarizados formam um panorama da atividade. A primeira versão do estudo da FIRJAN de 2008 mostra que quase 90% das companhias da indústria da criativida-de contam com até 19 funcionários – dentre os quais, mais de 70% tem até 39 anos e 62,6% mais de 11 anos de estudo.

Seguindo os dados indicativos do crescimento do setor (FIRJAN, 2011), a renda média mensal do trabalha-dor criativo brasileiro cresceu de R$ 1.663,00 em 2006 para R$ 2.296,00 em 2010, superando em 44,5% o valor obtido pelo restante dos trabalhadores formais da economia, de R$ 1.588,00. No Rio Grande do Sul, a renda média é de R$ 1.730,00, e este valor cresceu 40,8% em um período de quatro anos.

Investimentos a serviço da criatividadeA atuação de instituições de en-

sino está na raiz do sucesso da indús-tria da criatividade gaúcha. Atentas ao setor, diversas universidades operam diretamente na área. É o caso da Uni-sinos, que entre 2007 e 2011 investiu R$ 11,28 milhões em planos corpora-tivos, projetos de pesquisa e laborató-rios relacionados com a atividade (UNI-SINOS, 2011).

Os futuros investimentos também apontam para essa direção. O Parque Tecnológico do Vale do Sinos (Valetec)

Page 107: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

107

Indústria da Criatividade

anunciou investimentos de aproxima-damente R$ 2 milhões até 2014 (Vale-tec, 2011). Desse montante, R$ 700 mil estão previstos para criação de um la-boratório de design de superfície e pro-totipagem rápida no parque de Campo Bom.

Nesse mesmo contexto, o parque de Novo Hamburgo (Hamburgtec), fun-dado para atuar especificamente com a indústria da criatividade, prevê aportes de R$ 366 mil em infraestrutura e ou-

tros R$ 300 mil por ano para manuten-ção das empresas instaladas (valetec, 2011). Já a PUCRS, através do Tecna, projeto concebido para criar um cluster de produção audiovisual, além de abri-gar uma incubadora para empresas do setor, investirá pesado na infraestru-tura da fase de Viamão do parque tec-nológico Tecnopuc para as adequações das estruturas e instalações estúdios avançados de gravação e laboratórios de imagem e de som.

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Diferenciais competitivos

• Educação e treinamento: Ampla oferta de cursos superiores reconhecidos pela alta qualidade e com reconhecimento mundial, tanto em graduação quanto em pós-graduação.

• Parques tecnológicos: Tecnopuc e Valetec já recebem empresas e grandes players globais do setor criando um eixo de concentração forte de empresas e profissionais em torno da região metropolitana.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Principais oportunidades

A potencialidade de criação artística e cultural inata ao povo gaúcho faz do Rio Grande do Sul um celeiro de oportunidades para a indústria da criatividade.

A vasta opção de qualificação para o setor, com faculdades e universidades de renome nacional para formação de profissionais criativos, abre um potencial para o aumento da retenção de talentos.

Os APLs adensam a cadeia rio-grandense. O APL Polo de Moda, no Corede da Serra, já está sendo contemplado com apoio em projetos específicos e elaboração do seu plano de desenvolvimento. O setor audiovisual foi recentemente apontado com uma das prioridades do Núcleo Estadual dos APLs e lançou edital para inclusão do setor, fato que trará novas oportunidades para as empresas e profissionais da área. Novos APLs podem ser inseridos no programa para estimular a competitividade de empresas com proximidade geográfica e

familiaridade em seus negócios.Investimentos importantes no

setor também abrem novas chances de negócio em solo gaúcho. O Ministério da Cultura, por exemplo, destinou R$ 1,5 milhão, em convênio assinado com a Secretária de Cultura (SEDAC) para a implantação do Criativa Birô, um projeto piloto de um escritório de apoio ao desenvolvimento de empreendimentos criativos que será instalado no Rio Grande do Sul e em outros quatro Estados.

Da mesma maneira, a Secretaria Estadual de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT) lançará editais de pesquisa da FAPERGS para desenvolvimento de tecnologia para a área. Além disso, a SCIT pretende promover um seminário internacional da indústria da criatividade.

Com essas perspectivas, o Estado deve promover a aproximação e a integração entre talentos e empresas. Trata-se de um receituário que desenvolverá ainda mais a cultura da inovação e da qualificação de produtos com o diferencial da criatividade.

O setor audiovisual foi recentemente apontado com uma das prioridades do

Núcleo Estadual dos APLs

Indústria da Criatividade

Page 110: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

APL's Competitivos.Fortalecimento de APL para o segmento Audiovisual do Setor Indústria da Criatividade.

Lançamento de edital para apoio ao APL para o segmento Audiovisual do Setor Indústria da Criatividade.

APL's Competitivos.Fortalecimento de APL para o segmento Moda - Serra do Setor Indústria da Criatividade.

Lançamento de edital para apoio ao APL para o segmento Moda - Serra do Setor Indústria da Criatividade.

APL's Competitivos.Fortalecimento de APL para o segmento Pedas, Gemas e Jóias do Setor Indústria da Criatividade.

Lançamento de edital para apoio ao APL para o segmento Pedas, Gemas e Jóias do Setor Indústria da Criatividade.

Atividades de PD&I.

Ampliação das oportunidades de pesquisa no Setor da Indústria da Criatividade com foco na geração de tecnologia.

Lançamento de Editais Setoriais para a Indústria da Criatividade - SCIT.

Atividades de PD&I.

Disseminar a discussão da Indústria da Criatividade através de seminários internacionais no Rio Grande do Sul.

Realização de Seminário sobre a Indústria Criativa.

Demanda Local.

Promover a integração entre conteúdo criativo-cultural com o setor privado gerando novos negócios.

Promoção dos instrumentos do Sistema Pró-Cultura visando captação de recursos do setor privado gaúcho para fomento e investimento em conteúdo criativo-cultural capaz de gerar novos negócios.

Page 111: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Indústria da Criatividade

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Apoiar a participação de empresas gaúchas nas Feiras Bienal do Livro (São Paulo, Brasil), Salão Moda Brasil (São Paulo, Brasil) e Cannes Lions (França).

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Ampliar a capacidade de manutenção e atração de talentos.

Apoiar e promover plataforma de outsourcing da Associação de Profissionais de Design do Rio Grande do Sul (APDESIGN).

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Identificação do RS como polo de referência da Indústria da Criatividade.

Elaborar plano de comunicação para a promoção da Indústria da Criatividade gaúcha com foco em agregação de valor através dos produtos e serviços criados ou produzidos no RS.

Fornecedores locais de MPs, Componentes e Insumos / Fornecedores de serviços relacionados / APL's Competitivos.

Atrair investimentos e empreendimentos visando a complementação da cadeia produtiva do setor.

Promover a atração de empreendimentos ligados ao setor da Indústria da Criatividade.

Page 112: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Política setorialEconomia tradicional

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Page 113: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Para intensificar a atuação de empresas que já têm trajetóriasólida no Estado, a Política Industrial selecionou setores quefazem parte da EconomiaTradicionaldo Rio Grande do Sul. Elesestão divididos em três níveis: Prioritários, com as diferentesAgroindústrias – Carne Bovina, Carne Suína, Avicultura, Leite eDerivados, Arroz, Soja e Milho e Vitivinicultura – e Automotivo eImplementos Rodoviários; Preferenciais, com Madeira, Celulosee Móveis e Bens de Capital – Máquinas e Implementos Agrícolase Industriais; e Especiais, com Equipamentos para Indústriade Petróleo e Gás, Produtos de Borracha e Material Plástico,Software, Eletroeletrônica e Automação e Calçados e Artefatos.

Neste capítulo, os setores são detalhados a partir de umaintrodução, seus principais produtos, diferenciais competitivos eprincipais oportunidades. Também são apresentadas as açõesespecíficas do Governo do Estado para cada um deles.

Page 114: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

114

A bovinocultura de corte gaúcha é produzida em um ambiente de características únicas no mundo: os Campos Sulinos. Seu diferencial transparece também na qualidade genética do gado. Cerca de 80% da produção é destinada ao mercado do próprio Rio Grande do Sul. O Estado é responsável por quase 5% de toda a produção nacional, reunindo 327 mil propriedades rurais (Censo Agropecuário 2006, IBGE), 185 abatedouros e cerca de 14,5 milhões de cabeças.

AgroindústriaCarne Bovina

José Hermeto HoffmannCoordenador (Sponsor)

BRDE

Angelo Guido MenegatCoordenador executivo

BRDE

Anna Isabel Caputti SuñéCoordenadora da Câmara Setorial da

Cadeia Produtiva de Carne BovinaSEAPA

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 115: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Qualificação somada à vocação

A atividade inicia com a criação de bovinos de corte, que ocorre predo-minantemente em cam-pos nativos. Esse aspec-to explica boa parte da

tradição do Rio Grande do Sul no se-tor, que se desenvolveu nos Campos Sulinos – compostos, entre outros, pelo bioma Pampa e Campos de Cima da Serra. Trata-se de um conjunto de biomas naturais com características únicas no mundo.

Tais condições são complemen-tadas pela excelente genética do gado gaúcho. Com raças de origem europeia, o Estado destaca-se no mercado da carne. A produção já abastece alguns nichos que deman-dam carne de qualidade superior.

O esforço de qualificação está presente também em inúmeras ini-ciativas do setor. Nisso se inclui a ca-pacitação de técnicos, produtores e mão de obra em gestão administra-tiva. Paralelamente, serão realizados treinamentos em gestão de recursos naturais, alimentação, sanidade e manejo do rebanho. As novas práti-cas, portanto, potencializam a voca-ção produtiva do RS.

Números de um setor em ascensãoO Brasil ocupa a segunda posição

no ranking internacional de consumo, com 8,2 milhões de toneladas – volu-me que equivale a 13% de todo o mun-do. Quando o parâmetro é per capita, o país fica em terceiro lugar. Trata-se de um reflexo do aumento do poder aquisitivo da população brasileira. Si-tuação idêntica está em curso no mer-cado gaúcho, responsável por 4,7% da demanda nacional, o que representa 385 mil toneladas.

O mesmo percentual é obtido quando se coloca a produção gaúcha diante da nacional. O Rio Grande do Sul forneceu 430 mil toneladas das 9,1 milhões de toneladas produzidas no Brasil, que é o segundo maior produtor mundial. No Estado, a atividade movi-menta R$ 2,8 bilhões, gerando R$ 54 milhões em arrecadação de ICMS.

A bovinocultura de corte gaúcha destina grande parte de sua produção ao consumo estadual. A cada 10 kg, 8 kg alimentam o mercado local e 1,5 kg é comercializado em outros estados, sobretudo Santa Catarina, Rio de Janei-ro e São Paulo. O restante é exportado a países como Inglaterra, Rússia e Chi-na. O Brasil é o segundo em exportação em todo o mundo.

Agroindústria - Carne Bovina

Page 116: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

116

Produção nacional de carne bovina (1.000 toneladas)

2005 8.9522006 9.0252007 9.3032008 9.0242009 8.9352010 9.1152011 9.0302012* 9.210Crescimento acumulado 7,19%Crescimento anual 1,0%

* Estimativa Fonte: USDA

A bovinocultura de corte gaúcha em números

PIB R$ 2,8 bilhõesArrecadação de ICMS R$ 54 milhõesEmpregos diretos 14,4 milPessoas envolvidas na cadeia 140 milPropriedades rurais 327 milAbatedouros 185Rebanho (cabeças de gado) 14,5 milhões

Fonte: Sefaz e Seapa/RS

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

A força de uma cadeiaOs empregos diretos no setor so-

mam 110 mil em todo o Brasil, dentre os quais 14,4 mil, ou 13% do total, são distribuídos no Rio Grande do Sul. No Estado, há 8,4 mil postos de trabalho na indústria e seis mil na criação de bo-vinos. Existem ainda 140 mil pessoas envolvidas indiretamente com a ca-deia.

Ao todo, 185 estabelecimentos gaúchos são responsáveis pelo abate de bovinos, cujo rebanho é de aproxi-

madamente 14,5 milhões de cabeças. Há cerca de 327 mil propriedades ru-rais (Censo Agropecuário 2006), das quais 60 mil se enquadram como pecu-ária familiar.

• Carne bovina fresca.• Carne bovina resfriada.• Carne bovina congelada.• Carne bovina industrializada.

Principais produtos

Page 117: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Exportações gaúchas decarne bovina por destino (2011)

País US$FOB ParticipaçãoHong Kong 23.703.154 23,68%Rússia 19.238.551 19,22%Venezuela 16.064.901 16,05%Egito 9.614.977 9,61%Irã 8.978.877 8,97%Holanda 8.213.490 8,21%Itália 3.786.674 3,78%Angola 3.520.954 3,52%Ucrânia 1.507.296 1,51%Chile 776.026 0,78%Total 100.083.614 100,00%

Fonte: Aliceweb

Agroindústria - Carne Bovina

Frig

orífi

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ão

Page 118: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

118

Diferenciais competitivos• Acesso a incentivos: Disponibilidade de programas como o AGREGAR-

RS, FUNDOPEM e Pró-Inovação, que oferecem benefícios para a realização de investimentos e atividades inovadoras.

• Atividades de PD&I: Existência de instituições como EMATER e FEPAGRO, que prestam assistência técnica e disponibilizam pesquisas aos produtores. Ações ganham ainda mais capilaridade com a unidade estadual Embrapa Pecuária de Corte, rede de universidades, escolas técnicas e organizações representativas do setor.

• Demanda local: Consumo de carne per capita no Rio Grande do Sul (50 kg/ano) é bastante superior à média brasileira (35,2 kg/ano).

• Financiamento estadual: Crédito disponível no sistema financeiro local (Badesul, BRDE e Banrisul).

• Financiamento federal: Oferta de linhas de crédito do BNDES e FINEP para investimentos de grande porte e projetos inovadores.

• Fornecedores de serviços relacionados: Boa estrutura de logística, distribuição, vendas, assistência técnica, manutenção de máquinas e equipamentos.

• Fornecedores locais de matéria-prima, componentes e insumos: Indústrias de máquinas atendem demandas do setor com produtos tecnologicamente atualizados.

• Incentivos tributários: Apoio do Agregar-RS no desenvolvimento de sistemas agroindustriais através de subsídios de encargos financeiros de operações de crédito.

• Recursos naturais: Bioma dos Campos Sulinos é uma das melhores regiões do mundo para a atividade.

• Redes de cooperação e inovação: Envolvem associações de criadores com foco em qualidade, frigoríficos e instituições como EMATER, FEPAGRO e Embrapa e Universidades.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 119: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

119

Principais oportunidades

Há uma clara tendência, tanto no Brasil quanto no exterior, para um cenário de maior con-sumo de carne bovina. O crescimento consis-

tente da China, aliado à busca do mercado europeu por carnes dife-renciadas, oferece um conjunto de oportunidades para esse setor no Rio Grande do Sul.

Na última década, somente no mercado brasileiro, cerca de 30 mi-lhões de consumidores passaram da classe D para a C. Isso resultará, ne-cessariamente, em aumento do con-sumo de carne bovina.

De modo a atender a um perfil de consumidor cada vez mais exi-gente, seja no Brasil ou no exterior, a agroindústria gaúcha investe na diferenciação de seu produto e na contínua melhoria da qualidade da carne. Destacam-se, nesse sentido, iniciativas tais como a carcaça pa-dronizada e o abate de animais jo-vens, novidades encampadas pelas

associações de produtores e de ra-ças.

A disseminação de práticas ino-vadoras tem aumentado a produti-vidade das propriedades no Estado. No manejo dos campos nativos, é o caso de roçadas, subdivisão de po-treiros, ajustes de carga animal e melhoramento do campo com intro-dução de novas espécies de pasta-gens. As integrações lavoura/pecu-ária e lavoura/silvicultura/pecuária, além do semiconfinamento, também trazem bons resultados.

Para apoiar o cenário atual do mercado, está à disposição do setor, através do Sistema Financeiro Gaú-cho, um considerável montante, em torno de R$ 330 milhões, para utili-zação na qualificação e aumento da produção de carnes bem como para modernização e ampliação das plan-tas frigoríficas.

Pelo esforço permanente, a agroindústria de carne bovina pre-para-se para fortalecer sua vocação – e crescer com o Rio Grande.

A disseminação de práticas inovadoras tem aumentado a produtividade das

propriedades no Estado

Agroindústria - Carne Bovina

Page 120: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Demanda local / Canal de distribuição para fora do RS.

Valorizar e diferenciar a carne gaúcha por seus aspectos de qualidades organolépticas, questões sociais e culturais e relação com conceitos de sustentabilidade ambiental. Agregar valor à carne gaúcha pela predominância de raças de origem europeia, pela qualidade proporcionada pela produção à pasto, pela preservação da cultura, história e tradição.

Programa de Valorização da Carne Gaúcha - Eixo Mercado - SEAPA.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Fornecer as garantias sanitárias que tornam a carne gaúcha apta para acessar todos os mercados pelo cumprimento das medidas sanitárias de equivalência.

Programa de Valorização da Carne Gaúcha - Eixo Sanidade - SEAPA.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Aumentar a oferta e a constância de bovinos para abate a partir da execução da ação de capacitação de técnicos em um modelo focado em gestão administrativa, abordagem ao produtor e adoção de técnicas que visem melhor aproveitamento do potencial dos ecossistemas gaúchos, para o aumento de produtividade. Aumentar a participação da carne gaúcha nos mercados interno e externo.

Programa de Valorização da Carne Gaúcha - Eixo Produção - SEAPA.

Page 121: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Agroindústria - Carne Bovina

Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Melhorar a qualidade da carne, padronizando o rebanho, diminuindo a idade de abate e obtendo carne de melhor qualidade, com expansão da utilização de raças européias e uma maior participação da pecuária familiar.

Programa de Valorização da Carne Gaúcha - Programa Dissemina - SEAPA.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Adoção de nova política para transferência de saldos credores decorrentes de exportação.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Ação conjunta com a SEAPA e a iniciativa privada para ampliação da participação das plantas frigoríficas no Programa Agregar-RS Carnes.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Acompanhamento sistemático da entrada de produtos de origem animal, com vistas ao controle das quantidades ingressadas, à realização da glosa de créditos e a contribuir com o controle sanitário do Estado.

Page 122: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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A suinocultura tem história e tradição no Estado. Com grande potencial produtivo, sistema de produção tecnologicamente avançado e expertise industrial, o setor destaca-se nacional e internacionalmente. O Rio Grande do Sul é o segundo em produção e terceiro em exportação no Brasil, sediando empresas com marcas reconhecidas por todo o mundo.

AgroindústriaCarne Suína

José Hermeto HoffmannCoordenador (Sponsor)

BRDE

Fernanda MaiaCoordenador executivo

BRDE

Antonio Augusto Rosa MedeirosCoordenador técnico da Câmara Setorial de

Cadeia Produtiva de Suínos SEAPA

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 123: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Uma cultura com história e futuro

Assim como outros seto-res do agronegócio, a suinocultura apresenta uma forte ligação com o fenômeno da coloni-zação européia. Quando

chegaram ao Rio Grande do Sul, os imigrantes criavam suínos com obje-tivo de utilizar sua gordura e espe-cialmente a carne para o consumo alimentar das famílias. As condições climáticas também favoreceram o exercício atividade.

De lá para cá, a atividade avan-çou de forma a colocar o RS em po-sição de relevo. O produto, por sua vez, com o advento dos óleos vege-tais evoluiu para uma carne magra e saudável. A cada ano, o setor vem crescendo e aumentando sua contri-buição ao desenvolvimento do Estado.

Qualificação gaúcha, reconhecimento mundial Tanto na visão do mercado na-

cional quanto do internacional, o Rio Grande do Sul é um lugar de tradição e expertise no segmento. Empresas gaú-chas possuem marcas conhecidas em todos os continentes.

Em 2010, houve a quebra de uma

barreira histórica com a primeira re-messa de carne suína para a China. A conquista acontece em um momento de diversificação de países comprado-res, que inclui Argentina e Venezuela, entre outros.

Tecnologia de ponta que integra e repercuteDo campo à indústria, a cadeia

gaúcha possui um sistema de produção tecnologicamente avançado, baseado na integração vertical. Exemplos da sin-tonia do segmento com as exigências da atualidade são a rastreabilidade, im-plantada em grande parte dos animais, e o controle rígido de sua alimentação. O mercado interno, muito competitivo, é outro agente qualificador do produto.

A suinocultura trabalha de forma integrada com outros setores, gerando positivos reflexos sociais e econômicos nos municípios e regiões onde é exerci-da. Essa conexão entre diferentes ex-pressões produtivas ocorre em sua pró-pria atividade, posto que a integração vertical sustenta-se a partir dos produ-tores com os frigoríficos.

Produção suína em númerosA carne suína é a fonte de proteína

animal mais consumida no mundo. Me-

Agroindústria - Carne Suína

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Produção nacional de carne suína nacional (1.000 toneladas)

2005 2.7102006 2.8302007 2.9902008 3.0152009 3.1302010 3.1952011 3.2272012* 3.295Crescimento acumulado 21,59%Crescimento anual 2,8%

* Estimativa Fonte: USDA

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Carne in natura.• Carne congelada.• Carne resfriada.• Carne processada.• Cortes embalados.• Cortes processados.• Embutidos.• Banha.• Torresmo.• Gordura e vísceras para ração animal.

Principais produtostade da produção é realizada na China, ao passo que o restante é basicamente dividido entre União Europeia, Estados Unidos e Brasil. No país, há destaque para a Região Sul, onde estão os maio-res produtores.

Nacionalmente em segundo lugar, o Estado tem capacidade de abate de 27 a 28 mil suínos por dia. Em 2010, o RS somou 588.700 toneladas, mon-tante que corresponde a 18% do total brasileiro. A atividade é concentrada na Metade Norte do Estado.

588 mil toneladas de carne suína foram abatidas no Estado em 2010

Page 125: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

125

Agroindústria - Carne Suína

Exportação e mercado doméstico andando juntosAnualmente, o mercado inter-

nacional da suinocultura movimenta US$ 11,9 bilhões. Hoje o Brasil expor-ta 11% de toda a produção mundial, ocupando a quarta colocação. O Rio Grande do Sul, por sua vez, é o maior exportador brasileiro, remetendo ao exterior 35% de seus produtos. Em 2010, US$ 544,65 milhões foram ven-didos em suínos para outros países, com preço médio de US$ 2,624/kg.

O mercado doméstico brasileiro adquire cerca de 80% da carne produ-zida. Com avanço de 4,1% em 2010, a disponibilidade interna tem espaço para crescer, de modo a responder ao potencial de consumo do país. Atual-mente, o brasileiro consome em média 15 kg do alimento por ano.

