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Platinum I

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Platinum I

Poesias & Textos

Platinum I

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Copyright 2016 (1ª Edição) Todos os direitos desta edição reservados aos autores.

Impresso no Brasil Printed in Brazil.

Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto n 1.825, de 20/12/1907.

Projeto editorial e diagramação: Antônio Ramos da Silva

Capa:

UQC – comunicação Visual Ltda

Revisão técnica e ortográfica: dos autores.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

ISBN –

PERMISSÃO DOS AUTORES PARA CITAÇÃO

É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive

quanto às características gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais

constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980)

sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).

S586p Platinum I poesias & textos / Antônio Ramos da Silva... [et al.]. –

1. ed. – [S.l.]: Bookess, 2016. 150 p.

ISBN: 978-85-448-0320-2

1. Poesia brasileira. 2. Literatura brasileira – Miscelânea.

I. Ramos da Silva, Antônio Ramos. Título.

CDD: 869.98

Elaborada por: Andréa Blaskovski CRB 14/999

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Antônio Ramos da Silva

Adriana Garda de Souza

Ana Júlia Machado

Cristina Amaro Casadinho

Margarida Brasil Maria Elizabeth Almeida

Mariane Helena

Marilin Manrique

Maurélio Machado

Mirian Menezes de Oliveira

Severiana Paulino Rodrigues

Vanuza Couto Alves

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Poesias & Textos

1ª Edição

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Essa obra é um projeto da “Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, estado de Santa Catarina” integrando escritores, Alagoano, Catarinense, Cearense, Goiano, Paulista e Português. Intercâmbio cultural de ideias retratadas em poesias, pensamentos e textos. “Reunir Escritas é Possível”.

A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.

Aristóteles

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Apresentação: (5)

Sumário: (6)

Poesias & Textos

Antônio Ramos da Silva: (7/18)

Adriana Garda de Souza: (19/30)

Ana Júlia Machado: (31/42)

Cristina Amaro Casadinho: (43/54)

Margarida Brasil: (55/66)

Maria Elizabeth Almeida: (67/78)

Mariane Helena: (79/90)

Marilin Manrique: (91/102)

Maurélio Machado: (103/114)

Mirian Menezes de Oliveira: (115/126)

Severiana Paulino Rodrigues: (127/138)

Vanuza Couto Alves: (139/150)

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Antônio Ramos da Silva

Nasceu em 19 de Setembro de 1960, na cidade de Brusque (SC). Vive e trabalha em São Bento do Sul (SC). Professor, Escritor, Ativista Cultural, Historiador e Poeta. Graduado em Ciências Econômicas, pela Faculdade De Plácido e Silva – FADEPS – Curitiba (PR) (1984). Pós-graduado em Gestão Financeira, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR - Curitiba (PR) (1987). Em suas atividades em exercício é Presidente da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul (SC) e membro da Associação Internacional de Poetas. Idealizou, planejou e executa o projeto “Diferente Sim, Indiferente Não”, e “Oficina de Poetas” em São Bento do Sul (SC). Recebeu a Medalha do Mérito Cultural Dr. Arthur João de Maria Ribeiro - 2013, concedido pelo Instituto Montes Ribeiro e o Troféu Escritor Osvaldo Deschamps de Literatura e Artes - 2013. Publicou: 30 títulos entre poesias, textos, diálogo e história.

Contato:

[email protected]

Blog e Páginas:

http://antonioramospoesias.blogspot.com.br/ http://www.facebook.com/escritor.antonioramosdasilva http://www.facebook.com/academiadeletrasinfantojuvenilscsbs https://www.facebook.com/groups/659480440734716/ http://pensador.uol.com.br/colecao/antonioramosdasilva/

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Sua voz

Ouvir-te Oh! Meu amor. É como o meu ser,

se conectasse a velocidade da luz em melodias e sons

e sentir meu interior emergir. Voz que encanta e me seduz num bailar de sílabas soltas;

num entrelaçar de uma paixão envolta.

Seus sons. Oh! Meu amor.

Aquele que sorrateiro foge de teus lábios

como brisa leve e repousam em meus ouvidos

como labaredas de fogo. Deixa meu corpo fervido

e me chicoteia suavemente. Abriga-me em tua doce euforia. Quero ser melodia; num arranjo só me inebria. Faça-me frequência e única sintonia. Seu som me capta e de amor castiga. Varre as malditas palavras que não ouso escutar: Infelicidade, dissabores, desarmonia. Eu não canto decepção estagnada; aquela que fazeis dele pranto e no canto da alma se fez pó. Não quero mais desamor disso eu tenho dó. Vida se canta numa nota só. Amor!

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Banheira sem sais

Chovem lágrimas. (finas gotas cristalizadas).

O tempo chora lento.

Arrebento; ouço sentimentos invernais.

Um deserto nas mãos.

Aflição guardada no peito. Água doce banheira sem sais.

Poesia banha no leito.

Em brasa a saudade arde. Não há caminho e nem eito

numa busca covarde.

Avessos de mim revirados. Passado de ti esquecido.

Trago-te no coração tragado.

Desilusão que me invade sorvem água, impurezas...

dos meus olhos resguardados.

Solitários, derrama na face esquecida. Frases de poemas amarrotados; bebida amarga; engolida solidão. Não há remédio que cure feridas de uma perdida e picante ilusão.

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Sinto-te

A prosa some na pele que tem fome.

Não há existir sem o teu sentir nem poema sem teu nome.

Venha inteira, sem segredos.

Sopre amor aos meus ouvidos céu meu dos meus desejos.

Há brisa nos lábios teus...

num corpo em apogeu refrescando os sonhos meus degustando um grande beijo.

Tenho sentido todos teus sentidos, aviva o amor aos meus ouvidos...

Os céus os teus beijos

deixa-me havido. Toque-te. Polinizo.

Quero-te ver florindo.

Amor que advir. Amor do meu sentir.

Amor que tenho sentido. Amor que acolhi.

Amor que idealizo. Tem sentido.

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Vejo-te de olhos cerrados

Quando fecho as cortinas dos meus olhos;

vejo-me no silenciar; subtrair do meu sentir

a escura ausência.

Nem a míngua lua quer dormir

a esperar-te.

Eco em tua boca faz-me suspirar,

mínima arte desenhar, verso exilado expulsar.

Diz-me tudo em alma.

Peco a carne. Desarme que me faz emudecer.

Fatias de insônia despojar em plena noite fria.

Não é agonia.

É prazer até a luz do dia.

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Abra-te

Ficaste em mim alojada. Quanto mais o teu querer

no caos da pele me abrigar; escrevo-te ainda mais.

Não modere!

Esse amor que encontrastes nos beirais da contestação;

não há perigo.

Tempere tuas letras e abra a minha capa;

revire as palavras como se fosse lençol de prazer

com a tua marca.

Há todos os desejos nesse livro que é teu.

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Que segredo é esse?

Um par de asas faz-me voar palavras.

Há letras nos sóis;

e nos teus céus são tuas linhas.

Há rima em tua lua.

Nas frases que abrigas quando sou seu.

Nos teus rascunhos

sonhos lunares; quaisquer lugares.

Teus papéis falam de mim

e comigo.

Quão doce é teu planar sobre o grafitado lençol;

abro as tuas páginas envolto a caracol.

Único livro

que deixarás em mim escrito. Tua alma solta sobre o leito quando te leio e me deito.

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Consciência pensada

Foi tudo súbito esse aperto

que esmaga.

Dia desses tenho um surto. Corrigir os meus acertos,

antes que o tempo cavalga.

O tempo passa. A vida amarrota,

quebrantada no meio.

Poesia não te esqueças?! Nem diga por que veio.

Misto de tédio e mistérios.

Palavras acordadas. Primeiro.

No cativeiro. Poema nascente. Pão adormecido. Pomar e canteiro.

Me dita o que pensas.

Depressa adensa antes que a tinta seque no tinteiro.

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Ame

Clama o amor em nossa cama?! A lua afaga a silhueta;

prometa o que ti reclama.

Zomba farta colheita! Esse amor que não se deita

diante dessa vida insana.

Fale para mim. Como compensar viver? Os que ousam. Reflita.

És tão bonita. Uma dama!

Amor é isso?! O tempo que não se esgota.

Nesse madrugar

todos os pecados ousar, a alma que se trague em prazer

e alcance os céus num beijo.

Adormeça nesse corpo extasiado. És desejo.

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Dois corações

A cada passo que ela dá

transbordam versos.

Por onde ela passa,

poesia a lhe seguir.

Tudo silencia e escurece,

deixando-nos a sós...

diante de nós adormece.

Mulher de beleza completa,

na certa se acha em defeito.

Só desfruto-a sob efeito;

sempre em sinal de alerta.

Tropeço nas letras

inspirando-me tanto,

ao ponto do punho a disparar,

brancas folhas dançar

desenhando todo encanto.

O que a ela tem de sobra,

que me encantou de começo...

a luz, isso nela transborda,

a luz dela é tanta, não meço,

que se for de seu desejo,

planto dois corações no peito.

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Mimar-te

Ah! Meu amor.

O que não faço por ti

se ontem regaste com tua seiva

todas as minhas raízes,

aparastes todos os teus silêncios

no meu infinito,

araste minha pele

os mais profundos desejos

e nos meus olhos

fizestes brotar

a assimetria da felicidade.

Hoje sigo o teu sol;

nas pálpebras da noite

o luar do teu corpo.

Sinto-te o que me é

e o que te sou.

Ah! Meu amor.

Mimar-te não me é oneroso.

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Adriana Garda de Souza

Nasceu em 4 de Novembro de 1965, na cidade de Florianópolis (SC). Vive e trabalha em Nova Trento (SC). Engenheira Agrônoma, Poetisa e Ativista Cultural. Graduada em Agronomia, pela instituição UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina (1988). Atua como Enóloga. Lecionou por muitos anos, as disciplina de química e geografia na Escola de Educação Básica Francisco Mazzola, na cidade de Nova Trento (SC). Foi professora também no Programa EJA – “Educação de Jovens e Adultos e Correção de Fluxo”. Atuou de 2005 a 2010, como Engenheira Agrônoma, no município de São João Batista (SC), no projeto “Microbacia2”. Foi Colunista da Revista “Passa Temposia”, por três anos, na coluna “Reflexão do Cotidiano”. Faz parte da diretoria da ALB/SC - Academia de Letras do Brasil para Nova Trento (SC), onde ocupa o cargo de Secretária. Publicou: Premium II e Premium X – Ouro, (poesias, 2015), Bookess Editora.

Contato:

[email protected]

Páginas:

https://www.facebook.com/dripgss?fref=ts http://www.bookess.com/profile/adrianagarda/

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Sintoma

Sei lá, de tudo,

Toda lágrima e sorriso Seria sintoma de estar mal do juízo?

Se ficar só, consigo, Os milhares deles!

Então consigo sentir um alívio,

Somatizo quero dizer, Meu corpo vive a mente não mente,

Benquerer, mal hábito vicia, Porque protege da agonia.

Sim! Agoniada fico,

Com inverídico Ando

Andarilha Parada

Caminhante sem estrada Tudo a seu tempo.

Lugar. Esperar!

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Serena

E ela está serena Seu corpo relaxa

Luta bravia, travou. Trava... encarou, encara!

Quebra a cara e cura.

E ela se distrai com a chuva Reflete a vida em sua vida

A sua volta, rodeia, sem rodeios! Vertigem, se prende, a parede sente,

Respira e volta à tudo!

O mundo por um tempo parou O tempo, por um lapso, não existiu

Tudo que era, sumiu e voltou! Ela pensou e está a cismar

Com Flaubert a lhe acompanhar!

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Versos para Helena

Amizade de tempo. Laço de família.

Cumplicidade na vida. Momentos eternos, eternizados, Numa reunião, num encontro,

Numa troca de ideias. Com o passar dos dias, Se firma, se desenrola,

Pois as vidas se entrelaçam, Pessoas queridas em comum... Você, pessoa querida para mim!

Vida passa, versos ficam... Emoções se alternam...

Quando podemos intensamente... Sentindo, todas vivemos!

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Alma sofrida

A alma sofrida não suporta a dor. A ânsia de paz a faz procurar final.

Os sonhos tão cultivados, ingênuos. Hoje são dura realidade... quimeras!

Quem dera que a vida fosse poesia,

De flor, amor, harmonia...

Mas o anjo derradeiro a faz ver a verdade. Encara a realidade. Está só!

Vai em busca de amor, paz, verdades!

