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I MITANGA LITERÁRIO PROJETO DE LEITURA DO LIVRO JEITO DE SER Elaborado por Adriano Messias (escritor e consultor de livros infantojuvenis, tradutor e adaptador). 1. CONHECENDO A OBRA f SINOPSE: Este é um livro de questionamentos, por meio dos quais a autora explora as imagens do coti- diano infantil e incentiva os pequenos leitores a per- ceber e interpretar o mundo que os cerca. O livro os estimula, sobretudo, a refletir a respeito de si mesmos, de suas personalidades, desejos e opiniões. Além disso, possibilita uma discussão sobre a individualidade e o respeito às diferenças. É compreendendo e aceitando o jeito de cada um que aprendemos a conviver melhor em sociedade. f ASSUNTOS: Ética, cidadania, identidade pessoal. f INTERDISCIPLINARIDADE: Linguagem, Arte, Natureza e Matemática. 2. POR QUE ESsE LIVRO FOI INDICADO? As crianças de 3 a 5 anos são extremamente curiosas e absorvem novas informações com muita facilidade. Nessa faixa etária, fazem muitas perguntas e começam a compreender me- lhor as variações espaciais (tamanho, cor, forma); sociais (membros da família, cores de pele, diferenças de idade); e naturais (bichos e plantas, bichos bravos ou mansos, plantas bonitas ou feias, rio sujo ou rio limpo etc.). Da mesma maneira, os conceitos de “certo” e “errado” e a com- preensão do que se deve ou se pode (ou não) fazer se tornam mais consolidados nessa idade. Muitas vezes, surgem nessa fase os conflitos ou reações de alguns alunos, que buscam “tes- tar” o professor e os colegas. Ou seja, esse “vasto mundo” que se abre aos olhos dos pequenos também tem de lhes oferecer limites. E a criança de 3 a 5 anos reconhece seu lugar numa es- trutura social ao aprender, também, a respeitá-la e amá-la: as regras e as normas fazem parte da vida em sociedade. Por tudo isso, o livro Jeito de ser traz ao professor a possibilidade de trabalhar várias ativi- dades que proponham às crianças noções básicas sobre espaço, vida familiar e social e meio ambiente. Assim, percorrendo toda a obra com uma linha invisível de orientação, podemos mencionar o entrelaçamento tanto da construção da identidade do sujeito quanto da relação dele com seu próprio mundo. Esse viés é fundamental para as crianças, que necessitam intro- jetar valores éticos e ecológicos, desenvolvendo o esboço do senso crítico e da capacidade de percepção que lhes garantirá maior independência e expressividade no futuro. Além disso, as possibilidades de intertextualidade e interdisciplinaridade são muitas. O livro possibilita desenvolver trabalhos nas áreas de Língua Portuguesa, Arte, Natureza e Sociedade, bem como Matemática. Diversos campos do saber global que a criança tem de conhecer são facilmente percebidos pelo professor nas páginas de Jeito de ser. A leitura é sempre agradável e fluida, assim como as ilustrações, que tornam bem evidentes os elementos comparativos, opostos e contraditórios descritos no texto. Editora do Brasil TÍTULO: Jeito de ser AUTORA: Nye Ribeiro ILUSTRADOR: Maurício Veneza COLEÇÃO: Convívio Social & Ética

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I

MITANGA LITERÁRIOPROJETO DE LEITURA DO LIVRO JEITO DE SER

Elaborado por Adriano Messias (escritor e consultor de livros infantojuvenis, tradutor e adaptador).

1. CONHECENDO A OBRA f SINOPSE: Este é um livro de questionamentos, por meio dos quais a autora explora as imagens do coti-diano infantil e incentiva os pequenos leitores a per-ceber e interpretar o mundo que os cerca. O livro os estimula, sobretudo, a refletir a respeito de si mesmos, de suas personalidades, desejos e opiniões. Além disso, possibilita uma discussão sobre a individualidade e o respeito às diferenças. É compreendendo e aceitando o jeito de cada um que aprendemos a conviver melhor em sociedade.

f ASSUNTOS: Ética, cidadania, identidade pessoal.

f INTERDISCIPLINARIDADE: Linguagem, Arte, Natureza e Matemática.

