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Poesia (pátria) O dia 7 de setembro, em paris Longe do belo céu da Pátria minha, Que a mente me acendia, Em tempo mais feliz, em qu'eu cantava Das palmeiras à sombra os pátrios feitos; Sem mais ouvir o vago som dos bosques, Nem o bramido fúnebre das ondas, Que n'alma me excitavam Altos, sublimes turbilhões de idéias; Com que cântico novo O Dia saudarei da Liberdade? Ausente do saudoso, pátrio ninho, Em regiões tão mortas, Para mim sem encantos, e atrativos, Gela-se o estro ao peregrino vate. Tu também, que nos trópicos te ostentas Fulgurante de luz, e rei dos astros, Tu, oh sol, neste céu teu brilho perdes.

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romantismo realismo candoreira e biografia

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Poesia (pátria)

O dia 7 de setembro, em paris

Longe do belo céu da Pátria minha,Que a mente me acendia,

Em tempo mais feliz, em qu'eu cantavaDas palmeiras à sombra os pátrios feitos;Sem mais ouvir o vago som dos bosques,

Nem o bramido fúnebre das ondas,Que n'alma me excitavam

Altos, sublimes turbilhões de idéias;Com que cântico novo

O Dia saudarei da Liberdade?

Ausente do saudoso, pátrio ninho,Em regiões tão mortas,

Para mim sem encantos, e atrativos,Gela-se o estro ao peregrino vate.

Tu também, que nos trópicos te ostentasFulgurante de luz, e rei dos astros,

Tu, oh sol, neste céu teu brilho perdes.

Oh fantasia, reproduz se podesO enérgico quadro, que meus olhos

Outrora extasiara;As cenas reproduz de entusiasmo,

Que o coração abrasaComo o sol quando a pino os homens fere;

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Memória, hoje recorda aquelas vozesDos brasilenses peitos escapadas,

Como do Chimboraço ardentes lavas,E no templo de Deus gratas soavam.

Recita aqueles hinos,Que angélicas donzelas, varões probos

Alternos entoavam neste Dia,Da Liberdade em honra.

Mas em vão, que nos ares embruscadosO mimoso colibri não adeja,

Nem longe do seu ninho o canto exalaO sabiá canoro.

Ah! se ao menos a dor que me alma punge,E a existência me azeda,

Um pouco se aplacasse, e doce riso,Filho do coração, subisse aos lábios,Quiçá na ausência da querida Pátria

Pudesse, inda que rouco,Mais um hino ajuntar aos outros hinos,Com que de meu amor lhe fiz ofrenda,Quando no grêmio seu prazer gozava.

Lá, no teu seio, a vida respirandoTranqüilo e sossegado,

Ou no mar agitado, à morte exposto,Ou aqui nesta plaga tão remota,

Fiel te sou, oh Pátria; não te olvidoPelas grandezas que me ofrece a Europa.

Estes eternos monumentos d'arte,Estas colunas, maravilhas mortas,Estas estátuas colossais de bronze,

Estes jardins soberbos, estes templosSão belos; mas não são de minha Pátria.

Tuas virgens florestas, e teus templos

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Mais me aprazem que tudo que aqui vejo.

Ah! quem me dera agora, em grato sonhoIludido, cuidar que me revolvo

Ignorado entre os meus, entre o tumultoDo povo que no rosto traz impressa

A glória deste Dia!Quem me dera que os meus rústicos hinos

Por ele ouvidos fossem,E por ele aplaudidos

No delírio do sacro amor da Pátria!

Oh! como é doce memorar os temposDa passada alegria!

Como é doce escutar ternas cadênciasDe branda voz de pudibunda virgem,Quando fora da terra a alma vagueia

No celeste infinito!Mais doce é celebrar os claros feitos

Dos seus concidadãos, e unido a eles,Beber na mesma taça o entusiasmo,

E no divino arrouboOs céus congratular, render-lhes graças!

Aqui da Liberdade repetidoNão soa o mago acento em meus ouvidos;

Nem o auriverde pavilhão tremula,Imagem das riquezas

Da terra minha, fértil, abundante;

Nem o canhão ribomba, que assinaleQue este Dia ao Brasil é consagrado.

