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Poesias & Textos

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Copyright 2016 (1ª Edição) Todos os direitos desta edição reservados aos autores.

Impresso no Brasil Printed in Brazil.

Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto n 1.825, de 20/12/1907.

Projeto editorial e diagramação: Antônio Ramos da Silva

Capa:

UQC – comunicação Visual Ltda

Revisão técnica e ortográfica: dos autores.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

ISBN –

PERMISSÃO DOS AUTORES PARA CITAÇÃO

É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive

quanto às características gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais

constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980)

sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).

S586p Platinum III poesias & textos / Antônio Ramos da Silva... [et al.].

– 1. ed. – [S.l.]: Bookess, 2016. 150 p.

ISBN: 978-80-

1. Poesia brasileira. 2. Literatura brasileira – Miscelânea.

I. Ramos da Silva, Antônio Ramos. Título.

CDD: 869.98

Elaborada por: Andréa Blaskovski CRB 14/999

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Antônio Ramos da Silva Domingos Calonbe Bala

Elma Leite Jose Alfredo Evangelista Maria Elisabeth Almeida

Mariane Helena Maurélio Machado

Rita Padoin Severiana Paulino Rodrigues

Solange Moreira Tais Martins

Vanuza Couto Alves

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Poesias & Textos

1ª Edição

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Essa obra é um projeto da “Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, estado de Santa Catarina” integrando escritores, Alagoano, Catarinense, Mineiro, Paranaense, Paulista e Angolano. Intercâmbio cultural de ideias retratadas em poesias, pensamentos e textos. “Reunir Escritas é Possível”.

A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.

Aristóteles

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Apresentação: (5)

Sumário: (6)

Poesias & Textos

Antônio Ramos da Silva: (7/18)

Domingos Calonbe Bala: (19/30)

Elma Leite: (31/42)

Jose Alfredo Evangelista: (43/54)

Maria Elisabeth Almeida: (55/66)

Mariane Helena: (67/78)

Maurélio Machado: (79/90)

Rita Padoin: (91/102)

Severiana Paulino Rodrigues: (103/114)

Solange Moreira: (115/126)

Tais Martins: (127/138)

Vanuza Couto Alves: (139/150)

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Antônio Ramos da Silva

Nasceu em 19 de Setembro de 1960, na cidade de Brusque (SC). Vive e trabalha em São Bento do Sul (SC). Professor. Escritor. Ativista Cultural. Historiador e Poeta. Graduado em Ciências Econômicas, pela Faculdade De Plácido e Silva – FADEPS – Curitiba (PR) (1984). Pós-graduado em Gestão Financeira, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR - Curitiba (PR) (1987). Em suas atividades em exercício é Presidente da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul (SC) e membro da Associação Internacional de Poetas. Idealizou, planejou e executa o projeto “Diferente Sim, Indiferente Não” e “Oficina de Poetas” em São Bento do Sul (SC). Recebeu a Medalha do Mérito Cultural Dr. Arthur João de Maria Ribeiro - 2013, concedido pelo Instituto Montes Ribeiro e o Troféu Escritor Osvaldo Deschamps de Literatura e Artes - 2013. Publicou: 30 títulos entre poesias, textos, diálogo e história.

Contato:

[email protected]

Blog e Páginas:

http://antonioramospoesias.blogspot.com.br/ http://www.facebook.com/escritor.antonioramosdasilva http://www.facebook.com/academiadeletrasinfantojuvenilscsbs https://www.facebook.com/groups/659480440734716/ http://pensador.uol.com.br/colecao/antonioramosdasilva/

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Poesia só

Quando estou só, reconheço os versos. Quando estou só, busco inspiração nas faces da vida.

Quando estou só, me sinto mais infeliz. Quando estou só, busco cantos nas vozes do silêncio.

Quando estou só, as palavras desdenham mais profundas. Quando e quando!

Nada quando, as palavras que encantam magias. Quando estou junto ao amor,

a poesia nasce livremente feita flores fortes. Quando estou feliz, as palavras nascem livres e soltas

exaladas da alma de amor. Quando estou amando, a poesia vem em vida mais feliz.

Quando estou junto à poesia em vida, descubro e declamo o amor. Quando estou ao lado do amor em pensamentos,

sinto a poesia no ar vindo ao encontro do encanto no peito. Quando estou em silêncio,

percebo que o silêncio apresenta um toque de palavras de amor que sonha feliz com palavras da vida que se tornam poesias.

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Olhe com o coração

Eu conto mais pássaros do que antes. Sinto que perdi foi muito tempo

já que eles sempre estiveram no céu.

Mesmo que distantes. A ti contemplo! Feito réu.

Somente com o coração poderás me ver.

Seja na simplicidade da alma, conseguirás ver meu brilho!

Assim, reluzir teu ser.

Enquanto os desafortunados enxergaram somente meus defeitos.

Que perfeito! Nada ira me conter.

Não me peça para ser normal. Porque não sou!

Não me olhe com olhos comuns, pois assim fico escondido de ti.

Poupe-me da dor que senti. Do tempo que perdi!

Estou além da música da tua audição, Estou acondicionado em seu coração.

Quando me olhar?! Olhe nos olhos.

Janelas ou barreiram ocultam revelará meu íntimo. Mas lembre-se:

Somente com o coração poderás me ver.

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É isto o amor? Só isto?

Qualquer recanto do teu ser, a nudez exposta na alma se revela.

Abandonar-me noutros braços, dela?! Viola-me; esse não é o meu querer.

Bela! Que deles o amor viesse.

Veste-me ao calor que não me concebesse. Acostumei-me contigo... raiz com sede.

Por que não cedeste?

Preparei todo solo, fertilizei. Penetrei, fixando semente.

Abunda-te!

O sol transpassará as nuvens pela manhã; aponta-te um feixe de luz no horizonte. Teus olhos pudicos abrem-se delirante.

Corpo e mente plena, vida sã.

O colibri sorriu para ti não querendo ver-te aflita. Beije a orquídea pendurada no beiral.

No pote da vida tem açúcar e sal.

Tão confiante a vida fez. Tez tão bonita.

Adoce-te, tempere-te, Não faz mal!

A distância é tão igual.

Dois pontos que não se encontram, quando se encontram é fatal.

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Espírito e corpo, coração pulsante; Em sensação ao meu, outro corpo.

Gelado, comedido. Anela oh! Ser vibrante.

Tantas formosuras.

Partituras orquestradas. Deixar-te a vida viver,

nada precisa de nada fazer.

Larga-te às escondidas, entre avenidas, vielas e estradas.

Sinta ânsias, desejos, alguma coisa apagada.

Um ser todo, um ser tão teu.

Despreze a dolorosa e fria agonia. No íntimo, vaga alegria.

Mude e funda teu corpo ao meu.

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Alma nua

Ontem eu acordei... preso num corpo levado a pó

descoberto e só. Demasiadamente

longe do teu...

De saudade crua espalhado na rua despejado na sarjeta (o amor não acolheu).

Aquele que enterraste para poder sobreviver.

Maculado no passado revirado no silêncio.

Prisão. No breu, que no teu envelheceu.

Revolto no poente sem ter-te presente atiçado de prazer, apenas adormeceu.

Deixem-no viver!

Não acordaste para morrer. Levada nas mãos e aos ventos,

recolho vela dos sonhos para deixar-te viver.

Desejo já consumido. Dor já consumada

que somente uma flor sente.

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Chave

Esse amor tresloucado nem é mais sentimento

nem pecado! É apenas sofrimento...

Tem delírio de poesia.

Tem faro de ansiedade. Tem meditação em silêncio

e desejo amaro.

Esse amor é apenas essência,

fragrância que me embebeda

e me deleita.

Mas é também consciência que junto se levanta e comigo se deita.

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Frases

Depus as máscaras. Vesti-me a memoria a meio tom na luz da manhã. Nessa incerteza nem a sombra encontrei beleza no crepúsculo do viver.

Sem boas ações não existirá paz. As pessoas querem paz por decreto.

Paz é reação de ações que emergem e interagem, não cai do céu, não sai da boca. O bem e o mal se fazem com as mãos. O maior castigo para um malfeitor é decepar seus

braços, só assim saberemos localizar onde se encontra seu coração.

O mal é como uma escrita a lápis, basta uma boa ação para apagar com uma borracha.

A natureza é uma mensagem de paz; tanto que Deus fê-la feminina.

Renascer é reduzir-se, despojar-se dos muitos equívocos; esquecer os apegos

desnecessários, viver mais simplificadamente, mais temperante, priorizando o menos, ao invés do mais.

O pão do saber é alimento que me deixa vivo.

Você é uma composição de mulher bonita com letrinhas completas.

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Não há escuridão que resista a um simples raio de luz. Decidi acender a chama da esperança em minha alma.

O mundo precisa abrir o coração! A disputa pelo poder é a maior desgraça do planeta.

A supremacia de poucos é a desgraça de todos.

Corrupção! A única cor que dá para pintar esse país é a cor da vergonha.

Vivo em regime semiaberto. Sempre aberto a semear o amor.

A melhor hora de colher a vida é no orvalhar do coração.

O choro da noite com perfume das flores.

A naturalidade é que deixa a alma linda e o ser atraente.

O silêncio é morada para as grandes edificações. Sem alicerce nada se ergue!

Constrói um sonho quem desperta para vida!

O encanto está na feminilidade e no gesto doce.

Beijo. Fusão química do ser. Ebulição da alma.

Erupção do coração. Desejo carnal em comunhão.

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O coração que pulsa amando é um doador apaixonado. Respira por amar-te.

A vida é um balé de movimentos mágicos. O único regente é Deus!

Passado que me lembra do quanto andava livre e via tudo pelo avesso.

Hoje, mente que gira ouvido que percebe. Fora da janela vida que imagino. Da alma vela que eminente me inclino. Vida. Aresta travessa que me bebe.

Ausência é o espaço cedido por ti em busca de si diluindo tua presença.

O calor dos teus lábios fez o amor sentir e a pele transpirar.

Não há verdades fora de nós, mas muitas sombras zombam longe.

Reflexos espalhados pelo chão.

Meu coração te abriga por existires.

Amor! Átomos de carinho que estrutura um corpo e define a verdadeira alma.

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Meu trevo de quatro folhas?! ... é a minha ideologia. Romper a mesmice.

Evidente que pessoas sonhadoras precisam de alertas para colocar o pé no chão,

mas quantas vezes não abortamos planos de sucesso por causa da “realidade” lembrada por terceiros.

Não perca o prazer de sonhar. Seja feliz com o mínimo que possuis e sonhe!

Furtaram tantos sonhos,

mas sempre soube trocar o travesseiro para de novo dormir e sonhar.

Sou intenso quando me perco. Nada sou quando me encontro.

Para vida sou todo e um tudo, mas sou fração em um tempo mudo.

São quatro chaves para um amor de verdade: diálogo, sinceridade, fidelidade e paixão.

Alicerce é pé no chão. Use sem moderação!

Teu sorriso liberta minha alma e traz leveza ao coração.

Buscamos nas palavras a direção para os nossos passos e façamos dela a essência para

que a alma encontre a felicidade.

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Domingos Calonbe Bala

Nasceu em 25 de Maio de1995 em Angola, na província de Luanda no município de Cazenga. Terminou o ensino básico no colégio “Largo do Saber”. Começou a escrever com 10 anos de idade o livro “Lágrima nos olhos”. Esta obra literária levou um grande tempo para ser produzida, durante o formato, teve apoio de muita gente, sem esquecer o Adérito, seu melhor amigo que é considerado como um irmão; nos melhores momentos e o nos ruins sempre estão juntos. Além de escrever, também gosta de desenho, por influência de Marques Lisboa, o seu professor. Cursou inglês no “Centro Profissional do Cazenga”.

Contato:

[email protected] Página:

https://www.facebook.com/domingoscalonbebala.paizinho?fref=ts

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Momentos da vida

A vida há momentos de altos e baixos onde hoje sorrimos e amanhã chorarmos, onde hoje podemos amar e amanhã odiar,

mas não há vida sem problema e também não há problema sem solução.

Há caminhos que parecem sem saída aos nossos olhos,

mas com saída para Deus. Olho para o homem que diz que Deus não existe...

fico sem palavras, porque não tenho o direito de julgar ninguém, talvez as circunstancias da vida o cegou

que prefere viver na mentira do que enxergar a realidade da vida.

A vida é como uma caminhada longa, onde encontramos muitas curvas

e se nós não nos cuidamos podemos perder a curva certa sem esquecer dos obstáculos que vamos encontrar

e prontos para suportar e enfrentar, e só assim podemos sorrir quando encontramos a felicidade.

Nunca se diz nunca e também não se canta vitória,

enquanto ainda não ganhaste, porque depois pode ser muito dolorosa a tristeza.

Nunca rejeite conselhos dos mais velhos,

porque pode ser que a inteligência já lhe abandonou por causa da idade, mas jamais se esquecerá

de tudo que teve que passar na vida para chegar até aquela idade.

Fecha os olhos e pensa como as crianças são felizes brincando

sem se preocupar com o amanhã, assim como os pássaros que vivem despreocupados, mas sempre tem algo para comer e aproveitar a vida.

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Pôr do sol

Tão belo é o pôr do sol. Os seus raios coloridos nos fazem ver

como é bela a vida e que vale a pena viver. Apesar de tanto sofrimento que a vida nos dá,

a quem lágrimas caem de tanto ver, porque marcou a sua vida.

Tão belo é o pôr do sol.

Ouça a canção dos pássaros e as andorinhas voando

como se fosse já, mas morrerão. Olhe para as ondas do mar,

e veja que não há nada no mundo mais preciosa e belo.