2. POR QUE ESsE LIVRO FOI INDICADO? As crianças de 3 a 5 anos são extremamente curiosas e absorvem novas informações com

muita facilidade. Nessa faixa etária, fazem muitas perguntas e começam a compreender me-lhor as variações espaciais (tamanho, cor, forma); sociais (membros da família, cores de pele, diferenças de idade); e naturais (bichos e plantas, bichos bravos ou mansos, plantas bonitas ou feias, rio sujo ou rio limpo etc.). Da mesma maneira, os conceitos de “certo” e “errado” e a com-preensão do que se deve ou se pode (ou não) fazer se tornam mais consolidados nessa idade. Muitas vezes, surgem nessa fase os conflitos ou reações de alguns alunos, que buscam “tes-tar” o professor e os colegas. Ou seja, esse “vasto mundo” que se abre aos olhos dos pequenos também tem de lhes oferecer limites. E a criança de 3 a 5 anos reconhece seu lugar numa es-trutura social ao aprender, também, a respeitá-la e amá-la: as regras e as normas fazem parte da vida em sociedade.

Por tudo isso, o livro Jeito de ser traz ao professor a possibilidade de trabalhar várias ativi-dades que proponham às crianças noções básicas sobre espaço, vida familiar e social e meio ambiente. Assim, percorrendo toda a obra com uma linha invisível de orientação, podemos mencionar o entrelaçamento tanto da construção da identidade do sujeito quanto da relação dele com seu próprio mundo. Esse viés é fundamental para as crianças, que necessitam intro-jetar valores éticos e ecológicos, desenvolvendo o esboço do senso crítico e da capacidade de percepção que lhes garantirá maior independência e expressividade no futuro.

Além disso, as possibilidades de intertextualidade e interdisciplinaridade são muitas. O livro possibilita desenvolver trabalhos nas áreas de Língua Portuguesa, Arte, Natureza e Sociedade, bem como Matemática. Diversos campos do saber global que a criança tem de conhecer são facilmente percebidos pelo professor nas páginas de Jeito de ser. A leitura é sempre agradável e fluida, assim como as ilustrações, que tornam bem evidentes os elementos comparativos, opostos e contraditórios descritos no texto.

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TÍTULO: Jeito de serAUTORA: Nye RibeiroILUSTRADOR: Maurício VenezaCOLEÇÃO: Convívio Social & Ética

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3. POR QUE ESsE LIVRO FOI INDICADONO PROJETO MITANGA NATUREZAE SOCIEDADE 1?O Projeto de Leitura sobre o livro Jeito de ser foi desenvolvido especialmente para acompanhar a

obra Projeto Mitanga Natureza e Sociedade 1. O objetivo é oferecer ao professor mais um recurso para a ampliação do tema da Unidade 3, Eu e minha história, que propõe questões que buscam de-senvolver a identidade pessoal e familiar do aluno. Com essa mesma proposta, os versos do livro Jeito de ser levam o leitor a refletir sobre suas preferências e seus gostos por meio de comparações com ca-sas, bichos, plantas e objetos.

A história envolvente e cheia de significado apresentada no livro Jeito de ser, com ilustra-ções que aludem ao universo simbólico infantil, complementa as atividades propostas no Livro do Aluno do Mitanga, o que proporciona a eles a apreciação de um mesmo tema explorado por mais de um autor. Além disso, as questões de respeito à diversidade trabalhadas nesse paradi-dático são abordadas diversas vezes no Projeto Mitanga, corroborando sua prática e aceitação pelos alunos. Um exemplo pode ser observado na página 91 do Livro do Aluno de Natureza e Sociedade 1, que traz justamente o trabalho interdisciplinar com Jeito de ser e a menção ao pre-sente Projeto de Leitura.

