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BRASÍLIA-DF, SEGUNDA-FEIRA, 6 DE DEZEMBRO DE 2010 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 12 | Número 2542 Deputados apoiam medidas tomadas pelo Banco Central para restringir empréstimos de longo prazo Plenário pode votar nesta semana legalização dos bingos e mudanças no Supersimples Conferência das Cidades, que começa amanhã na Câmara, vai analisar experiências de crescimento sustentável Páginas 7 e 8 ECONOMIA | 5 PÁGINA 3 PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

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BRASÍLIA-DF, SEGUNDA-FEIRA, 6 DE DEZEMBRO DE 2010 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 12 | Número 2542

Deputados apoiam medidas tomadas pelo Banco Central para restringir empréstimos de longo prazo

Plenário pode votar nesta semana legalização dos bingos e mudanças no Supersimples

Conferência das Cidades, que começa amanhã na Câmara, vai analisar experiências de crescimento sustentável

Páginas 7 e 8

ECONOMIA | 5

PÁGINA 3prefeitura de ribeirão preto (Sp)

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agenda6 a 10 de dezembro de 2010

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

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sessão soleneBrasília, 6 de dezembro de 2010

Jornal da Câmara

Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA / CGRAF) em papel reciclado

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 53a Legislatura SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Diretor: Sérgio Chacon (61) 3216-1500 [email protected]

[email protected] | Fone: (61) 3216-1660 | Distribuição - 3216-1826

1º Vice-PresidenteMarco Maia (PT-RS)2º Vice-PresidenteAntonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA)1º secretárioRafael Guerra (PSDB-MG)2º secretárioInocêncio Oliveira (PR-PE)3º secretárioOdair Cunha (PT-MG)4º secretárioNelson Marquezelli (PTB-SP)

suplentesMarcelo Ortiz (PV-SP), Giovanni Queiroz (PDT-PA), Leandro Sampaio (PPS-RJ) e Manoel Junior (PSB-PB)ouvidor ParlamentarMario Heringer (PDT-MG)Procurador ParlamentarSérgio Barradas Carneiro (PT-BA)Diretor-GeralSérgio Sampaio de Almeidasecretário-Geral da MesaMozart Vianna de Paiva

Presidente: Michel Temer (PMDB-SP)

DiretorPedro Noleto

editora-chefeRosalva Nunes

DiagramadoresGuilherme Rangel BarrosJosé Antonio FilhoRoselene Figueiredo

IlustradorRenato PaletEditor de fotografia Reinaldo Ferrigno

editoresMaria Clarice DiasRalph MachadoRoberto Seabra

seGUnDA-FeIRA

Sessão solene IHomenagem aos 25

anos do Biocor Instituto. Plenário Ulysses Guimarães, às 10h.

TeRÇA-FeIRA

Conferência das CidadesA Comissão de Desen-

volvimento Urbano promo-ve hoje e amanhã a 11ª Conferência das Cidades, com o tema “o Futuro das Cidades no novo Contexto socioambiental”. Auditório nereu Ramos e plenários 2, 3 e 4, às 9h.

AgriculturaA subcomissão perma-

nente para avaliar as rela-ções de integração e propor medidas para melhorar a relação entre indústrias e produtores, da Comissão de Agricultura, realiza mesa redonda para discutir ante-projeto do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) sobre o assunto. sala 38, presidên-cia da comissão, às 14h.

RecicláveisA Comissão de legisla-

ção Participativa debate a inclusão dos catadores de materiais recicláveis no Re-gime Geral de Previdência. Plenário 3, às 14h.

Residência médicaA Comissão de segurida-

de social e Família debate questões relacionadas à residência médica no País. Plenário 7, às 14h.

Cartões de créditoA subcomissão especial

dos cartões de crédito, da Comissão de Finanças e Tributação, reúne-se para discussão e votação do relatório final da subcomis-

são, do deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG). sala da presidência da comissão, anexo II, sala 136-C, às 14h.

EmbrapaAs comissões de Agricul-

tura; de Ciência e Tecnologia; e de Relações exter iores debatem a MP 504/10, que estabelece que a embrapa poderá exercer qualquer das atividades integrantes de seu objeto social fora do território nacional, em conformidade com o que dispuser seu estatuto social. Plenário 9, às 14h30.

TrânsitoA Comissão de Finanças

e Tr ibutação debate o Pl 2872/08, do Carlos Zarattini (PT-SP), que altera o Código de Trânsito Brasileiro, tornando mais rigorosas as punições para disputa de corrida (“racha” ou “pega”), ultrapassagem peri-gosa e excesso de velocidade. Plenário 4, às 14h30.

Telefonia móvelA Comissão de Defesa do

Consumidor discute os servi-ços insatisfatórios de telefonia móvel oferecidos pelas opera-doras. Plenário 8, às 15h.

Acidentes de trensA Comissão de Fiscalização

Financeira debate os acidentes ocorridos com trem da Con-cessionária MRs logística, na cidade de nova Iguaçu (RJ), e com trem da empresa América latina logística, na cidade de Americana. Plenário 12, às 15h.

QUARTA-FeIRA

FiscalizaçãoA Comissão de Fiscalização

Financeira realiza audiência pública para analisar denúncias apresentadas pelo ex-diretor do banco schahin eduardo Ruiz à Justiça Trabalhista do estado

de são Paulo. Plenário 9, às 11h.

Direitos humanosA Comissão de Direitos

Humanos debate o lançamen-to de relatórios produzidos pela Plataforma Brasileira dos Direitos Humanos eco-nômicos, sociais, Culturais e Ambientais avaliando o exercício desses direitos no Brasil. Plenário 9, às 14h.

Polícia FederalA Comissão especial

sobre a organização da Polícia Federal (Pl 6493/09) reúne-se para votar o parecer do relator, deputado Laerte Bessa (PSC-DF). Plenário 7, às 14h30.

Lei da AnistiaA Comissão especial

da lei da Anistia reúne-se para discussão e votação do relatório final do deputado Ar-naldo Faria de Sá (PTB-SP). Plenário 11, às 14h30.

Darcy RibeiroA Comissão de educação

e Cultura realiza a entrega do prêmio Darcy Ribeiro de educação. salão nobre, às 17h.

