polícia

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CORREIO DE UBERLÂNDIA | SEGUNDA-FEIRA, 18/5/2009 CIDADE | A7 CASO DJENIFFER DELEGADO Rogério Martinez deve se pronunciar sobre o caso hoje BETO OLIVEIRA Advogados afirmam que relatório foi encaminhado ao Fórum na sexta-feira LYGIA CALIL [REPÓRTER] [email protected] O delegado de homicídios de Uberlândia, Rogério Martinez, concluiu o inquérito do caso Djeniffer dos Santos (veja qua- dro) no início da noite de sexta- feira. Segundo o advogado Gus- tavo Tavares da Silva, que defen- de um dos suspeitos presos, o relatório foi encaminhado à Vara de Crimes contra a Pessoa, no Fórum Abelardo Penna. O delega- do deverá atender à imprensa hoje e esclarecer a conclusão do inquérito. De acordo com Tavares da Silva, o autônomo Benedito Augus- to Rodrigo Silva, 47 anos, preso na noite de segunda-feira sob a suspeita de envolvimento no caso, poderá ser libertado nesta sema- na. “Pela parte do relatório que me foi cedida ficou claro que meu cliente não tem ligação com o crime. Espero que o pedido de revogação da prisão seja aceito nesta segunda (hoje), depois do meio-dia”, afirmou. O advogado Róbison Divino Alves, que defende a principal suspeita pelo crime, Efigênia Gui- marães Pena Balbino da Silva, também confirmou à reportagem do CORREIO a conclusão do inqué- rito. De acordo com ele, Efigênia foi acusada de participação no homicídio, na ocultação do cadá- ver de Djeniffer e na subtração de incapaz (sequestro da garota e de seu sobrinho de 6 meses). “Ainda tenho de tomar conhe- Delegado conclui inquérito 2/5 - • Djeniffer Aparecida dos Santos, 12 anos, e o sobrinho de 6 meses desaparecem em frente à casa da família no bairro Canaã. A polícia é acionada 3/5 - O bebê é abandonado no bairro Tubalina, totalmente despido, com ferimentos leves e a cabeça raspada. Djeniffer dos Santos continua desaparecida. A família informa à polícia a suspeita da participação da viz- inha, que parou de frequentar a casa 4/5 - • Efigênia Guimarães pede proteção à Polícia Militar alegando que estava sendo ameaçada por vizinhos. Ela é levada pela viatura ao bairro Mansour. Djeniffer dos San- tos permanece desaparecida 5/5 - • A polícia localiza o tronco e a cabeça de Djeniffer dos Santos em uma caçamba de lixo no estacionamento da rodoviária 6/5 - • Efigênia Guimarães é presa durante a madrugada. À tarde, a polícia localiza os membros superiores de Djeniffer dos Santos em um bueiro no Parque do Sabiá. O filho de 15 anos é apreen- dido, ouvido e encaminhado ao Conselho Tutelar 7/5 - • Depois de 11 horas de depoimento da suspeita, a Polícia Civil não confirma a autoria nem a motivação da morte da garota. O restante do corpo da adolescente morta é encontrado no Aterro Sanitário. Efigênia Guima- rães é levada para o Presídio Professor Jacy de Assis, onde tenta se enforcar, sem sucesso 8/5 – • A polícia ouve o depoimento de várias pessoas, entre elas, parentes, amigos e viz- inhos de Efigênia Guimarães 9/5 - A polícia continua aguardando o laudo de necropsia do corpo da menina 11/5 - • O delegado Rogério Mar- tinez promete que até 14 de maio a morte da menina será elucidada. Outro suspeito de participação no crime, o autônomo Benedito Augusto Rodrigo Silva, de 47 anos, é preso. A polícia não explica os motivos da prisão 12/5 - • O Tribunal de Justiça de Mi- nas Gerais (TJMG) autoriza a quebra de sigilo telefônico de Efigênia Guimarães. O delegado de Homicídios, Rogério Martinez, afirma que não dará entrevista sobre o caso até a conclusão do inquérito 13/5 - • O filho da acusada, um adolescente de 15 anos, é apreendido e encaminhado ao Centro Socioeducativo de Uberlândia (Ceseu) 15/5 – • O inquérito é concluído e enviado à Vara de Crimes contra a pessoa, segundo informações dos advogados Gustavo Tavares da Silva e Róbison Divino Alves ENTENDA O CASO cimento de todo o inquérito, já que a polícia dificultou o meu acesso. Estou proibido, também, de falar com a minha cliente”, disse Alves. Efigênia Guimarães está deti- da no Presídio Professor Jacy de Assis desde 7 de maio. Segundo o advogado, o filho da acusada, um adolescente de 15 anos, se- gue apreendido no Centro Socio- educativo de Uberlândia (Ceseu) desde 11 de maio. Segundo informações extrao- ficiais, o laudo da necropsia do corpo de Djeniffer dos Santos foi concluído pelo Instituto Médico Legal na semana passada e está anexado ao inquérito entregue à Justiça. Polícia A reportagem do CORREIO procurou os delegados responsá- veis pelo caso na tarde de ontem, mas nenhum deles foi encontra- do. Os delegados da Polícia Civil Samuel Barreto de Sousa (dele- gado regional), Rogério Martinez (homicídios) e Lia Valechi da Silva (menores) não atenderam o celu- lar. Na 16ª Delegacia Regional da Polícia Civil ninguém soube infor- mar novidades no caso. Duas mortes de ucranianos ocorridas em navios cargueiros que atracaram na Bahia nos últimos dois dias chamam a atenção das autoridades sanitárias e da Polícia Federal no Estado. Ontem a tripula- ção do navio “King Alfred”, de bandeira das Ilhas Marshall, que atracou no Porto de Salvador encon- trou o corpo de Olexandr Kalin, 41 anos, na casa de máquinas da embarcação, onde ele trabalhava. Conforme a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), Olexandr Kalin sentiu-se mal após o café da manhã. A suspeita é de que tenha sofrido parada cardíaca. Na sexta-feira, o comandante Victor Tretyakov, 52 anos, do cargueiro “Blue Seas”, de bandeira das Ilhas Cayman, também foi encontrado morto dentro da cabine. O corpo já foi liberado pelo IML, mas ainda aguarda a chegada da família. Morte de ucranianos preocupa autoridades GERAIS Menino atingido por tiro acidental é sepultado Foi enterrado ontem o corpo do menino Rodrigo Ferreira Flores, de 12 anos. Ele morreu sábado, bale- ado pelo primo de 17 anos, no bairro de Irajá, zona norte do Rio. O primo foi encaminhado para a De- legacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Segundo pa- rentes, foi um tiro acidental. O rapaz contou que havia encontrado a arma, um revólver calibre 38, aban- donada, perto de uma casa de shows, em São João de Meriti, na sexta-feira. Na noite de sábado, o garoto de 17 anos resolveu mostrar a arma a Rodrigo. Foi quando o revólver teria disparado. Rodrigo foi baleado na cabeça e socorrido no hospital Getúlio Vargas, na Penha. O enterro foi no cemitério de Irajá. TERRA CPT é a terceira maior organizadora de invasões A Comissão Pastoral da Terra (CPT) – instituição vincu- lada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – tem como objetivo apoiar a organização dos trabalhadores rurais para que possam defen- der suas causas. Esse é o ob- jetivo declarado. Na prática, porém, a organização tem mudado seu campo, assumin- do a frente de ocupações de terras, como se fosse um mo- vimento social. No total de in- vasões, hoje a CPT figura em terceiro lugar na lista dos 89 movimentos de sem-terra que atuam no País. Essa informação faz parte de um artigo divulgado pelo Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (NERA), vinculado à Universi- dade Estadual Paulista (Unesp). Assinado pela pesqui- sadora Elenira de Jesus Souza, que realiza um trabalho de iniciação científica sob a orien- tação do geógrafo Bernardo Mançano Fernandes, coordena- dor do núcleo, o artigo aponta os seis principais movimentos de luta pela terra do País. Famílias Em número de famílias mobilizadas, a CPT só perde para o Movimento dos Sem- Terra (MST), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e o Movi- mento de Libertação dos Sem- Terra (MLST). Atrás da pastoral aparecem a Federação da Agricultura Familiar (Fetraf) e a Organização da Luta no Cam- po. O artigo confirma tendência já observada por outros pes- quisadores e também pela imprensa. Em 2007, a partir do relato de ocupações de terras ocorridas em Alagoas e na Paraíba sob a coordenação de agentes pastorais, o jornal “O Estado de S. Paulo” destacou que a organização deixava a retaguarda e disputava espaço de frente com os movimentos, especialmente no Nordeste.

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Reportagens para a editoria de Polícia.

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Page 1: Polícia

CORREIO DE UBERLÂNDIA | SEGUNDA-FEIRA, 18/5/2009 CIDADE | A7

CASO DJENIFFER

DELEGADO Rogério Martinez deve se pronunciar sobre o caso hoje

BETO OLIVEIRA

Advogados afi rmamque relatório foi encaminhado ao Fórum na sexta-feiraLYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

O delegado de homicídios de Uberlândia, Rogério Martinez, concluiu o inquérito do caso Djeniffer dos Santos (veja qua-dro) no início da noite de sexta-feira. Segundo o advogado Gus-tavo Tavares da Silva, que defen-de um dos suspeitos presos, o relatório foi encaminhado à Vara de Crimes contra a Pessoa, no Fórum Abelardo Penna. O delega-do deverá atender à imprensa hoje e esclarecer a conclusão do inquérito.

De acordo com Tavares da Silva, o autônomo Benedito Augus-to Rodrigo Silva, 47 anos, preso na noite de segunda-feira sob a suspeita de envolvimento no caso, poderá ser libertado nesta sema-na. “Pela parte do relatório que me foi cedida fi cou claro que meu cliente não tem ligação com o crime. Espero que o pedido de revogação da prisão seja aceito nesta segunda (hoje), depois do meio-dia”, afi rmou.

O advogado Róbison Divino Alves, que defende a principal suspeita pelo crime, Efi gênia Gui-marães Pena Balbino da Silva, também confi rmou à reportagem do CORREIO a conclusão do inqué-rito. De acordo com ele, Efi gênia foi acusada de participação no homicídio, na ocultação do cadá-ver de Djeniffer e na subtração de incapaz (sequestro da garota e de seu sobrinho de 6 meses).

“Ainda tenho de tomar conhe-

Delegado conclui inquérito2/5 -

• Djeniffer Aparecida dos Santos, 12 anos, e o sobrinho de 6 meses desaparecem em frente à casa da família no bairro Canaã. A polícia é acionada

3/5 -

• O bebê é abandonado no bairro Tubalina, totalmente despido, com ferimentos leves e a cabeça raspada. Djeniffer dos Santos continua desaparecida. A família informa à polícia a suspeita da participação da viz-inha, que parou de frequentar a casa

4/5 -

• Efi gênia Guimarães pede proteção à Polícia Militar alegando que estava sendo ameaçada por vizinhos. Ela é levada pela viatura ao bairro Mansour. Djeniffer dos San-tos permanece desaparecida

5/5 -

• A polícia localiza o tronco e a cabeça de Djeniffer dos Santos em uma caçamba de lixo no estacionamento da rodoviária

6/5 -

• Efi gênia Guimarães é presa durante a madrugada. À tarde, a polícia localiza os membros superiores de Djeniffer dos Santos em um bueiro no Parque do Sabiá. O fi lho de 15 anos é apreen-dido, ouvido e encaminhado ao Conselho Tutelar

7/5 -

• Depois de 11 horas de depoimento da suspeita, a Polícia Civil não confi rma a autoria nem a motivação da morte da garota. O restante do corpo da adolescente

morta é encontrado no Aterro Sanitário. Efi gênia Guima-rães é levada para o Presídio Professor Jacy de Assis, onde tenta se enforcar, sem sucesso

8/5 –

• A polícia ouve o depoimento de várias pessoas, entre elas, parentes, amigos e viz-inhos de Efi gênia Guimarães

9/5 -

A polícia continua aguardando o laudo de necropsia do corpo da menina

11/5 -

• O delegado Rogério Mar-tinez promete que até 14 de maio a morte da menina será elucidada. Outro suspeito de participação no crime, o autônomo Benedito Augusto Rodrigo Silva, de 47 anos, é preso. A polícia não explica os motivos da prisão

12/5 -

• O Tribunal de Justiça de Mi-nas Gerais (TJMG) autoriza a quebra de sigilo telefônico de Efi gênia Guimarães. O delegado de Homicídios, Rogério Martinez, afi rma que não dará entrevista sobre o caso até a conclusão do inquérito

13/5 -

• O fi lho da acusada, um adolescente de 15 anos, é apreendido e encaminhado ao Centro Socioeducativo de Uberlândia (Ceseu)

15/5 –

• O inquérito é concluído e enviado à Vara de Crimes contra a pessoa, segundo informações dos advogados Gustavo Tavares da Silva e Róbison Divino Alves

ENTENDA O CASO

cimento de todo o inquérito, já que a polícia dificultou o meu acesso. Estou proibido, também, de falar com a minha cliente”, disse Alves.

Efi gênia Guimarães está deti-da no Presídio Professor Jacy de Assis desde 7 de maio. Segundo o advogado, o fi lho da acusada, um adolescente de 15 anos, se-gue apreendido no Centro Socio-educativo de Uberlândia (Ceseu) desde 11 de maio.

Segundo informações extrao-fi ciais, o laudo da necropsia do corpo de Djeniffer dos Santos foi concluído pelo Instituto Médico

Legal na semana passada e está anexado ao inquérito entregue à Justiça.

PolíciaA reportagem do CORREIO

procurou os delegados responsá-veis pelo caso na tarde de ontem, mas nenhum deles foi encontra-do. Os delegados da Polícia Civil Samuel Barreto de Sousa (dele-gado regional), Rogério Martinez (homicídios) e Lia Valechi da Silva (menores) não atenderam o celu-lar. Na 16ª Delegacia Regional da Polícia Civil ninguém soube infor-mar novidades no caso.

! Duas mortes de ucranianos ocorridas em navios cargueiros que atracaram na Bahia nos últimos dois dias chamam a atenção das autoridades sanitárias e da Polícia Federal no Estado. Ontem a tripula-ção do navio “King Alfred”, de bandeira das Ilhas Marshall, que atracou no Porto de Salvador encon-trou o corpo de Olexandr Kalin, 41 anos, na casa de máquinas da embarcação, onde ele trabalhava.

Conforme a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), Olexandr Kalin sentiu-se mal após o café da manhã. A suspeita é de que tenha sofrido parada cardíaca. Na sexta-feira, o comandante Victor Tretyakov, 52 anos, do cargueiro “Blue Seas”, de bandeira das Ilhas Cayman, também foi encontrado morto dentro da cabine. O corpo já foi liberado pelo IML, mas ainda aguarda a chegada da família.

Morte de ucranianos preocupa autoridades

GERAIS

Menino atingido por tiro acidental é sepultado

! Foi enterrado ontem o corpo do menino Rodrigo Ferreira Flores, de 12 anos. Ele morreu sábado, bale-ado pelo primo de 17 anos, no bairro de Irajá, zona norte do Rio. O primo foi encaminhado para a De-legacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Segundo pa-rentes, foi um tiro acidental. O rapaz contou que havia encontrado a

arma, um revólver calibre 38, aban-donada, perto de uma casa de shows, em São João de Meriti, na sexta-feira. Na noite de sábado, o garoto de 17 anos resolveu mostrar a arma a Rodrigo. Foi quando o revólver teria disparado. Rodrigo foi baleado na cabeça e socorrido no hospital Getúlio Vargas, na Penha. O enterro foi no cemitério de Irajá.

TERRA

CPT é a terceira maiororganizadora de invasões

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) – instituição vincu-lada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – tem como objetivo apoiar a organização dos trabalhadores rurais para que possam defen-der suas causas. Esse é o ob-jetivo declarado. Na prática, porém, a organização tem mudado seu campo, assumin-do a frente de ocupações de terras, como se fosse um mo-vimento social. No total de in-vasões, hoje a CPT fi gura em terceiro lugar na lista dos 89 movimentos de sem-terra que atuam no País.

Essa informação faz parte de um artigo divulgado pelo

Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (NERA), vinculado à Universi-d a d e E s t a d u a l P a u l i s t a (Unesp). Assinado pela pesqui-sadora Elenira de Jesus Souza, que realiza um trabalho de iniciação científi ca sob a orien-tação do geógrafo Bernardo Mançano Fernandes, coordena-dor do núcleo, o artigo aponta os seis principais movimentos de luta pela terra do País.

