polícia militar do estado do paraná pm-pr · 2019. 5. 29. · relato de um certo oriente, ... o...

78
Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR Cadetes A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com base no edital anterior, para que o aluno antecipe seus estudos. Volume I AB003-19-A

Upload: others

Post on 13-Nov-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

Polícia Militar do Estado do Paraná

PM-PRCadetesA apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Ofi cial com base no edital anterior,

para que o aluno antecipe seus estudos.

Volume I

AB003-19-A

Page 2: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você

conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo [email protected].

www.novaconcursos.com.br

[email protected]

OBRA

Polícia Militar do Estado do Paraná

Cadetes

Atualizada até 05/2019

AUTORESLíngua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco

Matemática - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá BrasilBiologia- Profª Renata Benito Pettan

Física - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá BrasilQuímica - Profª Janaina Lopes de Olviera

Filosofi a - Profº Heitor FerreiraGeografi a - Profª Leticia VelosoHistória - Profº Heitor Ferreira

Sociologia - Profº Heitor FerreiraLiteratura Brasileira - Elaboração Interna

Língua Inglesa - Profª Katiuska W. Burgos GeneralLíngua Espanhola - Profª Ana Maria B. Quiqueto

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃOElaine CristinaÉrica DuarteLeandro FilhoKarina Fávaro

DIAGRAMAÇÃOElaine Cristina

Thais Regis Danna Silva

CAPAJoel Ferreira dos Santos

Page 3: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

APRESENTAÇÃO

PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO.

A Nova Concursos tem um único propósito: mudar a vida das pessoas. Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público. Nossos livros são elaborados por professores que atuam na área de Concursos Públicos. Assim a matéria é organizada de forma que otimize o tempo do candidato. Afi nal corremos contra o tempo, por isso a preparação é muito importante. Aproveitando, convidamos você para conhecer nossa linha de produtos “Cursos online”, conteúdos preparatórios e por edital, ministrados pelos melhores professores do mercado. Estar à frente é nosso objetivo, sempre. Contamos com índice de aprovação de 87%*. O que nos motiva é a busca da excelência. Aumentar este índice é nossa meta. Acesse www.novaconcursos.com.br e conheça todos os nossos produtos. Oferecemos uma solução completa com foco na sua aprovação, como: apostilas, livros, cursos online, questões comentadas e treinamentos com simulados online. Desejamos-lhe muito sucesso nesta nova etapa da sua vida! Obrigado e bons estudos!

*Índice de aprovação baseado em ferramentas internas de medição.

CURSO ONLINE

PASSO 1Acesse:www.novaconcursos.com.br/passaporte

PASSO 2Digite o código do produto no campo indicado no site.O código encontra-se no verso da capa da apostila.*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.Ex: JN001-19

PASSO 3Pronto!Você já pode acessar os conteúdos online.

Page 4: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

SUMÁRIO

LITERATURA BRASILEIRA

O Uraguai, Basílio da Gama ................................................................................................................................................................................. 01Últimos cantos, Gonçalves Dias ......................................................................................................................................................................... 01Várias histórias, Machado de Assis .................................................................................................................................................................. 01Morte e vida severina, João Cabral de Melo Neto ..................................................................................................................................... 04Eles não usam black-tie, Gianfrancesco Guarnieri ..................................................................................................................................... 05Relato de um certo oriente, Miltom Hatoum ................................................................................................................................................ 06Nove noites, Bernardo Carvalho ....................................................................................................................................................................... 07Clara dos Anjos, Lima Barreto ............................................................................................................................................................................... 09

LÍNGUA PORTUGUESA

Literatura Brasileira.............................................................................................................................................................................................. 95Língua Portuguesa............................................................................................................................................................................................... 01Compreensão e Produção de Textos............................................................................................................................................................ 78Língua Estrangeira Moderna. ........................................................................................................................................................................... 95

LÍNGUA INGLESA

A prova de Língua Estrangeira Moderna tem por objetivo avaliar a capacidade da candidata e do candidato de compreender textos em língua estrangeira que apresentem nível de complexidade linguística e cultural compatível com o Ensino Médio. As questões deverão verificar até que ponto a candidata e o candidato: Identifica ideias principais e ideias específicas do texto; Estabelece relações entre diferentes partes do texto; Estabelece relações entre texto e contexto; Identifica diferentes pontos de vista apresentados no texto. Os textos utilizados poderão ser jornalísticos, publicitários, de divulgação científica ou literários. O conhecimento gramatical será avaliado em nível funcional, ou seja, como elemento necessário para a compreensão dos textos ............................................................... 01

LÍNGUA ESPANHOLA

A prova de Língua Estrangeira Moderna tem por objetivo avaliar a capacidade da candidata e do candidato de compreender textos em língua estrangeira que apresentem nível de complexidade linguística e cultural compatível com o Ensino Médio. As questões deverão verificar até que ponto a candidata e o candidato: Identifica ideias principais e ideias específicas do texto; Estabelece relações entre diferentes partes do texto; Estabelece relações entre texto e contexto; Identifica diferentes pontos de vista apresentados no texto. Os textos utilizados poderão ser jornalísticos, publicitários, de divulgação científica ou literários. O conhecimento gramatical será avaliado em nível funcional, ou seja, como elemento necessário para a compreensão dos textos ............................................................... 01

Page 5: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

SUMÁRIO

MATEMÁTICA

Estudo de Funções e Sequências................................................................................................................................................................. 85Geometria e Medidas...................................................................................................................................................................................... 126Álgebra, Números e Matrizes....................................................................................................................................................................... 64Geometria Analítica.......................................................................................................................................................................................... 126Tratamento da Informação............................................................................................................................................................................ 46

BIOLOGIA

Programa; Biologia celular ................................................................................................................................................................................ 01Seres vivos ............................................................................................................................................................................................................... 06Estudo das populações ...................................................................................................................................................................................... 18Ecologia ................................................................................................................................................................................................................... 21Saúde, higiene e saneamento básico ............................................................................................................................................................ 26

Page 6: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

LITERATURA BRASILEIRA

ÍNDICE

O Uraguai, Basílio da Gama ...................................................................................................................................................................................... 01Últimos cantos, Gonçalves Dias ................................................................................................................................................................................ 01Várias histórias, Machado de Assis ......................................................................................................................................................................... 01Morte e vida severina, João Cabral de Melo Neto ........................................................................................................................................... 04Eles não usam black-tie, Gianfrancesco Guarnieri ........................................................................................................................................... 05Relato de um certo oriente, Miltom Hatoum ..................................................................................................................................................... 06Nove noites, Bernardo Carvalho ................................................................................................................................................................................ 07Clara dos Anjos, Lima Barreto ................................................................................................................................................................................ 09

Page 7: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

LITE

RATU

RA B

RASI

LEIR

A

Prezado candidato, como introdução ao estudo, disponibilizamos a seguir uma série de pequenos tex-tos, entre sinopses , resumos e resenhas para leva-lo ao livro na íntegra. Como indicado no edital, ressalta-mos a importância da leitura completa dos livros para desenvolver sua capacidade leitora e interpretativa, possibilitando a criação das devidas relações entre os textos e o contexto social, histórico e cultural no qual estamos inseridos.

Lembramos ainda que a maior parte dos livros já está em domínio público de modo que o acesso onli-ne na íntegra é gratuito.

LITERATURA BRASILEIRA: O URAGUAI, BA-SÍLIO DA GAMA

O Uraguai é uma obra de Basílio da Gama, poeta bra-sileiro. O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política do Marquês de Pombal contra os jesuítas. Utilizando a Guerra Guaraníti-ca como tema histórico, Basílio da Gama coloca a culpa do massacre indígena nos jesuítas.

Os personagens criados por Basílio da Gama são: Ta-najura (feiticeira índia), Cacambo (chefe da tribo), Lindóia (mulher de Cacambo), Caitutu (guerreiro índio e irmão de Lindóia), Balda (padre jesuíta que administra a aldeia), Cepé (índio guerreiro) e General Gomes Freire de Andra-de (chefe das tropas de Portugal). Escrito em decassíla-bos brancos, O Uraguai não apresenta divisões entre as estrofes, o que indica as quebras são: o epílogo, a narrati-va, a dedicatória, a invocação e a proposição. A base para a criação do enredo é a mitologia dos índios.

A história se passa em um povoado onde os nativos foram catequizados por Balda, um padre da Espanha. Neste local, vivem Cacambo, que simboliza a coragem, e Lindóia, ícone da delicadeza. Os dois formam um casal. Balda é representado como um religioso pérfi do que en-gravida uma nativa, que dá a luz a Baldeta, personagem visto por todos como má pessoa. Com o objetivo de tor-nar a situação do fi lho um pouco mais amena na aldeia, o padre Balda casa Baldeta com Lindóia.

Então, o religioso manda Cacambo para missões onde o índio corre risco de vida, mas o guerreiro sem-pre retornar são, frustrando os planos do padre. Em uma destas ocasiões, Cacambo acaba sendo capturado pelos homens do General Gomes Freire, que acabam desco-brindo que o verdadeiro vilão é o padre jesuíta e deixam que o nativo volte para alertar a aldeia sobre os perigos dos jesuítas.

Em seu retorno, o povoado mostra-se alegre e ele começa a tentar desmascarar os jesuítas. Porém, Balda mata Cacambo por envenenamento. Lindóia demora a acreditar que seu homem está morto, mas, depois se convence de que foi o padre que o matou. Então aceita casar com Baldeta. No dia do casamento, a mulher se mata, deixando que uma cobra peçonhenta lhe pique.

Nos versos abaixo a descrição da morte de Lindóia é apresentada de forma fantasiosa e bucólica, caracterís-ticas típicas do Arcadismo (1768-1836).

“Descobrem que se enrola no seu corpoVerde serpente, e lhe passeia, e cingePescoço e braços, e lhe lambe o seio.Fogem de a ver assim sobressaltados,E param cheios de temor ao longe;E nem se atrevem a chamá-la, e tememQue desperte assustada, e irrite o monstro”.

ÚLTIMOS CANTOS, GONÇALVES DIAS.

Sobre este livro em especial, seu próprio nome, Últi-mos Cantos, parece aludir a uma fase de transição. Nele estão colocados alguns poemas indianistas já conheci-dos do livro Poesias Americanas, como “I-Juca-Pirama” e os poemas soltos organizados como Poesias Diversas. Nessas, encontramos um Gonçalves Dias diferente abor-dando temas dos mais variados, como poemas laudató-rios. Mas há algumas constantes nesses poemas, como se aludissem às temáticas comuns das canções trovado-rescas, ora lembram as cantigas de amigo e de amor, ora apontam para uma percepção do tempo, uma angústia, uma desilusão com a vida, resumindo-a em “nascer, lutar, sofrer”, e no meio disso tudo, a ilusão amorosa. Também já parece refl etir algo parecido com que viria a ser a pro-fusão do egotismo da geração seguinte dos poetas ro-mânticos, como Álvares de Azevedo, mas diferentemente desses não há o exagero, pois os poemas de Gonçalves Dias são leves, extremamente musicais, mesmo quando fala sobre a morte ou a solidão, mas nem por isso deixam de serem profundos e fi losófi cos.

VÁRIAS HISTÓRIAS, MACHADO DE ASSIS.

Publicado em 1896, Várias Histórias é um exemplo perfeito da maestria com a qual Machado de Assis de-senvolveu o conto, produzindo tesouros que estão en-tre os mais preciosos da Literatura Brasileira. Antes de mergulhar em suas narrativas, portanto, necessário se faz entender um pouco da técnica do autor em tal forma artística.

Machado de Assis notabilizou-se por dominar a aná-lise psicológica, dissecando a alma humana em busca de sua essência, que muitas vezes é dilemática, ou seja, expressa o confl ito e muitas vezes a conciliação entre elementos opostos. É muito comum em suas narrativas depararmo-nos com ações que, mesmo tendo uma de-terminada inspiração, revelam também o seu oposto, como no caso do usurário (pessoa extremamente apega-da a bens materiais, a lucro e a dinheiro) de Entre Santos, que, em pleno desespero por causa da possibilidade da perda de sua esposa, faz uma promessa fervorosa que tanto revela seu amor à mulher quanto seu apego à no-ção de lucro, pois se perde em delírios diante da cifra de orações que se propõe a rezar.

Page 8: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

LITE

RATU

RA B

RASI

LEIR

A

Dessa forma, a complexa visão machadiana sobre o homem vai muito além do que os seus contemporâneos faziam. Reforça essa superioridade a intensidade que im-prime ao caráter psicossocial, entendendo a personalida-de humana como fruto de forças da sociedade, principal-mente aquelas que valorizam o status, o prestígio social. É um elemento ricamente abordado em obras-primas como Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.

Assim, os contos de Várias Histórias constituem rico material para um estudo da psicologia do homem e de como ele se comporta no grupo em que vive. Vemos ne-les a análise das fraquezas humanas, norteadas muitas vezes pela preocupação com a opinião alheia. Em inúme-ros casos as personagens fazem o mesmo que nós: men-tem, usam máscaras, para não entrar em confl ito com o meio em que estão e, portanto, conviver em sociedade. O pior é que levam tão a sério essa máscara que chegam até a enganar a si mesmas, acreditando nela como a per-sonalidade real.

Por causa desses elementos temáticos, notamos uma peculiaridade nos contos machadianos. Esse gênero, gra-ças à sua brevidade, dá, por tradição, forte atenção a ele-mentos narrativos. Não há espaço, pois, para digressões, tudo tendo de ser rápido e econômico. No entanto, no grande autor em questão o mais importante é o psicoló-gico, o que permite caminho para características marcan-tes do escritor, como intertextualidade, metalinguagem e até a digressão, entre tantas, tornando a leitura muito mais saborosa.

Contos1. A Cartomante – Visão objetiva e pessimista da vida, do mundo e das pessoas (abolição do fi nal feliz).

2. Entre Santos – Trata-se de uma narrativa dentro de narrativa, que em determinado momento dá caminho para mais outra. Um discreto narrador em terceira pessoa abre, já no primeiro parágrafo, espaço para um narrador em primeira pessoa, testemunha de um acontecimento surpreendente.

3. Uns Braços – Conto tocante que narra a descoberta do amor e de toda a sensualidade que cerca o descor-tinar desse mundo novo.

4. Um Homem Célebre – Tipicamente machadiano, Um Homem Célebre, conto publicado, primeiramente, no periódico “A Estação”, em 1883, e, posteriormente, em 1896, no livro Várias Histórias, aborda o tema da incompatibilidade entre os ideais e a realidade, cons-tituindo, uma quase parábola, a parábola da existência humana.

5. A Desejada das Gentes – Conto em que o protago-nista rememora a um interlocutor a história de Otília, cobiçada dama da sociedade que costumava desen-ganar todos que tentavam estabelecer uma relação com ela. O narrador lembra que chegou a fazer uma aposta com seu grande amigo, sócio de uma banca de advocacia, para ver quem angariaria o coração da mulher.

A primeira consequência é o fi nal da amizade tão forte e o auto-exílio do companheiro em um grotão do país, onde acabara morrendo cedo. A outra consequência é o narrador perder o controle de seus sentimentos. No entanto, apesar da maneira diferente com que o tratava, destacando-o dos demais pretendentes, de-seja deste apenas amizade. Houve um momento em que o quadro parecia ter mudado. Primeiro, o narra-dor havia fi cado abatido com a morte de seu pai. Otília conforta-o, o que os aproxima. Pouco depois, era o tio dela, praticamente um tutor, quem falece. Com a equi-valência garantida pela dor, o apaixonado imagina ter caminho aberto para o casamento. Mas seu pedido é recusado. Some por alguns dias, um pouco por des-peito, um pouco porque mergulhado em compromis-sos burocráticos referentes à morte do seu parente. Quando volta, encontra uma carta de Otília, instando que a amizade se reatasse. Promete, em troca, não se casar com ninguém. E tudo fi ca nesse pé, até que a dama adoece, defi nhando aos poucos. Dois dias antes de morrer, casa-se com o narrador. O único abraço que se dão foi durante o último suspiro dela, como se quisesse não o aspecto corporal da união, mas algo próximo do espiritual.

6. A Causa Secreta – Este é um dos contos mais fortes de Machado de Assis.

7. Trio em Lá Menor – Este é um conto alegórico que apresenta a história de Maria Regina, sofredora de um dilema, pois não consegue decidir-se entre dois ho-mens, Miranda e Maciel. Este se apresenta como cheio de vivacidade, alegria, mas que logo se transforma em futilidade, pois está apegado a aspectos mundanos, como fofocas e moda. Aquele é mais velho e, portan-to, mais sério e circunspeto. Não tem a vivacidade do primeiro, mas é uma companhia de mais conteúdo, que não enfastia.É um confl ito que lembra Esaú e Jacó. No fi nal a hero-ína se perde nos sonhos, em que vê, como uma metá-fora de sua situação, a encantadora imagem de uma estrela dupla que se aparenta com um único astro. Ter-mina por ouvir uma voz fantástica que lhe diz: “É a tua pena, alma curiosa de perfeição; a tua pena é oscilar por toda a eternidade entre dois astros incompletos, ao som desta velha sonata do absoluto: lá, lá, lá...” Fica a tese de que a conciliação de opostos é impossível e a busca da perfeição, conciliadora dessas contradições, só faz mergulhar na angústia da indecisão.

8. Adão e Eva – Outro conto que apresenta o esque-ma de história dentro de história. Em meio à degus-tação de doces, começa a discussão sobre quem é mais curioso: o homem ou a mulher? Um dos convivas apresenta uma narrativa com um quê de enigmático e que vem de um livro apócrifo (livro que não é reco-nhecido pela Igreja e que, portanto, está fora da Bíblia) da Bíblia.É um relato que inverte a história de Adão e Eva. Pri-meiro porque apresenta a criação do Universo como fruto da ação do Diabo – Deus é que ia consertando as falhas provocadas pela malignidade. Dentro desse as-

Page 9: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

LITE

RATU

RA B

RASI

LEIR

A

pecto está a criação do homem e da mulher. Na forma crua, estavam dominados por instintos ruins. O toque divino atribui-lhes alma, tornando-os sublimes, sen-do levados para o Paraíso. Inconformado com a des-truição de sua obra, mas impossibilitado de entrar no campo divino, convence sua criação dileta, a serpente, a tentar Adão e Eva a comerem o fruto proibido. De pronto o animal o atende, mas, por mais que insistis-se, não obteve sucesso. Satisfeito com tal proeza de caráter, Deus conduz os dois para o caminho da glória.Termina assim o relato que deixa incrédulos entre a plateia, a maioria achando que tudo não passava de brincadeira do seu narrador. No entanto, o comentá-rio fi nal de um dos convivas é bastante interessante: “Pensando bem, creio que nada disso aconteceu; mas também, D. Leonor, se tivesse acontecido, não estaría-mos aqui saboreando este doce, que está, na verdade, uma coisa primorosa”. Além de o conto apresentar o oposto (mais uma vez a visão dilemática machadia-na!) de uma questão, ou seja, uma outra história da criação, há uma ideia já desenvolvida, por exemplo, em Dom Casmurro: a graça de nossa existência está justamente na imperfeição em que se processa.

9. O Enfermeiro – O conto O Enfermeiro está, certa-mente, entre os melhores contos de Machado de As-sis.

10. O Diplomático – Outro conto que trata das fraque-zas humanas. Trata-se da história de Rangel, homem de sonhos gigantescos e ações minúsculas, quase nu-las. Tanto que alcança a meia idade sem ter casado, pois sempre procurava uma mulher de posição.É mais uma personagem machadiana, pois, preocu-pada com status, prestígio social, não enxergando o prejuízo que tal comportamento trazia para si mes-ma. Até que fl agramo-la em um encontro de amigos. Tentará seu último golpe, considerado pelo narrador um amor de outono, dessa vez sobre a jovem Joana. Mas, típico de seu comportamento, vacila muito entre a ideia e a ação. Até que surge um furacão em meio à festa: Queirós. Chega de forma repentina e da mes-ma maneira consegue a atenção e o carisma de to-dos os presentes, menos do protagonista, que sente um misto de ciúme e inveja, piorado quando seu alvo afetivo, Joana, torna-se mais uma das conquistas do novo conviva. Derrota fragorosa, que fi ca clara quan-do o protagonista mergulha no choro no instante em que está sozinho, de volta à sua casa. É o resultado da inércia inutilizando toda uma vida.

11. Mariana – É um conto de lição cruel, mas realista, ao narrar as mudanças por que passou uma paixão no espaço de 18 anos.Evaristo e Mariana mantiveram uma relação tórrida e descabelada, entrando em crise no momento em que, por pressões, ela estava para se casar com Xa-vier. Diante do amante, nosso protagonista, jura que a união “ofi cial” não ia diminuir a intensidade do enlace que, clandestinamente, estabeleciam. Pouco depois, por meio de fl ashback, sabemos que Mariana havia tentado suicídio, provavelmente em nome do senti-

mento que tinha por Evaristo, confl itante com a união que iria contrair. Este é impedido de vê-la. Parte, en-tão, para a Europa num quase auto-exílio, desligando--se quase que por completo das coisas do Brasil.Sem grande explicação, 18 anos depois sente neces-sidade de voltar à pátria. Ao chegar, visita Mariana, encontrando-a mergulhada na dor de ter o marido, Xavier, doente terminal. É o que o impede de um con-tato mais aprofundado. Com a morte do moribundo, fi ca sabendo por meio de várias pessoas da intensi-dade do amor que havia entre o casal, o que já tinha sido indicado pela dor dela quando do último suspiro do esposo. Pouco depois, fl agra-a voltando da igreja e percebe que ela fez de conta que não o havia visto.Uma paixão tão fulminante fora esmagada pelo tem-po, pois terminava de forma tão fria, ela evitando-o, ele encarando o fato num misto de indiferença e chis-te.

12. Conto de Escola – Conto que segue a tradição do estilo delicioso com que Machado de Assis se apre-senta como memorialista.

13. Um Apólogo – Famoso conto que narra o desen-tendimento entre a agulha e a linha.A primeira vangloriava-se por ser responsável pela abertura do caminho para a segunda. Tudo isso ocor-re enquanto a costureira ia preparando o vestido de uma baronesa.No fi nal, com a ida da nobre para a festa, a linha joga na cara que, se a agulha abrira caminho, agora iria vol-tar para a caixa de costura, enquanto o fi o iria no ves-tido frequentar os salões da alta sociedade.A frase fi nal do conto, de alguém que ouvira essa his-tória (um professor de melancolia) – “Também tenho servido de agulha a muita linha ordinária” –, é bastante sintomática. Faz lembrar um aspecto muito comum na obra machadiana que é, na busca por status, as pesso-as acabarem sendo usadas e depois descartadas.É o que ocorre, por exemplo, em Quincas Borba, na relação entre o casal Palha e Rubião. Ou mesmo em Memórias Póstumas de Brás Cubas, na conveniência do casamento entre Eulália Damasceno de Brito (linha) e Brás Cubas (agulha).

14. D. Paula – Percebe-se neste relato um tema que já fora desenvolvido em O Enfermeiro e outros contos: a desconexão entre o externo e o interno, pois se dizia e pregava o moralismo, no seu íntimo desejava, ou pelo menos deliciava-se com algo imoral.

15. Viver! – Conto de temática alegórica e grandiosa. Além disso, sua estrutura aproxima-o por demais do teatro. Trata-se do diálogo entre Ahasverus e Prome-teu.A primeira personagem recebera a maldição de, por menosprezar Cristo em seu calvário, vagar pelo mun-do sem encontrar abrigo e ser desprezada até que o último homem desaparecesse. Sua longevidade, por-tanto, deu-lhe uma experiência massacrante sobre o gênero humano.

Page 10: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

LITE

RATU

RA B

RASI

LEIR

A

A segunda personagem pertence à mitologia clássica e havia criado o homem, sendo, portanto, condenada pelos deuses a ter uma águia comendo seu fígado por toda a eternidade. Diante dessa revelação, Ahasverus fi ca indignado e faz com que Prometeu volte para o seu castigo, de onde havia escapado. No entanto, a entidade mitológica declara que faria de Ahasverus o início de uma nova espécie, mais forte do que a ante-rior, que estava fi ndando na fi gura do rejeitado, que agora se tornaria o rei dessa nova raça. Diante desse futuro grandioso, Ahasverus mergulha em devaneios, feliz com sua nova condição, esquecendo até o fato de estar morrendo para realizá-la. Como observam duas águias que voavam por ali, ainda na morte mostra um enorme apego à vida.

16. O Cônego ou Metafísica do Estilo – Conto meta-linguístico que em alguns aspectos antecipa as sonda-gens introspectivas e intimistas da prosa modernista.É a história de um cônego que se dedicava à escritura de um sermão. Tem sua tarefa interrompida porque não conseguia achar um adjetivo que se ligasse ade-quadamente ao substantivo que havia colocado em seu texto. Esforçava-se, mas a palavra não vem.Enquanto o protagonista espairece, para descansar a mente e buscar inspiração, o narrador mergulha no cérebro da personagem, defendendo a ideia de que as palavras têm sexo. Assim, o substantivo, masculino, que é nomeado como Sílvio, está procurando um ad-jetivo, feminino, designado Sílvia. É interessante nesse ponto como todo o universo de elementos que po-voam nossa mente – sonhos, impressões, sensações, lembranças – é bem metaforizado ao ser apresentado como os obstáculos que o casal tem de suplantar até que fi nalmente consiga efetuar o seu encontro. Con-cretizada a união, o estalo mental surge para o cône-go. Finalmente conseguia dar prosseguimento a reda-ção de seu sermão, terminando-o.

MORTE E VIDA SEVERINA, JOÃO CABRAL DE MELO NETO.

O poema dramático “Morte e Vida Severina” é a obra--prima do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999). Escrito entre 1954 e 1955, trata-se de um auto de Natal de temática regionalista.O poeta, que nasceu no Recife, transformou em poe-

sia visceral a condição do retirante nordestino, sua morte social e miséria.

Resumo da ObraMorte e Vida Severina retrata a trajetória de Severino,

que deixa o sertão nordestino em direção ao litoral em busca de melhores condições de vida. Severino encontra no caminho outros nordestinos que, como ele, passam pelas privações impostas ao sertão.

A aridez da terra e as injustiças contra o povo são percebidas em medidas nada sutis do autor. Assim, ele

retrata o enterro de um homem assassinado a mando de latifundiários.

Assiste a muitas mortes e, de tanto vagar, termina por descobrir que é justamente ela, a morte, a maior empre-gadora do sertão. É a ela que devem os empregos, do médico ao coveiro, da rezadeira ao farmacêutico.

Nota, ao vagar pela Zona da Mata, onde há muito verde, que a morte a ninguém poupa. Retrata, contudo, que a persistência da vida é a única a maneira de vencer a morte.

No poema, Severino pensa em suicídio jogando-se do Rio Capibaribe, mas é contido pelo carpinteiro José, que fala do nascimento do fi lho.

A renovação da vida é uma indicação clara ao nasci-mento de Jesus, também fi lho de um carpinteiro e alvo das expectativas para remissão dos pecados.

PersonagensSeverino é o narrador e personagem principal, um re-

tirante nordestino que foge para o litoral em busca de melhores condições de vida.

Seu José, mestre carpina, é o personagem que salva a vida de Severino, impedindo este de tomar sua própria vida.

Análise da ObraMorte e Vida Severina é um poema de construção

dramática com exaltação à tradição pastoril. Ele foi adap-tado para o teatro, a televisão, o cinema e transformado em desenho animado.

Por meio da obra, João Cabral de Melo Neto, que também era diplomata, foi consagrado como autor na-cional e internacional.

Como diplomata, o autor trabalhou em Barcelona, Madri e Sevilha, cidades espanholas que permitiram clara infl uência sobre sua obra.

João Cabral de Melo Neto foi seduzido pelo realismo espanhol e confessou ter, daquela terra, o reforço ao seu anti idealismo, antiespiritualismo e materialismo.

Os instrumentos lhe permitiram escrever com mais clareza sobre o nordeste brasileiro em Morte e Vida Se-verina e outros poemas.

A obra é, acima de tudo, uma ode ao pessimismo, aos dramas humanos e à indiscutível capacidade de adapta-ção dos retirantes nordestinos.

O poema choca pelo realismo demonstrado na uni-versalidade da condição miserável do retirante, desban-cando a identidade pessoal.

Trechos da ObraPara compreender melhor a linguagem que João Ca-

bral utiliza na obra, confi ra abaixo alguns trechos:

O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI

— O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fi quei sen-do o da Maria do fi nado Zacarias.

O RETIRANTE TEM MEDO DE SE EXTRAVIAR POR SEU GUIA, O RIO CAPIBARIBE, CORTOU COM O VERÃO

— Antes de sair de casa aprendi a ladainha das vi-las que vou passar na minha longa descida. Sei que há

Page 11: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

LÍNGUA PORTUGUESA

ÍNDICE

FONOLOGIA: Conceitos básicos – Classifi cação dos fonemas – Sílabas – Encontros Vocálicos – Encontros Consonantais – Dígrafos – Divisão silábica...................................................................................................................................................................................................01ORTOGRAFIA: Conceitos básicos – O Alfabeto – Orientações ortográfi cas. ...................................................................................................05ACENTUAÇÃO: Conceitos básicos – Acentuação tônica – Acentuação gráfi ca – Os acentos – Aspectos genéricos das regras de acentuação – As regras básicas – As regras especiais – Hiatos – Ditongos – Formas verbais seguidas de pronomes – Acentos diferenciais. ...............................................................................................................................................................................................................................08MORFOLOGIA: Estrutura e Formação das palavras – Conceitos básicos – Processos de formação das palavras – Derivação e Composição – Prefi xos – Sufi xos – Tipos de Composição – Estudo dos Verbos Regulares e Irregulares – Classe de Palavras........ 11SINTAXE: Termos Essenciais da Oração – Termos Integrantes da Oração – Termos Acessórios da Oração – Período – Sintaxe de Concordância – Sintaxe de Regência – Sintaxe de Colocação – Funções e Empregos das palavras “que” e “se” – Sinais de Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................................54PROBLEMAS GERAIS DA LÍNGUA CULTA: O uso do hífen – O uso da Crase – Interpretação e análise de Textos – Tipos de Comunicação: Descrição – Narração – Dissertação – Tipos de Discurso – Qualidades e defeitos de um texto – Coesão Textual....................................................................................................................................................................................................................................78ESTILÍSTICA: Figuras de linguagem – Vícios de Linguagem. .................................................................................................................................95

Page 12: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

LÍN

GUA

PO

RTU

GU

ESA

FONOLOGIA: CONCEITOS BÁSICOS – CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS – SÍLABAS – ENCONTROS VOCÁLICOS – ENCONTROS CONSONANTAIS – DÍGRAFOS – DIVISÃO SILÁBICA.

LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Signifi ca literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da língua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classifi cação. Cuida, também, de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografi a, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.

Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de símbolos gráfi cos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de signifi cado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os pares de palavras:

amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma os signifi cantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfi ca do fonema. Na palavra sapo, por exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).

Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:A) o fonema /sê/: textoB) o fonema /zê/: exibirC) o fonema /che/: enxameD) o grupo de sons /ks/: táxi

O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.

Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: g a l h o 1 2 3 4 1 2 3 4 5

As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e 1 2 3 1 2 3 4

Page 13: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

LÍN

GUA

PO

RTU

GU

ESA

Classifi cação dos Fonemas

Os fonemas da língua portuguesa são classifi cados em:

Vogais

As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nos-sa língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso signifi ca que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

Na produção de vogais, a boca fi ca aberta ou entrea-berta. As vogais podem ser:

Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.

Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais./ã/: fã, canto, tampa / ẽ /: dente, tempero/ ĩ/: lindo, mim/õ/: bonde, tombo/ ũ /: nunca, algumÁtonas: pronunciadas com menor intensidade: até, bola.Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, bola.

Quanto ao timbre, as vogais podem ser:Abertas: pé, lata, póFechadas: mês, luta, amorReduzidas - Aparecem quase sempre no fi nal das pala-

vras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”).

Semivogais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fo-nemas são chamados de semivogais. A diferença funda-mental entre vogais e semivogais está no fato de que estas não desempenham o papel de núcleo silábico.

Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se des-taca é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, história, série.

Consoantes

Para a produção das consoantes, a corrente de ar ex-pirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.

Encontros Vocálicos

Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton-go e o hiato.

A) Ditongo

É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice--versa) numa mesma sílaba. Pode ser:

Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sé-rie (i = semivogal, e = vogal)

Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-gal: pai (a = vogal, i = semivogal)

Oral: quando o ar sai apenas pela boca: paiNasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais:

mãe

B) Tritongo

É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo nasal.

C) Hiato

É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í--da), poesia (po-e-si-a).

Encontros Consonantais

O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-gal intermediária, recebe o nome de encontro consonan-tal. Existem basicamente dois tipos:

A) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se.

B) os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.

Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-lo-go.

Dígrafos

De maneira geral, cada fonema é representado, na es-crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e quatro letras.

Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras.

Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.

Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Em nossa língua, há um número razoável de dígra-fos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos.

Page 14: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

LÍN

GUA

PO

RTU

GU

ESA

A) Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemploslh /lhe/ telhadonh /nhe/ marinheiroch /xe/ chaverr /re/ (no interior da palavra) carro

ss /se/ (no interior da palavra) passo

qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo

gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guiasc /se/ crescersç /se/ desçoxc /se/ exceção

B) Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos/ã/ am tampa an canto/ẽ/ em templo en lenda /ĩ/ im limpo in lindo õ/ om tombo on tonto /ũ/ um chumbo un corcunda

Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra, aquilo.

Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” representa um fo-nema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo).

#FicaDicaConseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não pronunciamos o “u”, então temos dígrafo (aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”). Portanto: 8 letras e 6 fonemas.

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos!), exite letra que representa dois fone-mas. Sim! É o caso de “fi xo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifi xo também são exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Page 15: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

LÍN

GUA

PO

RTU

GU

ESA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASSACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa

Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras:

literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-

char - Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.

SITEDisponível em: <http://www.soportugues.com.br/se-

coes/fono/fono1.php>

Sílaba

A palavra amor está dividida em grupos de fonemas pronunciados separadamente: a - mor. A cada um desses grupos pronunciados numa só emissão de voz dá-se o nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma vogal em cada sílaba. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas de uma palavra, de-vemos perceber quantas vogais tem essa palavra. Aten-ção: as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem representar semivogais.

Classifi cação das palavras quanto ao número de sílabas

- Monossílabas: possuem apenas uma sílaba. Exem-plos: mãe, fl or, lá, meu;

- Dissílabas: possuem duas sílabas. Exemplos: ca-fé, i-ra, a-í, trans-por;

- Trissílabas: possuem três sílabas. Exemplos: ci-ne--ma, pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir;

- Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas. Exem-plos: a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta.

Divisão Silábica

Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguintes normas:

- Não se separam os ditongos e tritongos. Exemplos: foi-ce, a-ve-ri-guou;

- Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu. Exem-plos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa;

- Não se separam os encontros consonantais que ini-ciam sílaba. Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co;

- Separam-se as vogais dos hiatos. Exemplos: ca-a-tin--ga, fi-el, sa-ú-de;

- Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc. Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce--len-te;

- Separam-se os encontros consonantais das sílabas internas, excetuando-se aqueles em que a segunda con-soante é l ou r. Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car.

Acento Tônico

Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas, percebe-se que há uma sílaba de maior intensidade so-nora do que as demais.

calor - a sílaba lor é a de maior intensidade.faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade.sólido - a sílaba só é a de maior intensidade.

Obs.: a presença da sílaba de maior intensidade nas palavras, em meio à sílabas de menor intensidade, é um dos elementos que dão melodia à frase.

Classifi cação da sílaba quanto a intensidade

-Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensida-de.

- Átona: é a sílaba pronunciada com menor intensi-dade.

- Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária. Ocorre, principalmente, nas palavras derivadas, corres-pondendo à tônica da palavra primitiva.

Classifi cação das palavras quanto à posição da sí-laba tônica

De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocá-bulos da língua portuguesa que contêm duas ou mais sílabas são classifi cados em:

- Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última. Exemplos: avó, urubu, parabéns

- Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a pe-núltima. Exemplos: dócil, suavemente, banana

- Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a antepenúltima. Exemplos: máximo, parábola, íntimo

Saiba que: - São palavras oxítonas, entre outras: cateter, mister,

Nobel, novel, ruim, sutil, transistor, ureter. - São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, azia-

go, boêmia, caracteres, cartomancia, celtibero, circuito, decano, fi lantropo, fl uido, fortuito, gratuito, Hungria, ibe-ro, impudico, inaudito, intuito, maquinaria, meteorito, mi-santropo, necropsia (alguns dicionários admitem também necrópsia), Normandia, pegada, policromo, pudico, quiro-mancia, rubrica, subido(a).

- São palavras proparoxítonas, entre outras: aeróli-to, bávaro, bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ômega, pântano, trânsfuga.

- As seguintes palavras, entre outras, admitem du-pla tonicidade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, Oceânia/Oceania, ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, rép-til/reptil, zângão/zangão.

Page 16: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

LÍNGUA INGLESA

ÍNDICE

A prova de Língua Estrangeira Moderna tem por objetivo avaliar a capacidade da candidata e do candidato de compreender textos em língua estrangeira que apresentem nível de complexidade linguística e cultural compatível com o Ensino Médio. As questões deverão verifi car até que ponto a candidata e o candidato: Identifi ca ideias principais e ideias específi cas do texto; Estabelece relações entre diferentes partes do texto; Estabelece relações entre texto e contexto; Identifi ca diferentes pontos de vista apresentados no texto. Os textos utilizados poderão ser jornalísticos, publicitários, de divulgação científi ca ou literários. O conhecimento gramatical será avaliado em nível funcional, ou seja, como elemento necessário para a compreensão dos textos ............................................................................ 01

Page 17: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

LÍN

GUA

ING

LESA

CONHECIMENTOS BÁSICOS NO IDIOMA ESTRANGEIRO POR MEIO DE INTERPRETA-ÇÕES TEXTUAIS.

No Brasil, de um modo geral, o inglês instrumental é uma das abordagens do ensino do Inglês que centra-liza a língua técnica e científi ca focalizando o emprego de estratégias específi cas voltadas à leitura. Seu foco é desenvolver a capacidade de compreensão de textos de diversas áreas do conhecimento. O estudo da gramática restringe-se a um mínimo necessário normalmente as-sociado a um texto atual ou similar que foi veiculado em periódicos. O conhecimento de uma boa quantidade de palavras também faz parte das técnicas que serão rela-cionadas abaixo. Dependendo do objetivo de sua leitura, você terá que saber utilizar algum dos três níveis diferen-tes de compreensão:

1. Compreensão Geral: obtida através de uma leitu-ra rápida, “uma passada de olho rápida no texto”, para captarmos as informações gerais acerca dele, ou seja, aquilo que é de maior importância, seu tema geral, seu assunto principal.

2. Compreensão de Pontos Principais: exige que te-nhamos maior atenção na busca das informações principais espalhadas pelo texto, observando cada parágrafo distintamente para identifi car dados es-pecífi cos que o autor quis destacar.

3. Compreensão Detalhada: requer um nível de lei-tura mais aprofundado que nos níveis anteriores. Exige a compreensão de detalhes do texto, minú-cias, palavra por palavra, e demanda, assim, mais tempo e atenção do leitor. Para tanto, em alguns casos, será preciso reler várias vezes o texto. Para obter um bom nível de acerto durante os níveis de compreensão, temos que pôr em prática algumas técnicas.

TÉCNICAS DE AUXÍLIO À LEITURA INSTRUMENTAL

Background knowledge (conhecimento prévio)

Para que um leitor consiga identifi car e entender certas informações em qualquer tipo de texto, torna-se extremamente importante que ele possua algum conhe-cimento prévio sobre seu assunto. Podemos comparar esta situação com a de um estudante tentando fazer uma prova de redação. Se ele nunca tiver lido, discutido, es-tudado ou ouvido falar do tema daquela redação, como poderá dissertar? Suas ideias podem até ir para o papel, mas correrá um grande risco de não ter o vocabulário necessário, consistência, profundidade, argumentos, co-nhecimento de causa, exemplos a citar, etc. sua redação será pobre. Da mesma maneira, se o leitor de um tex-to técnico em língua inglesa não tiver conhecimento de mundo, vivência, experiências variadas de vida, conheci-mento prévio sobre o assunto, seu nível de compreensão será mais superfi cial. Por isso, o ponto de partida para uma leitura efi ciente está sempre em você. Mas também não adianta buscar apenas informação de coisas que te atraem, coisas que você gosta de saber. É preciso ampliar

sua visão de mundo. Leia jornais, revistas, sites da inter-net, pesquise coisas curiosas, assista a programas de TV jornalísticos, de variedades, de humor, de esportes, de ciência, de religião, de saúde, de entretenimento, con-verse com pessoas de opiniões, idades e classes sociais diferentes da sua, dê valor a todos os assuntos porque você nunca sabe qual tema será abordado num texto de uma prova. Esteja preparado para todos eles. Desta forma podemos agilizar sua compreensão acerca de um texto, você terá mais prazer ao ler, pois compreenderá os mais variados textos; verá que é capaz de adquirir co-nhecimento em uma língua estrangeira, além de alcançar melhor desempenho em provas como o Enem.

Skimming (ler ou examinar superfi cialmente; reti-rar aquilo de maior peso ou importância)

É uma técnica que permite rapidez e efi ciência na busca de algum direcionamento inicial acerca do texto. Realizar o skimming signifi ca ler rapidamente o texto para saber o assunto principal trabalhado pelo autor. Esta atividade de leitura nos proporciona um nível de compreensão geral, visando nos dar uma visão global, aberta e ampla do texto. Ao realizarmos o skimming, não podemos nos deter em detalhes como palavras novas nem palavras das quais nos esquecemos. Estamos em busca do assunto principal e do sentido geral do texto.

Prediction (previsão)

Com esta estratégia o leitor lança mão do seu próprio conhecimento, através das experiências de vida que pos-sui, e da informação linguística e contextual. Após reali-zar o skimming, o leitor precisa concentrar-se para tentar ativar as informações que já possui sobre o tema e pre-ver que tipos de palavras, frases ou argumentos podem estar presentes naquele texto. É um momento de refl e-xão. É a hora de buscar na memória tudo o que foi lido, estudado, discutido, e visto na mídia a respeito daquele tema. Além do mais, esta é uma estratégia de leitura que também permite ao leitor prever o que vem a seguir em um texto. Trata-se do desenvolvimento sequenciado do pensamento. Isso só é possível porque quem escreve, o faz de maneira organizada, porque as pessoas pensam de maneira semelhante e porque alguns tipos de tex-tos possuem estruturas previsíveis levando-nos a atingir certas formas de compreensão. Quanto mais experiente for o leitor, maior será sua capacidade de prever. Nesta etapa, passamos a associar o assunto do texto com as dicas tipográfi cas usadas pelo autor para transmitir sig-nifi cados. Grife palavras cognatas, as palavras já conheci-das pelo leitor e as repetidas. Grifar todas estas palavras em um texto é um recurso psicológico e técnico que visa mostrar e provar visualmente para o leitor que ele tem conhecimento de muitas das palavras daquele texto e de que, assim, ele é capaz de fazer uso dessas informações para responder às questões propostas. Trata-se de um recurso que usamos para dar mais relevância e impor-tância às palavras que já sabemos em um texto, pois é nelas que nos apoiaremos para resolver exercícios e para entender os textos. É muito mais inteligente voltar nosso foco para as palavras que têm algum signifi cado para nós

Page 18: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

LÍN

GUA

ING

LESA

do que destacar aquelas que não conhecemos. Além dis-so, ao grifar, você acaba relendo as informações de uma maneira mais lenta, o que faz com que perceba certos detalhes que não havia percebido antes. É uma forma de quantifi car em porcentagem aproximada o quanto se sabe daquele texto.

Scanning (ler rapidamente)

Esta técnica de leitura visa dar agilidade na busca por informações específi cas. Muitas vezes, após ler um texto, nós queremos reencontrar alguma frase ou alguma pa-lavra já lida anteriormente. Para efetuar esta busca não precisamos ler o texto inteiro de novo, podemos sim-plesmente ir direto ao ponto aonde podemos encontrar tal informação. Isso é o scanning, signifi ca encontrar res-postas de uma forma rápida e direta sem perder tem-po relendo o texto todo. Esta técnica em geral deve ser aplicada após uma ou mais leituras completas do texto em questão. Se desejar, o estudante pode ler o que os exercícios pedirão antes de fazer o scanning, pois assim ele irá selecionar mais facilmente o que for mais impor-tante para responder àquelas questões direcionando-se melhor.

Lexical Inference (inferência lexical)

Inferir signifi ca deduzir. Às vezes será preciso deduzir o sentido de um termo, decifrando o que ele quer dizer. Mas isso não pode ser feito de qualquer maneira. Para inferirmos bem, é necessário entender o signifi cado da-quela palavra desconhecida através do contexto no qual ela está inserida, observando as palavras vizinhas, as fra-ses anteriores e posteriores, o parágrafo onde ela está, as noções gerais que temos do texto, etc. Precisamos ob-servar o meio no qual a palavra está posta. Neste caso teremos de nos fazer valer de nossos conhecimentos de classes gramaticais (substantivos, adjetivos, preposições, verbo, etc.), de afi xos, de singular e plural, conhecimento sobre a estrutura de textos, etc. Tudo isso em conjunto pode ajudar numa aproximação do sentido real daquele termo que não sabemos.

Normalmente o enunciado proposto defi nirá se o estudante terá que deduzir certa informação a partir do tema sugerido ou, então, obter algum tipo de informa-ção diretamente no texto proposto.

É preciso lembrar que estas estratégias serão mais ou menos efi cazes dependendo do tamanho do vocabulário que você possui e também do seu nível de conhecimento gramatical.

Como posso ler textos em línguas estrangeiras?- Preste atenção nos títulos e subtítulos; - Observe imagens, fi guras, layout do texto, cores, en-

fi m, qualquer mensagem não verbal.- Procure identifi car o tipo e o tema do texto; - Oriente-se pelo que você entende; - Pense sempre nas intenções de quem escreve e para

quem o texto foi escrito; - Quando necessário, consulte um dicionário para re-

solver suas dúvidas; - Evite traduzir o texto na íntegra;

- Não se prenda às palavras que você desconhece;- Foque nas palavras similares que lhe confi rmarão se

sua leitura está indo na direção correta; - Faça inferências; - Use seus conhecimentos de Língua Portuguesa e de

outras línguas na hora da leitura.

FIQUE ATENTO!Aproveite a praticidade da Internet para man-ter contato com a língua inglesa. Há muitas redes sociais, aplicativos, é páginas web onde é possível obter vocabulário, informação e leituras sobre os temas propostos no Enem (performance corporal e identidades juvenis, esportes, danças, lutas, jogos, artes visuais, músicas, danças, etc.). Entre outras atividades, leia jornais, revistas, assista a fi lmes e escute podcasts.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (ENEM 1ª APLICAÇÃO - 2016)

Disponível em: <www.ct.gov.> Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

Orientações à população são encontradas também em Sites ofi ciais. Ao clicar no endereço eletrônico menciona-do no cartaz disponível na internet, o leitor tem acesso aos (às)

a) ações do governo local referentes a calamidades.b) relatos de sobreviventes em tragédias marcantes.c) tipos de desastres naturais possíveis de acontecer.d) informações sobre acidentes ocorridos em Connecti-

cut.e) medidas de emergência a serem tomadas em catás-

trofes.

Resposta: Letra E. A imagem fornecida de um livro, cujo título é Connecticut Guide to Emergency não nos deixam dúvidas de que o endereço eletrônico mencio-nado no mesmo cartaz tratará de medidas de emer-gência em catástrofes.

Page 19: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

LÍN

GUA

ING

LESA

2. (UNESP – VESTIBULAR PRIMEIRO SEMESTRE – VU-NESP - 2018)Entre 11 de fevereiro e 03 de junho de 2018, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) abrigou a primei-ra exposição nos Estados Unidos dedicada à pintora bra-sileira Tarsila do Amaral. Leia a apresentação de uma das pinturas expostas para responder a seguinte questão:The painting Sleep (1928) is a dreamlike representation of tropical landscape, with this major motif of her repetitive fi gure that disappears in the background.This painting is an example of Tarsila’s venture into sur-realism. Elements such as repetition, random association, and dreamlike fi gures are typical of surrealism that we can see as main elements of this composition. She was never a truly surrealist painter, but she was totally aware of surrealism’s legacy.

(www.moma.org. Adaptado.)

A apresentação refere-se à pintura:

a)

b)

c)

d)

e)

Resposta: Letra E. Esta questão de vestibular foi intro-duzida por um trecho em português que nos informa sobre seu tema: uma exposição de Tarsila do Amaral nos Estados Unidos. O trecho em inglês nos remete a uma das pinturas da artista brasileira fornecidas nas alternativas. Observe palavras cognatas e similares, como tropical, repetition, repetitive fi gure e não haverá difi culdade nenhuma em encontrar a obra descrita no trecho em inglês.

FIQUE ATENTO!Embora tenhamos visto até agora ferramentas de leituras importantes. Não podemos negar a necessidade de conhecermos a estrutura de uma frase em inglês, pois só assim conseguire-mos aumentar nossos conhecimentos sobre a língua e ganhar segurança quanto à realização de provas e de outras leituras em busca de de-senvolvimento pessoal e profi ssional.

ARTIGO DEFINIDO

Em geral, emprega-se o artigo defi nido the antes de substantivos com a fi nalidade de especifi cá-los:

The boy is late. (O menino está atrasado)

Às vezes, pode ocorrer a presença de um ou mais ad-jetivos ou advérbios entre o artigo the e o substantivo. Exemplos: The little boy is late. (O pequeno garoto está atrasado)

The little good boy is late. (O pequeno menino bonzi-nho está atrasado)

“The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore” is an animated short fi lm (Os Fantásticos Livros Voadores do Senhor Lessmore é um fi lme de animação de curta--metragem.

O artigo the pode introduzir determinadas locuções:

a) Com superlativos: The best player has just arrived. (O melhor jogador acabou de chegar)

b) Com comparativos: The more I see you, the more I love you. (Quanto mais eu te vejo mais eu te amo)

c) Com números: This is the fi rst idea we had. (Esta foi a primeira ideia que tivemos)

They are the number 1 bank agency (Eles são a agên-cia bancária número 1)

d) Com substantivos ligados a uma ação: (the + verbo ing + of + substantivo)

The meaning of this word depends on the author’s in-tention. (O signifi cado dessa palavra depende da intenção do autor)

Page 20: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

LÍN

GUA

ING

LESA

ARTIGOS INDEFINIDOS

Os artigos indefi nidos são: a e an. Ambos são tradu-zidos como: um ou uma.

Utilizamos a antes de palavras iniciadas com som de consoante e an antes de palavras que iniciam com som de vogal.

FIQUE ATENTO!Ás vezes, as letras “o” e “u” tem som de vogal: /w/ como em one, e /y/ como em universe. E são precedidas de a ou de an, respectivamen-te. Já a letra “h” por vezes é pronunciada como em hotel, ou é muda, assim como em heir, sen-do que no singular usa-se: a hotel e an heir.

Exemplos: A cow; A walk; A one-hundred-dollar bill; An elephant;

An envelope; An ordinary day

OMISSÃO DOS ARTIGOS

A omissão de artigos, que representaremos pelo símbolo Ø, acontece com substantivos no plural ou subs-tantivos incontáveis para fazer referências genéricas; ao mencionarmos refeições e quando fi zermos referência a alguns lugares, em um sentido geral. Nomes próprios e a maioria de nomes de países e cidades também omitem o artigo.

Exemplos: Ø Elephants have an extraordinary memory.Ø Brazilians are always happy.We had Ø dinner with him yesterday.Here, every kid goes to Ø school.

REFERENCIA DE SITEDisponível em: https://www.merriam-webster.com/

words-at-play/is-it-a-or-an

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (ENEM – 2018)

TEXTO I

A Free World-class Education for Anyone AnywhereThe Khan Academy is an organization on a mission. We’re not-for-profi t with the goal of changing education for the better by providing a free world-class education anyone anywhere. All of the site’s resources are available to anyone. The Khan Academy’s materials and resources are available to you completely free of charge.

Disponível em: www.khanacademy.org. Acesso em: 24 fev. 2012 (adaptado)

TEXTO II

I didn’t have a problem with Khan Academy site until very recently. For me, the problem is the way Khan Academy is being promoted. The way the media sees it as “revolutio-nizing education”. The way people with power and Mo-ney view education as simply “sit-and-get”, If your philo-sophy of education is “sit-and-get”, i.e., teaching is telling and learning is listening, then Khan Academy is way more effi cient than classroom lecturing. Khan Academy does it better. But TRUE progressive educators, TRUE education visionaries and revolutionaries don’t want to do these things better. We want to DO BETTER THINGS.

Disponível em: http://fnoschese.wordpress.com. Acesso em: 2 mar. 2012.

Com o impacto das tecnologias e a ampliação das redes sociais, consumidores encontram na internet possibilida-des de opinar sobre serviços oferecidos. Nesse sentido, o segundo texto, que é um comentário sobre o site di-vulgado no primeiro, apresenta a intenção do autor de

a) elogiar o trabalho proposto para a educação nessa era tecnológica.

b) reforçar como a mídia pode contribuir para revolucio-nar a educação.

c) chamar a atenção das pessoas infl uentes para o signi-fi cado da educação

d) destacar que o site tem melhores resultados do que a educação tradicional.

e) criticar a concepção de educação em que se baseia a organização.

Resposta: Letra E. O texto II apresenta a opinião de um consumidor que não concorda com a forma em que a Khan Academy é promovida. No começo, seu autor expressa não ter tido problema com a instituição até pouco tempo atrás: I didn’t have a problem (não tinha Ø problema) note que o uso do artigo em por-tuguês não seria necessário, mas a foi provavelmente usado com o propósito de generalizar, de marcar a inexistência de qualquer problema prévio. Depois, o autor justifi ca seu pensamento ao passar a detalhar aquilo que o incomoda: “the problem is the way Khan Academy is being promoted” e “the way the media sees it...”. Estas últimas frases são justifi cativas especí-fi cas do autor para reclamar; por isso o uso de the (o problema é a forma em que a academia é promovia e a forma como a mídia a vê)

PRONOMES SUJEITOS E OBJETOS

Os pronomes pessoais sujeitos vêm antes do verbo, como sujeito da frase.

Os pronomes pessoais objetos vêm depois de verbo ou de preposição.

Estes tipos de pronomes indicam quem/que está realizando uma ação ou então quem/que a recebe.

Page 21: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

LÍNGUA ESPANHOLA

ÍNDICE

A prova de Língua Estrangeira Moderna tem por objetivo avaliar a capacidade da candidata e do candidato de compreender textos em língua estrangeira que apresentem nível de complexidade linguística e cultural compatível com o Ensino Médio. As questões deverão verifi car até que ponto a candidata e o candidato: Identifi ca ideias principais e ideias específi cas do texto; Estabelece relações entre diferentes partes do texto; Estabelece relações entre texto e contexto; Identifi ca diferentes pontos de vista apresentados no texto. Os textos utilizados poderão ser jornalísticos, publicitários, de divulgação científi ca ou literários. O conhecimento gramatical será avaliado em nível funcional, ou seja, como elemento necessário para a compreensão dos textos ........................................................................................................ 01

Page 22: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

LÍN

GUA

ESP

ANH

OLA

LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTOS EM LÍNGUA ESPANHOLA CONSIDERANDO OS DI-VERSOS GÊNEROS TEXTUAIS. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA: ABORDAGEM DA LINGUAGEM SOB NOVOS ENFOQUES. O USO E DOMÍNIO DAS ESTRATÉGIAS DE LEITURA (SKIMMING, SCANNING, PREDICTION E OUTRAS). COM-PREENSÃO GERAL DO TEXTO. RECONHECIMENTO DE INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS. INFE-RÊNCIA E PREDIÇÃO. PALAVRAS COGNATAS E FALSOS COGNATOS. VOCABULÁRIO: DO-MÍNIO DE VOCABULÁRIO COMPATÍVEL COM A INTERPRETAÇÃO DE TEXTO DENTRO DO CONTEÚDO EXIGIDO. ASPECTOS LINGUÍSTICOS E GRAMATICAIS. O ALFABETO GRÁFICO E ORAL.

Leitura e compreensão de textos em Língua Espanhola considerando os diversos gêneros textuais.

Tipos de texto

O aluno utilizará o conhecimento de tipos de texto:- na leitura, na escrita e na produção e compreensão da fala;- no reconhecimento e na compreensão da organização textual;- no reconhecimento da função social do texto;- na participação de interações de natureza diversas (diálogos, apresentações orais etc.).

A determinação dos conteúdos referentes a tipos de texto (orais e escritos) se pauta por tipos com os quais os alu-nos nessa faixa etária estão mais familiarizados como usuários de sua língua materna:

- pequenas histórias, quadrinhas, histórias em quadrinhos, instruções de jogos, anedotas, travalínguas, anúncios, pequenos diálogos, rótulos de embalagens, cartazes, canções, pequenas notícias;

- entrevistas, programação de TV, textos publicitários, cartas, reportagens, classifi cados, poemas, editoriais de jornal, artigos jornalísticos, textos de enciclopédias, verbetes de dicionários, receitas, estatutos, declarações de direitos.

Conhecimento sistêmico

Os conteúdos referentes ao conhecimento sistêmico são incluídos na dependência das escolhas temáticas e dos tipos de texto. Além disso, dá-se pouca ênfase a esse conhecimento, já que o foco, neste ciclo, é em compreensão geral e no envolvimento na negociação do signifi cado. A inclusão do que vai ser ensinado será determinada pelo tipo de conhecimento sistêmico necessário para se resolver a tarefa elaborada pelo professor. Isso quer dizer que ao aluno serão ensinados formalmente os itens relativos ao conhecimento sistêmico (vocabulário, estruturas gramaticais etc.) necessários para resolver a tarefa. Na verdade, o aluno se deparará com mais itens nesse nível do que terá de aprender para resolver as tarefas.

Aprender a se engajar no discurso por meio de língua estrangeira, desconhecendo certos itens nesse nível, é parte do que o aluno terá de aprender a fazer. Ou seja, terá de operar na língua estrangeira com um certo nível de impreci-são em relação ao signifi cado, o que não é, aliás, muito diferente do que faz como usuário de sua língua materna em muitas situações de uso.

Conteúdos relativos ao conhecimento sistêmico:- atribuição de signifi cado a diferentes aspectos morfológicos, sintáticos e fonológicos;- identifi cação de conectores que indicam uma relação semântica;- identifi cação do grau de formalidade na escrita e na fala;- reconhecimento de diferentes tipos de texto a partir de indicadores de organização textual;- compreensão e produção de textos orais com marcas entonacionais e pronúncia que permitam a compreensão

do que está sendo dito.

Conteúdos atitudinais

Os conteúdos atitudinais envolvem:- a preocupação em ser compreendido e compreender outros, tanto na fala quanto na escrita;- a valorização do conhecimento de outras culturas como forma de compreensão do mundo em que vive;- o reconhecimento de que as línguas estrangeiras aumentam as possibilidades de compreensão dos valores e

interesses de outras culturas;- o reconhecimento de que as línguas estrangeiras possibilitam compreender-se melhor;- o interesse por apreciar produções escritas e orais em outras línguas.

Page 23: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

LÍN

GUA

ESP

ANH

OLA

Os usos dos conteúdos do conhecimento sistêmico, de mundo e de organização textual e os conteúdos ati-tudinais na construção social do signifi cado são viabiliza-dos por meio de procedimentos metodológicos que irão possibilitar o desenvolvimento das habilidades comuni-cativas. É claro que esses procedimentos variarão da de-pendência do(s) tipo(s) de habilidade(s) comunicativa(s) a serem enfatizadas.

A questão do método

Antes de tratar da questão de como as habilidades comunicativas concretizarão o componente metodológi-co, cabe discutir uma questão que tem sido frequente nas preocupações dos professores de Língua Estrangeira: a procura de um método ideal. Essa questão esteve pre-sente durante quase um século (1880-1980), com uma sucessão de métodos - o método da gramática e tradu-ção, o método direto, o método audiovisual, o método audiolingual, o que alguns chamam de método nocional--funcional -, cada um sendo descartado sucessivamen-te para dar lugar a algo que se apresentava como mais atraente. Na década atual, no entanto, o método não é mais visto como um modelo pronto e defi nitivo.

Já no fi m da década de 80 os métodos começaram a ser questionados por serem vistos como excessivamente prescritivos, não levando em conta o contexto da apren-dizagem, como se as condições para que esta pudes-se acontecer fossem as mesmas em todas as partes do mundo. Passou-se a perceber que os métodos não são passíveis de avaliação empírica; as tentativas feitas nes-se sentido mostraram que os resultados produzidos por diferentes métodos refl etem os aspectos por eles enfati-zados no ensino, sendo, assim, difícil poder afi rmar que o método X seja melhor do que o método Y. Além do mais, passou-se a ter uma percepção maior a respeito de ques-tões políticas envolvidas na divulgação dos métodos, ou seja, o benefício mercadológico para seus proponentes e até uma forma de imperialismo cultural neles embutida.

A partir da década de 80 uma nova visão aparece. Prefere-se falar em abordagens em vez de métodos, já que aquelas situam-se em um nível mais conceptual, que permite maior fl exibilidade nas suas realizações. Em vez de se acatar imposições feitas por diferentes métodos, pensa-se mais em termos de uma variedade de opções pedagógicas derivadas de concepções teóricas específi -cas da linguagem e da aprendizagem de línguas, além de se considerar sempre as práticas didáticas derivadas do conhecimento acumulado em relação ao ensino e apren-dizagem de Língua Estrangeira. Isso tudo tem ainda por base uma fundamentação teórica sobre a natureza da interação em sala de aula. É por isso que a questão “mé-todo”, tal qual a sala de aula, envolve um processo dinâ-mico cíclico, cheio de incertezas e sem fi m, que refl ete a articulação entre abordagem e interação em sala de aula.

As abordagens estão alicerçadas em princípios de na-tureza variada, já considerados neste documento:

- sociointeracional da aprendizagem em sala de aula;- Cognitiva, em relação a como o conhecimento lin-

guístico é construído por meio do envolvimento na negociação do signifi cado, como também no que se refere aos pré-conhecimentos (língua materna e outros) que o aluno traz;

- Afetiva, tendo em vista a experiência de vir a se constituir como ser discursivo em uma língua es-trangeira;

- Pedagógica, em relação ao fato de que o uso da linguagem é parte central do que o aluno tem de aprender.

Esses princípios constituem a base do de-senvolvimento de uma metodologia de ensino que envolve como ensinar determi-nados conteúdos, pelo uso de diferentes procedimentos metodológicos.