QUInTA-FeIRA

Sessão solene IIo Congresso homenageia

o Dia do Marinheiro. Plenário Ulysses Guimarães, às 10h.

TV CorporativaA Coordenação de Divulga-

ção Institucional lança o Pro-jeto TV Corporativa. Auditório da TV Câmara, às 10h.

seXTA-FeIRA

Sessão solene IIIHomenagem ao Dia da

Bíblia. Plenário Ulysses Gui-marães, às 15h.

Câmara homenageia atuação da Ajufeem defesa dos valores democráticos

Em sessão solene realizada na sexta-feira (3) para homenagear o 38º aniversário da Associação de Juízes Federais (Ajufe), o depu-tado Geraldo Pudim (PR-RJ) observou que a entidade perma-necerá “firme em seu propósito de contribuir para um amplo processo de inclusão social e pelo pleno exercício de cada cidadão e em seu compromisso com a de-mocracia do País”.

O parlamentar, que sugeriu a homenagem, registrou que a Ajufe foi fundada em 20 de se-tembro de 1972, por iniciativa do juiz federal substituto da se-ção judiciária do Ceará, Jesus da Costa Lima, e hoje congrega os magistrados da Justiça Federal de primeiro e segundo graus e os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Ajufe, ressaltou Geraldo Pudim, prima pela observância dos direitos humanos e a defesa dos interesses da categoria em âmbito nacional. “A atuação da entidade vai além das reivindi-cações de classe, sempre con-tribuindo para o crescimento e a modernização de nosso Poder Judiciário”, afirmou o deputado. Ele citou, entre as conquistas da associação, a democratização do Judiciário; o aprimoramento da prestação jurisdicional; a quali-ficação e valorização dos juizes federais; a manutenção da vi-

taliciedade, da inamovibilidade do cargo e da irredutibilidade dos vencimentos.

Pudim citou entre as con-quistas mais recentes a apro-vação do pedido para que a associação tenha assento e voz no Conselho de Administração do Tribunal Regional Federal da 1° Região; e o acolhimento, pelo Conselho Nacional de Jus-tiça, do pedido de providências da Ajufe para que houvesse si-metria constitucional entre os regimes jurídicos do Ministério Público Federal e da magistra-tura federal.

Geraldo Pudim leu mensa-gem da Presidência da Câmara que destaca a busca da Ajufe pelo fortalecimento do Poder Judiciário, o aperfeiçoamen-to do Estado democrático de Direito e a plena observância dos direitos humanos. O tex-to ressalta ainda que coube à associação a apresentação do primeiro projeto de lei à en-tão recém-criada Comissão de Legislação Participativa: uma proposta para normatizar a informatização do processo judicial que se transformou na Lei 11.419/06.

Ex-presidente da Ajufe, o de-putado Flávio Dino (PCdoB-MA) salientou que a associação tornou-se agente político de conformação das instituições fundamentais da sociedade.

a sessão lembrou os 38 anos da associação de Juízes federais

diógeniS SantoS

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Brasília, 6 de dezembro de 2010 3

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

VoTAÇões

Eduardo Piovesan

As sessões ordinárias do Plená-rio continuam trancadas por nove medidas provisórias, mas os deputa-dos podem analisar outras matérias em sessões extraordinárias, como os projetos de lei complementar (PLP) 352/02, que regulamenta a cobrança de ICMS sobre energia elétrica em transações interestaduais, e 591/10, que muda regras do regime especial de tributação das microempresas (Supersimples).

Esses projetos constam do acor-do feito pelos líderes partidários para as votações dos próximos dias. A Proposta de Emenda à Constitui-ção 507/10, que prorroga o Fundo de Combate e Erradicação da Po-breza, e o Projeto de Lei 2944/04, que regulamenta a exploração dos jogos de bingo no Brasil também fazem parte do acordo.

A votação do PLP 352/10 é uma reivindicação dos governadores por-que garante a incidência do ICMS sobre todas as etapas de venda de energia elétrica, desde a produção ou importação até o consumidor final. Eles temem que o fracionamento das operações de fornecimento de ener-gia elétrica possa permitir questiona-mentos judiciais do tributo.

Já o PLP 591/10 reajusta os va-lores das tabelas de enquadramento do Supersimples, inclui novos se-tores nesse regime de tributação simplificada para micro e pequenas empresas e cria um parcelamento automático das dívidas desses em-presários.

Educação - Nas sessões or-dinárias, o Plenário deve discu-tir o projeto de lei de conversão

Plenário deve analisar renovação dofundo de combate à pobreza e bingos

plenário da Câmara durante a reunião que discutiu a Mp 501/10, na quarta-feira (1)

501/10: Permite ao governo criar um fundo para garantir o pagamento de empréstimos no caso de inadimplência dos alunos vinculados ao Fies

502/10: Cria a Bolsa Atleta de Base (R$ 370 ao mês) para financiar iniciantes, e a Bolsa Atleta Pódio (até R$ 15 mil), para esportistas de alta performance

503/10: Ratifica o protocolo de criação da Autoridade Pública olímpica (APo), firmado entre a União, o governo do Rio de Janeiro e a prefeitura carioca

504/10: Autoriza o executivo a abrir escritórios da embrapa no exterior

505/10: Autoriza o Tesouro nacio-nal a conceder empréstimo de até R$ 30 bilhões para o Banco nacional de Desenvolvimento econômico e social (BnDes) pagar as ações que adquiriu da petrolífera em sua recente abertura de capital, ocorrida em setembro

506/10: Concede crédito extraordi-nário de R$ 210 milhões para o Ministério do Desenvolvimento Agrário pagar o benefício garantia-safra a agricultores

Confira as MPs pautadas para esta semanafamiliares do semiárido que sofreram perdas em decorrência de estiagem ou enchentes

507/10: Cria penalidade admi-nistrativa específica para servidor público ou terceirizado que acessar, sem motivo justificado, informações protegidas por sigilo fiscal

508/10: Abre crédito extraordinário de R$ 968 milhões para o Ministério da Educação financiar o transporte e a alimentação na rede escolar pública

509/10: Prorroga até 11 de junho de 2011 os contratos das agências postais franqueadas que vencem em 10 de novembro deste ano

510/10: Regula o cumprimento de obrigações tributárias por consórcios que realizem negócios jurídicos em nome próprio

