poesia & prosa histórias recontadas

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E. E. Infante Dom Henrique - 2009 Professora Luiza Helena Thomé Utida

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Trabalho realizado pelos alunos da Profª Luiza Thomé na EE Infante Dom Henrique. Vila Matilde, São Paulo, SP.

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Page 1: Poesia & Prosa Histórias  Recontadas

E. E. Infante Dom Henrique - 2009Professora Luiza Helena Thomé Utida

Page 2: Poesia & Prosa Histórias  Recontadas

HISTÓRIAS RECONTADAS A Festa Ellen 1º A pg 4A Morte de Capitu Monique / Natália 1º A pg. 5A Pérola de Um “Amor” Samantha / Núbia 1º D pg. 6A Reunião Jéssica / Juliana 1º E pg. 7Amor! Juliana Souza 1º E pg. 8Amor ou Felicidade? Jeniffer / Michelle 1º A pg. 9 Aniversário Triste Rafael / Sérgio 1º B pg. 10Aquela Noite!!! Camila / Juliana Novaes 1º D pg. 11Bentinho e Capitu Rosangela / Thalita 1º D pg. 12Caindo as Máscaras Fabiane / Jéssica Alves 1º E pg. 14Capitu Luiza (particip. Maiara) 1º C pg. 15Chá de Sumiço Bruno Almeida / Osmar 1º D pg. 16Curiosidade Não Tem Limite Bruna Yukari / Pablo 1º A pg. 17Dom Casmurro Monyque 1º A pg. 20Dom Casmurro Cezar Augusto / Samira 1º A pg. 21Dom Casmurro Mariana / Renata 1º E pg. 22Em Busca da Felicidade Claudia / Crislaine 1º B pg. 24Famílias em Oposição Bianca / Higor 1º C pg. 25Feliz Aniversário Marx / Natali 1º A pg. 26Feliz Aniversário Iris dos Santos 1º A pg. 28Feliz Aniversário Amanda Cristina 1º B pg. 29Feliz Aniversário Aline / Mayara 1º B pg. 30Feliz Aniversário Carolina / Lizandra 1º B pg. 31Feliz Aniversário Danilo Bernardino 1º D pg. 32Feliz Aniversário Juliana Turci / Luis Gustavo 1º D pg. 33Feliz Aniversário Caroline / Roberta 1º D pg. 34Feliz Aniversário Bruno / Guilherme / Júlio 1º D pg. 36Feliz Aniversário Gustavo / Kaique 1º D pg. 37Feliz Aniversário Matheus Cosmo 1º D pg. 38Feliz Aniversário Isabela / Stefany 1º D pg. 39Feliz Aniversário Camila Tiemi 1º E pg. 41Feliz Natal? Juliana Midori / Maiara 1º C pg. 43Feliz Natal Gabriela / Rafael 1º E pg. 44Fruto de Uma Traição Bruno Gutierres / Thais 1º B pg. 45Happy Birthday Caroline Moura 1º E pg. 47Infeliz Aniversário Jéssica / Karen 1º C pg. 48Infeliz Aniversário Rozmari dos Santos 1º E pg. 49Mais Um Ano de Vida?! Maria Carolina / Pamella 1º D pg. 50Naquele Restaurante... Caroline da Silva 1º B pg. 51O Diário de Capitu: Uma Continuação Thaís Garofalo 1º C pg. 52O Jantar Gabriel Costa 1º A pg. 54O Jantar Carolina Moreno / Suellen 1º A pg. 55O Jantar Matheus / Roberto 1º A pg. 56O Jantar Rodrigo / Thiago 1º A pg. 57O Jantar Letícia / Thamires 1º B pg. 58O Sentimento Perdido Gustavo / Weverson 1º C pg. 59O Último Aniversário Alexandre / Thaís 1º E pg. 60Os Oitenta e Nove Anos de D. Anita Wellington Luiz 1º A pg. 62Parabéns Pra Você Suelen / Vinícius 1º E pg. 64Que Comece a Tortura... Anakelly / Guilherme 1º B pg. 65Surpresa de Aniversário Karina Alves 1º E pg. 66Um Grande Confl ito Amoroso Bruna Andrade 1º C pg. 68Um Aniversário de 89, Feliz Íngrid Cássia 1º B pg. 69Um Sonho de Família Juliana Turci / Luis Gustavo 1º D pg. 71União Familiar Por Uma Vida Murilo Batista 1º E pg. 72Viva! Luiz Raphael / Pedro Lúcio 1º C pg. 73

A Festa Ellen 1º A pg 4

Bentinho e Capitu Rosangela / Thalita 1º D pg. 12

Em Busca da Felicidade Claudia / Crislaine 1º B pg. 24

Feliz Aniversário Juliana Turci / Luis Gustavo 1º D pg. 33

O Jantar Letícia / Thamires 1º B pg. 58

Feliz Natal Gabriela / Rafael 1º E pg. 44

Um Aniversário de 89, Feliz Íngrid Cássia 1º B pg. 69

A Pérola de Um “Amor” Samantha / Núbia 1º D pg. 6

Capitu Luiza (particip. Maiara) 1º C pg. 15

Feliz Aniversário Marx / Natali 1º A pg. 26

Feliz Aniversário Bruno / Guilherme / Júlio 1º D pg. 36

O Último Aniversário Alexandre / Thaís 1º E pg. 60

Happy Birthday Caroline Moura 1º E pg. 47

União Familiar Por Uma Vida Murilo Batista 1º E pg. 72

Amor! Juliana Souza 1º E pg. 8

Curiosidade Não Tem Limite Bruna Yukari / Pablo 1º A pg. 17

Feliz Aniversário Amanda Cristina 1º B pg. 29

O Jantar Gabriel Costa 1º A pg. 54

Feliz Aniversário Matheus Cosmo 1º D pg. 38

Parabéns Pra Você Suelen / Vinícius 1º E pg. 64

Infeliz Aniversário Rozmari dos Santos 1º E pg. 49

Aniversário Triste Rafael / Sérgio 1º B pg. 10

Dom Casmurro Cezar Augusto / Samira 1º A pg. 21

Feliz Aniversário Carolina / Lizandra 1º B pg. 31

O Jantar Matheus / Roberto 1º A pg. 56

Feliz Aniversário Camila Tiemi 1º E pg. 41

Surpresa de Aniversário Karina Alves 1º E pg. 66

Naquele Restaurante... Caroline da Silva 1º B pg. 51

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A FESTA

Ele entrou tarde no restaurante. Certamente ocupara-se até agora em grande negócio. Poderia ter seus sessenta anos, era alto, corpulento, de cabelos brancos, sobrancelhas espessas e mãos potentes. Num dedo, um anel de sua força. Sentou-se amplo e sólido. Perdi-o de vista. E enquanto comia, vi entrar uma família grande. O que me chamou a atenção foi a expressão que traziam no rosto. Eram todos orgulhosos, parecia até que não queriam estar ali. Estavam todos muito bem vestidos. Uma mulher de vestido azul-marinho com enfeites de paetês e um drapeado disfarçando a barriga sem cinta, acompanhada de três crianças: duas meninas de peito quase nascendo, infantilizadas de babados cor de rosa e anáguas engomadas e o menino acovardado pelo terno novo. Pouco depois, chegou o resto dos membros, um homem gordo e alto. Trazia pendurada em seu braço uma senhora que entrava quase arrastada. No momento em que eu levava o garfo à boca, olhei o velho alto, corpulento, de sobrancelhas espessas que mastigava o pão com vigor, de olhos fechados e punhos sobre a mesa. Continuei comendo e olhando, mas, desta vez, a família da senhora que certamente fazia aniversário nesse dia. Nesse instante, mirei de novo o velho alto, corpulento, de sobrancelhas espessas que abocanhava a carne do prato com mais vigor, mas agora fazia tanto esforço, que suava. Chamou o garçom que o atendia com gentileza, pois se via que ele era um homem de boas gorjetas. Pediu vinho. Fitei novamente a família grande, a qual mandara trazer um bolo com vela onde se lia “89”. Agora eu tinha certeza: era aniversário da velha. O homem que a trouxera era seu filho. Todos na mesa encaravam-se. Estavam cheios de tédio e não viam a hora de acabar. A velha não se manifestava, e então o filho começou a cantar os parabéns. Logo todos o imitavam. Todavia, o velho alto, corpulento, de sobrancelhas espessas, não parava de comer, até que deu um gole no vinho, passou o guardanapo na testa e apoiou os cotovelos na mesa. Respirava fundo, parecia sentir algo. Voltei o olhar para o meu prato. Perdi a vontade de comer quando vi, ao som dos parabéns, o velho alto, corpulento, de sobrancelhas espessas, cair ao chão e a velha dar um grito. O restaurante inteiro ficou em completo silêncio e a velha que até agora não havia feito nenhum movimento, correu com bastante dificuldade em direção ao velho que estava caído no chão, porém ainda consciente. A família agora, sem saber o que estava acontecendo, cercou o velho e a senhora. Eu agora não sabia o que pensar. Minha curiosidade aumentava. Perguntas me surgiam. Então, por uma brecha que havia entre a família, vi a senhora deitar-se ao lado do velho. Olhou todos aqueles filhos, e netos, e bisnetos que não passavam de carne de seu joelho. O velho, de olhos abertos, olhava todos com ternura, porém nada dizia. Percebi que a senhora buscava algo com os olhos. Ela olhava com os olhos ternos um pequeno garoto. Rodrigo era seu nome. Pareceu-me que ele era o único que para ela era feito da carne de seu coração. Segurou a mão do menino, segurou a mão do velho e disse: _ Este é seu avô. Num último suspiro, encostou a cabeça no ombro do velho e ambos olharam-se fixamente. Morreram ali, à vista de todos. A família derramou algumas lágrimas, mas nem os filhos, nem os netos, nem as noras choraram de verdade. Chamaram as ambulâncias, levaram os corpos e, sem que eu pudesse fazer nada, foram embora. E eu?! Fiquei mais algumas horas, sentado diante do prato, com a comida já gelada e o vinho quente. Mas eu sou um homem ainda. “Quando me traíram ou assassinaram, quando alguém foi embora para sempre, ou perdi o que de melhor me restava, ou quando soube que vou morrer – eu não como, não sou ainda essa potência, esta construção, esta ruína. Empurro o prato, rejeito a carne e seu sangue”.

Ellen n° 12 – 1° A - 2009

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A MORTE DE CAPITU

Capitu, após sua viagem para a Suíça, voltou para o Brasil com seu filho Ezequiel porque precisava resolver sua história com Bentinho. Ezequiel, por sua vez, resolveu ficar na suíça, para terminar seus estudos. Chegando ao Brasil, Capitu vai para um hotel, onde é muito bem recebida por velhos amigos. Após ir ao seu quarto, Capitu desce à recepção e pergunta a uma conhecida se Bentinho está bem e se está morando na mesma casa. Ela responde que ele parece solitário, triste e que ainda mora na mesma casa. Capitu imediatamente vai até a casa para conversar com Bentinho. Chegando lá, Bentinho se espanta ao vê-la e pergunta o que ela estava fazendo lá. Capitu, com um olhar de alegria por ver Bentinho, começa a explicar toda a história. Explica que tudo que houve não passou de um engano, pois ainda o amava e que Ezequiel era realmente filho dele. Bentinho, por sua vez, não acreditava no que ela estava dizendo e que ele não passava de um tolo. Capitu saiu chorando em disparada, correndo pelas ruas. Quando, de repente, uma charrete surge atropelando-a. o escravo eu estava montado no cavalo tenta ajudá-la e a leva para o hospital. Mas já era tarde demais. Capitu havia morrido, pois o cavalo havia passado por cima de Capitu deixando-a com muitos ferimentos. A moça do hotel onde Capitu estava hospedada, logo que ficou sabendo, foi avisar Bentinho que se sentiu culpado pelo acontecimento. Foi até o hospital e, quando viu Capitu na cama, começou a chorar desesperadamente, dizendo que confiava nela. Mas era tarde demais. No dia seguinte, Bentinho estava no enterro chorando sobre o caixão, quando Ezequiel chegou. Bentinho abraçou-o e os dois choraram juntos. Bentinho pediu para Ezequiel nunca mais se separar dele, pois era a única pessoa, além de Capitu, que ele amava. Ezequiel obedeceu ao pedido e morou com seu pai novamente.

Monique Diniz nº 25, Natália S. Tierno nº 28 – 1º A / 2009

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A PÉROLA DE UM “AMOR”

Glória, uma jovem de 15 anos, tinha há um mês perdido os pais em um acidente de carro, quando ela e os pais vieram visitar a tia D. Anita que morava em São Paulo. O pai de Glória era filho único e já não tinha mais ninguém da família de seu pai, já da família de sua mãe havia restado apenas a irmã mais velha de D. Anita, com quem Glória ficou morando até completar dezoito anos. Chegada a maioridade, Glória quis morar sozinha e nesse momento encontrou um rapaz bonito chamado João Emanuel, que não hesitou em pedi-la em casamento, pois, estava completamente apaixonado por ela. Após cinco meses de casados, Glória engravidou. Quando o seu filho Bento nasceu, foi com o filho e o marido para o Rio de Janeiro. Lá compraram uma casa onde Glória morou com o filho e o marido, até Emanuel falecer. Uma semana depois da morte do marido, sua tia D. Anita completaria oitenta e nove anos; Glória e a família foram convidados pela prima Zilda, mas Glória estava em um momento da sua vida que não se considerava para festas. Bento já estava com doze anos e disse para a mãe que seria bom ela ir à festa para distrair-se. No dia seguinte, foram para o sítio que ficava a caminho de São Paulo onde aconteceria a festa. Sua tia D. Anita tinha quatro filhos, três homens e uma mulher que era Zilda. Os homens se chamavam: André, Carlos e Antônio e moravam no Rio de Janeiro. André com a esposa Vilma e os filhos. Viviane, Vitória e Vinycius moravam em Olaria. Carlos com a mulher Sheila e o filho Rodrigo moravam em Ipanema e o filho Antônio com a amada Catita e a filha Capitolina moravam no Flamengo. Na festa, Bento e Capitolina se conheceram, Bento com doze anos e Capitolina, com onze anos e se tornaram grandes amigos. Como os pais moravam no Flamengo, Glória e o primo Antônio tiveram um convívio melhor e assim Capitolina e Bento se viam diariamente. Quando cresceram, Bento e Capitolina se casaram e tiveram Daniel, oamor de Glória. Uma dia, Glória teve uma falta de ar repentina e no hospital conheceu o Dr. José Dias por quem se apaixonou à primeira vista e José, por ela. Assim começaram um relacionamento que durou dez anos até a viagem que resultou na morte deles. Enquanto isso, Bento, Capitolina e Daniel viveram felizes, na medida do possível, tentando superar a morte de José e Glória.

Samantha Ferreira da Silva nº 33, Núbia nº 26 – 1º D - 2009-08-11

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A REUNIÃO

No dia do aniversário de D. Anita, sua única filha mulher organizou uma reunião para comemorar os 89 anos de sua mãe. Ela convidou os parentes mais próximos. Os que vieram de Olaria estavam bem vestidos, pois eles iam aproveitar a visita para dar um passeio em Copacabana, a nora de Olaria apareceu cheia de enfeites e com uma roupa muito chique, e seu marido não veio por razões óbvias, não queria encontrar seus irmãos, por isso mandou sua mulher para que ela o representasse. Ela vinha acompanhada de seus três filhos: duas meninas e um menino, e depois chegou o resto dos convidados. Durante a reunião, D. Anita ficou o tempo todo pensando e calada, só observando como um era falso com o outro. Até que ela não agüentou mais e resolveu falar tudo que sentia. Começou a chorar e ficou nervosa. Enquanto falava, seus parentes só a observavam. Depois disso, ela começou a passar mal. Seus filhos a levaram para o hospital, ela ficou internada e eles voltaram para casa. No dia seguinte, seu filho José foi visitá-la no hospital e teve uma péssima notícia: sua mãe havia falecido, depois de uma parada cardíaca. Nos dois primeiros meses, depois da morte de D. Anita, eles estavam unidos, mas depois que passou um bom tempo, eles começaram a se desentender, como sempre fizeram.

Jéssica Corrêa nº 13 e Juliana Franco nº 15 – 1º E – 2009

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AMOR!

Ele entrou tarde no restaurante. Certamente ocupara-se até agora em grandes negócios. Poderia ter uns 37 anos, era alto, físico de atleta, cabelos grisalhos, arrumado de camisa social dentro da calça. Uma aliança na mão esquerda. Sentou-se sorrindo. Perdi-o de vista e enquanto comia, observei a porta quando os jogadores do Corinthians chegavam. Eles riam sem parar. No momento em que levava o garfo à boca, olhei. Continuei comendo e olhando. O garçom dispunha os pratos sobre a toalha na mesa deles. Mas o homem grisalho mantinha a conversa quando chamaram Mano Menezes. Chegou a comida e comeram rápido para ir ao treino. Eu também comi rapidamente para assistir ao treino. Não muito satisfeita com o treino, fui vê-los no vestiário. Quando estava chegando perto, chegou um segurança primeiro do que eu, disfarcei e perguntei para ele onde ficava o bebedouro. Acabou o treino, os jogadores saíram do campo para ir para o vestiário e eu peguei meu caderno de autógrafos, uma caneta e a minha máquina digital. Tirei fotos com todos os jogadores, e quando eu olho para trás, o Nilmar estava visitando o Parque São Jorge e não deu outra. Pedi o autógrafo e a foto, só que nesse ex-jogador tinha uma coisa a mais, ele foi engraçado comigo até que criou coragem e pediu meu telefone e eu pedi o dele. Ficamos conversando e ele me chamou para sair no outro dia, à 19 horas. Nilmar ia passar no meu prédio para me pegar. Fomos a um restaurante muito chique e muito romântico. Ele começou a me contar a história dele, e disse que não comia carne e nem tomava vinho. Ele disse que tinha medo de morrer sofrendo, seu pai, Carlos, tinha morrido de facada. Depois daquele dia, Nilmar não comeu nem carne e nem vinho. Descobri que ele não tinha contado para ninguém essa história. Ficamos conversando até às 23 horas e nem vimos a hora passar, ele pagou a conta e fomos para casa. Chegando na porta da minha casa, ele me deu um beijo na boca e disse que aquela noite tinha sido especial para ele, Nilmar todo tímido para namorar comigo e não pensei duas vezes e disse sim. Estamos muito felizes hoje e agradeço primeiramente a Deus e em segundo ao Corinthians, que sempre estão me dando alegria de uma maneira ou de outra.

Juliana Souza nº 16 – 1º E / 2009

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AMOR OU FELICIDADE?

Carolina, uma garota de programa, grávida de Denílson, seu primo, quando ela completou sete meses de gravidez, ele foi assassinado. A garota teve gêmeas, porém, sem condições financeiras de criar as meninas, deu uma para seu pai, que morava em São Paulo e a outra, para uma amiga cafetina que morava em Salvador. Meses depois, Carol morreu de overdose no sul de Mato Grosso. Vinte e cinco anos se passaram e Thaís, a gêmea que ficou em São Paulo, sempre foi muito agressiva com o avô, tratava-o como se ele fosse um animal. Como Juca, seu avô, já era velho e acabado, não discutia com a neta, uma mulher muito revoltada. Judite, a cafetina que criou Capitu, a outra irmã, estava quase morrendo, pois o câncer de pulmão que ela possuía já vinha atacando há mais de três meses. Antes de morrer, ela contou a Capitu sobre sua mãe e lhe contou também que seu avô e sua irmã estavam em São Paulo. Deu-lhe o endereço e morreu. Capitu ficou muito triste ao saber que Judite não era sua mãe biológica e, muito chateada, embarcou para São Paulo em busca de sua única família. Thaís era uma produtora de eventos, muito ambiciosa, que sempre tentava se dar bem em cima dos outros. Já Capitu era uma mulher muito doce, sorridente e bondosa. Chegando a São Paulo, foi logo para a casa de seu avô biológico. Entrou sem bater e então foi confundida com Thaís, explicou então a Juca que era Capitu. Ele, emocionado, chorou ao ver a neta. Assim ela saiu para almoçar quando esbarrou, por acidente, em um homem magro, moreno, muito bonito. Ele pediu-lhe desculpas e perguntou seu nome. Ela sorriu e respondeu: _ Capitu. E o seu? _ Bento. Posso lhe pagar um café? _ Claro. Eles conversaram, trocaram telefone e ele levou-a para casa. Thaís não admitiu o fato de a irmã ter vindo morar com ela, mas ao ver o carro do famoso Bento Ribeiro, dono da famosa rede de hotéis “Ilha da Magia” parado na porta de sua casa pensou: “Isso pode me favorecer”. Capitu entrou em casa e a irmã tratou-a como uma rainha. Ela, claro, adorou a recepção. No dia seguinte, Bentinho, como era chamado Bento, levou Capitu para conhecer seu sócio e melhor amigo, Escobar. O tempo passou e as duas irmãs começaram a se gostar de verdade. Capitu se casou com Bentinho e teve um filho, Ezequiel, e Escobar, alguns anos depois, morreu de infarto. O casal foi ao velório do amigo. Bento começou a desconfiar de sua mulher, pois ele percebeu que ela sentira algo a mais por Escobar, algo além de uma amizade. Quando chegou em casa, ele deu de cara com o filho, e percebeu certa semelhança entre ele e o amigo falecido. Mas Ezequiel não tinha apenas alguns traços, era idêntico a Escobar. Ele não disse nada à mulher nem ao filho sobre a desconfiança. Começou então a investigar. Em uma de suas investigações, abriu uma caixa cheia de caras de amor escritas por Escobar para Capitu. Mais algumas dela para ele, que não haviam sido entregues. Em uma dessas cartas, ela dizia o que sentia por ele, que não via a hora de largar seu marido e também contava que Ezequiel era filho dele e não de Bento. Ele, indignado, foi logo discutir com a esposa, alegando que descobrira a sua traição. Ela foi fria e confessou. Bento amava Capitu e lhe disse: _ Vamos esquecer tudo isso e seguir nossas vidas normalmente. Ela já não tinha nada a perder, pois quem ela amava já havia falecido. Decidiu então continuar sua vida com o marido. Ezequiel, quando completou vinte e cinco anos, casou-se com sua vizinha Adriana, e a história se repetiu assim como o caso de sua mãe e seu pai de criação. A esposa o traiu, confessou e foi perdoada. O casal teve um filho: Bruno. Anos mais tarde, Ezequiel descobriu que Bruno não era seu filho de sangue. Porém não comentou nada com ninguém. Assim como seu pai, foi em busca de sua felicidade. A partir disso, não aconteceu mais nenhuma traição. Eles seguiram suas vidas normalmente.