4. AQUECIMENTOPrepare a sala de aula com um pequeno suporte para teatro de fantoches a sua escolha. A pro-

posta é você fazer uma breve apresentação utilizando dedoches ou pequenos bonecos. Para isso, a turma deve estar reunida em frente ao pequeno palco e sentada no chão, bem próxima do “teatri-nho”. Essa atividade de aquecimento tem o objetivo de apresentar alguns personagens e elemen-tos do livro aos alunos, como uma espécie de “prévia”, ou seja: conta-se uma parte do enredo, mas não se revela tudo. A sugestão dos dedoches vem a calhar, pois dialoga com a proposta da capa do livro. Escolha personagens com os quais as crianças se identifiquem de imediato ou que estejam entre seus medos e preferências: um menino, uma menina, um cachorro, um bicho-papão e uma flor, por exemplo. Crie um diálogo entre eles, de maneira que conversem rapidamente sobre quem são, onde moram, o que querem, quais são seus sonhos. Você pode até mesmo criar uma histori-nha paralela à do livro.

Em seguida, pergunte aos alunos o que acharam do teatrinho. Peça que comentem os perso-nagens e a vida deles, explorando em que são parecidos, em que se diferem e quais as necessi-dades de cada um. Por exemplo: Onde mora o cachorrinho? O que ele come? Ele pode sentir frio? Quem deve cuidar dele? A gente pode deixar o cachorrinho abandonado na rua?

NASCIMENTO DA LUIZA, 21 DE

MAIO DE 2011

PAIS DE LUIZA

UNIDADE 3 G EU E MINHA HISTÓRIA

Professor, estimule os alunos a contarem o que sabem sobre o nascimento deles e também sobre a família.

AVÓS MATERNOS DE LUIZA

AVÓS PATERNOS DE LUIZA

Observe a imagem enquanto o professor lê o título da unidade.

mEm sua opinião, o que você estudará nas próximas páginas?

Destaque as figuras da página 155 do encarte e complete o álbum de acordo com as legendas. Esse é o início da história de Luiza.

mComo é o começo de sua história? Que tal contar um pouquinho sobre você?

SER CIDADÃO

Ouça a leitura do professor e pinte a imagem que ilustra o poema.

Depois, em uma roda de conversa, reflita sobre o assunto com os colegas e o professor.

mExistem pessoas nessa situação próximo de onde você mora?

SEM CASATEM GENTE QUE NÃO TEM CASA,MORA AO LÉU, DEBAIXO DA PONTE.NO CÉU A LUA ESPIAESSE MONTE DE GENTENA RUACOMO SE FOSSE PAPEL.

GENTE TEM QUE TERONDE MORAR,UM CANTO, UM QUARTO,UMA CAMA,PARA NO FIM DO DIAGUARDAR O CORPO CANSADO,COM CARINHO, COM CUIDADO,QUE O CORPO É A CASADOS PENSAMENTOS.

ROSEANA MURRAY. CASAS. 9. ED. SÃO PAULO:FORMATO, 2010. P. 12.

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OUTRAS ATIVIDADES Trabalhe com os alunos o trecho da história do livro Jeito de ser, de Nye

Ribeiro (Editora do Brasil). Incentive-os a responder às perguntas propos-tas pela autora.

Se possível, adquira a obra e leia para os alunos a história completa. O livro desenvolve o conceito de individualidade, mas com elementos que abordam a diversidade e a maneira como podemos lidar com ela. No Portal Projeto Mitanga (www.editoradobrasil.com.br/mitanga), no item Mitanga literário, há um projeto de leitura preparado especialmente para esta obra.

CONTEÚDOS EM ESTUDO Geografia, moradia, identificação da pai-

sagem, reconhecimento do espaço, cidada-nia, gênero textual poesia, participação em situações de leitura, interpretação de texto, percepção visual, oralidade.

ENCAMINHAMENTOS Leia com os alunos o texto da página

do livro. Se desejar, transcreva-o em pa-pel kraft, na lousa ou reproduza-o no pro-jetor. Estimule-os a acompanhar a leitura relacionando a oralidade e a escrita das palavras. Após a leitura, reflita com eles sobre a necessidade de termos um lugar para descansar depois de um dia de tra-balho ou de estudo. Pergunte se sabem o que a autora quis dizer com “o corpo é a casa dos pensamentos”. Ouça as respos-tas e explique que o poema também fala dos cuidados com corpo e com a saúde.