511/10: Permite ao BnDes contar com garantia do Tesouro de até R$ 20 bilhões para financiar a implantação do trem-bala entre o Rio de Janeiro e são Paulo

rodolfo StuCkert

Janary Júnior

A Comissão Mista de orçamento realizar nove reuniões nesta semana para votar os relatórios setoriais da proposta orçamentária para 2011 (Pln 59/10). serão três por dia, entre amanhã e quinta-feira. nesse intervalo o governo ainda vai negociar a vota-ção do projeto que reduz as metas de superávit primário neste ano e no próximo (Pln 86/10).

o primeiro dos dez relatórios se-toriais foi entregue na sexta-feira (3),

Comissão de Orçamento terá esforço concentradoreferente à área temática que reúne os orçamentos dos ministérios da Justiça e da Defesa. o relator, senador Gilvam Borges (PMDB-AP), apresentou substi-tutivo que elevou o orçamento fiscal e da seguridade das duas pastas de R$ 71,2 bilhões para R$ 71,8 bilhões. A maior parte do acréscimo (R$ 463,8 milhões) foi destinada a investimentos no Ministério da Defesa, com base em emendas apre-sentadas pelos parlamentares, bancadas e comissões.

Sistema prisional - no seu parecer, Borges alerta os parlamentares para a

redução dos recursos destinados ao programa Aprimoramento da execução Penal, que tem entre suas principais ações o financiamento ao aparelhamento e construção de presídios nos estados, por meio de convênios. o programa recebeu R$ 124,9 milhões na proposta orçamentária. o valor foi elevado para R$ 125,1 milhões pelo relator setorial. Mesmo assim é inferior ao autorizado para 2010 (R$ 188,2 milhões).

“Chama atenção essa queda, não obstante os dados oficiais revelarem que o País conta com um alto e crescente

déficit de 194.650 vagas em seu sis-tema prisional”, afirma o senador no relatório. Além disso, ele ressalta que a maior parte do Fundo Penitenciário Nacional, que financia o programa, já está sendo “esterilizada” na proposta orçamentária. o termo é usado para os recursos legalmente vinculados que são bloqueados pelo governo para formar o superávit primário. Dos R$ 269,7 milhões previstos para o Funpen, R$ 144,7 milhões (53,6%) vão para a reserva de contingência no próximo ano.

da deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) para a Medida Pro-visória 501/10. A MP permite ao governo criar um fundo para ga-rantir o pagamento de emprésti-mos no caso de inadimplência dos alunos vinculados ao Fies.

Entre as mudanças feitas pela deputada no texto está o Regime Especial de Incentivos para o De-senvolvimento de Usinas Nucleares (Renuclear), que isenta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) os equipamentos e materiais desti-nados a esses empreendimentos.

A relatora também prorroga, de 2010 para 2016, o desconto que as pessoas físicas podem fazer no Im-posto de Renda devido do dinheiro investido em obras cinematográfi-cas. A mudança é na chamada Lei do Audiovisual (8.685/93).

Incentivo - Com o objetivo de incentivar o preparo de esportistas para os Jogos Olímpicos de 2016, a MP 502/10 cria a Bolsa Atleta de Base (R$ 370 ao mês) para fi-nanciar atletas iniciantes e a Bolsa Atleta Pódio, que pode chegar a R$ 15 mil. Esta última destina-se a esportistas de alta performance com chances de medalha e que es-tejam nas primeiras 20 posições do ranking mundial.

Sobre o processo de capita-lização da Petrobras, a Câmara pode analisar a Medida Provisó-ria 505/10, que autoriza o Tesouro Nacional a conceder empréstimo de até R$ 30 bilhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES) pagar as ações que adquiriu da petrolífera em sua recente abertura de capital, ocorrida em setembro.

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Pinga-Fogo

Brasília, 6 de dezembro de 20104

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

PlenáRIo

O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) ressaltou a necessidade de se dar con-tinuidade à reforma política na legislatura que se iniciará em 1º de fevereiro, prin-cipalmente na questão do financiamen-to público de campanha. “Esse é o tema

Rio de Janeiro IAlice Portugal (PCdoB-

BA) elogiou as esferas do poder público pelo empenho no combate ao tráfico de drogas no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro, no Rio de Janei-ro. “A ausência do poder pú-blico, a falta de equipamentos adequados e os baixos salários dos agentes de segurança pública são alguns fatores que colaboram para o tráfico de drogas no Rio”, afirmou a deputada. ela homenageou ainda os 30 anos do sindicato dos servidores da Universi-dade Federal da Bahia, que, segundo destacou, luta pela inclusão social e a melhoria da qualidade de ensino.

Rio de Janeiro IICida Diogo (PT-RJ) afir-

mou estar orgulhosa, como parlamentar e como cidadã do Rio de Janeiro, diante das ações tomadas pelo governo do estado para enfrentar o crime organizado nas favelas da capital fluminense. “O en-frentamento foi uma atitude de coragem e de libertação, já que os moradores dessas comunidades viviam sob a opressão do tráfico e das mi-lícias armadas formadas por policiais corruptos”, destacou. A deputada enfatizou, no en-tanto, que as ações tomadas só terão efeito se acompanhadas de programas sociais para a inclusão da população. “É preciso que o estado ocupe efetivamente o lugar do tráfico, para que a população tenha acesso aos bens públicos, à educação, à saúde e aos pro-gramas de geração de trabalho e de renda”, acrescentou.

Rio de Janeiro IIIMajor Fábio (DEM-PB)

afirmou que as armas e drogas apreendidas no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, não chegaram à comunidade da noite para o dia. “As ações tomadas foram importantes, mas tardias, já que muitas vidas teriam sido poupadas se o combate ao crime organizado fosse feito antes. A polícia foi solicitada para ocupar o mor-ro e cumpriu o seu papel. o mesmo não está sendo feito pela Câmara ao deixar a PeC 300/08 de fora da pauta de votações”, comparou. no en-tendimento do deputado, adiar a votação do segundo turno da PeC é empurrar o problema para debaixo do tapete. “se essa proposta não for votada neste ano, a Câmara vai ficar envergonhada junto ao povo brasileiro”, finalizou.

