política

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CORREIO DE UBERLÂNDIA | DOMINGO, 26/7/2009 A4 | POLÍTICA Aos 77 anos, o ex-prefeito de Uberlândia e atual presidente do PMDB em Minas Gerais, Zaire Rezende, procura viver uma nova fase. Depois de uma intensa carreira política, na qual assumiu, por duas vezes, a Prefeitura Mu- nicipal, além de ter sido deputado federal, agora ele quer se dedicar ao pensamento teórico da políti- ca. Por isso voltou à faculdade, para cursar Filosofia. Os planos, porém, tiveram de ser adiados por um tempo. Com a recente morte do deputado Fernan- do Diniz, presidente do PMDB em Minas Gerais, Zaire Rezende assu- miu, interinamente, a vaga. Agora, dedica-se a preparar o partido para duas eleições ainda neste ano. Dentro de 60 dias, haverá votação para a vaga deixada por Diniz e, em dezembro, outra eleição, desta vez para todo o diretório do Estado — uma prévia para a formação da Executiva do partido. Segundo Zaire, o movimento interno do PMDB é de disputa e indefinições. De um lado, o depu- tado Adalclever Lopes, que já lançou sua candidatura, de outro, o grupo do ministro Hélio Costa. Antes de morrer, o ex-presidente do partido, Fernando Diniz, lançou o nome de Costa à presidência. Ainda não se sabe se o minis- tro deverá manter ou não a indi- cação. Zaire afirmou que seu trabalho é de tentar manter a unidade do partido, procurando compor uma chapa que atenda aos dois lados. ENTREVISTA Zaire comanda a sucessão no PMDB Ex-prefeito assume a presidência do partido em Minas e prepara eleições LYGIA CALIL [REPÓRTER] [email protected] Procuro manter uma postura de magistrado, uma atitude neutra, já que este é um momento de luta interna no partido 60 dias. Vou procurar respeitar o luto pela morte ainda recente do deputado Fernando Diniz. Daqui a um mês ou 40 dias devo convocar a nova eleição. Por enquanto, estou me dedicando a colocar a casa em ordem e me inteirar de todos os assuntos do partido no Estado. O senhor já afirmou que não dis- putará cargos eletivos em 2010. Qual o motivo desta opção? Reafirmo o meu propósito. Na minha vida, tive várias fases. Uma delas foi a medicina, a outra a política e, agora, estou entrando na fase do pensamento. O ser humano tem o momento de dar o sangue e, depois, de dar o cére- bro. Estou disposto a continuar dando minha contribuição à polí- tica de Uberlândia, mais voltada para o pensamento. Não vou deixar de ser político. O PMDB é o maior partido do País. Porém, em Uberlândia, está carente de opções para deputados, tanto federais, quanto estaduais, já que nas últimas duas eleições (2002 e 2006) não elegeu ninguém. Na avaliação do senhor, onde está o erro do partido? Não conseguimos, até agora, formar novas lideranças que qui- sessem disputar eleições. Existem dois aspectos: um é encontrar as pessoas que têm este perfil, outro é que elas queiram disputar. Até agora, não conseguimos. O senhor percebe que há um desinteresse pela política em geral ou é um desinteresse es- pecífico pelo partido? É um momento. Houve uma fase de um grande interesse na parti- cipação política. Depois, houve esta distensão, o desejo em par- ticipar caiu. Mas estamos provi- denciando para que, na próxima eleição, isso possa mudar radi- calmente. Estamos procurando provocar este desejo novamente. O PMDB tem um projeto de ensino a distância (EaD), que está sendo feito no Brasil e também em Mi- nas Gerais, que promete melhorar este quadro, com a formação de líderes em todos os municípios onde o PMDB está presente. Como este programa funciona? É direcionado para quem? É um programa de estímulo para a formação de novas lideranças. Já começou a ser implantado. Há mediadores regionais já defini- dos, que vão coordenar os cursos. Na quinta-feira (23), houve uma reunião para estruturar estas co- ordenações. São 12 aulas em CDs, em fascículos, muito bem estruturados. O curso foi montado por cientistas políticos do Rio Grande do Sul e da Universidade de Brasília. Pessoas que nunca tiveram oportunidade de pensar politicamente, mas que tenham interesse, poderão ter orientação. Mostrar este interesse é o maior critério. Acredito que terá uma repercussão muito positiva para o partido, dentro de um a dois anos poderemos ver os frutos. Para sucessão estadual, há um consenso sobre o nome de Hélio Costa. Apesar disso, há aqueles que defendem uma aproxima- ção com o PSDB e aqueles que preferem a aliança com o PT. Há um racha no partido? O que o senhor considera mais pruden- te? Há uma divisão, não um racha dentro do PMDB. Eu tenho dito que o caminho natural do PMDB, que é um partido de centro-es- querda, é aliança com partidos deste mesmo direcionamento. É difícil ter uma convivência admi- nistrativa com um partido de pensamento diferente. Além da necessidade da candidatura pró- pria, tem que haver uma aglutina- ção em termos de programas que sejam de centro-esquerda. Cada partido vai ter o seu programa, mas temos de ver os pontos co- muns dentro de cada um, seja PT, PCdoB, PDT, que permitam gover- nar juntos. É importante recupe- rarmos esta consciência, este pensamento partidário, ideológi- co e político. Com a recente avalanche de denúncias publicadas pela im- prensa, o Poder Legislativo nunca esteve tão desacreditado, especialmente o Senado. O se- nhor acredita que há possibili- dade de reverter esta imagem negativa do Legislativo perante a população? O ser humano e a sociedade, para viver, têm necessidade da espe- rança. Basta que seja apresentado algo que signifique mudança ou esperança que tudo isso se rever- te. Nós, recentemente, vimos uma campanha nos Estados Unidos baseada nisso, na mudança. É inerente ao ser humano. Ele desa- credita, se revolta, mas, se uma luz surgir, ele vai atrás. Ninguém vive sem esperança, então acredi- to que isso possa ser revertido. Como o senhor reagiu às denún- cias contra o presidente do Se- nado, José Sarney? Na sua avaliação, Sarney deve se licen- ciar ou mesmo renunciar ao cargo na tentativa de recuperar a imagem do Poder Legislativo? Politicamente não interessa ao Lula que ele se afaste, pois, se- não, o Marconi Perillo (PSDB/GO) assume e é uma oposição dura, ferrenha, que poderia trazer muita dificuldade para governar. Por isso, ele (o presidente Lula) faz estas manifestações em apoio ao Sarney. Mas, objetiva- mente, o certo em uma democra- cia que já esteja consolidada é que, diante disso, ele renuncie. Isso é fundamental em uma de- mocracia, mas cada um tem sua maneira de agir. Ao dizer isso, não condeno o Sarney. O partido não tomou posição, mas é esta a minha avaliação. PRESIDENTE do diretório estadual, Zaire Rezende, articula alianças para sucessão estadual e federal e se dedica à arte de fazer política MURIEL GOMES 2/10/2008 Há uma divisão, não um racha dentro do PMDB. Eu tenho dito que o caminho natural do PMDB, que é um partido de centro-esquerda, é aliança com partidos deste mesmo direcionamento MANOEL SERAFIM 9/1/2002 Na sexta-feira (24), os jor- nalistas Cezar Honório, coorde- nador de Redação do CORREIO, e Walace Torres, editor de Polí- tica, entrevistaram Zaire Rezen- de no programa “CORREIO TV Debate”, exibido pelo Canal da Gente. Na entrevista a seguir, com trechos do programa e outros inéditos, ele fala sobre os rumos do partido, sucessão estadual, formação de lideran- ças jovens e sobre os atuais escândalos no Senado Federal. O senhor pensa em se lançar candidato para conduzir, até dezembro, o processo para as eleições do diretório? Por enquanto, não. Procuro manter uma postura de magistrado, uma atitude neutra, já que este é um momento de luta interna no parti- do. O Adalclever Lopes (deputado) já confirmou a sua candidatura. O Hélio Costa foi lançado pelo próprio Fernando antes da morte dele, mas até agora não confirmou se vai sair. Ele disse apenas que, se conseguir- mos um nome em consenso, que ele desiste. Não manifesto simpa- tia nem por um lado nem pelo outro. Eu vou procurar conduzir o processo. Se, quando formos es- colher alguém para preencher esta vaga, perceberem a necessidade e assim o partido quiser, coloco o meu nome à disposição. Mas está totalmente aberto para que outro nome seja lançado. Há alguma data definida para as novas eleições do diretório? Segundo o estatuto do partido, devem ser feitas em menos de

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Reportagens produzidas para a editoria de Política.