Jeniffer nº 17 e Michelle nº 24 – 1º A - 2009

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ANIVERSÁRIO TRISTE

A família foi chegando pouco a pouco. Os que moravam no Rio de Janeiro estavam muito bem arrumados, até porque não era apenas uma festinha da família, e sim uma visita, uma ida do Rio de Janeiro até São Paulo não é uma coisa que se faça todos os dias. A nora de Olaria apareceu com um vestido verde escuro, com um laço na cabeça e um penteado muito diferente, porém charmoso. O marido dela não fora por motivos óbvios à família, não queria reencontrar os irmãos, tinham uma rivalidade de muitos e muitos anos, pois só pensavam em trabalho, dinheiro e competiam sempre para saber qual deles era mais qualificado para essas atividades. Mas mandara sua esposa à festa em sinal de respeito com a mãe que estava fazendo aniversário, para que o laço que ainda os unia não fosse rompido. Ela sempre ia com o seu melhor vestido, justamente para mostrar para as cunhadas que quem tinha mais poder e dinheiro era ela e o marido dela. Acompanhada de seus dois filhos, chegou e se sentou bem no canto da sala. Zilda, a filha com quem a aniversariante convivia durante anos, tinha organizado a festa como se fosse um baile de formatura – com as mesas em volta da sala e as mesas com os petiscos e salgados no centro – a nora de Olaria, após ficar muito tempo sentada no canto do salão, resolveu levantar para cumprimentar todos. Logo após cumprimentá-los, fechou a cara novamente e foi sentar no mesmo lugar em que estava, só que agora, começara a prestar atenção nos atos de outros convidados. Um pouco mais tarde, chegou a nora de Ipanema com seus netos e a babá. Disse que o marido iria se atrasar um pouco, pois estava trabalhando e não conseguiu pegar o ônibus junto com eles. Os outros irmãos já estavam presentes na festa, sempre estavam se olhando feio e fazendo caras mal humoradas, apenas se cumprimentaram e sentaram muito distantes um do outro com suas famílias. Todos fingiam estar felizes com o “reencontro” da família, mas na verdade, aquilo não passava de uma “encheção de saco” para aqueles que lá permaneciam de certa forma obrigados pelas esposas e filhos. A nora de Ipanema já não suportava mais a situação de ter que ficar sentada durante a festa inteira na frente de sua cunhada que a observava constantemente, então, teve a ideia de ir ao banheiro e ficar ali pelos minutos restantes da festa, mesmo que faltasse muito para acabar, ela preferia ficar no banheiro por muito tempo, a ficar vendo a sua cunhada a observá-la pelo restante da festa. Disse para seus filhos chamá-la assim que fossem cantar os parabéns, só assim ela sairia do banheiro, mas certamente voltaria após os parabéns. Quem via a aniversariante, não sabia se estava feliz ou triste, sua expressão aparentava dor e raiva de seus filhos e parentes. Pensava que a única filha que dava valor a ela era a Zilda, a filha com quem vivia há muitos e muitos anos. Dona Anita continuava sentada, só observando a sua filha adorada servir os convidados, mas sempre com aquela expressão. De todos os convidados da tão “maravilhosa” festa, nenhum teve a coragem de entregar os presentes para a dona Anita pessoalmente, todos deixaram os presentes no quarto de Zilda, o único ali presente que deu parabéns à senhora foi seu neto Rodrigo, o neto de que ela mais gostava em toda sua vida, filho de seu filho Carlos. Depois de muitas rivalidades e trocas de olhares, chegou a hora dos parabéns. Os filhos de Juliana (a nora de Ipanema), foram chamá-la no banheiro, assim como tinha pedido. Todos cantaram os parabéns a dona Anita, ela com cara de tristeza e raiva, apenas dava risadas para seu neto Rodrigo, que cantava com alegria e vontade. Depois que todos comeram os pedaços do bolo, que por sinal estava delicioso, pois Zilda era uma confeiteira de mão cheia, começaram a ir embora. José, que tinha chegado há 30 minutos, pegou a sua família e começou a se despedir; logo em seguida, Cordélia chamou seus filhos, que brincavam alegremente no quintal gigantesco que possuíam, para irem embora já que estavam cansados e com saudades do pai. Assim foi indo, convidado por convidado, inimigo por inimigo. Quando já não restava nenhum convidado ali, dona Anita e Zilda se sentaram e começaram a dar risadas sozinhas, como loucas, riam e riam, ficaram nesse ritmo durante muito tempo. O que não descobrimos até hoje, se aquelas gargalhadas delas eram realmente de alegria, ou se eram de raiva e ódio. Depois de muitas risadas, ficaram pensativas, pensavam se a festa do ano seguinte seria finalmente uma festa melhor, com os familiares mais unidos, ou se seria uma catástrofe novamente.

Rafael Andreaza Cavaignac nº 31, Sérgio Frederique nº 33 – 1º B – 2009

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AQUELA NOITE!!!

No dia 13 de maio de 2014, aconteceu algo em minha vida. Estaria comemorando 15 anos de casamento, ao lado do meu amado Manoel. Eu, Zilda, uma pessoa que não dava valor ao que tinha de melhor em minha vida, o meu querido, filho Rodrigo e o meu marido Manoel. Manoel sempre me amou, sempre querendo me agradar, dando-me buquês de flores, presentes, café-da-manhã na cama e sempre me surpreendendo com suas lindas frases de amor. Naquele jantar romântico, onde estávamos comemorando nosso aniversário de casamento, foi lindo! Maravilhoso! Nunca me esqueço daquele lindo anel de brilhantes que ele me deu. Mas, infelizmente, chegou a hora de irmos embora. Chamamos táxi, fomos embora. Sem ao menos me conhecer, o taxista me disse: _ São grandes oportunidades que temos em nossas vidas, mas não damos o pouco valor a quem realmente nos ama. Naquela noite, um caminhão desgovernado, vinha em direção ao nosso carro. Eu não sofri mais de dois arranhões em meu rosto, mas meu marido morreu. No velório dele, estavam todos os que o amavam: a minha sogra, vinda de Ipanema, a dona Tereza, minha mãe, vinda de Olaria, a dona Nenê, minha avó dona Anita, dona Júlia, a concunhada de Olaria, o meu irmão José, a sua mulher Cordélia. Estávamos todos lamentando a triste perda de Manoel. E o nosso filho Rodrigo, de apenas quatro anos, disse assim: _ Mamãe, por que o papai ta aí? _ Meu filho, o papai agora vai virar uma estrelinha lá no céu, e quando você sentir saudades dele é só olhar pro céu e saber que o seu pai é uma delas. Perguntei a Deus o porquê de tudo aquilo ter acontecido com o meu marido. Mas me lembrei, o que aquele homem do táxi havia falado para mim. Como me arrependo de não ter dado o devido valor ao meu marido. O amor que Manoel tinha por mim todos esses anos, só hoje percebo, quando já não o tenho mais. Às vezes, não damos valor a quem nos ama. E só damos valor quando perdemos. Eu tive grandes oportunidades na minha vida, mas não soube aproveitar, e só hoje eu sei como é a dor de perder um grande amor. O único amor da minha vida sempre será o Manoel. E o fruto do nosso amor é o Rodrigo, meu amado filho. Meu amor, eu te amo, e só agora que você não está aqui, eu digo todas as noites antes de dormir:TE AMO!!!!! E eu sei que você está me ouvindo.

Camila de Freitas Arcelli nº 05; Juliana Novaes nº 15 – 1º D – 2009

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BENTINHO E CAPITU

No Engenho Novo, um subúrbio da capital carioca, morava Bentinho e sua família. Bentinho tinha 17 anos, era o inocente, o covarde da família. Ele tinha um irmão chamado Escobar. Escobar tinha 22 anos e era o oposto de Bentinho. A mãe deles, chamada Dona Glória, era aquela que amava e amparava profundamente seus filhos, vivendo por eles. O sonho de dona Glória era que Bentinho entrasse para o seminário, mas Bentinho nunca gostou dessa ideia, primeiro, porque ele não tinha vocação para isso, segunda porque ele amava Capitu. Capitu tinha 18 anos, morava ao lado da casa de Bentinho, ela era uma menina de personalidade forte e envolvente, olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Ela namorava Escobar, irmão de Bentinho, os dois eram um casal feliz, porém Capitu ficava se insinuando para Bentinho e acabava deixando o garoto inocente, apaixonado. Bentinho não suportava ver Escobar e Capitu juntos, o sonho dele era estar no lugar de seu irmão, mas guardava esse sentimento para si mesmo. Certo dia, Escobar teve que fazer uma viagem para casa de seu tio Cosme, pois ele estava muito doente. Escobar era muito apegado a esse tio. Ele prometeu a Capitu que voltaria assim que seu tio ficasse bom, e iria mandar recado pelo Bentinho. Capitu entendeu, e disse que iria esperá-lo. Entre as entregas de recados que Bentinho falava para Capitu, ela sempre dava um jeito de provocá-lo. Bentinho fingia não entender o que acontecia e dava um jeito de sair dali, mas no fundo ele gostava. Depois de duas semanas, Escobar ligou para Bentinho avisando que seu tio Cosme havia piorado e que ele iria demorar mais um pouco para voltar. Pediu que Bentinho desse o recado a Capitu e dona Glória. Em seguida, Bentinho correu para a casa de Capitu para dar o recado de seu irmão. Ele deu três toques na porta, pouco tempo depois, Capitu abriu. Bentinho ficou surpreso ao ver que Capitu estava só de toalha, mas ele gostou do que estava vendo. Capitu o convidou para entrar, e disse que estava sozinha. Bentinho recusou o convite, logo em seguida deu o recado e disse que tinha que ir porque estava com pressa. Capitu não deu ouvidos ao recado, puxou Bentinho pela gola de sua camisa e o beijou. Logo após o beijo, Bentinho saiu correndo e não sabia o que fazer. Capitu, da porta, começou a dar risada e entrou. Bentinho chegou em casa e foi direto para seu quarto; ele havia gostado do que acontecera, mas se sentiu culpado. Os dias foram se passando, Bentinho e Capitu sempre se encontrando, e acabaram mantendo uma relação escondidos. Um mês se passou, dona Glória recebeu uma ligação de seu filho Escobar dizendo que iria chegar à noite, e pediu que Bentinho chamasse Capitu para o jantar. Dona Glória concordou. Após a ligação, a mãe de Bentinho lhe deu o recado e avisou que iria sair para comprar as coisas para o jantar. Bentinho viu que sua mãe saiu e foi correndo dar o recado a Capitu, mas pediu que ela fosse um pouco mais cedo, para eles aproveitarem o pouco tempo que lhes restava. Algumas horas se passaram e dona Glória não havia chegado, Capitu foi à casa de Bentinho, como combinado. Ao chegar, ela foi para o quarto de Bentinho e Escobar, pouco tempo depois dona Glória chega e vai direto para a cozinha preparar o jantar. Enquanto isso, Bentinho e Capitu estavam aos beijos no quarto. Escobar chegou e foi direto para seu quarto. Da porta ele vê a cena de Bentinho e Capitu. Ele ficou indignado e com muito ódio dos dois. Sem nem pensar duas vezes, ele pegou Capitu pelos cabelos e colocou-a para fora de sua casa e disse que nunca mais queria vê-la. Ela tentou se explicar e pedir desculpas, mas foi em vão. Dona Glória se assustou com os gritos e foi ver o que se passava. Ao ver o que estava acontecendo, ela tentou acalmar Escobar para que ele não fizesse nenhuma besteira com Bentinho. Depois de algumas horas, Escobar ficou mais calmo, mas ainda preferia não ver Bentinho em sua frente.

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Bentinho ficou em seu quarto com um enorme sentimento de culpa, e não parava de chorar, então ele decidiu fazer uma besteira. Sem que ninguém o visse, ele foi até a cozinha e pegou uma faca e acabou se suicidando. Dona Glória foi até a cozinha e, ao ver o corpo de Bentinho no chão, ela se desesperou e começou a chamar por Escobar, aos prantos. Escobar chegou na cozinha e deitou sobre o corpo de seu irmão e começou a chorar e a pedir desculpas. Ele acabou se sentindo culpado pelo que tinha acontecido com seu irmão. Um ano se passou, dona Glória e Escobar passaram a cuidar do filho de Capitu e Bentinho, pois Capitu havia descoberto que estava grávida de Bentinho, mas no parto ela não agüentou e veio a falecer. Escobar deu para o menino o nome de seu irmão: Bento Santiago. Durante esse um ano que passou, Escobar conheceu Sancha e eles começaram a namorar. Sancha aceitou o “filho” de Escobar. Dona Glória gostava muito de Bento e matava as saudades que sentia de seu filho, o Bentinho..

Rosangela Ana nº 32, Thalita A. nº 37 – 1º D – 2009

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CAINDO AS MÁSCARASUma nova versão de “Dom Casmurro”

Capitu e Escobar estavam em uma amizade muito íntima e isso começou a provocar ciúme e a preocupar Bentinho, que estava desconfiado de que estaria sendo traído. Sem reação, Bentinho sai de casa sem dizer nada e contrata um matador profissional para eliminar Escobar, para honrar seu nome. Voltando para casa, Escobar encontra o matador que faz o serviço conforme o mandado. Amanhecendo o dia, chega a notícia de que Escobar havia morrido, o que deixou Capitu muito abalada. O enterro seria na tarde daquele mesmo dia. Capitu entra em estado de desespero e passa a manhã inteira entre lágrimas. Após o enterro de Escobar, Capitu decide contar a Bentinho que está grávida e isso o deixa com uma dúvida cruel, sem saber se o filho é seu ou de Escobar. Passaram os nove meses de sua gestação e Capitu ainda não se conformava com a morte do amado Escobar. Após o nascimento da criança, Bentinho não conseguia acolher Ezequiel como seu filho, sem conseguir dar carinho e afeto ao menino. Bentinho sempre jogava na cara de Ezequiel que ele não era seu filho e Capitu ficava com muita raiva do marido, isso causava muitas brigas entre eles. Em uma dessas brigas, Ezequiel fugiu de casa e Capitu ficou desesperada atrás do menino. Bentinho não se preocupou, nem sequer um pouquinho com o desaparecimento do menino. Capitu saiu pelas ruas atrás de Ezequiel e o encontrou jogado na rua, pois tinha sido atropelado por um carro. As pessoas que estavam na rua, tentaram ajudá-lo, mas já era tarde demais, Ezequiel estava morto. Capitu ficou dias e dias de cama por não se conformar com a morte de seu filho e colocava a culpa em Bentinho. Após alguns anos, depois de ser tão humilhada por Bentinho, Capitu toma uma decisão: mataria Bentinho. Depois de anos de agonia, ela finalmente ficaria livre dele. Armara tudo sozinha, afinal ninguém poderia saber que ela seria a culpada pela morte de Bentinho. Numa noite, Capitu resolveu se fazer de arrependida e dando uma de mulher apaixonada, Capitu se entrega a Bentinho pela última vez. Este pega num sono profundo. Capitu aproveita para dar uma facada no peito de Bentinho, matando-o de uma só vez. Capitu arruma suas malas e foge para outro país, para onde ninguém nunca mais soubesse notícias dela

Fabiane Ferreira nº 06 e Jéssica Alves Cardoso nº 12 – 1º E / 2009

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CAPITU

Capitolina e Bento eram de famílias “bem de vida”, porém, havia uma rivalidade entre elas, por conta de um conflito vindo de gerações. Os dois eram amigos, mas não podiam se ver, a não ser escondidos. Quando jovem, Bento namorava Sancha, uma velha amiga de Capitu, porém teve que terminar com ela, pois, quando criança, sua mãe havia adoecido, Bento fez uma promessa de que seria padre se sua mãe melhorasse. Bento terminou com Sancha e despediu-se de Capitu, escondido, e foi para o seminário. Lá conheceu Escobar, viraram grandes amigos, estudaram durante dois anos, mas desistiram de ser padres e voltaram para casa. Bento e Capitu começaram a ser gostar, mas não podiam namorar por causa do conflito de suas famílias. Capitu tomou coragem e resolveu contar à mãe, que de princípio se espantou, mas depois apoiou. Já Bento não contou a ninguém e Capitu não entendia como ele sabia mentir tão bem. Escobar e Sancha também estavam namorando. Depois de um certo tempo, casaram-se: Bento e Capitu, Sancha e Escobar. Desde quando se casou, Capitu sempre quis ter um filho, mas seu marido, não. Um certo dia, Sancha veio visitá-los, visto que nunca mais haviam se visitado, trazendo-lhes a novidade: já tinham um filho: Ezequiel. Capitu ficou fascinada com a criança. Bento até parecia já conhecê-lo e Capitu achou-o muito parecido com Bento. Então resolveu conversar com Escobar sobre isso. Ele também concordou. Capitu e Escobar começaram a investigar e achavam que, como eles tiveram um caso quando eram jovens, nada mais natural que o mantivessem às escondidas. Escobar encontrou uma carta enviada para Sancha, e Capitu encontrou uma também enviada para Bento, ambas sem nome do remetente. Quando começaram a lê-las, reconheceram a forma de escrever e descobriram que Bento e Sancha enviaram as cartas um para o outro. Escobar e Capitu foram, então, falar com os dois. Estes não omitiram nada. Assim Bento ficou com Sancha. Capitu ficou arrasada com a situação. Escobar foi consolá-la, embora também precisasse de consolo. Descobriram assim, que tinham muita coisa em comum. Passado algum tempo, casaram-se e tiveram o tão esperado filho a quem deram o nome de Manuel.

Luiza Soares nº 25 e (participação especial de Maiara Assis) – 1º C – 2009

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CHÁ DE SUMIÇO

Uma moça entra no restaurante para comer e o garçom a atende. Pediu o prato e um vinho. O garçom trouxe. A moça estava assustada e apavorada com não sei o quê. Um rapaz estava observando o jeito dela e como ela agia. Tinha um jeito meio atrapalhado, ela comia muito rápido e depois, devagar até demais. Colocava o guardanapo na boca, no rosto e até na testa. Então entraram dois homens vestidos de branco, no restaurante. De repente, a moça sumiu. Parecia que tinha tomado um chá de sumiço. O rapaz, abismado com tudo aquilo, foi perguntar o que tinha acontecido. Quando dirigiu-se ao homem de branco, este perguntou ao rapaz: _ Você viu uma moça aqui? _ Vi. Ela sumiu do nada. _ Ela fugiu do hospício. Bem que o rapaz percebeu o jeito meio doido dela. Logo depois, o rapaz sai do restaurante e encontra a moça que tinha saído do hospício no parque e percebeu que ela estava perturbada. Foi conversar com ela; queria saber o que havia acontecido. Ela fala: _ Eu não sou doida! Eles me confundiram com outra pessoa, me assustei e fugi. O rapaz entendeu o lado dela, viu que ela não era doida. E assim, os dois começaram a conversar. Ele ajudou-a a fugir, levou-a para sua terra natal. Construíram uma casa e se casaram, tiveram um filho e viveram felizes para sempre.

Bruno de Almeida Callado nº 03, Osmar Junior nº 27 – 1º D / 2009

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CURIOSIDADE NÃO TEM LIMITE

Durante o feriado, na volta da casa de minha mãe, parei para almoçar em um restaurante. Quando estava sentado, esperando pela minha comida, observei um homem sentado a poucas mesas à minha frente, já que era feriado, o restaurante não estava muito cheio e não estava difícil observar e ouvir as outras pessoas. Quando chegou minha comida, o perdi de vista enquanto comia, e tive uma distração com a beleza de uma mulher, mas logo voltei ao meu foco. Ele era um homem de presença, passava uma imagem muito concreta, que se mostrava educado, muito bem arrumado, podemos concluir que ele era um homem de negócios. Enquanto eu comia, o garçom se aproximou dele e se mostrou com certa intimidade e perguntou: _ O que vai ser hoje, chefe? _ Por enquanto nada, mas logo eu te chamo. O garçom saiu de sua mesa e mostrou um rosto enigmático. E eu, como era um observador, comecei a juntar os pontos, logo percebi que ele já freqüentava aquele local. Estava algum tempo sentado e nada pediu, agia como se esperasse alguém. Interessei-me pelo que aconteceria e resolvi ficar por mais um tempo no restaurante. Foi então que ele recebeu uma ligação e atendeu cheio de graciosidade. _ Oi, amor, houve um imprevisto e irei demorar um pouco. Avise para nosso filho que outro dia o levamos ao parque. Ouvi a voz grossa do homem que eu observava. A pessoa do outro lado da linha disse algo, ele somente sorriu e desligou. Estava sendo desvendado cada vez mais o meu ‘enigma’, vamos repaginar: Ele estava esperando por alguém quando recebeu uma ligação desmarcando um encontro. Que provavelmente seria sua esposa, já que ele disse que depois sairiam com o filho. Logo após, ele recebeu uma ligação. Minha comida já estava fria e quase acabando, não deixei de querer descobrir aquele desfecho, fui capaz de pedir mais comida para continuar a observar, inventei uma desculpa qualquer para sentar mais próximo de sua mesa. Sentei bem na hora em que ele atendeu o celular. _ Oi linda, cadê você? Você tá atrasada, viu? Tá, no lugar de sempre, vai antes que sua irmã me ligue de novo. Opa! O que estava acontecendo? E sem querer, fiz uma expressão de surpresa, quase me engasguei com a água! Espera aí! Para tudo! Ele tinha uma amante? Era a irmã de sua esposa? Como pode um homem com um filho e família ter esse tipo de atitude? Fiquei pasmo. O garçom veio em minha direção para falar comigo. _ Ei, amigo, calma! – fiquei calado alguns instantes e ele tornou a falar. – Já me acostumei com isso. _ Isso o quê? _ Esse senhor, na mesa à frente. _ Sério?! _ É sempre assim, de tempos em tempos, mas, o que ele não sabe é que sua mulher também freqüenta aqui. _ Então ela também tem um amante, que é irmão dele?! _ Não, não! Ela é amiga da dona, ainda vai ter o dia que ela vai descobrir. _ Nossa, estou realmente pasmo. O garçom riu e disse: _ Agora vou atender outra mesa, até... Eu estava sem reação, quase não conseguia pegar no garfo, resolvi pedir uma sobremesa, já estava quase explodindo de tanto comer, mas é como dizem “curiosidade mata” e eu estava quase morrendo de tanto comer. Esperando minha sobremesa chegar adivinha quem chega? Ela mesma, a “outra”. Era uma mulher muito sensual, olhar marcante, passos firmes, marcados por seu salto, cabelos ondulados, alta e com um sorriso que até eu me apaixonei. Concluí que era a mulher ao nível dele, pensei também como seria sua esposa (feia ao ponto de ele querer outra? Ou tão linda que enjoou? Ou era um cafajeste?).