A aprovação da proposta de emenda à Constituição 422/05 em comissão es-pecial foi comemorada em Plenário pelo deputado Luiz Couto (PT-PB), autor da matéria. Pronta para ir a Plenário, a PEC cria varas especiais nos tribunais de justiça para julgar atos de improbida-

Financiamento públicode campanha é o ponto

principal da reformapolítica, diz Flávio Dino

fundamental, a meu ver, desse esforço que modestamente procurei integrar e reforçar neste Parlamento”, afirmou.

Na avaliação do parlamentar, a reforma política avançou na atual legislatura com a votação de duas leis de grande importân-cia: a Lei da Ficha Limpa e a chamada mi-nirreforma eleitoral, da qual foi relator.

Para Dino, a minirreforma eleitoral de 2009 e a Lei da Ficha Limpa devem ser entendidas como passos no processo da chamada reforma política, que ajudaram a tornar mais claras “as regras do jogo”. “Tal como em 2007, quando afirmei essa crença patriótica e cívica de que a reforma política não deve gerar cansaço, nem gerar tédio, reafirmo agora talvez pela derradeira vez. A reforma, pelo contrário, deve gerar a continuidade de esforços que consigam, a exemplo dessas duas obras legislativas, gerar mais e mais diplomas, novas leis que garantam condições para que o nosso País se desenvolva e gere boas condições de vida para o povo”, defendeu.

Financiamento - Ao falar sobre o fi-nanciamento de campanha, o deputado pelo Maranhão observou que, enquanto permanecerem as atuais fontes de finan-ciamento, a igualdade perante a lei será um enunciado puramente formal, sem repercussões práticas. “Temos hoje regras demasiadamente flexíveis no que se refere

ao financiamento de campanha, seja pela inexistência de teto de gastos fixados de modo heterônomo, seja pela existência de limites de doação demasiadamente largos – como nós sabemos, 2% do faturamento das empresas, 10% da renda das pessoas físicas –, fazendo com que nós tenhamos uma eleição como a recém-finda, que cus-tou R$ 3 bilhões”, criticou.

Para Dino, um processo eleitoral que custa R$ 3 bilhões demonstra que há algo de perverso que deve ser mudado na re-forma política.

Segurança - Flávio Dino salientou ain-da que a segurança pública foi o segundo grande tema a que se dedicou nesta legis-latura. “Considerei que seria uma injustiça tratarmos a temática da violência urbana e da impunidade apenas sob a perspecti-va das polícias, porque isso seria onerar excessivamente os aparatos policiais com responsabilidades que, por vezes, não são suas”, explicou.

Por isso, o deputado argumentou que trabalhou na questão pelo viés da mo-rosidade judicial. “Ao mesmo tempo em que colaborei para que leis fossem votadas, criando cargos, órgãos, programas e proje-tos, muitas e muitas vezes aqui estive para apontar insuficiências e fazer cobranças públicas aos meus colegas do sistema de Justiça”, afirmou.

Luiz Couto destacaimportância de criaçãode varas especiais para

julgar improbidade

de administrativa. “A improbidade é um ato de índole hedionda por infligir preju-ízos materiais à coletividade e morais ao sentimento da ordem jurídica”, afirmou o parlamentar.

Para o deputado, a corrupção (sinô-nimo de improbidade) está na origem da violência e das desigualdades sociais do Brasil. “Trata-se de um fenômeno social que afeta a eficiência de políticas públicas por desviar dinheiro de ações voltadas às populações mais carentes, dinheiro que traria qualidade de vida, mas que fortalece o crime organizado”, analisa.

Na avaliação de Couto, a violência também cresce porque é alimentada e for-talecida “por duas outras forças que andam juntas: a corrupção e a impunidade”. “São três chagas que só po-demos combater se o fizer-mos de forma conjunta”.

Couto frisa que a altera-ção constitucional vai dar celeridade ao julgamento dos processos vinculados à improbidade. Com isso, acrescenta, “os culpados entrarão na relação dos ficha-sujas”.

Extermínio - Luiz Couto lembrou que também está pronto para ser votado em

Plenário outro projeto de sua autoria, o PL 370/07, que tipifica o crime de extermínio de seres humanos e o en-quadra na esfera dos crimes federais.

Segundo o parlamentar, em 2007, o Ministério Público Federal levantou 60.727 inquéritos de homicídios não solucionados no País. E nessa conta, ressalvou, não entraram informações de sete estados – Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Sergipe, que não forneceram os

dados. “Em sua maioria, trata-se de crime de execução sumária, que não tem réu nem teste-munha, e não vai para a Justiça”, afirmou.

O deputado acres-centou que a proposta considera o extermínio como crime contra o Estado democrático de Direito e, por isso, pas-sará para a esfera fede-ral. Além disso, quando praticado por agente público, o crime terá a pena aumentada. “Isso nos dará condições de

combater os crimes de pessoas que usam distintivo e farda para ganhar dinheiro às custas de muita gente.”

A corrupção é um fenômeno social que afeta a eficiência de

políticas públicas por desviar dinheiro de ações voltadas às populações mais carentes, dinheiro que traria qualidade de vida, mas que fortalece

o crime organizado

diógeniS SantoS

diógeniS SantoS

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Brasília, 6 de dezembro de 2010 5

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

eConoMIA

Sílvia Mugnatto

As medidas anunciadas pelo Banco Central na sexta-feira (3) para restringir o crédito bancário de longo prazo para pessoas físicas foram bem aceitas pelos parlamentares da Comissão de Finan-ças e Tributação da Câmara. O depu-tado Guilherme Campos (DEM-SP) concordou com a restrição do crédito porque muitos consumidores estavam se endividando, mas criticou o fato de as medidas terem sido adotadas após as eleições.

“O próprio governo admite que aquilo que estamos vivendo não faz parte de uma realidade sustentável, faz parte de uma realidade fabricada em cima do crédito, fabricada da imagem de que o Brasil é um país que já deu certo. Não, nós vamos dar certo. Nós estamos em processo de crescimento e de consolidação”, avaliou Campos.

A avaliação do deputado Luiz Car-los Hauly (PSDB-PR) é semelhante. “Nesses oito anos do [presidente] Lula, ele aumentou o endividamento das famílias de 7% para 29%. Realmente, uma das coisas que aumentaram o con-sumo interno e a sensação de bem-es-tar foi o crescimento dos empréstimos, especialmente do crédito consignado, que não existia. Então, tem que tomar cuidado.”

