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Política e Estratégia do Mar 1 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE POLÍTICA E ESTRATÉGIA DO MAR (POLMAR)

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Política e Estratégia do Mar

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

POLÍTICA E ESTRATÉGIA DO MAR

(POLMAR)

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Política e Estratégia do Mar

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ÍNDICE

A HISTÓRIA -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 6

A GEOGRAFIA ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 8

A DIVERSIDADE BIOLÓGICA, MARINHA E OS HABITATS ----------------------------------------------------- 11

A BIODIVERSIDADE .............................................................................................................................. 11 AS PRAIAS, AS DUNAS E AS ZONAS COSTEIRAS ......................................................................................... 12 OS ECOSSISTEMAS DE ÁGUA DOCE E DE ZONAS HÚMIDAS ....................................................................... 13 OS MANGAIS E AS ERVAS MARINHAS ..................................................................................................... 14 OS RECIFES DE CORAL ......................................................................................................................... 14 OS HABITATS DE ÁGUAS PROFUNDAS ..................................................................................................... 15 A CONSERVAÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA ........................................................................................ 15 AS ÁREAS MARINHAS PROTEGIDAS ........................................................................................................ 15

PRINCIPAIS SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS MARINHOS ---------------------------------------------------- 16

OS SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS ......................................................................................................... 16 O PAPEL DO MAR NO CICLO HIDROLÓGICO ............................................................................................. 16 A INTERACÇÃO MAR-ATMOSFERA ......................................................................................................... 16 A PRODUÇÃO PRIMÁRIA DO FITOPLANCTON ............................................................................................ 17 OS SERVIÇOS CULTURAIS, ESTÉTICOS E ESPIRITUAIS ................................................................................. 17

A SEGURANÇA ALIMENTAR -------------------------------------------------------------------------------------------- 18

O MAR COMO FONTE DE ALIMENTOS ..................................................................................................... 18 A PESCA E A AQUACULTURA ................................................................................................................. 18

OUTRAS ACTIVIDADES HUMANAS ---------------------------------------------------------------------------------- 19

CULTURA, TURISMO E DESPORTO ......................................................................................................... 19 OS TRANSPORTES MARÍTIMOS ............................................................................................................. 20 OS HIDROCARBONETOS E O GÁS ........................................................................................................... 20

A GOVERNAÇÃO E O QUADRO LEGAL ------------------------------------------------------------------------------ 21

O CAPITAL HUMANO ........................................................................................................................... 22

RESOLUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 24

POLÍTICA DO MAR -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 26

PROBLEMA FOCAL -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27

OBJECTIVOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27

ÂMBITO----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 28

VISÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 28

MISSÃO ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 28

VALORES E PRINCÍPIOS ------------------------------------------------------------------------------------------------- 29

VALORES: .......................................................................................................................................... 29 Unicidade. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29 Sustentabilidade. --------------------------------------------------------------------------------------------------- 29 Equidade. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29 Transparência. ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29 Competitividade. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 29

PRINCÍPIOS: ....................................................................................................................................... 29 Princípio da unidade territorial do Estado. ------------------------------------------------------------------ 29

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Princípio da coordenação multisectorial e multidisciplinar. --------------------------------------------- 29 Princípio do envolvimento da comunidade. ----------------------------------------------------------------- 29 Princípio do equilíbrio. --------------------------------------------------------------------------------------------- 30 Princípio do poluidor pagador. ---------------------------------------------------------------------------------- 30 Princípio do utilizador pagador. -------------------------------------------------------------------------------- 30 Princípio holístico. -------------------------------------------------------------------------------------------------- 30 Princípio da precaução. -------------------------------------------------------------------------------------------- 30 Princípio da gestão integrada. ----------------------------------------------------------------------------------- 30 Princípio da cooperação internacional. ----------------------------------------------------------------------- 30

EIXOS -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 30

PILARES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 31

LINHAS DE POLÍTICA ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 32

PILAR A. GOVERNAÇÃO E QUADRO LEGAL ........................................................................................... 32 PILAR B.COORDENAÇÃO INTER-INSTITUCIONAL .....................................................................................33 PILAR C. AMBIENTE MARINHO E COSTEIRO .......................................................................................... 34 PILAR D. ESENVOLVIMENTO ECONÓMICO ............................................................................................ 36

DA. Portos e infra-estruturas ------------------------------------------------------------------------------------ 38 DB. Transporte marítimo e indústria naval ------------------------------------------------------------------ 39 DC. Pescas ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 40 DD. Cultura, turismo e desporto -------------------------------------------------------------------------------- 41 DE. Recursos minerais e hidrocarbonetos -------------------------------------------------------------------- 43 DF. Energia ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 44

PILAR E. DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL ......................................................................................... 44 PILAR F. DESENVOLVIMENTO DO CAPITAL HUMANO.............................................................................. 46 PILAR G. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL ............................................................................................ 47

ESTRATÉGIA ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 50

GOVERNAÇÃO E QUADRO LEGAL ........................................................................................................... 51 COORDENAÇÃO INTER-INSTITUCIONAL ...................................................................................................57 AMBIENTE MARINHO E COSTEIRO ......................................................................................................... 60 DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO ......................................................................................................... 65

Portos e infra-estruturas ------------------------------------------------------------------------------------------ 68 Transporte marítimo e indústria naval ------------------------------------------------------------------------ 72 Pescas ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 76 Cultura, Turismo e Desporto ------------------------------------------------------------------------------------- 83 Recusos minerais e Hidrocarbonetos -------------------------------------------------------------------------- 90 Energia ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 92

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL ........................................................................................................ 94 DESENVOLVIMENTO DO CAPITAL HUMANO ............................................................................................ 98 COOPERAÇÃO INTERNACIONAL ........................................................................................................... 102

MECANISMOS DE IMPLEMENTAÇÃO, MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ------------------------------- 105

MECANISMOS DE IMPLEMENTAÇÃO..................................................................................................... 105 MONITORIZAÇÃO .............................................................................................................................. 105 AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 106

ABREVIATURAS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 107

GLOSSÁRIO ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 108

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“Cabe a cada moçambicano conhecer, compreender e divulgar a Visão e

Missão consagradas na Política e Estratégia do Mar, um instrumento

robusto, aglutinador e estruturante. Utilizar o mar com conhecimento, é

desabrochar a abundância e prosperidade dos moçambicanos, traduzindo

fielmente os princípios de desenvolvimento sustentável pelos quais se

orientam as nações de todo o mundo.”

Filipe Jacinto Nyusi,

Presidente da República de Moçambique

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A história

Os povos primitivos habitantes das áreas que hoje constituem o território de Moçambique eram bosquímanos. Foram provavelmente os Khoisan, que eram caçadores-recolectores. Os Khoisan (Khoi-San), também grafado como Coissã, é a designação unificadora de dois grupos étnicos do sudoeste de África: os San, também conhecidos por bosquímanos, que são caçadores-coletores e os Khoikhoi, que são pastores. As grandes migrações entre 200/300 DC dos povos Bantu, de hábitos guerreiros e oriundos dos Grandes Lagos, forçaram a fuga destes povos primitivos para as regiões mais pobres em recursos.

Há cerca de 10.000 anos a costa de Moçambique já tinha o perfil aproximado do que apresenta hoje. Esta configuração confere à região uma grande fertilidade, com muitos animais. Havia portanto condições para a fixação de povos caçadores-recolectores e até de agricultores. Nos séculos I a IV, a região começou a ser invadida pelos Bantu, que eram agricultores e já conheciam a metalurgia do ferro. A base da economia dos Bantu era a agricultura, principalmente de cereais locais e o comércio era efectuado por troca directa. Antes do século VII, foram estabelecidos entrepostos comerciais pelos Suahil-árabes na costa para trocar produtos do interior, fundamentalmente ouro e marfim por artigos de várias origens. Estes, utilizaram o mar como a “estrada” principal para acederem às riquezas existentes. Com o crescimento demográfico novas invasões tiveram lugar e a estrutura política tornou-se mais complexa, com linhagens dominando outras, formando-se verdadeiros estados na região. Um dos mais importantes foi o primeiro estado do Zimbabwe cujas ruínas prevaleceram até aos dias de hoje. Em Moçambique são conhecidas as ruínas de Manyikeni, a cerca de 50 km de Vilankulos, na província de Inhambane. Cerca de 1450, o Grande Zimbabwe foi abandonado e registaram-se novas invasões que deram origem ao Império dos Mwenemutapas. Estes invasores submeteram os povos duma região que se estendeu até ao Oceano Índico, desde o rio Zambeze até à actual cidade de Inhambane. Mais tarde, o limite Sul foi o rio Limpopo. O domínio das rotas comerciais conferiu aos Mwenemutapas uma grande riqueza. A partir do século X, os mercadores árabes que demandavam as costas de Sofala começaram a organizar-se em pequenos estados. Na província de Nampula formaram-se o "Xeicado de Quitangonha", o "Reino de Sancul", o "Xeicado de Sangage" e o "Sultanato de Angoche". Todos eles têm um denominador comum: o comércio através do mar. No final do séc. XV há uma penetração mercantil portuguesa, principalmente pela demanda de ouro destinado à aquisição das especiarias asiáticas. Inicialmente, os portugueses fixaram-se no litoral onde construíram as fortalezas de Sofala (1505) e da Ilha de Moçambique (1507). Só mais tarde, através de processos de conquistas militares apoiadas pelas actividades missionárias e de comerciantes, entraram para o interior onde estabeleceram algumas feitorias como a de Sena (1530) e a de Quelimane (1544).

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O propósito era o de dominar o acesso às zonas produtoras do ouro e, mais tarde, controlar as rotas do marfim e do comércio de escravos tendo o mar como a “auto-estrada” de escoamento. Desde o século I que os povos que se foram fixando nas áreas que hoje constituem o território de Moçambique tiveram no mar e nas suas zonas costeiras, não só uma fonte de alimentos, mas também e, principalmente, um ponto de encontro para realizarem as suas trocas comerciais. O mar está intimamente ligado à constituição e à construção de Moçambique.

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A geografia

Moçambique situa-se no sudeste da África, entre 10º 27 'e 26º 52' de latitude Sul e 30º 12 e 40º 51 de longitude Este. (Fig. 1). Faz fronteira terrestre com a Tanzânia, Malawi, Zâmbia, Zimbabwe, África do Sul e Suazilândia, e ainda fronteira marítima, com a Tanzânia, Comores, Madagascar e África do Sul. No Canal de Moçambique, os vizinhos são Madagáscar e as Comores, incluindo a ilha Mayotte. No Oceano Índico, para leste da grande ilha de Madagáscar, situam-se as ilhas Reunião, Juan de Nova e Europa. No Canal de Moçambique, sensivelmente a meia distância entre o continente e Madagáscar, o atol de Bassas da Índia. Moçambique tem uma área total estimada de cerca de 1,371,380 km2 sendo 786.380 km2, de terra firme, 572.000 km2 de área marítima e cerca de 13.000 km2 do território de água doce . A faixa mais larga de terra firme, da península de Mossuril à confluência do rio Aruângua com o rio Zambeze, tem cerca de 962,5 km. A faixa menos larga, com 47,5 km, vai do marco Sivayana a sul da vila da Namaacha à vila da Catembe - Alto Farol. A população está estimada em cerca de 26.8 milhões de habitantes (2017). Existem cerca de 25 rios principais que fluem através do país para o Oceano Índico, e a maioria são transnacionais, tendo as suas bacias de captação em outros países. A bacia do rio Zambeze é a maior deles, cortando o centro de Moçambique. Com um total de 2.750 km de comprimento, o Zambeze nasce na Zâmbia, a 30 km da fronteira com Angola. Entra em território angolano e depois, estabelece a fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabwe e atravessa Moçambique de oeste para leste indo desaguar no Oceano Índico num enorme delta. Existem duas grandes barragens no rio Zambeze: Kariba, (Zâmbia / Zimbabwe) e Cahora Bassa, (Moçambique). Estas barragens são uma das maiores fontes de energia eléctrica para a sub-região da África Austral e as suas albufeiras são igualmente palco de importantes pescarias.

O clima de Moçambique é fortemente influenciado pela altitude, proximidade com o mar e pela latitude. É semi-árido e subtropical no sul e tropical no norte, com chuvas fortemente sazonais. Há duas estações distintas, uma estação quente e húmida de Novembro a Março, e uma estação seca, mais fria, de Abril a Outubro.

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A metade norte (a norte do rio Zambeze) é um grande planalto, com uma pequena planície costeira bordejada de recifes de coral, e no interior, com maciços montanhosos pertencentes ao sistema do Grande Vale do Rift. A metade sul é caracterizada por uma larga planície costeira de aluvião, coberta por savanas e cortada pelos vales de vários rios, o mais importante dos quais é o rio Limpopo com uma extensão de 600 km. O país é geralmente de baixa altitude, com planícies costeiras abaixo de 200 metros do nível do mar, cobrindo cerca de 42% da superficie terrestre, especialmente no sul e em um cinturão ao longo da costa. As áreas de planalto, com altitudes médias entre 200 e 500 metros, cobrem cerca de 29% do país. As terras altas que variam de 500 a 1000 metros cobrem cerca de 25% da superfície terrestre, com uma grande proporção que ocorre no norte e oeste. As zonas de montanha, com altitudes superiores a 1000 metros, ocupam cerca de 4% de Moçambique, e estão localizadas ao longo da fronteira com o Malawi e Zimbabwe. As maiores elevações são o Monte Binga (Manica) com 2.436 m e o Monte Namuli (Zambézia) 2.419 m. Ao longo da costa, os intervalos médios de temperatura são de 25 a 30°C, durante os meses mais quentes. A temperatura média anual é de 23°C ao longo da região sul e um pouco maior na região Norte (26°C). A humidade relativa média é de 69%. A Zona de Convergência Intertropical é posicionada ao longo do Rio Zambeze, ao norte da província de Sofala e na parte norte do país, trazendo 150-300 milímetros de chuvas em Cabo Delgado e Nampula de Novembro a Abril, que são os meses mais quentes do ano. A zona de transição do Rio Zambeze, no centro de Moçambique, tem a maior precipitação média anual, 1.200 a 1.600 milímetros e ocorre principalmente na estação quente.

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O MAR, A COSTA

E OS RECURSOS

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A DIVERSIDADE BIOLÓGICA, MARINHA E OS HABITATS

A biodiversidade

A biodiversidade é definida, de forma mais simples, como a variedade de vida de plantas e de animais no mundo ou num determinado habitat. O território de Moçambique é de aproximadamente 57% terra e 43% mar. Com uma linha costeira de cerca de 2.700 km, a terceira maior de África, o litoral de Moçambique em geral, pode ser classificado, de norte para o sul, em três regiões cada uma suportando uma variedade de ecossistemas marinhos:

a) costa de corais, b) pântanos; e c) dunas costeiras

parabólicas. Além dessas principais três regiões, ambientes de águas rasas, de águas profundas e do fundo do mar contribuem para a dinâmica ecológica da zona económica exclusiva do país. A larga faixa latitudinal do litoral de Moçambique, bem como a diversidade de habitats e ecossistemas, sustenta uma grande biodiversidade e uma variedade de espécies emblemáticas. Várias áreas ecológicas de importância regional e global foram identificados ao longo da costa. O número total de espécies encontradas em Moçambique supera o encontrado na maioria dos países. Tendo em conta que a diversidade de espécies está correlacionada com a produtividade do ecossistema, os mais altos níveis de riqueza de espécies encontram-se nos recifes de coral. Cinco espécies de tartarugas marinhas ocorrem ao longo da costa moçambicana. Os principais locais de nidificação das tartarugas marinhas são as praias da Reserva Marinha da Ponta do Ouro, a praia de Bilene, o Arquipélago de Bazaruto, o Arquipelago das Quirimbas e as Ilhas Primeiras e Segundas. Em Moçambique foram descritas quase 900 espécies de peixes ósseos, 122 espécies de tubarões e raias, 400 espécies de moluscos, 27 espécies de mamíferos marinhos,

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incluindo possivelmente a última população viável de dugongos no Oceano Índico ocidental. Os dugongos ocorrem somente na Baía de Inhambane e no Bazaruto. Os maiores desafios relacionados com a conservação da biodiversidade incluem a pressão de exploração / extracção de recursos pela população humana que depende dos recursos costeiros e marinhos e dos serviços do ecossistema para a sua sobrevivência e bem-estar. Esta pressão humana também resulta em poluição e degradação de habitats. O estado da maioria dos recifes é bom, com alta cobertura de corais moles e duros.

As praias, as dunas e as zonas costeiras

As praias e as dunas constituem a interface mar-terra e incluem praias arenosas, praias rochosas, praias lodosas e dunas costeiras. São habitats e sistemas dinâmicos devido ao efeito principalmente das marés, da drenagem costeira e dos ventos. Moçambique é rico em praias ao longo de toda a costa. As praias arenosas cobrem cerca de 1.200 km do litoral e fornecem um habitat adequado para a postura das tartarugas marinhas ameaçadas de extinção. A zona litoral norte do país (do Rovuma a Angoche) é caracterizada por possuir praias rochosas que constituem locais de abrigo para muitas espécies de peixe, bivalves e crustáceos, e jogam um papel importante na estabilização da costa. As dunas costeiras são mais extensas entre a Ilha de Bazaruto e a Ponta do Ouro, uma distância de cerca de 850 km. Esta costa é caracterizada por dunas parabólicas altas, cabos e lagos de barreira. As dunas atingem alturas de 120 metros e são consideradas como as mais altas dunas com vegetação do mundo. A flora é bastante diversificada. A área é também uma importante fonte de plantas medicinais para as comunidades locais algumas das quais são endémicas. A zona central do país possui praias lodosas. Tais praias são formadas por lodo tornando-as mais estáveis que as praias arenosas. A zona sul de Moçambique caracteriza- -se por possuir praias arenosas com dunas muito altas e cobertas por uma vegetação bastante frágil. Estas praias são ambientes muito dinâmicos. As praias são o berçário de muitas espécies sobretudo para a desova das tartarugas marinhas. A zona entre as dunas e as praias de areia normalmente é colonizada por herbáceas pioneiras, que retêm partículas de areia e constroem as dunas, que são posteriormente estabilizadas por vegetação lenhosa. A fauna de praias de areia é geralmente dominada por caranguejos fantasmas e aves costeiras que se alimentam de detritos e pequenos invertebrados. Estes habitats e ecossistemas estão sob stress severo de desenvolvimento costeiro (urbano, agrícola, mineração, indústrias, turismo, pesca) com fraca regulamentação associado ao aumento da população em zonas costeiras de Moçambique, assim como às mudanças climáticas, particularmente o aumento do nível do mar. A pressão sobre os habitats e as zonas costeiras diminuem não só o valor dos beneficios à pesca, à biodiversidade, ao turismo como também a sua função como berçário.

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O sistema de áreas protegidas de Moçambique está projetado para conservar os seus ecossistemas e as espécies. As áreas protegidas incluem paisagens terrestres e marinhas classificadas em parques nacionais, reservas nacionais (incluindo reservas parciais), reservas florestais, reservas integrais e concessões de caça.

Os Ecossistemas de Água Doce e de Zonas Húmidas

Moçambique tem ecossistemas de água doce e de zonas húmidas de reconhecida importância nacional, regional ou internacional, dos quais o Lago Niassa e o Delta do Zambeze são exemplos notáveis.

Os principais tipos de ecossistemas de água doce e das zonas húmidas são os rios e as suas zonas ribeirinhas, os deltas, os lagos naturais e os lagos artificiais criados por barragens. O Lago Niassa, localizado a uma altitude de cerca de 500 metros acima do nível do mar, tem uma profundidade máxima de aproximadamente 700 metros. Caracteriza-se por possuir habitats raros de importância global e que suportam muitas espécies endémicas, das quais os peixes ciclídeos são um exemplo notável.