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Ela sentou-se muito sensual e sua face derramava, transbordava alegria. Foi então que iniciaram: _ Oi, paixão, que saudades! _ a mulher disse. _ Também estou! Muitas! Pensei que não viria... _ Você acha? Só houve alguns imprevistos, mas logo cheguei! _ Hoje sua irmã já me ligou quatro vezes, quase tivemos que desmarcar nosso encontro. _ Tinha que ser ela, é, eu sei que a saudade falou mais alto! _ Sim. Vamos pedir? _ Sim, vamos. Chamaram o garçom e fizeram seus pedidos, pude perceber uma coisa, ele não gostava de verdade, ela deveria ser alguma distração, não pude esconder novamente meu rosto de surpresa, e o garçom voltou até minha mesa. _ Oi, está menos surpreso? _ É, estou tentando. _ Linda, não? Igual à irmã. _ Sério?! _ Sim, ele faz o mesmo jogo com as duas. Ele tem duas e eu não pego nem gripe. _ Você é engraçado! _ eu disse entre risos. _ Depois eu volto, vou levar alguns pedidos, até... Gente, estou realmente impressionado, depois falam que o pobre é o sem vergonha, ele é um rico cafajeste! Pude concluir que ele era o pior cafajeste, porque ele tinha um filho. Onde será que estava a consciência dele? Em uma colônia de férias! Pois é o que parecia. Minha sobremesa chegou, quase não consegui comer, pois estava saturado de tanto comer, já estava lá há um tempinho e continuei a observar. Enquanto eles esperavam a comida, ela deu-lhe um beijo forte e marcante, meus olhos quase saltando ao ver aquela carícia tão ousada, quase pude sentir a cereja que estava em minha boca ganhar uma passagem de volta para a cozinha. O garçom esperou alguns instantes para poder entregar a comida. Aquela paixão parecia bem como um casal de amantes mesmo! Falando assim, parece que eu tive experiência, não é? Mas não houve, foram casos de amigos. Ela pediu uma comida leve, para manter aquele corpinho de dezoito aninhos, já ele, uma comida que o sustentasse. E foi aí que eu vi uma cena que quase me fez cair da cadeira. Eles trocavam carícias bem quentes, que me deixaram um pouco sem graça, mas não conseguia desgrudar os olhos daquela cena. E bem, se você acha que ele não percebeu, não, ele não percebeu. Porque eu sei esconder e disfarçar muito bem, e com aquela mulher ao lado, sua atenção se voltava para ela, somente. De repente, ele se levantou e saiu. Devia ter ido ao banheiro. Chegando lá, tirou o celular do bolso e iniciou uma ligação, não me segurei, tinha que ir até o banheiro, entrando em uma das cabines ao lado da sua para ouvir a conversa. _ Vi que você ligou. O que aconteceu? _ ... _ Vai aonde? _ ... Dois homens entraram conversando e não pude mais ouvir, voltei para minha mesa antes que ele me visse. Confesso que aquela história estava muito boa. Sabe por quê? Porque sua mulher estava para ir até o restaurante! Lembram que ela era amiga da dona deste restaurante? É hoje, agora que eu não saio daqui! Estava tão ansioso que me deu uma disenteria. _ Amigo! _ Quer mais alguma coisa, senhor? _ Sim, mas não é comida. _ O que é então? _ Tenho uma notícia para lhe dar. _ disse eufórico. _ É sobre o senhor à sua frente? _ Sim. _ Então fale... _ percebi que o ‘informante’ estava curioso.

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_ Ouvi uma ligação dele com sua esposa... E eu lhe contei o que eu ouvi, ele ficou tão surpreso que engasgou com sua própria saliva. Que coisa do destino, ele também tinha algo a me dizer, a chefe mandou separar a mesa para ela, sua amiga e o filho e as amigas, aquilo só confirmou o que eu achava. Tempos depois a mulher do homem chegava. E realmente elas eram bem parecidas, diferenças eram poucas, a estatura e alguns traços do rosto. A mesa de seu marido era próxima à porta de entrada, ela chegou com seu filho e mais duas amigas. Todas demonstrando um nível alto de vida. O restaurante era de porte fino, logo quando ela entrou, seu filho apontou e falou: _ Mãe, olha o papai! Ela achou que era apenas um homem parecido, mas, atenciosa, ela falou: _ Cadê, filho? A criança, feliz, pela atenção que a mãe lhe deu, falou para ela: _ Ali, mãe, na mesa da parede! Com o olhar meio perdido, procurava pelo que seu filho dissera, e de repente, ela acha. _ O quê! Não é possível! Ele falou que estava enrolado com negócios... _ Que legal, mãe! Vamos falar com o papai. _ Vamos agora! _ ela respondeu, frustrada. Eu estava de olho, só observando, e o garçom não parava de rir. Foi então que ela percebeu que havia uma mulher junto de seu marido. A raiva só aumentou. E o pior aconteceu quando ela se aproximou e viu seu marido beijar a mulher ao seu lado. A raiva a consumiu e ela resolveu tirar aquela história a limpo. Ela poderia estar chorando, mas estava com raiva demais daquele cafajeste. O garoto soltou a mão da mãe com euforia e foi correndo até seu pai, abraçou seu braço, gritando: _ Papai, papai! O homem se afastou assustado, da amante, que antes beijava, se assustou ainda mais quando viu seu filho, sorrindo com os olhos cheios de alegria, já procurando saber onde estava sua esposa. Encontrando-a com a pior cara. Ela foi até ele, agarrando a mão de seu filho, demonstrando constrangimento. _ Você é um ridículo, idiota, disse que tinha negócios e fica se encontrando com outras! Você é um dissimulado, não consigo acreditar que você chegou nesse nível! A mulher dizia em voz controlada, mas fazendo-a soar como se estivesse cuspindo as palavras. Ele tentou argumentar, mas, a mulher partiu para a agressão, com uma de suas mãos virou a face bruscamente do homem para o lado contrário marcando-a com um tom avermelhado e seus dedos marcados na face. Aquele tapa doeu tanto em mim que eu pedi ao garçom para buscar gelo ou algo que fizesse melhorar o vermelho do rosto do cara. _ Não se atreva a pisar em casa. Inclusive, mande alguém ir buscar suas coisas! E quando ela se virou para ir embora e viu a desgraça, descobriu quem era. Sua irmã. E, não sei se ela conhecia a irmã que tinha, porque não esboçou qualquer reação, quando viu que a amante do seu marido era a irmã. Ela aproximou-se e disse algo no ouvido dela. _ Não sabia que inveja matava, sabe? Não adianta, sendo desse nível, não vai conseguir ser melhor que eu. Nunca. E sabe, você sempre foi uma decepção para mim. Você sempre tentou ser superior, mas nunca conseguiu esconder o quão baixa você é. Dito isso, ela se afastou com seu filho, indo de encontro às amigas. Sua irmã olhava-a com ódio, raiva, mas parecia haver algo a mais que eu não sabia dizer o que era. Percebi que algum tempo já passara, e que devia ir embora, afinal o tempo que esperei valeu a pena, pois rendeu muitas emoções. Chamei o garçom simpático, pedindo a conta para logo depois pagar e deixar uma boa gorjeta para o rapaz que havia me transformado num fofoqueiro portátil. Sorri satisfeito, foi um ótimo almoço, confesso que ganhei diploma de senhor fofoqueiro, garanto que ainda teremos muitas aventuras.

Bruna Yukari nº 05, Pablo Wallace nº 29 – 1º A / 2009

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DOM CASMURRO

Nascido em 1842, numa fazenda em Itaguaí, Bento se muda para o Rio de Janeiro aos 2 anos de idade, pois seu pai foi eleito deputado. Alguns anos depois, com o falecimento do pai, ele e a mãe vendem a fazenda e os escravos e permanecem no Rio de Janeiro, vivendo de renda. Tudo corre bem até uma tarde de novembro de 1857, quando ele fica sabendo que a mãe continua querendo fazer dele um padre. Era uma promessa que fizera a Deus, mas que parecia esquecida. Ela reavivou essa ideia porque lhe disseram do namoro entre ele e Capitolina – a Capitu – que morava na casa ao lado deles. Bentinho é enviado ao seminário, mas, antes, ele e Capitu juram se casar. No seminário, Bentinho conhece Ezequiel de Souza Escobar, que viria a ser seu melhor amigo. Uma ideia do amigo o livra do destino de se tornar padre: a mãe de Bento deveria adotar alguém órfão e custear seus estudos no seminário, pois assim daria um sacerdote a Deus. Resolvida a questão, Bento deixa o seminário e vai para São Paulo estudar Direito. Escobar, comerciante bem sucedido, casa-se com Sancha, amiga de Capitu. Em 1865, Bento e Capitu também se casam. Os dois casais vivem felizes e progridem financeiramente. Escobar e Sancha têm uma filha, à qual dão o nome de Capitolina. Bento e Capitu também ganham um filho, chamado Ezequiel. As famílias se dão muito bem e cultivam uma grande amizade. No entanto, com o passar do tempo, Bentinho passa a sentir Capitu cada vez mais dissimulada. Às vezes, parecendo vaidosa e frívola, outras vezes, não prestava atenção ao marido. Para completar, parece manter projetos secretos, compartilhados apenas com Escobar. Assim, nasce um ciúme que corrói a mente de Bento. Em 1871, acontece a tragédia: Escobar morre afogado. No enterro, Bento percebe que Capitu olhava fixamente para o defunto, com uma forte expressão, e fica abalado com essa situação. Com essas desconfianças, Bento resolve ir para o exterior sem avisar nada a ninguém. Depois de um tempo, descobre que sua mãe havia sido morta. Sendo assim, resolve voltar para o Rio de Janeiro à procura de quem a matou. Chegando lá, percebeu que cada vez mais Ezequiel parece com seu falecido amigo Escobar. Numa discussão, Capitu deixa escapar que não gostava da mãe de Bento e que era para ela ter falecido há muito tempo. Após essa discussão, Bento descobre que Capitu havia matado sua mãe, mas não sabia o motivo do crime. Sendo pressionada por Bento, Capitu resolve admitir que matou a mãe de Bento e que ele fora traído, pois seu filho não era dele e sim de Escobar. Enfim, Capitu acaba sendo presa. Bento adota Ezequiel e volta para o exterior. Lá ele conhece uma moça e se casa novamente.

Monyque nº 26 – 1º A / 2009

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DOM CASMURRO

Bento – Bentinho – nascido em 1842, vai para o Rio de Janeiro aos dois anos de idade, pois seu pai fora eleito deputado. Alguns anos depois, com o falecimento do pai, ele e a mãe vendem a fazenda e os escravos e ficam vivendo no Rio, de rendas. Tudo parecia bem quando Bento fica sabendo que sua mãe ainda quer fazer dele padre, pois descobriu o namoro do filho com Capitolina Pádua – Capitu – que morava na casa ao lado da deles. Bento é enviado ao seminário, onde conhece Ezequiel de Souza Escobar – Escobar – que viria a ser seu melhor amigo e que deu uma ideia para livrar Bento do seminário. Algum tempo depois, Bento casa-se com Capitu, e Escobar com Sancha (amiga de Capitu), ambas as famílias têm filhos. Com o passar do tempo, Bento começa a desconfiar que Capitu esteja traindo-o com seu melhor amigo, Escobar. Cada vez mais, Bento vê semelhanças entre seu filho, Ezequiel, e Escobar e pensa que seu filho é, na verdade, de Escobar. Enciumado, vai até a casa de Escobar tirar satisfações. Ele e Escobar começam a discutir. Este fala a Bento que estava fora de si, que jamais teria coragem de fazer isso com seu melhor amigo. Bento sente-se ofendido por Escobar e começam a brigar. Bento vai à cozinha, pega uma faca e golpeia o amigo que cai ao chão. Quando Bento percebeu o que havia feito, ajoelhou-se e começou a gritar o nome do amigo. Uma pessoa que passava pela rua ouviu os gritos e chamou a polícia. Era tarde. Escobar estava morto. Bento é preso e condenado. Capitu e Ezequiel, que agora era muito parecido com Bento, foram visitá-lo e, em uma conversa, Capitu jura nunca tê-lo traído e que vai embora. Nessa época, Bento fica muito depressivo, mesmo após ser solto, pois não tinha nenhum amigo nem parente. Passa, então, a escrever um livro de memórias.

Cezar Augusto n° 10 / Samira n° 32 – 1° A - 2009

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DOM CASMURRO

“Eu fui convidada pelo Bentinho para ir jantar na Juice, a melhor lanchonete, em nossa opinião. Nós nos conhecemos há 10 anos. E sempre fui apaixonada por ele, mas como sempre fui tímida e só agora fui descobrir o que realmente sinto por ele, nunca mais disse nada”.“Cara, de hoje não passa! Hoje eu falo para a Capitu que eu a amo. Dez anos, dez anos sentindo uma coisa inexplicável por ela e há dez anos escondendo isso, hoje no Juice eu falo”.Bentinho e Capitu se conheciam desde crianças e sempre se amaram.Bentinho foi buscar Capitu às 19 horas para ir ao Juice. Chegando lá, ela pediu um Milk Shake de morango e ele, um de chocolate e alguns biscoitos, também de chocolate._ Preciso contar algo que poderá deixar você triste e talvez com raiva!_ Então diga, estou curiosa, seu olhar está muito misterioso._ A notícia não é boa! Minha mãe disse que não a estou orgulhando com as minhas notas; meus pais estão se separando e acharam melhor eu ir estudar na França por uns tempos.Por instantes, Capitu ficou sem reação. Pouco a pouco seus olhos foram se enchendo de lágrimas, e as lágrimas foram escorrendo pelo seu delicado rosto.Mas Bentinho continuou:_ Mas antes eu preciso lhe dizer o que está guardado no meu coração há muito tempo!_ Diga, por favor!_ Não sei se vou conseguir dizer!_ Mas que droga, Bentinho, diga logo!_EU TE AMO, CAPITU!Por um segundo, Capitu ficou paralisada, mas logo em seguida lhe disse baixinho, que talvez Bentinho não a conseguiria ouvir:_ Eu também te amo, Bentinho! Sempre te amei e sempre irei te amar.Depois disso, eles ficaram calados até chegar à casa de Capitu. Antes de entrar, ela decidiu perguntar:_Quando você vai embora?_Amanhã! Amanhã ao meio-dia eu irei ao aeroporto!_ Eu irei lá para me despedir!_ O pai de Escobar irá leva-lo, pegue carona com eles!_ Está bem!No dia seguinte, ela estava esperando-o no aeroporto. Capitu estava com raiva de Bentinho. Tinha dúvidas, confissões, queria dizer tudo que estava guardado dentro de seu peito. Porém decidiu ficar quieta. Nesse momento, Bentinho apareceu para se despedir e a única coisa que disse a ela foi:_ Adeus e desculpa._ Capitu chorava de raiva, chorava sem parar, Escobar foi consolá-la como um bom amigo! O que ninguém sabia é que Escobar queria ser muito mais que amigo dela._ Cá, não fique triste, é uma coisa sem volta!_ O que você quis dizer com isso?_ Você sabe! Agora vamos, você tem que descansar!Chegando à casa de Capitu, Escobar disse que eles teriam que conversar.Captiu concordou e ambos foram para o quarto dela._Capitu, se ele te amasse, nunca iria embora._ Ele quem? _ disse Capitu com muita raiva._ Você sabe._ Se eu soubesse, nunca iria perguntar, seu estúpido!

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A raiva em suas palavras passaram para seus olhos. _ Se você veio aqui para jogar as coisas que eu já sei na minha cara, é melhor ir embora, eu prefiro sofrer sozinha!_ Só vim aqui para te ajudar! Você sabe que é inútil ficar esperando pelo Bentinho!Aquilo, ou melhor, aquela palavra fez com que abrisse um buraco enorme no peito de Capitu. Um buraco que a fez desabar. Capitu disse chorando e gritando:_ Nunca mais fale nele, por favor! Você ainda não percebeu que só de ouvir o nome dele eu sofro ainda mais?Escobar ficou quieto por um tempo, olhou para Capitu e a beijou. Ela não fez nada para impedi-lo, estava paralisada, estava em “choque” com tudo que tinha acontecido. Logo depois, Escobar lhe disse que a ajudaria esquecer Bentinho.“Cinco anos se passaram, cinco anos sem eu ter nenhuma notícia de Bentinho e cinco anos sem ele saber da minha relação com Escobar! Bentinho precisa voltar, preciso vê-lo, lhe contar a verdade! Se eu não conseguir falar com ele, eu terei que casar com Escobar”.“Há cinco anos eu a deixei no Brasil! Há cinco anos eu sofro por isso e sofro mais por saber que o meu melhor amigo roubou minha amada de mim, sem eu poder ao menos fazer ou dizer nada!”Bentinho tinha ficado tão deprimido por saber que Capitu e Escobar iam noivar, que decidiu uma coisa que mudaria a vida de todos no mesmo segundo! Bentinho decidiu ir ao lugar que ele escolheu para pedir Capitu em casamento, a ponte do amor. Lá Bentinho viveu seus últimos momentos de vida. Foi lá, naquela ponte que, no dia 05 de outubro de 2008, Bentinho faleceu, uns dizem que ele se jogou da ponte, outros, que ele atirou em si mesmo. Uma coisa que ninguém saberá, pois o corpo dele nunca foi achado e a única coisa que ele deixou foi uma carta dizendo que amava Capitu como nunca ninguém amará outra pessoa no mundo. Bentinho morreu sem saber a verdade, sem saber que Capitu o amou, mesmo estando com outro.

Mariana Gramarim nº 23, Renata Riccio nº 29 – 1º E / 2009

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EM BUSCA DA FELICIDADE

Nem tudo na vida é perfeito e Gregório sabe bem o porquê. Gregório é um homem rico, sempre teve tudo o que queria. Em sua vida faltava apenas uma coisa: a união de sua família. Chegado seu aniversário de 89 anos, ganhou uma festa surpresa organizada por sua filha Zilda. Ao chegar em sua casa, lugar em que ocorria a festa, percebeu a falsidade no olhar de seus parentes. Entrou cabisbaixo, meio desanimado, seus parentes que estavam muito ocupados, deliciando-se com os quitutes que Zilda havia preparado, não notaram a reação que teve o aniversariante. Chegada a hora do discurso, desabafou dizendo: _ Sempre tive o que quis em minha vida, vivia rodeado por mulheres, que na verdade pensavam somente em meu dinheiro, nunca soube se realmente fui amado. Agora pergunto a vocês: será que minha família me ama? Ou melhor, será que vocês realmente me amam? Ou só me vêem como uma fonte de renda? Muitas vezes fico angustiado, tentando achar respostas para essa pergunta, e me desaponto a olhar no fundo dos olhos de cada um, e deparar com uma grande falsidade. Depois do discurso que acabara de fazer, Gregório retira-se da festa e começa a andar pelas ruas, atordoado, quando se depara com um restaurante e resolve entrar. Sentou-se à mesa ao lado da janela e logo em seguida começou a analisar as famílias que ali estavam. Tentou se lembrar dos bons momentos que havia tido com sua família, mas em momento algum conseguiu e, ficando cada vez mais atordoado, saiu do restaurante. Sem saber qual seria seu rumo, Gregório atravessou a rua sem olhar para os lados e acabou sendo atropelado por um carro que vinha em alta velocidade. Foi resgatado e levado às pressas para o hospital, mas, infelizmente, não resistiu e acabou falecendo. Só nesse momento sua família se uniu verdadeiramente e todos perceberam o quanto perderam por causa de suas brigas inúteis, por causa de seu egoísmo. Gregório não estava mais ali, não viu seu sonho se realizar, foi preciso sacrificar sua própria vida para que sua família percebesse o quanto é importante cuidarmos de quem nos ama de verdade e deixar o nosso egoísmo de lado, pois em alguma hora poderemos nos arrepender. Aí, talvez, será tarde demais.

Claudia nº 13 e Crislaine nº 14 – 1º B – 2009

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FAMÍLIAS EM OPOSIÇÃO

Dom Casmurro e sua família chegaram ao Rio de Janeiro onde definitivamente querem ficar e viver tranquilamente. Morando em um bairro muito familiar, conheceram Dona Anita e sua filha que eram suas vizinhas. Logo que se conheceram, Zilda, a filha, os convida para o aniversário de sua mãe que completaria 89 anos. Dom Casmurro não viu motivos para recusar, pois assim teria chance de conhecer a vizinhança. Chegando à festa, logo vão se apresentando aos convidados da família e aos vizinhos da região. Dom Casmurro se envolveu com José e Manuel que são filhos de dona Anita e sócios, enquanto isso Capitu conhece Escobar e Sancha, um casal que mora na casa da frente. Zilda, durante a festa, passa oferecendo alguns aperitivos para os convidados, até que Dom Casmurro troca olhares de romance com Zilda, pois ela foi oferecer os aperitivos com a intenção de se aproximar dele. Enquanto isso, Capitu tem uma leve atração por Escobar e uma troca de olhares é iniciada no momento em que Sancha se afasta para conversar com os outros convidados. A troca de olhares entre Zilda e Com Casmurro traz a aproximação para uma conversa, e durante a conversa, uma decisão é tomada, ficarem juntos, mas, para não haver riscos, será um segredo entre eles, longe dos outros convidados. No decorrer da festa, enquanto os convidados vão se entretendo entre eles, no canto da cabeceira está dona Anita, isolada, como se não existisse, fica a pensar em relação à família, pelo desprezo constante com ela, fica a pensar sobre como ela pudera colocar filhos fracos, infelizes, incapacitados de viver plenamente. O arrependimento guardado dentro do seu peito, ocupava todo o amor que ela poderia dar se não a desprezassem... Capitu e Escobar decidiram conversar sozinhos em um lugar afastado, até que nesse tal lugar encontram Zilda e Dom Casmurro nos maiores agarros. Nesse instante, começa um grande desentendimento. Capitu tem uma grande discussão com Dom Casmurro pela sua pilantragem está doida para bater em Zilda. Mas Dom Casmurro pergunta então para Capitu o que estava fazendo com Escobar, querendo desviar o assunto, não conseguindo dizer. Então Escobar confessa que Capitu estava a fim dele. Isso gerou uma grande discussão. Dona Anita, inocente, não estava entendendo nada até então. Rodrigo estava brincando com seus amiguinhos perto do locar da discussão. Ele vai até sua avó, dona Anita, e fala o que estava havendo. Ela já estava triste e pensativa e agora, para piorar a situação, está magoada porque nem no dia do seu aniversário ela está feliz e unida com seus familiares. Dona Anita, muito decepcionada com o que estava acontecendo, não quis saber de ajudar no que estava acontecendo. Enquanto todos discutiam, Escobar viu que não passava de um mal entendido sob uma atração entre eles, que não levaria a nada. Dom Casmurro concordando e assumindo que foi um erro, que foi apenas coisa de momento, com isso assumiram seus erros e que seria inconveniente levar a história para a frente, então o mal entendido estava acabado por aí, só que a situação na festa não estava agradável, principalmente para a aniversariante. No final da noite, os convidados começaram a ir embora, assim a festa chega ao fim e vão se cumprimentando com a intenção de se encontrar no próximo aniversário, para que o próximo aniversário seja melhor do que este.