O que semeou, voou e há muito levou... Sua vida, sua alegria. Agora é a fonte finda!

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Andarilha refeita!

De um talento nato, cheiro entrevero. Posição de sentido e tudo resolvido! Treino letivo, mas tremo sem motivo.

Submersa na obra, distraída, Tarde apraz e tranquila.

Ler Balzac... afrancesar séculos. Viajar vales e chegar no Loire.

Assim a vida de Letícia, Entorno bela a paisagem.

Que silencia... poesia!

Volto a Maria Balzaquiana Olhos fixos para entrar na trama.

Fase de longas narrativas... Mas a poesia, sem perceber, andarilha!

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Caminha aqui!

Agora a pouco aconteceu... delícia... Angústia, aflição se foi e cheguei...

Na louca ânsia... carícia! Senti a paz... com teu amor Me encontrei, achei a saída!

Tardes de amor para madrugadas de paz.

Proibido... tabu.... meu doce querer! Se é o sonho da canção,

Deixa pra ver... Agora eu quero viver a paixão!

Amor sedento... Mata minha vontade!

Amor errado... Me diz, caminha aqui.

Amor de guri... Amor safado...

Me abraça forte... Amor de verdade!

Meu rumo... destino, meu norte!

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Aquentar!

Fazer uns versos para a alma aquietar, E num devaneio, num sonho...

Uma melodia alegre, rimar!

A noite já vai alta E enlevada, sonolenta,

No frio aquecer, com meu amor deitar E com flores e poemas sonhar, sonhar!

Na madrugada desperto

O breu e o silêncio Amigos do pensamento

Ficar a cismar, o dia que passou...

Porque disparar coração foi... Semana se vai, já nem conto mais...

Acho que esse verso é começo de meu inverno!

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Catarse

Estar em algum lugar Conviver consigo

Uma imagem irreal Do que quero elucidar

Não sei como, mas com você Consigo expressar.

Não me fale que vai tudo ser igual.

Isso não existe! Cada passo que damos

Na direção de uma ilusão Nunca é a mesma.

Eu não sou a mesma...

Não me peça para te explicar. Nunca fiz isso antes!

Não mudará Sou assim

Sinto e ponto! Mas às vezes tenho que te confessar.

Dá um medo de não saber parar!

O que acontece na catarse É algo que já decidi aceitar.

Não foi fácil! Mas o que quer que eu faça? Não fui eu que fiz as regras...

Só vou tentando levar!

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Intensa emoção

Preciso saber. Preciso entender... Porque fico fora da razão, não consigo me ligar.

Só quero estar contigo encontrar teu corpo amigo. Pura sedução!

Esse amor que me enlouquece; tão sem juízo,

Às vezes nem percebe, Penso em ti, teu sorriso, tua voz me entorpece!

Preciso sentir como anda o teu humor...

Te provoco todo dia... Intensa emoção arrancar...

Machuca coração! Não foi assim que aprendi; ninguém me avisou...

Essa vontade voraz de onde veio... quando chegou?

Quando chego perto algo estranho acontece... É como se o tempo dissesse...

É um engano... não confunda esse amor... não venere... Faço em silêncio, por esse amor uma prece!

Ciúme... tanta gente... que encrenca... ilusão.

Viver de querer a tua atenção! Chegou de mansinho... ai, mas veio pra ficar!

Jeitinho de menino. Homem feito pra se amar!

Sorriso de malícia... doce perdição! Ai que delícia... minha louca tentação.

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Mulher

Mulher. Fêmea, mãe, amiga, parceira!

Aquela que pari. Aquela que por mais que se faça forte

E o tem que fazer, é frágil. Lágrimas brotam por alegrias,

Tristezas, perdas, ganhos.

Intuição à flor da pele! Curandeira, carinhosa, acaricia; se revolta! Está em muitos lugares, espaços, tempos.

Essa mulher anos dois mil é mágica.

Mas seu coração ainda tem a ternura mais primordial... essencial! Seu regaço há. Muitas vezes cura tristezas, desesperança, dor!

Mulher maior, advogada nossa, como muitas de nós. Intercede, por paz, por mais, por vida infinda de amor!

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Ana Júlia da Cunha Lopes Machado

Nasceu em 13 de Fevereiro de 1959, em Viana do Castelo (PT). Reside em Viana do Castelo (PT). Aposentada por invalidez absoluta. Escritora, Poetisa e Ativista cultural. Estudou até ao 12º ano, na Escola Comercial e Industrial e Liceu de Viana do Castelo. Concluí o curso médio de Secretária de Administração, Licenciatura em Comunicação e imagem na Universidade Fernando Pessoa - Porto. Concluiu ainda o Grau de Investigadora do Curso de Doutoramento em Intervenção Psico-educativa, na Faculdade de Vigo em Espanha. Lecionou no ensino secundário e profissional por 27 anos varias disciplinas na humanística e comunicação. Foi orientadora de provas de aptidão, coordenadora de cursos, diretora de turma e diretora de polo. Iniciou a escrever há cerca de 2 anos, por ter sido incentivada por vários escritores. É um ser que não tolera falta de valores; preza imenso o conceito de família. Gosta de respeitar e ser respeitada. Infelizmente, atualmente é muito céptica a um futuro melhor. Considera que o ser humano cada vez mais está ávido de poder e futilidades e falta de altruísmo. O mundo está em guerra. Gosta de ler, conviver com a família e os amigos e adora o ar livre. A sua religião consiste em ser responsável pelos seus atos. A habilidade mais relevante em si e que mais considera é a área de investigação e docente. Publicou: Premium VII e Premium X Ouro, (poesias 2015), Bookess Editora.

Contato:

[email protected]

Páginas:

https://www.facebook.com/anajulia.machado.50?fref=ts http://www.bookess.com/profile/ anajuliamachado/

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Éden verso Hei meramente um parco do astro rei Que no seu intangível isolamento Resplendece nos amanheceres no infindável E, como ele há momentos que me resguardo Aquém de algumas sombras recatadas, Avistando o universo Para reconsiderar O insinuado e não insinuado O versado, o ideado, o averbado Reaparecendo em outra data No carmino bem-querer De um poema botão Na luminosidade isolada De um éden verso.

Lira distante

Subitamente, um emudecimento. Tudo quedou silente

Nem meramente um sonido Nem tão pouco um verbo...

Unicamente o instante assinalado Pelo mutismo da idade

Nem sequer o astro rei... Nem luar... Nem o transitar da ventania. E tudo foi metamorfoseado

Sem qualquer petição Sem qualquer silhueta

Sem bagada salgada em gemido. Meramente o diminuto mutismo

De uma lira longínqua Revivificando um físico Um espírito. Um alento

Um intelecto que estava perdido…

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O outrora em poema

Se alguém transitar por este espaço Se episódio sadio atingir-te

Autorizo que acarretes. Mas ao arredar-se Desanexe a chama E encerre a entrada.

Para que no emudecimento E na meia-luz

Minhas sensações E vividos assentem Até que estimulem

Num instante claridade E abracem em vasta caminhada

Regressando desacertada ou honradamente Com uma lira catre Onde se alongarão

Os cantos em preces do repouso eterno Reminiscências de delírios

Antes e distantes... O que sojorna na ambiência...

Não é tenebrosidades e nem angústia É tão só o ermo em simulacro genuíno

É somente um oco que se detém há imenso tempo. O que persiste no apreciar...

Não é o hoje, é o outrora em poema Que extravasava de tamanho regozijo No físico e no espírito em sincronismo.

O que remanesce nisto... Não é sigilo, apenas não consigo elucidar.

Não é sofrimento, é só tencionar querer Sem prazo e nem ocasião para estimar...

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Não sou

Não sou só mais a tal e nem ninguém Nem da sílaba ou frase sagrada, eu hei condão Neste planeta os meus suportes são enraizados

E os meus cantos são passarinhos voláteis Que narcotizam minhas idosas épocas

E estimulam-me em dulcificadas fantasias. E grata por tantas prímulas

Eu cultivo boninas nos devaneios Cesso os declinares das ramagens com gotas mirradas

Hospedo a era gélida com versejas aragens E os estios, missionando com sua luminosidade

Alumia querença e ao poema transporta-me. Não sou apenas tal e nem nenhuma

Sou a bonina e a consequência na existência de alguém... Sou errática nas datas de acordos de seres De pojo e argila, um Ser fêmea que sofre.

Sou a lua, nas escuridões genuínas do devir Sou o alimento mais completo e valioso da natureza,

Adubando meus amanheceres.

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Amar

Haver amor é arrecadar no âmago do espírito, A reminiscência de alguém… É idealizar esperta. É possuir pendente a existência um contemplar...

Que nem alcança o fascino que ela possui. É aquela convicção alentada e jamais desdita. Naquilo que se aguarda o que quiçá não aflui.

É aquela ferida cruel e constantemente inobservada... Que a gente vai padecendo e não relata a ninguém.

Amar é amnistiar o que ninguém amnistia. É melopeia do paraíso que no íntimo do espírito ecoa.

A nostalgia após que tudo finaliza...

Noite luzidia

Escuridão luzidia pela lua cheia... Que através das sombras anuncia deleite

Formosura oculta que sugere e se camufla à visão do cortejador Que almeja ser a ventania em aragem aprazível e frágil

A enjeitar sua vestimenta em agregado De partículas de água fina pendentes na atmosfera

Exibir a desnudez de uma lua sem pejo Apreciar e com seu físico bailar

Ao compasso extasiante de seus espíritos miraculosos... Anestesiados a cada passada, a cada contato...

Sigilos ocultos, evidenciados Insânia lúbrica

Até que a ótica do futuro faça-se a cama de sua querença.

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Chagas

Jamais serei restabelecida Das desmedidas chagas que me agrilhoam...

As que já hei e das que conquisto dos distintos Quando serei desalgemada

Do pavor noctívago e dial que avisto? Enfraqueço… já sem veemência

Pranto sem aljôfares A minha mágoa, só eu percebo

Que imergi com alma Nesta existência que sucede enlouquecida

Entre antefaces e ciladas Que o universo não se lega impedir... Já entrevejo esmorecida esperança...

Liberto-me a apreciar as serranias e o éden A aguardar novos dias…

Afinal, tudo é poema

Tão parco verbalizar e a ser-me insinuado Não sinto ser musa compassiva. O trilho não mais ser o mesmo

E meus melodiosos poemas afastando-se de mim. Arquivo os poemas que compus

Pois, a poesia já não habita mais em mim. Compreendo. Inspirações afluem e partem.

São como fármacos para afadigados devaneios Quimera de vate que aproxima sempre a um fecho.

A lua ainda lacrimejará cantos de mim. Curso ditosa a melodiosa via em rota ao astro rei,

Pois tudo tem princípio e termo, afinal, tudo é poema...

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Meu mensageiro

Prezado mensageiro Jamais cerre suas vistas

Enquanto eu viver. Conceda luminosidade à minha alma Continuamente paz ao meu espírito

E o solfejo autêntico do poetar. Tu és o meu resguardo

Permita aos meus trechos desígnio Exiba-me o rumo íntegro. Extravase-me de cantos

De carinho do mais vítreo E númen em supremacia.

Abrigando-me contigo Em concórdia de querença presente

Ensaiar-me-ei em teu refúgio. Vou arrumar-me

No primeiro astro Que despontar no éden

E despojada de obscuridades Tão somente apreciar

A magnificência dessa escuridão Permitindo que a lua Hospede-me petiza E em via de pureza

Ela possibilite-me idealizar. E desponte os poemas argentar Com a claridade de seus sigilos E sem sobejo de nebuloso temor Eu contemple o universo circular.

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Submersa no bosque

A Natureza é tão sumptuosa Que exaure a minha existência Tão consumida que permaneço

Não se alcança tranquilizar Estou submersa na selva toldada

Quer faça claridade ou escuridão, lá resido eu Errante entre os pirilampos que coruscam

Deslumbram com a sua luminosidade Com a sua pulcritude

Enxergo entre os flancos Circulo à periferia dos rebos

Não desvendo o trilho Mas quanto tempo sobreviverá minha alma extraviada?

Até quando concederei? O meu espírito não comporta tal agonia

O meu ser apregoa pelos inocentes Pela vernaculidade e quietude deles

Desemboquem de descubro à minha entidade Pode ser que sejam idôneos a outorgar-me

Um bálsamo para o meu flagelo Para a minha constrição

Para a minha chaga Sair deste lugar, no lugar onde tem fios...

Que sozinha, não consigo permutar. Aqui, estou extraviada... neste denso bosque.