#FicaDica

Gêneros textuais: aspectos conceituais e funcio-nais

Os estudos acerca dos gêneros textuais vêm sendo feitos desde a Retórica Antiga, com ênfase nas classifi ca-ções tradicionais da literatura que, desde Platão, têm tido uma insistente discussão. Brandão (2003) argumenta que esses estudos “têm atravessado, ao longo dos tempos, as preocupações dos estudiosos da linguagem, interes-sando tanto à história da retórica quanto às pesquisas contemporâneas em poética e semiótica literária e às teorias linguísticas atuais”. Entretanto, a Linguística in-gressou nesses estudos há pouco tempo. Brandão (2003) acrescenta que isso se deveu ao fato de que a Linguís-tica, como “ciência específi ca da linguagem”, é recente e também porque “sua preocupação inicial foi com as unidades menores que o texto”. Assim, somente a partir dos anos 60, a Linguística deixa de privilegiar os estudos centrados no fonema, na palavra e na frase para centrar--se nos estudos do texto e suas especifi cidades.

Com o avanço dos estudos linguísticos e com a entra-da do texto e do discurso também como objetos de es-tudo da Linguística, os gêneros textuais passaram a fazer parte das refl exões de muitos estudiosos. Objetivando discutir teoricamente essa questão, expomos, a seguir, as principais teorias relacionadas a alguns teóricos e estu-diosos da área, enfocando os aspectos que serão abor-dados na análise dos dados da pesquisa.

Mikhail Bakhtin

Os estudos do russo Mikhail Bakhtin (2003) se des-tacam nas questões relativas aos gêneros do texto, em decorrência da sua preocupação com o discurso como um todo e com as condições de produção e recepção da atividade verbal.

Mesmo que o direcionamento das discussões acerca dos gêneros discursivos de Bakhtin não tenha enfocado a área de ensino e aprendizagem de línguas, suas ideias têm infl uenciado as pesquisas de muitos autores, toman-do como base, na maioria das vezes, suas concepções concernentes aos gêneros.

Bakhtin (2003) afi rma que o uso da língua se concre-tiza por meio de enunciados. Tais enunciados são indivi-duais e únicos. Apesar disso, “cada campo de utilização

Page 24: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

LÍN

GUA

ESP

ANH

OLA

da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados” (orais ou escritos) e esses são de possibi-lidades inesgotáveis dentro dos diversos campos da ati-vidade humana. Isso porque a diversidade dos gêneros segue os parâmetros sociais e históricos das práticas dis-cursivas de um determinado universo social (BAKHTIN, 2003, p. 262).

Para Bakhtin, os gêneros têm seu próprio âmbito de existência e não podem ser substituídos aleatoriamente. O que determina o uso deste ou daquele gênero são as necessidades comunicativas dos membros de uma de-terminada esfera da atividade social. Para ele, “os enun-ciados e seus tipos, isto é, os gêneros discursivos, são correias de transmissão entre a história da sociedade e a história da linguagem” (BAKHTIN, 2003). É mediante as necessidades do seu uso que os fenômenos linguísticos surgem no sistema da língua. “Nenhum fenômeno novo (fonético, léxico, gramatical) pode integrar o sistema da língua sem ter percorrido um complexo e longo caminho de experimentação e elaboração de gêneros e estilos” (BAKHTIN, 2003).

Por serem extremamente vinculados às necessidades sociais e aos padrões históricos dos diversos campos da atividade humana, há difi culdade em registrar quantitati-vamente todos os gêneros. Há uma variedade incalculá-vel de gêneros nas esferas da sociedade. Por exemplo: na esfera jornalística, temos o editorial, a carta do leitor, o artigo de opinião, os classifi cados, as notícias etc.; na es-fera religiosa, temos o sermão, a prece, a oração, e assim por diante. Nesse sentido, ao passo que cada esfera da atividade humana se desenvolve, mais gêneros surgem para atender as exigências das práticas sociais ligadas a essas esferas, pois “são inesgotáveis as possibilidades da multiforme atividade humana” (BAKHTIN, 2003).

Bakhtin elabora uma classifi cação para os gêneros do discurso, dividindo-os em dois grupos: gêneros dis-cursivos primários e gêneros discursivos secundários. Os gêneros primários correspondem aos gêneros simples ou do cotidiano e são produzidos onde cada esfera da atividade humana se realiza, materializando-se em seu contexto específi co, como a conversação informal face a face ou os bilhetes pessoais, informais. Já os gêneros secundários são os gêneros complexos, mais elaborados, como, por exemplo, romances, conferências acadêmicas, dramas, pesquisas científi cas de toda espécie, entre ou-tros. Esses gêneros secundários são desenvolvidos com base em um convívio cultural mais formal, e são geral-mente, mas não exclusivamente, produzidos na modali-dade escrita da língua. Eles absorvem e transformam os gêneros primários, que passam a fazer parte constitutiva dos gêneros mais complexos, e, por conseguinte, se afas-tam da situação imediata de produção do enunciado e de seus contextos reais de uso.

Para Bakhtin (2003), o que determina se o gênero é primário ou secundário não é a modalidade da língua (oral ou escrita), mas as condições reais de produção des-se gênero, sendo que estas condições estão intimamente ligadas às esferas de comunicação em que os gêneros estão sendo usados. O romance, que pertence à esfera literária, por exemplo, pode absorver vários gêneros pri-mários, como um diálogo, uma carta, um bilhete, uma oração, entre outros. A esse fenômeno de absorção do

gênero primário pelo gênero secundário, no caso do ro-mance, Bakhtin denominou de transmutação. O próprio gênero primário, nessa situação, passa a ser constitutivo do gênero secundário e não uma simples incorporação.

Bakhtin apresenta como base para os seus estudos sócio interacionista, principalmente, o caráter dialógico da linguagem, que também funcionou como marco para os estudos dos gêneros discursivos. Para desenvolver sua teoria dos gêneros, Bakhtin faz críticas a algumas teo-rias linguísticas, especialmente nas discussões sobre a constituição do discurso, uma vez que, para muitas des-sas teorias, falante e ouvinte assumem papéis estanques, em que o ouvinte exerce o papel apenas de receptor. Esse tipo de concepção é tido, por Bakhtin, até certo ponto, como fi cção. Para ele, o ouvinte, ao perceber e compreender o signifi cado (linguístico) do discurso, ocu-pa simultaneamente em relação a ele uma ativa posição responsiva: concorda ou discorda dele (total ou parcial-mente), completa-o, aplica-o, prepara-se para usá-lo, etc. (...) toda compreensão é prenhe de resposta, e nessa ou naquela forma a gera obrigatoriamente: o ouvinte se tor-na falante (BAKHTIN, 2003, p. 271).

O enunciado não acaba na compreensão do signifi -cado. O outro, o interlocutor, está sempre na produção do discurso, na constituição dos sentidos, mesmo que o seu turno de voz não se manifeste de imediato, ou, ainda, mesmo que ele não se manifeste verbalmente. O enun-ciado é sempre ativamente respondido. Essa interação dá-se em forma de cooperação mútua, de acordos, de desacordos entre os interlocutores, que, completam os discursos ou se preparam para deles fazer uso etc. (BA-KHTIN, 2003).

É nessa perspectiva que nossa pesquisa se direcio-na para o livro didático. De acordo com essa teoria, os textos produzidos pelos alunos na escola não são unila-terais; não acabam depois de sua produção. Eles são di-rigidos a alguém (seja ao destinatário real ou não), e isso deve ser considerado pelo professor e pelos autores dos materiais didáticos utilizados nas aulas de línguas. Esses textos devem dar lugar à palavra do outro, à resposta do outro, tornando-se, assim, um elo na interação social, no contexto da sala de aula.

É, então, função da escola também bus-car o estabelecimento desse elo, para que esses textos possam ter signifi cados reais para os alunos.

#FicaDica

Desse modo, concordamos com Bakhtin quando ele argumenta que as palavras e as orações, ao serem trata-das fora de um contexto, tornam-se impessoais; não são ditas nem escritas para ninguém. Mas, em se tratando de enunciados concretos, inseridos em uma prática social, existe um autor e um destinatário. Não há produção de textos sem interlocução, sem possíveis destinatários.

Para Bakhtin (2003, p. 301), todo texto tem um des-tinatário, seja ele “um participante-interlocutor direto do diálogo”; seja ele “uma coletividade diferenciada de especialistas de algum campo especial da comunicação

Page 25: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

LÍN

GUA

ESP

ANH

OLA

cultural”; seja ele “um público mais ou menos diferencia-do, um povo, [...] uma pessoa íntima, um estranho etc”. Seja qual for o destinatário, ele é sempre determinado pelo campo da atividade humana e da vida aos quais se referem os enunciados. São os destinatários, para quem falamos ou escrevemos, que determinam a composição e, em particular, o estilo do enunciado. “Cada gênero do discurso em cada campo da comunicação discursiva tem a sua concepção típica de destinatário que o determina como gênero (op. cit.) ”.

O destinatário, ainda segundo Bakhtin, é um traço que constitui todo enunciado. Direcionamo-nos sempre para alguém quando falamos ou escrevemos. O que vai determinar a forma como nos direcionamos, isto é, o tipo de nossas escolhas individuais, é o grau de maior ou me-nor familiaridade entre nós e os outros participantes do discurso. Produzir um e-mail, por exemplo, para alguém próximo (um amigo, um namorado, um irmão etc.) será diferente de produzir um e-mail para um estranho ou para alguém que ocupe uma posição social de hierarquia (um diretor, um chefe, um professor etc.).

Com o intuito de distinguir oração (unidade da lín-gua) de enunciado (unidade da comunicação discursiva), em sua obra Estética da Criação Verbal, Bakhtin apresen-ta algumas peculiaridades do enunciado, tais como:

• a alternância dos sujeitos do discurso, ou seja, a ati-tude dialógica dos interlocutores;

• a expressividade, ou seja, a relação subjetiva do fa-lante com o conteúdo do objeto e do sentido do seu enunciado, como também a sua relação frente aos participantes da comunicação discursiva. A ex-pressividade é um elemento inerente ao enuncia-do, pois não existe enunciado imparcial, isto é, sem uma posição valorativa do autor;

• a conclusibilidade do enunciado, ou seja, o discurso de um acaba para dar vez ao discurso do outro. O outro, ao tomar sua posição de falante, concreti-za seu enunciado (vontade ou intenção discursiva) em um gênero determinado pela situação de in-teração. O gênero, por sua vez, possui sua forma relativamente estável padronizada pelo campo da atividade humana. Assim, apesar da individuali-dade e da subjetividade, a intenção discursiva do falante é aplicada e adaptada ao gênero escolhi-do, constituindo-se e desenvolvendo-se em uma determinada forma de gênero (BAKHTIN, 2003, p. 282).

Não falamos nem escrevemos de qualquer jeito, pois

dependemos da atitude compreensiva e responsiva do outro. Esse é um princípio do caráter dialógico da lingua-gem e, também, do processo de constituição e de iden-tifi cação dos gêneros textuais. Por esse motivo, dizemos sempre que os gêneros seguem padrões relativamente estáveis de estilo, de forma e de conteúdo. “Os gêneros organizam o nosso discurso”; assim, quando nos depa-ramos com enunciados alheios, já prevemos e, também, já identifi camos, a que gênero pertencem esses enuncia-dos, pela forma que os constitui, pela intenção discursi-va do falante, pela relação interativa dos participantes e pelas condições de produção desses enunciados, entre

outros aspectos. “Se os gêneros do discurso não existis-sem e nós não os dominássemos [...] a comunicação dis-cursiva seria quase impossível” (BAKHTIN, 2003, p. 283).

John M. Swales

A visão de Swales (1990) sobre gênero textual está associada ao uso da escrita no âmbito acadêmico. Em sua obra Genre Analysis – English in Academic and Research Settings, o autor trabalha os conceitos de comunidade discursiva, gênero e tarefa. É também nesse trabalho que o autor dá continuidade a sua pesquisa de 1984, na qual desenvolveu um modelo de análise de gênero denomi-nado CARS (create a research space) aprimorando-o, depois, em 1990. Swales apresenta, em seus trabalhos, um programa de ensino para desenvolver nos aprendizes (nativos ou não-nativos) a capacidade de produzir textos no contexto acadêmico utilizando as características dos gêneros adequadamente.

O modelo CARS, uma das grandes contribuições do autor aos estudos dos gêneros, tem infl uenciado mui-tos pesquisadores, principalmente aqueles interessados na análise e no ensino dos gêneros textuais no âmbito acadêmico e profi ssional.

Swales propõe seis características como forma de identifi car um grupo de indivíduos como uma comuni-dade discursiva:

• uma comunidade discursiva concorda amplamente com um conjunto de objetivos públicos comuns;

• uma comunidade discursiva tem mecanismos co-muns de intercomunicação entre os seus membros;

• uma comunidade discursiva utiliza seus mecanis-mos que promovem a participação dos membros para proporcionar a troca de informações e para fornecer um feedback;

• uma comunidade discursiva utiliza e, portanto, pos-sui um ou mais gêneros de forma compartilhada;

• uma comunidade discursiva, por possuir determi-nados gêneros, compartilha de itens lexicais espe-cífi cos;

• uma comunidade discursiva tem um nível razoável de membros com um grau adequado de conteúdo relevante e discurso especializado.

De acordo com Swales, uma comunidade discursiva:- possui um conjunto perceptível de objetivos que

podem ser reformulados pública e explicitamente e também, em parte, podem ser estabelecidos por seus membros. Tais objetivos podem ser consensu-ais ou distintos, mas sempre relacionados;

- possui mecanismos de intercomunicação entre seus membros;

- usa mecanismos de participação para uma série de propósitos, tais como promover o incremento da informação e do feedback, para canalizar a inova-ção, para manter o sistema de crenças e de valores da comunidade e para aumentar o espaço profi s-sional;

- utiliza uma seleção crescente de gêneros no alcance de seu conjunto de objetivos e na prática de seus mecanismos participativos; já adquiriu e continua buscando uma terminologia específi ca;

Page 26: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

MATEMÁTICA

ÍNDICE

Conjuntos numéricos: conjunto dos números reais e seus subconjuntos, conjunto dos números complexos........................ 01Regra de três simples e composta................................................................................................................................................................... 29Razão e Proporção.............................................................................................................................................................................................. 31Seqüência numérica .......................................................................................................................................................................................... 35Equação e Inequação ........................................................................................................................................................................................ 39Progressão aritmética e Progressão geométrica....................................................................................................................................... 46Álgebra: expressões algébricas;..................................................................................................................................................................... 64Polinômios;............................................................................................................................................................................................................ 66Sistemas lineares; matrizes e determinantes;............................................................................................................................................ 74funções reais e suas aplicações...................................................................................................................................................................... 85Análise combinatória: Binômio de Newton............................................................................................................................................... 102Tratamento da informação: experimentos aletórios; espaço amostral, eventos, noções de probabilidade em espaços amostrais fi nitos..................................................................................................................................................................................

102

Noções de estatística descritiva, distribuição de freqüências; gráfi cos estatísticos usuais, medidas de posição e de dispersão ...............................................................................................................................................................................................................

109

Noções de matemática fi nanceira: juros simples e compostos,descontos simples; capitalização simples e composta................ 109Área de fi guras planas e Retas......................................................................................................................................................................... 126

Page 27: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

MAT

EMÁT

ICA

CONJUNTOS NUMÉRICOS: CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS E SEUS SUBCONJUNTOS, CONJUNTO DOS NÚMEROS COMPLEXOS.

TEORIA DOS CONJUNTOS

1. Representação

- Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 2, 3, 4, 5}- Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses elementos temos:B={3,4,5,6,7}- por meio de diagrama:

Quando um conjunto não possuir elementos chamares de conjunto vazio: S=∅ ou S={ }.

2. Igualdade

Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exatamente os mesmos elementos. Em símbolo:

Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber apenas quais são os elementos.Não importa ordem:A={1,2,3} e B={2,1,3}Não importa se há repetição:A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

3. Relação de Pertinência

Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação que o elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}0∈A2∉A

Page 28: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

MAT

EMÁT

ICA

4. Relações de Inclusão

Relacionam um conjunto com outro conjunto. Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido),

⊃(contém), (não contém)

A Relação de inclusão possui 3 propriedades:Exemplo:{1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina,

boca aberta para o maior conjunto

5. Subconjunto

O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de A é também elemento de B.

Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}

6. Operações

6.1. União

Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um tercei-ro formado pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a que chamamos conjunto união e re-presentamos por: A∪B.

Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x B}Exemplo:A={1,2,3,4} e B={5,6}A∪B={1,2,3,4,5,6}

6.2. Interseção

A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto forma-do pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada por : A∩B.

Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x B}

Exemplo:A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}A∩B={d,e}

Diferença Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada par A, B de conjuntos faz corres-ponder o conjunto defi nido por:

A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o complementar de B em relação a A.

A este conjunto pertencem os elementos de A que não pertencem a B.

A\B = {x : x∈A e x∉B}.

B-A = {x : x∈B e x∉A}.

Exemplo:A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7} Então os elementos de A – B serão os elementos do

conjunto A menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.

Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

6.3. ComplementarO complementar do conjunto A( ) é o conjunto for-

mado pelos elementos do conjunto universo que não pertencem a A.

7. Fórmulas da união

n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)n(A∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-

-n(A∩C)-n(B C)

Page 29: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

MAT

EMÁT

ICA

Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao in-vés de fazer todo o digrama, se colocarmos nessa fórmu-la, o resultado é mais rápido, o que na prova de concurso é interessante devido ao tempo.

Mas, faremos exercícios dos dois modos para você entender melhor e perceber que, dependendo do exercí-cio é melhor fazer de uma forma ou outra.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – FCC/2015) Em um grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são barbados e 16 são carecas. Homens altos e barbados que não são carecas são seis. Todos homens altos que são carecas, são também barbados. Sabe-se que existem 5 homens que são altos e não são barbados nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas e não são altos e nem barbados. Dentre todos esses homens, o número de barbados que não são altos, mas são carecas é igual a

a) 4.b) 7.c) 13.d) 5.e) 8.

Resposta: Letra A. Primeiro, quando temos 3 diagra-mas, sempre começamos pela interseção dos 3, de-pois interseção a cada 2 e por fi m, cada um

Se todo homem careca é barbado, não teremos ape-nas homens carecas e altos.Homens altos e barbados são 6

Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 ho-mens que são carecas e não são altos e nem barbados

Sabemos que 18 são altos

Quando somarmos 5+x+6=18X=18-11=7Carecas são 16

Page 30: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

MAT

EMÁT

ICA

7+y+5=16Y=16-12Y=4

Então o número de barbados que não são altos, mas são carecas são 4.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (INSS - ANALISTA DO SEGURO SOCIAL- CESPE/2016) Uma população de 1.000 pessoas acima de 60 anos de idade foi dividida nos seguintes dois grupos: A: aqueles que já sofreram infarto (totalizando 400 pessoas); eB: aqueles que nunca sofreram infarto (totalizando 600 pessoas).Cada uma das 400 pessoas do grupo A é ou diabética ou fumante ou ambos (diabética e fumante).A população do grupo B é constituída por três conjuntos de indivíduos: fumantes, ex-fumantes e pessoas que nunca fumaram (não fumantes).Com base nessas informações, julgue o item subsecutivo.Se, das pessoas do grupo A, 280 são fumantes e 195 são diabéticas, então 120 pessoas desse grupo são diabéticas e não são fumantes.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo.

280-x+x+195-x=400x=75Diabéticos: 195-75=120

ReferênciasYOUSSEF, Antonio Nicolau (et al.). Matemática: ensino médio, volume único. – São Paulo: Scipione, 2005.CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplifi cado, volume 1, 2010

Page 31: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

BIOLOGIA

ÍNDICE

Programa; Biologia celular .................................................................................................................................................................................... 01Seres vivos .................................................................................................................................................................................................................. 06Estudo das populações .......................................................................................................................................................................................... 18Ecologia ....................................................................................................................................................................................................................... 21Saúde, higiene e saneamento básico ................................................................................................................................................................. 26

Page 32: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

BIO

LOG

IA

PROGRAMA; BIOLOGIA CELULAR

Espera-se que a candidata e o candidato reconheçam a inter-relação das funções celulares, relacionando-as às estruturas celulares, e identifique a importância funcio-nal das substâncias químicas para a manutenção da ho-meostase celular.

CONCEITUAÇÃO Biologia Celular ou Citologia é o ramo da biologia

que estuda as células, quanto a sua forma, componentes, funções e importância na complexidade dos seres vivos.

Esse estudo só foi possível após o desenvolvimento de instrumentos ópticos como o microscópio composto, inventado em 1590. A primeira observação de uma célu-la foi feita em 1665 pelo cientista inglês Robert Hooke, ao examinar uma delgada fatia de cortiça (tecido vegetal morto). Hooke observou a presença de pequenas cavida-des semelhantes às celas onde viviam os monges, e por isso as denominou células.

Porém, o trabalho de Hooke ficou esquecido até 1838, quando os naturalistas alemães Schleiden e Sch-wan verificaram a presença de células em todos os teci-dos vegetais e animais. Dessa forma, eles estabeleceram a Teoria Celular que afirma:

“Todo ser vivo é formado por células e essas, originá-rias de células preexistentes.”

Estrutura e função dos componentes das células. A célula é a unidade morfofisiológica dos seres vi-

vos. Ou seja, é a menor estrutura viva onde as reações metabólicas ocorrem de maneira organizada e eficiente. É composta por três partes fundamentais: membrana plasmática, citoplasma e núcleo.

Componentes fundamentais da célula.

Disponível em: http://www.aplicaciones.info/natu-rales/natura15e.htm

A membrana plasmática desempenha diversas fun-ções, dentre as quais se destacam a permeabilidade se-letiva e o transporte de substâncias.

O citoplasma é a região da célula entre o núcleo e a membrana plasmática, sendo constituído pelo citosol, fluido onde as organelas citoplasmáticas ficam mergu-lhadas, e pelo citoesqueleto, estrutura responsável por dar forma e sustentação à célula.

O núcleo coordena as atividades celulares e armazena o material genético. Nos organismos eucariontes é en-volto por uma membrana, a carioteca, e apresenta o nu-cléolo – ambas as estruturas ausentes nos procariontes, que não possuem núcleo organizado, estando o material genético disperso no citoplasma.

Comparação entre uma bactéria e o núcleo de um eucarionte.

Disponível em: http://blogcientistabiologia.blogspot.com/2017/04/reino-monera.html

https://www.passeidireto.com/arquivo/23216320/biologia--celulas

Organização molecular e bioquímica da célula.As células são constituídas por compostos orgânicos

– ácidos nucleicos, proteínas, carboidratos e lipídeos; e por compostos inorgânicos – água e sais minerais.

Esta composição molecular da célula é o que permi-te a ocorrência de milhares de interações bioquímicas, garantindo assim sua atividade metabólica. Tais reações químicas acontecem em meio aquoso, posto que a água é o solvente universal. Por isso, a água, com poucas ex-ceções (célula óssea), é o componente encontrado em maior quantidade na célula, sendo indispensável para o seu metabolismo.

Estão presentes na célula os sais minerais: sódio (prin-cipal íon extracelular, osmorregulação); potássio (princi-pal íon intracelular, osmorregulação); cálcio (coagulação sanguínea); fósforo (constituinte da ATP e do nucleotí-deo); iodo (hormônios da tireoide); ferro (constituinte da hemoglobina e dos citocromos); magnésio (constituinte da clorofila e dos ribossomos), entre outros oligoelemen-tos que atuam como co-fatores enzimáticos.

Page 33: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

BIO

LOG

IA

Em relação aos compostos orgânicos, há pequenas moléculas que constituem os substratos e os produtos das vias metabólicas, fornecendo energia para a célula e podendo também ser as unidades formadoras das macromoléculas.

Existem basicamente, os seguintes tipos de macromoléculas: ácidos nucleicos – formados pelos nucleotídeos; pro-teínas – formadas pelos aminoácidos, são os compostos orgânicos em maior quantidade; carboidratos ou polissa-carídeos – formados pelos açúcares ou monossacarídeos; trigliceróis – macromoléculas de lipídios mais complexas formadas por sua forma mais simples e abundante, os ácidos graxos.

Quanto a função na célula, os ácidos nucleicos portam a informação genética e participam da síntese proteica; as proteínas apresentam papel estrutural e, no caso específico das enzimas, catalisador; os carboidratos são a principal fonte de energia celular (glicose), podendo ainda ser armazenados como reserva energética (amido e glicogênio), além de serem constituintes estruturais da parede celular vegetal (celulose); os lipídios também possuem múltiplas funções, como composição de hormônios (esteroides), reserva energética e constituintes estruturais da bicamada da membrana plasmática e das fibras do citoesqueleto.

Composição bioquímica da célula.Disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/3160419/11/images/3/Composi%C3%A7%C3%A3o+Qu%C3%AD-

mica+da+C%C3%A9lula.jpg

Fisiologia celular.A fisiologia celular estuda, basicamente, o funcionamento das célula como estrutura viva. A membrana plasmática, por ser uma membrana semipermeável, possibilita que a célula se comunique com o

meio exterior e, assim, receba nutrientes e elimine seus resíduos metabólicos – mas apresentando uma permeabilidade seletiva. A membrana permite a passagem livre de água e de pequenas moléculas, como o oxigênio; porém dificulta, ou mesmo impede, a passagem de moléculas grandes, como as proteínas.

Para que isso seja possível, a membrana é composta por uma bicamada fosfolipídica – estrutura conhecida como modelo do mosaico fluido, onde estão mergulhadas as proteínas transmembrana que fazem a ligação do meio ex-tracelular com o meio intracelular.

Modelo do mosaco fluido.Disponível em: https://www.colegioweb.com.br/biologia/principais-funcoes-da-membrana-plasmatica.html

Os transportes através da membrana podem ser agrupados em três categorias:1) Transporte Passivo – ocorre sem gasto de energia, a favor do gradiente de concentração, de um meio hipotô-

nico para um meio hipertônico: difusão (transporte do soluto), difusão facilitada (difusão auxiliada por uma proteína transmembrana) e osmose (transporte do solvente);

2) Transporte Ativo – ocorre com gasto de energia, contra o gradiente de concentração, de um meio hipertônico para um meio hipotônico: bomba de sódio e potássio;

Page 34: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

BIO

LOG

IA

3) Transporte em Bloco – entrada e a saída de substâncias grandes demais para atravessarem a membrana. Nesse caso, as partículas são englobadas através de projeções citoplasmáticas. Envolve os processos de endocitose (fagoci-tose, com partículas sólidas e pinocitose, com partículas líquidas) e exocitose.

As únicas organelas citoplasmáticas presentes nas células procariontes são os ribossomos, responsáveis pela produção (síntese) de proteínas. Já as células eucariontes apresentam diversas organelas no citoplasma, cada uma desempenhando funções específicas. São as principais: ribossomos; retículo endoplasmático granular (transporte de substâncias); retículo endoplasmático liso (síntese de lipídios); complexo golgiense (armazenamento e secreção de substâncias); lisossomos (digestão celular) e mitocôndria (respiração celular).

Existem organelas exclusivas das células animais e outras, exclusivas das células vegetais!

#FicaDica

Observe as diferenças entre os dois tipos de células, representadas abaixo:

Comparação entre a célula animal e a célula vegetal.

Disponível em: https://significados.online/estudiar/celula/

Ciclo de vida celular.Compreende toda a vida da célula. Nele podemos distinguir o período em que a célula não está se dividindo (in-

térfase) e o período em que ocorre a divisão celular (mitose e meiose).

Intérfase – apresenta os seguintes períodos:

G1: (do inglês gap, intervalo) fase que antecede a duplicação do material genético da célula;

S: fase em que ocorre a síntese, ou seja, a duplicação do DNA;

G2: fase posterior à duplicação do material genético celular.

MitoseProcesso de divisão celular equacional; produz células-filhas idênticas à célula-mãe, contendo exatamente o mesmo

número de cromossomos. Apresenta as seguintes fases:

Prófase – Ou fase anterior, de “mobilização” para a ação. Os cromossomos condensam-se, tornando-se visíveis; a carioteca e os nucléolos desintegram-se; os centríolos dividem-se e dirigem-se para os pólos da célula; é formado o fuso mitótico a partir dos centríolos.

Metáfase – Ou fase do meio, a mais propícia para estudos da morfologia dos cromossomos, pois estes apresentam o grau máximo de condensação. Os cromossomos, presos às fibras do fuso, migram para a zona equatorial da célula. No final da metáfase, os centrômeros se duplicam e se partem longitudinalmente, de modo a liberar as cromátides-ir-mãs.

Anáfase – Ou fase de oposição. As cromátides-irmãs, agora como novos cromossomos, afastam-se e migram para os pólos da célula, puxados pelos respectivos centrômeros, devido ao encurtamento das fibras do fuso.

Page 35: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

BIO

LOG

IA

Telófase – Ou fase mais distante. Os dois cromossomos aproximam-se dos pólos e se agregam. Ocorre o inverso à Prófase: os cromossomos descondensam- se (tornando-se pouco visíveis); os nucléolos reaparecem; duas novas cario-tecas são constituídas a partir das vesículas do retículo endoplasmático. Terminadas a divisão do núcleo (cariocinese), desaparecem as fibras do fuso, ocorre a distribuição das organelas e a divisão do citoplasma (citosinese), que isola as duas células-filhas. Estas entram em intérfase e se preparam para uma nova divisão.

Fases da mitose. Disponível em: https://aprovadonovestibular.com/mitoses.html

MeioseProcesso de divisão celular reducional; produz células-filhas diferentes da célula-mãe, contendo metade do número

de cromossomos. Apresenta as seguintes fases:

Prófase I – Os cromossomos condensam-se e os homólogos se juntam formando tétrades; a carioteca e os nucléo-los se desintegram; os centríolos duplicam e dirigem-se para os pólos da célula; forma-se o fuso mitótico. Esta é a fase mais longa e nela ocorrem os eventos mais importantes da meiose. Subdivide-se em cinco períodos:

Leptóteno – Os cromossomos condensam-se e tornam-se visíveis.Zigóteno – Os cromossomos homólogos juntam-se aos pares.Paquíteno – Os cromossomos tornam-se mais curtos e espessos, formando tétrades.Diplóteno – Os cromossomos homólogos iniciam a separação; podem ser observados os quiasmas, que eviden-

ciam trocas de pedaços entre os homólogos, processo conhecido como permuta ou crossing-over.Diacinese – Os cromossomos migram para o equador da célula.Metáfase I – As tétrades se distribuem-se no equador da célula.Anáfase I – Os cromossomos homólogos separam-se e migram para os pólos da célula.Telófase I – Ocorre a citocinese e formam-se duas células-filhas com número igual de cromossomos.Intercinese – Curto intervalo entre as duas etapas da divisão. Prófase II – Os centríolos se dividem e formam-se novos fusos de divisão nas duas células-filhas. Metáfase II – Os cromossomos dispõem-se no equador das células. Anáfase II – Os centrômeros dividem-se, as cromátides-irmãs se separam migrando para os pólos das células. Telófase II – O citoplasma se divide e os núcleos reconstituem-se nas quatrocélulas-filhas.

Page 36: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

Polícia Militar do Estado do Paraná

PM-PRCadetesA apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Ofi cial com base no edital anterior,

para que o aluno antecipe seus estudos.