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CORREIO DE UBERLÂNDIA | DOMINGO, 26/7/2009A4 | POLÍTICA

Aos 77 anos, o ex-prefeito de Uberlândia e atual presidente do PMDB em Minas Gerais, Zaire Rezende, procura viver uma nova fase. Depois de uma intensa carreira política, na qual assumiu, por duas vezes, a Prefeitura Mu-nicipal, além de ter sido deputado federal, agora ele quer se dedicar ao pensamento teórico da políti-ca. Por isso voltou à faculdade, para cursar Filosofi a.

Os planos, porém, tiveram de ser adiados por um tempo. Com a recente morte do deputado Fernan-do Diniz, presidente do PMDB em Minas Gerais, Zaire Rezende assu-miu, interinamente, a vaga. Agora, dedica-se a preparar o partido para duas eleições ainda neste ano. Dentro de 60 dias, haverá votação para a vaga deixada por Diniz e, em dezembro, outra eleição, desta vez para todo o diretório do Estado — uma prévia para a formação da Executiva do partido.

Segundo Zaire, o movimento interno do PMDB é de disputa e indefi nições. De um lado, o depu-tado Adalclever Lopes, que já lançou sua candidatura, de outro, o grupo do ministro Hélio Costa. Antes de morrer, o ex-presidente do partido, Fernando Diniz, lançou o nome de Costa à presidência.

Ainda não se sabe se o minis-tro deverá manter ou não a indi-cação. Zaire afirmou que seu trabalho é de tentar manter a unidade do partido, procurando compor uma chapa que atenda aos dois lados.

ENTREVISTA

Zaire comanda a sucessão no PMDBEx-prefeito assumea presidência dopartido em Minase prepara eleiçõesLYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

Procuro manter uma postura de magistrado, uma atitude neutra, já que este é um momento de luta interna no partido

60 dias.Vou procurar respeitar o luto pela morte ainda recente do deputado Fernando Diniz. Daqui a um mês

ou 40 dias devo convocar a nova eleição. Por enquanto, estou me dedicando a colocar a casa em ordem e me inteirar de todos os assuntos do partido no Estado.

O senhor já afi rmou que não dis-putará cargos eletivos em 2010. Qual o motivo desta opção?Reafirmo o meu propósito. Na minha vida, tive várias fases. Uma delas foi a medicina, a outra a política e, agora, estou entrando na fase do pensamento. O ser humano tem o momento de dar o sangue e, depois, de dar o cére-bro. Estou disposto a continuar dando minha contribuição à polí-tica de Uberlândia, mais voltada para o pensamento. Não vou deixar de ser político.

O PMDB é o maior partido do País. Porém, em Uberlândia, está carente de opções para deputados, tanto federais, quanto estaduais, já que nas últimas duas eleições (2002 e 2006) não elegeu ninguém. Na avaliação do senhor, onde está o erro do partido? Não conseguimos, até agora, formar novas lideranças que qui-sessem disputar eleições. Existem dois aspectos: um é encontrar as pessoas que têm este perfi l, outro é que elas queiram disputar. Até agora, não conseguimos.

O senhor percebe que há um desinteresse pela política em geral ou é um desinteresse es-pecífi co pelo partido?É um momento. Houve uma fase de um grande interesse na parti-

cipação política. Depois, houve esta distensão, o desejo em par-ticipar caiu. Mas estamos provi-denciando para que, na próxima eleição, isso possa mudar radi-calmente. Estamos procurando provocar este desejo novamente. O PMDB tem um projeto de ensino a distância (EaD), que está sendo feito no Brasil e também em Mi-nas Gerais, que promete melhorar este quadro, com a formação de líderes em todos os municípios onde o PMDB está presente.

Como este programa funciona? É direcionado para quem?É um programa de estímulo para a formação de novas lideranças. Já começou a ser implantado. Há mediadores regionais já defi ni-dos, que vão coordenar os cursos. Na quinta-feira (23), houve uma reunião para estruturar estas co-ordenações. São 12 aulas em CDs, em fascículos, muito bem estruturados. O curso foi montado por cientistas políticos do Rio Grande do Sul e da Universidade de Brasília. Pessoas que nunca tiveram oportunidade de pensar politicamente, mas que tenham interesse, poderão ter orientação. Mostrar este interesse é o maior critério. Acredito que terá uma repercussão muito positiva para o partido, dentro de um a dois anos poderemos ver os frutos.

Para sucessão estadual, há um consenso sobre o nome de Hélio Costa. Apesar disso, há aqueles que defendem uma aproxima-ção com o PSDB e aqueles que preferem a aliança com o PT. Há um racha no partido? O que o senhor considera mais pruden-te?Há uma divisão, não um racha dentro do PMDB. Eu tenho dito que o caminho natural do PMDB, que é um partido de centro-es-querda, é aliança com partidos deste mesmo direcionamento. É difícil ter uma convivência admi-nistrativa com um partido de pensamento diferente. Além da necessidade da candidatura pró-pria, tem que haver uma aglutina-ção em termos de programas que sejam de centro-esquerda. Cada partido vai ter o seu programa, mas temos de ver os pontos co-muns dentro de cada um, seja PT,

PCdoB, PDT, que permitam gover-nar juntos. É importante recupe-rarmos esta consciência, este pensamento partidário, ideológi-co e político.

Com a recente avalanche de denúncias publicadas pela im-prensa, o Poder Legislativo nunca esteve tão desacreditado, especialmente o Senado. O se-nhor acredita que há possibili-dade de reverter esta imagem negativa do Legislativo perante a população?O ser humano e a sociedade, para viver, têm necessidade da espe-rança. Basta que seja apresentado

algo que signifi que mudança ou esperança que tudo isso se rever-te. Nós, recentemente, vimos uma campanha nos Estados Unidos baseada nisso, na mudança. É inerente ao ser humano. Ele desa-credita, se revolta, mas, se uma luz surgir, ele vai atrás. Ninguém vive sem esperança, então acredi-to que isso possa ser revertido.

Como o senhor reagiu às denún-cias contra o presidente do Se-nado, José Sarney? Na sua avaliação, Sarney deve se licen-ciar ou mesmo renunciar ao cargo na tentativa de recuperar a imagem do Poder Legislativo?

Politicamente não interessa ao Lula que ele se afaste, pois, se-não, o Marconi Perillo (PSDB/GO) assume e é uma oposição dura, ferrenha, que poderia trazer muita difi culdade para governar. Por isso, ele (o presidente Lula) faz estas manifestações em apoio ao Sarney. Mas, objetiva-mente, o certo em uma democra-cia que já esteja consolidada é que, diante disso, ele renuncie. Isso é fundamental em uma de-mocracia, mas cada um tem sua maneira de agir. Ao dizer isso, não condeno o Sarney. O partido não tomou posição, mas é esta a minha avaliação.