O complexo de Marromeu e o delta do rio Zambeze, ambos constituem um sistema costeiro húmido muito importante, nomeados sítio Ramsar. A área suporta uma das

maiores populações de aves aquáticas em Moçambique: pelicanos, corvo-marinho, cegonhas, íbis e muitas espécies de garça e patos. Milhares de espécies paleárticos e intra-africanas migratórias dependem sazonalmente desses habitats, incluindo os flamingos. Muitas das espécies nos diferentes habitats do complexo estão ameaçadas de extinção. Várias lagoas costeiras, pântanos e lagoas temporárias por de trás dos sistemas de dunas costeiras do sul de Moçambique são um tipo característico e importante de ecossistema de zona húmida. Cerca de 100 destes lagos costeiros ocorrem a partir de Vilankulos à Ponta do Ouro. As suas características físico-químicas e limnológicas variam. Os lagos intermitentemente ligados ao mar são de águas mais salobras e tendem a abrigar fauna de peixes estuarinos tolerantes à salinidade, enquanto que os localizados mais para o interior têm uma fauna de peixes de água doce. Algumas e mais importantes destas lagoas costeiras para a biodiversidade, pescas e turismo são os lagos Bilene, Nhambavale, Quissico, Inharrime e Piti. E poderão estar actualmente sob stress severo devido ao acesso e ao uso desordenado.

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Os mangais e as ervas marinhas

As florestas de mangal, onde ocorrem nove espécies, cobrem uma área estimada de cerca de 4.000 km2 principalmente em trechos mais protegidos ao longo da costa, onde a mistura de água doce e a deposição de sedimentos ocorre tal como nos estuários e nos deltas dos grandes rios (Zambeze, Púnguè e Save). Outras áreas de mangal importantes são a desembocadura do rio Limpopo, as baías de Maputo, de Inhambane e de Angoche, o sistema estuarino dos Bons Sinais, em Quelimane, e um cinturão quase contínuo no litoral norte até à foz do Rio Rovuma. Nove espécies de árvores de mangal foram identificadas em Moçambique. Os mangais fornecem uma infinidade de usos para as comunidades locais. Além destes usos directos, os mangais são conhecidos pelos serviços ecossistémicos indirectos oferecidos, tais como a protecção costeira ao diminuir a erosão costeira, refúgio e habitats para crescimento de espécies. Estima-se que a taxa de desmatamento de mangais em Moçambique entre os anos 1990-2010 seja de 2.666 ha/ano. As ervas marinhas cobrem cerca de 439 km2 de área em Moçambique. O Arquipélago das Quirimbas, Baia Fernão Veloso em Nacala, Arquipélago de Bazaruto e Baía de Maputo e Ilha da Inhaca tem extensas áreas de ervas marinhas. Catorze espécies de ervas marinhas foram identificadas. Estas desempenham um papel ecológico importante como zonas de reprodução e de alimentação para muitas espécies. Os tapetes de ervas marinhas e os mangais estão a ser ameaçados pela erosão, sedimentação, devastação, poluição por descarga de esgotos, por práticas de pesca destrutivas e pisoteamento.

Os recifes de coral

Os recifes de coral são habitats marinhos encontrados a profundidades até 50 m onde as condições, principalmente águas limpas, favorecem o seu desenvolvimento como áreas de maior biodiversidade e produtividade no mundo. Moçambique possui uma área de recife de coral estimada em 1.890 km2. Os recifes são distribuídos quase continuamente ao longo da costa norte, a partir do Rio Rovuma ao Arquipélago das Primeiras e Segundas ao norte do Banco de Sofala. Os recifes de coral moçambicanos são principalmente recifes de franja, geralmente dominados por corais duros, embora os corais moles também sejam abundantes em alguns locais. O estado da maioria dos recifes de coral é bom, com alta cobertura de corais moles e duros, embora a abundância da população de peixes seja muito baixa ou seja dominada por peixes herbívoros de tamanho pequeno.

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Os habitats de águas profundas

Cerca de 14 % da área marinha de Moçambique está sobre a plataforma continental, portanto, a maior parte da ZEE é de águas profundas. Pouco se sabe sobre os ecossistemas pelágicos e abissais em Moçambique. As diferentes características dos habitats de águas profundas influenciam a ocorrência e a passagem de espécies marinhas que são pouco estudadas. A zona oceânica é considerada bastante produtiva e algumas das espécies incluem baleias, tubarões, atum e outros peixes pelágicos e pássaros marinhos. São previsíveis ameaças de poluição provenientes da acção mineradora e da extracção de hidrocarbonetos. Entretanto, os fundos marinhos constituem reservas de recursos ainda pouco conhecidos, os quais podem fornecer benefícios para o desenvolvimento económico de Moçambique.

A conservação da diversidade biológica

Moçambique tem seguido uma política de consolidação e ampliação do sistema de áreas de conservação como melhor maneira de promover aspectos da importância ecológica, económica e social do seu património natural assegurando o seu correcto uso e a sua preservação para as gerações vindouras. A rede de áreas marinhas protegidas ao longo da costa é composta por cinco áreas (dois parques nacionais, uma reserva, uma zona de protecção total, e uma área de protecção ambiental). Actualmente, as áreas de conservação cobrem uma área total de cerca de 20.462 km2, dos quais 8.633 km2 abrangem ecossistemas marinhos. As principais ameaças aos ecossistemas marinhos e costeiros de Moçambique incluem a sobrepesca, o desenvolvimento industrial e o costeiro, a exploração dos recursos naturais não regulamentada, as práticas de turismo prejudiciais, a poluição e as climáticas extremas, tais como tempestades e ciclones.

As áreas marinhas protegidas

A maioria das áreas protegidas foram estabelecidas em 1960 e 1970. Um processo de restauração de áreas protegidas iniciou-se em 1995, com o restabelecimento dos órgãos de gestão e elaboração de planos de gestão; a criação de novos parques, reservas e áreas de caça; mudança de limites de áreas protegidas; formulação de políticas e legislação complementar. A criação de novos parques, incluindo Áreas de Conservação Transfronteiriços resultou num aumento da percentagem da área total coberta pelas áreas protegidas de 11,4% em 1995 para 25% em 2012.

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PRINCIPAIS SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS MARINHOS

Os serviços dos ecossistemas

Ecossistemas saudáveis fornecem uma variedade de serviços úteis para o bem estar de milhões de habitantes de Mocambique e incluem: protecção contra desastres naturais; materiais para a vida (modos de vida e abrigo); saúde e bem-estar, água e boas relações sociais que incluem a coesão social, o respeito e a abilidade de ajudar os outros.

O papel do mar no ciclo hidrológico

Uma das características peculiares do nosso planeta no sistema solar é a abundância de água livre. Grande parte da água existente surgiu do interior da Terra durante a sua formação. A água livre encontra-se actualmente num processo cíclico de transporte entre os continentes, os oceanos e a atmosfera denominado de ciclo hidrológico. O ciclo hidrológico contempla várias etapas que inclui a evaporação, a precipitação o escoamento através dos rios e o retorno às bacias oceânicas. Os oceanos têm um papel central neste ciclo, pois para além de serem o maior reservatório de água do planeta. Toda a precipitação nos continentes, que representa apenas 10 % de toda a água evaporada provém dos oceanos.

Moçambique, por estar localizado numa região de elevada evaporação e precipitação, tem uma queda de chuvas e um escoamento através dos rios abundante. Todavia, o ciclo hidrológico apresenta uma grande variação, facto que origina oscilações no regime de precipitação e de escoamento, causando cheias e secas cíclicas.

A interacção mar-atmosfera

O regime climático, a natureza das massas de água oceânicas, os eventos e as variações climáticas observadas em variadas escalas temporais (ciclones, etc.), resultam em grande medida da interacção existente entre os oceanos e a atmosfera. Esta interacção é essencialmente caracterizada pelos fluxos de momento entre a atmosfera e os oceanos. Os ventos, o aquecimento e o arrefecimento, a evaporação e a precipitação constituem os principais mecanismos através dos quais a atmosfera exerce influência sobre os oceanos. Por sua vez, a humidade ou o vapor da água, o calor latente das águas oceânicas e as nuvens são os principais mecanismos através dos quais os oceanos influenciam a atmosfera causando a circulação atmosférica e o sistema de ventos. Os ventos por sua vez também influenciam a distribuição da temperatura das águas oceânicas superficiais e esta determina a magnitude e a distribuição espacial do fluxo de humidade para a atmosfera.

Moçambique localiza-se na região de transição entre o clima tropical e o intertropical, onde predominam condições de elevada evaporação associada a elevados fluxos de calor. Como consequência, as águas oceânicas do Canal de Moçambique são relativamente mais quentes e mais salinas. Para além disso, a probabilidade de ocorrência de ciclones tropicais é elevada.

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A produção primária do fitoplancton

A produção primária do oceano é garantida pelo fitoplancton. Além do fitoplancton, há outros produtores primários especialmente nas zonas costeiras: as algas, as ervas marinhas e o mangal. A produção primária marinha desempenha um grande papel na dinâmica da cadeia alimentar marinha, da regulação dos ciclos bio-geoquímicos e suportam a pesca. Além disso alguns peixes são herbívoros e alimentam-se directamente das plantas marinhas (ervas e algas). Isto significa que a mudança no padrão da produção primária afecta a desova, o crescimento e ou a reprodução. O fitoplancton depende do dióxido de carbono, da luz solar e dos nutrientes para o seu crescimento, mas também de outros elementos importantes que incluem a profundidade da água, a temperatura, os ventos e os consumidores.

As mudanças climáticas e a actividade humana, como o desenvolvimento costeiro, o turismo, a destruição de habitats e outras actividades, aumenta o nível de sedimentação e de turbidez da água e, por isso, reduzem a disponibilidade de luz para a fotossíntese que afecta de forma negativa a produção primária e o seu papel no ecossistema.

Outras ameaças à produção primária que provocam o aumento da turbidez, toxicidade e a eutroficação da água, são a descarga de águas residuais não tratadas directamente para o mar e a descarga de excedentes de nutrientes dos campos agricolas.

Os serviços culturais, estéticos e espirituais

A interacção histórica entre a cultura dos diversos povos e o meio ambiente marinho em Moçambique tem produzido práticas, influências e diversos produtos culturais únicos. Há vários sítios arqueológicos associados à rica história marítima de Moçambique. Em alguma medida este sítios e a sua história criaram identidades culturais, serviços espirituais e práticas religiosas próprias. Alguns destes locais e paisagens ao longo da costa Moçambicana atraem o turismo devido ao seu valor estético e histórico. Alguns produtos dos ecossistemas marinhos e costeiros têm sido apropriados para uso directo pelas comunidades para o consumo, a saúde, a ornamentação e a renda. Contudo, o estudo e a descrição do acervo cultural sobre o mar é escasso e a erosão da memória colectiva não facilita o uso da herança cultural associada ao mar.

Assim, uma avaliação dos valores e da contribuição da herança cultural para a conservação dos recursos marinhos e costeiros de Moçambique, é desejável. A documentação e a incorporação do conhecimento local tradicional nos sistemas modernos de gestão são importantes para o uso suatentável dos recursos.

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A SEGURANÇA ALIMENTAR

O mar como fonte de alimentos

O Oceano Índico, no geral e o canal de Moçambiquie em particular, com águas quentes, caracteriza-se por uma grande biodiversidade e por um grande nível de endemismo.

A pesca e a aquacultura

Em Moçambique, a pesca tem uma história secular e é parte integrante da segurança alimentar e da cultura das comunidades costeiras. Os habitantes costeiros de Moçambique dependem fortemente da pesca para a garantir a sua segurança alimentar e nutricional fazendo parte dos seus hábitos e costumes. Contudo, a exploração de recursos pesqueiros é feita na costa, nos lagos e rios, principalmente por mais de 350.000 pescadores artesanais que desembarcam cerca de 95% da produção nacional. O resto da produção é desembarcada por uma frota comercial composta por operadores semi-industriais e industriais que se dedicam principalmente à captura de camarão e de peixe. Uma frota estrangeira opera em águas da Zona Económica Exclusiva e tem o atum como recurso alvo.

O potencial de recursos pesqueiros estimados para Moçambique é de 332 mil toneladas. A actividade pesqueira desembarca principalmente crustáceos, peixes demersais, peixes pelágicos e moluscos. Os crustáceos costeiros e de águas pouco profundas incluem camarões, caranguejos de mangal, crustáceos de profundidade, incluindo a gamba, lagostas entre outros. O sector das pescas contribui com cerca de 3% do PIB. O sector produtivo sub-divide-se em: (1) pesca industrial representada por empresas e armadores de pesca operando embarcações com autonomia de processamento e congelação a bordo; (2) de pequena escala subdividiva em (i) Semi-industrial composta por empresas e armadores operando embarcações com autonomia de conservacão a bordo; e (ii) pesca artesanal formada por pescadores artesanais e pequenos armadores operando embarcações com conservação limitada ao gelo. A pesca de pequena escala representa em termos de número e volume de produção a maior componente produtiva do sector pesqueiro. Ela é igualmente a mais relevante em termos de criação de emprego. A produção pesqueira registada em 2015, proveniente da pesca marítima, foi de 196,5 mil toneladas de pescado diverso. O consumo per capita de pescado em Moçambique foi estimado em 12,6 kg/pessoa/ano (2014). O censo da pesca artesanal realizado em 2012 indica um total de cerca 334 mil profissionais associados à pesca de pequena escala, afiliados a cerca de 1.217 centros de pesca existentes ao longo da costa de Moçambique. As principais pescarias marinhas de Moçambique, quer em volume de produção, quer em valor, compreendem o camarão de águas pouco profundas; o camarão de águas profundas (gamba) os peixes demersais; os peixes pequenos pelágicos e grandes pelágicos (atum), nas águas marinhas. Nas águas interiores a maior pescaria é a da Kapenta (sardinha de água doce) seguida da tilapia.

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A aquacultura em Moçambique iniciou nos anos 1950 com a criação de peixes de água doce por farmeiros de pequena escala. No início da década de 60, foram construídos três centros de pesquisa e demonstração da piscicultura, designadamente no Umbelúzi (0,5 ha), em Sussundenga (20 ha) e no Chokwé (1,6 ha). O principal objectivo era o repovoamento de barragens, lagos e reservatórios naturais. Estas infra-estruturas foram abandonadas durante a guerra civil e encontram-se actualmente degradadas. O cultivo de espécies marinhas, principalmente o camarão, surgiu apenas a meados dos anos 90. O primeiro ensaio da cultura de camarão marinho teve início na província da Zambézia, na região centro-norte, umas das zonas mais apropriadas à cultura do camarão marinho.

A aquacultura comercial que iniciou no final da década de 1980, atingiu o seu pico em 2005 e dedicou-se ao cultivo de camarão. Estudos mostram a existência de cerca de 30 mil hectares apropriados para o desenvolvimento da aquacultura de camarões marinhos, dos quais apenas 3 mil estão a ser utilizados. A maricultura é uma prática recente e com muito pouca expressão, tendo sido comprovado o potencial para o cultivo de peixe, camarão, caranguejo de mangal e algas marinhas. Apesar das iniciativas e da promoção feita pelo governo, esta actividade tem ainda pouca expressão. Actualmente a piscicultura de nível familiar é a actividade aquícola mais praticada em Moçambique com recurso a construção de tanques em terra nas zonas costeiras e águas interiores para a criação da tilápia, onde mais de 258 mil hectares são terra propícia ao desenvolvimento da piscicultura de água doce de pequena escala, dos quais as estimativas indicam que apenas cerca de 2 mil hectares estão ocupados com baixos rendimentos.

O aumento da pressão demográfica nas zonas costeiras associado à escassez de recursos marinhos constitui uma ameaça à segurança alimentar nas últimas décadas. Esta situação constitui uma oportunidade para o governo e o sector privado incrementarem os investimentos na aquacultura, previlegiando as espécies de fácil maneio e de fácil crescimento nas condições ecológicas de Moçambique.

OUTRAS ACTIVIDADES HUMANAS

Cultura, turismo e desporto

O potencial do turismo de Moçambique é invejável: 2700 km de litoral tropical, biodiversidade de grande valor ecológico, incluindo espécies endémicas e um património histórico e cultural bastante rico. Moçambique tem uma oportunidade aberta para partilhar os benefícios económicos e sociais relacionados com o crescimento do turismo na África Austral e no mundo. O trabalho conjunto com os parceiros regionais, a criação de ligações espaciais, a orientação das respostas para as exigências do mercado, a promoção de investimentos apropriados e dirigidos e a ênfase na conservação são essenciais se este potencial for materializado em benefício do país.

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Associado ao turismo, as condições naturais para a prática de desportos náuticos com fins lúdicos são excelentes. Estão implantadas em Moçambique agremiações desportivas que se dedicam aos desportos náuticos, à pesca desportiva e à pesca recreativa. Conhece-se também, com base em descrições feitas por navegadores que a partir do século XII demandaram a costa moçambicana, a ocorrência de afundamentos de embarcações que, na época, transportavam especiarias, ouro e prata, que constituem uma grande atracção para os historiadores, os arqueólogos e para os turistas cinegéticos. Moçambique tem condições naturais excelentes para a prática de desportos náuticos marítimos. Tanto no domínio do desporto recreativo quanto no desporto de competição, várias modalidades são desenvolvidas: a pesca desportiva, a vela, o windsurf, entre outras. Nas águas de Moçambique já tiveram lugar competições internacionais ao nível africano e mundial que atestam bem as condições propícias para o desenvolvimento dos desportos náuticos. Embora ainda pouco desenvolvida, a prática de modalidades náuticas, tem um potencial importante.

Os transportes marítimos

Os transportes em geral e os transportes marítimos em particular desempenham um papel fundamental para as necessidades de mobilidade e de deslocação das populações. A utilização da “estrada” do mar permite o acesso seguro e atempado às mercadorias, às matérias primas, aos equipamentos e, de uma forma geral, aos bens necessários à satisfação das necessidades da população e da economia nacional. Pode também ser uma alternativa com custos acessíveis ao transporte de passageiros por via aérea rodoviária e ferroviária. Os transportes marítimos permitem assim uma integração e a interacção sólida entre as economias local e nacional e, entre esta, e a economia regional e mundial. Funciona igualmente como um gerador de emprego e como um contribuinte por excelência para o equilíbrio e a melhoria da balança de pagamentos do país.

Os hidrocarbonetos e o gás

A exploração de hidrocarbonetos em Moçambique data dos primórdios dos anos 1900 com a descoberta de bacias sedimentares bastante espessas na parte continental de Moçambique. Existem 6 grandes bacias sedimentares onde se realizam pesquisas de hidrocarbonetos, designadamente: Bacia de Moçambique; Bacia do Rovuma; Bacia do Lago Niassa; Bacia de Maniamba; Bacia do Médio Zambeze; Bacia do Baixo Zambeze. As Bacias costeiras de Moçambique e do Rovuma constituem as principais bacias sedimentares no país quer em termos de volume de sedimentos acumulados, quer de ocorrência de hidrocarbonetos.

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A Bacia de Moçambique extende-se ao longo da planície costeira das zonas central e sul de Moçambique. Por sua vez, a Bacia do Rovuma localiza-se no norte de Moçambique ocupando mais de 29 500 km2 desde a zona costeira continental à marítima. Estão em actividade oito áreas de pesquisa de hidrocarbonetos, localizadas nas bacias de Moçambique e do Rovuma. Estas actividades têm em vista a identificação do potencial de ocorrência de hidrocarbonetos bem como a avaliação para o desenvolvimento de novos reservatórios. A partir do ano 2010, começaram as primeiras descobertas de gás na Bacia do Rovuma cujos recursos estão na ordem de mais de 180 tpc (trilhões de pés cúbicos de gás) e colocaram Moçambique na lista dos maiores produtores de gás no mundo. Um total de mais de 202 furos foram já efectuados. Cerca de 160.000 km de sísmica bidimensional (2D) foram adquiridos em terra e no mar, em todo o território nacional entre 1960 e 2013. Em 2004 iniciaram as actividades de exploração do Campo de Temane e em 2009 o campo de Pande foi acoplado ao sistema. A quantidade total de gás produzido desde 2004 até Dezembro de 2013 foi de mais de 1.140.675.883,15 GJ (Giga Joules), que correspondem a 27.272.933.591 Nm3 (Normais metros cúbicos) e de condensado produzido foi 13.002.192 bbl (barris). Tanto o petróleo como o gás natural são recursos naturais não renováveis e principais fontes da energia da economia mundial. Deles extraiem-se variados produtos, sendo os principais: benzina, óleo diesel, gasolina, alcatrão, polímeros plásticos, Gás para o uso familiar, Metano, Etano, Propano, Butano, Pentano e também Dióxido de Carbono Para o caso específico de Moçambique as descobertas de novos poços de gás natural e de petróleo, tem grandes implicações na descoberta de novas fontes de receitas.