Volume II

AB003-19-B

Page 37: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você

conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo [email protected].

www.novaconcursos.com.br

[email protected]

OBRA

Polícia Militar do Estado do Paraná

Cadetes

Atualizada até 05/2019

AUTORESLíngua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco

Matemática - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá BrasilBiologia- Profª Renata Benito Pettan

Física - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá BrasilQuímica - Profª Janaina Lopes de Olviera

Filosofi a - Profº Heitor FerreiraGeografi a - Profª Leticia VelosoHistória - Profº Heitor Ferreira

Sociologia - Profº Heitor FerreiraLiteratura Brasileira - Elaboração Interna

Língua Inglesa - Profª Katiuska W. Burgos GeneralLíngua Espanhola - Profª Ana Maria B. Quiqueto

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃOElaine CristinaÉrica DuarteLeandro FilhoKarina Fávaro

DIAGRAMAÇÃOElaine Cristina

Thais Regis Danna Silva

CAPAJoel Ferreira dos Santos

Page 38: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

APRESENTAÇÃO

PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO.

A Nova Concursos tem um único propósito: mudar a vida das pessoas. Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público. Nossos livros são elaborados por professores que atuam na área de Concursos Públicos. Assim a matéria é organizada de forma que otimize o tempo do candidato. Afi nal corremos contra o tempo, por isso a preparação é muito importante. Aproveitando, convidamos você para conhecer nossa linha de produtos “Cursos online”, conteúdos preparatórios e por edital, ministrados pelos melhores professores do mercado. Estar à frente é nosso objetivo, sempre. Contamos com índice de aprovação de 87%*. O que nos motiva é a busca da excelência. Aumentar este índice é nossa meta. Acesse www.novaconcursos.com.br e conheça todos os nossos produtos. Oferecemos uma solução completa com foco na sua aprovação, como: apostilas, livros, cursos online, questões comentadas e treinamentos com simulados online. Desejamos-lhe muito sucesso nesta nova etapa da sua vida! Obrigado e bons estudos!

*Índice de aprovação baseado em ferramentas internas de medição.

CURSO ONLINE

PASSO 1Acesse:www.novaconcursos.com.br/passaporte

PASSO 2Digite o código do produto no campo indicado no site.O código encontra-se no verso da capa da apostila.*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.Ex: JN001-19

PASSO 3Pronto!Você já pode acessar os conteúdos online.

Page 39: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

SUMÁRIO

FÍSICA

Grandezas físicas: Conceito. Medidas. Operações. Ordens de grandeza. Algarismos significativos. Sistemas correntes de unidades. Sistema Internacional. Inter-relações entre grandezas e leis físicas. Análise dimensional ............................. 01Mecânica: Conceito de partícula. Cinemática escalar e vetorial. Queda livre e movimento de projéteis. Movimento circular. Conceitos de massa, força e peso. Referenciais inerciais e não inerciais. Sistemas de Forças. Leis de Newton e aplicações. Trabalho. Energia cinética. Energia potencial. Potência. Momento linear (quantidade de movimento). Impulso. Conservação de momento linear. Colisões elásticas e inelásticas. Lei de Conservação da Energia. Gravitação. Lei da Gravitação Universal. Leis de Kepler. Movimento de planetas e satélites em órbitas circulares. Movimento oscilatório. Movimento harmônico simples. Centro de massa. Estática dos sólidos. Momento de uma força. Momento resultante e condições de equilíbrio de um corpo rígido. Massa específica e densidade linear, superficial e volumétrica. Peso específico. Conceito de pressão ....................................................................................................... 04Hidrologia: Vasos comunicantes. Princípio de Pascal. Prensa hidráulica. Princípio de Arquimedes. Flutuação de corpos. Linhas de corrente. Vazão. Equação da continuidade ............................................................................................................ 38Termologia: Conceito de temperatura. Equilíbrio térmico. Escalas termométricas. Dilatação térmica de sólidos e líquidos. Transmissão do calor. Calor específico. Capacidade térmica. Calorimetria. Conceito de calor. Estados físicos da matéria. Mudança de estado físico. Transformação de energia mecânica em térmica. Gases. Conceito de gás ideal. Leis dos gases ideais, transformações gasosas. Diagrama de fases e de Clapeyron. Leis da termodinâmica. Máquinas térmicas, rendimento de máquinas térmicas ..................................................................................................................... 45Ondas e Acústica: Conceito de onda. Pulsos em cordas. Ondas transversais e longitudinais. Amplitude. Comprimento de onda. Frequência. Velocidade de propagação. Ondas periódicas. Fenômenos ondulatórios. Princípio da superposição. Interferência. Reflexão. Refração. Ondas estacionárias. Acústica. Som. Tubos sonoros. Harmônicos. Propagação do som. Fontes sonoras. Efeito Doppler ............................................................................................................................. 53Eletricidade e Magnetismo: Carga elétrica. Constituição atômica. Condutores e isolantes. Campo elétrico. Linhas de força. Lei de Coulomb. Potencial elétrico. Superfícies equipotenciais. Campo elétrico uniforme. Diferença de potencial entre dois pontos de um campo elétrico. Movimento de cargas elétricas puntiformes por ação de campo elétrico. Corrente elétrica. Geradores. Receptores. Força eletromotriz. Resistência interna de um gerador. Rendimento. Resistores. Lei de Ohm. Energia e potência. Efeito Joule. Associação de resistores. Circuitos elementares. Lei dos nós. Lei das malhas. Capacitores. Energia armazenada por capacitores. Associação de capacitores. Campo magnético. Indução magnética. Linhas de campo. Ação do campo magnético sobre cargas elétricas e fios condutores. Campos magnéticos gerados por correntes elétricas. Magnetização. Indução eletromagnética. Transformadores. Lei de Lenz e Lei de Faraday. Noções de corrente alternada ....................................................................................................................................... 58Óptica: Modelo ondulatório da luz. Velocidade de propagação. Índice de refração. Óptica geométrica. Leis da reflexão. Espelhos planos e esféricos. Leis da refração. Reflexão total. Lentes delgadas. Formação de imagens. Equação dos focos conjugados aplicada a lentes delgadas e espelhos esféricos. Ampliação. Óptica física. Dispersão. Interferência. Difração. Polarização da luz .................................................................................................................................................. 71Física Moderna: Radiação do corpo negro. Efeito fotoelétrico. Dualidade onda-partícula ...................................................... 84

QUÍMICA

Aspectos macroscópicos da Química: Evidências das reações químicas. Compostos químicos, suas misturas e a presença em materiais mais complexos. Alguns métodos de separação (filtração, decantação, destilação, cristalização, cromatografia em papel). Reação química e sua representação simbólica, equação química, reagentes e produtos. Leis Ponderais de Lavoisier e Proust. Equação geral dos gases ideais...................................................................... 01

Page 40: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

SUMÁRIO

Estrutura da matéria e teoria atômica: Evolução dos modelos atômicos. Modelos atômicos de Rutherford e de Bohr. Partículas elementares: próton, nêutron e elétron. Número atômico, número de massa, elemento químico, isótopos, massa atômica e massa molecular. Configuração eletrônica dos elementos. Níveis de energia e transições eletrônicas (segundo o modelo atômico de Bohr). Principais transformações nucleares artificiais e naturais..................................................................................................................................................................................................................... 18Classificação periódica e propriedades dos elementos e seus compostos: Princípios de ordenação e localização dos elementos. Períodos, grupos e subgrupos. Elementos representativos. Configuração eletrônica do átomo e posição na classificação periódica. Características de metais, semimetais e ametais. Propriedades periódicas e suas variações (raio atômico, raio iônico, energia de ionização, afinidade eletrônica e eletronegatividade). Número de oxidação e carga formal. Cátions, ânions e radicais..................................................................................................................................................... 25Ligação química: Ligação iônica. Ligação covalente. Ligação em metais. Estruturas e fórmulas de Lewis para a ligação covalente em compostos orgânicos e inorgânicos. Eletronegatividade; caráter iônico, caráter covalente e polaridade das ligações químicas. Geometria molecular e polaridade de moléculas................................................................................................................................................................................................................ 39Ácidos e bases: Teorias ácido-base de Arrhenius, Bronsted-Lowry e de Lewis. Reações de neutralização. Caráter ácido e básico de compostos inorgânicos e orgânicos (acidez relativa de álcoois, ácidos carboxílicos, fenóis e basicidade de aminas). Nomenclatura IUPAC e vulgar de ácidos, bases, sais e óxidos mais comuns..................................................................................................................................................................................................................... 49Estequiometria química: Cálculos estequiométricos. Massa molar. Balanceamento de reações químicas: por tentativa e íon elétron. Fórmula mínima e fórmula molecular........................................................................................................................................ 65Unidades e grandezas em Química: Principais unidades e grandezas utilizadas na Química. Quantidade de matéria (mol) e unidades de concentração. Sistema Internacional (SI) e conversão de unidades.............................................................................. 70Soluções, propriedades coligativas e forças intermoleculares: Solução, solvente, soluto, fase, solução saturada e insaturada. Forças intermoleculares. Coloides. Efeito das forças intermoleculares nas constantes físicas dos compostos orgânicos e inorgânicos (temperatura de fusão e de ebulição). O processo de dissolução e a solubilidade dos compostos orgânicos e inorgânicos. Curvas de solubilidade. Influência da cadeia carbônica na solubilidade dos compostos orgânicos e na temperatura de fusão e de ebulição dos compostos orgânicos. Efeito da concentração de soluto sobre a temperatura de fusão e ebulição, pressão de vapor e pressão osmótica dos solventes.................................................................................................................................................................................................................. 82Termoquímica: Entalpia e Lei de Hess. Entropia. Energia livre de Gibbs.......................................................................................... 92Equilíbrio químico: Equilíbrio químico e constante de equilíbrio. Fatores que influenciam o deslocamento do equilíbrio de uma reação e princípio de Le Chatelier. Constante de autoionização da água, pH e pOH. Equilíbrios ácido-base e de precipitação. Constantes de dissociação de ácidos e bases. Hidrólise. Produto de solubilidade. Soluções-tampão................................................................................................................................................................................................. 97Cinética química: Velocidade de reação, lei de velocidade, ordem de reação e molecularidade. Fatores que alteram a velocidade das reações químicas (concentração das substâncias, pressão, temperatura, estado de agregação, catalisadores). Teoria das colisões. Teoria do estado de transição e energia de ativação. Relação entre lei de velocidade e mecanismo de reação (conceito de etapa lenta). Velocidade inicial e a determinação da ordem dos reagentes................................................................................................................................................................................................................. 108Eletroquímica: Célula galvânica, célula eletrolítica, pilhas. Reações de oxidação e redução. Potencial padrão de redução e previsão da espontaneidade de reações. Cálculo da força eletromotriz padrão em células eletroquímicas....................................................................................................................................................................................................... 115

Page 41: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

SUMÁRIO

Estrutura dos compostos de carbono: Cadeias de carbono: Caracterização e representação da estrutura através de notação em bastão. Classificação de cadeias carbônicas. Reconhecimento, caracterização, estrutura eletrônica (estrutura de Lewis), nomenclatura e representação espacial de estruturas saturadas e insaturadas, lineares, ramificadas e cíclicas (incluindo aromáticos). Hibridização do carbono, modelo dos orbitais e ligação covalente. Conceituação de grupamento funcional. Reconhecimento, representação (notação em bastão) e nomenclatura (IUPAC) de compostos orgânicos alifáticos e aromáticos e das seguintes funções: hidrocarbonetos, derivados halogenados, álcoois, éteres, aldeídos, cetonas, fenóis, ácidos carboxílicos e seus derivados (ésteres, sais de ácidos, anidridos, halogenetos de ácidos, amidas), aminas, nitrilas e compostos de função mista. Nomenclatura vulgar de compostos de uso corrente.............................................................................................................................................................................. 123Isomeria em compostos orgânicos: Caracterização e representação de isômeros constitucionais e estereoisômeros. Diastereoisômeros (isômeros geométricos) e enantiômeros. Conceito de quiralidade. Relação entre quiralidade e plano de simetria e atividade óptica .............................................................................................................................................................. 145Ocorrência e obtenção de compostos orgânicos e suas propriedades principais: Ocorrência natural e sintética, relação entre estrutura e propriedades físicas e químicas, reações de obtenção e de transformação das seguintes funções: hidrocarbonetos (saturados, insaturados e aromáticos), derivados halogenados, álcoois, éteres, aldeídos, cetonas, fenóis, ácidos carboxílicos e seus derivados (ésteres, sais de ácidos, anidridos, halogenetos de ácidos, amidas) e aminas. Polímeros sintéticos e naturais. Proteínas. Carboidratos........................................................................................................................................................................................................... 151

FILOSOFIA

Mito e Filosofia; Saber mítico. Saber filosófico. Relação Mito e Filosofia. Atualidade do mito. O que é Filosofia ............. 01Teoria do conhecimento. Possibilidade do conhecimento. As formas de conhecimento. O problema da verdade. A questão do método. Conhecimento e lógica ............................................................................................................................................ 03Ética e moral. Pluralidade ética. Ética e violência.Razão, desejo e vontade. Liberdade: autonomia do sujeito e necessidade das normas ................................................................................................................................................................................... 07Política. Relações entre comunidade e poder. Liberdade e igualdade política. Política e Ideologia. Esfera pública e privada. Cidadania formal e/ou participativa ........................................................................................................................................... 10Filosofia da ciência. Concepções de ciência. A questão do método científico. Contribuições e limites da ciência. Ciência e ideologia. Ciência e ética ............................................................................................................................................................... 13Estética. Natureza da arte. Filosofia e arte. Categorias estéticas – feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, gosto etc. Estética e sociedade ....................................................................................................................................................................... 16

GEOGRAFIA

A Terra, um planeta em transformação, o homem e o meio ambiente. Aspectos naturais e sua interação com a so-ciedade A Terra no espaço: características determinantes para a manutenção da vida: Conceitos básicos de astro-nomia........................................................................................................................................................................................................................ 01Geologia: Tempo Geológico. Estrutura da Terra. Tectônica de placas. Vulcanismo e abalos sísmicos Minerais e rochas. Bens minerais, matéria-prima e fontes de energia no Brasil e no mundo. Riscos geológicos no Brasil e no mundo ............................................................................................................................................................................................................... 01Relevo Formas de relevo, identificação, classificação, localização no Brasil e no mundo. Evolução do relevo: proces-sos erosivos, identificação, classificação e localização no Brasil e no mundo. Áreas de risco de ocupação no Brasil .... 02

Page 42: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

SUMÁRIO

Tempo e clima: Características da atmosfera e implicações para a vida na superfície terrestre. Dinâmica atmosférica e tipos de tempo. Ritmo climático. Clima urbano.Elementos e fatores climáticos. Escala climática. Classificações cli-máticas e sua aplicação em nível local, regional e global. Variabilidade e mudanças climáticas ........................................ 02A água na superfície terrestre: O ciclo da água. A distribuição da água no planeta e características de seus diversos reservatórios. Recursos hídricos no Brasil e no mundo ......................................................................................................................... 03O solo: Processos de formação. Características, classificação e localização. Uso e ocupação dos solos no Brasil e no mundo .................................................................................................................................................................................................................. 03A vegetação: Domínios e diversidade da vegetação. Classificação da vegetação brasileira. Importância da vegeta-ção para a manutenção da vida. Alteração da vegetação natural pela ação antrópica ............................................................ 03Gerenciamento dos recursos naturais: Recursos naturais e conflitos no Brasil e no mundo. Recursos naturais e pla-nejamento no Brasil. Legislação ambiental brasileira. Unidades de Conservação no Brasil ................................................. 04População e estruturação socioespacial. Teorias e conceitos básicos em demografia. Estrutura demográfica e dis-tribuição da população e novos arranjos familiares. Características da população mundial e do Brasil. Movimentos, redes de migração e impactos econômicos, culturais e sociais dos deslocamentos populacionais. Políticas demo-gráficas no Brasil e no mundo. População, meio ambiente e riscos ambientais. Transformação das relações de trabalho e economia informal. Diversidade étnica e cultural da população. Geografias das diferenças: questões de gênero, sexualidade e étnico-raciais.Espacialidades religiosas. Identidades territoriais. Direitos humanos, cidadania e espaço................................................................................................................................................................................................................... 04Estrutura produtiva e a economia. O espaço geográfico na formação econômica capitalista. Exploração e uso de recursos naturais. O meio ambiente como condicionante da estrutura produtiva e social. Estrutura e dinâmica agrá-rias. Industrialização, complexos industriais, concentração e desconcentração das atividades industriais no Brasil e no mundo. Meio técnico-científico-informacional. Espacialidade do setor terciário: comércio, sistema financeiro. Redes de transporte, energia e telecomunicações. Turismo, lazer e espaço. Produção dos espaços rurais e urbanos. Regionalização do espaço brasileiro. Processos de urbanização no Brasil e no mundo. Produção e estruturação do espaço urbano. Planejamento e gestão urbano/metropolitano. A rede urbana: hierarquia e funções. As relações rurais-urbanas no mundo contemporâneo. Espaço urbano e novas ruralidades. Problemáticas socioambientais no campo e na cidade. Evolução da estrutura fundiária, estrangeirização de terras, reforma agrária e movimentos sociais no campo. Agronegócio: dinâmica produtiva, econômica e regional. Agricultura familiar e camponesa: heterogeneidade produtiva, socioeconômica e regional. Povos e comunidades tradicionais e conflitos por terra e território no Brasil. Produção e comercialização de alimentos, segurança, soberania alimentar e agroecologia. Me-tropolização e globalização. Globalização: características, impactos negativos e positivos .............................................. 06Formação, estrutura e organização política do Brasil e do mundo contemporâneo Produção histórica e contem-porânea do território no Brasil. Federalismo, federação e divisão territorial no Brasil. Formação e problemática contemporânea das fronteiras. Estado-Nação: origem, desenvolvimento, características e funções. Transformações geopolíticas do pós-guerra. Causas econômicas, políticas, sociais e ambientais da crise do socialismo. Conflitos ge-opolíticos emergentes: ambientais, sociais, religiosos e econômicos. Ordem mundial e territórios supranacionais: blocos econômicos e políticos, alianças militares e movimentos sociais internacionais. Regionalização e elementos do espaço mundial. A organização do novo sistema mundial em centro e periferia. Fluxos comerciais interescala-res. Sistemas de comunicação e a sua atuação regional e mundial ............................................................................................ 08A representação do espaço terrestre. A Terra no espaço (forma, dimensões, os principais movimentos e suas con-sequências geográficas). A evolução das representações cartográficas e a introdução das novas tecnologias para o mapeamento, através do sensoriamento remoto (fotografias aéreas e imagens de satélite) e Dos Sistemas de Posicionamento Terrestre (GPS). As formas básicas de representação do espaço terrestre e das distribuições dos fenômenos geográficos (mapas, cartas, plantas e cartogramas). Escalas, reconhecimento e cálculo. Sistema de coordenadas geográficas e a orientação no espaço terrestre. Projeções cartográficas. Identificação dos principais elementos de uma representação cartográfica, leitura e interpretação de tabelas, gráficos, perfis, plantas, cartas, mapas e cartogramas. Fusos horários ......................................................................................................................................................... 10

Page 43: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

SUMÁRIO

HISTÓRIA

Mundo Antigo: Os gregos: colonização grega; evolução política e social de Atenas e Esparta; helenismo; cultura helenística............................................................................................................................................................................................................... 01Os romanos: evolução política e social de Roma; conquistas romanas no Mediterrâneo; expansão territorial e escravidão; instituições romanas; o direito romano; o cristianismo.......................................................................................................................... 02Artes e cultura no Mundo Clássico (filosofia, dramaturgia, arquitetura e escultura)......................................................................... 04Instituições políticas, sociais, culturais e econômicas das sociedades africanas no mundo antigo.............................................. 05O mundo medieval: A alta Idade Média: reinos germânicos;..................................................................................................................... 07Evolução política e religiosa............................................................................................................................................................................. 07Teocracia papal, ordens religiosas e heresias no medievo..................................................................................................................... 07O feudalismo: relações políticas e produtivas........................................................................................................................................... 08A sociedade medieval e seu universo mental e cultural....................................................................................................................... 08A baixa Idade Média: a Europa.......................................................................................................................................................................... 09O império bizantino e o mundo islâmico.................................................................................................................................................... 09A igreja medieval.................................................................................................................................................................................................. 10A cultura medieval............................................................................................................................................................................................... 10Urbanização........................................................................................................................................................................................................... 11A formação das monarquias ibéricas........................................................................................................................................................... 11Instituições políticas, sociais, culturais e econômicas das sociedades africanas durante a expansão islâmica.................. 12O mundo na época moderna: A preponderância ibérica: reconquista cristã e rivalidades entre Portugal e Castela.......... 14As grandes navegações..................................................................................................................................................................................... 15Resistências, adaptações e dinâmicas do contato das sociedades em África, Ásia e América.............................................. 16Formas não europeias de formação política e social............................................................................................................................. 17Conhecimento, arte e magia: renascimento.............................................................................................................................................. 19Humanismo............................................................................................................................................................................................................ 19Forma e contrarreforma.................................................................................................................................................................................... 20Cultura barroca..................................................................................................................................................................................................... 20Revolução científica............................................................................................................................................................................................ 21Ilustração................................................................................................................................................................................................................. 21O Estado moderno e a sociedade do Antigo Regime: guerras senhoriais e de religião....................................................................... 22Colonização, escravidão e sociedade nas Américas espanhola, inglesa e francesa..................................................................... 23Os Países Baixos e as Companhias de Comércio......................................................................................................................................... 24A África e o tráfico de escravos........................................................................................................................................................................ 24A América portuguesa: sociedades indígenas.......................................................................................................................................... 25Atividades produtivas; escravidão................................................................................................................................................................. 25Administração;...................................................................................................................................................................................................... 26Sociedade e cultura............................................................................................................................................................................................. 26O mundo ocidental na época contemporânea: As revoluções: Revolução inglesa............................................................................. 31Revolução francesa.............................................................................................................................................................................................. 31Revolução americana.......................................................................................................................................................................................... 33Revolução haitiana.............................................................................................................................................................................................. 34

Page 44: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

SUMÁRIO

Rebeliões escravas e abolicionismo nas Américas e na África........................................................................................................... 34Crises do antigo regime na Europa e do Estado colonial nas Américas.................................................................................................... 35A Revolução russa e seus desdobramentos............................................................................................................................................... 36Descolonização e revoluções na África, nas Américas e na Ásia........................................................................................................ 37Ordenação da vida material: o processo de industrialização capitalista.......................................................................................... 36Capitalismo e escravidão nas Américas e na África;....................................................................................................................................... 36A formação do trabalhador urbano e outras formas trabalho;........................................................................................................... 40Movimentos de contestação à ordem burguesa e à ordem colonial;.................................................................................................... 40Imperialismo, desenvolvimentismo e dependência................................................................................................................................ 41

Ascensão e crise do Estado de Bem-Estar;................................................................................................................................................... 41A sociedade de consumo.................................................................................................................................................................................. 42A industrialização brasileira.............................................................................................................................................................................. 43Movimentos sociais rurais e urbanos no Brasil republicano............................................................................................................... 43Ideologias e práticas políticas: liberalismo, socialismo, nacionalismo e totalitarismo...................................................................... 45Ilustração e liberalismo na Europa.................................................................................................................................................................. 46Império e Repúblicas nas Américas............................................................................................................................................................ 46Socialismos reformista e revolucionário...................................................................................................................................................... 47Do sentimento nacionalista aos extremismos (fascismo, nazismo, stalinismo)........................................................................ 47Do modernismo ao multiculturalismo;......................................................................................................................................................... 48Ditaduras e experiências democráticas no Brasil republicano e na América Latina........................................................................... 48Estado e guerra: a formação do Estado-nação.......................................................................................................................................... 49Guerras de independência e projetos dos Estados e nações pós-coloniais;................................................................................. 49Pan-africanismo e terceiro-mundismo;........................................................................................................................................................ 50Primeira guerra mundial;................................................................................................................................................................................... 50Segunda guerra mundial.................................................................................................................................................................................. 51Guerra fria e o fim do estado soviético e seus desdobramentos............................................................................................... 52A hegemonia militar norte-americana........................................................................................................................................................ 53Os episódios pós-1968 no Brasil e no mundo: revolução e contestação cultural no mundo socialista e capitalista............ 53A queda do muro de Berlim e o descenso das propostas revolucionárias;........................................................................................ 53Anarquismo, comunismo e anticomunismo no Brasil republicano e no mundo................................................................................. 55A globalização e as tendências socioeconômicas no mundo contemporâneo............................................................................. 55A emergência das economias periféricas e a nova ordem social......................................................................................................... 56Os dilemas da América Latina na contemporaneidade, novos blocos políticos e econômicos na Europa, América, África e Ásia............................................................................................................................................................................................................

57

Direitos Humanos e emergência de novos movimentos políticos e sociais nas Américas, África e Ásia............................ 58O Brasil da redemocratização pós-ditadura militar e da atualidade.................................................................................................. 59Artes e manifestações culturais na virada do século XX....................................................................................................................... 60

Page 45: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

SUMÁRIO

SOCIOLOGIA

A origem da Sociologia. A modernidade e o surgimento da sociologia. Fundamentos do pensamento sociológico: Durkheim, Weber e Marx. Objeto e o método da Sociologia............................................................................................................... 01A relação sociedade e natureza. Progresso técnico e meio ambiente. Trabalho e Sociedade. A divisão sexual e social do trabalho. As transformações recentes do trabalho............................................................................................................................ 07Estrutura e estratificação social. As classes sociais e a estratificação. Desigualdade social. Desigualdade social no Brasil........................................................................................................................................................................................................................... 10Indivíduo, identidade, socialização e orientação sexual. Socialização e identidade. Individuação, gênero e sexua-lidade. Homofobia, transfobia, bullying...................................................................................................................................................... 12O Estado moderno e a nova ordem mundial: dominação e poder. Surgimento e desenvolvimento do Estado Mo-derno. O Estado nacional contemporâneo................................................................................................................................................. 15Mudança e transformação. A mudança social e a mudança cultural. Inovação tecnológica e participação política. Ciências, tecnologia, conhecimento e desenvolvimento........................................................................................................................ 17Movimentos sociais. Novas formas de participação social. Movimentos sociais no Brasil e cidadania................................ 19Cultura e Sociedade. Cultura e organização social. As dimensões da cultura. A diversidade cultural no Brasil............... 21A indústria cultural. Meios de comunicação e indústria cultural. Mídia, cultura e política no Brasil. As novas mí-dias.............................................................................................................................................................................................................................. 24Referências bibliográficas as obras relacionadas abaixo serão utilizadas para as questões tanto da primeira fase (prova objetiva) quanto da segunda (prova discursiva): DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016. LARAIA, Roque. Cultura. Um Conceito Antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. LEBRUN, Gérard. O que é poder. São Paulo: Brasiliense, 2004. LÉVI-STRAUSS, Claude. Raça e História. In: Antropologia Estrutural II. São Paulo: UBU, 2017. MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. 21. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2005................................................................................................................ 27

Page 46: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

FÍSICA

ÍNDICE

Grandezas físicas: Conceito. Medidas. Operações. Ordens de grandeza. Algarismos signifi cativos. Sistemas correntes de unidades. Sistema Internacional. Inter-relações entre grandezas e leis físicas. Análise dimensional .................................. 01Mecânica: Conceito de partícula. Cinemática escalar e vetorial. Queda livre e movimento de projéteis. Movimento circular. Conceitos de massa, força e peso. Referenciais inerciais e não inerciais. Sistemas de Forças. Leis de Newton e aplicações. Trabalho. Energia cinética. Energia potencial. Potência. Momento linear (quantidade de movimento). Impulso. Conservação de momento linear. Colisões elásticas e inelásticas. Lei de Conservação da Energia. Gravitação. Lei da Gravitação Universal. Leis de Kepler. Movimento de planetas e satélites em órbitas circulares. Movimento oscilatório. Movimento harmônico simples. Centro de massa. Estática dos sólidos. Momento de uma força. Momento resultante e condições de equilíbrio de um corpo rígido. Massa específi ca e densidade linear, superfi cial e volumétrica. Peso específi co. Conceito de pressão ................................................................................................................................................................ 04Hidrologia: Vasos comunicantes. Princípio de Pascal. Prensa hidráulica. Princípio de Arquimedes. Flutuação de corpos. Linhas de corrente. Vazão. Equação da continuidade .................................................................................................................................. 38Termologia: Conceito de temperatura. Equilíbrio térmico. Escalas termométricas. Dilatação térmica de sólidos e líquidos. Transmissão do calor. Calor específi co. Capacidade térmica. Calorimetria. Conceito de calor. Estados físicos da matéria. Mudança de estado físico. Transformação de energia mecânica em térmica. Gases. Conceito de gás ideal. Leis dos gases ideais, transformações gasosas. Diagrama de fases e de Clapeyron. Leis da termodinâmica. Máquinas térmicas, rendimento de máquinas térmicas .................................................................................................................................................. 45Ondas e Acústica: Conceito de onda. Pulsos em cordas. Ondas transversais e longitudinais. Amplitude. Comprimento de onda. Frequência. Velocidade de propagação. Ondas periódicas. Fenômenos ondulatórios. Princípio da superposição. Interferência. Refl exão. Refração. Ondas estacionárias. Acústica. Som. Tubos sonoros. Harmônicos. Propagação do som. Fontes sonoras. Efeito Doppler .................................................................................................................................................................. 53Eletricidade e Magnetismo: Carga elétrica. Constituição atômica. Condutores e isolantes. Campo elétrico. Linhas de força. Lei de Coulomb. Potencial elétrico. Superfícies equipotenciais. Campo elétrico uniforme. Diferença de potencial entre dois pontos de um campo elétrico. Movimento de cargas elétricas puntiformes por ação de campo elétrico. Corrente elétrica. Geradores. Receptores. Força eletromotriz. Resistência interna de um gerador. Rendimento. Resistores. Lei de Ohm. Energia e potência. Efeito Joule. Associação de resistores. Circuitos elementares. Lei dos nós. Lei das malhas. Capacitores. Energia armazenada por capacitores. Associação de capacitores. Campo magnético. Indução magnética. Linhas de campo. Ação do campo magnético sobre cargas elétricas e fi os condutores. Campos magnéticos gerados por correntes elétricas. Magnetização. Indução eletromagnética. Transformadores. Lei de Lenz e Lei de Faraday. Noções de corrente alternada ............................................................................................................................................. 58Óptica: Modelo ondulatório da luz. Velocidade de propagação. Índice de refração. Óptica geométrica. Leis da refl exão. Espelhos planos e esféricos. Leis da refração. Refl exão total. Lentes delgadas. Formação de imagens. Equação dos focos conjugados aplicada a lentes delgadas e espelhos esféricos. Ampliação. Óptica física. Dispersão. Interferência. Difração. Polarização da luz ................................................................................................................................................................................... 71Física Moderna: Radiação do corpo negro. Efeito fotoelétrico. Dualidade onda-partícula ........................................................... 84

Page 47: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

FÍSI

CA

GRANDEZAS FÍSICAS: CONCEITO. MEDIDAS. OPERAÇÕES. ORDENS DE GRANDEZA. ALGA-RISMOS SIGNIFICATIVOS. SISTEMAS CORRENTES DE UNIDADES. SISTEMA INTERNACIO-NAL. INTER-RELAÇÕES ENTRE GRANDEZAS E LEIS FÍSICAS. ANÁLISE DIMENSIONAL.

No estudo da Física, as grandezas são as maneiras de quantifi car os fenômenos observados na natureza. Basica-mente, existem dois tipos:

• Grandezas Escalares: Necessitam apenas de sua magnitude para serem caracterizadas. Exemplos: Massa, Tem-peratura, Energia.