Quanto ao fato de as medidas serem adotadas após as eleições, o presidente da Comissão de Finanças, deputado Pepe Vargas (PT-RS), disse que elas já eram esperadas pelo mercado e de-

Marco Maia

A geração de 15 milhões de empregos formais é, sem dúvida, o principal legado que o governo do presidente lula deixa para o Brasil. Mais do que um indicador econômico positivo dentre tantos outros com os quais passamos a conviver nos últimos oito anos, esse fato produ-ziu mudanças significativas no comportamento das pessoas; afinal, os abstratos conceitos de dignidade e de cidadania ganharam forma e se incorporaram à vida desses brasileiros.

Para se ter uma melhor noção da ordem de grandeza desse fato, segundo o IBGe, a quantidade de novas carteiras de trabalho as-sinadas durante a era lula supera, em muito, o total de empregos criados nos governos sarney, Collor, Itamar e FHC juntos. De 2003 até setembro de 2010, foram criados 14.725.039 em-pregos, enquanto a soma dos empregos gerados nos últimos 15 anos soma 10,4 milhões; lembrando que, durante os três anos do governo Collor, foram fechadas

cerca de 2,2 milhões de vagas. Este novo momento traz reflexos diretos à vida das pessoas. senti-mentos como confiança, otimismo e amor-próprio misturam-se com o aumento de renda e consumo, com a disposição para o crescimento pessoal e profissional e de melho-ria real da qualidade de vida.

Autoestima - o resultado é que se tornou maior em nosso povo a autoestima e o orgulho de ser bra-sileiro. e talvez, resida aqui, um dos fatores decisivos para a eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República, cuja candidatura simbo-lizava a sequência dessa política. Assim, para dar sustentabilidade a

este processo, o governo Dilma deverá manter o estado como principal indutor do crescimento econômico, investindo nas grandes obras do PAC como propulsoras da geração de grandes volumes de oportunidades de trabalho.

Mas, ao apontar, durante o processo eleitoral, para a valorização das pequenas e médias empresas na economia nacional, responsáveis por quase 80% de todas as vagas criadas em 2010, a futura presidente Dilma indicou que deverão surgir políticas especiais tributárias, de crédito, de qualificação profissional e suporte tecnológico para ampliar o setor. esta inteligente combinação de ações será, certamente, responsável pela geração sustentável de milhões de empregos nos próximos anos.

Recentes pesquisas de opinião indicam que a pre-ocupação com o monstro do desemprego praticamente desapareceu entre os trabalhadores brasileiros, uma herança bendita do presidente lula. e, diante da estraté-gia traçada pela presidente eleita, Dilma Rousseff, para preservar esse legado, tudo leva a crer que a classe trabalhadora brasileira vive a véspera de um novo tempo, uma época para investir na sua qualidade de vida.

Parlamentares apoiam medidas do Banco Central para conter o crédito

Emprego: a herança bendita de LulaoPInIão

vem evitar pressão maior sobre a taxa de juros básica, a Selic. “Não é uma medida pós-eleitoral. Se tivesse que ter sido tomada antes da eleição, não teria problema nenhum. O importante é que as autoridades econômicas agem no mo-mento que têm que agir.”

Crédito mais caro - Entre as me-didas do governo, está o aumento da reserva bancária exigida para garantir operações de crédito de prazos superio-

res a 2 anos, o que deve elevar o custo desses financiamentos. A medida alcan-ça empréstimos consignados de prazo superior a 3 anos. Hoje, esse emprésti-mo com desconto em folha pode ser de até 5 anos.

No caso dos financiamentos de ve-ículos, poderá haver aumento de juros para os prazos de 2 a 3 anos quando o valor da entrada for inferior a 20%. Se o financiamento for de 3 a 4 anos, a

- No caso dos financiamentos de veículos, poderá haver aumento de juros para os prazos de 2 a 3 anos quando o valor da entrada for inferior a 20%

- Aumento da reserva bancária exigida para garantir operações de crédito de prazos superiores a 2 anos

- elevação de R$ 60 mil para R$ 70 mil o total de depósitos bancários garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito

As decisões do BC

entrada terá que ser de 30% para não sofrer impacto com as mudanças. Já os prazos de 4 a 5 anos, exigirão uma en-trada de 40%.

O presidente do Banco Cen-tral, Henrique Meirelles, disse que a inadimplência em créditos de prazos longos aumentou, saindo de 1,5% em financiamentos de 1 a 2 anos para 8% nas operações de 5 a 10 anos. Para os bancos, essa situação é ruim porque os bens dados em garantia já não têm o mesmo valor de antes.

O ministro da Fazenda, Guido Man-tega, explicou que as medidas também deverão ter impacto positivo sobre a inflação. “É claro que isso vai enca-recer um pouco o crédito, mas neste momento em que há uma expansão é oportuno fazê-lo. Passamos por um pe-ríodo de restrição de crédito no passado e isso foi totalmente superado. O setor privado está aumentando o crédito com bastante força e nós temos que evitar que haja exageros. Então as medidas foram bastante adequadas.”

O governo também elevou os depó-sitos que os bancos têm que fazer sobre a quantidade de recursos captados, o que deve retirar R$ 61 bilhões do setor de empréstimos. Segundo Meirelles, o governo estaria apenas voltando para a situação existente antes da crise finan-ceira de 2008/2009. Também foi eleva-do de R$ 60 mil para R$ 70 mil o total de depósitos bancários garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito. Ou seja, em caso de quebra de banco, é garanti-do um total de R$ 70 mil por CPF.

o governo anunciou medidas de restrição ao crédito de longo prazo a pessoas físicas para evitar aumento ainda maior nos níveis de consumo e mais pressões sobre a inflação

Marco Maia é deputado federal pelo PT do Rio Grande do Sul e vice-presidente da Câmara dos Deputados. Contato: [email protected]

leonardo prado

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Pinga-Fogo

Brasília, 6 de dezembro de 20106

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

PlenáRIo

O ministro da Educação, Fernando Ha-ddad, sabe ouvir e não impõe as vontades do governo em matérias relacionadas à sua pasta, afirmou o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), ao defender a permanência de Haddad à frente do ministério. “Aqui,

RoraimaÉdio Lopes (PMDB-RR)

informou que a Comissão de Meio Ambiente realizou audi-ência pública a fim de discutir a ampliação e redefinir as unidades de conservação em Roraima. o deputado criticou a decisão do poder público de alterar essas unidades, alegando que a população local não pode ser mais penalizada. “o estado quer aprovar a ampliação de mais três reservas ambientais”, criticou, ao lembrar que 65% do território de Roraima já é ocupado por reservas am-bientais e indígenas.