Tão belo é o pôr do sol.

A vida é qual bruma do mar; não dura muito e tudo que somos pode acabar. A natureza fica mais bela com os raios do sol.

Tão belo é o pôr do sol.

Às vezes a vida parece ser sem sentido e negamos a creditar na existência de Deus,

mas quando paramos e observamos o sol e a natureza e tudo que há de bonito na terra mudamos de opinião.

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Lágrimas nos olhos

Um sorriso bonito e o fingimento da tristeza e das lágrimas escondidas nos olhos.

Lágrimas caem e vem como as ondas que batem nas rochas. A tristeza nos olhos de alguém se dá logo conta;

assim como a chuva que esta preste a cair.

As lágrimas não doem, mas o que dói é o motivo que as fazem cair,

também a tristeza e as lágrimas fazem parte da vida porque a vida é cheia de surpresas,

mas não há vida sem lágrimas nos olhos.

Quanto mais lágrimas caírem, à tristeza será maior. Olho para um olhar de uma criança cheio de vida e vontade de viver.

Enquanto olho para um olhar de um mais velho, vejo tanta tristeza e cheio de vontade de acabar

com as lágrimas nos olhos.

Mas nem sempre as lágrimas nos olhos são sinônimo de tristeza, mas sim de alegria e felicidade,

assim como uma mãe que acaba de encontrar o seu filho perdido.

Também lagrimejar é o melhor modo de expressar sentimentos deixando a lágrima cair para depois de tanta tristeza

encontrar algo que o fará sorrir tão logo as lágrimas secarem.

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Meus sonhos

Dia nasce maravilho e termina ruim, sorriso esquecido no canto dos olhos acabando o meu sonho.

Quem luta alcança e quem corre muito perece. Quem espera consegue.

Um sonho lindo e belo é o desejo de todos e concretizar os seus sonhos, como ao nascer do sol até o sol se por.

Às vezes é necessário sofrer para alcançar o que desejamos ser nesta vida.

Não basta só sonhar mais segui-lo passo a passo numa caminhada, procurando um tesouro e nos temos o mapa.

Meus sonhos perdidos.

Meus sonhos encontrados que me levam a ser um homem. Cada dia uma esperança, cada segundo uma oportunidade.

A cada hora caindo e erguendo a cabeça atrás dos sonhos para vê-los concretizados.

É necessário sofrer e cair para levantar.

Quando sofremos é sinônimo que estamos próximos, porque tudo na vida exige sacrifício, não basta só sonhar;

também concretizar, não deixar para o amanhã, enquanto podemos começar agora.

Ser paciente é a base para saber o que queremos ser.

Meus sonhos... Lágrimas? Derramei e a esperança esgotou, o tempo terminou.

Eu desejava ser alguém nesta vida! Assim também com tu podes dizer-me que eu sou um sonhador,

mas eu não sou o único nesta vida.

Nos meus sonhos não há passado sem presente. E não há futuro sem passado.

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Não posso

Não posso dar-te solução dos teus problemas, e não tenho resposta para as tuas dúvidas ou temores,

mas posso escutar-te e partilhá-lo contigo. Não posso mudar o teu passado nem o futuro,

mas quando precisares estarei junto de ti.

Não posso evitar que tropeces, mas posso oferecer-te a minha mão

para que não caias.

As tuas alegrias, triunfos e êxitos não são meus, mas alegra-me sinceramente quando te vejo feliz.

Não julgo as decisões que tomas na vida; limito-me a apoiar-te e ajudar-te se não me pedires.

Não posso dizer-te quem és, nem o que deverias ser,

apenas posso querer-te como és e ser teu amigo. Não posso evitar que chores,

mas estarei aqui para te consolar e compartilhar a sua dor.

Não posso fazer-te sorrir para sempre, porque a tristeza vai te incomodar,

mas posso ensinar a sorrir sem ter medo de chorar, não tenho todo tempo do mundo,

tenho tempo suficiente para te ouvir.

E se depender de mim cuidaria de ti para sempre e nunca permitirei que os teus olhos derramem as lágrimas,

mas não posso, porque estando ao meu lado haverá sempre dor vendo a minha partida e já não estarei mais lá para tomar conta de ti.

Há vários motivos que nos faz desistir da vida, e poucos que nos fazem continuar vivendo e um deles e o amor.

E vendo como a vida foi injusta, daria a minha vida para que a vida devolvesse todas as lágrimas que você me deu, mas não posso.

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A vitória

Caminhada pós-caminhada me perdei! Voltei a me reencontrar nesta estrada da vida,

que é longa escura e de pouca luz. Caí vez por vez, alcancei o que procurava,

mas com o coração dorido e nem por isso deixei de sorrir.

A minha vitória perde um pedaço de mim, mas nem por isto pereci e sim renascei. No sorrir de crianças que nasce a força

para não baixar a cabeça. Parecia impossível vencer, mas consegui.

Muitos me criticavam, falavam mal de mim.

A caminhada além de longa era dura, encontrei muitas saídas. Tive várias opções.

As estreitas, poucos entravam.

Ao nascer do sol, levam as minhas tristezas e júbilo de alegria ao pôr do sol,

as águas do mar no vai e vem, levam os lixos e depois os traziam de volta.

Assim como a vida; nos tira a alegria e depois devolve de outra maneira

mesmo quando não percebemos nada.

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Cazenga

Cazenga, ai Cazenga! Que me viu sorrir, que me viu chorar e crescer.

Lindas são as tuas belas ruas que sempre eu caminhava. Ai Cazenga! A terra que me viu nascer

e que me ensinou a viver e ver a vida como ela é.

Cazenga! Na minha infância, que não sabia eu como lidar com a natureza,

aprendi muitas coisas dessa terra.

Corria atrás dos pássaros, atrás dos gavalhotes. Ouvia os sons das andorinhas.

O município mais populoso da Província de Luanda,

Cazenga dos meus amigos! Onde jogávamos bola todas as tardinhas.

Cazenga da lanbulas que nos alimentava dos gritos das crianças. Ai Cazenga!

Cazenga da pobreza, mas nem por isso deixava de sorrir. Cazenga das minhas aventuras e das minhas amizades,

das melodias e das canções.

As crianças alegravam-se ouvindo o apito do comboio que fazia a terra mexer,

Ai cazenga dos sonhadores e dos talentos! É Cazenga de sobrevivência. Cazenga! Cazenga! Cazenga.

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Ao nascer do amanhã

Por isto choro e sofro agora, porque ao nascer o dia será melhor. Crianças, jovem procurando abrigo, fugindo da pobreza e do sofrimento!

A espera do nascer de um amanhã que será melhor.

Nascer do amanhã, será melhor! Esperar não será em vão,

por mais que demore, não perderei a esperança, porque eu sei que tarde ou cedo nascerá o novo dia.

Mesmo sendo escravo da solidão e da tristeza.

As crianças às vezes choram de fome, os pais vendo elas chorando ficam deprimidos,

porque não conseguem fazer nada para que sua filha cale para sempre e nunca mais chore,

a espera do nascer do amanhã que será melhor.

Por que o nascer do amanhã será melhor? Porque fará você sorrir e nunca mais chores. Porque jamais procures alimento para comer.

Terás alimento por todo lado e te fará viver para sempre e nunca conhecerás a solidão e a escravidão.

Espere para ver o amanhã, o nascer do novo dia.

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Quem me dera

A gente não sabe o que vem e nem o que vai. A gente se surpreende como que vem

e choramos pelo que vai. Quem me dera ser o futuro

para saber o que vai nos acontecer. Queria ser a hora para contar cada segundo da nossa vida.

O sonho às vezes nos dá o que a realidade nega,

quem me dera ser as estrelas para fazer você não me esquecer, nem do meu amor.

Para lembrar sempre que alguém te ama, que te deseja, que te busca e por fim te encontra.

Que me dera ser o futuro para desenhar

a nossa felicidade eterna, para defender você quando a tristeza se apodera.

Quem me dera ser a lua para iluminar cada momento que estamos juntos!.

Quem me dera ser o céu para sempre estar contigo,

para te proteger da noite e do dia, para te fazer sorrir sempre toda as manhãs.

Às vezes o momento fala por si quando já não há esperança para todos.

Quem me dera ser! Quem me dera.

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Ninguém mais chorará

Na tristeza nascem as lágrimas e sentimento de culpa quando perdemos alguém que amamos

e nos entregamos ao choro porque não a outra forma de expressar

que sentiremos a sua ausência.

Já perdei várias pessoas queridas, mas também sei que nem tudo esta perdido,

porque aproxima-se o tempo em que ninguém mais chorará, nem dizer: estou doente.

Onde os surdos ouvirão e os cegos enxergarão e os aleijados correrão como um leão.

Ninguém mais chorará por perda de alguém,

porque não haverá mais morte nem dor. As coisas de hoje serão passado.

Ninguém mais vai quer lembra-se do passado, daquilo que passaram.

Ninguém mais chorará por falta de alimento, porque haverá bastante alimento na terra,

os que moram na terra naquele tempo usufruirão a terra e sentiram a verdadeira satisfação de desfrutar a vida,

livres de preconceitos e do dinheiro, por apenas mais um pouco ninguém mais chorará

por motivo algum nesta vida.

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Elma Santos Leite

Nasceu em 3 de Junho de 1952, na cidade de Três Marias (MG). Reside e trabalha em Pará de Minas (MG). Professora e Poetisa. Graduou-se em Letras, pela instituição FAPAM – Faculdade de Pará de Minas (2002). Professora de Língua Portuguesa e Língua Inglesa (SEE/MG). A poesia já lhe encantava desde menina. "Sou apaixonada pela palavra e pelo seu jeito especial de traduzir sentimentos." Seu pai era poeta e ela sonhava em escrever. Seu primeiro poema foi escrito aos 12 anos de idade. Desde então, as palavras saltaram de sua alma e tomaram vida através de suas mãos. Escrever hoje é seu acalento - seu aconchego espiritual. "A poesia é o alimento de minha alma"- diz a poetisa. Ama o que faz. Amante da leitura e da escrita é poetisa e tem textos publicados em duas Antologias “Poesias Escolhidas - Vozes de uma alma” e “O Melhor de mim”. Participou no “Projeto Premium”, Premium IV e Premium X Ouro (poesias 2015) - Bookess Editora.

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Bendito amor

Meu pensamento explora ocos recintos na minha memória

e encontra dentro da minha saudade restos de nós - que ainda pulsam,

apesar de tanto tempo abandonados! Fragmentos pequenos, detalhes,

mas que respiram um amor absoluto! Um amor que não se foi... que perpassou o tempo,

que não se rendeu à distância... e nunca se deixou levar pelo vento da ausência!

Um amor sereno, sem alarde, mas que queima e ainda arde...

quieto, num canto do meu coração. Bendito seja esse amor!

Que mesmo sem ti... sobrevive em mim!

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Certeza

Eu quero te encontrar... amanhã, depois ou depois,

não importa quando. Eu sei que quero!

Espero esse dia com a doce alegria de quem tem o sorriso no olhar. No corpo, a ânsia do encontro.

E na alma a singeleza, do saber esperar!

Ah! Eu vou te encontrar... e esse dia será pleno,

meu coração será pequeno... porque vou te amar intensamente,

mas com esmerado zelo!

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Constância...

Bendito é o meu amor, porque te reconhece na distância.

Ele te enxerga através de uma fagulha, que acesa, ainda resiste à escuridão

do silenciar dos passos no tempo. Esse reconhecimento do meu amor

é constante e é tão habitual, que o meu coração...

recebe-te e aninha-te em mim! Ele sabe que não estás,

mas mesmo assim, reúne tudo que ficou de ti!

Depois, só... na sombra do passado deita-se na rede sombria da saudade

e chora solidão! Ainda assim, meu amor não se desfaz.

Eternizou em ti. Porque tu - és o amor!

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Delicadeza do fim

Meu amor se recolhe na cama do tempo,

para descansar saudades! Fragmentos da memória

são nuvens no céu da recordação que vagueiam e se unem

num espaço que não mais existe, mas que faz meu coração respirar

e pulsar devagar - lembranças unicamente minhas!

Nós, são retalhos espalhados num canto de mim,

e que o distante alinhava com a delicadeza do fim. O fim, sabe ser delicado porque nele meu amor, em qualquer momento...

fecha os olhos e adormece na sombra do esquecimento!

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Desconhecimento

Solidão são pigmentos que desprendem não sei de onde,

e grafitam a alma. A solidão me incomoda,

transporta-me para a ausência de ti. Nela, sinto que o nosso reencontro

é uma invenção da minh'alma. Paraliso-me!

Apenas o meu olhar segue, o murmúrio do dia que caminha

para entregar-se aos braços da noite. Envolvo-me no silêncio noturno!

E o meu olhar ainda vela-te, deseja-te. O meu amor te ama inteiro!

A solidão é a passagem para buscar-te. Viajo horas e horas em ti.

O meu amor é assim, infinito - interminável. Intenso! Desde antes, desde o começo.

Não me surpreendo e confesso, se há outro jeito para amar...

eu desconheço!

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Espere-me

Atravesso com delicadeza o portal da ausência... que me separa de ti.

Caminho serena, cautelosa para que meu pensamento

não escape - não fuja para um outro lugar...

que não seja a morada das lembranças tuas.

Eu sei que preciso te encontrar, cravar em mim a tua presença...

antes que eu me desfaça por inteira na tua ausência.

Sei que quero ficar em ti então, não vás...

fique e espere-me aonde estás!