A governação e o quadro legal

O Governo de Moçambique, no domínio do mar e das zonas costeiras, é representado pelo Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, criado pelo Decreto Presidencial nº.1/2015, de 16 de Janeiro, orgão central do Estado que, de acordo com os princípios, objectivos, prioridades e tarefas definidos pelo Governo, dirige, coordena, planifica e assegura a execução de políticas, estratégias e planos de actividade nas áreas do mar,

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águas interiores e pescas, como definido no Decreto Presidencial nº. 17/2015, de 25 de Março. As atribuições deste órgão são o exercício da autoridade do Estado sobre o mar, águas interiores e pescas nos domínios da fiscalização, do ordenamento, das concessões, da investigação, das actividades económicas e da promoção do aproveitamento dos recursos do mar.

No domínio do mar e no exercício das suas atribuições, o MIMAIP tem competências nas áreas de:

a. Administração e segurança nos espeços marítimos;

b. Desenvolvimento e gestão de infra-estruturas de apoio à nevegação;

c. Meteorologia marítima e hidrológica;

d. Fiscalização de actividades no mar;

e. Formação de marítimos e profissionais do mar;

O MDN, o MINT e o MINEC têm um papel importante. São responsáveis pela garantia da soberania e segurança nacionais bem como pela afirmação do país junto da comunidade internacional. Os ministérios tutelando sectores de actividades económicas no mar ou nas zonas costeiras ou que, de alguma forma, têm no mar parte da sua actividade, são: o MTC, o MIREME, o MICULTUR, o MJUD, citando apenas os principais.

A CRM estabelece que o território da República de Moçambique é uno indivísivel e inalienável abarngendo toda superfície terrestre, a zona marítima e o espaço aéreo… . Estabelece ainda que a extensão, o limite e o regime das águas territoriais, a zona económica exclusiva, a zona contígua e os restantes fundos marinho de Moçambique são fixados por lei.

A Lei do Mar, Lei nº .4/96, de 4 de Janeiro, é a lei enquadradora dos assuntos do mar. Outro instrumento importante e regulador dos assuntos do mar é a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e o Acordo de Implementação da Parte XI da mesma Convenção, adoptados pela AG das Nações Unidas, respectivamente em Dezembro de 1982 e em Julho de 1994 e ractificada pela Assembleia da República pela Resolução nº. 21/96, de 26 de Novembro. Constituem também o quadro legal em matéria do mar outros instrumentos legais avulsos, principalmente enquadradores e reguladores das actividades económicas ou estabelecedoras de políticas sectoriais. Grande parte da legislação vigente carece de uma revisão com vista a adequá-la às novas dimensões do mar.

O capital humano

O mar envolve muitas actividades complexas e para as desenvolver, com resultados positivos, é importante que os idivíduos nelas envolvidos dominem a ciência e a tecnologia aplicadas ao mar por forma a serem cada vez mais produtivos o que, em larga escala, influencia positivamente a taxa de crescimento do país. A área de ensino aprendizagem técnico profissioal é aquela que melhor se adequa ao tipo de actividades profissionais que se desenvolvem o mar. No ano de 2015, existiam

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em Moçambique 144 estabelecimentos de ensino técnico profissional de nível elementar, básico e médio com um total de cerca de 66,8 mil alunos (básico e elementar = 22,8 mil e médio = 42,0 mil) e cerca de 4,2 mil professores para todos os níveis. Existem três instituições de ensino especializadas na formaçao técnico profissional e superior de especialidades marítimas, sendo uma de nível básico e médio e duas de ensino superior.

Considerando que as áreas do ensino superior das Ciências Naturais e das Engenharias são as que podem dar profissionais do mar estiveram, em 2015, matriculados nesta áreas 29,3 mil alunos . Foram graduados um total de 1.400 alunos sendo 300 na área de Ciências Naturais e 1100 nas Engenharias.

Em face dos números, mesmo tendo em conta a formação especializada existente, é manifestamente pequeno o número de formados aproveitados para as profissões do mar. Grande percentagem dos alunos graduados, quando passam para o mercado de trabalho, não escolhem profissões relacionadas com actividades ligadas ao mar.

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POLÍTICA DO MAR

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Resolução

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

_________ CONSELHO DE MINISTROS

Resolução n.º /2017

de de Agosto

O Programa Quinquenal do Governo preconiza a necessidade de reforço dos

mecanismos que assegurem o acesso ordenado ao mar e às zonas costeiras e ao seu

uso.

A crescente demanda do espaço marítimo para diferentes fins – nomeadamente para

pesca e aquacultura, transporte marítimo e indústria naval, turismo, produção de

energia e exploração de hidrocarbonetos, realização de pesquisas e investigação

científica e salvaguarda do património cultural – exige uma abordagem holística e

integrada.

Afigura-se, pois, pertinente estabelecer uma Política do Mar e sua Estratégia de

Implementação que enquadre a procura do mar e das zonas costeiras para o

desenvolvimento de actividades económicas e que responda aos desafios colocados à

promoção, crescimento e competitividade de uma economia azul, rentável e

sustentável.

Nestes termos, e, ao abrigo do disposto na alínea f) do número 1 do artigo 204 da

Constituição da República, o Conselho de Ministros determina:

Único: É aprovada a Política e Estratégia do Mar, abreviadamente designada por

POLMAR, em anexo, que faz parte integrante da presente Resolução.

Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 15 de Agosto de 2017.

Publique-se.

O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.

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POLÍTICA DO MAR

1. O território da República de Moçambique compreende a terra firme, as águas

continentais, o mar territorial, a zona contígua, a plataforma continental, o leito do mar, os fundos marinhos e seu subsolo, bem como o espaço aéreo correspondente ao domínio terrestre e ao mar territorial.

2. A Constituição da República de Moçambique estabelece, no nº. 1 do artigo 98, que “os recursos naturais situados no solo e no subsolo, nas águas interiores, no mar territorial, na plataforma continental e na zona económica exclusiva são propriedade do Estado”. Estabelece ainda que “constituem domínio público do Estado: a) a zona marítima; b) o espaço aéreo; c) o património arqueológico; d) as zonas de protecção da natureza; e) o potencial hidráulico; f) o potencial energético; g) as estradas e linhas férreas; h) as jazidas minerais; i) os demais bens como tal classificados por lei” e que “o Estado promove o conhecimento, a inventariação e a valorização dos recursos naturais e determina as condições do seu uso…” 3. A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) estabelece as bases para que a exploração e o acesso ao mar se procedam de forma ordenada e supervisada pela Organização das Nações Unidas. 4. O Governo da República de Moçambique aprovou a Estratégia Nacional de Desenvolvimento (2015/2035), que tem como objectivo “elevar as condições de vida da população através da transformação estrutural da economia, expansão e diversificação da base produtiva” e estabelece que “o processo de transformação estrutural da economia, deverá incidir em áreas prioritárias de desenvolvimento, que se orientam por estratégias específicas, nomeadamente para os sectores agrário, pesqueiro, indústria transformadora, indústria extractiva e a indústria de turismo”. 5. Tendo em conta as potencialidades que o mar oferece, a coberto da Constituição da República de Moçambique, da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e, com vista à implementação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento, o Governo da República de Moçambique elaborou a Política e Estratégia do Mar. 6. O mar representa a origem da vida, um enorme regulador do clima, uma importante reserva de alimento, uma estrada que permite o transporte de pessoas e de bens, para além de outros benefícios materiais, culturais e espirituais que lhe estão associados. 7. Os problemas identificados, cuja origem resultam de uma governação marítima e costeira pouco coesa e na degradação crescente dos ecossistemas marinhos e costeiros, associados à fraca capacidade administrativa reguladora e fiscalizadora da exploração dos recursos renováveis e não renováveis, podem encontrar soluções na Política e Estratégia do Mar. 8. A Política e Estratégia do Mar é um forte suporte no sentido da solução dos problemas que se prendem, entre outros, com a defesa da soberania e da integridade do território nacional, a segurança marítima, a sobrepesca, a pesca e a migração ilegais, o narcotráfico e a pirataria.

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9. A Política e Estratégia do Mar contribui para a consolidação de uma agenda nacional para a gestão sustentável, integral e multisectorial dos espaços marítimos e costeiros, do acesso e utilização dos recursos marinhos e costeiros renováveis e não renováveis e deve ser considerada como uma base para a adopção e aplicação de políticas sectoriais específicas.

PROBLEMA FOCAL

10. A Política e Estratégia do Mar está enunciada para a solução do seguinte problema focal:

OBJECTIVOS

11. A Política e Estratégia do Mar prossegue os seguintes objectivos:

a) Reforçar o exercício da soberania do Estado sobre as águas jurisdicionais marítimas.

b) Desenvolver no mar uma economia azul, rentável e sustentável. c) Promover o empoderamento de cidadãos e empresas nacionais para o

exercício de actividades económicas no mar e nas zonas costeiras, d) Promover o desenvolvimento tecnológico e científico no mar,

priorizando a investigação, a inovação e a extensão. e) Estabeler princípios e mecanismos para o ordenamento dos

espaços marítimos e das zonas costeiras f) Adoptar uma governação do mar e das zonas costeiras abrangente, coordenada e coerente.

g) Promover a cooperação internacional ligada ao mar para as matérias

relativas aos recursos compartilhados e à delimitação de fronteiras marítimas.

Baixos benefícios económicos, sociais e

ambientais causados por um inadequado

ordenamento, fraca fiscalização e por uma

deficiente coordenação do acesso, da utilização

e da exploração do capital natural no mar e nas

zonas costeiras.

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h) Promover a utilização sustentável do mar e das zonas costeiras para manifestações desportivas, culturais e religiosas.

i) Proteger e valorizar o património arquelógico existente no mar e nas

zonas costeiras.

j) Promover a adequação e a adopção sistemática de conteúdos sobre o mar e as zonas costeiras nos programas de ensino.

ÂMBITO

12. A Política e Estratégia do Mar aplica-se dentro do território geográfico de Moçambique e abarca as actividades sócio-económicas e culturais que tenham lugar dentro dos limites que se indicam abaixo:

a) Águas interiores marítimas; b) Mar territorial; c) Zona contígua; d) Zona Económica Exclusiva; e) Plataforma continental e a sua extensão; f) Zonas costeiras até ao limite dos distritos costeiros; g) No alto mar, sobre actividades exercidas por pessoas nacionais.

VISÃO

13. O Governo da República de Moçambique tem a seguinte visão:

MISSÃO

14. A missão da Política e Estratégia do Mar é promover o conhecimento e o

desenvolvimento económico, social e cultural sobre o mar, assentes nos princípios da economia azul.

Um mar seguro, gerido de forma integrada

e responsável, com benefícios sócio-

económicos para Moçambique, rumo ao

desenvolvimento sustentado.

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VALORES E PRINCÍPIOS

15. O Governo da República de Moçambique adopta na Política e Estratégia do Mar, os seguintes valores e princípios:

Valores:

Unicidade. A Política e Estratégia do Mar contribui para a consolidação de um território uno, indivisível e inalienável.

Sustentabilidade. A Política e Estratégia do Mar promove o equilíbrio entre a exploração e a sustentabilidade dos recursos existentes no mar; entre a conservação dos recursos marinhos e costeiros e a produção da riqueza e o desenvolvimento; e entre o homem e os demais seres vivos e não vivos. Equidade. A Política e Estratégia do Mar promove compromissos e orienta as estratégias para uma distribuição justa e solidária dos benefícios, por forma a contribuir para superar as desigualdades e a promover a igualdade de oportunidades para todos os grupos e interesses. Transparência. A Política e Estratégia do Mar responde pelos valores que promove e submete-se à monitorização e à avaliação, de acordo com os princípios e procedimentos instituídos. Competitividade. A Política e Estratégia do Mar facilita o desenvolvimento de condições e de capacidades que permitem aproveitar de forma sustentável e inteligente as oportunidades que o mar e as zonas costeiras oferecem através de investimentos seguros que coloquem no mercado produtos e serviços a preços competitivos e de alta qualidade.

Princípios:

Princípio da unidade territorial do Estado. Os espaços marítimos e costeiros são parte integrante do Estado e a Política e Estratégia do Mar tem como referência a unidade territorial, no quadro da soberania nacional.

Princípio da coordenação multisectorial e multidisciplinar. O Estado, na formulação de estratégias que respondam aos desafios decorrentes da Política e da Estratégia do Mar, da sua gestão integrada e das zonas costeiras, promove o envolvimento harmonizado de diferentes sectores e disciplinas cujo denominador comum é o mar.

Princípio do envolvimento da comunidade. O Estado promove e reconhece a iniciativa e a participação activa de todos os cidadãos e das autoridades tradicionais na planificação, na tomada de decisão e no uso e conservação dos recursos marinhos e costeiros.

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Princípio do equilíbrio. O Estado garante o equilíbrio entre o desenvolvimento económico e a conservação dos recursos marinhos e costeiros e a salvaguarda dos direitos do consumidor. Princípio do poluidor pagador. O Estado responsabiliza as pessoas singulares e colectivas pelo custo de reposição da qualidade do ambiente danificado e ou pelos custos para a prevenção e eliminação da poluição por si causada, no exercício das actividades no mar e nas zonas costeiras.

Princípio do utilizador pagador. O acesso e a utilização dos recursos marinhos e costeiros é pago pelos utilizadores.

Princípio holístico. O Estado reconhece que todas as questões relacionadas com o espaço dos ecossistemas marinhos e costeiros estão inter-relacionados e devem ser tratados como um todo e de harmonia com o princípio da precaução.

Princípio da precaução. O Estado, tendo em conta o grau de incerteza do conhecimento científico existente em cada momento, adopta medidas precaucionárias relativas à protecção, conservação e sustentabilidade dos ecossistemas e estabelece sistemas de prevenção de actos lesivos ao meio ambiente.

Princípio da gestão integrada. O Estado promove a gestão responsável e integrada, inter-sectorial, multi-disciplinar e transversal, assegurando a coordenação da planificação e da acção no mar.

Princípio da cooperação internacional. O Estado respeita os valores e princípios das cartas da ONU e da UA e promove a relação com as organizações regionais e internacionais cujo denominador comum é o mar.

EIXOS

16. A Política e Estratégia do Mar assenta em eixos directores à volta dos quais gravitam os pilares. Cada um dos pilares tem várias linhas de política enunciadas e, para cada uma das linhas de política, são enumeradas as respectivas estratégias.

17. O Governo da República de Moçambique na aplicação da Política e Estratégia do Mar observa os seguintes eixos directores:

1. Estabelecimento de um ambiente favorável ao desenvolvimento de actividades económicas, no mar e nas zonas costeiras, à luz dos princípios da economia azul. 2. Promoção de iniciativas dirigidas ao estabelecimento de uma cultura ambiental que induza um desenvolvimento económico harmonioso e sustentável.

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3. Constituição de mecanismos e de instrumentos necessários ao exercício de coordenação entre os ógãos centrais, locais e municipais.

4. Reparação dos danos causados aos ecossistemas marinhos e costeiros recuperando a sua capacidade de auto-regeneração e equilíbrio.

5. Aplicação de sistemas de taxação pelas concessões, acesso e uso de serviços naturais do meio ambiente, dos recursos marinhos e costeiros.

PILARES

18. A Política e Estratégia do Mar da República de Moçambique assenta nos seguintes pilares:

A. Governação e quadro legal. B. Coordenação inter-institucional.

C. Ambiente marinho e costeiro. D. Desenvolvimento económico. E. Desenvolvimento territorial. F. Desenvolvimento do capital humano. G. Cooperação internacional.

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LINHAS DE POLÍTICA

19. O Governo da República de Moçambique na prossecução dos objectivos da Política e Estratégia do Mar, define para cada um dos pilares as linhas de política a seguir enunciadas.

PILAR A. Governação e quadro legal 20. A governação do mar e quadro legal:

Implica a articulação e a coordenação do uso dos espaços marítimos e das zonas costeiras, incluindo as formas de organização administrativa referente aos assuntos do mar e das zonas costeiras;

Considera o fortalecimento de mecanismos, capacidades e procedimentos que permitam a participação de todos os interesses na gestão integral dos espaços marítimos e costeiros e dos seus recursos;

Adopta o ordenamento, a planificação e o zoneamento dos espaços marítimos como garante do seu uso adequado;

Abarca o marco jurídico nacional e internacional que facilitam e enquadram a acção governamental de controlo das águas jurisdicionais, de forma a manter a soberania nacional e a garantir a legalidade das actividades existentes no mar e nas zonas costeiras;

Baseia-se no conhecimento de que todos os assuntos do mar estão relacionados entre si e devem ser abordados holisticamente, como um conjunto, dada a crescente multiplicidade de usos que são dados ao mar e às zonas costeiras.

21. São problemas associados à governação e quadro legal:

Descoordenação institucional associada a um quadro legal insuficiente e débil;

Fraco conhecimento da real contribuição para a economia das

actividades desenvolvidas no mar, por insuficiente desagregação estatística nas contas nacionais;

Visões diferentes da maioria das instituições para assumirem o mar

como sendo uma responsabilidade colectiva; Insuficientes e fragmentados os mecanismos de participação da

sociedade civil na gestão dos espaços marítimos e costeiros;

Os actores e as comunidades locais têm fraco envolvimento nos processos de tomada de decisão sobre as opções de desenvolvimento e aproveitamento das ofertas do mar.

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22. No domínio da governação e do quadro legal, o Governo da República de Moçambique segue as seguintes linhas de política:

a) Assegura a existência de uma capacidade de defesa, controlo e segurança dos espaços maritimos e costeiros, para reprimir as ameaças reais e potênciais que se revelam ser contra a Independência, a Soberania e a Integridade territorial. b) Reprime, no cumprimento das leis nacionais e em conjugação com os instrumentos internacionais ractificados por Moçambique, a (o):

i. utilização ilegal dos espaços marítimos e das zonas costeiras para o tráfico ilícito de pessoas e bens;

ii. poluição marinha e costeira e o uso desregrado dos respectivos recursos;

iii. incumprimento da legislação que regula as actividades económicas no mar e nas zonas costeiras;

iv. incumprimento das medidas de protecção de bens e da vida humana no mar.

c) Promove a participação efectiva da sociedade civil, através das respectivas organizações, na gestão integrada do mar, dos espaços marítimos e das zonas costeiras e na salvaguarda do património marítimo natural e cultural. d) Estabelece o ordenamento, a gestão e o maneio para o desenvolvimento e para o aproveitamento das potencialidades produtivas do mar e das zonas costeiras e promoverá o seu aproveitamento, numa base sustentável e de conservação da diversidade biológica. e) Desenvolve de forma permanente sistemas que garantam a vigilância e o controlo efectivo de todas as actividades, incluindo a salvação pública, que tenham lugar nas águas marítimas e nas zonas costeiras de Moçambique. f) Adequa o quadro legal para melhorar a gestão dos espaços marítimos e costeiros em consonância com o Direito Internacional de forma a permitir a aplicação da Política e Estratégia do Mar. g) Acompanha, desenvolve e fortalece as capacidades dos órgãos locais e dos municípios para a gestão dos espaços marítimos e costeiros. h) Adequa os serviços relativos à administração e segurança com vista a torná-los menos burocráticos e mais próximos dos cidadão que os procuram.

PILAR B.Coordenação inter-institucional

23. O Governo da República de Moçambique reconhece que o mar e as zonas costeiras são um conjunto multidisciplinar e multisectorial, que cobre várias estruturas de governação desde o nível nacional até ao local, que exige uma coordenação permanente e um compromisso de cada uma das entidades envolvidas. 24. O Governo da República de Moçambique, no mar e nas zonas costeiras, exerce através dos seus órgãos diferentes funções, complementares entre si, as quais

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obedecem a políticas específicas, sectoriais, cada uma delas, com as suas áreas de actuação, seus intrumentos e normas, no âmbito das respectivas competências. 25. O Governo da República de Moçambique reconhece que a inter-institucionalidade do mar e das zonas costeiras, obriga a um esforço de coordenação com vista a retirar altos rendimentos da exploração responsável dos recursos marinhos e costeiros numa base sustentável. 26. São problemas associados à coordenação inter-institucional:

O acesso e a utilização desordenada e descoordenada dos recursos renováveis e não renováveis;

As condições de acesso para o exercício de actividades económicas e as

condições de uso e utilização dos recursos marinhos e costeiros, pouco. divulgadas ou com condições sectoriais, algumas delas, duplicadas.