PetróleoJô Moraes (PCdoB-MG)

fez um apelo à Agência nacional de Petróleo para mudar a punição aos reven-dedores de botijão de gás de cozinha. A deputada afirmou que um estabelecimento no Vale do Jequitinhonha foi multado em R$ 50 mil por revender dois botijões de gás de cozinha. “A Agência na-cional de Petróleo deveria ter notificado o estabelecimento antes de aplicar a multa. Foi um equívoco. A multa deve ser proporcional à dimensão do crime”, ponderou.

Carta CapitalPaulo Rubem Santiago

(PDT-PE) elogiou artigo publicado na revista Carta Capital, do economista luiz Gonzaga Belluzzo, intitula-do O preço do silêncio. “o artigo questiona o silêncio de vários economistas em antecipar a crise financeira que atingiu vários países em 2008”, informou. santiago ressaltou ainda que cerca de 70% dos economistas ocupavam postos no setor privado e que, para ele, dis-cutir sobre os responsáveis pela crise financeira era insignificante.

Assistência SocialDr. Ubiali (PSB-SP) pe-

diu ao governo que sancione o projeto de lei que cria o sistema Único de Assistên-cia social. “o sistema vai descentralizar os serviços de assistência social e consoli-dar mudanças significativas no setor”, afirmou, ao des-tacar que o suas propõe o reordenamento da política do setor e vai promover ações mais efetivas e beneficiar a população brasileira.

O deputado Mário de Oliveira (PSC-MG) afirmou que, depois de muitos anos de luta em defesa do meio ambiente, já consegue notar avanços tanto práticos quanto na consciência da população. No terceiro Relatório Glo-

Mário de Oliveira registra mudanças

práticas e de consciência na questão

ambiental brasileira

bal de Biodiversidade das Nações Unidas, informou, já há registros de avanços pela preservação no Brasil.

Segundo destacou, esses avanços se dão em diversas frentes. De acordo com o levantamento, o País ampliou áreas de conservação ambiental, diminuiu o desma-tamento da Amazônia e criou políticas pú-blicas, programas e instituições orientadas para a conservação de seus ecossistemas.

“Felizmente, as coisas mudam”, afir-mou. Para o deputado, já se percebe que a destruição do meio ambiente e a pobreza são duas faces da mesma moeda. “Muitas crianças que hoje estão nas ruas tiveram seus pais ou avós expulsos da área rural em decorrência de sistemas de exploração agrí-cola não sustentáveis, que privilegiam a monocultura”, destacou. Ele ressaltou que o manejo humano não precisa agredir a flora, fauna ou a bio-diversidade para produzir.

Setor produtivo - Má-rio de Oliveira registrou que também no setor produtivo es-tão sendo registrados muitos avanços. Ele citou o aumento de certificações como o Selo Verde ou o ISO 14 mil, que visam melhor produtividade e melhor qualidade de trabalho das pessoas envolvidas no processo produ-

tivo por meio da conservação do meio ambiente.

O deputado destacou ainda a ade-são do Brasil a inúmeros acordos e protocolos internacionais que buscam a defesa do meio ambiente. Ele citou particularmente o sétimo objetivo de desenvolvimento do milênio da ONU, que visa alcançar a qualidade de vida a partir do respeito ao meio ambiente. “Temos muitos avanços, frutos de anos de trabalho, porque a recuperação não se faz da noite para o dia.

A importância de conscientizar a população da importância de mudar a

atitude diante da questão ambiental também foi destacada por Oliveira. O alvo principal, disse, devem ser as crianças, que já se mostram sensí-veis ao tema. Ele obser-vou que já vê adultos re-preendidos por crianças quando jogam lixo nas ruas e filhos orientan-do seus pais sobre como separar o lixo em casa. “Tais atitudes são provas de que estamos assis-tindo ao nascimento de uma nova geração mais cuidadosa com o meio

ambiente”, afirmou.

Gastão Vieira defende a permanência de

Fernando Haddad à frente do Ministério

da Educação

em matérias educacionais, todos os proje-tos do governo, e não foram poucos, foram alterados aqui na Casa. Alterados, digo com orgulho, para melhor”, ressaltou.

O parlamentar observou ainda que, como consequência da convivência de-mocrática entre a proposta do Executivo e a decisão do Legislativo, projetos de edu-cação como o Prouni, o Fundeb e o piso nacional de salário dos professores foram aprovados por unanimidade na Comissão de Educação. “Ideologias diferentes, dife-renças partidárias, nada disso inviabilizou o entendimento de um grupo de parlamen-tares nesta Casa, da comissão e da grande maioria no Plenário, de que as questões da educação estavam acima de assuntos pontuais”, afirmou. Portanto, observou o deputado, o ministro Haddad ouve e abre espaço para o contraditório, “e isso é par-ticularmente valioso”.

Vieira ressaltou que pela primeira vez o País tem uma política educacional que está consolidada no Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PNDE). “Dois outros ministros do PT estiveram lá na Esplanada; Cristovam Buarque, que é meu amigo e por absoluta falta de apoio político nada pôde fazer; e o outro, pela transitoriedade e pelas circunstâncias com que assumiu o ministério, não teve tempo para fazer, que foi o ministro Tarso Genro. Não chegaram, portanto, nem a esboçar

uma política educacional”, avaliou.Partidos - Segundo o parlamentar, os

resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) mostram que o PT, que domina a política educacional de alguns estados e municípios, não tem resultados que diferem dos obtidos por PMDB, PSDB, DEM e outros partidos. Portanto, concluiu, o ministro Haddad é melhor do que o PT e consegue agregar outras vozes e pensamentos.