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Hora marcada

As horas caminham contra o tempo... a espera de você é o vão que existe

entre os segundos e os minutos que nos separam com olhos sonolentos de saudade!

Não gosto da espera... em mim, ela anoitece a alma.

Esperar é uma viagem incerta, escura e pede recolhimento...

tem gosto do nada na boca da noite, que mastiga devagar.

Espera é grito abafado na ausência que ecoa no tempo que não passa.

Quando quiser vir... venha. Mas venha... sem hora marcada!

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Madrugada

Quase 5 horas... quase o amanhecer é nesse momento...

enquanto a casa dorme, que eu sinto o silêncio por dentro.

Nele, eu me refugio, e vejo a saudade chegar serena

como uma borboleta de asa transparente leve - pousa em mim.

Saudade nunca dorme... vem e traz você embrulhado

no cochilo do escuro, que ainda não acordou.

E eu o amo no silêncio absoluto e inigualável desse instante.

Amor não tem sono! Mas amanhece... e de repente

você se vai no riso da madrugada, levado pelas asas da saudade errante!

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Meandros do pensamento

A saudade, hoje gritou forte...

mais alto que a tua ausência! Então, meu amor saiu a te procurar,

nos meandros do meu pensamento... de onde nunca saíste.

Nesses dias de céu acinzentado, de nuvens que choram...

a minha saudade se exaspera porque te reconhece...

nas lágrimas que ficaram no momento da tua partida.

Minha saudade te refaz com facilidade! É o elo que te prende a mim.

Meu amor não quer te perder... então, ele ama e cuida da minha saudade, ela é o caminho que leva o meu amor a ti!

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Nossos caminhos

Saudade rompe o silêncio dentro de mim,

e me possui inteira - sem mistério! Minha alma nua, desvestida de ti

sente o frio da tua presença que não está aqui...

mas vagueia em meu coração! Ora meu amor...

quando penso que já te esqueci, nocauteias meu pensamento e me vence.

Andas em minhas lembranças... sem pressa e carregas meu coração. Sabes que ele entende tudo de nós.

Ele me norteia e eu o sigo sem medo, no escuro da tua ausência! Meu coração conhece bem, o caminho do nosso amor...

ele sabe amenizar minha saudade!

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Jose Alfredo Evangelista

Subtenente da Arma de Comunicações

Nasceu em 25 de fevereiro de 1946, na cidade de São Roque (SP). Entrou para as fileiras do Exército Brasileiro, no dia 15 de Janeiro de 1965 e foi incorporado na Bateria de Comando da Artilharia Divisionária do II Exército do 2º Regimento de Obuses 105 mm em Itu (SP). Formado 3º Sargento na Escola de Sargentos das Armas, em 1967, foi classificado no 1º/5º Regimento de Infantaria em Lorena (SP), onde galgou as promoções até 1º Sargento, quando foi transferido para o Quadro de Instrutores de Tiros de Guerra e TG 02-052 de Mogi das Cruzes e promovido à graduação de Subtenente. Formou-se em Jornalismo na Universidade Braz Cubas de Mogi das Cruzes durante seu período de seis anos no Tiro de Guerra, após o qual, fora transferido para o Comando de Aviação do Exército – CAVEX de Taubaté (SP). Após trinta anos de efetivo serviço, foi transferido para a reserva remunerada, residindo atualmente na cidade de Lorena. Possui medalhas de prata e bronze, outorgadas pelo Exército Brasileiro, por relevantes serviços prestados, respectivamente, por dez e vinte anos de serviço. Possui ainda, o título de “Comendador”, outorgado pela Prefeitura Municipal de Lorena, com o “Diploma – Bernardo José de Lorena”, por relevantes serviços prestados à comunidade lorenense; Cursou “TEOLOGIA” da Igreja Católica, na Universidade Salesiana de Lorena e atualmente é Membro fundador da “Academia Lorenense de Letras e Arte de Lorena” – ALLARTE, onde ocupa a cadeira de nº 11 tendo como Patrono o Marechal Rondon. É um dos fundadores da Associação dos Militares Inativos e Pensionistas de Lorena – AMIPEL. É autor dos livros: “TENENTE CLÁUDIO PEREIRA – Tributo e Memórias”, “CASOS E CAUSOS DA CASERNA – Relatos de um militar inativo”, “DIVAGAÇÕES POÉTICAS” – Um olhar aos meandros da vida, “POEMAS DA ALMA” – Reflexões do mundo dos vivos e “DEVANEIOS EM VERSOS” – Uma resenha da vida.

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A fé vence os obstáculos

A caminhada da vida é como terreno minado: Em cada passo um obstáculo a ser vencido,

Uma etapa no meio das tempestades, Não raro um oásis de felicidades!

Na história da fé, diversos simbolismos, Que falam da barca, ventania e ondas ameaçadoras! O mar e as tempestades, eloquente símbolos do mal,

Representam as forças adversárias da vida! Jesus dormindo na barca sob a tempestade,

Revela sua confiança no Pai e o medo Dos discípulos revelam a falta de fé no senhorio

De seu Mestre a quem os ventos obedecem! O sono tranquilo de Jesus, na barca a afundar,

Contrasta com o medo dos discípulos! No simbolismo, a barca agitada pelas ondas,

É a Igreja que enfrenta as tempestades, Que jamais afundará porque está arraigada

Em Jesus, na travessia da vida em mar revolto! Sob a ventania e ondas agitadas,

A fé vence os obstáculos da caminhada!

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A poesia que fascinou-me

Como a chuva rega o chão árido... E a luz que afugenta as trevas...

O sol que aquece o frio... E o alimento que sacia a fome;

“Assim foi a poesia que me consome”! Ela chegou e desafiou-me.

Cercou-me com sua sedução, Tal qual o mel convida a abelha,

E a faísca atrai a centelha... Abusou da minha imaginação!

Invadiu sem permissão As fronteiras emotivas!

Fez-me arrebatar às letras... Com grande ímpeto abriu Meus anseios e definiu!

Um a uma elas foram chegando... Nos meandros da vida fui mergulhando E nadando pelas águas da existência.

Elas foram tomando conta, Como imenso oceano de ondas Desnudando a vida atrevida... Avançando os limites infinitos De minha imaginação poética,

Levando-me às estrofes épicas... Descobrindo os mistérios dos versos...

Revelando-me grandezas desse universo! A poesia fascinou-me! Na estrofe viciou-me!

Com versos rimados Vagueando espalhados... Se intrometendo astutos Em divagações poéticas

Como construções geométricas, Desnudando realidades...

Mostrando vaidades!

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Semáforo da vida “pare”

... e dê-se um tempo para pensar... Recicle-se do torvelinho de ideias

Que passam velozmente pela mente, E muitas vezes excluem a paz clemente!

“OLHE” com os olhos da alma, O que teu coração deseja ver. Perceba com teus sentidos,

Aquilo que desejas crer! “SIGA” com coragem e vontade Teus caminhos no teu destino!

Na esperança que de tua bondade Alcances os frutos de tua humanidade!

Na rotina da tua vida, Sempre te deparas

Com um grande semáforo: Ele é o farol que te guia;

Pede-te a parar na prudência; Sinaliza-te a olhar com sapiência;

Ordena-te a seguir com clemência. PARE, OLHE e SIGA!

No trânsito da tua rotina, A norma é que prossiga...

O objetivo a atingir É a tua vida a construir!

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Alquimia

Nem ouro nem prata valem mais que a vida! No seu transcurso há uma misteriosa alquimia: Seus reagentes combinam entre amor e ódio...

Novas substâncias são criadas a cada dia... A cada etapa um novo procedimento reagente...

O homem como agente detém sua alquimia! No torpor de sua paixão, misturas explosivas! Deixam um rastilho de pólvora armadilhado.

E nos critérios dessa química, reações intempestivas, Torna sua vida num campo minado!

Na misteriosa alquimia algumas surpresas: Mistura do amor com a alegria e paz,

Vem como reação na vida, as belezas, Que na sua vida o torna capaz!

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Asilo

O tempo passou inclemente. Corpos envelhecidos, olhares distantes.

Vidas que brotaram da semente. Alguns sadios outros doentes!

Vivendo de lembranças passadas, Suas existências exauridas! Suas vidas transpassadas! Nas suas chagas e feridas. A cada um, uma história!

De suas vidas, vitórias e tristezas, Nos seus caminhos a glória,

E as incertezas! Rostos e semblantes sofridos. Olhos parados na divagação.

Momentos corroídos, Já não há mais satisfação!

Asilo por morada, Silêncio por opção.

A vida, pelo tempo, encurvada, Sentimentos que preenchem o coração!

Uns ao lado dos outros, Sentados, contemplam o que resta da vida! Contando os minutos ainda duradouros...

Numa viagem que só tem ida! Minh’alma, ficou plena de alegria. Meu coração se encheu de amor,

Pelo velhinho que me sorria, Vivendo sua vida, ainda com muito ardor!

A vida passa tão depressa, As coisas acontecem, no passado e no presente!

O tempo é efêmero, e no passado ingressa, No caminho da vida, ele jamais mente!

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Corrida da vida

Do amor em êxtase surge a vida; Um sopro divino inicia a corrida Para a vida, numa competição,

Que na vitória alcança a concepção! Entre milhões de competidores,

Apenas um leva o troféu Numa incursão épica!

À chegada recebe seu laurel! Assim é a primeira conquista da vida;

Somos todos iguais nas chances Oferecidas nessa grande corrida

Na busca frenética percorrida! Qual sopro divino na magia

Da partida e no êxtase da chegada, Um ente que se agasalha

No aconchego de uma redoma! À espera pela luz definitiva,

No tempo que lhe é profundo, O ente de futura pessoa

Amadurece fecundo. Magia divina sopra a vida...

Luz contida e esperada Na alegria de uma chegada,

Êxtase da vitória conquistada!

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Carnaval fantasia da vida

Na fantasia da vida, O folião extravasa! Na alegria altiva,

Seu drama ameniza. Seus dias de carnaval,

Tristeza dá lugar à euforia; Angústias e baixo astral, Troca pelas alegorias!

Seguindo a bateria, o folião samba... Seu coração sorria,

Sua alma irradia! No enredo de sua vida,

A escola canta sua história... O carnaval convida, a curtir sua memória.

Quatro dias sem memória! Vibração entorpecida!

Deixa para trás a história, Da vida adormecida...

Em cada ala uma cena da vida: No samba que fala...

Novo amor que convida... Fantasias do presente, Máscaras do passado. No filme de sua mente, Um folião traspassado. No salão se traveste, Escondido se reveste, De alegria esfuziante, Em arlequim delirante!

Por quatro dias Ele vibrou e dançou.

Fim das orgias... Sua fantasia acabou!

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É nóis mano!

Ô mano é nóis na fita! Nóis leva o baguio e com muito orguio

Nóis guarda na palafita Tipo os ome num chega... Meu...

Nóis é poderoso! Co treis oitão, nóis fica espaçoso!

Ô meu, se liga, senão a coisa quebra! Nóis num qué sonso, tipo Frango véio no puleiro!

Que só pensa no puteiro... Nóis se liga nos ome, Senão a faísca come!

De azeitona nóis tá cheio Do balacobaco nóis acerta em cheio!

É nóis na fita mano! Quem entra pelo cano,

É azeitona de malandro... Os ome rasteja igual calandro!

Caiu no horto tá morto... Tipo se correr o bicho pega,

Se ficar o bicho come! Nóis não há quem enrole! Ihhhh mano...

Os ome chegarum!!! Corre que vem chumbo quente! No morro eles num tentarum... Tipo agora eles que aguente!

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Gotas de brilhantes

O amor tanto goteja, Como gotas de brilhante;

Fecunda a alma que almeja Estar sempre radiante!

No olhar esfuziante; No beijo que seduz; Carícias amantes, Paixão que reluz! Sorriso de paz.

Abraço que acalenta. Gesto que apraz,

O amor que sustenta! Gotas límpidas e transparentes

Como pedra de diamante; São os olhos do amor,

Que reluzem brilhantes! Mãos puras que acariciam

Como afagos apaixonantes! Gotas de amor principiam, Em paixão de brilhantes!

Gotas de brilhantes... Paixões vibrantes...

Amores deslumbrantes... De vidas apaixonantes!

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Poeta

Nas estrofes, ele deixa a sua marca... A inspiração registrada em cada verso!

Palavras surgidas das profundezas de seus devaneios, Poesia que retrata sua abstração e desnuda seus anseios.

Poeta, homem que brinca com as palavras...

Joga com as emoções... Escancara a verdade oculta. Explora o encanto e a tragédia da realidade.

No jogo dos versos e estrofes, aflora sua sensibilidade.

Expressa em versos, a vida nos seus caminhos; Trilhas de existência, que não deixam pegadas.

Na audácia de seus pensamentos em torvelinhos, O poeta divaga entre verdades e charadas!

Alma de homem sensível e pensador...

Espírito iluminado; mostra a vida por dois lados. Do ódio, suas letras levam ao amor,

Á realidade e ao coração, dão sentidos com afagos!

Poeta, homem de muitas vidas; Vidas que vão por muitos caminhos;

Suas trilhas repletas de surpresas atrevidas, Suaves são as palavras que rimam com carinho!

Nos mistérios de suas estrofes,

À reflexão sempre convida. Oculta nos seus versos,

A essência da vida.