Só o estridor ressoaDe turbulento povo, indiferente

Da Pátria minha à glória.

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Dia da Liberdade!Tu só dissipas hoje esta tristeza

Que a vida me angustia.Tu só me acordas hoje do letargo

Em que esta alma se abisma,De resistir cansada a tantas dores.

Ah! talvez que de ti poucos se lembremNeste estranho país, onde tu passas

Sem culto, sem fulgor, como em desertoCaminha o viajor silencioso.

Mas rápidos os dias se devolvem;E tu, oh sol, que pálido me aclaras

Nestas longínquas plagas,Brilhante ainda raiarás na Pátria,

E ouvirás meus hinosEm honra deste Dia, não magoadosCo'os fúnebres acentos da saudade.

Gonçalves de Magalhães

EntendimentoEle fala como se estivesse em um ambiente de tremenda tristeza, onde teus olhos só enxerga o ruim. Ele pede, roga paz, sonha

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com um lugar diferente daquilo que está vendo, mas são apenas sonhos, então onde está a liberdade¿ quem dera, seu tudo aquilo que ele vê fosse ao contrário do que se está vendo.

Ilustração:

Biografia(nacionalista)

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Gonçalves de MagalhãesDomingos José Gonçalves de Magalhães (Rio de Janeiro RJ 1811 - Roma, Itália 1882).Poeta, romancista e dramaturgo. Pertenceu a primeira geração romântica (Nacionalista). Ingressa no curso de medicina do Colégio Médico-Cirúrgico da Santa Casa de Misericórdia em 1828. Em 1832 publica seus primeiros versos, Poesias, e no ano seguinte, já formado, muda-se para Paris para aprofundar seus estudos. Lá, une-se a um grupo de jovens brasileiros ligados às idéias românticas em voga na Europa - o pintor Manuel de Araújo Porto Alegre (1806 - 1897), Francisco de Sales Torres Homem (1812 - 1876), João Manuel Pereira da Silva (1817 - 1897) e Cândido de Azeredo Coutinho, que, em 1836, funda a Nitheroy - Revista Brasiliense, considerada a primeira manifestação literária do romantismo brasileiro. Nesse ano publica Suspiros Poéticos e Saudades, que marca o príncipio do processo de emancipação da literatura

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nacional, acompanhando o que se iniciara no campo político, com a independência do Brasil, em 1822. O poeta também desempenha importante papel na fundação da dramaturgia nacional, como autor das primeiras tragédias, Antonio José ou o Poeta e a Inquisição, 1838, e Olgiato, 1839, ambas encenadas pelo ator e amigo João Caetano (1808 - 1863). Em 1847, inicia a carreira diplomática. Nos anos seguintes dedica-se a sua última obra, a epopéia A Confederação dos Tamoios, que, lançada em 1856, causa enorme polêmica com o escritor José de Alencar (1829 - 1877).

Poesia (amor)

AmorAmemos! Quero de amor 

Viver no teu coração! Sofrer e amar essa dor 

Que desmaia de paixão! Na tu’alma, em teus encantos 

E na tua palidez E nos teus ardentes prantos 

Suspirar de languidez! 

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Quero em teus lábio beber Os teus amores do céu, 

Quero em teu seio morrer No enlevo do seio teu! 

Quero viver d’esperança, Quero tremer e sentir! Na tua cheirosa trança Quero sonhar e dormir! 

Vem, anjo, minha donzela, Minha’alma, meu coração! Que noite, que noite bela! Como é doce a viração! 

E entre os suspiros do vento Da noite ao mole frescor, Quero viver um momento, 

Morrer contigo de amor

Alvares de Azevedo

Entendimento:

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A poesia fala sobre um alguém apaixonado por uma donzela no qual ele quer o resto da vida dele viver com ela.

Ilustração:

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Biografia(ultrarromântica)

Alvares de AzevedoFilho de Inácio Manuel Álvares de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo, passou a infância no Rio de Janeiro, onde iniciou seus estudos. Voltou a São Paulo, em 1847, para estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde, desde logo, ganhou fama por brilhantes e precoces produções literárias. Destacou-se pela facilidade de aprender línguas e pelo espírito jovial e sentimental.

