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ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA AFONSO COSTA PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS DO CUIDADO EM SAÚDE MÔNICA SIMÕES DA MOTTA DUARTE O PROCESSO DE ACREDITAÇÃO: ESTUDO SOBRE A CONSTRUÇÃO COLETIVA DA MELHORIA DA GESTÃO DA QUALIDADE EM SAÚDE Niterói – RJ 2011

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ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA AFONSO COSTA PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS

DO CUIDADO EM SAÚDE

MÔNICA SIMÕES DA MOTTA DUARTE

O PROCESSO DE ACREDITAÇÃO: ESTUDO SOBRE A CONSTRUÇÃO

COLETIVA DA MELHORIA DA GESTÃO DA QUALIDADE EM SAÚDE

Niterói – RJ

2011

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MÔNICA SIMÕES DA MOTTA DUARTE

O PROCESSO DE ACREDITAÇÃO: ESTUDO SOBRE A CONSTRUÇÃO

COLETIVA DA MELHORIA DA GESTÃO DA QUALIDADE EM SAÚDE

Dissertação apresentada, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Mestrado Acadêmico em Ciências do Cuidado em Saúde da Universidade Federal Fluminense. Área de concentração: Cuidados Coletivos em Saúde nos seus processos educativos e gestão.

Orientadora: Profa. Dra. Zenith Rosa Silvino

Niterói – RJ

2011

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D 812 Duarte, Mônica Simões da Motta.

O processo de acreditação: estudo sobre a construção coletiva da melhoria da gestão da qualidade em saúde / Mônica Simões da Motta Duarte. – Niterói: [s.n.], 2011.

135 f.

Dissertação (Mestrado em Ciências do Cuidado em Saúde) - Universidade Federal Fluminense, 2011. Orientador: Profª. Zenith Rosa Silvino.

1. Qualidade da assistência à saúde. 2. Acreditação. 3.

Gestão em saúde. 4. Enfermagem. I.Título.

CDD 658.562

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MÔNICA SIMÕES DA MOTTA DUARTE

O PROCESSO DE ACREDITAÇÃO: ESTUDO SOBRE A CONSTRUÇÃO

COLETIVA DA MELHORIA DA GESTÃO DA QUALIDADE EM SAÚDE

Dissertação apresentada, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Mestrado Acadêmico em Ciências do Cuidado em Saúde da Universidade Federal Fluminense. Área de concentração: Cuidados Coletivos em Saúde nos seus processos educativos e gestão.

Aprovada em 12 de dezembro de 2011.

Banca Examinadora: _____________________________________________________ Profª. Drª. Zenith Rosa Silvino – UFF – Presidente _________________________________________________________ Profª. Drª Margarethe Santiago Rego – UFRJ – 1ª Examinadora _________________________________________________________ Profª. Drª. Cristina Lavoyer Escudeiro – UFF – 2ª Examinadora Suplente(s) _________________________________________________________ Profª. Drª. Marluci Andrade Conceição Stipp – UFRJ _________________________________________________________ Profª. Drª. Rosa Elena Rodrigues Leitão – UFF

Niterói – RJ

2011

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Ao meu esposo Alex, aos meus filhos Davi e Débora, ao meu pai (in memorian) Jurandy e a minha mãe Ediméa

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, graças dou ao meu Senhor, Salvador e Rocha Fiel Jesus Cristo, em

quem me refugio e em quem sempre encontrei forças e inspiração para seguir nesta trajetória.

Quem sempre me impulsionou a acreditar na viabilidade da concretização deste sonho. Quem

sempre me amparou e animou nos momentos de conflito e incerteza. Quem sempre me

confortou e consolou nos momentos de grande tempestade e mar revolto. A Ti, meu amado

Deus, o meu mais profundo e sincero agradecimento. Obrigada por ser o meu Bom Pastor e

me permitir andar altaneiramente.

Ao meu esposo Alex, que durante todas as etapas desta intensa trajetória acreditou no

meu potencial, mesmo em algumas vezes sem entender a complexidade e o desafio desta

caminhada, incentivou-me a prosseguir e concluir este processo. Por muitas vezes ter cuidado

dos nossos filhos, para que eu pudesse me dedicar às leituras, as produções com o

computador, as aulas presenciais, etc. Esta vitória é nossa. A sua esposa agora é Mestre.

Aos meus filhos, Davi e Débora, que mesmo sendo tão pequenos para compreender a

grandeza deste sonho e desta conquista, entenderam as minhas ausências, as minhas correrias

e a não suficiente atenção dispensada a vocês durante este período. Mamãe ama muito vocês.

Vocês são herança do Senhor para a minha vida.

Ao meu pai Jurandy (in memorian) e a minha mãe Ediméa, que sempre investiram,

incentivaram e apoiaram a minha trajetória acadêmica e profissional. Tenho muito orgulho de

tê-los como meus pais. Muito obrigada por acreditarem em mim. Agora a filhinha de vocês é

também Mestre.

À minha estimada orientadora Zenith, que me direcionou na construção desta

dissertação, que me desafiou na busca do aprimoramento e vivenciou cada etapa na

concretização deste sonho. Aprendi muito ao teu lado. Muito obrigada!

À minha amiga e companheira Andréia, que foi meu suporte durante esta densa

caminhada, que me animou nos momentos difíceis, que me ouviu quando eu necessitava de

uma “orelha” para me confortar, que não me deixou desistir nas intempéries da jornada, que

sofreu e se alegrou comigo. Você é muito preciosa para mim. Conseguimos juntas. Somos

Mestres.

Ao meu colega de trabalho Edmar, meu grande incentivador na busca pelo

aperfeiçoamento profissional, para que eu ampliasse a minha concepção de gestão e gerência.

Aos meus queridos diretores do Hospital da Polícia Militar de Niterói, Coronel Paulo de Tarso

e Tenente Coronel Pasqualete, por autorizarem e compreenderem a minha ausência nos

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momentos de construção desta dissertação, principalmente na etapa final do processo.

Às minhas parceiras de trabalho Torres, Leania, por me substituírem nas minhas

ausências durante esta trajetória e incentivarem minha busca pelo saber e, a Carla, por ter sido

suporte no trabalho e também me apoiado.

Ao Hemorio, toda sua diretoria e colaboradores, por aceitarem a realização deste

trabalho em sua instituição e me receberem com muito carinho. Muito obrigada pela

oportunidade de aprender com vocês e pelo acolhimento.

A todos os sujeitos integrantes desta pesquisa, por oportunizarem informações

preciosas e fundamentais para o processo de construção e concretização desta dissertação.

A todos os docentes do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Mestrado

Acadêmico em Ciências do Cuidado em Saúde da Universidade Federal Fluminense, pela

transmissão de conhecimento e troca de saberes proporcionados durante o curso.

Aos colegas de Mestrado, pela troca de experiências, diversidade de opiniões e

temáticas desenvolvidas durante o curso. Já estou com saudades.

A todos que me acompanharam e que de forma direta ou indireta participaram desta

conquista.

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“O que se possa fazer, ou sonhe em fazer, comece-o;

existe algo de genialidade, de poder e de magia na coragem.”

Goethe

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RESUMO

Apesar de a literatura existente apontar diversas vantagens às instituições de saúde que aderem aos programas de acreditação, observa-se que poucas instituições, principalmente públicas do Estado do Rio de Janeiro, conseguiram percorrer esse caminho de trabalho contínuo de sensibilização, envolvimento, liderança efetiva da direção, perseverança e uma mudança cultural organizacional significativa para alcançarem a acreditação. Diante desta assertiva, selecionou-se como objeto de estudo o processo de acreditação em uma instituição de saúde da rede pública do Estado do Rio de Janeiro. Traçou-se os seguintes objetivos: caracterizar uma instituição de saúde acreditada da rede pública do Estado do Rio de Janeiro; descrever os caminhos percorridos por esta instituição para ser acreditada e discutir os benefícios institucionais obtidos por esta instituição de saúde acreditada. Um estudo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa, método de estudo de caso, cujo cenário foi o HEMORIO. Utilizou-se como fonte de evidência a documentação referente ao processo de gestão da instituição e entrevistas semi-estruturadas com doze profissionais administrativos e de saúde que trabalham na instituição e acompanharam o processo de acreditação. A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro a setembro de 2011. Os dados obtidos foram analisados através do método de análise de conteúdo temática, emergindo seis categorias: categoria I: o caminhar da instituição para a acreditação; categoria II: as reações dos profissionais no enfrentamento da acreditação; categoria III: os resultados do processo de acreditação na instituição; categoria IV: a escolha e os custos do tipo de processo de acreditação; categoria V: a acreditação nas instituições de saúde da rede pública e categoria VI: o usuário e a acreditação. Concluiu-se que o caminhar para a acreditação no HEMORIO não foi uma tarefa fácil, vários fatores foram relevantes, alguns obstáculos existiram nesta trajetória, mas os benefícios foram bem expressivos, propiciando visibilidade institucional. Foi evidenciado tanto nos clientes internos quanto externos orgulho em trabalhar e se tratar no Instituto. Cabe ressaltar ser imprescindível aos gestores das demais instituições de saúde compreenderem que este processo os levará a fornecer uma assistência à saúde mais segura, com qualidade e livre de riscos aos usuários.  Palavras-chave: Acreditação. Qualidade da assistência à saúde, acesso e avaliação. Enfermagem. Gestão em saúde.

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ABSTRACT

Although literature points out several advantages to the health institutions that adhere to accreditation programs, it is noted that few institutions, mainly public of Rio de Janeiro State, were able to walk this path of continuous awareness, involvement, direction leadership, perseverance and a significant organizational culture change to achieve accreditation. In view of this assertive, was selected as object study the process of accreditation in a health public institution of Rio de Janeiro State. Traced the following objectives: characterize an accredited institution of public health in Rio de Janeiro State; describe the paths taken by this institution to be accredited and discuss the benefits obtained by this health institution accredited. It was an exploratory and descriptive research, qualitative method of case study, which was in HEMORIO scene. Used as a source of evidence documentation related to the institution management and semi-structured interviews with twelve health and administrative professionals who work at the institution and followed the accreditation process. Data collection occurred during the months of January and September of 2011. The obtained data were analyzed using thematic content analysis, emerging six categories: category I: the institution walk for accreditation; category II: the professionals reactions in dealing with accreditation; category III: the accreditation process results in the institution; category IV: the choice and the costs of the type of accreditation process; category V: the accreditation in health public institutions and category VI: the user and the accreditation. It was concluded that the move towards accreditation in HEMORIO was not an easy job, several factors were relevant, there were a few obstacles in this path, but the benefits were very expressive, providing institutional visibility. It was evidenced proud in both internal and external customers to work and to treat at the Institute. It is essential to emphasize to managers of other health institutions understand that this process will take to provide a safer health care, with quality and free of risk to users. Keywords: Accreditation. Health care quality, access, and evaluation. Nursing. Health management.

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RESUMEN

Aunque la literatura señala varias ventajas a las instituciones de salud que se adhieren a los programas de acreditación, se observa que algunas instituciones, principalmente públicas del Estado de Río de Janeiro, fueron capaces de caminar por este sendero de la conciencia continua, la participación, el liderazgo en dirección, la perseverancia y un cambio significativo cultura organizacional para lograr la acreditación. Teniendo en cuenta esta afirmación, fue seleccionado como objeto de estudio el proceso de acreditación en una institución de salud de la población del Estado de Río de Janeiro. Parcelas de los siguientes objetivos: caracterizar una institución acreditada de la salud pública en el Estado de Río de Janeiro, para describir los caminos tomados por esta institución a ser acreditada institucional y discutir los beneficios obtenidos por esta institución de salud acreditados. Un estudio exploratorio, descriptivo y cualitativo de casos método de estudio, que fue el HEMORIO escena. Se utilizó como fuente de documentación pruebas relacionadas con la gestión de la institución y entrevistas semi-estructuradas con doce profesionales de salud y administrativos que trabajan en la institución y acompañado el proceso de acreditación. La recolección de datos tuvo lugar entre los meses de enero a septiembre de 2011. Los datos fueron analizados utilizando el método de análisis de contenido temático, las nuevas seis categorías: categoría I: a pie de la institución para la acreditación; categoría II: las reacciones de los profesionales en el trato con la acreditación; categoría III: Los resultados del proceso de acreditación la institución; categoría IV: la elección del tipo y costo del proceso de acreditación; categoría V: la acreditación de las instituciones públicos de salud y categoría VI: el usuario y la acreditación. Se concluyó que el avance hacia la acreditación en HEMORIO no fue una tarea fácil, varios factores eran importantes, hubo algunos obstáculos en este camino, pero los beneficios son muy importantes, que proporciona una visibilidad institucional. Se ha demostrado en los clientes internos y externos están orgullosos de trabajar y es en el Instituto. Es fundamental hacer hincapié en que los gerentes de otras instituciones de salud entienden que este proceso se llevará a proporcionar una atención sanitaria más segura, de calidad y libre de riesgo para los usuarios. Palabras clave: Acreditación. Calidad de la Atención de Salud, acceso y evaluación. Enfermería. Gestión en salud.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1

Conceitos do termo qualidade 20

Quadro 2

Principais integrantes da escola da qualidade 22

Quadro 3

Categorização dos Sujeitos 39

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LISTA DE ABREVIATURAS

AABB Associação de Bancos de Sangue

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BVS Biblioteca Virtual de Saúde

CBA Consórcio Brasileiro de Acreditação

CBC Colégio Brasileiro de Cirurgiões

CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

CRA Conselho Regional de Administração

CTCel Centro de Pesquisa em Terapia Celular e Bioengenharia

DAH Diretoria de Administração e Recursos Humanos

DAS Diretoria de Assistência

DG Diretoria Geral

EUA Estados Unidos da América

GESPÚBLICA Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização

HEMORIO Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcante

HTO Hospital de Tráumato Ortopedia

IBQN Instituto Brasileiro de Qualidade Nuclear

INTO Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia

JCAHO Joint Commission on Acreditation of Health Care Organization

JCI Joint Commission International

OECI Organização Européia de Institutos de Câncer

OMS Organização Mundial de Saúde

ONA Organização Nacional de Acreditação

ONG Organização não governamental

OPAS Organização Pan-Americana de Saúde

PACQS Programa de Avaliação e Certificação de Qualidade em Saúde

PGQT Programa de Gestão pela Qualidade Total

POP Procedimento Operacional Padrão

PQGF Prêmio Qualidade do Governo Federal

PQSP Programa de Qualidade do Serviço Público

PROMA Programa de Osteoporose Masculina

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SESDEC Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil

SUS Sistema Único de saúde

UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 20 2.1 A Qualidade e a Avaliação em Saúde 20 2.2 Programas de Acreditação no Brasil 24 2.3 Estado da Arte sobre Acreditação

27

3 ABORDAGEM METODOLÓGICA 36 3.1 Técnica e Instrumento de Coleta de Dados 37 3.2 Cenário 38 3.3 Sujeitos do Estudo 38 3.4 A Coleta de Dados 41 3.5 Análise dos Dados 42 3.6 Aspectos Éticos da Pesquisa

44

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 45 4.1 Hemorio: sua história, filosofia e missão 45 4.2 O processo de acreditação e os atores sociais envolvidos 52 4.2.1 Categoria I: O caminhar para a acreditação 52 4.2.2 Categoria II: As reações dos profissionais no enfrentamento da acreditação

59

4.2.3 Categoria III: Os resultados do processo de acreditação 60 4.2.4 Categoria IV: A escolha e od custos do tipo de processo de acreditação

62

4.2.5 Categoria V: A acreditação e as instituições de saúde da rede pública

63

4.2.6 Categoria VI: O usuário e a acreditação

63

CONSIDERAÇÕES FINAIS

66

REFERÊNCIAS

70

APÊNDICE A - Roteiro de Entrevisa Semi-estruturada 75 APÊNDICE B - Roteiro Pesquisa Documental 76 APÊNDICE C - Termo de Consentimento 77 APÊNDICE D - Quadro síntese das unidades de registro 78 APÊNDICE E - Quadro demonstrativo das unidades de registro mais evidenciadas

111

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APÊNDICE F – Quadro de categorização dos temas

115

ANEXO A - Termo de aprovação do comitê de ética em pesquisa 134 ANEXO B - Autorização do Hemorio 135

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1 INTRODUÇÃO

Ao longo de dezessete anos de funcionalismo público no Estado do Rio de Janeiro em

uma instituição de saúde militar, onde atuo na gestão dos serviços de enfermagem há nove

anos, identifico a grande necessidade de percorrer o caminho da melhoria contínua da

qualidade evidenciada através da aderência voluntária de algumas instituições de saúde da

rede pública aos programas de acreditação hospitalar. A minha aproximação com esta

temática se deu ao cursar a Pós-graduação em Administração Hospitalar na Universidade do

Estado do Rio de Janeiro (UERJ) nos anos de 1997, quando realizei a aplicação do Manual de

Acreditação Hospitalar, utilizado à época pelo Ministério da Saúde, na Instituição de saúde

onde labuto. Desde então, interessei-me muito por esta ferramenta de trabalho que apontava

para uma série de adequações nas instituições de saúde e na Enfermagem para um

atendimento de qualidade. Ao acompanhar a evolução desta ferramenta e a minha busca para

propiciar uma gestão do cuidado nos serviços de saúde e Enfermagem com qualidade tanto

para os clientes internos e externos, emergiu o interesse de aprofundar-me neste estudo

vislumbrando sua possível inserção no meu cenário de trabalho, por entender que atualmente

a acreditação é uma questão de segurança em saúde.

A acreditação se define como

um processo no qual uma entidade, geralmente não governamental, separada e independente da instituição de saúde, avalia a instituição de saúde para determinar se ela obedece a uma série de padrões criados para aperfeiçoar a segurança e a qualidade do cuidado (CBA/JCI, 2010, p. 1).

Em se tratando de avaliação da qualidade dos serviços de saúde baseada em padrões,

Rooney e Van Ostenberg (1999) referem que existem três abordagens que atendem a

diferentes propósitos e designam perspectivas diferentes sobre o nível de qualidade, são elas o

licenciamento, a certificação e a acreditação.

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16 

Licenciamento é um processo pelo qual uma entidade governamental ou seu agente

designado dá permissão a um profissional individual ou instituição de saúde para operar ou se

engajar a uma ocupação ou profissão. As normas para o licenciamento são geralmente

estabelecidas de forma a garantir que uma instituição ou indivíduo atenda a padrões mínimos,

com a finalidade de proteger a saúde e a segurança pública. O licenciamento a instituições é

conferido após uma inspeção no local para determinar se um conjunto mínimo de padrões

voltados para a saúde e segurança foi atendido. O licenciamento de profissionais individuais é

normalmente conferido após algum tipo de exame ou comprovação de formação, e pode ser

renovado periodicamente pagando-se uma taxa e/ou comprovando-se algum tipo de educação

continuada ou competência profissional. A manutenção do licenciamento é uma exigência

legal e permanente para que a instituição de saúde continue a funcionar e a cuidar de

pacientes (ROONEY; VAN OSTENBERG, 1999).

Certificação é um processo pelo qual um órgão autorizado, seja uma organização

governamental ou não-governamental, avalia e reconhece ou um profissional individual ou

uma instituição como atendendo a requisitos ou critérios pré-determinados. Apesar de os

termos acreditação e certificação serem comumente usados como sinônimos, a acreditação

normalmente se aplica a instituições, enquanto a certificação se aplica a um profissional e a

instituições. Quando conferida a um profissional, a certificação normalmente implica em que

esse profissional recebeu instrução e treinamento adicionais, e demonstrou competência em

uma especialidade além dos requisitos mínimos para licenciamento. Quando aplicada a uma

instituição, ou setor de uma instituição, a certificação normalmente implica que a instituição

dispõe de serviços adicionais, tecnologia ou capacidade além daquelas encontradas em

instituições semelhantes (ROONEY; VAN OSTENBERG, 1999).

Acreditação é um processo formal pelo qual um órgão reconhecido, geralmente uma

organização não-governamental, avalia e reconhece se uma instituição de saúde está em

conformidade com padrões aplicáveis, pré-estabelecidos e publicados. Os padrões de

acreditação são normalmente baseados no melhor desempenho possível, e são elaborados para

estimular esforços para a melhoria contínua da qualidade nas instituições acreditadas. A

decisão de acreditar uma instituição de saúde específica é feita após uma avaliação no local

por uma equipe multidisciplinar de avaliadores. Esta decisão é reavaliada periodicamente a

cada dois ou três anos. É geralmente um processo voluntário que as organizações escolhem

participar, em vez do exigido por lei e regulamento (ROONEY; VAN OSTENBERG, 1999).

Feldman (2008) afirma que a certificação, termo utilizado pela autora como sinônimo

de acreditação, é uma forma de organização empresarial, cada “coisa” é colocada em seu

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17 

devido lugar, de maneira sistêmica, com responsabilidades e integração grupal. Essas

certificações ajudam as empresas a entenderem o que se passa internamente, como realmente

funcionam e, de certa forma, orientam como devem tratar seus processos, as suas não

conformidades, os seus eventos, os fatores potenciais de risco, os incidentes e danos; para

atuarem de forma preventiva e corretiva, utilizando planos de ação e análises críticas de tal

sorte e preparo que desvios não ocorram novamente.

Para Shaw (2003) a acreditação não é uma tecnologia única, mas um conjunto de

atividades que interagem para produzir processos documentados e mudanças organizacionais.

De acordo Rodrigues (2004) o uso dessa metodologia torna-se particularmente valiosa

se considerarmos a situação atual da gestão de serviços de saúde no Brasil com a inexistência

de uma cultura de qualidade voltada para a qualificação da estrutura organizacional e,

principalmente, para a satisfação dos usuários.

Face ao exposto, apesar de a literatura existente apontar diversas vantagens às

instituições que aderem aos programas de acreditação, observa-se que poucas instituições,

principalmente públicas do Estado do Rio de Janeiro, conseguiram percorrer esse caminho de

trabalho contínuo de sensibilização, envolvimento, liderança efetiva da direção, perseverança

e uma mudança cultural organizacional significativa para alcançarem a acreditação. Esta

assertiva cada vez mais me impulsiona na busca de instituições de saúde pública no Estado do

Rio de Janeiro que já tenham aderido a esta ferramenta, com o propósito de compreender a

trajetória percorrida para o alcance da acreditação, sua aplicabilidade ao serviço público e os

resultados institucionais deste processo.

Segundo refere Feldman (2008), a acreditação não é algo passageiro ou moda

contemporânea, é um trabalho pautado em evidências concretas, fruto de passos analisados e

escalados criteriosamente, na busca da excelência e melhoria contínua para qualidade e a

segurança de todos.

Na medida em que se sucedem mudanças nas ciências da saúde, nos acontecimentos

mundiais, nas formas educativas e nas condições sociais, afetadas pelas tendências políticas e

econômicas atuais, tem sido um desafio assegurar a qualidade nos serviços de saúde.

Tem sido imperioso aos gestores em saúde a busca pela qualidade dos serviços de

saúde e implementação de uma política institucional que a contemple (KLUCK et al., 2002).

As facilidades de acesso à informação são crescentes, os usuários dos serviços de saúde da

rede pública e privada vêm se tornando cada vez mais conscientes de seus direitos e

requerem, assim, um maior comprometimento dessas instituições (CQH, 2006).

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18 

Outros fatores desafiantes a qualidade nos serviços de saúde referem-se aos custos

crescentes para a manutenção dos serviços, os recursos financeiros limitados, reivindicação

tanto dos profissionais de saúde, que almejam condições dignas e éticas de exercerem seu

trabalho, quanto dos governos responsáveis pelo financiamento do sistema de saúde, e

também, a forte regulamentação no setor, incluindo o Código de Defesa do Consumidor, com

graves penalizações para os fornecedores de serviços com falhas na qualidade e/ou quantidade

(BRASIL, 1990).

Neste contexto, o alcance da qualidade pelos serviços de saúde passa a ser uma atitude

coletiva, tornado-se um diferencial técnico e social necessário para atender a demanda de uma

sociedade cada vez mais exigente, que envolve não só o usuário do sistema, como também os

gestores e profissionais de saúde (KLUCK et al, 2002).

Estudos recentes relatam que a gestão da qualidade oferece uma opção para a

reorientação gerencial das organizações, tendo como pontos básicos: o foco no cliente, o

trabalho em equipe permeando toda a organização, decisões baseadas em fatos e dados e a

busca constante da solução de problemas e diminuição dos erros. Preconizam também a

valorização do homem, através do reconhecimento da sua capacidade de resolver problemas

no local e no momento em que ocorrem, uma nova maneira de pensar, antes de agir e produzir

(LEITÃO; KURCGANT, 2004).

Esta dissertação adere-se a linha de pesquisa sobre cuidados coletivos em saúde nos

seus processos educativos e gestão e no Núcleo de Estudos e Pesquisas em Cidadania e

Gerência na Enfermagem (NECIGEN) da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da

Universidade Federal Fluminense, por entender que a atuação no campo do cuidado em saúde

é uma prática que precisa ser construída coletivamente com o envolvimento dos usuários dos

serviços de saúde (clientes externos), dos gestores e dos profissionais de saúde (clientes

internos). Através da relação direta do capital intelectual dos serviços de saúde com o cliente

que satisfazem suas necessidades, atendem seus desejos e que, por conseqüência sem eles

deixariam de existir (FELDMAN, 2008).

O objeto de estudo desta dissertação é o processo de acreditação em uma instituição de

saúde da rede pública do Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa foi norteada pelos seguintes

questionamentos:

1. Quais os caminhos percorridos por uma instituição de saúde da rede pública do Estado

do Rio de Janeiro para ser acreditada?

2. Quais os benefícios institucionais obtidos pela instituição de saúde pesquisada ao ser

acreditada?