Bianca Velonisqui da Silva nº 5; Higor Rafael Santana nº 14 – 1º C - 2009-10-10

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FELIZ ANIVERSÁRIO

A família toda praticamente já estava lá. Aqueles que vieram de Olaria estavam inadequadamente vestidos para o evento, pois haviam acabado de chegar de um longo passeio aos principais pontos turísticos de São Paulo, e como era um local urbano, tinham ido da forma mais moderna que se podia imaginar. A família inteira era muito tradicional, e não estava acostumada a conviver com estilos opostos aos deles. A nora de Olaria apareceu com uma calça amarela e uma camiseta preta (algo normal para quem estava acompanhando-a, mas não para os outros); seu marido foi, mas não estava empolgado, pois após a festa eles iriam a uma festa a fantasia de alguns amigos e a filha mais nova também estava fantasiada, fato sem sentido para a ocasião. Zilda, que morava com a aniversariante, era a filha mais nova, que organizou toda a festa, apesar de, na verdade, querer se livrar da mãe, pois ela não tinha tempo para ela mesma, porque tinha que cuidar da mãe, que era doente, tinha mal de alzheimer, mas reconhecia o desprezo de seus filhos. A nora de Olaria, depois de cumprimentar com cara fechada os que estavam na comemoração, sentou-se e ficou observando o comportamento dos que estavam se “enturmando”. Zilda começou a servir os aperitivos quando passou perto de onde a nora de Olaria estava sentada e perguntou por que ela estava tão quieta. Ela, por sua vez, respondeu: “Vim para não deixar de vir”, e sentiu-se ofendida. Os filhos dela, ao contrário da mãe, estavam inquietos, dançando e brincando alegremente. Após um tempo, a nora de Ipanema chegou com dois netos, também levou a babá. Zilda não os viu chegar, pois estava na cozinha ordenando a algumas empregadas para que “andassem” mais rápido com o serviço. Enquanto isso, a aniversariante estava sentada, quieta, em frente à mesa, com aparência de triste, ao contrário dos outros presentes que estavam por obrigação e não por consideração a ela. Zilda foi logo arrumar a mesa para acabar logo com a festa, pois não agüentava mais todo aquele barulho, porém José e sua família chegaram. A sala estava cheia de gente de diferentes expressões. A aniversariante parecia cada vez mais agoniada, foi quando José disse em voz alta para que todos prestassem atenção: _ Oitenta e nove anos! A senhora deveria estar mais alegre, não são todos que chegam a essa idade! _ disse José com um sinal provocante. Todos ficaram atentos e olharam a aniversariante; algumas pessoas admiravam a atitude de José, mas a própria aniversariante encarou aquilo como um insulto, mas não disse nada, a não ser mostrar rancor com um rosto “frio” e, aparentemente, nervosa. Manoel percebeu a reação dela e, para tentar reverter a situação, disse com um ar espirituoso: _ Oitenta e nove anos! É um brotinho, está na flor da idade! Todos riram, mas a velha nem se manifestou. Quase nenhum dos convidados levou presente para a velha; os que levaram eram insignificantes, nada que a deixasse feliz, nem surpresa. Diante daquele clima, Zilda resolveu arrumar a mesa para os “parabéns”. Quando tudo estava pronto, José começou a cantar bem alto e em seguida os outros também cantaram, porém foi uma bagunça, mas a aniversariante nem estava entusiasmada, sentada em frente ao bolo, parecia meditar, nem sequer se moveu. Na hora de apagar a vela, o seu bisneto cumpriu este papel com um único sopro. A aniversariante pegou a faca e cortou o bolo parecendo uma assassina. Todos estavam prontos para serem servidos, de pratinho na mão, em direção ao bolo. Então a aniversariante foi servindo-os pouco a pouco, mas sem dizer nenhuma palavra. Ficaram todos quietos. Dona Anita - aniversariante – nem experimentou o bolo. Todos, percebendo o mau humor da velha, foram se despedindo pouco a pouco, quando, de repente, dona Anita falou:

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_ Cadê Rodrigo? – todos ficaram surpresos, pois a velha não havia dito nada até o momento. Rodrigo era o seu neto de sete anos, o único que ela considerava realmente parte do seu coração. Ele estava sentado, com a cabecinha extremamente confusa e um olhar sonolento. Na cabeça da aniversariante, ela ficava se perguntando: “Como podia ter dado à luz aqueles seres opacos, frutos azedos e infelizes sem capacidade sequer para uma boa alegria. Apenas Rodrigo está em meu coração, os outros não passam de carne de joelho”. Com um olhar rancoroso, virou para o lado e cuspiu no chão. Zilda ficou envergonhada pela atitude da mãe, então chamou a atenção da velha. _ Me dá uma taça de vinho! – pediu a aniversariante. _ Vovozinha?! Não vai te fazer mal? – disse a sua neta. _ Vovozinha?! Que diabos vos carreguem, cornos e vagabundas! Me dá o vinho, agora! Todos ficaram quietos e impressionados e a velha recebeu seu copo de vinho. Estava calma, como se nada tivesse acontecido. A festa estava terminando. Todos foram indo pouco a pouco. Estimulado pela festa ter dado certo, apesar dos conflitos, José gritou emocionado: _ No ano que vem nos veremos, mãe! _ Sim, mas não sou surda! – disse a velha. Foram todos para casa e Anita continuou sentada em frente à mesa, pensando no que teria para o jantar e sobre o grande mistério: a morte.

Bianca Velonisqui da Silva nº 5; Higor Rafael Santana nº 14 – 1º C - 2009-10-10

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FELIZ ANIVERSÁRIO

Era aniversário de d. Anita. Zilda, sua filha que a acolheu em sua casa, organizou uma festa e pediu que os familiares comparecessem. Mal sabiam eles que um membro da família ia para um lugar melhor nesse dia. Uma das primeiras a chegar foi a nora de Olaria, que veio representar o marido, com duas filhas e um filho, que estavam muito bem arrumados para parecer que não precisavam do resto da família. Depois chegou a nora de Ipanema e sentou-se do outro lado da sala. A festa corria e chegaram José, filho de dona Anita, e Manoel, seu sócio. _ Parabéns, mamãe! – disse José. A velha não se manifestava. A festa continuava e começaram a cantar parabéns, depois que uma vizinha chegou com o bolo que estava em sua casa. Todos cantavam. Uns, em inglês, outros, em português; os que cantavam em inglês trocaram para português, enquanto os que cantavam em português trocaram para o inglês. A velha não se manifestava, até que, finalmente, manifestou-se: _ Eu quero um copo de vinho! O filho da nora de Ipanema atendeu ao pedido colocando pouco no copo, como sua mãe ordenava, gesticulando. A velha não o aceitou. Todos ficaram colados. O olhar naquele momento não era de raiva, que depois de olhar todos, um a um, bateu no copo com pouco vinho, que caiu no chão, junto com ela, que se desequilibrara. Foi levada ao médico e depois de trinta minutos de espera: _ Desculpem-me, nós a perdemos. – diz o médico. _ Mas o que aconteceu?! – perguntou Zilda, preocupada. _ É meio duro dizer, senhora, mas ela, quando caiu, sofreu um traumatismo craniano e não agüentou. Esse dia foi decisivo para as últimas manifestações em homenagem à mãe, pois ao ouvirem a notícia, Zilda e José ficaram duros, travados e nada falaram. Apenas uma lágrima deslizou dos olhos dos filhos.

Íris dos Santos Santana n° 39 – 1° A - 2009

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FELIZ ANIVERSÁRIO

Hoje era um dia muito especial para dona Cláudia, ela fazia oitenta e nove anos. A família foi pouco a pouco chegando para a grande surpresa. Dona Cláudia não sabia que a família faria uma festa. O sonho dela era ter uma festa, porque, quando pequena, os seus pais não tinham condição para fazê-la. Os filhos dela eram bons, uma coisa verdadeira. O único homem entre as seis irmãs era Paulo. Raquel, a filha mais nova, arrumara a mesa cedo, a filha mais velha, a Ericka, fizera o bolo açucarado; a Gisele, a filha do meio, os brigadeiros. Para adiantar, Ericka enfeitara a mesa logo depois do almoço. Gabriela, a nora da aniversariante, pegou todas as crianças e foi dar uma volta na praia, para eles não desarrumarem a mesa. Cristiam, o neto de dois anos, era muito arteiro, ele chegou à casa de dona Cláudia já querendo quebrar e mexer em tudo que tinha na frente dele. A família pegou todos os presentes e deu para a aniversariante para ela abrir, ela estava com um lindo sorriso no rosto. Gabriela, o único bisneto de quinze anos, pegou os sanduíches para por na mesa, dona Cláudia estava muito alegre com a surpresa, porém, essa alegria só não era completa porque seu marido não estava lá. Ele não viera porque estava brigado com seus irmãos. A família da aniversariante cantou parabéns para ela e já estava terminando a festa, as crianças foram saindo alegres. - Adeus, até outro dia, precisamos nos ver de novo. – disse Gabriela, a nora que só aparecia nos aniversários, Natal e Ano Novo. Foram todos embora. Dona Cláudia estava arrumando a cama dela para se deitar, pensativa: “será que hoje não vai ter jantar?” Dona Cláudia falava para a família que a hora dela ia chegar, mas tinha medo de morrer e chorava quando falavam isso para ela. - Ninguém é pra sempre... – disse o marido dela. Esse é o maior mistério para a dona Cláudia, a morte.

Amanda Cristina nº 41 – 1º B / 2009

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FELIZ ANIVERSÁRIO

O dia especial está chegando. Era um dia normal, ninguém imaginava que era o dia esperado. Zilda faria uma festa surpresa para sua mãe, que estava fazendo oitenta e nove anos. Zilda preparou um bom churrasco junto aos seus irmãos, era um dia especial o aniversário de dona Anita. Zilda ligou para seus familiares e vizinhos. Mais tarde, na festa, todos já haviam chegado. Seu filho Manoel, que adorava sua mãe, deu-lhe um presente, um perfume, o que ela mais gostava. José, sócio de Manoel, deu-lhe um conjunto de banho; Zilda continuava a fazer as coisas na cozinha enquanto os outros entregavam os presentes. Quando menos esperavam, apareceram Olaria e Ipanema. Dona Anita chorava de emoção por ver todos no seu dia mais importante, Zilda abraçava e beijava sua mãe e dizia: _ Amo você demais, minha mãe. Seu neto Rodrigo, o mais queridinho da vó, sentado esperando sua vez para abraçar sua vó querida. Enquanto sua nora mais nova estava a ver o churrasco na churrasqueira, e seu filho sentado com sua mulher e os dois filhos, quando Rodrigo chegou e disse: _ Vou buscar um ponche. Quem vai querer? Passando o tempo, quando todos estavam em silêncio, José suspirou e disse: _ Oitenta e nove anos, quem diria? Nem parece, uma mulher magra, morena e bonita! Dorothy chegou e ajudou a servir o vinho junto com Rodrigo. Cordélia, sentada curiosamente esperando que dona Anita abrisse seu presente, ninguém podia imaginar o que havia no pacote. Surpreendeu-se com um lindo vestido vermelho, cheio de brilho e bem longo. Enquanto as crianças brincavam, os mais velhos conversavam na sala. Olaria não parava de olhar as crianças incontroláveis, gritando pelo quintal. Logo o dia foi acabando, não parecia aquele mesmo olhar de festa, todos estavam se despedindo, fazendo planos para o próximo ano, José disse: _ Ano que vem faremos novamente um bolo para comemorar. Manoel completou: _ Com certeza! Dona Anita, então, disse: _ Pois é, ano que vem terá surpresas. Os filhos olharam rindo e dizendo: _ Por q eu isso, mamãe? Ela suspirou e disse: _ Foi só um palpite. Todos foram embora. Começaram a separar as mesas e desligar os aparelhos. _ Até ano que vem! Repetiu seu filho Manoel. Enquanto isso, lá em cima da escada, Zilda e dona Anita olhavam-se e sorriam.

Aline Fernanda nº 02 e Mayara Moura nº 28 – 1º B / 2009

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FELIZ ANIVERSÁRIO

A família morava numa casa só. Zilda a única mulher entre seis irmãos, teve a idéia de fazer uma festa surpresa para dona Anita, sua mãe. Teve uma conversa com todos da família para planejar a festa. Carmem, a nora que morava em Olaria mas se mudou para ficar mais perto da família, levou dona Anita ao SPA, como presente de aniversário. Assim então Zilda pôde sair e contratar o Buffet e alugar o salão. Rose, uma de suas noras, estava na praia de Ipanema, estava tendo o show do Roberto Carlos, ligou para Zilda e perguntou se podia levá-lo. Zilda riu e desligou o celular. Rose então foi e falou com o Rei. O marido de Carmem decidiu comprar uma passagem para o Caribe para a mãe, estava disposto a fazer as pazes com os irmãos. Dona Anita estava muito feliz por estar descansando num SPA. Cordélia, a nora mais nova, gostava de agito, então decidiu sozinha contratar um DJ. Encontraram-se todos no salão. Quando dona Anita chegou, linda com um vestido longo de paetês preto, e cheia de jóias. Acenderam as luzes, ela teve a grande surpresa, o Roberto Carlos cantando para ela Feliz Aniversário! Ela abraçou todos os netos, bisnetos, os seis filhos, noras, enfim, todos. O bolo era de três andares, era de marchantiale, o seu preferido. O primeiro pedaço foi para Zilda, que ficou lisonjeada e ofereceu para todos que a haviam ajudado. José, apressando Jonga que queria fazer um discurso também. Todos iriam falar um pouquinho. Fizeram um lindo discurso que emocionou dona Anita. Todos dançaram, pularam, mas nada desviava o olhar de dona Anita do palco. Quando o Rei disse “São Tantas Emoções” ela pulou no colo do músico da banda. Os presentes ficaram assustados com a atitude dela, mas riram muito. Eles se conheceram melhor e se apaixonaram, foram morar na Inglaterra. A partir desse ano, dona Anita passou a comemorar os aniversários dela no Brasil, ao lado de sua família que havia ganhado mais uma integrante. Dona Anita adotou um bebê que se chamava Shara. Assim a família seguiu feliz.

Carolia Soares nº 11, Lizandra Albuquerque nº 24 – 1º B – 2009

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FELIZ ANIVERSÁRIO

A família foi pouco a pouco chegando, pois era muito unida e se encontravam todos os finais de semana. Os que vieram de Olaria para Copacabana estavam muito bem vestidos. A nora de Copacabana apareceu de azul marinho junto com seu marido e seus três filhos. Depois, veio a nora de Ipanema, com seus dois netos e sua babá; seu marido viria depois. A festa estava bem alegre, as crianças brincando e correndo pela casa e todos estavam felizes porque dona Anita, a aniversariante, fazia oitenta e nove anos. Zilda, a dona da casa, era a única filha e arrumara a mesa cedo; enchera de guardanapos de papel colorido, copos de papelão, alusivos à data, espalhara balões pelo teto em alguns dos quais estava escrito “happy burthday” e outros “feliz aniversário”, no centro da mesa havia um enorme bolo açucarado. A aniversariante se vestiria depois do almoço. A nora de Olaria ficava o tempo todo conversando com a nora de Ipanema porque não se encontravam há algum tempo. Depois do almoço, todos começaram a cantar parabéns, cantando forte como soldados e todos gritavam: “viva mamãe”, “viva vovó”, “viva dona Anita”. A festa já estava chegando ao fim e os filhos se despediam alegremente da mãe, e diziam que no próximo fim de semana se veriam de novo porque não conseguiam ficar muito tempo sem se ver. Quando estavam na rua, todos se despediam alegremente, e na casa da aniversariante, Zilda e sua mãe estavam com fome e Zilda preparou o jantar. Depois do jantar, Zilda e dona Anita foram dormir e se preparar para o próximo fim de semana com a família.

Danilo Bernardino nº 8 – 1º D / 2009

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FELIZ ANIVERSÁRIO

Os empregados foram pouco a pouco chegando para os preparativos da festa. D. Anita acabara de chegar da fazenda ao lado. Ela era uma mulher magra, alta, de fibra e um tanto quanto prepotente. Morava em uma fazenda muito grande, era dona de várias fazendas da redondeza e matriarca de uma grande família. Hoje era seu aniversário, mas não queria comemorações. No entanto, quando chegou a casa, encontrara suas noras, seus netos e seus filhos (com exceção de Jonga). A nora mais nova era Melissa, fútil, egoísta e só bajulava dona Anita pelo seu dinheiro. Clarisse (sua outra nora) era doce, gentil e educada. Seus netos eram todos interesseiros, com exceção de Rodrigo, que gostava de sua avó por quem era e não pelo seu dinheiro. Quando dona Anita viu todos os convidados em geral, à sua espera, disse: _ Ah! O que é isso? _ Feliz Aniversário! -disseram os convidados. _ O que vocês estão fazendo aqui? Sujando as minhas louças e comendo às minhas custas, é? Quem os chamou? _ Nossa querida sogra, queríamos fazer uma surpresa! Hoje é seu aniversário. – disse Melissa. _ Sei melhor do que ninguém que hoje é meu aniversário. Não gosto de comemorações, muito menos de surpresas, por acaso eu pedi essa festa? E quem vai arcar com os custos? _ Sogra, que horror! Seu filho Jonga vai arcar com tudo. _ E cadê ele que não está aqui? _ Está em uma viagem de negócios. Os convidados olharam-se pasmos por aquela situação. Dona Anita subiu correndo para o seu quarto, mas a sua filha Zilda correu atrás dela para convencê-la a voltar para a festa. As duas ficaram conversando por uns dez minutos, no quarto, enquanto os convidados se divertiam lá embaixo. Dona Anita estava a refletir, pensando que família era aquela que estava ali apenas por dinheiro. E pensava também se teria sido grossa com sua “família”. De repente, alguém bateu na porta: _ Vovó... Tudo bem com a senhora? _ Sim. Desculpe-me pelo ocorrido. Isso não tinha nada a ver com você... _ Tudo bem, vovó, eu compreendo. _ O mundo dos adultos é complicado, meu filho! _ Vovó, vamos descer, quero ficar ao lado da senhora. _ Está bom, vamos sim. Dona Anita não comeu nada durante toda a festa. Já os convidados, se fartaram de tanto comer! Cantaram parabéns, e nem o bolo ela comeu... Pouco a pouco, os convidados foram embora, todos contentes e desdenhosos de dona Anita. Rodrigo conversou com sua avó a festa toda e sua nora Clarisse também. Já era tarde quando todos se foram. Sobrou apenas aquela velha mulher de fibra. Naquela mesma noite, dona Anita faleceu, com a lembrança daquela família interesseira.

Juliana Turci nº 16, Luis Gustavo Cardoso nº 23 – 1º D – 2009

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FELIZ ANIVERSÁRIO

Na pequena cidade de Mata Cavalos, morava uma senhora que se chamava dona Anita. Ali se encontrava desde os primeiros moradores. Aos 33 anos, sua família migrara do Uruguai e resolveu ali ficar para construir sua vida. A área estava sendo ocupada pelos sem-terras. Durante esse período, Mata Cavalos foi invadida diversas vezes pela Justiça, eles queriam usar aquela área para construir fábricas, sendo que todas as vezes que isso acontecia, os moradores faziam uma grande guerra. De sua família só restou dona Anita e a sua mãe, Glória, o resto foi longe demais em sua luta. D. Anita logo se casou com um próspero fazendeiro e formou uma grande e bela família. Vinte anos depois, dona Glória foi internada, ali perto de Mata Cavalos. Meses depois, veio a falecer. Ela estivera internada na cidade vizinha, sofria de uma doença do coração e não resistiu. Para dona Anita, nesse momento, seu marido Raimundo foi sua grande rocha, porque ela e seus familiares sentiam um tremendo vazio, pois Glória era uma pessoa tão alegre que contagiava a todos, a felicidade da família. Desde então, o lar de d. Anita não foi mais igual. Faltava-lhes algo. Algo como felicidade ou paz. Talvez os dois. A família não conseguia mais se entender. Dona Anita agora era a voz superior. Mas não teve forças para ajudá-los. O tempo passou, as brigas foram intensas, muitos irmãos, sobrinhos e primos não se falavam por causa de intrigas, mas dona Anita não pôde perceber. Ela ficava trancada em seu quarto grande parte do dia. Mal comia, bebia ou conversava. A angústia tomara conta dela, e por inteiro. Mais tempo passou. Hoje era o dia do aniversário de 59 anos de dona Anita. Sua família decidiu preparar uma festa, dona Anita não ia saber até de noitinha. A intenção era animar a pobre senhora. Durante o dia, sua filha Regina e seu neto Ricardo se encarregaram de tirá-la de casa. Os outros preparavam a festa. Até que a família estava se animando um pouco mais que de costume, mas nada se comparava a antes. Porém o senhor Raimundo não gostou muito da ideia de reunir todos e nem de fazes a festa surpresa. Ele gritava aos filhos que se fizessem isso ela poderia ter um troço no coração! Mas mesmo assim, ninguém se importou. Ao entardecer, dona Anita, sua filha e seu neto chegaram. Tudo já estava pronto. A única coisa que faltava era não deixar que dona Anita chegasse perto do quintal dos fundos. Eles pediram para que dona Anita se arrumasse e disseram que alguns dos filhos que moravam distante viriam visitá-la. Mas a senhora não gostou nada da ideia. Depois de arrumá-la e perfumá-la, Regina arrastou dona Anita para os fundos. Já estava de noite, ao ver a aproximação dela, todos se esconderam e apagaram as luzes. Segundos depois, começou aquele rebuliço. Dona Anita resmungava porque não estava vendo nada só ouvindo alguns barulhos estranhos. Assim que ela acendeu a luz, se deparou com a família inteira com chapéus na cabeça atrás da mesa com o bolo cheio de velinhas azuis, brigando e se espancando. Regina, Ricardo, seu Raimundo e dona Anita ficaram pasmos com todo aquele alvoroço. Até que alguns de seus netos pararam de discutir e saíram de perto da confusão. Dona Anita estava paralisada, ela não acreditava em toda aquela situação. Por que todos se comportavam assim diante de sua festa surpresa de aniversário? Regina trouxe água, mas dona Anita preferiu um pouco de vinho porque água naquela situação não ia adiantar. Ela se enfureceu e deu um grito bem alto:

EU QUERO MESMO É QUE VÁ TODO MUNDO PRO INFERNO E QUE O DIABO OS CARREGUE!