Durante o curso de Direito traduziu o quinto ato de Otelo, de Shakespeare; traduziu Parisina, de Lord Byron; fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico

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Paulistano (1849); fez parte da Sociedade Epicureia; e iniciou o poema épico O Conde Lopo, do qual só restaram fragmentos.

Não concluiu o curso, pois foi acometido de uma tuberculose pulmonar nas férias de 1851-52, a qual foi agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, falecendo aos 20 anos.

A sua obra compreende: Poesias diversas, Poema do Frade, o drama Macário, o romance O Livro de Fra Gondicário, Noite na Taverna, Cartas, vários Ensaios (incluíndo "Literatura e civilização em Portugal", "Lucano", "George Sand" e "Jacques Rolla") e Lira dos vinte anos

Suas principais influências são: Lord Byron, Goethe, François-René de Chateaubriand, mas principalmente Alfred de Musset.

Figura na antologia do cancioneiro nacional. Foi muito lido até as duas primeiras décadas do século XX, com constantes reedições de sua poesia e antologias. As últimas encenações de seu drama Macário foram em 1994 e 2001. É patrono da cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras. Fez parte da segunda geração (ultrarromântica)

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Poesia(mulher)

AdormecidaUma noite eu me lembro... Ela dormiaNuma rede encostada molemente...

Quase aberto o roupão... solto o cabeloE o pé descalço do tapete rente.

'Stava aberta a janela. Um cheiro agresteExalavam as silvas da campina...

E ao longe, num pedaço do horizonteVia-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados,Indiscretos entravam pela sala,

E de leve oscilando ao tom das aurasIam na face trêmulos — beijá-la.

Era um quadro celeste!... A cada afagoMesmo em sonhos a moça estremecia...Quando ela serenava... a flor beijava-a...Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...

Dir-se-ia que naquele doce instanteBrincavam duas cândidas crianças...A brisa, que agitava as folhas verdes,Fazia-lhe ondear as negras tranças!

E o ramo ora chegava, ora afastava-se...Mas quando a via despeitada a meio,

P'ra não zangá-la... sacudia alegreUma chuva de pétalas no seio...

Eu, fitando esta cena, repetiaNaquela noite lânguida e sentida:

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"Ó flor! — tu és a virgem das campinas!"Virgem! tu és a flor da minha vida!..."

Castro Alves

Entendimento:Fala sobre uma mulher na qual esta deitada, com seus cabelos soltos e suas vestes meio aberto, e com isso teve um relacionamento amoroso. O seu amado ao perceber que ela estava despeitada (chateada) brinca com éla para anima-la, em seguida

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ele se declara para sua amada

Ilustração:

Biografia(condoreira)

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Castro AlvesCastro Alves (1847-1871) foi um poeta brasileiro. O último grande poeta da terceira geração (condoreira) romântica no Brasil. "O Poeta dos Escravos". Expressou em suas poesias a indignação aos graves problemas sociais de seu tempo. Denunciou a crueldade da escravidão e clamou pela liberdade, dando ao romantismo um sentido social e revolucionário que o aproxima do realismo. Foi também o poeta do amor, sua poesia amorosa descreve a beleza e a sedução do corpo da mulher. É patrono da cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras.

Castro Alves (1847-1871) nasceu no município de Muritiba, Bahia, em 14 de março de 1847. Filho do médico Antônio José Alves, e também professor da Faculdade de Medicina de Salvador, e de Clélia Brasília da Silva Castro. No ano de 1853, vai com sua família morar em Salvador. Estudou no colégio de Abílio César Borges, onde foi colega de Rui

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Barbosa. Demonstrou vocação apaixonada e precoce pela poesia. Em 1859 perde sua mãe. Em 24 de janeiro de 1862 perde seu pai. Casa com Maria Rosário Guimarães e nesse mesmo ano foi morar no Recife, onde ingressou no curso de Direito. A capital pernambucana efervescia com os ideais abolicionistas e republicanos e Castro Alves recebe influências do líder estudantil Tobias Barreto.