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19 

Traçados os seguintes objetivos:

1. Caracterizar uma instituição de saúde acreditada da rede pública do Estado do Rio de

Janeiro;

2. Descrever os caminhos percorridos por esta instituição para ser acreditada;

3. Discutir os benefícios institucionais obtidos por esta instituição de saúde acreditada.

Dessa maneira, a oportunidade de se desenvolver essa pesquisa parece ao mesmo

tempo importante, necessário, oportuno e pertinente. Haja vista contribuir significativamente

para uma reflexão acerca da temática qualidade dos serviços de saúde em instituições

públicas e também privadas. Aproximar esta ferramenta da qualidade ao conhecimento

acadêmico e profissional, corroborando com estudos anteriores no que tange a revelar

evidências acerca do seu processo de implementação e resultados. Oportunizar a elaboração

de mais estudos que vislumbrem esta temática, ressaltando a necessidade de se instituir em

nossos serviços de saúde uma assistência livre de riscos aos profissionais e aos usuários, face

aos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) (2011) revelar um número crescente e

alarmante de inconformidades e insegurança na assistência à saúde. Despertar e sensibilizar

os gestores e profissionais de saúde da instituição de saúde que faço parte a aderirem à

implementação desta ferramenta da qualidade, assim como os gestores e profissionais de

saúde das demais instituições de saúde da rede pública do Estado do Rio de Janeiro não

acreditadas. Partindo do pressuposto que sendo possível para uma instituição de saúde da

rede pública, poderá ser possível para todas, inclusive as militares. Parafraseando um escritor

alemão do século XVIII Johann Wolfgang Von Goethe, necessitamos começar a fazer do

sonho em ter e propiciar uma assistência à saúde digna à sociedade uma realidade,

encorajando-nos a viabilizar a implementação de novas tecnologias, novas ferramentas da

qualidade que atendam ao mister deste importante cuidado, pois nisto existe algo de

genialidade, de poder e de magia.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo é apresentado o embasamento teórico do estudo no que se refere à

qualidade e avaliação em saúde, os programas de acreditação no Brasil, e o estado da arte

sobre acreditação.

2.1 A Qualidade e a Avaliação em Saúde

Há muitos conceitos para o termo qualidade. Maximiano (2009) em seus escritos

resume alguns destes conceitos conforme o quadro 1.

Quadro 1 – Conceitos do termo qualidade QUALIDADE

CONCEITOS

Excelência • O melhor que se pode fazer. O padrão mais elevado de desempenho em qualquer campo de atuação.

Valor • Qualidade como luxo. Maior número de atributos. Utilização de materiais ou serviços raros, que custam mais caro.

• Valor é relativo e dependente da percepção do cliente, seu poder aquisitivo e sua disposição para gastar.

Especificações • Qualidade planejada. Projeto do produto ou serviço. Definição de como produto ou serviço deve ser.

Conformidade • Grau de identidade entre produto ou serviço e suas especificações.

Regularidade • Uniformidade. Produtos ou serviços idênticos.

Adequação ao uso • Qualidade de projeto e ausência de deficiências.

Fonte: MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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21  

Estes conceitos sobre qualidade relatados anteriormente permeiam todo enfoque sobre

esta temática, sendo, contudo, oportuno destacar a importância contemporânea do fator

humano na interface destes conceitos, pois segundo Tronchin et al (2011) faz-se necessário

valorizar as pessoas neste processo.

De acordo com Mota (2007), na área de saúde, a qualidade é definida como um

conjunto de atributos que inclui um nível de excelência profissional, o uso eficiente de

recursos, um mínimo de risco ao usuário, um alto grau de satisfação por parte dos clientes,

considerando-se essencialmente os valores sociais existentes.

Feldman (2008) afirma que os aspectos relacionados com a qualidade da prestação de

serviços de saúde despertam cada vez mais interesses, não apenas entre os profissionais de

saúde, mas também entre os gestores e responsáveis pela política sanitária, estendendo-se

entre os usuários do sistema e a população em geral.

As novas tendências em gestão reforçam a idéia da qualidade como instrumento-chave

na busca da sobrevivência em um mercado competitivo. O princípio básico da filosofia da

gestão da qualidade deve estar orientado para a satisfação do usuário, na busca de motivação,

no envolvimento dos profissionais e de todos os colaboradores e, na integração e inter-relação

nos processos de trabalho. Um enfoque dinâmico, contínuo e participativo, onde deve estar

implícita a responsabilidade pessoal de todos os membros da organização no desenvolvimento

de novas formas de informação e comunicação, orientado para a implementação da

efetividade, eficiência e lucro nos processos que aportam valor agregado e oculto à

organização e aos usuários (FELDMAN, 2008).

Para Leitão e Kurcgant (2004), com a proposta do modelo gerencial da qualidade, o

conceito de qualidade foi ampliado, na perspectiva que esse tipo de trabalho pudesse ser

estendido ao âmbito institucional, envolvendo todos os funcionários, na produção de serviços

com qualidade.

Estudos apontam que o movimento da qualidade foi iniciado no campo industrial pós

II Guerra Mundial. Ao término desta guerra, no século XX, surgiu nos anos de 1950, a

qualidade como proposta administrativo/gerencial, objetivando revitalizar empresas da área

de produtos nos países envolvidos no conflito, preconizando o aumento da produtividade,

com menor custo, em menor tempo, maior lucratividade e satisfação do cliente (LEITÃO,

KURCGANT, 2004). Os engenheiros e industriais à época entendiam a qualidade como

sinônimo de uniformidade ou padronização e ao buscar soluções para esta problemática de se

obter uniformidade na produção em massa, nasceu o controle estatístico da qualidade,

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22  

propiciando estudos por diversos autores desde a administração da qualidade até a qualidade

total (MAXIMIANO, 2009).

O quadro 2 apresenta os principais autores que participaram do movimento da

qualidade e suas principais idéias e contribuições.

Quadro 2 – Principais integrantes da escola da qualidade AUTORES

PRINCIPAIS IDÉIAS E

CONTRIBUIÇÕES Shewhart, Dodge e Roming • Cartas de controle.

• Controle estatístico da qualidade e controle estatístico de processo.

• Técnicas de amostragem. • Ciclo PDCA.

Feigenbaum • Departamento de controle da qualidade.

• Sistema da qualidade e garantia da qualidade.

• Ênfase no fazer certo da primeira vez. • Qualidade total.

Deming • 14 pontos.

• Corrente de clientes. • Qualidade desde os fornecedores até o

cliente final.

Juran • Trilogia da qualidade (planejamento, controle, aprimoramento).

Ishikawa • Qualidade total. • Círculos da qualidade.

Fonte: MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Os autores acima referenciados contribuíram sobremaneira para a construção de

ferramentas da qualidade que são empregadas até hoje no mundo ocidental e oriental, muitas

delas também sendo empregadas no setor saúde.

No setor saúde, a qualidade chegou timidamente, avançando em pouco tempo nas

áreas tecnológicas, equipamentos e diagnósticos (FELDMAN, 2004).

Dentro desta perspectiva, a trajetória da qualidade foi marcada por etapas temporais,

determinadas por acontecimentos político-econômico-sociais e culturais de cada época,

mundialmente (LEITÃO, KURCGANT, 2004).

D'Innocenzo et al (2006) e Feldman (2004) referem que os serviços de saúde

iniciaram o engajamento no movimento pela qualidade, iniciado no setor de produção,

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23  

adaptando os conceitos de qualidade utilizados na indústria. Abordam que Avedis

Donabedian1 foi pioneiro no setor saúde, sendo o primeiro autor a se dedicar de maneira

sistemática a estudar e publicar sobre qualidade em saúde e se aproximar de uma proposta de

avaliação da qualidade dos serviços de saúde. Absorveu da teoria de sistemas a noção de

indicadores de estrutura, processo e resultado, adaptando-os ao atendimento hospitalar.

Os estudos de Avedis Donabedian baseiam-se na sistematização do conhecimento

sobre as várias organizações de cuidado à saúde, especialmente no que se refere à avaliação

de qualidade e à monitorização dos serviços, bem como à análise de necessidades e

resolutividade de serviços de saúde e programas assistenciais; afirma que qualidade do

cuidado na saúde é decorrente de três fatores: estrutura, processo e resultado e é definida por

sete atributos, os sete pilares da qualidade: eficácia, o melhor que se pode fazer nas condições

mais favoráveis; efetividade, grau em que o cuidado avaliado alcança no nível de melhoria da

saúde de acordo com a eficácia; eficiência, medida do custo para o alcance de uma melhoria

na saúde; otimização, relação custo-benefício na assistência à saúde; aceitabilidade, adaptação

do cuidado aos desejos, expectativas e valores dos usuários; legitimidade, aceitabilidade pela

sociedade do cuidado; e, equidade, princípio que determina o justo e razoável na distribuição

do cuidado e seus benefícios entre a sociedade (FELDMAN, 2004; D'INNOCENZO, 2006;

FRENK, 2000; TRONCHIN, 2011).

Para a Joint Commission on Acreditation of Healthcare Organizations (JCAHO,

1992), indicador é como uma unidade de medida de uma atividade, com a qual se está

relacionado, ou ainda, uma medida quantitativa que pode ser empregada como um guia para

monitorar e avaliar a assistência e as atividades de um serviço.

Entendendo que um dos conceitos relacionados à qualidade é o de avaliação, faz-se

oportuno destacar a importância do desenvolvimento mundial da qualidade em saúde, no que

se refere aos processos de avaliação.

Estudos demonstram que a adoção da acreditação, um método de avaliação sistêmica,

induz a um ciclo de melhoria da qualidade dos serviços de saúde, humanizando a assistência e

atenção prestadas à população (RODRIGUES, 2004).

D'Innocenzo (2006) refere que para Donabedian a avaliação dos resultados obtidos

pela assistência prestada ganha relevância, objetivando intervir nos vários componentes dos

                                                            1 Avedis Donabedian, pediatra armênio radicado nos Estados Unidos, administrador hospitalar, professor de Medicina Preventiva de New York Medical College e Professor da Universidade de Michigan – EUA nasceu em sete de Janeiro de 1919 em Beirute, no Líbano, obteve título de Mestre em Saúde Pública na Haward School of Public Health em 1955.

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24  

sistemas e subsistemas organizacionais, para operar mudanças e melhorar a qualidade dos

serviços. Todos os aspectos relacionados com a qualidade são relevantes, sendo prioritária a

avaliação dos métodos que a garantem, sendo conhecida, aceita e julgada necessária na vida

profissional.

Na perspectiva de Reis et al (1990) com os crescentes custos da atenção médica e o

aumento da complexidade da atenção (uso indiscriminado de tecnologia e procedimentos

médicos cada vez mais sofisticados), acontece um impulso objetivo para a expansão de

trabalhos e pesquisas de avaliação da qualidade e dos custos da atenção médica.

Nos Estados Unidos desde início do século XX envidaram-se esforços para a melhora,

dos hospitais e faculdades de medicina. Em 1951 foi criado a Comissão Conjunta de

Acreditação de Hospitais, que em 1988 passou a denominar-se JCAHO com a finalidade de

monitorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos à população por meio da acreditação

(D'INNOCENZO, 2006).

A acreditação propicia um compromisso de melhorar a segurança e a qualidade do

cuidado ao paciente, garantir um ambiente seguro e trabalhar para reduzir os riscos ao

paciente e os profissionais. Uma ferramenta eficaz de avaliação e de gestão da qualidade

(CBA/JCI, 2010). De acordo com Alves (2009), por estar fundamentada em princípios éticos

e utilizar ferramentas metodológicas eficazes no campo da avaliação, confere alta

credibilidade ao processo.

2.2 Programas de Acreditação no Brasil

Couto e Pedrosa (2007) referem que no Brasil, a intensificação dos movimentos para a

implantação de sistemas de qualidade na saúde se deu a partir da década de 1990, quando foi

firmado convênio entre a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e a Federação Latino-

Americana de Hospitais para produção de um manual de padrões para acreditação na América

Latina, sendo então elaborado o Programa Brasileiro de Acreditação Hospitalar,

fundamentado no manual de acreditação da OPAS.

Em novembro de 1998, o Programa Brasileiro de Acreditação e o instrumento

nacional desenvolvido e conduzido por Humberto Moraes foi oficialmente lançado no

Congresso Internacional de Qualidade na Assistência a Saúde em Budapeste (FELDMAN;

GATTO; CUNHA, 2005).

No período de 1998 e 1999, o Ministério da Saúde realizou o projeto de divulgação da

“Acreditação no Brasil” com um ciclo de palestras em nível nacional, envolvendo 30

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25  

localidades, atingindo todas as regiões do país. O objetivo das palestras foi apresentar o

projeto desenvolvido pelo Ministério, para sensibilizar e melhorar a compreensão sobre o

Sistema Brasileiro de Acreditação e sua forma de operacionalização que culminou com a

criação da entidade Organização Nacional de Acreditação (ONA). Este momento foi

delineado pelo plantio da semente do “Processo de Acreditação” no Brasil (FELDMAN;

GATTO; CUNHA, 2005).

Em 2001, o Ministério da Saúde, considerando que o Programa Nacional de

Acreditação Hospitalar constituiu-se em um método de consenso, racionalização e ordenação

das instituições hospitalares e, sobretudo, de educação permanente dos seus profissionais, foi

aceito nacionalmente, sendo reconhecido pela ONA por meio da Portaria GM/MS n.

538/2001.

A ONA é uma organização não governamental, localizada em Brasília, Distrito

Federal, sendo uma entidade jurídica de direito privado sem fins econômicos, de direito

coletivo, com abrangência de atuação nacional que objetiva promover a implantação de um

processo permanente de avaliação e de certificação da qualidade dos serviços de saúde,

permitindo o aprimoramento contínuo da atenção, de forma a melhorar a qualidade da

assistência, em todas as organizações prestadoras de serviços de saúde do País. Possui

atualmente 8 instituições acreditadoras que são por ela credenciadas para proceder à avaliação

e certificação da qualidade dos serviços, dentro do processo de acreditação, a saber: Brasil

Sistemas de Gestão (BSI); Sistema Nacional de Acreditação Ltda (DICQ); Det Norske Veritas

(DNV); Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV); Germanischer Lloyd Certification

South América (GLCSA); Instituto de Acreditação Hospitalar e Certificação em Saúde

(IAHCS); Instituto Paranaense de Acreditação em Serviços de Saúde (IPASS) e, Instituto

Qualisa de Gestão (IQG). Estas instituições acreditadoras avaliam as organizações de saúde

que manifestarem este interesse com base nas normas do Sistema Brasileiro de Acreditação e

no Manual Brasileiro de Acreditação ONA específico. Esta avaliação para acreditação pode

resultar em não acreditado, acreditado, acreditado pleno e acreditado com excelência de

acordo com a conformidade aos padrões estabelecidos (ONA, 2011).

Paralelamente a este movimento, o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) iniciou

esse processo de acreditação com uma Comissão Especial Permanente de Qualificação de

Hospitais. Foram realizados vários seminários com a presença de especialistas internacionais

e criado o Programa de Avaliação e Certificação de Qualidade em Saúde (PACQS), com a

finalidade de se criar um instrumento voltado para acreditação hospitalar e qualidade (CBA,

2011).

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O Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), entidade privada, sem fins lucrativos,

surgiu a partir de um evento promovido pela Cesgranrio no CBC, em julho de 1997, em

conjunto com as instituições participantes do PACQS, com representantes da JCAHO, a mais

importante e antiga organização acreditadora do mundo, e convidados internacionais,

objetivando discutir e propor metodologias de avaliação de hospitais com base na experiência

de acreditação (CBA, 2011).

Em 1999 foi criada a Joint Commission International (JCI), uma subsidiária da

internacional JCAHO, maior agência acreditadora dos EUA. A JCI tem como missão

melhorar a qualidade da assistência à saúde na comunidade internacional, fornecendo serviços

de acreditação (CBA, 2011).

No Brasil, a JCI atua com a CBA desde 2000, por um contrato de exclusividade de

oferta de serviços. Com essa parceria, as certificações de acreditação internacional das

instituições de saúde são dadas por um certificado, um selo JCI/CBA, que valida à instituição

internacionalmente. O CBA utiliza no seu processo de avaliação a tradução fiel dos manuais

internacionais elaborados a partir de um Comitê Internacional de Padrões formado por

representantes de países dos 5 continentes, visando à manutenção da aplicabilidade e

atualidade do conteúdo e conjunto de padrões definidos em cada manual. Esses manuais são

revisados e editados a cada 3 ou 4 anos (CBA, 2011).

Atualmente (2011) no Brasil existem 167 hospitais acreditados, dos quais 17 estão

localizados no Estado do Rio de Janeiro. Do total de hospitais acreditados, 152 são

acreditados pela ONA e 14 pelo JCI/CBA.

Dos hospitais acreditados no Estado do Rio de Janeiro apenas 04 são hospitais da rede

pública no Estado do Rio de Janeiro, que foram acreditados pela JCI/CBA, a saber: Instituto

Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcante (HEMORIO); Hospital do Câncer I-

Instituto Nacional do Câncer; Hospital do Câncer II- Instituto Nacional do Câncer e Unidade

Hospitalar I do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) (ONA, 2011; CBA,

2011).

Em consulta ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) identificou-

se que consta no Brasil o registro de 5.333 Hospitais Gerais e 1.202 Hospitais Especializados,

perfazendo um total de 6.535 hospitais. No Estado do Rio de Janeiro, 353 Hospitais Gerais e

230 Hospitais Especializados, perfazendo um total de 583 hospitais (CNESNET, 2011).

Correlacionando o quantitativo de hospitais registrados no CNES e o quantitativo de

hospitais acreditados no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro, constatamos que apenas 3,13%

são acreditados no Brasil e, 2,9% no Estado do Rio de Janeiro.

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27  

2.3 Estado da Arte sobre Acreditação

Para subsidiar o presente estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica2 através da

Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) nas bases de dados eletrônicas: LILACS, BDENF, IBECS

e MEDLINE, tendo como objetivo verificar a atualidade sobre a temática acreditação e/ou

avaliação dos serviços de saúde nos últimos cinco anos (2005-2010).

Os resultados encontrados nos estudos desta pesquisa foram agrupados em três

categorias temáticas:

2.3.1 - Critérios de resultado e processo de avaliação

2.3.2 - Benefícios para a assistência

2.3.3 - Mudança cultural.

2.3.1 Critérios de Resultado e Processo de Avaliação

Nesta categoria estão estudos que abordam critérios de resultado e processo de

avaliação na acreditação hospitalar.

O estudo desenvolvido por Shaw et al (2010) descreveu o desenvolvimento das

organizações nacionais de acreditação em relação aos incentivos, financiamento e posição no

mercado em 2009, visando identificar as tendências utilizando dados de pesquisas anteriores.

Detectou que os principais desafios para uma acreditação sustentável parecem estar no

tamanho do mercado, na coerência do apoio da política, no financiamento de programas e

incentivos financeiros para a participação.

O estudo de Chung-I, Cathy e Yang (2009) estabeleceu padrões de ensino de

acreditação hospitalar com a esperança de que os hospitais de ensino de Taiwan pudessem

superar as expectativas da sociedade de Taiwan e garantir a qualidade do ensino. Foram

estabelecidas seis categorias e 95 normas para o novo ensino de acreditação hospitalar que

tem se mostrado viáveis e os desafios colocados no estudo piloto, razoáveis. Apontam para a

expectativa de que as novas normas irão reforçar o ensino e a pesquisa, e melhorar a

qualidade dos serviços hospitalares, ao mesmo tempo.

                                                            2 Foram utilizados na pesquisa bibliográfica os descritores: Acreditação; Qualidade da assistência à saúde, acesso e avaliação. Sendo selecionados 18(dezoito) artigos na íntegra online e uma dissertação de mestrado que subsidiaram o estudo.  

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Os manuais de avaliação e acreditação dos estabelecimentos de saúde elaborados pela

Bolívia, Ministério da Saúde e do Desporto (2008) para os níveis primário, secundário e

terciário de atenção à saúde são documentos técnicos normativos que objetivam estabelecer

um sistema de avaliação e acreditação que contribua para a melhoria contínua e sustentável da

qualidade de atenção dos estabelecimentos do Sistema Nacional de Saúde da Bolívia.

A dissertação de Fortes (2007) analisou as relações da acreditação dentro de sistemas

de saúde e verificou a posição da OMS em relação ao tema acreditação. Evidenciou que a

partir da análise documental ficaram claras as dimensões da acreditação como produto de

mercado e mecanismo que propicia a visibilidade das inovações promovidas nos sistemas de

saúde em prol do compromisso com a qualidade. Desvendou-se duas lógicas de adesão à

acreditação, os imperativos de mercado e as formas de condicionalidade ou obrigatoriedade

postas pelo governo ou por um de seus órgãos reguladores, através de suas políticas. Percebe-

se que o cálculo que permitiria antecipar a relação da acreditação com os sistemas de saúde

não aparece desenvolvido plenamente, na reflexão da OMS. Da análise comparativa dos

sistemas de saúde francês, inglês e espanhol tendo a acreditação como base, verifica-se que

não há uma só acreditação. Na França, por exemplo, o caráter voluntário, inerente à natureza

da acreditação, não é encontrado. Neste país, a acreditação é obrigatória.

Os estudos de Feldman e Cunha (2006) e de Cunha e Feldman (2005) identificaram os

critérios de avaliação de resultado e de processo aplicados ao serviço de enfermagem

adotados nos programas de acreditação e classificou-os nas atribuições: administrativa,

assistencial, ensino/pesquisa. Os autores verificaram que o serviço de enfermagem é avaliado

com destaque nas atribuições administrativas, indicando que os critérios relativos às

atribuições assistenciais e ensino/ pesquisa ainda necessitam ser reavaliados nos aspectos

quantitativos e qualitativos para obter uma mensuração mais precisa da prestação do cuidado.

Na etapa de seleção dos critérios de avaliação do serviço de enfermagem, encontraram

dificuldade uma vez que a literatura não dispunha de instrumentos desta classificação.

Basearam na própria experiência de avaliação da pesquisadora, bem como nas reflexões e

aconselhamentos da orientadora, para definir a posição dos critérios nas atribuições, da forma

mais adequada. Sabe-se que os critérios de avaliação em geral têm um movimento próprio,

portanto deve ser flexível e capaz de se adequar às necessidades locais e regionais em cada

estabelecimento de saúde, conseqüentemente pontuais o suficiente para responder aos padrões

pré-estabelecidos. Reflexões, sugestões e críticas fazem-se necessário constantemente para

atender as propostas avaliatórias.

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O estudo de Moreno Júnior e Zucchi (2005) identificou os métodos de avaliação da

qualidade utilizados em 12 estabelecimentos hospitalares públicos e privados do município de

São Paulo. Apontou a existência de programas de melhoria da qualidade, relacionando os

fatores citados aos problemas para a sua implantação nesses mesmos hospitais. Evidenciou a

preferência pelo uso da acreditação hospitalar como metodologia estruturada de avaliação e a

cultura organizacional como o principal problema relacionado à implantação da qualidade.

Concluiu que a qualidade no setor de saúde tem apresentado uma expansão crescente de ações

que visam à garantia e à melhoria contínua e que alimentam, principalmente, as exigências da

competitividade de mercado e dos usuários dos serviços. É, portanto, primordial a

implementação de programas permanentes de qualidade e a adequada gestão dos recursos do

sistema para a melhoria dos resultados das organizações de saúde.

Discutindo esta categoria destaca-se que a implementação da acreditação enquanto

ferramenta para avaliação da gestão da qualidade aponta para a melhora da qualidade dos

serviços hospitalares prestados, propicia visibilidade das inovações promovidas nos sistemas

de saúde em prol do compromisso com a qualidade. Os estudos evidenciaram a preferência

pelo uso da acreditação hospitalar como metodologia estruturada de avaliação. No que se

refere ao Serviço de Enfermagem neste processo, os estudos mostraram que o serviço é

avaliado com destaque nas atribuições administrativas, mas precisa ser aprimorado nos

critérios relativos às atribuições assistenciais e ensino/pesquisa, necessitando de ajustes,

reflexão e acréscimo de critérios para uma avaliação mais precisa da prestação do cuidado.

2.3.2 Benefícios para a Assistência

Nesta categoria estão inseridos estudos que abordam os critérios de benefícios para a

assistência.

Um estudo realizado por Auras e Geraedts (2010) descreveu o método, conteúdo e

alcance, bem como diferenças, semelhanças e características únicas na integração de dados da

experiência do paciente na prática internacional dos programas de acreditação. Detectou que a

coleta de dados sobre a experiência do paciente é de grande importância para uma avaliação

global da qualidade dos cuidados médicos. Um programa de credenciamento, que inclui um

inquérito estruturado para o paciente pode ser considerado como um alto padrão internacional.

Até agora, existem resultados de pesquisas suficientes sobre como e em que medida os dados

da experiência do paciente devem ser incluído na decisão de acreditação.

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O estudo de Greenfield et al (2009) testou se os processos de levantamento da

acreditação de cuidados de saúde são confiáveis. Identificou 6 fatores interrelacionados que

formam a confiabilidade - a influência que eles exercem simultaneamente promove e desafia a

consistência da pesquisa. Detectou que mais pesquisas são necessárias para compreender os

meandros de interrelações entre estes fatores, quantificar em resultados mensuráveis os

avaliadores e a confiabilidade nos aspectos das regras da equipe de pesquisa. Através de uma

análise desses fatores, argumentou que a confiabilidade é construída no processo de

acreditação. Não surpreendentemente, o esforço da criação do julgamento da confiabilidade

das condições de acreditação é desafiador e complexo.