FamíliasEm número de famílias

mobilizadas, a CPT só perde para o Movimento dos Sem-Terra (MST), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na

Agricultura (Contag) e o Movi-mento de Libertação dos Sem-Terra (MLST). Atrás da pastoral aparecem a Federação da Agricultura Familiar (Fetraf) e a Organização da Luta no Cam-po.

O artigo confi rma tendência já observada por outros pes-quisadores e também pela imprensa. Em 2007, a partir do relato de ocupações de terras ocorridas em Alagoas e na Paraíba sob a coordenação de agentes pastorais, o jornal “O Estado de S. Paulo” destacou que a organização deixava a retaguarda e disputava espaço de frente com os movimentos, especialmente no Nordeste.

Page 2: Polícia

CORREIO DE UBERLÂNDIA | QUINTA-FEIRA, 7/5/2009B2 | CIDADE

CASO DJENIFFER | CONTINUAÇÃO DA PÁGINA B1

Braços foram encontrados no SabiáBuscas foram feitasapós indicação dolocal pelo fi lhomenor da acusadaLYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

Um grande contingente de policiais e bombeiros, seguindo indicação do fi lho de Efi gênia da Silva, de 15 anos, iniciou ontem no Parque do Sabiá as buscas aos restos mortais de Djeniffer Aparecida dos Santos.

Por volta de 13h, os braços da menina foram localizados em um bueiro ao lado de uma das lagoas do parque. Foram necessários vários homens para erguer a tampa do buraco, de onde foi retirado um saco plástico com os braços, posteriormente recolhidos pela perícia.

Segundo a delegada Lia Vale-chi, o garoto teria afi rmado que a mãe foi ao parque na segunda-feira. Os policiais civis e militares vasculharam o parque até encon-trar os restos mortais da menina.

Durante toda a tarde, agentes das polícias Civil e Militar e bom-beiros continuaram a busca pelas outras partes do corpo, inclusive nos lagos do local, mas nada foi encontrado. (Continua na B3)

“MAGIA NEGRA”

Irmã não acredita em sacrifício humanoA irmã de Djeniffer dos Santos

e mãe do bebê sequestrado, Fer-nanda dos Santos, não acredita que a acusada pelo crime, Efi gênia da Silva, seja praticante de “magia negra”. “Ela vivia ouvindo música evangélica, nunca falou nada so-bre centro espírita. Ela quer agora livrar a cara e se safar da culpa. Mas não vai conseguir”, afi rmou.

Fernanda dos Santos acusa a Polícia Militar de negligência no caso e afi rmou que, na segunda-feira (4), um veículo da PM teria ido buscar a acusada em casa, antes que ela desaparecesse. “Eles deveriam ter procurado por minha irmã na casa de Efi gênia com mais cuidado. Talvez ela ainda estivesse viva. Esperaram que ela morresse para fazer algu-ma coisa.”

O tenente-coronel da PM, Paulo Antônio dos Santos, admi-

tiu que Efi gênia da Silva foi retira-da de casa sob a guarda da polí-cia. Na segunda-feira, de acordo com o tenente-coronel, agentes policiais depois de uma busca na casa, não teriam encontrado evidências que pudessem incrimi-ná-la. “Ela alegou que estaria sofrendo ameaças dos vizinhos e pediu proteção. Nós a tiramos da casa e levamos para o bairro Mansour (região Oeste). Se não tivéssemos feito isso, muito pro-vavelmente, ela e os quatro fi lhos estariam mortos agora. Nosso papel é proteger a vida até do pior bandido”, disse Santos.

Segundo o tenente-coronel, o policial que a retirou de casa foi também responsável por sua pri-são. Efi gênia da Silva, pouco antes de ser capturada, por volta de 2h de ontem, ligou para o PM e reve-lou onde estava.

MOTIVAÇÃO

Delegados têm várias hipótesesA Polícia Civil trabalha em

duas linhas de investigação para desvendar o crime. Uma hipótese aponta para a oculta-ção do sequestro do bebê e, a outra, para um ritual de sacri-fício humano e “magia negra”.

De acordo com o delegado de Homicídios, Rogério Marti-nez, que assumiu o caso na segunda-feira, a acusada, Efi -gênia da Silva, seria adepta de práticas macabras, teoria cor-roborada pela descoberta, na casa dela, de objetos como cumbucas, velas e adereços usados em rituais. Outro indício de sacrifício seria o método usado para o assassinato. De acordo com o delegado, o autor teria cortado o pescoço da menina enquanto estava viva e retirado todo o sangue do corpo. Só então Djeniffer dos Santos teria sido esquartejada.

Segundo a polícia, a acu-

sada teria admitido, durante a madrugada, que o crime foi realizado em um tipo de ritual em que o bebê sequestrado também seria morto. Ela teria afi rmado no depoimento que conseguiu fugir com o bebê antes que o crime fosse co-metido.

De acordo com a delegada de Menores, Lia Valechi (foto), outros indícios sugerem que o motivo do assassinato da menina teria sido o ocultação da autoria do sequestro do bebê. Uma das evidências encontradas pela polícia é o fato de que a acusada teria dito ao marido, detido na Pe-nitenciária Pimenta da Veiga desde 2006, que estava grávi-da. Efi gênia da Silva já teria apresentado o bebê seques-trado à família do marido, Luiz Antonio Balbino da Silva, como fi lho do casal.

BRAÇOS de Djeniffer dos Santos foram encontrados enrolados em um saco em um bueiro no Parque do Sabiá após intensas buscas policiais; que continuam hoje

FERNANDA DOS SANTOS diz que acusada quer “livrar a cara”

LIA VALECHI acredita em ocultação da autoria de sequestro

FOTOS BETO OLIVEIRA/CORREIO

Page 3: Polícia

CORREIO DE UBERLÂNDIA | SEXTA-FEIRA, 22/5/2009 CIDADE | B3

A Polícia Civil prendeu na manhã de ontem Ariana Vera Cristina Medeiros Silva e Luismar Balbino da Silva, concunhada e sogro de Efi gênia Guimarães Pena Balbino da Silva, suspeitos de envolvimento no assassinato de Dyenifer Aparecida Costa dos Santos, de 12 anos.

O chefe do 9º Departamento da Polícia Civil de Minas Gerais, Gilmar Souza Freitas, confi rmou as duas prisões e afi rmou que há pelo menos mais um mandado de prisão, ainda não cumprido, de um suspeito não identifi cado. Segundo Freitas, o delegado ti-tular de Homicídios, Rogério Martinez, teria passado mal e interrompeu o interrogatório dos suspeitos.

Luismar Balbino da Silva pas-sou a noite na carceragem da 16ª Delegacia Regional da Polícia Civil e deve continuar a ser ouvido ainda hoje. Ariana Medeiros Silva foi transferida, na tarde de ontem, para o Presídio Professor Jacy de Assis, porque a delegacia não tem cela feminina. A prisão dos dois suspeitos é temporária, ini-cialmente por 30 dias.

A reportagem do CORREIO de Uberlândia obteve acesso ao re-latório do delegado titular de Homicídios encaminhado à Justi-ça. No documento, consta o de-

INVESTIGAÇÃO

Polícia prende mais doissuspeitos no caso DyeniferAriana Vera Silvae Luismar Balbinoteriam matado meninaem ritual de magiaLYGIA CALIL [repórter][email protected]

DYENIFER DOS SANTOS desapareceu de casa no dia 2 e seu corpo esquartejado foi achado três dias depois

No interrogatório de Efi gênia Guimarães da Silva no inquérito, ela afi rma que Dyenifer dos Santos foi morta em um ritual de magia negra com sacrifício humano rea-lizado por Luismar Balbino, em favor de seu fi lho, Luís Antônio Balbino da Silva (marido de Efi gê-nia). Como Luís Antônio está preso na Penitenciária Pimenta da Veiga, a cerimônia teria que ser realizada em um local vinculado a ele – o local escolhido seria a residência de Efi gênia.

Segundo o documento, a acu-sada disse que dez dias antes do desaparecimento da menina, ela foi procurada pelo sogro, que lhe avisou do ritual. No dia 1º de maio, véspera do sequestro da garota, a suspeita Ariana Silva teria procu-rado Efi gênia para aconselhá-la a não deixar a fi lha solta na rua na-queles dias e, nesta mesma data, Luis Antônio Balbino teria ligado de um celular de dentro da Peni-tenciária Pimenta da Veiga reco-mendando que ela seguisse as

orientações de Ariana Silva.Na manhã de sábado, confor-

me o depoimento de Efi gênia Silva, ela foi até a casa dos pais de Dyenifer dos Santos e a garota, que cuidava do bebê de seis me-ses naquele momento, teria entre-gado o sobrinho à acusada. Ela teria saído do bairro com o bebê em um carro com um conhecido, em direção à casa da cunhada, no bairro Morada Nova. O bebê teria fi cado lá, com a família do marido, que acreditava se tratar de um fi -lho de Efi gênia com Luís Antônio.

A acusada disse que passou a noite de sábado ajudando nas buscas por Dyenifer e, na manhã de domingo, reuniu os três fi lhos menores e os levou à casa de uma amiga no bairro Mansour. O fi lho mais velho, de 15 anos, não foi porque não estava em casa na hora. Pouco depois, o garoto ligou para Efi gênia para contar que a família de Dyenifer havia apontado a mãe como suspeita para a Polí-cia Militar.

VERSÃO DE EFIGÊNIA

“Menina morreu em ritual”

No inquérito, ainda segundo Efi gênia Silva, na segunda-feira (4), ela teria voltado ao bairro Canaã com um dos fi lhos e não encontrou vestígios do sacrifício em sua casa, só percebeu que no quintal a terra havia sido removi-da. Ela pediu que o fi lho tampas-se o buraco. No relatório feito pelo delegado de Homicídios, Rogério Martinez, consta que neste local os peritos de Belo Horizonte reco-lheram cabelos, possivelmente de Dyenifer, para análise. O laudo ainda não foi concluído.

Ainda na segunda-feira (4), ela conta que ligou para a PM e

disse que estava sendo ameaça-da pela família da garota. Uma viatura foi até a casa dela e a levou para a casa da amiga no bairro Mansour.

Efi gênia afi rma que o conhe-cido deixou em sua casa um saco com o corpo de Dyenifer e telefo-nou, avisando que resolvesse o problema. Ela tomou um táxi e, na companhia do fi lho, depositou o pacote na caçamba de lixo da Rodoviária. Depois, deixou o fi lho na biblioteca e se encontrou com o suspeito no Parque do Sabiá, onde ele depositou os braços da garota em um bueiro.

CORPO

Suspeita manda tapar buraco

BURACO no quintal da casa da suspeita foi tapado com telhas

EFIGÊNIA DA SILVA cai em contradições durante interrogatório

FOTOS BETO OLIVEIRA

poimento da principal acusada pelo crime, Efi gênia da Silva. A acusada nega a participação na morte da menina Dyenifer, reali-zada, de acordo com seu depoi-mento, em ritual de magia negra. Também são citados os depoi-mentos do fi lho de Efi gênia, de taxistas e outras testemunhas.

O relatório não é conclusivo e, portanto, não esclarece as condi-ções em que Dyenifer dos Santos teria sido morta, nem aponta o que a Polícia apurou até agora sobre as motivações para o crime.

PARTICIPAÇÃO

Relatório revela contradiçõesO inquérito revela contra-

dições entre o depoimento de Efi gênia da Silva e as declara-ções da polícia. Entre as principais contradições estão o local em que a acusada teria passado a tarde no dia do desaparecimento de Dye-nifer e de seu sobrinho de seis meses e a suposta participa-ção do fi lho de Efi gênia da Silva no crime.

As investigações apontam que o fi lho de 15 anos teria auxiliado a mãe a fugir de casa em um táxi com o bebê de seis meses. Efi gênia decla-rou no depoimento que, após tomar um táxi, foi à casa de Benedito Augusto Rodrigues da Silva, passando a tarde lá

com o bebê. Ainda na casa de Silva, Efi gênia teria pedido um aparelho de barbear para raspar o cabelo da criança. Às 19h, Silva teria levado Efi gê-nia e o bebê à casa de uma mulher no bairro Morada Nova. A mulher, de acordo com os autos, seria cunhada de Efi gênia.

Em depoimento, após ser preso em 11 de maio pela Polícia Civil, Benedito da Silva negou qualquer participação no desaparecimento de Dye-niffer dos Santos e do bebê de seis meses. Silva não foi indiciado no inquérito prelimi-nar e teve a revogação de sua prisão concedida pela Justiça na quarta-feira (20).

ENTENDA O CASO

2/5Dyenifer Aparecida dos Santos, 12 anos, e o sobrinho de 6 meses desaparecem em frente à casa da família no bairro Canaã. A polícia é acionada

3/5O bebê é abandonado no bairro Tubalina, totalmente despido, com ferimentos leves e a cabe-ça raspada. Dyenifer dos Santos continua desaparecida. A famí-lia informa à polícia a suspeita da participação da vizinha, que parou de frequentar a casa

5/5A polícia localiza o tronco e a cabeça de Dyenifer dos Santos em uma caçamba de lixo no estacionamento da rodoviária

6/5Efigênia Guimarães é presa durante a madrugada. À tarde, a polícia localiza os membros superiores de Dyenifer dos Santos em um bueiro no Parque do Sabiá. O fi lho de 15 anos é apreendido, ouvido e encami-nhado ao Conselho Tutelar

7/5Depois de 11 horas de depoi-mento da suspeita, a Polícia Civil não confi rma a autoria nem a motivação da morte da garota. O restante do corpo da adolescen-te morta é encontrado no Aterro Sanitário.

8/5A polícia ouve o depoimento de

várias pessoas, entre elas, pa-rentes, amigos e vizinhos de Efi gênia Guimarães

9/5A polícia continua aguardando o laudo de necropsia do corpo da menina

11/5O delegado Rogério Martinez promete que até 14 de maio a morte da menina seria elucida-da. Outro suspeito de participa-ção no crime, o autônomo Bene-dito Augusto Rodrigo Silva, de 47 anos, é preso. A polícia não explica os motivos da prisão

13/5O fi lho da acusada, um adoles-cente de 15 anos, é apreendido e encaminhado ao Centro Socio-educativo de Uberlândia (Ceseu)

15/5O inquérito é enviado à Vara de Crimes contra a Pessoa, segun-do informações dos advogados Gustavo Tavares da Silva e Ro-bínson Divino Alves.

20/5Benedito Silva é liberado pela Justiça

21/5Polícia prende Ariana Vera Cristina Medeiros Silva e Luis-mar Balbino da Silva, concu-nhada e sogro de Efi gênia da Silva, suspeitos de envolvimen-to no assassinato de Dyenifer Aparecida Costa dos Santos, de 12 anos

Page 4: Polícia

CORREIO DE UBERLÂNDIA | TERÇA-FEIRA, 19/5/2009 CIDADE | B3

CASO DJENIFFER

Inquérito concluído nãoaponta motivo e autoria Relatório da políciacivil dá indícios departicipação de fi lho da suspeitaLYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

DJENIFFER DOS SANTOS desapareceu de casa no dia 2 e foi encontrada morta três dias depois

BETO OLIVEIRA

A Polícia Civil segue sem expli-car a motivação e um possível envolvimento de outras pessoas no sequestro e assassinato de Djeniffer dos Santos. Em entrevis-ta coletiva, o delegado de homicí-dios, Rogério Martinez, confi rmou que o inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça, mas afi r-mou que não vai fornecer mais informações que possam atrapa-lhar as investigações, que conti-nuam.

O fi lho de Efi gênia, que chegou a ser apreendido com a mãe, de-pois liberado por falta de provas e novamente detido dias depois, teria atuado juntamente com a mãe no sequestro e na ocultação do cadáver. O menor, de 15 anos, continua recolhido no Centro So-cioeducativo de Uberlândia (Ce-seu). Segundo o delegado, mãe e filho teriam mentido durante o depoimento sobre a participação do menor no crime.

Segundo o delegado, o relató-rio entregue à Vara de Crimes contra a Pessoa é preliminar e teve de ser encaminhado para que a acusada Efi gênia Guimarães con-tinuasse presa. “Tínhamos 10 dias para concluir o inquérito. Se não entregasse dentro do prazo, corre-ria o risco de um relaxamento na prisão da acusada, conforme prevê a Lei. Entreguei na última hora, às 17h55, de sexta-feira”,

disse Martinez.O juiz da Vara de Crimes contra

a Pessoa, Dimas Borges de Paula, vai analisar o material enviado pela polícia e julgar as novas dili-gências solicitadas pelo delegado. Martinez não confi rmou se entre as solicitações há novos manda-dos de busca ou de prisão.

No relatório apresentado à Justiça, Efi gênia Guimarães, presa em 6 de maio, é acusada de subtração de incapaz (sequestro de Djeniffer e de seu sobrinho de 6 meses) e participação no homi-cídio e na ocultação do cadáver da menina.