Oriente-os, então, a pintar a imagem que ilustra o poema. Deixe-os fazer a ati-vidade livremente.

Depois, formem uma roda de conver-sa e proponha uma reflexão sobre o di-reito à moradia e a falta dela para algu-mas pessoas. Pergunte: Há pessoas que não têm moradia próximo ao lugar onde vocês moram? O que acham que poderia ser feito para que todas as pessoas tives-sem uma casa para morar? Explore a in-terpretação e a compreensão das ideias veiculadas, e deixe que os alunos expres-sem suas opiniões a respeito do assunto.

Comente sobre a falta de moradia pa-ra algumas pessoas. Diga que, na maioria das vezes, por não terem condições finan-ceiras de ter uma casa para morar, vão vi-ver nas ruas, em parques, praças, calçadas. Mostre que a moradia é uma necessidade básica das pessoas. O tema é amplo para essa faixa etária, mas é uma questão social presente no dia a dia que também deve ser apresentada na escola. Revise com os alu-nos os diferentes tipos de moradia, inclusi-ve aquelas feitas de lona e de papelão, vis-tas, geralmente, nas ruas.

Se você fosse uma casa, que tipo de casa gostaria de ser?Uma casa bem grande, com lugar pra muita gente?Uma casa pequena lá no alto da serra?Uma casa alegre, com bichos e plantas? [...]

RIBEIRO, Nye. Jeito de ser. 2. ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2013.

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III

Por fim, explique à turma que os personagens fantoches fazem parte de um livro muito interessan-te. Atrás da fachada do “teatrinho”, retire o livro Jeito de ser, exibindo sua capa a todos. Indague-os sobre o que observam nela: é uma mão com cinco dedoches. Estimule-os a irem adiante, propondo hipóteses sobre o que representam aqueles cinco dedoches, isto é, quem seriam aquelas “pessoas”. As respostas talvez sejam: uma família, alguns amigos, uma professora ou um professor com seus alunos etc.

5. ENCAMINHAMENTOSComece a leitura do livro mencionando o nome do autor e do ilustrador. Se os alunos ainda não

entenderem quem são esses profissionais, explique de maneira bem simples que em toda obra há o autor, que a escreveu, e o ilustrador, que fez os desenhos sobre o tema. Se achar conveniente nesse momento, mostre a foto da autora e do ilustrador na página 24 e fale um pouco a respeito deles.

Como o livro é muito rico em elementos, leia-o com a entonação adequada a cada parte, so-bretudo quando há perguntas. Nesses momentos, olhe para os alunos, a fim de que eles percebam que a indagação também vale para eles. Ou seja, quando você disser “Se você fosse uma casa, que tipo de casa gostaria de ser?”, olhe para eles e incentive-os a responder. A leitura, portanto, deve ser pausada, cadenciada, obedecendo ao ritmo das frases e aos diversos temas abordados: casas, animais, pedras, árvores, rios, flores, objetos e pessoas.

Leia todo o livro seguindo a técnica de reforçar as perguntas e os elementos de diferenciação e individuação dos personagens: um bicho pode ser bravo, feroz, ter garras afiadas... Ou manso e carinhoso, com pelo macio, conforme se vê nas páginas 6 a 9.

Terminada a leitura inicial, tente perceber se estão animados para repeti-la. Dessa vez, é impor-tante que você pare em algumas partes do livro para reforçar e também explicar palavrinhas e ex-pressões que os alunos possam não conhecer. Por exemplo: “pau a pique” e “sapê” (p. 5); “espinhento” (p. 9); “esparramados” (p. 13); “afluentes” (p. 15); “amor-perfeito” (p. 19); “batida à máquina” (p. 21) etc. Aproveite também a deixa da página 11, “Uma pedra no caminho...?”, para falar brevemente sobre o personagem de óculos que foi um escritor importante: o poeta Carlos Drummond de Andrade.