Viera explicou que a política educacio-nal traçada pelo presidente Lula está no PNDE. “O plano é muito amplo, contem-pla tudo, vai da creche até o doutorado, a pós-graduação strictu sensu, mas o PNDE traz uma novidade fortíssima: ele associa a ideia de planejamento às redes estaduais e municipais”, disse o parlamentar.

Para o deputado pelo Maranhão, a reforma educacional não é algo trivial e demora em qualquer lugar do mundo. Ele citou países como o Japão, que levou qua-se 40 anos para reformar a educação, e a Finlândia, que está há mais de 15 anos com a sua reforma educacional.

Ele destacou ainda que a reforma educacional do Chile, que hoje é o país do continente sul-americano que mais se destaca e tem inovado na educação, “e os progressistas vão ficar furiosos”, começou exatamente com a determinação do gene-ral Augusto Pinochet.

O País ampliou áreas de conservação

ambiental, diminuiu o desmatamento da Amazônia e criou políticas

públicas, programas e instituições

orientadas para a conservação de seus

ecossistemas

diógeniS SantoS

diógeniS SantoS

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ESPECIAL

Conferência das Cidades deve examinarmudanças em lei ambiental e tributária

Rachel Librelon

Gestores e pes-quisadores que participarão da 11ª Conferência das Cidades, amanhã e quarta-feira, na Câ-mara, anunciam que vão apresentar estudos e experiências já implantadas como modelos para a discus-são de medidas legislativas para estimular a adoção do desenvolvimento sustentável nas políticas públicas de gestão.

A professora da Faculdade de Arqui-tetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) Maria do Carmo Bezerra, que participará do painel “Espaço Urbano - Realidade e Desafios”, argumenta que parte da solução do conflito entre as po-líticas de preservação ambiental e de de-senvolvimento urbano está na definição de instrumentos legislativos eficazes.

“Há sobreposição de legislações e normas que, muitas vezes, sinalizam de forma conflitante”, disse Maria do Carmo, que é arquiteta e há 20 anos trabalha com questões ambientais.

Ela lamenta que apenas no momen-to de conflito, quando cidades sofrem em consequência da má gestão am-

biental, a questão venha à tona. Na avaliação da professora, a percepção das pessoas sobre os problemas ambien-tais urbanos tem crescido nas últimas duas décadas. Ela afirma, no entanto, que ainda há pouca iniciativa efetiva de ação na área e, em muitos casos, a preocupação ambiental é apontada como impeditivo para o crescimento das cidades.

Tributos - Para o técnico de planeja-mento e pesquisa do Instituto de Pesqui-sa Econômica Aplicada (Ipea) Bernardo Alves Furtado, que estará no painel “O futuro das cidades no Brasil”, a discussão sobre sustentabilidade urbana está vincu-lada a ações para tornar mais eficiente a arrecadação e distribuição dos tributos.

“Uma das questões é como preparar melhor as cidades para enfrentar situa-ções extremas. A capacidade e a agilida-de das respostas depende principalmente da estrutura administrativa do municí-pio, que, por sua vez, depende da distri-buição dos tributos”, disse Furtado.

Para o técnico, apesar dos diversos problemas que os município brasileiros enfrentam, é importante discutir o futu-ro das cidades. Ele defende a adoção de medidas preventivas para evitar as catás-trofes observadas nos últimos anos.

Confira a programação

Tema: o Futuro das Cidades no novo Contexto socioambiental

Local: Auditório nereu RamosDia 7, terça-feira

14h30: Abertura15h: Painel 1 – Espaço urbano, realidade e desafios, com os temas “Estado das cidades no mundo”, “expansão urbana no Brasil – Causas e consequências” e “o estatuto da Cidade e o Plano Diretor como elementos indutores de mudança”

Dia 8, quarta-feira9h: Painel 2 – Condicionantes econômicos e socioambientais, com os temas “Ten-dências urbanas para as próximas décadas”, “Vulnerabilidades socioambientais”, “Infraestrutura econômica, social e urbana” e O desafio do crescimento sustentável na visão dos pequenos municípios”14h: Painel 3 – o futuro das cidades no Brasil, com os temas “Condicionantes jurídicas”, “Governança pública e gestão urbana – Perspectivas e desafios”, “Su-peração das vulnerabilidades socioambientais – Preparando o futuro” e “Desafios e oportunidades – o papel do legislativo”17h: Premiação do selo Cidade Cidadã18h: encerramento

Eventos paralelosDia 7

9h: Oficinas temáticas - Case Pedra Branca (Grupo Espírito Santo Property Brasil), plenário 2; Aspectos Construtivos do Amianto Crisotila (Instituto CrisotilaBrasil), plenário 3; e Compostagem e Defensivos naturais (ecoCâmara, Câmara dos Deputados), plenário 4

Dias 7 e 8exposições técnicas e artísticas no espaço do servidor

1999A 1ª Conferência das Cidades

teve como foco o Estatuto das Cidades (Lei 10.257/01)

2000A 2ª Conferência das Cidades

abordou a gestão de resíduos sólidos. Dez anos depois, foi ins-tituída uma política nacional sobre o assunto (Lei 12.305/10)

Saiba o que aconteceu nos eventos anteriores

2001A 3ª Conferência das Cidades

teve como foco o déficit habi-tacional. O Sistema Nacional

2002A 4ª Conferência das Cidades

abordou a violência urbana

2003A 5ª Confe-

rência das Ci-dades discutiu resultados bem-sucedidos em gestão urbana. Foi lançado o Selo Cidade Cidadã, concedido a quem se destaca nessa área

2008A 9ª Conferência das Cidades

alertou para o desafio do orde-namento do solo urbano

2009A 10ª Conferência das Cidades

apontou as deficiências na área de mobilidade como um dos maiores problemas das grandes cidades brasileiras. Neste ano, a Câmara aprovou a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PL 694/95). A proposta está atualmente no Senado

2005A 6ª Conferência das Cidades

debateu a regularização fundiária, o parcelamento do solo urbano e a política nacional de saneamento ambiental

2006A 7ª Conferência das Cidades

avaliou os cinco anos de vigência do Estatuto das Cidades

2007A 8ª Conferência das Cidades

abordou a reforma urbana na Amé-rica Latina

de Habitação de Interesse Social foi transformado lei em 2005 (Lei 11.124/05)

SÉrgio oliVeira/CM ManauS

goVerno do paranÁ

prefeitura de ereCHiM

tCe/to

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Brasília, 6 de dezembro de 20108

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

esPeCIAl

Rachel Librelon

A sustentabi-lidade das cidades será o eixo das discussões da 11ª Conferência das Cidades, a ser rea-lizada pela Comis-são de Desenvol-vimento Urbano da Câmara, amanhã e quarta-feira. O tema escolhido para 2010 foi “O futuro das cidades no novo contexto socioambiental”, com o obje-tivo de apontar os problemas e propor soluções para que cidade e ambiente coexistam de forma harmônica.