Os laudos da perícia realizada na casa de Efi gênia Guimarães e

da necropsia de Djeniffer ainda não estão prontos, mas o delega-do afi rmou que deverão ser con-cluídos em 10 dias pela equipe da Polícia Civil que veio de Belo Horizonte para acompanhar as investigações.

SuspeitoSegundo o delegado de Homi-

cídios, Rogério Martinez, a partici-pação do autônomo Benedito Augusto Rodrigo Silva, preso em 11 de maio sob a suspeita de envolvimento no caso, ainda de-verá ser investigada. Martinez in-formou que foi na casa do autô-nomo onde o bebê de 6 meses teve o cabelo raspado e que a

lâmina foi cedida por ele. Benedi-to também teria levado a acusada ao bairro Morada Nova no sábado (2).

“O suspeito foi colocado nesta história pela Efi gênia, mas agora ela está orientada pelo advogado a falar somente em juízo - um di-reito constitucional que lhe cabe. Tentamos oferecer tudo para ela abrir o jogo, desde uma delação premiada até participação no programa de proteção à testemu-nha, mas ela se recusa. Temos de partir para outros lados na inves-tigação”, afi rmou o delegado.

O caso do bailarino que assumiu o nome de Robledo Barbosa Silva por mais de 10 anos está perto de ser conclu-ído. A Justiça Federal confi rmou a identidade do acusado: ele se chama Francisco Magalhães da Silva, assim como havia informado à polícia, quando foi preso, em 14 de abril. A mãe e um tio do acusado foram lo-calizados em Brasília (DF) e o nome foi confi rmado por uma certidão de nascimento enca-minhada pela mãe.

Na sexta-feira (15), Francis-co da Silva e seus parentes prestaram depoimento à Justi-ça Federal e, nesta semana, as alegações fi nais da defesa e da acusação serão entregues à Justiça. A sentença do juiz da 1ª Vara da Justiça, Bruno Vas-concelos, deverá ser pronun-

ciada até a semana que vem. O acusado permanecerá preso até lá.

O bailarino está sendo acusado de estelionato e falsi-dade ideológica. Caso seja julgado culpado pelos dois crimes, a pena máxima são cinco anos de prisão. Ele alega que teve os documentos e todo o dinheiro roubados em 1995, quando chegou a Uberlândia e, morando na rua, encontrou a documentação de Robledo em 1999. Então, ele teria tro-cado a foto da carteira de identidade e passou a usar o nome.

Com a identidade falsa, Francisco da Silva registrou três fi lhas, fez dívidas e viajou boa parte da Europa em turnê com uma companhia de dança da cidade.

FALSIFICAÇÃO

Caso de bailarino jáestá quase concluído

UFU

Reitor pede apoio no combate às drogas

O reitor Alfredo Fernandes Neto iniciou seu programa “Café com o Reitor”, na Rádio Universitária nesta segunda-feira, negando que seja co-mum o uso de entorpecentes pelos estudantes no interior da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pediu o apoio das famílias no comba-te ao uso de drogas. “Eles (pai e mãe) podem observar as mudanças de comportamen-to, as companhias e nos aju-dar no próprio lar, orientando quanto aos malefícios”, afi r-mou Fernandes Neto.

O uso de drogas no cam-pus Santa Mônica da UFU foi denunciado no dia 7 de maio em uma sessão da Câmara Municipal e em reportagem do CORREIO de Uberlândia. Se-gundo o reitor, para coibir ilegalidades o campus teve as árvores podadas e a reitoria aumentou o policiamento particular, responsável por

resguardar o patrimônio. “Não há como abordar os alunos. É assédio moral e podemos acabar com as carreiras de futuros profi ssionais brilhan-tes.” O reitor afi rmou ainda que o papel da universidade é educar e não repreender. “Se colocarmos policiais aqui dentro, voltaremos à época da ditadura.”

Fernandes Neto disse que tem buscado orientação com instituições ligadas à seguran-ça pública para aprimorar as ações e inibir o uso de drogas. “Buscamos a troca de infor-mações para combater o trá-fico de forma inteligente, preventiva e educativa.”

Novas ações de combate às drogas na UFU serão defi -nidas pelo Conselho Diretor. “Vamos pautar, nas próximas reuniões, as medidas educa-tivas e preventivas que uma instituição de ensino pode adotar com seus alunos”.

Hoje a 22/5Atividades: cada equipe das unidades de saúde desenvolverá atividades como palestras, ofi cinas, dinâmicas e debates para os usuários da unidade.Local: Unidades de Saúde da Rede – UBS, UBSF e UAI.Horário: durante o funcionamento das unidades de saúde.

20/5Local: Adusmu (Associação dos usuários em Saúde Mental de Uberlândia), avenida Dr. Laerte Gonçalves, 3291, bairro Santa Mônica.Atividades: aniversário de 1 ano da sede da Adusmu.Horário:13h – Apresentação cultural com o coral do bairro Lagoinha.14h - Baile “Vem dançar!”.15h – Lanche.

24/5Local: Parque do Sabiá (entrada pelo bairro Tibery).Atividades: Caminhada esportiva; apresentação da Banda Municipal de Uber-lândia; aulas de yoga; presenças do coral “Canto que encanta” e do grupo de capoeira do Caps AD; ofi cina de música Doi do Lum e ofi cina de dança circular.Horário: 8h às 11h.

Estende-se até domingo, 24 de maio, a programação da Secretaria Muni-cipal de Saúde em comemoração ao Dia Nacional de Luta Antimanicomial, celebrado ontem. A Coordenação das Ações em Saúde Mental da secre-taria trabalha neste ano o tema “Todos Juntos na Luta Antimanicomial”.

LUTA ANTIMANICOMIAL - PROGRAMAÇÃO

GERAIS

Polícia apreende 1,5 mil DVDs piratas no Luizote! A Polícia Civil de Uberlândia prendeu um homem e apreendeu 1,5 mil DVDs piratas em uma casa do bairro Luizote de Freitas no fi m da tarde de ontem, após uma de-núncia anônima. Na residência, também foram apreendidos dois

computadores, duas impressoras e várias gravadoras de DVD. O dono das máquinas, Douglas Caetano Silva, de 28 anos, foi preso e per-manece detido na carceragem da 16ª Delegacia Regional da Polícia Civil de Minas Gerais.

Mãe é suspeita de jogar criança pela janela

Um morre e 3 se feremapós choque elétrico

! Uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas após receberem uma forte descarga elétrica, na manhã de ontem, em Catalão, no Centro-Oeste de Goiás. Segundo informações iniciais do Corpo de Bombeiros do município, quatro funcionários da obra de um galpão, no Jardim Nossa Senhora de Fáti-ma, estavam empurrando um an-daime quando a armação encostou na rede elétrica.

Laudo atesta embriaguez de deputado paranaense

! O deputado estadual do Paraná Fernando Ribas Carli Filho (PSB), de 26 anos, estava embriagado quan-do se envolveu em um acidente, na madrugada do dia 7, em Curitiba, causando a morte de Gilmar Rafael Souza Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba apontou 7,8 deci-gramas de álcool por litro de san-gue.

! Uma criança de 4 anos foi jo-gada pela janela do segundo andar de um prédio em Itaúna, no interior de Minas, na tarde de domingo. Na queda, o menino sofreu traumatismo craniano e fraturas na perna. Até o início da tarde de ontem, ele permanecia internado em estado grave no Hospital das Clínicas de Belo Horizonte. A mãe da criança,

Tharlane Magalhães, de 25 anos, é a principal suspeita de ter joga-do a criança. Em seguida, ela teria tentado o suicídio, segundo informações da Polícia Militar. Tharlane está internada em Itaú-na, sob escolta policial. Parentes informaram que ela sofre de dis-túrbios psicológicos. Até o início da tarde de ontem, ela ainda não havia prestado depoimento.

www.correiodeuberlandia.com.brNO SITE

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CORREIO DE UBERLÂNDIA | TERÇA-FEIRA, 3/3/2009 CIDADE/SEGURANÇA | B3

O assassinato a tiros do presidente da Associação de Moradores do Bairro Morumbi, Francinaldo Bezerra, de 40 anos, pode ter ligação com a prisão de 21 pessoas acusadas de tráfi co de drogas naquele bairro no dia 18 de fevereiro. Bezerra teria dado declarações, no dia se-guinte, elogiando o trabalho da polícia e que a partir da ação o bairro fi caria mais seguro.

O presidente da associação foi atingido por cinco disparos dentro de seu comércio e mor-reu no Pronto-socorro do Hospi-tal de Clínicas da Universidade Federal (HC/UFU). O corpo foi levado para Natal (RN), onde a vítima nasceu.

Um parente de Francenildo que pediu para não ser identifi -cado, por receio de represálias, afi rmou que o assassinato dele tem ligação com a prisão dos líderes do tráfico. De acordo com ele, a morte teria sido en-comendada de dentro da prisão.

O delegado regional da Polí-cia Civil, Samuel Barreto de Souza, não confi rma nem des-mente a versão. “Estamos atuan-do em várias linhas de investiga-ção e uma delas certamente nos levará ao autor deste crime. Ain-

VIOLÊNCIA

Presidente de associaçãoé assassinado no MorumbiMorte de Francinaldo Bezerra pode estarligada à prisão deacusados de tráfi coLYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

CORPO de Francinaldo Bezerra foi velado ontem e depois levado para Natal, onde vai ser sepultado

FRANCINALDO BEZERRA teria denunciado violência no bairro

FOTOS CORREIO

da é cedo para afi rmar qualquer coisa”, disse.

O clima entre os moradores do Morumbi é de insegurança. Um amigo de Francenildo que preferiu ter o nome sob sigilo disse que ele planejava deixar Uberlândia e voltar para a casa da mãe em Natal (RN). “Ele estava sendo ameaçado há vá-rios dias e estava com medo”, disse. A Polícia informou que a vítima não registrou Boletim de Ocorrência denunciando as ameaças e não procurou prote-ção policial.

ACIDENTE

Comandante do 5º BBM segue internado

HOMICÍDIOS

Delegacia investiga 17 mortes no bairro Em contagem não-oficial,

neste ano, 29 pessoas foram assassinadas na cidade, três delas no domingo. De acordo com o delegado de homicí-dios, Rogério Mart inez, a maioria dos crimes está rela-cionada ao tráfico de drogas, seja por acerto de contas ou disputa de território. Na dele-gacia, estão sendo apurados 17 inquéritos somente do bairro Morumbi.

Segundo Martinez, as ope-rações conjuntas das Polícias Civil e Militar para desmantelar quadrilhas de trafi cantes são as ações realizadas para coibir

outros crimes relacionados ao tráfi co, como os homicídios. “É muito difícil prever assassina-tos, então a Delegacia de Ho-micídios atua mais nas inves-tigações sobre causas e na busca pelos criminosos. Só é possível evitar conseguindo-se prender as quadrilhas que atuam no tráfi co”, disse.

Em 18 de fevereiro, 21 acusados de tráfi co que atua-vam no Morumbi foram presos na operação Arena. Os apon-tados como os chefes da quadrilha, Conrado Fernandes Néri e Lucas Fernando Tavares, foram capturados e continuam

no Presídio Jacy de Assis.Segundo o comandante do

17º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Hércules dos Reis Silva, as operações para desarticular as quadrilhas continuarão, não só no bairro Morumbi. “O homicídio não foi interpretado pela Polícia como intimidação. Vamos aumentar o policiamento no Morumbi e atuar ainda mais com ações conjuntas”, disse.

AmeaçasOs outros dois homicídios

ocorreram nos bairros Tubalina (setor Sul) e Santo Inácio

(zona Oeste). No primeiro de-les, registrado às 20h pela Polícia Militar, Lindéia Helena de Morais, 34 anos, confessou ter matado o ex-namorado Cristiano de Moraes Pereira, 33 anos. Ela alegou que vinha sofrendo ameaças de morte da vítima depois do término do relacionamento.

Na rua do Padeiro, no bair-ro Santo Inácio, Cláudio Silva, 27 anos, que possuía várias passagens pela Polícia e um mandado de prisão preventiva expedido, foi morto com nove tiros. A PM ainda não tem pistas do autor do crime.

MATINHOS

Acusado de crime noParaná é denunciado

O comandante do 5º Ba-talhão de Bombeiros Militar (5º BBM) de Uberlândia, co-ronel Felipe José Aidar Mar-tins, continua internado em um hospital particular e pas-sa bem. Ele sofreu um aci-dente na noite de domingo durante uma operação de resgate no complexo de ca-choeiras do Rio Claro, às margens da BR-452, entre Uberlândia e Araxá.

O ofi cial teria se desequi-librado e caiu na correnteza até a cachoeira, onde sofreu a queda, segundo informou o major Itamar Caetano Filho. O coronel Martins foi resgatado e recebeu os primeiros socor-ros na ambulância e depois levado ao Hospital de Clínicas da UFU.

Os bombeiros realizavam a busca de três pessoas, ví-timas de afogamento no Rio Claro. No domingo, foi loca-lizado o corpo da funcionária pública Soraya da Cunha Dib, de 40 anos, de Uberaba, que foi sepultado ontem. Conti-nuam desaparecidos os cor-pos de Ricardo Lemes Silva, 29 anos, namorado de So-raya Dib, que não é visto desde quinta-feira, e de um amigo da vítima, identifi cado como Gustavo, 35 anos, que se afogou no domingo ao entrar no rio para “ajudar” nas buscas.

O trabalho de resgate continua sendo realizado por cinco militares, que fazem a busca pelos desaparecidos no acidente.

FELIPE JOSÉ AIDAR acidentou-se em serviço no Rio Claro

MURIEL GOMES 9/2/2009

A Promotoria de Justiça de Matinhos, no litoral do Paraná, protocolou ontem denúncia contra o auxiliar de serviços gerais Juarez Ferreira Pinto, de 42 anos, acusado de crimes de roubo seguido de morte, roubo seguido de lesão corporal grave, atentado violento ao pudor e por perigo de con-tágio de moléstia grave. Ele é acusado de ter matado a tiros o estudante Osíris Del Corso e ferido sua namora-da Monik Pergorari de Lima no dia 31 de janeiro, em uma trilha do Morro do Boi, no balneário de Caiobá.

De acordo com a denún-cia, no fim da tarde daque-le dia, o acusado teria abor-dado os namorados e, sob ameaça de uma arma, con-duziu-os para uma gruta, onde anunciou assal to. Como eles teriam se negado a entregar dinheiro, mandou que tirassem os shorts. No bolso do shorts utilizado pela moça havia R$ 90, que foram roubados. Depois teria pedido que tirassem toda a roupa. Ainda segun-do a denúncia, Osíris tentou reagir e foi morto. Monik ficou paraplégica ao ser baleada na medula.

Page 6: Polícia

CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • SEXTA!FEIRA • 4/6/2010

A4

O montador industrial Jona-thas Alves de Melo, 22 anos, foi preso, na noite de quarta-feira (2), suspeito de agredir fi sicamente a ex-namorada da mesma idade. Segundo o depoimento da garota à polícia, o ex-namorado teria ligado para ela para tentar reatar o rela-cionamento. Durante a conversa, eles teriam se desentendido e, na discussão, Jonathas de Melo teria dado um soco no rosto da garota,

que chamou a polícia. De acordo com ela, não foi a primeira vez que o rapaz teria sido violento. Autuado na Lei Maria da Penha, Jonathas foi encaminhado à 16ª Delegacia Regional de Polícia Civil e teve a fi ança arbitrada em R$ 600. Por já ter outras ocorrências registradas pelo mesmo motivo, ele não foi libertado. Ele deve ser transferido para o Presídio Professor Jacy de Assis nesta manhã.

Montador agride ex-namorada e é presoM t d id d é

MARIA DE PENHA

Feriado registra seis mortes na região> AO TODO FORAM CINCO ACIDENTES NAS BRS 365, 497, 050 E 262; ALGUMAS VÍTIMAS ESTÃO INTERNADAS NO HC!UFU E EM UBERABA

RODOVIAS

CARRETA carregada com bagaço de cana tombou na BR-050 e causou a interdição da rodovia por algumas horas; trânsito foi feito pelo acostamento

BETO OLIVEIRALYGIA CALIL | REPÓRTERFREDERICO SILVA | ESPECIAL PARA O CORREIO

Seis pessoas morre-ram em acidentes nas rodovias da re-gião no feriado de

ontem. No km 595, da BR-365, entre Uberlândia e Ro-maria, próximo à entrada da Usina de Miranda, por volta das 16h40, Alexandro Ferrei-ra Carrijo, 33 anos, morreu após um acidente que envol-veu um carro Variant de cor branca. A vítima era passa-geira do veículo conduzido por Robismar Carrijo Rodri-gues, 23, que foi levado em estado grave para o Pronto-Socorro do Hospital de Clíni-cas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).