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Maria Elizabeth de Almeida

Natural de Itajaí (SC). Vive e trabalha em Itajaí (SC). Professora, Poetisa e Ativista cultural. Graduada em Pedagogia, pela instituição Uniasselvi - Associação Educacional Leonardo da Vinci (2007). Pedagoga das séries iniciais e educação infantil. Intérprete de Libras. Administradora do grupo fechado “Elizabeth Almeida Poesias e Poemas”. Sempre envolvida com a educação, especificamente alfabetizando crianças, essa arte do pensamento, imaginação o faz de conta, sempre esteve presente e foi descobrindo a cada dia como é lindo esse mundo da poesia. “Mesmo que os ventos soprem ao contrário não desanimeis jamais” e assim estreou na literatura em “Premium VII”, “Premium X Ouro” e Platinum I. Com obra própria “Ciranda da Poesia” (poesias, 2015) Bookess Editora.

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Mariane Helena

Nasceu em 9 de Maio de 1990, na cidade de São José dos Campos (SP). Escritora, Poetisa, Cronista e Colunista. Formada em Administração - Faculdades Bilac. Atualmente é Acadêmica em Letras. Vi o seu despertar para a poesia após uma grande calamidade. Passou a escrever após uma tentativa de suicídio. Por consequência, passou um longo período sem voz, foi quando a palavra passou a falar. Começou a escrever para se expressar, para desabafar, para sofrer, para esconder a dor, para suportar, para aflorar, para voar. Todo esse processo a fez se reencontrar com sua grande paixão: a poesia! Foi o que a transformou num ser melhor, a fez percussora na vida, proclamadora do que realmente é importante na vida. Como um marco de vitória em sua luta pela vida. Onde relata em poemas com amor e muita leveza o período de mais doloroso de toda sua história publicou em 2015 seu primeiro livro: "Um grande milagre – Metamorfose em palavras", editora COMDEUS. Detentora da Medalha IV Conde de Figueiró - Embaixada da Poesia. Comenda Conde de Figueiró - Embaixada da Poesia. Certificado de mérito Cultural - Embaixada da Poesia. Medalha Superação - Câmara Municipal de São José dos Campos. Prêmio Mulheres do ano de 2015. Troféu Carlos Drummond de Andrade de literatura - Edição ouro. Troféu Cecilia Meireles - Mulheres notáveis. Certificado de Grande mérito Literário e Certificado de Contribuição para Brasilidade. Participou das antologias: “Platinum I e II”, Bookess Editora. “Voz do Ciorpo”, Editora AEON e “Minha mãe”, organização Costa Paula.

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Sinfonia da alma

Traço acordes em mim, E me faço música!

Para emudecer o mundo ao redor; Crio o meu próprio ritmo.

Insano... Profano... Lírico... Feliz!

Entoo minha alma em versos Cantarolados pelas batidas do meu coração,

Sem métrica, apenas é Melodia sentida e ressentida,

Sinfonicamente, Ao deleite do meu ser.

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Libertária

Não calarei minhas letras Não aprisionarei minhas chances de alçar

Pois é na liberdade do meu verso que eu me realizo. A catarse começou e nada impedirá;

De dizer tudo o que tanto me machucou. Por não mais caber em mim,

Desaguei num grito de liberdade. És tu: Palavra.

Representatividade de tudo em mim O meu eu em tudo e todos.

Minhas asas, Meu amparo, Meu abrigo,

Minha mutação... Minha poesia!

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Em flor

Florida minh’alma tece versos, Aflora e enflora o todo de mim.

Floreio em letras e canções; Faço primavera em mim! Me adorno... crio ramos, Tenho meu próprio sol.

Semeio palavras, Colho flores,

Para a vida me flori.

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Palavras apagadas

Existem palavras que jamais serão apagadas! Palavras que deixam a voz embargada;

Que traçam profundas marcas... São estas palavras angustiadas.

Há palavras que o tempo já apagou,

Delas, nada restou! Tornaram-se cinzas,

Perdidas nas asas dos ventos.

Mas essas palavras foram eternizadas, E toda força delas emanadas;

Não serão apagadas... Apenas caladas.

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Quem dera...

Quem dera fazer minha voz Voar aos quatro cantos;

Para contar: O que vivi, O que sofri,

O que aprendi, e As marcas que aqui deixei.

Sem máscaras, Sem metáforas,

Só sai! E deixa sair todo o peso,

Para voar junto! Enquanto não ganho asas,

Guardo-a no casulo... Quem sabe um dia,

Alguém a ouça!

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Indecisão

Meses, segundos... não sei! Cura, doenças... não sei!

Com o problema , já lido bem. Com o desconhecido, não sei!

Faço das rimas o meu grito de socorro.

Forte por fora, morro por dentro! Opção ou condição? Agora não importa!

Os dias passam e agora já não é mais hora.

Minha vida andou torta, E chegou até aqui.

Não busco ter pena de mim... Mas, preciso ter forças para seguir!

Seja qual for o caminho,

Seguirei constante. Querer não é o bastante! Qual será o meu destino?

Certezas já não há!

A dor persisti e não quer passar. Sigo sozinha e sem solução...

Irá parar de bater o meu coração?

“Constança, meu bem, Constança! Constante, sempre serei! Constante, até a morte, Constante eu morrei!”.

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Meu tempo virá!

Sim! Meu tempo virá. Não sei quando, mas virá!

Sim! Meu tempo virá. Trará com ele o que tanto almejo!

Sim! Meu tempo virá. Imperativo, transcenderá!

Sim! Meu tempo virá. Surpreendentemente virá!

Sim! Meu tempo virá. Obedecendo a ordem do destino.

Sim! Meu tempo virá. E disso, eu não duvido!

Sim! Meu tempo virá. No seu compasso, no seu tempo!

Sim! Meu tempo virá. Não tardará, nem regressará!

Sim! Meu tempo virá. Nele repousa minha esperança.

Sim! Meu tempo virá. Simplesmente seguirá seu curso!

Sim! Meu tempo virá. E verei a concretização do meu sonho!

Sim! Meu tempo virá. E todos os hão de ver!

Sim! Meu tempo virá. Virá, virá, está chegando!

Sim! Meu tempo virá. Me preparei a vida toda para isso!

Sim! Meu tempo virá. Serei feliz... bem feliz!

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O ritmo das letras

Uma sinfonia muda, Harmônica,

Que dita o ritmo melódico. Detalhe sutil,

Que te tão essencial E necessário

Passa por despercebida nas canções. Liga e da liga.

Forma o compasso exato, Traça acordes;

Muito além das rimas, Tem o seu próprio tempo! Na partitura a letra dura.

Dança nas linhas das notas, Entrelaça entre si.

Nota? Ela se faz notar! Brilhando entre estrofes, e

Em sílabas sonoras. Convenientes,

Ordena e adorna Cria música...

Da INSPIRAÇÃO!

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Desorganização

Não sei quem fui, Talvez saiba o que estou me tornando.

Tenho um rumo, Que nele me perco.

Organizo ideias, a fim de saber; Bagunço tudo...

E faço-me desorganização!

Acho... suponho... Meus passos, sei de por.

Perfaço, transpasso O todo que sou,

Sou inteira Desorganizada!

Ordeno minha história, Na ânsia de entender.

Penso... penso... Nada mais

Nada menos... Pensamentos!

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Decantador

Decante a dor! Cante melodias de amor.

Suplante a dor! Inspire-se com amor.

Exala teu ser sofrido!

Em celebração, e não em gemidos. Pois teu verso, não pode ser comprido!

Ele trás a marca do que já tenhas vivido.

Decante a dor! Tire impurezas da sua cor.

Faça belo, todo o horror Destilando em flor!

Só assim vencerás!

Suas palavras; eternizaras. A dor, sim, vai passar

Ao invés do choro irás cantar.

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Maurélio Machado

Nasceu em São Bento do Sul (SC). Escritor e poeta. Casado com Karim Voigt, pai de Daniela, Fernanda e Fábio Luis. Netos: Giovanna e Eduardo. Formado em Ciências contábeis pela Univille - Universidade de Joinville/SC, com vários cursos de especialização em finanças, economia e administração. Membro da Academia Parano-Catarinense de Letras, ocupando a cadeira de nº. 41. Membro da Diretoria da Oficina de Poetas - formação de jovens poetas nas escolas públicas. Membro da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul. Atualmente é colunista do Jornal Evolução de São Bento do Sul. Mérito Literário do Instituto Montes Ribeiro de Curitiba (PR). Administrador do Grupo POETEIRO DE RUA: https://www.facebook.com/groups/maurmach/?ref=bookmarks. Patrono do projeto PREMIUM - Poesias & Textos. Livros publicados: Poeteiro de Rua (Clube de Autores). Infinitas Saudades, Palavras de Amor e

Paixão, Sufocadas Paixões - Poemas Card (Editora Bookess). Antologias publicadas: Além-Mar

das Palavras, Premium V, IX e X – OURO, Platinun I (Editora Bookess). Tem participações em diversas Antologias no Brasil e em Portugal: - Vida, Motivos, Degraus (editora nova letra). Encontro Feras da Poética do Mindim - Luna Di Primus (90 escritores) Diamantes III e IV (Editora Berthier).

Contatos:

[email protected] http://www.recantodasletras.com.br

http://poeteiroderua.blogspot.com http://www.facebook.com/groups/maurmach/. http://www.jornalevolucao.com.br/colunistas/30/maurelio-machado.

http://rencantodasletras.50webs.com/maurelio.htm Facebook: https://www.facebook.com/maurelio.machado?fref=ts

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Um dia talvez

Sonhos loucos de menino Doce aventura presente

Ah! O imponderável destino Alma doida, aventureira Bate o coração ardente

Peripécia derradeira.

Pelo mundo a viajar Buscar novos caminhos Novos rumos encontrar.

Nas viagens pelas cidades Pinçar almejados destinos Controlar as ansiedades.

Jovens sofrem precocemente Buscando sonhados sonhos Em situações comoventes.

Mantendo sempre a altivez

Controlando olhares tristonhos O amor, um dia talvez...

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Predestinada

Você nasceu pra ser feliz Tire dos ombros esta cruz

Não haja como aprendiz Siga altiva para a luz.

Seus tristes momentos

Deixe-os nas noites vazias Sorria, basta de tormentos

Já se aproximam novos dias.

Da vida encantada e passageira Alce voo rumo à felicidade

Tome a lua por companheira.

Vá, nas noites com leveza Não se aninhe na saudade

Rara flor da natureza.

Dia feliz Amanheceu gris Aos poucos azulando Manhã sonolenta Tarde de sol De muita beleza Só sonhos e sorrisos Belo final de tarde Maravilhoso arrebol.

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Lacunas

Aquele pobre analfabeto funcional Não passará de menino de recado Sem perspectivas na comunidade

Será sempre considerado anormal.

Sem entender simples textos Pobre coitado terá dificuldades Nos emaranhados de contextos

Traços elaborados pela sociedade.

Viverá a experiência rude e hostil De um pobre analfabeto de fato

Situação de desencanto, muito vil.

Pobre ser de capacidade limitada Em sua mente nebulosa, o hiato

Vida cruelmente tenebrosa...

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Coisas do coração

Levito sob tua iluminada presença Calados sorrisos me transportam

Para labirintos abundantes de flores Inebriam-me de perfumes e essências.

O Sol na manhã, amena sonolência... Ante a cascata límpida e borbulhante

Que serpenteia entre verdes ramagens Permitindo doce prazerosa convivência.

Maravilhosos sorrisos de alegria

Das entranhas do encantado amor Divinal a união no radioso dia!

Deixar-me louco, louco de paixão.

Queima lentamente minh’alma Estas coisas loucas do coração...

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Louca paixão

Que formosura teus seios, Redondos e cheios, Tão belos atributos,

Imagino colher estes frutos, Encantos do meu olhar.

Quero estreitar este corpo, Junto ao meu abraçar,

Teus mamilos entumecidos beijar, Sentir esta avermelhada boca,

Esta língua louca, Acariciar o fruto entre tuas coxas,

Deixar-me louco, deixar-te louca de tesão, Pousar tua perdida mão,

Na seta armada, Ela louca paixão,

Transpassar a gruta dourada, N'um vai e vem sem cessar de carícias,

Até o clímax, à exaustão. Delícias de amor, delícias!

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Insanidade

Insone procurava abrigo na oração Estranhamente nada a consolou

Então se embebedou na madrugada Na manhã resquícios de vômitos no chão

Estranha dor no corpo, sensação Uma vida perdida, nada...

Era a própria mulher perdida no éter.

Outono O frio assolou nossas terras Lembrou muitas guerras Acendeu lumes no sul Iluminando o céu azul Despertou ciúmes Exalaram-se perfumes Do que foi e não será... Oxalá... Campos cobertos de neve Alegria breve Almas alvas em sacrifício Eterno ofício Outono de reflexão A espera do verão...

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Amanhecer

No esplendoroso amanhecer Maviosos cantos das manhãs

Brumas no tênue alvorecer Canários, sabiás e jaçanãs

Se agitam em revoadas Os pequenos da floresta Farfalhar nas ramadas

Verde natureza em festa.

Tanger de sinos na ermida Anunciando luminoso dia Prenúncio de despedida

Malfadada nostalgia.

Árvores e flores do campo Aromas em cores selvagens Cascatas em suave acalanto Bucólicas, ermas paragens.

Silêncio por si grandioso

Sente-se a mão do Senhor Neste rincão gracioso

Esperançoso de paz e amor.

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Criança

Eu entendi... O teu linguajar carente.

Eu entendi... Que é preciso dar-te amor e atenção.

Eu entendi... Que carinho é imprescindível para ti.

Eu entendi... Que temos que te passar confiança.

Eu entendi... Que ternura é essencial para uma amizade.

Eu entendi... Que o sorriso te deixa feliz.

Eu entendi... Que todas nossas ações devem ser sinceras.

Eu entendi... Que serei teu amigo sempre e sempre.