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Folha em branco

Sinto-me como um trecho em alvo A aguardar verbos, pigmentações e rascunhos Estou desfolhada sem o brilho da lua, Paralisada, Sem cobertura, Sem nexo. Solitária no ramo definhado do retiro. Sem verbos para coordenar os poemas. Sem sopro para exalar as fragrâncias do despontar. Sem astro rei para esquentar as eloquências desta trova.

Poesia

Poesia é reeditar em letras o que a alma sente Poesia é a alma justaposta às letras Proclamando o que emite a alma…

A poesia é o cicio, é o clamor, é a vida É o instante fidedigno da detonação divinizada do meditar,

Das garras em demanda do resgate. Poesia é a ação que se acarreta diariamente A alma longínqua implora, almeja tolerância

Em determinadas circunstâncias a alma lacrimeja, Embrulhada ao isolamento Gere atalhos, executa vias

Anelos de um ancoradouro, escorando a paragem.

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Lágrima A lágrima é o emissário da nostalgia, é o sacrário da súplica, é a solidificação da chaga. É inextinguível, porque provém da alma. É a linfa que não enxuga as lágrimas, são aljôfares salgados do coração. Salgadas porque aflui de um mar sem litoral, que é a angústia, astro, porque busca o paraíso.

Lua do trovador

Desabrochou uma lua em um lugar sombrio Transporta em si a aura da existência

Semeia em uma alma consternada A expectativa da linfa da existência

Lua apinhada de claridade Que aparenta o que é noite ser dia

Produz seiva nova circular nas artérias Revivesce o espírito que estava em destroço

Lua que transporta inspiração Ao alento desnorteado do trovador

Sumido na sua angústia de não mais conseguir versejar O guia de volta ao percurso de autor.

Lua que aquieta as suas lágrimas Exibindo o atalho da atitude digna outrora sumida

Leva-o de volta para o seu aconchego Liberta-o do desígnio sombrio.

Despe a alma do trovador e delineia... A sua obscuridade, na via despovoada...

Onde passeia a rima espalhada... E o trovador... recolhe a rima uma a uma ...

Ordena-as em verso, e, o que residia disperso... Dispõe em poema….

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Não me gritem

Porque as pessoas proferem a vozear? Cessem de berrar…

Hoje, só almejo o cicio das linfas e os rugidos dos pássaros O ranger das árvores e o resfolgar silente

Assim, atestar e despejar a alma Cada ocasião que se inala e expele aparta-se a amargura

Cada ocasião que no emudecimento o cromatismo dos ornatos clama De cada ocasião que as garras se acanham ou

Somente identifica-se num presenciar Todo o fragor, angústia do planeta queda-se

Num mutismo pacífico preenchido de sonância O timbre dos afagos, o timbre dos amplexos

Dos escóis a eclodir Dos caracteres dos livros

Do bálsamo do alecrineiro, da hortelã Da lavanda e dos pomos sazonados

Do flutuar dos seres vertebrados aquáticos e do adejo dos passarinhos Dos ósculos da meninice arrecadada

Dos bem-quereres recapitulados, dos sentidos, dos sumidos Dos ainda que pudessem ter ocorrido Dos amplexos, a sonância dos aromas

A sonância do sorrires O emudecimento de uma melopeia que clama somente no nosso âmago

Apenas perceptível no meu EU A sonância da ida que é divertida para quem vai

Atroador para quem permanece, Mas não me vozeiem… silenciem

Não ambiciono berros, mas verbos em forma de melodia.

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Cristina Amaro Casadinho

Nasceu em 29 de Janeiro de 1971 em Lisboa. Ainda em criança com os pais e avós muda se para uma casa no campo. É essa extraordinária mudança que a marca seriamente e a inspira para a solidão da escrita. Desde muito jovem que escreve. Participou das antologias: Nós, Poetas, Editamos. Lua de marfim edições. Poetas destemidos... Publicou: Premium IX e Premium X Ouro, (poesias 2015), Bookess Editora.

Contatos:

[email protected] https://www.facebook.com/cristina.casadinho

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Beijou-me Beijou-me tanta vez o eco triunfal dos teus passos. A luz da lavareda dos teus braços. Esse mergulho de frente na agua do teu rosto, na frescura da tua pele. Tive pálpebras de flores e o meu coração foi tanta vez um carrossel. Beijou-me esse poema sem linguagem. Esses passos que chegaram claramente da folhagem. E beijou-me tanta vez o teu beijo dentro de mim... Que navegam agora no meu sangue as flores, que ontem estavam no jardim.

Sem entendimento

Não sei explicar-te este amor.

É um poço fundo onde os meus olhos espreitam e cegos por nada ver se deslumbram.

Não sei explicar-te esta dor

tão clara e transparente como os círculos dançantes desta água.

Sei que choves em mim por dentro e por fora sem que nunca me molhes, meu amor.

Não sei explicar te! Não sei!

Que o poço fundo afinal não tem fundo e foi nele que afundei

o amor maior do mundo.

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Invencíveis

Morrem sempre pela metade os que eu própria matei enterrei e cobri de terra

com os meus dedos.

Vesti-me de luto e incansavelmente os chorei também pela metade.

Encontro-os agora pelos caminhos

embaciados, esquecidos e prisioneiros da tal morte

em que não se morre.

Sinto-os nos cheiros como se o ar que respiro

se tivesse deixado perfumar. Reconheço-os acordando secretamente

da melancolia das folhas douradas e regressando um por um

para dentro de mim.

Mas é agora dentro de mim que renascem livres das correntes e amarras,

da morte impiedosa dos meus dedos.

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Apoteose

Eras o mar distante. Ouço-o em mim.

Como o grito agreste do vento a passar nas ondas frias.

Sinto-o aqui.

Mas de ti me vinham todos os medos. Extraordinários animais invisíveis

do fundo do mar. Habitantes do abismo das tuas aguas

profundas, quietas e frias.

E de ti me vinham todas as maravilhas e fascínios. Antigos corais, algas e barcos no longe horizonte

que viajam e viajam para que nunca cheguem a chegar.

E porque eras o mar

e nele habitam as sereias de cabelos verdes e búzios no olhar.

Eu sou uma mulher triste.

Com pés inutilmente esculpidos, que afinal só servem para andar.

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Sei que morreste

Caiu à noite na minha vida, mas tu já não me dóis. Nem me dói teu olhar

imenso de gelo e distância.

Hei de dobrar o silêncio que ficou da tua chegada numa funda gaveta sem memória.

E porque não me dóis, nada me dói.

Nem a noite que chegou e adormeceu tudo. As palavras de amor que deixei guardadas

na tua boca fechada. Os lagos transparentes que congelaram a minha

e a tua voz. Onde sorrimos petrificados esquecidos e abraçados.

Sei que morreste.

Mesmo que o movimento dos teus passos faça vento nas ervas dos jardins.

E eu ainda sinta

suavemente nos meus lábios o gélido beijo vivo da tua morte.

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Sem regresso

Nunca as minhas mãos cheias de tudo trouxera com elas

o nada que me pedias.

Nem meus exaustos pés caminhantes chegavam para alcançar te.

E quanto mais loucamente

para ti eu corria. Mais infinita a estrada

em outra estrada se desdobraria.

E de nada me valia chorar-te como se morresses se de mim não te desprendesses.

De nada me valia libertar se voando sobre o tempo

não te dissipasses pelo ar.

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O lugar da água

Não me leves agora por caminhos de pedras de mãos dadas na sombra

dos húmidos muros cercados de espinhos.

Passeias me. Desviando os meus passos do lugar

inteiro e perfeito que eu sei que nos espera.

Recolhe-me dos abismos

dos desfiladeiros das palavras amargas dos outros.

Mas não me desvies do rio

que vem desaguar no tal perfeito e secreto lugar.

Hei de morrer sob o sol escaldante!

Hei de morrer... Sem que comigo chegues,

meu amor, ao tal lugar junto à agua que nos espera.

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Eu

Amor sou uma terra perdida onde a morte floresce.

Onde construí em silencio um reino esquecido.

Eu?

Que um dia fui a tua deusa límpida como um cristal serena como um cisne.

Eu?

Sereia de aromas a miosótis e a estrelas do mar....

Hoje sou um corpo

despedaçado e desfeito. O caos e o temporal, da vida, que sem ti

passou pelo meu peito.

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Sem importância

A minha dor já não importa. A tua vida não a vê.

É inútil doer-me. Se nada em ti se submeteu à minha dor.

Mas tudo isso se passou no silêncio.

Na aspereza da tua ausência. Na incapacidade amorosa dos teus gestos.

As florestas da noite sem luz sabem que passo sozinha.

E os lagos conhecem o rosto que eu perdi quando neles o afoguei.

E esta dor que agora ressoa

na tempestade ao longe que chama, grita e reluz

em sua noturna travessia...

Essa dor também já não importa. A tua vida não a vê.

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Amantes com asas

Em ti descansam estas cansadas asas. Da enlouquecida viagem interior, Repousam.

Eis-me no silêncio do teu encontro.

E assim dormem sossegadas a breve sesta na frescura do teu sorriso.

Com elas... Depenadas, exaustas e combatentes asas...

Eis-me na fragilidade do teu encontro.

Fora de ti continuam as guerras,

as batalhas e os abismos. Dentro de ti

dormem as minhas asas. Sem saber Esta terra de lama seca ao abandono, sou eu. Esta casa sem concerto, sem portas, sem janelas inundada de arvoredo, sou eu. Estas árvores que há muito arderam assombrando os pássaros, sou eu. Sou eu quando o rio vazou e deixou ficar os limos quando o lodo tudo afundou e não houve mais caminhos.

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Inteiramente

Diante dos teus olhos eu me despi. E tive frio e fome e também morri.

Diante dos teus olhos arderam

todos os vestidos que a minha vida costurou.

E foi diante deles que se desfizeram os caminhos

por onde o meu corpo se arrastou.

Meu amor diante dos teus olhos eu li palavras,

eu bebi em fontes. Eu vi nascer florestas

sob os solitários montes.

Porque foi diante deles meu amor, que me despi,

que tive frio e fome e também morri.

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Maria Margarida Severino de Sousa Brasil

Nasceu em 27 de Maio de 1950, na cidade de General Sampaio (CE). Cursou Ciências Econômicas na Universidade Federal do Ceara - UFC. Como autora, costuma levar os leitores a refletir sobre a resiliência humana. Especialmente sobre a "Capacidade Feminina" de se recompor quando os fios da confiança no outro se decompõem, seja pela rotina, pela perda do olhar amado, ou pela resistência perante a diluição de valores na família e na sociedade. Encara de frente os desafios da Terceira Idade, plantando sempre, para que os que veem depois de nós tenham algo de bom para colher. Contato:

[email protected]

Páginas:

https://www.facebook.com/margarida.brasil.9?fref=ts https://www.facebook.com/groups/1066255290106466/?fref=ts

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Isto é ser brasileiro

Tanto faz nascer no Nordeste.

No Norte, ou no Pantanal. No Interior ou no Litoral.

Ser índio ou cabra da peste.

Aonde chegar com sua cultura, Folclore, costume, integração Sem distinção de raça, ou cor

Una-se num só coração.

Pode migrar quanto quiser Nesse imenso caldeirão.

Somos evolução e síntese Dessa eterna miscigenação.

Mil vezes reencarnar.

Mil vezes ser brasileiro. Junto a todas as etnias Nesse país altaneiro.

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Laços de família

A transmissão de energia se dá através de sentimentos. A convivência forma as ligações energéticas entre indivíduos no mesmo patamar de evolução. Quanto maior a proximidade, o amor, mais forte são as ligações. Cada um busca no parceiro as energias que o complementam. Os filhos são laços eternos e profundos, resultantes do amor. Antes as mulheres se uniam aos homens com o objetivo de formar um lar. A segurança de um provedor, para gerar e criar os filhos.

Com a emancipação feminina, ela suplantou seus instintos naturais esquecendo valores éticos fundamentais. Resultado: Entre os casais que a mãe trabalha fora, há maior índice de separação. O relacionamento dura menos tempo. Quando a mulher começa a trabalhar após o nascimento dos filhos. Ela dispersa o núcleo energético. Família centrada na mãe.

As mães que deixam os filhos sozinhos aos cuidados de outrem são como galinhas que entregam seus pintinhos aos cuidados da raposa. As energias do pai funcionam como proteção contra estranhos ao ninho. Pais fora de casa são alvos fáceis de ligações libidinosas, dando margem e propensão à traição, prostituição. Enfraquece a redoma energética, desfazendo-se a família. Surge então o despejo dos filhos nas drogas, e toda espécie de vícios. Gerando a dor e a destruição dos valores familiares.