O estudo de Tehewy et al (2009) objetivou determinar o efeito da acreditação nas

unidades de saúde das Organizações não-governamentais (ONGs) no que se refere a

satisfação do paciente e a satisfação do prestador, e da produção da acreditação no

cumprimento de algumas normas de acreditação. Detectou que os pacientes atendidos nas

entidades acreditadas ONGs expressaram escores de satisfação significativamente maior do

que os que vão às unidades não-credenciadas. Esse padrão foi observado em todas as áreas do

serviço de saúde. Não mostrou nenhuma diferença significativa no grau médio de satisfação

entre a intervenção e grupos controle em relação ao ambiente social, administrativo e o

modelo de saúde da família. Globalmente, o grupo de provedores acreditados não mostrou um

grau de satisfação significativamente maior comparado com as unidades de saúde não-

acreditadas. Assim a acreditação, durante os primeiros meses da sua aplicação pode melhorar

a satisfação dos prestadores de serviços não através do ambiente social ou administrativo, mas

talvez por que adapte o sistema de saúde ou através dos aspectos não identificados na

pesquisa. Mostrou que elementos de estrutura representaram maior percentual em unidades

credenciadas significando que são melhores alcançados e sustentados em comparação com

medidas de tratamento do paciente. A principal diferença entre unidades acreditadas e não

acreditadas foi a manutenção dos registros e, assim, a acreditação pode ser o principal fator

subjacente ao melhor desempenho de unidades credenciadas no acompanhamento de

pacientes crônicos. Detectou que as unidades de saúde acreditadas continuam a cumprir as

normas de acreditação no primeiro ano após a obtenção da acreditação. Teve uma limitação

de intervenção pré-medidas indisponível (pré-acreditação) e recomenda-se que futuras

pesquisas com controle pré-concepção e pós-concepção sejam realizadas para avaliar o efeito

da acreditação nos serviços de saúde.

A carta ao editor de Aretxabala (2008) mostrou o quanto a alteração da Lei no Sistema

Nacional de Saúde do Chile afetará diretamente a atuação médica e despertar a comunidade

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médica do Chile a se inteirar da norma de acreditação e se envolver com este tema, por ser

algo que os atinge diretamente. Fazer desta Lei uma oportunidade e um desafio para a

melhoria da atenção aos pacientes.

O estudo de Saghatchian et al (2008) abordou aspectos relevantes do projeto de

Acreditação da Organização Européia de Institutos de Câncer (OECI) que tem como

objetivos: desenvolver um sistema de acreditação global de cuidados em oncologia, levando

em conta a prevenção, assistência, pesquisa, educação e networking; definir um banco de

dados atualizado dos centros de câncer na Europa, com informações completas sobre os seus

recursos e atividades (na assistência, pesquisa, educação e gestão) e, desenvolver uma

ferramenta global de rotulagem específica para centros detalhados do cancro na Europa, que

designa os vários tipos de estruturas de câncer, e os centros detalhados do cancro de

referência e excelência. O estudo destaca que entre os benefícios potenciais do projeto, os

mais imediatos são: melhor atendimento às pessoas; reforçar a confiança da comunidade na

qualidade dos cuidados continuados no hospital; saúde e educação profissional; estimulação

dos esforços de melhoria da qualidade, se as recomendações de acreditação são aplicadas após

o processo de acreditação; avaliação objetiva da qualidade dos cuidados do hospital; potencial

para melhorar a cobertura do seguro de responsabilidade; avaliação comparativa das

estruturas de cuidados; fornecimento de uma visão mais global e coerente com uma base de

evidência clara; informação ao público com uma maior harmonização e equidade para os

pacientes. Concluiu que a avaliação de estruturas de câncer pode servir de base para a

avaliação e acreditação de diferentes especialidades relacionadas com o tratamento do câncer,

como cirurgia, radioterapia, técnicas de imagem, estruturas de reabilitação, a medição de

resultados, e os registros de saúde. O projeto de acreditação OECI poderia ser a fundação de

uma nova aliança entre os centros de câncer e seus parceiros no progresso contínuo e busca

pela excelência da investigação e tratamento em oncologia.

O estudo de El-Jardali et al (2008) avaliou o potencial impacto da acreditação na

qualidade do cuidado através da lente de profissionais de saúde, especificamente enfermeiros.

Investigou também a percepção dos fatores contribuintes que podem explicar as mudanças na

qualidade do atendimento. Esta avaliação levou em consideração o tamanho dos hospitais,

uma vez que podem ter impacto na implementação da melhoria da qualidade. As enfermeiras

perceberam uma melhoria dos resultados de qualidade nos hospitais como um resultado da

acreditação. Perceberam que o trabalho em equipe e a melhora da produtividade nos hospitais

como um resultado da acreditação. Recompensas e reconhecimento tiveram o menor escore

de concordância. O modelo indicou que os preditores de melhor qualidade nos resultados

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32  

foram liderança, compromisso, suporte, uso de dados e gestão da qualidade, envolvimento

pessoal e o tamanho do hospital. Para os hospitais de grande e de pequeno porte, o impacto da

escala de medida de gestão da qualidade não mostrou significado estatístico. A participação

dos funcionários na Acreditação teve maior impacto em hospitais de pequeno porte. Para

hospitais de grande e de médio porte de pessoal, o envolvimento não apresentou significância,

com resultados de qualidade. Essa observação pode indicar que o pessoal do hospital de

pequeno porte era mais envolvido na acreditação, e tal participação ajudou os hospitais a

melhorar os seus resultados de qualidade. A evidência mostra que as organizações de menor

dimensão têm frequentemente uma cultura mais homogênea e sua equipe provavelmente

compartilha os mesmos valores. Hospitais de grande porte tendem a ser mais hierárquica e

burocraticamente organizados, o que dificulta a concretização do trabalho de qualidade.

Concluiu que a acreditação hospitalar, segundo as enfermeiras do Líbano, é uma boa

ferramenta para melhorar a qualidade do atendimento. Para fazer da acreditação um

instrumento eficaz de regulamentação, há uma necessidade de avaliar a qualidade com base

em indicadores de resultados do paciente. Isso pode ser feito através do reforço do programa

de acreditação em curso ser mais orientado para resultados. Os resultados do estudo também

irão fornecer lições valiosas para outros países da região que estão se preparando ou em

execução da acreditação.

O estudo de Matos et al (2006) descreveu ações do enfermeiro no processo de

acreditação hospitalar. Identificaram-se 1889 referências, das quais 15 estavam diretamente

relacionadas ao papel do enfermeiro na acreditação. Com relação à acreditação, observou que

a maioria das referências encontradas relacionava-se a setores específicos do hospital, como,

Centro Cirúrgico, Laboratório de Patologia, Centro de Tratamento Intensivo, Farmácia, etc.

apenas uma minoria tratava da acreditação do hospital como um todo. Concluiu que a

liderança, a comunicação, a habilidade técnico-científica, a organização do trabalho e os

programas de educação continuada são estratégias que possibilitam ao enfermeiro

implementar as mudanças requeridas às novas situações e ao trabalho interdisciplinar. Dessa

forma esse profissional vem proporcionando melhoria na qualidade da assistência e

contribuindo efetivamente para o alcance dos objetivos institucionais, o êxito do processo de

acreditação.

O estudo de Lima e Erdmann (2006) objetivou construir ações de enfermagem para

reestruturar o Pronto Socorro de um hospital universitário de acordo com os padrões da

Acreditação Hospitalar em urgência e emergência segundo o Ministério da Saúde. Foi

possível verificar que o cuidado de enfermagem é realizado pela ação/negociação/deliberação

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33  

de seus profissionais frente às necessidades levantadas. Deste modo, os itens do nível 1 da

Acreditação Hospitalar foram todos revistos um a um, sendo então os elencados pelo grupo

renegociados, deliberados e outros implementados, se não no momento, mas com cronograma

pré-fixado. Os itens destacados para reestruturação foram quatro: Equipe treinada para

atendimento em urgência e emergência, registro das ações assistenciais aos pacientes em

observação, equipamentos, medicamentos e materiais compatíveis com a estrutura do serviço

e acompanhantes ou responsáveis informados sobre o estado geral do paciente assistido. O

estudo possibilitou reflexões em busca da qualidade no cuidado de enfermagem,

instrumentalizando a equipe na busca da Acreditação Hospitalar, com vistas à melhoria da

qualidade da assistência. Acreditamos que os enfermeiros podem desenvolver programas

inovadores nas organizações, centrados em novas concepções de estrutura e propriedades dos

seus serviços. Estes com vistas a melhores práticas em saúde e melhor qualidade do cuidado,

principalmente, em hospitais universitários, espaço de formação dos futuros profissionais que

irão atuar na sociedade.

Discutindo esta categoria destaca-se que a confiabilidade na acreditação é construída

no decorrer do processo de implementação e validação, o julgamento da confiabilidade é

desafiador e complexo, sendo necessárias mais pesquisas para a compreensão dos fatores

interrelacionados que formam a confiabilidade. Os estudos apontaram que os pacientes

atendidos nas instituições acreditadas expressaram escores de satisfação significantemente

maior do que os que vão a instituições não-acreditadas, porém recomenda-se a realização de

futuras pesquisas com controle pré-concepção e pós-concepção da acreditação, para avaliar o

seu efeito nos serviços de saúde. Detectou-se benefícios potenciais do projeto de acreditação:

melhor atendimento às pessoas, reforça a confiança da comunidade na qualidade do cuidado.

No que se refere à enfermagem, os estudos apontaram que as enfermeiras perceberam uma

melhoria nos resultados da qualidade com a acreditação, sendo necessário avaliar a qualidade

com base em evidências de resultado do paciente. Possibilitou reflexões em busca da

Acreditação Hospitalar com vistas à melhoria da qualidade da assistência.

2.3.3 Mudança Cultural

Nesta categoria estão inseridos estudos que abordam a mudança cultural.

O estudo de Novaes (2007) relatou características dos conceitos de Acreditação de

hospitais e seus aspectos evolutivos. Detectou que inicialmente, os padrões referenciais para

os hospitais são em geral estabelecidos com base na ‘estrutura’ das instituições;

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34  

posteriormente são avaliados aspectos de procedimentos ou ‘processos’ e finalmente na

avaliação dos ‘resultados’ institucionais e de seus impactos na comunidade. Atualmente,

principalmente nos Estados Unidos da América (EUA), a ênfase dos programas de avaliação

da qualidade está nos aspectos de segurança do paciente, com objetivo de evitarem-se

imperícias médicas ou graves erros na assistência hospitalar. Da mesma forma que nos EUA

somente hospitais que apresentam indicadores de boa qualidade recebem recursos do governo

federal, esperamos que em um futuro não distante os recursos do nosso SUS sejam repassados

somente aos hospitais certificados. Conclui que a acreditação evolui continuamente, e agrega

novas iniciativas para aumentar a qualidade da atenção progressivamente. Deve-se aceitar que

ela, por si só, não evita a ocorrência de erros profissionais, e que a probabilidade de equívocos

é alta. É preciso reconhecer os erros e detectar suas origens. Para diminuir estes eventos é

necessário, muitas vezes, mudar a cultura institucional, redesenhar os sistemas, reavaliar os

processos diretamente envolvidos nas falhas e evitar a fadiga dos profissionais. Finalmente,

não se poderá jamais implantar qualquer programa de acreditação caso o corpo clínico não

seja qualificado e, provavelmente, os aspectos de formação, certificação e recertificação da

profissão médica na América Latina serão, talvez, o maior desafio do setor saúde, neste novo

século. Novaes (2007, p.139) repetindo o que Sir Liam Donaldson, ministro inglês, afirmou:

“Errar é humano. Ocultar os erros é imperdoável. Não aprender com eles não tem perdão”,

indaga: “será que os nossos serviços de saúde estão preparados para promover uma nova

cultura e romper com a cultura do silêncio?”

O estudo de D’Innocenzo, Adami e Cunha (2006) descreveu a trajetória do movimento

mundial pela qualidade e sua inserção nos serviços de saúde, pontuando o referencial teórico

de Donabedian e, abordando a Sistematização da Assistência de Enfermagem como base para

a qualidade dessa assistência prestada ao usuário. Destacou que o movimento pela qualidade

nos serviços de saúde e Enfermagem é uma necessidade incorporada à gestão dessas áreas a

fim de assegurar a assistência livre de riscos ao usuário. Concluiu que na Enfermagem onde o

cuidar é a essência da profissão, a concentração de esforços em direção aos objetivos

propostos deverá levar à melhoria contínua desta assistência. Isso implica na conscientização

de toda a equipe quanto à sua importância e ao valor de suas ações. Comprometimento,

cooperação, dedicação e aprimoramento contínuos de enfermagem deverão levar aos

resultados desejados para o paciente e para os profissionais.

Discutindo esta categoria destaca-se que a acreditação evolui e agrega novas

iniciativas para aumentar a qualidade da atenção, sendo necessária uma mudança na cultura

institucional, pois não evita a ocorrência de erros profissionais, sendo preciso reconhecê-los e

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35  

detectar suas origens. No que se refere à Enfermagem, o movimento pela qualidade é uma

necessidade incorporada à gestão a fim de se assegurar a assistência livre de riscos ao usuário,

o que implica na conscientização de toda a equipe.

 

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3 ABORDAGEM METODOLÓGICA

Neste capítulo é apresentada a trajetória metodológica da pesquisa no que se refere ao

método de estudo, a descrição da técnica e instrumentos de produção e análise dos dados, ao

cenário e os aspectos éticos que envolvem a pesquisa.

A produção de conhecimento na saúde tem sido um tema complexo, pois o processo

de investigar em saúde pode e deve considerar as inúmeras possibilidades de se chegar à

compreensão ou explicação da saúde, incluindo sua existência como experiência subjetiva ou

coletiva. A pesquisa em saúde trata de situações que podem comportar várias descrições e

várias maneiras de se abordar (LEOPARDI, 2001). Entendendo que o conhecimento científico

se produz pela busca de articulação entre teoria e realidade empírica, o método tem uma

função fundamental em tornar plausível a abordagem da realidade a partir de perguntas feitas

pelo investigador (MINAYO, 2010).

Considerando-se que o propósito desta dissertação consiste em evidenciar como uma

instituição da rede pública do Estado do Rio de Janeiro foi acreditada e os benefícios

institucionais desta instituição em ser acreditada, foi desenvolvido um estudo exploratório,

descritivo, com abordagem qualitativa, por advir de um processo indutivo de exploração do

contexto, da observação reiterada e análise sistemática da realidade, propiciando a construção

de um conhecimento originário de informações de pessoas diretamente vinculadas com a

experiência estudada, não podendo ser controladas e generalizadas (LEOPARDI, 2007).

Os estudos exploratórios permitem aumentar a experiência em torno de determinado

problema de pesquisa e encontrar, no contato com o campo de pesquisa e os sujeitos de

estudo, os elementos necessários para a obtenção dos resultados desejados e o estudo

descritivo se propõem a descrever “com exatidão” os fatos e fenômenos de determinada

realidade, exigindo do pesquisador uma precisa delimitação de técnicas, métodos, modelos e

teorias para que a pesquisa tenha validade científica (TRIVIÑOS, 1987).

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37  

A abordagem qualitativa aplica-se ao estudo da história, das relações, das

representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das interpretações que os

humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos, sentem e

pensam, caracteriza-se pela empiria e pela sistematização progressiva de conhecimento até a

compreensão da lógica interna do grupo ou do processo em estudo (MINAYO, 2010).

Foi empregado o método de estudo de caso, uma forma de investigar um tópico

empírico seguindo um conjunto de procedimentos pré-especificados, conta com múltiplas

fontes de evidência para dar suporte ao estudo. Propicia uma descrição ampla e profunda do

fenômeno social, devido a sua capacidade de lidar com uma ampla variedade de evidências e

permitir que as características holísticas e significativas dos processos organizacionais e

administrativos sejam retidas (YIN, 2010).

3.1 Técnica e Instrumento de Coleta dos Dados

Para subsidiar o estudo foram utilizadas como fonte de evidência a entrevista e a

documentação. Foi empregada a técnica de entrevista semi-estruturada com direcionamento

através de um roteiro pré-estabelecido (Apêndice A), um recurso importante que se

caracteriza pela intersubjetividade, busca o que está no íntimo do sujeito informante, pela

intuição, uma forma de contemplação da experiência com um olhar não descritivo e pela

imaginação, uma representação do real (LEOPARDI, 2001). De acordo com Minayo (2010), a

entrevista semi-estruturada ao se apoiar na sequência das questões, facilita a abordagem e

assegura que os objetivos serão cobertos na conversa.

Na caracterização do cenário do estudo foram também utilizados como fonte de

evidência alguns documentos da instituição. Esta pesquisa foi norteada por um roteiro pré-

estabelecido (Apêndice B), sendo verificadas as publicações da instituição; os manuais de

cargos, de competências, da organização, do paciente e, da qualidade e segurança, aprovados

pela Direção Geral do Instituto; planejamento estratégico 2010-2014, relatório de gestão

2010; informações disponibilizadas no portal do Instituto e na intranet. De acordo com Yin

(2010, p. 128), “os documentos podem proporcionar outros detalhes específicos para

corroborar a informação de outras fontes”.

O roteiro da entrevista foi composto por questões fechadas com o propósito de realizar

o levantamento do perfil dos sujeitos, com nome, sexo, idade, cargo que ocupa na instituição,

formação e o tempo na instituição e, por questões abertas acerca dos objetivos do estudo

(Apêndice A).

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38  

3.2 Cenário

Para atender aos objetivos do estudo foi realizada uma pesquisa prévia entre as

instituições de saúde da rede pública do Estado do Rio de Janeiro que se destacam no cenário

de gestão dos seus serviços e são acreditadas. Dos 04 hospitais encontrados, foi selecionado o

Hemorio como campo de pesquisa, uma instituição de saúde acreditada pela JCI/CBA, de

atenção terciária, que tem se destacado no cenário de gestão pública do Estado e ganhar vários

prêmios relacionados à qualidade, por assemelhar-se com o meu campo laborativo

profissional também gerido pelo Estado do Rio de Janeiro e por viabilidade técnica na

execução da pesquisa.

Optou-se pela JCI/CBA como agência acreditadora por possuir instituições de saúde

da rede pública em sua relação de empresas acreditadas no Estado do Rio de Janeiro. Segundo

Feldman (2008), a mesma utiliza manuais e padrões internacionais elaborados, testados, e

validados por um Comitê Internacional, constituído de membros representantes de diferentes

países dos cinco continentes, o qual permite que os padrões sejam adequadamente aplicáveis

aos processos internacionais, considerando os diferentes aspectos técnicos, culturais, legais e

sociais dos países onde são utilizados. Os conceitos e terminologia utilizada pelo novo

Manual Internacional têm apropriada consonância com as definições e resoluções utilizadas

pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), referência nacional para os

programas e ações relacionadas com a prática segura nas instituições de saúde brasileiras.

3.3 Sujeitos do Estudo Os sujeitos desse estudo foram os profissionais administrativos e de saúde que

trabalham na instituição de saúde escolhida como cenário de pesquisa e acompanharam o

processo de acreditação da instituição. Foram captados pelo pesquisador através de contato

telefônico, pessoal e por e-mail com a instituição de saúde.

Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão dos sujeitos: a disponibilidade

de participação no estudo e ter participado do processo de acreditação da instituição.

O número dos sujeitos foi estabelecido pela Direção Geral da instituição e pela

necessidade da pesquisadora em complementar a produção de dados acerca do objeto de

estudo acrescentando um sujeito que não trabalha mais no cenário de estudo.

Totalizaram 12 sujeitos, sendo 5 médicas, 3 administradores, 2 enfermeiras, 1

estatístico e 1 nutricionista. Há de se destacar que um sujeito, uma médica, não trabalha mais

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39  

na instituição de saúde cenário da pesquisa, porém emergiu a necessidade de ser incluída,

durante o processo de produção de dados, ao ser mencionado por todos os sujeitos

entrevistados como alguém fundamental no processo de acreditação da instituição.

Apesar de ter um número de sujeitos pré-estabelecidos, as informações coletadas

foram suficientes para elucidar e responder aos questionamentos e atingir os objetivos do

estudo.

Não houve problemas em contactar os sujeitos e percebeu-se uma predisposição dos

entrevistados em colaborar com a pesquisa e fornecer as informações necessárias e pertinentes

para construção do estudo. Todos unanimemente demonstraram muito envolvimento com o

Hemorio e orgulho, por trabalhar em uma organização que se esforça para ajustar os seus

processos e se destacar no cenário de gestão pública nacional e internacional.

Uma via do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice C) após assinada

foi disponibilizada aos sujeitos. Em nenhum momento foi revelada a identidade dos sujeitos,

foram utilizados códigos para denominá-los, com o pseudônimo Entrevistado acrescido do

número de realização das entrevistas, que compreenderam os algarismos de 1(um) ao 12

(doze), além da identificação da categoria profissional, idade, sexo, cargo na instituição e

tempo na instituição.

Há de se destacar que a receptividade da instituição e dos sujeitos foi um ponto

marcante do processo de coleta de dados, todos foram solícitos e predispostos a colaborar com

a pesquisa. No que tange a busca dos dados documentais da instituição, tive acesso à intranet

através dos computadores disponibilizados na biblioteca, a periódicos e aos relatórios de

gestão da instituição.

A seguir, apresenta-se a síntese das principais características dos sujeitos.

Quadro 3 – Categorização dos Sujeitos

Pseudônimo

Categoria Profissional

Idade

Sexo

Cargo à

época da 1ª Acreditação

Cargo atual

Tempo na Instituição

Entrevistado 1

Administrador

58

anos

Feminino

Assessoria

de Qualidade

Chefe do

Serviço de Recursos Humanos

38 anos

Entrevistado 2

Administrador

49

anos

Feminino

Diretora Adminis-trativa de Recursos Humanos

Diretora Adminis-trativa de Recursos Humanos

28 anos

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40  

Entrevistado 3

Médico

49

anos

Feminino

Coordena-

dora de Desenvol-vimento

Chefe da Seção de

Conserva-ção e

Expedição de Sangue

20 anos

Entrevistado 4

Enfermeiro

44

anos

Feminino

Coordena-

ção de Enferma-

gem

Coordena-

ção de Enferma-

gem

16 anos

Entrevistado 5

Médico

57

anos

Feminino

Chefe do

Serviço de Triagem

Diretoria de

Assistên-cia

33 anos

Entrevistado 6

Nutricionista

53

anos

Feminino

Nutricionis-

ta

Chefe do Setor de

Nutricão e Dietética

24 anos

Entrevistado 7

Estatístico

31

anos

Masculino

-

Estatístico

7 anos

Entrevistado 8

Administrador

49

anos

Masculino

-

Adminis-

trador

7 anos

Entrevistado 9

Médico e Biólogo

Geneticista

62

anos

Feminino

Auditoria

interna

Controle de

Risco

36 anos

Entrevistado

10

Médico

60

anos

Feminino

Diretora

Geral

Assessoria

de Qualidade e

Planeja-mento da Sesdec

4 anos - (Sesdec) 33anos - Hemorio

Entrevistado

11

Enfermeiro

47

anos

Feminino

Chefe da Seção de Enferma-gem da

Hemotera-pia

Assessoria

da Hemorre-

de

13anos

Entrevistado

12

Médico

52

anos

Feminino

Diretora Técnica

Diretora

Geral

25 anos

Dos 12 sujeitos, 3 trabalham em cargos de direção, 7 em cargo de chefia e 2 de

assessoria.

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41  

Com relação às idades dos sujeitos, 50% estão na faixa etária acima de 51anos, 41,7%

entre 41 e 50 anos e 8,3% menor de 40 anos. Ressalta-se que não foi detectada nenhuma

diferença no fornecimento e consistência dos dados que possa relacionar-se a faixa etária dos

sujeitos.

Detectou-se uma predominância na liderança feminina na instituição, em face de

83,3% dos sujeitos serem do sexo feminino e ocuparem cargos expressivos no organograma

da instituição.

Quanto ao tempo na instituição, os sujeitos foram agrupados em quatro faixas de anos

de atuação: até 10 anos, com 2 sujeitos, entre 11 e 20 anos, com 4 sujeitos, entre 21 e 30 anos,

com 3 sujeitos e acima de 31 anos, com 4 sujeitos na instituição. Este dado demonstra a

preocupação da instituição em ter em seus níveis decisorial e intermediário de comando,

funcionários que possuam uma história na instituição.

3.4 A Coleta de Dados

Antes da inserção no cenário de estudo, estabeleceu-se contato por meio eletrônico e

por telefone com a Diretora Geral da instituição, para esclarecer acerca do projeto de pesquisa

e a escolha da instituição como cenário, abordando sobre a importância de se ter o

consentimento e apoio para realização do estudo. Após o acolhimento da direção, deu-se o

encaminhamento aos trâmites formais para proceder ao estudo através do Comitê de Ética e

Pesquisa da Instituição. Após o parecer favorável do Comitê, obteve-se o auxílio da Assessora

Administrativa da Direção Geral, para agendar os sujeitos disponibilizados para entrevista.

A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro a setembro de 2011, período no

qual estive várias vezes na instituição. As entrevistas foram todas pré-agendadas de acordo

com a disponibilidade dos sujeitos, sendo que em algumas vezes reagendadas devido aos

compromissos laborais dos mesmos.

Na coleta de dados, foi explicado aos sujeitos acerca dos objetivos do estudo e

solicitado o consentimento formal para participação da pesquisa. Solicitado também

consentimento para a gravação das entrevistas com a utilização de MP4 e telefone celular,

para que nenhuma informação fosse perdida nas falas. Foi garantido o sigilo das gravações e o

anonimato dos sujeitos. As entrevistas duraram em média 45 minutos.

Em todas as entrevistas realizadas foi proporcionado pela instituição um local

adequado para a sua realização. Algumas ocorreram nos gabinetes dos entrevistados e outras,

na sala de reunião da direção.

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42  

3.5 Análise dos Dados

As entrevistas gravadas foram várias vezes ouvidas atentamente, em primeira

instância, transcritas na íntegra as falas dos sujeitos, posteriormente trabalhadas e tratadas

para melhor encadeamento dos dados obtidos. Os arquivos com as transcrições tratadas foram

impressos, para posterior análise do conteúdo.

Os dados obtidos foram analisados através do método de análise de conteúdo temática,

um método de tratamento de dados obtidos em textos ou gravações reduzidas a texto,

buscando compreender os conteúdos manifestos e ocultos. É uma técnica de pesquisa para a

descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto da comunicação

(LEOPARDI, 2001). Possui a mesma lógica das metodologias quantitativas, pois busca a

interpretação cifrada do material qualitativo (MINAYO, 2010).