Quando fizer a segunda leitura, peça aos alunos que descrevam também os personagens ilus-trados. Por exemplo: na página 23, pergunte como são o menino, a menina e os dois homens. Faça perguntas sobre a aparência de cada um, a cor da pele e dos cabelos, as roupas que eles usam, o que estão fazendo etc. Nas páginas com vários elementos de um mesmo grupo (como as flores), aponte cada um de maneira que os alunos percebam as diferenças entre eles e registrem seus nomes, como nas páginas 16, 17, 18 e 19. Comente os tipos de flor que aparecem nas ilustrações.

6. FECHAMENTOPeça a opinião dos alunos sobre a história. Pergunte do que eles mais gostaram no livro e quais

personagens preferiram. Tente ouvir suas respostas para as indagações da obra: “Se você fosse uma casa, que tipo de casa gostaria de ser?” (p. 4); “Se você fosse um bicho [...]?” (p. 6); “Se você fosse uma pedra [...]?” (p. 10); “Se você fosse uma árvore [...]?” (p. 12); “Se você fosse um rio [...]?” (p. 14); “Se vo-cê fosse uma flor [...]?”(p. 16); “Se você fosse uma carta [...]?” (p. 20); e “[...] que tipo de gente gostaria de ser?” (p. 23). Não é necessário fazer todas as perguntas aos alunos; observe sempre o estímulo adequado e o grau de interesse, respeitando a faixa etária e a capacidade de concentração deles.

Se possível, enfatize os grupos de elementos apresentados no livro, deixando bem claras al-gumas características deles. Para isso, utilize imagens que se assemelhem às do livro e as expo-nha em uma das paredes da sala de aula. Organize os grupos da história da seguinte maneira: casas, bichos, pedras, árvores, rios, flores, objetos e pessoas. Essas palavras também devem estar visíveis em cartazes, mesmo que os alunos ainda estejam em fase bem inicial de pré-letramento; afinal, a atividade também promove a memorização das formas das letras do alfabeto.

Prepare todos os cartazes e peça aos alunos que se lembrem da história. Acompanhe com eles os grupos de elementos pela ordem de aparição. Por exemplo: primeiro, cole a palavra CASA e, embaixo, coloque as figuras de quatro casas diferentes. Não é necessário se ater às casas do li-vro. Use a imaginação e faça uma casa grande e outra pequena, uma azul e outra amarela etc. O importante é definir bem as diferenças entre elas. É necessário que, nas imagens utilizadas, você explore conceitos como: grande, médio e pequeno; quadrado e redondo; alto e baixo; novo e velho; bravo e manso; alegre e triste; sujo e limpo etc.

IV

7. AMPLIANDO O TEMAO objetivo das atividades a seguir é complementar a leitura da obra. Elas tanto podem ser

utilizadas de maneira independente quanto podem integrar um projeto maior e interdisciplinar.

Inventando um fantocheProponha aos alunos a criação de um fantoche. Uma sugestão é utilizar materiais recicláveis,

como saquinhos de papel de padaria, por exemplo, que são bem fáceis de ser encontrados; botões, tampinhas de garrafas, pedaços de lã, florzinhas secas etc., para cada um criar um personagem de sua escolha com os materiais que tiverem à disposição. Explique-lhes que pode ser alguém parecido com eles.

Escolha o modelo de fantoche que melhor se adapte à maturidade da turma e auxilie-os caso tenham dificuldades. O importante é que todos entendam os elementos do rosto humano e sua distribuição em uma imagem (os dois olhos, o nariz e a boca). As orelhas podem também fazer parte do rostinho, além de outros detalhes, como a roupa ou a expressão do personagem; vocês podem colar cabelinho, sobrancelhas etc. Disponibilize diversos pedaços de papel colorido. Por último, oriente os alunos a pensar em um nome para o personagem inventado. Depois de pronto, é só colocar a mão dentro do saquinho e brincar!