Atividade que gera avanço socialEm constante expansão, o setor

apresenta um forte impacto social. A cadeia produtiva nacional é respon-sável por mais de 634 mil empregos, sendo aproximadamente 173 mil di-retos, 271 mil indiretos e 190 mil por efeito-renda. Os postos de trabalho se dividem entre suinocultura indus-trial e de subsistência, agroindústria de abate e processamento, entre ou-tras áreas.

A atividade de abate de animais – no qual está inserida a suinocultu-ra – é a segunda com maior efeito multiplicador da economia no Esta-do. A cada R$ 1 milhão investido, são gerados 74 empregos, sendo cinco diretos, 47 indiretos e 22 por efeito-renda.

Consumo nacional de carne suína por tipo

Variedade Participação In natura 37%Linguiça 24%Salsicha 12%Mortadela 8%Presunto 5%Toucinho 4%Banha 4%Salame 2%Outros processados 2%

Page 126: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

126

Diferenciais competitivos• Atividades de PD&I: Presença de institutos de pesquisa qualificados e do

Programa Estadual de Sanidade Suídea, que desenha estratégias de Defesa Sanitária Animal.

• Canais de distribuição para fora do RS: Grande volume de comercialização de produtos em outros Estados e países.

• Financiamentos estaduais e federais: Crédito disponível no sistema financeiro local (Badesul, BRDE e Banrisul) e instituições nacionais.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Page 127: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

127

Principais oportunidades

O mundo emergente constitui um quadro de excelentes perspecti-vas para a suinocultu-ra. É o que conclui o relatório Perspectivas

para a Agricultura 2011-2020, elabo-rado pela Organização para a Coope-ração e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimenta-ção (FAO). De acordo com o docu-mento, haverá um crescimento de 17,77% na produção de carne suína em países em desenvolvimento.

Com o robusto progresso eco-nômico e a urbanização dessas na-ções, está em curso um forte aumen-to de consumo de proteína animal. As pesquisas apontam ampliação de demanda na Ásia (56%), América La-tina (18%) e países exportadores de petróleo. O Rio Grande do Sul, que está em processo de diversificação de seus compradores, está atento a essa movimentação. O primeiro em-barque para a China, realizado em 2011, abre espaço para a explora-ção de um mercado consumidor com grande potencial.

Outro estudo, Projeções para o Agronegócio Brasil 2010/2011 a 2020/21, realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to, consolida o cenário positivo para a

atividade. A previsão é de que a pro-dução de carne suína aumente 1,9% ao ano. Com esse índice, é possível atender tanto a demanda doméstica quanto a internacional. Para o mes-mo período, espera-se crescimento de consumo anual de 1,8%.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), o consu-mo per capita de carne suína no Bra-sil é de 14,76 kg. O índice contrasta com o de países como Áustria (73,1 kg), Espanha (67,4 kg) e Alemanha (66,4 kg). Há, portanto, uma grande margem de crescimento. Mesmo no Rio Grande do Sul, onde são ingeri-dos 22,8 kg por pessoa, é possível fortalecer a demanda.

Alinhada às mudanças de com-portamento dos consumidores, que vêm consolidando a preferência por uma alimentação saudável, a indús-tria apresenta hoje uma carne mais magra. Trata-se do reflexo de mudan-ças genéticas, práticas de criação e readequação das rações.

Em relação aos produtos ofere-cidos há 15 anos, os seis cortes mais comuns estão 16% mais magros e com 27% menos gordura. A suino-cultura gaúcha faz parte desse esfor-ço, readequando-se constantemen-te para atender o novo perfil de seu consumidor.

Agroindústria - Carne Suína

Page 128: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / ProgramaFornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Realizar análise de risco e impacto econômico da retirada da vacina da aftosa.

Acordo de cooperação técnica com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - SEAPA.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Aumentar a produção de milho e outras matérias primas (grãos e seus resíduos) para a base alimentar destas cadeias produtivas animais.

Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada - SEAPA.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Aumentar a produção de milho e outras matérias primas (grãos e seus resíduos) para a base alimentar destas cadeias produtivas animais.

Promover melhorias na infra-estrutura logística.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Implantar sistema de educação e registro da utilização e controle de fármacos nas propriedades rurais. Desenvolver projeto de rastreabilidade de lote no modelo da União Européia. Viabilizar projeto de avaliação e melhoria da biossegurança das propriedades rurais.

Projeto Barreiras e Certificação Sanitária - SEAPA.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Considerar a agregação de valor como elemento multiplicador na determinação de Créditos Presumidos associados à aquisição de insumos produzidos no Estado.

Page 129: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

129

Agroindústria - Carne Suína

Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Criação de Grupo de Trabalho, em conjunto com a iniciativa privada, para avaliar a viabilidade da concessão de benefícios fiscais vinculados à aquisição de grãos produzidos no Estado.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Diferimento do ICMS na importação de insumos adquiridos preponderantemente de outras unidades da Federação e sem similar no Estado.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Acompanhamento sistemático da entrada, no Estado, de produtos de origem animal, com vistas ao controle das quantidades ingressadas, à realização da glosa de créditos e a contribuir com o controle sanitário do Estado.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Adoção da sistemática de Substituição Tributária nas operações internas como forma de igualar os mecanismos de tributação entre os tipos de carnes (bovina, suína e aves) e para a proteção do parque industrial gaúcho.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Melhorar as condições de acesso a máquinas e implementos agrícolas destinados a irrigação.

Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada - SEAPA.

Page 130: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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A avicultura do Rio Grande do Sul ocupa posição de destaque no cenário nacional. Terceiro lugar em produção e exportação no Brasil, o Rio Grande do Sul registra mais de meio século de vocação nessa atividade. Hoje quase a metade dos municípios do Estado está envolvida em alguma etapa da cadeia produtiva. Com a expansão do mercado consumidor doméstico e externo, o setor tem pela frente um período de grandes oportunidades.

AgroindústriaAvicultura

José Hermeto HoffmannCoordenador (Sponsor)

BRDE

Taylor Favero GuedesCoordenador executivo

SDPI

Flávio Chassot LoureiroCoordenador técnico da Câmara Setorial

da Cadeia Produtiva de AvesSEAPA

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 131: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Potência que produz e exporta

Desenvolvida em todo o território nacional, a avicultura destaca-se na Região Sul. O Esta-do é o terceiro maior produtor. A criação, o

abate e o processamento de carnes já fazem parte da economia gaúcha há mais de 50 anos. Atualmente, a atividade está presente em 240 municípios do Rio Grande do Sul.

Nas últimas três décadas, o seg-mento conheceu um período de forte expansão. Seu principal produto, o fran-go, conquistou mercados exigentes por todo o mundo. Nesse contexto, obteve destaque nacional, posicionando-se em terceiro lugar em exportação. Paí-ses como Arábia Saudita, Japão, Holan-

da, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Alemanha são os maiores compradores do produto gaúcho.

Sistema de integração e mais competitividadeA competitividade do segmento no

Rio Grande do Sul é impulsionada pelo sistema de integração, cuja utilização foi pioneira no cenário nacional. Desde a implantação desse modelo, nas dé-cadas de 60 e 70, ocorre um crescente processo de qualificação do produto e aumento de produtividade. A dinâmi-ca gera ainda um positivo impacto so-cial. Integrando a cadeia, as pequenas propriedades agrícolas familiares têm na avicultura uma importante fonte de emprego e de renda adicional. Em 2010, houve a quebra de uma barrei-ra histórica com a primeira remessa de carne suína para a China. A conquista

Agroindústria - Avicultura

Exportações gaúchas de aves por país de destino em 2011 (US$ FOB)

2011 Participação (%)Arábia Saudita 289.093.795 18,8%Japão 153.231.385 10,0%Países Baixos (Holanda) 130.953.501 8,5%Emirados Árabes Unidos 102.742.329 6,7%Kuwait 82.479.023 5,4%Alemanha 70.109.562 4,6%Hong Kong 69.822.042 4,5%China 65.131.774 4,2%Iraque 48.267.047 3,1%Cingapura 39.828.378 2,6%TOTAL 1.535.730.322 100,0%

Fonte: Aliceweb

Page 132: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Produção de ovos (in natura e processados).

• Criação de aves vivas.• Produção de carnes de frango (ave

inteira, cortes, carne salgada).• Produção de alimentos processados

(nuggets, lingüiças, salsichas e cordon bleu).

Principais produtosacontece em um momento de diver-sificação de países compradores, que inclui Argentina e Venezuela, entre ou-tros.

Produzindo e avançando juntosA avicultura apresenta uma forte

conexão com outros setores. E, nesse contexto, estimula o desenvolvimento de uma ampla gama de atividades que fazem parte de sua cadeia, incluindo: plantio de soja e milho; fabricação de produtos veterinários e químicos; pro-dução de materiais para embalagens; serviço de logística, fornecimento de energia elétrica, água e combustíveis; além da fabricação de máquinas e equipamentos para abate, processa-mento e conservação. Com a deman-da por novas tecnologias, o segmento ainda gera uma influência positiva so-bre áreas como genética e biotecnolo-

gia. A avicultura apresenta uma forte conexão com outros setores. E, nesse contexto, estimula o desenvolvimento de uma ampla gama de atividades que fazem parte de sua cadeia, incluindo: plantio de soja e milho; fabricação de produtos veterinários e químicos; pro-dução de materiais para embalagens; serviço de logística, fornecimento de energia elétrica, água e combustí-veis; além da fabricação de máqui-nas e equipamentos para abate, pro-

Comercialização de carne de frango (kg)Ano VendasnoRS Outros estados Mercado interno Exportação

2000 294.596.137 497.971.871 792.568.008 250.242.4552001 309.034.528 350.972.671 660.007.199 432.750.4852002 304.914.368 310.713.573 615.627.941 599.734.7672003 288.917.978 227.252.536 516.270.514 706.814.0832004 248.081.359 185.520.108 433.601.467 721.016.1472005 195.387.333 152.125.821 347.513.154 765.779.7852006 194.015.783 117.089.135 311.104.918 659.046.7662007 227.081.047 156.637.056 383.718.013 693.983.0352008 229.173.983 174.815.539 403.989.522 775.685.7532009 244.260.004 165.110.745 409.370.749 791.737.0722010 260.034.790 168.994.818 429.029.608 800.725.653

Fonte: Asgav

Page 133: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

133

Agroindústria - Avicultura

cessamento e conservação. Através da demanda por novas tecnologias, o segmento ainda gera uma influência positiva sobre áreas como genética e biotecnologia.

Rio Grande em destaque no Brasil e no mundoTerceiro colocado em exportação,

o Brasil fornece frangos para 154 paí-ses de todo o mundo. Segundo estudo da FAO, a tendência é que o país se tor-ne o maior exportador do produto nos próximos anos. O segmento responde por 1,5% do PIB nacional.

A avicultura gaúcha representa 21% da brasileira, colocando o Esta-do em terceiro lugar tanto em produ-ção quanto em exportação. O abate de frango encontra-se em constante ex-pansão.

Os produtos do setor estão entre os cinco principais itens da pauta gaú-cha de vendas ao exterior. As empre-

sas do RS atendem 16% da demanda nacional e 45% da estadual. O destino da fabricação divide-se em 60% para exportação e 40% para consumo inter-no.

Impacto na economia gaúcha Em 2010, 47.508 empregos dire-

tos foram mantidos pelo setor no RS, somados aos 860 mil indiretos. Sem considerar os encargos sociais, a mas-sa salarial soma quase R$ 40 milhões. De acordo com a Secretaria da Fazen-da (Sefaz), a avicultura gerou R$ 3,3 bilhões em riquezas. respondendo por 1,4% do PIB do Estado.

O complexo avícola gaúcho é composto por 21 frigoríficos, 33 granjas produtoras de ovos de médio e grande porte, 300 granjas produtoras de ovos de micro e pequeno porte, 30 fábricas de rações, duas indústrias de processa-mento de ovos e oito granjas de desen-volvimento genético.

Produção nacional de carne de frango (1.000 toneladas)2005 9.3502006 9.3552007 10.3052008 11.0332009 11.0232010 12.3122011 12.9542012* 13.602Crescimento acumulado 45,5 %Crescimento anual 5,5 %

* Estimativa Fonte: USDA

Exportação nacional de carne de frango (1.000 toneladas)2005 2.7392006 2.5022007 2.9222008 3.2422009 2.9922010 3.1812011 3.3002012* 3.465Crescimento acumulado 26,5 %Crescimento anual 3,4 %

* Estimativa Fonte: USDA

Page 134: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

134

Diferenciais competitivos• Educação e treinamento: Grande número de trabalhadores capacitados.

Empresas prestam contínua assistência técnica aos produtores.

• Incentivos do RS para investimentos: FUNDOPEM e INTEGRAR/RS viabilizam instalações de plantas e expansões.

• Recursos naturais: Pleno abastecimento de água para os integrados.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

ASG

AV/D

ivul

gaçã

o

Page 135: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

135

Principais oportunidades

A avicultura tem um ce-nário futuro que enseja otimismo. Segundo es-timativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, entre

os biênios 2010/2011 e 2020/2022, haverá uma expansão doméstica de consumo anual de 2,6%. No mesmo período, a estimativa aponta cresci-mento de produção de 2,5%.

Em relação ao mercado exter-no, as perspectivas também são positivas. Os principais produtores têm expectativa de que as expor-tações aumentem 15% até 2020. Com esse desempenho, o Brasil irá conquistar 43% de participação no mercado mundial. Segundo proje-ção da FAO, o país deve se tornar, nos próximos anos, o maior forne-cedor mundial do segmento. Nesse contexto, abrem-se novas perspec-

tivas para o Rio Grande do Sul. O fortalecimento da avicultura

trará reflexos benéficos ao desen-volvimento de diversos setores da economia. Atualmente, o segmento apresenta um grau de dependên-cia de outras unidades da Federa-ção de 10,2%. Em grande parte, são matérias-primas, componentes e insumos. Existe ainda uma forte de-manda por equipamentos e maqui-nário, além da modernização de es-tabelecimentos produtores. Há, no Estado, portanto, oportunidades no adensamento da cadeia produtiva.

Apenas 9% dos produtos bra-sileiros exportados são industria-lizados. É o caso dos nuggets, lin-guiças, salsichas e cordon bleu. As indústrias apostam no aumento da produção desses itens, que permi-tem a geração de maior valor agre-gado.

O fortalecimento da avicultura, previsto para os próximos anos, trará

reflexos benéficos ao desenvolvimento de diversos setores da economia

Agroindústria - Avicultura

Page 136: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

136

Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Viabilizar programas para incentivar a modernização de aviários e para realizar as adequações às leis de Biossegurança IN 56 e IN 59.

Programa Gaúcho para a Adequação dos Aviários à Instrução Normativa 56 e à Instrução Normativa 59.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover campanha na Copa do Mundo e nas Olimpíadas para incentivar o consumo de produtos da avicultura produzidos no RS.

Programa para a Divulgação do Produto da Avicultura Gaúcha na Copa do Mundo e nas Olimpíadas.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Aumentar a produção de milho e outras matérias primas (grãos e seus resíduos) para a base alimentar destas cadeias produtivas animais.

Promover melhorias na infra-estrutura logística.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos / Bens de capital.

Aumentar a produção de milho e outras matérias primas (grãos e seus resíduos) para a base alimentar destas cadeias produtivas animais Melhorar as condições de acesso a máquinas e implementos agrícolas destinados a irrigação.

Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada - SEAPA.

Fornecedores locais de MPs, Componentes e Insumos / Fornecedores de serviços relacionados / APL's Competitivos.

Atrair investimentos e empresas de embalagem plástica de poliolefínico termoencolhível, e produtora de químicos para rações (micronutrientes para ração animal).

Promover a atração de empreendimentos relacionados com a atividade de embalagem ligados ao setor de Agroindústria - Avicultura.

Page 137: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

137

Agroindústria - Avicultura

Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Diferimento do ICMS na importação de insumos adquiridos preponderantemente de outras unidades da Federação e sem similar no Estado.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Considerar a agregação de valor como elemento multiplicador na determinação de Créditos Presumidos associados à aquisição de insumos produzidos no Estado.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Criação de Grupo de Trabalho, em conjunto com a iniciativa privada, para avaliar a viabilidade da concessão de benefícios fiscais vinculados à aquisição de grãos produzidos no Estado.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Adoção da sistemática de Substituição Tributária nas operações internas.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Acompanhamento sistemático da entrada, no Estado, de produtos de origem animal, com vistas ao controle das quantidades ingressadas, à realização da glosa de créditos e a contribuir com o controle sanitário do Estado.

Page 138: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

138

A produção láctea do Rio Grande do Sul destaca-se em quantidade e qualidade. Segundo maior produtor nacional, o Estado fabrica um dos melhores leites do país e conta com condições ambientais idênticas aos líderes mundiais da atividade. Boa parte do leite gaúcho é destinada ao mercado nacional.

AgroindústriaLeite e Derivados

José Hermeto HoffmannCoordenador (Sponsor)

BRDE

José Miguel PrettoCoordenador executivo

BRDE

João Milton CunhaCoordenador técnico da Câmara Setorial

da Cadeia Produtiva de Leite SEAPA

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 139: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

139

Uma atividade com peso econômico e social

Com forte impacto eco-nômico e social, o seg-mento mantém um grande número de agri-cultores familiares in-tegrados à vida econô-

mica. Existem, no território gaúcho, mais de 120 mil estabelecimentos familiares envolvidos na produção de leite. O montante representa 32% de todos os estabelecimentos de agricultores familiares do Esta-do, presentes em 90% dos municí-pios gaúchos.

A renda do leite é a renda agrope-cuária que mais se parece com a renda proveniente de salários. O conjunto dos produtores de leite recebe, em valores correntes, cerca de R$ 215 milhões por mês.

Quase todo o leite gaúcho tem como origem um estabelecimento de agricultura familiar. Com forte presen-ça no setor, as cooperativas congre-gam os pequenos produtores e inves-

tem em assistência técnica, elevando seu patamar de produção.

Produção gaúcha: força em ampliaçãoEm 2011, a produção nacional de

leite atingiu aproximadamente 32 bi-lhões de litros, soma que corresponde ao consumo. As importações do produ-to são baixas, oscilando entre 3 e 4% do volume consumido internamente.

O Rio Grande do Sul é atualmente o segundo maior produtor do país. So-mente em 2011, foram produzidos cer-ca de 4 bilhões de litros, volume equi-valente a 11 milhões de litros por dia.

Cerca de 60% desta produção são destinados a abastecer o mercado na-cional de lácteos.

A cadeia produtiva do leite movi-mentou cerca de R$ 6 bilhões, gerando quase 3% do PIB gaúcho.

Estima-se que, em 2012, o parque industrial eleve sua capacidade de pro-cessamento para 18 milhões de litros diários. O Estado possui ainda os me-lhores índices de produtividade do país.

Agroindústria - Leite e Derivados

Page 140: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

140

Quantidade e qualidade andando juntasO diferencial da indústria gaúcha,

porém, não se dá apenas em quanti-dade. O leite gaúcho é reconhecido na-cionalmente como um dos melhores do país.

Três unidades industriais gaúchas contam com registro no Serviço de Ins-peção Federal, condição que permite exportar seus produtos. A maior unida-de, instalada em Cruz Alta, tem capaci-dade de processamento de 1,2 milhão de litros por dia.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Leite UHT (longa vida).• Leite em pó.• Queijos.• Manteiga.• Bebidas lácteas.• Iogurtes.• Soro de leite.

Principais produtos

Radiografia da produção gaúcha de leite

Movimentação anual R$ 6 biProdução anual 4 bilhões de litrosProdução diária 11 milhões de litrosEstabelecimentos de agricultura familiar 120 milConsumo interno 40%Consumo fora do Estado 60%

Fonte: IBGE

1,2 milhãode litros de leite são processados diariamente na maior unidade gaúcha, localizada em Cruz Alta

Page 141: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

141

Agroindústria - Leite e Derivados

Diferenciais competitivos• Educação e treinamento: Grande número de agricultores familiares com

experiência na lida com o gado leiteiro. EMATER/RS, SENAR/RS e cooperativas prestam assistência técnica aos produtores.

• Recursos naturais: Condições de solo e clima ideais à produção de leite, equiparando o Estado a líderes mundiais da atividade.

• Bens de capital: Indústria de máquinas e equipamentos com condições de sustentar as necessidades do setor.

• Financiamento federal: Desde sua criação, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), destinou 25% de seus recursos em financiamentos realizados no Estado.

• Incentivos para investimentos: Fundopem garante suporte aos investimentos do setor. Com sua reformulação, cooperativas passam a receber benefícios diferenciados.

• Demanda local: Mercado gaúcho consome 40% de toda a produção.

• Canais de distribuição para fora do RS: 60% da produção gaúcha é comercializada em outros Estados.

Page 142: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

142

Hugo

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alác

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iPrincipais oportunidades

A cadeia produtiva do lei-te gaúcha tem um ho-rizonte promissor tan-to no cenário nacional quanto no internacional. Domesticamente, a de-

manda por lácteos aumenta de for-ma contínua, em relação direta com o aumento da renda média nacional. Com o desenvolvimento em curso no Brasil, o mercado interno torna-se cada vez mais robusto.

A mesma tendência ocorre mun-dialmente. Na última década, a de-manda por leite é crescente, tal pon-to que o consumo expande mais que a produção. Nesse contexto, a Chi-na, com 1,3 bilhões de habitantes, adquire um papel central. O progres-so econômico repercute na dieta de sua população, que originalmente não incluía os lácteos. Hoje a nação oriental amplia fortemente seu con-sumo de produtos do setor.

Com um parque industrial mo-

derno, o Rio Grande do Sul está capa-citado para atender a demanda cres-cente pelo leite – seja dentro ou fora do Brasil. Nos últimos quatro anos, foram realizados os maiores inves-timentos no segmento. A indústria de máquinas e equipamentos, por sua vez, está capacitada para aten-der as demandas do setor. O Estado, dessa forma, reúne as qualificações para se tornar um player mundial do segmento, sobretudo como platafor-ma exportadora de leite em pó.

Mas não são somente varieda-des de menor valor agregado que se sintonizam ao cenário econômi-co nacional. Há, atualmente, empre-sas gaúchas com crescente atuação em produtos com maior grau de so-fisticação. Estão em curso grandes investimentos em novas fábricas. Considerada a expansão contínua do poder aquisitivo do brasileiro, o nicho constitui uma ótima oportuni-dade de negócios.

O Estado reúne as qualificações para se tornar um player mundial do

segmento, sobretudo como plataforma exportadora de leite em pó

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 143: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

143

Page 144: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

144

Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Atividades de PD&I / Educação e Treinamento / Bens de Capital / Fornecedoresde serviços relacionados.

Aumentar a renda, melhorar a qualidade de vida dos agricultores de base familiar, através do aumento da produção, da produtividade e da melhoria da qualidade do leite, ofertando um alimento seguro e saudável à população.

Programa Leite Gaúcho - SDR.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Melhorar a qualidade do leite produzido no RS.

Estabelecer programa de fomento e qualidade à produção leiteira - Programa Dissemina (FEPAGRO).