Segundo informações preliminares da Polícia Ro-doviária Federal (PRF), o motorista do carro perdeu o controle da direção. Além deles, Willian Carrijo, 25, que também estava no veí-culo, sofreu lesões leves. Os três foram socorridos por

pessoas que passavam pelo local. Segundo os familiares das vítimas, eles tinham ido pescar na Usina de Miranda e se acidentaram no retorno a Uberlândia. Existe a sus-peita de que Robismar Ro-drigues estivese embriagado.

PATOS DE MINAS

Também na BR-365, no km 381, entre Patos de Mi-nas e Varjão de Minas, por volta das 6h50, Luiz Vieira Maia, 47 anos, que dirigia um veículo Escort com pla-ca de São Carlos-SP, morreu após colidir com uma car-reta. Segundo a PRF, chovia no momento do acidente, que ocorreu após o moto-rista da carreta tentar fazer uma ultrapassagem e não conseguir voltar a tempo para sua pista de origem, fazendo com que o Escort atingisse um de seus eixos. Além do motorista, outras duas pessoas estavam no carro de passeio, mas foram socorridas com vida.

CAPOTAMENTO DE VEÍCULO NA BR!497 MATA JOVEM DE 17 ANOSUm jovem de 17 anos

morreu a caminho do hos-pital após um acidente na madrugada de ontem na BR-497, entre Campina Verde

e Prata. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), Lázaro Augusto Araújo de Oliveira era passageiro de um veículo Palio, com pla-

ca de Ituiutaba, no pontal do Triângulo, conduzido por Eliomar Gomes Marçal, 20 anos. O motorista que so-freu lesões leves disse aos

policiais que, no km 101 da rodovia, um animal silvestre que ele não soube identifi car cruzou a pista e, ao tentar desviar, ele capotou o carro.

CAMPINA VERDE

TRÊS PESSOAS MORREM NO MUNICÍPIO DE SACRAMENTOTambém na madrugada de

ontem, três pessoas morre-ram em um acidente na BR-262, no município de Sacra-mento, no Triângulo Mineiro. Um carro de passeio colidiu

com um caminhão e, além das três mortes, duas pessoas es-tão gravemente feridas.

As vítimas estavam em um Palio com placa de Betim, região metropolitana de Belo

Horizonte. Morreram na hora Weslei Gomes de Oliveira, 19 anos; Cledinei Pereira de Faria, 24, e Agnaldo Rodrigues dos Santos, 38. As duas vítimas que sobreviveram foram le-

vadas para o Hospital de Clí-nicas de Uberaba. Uma delas é Maria do Carmo de Oliveira. O outro ocupante do carro ainda não foi identifi cado. O moto-rista do caminhão saiu ileso.

BR!262

CARRETA TOMBA NA BR!050A BR-050, entre Uberlân-

dia e Araguari, fi cou parcial-mente fechada na manhã de ontem. O trânsito foi liberado no início da tarde, após a reti-rada de uma carreta tombada nas imediações da ponte so-bre o rio Araguari no km 56.

O caminhão carregado com 27 toneladas de bagaço de cana-de-açúcar tombou durante a madrugada, espa-lhando a mercadoria na pis-ta e interrompendo parte da rodovia. Durante a retirada da carreta, a Polícia Rodoviária

Federal (PRF) esteve no local e orientou o trânsito, que era feito pelo acostamento.

O veículo de carga, com placa de Paraguaçu Paulista, fazia o percurso entre Santa Juliana e Araguari e levava o bagaço para ser queimado. Segundo o motorista Jar-bas Fernandes Catarino, 58 anos, chovia no momento do acidente e a pista estava es-corregadia por causa de óleo. Ninguém fi cou ferido no aci-dente.

ARAGUARI

Polícia Militar - 190 PRF - 191Bombeiros - 193

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CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • TERÇA!FEIRA • 5/1/2010

A5

Médico é velado naCâmara MunicipalANGÉLICA PEIXOTOPrograma de Aprimoramento Profi ssional

Às 15h45 de ontem, o corpo do médico dermatologista José Edmundo Pereira,

52 anos, chegou ao plená-rio da Câmara Municipal de Uberlândia, onde está sendo velado até as 10h de hoje. O sepultamento acontece logo em seguida, às 10h30, no cemitério Bom Pastor, no bairro Jaraguá, zona oeste da cidade.

O médico sofreu um trau-matismo cranioencefálico quando o carro Mitsubishi Pajero Sport, que ele dirigia, capotou por volta das 23h35 da noite de domingo (3/1), no Km 178 da BR-050, próximo à cidade de Campo Alegre de Goiás, entre Cristalina e Catalão (GO), segundo infor-mou a Polícia Rodoviária Fe-deral, em Catalão.

No banco traseiro do au-tomóvel estavam a mulher, o fi lho e a cunhada de José Edmundo, que dormiam na hora do acidente. No banco da frente, o cunhado do mé-dico o acompanhava. Lísia Thomaz Pereira, viúva do

dermatologista, fraturou o pé direito; o fi lho do casal, de 6 anos, e Lívia Thomaz Pereira, irmã gêmea de Lísia, não tiveram ferimentos. Uil-ton Manoel de Lima teve lu-xação no ombro direito. José Edmundo morreu no local do acidente.

A família seguia do Distri-to Federal rumo a Uberlân-dia, após regressar de uma viagem de 15 dias a Portugal e Espanha e ter desembarca-do às 17h30 de domingo no Aeroporto Internacional de Brasília.

“Madrugamos para pegar o voo em Portugal. Chega-mos cansados em Brasília e, apesar de ter onde passar a noite lá, o próprio José Ed-mundo insistiu que voltás-semos no domingo mesmo”, disse Uilton Manoel de Lima. Em fração de segundos, logo após ter conversado com o cunhado, o dermatologista cochilou ao volante e perdeu o controle do carro, que ca-potou cerca de cinco vezes, segundo Uilton. Não chovia na hora do acidente, a pista não tinha buracos e não esta-va molhada.

> JOSÉ EDMUNDO MORREU EM ACIDENTE NA BR!050 VINDO DO DF PARA UBERLÂNDIA

LUTO

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

No período de fes-tas de fi m de ano, de 24 de dezem-bro a 3 de janei-

ro, as polícias rodoviárias Federal e Estadual registra-ram 90 mortes nas estradas que cortam Minas Gerais. Apesar de na operação Ano-Novo da PRF terem sido 17 mortes, 10 a menos do que no ano passado, en-tre o Natal e o Ano-Novo fo-ram registradas 20 mortes, aumentando o saldo do fe-riadão. Já nas rodovias esta-duais, foram 12 mortes. O Natal foi o período mais trágico, com 41 mortes nas BRs e MGs.

O Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba, que na operação de Natal foram as regiões que mais regis-traram mortes, onde 11 pessoas perderam a vida em acidentes, no Ano-No-vo registrou uma morte, em um acidente na BR-050, em Araguari, na saí-da para Goiás. No Km 19, o motorista Marcos José de Almeida, 30 anos, morreu em uma colisão frontal, que envolveu três veículos de passeio.

“Houve um conjunto de fatores para a diminuição das mortes na nossa re-gião. O primeiro é que não choveu. Também acredito que os números do Natal tenham impressionado os motoristas, que saíram para a estrada mais conscientes.

RODOVIAS da região registraram mais acidentes no Natal; foram 12 mortes durante o período de festas

VELÓRIO do dermatologista acontece na Câmara até as 10h de hoje

BETO OLIVEIRA 27/12/2009

> EM TODO O ESTADO, DE 24 DE DEZEMBRO A 3 DE JANEIRO, FORAM 90 MORTOS

ANO!NOVO

Feriado tem saldo de 17mortes nas BRs mineiras

NÚMERO DE ÓBITOS CRESCE 4%

IMPRUDÊNCIA GERA ACIDENTES

Aumentou em 4% o nú-mero de mortos nas estradas federais brasileiras durante o feriado prolongado de fi m de ano em relação ao mesmo período de 2008. De 19 de de-zembro a 3 de janeiro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) re-gistrou 8.882 acidentes com 445 mortes e 5.693 feridos.

O aumento em 7% da frota de veículos do país, segundo o Denatran (Departamen-to Nacional de Veículos), e o excesso de chuvas que cas-tigaram as regiões Sul e Su-deste fi zeram com que essas

regiões fossem responsáveis por dois terços dos acidentes nacionais.

Em Minas Gerais, por exemplo, choveu incessan-temente entre 22 e 31 de dezembro. Em São Paulo, du-rante o Ano-Novo, tempes-tades provocaram pontos de alagamento e afundamento de pista. No Rio de Janeiro, as chuvas foram ainda mais im-piedosas. Além dos 26 pontos de interdição nas BR-116, BR-040 e BR-393, os temporais também provocaram saídas de pista e atropelamentos.

As duas ocorrências mais graves registradas em Minas Gerais, que deixaram sete mortos num intervalo de 50 quilômetros da BR-365, fo-ram provocadas pela combi-nação chuva e imprudência. No dia 25 de dezembro, em Estrela do Sul, quatro pesso-as morreram numa tentativa de ultrapassagem em curva durante um temporal. No ve-ículo, os policiais encontra-ram uma lata de cerveja. Em Monte Carmelo, no mesmo dia, a PRF contabilizou mais três mortes, sendo um adul-to e duas crianças.

No Paraná, três graves acidentes ocorreram em regiões distintas. No mais grave deles, três amigas que seguiam pela BR-163

para uma festa de réveillon na região de Guaíra, oeste paranaense, morreram de-pois que o veículo em que viajavam bateu de frente numa carreta. Na BR-277, na altura do município de Irati, e na região metropo-litana de Curitiba (BR-116), dois acidentes em ultra-passagens mataram quatro pessoas.

Nem mesmo as metas operacionais anunciadas pela Polícia Rodoviária Fe-deral foram sufi cientes para frear a irresponsabilidade nas estradas. Mais de 400 mil procedimentos de fi s-calização foram realizados desde 19 de dezembro, en-tre os quais 47 mil testes de bafômetro.

BRASIL

BR!365

Os sete mil quilômetros das BRs mineiras foram fis-calizados, na operação de Ano-Novo da PRF, por 850 homens. Em Uberlândia, o inspetor da PRF, Altemiro Cristo, suspendeu o perío-do de folga e colocou todo o efetivo na escala extra de revezamento para co-brir os 350 quilômetros de estradas federais na região – BRs 050, 365 e 452 – por

onde circulam diariamente cerca de 30 mil veículos.

Segundo a Superin-tendência da PRF de Mi-nas Gerais, as equipes de plantão cumpriram carga horária entre 50% e 100% superior a dos fins de se-mana. Pontos estratégicos foram selecionados pela corporação, que mapeou os corredores viários do estado.

850 HOMENS NA FISCALIZAÇÃO

BRs

BALANÇO

DATA MGS BRS TOTAL24/12 a 27/12 (Natal) 10 31 41

28/12 a 30/12 20 20

31/12 a 03/01 12 17 29

TOTAL: 90 MORTES

MORTES NAS RODOVIAS MINEIRAS

MÉDICO SE FORMOU EM BRASÍLIADermatologista há 20 anos,

José Edmundo Pereira nasceu em Bonito, distrito de Coro-mandel, no Triângulo Mineiro, e estudou medicina na Univer-sidade de Brasília (UnB). Mo-rando em Uberlândia, além de atender em consultório, pre-sidiu o 21 Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, que aconteceu no mês de julho na cidade, e se destacou por es-tudos e tratamentos dermato-lógicos em afrodescendentes.

“Ele nunca teve preguiça de trabalhar e foi sempre dedicado à profi ssão e à família. Nesta segunda-feira [ontem] já tinha pacientes para atender e, por isso, tinha pressa em voltar”, afi rmou a viúva do médico e também dermatologista, Lísia ! omaz Pereira.

Para Conceição Leal, amiga de José Edmundo e que acom-panhava o velório na tarde de ontem, as causas sociais fo-ram comprometimentos fre-quentes na história do médico. “Não poucas vezes ele operou e tratou de graça quem não ti-

nha condições. Perdemos um grande homem da sociedade e um dos melhores profi ssionais do país”, disse.

A presidente da TV Brasil, Teresa Cruvinel, prima de José Edmundo, veio de Brasília para acompanhar o funeral. “Viemos de uma família humilde e, com muito sacrifício, conseguimos estudar. Ele era o irmão mais velho e perdeu os pais muito cedo. Destacou-se pela afeti-vidade, bom humor e dedica-ção. Sua morte é uma devas-tação para a família”, afi rmou Cruvinel.

Aos 76 anos de idade, Anti-narbe Pereira, um dos tios mais velhos do médico, mesmo com a saúde frágil, acompanhava o funeral. “Fui eu que escolhi o nome do José Edmundo. Ele era um homem íntegro, de fé e liga-do à família.”

Pascoal Lorecchio, presi-dente da Unimed e Sociedade Médica, lamentou a perda do amigo e profi ssional e solida-rizou-se com a família neste momento de dor.

DERMATOLOGIA

O trabalho intenso dos ho-mens da PRF também sur-tiu efeito. Acredito que o recado foi dado”, afi rmou o inspetor da PRF na região, Altemiro Olinto Cristo.

O acidente mais grave durante o feriado de Ano-Novo aconteceu na sexta-feira (1º de janeiro), quan-do três pessoas morreram no Km 182 da BR-381, em Periquito, no Vale do Rio Doce, próximo a Governa-dor Valadares. O sábado (2 de janeiro) foi o dia com mais mortes, quando seis pessoas perderam a vida - uma na BR-381, duas na BR-262, duas na BR-116 e uma na BR-050.

Acredito que os números do Natal tenham impressionado os motoristas, que saíram para a estrada mais conscientesALTEMIRO CRISTO | INSPETOR DA PRF

FEDERAIS REGISTRAM

4% MAIS MORTES NO FERIADÃO DE FIM DE ANO

PAULO AUGUSTO

Page 8: Polícia

CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • TERÇA!FEIRA • 8/9/2009

A4

Movimento dos Sem-terra ocupa fazenda > LÍDERES AFIRMAM QUE TERRA É IMPRODUTIVA, MAS O ARRENDATÁRIO ALEGA QUE ESTÁ NA ENTRESSAFRA DA SOJA

INVASÃO

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

Na madrugada de ontem, um gru-po do Movimento de Libertação dos

Sem-terra (MLST) ocupou a fazenda Rio das Pedras, no km 1 da estrada para Miraporanga, aos fundos do bairro Morada Nova, na zona Leste de Uberlândia. Cerca de 110 famílias estão abrigadas em 70 barracas de lona e entraram na área de 650 hectares por volta de 1h.

De acordo com a Polícia Militar, quando as viaturas chegaram ao local, às 3h, o caseiro, identifi cado como Fabiano, havia sido feito re-fém por cerca de duas horas, enquanto o acampamento

era montado. A organização do movimento recebeu a re-portagem do CORREIO de Uberlândia na porteira da fazenda. Segundo Vander Nogueira Monteiro, um dos coordenadores do grupo, os sem-terra não coagiram o funcionário. “Nem armas temos aqui. O caseiro saiu quando ele quis. Até convi-dei para participar da nossa luta”, afi rmou.

Monteiro disse que a jus-tifi cativa para a ocupação da área é a improdutividade da terra. “Aqui não é produ-zido alimento. Além disso, é muita terra na mão de uma pessoa só. No nosso movi-mento, ela vai ser dividida entre 50 famílias”, disse.

Ele informou, ainda, que esta ocupação não será a única na região. “Nossa luta

continua. Não temos o me-nor interesse de sair daqui e já identifi camos outras áreas improdutivas no Tri-ângulo Mineiro. Qualquer uma destas terras poderá ser ocupada logo”, disse.

Os sem-terra ocuparam toda a extensão da fazenda e, por enquanto, dormem em barracas de bambu e lona, sem energia elétrica, no entorno da sede. O abas-tecimento de alimentos é feito por outros grupos do movimento, assentados na região. De acordo com Monteiro, 28 crianças es-tão no local. “Somos traba-lhadores rurais em busca de um chão para produzir para a população de Uber-lândia. Não somos bandi-dos nem ladrões”, disse o coordenador.

PRODUTOR SE SENTE LESADO E QUER JUSTIÇAO produtor rural que arren-

da a terra há cinco anos, André de Almeida Santos Machado, contestou a informação de que a fazenda seja improdu-tiva. Ele afi rmou que planta soja, sorgo e milheto na área. Segundo ele, na sexta-feira ele terminou de colher 70 to-neladas de sorgo na fazenda,

que ainda estão armazenadas próximo da sede.