Para Oliveira (2008) a análise de conteúdo é um recurso metodológico através do qual

o material em estudo pode ser transformado de forma sistemática e codificado em unidades de

registro e de contexto, as quais permitem uma descrição precisa das características dos

conteúdos analisados das entrevistas.

Bardin (2009, p. 40) conceitua a análise de conteúdo como um conjunto de técnicas de

análises das comunicações no intuito de obter, por métodos sistemáticos e objetivos de

descrição do conteúdo das mensagens, sendo elas de cunho quantitativos ou não. Através

disso, as análises de conteúdos permitem a inferência de conhecimentos relativos às condições

de produção e recepção destas mensagens sendo a recepção considerada a variável inferida

destas mensagens analisadas.

A análise e a interpretação dos conteúdos obtidos enquadram-se na condição dos

passos (ou processos) a serem seguidos. Reiterando, que para o efetivo “caminhar neste

processo”, a contextualização deve ser considerada como um dos principais requisitos, e,

mesmo, “o pano de fundo” no sentido de garantir a relevância dos resultados a serem

divulgados e, de preferência, socializados (PUGLISI; FRANCO, 2005, p. 24).

Campos (2004) refere que a análise de conteúdo não deve ser extremamente vinculada

ao texto ou a técnica, num formalismo que prejudique a criatividade e a capacidade intuitiva

do pesquisador, porém, nem tão subjetiva, levando-se a impor as suas próprias idéias ou

valores, no qual o texto passe a funcionar meramente como confirmador dessas.

Existem várias opções na escolha dos recortes a serem utilizados, mas percebeu-se um

interesse maior pela análise temática (temas), o que leva ao uso de sentenças, frases ou

parágrafos como unidades de análise. O tema pode ser compreendido como uma escolha do

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43  

pesquisador, observada através dos objetivos de sua pesquisa e indícios levantados do seu

contato com o material estudado e teorias embasadoras, classificada antes de tudo por uma

seqüência de ordem psicológica, tendo comprimento variável e podendo abranger ou aludir a

vários outros temas (CAMPOS, 2004).

Bardin (2009, p. 202) refere que a análise temática funciona baseando-se na

decomposição do texto em unidades de significação.

De acordo com Bardin (2009) as diferentes fases da análise de conteúdo se organizam

em torno de três pólos cronológicos: a pré-análise; a exploração do material; o tratamento dos

resultados, a inferência e a interpretação. A pré-análise, fase da organização, tem por objetivo

tornar operacionais e sistematizar as idéias iniciais. A fase da exploração do material consiste

essencialmente em operações de codificação, decomposição ou enumeração. Na fase de

tratamento dos resultados obtidos e interpretação, os resultados em bruto são tratados de

maneira a serem significativos e válidos. Operações estatísticas simples ou mais complexas

permitem estabelecer quadros de resultados, diagramas, figuras e modelos.

Na fase de pré-análise, detectou-se a descrição ampla das mensagens emitidas pelos

sujeitos no que se refere à compreensão do processo de acreditação numa instituição de saúde

da rede pública e a dedicação que demonstraram à instituição para operacionalizar a

implementação do processo.

Na exploração inicial do material, foram utilizados quadros analíticos, adaptados das

versões de Oliveira (2008), que permitiram a organização dos conteúdos elucidados das falas

dos sujeitos demonstrados nos Apêndices D, E e F. Procedeu-se desta forma, a identificação e

codificação das unidades de registro (UR), selecionadas como frases ou parágrafos inteiros,

que remeteram à idéia central do objeto de estudo. Foram encontradas até o presente 210 UR.

Foram enumeradas a freqüência de aparição dessas UR em cada entrevista e no seu total, sem

intenções de quantificação apenas, mas objetivando a identificação dos assuntos mais

evidenciados pelos sujeitos, que se tornarão relevantes na discussão dos resultados.

Na fase de tratamento dos resultados, agrupou-se as unidades de registro, de acordo

com suas aproximações e semelhanças, em temas e, a partir destes temas, chegou-se às

categorias. Prevaleceu o critério de especificidade descrito por Oliveira (2008), no qual cada

unidade de registro pertenceu a apenas uma categoria.

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44  

3.6 Os Aspectos Éticos do Estudo

O presente estudo que teve como título “O processo de acreditação: estudo sobre a

construção coletiva da melhoria da gestão da qualidade em saúde”,  englobou atividades de

pesquisa que envolveram seres humanos estando, desta forma, regulado pelas Diretrizes e

Normas de Pesquisa em Seres Humanos, através da Resolução 196/96 do Conselho Nacional

de Saúde. Foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Estadual cenário sob o

número 230/10 com parecer de aprovação homologado em 18 de novembro de 2010 (Anexo

A).

Foram assegurados aos sujeitos participantes da pesquisa os princípios éticos da

confidencialidade, privacidade, autonomia e voluntariedade. Solicitado o preenchimento de

duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice C) e informado aos

sujeitos sobre a liberdade de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer

fase da pesquisa, sem penalização alguma ou prejuízo.

 

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados que emergiram da análise de conteúdo

das entrevistas.

4.1 Hemorio: sua história, filosofia e missão

O embrião do que é hoje o Hemorio, nasceu no ano de 1944, num prédio situado à Rua

Teixeira de Freitas, na Lapa. Foi o estabelecimento indicado para servir de sede ao primeiro

Banco de Sangue do Brasil, criado através do Decreto 6.769, sancionado pelo então

presidente Getúlio Vargas, com o nome de Banco de Sangue do Distrito Federal. Desde sua

criação, o Banco de Sangue da Lapa já apresentava características de hemocentro, por

distribuir sangue para os hospitais de emergência. A partir de sua iniciativa, foi promulgada

em 1950 a lei nº 1075, de 27 de março de 1950, que tratava sobre a Doação Voluntária de

Sangue. Doze anos depois, em 1956, com a implantação de um serviço de Hematologia

ligado ao Banco de Sangue, originou-se o Instituto de Hematologia, que mais tarde recebeu o

nome do médico Arthur de Siqueira Cavalcanti. Há de se destacar que à época no Brasil, as

doações de sangue poderiam ser remuneradas o que comprometeu a qualidade do sangue

doado, deixando sequelas que são sentidas até a atualidade. Aliado a esta problemática, a falta

de fiscalização adequada favoreceu a comercialização de sangue sem critério técnico,

favorecendo a proliferação de doenças transmissíveis (HEMORIO, 2010; HEMORIO, 2011).

Em 1965, foi formada uma Comissão Nacional de Hemoterapia pelo Ministério da

Saúde. Esta Comissão estabeleceu as bases da doação voluntária de sangue, a necessidade de

medidas de proteção a doadores e receptores, determinou a obrigatoriedade dos testes

sorológicos necessários a segurança transfusional e implantou o registro oficial dos bancos de

sangue públicos e privados. Faz-se relevante registrar que o Instituto de Hematologia já se

fazia presente no cenário de decisões nacionais, haja vista ter sido esta Comissão presidida

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pela Drª Maria Brasília Leme Lopes, auxiliar do diretor médico do Banco de Sangue da Lapa

à época de sua criação (HEMORIO, 2010; HEMORIO, 2011).

Em 29 de setembro de 1969, foi inaugurada na Rua Frei Caneca, a atual sede do

Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti, que viria a se chamar, 17

anos depois de Hemorio, órgão da Administração Pública Estadual – Poder Executivo,

subordinado à Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec). A conclusão da obra

forneceu ao Rio de Janeiro a prioridade de possuir um estabelecimento que representaria o

que de mais moderno existia na especialidade, constituindo um centro de pesquisas e de

formação de técnicos possibilitando o incremento da coleta de sangue, a estocagem e o

preparo do plasma e derivados, para que pudesse atender a demanda cada vez maior

(HEMORIO, 2010; HEMORIO, 2011).

Entre os anos de 1964 a 1979, apesar da Hemoterapia no Brasil ter legislação e

normatização adequadas, faltava uma rígida fiscalização das atividades hemoterápicas e uma

política de sangue consistente. O número de doadores impróprios crescia a cada dia devido à

doação remunerada, uma forma que centenas de pessoas buscavam para aumentar a renda

(HEMORIO, 2010).

Durante a década de 1980, em meio à falta de fiscalização do mercado paralelo de

sangue surgiu a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Um marco na história da

hemoterapia, por despertar o pensamento de profissionais de saúde sobre a qualidade do

sangue e alertar à população quanto aos riscos inerentes à doação remunerada. Contribuiu

para mudanças decisivas neste serviço. À época no Brasil, cerca de 2% dos casos de AIDS

eram transmitidos por transfusão e mais de 50% dos hemofílicos apresentavam-se infectados

pelo vírus HIV. Destaca-se ainda nesta década, à criação pelo governo da hemorrede pública,

originando a primeira Política Nacional de Sangue, sem o vínculo mercantil da doação; os

Programas de captação de doadores voluntários de sangue; Fracionamento adequado dos

componentes do sangue, a transfusão seletiva e a obrigatoriedade na realização de testes

sorológicos (HEMORIO, 2010).

A partir da década de 1990, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e

elaboração da Lei Orgânica de Saúde, estabeleceu-se uma rígida fiscalização na formulação e

execução da Política de Sangue. Em face desta política, o Hemorio recebeu a incumbência de

coordenar tecnicamente a Rede Estadual Pública de Órgãos Executores de Atividades

Hemoterápicas do Estado do Rio de Janeiro, a Hemorrede RJ, alcançando o posto de

Hemocentro Coordenador de Estado do Rio de Janeiro. Esta década foi decisiva para a

reconstrução de uma imagem positiva para a hemoterapia (HEMORIO, 2010).

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Em 1994, no início da gestão da Entrevistada 10 como Diretora Geral do Hemorio, foi

iniciado um pioneiro trabalho de implementação da gestão pela qualidade e segurança dos

procedimentos (HEMORIO, 2010).

Quando foi em 1994, que fui para a Direção Geral, a primeira coisa que eu fiz foi fazer um planejamento e neste planejamento colocar a idéia da qualidade. Então saiu como uma idéia coletiva e a Instituição comprou a idéia. (Entrevistado 10 – médica)

Aliado a execução da Política de Sangue e busca pela qualidade e segurança do seu

serviço de Hemoterapia, o Hemorio buscou a acreditação deste serviço pela Associação

Americana de Bancos de Sangue (AABB), tendo a conquistado no ano de 2000.

Na verdade uma das metas mobilizadoras nacionais era 100% do processo de sangue com qualidade. 100% de qualidade para fazer o processo do sangue com qualidade [...] Tem toda uma necessidade maior de trabalhar com qualidade, você é o hemocentro coordenador, então quer dizer, tem esse aspecto, a instituição tem que estar voltada principalmente pela responsabilidade que tem em relação a rede pública. (Entrevistada 1 – Administrador) Nós começamos a frequentar os Congressos da AABB e a encontrar os serviços de Hemoterapia que eram acreditados nos Estados Unidos, então [...] o diretor técnico do New York Blood Center (uma instituição americana acreditada) era um brasileiro [...]e ele trocava muita informação comigo e eu fui visitar o New York Blood Center e achei que era importante. Entrei em contato com a AABB, [...]e começamos a fazer a acreditação direto com os Estados Unidos, tanto que a primeira acreditação internacional que a gente teve foi na hemoterapia e direto com os Estados Unidos, não tinha nenhuma instituição acreditadora no Brasil ainda. (Entrevistado 10 – Médica)

Atualmente, o Hemorio é o coordenador da rede pública de sangue do Estado do Rio

de Janeiro, responsável pela coleta, processamento e distribuição de bolsas de sangue para

mais de 120 serviços de saúde que compõe o SUS do Estado do Rio de Janeiro. É Centro de

Referência em Hematologia e Hemoterapia do Estado e dentro da rede hierarquizada do SUS

é uma unidade terciária especializada no tratamento de doenças hematológicas primárias de

alta complexidade. Atende pacientes com doenças hematológicas primárias (doença

falciforme, hemofilia e Oncohematologia), com mais de 10 mil pacientes ativos, em regime

ambulatorial e de internação.

Como hemocentro coordenador, qualifica e capacita profissionais técnicos na área de

hematologia e hemoterapia, além de estimular e realizar pesquisa científica nestas áreas. Sua

área de atuação abrange todo o Estado do Rio de Janeiro e pacientes oriundos de outros

Estados, devido à exclusividade dos serviços oferecidos. Recebe uma média de 350 doadores

voluntários de sangue por dia.

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Suas atividades são desenvolvidas em dois prédios, com área total construída de

12.184 m². O prédio de 8 andares (Sede) congrega em sua área: 80 leitos para internação

masculina, feminina, pediátrica e quimioterápica; atendimento de emergência com 18 leitos;

ambulatórios de Quimioterapia e de Transfusão; Farmácia Hospitalar; Esterilização; Serviços

de Laboratórios (exames diagnósticos, complementares de rotina e especializados) e de

Hemoterapia (atendimento aos doadores de sangue, processamento e armazenamento de

sangue e derivados, exames de histocompatibilidade (para transplantes de órgãos e tecidos);

Centro de Estudos, Comitê de Ética em Pesquisa; Documentação Médica) e setores

administrativos. No prédio de 2 andares (Anexo), estão instalados: 22 consultórios para

atendimento em diversas especialidades médicas e , odontologia, fisioterapia, setor de

imagens (Eletrocardiograma, Tomografia, Raio X, Endoscopia Digestiva, Broncoscopia)

coleta de exames laboratoriais de pacientes e farmácia de dispensação para pacientes externos.

(HEMORIO, 2010).

A gestão do Hemorio está formalmente sob a responsabilidade da Diretoria de

Assistência e da Direção Geral, sendo as decisões compartilhadas com as gerências das

coordenações, assessorias, serviços, seções e setores e, reforçada por 06 fóruns de discussões

e decisões (Reuniões de café da manhã, Reuniões das Diretorias com suas equipes, reuniões

do Comitê Gestor, Reuniões do Conselho Técnico Administrativo, Planejamento Estratégico e

Comitê Financeiro). Todos os processos são submetidos aos métodos de gerenciamento das

legislações vigentes da área de hematologia e hemoterapia, aos padrões de trabalhos

institucionais estabelecidos em políticas, normas e procedimento operacionais padrões (POP)

e os critérios de excelência dos órgãos de acreditação.

O controle dos processos é realizado principalmente através das auditorias internas

periódicas, que tem como base de verificação os POPS e os padrões de acreditação dos órgãos

de certificação (AABB e CBA). A gestão dos processos de apoio está sob a responsabilidade

da Diretoria de Administração e Recursos Humanos (DAH) e as decisões são compartilhadas

com as gerências dos serviços, seções e setores.

O quadro gerencial é constituído por 01 Diretoria Geral (DG) e 02 Diretorias: 01 de

Assistência (DAS) e 01 DAH, 06 coordenações, 08 serviços, 04 Assessorias, 22 seções, 42

setores e 16 Unidades Funcionais. O quadro de pessoal é composto de 1.607 funcionários,

sendo compreendidos entre empregados estatutários, empregados celetistas, cooperativados,

oriundos de processo seletivo temporário, terceirizados, residentes e estagiários. Como

práticas da horizontalização da gestão fazem parte da cultura organizacional o

acompanhamento e refinamento dos processos de trabalho através da formação de times

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multidisciplinares: grupos, comitês, comissões e conselhos. Estes times facilitam o

reconhecimento das interfaces de trabalho e proporcionam a interação dos profissionais no

acompanhamento, na iniciativa para a busca de soluções de problemas e nas ações de

melhorias dos processos.

Outra prática sistemática eficaz para catalisar a iniciativa, a criatividade e a inovação

dos colaboradores é o Programa Setorial de Idéias, realizado anualmente e onde os

profissionais inscrevem projetos visando melhorias na sua área de trabalho. O Conselho

Funcional, prática estabelecida em 2001, tem caráter multi-setorial, é formado por

representantes dos setores indicados por seus pares, que se reúnem mensalmente com a DG.

Estabelece-se assim uma forma direta de comunicação, de identificação de problemas e de

apresentação de sugestões pela força de trabalho para a melhoria do desempenho pela força de

trabalho (HEMORIO, 2010).

O Hemorio tem como Missão: Prestar assistência de qualidade em hematologia e

hemoterapia à população e coordenar a hemorrede do Estado; Visão: Ser um Centro de

Excelência em Hematologia e Hemoterapia e, Valores: Os valores estão definidos de acordo

com os princípios da Ética. Na busca pela credibilidade, a Instituição valoriza a organização,

reconhece os resultados da equipe e adota posturas relevantes para a sociedade (HEMORIO,

2010).

O Instituto Estadual possui alguns programas específicos, a saber: o Programa Jovens

Salva-Vidas, trabalho realizado por profissionais do instituto junto a educadores e educandos

para desenvolver a cultura da doação voluntária de sangue na nossa sociedade; Classe

Hospitalar, através de convênio firmado entre a Secretaria Municipal de Educação e a

SESDEC, as crianças internadas têm acompanhamento escolar diário com professores da rede

municipal garantindo assim a continuidade do aprendizado e, Círculo de Amigos do Menino

Patrulheiro, participa desde 1990 da Obra Social do Programa "O Menino Patrulheiro",

oferecendo campo de treinamento a adolescentes inscritos no programa. Alguns funcionários

começaram suas atividades como patrulheiros (HEMORIO, 2010).

O Hemorio através da cultura institucional de busca pela excelência através da

melhoria contínua vem a cada ano conquistando Premiações e Acreditações no decorrer de

sua história. Destacam-se:

• 1994 - Realizado o primeiro Seminário de Integração Organizacional, dando subsídios

para a implantação de um Programa de Qualidade;

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• 1995 - Iniciada uma consultoria prestada pelo Instituto Brasileiro de Qualidade

Nuclear (IBQN), com o objetivo de implantar o Programa de Gestão pela Qualidade

Total (PGQT);

• 1996 - Ocorreu o II Simpósio de Gestão pela Qualidade Total em Hematologia e

Hemoterapia, o concurso para a escolha do “Jingle da Qualidade”, o lançamento do

Coral HEMORIO e a criação da Cia. Hemoarte, apresentando uma peça teatral

utilizada como instrumento de sensibilização para a Gestão da Qualidade e para o

entendimento dos seus conceitos;

• 1997 - Realizado o I Encontro HEMORIO de Qualidade e a Instituição concorreu pela

primeira vez a um prêmio de qualidade em Gestão, obtendo o seu primeiro

reconhecimento na área, através do Diploma Categoria Prata do Projeto Qualidade Rio

“Gestão Rumo a Excelência”;

• 1998 - Criação do Núcleo de Ações da Qualidade, incorporado à estrutura

organizacional.

• Neste ano, a instituição aderiu formalmente ao Programa de Qualidade do Serviço

Público (PQSP) e ganhou o Prêmio Destaque PROCON/RJ;

• 2000 - Participação no Prêmio Qualidade Rio, sendo reconhecida com o Diploma

Categoria Bronze do Prêmio Qualidade Rio. O PQSP agraciou o HEMORIO com o

certificado de reconhecimento da Gestão Nível 2. Obtenção do Diploma do Dia

Mundial da Saúde da Organização Mundial de Saúde, pelos serviços prestados e

Honra ao Mérito do Ministério da Saúde pela melhoria da Qualidade do Sangue no

Estado do Rio de Janeiro;

• 2001 - Primeira instituição pública da América Latina a ser acreditada na área de

Hemoterapia, pela AABB. Na área de Hematologia foi certificada pela JCI, cuja

avaliação no Brasil é realizada pelo CBA;

• 2001 – Obtenção no ciclo 2001 da premiação do Prêmio Qualidade Rio e Prêmio

Qualidade do Governo Federal (PQGF) - recebendo o reconhecimento nos dois

processos: Diploma Categoria Prata do Prêmio Qualidade Rio e Faixa Bronze do

PQGF – Categoria Especial Saúde;

• 2002 - Recebeu o reconhecimento Diploma Categoria Ouro do Prêmio Qualidade Rio

e Faixa Prata do Prêmio Qualidade do Governo Federal - Categoria Especial Saúde,

obtendo do Programa de Qualidade no Serviço Público o certificado de

reconhecimento da Gestão Nível 4;

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• 2003 - Recertificação pela AABB e pelo CBA/JCI. Recebeu também, pelo segundo

ano consecutivo, o Diploma Categoria Ouro do Prêmio Qualidade Rio e o certificado

de reconhecimento da Gestão Nível 5 do PQSP;

• 2004 - Recebeu o Certificado Prêmio Qualidade Rio Categoria Ouro e Medalha, sendo

este o maior nível de premiação do Programa. Mais uma vez, recebeu o certificado de

reconhecimento da Gestão Nível 5 do atual Programa Nacional de Gestão Pública e

Desburocratização (GESPÚBLICA);

• 2005 - Foram recebidos neste ano os seguintes reconhecimentos: Prêmio “Destaque

em Administração” do Conselho Regional de Administração (CRA), na categoria

honorífica, pelos serviços prestados à sociedade; Faixa Prata do Prêmio Nacional de

Gestão Pública, Categoria Especial Saúde e Troféu Beija Flor 2005, Categoria

Instituição - entregue anualmente pelo Rio Voluntário, em reconhecimento ao esforço

da Instituição em estimular a cultura do trabalho voluntário;

• 2006 - Recertificação pela AABB e CBA/JCI, consolidando o reconhecimento

internacional da excelência dos produtos e serviços oferecidos na área de Hemoterapia

e Hematologia. Aconteceu a II SIQUAL, na qual se destacou a apresentação de

palestras de Benchmarking e Gestão do Conhecimento. Na área de gestão, a

Instituição recebeu a Faixa Prata do Prêmio Nacional de Gestão Pública;

• 2007 - Recertificação pela AABB e obteve-se a premiação máxima do Prêmio

Nacional de Gestão Pública – Troféu, sendo a primeira instituição pública de saúde a

receber este reconhecimento;

• 2008 - Recebemos o Prêmio Benchmarking Ambiental Brasileiro, com o case do

Programa Hemocicle, no decorrer de 6 anos de prêmio, foi a primeira instituição de

saúde a concorrer ao prêmio;

• 2009 - Recertificação pela AABB;

• 2010 - Prêmio Nacional de Gestão Pública – Troféu, pela 2ª vez.

[...] Eu não me acho excelente, eu acho que eu busco a excelência, que eu controlo o meu processo e uso todas as possibilidades para fazer isto. (Entrevistado 12 – Médico)

A cultural busca do Hemorio por premiações e acreditações denota a sua preocupação

em se manter em processo de melhora contínua rumo a excelência.

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4.2 O processo de acreditação e os atores sociais envolvidos

Na análise de conteúdo dos dados obtidos com as entrevistas, conforme caminho

metodológico explicitado no capítulo anterior, surgiram 6 categorias que abrangeram os 17

temas agrupados (Apêndice F):

• Categoria I: O caminhar da instituição para a acreditação.

Temas relacionados: Preparação da instituição para iniciar o processo de acreditação;

Motivação interna da instituição para buscar o processo de acreditação; Motivação externa da

instituição para buscar o processo de acreditação; Aspectos facilitadores existentes na

instituição para implantar à acreditação; Obstáculos existentes na instituição para

implantação da acreditação; Aspectos culturais da instituição para implantar o processo e

Fatores que colaboram na implantação e/ou manutenção da acreditação.

• Categoria II: As reações dos profissionais no enfrentamento da acreditação.

Temas relacionados: Reações profissionais iniciais à implantação da acreditação na instituição

e Evolução das reações profissionais à implantação da acreditação na instituição.

• Categoria III: Os resultados do processo de acreditação na instituição.

Temas relacionados: Benefícios conquistados pela instituição com a acreditação; Mudanças

na instituição com a acreditação e Aspectos negativos levantados na instituição com a

implantação da acreditação.

• Categoria IV: A escolha e os custos do tipo de processo de acreditação.

Temas relacionados: Tipo preferencial de acreditação da instituição e Custos da acreditação

da instituição.

• Categoria V: A acreditação nas instituições de saúde da rede pública

Temas relacionados: Fatores relevantes às instituições de saúde para implantar o processo de

acreditação.

• Categoria VI: O usuário e a acreditação.

Temas relacionados: O usuário e a acreditação.

4.2.1 Categoria I: O caminhar da instituição para a acreditação

Esta categoria abrangeu 7 temas que elucidaram o caminho percorrido pela instituição

até a conquista da acreditação. Aborda como foi a preparação da instituição para iniciar o

processo, quais foram as motivações internas e externas, os aspectos facilitadores e culturais

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que já existiam na instituição, os obstáculos existentes à implantação do processo, assim

como os fatores que colaboraram na implantação do processo.

A preparação da instituição para iniciar o processo de acreditação foi um aspecto

relevante relatado pelos sujeitos, sendo um marco institucional na sua história. Foi originada

de 27 unidades de registro do corpus analisado. Seguem alguns depoimentos para caracterizar

o exposto.

Ela (Diretora Geral) começou a trabalhar com processo de qualidade. [...] Formou um núcleo de qualidade na época e começou a trabalhar com as ferramentas. Começou a trabalhar com o processo de normatização de documentos. Começou a trabalhar indicadores, qualidade de vida para os profissionais. Enfim, ela deu o passo rumo a excelência, que a gente usou esse slogan durante muitos anos. “Rumo a excelência”. [...] Começou um trabalho de qualidade dentro da instituição. (Entrevistado 4 – Enfermeiro)

[...] começamos com um modelo de gestão pela qualidade, em 1995, começamos com o primeiro planejamento estratégico. (Entrevistado 6 – Nutricionista) [...] Se a gente conseguiu mesmo foi o trabalho da alta administração, não tenha dúvida. (Entrevistado 9 – Médico) Para implementar este processo, tem que ter uma decisão e uma liderança forte, você decide, você acredita e convence. (Entrevistado 10 – Médica)

De acordo com os preceitos da OPAS (2004, p.190), as mudanças nos modelos de

gestão hospitalar devem ser conduzidos pela direção do hospital, ela deve ser a primeira a

evidenciar a necessidade. Para provocar estas mudanças, a direção tem que gerar atitudes

para que a reação institucional se traduza em um plano de ação, uma obra coletiva que

necessitará de compromisso e participação de grandes grupos.