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Melhorar a qualidade do leite produzido no RS.

Estabelecer programas de certificação sanitária - Programa Procetube - SEAPA.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Melhorar a qualidade do leite produzido no RS.

Implantar o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (PRODELEITE) - SEAPA.

Page 145: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

145

Agroindústria - Leite e Derivados

Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Considerar a agregação de valor como elemento multiplicador na determinação de Créditos Presumidos associados à aquisição de insumos produzidos no Estado.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Diferimento do ICMS na importação de insumos adquiridos preponderantemente de outras unidades da Federação e sem similar no Estado.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Acompanhamento sistemático da entrada, no Estado, de produtos de origem animal, com vistas ao controle das quantidades ingressadas, à realização da glosa de créditos e a contribuir com o controle sanitário do Estado.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Criação de um programa específico orientado ao aumento da produtividade e qualidade do leite e da agregação de valor, com base na revisão dos benefícios fiscais vigentes.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Melhorar as condições de acesso a máquinas e implementos agrícolas destinados a irrigação.

Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada (SEAPA).

Page 146: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

146

A indústria do arroz está presente há mais de meio século no Rio Grande do Sul. Com clima temperado e elevado grau de eficiência nas lavouras, o Estado concentra cerca de 65% da safra brasileira. O IRGA, instituição pública com mais de 70 anos, incentiva, coordena e instrumentaliza o setor através de tecnologia e conhecimento. O país é o primeiro em produção e consumo fora do continente asiático.

AgroindústriaArroz

José Hermeto HoffmannCoordenador (Sponsor)

BRDE

Pery Francisco Sperotto CoelhoCoordenador executivo

BADESUL

César Marques PereiraCoordenador técnico da Câmara Setorial

da Cadeia Produtiva de Arroz SEAPA

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 147: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

147

Um grão nobre, nutritivo e versátil

Com a matéria seca cons-tituída de aproximada-mente 90% de amido, o arroz é alimento de alto valor energético. Sua pro-teína é a mais nobre en-

tre os cereais, sendo importante fonte de vitaminas e minerais, tais como fer-ro, zinco e potássio. O consumo ajuda no controle da glicose sanguínea, reduz a pressão arterial, auxilia na regulação da flora intestinal e previne diabetes e doenças vasculares.

Os predicados do arroz não são apenas nutritivos. Matéria-prima de utilização versátil, gera uma série de subprodutos. Da casca, obtém-se desde energia a silício eletrônico. O farelo produz ração animal e gama-orizanol, um importante antioxidante natural. E da quirera do grão surgem farinha e macarrão.

A humanidade consome, o Rio Grande produzO arroz é o segundo alimento mais

consumido do planeta e tem uma de-manda global que chega a 477 milhões de toneladas produzidas anualmente. No Brasil, o consumo é de cerca de 13,5

milhões de toneladas – sendo 12,5 mi-lhões de produção interna e o restante oriundo principalmente dos parceiros do Mercosul. O país é o maior mercado fora do continente asiático. Os gaúchos têm uma oferta de 9 milhões de tone-ladas.

Para atender a esse contexto, o Rio Grande do Sul se coloca em uma posição de liderança e vanguarda na-cional. O IRGA (Instituto Rio Grandense do Arroz) aponta que o Estado possui 9.032 lavouras distribuídas em 133 mu-nicípios. A área média das plantações é de 114,5 hectares, estando arrendadas pouco mais de três quintos.

Aproximadamente 70% das lavou-ras têm área inferior a 100 ha, embora representem apenas 18,7% do total se-meado. As com mais de 500 ha equiva-lem a 32% da área semeada (3,7% do total das lavouras gaúchas).

Ao todo, 250 mil pessoas são em-pregadas direta ou indiretamente no Estado pela cadeia produtiva da orizi-cultura.

A produção gaúcha concentra-se na macrorregião da Metade Sul, em es-pecial nas circunscrições dos Coredes Fronteira Oeste e Sul, que responde-ram, no período 2004/2006, por 53% da produção do Estado. Outras zonas fortemente produtoras estão localiza-das nos Coredes da Campanha, Cen-tro-Sul e Jacuí-Centro.

Agroindústria - Arroz

Page 148: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

148

IRGA: referência na difusão de conhecimento O IRGA foi criado em 1940 e é

uma entidade pública, com autarquia administrativa, subordinada à Secre-taria da Agricultura, Pecuária e Agro-negócio (SAA) do Rio Grande do Sul. Com foco em desenvolvimento, pes-quisa e inovação do setor orizícola, é modelo no país inteiro. É mantido pela Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO), cobrada a partir de cada saca de arroz produzida. O Irga é patrimônio dos gaúchos e seu nome se entrelaça com a própria his-tória do segmento no Estado.

Tradição e eficiênciaO Rio Grande do Sul é líder e van-

guarda em todos os níveis da indus-

trialização orizícola brasileira. O clima temperado é decisivo para a planta-ção, motivo pelo qual o setor detém uma das principais atividades econô-micas da Metade Sul do Estado. A pre-sença de empreendedores com gran-de tradição na cadeia contribui para esse protagonismo.

As lavouras têm alto grau de efi-ciência. Apoiados pelo avanço tecno-lógico e os serviços de extensão rural, os produtores do Estado promoveram um aumento significativo da produti-vidade média da cultura, que teste-munhou um incremento de 46% nos últimos oito anos – de 4.890 kg/ha, em 2002/2003, para os atuais 7.150 kg/ha. Apenas seis países têm produti-vidade média maior do que a do Rio Grande do Sul.

O processo de industrialização é

Produção de arroz por COREDE

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fonte: IBGE

Page 149: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

149

potencializado pela força que o setor de máquinas e equipamentos possui no Estado. Ao produzir bens de capi-tal para a produção de arroz em solo gaúcho, reduz o custo e facilita a lo-gística. A capacidade instalada desse segmento supre a demanda do setor, com condições de avançar ainda mais.

Arroz beneficiado: a vantagem da industrialização

Um dos aspectos que garante o aumento da qualidade da produção é o beneficiamento do grão. Trata-se de um processo pelo qual se obtém o ar-roz polido pela retirada do germe e da película externa, restando apenas o en-dosperma.

O volume desse produto no Rio Grande do Sul vem sendo ampliado nos últimos anos. Em 1997, aproxi-madamente 3,8 milhões de toneladas de arroz em casca receberam tal pro-cessamento. Dez anos depois, foram alcançadas 4,6 milhões de toneladas. Atualmente, são mais de 5,2 milhões de toneladas para beneficiamento – um crescimento de 39%.

Agroindústria - Arroz

• Arroz integral.• Arroz polido.• Arroz parboilizado integral.• Arroz parboilizado polido.

Principais produtos

Divu

lgaç

ão P

ilecc

o

Page 150: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

150

Diferenciais competitivos

• Atividades de PD&I: Investimentos em pesquisa garantem contínuo aumento de produtividade, capitaneados pelo protagonismo do Instituto Riograndense do Arroz-IRGA

• Educação e treinamento: Capital humano preparado para a demanda de diversificação de produtos ofertados ao consumidor.

• Financiamentos estaduais e federais: Crédito disponível no sistema financeiro local (Banrisul, BRDE e Badesul) e instituições nacionais.

• Fornecedores de serviços relacionados: O setor industrial tem atendidas suas necessidades com suprimento local, tanto em equipamentos como serviços.

• Recursos naturais: Vantagem em produzir arroz em clima temperado, com condições de água e solo adequadas ao cultivo.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 151: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

151

Principais oportunidades

Grande parte das opor-tunidades provenien-tes da indústria do ar-roz está vinculada ao adensamento de sua cadeia produtiva e ao

fomento de seu consumo. Está em aberto o nicho de iden-

tificação e desenvolvimento de no-vos usos para o grão, que pode ser matéria-prima para ração animal, biocombustível e energia através de suas cascas.

Enquanto outros Estados optam por novos cultivares, o Rio Grande do Sul pode aprofundar sua voca-ção para o arroz, descobrindo novas oportunidades e agregando valor ao produto in natura, industrializando-o.

Para acompanhar o crescimento e a concentração da produção de ar-roz no Estado, o setor vem ampliando os investimentos na industrialização

das regiões em que atua. As priorida-des giram em torno do aumento da capacidade de recebimento, armaze-nagem e beneficiamento do cereal.

No âmbito nacional, os investi-mentos previstos para a orizicultura têm relação com a melhoria do siste-ma logístico da cadeia produtiva, so-bretudo no sistema de transportes, como o ferroviário.

A existência de excedentes locais sinaliza também para uma oportuni-dade de comercialização, através da ligação com os centros consumidores do Sudeste e do Nordeste. No em-parelhamento de condições com os competidores do Mercosul, abre-se ainda a possibilidade de prospectar esses mercados internacionais pró-ximos, além de suprir demandas em mercados emergentes do continente africano, o que se observa de forma crescente nos últimos anos.

A prospecção de mercados internacionais próximos, como

o Mercosul, abre possibilidades para o setor orizícola gaúcho

Agroindústria - Arroz

Page 152: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

152

Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Sistema Financeiro Gaúcho.

Articular, em conjunto com as fontes de recursos financeiro estadual e federal, um programa para o aumento da capacidade de armazenagem, principalmente a nível do produtor rural.

Promover o Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem - Moderinfra.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Articular, em conjunto com as fontes de recursos financeiro estadual e federal, um programa para a modernização do parque industrial do arroz.

Promover o BNDES Automático, BNDES Finame, e o BNDES PSI.

Atividade de PD&I.

Promover o desenvolvimento de alternativas para exploração agropecuária nas áreas de várzea.

Projeto de cultivo de soja, milho e sorgo em terras baixas no sistema de microcamalhão e Projeto de Integração Lavoura e Pecuária.

Atividades de PD&I. Apoiar a pesquisa aplicada no setor de arroz.

Analisar a possibilidade de alocação de recursos extras , inclusive das taxas CDO, para os polos de modernização tecnológica regionais destinados à pesquisa aplicada específica para o arroz nas áreas de produção primária e de industrialização, com foco na otimização de subprodutos e criação de alternativas de agregação de valor nos seus derivados.

Canais de distribuição para fora do RS.

Ampliar o mercado externo para o arroz e seus derivados.

Incentivar a busca de mercados alternativos para o arroz gaúcho.

Canais de distribuição para fora do RS.

Ampliar o mercado externo para o arroz e seus derivados.

Apoiar o Projeto de Promoção Comercial Internacional de Arroz e seus Derivados.

Canais de Distribuição para fora do RS.

Melhorar a competitividade exportadora do arroz gaúcho.

Desenvolver programa para exportação do arroz gaúcho com a utilização das linhas do sistema BNDES, bem como de outras fontes.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Buscar a ampliação da demanda de arroz.

Fomentar, mediante o Instituo Riograndense do Arroz (IRGA), Ministério de Agricultura, Pesca e Abastecimento (MAPA) e cadeia produtiva o consumo de arroz no Brasil, valorizando seus aspectos nutricionais.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Buscar a ampliação da demanda de arroz.

Trabalhar o Marketing Institucional em parceria com o Ministério de Agricultura, Pesca e Abastecimento (MAPA) e Governo do Estado.

Page 153: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

153

Agroindústria - Arroz

Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

Demanda local / Canal de distribuição para fora do RS.

Incentivar o aumento do consumo de arroz e seus derivados.

Programa de Incentivo ao Aumento do Consumo de Arroz e Derivados - SEAPA.

Educação e Treinamento.

Promover a qualificação de recursos humanos para o setor.

Capacitação de Produtores e Técnicos em Gestão do Arroz Irrigado do RS.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Adoção da obrigatoriedade do uso da Nota Fiscal Eletrônica nas saídas de arroz em casca para outras unidades da Federação e intensificação das medidas de controle destas operações.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Criação de Grupo de Trabalho, em conjunto com a iniciativa privada, para identificar as reais restrições concorrenciais decorrentes da incidência do ICMS, com vistas a subsidiar medidas tributárias adequadas.

Infra-estrutura.Incentivar a atração de investidores privados para a ampliação de terminal de exportação.

Programa de Infra-Estrutura para o Desenvolvimento - DINF/AGDI.

Infra-estrutura. Incentivar o armazenamento de grãos na propriedade rural.

Programa de Secagem e Armazenagem na Propriedade Rural - SEAPA.

Infra-estrutura.Promover a articulação entre os membros da cadeia produtiva e os atores do sistema logístico intermodal.

Realização de Seminário sobre a logística do escoamento de arroz no RS.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Melhorar as condições de armazenagem a nível de propriedade.

Desenvolver programa para a armazenagem a nível de propriedade através da implementação de um programa que integre o crédito do Sistema Financeiro Gaúcho com a captação, projeto e fiscalização do investimento pela Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER-RS).

Sistema Financeiro Gaúcho.

Priorizar apoio financeiro à implantação e expansão de novas unidades industriais de fabricação de subprodutos do arroz, com o apoio do BNDES/FGI - Fundo Garantidor para Investimentos.

Incentivar a pesquisa através da orientação para a elaboração de projetos de inovação para o desenvolvimento de novos produtos.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Estabelecer mecanismos de flexibilização das garantias para financiamentos.

Priorizar apoio financeiro à implantação e expansão de novas unidades industriais de fabricação de subprodutos do arroz, com o apoio do BNDES/FGI - Fundo Garantidor para Investimentos.

Page 154: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

154

Soja e milho são dois dos cultivos mais importantes para a agroindústria gaúcha. Envolvem grandes colheitas, vasta disseminação territorial e uma ampla gama de produtos. O Brasil é o primeiro em exportação e segundo em produção de soja. Em relação ao milho, o país ocupa a quarta colocação mundial nas duas categorias. Essa produção, bem como alguns co-produtos gerados no seu processamento, são insumos para outros segmentos de agroindústria no Estado. Entre eles, é possível destacar leite e derivados, avicultura, carne suína e, mais recentemente, biocombustíveis, no caso específico da soja. Essas interdependências implicam políticas integradas, de relativa complexidade, o que vem sendo aprimorado com a Política Industrial.

AgroindústriaSoja e Milho

José Hermeto HoffmannCoordenador (Sponsor)

BRDE

Alexandre Platonow de BarrosCoordenador executivo

BRDE

Valdecir ZoninCoordenador técnico da Câmara Setorial

da Cadeia Produtiva do MilhoSEAPA

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 155: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

155

Dois grãos de grande impacto

Os grãos de soja e milho estão entre os princi-pais produtos agrope-cuários cultivados no Estado, seja em impor-tância ou difusão. Se

por um lado o segmento da agroin-dústria do milho produz uma vasta gama de alimentos, ele compete pela matéria-prima com outras agroindús-trias, que também têm no milho um de seus principais insumos, tais como o segmento de leite e derivados, o de avicultura e o de carne suína.

Já a agroindústria da soja tem forte integração com outros segmen-tos agroindustriais que utilizam um de seus co-produtos – farelo de soja – como insumo. Mais recentemente, a agroindústria da soja vem sofren-do crescente concorrência pela sua matéria-prima utilizada também na fabricação de biodiesel, a indústria de biocombustíveis.

A real dimensão da agroindústria de soja e milho para a economia gaú-cha, não considerando a produção dos grãos em si, é refletida no PIB ge-rado, em torno de R$ 6,2 bilhões (SE-FAZ), o que representa cerca de 2% do PIB total do Estado. No Rio Grande do Sul, apenas o setor agroindustrial relacionado a esses dois produtos emprega mais de 5.100 trabalhado-res diretos.

Integração que gera progressoAo gerar uma forte demanda de

outras expressões econômicas, os seg-mentos de soja e milho produzem um efeito multiplicador que oportuniza o desenvolvimento de outros setores. O cultivo de grãos e o seu beneficiamen-to trazem impactos para outros setores estratégicos da economia gaúcha, tais como a indústria de máquinas e imple-mentos agrícolas e industriais, além de demandas para prestadores de servi-ços logísticos e para a indústria quími-ca, notadamente a de fertilizantes, en-tre outras cadeias produtivas.

Com o crescente emprego de tec-nologia na produção de soja e de mi-lho, aumenta também o estímulo para a evolução dos setores metal-mecâni-co, eletroeletrônico e automação, bem como para geração e distribuição de energia.

O segmento Agroindústria – SojaDesde a década de 70, a produção

de soja passa por um forte crescimento no Brasil. No Rio Grande do Sul, a sua expansão e, especialmente, a sua tecni-ficação estão intimamente ligadas aos sistemas de cultivo empregados, com rotação de culturas, especialmente com o milho no verão e o trigo no inverno, e plantio direto na palha, ou cultivo míni-

Agroindústria - Soja e Milho

Page 156: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

156

mo. Este sistema de produção exerceu forte impacto sobre a proteção e a con-servação do solo, traduzindo-se em re-levantes ganhos de produtividade.

Segundo maior produtor mundial, o Brasil deve boa parte de seu poten-cial ao Rio Grande do Sul.

A agroindústria da soja é um seg-mento da indústria tradicional do Esta-

do. O grão possui um relevante aspecto social, posto que em torno de 30% da produção gaúcha é oriunda da agricul-tura familiar.

A soja gaúcha pelo mundoA exportação constitui um as-

pecto fundamental da atividade eco-nômica da soja. O produto in natura é vendido para diversos países, so-bretudo a China, o maior consumidor do grão gaúcho. Em relação aos itens processados, demanda mundial con-centra-se em óleo de soja bruto ou refinado.

Em 2008, foram exportadas pelo Brasil 23,7 milhões de toneladas de soja em grão para seus vinte maio-res compradores. No mesmo ano, as vendas ao exterior alcançaram cerca de 12,3 milhões de toneladas de fa-relo de soja e 2,3 milhões de tonela-das de óleo da matéria-prima. Tal de-sempenho coloca o país na primeira posição mundial em exportação.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Semente de soja.• Grão de soja in natura.• Farelo de soja.• Bebidas à base de soja.• Farinha de soja.• Óleo de soja degomado.• Óleo de soja refinado.• Molho de soja.• Leite de soja.• Queijo de soja.• Proteína texturizada de soja.

Principais produtos(Soja)

Exportação nacional de soja (1.000 toneladas)

2005/2006 25.9112006/2007 23.4852007/2008 25.3642008/2009 29.9872009/2010 28.5782010/2011 29.9512011/2012* 39.000Crescimento acumulado 50,52%Crescimento anual 7,1%

* EstimativaFonte: USDA

Page 157: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

157

Agroindústria - Soja e Milho

(em mil toneladas)Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal

Produção de soja - Brasil e principais Estados produtores

7825 7419 3641

5238 2535

31705

11400 9721

5259 7381

3491

43984

15958

9691 6364 5182 3718

51066

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

Mato Grosso Paraná Goiás Rio Grande do Sul Mato Grosso do Sul Brasil

Média 1998 a 2000 Média 2001 a 2003 Média 2004 a 2006

Evolução anual da produção e área plantada no RS e Brasil

Brasil Rio Grande do SulAno Qtde. produzida

(toneladas)Área plantada

(hectares)Qtde. produzida

(toneladas)Área plantada

(hectares)1995 25.682.637 11.702.919 5.847.985 3.008.5501996 23.466.874 10.356.156 4.235.532 2.547.1521997 26.392.636 11.508.120 4.755.000 2.942.8821998 31.307.440 13.319.749 6.462.515 3.176.2901999 30.987.476 13.069.793 4.467.110 3.054.6032000 32.820.826 13.693.677 4.783.895 3.030.5562001 37.907.259 13.988.351 6.951.830 2.976.4982002 42.107.618 16.376.035 5.610.518 3.307.2522003 51.919.440 18.527.544 9.579.297 3.591.9702004 49.549.941 21.601.340 5.541.714 3.984.3372005 51.182.074 23.426.756 2.444.540 4.179.2722006 52.464.640 22.082.666 7.559.291 3.868.5012007 57.857.172 20.571.393 9.929.005 3.890.9032008 59.833.105 21.252.721 7.679.939 3.804.4252009 57.345.382 21.761.782 8.025.322 3.823.246

Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal

Page 158: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

158

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Grão de soja in natura.• Alimentos a base de milho ou

flocos de milho.• Creme de milho.• Farinha de milho.• Farinhas cruas de milho (creme e

gritz de milho).• Farinhas de milho termicamente

tratadas.• Alimentos a base de milho (pós,

flocos, produtos pré-cozidos).• Flocos e bijus de milho.• Grãos e germes de milho

descascados, cortados, partidos.• Semente de milho.• Milho em conserva.• Milho pipoca (processado ou não).

Principais produtos(Milho)

(em mil toneladas)Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal

Produção de milho - Brasil e principais Estados produtores

O segmento Agroindústria – MilhoO cultivo de milho vem evoluindo

de forma contínua nas últimas déca-das. Tanto é que o Brasil ocupa o quarto lugar mundial em produção de milho. Trata-se de uma atividade cujo desen-volvimento ocorreu baseado principal-mente no mercado interno.

Com forte demanda, a indústria gaúcha de aves e suínos é um relevan-te comprador do insumo. Para o con-sumo humano, destacam-se farinhas e preparados alimentares à base do grão, sobretudo polenta, flocos, bolos e pipocas (de grãos processados – pipoca doce e para microondas - ou não – pi-poca tradicional), entre outros.

8021

3951 3509 1165

3224 3837

31387

12278

4719 4292 2416

3786 5154

42074

10249

5783 4373 3707 3225 3130

39854

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

Paraná Minas Gerais São Paulo Mato Grosso Goiás Rio Grande do Sul Brasil

Média 1998 a 2000 Média 2001 a 2003 Média 2004 a 2006

Page 159: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Agroindústria - Soja e Milho

Katia

Mar

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er

Evolução anual da produção e área plantada no RS e Brasil

Brasil Rio Grande do SulAno Qtde. produzida

(toneladas)Área plantada

(hectares)Qtde. produzida

(toneladas)Área plantada

(hectares)1995 36.266.951 14.182.486 5.935.667 1.883.8701996 29.652.791 12.505.585 3.028.323 1.719.2421997 32.948.044 12.825.504 4.097.903 1.655.1991998 29.601.753 11.234.423 4.362.892 1.523.8451999 32.239.479 12.418.490 3.212.735 1.490.0482000 32.321.000 12.648.005 3.936.202 1.537.7592001 41.962.475 12.912.390 6.134.207 1.675.9632002 35.940.832 12.304.986 3.901.171 1.464.8362003 48.327.323 13.343.992 5.426.124 1.416.7772004 41.787.558 12.864.838 3.376.862 1.303.2972005 35.113.312 12.249.101 1.485.040 1.206.1192006 42.661.677 12.997.372 4.528.143 1.422.060

Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal

Page 160: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

160

Diferenciais competitivos• Atividades de PD&I: Técnicas modernas, tais como o plantio direto e a rotação

de culturas, irrigação, agricultura de precisão, em contínuo aperfeiçoamento, envolvendo diversos setores e segmentos industriais e agroindustriais consolidados no RS. Existência de estruturas públicas de pesquisa, Embrapa e Fepagro, além do centro de pesquisas do sistema cooperativo – CCGL/TEC – e centros privados de pesquisa e desenvolvimento de cultivares e outras tecnologias.