27. No domínio do coordenação inter-institucional, o Governo da República de Moçambique, guia-se pelas seguintes linhas de política:

a) Cria novas, extingue ou adequa as estruturas administrativas existentes de nível central e local, com vista a uma eficaz coordenação dos assuntos do mar e das zonas costeiras e à monitorização e avaliação da implementação da Política e Estratégia do Mar.

b) Cria sistemas integrados de planificação, monitorização e informação, com

a envolvência dos órgãos centrais e locais do Estado e dos municípios, com vista a tornar robusta a sua acção e a melhorar a presença do Estado no mar e nas zonas costeiras.

c) Cria um conselho nacional, que superintenda os assuntos relativos ao mar,

com a participação de todos os interesses e com vista a conciliar e integrar políticas, instrumentos de planificação e a coordenar a gestão integrada dos espaços marítimos, das zonas costeiras, dos recursos vivos e não vivos, do leito do mar e do seu subsolo.

d) Desenvolve um processo tendente a eliminar as barreiras administrativas à

instalação, ao acesso e ao desenvolvimento das actividades produtivas, realizando uma profunda revisão e eliminação das duplicações e anacronismos.

PILAR C. Ambiente marinho e costeiro

28. O Governo da República de Moçambique prioriza a conservação dos recursos e dos ecossistemas para o bem-estar da sociedade e garante o direito geral a gozar de um meio ambiente saudável.

29. O Governo da República de Moçambique protege os ecossistema marinhos e costeiros, a sua funcionalidade e produtividade, os serviços a ele associados e previne das alterações ambientais os impactos negativos sobre os espaços marinhos e costeiros.

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30. O Governo da República de Moçambique garante a qualidade ambiental dos ecossistemas e dos recursos marinhos e costeiros e assegura que os investimentos produtivos não comprometem ou deteriorem a qualidade ambiental dos ecossistemas naturais. 31. O Governo da República de Moçambique previne, através das entidades competentes, os desastres ambientais que as alterações climáticas possam causar nos espaços marítimos e nas zonas costeiras, com base em programas de investigação e no fortalecimento de sistemas de monitorização e de prognóstico oceanográfico e meteorológico. 32. O Governo da República de Moçambique presta atenção à conservação e ao uso sustentável da biodiversidade marinha e costeira e implementa programas dirigidos a diminuir os riscos sobre as espécies ameaçadas de extinção e a avaliar os riscos inerentes à presença de espécies invasoras. 33. O Governo da República de Moçambique garante a monitorização do tempo e do clima e a provisão de previsões hidrológicas e meteorológicas, avisos e outras informações para garantir a segurança de vidas humanas no mar, a segurança das embarcações, a protecção das comunidades das zonas costeiras e das infra-estruturas portuárias e similares, importantes para o desenvolvimento económico do país. 34. São problemas associados ao ambiente marinho e costeiro:

As ameaças ao meio ambiente marinho e costeiro associadas às alteração climáticas, à exploração irresponsável dos recursos marinhos e costeiros, à poluição proveniente de várias fontes e à degradação por acção humana das zonas costeiras e da flora marinha;

O ordenamento deficiente ou inexistente que permite o acesso

desordenado e a utilização desenfreada dos recursos marinhos e costeiros com sinais do seu esgotamento e de degradação do ambiente;

Condições de acesso à informação meteorológica relativa às condições

do mar ineficientes.

Produção e divulgação investigativa sobre o mar e os seus recursos fraca ou inexistente.

35. No domínio do ambiente marinho e costeiro, o Governo da República de Moçambique, guia-se pelas seguintes linhas de política:

a) Desenvolve e fortalece a utilização de modelos de gestão que promovem a conservação e a reabilitação da diversidade biológica incluindo a criação e a gestão de áreas protegidas e o ordenamento dos espaços marítimos. b) Incentiva a adopção de programas integrados de investigação básica e aplicada para o uso sutentável e a conservação dos recursos marinhos e

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costeiros e para o aproveitamento integrado dos ecossistemas, numa base de participação multidisciplinar e comunitária. c) Desenvolve acções dirigidas a melhorar a gestão das bacias hidrográficas, das fontes de poluição pelas actividades baseadas em terra, especialmente no que concerne ao controlo da erosão, fluxos de água, sedimentação e poluição, com impacto no ecossistema marinho.

d) Promove a gestão dos resíduos marinhos emanados de várias fontes para garantir o bem-estar dos ecossistemas marinhos. e) Estabelece sistemas multisectoriais de controlo e fiscalização sobre as actividades de aproveitamento da biodiversidade marinha com o envolvimento das autoridades locais do Estado, das autoridades municipais e das comunitárias.

PILAR D. esenvolvimento económico

36. O Governo da República de Moçambique promove o uso e o aproveitamento do capital natural nos espaços marítimos e costeiros. 37. O Governo da República de Moçambique promove e apoia as iniciativas que têm em vista o desenvolvimento humano sustentável, estão orientadas a erradicar a pobreza, a reduzir a vulnerabilidade e a incrementar o bem-estar das comunidades costeiras locais, fazendo uso dos espaços marinhos e costeiros. 38. O Governo da República de Moçambique promove a exploração sutentável dos recursos marinhos e costeiros e distribui equitativamente os benefícios gerados, com vista à melhoria das condições de vida da população. 39. O Governo da República de Moçambique facilita e promove o desenvolvimento sustentável de indústrias associadas ao mar e aos seus recursos, entre outras, a marinha mercante, a pesca, a aquacultura, o turismo, a exploração mineira e de hidrocarbonetos, o comércio, incluindo as subsidiárias como a educação, a saúde, a inovação e as tecnologias, a cultura, a religão, a arqueologia e outros serviços públicos que concorrem para o bem-estar da população. 40. O Governo da República de Moçambique prioriza o investimento em infra-estruturas, indústria naval, educação, saúde, cultura e outros serviços básicos para o desenvolvimento dos espaços marítimos, promovendo o acesso justo e equitativo aos recursos. 41. O Governo da República de Moçambique reconhece a Educação como um direito que todo o cidadão nacional tem, na busca do conhecimento, da ciência, da tecnologia, da investigação científica e destaca a importância da educação marítima para que o mar e as zonas costeiras sejam conhecidos não só como uma realidade histórica, geográfica e cultural, mas também como uma realidade onde existem potencialidades para o desenvolvimento de actividades económicas. 42. O Governo da República de Moçambique reconhece as tradições, as práticas e os movimentos religiosos, resultantes da vivência de grupos populacionais que utilizam

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e ocupam o mar e os espaços das zonas costeiras para realizarem as suas manifestações culturais. 43. São problemas associados ao desenvolvimento económico:

Uma cultura nacional do mar pouco desenvolvida e predominante, que não favorece nem o aproveitamento das oportunidades produtivas, para além do turismo e da pesca, nem a distribuição equitativa dos benefícios gerados, agudizando a exposição aos riscos e à sobre-exploração dos recursos. O acesso, a utilização e a exploração dos recursos renováveis e não renováveis com deficiente coordenação sectorial e pouco divulgado, especialmente nas zonas costeiras, fragilizando a autoridade do Estado. A informação e a formação sobre os assuntos do mar e das zonas costeiras é fraca e insuficiente para enfrentar as potencialidades e os desafios que o mar e as zonas costeiras oferecem, resultando na sua desvalorização e no seu fraco aproveitamento. A inexistência de uma marinha mercante forte e de uma indústria naval capaz de responder às necessidades nacionais em estaleiros navais de manutenção, reparação e construção naval, metalo-mecânica naval, fabrico de redes e de aprestos de pesca, criando uma forte dependência externa. O fraco predomínio da prática de desportos de competição e de lazer que não se coaduna com a extensão marítima do país, a diversidade de condições naturais que o mar oferece e nem com a sua história de ligação ao mar. A desvalorização do património arqueológico e cultural ligado ao mar o que conduz à exclusão social e ao baixo reconhecimento da diversidade cultural existente.

44. O Governo da República de Moçambique, no domínio do desenvolvimento económico, estabelece linhas de política para os seguintes domínios:

DA. Portos e infra-estruturas;

DB. Transporte marítimo e indústria naval;

DC. Pesca e aquacultura

DD. Cultura, turismo e desporto

DE. Minerais e hidrocarbonetos

DF. Energia

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DA. Portos e infra-estruturas

45. A propriedade e a administração dos portos e das infra-estruturas portuárias é do Estado, sem prejuízo de iniciativas privadas orientadas para a criação de novos serviços ou para a gestão de portos, através de contratos de gestão ou de cessão de exploração.

46. Os portos e as infra-estruturas expressam a necessidade de ligar Moçambique, por via marítima, entre si e ao mundo, com vista a incrementar as trocas comerciais, a introduzir o país nas rotas do turismo marítimo e a enfrentar os desafios de uma pesca responsável virada para o mercado doméstico e para a exportação.

47. São problemas associados ao desenvolvimento dos portos e infra-estruturas:

O baixo rendimento nas operações portuárias por inexistência de uma frota quer em regime de cabotagem quer em regime de navegação internacional ; A eficácia e a eficiência operacional do sistema portuário nacional é baixa e ainda não atinge os indicadores internacionais mais significativos; As infra-estruturas de pequena cabotagem tais como pontões, cais de acostagem e pequenos terminais de âmbito local pouco utilizados, a necessitarem de reparações e os respectivos canais de acesso assoreados.

48. No domínio dos portos e das infra-estruturas, o Governo da República de Moçambique guia-se pelas seguintes linhas de política:

a) Garante um sistema portuário, apetrechado e moderno, com ligação às vias férreas e rodoviárias e às cadeias logísticas de abastecimento, para acomodar embarcações de transporte marítimo de carga e de passageiros e para as embarcações de pesca. b) Optimiza o uso das infra-estruturas portuárias existentes através da melhoria do rendimento nas operações portuárias pela utilização de equipamentos modernos que as possam facilitar e ou pela melhoria contínua dos níveis de eficiência e de prestação de serviços portuários.

c) Proporciona o aumento da demanda pelas companhias de navegação quer em regime de cabotagem quer em regime de navegação internacional. d) Cria, nas áreas de influência portuária, condições que incentivem o surgimento de indústrias de processamento de pescado e outras, de infraestruturas de frio (congelação e conservação) e de cadeias de fornecimento a navios, que garantam o funcionamento portuário e o desenvolvimento social.

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e) Moderniza o sector marítimo portuário e de navegação, mediante a introdução de novas tecnologias e de uma gestão eficiente e segura do transporte marítimo de carga e de passageiros, dos portos, dos pontões e ancoradouros e dos pequenos terminais locais.

DB. Transporte marítimo e indústria naval

49. A indústria naval proporciona a infra-estrutura básica e necessária para o desenvolvimento do comércio nacional e internacional e, o transporte marítimo exerce um papel fundamental na integração e no desenvolvimento nacional através das trocas comerciais. 50. São problemas associados ao desenvolvimento do transporte marítimo e indústria naval:

A insuficiente indústria naval de constução e de reparação e de manutenção de embarcações e de metalo mecânica naval o que desincentiva o investimento em actividades de transporte marítimo e de pesca; A fraca capacidade das linhas de transporte marítimo de cabotagem e de passageiros; O deficiente funcionamento dos serviços públicos de assistência e controlo das actividades marítimas, nomeadamente no que diz respeito à administração e segurança marítima e ao apoio às embarcações no mar.

51. No domínio do transporte marítimo e da indústria naval, o Governo da República de Moçambique segue as seguintes linhas de política:

a) Promove e incentiva o desenvolvimento de um moderno sistema nacional integrado do transporte marítimo de passageiros e de carga orientado para o aproveitamento da capacidade ferroviária e rodoviária com o envolvimento prioritário do sector privado. b) Melhora o quadro económico, financeiro e jurídico que favoreça e permita a reactivação e o desenvolvimento do transporte marítimo e fluvial de carga e de passageiros. c) Melhora o quadro económico, financeiro e jurídico para o desenvolvimento de uma indústria naval forte e competitiva, nomeadamente de manutenção, de reparação e de construção de embarcações. d) Incentiva a investigação tecnológica para o desenvolvimento da indústria naval com base em fontes especiais de financiamento com vista à melhoria da prestação de serviços navais.

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DC. Pescas

52. A pesca e a aquacultura responsáveis proporcionam segurança alimentar e crescimento económico com impactos na redução do desemprego e na diminuição dos níveis de carência proteica.

53. São problemas associados ao desenvolvimento das pescas:

Fraca contribuição das pescarias e da aquacultura, para o desenvolvimento económico e social do país, nomeadamente para a segurança alimentar; Níveis baixos de contribuição do sector das pescas para a balança de pagamentos; Níveis baixos de abastecimento em produtos da pesca ao longo do país;

Insuficiente capacidade da administração pública das pescas para agir sobre assuntos transversais quer internos ao sector quer externos.

54. No domínio das pescas, o Governo da República de Moçambique segue as seguintes linhas de política:

a) Promove um sector de Pescas fortalecido através de uma exploração sustentável dos recursos pesqueiros, evitando a concentração de interesses nas pescarias, com ligação a uma indústria de processamento que acrescente valor ao pescado capturado com a presença crescente de investidores nacionais. b) Promove as condições necessárias para que o sector privado empreenda actividades de captura, de processamento, de comercialização de pescado, aquícolas e outras afins e garantirá a participação do mesmo, através das suas legítimas organizações, na gestão das pescarias, na tomada de decisão sobre as medidas de gestão e na fiscalização das actividades de pesca e de aquacultura.

c) Promove o desenvolvimento do sector privado das pescas, através de infra-estruturas estruturantes e de outras condições onde o desenvolvimento da pesca o justifique e com a disponibilização de linhas especiais de crédito e de incentivos ao investimento. d) Garante uma administração e uma gestão das pescas e das pescarias conducentes a uma pesca e aquacultura responsáveis.

e) Potencia os serviços públicos, tais como a extensão e o fomento, a formação técnico profissional, a investigação, a fiscalização da pesca e a inspecção do pescado.

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f) Promove a melhoria da capacidade produtiva pesqueira e aquícola e de comercialização dos produtos da pesca através de processos de valor acrescentado contribuindo para a melhoria da segurança alimentar e nutricional da população. g) Garante, face à existência de um grande potencial aquícola e à diminuição dos recursos selvagens, os recursos necessáros para que esse potencial seja efectivamente explorado.

DD. Cultura, turismo e desporto

55. Moçambique possui um rico potencial para se tornar um destino turístico regional e internacional. A possibilidade de combinação de uma experiência marcada de turismo de praia tropical ao longo da costa com a vida cosmopolitana das cidades, o excelente potencial de diversidade flora e da fauna e do ecoturismo, assim como a rica história e o mosaico cultural, oferecem uma base sólida sobre a qual se pode edificar um destino turístico sustentável.

56. Os vestígios históricos e arqueológicos encontrados no meio marinho e costeiro em Moçambique são património do Estado e a sua preservação e divulgação estimulam a unidade nacional e o amor à pátria. Os valores culturais expressos nas tradições, costumes e hábitos associados à cultura marítima são pouco conhecidos e necessitam de ser preservados e mantidos.

57. O desenvolvimento do turismo resulta da interacção e do comprometimento de uma multiciplidade de intervenientes directos e indirectos. No turismo intervêm o Estado representado pelos governos aos vários níveis, os municípios, o sector privado fornecedor de bens e de serviços, as comunidades locais e os turistas em geral.

58. O desporto é toda a forma de praticar actividade física que, através de participação ocasional ou organizada, visa equilibrar a saúde ou melhorar a aptidão física e/ou mental e proporcionar entretenimento. Moçambique dispõe de excelentes condições para a prática de desportos náuticos.

59. São problemas associados a cultura, turismo e desporto:

Cultura:

Insuficiente sistematização e divulgação de informação relacionada com tradições, hábitos e costumes ligados ao mar e, a existente, é pouco valorizada; Insuficiente investigação e recolha do património cultural marinho e dos achados arqueológicos tendo em vista eternizar a cultura marítima, contribuindo assim para a educação e para o desenvolvimento cultural marítimo do país. Turismo:

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Fraco ordenamento turístico das zonas costeiras assim como a deficiente ligação inter-institucional o que atrasa o desenvolvimento do turismo; Pouca diversidade da oferta de produtos turísticos de mar, concentração nas cidades, preços elevados com pacotes turísticos pouco aliciantes e desaproveitamento do rico potencial existente; Insuficientes incentivos governamentais e de alocação de recursos para a realização das actividades de marketing turístico e de atracção de investidores. Desporto:

Insuficientes agremiações desportivas dedicadas aos desportos náuticos de mar ou em baías como elemento catalizador e aglutinador de talentos e, as existentes, lutam com a falta de meios humanos e financeiros para levar a cabo outras modalidades para além das tradicionais.

60. No domínio do Cultura, Turimo e Desporto, o Governo da República de Moçambique segue as seguintes linhas de política:

Cultura: a) Fomenta a criatividade e a salvaguarda do património cultural e natural e regula a sua protecção, em especial o arqueológico. Turismo: b) Promove e fomenta o crescimento do turismo da linha azul amigo do ambiente, incentivando o investimento privado em infra-estruturas que potenciem as praias tropicais e as águas quentes, os recursos marinhos e costeiros, a conservação e a protecção das zonas costeiras marinhas. c) Estabelece um quadro institucional com mecanismos adequados, inter-sectoriais e multidisciplinares, de planificação e de controlo do desenvolvimento de um turismo sustentável e amigo do ambiente aos níveis central, provincial, distrital e municipal. d) Fomenta mecanismos de marketing turístico efectivo que resultem na criação de uma imagem forte do país e do seu turismo de linha azul através de programas nacionais de marketing e de parcerias com o sector privado. e) Desenvolve mecanismos para o estabelecimento de produtos turísticos sustentáveis, diversificados e atractivos, para a criação de um ambiente de investimento harmonioso favorável aos investidores nacionais e internacionais.

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Desporto: f) Adequa o quadro legal com vista a assegurar maior atracção dos agentes económicos e de outros interessados em apoiar o desenvolvimento de modalidades desportivas náuticas. g) Promove condições para que as agremiações e clubes deportivos ligados ao mar e aos desportos náuticos, tenham acesso a um quadro de incentivos que lhes permitam ter os meios necessários e adequados para a formação de jovens, nas modalidades náuticas, com vista à massificação da sua prática.

DE. Recursos minerais e hidrocarbonetos

61. O Governo da República de Moçambique regula e controla a prospecção, a refinação, a pesquisa, a produção e a transformação de hidrocarbonetos líquidos em gasosos e seus derivados, incluindo actividades de petroquímica e de gás natural liquefeito (GNL) e gás para líquidos (GTL).

62. O Governo da República de Moçambique divulga as potencialidades dos recursos minerais e dos hidrocarbonetos, negoceia com os investidores e as comunidades a sua exploração com vista a que os benefícios gerados sejam destinados ao desenvolvimento nacional e às comunidades locais.

63. O Governo da República de Moçambique, na atribuição dos direitos para a exploração dos minerais e dos hidrocarbonetos assegura o respeito pelos interesses nacionais nomeadamente a defesa nacional, o trabalho, a conservação dos ecossistemas marinhos e costeiros, as actividades económicas já estabelecidas e o meio ambiente em geral.

64. São problemas associados aos recursos minerais e aos hidrocarbonetos:

O acesso e a exploração desordenados, prejudicando o necessário exercício de harmonização multisectorial e o gozo, pelas comunidades locais, dos benefícios gerados; Conflitos entre infra-estruturas as explorações de minérios e de hidrocarbonetos e as actividades económicas existentes nos locais da exploração, com as comunidades pesqueiras e com as comunidades ribeirinhas em geral;

Inexistência de uma contrapartida financeira, independente do direito de exploração ou de pesquisa de petróleo, de gás ou de outros minerais, pelo direito ao uso dos espaços marítimos e das zonas costeiras, propriedade do Estado, para a instalação de explorações mineiras, de petróleo ou de gás.