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Todos se espantaram com ela e na hora em que parara, dona Anita estava prestes a ter um ataque do coração. Nesse momento, ela pôde perceber o quanto sua mãe fazia-lhe falta e, acima de tudo, o quanto ela mesma fez falta todos esses anos à sua família. Ela estremeceu e começou a chorar de arrependimento. Virou-se para seu marido e lhe deu um grande abraço. Raimundo disse _ Ah! Anita, minha boa e velha Anita está de volta! Ninguém acreditava naquilo! Ela permaneceu todos esses anos sem ao menos derramar uma gota de lágrima. Todos imediatamente se aproximaram dela preocupados com tudo aquilo. Dona Anita pediu desculpas por não ter estado mais presente na vida deles por tantos anos, se preocupando apenas com as suas lágrimas e remoendo a perda de sua mãe e que não sabia que eles precisavam tanto dela. Prometeu tentar ser uma pessoa melhor. Todos começaram a se entristecer, alguns a chorar. Com o tempo, dona Anita fez seus dias melhores, recuperou aquela força de viver, pois percebeu o quanto era infeliz ao lado de todos por escolha própria.

“NUNCA FECHE OS OLHOS PARA O MUNDO, POIS SEMPRE VAI TER ALGUÉM NO MUNDO QUE ESPERA O BRILHO DO SEU OLHAR” Caroline Colen de Almeida nº 6; Roberta Santana Macedo nº 30 – 1º D – 2009

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FELIZ ANIVERSÁRIO

No dia do aniversário de dona Anita, sua família resolve fazer uma festa com o propósito de unir os laços que estavam se rompendo. Já era tarde e pouco a pouco a família estava chegando à casa de Zilda, onde se comemorava o aniversário de dona Anita. Zilda, a filha da aniversariante, organizara toda a festa em sua casa, que era maior e mais confortável. Dona Anita tinha três filhos: Jonga (já falecido), Zilda, a filha que organizou a festa e José, que era o mais afastado da família. Anita não gostava de quase nenhum familiar, os únicos que habitavam o seu coração era Rodrigo, seu neto, e seu filho Jonga. As crianças correndo pela sala e aquelas conversas altas sobre novelas e futebol estavam irritando dona Anita. Sua cara apresentava raiva. Já não agüentava mais, olhava para todos com um olhar de nojo. Sua filha Zilda pergunta o que estava acontecendo com Anita. A velha cospe no chão e diz que aquilo tudo não passava de fingimento e que a família só estava unida para deixá-la feliz, mas por trás estavam se odiando. Ela se retira e vai para o quarto. Rodrigo fica indignado e sobe para falar com dona Anita. Chegando no quarto, o rapaz tentou entrar, mas a porta estava trancada. _ Vó, abre a porta! _ diz Rodrigo. Anita, como amava Rodrigo, abre-a e o neto entra e começa a conversar sobre o acontecido. O rapaz explica que toda família tem briga e uns têm inveja dos outros, é normal isso; indica que eles se amavam. A velha entende e desce para cantar parabéns. Depois de cantar, todos se abraçam e pedem desculpas pelas brigas e que no final todos se amam.

Bruno Rocha nº 02; Guilherme Pereira Sposito nº 11; Júlio Cesar nº 17 – 1º D – 2009

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FELIZ ANIVERSÁRIO

Festa de aniversário, família reunida, comida gostosa, presentes, harmonia, só alegria! É isso que todos esperamos de festas de aniversário, era isso que dona Anita, a mãe, esperava: um feliz aniversário. Dona Anita morava com sua filha Zilda e tinha outros seis filhos. Hoje era seu aniversário, esperava ansiosamente por sua família, ficara muito tempo a arrumar a casa. Mas sua família já não era mais unida como era antes. Em toda família há uma junção, alguém que une a todos, e nesta família não havia mais. Esse elo era um de seus filhos, Jonga. Suas noras não gostavam dela, só pensavam em se mostrar umas para as outras, juntas aos filhos. Foram à festa apenas por obrigação. A maioria dos parentes foi só para comer, ou marcar sua presença. Alguns dos filhos de dona Anita ainda tentavam animar a festa, animar a sua mãe. Mas o que dona Anita pensava sobre tudo isso? Estava muito chateada, desapontada. Por isso, durante a festa, ficou boa parte do tempo pensativa e, mais tarde, fora agressiva e mal educada com seus convidados. No final, todos foram embora e ali só restaram Zilda, dona Anita e seus pensamentos. Família... para alguns, pode ser até caretice falar sobre isso, mas para as pessoas mais velhas, para dona Anita, a ancestral da família, que não podia saber ao certo se estaria viva no próximo ano, significava muito! De forma que no ano que vem ocorra realmente uma festa de aniversário com pessoas que ela realmente gosta como seu neto Rodrigo.

Gustavo de Oliveira nº 12; Kaique dos Santos nº 18 – 1º D – 2009

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FELIZ ANIVERSÁRIO

Era de noite e a família foi pouco a pouco chegando. A nora Genecilda, de Olaria, vinha com sua pior roupa para mostrar que passava fome e que seu marido Genaldo, que tinha brigado com todos os outros irmãos por cinco centavos que achara na rua, era um imprestável e estava desempregado. Genaldo não viera à festa por conta dessa briga, e Genecilda só viera por causa da comida. Zilda, a filha com quem a aniversariante morava, estava linda com um vestido azul-marinho e com um colar de prata reluzente, que, segundo Genecilda, era falso e roubado. Zilda foi quem organizou toda a decoração da festa. Logo depois chegou a nora de Ipanema, Genivalda, usando um vestido que mais parecia um balão. Ao sentar-se, ocupou, sozinha, duas cadeiras. Zilda, a dona da casa, arrumara a mesa cedo e enchera-a com pão de forma e presunto e com refrigerantes de marca desconhecida. No teto, estava escrito “Hapi Birtdai” e, no centro da mesa, havia um enorme bolo de fubá. Atrás da mesa, encontrava-se a aniversariante muito bem vestida por Zilda e com um cheiro insuportável de água de colônia, que, segundo Genecilda, também era falsa. A velha era grande, magra, morena, imponente e seus músculos não a interpretavam mais, e ninguém sabia se ela estava alegre ou não. Afinal, ela já tinha oitenta e nove anos. Alguns da família trouxeram presentes como uma calcinha, uma faca, um chinelo (de tamanho errado), entre outros, os piores possíveis. Zilda fizera várias frituras que a velha não podia comer. No bolo, uma vela de sétimo dia simbolizava os oitenta e nove nos. Cantaram parabéns, mas foram necessários dez minutos para acender a vela, já que o fósforo era o pior que existia. Cortaram o bolo e, sem ao menos esperar, todos vieram de prato na mão como mendigos esfomeados. Em menos de um minuto, o bolo já tinha acabado e a velha estava comendo seu último pedaço. Ao acabar de comer, cuspiu no chão com desprezo a toda a sua família. A família, por sua vez, começou a criticar Zilda dizendo que ela não dava a educação necessária à aniversariante, D. Anita. Não agüentando mais aquela situação, D. Anita começou a beber vinho e ficou bêbada. Todos ficaram paralisados, a velha parecia uma pinguça. Então, sem ninguém esperar, a velha subiu em cima da mesa e começou a fazer um strip tease. Todos ficaram espantados e resolveram r embora. Genecilda, por sua vez, aproveitou a deixa de todos para pegar o resto dos docinhos de cima da mesa. Ao ver que todos foram embora, D. Anita falou: _ Ainda bem que foram embora, que o diabo os carregue! Zilda, espantada, disse: _Mãe, quer alguma coisa? _ Nada – disse a velha. E saindo, pelada, voltou a sentar-se na cadeira atrás da mesa, esperando o próximo aniversário.

Matheus Cosmo da Silva Dias nº 25 – 1º D – 2009

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FELIZ ANIVERSÁRIO

Pouco a pouco a família foi chegando e cada vez mais a casa lotava. Pessoas bem vestidas, crianças correndo e pulando, mesa farta, música alegre e nada poderia estragar aquele lindo dia. A festa começou às sete horas da noite e dona Anita, a aniversariante, arrumara a casa, fizera a faxina, preparou as guloseimas antes mesmo das oito horas da manhã para que tudo saísse perfeito e como ela esperava. Até mesmo sua filha Zilda ajudara comprando copinhos, pratinhos e guardanapos coloridos para dar um charme à festa. Todos comiam, bebiam e dançavam na maior alegria, enquanto dona Anita estava em seu quarto e nem percebera que os convidados já haviam chegado. Ela termina de se arrumar e desce para ver se havia chegado alguém, ela então vê todos presentes e para na ponta da escada e ali fica observando todos e tudo, muito contente por vê-los e por ver a sua família novamente reunida, sem nenhum conflito. Zilda avista a mãe parada na ponta da escada e vai ajudá-la a descer, estendendo-lhe o braço. _ Vamos, mamãe, hoje é o seu dia! Bastou esta única frase e dona Anita se sentia uma rainha, mais feliz do que nunca. Ela então senta-se à cabeceira da mesa, enquanto aguarda Zilda trazer o bolo açucarado que sua neta Camila fizera para ela. _ Lá vem ela. _ exclama uma das irmãs de dona Anita. _ Faltam as velinhas. Todos têm que saber quantos anos minha irmã faz, não acham? _ completa a outra irmã. Dona Anita, sem se importar com o importuno de sua irmã, responde: _ Claro que todos poderão saber quantos anos faço, pois 89 anos não é lá grandes coisas. Ainda sou uma adolescente. Todos riram. O bolo é posto sobre a mesa e algumas velinhas são acesas. _ Parabéns pra você, parabéns pra você, parabéns pra você, parabéns pra você.... _ Parem, parem! _ grita alguém ao fundo. _ Ela não está bem! Todos olham diretamente para dona Anita e a avistam como se estivesse sem ar, ficam desesperados e sem reação alguma. Zilda, com muita afobação, pede para que alguém a ajude a levá-la para o hospital. O namorado de uma de suas sobrinhas cede seu carro, assim partem para o hospital. Chegando lá, os médicos a levaram para a emergência, deixando assim todos ansiosos a ponto de estarem rezando para que nada de ruim acontecesse. As horas passaram e nada de alguém dar uma notícia sobre o estado de saúde de dona Anita. Zilda já não agüentava mais de preocupação e foi até a recepção ver se conseguia saber algo a respeito de sua mãe. _ Gostaria de saber como está o estado de saúde de minha mãe, que horas atrás entrou na sala de emergência e até agora nenhum médico se prontificou a dar uma notícia sequer. _ diz afobada. _ Você poderia me dizer o nome de sua mãe? – pergunta a recepcionista. _ Anita. A enfermeira telefona para a sala do médico que estava cuidando da senhora. _ Bom, doutor, é sobre dona Anita... Sim, sim. Eu falo! _ Bom, senhora, sua mãe está passando ainda por exames e talvez tenha que passar por uma cirurgia no coração, porque você sabe, né? O coração de sua mãe não é mais forte como antes. _ O quê? Cirurgia? Como assim, cirurgia? – pergunta Zilda, muito nervosa.

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_ Sinto muito, senhora, apenas isso podemos dizer até agora. Lamento. Zilda sem saber o que fazer, anda até a sala de espera e senta-se em uma poltrona à espera de mais notícias. Ela, então, avista o médico saindo da sala de cirurgia e, ao olhar para ele, adivinha o que acontecera. _ Bom, eu não sei bem como falar mas... fizemos de tudo, sua mãe não resistiu à cirurgia e acabou falecendo, sinto muito. Sem acreditar, Zilda, paralisada por um instante, sentindo-se como se o seu mundo acabasse. O médico, tentando confortá-la, abraça-a e diz que ela poderia ver sua mãe. Emocionada, Zilda entra na sala onde estava a mãe. Senta-se ao lado da maca e querendo não acreditar que aquilo era verdade, começa a conversar com a mãe. _ Bom, não sei como fazer isso, como falar. Estou tentando não acreditar que você tenha me deixado, apenas não quero encarar a realidade. Fizemos tudo para que este dia fosse um dos mais especiais da sua vida e eu acredito que foi. Talvez os dias passem e essa dor que sinto agora já tenha ido, mas eu sei que para sempre você estará em meu coração. Como se as palavras faltassem, Zilda termina com uma única frase: _ Te amo!

Isabela nº 13 e Stefany de Oliveira nº 35 – 1º D / 2009

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FELIZ ANIVERSÁRIO

Aos poucos os familiares iam chegando à casa de D. Anita com presentes de diversos tamanhos, embalagens coloridas. Todos com a expressão alegre, estavam muito ansiosos para rever uns aos outros.

Entrando em casa, viram a sala toda decorada com balões coloridos, as cadeiras todas arrumadas, encostadas na parede e o bolo em cima da mesa.

Todos os parentes estavam presentes: filhos, noras, netos e bisnetos.E cada um com sua roupa simples, bem adequada à ocasião, afinal era algo entre família. Ninguém

preocupado em se arrumar muito, o importante era comemorar o aniversário.Quando enfim chegou José com sua família, todos se cumprimentaram. Inclusive, José fez

questão de cumprimentar a mãe pelos seus oitenta e nove anos._OITENTA E NOVE ANOS, mamãe!José era o filho mais velho, agora que Jonga tinha morrido. D. Anita foi abrindo os pacotes e foi vendo que seus filhos tinham comprado presentes lindos e

que a conheciam bem._Ah, que lindo esse jogo de jantar!Na festa, havia dois tipos de comida: lanches naturais e frituras. As frituras porque toda criança

adora, nesse caso, os netos de D. Anita, e os lanches naturais, para a aniversariante que não comia frituras.

Após alguns minutos de conversa, apagaram a luz do corredor para acender a vela do bolo, uma vela grande, rosa com o número 89.

Com a vela acesa, José falou com muita força e entusiasmo “Vamos! Todos de uma vez” – todos de repente começaram a cantar alto: “Parabéns pra você...” e quando enfim acabaram, a aniversariante apagou a vela.

Acenderam a luz e, enquanto cortava o bolo, os filhos, netos e noras iam falando:_ Viva mamãe!_ Viva vovó!_ Viva D. Anita _ disse a vizinha que tinha aparecido._ Happy Birthday! _ alguns gritavam.Depois de ter partido o bolo, todos se aproximaram da mesa e pegaram seu pedaço.A nora de Ipanema de repente falou:_ Nossa, esse bolo está ótimo! Foi você quem fez, Zilda?_ Sim, fui eu._ Você precisa me ensinar a fazer um desse, está uma delícia!_ Se for assim eu também quero aprender. _ falou a nora de Olaria._ Para não ter discussão, eu ensino às duas.E após essa conversa sobre o bolo, todos riam com muita felicidade por mais um ano que a mãe

completava.E sentada, D. Anita olhava seus filhos, todos se divertindo e, olhando tudo isso, sentia muito

orgulho deles.Tudo que ela ensinou a eles, podia ser percebido através das ações e expressões de cada um.

Tinha criado filhos muito educados, responsáveis e amorosos. Todo amor que ela dava a eles, ela recebia em dobro dos filhos.

Ficou ali, olhando por mais alguns segundos quando Cordélia, a nora mais nova, sentou ao lado da sogra.

_ Gostou da festa, D. Anita?

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_ Sim, minha querida. Não podia ser melhor!_ O que a senhora tanto olha?_ Eu vejo que, se pudesse mudar alguma coisa do passado, não mudaria nada! Eu tenho muito

orgulho dos meus filhos e não poderiam ser melhores.D. Anita falava com tanta paixão que a nora se comoveu deixando algumas lágrimas caírem de

seus olhos.Quando o sol ia se pondo e a noite ia chegando, Manoel disse:_ Família! Já está ficando tarde. Nós vamos indo, mas não podemos esquecer do discurso.José então começou a falar:_ Mamãe, espero que tenha gostado da festa e desejamos à senhora muita saúde, paz e muitos

anos de vida!E quase chorando D. Anita concluiu:_ Meus filhos, muito obrigada pela festa! E saibam que eu tenho muito orgulho de todos vocês!

Ah! E muito cuidado ao dirigir, pois já está escurecendo.Quando ela terminou a frase, todos começaram a rir. Não podia ser melhor o final do discurso de

D. Anita.Ela acompanhou todos até o portão, onde abraçou cada um deles.Os irmãos se despediam dizendo:_ Até domingo, pessoal!_ O almoço será na casa de José?_ Sim!_ Mamãe! Zilda! Eu passo aqui para buscá-las às 11horas.E assim todos foram andando em direção aos seus carros dizendo:_ até Domingo!

Camila Tiemi Ribeiro nº 3 – 1º E / 2009´

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FELIZ NATAL?

Estava preparando uma festa de Natal, pensando em reunir meus familiares, mas não tinha certeza se eles viriam, pois nesta época do ano aqui em Nova York neva muito.

Assim que terminei de arrumar a festa, a campainha tocou, os primeiros que chegaram foram José e a família. No decorrer da festa, os outros convidados foram chegando. Não se cumprimentaram, cada um ficou com sua família, divididos nos cômodos da casa.

Próximo da virada, comecei a reunir a família em um cômodo, todos ficaram estressados com a situação e começaram a discutir. Fiquei constrangida com a barulheira e pensei: “O que os vizinhos vão pensar?”

Nem tentei amenizar a situação, sabendo que seria algo inútil, fiquei sentada observando o rumo da briga. Levei um susto quando Manuel gritou:

_ Vou embora! E abriu a porta irritado, assim que ameaçou colocar o pé para fora de casa... houve uma grande

avalanche e ficamos todos presos dentro de casa. Não consigo explicar minha reação, talvez feliz pelo ocorrido e triste por saber que continuariam

brigando. Manuel começou a gritar com todos que restaram na sala e José, que não é de ficar quieto,

começou a retrucar. Nisso acabaram deixando escapar a verdade de que estavam ali só para fingir laços familiares, quando na verdade não nos suportávamos.

Quando ouvi isso, fiquei muito chateada e comecei a chorar. Vendo minha reação, a mulher de Manuel veio me acalmar e foi então que todos entenderam o verdadeiro espírito do Natal, a união entre os familiares. E então todos começaram a se desculpar.

Depois desta data, minha família e eu temos nos reunido mais, agora fazemos parte um da vida do outro, como uma verdadeira família...

Juliana Midori Ribeiro nº 19; Maiara Assis nº 26 – 1º C – 2009

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FELIZ NATAL A família de dona Anita foi chegando à sua casa para celebrar o Natal. D. Anita, como sempre, bem arrumada, mas bem mal humorada. Zilda, sua filha, sempre cuidou bem de sua mãe, mas seus irmãos reclamavam de como Zilda cuidava da senhora. Mas nenhum de seus filhos dava um centavo para ajudar sua irmã. A festa não estava lá essas coisas, porque Zilda não tinha muito dinheiro para comprar coisas chiques, o dinheiro que ela tinha era para comprar as coisas para casa e para sua mãe. Os filhos de dona Anita foram chegando para a festa, cumprimentaram todos e sua mãe, que permaneceu sentada e com um olhar sério. Do começo da festa até a hora dos fogos, a senhora dona Anita permaneceu do mesmo jeito. Às 11h55, seus filhos se reuniram em volta da árvore de Natal para troca de presentes. Acabando a troca de presentes, eles perceberam que se esqueceram do presente dela. Dona Anita olhou atentamente para seus filhos, noras, netos e vizinhos. Levantou-se bruscamente, todos se assustaram. Ela pegou uma garrafa de vinho que estava sobre a mesa e jogou na parede. Um caco de vidro voltou e atingiu seu pescoço. Na mesma hora, dona Anita caiu no chão, seus filhos ficaram desesperados, tentaram reanimá-la, mas nada conseguiram. No hospital, os médicos também nada conseguiram. No enterro de dona Anita, seus filhos tiveram uma notícia: que sua mãe tinha deixado um testamento. Sua casa ficava para sua filha Zilda e o dinheiro, para uma Instituição para idosos abandonados. Seus filhos ficaram morrendo de raiva. A partir desse dia, nenhum dos irmãos nunca mais se viu. Zilda ficou muito feliz, pois aprovou o destino que sua mãe deu ao dinheiro guardado.