“Quando eu estive lá, eles tinham tirado a lona. Se chover em cima, perco tudo. Estava agendado com granjas da re-gião que começaria a entregar a mercadoria amanhã. O sorgo já está vendido”, disse.

Entre equipamentos, in-

sumos e sementes, ele afir-mou ter R$ 1 milhão inves-tido na fazenda. “É a minha vida que está ali, nas mãos deles. O que estão fazendo é um vandalismo. Mas agora estou impotente, procuran-do pela Justiça Agrária. Nem entrar na área eu posso”, afirmou o produtor.

O OUTRO LADO

BETO OLIVEIRA

MILITANTES levam alimentos para famílias acampadas da fazenda Rio das Pedras

110 FAMÍLIAS ESTÃO ABRIGADAS EM

70 BARRACAS NA ÁREA DE

650 HECTARES

Somos trabalhadores rurais em busca de um chão para produzir VANDER NOGUEIRA MONTEIRO | MLST“

BETO OLIVEIRA

Feriado deixa saldo de 4 mortes nas estradas da regiãoLYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

A volta para casa no feria-dão foi violento nas estradas federais e estaduais que cor-tam Uberlândia. Até o início da noite de ontem, três pes-soas morreram em acidentes próximos à cidade — duas na BR-365 e uma na BR-452. Na sexta-feira (4), outra pessoa morreu na BR-365. De acor-do com a Polícia Rodoviária

Federal (PRF), 60 mil veículos passaram pelas estradas do Município no feriado.

De acordo com o inspe-tor da PRF, Altemiro Olinto Cristo, a chuva de sexta-feira contribuiu para os 16 aci-dentes registrados no início do feriado. O policial não in-formou o número de aciden-tes ocorridos ontem e disse que o balanço da operação Independência será divulga-do amanhã. Segundo ele, a

ACIDENTES

APENAS na sexta-feira, em decorrência da chuva, foram registrados 16 acidentes, de acordo com a Polícia Rodoviária

imprudência foi a principal causa dos acidentes. Ontem à tarde, a pista da BR-365 fi cou interditada das 14h30 às 20h30, causando conges-tionamento. A interdição foi provocada por dois acidentes sem mortes próximos ao pos-to Xapetuba — entre duas carretas e dois carros de pas-seio. Na BR-050, na entrada da cidade de Araguari, uma viatura da Polícia Militar ba-teu na traseira de um veícu-lo, rodou na pista e rolou na ribanceira. Os dois policiais tiveram ferimentos leves.

Na madrugada de domin-go, o casal Sérgio Ricardo de Oliveira, 34, e Luciana Ber-nardino Guarniero, 28, que seguia para Tupaciguara em um Honda Civic morreu ao colidir frontalmente com um micro-ônibus de Cam-pinas (SP). Segundo o Corpo de Bombeiros de Uberlândia, o resgate foi difi cultado por-que os corpos fi caram presos nas ferragens. O motorista do micro-ônibus não sofreu ferimentos.

O motorista Odilar Po-tim, que dirigia uma carreta na MGT-452, no sentido do município de Nova Ponte, perdeu o controle do veículo em uma curva próxima ao rio Claro, capotou e atingiu um Fiat Ducato. O motorista da carreta morreu na hora e cinco pessoas que seguiam no furgão tiveram ferimen-tos leves.

Na sexta-feira (4), o mo-torista Welson Fideles dos Reis, 26, morreu no acidente ocorrido por volta das 6h no quilômetro 587 da BR-365 (que liga Uberlândia a Itum-biara-GO), próximo ao trevo de Indianópolis. O carro em que Welson estava colidiu de frente com uma ambulância com placa de Iraí de Minas. Outras sete pessoas fi caram feridas no acidente, nenhu-ma com gravidade.

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CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • SEGUNDA!FEIRA • 12/4/2010

A3COMÉRCIO & INDÚSTRIA

ACIUB Associação Comercial e Industrial de Uberlândia

O reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnolo-gia do Triângulo Mineiro — IF Triângulo — Eurípedes Ronaldo Ananias Ferreira — empossou, no último dia 31, os membros do conselho superior da instituição. Fazem parte do Conselho, entre outros, o diretor do campus de Uberlândia, Ruben Carlos Bevegnu Minussi, e a presidente da Aciub, Rosalina Cardoso Vilela (foto). O Conselho, que é órgão máximo deliberativo, é composto por representantes eleitos de todas as áreas da instituição: diretores dos campi, docentes, discentes, técnicos-administrati-vos, representantes da socie-dade e egressos. Após a posse, juntamente com o reitor do IF Triângulo, os membros iniciaram trabalhos de avaliação de docu-mentos e analisaram projetos e iniciativas a serem empreendidas no presente e no futuro.

! ENCONTRO DE NEGÓCIOS DO BRASIL CENTRAL

Com a presença do diretor-executivo do Sebrae-MG, Afonso Maria Rocha, do prefeito Odelmo Leão, da presidente da Aciub, Rosalina Vilela, autoridades e representantes da classe empresarial, foi lançado na última quarta-feira, na Sala de Reuniões de Prefeitura, o Encontro de Ne-gócios do Brasil Central. O evento é uma evolução da tradicional Rodada de Negócios promovida pelo SEBRAE, que já é a maior do país e a segunda da América Latina. Além da Rodada de Ne-gócios, o Encontro contará com o Fomenta Minas, dedicado ao in-

cremento de vendas das micro e pequenas empresas para órgãos públicos; Sebrae em Ação, com consultorias em grupo, orienta-ção empresarial e cine Sebrae; e também seminários técnicos e setoriais, com foco em comércio e serviços, turismo de negócios, inovação e tecnologia, entre ou-tros. O evento, que ocorre entre os dias 8 e 10 de junho, no Center Convention, deverá gerar mais de R$ 300 milhões em negócios; reunirá 470 empresas, das quais 70 compradoras dos setores pri-vado e governamental, algumas internacionais e estimando-se um público de mais de 3 mil participantes. A iniciativa é do Sebrae e da prefeitura e conta com o apoio da Aciub e de outras entidades do setor empresarial. Na noite de hoje (12), a técnica do Sebrae Fabiana Ferreira Queiroz fará a apresentação do projeto aos diretores da Aciub.

! ZAIRE FOI RECEBIDO PELA DIRETORIA DA ACIUB

O ex-prefeito e ex-deputado federal Zaire Rezende, na última reunião da diretoria da Aciub, informou que pretende retornar ao Congresso Nacional e, se for eleito, deseja atuar dentro do espírito de representação participativa com permanente intervenção e apoio de segmen-tos organizados da sociedade aos quais fará consultas perma-nentes. Zaire manteve animado diálogo com os diretores e demonstrou profundo conheci-mento das realizações do atual governo e da macroeconomia nacional.

! EMPOSSADO CONSELHO DO IF"TRIÂNGULO

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ÃO

Inauguração nãoserá remarcadaLYGIA CALIL | REPÓRTERVANESSA PIRES | REPÓRTER

As obras da ex-pansão do Cen-ter Shopping deverão ser

retomadas hoje e está mantida a data de inau-guração, em 27 de abril. No início da noite de sá-bado (10), um incêndio atingiu parte do terceiro piso do novo bloco, onde será um estacionamen-to. Segundo nota ofi cial conjunta do Corpo de Bombeiros e da adminis-tração do shopping, o in-cidente atingiu menos de 1% da área total da obra. Ninguém fi cou ferido.

De acordo com o su-perintendente do shop-ping, William Costa Dias, a vistoria realizada na manhã de ontem não apontou comprome-timento da obra. “Em uma primeira análise

da equipe técnica, as obras podem continuar. Em princípio, a inau-guração está confi rma-da para o dia 27, que é uma data muito impor-tante para o shopping, quando completaremos 18 anos. Se surgir algum fato novo, será nos pró-ximos dias”, disse.

O superintendente descartou a possibilidade de incêndio intencional, levantada na internet. Em uma rede de relacio-namentos, um internau-ta chegou a afi rmar que a construtora responsável pela expansão teria de pa-gar multa de 40% do valor total devido a um suposto atraso no cronograma de entrega da obra.

“Tomamos conheci-mento destes boatos no Twitter. Não existe nada disso. A responsabilida-de pela obra é da equipe técnica e da adminis-

tração do próprio sho-pping, que contratou e gerencia vários emprei-teiros. Não tem o menor sentido correr este risco por causa do cronogra-ma. Considero zero a possibilidade de o incên-dio ter sido proposital”, afi rmou.

De acordo com o supe-rintendente, a possibilida-de levantada na vistoria é que uma faísca de solda tenha atingido um palete de madeira que armaze-nava manta asfáltica, usa-da na impermeabilização daquele andar. Como o material é infl amável, o fogo teria se espalhado rapidamente. Mas a causa do incêndio continuará sendo apurada.

INCÊNDIO levou cerca de três horas para ser controlado pelo Corpo de Bombeiros; causa será apurada

BETO OLIVEIRA

> TERCEIRO PISO DAS OBRAS DE EXPANSÃO, ONDE SERÁ UM ESTACIONAMENTO, FOI ATINGIDO PELO FOGO NO SÁBADO

CENTER SHOPPING

TRABALHADORES AINDA ESTAVAM NA OBRANo momento do incên-

dio, por volta das 18h45, cerca de 50 funcionários encerravam o expediente na obra e, de acordo com William Costa Dias, não havia ninguém no andar atingido. “Não houve fe-ridos e nossa principal preocupação foi controlar o fogo, impedindo que ele

se propague”, afi rmou. Segundo o diretor supe-rintendente, no local onde pegou fogo ainda não pos-sui energia elétrica.

Aproximadamente uma hora após o início do in-cêndio houve uma explo-são, em que pedaços da obra caíram para o lado de fora. O local estava cerca-

do e ninguém se machu-cou. Cerca de três horas depois, o fogo foi contro-lado.

Durante o incêndio, o Center Shopping, o Centro de Convenções e o Plaza Shopping Hotel não fo-ram evacuados, já que não houve risco de alastra-mento das chamas.

18H45

O Sindicato das Indústrias de Marcenaria e Mobiliário do Vale do Paranaíba (Sindmob), ligado à Fiemg Regional Vale do Paranaíba, levará, na sexta-feira (16), uma comitiva com empresários e profi ssionais do setor moveleiro de Uberlândia e região para visitar a Feira Internacional da Qualidade em Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Move-

leira (FIQ) 2010. O evento acontece de amanhã a sexta-feira (16), das 13h às 20h, no Expoara, Centro de Eventos de Arapongas, no Paraná. A saída da comitiva de Uberlândia será na quinta-feira (15), às 23h, da sede da Fiemg. Interessados devem confi rmar presença pelos telefones (34) 3219-6533 / 3230-5241 ou pelo e-mail sindmob@regionalfi emg.com.br.

Sindmob leva associados para FIQ 2010

MÓVEIS

Veja nota ofi cial no sitewww.correiodeuberlandia.com.br

SAIBA MAIS

Page 10: Polícia

U B E R L Â N D I A A C O N T E C E A Q U I • D O M I N G O • 1 2 D E J U L H O D E 2 0 0 9

No perímetro urbano das ro-dovias que cortam Uberlândia, pedestres e ciclistas arriscam a vida ao atravessar na frente de carros e caminhões. Nas BRs 050 e 365, a reportagem do CORREIO de Uberlândia fl agrou, na manhã de quinta-feira, dezenas de exem-plos de imprudência, mesmo em trechos que têm passarelas. Em outros pontos, a situação é pior, como na saída para Araguari, onde os pedestres são obrigados a enfrentar os carros por falta de opção, já que ainda não há pas-sarelas instaladas.

Antes das 7h, na altura do Posto Kung Fu, tradicional ponto de “chapas” (carregadores), o fl uxo de pedestres que atraves-sam do bairro Custódio Pereira ao Brasil (da zona Leste para o Cen-tro da cidade) se intensifi ca, já com o trânsito pesado. No local há uma barreira do tipo New Jer-sey, que deveria bloquear o acesso, mas que eles saltam sem difi culdades. Em pouco mais de 30 minutos, a reportagem fl agrou 20 pessoas cruzando a pista a pé.

Segundo a inspetora da Polí-cia Rodoviária Federal (PRF), Jane da Silva Fonseca Santos, há um receio por parte da PRF de que os atropelamentos aumentem nos locais onde as barreiras New Jersey estão sendo instaladas (há obras por toda a extensão do entroncamento das BRs 050 e 365). “A tendência é que os nú-meros [de atropelamentos] cres-çam. As pessoas, por falta de consciência do risco, fi cam no meio da pista para pular, favore-cendo acidentes”, afirmou. Os obstáculos só deveriam ser cons-truídos em pontos onde há pas-sarelas.

Para procurar emprego no ponto de chapas do Posto Kung Fu, Marcos Paulo de Souza, 21,

IMPRUDÊNCIA

Pedestres arriscam a vida nas BRsMesmo nos trechosque têm passarelas,muitos preferem pular as barreiras LYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

FOTOS BETO OLIVEIRA

• Luizote de Freitas e Taiaman• Osvaldo Rezende e Jardim Brasília• Roosevelt e Martins• Liberdade e Brasil• Marta Helena e Umuarana• Brasil e Umuarama• Custódio Pereira e Tibery• Alvorada e Morumbi

Cuidados necessáriosPEDESTRES

• Utilizar as passarelas• Caso não existam passarelas, não atravessar em curvas ou cruzamentos• Não atravessar na diagonal da pista

MOTORISTAS

• Obedecer à velocidade permitida – nas rodovias em perímetro urbano, a máxima vai de 40 a 80 km/h, dependendo do trecho

• Trafegar com atenção redobrada em pontos sem passarela

atravessou na frente de uma carreta, mesmo com a passarela alguns metros à frente. Teve sorte de não ser atropelado. “A passarela está no lugar errado. Como é aqui que todo mundo atravessa para trabalhar, tinha de estar aqui”, disse.

Na mesma situação, o chapa Roberto da Silva Santos, 23 anos, atravessa a rodovia várias vezes ao longo do dia. “Chega uma hora em que você se acostuma com o trânsito e perde o temor. Medo eu tenho é de fi car sem dinheiro”, afi rmou.

PERIGO

Passageiros têm que atravessar BROs ônibus que vêm de

Araguari deixam passageiros do lado direito da pista da BR-050. Todos os dias, quem vem da cidade vizinha para se con-sultar no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU) tem de atravessar a rodovia em um ponto perigoso, onde o trânsi-to é carregado por veículos pesados.

A auxiliar administrativa Valda Campos Lino, 49, mora em Araguari e trabalha no campus Umuarama da UFU. Todos os dias, espera até 15 minutos para atravessar a pista. “Tenho muito medo, vá-rias vezes quase fui atropelada aqui. Vejo muitas mães com crianças tentando atravessar, é muito arriscado”, disse.

No trecho urbano das BRs 365 e 050 existem hoje nove passarelas instaladas e cinco passagens inferiores que con-templam veículos e pedestres. As passarelas estão localiza-das na BR-452, próximo ao bairro Alvorada, na BR-050 nas proximidades das avenidas Londres, Europa e Grécia (bair-ro Tibery), Posto Planalto (bair-ro Umuarama) e sobre a ave-nida Brasil, paralela à BR-

050/365. Na BR-365, as pas-sarelas estão próximas à Coo-perativa Agropecuária Ltda. (Calu), rodoviária e Sadia.

As passagens inferiores estão na BR-452 (avenida An-selmo Alves dos Santos) e na BR-050 (avenidas Segismundo Pereira, Anselmo Alves dos Santos, Floriano Peixoto e rua Haia e avenida Anselmo Alves dos Santos sob a Ferrovia Centro Atlântica, em fase fi nal de acabamento).

O supervisor do Departa-mento Nacional de Infraestru-tura do Transporte (Dnit), João Andréa Molinero Junior, diz

que há projetos para instala-ção de outras duas passarelas e seis passagens inferiores. Segundo ele, as passarelas serão colocadas na BR-050 próximo ao Guaraná Mineiro, assim que tiver início a dupli-cação da rodovia e na BR-365, no bairro Tocantins, após lici-tação dos serviços remanes-centes. Já as passagens infe-riores serão na BR-050 nas ruas República do Piratini e Pedro Quirino (bairro Umuara-ma) e na BR-365, nas ruas Alagoas, Claudemiro José dos Santos e Amazonas e ainda na avenida Afonso Pena.