O casamento foi instituído para que o casal não se desfizesse até que os filhos tivessem estabilidade emocional, a ponto de serem cidadãos. Com princípios éticos, morais e bons costumes. Há um agravante tenebroso em relação às famílias. Os adolescentes, por conta dessa quebra da redoma energética entram para o mundo das drogas, do crime, eliminando-se; deixando as jovens sem homens para se casar.

Por causa da pobreza, muitos pais de família migram para outros estados em busca de melhores condições de vida, deixando filhos abandonados e viúvas de maridos Vivos. Por ser o Ceará, um estado de vocação turística, muitos visitantes descobrem aqui um lugar para encontrar boas esposas. O que não é um fenômeno novo; vem acontecendo há séculos.

Quando as tribos indígenas guerreavam entre si; resultando na viuvez das nativas e um alto índice de orfandade. Essa cultura de morte e destruição das famílias vem se cristalizando na nossa sociedade, gerando o caos social que ora atravessamos.

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Retrato Ela é uma jovem mulher, morena, de traços bonitos, lembrando bem a origem mestiça de preto com índio. O sorriso dos filhos é a sua alegria lá se vai o mais velho, tangendo o jumento “Tisil” vendendo pela cidade, alface, couve cheiro verde, maxixe e quiabo. Moram num terreno estreito e comprido. Numa casinha de tijolos, pintada e arrumada. Toda de alpendre ao redor. A frente parece um jardim. Verdes fruteiras carregadas e mamoeiros vingando ao pé do muro todo. Atrás um canteiro feito por ela, com a altura de um tijolo furado. Com 3 metros de frente com 5 metros de comprimento; bem adubado e aguado com a água da cisterna, que vem em canos de irrigação gotejada. Em seguida vem o cercado das criações; com galinheiro onde se encontram para comer: galinhas, patos, perus e capotes. Adiante tem o cercado dos carneiros, bodes e cabras. O chiqueiro dos leitões de engorda fica mais abaixo. Todo o cocô é colhido e transformado em estrumo no minhocário. Os fundos do terreno dá para um açude de General Sampaio onde ela tem gaiolas de criação de carás e tilápias. Assim, trabalhando com mestre de obras na construção civil não para de trabalhar na vizinhança. Tirou um dinheiro da poupança e mandou cavar um poço artesiano. Fez as devidas instalações, plantou capim e comprou duas novilhas. Se vier o inverno, vai encher o açude e o Riu Curu, mas enquanto não chove, ela e seus filhos terão como viver na fartura. Eita Cearense arretada! Essa é das minhas!

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A foto

Guida, minha amada bisnetinha; Vê a minha dor, que a bisa Te traz aqui pra te mostrar. Esse fio de água barrenta,

Fétida e lamacenta.

Sob esse sol escaldante. Veja essa foto desse lindo igarapé,

De água limpa cristalina. Repleta de peixinhos, a nadar. Pássaros nas árvores a cantar.

Bichos e insetos a passear. A bisa a esperar teu bisavô

Cheia de amor pra dar. Olha a foto, meu amor.

Veja disso tudo o que sobrou.

Como dói meu coração. Te dizer que a destruição.

O monstro da poluição. A falta de compreensão.

Não deixou eu te mostrar.

A beleza que havia aqui Só a foto, na internet a persistir

E uma lágrima a rolar.

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Maria

Ao ver Tua história De sacrifício

De luta De batalhas

De dor Ao dar a luz

Ao teu rebento Que ofertas

Ao teu amado Com tanto alento.

Sinto Maria Que somos iguais

Na ternura E em nossos ais.

Desde Eva Aos nossos dias Passando pela

Maria Que inspira a Todas nós.

Vemos Nossos filhas Com afinco Educando Amando

Construindo, Nos fazendo

Avós. Maria,

Abençoadas Sejamos

Todas nós.

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Carta para mim mesma

Menina! Faça o que deseja.

Não tenha medo de viver. Você só tem uma vida.

Pra se realizar. Pra ser.

Tenha firme esperança

Em quem do alto te conduz E te dará felicidade

Em irradiação de força e luz.

A realização virá Aos que choram. São machucados.

Mas persistem na fé e oram.

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Meu marido. Meu amor

Nas minhas decisões, Priorizo o melhor pra ele. Todos os seus talentos,

Eu o estimulo a usar.

Admiro e elogio sempre, suas habilidades. Como sócia, o ouço sempre com atenção.

Sou-lhe grata.

O trato com respeito, amizade. Amo-o, e sou fiel as nossas juras e promessas. Adoro sua mansidão, discernimento, sabedoria. Fico radiante quando ouço sua voz chegando.

Ele é o sol que me aquece.

A luz que me alumia. A estrela que brilha em minhas pupilas.

Luz divina.

Nossa emoção, não dá para ser contida. A força desse amor, não dá pra ser medida.

Amar como nos amamos, só acontece uma vez nessa vida. Meu marido.

Meu tudo. Meu amor.

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Canto a Jericoacoara

Jeri. Minha Jeri. Eis-me aqui; a ti me rendo. Paraiso de imensa beleza.

Suscitando lindos sorrisos e amor à natureza.

Meu olhar se espraia pelo azul único desse mar. Buliçoso, invade a minha alma.

Sinto-me nua integrada à tua beleza. Lagoa azul. És a mais pura riqueza.

Aqui vivo, respiro amo,

Sinto o cheiro da terra se unindo à maresia. O canto do mar.

Ao deslizar da jangada. A brisa suave que minha pele arrepia.

Admiro quando o sol se deita.

Entrega-se ao mar que o abraça. Ambos esperam a terna luz da lua.

Jeri. Jeri. Meu Amor. Sou toda tua.

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Eu gosto

Da fé, do amor, da paz. Da esperança, da sabedoria. Do respeito, da sinceridade.

Da simplicidade, da modéstia. Da compaixão, da honestidade.

Da integridade, da lealdade. Do meu país, sua natureza, seu povo.

Gosto de repartir:

Alegria, poesia, sonhos. Boa música, estórias.

Mesa farta, boas notícias.

Colho: Sabedoria e conhecimento Para trocar com os amigos

No terreiro da vida.

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Há uma força

Há uma força Energia em ação

Circulando no universo em criação. No universo germina, se desenvolve Por nós não conhecido interligação.

Evolução regida por leis reais.

Corretas. Imutáveis... Nos unindo ao universo por forças incontroláveis

E por mistérios, para nós, insondáveis.

Caminho que nos leva à verdade e a vida. Força que nos faz pensar, criar, viver, amar.

Movidos pelo amor. Evoluindo. Aprendendo.

Embora devagar.

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Maria Elizabeth de Almeida

Nasceu em 28 de Maio de 1956, na cidade de Itajaí (SC). Vive e trabalha em Itajaí (SC). Professora, Poetisa e Ativista cultural. Graduada em Pedagogia, pela instituição Uniasselvi - Associação Educacional Leonardo da Vinci (2007). Pedagoga das séries iniciais e educação infantil. Intérprete de Libras. Administradora do grupo fechado “Elizabeth Almeida Poesias e Poemas”. Sempre envolvida com a educação, especificamente alfabetizando crianças, essa arte do pensamento, imaginação o faz de conta, sempre esteve presente e foi descobrindo a cada dia como é lindo esse mundo da poesia. “Mesmo que os ventos soprem ao contrário não desanimeis jamais” e assim estreou na literatura em “Premium VII” e “Premium X Ouro”. Com obra própria “Ciranda da Poesia” (poesias 2015) Bookess Editora.

Contato:

[email protected] Blog e Páginas:

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Amar é...

Mais do que sonhar... É correr atrás de ideais para uma vida feliz a dois.

É querer está perto, mesmo após uma discussão calada. É sonhar com a pessoa amada, mesmo quando se está acordado.

É sentir saudades e querer voltar para casa para carinhos e carícias. É pedir para não ser compreendido por outrem.

Amar é...

Se perder pelos caminhos da razão. É se encontrar nos caminhos do delírio.

É morar junto com a loucura.

Amar é... Tornar-se sensível e se entregar ao bem estar

da pessoa amada para que ela seja feliz. É viver cada dia como se fosse o último.

É querer roubar todas as estrelas do céu para presentear seu amor.

Amar é... Suportar a dor dos espinhos só para colher uma flor.

É semear a terra seca e esperar que a chuva faça nascerem novas plantas.

Amar é... Tornar-se livre de preconceitos e medos.

É caminhar nas nuvens e viver no mundo da lua. É não se importar com os julgamentos alheios. Ideais e amor são a força que move o mundo.

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Tristeza

Quando você disse vou me afastar por uns tempos senti minha ilusão despedindo-se; não vá.

Sem ilusão eu não vivo. Que será de mim sem as tuas bagagens

de pensamentos, desejos. Loucuras imaginárias e caricias.

Ah! Minha linda, tu me levas para ele a todo instante.

Me fazes sentir o gosto do beijo. Despertas meus sentimentos para um amor. De mãos nervosas e tremulas em meu corpo

sinto-a riscar em meus cabelos; num forte abraço de ternura e paixão.

Preciso que fiques! Não de lugar a tristeza.

Ilusão! Tu és minha companheira. Contigo faço minhas melhores viagens.

Estas sempre comigo. Me leva para esse mundo ilusório

no qual eu sempre quero ficar.

Mais a realidade me faz voltar sempre ao mesmo lugar. Ela não quer me deixar.

Fique ilusão! Quero sonhar. Sem ilusão eu não posso viver.

És minha inspiração.

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Primavera

Os dias em um entardecer tornam se alegres quando ouvimos as melodias dos pássaros.

As borboletas vibrando, acasalando. Um novo ser.

O beija flor sem pudor se atreve

a sugar o doce de uma flor.

O verde da natureza é o mesmo dos jardins. Transpira, expira cheiro de relva. Misturando se as cores de flores,

serenadas, orvalhadas, molhadas.

Tornam-se brilhantes, cativantes. Até o vento bate levemente, deliciosamente.

Atiçando as folhas, pétalas a caírem ao chão. A primavera com perfume de jasmim e flores acaricia a entrada do verão sem discussão.

Esta bela estação...

vai entrando com duas taças de vinho na mão.

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Paz

Vem ver o pôr do sol nascer. Vem ver a dança dos pássaros,

enquanto colhemos as pétalas de flores que enfeitam nossa vida.

Vem meu amor! Olhar a beleza

das alfazemas que florescem nos campos.

Vem meu amor! Acalmar meu pranto! Vem ver a luz do sol!

Meu amor torna minha tristeza em alegria.

Vem! Antes que me esqueça. Antes que eu murche

e caia igual a pétalas de flores.

Vem! Regue-me com tua paz.

Vem! Fique comigo até que amanheça,

e na paz de uma noite calma em teus braços eu adormeça.

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Nossos sentimentos

Ah! O sentir da emoção um breve gesto de sensação, pele, corpo, toque de mãos.

Hálito quente;

bate forte e descompassado meu coração.

Teu cheiro em vão.

Pensamentos que transbordam, rios sem direção.

Aquieta-te, não me envolvas não.

Ah! Vivo dias tranquilos, teus olhos a não me seguir nem teus lábios a me tocar,

para um breve doce beijo de paixão.

Suavizando assim; nossa intenção. Já não tem mais jeito,

nossos sentimentos jamais nos deixarão.

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Fica

Fica só o dia inteiro não seja algo passageiro deixa eu te sentir primeiro

tocar teu lindo rosto.

Deixa o teu perfume em minhas mãos, em cada vão de todos os cantos do meu ser.

Me de tempo para que eu possa inalar, te recordar quando minhas mãos escreverem o teu nome

que não consigo esquecer. ,

Começo a chorar. A saudade vai apertar.

Teu perfume já esta evaporando. Ele é tudo que tenho.

Fica só mais um dia inteiro.

Fica para sempre.

Deixa a semente do amor da gente crescer a cada amanhecer. As estrelas brilham.

A lua nos brinda com seu clarão. Tudo conspira que fiques por um dia inteiro.

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É amor ou sedução

Sinto que meu coração sair fora do ritmo quando penso em você. Ele carrega muitos sentimentos;

um dele, viver a vida e poder sentir as batidas descompassadas.

Quando a sedução me pega

através dos gestos teus, é inevitável, deixo -me seduzir;

por teu amor enlouquecedor com sussurros embriagantes

que me levam a delírios, de uma adrenalina sem explicação.

É amor ou sedução.