Gabriela da Silva Bertoldo nº 09, Rafael Santos de Oliveira nº 28, 1º E – 2009

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FRUTO DE UMA TRAIÇÃO Há algum tempo, em uma pequena cidade do Rio de Janeiro, conhecida pelo nome de Mata Cavalos, viviam Bento, um rapaz bonito que, por escolha da mãe, havia se tornado padre aos 18 anos. Agora, com 22 anos, é conhecido na cidade como padre Bentinho. Dona Glória era uma mulher muito religiosa que fez a promessa de tornar seu filho Bentinho padre. Capitolina, conhecida como Capitu, era uma jovem atraente e sedutora, casada com Escobar. Juntos tinham uma filha linda chamada Capitolina. Escobar era um rapaz trabalhador, que dava de tudo para ver a filha e a esposa felizes. Era um homem ciumento e loucamente apaixonado pela esposa. Sancha era a melhor amiga de Capitu, era também apaixonada por Escobar e já guardava este segredo consigo há alguns anos. Era uma tarde de domingo, Sancha convidou Capitu para assistir à missa de padre Bentinho e Capitu já tinha ouvido falar do padre, mas nunca tinha-o visto, então aceitou o convite da amiga. Chegaram à igreja e sentaram-se na primeira fileira. Ao começar a missa, padre Bentinho e Capitu trocaram olhares. Sancha percebeu a atitude da amiga, mas já era tarde. Antes que Sancha falasse alguma coisa, Capitu interrompeu dizendo que precisava conhecer padre Bentinho de perto. Para isso, passou a frequentar a igreja mais vezes. Escobar estava orgulhoso de Capitu, pois pensava que a mulher estava se convertendo, pois era difícil convence-la ir à igreja. Por volta das 14:00 horas de uma segunda-feira, Capitu foi levar Capitolina à escola, viu que a igreja estava vazia e que padre Bentinho estava sozinho. Entrou na igreja e pediu para se confessar. No confessionário, diz ela estar apaixonada por alguém e que esse amor era proibido. Padre Bentinho perguntou quem era. Ela respondeu que era ele. Ele saiu do confessionário e os dois fixaram os olhos um no outro. Padre Bentinho não resistiu e falou que observava Capitu desde aquele domingo em que os dois trocaram olhares na missa. A partir de então, os dois se entregaram a uma paixão proibida e todas as vezes, após levar Capitolina na escola, Capitu ia até a igreja ver seu amor. Os dias foram passando e Escobar sentia Capitu cada vez mais distante. Passaram-se então três meses e Capitu descobriu que estava grávida e que o filho não era de Escobar, mas de padre Bentinho. Capitu foi até a igreja e falou da gravidez para o padre. Falou que o filho era de Escobar e que os dois precisavam dar um tempo até a criança nascer. Padre Bentinho não queria aceitar, falou que iria deixar a batina e os dois poderiam ficar juntos, mas Capitu saiu sem dizer nada. Depois disso, durante algum tempo, dos dois não se viram mais. Nesse tempo, padre Bentinho havia deixado de ser padre e passou a ser somente Bentinho. Foi passar algum tempo com sua mãe até conseguir um lugar para morar, mas sempre pensando em reencontrar Capitu. Dona Glória ficou triste com a decisão do filho de deixar de ser padre, mas aceitou. Todos na casa de Capitu esperavam ansiosos a chegada do novo integrante da família. Capitu já estava no oitavo mês de gravidez, quando começou a sentir uma forte dor. Escobar, preocupado, levou a esposa às pressas para um hospital próximo. Sancha, que estava presente na hora, avisou ao resto da família e saiu correndo para o hospital para acompanhar Escobar. Depois de algumas horas esperando, finalmente o médico saiu da sala e veio em direção a Escobar e Sancha dando a triste notícia de que houve complicações na gravidez, e que, a mãe ou a criança poderia morrer. Capitu precisava ficar em repouso absoluto e observação até a hora do parto. O médico pediu para que Escobar e Sancha fossem para casa e qualquer notícia ele ligaria avisando. No caminho para casa, Escobar e Sancha pararam em uma praça, sentaram-se e começaram a conversar. De repente, Sancha começou a falar em tom histérico que Capitu não merecia todo esse amor, de que um dia ele iria se dar conta de quem realmente o amava, esteve do seu lado o tempo todo.

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Escobar olhou para Sancha com cara de desentendido, então ela falou que o amava. Ela se aproximou de Escobar e os dois se beijaram. Nesse instante, o celular de Escobar tocou, interrompendo o beijo. Ele atendeu. Era o médico de Capitu falando que ela tinha dado à luz e tinha poucos minutos de vida. O médico disse também que Capitu queria muito falar com ele. Ao chegar ao hospital, entrou no quarto de Capitu e viu que ela queria lhe falar uma coisa muito importante. Então escutou. Capitu, muito fraca, contou para o marido da traição e falou que o filho não era de Escobar e sim de um padre conhecido como Bentinho. Falou que queria dar ao filho o nome Ezequiel e falou também que Sancha era apaixonada por ele, e que ela sim merecia todo o amor de Escobar. Segundos depois, Capitu veio a falecer. Após alguns dias do enterro de Capitu, Escobar procurou Bentinho e contou sobre a morte de Capitu e que já sabia de tudo sobre o caso dos dois. Então, com Ezequiel nos braços, entregou a criança para Bentinho e falou que o menino era fruto da paixão dos dois. Em seguida, saiu e nunca mais se viram. Passaram-se alguns anos. Escobar e Sancha estavam cada vez mais apaixonados e decidiram se casar. Tiveram o apoio de toda a família, todos colaboraram para uma grande festa.

Bruno Gutierres nº 8, Thais Rodrigues da Silva nº 34 – 1º B / 2009

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HAPPY BIRTHDAY Pouco a pouco, todos iam chegando, uns bem vestidos e outros um pouco mais simples. Um de seus filhos não viria por razões óbvias: não queria ver seus irmãos, mas, para marcar presença, mandou sua mulher. Zilda, uma das filhas da aniversariante, havia colocado cadeiras encostadas à parede, uma ao lado da outra; a nora de Olaria, quando chegou a casa, cumprimentou a todos com cara fechada, se sentou em uma das cadeiras e ali ficou, sem olhar e sem falar com ninguém. E de cara fechada disse para Zilda que tinha ido para a festa só por ir. Em seguida, veio a nora de Ipanema com dois filhos e a babá. O marido chegaria depois. Zilda estava na cozinha como se fosse empregada, preparando sanduíches e croquetes para agradar a todos, enquanto suas cunhadas se encaravam e fingiam que nem se conheciam. A aniversariante, que completava oitenta e nove anos, estava muito inquieta com sua festa. Zilda arrumava as coisas desde cedo. Arrumou a aniversariante, que imediatamente se sentou à mesa e por lá ficou durante duas horas, sem falar com ninguém. Enquanto os cunhados de Zilda não agüentavam se olhar, chega à festa José e sua família. A família de Zilda nem se cumprimenta e a sala a cada minuto fica mais cheia. A aniversariante tão discreta que ninguém conseguia adivinhar se estava triste ou alegre. José, agora, era o mais velho, pois seu irmão havia morrido. Então vendo a tristeza da mãe, fazia sinais para mostrar a todos que sua mãe estava fazendo, naquele dia, oitenta e nove anos. Só assim para que aquela humilde senhora fosse vista. Mesmo assim continuavam a festa como se não tivesse aniversariante. Só havia uma pessoa na festa que chamava sua atenção: seu neto Rodrigo de apenas sete anos; ele era o único que a tratava com o sentimento puro e verdadeiro do que realmente sentia por aquela senhora, ou seja, ele não ia muito com a cara da avó. Já na despedida, no final da festa, cada um dos visitantes lhe dava um beijo e dizia na maior suavidade: “que tinha adorado a festa”. Todos se despediam e diziam uns aos outros “até o ano que vem”, as crianças corriam alegres e todos se sentiam aliviados por estarem enfim a caminho de suas casas. Todos foram embora pensando como seria mais um ano, mas nenhum tinha coragem de mostrar preocupação com a mãe. E lá em cima ainda, ao lado da filha Zilda, a aniversariante pensava: “será que hoje não vai ter jantar?”.

Caroline Moura de Souza nº 04 1º E / 2009

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INFELIZ ANIVERSÁRIO Um ano havia se passado e D. Anita enfim iria fazer os seus noventa anos de vida. Zilda mais uma vez tinha preparado toda a decoração da festa, da mesma forma que a anterior. De hora em hora os mesmos convidados da festa do ano anterior estavam chegando e Zilda novamente estava preparando tudo sozinha, sem a ajuda de ninguém. Manoel e José estavam tentando não conversar sobre negócios, pois era o aniversário de 90 anos de sua mãe. Todos já tinham chegado. D. Anita estava sentada com a mesma expressão do aniversário anterior. Todos comiam e bebiam à vontade, eles pareciam felizes com festa, só que D. Anita não parecia satisfeita. Zilda, depois de muito tempo, foi perguntar se a mãe queria um copo de água. A aniversariante disse-lhe que sim. Zilda então foi buscar o copo de água. Quando Zilda estava indo dar o copo para ela, Manoel parou-a para conversar. Ela colocou o copo em cima de uma mesa. Conversaram tanto que nem perceberam que já estava na hora de cortar o bolo. Zilda pegou o copo e foi pegar a faca. D. Anita estava sentada em frente ao bolo. Zilda chegou e deu a água para ela e todos começaram a cantar parabéns para ela. D. Anita mantinha a mesma expressão, nem piscava, todos estranharam, pois ela não se mexia. Zilda colocou a mão nela e disse: _ Nossa! Ela está muito gelada, eu acho que ela morreu. Manoel começou a gritar: _ A mãe morreu, a mãe morreu! Todos começaram a se desesperar, as crianças corriam até suas mães. José então pediu para todos se acalmarem. Ele pegou o celular e chamou uma ambulância. Enquanto isso, Zilda olhou para o chão e viu o copo que havia dado para D. Anita. Ela pegou o copo e viu que estava com uma cor meio amarelada no fundo. Zilda cheirou o copo e sentiu o cheiro de veneno de rato. Zilda deu um grito chamando todos e disse: _ A mamãe foi envenenada. Todos ficaram desconfiados, e Zilda disse: _ O veneno estava no copo de água que dei para ela. Manoel acusou Zilda de ter matado sua mãe. Todos começaram a acusar uns aos outros. José gritou bem alto para todos pararem e ele mesmo começou a interrogar um por um, até que chegou a vez de Manoel e José disse: _ Manoel, quando Zilda colocou o copo na mesa, onde você estava? Manoel respondeu: _ Do lado da Zilda. José então viu que Manoel não era o culpado e só havia sobrado Zilda e Cordélia. José então disse: _ A culpada é a ... Todos ficaram curiosos e aflitos para saber quem era o culpado. José continuou: _ ... é a Cordélia! Cordélia disse: _ Fui eu mesma, eu não aguentava mais essa velha, e de ter que ficar vindo todos os anos a esses aniversários chatos. E também porque ela esconde uma herança no seu quarto, dentro de uma caixinha bem simples e a chave fica em seu pescoço. Essa velha era muito egoísta, não queria dividir o dinheiro com ninguém, ela ia dar tudo para Zilda. Manoel logo chamou a polícia que chegou junto com a ambulância. Cordélia foi presa, D. Anita faleceu no dia de seu aniversário de 90 anos. Zilda não gastou o dinheiro que sua mãe lhe deixou, pois não achou justo gastá-lo. E todos continuaram suas vidas da mesma forma de antes, sem mesmo se lembrarem mais de D. Anita.

Jéssica nº 18 e Karen nº 20 – 1º C – 2009

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INFELIZ ANIVERSÁRIO Em Copacabana, uma velha rabugenta morava com sua filha, a Zilda. A velha, dona Anita,

fazia 89 anos naquele dia; já era uma relíquia ambulante.

Essa família era infeliz, ninguém se suportava, ou seja, um irmão queria ver o outro no caixão

e a aniversariante chata queria matar seus filhos.

Ao chegarem os últimos filhos, a desgraça se fez por completo. A velha cuspiu na cara deles

e mandou todos irem embora, pois idiotas e retardados daquele jeito não podiam ser sangue do seu

sangue.

Os filhos se revoltaram e acharam que a mãe não estava no seu estado normal e, além de tudo,

eles não agüentavam mais a mãe.

Por fim, colocaram-na em uma casa de repouso. A partir daí, cada um seguiu com suas vidas,

infelizes, até morrerem.

Rozmari dos Santos Pereira nº 30 – 1º E / 2009

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MAIS UM ANO DE VIDA?! Dona Anita era uma senhora simpática e com muito vigor, que ia fazer 90 anos. E Zilda, sua filha, preparou-lhe uma festa. Sua família era muito desunida, por isso havia muitas brigas entre os irmãos e noras por motivos fúteis. A festa estava muito divertida para alguns convidados, mas um tédio para os parentes, pois mal se olhavam, e menos ainda, para a aniversariante. José, filho de D. Anita, estava muito agoniado. Preocupada, ela foi ver o que o estava chateando. Ele, meio confuso, disse que era só uma dor de cabaça, mas D. Anita conhecia o filho que tinha e sabia que algo acontecera. Foi então que, ao cortar o bolo, apareceu uma mulher grávida falando: _ Eu avisei para você, José, que faria um escândalo se você não assumisse o seu filho, pois eu não o fiz sozinha e não vou ser mãe solteira!! Clarice, mulher de José, horrorizada com aquela cena, começou a brigar e xingar seu marido. Foi então que, indignados com essa traição, todos se revoltaram contra José. Aquela festa estava de cabeça para baixo! D. Anita, assustada com a cena que se desenrolava à sua volta, tentou acalmá-los, mas de nada adiantou. Então uma coisa inesperada aconteceu. A velha Anita com seus problemas de saúde começou a infartar. Seus filhos, desesperados, esqueceram as brigas e a levaram ao hospital. Mas os seus esforços de nada adiantaram, D. Anita não resistiu. José ficou com remorso, pois o infarto de sua mãe, em parte, era sua culpa. Este aniversário de 90 anos ficou na memória de todos que compareceram, pois não é todo dia que alguém morre no dia de seu próprio aniversário.

Maria Carolina Bitencourt Alves nº 24, Pamella Nunes Silva nº 28 – 1º D – 2009

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NAQUELE RESTAURANTE...

Eram onze e trinta da noite, um senhor que aparentava mais de cinqüenta e quatro anos, chegou naquele restaurante onde eu estava jantando. Ele era baixinho, com os cabelos grisalhos, usava uns óculos de grau “fundo de garrafa”. Enquanto eu comia minha deliciosa macarronada, percebi que o senhor comia esganadamente um prato de arroz e feijão com um belo bife mal passado. Parecia que passava fome há muito tempo. Mas ao mesmo tempo, parecia ser um homem bem sucedido, por usar um belo terno preto e uma linda gravata vinho. Fui até onde esse senhor estava, pedi licença para sentar-me ao seu lado. Sentei-me e começamos a conversar sobre a vida. - O senhor veio de onde? – perguntei curiosamente. - Eu vim do interior. - E agora, o que faz aqui? - Vim pra cidade grande atrás de emprego, quando tinha vinte anos, e consegui. Hoje sou proprietário de uma grande concessionária. Conversamos durante algum tempo. Voltei para a minha mesa, acabei me distraindo com uma linda mulher que passava perto de mim. Quando fui olhar para o senhor, ele tinha desaparecido. Paguei a minha conta e saí correndo atrás dele. - Ei, me espera! – eu gritava já sem fôlego. Ele cada vez mais longe de mim, parecia que estava com medo de mim ou querendo se esconder com medo de alguma coisa. Ele parecia a “Cinderela” correndo antes da meia-noite. Eu o segui até chegar à sua casa. Vi que ele era casado e tinha cinco filhos. Conversando com sua esposa, chamada Maria, fiquei que ele era um homem sem rumo, saía com várias mulheres em uma noite. Eu vi que não adiantava conversar com ele e o sofrimento da mulher que o amava era grande. Três meses depois, eles resolveram se separar, contra a vontade de sua esposa, mas também não agüentava ver o sofrimento dos filhos. Na hora de assinar os papeis da separação, ele resolve não assinar dizendo que iria mudar para melhor. A mulher, que o amava, resolveu dar mais uma chance. Passados uns nove meses, eu voltei à casa de sua esposa e vi que ele tinha mudado totalmente. A imagem dessa família, nunca ninguém iria pensar que eles sofreram, era uma família feliz. Emocionei-me completamente com aquela história de vida. Alguém com a força de vontade tão grande quanto à dele.

Caroline F. da Silva nº 12 – 1º B / 2009

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O DIÁRIO DE CAPITU: UMA CONTINUAÇÃO

Certo dia, passado muito tempo da morte de Capitu, Bento estava mexendo em algumas coisas velhas que estavam guardadas. Ele achou uma caixa empoeirada e pegou para ver o que era. Quando abriu, achou um livro no qual dizia na capa: Meu Diário. Bento nunca havia visto aquele diário, então, pegou para lê-lo. Eram lembranças de Capitu, e ela nunca havia comentado sobre ele com ninguém. O diário era uma preciosidade para Bento, pois ele poderia tirar suas dúvidas sobre a traição de Capitu e seu melhor amigo Escobar. Nele havia fatos da vida toda. Bento começou a ler, e nas primeiras páginas Capitu dizia:

“Querido diário: 1857Hoje eu estava brincando no quintal de casa. Escrevendo Capitolina e Bento, na parede. Quando escutei um barulho e olhei para trás, Bentinho estava lá, então risquei nossos nomes rapidamente.” Bento lembrou-se da cena, deu um sorriso meio emocionado e continuou a ler.

“Foi quando erguemos as mãos, Bentinho e eu, e ficamos de mãos dadas. Um a olhar para os olhos do outro, como se aquele momento não fosse ter fim. De repente, ouvi a voz de papai, então largamos as mãos e eu corri para o muro. Não queria que ninguém desconfiasse do que ocorria entre mim e Bentinho.”

“Naquele momento, como papai desconfiou alguma coisa, disse que jogávamos o jogo do siso.”

Capitu sabia mentir muito bem, pensou Bento.

“Bentinho me disse que sua mãe queria leva-lo ao seminário, por conta de uma promessa antiga. Uma promessa de ser padre. Fiquei muito zangada. Não queria ficar longe dele, gostava de estar ao seu lado, sentia-me bem.” Bento pulou algumas partes do diário e viu um trecho que lhe chamou a atenção. Capitu havia escrito bem grande: “O penteado”.

“Meu diário, hoje foi um dia muito especial para mim, foi quando Bentinho pediu para eu deixar que penteasse meu cabelo. Deixei. E então, quando acabou o penteado, virei para trás e então aconteceu... O beijo.”

Nesse trecho, Bento se emocionou, pois se lembrava muito bem daquele dia. Ele continuou a ler o diário, mas pulou para as partes de quando já haviam se casado. “Nossa, nem acredito que já estou casada com o homem de minha vida. Eu o amo muito. Quero muito ter um filho com Bento.” Ele continuava lendo com seu olhar desconfiado.

“Querido diário, não acho certo quando o melhor amigo de Bento, Escobar, vem à minha casa quando estou sozinha. Sei que ele é de total confiança, mas não quero despertar desconfiança em Bento. Também não quero comentar nada com ele para não magoá-lo. Escobar é seu melhor amigo. Bento tem um ciúme doentio e uma imaginação muito fértil. Às vezes, quando está enciumado com algo, acaba até imaginando outras coisas.”

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Bento quis espantar-se, mas depois confessou que era ciumento sim. E continuou a ler.

“Querido diário, não sei nem como expressar tamanha alegria em meu coração. Bento, o homem de minha vida e eu tivemos nosso primeiro filho. Ezequiel, fruto de nosso amor.”

Após ler isso, caiu uma lágrima no rosto de Bento, que parecia estar arrependido, porém ainda não estava confiante das afirmações de Capitu. Foi quando Bento leu o último parágrafo.

“Meu diário, Bento foi o único homem que eu amei e confiei toda a minha vida. Ele me deu um filho, Ezequiel, mas mesmo assim, Bento desconfiou de eu o estar traindo. Não sei mais o que fazer. Lembro-me de uma promessa que fizemos quando ainda éramos jovens. Prometemos casarmo-nos. Eu nunca trairia Bento, e ele não sabe a dor que me causa quando diz que Ezequiel é filho de Escobar. Espero que um dia ele acredite em mim. Eu o amo.”

Quando Bento leu esse trecho, arrependeu-se muito, mas não tinha mais jeito, a mulher e o filho que tanto o amavam já não estavam mais lá. O arrependimento bateu muito forte. Então Bento preparou o mesmo veneno que um dia havia preparado para dar a Ezequiel, e tomou. Passados alguns instantes, Bento falece em cima de sua cama com o DIÁRIO DE CAPITU em suas mãos.

Thaís Garofalo da Silva nº 35 – 1º C – 2009

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O JANTAR

Ele entrou bem tarde no restaurante em que eu estava. Com certeza se ocupava com grandes negócios. Tinha uns sessenta anos, alto, corpulento, cabelos brancos e mãos potentes. Ao mesmo tempo em que fui pôr o garfo na boca, olhei-o de novo. Estava de olhos fechados, mastigando o pão. Continuei comendo o olhando seus movimentos, até que deixou o garfo cair. O garçom abaixou-se falando com ele, mas não dava resposta. Então começou a brincar com a comida que estava no prato. Só mexia no bife, que quase podia cheirar, até que começou a cortar o bife, em movimentos bruscos que fazia mexer o corpo todo. Levou um pedaço até a altura do seu rosto e comeu. Então olhei para o meu prato. Quando o olhei de novo, estava mastigando, olhando a luz do teto. Eu já ia cortar o meu bife, quando o vi de novo. Respirava com força, abrindo e fechando as pálpebras, limpava os olhos com cuidado e comia o resto da comida. Dali a um segundo, apontava uma garfada de salada com o corpo todo. Depois disso, disse ao garçom que estava passando: _ Não é esse o vinho que mandei trazer! Então o garçom se afastou com a garrafa na mão. De repente, ele começou a estremecer todo, pondo o guardanapo nos olhos, apertando-os. Dessa vez, tira-o sem pressa, as pupilas estão muito cansadas e, antes dele enxugar, eu vi. Eu vi a lágrima. Quando tentei encará-lo, vi que estava debruçado, com os cotovelos na mesa, e a cabeça entre as mãos. O garçom trouxe a garrafa dentro de uma pequena vasilha de gelo. O velho, com vontade, bebeu um gole com vigor. Batia um lábio no outro. Ele agora, misturava a carne com os goles de vinho na sua grande boca. Então, nada mais acontecia. Com a mão pesada e cabeluda, onde na palma as linhas eram cravadas, e fez um gesto de pensamento. Ele terminou. Em seu rosto não havia mais expressão. Procurei aproveitar aquele momento para olhá-lo, mas foi em vão. Veio a sobremesa, era um creme derretido. Ele comeu devagar. Quando terminou, pôs seus óculos, parecia que tinha ficado mais velho. Pagou a conta, pegou o troco e desapareceu. Então me pergunto, por que as pessoas são assim, querem se intrometer na vida dos outros? Depois disso, fui atrás dele sem perdê-lo de vista. Cheguei perto, mas não tive coragem de tocá-lo. Até que ele se virou e perguntou: _ O que queres, meu jovem? Fiquei sem resposta. Parecia que aquela imagem que eu fizera dele na minha mente desfalecia, pois não havia maldade nele. Então respondi: _ Nada, não. Boa tarde. Deixei-o ir, arrastando seu pé esquerdo com tal brusquidão que o fez cair. Ajudei-o a levantar-se, então ele me disse. _ Obrigado, meu filho.E foi embora. Fiquei perplexo, afinal, sou um ser humano, tenho dúvidas, mas, o que iria acontecer se eu não o tivesse seguido? Quem há de saber? Outro dia, ou outra hora, procuro saber.