• Grandezas Vetoriais: Necessitam de três informações para serem caracterizadas: magnitude (módulo), direção e sentido. Exemplos: Velocidade, Força, Campo Elétrico, Campo Magnético.

Quando estiver estudando os diversos tópicos de Física e as grandezas forem apresentadas, procure se questionar se as mesmas são escalares ou vetoriais, isso facilitará o entendimento da matéria.

#FicaDica

Sistemas de UnidadesAs grandezas, além quantifi car os fenômenos observados, também são adjetivadas com “unidades”, ou seja, um

nome que irá caracterizar aquela grandeza. Diversos sistemas de unidades foram elaborados ao longo da história e para padronização, criou uma convenção internacional, chamada de “Sistema Internacional de Unidades”, ou SI. A ta-bela a seguir apresenta as principais grandezas com as suas respectivas unidades:

Grandeza Unidade SI (nome por extenso)Comprimento m (metro)

Massa kg (kilograma)Tempo s (segundo)Força N (Newton)

Temperatura K (Kelvin)Pressão Pa (Pascal)Energia J (Joule)Potência W (Watt)

Corrente Elétrica A (Ampere)Potencial Elétrico V (Volt)

Campo Magnético T (Tesla)Frequência Hz (Hertz)

Existem outros dois sistemas de unidades que são bastante utilizados, que são o CGS e o MKS. Algumas unidades são diferentes e são apresentadas a seguir:

Grandeza Unidade CGS (nome por extenso) Unidade MKS (nome por extenso)Comprimento cm (centímetro) m (metro)

Massa g (grama) utm (unidade de massa)Tempo s (segundo) s (segundo)Força dyn (Dynar) kgf (kilograma-força)

Pressão dyn/cm² (Dynar por centímetro quadrado) kgf/m² (kilograma-força por metro quadrado)

Energia erg (“erg”) kgfm (kilograma-força-metro)

Potência erg/s (erg por segundo) kgfm/s (kilograma-força-metro por segundo)

As relações entre as unidades da tabela acima, com as unidades do SI são as seguintes:

Page 48: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

FÍSI

CA

1 N = 105 dyn1 kgf = 9,8 N1 utm = 9,8 kg

Para o estudo de sistema de medidas, não há segredo, a memorização é o melhor caminho. Essas unida-des fi carão naturalmente na sua memória conforme o aprendizado dos conteúdos de Física.

#FicaDica

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (SABESP – Técnico em Sistemas de Saneamento - FCC/2014) No sistema Internacional (SI), a grandeza de massa específi ca é expressa em:

a) kg/m³b) utm/m³c) g/cm³d) kgf/m³e) dyn/cm³

Resposta: Letra A - Para resolver esse exercício, é necessário saber que massa específi ca é a relação entre a massa de um corpo e o volume ocupado por ele. No SI, a unidade de massa é kg e o volume é expresso em m³ (metros cúbicos), já que a unidade de comprimento é o metro. Assim, dividindo um pelo outro, chega-se a kg/m³.

Outras unidades de medidaConforme dito anteriormente, o sistema internacional buscou padronizar as unidades, de maneira que cientistas do

mundo todo pudessem trabalhar sob as mesmas medidas, facilitando a troca de informações. Entretanto, ainda existem outras unidades que são utilizadas. A tabela abaixo apresenta seus nomes, bem como suas conversões em relação as unidades mais conhecidas:

Unidade Símbolo Conversão com unidade conhecidaPolegada in 1 in = 25,4 mm

Pé ft 1 ft = 0,3048 mMilha mi 1 mi = 1,609 kmLitro L 1 L = 1 dm³Libra lb 1 lb = 0,4536 kgOnça oz 1 oz = 28,35 g

Eletrovolt eV 1 eV = 1,6.10-19 JAtmosfera atm 1 atm = 101.325 Pa

Milímetro de Mercúrio mmHg 1 mmHg = 1/760 atm

ANÁLISE DIMENSIONAL

NOTAÇÃO CIENTÍFICAComo a Física estuda todos os fenômenos da natureza, desde a expansão do universo, até os movimentos dos

átomos, é de se esperar que a magnitude das unidades tenha uma variação grande. Como o sistema internacional determina uma unidade para cada grandeza, podemos ter no caso de estudo de distâncias entre planetas, valores na casa de 1.000.000.000 metros e se estivermos estudando tamanhos de moléculas ou até mesmo átomos, o valor fi ca na casa de 0,0000000001 m.

Buscando novamente a padronização, foi estipulada uma notação, chamada de notação científi ca. A ideia central é buscar escrever todos os números sob um mesmo formato. Utilizou-se a notação decimal (base 10), para montar essa convenção, e ela é da seguinte forma:

Page 49: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

FÍSI

CA

α.10β

Onde α é um número entre 0 e 10 e β é o expoente que indicará a potência de 10 daquele número. Usan-do a magnitude das distâncias estelares, temos que 1.000.000.000 corresponde a 109. Assim, podemos escre-ver esse número a seguinte maneira:

1.000.000.000 m=1.109 m

Da mesma forma, podemos fazer com o tamanho das moléculas, mas nesse caso, temos que 0,0000000001 m corresponde a 10-10, assim:

0,0000000001 m=1.10-10 m

Veja que os dois números foram escritos no mesmo formato e o expoente do número 10 que diferenciou os mesmos.

Na notação científi ca, números grandes te-rão exponentes de 10 positivos e números pequenos terão expoentes de 10 negativos.

#FicaDica

Vamos analisar um outro número agora, por exem-plo, a distância entre São Paulo e Rio de Janeiro, que é de aproximadamente 435 km. Como vamos escrever esse número no sistema internacional e sob notação científi -ca? Primeiramente, temos que converter a unidade para o sistema SI, que no caso de comprimento, sabemos que é o metro. Provavelmente você sabe que 1km = 1000 m, assim, a distância entre as cidades será de 435.000 m. Como utilizamos a base 10, temos agora que observar entre quais potência de 10, esse número de encontra. Se observamos, podemos ver que 435.000 é maior que 100.000 (105) e menor que 1.000.000 (106). Sabendo dis-so, vamos usar sempre a menor base, ou seja, 100.000. Se dividirmos 435.000 por 100.000, chegamos a 4,35. Logo:

435.000 m=4,35 x 100.000 m=4,35.105 m

Mesmo que o exercício não peça, para prati-car, procure colocar os números em notação científi ca, em muitos casos, os cálculos fi cam até mais fáceis, pois você simplifi ca as potên-cias de 10 usando as regras de expoente da matemática.

#FicaDica

NOMENCLATURA DAS POTÊNCIAS DE 10 - PRE-FIXOS

Algumas potências de 10 possuem nomenclaturas es-pecífi cas, com a função de contrair ainda mais a notação científi ca através de prefi xos, antes das unidades. A tabe-la a seguir apresentam as principais

Nome (prefi xo cor-respondente)

Potência de 10 correspondente

pico (p) 10-9

micro (µ) 10-6mili (m) 10-3

kilo (k) 10+3

mega (M) 10+6

giga (G) 10+9

tera (T) 10+12

Observando a tabela, podemos ver a presença do kilo (k), e essa nomenclatura já é de conhecimento da maioria das pessoas, quando trata-se a unidade de massa como sendo o kilograma (kg). Como sabemos que 1 kg = 1000 g, tem-se que:

1000g = 1.103 g = 1 kg

Outro exemplo, temos da unidade de comprimento milímetros (mm), que 1 mm = 0,001 m, logo:

0,001 m = 1.10-3 m = 1 mm

Quando sintonizamos estações de rádio, em alguns casos, vemos a frequência em MHz (Mega Hertz) ou seja, .

fi que atento!Muitos erros em exercícios de Física estão relacionados ao desconhecimento dessas nomenclaturas ou as vezes por falta de aten-ção na leitura do enunciado.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (UEG – ASSISTENTE DE GESTÃO ADMINISTRATIVA – FUNIVERSA/2015) Todas as grandezas físicas podem ser expressas por meio de um pequeno número de uni-dades fundamentais. A escolha das unidades-padrão dessas grandezas funda-mentais determina o sistema de unidades. No caso, o sis-tema mundialmente utilizado na comunidade científi ca é o chamado Sistema Internacional (SI). Nele a unidade fundamental para o comprimento é o metro (m), para o tempo é o segundo (s) e para a massa é o quilograma (kg). Tipler e Mosca. 5.ª ed. v. 1 (com adaptações).

Acerca do Sistema Internacional (SI), assinale a alter-nativa correta.

a) Os múltiplos e submúltiplos das unidades do SI podem ser obtidos por meio do uso de prefi xos das potências de 10. Desse modo, o prefi xo “mega” representa .

b) O sistema decimal com base no metro é chamado de sistema decimétrico

c) 1.000.000 watts corresponde a 1 megawatt (MW)

Page 50: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

FÍSI

CA

d) A unidade da grandeza física força, no SI, é expressa por kg.m/se) No SI, a unidade fundamental para a temperatura é grau Celsius.

Resposta: Letra C. Pela regra dos prefi xos das potências de 10, temos que o mega corresponde a 106, ou seja, 1.000.000. Logo, 1 MW = 1.000.000 W

SISTEMA MLT – MASSA, COMPRIMENTO, TEMPONo sistema internacional, SI, temos diversas unidades que caracterizam as grandezas físicas. Dentre elas, as unida-

des de Massa (M), comprimento (L) e tempo (T) por exemplo são chamadas de unidades primitivas, pois não derivam de outras unidades para serem determinadas. Há também as unidades derivadas, que podem ser reescritas em função das unidades primitivas.

Como primeiro exemplo, vamos considerar a massa específi ca de um corpo. Pelo sistema internacional, a unidade será kg/m³, ou seja, é uma relação entre duas unidades primitivas, massa (kg) e comprimento (m). A tabela a seguir irá apresentar as principais relações entre as unidades derivadas e suas correspondentes primitivas.

Grandeza Unidade SI Sistema MLTVelocidade m/s m/sAceleração m/s² m/s²

Força N kg.m/s²Energia J kg.m²/s²Potência W kg.m²/s³Pressão Pa kg/m.s²

Como se trata do inicio da apostila de Física, essas conversões no sistema MLT devem ser estudadas mas o sentido do resultado fi cará mais claro quando estudarem os conteúdos específi cos, por exemplo, quando estudarem a segunda lei de Newton, entenderão com clareza a relação N = kg.m/s²

#FicaDica

MECÂNICA: CONCEITO DE PARTÍCULA. CINEMÁTICA ESCALAR E VETORIAL. QUEDA LIVRE E MOVIMENTO DE PROJÉTEIS. MOVIMENTO CIRCULAR. CONCEITOS DE MASSA, FORÇA E PESO. REFERENCIAIS INERCIAIS E NÃO INERCIAIS. SISTEMAS DE FORÇAS. LEIS DE NE-WTON E APLICAÇÕES. TRABALHO. ENERGIA CINÉTICA. ENERGIA POTENCIAL. POTÊNCIA. MOMENTO LINEAR (QUANTIDADE DE MOVIMENTO). IMPULSO. CONSERVAÇÃO DE MO-MENTO LINEAR. COLISÕES ELÁSTICAS E INELÁSTICAS. LEI DE CONSERVAÇÃO DA ENER-GIA. GRAVITAÇÃO. LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL. LEIS DE KEPLER. MOVIMENTO DE PLANETAS E SATÉLITES EM ÓRBITAS CIRCULARES. MOVIMENTO OSCILATÓRIO. MOVI-MENTO HARMÔNICO SIMPLES. CENTRO DE MASSA. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS. MOMENTO DE UMA FORÇA. MOMENTO RESULTANTE E CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO DE UM CORPO RÍGIDO. MASSA ESPECÍFICA E DENSIDADE LINEAR, SUPERFICIAL E VOLUMÉTRICA. PESO ESPECÍFICO. CONCEITO DE PRESSÃO.

CENTRO DE MASSAUm dos mais importantes conceitos de Física, que envolve diretamente o estudo dos corpos, é o que se denomina

como centro de massa. Uma defi nição simples e direta deste conceito é um ponto onde se podem resumir todas as forças aplicadas no corpo, bem como ser o ponto de referência para a movimentação do mesmo. Observe a fi gura a seguir:

Page 51: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

QUÍMICA

ÍNDICE

Aspectos macroscópicos da Química: Evidências das reações químicas. Compostos químicos, suas misturas e a presença em materiais mais complexos. Alguns métodos de separação (fi ltração, decantação, destilação, cristalização, cromatografi a em papel). Reação química e sua representação simbólica, equação química, reagentes e produtos. Leis Ponderais de Lavoisier e Proust. Equação geral dos gases ideais................................................................................................................... 01Estrutura da matéria e teoria atômica: Evolução dos modelos atômicos. Modelos atômicos de Rutherford e de Bohr. Partículas elementares: próton, nêutron e elétron. Número atômico, número de massa, elemento químico, isótopos, massa atômica e massa molecular. Confi guração eletrônica dos elementos. Níveis de energia e transições eletrônicas (segundo o modelo atômico de Bohr). Principais transformações nucleares artifi ciais e naturais................................................................................................................................................................................................................................. 18Classifi cação periódica e propriedades dos elementos e seus compostos: Princípios de ordenação e localização dos elementos. Períodos, grupos e subgrupos. Elementos representativos. Confi guração eletrônica do átomo e posição na classifi cação periódica. Características de metais, semimetais e ametais. Propriedades periódicas e suas variações (raio atômico, raio iônico, energia de ionização, afi nidade eletrônica e eletronegatividade). Número de oxidação e carga formal. Cátions, ânions e radicais................................................................................................................................................................................ 25Ligação química: Ligação iônica. Ligação covalente. Ligação em metais. Estruturas e fórmulas de Lewis para a ligação covalente em compostos orgânicos e inorgânicos. Eletronegatividade; caráter iônico, caráter covalente e polaridade das ligações químicas. Geometria molecular e polaridade de moléculas........................................................................................................... 39Ácidos e bases: Teorias ácido-base de Arrhenius, Bronsted-Lowry e de Lewis. Reações de neutralização. Caráter ácido e básico de compostos inorgânicos e orgânicos (acidez relativa de álcoois, ácidos carboxílicos, fenóis e basicidade de aminas). Nomenclatura IUPAC e vulgar de ácidos, bases, sais e óxidos mais comuns............................................................................. 49Estequiometria química: Cálculos estequiométricos. Massa molar. Balanceamento de reações químicas: por tentativa e íon elétron. Fórmula mínima e fórmula molecular.............................................................................................................................................. 65Unidades e grandezas em Química: Principais unidades e grandezas utilizadas na Química. Quantidade de matéria (mol) e unidades de concentração. Sistema Internacional (SI) e conversão de unidades............................................................................... 70Soluções, propriedades coligativas e forças intermoleculares: Solução, solvente, soluto, fase, solução saturada e insaturada. Forças intermoleculares. Coloides. Efeito das forças intermoleculares nas constantes físicas dos compostos orgânicos e inorgânicos (temperatura de fusão e de ebulição). O processo de dissolução e a solubilidade dos compostos orgânicos e inorgânicos. Curvas de solubilidade. Infl uência da cadeia carbônica na solubilidade dos compostos orgânicos e na temperatura de fusão e de ebulição dos compostos orgânicos. Efeito da concentração de soluto sobre a temperatura de fusão e ebulição, pressão de vapor e pressão osmótica dos solventes....................................................................................................... 82Termoquímica: Entalpia e Lei de Hess. Entropia. Energia livre de Gibbs...................................................................................................... 92Equilíbrio químico: Equilíbrio químico e constante de equilíbrio. Fatores que infl uenciam o deslocamento do equilíbrio de uma reação e princípio de Le Chatelier. Constante de autoionização da água, pH e pOH. Equilíbrios ácido-base e de precipitação. Constantes de dissociação de ácidos e bases. Hidrólise. Produto de solubilidade. Soluções-tampão................ 97Cinética química: Velocidade de reação, lei de velocidade, ordem de reação e molecularidade. Fatores que alteram a velocidade das reações químicas (concentração das substâncias, pressão, temperatura, estado de agregação, catalisadores). Teoria das colisões. Teoria do estado de transição e energia de ativação. Relação entre lei de velocidade e mecanismo de reação (conceito de etapa lenta). Velocidade inicial e a determinação da ordem dos reagentes.................. 108Eletroquímica: Célula galvânica, célula eletrolítica, pilhas. Reações de oxidação e redução. Potencial padrão de redução e previsão da espontaneidade de reações. Cálculo da força eletromotriz padrão em células eletroquímicas............................ 115

Page 52: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

QUÍMICA

ÍNDICE

Estrutura dos compostos de carbono: Cadeias de carbono: Caracterização e representação da estrutura através de notação em bastão. Classifi cação de cadeias carbônicas. Reconhecimento, caracterização, estrutura eletrônica (estrutura de Lewis), nomenclatura e representação espacial de estruturas saturadas e insaturadas, lineares, ramifi cadas e cíclicas (incluindo aromáticos). Hibridização do carbono, modelo dos orbitais e ligação covalente. Conceituação de grupamento funcional. Reconhecimento, representação (notação em bastão) e nomenclatura (IUPAC) de compostos orgânicos alifáticos e aromáticos e das seguintes funções: hidrocarbonetos, derivados halogenados, álcoois, éteres, aldeídos, cetonas, fenóis, ácidos carboxílicos e seus derivados (ésteres, sais de ácidos, anidridos, halogenetos de ácidos, amidas), aminas, nitrilas e compostos de função mista. Nomenclatura vulgar de compostos de uso corrente............................................. 123Isomeria em compostos orgânicos: Caracterização e representação de isômeros constitucionais e estereoisômeros. Diastereoisômeros (isômeros geométricos) e enantiômeros. Conceito de quiralidade. Relação entre quiralidade e plano de simetria e atividade óptica ...................................................................................................................................................................................... 145Ocorrência e obtenção de compostos orgânicos e suas propriedades principais: Ocorrência natural e sintética, relação entre estrutura e propriedades físicas e químicas, reações de obtenção e de transformação das seguintes funções: hidrocarbonetos (saturados, insaturados e aromáticos), derivados halogenados, álcoois, éteres, aldeídos, cetonas, fenóis, ácidos carboxílicos e seus derivados (ésteres, sais de ácidos, anidridos, halogenetos de ácidos, amidas) e aminas. Polímeros sintéticos e naturais. Proteínas. Carboidratos................................................................................................................................... 151

Page 53: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

QU

ÍMIC

A

ASPECTOS MACROSCÓPICOS DA QUÍMICA: EVIDÊNCIAS DAS REAÇÕES QUÍMICAS. COMPOSTOS QUÍMICOS, SUAS MISTURAS E A PRESENÇA EM MATERIAIS MAIS

COMPLEXOS. ALGUNS MÉTODOS DE SEPARAÇÃO (FILTRAÇÃO, DECANTAÇÃO, DESTILAÇÃO, CRISTALIZAÇÃO, CROMATOGRAFIA EM PAPEL). REAÇÃO QUÍMICA E SUA REPRESENTAÇÃO

SIMBÓLICA, EQUAÇÃO QUÍMICA, REAGENTES E PRODUTOS. LEIS PONDERAIS DE LAVOISIER E PROUST. EQUAÇÃO GERAL DOS GASES IDEAIS.

Os conceitos básicos de Química são importantes para introduzir os estudos dessa Ciência, como os conceitos de matéria, energia, substância, corpo, objeto e sistema.

Matéria: Denomina-se matéria tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço e, desse modo, possui volume. Podemos citar como exemplos de matéria a madeira, o ferro, a água, o ar e tudo o mais que imaginemos dentro da defi nição acima. A ausência total de matéria é o vácuo.

Substância é uma composição de apenas um tipo de moléculas ou átomos. A substância pode ser simples ou composta.

Substância simples é aquela constituído por um único tipo de constituinte. Ex: o ferro, contendo somente átomo de ferro; o oxigênio, contendo só O2.

Substância composta é aquela constituída por mais de um tipo de constituinte. Ex: a água pura contendo somente H2O; o sal, contendo somente NaCl;

Mistura consiste em duas ou mais substâncias misturadas. Ela pode ser identifi cada visualmente, como por exem-plo o granito onde se observa grãos de quartzo branco, mica preta e feldspato rosa e outros minérios. Outras misturas como a água salgada, requer outros métodos de verifi cação para sabermos se são substâncias ou misturas.

Corpo: É uma porção limitada da matéria. Por exemplo, conforme dito, uma árvore é uma matéria; assim, quando cortamos toras de madeira, temos que essas toras podem ser designadas como corpos ou como matéria também.

Objeto: É um corpo produzido para utilização do homem. Se as toras de madeira mencionadas no item anterior forem transformadas em algum móvel, como uma mesa, teremos um objeto.

FIQUE ATENTO!Fenômeno físico: é toda alteração na estrutura física da matéria, tais como forma, tamanho, aparência e estado físico, mas que não gere alteração em sua natureza, isto é, na sua composição.

Mudanças de Estados Físicos da ÁguaAs Mudanças de Estados Físicos da Água são divididas em 5 processos, a saber:

Page 54: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

QU

ÍMIC

A

-Fusão: Mudança do estado sólido para o estado líqui-do da água, provocada por aquecimento, por exemplo, um gelo que derrete num dia de calor. Além disso, o denomi-nado “Ponto de Fusão” (PF) é a temperatura que a água passa do estado sólido para o líquido. No caso da água, o ponto de fusão é de 0ºC.

-Vaporização: Mudança do estado líquido para o es-tado gasoso por meio do aquecimento da água. Assim, o “Ponto de Ebulição” (PE) de uma substância é a tempera-tura a que essa substância passa do estado líquido para o estado gasoso e, no caso da água, o é de 100ºC. Vale lembrar que a Ebulição e a Evaporação são, na realidade, tipos de vaporização. A diferença de ambas reside na ve-locidade do aquecimento, ou seja, se for realizado lenta-mente chama-se evaporação; entretanto, se for realizado com aquecimento rápido chama-se ebulição.

-Solidifi cação: Mudança de estado líquido para o esta-do sólido provocado pelo arrefecimento ou resfriamento. Além disso, o “Ponto de Solidifi cação” da água é de 0ºC. O exemplo mais visível são os cubos de água que colocamos no refrigerador para fazer os cubos de gelo.

-Liquefação: Chamada também de Condensação, esse processo identifi ca a mudança do estado gasoso para o esta-do líquido decorrente do resfriamento (arrefecimento). Como exemplo podemos citar: a geada e o orvalho das plantas.

-Sublimação: Mudança do estado sólido para o esta-do gasoso, por meio do aquecimento. Também denomina a mudança do estado gasoso para o estado sólido (res-sublimação), por arrefecimento, por exemplo: gelo seco e naftalina.

Fenômeno químico: ocorre quando há alteração da natureza da matéria, isto é, da sua composição.

Dizemos que ocorreu uma reação química, pois novas substâncias foram originadas.

Fenômenos fìsicos Fenômenos químicosQuebrar um copo de vidro Produzir vinho a partir

da uvaAquecer uma panela de alumínio Acender um fósforo

Ferver a água Queimar o açúcar para fazer caramelo

Explosão de uma panela de pressão Queima do carvão

Massa de pão “crescendo” Explosão após uma batida

Derretimento de metais, como o cobre

Enferrujamento da palha de aço

Dissolver açúcar em água Queima de um cigarro

Propriedades da matériaPropriedades são uma série de características que, em

conjunto, defi nem a espécie de matéria. Podemos dividi--las em 3 grupos: gerais, funcionais e específi cas.

1. Propriedades geraisSão as propriedades inerentes a toda espécie de matéria.Massa: é a grandeza que usamos como medida da

quantidade de matéria de um corpo ou objeto.Extensão: espaço que a matéria ocupa, seu volume.

Impenetrabilidade: é o fato de que duas porções de matéria não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.

Divisibilidade: toda matéria pode ser dividida sem alterar a sua constituição (até um certo limite).

Compressibilidade: o volume ocupado por uma por-ção de matéria pode diminuir sob a ação de forças ex-ternas.

Elasticidade: se a ação de uma força causar defor-mação na matéria, dentro de um certo limite, ela poderá retornar à forma original.

2. Propriedades funcionaisSão propriedades comuns a determinados grupos de

matéria, identifi cadas pela função que desempenham. A Química se preocupa particularmente com estas proprie-dades. Podemos citar como exemplo de propriedades funcionais a acidez, a basicidade, a salinidade de algumas espécies de matéria.

3. Propriedades específi casSão propriedades individuais de cada tipo particular

de matéria.Organolépticas: são aquelas capazes de impressio-

nar os nossos sentidos, como a cor, que impressiona a visão, o sabor e o odor, que impressionam o paladar e o olfato respectivamente, e a fase de agregação da matéria, que pode ser sólida (pó, pasta), líquida ou gasosa e que impressiona o tato.

Químicas: são propriedades responsáveis pelos tipos de transformação que cada matéria é capaz de sofrer. Por exemplo, o vinho pode se transformar em vinagre; o ferro pode se transformar em aço, mas o vinho não pode se transformar em aço nem o ferro em vinagre.

Físicas: são certos valores constantes, encontrados experimentalmente, para o comportamento de cada tipo de matéria, quando submetida a determinadas con-dições. Essas condições não alteram a constituição da matéria, por mais adversas que sejam. Por exemplo: sob uma pressão de 1 atmosfera, a água passa de líquida para gasosa à temperatura de 100°C, sempre.

Propriedades extensivas e intensivas da matériaAs propriedades físicas também podem ser classifi -

cadas, de acordo com a quantidade da amostra, em ex-tensivas e intensivas. As propriedades extensivas variam conforme a quantidade de material contido na amostra. É o caso da energia liberada em uma combustão: dupli-cando, por exemplo, a quantidade de combustível, dupli-ca-se a quantidade de energia liberada. As propriedades intensivas são as que não dependem da quantidade de material contido na amostra. É o caso da temperatura e da densidade, que não se alteram quando a quantidade de material é modifi cada.

Energia e as propriedades químicas dos materiaisReferem-se àquelas que, quando são coletadas e

analisadas, alteram a composição química da matéria, ou seja, referem-se a uma capacidade que uma substância tem de transformar-se em outra por meio de reações químicas. Essas transformações resultam na produção

Page 55: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

QU

ÍMIC

A

permanente e irreversível de um novo material (produto), com características distintas do inicial (reagente), sendo desse modo classifi cadas como transformações químicas ou reações químicas.

Uma maneira de comprovar a existência de uma transformação química é através da comparação do es-tado inicial e fi nal do sistema. Algumas evidências podem ser observadas, permitindo verifi car a ocorrência dessas transformações, como: desprendimento de gás e luz, mu-dança de coloração e cheiro, formação de precipitados entre outras

Entretanto, a ausência dessas evidências não signifi ca que não ocorreu uma transformação química, pois algu-mas ocorrem sem que haja mudança perceptível entre o estado inicial e o fi nal. Para se ter certeza de que ocorreu a transformação química é necessário isolar os materiais ob-tidos e verifi car suas propriedades específi cas, como den-sidade, pontos de ebulição e fusão, solubilidade e outras. Para que as transformações químicas possam acontecer, as ligações entre átomos e moléculas precisam ser rom-pidas e devem ser restabelecidas de outro modo. Como essas ligações podem ser muito fortes, geralmente é ne-cessária energia na forma de calor para iniciar a reação.

As transformações químicas podem ocorrer de distin-tas maneiras, sendo estas1:

-Por ação do calor Muitas substâncias são transformadas quando subme-

tidas a uma fonte de calor. O cozimento de alimentos é um exemplo.

Quando há decomposição de um material devido ao calor, chamamos o processo de termólise. Ex: Termólise do magnésio

Magnésio + oxigênio → óxido de magnésio

-Por ação de uma corrente elétricaAlgumas substâncias necessitam de energia elétrica

para que possam se transformar. A esse processo damos o nome de eletrólise.

Para a decomposição da água, em hidrogênio e oxi-gênio, por exemplo, utilizamos uma corrente elétrica para esta transformação.

-Por ação da luzA fotossíntese é um exemplo de reação química que

ocorre na presença da luz, onde a água e o dióxido de carbono do ar são transformados em oxigênio e glicose.

A transformação do oxigênio em ozônio acontece através da luz ultravioleta. Essa reação por ação da luz também é de extrema importância, pois assim é formada a camada de ozônio que protege a Terra dos raios ultra-violetas.

-Por ação mecânicaUma ação mecânica (atrito ou choque) é capaz de

desencadear transformações em certas substâncias. Um exemplo é o palito de fósforo, que quando entra em atrito com a caixinha que o contém, produz uma faísca, que faz as substâncias infl amáveis do palito entrarem em combustão.

-Pela junção de substânciasAtravés da junção de duas substâncias podem ocorrer

reações químicas. Isso frequentemente ocorre em labo-ratórios de química. A adição do sódio metálico em água é um exemplo:

Energia: É a medida da capacidade de realizar um trabalho.

Existem vários tipos de energia, dependendo do tipo de trabalho realizado. Por exemplo, a energia que um corpo adquire quando está em movimento é a energia cinética.

A energia que o corpo armazena é a energia poten-cial.

A energia mecânica é toda forma de energia relacio-nada com o movimento de corpos ou com a capacidade de colocá-los em movimento ou de deformá-los.

A energia química é baseada na força de atração e repulsão nas ligações químicas, presente na formação da matéria. As trocas de calor são energias térmicas.

A condução de eletricidade é uma energia elétrica, e a energia na forma de luz é a energia luminosa.

SUBSTANCIAS E MISTURASAs substâncias químicas corresponde a moléculas,

que podem ser representadas por fórmulas, como a água, H2O. Estas são formadas por elementos químicos, ou seja, aqueles que são encontrados na tabela perió-dica. Analisando-se o exemplo da própria água, tem-se que, tanto o Hidrogênio como o Oxigênio, estão na tabe-la periódica, nas famílias 1 e 8, respectivamente.

Page 56: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

QU

ÍMIC

A

Substância PuraUma substância pura é exatamente o que o termo in-

dica: uma única substância com composição caracterís-tica e defi nida e com um conjunto defi nido de proprie-dades, isto é, que possuem composição fi xa. Exemplos de substâncias puras são: a água, o sal, o ferro, o açúcar comestível e o oxigênio.

Nas substâncias puras o ponto de fusão e ebulição ocorrem em temperaturas constantes:

As substâncias puras podem ser classifi cadas como simples ou compostas.

-Substância simplesAs substâncias formadas por um ou mais átomos de um

mesmo elemento químico é classifi cada como substân-cia pura simples ou, simplesmente, substância simples.

-Substância compostaQuando as moléculas de determinada substância são

formadas por dois ou mais elementos químicos, ela é classifi cada como substância pura composta ou, sim-plesmente, substância composta.

Símbolos e fórmulas-Símbolos: representa um elemento químico-Fórmula: representa uma substância pura, simples

ou composta.

Exemplos:-O é o símbolo do elemento químico oxigênio-O2 é a fórmula da substância simples oxigênio-O3 é a fórmula da substância simples ozônio

MisturasUma mistura é um sistema formado por duas ou

mais substâncias puras, denominadas componentes. Em uma mistura o fusão e/ou ebulição não ocorrem

em temperaturas constantes. A temperatura varia duran-te a fusão ou durante a ebulição, ou durante ambas. Estas não possuem ponto de fusão e ponto de ebulição, e sim intervalo de fusão e intervalo de ebulição:

Existem misturas que, como exceção, comportam-se como se fossem substâncias puras durante a fusão: são as chamadas misturas eutéticas.

Exemplo: algumas ligas metálicas, dentre elas a solda usada em eletrônica (37% de chumbo e 63% de estanho).