A sensação e arrepio se compara a pedra de gelo. Dentro de minha blusa suspiros de muitos ais. Amor! Minha loucura; sem você eu não vivo.

Te sinto em qualquer olhar.

Sou movida por carinhos teus trocados e igualados. Vem! Senta perto de mim. Beija-me. Deixa aflorar o poder da imaginação,

que ainda não sabemos. É amor ou sedução.

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Amor antigo

O amor antigo vive de lembranças guardadas; sentindo sempre a presença. Mais não exige e nem pede.

Nada espera da saudade de um tempo passado.

O amor antigo tem raízes profundas, feitas de sofrimento e de beleza,

por aqueles tempos vividos.

Em toda parte, o tempo desmorona

aquilo que foi grande.

É inesquecível o antigo amor, porém nunca acaba.

A cada dia surgem mais apaixonados, carregados de esperança.

O amor venceu a dor,

e resplandeceu no seu lado esquerdo. O coração quanto mais antigo;

mais amor recolhido.

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Me sinto só

Tem dias que me sinto em pranto profundo, com a alma dilacerada que sofre sem fim.

Tentando achar uma saída para curar a dor do amor nunca vivido.

Um coração sofrido, partido, tragado. Iludido por estar perdido

entre as sensações do desconhecido; o amor.

Se eu pudesse

Se eu pudesse te sentir, por um momento enfim.

Se eu pudesse te levaria para bem longe, sem o ontem,

sem o amanhã, sem noção, sem tempo.

Se eu pudesse...

minha razão, meu céu, meu sol,

meu anjo, Meu tudo agora.

Se eu pudesse ter tudo o que quero agora.

Queria você para mim, dentro de mim. Para um momento sem fim.

Se eu pudesse.

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Frases Sonhe! Seja feliz. Trabalhe sua mente com sua imaginação. Chegue às estrelas e dance as mais lindas melodias do amor...

Quando o perfume dele permanece. A tentação é forte dentro do limite de cada mulher. O doce engano esta chamando e a saudade pousa em um coração solitário.

Você é para mim um turbilhão de sensações misturadas; iguais às flores de outono entrando em primavera. Não sei dizer quais delas é a mais bela. São sensações inexplicáveis, por isso, não sei dizer. Ah! Só eu mesmo sei o porquê ainda não te decifrei!

Meu sonho Mágico. Viajo em minhas fantasias. Lá que te encontro todas as noites.

Meu Sonho dourado. Minha eterna paixão. O tempo não dá tempo. Me deixa na ilusão.

Sinto o aroma da brisa perfumada das flores do campo. Elas me fazem lembrar você; às flores do campo. Eu posso ver sentir, mas você esta longe de mim.

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Mariane Helena

Nasceu em 9 de Maio de 1990 na cidade de São José dos Campos (SP). Escritora, Poetisa, Cronista e Colunista. Formada em Administração - FIG - Unimesp - Centro Universitário Metropolitano de São Paulo. Atualmente é Acadêmica em Letras. Vi o seu despertar para a poesia após uma grande calamidade. Passou a escrever após uma tentativa de suicídio. Por consequência, passou um longo período sem voz, foi quando a palavra passou a falar. Começou a escrever para se expressar, para desabafar, para sofrer, para esconder a dor, para suportar, para aflorar, para voar. Todo esse processo a fez se reencontrar com sua grande paixão: a poesia! Foi o que a transformou num ser melhor, a fez percussora na vida, proclamadora do que realmente é importante na vida. Como um marco de vitória em sua luta pela vida. Onde relata em poemas com amor e muita leveza o período de mais doloroso de toda sua história publicou em 2015 seu primeiro livro: "Um grande milagre – Metamorfose em palavras", editora COMDEUS. Detentora da Medalha IV Conde de Figueiró - Embaixada da Poesia. Comenda Conde de Figueiró - Embaixada da Poesia. Certificado de mérito Cultural - Embaixada da Poesia. Medalha Superação - Câmara Municipal de São José dos Campos. Prêmio Mulheres do ano de 2015. Troféu Carlos Drummond de Andrade de literatura - Edição ouro. Troféu Cecilia Meireles - Mulheres notáveis. Certificado de Grande mérito Literário e Certificado de Contribuição para Brasilidade. Contatos:

[email protected] www.facebook.com/metamorfoseempalavras www.metamorfoseempalavras.blogspot.com.br

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A arte de moldar pedras

Retinente, sigo a talhar! Tudo aquilo que a vida tem me disposto.

Aprendi com a dor transformar, Moldar, Contornar, esculpir, acomodar, habituar...

A duras penas e as duras pedras! Na subsistência desse labor,

Percebi que enquanto trabalhava os rochedos; Eu forjava o meu eu, lapidava minha alma.

Mais difícil que manipular os pedregulhos que foram me dados, Era compor a pedra que SOU! Esse rude cascalho informe,

Sem valor ou estima. Que maltratado pelo tempo,

Também foi queimado pelo fogo. Apesar desse pesado fado,

Faço deste, a minha arte... Terapia... Evolução! Por tanto sigo moldando pedras...

...E por elas me tecendo.

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O espelho

Vejo a vida nos teus olhos! Ao perceber o outro me reflito.

Noto em ti o que é imperceptível em mim; Deleito em sua alma para alcançar a minha.

Agrego valores ao contemplar minha humanidade, Escancarada no seio da sociedade. Deixo de ser eu e passo a ser nós!

Trazendo em mim as misérias do mundo, Juntamente com todo o seu poder de adaptação e resiliência.

A criação exalada no seu ser, Trás a inspiração para o meu verso.

Converto-me do mal, E entro em contato com o divino.

Toque em mim! Sinestetiza a benevolência da vida,

Em igualdade com a minha imperfeição. E caminhemos em par, rumo ao desconhecido.

Faça de mim, um reflexo nato de ti!

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A alma dança

Criança, A alma Dança!

Flutua... Aflora... Não importa o ritmo;

Dança! Mesmo que triste,

Não abandona Sua suntuosa

Dança! Com trilha triste,

Humilde Humana Dança!

Perene folia; Independe à alegria.

Simplesmente, Dança!

Mesmo sem música, Seja a canção.

Dança! Ao poente,

Brilhe A

Dança! E

Ao final, Seu compor... Altivamente

Brilhou!

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Meu choro

Gemido que exprime a alma lamentosa. Lágrimas que libertam sentimentos ressentidos!

Gritos do silêncio calado... Apertado... Sangrando... Deleite da dor que reaviva a sede do esquecer.

Inspiração que reconforta e reafirma o desejo de sair da inércia. Oh que penar! Penar esse que escorre...

Percorrendo vagarosamente, as curvas do coração que sofre e transborda. Aflora... Para fora tudo!

Com a intensidade... Suave... Que desci por mim.

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O que importa são as marcas

Mais importante que a folha de papel, São as marcas nela contidas.

Cada letra riscada em seu ventre, Trás consigo mais que um rastro de tinta; Mas deixa também por detrás das letras,

Cicatrizes! Que são a expressão da força sobre ela empregada,

Para a palavra nascer! Não existe ferida sem dor.

Para tornar-se poema, Primeiramente a folha faz-se estrada;

Esmagada, Transpassada,

Calcada... Vira um meio, Sem fim!

Sua dor é que lhe propicia a ter uma história. Ser mais que um simples papel.

E em sua pisadura oculta e calada... Permite que a alma rompa,

As dividas do ser e da razão. Desaguando os versos inquietos,

De um poeta e sua dor.

Platinum I

86

Nem só de pão

Apenas quando se perde tudo, É que se aprende;

Que você já tem tudo o que precisa: NADA!

Você não leva nada, Pois nada te pertence. Você não leva nada,

Pois nada é necessário. Você não precisa de nada,

Pois nada te falta. E somente assim torna-se libertário!

Quando nada te restar, Aprenderá que:

Nem só de pão, é que se vive; Nem só com roupa, que se vesti;

Nem só de status, é que se estabelece! A vida em seus ciclos,

Ensina-nos que o que é essencial para a vida, Não nos apropriamos dele,

Mas o emanamos!

Platinum I

87

As pedras no caminho

No caminho ao havia pedra, Mas a pedra era o caminho.

Um trajeto de dor... E janelas abertas.

A pedra me gerou um caminho novo; Para pensar, penar, pesar e de amar!

Pedra pra lá, pedra pra cá,

As pedras, é que dão as cartas.

Mesmo com mínimas opções, Ainda assim, sou eu que escolho como jogá-las.

Escolhi afogá-las em um rio.

Rio de lágrimas que do meu ser jorrou!

E quando a pedra abrir o caminho... Eu seguirei sorrindo.

Platinum I

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Transformando a dor em poesia

Minhas lágrimas regam o papel, Trazendo o florir de lindos versos de amor.

Para tapear a dor, Poeto tudo que é bom, (mas ainda não é)

Como se já o fosse! Domino-a, não lhe dou poderes.

A noite é sempre mais fria e assustadoramente escura; Mas quando fecho os olhos;

Tenho a clara certeza, De que o sol voltará a brilhar,

Ao romper da manhã! Então...

Deixo tudo leve! Perco a pressa!

Dirijo os meus passos como se numa bela dança. E assim, faço da minha trilha triste,

O meu poema mais lindo! Domo meus fantasmas,

Cesso as tempestades do eu, Vencendo corajosamente meus medos.

Para enflorar minhas asas, Recuso-me atolar em meus pesares,

Meu puro e sincero sorriso.

Platinum I

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Peço misericórdia a mim

Hoje não peço a ti, Mas peço a mim, misericórdia!

Pois não tenho me amado o suficiente; Tenho me abandonado pelos cantos sem valor. Me exigido coisas nas quais não quero fazer, Tenho me forçado a sentir o que não sinto,

E ficar onde não quero ir. Por isso peço, misericórdia a mim!

Clamo, para que acolha-me a mim, em toda a minha miséria. Clamo, para que EU me compreenda e conviva,

Com aquilo que a vida me deu... E com tudo aquilo que eu fiz dela.

Misericórdia! A mim,

De mim, E sobre mim!

Que eu tenha compaixão do meu coração, E nisso também peço misericórdia a ti.

Toque em minhas mazelas! Entenda as minhas quedas!

E me tenha amor mesmo assim... Sendo só o que sou.

Hoje sei que o pouco de mim, É o tudo que tenho e sou.

Por tanto o meu todo é o meu melhor! Então não tenho mais sobre os meus ombros,

O peso da culpa. A culpa de não ser, nada além do que sou!

Eximo-me da culpa de ir apena onde meus pés alcançam; E ter apenas o que meus braços aguentam.

Nesse momento então, o meu coração se enche de paz; E uma doce brisa, preenche todo o meu ser. Lágrimas correm pelas curvas do meu rosto,

Mas todas elas são de gratidão. Não mais de frustração!

Platinum I

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Na desilusão, pelos ais que por anos carrego... Estes, são os que não cabem mais em mim!

Porém também não competem a ti. Derramo-me no papel, a fim de eternizar! Para que toda a vez que houver em mim:

Desamor, Dissabor, Descaso,

Desencanto... E então; Desistir,

Desesperar... e Desabar,

Lembra-me ei de ter em mim misericórdia. Pois não preciso mais ser tão forte,

Nem mesmo me esforçar para caber. Tenho em mim todo o espaço que preciso! Todo o carinho que tanto busco bem aqui! Todo o suprimento que me manter de pé!

Na dor de tudo compreender, Serei feliz... Bem feliz!

Platinum I

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Marilin Manrique

Nasceu em São Luís de Montes Belos (GO). Vive em Uberlândia (MG), desde 1969. Graduada em Psicologia (1981) pela UNIUBE - Universidade de Uberaba. Pós-graduada em Metodologias do Ensino na UFU - Universidade Federal de Uberlândia e em Saúde Pública e da Família pelo Instituto Passo 1. Participa de antologias de contos e poesias desde 2014, ano em que teve sua primeira poesia, “Vazio da Alma”, selecionada no Concurso Nacional “Novos Poetas” pela Vivara Editora. Seus temas prediletos são o amor, a arte, o voluntariado e fatos do cotidiano. Publicou neste ano o seu primeiro livro: ”A BUSCA PELA FELICIDADE e outros contos”, realizando um sonho antigo.