Serão discutidos as conquistas e os novos desafios do Estatuto da Cidade; o planejamento e a execução da política urbana para as próximas décadas; e o aproveitamento adequado dos recursos naturais nas cidades brasileiras.

Nos dois dias de seminário serão re-alizados três painéis com dez palestras ministradas por pesquisadores e prefei-tos. O primeiro painel apresentará um diagnóstico das cidades no mundo. Já o segundo tratará dos condicionantes para o desenvolvimento urbano e o enfrentamento das desigualdades no

O deputado Cássio Taniguchi (DEM-PR) disse que a 11ª Conferên-cia das Cidades vai priorizar um tema que só ganha espaço em momentos de catástrofe – a sustentabilidade das cidades. Segundo ele, a proposta é conscientizar prefeitos e a comuni-dade de uma forma geral de que as ações devem ser permanentes e não apenas emergenciais.

Para Taniguchi, entre os principais méritos das conferências realizadas até agora está a inclusão na agenda de deba-tes de questões que interferem no dia a dia do cidadão. “Por isso, é importante o envolvimento da sociedade e a discussão das reivindicações apresentadas”, afir-ma.

Entre os projetos importantes que devem ser colocados em debate nesta edição, o deputado cita o PL 34/07, de sua autoria, que prevê a concessão de incentivos às construções e mé-todos de parcelamento do solo que usem técnicas para reduzir o impac-to ambiental e economizem recursos

Comissão pretende alertar para ações permanentes

11ª Conferência das Cidades discutirádesenvolvimento e sustentabilidade

País. No terceiro pai-nel, serão apresentadas as novas tendências para o planejamento urbano.

O deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA), au-tor do requerimento para a realização da conferência juntamente com os deputados Cás-sio Taniguchi (DEM-PR) e Ângela Amin (PP-SC), lembra que o principal objetivo do evento, realizado desde 1999, é discutir medi-das para a consolidação de políticas públicas para os municípios. “Trata-se de um momento de amplo de-bate com a sociedade. A conferência consegue fazer com que projetos que dificilmente avançariam sejam aprova-dos”, afirma Zezéu Ribeiro.

Resultados - O parlamentar destaca que as dez edições anteriores tiveram resultados práticos positivos. Ele lembra que a primeira Conferência das Cidades, por exemplo, teve o mérito de reafirmar a importância jurídica do Estatuto das Cidades, cuja tramitação se estendeu

por mais de uma década. Zezéu Ribeiro ainda lembrou o Fundo da Habitação de Interesse Social foi outro tema discutido e amadurecido nas conferências antes de virar lei.

“A própria ideia do desenho do Mi-nistério das Cidades como existe hoje também foi resultado de discussões que surgiram na 4ª Conferência”, afirma. Zezéu ainda cita, entre os grandes temas e propostas oriundos ou fortalecidos nas conferências, a gestão dos resíduos só-lidos. A edição deste ano, segundo ele,

se reveste de uma impor-tância adicional que é re-fletir sobre temas a serem encaminhados aos novos governantes do País.

Selo - Neste ano, a Comissão de Desenvolvi-mento Urbano vai premiar projetos que estimulem a recuperação de áreas de-gradadas e propostas para enfrentar situações de risco, como enchentes e deslizamentos de encostas. Serão premiadas quatro ci-dades: duas com menos de 100 mil habitantes e duas mais populosas. Além do troféu, os municípios rece-

berão o selo Cidade Cidadã, que vale por um ano e pode, por exemplo, faci-litar financiamentos públicos.

No ano passado, foram premiados com o selo quatro municípios que ado-taram projetos bem-sucedidos na área de mobilidade urbana. Na categoria dos municípios com até 100 mil habitantes foram premiadas as cidades Forquilhi-nha (SC) e Leme (SP). Na categoria dos municípios com mais de 100 mil habitantes foram premiadas Natal (RN) e Contagem (MG).

naturais. A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Plenário.

Na avaliação da deputada Ângela Amin (PP-SC), nesta 11ª Conferência das Cidades será possível fazer um le-vantamento do que vem sendo feito para o desenvolvimento sustentável das cidades e propor soluções para evitar que a população corra riscos.

“A sustentabilidade das cidades tem que ser tratada de forma direta, mesmo com o risco de desgaste político para os gestores”, defende. A deputada argu-menta que ações de prevenção contra a ocupação de áreas de risco devem ser levadas a sério e espera que, desta edi-ção da conferência, resultem propostas que auxiliem os gestores públicos a en-

frentarem problemas que colocam as cidades em risco.

Mobilidade - Ângela Amin avalia que as primeiras edições das Confe-rências das Cidades estiveram focadas principalmente em questões relacio-nadas a planos diretores. Outros te-mas, como a mobilidade urbana, só começaram a ganhar espaço a partir do ano passado. A deputada foi rela-tora das propostas sobre o assunto na comissão especial da Câmara criada para discutir uma política nacional para a área.

Algumas propostas tramitavam na Câmara desde a década de 90. Neste ano, os deputados aprovaram a Políti-ca Nacional de Mobilidade Urbana, na forma de substitutivo de Angela Amin aos projetos de lei 694/95, 1974/96, 2234/96 e 1687/07. O projeto estabe-lece o transporte público coletivo e os meios não motorizados como prio-ridades e atribui ao poder público a competência para planejar, organizar e fiscalizar o transporte coletivo.

Cássio taniguchi e Ângela amin, em reunião da Comissão de desenvolvimento urbano

brizza CaValCante

zezéu ribeiro, um dos autores do pedido para realização da conferência

brizza CaValCante