TRÂNSITO PESADO no trecho da BR-050 exige cuidado

SERVIÇO

Bairros com travessias perigosas

PEDESTRE ignora perigo e pula a barreira New Jersey na BR-365

NA SAÍDA para Araguari, pedestres enfrentam os carros por falta de opção, já que não há passarelas instaladas

PDI SAÚDE FOIIMPLEMENTADO

EM 2002PÁGINA B2

FUNCIONÁRIOS DATRANSCOL E VIAÇÃO

TRIÂNGULO ESTÃO TEMEROSOSPÁGINA B3

BETO

OLI

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A

PDI SAÚIMPLEME

EMPÁGI

BETO

OLI

VEIR

A

Cida Cruvinel

Page 11: Polícia

U B E R L Â N D I A A C O N T E C E A Q U I • S E X T A - F E I R A • 1 3 D E F E V E R E I R O D E 2 0 0 9

CARNE DE PESCOÇO

PMU anuncia cancelamento de contratoSecretário CláudioGuedes coloca ocargo à disposiçãode Odelmo Leão LYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

LEÃO é um dos felinos que são alimentados, semanalmente, com 70 quilos de pescoço de frango no Zoológico, com acompanhamento de veterinários

A polêmica provocada ontem pelos R$ 6,98 pagos pelo quilo de pescoço de frango levou a Prefeitura Municipal de Uberlândia a cancelar o contrato com a empresa JR Distri-buidora de Gêneros Alimentícios, de Iraí de Minas. O alimento é usado na ração diária dos 65 felinos do Zoo-lógico Municipal.

A revelação do valor pago pela Secretaria do Meio Ambiente foi feita pela vereadora Liza Prado (PSB), que entrou na segunda-feira com uma representação contra a Prefei-tura de Uberlândia na Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público.

Ainda ontem, o secretário de Meio Ambiente, Cláudio Guedes, colocou seu cargo à disposição do prefeito Odelmo Leão, que deverá anunciar sua decisão na tarde de

hoje, quando retorna de Belo Hori-zonte. “Não quero comprometer a imagem da administração com esta história. Por isso, preferi deixar o prefeito decidir o futuro da minha pasta”, disse o secretário.

Ao explicar o cancelamento do contrato, Guedes afi rmou que a em-presa fornecedora já havia sido noti-fi cada de que o acordo poderia ser desfeito, caso a Prefeitura encontras-se outro fornecedor do produto com um preço menor. “Como apareceram várias empresas dizendo que têm o produto, damos agora a chance a elas de comparecer com a documen-tação em dia para participar de nova licitação. Se as empresas não com-parecerem, fi ca provada a conotação política da denúncia”, afi rmou.

A alimentação dos animais, se-gundo Guedes, deverá ser contraba-lanceada com um aumento na quantidade de carne de segunda oferecida. “Em até 10 dias, podere-mos contratar em caráter emergen-cial uma outra empresa, desde que ela ofereça o pescoço por um preço mais baixo, em conformidade com o edital, até que o processo novo de licitação esteja concluído”, disse. [Continua na página B2]

BETO OLIVEIRA

DILMAR CROVATOASSUME HOJE COMANDO

DA 9ª REGIÃOPÁGINA B3

ANIMAIS DO ZOOSEGUEM DIETABALANCEADAPÁGINA B2

Page 12: Polícia

CORREIO DE UBERLÂNDIA | SEXTA-FEIRA, 13/2/2009B2 | CIDADE

O presidente da comissão de licitações da Prefeitura de Uber-lândia, Edival Francisco da Cruz, afi rmou ontem que o processo licitatório seguiu todos os trâmi-tes legais, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal. Segun-do ele, das oito empresas convi-dadas formalmente para a licita-ção, somente duas se manifesta-ram para participar e, delas, so-mente a JR Distribuidora de Gêne-ros Alimentícios apresentou toda a documentação necessária.

De acordo com ele, a licitação fi cou aberta durante cinco dias no Portal da Prefeitura na internet e nenhuma outra empresa manifes-tou interesse de fazer parte do processo. “Como não podíamos descontinuar a oferta do produto aos animais, seguindo uma reco-mendação do Ibama, resolvemos contratar. Mas admitimos que o preço não é o de balcão de açou-gue. Está alto por causa da logís-tica incluída”, afi rmou.

A reportagem do CORREIO de Uberlândia apurou que nos açou-gues onde o pescoço de frango é vendido, o preço do quilo varia entre R$ 1,90 e R$ 4,70. Nos frigorífi cos, o quilo custa R$ 1,20 no atacado.

ContratoContratada inicialmente para

CONTINUAÇÃO DA PÁGINA B1

Comissão diz que processoseguiu os trâmites legaisOito empresas foramconvidadas, mas apenas uma tinha toda documentaçãoLYGIA CALIL [REPÓRTER]MANUELLA GARCIA [REPÓRTER]

EDIVAL FRANCISCO DA CRUZ afi rma que oito empresas foram formalmente convidadas para a licitação

BETO OLIVEIRA

fornecer 3,7 mil quilos de carne durante um ano, ou seja, 77 quilos por semana, a empresa JR Distribuidora de Gêneros Alimen-tícios ofereceu, nas cinco sema-nas de duração do contrato, pouco mais de 70 quilos, segun-do Edival Francisco da Cruz, por-que havia estoque de pescoço remanescente da licitação ante-rior. O Município ainda não pagou pela carne, porque as notas fi s-cais, até ontem, não haviam sido

empenhadas. O valor total do contrato, R$ 25 mil, não será pago pela Prefeitura.

O proprietário da empresa JR Distribuidora de Gêneros Alimen-tícios, José Renato Rodrigues, foi procurado pela reportagem do CORREIO de Uberlândia, mas não foi encontrado na empresa nem pelo celular.

Uma relação de empresas interessadas em fornecer os ali-mentos à Prefeitura foi encami-

nhada para a Secretaria de Meio Ambiente por representantes da oposição na Câmara, mas nenhu-ma delas, segundo a Prefeitura, apresentaram a documentação necessária para participar da lici-tação. As empresas, de acordo com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura, têm pendências com o INSS, FGTS e dívididas municipais e federais e não estão aptas a participar dos processos licitatórios.

DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO

Inquérito será mantidoO promotor Luiz Henrique

Borsari, da Justiça Especiali-zada na Defesa do Patrimônio Público, afirmou que conduzi-rá o inquérito para apurar as circunstâncias em que foi re-alizada a licitação para a compra de pescoço de frango, usado na dieta dos animais do zoológico. O processo foi aberto anteontem, após a vereadora Liza Prado (PSB) entrar com representação por discordar do valor pago pela mercadoria.

A Prefeitura de Uberlândia tem 10 dias para apresentar ao

Ministério Público a documen-tação do processo licitatório que escolheu a empresa de Iraí de Minas. O prazo passou a ser contado ontem, quando foi feita a notifi cação.

De acordo com Borsari, “independentemente de o contrato ter sido anulado ou não”, haverá a apuração dos fatos. “Isso não exime a res-ponsabilidade de quem agiu com má-fé, caso tenha ocorrido alguma irregularidade. É neces-sário saber como se deu e quanto foi gasto neste dano”, disse o promotor.

ALIMENTAÇÃO NO ZOO

Gasto é de R$ 220 mil/ano

O aviso é antigo e muitos cartazes são afi xados pelo par-que: é proibido alimentar os ani-mais. No entanto, muitos visitan-tes insistem em fazê-lo. Isso não pode acontecer, pois há uma dieta balanceada que deve ser rigidamente seguida, sem falar que muitos animais não se adap-tam aos mesmos alimentos hu-manos e podem até morrer se ingeri-los.

Anos atrás, um veado-catin-gueiro, nomeado pelos tratadores de Bob, morreu após comer uma laranjinha. “As pessoas dão chi-cletes, cigarros e balas para os macacos, o que é muito grave”, disse a veterinária do zoológico Elisete de Araújo Naves.

Não há nenhuma legislação que puna os visitantes que tratam indevidamente os animais, mas, segundo a veterinária, essa situ-ação hoje não é mais tão corri-queira devido ao aumento de policiamento dentro do zoológico.

O médico veterinário e profes-sor doutor em Nutrição animal da UFU, Evandro de Abreu Fernandes, afi rma que não se deve alimentar animais silvestres porque cada um tem um sistema gástrico-in-testinal que defi ne como será a dieta. “Não adianta dar carne para o boi, pois o boi precisa de capim. A energia do leão vem da proteína contida nas carnes, en-tão jogar pão para o bicho pode comprometer a saúde”, disse.

O médico veterinário e profes-sor doutor em Nutrição animal da UFU, Evandro de Abreu Fernandes, afi rma que a dieta de cada animal deve ser observada minuciosamen-te. “Não pode faltar energia, carboi-drato, amidos, proteínas ou amino-ácidos. Por isso deve haver uma dieta rica e balanceada”, disse.

Segundo o professor, os ani-mais carnívoros têm uma diferen-ça em relação aos não-carnívoros, já que “a principal fonte de ener-

gia deles é a proteína”. Por isso, é importante oferecer carne fres-ca, já que isso dá sensação de caça ao carnívoro.

Evandro de Abreu afi rma que a carne de pescoço é importante porque é macia e evita acidentes alimentares, mas também pode-ria ser substituída por vísceras, o que talvez pesaria mais no orça-mento, uma vez que exige mais tratamento antes de usá-las na alimentação.

LORENA MATUZIRO [REPÓRTER][email protected]

Diariamente, são gastos 35 quilos de carne bovina no Zooló-gico de Uberlândia para a refeição dos animais. Semanalmente, 70 quilos de pescoço de frango ali-mentam 65 animais de 20 espé-cies diferentes. A dieta é acom-panhada de perto por dois veteri-nários, que fornecem aos 230 animais, além da carne, frutas, verduras, ovos, larvas e até mel. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Cláudio Guedes, o gasto anual com a alimentação dos animais é de R$ 220 mil.

O pescoço de frango é utiliza-do por ser uma carne rica em cálcio, ser mais dura e garantir que os animais trabalhem a arca-da dentária, evitando, assim, doenças periodontais. A veteriná-ria do zoológico Elisete de Araújo Naves afi rma que o pescoço de frango impede que os animais engasguem e que pedaços de ossos fi quem presos em órgãos do corpo.

“Essa carne é muito usada por ter um componente importante, que é o osso, mas é um osso mais fi no, que exige um pouco mais de

mastigação, mas também evita acidentes na hora da alimenta-ção”, disse.

O pescoço de frango pode ser substituído por carbonato de cálcio. A casca de ovo triturada e transformada em farinha pode ser misturada em carne bovina moí-da. “Só que muitos animais não se adaptam à farinha e rejeitam o alimento, pois precisam sentir o cheiro da carne. Isso acontece com a onça”, afi rmou a veteriná-ria.

Cada uma das 66 diferentes espécies de animais do zoo tem uma alimentação e dieta diferen-tes. Complexo vitamínico e ração para gato, cachorro e boi também estão inclusos na refeição diária dos animais.

“O tamanduá-bandeira, por exemplo, ingere uma vitamina feita de mel, aveia, leite e frutas”, afi rmou a veterinária. A maior di-fi culdade de manter o tamanduá em cativeiro é o fato de que esta espécie se alimenta de formigas e cupins, alimentos ricos em proteínas. Por isso há necessida-de de uma vitamina tão rica em nutrientes. Algumas espécies de macacos e os quatis comem pão francês com mel.

DIETA BALANCEADA

VISITANTES

Frango é item importante

Proibido alimentar bichos

BETO OLIVEIRA

ELISETE DE ARAÚJO NAVES mostra alimentos que são dados aos animais

MANOEL SERAFIM 22/1/2003

LUIZ HENRIQUE BORSARI diz que caso vai ser apurado

Page 13: Polícia

CORREIO DE UBERLÂNDIA | QUINTA-FEIRA, 16/4/2009 CIDADE | B3

FALSIDADE IDEOLÓGICA

Com nome falso, homemfez até registro de fi lhasBailarino assumeidentidade de outrapessoa, por um período de 10 anosLYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

PAULO AUGUSTO

O estudante Robledo Barbosa Silva, 31 anos, não tem fi lhos, mas, há cerca de quatro anos, foi procurado pela Justiça, que lhe cobrava pensão alimentícia de uma menina. A partir de então, outras cobranças indevidas come-çaram a chegar a sua casa. Ele foi processado por mais de dez lojas, que lhe cobravam cerca de R$ 15 mil em compras que ele não fez. No ano passado, ele descobriu que já tinha um passa-porte, mesmo sem nunca ter saí-do do País. Descobriu, também, que alguém viajou por toda a Europa levando seu nome.

O homem que adotou a iden-tidade do estudante é bailarino e foi preso pela Polícia Federal na terça-feira. Ele assumiu o crime e se identificou como Francisco José da Silva, 37 anos, mas a PF ainda não confirma se esta é mesmo a verdadeira identidade do falsário. O delegado da PF, Sérgio Murilo Lima, ainda aguarda o resultado da identifi cação por meio das impressões digitais do

acusado. Ele está detido no Pre-sídio Jacy de Assis e deverá res-ponder por falsidade ideológica e porte de documentos falsos.

O verdadeiro Robledo Barbosa chegou até o falso com a ajuda de uma reportagem do CORREIO de Uberlândia, publicada em 15 de março deste ano. Ele desco-briu que o homem que fez todas as dívidas e que usava o seu nome era bailarino ao ler o texto da repórter Manuella Garcia, que o entrevistou e publicou o nome, na reportagem que falava sobre a turnê do grupo pela França.

Esta, porém, não foi a primei-ra vez que ele forneceu o nome falso à imprensa. No ano passa-do, o bailarino já havia se identi-fi cado como Robledo em outra reportagem do CORREIO. Na épo-ca, ele falou à repórter Gleide Corrêa sobre as profi ssões pelas quais já havia passado e citou que já tinha sido lavador de carro, pedreiro e servente.

Em 1999, o estudante Roble-do Barbosa Silva perdeu a cartei-ra com todos os documentos e somente em 2003 é que as dívi-das começaram a aparecer. Ele já respondeu a uma dezena de processos e, até agora, todos os resultados lhe foram favoráveis. “Só sei que, agora, estou aliviado, pronto para uma nova vida, sem fi lhos, sem dívidas e com nome limpo”, disse.

TROCA DE DOCUMENTOS

Falsário confessa crime à PFEm depoimento à PF, o

falsário disse que perdera os documentos e que achou a carteira de Robledo em 1999. Ele teria trocado a foto do RG do estudante pela sua e tirou o restante dos documentos que precisava, como carteira de trabalho e passaporte. Com o nome falso ele regis-trou duas fi lhas. Agora, a PF vai investigar se ele já come-teu outros crimes em outros estados e o motivo que teria levado o acusado a adotar o nome de Robledo.

Balé de RuaNo trabalho, na cia de

dança Balé de Rua, todos o conheciam como Robledo, como ele foi registrado profi s-sionalmente. Até a mulher

com quem era casado tam-bém o tratava por este nome. Ontem, ela foi até a Polícia Federal assinar um termo de anulação das certidões de nascimento dos fi lhos, que constavam o nome falso.

O coreógrafo e coordena-dor do grupo, Fernando Nar-duchi, conviveu com o falsário por nove anos, sempre tratan-do-o pelo nome Robledo. Ele afi rmou que o grupo se sente “constrangido, envergonhado e perplexo”. “Parece filme. Nós demos uma oportunidade a esta pessoa, ele se tornou alguém por nossa causa. Agora, ele jogou tudo isso no lixo e vai acabar sujando o nome da companhia que conquistamos com tanto es-forço”, disse.

CRUELDADE

Preso jovem acusado de matar a namorada

Acusado de matar a na-morada a pauladas em feve-reiro deste ano, no município de Frutal (no Triângulo Minei-ro, a 181 quilômetros de Uberlândia), Marcos Halem da Silva, 19 anos, foi preso ontem por policiais civis de Uberlândia e Frutal. Em 17 de fevereiro, ele cometeu o crime na cidade, se apresentou à polícia e fugiu em seguida. Os detetives investigaram por dois meses nos estados de São Paulo e Minas Gerais e o capturaram escondido em uma fazenda na estrada do distrito de Martinésia.

Marcos responde pelo crime de homicídio qualifi ca-do, mas poderá ser acusado, também, por roubo seguido de morte, já que foram encon-trados com ele câmera digital, celular e cartões de débito e crédito da vítima. Caso seja provado o latrocínio, ele po-derá ser sentenciado a até 30 anos de prisão. Ele foi trans-ferido para Frutal ainda na tarde de ontem e o inquérito deverá ser entregue em até 15 dias à Justiça.

Segundo o delegado da Polícia Civil, Eduardo Fernan-des Perez Leal, a namorada queria romper o relaciona-mento de cerca de um ano

que mantinha com o autor. Em depoimento, Marcos da Silva disse não se lembrar da cena e não explicou o motivo do crime.

Pelos requintes de cruel-dade e indícios de tortura, o crime chocou os moradores de Frutal. Marcos da Silva assassinou a estudante Pris-cila Carvalho Queiroz, 20 anos, espancando-a com um galho de goiabeira. A mãe da garota, Sueli Queiroz, a en-controu morta no chão da cozinha, com as mãos amar-radas e a boca amordaçada.