Analisando o caminhar do Hemorio para a acreditação, detectou-se que a Diretora

Geral identificou à época a necessidade de incorporar novas práticas a sua gestão, ao observar

que outras instituições internacionais já trabalhavam com um programa de qualidade e que

isto era importante e oportuno.

Outras nuances para a preparação da instituição também foram considerados conforme

depoimentos abaixo. [...] É na base da conquista, é na base da sedução, na base até de incentivos. Incentivos. Então, por exemplo, se a instituição tem um patrocínio para alguma coisa, ou ganha algum Congresso, alguma coisa, esses profissionais que são muito mais aderentes nos processos que a instituição está criando, eles são os caras da instituição, eles são escolhidos. Então é uma forma de você seduzir. (Entrevistado 5 – Médica) Que é muito importante, a sensibilização, tinha palestras, fizemos curso de sistema de qualidade, curso de 5S, fizemos curso de indicadores, curso de gestão e melhoria de processos, tudo, entendeu? Então todo mundo, eram cursos aqui mesmo no

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Instituto, começamos a movimentar o Instituto na prática de uma capacitação. Até hoje a gente tem cursos de qualidade. (Entrevistado 2 – Administrador) Perseverança. É um fator muito, você trabalhar o clima organizacional, você trabalhar um fator relevante é a motivação para isso. Outro fator relevante. Na época a gente podia até dizer assim quando falavam que qualidade era modismo, e quando nós vimos não era nada disso, era o que a gente já fazia, sendo é pactuado com os nossos pares, nós somos, fazemos as coisas com a qualidade, mas empiricamente, informalmente. Fator relevante foi a força de vontade mesmo, a perseverança, o empreendedorismo, assim fazer mudar, de querer mudar. Entrevistado 2 – Administrador) Eu acho que foi o envolvimento da alta direção, e o co-envolvimento delas. Eu acho que também fez com que se motivassem todas as gerências, porque se você não estiver motivado a sua gerência, a sua alta direção, os funcionários não vão ficar envolvidos. E você tem que ter. Eu acho que é uma coisa muito relevante também, é você envolver seus funcionários sempre, porque se você não conseguir envolver. [...] (Entrevistado 6 – Nutricionista) [...] muitas reuniões, muitas tarefas para serem cumpridas. E corrigir coisas, e adequações [...] (Entrevistado 2 – Médico)

  A introdução de um novo modelo de gestão em uma instituição também implica em

trabalhar a conscientização de todos os profissionais, principalmente a liderança, de que a

estratégia de melhoria de gestão está relacionada com a capacidade de cada um aprender

novas técnicas e ferramentas, com o objetivo de melhorar o desempenho, acreditar no trabalho

em equipe e utilizar a gestão participativa para alcançar novos níveis de desempenho e

melhorar o relacionamento no ambiente de trabalho (NEVES; MOTTA, 2002).

Outro fator relacionado ao caminhar da instituição foi a motivação interna para buscar

o processo, evidenciado em 15 unidades de registro do corpus analisado. Abaixo alguns

depoimentos que demonstram à temática:

Em 95 nós começamos a participar de premiação como uma avaliação pra nós, para ter um feedback e apresentamos resultados.[...] As pessoas pensam que é só um prêmio, mas não é, o prêmio é um resultado, é o que a gente fez no programa. (Entrevistado 1 – Administrador) Até pra mostrar que o método era viável, que também podia melhorar, porque o objetivo era vender, ganhar com esse projeto e poder ter visibilidade naquilo que ela tava fazendo. Porque se você consegue uma premiação dessas, quer dizer, você também tem visibilidade no mercado lá fora. (Entrevistado 4 – Enfermeiro) Entendia que era a ferramenta que mostrava quais eram as boas, as melhores práticas. Ali mostra pra você fazer isso aqui para ser considerado bem feito, você deve fazer isso aqui dessa maneira. (Entrevistado 3 – Médico) [...]Você trabalha num lugar, e tem a oportunidade de fazer daquele lugar, um lugar ótimo pra você trabalhar, com todos os recursos, a inovação tecnológica. Você vai chegar e dizer: “Não, eu não quero”? Então, eu não tenho uma profissão. Tenho um lugar que eu vou só pra executar algumas coisas. (Entrevistado 3 – Médico)

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A motivação externa também existiu na instituição para buscar o processo de

acreditação, fato identificado em 5 unidades de registro, conforme depoimentos abaixo:

[...] a secretaria (Sesdec), eu não sei bem o ano exato, eu não recordo agora, assinou um convênio, um projeto assim, ele selecionou cinco hospitais para um projeto piloto pra acreditação. [...] o Instituto foi pressionado em geral [...] eu acho que foi o único que efetivamente avançou. [...] É que queriam uma melhoria da área pública de saúde, o Instituto sempre já estava na frente, a gente já tinha conseguido coisas, então ele já se transformou numa referência, num ponto e entre os 5 hospitais estava o Instituto.” (Entrevistado 1 – Administrador) Desde o início a idéia era que o Hemorio fosse uma semente, mostrar que era possível para que outras instituições públicas também fossem avante. (Entrevistado 10 – Médica)

A motivação como bem relata Marquis e Huston (2010, p. 442) em seus escritos é

“uma força interna no indivíduo que influencia ou direciona seu comportamento”, envolve as

suas ações para o atendimento das necessidades não satisfeitas, impulsionando-o a ser

produtivo. Fatos que detectamos no Hemorio para a busca da implementação do processo de

acreditação, para que tivessem visibilidade enquanto organização e para atender uma

necessidade do Estado em ter uma melhoria da área pública de saúde.

Na análise das informações fornecidas pelos sujeitos, foram identificados alguns

aspectos facilitadores existentes na instituição para implantar à acreditação, a saber: ter um

trabalho prévio de gestão pela qualidade, o amor dos profissionais pela instituição, a busca

pela inovação, uma cultura organizacional voltada para a qualidade e liderança com formação

em gestão. Sendo computadas 14 unidades de registro que fazem alusão ao fato. Alguns

depoimentos demonstram estes aspectos. O instituto já tinha o trabalho de qualidade que beneficiou muito, tanto que nós conseguimos passar na CBA a primeira vez. (...) E ficou comprovado que o fato da gente previamente ter um trabalho de qualidade foi o fato que permitiu, agilizou.(Entrevistado 1 – Administrador) [...] eu sou institucional, eu tenho amor, eu visto a camisa, agora não é mais a camisa é tatuagem. Eu tenho um carinho sabe uma abnegação muito grande pela instituição. [...] Temos um grupo que tem muito amor a instituição. (Entrevistado 1 – Administrador) [...] nós temos os mesmos problemas, nós somos órgão público, igual sal, igual salgueiro, nem melhor nem pouco, apenas diferente, diferente por isso, porque nós trabalhamos o tempo inteiro com uma oxigenação novamente, a gente não pode ficar no marasmo, na mesmice, então tudo a gente começa a fazer inovação. (Entrevistado 2 – Médico) [...] quando um profissional chega encontra o outro já falando o qualitês. (Entrevistado 4 – Enfermeiro)

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A Diretora instituiu que todos os gestores tinham que ter curso em gestão, [...] constava no planejamento estratégico. Todas as chefias, todas as pessoas que lideram tinham que ter uma formação em gestão. [...] Foi um ganho considerável. (Entrevistado 11 – Enfermeiro)

Em se tratando da temática de avaliação dos serviços de saúde na qual a acreditação

está relacionada, faz-se imprescindível abordar a temática qualidade em saúde, haja vista que

na essência do conceito de qualidade está a idéia de avaliação. Face ao exposto, “é de suma

importância que o conceito de qualidade esteja presente na missão das instituições e

incorporado por seus atores sociais” (TRONCHIN et al., 2011, p. 75). Ao analisar os

depoimentos dos sujeitos, observou-se que o Hemorio ao ter introduzido primeiro uma gestão

pela qualidade, enraizado esta temática como uma marca institucional e ter capacitado os seus

líderes a utilizarem esta ferramenta, facilitou o processo de acreditação o que valida a

afirmativa dos autores anteriores.

Alguns obstáculos existentes na instituição também foram enfrentados na trajetória da

implantação da acreditação, evidenciados em 22 unidades de registro, o que demonstra um

trabalho árduo neste processo.

É muito difícil. Eu te falei, a gente precisa trabalhar aquelas ferramentas [...]. E eu te falo isso sinceramente. Até porque, a gente tem um rodízio muito grande de pessoas, então, esse trabalho é interminável. Ele não termina nunca. Essa questão de sensibilizar o profissional. (Entrevistado 4 – Enfermeiro) É trabalho árduo, você sabe que mudar mentalidade. (Entrevistado 1 – Administrador) Ninguém é exclusivo. Não existe exclusividade (os profissionais executam as suas atividades e participam do processo). Se (não) fosse assim a gente parava a assistência, a gente não tem força de trabalho para isso. Tem que escolher vai sim o comprometimento, aceitação das pessoas em participar dos grupos, porque vê os resultados, vê as melhoras, somos mais críticos conosco. (Entrevistado 2 – Médico) Claro que não  houve unanimidade na instituição para implementação desse processo de acreditação. Como ainda não há hoje. É muito difícil. (Entrevistado 4 – Enfermeiro) [...] o problema é o médico entender que a padronização de tratamento para o sistema de saúde é benéfico para o paciente. (Entrevistado 5 – Médica)

A resistência à mudança é “uma reação humana normal que se deve ter em conta

sempre que se pretende fazer mudanças”. Para que o processo de mudança seja bem sucedido,

faz-se fundamental imprimir a todos os atores um “pensamento comum de um novo hospital”

(OPAS,2004, p. 206)

Aliado a este obstáculo no Hemorio, a resistência a mudança, outros também foram

elucidados nos depoimentos dos sujeitos, como a rotatividade de pessoas e o desgaste físico e

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emocional. A rotatividade de pessoas devido à existência de funcionários cooperativados,

contratados temporariamente, conforme relatado anteriormente no histórico, filosofia e missão

do Hemorio, o que tem sido um dificultador para a manutenção do processo.

E com relação ao troca-troca de funcionários, até eles entenderem como funciona isso, isso é se apaixonar pelo Instituto, e isso é muito comum, o funcionário se apaixona, mas leva um tempo. Ele vem com uma cabeça de fora. É o malefício que a gente tem. (Entrevistado 5 – Médica) “[...] o que acontece só é que existe um retrabalho que às vezes por mais que você queira, não consegue que flua adequadamente, você tem que adaptar quando muda o instrumento é cansativo, levar para casa pra acabar, há um esgotamento neste sentido de entre a responsabilidade do dever cumprido e de comprometimento, que é uma coisa bem forte, que não seria o prejuízo, mas seria o desgaste. [...], não é só físico de cansar de estar fazendo alguma coisa. Desgaste também emocional. e tem que ter cuidado para não ter conflitos, já que é trabalho em grupo, não deixar que haja, que contamine algum problema de personalidades, até de vaidades, do ser humano, as posições, tem que ter jeito, é um desgaste também físico e emocional. (Entrevistado 1 – Administrador)

A cultura organizacional voltada para a qualidade é fundamental para o processo de

acreditação. Face ao exposto, foram identificados no corpus das entrevistas alguns aspectos

culturais elucidados na instituição para implantar o processo, identificados em 7 unidades de

registro.

Enquanto os de cima, quem está chefiando não conscientizar, fica mais difícil. Pode ser por amizade de um com o outro, mas criar esta cultura mesmo. Hoje em dia não, é com planejamento. (Entrevistado 1 – Administrador) [...] E fomos assim trabalhando, mas tudo dentro do sistema, da cultura que nós aprendemos dentro do sistema da qualidade. [...] É uma cultura. E não adianta você começar sem ter uma cultura para isso. (Entrevistado 2 – Médico) Essa mudança de mentalidade é uma mudança cultural. (Entrevistado 4 – Enfermeiro)

Consoante aos depoimentos percebeu-se que o Hemorio, em sua trajetória, preocupou-

se em reformular valores e formas de conduta no trabalho dos seus gestores e colaboradores,

assim como nas relações diárias entre eles, sendo uma cultura institucional buscar o melhor. A

OPAS (2004) refere que os processos de mudanças hospitalar devem ser considerados como

um processo de mudança de sua cultura. Para Tronchin et al.( 2011), a cultura faz parte da

estrutura informal das organizações, perpassa a dinâmica organizacional e se concretiza nas

relações interpessoais, fazendo com que o desempenho dos recursos humanos constituam um

fator determinante para o sucesso ou insucesso de qualquer proposta gerencial.

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Dentro desta categoria também foram inseridos os fatores que colaboram na

implantação e manutenção da acreditação na Instituição. Foram relacionadas 24 unidades de

registro que abordaram esta temática. A Diretora de assistência, ela reuni estas pessoas e cria, e está trabalhando todos estes padrões do CBA, cada um é responsável pelo seu padrão, tem as auditorias internas, é criado este grupo multidisciplinar de acordo com o padrão. (Entrevistado 2 – Médico) Quem entra aqui (Hemorio) tem que fazer os treinamentos na área de qualidade, tem os cursos de qualidade, [...]. Quem entra aqui já faz. (Entrevistado 7 – Estatítico) [...] a gente não dá muita atenção a satisfação, até porque o nosso nível de satisfação está em 90%, a gente dá ao ponto negativo, então nós vamos trabalhar os pontos negativos para que se tornem positivos. (Entrevistado 2 – Médico) [...] porque a acreditação, você tem de ter um fator, que é a equipe. Você tem de manter o espírito de equipe dentro do seu grupo. Você não trabalha sozinho. (Entrevistado 6 – Nutricionista) [...] provou que não é preciso muito dinheiro. Essa sim provou muito mais, foi preciso muito mais conhecer as coisas, ter boas idéias para solucionar os problemas. (Entrevistado 5 – Médica) E a acreditação trabalha muito com indicadores. Porque, para você buscar as melhorias, você tem que ter os indicadores. (Entrevistado 5 – Médica) Muita divulgação, muita campanha, muito marketing (interno). (Entrevistado 8 – Administrador)

Apesar de todos os obstáculos abordados anteriormente para uma mudança na gestão

de uma organização hospitalar, algumas estratégias apontadas nos depoimentos anteriores

foram adotadas pelo Hemorio para superar estes obstáculos.

Manzo, Brito e Corrêa (2011) referem que um novo processo de qualidade, como o

programa de Acreditação Hospitalar, produz mudanças de hábitos, de valores e de

comportamentos e proporciona um ambiente organizacional de excelência. Neste ambiente

organizacional, é fundamental capacitar os profissionais por intermédio de uma educação

reflexiva e participativa, que impulsione a transformação da organização, adotando uma

gestão que considere o homem como centro da organização, papel da Educação Continuada

(TRONCHIN et al., 2011). OPAS (2004) reforça a questão de que é determinante à liderança

transmitir a missão institucional e o projeto de mudança a todo o conjunto da instituição,

depende dela a implantação do desenvolvimento da qualidade. Para Chiavenato (2007, p. 291)

“o administrador precisa adotar novas maneiras de trabalhar com as pessoas”, adotando o

“compartilhamento de idéias e objetivos comuns”, trabalhando o fortalecimento ou

empoderamento (empowerment) das pessoas pelo trabalho em equipe. O mesmo autor relata

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que as pessoas se interrelacionam e é neste ponto que se pode fazer melhorias rápidas e

imediatas.

4.2.2 Categoria II: As reações dos profissionais no enfrentamento da acreditação

Esta categoria contém os temas que tratam das reações dos profissionais da instituição

no enfrentamento da acreditação. Elucida as reações profissionais iniciais à implantação da

acreditação na instituição e a evolução dessas reações com o caminhar do processo.

No que se refere às reações profissionais iniciais à implantação do processo, presentes

em 12 unidades de registro do corpus analisado, evidenciou-se que 4 dos 12 sujeitos

afirmaram que houve muita resistência da parte médica. Outro aspecto que emergiu foi que,

de acordo com os entrevistados, os enfermeiros gostam muito da área de qualidade, fato

também evidenciado no estudo de Rêgo e Porto (2005, p. 435), que ressalta a “forma que uma

enfermeira conduzia a política de qualidade de um hospital”.

Muita resistência da parte médica. (Entrevistado 2 – Médico) [...] o mais resistente é o grupo dos médicos. Sempre foram os mais resistentes. (Entrevistado 4 – Enfermeiro) Os primeiros, sem dúvida alguma, enfermeiros. Os enfermeiros e enfermeiras. Eles são muito destacados nesse processo, porque no fundo o mecanismo de trabalho de uma acreditação qualquer, qualquer que seja, é através de um check list. E o check list, ele é uma coisa do trabalho, do dia a dia do enfermeiro. (Entrevistado 5 – Médica)

As resistências dos profissionais se relacionaram muito ao desconhecimento inicial

acerca do que era a nova proposta de mudança pautada na gestão pela qualidade, proposta

pela liderança da instituição. Porque, na época nós tínhamos sido praticamente pioneiros, e os funcionários não viam ainda, ainda não vislumbravam as benesses, os bônus dessa trajetória, elas não queriam se submeter a uma prova. (Entrevistado 5 – Médica) Tinha gente que entrava na reunião assim: "qualidade, acreditação? Quero saber dessa qualidade e dessa acreditação se está faltando o remédio X." [...] Entendeu? Então as pessoas achavam que falar em acreditação e qualidade tinha que ter tudo, não é. (Entrevistado 10 – Médica)

Com o transcorrer da implantação do processo na instituição as reações profissionais

se modificaram, perceberam na prática que trabalhar com indicadores ajudava no processo de

decisão; passaram a ter como meta melhorar a organização; a adesão da Enfermagem foi

considerada decisiva para processo; os médicos começaram a se interessar pela segurança do

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paciente e do profissional. Situação evidenciada em 12 unidades de registro do corpus

analisado.

[...] como foi o avanço também paralelamente das organizações, o avanço dessa metodologia, então ficou mais fácil, quando eles perceberam que os indicadores ajudavam na tomada de decisão. (Entrevistado 1 – Administrador) [...] o resultado do esforço das pessoas, o espírito de equipe, que mesmo tendo alguns altos e baixos, mas conseguem ter uma superação que atenda ao propósito maior de melhorar a organização é colocado em primeiro plano, por isso que segue adiante. (Entrevistado 1 – Administrador) Mas quando aderiu (a Enfermagem) foi decisiva para o processo. (Entrevistado 10 – Médica) O médico quando viu a acreditação, começou a se interessar muito pela acreditação, a segurança do paciente, a segurança do profissional. (Entrevistado 10 – Médica) [...] hoje em dia a idéia da acreditação está tatuada, é uma marca. (Entrevistado 5 – Médica)

4.2.3 Categoria III: Os resultados do processo de acreditação na Instituição

Nesta categoria, discutiu-se os temas que expressaram os resultados do processo de

acreditação na Instituição, que envolveram os benefícios conquistados pela Instituição com a

acreditação, as mudanças ocorridas na Instituição com a acreditação e os aspectos negativos

levantados com a implantação do processo.

A temática sobre os benefícios conquistados pelo Hemorio com a acreditação foi bem

expressiva nos depoimentos dos sujeitos, assim como em toda trajetória relatada no histórico

da Instituição. O que direciona para um entendimento de que apesar dos obstáculos e

resistências evidenciados na trajetória, conforme relatou OPAS (2004) em seus escritos como

sendo um fator normal e esperado, haja vista envolver seres humanos no processo, o Hemorio

conseguiu atestar a acreditação como um processo que gera bons resultados, tanto para o

cliente interno quanto externo. Esta temática foi evidenciada em 24 unidades de registro do

corpus analisado.

A facilidade de acesso numa instituição que tem um certificado. Que é reconhecida [...] Um acesso muito melhor a várias coisas, [...]. (Entrevistado 3 – Médica) A instituição acreditada é olhada com outros olhos e com respeito. (Entrevistado 9 – Médica) [...] quando nós fazemos a pesquisa de clima organizacional, aponta que nós temos 92 - 93% dos funcionários têm orgulho de trabalhar aqui. (Entrevistado 7 – Estatístico)

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Com certeza houve melhora na qualidade dos serviços prestados aos usuários com a acreditação. Isso a gente tem que são as nossas pesquisas. (Entrevistado 4 – Enfermeiro) E nós conseguimos, e ao longo desse tempo, a gente vem aprimorando. Trabalhado para poder melhorar e desenvolver. Fazendo a análise de melhoria dos processos. (Entrevistado 6 – Nutricionista)

No que se refere às mudanças ocorridas no Hemorio com a acreditação evidenciadas

em 13 unidades de registro do corpus analisado, verificou-se que os sujeitos apontaram para

uma mudança na gestão, na infraestrutura, na cultura, na assistência, na imagem institucional,

nas normas operacionais, oportunizou crescimento institucional.

A imagem institucional é notória, este é o benefício. (Entrevistado 2 – Administradora) Foi uma inovação. Ele (CBA) vem com uma inovação [...] e atualizações. (Entrevistado 3 – Médico) [...] é um PDCA contínuo, que é uma oportunidade que a instituição tem de rodar PDCA continuamente, não a certificação, mas sim, a manutenção. (Entrevistado 12 – Médico) A acreditação trouxe diferenças em todos os aspectos. [...]. Tanto na parte de infraestrutura, [...] registros profissionais, apesar de que aqui já tem uma cultura muito antiga em relação a registros. [...] Em todos os sentidos. Na assistência que se tem de ter, em quais os cuidados que se tem de ter. (Entrevistado 3 – Médico)

Alguns aspectos negativos também foram apontados pelos sujeitos com a implantação

da acreditação como os conflitos técnicos, o estresse emocional e pessoal, o ter que trabalhar

muito e a necessidade de estar sempre acompanhando o processo. Utilizando-se de uma

abordagem psicossocial e psicodinâmica das organizações, Tronchin et al.(2011, p. 55) aborda

que temos que “reconhecer o conflito como inerente às organizações e à nossa vida em

sociedade” e administrá-lo de forma condizente ao respeito à dignidade humana. A mesma

autora refere que a negociação é uma alternativa para a solução dos impasses nos conflitos,

sendo uma competência relacional, uma habilidade que se constitui em importantes

ferramentas para os gestores de unidades de saúde intervirem nestas questões. Ao analisar a

forma de gerenciamento do Hemorio, elucidado em relato anterior de sua história, filosofia e

missão, percebe-se que a estratégia de realizar fóruns de discussão e decisões tem gerado uma

condução a estas situações. Esta temática emergiu de 4 unidades de registro do corpus

analisado.

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Não que seja um prejuízo, mas conflitos, quanto mais você capacita as pessoas, mais elas vão ter conhecimento daquilo que pode ser feito com melhor qualidade. Entrevistado 11- Enfermeiro) O único prejuízo é você trabalhar muito. (Entrevistado 3 – Médico) [...] sentir que a acreditação não era um fim era um início. E eu tinha que acompanhar aquilo ali, se não eu tenderia ao caos. (Entrevistado 12 – Médico)

4.2.4 Categoria IV: A escolha e os custos do tipo de processo de acreditação

Esta categoria se refere à temática do tipo preferencial de acreditação do Hemorio e

aborda os custos desta acreditação.

O tipo preferencial de acreditação do Hemorio foi evidenciado em 6 unidades de

registro do corpus analisado. Emergiu nos depoimentos a escolha do CBA/JCI como agência

acreditadora da Hematologia, haja vista que o serviço de Hemoterapia foi acreditado pela

AABB e o foco deste estudo ser o serviço hospitalar e não o banco de sangue. Esta escolha de

acordo com os sujeitos deu-se pelo interesse na qualificação técnica e viabilidade, pois pela

ONA por envolver mais questões estruturais, teriam que construir outro prédio. Na acreditação da ONA a gente não prosseguiu, porque a gente identificou que eles tem níveis de acreditação e o processo que é o mais, a gente acha que a nosso ver é a coisa mais importante da melhoria do processo, da educação funcional era o nível 3, a gente passava em tudo, porém tinha uns pré-requisitos de infraestrutura no nível 1, que para um hospital público é quase impossível. Você não vai pegar um hospital público demolir e construir outro. Então quando a coisa não é tanto processo, não é tanto educacional, fica quase que inviável, ficou muito. (Entrevistado 10 – Médico) O CBA foca muito na questão do atendimento, avalia o profissional que está atuando, como é que a informação chega até o paciente, como é que você resolve o problema do paciente, não só do doente, mas de todo corpo. (Entrevistado 8 – Administrador)

Os custos da acreditação do Hemorio emergiu de 5 unidades de registro do corpus

analisado. Foi relatado pelos sujeitos que é a SESDEC quem financia o processo e por

trabalharem com diversas parcerias para conquistar as melhorias necessárias. Não referiram

ser um financiamento fácil devido a problemas com mudanças de governo.