Eu entendi... Que a boa educação te fará um ser humano valoroso.

Eu entendi... Que sem amor de nada valerá todo o resto!

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Das sombras à luz

Poluíram águas, cidades e campos

Deixaram a natureza depredada Perderam os todos os encantos Desta terra outrora abençoada.

Passaram-se muitos e muitos anos O homem aprendeu as duras lições Que amargura destes desenganos

Não perduraram as fatídicas ilusões.

Nasceu num dia ensolarado, a criança Das sombras, plúmbeas das desilusões

A dulcíssima ansiada esperança!

Encantadora

Vem amor

Me diz de teus desejos

Quero dar-te beijos

Intenso sabor.

Deita em minha cama

Despojas de tuas vestes

Digas que me amas

Que tu quiseste

Sentir o sabor

De nosso encantado

E desejado amor!

Diga AMOR!

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Terra tupiniquim

País de gente honesta Não existem falcatruas

Dizem: a raça não presta Pelos protestos de ruas.

Pelos protestos de ruas

Dizem: a raça não presta Não existem falcatruas País de gente honesta.

Políticos respeitados

Seres de muitos labores Eles locupletados?

São calúnias, dissabores...

São calúnias, dissabores... Eles locupletados?

Seres de muitos labores Políticos respeitados.

País de gente honesta.

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Rita Padoin

Nasceu em 16 de fevereiro de 1962 na cidade de Urussanga (SC), onde vive e trabalha. Auditora Administrativa, Escritora e Poetisa. Graduou-se em Administração de Empresas, pela instituição UNIBAVE - Universidade Barriga Verde. Pós graduou-se em Gestão Financeira e Recursos Humanos, pela instituição UNIBAVE - Universidade Barriga Verde. Pertence a ACPCC - Associação dos Contistas, Poetas e Cronistas Catarinenses. Participou da 7ª e 8ª Antologia da Associação dos Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses (poemas, 2011 e 2014); 1ª e 2ª Antologia dos Escritores da Grande Florianópolis (poemas, 2012 e 2014); Antologia a Flor da Pele (poemas, 2013), Antologia Nasce um Poeta (poemas, 2014), Antologia Além Mar das Palavras (poemas & frases, 2015), Antologia Premium IV (poemas, pensamentos e Textos, 2015), Antologia Premium Ouro (poemas e Textos, 2015). Publicou: “Alma do Mar” (poemas, 2010), “O Despertar do Silêncio” (pensamentos, 2012), “O Som do Invisível” (poemas, 2013) e “Amor na Areia” (poemas, 2015).

Contato:

[email protected] Blogs e páginas:

http://essenciadaalmahumana.blogspot.com http://almaemar.blogspot.com http://www.liberarti.com/utenti.cfm?id=4130&rita_padoin http://www.bookess.com/profile/ritapadoin/

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Sugestões As sugestões são sempre bem vindas. São sugestões, não imposições. Eu particularmente adoro uma sugestão. Geralmente ela se encaixa direitinho naquilo que eu estava esperando ouvir. Sempre tiro algo proveitoso de uma sugestão. Já que não são imposições e sim sugestões, aí vão algumas que fazem parte do meu dia a dia e dá certo. Leia muito. Mesmo que o que você estiver lendo não esteja em consonância com o que pretende atingir. Descobrirá com o tempo o tipo de leitura que mais condiz com o momento e com a leveza d’alma. O livro é um meio de transporte que nos leva as mais belas viagens. Por isso, leia. Leia nos livros, nos jornais, nas revistas, nos outdoors, na internet, nos muros, leia onde os seus olhos enxergarem. Escreva. Mesmo que seja sem nexo, sem uma direção certa. O papel irá lhe ouvir sem falar nada. Apenas escreva. Coloque no papel o que o coração e a alma sentem. Escrever relaxa o espírito. E não tem amigo mais fiel que ele, não é mesmo? Cante. Cante muito. Cante sem parar. Mesmo que a sua voz seja desafinada. Quem canta espanta a tristeza e os dissabores. A música traz paz e leva a tristeza embora. Cante alto, cante baixo, cante em silêncio só para o seu pensamento ouvir, cante junto com a música, cante sozinho no banheiro, na rua e em qualquer lugar, mas, cante. Pinte. Pinte muito. Pinte, mesmo que a pintura seja apenas cores misturadas. Pinte o muro, a tela, o tecido, o papel, o cabelo, as roupas. Pinte as paredes da casa, as janelas, as cadeiras, os pilares. Pinte sem parar. Pinte o sete, se preciso for. As cores alegram a nossa vida. Desenhe. Rabisque. Use formas. Deixe sua marca no papel, faça desenhos enquanto fala ao telefone, faça riscos enquanto estiver pensando na vida, faça traços coloridos nos intervalos de tempo, traços pretos e brancos. Não importa. O que importa é que deixamos nele um pouco de nós. Não deixem as folhas brancas sem algo. Elas foram feitas para serem usadas. Viva. Mesmo que os tropeços lhes façam querer desistir. Seja persistente. Tenha ideal de vida. Tenha fé. Não siga muitas regras. Saia um pouco fora do contexto. Nem sempre tudo precisa ser à risca. Sinta. Feche os olhos e sinta. Sinta o mundo girar. Sinta a vida em constante metamorfose. Sinta a rosa desabrochando, as estações mudando, as sementes germinando, sol nascendo e se pondo. Sinta a lua e suas fases. Sinta você em constante mudança. Apenas sinta. Ouça. Ouça o gorjear dos passarinhos, o canto do vento, o murmúrio das ondas do mar, as folhas caindo, os passos, os movimentos da vida, o tamborilar da chuva, ouça o som do invisível, é nele que tudo se move constantemente. A vida é um constante vai e vem de surpresas inesperadas. Que tenhamos a sensibilidade de poder ver, ouvir e sentir os seus sinais.

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A vida A vida nos dá a oportunidade de ser o que somos. De aprender e desaprender de acordo com as nossas regras e leis; depende apenas de nós. Nada é imposto se não aceitarmos. Viver requer sabedoria de entender e decifrar os sinais emitidos todos os minutos. Há muitas razões de estarmos onde estamos e de sabermos quando chegou a hora de partir, porque as cortinas se fecharão no momento exato de se retirar de cena. Quando as cortinas se abrirem novamente será a hora de iniciar uma próxima temporada no teatro da vida e aí sim, será o recomeço de mais um ciclo novo. Assim é a vida, um palco de emoções onde os artistas somos nós.

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Ao chegares Ao chegares limita-te a ficar a uma distância que eu consiga olhar dentro dos teus olhos e ver com transparência o brilho do teu olhar. Permita-me analisar cada detalhe que por alguma razão ficou vago num tempo esquecido. Mas, não deixes que o limite seja muito espaçoso e acabe atrapalhando o momento. Destruas as barreiras, ultrapassa os limites, faz me sentir insuportavelmente plena. Deixa o tempo aproximar os anos, deixa os anos romperem o lacre do desconhecido, deixa o mistério da circunstância desvendar o que ficou num baú adormecido, deixa que o invisível destrua as algemas que prenderam uma dor. Aproxima-te devagar, derrama toda a essência de um belo e inesquecível intervalo entre a saudade e o efêmero momento de expectativa. Não permitas que o relógio do século pare e destrua o que ele mesmo trouxe à tona. Ultrapassa o véu da agonia e deixa o vento levantar este véu permitindo que olhemos com clareza a surpresa deste instante. Chega mais perto, quero sentir o frescor da primavera que trouxe o brilho de uma saudade. Vem, não tenhas medo, não deixes que o medo o impeça de prosseguir. Dá mais alguns passos e sentirás que nada mudou. Senta-te, vamos brindar degustando o que o momento nos reservou.

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Com certeza Se for para invadir meu mundo que seja para valer, que seja sem muitos rodeios. Adentre com convicção, com certeza, não acorde minha felicidade, não desperte a saudade, nem cultive expectativas se não for para ficar. Deixe as delicadezas de lado, o romantismo adormecido, as gentilezas fora do contexto, afinal de contas você está só de passagem e esta sua vinda foi só um acaso. Nada foi programado. O destino apenas quis provar que tudo ficou a uma distância adormecida, nada será sólido se não for unido com convicção. Analise a situação. Cada dia, cada mês, cada ano, tudo foi evoluindo sem que tivéssemos planejado, fugiu do nosso propósito, ficou longe do nosso entendimento. Mesmo assim foi bom o reencontro do passado com o presente. Movimentou as águas serenas, demoliu os muros que dividia as certezas das incertezas, despertou o rubro e forte sangue das veias que permaneceram estáveis a um longo período. Pare de verbalizar, ninguém mais aguenta esse tipo de coisa. Vejamos: nada mais importa, a não ser os que nos deixe com a certeza de que tudo vale a pena. Arriscar o que? Nada. Nada tem para arriscar, a não ser uma certeza dentro da outra. Ninguém mais quer incertezas, inseguranças, dissabores; o que importa hoje em dia é a certeza do que vamos sentir. Portanto, se for para ter certeza, com certeza.

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Autenticidade Para me atingir é preciso estar no mesmo patamar. Não admito e nem deixo entrar quem eu não convido. Minha sala de estar está sempre aberta para aquelas pessoas de alma limpa, de espírito puro e livre como o meu. Não tolero pessoas de duas caras, que vai aonde a onda leva. Tem que ser autêntico (a). A autenticidade é um documento de identidade que carregamos desde a nossa concepção. É a certificação que mostra quem realmente somos. Só me convide se realmente me considerar uma pessoa que está à altura do convite, senão, deixemos de hipocrisia. Deixemos de lado as cerimônias. Só pessoas hipócritas fazem convites sem importância. Só os hipócritas acreditam que estão sendo generosos e autênticos fazendo isso. Só os hipócritas se auto-intitulam as “celebridades do momento”. Só os hipócritas não têm créditos nem com eles mesmos, quanto mais com os outros. Vivemos numa era em que tudo está tão virtual, tão frio, tão sem emoção. Sejamos diferentes, quentes, arrojados, fortes e com ideais. Sejamos pessoas de bem, pelo menos enquanto convivemos com pessoas. Sejamos humildes enquanto pobres mortais. A arrogância só tem espaço para aqueles que vivem num mundo de ilusões.

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Pedi licença a tristeza Pedi licença à tristeza e abri caminho para que a felicidade entrasse. Abri a porta e assim que entrei, percebi a tristeza parada me observando. Olhei-a e fiz sinal para que ficasse lá fora. Dei a entender que aqui dentro não havia mais lugar para ela, somente para as alegrias. Assim que entrei e fechei a porta, senti certo alivio. Porém, ao olhar através das cortinas a tristeza continuava lá fora, cabisbaixa e triste, esperando para entrar. Lembrei-me do meu passado. A tristeza esteve ao meu lado um terço de minha jornada. Caminhamos juntas durante todo esse tempo e nunca percebi o quanto ela me fazia mal. Apenas caminhávamos lado a lado. É verão e o sol está escaldante. Entristeci ao vê-la assim. Porém, os caminhos somos nós que traçamos e se eles deverão ser bons ou ruins também. A tristeza escolheu o seu destino. Ela preferiu viver desta forma, na tristeza. Ninguém poderá escolher ou traçar o destino por ela. Eu decidi traçar o meu de outra forma. Abri caminhos e deixei as coisas fluírem naturalmente. A vida foi muito generosa para comigo. Se eu fizer uma retrospectiva, verei que ao longo dos anos eu conquistei coisas que eu mesma não acreditaria, se contasse. O universo me deu o que soprei para ele. Foi como um vai e vem. Um espelho, que reflete aquilo que emitimos. E se eu for relacionar aqui tudo o que me aconteceu de bom, faltariam folhas. A vida apenas me acolheu. Eu deixei o medo de lado e me doei ao mundo. Senti necessidade desta conexão e me permiti. Assim é a vida. Ninguém poderá nos ajudar a encontrar a felicidade. Nosso destino e nossa felicidade estão em nossas mãos.

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Recomeço

Uma visão, uma mão sobre o vidro da janela. Um pensamento alheio, longe, vago, distante.

Um destino a ser traçado, uma nova vida a ser definida. Olhos distantes buscam o vazio. Vidas não vividas.

É noite. A cidade acordara. O breu lá fora apavora.

As luzes ultrapassam as cortinas que através do vidro emolduram a sala. O medo ficou do lado de fora. É tempo de repensar, de ir além.

O que estava guardado a sete chaves e o que estava oculto veio à tona.

O Jazz toca na vitrola. A nostalgia se fez presente. O passado trouxe lembranças de um tempo que desconhecemos e que

precisava ser vivido hoje. Resquícios de uma vaga lembrança. Um filme.

Nossa música, um vinho na taça, um brinde, uma dança.

Uma caneta esquecida no móvel da sala. Um pedaço de papel sobre a mesa. História para contar.

Relatos que nem lembrávamos e que um dia fez parte da nossa história. Vem! Chegou a hora. Precisamos revirar as páginas.

Recomeçar. Reescrever. Reinventar, ou talvez deixar acontecer.

A madrugada se despede neste momento e eu preciso partir. O que precisava terminar, o tempo se encarregou de levar. Um novo período irá começar. Uma nova porta irá se abrir.

Uma nova chave no chaveiro. Um novo tempo e uma nova escolha.

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Um ponto

Tudo, aliás, é um ponto. Um ponto incerto. Um ponto sem nó.

Um ponto de interrogação. Um nó atravessado.

Uma incerteza dentro da outra. Uma exclamação.

A vida

A morte Meu norte Meu nada Meu tudo

Verticalizado Nas ruas desertas.