Contato:

[email protected]

Página:

Facebook: https://www.facebook.com/marilin.molina.5

Platinum I

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Platinum I

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Agradeça

O berço que já te acolheu O cobertor que te agasalha

A mão que te ampara O teto que te abriga

A escola que te educa O salário que te dá dignidade

O alimento que te nutre A alegria que impulsiona seu caminhar

A fé que te guia A Deus que te proporciona

Um bom dia. Boas vindas ao amigo O mais largo sorriso, O mais forte abraço, A cama mais macia, A mais linda melodia, A água mais gelada, A limonada mais adocicada Uma Brahma bem gelada O prato mais saboroso E por fim, o doce mais gostoso.

Platinum I

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Amor de Primavera

Quando chega a primavera Namorados ficam a sonhar

O inverno já foi embora Caminhando lado a lado Não se sentem sozinhos

Só enxergam flores em seus caminhos.

Os amantes têm muito amor para dividir Sentem a primavera o ano inteiro

Sabem se atrair e se entregar com paixão Quando o amor é verdadeiro.

As flores do campo, para florir, Precisam de água, ar e calor.

Os enamorados buscam a felicidade com ardor E necessitam de compartilhar carinho e alegria

Para que o amor renasça a cada dia.

Platinum I

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Como amenizar as tristezas?

Brincar com o cãozinho inofensivo? Ou tomar um antidepressivo?

Assistir o jogo do time preferido, Ou ir a uma pizzaria com um amigo?

Ligar o som bem baixinho

E cantar com muita alegria? Ou dançar de rosto coladinho, Curtindo uma linda melodia?

Passear no shopping com o amado, Ou ir com os amigos a uma balada?

Tomar um chope bem gelado, Ou uma limonada bem adocicada?

Fazer várias sessões de terapia,

Para as tristezas aliviar? Ou escrever algumas poesias E guardá-las para publicar?

Platinum I

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Lembrando de você

Fecho os olhos Vejo você chegando Surpreendendo-me

Trazendo um bombom.

Fecho os olhos Vejo você chegar de novo Tentando me conquistar

Com seu sorriso, seu olhar.

Fecho os olhos E vejo você de novo

Dizendo doces palavras Inesquecíveis.

Fecho os olhos,

Vejo você Amando-me

Defendendo-me Protegendo-me.

Fecho os olhos e recordo

Da noite sombria Que vi você partindo

Para nunca mais voltar.

Fecho os olhos, relembrando E sabendo que você se foi

Para bem longe de meus olhos, Mas ficou aqui, em meu coração.

Fecho os olhos e vejo

Novos caminhos a percorrer Sem você...

Mas com Deus a me proteger.

Platinum I

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Meu eterno amor

Até que enfim você chegou, Meu novo companheiro

Amigo de todas as horas Contigo quero sempre estar

Durante o dia, à noite Em qualquer lugar.

Até que enfim você chegou,

Meu querido e amado Quero que fique sempre ao meu lado.

Até que enfim você chegou!

Meu amor por ti não é de hoje Cansei de levar-te e buscar-te

Você veio para ficar ao meu lado Livrar-me de todos os perigos

Meu novo e companheiro amigo.

Você veio do jeitinho que eu queria Gordinho, novinho e cheirosinho Seja bem vindo ao meu cantinho Meu querido dicionário Aurélio.

Platinum I

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Meu pai amado

Hoje estou muito feliz Por estar ao seu lado

Muito tenho a agradecer A você, meu pai amado.

Hoje, depois de tanto tempo

Pude entender sua lição E perceber que fez por merecer

Todo o meu amor, toda minha devoção.

Apesar de toda labuta sofrida Você me ensinou na juventude A seguir pela estrada da vida Com mais firmeza e atitude.

Muito aprendi com seus ensinamentos Tentando entender seu modo de ser, Refletir e agir para evitar sofrimentos

E viver sem tanto medo de sofrer.

Platinum I

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Nomes e rimas

No arquivo procurando Kamila com “K”, Camila com “C”

Victor com “C”, Vitor sem “C” Lembrei-me de você

Lorraine com “e” afilhada do coração Que me encantou e depois me deixou

Para seguir seu destino Ensinar aos pequeninos

E ainda continuo procurando Kamila com “K”, Camila com “C”

E lembrando sempre de você Registrando na ficha de Helenice Lembrei-me de que você sempre Me encantou com sua meiguice

E continuo procurando Kamila com “K”, Camila com “C” Lorraini com “I”, Lorraine com “E”

E lamentando estar longe de você.

Platinum I

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Ofensa e perdão

Palavras ofensivas Soltas ao vento

São como pedras Em nosso caminho

Guardar ofensas Não nos convém

Para viver sem sofrer Perdoar nosso irmão É a melhor solução.

O poeta Luiz Luiz vivia dizendo: - Que vida dura! - Por que não sou feliz? Chorava, sofria e se amargurava O poeta Luiz queria muito ser feliz E escrevia uma poesia a cada dia Um dia, a sorte bateu em sua porta Ganhou na loteria, Conquistou sua amada, Mudou de cidade, Com ela sempre viajava Começou a ser feliz de verdade Com sua amada conquistava A verdadeira felicidade Bendito Luiz! Até que enfim ficou feliz! Não escreve mais poesia É o que se diz...

Platinum I

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Ser resiliente

Ser resiliente exige de nós Muito esforço e coragem

Para parar e pensar: “Aqui não devo ficar” Devo sair, espairecer,

Para as tristezas esquecer.

Ser resiliente é Abrir a porta, ou a janela Tentar sair por uma delas Até encontrar um amigo,

Ou um irmão que nos dê a mão Que nos acalme e nos faça Retornar a viver plenamente

Curtindo as alegrias novamente.

Ser resiliente é tentar Com toda força nos apoiar

Para levantar do chão Após uma desilusão Procurando alguém

Que alegre nosso coração.

Ser resiliente é Diante dessa insatisfação

Cuidar mais de si Sair com os amigos Para tomar um açaí.

Platinum I

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Ser amigo

Ser amigo É ser companheiro, protetor

Amável, defensor.

Ser amigo É abrir espaço no coração

Não apenas uma vez É não dizer: “- Talvez”.

Ser amigo

É dizer palavras com carinho Expressando emoções Sem medo de ser feliz.

Ser amigo

É manifestar o desejo De simplesmente ser,

Não importando se vai sofrer.

Ser amigo É escolher as palavras

Para orientar, sem ofender.

Platinum I

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Maurélio Machado

Nasceu em São Bento do Sul (SC). Escritor e poeta. Casado com Karim Voigt, pai de Daniela, Fernanda e Fábio Luis. Netos: Giovanna e Eduardo. Formado em Ciências contábeis pela Univille - Universidade de Joinville/SC, com vários cursos de especialização em finanças, economia e administração. Membro da Academia Parano-Catarinense de Letras, ocupando a cadeira de nº. 41. Membro da Diretoria da Oficina de Poetas - formação de jovens poetas nas escolas públicas. Membro da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul. Atualmente é colunista do Jornal Evolução de São Bento do Sul. Mérito Literário do Instituto Montes Ribeiro de Curitiba (PR). Administrador do Grupo POETEIRO DE RUA: https://www.facebook.com/groups/maurmach/?ref=bookmarks. Patrono do projeto PREMIUM - Poesias & Textos. Livros publicados: Poeteiro de Rua (Clube de Autores). Infinitas Saudades, Palavras de Amor e

Paixão, Sufocadas Paixões - Poemas Card (Editora Bookess). Antologias publicadas: Além-Mar

das Palavras, Premium V, IX e X – OURO (Editora Bookess). Tem participações em diversas Antologias no Brasil e em Portugal: - Vida, Motivos, Degraus (editora nova letra). Encontro Feras da Poética do Mindim - Luna Di Primus (90 escritores) Diamantes III e IV (Editora Berthier).

Contatos:

[email protected] http://www.recantodasletras.com.br

http://poeteiroderua.blogspot.com http://www.facebook.com/groups/maurmach/. http://www.jornalevolucao.com.br/colunistas/30/maurelio-machado.

http://rencantodasletras.50webs.com/maurelio.htm Facebook: https://www.facebook.com/maurelio.machado?fref=ts

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Agruras

Ventos do sul que enregelam Corpos doentes em letargia Vestes rotas e descoloridas Tardes de aflição e agruras

Sons tristes tangem na ermida Não há mais amor ou ternura Muitas sombras no triste dia

E a miséria, a fome o descaso Abandono de crianças na rua

Final de solitária tarde, o ocaso Cede seu espaço para a lua.

Ao léu Nos labirintos da angustiada alma O fogo que me consome dia a dia A dor que sem tréguas não acalma Prostrando-me em louca agonia. Sombras de mistério não relatadas Pobre farrapo humano devassado Triste e abandonado pelas calçadas Ébrio doentio a perambular calado. No inocente e estraçalhado coração O nome de um amor quase revelado Sussurro aos ventos versos sombrios. Maldita que me enfeitiçou de paixão A quem tanto amo e tenho velado Preenchendo-me de eternos vazios.

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Vou te amar enquanto flor

Querida minha querida A existência já me fartou

Tantas crueldades da vida Acabrunhado me deixou.

Prometo formosa mulher

Guardar nosso sentimento Enquanto vivo eu estiver

Respeitar bons momentos.

Enquanto a vida me levar Quero te amar como flor

Sempre, sempre te respeitar Ó meu encantado amor.

Lágrimas sentidas Opressoras solitárias horas vazias Entre silêncios adormecidos Minh’alma, cruel padecimento Cinzas tardes e noites tão frias. Corações frágeis enternecidos Notícias de trágico falecimento Sangue na rua de chão batido Registro de cruel acontecimento. Pedras empoeiradas adormecidas Incômodo e constante ladrido Lembranças e flores combalidas. Choro transformado em murmúrio Corpo em tremores, combalido Outro mortalmente caído, espúrio...

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O amor primeiro

Muito linda, amiga sorridente Brincavas com toda a petizada Vivia e nos deixava contentes.

Eram tempos de muita alegria

Da pré-adolescência, encantada A galera se encontrava todo dia.

Eram tempos sem maldades De muito respeito e carinhos Maravilhosa e bela mocidade.

Mas todo sonho tem um final Eles escolheram os caminhos Focados na vida profissional.

Partiram amigos e amigas

E eu pobre ser, quê destino? Lamentos em aflitas cantigas.

Lembranças daquele olhar Marcante sorriso cristalino Para sempre vou te amar!

Platinum I

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Olhar distante

O brilho no rosto esplendoroso E o alvo sorriso escancarado

Belo olhar esverdeado, fascinante.

Olhos que perscrutam o horizonte Além do anil da faixa inatingível

Muito mais que se pode imaginar.

O Sol iluminando a alva praia deserta.

Flanar de gaivotas engalanando a natureza.

Platinum I

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Pelo nosso amor

Descobri as traições Destas noites sombrias Mentiras e desilusões

Nas palavras tão frias...

Confesso que chorei Na madrugada gris A sós triste fiquei

Você sorriu, você quis...

Perdoei. Nada se desfez O sonho venceu na vida Chegou a nossa vez... O terno amor querida!

Platinum I

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Flores de plástico não morrem

“Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas marchando

Indecisos cordões Ainda fazem da flor

Seu mais forte refrão E acreditam nas flores Vencendo o canhão”

Geraldo Vandré

Andavas entre rosas e espinhos Nos porões fétidos da ditadura A liberdade privada, desatinos Privações, horrores... torturas.

E na luta árdua pela nossa libertação Enfrentastes os fuzis com belas flores

No teu olhar o desprezo pela revolução Gesto sutil, sorristes disfarçando dores.

Das pacíficas intenções incompreendidas Eles te torturaram, estupraram, abortastes O sonho de liberdade que habitava teu ser.

Sozinha, em frangalhos, mas destemida No derradeiro instante final enfrentastes

Os fuzis que anteciparam tua breve partida.

Na tua lápide Neide Alves Santos, morta sob tortura no DOPS/RJ. “Flores de plástico que não morrem”; como não morreram teus sonhos de

liberdade!

Platinum I

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Não se vá

Eu te amo tanto Não fujas de mim Nem sei o quanto Este amor assim.

Vem me dar um abraço Aquele beijo com ardor Se aqueça no regaço

Com meu calor.

Nossos sonhos dourados Palavras soltas ao vento

Braços entrelaçados Além de tudo, do tempo...

Não me deixes jamais Nesta vida vazia, amor Pois não serei capaz

De viver sem teu calor.

Vamos juntos caminhar Ao nosso destino encantador

E ao mundo todo falar De nosso imenso amor!