Para o programa de qualidade foi a Fundação de Apoio. Para a acreditação foi a SESDEC. Ela nos ajuda muito. (Entrevistado 2 – Administrador) São vários parceiros [...] Não é só a SESDEC. [...] Tem que correr atrás. (Entrevistado 4 – Enfermeiro)

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Tem momentos difíceis, alguns casos que pra manter a Entrevistada 10 pediu muito na secretaria e também tinha às vezes necessidade de algumas coisas ligadas na fundação, precisando de apoio pra tentar também alguma coisa, eu não sei porque você sabe que governo quando muda. Tem toda aquela sensibilização [...] e eles entendem que é a imagem da secretaria também. Então quando a gente entende que é imagem para a secretaria. Exatamente porque isso é projeto. Só que é uma vitrine, aquilo é uma vitrine, o único órgão da secretaria. (Entrevistado 1 – Administrador)

4.2.5 Categoria V: A acreditação e as instituições de saúde da rede pública

Esta categoria foi construída baseada nos depoimentos dos sujeitos que ao serem

perguntados sobre recomendar o processo de acreditação as instituições de saúde da rede

pública elucidaram alguns fatores relevantes às instituições de saúde para implantar este

processo. Dos 12 sujeitos do estudo, apenas 1 (Entrevistado 5) não recomendaria a

acreditação, recomendaria um caminhar, um planejamento e formação de gestores com idéias

de gestão devido as especificidades do processo. Os 11 que recomendariam, aliaram a

implementação do processo com a necessidade de ter uma preparação prévia; ter uma cultura

organizacional e liderança que queiram o processo; a necessidade de se trabalhar ferramentas

de qualidade; de ser ter uma política de recursos humanos modificada, sem diferenças

salariais e o treinamento e retreinamento em serviço. Esta temática emergiu de 9 unidades de

registro do corpus analisado.

[...] você pode ter uma acreditação, qualidade e até uma ISO, quanto mais tiver melhor. Depende do grupo, da forma que isto foi iniciado. Mas eu recomendo, seria até uma incoerência minha, logo eu que sou voltada pro Hemorio o tempo todo, mas tem o aspecto comportamental da cultura organizacional e a liderança que é fundamental, não adianta todo mundo estar querendo. (Entrevistado 1 – Administrador) Desde que a instituição tenha uma maturidade, tenha e que seja uma instituição engajada no processo, porque caso contrário, só vai gastar dinheiro e não vai conseguir fazer nada. (Entrevistado 3 – Médica) Para a Instituição pública a acreditação é possível, necessário e viável. (Entrevistado 7 – Estatístico)

4.2.6 Categoria VI: O usuário e a acreditação

Nesta categoria apresenta-se a temática sobre o usuário e acreditação, construída com

base na análise dos depoimentos dos sujeitos acerca da percepção deles sobre a qualidade dos

serviços prestados pelo Hemorio aos usuários com a implantação deste processo. Detectou-se

algumas nuances interessantes nesta temática.

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De acordo com os sujeitos, os clientes se tornaram mais exigentes com a Instituição,

chegando a ser sem bom senso em algumas situações. Na percepção deles, alguns usuários

apresentam uma visão ainda deturpada do que seria a acreditação, achando que uma boa

medicina e um bom hospital tem que ter ar condicionado dentre outras coisas (Entrevistado

5); os usuários não são mais passivos, eles reivindicam, pois foram ensinados a reivindicar

(Entrevistado 12). Aliado as exigências dos usuários, emergiu nos depoimentos que o maior

beneficiado com a acreditação é o usuário e que eles tem orgulho de serem tratados no

Hemorio, além de disporem de um profissional mais qualificado e segurança nos

procedimentos. Esta temática foi computada em 10 unidades de registro do corpus analisado. O cliente está muito mais exigente. Por exemplo, o doador, ele tem um processo de doação desde a hora que ele entra aqui. O doador nosso de repetição, que vem aqui e fica mais de 1h e meia, ele reclama. Porque a gente avisa para ele que o processo leva de 55 minutos a 1 hora. (Entrevistado 7 – Estatístico) Com certeza, o paciente começa a ganhar com isso, com este atendimento que é também mais humanizado, porque não existe qualidade ou acreditação sem humanização. (Entrevistado 10 – Médico) Para o paciente, é a segurança, é a certeza da qualidade técnica, melhor tratamento possível. (Entrevistado 10 – Médico)

O conceito de usuário dos serviços de saúde tem se modificado no decorrer dos anos

com as transformações políticas mundiais, a globalização da economia, a revolução das

comunicações, a crescente incorporação de novas tecnologias. Não estão desempenhando

mais um papel passivo, aceitando o que está sendo oferecido e decidido em seu lugar, estão

adquirindo um papel mais ativo, de clientes ou consumidores do que de pacientes tradicionais

(OPAS, 2004; TRONCHIN et al, 2011).

Na interface destas mudanças de paradigma na concepção de quem atualmente é este

usuário dos serviços de saúde, de acordo com os relatos de Tronchin et al (2011, p. 71) está a

necessidade dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde adaptarem-se a este novo

cenário e incorporarem estratégias que atendam aos usuários, razão de ser das Instituições.

Em face desta assertiva e da filosofia atual da qualidade que é ter o cliente em

primeiro lugar como bem refere Maximiano (2009), percebeu-se nos depoimentos dos sujeitos

e nas pesquisas de satisfação geral do paciente com o Hemorio nos últimos anos (HEMORIO,

2011) tem evidenciado que eles estão entre 94-97% satisfeitos, denota que o processo de

acreditação, com toda a busca pela excelência nos serviços prestados e segurança do paciente

no Hemorio tem gerado bons resultados para os usuários. Cabe ressaltar que estudos

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direcionados aos usuários neste contexto fazem-se oportunos e necessários para evidenciar

com mais profundidade esta temática.

 

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de construção e implementação de um modelo de gestão nas instituições

de saúde brasileiras e cariocas com ênfase nos princípios norteadores da qualidade tem sido

desafiador aos gestores da atualidade. Assim como, aderir e se submeter aos processos de

avaliação externa desta gestão pela ferramenta da acreditação hospitalar, a qual avalia se a

instituição de saúde obedece aos padrões por ela elaborados para aperfeiçoar a segurança e

qualidade do cuidado em saúde. Fato este evidenciado no estudo que apontou que atualmente

(2011) no Brasil apenas 3,13% dos Hospitais Gerais e Especializados cadastrados no CNES

são acreditados pela ONA ou JCI/CBA e 2,9% no Estado do Rio de Janeiro.

Em se tratando de instituições de saúde públicas localizadas no Estado do Rio de

Janeiro, objeto deste estudo, a adesão a este processo mostrou-se mais complexo ao

identificarmos que apenas 4 Hospitais foram acreditados. Em análise a um destes Hospitais,

o Hemorio, cenário deste estudo, descobriu-se fatores relevantes na trajetória desta instituição

de saúde na busca da construção de uma gestão rumo a excelência no atendimento à saúde

através da melhoria contínua de seus processos.

O Hemorio, órgão da Administração Pública Estadual – Poder Executivo, subordinado

à Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (SESDEC), revelou que é possível as

instituições de saúde da rede pública o alcance desta qualidade, tão bem evidenciada através

de suas conquistas em premiações e acreditações que permearam a sua história. Não só por

estes fatores, mas também identificado nos resultados das pesquisas realizadas pelo Instituto,

como na de satisfação do usuário, com escores altos de satisfação.

Os documentos do Instituto e os sujeitos participantes do estudo ressaltaram que o

caminhar para a acreditação não foi uma tarefa fácil, existiram vários fatores que foram

considerados relevantes para iniciar o processo, uma motivação tanto interna quanto externa

da instituição para buscar o processo, alguns aspectos facilitadores e culturais que já existiam

para se implantar a acreditação hospitalar, alguns obstáculos que também existiam para a

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implantação, assim como os fatores que colaboraram para implantação e manutenção do

processo.

O envolvimento da alta direção, unidade de registro mais evidenciada no corpus

analisado, demonstrou-se fundamental para se iniciar o processo no Hemorio, pois apenas

quando a Diretora Geral à época identificou a necessidade de incorporar novas práticas a sua

gestão, motivada pela observação a outras instituições internacionais que já trabalhavam com

um programa de qualidade e que isto se fazia importante e oportuno é que todo o processo se

iniciou no Instituto. Este fato nos reporta ao papel imprescindível dos gestores das demais

instituições de saúde compreender que este processo os levará a fornecer uma assistência à

saúde mais segura e com qualidade tanto para os seus clientes internos e externos e, que

compete à liderança acreditar que é possível, influenciar e convencer seus colaboradores neste

movimento, imprimindo uma gestão participativa, sem a qual não se consegue trilhar novos

rumos em uma gestão, por se tratar de uma construção coletiva.

A motivação tanto interna quanto externa do Hemorio, a força interior que os

impulsionou a ser produtivos, para implementar a acreditação foi também detectada, haja

vista buscarem visibilidade enquanto organização e o atendimento de uma necessidade do

Estado em ter uma melhoria da área pública de saúde.

Alguns aspectos facilitadores também emergiram no estudo da instituição, pois se

observou que o Hemorio ao ter introduzido primeiro uma gestão pela qualidade, enraizado

esta temática como uma marca institucional e ter capacitado os seus líderes a utilizarem esta

ferramenta, facilitou o processo de acreditação. Ter uma cultura organizacional voltada para a

qualidade, para a busca do melhor, em face da preocupação do Instituto em reformular valores

e formas de conduta no trabalho dos seus gestores e colaboradores, assim como nas relações

diárias entre eles, corroborou para facilitar a conquista e manutenção da acreditação.

Entretanto, como anteriormente relatado, o processo não foi fácil, alguns obstáculos também

foram encontrados no Hemorio para este novo modelo de gestão, como a resistência às

mudanças por parte de seus colaboradores, a rotatividade de pessoas e o desgaste físico e

emocional, o que tem sido um dificultador para a manutenção do processo.

Contudo, algumas estratégias foram adotadas pelo Hemorio para superar estes

obstáculos, como o treinamento contínuo para capacitar os seus profissionais; os processos de

auditoria interna; a preocupação em se trabalhar os pontos negativos apontados nas pesquisas

realizadas no Instituto; a busca pela manutenção do espírito de equipe; trabalhar sempre com

indicadores para aferir os seus processos; buscar boas idéias para se solucionar os problemas

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e, muita divulgação interna das suas premiações e conquistas para os seus colaboradores,

muito marketing interno.

Outro aspecto que emergiu no estudo, foi as reações iniciais dos profissionais da

instituição no enfrentamento da acreditação e a evolução dessas reações com o caminhar do

processo, que se relacionaram muito ao desconhecimento inicial acerca do que era a nova

proposta de mudança pautada na gestão pela qualidade, proposta pela liderança da instituição,

que com o transcorrer da implantação do processo se modificaram, pois passaram a perceber e

vivenciar as benesses da conquista, sendo hoje considerado uma marca institucional. Foi

identificada muita resistência inicial da parte médica e que os enfermeiros gostam muito da

área de qualidade, sendo muito importantes e decisivos no processo.

No que tange aos resultados do processo de acreditação evidenciados na Instituição,

que envolveram os benefícios conquistados pela Instituição com a acreditação, as mudanças

ocorridas na Instituição com a acreditação e os aspectos negativos levantados com a

implantação do processo, a temática sobre os benefícios foi bem expressiva no estudo,

configurando que o Hemorio conseguiu atestar a acreditação como um processo que gera bons

resultados, tanto para o cliente interno quanto externo.

Dentre os benefícios estão à facilidade de acesso a várias coisas; ser olhada com

respeito por outras instituições; ter um bom clima organizacional, os profissionais têm

orgulho em trabalhar no Instituto e melhorar a qualidade dos serviços prestados. No que se

refere às mudanças, verificou-se que ocorreu uma mudança na gestão, na infraestrutura, na

cultura, na assistência, na imagem institucional, nas normas operacionais, oportunizou

crescimento institucional.

Alguns aspectos negativos também emergiram com a implantação da acreditação,

como os conflitos técnicos, o estresse emocional e pessoal, o ter que trabalhar muito e a

necessidade de estar sempre acompanhando o processo. Contudo, ao analisar a forma de

gerenciamento participativo do Hemorio, percebeu-se que a estratégia de realizar fóruns de

discussão e decisões tem gerado uma boa condução a estas situações.

O tipo preferencial de acreditação adotada pelo Hemorio foi pela agência acreditadora

CBA/JCI. Esta escolha, de acordo com o estudo, deu-se pelo interesse na qualificação técnica

e pela viabilidade, pois pela ONA por envolver mais questões estruturais, teriam que construir

outro prédio. Foi detectado que é a SESDEC quem financia o processo e por trabalharem com

diversas parcerias e convênios para conquistar as melhorias necessárias. Não referiram ser um

financiamento fácil devido a problemas com mudanças de governo. Em face do exposto,

mostra que é interesse do Estado do Rio de Janeiro ter instituições acreditadas, inclusive já

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existem outras instituições na busca deste processo, cabe às instituições de saúde públicas

compreenderem a importância do processo e desejarem percorrer este caminho.

A maior parte dos participantes do estudo, 92%, recomendaria a acreditação para

outras instituições, porém aliaram a implementação do processo com a necessidade de se ter

uma preparação prévia; ter uma cultura organizacional e liderança que queiram o processo; a

necessidade de se trabalhar ferramentas de qualidade; de ser ter uma política de recursos

humanos modificada, sem diferenças salariais e o treinamento e retreinamento em serviço,

sendo possível, necessário e viável.

  Diante deste processo, não poderíamos deixar de abordar sobre os usuários, para quem

todo o processo de gestão pela qualidade deve estar direcionado, os maiores beneficiados, a

razão de ser de toda instituição.

Emergiram algumas nuances interessantes nesta temática no Hemorio. Os usuários se

tornaram mais exigentes com a Instituição. Na percepção deles, há ainda uma visão deturpada

do que seria a acreditação, acham que uma boa medicina e um bom hospital tem que ter ar

condicionado, uma boa hotelaria; não são mais passivos, reivindicam, haja vista terem sido

ensinados por eles a reivindicar.

No entanto, aliado as exigências dos usuários no Instituto, emergiu que o maior

beneficiado com a acreditação é ele e que eles tem orgulho de serem tratados no Hemorio,

além de disporem de um profissional mais qualificado e segurança nos procedimentos. Nas

pesquisas de satisfação geral do paciente com o Hemorio nos últimos anos tem evidenciado

que eles estão entre 94-97% satisfeitos, denotando que o processo de acreditação, tem gerado

bons resultados para os usuários. Cabe ressaltar, entretanto, que estudos direcionados aos

usuários neste contexto fazem-se oportunos e necessários para evidenciar com mais

profundidade esta temática.

O processo de acreditação, toda esta construção coletiva efetivada pelo Hemorio para a

melhoria da gestão da qualidade, com toda a sua complexa trajetória, dificuldades, mas bons

resultados possam inspirar outras instituições de saúde públicas ou privadas, gestores,

colaboradores, profissionais de saúde a se encorajarem e se esforçarem no sentido de

propiciarem a implantação deste processo, buscando uma melhoria contínua da gestão da

qualidade. E que os usuários continuem a reivindicar o direito de ter uma assistência à saúde

livre de riscos.

 

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75  

APÊNDICE A - ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

Nome: Sexo: Idade: Cargo que ocupa: Formação: Tempo na Instituição: 1. Surgimento da idéia de adesão ao processo de acreditação hospitalar e as motivações para

esta iniciativa. (Relatar a trajetória da decisão até a implantação). 2. Fatores considerados mais relevantes para a tomada de decisão em implantar o processo.

(Relatar se houve unanimidade na instituição nesta decisão) 3. As estratégias utilizadas para implementar o processo. A mobilização dos profissionais. 4. O financiamento do processo. 5. Influências na contratação do CBA-JCI. 6. Os profissionais que participaram da implantação do processo. 7. A adesão desses profissionais ao processo. 8. O seu papel no processo. 9. Tempo que levou entre a preparação da instituição até a acreditação. 10. As mudanças na instituição e no seu serviço com a conquista da acreditação. 11. Relatar se a acreditação trouxe alguma diferença na instituição e no seu serviço. 12. Relatar se você percebeu algum benefício para a instituição, com a implantação da

acreditação. 13. Relatar se você obteve alguma compensação no seu trabalho com a implantação deste

processo. 14. Relatar se detectou algum prejuízo a instituição e ao seu serviço, no processo de

implantação. 15. Com base na experiência da implantação da acreditação, relatar se você vivenciou

situações de conflito ou insatisfação de algum setor ou serviço. 16. Relatar se em sua opinião houve melhora na qualidade dos serviços prestados aos usuários

com a acreditação. 17. Referir se recomendaria o processo de acreditação para outras instituições de saúde da

rede pública. 18. Relatar alguma questão que gostaria de falar e não foi abordada.

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76  

APÊNDICE B - ROTEIRO PESQUISA DOCUMENTAL

1. Histórico de criação da Instituição.

2. Filosofia da Instituição.

3. Estrutura organizacional da Instituição.

4. Histórico de premiações da Instituição.

5. O processo de acreditação na Instituição.

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77  

APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: ESTUDO EXPLORATÓRIO DESCRITIVO DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE DA REDE PÚBLICA ACREDITADAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Pesquisador Responsável: ZENITH ROSA SILVINO e MÔNICA SIMÕES DA MOTTA DUARTE Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – Mestrado Acadêmico em Ciências do Cuidado em Saúde e Gestão Telefones para contato: (21) 2646-1805 / (21) 8702-4408

Nome do voluntário:__________________________________________________________ Idade: ______ anos R.G. ________________ Profissão: ____________________ Telefones para contato: ( ____ ) _____________ / ( ____ ) ________________ Endereço:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “ESTUDO

EXPLORATÓRIO DESCRITIVO DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE DA REDE PÚBLICA ACREDITADAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO”, de responsabilidade do pesquisador MÔNICA SIMÕES DA MOTTA DUARTE.

Os objetivos e justificativas deste estudo são: caracterizar as instituições de saúde da rede pública do Estado do Rio de Janeiro acreditadas; identificar os caminhos percorridos pelas instituições de saúde da rede pública do Estado do Rio de Janeiro para conseguirem ser acreditadas e discutir os benefícios institucionais obtidos pelas instituições de saúde da rede pública ao serem acreditadas. Justifica-se pelo fato de identificar a grande necessidade de percorrer o caminho da melhoria contínua da qualidade evidenciada através da aderência voluntária de algumas instituições de saúde da rede pública do Estado do Rio de Janeiro aos programas de acreditação hospitalar, por entender que, atualmente, a acreditação é uma questão de segurança em saúde.

Será realizada uma entrevista semi-estruturada que será gravada, posteriormente transcrita na íntegra e o seu conteúdo tratado através de uma análise temática de conteúdo. A vossa privacidade será respeitada, ou seja, seu nome ou qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, identificar-lhe, será mantido em sigilo.

O Sr. (ª) poderá se recusar a participar do estudo, ou retirar seu consentimento a qualquer momento, sem precisar se justificar. A vossa participação é voluntária.

Ser-lhe-á garantido o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas conseqüências, enfim, tudo o que queira saber antes, durante e depois da vossa participação.

Eu, __________________________________________, RG nº _____________________

declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima

descrito, estando totalmente ciente de que não há nenhum valor econômico, a receber ou a pagar,

por minha participação.

Niterói, _____ de ____________ de _______

Nome e assinatura do entrevistado Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento

Testemunha Testemunha

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APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

1 Luta e campanha de planejamento e qualidade;

1 1 1

2 Corrida sem fins lucrativos, um trabalho novo, uma mudança radical, uma mudança de mentalidade, numa área pública;

2

1

1

1

5

4

3 É todo mundo antigo aqui. E conhecia e tinha a pessoa que articulasse, que pudesse procurar sensibilizar;

1

1

1

4 A maioria da área médica, a visão deles não é de gestão e foi um desafio muito grande, muita resistência;

3

1

1

1

6

4

5 Participar de premiação como uma avaliação para ter um feedback. As pessoas pensam que é só um prêmio, mas não é, o prêmio é um resultado, é o que a gente fez no programa;

1

2

1

1

5

4

6 Todo um trabalho de implantação; 1 1 2 2 7 As pessoas acharam que o programa de

qualidade era moda e bobagem; 1 1 1 3 3

Continua

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APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

8 Não tinha referencial, na hora de colocar referencial comparativo foi uma loucura, as pessoas não estão pensando em indicador;

1

1

1

9 As pessoas achavam que não iam ver resultados e era determinação;

1 1 2 2

10 Quando não tiver pessoas para manter o processo, pode-se dar um passo para frente e dois para trás, se ficar desanimada não segue, se influenciar por comentários, horríveis que às vezes se escuta, também não vai adiante;

1

1

1

11 É um terreno de preparação, algo histórico para chegar lá, não pode chegar de cara;

1

1

1

12 A secretaria (Sesdec) assinou um convênio, um projeto e selecionou cinco hospitais para um projeto piloto para acreditação;

2

1

3

2

13 O instituto já tinha o trabalho de qualidade que beneficiou muito na acreditação;

5

1

1

7

3

Continua

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80 

 

APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

14 A acreditação tem um foco, mais técnica, um acréscimo, o crescimento da instituição, na gestão já tinha arrumado um pouco a casa no sentido da gestão e quando entrou os requisitos de acreditação, ficou mais fácil;

1

1

1

15 Não teve uma aceitação tão maravilhosa; 1 1 1 16 Houve uma valorização da qualidade por

ter ajudado a área técnica; 1 1 1

17 É trabalho árduo mudar mentalidade; 2 1 1 4 3 18 O avanço paralelo das organizações nessa

metodologia, ficou mais fácil quando perceberam que os indicadores ajudavam na tomada de decisão;

1

1

1

19 A vantagem é que historicamente a organização sempre foi dirigida por médicos da casa, eu acho que a cultura ajuda;

1

1

1

20 No modelo de gestão da acreditação, ocorre o crescimento, porque se faz uma coisa, ajuda a outra e a organização avança em facilidades;

1

1

2

2

Continua

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APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

21 A secretaria (Sesdec) na hora de dar os recursos para os projetos vão dar para quem está com esta estrutura e não para uma organização que está muito incipiente, não tem essa base profissional;

1

1

1

3

3

22 Na verdade uma das metas mobilizadoras nacionais era 100% de qualidade para fazer o processo de sangue com qualidade. Tem toda uma necessidade maior de trabalhar com qualidade, a instituição tem que estar voltada principalmente pela responsabilidade que tem em relação à rede pública;

2

2

4

2

23 Ser uma instituição reconhecida por excelência, porque o fato de ser pública não quer dizer que não possa ser;

1

1

1

24 A liderança querendo e o pessoal não querendo não dá certo, e o pessoal querendo e a liderança não querendo também não dá;

1

1

1

Continua

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APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

25 Como líder você tem que ter essa postura, tem que saber quem está e incentivar e aquele que não está muito, procurar não dar importância;

1

1

1

26 Tem momentos difíceis, pediu-se muito na Sesdec, problemas com mudança de governo. Tem que sensibilizar e dizer que é importante, que é a imagem da Sesdec; (financiamento)

1

1

2

2

27 Fazemos sempre anualmente uma auditoria interna do instrumento para não deixar a peteca cair, porque parar é como se você fosse começar tudo de novo;

1

1

1

28 A Sesdec queria uma melhoria da área pública de saúde;

1 1 1

29 A preocupação sempre foi com o aspecto multidisciplinar, não setorial;

1 1 2 2

30 A sensibilização (para o processo) é com os responsáveis pelos grupos, que coloca responsáveis por funções representando as equipes. Tem que ter acompanhamento;

1

1

1

Continua

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83 

 

APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

31 Trabalho de formiguinhas para motivar o grupo;

1 1 2 4 3

32 Considero fundamental primeiro como fazer, segundo é completamente tirar água de pedra;

1

1

1

33 Amor a instituição. 2 1 3 2 34 Foi um trabalho árduo que deu resultado,

só que não é fácil, acham que é fácil demais;

2

1

1

4

3

35 É uma experiência única, você avança, se envolve, por outro lado nem todo mundo acompanha, você fica meio diferenciada;

1

1

1

36 Na hora de buscar melhoria, busca manter a acreditação, manter avaliações externas, um avanço institucional, mas a visibilidade aumenta, metas para o futuro, planejamento, integração, ninguém consegue 100%, ainda se tem muito a fazer, avanços, é a melhoria contínua. A visibilidade é uma coisa muito importante;

1

2

2

1

1

1

8

6

Continua

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84 

 

APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

37 A sua visão é maior, visão sistêmica, visão de processos, de impactos, de resultados, de indicadores, você percebe, não fica limitado, fica com uma visão global, aumenta plenamente os horizontes, em termo de conhecimento, de processo, de ambiente; (Compensações pessoais referidas com o acreditação)

1

1

1

3

3

38 A instituição tem que alinhar bem com a Sesdec a liberação dos recursos que dependem dela com o processo, acompanhamento e cumprimento de cronograma; (dificuldades do processo)

1

1

1

39 Retrabalho, tem que adaptar quando muda o instrumento, é cansativo, levar para casa para acabar, o desgaste, não é prejuízo, é desgaste físico e emocional. Ter cuidado para não ter conflitos, por ser trabalho em grupo, não contaminar com personalidades, vaidades do ser humano, com posições; (dificuldades do processo)

1

1

1

Continua

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APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

40 Não tem prejuízo porque você ganha com esta experiência e experiência é fundamental;”

1

1

1

1

4

4

41 Enquanto quem está chefiando não conscientizar, fica mais difícil, pode ser por amizade, mas criar esta cultura. Hoje é com planejamento;

1

1

1

42 A auditoria é um desafio por ser vista como uma proteção para o paciente contra o médico, confundem;

1

1

1

43 Dificuldade de recurso humano e ter que dar conta do processo;

1 1 1

44 Não podemos parar no tempo e no espaço, dá trabalho, você fica na ponta, fica na frente, você se desgasta;

1

1

1

45 Pesquisa de satisfação com o paciente, com o doador e com o funcionário é feita com um convênio com a UERJ;

1

1

1

3

3

46 Cliente mais exigente; 1 2 1 2 2 8 5 Continua

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Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

47 Recomenda o processo para outras instituições de saúde da rede pública. Você pode ter uma acreditação, qualidade e até uma ISO, quanto mais melhor, mas depende do grupo, tem o aspecto comportamental da cultura organizacional e a liderança;

1

1

1

1

1

1

1

7

7

48 A organização pioneira em várias coisas, até em ter uma Diretora mulher numa época que era um desafio, uma característica feminina muito grande;

1

1

1

49 Os profissionais conseguem ter uma superação que atende ao propósito maior de melhorar a organização e segue adiante;

1

1

2

2

50 Intenção da instituição é ter um sistema de qualidade que possa estar preparado para atender aos requisitos de todas acreditações e premiações;