Por outro lado, também existem misturas que, como exceção, comportam-se como se fossem substâncias puras durante o processo de ebulição; são chamadas de misturas azeotrópicas.

Exemplo: água e álcool na proporção de 4% de água e 96% de álcool

Page 57: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

FILOSOFIA

ÍNDICE

Mito e Filosofia; Saber mítico. Saber filosófico. Relação Mito e Filosofia. Atualidade do mito. O que é Filosofia ................... 01Teoria do conhecimento. Possibilidade do conhecimento. As formas de conhecimento. O problema da verdade. A questão do método. Conhecimento e lógica ................................................................................................................................................. 03Ética e moral. Pluralidade ética. Ética e violência.Razão, desejo e vontade. Liberdade: autonomia do sujeito e neces-sidade das normas .................................................................................................................................................................................................... 07Política. Relações entre comunidade e poder. Liberdade e igualdade política. Política e Ideologia. Esfera pública e privada. Cidadania formal e/ou participativa ................................................................................................................................................ 10Filosofia da ciência. Concepções de ciência. A questão do método científico. Contribuições e limites da ciência. Ciência e ideologia. Ciência e ética ..................................................................................................................................................................... 13Estética. Natureza da arte. Filosofia e arte. Categorias estéticas – feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, gosto etc. Estética e sociedade ......................................................................................................................................................................................... 16

Page 58: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

FILO

SOFI

A

MITO E FILOSOFIA SABER MÍTICO. SABER FILOSÓFICO. RELAÇÃO MITO E FILOSOFIA.ATUALIDADE DO MITO. O QUE É FILOSOFIA?

Mito e Filosofia

Saber míticoO saber mítico corresponde uma interpretação de

mundo que antecede muito a existência de Deus e das ordens pensadas na atualidade, sendo assim, a palavra mito possui a seguinte representatividade: Narrar; Contar; Relatar; Fundamentar; Explicar; Dizer.

Porém, também pode significar uma fábula, alguma coisa que pode ser contada para explicar a origem de um povo e de alguns fenômenos da natureza, a huma-nidade encontra no mito uma forma de explicação da cosmogonia, ou seja, a origem do universo e a origem dos deuses.

Analisando no âmbito do senso comum, o mito quer dizer mentira, mas no pensar filosófico, o mito é uma narrativa, que tem como objetivo explicar através da sub-jetividade o conhecimento sobre as coisas. Para exem-plificar a importância do mito, basta analisar as obras de Homero, Ilíada e Odisséia, que nascem como uma narra-tiva mitológica e hoje são vistas como formas de explicar a Antiguidade Ocidental.

Ao analisar a transição do mito para a his-toriografia, lembre-se que os mitos demar-caram um grande recorte histórico para o entendimento da vida humana.

#FicaDica

Dentro das funções do mito, podemos destacar a ideia de tranquilizar e acomodar o homem diante de um mundo assustador, pois por mais que a explicação seja absurda, uma vez que os fenômenos estão explicados, o homem se tranquiliza. Mais uma função do mito é a de apresentar uma atribuição de sentido ao mundo, ba-seada na afetividade, simbolismo e subjetividade, além disso, o mito enseja uma leitura do mundo baseada na intuição.

Desta forma, ao longo da história a mitologia perma-nece viva, pois até hoje contamos histórias com elemen-tos alegóricos e metáforas para explicar algo, e com isso, a tradição mitológica vem se mantendo e sendo uma im-portante forma de validação das “histórias” que relatam a vivência do homem na terra.

Já o conhecimento mítico é uma forma de conheci-mento que se fundamenta na perspectiva da intuição, nascendo de uma necessidade do homem em se situar no mundo, em explicar suas ações e de compreender os fenômenos. Desta forma, foi a primeira forma de explica-ção sobre as coisas desenvolvida pelo homem, e mesmo sendo fantasiosa, tem uma grande representatividade. O mito, é uma forma de conhecimento anterior a filoso-fia, que não se baseia na razão, mas na emoção, na fé, no desejo humano, ou seja, é uma verdade intuída. O indivíduo se vê diante de uma natureza hostil, que ele não compreende, que o ameaça, assustadora, então ele dá uma explicação baseada no seu desejo de controlar a natureza e compreender sua existência.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. Em relação ao pensamento mítico, leia o texto a se-guir: O homem, admirado e perplexo, diante da natureza que o cerca, sem entender o dia, a noite, o frio, o calor, o sol, a chuva, os relâmpagos, os trovões, a terra fértil ou árida, sem entender a origem da vida, a morte e o seu destino eterno, a dor, o bem e o mal, recorre aos mitos.

(SOUZA, Sônia Maria Ribeiro. Um outro olhar – filo-sofia. São Paulo: FTD, 1995, p. 39.)

A narrativa mítica tem significância para a existência hu-mana no mundo. O mito tem uma representatividade sin-gular para transmitir e comunicar o conhecimento acerca da realidade. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.

a) Os relatos míticos são narrações fantasiosas, desvincu-lados de sentido da realidade.

b) O mito está privado de coerência, e sua narrativa pren-de-se à existência humana no mundo.

c) O pensamento mítico está desligado do desejo de do-minação do mundo, e sua narrativa impõe o medo e a insegurança.

d) Os mitos devem ser acolhidos na sua significância como base para a compreensão do homem na sua existência e convivência.

e) A mitologia se traduz em relato ilógico sem funda-mento emotivo e tenta explicar a realidade concreta.

Resposta: Letra DO mito pode ser entendido, de acordo com a ideia expressa no texto, como uma forma de explicação e interpretação da realidade e dos acontecimentos, a partir de uma narrativa baseada no sobrenatural. No entanto, a narrativa mítica, ao contrário do que mui-tas vezes é pensado pelo senso comum, não existe desprovida de lógica e desvinculada de qualquer re-lação com a realidade, mas como uma representação vinculada à sociedade que a produziu, de modo que faça sentido para os indivíduos que a compõem. Nes-se sentido, os mitos devem ser considerados em sua importância como modos de representação da reali-dade, uma vez que expressam a significação que os indivíduos atribuem a sua existência e ao mundo que os cerca.

Page 59: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

FILO

SOFI

A

2. Sobre o Pensamento Mítico, considere o texto a seguir:

Mito e Razão se complementam mutuamente. No entanto, o mito, recuperado no cotidiano do homem contemporâneo, não se apresenta com a abrangência que se fazia sentir no homem primitivo.

(ARANHA, Maria Lúcia Arruda. Filosofando – Introdu-ção à Filosofia, São Paulo: Moderna, 1993, p. 59.)

Com relação ao contexto da reflexão sobre o pensamen-to mítico, no que se refere ao cotidiano do homem con-temporâneo, assinale a alternativa CORRETA.

a) O Mito e a Razão continuam em justaposição, na for-ma compreensiva da realidade existencial.

b) O Mito tem a representatividade da verdade na sua narrativa.

c) O Mito e a Razão alicerçam os valores da condição humana na sua inteireza.

d) O Mito passa por um reducionismo e retoma o valor do herói como legitimação com o intuito de se com-preender a realidade.

e) O Mito propõe o verdadeiro sentido para a compreen-são do ser humano na sua humanização.

Resposta: Letra DO pensamento mítico é um modelo de paradigma acerca da existência humana e do mundo, ou seja, é uma forma de explicação e interpretação da realidade que cerca os indivíduos. Nas sociedades contemporâ-neas, nas quais predominam modelos de paradigmas científicos, baseados na racionalidade, o pensamento mítico perde espaço como fonte de explicações sobre a realidade humana, passando por um reducionismo. No entanto, o mito ainda se faz presente nas men-talidades contemporâneas, sobretudo nas imagens e padrões de comportamento representados pelas mí-dias através de personagens de heróis, que possuem grande popularidade nos dias atuais. Assim, percebe--se que a figura dos heróis representa, na atualidade, uma releitura dos mitos adaptada à época e à cultura contemporâneas, configurando uma forma de inter-pretação da realidade em que os indivíduos represen-tam a si mesmos e o mundo que os cerca.

Saber filosóficoA experiência filosófica se distingue das demais

formas de pensar, pois seus objetos de estudo são os pensamentos e as ações humanas, tendo em vista, uma busca pelo sentido das coisas sem se contentar com so-luções já dadas. O objetivo da filosofia não é oferecer respostas definitivas, ela intenta estimular uma reflexão filosófica que está sempre aberta à discussão, na verdade não existe “a filosofia”, mas “filosofias”, por esse motivo, há a chamada filosofia de vida.

Somos seres racionais e sensíveis. As questões filosó-ficas estão presentes em nosso cotidiano, a reflexão do filósofo profissional parte de um conhecimento prévio da história da filosofia, ele se utiliza de conceitos e ar-gumentos rigorosos e não apenas do bom senso. Numa visão pragmática, a filosofia é acusada de não servir para nada. No entanto, sua importância está na maneira como ela vai além das necessidades imediatas. O exercício de reflexão nos faz questionar o já estabelecido. Assim, a filosofia é uma ameaça constante aos poderes vigentes. Há exemplos históricos de perseguições a que o pensa-mento filosófico esteve sujeito, no século XVII, Galileu foi levado ao tribunal da Inquisição porque suas descobertas na área da astronomia contrariavam os dogmas vigentes.

Sobre a construção do conhecimento, existe uma grande distinção entre as ideias de informação, conheci-mento e sabedoria, que nos ajuda a entender a experiên-cia filosófica. A informação é o relato de fatos ocorridos, por exemplo, por meio de uma notícia de jornal. O co-nhecimento amplia a compreensão da notícia, tal como fazem o conhecimento científico (história, sociologia, biologia, antropologia, psicologia etc.) e o senso comum com a nossa visão de mundo. A filosofia, como sabedo-ria, seria uma atitude reflexiva na busca do sentido do mundo que permita o bem-viver.

A questão sobre o que é a filosofia já é, por si só, uma questão filosófica, na história da filosofia, diferentes filósofos ofereceram a essa questão diferentes respos-tas, para uns, a filosofia pode nos levar a certezas; para outros, ela seria a própria busca da verdade, e não a sua posse. A filosofia não é um saber definitivo e acabado, seria mais adequado falar em “atitude filosófica” diante das coisas e do mundo, Kant dizia não ser possível apren-der filosofia, mas apenas a filosofar.

Com base no filósofo brasileiro Dermeval Saviani, a filosofia é uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto: Ela é radical porque explicita os conceitos fun-

damentais que estão no pensar e no agir e vai à raiz do problema. É rigorosa porque está baseada em argumentos

coerentes e articulados entre si, procurando sempre se utilizar de argumentos válidos. Ela é de conjunto porque aborda os diversos as-

pectos de uma questão e os articula entre si.

Além disso, não tem objeto específico, qualquer as-sunto pode ser objeto da reflexão filosófica. Desta forma, a experiência filosófica nos remete a construir algo novo, a entender os processos de pensamento que norteiam a humanidade, conseguindo criar nossas percepções em torno do todo.

Page 60: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

FILO

SOFI

A

Relação Mito e FilosofiaAo analisar as relações existentes entre os Mitos e a Filosofia, precisamos pensar em algumas semelhanças exis-

tente entre eles, mas não podemos esquecer, que eles têm muitas particularidades. Dentro das semelhanças podemos destacar: Ambos buscam explicar as origens das coisas; Promovem uma transição de informação; São formas de conhecimento.Desta forma, essas são basicamente essas as características que os aproximam a vertente mitológica da filosófica.

Porém, quando falamos em processo de distanciamento entre eles, possuímos algumas diferenças mais clara e evi-dente. Para compreender esse distanciamento entre ambos, observe na tabela abaixo com rigor de detalhes e perceba que mesmo tendo nascido em bases similares inicialmente, a filosofia acaba por se transformar em uma Ciência mais criteriosa e efetiva para o entendimento do homem.

Mito FilosofiaImaginário e Fantástico Real e VerdadeiroSobrenatural NaturalInquestionável QuestionávelFantasioso e Incoerência Racional e CoerenteFundamenta-se na irracionalidade Fundamenta-se na lógica

Atualidade do mitoOs mitos podem ser reais ou lendários, mas o fator mais importante refere-se a mensagem que ele deixa, podemos

observar mitos gregos, que continuam presentes até os dias atuais, a exemplo disso podemos analisar o Eros e Psiquê, ou melhor, do amor romântico envolvendo sexo, carinho e insegurança, ou então, temos o mito de Tiradentes ou Che Guevara, erguendo a bandeira da politização e do desejo de liberdade. Em todos os mitos há algumas características básicas: Há uma história e um fundo moral nelas e que devemos analisar cuidadosamente; Imprime a psicologia de forma adequada de modo que possamos compreender a linguagem por trás da lin-

guagem; O mito atrai adeptos e esses costumam ser fortes e decididos, ou simplesmente, elevam o seu mito ao topo

de Deus.

Portanto, mitos são necessários para a explicação de muitos eventos da humanidade, adentrando na concepção da formação individual do homem contemporâneo, e nas suas relações sociais e políticas. Ainda hoje, uma grande parcela da sociedade, aceita regras e códigos por contemplações mitológicas e as pseudos limitações criadas por elementos religiosos, mas que garantem uma melhor relação entre as pessoas no cotidiano.

O que é Filosofia?A filosofia é uma vertente do conhecimento que se dedica a estudar a existência humana e os seus desdobramen-

tos, fazendo uso de uma análise plenamente racional desses eventos. O processo de formação filosófica, faz surgir uma atitude crítica no indivíduo, proporcionando assim, condições para o homem criticar e romper dogmas previamente estabelecidos em esfera política, econômica e social.

A filosofia tem sua origem na Antiguidade Clássica, dentro da península balcânica, na cidade-estado de Atenas, portanto na Grécia Antiga, homens decidiram se dedicar ao uso da filosofia para fundamentar o pensamento da socie-dade na qual estavam inseridos e usar a mesma, para construir a Democracia Participativa. Essa reflexão, fez com que eles deixassem de seguir explicações mitológicas para a origem de todas as coisas, buscando um conhecimento mais completo e amparado na racionalidade humana.

O filósofo é considerado um sábio, sendo aquele que reflete sobre essas questões e busca o conhecimento através da filosofia, dependendo do conhecimento desenvolvido, a filosofia possui uma gama de correntes e pensamentos. Como exemplos temos: filosofia cristã, política, ontológica, cosmológica, ética, empírica, metafísica, epistemológica, etc.

TEORIA DO CONHECIMENTO. POSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO. AS FORMAS DE CONHE-CIMENTO. O PROBLEMA DA VERDADE. A QUESTÃO DO MÉTODO. CONHECIMENTO E LÓGICA.

Possibilidade do conhecimentoO conhecimento possui características e formas praticamente ilimitadas, mas precisamos pensar na ótica da teoria

do conhecimento, pois a mesma busca a origem de todas as coisas, pensando na natureza, em valores e também em li-mites do conhecimento, referindo-se a faculdade do conhecer. A necessidade de procurar explicar o mundo dando-lhe um sentido e descobrindo as leis ocultas é tão antiga como o próprio Homem, que tem recorrido para isso aos auxílios da magia, do mito e da religião, quer, mais recentemente, à contribuição da ciência e da tecnologia.

Page 61: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

FILO

SOFI

A

Porém, é sobretudo nos últimos séculos da nossa His-tória, que se tem dado a importância crescente aos do-mínios do conhecimento e da ciência. E se é certo que a preocupação com este tipo de questões remonta já à Grécia Antiga, mas a partir do século XVIII que a palavra ciência adquire um sentido mais preciso e mais próximo daquele que hoje lhe damos.

Desta forma, a partir desta época que as implicações da atividade científica na nossa vida cotidiana se têm tor-nado tão evidentes, que não podemos ficar indiferentes.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. A ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade. Por isso, onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas.

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003. p. 218.

Com base na afirmação precedente pode-se afirmar que:

a) a ciência, ao contrário do senso comum, é um conhe-cimento objetivo, quantitativo e generalizador, que se opõe ao caráter dogmático e subjetivo do senso co-mum.

b) a ciência domina o imaginário contemporâneo. Isso significa que, cada vez mais, confiamos no testemunho de nossos sentidos que promovem uma adesão acríti-ca à realidade dada.

c) a ciência existe para confirmar nossas certezas cotidia-nas, utilizando um pensamento assistemático que des-preza o trabalho da razão.

d) a rigor, a ciência complementa o senso comum, mas banindo os obstáculos e problemas observados por nossa percepção imediata das coisas.

e) a ciência, assim como o senso comum, formula um conhecimento extremamente objetivo, pratica e fide-digno.

Resposta: Letra AEm geral, a ciência estabelece um método de pesquisa racional que busca a construção coletiva de conheci-mentos refletidos e seguros sobre a variedade da na-tureza, e, também, de conhecimentos esclarecedores sobre os fenômenos que nos parecem familiares. Sen-do assim, a ciência possui uma base racional fundante a qual todo homem pode ter acesso e, desse modo, todos podem participar. Ela possui, além disso, como objeto de pesquisa a perplexidade do homem perante a variância de alguns fenômenos naturais e a perma-nência de outros, e como objetivo da pesquisa harmo-nizar estas diferenças em equilíbrios dinâmicos através de conceitos e sistemas de conceitos justificados da melhor maneira possível, isto é, pela construção de ex-perimentos controlados e avaliações imparciais.

As formas de conhecimentoA relação entre conhecimento e verdade diz respeito

às garantias de certeza do que pensamos saber, por ato de conhecimento entende-se a relação entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido. Já por produ-to do conhecimento, entende-se o resultado do ato de conhecer.

Tradicionalmente, distinguem-se dois modos de co-nhecer, sendo eles, pela intuição e pelo conhecimento discursivo.

A intuição é um conhecimento imediato, direto, inde-monstrável. A intuição pode ser: Empírica: quando se trata de um conhecimento

imediato, baseado na experiência (sensível, quando ad-quirida pelos sentidos; ou psicológica, quando adquirida por experiência interna). Inventiva: responde pelas descobertas súbitas;

por exemplo, as descobertas do sábio, do artista e do cientista. Intelectual: caracteriza-se pela captação direta

da essência do objeto. Um exemplo é a maneira como o filósofo Descartes chegou à sua primeira verdade, o cogito.

Já o conhecimento discursivo não se dá diretamente, como no caso da intuição, mas opera por encadeamento de raciocínios que levam a demonstrações e conclusões. É responsável pelos conceitos e ideias gerais que com-põem o conhecimento. Por isso é um conhecimento me-diato e abstrato.

A pergunta pela verdade se dá pela verificação dos juízos que fazemos sobre as coisas. Uma coisa isolada simplesmente é, ou seja, tem realidade. Do ponto de vis-ta epistemológico, a verdade é a consideração do juízo e a possibilidade de dizer se ele é verdadeiro ou falso. Do ponto de vista da moral, trata-se da verdade como veracidade, pela qual o que é dito pode ser verdade ou mentira.

Quando você for pensar em processo de construção do conhecimento, lembre-se que o racionalismo é base para todas as formas de pensamento, porém, algumas formas de verificação acabam por se tornar mais completas do que ele, por aderirem a métodos mais precisos e comprovados.

#FicaDica

O problema da verdadeAo pensar no problema da verdade, precisamos pen-

sar em formas de verificar a mesma e seus desdobra-mentos para o homem, promovendo uma análise mais sistêmica antes de criar uma certeza absoluta para algo considerado verdadeiro.

Seguindo a ótica da historiografia, existem duas cor-rentes principais que se opuseram em relação à possibi-lidade de conhecermos a verdade: o dogmatismo filosó-fico e o ceticismo radical.

Ao pensar em dogmatismo filosófico, essa é a afirma-ção da possibilidade de termos certezas, de alcançarmos um conhecimento verdadeiro. Ele não se confunde com

Page 62: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

GEOGRAFIA

ÍNDICE

A Terra, um planeta em transformação, o homem e o meio ambiente. Aspectos naturais e sua interação com a socie-dade A Terra no espaço: características determinantes para a manutenção da vida: Conceitos básicos de astronomia..... 01Geologia: Tempo Geológico. Estrutura da Terra. Tectônica de placas. Vulcanismo e abalos sísmicos Minerais e rochas. Bens minerais, matéria-prima e fontes de energia no Brasil e no mundo. Riscos geológicos no Brasil e no mundo .......... 01Relevo Formas de relevo, identificação, classificação, localização no Brasil e no mundo. Evolução do relevo: processos erosivos, identificação, classificação e localização no Brasil e no mundo. Áreas de risco de ocupação no Brasil ............... 02Tempo e clima: Características da atmosfera e implicações para a vida na superfície terrestre. Dinâmica atmosférica e tipos de tempo. Ritmo climático. Clima urbano.Elementos e fatores climáticos. Escala climática. Classificações climá-ticas e sua aplicação em nível local, regional e global. Variabilidade e mudanças climáticas ..................................................... 02A água na superfície terrestre: O ciclo da água. A distribuição da água no planeta e características de seus diversos re-servatórios. Recursos hídricos no Brasil e no mundo ................................................................................................................................... 03O solo: Processos de formação. Características, classificação e localização. Uso e ocupação dos solos no Brasil e no mundo ........................................................................................................................................................................................................................... 03A vegetação: Domínios e diversidade da vegetação. Classificação da vegetação brasileira. Importância da vegetação para a manutenção da vida. Alteração da vegetação natural pela ação antrópica ......................................................................... 03Gerenciamento dos recursos naturais: Recursos naturais e conflitos no Brasil e no mundo. Recursos naturais e plane-jamento no Brasil. Legislação ambiental brasileira. Unidades de Conservação no Brasil .............................................................. 04População e estruturação socioespacial. Teorias e conceitos básicos em demografia. Estrutura demográfica e dis-tribuição da população e novos arranjos familiares. Características da população mundial e do Brasil. Movimentos, redes de migração e impactos econômicos, culturais e sociais dos deslocamentos populacionais. Políticas demográ-ficas no Brasil e no mundo. População, meio ambiente e riscos ambientais. Transformação das relações de trabalho e economia informal. Diversidade étnica e cultural da população. Geografias das diferenças: questões de gênero, sexu-alidade e étnico-raciais.Espacialidades religiosas. Identidades territoriais. Direitos humanos, cidadania e espaço............. 04Estrutura produtiva e a economia. O espaço geográfico na formação econômica capitalista. Exploração e uso de re-cursos naturais. O meio ambiente como condicionante da estrutura produtiva e social. Estrutura e dinâmica agrárias. Industrialização, complexos industriais, concentração e desconcentração das atividades industriais no Brasil e no mundo. Meio técnico-científico-informacional. Espacialidade do setor terciário: comércio, sistema financeiro. Redes de transporte, energia e telecomunicações. Turismo, lazer e espaço. Produção dos espaços rurais e urbanos. Regio-nalização do espaço brasileiro. Processos de urbanização no Brasil e no mundo. Produção e estruturação do espaço urbano. Planejamento e gestão urbano/metropolitano. A rede urbana: hierarquia e funções. As relações rurais-urba-nas no mundo contemporâneo. Espaço urbano e novas ruralidades. Problemáticas socioambientais no campo e na cidade. Evolução da estrutura fundiária, estrangeirização de terras, reforma agrária e movimentos sociais no campo. Agronegócio: dinâmica produtiva, econômica e regional. Agricultura familiar e camponesa: heterogeneidade produti-va, socioeconômica e regional. Povos e comunidades tradicionais e conflitos por terra e território no Brasil. Produção e comercialização de alimentos, segurança, soberania alimentar e agroecologia. Metropolização e globalização. Glo-balização: características, impactos negativos e positivos ......................................................................................................................... 06Formação, estrutura e organização política do Brasil e do mundo contemporâneo Produção histórica e contemporâ-nea do território no Brasil. Federalismo, federação e divisão territorial no Brasil. Formação e problemática contempo-rânea das fronteiras. Estado-Nação: origem, desenvolvimento, características e funções. Transformações geopolíticas do pós-guerra. Causas econômicas, políticas, sociais e ambientais da crise do socialismo. Conflitos geopolíticos emer-gentes: ambientais, sociais, religiosos e econômicos. Ordem mundial e territórios supranacionais: blocos econômicos e políticos, alianças militares e movimentos sociais internacionais. Regionalização e elementos do espaço mundial. A organização do novo sistema mundial em centro e periferia. Fluxos comerciais interescalares. Sistemas de comunica-ção e a sua atuação regional e mundial ........................................................................................................................................................... 08

Page 63: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

GEOGRAFIA

ÍNDICE

A representação do espaço terrestre. A Terra no espaço (forma, dimensões, os principais movimentos e suas con-sequências geográficas). A evolução das representações cartográficas e a introdução das novas tecnologias para o mapeamento, através do sensoriamento remoto (fotografias aéreas e imagens de satélite) e Dos Sistemas de Posicio-namento Terrestre (GPS). As formas básicas de representação do espaço terrestre e das distribuições dos fenômenos geográficos (mapas, cartas, plantas e cartogramas). Escalas, reconhecimento e cálculo. Sistema de coordenadas ge-ográficas e a orientação no espaço terrestre. Projeções cartográficas. Identificação dos principais elementos de uma representação cartográfica, leitura e interpretação de tabelas, gráficos, perfis, plantas, cartas, mapas e cartogramas. Fusos horários ............................................................................................................................................................................................................. 10

Page 64: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

GEO

GRA

FIA

A TERRA, UM PLANETA EM TRANSFOR-MAÇÃO, O HOMEM E O MEIO AMBIENTE. ASPECTOS NATURAIS E SUA INTERAÇÃO COM A SOCIEDADE ; A TERRA NO ESPAÇO: CARACTERÍSTICAS DETERMINANTES PARA A MANUTENÇÃO DA VIDA: CONCEITOS BÁ-SICOS DE ASTRONOMIA

A astronomia é uma ciência essencial para a sociedade e história do planeta. A observação dos astros e estrelas é também uma prática tão antiga quanto à humanidade.

Em linhas gerais, a astronomia estuda o Universo, sua origem, formação dos planetas, astros e como tudo isso se relaciona com a vida na Terra. As civilizações que contribuíram para a astronomia são as culturas egípcia, chinesa, babilônica e assíria.

Com o tempo, a astronomia foi se integrando mais a outras ciências, especialmente física e química. De fato, a partir da idade moderna, a tendência foi o distanciamento desse conhecimento em relação à religião e crenças. Tornando-se, de fato, um elemento do âmbito científico.

FIQUE ATENTO!VALE MANTER ATENÇÃO AOS ENUNCIADOS E TEXTOS CONTIDOS NAS QUESTÕES. tUDO ISSO FAVORECE A INTERPRETAÇÃO DE TEX-TO ADEQUADA.

GEOLOGIA: TEMPO GEOLÓGICO E ESTRU-TURA DA TERRA

A Terra, provavelmente, possui bilhões de anos e passou por fases distintas em sua constituição até chegar às configurações atuais. O tempo aproximado de existência do planeta é mais de quatro bilhões.

As eras geológicas da Terra foram as seguintes: pré-cambiana, paleozoica, mesozóica e cenozóica, basicamente. Entre essas fases houve milhares de transformações e extinções de espécies, como os dinossauros, por exemplo.

A geologia é uma das ciências mais im-portantes para a humanidade, pois estuda a origem do planeta, a vida e estrutura da Terra.

#FicaDica

1.2.1 - placas TECTÔNICAS De forma geral, as placas tectônicas são blocos de

rocha que constituem a crosta terrestre. As placas se movimentam, se afastam ou se aproximam uma das outras. Na Terra existem cerca de 14 placas tectônicas, entre principais. Porém no total são mais de 52 placas tectônicas.

1.2.2 - Vulcanismo e abalos sísmicosA intensa pressão do manto terrestre, em meio ao

acúmulo de material, no interior do planeta é enviada à superfície. Esse material molda a estrutura vulcânica do planeta. No vulcanismo ocorre derramamento de magma, gases, entre outros.

Os abalos sísmicos também representam formas de moldar o relevo, assim como o vulcanismo. Os abalos sísmicos se configuram em tremores de terras, ou mesmo terremoto, com movimentação interna no planeta.

1.2.3 - Minerais e rochasOs minerais e as rochas são estruturas fundamentais

na contituição do planeta. E ambos os conceitos se diferem. Por exemplo, mineral implica em substâncias ou compostos químicos, porém solidificados.

Já as rochas são conjunto de partículas que podem ser constituídas por minerais. Exemplos de rochas: granito, diorito, entre outras. Já os minerais podem ser: ferro, cobre, entre outros.

1.2.3 - Bens minerais, matéria-prima e fontes de energia no Brasil e no mundo

O Brasil é um dos países com maiores recursos minerais do mundo, além de ter a matriz energética mais sustentável do planeta. Lembrando que matriz energética é toda a energia produzida e disponibilizada por uma nação. Exemplos de fontes de energia renováveis: etanol, recursos hídricos e biomassa.

Quantos aos bens minerais, o país é exportador de commodities como: minério de ferro, alumínio, manganês e nióbio. O ferro é o item mais exportado, com extração em Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul.

1.2.4- Riscos geológicos no Brasil e no mundoO tema é cada vez mais discutido em sociedade.

Conceitualmente, tem a ver com algum risco e catástrofes ligados a processos geológicos, com impacto na vida das pessoas e do planeta. Alguns exemplos de riscos geológicos:

• Terremotos ou tremores de terra;• Atividade vulcânica;• Deslizamento de terra;

No mundo, alguns casos de terremoto destruíram cidades, como no Japão, em 2011, ou no Chile, nos últimos anos. No Brasil, os tremores têm ocorrido em locais como Montes Claros (MG), mas não se caracteriza como terremoto e não causa danos, como nos exemplos anteriores.

Page 65: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

GEO

GRA

FIA

RELEVO: FORMAS DE RELEVO, IDENTIFICA-ÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, LOCALIZAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO

Em todo o planeta, as formações de relevo se apresentam de maneira diversa. Existem relevos de tamanhos variados (os mais altos, mais baixos, planos ou acidentados). De forma geral, os relevos se dividem:

• Montanhas;• Planaltos;• Planícies;• Depressões;

As montanhas contam com as maiores altitudes e, dessa forma, um conjunto de montanhas dá origem às cordilheiras (como a Cordilheira dos Andes). Os planaltos, no caso, contam com altitudes médias e passou por mudanças por conta da erosão.

As planícies são formas de relevo de baixa altitude, muito comum no Brasil, inclusive. Já as depressões são caracterizadas pelas menores altitudes do planeta.

O relevo é um tema essencial para com-preender aspectos naturais e os processos geológicos da Terra.

#FicaDica

1.3.1 - Evolução do relevo: processos erosivos, identificação, classificação e localização no Brasil e no mundo

A erosão é algo bastante ligado aos processos de formação do relevo no Brasil e no mundo. Para se ter uma ideia, se trata de um fenômeno responsável por modificações no solo. Umas das situações que envolvem a erosão e relevo têm a ver com a mudança de sedimentos de um local para outro.

Em linhas gerais, a erosão implica no desgaste e sedimentação do solo. Existem ainda os seguintes processos: erosão geológica (ocorre lentamente e de forma gradual) e erosão acelerada (por ação da atividade humana) e tende a trazer danos ao meio ambiente.

1.3.2 - Áreas de risco de ocupação no BrasilNo caso do Brasil, a erosão pela ação humana tem

causado danos ambientais, por conta do uso intenso do solo, sem controle, em meio à urbanização das cidades. Nas situações mais graves, a erosão tende a comprometer os biomas e, no caso, pode favorecer a desertificação. Vale pontuar que a degradação provocada pela erosão também pode ocorrer por conta de chuvas, ventos ou rios.