PRESIDENTE do diretório estadual, Zaire Rezende, articula alianças para sucessão estadual e federal e se dedica à arte de fazer política

MURIEL GOMES 2/10/2008

Há uma divisão, não um racha dentro do PMDB. Eu tenho dito que o caminho natural do PMDB, que é um partido de centro-esquerda, é aliança com partidos deste mesmo direcionamento

MANOEL SERAFIM 9/1/2002Na sexta-feira (24), os jor-

nalistas Cezar Honório, coorde-nador de Redação do CORREIO, e Walace Torres, editor de Polí-tica, entrevistaram Zaire Rezen-de no programa “CORREIO TV Debate”, exibido pelo Canal da Gente. Na entrevista a seguir, com trechos do programa e outros inéditos, ele fala sobre os rumos do partido, sucessão estadual, formação de lideran-ças jovens e sobre os atuais escândalos no Senado Federal.

O senhor pensa em se lançar candidato para conduzir, até dezembro, o processo para as eleições do diretório? Por enquanto, não. Procuro manter uma postura de magistrado, uma atitude neutra, já que este é um momento de luta interna no parti-do. O Adalclever Lopes (deputado) já confi rmou a sua candidatura. O Hélio Costa foi lançado pelo próprio Fernando antes da morte dele, mas até agora não confi rmou se vai sair. Ele disse apenas que, se conseguir-mos um nome em consenso, que ele desiste. Não manifesto simpa-tia nem por um lado nem pelo outro. Eu vou procurar conduzir o processo. Se, quando formos es-colher alguém para preencher esta vaga, perceberem a necessidade e assim o partido quiser, coloco o meu nome à disposição. Mas está totalmente aberto para que outro nome seja lançado.

Há alguma data defi nida para as novas eleições do diretório? Segundo o estatuto do partido, devem ser feitas em menos de

CORREIO DE UBERLÂNDIA | SÁBADO, 4/4/2009A4 | POLÍTICA

CONFIDENCIALWALACE TORRES [[email protected]]

Saia-justaO presidente do Uberlândia Esporte, Everton Magalhães,

passou por uma saia-justa no evento de recepção à sena-dora e presidente da CNA, Kátia Abreu, oferecido pela Prefeitura de Uberlândia, na quinta-feira pela manhã. Ao cumprimentar as demais autoridades presentes no café da manhã o prefeito Odelmo Leão aproveitou para dar uma cutucada no dirigente. Ao mencionar o nome do presiden-te do UEC, o prefeito usou a ironia para dizer que o time não tem ganhado nada, arrancando risadas da plateia. A convidada do evento entrou no clima e apimentou ainda mais o comentário. Em sua apresentação, Kátia Abreu disse que, se o time não ganha, não é por falta de estru-tura. E lembrou que, ao fazer um voo pela cidade, se en-cantou com o estádio de futebol.

Doação de terreno

O Ministério da Defesa deu autorização para que parte do terreno do 36º Ba-talhão de Infantaria Motori-zado, que está desativado, seja destinado à programas habitacionais. Agora, o pro-cesso segue o trâmite nor-mal, ou seja, um projeto autorizando o desafetamen-to da área será enviado para votação no Congresso. Pro-cedimento semelhante já está em andamento na As-sembleia Legislativa de Mi-nas em relação a outro ter-reno, de propriedade do Estado, para doação ao Município. As duas áreas serão destinadas ao PAC da Habitação e vão permitir a construção de cerca de 3,5 mil unidades habitacionais.

Araguari

Na mesma audiência em que deu o aval para a doa-ção da área do 36º BIMtz para a construção de casas populares, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tam-bém autorizou que a área do aeroporto do município de Araguari tenha a mesma destinação. O aeroporto será desativado e uma nova área será disponibilizada pela prefeitura para a cons-trução de uma pista maior, capaz de receber aviões de grande porte. Segundo o deputado Gilmar Machado, que fez a intermediação com o ministério, a doação do terreno em Uberlândia con-templa a construção de ca-sas para os ofi ciais militares como contrapartida.

CRISE

Prefeituras da Amvapdevem aderir a protestoQueda média norepasse do FPMem fevereirofoi de 12,5%LYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

ÚLTIMO BITENCOURT acredita que haverá adesão maciça ao movimento para fechar as prefeituras

MURIEL GOMES 16/3/2009

A redução no repasse de verbas do governo federal já pre-ocupa alguns gestores das 24 cidades que compõem a Associa-ção dos Municípios da Microrre-gião do Vale do Paranaíba (Amvap). Em fevereiro, o repasse médio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) foi reduzido em 12,5% na região, se compa-rados ao mesmo mês do ano anterior. No primeiro bimestre de 2009, a queda média foi de 5,27% em relação a 2008.

Devido aos números negati-vos, alguns prefeitos da região dão sinais de que pretendem aderir à manifestação proposta pela Associação Mineira dos Municípios (AMM), de fechar as portas no dia 15, em protesto contra a queda na arrecadação.

O FPM é uma transferência feita pela União aos municípios, formado pela arrecadação de Imposto de Renda (IR) e do Im-posto sobre Produtos Industriali-zados (IPI). Com a receita da União em queda, o repasse para as prefeituras tem sido menor. Na região, o recurso representa a maior fatia dos orçamentos das prefeituras, especialmente nas menores cidades.

Para o presidente da Amvap e prefeito de Monte Alegre de Minas, Último Bitencourt de Frei-tas, a adesão ao movimento de-verá ser maciça entre os prefeitos,

pois a situação orçamentária das pequenas cidades está difícil e começa a comprometer alguns serviços básicos. “Não somos contra o governo oferecer descon-to no IPI e isenção em taxas. O problema é repassar isso tudo para as prefeituras, que depen-dem deste dinheiro”, afi rmou. A Amvap já começou a entrar em contato com as prefeituras da região para conseguir maior apoio ao movimento.

CortesA Prefeitura de Uberlândia não

confirmou se vai participar do protesto organizado pela AMM. O secretário de Comunicação, Nei-

valdo Silva, o Magoo, afi rmou que o prefeito Odelmo Leão deverá decidir na próxima semana.

Em Iraí de Minas, segundo o prefeito Pedro Alberton, a mani-festação será maior do que a proposta pela AMM. Ele vai fechar as portas não apenas no dia 15, mas também na tarde do dia 14. “Desde janeiro, já perdi R$ 300 mil, de um orçamento de R$ 800 mil. Vai chegar a hora em que não vai ser possível pagar funcioná-rios e vamos parar tudo”, disse. Ele informou que o FPM represen-ta 40% da receita do município.

Em Ipiaçu, de acordo com o prefeito Wagner Paranaíba, o FMP é responsável por cerca de 45%

do orçamento do município. Acu-mulado com a queda na arreca-dação de ICMS, a perda neste ano chega a 58%. “Os cortes vão co-meçar. Acho que, se continuar assim, vou manter só os serviços básicos”, afi rmou.

O assessor de Planejamento da Prefeitura de Cascalho Rico, Celso Andrade, acredita que o prefeito Fernando dos Santos vai aderir à paralisação. “As despe-sas continuam as mesmas e a receita caiu. Vai chegar a hora em que esta conta não vai fechar”, afi rmou. De acordo com ele, a queda nos recursos da cidade chega a 35% do orçamento pla-nejado para 2009.

CONFAZ

Projeto reduz dívida de estados e municípiosAlém da pressão dos pre-

feitos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará uma nova batalha pela busca de mais recursos do Tesouro. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em reu-nião realizada em Teresina (PI), aprovou, por unanimidade, os termos da minuta de uma Me-dida Provisória (MP), a ser apresentada nos próximos dias ao Planalto e ao Congresso, com 11 pontos que tratam da reestruturação da dívida públi-ca dos estados e municípios brasileiros. O Confaz reúne os secretários de Fazenda dos Estados.

As duas principais reivindi-cações dos estados são a substituição do indexador - de IGP-DI para IPCA - nos contratos de refi nanciamento das dívidas

com a União e a redução do limite de comprometimento da receita líquida com estes paga-mentos. “Isso vai permitir que os estados e municípios brasi-leiros recuperem um pouco a sua capacidade de investimen-to”, disse o secretário de Fa-zenda de Mato Grosso, Eder Moraes, um dos articuladores da proposta.