1

1

1

51 Trabalhamos dentro do sistema de qualidade, da cultura que aprendemos dentro deste sistema;

1

1

1

Continua

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APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

52 Não adianta começar o processo de acreditação sem ter uma cultura para isso;

1

1

1

53 As organizações estão a cada dia mais se aperfeiçoando, não podem esmorecer, tem que ter a melhoria contínua, os princípios de Deming;

1

1

1

54 Perseverança. Trabalhar o clima organizacional, a motivação, força de vontade, empreendedorismo. (fatores relevantes para implementar o processo);

1

1

2

2

55 A instituição tem os mesmos problemas dos outros órgãos públicos, é apenas diferente porque trabalhamos o tempo inteiro com uma oxigenação novamente, não pode ficar no marasmo, na mesmice;

1

1

1

3

3

56 Inovar e melhorar a saúde pública. Na saúde pública está os melhores profissionais, falta gestão;

1

1

1

57 Trabalho com rotatividade de pessoas, com retreinamento, conquista de confiança; (desafios)

1

3

1

1

2

2

1

11

7

Continua

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Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

58 Quando você fala de qualidade, é muito cobrado interna e externamente;

1 2 3 2

59 Programa de qualidade financiado pela Fundação de Apoio e a acreditação pela Sesdec;

1

1

1

1

4

4

60 Escolhido o CBA/JCI pela maior probabilidade de conseguir, a ONA não conseguiria por problemas de financiamento, teria que fazer outro prédio;

1

1

1

1

1

5

5

61 Os enfermeiros gostam muito desta área de qualidade, até pela formação, são sistemáticos, metódicos, ligados, uma característica de qualquer programa de qualidade;

2

1

1

4

3

62 A Diretora de assistência reúne as pessoas e cria, trabalha os padrões do CBA, cada um é responsável pelo seu padrão, tem as auditorias internas, é criado um grupo multidisciplinar de acordo com o padrão;

1

1

2

2

Continua

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Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

63 Não há exclusividade para participar do grupo, não há força de trabalho para isso, depende do comprometimento, da aceitação em participar;

1

1

1

1

4

4

64 Crescimento profissional para quem participa dos grupos;

1 2 3 2

65 O CBA tem uma pessoa deles que ajuda na preparação da instituição para a acreditação;

1

1

2

2

66 Hoje só trabalham dentro das normas, POPS, tem um linguajar diferente do antigo, mudou a cultura; (mudanças na Instituição)

1

1

1

67 Tudo tem que ser mais planejado, priorizado e hierarquizado;

1 1 1

68 Melhora a imagem da instituição. (benefícios);

1 1 1 1 2 1 2 9 7

69 Estresse emocional e pessoal. (prejuízos); 1 1 1 70 Liderança tem que ser exemplo; 1 1 1 3 3 71 Cabe ao profissional mais envolvido com

o processo, convencer que aquilo é bom; 1 1 2 2

72 Sensibilização através de comitês, dos grupos multiprofissionais;

1 1 2 2

Continua

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Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

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E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

73 Não partir direto para um programa de acreditação, preparar o solo para isso;

1 1 1

74 Começamos a movimentar a instituição na prática de uma capacitação, cursos, palestras;

1

1

2

2

75 Os profissionais que entram na instituição são obrigados a participar de um curso intensivo de programa de qualidade, uma estratégia para o funcionário entender;

1

2

2

5

3

76 Não damos muita atenção à satisfação, e sim, ao ponto negativo. Trabalhamos os pontos negativos para que se tornem positivos;

1

1

1

77 As pesquisas direcionam para um trabalho mais focado na qualidade;

2 2 2

78 Recomenda a acreditação desde que tenha uma preparação prévia;

2 1 3 2

79 É desgastante, não faça só para ser acreditado;

1 1 2 2

80 Não vamos a lugar nenhum sem os seus dados;

1 1 2 2

81 O processo de acreditação começou com as questões envolvendo a qualidade;

2 3 1 2 8 4

Continua

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Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

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E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

82 A acreditação começou na instituição com a hemoterapia pela AABB e depois surgiu o CBA/JCI para a assistência hematológica;

1

1

2

2

83 Entendia que a acreditação era a ferramenta que mostrava quais eram as boas e melhores práticas, mostra o que fazer para ser considerado bem feito;

1

1

2

2

84 Pessoas se dedicaram muito a isso; 1 1 2 2 85 Muitas reuniões, muitas tarefas para

serem cumpridas, corrigir coisas, adequações;

1

1

1

86 Envolvimento da área técnica e administrativa;

1 1 1

87 Tem um custo alto; 2 2 2 88 Escolhido CBA/JCI, pois interessava a

qualificação técnica; 1 1 1 1 1 5 5

89 Já vinha há alguns anos voltado para a qualidade, já tínhamos aprendido a fazer na questão na gestão da qualidade;

1

1

1

90 Foi uma inovação. O CBA vem com inovações e atualizações;

1 2 3 2

Continua

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Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

91 A acreditação foi a linha que a instituição resolveu seguir para ter o seu processo de assistência reconhecido como de excelência;

1

1

1

92 A acreditação trouxe diferenças na instituição em todos os aspectos, em todos os sentidos, na infraestrutura, nos registros profissionais, na assistência;

1

1

2

2

93 O maior beneficiado com a acreditação é o paciente, o usuário;

2 1 1 2 6 4

94 A acreditação não inventou a roda na instituição, já tinham várias práticas boas, reconhecidas;

1

1

1

95 É mais uma bagagem na formação profissional; (benefícios pessoais)

1 1 1 1 4 4

96 Se você tem uma instituição com diversos cumpridores de tarefa, não consegue implantar a acreditação;

1

1

1

97 Tem que fazer mais coisas que as tarefas habituais;

1 1 1

98 Como chefe tem que se envolver com a equipe, sozinho não pode fazer tudo;

1 1 1 1 4 4

99 O único prejuízo é trabalhar muito; 1 1 1 Continua

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Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total Nº total de

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E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

100 Trabalhar num lugar e ter a oportunidade de fazer dele um ótimo lugar para trabalhar, com todos os recursos, inovações tecnológicas, não há como dizer não quero;

1

1

1

101 Ser acreditado melhora a instituição no acesso a várias coisas;

1 1 3 2 3 10 5

102 Tem instituição que não tem condição de implementar o processo, não tem profissional e cultura na qualidade;

1

1

1

103 Todas as instituições públicas acreditadas tem uma fundação em algum lugar;

1 1 2 2

104 Começou a participação em premiações que envolvem a gestão, percebeu a necessidade de avaliação da parte técnica;

1

2

3

2

105 Temos trabalhado as reavaliações, os riscos e temos conseguido nos manter certificados;

1

1

1

106 Busca contínua da melhoria, de todos os processos, seja em gestão e na área técnica; (relevância da acreditação)

1

4

5

2

107 Cultura institucional buscar o melhor; 1 1 1 Continua

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Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

108 Não houve unanimidade na instituição para implementar a acreditação;

2 1 1 2 1 7 5

109 Saber convencer as pessoas a participarem do processo;

2 1 2 3 8 4

110 Quando um profissional chega já encontra o outro falando o qualitês;

1 1 1

111 O processo (acreditação) já está entranhado nas paredes da instituição;

1 1 1

112 A recertificação é importante devido às mudanças do manual, tem novas exigências;

1

1

1

113 O processo da JCI/CBA é diferenciado das outras, tem manual e tem processos educativos para o alcance da acreditação;

1

1

1

3

3

114 Hospitais que nunca trabalharam uma ferramenta de qualidade, que não tem processo normatizado, é muito mais difícil; (acreditação)

1

1

1

115 É quase como se fosse trabalhar a qualidade de vida, com seus profissionais, pacientes e acompanhantes;

1

1

1

Continua

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Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

116 Trabalham com várias parcerias, não é só a Sesdec, tem que correr atrás para conquistar as melhorias;

2

2

1

117 Mudança de mentalidade é uma mudança cultural e tem que começar;

1 2 1 1 5 4

118 São as pessoas que fazem o processo acontecer;

1 1 1 3 3

119 As resistências são muitas para implementar o processo;

1 2 2 1 6 4

120 Ocorrem conflitos de ordem não pessoal e, sim, técnicos, que são resolvidos;

1 1 1 3 3

121 As pesquisas apontam melhora na qualidade dos serviços prestados;

1 2 1 1 1 6 5

122 Recomenda qualquer processo de acreditação vai trazer melhorias;

1 1 1

123 Aprenderam que tem que tomar a iniciativa, ficar reclamando não adianta;

1 1 1

124 A instituição tinha que ter maior credibilidade e essa credibilidade não poderia partir da gente, tinha que partir de um órgão externo;

1

1

1

Continua

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Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total Nº total de

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E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

125 No início do processo os funcionários não vislumbravam as benesses, os bônus dessa trajetória, não queriam se submeter a uma prova;

1

1

1

126 A acreditação CBA/JCI provou que não é preciso muito dinheiro, mas conhecer as coisas e ter boas idéias para solucionar os problemas;

1

1

1

127 Conseguir a adesão da maioria ao processo foi o processo mais importante, o ganho mais importante;

1

1

1

128 Hoje a idéia da acreditação na instituição está tatuada é uma marca;

1 1 1

129 O Estado estando no processo é bom, porque ele chancela;

1 1 1

130 O problema é o médico entender que a padronização de tratamento para o sistema de saúde é benéfico para o paciente;

1

1

1

131 Hoje em dia é um orgulho trabalhar aqui, a acreditação abriu as portas;

2 1 1 1 2 7 5

Continua

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Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

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E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

132 Quando fazemos um trabalho que você pode crescer, que o benefício não é para ele só, é para o hospital todo, demora um pouco, mas todos acabam entrando;

1

1

1

133 A acreditação trabalha muito com indicadores, para buscar as melhorias, tem que ter indicadores;

1

1

1

134 Gostei do processo por causa dos instrumentos que me seduziram, não tive a visão de que nós iríamos melhorar, honraríamos a organização, por querer novas metas, novas estratégias;

1

1

2

2

135 A instituição é o mais antigo na minha vida;

1 1 1

136 Trabalhamos para ser reconhecidos e para que olhem nossos pontos fortes;

1 1 1

137 Nome ser reconhecido no meio científico, aprender o padrão que faz avançar, reunir todos para discutir um processo, aprender a trabalhar com a ferramenta, aprender a trabalhar o processo; (benefícios relatados com a acreditação)

1

1

1

Continuação

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Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

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E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

138 Com o olhar mais abrangente, vê que não adianta fazer muita coisa boa e ninguém saber, porque se as pessoas sabem você tem mais como ajudar;

1

1

1

139 Hoje são mais conhecidos por causa da assistência;

1 1 2 2

140 A exigência dos pacientes é desmedida, não é regida por bom senso;

3 3 1

141 É como se eu estivesse aqui no hospital de primeiro mundo com um povo de segundo mundo;

1

1

1

142 Visão deturpada do que é acreditação; 1 1 1 143 Não recomenda a acreditação para outras

instituições da rede pública, recomenda um planejamento. Formar gestores com idéias de gestão, formar pessoas para ver claramente o papel do hospital;

1

1

1

144 O processo de acreditação é só um processo educativo de melhoria, mas é preciso ter uma base, se não a melhoria pode ser temporária;

1

1

1

Continua

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Nº total de

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145 Foram se desenvolvendo, aprimorando e começaram a participar das premiações de qualidade;

1

1

1

146 Envolvimento da alta direção;(fator relevante no processo);

1 4 4 6 1 3 19 6

147 Muita motivação; (fator relevante no processo)

1 3 1 1 6 4

148 A partir da auditoria você vai melhorando o processo;

1 1 2 2

149 Maior respeito pelo teu serviço, no que se faz, no que se propõe; (benefícios com o processo)

1

1

1

3

3

150 A acreditação propiciou entrosamento muito grande;

1 1 1

151 Recomenda a acreditação a outras instituições da rede pública desde que a política de Recursos Humanos seja modificada, diferenças salariais;

1

1

1

152 Querer trazer este processo de qualidade e com a acreditação submeter os seus processos a um órgão externo confiável para que se ajuste;

1

1

2

2

Continua

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Nº total de

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153 A idéia é você se submeter a avaliação,vão ser apontados os seus problemas e as correções;

2

2

4

2

154 É mudar cultura; 1 1 1 155 Para a Instituição pública a acreditação é

possível, necessário e viável; 1 1 2 2

156 Ganho com a melhoria do atendimento, maior satisfação do cliente, otimização dos recursos disponíveis;

1

1

2

2

157 Um dos requisitos da CBA é que todos sejam treinados e retreinados nos cursos de qualidade. Eles (CBA) fazem uma pesquisa de reação;

1

1

2

2

158 Mais complicado recertificar; 1 1 2 2 159 Manutenção da acreditação, apesar da

rotatividade de pessoas. Por terem uma base firme, a direção;

1 1 1

160 Ter uma equipe para trabalhar neste processo de acreditação;

1 1 2 2

161 Muita divulgação. muita campanha, muito marketing; (estratégia interna para manter a acreditação)

2

3

5

2

Continua

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162 Multiformas de passar informações para os funcionários, usuários e parentes;

3 1 4 2

163 Várias ações que motivam o funcionário a participar do processo, atrabalhar;

1 1 1

164 Atualmente, o processo de acreditação quase que anda sozinho;

1 1 2 2

165 É um processo difícil de convencimento, talvez tenha sido a parte mais difícil;

1

1

1

166 Sair do seu lugarzinho e começar a ter o seu trabalho medido, mensurado, questionado, você voltar ao que fez, avaliar como foi e como poderia ter sido feito, é um processo complicado;

2

2

1

167 Você passa a se sentir mais responsável com a acreditação;

2 2 1

168 Mostrar que para haver a qualidade no atendimento, não basta estar o profissional, o material tem que ser avaliado;

2

2

1

Continua

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169 O mais difícil é as pessoas entenderem a importância das coisas, que seu processo pode impactar o processo do outro;

1

1

1

170 Os usuários tem os direitos e os deveres deles para serem respeitados enquanto cidadãos e usuários dos serviços públicos de saúde;

1

1

1

171 Quando a gente ganha uma certificação, os olhos de todo mundo brilha;

1 1 1

172 Os nossos pacientes tem orgulho de se tratar aqui;

1

1

1

173 Se o governo do Estado não quisesse, a política do governo não facilitasse, não fosse parceiro também, nós não conseguiríamos;

1

1

1

174 Nem tudo é tão bonito. Tem os pros e tem os contra;

1 1 1

Continua

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103 

 

APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

175 A acreditação nasceu da Hemoterapia. Nós começamos a frequentar os Congressos da AABB, encontrar os serviços de Hemoterapia acreditados nos Estados Unidos, e achou que era importante;

3

3

1

176 Enquanto diretora técnica, por volta de 1987, ocorreu um problema com as bolsas de sangue e foi ver bolsas de sangue no exterior e viu o programa de qualidade e trouxe-o para o Brasil. Mas ninguém acreditou. Distribuiu o livrinho da qualidade para todos no Hemorio, tentou introduzir planejamento, qualidade, mas todo não conseguiu, não teve nem apoio da Direção Geral e então desistiu;

1

1

1

Continua

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104 

 

APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

177 Em 1994, quando assumiu a Direção Geral, a primeira ação foi fazer um planejamento e nele colocar a idéia da qualidade. Saiu como uma idéia coletiva e a Instituição comprou a idéia;

1

1

1

3

3

178 A acreditação da hemoterapia foi muito bom, porque para acreditação do hospital, teria que ter tido acreditação da hemoterapia, porque o serviço era muito grande;

1

1

1

179 Após a acreditação do serviço de Hemoterapia em 2000 pela AABB, o serviço de Hematologia passou a querer também e começaram a buscar a acreditação hospitalar;

1

1

1

180 Testaram o manual da ONA, eles estavam começando na época a montar o manual e, do CBA que estava chegando com a JCI, testaram e gostaram desta metodologia;

1

1

1

Continua

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105 

 

APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

181 Não tinham ferramentas de gestão, foi uma busca de ferramentas de gestão, onde entrou o programa de qualidade e a acreditação como um complemento;

1

1

1

182 A gente já tinha provado que era capaz e a Secretaria de Saúde passou a financiar;

3

3

1

183 A Enfermagem quando aderiu foi decisiva para o processo;

3 3 1

184 O administrativo desde o início sentiu que o processo era bom para ele;

1 1 1

185 O médico quando viu a acreditação, começou a se interessar muito, a segurança do paciente, a segurança do profissional;

1

1

1

186 Para implementar este processo, tem que ter uma decisão e uma liderança forte, você decide, você acredita e convence;

2

1

1

4

3

187 O papel no processo foi de liderança (Direção Geral), estar mostrando a importância do mesmo;

1

1

1

Continua

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106 

 

APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

188 O meu trabalho tinha rumo, passamos a ter um rumo, saber exatamente aonde queria chegar e o caminho a seguir para chegar lá; (melhorias no trabalho com a acreditação)

1

1

1

189 Para o paciente, um profissional mais qualificado, segurança nos procedimentos; (melhorias para o paciente com a acreditação)

2

2

1

190 Para o profissional, um ambiente de trabalho muito melhor, também segurança nos procedimentos; (melhorias para o profissional com a acreditação)

1

1

1

191 Satisfação pessoal, realização de ter feito um serviço inestimável para a população; (compensações pessoais com a acreditação)

1

1

1

192 As pessoas (profissionais) achavam que falar em acreditação e qualidade tinha que ter tudo, não é;

1

1

1

Continua

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107 

 

APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

193 Os profissionais de saúde precisam de uma diretriz, de uma forma para fazer certo. A acreditação traz esta ferramenta, traz esta forma. E aí tem que dar certo;

1

1

1

194 Desde o início a idéia era que o Hemorio fosse uma semente, mostrar que era possível para que outras instituições públicas também fossem avante;

1

1

1

195 A gente sempre foi uma instituição horizontalmente muito aberta para ser auditada;

1

1

2

2

196 Na primeira acreditação ficaram em segunda época pela classe escola. Foi uma oportunidade de conseguirmos mobilizar, para que o secretário assinasse o documento;

1

1

2

2

197 A Diretora instituiu que todos os gestores tinham que ter curso em gestão, constava no planejamento estratégico. Foi um ganho considerável;

1

1

1

Continua

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108 

 

APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

198 Quando participamos de algum Congresso, trazemos para a instituição qual é o benefício, melhoria, oportunidade de melhoria, experiências que foram implantadas fora que também poderiam ser implantadas aqui;

1

1

1

199 Quando a gente viu que deu conta de passar pela acreditação, o que a Diretora Geral disser que vai fazer, ou quem vier, ou quem pedir. Agora é a gente que pede, a gente não se arruma, a casa já está arrumada;

1

1

1

200 O serviço de Hemoterapia aderiu primeiro pela característica do serviço. Um serviço de produção e uma linha de produção entende com muito mais facilidade a necessidade do controle do processo do que o atendimento médico, onde as coisas são mais erráticas, acontece mais situações que são muito únicas;

1

1

1

Continua

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109 

 

APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

201 Após a acreditação da Hemoterapia, a Direção utilizou-se de uma natural competição interna entre os serviços de Hematologia e Hemoterapia, como uma estratégia para conseguir mobilizar a todos;

1

1

1

202 Sentir que a acreditação não era um fim era um início, tinha que acompanhar, se não eu tenderia ao caos;

1

1

1

203 A manutenção da acreditação é um PDCA contínuo, que é uma oportunidade que a instituição tem de rodar PDCA continuamente;

1

1

1

204 A acreditação mantem, mesmo nos momentos de crise, um padrão mínimo de qualidade que garante o bem estar do doador e do paciente;

1

1

1

205 A única coisa que tem, escutei no início, que me desanimava, mas é que demora 10 anos o ciclo de mudança da cultura institucional;

1

1

1

Continua

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110 

 

APÊNDICE D – Quadro síntese das unidades de registro

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total

Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

206 As participações em premiações faz com que todos se envolvam, é também um crescimento institucional;

1

1

1

207 Como estratégia institucional, o Hemorio tem funcionários que são auditores da JCI/CBA, uma forma que de fazer multiplicadores internos e ter a percepção mais rápida da mudança dos padrões;

1

1

1

208 Você ensina o povo a te reivindicar, você não tem mais funcionário passivo, nem usuário, cliente. Eles reivindicam.

1

1

1

209 A visão de futuro do Hemorio é ser um Centro de excelência. O dia que eu achar que já sou, já deixei de ser. Então eu parei de cuidar;

1

1

1

210 Se eu só treino o funcionário que comete um “erro”, eu não estou perseguindo a excelência. Tenho que identificar que aquilo ali era a ponta de um iceberg e retreinar todo o serviço.

1

1

1

Total de UR

61

41

30

41

35

22

51

63

46

48

14

33

485

389

Conclusão

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111 

 

APÊNDICE E – Quadro demonstrativo das unidades de registro mais evidenciadas

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

146 Envolvimento da alta direção;(fator relevante no processo);

1 4 4 6 1 3 19 6

57 Trabalho com rotatividade de pessoas, com retreinamento, conquista de confiança; (desafios)

1

3

1

1

2

2

1

11

7

101 Ser acreditado melhora a instituição no acesso a várias coisas;

1 1 3 2 3 10 5

68 Melhora a imagem da instituição. (benefícios);

1 1 1 1 2 1 2 9 7

36 Na hora de buscar melhoria, busca manter a acreditação, manter avaliações externas, um avanço institucional, mas a visibilidade aumenta, metas para o futuro, planejamento, integração, ninguém consegue 100%, ainda se tem muito a fazer, avanços, é a melhoria contínua. A visibilidade é uma coisa muito importante;

1

2

2

1

1

1

8

6

46 Cliente mais exigente; 1 2 1 2 2 8 5 81 O processo de acreditação começou com

as questões envolvendo a qualidade; 2 3 1 2 8 4

109 Saber convencer as pessoas a participarem do processo;

2 1 2 3 8 4

Continua

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112 

 

APÊNDICE E – Quadro demonstrativo das unidades de registro mais evidenciadas

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

13 O instituto já tinha o trabalho de qualidade que beneficiou muito na acreditação;

5

1

1

7

3

47 Recomenda o processo para outras instituições de saúde da rede pública. Você pode ter uma acreditação, qualidade e até uma ISO, quanto mais melhor, mas depende do grupo, tem o aspecto comportamental da cultura organizacional e a liderança;

1

1

1

1

1

1

1

7

7

108 Não houve unanimidade na instituição para implementar a acreditação;

2 1 1 2 1 7 5

131 Hoje em dia é um orgulho trabalhar aqui, a acreditação abriu as portas;

2 1 1 1 2 7 5

4 A maioria da área médica, a visão deles não é de gestão e foi um desafio muito grande, muita resistência;

3

1

1

1

6

4

93 O maior beneficiado com a acreditação é o paciente, o usuário;

2 1 1 2 6 4

119 As resistências são muitas para implementar o processo;

1 2 2 1 6 4

121 As pesquisas apontam melhora na qualidade dos serviços prestados;

1 2 1 1 1 6 5

Continua

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113 

 

APÊNDICE E – Quadro demonstrativo das unidades de registro mais evidenciadas

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

147 Muita motivação; (fator relevante no processo)

1 3 1 1 6 4

2 Corrida sem fins lucrativos, um trabalho novo, uma mudança radical, uma mudança de mentalidade, numa área pública;

2

1

1

1

5

4

5 Participar de premiação como uma avaliação para ter um feedback. As pessoas pensam que é só um prêmio, mas não é, o prêmio é um resultado, é o que a gente fez no programa;

1

2

1

1

5

4

60 Escolhido o CBA/JCI pela maior probabilidade de conseguir, a ONA não conseguiria por problemas de financiamento, teria que fazer outro prédio;

1

1

1

1

1

5

5

75 Os profissionais que entram na instituição são obrigados a participar de um curso intensivo de programa de qualidade, uma estratégia para o funcionário entender;

1

2

2

5

3

88 Escolhido CBA/JCI, pois interessava a qualificação técnica;

1 1 1 1 1 5 5

Continua

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114 

 

APÊNDICE E – Quadro demonstrativo das unidades de registro mais evidenciadas

Código da UR

Unidade de Registro

Número de Unidades de Registro

Total Nº total de

Entrada da UR

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

106 Busca contínua da melhoria, de todos os processos, seja em gestão e na área técnica; (relevância da acreditação)

1

4

5

2

117 Mudança de mentalidade é uma mudança cultural e tem que começar;

1 2 1 1 5 4

161 Muita divulgação. muita campanha, muito marketing; (estratégia interna para manter a acreditação)

2

3

5

2

Total de UR

14

8

6

20

9

11

33

34

19

11

4

10

179

114

 

 

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115 

 

APÊNDICE F – Quadro de categorização dos temas

Código da UR

Unidade de Registro

Total Temas Categorias Total Geral

1 Luta e campanha de planejamento e qualidade; 1

1.1 – Fatores relevantes para

iniciar o processo de

acreditação na instituição

I - O caminhar da instituição

para a acreditação

6 Todo um trabalho de implantação; 2 11 É um terreno de preparação, algo histórico para chegar lá, não pode chegar

de cara; 1

16 Houve uma valorização da qualidade por ter ajudado a área técnica; 1 31 Trabalho de formiguinhas para motivar o grupo; 4 32 Considero fundamental primeiro como fazer, segundo é completamente tirar

água de pedra; 1

54 Perseverança. Trabalhar o clima organizacional, a motivação, força de vontade, empreendedorismo. (fatores relevantes para implementar o processo);

2

72 Sensibilização através de comitês, dos grupos multiprofissionais; 2 73 Não partir direto para um programa de acreditação, preparar o solo para isso; 1 74 Começamos a movimentar a instituição na prática de uma capacitação,

cursos, palestras; 2

81 O processo de acreditação começou com as questões envolvendo a qualidade;

8

84 Pessoas se dedicaram muito a isso; 2 85 Muitas reuniões, muitas tarefas para serem cumpridas, corrigir coisas,

adequações; 1

86 Envolvimento da área técnica e administrativa; 1 109 Saber convencer as pessoas a participarem do processo; 8 118 “São as pessoas que fazem o processo acontecer”; 3