Além de sinais de espan-camento nas costas, braços e rosto, a perícia encontrou marcas de estrangulamento, provavelmente com ajuda de um cadarço. Ao lado do cor-po, foi achado um bilhete que Marcos a teria obrigado a escrever, com as palavras “Um acidente me retirou a vida terrena, mas não foi o fi m. Continuei vivo, mas não compreendi o que tinha acon-tecido. Hoje estou esclareci-do, feliz e bem. Eu penso muito em você e as amo muito. Não sofram pela minha ausência, pois vocês vivem em meu coração e sempre que posso estou com vocês. Beijos.”

! O offi ce-boy Wendell Victor Ferrera, 24 anos, foi assaltado por dois homens armados, na avenida Aspirante Mega, bairro Jardim Patrícia (região Oeste de Uberlândia). Ele se dirigia ao banco, no meio da tarde de

ontem, para depositar um malote contendo cheques e dinheiro. Os criminosos rouba-ram R$ 119 mil em cheques e mais R$ 1,2 mil em dinheiro e fugiram, no sentido Luizote de Freitas.

Ladrões levam dinheiro e cheques de offi ce-boy

GERAIS

ROBLEDO BARBOSA SILVA teve seu nome apropriado por bailarino

MARCOS HALEM DA SILVA foi capturado em uma fazenda

PAULO AUGUSTO

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CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • SÁBADO • 26/12/2009

A4

Incêndio deixa 21 caminhões destruídos> CENTRAL DE ARMAZENAGEM DO GRUPO MARTINS, NO DISTRITO INDUSTRIAL, COMEÇOU A PEGAR FOGO POR VOLTA DAS 4H

ATACADISTA

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

Um incêndio des-truiu 21 cami-nhões do Grupo Martins, na ma-

drugada de ontem, no Dis-trito Industrial, região nor-te de Uberlândia. Por volta das 4h, no estacionamento de uma central de armaze-nagem da empresa, um ca-minhão que estava no pátio pegou fogo e o incêndio se alastrou rapidamente. Cerca de 100 veículos estavam no local. Eles seriam carregados neste fi m de semana.

Foram perdidos 18 cava-los (parte da frente do veí-culo) e três carretas comple-tas, duas delas carregadas. Segundo o gerente de ope-rações do grupo, Antenor Júnior Pereira da Cruz, os veículos não tinham seguro, por uma política fi nanceira da empresa. Por ser madru-gada de Natal, só estavam no local os seguranças, que acionaram o Corpo de Bom-beiros. Ninguém se feriu no incêndio, que não atingiu o depósito.

O Corpo de Bombeiros recebeu o primeiro chama-

do às 4h40. Cinco minutos depois, os bombeiros chega-ram ao local e iniciaram os trabalhos. De acordo com o comandante da operação, tenente Eudes Humberto, em cerca de 30 minutos o fogo foi controlado.

A chuva da madrugada auxiliou os 15 homens que apagaram o incêndio. Até as 9h, eles permaneceram na ocorrência, em atividade de rescaldo, para evitar que o fogo voltasse. Três veículos auto-bombas foram usados na operação, além de um ca-minhão da própria empre-sa, usado pela brigada anti-incêndio do grupo.

A perícia técnica da Po-lícia Civil foi chamada. O laudo deverá fi car pronto em cerca de 15 dias. Não foi divulgada nenhuma causa suspeita. Os prejuízos do Grupo Martins ainda não foram estimados. “Como os caminhões são de anos diferentes, ainda iremos contabilizar. Mas vamos re-por os caminhões perdidos rapidamente. Nossas opera-ções não serão prejudicadas e retornarão amanhã [hoje], normalmente”, disse o ge-rente. CENTRAL DE ARMAZENAGEM Fogo começou num dos caminhões e se alastrou rapidamente; causas são desconhecidas

BETO OLIVEIRA

EXPLOSÕES E CHAMAS ATRAÍRAM CURIOSOSTestemunhas relataram

ter ouvido muitas explosões durante a madrugada. Como os tanques de combustí-vel dos caminhões estavam cheios, o fogo se espalhou com facilidade. O barulho de estouro vinha dos pneus dos veículos.

O motorista Adriano Car-valho, que desde segunda-feira (20) espera na porta da empresa para descarregar o caminhão, dormia no veículo do lado de fora da empresa na hora do incêndio.

“Eu achei que eram fo-guetes, coisa de moleque.

Mas aí o chão começou a tremer. Desci do caminhão e vi aquela cena, os cami-nhões sendo totalmente destruídos”, disse. As-sim como ele, dezenas de curiosos se aglomeraram na porta da empresa para verem as chamas.

TESTEMUNHAS

FROTA PERCORRE TODO O PAÍS O Grupo Martins possui três

centrais de armazenagem e 39 centros de distribuição avan-çada espalhados pelo país. A frota tem cerca de 1.170 veí-culos próprios e 200 terceiri-zados. Cada cidade do Brasil é visitada por um caminhão do grupo pelo menos uma vez por

semana. O atacado oferece uma ex-

tensa gama de produtos, como materiais de construção, ele-troeletrônicos, alimentícios, higiene e beleza, produtos de limpeza, papelaria, utensílios domésticos, descartáveis e ferramentas.

MARTINS EU ACHEI QUE ERAM FOGUETES, COISA DE MOLEQUE. MAS AÍ O CHÃO COMEÇOU A TREMER

ADRIANO CARVALHO

Motorista dorme e derruba poste MARCELO CALFAT | REPÓ[email protected]

Um acidente por volta das 8h30 de ontem, envol-vendo um veículo Doblò branco, com placa de Uber-lândia, provocou a queda de um poste de iluminação na avenida Anselmo Alves dos Santos, bairro Segis-mundo Pereira, zona leste da cidade.

O condutor Vantuir Cor-deiro Farias, de 33 anos, não teve ferimentos e disse que dormiu ao volante. “Traba-lhei a noite toda, não dormi e acabei cochilando na dire-ção”, disse. O poste caiu so-bre o veículo.

A Polícia Militar esteve no local e informou que o moto-rista não apresentava sinais

SEGISMUNDO

de embriaguez. Metade da pista fi cou interditada por cerca de duas horas e o trân-sito foi orientado pelos poli-

ciais. Testemunhas disseram que o veículo não estava em alta velocidade.

Funcionários da Cemig re-

moveram o poste e informa-ram que não houve queda de energia nas residências da região.

CONDUTOR disse que passou a noite trabalhando e cochilou no caminho de volta para a casa; ele nao teve ferimentos

BETO OLIVEIRA

Até terça-feira (29), mais onze radares entram em operação nas rodovias estaduais, sob a jurisdição do DER-MG. Nove equipamentos serão instalados na Região Me-tropolitana de Belo Horizonte em Sabará, dois em Nova Lima, dois em Ribeirão das Neves, Rio Acima, Betim, Ibirité e Pedro Leopoldo e outros dois equipamentos na região sul de Minas, em Piran-guinho e Poços de Caldas. Com

mais estes radares, o número de equipamentos em operação nas MGs chega a 26. A instalação dos radares faz parte de um programa para aumentar a segurança nas rodovias estaduais. Na primeira etapa do contrato, serão investidos R$ 7 milhões. O contrato integral, de quatro anos, representa um investimento de R$ 98,5 milhões e a previsão é que sejam instalados 196 equipamentos.

Estradas estaduais terão mais 11 radares

MINAS

A Campanha Nacional de Recadastramento de Armas termina na próxima quinta-feira. O recadastramento é obrigatório e gratuito e a Polícia Federal disponibilizou o número 0800 727 3040 para esclarecimento de dúvidas

Page 15: Polícia

CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • QUARTA!FEIRA • 27/1/2010

A6

Câmeras reduzem criminalidade> CRIMES COMUNS CAÍRAM 19,5% EM DOIS ANOS NA ÁREA CENTRAL; NOS CRIMES VIOLENTOS, REDUÇÃO CHEGOU A 65%

VIDEOMONITORAMENTO

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

Implantado em junho de 2008, o sistema de videomonitoramen-to feito pela Polícia

Militar ajudou na dimi-nuição da criminalidade nas ruas da área central de Uberlândia. Dados da PM apontam que, nos úl-timos dois anos, houve re-dução de 19,5% de crimes comuns e 65,1% de crimes violentos, como roubo à mão armada, situação em que as câmeras de vigilân-cia auxiliam na inibição e investigação dos crimes.

A presença dos apare-lhos também aumentou a sensação de segurança de quem anda pelo Centro. Em pesquisa informal re-alizada pela reportagem do CORREIO de Uberlân-dia com 20 transeuntes na praça Tubal Vilela, 13 (65%) afi rmaram que se sentem mais seguros com o videomonitoramento. Outras duas pessoas (10%) disseram que não per-

cebem diferença e cinco (25%) não sabiam da exis-tência das câmeras.

De acordo com o tenente Thiago Lana, que atua na 91ª Cia da PM, responsável pela área central da cida-de, a redução dos crimes não está ligada somente às câmeras. “Elas são uma ferramenta importantíssi-ma que usamos, mas não a única. Claro que ela ini-be a ação, mas há por trás toda uma estrutura huma-na. A câmera não prende ninguém. Hoje, temos um policiamento ostensivo no centro que afugenta o cri-minoso”, disse.

O joalheiro Amarildo dos Santos é um exemplo dos que se sentem mais seguros no Centro nos úl-timos dois anos. Antes da instalação das câmeras de vigilância, mesmo com o aparato de seguranças par-ticulares, ele sofreu peque-nos assaltos no estabeleci-mento. Depois, não teve mais problemas, apesar de ainda optar por manter a segurança adicional.

“Acho que a câmera faz o bandido pensar duas ve-zes antes de agir, porque ele sabe que vai ser identi-fi cado. É claro que muitos foram roubar em outros lugares, mas acredito que muitos outros, talvez em número maior, deixaram de assaltar”, afi rmou o empresário.

LOTÉRICA

Dono de uma casa loté-rica no centro, Wellington Alves de Oliveira disse que nunca foi assaltado – nem antes, nem depois da ins-talação das câmeras. Para ele, os crimes que aconte-ciam na vizinhança do seu estabelecimento migraram para outros bairros.

“Alguma lotérica ser assaltada em bairros com centros comerciais fortes acontece todo dia. Lá [nos bairros], os bandidos se sentem mais confiantes, porque sabem que não tem ninguém vigiando como aqui [no Centro]”, disse.

POLICIAMENTO DE BAIRROS É REFORÇADOSegundo o major Geraldo

Rogério de Oliveira, assessor de planejamento operacional da PM, quando as câmeras foram instaladas no centro já havia a preocupação com a migração da criminalidade para os bair-ros, especialmente àqueles que possuem centro comercial for-te, como Santa Mônica, Tibery, Luizote de Freitas e Planalto. Nestas regiões, o policiamento foi intensifi cado.

“Esperávamos que os crimes mudassem de área, então aumentamos efetivo, viaturas e equipamentos nos bairros mais visados. A PM faz estatísticas diárias sobre a criminalidade e, por meio delas, sabemos onde inten-sifi car e ostentar mais o poli-ciamento. Tem dado resultado nos crimes violentos”, disse.

Para a comerciante Maria Silvestre, que tem uma mer-

cearia no bairro Guarani, a migração dos crimes é uma realidade. Nos últimos dois anos, ela foi assaltada quatro vezes, todas à mão armada. “Não é só no comércio. Vejo muitos assaltos em pontos de ônibus. A sensação de in-segurança é grande. Tenho medo de me assaltarem de novo a todo momento. Que-ria que instalassem a câmera aqui”, afi rmou.

MIGRAÇÃO

PLANO DE EXPANDIR SISTEMA É ARQUIVADO Desde o início do video-

monitoramento em Uber-lândia, há o projeto de ex-pandir o sistema para os bairros mais visados por crimes violentos, principal-mente, aqueles com centro comercial forte. De acordo

com o major Geraldo Rogé-rio de Oliveira, o plano foi ar-quivado por causa dos cus-tos da operação.

“Tínhamos a intenção de dobrar a quantidade de câmeras, mas fizemos um levantamento que apontou

que ficaria muito mais caro que as primeiras, porque elas [câmeras] estão con-centradas no centro. Levar a fibra ótica até o bairro e manter um controle de tan-tas câmeras teria um custo muito alto”, disse.

CUSTO ALTO

CRIMES COMUNSBAIRRO 2007 2009 Variação

Aparecida 1.783 1.366 - 23,3%Brasil 1.315 1.065 - 19,0%

Centro 3.490 2.758 - 20,9%Martins 1.473 1.293 - 12,2%

Total 8.061 6.482 - 19,5%CRIMES VIOLENTOS

Aparecida 330 99 - 70%Brasil 219 107 - 51,1%

Centro 456 113 - 75,2%Martins 286 131 - 54,2%

Total 1.291 450 - 65,1%

CRIMINALIDADE

CÂMERAS Polícia Militar conta com 72 aparelhos para monitorar quatro bairros da área central de Uberlândia

Grupo assalta agência de turismo VANESSA PIRES | REPÓ[email protected]

Quatro homens armados de revólveres e vestidos com traje social invadiram e rou-baram ontem funcionários e clientes de uma agência de turismo, localizada na avenida Rondon Pacheco, setor central de Uberlândia. Os criminosos trancaram as vítimas e arrombaram o co-fre. Ninguém fi cou ferido.

De acordo com testemu-nhas, os homens usavam ternos e gravatas e um deles escondeu o rosto com uma meia fi na. Após ameaças, trancaram cerca de 15 pes-soas, entre funcionários e clientes, dentro do banhei-ro e, em seguida, os leva-ram para o andar de cima da agência, amarrando os homens.

Ainda segundo as víti-mas, ninguém foi agredido, mas um dos funcionários foi obrigado a arrombar a

porta onde estava o cofre. Como ele não conseguiu, os criminosos abriram uti-lizando marretas. “Não so-mos casa de câmbio e não guardamos dinheiro no co-fre. Negociamos os pacotes de turismo através de car-tões, boletos e transferên-cias”, disse um dos funcio-nários que preferiu não se identifi car.

Os criminosos reviraram o cofre onde a maioria era documentos e contratos. De acordo com o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), foram roubados cerca de R$ 2,5 mil, US$ 1 mil e 800 euros da empresa e mais R$ 580 das vítimas. Os homens fugiram em um Fox prata.

A polícia apreendeu uma marreta que fi cou no local. As câmeras de segurança fi lmaram o assalto e as ima-gens serão utilizadas pela polícia para ajudar nas in-vestigações.

RONDON PACHECO

Ex-prefeito perde 33 ações por fraude

O ex-prefeito de Casca-lho Rico Adarci Vieira de Araújo foi condenado em 33 Ações Civis Públicas por fraude em licitações. Os processos, já julgados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), estão em fase de execução. O Mi-nistério Público Estadual (MPE) procura bens para penhora e, caso não encon-tre, vai propor o pagamen-to parcelado do débito.

Em 2001, a Promotoria de Justiça recebeu docu-mentação referente a frau-des ocorridas em 1996. Apesar de esses papéis não esclarecerem a prática ilí-cita, a apuração dos fatos levou a uma série de irre-gularidades que, hoje, cor-respondem a um desvio de dinheiro público de cerca de R$ 8 milhões. O muni-cípio do Triângulo Minei-

ro tem pouco mais de 2,5 mil habitantes, mas possui alta receita oriunda de re-passes do Fundo de Partici-pação dos Municípios e de royalties.

Segundo o promotor de Justiça André Luís de Melo, a fraude consistia em simu-lação do procedimento lici-tatório com a utilização de empresas ou notas fi scais falsas, para justifi car pres-tação de contas. Os valores dos pagamentos eram emi-tidos em cheques nominais sacados na boca do caixa.

O MPE ajuizou uma ACP para cada licitação, pedindo o ressarcimento do dinheiro ao erário. Por terem sido propostas em 2002, portanto mais de 5 anos após a ocorrência dos fatos, as demais punições da Lei de Improbidade já estavam prescritas.

CASCALHO RICO

AGÊNCIA teve o cofre arrombado e funcionários e clientes trancados no banheiro

BETO OLIVEIRA

PAULO AUGUSTO

Com a instalação das câmeras na região central, a Polícia Militar reforçou o policiamento nos bairros onde há centros comerciais fortes

Page 16: Polícia

U B E R L Â N D I A A C O N T E C E A Q U I • S E X T A - F E I R A • 7 D E N O V E M B R O D E 2 0 0 8

As 32 famílias que aindaocupavam os prédios inacaba-dos da Construtora Centro Oes-te (CCO), no bairro Tubalina, sa-íram dos imóveis ontem, após29 dias de ser expedido manda-do de reintegração de posse afavor da empresa. As negocia-ções entre o Movimento dos Tra-balhadores Sem-Teto (MSTS),Pastoral da Terra (ligada à igrejacatólica), Polícia Militar, Comis-são de Direitos Humanos daOrdem dos Advogados do Brasil(OAB) e Ministério Público arras-tavam-se desde 8 de outubro.