Moraes advertiu que, se o Planalto se mostrar insensível à proposta, como sinalizou o secretário do Tesouro Nacio-nal, Arno Augustin, que esteve presente ao fi nal da reunião e se posicionou contra a suges-tão de MP, os estados se juntarão aos municípios e promoverão manifestações em todo o País. A mobilização para uma campanha intitulada “Menos Juros e mais Empre-

gos” já estaria sendo feita e teria ajuda das centrais sindi-cais e dos estudantes, que voltariam às ruas.

Na reunião, de acordo com Eder Moraes, os secretários de Fazenda lembraram que o pre-sidente Lula está oferecendo recursos para a criação de um fundo internacional de comba-te à crise. “Se tem dinheiro para dar para um fundo inter-nacional, por que não socorrer primeiro a economia domésti-ca?”, questionou Moraes.

O secretário de Mato Gros-so explicou que a troca do IGP-DI pelo IPCA como indexa-dor das dívidas resultará em redução de 30% do saldo de-vedor. Segundo Eder Moraes, a soma de IGP-DI mais os juros de 6,05% anuais (custo da dívida dos Estados renegocia-

da com o Tesouro) está na casa de 17% ao ano. “Ou seja, co-meçou a virar uma relação de agiotagem”, disse. Para ele, o que era subsídio em 1998, quando as dívidas dos estados e municípios foi renegociada, tornou-se hoje “inaceitável, diante da nova realidade ma-croeconômica brasileira e a queda progressiva da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia.

Outro ponto da minuta de Medida Provisória pede a redu-ção do comprometimento da receita líquida real dos estados. “Em alguns estados, que estão com 15% de comprometimento da receita, queremos que redu-za para 13%. Nos casos em que (o comprometimento) está em 13%, queremos que caia para 11%”, afi rmou.

POLÊMICA

Juiz faz duas audiências simultâneasUma decisão do Conselho Na-

cional de Justiça (CNJ) promete provocar polêmica nos meios jurí-dicos. O CNJ chancelou nesta se-mana a ideia de um juiz de Campo Grande que realiza simultaneamen-te dois julgamentos pelo Tribunal do Júri. Presidente do tribunal, o juiz Aluísio Pereira dos Santos preside pessoalmente um julgamento em uma sala e acompanha o outro por um circuito interno de televisão.

Por 7 votos 6, o CNJ concluiu que a iniciativa é “saudável”. Se-gundo a maioria dos integrantes do

conselho, a ideia ajuda a tornar o Judiciário mais ágil. “Neste caso específi co, como houve concordân-cia (do Ministério Público e das partes envolvidas no processo), não achamos que administrativamente houve prejuízos para a atividade jurisdicional. Pelo contrário, temos que aplaudir a iniciativa”, afi rmou o relator do caso no CNJ, conselhei-ro Técio Lins e Silva.

O conselheiro fez questão de afi rmar que a aprovação do proce-dimento vale apenas para o caso específi co ocorrido no Mato Grosso

do Sul e que não signifi ca uma autorização para que juízes de todo o País adotem essa prática. No entanto, não está descartada a possibilidade de a iniciativa ser questionada no Judiciário, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por analisar a constitu-cionalidade de atos.

Os conselheiros que reprova-ram a iniciativa disseram que, apesar de ela ter o objetivo de tor-nar mais rápidos os julgamentos, a presença do juiz no júri é indispen-sável. “A condução da instrução

probatória e também dos debates em plenário apresenta-se como nítida manifestação do exercício da função jurisdicional”, disse o con-selheiro João Oreste Dalazen.

O CNJ foi provocado a se mani-festar sobre o assunto pela seccio-nal de Mato Grosso do Sul da Or-dem dos Advogados do Brasil (OAB). A OAB consultou o conselho sobre a legalidade e constituciona-lidade do procedimento adotado pelo juiz. Segundo a entidade, a ideia deveria ser considerada ilegal e inconstitucional.

CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • DOMINGO • 6/9/2009

A5

Prazo de filiação é de 30 dias> PARTIDOS E POLÍTICOS CORREM PARA AMARRAR NEGOCIAÇÕES ATÉ OUTUBRO

TROCA!TROCA

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

A quatro semanas do fi m do prazo de fi lia-ção partidária para concorrer às eleições

do ano que vem, o cenário po-lítico de Uberlândia fervilha com negociações, convites e conversas de bastidores. Até 3 de outubro, candidatos a de-putado estadual ou federal de-

verão se fi liar ao partido pelo qual vão concorrer. A dúvida de muitos deles é se vale a pena trocar grandes legendas pelas nanicas.

Até agora, nenhum pré-candidato declarado se decidiu pela mudança de partido. Po-rém, eles admitem a dúvida. Enquanto partidos tradicionais podem oferecer mais suporte, a quantidade de votos necessá-rios para eleger um deputado

federal ou estadual pode ser até o dobro do número de vo-tos dos partidos pequenos.

Um exemplo é o presidente da Câmara Municipal de Uber-lândia, Hélio Ferraz, o Baiano. Se concorrer a deputado fede-ral no ano que vem pelo seu atual partido, o PP, precisará de cerca de 90 mil votos para ser eleito. Ele foi assediado por partidos pequenos, como PSL, para mudar de legenda. Caso

aceite, calcula que poderá ser eleito com até 45 mil votos.

Segundo o presidente do PSL na cidade, Kenner Gar-cia, o vereador ainda não res-pondeu ao convite feito há duas semanas. À reportagem do CORREIO de Uberlândia, Ferraz negou a intenção de mudar de legenda. “Sou can-didato pelo PP e, ainda que eu precise de mais votos, confi o no partido”, afi rmou.

BETO OLIVEIRA

O VEREADOR Baiano pretende se manter no PP, seu atual partido, nas eleições de 2010

PRESIDENTE DO PSL ADMITE BUSCAR NOMES

O presidente do PSL em Uberlândia, Kenner Garcia, afi rmou que o partido ainda tenta a negociação com vários nomes para deputado federal e estadual, mas disse que são informações sigilosas. Ele ad-mitiu ter procurado, na Câmara Municipal, Hélio Ferraz e Jerô-nima Carlesso, também do PP. “Trocar para partidos menores é vantajoso, pois os candida-tos de Uberlândia passam a ser cabeça de chapa. Nos grandes, eles são apenas mais um para ganhar votos para outros can-didatos. Falta estratégia”, afi r-mou.

A vereadora Jerônima Car-lesso disse não saber por qual partido vai disputar as eleições, mas que propostas já foram feitas. “Tudo depende do pre-feito. É ele quem vai decidir. Se fi car acertado que eu tenho de mudar, eu mudo sem proble-mas. Mas gostaria de fi car no PP”, disse.

NEGOCIAÇÕES

CANDIDATOS TEMEM PORMUDANÇA

Um entrave para a troca de partidos é a Lei de Fidelidade Partidária, que pode compro-meter os cargos de quem tem mandato, caso de vereadores que poderiam perder a cadeira se o partido ou suplente recor-rer à Justiça. “Eu duvido mui-to que qualquer vereador se arrisque a trocar de partido e perder o cargo”, afi rmou a ve-readora Liza Prado (PSB), que disse não ser candidata nem a Assembleia Legislativa nem à Câmara Federal.

Tramita no Congresso um projeto de lei que cria uma “janela” para a mudança dos partidos. Durante um determi-nado período os políticos po-deriam trocar de legenda sem o risco de perder o mandato. “Não dá mais tempo para duas votações na Câmara e outra no Senado, até o dia 3. Acho difícil essa janela ser aberta”, afi r-mou o vereador Wilson Pinhei-ro, pré-candidato a deputado estadual pelo PPS, seu atual partido.