TEMPO E CLIMA: CARACTERÍSTICAS DA AT-MOSFERA E IMPLICAÇÕES PARA A VIDA NA SUPERFÍCIE TERRESTRE

O tempo e o clima são fatores essenciais na promoção da vida na Terra. Ambos os conceitos se dialogam, mas não são exatamente iguais. Um tempo favorável (não muito chuvoso ou seco), alinhado a um inverno ou verão não tão rigoroso, de fato, favorecem a vida dos seres vivos no planeta.

O tempo, por exemplo, se refere ao momento atual da atmosfera. Dessa forma, vale pontuar que o clima implica em condições a cerca de um período, especificamente.

Além disso, a previsão do tempo utiliza a ciência da meteorologia, que diz respeito à atmosfera. Já o clima leva em conta dados relativos à climatologia.

FIQUE ATENTO!Atenção à interpretação de texto. conta mui-to ler com calma o enunciado e compreender a sua relação com as questões de múltipla escolha abordadas na prova.

1.4.1 - Dinâmica atmosférica e tipos de tempoVale pontuar que a atmosfera é uma camada

constituída por gases sobre a Terra. Nesse caso, trata-se de:

• 78% Nitrogênio;• 21% Oxigênio;• 1% outros;

Lembrando que os gases considerados mais pesados se localizam perto da superfície da Terra. No aspecto físico, os gases presentes na atmosfera são incolores e sem cheiro. Além disso, no ar é possível encontrar água, vapor, poeira, entre outros.

1.4.2 - Ritmo climático, Clima urbano, Elementos e fatores climáticos

As variações climáticas têm efeitos diretos na vida das pessoas nas cidades. As mudanças meteorológicas bruscas modificam a rotina, bem como, são portas de entrada para complicações de saúde, como doenças respiratórias.

1.4.3 - Escala climática, Classificações climáticas e sua aplicação em nível local, regional e global, Variabilidade e mudanças climáticas

De forma geral, no Brasil, por exemplo, observam-se as seguintes classificações climáticas: equatorial, tropical e subtropical. Mais de 90% do território nacional se localiza acima do Trópico de Capricórnio.

A região Sul e a parte Sul do Estado de São Paulo são as únicas áreas em zonas temperadas, contrapondo os aspectos climáticos do restante do país. De forma geral, o Brasil pode ser tido como uma nação quente e também úmida.

Page 66: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

GEO

GRA

FIA

A ÁGUA NA SUPERFÍCIE: O CICLO DA ÁGUA, A DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO PLANETA E CARACTERÍSTICAS DE SEUS DIVERSOS RE-SERVATÓRIOS, RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL E NO MUNDO

O Brasil é a nação com maior recurso hídrico do planeta. Para se ter uma ideia, o país conta com 12% das reservas de água doce de toda a Terra. Além de 53% dos recursos da América do Sul.

O país conta com regiões de fronteiras permeadas por rios e bacias hidrográficas. Os rios ocupam mais de 60% do território nacional. Lembrando que a maior bacia hidrográfica do mundo é a Amazônica.

Cada vez mais se discute na comunidade internacional a missão do Brasil em se en-gajar em ações e políticas de preservação de seus recursos hídricos.

#FicaDica

O SOLO: PROCESSOS DE FORMAÇÃO, CA-RACTERÍSTICAS, CLASSIFICAÇÃO E LOCA-LIZAÇÃO

Os solos se moldaram há bilhões de anos, desde os primórdios e, com o passar do tempo, sofreu mudanças por conta das erosões e ações humanas. E dentre os fatores que contribuem que as mudanças do solo, também é importante mencionar: Relevo; Seres vivos; Clima; Tempo; É no solo que concentra a maior parte da atividade

humana na superfície terrestre e, por meio dele, nota-se ainda o aparato fundamental para os recursos naturais e vida no planeta.

FIQUE ATENTO!Para entender a importância do solo, basta compreender que o solo é a parte da cros-ta terrestre onde é possível caminhar, se lo-comover pelo planeta, além de favorecer o plantio e a agricultura, entre outras ações.

1.6.1 - Uso e ocupação dos solos no Brasil e no mundo

Ao longo dos tempos, a civilização humana tem degradado o solo de forma significativa. Em alguns locais da Terra, o histórico de exploração e uso maciço provocou

empobrecimento do solo e condições desfavoráveis para a vida e desenvolvimento de cultivo agrícola.

A caatinga brasileira, por exemplo, apresenta solo degradado e bioma devastado por causa da exploração intensa sofrida desde a chegada dos colonizadores europeus, no século 16. Na África, por exemplo, mais de 75% do solo em algumas áreas do continente foram intensamente exploradas, com escassez em áreas de cultivo e comprometimento quanto ao acesso à água.

A VEGETAÇÃO: DOMÍNIOS E DIVERSIDADE DA VEGETAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO DA VEGE-TAÇÃO BRASILEIRA

No Brasil, as vegetações predominantes são as seguintes: Floresta Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa. Dessas variedades, a Floresta Amazônica é a vegetação mais extensa e ocupa outros países na fronteira com o Brasil.

O Cerrado é também outra vegetação importante, sendo bastante complexa e representa 24% do território. A devastação humana também destruiu parte da biodiversidade do bioma.

Lembrando que bioma é um sistema complexo que envolve vegetação, fauna e flora, além de outros aspectos da vida no ecossistema. Já a vegetação tem a ver somente com os aspectos vegetais. No Brasil os biomas são os seguintes: Cerrado, Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal, Pampa.

Não custa lembrar: fauna se refere a espé-cies de animais e flora a espécies de vege-tais.

#FicaDica

1.7.1 - Importância da vegetação para a manutenção da vida

Preservar os biomas e vegetações faz toda a diferença, quando se trata de preservar a vida do planeta e dos seres que habitam a Terra. São muitos os benefícios propiciados pela vegetação ao meio ambiente e sociedade: Melhora e viabiliza acesso aos recursos hídricos; Mantém a vida na fauna e flora; Contribui para minimizar os efeitos dos

processos de erosão;

1.7.2- Alteração da vegetação natural pela ação antrópica

É importante pontuar que a ação antrópica (por parte da atividade humana) sobre a vegetação pode trazer cenários benéficos ou maléficos. A exploração desacelerada dos recursos naturais é um dos efeitos negativos da ação antrópica.

E dessa ação, são originados impactos ambientais como aquecimento global, entre outros. Já os aspectos positivos podem ser entendidos como reflorestamento, tratamento de rios, entre outras opções.

Page 67: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

GEO

GRA

FIA

GERENCIAMENTO DOS RECURSOS NATU-RAIS: RECURSOS NATURAIS E CONFLITOS NO BRASIL E NO MUNDO

Uma das questões mais desafiantes para a comunidade internacional atualmente é o gerenciamento dos recursos naturais, de forma a coibir conflitos e promover a paz. O desafio seria, então, fortalecer políticas em relação à gestão adequada dos recursos naturais.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), quase metade dos conflitos internos ocorridos nas últimas seis décadas tem a ver com a produção ou exploração de recursos como água, diamante, ouro ou madeira.

E além disso, vale pontuar que os conflitos dessa natureza têm força para gerar violência pelo planeta. Por isso, esse tema é tão relevante nos dias atuais.

FIQUE ATENTO!conflitos ocaionados por gestão de recursos ambientais têm crescido em áreas de vulne-rabilidade social, como países pobres. na so-mália, os confrontos são marcantes, em meio à situação de miséria da maioria da popula-ção.

1.8.1 - Recursos naturais e planejamento no Brasil e Legislação ambiental brasileira

De fato, o Brasil é um dos países mais ricos em termos de biodiversidade e recursos naturais de todo o planeta. Vale pontuar o avanço do desmatamento na Amazônia, nos últimos anos, com aumento de 40%, segundo o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). Também vale destacar situações complexas e crimes ambientais como em Mariana (MG), em 2016, e Brumadinho (MG), em 2019, com rompimento de barragens da empresa Vale.

As principais leis ambientais brasileiras são: Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, Lei dos Crimes Ambientais, Lei de Recursos Hídricos, Novo Código Florestal Brasileiro, entre outras.

1.8.2 - Unidades de Conservação no BrasilAs chamadas UCs (Unidades de Conservação) são

áreas protegidas por lei em território nacional. Por causa do SNUC (Sistema Nacional de Conservação da Natureza), e Lei nº 9.985 (de 18 de julho de 2000). foi possível estabelecer áreas que carecem de preservação devido à relevância quantos aos recursos naturais, flora e fauna.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CÂMARA DE CACOAL-RO- AGENTE ADMINISTRA-TIVO- IBADE/2018) O processo da Globalização não possuí uma data exata de início, mas, para muitos au-tores, a década de 90 do século XX seria um momento

importante na sua consolidação. Entre as alternativas a seguir, assinale a que apresenta a melhor característica sobre a Globalização.

a) surgimento de uma divisão bélica entre Estados Uni-dos e Rússia.

b) aumento da integração econômica entre os países.c) Perda significativa do mercado financeiro mundial.d) Fim do uso da língua inglesa como comunicação in-

ternacional.e) Diminuição das trocas comerciais internacionais

Resposta: Letra B. Independentemente de críticas em relação ao fenômeno como a desigualdade no fluxo e acesso às novas tecnologias entre as nações, não se pode negar o caráter de aproximação promovido pela globalização.

POPULAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO SOCIOES-PACIAL

2.1 - Teorias e conceitos básicos em demografiaDe forma geral, a demografia é uma ciência que

estuda aspectos da polução, desde sua performance, além de temas como gênero, etnia, processos migratórios, distribuição no meio urbano ou rural, entre outros fatores. A demografia é parte das ciências sociais.

Por meio da demografia se obtêm dados e estatísticas para avaliar contextos sociais relevantes, desde taxa de natalidade, bem como, mortalidade e expectativa de vida, entre outras situações. Além disso, o estudo que envolve a demografia pode seguir os parâmetros como histórico (avalia contextos históricos), analítica (abordagens numéricas), entre outros.

A demografia é tão fundamental que por meio dela é possível entender questões re-levantes da sociedade atual

#FicaDica

2.1.1 - Estrutura demográfica e distribuição da população e novos arranjos familiares

Definições como faixa etária, etnia ou gênero representam alguns aspectos importantes na estrutura demográfica e desenvolvimento de estudos nesse sentido. Segundo o IBGE (Instituto de Geografia e Estatística), além dessas definições, dados como fecundidade ou migrações também são elementos importantes a serem considerados na abordagem.

Em relação às estruturas ou novos arranjos familiares, é preciso levar em conta, além da configuração tradicional (homem, mulher e filhos), as constituições familiares que envolvem pessoas do mesmo sexo, casais que residem em casas diferentes, crianças criadas por avós ou tios, entre outras situações.

Page 68: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

HISTÓRIA

ÍNDICE

Mundo Antigo: Os gregos: colonização grega; evolução política e social de Atenas e Esparta; helenismo; cultura helenística......................................................................................................................................................................................................................

01

Os romanos: evolução política e social de Roma; conquistas romanas no Mediterrâneo; expansão territorial e escravidão; instituições romanas; o direito romano; o cristianismo....................................................................................................................................

02

Artes e cultura no Mundo Clássico (fi losofi a, dramaturgia, arquitetura e escultura)......................................................................... 04Instituições políticas, sociais, culturais e econômicas das sociedades africanas no mundo antigo.............................................. 05O mundo medieval: A alta Idade Média: reinos germânicos;..................................................................................................................... 07Evolução política e religiosa..................................................................................................................................................................................... 07Teocracia papal, ordens religiosas e heresias no medievo............................................................................................................................ 07O feudalismo: relações políticas e produtivas.................................................................................................................................................... 08A sociedade medieval e seu universo mental e cultural................................................................................................................................. 08A baixa Idade Média: a Europa................................................................................................................................................................................ 09O império bizantino e o mundo islâmico.............................................................................................................................................................. 09A igreja medieval.......................................................................................................................................................................................................... 10A cultura medieval....................................................................................................................................................................................................... 10Urbanização.................................................................................................................................................................................................................... 11A formação das monarquias ibéricas..................................................................................................................................................................... 11Instituições políticas, sociais, culturais e econômicas das sociedades africanas durante a expansão islâmica........................ 12O mundo na época moderna: A preponderância ibérica: reconquista cristã e rivalidades entre Portugal e Castela................ 14As grandes navegações............................................................................................................................................................................................ 15Resistências, adaptações e dinâmicas do contato das sociedades em África, Ásia e América........................................................ 16Formas não europeias de formação política e social........................................................................................................................................ 17Conhecimento, arte e magia: renascimento...................................................................................................................................................... 19Humanismo.................................................................................................................................................................................................................... 19Forma e contrarreforma............................................................................................................................................................................................. 20Cultura barroca............................................................................................................................................................................................................. 20Revolução científi ca..................................................................................................................................................................................................... 21Ilustração......................................................................................................................................................................................................................... 21O Estado moderno e a sociedade do Antigo Regime: guerras senhoriais e de religião....................................................................... 22Colonização, escravidão e sociedade nas Américas espanhola, inglesa e francesa.............................................................................. 23Os Países Baixos e as Companhias de Comércio............................................................................................................................................... 24A África e o tráfi co de escravos............................................................................................................................................................................... 24A América portuguesa: sociedades indígenas................................................................................................................................................... 25Atividades produtivas; escravidão......................................................................................................................................................................... 25Administração;.............................................................................................................................................................................................................. 26Sociedade e cultura..................................................................................................................................................................................................... 26O mundo ocidental na época contemporânea: As revoluções: Revolução inglesa............................................................................. 31Revolução francesa...................................................................................................................................................................................................... 31

Page 69: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

Revolução americana.................................................................................................................................................................................................. 33Revolução haitiana....................................................................................................................................................................................................... 34Rebeliões escravas e abolicionismo nas Américas e na África............................................................................................................................. 34Crises do antigo regime na Europa e do Estado colonial nas Américas.................................................................................................... 35A Revolução russa e seus desdobramentos......................................................................................................................................................... 36Descolonização e revoluções na África, nas Américas e na Ásia................................................................................................................ 37Ordenação da vida material: o processo de industrialização capitalista.................................................................................................... 36Capitalismo e escravidão nas Américas e na África;....................................................................................................................................... 36A formação do trabalhador urbano e outras formas trabalho;........................................................................................................................ 40Movimentos de contestação à ordem burguesa e à ordem colonial;......................................................................................................... 40Imperialismo, desenvolvimentismo e dependência........................................................................................................................................ 41Ascensão e crise do Estado de Bem-Estar;........................................................................................................................................................... 41A sociedade de consumo.......................................................................................................................................................................................... 42A industrialização brasileira...................................................................................................................................................................................... 43Movimentos sociais rurais e urbanos no Brasil republicano......................................................................................................................... 43Ideologias e práticas políticas: liberalismo, socialismo, nacionalismo e totalitarismo........................................................................... 45Ilustração e liberalismo na Europa.......................................................................................................................................................................... 46Império e Repúblicas nas Américas........................................................................................................................................................................ 46Socialismos reformista e revolucionário............................................................................................................................................................... 47Do sentimento nacionalista aos extremismos (fascismo, nazismo, stalinismo)..................................................................................... 47Do modernismo ao multiculturalismo;................................................................................................................................................................. 48Ditaduras e experiências democráticas no Brasil republicano e na América Latina........................................................................... 48Estado e guerra: a formação do Estado-nação................................................................................................................................................... 49Guerras de independência e projetos dos Estados e nações pós-coloniais;............................................................................................... 49Pan-africanismo e terceiro-mundismo;................................................................................................................................................................ 50Primeira guerra mundial;........................................................................................................................................................................................... 50Segunda guerra mundial........................................................................................................................................................................................... 51Guerra fria e o fim do estado soviético e seus desdobramentos................................................................................................................... 52A hegemonia militar norte-americana................................................................................................................................................................. 53Os episódios pós-1968 no Brasil e no mundo: revolução e contestação cultural no mundo socialista e capitalista............ 53A queda do muro de Berlim e o descenso das propostas revolucionárias;....................................................................................................... 53Anarquismo, comunismo e anticomunismo no Brasil republicano e no mundo................................................................................. 55A globalização e as tendências socioeconômicas no mundo contemporâneo.......................................................................................... 55A emergência das economias periféricas e a nova ordem social................................................................................................................... 56Os dilemas da América Latina na contemporaneidade, novos blocos políticos e econômicos na Europa, América, África e Ásia.................................................................................................................................................................................................................................

57

Direitos Humanos e emergência de novos movimentos políticos e sociais nas Américas, África e Ásia.................................... 58O Brasil da redemocratização pós-ditadura militar e da atualidade............................................................................................................... 59Artes e manifestações culturais na virada do século XX................................................................................................................................ 60

Page 70: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

HIS

TÓRI

A

MUNDO ANTIGO: OS GREGOS: COLONIZAÇÃO GREGA; EVOLUÇÃO POLÍTICA E SOCIAL DE ATENAS E ESPARTA; HELENISMO; CULTURA HELENÍSTICA

Os gregos: colonização gregaO processo de formação do mundo grego, passa por

uma série de transições, desde seu processo de ocu-pação na Península Balcânica e proximidades, até suas transições sociais e políticas. Porém, foi durante o perío-do arcaico, que a Grécia sofreu um processo de expan-são de seus núcleos urbanos, responsável pela formação de várias cidades. Na maioria das vezes, essas cidades serviam como núcleos residenciais para os trabalhado-res rurais que passavam boa parte do dia cuidando do cultivo de alimentos. Ao fi nal de cada dia, regressavam para o núcleo urbano usufruindo a proteção das mu-ralhas que cercavam a cidade e estabelecendo contato social com outros indivíduos.

Dentro desse mesmo contexto, podemos destacar um expressivo processo de crescimento populacional, responsável por grandes mudanças nas relações sociais e econômicas. Geralmente, os aristocratas formavam uma camada social privilegiada que tinha direito de pos-se sobre as terras mais férteis. Quando um proprietário vinha a falecer, o direito de posse dessa terra era trans-mitido para os seus fi lhos que, por conseguinte, realiza-vam a divisão dessas terras entre si.

Quando foi adotado esse sistema de partilha dos bens, levando ainda em consideração o crescimento de-mográfi co, a população grega passaria a sofrer com a escassez de terras. Com isso, gerou-se um tenso qua-dro social que somente viria a ser resolvido quando as próprias cidades gregas, entre os séculos VIII e VI a.C., buscaram ocupar outras regiões do Oriente e ao longo da orla mediterrânea. Foi a partir daí que observamos a formação das chamadas colônias gregas.

No seu processo de formação inicial, a formação das novas colônias aconteceu de forma não planejada, sen-do as ocupações feitas de forma espontânea. Contudo, essas iniciativas viriam a sofrer a intervenção das polis gregas, que regulariam a colonização de acordo com as necessidades do governo. Com essa mudança, os colo-nos passariam a obedecer às determinações do oikiste, líder que organizava a administração da colônia. Além disso, as regiões seriam escolhidas por meio de sua po-sição favorável à navegação. Em cada um dos lugares conquistados, um ritual era realizado antes da demarca-ção dos lotes de terra. Cada colônia mantinha relações econômicas e culturais com a pólis que primeiramente ocupou a região. Nos primeiros anos de exploração, a colônia sustentava uma economia de caráter essencial-mente agrário integrado às demandas da cidade com a qual mantinha vínculo. Desta forma, com o passar do tempo, também poderiam vir a realizar outras atividades no campo do comércio e do artesanato.

#FicaDicaO processo de formação do período Arcaico, ocorre com o declínio do período Homérico, onde a Grécia, estava dividida em Comunidades Gentílicas, sendo controlada pelo Pater Família e vivendo da subsistência.

Evolução política e social de Atenas e EspartaQuando analisamos a Grécia Antiga, temos uma falsa

impressão sobre a organização dessa civilização clássica. Em geral, em materiais didáticos falam repetidamente sobre as características da Grécia como se tratassem de um povo dotado de características comuns. Porém, ao conhecermos sua organização política descentralizada, acabamos tendo fortes indícios de que, dentro do “mun-do grego”, existiam povos com diferentes costumes e tradições.

Desta forma, a comparação entre as cidades-Estado de Esparta e Atenas nos oferece um quadro de contras-tes muito interessante; dessa forma, podemos entender a diversidade cultural encontrada dentro desse território. As formas de concepção do mundo, os papéis desem-penhados pelos sujeitos sociais, as instituições políticas, valores e tradições desses dois povos são de grande uti-lidade para que possamos, assim, apagar a impressão de que existe um povo grego marcado pela mesma cultura.

Quando estudamos assuntos referentes às institui-ções políticas, depois da adoção dos regimes monár-quico e aristocrático, em Atenas criou-se uma forma de governo democrática. Mesmo sendo considerado um “governo do povo”, aqueles que participavam da de-mocracia ateniense correspondiam a menos de 20% da população. Já em Esparta, as questões políticas eram de obrigação de um conjunto de 28 homens, maiores de 60 anos, que formavam a Gerúsia. Além disso, existiam dois reis, que formavam a chamada Diarquia, governo de dois reis, onde suas funções eram ligadas às questões religiosas e militares.

A formação social e os papéis desempenhados por homens e mulheres nas sociedades ateniense e espar-tana também tinham suas especifi cidades. Em Esparta, as mulheres recebiam uma rigorosa educação física e psicológica. Além disso, elas participavam das reuniões públicas, disputavam competições esportivas e adminis-travam o patrimônio familiar. Em contrapartida, a cultura ateniense restringia suas mulheres ao mundo domésti-co. A docilidade e a submissão ao pai e ao marido eram valores repassados às mulheres atenienses.

No fomento de formação educacional, as duas cida-des também apresentavam diferenças entre si. As insti-tuições atenienses se preocupavam em desenvolver um equilíbrio entre mente e corpo. Dessa forma, a educação buscava conciliar a saúde física e o debate fi losófi co. Já em Esparta, dada sua intensa tradição militarista, privile-giava-se o treinamento do corpo. Os jovens espartanos aprendiam a escrever aquilo que era estritamente ne-cessário. Dessa forma, o cidadão espartano deveria ser forte e resistente, um indivíduo apto para as batalhas militares.

Page 71: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

HIS

TÓRI

A

Portanto, não poderíamos julgar quais dessas duas diferentes culturas do mundo clássico foi mais “desen-volvida” ou “sofi sticada”. Nem mesmo poderíamos con-cluir que os atenienses eram simples antíteses dos es-partanos. As diferenças entre as experiências vividas por Atenas e Esparta podem nos explicar tantos contrastes. Dessa forma, a analise desenvolvida acima, apenas nos proporciona uma amostra da riqueza dos costumes, tra-dições e histórias que envolveram as cidades-Estado do Mundo Grego.

FIQUE ATENTO!É muito comum aparecer a termologia Pólis para se referir as cidades-Estado, então, cuidado para não fazer confusão na hora da prova.

Helenismo e sua formação cultural A formação do Helenismo Grego foi marcada pelo

forte domínio do Império Macedônico sobre a Grécia. Estando localizado em uma região ao norte da Grécia, eram considerados povos bárbaros pelos povos gregos. Liderados por Felipe II conseguiram conquistar toda a Grécia em 338 a.C. marcando o início do período. Felipe morreu em batalha, mas seu trono fi cou para o fi lho, Ale-xandre Magno, que ascendeu ao poder em 336 a.C. Ale-xandre fora educado pela cultura grega e teve aulas com Aristóteles, o que marcou sua trajetória de conquista dos povos do oriente.

#FicaDicaAlexandre, fi cou conhecido como Alexandre, o Grande, e quando foi buscar por um mestre, escolheu por Diógenes, mas o mesmo, refutou ensinar ele, e com isso, Aristóteles assumiu essa função.

Alexandre Magno, passou a ser conhecido como Ale-xandre, o Grande, foi o principal responsável pela cultura helenística que marcou o período. Além de manter os domínios já conquistados pelo pai, rumou em direção ao oriente conquistando novas terras e fazendo do seu im-pério um império extenso. Após a morte de Alexandre, vítima de doença à época, seu império não se sustentou e foi dividido. Ele foi um importante nome do mundo antigo. O domínio macedônio e a expansão de Alexan-dre, o Grande, marcaram o que chamamos de Período Helenístico, que se estende desde a conquista da Gré-cia pelos macedônios em 338 a.C. até sua anexação pelos romanos em 146 a.C.

Ao herdar o trono de seu pai, Felipe II, Alexandre pro-curou manter os domínios já conquistados por Felipe e expandir seu poder. Foi um viajante conquistador que, por onde passou, dominou os povos e tratou de espalhar a cultura grega. Nas sociedades que conquistou esta-beleceu a forma de vida grega e sua organização social. Com isso, o período helenístico foi marcado pela mistura: dos povos conquistados do oriente com a cultura grega.

Ao construir templos, ágoras e ginásios por onde pas-saram a cultura grega se expandiu. O centro desta nova cultura, um misto dos gregos e da cultura oriental, estava localizada no Egito, na cidade de Alexandria, que teve a maior biblioteca do mundo antigo: a biblioteca de Ale-xandrina.

Porém, a cultura helenística continuou existindo, pois se caracteriza por ser o resultado da mistura das cultu-ras gregas e dos povos orientais conquistados por Ale-xandre. Foi através dele que a cultura grega se expandiu e se alastrou pelo oriente. Os povos conquistados por Alexandre conviveram com a cultura grega assim como os gregos e macedônios conviveram com a cultura local, formando o que chamamos de helenismo. Ainda assim, há pesquisadores que afi rmam que é preciso ter cuidado: a expansão da cultura grega e a sua apropriação entre as sociedades orientais se deu, especialmente, entre as suas elites, que frequentavam os espaços destinados à difusão da cultura grega. Foi neste período que a cultura grega, além de se colocar para s sociedades ocidentais através das ideias, se fez presente também na forma física. As esculturas são grandes marcas da cultura helenística: elas representam os corpos humanos e são meticulosamente detalhadas a ponto de representarem corpos em movi-mento.

A grandiosidade do Império de Alexandre imensu-rável, pois ele conseguiu atingir lugares distantes e de-sejados por muitos: além do Egito, da Mesopotâmia, da Síria e da Pérsia, já conectados pelo mar com os gregos, Alexandre chegou à Índia.

Desta forma, após um longo período de profusão da cultura helenística, uma fusão de diversas sociedades e culturas – gregos, persas, egípcios – os romanos fi nal-mente conseguiram dominá-los em seu projeto expan-sionista e acabaram com o antigo Império Macedônico.

FIQUE ATENTO!Dentro do processo formador da cultura helenística, é preciso demarcar a mescla cultura entre povos da Antiguidade Oriental e Ocidental, formando uma cultura muita vasta e rica.

OS ROMANOS: EVOLUÇÃO POLÍTICA E SOCIAL DE ROMA; CONQUISTAS ROMANAS NO MEDITERRÂNEO; EXPANSÃO TERRITORIAL E ESCRAVIDÃO; INSTITUIÇÕES ROMANAS; O DIREITO ROMANO; O CRISTIANISMO.

Os romanos: evolução política e social de Roma

A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos avanços conseguidos por esta civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, her-damos uma série de características culturais. O Direito Romano está presente na cultura ocidental até os dias de hoje. De igual forma o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola.

Page 72: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

HIS

TÓRI

A

Os romanos explicavam a origem de sua cidade atra-vés do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram cria-dos, posteriormente, por um casal de pastores. Quando se tornaram adultos, os gêmeos retornaram à cidade natal de Alba Longa e ganharam terras para fundar uma nova cidade, que seria Roma.

FIQUE ATENTO!Roma tem uma divisão única: Monarquia, República e Império, além disso, muita atenção para a origem lendária de Roma (Rômulo e Remo) versus a histórica (Latinos, Sabinos e Etruscos).

Seguindo a vertente historiográfi ca, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península Itálica: latinos, sabinos e etrsucos. Na região, desenvolveu-se uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, naque-la época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.

A religião era politeísta e adotava deuses semelhantes aos dos gregos, porém, com nomes diferentes. Nas artes, destacavam-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com infl uências gregas.

Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das fi nanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exerci-das pelos cônsules e pelos tribunos da plebe.

A criação dos tribunos da plebe estava ligada às lutas dos plebeus por uma maior participação política e melho-res condições de vida. Em 367 a.C., foi aprovada a Lei Licí-nia, que garantia a participação dos plebeus no Consulado (dois cônsules eram eleitos: um patrício e um plebeu). Esta lei também acabou com a escravidão por dívidas (era váli-da somente para cidadãos romanos).

Após dominar toda a Península Itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem preparado e com muitos recursos, venceram os cartagineses, liderados pelo general Aníbal, nas Guerras Púnicas (século III a.C.). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum (Nosso Mar). Após dominar Cartago, Roma am-pliou suas conquistas dominando a Grécia, o Egito, a Ma-cedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.

Desta forma, com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por signifi cativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrá-rio. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou. Os principais Imperadores romanos foram: Augusto (27 a.C. - 14 d.C.), Tibério (14-37), Caligula (37-41), Nero (54-68), Marco Aurelio (161-180), Comodus (180-192).

Conquistas romanas no Mediterrâneo, expansão territorial e escravidão

No período republicano, a conquista de novas terras foi um fator determinante para que a feição social de Roma passasse por inúmeras transformações. Logo de início, a economia de caráter agropastoril disputou es-paço com um articulado comércio entre várias regiões próximas do Mediterrâneo. A ampliação da oferta de es-cravos estabeleceu um aumento da oferta de alimentos. Paralelamente, generais e magistrados se benefi ciavam com a administração e a tributação das novas províncias.

Com isso, o controle dos patrícios sobre o Senado fez com que essa classe fi casse ainda mais enriquecida com a ampliação de suas propriedades e a larga utilização da mão de obra escrava. Apesar de gerar uma incrível produção de riquezas, essa nova realidade prejudicou imensamente os pequenos proprietários, que não con-seguiam competir com o preço dos alimentos oferecidos pelos patrícios. Por outro lado, vários plebeus perderam oportunidade de emprego com o uso dos escravos.

Dentro desse processo, alguns dos plebeus que com-punham as longas fi leiras do exército romano passaram a se benefi ciar com a conquista das terras e escravos. Os chamados cavaleiros eram plebeus que se enriqueceram com a cobrança de impostos, a distribuição de comida aos exércitos, o arrendamento de fl orestas e minas e a construção de pontes e estradas. A garantida de controle sobre tais atividades foi reforçada quando os senadores e seus descendentes foram proibidos de exercer qualquer atividade que não fosse agrícola.

Logo, os plebeus que não conseguiam se enrique-cer foram obrigados a vender as suas terras para algum grande proprietário. Ao chegarem às cidades, enfrenta-vam outro grande problema com a falta de empregos. O fácil acesso à força de trabalho dos escravos estreitava as oportunidades de trabalho livre. Dessa forma, o enrique-cido Estado romano se viu forçado a fornecer alimentos, vinho e espetáculos que continham a insatisfação dessa grande massa sem ocupação certa.

Desta forma, por volta do século I a.C., o grande nú-mero de escravos também transformou essa classe su-balterna em um vigoroso e ameaçador agente político do mundo romano. Em 71 a. C., o gladiador Espártaco orga-nizou uma revolta que congregou aproximadamente 90 mil escravos contra as tropas do exército romano. Graças à ação dos generais romanos, o levante foi contido no período em que essas novas classes sociais compunham o complexo mosaico de reivindicações políticas da Repú-blica Romana.

FIQUE ATENTO!O processo de expansão romano, está vinculado a formação das Legiões Romanas, que visavam adquirir terras e ampliar a projeção dos generais que lideravam as mesmas além fronteira de Roma.