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116 

 

APÊNDICE F – Quadro de categorização dos temas

Código da UR

Unidade de Registro

Total Temas Categorias Total Geral

145 Foram se desenvolvendo, aprimorando e começaram a participar das premiações de qualidade;

1

146 Envolvimento da alta direção;(fator relevante no processo); 19 147 Muita motivação; (fator relevante no processo) 6 152 Querer trazer este processo de qualidade e com a acreditação submeter os

seus processos a um órgão externo confiável para que se ajuste. 2

153 A idéia é você se submeter a avaliação,vão ser apontados os seus problemas e as correções;

4

159 Manutenção da acreditação, apesar da rotatividade de pessoas. Por terem uma base firme, a direção;

1

175 A acreditação nasceu da Hemoterapia. Nós começamos a frequentar os Congressos da AABB, encontrar os serviços de Hemoterapia acreditados nos Estados Unidos, e achou que era importante;

3

177 Em 1994, quando assumiu a Direção Geral, a primeira ação foi fazer um planejamento e nele colocar a idéia da qualidade. Saiu como uma idéia coletiva e a Instituição comprou a idéia;

3

182 A gente já tinha provado que era capaz e a Secretaria de Saúde passou a financiar;

3

186 Para implementar este processo, tem que ter uma decisão e uma liderança forte, você decide, você acredita e convence;

4

193 Os profissionais de saúde precisam de uma diretriz, de uma forma para fazer certo. A acreditação traz esta ferramenta, traz esta forma. E aí tem que dar certo;

1

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117 

 

APÊNDICE F – Quadro de categorização dos temas

Código da UR

Unidade de Registro

Total Temas Categorias Total Geral

5 Participar de premiação como uma avaliação para ter um feedback. As pessoas pensam que é só um prêmio, mas não é, o prêmio é um resultado, é o que a gente fez no programa;

5

1.2 – Motivação

interna da instituição para

buscar o processo de acreditação

50 Intenção da instituição é ter um sistema de qualidade que possa estar preparado para atender aos requisitos de todas acreditações e premiações;

1

53 As organizações estão a cada dia mais se aperfeiçoando, não podem esmorecer, tem que ter a melhoria contínua, os princípios de Deming;

1

83 Entendia que a acreditação era a ferramenta que mostrava quais eram as boas e melhores práticas, mostra o que fazer para ser considerado bem feito;

2

91 A acreditação foi a linha que a instituição resolveu seguir para ter o seu processo de assistência reconhecido como de excelência;

1

100 Trabalhar num lugar e ter a oportunidade de fazer dele um ótimo lugar para trabalhar, com todos os recursos, inovações tecnológicas, não há como dizer não quero;

1

104 Começou a participação em premiações que envolvem a gestão, percebeu a necessidade de avaliação da parte técnica;

3

112 A recertificação é importante devido às mudanças do manual, tem novas exigências;

1

124 A instituição tinha que ter maior credibilidade e essa credibilidade não poderia partir da gente, tinha que partir de um órgão externo;

1

136 Trabalhamos para ser reconhecidos e para que olhem nossos pontos fortes; 1 179 Após a acreditação do serviço de Hemoterapia em 2000 pela AABB, o

serviço de Hematologia passou a querer também e começaram a buscar a acreditação hospitalar;

1

Continua

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118 

 

APÊNDICE F – Quadro de categorização dos temas

Código da UR

Unidade de Registro

Total Temas Categorias Total Geral

181 Não tinham ferramentas de gestão, foi uma busca de ferramentas de gestão, onde entrou o programa de qualidade e a acreditação como um complemento;

1

200 O serviço de Hemoterapia aderiu primeiro pela característica do serviço. Um serviço de produção e uma linha de produção entende com muito mais facilidade a necessidade do controle do processo do que o atendimento médico, onde as coisas são mais erráticas, acontece mais situações que são muito únicas;

1

201 Após a acreditação da Hemoterapia, a Direção utilizou-se de uma natural competição interna entre os serviços de Hematologia e Hemoterapia, como uma estratégia para conseguir mobilizar a todos;

1

206 As participações em premiações faz com que todos se envolvam, é também um crescimento institucional;

1

12 A secretaria (Sesdec) assinou um convênio, um projeto e selecionou cinco hospitais para um projeto piloto para acreditação;

3 1.3 - Motivação

externa da instituição para

buscar o processo de acreditação

22 Na verdade uma das metas mobilizadoras nacionais era 100% de qualidade para fazer o processo de sangue com qualidade. Tem toda uma necessidade maior de trabalhar com qualidade, a instituição tem que estar voltada principalmente pela responsabilidade que tem em relação à rede pública;

4

28 A Sesdec queria uma melhoria da área pública de saúde; 1 173 Se o governo do Estado não quisesse, a política do governo não facilitasse,

não fosse parceiro também, nós não conseguiríamos; 1

Continua

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119 

 

APÊNDICE F – Quadro de categorização dos temas

Código da UR

Unidade de Registro

Total Temas Categorias Total Geral

194 Desde o início a idéia era que o Hemorio fosse uma semente, mostrar que era possível para que outras instituições públicas também fossem avante;

1

3 É todo mundo antigo aqui. E conhecia e tinha a pessoa que articulasse, que pudesse procurar sensibilizar;

1

1.4 - Aspectos facilitadores existentes na

instituição para implantar à acreditação

13 O instituto já tinha o trabalho de qualidade que beneficiou muito na acreditação;

7

14 A acreditação tem um foco, mais técnica, um acréscimo, o crescimento da instituição, na gestão já tinha arrumado um pouco a casa no sentido da gestão e quando entrou os requisitos de acreditação, ficou mais fácil;

1

33 Amor a instituição; 3 48 A organização pioneira em várias coisas, até em ter uma Diretora mulher

numa época que era um desafio, uma característica feminina muito grande; 1

55 A instituição tem os mesmos problemas dos outros órgãos públicos, é apenas diferente porque trabalhamos o tempo inteiro com uma oxigenação novamente, não pode ficar no marasmo, na mesmice;

3

89 Já vinha há alguns anos voltado para a qualidade, já tínhamos aprendido a fazer na questão na gestão da qualidade;

1

94 A acreditação não inventou a roda na instituição, já tinham várias práticas boas, reconhecidas;

1

110 Quando um profissional chega já encontra o outro falando o qualitês; 1 135 A instituição é o mais antigo na minha vida; 1

Continua

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120 

 

APÊNDICE F – Quadro de categorização dos temas 

Código da UR

Unidade de Registro

Total Temas Categorias Total Geral

164 Atualmente, o processo de acreditação quase que anda sozinho; 2

178 A acreditação da hemoterapia foi muito bom, porque para acreditação do

hospital, teria que ter tido acreditação da hemoterapia, porque o serviço era muito grande;

1

195 A gente sempre foi uma instituição horizontalmente muito aberta para ser auditada;

2

197 A Diretora instituiu que todos os gestores tinham que ter curso em gestão, constava no planejamento estratégico. Foi um ganho considerável;

1

2 Corrida sem fins lucrativos, um trabalho novo, uma mudança radical, uma mudança de mentalidade, numa área pública;

5

1.5 - Obstáculos existentes na

instituição para implantação da

acreditação

10 Quando não tiver pessoas para manter o processo, pode-se dar um passo para frente e dois para trás, se ficar desanimada não segue, se influenciar por comentários, horríveis que às vezes se escuta, também não vai adiante;

1

17 É trabalho árduo mudar mentalidade; 4 24 A liderança querendo e o pessoal não querendo não dá certo, e o pessoal

querendo e a liderança não querendo também não dá; 1

34 Foi um trabalho árduo que deu resultado, só que não é fácil, acham que é fácil demais;

4

Continua

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121 

 

APÊNDICE F – Quadro de categorização dos temas 

Código da UR

Unidade de Registro

Total Temas Categorias Total Geral

39 Retrabalho, tem que adaptar quando muda o instrumento, é cansativo, levar para casa para acabar, o desgaste, não é prejuízo, é desgaste físico e emocional. Ter cuidado para não ter conflitos, por ser trabalho em grupo, não contaminar com personalidades, vaidades do ser humano, com posições; (dificuldades do processo)

1

43 Dificuldade de recurso humano e ter que dar conta do processo; 1 44 “Não podemos parar no tempo e no espaço, dá trabalho, você fica na ponta,

fica na frente, você se desgasta; 1

57 Trabalho com rotatividade de pessoas, com retreinamento, conquista de confiança; (desafios)

11

58 Quando você fala de qualidade, é muito cobrado interna e externamente; 3 63 Não há exclusividade para participar do grupo, não há força de trabalho para

isso, depende do comprometimento, da aceitação em participar; 4

79 É desgastante, não faça só para ser acreditado 2 96 Se você tem uma instituição com diversos cumpridores de tarefa, não

consegue implantar a acreditação; 1

108 Não houve unanimidade na instituição para implementar a acreditação; 7 119 As resistências são muitas para implementar o processo; 6 130 O problema é o médico entender que a padronização de tratamento para o

sistema de saúde é benéfico para o paciente; 1

154 É mudar cultura; 1

Continua

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160 Ter uma equipe para trabalhar neste processo de acreditação 2 165 É um processo difícil de convencimento,talvez tenha sido a parte mais difícl; 1 174 Nem tudo é tão bonito. Tem os pros e tem os contra; 1 176 Enquanto diretora técnica, por volta de 1987, ocorreu um problema com as

bolsas de sangue e foi ver bolsas de sangue no exterior e viu o programa de qualidade e trouxe-o para o Brasil. Mas ninguém acreditou. Distribuiu o livrinho da qualidade para todos no Hemorio, tentou introduzir planejamento, qualidade, mas todo não conseguiu, não teve nem apoio da Direção Geral e então desistiu;

1

205 A única coisa que tem, escutei no início, que me desanimava, mas é que demora 10 anos o ciclo de mudança da cultura institucional;

1

19 A vantagem é que historicamente a organização sempre foi dirigida por médicos da casa, eu acho que a cultura ajuda;

1

1.6 - Aspectos culturais da

instituição para implantar o

processo

41 Enquanto quem está chefiando não conscientizar, fica mais difícil, pode ser por amizade, mas criar esta cultura. Hoje é com planejamento;

1

51 Trabalhamos dentro do sistema de qualidade, da cultura que aprendemos dentro deste sistema;

1

52 Não adianta começar o processo de acreditação sem ter uma cultura para isso;

1

107 Cultura institucional buscar o melhor; 1 117 Mudança de mentalidade é uma mudança cultural e tem que começar; 5 166 Sair do seu lugarzinho e começar a ter o seu trabalho medido, mensurado,

questionado, você voltar ao que fez, avaliar como foi e como poderia ter sido feito, é um processo complicado;

2

Continua

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25 Como líder você tem que ter essa postura, tem que saber quem está e incentivar e aquele que não está muito, procurar não dar importância;

1

1.7 - Fatores que colaboram na implantação

e/ou manutenção da

acreditação

27 Fazemos sempre anualmente uma auditoria interna do instrumento para não deixar a peteca cair, porque parar é como se você fosse começar tudo de novo;

1

29 A preocupação sempre foi com o aspecto multidisciplinar, não setorial; 2 30 A sensibilização (para o processo) é com os responsáveis pelos grupos, que

coloca responsáveis por funções representando as equipes. Tem que ter acompanhamento;

1

62 A Diretora de assistência reúne as pessoas e cria, trabalha os padrões do CBA, cada um é responsável pelo seu padrão, tem as auditorias internas, é criado um grupo multidisciplinar de acordo com o padrão;

2

70 Liderança tem que ser exemplo; 3 71 Cabe ao profissional mais envolvido com o processo, convencer que aquilo é

bom; 2

75 Os profissionais que entram na instituição são obrigados a participar de um curso intensivo de programa de qualidade, uma estratégia para o funcionário entender;

5

76 Não damos muita atenção à satisfação, e sim, ao ponto negativo. Trabalhamos os pontos negativos para que se tornem positivos;

1

77 As pesquisas direcionam para um trabalho mais focado na qualidade; 2 97 Tem que fazer mais coisas que as tarefas habituais; 1 98 Como chefe tem que se envolver com a equipe, sozinho não pode fazer tudo; 4

Continua

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103 Todas as instituições públicas acreditadas tem uma fundação em algum lugar;

2

267

126 A acreditação CBA/JCI provou que não é preciso muito dinheiro, mas conhecer as coisas e ter boas idéias para solucionar os problemas;

1

129 O Estado estando no processo é bom, porque ele chancela; 1 133 A acreditação trabalha muito com indicadores, para buscar as melhorias, tem

que ter indicadores; 1

148 A partir da auditoria você vai melhorando o processo; 2 161 Muita divulgação. muita campanha, muito marketing; (estratégia interna para

manter a acreditação) 5

162 Multiformas de passar informações para os funcionários, usuários e parentes; 4 163 Várias ações que motivam o funcionário a participar do processo, atrabalhar; 1 187 O papel no processo foi de liderança (direção Geral), estar mostrando a

importância do mesmo; 1

207 Como estratégia institucional, o Hemorio tem funcionários que são auditores da JCI/CBA, uma forma que de fazer multiplicadores internos e ter a percepção mais rápida da mudança dos padrões;

1

209 A visão de futuro do Hemorio é ser um Centro de excelência. O dia que eu achar que já sou, já deixei de ser. Então eu parei de cuidar;

1

210 Se eu só treino o funcionário que comete um “erro”, eu não estou perseguindo a excelência. Tenho que identificar que aquilo ali era a ponta de um iceberg e retreinar todo o serviço.

1

Continua

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4 A maioria da área médica, a visão deles não é de gestão e foi um desafio muito grande, muita resistência;

6

2.1 - Reações profissionais

iniciais à implantação da acreditação na

instituição

II - As reações dos profissionais

no enfrentamento da acreditação

7 As pessoas acharam que o programa de qualidade era moda e bobagem; 3 8 Não tinha referencial, na hora de colocar referencial comparativo foi uma

loucura, as pessoas não estão pensando em indicador; 1

9 As pessoas achavam que não iam ver resultados e era determinação; 2 15 Não teve uma aceitação tão maravilhosa; 1 35 É uma experiência única, você avança, se envolve, por outro lado nem todo

mundo acompanha, você fica meio diferenciada; 1

42 A auditoria é um desafio por ser vista como uma proteção para o paciente contra o médico, confundem;

1

61 Os enfermeiros gostam muito desta área de qualidade, até pela formação, são sistemáticos, metódicos, ligados, uma característica de qualquer programa de qualidade;

4

125 No início do processo os funcionários não vislumbravam as benesses, os bônus dessa trajetória, não queriam se submeter a uma prova;

1

169 O mais difícil é as pessoas entenderem a importância das coisas, que seu processo pode impactar o processo do outro;

1

184 O administrativo desde o início sentiu que o processo era bom para ele; 1 192 As pessoas (profissionais) achavam que falar em acreditação e qualidade

tinha que ter tudo, não é; 1

Continua

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18 O avanço paralelo das organizações nessa metodologia, ficou mais fácil quando perceberam que os indicadores ajudavam na tomada de decisão;

1

2.2 - Evolução das reações

profissionais à implantação da acreditação na

instituição

39

49 Os profissionais conseguem ter uma superação que atende ao propósito maior de melhorar a organização e segue adiante;

2

105 Temos trabalhado as reavaliações, os riscos e temos conseguido nos manter certificados;

1

123 Aprenderam que tem que tomar a iniciativa, ficar reclamando não adianta; 1 128 Hoje a idéia da acreditação na instituição está tatuada é uma marca; 1 132 Quando fazemos um trabalho que você pode crescer, que o benefício não é

para ele só, é para o hospital todo, demora um pouco, mas todos acabam entrando;

1

134 Gostei do processo por causa dos instrumentos que me seduziram, não tive a visão de que nós iríamos melhorar, honraríamos a organização, por querer novas metas, novas estratégias;

2

138 Com o olhar mais abrangente, vê que não adianta fazer muita coisa boa e ninguém saber, porque se as pessoas sabem você tem mais como ajudar;

1

171 Quando a gente ganha uma certificação, os olhos de todo mundo brilha; 1 183 A Enfermagem quando aderiu foi decisiva para o processo; 3 185 O médico quando viu a acreditação, começou a se interessar muito, a

segurança do paciente, a segurança do profissional; 1

191 Satisfação pessoal, realização de ter feito um serviço inestimável para a população; (compensações pessoais com a acreditação)

1

Continua

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20 No modelo de gestão da acreditação, ocorre o crescimento, porque se faz uma coisa, ajuda a outra e a organização avança em facilidades

2

3.1 - Benefícios conquistados

pela instituição com a

acreditação

III - Os resultados do processo de

acreditação na instituição

21 A secretaria (Sesdec) na hora de dar os recursos para os projetos vão dar para quem está com esta estrutura e não para uma organização que está muito incipiente, não tem essa base profissional

3

23 Ser uma instituição reconhecida por excelência, porque o fato de ser pública não quer dizer que não possa ser;

1

36 Na hora de buscar melhoria, busca manter a acreditação, manter avaliações externas, um avanço institucional, mas a visibilidade aumenta, metas para o futuro, planejamento, integração, ninguém consegue 100%, ainda se tem muito a fazer, avanços, é a melhoria contínua. A visibilidade é uma coisa muito importante;

8

37 A sua visão é maior, visão sistêmica, visão de processos, de impactos, de resultados, de indicadores, você percebe, não fica limitado, fica com uma visão global, aumenta plenamente os horizontes, em termo de conhecimento, de processo, de ambiente; (Compensações pessoais referidas com o acreditação)

3

40 Não tem prejuízo porque você ganha com esta experiência e experiência é fundamental;

4

56 Inovar e melhorar a saúde pública. Na saúde pública está os melhores profissionais, falta gestão;

1

64 Crescimento profissional para quem participa dos grupos; 3 95 É mais uma bagagem na formação profissional;(benefícios pessoais) 4 101 Ser acreditado melhora a instituição no acesso a várias coisas; 10

Continua

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106 Busca contínua da melhoria, de todos os processos, seja em gestão e na área técnica;(relevância da acreditação)

5

115 É quase como se fosse trabalhar a qualidade de vida, com seus profissionais, pacientes e acompanhantes;

1

121 As pesquisas apontam melhora na qualidade dos serviços prestados; 6 122 Recomenda qualquer processo de acreditação vai trazer melhorias; 1 127 Conseguir a adesão da maioria ao processo foi o processo mais importante, o

ganho mais importante; 1

131 Hoje em dia é um orgulho trabalhar aqui, a acreditação abriu as portas; 7 137 Nome ser reconhecido no meio científico, aprender o padrão que faz

avançar, reunir todos para discutir um processo, aprender a trabalhar com a ferramenta, aprender a trabalhar o processo; (benefícios relatados com a acreditação)

1

139 Hoje são mais conhecidos por causa da assistência; 2 149 Maior respeito pelo teu serviço, no que se faz, no que se propõe; (benefícios

com o processo) 3

150 A acreditação propiciou entrosamento muito grande; 1 156 Ganho com a melhoria do atendimento, maior satisfação do cliente,

otimização dos recursos disponíveis; 2

158 Mais complicado recertificar; 2 167 Você passa a se sentir mais responsável com a acreditação; 2 190 Para o profissional, um ambiente de trabalho muito melhor, também

segurança nos procedimentos; (melhorias para o profissional com a acreditação)

1

Continua

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204 A acreditação mantem, mesmo nos momentos de crise, um padrão mínimo de qualidade que garante o bem estar do doador e do paciente;

1

66 Hoje só trabalham dentro das normas, POPS, tem um linguajar diferente do antigo, mudou a cultura; (mudanças na Instituição)

1

3.2 - Mudanças na instituição

com a acreditação

67 Tudo tem que ser mais planejado, priorizado e hierarquizado; 1 68 Melhora a imagem da instituição; (benefícios) 9 80 Não vamos a lugar nenhum sem os seus dados; 2 90 Foi uma inovação. O CBA vem com inovações e atualizações; 3 92 A acreditação trouxe diferenças na instituição em todos os aspectos, em

todos os sentidos, na infraestrutura, nos registros profissionais, na assistência;

2

111 O processo (acreditação) já está entranhado nas paredes da instituição; 1 168 Mostrar que para haver a qualidade no atendimento, não basta estar o

profissional, o material tem que ser avaliado; 2

188 O meu trabalho tinha rumo, passamos a ter um rumo, saber exatamente aonde queria chegar e o caminho a seguir para chegar lá; (melhorias no trabalho com a acreditação)

1

196 Na primeira acreditação ficaram em segunda época pela classe escola. Foi uma oportunidade de conseguirmos mobilizar, para que o secretário assinasse o documento;

2

198 Quando participamos de algum Congresso, trazemos para a instituição qual é o benefício, melhoria, oportunidade de melhoria, experiências que foram implantadas fora que também poderiam ser implantadas aqui;

1

Continua

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199 Quando a gente viu que deu conta de passar pela acreditação, o que a Diretora Geral disser que vai fazer, ou quem vier, ou quem pedir. Agora é a gente que pede, a gente não se arruma, a casa já está arrumada;

1

108 203 A manutenção da acreditação é um PDCA contínuo, que é uma oportunidade

que a instituição tem de rodar PDCA continuamente; 1

69 Estresse emocional e pessoal; (prejuízos) 1 3.3 - Aspectos negativos

levantados pela na instituição

com a implantação da

acreditação

99 O único prejuízo é trabalhar muito; 1 120 Ocorrem conflitos de ordem não pessoal e, sim, técnicos, que são resolvidos; 3 202 Sentir que a acreditação não era um fim era um início, tinha que

acompanhar, se não eu tenderia ao caos; 1

60 Escolhido o CBA/JCI pela maior probabilidade de conseguir, a ONA não conseguiria por problemas de financiamento, teria que fazer outro prédio;

5

4.1 - Tipo

preferencial de acreditação da

instituição

IV - A escolha e os custos do tipo de processo de

acreditação

65 O CBA tem uma pessoa deles que ajuda na preparação da instituição para a acreditação;

2

82 A acreditação começou na instituição com a hemoterapia pela AABB e depois surgiu o CBA/JCI para a assistência hematológica;

2

88 Escolhido CBA/JCI, pois interessava a qualificação técnica; 5 113 O processo da JCI/CBA é diferenciado das outras, tem manual e tem

processos educativos para o alcance da acreditação; 2

Continua

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180 Testaram o manual da ONA, eles estavam começando na época a montar o manual e, do CBA que estava chegando com a JCI, testaram e gostaram desta metodologia;

1

29

26 Tem momentos difíceis, pediu-se muito na Sesdec, problemas com mudança de governo. Tem que sensibilizar e dizer que é importante, que é a imagem da Sesdec; (financiamento)

2

4.2 - Custos da acreditação da

instituição

38 A instituição tem que alinhar bem com a Sesdec a liberação dos recursos que dependem dela com o processo, acompanhamento e cumprimento de cronograma.” (dificuldades do processo)

1

59 Programa de qualidade financiado pela Fundação de Apoio e a acreditação pela Sesdec;

4

87 Tem um custo alto; 2 116 Trabalham com várias parcerias, não é só a Sesdec, tem que correr atrás para

conquistar as melhorias; 2

47 Recomenda o processo para outras instituições de saúde da rede pública. Você pode ter uma acreditação, qualidade e até uma ISO, quanto mais melhor, mas depende do grupo, tem o aspecto comportamental da cultura organizacional e a liderança;

7

5.1 - Fatores relevantes às

instituições de saúde para implantar o processo de acreditação

V - A acreditação nas instituições de saúde da rede

pública

78 Recomenda a acreditação desde que tenha uma preparação prévia; 3 102 Tem instituição que não tem condição de implementar o processo, não tem

profissional e cultura na qualidade; 1

114 Hospitais que nunca trabalharam uma ferramenta de qualidade, que não tem processo normatizado, é muito mais difícil; (acreditação)

1

Continua

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143 Não recomenda a acreditação para outras instituições da rede pública, recomenda um planejamento. Formar gestores com idéias de gestão, formar pessoas para ver claramente o papel do hospital;

1

19 144 O processo de acreditação é só um processo educativo de melhoria, mas é

preciso ter uma base, se não a melhoria pode ser temporária; 1

151 Recomenda a acreditação a outras instituições da rede pública desde que a política de Recursos Humanos seja modificada, diferenças salariais;

1

155 Para a Instituição pública a acreditação é possível, necessário e viável; 2 157 Um dos requisitos da CBA é que todos sejam treinados e retreinados nos

cursos de qualidade. Eles (CBA) fazem uma pesquisa de reação; 2

45 Pesquisa de satisfação com o paciente, com o doador e com o funcionário é feita com um convênio com a UERJ;

3

6.1 - O usuário e a acreditação

VI - O usuário e a acreditação

46 Cliente mais exigente; 8 93 O maior beneficiado com a acreditação é o paciente, o usuário; 6 140 A exigência dos pacientes é desmedida, não é regida por bom senso; 3 141 “É como se eu estivesse aqui no hospital de primeiro mundo com um povo

de segundo mundo”; 1

142 Visão deturpada do que é acreditação; 1 170 Os usuários tem os direitos e os deveres deles para serem respeitados

enquanto cidadãos e usuários dos serviços públicos de saúde; 1

172 Os nossos pacientes tem orgulho de se tratar aqui; 1

Continua

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189 Para o paciente, um profissional mais qualificado, segurança nos procedimentos; (melhorias para o paciente com a acreditação)

2

27 208 Você ensina o povo a te reivindicar, você não tem mais funcionário passivo,

nem usuário, cliente. Eles reivindicam. 1

Conclusão

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134  ANEXO A - TERMO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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135  ANEXO B - AUTORIZAÇÃO DO HEMORIO