FIDELIDADE

UFU fi cou em 17º lugar entre 2001 instituições avaliadas pelo Índice Geral de Cursos das Instituições (IGC). Resultado foi comemorado pelo reitor

UindRALFREDO JÚLIO NETO

REITOR DA UFU

KENNER GARCIA Presidente do PSL

MANOEL SERAFIM 10/4/2008

CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • SEXTA!FEIRA • 9/10/2009

A4

Câmara quer CPI contra o Sintrasp> COMISSÃO INTERNA QUER APURAR INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES NAS CONTAS DO SINDICATO E DO GRÊMIO CULTURAL

SERVIDORES

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

A primeira Comis-são Parlamentar de Inquérito (CPI) em sete anos em

Uberlândia deverá ser colo-cada em discussão hoje no plenário da Câmara Muni-cipal. O requerimento com assinaturas de oito verea-dores foi protocolado na quarta-feira (7) e deverá ser entregue à Mesa Diretora nesta manhã. Se instalada, a CPI vai investigar as con-tas do Sindicato dos Servi-dores Municipais (Sintrasp) e do Grêmio Cultural e Es-portivo dos Funcionários Públicos Municipais.

O documento foi feito após a presidente do Sin-trasp, Naara Bernardelli, não comparecer à Câma-ra após um convite para prestar esclarecimentos. Ela afi rmou à reportagem do CORREIO de Uberlân-dia que não foi à reunião porque na data teria outros compromissos.

No pedido de abertu-ra de CPI encaminhado à presidência da Câmara, os vereadores citam a contri-buição do servidor que é re-passada ao Sintrasp, a lega-lidade da apólice de seguro de vida que é paga para o Grêmio e o fechamento do clube da categoria. Após protocolado, o requerimen-

to da CPI deve ser posto em discussão no plenário para a indicação de membros para a formação da comis-são.

O pedido foi assinado pe-los vereadores Delfi no Ro-drigues (PT), Gilmar Prado (PT), Liza Prado (PSB), Misac Lacerda (PR), Murilo Fer-reira (PDT), Pastor Leandro (PP), Professor Neivaldo (PT) e Wilson Pinheiro (PPS). Se dois destes vereadores reti-rarem suas assinaturas do documento, a CPI não será instalada. “Acredito na se-riedade dos vereadores que assinaram o requerimento e duvido que algum deles possa retirar”, afi rmou a vereadora Liza Prado, auto-ra do pedido.

As duas últimas CPIs na cidade foram realizadas em 2002 e apuraram irregula-ridades no sistema de trans-porte e em um loteamento na região Leste.

LIZA PRADO

ACREDITO NA SERIEDADE DOS VEREADORES QUE ASSINARAM O REQUERIMENTO

CPI QUER APURAR USO DO DINHEIRO DO SERVIDOR PÚBLICODe acordo com a verea-

dora Liza Prado, os maiores indícios de irregularidade são o pagamento de mensalida-de de R$ 4,70, pelos servi-dores, para a manutenção de um clube que está fechado e apólices de seguro de vida que supostamente não têm validade. “O Grêmio está responsabilizando o sindica-to e vice-versa. Precisamos

apurar o que está sendo feito com o dinheiro do servidor”, afi rmou. “Devemos ouvir a presidência do Grêmio e do Sindicato”, disse.

O presidente da Câmara, Hélio Ferraz, afi rmou que o requerimento da CPI ainda não chegou à Mesa Diretora e que considera desnecessá-ria a instalação da Comissão de Inquérito. “Acredito que

a situação não pode ir a este extremo - CPI é radicalismo. Devemos convocar a presi-dente a prestar esclareci-mentos mais uma vez. Não temos que impor o nosso po-der. Temos que abrir canais de diálogo. Não queremos confronto”, disse Ferraz.

A presidente do Sintrasp, Naara Bernardelli, disse que o repasse dos recursos é fei-

to diretamente para a conta do Grêmio. “Os vereadores estão sendo parciais. A CPI deverá apontar o verdadeiro culpado”, afi rmou.

A reportagem do CORREIO tentou contato com a presi-dência do Grêmio até o início da noite de ontem, mas até o fechamento desta edição não teve retorno do presi-dente, Ronaldo Branco.

IRREGULARIDADES

LIZA PRADO é autora do requerimento para CPI; segundo ela, pagamento de mensalidade é um indício de irregularidade por clube estar fechado

Após cumprir um mandado de busca e apreensão, a polícia prendeu em fl agrante um homem acusado de piratear mídias. Segundo o boletim de ocorrência, na casa dele foram encontrados milhares de CDs e DVDs piratas, além de equipamentos utili-

zados para reproduzir as mídias. Na delegacia, o advogado do acusado guardou cerca de R$ 7,5 mil no bolso, dinheiro que também teria sido apre-endido. O advogado afi rmou que o cliente dele teria pedido para guardar o dinheiro, pois era lícito.

Homem é preso por fabricar CDs e DVDs

PIRATARIA

O chapa José Nivaldo da Silva, 45 anos, foi fl agrado na quarta-feira, trafegando em uma motocicleta com uma habilitação falsa. Uma blitz da PRF, no perímetro urbano da BR-365, parou o motociclista e pediu os documentos. José

Nivaldo apresentou uma carteira de habilitação falsa. Em depoimento prestado na 16ª Delegacia Regional de Polícia Civil, o chapa confessou ter ido a Brasília (DF) para comprar o documento e disse ter pago R$ 1,8 mil pelo falsifi cação.

Chapa é detido com habilitação falsa

TRÂNSITO

Uma mulher foi vítima de estelio-nato ontem, no Centro de Uber-lândia. De acordo com o boletim de ocorrência, ao sair de um banco, próximo a avenida Floriano Peixoto e a rua Santos Dumont, ela perce-beu que um homem havia deixado cair no chão um cheque de R$ 9 mil e uma nota de R$ 5. Segundo a vítima, ela pegou o dinheiro e en-tregou para o homem, que seria o golpista. Em seguida, uma senhora,

de aproximadamente 50 anos, comparsa do homem, sugeriu que a vítima fosse gratifi cada. Ainda segundo a mulher, a comparsa se ofereceu para trocar o cheque no banco juntamente com a vítima. Também a convenceu a deixar a bolsa com o homem, enquanto en-travam no banco. A vítima entregou a bolsa, contendo R$ 3 mil, para o estelionatário, que fugiu. A polícia ainda não tem pistas do casal.

Mulher é vítima de estelionatários

GOLPE

Duas pessoas morreram e 31 fi caram feridas após um ônibus cair em uma ribanceira, na ma-drugada de ontem, na altura do km 107 da Rodovia MGT-265, em Piraúba, Minas Gerais. O veículo

fazia a linha Itabira/Rio de Janeiro quando, por volta das 3h30, saiu da pista e caiu num abismo. Chovia no momento do acidente. No ônibus havia 36 passageiros, além do motorista.

Ônibus cai em ribanceira na MGT-265Ô

ACIDENTE

PM prende dois homens por tráficoDois homens foram presos em Uberlândia suspeitos de comér-cio ou fornecimento gratuito de drogas. Com Ednaldo Inocêncio, 34 anos, a Polícia Militar apreendeu, além de porções de maconha e crack, um revólver calibre 38 com cinco munições, quatro celulares, R$ 101,95 e uma motocicleta Honda Biz de cor prata. A prisão ocorreu no fi m da tarde de quarta-feira. Por volta das 23h, foi preso ! iago Lucena dos Reis, 22 anos, na avenida Juracy Junqueira Rezende, no bairro Pampulha, zona Sul, com 15 porções de cocaína e R$ 15,60.

DROGAS

Rapaz é preso por arrancar placaDerivan Farias Damasceno, 22 anos, foi preso na madrugada de ontem, em Uberlândia, por dano ao patrimônio público. Ele foi fl agrado pelo patrulhamento da Polícia Militar carregando uma placa de sinalização. Por volta das 4h, Derivan Damasceno saía do Parque de Exposições Camaru, no bairro Granada, região Sul, quando danifi cou e arrancou duas placas de sinalização de trânsito. Segundo o boletim de ocorrên-cias, Derivan Damasceno estava acompanhado por outro rapaz, que não foi identifi cado.