Nessa atividade, ficará implícito para os alunos que as pessoas são diferentes umas das outras.Afinal, cada um fará seu fantoche da maneira que desejar. Se achar necessário e enriquecedor, comente, durante a produção, como cada aluno está construindo seu personagem: um tem olhos arregalados, o outro pode ter um nariz grande, um terceiro pode ter cabelos compridos etc. Aproveite também para perguntar o que o personagem gosta de comer, de que prefere brincar, se é calmo ou bravo, gordo ou magro etc.

O Bicho-Papão do Lixo e o Bicho-Papão da Casca de Banana

Crie uma história breve e divertida sobre um Bicho-papão que comia lixo. A história pode ser apresentada por meio de teatro de fantoche, com um boneco improvisado feito de sacola de lixo. Durante a apresentação, deixe lixo espalhado pela sala de aula e oriente os alunos a interagir com o guloso personagem colocando o lixo inorgânico dentro da “boca” dele. O Bicho-papão do Lixo será, desse dia em diante, um personagem comum e muito útil para todos: mantenha na sala de aula uma sacola de lixo com a carinha do Bicho-papão do Lixo.

Porém, esse mesmo monstrinho pode ter um irmão, o Bicho-papão da Casca de Banana. Enquanto o primeiro monstrinho come materiais inorgânicos, esse outro come os orgânicos. Por meio dessa atividade, explique aos alunos, de forma simples, como se faz a separação do lixo, estimulando-os a desenvolver esse importante hábito. Por isso, diga a eles que tudo o que for casca de frutas, sementes, restos de bolo, de biscoitos e de lanches deve ir para a boca do Bicho-papão da Casca de Banana; e tudo o que for papel, papelão, plástico e embalagens deve ir para a boca do Bicho-papão do Lixo.

Utilize a padronização de cores de latas de reciclagem: azul para papel e papelão; amarelo para metal; verde para vidro; vermelho para plástico; marrom para orgânico; laranja para resíduos perigosos; preto para madeira; cinza para resíduos não recicláveis (como diversos lixos misturados); roxo para resíduos radioativos; branco para resíduos de hospitais e ambulatórios. Portanto, na sala de aula, um dos monstrinhos pode ser azul e o outro, marrom.

Festa da EcologiaSugira aos alunos a preparação de uma festa para homenagear a ecologia. Para isso, retome o

livro Jeito de ser e pergunte de qual personagem cada um mais gostou. Oriente cada aluno a escolher um figurino simples que se relacione com o personagem escolhido. Disponibilize uma grande caixa ou baú cheio de roupas, sapatos, adereços, perucas coloridas e objetos engraçados com os quais eles se “transformem” em personagens humanos, animais ou vegetais. Faça uma roda e peça a cada um que se apresente aos colegas. Para essa festa, preparem também um lanchinho especial que contenha uma salada de frutas bem colorida, por exemplo, e cantem músicas relacionadas aos temas do livro. Veja algumas opções no Mitanga musical (www.editoradobrasil.com.br/mitanga).

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8. PARA SABER MAIS Visita ecológica a um parque ou praça

Proponha aos alunos uma visita a um parque ou praça. O objetivo é aproximá-los da percep-ção ecológica. Leve um caderno brochura grande, para fazer um álbum de folhas, e explique a eles que vão conhecer o lugar e, ao mesmo tempo, apanhar folhas das árvores e plantas caídas no chão. Recomende-lhes que observem a diversidade de tamanhos, cores e formatos das folhas que vão apanhar. Fique muito atento para impedi-los de tocar em plantas que possam causar alergia. Monitore tudo o que recolherem do chão e avise que não devem colocar nada na boca nem coçar os olhos ou levar as mãos ao rosto antes de as lavarem.

A técnica para fazer um álbum de folhas é colocar uma folha ou um raminho diferente entre duas folhas de caderno para que seque com o passar do tempo. Depois que as folhas estiverem secas, você pode prendê-las com fita adesiva ou cola.

Se souber o nome da árvore ou do arbusto que estão observando, diga-o aos alunos. Aproveite também para mostrar-lhes que as árvores maiores fazem sombra sobre as pequenas e, como muitos bichinhos gostam de viver nas árvores ou embaixo delas, quando se corta uma árvore, outras plantinhas morrem e vários insetos e passarinhos ficam sem casa.