• Bens de capital: Alta mecanização no setor primário, com indústria desenvolvida voltada ao ramo agrícola; programa estadual de irrigação estruturado e em implantação; capacidade instalada para processamento de grãos com folga para crescimento.

• Cooperativas: Grande número distribuído por todo o RS. Organizam pequenos produtores, gerenciam produção, geram melhores resultados técnicos e maior rentabilidade.

• Demanda local: Consumidores exigentes, com elevada renda per capita e alto

nível cultural. Cenário representa pouca dependência de redes de distribuição e baixos custos com fretes.

• Sistema Financeiro Gaúcho e financiamentos federais: Crédito disponível no sistema financeiro local (Badesul, BRDE e Banrisul) e instituições nacionais tais como BNDES e FINEP conveniadas com o Sistema Financeiro Gaúcho. O Estado se destaca como o maior captador de recursos PRONAF no país.

• Fornecedores de máquinas e equipamentos: O RS possui uma indústria de máquinas e implementos agrícolas, bem como uma indústria de máquinas e equipamentos industriais que se destaca no cenário nacional e mundial.

• Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos: Com relação à produção primária, o Estado é autossuficiente em sementes de milho e soja. Já com relação à agroindústria, o seu abastecimento encontra facilidades de suprir eventuais reduções da disponibilidade interna pela proximidade com Argentina e Uruguai, a custos competitivos.

• Estrutura portuária e logística para exportação: A região produtora de grãos no Estado e a própria agroindústria encontram-se a distâncias competitivas e possuem acesso, especialmente rodoviário, facilitado ao porto de Rio Grande.

• Recursos naturais: Condições edafoclimáticas – solo e clima – ideais à produção.

• Sistema de ATER: O setor público no RS tem na EMATER um importante suporte ao meio rural, atuando na transferência de tecnologia aos produtores, juntamente com as cooperativas, que realizam o mesmo tipo de ação através dos seus departamentos técnicos.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 161: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

161

Principais oportunidadesAgroindústria - Soja e Milho

Mesmo com a recen-te crise mundial, a demanda de países asiáticos e africanos segue em expansão, com destaque para a

China, Índia e nações do Oriente Mé-dio. Por ter forte vocação agrícola, o Rio Grande do Sul encontra-se em plena sintonia com o cenário econô-mico internacional.

Atualmente, há um grande nú-mero de mercados consumidores estruturados e propensos à impor-tação de soja. Por outro lado, as es-tatísticas de exportação de grãos in natura mostram claramente o gran-de espaço para a agroindústria gaú-cha aumentar suas atividades em agregação de valor sobre a produ-ção primária, com vistas a substituir a exportação da produção primária pela exportação de produtos indus-trializados, como óleos, bebidas e

proteínas vegetais. Trata-se de uma oportunidade para o setor, que dis-põe de condições competitivas para conquistar espaço, globalmente. Embora o Estado já disponha de uni-dades industriais de processamento de grãos, mais fortemente esmaga-mento de soja e produção de óleos, são necessários novos investimen-tos em plantas industriais especia-lizadas no processamento de produ-tos de maior valor agregado. A partir desses grãos, o Estado poderá refor-çar sua inserção nacional e interna-cional.

Ao mesmo tempo, o Governo do RS vem estruturando e pondo em prática programas para acelerar as melhorias de qualidade, produtivi-dade e quantidades produzidas em vários segmentos agroindustriais que utilizam como insumos co-pro-dutos da agroindústria da soja, por exemplo, ração animal.

Ao mesmo tempo em que o cres-cimento da população assegura o au-mento do consumo global de alimen-tos, a situação favorável da economia brasileira, especialmente o aumento do consumo pela elevação do poder aquisitivo da base da população, faz crescer a demanda por agroprodutos industrializados no país.

Atualmente, há um grande nú-

mero de mercados consumidores es-truturados e propensos à importação de alimentos industrializados. Trata-se de uma oportunidade para o se-tor, que dispõe de condições compe-titivas para conquistar espaço, tanto doméstica quanto globalmente, na medida em que aumentar a capaci-dade e a diversificação de agro-pro-dutos industrializados.

Soja

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Ações

Agroindústria - Soja e Milho

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Sistema Financeiro Gaúcho.

Articular, em conjunto com as fontes de recursos financeiro estadual e federal, um programa para o aumento da capacidade de armazenagem, principalmente a nível do produtor rural.

Promover o Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem - Moderinfra.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Articular, em conjunto com as fontes de recursos financeiro estadual e federal, um programa para a modernização do parque industrial de soja e milho.

Promover o BNDES Automático, BNDES Finame, e o BNDES PSI.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Aumentar a produção de milho e outras matérias primas (grãos e seus resíduos) para a base alimentar destas cadeias produtivas animais.

Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada - SEAPA.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Aumentar a produção de milho e outras matérias primas (grãos e seus resíduos) para a base alimentar destas cadeias produtivas animais.

Promover melhorias na infra-estrutura logística.

Infra-estrutura.Incentivar o armazenamento de grãos na propriedade rural.

Programa de Secagem e Armazenagem na Propriedade Rural - SEAPA.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Melhorar as condições de acesso a máquinas e implementos agrícolas destinados a irrigação.

Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada - SEAPA.

Katia

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Page 164: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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O Estado possui uma profunda ligação com a vitivinicultura. De toda a produção nacional, 90% tem origem no Rio Grande do Sul. Além dos tradicionais vinhos de mesa, ganham destaque a crescente qualificação de vinhos finos e espumantes e a ampliação do mercado para o suco de uva. O IBRAVIN, referência internacional na área, impulsiona a contínua qualificação do setor.

AgroindústriaVitivinicultura

José Hermeto HoffmannCoordenador (Sponsor)

BRDE

Sergio FeltracoCoordenador executivo

BRDE

Jorge HoffmannCoordenador técnico da Câmara Setorial da

Cadeia Produtiva de Uva e Vinho SEAPA

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 165: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

165

Herança dos imigrantes, patrimônio do Rio Grande

A vitivinicultura tem no Rio Grande do Sul um ambiente de história, tradição e sucesso. Tudo começou com a chegada dos imigran-

tes italianos ao Estado. Com grande expertise na atividade, encontra-ram na Serra Gaúcha as condições ideais para o cultivo.

Era o início de uma trajetória que faria do RS o maior polo produtor do Brasil. Ao longo do século passado, a vocação passou por um intenso proces-so de expansão e modernização. Gran-des investimentos foram realizados na implantação de vinícolas e na multipli-cação de regiões produtoras.

Nos últimos 30 anos, o setor incor-porou novas tecnologias e solidificou seu protagonismo em pesquisa, desen-volvimento e inovação.

Excelência que qualifica a produção gaúchaSediado em Bento Gonçalves, o

Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN) é um agente de qualificação contínua da vitivinicultura. A entidade promove e ordena institucionalmente o setor. Entre seus associados, estão represen-tantes de produtores de uva, coopera-tivas, indústria vinícola e o Governo do Estado.

O Ibravin mantém-se com recur-sos do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (FUNDOVITIS), criado para potencializar o segmento e com-bater suas eventuais deficiências, sen-do referência de política pública seto-rial.

Também se destacam a EMBRAPA, Centro Nacional de Pesquisa de Uva e Vinho, na produção de conhecimento, e o Laboratório de Referência Enológi-ca (LAREN), no controle da qualidade da produção vitivinícola.

Agroindústria - Vitivinicultura

Exportação gaúcha de suco de uva (US$ FOB)

2006 8.351.0762007 12.150.2072008 15.030.5982009 12.397.1412010 8.025.8712011 15.438.157Crescimento acumulado 84,86%Crescimento anual 13,08%

Fonte: Aliceweb

Page 166: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

166

Vitivinicultura gaúcha: potência econômica e socialA importância da vitivinicultura

gaúcha traduz-se em números. O Rio Grande do Sul é responsável por 90% de toda a produção nacional. Quando a

pauta inclui vinhos finos, de mesa e es-pumantes, a agroindústria atende 75% da demanda brasileira e 80% da local. O setor representa 1% do PIB do Esta-do – dividindo-se em 0,7% com vinhos e 0,3% com sucos.

Nas regiões produtoras, a ativida-de é a que mais gera postos de trabalho e renda. Entre diretos e indiretos, são aproximadamente 100 mil empregos no Brasil e 65 mil apenas no Rio Grande do Sul. Há mais de 14 mil famílias en-volvidas no segmento. A cadeia ganha ainda mais dimensão socioeconômica com a transversalidade do turismo ur-bano e rural.

Distribuição espacial da população ocupada na produção vitivinícola

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Vinhos.• Espumantes.• Sucos.• Derivados da uva e do vinho.

Principais produtos

0.00 - 0.040.04 - 0.150.15 - 0.290.29 - 0.500.50 - 1.001.00 - 1.901.90 - 9.509.50 - 30.34

Qls PO Uva RS

Fonte dos dados brutos:Pesquisa Agrícola MunicipalCartografia: IBGE

Nota: Classificação dos dados pelo método “Manual” do Software Tabwin.

Page 167: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

167

Agroindústria - Vitivinicultura

Diferenciais competitivos• Ciência, Tecnologia e Controle de Qualidade: Atuação de entidades como

a EMBRAPA-Centro Nacional de Uva e Vinho (CNPUV), Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN) e Laboratório de Referência Enológica (LAREN).

• Educação e treinamento: Disponibilidade de mão de obra capacitada e com longa expertise na atividade.

• Financiamento federal: Crédito disponível para custeio e investimentos, seja para viticultores ou cooperativas e indústrias vinícolas. Há ainda políticas federais como o Prêmio de Escoamento de Produção, mecanismos de redução de estoques e Empréstimo do Governo Federal.

• Incentivos tributários: Mediação de relações decorrentes da guerra fiscal, das importações e do mercado interno. Destaca-se a presença do FUNDOVITIS (Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SAA), que promove ações, projetos e programas da política de desen-volvimento do setor.

• Infraestrutura: Logística comercial supera a dificuldade quanto à distância entre a produção e os centros de consumo.

• Poder de compra do Governo Federal: Esforço em aumentar o número de políticas públicas de apoio ao setor, com destaque para a comercialização.

• Recursos naturais: Há três regiões de produção (Serra, Serra Sudeste e Campanha), com produção com maior destaque e também a região Central e Noroeste, que com ajustes tecnológicos respondem com rapidez no ambiente da produção.

Page 168: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Luiz

Cha

ves

Principais oportunidades

O cenário atual do mer-cado de vinhos e sucos de uva inspira otimismo ao setor. No Brasil, o au-mento de poder aquisi-tivo da população gera

novos e potenciais consumidores. O Rio Grande do Sul, por sua vez, regis-tra crescimento de vendas de vinhos de mesa. Há ainda uma tendência, nacio-nal e estadual, de expansão do consu-mo de espumantes. Elaborado no Esta-do, esse produto tem reconhecimento mundial de qualidade.

Fora do país, as maiores oportuni-dades concentram-se nas economias emergentes, sobretudo na China. Com o forte desenvolvimento da nação asi-ática, o comércio de vinhos passa por uma expansão inédita. O suco de uva também possui boas perspectivas in-ternas e nos países em desenvolvimen-to, Atualmente, a produção de sucos iguala com o vinho a destinação das uvas produzidas. No mercado de sucos, destacam-se os países árabes, onde as bebidas alcoólicas não são consumidas por razões religiosas.

A agroindústria vitivinícola do Rio Grande do Sul está plenamente capa-citada para atender as novas deman-das e exigências do mercado. É com-petitiva tanto em termos de qualidade quanto de qualidade. Além disso, con-ta com forte organização e articulação na produção, indústria, comercializa-ção.

No âmbito nacional, há inves-timentos previstos em regiões com maior controle de fatores da produção – como, por exemplo, a irrigação – e es-timuladas por mecanismos de atrativi-dade. No Rio Grande do Sul, os aportes buscam suprir a necessidade de mo-dernização, com forte viés na produção de sucos. Recentemente com, a adoção de estudo de medidas salvaguardas, frente ao crescente volume de impor-tação de vinhos finos, impõe ao setor o desafio de modernização e adequação competitivas.

A incorporação de selos com deno-minação de origem evidencia o cami-nho escolhido pela indústria vitiviníco-la: qualificação. E é com ela que o Rio Grande do Sul olha para o futuro.

A agroindústria vitivinícola do Rio Grande do Sul está plenamente

capacitada para atender as novas demandas e as exigências do mercado

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 169: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Page 170: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

170

Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Atividade de PD&I.Ampliar a atividade de PD&I para a produção sustentável.

Apoiar a realização de pesquisas e a transferência de tecnologia para produção sustentável visando a produção de uva e para elaboração, envase, transporte e distribuição de suco de uva e vinho.

Atividades de P&DI / Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos / Recursos Naturais.

Formular propostas de políticas para um melhor ordenamento da produção, buscando equilibrar a produção, os estoques e a comercialização.

Programa de Modernização da Vitivinicultura - SEAPA.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Estruturar programa de estímulo do engarrafamento no RS.

Programa de suporte ao investimento para engarrafamento no RS.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Atrair investimentos e empresas interessadas em realizar engarrafamento na origem.

Promover a atração de empreendimentos ligados ao setor da Agroindústria - Vitivinicultura.

Page 171: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

171

Agroindústria - Vitivinicultura

Fator relacionado Desafio Ação / ProgramaFornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Promover a produção, controle e certificação de mudas.

Programa de Fiscalização de Mudas - SEAPA.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Promover a renovação de vinhedos (cultivar, manejo e condução), especialmente orientado as tendências de maior consumo. Promover a renovação de vinícolas (tanques de estocagem, máquinas e equipamentos – frio, filtros e envase).

Programa de Revitalização de Regiões Vitivinícolas do RS - SEAPA.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Promover a renovação de vinhedos (cultivar, manejo e condução), especialmente orientado as tendências de maior consumo. Promover a renovação de vinícolas (tanques de estocagem, máquinas e equipamentos – frio, filtros e envase).

Programa de Modernização da Vitivinicultura - SEAPA.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Diferimento do ICMS na importação de insumos adquiridos preponderantemente de outras unidades da Federação e sem similar no Estado.

Page 172: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

172

O setor automotivo brasileiro, dentro do qual o Rio Grande do Sul se destaca, tem posição relevante no mercado mundial. Mais de 10% da força de trabalho da indústria nacional é gaúcha, sendo responsável por 5,6% dos automóveis fabricados no país. As empresas gaúchas lideram com 50% de market share o mercado nacional de implementos rodoviários, são responsáveis por 63% da produção nacional de encarroçadoras de ônibus e 12% da produção nacional de chassis para ônibus. Até 2015, a atividade receberá investimentos de R$ 33 bilhões em todo o Brasil.

Automotivo e Implementos Rodoviários

José Antunes JúniorCoordenador (Sponsor)

SDPI

Maria Paula MerlottiCoordenadora executiva

SDPI

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 173: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

173

Rio Grande: motor da indústria nacional

O setor automotivo exerce forte influên-cia na economia do Rio Grande do Sul. Apenas a montagem de veículos – cami-

nhões, ônibus, automóveis e carro-cerias – foi responsável, em 2008, por 10,3% do Valor Bruto da Produ-ção (VBP) de toda a indústria gaú-cha.

Tamanha importância também se reflete no âmbito nacional da produção. Ao longo de 2010, as em-presas gaúchas fabricaram 5,6% dos automóveis nacionais, respon-dendo por uma arrecadação de R$ 319,1 milhões em ICMS.

Indústria automotiva forte, economia pujanteA transversalidade é uma carac-

terística acentuada da indústria auto-motiva. Isso porque o segmento tem elevado índice de integração com im-portantes cadeias de produção do Es-tado. A atividade gera demandas para a indústria da metalurgia, borracha e plásticos, automação e controle, ele-troeletrônica, semicondutores, entre outros. Além disso, cerca de 60% de toda a carga brasileira é transportada em implementos rodoviários.

O aumento da competitividade das empresas do setor cria um impacto significativo sobre o PIB do Estado. Ao gerar demanda e renda, a indústria au-tomotiva contribui para a qualificação de segmentos envolvidos. O gráfico abaixo sintetiza sua profunda conexão com outras expressões econômicas.

Automotivo e Implementos Rodoviários

Fonte: adaptado ABDI

Cadeia produtiva do setor automotivo e implementos rodoviários

Aços e derivados Peças e Acessórios

Recondicionamento ou recuperação de

motores

Mercado de peças de reposição Cabines,

carrocerias e reboques

Montadoras

Artigos de borracha e plásticos

Material Eletrônicos e

Equipamentos

Artigos de borracha e plásticos

InsumosInsumos

Automóveis, caminhonetes e

utilitários

Aparelhos e materiais elétricos

Produtos de metais, exclusive

máquinas

Caminhões e Ônibus

Mercado

Produtos de metal, exclusive

máquinas

Artigos de borracha e plásticos

Artigos de borracha e plásticos

Máquinas e equipamentos

Máquinas e equipamentos

Máquinas e equipamentos

Máquinas e equipamentos

Page 174: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

174

Tecnologia para agregar valorEsse diálogo produtivo com outras

atividades se expressa também por meio da crescente incorporação tecno-lógica de seus produtos. Dessa forma, absorvem avanços em microeletrônica, semicondutores, miniaturização e tec-nologia da informação. E, por consequ-ência, o setor adquire a característica de portador de futuro e torna-se capaz de gerar maior valor agregado às suas variedades.

Outra tendência que cada vez mais se consolida é a integração de compo-nentes eletroeletrônicos, semiconduto-res e microprocessadores aos veículos.

Números de uma potênciaO setor automotivo brasileiro tem

uma posição de destaque no mercado mundial. Em 2011, o país ocupou o 5º lugar na produção de automóveis (2,8 milhões de unidades), 4º em veículos comerciais leves (582,6 mil unidades), 3º em caminhões (191,6 mil unidades) e 3º em ônibus (45,9 mil unidades).

No Brasil, o setor automotivo foi responsável, em 2010, pelo emprego de 530.052 trabalhadores, incluindo montadoras e fabricantes de autope-ças e pneus. Apenas no Rio Grande do Sul, o montante chega a 53.868, o que significa cerca de 10% da força de tra-balho na indústria nacional.

Implementos rodoviários em altaConsiderado o segundo maior ex-

portador do continente americano, o Brasil conta com 1,3 mil empresas de implementos rodoviários. O faturamen-to do setor chegou a R$ 6,7 bilhões em 2010, representando um acréscimo de R$ 1,7 bilhões na relação com o ano anterior. A produção de reboques e se-mireboques no Brasil, no ano de 2011, atingiu 65.000 unidades, sendo 59.000 destinados ao mercado interno e 6000

Produção nacional

Automóveis 2,8 milhõesComerciais leves 582,6 milCaminhões 191,6 milÔnibus 45,9 mil

Fonte: OICA 2011

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Automóveis.• Caminhões.• Reboques e semireboques.• Encarroçadoras para Ônibus.• Chassis.• Autopeças.• Componentes.

Principais produtos

Page 175: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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são destinadas a exportações. As em-presas do RS produzem mais de 50% do total nacional.

O Rio Grande do Sul tem parte im-portante nesse contexto. Prova disso é o mercado de trabalho do segmento: dos 59.332 empregos totalizados no Brasil, 20.324 são de postos de traba-lho gaúchos.

Autopeças e ônibus: um panorama do mercadoNos produtos de autopeças, o con-

sumo se divide em 70,5% para monta-

doras, 14,6% para mercado de peças de reposição, 7,5% para exportações e 7,3% para outros fabricantes de auto-peças. As empresas gaúchas inserem-se nesse cenáriom, respondendo por 4,8% das vendas ao mercado nacional e 9,9% das exportações.

A atividade de fabricação e mon-tagem de ônibus também demonstra vigor no Estado. Os quatro principais players gaúchos são responsáveis por 63%, no ano de 2011, de toda a produ-ção nacional do setor, destinada tanto ao mercado nacional e quanto ao inter-nacional.

Automotivo e Implementos Rodoviários

Mag

rão

Scal

co

Page 176: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

176

Diferenciais competitivos• Atividades de PD&I: Busca permanente da inovação nas linhas de produção faz

da indústria gaúcha destaque nacional.

• Canais de distribuição para fora do Estado: Segmento opera com distribuidores próprios – revendas autorizadas e representantes comerciais –, espalhados por todo o território nacional.

• Fornecedores locais: empresas altamente qualificadas instaladas no Estado, tanto no setor automotivo como de implementos rodoviários.

• Demanda local: Grande volume de vendas no mercado interno gaúcho fortalece a cadeia produtiva do setor.

• Educação e treinamento: Qualidade das instituições de ensino superior e dos recursos humanos formados.

• Financiamento estadual: Com financiamentos disponíveis no Badesul, BRDE, Banrisul e bancos privados, o Estado adquire vantagem em relação às outras unidades da Federação.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Principais oportunidades

O desenvolvimento es-perado para o seg-mento deve gerar uma série de reflexos positivos a todos que fazem parte de sua

cadeia. Isso inclui as empresas in-teressadas em investir em novas tecnologias e aumento da produção, especialmente dos setores metalúr-gico, eletroeletrônico, automação e controle, semicondutores, microele-trônico, borracha e plásticos. Tam-bém serão beneficiados os fornece-dores de insumos, bens de capital e serviços.

Isso contribuirá para o desen-volvimento dos arranjos produti-vos locais (APLs) metalmecânicos e automotivos de Caxias do Sul e de Gravataí, dos Coredes Metropolitano Delta do Jacuí e Vale do Rio dos Si-nos, além do município de Erechim. Essas regiões se destacam pela grande concentração de empresas, produção e emprego. E, portanto, terão seu potencial expandido. Uni-versidades e instituições, por sua vez, intensificarão suas pesquisas tecnológicas e de inovação.

Os investimentos nacionais pre-vistos para o setor automotivo e de implementos rodoviários, entre 2010

e 2015, somam cerca de R$ 33 bi-lhões. No Rio Grande do Sul, ga-nham destaque os aportes recen-tes, de R$ 2,4 bilhões, realizados em Gravataí. As expectativas são de geração de 1.673 empregos qualifi-cados diretos e em torno de 4.500 indiretos, além do aumento de ren-da e poder aquisitivo na região.

A forte atuação da indústria au-tomotiva faz nascer grandes opor-tunidades de adensamento das ca-deias produtivas. As perspectivas são evidenciadas pela aquisição de máquinas, equipamentos, matérias-primas, componentes e insumos de outros estados e até do exterior. Com demanda garantida, o caminho está aberto para o aumento de pro-dução e a instalação de novas em-presas no Estado.

Particularmente relevante é propiciar a possibilidade de ampliar os investimentos das empresas de ônibus e implementos rodoviários já instaladas no RS, bem como das em-presas fornecedoras dos segmentos de automóveis, ônibus e implemen-tos rodoviários.