VANDALISMO

MANOEL SERAFIM 12/3/2008

Inscrições para o VESTIBULAR DA UFU começam na terça-feira e vão até o dia 15 de novembro

Rra

CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • SÁBADO • 13/3/2010

A3Os segmentos organizados têm de participar deste debate. Nenhum programa de candidato à Presidência pode deixar de citar a agropecuária. Representamos 40% das exportaçõesKÁTIA ALMEIDA | SENADORA

Ruralistas discutem política nacional> ENCONTRO EM UBERLÂNDIA SERVE PARA PROPOR DIRETRIZES DA AGRICULTURA AOS PARTIDOS E CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA

CNA

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

De olho nas elei-ções deste ano, produtores ru-rais do país, reu-

nidos pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), elaboram em conjunto um documen-to para ser entregue, em nome do setor, aos partidos políticos e aos candidatos à Presidência da Repúbli-ca. Desde quinta-feira (11), lideranças rurais da região Sudeste se reúnem, em Uberlândia, no seminário: O que esperamos do pró-ximo presidente, para dis-cutir propostas que farão parte do documento.

Ontem, no encerramen-to do evento, cerca de 600 pequenos e grandes produ-tores puderam discutir as propostas levantadas pelas lideranças e sugerir ideias. As propostas deste e dos outros quatro seminários já concluídos nas outras regiões serão levadas ao se-minário nacional, que será realizado em São Paulo, nos dias 24 e 25 de março, quando o documento será fi nalizado. Todos os parti-dos políticos receberão as propostas e, em 30 de ju-nho, após as convenções partidárias para a defi nição dos candidatos, os presi-denciáveis receberão uma cópia das reivindicações da

PRODUTORES RURAIS participaram, desde quinta-feira, do seminário O que esperamos do próximo presidente

BETO OLIVEIRA

CERCA DE

600 PEQUENOS E GRANDES PRODUTORES DISCUTIRAM PROPOSTAS LEVANTADAS PELAS LIDERANÇAS

LIDERANÇAS PARTICIPAMLideranças políticas de

Uberlândia ligadas ao setor agrário participaram do semi-nário, como o prefeito Odel-mo Leão (PP), deputado Luiz Humberto Carneiro (PP) e o presidente do Sindicato Rural, Paulo Ferolla. Para o prefeito, “Uberlândia ter sido esco-lhida a sede deste encontro mostra a força do Triângulo no contexto nacional do setor rural.”

Já Ferolla disse que os pro-dutores da cidade se consi-deram “honrados e felizes em sediar o evento”. Segundo ele, “é importante e urgente deixarmos claras as nossas intenções e reivindicações”. “Esperamos uma resposta antes das eleições. É esta resposta que vai ajudar o produtor rural a decidir em qual candidato ele vai votar”, disse.

SETOR AGRÁRIO

classe. Uma das principais preo-

cupações do setor, que per-meou todas as discussões, foi o direito à propriedade privada. “É uma pergunta fundamental, que faremos a todos os candidatos: ‘qual a sua opinião sobre a pro-priedade?’”, disse a presi-dente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM/TO). Ou-tras questões levantadas e discutidas foram meio am-biente, crédito agrícola e força de trabalho.

O presidente da Fede-ração da Agricultura e Pe-cuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, afi rmou que o evento tira o estigma dos produtores rurais de sem-pre criticar e “chorar por políticas agrícolas”. “O se-

KÁTIA ABREU CONCLAMA À PARTICIPAÇÃOEm entrevista coletiva, a

senadora Kátia Almeida, presi-dente da Confederação Nacio-nal da Agricultura e Pecuária (CNA), reafi rmou a intenção do setor de se articular e ter maior participação na discus-são de políticas públicas na-cionais. Esta é a primeira vez que o setor se mobiliza para propor ideias desta natureza.

“Os segmentos organiza-dos têm de participar deste debate. Nenhum programa de candidato à Presidência pode deixar de citar a agropecuá-ria. Representamos 40% das exportações, um terço do Pro-duto Interno Bruto (PIB) e um terço dos empregos no país”, disse.

Segundo ela, as federa-

ções de agricultura e pecuária deverão repetir o processo de discussão nos estados, em seminários dirigidos aos pró-ximos governadores.

“Estamos elaborando um documento profi ssional e téc-nico, estabelecendo diretrizes claras para o setor. Não é uma lista qualquer de reclamações e queixas”, afi rmou.

MOBILIZAÇÃO

tor conseguiu se articular para apresentar soluções a problemas que afetam o desempenho da atividade rural. Não é apenas uma lista com críticas e reivindi-cações”, disse.

UFU recebe 26 estrangeiros

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) recebe, no primeiro semestre letivo de 2010, 26 alunos estran-geiros, de vários países da África, América Latina e Eu-ropa. Reitor, vice-reitor, pró-reitores e diretores recepcio-naram os novos estudantes, ao lado da assessora de Re-lações Internacionais e In-terinstitucionais da institui-ção, Raquel Santini Leandro Rade, no dia 10 de março.

O Programa Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) traz 15 alunos, na maioria provenientes de países africanos, como Mo-çambique, Angola, Guiné-Bissau, Benin e Cabo Verde, para os cursos de Compu-tação, Relações Internacio-nais, Economia, Arquitetu-ra, Engenharia Civil, Letras,

Biomedicina, Odontologia, Nutrição, Medicina e Vete-rinária. O PEC-G é fruto de um acordo entre governos que oferece vagas extras em várias universidades para alunos de países ainda pouco desenvolvidos. Estes estudantes devem perma-necer na UFU durante toda a graduação.

Dentro da modalidade de convênio chamada Mo-bilidade Internacional, se-gundo o qual instituições de ensino superior trocam vagas por um período de até três semestres, a UFU está recebendo 11 estudan-tes da França, do México e da Espanha. A procura, nestes casos, foi por cursos de Engenharia Mecânica, Artes Visuais, Geografi a, Economia e Jornalismo.

CONVÊNIO

Uberaba e Unaí lideram produção O último levantamento

da safra mineira de 2010, divulgado pelo Instituto Bra-sileiro de Geografi a e Esta-tística (IBGE), mostra que os municípios de Unaí, no no-roeste, e Uberaba, no Triân-gulo Mineiro, vão continuar na liderança da produção de grãos do estado. A diferen-ça entre os dois municípios é de pouco mais de 100 mil toneladas.

O estudo indica que Unaí vai produzir este ano 679,2 mil toneladas de grãos em uma área de 175,3 mil hec-tares. Enquanto a produção de Uberaba está estimada em 577,3 mil toneladas em uma área de 131,1 mil hec-tares. Já a produção de grãos total do estado, estimada pelo IBGE, é de 9,9 milhões de toneladas. Não estão in-cluídas na estimativa a sa-fra de trigo e a terceira safra anual de feijão.

A soja é o carro-chefe da safra de Unaí, que lidera a produção mineira deste grão. Serão colhidas 321 mil toneladas, neste ano. A área plantada pelos produ-tores foi de 107 mil hecta-res. O município também é o líder mineiro na pro-dução de feijão, 58,5 mil toneladas, e de sorgo, com 48 mil toneladas estimadas

GRÃOS

O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) está parcelando dívidas, anterior a dezembro de 2009, em até 18 vezes e com desconto variável. O parcelamento vale também para valores que estão em processo de execução judicial. A dívida é negociada pessoalmente, permitindo escolher pela redução de 90% no valor à vista ou por descontos de 80% em até seis vezes, 70% em até 12 vezes e 60% em até 18 parcelas. A parcela é corrigida pelo INPC e o desconto incide exclusivamente sobre o valor de multas, juros e atualização monetária. De acordo com a diretora fi nanceira

do Dmae, ! alita Costa Jorge, a movimentação para renegociar as dívidas ainda é pequena. “A lei entrou em vigor em janeiro deste ano e 502 usuários procuraram o Dmae para regularizar a situação, apesar das condições de paga-mento em parcelas e com des-contos que vão de 90% a 60%”, disse. Para parcelar as dívidas com o Dmae, o proprietário do imóvel ou seu representante legal deve apresentar documentos como CPF, RG e comprovante de vínculo com o imóvel. Os guichês de Atendimento funcionam na rua Martinésia, 245, no bairro Aparecida, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.