65. No domínio dos recursos minerais e hidrocarbonetos, o Governo da República de Moçambique segue as seguintes linhas de política:

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a) Garante o conhecimento do potencial do país, no mar e nas zonas costeiras, em recursos minerais e hidrocarbonetos.

b) Cria sistemas de monitorização e de controlo das actividades conexas à exploração de minerais e de hidrocarbonetos no mar territorial e na plataforma continental com vista a proteger a vida humana e o meio marinho e costeiro.

DF. Energia

66. O Governo da República de Moçambique promove o desenvolvimento de energias alternativas com base no uso do potencial energético do mar e das zonas costeiras e apoia o desenvolvimento de estudos e projectos orientados para a busca de soluções energéticas. 67. O Governo da República de Moçambique considera que o uso das potencialidades energéticas do mar deve beneficiar as populações, preferencialmente as que se encontram fixadas nas zonas costeiras. 68. São problemas associados ao desenvolvimento energético:

Insuficiente produção e distribuição de energia para cobrir todas as necessidades do país; Nenhum aproveitamento do mar como fonte de energia; Inexistente aproveitamento das zonas costeiras para o desenvolvimento da energia eólica.

69. No domínio da Energia o Governo da República de Moçambique segue, as seguintes linhas de política:

a) Incentiva a investigação de fontes de energia oferecidas pelo mar e

pelas zonas costeiras através de fundos destinados a estudos energéticos e ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

b) Promove a produção e a utilização de fontes de energia alternativas, com base no mar e nas zonas costeiras.

c) Promove o mapeamento do potencial de energia oceânica e dos respectivos locais de ocorrência.

PILAR E. Desenvolvimento territorial

70. O Governo da República de Moçambique tem no ordenamento do território um meio para assegurar a organização do espaço nacional e a utilização sustentável dos seus recursos naturais, com vista à promoção da qualidade de vida das pessoas e à protecção, conservação e saneamento do meio ambiente.

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Política e Estratégia do Mar

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71. O Governo da República de Moçambique considera que o desenvolvimento territorial faz parte do progresso e do fortalecimento da competitividade económica e do desenvolvimento sócio-cultural do país. 72. O Governo da República de Moçambique promove a gestão integrada dos espaços marítimos e das zonas costeiras de acordo com as características territoriais e com os respectivos recursos ecológicos, socio-económicos e culturais através de consultas permanentes com os cidadãos e com os sectores económicos. 73. O Governo da República de Moçambique olha para os ecossistemas de mangal, recifes de coral, ervas marinhas, dunas costeiras, praias e falésias e leito e subsolo do mar, como sendo activos do Estado que requerem programas de ordenamento, zoneamento, conservação, recuperação, gestão e maneio. 74. São problemas associados ao desenvolvimento territorial:

Os espaços marítimos e costeiros urbanos e não urbanos não são parte do objecto do regime jurídico do ordenamento territorial; A descoordenação intersectorial e a existência de conflitos de uso e de actividades nos espaços maritimos e costeiros;

75. No domínio do desenvolvimento territorial o Governo da República de Moçambique segue as seguintes linhas de política:

a) Inclui os espaços marítimos, as zonas costeiras e os ecossistemas marinhos e costeiros dentro da organização territorial nacional. b) Ajusta a legislação vigente relativa ao ordenamento territorial para que os espaços marítimos e as zonas costeiras sejam incluídas no Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial e nos planos locais de desenvolvimento territorial e autárquicos.

c) Promove a elaboração de planos de uso e de afectação dos espaços marítimos e das zonas costeiras com vista ao ordenamento e à prevenção de conflitos de uso e de actividades, seguindo os seguintes critérios de preferência:

i. Maior vantagem social e económica para o país, (criação de

emprego; infraestrututas sociais; formação de recursos humanos; criação de valor; contributo para o desenvolvimento sustentável, etc);

ii. Quando se verifique uma igualdade de resultados no critério anterior será aplicado critério da máxima coexistência de usos e actividades.

iii. Sempre que o interesse público esteja em causa, nomeadamente por questões ambientais, os planos de uso podem determinar a relocalização de usos ou atividades existentes.

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Política e Estratégia do Mar

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d) Realiza o ordenamento e o zoneamento dos espaços marítimos e

costeiros e definirá os critérios para dirimir os conflitos de uso e de actividades.

e) Estabelece pela utilização dos espaços usados as contrapartidas

financeiras a serem pagas pelos utilizadores do mar e das zonas costeiras.

PILAR F. Desenvolvimento do capital humano

76. O Governo da República de Moçambique considera o capital humano como determinante para o crescimento económico e reconhece que quanto maior é o nível de qualificação profissional, maior é a produtividade, melhor é a qualidade, e menor é o custo dos produtos e dos serviços. 77. O Governo da República de Moçambique promove o desenvolvimento humano através de investimentos privados e públicos em educação, saúde e qualidade de vida. 78. O Governo da República de Moçambique promove e incentiva a formação marítima de pessoal do mar e de pessoal técnico de apoio em terra às actividades marítimas.

79. São problemas associados ao desenvolvimento do capital humano:

A formação e a informação sobre o mar e as zonas costeiras é fraca e

insuficiente;

Insuficiente inclusão do mar e da sua importância económica nos planos de

estudo do SNE;

A capacidade formativa e pedagógica das escolas profissionais de formação

de marítimos é fraca e os graduados têm pouca aceitação no mercado de

trabalho;

Insuficiente formação de pessoal técnico de apoio às embarcações nos

domínios da construção e da reparação naval.

80. No domínio do desenvolvimento do capital humano, o Governo da República de Moçambique segue as seguintes linhas de política:

a) Realiza uma revisão curricular das necessárias disciplinas do SNE com vista a

acomodar matérias ligadas à importância económica do mar e das zonas

costeiras a par das disciplinas relativas ao meio ambiente marinho e

costeiro.

b) Promove e incentiva o ensino técnico profissional nos domínios da

construção e da reparação naval.

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Política e Estratégia do Mar

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c) Realiza uma avaliação das escolas profissionais de formação de marítimos e

revitalizará a formação no domínio dos profissionais de mar.

d) Incentiva através de programas educativos o interesse das crianças e dos

jovens pela formação marítima.

e) Promove a divulgação da produção investigativa sobre o mar e as zonas costeiras seus recursos e de estudos sócio-culturais e arquelógicos.

f) Realiza o ordenamento e o zoneamento dos espaços marítimos e costeiros e definirá os critérios para dirimir os conflitos de uso e de actividades.

g) Estabelece pela utilização dos espaços usados as contrapartidas financeiras

a serem pagas pelos utilizadores do mar e das zonas costeiras.

PILAR G. Cooperação internacional

81. O Governo da República de Moçambique defende os interesses do país, em vários fora internacionais especialmente naqueles que propiciam o desenvolvimento integral das zonas marítimas, bem como o respeito pelo máximo aproveitamento do espaço soberano existente e potencial, pela protecção, conservação e saneamento do meio ambiente e pelo reforço duma estratégia global que visa o desenvolvimento marítimo e costeiro. 82. O Governo da República de Moçambique procurará, através de mecanismos definidos na comunidade internacional, (i) o apoio necessário nos processos de alocação e de exploração dos recursos da pesca; (ii) apoiar processos de consenso na comunidade internacional com destaque para os relacionados a evitar a sobre-exploração dos recursos marinhos e costeiros; e, (iii) estabelecer acordos internacionais na área marinha e costeira. 83. São problemas associados à cooperação internacional:

A falta de definição das fronteiras marítimas com os países vizinhos do Oceano Índico; A fraca participação e representação nos fora e organizações internacionais e regionais sobre os assuntos do mar; O insuficiente acompanhamento na gestão dos recursos pesqueiros compartilhados com os países vizinhos;

84. No domínio da cooperação internacional, o Governo da República de Moçambique segue as seguintes linhas de política:

a) Envida esforços para encontrar as melhores soluções negociadas para a determinação e estabelecimento de todas as fronteiras marítimas incluindo a extensão da plataforma continental no Oceano Índico.

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Política e Estratégia do Mar

48

b) Incrementa e melhora a qualidade da sua participação e representação nos fora regionais e internacionais, de forma sustentada, principalmente nos que tenham por objectivo tratar assuntos de gestão e administração do mar e dos respectivos recursos. c) Estabelece um sistema de inventariação dos recursos marinhos e costeiros compartilhados, do leito do mar e do fundo marinho, e estabelece acordos de gestão e de monitorização.

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Política e Estratégia do Mar

49

ESTRATÉGIA

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Política e Estratégia do Mar

50

ESTRATÉGIA

85. A Estratégia de implementação da Política do Mar indica como atingir os objetivos que cada linha de política enuncia. Cada estratégia será desdobrada em actividades que, por sua vez, constituirão os Planos de Acção sectoriais. 86. A Estratégia para a implementação da Política do Mar está enunciada numa matriz desenhada para cada um dos pilares. A matriz apresenta as linhas de política e, imediatamente a seguir, as estratégias correspondentes.

87. A cada linha de estratégia, correspondem colunas com a indicação do órgão do Governo responsável pela sua execução, com quem a deve harmonizar na implementação, o grau de prioridade e a indicação de quais os pilares onde os resultados da aplicação da estratégia têm impacto.

88. O grau de prioridade tem três escalões:

a) Prioridade alta: a estratégia deve ser implementada nos três primeiros anos de realização da Política do Mar;

b) Prioridade média: a estratégia deve ser implementada entre o terceiro e o sétimo ano de realização da Política do Mar; e,

c) Prioridade baixa: a estratégia deve ser implementada do oitavo ao décimo quinto ano de realização da Política do Mar.

89. As estratégias estão identificadas pela letra correspondente à identificação do Pilar, seguida da letra que indentifica a alínea da estratégia e de um número de ordem sequencial. (Ex: B.a1.; DA.b2.).

90. São as seguintes as estratégias para cada pilar:

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Política e Estratégia do Mar

51

PILAR A

Governação e quadro legal

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Política e Estratégia do Mar

52

PILAR A GOVERNAÇÃO E QUADRO LEGAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

A.a. Assegura a existência de uma capacidade de defesa, controlo e segurança dos espaços maritimos e costeiros, para reprimir as ameaças reais e potênciais que se revelam ser contra a Independência, a Soberania e a Integridade territorial.

ES

TR

AT

ÉG

IA

A.a1. Criar um sistema integrado de fiscalização dos espaços marítimos e costeiros com competência multidisciplinar.

MIMAIP + MINT +

MDN

Todos os sectores

O

O

A.a2. Potenciar a fiscalização marítima para reprimir ameaças de pirataria e de incumprimento das normas nacionais para o exercício de actividades económicas no mar.

A.a3. Garantir, em coordenação com todas as instituições de administração do mar e costeira, dos meios necessários para realizar a fiscalização marítima e costeira.

A.b. Reprime, no cumprimento das leis nacionais e em conjugação com os instrumentos internacionais ractificados por Moçambique, a (o): i. utilização ilegal dos espaços marítimos e das zonas costeiras para o tráfico ilícito de pessoas e bens;

ii. poluição marinha e costeira e o uso desregrado dos recursos marinhos e costeiros; iii. incuprimento da legislação que regula as actividades económicas no mar e nas zonas costeiras; iv. incuprimento das medidas de protecção da vida humana no mar.

ES

TR

AT

ÉG

IA

A.b1. Pôr em funcionamento os Tribunais Marítimos criados pela Lei nº. 5/96, de 4 de Janeiro.

MJACR MIMAIP; MTC;

MEF

O O O

A.b2. Potenciar a PRM - Polícia Costeira, Lacustre e Fluvial a Polícia dos Municípios e o Serviço Nacional de Salvação Pública.

MINT

MIMAIP; MTC; MITADER; GOVPROV; Municípios

O O O O

A.b3. Implementar programas de capacitação dos agentes de fiscalização marítima incluindo os fiscais comunitários.

MINT

MIMAIP; MITADER; GOVPROV; Municípios;

OCB

O O O O

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Política e Estratégia do Mar

53

PILAR A GOVERNAÇÃO E QUADRO LEGAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

A.c. Promove a participação efectiva da sociedade civil, através das respectivas organizações, na gestão integrada do mar, dos espaços marítimos e das zonas costeiras e na salvaguarda do património marítimo natural e cultural.

ES

TR

AT

ÉG

IA

A.c1. Estabelecer plataformas formais e permanentes de diálogo entre a sociedade civil e o Governo em assuntos de governação do mar e outros relacionados .

Sectores utilizadores

do mar

Sectores utilizadores do

mar

O

A.d. Estabelece o ordenamento, a gestão e o maneio para o desenvolvimento e para o aproveitamento das potencialidades produtivas do mar e das zonas costeiras e promoverá o seu aproveitamento, numa base sustentável e de conservação da diversidade biológica.

ES

TR

AT

ÉG

IA

A.d1. Elaborar planos de ordenamento para o mar e para as zonas costeiras que incluam o zoneamento e o mapeamento das actividades.

MIMAIP

MTC; MIREME; MITADER;

MINT; MASA; MICULTUR; GOVPROV; Municípios,

OCB; SOCIVIL

O O O O

A.d2. Elaborar planos de gestão (planos de maneio) de utilização sustentável dos recursos marinhos e costeiros.

MITADER; MIREME,

MTC; GOVPROV; MunicÍpios

O O O O

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Política e Estratégia do Mar

54

A.e. Desenvolve de forma permanente sistemas que garantam a vigilância e o controlo efectivo de todas as actividades, incluindo a salvação pública, que tenham lugar nas águas marítimas e nas zonas costeiras de Moçambique.

ES

TR

AT

ÉG

IA

A.e1. Criar e aplicar um sistema integrado de monitorização e controlo De todas as actividades marítimas e costeiras.

MIMAIP

Sectores utilizadores do

mar; Municípios

0 O O O

A.e2. Formar e capacitar agentes de fiscalização em matérias específicas sobre as actividades desenvolvidas no mar e nas zonas costeiras . (Ver Pilar A, estratégia Ab2).

Sectores utilizadores do

mar; OCB; Municípios

O

A.e3. Tornar obrigatório o uso do Sistema de Monitorização Automática de Embarcações (VMS) a todas as actividades económicas que utilizem embarcações e ou plataformas.

MIREME; MTC; MDN;

MINT; SEPRIV

O O O O

O

A.f. Adequa o quadro legal para melhorar a gestão dos espaços marítimos e costeiros em consonância com o Direito Internacional de forma a permitir a aplicação da Política do Mar e da respectiva estratégia de implementação.

ES

TR

AT

ÉG

IA

A.f1. Elaborar legislação sobre o regime jurídico de utilização dos espaços marítimos.

MIMAIP

Sectores utilizadores do

mar

0

0 O

A.f2. Identificar e rever a legislação cujo conteúdo impede a aplicação da Política do Mar e da Estratégia ou cujo conteúdo não tem em conta estes instrumentos de política nacional. Todos os

sectores

O O O O O O

A.f3. Rever e adequar à Política do Mar às políticas sectoriais vigentes. (ver Pilar D, estratégia D1).

O O O O O

PILAR A GOVERNAÇÃO E QUADRO LEGAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

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Política e Estratégia do Mar

55

(A.f. continuação)

ES

TR

AT

ÉG

IA

A.f4. Proceder à revisão da seguinte legislaçao vigente: (1) Lei nº.4/96, de 4 de Janeiro, Lei do Mar; (2) Lei nº.5/96, de 4 de Janeiro, Lei dos Tribunais Marítimos; (3) Lei nº. 19/2007, de 18 de Julho, Lei de Ordenamento do Território; (4) Decreto nº. 23/2008, de 01 de Julho, Regulamento da Lei de Ordenamento do Território.

(1)MIMAIP; (2)MIMAIP; (3)MAEFP; (4)MAEFP

Todos os sectores;

GOVPROV; Municípios;

SEPRIV; SOCIVIL

O O O O O

A.f5. Ajustar o quadro institucional garantindo a eficácia do sistema da autoridade de governação do mar. (ver Pilar B, estratégias Ba1 e Ba2).

MAEFP Sectores

utilizadores do mar

O O O O O O

A.g. Acompanha, desenvolve e fortalece as capacidades dos órgãos locais e municípios para a gestão dos espaços marítimos e costeiros.

ES

TR

AT

ÉG

IA A.g1. Formar e capacitar as autoridades municipais e os ógãos locais

competentes.

MIMAIP

Sectores utilizadores do mar; MAEFP;

GOVPRO; Municípios;

OCB

O O O

A.g2. Criar e dessiminar programas de sensibilização para a população utilizadora dos espaços marítimos e costeiros.

O O O

PILAR A GOVERNAÇÃO E QUADRO LEGAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

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Política e Estratégia do Mar

56

A.h. Adequa os serviços relativos à administração e segurança marítima com vista a torná-los menos burocráticos e mais próximos dos cidadão que os procuram.

ES

TR

AT

ÉG

IA

A.h1. Realizar a análise funcional da administração marítima e da administração pesqueira com vista à verificação da viabilidade da sua fusão. (ver Pilar B, estratégia Ba1).

MIMAIP

MTC; MAEFP; MEF

0 0

A.h2. Assegurar os processos de disponibilização de informação meteorológica necessária para a segurança e o desenvolvimento das actividades no mar.

MTC; MIREME; MICULTUR

SEPRIV; MJD;

0 0

0 DC DD DE

A.h3. Implementar instrumentos simplificados de monitorização e de segurança de procedimentos para as actividades no mar.

MTC; MIREME; MIMAIP; SEPRIV;

Municípios

0 0

0 DC DD DE

PILAR A GOVERNAÇÃO E QUADRO LEGAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

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Política e Estratégia do Mar

57

PILAR B

Coordenação inter-institucional

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Política e Estratégia do Mar

58

PIILAR B COORDENAÇÃO INTER-INSTITUCIONAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

B.a. Cria novas, extingue á ou adequa as estruturas administrativas existentes de nível central e local, com vista a uma eficaz coordenação dos assuntos do mar e das zonas costeiras e à monitorização e avaliação da implementação da Política do Mar.

ES

TR

AT

ÉG

IA

B.a1. Realizar um levantamento, ao nível central, local e municipal, de todas as estruturas, instituições, institutos, direcções e órgãos municipais que têm atribuições, competências ou ligação com o mar e as zonas costeiras, relaborar a respectiva análise funcional e a proposta de reestruração. (ver Pilar A, estratégia Af5).

MIMAIP Sectores

utilizadores do mar;

GOVPROV; Municípios

0

0

B.a2. Promover a coordenação de processos de licenciamento, de fiscalização e de monitorização das actividades marítimas e costeiras. (ver Pilar B, estratégia Ba1).

MIMAIP

0

0

B.b. Cria sistemas integrados de planificação, monitorização e informação, com a envolvência dos órgãos centrais e locais do Estado e dos municípios, com vista a tornar robusta a sua acção e a melhorar a presença do Estado no mar e nas zonas costeiras.

ES

TR

AT

ÉG

IA

B.b1. Realizar a avaliação ambiental estratégica das actividades no mar e nas zonas costeiras.

MITADER

MIMAIP; MTC; MASA;

MICULTUR; MIREME;

Municípios

0 0 0

B.b2. Criar um Observatório da Economia do Mar, definindo o conjunto de actividades a acompanhar, a metodologia, a frequência de monitorização e os critérios de recolha de dados, disponibilizando informação. MIMAIP

Todos os sectores;

GOVPROV; SOCIVIL; SEPRIV;

Municípios

0

0 0

B.b3. Criar um sistema integrado de dados para a monitorização e a avaliação das actividades planificadas. (ver Pilar D, estratégias D5 e D6)

Tdos os sectores;

Municípios

0

0

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Política e Estratégia do Mar

59

PILAR B COORDENAÇÃO INTER-INSTITUCIONAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

B.c. Cria um conselho nacional, que superintenda os assuntos relativos ao mar, com a participação de todos os interesses, com vista a conciliar e integrar políticas, instrumentos de planificação e a coordenar a gestão integrada dos espaços marítimos, das zonas costeiras, dos recursos vivos e não vivos, do leito do mar e do seu subsolo.

ES

TR

AT

ÉG

IA

B.c1. Criar o Conselho Nacional do Mar, aprovar o seu estatuto e o respectivo regulamento de funcionamento. (ver Pilar A, estratégia Af4).