Finalmente, importante forta-lecer as políticas públicas ligadas à inovação de produtos através da uti-lização de eletrônica embarcada.

Automotivo e Implementos Rodoviários

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

APL's Competitivos.Fortalecimento de APL para o segmento Metalmecânico e Automotivo - Serra do Setor Automotivo e Implementos Rodoviários.

Lançamento de edital para apoio ao APL para o segmento Metalmecânico e Automotivo - Serra do Setor Automotivo e Implementos Rodoviários.

Atividades de PD&I.

Equipar laboratórios de universidades e centros de pesquisa, focado nas capacitações necessárias ao desenvolvimento do setor automotivo e de implementos rodoviários, contemplando homologação, metrologia, testes e inovação em processos e produtos.

Pró-Equipamentos - SCIT/FAPERGS.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Realizar a promoção comercial do Estado do RS e a atração de investimentos.

Apoiar a participação de empresas gaúchas em missão internacional para a Hannover Fair (Alemanha).

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Apoiar a participação de empresas gaúchas na Feira Automechanika (Alemanha).

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Automotivo e Implementos Rodoviários

Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

Educação e Treinamento. Promover a qualificação profissional.

Apoiar a inserção de projetos de empresas do setor aos programas federais - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (PRONATEC) e Plano nacional Pró-Engenharia e Programa Ciência sem Fronteiras.

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Promover a aproximação com as empresas do setor eletro-eletrônico.

Seminário "Conversando sobre potencialidades de utilização da eletro-eletrônica para elevar a competitividade do setor Automotivo e Implementos Rodoviários.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Diferimento do ICMS na importação de insumos adquiridos preponderantemente de outras unidades da Federação e sem similar no Estado.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Melhorar as condições de acesso ao crédito pelas empresas do setor.

Melhorar o acesso ao Fundo garantidor para Investimentos do BNDES (FGI-BNDES), bem como a mecanismo de cartas fiança.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Melhorar as condições de investimento para empresas fornecedoras de empresas Âncoras do setor com a flexibilização das garantias para a concessão do crédito e a amortização do crédito sendo realizada pela Âncora.

Projeto Âncora para o Desenvolvimento de Cadeias de Fornecedores.

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O Rio Grande do Sul é protagonista na fabricação de máquinas e implementos agrícolas. De todas as empresas atuando no Brasil, mais de 60% estão instaladas no Estado. Três delas respondem por quase metade da produção nacional de tratores de rodas e esteiras, colheitadeiras e retroescavadeiras. O RS concentra um terço da força de trabalho do país nesta indústria.

Bens de Capital – Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas e Industriais

José Antônio Valle Antunes JúniorCoordenador (Sponsor)

SDPI

Attilio Domingues BenettiCoordenador executivo

Badesul

Maria Paula MerlottiAssessora técnica

SDPI

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 181: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Uma força que impulsiona a economia gaúcha

O setor de Bens de Capi-tal – Máquinas, Equipa-mentos e Implementos Agrícolas e Industriais, desempenha um papel fundamental na econo-

mia gaúcha, gerando reflexos diretos em diversas cadeias produtivas. Com os contínuos avanços tecnológicos, a indústria garante a competitividade de seus produtos e, por consequên-cia, a conquista de novos mercados no Brasil e em outros países.

Bem de Capital é um tipo de bem usado na produção de outros bens, mas que não são diretamente incorporados ao produto final. Indivíduos, organiza-ções e governos usam bens de capital na produção de outros bens, mercado-rias ou serviços. Bem de capital inclui fábricas, máquinas, ferramentas, equi-pamentos e diversas construções que são utilizadas para produzir outros pro-

dutos para consumo.Conforme destaca o IPEA, a indústria produtora de bens de capital incorpora uma enorme diver-sidade edispersão de condições com-petitivas inter e intra-setoriais.

Os bens de capital estão presente na cadeia produtiva de todos os seto-res industriais, difundindo tecnologia e qualidade, essenciais para a produ-ção competitiva de bens de consumo e serviços. Seu efeito multiplicador se dá por dois fatores: a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e a sua longa e complexa Cadeia Produtiva. A partir do investimento em máquinas e equi-pamentos tem-se sustentabilidade no crescimento do PIB, em função do au-mento da capacidade instalada.

Este é um setor estratégico que serve de alavanca de competitivida-de para os demais setores industriais. O RS compreende 12,9% do setor de bens de capital no Brasil. No ano de 2010, haviam 61.806 pessoas empre-gadas formalmente no setor no Estado (Dieese, 2011).

Bens de Capital – Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas e Industriais

Indicadores econômicos da indústria nacional de bens de capital

Pessoal ocupado (dez/10) 478.762Remuneração média produção (dez/10) R$ 1.529,11Exportações (2010) R$ 16,2 bilhõesImportações (2010) R$ 43,8 bilhõesSaldo da BC (2010) R$ -27,6 bilhõesFaturamento (2010) R$ 71,8 bilhõesConsumo aparente (2010) R$ 99,5 bilhõesCapacidade ociosa (dez/10) 17,7%

Fonte: RAIS 2009; CAGED 2010 e Abimaq

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Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Máquinas e equipamentos para uso da indústria em geral

• Implementos agrícolas para uso na produção florestal, pecuária, vegetal e animal

• Máquinas e equipamentos de pós-colheita, armazenamento, limpeza, pré-limpeza, beneficiamento, classificação, lavagem e secagem

• Máquinas e equipamentos para irrigação, aspersão, gotejamento, microaspersão e pivô

• Máquinas, ferramentas e utensílios agrícolas de uso geral e nas produções florestal, vegetal e pecuária

• Peças, acessórios e componentes• Tratores de roda e esteira,

microtratores, colheitadeiras, automotrizes e colhedoras

Principais produtos

Máquinas e Equipamentos IndustriaisO setor demáquinas e equipa-

mentos industriais agrega valor em diversas indústrias, quando se consi-dera a totalidade de sua cadeia produ-tiva, sendo transversal a praticamente todos os segmentos e mobilizando o maior número dos setores industriais: do plástico ao aço, da instrumentação e eletrônica à informática.

A inovação é um imperativo do setor. As empresas necessitam ofe-recer constantemente equipamentos tecnologicamente avançados e pro-

dutivos aos seus clientes (indústrias). Este imperativo gera a necessidade de investimento constante em pesquisa e desenvolvimento de inovações tec-nológicas. Segundo a PINTEC (Pesqui-sa de Inovação Tecnológica do IBGE), a taxa média da inovação é de 33,5% para a indústria em geral e de 41% para a indústria de máquinas e equi-pamentos.

Máquinas e Implementos AgrícolasO Rio Grande do Sul é protago-

nista na fabricação em máquinas e implementos agrícolas. De todas as empresas atuando no Brasil, mais de 60% estão instaladas no Estado. Três empresas respondem por quase me-tade da produção nacional de tratores de rodas e esteiras, colheitadeiras e retroescavadeiras. O RS concentra um terço da força de trabalho do país nes-ta indústria.

Há no segmento um marcante as-pecto heterogêneo. Entre as empresas de grande porte, no Estado se locali-zam seis unidades de três dos princi-pais players mundiais de fabricantes de máquinas agrícolas. Os implemen-tos de tração mecânica, voltados para o mercado doméstico e externo, são produzidos por companhias de grande ou médio porte. Existem ainda empre-sas de menor tamanho que fabricam equipamentos de menor complexida-de, de capital nacional e atendem prin-cipalmente às demandas regionais.

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Bens de Capital – Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas e Industriais

Potência em númerosO setor de máquinas e equipa-

mentos conta com 1,9 mil estabele-cimentos no Brasil (RAIS 2010) e é bastante diversificado, possui 26 sub-setores. Os três sub-setores de maior relevância em número de empresas são os de fabricação de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, exceto para irrigação, com 19,7% do total; de fabricação de má-quinas e ferramentas, com 7%; e de fabricação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial, com 6,9%.

O Estado abriga aproximadamen-te 641 empresas com predominân-cia no Noroeste do Estado (77,78%). O desenvolvimento do setor guarda relação com a vocação produtiva da região, caracterizada pela agricultura empresarial através das culturas de soja, arroz e trigo.

O protagonismo gaúcho é evi-denciado em sua participação na pro-dução nacional de plantadeiras moto-rizadas, tratores de rodas e esteiras, colheitadeiras e retroescavadeiras. Das 88.874 unidades fabricadas no país em 2010, 46,1% foram produzi-das por três grandes empresas ins-taladas no Rio Grande do Sul. Estas empresas operam em Santa Rosa,

Canoas, Horizontina, Montenegro e Caxias do Sul.

Constitui o setor um segundo gru-po formado por empresas de origem local, nas cidades de Passo Fundo e Panambi, produtoras de máquinas agrícolas e nas cidades de Não-Me-To-que e Carazinho, destaque em produ-tos para agricultura de precisão.

O setor de máquinas e imple-mentos agrícolas emprega aproxima-damente 25 mil pessoas no Estado – mais de um terço da força de trabalho do país nesta indústria. Nos dez muni-cípios onde estão concentradas 73% das companhias, 50,95% dos postos de trabalho são gerados nas gran-des empresas, 25,51% nas médias e 23,54% nas pequenas.

O segmento de máquinas e im-plementos agrícolas é parte integran-te do setor de máquinas e equipa-mentos que responde pela geração de 13,4% do Valor de Transformação Industrial (VTI) do Brasil.

Em 2010, a indústria nacional de máquinas e implementos agríco-las exportou 19.176 unidades, tendo como principal destino a América do Sul (11.031), sobretudo a Argentina (4.846). As vendas internas no ata-cado, por sua vez, somaram 68.525 produtos, dos quais 12.224 apenas no Rio Grande do Sul.

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Diferenciais competitivos• Atividades de PD&I: Empresas promovem inovação de processos e produtos,

buscando constantemente diferenciação e agregação de valor.

• Fornecedores locais de MPs, componentes e insumos: O RS possui o segundo maior parque metal mecânico e eletro eletrônico do País, além do maior parque de automação, entre outros setores correlatos que abastecem essa indústria.

• Incentivos no RS: Novo FUNDOPEM enquadra atividade como estratégica, oferecendo uma série de benefícios.

• Incentivos RS para PD&I: dentre suas prioridades para os programas estaduais de apoio À inovação, o governo do RS definiu dois temas relevantes para essa indústria, a saber: agricultura de precisão e irrigação.

• Educação e treinamento: Tradição do setor contribui para desenvolvimento de mão de obra altamente especializada. Grau de tecnologia é comparável aos melhores do mundo.

• Financiamentos estaduais e federais: Crédito disponível no sistema financeiro local (Badesul, BRDE e Banrisul) e instituições nacionais. FINAME PSI oferece financiamento para produção e aquisição de máquinas.

• Infraestrutura (energia, comunicação e logística): Com bom nível, atende às necessidades do segmento. Proximidade com Mercosul é estratégica, facilitando o escoamento da produção.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 185: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Principais oportunidades

A crescente demanda in-ternacional por produ-tos agrícolas constitui um cenário de ótimas oportunidades para a in-dústria gaúcha. De acor-

do com relatórios da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organiza-ção para a Cooperação e Desenvol-vimento Econômico (ODCE), o Brasil irá aumentar sua produção de itens tradicionais. Entre 2010 e 2019, a fabricação de etanol deve registrar crescimento de 7,5% ao ano. No mesmo período, as exportações de oleaginosos passarão de 26% para 35% do total mundial.

Outro estudo, também elabo-rado pela FAO, aponta uma enorme expansão da produção de alimen-tos. Nas próximas quatro décadas, será necessária uma ampliação de 70% para atender a demanda da po-pulação mundial – que evoluirá dos atuais 6,7 para 9,1 bilhões.

Estão previstos, no curto e mé-

dio prazo, investimentos em torno de R$ 688 milhões para o setor no Rio Grande do Sul. Serão beneficia-das principalmente as regiões onde estão inseridos os municípios de São Leopoldo, Não-Me-Toque e Horizon-tina.

As projeções de crescimento dos setores metal-mecânico e ele-troeletrônico e automação – cadeias da qual fazem parte a indústria de máquinas e implementos agrícolas – também são promissoras.

A agricultura de precisão se destaca como o futuro do setor, con-siderando a busca constante por ga-nhos de produtividade. O Estado do RS lidera ações neste segmento, in-clusive com a presença de empresa pioneira neste setor.

Com uma longa trajetória de sucesso, o setor de máquinas e im-plementos agrícolas tem diante de si um cenário com muitas perspec-tivas. E é com base nelas que o Rio Grande do Sul continuará protagoni-zando.

Bens de Capital – Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas e Industriais

A agricultura de precisão se destaca como o futuro do setor, considerando a busca constante por ganhos de produtividade

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

APL's CompetitivosFortalecimento de APL para o segmento Pós-Colheita - Noroeste Colonial do Setor Madeira, Celulose e Móveis

Lançamento de edital para apoio ao APL para o segmento Pós-Colheita - Noroeste Colonial do Setor Madeira, Celulose e Móveis

Atividades de PD&I Promover inovações tecnológicas na área de Agricultura de Precisão

Orientar alguns Polos de Modernização Tecnológica para apoiar projetos na área de agricultura de precisão - SCIT

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais

Apoiar a participação de empresas gaúchas na Feira Agrishow (São Pauilo, Brasil)

Educação e Treinamento

Melhorar a oferta de profissionais qualificados para o setor

Articular junto ao Governo Federal a utilização de recursos para o melhor aproveitamento dos novos projetos e/ou aprimorar os já existentes, como ex: Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC). Direcionando esforços para que o setor metal mecânico seja foco das novas escolas.

Page 187: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Bens de Capital – Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas e Industriais

Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

Incentivos tributários para máquinas e equipamentos

Melhorar as condições financiamento de máquinas e implementos agrícolas destinados a irrigação

Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada - SEAPA

Incentivos tributários para produtos

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha

Adoção de nova política para transferência de saldos credores decorrentes de exportação.

Infra-estrutura Promover ações de interlocução entre cadeias produtivas

Câmara Temática em Irrigação - SEAPA

Sistema Financeiro Gaúcho

Melhorar as condições de investimento para empresas fornecedoras de empresas Âncora do setor com a flexibilização das garantias para a concessão do crédito e a amortização do crédito sendo realizada pela Âncora

Projeto Âncora para o Desenvolvimento de Cadeias de Fornecedores

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A indústria de madeira, celulose e móveis do Rio Grande do Sul é destaque nacional: responde por 15% de toda a produção brasileira. O setor é responsável por 4% do PIB gaúcho e fatura mais de R$ 8 bilhões por ano. Com marcante aspecto social, emprega, direta e indiretamente, cerca de 300 mil pessoas.

Madeira, Celulose eMóveis

Marcelo de Carvalho LopesCoordenador (Sponsor)

Badesul

Maureci BerglerCoordenador executivo

Badesul

José Carlos C. AzeredoCoordenador técnico da Câmara Setorial da

Cadeia Produtiva de Florestas Plantadas SEAPA

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 189: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Da necessidade à oportunidade

O segmento teve como ponto de partida a che-gada dos imigrantes ao Rio Grande do Sul, que, ao abrirem espa-ços para as atividades

agrícolas, aproveitavam a madeira para suprirem suas necessidades de construção, fabricação de móveis e energia. Com o avançar dos anos, a atividade consolidou-se como uma in-dústria e assumiu práticas de susten-tabilidade.

Reflorestamento: dupla soluçãoAntes dos fluxos migratórios, cer-

ca de 40% da superfície do Estado era coberta por florestas naturais. O processo de ocupação do território, contudo, desencadeou um acelerado desmatamento, provocando danos ao ecossistema e ameaçando a susten-tabilidade dos recursos florestais do território gaúcho. Com o cultivo de flo-restas plantadas, iniciou-se um reposi-ção florestal, solucionando o problema em dois aspectos: na preservação das florestas naturais e no suprimento de matéria-prima para a indústria. As pri-meiras iniciativas de reflorestamento no Estado ocorreram a partir de 1930, com a introdução do cultivo da acácia-negra. Na década seguinte, com o obje-tivo de garantir a reposição do pinheiro-brasileiro, houve a criação do programa denominado Florestas Nacionais de São Francisco de Paula, Canela e Passo Fundo – unidades de conservação pio-

neiras em solo gaúcho. Impulsionada por políticas de incentivo fiscal, o culti-vo de florestas plantadas registrou um forte crescimento entre os anos 1967 e 1986, baseado no plantio de eucalipto e pinus.

Progresso econômico e socialA cadeia produtiva de base flores-

tal abrange os ramos de produção de madeira e seu processamento indus-trial (madeira serrada e produção de painéis), produção de móveis, de celu-lose, de papel e papelão, e, ainda, de carvão vegetal. O setor serve de base para sustentar o processo de desen-volvimento de diversos municípios do Estado, respondendo por parcela signi-ficativa da geração de renda, da oferta de empregos e das vendas externas do Rio Grande do Sul.

Com forte identificação social, o segmento de base florestal absorve no mercado de trabalho pessoas com va-riados níveis de qualificação, do plan-tio florestal ao projeto e fabricação de móveis com design moderno. Como a atividade possui diversos ciclos de produção, são criadas oportunidades durante todas as épocas do ano. Para os produtores rurais, o cultivo florestal representa também uma forma razoa-velmente segura de diversificação da renda, sem riscos climáticos.

Indústria gaúcha em evidência nacionalO Brasil tem participação de 2% no

mercado mundial de madeira, sendo o 4º maior produtor de celulose e 14º de móveis. As empresas gaúchas des-

Madeira, Celulose e Móveis

Page 190: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Produção de madeira: madeira sólida, lenha e carvão obtidos a partir da extração vegetal e da silvicultura.

• Primeira transformação industrial: serrarias, fábricas de compensados, de painéis, de lâminas de madeira, de celulose,de papel e de papelão; Segunda transformação industrial ou consumo final: indústria moveleira, indústria de embalagens, indústria gráfica e editorial, comércio, serviços, construção civil etc.

• Indústrias correlatas e de apoio: máquinas e implementos agrícolas, calcário, adubos e defensivos agrícolas, transporte, siderurgia, indústria de máquinas e equipamentos, indústria química, energia elétrica etc.

Principais produtos

tacam-se no cenário nacional, respon-dendo por 15% da produção de móveis e cerca de 3% da produção de celulose.

Com forte atuação, o setor res-ponde por 4% do PIB do Rio Grande do Sul e fatura anualmente em torno de R$ 8,2 bilhões. Desse montante, R$ 4,6 bilhões refere-se apenas às empre-sas moveleiras, valor que representa 15,6% do faturamento nacional desse segmento.

A cadeia produtiva de base flores-tal é responsável pela geração direta e indireta de cerca de 300 mil empregos, dos quais 39 mil apenas no setor mo-veleiro. A silvicultura, por sua vez, ga-rante o sustento de 40 mil famílias.

A indústria gaúcha de móveis des-taca-se também nas exportações: do total que o Brasil comercializa no exte-rior, 26,7% tem origem no Estado, so-mando US$ 211 milhões por ano.

Indústria Gaúcha de Base Florestal em números (2010):

Indústrias de móveis 2.700Empresas de celulose e papel 420Fabricantes de tanino 2Fabricantes de chapas de madeira 3Empresas que empregam matéria-prima florestal 20.000

Fonte: SEFAZ-RS

Representatividade do RS no Setor Moveleiro (2010):

Participação na produção nacional 15%Exportação US$ 211 miParticipação na exportação nacional 26,7%Participação no PIB estadual 4%Faturamento anual R$ 8,2 biEmpregos 300 mil

Fonte: SEFAZ-RS

Page 191: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

191

Madeira, Celulose e Móveis

Diferenciais competitivos• Atividades de PD&I: Grandes empresas já geram inovações, agregando valor

ao produto final;

• Demanda local: Estado integra uma das três maiores regiões em densidade da cadeia produtiva;

• Sistema Financeiro Gaúcho e Financiamento Federal: Três instituições sólidas – Badesul, BRDE e Banrisul – contam com produtos financeiros próprios, além de operar com linhas do BNDES e FINEP.

• Incentivos para investimento FUNDOPEM – Integrar: Novo Fundopem-Integrar enquadra o setor como estratégico, oferecendo condições especiais.

• Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos: Disponibilidade de segmentos estruturados em APLs, de forma a gerar economias no processo produtivo;

• Fornecedores de maquinas e equipamentos: Fabricantes de máquinas e equipamentos especializados nos diversos segmentos e elos do setor, tecnologicamente atualizados, instalados no Estado.

• Recursos naturais: Solo e clima adequados para obtenção de alta produtividade na produção de madeira.

Page 192: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Principais oportunidades

Favorecidas pelas con-dições edafo-climáticas e por longo período de pesquisas e experimen-tos, espécies exóticas, como o eucalipto e o pi-

nus, alcançam altas produtividades no Brasil, as maiores do mundo, o que vem motivando significativas expansões no cultivo florestal, para atender a crescente demanda de produtos derivados da madeira.

Na base do processamento in-dustrial tanto de pinus como de eucalipto, tem-se a madeira serra-da, com demanda concentrada na construção civil, indústria de mó-veis e indústria de embalagens, cujo mercado está atrelado à expansão desses segmentos. A procura por madeira serrada, principalmente de eucalipto, pode receber grande im-pulso no futuro, com o emprego de técnicas de secagem que propiciem a estabilização da madeira, o que possibilita a substituição da madei-ra maciça derivada de florestas na-tivas na fabricação de móveis.

Num nível mais sofisticado de industrialização, tem-se a produção de chapas de madeira, que pode ser agrupado em três categorias: chapas de compensado (composto por lâminas coladas de madeira), chapas de partículas aglomeradas de madeira (MDP, OSP) e chapas de fibras de madeira MDF e HDF).

Com amplo emprego na fabri-cação de móveis e na construção civil, a indústria de painéis de ma-deira industrializada vem embala-da por um período bastante positi-vo. Entre 1999 e 2009, a produção brasileira registrou crescimento de 440%. Mesmo com o abalo provoca-do pela crise de 2008, as expectati-vas são otimistas para o segmento, de acordo com a Abipa (Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira), baseado principalmente no robusto mercado doméstico.

Diversos fatores justificam a expansão da demanda de painéis, dentre eles, destacam-se o aumen-to e a melhor distribuição da ren-da, a diminuição do desemprego, a maior oferta de crédito, dentre ou-tros

O incremento das políticas pú-blicas voltadas à construção de mo-radias também impulsiona o setor. Com o aumento da demanda por móveis, cresce obrigatoriamente o consumo de painéis de madeira industrializada, o que elava a po-tencialidade da cadeia produtiva de base florestal no Rio Grande do Sul.

Originalmente com foco no mercado externo, as empresas de madeira mecanicamente processa-das passam por um período de re-adequação de posicionamento no mercado. Cada vez mais concen-tram sua atuação no atendimento

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 193: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Madeira, Celulose e Móveis

das demandas domésticas, em de-corrência da expansão da constru-ção civil, da demanda por móveis e por embalagens de madeira.