Castro Alves publica em 1863, seu primeiro poema contra a escravidão "A Primavera", nesse mesmo ano conhece a atriz portuguesa Eugênia Câmara que se apresentava no Teatro Santa Isabel no Recife. Em 1864 ingressa na Faculdade de Direito do Recife, onde participou ativamente da vida estudantil e literária, mas volta para a Bahia no mesmo ano e só retorna ao Recife em 1865, na companhia de Fagundes Varela, seu grande amigo.

Castro Alves inicia em 1866, um intenso caso de amor com Eugênia Câmara, dez anos mais velha que ele, e em 1867 partem para a Bahia, onde ela iria representar um drama em prosa, escrito

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por ele "O Gonzaga ou a Revolução de Minas". Em seguida Castro Alves parte para o Rio de Janeiro onde conhece Machado de Assis, que o ajuda a ingressar nos meios literários. Vai para São Paulo e conclui o Curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco.

Em 1868 rompe com Eugênia. De férias, numa caçada nos bosques da Lapa fere o pé esquerdo, com um tiro de espingarda, resultando na amputação do pé. Em 1870 volta para Salvador onde publica "Espumas Flutuantes", único livro editado em vida.

Na sua poesia lírico-amorosa a mulher não aparece distante, sonhadora e intocada como nos outros românticos, mas uma mulher real e sedutora. Na poesia social Castro Alves é sensível aos graves problemas de seu tempo. Seu poema abolicionista mais famoso é “O Navio Negreiro”, um poema épico-dramático, que faz parte da obra “Os escravos”, onde denuncia a crueldade da escravidão e faz uma recriação poética das cenas dramáticas do transporte de escravos no porão dos navios negreiros.

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A linguagem usada por Castro Alves para defender seus ideais liberais é grandiosa, seu estilo é eloquente e faz uso acentuado de hipérboles e de espaços amplos como o mar, o céu, o infinito, o deserto etc. Apesar disso, é uma linguagem essencialmente romântica.

Antônio Frederico de Castro Alves morreu em Salvador, Bahia, no dia 6 de julho de 1871, vitimado pela tuberculose.

Poema (morte)

A MorteOuço uns dobres de sinos, que parecem

Soltar agudos ais,Roucos sons de trombetas, e tambores.

E marchas funeraes.

Mais Algum bravo da imperial falangeVeio a morte roubar.

E do livro da vida um nome ilustrePara sempre apagar.

Em cada rosto de tristeza impressoSeu nome lendo-o estou

Tremem os lábios ao dizer – o Lima,O Lima nos deixou !

E não ousam dizer – morreu! – Nem morre

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Quem como elle viveo!Deixou apenas a mansão de dores,

A terra pelo céo!

Mas nós choremos, que perdemos n’elleDa Patria um defensor;

Um peito de guerreiro, um braço forte,Uma alma sem pavor.

Choram por’elle do Janeiro as margensFilhos, a esposa, e o pai;

E bravos, e um heróe por elle choramNas Margens do Uruguay.

Por toda parte hão de choral-o amigos,Que o amaram, que elle amou.

Que alma tão bòa, de futuro cheia,A morte nos roubou.

Gonçalves de Magalhães

Entendimento:Conta sobre a perda de um amigo, no quanto ele fara falta, um homem honrado na terra. As únicas coisas que ele deixou foi

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uma dor muito forte no coração de todos. Todos o olha com cara de tristeza, pela morte ter roubado uma pessoa tão boa para eles.

Ilustração:

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Poema (liberdade)

Sete de setembro

A D.Pedro II

I

Foi um dia de glória! - O povo altivo

Trocou sorrindo as vozes de cativo

Pelo cantar das festas!

O leão indomável do deserto

Bramiu soberbo, dos grilhões liberto,

No meio das florestas!

Lá no Ipiranga do Brasil o Marte

Enrolado nas dobras do estandarte

Erguia o augusto porte;

Cercada a fronte dos lauréis da glória

Soltou tremendo brado da vitória:

- Independência ou morte!