Gabriel Costa nº 13 – 1º A – 2009

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O JANTAR

Após longas horas de trabalho, entrei naquele restaurante no centro da cidade. Estava faminto e cansado. Chamei o garçom e pedi-lhe um belo prato de lasanha. Enquanto o esperava, me deparei com um homem que estava sentado a algumas mesas à frente. Ele poderia ter uns sessenta anos, era alto, corpulento, de cabelos brancos, sobrancelhas espessas e mãos potentes. Num dedo, o anel de sua força. Sentado amplo e sólido. Ele parecia estar nervoso, revirava seu pedaço de carne de um lado para o outro, colocava a mão no bolso de sua jaqueta mostrando certa tensão, desencostava da cadeira como se ameaçasse levantar, mas, depois de olhar à sua volta, parecia desistir. Eu me martirizava querendo saber o que havia no bolso daquele homem que o deixava tão tenso. O garçom chegou distraindo-me, por um segundo perdi o homem de vista. Após receber meu prato, meus olhos se voltaram para o homem novamente. Ele parecia estar mais calmo, deduzi que pudesse ser pela dose de uísque que o mesmo havia acabado de beber. Continuei observando enquanto minha comida esfriava. Ele respirou fundo e voltou a mexer no bolso. Dessa vez algo saiu de lá. Era uma arma, o homem tremia e eu o observava paralisado, quando fui surpreendido pelo grito de uma mulher de chapéu que estava à mesa do lado da minha. O homem com a arma, no momento se desesperou e, descontrolado, atirou na mulher. No mesmo momento, a polícia chegou detendo o homem e pedindo para todos os clientes se retirarem, por motivos de segurança. Eu, então, pude finalmente ir para casa.

Carolina Moreno n° 8 / Suellen N. Lisboa n° 34 – 1° A - 2009

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O JANTAR

AApós o velho atender a um telefonema, ficou muito contente, mas eu não sabia por que, mas passaram dez minutos e chegou uma garota de uns 23 anos, cabelos compridos, corpo de modelo e nariz empinado. Ela sentou-se à mesa do velho com uma felicidade visível. Logo o homem chamou o garçom e pediu um champanhe, estavam comemorando alguma coisa e fiquei muito curioso para saber o que era e quem era a garota. Então chamei o mesmo garçom, pedi um vinho e comentei: _ Nossa! Parecem estar felizes. O garçom disse: _ É, eles estão comemorando um belo negócio que foi realizado. _ Que negócio? _ A filha dele comprou uma boate bem freqüentada nos EUA. Eles levantaram-se e foram para a pista de dança do restaurante. Dançaram tango, uma dupla incrível, com movimentos lindos. Depois que a música acabou, pediu a conta para o garçom e elogiaram o restaurante e disseram que iriam voltar outro dia. Cansado, eu fui embora também, pensando se eles iriam voltar para dançar de novo. No dia seguinte, eles voltaram ao restaurante, e nesse dia teve um campeonato de dança e a mesma dupla estava lá participando do evento, e no final do evento, a dupla ganhou o prêmio e levou o troféu para casa. Depois desse dia, eles resolveram ganhar a vida dançando para a plateia, e eu entendi que aquele velho e a sua filha, no restaurante, tornou-se uma bela dupla de tango e ganhou a vida assim.

Matheus nº 23, Roberto nº 30 – 1º A / 2009

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O JANTAR

Após o velho comilão sair, entra um casal com um filho e senta na mesma mesa que o velho. Eles são rapidamente atendidos pelo garçom. O casal pede um pedaço de torta de carne. Após o garçom ir para a cozinha, a jovem esposa, de lindos olhos azuis, fala: _ Bentinho, por que você está tão estranho? Ele responde sem interesse na conversa: _ Não estou estranho, estou com fome, Capitu. O esposo, com dentes encavalados, olha atentamente todos os movimentos da esposa. Mas parece que ele não liga para as graças que o filho faz. A esposa, depois de beber um copo de água, fala: _ Esse jantar seria melhor se o Escobar estivesse aqui. Não acha? Ele traz felicidade e alegria por onde passa. _ Não! Ele é só um exibido, que não come nada, só puxa assunto com você. Mas o mais estranho ou coincidência é como um filho meu pareça com o nosso melhor amigo. _ O que você está querendo dizer com isso? Ele fala e levanta-se: _ Nada. Ele vai ao banheiro e o garçom finalmente vem. Ela come mastigando de boca aberta e com uma expressão triste e preguiçosa. Corta a torta em pedaços pequenos e bebe água toda hora que engole; já o filho está comendo com a maior vontade. Quando o garçom passar, eu peço um vinho. – pensei. O pai vem, fala olhando nos olhos do filho: _ Daqui a pouco tudo vai acabar, filho, não coma com tanta pressa. No rosto da moça escorre uma lágrima e ele começa a comer a torta. O garçom traz o meu vinho. Eu saboreio sem vontade e pensando sobre o que se passa com aquele casal. Então, de repente, ele sai da mesa e vai em direção à cozinha. A moça começa a dar comida ao filho, brincando de aviãozinho. Quando o marido volta, ele traz três sucos de cor amarela, parece de laranja ou manga. Eles bebem. Os três caem duros. Parecem mortos. Um homem levanta gritando: _ Chamem um médico!!!! A polícia local chega, verifica e pede testemunhas. Eu contei o que vi. Eles concluíram que o moço se matou e matou toda sua família.

Rodrigo nº 31, Thiago nº 36 – 1º A / 2009

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O JANTAR

Ele entrou no restaurante. Certamente ocupara-se até agora em grandes negócios. Chamou-me atenção, resolvi então perguntar para o garçom o nome dele, pois pareciam íntimos. Chamou o garçom e ele depressa veio a mim, respondeu-me que o nome do senhor era David e que o mesmo freqüentava o restaurante muitas vezes, naquele mesmo horário. Com muita gentileza, pedi para que ele se retirasse. Fiquei observando o David: cabelos grisalhos, alto, forte, com a pele sedosa e, no pescoço, um colar de diamante, aparentava uma personalidade forte, cheio de exigência. Passei a freqüentar aquele restaurante todos os dias, no mesmo horário, só que desta vez, numa mesa mais próxima à dele. Já havia passado uma semana que eu reparava nele, sem lhe dizer uma palavra, até mesmo sinal. Quando num certo dia, olhando-o, vi que sua fisionomia não estava bem; com um olhar de exausto e mal estar, não conseguia levar o garfo à boca, estava trêmulo; que tentou se levantar, afrouxou a gravata como se estivesse sem ar, fui ajudá-lo, fiz não só um ato de bondade como também fiz para aproximar-me. Perguntei-lhe se estava se sentindo bem e se precisava de alguma ajuda, ele, com o olhar de assustado, respondeu que apenas tinha se engasgado com uma cenoura. Retirei-me, mas naquele momento senti meu coração apertado com uma vontade de abraçá-lo. No dia seguinte, não o vi, achei estranho e fiquei pensando no que havia acontecido, pois durante esses meses, nunca havia deixado de ir ao restaurante. Depois de alguns instantes de ter pedido uma bebida, veio o garçom. Reparei que estava com um papelzinho dourado na mão. “O que estava escrito?” – pensei. Então li o que dizia: “Percebi que estava olhando para mim, mas não queria admitir, pois gosto de rosas, mas o cravo toma conta de mim.” 2066-1750 Abraços

Letícia nº 23, Thamires nº 35 – 1º B – 2009

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O SENTIMENTO PERDIDO

Bento de Albuquerque Santiago morava até seus dois anos em uma fazenda em Itaguaí, de onde acabou mudando-se por conta da morte de seu pai. Ele e sua mãe encontraram uma casa localizada em um subúrbio carioca, Engenho Novo, onde começa sua história. Sua infância não foi muito proveitosa, e, em um momento de sua adolescência, é quando se explicam todas as coisas. Foi no metrô, conheceu um rapaz que fazia poesias, onde este deu o apelido de Dom Casmurro a Bento, por causa de seus modos e sua aparência mais fechada. Aos quinze anos, sua mãe decide fazê-lo padre, pois ouviu boatos de que Bentinho estava namorando Capitu. Bentinho, antes de ser enviado ao seminário, fez uma promessa a Capitu, dizendo que casaria com ela. No seminário, Bentinho faz amizade com Escobar, e viriam a ser os melhores amigos. Escobar consegue livrar Bentinho de ser padre e este vai a São Paulo estudar Direito e se casar com Capitu. Escobar casa-se com Sancha, amiga de Capitu. Os dois casais vivem em grande amizade, Bentinho e Capitu têm um filho, cujo nome é Ezequiel. Escobar e Sancha também têm uma filha de nome Capitolina. Com o passar dos anos, Bentinho começa a perceber a semelhança que Ezequiel tem com Escobar. Depois de muito tempo, apenas observando sua esposa e seu “melhor amigo”, Bentinho começa a desconfiar que não é o verdadeiro pai de Ezequiel. Começa a ver certa intimidade entre Capitu e Escobar. Bentinho, caindo em depressão profunda por causa das dúvidas que tinha sobre sua esposa e seu amigo, com muito rancor e triste por supor que sua esposa não o amava verdadeiramente, ele resolveu acabar com a vida de seu “melhor amigo”, e deixar sua esposa e “filho” para trás. A seus olhos, era sua única opção, naquele momento. Esperou um momento oportuno em que Escobar estivesse em casa, começou o incêndio colocando fogo em tudo, sem saber que sua esposa e seu filho estavam dentro da casa, acaba matando os três. Bentinho, ao saber que tinha acabado com a vida de todos, resolve acabar com a sua, mas antes, resolve escrever sua própria historia. Ao final de sua auto-biografia, deixa as folhas onde ele escrevera, na casa de Sancha. Em seguida, acaba com sua própria vida, supondo acabar com todo o seu sofrimento.

Gustavo Pedroso nº 12, Weverson nº 38 – 1º C – 2009

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O ÚLTIMO ANIVERSÁRIO

A família foi pouco a pouco chegando. Os parentes de Santa Catarina queriam aparentar que estavam bem de vida, sendo que a empresa de seu marido, filho de dona Anita tinha falido. O marido de Paula tinha mandado sua esposa e seus quatro filhos para pedir dinheiro à avó em seu aniversário de oitenta e nove anos. Zilda, a filha mais nova de dona Anita, estava arrumando o salão de festa como se fosse um aniversário de criança. Uma das filhas de Paula cumprimentou Zilda já dizendo o que queria para seu próximo aniversário; os outros três filhos de Paula, também cumprimentaram a tia e depois ficaram sem reação. Como Zilda sempre teve interesse no dinheiro da sua mãe, mandou a cozinheira colocar veneno na comida da aniversariante. Zilda estava enfeitando o salão com balões e bem colorido. Enfim todos os netos e filhos já haviam chegado, a maioria não levou presente, e quem levou não era nada o que a aniversariante pudesse aproveitar. Zilda suava de nervoso, querendo que sua mãe comesse os salgadinhos envenenados, infelizmente Cornélia foi agradar a sogra e pegou um dos salgadinhos, Zilda, desesperada, bateu em sua mão dizendo a Cornélia que aqueles salgadinhos eram especiais para a aniversariante, pois o queijo era importado. Zilda tinha se esquecido que sua mãe tinha colesterol e não iria comê-los. Os outros filhos de Anita estavam rindo e conversando sem dar atenção à mãe. Um dos seus filhos imprestáveis apagou as luzes, e assim começaram a cantar parabéns. Anita, de repente, começou a ouvir vozes que não vinham da festa, vinham de sua consciência, dizendo para matar todos. Nesse mesmo instante, o único neto de que ela gostava disse a ela: _ Vovó, corte o bolo e não esqueça de fazer o pedido! Aí a velha pegou a faca e nesse momento se4 sentiu possuída por algo que não podia descrever, muito menos conter. Anita começou a virar os olhos, seu pescoço inchado cada vez mais e suas veias ficando saltadas. Anita subiu na mesa e começou a gritar: _ Vou matar todos vocês, seus malditos, imprestáveis e interesseiros! Com a faca na mão, pulou em cima de seu filho José, os outros tentando tirar a faca de sua mão. Do nada, como tivesse voltado do passado, percebeu que aquilo era só sua imaginação e que ela estava com a faca ainda para cortar o seu bolo. Ela, assustada e ao mesmo tempo alegre, numa mistura de emoções, percebeu que aquilo que tinha passado em sua mente era tudo realmente o que ela queria fazer como seus parentes entojados. Naquele mesmo momento ela sentiu a mesma força voltando, mas não era sua imaginação e sim realidade, mesmo com raiva e ódio de seus parentes ela tentou controlar aquele espírito que estava atentando-a a fazer um pecado. Ela começou a ter convulsão em pé e a faca caiu de sua mão, como se tivesse duas personalidades ela discutia com ela mesma sobre o que deveria fazer. O seu neto preferido a abraçou e disse: _ A senhora está bem, vovó? Ela voltou ao normal por um instante e o espírito que a possuía dominou seu corpo totalmente. O espírito se denominou Pazuzu, Rei dos demônios do vento, disse: _ (que significa em hebraico “Vou matar vocês, seus malditos). A família entrou em pânico e começaram a gritar e tentar correr. Seus filhos tentaram pará-la, mas sua força era sobrenatural. Zilda, como conhecia o padre Damien, um senhor muito velho que tinha vindo de Roma, que morava do lado de sua casa foi rapidamente chamá-lo. Chegando lá, Zilda tocava a campainha sem parar, quando o padre Damien abriu a porta, espantado com a cara de Zilda, disse: _ O que foi, minha filha? Ela logo respondeu: _ Minha mãe parece estar possuída por um demônio ou espírito que se denomina Pazuzu.

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Ele disse: _ Minha nossa senhora! Vou pegar minha Bíblia e a água-benta. Eles foram rapidamente de volta para casa de Zilda e, quando chegaram, viram que os seus irmãos tinham amarrado sua mãe para ela não se machucar. O padre pediu para tirarem as crianças de lá e que só ficassem os filhos. Rapidamente o padre abriu a Bíblia e começou a lê-la em hebraico. Depois de 10 minutos, eles puderam perceber que nada tinha mudado e a dona Anita estava cada minuto pior. O padre pegou sua água-benta e fez um sinal da cruz. O demônio ria de sua cara, mas o padre ainda tinha fé que ia conseguir libertar dona Anita. Em seguida, como o ritual já estava acabando, pegou sua cruz e disse: _ Com o poder de Deus, eu ordeno que você saia. O padre pegou a cruz e colocou-a em dona Anita, naquele momento as luzes se apagaram. Quando acenderam-nas, dona Anita tinha voltado, mas estava muito fraca pra continuar e disse: _ Eu atraí esse demônio com a raiva que estava de vocês, mas percebi que eu amo todos vocês, mesmo com tudo o que fizeram comigo. Padre, o senhor me perdoa? O padre diz: _ É claro, minha filha. Como seus filhos perceberam que a hora de sua mãe tinha chegado, eles disseram: _ Mãe, nos perdoe, nós erramos quando estávamos interessados no seu dinheiro e nos desculpe por tê-la deixado com toda essa raiva e ódio. Naquele momento, ela suspirou, fechou os olhos suavemente e morreu em paz, pois o ódio que ela tinha da família, tinha ido embora. Após tudo isso que aconteceu, o padre convenceu os filhos a doar o dinheiro da herança para caridade e os seus filhos aprenderam uma grande lição: que o dinheiro não pode comprar a felicidade, muito menos a vida.

Alexandre nº 01 e Thaís nº 34 – 1º E – 2009.

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OS OITENTA E NOVE ANOS DE D. ANITA

Programado estava o aniversário de uma senhora muito enojada. Preparativos foram feitos por Zilda, filha que mora com a aniversariante, numa casa em Copacabana. Chegada a hora, familiares vieram pouco a pouco. Vieram moradores de Olaria, todos com vestes impecáveis porque ir à festa não significava só ir à festa, mas um passeio a Copacabana. Zuleica, nora que veio de Olaria, se apresentou de azul-marinho, com enfeite de paetês e um drapeado para disfarçar a barriga sem cinta. Seu marido Diogo não apareceu porque não queria ver os irmãos. Mas mandara sua mulher para que nem todos os laços fossem cortados _ e Zuleica veio com seu melhor vestido para mostrar que não precisava de nenhum deles. Ela veio acompanhada dos três filhos: duas meninas já mocinhas, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas engomadas, e o menino acovardado pelo terno novo e pela gravata. Zilda colocou as cadeiras juntas ao longo das paredes, como em uma festa de dança. Zuleica, após cumprimentar a todos de má vontade, sentou-se em uma cadeira e ficou muda. Os filhos de Zuleica não sabiam o que fazer e ficaram de pé do lado da mãe. Depois chegou a Lucrecia, nora de Ipanema com dois netos e a babá. Seu marido viria depois. Zilda era a única mulher entre os seis irmãos, ela estava na cozinha com a empregada finalizando os salgados. Na sala ficaram: a Zuleica com seus filhos ao lado; Lucrecia na fila oposta as cadeiras; a babá de uniforme com a boca aberta e à cabeceira da mesa grande, D. Anita. No teto havia balões espalhados, em alguns, escrito “Happy Birthday!”, e em outros, “Feliz Aniversário!”. No centro da mesa havia um enorme bolo. Após todos sentados e depois as noras levantadas, chega José e família. A sala ficou cheia novamente. ¬_ Oitenta e nove anos, sim senhor! _ disse José, filho mais velho, agora que Jonga tinha morrido. Todos olhando e alguns admirando os oitenta e nove anos de D. Anita. _ Oitenta e nove anos! _ ecoou Manoel que era sócio de José. É um brotinho! _ disse espirituoso e nervoso, e todos riram, menos sua esposa. D. Anita não fazia nada. Alguns não trouxeram presente e outros trouxeram uns presentes que nem Zilda e nem D. Anita pudessem aproveitar. Como todos viram que nada que faziam ajudava D. Anita a se manifestar, continuaram a festa sozinhos. Manoel quis falar de negócios, mas José o cortou rapidamente. _ Hoje é dia da mãe! Zilda parecia uma escrava servindo a todos. Acenderam a vela e começaram a cantar, uns cantavam em inglês, outros, em português, os que cantavam em inglês passaram a cantar em português e vice-versa. Um neto apagou a vela do bolo enquanto D. Anita meditava. _ Viva vovó! _ Viva mamãe! _ Viva D. Anita! _ disse uma vizinha que chegara. D. Anita partiu o bolo com punho de assassina. Lucrecia ficou um pouco horrorizada com a atitude de D. Anita.

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As fatias de bolo foram distribuídas. Todos comendo e a aniversariante, que tinha acabado de comer seu pedaço, olhava para todos desprezando-os. D. Anita gostava apenas de Rodrigo, seu neto da carne do seu coração, como ela dizia, o resto era carne de seus joelhos. Ela falava mal de todos e Zilda cheia de vergonha não olhava pra cara de ninguém. A festa continuava seca e fria. Conversas vão, conversas vêm, D. Anita quieta, quieta demais, sofre um ataque cardíaco e morre ali na frente de todos. Eles ficam horrorizados, choram muito, José chama o IML, o corpo é velado. Eles sabiam que D. Anita não tinha culpa de ser tão ranzinza, pois foram eles que a provocaram. Passa o enterro e todos tristes se perguntando, “como isso foi acontecer?” _ Minha mãe era mulher forte! _ disse José a si mesmo. A vida passava e familiares tentaram descobrir como Anita faleceu no dia de seu aniversário. A vida nunca mais foi a mesma depois do ocorrido.

Wellington Luiz Freire da Silva nº 37 - 1º A – 2009

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PARABÉNS PRA VOCÊ

Dona Anita estava completando oitenta e nove anos e seus familiares resolveram fazer uma

festa para ela, pois estavam muito contentes de a querida avó estar completando mais um ano de vida.

Zilda, sua filha, reuniu toda a família. A festa estava muito animada, tinha balões, coxinhas,

brigadeiros e tudo o que uma festa normalmente tem. O bolo enorme, muito bonito e saboroso, a nora

de Olaria que o tinha feito. Todos estavam muito animados, dançando e conversando.

José, o filho da dona Anita, tinha comprado um colar de diamantes para sua mãe e falou para

Rodrigo, neto de dona Anita:

_ Rodrigo, vá pegar o presente de sua avó, que eu deixei em cima da cama.

_ Pode deixar, vou sim.

Rodrigo trouxe o presente e José deu para sua mãe. Ela ficou muito feliz, até que chegou a hora

dos parabéns e todos cantaram animadamente.

Dona Anita, chorando emocionada, agradece pelos seus oitenta e nove anos, junto com sua

maravilhosa família.

Suelen Macedo de Souza nº 33 e Vinicius de Souza Nascimento nº 36 – 1º E / 2009

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QUE COMECE A TORTURA...

Dona Anita fora dormir às oito horas da noite, acordara às três horas da manhã, dormira novamente às cinco horas da manhã e acordara às 6h30. Não se irritava mais; desde os seus sessenta e cinco anos era a mesma coisa: um despertador interno. Abriu os olhos já acinzentados pela idade e os espremeu perante a luz. Se levantou devagar, calçou o chinelo de pano já bem rasgado, pegou a dentadura dentro de um copo com água e saiu resmungando para si mesma. Seguiu pelo quarto tomando cuidado para não tropeçar nos tapetes mofados e foi para a cozinha. _ Bom dia, mamãe. – disse Zilda enquanto tirava os pães-de-queijo do forno. _ O leiteiro já passou? _ perguntou Anita, ainda emburrada, sentando à ponta da mesa. _ Mamãe... – disse Zilda, distraída com o dedo que queimara na forma – O leiteiro não passa nesta rua desde 98. Anita parou e olhou para a janela à sua frente: _ Deveria, comigo já ganharia uma grama. _ A minha grana! _ Tudo bem, então me devolva todos os panos de bunda que eu te dei nesses seus 50 anos, vamos. _ Nosso dinheiro... Zilda colocou o café na xícara de Anita, que logo em seguida deu um gole no mesmo. E cuspiu. _ Que é isso, mamãe? _ Você trocou o açúcar pelo sal, de novo. Zilda olhou em cima da pia e viu o sal ao lado do açúcar. _ Ai, mamãe, eu faço outro. _ Não! – exclamou Anita – Eu perdi a vontade. _ Certeza? _ Lá sou mulher de voltar atrás? Zilda a encarou como se tivesse algo para falar. Mas desistiu e recomeçou com outra coisa. _ Vou arrumar a casa para a sua festa. Anita não respondeu, colocou os punhos sobre a mesa e ficou olhando a janela, ficando cada vez mais embaçada. Viu uma mulher de azul, olhou para o relógio e viu que já estava na hora da festa. Viu seu bisneto entrando, todos bem vestidos e pensou: _ Que comece a tortura...