MIMAIP

Todos os sectores;

GOVPROV; Municípios;

SOCIVIL

0

0 0 0 0 0

B.c2. Acompanhar as actividades das entidades públicas intervenientes no mar, promovendo a sua intervenção articulada e coordenada, optimizando a partilha de meios, recursos e informação. (ver Pilar A, estratégia Af5)

MIMAIP

Sectores utilizadores do

mar; GOVPROV; Municípios

0

0

0

B.d. Desenvolve um processo tendente a eliminar as barreiras administrativas à instalação, ao funcionamento e ao desenvolvimento das actividades produtivas, realizando uma profunda revisão e eliminação das duplicações e anacronismos.

ES

TR

GIA

B.d1. Simplificar os procedimentos relativos à instrução dos processos administrativos burocráticos para o acesso ao mar e aos seus recursos. (ver Pilar B, estratégias Ba1). MIMAIP

Todos sectores SEPRIV, SOCIVIL,

Municípios

0

0

0

B.d2. Criar mecanismos de divulgação dos procedimentos para o acesso aos recursos marinhos e costeiros

0

0 0 0 0 0

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Política e Estratégia do Mar

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PILAR C

Ambiente marinho e costeiro

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Política e Estratégia do Mar

61

PILAR C AMBIENTE MARINHO E COSTEIRO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

C.a. Desenvolve e fortalece a utilização de modelos de gestão que promovem a conservação e a reabilitação da diversidade biológica incluindo a criação e a gestão de áreas protegidas e o ordenamento dos espaços marítimos.

ES

TR

AT

ÉG

IA

C.a1. Adequar o regime jurídico para o estabelecimento de áreas marinhas protegidas. (ver Pilar A, estratégia Af1).

MIMAIP + MITADER +

MIREME

Sectores utilizadores

do mar; Municípios;

SEPRIV; OCB

0 0

0 0

C.a2. Adoptar e aplicar modelos de gestão integrada e de reabilitação das áreas protegidas.

0 0

0 0

0

C.a3. Rever, actualizar e monitorizar os planos de maneio das áreas marinhas protegidas ou elaborá-los onde não existam.

0 0

0 0

Ca4. Desenvolver estratégias de marketing que promovam o turismo nas áreas protegidas marinhas e costeiras.

MICULTUR

MIMAIP; MASA;

MITADER; MJD;

Munícipios; SEPRIV

0 0

0

C.b. Incentiva a adopção de programas integrados de investigação básica e aplicada para o uso sutentável e a conservação dos recursos marinhos e costeiros e para o aproveitamento integrado dos ecossistemas, numa base de participação multidisciplinar e comunitária.

C.b1. Definir linhas estratégicas de investigação prioritárias, para o uso e a conservação dos recursos marinhos e costeiros, incluindo a biotecnologia, com o envolvimento de universidades, de instituições de investigação e das comunidade. (ver Pilar C, estratégia Cd1).

MIMAIP + MCTESTP +

MIREME

Sectores

utilizadores do mar; UNIV;

SEPRIV

0

0

0

C.b2. Adoptar programas de investigação dos recursos marinhos e costeiros, usando uma abordagem ecossistémica, para garantir o seu uso sustentável.

Sectores utilizadores

do mar

0 0

0

0

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Política e Estratégia do Mar

62

PILAR C AMBIENTE MARINHO E COSTEIRO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

(C.b. -Continuação)

C.b4. Priorizar o financiamento de projectos de investigação com base em acordos entre universidades e instituições de investigação, com o envolvimento das comunidades.

Sectores utilizadores

do mar

MIMAIP; MASA;

MCTESTP; MITADER

MIREME; UNIV

0 0

0

0

C.c. Desenvolve acções dirigidas a melhorar a gestão das bacias hidrográficas, das fontes de poluição pelas actividades baseadas em terra, especialmente no que concerne ao controlo da erosão, fluxos de água, sedimentação e poluição, com impacto no ecossistema marinho.

ES

TR

AT

ÉG

IA

C.c1. Elaborar, aplicar e monitorizar os planos de gestão das bacias hidrográficas com impactos nos ecossistemas marinhos.

MOPHRH

MIMAIP; MASA;

MITADER; MIREME;

Municípios; GOVPROV;

SEPRIV; OCB

0

0

0

C.d. Promove a gestão dos resíduos marinhos emanados de várias fontes para garantir o bem-estar dos ecossistemas marinhos.

ES

TR

AT

ÉG

IA

C.d1. Inventariar e mapear as fontes com concentração de resíduos marinhos que se acumulam na costa e no mar.

MITADER +

MIMAIP

Sectores utilizadores do

mar; MISAU; GOVPROV; Municípios;

SEPRIV; OCB

0

0

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Política e Estratégia do Mar

63

PILAR C AMBIENTE MARINHO E COSTEIRO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

(C.b. - continuação)

ES

TR

AT

ÉG

IA

C.d2. Implantar um sistema multi-sectorial de gestão de resíduos marinhos, seu controlo e inspecção. (ver Pilar C, estratégia Cd1).

MIMAIP

MITADER; MINT

MDN,MTC; MIREME;

MASA, GOVPROV;

OCB; SEPRIV; SOCIVIL;

Municípios

0

0

C.d3. Potenciar a fiscalização para controlar o tratamento dado aos resíduos produzidos pelas actividades exercidas no mar, nomeadamente a bordo das embarcações e nas plataformas e para intervir nas ocorrências de derrame de hidrocarbonetos.(ver Pilar A, estratégia Ab2).

MIMAIP + MDN + MINT

MIMAIP; MIREME; MITADER; MTC; MEF; GOVPROV; Municípios

0 0

0 0 0

C.e. Estabelece sistemas multisectoriais de controlo e fiscalização sobre as actividades de aproveitamento da biodiversidade marinha com o envolvimento das autoridades locais do Estado, das autoridades municipais e das comunitárias.

ES

TR

AT

ÉG

IA

C.e1. Realizar acções inspectivas multidisciplinares e responsabilizar os infractores. (Ver Pilar A, estratégias Ab2 e Ae4).

MIMAIP + MINT

MIMAIP; MIREME; MITADER;

MTC; MICULTUR

0

0

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Política e Estratégia do Mar

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C.e2. Criar e implementar mecanismos multisectoriais de fiscalização local com o envolvimento das autoridades dos órgãos locais, municipais e das organizações comunitárias de base.(Ver Pilar A, estratégias Ag1 e Ag2).

MINT

MIMAIP; MIREME; MTC;

MICULTUR; Municípios; GOVPROV;

OCB

0 0

0 0

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Política e Estratégia do Mar

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PILAR D

Desenvolvimento económico

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Política e Estratégia do Mar

66

PILAR D DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

EXECUÇÃO PRIORIDADE

Alta Méd Bax

ES

TR

AT

ÉG

IA C

OM

UM

PA

RA

AS

ÁR

EA

S E

CO

MIC

AS

D.1. Rever as políticas sectorias e harmonizá-las com a Política e Estratégia do Mar Todos os sectores

D.2. Realizar um estudo sobre a situação actual e o potencial da economia do mar e das zonas costeiras e das actividades associadas.

MIMAIP + Todos os sectores

utilizadores do mar +

UNIV

D.3. Estabelecer e cobrar taxas de acesso ao mar e de utilização, com fins lucrativos, das zonas costeiras, dos espaços marítimos e dos recursos marinhos e costeiros, com vista a proporcionar retorno para o Estado e para as conunidades. As taxas deve(m):

(1) reflectir o interesse da comunidade e os custos e benefícios económicos, ambientais, sociais e culturais de curto e longo prazo. Quando não for possível quantificar estes custos e benefícios, ter-se-á em conta a sua existência e a sua importância relativa.

(2) ser considerado um custo elevado, a ser incorporado na taxa, o risco de perda da saúde e da produtividade dos ecossistemas.

(3) ser calculada e taxada a poluição que resulta em perda ou diminuição do valor dos recursos marinhos e costeiros e das zonas costeiras, enquanto contínua, para outros usuários,.

MIMAIP + Todos os

utilizadores do mar;

MEF; SEPRIV

D.4. Legislar e fazer aplicar o princípio do utilizidador pagador, nas seguintes condições:

(1) Os custos dos danos colaterais de um projecto de investimento comercial devem ser suportados pelos proponentes do projecto desde que envolvam impactos sobre o mar e as zonas costeiras - incluindo infra-estruturas, gestão ambiental, monitorização e custos da gestão de riscos – a menos que exista interesse público.

(2) As aprovações das propostas de uso de recursos ficam condicionadas a que os proponentes apresentem garantias credíveis de poderem suportar esses custos.

MIMAIP + MITADER +

Todos os sectores

utilizadores do mar; SEPRIV

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Política e Estratégia do Mar

67

PILAR D DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

EXECUÇÃO PRIORIDADE

Alta Méd Bax

(D. - continuação)

D.5. Ajustar as contas nacionais por forma a permitir extrair uma conta do mar.

MIMAIP + INE + Todos os sectores utilizadores

do mar

D.6. Criar uma plataforma de recolha de dados sócio-económicos (emprego; salários; preços; rendimentos; custos e outros) das actividades económicas realizadas no mar e nas zonas costeiras.

MIMAIP + Todos os sectores

utilizadores do mar

D.7. Elaborar e publicitar um Guia do Investidor do Mar.

MIMAIP + Todos os sectores

D.8. Elaborar um Plano Director do Mar e das Zonas Costeiras, harmonizado com as políticas sectorias, que enquadre a Política e Estratégia do Mar.

D.9. Negociar linhas de crédito especiais e destinadas a incentivar o sector privado a investir em actividades no mar e nas zonas costeiras ou a tornar mais competitivos os empreendimentos existentes. Todos os

sectores utilizadores

do mar

D.10. Promover o envolvimento do sector empresarial do Estado em empreendimentos: (1) de rentabilidade assegurada que envolvam infra-estruturas de que é proprietário;

ou (2) onde, por razões estratégicas de desenvolvimento rural, a sua participação seja

considerada motora

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Política e Estratégia do Mar

68

PILAR DA

Portos e infra-estruturas

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Política e Estratégia do Mar

69

PILAR DA PORTOS E INFRA-ESTRUTURAS

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

DA.a. Garante um sistema portuário, apetrechado e moderno, com ligação às vias férreas e rodoviárias e às cadeias logísticas de abastecimento, para acomodar embarcações de transporte marítimo de carga e de passageiros e para as embarcações de pesca.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DA.a1. Promover a competitividade dos portos nacionais, assente na:

(1) aposta da intermodalidade; (2) criação de cadeias logísticas, e (3) implementação de instrumentos de monitorização e

simplificação de procedimentos.

MTC

MIMAIP; MITADER;

MICULTUR; MJD;

Municípios

0 0 0

0

0

DA.a2. Assegurar a aplicação das normas inerentes (1) à segurança portuária e (2) à prevenção da poluição marítima e costeira.

(1) MTC + (2) MIMAIP

MITADER; MINT; SEPRIV;

OCB

0 0 0

DA.b. Optimiza o uso das infra-estruturas portuárias existentes através da melhoria do rendimento nas operações portuárias pela utilização de equipamentos modernos que as possam facilitar e o pela melhoria contínua dos níveis de eficiência e de prestação de serviços portuários.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DA.b1. Criar um quadro de incentivos que estimule o capital privado a participar, através de contratos de gestão ou de parcerias público privadas, na gestão e na exploração de:

(1) portos em geral, terminais, pontões e cais de acostagem para tráfego local de carga e de passageiros;

(2) outros serviços portuários complementares.

MTC

MIMAIP; MITADER; MEF; MIC;

SEPRIV; BANCA

0 0 0

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Política e Estratégia do Mar

70

PILAR DA PORTOS E INFRA-ESTRUTURAS

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

(DA.b - continuação)

ES

TR

AT

ÉG

IA DA.b2. Reabilitar as infra-estruturas de pequena cabotagem tais

como pontões, cais de acostagem e pequenos terminais locais. MTC

MIMAIP; MASA; MEF; MICULTUR;

MIC; MITADER; GOVPROV; Municípios;

SEPRIV

0 0 0

0

0

DA.b3. Criar uma rede de infra-estruturas, de acostagem, descarga, armazenagem e abastecimento, PARA embarcações de pesca de pequena escala.

MIMAIP

MTC; MEF; MITADER;

MIC; SEPRIV

0 0

DA.c. Cria, nas áreas de influência portuária, condições que incentivem o surgimento de indústrias de processamento de pescado e outras, de infraestruturas de frio (congelação e conservação) e de cadeias de fornecimento a navios, que garantam o funcionamento portuário e o desenvolvimento social.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DA.c1. Promoverá criação de cadeias logísticas e de serviços, cadeias de frio e pequenas indústrias de apoio.

MIMAIP + MIC

MIMAIP; MASA; MISAU;

Municípios; GOVPROV;

SEPRIV

0 0

0

DA.c2. Aprovar um quadro de incentivos para atrair o sector privado a investir em serviços portuários complementares.

MEF

MIMAIP; MASA; MTC;

SEPRIV; SOCIVIL

0 0

0

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Política e Estratégia do Mar

71

PILAR DA PORTOS E INFRA-ESTRUTURAS

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

DA.d. Moderniza o sector marítimo portuário e de navegação, mediante a introdução de novas tecnologias e de uma gestão eficiente e segura do transporte marítimo de carga e de passageiros, dos portos, dos pontões e ancoradouros e dos pequenos terminais locais.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DA.d1. Apetrechar e ou criar incentivos para o apetrechamento dos portos nacionais de forma a torná-los regional e internacionalmente competitivos.

MTC

MIMAIP; MIREME;

MEF; MICULTUR

0 0

0

DA.d2. Introduzir mecanismos de monitorização e de controlo da actividade portuária utilizando indicadores internacionais como meta.

MIMAIP; MICULTUR;

MASA; SEPRIV

0 0

0

DA.d3. Garantir a dragagem dos canais de acesso aos portos e aos locais de acostagem para que sejam navegáveis.

MIMAIP

MTC; MEF; MIREME;

SEPRIV

0

0

0

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Política e Estratégia do Mar

72

PILAR DB

Transporte marítimo e indústria naval

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Política e Estratégia do Mar

73

PILAR DB TRANSPORTE MARÍTIMO E INDÚSTRIA NAVAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

DB.a. Promove e incentiva o desenvolvimento de um moderno sistema nacional integrado do transporte marítimo de passageiros e de carga orientado para o aproveitamento da capacidade ferroviária e rodoviária com o envolvimento prioritário do sector privado.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DB.a1. Criar um quadro de incentivos atractivo que estimule o sector privado a investir no transporte marítimo de passageiros e de carga.

MTC

MEF; MIC; MITADER;

SEPRIV; Munícipios

0 0

DB.a2. Promover soluções modernas de transportes públicos, assentes na intermodalidade.

SEPRIV; MIC; MISAU;

MITADER; MASA;

Municípios

0 0

DB.a3. Criar cadeias logísticas de apoio às actividades de transporte marítimo e fluvial.

SEPRIV; MIC; MITADER;

MISAU; Municípios

0 0

0

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Política e Estratégia do Mar

74

PILAR DB TRANSPORTE MARÍTIMO E INDÚSTRIA NAVAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

DB.b. Melhora o quadro económico, financeiro e jurídico que favoreça e permita a reactivação e o desenvolvimento do transporte marítimo e fluvial de carga e de passageiros.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DB.b1. Elaborar o Plano Director dos Transportes; (intermodal).

MTC

SEPRIV; MIC; MISAU;

MASA; Todos sectores

utilizadores do mar;

GOVPROV; Municípios

0 0 0

0

DB.b2. Proceder à revisão ou à criação de instrumentos jurídicos e financeiros que promovam o investimento na instalação de um sistema de transporte marítimo e fluvial de passageiros e de carga.

SEPRIV; Todos sectores

utilizadores do mar

Municípios; MIC; MASA;

0 0

0

DB.c. Melhora o quadro económico, financeiro e jurídico para o desenvolvimento de uma indústria naval forte e competitiva, nomeadamente de manutenção, de reparação e de construção de embarcações.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DB.c1. Reservar, dentro dos espaços costeiros, áreas destinadas à instalação de estaleiros navais de reparação e de construção.

MIMAIP

SEPRIV; MIC; MTC;

MITADER; MIREME; GOVPROV

0 0 0

0

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Política e Estratégia do Mar

75

PILAR DB TRANSPORTE MARÍTIMO E INDÚSTRIA NAVAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

(DB.c – Continuação)

ES

TR

AT

ÉG

IA

DB.c2. Elaborar estudo de viabilidade técnico-económica para uma

indústria nacional de construção de embarcações. MIMAIP +

MIC

Todos os

sectores

utilizadores

do mar;

SEPRIV

0 0 0

DB.c3. Criar um quadro de incentivos fiscais, aduaneiros e creditícios que

estimule o sector privado a investir na indústria de construção e de

reparação naval.

MIMAIP +

MTC + MEF

Todos os

sectores

utilizadores

do mar;

SEPRIV

0 0

DB.d. Incentiva a investigação tecnológica para o desenvolvimento da indústria naval com base em fontes especiais de financiamento com vista à melhoria da prestação de serviços navais.

ES

TR

AT

ÉG

IA DB.d1. Estimular os alunos das escolas técnico-profissionais para a

investigação e a inovação em tecnologias marinhas. (ver Pilar F, estratégias Fd2 e Fe1). MCTESTP

MINEDH: MIMAIP:

MITADER; MASA:

MIREME; SEPRIV;

GOVPROV; MTC

0 0

0

DB.d2. Criar condições para que fundos destinados à ciência e tecnologia sejam alocados para o desenvolvimento da investigação e inovação em tecnologias marítimas

MEF

0 0

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Política e Estratégia do Mar

76

PILAR DC

Pescas

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Política e Estratégia do Mar

77

DC.b. Promove as condições necessárias para que o sector privado empreenda actividades de captura, de processamento, de comercialização de pescado, aquícolas e outras afins e garantirá a participação do mesmo, através das suas legítimas organizações, na gestão das pescarias, na tomada de decisão sobre as medidas de gestão e na fiscalização das actividades de pesca e de aquacultura.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DC.b1. Priorizar a concessão de direitos de pesca a operadores que invistam na indústria de processamento e na transformação do pescado, acopulado a investimentos na aquacultura.

MIMAIP

SEPRIV

0

0

PILAR DC PESCAS

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZA

R Alta

Méd

Bax A B C D E F G

DC.a. Promove um sector de Pescas fortalecido através de uma exploração sustentável dos recursos pesqueiros, evitando a concentração de interesses nas pescarias, com ligação a uma indústria de processamento que acrescente valor ao pescado capturado com a presença crescente de investidores nacionais.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DC.a1. Orientar a monitorização pesqueira para os recursos pesqueiros em exploração e que têm importância significativa para o país do ponto de vista económico.

MIMAIP MITADER;

SEPRIV

0

0 DD

DC.a2. Promover o investimento na pesca de pequena escala de peixes pelágicos e demersais ligado ao processamento em terra.

MIMAIP SEPRIV; MIC;

MEF

0

0 DA

DC.a3. Normar e garantir a segurança da qualidade do pescado observando as regras nacionais e internacionais de processamento dos produtos da pesca.

MIMAIP MISAU; MIC;

MASA; SEPRIV

0

DA 0

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Política e Estratégia do Mar

78

PILAR DC PESCAS

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZA

R Alta

Méd

Bax A B C D E F G

(DC.b – Continuação)

DC.b2. Criar um quadro de incentivos fiscais, aduaneiros e creditícios ao investimento e à modernnização, para estimular a iniciativa privada nacional, em estabelecimentos de processamento, de aquacultura e na produção de alevinos e ração para peixes.

MIMAIP

SEPRIV; MEF

0

0 DA DF

0

DC.b3. Estabelecer normas para a utilização de produtos químicos e drogas veterinárias nas actividades de processamento de pescado e de aquacultura.

SEPRIV; MISAU

MASA; UNIV; SOCIVIL

0

DC.b4. Criar plataforma electrónica com informação necessária, para tornar célere a tramitação e a análise dos projectos e dos processos de licenciamento.

SEPRIV

0

0 0

DC.b5. Promover uma aquacultura dotada de um nível elevado de biosegurança, de protecção do ambiente, de bem estar dos animais cultivados e de saúde pública.

MITADER; UNIV; OCB;

SEPRIV

0

0

DCb6. Estabelecer os mecanismos que encoragem a participação do sector privado, organizado em associações , na gestão e na fiscalização. (ver pilar A, estratégia Ac1).