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O santo amor dos corações ardentes

Achou eco no peito dos valentes

No campo e na cidade;

E nos salões - do pescador nos lares,

Livres soaram hinos populares

À voz da liberdade!

Casimiro de abreu

Entendimento:Fala sobre um festejo entre os povos por terem conseguido a vitória (liberdade), conseguirão transforma da guerra a paz e a igualdade, dando lhes o poder a todos da grande liberdade.

O festejo foi imensamente festejado o estado inteiro, cantavam hinos populares, transformando no som da liberdade...

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Ilustração:

BiografiaCasimiro de

abreuCasimiro José Marques de Abreu nasceu em Barra de São João (RJ) no dia 4 de janeiro de 1839 e faleceu em Barra de São João (RJ) em 18 de outubro de 1860.

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Seu pai era comerciante e queria que o filho seguisse a mesma carreira. Casimiro de Abreu partiu para Lisboa, a fim de estudar. Nesta mesma cidade, manteve contato com o meio intelectual e de volta ao Brasil começou a escrever para jornais.

Suas poesias são de linguagem simples, fácil, com temas já abordados por outros autores e rimas pobres.

Podemos destacar a aproximação do autor com Álvares de Azevedo pela melancolia e o saudosismo a respeito da infância e da figura da mãe e da irmã; o nacionalismo em poesias de exaltação à pátria, tema comum das poesias de Gonçalves Dias.

Casimiro de Abreu tornou-se um dos poetas mais conhecidos do Romantismo justamente porque tem características na linguagem que o aproximam da fala popular.

Casimiro de Abreu faleceu vitimado pela tuberculose aos 21 anos de idade.

Sua obra poética está reunida em um volume intitulado “As primaveras”, de 1859. Sua poesia mais notória é “Meus

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oito anos”, na qual o saudosismo da infância é claramente expresso.

PoemaA infância

III

Belo raio do sol da existência,

Flor da vida, mimosa e gentil,

Fonte pura de meiga inocência,

Leve gozo da quadra infantil!

Quem fruir-te outra vez não deseja,

Quando vê sobre a veiga formosa

A menina travessa e ruidosa,

Borboleta que alegre doudeja¿

A menina é uma flor de poesia,

Um composto de rosa e jasmim,

Um sorriso que Deus alumia,

Um amor de gentil serafim!

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Folga e ri no começo da existência,

Borboleta gentil! A flor dos vales,

Da noite à viração abrindo o cálix,

O puro orvalho da manhã te guarda;

Inda perfumes, dá, que te embriagam,

Inda o sol quando aquece os vivos raios,

Nas asas multicores cintilando,

Com terno amor de pai, em torno esparge

Pó sutil de rubis e de safiras.

Folga e ri no começo da existência,

Humano serafim, que esse perfume

São das asas do anjo, que se impregnam

Dos aromas do céu, quando atear-se,

Roaz fogo de vida começando,

Quando havemos de Deus consome e apaga.

Gonçalves Dias

Entendimento:

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Ele fala sobre a luz de um parto, e que dessa luz veio uma criança (bebe), uma criança meiga e gentil, na qual todos os seus atos são inocentes até mesmos seus pensamentos, isso o recorda da infância.

Essa criança é uma menina, na qual se tornou brincalhona e barulhenta, mas mesmo assim, é uma boa menina, educada, com um sorriso lindo; Uma anjo que veio do céu para alegrar seus pais e a todos.

BiografiaCasimiro de Abreu

Antônio Gonçalves Dias nasceu em Caxias (MA) em 10 de agosto de 1823. Era mestiço, filho de um comerciante português com uma cafuza (mestiça de negro e índio). Quando foi estudar Direito

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em Coimbra, conheceu alguns escritores românticos portugueses, com quem estabeleceu relações importantes para a sua formação intelectual como poeta.

Ainda em Portugal, escreveu sua famosa poesia “Canção do exílio”, a qual mostra o saudosismo do autor em regressar ao Brasil. De volta ao país de origem, tem alguns casos amorosos e vive uma paixão por Ana Amélia. No entanto, a mão da jovem é recusada pelo fato de Gonçalves Dias ser mestiço. Acometido por doenças regressa à Europa em busca de tratamento. Na volta ao Brasil, o poeta morre nas costas do Maranhão, no naufrágio do Ville de Boulogne, navio no qual estava no dia 3 de novembro de 1864.