Anakelly Mariano nº 04, Guilherme de Souza Sampaio nº 19 – 1º B – 2009

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SURPRESA DE ANIVERSÁRIO

Fui convidada para uma festa. Era aniversário de uma senhora, D. Anita, ela fazia 89 anos. Na festa, havia familiares e convidados; percebi que eles não eram muito unidos. Pra falar a verdade, eu não sabia o que fazia lá, mas uma das sobrinhas da aniversariante insistiu para que eu fosse. Ainda bem que ela era minha amiga, senão, eu já teria ido embora. Nós fomos para a sala (eu e minha amiga), sentamos nas cadeiras encostadas na parede; eu pensei que haveria dança pelo fato das cadeiras estarem daquele jeito. Aos poucos, os convidados chegavam. Eu, como não tinha nada de bom para fazer, comecei a prestar atenção neles, todos formalmente vestidos, como se fosse um almoço de negócios. Reparei num rapazinho, acho que tinha uns oito anos de idade, estava usando um terno e gravata, coitado, estava todo acanhado por aparecer vestido assim (pelo que percebi). Mas se tem alguém que mais me chamou atenção, foi uma senhora que estava sentada à mesa, sem muitas expressões, não falava com ninguém, ficava lá, quieta e solitária, perguntei à minha amiga se ela era a D. Anita, a aniversariante, e ela confirmou. Passou o tempo, a noite foi chegando e a festa cada vez mais entediante, “ah, que coisa mais chata. Nem para acontecer algo de interessante, pelo menos um tombo da empregada, seria trágico, mas engraçado” pensei. Finalmente, chegou a hora de cantar parabéns, cantamos e houve a distribuição do bolo, as crianças parecia que não comiam há um ano, ficavam como esfomeadas esperando pelo pequeno pedaço de bolo. Me perguntei se já fui assim. Passando um tempo, fiquei prestando atenção na aniversariante. Eu via a angústia em seu olhar, ficava quieta, sem olhar nos olhos de ninguém, mas percebi que ela, finalmente, levantou seu olhar, mas um olhar de raiva, como se tivesse parado pra pensar no que estava acontecendo, vendo como a família dela era. Não é que a velha, do nada, cospe no chão?! Nesse momento, todos pararam pasmos, com as bebidas e lanches na mão. Vi que ela pediu algo à empregada e depois, só a ouvi gritar: “Vovozinha o escambal! Todos vocês que vão para o inferno! Suas vagabundas e cornos! Me dê logo a porcaria do vinho!” Foi algo assim. Deu vontade de rir ao ver a empregada com receio, pois álcool não é coisa pra idosos. Depois a velha deu a louca, subiu na mesa e começou a gritar: “Vocês acham que com uma festa medíocre como essa, vão conseguir me conquistar? Estão enganados! Não sei de onde vocês vieram! Vocês não são meus filhos, muito menos sobrinhos etc. vocês não podem ser do mesmo sangue que o meu, tenho vergonha de vocês, seus inúteis! Ah, já ia me esquecendo, se querem minha herança, podem sonhar, pois irei morrer com tudo que é meu! Todos parados que nem otários, sem ação, estavam todos passados, não acreditavam no que ela acabara de falar. Um filho chegou nela falando baixo: “Mamãe, por favor, desça daí, já! Olha o vexame que senhora está dando!” Ela olhou para ele e disse: _ E quem você acha que é? Você é ninguém! Só porque o Jonga morreu, você quer se colocar no lugar dele como filho mais velho e responsável? Ninguém, eu disse ninguém conseguirá substituí-lo. Pelo menos ele me respeitava e vocês, seus inúteis... Nesse momento, o filho interrompeu com um grito: _ Chega! Eu não preciso ouvir isso de minha própria mãe!

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Ele pegou-a no colo à força e tirou-a da mesa e mandou a empregada levá-la ao seu quarto, foi difícil, mas ela conseguiu. Nossa! Que cena, claro que nesse momento a festa acabou. Fomos embora, todos comentando sobre a cena que acabara de ocorrer. Alguns dias depois, na escola, perguntei à minha amiga como a avó dela estava e ela me disse que no dia seguinte ligaram para o asilo e internaram a D. Anita. Ela foi muito insistente, esperneou e gritou que eles podem tê-la colocado num asilo, mas isso não quer dizer que esqueceria do quanto tinha vergonha deles, que jamais esqueceria do que fizeram, que não eram sua família. Aliás, eles não eram uma família!

Karina Alves da Pedra nº 17 – 1º E – 2009

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UM GRANDE CONFLITO AMOROSO

Certa vez, Bentinho, chamado de Dom Casmurro por um rapaz de seu bairro, decide atar as duas pontas de sua vida. Morando em Mata Cavalos com sua mãe dona Glória e mais algumas pessoas, Bentinho possuía uma vizinha que conviveu como “irmã”, ou até como namorada, talvez, a Capitolina, mais conhecida como Capitu. Seu projeto de vida era claro, sua mãe havia feito uma promessa: Bentinho iria para um seminário tornar-se padre. Cumprindo a promessa, Bentinho vai para o seminário, mas sempre desejando sair, pois, se tornando padre não poderia casar com Capitu. José Dias era um agregado que morava na casa de Bentinho, ele sempre foi contra o namoro dos dois, e foi ele quem conseguiu retirar Bentinho do seminário, convencendo dona Glória de que o jovem deveria ir estudar no exterior. José Dias era fascinado por Direito e pelos estudos no exterior. Por fim, quando retorna, Bentinho consegue casar com Capitu e desde os tempos de seminário havia fundamentado amizade com Escobar, que no momento estava casado e que sempre foi seu melhor amigo. Passa algum tempo e nasce o filho de Capitu, Ezequiel. Mas, infelizmente, com o tempo, Escobar, o amigo íntimo, falece e, durante seu velório, Bentinho percebe que Capitu não chorava, mas aguçava um sentimento fortíssimo. A partir desse momento começara o drama de Bentinho, pois, percebeu que o seu filho (?) era a cara de Escobar, embora ele já houvesse encontrado Capitu e Escobar sozinhos em sua casa. Embora confiasse no amigo, que era casado e tinha até filha, o desespero de Bentinho era imenso. Depois de todo esse acontecimento, Bentinho e Capitu vão para a Europa, só que Bentinho, depois de um tempo, volta para o Brasil. Capitu escreveu-lhe cartas. Nesse tempo, a mãe de Bentinho havia morrido, assim como José Dias. Ezequiel veio visitar o pai e contar da morte da mãe. Pouco tempo depois, Ezequiel também morre, mas a única coisa que não morre no romance é Bentinho e sua dúvida. Mas quando pensa que não, Bentinho se depara com uma linda moça que se chama Zilda. Os dois tiveram uma magnífica troca de olhares. Zilda percebe que Bentinho estava preocupado e chateado. Perguntou o que estava acontecendo, Bentinho contou toda a história para Zilda. Ela ficou um pouco assustada, mas entendeu e deu a maior força para ele. Zilda comentou que teria uma festa de aniversário de 89 anos de sua mãe e perguntou se Bentinho gostaria de aparecer, talvez, esquecer um pouco aquela dúvida e “tal”. Bentinho adorou o convite e aceitou na hora. Então foram para o aniversário e com o tempo se tornaram grandes amigos.

Bruna Andrade nº 06 – 1º C – 2009

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UM ANIVERSÁRIO DE 89, FELIZ

Um dia especial, um dia em que a família toda se reúne. Hoje é o aniversário de dona Anita, a data mais esperada. Zilda, filha da aniversariante, preparou uma bela comemoração para a mãe; convidou toda a família para o grande evento. Enfim, deram 19 horas, Zilda leva dona Anita ao salão onde iria acontecer o aniversário. Ao chegar lá, todos os convidados estavam cantando parabéns para ela, dona Anita se emocionou ao ver todos os seus familiares reunidos e agradeceu a eles por terem ido e disse que esse era o presente que ela mais queria: ver a família toda reunida e agradeceu à filha por ter preparado tudo com muito carinho. No decorrer da festa, todos se reuniram numa sala para conversar. O assunto era relembrar coisas boas acontecidas. Ipanema, a melhor amiga de dona Anita, quis falar sobre uma coisa boa que havia lembrado, ela disse: _ Minha melhor amiga, você lembra de quando nos conhecemos? Aquele dia foi muito marcante. Nós duas estávamos num ponto de ônibus e eu percebi que você não estava se sentindo bem, perguntei o que você estava sentindo, você respondeu dizendo que não era nada, com os olhos cheios de lágrimas, mas eu insisti e perguntei mais uma vez e você me disse que estava com problemas de saúde, e que achava que não passaria dos 30 anos? Hoje você está aqui, é uma senhora de 89 anos. Parabéns, amiga, jamais esquecerei aquele dia. Zilda, pega um microfone para fazer uma declaração à sua mãe e diz: _ Eu lembro de tudo que fizemos juntas, pois tudo está guardado em meu coração. Sempre quero estar ao seu lado, porque você é mais que mãe. E tenho certeza de que a senhora sempre estará comigo também. Te amo, mamãe. Dona Anita fica muito emocionada e agradece à filha e a amiga pela homenagem. Os convidados saem da sala e vão para o salão. Zilda, Manuel, seu primo, Olaria, sua amiga, estavam colocando as músicas, os outros estavam conversando, enquanto os garçons arrumavam a mesa para o jantar. Dona Anita estava na porta para receber os convidados que estavam chegando. Então chega Cordélia, Dorothy, que são suas irmãs e Rodrigo, seu neto. Cordélia estava com um vestido curto, preto, lindo. Dorothy estava com uma calça jeans preta e uma blusa azul-marinho, sem a cinta que ela usava para esconder a barriga. Rodrigo estava uma calça jeans azul marinho e blusa branca. Eles cumprimentaram a aniversariante. As irmãs deram o presente que dona Anita pediu. Um livro de contos antigos. Logo em seguida, chega José, marido da aniversariante e Jonga, marido de sua filha. Eles chegaram atrasados devido ao trabalho. Todos os convidados que estavam faltando chegaram e então todos sentaram-se à mesa. O garçom dispunha pratos, talheres e taças sobre a toalha. Os pratos eram capelete com molho rosé, frutos do mar, talharim com tomate-cereja, salada de cebola, atum e pimentão. Sobremesa: charlote, crepe, pavê de sorvete, pudim de limão, bolo de trufas. Ao terminar o jantar, José propôs um brinde à esposa e à família. O garçom serviu o vinho. Logo após o brinde, o garçom trouxe o bolo, que era de chocolate com três andares, uma velinha de 89 anos. Todos começaram a cantar parabéns. Cordélia gritou: “faz os pedidos”. Ela soprou as velinhas e disse: _ Estou velha, mas orgulhosa por estar fazendo meus 89 anos e por ver toda a família unida, agradeço a Deus por ter chegado até aqui. José abraçou sua esposa e lhe deu um beijo dizendo que a amava. Zilda gritou: _ Pra quem vai o primeiro pedaço?

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Dona Anita repartiu o bolo e deu o primeiro pedaço para Zilda e o segundo para José. Manuel, sobrinho da aniversariante, chamou os garçons para terminar de servir os convidados. A festa vai chegando ao fim. Os convidados estão indo embora, dona Anita vai se despedindo de cada um. Olaria e Manuel se despedem da aniversariante e dizem uma frase: _ Nos veremos ano que vem na festa de 90 anos. Jonga e Zilda também se despedem. Zilda diz: _ Feliz 89 anos, mamãe, boa noite, te amo. Jonga diz: _ Tchau, sogrinha, felicidades e se divirta com os 89 anos. As irmãs Cordélia e Dorothy também vão embora. José, dona Anita e Rodrigo que é o seu neto e mora com ela vão para casa.

Ingrid Cássia Alves nº 21 1º B – 2009

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UM SONHO DE FAMÍLIA

Meu nome é Anita, mas todos me chamam de D. Anita. Sou uma mulher com uma família maravilhosa e unida. E ontem foi meu aniversário... Bem que eu queria lhes contar uma história assim, mas essa não é a minha história! Sou dona de várias fazendas, tenho uma casa grande, dinheiro e estou cercada de pessoas, mas não sou feliz. Minha família não é unida, não somos felizes. E o pior é que fingimos superioridade aos outros. Como já lhes disse, ontem foi meu aniversário. Houve um baile muito lindo, aos olhos dos interesseiros e hipócritas que só se preocupavam com coisas materiais. Estava correndo tudo “bem” (à vista dos outros). Eu estava com meus filhos, noras, netos e sobrinhos, todos interesseiros. Com exceção de minha nora Clarisse (a harmoniosa) e meu neto Rodrigo (o amoroso). Meu filho Jonga (meu príncipe) estava presente apenas espiritualmente já que faleceu há um ano. Portei-me como uma hipócrita, até que não agüentei toda aquela mágoa e ressentimento. Gritei, esperneei, xinguei, proclamei, e até cuspi! Parecia uma criança, sem educação e limites. Os convidados me olharam pasmos, indignados e conturbados. Não fiz aquilo tudo para parecer engraçada ou revoltada, fiz por não agüentar mais aquela falsidade, descompaixão, desarmonia, desrespeito e hipocrisia. Queria uma família, uma família de verdade. Onde houvesse piqueniques, adoleta, faz de conta, onde houvesse mímicas e discussões sobre o que faríamos no Natal. Caro leitor, conto isso porque estou doente, com câncer, vou morrer daqui duas semanas e tinha a esperança de algo melhor para mim e minha família. Então vejo que algumas coisas não têm solução e que outras devemos fazer em vida, para que não seja tarde demais... Vou ao encontro do meu Príncipe, e espero que minha nora e neto fiquem bem... Deixo este pequeno texto a eles, espero que leiam e não se culpem por nada, pois me deram a oportunidade de crescer espiritualmente e que isso lhes sirva para um futuro melhor. Amo-os e a você também, caro leitor.

Juliana Turci nº 16, Luis Gustavo Cardoso nº 23, 1º D – 2009

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UNIÃO FAMILIAR POR UMA VIDA

Uma família muito rica, vinda de Olaria, estava chegando até uma casa muito humilde em Ipanema onde moravam Zilda com a idosa. Zilda trabalhava muito para o sustento das duas, pois a senhora estava em um momento muito difícil, pois já tinha 89 anos, e ainda por cima estava com uma doença para a qual nenhum remédio fazia melhorar, isso fez a família se unir para resolver o problema; a idosa já estava nervosa, e o motivo era que ela achava que estava dando muito trabalho para toda sua família. Os que vieram de Olaria estavam dispostos a ajudar no que fosse necessário. A idosa falou que toda essa doença era passageira e que era besteira a família ficar se preocupando com ela, mas Zilda e a família de Olaria resolveram levar a senhora para um sítio de propriedade da família de Olaria, isso talvez ajudasse muito a idosa a se recuperar e, além disso, uma pessoa respirando o ar puro e tendo o contato com a natureza, seria melhor do que ficar em um lugar agitado. A família de Olaria levou a idosa para o sítio. Enquanto isso, Zilda foi despedida do emprego com o qual ela lutava tanto para ajudar a senhora, mas o pessoal de Olaria ficou sabendo da notícia e prometeu não falar nada para a senhora. Esta estava melhorando, não só por estar no sítio, mas também porque a família de Olaria levou a idosa para um médico muito competente, conhecido pela família. Enquanto isso, Zilda conseguiu um emprego de enfermeira, próximo da casa de onde ela morava. Passaram-se dois meses e a senhora, já curada, estava retornando do sítio junto a família de Olaria. Chegando em Ipanema, a idosa passou no hospital onde ela fora tratada um pouco antes de ficar doente e, para sua surpresa, encontrou com Zilda. A idosa conversou com ela e Zilda explicou toda a história para ela e para a família amiga, que já estava com as malas prontas para voltar para casa e enquanto isso, Zilda ficou cuidando da idosa que não estava mais doente.

Murilo Batista Jordão nº 25 – 1º E – 2009

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VIVA!

Era o primeiro dia de aula na universidade, ninguém queria se atrasar, diziam que os professores eram rigorosos quanto a atrasos. Iria começar o curso de psicologia com a professora Capitu. Capitu era jovem até demais para quem dava aula de Psicologia, pois em outras universidades os professores dessa matéria eram velhos e carrancudos. A aula iniciou-se, Capitu olhava atenta para os alunos como quem fosse dizer algo de repente, mas ela permanecia em silêncio. Ela observou dois alunos mais do que todos como se falasse algo em seus pensamentos, um dos alunos era o mais popular da universidade inteira até mesmo os veteranos o conheciam, seu nome era Escobar era um dos melhores atletas do time, conhecido por meninas que ele nem mesmo sabia quem eram, mas em compensação era um “burro”, passava batendo em algum “nerd” para que fizesse seus trabalhos, sentando no fundo da sala em dia de prova para colar, o típico “futuro da nação”. O outro aluno era Bento, um aluno comum, boas notas, QI dentro da média, pouco conhecido (assim como a maioria da universidade) ele era tão pouco conhecido que se dissessem o seu nome em voz alta dentro da sala poucos saberiam quem ele era, outros diriam “quem?”, e outros, “ah! O garoto que senta perto da janela”. Uma das poucas pessoas com quem Bento conversava era Glória. Glória não era como uma namorada, mas sim como uma amiga em quem Bento poderia confiar sempre que precisasse. Capitu começou a explicar que a Psicologia não é apenas uma matéria idiota, pois se eles soubessem fazer uso dela corretamente, seriam superiores aos demais. Ninguém entendeu exatamente o que ela quis dizer com aquilo. Bento foi para sua casa. Era próximo da universidade. Ele foi bem rápido, pois os novatos recebiam trotes violentos no primeiro dia de aula. Depois de um tempo, quando já era noite, o telefone de Bento tocou. Ele atendeu, era José Dias – seu amigo que estudava Matemática – pedindo para ele ir urgente até a universidade. Bento achou aquilo muito esquisito, mas mesmo assim ele foi. Chegando ao local combinado, ele não viu José Dias, mas viu um grupo de pessoas em que todas eram os mais populares da escola. Quando ele chegou, procurou por José Dias e depois perguntou para Escobar onde ele estava. Escobar estava junto com os mais populares – ninguém lhe respondeu. Bento percebeu que José Dias não ia aparecer e decidiu ir embora. Foi quando começou a levar chutes, pontapés e pancadas na cabeça. Ele tentava defender-se, mas não conseguia. De relance, ele viu algo que parecia ser a professora Capitu e de repente uma luz forte e azul invadiu seus olhos. Quando deu por si, estava em seu quarto. Ele achou que fora apenas um pesadelo. No dia seguinte, foi à aula normalmente, como se nada tivesse acontecido. Como de costume, comeu um lanche no “Cyber Café”, que era um local comum a todos os alunos. Depois, dirigiu-se à sala de aula. No caminho, passou pelo local onde teria acontecido o seu sonho, mas viu algo muito estranho: eram paus e pedras idênticos aos do sonho, previamente ele teve uma sensação de medo, mas que não demorou muito. Naquele dia a aula foi extremamente monótona, todos os alunos estavam com sono e abalados como se não tivessem dormido, mas ele achou que isso era normal. A aula acabou. Bento estava indo para sua casa, como fazia todos os dias. Estava já na porta, prestes a sair, quando Capitu o barrou e disse: _ Você está bem? _ Estou. Por quê? _ Por nada, você já pode ir. Ele achou estranha aquela pergunta, mas mesmo assim foi embora. No caminho, ele começou a se sentir mal, enjoo, dor de cabeça, até que ele desmaiou. Quando acordou, estava em uma sala sem janelas e com apenas uma porta.

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Ele correu em direção à porta, mas ela estava trancada. Ele olhou ao redor, mas viu apenas um bilhete preso por uma faca enferrujada e suja de sangue, na parede, o bilhete dizia: “a chave está dentro do poço.” Bento nem havia percebido, mas havia um poço dentro da sala. No início, achou que seria bem fácil pegar a chave, mas o problema era que o poço estava cheio de pregos. Foi aí que viu um ímã ao lado. No começo, ele só ficou pensando em como sair de lá, ficou nervoso, tenso, não sabia o que fazer; achou que não tinha solução. Depois ele teve uma ideia de rasgar as roupas e emendá-las para fazer uma corda, amarrar o ímã e ir tirando os pregos, até encontrar a chave. Isso durou três horas, até que pegou a chave. Já estava cansado, mal agüentava ficar em pé, porém mesmo assim correu até a porta para abri-la. Após abrir a porta, encontrou um grande salão, muito bem iluminado, com uma enorme mesa ao centro com apenas duas cadeiras, uma em cada cabeceira. Uma pessoa somente estava sentada em uma das cabeceiras. Uma pessoa mascarada. A máscara foi a que mais lhe chamou a atenção, era uma máscara de ferro com poucos detalhes. Com uma voz um tanto feminina, aos ouvidos de Bento a pessoa disse: _ Sente-se. Disse o mascarado. Bento, meio sem entender, sentou-se e começou a comer, ele não se aguentava de curiosidade de saber quem era aquela pessoa, mas também estava com medo. Ele viu uma pessoa chegando, era Sancha; ela chegava com uma bandeja de comida. Bento percebeu que ela estava com alguma coisa na mão e estava colocando na comida. Ele percebeu que o mascarado não estava olhando nessa hora. Sancha serviu a comida para ambos, ele hesitou um pouco, a outra pessoa começou a comer pouco antes. A pessoa mascarada de repente caiu no chão e começou a agonizar. Bento correu em direção ao mascarado, quando ele chegou a máscara estava quebrada. Ele olhou e fez uma cara de espanto, ao ver que era Capitu a mascarada, ela olhou para ele e disse: _ Então agora você já sabe. Bento disse: _ Já sabia. _ Como?! _ Tudo. As perguntas, os sonhos, a sua forma misteriosa de agir. Tudo me levou a concluir que era você. _ E você sabe por que eu faço isso com as pessoas? _ perguntou Capitu. _ Não. _ Quero ensinar algo a eles, por exemplo, o seu amigo Escobar. Foi fácil descobrir que ele tinha medo de que as pessoas o achassem feio, ou sem talento. _ disse Capitu, já quase sem forças. _ O que você fez com ele? _ Desafiei-o para um jogo de futebol... Ele perdeu, então lhe dei uma faca; ele não pensou duas vezes. _ Ele morreu? _ O que você acha? Faço isso quando não consigo descobrir o medo das pessoas. _ Como descobre o medo das pessoas? _ Ah! Esse é um poder que eu tenho há anos, desde que nasci. Bento permaneceu em silêncio. _ Faço isso para ensinar algo às pessoas, algo que não custe dinheiro, algo de que elas sempre vão lembrar. _ disse Capitu. De repente Capitu começou a fechar os olhos, o veneno já estava fazendo efeito. Aproveite a sua vida como se fosse morrer amanhã, não faça como eu que tive uma vida mesquinha e hipócrita.

Luiz Raphael Taccola nº 24; Pedro Lúcio Campos Silva nº 33 – 1º C – 2009