SEPRIV; GOVPROV; Sectores

utilizadores do mar

0

0

0

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Política e Estratégia do Mar

79

PILAR DC PESCAS

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZA

R Alta

Méd

Bax A B C D E F G

DC.c. Promove o desenvolvimento do sector privado das pescas, através de infra-estruturas estruturantes e de outras condições onde o desenvolvimento da pesca o justifique e com a disponibilização de linhas especiais de crédito e de incentivos ao investimento.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DC.c1. Modernizar as infra-estruturas portuárias e construir desembarcadouros com condições de preservação da qualidade dos produtos desembarcados e para o seu controlo. (ver Pilar D, estratégia DAb1 e DAb2).

MIMAIP

MOPHRH; GOVPROV

Municípios; SEPRIV

0 0

0 DA

0

DC.c2. Negociar linhas de crédito especiais destinadas a incentivar o sector privado a investir no sector pesqueiro.

MIMAIP + MEF

MIMAIP; SEPRIV

0

0

DC.d. Garante uma administração e uma gestão das pescas e das pescarias conducentes a uma pesca e aquacultura responsáveis.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DC.d1. Promover a exploração sustentável dos recursos, adequando o nivel de esforço de pesca à obtenção do máximo rendimento sustentável.

MIMAIP

SEPRIV; OCB

0

DC.d2. Elaborar e implementar planos de gestão das pescarias em exploração baseados numa abordagem ecossistémica.

MIRADER; SEPRIV; OCB

0

0

DC.d3. Combater a pesca ilegal, não reportada e não regulamentada e as práticas de pesca destrutivas.

MINT; MITADER; GOVPROV;

SEPRIV; OCB

0 0

DC.d4. Promover o envolvimento das comunidades na gestão dos recursos aquáticos.

SEPRIV; GOVPROV; Municípios;

OCB

0 0 0 0

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Política e Estratégia do Mar

80

PILAR DC PESCAS

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZA

R Alta

Méd

Bax A B C D E F G

(DC.d – Continuação)

ES

TR

AT

ÉG

IA

DC.d5. Elaborar o Plano de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala.

MIMAIP

Todos os sectores;

GOVPROV; SEPRIV; OCB

0 0 0 0

DC.d6. Reforçar a capacidade de fiscalizar e adequá-la às novas tecnologias de fiscalização.

MIMAIP + MINT

Sectores utilizadores

do mar; MDN;

GOVPROV; OCB

0 0

0 DA DD DE

0

DC.d7. Assegurar que as estatísticas oficiais se desenvolvam de forma coordenada, integrada e racional, com base numa norma técnica, uniforme em todo o território nacional.(ver Pilar D,estratégia D5).

MIMAIP Todos os

sectores; INE

0 0

DC.e. Potencia os serviços públicos, tais como a extensão e o fomento, a formação técnico profissional, a investigação, a fiscalização da pesca e a inspecção do pescado.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DC.e1. Estabelecer serviços de extensão pesqueira e de fomento, nos domínios da tecnologia da pesca e da tecnologia do pescado, incluindo a redução de perdas pós-captura, dirigidos à pesca artesanal e à aquacultura, com vista a aumentar a capacidade produtiva dos produtores de pequena escala.

MIMAIP

MITADER; MASA;

GOVPROV; OCB; SEPRIV

0 0

0

DC.e2.Garantir a formação técnico profissional no domínio da investigação, da fiscalização da pesca da inspecção do pescado e da extensão pesqueira e aquícola

MIMAIP + MCTESTP

MIMAIP; MINEDH;

MIC; MITADER;

0 0

0

DA 0

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Política e Estratégia do Mar

81

MINT; SEPRIV; UNIV

PILAR DC PESCAS

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZA

R Alta

Méd

Bax A B C D E F G

DC.f. Promove a melhoria da capacidade produtiva pesqueira e aquícola e de comercialização dos produtos da pesca através de processos de valor acrescentado contribuindo para a melhoria da segurança alimentar e nutricional da população.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DC.f1. Promover e incentivar o processamento de espécies de baixo valor comercial para lhes acrescentar valor

MIMAIP

MIC; MITADER;

SEPRIV

0

0 DA DF

DC.f2. Prestar serviços de análises laboratoriais requeridos para a certificação sanitária dos produtos da pesca e de aquacultura.

MISAU; MASA; SEPRIV

0

DC.f3. Promover a tecnologia do pescado com vista à deversificação dos produtos da pesca processados e incentivar o investimento na indústria de processamento em terra.

MIC; MASA; MISAU; SEPRIV

0

DC.g. Garante, face à existência de um grande potencial aquícola e à diminuição dos recursos selvagens, os recursos necessáros para que esse potencial seja efectivamente explorado.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DC.g1. Promover a definição das linhas estratégicas da investigação científica aplicada em aquacultura priorizando o melhoramento genético e zootécnico.

MIMAIP

MCTESTP; MASA;

MITADER; UNIV

0 0

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Política e Estratégia do Mar

82

DC.g2. Rever, mapear e divulgar as àreas reservadas a empreendimentos de aquacultura marinha.

MITADER; MASA; UNIV; MICULTUR

0 0

0

PILAR DC PESCAS

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZA

R Alta

Méd

Bax A B C D E F G

(DC.g– Continuação)

ES

TR

AT

ÉG

IA

DC.g3. Elaborar e implementar o Plano de Desenvolvimento de Aquacultura

MIMAIP

MITADER; MASA; SEPRIV;

GOVPROV OCB;

Municípios

0 0 0

0 DD DE DF

0

DC.g4. Promover a construção de infra-estruturas estruturantes de apoio ao desenvolvimento da aquacultura

MOPHRH; GOVPROV;

OCB; Municípios

0 0 0

0

DC.g5. Definir o regime jurídico e técnico que assegure a construção e o funcionamento de aquaparques como plataforma para o incremento da produção aquícola.

MJCR; MASA;

MITADER; MIC;

MIREME; SEPRIV;

GOVPROV; OCB

0 0 0

0 DD DE DF

0

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Política e Estratégia do Mar

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PILAR DD

Cultura, Turismo e Desporto

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Política e Estratégia do Mar

84

PILAR DD CULTURA, TURISMO e DESPORTO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

TURISMO

DD.a. Promove e fomenta o crescimento do turismo de linha azul amigo do ambiente, incentivando o investimento privado em infra-estruturas que potenciem as praias tropicais e as águas quentes, os recursos marinhos e costeiros, a conservação e a protecção das zonas costeiras marinhas.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DD.a1. Capitalizar, no desenvolvimento de produtos de linha azul, a posição geográfica, o clima e o capital natural preveligiado de Moçambique.

MICULTUR

MIMAIP; MASA; MITADER; GOVPROV;

SEPRIV; OCB; Municípios

0 0

0 DC DE DF

0

DD.a2. Realizar investimentos em infra-estruturas estruturantes necessárias à abertura de novas áreas de turismo de linha azul, que incentivem o sector privado.(ver Pilar DC, estrtágia DC.g4)

MOPHRH MICULTUR

GOVPROV; OCB, Municípios

0 0 0

0 DA DC DE DF

0

DD..a3. Mapear e classificar o capital natural existente na nossa costa para fins turísticos.

MICULTUR

MIMAIP; MITADER; GOVPROV; Municípios

0 0

0

DD.a4. Promover a comercialização da produção da pesca e do artesanato local na cadeia produtiva do turismo.

MIMAIP; MASA; GOVPROV;

SEPRIV; Municípios

0 0

0 DC

DD.a5. Desenvolver o turismo náutico nos segmentos da náutica de recreio, dos desportos náuticos, do mergulho e de cruzeiros.

MIMAIP; MJD; SEPRIV;

Municípios

0 0

0

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Política e Estratégia do Mar

85

PILAR DD CULTURA,TURISMO e DESPORTO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

DD.b. Estabelece um quadro institucional com mecanismos inter-sectoriais e multidisciplinares adequados de planificação e de controlo do desenvolvimento de um turismo sustentável e amigo do ambiente aos níveis nacional, provincial, distrital e municipal.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DD.b1. Criar mecanismos de consulta com a participação de representantes do sector privado e do sector público, para o reforço e a coordenação de iniciativas e estratégias viradas para o fortalecimento de produtos turísticos nacionais de linha azul.

MICULTUR

Sectores utilizadores do mar; GOVPROV;

SEPRIV, Municípios

0 0

DD.b2. Efectuar um estudo das boas práticas nacionais e mundiais de modelos de cooperação público-privada na gestão, promoção e comercialização dos destinos de linha azul.

Sectores utilizadores do mar; GOVPROV;

sepriv; OCB, Municípios

0 0

0

DD.b3. Definir os segmentos, produtos e serviços prioritários para uma política de incentivos fiscais ao turismo de linha azul.

MEF; MIMAIP; SEPRIV

0 0

DD.b4. Implementar um programa de sensibilização turística incluindo acções concretas para garantir a protecção e a segurança dos turistas.

MIMAIP; MINT; GOVPROV; OCB;

Municípios

0 0

0

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Política e Estratégia do Mar

86

PILAR DD CULTURA, TURISMO e DESPORTO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

DD.c. Fomenta mecanismos de marketing turístico efectivo que resultem na criação de uma imagem forte do país e do seu turismo de linha azul através de programas nacionais de marketing e de parcerias com o sector privado.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DD.c1. Priorizar o marketing e o desenvolvimento de produtos de linha azul apelativos e acessíveis e fomentar o interesse dos operadores turísticos pelo destino.

MICULTUR

MIMAIP; GOVPROV; OCB;

Municípios

0 0

0

DD.c2. Desenvolver materiais e eventos técnicos para a disseminação dos produtos turísticos de linha azul e aproveitar os eventos que têm lugar em território nacional para os projectar .

MIMAIP; MIC; GOVPROV;

SEPRIV

0 0

0

DD.d. Desenvolve mecanismos para o estabelecimento de produtos turísticos sustentáveis,diversificados e atractivos, para a criação de um ambiente de investimento harmonioso favorável aos investidores nacionais e internacionais.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DD.d1. Desenvolver e publicitar produtos turísticos de linha azul, realçando a conservação e a protecção do capital natural, usando com eficácia as tecnologias de informação e de comunicação de marketing e as redes sociais.

MICULTUR

SEPRIV; Municípios

0 0

0

DD.d2. Potenciar a oferta de produtos para mercados turísticos de nicho relacionados com o mar, (mergulho; pesca recreativa; eco-turismo; desportos náuticos; turismo de cruzeiro, etc.).

MIMAIP; SEPRIV;

Municípios

0 0

0

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Política e Estratégia do Mar

87

PILAR DD CULTURA, TURISMO e DESPORTO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

DESPORTO

DD.e. Adequa o quadro legal com vista a assegurar maior atracção dos agentes económicos e outros interessados em apoiar o desenvolvimento de modalidades desportivas náuticas.

DD.e1. Proceder à revisão da Lei do Mecenato e elaborar o respectivo regulamento. MJUD +

MICULTUR

Sectores utilizadores do

mar; SEPRIV

0 0

DD.e2. Definir os desportos náuticos prioritários para uma política de incentivos fiscais ao desporto.

MIMAIP; MICULTUR;

SEPRIV; MEF

0 0 0

DD.f. Promove condições para que as agremiações e clubes desportivos ligados ao mar e aos desportos náuticos, tenham acesso a um quadro de incentivos que lhes permitam ter os meios necessários e adequados para a formação de jovens, nas modalidades náuticas, com vista à massificação da sua prática.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DD.f1. Identificar e mapear as infra-estruturas existentes e as áreas marítimas com potencial para a criação de infra-estruturas de apoio ao desporto náutico.

MJUD

MIMAIP; MITADER; MOPHRH; GOVPROV; Municípios

0 0 0 0

DC DE

DD.f2. Promover a construção de marinas apetrechadas com uma rede de apoio à navegação de recreio.

MICULTUR

MIMAIP; MJUD; MITADER;

SEPRIV; GOVPROV Municípios

0 0

0

PILAR DD CULTURA,TURISMO e DESPORTO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

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Política e Estratégia do Mar

88

(DD.f – Continuação)

DD.f3. Promover a candidatura do país à organização de provas desportivas náuticas internacionais.

MJUD

Todos os sectores;

Municípios

0 0

0

DD.f4. Promover a massificação do ensino aprendizagem da prática de desporto náutico.

MEDH

0 0

0

DD.f5. Promover o desporto náutico nas actividades de desporto escolar.(ver Pilar E, estratégiaFd3).

MEDH MCTESTP;

MJUD; Municípios

0 0

0

CULTURA

DD.g. Fomenta a criatividade e a salvaguarda do património cultural e natural e regular a sua protecção em especial o arqueológico.

DD.g1. Criar um regime jurídico que regule o estabelecimento e o funcionamento de entidades museológicas ou afins vocacionadas para a temática . (oceanários; aquários; etc.) do mar.

MICULTUR + MIMAIP

Sectores utilizadores do

mar; SEPRIV

0 0

DD.g2. Elaborar sistematicamente estudos e inventários do património cultural marítimo e costeiro. MIMAIP;

MITADER; GOVPROV; OCB;

Municípios

0 0 0 0

DC DE

DD.g3. Identificar e mapear os bens culturais imateriais em risco, os bens culturais materiais e as culturas tecnológicas existentes nos espaços marinhos e nas zonas costeiras.

0 0

0 DC DE

PILAR DD CULTURA, TURISMO e DESPORTO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

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Política e Estratégia do Mar

89

(DD.g – Continuação)

DD.g4. Adequar a regulamentação relativa à protecção e à valorização do património cultural inerente aos espaços marinhos e costeiros. (ver Pilar A, estratégia Af2).

MICULTUR + MIMAIP

Sectores utilizadores do

mar; SEPRIV

0 0 0 0

DC DE

DD.g5. Consolidar, no Museu das Pescas, o alargamento à temática do mar, nos seus vários segmentos. MIMAIP

MICULTUR; MTC; MIREME

0 0

DD.g6. Fomentar a actividade privada museológica defenindo uma política de incentivos para os produtos culturais que visem valorizar o património cultural e o património natural do mar e das zonas costeiras.

MICULTUR + MIMAIP

MIMAIP; MINEC; MEF

0 0

0

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Política e Estratégia do Mar

90

PILAR DE

Recusos minerais e Hidrocarbonetos

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Política e Estratégia do Mar

91

PILAR DE RECURSOS MINERAIS E HIDROCARBONETOS

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

DE.a. Garante o conhecimento do potencial do país, no mar e nas zonas costeiras, em recursos minerais e hidrocarbonetos.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DE.a1. Inventariar e mapear o potencial do país, no mar e nas zonas costeiras, em recursos minerais e hidrocarbonetos.

MIREME MIMAIP;

MITADER; GOVPROV

0 0 0

0 DC DD DF

0

DE.a2. Realizar, com carácter permanente, a monitorização das prospecções sísmicas que tenham lugar no mar e nas zonas costeiras.

MIMAIP MIREME; MITADER; GOVPROV

0 0

0 DC DD DF

0

DE.a3. Adoptar e aplicar modelos de análise dos efeitos resultantes das prospecções sísmicas sobre os ecossistemas marinhos.

0 0

0 DC DD DF

0

DE.d. Cria sistemas de monitorização e de controlo das actividades conexas à exploração de minerais e de hidrocarbonetos no mar territorial e na plataforma continental com vista a proteger a vida humana e o meio marinho e costeiro.

DE.d1. Integrar as embarcações e as plataformas móveis no sistema de monitorização via satélite. (ver Pilar A, estratégia Ae5).

MIMAIP

MINT; MIREME;

MTC; MICULTUR

0 0

0 DA DB DC DD DF

0

De.d2. Rever e adequar o quadro legal atinente às actividades conexas de exploração de hidrocarbonetos no mar. MIREME

MEF; MTC; MIMAIP; SEPRIV

0 0 0

0 DA DB DC DD

DF

0

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Política e Estratégia do Mar

92

PILAR DE

Energia

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Política e Estratégia do Mar

93

PILAR DF ENERGIA

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

DF.a. Incentiva a investigação de fontes de energia oferecidas pelo mar e pelas zonas costeiras através de fundos destinados a estudos energéticos e ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DF.a1. Inventariar e mapear as condições naturais existentes para o aproveitamento do mar como fonte de produção de energia.

MIREME

MIMAIP; MITADER; MCTESTP;

UNIV

0 0 0

0

DF.a2. Realizar estudos de localização e de viabilidade técnico-económica do aproveita-mento das ondas do mar para a produção de energia.

0 0

0

0

DF.b. Promove a produção e a utilização de fontes de energia alternativas, com base no mar e nas zonas costeiras.

ES

TR

AT

ÉG

IA

DF.b1. Desenvolver programas de demonstração tecnológica da produção e da utilização de energias alternativas nas zonas costeiras.

MCTESTP

MIMAIP; MITADER; MCTESTP;

UNIV

0 0

0 DA DC DD

DF.b2. Criar mecanismos de incentivo à produção e distribuição nas zonas costeiras, do sol e do vento para a produção de energia. MIREME

MIMAIP; MITADER; MCTESTP; GOVPROV;

SEPRIV

0 0

0 DA DC DD DE

0

DF.b3. Realizar o mapeamento do potencial de energia oceânica e dos respectivos locais de ocorrência.

MIREME

MITADER MIMAIP

GOVPROV UNIV

0 0 0 0

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Política e Estratégia do Mar

94

PILAR E

Desenvolvimento territorial

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Política e Estratégia do Mar

95

PILAR E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

E.a. Inclue os espaços marítimos, as zonas costeiras e os ecossistemas marinhos e costeiros dentro da organização territorial nacional.

ES

TR

AT

ÉG

IA

E.a1. Rever o regime jurídico do ordenamento territorial nacional adequando-o à realidade do mar como elemento importante para o desenvolvimento do país. (ver Pilar A, estratégia Af4)

MITADER

Todos os sectores;

GOVPROV; Municípios; OCB

0 0 0 0

E.a2. Elaborar os Planos de Situação e os Planos de Afectação para os espaços máitimos e costeiros como forma de mitigar futuros conflitos. (Ver Pilar E, estratégia Ec1) MIMAIP

0 0 0 0

E.a3. Criar e manter actualizado um cadastro nacional dos espaços marítimos e costeiros.

0 0 0 0

E.b. Ajusta a legislação vigente relativa ao ordenamento territorial para que os espaços marítimos e as zonas costeiras sejam incluídas no Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial e nos planos locais de desenvolvimento territorial e autárquico.

ES

TR

AT

ÉG

IA

E.b1. Rever e ajustar a legislação relativa ao ordenamento do território (ver Pilar A, estratégia Af4 Pilar E, estrategia Ea1).

MITADER

Sectores utilizadores do mar; MJACR;

GOVPROV SEPRIV;

Municípios

0 0 0 0

E.b2. Dar início ao processo de elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial.

Todos os sectores;

GOVPROV; Municípios;

0 0 0 0

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Política e Estratégia do Mar

96

PILAR E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

E.c. Promove a elaboração de planos de uso e de afectação dos espaços marinhos e das zonas costeiras com vista ao ordenamento e à prevenção de conflitos de uso e de actividades, seguindo os seguintes critérios de preferência:

i. Maior vantagem social e económica para o país, (criação de emprego; infraestrututas sociais; formação de recursos humanos; criação de valor; contributo para o desenvolvimento sustentável, etc);

ii. Quando se verifique uma igualdade de resultados no critério anterior será aplicado critério da máxima coexistência de usos e actividades; iii. iii. Sempre que o interesse público esteja em causa, nomeadamente por questões ambientais, os planos de uso podem determinar a

relocalização de usos ou atividades existentes.

ES

TR

AT

ÉG

IA E.c1. Aplicar os critérios enunciados na elaboraçõa dos Planos de

Afectação.

MIMAIP

MITADER; MIREME;

MICULTUR; MAEFP;

GOVPROV; OCB;

Municípios

0 0 0 0

E.c2. Realizar um levantamento dos espaços marítimos e costeiros já em conflito ou com indícios de potenciais conflitos e aplicar os critérios enunciados

0 0 0 0

E.d. Realiza o ordenamento e o zoneamento dos espaços marítimos e costeiros e definir os critérios para dirimir os conflitos de uso e de actividades.