É também, junto com Gonçalves de Magalhães, introdutor do Romantismo no Brasil. Sua obra abrange o nacionalismo de duas formas: na exaltação da pátria e na figura do índio. Na obra de Gonçalves Dias o índio é valente e digno de honra e os colonizadores são figurados como destruidores. Ainda em sua temática podemos notar outros temas do Romantismo, como o amor, a saudade, a

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melancolia. Além disso, compôs poesias sobre a natureza e a religiosidade.

“O Brasil colonial não era igual a PortugalA raiz do meu país era multirracialTinha índio, branco, amarelo, pretoNascemos da mistura, então por que o preconceito?

Gabriel o pensador

Entendimento:

Ele quis dizer que por mas que a colonização do brasil tenha vindo de Portugal, o brasil não tem as mesmas características de Portugal. As raízes brasileiras, tem um pouco de tudo, índio, branco, amarelo, e negro e nós século XXI nascemos do meio dessa mistura de cores, e mesmo assim temos preconceito com a cor de um ou de outro.

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Ex:

*Há eu não gosto de fulano por que ele é preto

*Há vou ficar de olho nesse cara por que ele é preto e todo preto é ladrão etc...

Ilustração:

Por que ler Poesia do século XIX ¿

È importante ler as poesias do século XIX, pois é marcado o período do verdadeiro nascimento da nossa literatura.

Nesses tempos, foi enriquecido admiravelmente a poesia, foi criado o

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teatro e o romance nacional e formou-se o circuito auto-obra-público, tão necessário ao estímulo da vida literária. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, dos atos de D. João V. que tiveram ressonâncias culturais significativas, destacam- se: a abertura dos portos as nações amigas, criação de bibliotecas e escolas superiores, a permissão para o funcionamento de tipografias. Os poemas do século XIX são vistos como “Um ato de Brasilidade”, pois ressaltam o nacionalismo.

Muito do que lemos hoje, temos graças aos autores da época. Em toda história sendo na arte ou na literatura, o conteúdo que foi produzido na época é compre um espelho da sociedade que os consome.

Contemporânea ao movimento da independência de 1822, a literaturas nesse período expressa sua ligação com a política e com o Romantismos, os sentimentos começam a tomar o lugar da razão como instrumento de análise do mundo, e a vida passa a ser encavada de

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um ângulo bem pessoal, em que sobressai um intenso desejo de liberdade.

Essa ânsia de libertação que nasce no interior do poeta, em determinado momento alcança também o nível social, com o artista romântico colocando-se como porta-voz dos oprimidos e usando seu talento para protestar contra as injustiças sociais, ao mesmo tempo que valoriza a pátria e os elementos que a representam, È o ardente nacionalismo e no Brasil gera o Indianismo, uma forma de exaltação do indígena, encarado como representante heroico da terra Brasileira.

“Um momento que também foi social onde a poesia deixa de ser apenas um elemento sentimental murmurado em voz baixa para ser um grito de protesto político ou reivindicação social. A companha pela libertação dos exilados ganha as ruas, e o poeta, procura ser o porta-voz de seu povo, e o seu canto, a luz da liberdade e o protesto contra as injustiças”, como declara Castro Alves, um dos autores mais importantes desse período.

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Na segunda metade do século XIX sujem três tendências literárias: O realismo, na prosa, e o Parnasianismo e o Simbolismo, na poesia. O realismo propões uma representação mais objetiva e fiel da vida humana. O Romantismo exalta os valores burgueses, o realismo os analisa com a visão crítica.

O simbolismo vem recuperar a musicalidade da expressão poética, O simbolismo procura não ignorar as formas, mas apresenta-las “musical e doce”, ”emocional e ardente”, como se o próprio coração fosse diluído nas estrofes. E Machado de Assis é considerado o melhor escritor Brasileiro do século XIX, e um dos mais importantes, e respeitados na sociedade Brasileira no fim do século XIX, mesmo centenário.

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Ilustração:

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