Dmae parcela dívida e oferece desconto

LEI

para a safra deste ano.Já na produção de milho,

o município ocupa a se-gunda colocação no estado, com uma safra estimada em 245,5 mil toneladas. A área plantada com milho, em Unaí, é de 30,5 mil hectares. O município também apare-ce em segundo lugar na lista dos maiores produtores esta-duais de algodão herbáceo,

com uma produção prevista de 8,6 mil toneladas.

Em Uberaba, o destaque é a safra de milho. O municí-pio do Triângulo Mineiro li-dera a produção estadual do grão e deve colher 327,8 mil toneladas neste ano. A área ocupada com milho em Ube-raba é de 47,5 mil hectares.

Uberaba também se des-taca com o plantio de soja.

O município ocupa a vice-li-derança da produção minei-ra do grão e deve colher 240 mil toneladas em uma área de 80 mil hectares.

Além de Unaí e Uberaba, completam a lista dos cinco maiores produtores de grãos de Minas Gerais os municí-pios de Buritis e Paracatu, no noroeste, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

CVV Uberlândiaprocura voluntáriosDiscar 141 é a maneira de acionar o Centro de Valorização da Vida (CVV), entidade que trabalha no apoio emocional e na prevenção do suicídio. Para ampliar o número de atendi-

mentos, o CVV Uberlândia realiza hoje, às 14h, no Uberlândia Tênis Clu-be (UTC), na avenida Cipriano Del Fá-vero, 741, Centro, o primeiro Programa de Seleção de Voluntários do ano. O primeiro passo para os interessados em ajudar pessoas em desespero, sozinhas ou em busca de um ombro

amigo para dividir seus problemas, suas alegrias e conquistas é ter mais de 18 anos. O candidato a voluntário precisa, ainda, ter boa fé e disponibi-lidade para trabalhar, sem remunera-ção, em um plantão de quatro horas e meia, uma vez por semana. Também é preciso ser fl exível e estar disposto

a superar as suas difi culdades pes-soais para aprender a ajudar, acolher, ouvir e compreender o próximo. Os candidatos que preencherem esse perfi l e participarem do PSV passarão, posteriormente, pelo Curso de Formação de Voluntários para se prepararem para o atendimento.

OPORTUNIDADE

MANOEL SERAFIM/ARQUIVO

SOJA é o carro-chefe da safra de Unaí, no noroeste mineiro, com área de 107 mil ha e produção estimada de 321 mil toneladas

CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • DOMINGO • 18/4/2010

A3

VC CORREIOwww.correiodeuberlandia.com.br

! JOVEM É MORTO DURANTE FESTANa noite em que completou 23 anos, um jovem morreu supostamente vitima de uma bala perdida, em uma festa universitária, em Uberlândia. João Alberto Lucas de Oliveira Filho foi morto com um tiro no braço e no tórax, na madrugada de domingo passado. Ele trabalhava em uma empresa de adesivos e morava no bairro Jaraguá, região oeste da cidade. A festa era open bar e foi realizada na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB). Dezenas de comentários foram postados nas reportagens sobre a morte do jovem uberlandense.

Eu achei a festa ridícula, organização ridícula, não tinha

ambulância, porque foi a própria polícia que o levou (João Alberto Filho) ao hospital. A ambulância que chamaram estava demorando mui-to. Os seguranças eram tão bons, que só fi caram olhando o tumulto. João esteja em paz. ELIANA MOTTA

Se a segurança não fosse falha na revista, essa tragédia teria

sido impedida. MARLON LOPES

Levei quase 40 minutos para entrar na festa, devido ao

tamanho da fi la para ser revistado na entrada. A organização não fi cou devendo em nada, a meu ver. Tinha segurança para todo lado no local do evento, cheguei até a comentar isto com meus amigos. THIAGO DUARTE

! CASAL É DETIDO POR ATO OBSCENO

Um casal de jovens foi detido pela Polícia Militar na madrugada de quinta-feira em Uberlândia, por suspeita de prática de ato obsceno. Eles foram fl agrados nus e prestes a manterem relação sexual dentro de um carro em via pública na região central de Uberlândia. O autônomo, de 23 anos, e a vendedora, de 21 anos, foram fl agrados por militares em patrulhamento de rotina no bairro Brasil.

De novo. Primeiro foi um casal na rua Santos Dumont com a ave-

nida Floriano Peixoto. Agora, este. Realmente, a polícia de Uberlândia não tem nada para fazer mesmo. A casa da minha mãe em Uberlândia foi roubada 22 vezes em um ano, enquanto isso, a polícia está aí pren-dendo casal por fazer sexo dentro de um carro. MARÍLIA PEIXOTO GARCIA

Enquanto bandidos, assassinos, pedófi los e estupradores estão

soltos por aí, a PM quer mostrar serviço em um caso que nem é tão grave assim. Não tiro a razão de que eles estavam cometendo atos obscenos, mas a polícia deveria dar atenção e deixar espaço livre para processos de verdadeiros crimes. LARISSA ALMEIDA

! JARDINEIRO ACHA E DEVOLVE R$ 43 MIL

O CORREIO de Uberlândia publicou, na última quarta-feira, a história do jardineiro Rogério da Silva, 38 anos, (foto) morador de Uberlân-dia, que devolveu R$ 43 mil que

encontrou no bairro Cidade Jardim, região sul, quando ia de bicicleta para o trabalho. O dono do dinheiro recompensou o jardineiro com R$ 300. Os leitores do CORREIO na internet comentaram o fato.

Com certeza quem tem uma atitude como a do sr. Rogério

tem recompensas muito maiores do que o valor pago pelo proprietário do dinheiro. Nada é mais valioso do que a consciência tranquila e um sono justo. EDINALDO ANTONIO DE OLIVEIRA

Como é pão duro e ingrato o dono da maleta. Já era um dinheiro

perdido, poderia ter recompensado melhor o jardineiro. LUCIOLA SANTOS

Sorte do proprietário que foi uma pessoa simples - um

jardineiro - quem encontrou o di-nheiro. Imagine se tivesse sido um de nossos representantes políticos. ROBERTO VIEIRA BRAGA

PAUL

O AU

GUST

O

Alistamentos ficam para última horaMOVIMENTAÇÃO DE JOVENS DE 16 E 17 ANOS NO CARTÓRIO ELEITORAL DE UBERLÂNDIA CRESCEU NOS ÚLTIMOS DIAS

VOTO FACULTATIVO

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

Os jovens de 16 e 17 anos deixaram para fazer o alis-tamento eleitoral,

em Uberlândia, no último mês antes do fi m do prazo, 5 de maio. “Todos os dias, um grande número de jo-vens vêm ao cartório para se alistar. Neste ano, eles es-tão deixando para a última hora, como costuma fazer a maioria dos brasileiros”, disse a chefe do Cartório Eleitoral da 314ª Zona de Uberlândia, Márcia Helena Vieira de Oliveira.

Para esta faixa etária, o voto é facultativo, e até fe-vereiro deste ano, último dado compilado pelo Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE), o número de meno-res que haviam se tornado

eleitores em Uberlândia (3.888) era menor em rela-ção ao mesmo período dos anos eleitorais anteriores.

Em fevereiro de 2008 (eleições municipais), 4.645 menores já tinham o título. O número se man-teve estável em relação ao mesmo mês de 2006 (elei-ções gerais, como neste ano), quando 4.632 jovens já tinham o documento para votar.