Assim, aliás, é o meu mundo

“Enigmatizado” Energizado

Sem uma pretensão Apenas uma razão

E uma loucura.

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Houve um tempo

Houve um tempo em que eu abria a janela e tudo era colorido. Hoje, ao lado da sacada, apenas um vaso vazio.

As flores secaram e eu nem percebi. Restaram apenas as suas raízes mortas, tão mortas quanto o momento presente.

Na rua o que me parecia óbvio, a solidão falava uma linguagem desconhecida.

Olho da sacada as pessoas passando

e nada me diz de concreto. Os carros passam a uma velocidade que mal posso vê-los.

Os passarinhos cantam enfileirados no fio como se fosse um coro. O canto preenche o vazio do momento e o silêncio apenas observa.

Os jardins estão sem vida.

As flores se recolheram talvez, porque é outono. Tempo de recolhimento.

Talvez, eu também esteja em recolhimento.

Já abri a janela outras vezes e da sacada as flores sorriam para mim. O vaso que está vazio, já floresceu.

Era tempo de floração. Era primavera.

Estou feliz em saber que tudo é do jeito que precisa ser: Que a vida é um pulsar de energias vibratórias,

que as primaveras vêm e se vão. Nada será diferente do que tem que ser.

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Loucuras de um dia qualquer

Quero o tudo e o nada. O sim e o não.

As loucuras de um dia de verão. A introspecção de um dia de inverno.

As coisas boas e doces. Não quero as inverdades,

nem as poucas palavras em o tempo corrido Quero os segredos de um dia de outono.

Os primeiros raios de sol a banhar meu corpo. Quero todas as verdades

Todas as noites enluaradas.

Às vezes choro e noutras eu sorrio. Às vezes as lágrimas teimam em sair,

noutras as retenho e elas acabam me inundando, Às vezes sinto raiva e noutras o amor me abraça forte, Às vezes sinto desejos e noutras o desejo me corrói,

Às vezes as loucuras me trazem recordações, noutras as recordações se esvaiam.

Num dia quero-te perto, noutros prefiro a distância. Assim, o tempo passa sem que eu perceba

e com ele passo também.

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Severiana Paulino Rodrigues (Séve)

Nasceu em Águas de Santa Bárbara (SP). Reside e trabalha na cidade de Iaras (SP). Escritora. Pedagoga na Fundação CASA. Graduada em Pedagogia pela FREA - Fundação Regional Educacional de Avaré - Faculdade de Ciências e Letras de Avaré, (1997). Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela FSP - Faculdade Sudoeste Paulista - Avaré, (2010). Revisora de textos para outros escritores (as). Administradora de várias páginas na internet e grupos de diversos assuntos e temas, com exclusividade para assuntos ligados à cultura, educação, políticas públicas e literatura. Minha inspiração que tem como tema preferido o amor e o romantismo nos seus escritos. Mais se inspira em temas do dia a dia também. Desde 2008 participa como escritora quando teve selecionada num concurso cultural a sua carta de combate ao racismo que foi publicada no livro Racismo: São Paulo Fala. Cartas selecionadas da campanha cultural 120 Anos de Abolição - Racismo: Se você não fala, quem vai falar? Lançado pela Ipsis Gráfica e Editora, 2008. Tem uma participação no livro de Antologia Poética “O Diário das Almas Femininas”, lançado pela Editora Sanches 2015 e “Platinum I”, lançado pela Editora Bookess 2016.

Contato:

[email protected] Página:

https://www.facebook.com/severianapaulinorodrigues

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Mamãe

Como te descrever Uma flor que destila o perfume

De uma mulher guerreira De uma donzela do amor.

Carrega consigo uma luz serena Sempre com sorriso nos lábios

Cuidadosa e vive a zelar Com carinho de seus filhos.

Te admiro mamãe

Por tudo o que tu és O que representa nesta vida Tecendo a trama do coração.

Você é a vida que está na morte

O brilho do ouro que reluz O meu jardim de flores

O maior amor do mundo.

Doa-se completamente Se preciso for até morrer Mamãe, a figura blindada

Única, exclusiva, te traduzo em poesia.

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Alienação

São tão contraditórios os homens Tão vulneráveis diante da vida

Sendo incautos e irresponsáveis Diante da própria história.

Quanta imaturidade num mundo

Prevalecendo a frieza e indiferença Defendendo seus próprios interesses

Num individualismo que nada mais lhe importa.

Sem princípios sólidos e consistentes Absorvendo tempo em futilidades

Tão inconstantes em posições definidas Tornam-se máquina sem amor.

Vive peregrinando na instabilidade

Acredita na autossuficiência, Mas não sabe qual caminho é certo

Diante da vida não sabe compreender coisa alguma.

Sob seus pobres ardis É questão de sobrevivência

O pão de cada dia e os negócios Na neurose coletiva e da alienação crescente.

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Lembrança

O som que vira silêncio na imensidão Um suspirar a liberdade Auriceleste na escuridão

A rósea brisa invade.

Nos flancos da água viscosa Embalando por entre as correntezas

Nos fragmentos no descortinar da aurora Em movimentos seculares transbordando belezas.

Tão desprendido entre os floridos campos

No azul do horizonte Acordando os verdes jardins e os negros pântanos

Entre a formosa pedra diamante.

É o dançar pelas ruas policromas Exalando o perfume da paixão

Nas saudosas grandezas remotas Faz ninho no campo coração.

Lembrança que traz saudades

Sua sombra perdura além da vida Ao compreender a realidade

No momento da sua despedida.

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Margens da memória

Entre as vastas solidões Para além de hoje e de outrora

Nesse mar de imensidões Onde descortina a aurora.

Nas chamas de fogo inolvidáveis

Brilhando lanceoladas alvuras Extenuantes em redor insaciáveis A farfalhante da intricada moldura.

É a lágrima que faz doer o coração

Me faz triste, no exaustivo temer Ao relembrar você com emoção E na saudade desejando te ver.

Dono das saudades minhas Quando sofro em silêncio Registrado nessas linhas Esse sentimento intenso.

Nos desfaz diáfanos sobrevivente

Esse é o registro da história Rumorejante em mim ardente

Registrada nas margens da memória.

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Memória para sempre

Falar não é preciso Ser fulgem em fuga das vozes

Ao ficar pensativo Tornando em piques velozes.

Esse sentir entre a morte e a eternidade

O amor por ti está guardado Te declaro na sinceridade

Jamais deixares-te de lado.

Ah! Esse coração alado Flutuando numa dor sem fim Por dentro chora magoado

Ao saber que se esqueceste de mim.

Ao som da música presente Com a fluidez do ritmo eternal

Abre-se entre lábios sorridentes Esse sentimento em emoções e carnal.

Você em alegoria

Flechas agudas reluzentes Nessa minha alegria

Estarás guardado na minha memória para sempre.

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Amor platônico

Esse sentimento de estranho enredo No horizontal do silêncio prevalece

Carregado de rancor mágoas e medo Apenas ao sonho enobrece.

Hão de responder em silêncio

Através de diversos e longos suspiros No balançar e ritmo do vento

Ao sentir que por você eu respiro.

Ao abrandar a saudade Da tão terna distância.

A dor que no peito invade

É mera circunstância.

O tempo se dissolve Nesse longo caminhar E você nada resolve

A respeito de nosso amar.

É um longo esperar Esse tempo íngreme irônico

A respeito dessa esfera, Guerrear na espera desse amor platônico.

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Chance ao coração

No raiar dessa emoção Entre baralhada história

Nesse meu coração Será declarada a vitória

Igual onda no meu peito o silêncio

Nesse ritmo inquieto As saudades minhas invadindo com o tempo

Ao gritar em meio ao eco.

A vaidade prolixa vidente Exprime o sentimento

Em mar eminente Agonizando o sofrimento.

Ser inesquecível

Fulgem em diamante Pelos subterrâneos do possível

Acalmar esse coração dilacerante.

Poderia o sentir torna-se estático sem ação E no zumbido do silêncio aprisionado

Dar uma chance ao coração Ao longo esquecido e que guarda o amor enraizado.

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Reflexo

Resultar na defronta mobilidade Na defesa adequada ou na ação agressiva

Enfatiza na expressa flexibilidade Acentuam-se certas medidas defensivas.

Oneram-se as forças de direção

No crescente êxito disperso Nas extensas análises voltadas a condição

No momento frustrado o inverso.

A vitória é recompensa De princípios concretos eficazes

Destinando-se a essência No chamado campo de possibilidades.

Embora se questione a tradição

Implementando as chamas conflagrarem Converter em felicidade a exasperação

A favor do vento posicionarem.

Se ao mostrar a extrema disruptivo Caracterizando o desconexo

Vigorando desse modo o destrutivo Ao reagrupar a imagem do próprio reflexo.

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Fluxograma evolutivo da personalidade

Conhecer e amar suas potencialidades Diante da perspicácia na própria grandeza

Encarar as novas oportunidades Interagindo para a solução de seus próprios problemas.

Ame com simplicidade e de coração

Experimente acreditar no amor Vivemos numa época de muita emoção

De muita superficialidade e pouca riqueza interior.

Corremos atrás de aventuras e novidades De um mundo em que tudo é forçado

Que infalivelmente nos invade Como se um terno e gravata fizessem de alguém um homem realizado.

E deixamo-nos envolver E também nos manipular

Por questão de status nos manter No vazio e sedento teleguiar.

Quantas impurezas e disfarces neste mundo Escondido atrás de uma impecável aparência

No disperso do profundo Isso mudará a partir de quando adquirirmos consciência.

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A outra face

Quão obtidos com esforço que serão perdidos Empreendendo uma analítica ponderação

Metaforicamente limitado ao escondido Sintetizando os princípios básicos da fusão.

Abstraídos ao momento inexpugnável

Empregando os recursos táticos de defesa Tornando eminente e admirável

As embocaduras de ravinas nobrezas.

Descrever a prática de erigir Permitindo a flexibilidade

Com a paliçada infletir Paralelamente dentro da visibilidade.

Sintetiza a perspectiva Na confiança e ousadia

Equivalendo o ponto de vista E na busca de harmonia.

Obter êxitos relutantes de prestígios é fundamental

Salientando o conhecimento com base No expresso caráter pessoal

Ao revelar a outra face.

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Solange Moreira

Nasceu em 3 de Dezembro 1972, na cidade de Belo Horizonte (MG). Vive e trabalha em Belo Horizonte (MG). Escritora. Poetisa e profissional liberal na área de vendas. Graduou-se em Letras, pela instituição FUMEC - Universidade Fundação Mineira de Educação e Cultura (1997). Coragem vestida de um aquecido manto, seguro e não esquecido. As mãos firmes, os pés que sustentam corpo e a vida, com equilíbrio aguentam. O caminho que segue e não é conhecido. E assim ela vai sempre em frente destemida. Muito boa seria esta imagem se não fosse temida. O ser tão pequeno ser, frágil desconhece a ida, e tão pouco a saída, viajante de terras desconhecidas. Ansiedade sentimento inerente a qualquer vontade. Diante do não saber o que seja o dia seguinte, bondade é o que se pede ao Divino e lutar com força e dignidade. Fazer do medo um companheiro e aliar-se a ele. E combatê-lo com a arma da razão e também da superação, diz a poetisa. Participou no “Projeto Premium”, Premium VII e

Premium X Ouro (poesias 2015) - Bookess Editora.

Contato:

[email protected] Blog e Páginas:

https://www.facebook.com/comolhosdaalma/timeline https://www.facebook.com/smoreiradesouza?fref=ts http://www.bookess.com/profile/smoreiradesouza/

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Lírio branco

Lírio que faz o meu olhar contemplativo,

Intuir a pureza e a leveza, levitar sensitivo... Criador divino, sublime inspiração, só um Ser. Magia em formato de flor, onde se pode ter,

A eternidade momentânea, do que seja amor. Baila o vento e espalha o seu delicado olor.

Fragrância dos deuses eleva o espírito, sensação. A beleza pura e frágil, um suspiro, admiração...

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Silêncio do vento

Tu foste o maior Enredo da minha vida. O amor mais amado.

O carinho mais esperado. A voz mais sonhada,

Quero te ouvir novamente. Palavras que só tu sabias me dizer.

Viajo dentro do meu coração. E encontro-te.

Sinto a emoção, Deste tão lindo sentimento.

Vago e solitário. Partiste.

Mas deixaste gravado na minha alma, Uma linda fonte de águas puras,

Como o cristal que reflete As cores do arco-íris.

Ainda amo-te. Este é o segredo,

Que o silêncio do vento, Guarda junto com o tempo.

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Trilha

Um som longínquo e deserto, Capaz de atravessar decerto,

A fragilidade total de um corpo. Sensível é a lágrima, um choro.

Cristalina emoção que jorra...

O acaso, sofrida é a hora, Mas cai transparente e pura. Sem censura a dor que cura!

Tão distante, tão perto e real, Ao momento se entrega leal. Sentimento dignificado, agora Acalma, uma trilha sonora...

Caminho, significado da vida. Paisagens, passagens, a ida. Trilhas, vencidas e vívidas,

Ou não; no coração, divididas...

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Retrato

Tenho o nosso mais belo retrato, Guardado dentro do meu coração.

Aquela foto de quando a vida e o amor Era a minha maior emoção.

Quando não existia a minha solidão. Este porta-retratos está em cima da estante.

Fico diante dele E só consigo ver uma imagem sem movimento,

bem distante do sentimento que era o nosso antes. Então o deixei na estante, como um adorno.

Mas o coloquei dentro de mim. Lá ele ganhou vida, ganhou calor.