Platinum I

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Poema inacabado Ferreira Gomes, grande poeta e contista brasileiro do século passado; vivia incógnito em sua rudimentar moradia em companhia de seus livros e da solidão. Era um tímido, poucas companhias lhe agradavam. Suas composições eram em geral de poemas líricos, sonetos e poesias surreais. Era um jovem reservado, de poucos amigos e raras aparições públicas. Poucas vezes era visto: em saraus poéticos, reuniões sobre literatura ou lançamentos de livros. Cunha Lopes, poeta amador era um de seus melhores amigos e admiradores. Vez por outra visitava Ferreira para troca de ideias sobre novos autores, livros e literatura em geral. Em determinada tarde caminhando pela estrada de chão, Cunha Lopes dirigiu-se à pequena casa verde de muro caiado, circundada por trepadeiras vigorosas e floridas. Chegou, lá estava o refúgio do magnífico poeta. Cunha Lopes chegou à soleira de madeira escura e tocou a velha campainha de bronze enegrecida pelo tempo. Sem respostas, insistiu mais algumas vezes em vão. Talvez Ferreirinha; como o chamavam carinhosamente, estivesse aos fundos da casa, apreciando seu exuberante pomar. Foi até lá verificar. Observou a porta dos fundos, estava entreaberta. Lentamente ela foi aberta, sob um rangido baixinho. Lopes avistou o amigo sentado numa cadeira rústica e o rosto caído sobre uma pequena mesa. Chamou a distância, não houve respostas. Aproximou-se e tocou o corpo de Ferreirinha. Um frio percorreu lhe o corpo, Ferreira Gomes se fora. Estava enrijecido, olhos fixos na parede ao lado, um lápis entre seus dedos pousados sobre o papel amarelado. Cunha apanhou o papel sobre a mesa e tristemente leu o poema inacabado. Adeus amor Para não causar-te mais danos e não ver-te sofrer cruelmente Pelos desatinos e desenganos ao tratar-te tão rudemente Deixo o belo e cobiçado chão o rincão que me viu crescer E que fez pulsar meu coração não quero este vil padecer Sigo... Nada mais... Lágrimas silenciosas corriam dos olhos de Cunha Lopes, tudo acabado.

Platinum I

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Ronda e beija, beija a flor

Como se fora seu amor Ou o último beijo

Doce, triste, apaixonante Demorado, pra lembrar sempre

A flor balouça ao vento Será a tristeza demonstrada

Saudades do pássaro sem ninho? Beija-flor

Última visita à florida Descolorida

Rosa em botão. Que ora desabrochou Para nossa admiração

Flores, perfumes, paixão... Lá vem ele com emoção.

Beijar a flor.

Platinum I

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Quem sabe... Creio que talvez num dia Num doce inspirado instante Sonoro eco de minha poesia Para ti os cantos alucinantes. Dedicadas rimas à donzela Humildes e tristonhos versos Poucas linhas, mas singelas Temas difíceis, controversos... Quem sabe num dia inspirado Assim dedique minha poesia Um sonho por mim festejado Teu carinho, tua meiga simpatia. O amor é mesmo incomum Vivemos afastados, amando Somos dois, talvez três em um... Dois corações latejando...

Platinum I

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Mirian Menezes de Oliveira

Nasceu em 19 de Junho 1967 na cidade de Guaratinguetá (SP). Vive e trabalha em São José dos Campos (SP). Professora, Escritora e Ativista Cultural. Graduada em Letras – Licenciatura Plena – Português e Inglês, pela instituição UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba - São José dos Campos – SP (1990). Pós-graduada em Leitura e Produção de Textos (Lato Sensu), pela instituição UNITAU – Universidade de Taubaté - SP (1997). Dissertação de Mestrado, defendida na instituição UBC – Universidade Braz Cubas - Mogi das Cruzes - SP (2004). Mestrado em Semiótica. Tecnologias de Informação e Educação. Membro da REBRA, CETRANS e AJEB - Associação de Jornalistas e Escritoras Brasileiras. Embaixadora da Divine Académie Française des Arts, des Lettres et de la Culture - São José dos Campos – SP. Publicou: “O Cientista e a Poeta” – Editora Triom e “Rotinas e Surpresas – Espirais de vida” – Editora Scortecci. Participou em 32 Antologias e em trabalho articulado a outros artistas, sendo duas participações no “Projeto Premium”, Premium V e Premium X Ouro (poesias 2015) - Bookess Editora. Exposição no Carrosel du Louvre – Museu du Louvre – Outubro de 2014. Contato:

[email protected] Blog e Páginas:

http://mirianmenezesdeoliveira.blogspot.com.br/ https://www.facebook.com/mirian.menezesdeoliveira?fref=ts http://www.bookess.com/profile/mirianmenezes/

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Diálogo esquisito

Tento moldar os versos... - Vire à direita e depois à sua esquerda!

Poemas são tão teimosos!

Vêm na hora “errada”!

- Atenção! Limite de 80 km/h.

Não sou a motorista! Posso criar versos!

- Atenção! Trecho com obras!

Tento dialogar com alguém!

Não consigo! Tento dialogar com o GPS!

Não me escuta! Pouco se importa com estas linhas...

- Recalculando a rota!

Quer saber?

O GPS está certo! RECALCULANDO os versos!

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Alta (?) costura

Alta costura?! Alma costura?

Resolvi costurar minh’alma...

Alfinetar os excessos... (Adequá-la às medidas certas!)

Tarefa difícil!

Olhei-me no espelho...

Atravessei meus olhos úmidos: vi pontos e contrapontos, bordados “fora de moda”,

estampas de outras épocas.

Tirei tortas e assimétricas medidas, porque alma é tecido vivo!

Joguei fora todos os moldes

e desisti do processo.

Alta costura? Alma não se costura!

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Marcha lenta

A vida, às vezes, pede calma... “O silêncio cala o absurdo!”

Importante é o soar da alma: argumento sério e desnudo...

Que arrebenta todas as algemas, que suplanta todos os discursos...

“formatados” e de “dilemas”!

Discursos... ursos... ursos... ursos...

A vida pede marcha lenta... Menos fonemas, mais semântica, Que a torne à “autoridade” atenta!

Alma triste? Você aguenta!

Vida de “espadas”: não-romântica! O “sábio silêncio” sustenta!

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Mosaico surreal

São três horas agora! A lua brilha... Sem dores de parto, nasce a poesia! De cores pinceladas, surge a trilha...

de “azuis”! Poema de cores, sons e magia!

Na calada da noite; o poema! Versos estranhos, azuis... siderais...

Mosaicos de sonhos... luz... teoremas... Nas telas: BELEZA... Nos pincéis... “SAIS”...

No espírito, os tons de azul: frios e densos

transmutam-se em raros cheios de incenso. Cinco sentidos, “em vão”, anestesiados...

O “sexto” em tons de azul, no espaço, emerge...

Labaredas (de ar e fogo) celestes sopram as asas de seres alados.

Platinum I

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Disfarce

Não só o camaleão desdobra-se em disfarces.

Goiabas suculentas escondem-se sob as folhas.

Gostosura perigosa! Quem as arrebatará?

Platinum I

122

Vitória

Dos lábios serenos de Vitória, jamais saem palavras de derrota!

Vitória: pura luz!

Força de batalha... Conquista...

Sereno gostoso em noite de luar... Vitória: palavras de vida...

de sonhos... de esperanças...

de ninar.

Embala, amiga, minha vida! Você é sol e canção...

Embala, Vitória, meu peito! Só você tem brilho e emoção!

(Homenagem póstuma a uma grande amiga)

Platinum I

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Trovas

Siri cansou do calor; sentou no tecido azul.

Fez pose, sem um pudor, em mares quentes do Sul.

Peguei a pedrinha no tempo,

no quadradinho invisível. Kairós me pegou no colo:

- Não deixou de ser menina

Deus repete este Universo, no fundo do coração!

Bate... bate... verso... verso... (Músculo-constelação)

Platinum I

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Bailar das cores

Do mar d’ouro de Caminha, do grande mar de Drummond,

surge a estrela que ilumina e cobre o oceano de tons.

Disse Gibran que é “sagrado”

este infindo mar de cores. Pessoa diz: - É salgado!

Camões nos sugere “amores”...

Ó céus em tons de vermelho... dourem este ato de “amar”, que irradia como espelho...

o beijo entre a luz e o mar! Nesse caso, eu aconselho: Ponham mil tons a bailar!

Platinum I

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Mulher-ciclo

Mulher: selva de pedra e de flores!

Construtora de vida, faz da “rotina” um evento!

Mulher: Círculo

concêntrico... discêntrico... pontiforme... multiforme... uniforme... disforme...

Mulher-fase (disfásica)

Ciclos: da falência,

da “morrência” e da decência.

Mulher-flor:

feita de cinzas e cores... fincada em relva e concreto.

Mulher-lua (ciclo-fase)

Nua e

Crua Mulher!?, “” ( ) ...

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Formiga Ela estava ali: desnorteada sobre o piso... Encontrava-me “deitada”, no chão, e confesso que aquela presença era incômoda. A formiga corria incessantemente de um lado para outro, como se quisesse desviar meus inúmeros pensamentos. Irritei-me com aquela situação e, tomada pela insanidade, dei-lhe um tapa. A formiga continuou andando, o que despertou em mim um desejo ainda maior de matá-la. Não consegui! A formiga permaneceu de costas, remexendo as patinhas, olhando para mim. Sim... Naquele instante, senti que o pequeno ser estava a me encarar. Olhava-me e tentava, de todas as maneiras, posicionar-se de forma favorável. Afinal de contas, aquela formiga alimentava a esperança de sobreviver. Movida por enorme remorso, ajudei-a a virar e, finalmente, assisti a um mórbido espetáculo. Com um lado, totalmente, paralisado, a “bichinha” tentou arrastar-se, utilizando o outro lado, embora não conseguisse mover a cabeça. Uma colega daquela espécie passou por ali, mas nenhuma atitude tomou. Talvez, por medo! Realmente, eu era muito grande e, talvez, representasse, para ela, uma força, com a qual jamais poderia lutar. Que abuso de poder! Não havia ninguém daquela pequena comunidade, capaz de me enfrentar. A situação piorava a cada minuto, pois a formiga agonizava. Tudo estava muito claro! Eu, ínfimo ser humano, havia traçado seu destino. Era meu dever aliviá-la do sofrimento. Matei-a! Dei início, a partir daquele triste acontecimento, a uma série de reflexões sobre a vida e descobri que Deus pode fazer comigo a mesma coisa. Oh, Todo Poderoso, gostaria que, no primeiro tapa, você utilizasse toda a sua força!

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Severiana Paulino Rodrigues (Séve)

Nasceu em Águas de Santa Bárbara (SP). Reside e trabalha na cidade de Iaras (SP). Escritora. Pedagoga na Fundação CASA. Graduada em Pedagogia pela FREA - Fundação Regional Educacional de Avaré - Faculdade de Ciências e Letras de Avaré, (1997). Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela FSP - Faculdade Sudoeste Paulista - Avaré, (2010). Desde 2008 participa como escritora quando teve selecionada num concurso cultural a sua carta de combate ao racismo que foi publicada no livro Racismo: São Paulo Fala. Cartas selecionadas da campanha cultural 120 Anos de Abolição - Racismo: Se você não fala, quem vai falar? Lançado pela Ipsis Gráfica e Editora, 2008. Tem uma participação no livro de Antologia Poética “O Diário das Almas Femininas”, lançado pela Editora Sanches 2015. Encontra inspiração para escrever no amor. Contatos:

[email protected] Facebook: https://www.facebook.com/severianapaulinorodrigues

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Somos

Somos os fatais hinos da redenção No compreensivo e singular vazio

Eu e você somos paixão Parecidos com águas de um rio.

Somos flores e pirilampos

Vagueando a brilhar Em pétalas soltas nos campos Assim com sentimento amar.

Somos o oco raio estelar

Na sombra cativa Correndo as águas do amar

Sem destino e a deriva.

Somos como árvore na estrada No meio de um rochedo

Ilustrando a o amor é tudo ou nada Esse divino segredo.

Somos dois românticos em boemia Através da exatidão nunca sonhada

Você e eu escritos em poesia Juntos somos tudo e somos nada.

Platinum I

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Marcas

Você é alguém que revelou a mim O mistério do amor Numa noite sem fim Sem nenhum pudor.

Abriu-se a porta do pensar

Através do sentimento Me ensinou a amar

Num certo momento.

Aprendi a sonhar E perder-me em beijos ardentes

Em seus braços entrelaçar E sussurrar em seus ouvidos suavemente.

Ensinou-me a caminhar em direção

As lindas planícies de recônditas belezas Enxergando a imensidão

Ao contemplar a natureza.