No âmbito da indústria de base florestal, destaca-se também a pro-dução de celulose, produto empre-gado principalmente na fabricação de papel e papelão.

Nos últimos anos, o Brasil vem se consolidando como um dos prin-cipais exportadores de celulose do mundo, sobretudo para a China e Europa. Domesticamente, o seg-mento assiste a um momento de crescimento consistente, com a ampliação do consumo de papel e papelão em decorrência do aumen-to da renda.

As projeções da demanda mun-dial e a competitividade da indús-tria nacional de celulose , segundo a Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel), favorece o início de um novo ciclo de expansão. Para atender à demanda crescente dos mercados interno e externo, a in-dústria brasileira de celulose prevê

investimentos de US$ 20 bilhões, nos próximos dez anos, destinados principalmente à ampliação da base florestal e ao aumento da produção industrial.

Inserido neste contexto, o Rio Grande do Sul apresenta a vanta-gem complementar de dispor de áreas para cultivo florestal em re-giões com facilidade de acesso ao porto marítimo, o que resulta em grande oportunidade para a expan-são da produção de celulose, de for-ma bastante competitiva.

Há, também, perspectivas fa-voráveis em razão dos eventos de grande porte que o Brasil irá rece-ber. Com a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o segmento de base florestal projeta impactos positivos em decorrência dos investimentos que serão reali-zados nas cidades onde ocorrerão esses eventos.

Sintonizada com essas perspec-tivas, a cadeia produtiva de base florestal gaúcha qualifica-se para potencializar sua vocação histórica.

Nos últimos anos, o Brasil vem se consolidando como um dos principais

exportadores de celulose do mundo

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Acesso a incentivos / Sistema Financeiro Gaúcho / Atividades de PD&I.

Promover o SDRS junto as empresas gaúchas.

Divulgar o SDRS, via estande institucional, às empresas gaúchas nas seguintes feiras no RS: FIMMA - Máquinas e Acessórios (Bento Gonçalves, Brasil); Feira da Floresta - FEMMAM (Gramado, Brasil); Movelsul (Bento Gonçalves, Brasil).

APL's Competitivos.Fortalecimento de APL para o segmento Moveleiro - Serra do Setor Madeira, Celulose e Móveis.

Lançamento de edital para apoio ao APL para o segmento Moveleiro - Serra do Setor Madeira, Celulose e Móveis.

Atividades de PD&I.Promover o desenvolvimento de pesquisas voltadas a utilização de novas matérias-primas/cultivares.

Fomentar projetos de inovação tecnológica do setor através do Programa de Polos de Modernização Tecnológica - SCIT.

Atividades de PD&I.Promover o desenvolvimento de pesquisas voltadas a utilização de novas matérias-primas/cultivares.

Articular com as Universidades, Centro Tecnológico Imobiliário (CETEMO/SENAI), Centro Gestor de Inovação Moveleiro (CGI) e SEBRAE.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Apoiar a participação de empresas gaúchas nas Feiras Mercomóveis (Santa Catarina, Brasil) e Formóbile (São Paulo, Brasil).

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Melhorar as condições de oferta dos produtos no mercado nacional.

Articular junto ao Governo Federal a inclusão na linha de financiamento Minha Casa Minha Vida a possibilidade de financiar o mobiliário.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Articular a formação de Redes de Cooperação visando a integração do setor.

Programa Redes de Cooperação - SESAMPE.

Educação e treinamento.

Melhorar a oferta de profissionais qualificada para o setor.

Articular com o Governo Federal e as instituições de ensino profissionalizante a oferta de cursos específicos para o setor.

Page 195: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

195

Madeira, Celulose e Móveis

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Fornecedores locais de MPs, Componentes e Insumos / Fornecedores de serviços relacionados.

Promover a instalação de Comitês Regionais Florestais.

Programa Florestal do Rio Grande do Sul - SEAPA.

Incentivos para PD&I / Icentivos Tributários para Produto / Incentivos para Investimentos.

Alterar a composição do Conselho do FUNDEFLOR (Fundo de Desenvolvimewnto Florestal) para que passe a ser constituído por representantes do setor público e privado.

Elaborar proposta de Decreto de regulamento do FUNDEFLOR.

Incentivos para PD&I / Icentivos Tributários para Produto / Incentivos para Investimentos.

Buscar o direcionamento dos recursos do FUNDEFLOR (Fundo de Desenvolvimewnto Florestal) a serem recolhidos a partir de 2012, com aplicação definida pelo Conselho.

Instalação de Grupo de Trabalho junto à Camara Setorial de Florestas Plantadas.

Incentivos tributários para matérias primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Concessão de incentivo fiscal para o aproveitamento de resíduos de madeira serrada, utilizados como insumo em indústrias do Estado.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Adoção de nova política para transferência de saldos credores decorrentes de exportação.

Infra-estrutura.

Atrair operador logístico de baixo calado para o transporte hidroviário, de modo a viabilizar o embarque de contêineres nos portos de Estrela, Nova Santa Rita e Porto Alegre.

Programa de Infra-Estrutura para o Desenvolvimento - DINF/AGDI.

Infra-estrutura.Analisar o Programa Floresta-Indústria RS na Câmara Setorial de Florestas Plantadas.

Implantar o Programa Floresta-Indústria RS.

Page 196: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

196

O setor de Petróleo e Gás tem previsão de investimentos no Brasil que superam U$250 bilhões nos próximos cinco anos. O Estado, que já possui empresas bem estabelecidas e mão de obra qualificada que atuam como fornecedores de equipamentos para Petróleo e Gás, tem grandes oportunidades de adensamento de suas cadeias produtivas, bem como para atração de novas empresas deste setor. Alia-se a isso o fato do Rio Grande do Sul vir assumindo a posição de nova fronteira da indústria oceânica no país.

Equipamentos para Indústria de PetróleoeGás

Marcus CoesterCoordenador (Sponsor)

AGDI

Aloísio NóbregaCoordenador executivo

AGDI

Leandro Vanz de AndradeAssessor técnico

AGDI

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 197: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

197

Nova fronteira, novas oportunidades em investimentos

A indústria de Petróleo e Gás no Brasil, capita-neada pela Petrobras, segue uma tendência de ampliação de inves-timentos em todos os

seus elos desde a exploração e pro-dução até a distribuição, passando pelo abastecimento e pelo refino. O plano de negócios 2011-2015 da Petrobras prevê um investimento de US$ 224,7 bilhões em bens e serviços. Destes, 95% são ativida-des desenvolvidas no Brasil e 5% atividades desenvolvidas no exte-rior, contemplando um total de 688 projetos. Soma-se a isso o fato de que o Rio Grande do Sul tornou-se a nova fronteira de desenvolvimen-to da indústria oceânica no país e conforma-se um contexto favorável para que o setor de equipamentos para indústria de petróleo e gás viva um momento de franca expan-

são no Estado. Esse processo traz consequências favoráveis não ape-nas para o setor, mas também para todas as atividades relacionadas.

Estrutura completa para o desenvolvimento A estrutura tradicional das empre-

sas gaúchas converge para o sucesso da indústria de petróleo e gás. Afinal, o Rio Grande do Sul possui organizações bem estabelecidas nos setores metal-mecânico, de máquinas e equipamen-tos, de eletroeletrônica e de automa-ção, entre outros.

Todos esses ramos são fornece-dores importantes nas operações da cadeia produtiva de petróleo e gás – desde a exploração e a produção até o transporte, refino e distribuição.

O diferencial da mão de obraO Rio Grande do Sul destaca-se

também por sua força de trabalho. O Estado conta com inúmeras universi-

Equipamentos para Indústria de Petróleo e Gás

Page 198: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Fabricação de equipamentos de processo.

• Equipamentos mecânicos.• Elétrica, automação e

instrumentação.• Sistemas navais.• Estruturas oceânicas.• Tubulação e válvulas.• Segurança.• Telecomunicações.

Principais produtos

dades, bem como faculdades e esco-las técnicas. O Índice Geral de Cursos (IGC), indicador de qualidade do Minis-tério da Educação, coloca os gaúchos em primeiro lugar em relação a univer-sidades, centros universitários e facul-dades.

Mercado de trabalho em expansão

O desenvolvimento da indústria de petróleo e gás traz reflexos para diversos outros segmentos da econo-mia. Com isso, o mercado de trabalho também responde favoravelmente. Em

2009 segundo a ONIP o setor de bens e serviços offshore proporcionou 75 mil empregos diretos e 350 mil indiretos no Brasil.

PGPIN: Esforços conjuntosDentro desse contexto, o Gover-

no do Estado instituiu o Programa de Estruturação, Investimento e Pesquisa em Gás Natural, Petróleo e Indústria Naval do RS (PGPIN). Trata-se de inicia-tiva que estabelece uma lógica de go-vernança para coordenar as ações para o desenvolvimento do setor.

O programa é conduzido de forma transversal com diversos órgãos pú-blicos e de forma articulada com a Pe-trobras, a FIERGS e outros agentes do meio industrial.

75 mil empregos diretos foram criados no setor de bens e serviços offshore em 2009

O PGPIN estabelece uma lógica de governança para coordenar as ações para desenvolvimento do setor

Page 199: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

199

Equipamentos para Indústria de Petróleo e Gás

Diferenciais competitivos• Bens de capital: Indústrias tradicionais de máquinas, equipamentos e processos

do Estado já possuem as competências, os equipamentos e os processos necessários para o setor.

• Educação e treinamento: Profissionais qualificados e busca de ampliação da oferta e de avanço tecnológico.

• Sistema Financeiro Gaúcho e Financiamento Federal: Três instituições sólidas – Badesul, BRDE e Banrisul – contam com produtos financeiros próprios, além de operar com linhas do BNDES e FINEP.

• Incentivos para investimento Fundopem – Integrar: Novo Fundopem-Integrar enquadra o setor como estratégico, oferecendo condições especiais.

• Incentivos tributários para produto: No que diz respeito a fornecimentos para a indústria Naval e Oceânica, o Estado aderiu ao regime especial REPETRO e ao REB.

• Incentivos estaduais para pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I): Plano de desenvolvimento tecnológico que visa ampliar parques e instalar centros de competitividade. Lei de Inovação Estadual é uma das mais avançadas no Brasil.

• Redes de Inovação: O Rio Grande do Sul foi pioneiro na implantação de uma Rede de Inovação especializada em fornecimento de equipamentos para Petróleo e Gás, a Rede Petro-RS, uma referência nacional desde 1999, articulando empresas, governo e ICTs. Destaca-se também a atuação do Comitê de Competitividade em Petróleo, Gás e Energia e do Conselho de Inovação e Tecnologia da FIERGS.

Page 200: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Clau

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iPrincipais oportunidades

As recentes descobertas offshore – no chamado pré-sal – colocam o Brasil entre os maiores detentores de re-servas de petróleo do mun-do. Eis um novo marco para

o país, não apenas pela possibilidade de acelerar o desenvolvimento econômico e social, mas também para aumentar seu protagonismo diante dos mercados inter-nacionais. Investidores valorizam a capa-cidade de reserva e de produção em uma nação estável, democrática e com baixo risco geopolítico.

Isso traz reflexos positivos também para a indústria gaúcha, que tem grande potencial de consolidação devido ao avan-ço do setor naval brasileiro. Com indústrias tradicionais servindo de fornecedores à atividade, a economia do Estado está em-balada pelos investimentos provenientes de novas jazidas de petróleo em ambiente marítimo.

Através de seu plano de negócios

2011-2015, a Petrobras anunciou que a curva de produção continua ascendente. A extração agora é feita em campos maio-res e com resultados mais expressivos. O documento cita também que a estatal pretende duplicar suas reservas provadas até 2020. Eis a razão dos investimentos de US$ 224,7 bilhões previstos no período pela estatal. Desse montante, 95% são ati-vidades desenvolvidas no Brasil e 5% no exterior, contemplando um total de 688 projetos.

O Rio Grande do Sul consolidou sua imagem de nova fronteira para crescimen-to e desenvolvimento da indústria oceâni-ca e naval no Brasil. E isso, enfim, colabora diretamente para o posicionamento com-petitivo de fabricantes de equipamentos instalados no Estado. Aumentar a partici-pação das empresas gaúchas no atendi-mento à demanda nacional e internacional da indústria de Petróleo e Gás é um impor-tante desafio – e uma grande oportunida-de – para os próximos anos.

Com indústrias tradicionais servindo de fornecedores à atividade, a economia do

Estado está embalada pelos investimentos provenientes de novas jazidas de petróleo

em ambiente marítimo

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 201: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Acesso a incentivos / Sistema Financeiro Gaúcho / Atividades de PD&I.

Promover o SDRS junto as empresas gaúchas.

Divulgar o SDRS, via estande institucional, às empresas gaúchas na Feira do Polo Naval (Rio Grande).

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Realizar a promoção comercial do Estado do RS e a atração de investimentos.

Apoiar a participação de empresas gaúchas em missões internacionais para OTC (Estados Unidos), ONS ( Noruega) e Rio Oil &Gas (Rio de Janeiro, Brasil) e para os Estados Unidos (Houston).

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Apoiar a participação de empresas gaúchas na Feira Rio Oil & Gas (Rio de Janeiro, Brasil).

Educação e Treinamento.

Elaborar programa integrado de qualificação e formação profissional específico para as atividades da cadeia produtiva da indústria offshore, coordenado pelo estado e protagonizado pelas empresas.

Programa de promoção da qualificação e formação profissional para as atividades da cadeia produtiva da Indústria de Petróleo e Gás.

Page 203: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Equipamentos para Indústria de Petróleo e Gás

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Fornecedores locais de MPs, componentes e insumos / Fornecedores de serviços relacionados.

Promover a ampliação da participação da indústria gaúcha no fornecimento de bens e serviços para indústria de Petróleo e Gás. Alinhar as competências industriais do RS (metal-mecânico, eletroeletrônico, automação, entre outros) às demandas na indústria de Petróleo e Gás.

Programa de promoção à ampliação da participação da indústria gaúcha no fornecimento de bens e serviços para a cadeia da Indústria de Petróleo e Gás.

Fornecedores locais de MPs, Componentes e Insumos / Fornecedores de serviços relacionados / APL's Competitivos.

Atrair investimentos e empresas interessadas na implantação de unidades fabris para fornecimento de bens para indústria de Petróleo e Gás.

Promover a atração de empreendimentos ligados ao setor Equipamentos para a Indústria de Petróleo e Gás.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Adoção de medidas especiais para desoneração do ICMS incidente nas operações de produção de equipamentos utilizados na indústria de petróleo e gás, indústria oceânica e no polo naval.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Diferimento do ICMS na importação de insumos adquiridos de outras unidades da Federação e sem similar no Estado.

Page 204: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Com a participação ativa do Rio Grande do Sul, o setor que contempla a Indústria Petroquímica, Material Plástico e Produtos de Borracha esta em fase próspera no Brasil, mas desafiadora. Com investimentos previstos de R$ 2,5 bilhões até 2020, o Estado abriga o mais moderno centro de tecnologia do país, em Triunfo, mas muito trabalho será necessário para o setor atingir seus objetivos de crescimento.

Indústria Petroquímica, Material Plástico e Produtos de Borracha

Marcus CoesterCoordenador (Sponsor)

AGDI

José Antônio Severo MartinsCoordenador executivo

AGDI

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 205: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

205

Um setor em plena expansão

A Indústria Petroquímica, de Material Plástico e Produtos de Borracha recebeu atenção e in-vestimentos ao longo dos últimos anos. O ad-

vento do pré-sal deverá ajudar na expansão e competitividade des-tes setores, especialmente no Rio Grande do Sul, onde se localiza uma parte significativa da indústria petroquímica do país.

Bem posicionado no ranking na-cional, o setor divide-se em três seg-mentos. A indústria de base responsá-vel pela produção dos petroquímicos básicos – eteno, propeno, butadieno, benzeno e estireno. Na sequência da cadeia, aparecem as indústrias fabri-cantes de resinas petroquímicas, como os polietilenos, polipropileno, poliesti-reno e elastômeros (borracha). E no fi-nal da cadeia produtiva do setor estão as empresas transformadoras destas matérias-primas em material plástico e produtos de borracha. Enquanto a in-dústria petroquímica produz as maté-rias-primas para o restante da cadeia produtiva, a transformação do plástico e da borracha se caracteriza por sua in-finidade de usos, já que encontramos borracha e plástico em um grande nú-mero de produtos. Ambos são utiliza-

dos com frequência na fabricação de produtos para o agronegócio e indús-tria naval, como também para a indús-tria de alimentos, móveis e automotiva, contribuindo assim com a agregação de valor e tecnologia em diversas ou-tras atividades da economia.

Rio Grande do Sul na vanguarda Com dois centros de tecnologia

e inovação em Triunfo, o Rio Grande do Sul se encontra na vanguarda da produção de petroquímicos e resinas. São os mais modernos e bem equipa-dos centros do setor na América Lati-na, com investimentos em torno de R$ 350 milhões. Mais de 200 pessoas, entre pesquisadores e técnicos, com-põem a equipe, que conta ainda com 11 laboratórios para o desenvolvimen-to de produtos, processos e aplicações em parceria com clientes. Neste am-biente de alta tecnologia, nasceu o po-lietileno verde.

Na produção de transformados de plástico e borracha, a tecnologia empregada caracteriza-se pela mes-cla entre o tradicional e o moderno. As ferramentarias, responsáveis pela fa-bricação de moldes e matrizes, traba-lham muito próximas dos fabricantes de plástico e borracha. Há casos de formação de acordos tecnológicos com

Indústria Petroquímica, Material Plástico e Produtos de Borracha

Page 206: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Petroquímicos básicos.• Resinas petroquímicas.• Elastômeros (borrachas).• Produtos transformados de

matérias-primas.

Principais produtos

empresas estrangeiras, assim como a aquisição de maquinários mais sofisti-cados, que vêm melhorando de forma mais abrangente os índices de compe-titividade das empresas.

Capital humano e trabalho conjuntoConhecida por sua sofisticação, a

indústria gaúcha de máquinas e equi-pamentos é caracterizada pela organi-zação e cooperação entre os fabrican-tes. Isso está expresso na formação de centros tecnológicos, como ocorre na Serra Gaúcha, com a formação de consórcios para compra de máquinas e equipamentos, para o desenvolvimen-to tecnológico e para a produção de moldes e ferramentas.

Todos esses investimentos em tec-nologia demandam trabalhadores cada

vez mais qualificados. Nesse sentido, instituições como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), a Universidade de Caxias do Sul (UCS) e o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Industrial (Senai) apresentam excelência na formação de trabalhadores no Estado.

Potência gaúcha, projeção nacionalAs empresas gaúchas que produ-

zem petroquímicos básicos, resinas pe-troquímicas e elastômeros atendem a 33% da demanda brasileira e 75% do próprio Estado. No ramo da fabricação de transformados de plástico e borra-cha, 4% dos produtos vendidos no Bra-sil e 37% do consumo no Rio Grande do Sul são provenientes de companhias rio-grandenses.

Segundo a Associação Brasileira Indústria de Plástico (Abiplast), cerca de 420 mil pessoas trabalham diretamen-te no setor Petroquímico, do Plástico e da Borracha no Brasil. Desse montante, 12% são empregados em organizações gaúchas, o que equivale a 50 mil pos-tos.

33% da demanda brasileira é atendida por empresas gaúchas

Page 207: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

207

Indústria Petroquímica, Material Plástico e Produtos de Borracha

Diferenciais competitivos• Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos:

Além de contar com a REFAP – Refinaria Alberto Pasqualini, uma das mais atualizadas do país, em constante atualização tecnológica e de capacidade produtiva, o RS conta com um excelente polo petroquímico em Triunfo, já consolidado e em expansão.

• Educação e treinamento: Oferta de escolas técnicas federais e do sistema Senai, como o Centro de Transformação de Polímeros (CETEPO) de São Leopoldo, com excelente posição no ranking nacional.

• Financiamento federal: Disponibilidade do sistema BNDES, através do Finame, torna eficiente e competitivo o investimento em bens de capital.

• Incentivos no RS: Novo FUNDOPEM enquadra atividade como estratégica, oferecendo uma série de benefícios.

• Parques tecnológicos: Os mais modernos parques e laboratórios tecnológicos à disposição do setor.

Page 208: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Pira

tiniPrincipais oportunidades

Os investimentos pro-gramados para o Polo de Triunfo ajudam a descortinar as oportu-nidades do setor Petro-químico, de Plástico e

de Borracha no Rio Grande do Sul. Na região, estão previstas a expansão da unidade industrial de butadieno, que é a matéria-prima da borracha, e a ampliação da unidade de polietile-no verde, além de investimentos em polipropileno verde e na duplicação da produção de estireno para 500 mil toneladas ao ano. Outro investimen-to importante no Polo de Triunfo é a produção de EPDM com etileno de fonte renovável, primeira produção mundial deste tipo de borracha.

A tarefa de colocar a indústria química brasileira entre as cinco maiores do mundo tornará o país su-peravitário em produtos desse setor, além de líder em química verde. O Rio Grande do Sul saiu na frente nes-se quesito graças à unidade de polie-tileno verde.

Outra oportunidade latente é o aproveitamento das riquezas advin-das do pré-sal por meio da agrega-ção de valor e conteúdo industrial as suas matérias-primas. Com uma produção adicional de dois milhões de barris de petróleo diários, confor-me os dados da Associação Brasilei-ra da Indústria Química (Abiquim), o aproveitamento das correntes petro-

químicas associadas demandará in-vestimentos de US$ 15 bilhões: apro-ximadamente um terço nas centrais e dois terços na segunda geração.

Tendo em vista a expansão da classe média brasileira, o consumo de plásticos e artefatos de borracha no país ainda tem muito a crescer e a sofisticar-se. No caso específico do plástico, o consumo per capita, hoje no patamar de 27,7 kg ao ano, pode-rá superar em breve o da Argentina, de 35,5 kg ao ano. Mesmo assim, o setor ainda terá muito espaço para crescer até o nível de países como os Estados Unidos, onde uma pessoa chega a consumir 170 kg de produtos plásticos ao ano, segundo a Abiplast.

O mercado, portanto, seguirá em expansão, tornando-se também mais exigente e competitivo, com um debate ambiental aprofundado. Nessa conjuntura, as pequenas em-presas terão de especializar-se em mercados regionais ou de nicho. As-sim sendo, a consolidação do setor nas indústrias do plástico e da bor-racha é um movimento inevitável. A estratégia que o setor irá perseguir é a da agregação de valor para fugir da simples busca por volumes de itens fabricados com pouca ou nenhuma tecnologia. Com isso, a ideia é que a indústria gaúcha alcance a segunda posição do ranking de faturamento de transformados de plástico e bor-racha do Brasil em cinco anos.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 209: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Page 210: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

APL's Competitivos.Fortalecimento de APL para o Setor Indústria Petroquímica, Produtos de Borracha e Material Plástico.