A desocupação foi pacíficae as famílias que não tinhampara onde ir foram levadas parauma área da igreja, no bairroShopping Park, onde vão viver emacampamentos improvisadosaté conseguirem moradia defini-tiva. Outras famílias foram paraassentamentos de sem-terra daregião, casa de parentes e paraoutras cidades. O movimento jáhavia perdido força na quarta-feira, quando 40 famílias, das 72

32 famílias queainda ocupavam oimóvel foram paradiversos locaisLYGIA CALIL [ESPECIAL PARA O CORREIO]LUCAS BARBOSA [REPÓRTER]

MANOEL SERAFIM

DESOCUPAÇÃO

Sem-teto deixam prédios do Tubalina

SAÍDA dos sem-teto, após quatro meses de ocupação dos prédios da CCO, no Tubalina, ocorreu de forma pacífica, sem incidentes

que ocupavam inicialmente oimóvel, deixaram o local.

Durante as negociações, ofranciscano frei Rodrigo Peretafirmou que o maior impasse eraque os ocupantes não tinhampara onde ir. Por isso, o frei ofe-receu a área de ação ambientalda ordem franciscana para queas famílias ficassem até encon-trar um lugar melhor. “As ocupa-ções acontecem para sensibili-zar a sociedade para a condi-ção destas pessoas. Ninguémpresta atenção nelas”, afirmouo frei, que, assim como a Pasto-ral da Terra, apóia as mobiliza-ções de sem-teto e sem-terra.

O tenente-coronel AlfredoRamalho, comandante da ope-ração, disse que, após a retira-da das famílias, a PM garantiráà construtora que o imóvel nãoserá novamente invadido e quemanterá vigilantes no local. Aoperação contou com 500 ho-mens, que cercaram o quartei-rão, armados com cassetetes demadeira. As ruas das imediaçõesforam fechadas e só a políciaestava autorizada a circular naavenida Maestro Villa Lobos pelamanhã e boa parte da tarde.

S@IBA MAISwww.correiodeuberlandia.com.br

O lavrador José dos SantosRosa, 67 anos, era uma das 288pessoas que ocupavam os prédi-os desde o início da invasão, ha-via cerca de quatro meses. Ao sairdo imóvel, afirmou que não tempara onde ir e que tentaria a sorteem Buritizeiros, no Norte do Esta-do. “Sou viúvo, não tenho família eagora vou viver pelo mundo.”

O carpinteiro Antônio Caeta-no da Costa trabalhou na cons-trução dos prédios e, 18 anosdepois, participou da ocupaçãojuntamente com o Movimento dosTrabalhadores Sem-Teto (MTST). Eleafirmou que, antes de ir para lá,estava morando de favor no bair-ro São Jorge, na casa de um ami-go, e que não poderia voltar. “Era

MORADORES

Em busca de alternativas

Segundo ocupantes dos pré-dios, o líder do movimento, DivinoMartins dos Santos, teria cobra-do valores de R$ 45 a R$ 300 paraque as famílias pudessem morarno local. O lavrador José dos San-tos Rosa confirmou que pagou aDivino R$ 45 antes de ocupar oapartamento.

A ajudante de feirante PatríciaCavalcante de Lima afirmou quedeu R$ 300 ao líder pelos trêsmeses em que morou no imóvel.“Todo mundo pagou, era a nossataxa de condomínio. Mas de cadaum ele cobrou um valor diferente,conforme as condições”, afirmou.

O torneiro mecânico desempre-gado Manoel Francisco de Limadisse que se sente enganado pelaliderança do movimento. Apósdeixar os prédios, ele foi para obairro Jardim das Palmeiras, mo-rar com a mãe. A reportagem doCORREIO procurou por Divino Mar-tins dos Santos, mas não conse-guiu localizá-lo pelo telefone.

bom morar aqui nos prédios, tudomuito sossegado, só gente boa ehonesta. Estou desempregado hátrês anos, não tenho dinheiro nempara onde ir. Só restaram aqui aspessoas que estão como eu. To-das as outras já foram embora.”

A doméstica Meire da SilvaOliveira e os três filhos, de 16, 14e 8 anos, moravam no local ha-via três meses. Ela afirmou que amaior preocupação ao abando-nar os prédios é com a escola dosfilhos, que fica nas redondezas.“Eu ganho cerca de R$ 300, tra-balhando de diarista para umaconhecida. Sou sozinha, não te-nho condições de bancar um alu-guel para morar com meus trêsfilhos”, disse.

“TAXA DE CONDOMÍNIO”

Ocupantesdenunciamcobrança

NOVA ÁREA

Não houve tempo para construção dos barracosOs integrantes do MTST

passaram a noite de ontemdesabrigados. As famíliasconcordaram em desocuparos edifícios com a condiçãode que fossem levadas paraalgum local e que recebes-sem material para montar osseus barracos. O espaço foicedido pela Pastoral da Ter-ra de Uberlândia e a cons-trutora doou o material paraa construção dos barracos.Lonas e arames foram entre-gues pela polícia às 17h10e até as 17h20, quando a re-portagem do CORREIO deixouo local, as madeiras e pre-gos não haviam sido entre-gues. “Vamos dormir todosao relento, sem água e ener-gia. O que vai ser de nossascrianças”, disse a sem-tetoTânia Aparecida Bereniz.

“Não vamos conseguir le-vantar nenhum barraco à noi-te. Todos nós temos que dor-

mir no escuro. Se chover vaimolhar todo mundo”, disseJesus Bereniz da Silva.

A maior preocupaçãodas famílias era com as cri-anças, pois o espaço cedi-do pela Pastoral da Terrafica a cerca de 200 metrosdo córrego Lagoinha e a 100metros de uma Área de Pre-servação Permanente (APP).“Nossa preocupação é comcobras e outros bichos quepodem aparecer à noite”,disse Tânia.

As famílias foram levadaspara o terreno na avenida Ar-gemiro Ferreira, no bairro Sho-pping Park I, também na re-gião Sul da cidade. A área quevai abrigar os sem-teto ficadentro da Estação Agroeco-lógica da Pastoral da Terra deUberlândia. Segundo o freiRodrigo Peret, coordenadorda pastoral, as famílias po-derão ficar no local até que

seja encontrado um espaçoadequado para abrigá-las.

As mães estavam preocu-padas com o ensino dos ga-rotos. “A maioria das crian-ças estudava na Escola AldaMota. Agora como vamos fa-zer para levá-las daqui atélá? São mais de 10 quilôme-tros. Não dá pra ir a pé”, dis-se Tânia.

Pega de surpresaNelma Aparecida Gomes

Batista vive com o marido hávários anos em uma casa naEstação Agroecológica daPastoral da Terra, o casal cui-da do local em troca da mo-radia. Ontem, ela foi pega desurpresa quando os sem-te-tos começaram a chegar aolocal. “É estranho esse tan-to de gente aqui no quintal.Não esperávamos por isso,mas esta decisão de abrigá-los não é nossa”, disse.

ALIMENTOS

Pensão para gestantes já vigoraComeça a vigorar hoje a lei que

garante pensão para mulheres ges-tantes da concepção até o parto.Sancionada ontem pelo presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva, a leiproposta pelo Senado torna legala contribuição do pai para o bomandamento da gravidez.

Até agora, a mulher que en-gravidava fora de uma relaçãoestável só podia contar com aparticipação financeira do pai dacriança após o nascimento e soba forma de pensão alimentícia.

“A lei disciplina o direito dealimentos da mulher gestante,assegurando-lhe que parte dasdespesas desde a concepção atéo parto seja custeada pelo futu-ro pai”, diz comunicado da Presi-

dência da República.A pensão para gestantes ga-

nhou o nome de direito a alimen-tos gravídicos. Os valores corres-pondem às despesas com ali-mentação especial, assistênciamédica e psicológica, exames, in-ternações, parto, medicamentose outras consideradas indispen-sáveis pelo médico da gestantee pelo juiz que julgar o caso.

O valor pago pelo pai seráavaliado pelo juiz, considerando“as necessidades da mãe e aspossibilidades de contribuição decada um”. A Câmara dos Depu-tados deve dar prosseguimentona próxima semana à votação,pelas comissões, de projeto delei do Senado que institui pen-

são alimentícia para a mulhergrávida, da concepção ao parto.Pela proposta, o futuro pai deve-rá compartilhar com a gestanteas despesas adicionais do perí-odo de gravidez.

A lei possibilitará que um juizconceda à mulher a pensão parapagamento de alimentação espe-cial, assistência médica e psico-lógica, exames complementares,internações, parto, medicamen-tos e demais prescrições preven-tivas e terapêuticas.

Para o advogado Norival Pa-niago, é muito grande o númerode pais que abandonam a famí-lia e deixam o emprego para evi-tar o pagamento da pensão ali-mentícia aos filhos. Ele acha que

é ainda maior o número de ho-mens que abandonam as mulhe-res grávidas. “O projeto de lei émuito interessante, a mulher sem-pre foi relegada a arcar sozinhacom essa obrigação do pré-na-tal”, afirmou.

Se o juiz entender que há ne-cessidade de investigação de pa-ternidade, ele poderá solicitar umexame de DNA para atestar o pa-rentesco. Segundo peritos creden-ciados pela Justiça para fazer exa-mes de DNA na cidade, geralmen-te a mulher fica sabendo que en-gravidou na sua terceira ou quartasemana de gestação. O exame apartir do líquido amniótico (fluidoque envolve o embrião) pode serfeito entre a 15ª e a 18ª semana.

NAIR E EURÍPEDES SÃONOVOS MORADORES DOCONDOMÍNIO DO IDOSOPÁGINA B3

BRASIL SEGUE TENDÊNCIADE MAIS MORTES POR

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U B E R L Â N D I A A C O N T E C E A Q U I • Q U I N T A - F E I R A • 7 D E M A I O D E 2 0 0 9

CASO DJENIFFER

Presa a acusada de matar meninaEfi gênia Guimarãesconfi rma ter deixadocorpo no lixo, masnega autoria do crimeLYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

BETO OLIVEIRA/CORREIO

Acusada pelo homicídio e ocul-tação do cadáver de Djeniffer Apa-recida dos Santos, de 12 anos, a promotora de vendas Efi gênia Gui-marães Pena Balbino da Silva, 34, foi presa na madrugada de ontem e passou o dia prestando depoi-mento à polícia. No início da tarde, as polícias Civil e Militar encontra-ram no Parque do Sabiá os braços da menina, seguindo indicações do fi lho da acusada, de 15 anos, apre-endido juntamente com a mãe. A polícia continua as investigações à procura de outros envolvidos no crime e das partes não encontradas do corpo de Djeniffer.

A garota desapareceu no sába-do (2), quando estava em casa, no bairro Canaã, região Oeste da ci-dade, com o sobrinho de 6 meses. Partes do corpo de Djeniffer Apare-cida foram encontradas na terça-feira (5), em uma caçamba de lixo no Terminal Rodoviário de Uberlân-dia, no bairro Martins. O bebê foi localizado no domingo, abandona-do em frente a uma casa no bairro Tubalina. A família já havia aponta-do a vizinha Efi gênia da Silva como culpada pelo rapto das crianças, no início da semana.

A suspeita foi capturada no cruzamento das avenidas João Naves de Ávila e Rondon Pacheco, no bairro Tibery, por volta das 3h30,

logo após ter deixado o fi lho em um hotel na avenida Rio Branco. Segun-do a polícia, trata-se de uma pes-soa fria e calculista, que não reve-lou arrependimento quando foi presa. Com o menor, os policiais encontraram mochilas com seus pertences e os da mãe. Ele estava pronto para fugir, caso a mãe não retornasse no início da manhã. O garoto foi apreendido em fl agrante e, até o encerramento desta edição, não havia sido ouvido pela polícia.

No quintal da casa da acusada foi descoberta uma cova, onde o corpo da menina teria fi cado de sábado ou domingo até segunda-feira. De acordo com a delegada Lia Valechi, os médicos legistas terão difi culdades para determinar o dia em que a vítima foi morta porque o cadáver está carbonizado.

Efi gênia da Silva teria revelado à polícia que jogou o tronco e a cabeça de Djeniffer dos Santos na caçamba de lixo da Rodoviária e os braços em um bueiro do Parque do Sabiá, mas negou ser a autora do crime. Ela não informou onde foram deixadas as pernas da me-nina. Segundo o delegado titular de Homicídios da Polícia Civil, Rogério Martinez, Efi gênia afi rmou temer pela própria vida e pela dos quatro fi lhos, caso revele o verda-deiro autor do assassinato.

O depoimento foi acompanhado pelo promotor de Justiça Adriano Bozolla, que, segundo Rogério Mar-tinez, tentou garantir à acusada a delação premiada, para que ela indicasse quem mais teria partici-pação no crime. Até o fechamento desta edição, ela não havia apon-tado nenhum nome. (Continua na página B2).

CAMPO DO BOM PASTOR

Corpo de Djeniffer é sepultado sob forte comoçãoFERNANDO BOENTE*

Foi sepultado ontem, às 10h, no Cemitério Campo do Bom Pastor, bairro Planalto, o corpo da menina Djeniffer dos Santos, 12 anos, encontrado esquartejado na segunda-feira no depósito de lixo do estacio-namento da Rodoviária.

O enterro foi acompanhado por dezenas de familiares e amigos, transtornados com a morte trágica da menina. A mãe, Alaíde Reis de Oliveira,

chegou a desmaiar várias ve-zes durante a cerimônia.

No local, a irmã mais velha de Djeniffer, Leandra Patrícia dos Santos, não se conformava com o crime. “Estou com o coração quebrado. Minha sorte é que Deus está me dando forças para suportar este momento”, afi rmou.

O pai, Aparício Juvêncio Barretos de Oliveira, mais come-dido, exigia a punição de Efi gê-nia Guimarães, acusada pela polícia de cometer o crime. “Espero que fi que muito tempo

na cadeia. Não desejo isto ape-nas para ela. Quero punição para todas as pessoas envolvi-das. Tenho certeza que existem outras pessoas envolvidas nis-to”, afi rmou.

Apenas a cabeça e o tronco do corpo de Djeniffer dos San-tos foram sepultados na ma-nhã de ontem, pois os braços e pernas ainda não haviam sido encontrados pela polícia.

* Programa de Aprimoramento Profi ssional

No início da semana, a família já havia apontado Efi gênia da Silva como culpada pelo rapto de Djen-iffer dos Santos e o bebê. Ela era vizinha da família e, segundo Fer-nanda dos Santos, irmã da vítima e mãe do garoto sequestrado, queria o bebê para apresentá-lo como fi lho do casal ao marido, preso desde 2006 na Penitenciária Pimenta da Veiga. “O marido acha que tem um fi lho com ela, por isso o alvo era o meu fi lho. Como minha irmã estava cuidando dele, morreu porque sabia que ela tinha roubado o neném”.

Apenas no fi m da tarde de terça-feira, quando o corpo de Djeniffer foi encontrado na Rodoviária, a polícia apontou Efi gênia como suspeita. Ela deixou a casa, no bairro Canaã, em um táxi, cheia de malas e partiu para a Rodoviária. Chegando lá, tomou outro táxi e, na saída, pediu que o motorista a ajudasse a jogar uma das malas no lixo, dizendo que se tratava de roupas e sapatos velhos. Na mala, algumas horas depois, o corpo da garota foi encontrado sem as pernas e os braços.

Os dois taxistas foram ouvidos pela polícia e imagens de Efi gênia depositando a mala no lixo foram captadas pelas câmeras de segu-rança do circuito interno de TV da Rodoviária.

SEQUESTRO

Família havia apontado a vizinha como suspeita

DELEGADO Rogério Martinez conduz Efi gênia Guimarães da Silva (detalhe), acusada do sequestro e morte da menina Djeniffer, para interrogatório

MÃE chora sobre o caixão no enterro do corpo da menina na manhã de ontem no Cemitério Bom Pastor

PERITO inicia trabalhos de identificação de conteúdo de saco encontrado na lixeira da RodoviáriaDJENIFFER DOS SANTOS desapareceu de sua casa na manhã de sábado

POLÍCIA ENCONTRABRAÇOS DE DJENIFFERNO PARQUE DO SABIÁPÁGINA B2

FORÇAS DE SEGURANÇADA CIDADE RECEBEMVIATURAS DO ESTADO

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