Integrou-se a minha alma. De lá busco e sinto as lembranças de tão lindo amor.

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Inspiração

A inspiração às vezes caminha longe e foge. Sem generosidade e sem despedir-se, corre.

Não aceita a alma distante e tão distraída. Com o tempo revirado, ela sente-se retraída. Ela precisa de quietude, paz e concentração. Da compreensão e profundidade do coração.

É bem verdade, que intrínseca é a sua vontade. Olhar para o universo, desperta a sua bondade.

Mas é um exercício que necessita ser diário. Mesmo quando o terreno está triste e árido.

O verso vem bem devagar tranquilo e tímido, Mas com sensibilidade ele traz o seu sentido.

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Eco

Que estranheza absurda Que faz a alma ficar muda.

Ela tão falante, tão presente, Saltitante; tornou-se ausente.

Momentos?

Sentimentos?

Pergunta difícil de responder Ou talvez um querer esconder.

Um abismo tão profundo, Somente um eco lá no fundo.

Melancolia arrasta a tristeza,

Angústia de viver com certeza.

O coração, ele pressente A esta emoção que se sente, Será finita... o ecoar da hora, Irá aproximar-se do agora...

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Louco

Gostaria de uma poesia que tocasse a alma, Como uma melodia que de tão bela acalma.

A primavera, renovação, o encantar das flores. A alegria da emoção, paixão e dos amores... A existência fazendo reverência à natureza,

Expressão maior de um Divino Ser, com certeza. O luar, as estrelas, tantas belezas, o sentimento.

Mas, infelizmente a estranheza invadiu o momento. Falar das rosas, que aceitam tão bem os seus acúleos.

Diferente da indiferença em que vive este mundo. Oco, louco se tornou o humano ser, A briga, a competição pelo poder...

Que pena esta realidade, Sem magia de verdade...

Obs.: Pode ser lido de baixo para cima.

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Despida flor

Sofrida vida, despida dança a bailarina, Na escalada da noite, ela brilha sozinha. Solitário ser, que tem sentimento e dor,

Passam por cima do seu pudor...

Vida fácil, ironia. Quanta agonia!

Ela, com seu sorriso forçado,

Engana o seu coração calado. Amanheceu um novo dia, Ela vê o sol com alegria.

Alma desmaiada e sem cor,

Corpo cansado e sem amor...

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Ausência

Quando o sol se puser e a noite chegar, A luz trêmula e fosca irá se apagar...

Terei a claridade do luar e a força das estrelas. Voltarei à insanidade febril e ouvirei o som delas

Elas irão me envolver, num mundo diferente. Sentirei as minhas veias pulsando, ausente...

Presente da mente, um sussurro distante, oculto. Como uma linda canção, a paz, um tributo.

Antepassados tão vivos e amados neste coração. Elas, estrelinhas solitárias, um ponto no céu,

Envolvidas em uma vida, num fino véu...

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Alma

Com fios de ouro se borda uma alma. Linhas finas tecidas com muita calma. A cor pode ser lilás, azul ou amarela.

O importante é o sentimento dela. Delicada, uma donzela profunda... Frágil criança, esperança fecunda.

Áurea que brilha sentido oculto. Habitante do corpo, um culto...

Sem o tempo, sem o lugar, perene. Semelhante ao vento solene...

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Tais Martins

Escritora, Professora Universitária, Advogada e Coach. Membro da Academia Brasileira de Letras seção Minas Gerais - ocupando a cadeira Machado de Assis. Membro da Academia de Letras Jurídicas - Seção Minas Gerais titular da Cadeira Rui Barbosa. Membro da Academia de Letras Alubra de Araraquara (SP). Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni (MG). Colunista na Revista Orizont Literar Contemporan da Romênia. Colunista da Editora Illuminare. Delegada Cultural pela Escbrás. Premiada com a Medalha de Honra ao Mérito Fernando Amaro concedido pela Câmara Municipal de Curitiba pelo Livro Anjo Negro - Poemas que escondem Histórias. Contemplada com o Título de Cidadã Honorária de Curitiba em 2014 pela Câmara Municipal de Curitiba. Contato:

[email protected] Página:

https://www.facebook.com/tais.martins.75?fref=ts

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Trêmula lembrança

A dor austera que hora me invade É uma lembrança dolorosa de saudade No sentimento vazio da espera inóspita Da felicidade prometida na infância...

Incontáveis sonhos revestidos

Embalados pelos laços e vestidos A alegria era uma caixa em laçarote

Enfeitada pelas datas de calendário...

E nesse sonho simbólico e nunca fenecido Esperava na tenra idade não ser corrompido

Pela cruzada que a vida nos agrega Dos sonhos coloridos pela felicidade...

Quanto nos valem as lembranças

Perpetradas nas fotos e nas esperanças Onde podemos guardar quem fomos

Para saber um dia quem ainda seremos...

Como queria encontrar a menina Escondida na alma que me contamina

Quando ainda danço na chuva Ao retornar ao caminho da antiga casa...

Os muros possuem outras cores

E onde moravam os meus antigos amores Habita ainda a minha fé nos pulos de amarelinha E no pega-pega entre o crepúsculo e o poente...

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Delírio comovido

Na distância que restou de nós Ainda me traz o momento atroz

Da sua delirante partida E da sua silente chegada.

Queria eu ter então partido

Antes do teu coração pervertido Invadir a minha casa branca

E meus espelhos transparentes...

Minha intensa e pequena quimera Dilacerada pela tua voz austera

Ainda ecoa nas cartas que escrevi E nunca pretendo enviar...

O odor da tua pele vazia

Ainda tateia minha mão macia Nos afetos que desejava

E não mais encontrei nas ventanias...

Vivi emoções de amor ocioso E o beijo antes calmo e delicioso

Verte na taça alcoólica Nas tentativas de esquecimento.

O que foi anteriormente simbólico

Resta enterrado no paraíso bucólico No faz de conta das emoções

Da princesinha fenecida no delirante final feliz...

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Névoa interior

As entranhas da minha alma trazem sentimentos contundentes Transito pelo passado esquecida de mim mesma.

Reanimo o rosto que morreu no futuro, Pois a menina feneceu no entardecer outonal...

Não houve beijos apaixonados em sua face

Nem promessas satisfatórias vindas de sua boca... Há uma estranha pressa naquele espelho Que pede socorro através dos meus olhos

Revivi as despedidas feitas nas escolhas que a vida exigiu...

Eu ofertei meu coração, mas bastava o meu sangue Para ceder ao prazer das nuances egoístas,

Emoções proibidas para corações honestos... A dor e o medo permeiam os poemas e o papel aceita todas as palavras,

Mas nem todos os ouvidos estão prontos para a verdade...

Calar é necessário e fastidioso, As cicatrizes ainda causam dor na pele refeita

As marcas não são aparentes, mas a chuva é vizinha das minhas lágrimas. Necessito do sossego que dei aos demais

Preciso aglutinar as palavras e os pensamentos Para afastar a sombra amarga que nunca desejei ser. Na altura da jornada é necessário esquecer dos outros

Para cuidar de mim...

Meu jardim não floresce no trânsito das estações Espero o findar do dia para que as palavras

Desabrochem na madrugada vazia com a ventania noturna, Disperso a paz que desejo - entre o amor e o ódio

Que posso escrever, mas não sou capaz de sentir...

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Flores amarelas

Pétalas límpidas de sútil poesia Beijam o caule como o último abismo

Cintilantes em sua melancolia Entrelaçam a beleza sem niilismo.

O ancoradouro das esperanças Envolvidas em caule e espinho

As folhas das boas temperanças Buscam abraços de verdadeiro carinho.

O incessante e presente tormento Que dura por segundos perfeitos O amor que convida ao abismo

Quando tudo é um mísero momento.

Num flamejo suave e doce Pouso sua boca entre os meus beijos Como se a mulher mais feliz eu fosse

Por aprender a lidar com os seus bons manejos.

A vida e a beleza possuem seu indecifrável desidério Porque mesmo as pétalas envolvem algum sortilégio

Sou como a bela flor servil e cheia de mistério Protegida por folhas e definhando sem privilégio.

Refletindo sobre seus amarelos andrajos

Replanto no jardim as pequenas flores de perfume Para que a vejam e roubem alguns dos gajos

As viçosas pétalas que ainda não perderam o lume...

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Escolhas perenes

“O fracasso quebra as almas pequenas e engrandece as grandes, assim como o vento apaga a vela e atiça o fogo da floresta”. Benjamim Franklin. Sozinha eu me entendo. Desentendo. Fico perdida e me reencontro. Volto os olhos para o espelho analisando a mudança de cor dos cabelos e os penteados malucos que gosto de inventar. Há tantas fotografias no meu álbum e muitas mulheres no meu íntimo. Procurei por pessoas que me deixaram perdida e encontrei palavras que amansaram meu coração. Imaginei amores palacianos em meio à plebe. Ofertei bons vinhos e sublimes histórias para infiéis ouvintes. A solidão ocupa minha alma mesmo soterrada entre grandes multidões. Afinal que reconhece minha voz e meu perfume de modo particular. Não há príncipes fora dos poemas e creio que alheia das letras – desconheço – aquilo que as pessoas nominam de amor. A filosofia dos livros e da vida deságua na minha alma. Fico revolta e calma de modo concomitante. Gosto de ouvir os fados. Cada um deles diz tanto sobre mim. Por instantes fico emudecida e sem querer escrever, pois me parece que cada emoção que eu queria sentir já foi retratada por um cantante mais calejado do que essa poetisa cheia de segredos irreveláveis. Pessoas fáceis me divertem. Aquelas que parecem ter mistérios e são desvendáveis com uma conversa de trinta minutos. Me apetece pessoas de riso frouxo, pois trazem ardores no peito entremeados de palavras agradáveis, mas que trazem a minha própria identidade. Quem valora a felicidade é porque de alguma forma conheceu a tristeza. Não sou um abismo emocional. Fiz uma escolha singela na arte da experimentação. Transito entre os poemas que mais gosto e aqueles que cuidadosamente elaboro. Gostaria de ter escrito cada verso que atinge minha alma. Os poetas sobrevivem na minha corrente sanguínea pulsando e lapidando a minha irresolúvel condição de infante emocional. Aprendi a entornar o cálice da solidão em doses únicas. Não crio ilusões que eu não possa sustentar. Não escondo as emoções. Apenas seleciono os momentos adequados para assumir o meu rosto diante da plateia principal. Nos ensaios não dou o melhor de mim. Fazer de conta pode ser muito cansativo. Dessa arte visceral sucumbem os atores principais e coadjuvantes. Imagino as tempestades que chegam reviram a casa e as folhas caídas entre as ruas do meu bairro. Caminho entre amigos que são inimigos. Afinal não se importam com as reviravoltas do clima. Certamente se as tempestades recaírem sobre o meu telhado não importa a nenhum deles – desde que seus quintais estejam salvos de tormentas inesperadas.

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Já tenho a idade da desconfiança. No entanto a minha janela está sempre aberta. Sorvo através dela os míseros raios de sol nesse ano sem brilho. Através dela ouço os pássaros de par em par como um deboche do meu ninho vazio. No passado chorei pensando nessa temática, mas no fundo já estou acostumada com o estalar vazio dos meus saltos na sala principal. É curioso observar as pessoas e analisar que para cada uma delas somos um construído particular. Algumas nos julgam com amor, outras com desdém e algumas transitam entre a inveja e a compaixão. Fingem um desvelo inexistente quando sabem que estamos combalidos. No fundo nos apreciam através de seus vazios particulares e padecem de seu próprio mal... No caminho incerto da vida eu decidi ouvir pouco os conselheiros de plantão. Descartei os terapeutas de vidas infelizes e me encastelei nos meus planos. Por certo não é possível viver pelas opiniões desatinadas de quem não sabe ser feliz, mas prega a felicidade. Desconfio das mãos estendidas e dos olhares avulsos. O egoísmo é uma lição permanente nessas almas... Meus temores trazem em seu contorno outras nuances. Já viajei pelo mundo sem encontrar novidades e por outras vezes encontrei o mundo sem sair de casa. Nunca esperei que alguém fizesse o mesmo. A loucura é muito perigosa, mas aprendi que a lucidez é ainda mais. Quem não busca refúgio nos sonhos acaba perdendo a sanidade... Gosto de escrever minhas histórias e poesias, mas não me apego aos contextos alheios. Sou altiva demais para recair nos finais comuns. Desfechos mirabolantes também me desagradam, pois os trampolins do tempo mostram que a intensidade nos desgasta e consome energias desnecessárias para manter o espetáculo em cartaz... A ignorância pode ser um bom caminho. As palavras podem ser perigosas e afáveis ao mesmo tempo. E mesmo diante dos meus aparentes espetáculos verbais não revelo através da língua as coisas que meus pensamentos insistem em delinear. Não se grita covarde para qualquer alma descabida. Não de se diz eu te amo para um amante egoísta... O importante é que escolhi ser imagem e não reflexo daquilo que entendo útil e importante na vida. A minha praticidade pode ser uma defesa ou uma característica que gosto de cultuar. Não temo a morte, pois me divirto com a intensidade da minha vida... E quando me escondo não é para me defender. Na verdade defendo quem não está preparado para mim... Seguirei como as estrelas de brilho intenso e de segredos eternos. Ficarei entre os sonhos transitando nas realidades e nas hipóteses, sejam elas, factíveis e por vezes impossíveis. Na vida escolhi os desafios. Sem medir os tamanhos. Não temo as lágrimas e conduzo os temores através dos sorrisos. Um dia serei uma lápide e nela deve haver algo mais do que restos...