Lançamento de edital para apoio ao APL de Indústria Petroquímica, Produtos de Borracha e Material Plástico.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Apoiar a participação de empresas gaúchas nas Feiras Fispal Tecnologia (São Paulo, Brasil) e Expoplast (Peru).

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover a ampliação da participação da indústria gaúcha no fornecimento de bens e serviços para o setor Petroquímica, Produtos de Borracha e Material Plástico.

Apoiar a divulgação de casos de sucesso de empresas em seus canais de distribuição - benchmarking com empresas com excelência em práticas comerciais no mercado interno e externo.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover a ampliação da participação da indústria gaúcha no fornecimento de bens e serviços para o setor Petroquímica, Produtos de Borracha e Material Plástico.

Elaborar plano estratégico de marketing: participação em feiras, road show, rodadas de negócios, e folders de divulgação.

Page 211: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

211

Indústria Petroquímica, Material Plástico e Produtos de Borracha

Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover a ampliação da participação da indústria gaúcha no fornecimento de bens e serviços para o setor Petroquímica, Produtos de Borracha e Material Plástico.

Identificar as diferentes formas de comercialização no Brasil e no mundo com a utilização das melhores práticas pelo setor de acordo com as características dos diferentes segmentos da indústria.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover a ampliação da participação da indústria gaúcha no fornecimento de bens e serviços para o setor Petroquímica, Produtos de Borracha e Material Plástico.

Promover a participação do setor no Seminário de Atualidades Tecnológicas promovido pelo Centro Tecnológico de Polímeros (CETEPO) 2012.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover a ampliação da participação da indústria gaúcha no fornecimento de bens e serviços para o setor Petroquímica, Produtos de Borracha e Material Plástico.

Promover e apoiar rodadas de negócios e a participação das empresas.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Melhorar as condições de investimento para empresas fornecedoras de empresas Âncora do setor com a flexibilização das garantias para a concessão do crédito e a amortização do crédito sendo realizada pela Âncora.

Projeto Âncora para o Desenvolvimento de Cadeias de Fornecedores.

Page 212: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

212

A indústria de software gaúcha conta com profissionais altamente capacitados e 11 polos de TI. São mais de 150 cursos de graduação ofertados por instituições reconhecidas nacional e internacionalmente. O setor emprega em torno de 35 mil profissionais no Estado. Com forte crescimento mundial, o segmento tem um cenário de muitas oportunidades no Rio Grande do Sul.

Software

Marcelo de Carvalho LopesCoordenador (Sponsor)

Badesul

Otacílio NunesCoordenador executivo

Badesul

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 213: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

213

Fonte de inovação na economia gaúcha

A indústria de software gera impacto direto nas mais diversas cadeias produtivas do Estado, in-duzindo melhorias e atu-ando como fonte perma-

nente de inovação. Dessa forma, cria produtos, reorganiza processos, traz ganhos de competitividade e promo-ve eficiência.

Pelas caracteristicas do setor de software, o seu maior patrimônio são os profissionais com capacidade cria-tiva e intelectual. Dinâmicas e ágeis, as empresas têm na sua constante atualização técnica uma condição essencial para sobrevivência no mer-cado. Do ponto de vista estratégico, a indústria de software encontra-se no centro de um processo contempo-râneo: a construção da economia a partir da informação. Essa tendência capilariza seus produtos em diversos setores.

Polos de TI: um diferencial do Estado

O setor de Tecnologia da Informa-ção (TI) apresenta um diferencial no Rio Grande do Sul: a presença de po-los que aglutinam sua cadeia produ-tiva. Exemplos desses polos são: Par-que Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), Polo de Informática de São Leopoldo (Tecnosinos), Polo de Infor-mática de Caxias do Sul (Trino Polo), Parque Tecnológico do Vale dos Sinos

(Valetec) e Centro de Empreendedo-rismo e Parque Tecnológico de Canoas (CECan) entre outros. Geralmente, os polos são formados por incubadoras empresariais e parques tecnológicos. Além disso, contam com o apoio de uma instituição de ensino e pesquisa que fomenta suas atividades.

Além de possuir parques tecnoló-gicos de referência nacional e interna-cional, o Estado conta também com uma ampla rede de instituições de Ensino Superior, com a maior média de IGC (Índice Geral de Cursos) (Fon-te: MEC/INEP – Censo da Educação Superior - 2010), e com o maior índice de bolsas para mestres e Doutores a cada 100 Mil Habitantes - 2010 (Fon-te: GEOCAPES – 2010).

A indústria de software em números

Segundo estudo divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), o ano de 2010 foi de recuperação para o setor de TI brasileiro, que teve um cresci-mento de 21,3%. Este fato é espe-cialmente relevante em função do mercado mundial de software e ser-viços ter crescido somente 0,5% em 2010. Este resultado colocou o Bra-sil na 11ª posição no ranking mun-dial de TI, com uma movimentação de US$ 19,04 bilhões. Este volume se divide em US$ 5,51 bilhões em software, cerca de 2,2% do merca-do mundial, e US$ 13,53 bilhões em serviços. Na tabela a seguir está representada a divisão do mercado brasileiro de TIC:

Software

Page 214: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

214

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

As 1,5 mil empresas gaúchas de software e serviços de TI empre-gam cerca de 35.000 trabalhadores e tem um faturamento anual de R$ 3,5 bilhões. As empresas gaúchas respondem por 6,5% da demanda nacional e 20% da estadual. Estes

dados estão sintetizados na tabela ao lado.

O grande gargalo para o desen-volvimento do setor no país é a fal-ta de mão de obra. O levantamento da ABES identificou a falta de 70 mil profissionais para o setor em 2010. A estimativa é que, até 2013, este número cresça para 200 mil profis-sionais. A Política Industrial gaúcha para o setor vai tratar este tema com a máxima prioridade.

Na tabela ao lado está apresen-tada a divisão por origem dos softwa-res e serviços de TI brasileiros:

• Softwares de computadores.• Softwares de dispositivos móveis.• Serviços de TI.

Principais produtos

Mercado de TIC no Brasil - 2010 (US$ bilhões)

Segmentação do mercado

Mercado doméstico

Mercado exportação

Mercado total

Mercado de Software 5,40 0,11 5,51Mercado de Serviços 11,90 1,63 13,53Sub Total 17,30 1,74 19,04Mercado de Hardware 19,80 0,21 20,01Mercado de Telecom 80,60 - 80,60Outros serviços 6,10 0,44 6,54TI In-House 39,50 - 39,50Mercado Total 163,30 2,39 165,69

Fonte: ABES

Page 215: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

215

Software

Os números do software gaúcho (2010)

Número de empresas RS 1.500Faturamento R$ 3,5 biNúmero de empregos 35 milAtendimento da demanda nacional 6,5%Atendimento da demanda gaúcha 20%

Fontes: ABES, Assespro, Softsul

Divisão por Origem do Software/Serviço

Origem Volume Participação 2010/2009

Produção Local 1.020 18,5% + 85,7%

Produção Local para Exportação 110 1,9% + 19,5%

Desenvolvido no Exte-rior 4.360 79,6% + 12,7%

Sub Total Software 5.510 100% + 21,9%

Software sob enco-menta 1.230 9,1% + 32,8%

Serviços Mercado Lo-cal 10.602 78,4% + 9,9%

Serviços Exportação 1.630 12,0% (*)

Desenvolvido no Exte-rior 68 0,5% (*)

Sub Total Serviços 13.530 100% + 24,8%

Total Software e Serviços 19.040 --- + 23,9%

Fonte: ABES

Page 216: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Diferenciais competitivos• Bens de capital: Disponibilidade de boas instalações (prédios e salas), dispositivos

modernos de acesso, softwares básicos para originar novos softwares e redes de distribuição (torres de acesso wireless e fibra ótica).

• Demanda local: Forte atuação no mercado local, que oferece grande potencial de expansão.

• Educação e treinamento: Qualidade do ensino é excelente, com faculdades e universidades reconhecidas nacional e internacionalmente. Há 154 cursos de graduação, sendo criadas anualmente 10.500 vagas. Os profissionais gaúchos, pela sua qualidade, têm sido requisitados por outros Estados e países. O adensamento das cadeias produtivas do setor tem contribuído para a retenção desses talentos.

• Parques tecnológicos: O RS possui parques tecnológicos de referência nacional e internacional, ambientes impulsionadores de atividades inovativas e desenvolvimento tecnológico.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 217: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Principais oportunidades

Portadora de futuro, a in-dústria de software é um dos setores mais promis-sores da economia. No Rio Grande do Sul, há um enorme potencial de cres-

cimento. A chance mais imediata é de aumentar sua participação no próprio mercado doméstico. Dessa forma, poderá haver uma reversão do panorama atual, no qual empre-sas de fora do Estado atendem 80% das demandas locais.

As empresas do RS têm tam-bém grandes oportunidades de atu-ação em outros Estados e países. Com profissionais altamente quali-ficados, abrem-se as portas para a entrada em mercados ainda pouco explorados. Essas possibilidades são impulsionadas pela proximida-de geográfica do Estado com nações sul-americanas, sobretudo Argen-

tina, Uruguai, Chile, Bolívia e Peru. Nesse sentido, surgem condições de aquisição de pequenas companhias nessas nações para, posteriormen-te, desenvolvê-las. Com a produção centralizada, a exportação torna-se mais viável. Várias empresas gaú-chas estão em planejamento avan-çado para vender seus serviços em localidades da América Latina. A presença de empresas gauchas ex-positoras na CEbit 2012, em Hanno-ver – Alemanha, maior evento global de TIC, cresceu mais que 100% em relação a anos anteriores.

O Rio Grande do Sul possui as credenciais para fazer de sua indús-tria de softwares um setor reconhe-cido nacional e internacionalmente. Com a demanda crescente do mer-cado e a integração das economias, o segmento tem adiante um cenário repleto de oportunidades.

Software

Várias empresas gaúchas estão emplanejamento avançado para vender seus

serviços em localidades da América Latina

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Ações

Software

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

Acesso a incentivos / Sistema Financeiro Gaúcho / Atividades de PD&I.

Promover o SDRS junto as empresas gaúchas.

Divulgar o SDRS, via estande institucional, às empresas gaúchas na feira BITS (Porto Alegre, Brasil).

Atividades de PD&I.

Desenvolvimento e fixação de Recursos Humanos em Tecnologia da Informação (TI) que utilize diferentes modalidades de bolsas de fomento tecnológico, especialmente destinadas a agregar pessoal qualificado em atividades de P,D&I nas empresas do setor.

Fomentar projetos de inovação tecnológica do setor através do Programa de Polos de Modernização Tecnológica - SCIT.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Apoiar a participação de empresas gaúchas na Feira Cebit (Alemanha).

Educação e Treinamento.

Melhorar a oferta de profissionais qualificados para o setor.

Promover a profissionalização, através da divulgação dos cursos de graduação e formação técnica em Tecnologia da Informação, destacando o mercado de trabalho e a elevada remuneração potencial para os profissionais do setor.

Fornecedores de matérias-primas, componentes e insumos / Fornecedores de serviços relacionados.

Melhorar a competitividade do setor através da ampliação das condições de contratação de profissionais.

Articular junto ao Governo Federal a regulamentação da contratação e subcontratação de micro e pequenas por grandes empresas do setor.

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O setor eletroeletrônico nacional de automação e telecomunicações tem no Rio Grande do Sul importante expressão. No segmento de automação, praticamente metade das indústrias do país está instalada no Estado. Já no segmento de telecomunicações, as indústrias do Estado possuem participação expressiva no mercado nacional, chegando a atender 100% da demanda de alguns produtos, como modems de banda larga. Somados, os dois segmentos geram mais de 8 mil empregos diretos e 20 mil indiretos. Além de forte participação no mercado interno, as empresas acumulam intenso domínio tecnológico.

Eletroeletrônica, Automação e Telecomunicações

Marcus CoesterCoordenador (Sponsor)

AGDI

Aloísio NóbregaCoordenador executivo

AGDI

Eliana Lagemann DienstmannAssessora técnica

AGDI

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 221: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

221

Uma vocação da economia gaúcha

A indústria eletroeletrôni-ca de automação e tele-comunicações constitui uma vocação da econo-mia gaúcha. Essa reali-dade é comprovada por

meio do grande número de empre-sas que nasceram no Rio Grande do Sul e da presença de outras que são expoentes nacionais do setor.

São dois segmentos, o de auto-mação e o de telecomunicações, que colocam o Estado em destaque nacio-nal, graças ao domínio tecnológico e às suas participações no mercado interno. Atualmente, há uma ampla cadeia pro-dutiva em torno dessas companhias, gerando inovação e desenvolvimento.

Os primeiros passos da ascensãoO domínio tecnológico do segmen-

to de automação no Estado remonta aos anos 80. E teve, com a criação da Lei de Informática, em 1991, regula-mentada em 1993, um impulso decisi-vo. A iniciativa, que favoreceu as em-presas de capital nacional, permitiu o

desenvolvimento da indústria eletroe-letrônica rio-grandense. A partir desse período, foram criadas diversas com-panhias, sempre mantendo uma rela-ção de parceria com as universidades locais.

Já o segmento de telecomunica-ções, iniciou suas atividades locais em 1976. No entanto, foi nas duas décadas seguintes que se assistiu a uma fase de maior expansão. Seu desempenho in-centivou a criação de uma cadeia de fornecimento complexa. Hoje, o setor eletroeletrônico de automação e tele-comunicações contribui com geração de inteligência nas áreas de software básico, firmware e hardware de diver-sas indústrias.

A força da indústria Os segmentos de automação e de

telecomunicações são responsáveis, conjuntamente, por cerca de 50 mil pos-tos de trabalho no país. No Rio Grande do Sul, são mais de 8 mil empregos di-retos e 20 mil indiretos. As companhias gaúchas de telecomunicações, especi-ficamente, atendem a 50% da deman-da e, em âmbito nacional, chegam a atender 100% da fatia de mercado de

Eletrônica, Automação e Telecomunicações

Page 222: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Equipamentos eletroeletrônicos de automação (industrial, comercial, residencial e bancária).

• Sistemas de controle e supervisão de processos.• Controladores lógicos programáveis.• Sensores e medidores de grandezas elétricas.• Integradores de sistemas.• Gerenciadores de energia elétrica.• Correções de fator de potência e inversores.• Equipamentos de telecomunicação.• Modems.• Multiplexadores.• Roteadores.• Rádios.• Terminais de fibra ótica.• Centrais PABX VoIP.• Acessórios em geral.

Principais produtos

alguns produtos, como por exemplo, os modems de banda larga.

Atualmente, o Estado abriga 83 empresas do segmento de automação, o que representa quase metade (46%) do total nacional. Tal concentração mo-tivou a regional da ABINEE (Associação

Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrô-nica) a articular a criação de um APL (arranjo produtivo local) de automação e controle. A iniciativa reúne empresas situadas no eixo Porto Alegre-Caxias do Sul, que constitui o principal pólo do segmento.

Page 223: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

223

Eletrônica, Automação e Telecomunicações

Diferenciais competitivos• Áreas e distritos municipais e estaduais: Empresas, governo e universidades

concentram-se em áreas com determinada especialidade. Os clusters são ambientes propícios à geração de inovação.

• Atividades de PD&I: Levantamentos da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica do RS demonstram que as empresas investem alto percentual de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento e inovação, podendo chegar a 13%.

• Financiamento Federal: Através do BRDE e do BADESUL, o BNDES e FINEP disponibilizam instrumentos para projetos de investimento, expansão e inovação do setor.

• Fornecedores de serviços correlatos: Integrantes da cadeia produtiva como as indústrias de software, serviços, eletrônica embarcada, máquinas, partes e peças, acompanham o desenvolvimento do setor.

• Poder de compra do Estado: Novos regimes especiais de aquisição incentivada por parte do Governo Federal com benefícios adicionais à indústria local.

• Parques Tecnológicos: O Rio Grande do Sul possui Parques Tecnológicos consolidados e de referência em âmbito nacional, como: TECNOPUC, TECNOSINOS e VALETEC, além de outros em implantação com apoio do Estado. São importantes por concentrarem os departamentos de pesquisa e desenvolvimento e inovação das empresas em um ambiente integrado às Universidades.

Page 224: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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iPrincipais oportunidades

O setor eletroeletrônico agrega valor a diversas matrizes produtivas do Estado. Isso porque embute tecnologia nos produtos e processos

desde o agronegócio até a indústria de petróleo e gás. Tal particularidade faz com que as oportunidades do segmento signifiquem também o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.

Especificamente no segmento telecomunicações, o mercado consumidor registra um forte crescimento. Isso ocorre em função de três motivos centrais: disseminação das redes de banda larga, universalização das redes de comunicação, sobretudo da Internet, e, em âmbito local, os projetos de Cidades Digitais, com investimentos significativos na infraestrutura de redes de comunicação no nosso Estado, com destaque para as oportunidades

geradas pelas operadoras privadas e empresas públicas do segmento de telecomunicações. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, no Brasil, a maior parte da demanda incide sobre as operadoras fixas e móveis, além da Telebrás, que executa o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Entre 2011 e 2015, os aportes no Estado serão superiores a R$ 500 milhões – o que representa 8% do volume nacionalmente previsto –, podendo chegar a R$ 1 bilhão, por conta das demandas previstas pela Telebrás.

No segmento de automação destacam-se as oportunidades geradas pelos investimentos na indústria naval de Petróleo & Gás no Brasil, em infraestrutura nas áreas de energia, construção civil, entre outros. Há ainda oportunidades na área de matérias-primas, componentes e insumos, que contribuem para a competitividade do setor.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 225: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Page 226: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

APL's Competitivos.Fortalecimento de APL para o Setor Eletroeletrônica e Automação.

Lançamento de edital para apoio ao APL de Eletroeletrônica e Automação.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Apoiar a participação de empresas gaúchas nas Feiras Isa Automation (São Paulo, Brasil) e Eletron Rio (Rio de Janeiro, Brasil).

Demanda local e Canais de distribuição para fora do RS.

Promover a geração de negócios entre as empresas do setor.

Promover eventos de fomento à realização de negócios e parcerias empresariais visando a geração de negócios e o adensamento da cadeia produtiva.

Fornecedores de serviços relacionados.

Melhorar o processo de certificação no RS.

Promover a ampliação da disponibilidade de serviços de certificação para interferência eletro-magnética.

Page 227: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Eletrônica, Automação e Telecomunicações

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos.

Mapear e aproximar cooperativas e empresas que realizem tratamento de resíduos sólidos e a reciclagem de materiais eletroeletrônicos.

Promover a aproximação entre os setores eletroeletrônica e reciclagem e despoluição através de seminários, novas tecologias em feiras e articulação.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Diferimento do ICMS na importação de insumos adquiridos preponderantemente de outras unidades da Federação e sem similar no Estado.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes / Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Revisão da sistemática vigente para concessão de benefícios fiscais, passando a considerar a diferenciação da natureza (insumo ou consumo final) dos produtos fabricados no Estado de tal forma que permita a potencialização dos incentivos.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Estabelecer mecanismos de flexibilização das garantias para financiamentos.

Utilizar o BNDES/FGI e outros mecanismos para flexibilizar as garantias exigidas para financiamentos.

Page 228: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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O setor calçadista é um expoente da economia gaúcha. O Rio Grande do Sul responde por um de cada três calçados fabricados no Brasil. A atividade emprega quase 125 mil trabalhadores e gera 6% do PIB local. Tradicional no Estado, o segmento cada vez mais concentra sua atuação em produtos de maior valor agregado.

Calçados e Artefatos

Marcelo de Carvalho LopesCoordenador (Sponsor)

Badesul

Maureci BerglerCoordenador executivo

Badesul

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 229: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Legado dos imigrantes, início de uma vocação

A origem da atividade re-monta à chegada dos primeiros imigrantes da Alemanha ao Rio Grande do Sul, em 1824. Insta-lados no Vale do Rio dos

Sinos, uniram sua expertise às opor-tunidades locais. Habilidosos com artesanato em couro, os alemães encontraram aqui matéria-prima abundante, proveniente das char-queadas.

Com a Guerra do Paraguai (1864-1870), a produção teve um forte im-pulso, devido à demanda por arreios de montaria feitos para os soldados. Era o momento de difundir o conhe-cimento e evoluir a atividade do ní-vel amador para o profissional. Os pequenos ateliês, com marcante ca-racterística familiar, responderam ao desafio por meio do treinamento e da contratação de funcionários. Sur-giam, naquele período histórico, as primeiras empresas do setor.

Indústria calçadista: potência gaúcha

No início do século passado, a indústria calçadista gaúcha já vendia calçados para todo o Brasil e para algumas nações da América do Sul. Com o avançar dos anos, a atividade se desenvolveu de tal modo que co-

locou o Rio Grande do Sul em evidên-cia nacional e internacional.

O Estado possui um dos mais im-portantes polos calçadistas do país. Há grande produção de calçados e artigos de couro, empresas que fa-bricam componentes e máquinas, instituições de ensino e de desen-volvimento que apóiam atividades inovativas. Essa soma de fatores fez surgir o maior cluster do setor em todo o mundo.

Distribuição por todo o Rio GrandeAs indústrias estão distribuídas

em diferentes municípios do RS. No entanto, há algumas regiões onde o segmento atua com mais intensida-de, tais como o Vale do Rio dos Si-nos, o Vale do Paranhana, o Vale do Taquari e a Serra Gaúcha.

Se ainda há empresas que se-guem conceitos e práticas de dé-cadas passadas, especialmente no atendimento a nichos tradicionalis-tas, a maioria já investe maciçamente em tecnologia e inovação, desenvol-vendo produtos sofisticados, como os calçados comfort e esportivos.

Destaque em produção e exportaçãoTerceiro maior produtor do mun-

do, o Brasil fabrica 894 milhões de pares de calçados por ano. O Rio

Calçados e Artefatos

Page 230: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

• Calçados de couro, material sintético e de outros materiais e tênis.

• Artefatos para calçados – partes, adesivos e solados.

• Artigos para viagem e acessórios – bolsas, malas, carteiras e cintos.

• Máquinas, moldes e equipamentos para indústria calçadista.

Principais produtos

Grande do Sul adquire destaque nes-se cenário, respondendo por mais de um terço da produção.

O calçado brasileiro é exportado para todo o mundo. Entre os princi-pais compradores, estão países como Estados Unidos, Argentina, Reino Unido, Itália, França e Paraguai. Em 2011, foram exportados quase 113 milhões de pares, somando US$ 1,29 bilhão. O Rio Grande do Sul, por sua vez, exportou US$ 577,31 milhões, cerca de 44% do montante nacional

em valor, somando 22,58 milhões de pares, cerca de 20% da quantidade de calçados exportados pelo Brasil. Essa relação entre o montate expor-tado em dólares e a respectiva quan-tidade de pares, denota a caracterís-tica do produto gaúcho como tendo maior valor agregado dentro da pau-ta de exportações de calçados brasi-leiros.