Instituições romanas Dentro das grandes instituições que formaram a so-

ciedade romana, podemos destacar o Senado Roma-no, que era a principal instituição política da República

Page 73: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

HIS

TÓRI

A

Romana. Os senadores eram os responsáveis pela ela-boração de projetos de lei. Eram também os senadores romanos que escolhiam os magistrados. Dentro das Ma-gistraturas podemos destacar: Consulado, tratavam das políticas interna e ex-

terna da República. O Consulado era composto por dois cônsules escolhidos pelo Senado. Pretores, eram os responsáveis pelo sistema judi-

ciário da República. A aplicação das leis civis, por exemplo, fi cava sob a responsabilidade dos pretores. Estes eram su-bordinados aos cônsules. Se um destes fi casse impedido de exercer o cargo, este era assumido por um pretor. Edis, eram espécies de prefeitos da República

Romana. Eram responsáveis pela administração das cida-des, policiamento, funcionamento dos mercados e apli-cação de leis relacionados aos fatos ocorridos e ligados à vida urbana. Questores, tinham a função de administrar a

vida fi nanceira da República Romana. Geralmente, o car-go de questor era desempenhado por um membro do senado com menos de 32 anos. Assembleia das Centurias, está instituição pos-

suía funções relacionadas a votação de leis e declarações de guerra e restabelecimento de paz.

O direito Romano O direito Romano é o nome que se dá ao conjunto

de princípios, preceitos e leis utilizados na antiguidade pela sociedade de Roma e seus domínios. A aplicação do Direito Romano vai desde a fundação da cidade de Roma em 753 a.C. até a morte do imperador do Oriente Justiniano, em 565 da nossa era. Dentro dos princípios do Direito Romano, os três princípios básicos são: honeste-re vivere (viver honestamente), alterum non laedere (não prejudicar ninguém) e suum cuique tribuere (dê a cada um o que lhe é devido). Os Estados de direito ocidental, como o nosso, herdaram sua estrutura jurídica do Direito Romano.

Desta forma, Direito Romano, se entende por direito objetivo a norma agendi, regra jurídica hipotética e abs-trata, cuja fi nalidade é regulamentar o comportamento humano na sociedade e cuja característica essencial é a força coercitiva que a própria sociedade lhe atribui, para garantir seu cumprimento.

#FicaDicaTodos os povos que viviam fora das Muralhas de Roma, eram conceituados como bárbaros, pois não seguiam os códigos de leis romanos.

O cristianismoO processo de consolidação do cristianismo, come-

çou a ocorrer na gestão do Imperador Teodósio I, que transformou o cristianismo em religião ofi cial do Império Romano no ano 380, que tomou a medida numa lei co-nhecida como Édito de Tessalônica. Porém, antes disso, os cristãos foram, durante muito tempo, impopulares em Roma por não adorarem o imperador e sim outro tipo de rei, no caso Jesus Cristo, o que era encarado como um ato subversivo.

Mesmo gerando antipatias, e até mesmo, muitas per-seguições, como no reinado de Nero entre os anos 54 e 68, eles foram tolerados nos primeiros séculos de vida dessa religião. Com a decadência do império no fi nal do século II e a ameaça de invasões bárbaras, se iniciou outro período de dura perseguição aos cristãos, que se recusa-vam a servir no exército romano.

Porém, nem isso impedia o cristianismo de ganhar seguidores, tornando-se logo a crença mais popular no império. Desta forma, percebendo a força crescente da re-ligião, o imperador Constantino I resolveu usá-la politica-mente para fortalecer seu próprio poder e enfrentar a de-cadência romana. Sob a inspiração do lema “um Deus no Céu, um Imperador na Terra”, Constantino proclamou em 313 o Édito de Milão, lei que garantia liberdade para cul-tuar qualquer deus, o que seria fundamental para a futura conversão total do império à religião. “Na prática, o Édito de Milão representou a verdadeira guinada. Teodósio ape-nas sacramentou um processo de algumas décadas, con-solidando a tendência inaugurada por Constantino”.

Com isso, esse processo de tramitação religiosa em Roma, os cristãos foram fi éis em suas crenças e resistiram a todos os ataques contra a Nova Religião. Esse fator, faz com que o cristianismo se consolide, e posteriormente, comece a ganhar força e projeção em caráter mundial.

ARTES E CULTURA NO MUNDO CLÁSSICO (FILOSOFIA, DRAMATURGIA, ARQUITETURA E ESCULTURA)

A formação do cultural do Mundo Clássico, sempre foi objeto de estudo, afi nal a Grécia Antiga é considera-da como uma civilização de grande esplendor cultural. Os gregos desenvolveram a fi losofi a, as artes, a tecnologia, os esportes e muito mais. Tamanha era a importância desta cultura, que os romanos, ao invadir a Península Balcânica, não resistiram e beberam nesta esplêndida fonte cultural. Portanto, observe abaixo, os principais elementos da cul-tura grega. Artes Plásticas: Os gregos eram excelentes escul-

tores, pois buscavam retratar o corpo humano em sua per-feição. Músculos, vestimentas, sentimentos e expressões eram retratados pelos escultores gregos. As artes plásticas da Grécia Antiga infl uenciaram profundamente a arte ro-mana e renascentista. Filosofi a: A cidade de Atenas foi palco de gran-

de desenvolvimento fi losófi co durante o Período Clássico da Grécia (século V AC). Os fi lósofos gregos pensavam e criavam teorias para explicar a complexa existência huma-na, os comportamentos e sentimentos. Podemos destacar como principais fi lósofos gregos Platão e Sócrates. Pode-mos citar também Tales de Mileto, importante fi lósofo, matemático e astrônomo da Grécia Antiga. Esportes: Foram os gregos que desenvolveram os

Jogos Olímpicos. Aconteciam de quatro em quatro anos na cidade grega de Olímpia. Era uma homenagem aos deuses, principalmente a Zeus (deus dos deuses). Atletas de diversas cidades gregas se reuniam para disputarem esportes como, por exemplo, natação, corrida, arremesso de disco entre outros. Os vencedores das Olimpíadas eram recebidos em suas cidades como verdadeiros heróis.

Page 74: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

SOCIOLOGIA

ÍNDICE

A origem da Sociologia. A modernidade e o surgimento da sociologia. Fundamentos do pensamento sociológico: Durkheim, Weber e Marx. Objeto e o método da Sociologia............................................................................................................... 01A relação sociedade e natureza. Progresso técnico e meio ambiente. Trabalho e Sociedade. A divisão sexual e social do trabalho. As transformações recentes do trabalho............................................................................................................................ 07Estrutura e estratificação social. As classes sociais e a estratificação. Desigualdade social. Desigualdade social no Brasil........................................................................................................................................................................................................................... 10Indivíduo, identidade, socialização e orientação sexual. Socialização e identidade. Individuação, gênero e sexu-alidade. Homofobia, transfobia, bullying.................................................................................................................................................... 12O Estado moderno e a nova ordem mundial: dominação e poder. Surgimento e desenvolvimento do Estado Mo-derno. O Estado nacional contemporâneo.................................................................................................................................................. 15Mudança e transformação. A mudança social e a mudança cultural. Inovação tecnológica e participação política. Ci-ências, tecnologia, conhecimento e desenvolvimento............................................................................................................................. 17Movimentos sociais. Novas formas de participação social. Movimentos sociais no Brasil e cidadania................................ 19Cultura e Sociedade. Cultura e organização social. As dimensões da cultura. A diversidade cultural no Brasil................ 21A indústria cultural. Meios de comunicação e indústria cultural. Mídia, cultura e política no Brasil. As novas mídias...... 24Referências bibliográficas as obras relacionadas abaixo serão utilizadas para as questões tanto da primeira fase (prova objetiva) quanto da segunda (prova discursiva): DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitem-po, 2016. LARAIA, Roque. Cultura. Um Conceito Antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. LEBRUN, Gérard. O que é poder. São Paulo: Brasiliense, 2004. LÉVI-STRAUSS, Claude. Raça e História. In: Antropologia Estrutural II. São Pau-lo: UBU, 2017. MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. 21. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2005................................................................................................................ 27

Page 75: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

1

SOCI

OLO

GIA

A ORIGEM DA SOCIOLOGIA

A modernidade e o surgimento da sociologiaA Sociologia surgiu com o intuito de estudar a socie-

dade e suas interações sociais. Inicialmente, a disciplina era conhecida como Física Social, mas com o passar do tempo recebeu a denominação de Sociologia. O grande expoente dessa transição de Física Social para Sociologia, foi Auguste Comte, esse francês rompeu com os antigos dogmas e deu uma nova roupagem a essa tão importan-te disciplina. Porém, o primeiro a ministrar a disciplina de sociologia no universo acadêmico foi Émile Durkheim, a primeira cadeira efetiva de sociologia foi dele, em uma universidade francesa.

O processo de formação sociológica do indivíduo, remonta a primeira metade do século XIX, a sociedade estava sob um forte impacto da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, e com esse cenário, a Europa era um campo em transição. Esse processo de transformações sociais, políticas, econômicas e culturais, provocadas por esses novos agentes transformadores, criaram a impres-são generalizada de que esse continente, vivia o alvore-cer de uma nova sociedade.

Portanto, buscaremos conhecer como a disciplina sociologia nasceu, e posteriormente, entender como ela pode nos ajudar a compreender a sociedade, e suas infi-nitas variações. Mas, para entender como todo o proces-so sociológico aconteceu, vamos permear alguns acon-tecimentos histórico para encontrarmos suas bases.

Apesar da sociologia ser considerada nova, pois ela se consolidou por volta do século XIX, a necessidade de se entender as sociedades, por sua vez, não é tão nova assim. Se olharmos para a Grécia Antiga, vamos ver que lá já havia o desejo de se entender a sociedade.

No século V a.C., havia uma corrente filosófica, cha-mada sofista, que começava a dar mais atenção para os problemas sociais e políticos da época. Porém, não foram os gregos os criadores da Sociologia. Mas foram os gre-gos que iniciaram o pensamento crítico filosófico. Eles criaram a Filosofia (que significa amor ao conhecimento) e que, por sua vez, foi um impulso para o surgimento daquilo que chamamos, hoje, de ciência, a qual se con-solidaria a partir dos séculos XVI e XVII, sendo uma forma de interpretação dos acontecimentos da sociedade mais distanciada das explicações míticas.

Foram com os filósofos gregos Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), que surgiram os primeiros pas-sos dos trabalhos mais reflexivos sobre a sociedade. Pla-tão foi defensor de uma concepção idealista e acreditava que o aspecto material do mundo seria um tipo de fruto imperfeito das ideias universais, as quais existem por si mesmas. Aristóteles já mencionava que o homem era um ser que, necessariamente, nasce para estar vivendo em conjunto, isto é, em sociedade. No seu livro chamado Po-

lítica, no qual consta um estudo dos diferentes sistemas de governo existentes, percebe-se o seu interesse em en-tender a sociedade.

Segundo eles, havia um prevalecer da fé, onde os campos mítico e religioso, tendiam a oferecer as expli-cações mais viáveis para os fatos do mundo. Na Europa Medieval, esse predomínio religioso foi da Igreja Cató-lica.

Séculos mais tarde, no período chamado de Idade Média (que vai do século V ao XV, mas exatamente entre os anos 476 a 1453), houve, segundo os renascentistas (que vamos conhecer mais à frente), um período de “tre-vas” quanto à maneira de ver o mundo.

Tal predomínio da fé, de certo modo, e segundo os humanistas renascentistas, asfixiava as tentativas de ex-plicações mais especulativas e racionais (científicas) so-bre a sociedade. Não cumprir uma regra ou lei estabe-lecida pela sociedade, poderia ser entendido como um pecado, tamanha era a mistura entre a vida cotidiana e a esfera sobrenatural.

É claro que se olharmos a Idade Média somente pela ótica dos renascentistas ela pode ficar com uma “cara meio tenebrosa”. Na verdade, ela também foi um perío-do muito rico para a história da humanidade, importante, inclusive, para a formação da nossa casa, o mundo oci-dental. Vale a pena conhecermos um pouco mais sobre essa história.

Tudo caminhava para o uso da razão O predomínio, na organização das relações sociais, dos princípios reli-giosos durou até pelos menos o século XV. Mas já no século XIV começava a acontecer uma renovação cultu-ral. Era o início do período conhecido por Renascimento.

Os renascentistas, com base naquilo que os gregos começaram, isto é, a questionar o mundo de maneira reflexiva (como já contamos anteriormente), rejeitavam tudo aquilo que seria parte da cultura medieval, presa aos moldes da igreja, no caso, a Católica.

O renascimento espalhou-se por muitas partes da Eu-ropa e influenciava a arte, a ciência, a literatura e a filoso-fia, defendendo, sempre, o espírito crítico.

Nesse tempo, começaram a aparecer homens que, de forma mais realista, começavam a investigar a sociedade. A exemplo disso temos Nicolau Maquiavel (1469-1527) que, em sua obra intitulada de O Príncipe, faz uma es-pécie de manual de guerra para Lorenzo de Mé- dici. Ali comenta como o governante pode manipular os meios para a finalidade de conquistar e manter o poder em suas mãos.

Obras como estas davam um novo olhar para socie-dade, olhar pelo qual, através da razão os homens pode-riam dominar a sociedade, longe das influências divinas.

Era a doutrina do antropocentrismo ganhando força. O homem passava a ser visto como o centro de tudo, inclusive do poder de inventar e transformar o mundo pelas suas ações.

Além de Maquiavel, outros autores renascentistas, como Francis Bacon (1561-1626), filósofo e criador do método científico conhecido por experimental, ajudavam a dar impulso aos tempos de domínio da ciência que se iniciavam.

Page 76: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

2

SOCI

OLO

GIA

Estamos contando tudo isso para que você perceba que nem sempre as pessoas pude-ram contar com a ciência para entender o mundo, sobretudo o social, que é o quere-mos compreender. Dessa maneira, muitas pessoas no passado, ficaram ‘presas’ prin-cipalmente, àquelas explicações a respeito da realidade que eram baseadas na tradi-ção, em mitos antigos ou em explicações religiosas.

#FicaDica

Fundamentos do pensamento sociológico: Dur-kheim, Weber e Marx

Os principais responsáveis pelo nascimento das ciên-cias sociais na segunda metade do século XIX foram Émi-le Durkheim, Karl Marx e Max Weber.

Influenciado pelo positivismo, Durkheim afirmava que uma metodologia que buscasse a objetividade da ciên-cia sociológica deveria examinar os fatos sociais como “coisas”.

Com base no método do materialismo histórico e do materialismo dialético, Marx concluiu que as relações de produção, que caracterizam a exploração do trabalhador pelos donos dos meios de produção, tendem a ser man-tidas.

Max Weber fez estudos sobre direito e urbanização, bem como pesquisou os fatores culturais que influencia-ram a ascensão do capitalismo. Sob esse último aspecto, não se restringe à análise econômica, mas destaca o pa-pel da religião e da ética no fortalecimento do capitalis-mo. Distanciou-se do positivismo ao atenuar os aspectos causais “objetivos” e ao aceitar as nuances importantes das crenças como motivos consideráveis.

Continuando o trabalho iniciado por Comte, o de fa-zer da Sociologia uma ciência, numa visão positiva, surge nessa história o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917). Dar à Sociologia uma reputação científica foi o seu principal trabalho.

É a partir desse pensador que a Sociologia ganha um formato mais “técnico”, sabendo o que e como ela iria buscar na sociedade. Com métodos próprios, a Socio-logia deixou de ser apenas uma ideia e ganhou “status” de ciência.

Durkheim presenciou algumas das mais importantes criações da sociedade moderna, como a invenção da ele-tricidade, do cinema, dos carros de passeio, entre outros. No seu tempo, havia um certo otimismo causado por es-sas invenções, mas Durkheim também percebia entraves nessa sociedade moderna: eram os problemas de ordem social.

E uma das primeiras coisas que ele fez foi propor re-gras de observação e de procedimentos de investigação que fizessem com que a Sociologia fosse capaz de es-tudar os acontecimentos sociais de maneira semelhante ao que faz a Biologia quando olha para uma célula, por exemplo.

Falando em Biologia nota-se que o seu objeto de estudo é a vida em toda a sua diversidade de manifes-

tações. As pesquisas dos fenômenos da natureza feitas pela Biologia são resultantes de várias observações e ex-perimentações, manipuláveis ou não.

Já para a Sociologia, manipular os acontecimentos sociais, ou repeti-los, é muito difícil. Por exemplo, como poderíamos reproduzir uma festa ou um movimento de greve “em laboratório” e sempre de igual modo? Seria impossível.

Mas Durkheim acreditava que os acontecimentos so-ciais – como os crimes, os suicídios, a família, a escola, as leis – poderiam ser observados como coisas (objetos), pois assim, seria mais fácil de estudá-los. Então o que ele fez? Propôs algumas das regras que identificam que tipo de fenômeno poderia ser estudado pela Sociologia. A esses fenômenos que poderiam ser estudados por uma ciência da sociedade ele denominou de fatos sociais.

E as características dos fatos sociais são:

• Coletivo ou geral: significa que o fenômeno é co-mum a todos os membros de um grupo;

• Exterior ao indivíduo: ele acontece independente da vontade individual;

• Coercitivo: os indivíduos são “obrigados” a seguir o comportamento estabelecido pelo grupo.

Então podemos dizer que o casamento é um fato co-letivo ou geral, pois existe pela vontade da maioria de um grupo ou de uma sociedade. Outra coisa. Não é ver-dade que os mais velhos ficam nos “incentivando” a ca-sar? “Não vá ficar pra titia, heim!”, “Onde já se viu! Todo mundo, um dia, tem que se casar!”. Com certeza você já ouviu alguém dizendo isso.

Pois é. Esses dizeres nos levam a crer que o casamen-to também é coercitivo, pois nos vemos “obrigados” a fazer as mesmas coisas que fazem os demais membros do grupo ou da sociedade a que pertencemos.

Todo fato que reúna essas três características (gene-ralização, exterioridade e coerção) é denominado social, segundo Durkheim, e pode ser estudado pela Sociologia. Quanto ao casamento, poderíamos estudar e descobrir, por exemplo, quais fatores influem na decisão das pes-soas em se casarem e se divorciarem para depois se ca-sarem novamente.

A humanidade, para esse autor, está em constante evolução, o que seria caracterizado pelo aumento dos papéis sociais ou funções. Por exemplo, para Durkheim, existem sociedades que se organizam sob a forma de um tipo de solidariedade denominada mecânica e outras sociedades organizam-se sob a forma de solidariedade orgânica.

As sociedades organizadas sob a forma de solida-riedade mecânica seriam aquelas nas quais existiriam poucos papéis sociais. Segundo Durkheim, nessas socie-dades, os membros viveriam de maneira semelhante e, geralmente, ligados por crenças e sentimentos comuns, o que ele chama de consciência coletiva. Neste tipo de sociedade existiria pouco espaço para individualidades, pois qualquer tentativa de atitude “individualista” seria percebida e corrigida pelos demais membros.

As organizações de algumas aldeias indígenas po-deriam servir de exemplo de como se dá a solidarieda-de mecânica: grupos de pessoas vivendo e trabalhando

Page 77: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

3

SOCI

OLO

GIA

semelhantemente, ligados por suas crenças e valores. Nesses grupos, se alguém começasse a agir por conta própria, seria fácil perceber quem estaria “tumultuando” o modo de vida local. Outro exemplo que pode caracte-rizar a solidariedade mecânica são os mutirões para co-lheita em regiões agrárias ou para reconstruir casas de-vastadas por vendavais e, ainda, são exemplos também as campanhas para coletar alimentos.

Diferentemente das sociedades organizadas em so-lidariedade mecânica, nas sociedades de solidariedade orgânica – típicas do mundo moderno - existem muitos papéis sociais. Pense na quantidade de tarefas que pode haver nas áreas urbanas, nas cidades: são muitas as fun-ções e atividades. Durkheim acreditava que mesmo com uma grande divisão e variedade de atividades, todas elas deveriam cooperar entre si. Por isso, deu o nome de or-gânica (como se fosse um organismo).

Mas, nessas sociedades, diante da existência de inú-meros papéis sociais, diminui o grau de controle da so-ciedade sobre cada pessoa. A individualidade, sob menor controle, passa a ser uma porta para que a pessoa pre-tenda aumentar, ainda mais, o seu raio de ação ou de posições dentro da sociedade.

Uma das maiores expressões da anomia no mundo moderno, segundo Durkheim, seria esta: o egoísmo das pessoas. E a causa desta atitude seria a fragilidade das normas e controles sobre a individualidade, normas e controles que nas sociedades de solidariedade mecânica funcionam com maior eficácia

O pensamento do sociólogo que estudaremos a se-guir, vai em direção diferente ao que vimos até agora. Max Weber (1864-1920), ao contrário de Durkheim e Comte, acreditou na possibilidade da interpretação da sociedade partindo não dos fatos sociais já consolidados e suas características externas (leis, instituições, normas, regras, etc). Propôs começar pelo indivíduo que nela vive, ou melhor, pela verificação das “intenções”, “moti-vações”, “valores” e “expectativas” que orientam as ações do indivíduo na sociedade.

Sua proposta é a de que os indivíduos podem convi-ver, relacionar-se e até mesmo constituir juntos algumas instituições (como a família, a igreja, a justiça), exatamen-te porque quando agem eles o fazem partilhando, co-mungando uma pauta bem parecida de valores, motiva-ções e expectativas quanto aos objetivos e resultados de suas ações. E mais, seriam as ações recíprocas (repetidas e “combinadas”) dos indivíduos que permitiriam a cons-tituição daquelas formas duráveis (Estado, Igreja, casa-mento, etc.) de organização social.

Weber desenvolve a teoria da Sociologia Compreen-siva, ou seja, uma teoria que vai entender a sociedade a partir da compreensão dos ‘motivos’ visados subjetiva-mente pelas ações dos indivíduos.

Uma crítica de Weber aos positivistas, entre os quais se encontrariam Comte e Durkheim, deve-se ao fato de que eles pretendiam fazer da Sociologia uma ciência po-sitiva, isto é, baseada nos mesmos métodos de investi-gação das ciências naturais. Segundo Weber, as ciências naturais (biologia, física, por exemplo) conseguiriam ex-plicar aquilo que estudam a natureza) em termos de des-cobrir e revelar relações causais diretas e exclusivas, que permitiriam a formulação de leis de funcionamento de seus eventos, como as leis químicas e físicas que expli-cam o fenômeno da chuva. Mas a ciência social não po-

deria fazer exatamente o mesmo. Segundo Weber, não haveria como garantir que uma ação ou fenômeno social ocorrerá sempre de determinada forma, como resposta direta a esta ou aquela causa exclusiva. No caso das Ciên-cias Humanas, isso ocorre porque o ser humano possui “subjetividade”, que aparece na sua ação na forma de valores, motivações, intenções, interesses e expectativas.

Embora esses elementos que compõem a subjetivida-de humana sejam produtos culturais, quer dizer, produ-tos comuns acolhidos e assumidos coletivamente pelos membros da sociedade, ou do grupo, ainda assim se vê que os indivíduos vivenciam esses valores, motivações e expectativas de modos particulares. Às vezes com acei-tação e reprodução dos valores e normas propostas pela cultura comum do grupo; outras vezes, com questiona-mentos e reelaboração dessas indicações e até rejeição das mesmas.

Decorre dessa característica (de certa autonomia, criatividade e inventividade do ser humano diante das obrigações e constrangimentos da sociedade) a dificul-dade de se definir leis de funcionamento da ação social que sejam definitivas e precisas.

Por isso, o que a Sociologia poderia fazer, seria de-senvolver procedimentos de investigação que permitis-sem verificar que conjunto de “motivações”, valores e ex-pectativas compartilhadas, estaria orientando a ação dos indivíduos envolvidos no fenômeno que se quer com-preender, como uma eleição, por exemplo. Seria possível sim, prever, com algum acerto, como as pessoas votarão numa eleição, pesquisando sua “subjetividade”, ou seja, levantando qual é, naquela ocasião dada, o conjunto de valores, motivações, intenções e expectativas comparti-lhadas pelo grupo de eleitores em foco, e que servirão para orientar sua escolha eleitoral. Esses pressupostos estão por detrás das conhecidas “pesquisas de intenção de voto”, bastante frequentes em vésperas de eleições.

Vamos falar agora de quem também viu a consolida-ção da sociedade capitalista e fez uma forte crítica a ela. O alemão, filósofo e economista Karl Marx (1818–1883), foi um dos responsáveis, se não o maior deles, em pro-mover uma discussão crítica da sociedade capitalista que se consolidava, bem como da origem dos problemas so-ciais que este tipo de organização social originou.

E veja, também, que interessante. Para ele “a história de todas as sociedades tem sido a história da luta de classes”

Mas como assim, lutas de classe? Quais são elas? Nas sociedades de tipo capitalista a forma principal

de conflito ocorre entre suas duas classes sociais funda-mentais: a burguesia versus o proletariado.

Você se lembra que comentamos no primeiro “Folhas” como foi que surgiu a chamada burguesia e por que ela ficou conhecida assim? Pois bem, segundo Marx, a bur-guesia foi tendo acesso, a partir da atividade comercial à posse dos meios de produção, enriqueceu e também passou a fazer parte daqueles que controlavam o apare-lho estatal, o que acabou, por fim funcionando, principal-mente como uma espécie de “escritório burguês”. Com esse acesso ao poder do aparelho estatal, a burguesia foi capaz de usar sua influência sobre ele para ir criando leis que protegessem a propriedade privada (particular), condição indispensável para sua sobrevivência, além de usar o Estado para facilitar a difusão de sua ideologia de classe, isto é, os seus valores de interpretação do mundo.

Page 78: Polícia Militar do Estado do Paraná PM-PR · 2019. 5. 29. · Relato de um certo oriente, ... O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política

4

SOCI

OLO

GIA

Enquanto isso, a classe assalariada (os proletários), sem os meios de produção e em desvantagem na capa-cidade de influência política na sociedade, transforma-se em parte fundamental no enriquecimento da burguesia, pois oferecia mão-de-obra para as fábricas, (as novas unidades de produção do mundo moderno).

Marx se empenhava em produzir escritos que ajudas-sem a classe proletária a organizar-se e assim sair de sua condição de alienação.

Alienado, segundo Marx, seria o homem que não tem controle sobre o seu próprio trabalho, em termos de tempo e em termos daquilo que é produzido, coisa que o capitalismo faz em larga escala, pois o tempo do trabalhador e o produto (a mercadoria) pertencem à bur-guesia, bem como a maior parte da riqueza gerada por meio do trabalho.

Devemos partir do entendimento de que as coisas materiais fazem a sociedade acontecer. De outra ma-neira, seria dizer que tudo o que acontece na sociedade tem ligação com a economia e que ela se transforma na mesma medida em que as formas de produção também se transformam. Por exemplo, com a consolidação do sis-tema capitalista, toda a sociedade teve que organizar-se de acordo com os novos moldes econômicos.

Marx também via o homem como aquele que pode transformar a sociedade fazendo sua história, mas en-fatiza que nem sempre ele o faz como deseja, pois, as heranças da estrutura social influenciam-no. Assim sen-do, não é unicamente o homem quem faz a história da sociedade, pois a história da sociedade também constrói o homem, numa relação recíproca. Entendeu?

Vamos tentar explicar melhor. As condições em que se encontram a sociedade vão dizer até que ponto o ho-mem pode construir a sua história. Por essa lógica po-demos pensar que a classe dominante, a burguesia, tem maiores oportunidades de fazer sua história como dese-ja, pois, tem o poder econômico e político nas mãos, ao contrário da classe proletária que, por causa da estrutura social, está desprovida de meios para tal transformação. Para modificar essa situação somente por intermédio de uma revolução, pois assim a classe trabalhadora pode as-sumir o controle dos meios de produção e tomar o poder político e econômico da burguesia.

Para Marx, a classe trabalhadora deveria organizar-se politicamente, isto é, conscientizar-se de sua condição de explorada e dominada por meio do trabalho e transfor-mar a sociedade capitalista em socialista por intermédio da revolução.

Marx, Durkheim e Weber são os principais nomes da sociologia no que se refere ao mundo do trabalho e seus desdobramen-tos sociais, sendo assim, sempre busque relacionar a consciência de classe marxista, com os fatos sociais de Durkheim e a ação social de Weber, e com isso, você vai co-meçar a entender as relações existente no Mundo do Trabalho.

#FicaDica

Objeto e o método da SociologiaPara pensarem objetivo e método sociológico, preci-

samos pensar no fomento formador da disciplina, afinal, quando Comte promove o processo de transição da Fí-sica Social para a Sociologia, ele vai construir o primeiro método sociológico. Nessa perspectiva metodológica, podemos citar a construção da Lei dos Três Estados, que é composto da seguinte maneira:

Primeiro Estágio: estágio teológico, nele, as socieda-des ainda se encontrariam devidamente influenciadas pelos valores espirituais e dominadas pelos dogmas que mascaram a realidade social em nome do mistério divino. Nesse estado as sociedades ainda não valorizam os ho-mens e as mulheres ou a natureza ao seu redor, de modo que esta é compreendida como atributo divino ao qual a humanidade deve ser fiel, sem jamais questionar. É um estágio de desenvolvimento em que se pode perceber a centralidade dos mitos e/ou da religião, o que inviabiliza a investigação científica da natureza em função exata-mente de sua relação dogmática com o conhecimento.

Segundo estado: estágio metafísico, ele é um mo-mento de transição. Nesse caso, abandonam-se os va-lores espirituais, mas não plenamente, de modo que as primeiras investigações sobre a natureza começam a ser feitas, limitando-se exclusivamente a questionamentos intelectuais e abstratos, desprovidos de qualquer com-provação prática. Nesse aspecto, o metafísico correspon-deria ao momento em que a filosofia substitui o dogma e a teologia como formas de concepção do mundo e passa a investigá-lo, ainda que de forma especulativa, contem-plativa. Esse estado seria a condição para o surgimento do terceiro e último, o positivo.

Terceiro estado: estágio positivo, caracteriza-se pela existência de uma ciência que investiga a natureza e comprova as descobertas realizadas de modo a garantir a aplicação prática destas, levando ao desenvolvimento tecnológico e a mais conforto material. Para Comte, esse seria o último estágio civilizacional e corresponderia, de forma geral, à situação dos países europeus que viviam a modernização urbano-industrial do século XIX, passando a deter uma compreensão e transformação da natureza nunca alcançada pelas gerações e civilizações anteriores.

Comte, porém, não estava satisfeito com sua concep-ção teórica da realidade, mesmo porque passou a per-ceber um fator que contrastava com sua teoria positi-vista: a sociedade industrial contemporânea passava por transformações profundas nos costumes, de modo que o senso moral e ético se perdia em nome do lucro e da acumulação de riquezas. O perfil social na Europa Oci-dental do período passava, então, por mudanças profun-das, provocadas pela consolidação do sistema capitalista, pela valorização da ciência contrapondo as explicações míticas a respeito do mundo, pela abertura de mercados mundiais e pelos conflitos derivados das condições de vida miseráveis dos operários, confrontadas com o enri-quecimento da classe burguesa. É em meio a todas essas mudanças que a Sociologia começa a ser pensada como sendo uma ciência para dar respostas mais elaboradas sobre os novos problemas sociais.

A Sociologia e suas teorias, as quais vamos ver a se-guir, se constituem ferramentas de reflexão sobre a so-ciedade industrial e científica que surgia. Vamos ver como