Se houver lixo espalhado na redondeza, comente que não se deve fazer isso e mostre que todo lixo tem de estar dentro de uma lixeira.

Procure descobrir algum animal na área: insetos em cima ou embaixo de folhas, aves nos galhos, filhotes em um ninho, uma lagartixa... Explore a presença de pedrinhas, gravetos, grama... O objetivo é fazer os alunos perceberem que esses elementos variados estão todos juntos e fazem parte da praça ou do parque. Eles devem entender, especialmente, que um depende do outro.

Ao retornar à sala de aula, mostre as folhas recolhidas como resultado dessa aula de inves-tigação e explique-lhes que elas ficarão guardadas dentro do caderno, será o Álbum de Folhas da turma. De vez em quando, retome-o para mostrar como as folhas estão guardadinhas e reforce alguns conceitos (grande e pequeno, verde e amarelo, redondo e quadrado etc.).

9. SE LIGUE NA REDE Diversas atividades simples e divertidas ajudam os alunos a compreender as diferentes formas

geométricas e variedades de tamanhos. Acesse com a turma o site a seguir, que ensina uma brinca-deira com rolinhos de papelão, e desenvolva a atividade com eles.

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10. SER CIDADÃO Com base no tema abordado em Jeito de ser, os alunos devem perceber que alguns rios podem

estar muito poluídos por causa de atitudes incorretas das pessoas. Proponha-lhes, então, uma brincadeira de pescar o lixo em um rio. Estenda no centro da sala de aula um plástico azul que represente as águas de um ribeirão e coloque em sua superfície vários elementos que costumam ser encontrados no lixo: latinhas, garrafas plásticas, tampas, brinquedos usados etc. Ao lado da “sujeira”, posicione várias representações de peixinhos cinzentos e tristes. Atente-se ao detalhe de produzir peixinhos com materiais diferentes e que de um lado sejam feios e escuros e, no ou-tro, alegres e coloridos. Assim, à medida que um aluno remove um dos objetos poluidores usan-do uma varinha de pescar com um ímã atado na ponta da linha (simulando um anzol), um dos peixinhos “salvo” terá o direito de ser virado por outro aluno. A associação, para os alunos, será: um lixo a menos, um peixe mais feliz e saudável. E como o “anzol” é magnético, prenda um ele-mento metálico (como clipe de papel) no lixo a ser pescado. Nessa brincadeira, quem vence é o rio e quem ganha são os peixinhos. Depois de retirarem tudo o que poluía o rio, os alunos devem jogar o que recolheram no recipiente de lixo da sala de aula. Além de desenvolver os princípios da consciência ecológica e atitudes de cidadania para com os recursos hidrográficos, nesse jogo eles exercitam a coordenação motora, a concentração e a percepção visual.

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11. SOBRE A AUTORA Nasci em Boa Esperança, Minas Gerais. Passei a infância andando pelos morros, seguindo trilhas,

descobrindo caminhos... Hoje, ainda trago comigo um pouco da criança que fui. Gosto de fazer longas caminhadas, sentir o cheiro das flores, das frutas, da terra molhada, do pão de queijo quentinho saindo do forno... Gosto também de conviver com as pessoas e observá-las, cada uma com seu jeito de ser.

Essa história foi surgindo em versos, de forma livre e espontânea. Eu me vi como uma casa alegre, um bicho que voa lá no alto do céu, um rio que faz curvas e dá muitas voltas... E você? Como se vê, após conhecer essa história?

Nye Ribeiro

12. SOBRE O ILUSTRADORSou de Niterói, cidade que já foi capital do Rio de Janeiro. Como escritor, publiquei cerca de

40 livros para crianças e jovens. Ilustrei também textos de outros autores, uns 80. Alguns ganharam prêmios considerados importantes; outros trouxeram momentos felizes para mim e para os leitores, o que é mais importante ainda. Se eu fosse ilustrador, que tipo de ilustrador gostaria de ser? Ora, um que criasse imagens legais para livros infantis. Ih, é mesmo: isso eu já sou...

Maurício Veneza