Deixou-me marcas profundas Sem nenhuma piedade

Marcas impassíveis e oriundo No esforço conhecido da verdade.

Platinum I

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O amor antídoto

Tudo o que escrevo e para ti É um pequeno gesto de amor

De tudo o que já vivi Aprendi a afastar a dor.

Aqui registro sobre o que sinto

Me declaro profundamente Sai de dentro do meu íntimo.

Apetece-me dizer

Sobre essa louca paixão E através do escrever

Que rasgo o meu coração.

No papel eu registro em palavras Folheando-te em pensamento

Transpondo em poesia preclara O pranto do meu sentimento.

Você é o meu amor maior

Declaro pra você através do escrito É tudo na vida o que há de melhor

Através de você eu existo.

Platinum I

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Minha inspiração

Você me inspira ao descrever E registrar a minha fascinação

Esse desejo de lhe ter Você é fonte da minha inspiração.

Amo você loucamente

Foste o homem que me conquistou Te quero para mim eternamente

Pois o verdadeiro amor demonstrou.

Por ti tenho grande afeto carinho e paixão Transbordando as carícias em sentimento

Dentro deste meu coração Somente você faz o que vivemos um grande momento.

Você me desperta emoção

Em pautas de música e flores Faz transbordar de sentimentos o meu coração

Pra você sou única.

Te amo em razão e emoção Ao declarar o meu amor Te amo com o coração

Na alegria, tristeza, saúde e na dor.

Platinum I

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Sintonia

Sobremodo pertinaz A carícia sensível

Os seus beijos me satisfaz De maneira incrível.

Esse encontro espetacular

Inaudível afeição Nasci pra te amar

E viver essa louca paixão.

Do efêmero ao impossível te venero De maneira formidável

É você que desejo e quero De forma inabalável.

Você encontra-se presente

Hoje em minha vida Faz de mim uma pessoa contente.

Não importa as circunstâncias

Essa que nos irradia Deliberada instância

Nos encontramos em sintonia.

Platinum I

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Sonhos

Sou uma sonhadora Que já fracassou na vida

Adquiri sabedoria em ser batalhadora Aprendi a persistir na lida.

Sonho com uma trajetória fantástica Deixando de lado os meus fracassos

Porém não me considero fanática Hoje os sonhos verdadeiros estão escassos.

Abandonei o sabor amargo e cruel da solidão

Passei a encarar a vida com sabor de mel Não permitindo nada que abale os becos de minha emoção

E não me contaminando como o veneno fel.

Hoje conheço profundamente O solo que devo caminhar

Em pequenos e estreitos passos confiantes Nada e ninguém poderá me parar.

Não sou sonhadora

De colecionar derrotas Sou uma vencedora

Nesse mundo de emoções e anedotas.

Platinum I

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Minha história

Minha história está cristalizada Através das águas do mar

E também enraizada Nos versos dessa poesia que irei registrar.

Tive uma infância difícil

Onde aprendi a lutar Acreditando que era possível

Continuar a sonhar.

Fui uma criança pobre Aprendi na vida que devo amar

Com uma educação nobre Dei um grande salto mudando de patamar.

Corri risco de não ser e ter nada

Mas nunca desisti de querer vencer Mesmo nas horas difíceis em que me senti desprezada Entendi que o importante é a nós mesmos conhecer.

Assim foi a minha vida

No longo decorrer de minha história Hoje compreendo que os passos que dei diante da vida

Foram importantes para que eu alcançasse a vitória.

Platinum I

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Características de personalidade

Péssima reputação Explorador que arranca esperança

Amoroso por corrupção Pessoa de ganância.

Paranoia da insegurança

Só consegue acreditar no que pode tocar Anda segundo a lógica

Falta sensibilidade e não consegue imaginar.

Forte, sincero e determinado Irritado agressivo, impaciente

Porém inculto intolerante e iletrado Vive em função dos prazeres do presente.

Hiperativo e intensamente ansioso

Impunha, e não expunha suas ideias Destituído de racionalidade nem um pouco curioso

Trabalha mal suas frustrações diante da plateia.

Com atitudes de pessoa tensa inquieta e ansiosa Vive a reagir a qualquer realidade

Cheia de manias, melindres e manhosa Demonstra suas características de personalidade.

Platinum I

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Soneto saudades

A saudade é erigida Como a singularidade

Supostamente impossibilitada Jamais vista com banalidade.

A ausência

É a realidade visível Que pactua em decorrência

Deste sentimento indescritível.

Limito-me a dizer Que essa saudade que manifesto

É uma transmutação contínua.

Basta existir de preferência Parada e silenciosa

Para nela se sentir a marca.

Platinum I

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Quem é você?

É a minha intensidade Essencial a minha evolução

Justamente em sentimento de profundidade Você é a marca enraizada no meu coração.

É o meu mundo de interpretações

Constituindo o topo, a ponta irradiante Como sujeito da história ensaísta as ficções

És meu precioso diamante.

É a minha palavra em polidez Pertinente a realidade evidente

Nos meus momentos de insensatez Reificadas de possibilidades coerentes.

É a minha expressão No plano da realidade

Nos momentos de reflexão Nas horas da saudade.

É a minha palavra meiga e doce Minha extensão extrema sofrida

Quem é você? Você é simplesmente o amor da minha vida.

Platinum I

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Vanuza Couto Alves

Nasceu em 30 de Novembro de 1941, na cidade de Piaçabuçu (AL). Aposentada reside em Maceió (AL). Professora, poetisa e ativista cultural. Graduada em Licenciatura em Português e Literatura, e Literatura da Língua Portuguesa, pela Instituição UFAL – Universidade Federal de Alagoas (1978). Homenageada e agraciada pela Coordenação de Linguagens e Códigos, no “Projeto Versiprosa” – CEFET (2005), com o “Espaço SALA” que recebeu seu nome e uma placa comemorativa. É considerada pela instituição “Amiga do Versiprosa”, pois continua sendo integrante das comissões que realizam as atividades do projeto. Participa desde 2009 do concurso de poesia “Talentos da Maturidade”, promovido pela instituição financeira Santander. Também, aderiu à internet para divulgar os seus poemas e hoje é participante de grupos literários. Frequenta o projeto “A Arte de Lembrar” no SESC/Poço - Maceió (AL), desenvolvendo atividades que valorizam a memória da terceira idade. Mérito Cultural 2015, concedido pela Academia de Letras Infanto-Juvenil para Santa Catarina Municipal São Bento do Sul (SC). Publicou: “À Luz das Palavras”, (poesias, 2012) e "Premium I, VII, IX e X - Ouro", (poesias, 2015).

Contatos:

[email protected] https://www.facebook.com/profile.php?id=100007108784594&fref=ts http://www.bookess.com/profile/vanuzacouto/

Platinum I

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Platinum I

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Vivo para ti adorar

Adoro quando vens risonho, ao alvorecer de um céu brilhante.

Adoro o teu doce carinho que me deixa estonteante de amor por ti.

Adoro as nossas saudades de amor,

no fervor das nossas inquietas esperas, enquanto o arco-íris dava cor

às nossas apaixonadas quadras de amor.

Adoro lembrar da primavera que te conheci, eu era a dadivosa rosa amarela dos teus sonhos

e para mim eras um dadivoso jasmim.

Adoro os mares que cantas em teus versos, cheios de ternuras e encantos de amor.

Ah, como eu adoro os teus poemas belos!

Platinum I

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Uma tarde de poesia

Poesia de sonhos. Poesia que meu coração desejou,

para lembrar os versos que fiz um dia, tão cheios de amor.

Ó, lirismo,

que me traz o encanto de uma saudade,

diz para mim que ser feliz é sentir a paz que estou sentindo agora!

Vagos sonhos Dispersos, inquietam-me. Trazem-me cenas dessa vida “Severina”. De saudades e lamentos... do que se foi sem volta, e dos amores incompreendidos, que poderiam ter sido grandes amores. Desperto, a olhar para o além, o além, onde nada vejo. Do que desejo dessa realidade, que para mim tem sido sombria. Sem guia. Sem sol. Sem nada.

Platinum I

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Velho amor Que ainda arde em meu peito e que deixou ecos dos primeiros Sussurros dos lábios que eu mais beijei... Eu que ainda te amo, silenciosa e distante de ti, deixo que mudas e silenciosas lágrimas de amor, lavem a minha alma dessa agonia de ti amar! O tempo é quem está escrevendo essa nossa história de amor, para que ela viva sempre na minha e na tua saudade!

Voltei ao mar

Onde nos encontramos meu amor, nos mergulhos da nossa paixão,

quando o teu sorriso de amor me fez poetisa, num instante de encantamento por ti.

Agora, já não importa

que o tempo seja de ventania, sempre terá um amanhã de calmaria

para unir o nosso amor.

Mesmo que a gente esteja nos vaivéns das ondas perdidas!

Platinum I

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Uma história de amor

Tem alegrias, ciúmes, fantasias,

surpresas, delírios e dor. Surpreenda-me seja como for. Porque hoje a festa é nossa

e do nosso amor!

Torrentes de desejos

Escorrem, por entre lágrimas medrosas, assustam-se os sonhos em desígnios de desejos.

Primeiro o beijo inaugural, de uma série de elegantes fantasias,

em eflúvios que aromatizam nossos corpos por inteiro, até o derradeiro instante em que os egos choram!

Platinum I

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Teus versos, meu amor!

Chegam ao meu coração em silêncio, só a minha alma sente

o quanto eles são intensos e belos. E quantos sonhos meus

eles despertaram perfumando de amor as minhas lágrimas,

e as minhas saudades? Teus versos, meu amor, são aromas de felicidades

que meu coração respira para viver. Haverá sempre um verso teu, meu amor, a brilhar na poesia das minhas saudades!

Uma poesia bela

Está num doce olhar. É pedir um colo amoroso. É dizer o que alma sente.

É não se afogar nas dúvidas da vida. É esperar que outro sonho venha nos trazer certezas.

É dar asas aos versos de um poema tímido para vê-lo pousar em semeados risos de uma bela paixão.

É saborear um doce beijo sem que o néctar do desejo faça-o mais prazeroso, mas que lhe dê o gosto do amor. É não sombrear o que precisa ser claro numa relação,

em que sentimentos falem bem antes das palavras!

Platinum I

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Um olhar de amor

É poesia que tudo diz, para outro olhar,

o que traz em seu silêncio!

Um dia lindo

De um sol dourado. De alvas nuvens e de bênçãos para a nossa vida.

Essa é a poesia da esperança que o amor refloresce em nossos corações.

Um dia lindo para entoarmos canções que aprendemos com os ecos dos nossos silêncios,

pedindo para um amor voltar...

Uma saudade

Cheia de ideias, me ensinou a dar poesia

aos meus segredos de amor...

Platinum I

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Um pouco de poesia

Para embalar cada coração que sofre. É no silêncio que a alma faz sua oração.

Chorar a dor da saudade é lembrar um sonho antigo.

Em meio a imperfeições podemos melhorar. Sempre há alguém que rouba o nosso sorriso.

Sentimentos menores causam chagas dolorosas. O amanhecer é a renovação dos nossos ideais de vitórias.

Um amor sem outro amor

Não tem poesia para sonhar.

Não entende uma voz nem um silêncio apaixonado.

O vazio é seu ninho de amor,

mesmo sabendo que a solidão existe, para fazer estragos em um coração sozinho.

Um amor sem outro amor

perde-se de si mesmo por sinuosos caminhos, sem parceria para dividir

uma grande paixão.

Platinum I

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As tuas palavras

Dizem tudo que eu desejo ouvir sobre os nossos momentos de amor,

vividos num outono que tudo era poesia para nós dois...

Num outono,

quando os meus sonhos voaram e pousaram em teu coração.

Hoje, somos poesia

dessa aventura de encontros

e de desencontros.

Platinum I

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Tua ausência

Ainda busca razões para o amor.

Nesta manhã, o sol me trouxe

o teu olhar.

Senti amor e um pouco

do que ainda resta do teu lirismo.

Embora

a tua poesia grite a dor, o medo e a saudade.

Mas, sabes enfim,

ser frágil quando sonhas

com o amor!

Platinum I

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Tecendo poesia

Pertenço aos que nutrem a nostalgia para manterem-se poetas de si mesmos,

ou de um amor renovado, saído das guardadas lembranças do meu coração.

Teço poesia, nos meus intensos sonhos, revendo amores que me ensinaram amar, perdoando amores que não me amaram,

e dando asas a minha imaginação para amar de novo...