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Letras no espelho

“E era só que teria de enfrentar a pobreza e a morte”. Manuel Bandeira. Não há silêncio num coração atormentado como o meu. Não vivo das minhas angústias, mas sou incapaz de esquecê-las de forma permanente. No sorriso trago a imprecisão do tempo. Entre gargalhadas e frases deixo esquecido quem eu sou para ser aquilo que se perfaz conveniente. Os planos e as dúvidas circundam a cabeça. Desafiando a minha incapacidade para o tear vou construindo um tecido dos meus desejos e projetos para vestir o meu corpo das coisas que reputo cruciais para ter equilíbrio e sentir o sabor dos pequenos sucessos diários. Não merecemos prêmios pelo sucesso, mas somos alvo de críticas quando a plateia julga os supostos fracassos. Os enganos participam de todas as jornadas, mas o afeto resta divorciado dos laços de amizade que supostamente se estabelecem diante da sequência da vida. Mudam os tempos e por vezes “cambiam” também os amigos. A solidão é o traço impreciso da minha rotina. Não há na minha pele a saudade de quem eu fui no passado. Há uma nostalgia das pequenas emoções e das coisas que imaginava no futuro. Recebi muito abraços, porém careci de modo agudo de amores mais verdadeiros e dedicados. Recebi muitas garrafas de vinho e champagne como presente pelos meus sucessos, mas não encontrei uma boa e contínua companhia para sorvê-los. Todas as histórias possuem dois lados, mas diante de enlaces e enganos nenhum deles me pareceu muito satisfatório. O equívoco estaria nas escolhas ou na insistência? Não sei dizer... É um traço de argúcia rir das minhas tragédias particulares. Meu humor negro se delicia com as dores irreparáveis. Com os vazios tenazes e com a partida das pessoas que eu pensei que encontraria durante a existência até chegar na velhice. Gosto das permanências, mas não mantenho no meu regaço as coisas que não me pertencem. Repetidas vezes compreendo a palavra efemeridade desejando transformá-la no termo eternidade. Queria que aquele sorriso de felicidade. Ou aquele abraço apertado não estivessem exclusivamente nos retratos. Há uma síndrome de passado nas minhas memórias, mas eu não posso voltar para a saudade que sinto. Ela existe só em mim. Por vezes me senti parte das brancas paredes da minha casa. Imóvel e sem coragem para mover qualquer membro. Desejava manter essa imobilidade até que as nuvens do dia partissem e as nuvens noturnas ocupassem minha angústia. O céu brilharia entre estrelas. Vislumbrando a comiseração das coisas que não sou capaz de mudar.

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A ventania lá fora faz com que as coisas saiam do lugar. Enclausurada em meus segredos vou arquitetando uma paz inexistente. Estou cansada de tudo o que circunda essa vida fastidiosa. Com vazios aplaudidos e conquistas reais nunca comemoradas. Ë impossível explicar coisas singelas que os demais são incapazes de perceber. No universo das aparências posso vestir Chanel para o meu enterro ou para um chá com os meus colaboradores. Certamente a vida ou a ausência dela no interior do manequim não será notada. Afinal tudo que é belo afasta o temor alheio. Os interesses cegam nossas perspectivas e confrontam as nossas verdades. Laços de amizade suprimidos pelos comuns interesses. Temos um prazo de validade na loja de favores pessoais. A utilidade determinada pelo aparente sucesso. A capacidade de reconhecimento de joias verdadeiras e cópias perfeitas e voluptuosas. Com facilidade somos permutados pelos nossos similares colegas e competidores. Não carrego tristezas esparsas e tampouco me habituei a carregar remorsos inúteis. Gosto de me perder nos meus escritos comovidos enquanto analiso a vida e os desafios impostos para seguir com ela. Não é uma postura de um espírito depurado, mas sim a busca de uma sanidade fugidia diante dos enganos comuns da jornada. A bem-aventurança da vida é revolver as nossas ilusões sem perder a lucidez. Há momentos profundos atados em nossas vísceras. Nossos ossos acostumados a suportar o corpo são remediados com sonos profundos onde nos sonhos as amarguras cedem lugar para devaneios mais afáveis. Morrerão os que me amaram como já são mortos alguns dos que verdadeiramente amei. A lei do universo é muito mais brutal do que sensível. Um dia talvez eu não seja capaz de reconhecer o meu rosto no espelho. Na incongruência dos tempos a sanidade pode ceder aos fantasmas permanentes. No entanto com uma sutileza pouco peculiar sigo tapeando o destino. Na decrepitude que a todos visita. Cuidadosamente deixo pistas nos cadernos antigos, nos livros e nas fotografias dos meus lugares favoritos. Quando o rosto abandonar a beleza e as mãos forem mais lentas para acenar. Nas palavras eu sempre serei capaz de me reconhecer.

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Para onde ir “A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar”. Rubem Alves. Numa dada ocasião da vida descobrimos que nem todas as batalhas nos pertencem. É impossível mudar o mundo inteiro diante das nossas concepções. Certos os errados. Convictos ou duvidosos das nossas posições afetivas, sociais, políticas e familiares. Singramos no pantanoso caminho das dúvidas sobre nossas derrotas e vitórias. Escolhemos o que vestir e o que estudar. Selecionamos os melhores textos e por vezes as piores crônicas para construir a cultura que se assenta também sobre nossas preferências alimentares, profissionais e de indumentárias. Somos um contexto de definições que deveriam culminar para os nossos brindes de sucesso. Os demônios do passado não dão descanso ao cronológico presente. Os erros se repetem no vento das definições. O medo nos assola em qualquer conjugação verbal ou temporal. No dicionário particular que nos tangencia escolhemos nossos sinônimos, antônimos e adjetivos construindo nossas frases, histórias e mentiras corrosivas. Quantas iras refreadas na cápsula de um medicamento ou na internação hospitalar. Adoecemos pelas promessas que descumprimos ou pela angústia das satisfações alheias. Restamos escravos das expectativas de futuro e enraizados pelo passado imutável. Como definir a nossa melhor fotografia para que possamos reconhecer a nossa face evasiva. O retrato de nós mesmos ou as identidades que são impressas na nossa pele com a nossa anuência fastidiosa. Nossas vontades modificadas pelos olhares de reprovação. Contrariados, mas obedientes modificamos os nossos desídios na expectativa de que a paz ocupe o vazio de nossas almas. Na paz que merecem aqueles que buscam a felicidade sem o devido encontro. Desacostumados das pequenas felicidades. Escolhemos amigos ruins, relacionamentos opressores e enganos contínuos. A confiança e a carência corrompem nossa inteligência. Mascaramos a nossa essência e atraímos o que nos consome e destrói. Num dado tempo é muito tarde para confessar os erros e assustador tomar então um novo caminho. Como eu poderia dar aos meus filhos aquilo que nunca recebi dos meus pais. Meus avós por sua vez são eternizados em sua candura. Cada travessura recebia um afago e uma recomendação. Com isso aprendi valores que perfumam a minha alma mesmo com o transcorrer da vida fétida de corrupções e invejas. Procuro caminhos afáveis. Quando ousei confiar nas vicissitudes ambivalentes. Notei paulatinamente que as intenções estavam travestidas de significados comezinhos. Eu desejava afetos enquanto na ponta da mesa dominical os demais ansiavam por vantagens. A solidão foi incorporada como escudo. Nas lágrimas de decepção não lamentei o adeus repetício...

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Desatar os nós. Abandonar as âncoras que nos prendem aos mares de infelicidade. As águas mais calmas são aquelas que detêm os maiores perigos. Sobrevivi antevendo a necessidade das aparências. No entanto quando careci de sanidade não reconhecia minha vida sufocada por vontades que não eram minha e percebi que era necessário revisar o armário e as malas. Para onde ir. Essa é a incógnita que avança sobre nossa indecisão. As raízes da permanência, da responsabilidade e do medo se entrelaçam no coração que está suplantado pelo que desejava conhecer e não foi capaz de sentir. Os romancistas prometem um Eldorado. Mas minha alma se recusa a amealhar as moedas. Eu as despejei na Fontana de Trevi uma por uma. A bagagem necessária está no meu peito. Afinal não sou velha demais para recomeçar. A juventude deixada nas fotografias não revelam a felicidade que eu imaginava ter sentido. Percebi um fantoche bem apresentado. Seviciado pela vontade de seu manipulador. Um vazio consumiu minha vontade, pois não aprendi a coordená-la sozinha. Um lar é necessário. Estou cansada de habitar as casas e as janelas da minha ilusão. Há uma saudade avassaladora da menina que abandonei e que visita meus sonhos. A infelicidade sobrevive na decrepitude da coragem. Tememos errar, magoar e ter uma sombra de aparência infiel. No entanto sempre traídos aprendemos que é preciso romper os laços e partir...

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Vanuza Couto Alves

Nasceu em 30 de Novembro de 1941, na cidade de Piaçabuçu (AL). Aposentada reside em Maceió (AL). Professora, poetisa e ativista cultural. Graduada em Licenciatura em Português e Literatura, e Literatura da Língua Portuguesa, pela Instituição UFAL – Universidade Federal de Alagoas (1978). Homenageada e agraciada pela Coordenação de Linguagens e Códigos, no “Projeto Versiprosa” – CEFET (2005), com o “Espaço SALA” que recebeu seu nome e uma placa comemorativa. É considerada pela instituição “Amiga do Versiprosa”, pois continua sendo integrante das comissões que realizam as atividades do projeto. Participa desde 2009 do concurso de poesia “Talentos da Maturidade”, promovido pela instituição financeira Santander. Também, aderiu à internet para divulgar os seus poemas e hoje é participante de grupos literários. Frequenta o projeto “A Arte de Lembrar” no SESC/Poço - Maceió (AL), desenvolvendo atividades que valorizam a memória da terceira idade. Mérito Cultural 2015, concedido pela Academia de Letras Infanto-Juvenil para Santa Catarina Municipal São Bento do Sul (SC). Publicou: “À Luz das Palavras”, (poesias, 2012) e "Premium I, VII, IX e X - Ouro", (poesias, 2015). “Platinum I e II, (poesias, 2016).

Contato:

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Versos em pedaços

Têm despedidas, Olhares tristes, Adeus dorido,

Lágrimas sentidas, Um antigo amor, Uma grande dor, Arrependimento,

Súplicas e perdão.

Versos em pedaços, Estão na poesia, De um coração

Magoado, fadado A perdoar as mágoas, Enxugar as lágrimas,

E de novo, acreditar no amor!

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Ventos de outono

Corrupiam no ar, Levando folhas amareladas

Que se despedem das suas moradas, E não voltam mais.

Assim ficam os corações

Que são levados pelos outonos Da solidão...

Sentimentos são arrebatados

Pelos ventos da saudade e da dor.

Mas, o outono Tem o seu quê de nostálgico,

De arrebatador: Nas tardes mornas,

Nas folhas mortas jogadas ao chão, Entristecidas...

Essa imagem também é de poesia

Para o olhar do poeta que vê lirismo, Em cada folha que o outono desbotou.

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Uma saudade

Cheia de ideias,

Me ensinou A dar poesia

Aos meus segredos De amor...

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Um sonho que passou

De muito amor, Que o meu coração sonhou.

Foi lindo, Como um jardim florido.

Nada faltou Ao nosso breve amor.

Agora, é um sonho revivido em lembranças,

Nada de corações partidos, Porque sonhos de amor Sempre Vivem plenos,

Nas imagens de novos sonhos, Que não faltam dentro de nós.

O teu e o meu amor,

Guardam o cio de uma breve paixão, Que o teu e o meu coração sentiram,

No tempo que foi dado, Para o nosso amor.

Mas o beija-flor, Sempre volta à flor que o alimenta.

E eu continuarei sonhando!

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O presente

Mais encantador Que me dás, Meu amor,

É a generosidade Do teu olhar.

Quando me olhas

De coração aberto, Cheio de poesia

E de verdades puras, Que me contentam.

Poesia que um olhar De amor não finge,

Não esconde, não muda!

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Trilha para o amor

Um sonho, Uma vontade,

Algumas pedras Dão o tom da dificuldade,

Cedo ou tarde, A conquista árdua,

Para o amor ser vivido, E valer muito mais do que sentir saudade!

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Te amo demais

E aqui estou a chorar de amor, És o meu bem querer e o ar que respiro,

És desse meu penitente pranto A melancolia que me faz sofrer,

Não quero esquecer-te, E nem devo, porque és o enlevo

Dos meus sonhos de amor, Ah, se em toda minha vida,

Essa agonia for por ti amar, morrei aliviada, Porque amar-te tanto assim, em meus versos,

é porque estarei também te amando, por toda a minha eternidade!

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Tantos poemas

Do coração, Da alma,

Da saudade, Da solidão, Dos apelos, Das buscas

Infindas por uma felicidade.

Tantos poemas No tremor das minhas mãos,

A esconder um amor Que o meu olhar

Não consegue esconder...

Tantos poemas desencontrados, Nos silêncios das palavras,

A chorar por um amor!

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Da poesia

Não quero perder-me, Em longas imagens,

Nem em longos poemas, Quero ser apenas

A essência dos sentimentos de amor, Que dão aroma de paz à minha poesia.

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Silenciei

Sentimentos de ternura, Do amor que trazia, Em meu coração,

Mas guardei as lindas palavras De quando me beijavas com doçura.

Silenciei a última lágrima, Que restou do seu adeus E da esperança de tê-lo,

Sempre junto a mim.

Agora, da janela do meu coração, Olho para o nada, daqueles sonhos nossos,

Que sussurravam doces desejos, Nos meus, e nos teus versos de amor!