Progresso econômico e social

A atividade gera importantes re-flexos na economia gaúcha. Respon-sável pela geração de 6% do PIB gaú-cho, o setor emprega quase 125 mil pessoas. O número representa apro-ximadamente um terço da força de trabalho de todo o país no setor de calçados.

Excluindo-se o segmento de cur-tumes, a cadeia soma 8,49% do Va-lor de Transformação Industrial (VTI) gaúcho. O setor possui ainda um grande adensamento no Estado.

Setor calçadista gaúcho em números (2011)

Participação na produção nacional Em torno de 30%Exportação (pares) 22,58 milhõesExportação (US$) 577,31 milhõesParticipação no PIB Gaúcho 6%Empregos no RS Cerca de 125 mil

Fontes: MDIC/SECEX/SEFAZ-RS

Page 231: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Calçados e Artefatos

Distribuição de mão de obra no Estado (2010)

Coredes Calçados Adesivos e selantes Máquinas Total

Vale do Rio dos Sinos 50.309 633 1.125 52.067Paranhana – Encosta da Serra 35.522 1 77 35.600Vale do Taquari 12.175 0 8 12.183Serra 5.378 7 581 5.966Hortênsias 4.480 7 0 4.487Vale do Caí 4.321 39 0 4.360Total RS 124.875 739 1.818 127.432

Fonte: RAIS-MTE

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Page 232: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Diferenciais competitivos• APLs competitivos: Estado abriga o principal polo calçadista do Brasil, viabilizando o

intercâmbio e apoiando o desenvolvimento regional.

• Bens de capital: Base industrial instalada dispõe de capacidade para aumento de produção sem necessidade de investimentos;

• Atividades de PD&I: Cadeia produtiva possui experiência no desenvolvimento tecnológico e na inovação de produtos e processos, com apoio de centros tecnológicos especializados.

• Fornecedores de máquinas e equipamentos: Fabricantes de máquinas e equipamentos especializados nos diversos segmentos e elos do setor, tecnologicamente atualizados, instalados no Estado.

• Educação e treinamento: Disponibilidade de profissionais qualificados, gerando maior eficiência, produtividade e qualidade do produto.

• Fornecedores locais de matérias-primas, componentes e insumos: Há grande número de empresas, de modo a atender a demanda do setor e gerar baixa dependência de outros Estados e países.

• Incentivos para PD&I: Governo do Estado disponibiliza ferramentas para investimento em desenvolvimento tecnológico, como o Pró-Inovação.

• Incentivos para investimentos: Novo Fundopem-Integrar enquadra o setor como estratégico, oferecendo condições especiais.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 233: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

233

Principais oportunidades

As intensas mudanças no mercado internacional, sobretudo a entrada de players como a China e outras nações asiáticas, provocaram uma reade-

quação da indústria gaúcha. Este mo-vimento internacional fez com que as exportações se tornassem cada vez mais difíceis, de forma que as empre-sas têm se voltado para as oportuni-dades no grande mercado interno bra-sileiro.

Nesse sentido, os fabricantes do Estado devem seguir a estratégia de qualificação dos seus calçados, in-vestindo em marca própria e design,

produzindo variedades de calçado de maior preço. Paralelamente, adotar estratégias de diversificação de mer-cados. Dessa forma, a indústria gaú-cha conduz sua expertise para atender as novas demandas do consumidor e obter uma maior inserção no mercado doméstico de maior valor agregado.

Como forma de aumentar sua competitividade, as empresas calça-distas gaúchas devem continuar in-vestindo na produção de calçados femininos de maior valor agregado, com o fortalecimento das suas marcas próprias e, se possível, dominando os canais de distribuição através de lojas próprias.

Calçados e Artefatos

Como forma de aumentar sua competitividade, as empresas

calçadistas gaúchas devem continuar investindo na produção de calçados femininos de maior valor agregado

Page 234: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Ações

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Fatorrelacionado Desafio Ação/Programa

Acesso a incentivos / Sistema Financeiro Gaúcho / Atividades de PD&I.

Promover o SDRS junto às empresas gaúchas.

Divulgar o SDRS, via estande institucional, às empresas gaúchas na Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes (FIMEC) - Couros, Químicos e Máquinas.

Atividades de PD&I.

Promover inovações tecnológicas na cadeia produtiva (máquinas, materiais e processos), bem como nos produtos da linha esportiva visando os eventos esportivos que ocorrerão no Brasil nos próximos anos.

Fomentar projetos de inovação tecnológica do setor através do Programa de Polos de Modernização Tecnológica - SCIT.

Atividades de PD&I.Promover inovações tecnológicas na cadeia produtiva através do design.

Promover a reativação do Centro de Design.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Apoiar a participação de empresas gaúchas nas Feiras Couromoda (São Paulo, Brasil), Francal (São Paulo, Brasil) e ANPIC (México).

Page 235: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Calçados e Artefatos

Fatorrelacionado Desafio Ação/ProgramaDemanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Articular a formação de Redes de Cooperação visando a integração do setor.

Programa Redes de Cooperação - SESAMPE.

Incentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Diferimento do ICMS na importação de insumos adquiridos preponderantemente de outras unidades da Federação e sem similar no Estado.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Adoção de nova política para transferência de saldos credores decorrentes de exportação.

Incentivos tributários para produtos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Nova política tributária para apoiar a competitividade com vistas à ampliação de participação no mercado interno: - Empresas instaladas no RS há mais de 8 anos terão tributação de 3% sobre o faturamento incremental relativo às operações internas (Brasil); - Limitado ao dobro do faturamento em unidades produtivas localizadas em COREDES com IDESE acima da média estadual e sem limites de expansão em região deprimida, como no quarto sudoeste do Estado; - Serão condições para opção pelo benefício, além dos 8 anos de atividade produtiva no Estado, o compromisso de manutenção do número de empregos nos COREDES atuais e a aquisição de insumo no RS.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Reduzir o prazo de análise dos projetos de financiamento em decorrência da falta de informações.

Apoiar as empresas no desenvolvimento de projetos de financiamento.

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Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

Acesso a incentivos / Sistema Financeiro Gaúcho / Atividades de PD&I.

Promover o SDRS junto às empresas gaúchas.

Divulgar o SDRS, via estande institucional, às empresas gaúchas nas seguintes feiras no RS: Expobento - Comércio e Serviços (Bento Gonçalves, Brasil); Febramec - Máquinas (Caxias do Sul, Brasil); Mercopar - Máquinas (Caxias do Sul, Brasil); FIESMA - Multi-feira (Santa Maria, Brasil); Congresso Inovação FIERGS (Porto Alegre, Brasil).

Acessos a incentivos.

Facilitar o desenvolvimento industrial por meio da divulgação de informações sobre o RS.

Disponibilização de Informações no Portal da Sala do Investidor (www.saladoinvestidor.rs.gov.br).

APL's Competitivos.

Fortalecimento do APL Máquinas Industriais.

Lançamento de edital para apoio ao APL Máquinas Industriais.

APL's Competitivos.

Adensar os APLs apoiados pelo Programa Economia da Cooperação, criando e fortalecendo a cultura da gestão do negócio sob a ótica financeiro nas empresas.

Implantar Programa de Extensão Produtiva e Inovação - DPI/AGDI.

APL's Competitivos.

Apoiar o desenvolvimento de APLs no RS.

Implantar uma política estadual de apoio aos APL's - DPI/AGDI.

Áreas e Distritos industriais estaduais.

Facilitar a instalação de empresas nos setores estratégicos visando o adensamento das cadeias produtivas por meio de melhorias em infra-estrutura e energia em Distritos e Áreas Industriais.

Maior aporte de recursos para melhoria de infraestrutura em Áreas e Distritos Industriais Estaduais: Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial- SDPI.

Áreas e Distritos industriais municipais.

Facilitar a instalação de empresas nos setores estratégicos visando o adensamento das cadeias produtivas por meio de melhorias em infra-estrutura e energia em Distritos e Áreas Industriais.

Maior aporte de recursos para melhoria de infraestrutura em Áreas e Distritos Industriais Municipais: Programa de Apoio a Iniciativas Municipais - SDPI.

AçõesTransversais

Edua

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Page 238: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

238

Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

Atividades de P&D&I.

Fomentar sistemas setoriais de inovação do Rio Grande do Sul.

Apoiar o desenvolvimento de redes de inovação setorial - DIPLA/AGDI.

Atividades de P&D&I.

Fortalecimento do sistema regional de inovação .

Apoiar o Sistema Regional de Inovação através da atração de novos Centro de excelência em PD&I e captação de recursos para os ICTs já existes no RS.

Atividades de PD&I.

Ampliar a produção de produtos com maior nível de processamento e agregação de valor. Fortalecer o relacionamento entre os órgãos de pesquisa e as indústrias.

Bolsas de Pós-Doutorado FAPERGS-POLOS.

Atividades de PD&I.

Melhorar as condições de pesquisa no Rio Grande do Sul através da FAPERGS.

Aprimorar a ação da FAPERGS para o melhor atendimento às demandas de pesquisa das industrias gaúchas e o relacionamento das mesmas com Universidades e ICT's.

Atividades de PD&I.

Incentivar a interação universidade - empresas através da disponibilização de bolsas de pesquisa em diferentes níveis de atuação.

Lançamento contínuo de editais para: - Bolsas de Pós-Doutorado (FAPERGS) - Pesquisador na empresa (FAPERGS) - Bolsas de iniciação científica (PROBIC, PROBIT) - Interação Universidade-Empresa (IUE) - Bolsas de mestrado em Ciências, Matemática e Humanidades (CMH).

Atividades de PD&I.

Desenvolver política de incentivo para capacitar e disseminar o desenvolvimento científico e tecnológico em MPEs voltada a inovação de produtos e processos.

Lançamento contínuo de editais para: - Pesquisador Gaúcho - PqG (FAPERGS) - Auxílio Recém-Doutor - ARD (FAPERGS).

Atividades de PD&I.

Premiar os Trabalhos de Conclusão de Curso de Graduação com inovações que sejam implantados por empresas.

Prêmio Piá-Inovador - FAPERGS.

Atividades de PD&I.

Ampliar a produção de produtos com maior valor agregado Fortalecer o relacionamento entre os órgãos de pesquisa e as indústrias.

Programa de Apoio aos Polos de Inovação Tecnológica - SCIT.

Atividades de PD&I.

Buscar a ampliação da capacidade de investimento em Inovação pelas empresas gaúchas.

Programa Pró-Inovação - SCIT.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 239: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

239

Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

Atividades de PD&I.

Facilitar o acesso das indústrias gaúchas a tecnologias de ponta e mecanismos de incentivo à inovação tecnológica, preparando as empresas para acessarem os mecanismos de apoio à inovação existentes.

Programa Pró-Inovação - SCIT.

Atividades de PD&I / Parques Tecnológicos.

Ofertar um ambiente propício para o desenvolvimento de empresas inovadoras e/ou para a instalação de setores de P&D de empresas consolidadas.

Aporte de recursos para consolidção de Parques Tecnológicos através do Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos (PGTEC) - SCIT.

Bens de capital.Melhorar a competitividade interna das empresas produtoras de máquinas.

Articular junto ao Governo Federal a exigência de adequação das normas de segurança para entrada de máquinas no Estado.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Apoiar e promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Programa de Atração de Investimentos e Promoção Comercial - Apoio ao estabelecimento de Showrooms, participação em Feiras e o desenvolvimento de missões - SDPI/AGDI.

Educação e Treinamento.

Ampliar a oferta de cursos de formação técnica em 68.000 vagas em cursos de curta duração até 2014.

Pacto Gaúcho pela Educação Profissionalizante, Técnica e Tecnológica.

Educação e Treinamento.

Ampliar a oferta de bolsas de nível superior em 1.250 vagas até 2014, em parceria com o Conselho de Universidade Comunitárias Gaúchas.

Pacto Gaúcho pela Educação Profissionalizante, Técnica e Tecnológica: PROUNI RS.

Educação e Treinamento.

Ampliar a oferta de cursos de formação técnica em 15.000 em cursos de média e longa duração até 2014.

Pacto Gaúcho pela Educação Profissionalizante, Técnica e Tecnológica: PRONATEC.

Incentivos RS para investimentos.

Apoiar a realização de investimentos pelas empresas no RS.

FUNDOPEM / Integrar-RS - SDPI.

Incentivos tributários.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Criação de um Conselho para proteção da isonomia concorrencial, em conjunto com interessados da sociedade civil.

Incentivos tributários para máquinas e equipamentos.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Redução gradativa do prazo de creditamento do ICMS incluído nas aquisições de bens do ativo permanente produzidos no Estado.

Ações Transversais

Page 240: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

240

Fator relacionado Desafio Ação / ProgramaIncentivos tributários para matérias-primas e componentes.

Melhorar as condições tributárias dos setores estratégicos da economia gaúcha.

Diferimento parcial na aquisição de insumos produzidos no Estado.

Infra-estrutura.Elaborar propostas para a adequação da infra-estrutura incluindo elementos de transportes e energia.

Definição de Plano de Infra-Estrutura para o Desenvolvimento - DINF/AGDI.

Infra-estrutura.Buscar melhorias na estrutura de logística ferroviária no RS para o transporte de cargas.

Articulação junto ao Governo Federal para a viabilização da Ferrovia Norte/Sul, trecho Sul - SEINFRA.

Infra-estrutura.Ampliar a realização de PPPs para o desenvolvimento de infra-estrutura logística.

Construção de novo aeroporto da Região Metropolitana.

Infra-estrutura.Buscar melhorias na estrutura de logística aérea no RS na região serrana.

Construção de novo aeroporto da Serra Gaúcha.

Infra-estrutura.

Melhorar as condições de navegação interior, incluindo dragagem de canais (restauração e manutenção), balizamento e sinalização.

Dragagem e sinalização de hidrovias - Convênio celebrado entre a SEINFRA e o DIA (Departamento de Infraestrutura Aquaviárioa) / DNIT (Departamento Nacional de Transportes Rodoviários).

Infra-estrutura.

Buscar melhorias na estrutura de logística rodoviária no RS para o transporte de cargas, contemplando acessos municipais,obras de integração regional e duplicação de rodovias.

Execução do Plano de Obras Rodoviárias 2012-2014 - SEINFRA.

Infra-estrutura.

Buscar melhorias na estrutura de logística rodoviária no RS para o transporte de cargas, contemplando acessos municipais,obras de integração regional e duplicação de rodovias.

Plano Estadual de Logística de Transportes (PELT-RS) - SEINFRA.

Processos para licenciamento ambiental e acesso a incentivos.

Melhorar as condições de atendimento às empresas e fornecimento de informações referentes aos processos de licenciamento ambiental.

Agilizar o atendimento às empresas com a disponibilidade de informações e esclarecimento de dúvidas sobre o processo de licenciamento ambiental.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 241: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

Processos para licenciamento ambiental e acesso a incentivos.

Buscar a redução e readequação das taxas de renovação das licenças ambientais. Buscar a readequação dos custos dos licenciamentos ambientais em relação aos outros Estados da Federação.

Avaliação contínua dos valores cobrados visando a correção de distorções - SEMA/FEPAM.

Processos para licenciamento ambiental e acesso a incentivos.

Garantir aos municípios sua competência para o licenciamento ambiental, independentemente de habilitação através da Lei Complementar 140/2011 - SEMA/FEPAM.

Avançar o processo de municipalização do licenciamento ambiental através da ampliação dos "portes municipais" e do número de prefeituras aptas a conceder o licenciamento ambiental: Nova resolução de impacto ambiental do CONSEMA - SEMA/FEPAM.

Processos para licenciamento ambiental e acesso a incentivos.

Agilizar o processo de licenciamento ambiental.

Implantar o SIRAM - Sistema Integrado de Regularização Ambiental, que tem com um dos objetivos prioritários desburocratizar o controle ambiental, publicizar, simplificar e agilizar procedimentos - SEMA/FEPAM.

Processos para licenciamento ambiental e acesso a incentivos.

Facilitar o processo de licenciamento ambiental através da divulgação de informações sobre o mesmo.

Disponibilização de Informações Ambientais através do site da SEMA/FEPAM (www.fepam.rs.gov.br) e do Portal da Sala do Investidor (www.saladoinvestidor.rs.gov.br).

Processos para licenciamento ambiental e acesso a incentivos / Recursos Naturais.

Incentivar a regularização ambiental através de programas e convênios visando a inserção da agricultura familiar, as agroindústrias familiares e o produtor rural adotando medidas que permitam a produção ambientalmente sustentável.

Programa de regularização ambiental - SEMA/FEPAM.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Fomentar sistemas setoriais de inovação do Rio Grande do Sul.

Programa de apoio a captação de recursos para empresas inovadoras (PACREI) - DIPLA/AGDI.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Elaborar uma política de incentivos e financiamento para as micro e pequenas empresas que não conseguem oferecer as garantias financeiras tradicionalmente exigidas pelos Agentes Financeiros.

Programa Gaúcho de Microcrédito - SESAMPE.

Ações Transversais

Page 242: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Fator relacionado Desafio Ação / ProgramaSistema Financeiro Gaúcho.

Ampliar a oferta de fundos de investimentos de longo prazo.

Apoiar o Seed Forum e formação da Rede de Investidores Anjos no RS.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Melhorar as condições de oferta de crédito para os setores estratégicos.

Conceder subvenção de juros através da concessão de subsídio para taxas de juros em operações de crédito BNDES destinadas à produção e aquisição de bens de capital e inovação tecnológica (“PSI” do RS).

Sistema Financeiro Gaúcho.

Dar publicidade às linhas de crédito disponíveis para os setores estratégicos.

Divulgação do Sistema Financeiro Gaúcho em missões Internacionais.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Dar publicidade às linhas de crédito disponíveis para os setores estratégicos.

Elaboração de mídias direcionadas aos clientes potenciais e participação em feiras.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Dar publicidade às linhas de crédito disponíveis para os setores estratégicos.

Exposição dos bancos e seus serviços em eventos.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Desenvolver alternativas de captação de recursos para investimentos de risco para o setor.

Fundo CRP Empreendedor.

Equalizar a demanda por profissionais no mercado de trabalho com a oferta de cursos de Qualificação Profissional, voltados sobretudo ao desafio da inclusão produtiva.

Plano Estadual de Qualificação Profissional - STDS.

Canais de Distribuição para fora do RS.

Ampliar a demanda pelos produtos e serviços das empresas gaúchas.

Identificar oportunidades de negócios para empresas gaúchas no cenário internacional.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS / Fornecedores locais de MPs, insumos e componentes / Fornecedores de serviços relacionados.

Ampliar a demanda pelos produtos e serviços das empresas gaúchas.

Levantar os principais itens adquiridos de outras unidades da federação e do exterior visando oportunidades de adensamento das cadeias e APLs.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

Page 243: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Fator relacionado

Desafio Ação / Programa

APL's Competitivos.

Fortalecimento de APL de Agroindústria Familiar dos Setores Agroindustriais.

Lançamento de edital para apoio ao APL de Agroindústria Familiar dos Setores Agroindustriais.

Acesso a incentivos / Sistema Financeiro Gaúcho / Atividades de PD&I.

Promover o SDRS junto as empresas gaúchas.

Divulgar o SDRS, via estande institucional, às empresas gaúchas nas seguintes feiras no RS: Festa da Uva (Caxias do Sul); Expodireto Cotrijal (Não-Me-Toque); Expoagro Afubra (Santa Cruz do Sul); Semana Internacional Brasil Alimenta (Bento Gonçalves); Exposol - Feira Exposição de Soledade (Soledade); Fenarroz (Cachoeira do Sul); Expointer (Esteio); Expodinâmica (Jaguarão); e Mercopar (Caxias do Sul).

Atividade PD&I / Fornecedores de Serviços Relacionados / Infraestrutura (energia, comunicação e logística) / Processo de acesso à incentivos.

Promover ações de interlocução nas cadeias produtivas agroindustriais.

Integração dos Grupos de Trabalho Setoriais com as Câmaras Setoriais e Temáticas da SEAPA.

Atividades de PD&I.

Promover inovações tecnológicas na área de Irrigação.

Orientar alguns Polos de Modernização Tecnológica para apoiar projetos na área de irrigação - SCIT.

Demanda local / Canais de Distribuição para fora do RS.

Promover o acesso das empresas gaúchas aos mercados nacionais e internacionais.

Apoiar a participação de empresas gaúchas nas Feiras Prowein (Alemanha), Bio Brazil Fair (São Paulo, Brasil), Sial Paris (França), London Wine Fair (Reino Unidos), Expocachaça (Minas Gerais, Brasil), e Sial Brazil (São Paulo, Brasil).

Ações Transversais

Ações transversaisAgroindústria

Page 244: Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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Fator relacionado Desafio Ação / Programa

Fornecedores de serviços relacionados.

Melhorar a estrutura dos serviços de defesa Sanitária, incluindo os recursos humanos que atuam nas áreas de Defesa Sanitária e Inspeção no Governo do Estado.

Elaborar proposta para ampliação do quadro de servidores.

Fornecedores de serviços relacionados.

Melhorar a estrutura dos serviços de defesa Sanitária, incluindo os recursos humanos que atuam nas áreas de Defesa Sanitária e Inspeção no Governo do Estado.

Unificar procedimentos de defesa sanitária.

Fornecedores Locais de MPs, Componentes e Insumos.

Apoiar o fortalecimento e a expansão do setor cooperativo.

Financiamento através dos Programas Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária) e Procapagro (Programa de Capitalização de coopertativas Agropecuárias).

Infra-estrutura.

Promover ações de interlocução entre cadeias produtivas através da criação de uma câmara temática sobre infra-estrutura e logística rural.

Instalação da Câmara Temática de Irrigação e Infra-estrutura Rural - SEAPA.

Infra-estrutura.Promover a ampliação da área irrigada nas culturas em áreas de sequeiro.

Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada - SEAPA.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Fomentar mecanismos garantidores das operações junto às instituições financeiras (avais integradoras, fundos).

Negociação com integradoras e empresas fabricantes de equipamentos para o estabelecimento destes mecanismos.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Fomentar mecanismos garantidores das operações junto às instituições financeiras (avais integradoras, fundos).

Articular com associações e sindicatos dos setores estratégicos a construção de um pré-cadastro de interessados em obter linhas de financiamento para encaminhar aberturas de limites de crédito.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Fomentar mecanismos garantidores das operações junto às instituições financeiras (avais integradoras, fundos).

Apoiar as empresas no desenvolvimento de projetos de financiamento através da realização de oficinas de crédito e montagem de projetos.

Sistema Financeiro Gaúcho.

Divulgar e estimular o acesso ao crédito disponibilizado pelo Pronaf para a pecuária familiar.

Operacionalização de convênios do Sistema Financeiro Gaúcho com cooperativas de produção e de crédito.

Plano de Implantação da Política Industrial - Desenvolvimento Econômico do RS

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