A juíza eleitoral Maria Luiza Santana Assunção avalia que há desinte-resse dos menores pelas eleições e diz que este comportamento é preo-cupante. “Lutamos mui-to para conquistar este direito, com os ‘Caras Pintadas’ e as ‘Diretas Já’ [movimentos liderados por estudantes em 1992 e entre 1983 e 1984, respec- JUÍZA MARIA LUIZA ASSUNÇÃO Jovens precisam ser conscientizados

PAULO AUGUSTO

VOCÊ JÁ TIROU OU PRETENDE TIRAR TÍTULO DE ELEITOR? OS JOVENS FALAM

“Ainda não tenho, mas vou tirar porque é necessá-rio para preencher formulários de alguns vestibulares.”

GUSTAVO FERNANDES, 17 ANOS

“Já tirei meu título. Mesmo sendo muito jovens temos de votar. É um direito que eu quero exercer.”

FERNANDA NUNES, 16 ANOS

“Não tirei. Vou ter que votar obrigado por muito tempo. Agora, ainda não é hora e eu tenho preguiça.”

HYROITHO FELIPE DA ROCHA, 16 ANOS

“Não vou tirar o título, porque não sou nem um pouco interessado em política.”

IGOR OLIVEIROS CARDOSO, 17 ANOS

“Não. Vou tirar com 18 anos. Ainda não quero esta responsabilidade para mim. Está muito cedo.”

VANILTON A. DE FREITAS JUNIOR, 16 ANOS

“Já tirei e quero votar. É bom participar da escolha de quem vai governar o país. Meu voto ajuda a democracia.”

ALEXSANDRO PATRÍCIO SILVA SANTOS, 17 ANOS

“Não. Para tirar é chato, tem que pegar fi la. Votar é importante, mas por enquanto não é obrigatório.”

SARAH AVELAR, 16 ANOS

“Só vou tirar com 18 anos. Ainda não tenho maturida-de sufi ciente para escolher alguém que vai liderar o país.”

LUIZA MARTINS BORGES, 17 ANOS

tivamente]. Talvez os jovens de hoje não deem tanto valor porque estão acomodados. É o momento de pensarmos em algumas ações mais efetivas, como palestras nas escolas para conscientizá-los. O voto é a nossa parcela efetiva na construção da democracia”, afi rmou.

O CORREIO de Uberlândia percorreu escolas públicas e particulares da cidade para ouvir a opinião dos menores sobre sua participação nas eleições. De oito estudantes entrevistados, seis ainda não têm título de eleitor e não pretendem votar neste ano (veja nesta página).

SERVIÇO › O prazo para tirar ou transferir o título encerra em 5 de maio › Pode tirar o título de eleitor, facultativamente, quem completa 16 anos até

3 de outubro de 2010, quem já tem esta idade ou já completou 17 anos › O título de eleitor é obrigatório para quem completa 18 anos até o dia das

eleições › É preciso levar comprovante de residência, RG e CPF › O Cartório Eleitoral de Uberlândia mudou o horário de funcionamento › Agora, abre das 10h às 16h e faz plantão em 1º e 2 de maio.

MAIS INFORMAÇÕES: Cartório Eleitoral Avenida Fernando Vilela, 2030 – bairro Martins. Telefone: (34) 3231-9246

CIDADE & REGIÃOA8

CORREIO DE UBERLÂNDIA • DOMINGO • 20/6/2010

Cinco servidores perderam seus cargos> DEMISSÕES OU EXONERAÇÕES SÃO RESULTADO DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS; 24 FORAM ABERTOS NESTE ANO

PREFEITURA

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

Cinco servidores mu-nicipais de Uberlân-dia foram demitidos ou exonerados nes-

te ano em consequência de processos administrativos. Ao todo, 21 sindicâncias e 24 processos foram abertos para apurar de infrações ao Estatuto do Servidor à prática de pequenos delitos e fatos mais graves, o que inclui, por exemplo, desrespeito ao supe-rior, assédio sexual e furto.

A Secretaria de Adminis-tração é a responsável por re-ceber as denúncias e formar as comissões de sindicância que fazem a apuração de su-postas irregularidades come-

tidas dentro das secretarias e órgãos municipais.

Devido às regras burocráti-cas, a averiguação é feita em várias etapas. A primeira é um memorando de denúncia do fato, que pode ou não ser acompanhado de um Boletim de Ocorrência da polícia. A comissão de sindicância é que avalia se o fato vale ser julga-do ou não em um processo administrativo, em que a de-núncia é apurada com mais profundidade, podendo haver penalidades, que vão desde advertência até a exoneração do servidor.

As sindicâncias são rea-lizadas, normalmente, por três servidores municipais, dos quais pelo menos um deve ser advogado. Já nos

processos administrativos há também o requisito de que os servidores envolvi-dos na apuração sejam efe-tivos (contratados por meio de concurso público).

“Às vezes, as sindicâncias se extinguem por si sós. Se é constatado que não houve infração na parte legal, ali mesmo o fato se encerra. Mas também tem aquelas em que o parecer aponta a necessidade de abrir um processo administrativo”, afi rmou a secretária de Ad-ministração, Marly Vieira da Silva Melazo.

Depois de formadas, as comissões de sindicância administrativa têm 30 dias para apurar o fato e apresen-tar o relatório à Secretaria.

MARLY MELAZO não considera alto o número de comissões criadas, se comparado com a quantidade de servidores

PAULO AUGUSTO

COMISSÕES APURAM DENÚNCIAS DE 5 ANOS

FUNCIONÁRIOS ACUMULAM TRABALHO EXTRA

O “Diário Ofi cial do Mu-nicípio”, de 4 de junho deste ano, chama a atenção pela quantidade de comissões de sindicância instauradas – 14 de uma única vez, para apu-rar desde furto de cavalos no Curral Municipal até o desa-parecimento de equipamen-tos eletrônicos da Secretaria de Educação. Um detalhe: a maioria dos casos que estão sendo apurados por estas co-missões aconteceu em 2005.

Na avaliação da secretária de Administração, Marly Melazo, o

número de comissões criadas não é elevado. “O município tem quase 10 mil servidores, então proporcionalmente não é muito. Além disso, na maioria dos crimes, como furtos, qua-se todas as comissões apuram que não há envolvimento de servidores, e sim de outras pessoas. Principalmente nos setores que não estão locados no Centro Administrativo, que são mais vulneráveis”, afi rmou.

Marly Melazo acredita que o tempo decorrido após a infra-ção não atrapalha a apuração

da comissão de sindicância. “Na maioria das vezes, dá para voltar no tempo e recuperar os fatos. Mas existem aquelas que são inconclusivas.”

De acordo com a secretária, muitas sindicâncias acabam sendo meras formalidades depois de tanto tempo após a suposta infração. “Posterior-mente ao pedido ter sido aber-to, pode-se ter a informação de que não houve o fato. Mas é necessário dar continuidade ao processo e depois arquivar, para encerrar o caso”, disse.

Nas 14 comissões de sin-dicâncias formadas no início deste mês na Prefeitura de Uberlândia, quatro servido-res se revezam como com-ponentes. Porém, segundo a secretária de Administração, Marly Melazo, não há uma comissão permanente e os servidores devem conciliar

as atividades do cargo com as da sindicância.

“Este é um dos motivos da demora. Os fatos se acu-mulam e vamos apurando conforme a fila que se for-ma. São inúmeros casos e não tenho muitas pessoas disponíveis que possam compor uma comissão. So-

mente aquelas mais próxi-mas e em quem eu posso confiar”, afirmou.

De acordo com a secre-tária, em todos os casos em que é apurado um prejuízo ao município e o autor é identi-fi cado como servidor, os va-lores devem ser ressarcidos aos cofres públicos.

SINDICÂNCIAS

DEMORA

SINDICÂNCIASINVESTIGAMDENÚNCIASDE ASSÉDIO SEXUAL E FURTO, ENTRE OUTRAS

A partir de agosto, a emissão de CPFsfeita pela Caixa, pelo Banco do Brasil epelos Correios será instantânea

Afp