E.d1. Estabelecer o regime jurídico para a utilização do espaço marítimo nacional incluindo a outorgação do respectivo título de utilização. (ver Pilar A, estratégia Af1 e Pilar E, estratégia Ea1 e Eb1).

MIMAIP

MJCR; MTC; MITADER;

MICULTUR; GOVPROV

0 0 0

0 DA DB DC DD DF

0

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Política e Estratégia do Mar

97

PILAR E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

E.e. Estabelece pela utilização dos espaços usados as contrapartidas financeiras a serem pagas pelos utilizadores do mar e das zonas costeiras.

ES

TR

AT

ÉG

IA

E.e1. Definir critérios para o estabelecimento de taxas pela utilização dos espaços marítimos. (ver Pelar A, estratégia Af1 e Pilar E, estratégia Ea1 e Eb1).

MIMAIP

MEF; Sectores utilizadores do

mar; GOVPROV;

SEPRIV

0 0 0

0 DA DB DC DD DF

0

E.e.2. Aprovar e aplicar taxas de utilização dos espaços marítimos e costeiros.dos espaços marítimos. (ver Pilar DE, estratégia DEb1)

MEF

0 DA DB DC DD DF

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Política e Estratégia do Mar

98

PILAR F

Desenvolvimento do capital humano

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Política e Estratégia do Mar

99

PILAR F DESENVOLVIMENTO DO CAPITAL HUMANO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

F.a. Realiza uma revisão curricular das necessárias disciplinas do SNE com vista a acomodar matérias ligadas à importância económica do mar e das zonas costeiras a par das disciplinas relativas ao meio ambiente marinho e costeiro.

ES

TR

AT

ÉG

IA

F.a1. Realizar a revisão curricular do ensino primário e secundário nas matérias relativas ao mar e às zonas costeiras.

MEDH + MCTESTP

MIMAIP; MITADER; MTC;

MIREME; MICULTUR; GOVPROV;

SEPRIV

0 0 0 0

0

F.b. Promove e incentiva o ensino técnico profissional com destaque para os domínios da construção e da reparação naval.

ES

TR

AT

ÉG

IA

F.b1. Efectuar um levantamento das profissões ligadas ao mar e realizar um estudo comparativo sobre os cursos técnico-profissionais existentes.

MIMAIP MTC; MITADER; MAEFP; MTRAB;

MCTESTP; SEPRIV

0 0 0 0

0

F.b2. Promover cursos profissionalizantes no ensino técnico-profissional orientados para as actividades ligadas ao mar com destaque para a construção e a reparação naval.

MCTESTP

MIMAIP; MITADER; MTC;

MITRAB; MICULTUR;

GOPROV; SEPRIV

0

0 0

0

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Política e Estratégia do Mar

100

PILAR F DESENVOLVIMENTO DO CAPITAL HUMANO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

F.c. Realiza uma avaliação das escolas profissionai de formação de marítimos e revitalizará a formação no domínio dos profissionai de mar.

ES

TR

AT

ÉG

IA

F.c1. Avaliar o desempenho e os curricula das escolas de formação específicade marítimos e profissionais do mar, para efeitos de ajustamento dos cursos e sua adequação aos parâmetros internacionais, (STCW/IMO).

MIMAIP

MTC; MCTESTP;

SEPRIV

0

F.c2. Avaliar a viabilidade de constituição de uma instintuição única de formação de marítimos e profissionais do mar.

MTC; MCTESTP;

SEPRIV

0

0

F.c3. Elevar o nível de treinamentodos formadores de marítimos e profissionais do mar, (STCW/IMO).

MTC; MCTESTP;

SEPRIV

0

0 0 0 0

F.d. Incentiva através de programas educativos o interesse das crianças e dos jovens pela formação marítima

ES

TR

AT

ÉG

IA

F.d1. Promover a divulgação nas escolas de temas sobre o mar e as zonas costeiras nas suas diferentes vertentes: histórica; cultural; social; económica; científica, e ambiental.

MIMAIP

MEDH; MITADER;

MICULTUR; UNIV; Museus;

0 0 0 0

F.d2. Fomentar programas de visitas de estudo a embarcações, instituições e locais relacionadas com o mar e as zonas costeiras como forma de motivar o interesse dos estudantes para os assuntos do mar.

MIMAIP

MEDH; MITADER;

MICULTUR; UNIV; Museus;

0 0 0 0

F.d3. Introduzir no desporto escolar as modalidades marítimas de natação vela e remo em colaboração com os clubes marítimos e as autarquias. (ver Pilar D, estratégia DDf5)

MEDH MEDH; MJD

0 0 0 0

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Política e Estratégia do Mar

101

F.e. Promove a divulgação da produção investigativa sobre o mar e as zonas costeiras e os estudos sócio-culturais e arquelógicos.

ES

TR

AT

ÉG

IA

F.e1. Realizar periodicamente concursos que estimulem as camadas jovens a interessarem-se pelo mar e pelas zonas costeiras.

MIMAIP

MEDH; MJUD;

MITADER; MTC;

MICULTUR; SEPRIV

0 0 0 0

F.e2. Promover a distribuição pelas escolas públicas de exemplares de publicações e estudos sobre o mar e as zonas costeiras.

MEDH; MJUD;

GOVPROV

0 0 0 0

PILAR F DESENVOLVIMENTO DO CAPITAL HUMANO

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

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Política e Estratégia do Mar

102

PILAR G

Cooperação internacional

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Política e Estratégia do Mar

103

PILAR G COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

G.a. Envida esforços para encontrar as melhores soluções negociadas para a determinação e o estabelecimento de todas as fronteiras marítimas no Oceano Índico.

G.a1. Negociar e concluir acordos sobre a delimitação das fronteiras marítimas

MINEC MIMAIP;

MJCR 0

0 0 0

G.a2. Concluir o processo de declaração da extensão da plataforma continental, para além das 200 milhas náuticas.

MINEC MIMAIP;

MJCR 0

0 0 0

G.b. Incrementa e melhora a qualidade da sua participação e representação nos fora e organizações regionais e internacionais de forma sustentada principalmente nos que tenham por objectivo tratar assuntos de gestão e administração do mar e dos respectivos recursos.

ES

TR

AT

ÉG

IA

G.b1. Assegurar a participação do país nas reuniões sobre os Oceanos e o Direito do Mar, com destaque para as realizadas no âmbito dos tratados internacionais nos quais Moçambique é Estado-Parte e, realizar a sua preparação atempada com o envolvimento de todas as partes interessadas.

MIMAIP

MINEC 0 0 0 0 0

G.b2. Assegurar que as representações diplomáticas se façam representar nos “fora” sobre o mar e as zonas costeiras, e reportem as conclusões.

MINEC

MIMAIP; MITADER

0 0 0 0 0

G.b3. Criar condições para que a representação nacional aos “fora” internacionais sobre os assuntos do mar, tenha conhecimento profundo das agendas e alta qualidade negocial.

MIMAIP; MJCR

0 0 0 0 0

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Política e Estratégia do Mar

104

PILAR G COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

RESPONDABILIDADE PRIORIDADE PILARES

EXECUÇÃO HARMONIZAR Alta Méd Bax A B C D E F G

G.c. Estabelece um inventário dos recursos marinhos e costeiros partilhados e dos fundos marinhos e estabelecer acordos de monitorização e de gestão.

ES

TR

AT

ÉG

IA

G.c1. Realizar o levantamento e o mapeamento dos recursos compartilhados do leito do mar e dos fundos marinhos.

MIREME MIMAIP; MITADER

0 0 0 0 0

G.c2. Estabelecer acordos, a longo prazo, de gestão e monitorização dos recursos compartilhados.

MIMAIP MINEC; MJCR

0 0 0

G.c3. Estabelecer plataformas duradouras de implementação dos acordos de gestão e monitorização dos recursos compartilhados

0 0 0

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Política e Estratégia do Mar

105

MECANISMOS DE IMPLEMENTAÇÃO, MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO

Mecanismos de implementação

89. A Política e Estratégia do Mar é um instrumento de administração pública e, pela sua natureza, emanado do poder executivo a quem cabe, através do órgão que superintende os assuntos do mar, coordenar a implementação, monitorizar e realizar as respectivas avaliações. 90. Adestrito ao órgão do Governo que superintende os assuntos do mar, será criada uma unidade coordenadora da implementação da política e da estratégia do mar (UNIMAR), com funções de coordenação, de harmonização, de monitorização e de avaliação. 91. A Política e Estratégia do Mar deve ser tida em consideração quando da elaboração dos PES pelos sectores utilizadores do mar, referenciados nas estratégias. 92. A Política do Mar assenta em eixos directores à volta dos quais gravitam os pilares e, cada um dos pilares, tem enunciadas as várias linhas de política e, para cada uma das linhas de política, estão enunciadas as respectivas estratégias.

93. Por si só, as estratégias não constituem acções a implementar. Um Plano de Acção deve ser elaborado indicando para cada estratégia as respectivas actividades a serem implementadas ao longo do período de execução da Política e Estratégia do Mar. 94. As actividades constantes dos Planos de Acção serão inscritas no Cenário Fiscal e no PES de cada sector, seguindo os procedimentos de planificação vigentes. 95. Os recursos financeiros para o desenvolvimento de planos, programas e projectos da Política e Estratégia do Mar são previstos no Orçamento do Estado sem prejuízo de, por essa via, poderem ser financiados através de meios obtidos pela cooperação internacional.

96. A verificação da conformidade, dos Planos de Acção e das propostas PES com as estratégias, é da responsabilidade de um conselho nacional do mar enunciado na Política do Mar.

97. Será elaborado um Manual de Implementação da Política e Estratégia do Mar. O manual será o guião onde estarão descritos os processos, os procedimentos, as metodologias e os indicadores de aferição, aplicáveis aos sectores impelementadores.

Monitorização

98. A monitorização da aplicação da Política do Mar e da implementação da respectiva Estratégia é da responsabilidade do Governo através do Ministério responsável pelos assuntos do mar, através da unidade coordenadora para a sua implementação. 99. A monitorização da Política e Estratégia do Mar é semestral e obedece aos procedimentos utilizados para a elaboração do balanço do PES. Cabe à unidade encarregada

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Política e Estratégia do Mar

106

de coordenar a implementação da Política e Estratégia do Mar a responsabilidade de elaborar os respectivos relatórios de acompanhamento. 100. Para a produção dos relatórios a unidade de coordenação é municiada pelos sectores utilizadores do mar, cujas actividades foram inscritas nos respectivos PES.

Avaliação

101. A avaliação periódica da implementação da Política e Estratégia do Mar é feita de cinco em cinco anos. 102. A primeira avaliação de meio termo terá lugar dois anos e meio após a sua implementação efectiva. 103. A unidade de coordenação é responsável por elaborar os indicadores de aferição e os termos de referência para a realização das avaliações de meio termo. Estas avaliações e a avaliação da implementação serão realizadas por entidade independente e seleccionada através de concurso público.

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Política e Estratégia do Mar

107

ABREVIATURAS

CRM Constituição da Repúbica de Moçambique

GNL Gás natural liquefeito GOVPROV Governos Provinciais

GTL Gás para líquidos IDH Índice de Desenvolvimento Humano

MAEFP Ministério da Administração Estatal e Função Pública MASA Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar

MCTESTP Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-Profissional MDN Ministério da Defesa Nacional

MINEDH Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano MEF Ministério de Economia e Finanças

MGCAS Ministério do Género, Criança e Acção Social MIC Ministério da Indústria e Comércio

MICO Ministério dos Combatentes MICULTUR Ministério da Cultura e Turismo

MJUD Ministério da Juventude e Desportos MIMAIP Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas

MINEC Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação MINT Ministério do Interior

MIREME Ministério dos Recursos Minerais e Energia MISAU Ministério da Saúde

MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural MJACR Ministério da Justiça, Assuntos Constituionais e Religiosos

MOPHRH Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos MTC Ministério dos Transportes e Comunicações

MITESS Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social OCB Organizações Comunitárias de Base ONU Organização das Nações Unidas PES Plano Económico e Social PIB Produto Interno Bruto

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvlvimento PRM Polícia da República de Moçambique RDH Relatório de Desenvolvimento Humano

SEPRIV Sector privado SOCIVIL Sociedade Civil

SNE Sistema Nacional de Ensino UA União Africana

VMS Sistema de monitorização automática de embarcações ZEE Zona Económica Exclusiva

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Política e Estratégia do Mar

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GLOSSÁRIO (termos usados na Política e Estratégia do Mar)

Achados arqueológicos os depósitos estratificados, estruturas, construções, agrupamentos arquitectónicos, sítios valorizados, bens móveis e monumentos, bem como o respectivo contexto, localizados no mar e nas zonas costeiras.

Agentes de fiscalização aqueles que tenham competência para constatar e autuar as infracções às disposições das leis e de regulamentos aplicáveis, nomeadamente:

a) os agentes da autoridade marítima, tributária, aduaneira, e de migração;

b) os oficiais de comando de navios e de aeronaves militares destacados em missões de fiscalização;

c) o fiscal de pesca, o inspector de pescado e outros funcionários devidamente credenciados;

d) as autoridades comunitárias devidamente habilitadas e credenciadas.

Águas interiores marítimas

as situadas no interior das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial.

Águas jurisdicionais as águas marítimas e as águas continentais ou interiores.

Águas marítimas

as águas interiores marítimas, o mar territorial, a zona contígua e as águas que se estendem até ao limite da zona económica exclusiva.

Aquacultura

as actividades desenvolvidas pelo Homem que tem por fim a reprodução o crescimento e a engorga, a manutenção e o melhoramento de espécies aquáticas, incluindo peixes, moluscos, crustáceos e plantas aquáticas, para fins de produção, sendo estas operações efectuadas em instalações alimentadas por águas marítimas (aquacultura marinha), por águas continentais (aquacultura de água doce) ou por ambas (aquacultura de águas salobras).

Aquaparque

espaço físico delimitado, em meio aquático ou terrestre, com infra-estruturas de apoio à produção, que tem como fim a reprodução, crescimento e engorda de espécies aquáticas disponível para uso dos aquacultores.

Bens culturais materiais

são os bens imóveis e móveis que pelo seu valor arqueológico, histórico, bibliográfico, artístico e científico fazem parte do património cultural moçambicano.

Bens culturais imateriais são os que constituem elementos essenciais da memória colectiva do povo, tais como história e a literatura oral, as tradições populares, os ritos e o folclore, as próprias linguas nacionais e ainda obras do engenho humano e todoas as formas de criação artística e literária, independentemente do suporte ou veículo por que se manifestem.

Capital humano

o conjunto de capacidades, conhecimento, competência e atributos de personalidade que favorecem a realização de trabalho de modo a produzir valor económico.

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Capital natural os recursos naturais como a água, a terra e os minerais, vistos como meios de produção, sejam eles renováveis ou não renováveis.

Desenvolvimento

sustentável

modelo de desenvolvimento que satisfaz as necessidades económicas do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações.

Distrito costeiro Divisão administrativa que tem o mar como um dos seus limites.

Economia azul modelo de desenvolvimento económico que propõe mudanças estruturais na economia, baseado no funcionamento dos ecossistemas, com vista a proporcionar soluções para a saúde humana, o meio ambiente e para a economia.

Espaços marítimos espaço que se estende desde a linha de base até ao limite exterior da

plataforma continental para além das 200 milhas marítimas.

Fiscalização marítima sistema integrado de fiscalização de todas as actividades que têm lugar no mar.

Fundo do mar

o mesmo que leito do mar.

Gestão integrada sistemas de gestão correlacionados com o objectivo de implementar

políticas e atingir objectivos de forma mais eficaz.

Jazidas minerais depósitos criados por ocorrências naturais, de minerais preciosos ou úteis para o ser humano.

Leito do mar

o solo do fundo do mar.

Mar as águas navegáveis e o respectivo leito e subsolo sujeitos à jurisdição

marítima nacional ou grande massa de água salgada cercada por terra em parte ou na totalidade.

Mar territorial faixa de mar adjacente com a largura de até 12 milhas marítimas contadas a partir da linha de base na qual o Estado costeiro dispõe de direitos soberanos.

Marítimos designação genérica dos profissionais de mar de todos os escalões,

categorias e carreiras.

Ordenamento territorial

Património cultural

o conjunto de princípios, directivas e regras que visam garantir a organização do espaço nacional através de um processo contínuo, flexível e participativo na busca do equilíbrio entre o homem, o meio físico e os recursos naturais, com vista à promoção do desenvolvimento sustentável. é o conjunto de bens materiais e imateriais criados ou integrados pelo Povo moçambicano ao longo da história

Património arqueológico vestígios, bens e outros indícios da evolução do planeta, da vida e dos seres

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humanos.

Património natural (marítimo)

o capital natural.

Pescaria

unidade de gestão e desenvolvimento da pesca, composta por um sistema de elementos biológicos, ambientais, tecnológicos, socioeconómicos e culturais que interagem através da acção da pesca.

Política do Mar

conjunto de directrizes de carácter constitutivo - normas e procedimentos a partir das quais devem ser formuladas e implementadas outras políticas - e as acções governamentais (estratégias) voltadas para a resolução de problemas de interesse público que têm lugar no mar e nas zonas costeiras.

Plataforma continental

a faixa que se estende para além do mar territorial e compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas em toda a extensão do prolongamento natural do território terrestre, até uma distância de 200 milhas marítimas da linha de base ou até ao bordo exterior da margem continental, nos casos em que este não atinja aquela distância.

Princípios de economia azul

filosofia que assenta em modelos, a partir dos quais os processos produtivos (industriais, comerciais, agrícolas e serviços), ao serem aplicados geram um desenvolvimento sustentável nos aspectos ambiental e social, possibilitando o desenvolvimento económico.

Resíduos as substâncias ou objectos que se eliminam, que se tem a intenção de eliminar ou que se é obrigado por lei a eliminar, também designados por lixos.

Recursos compartilhados

os recursos sob jurisdição de dois ou mais Estados que os compartem exclusivamente.

Recursos ecológicos

os seres vivos e o meio ambiente onde vivem, bem como a influência que cada um exerce sobre o outro.

Turismo da linha azul

o que aproveita o litoral, as praias e os recursos marinhos e costeiros.

Zona contígua

a faixa do mar adjacente ao mar territorial, a qual se estende até 24 milhas marítimas medidas a partir da linha de base.

Zona costeira ou espaço

costeiro

zona entre o limite das águas territoriais, no mar, e o limite dos distritos costeiros, em terra.

Zona Económica Exclusiva

a faixa do mar além e adjacente ao mar territorial que se estende até à distância de 200 milhas marítimas a partir da linha de base a partir do qual se mede o mar territorial.

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COMISSÃO INTERMINISTERIAL PARA A ELABORAÇÃO DA POLÍTICA E ESTRATÉGIA DO MAR

Felismina Antia Directora Nacional de Políticas Marítima e Pesqueira

Coordenadora Nacional

Celso Lopes Director Nacional Adjunto de Políticas Marítima e Pesqueira

Coordenador Nacional Adjunto

Eugénio Bandeira Ministério da Defesa Nacional

Ponto Focal

Hermínio David Ministério do Interior

Ponto Focal

Izildo Ferreira Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação

Ponto Focal

José Albano Júnior Ministério dos Transportes e Comunicações

Ponto Focal

António Uaissone Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional

Ponto Focal

Gilberto Moises Hunguana Ministério da Cultura e Turismo

Ponto Focal

José Luís Gravata Ministério da Cultura e Turismo

Ponto Focal

Alexandre Bartolomeu Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

Ponto Focal

Yolanda Bila Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos

Ponto Focal

Reinaldo Almeida Ministério dos Recursos Minerais e Energia

Ponto Focal

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Dércio Sive Ministério dos Recursos Minerais e Energia

Ponto Focal

Helena Augusto Sabonete Vaz Ministério dos Recursos Minerais e Energia

Ponto Focal

GRUPO DE TRABALHO PARA A ELABORAÇÃO DA POLÍTICA E ESTRATÉGIA DO MAR

Joaquim Russo de Sá

Coordenador

Eusébio Siquela Técnico

Ivone Lichucha

Técnica

Atanásio Brito Técnico

Emídio André

Técnico

Carlos Pontes Técnico

Maria Eulália Vales

Técnica