PLATAFORMA MOODLE COMO SUPORTE DAS AULAS

PRESENCIAIS DE HISTÓRIA NO 6º ANO DO CMPA

WIECZOREK, Wolney Silveira1 UNINTER

LOPES, Luís Fernando2 UNINTER

Grupo de Trabalho – Comunicação e Tecnologia

Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo Este artigo tem por objetivo apresentar o resultado da experiência do emprego da plataforma MOODLE, acrônimo de "Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment", como complemento das aulas de História para os alunos do 6º Ano do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA), durante o ano letivo de 2012. A sala virtual de História possibilitou que os alunos tivessem contato com materiais de apoio que dificilmente teriam na aula tradicional. Este trabalho é um relato de experiência sobre o uso da plataforma Moodle, com alunos do 6º ano do ensino Fundamental, cujos aportes teóricos apoiam-se nas análises de Levy (1997), Riberio (2009) e Prensky (2001). A presença cada vez maior das novas tecnologias na educação possibilita a criação de alternativas no planejamento das aulas de modo a utilizá-las como auxílio no processo de ensino-aprendizagem. De modo particular destacamos a disciplina de História, cujos conteúdos são bastante extensos e muitas vezes os professores não encontram tempo suficiente para desenvolvê-los adequadamente em sala de aula. Os conteúdos no MOODLE são apresentados de forma mais dinâmica, mais interativa, mais atrativa – metodologia que muitas vezes não é possível utilizar na aula presencial, devido às particularidades do processo que envolve o ensino tradicional, as limitações físicas e a falta de recursos. A plataforma MOODLE foi utilizada no contexto dos conteúdos curriculares previstos no Plano de Área de Estudo (PLAEST) de História, adotado em todo o Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB) para o 6º Ano do Ensino Fundamental – História do Brasil: do Descobrimento à Abdicação.

Palavras-chave: MOODLE. Suporte ao ensino presencial. Disciplina de História.

1 Graduado em História pela UNISINOS. Aluno do curso de Metodologia do Ensino de História e Geografia no Centro Universitário Uninter. 2 Mestre e doutorando em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná. Coordenador do Curso Especialização em Metodologia do Ensino de História e Geografia do Centro Universitário Internacional Uninter.

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Introdução

O aluno do século XXI traz em sua bagagem o fascínio pelas imagens e pela

linguagem interativa. Acostumado desde a infância a navegar na internet, este aprendente tem

dificuldade de se adaptar ao ensino tradicional, limitado na maioria das vezes, ao uso do livro

didático, quadro negro e giz.

A inserção das novas tecnologias na educação criou novas alternativas no

planejamento das aulas, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem particularmente na

disciplina de História, cujos conteúdos são bastante extensos e muitas vezes os professores

não encontram tempo suficiente para desenvolvê-los adequadamente em sala de aula.

Entretanto, existe um descompasso entre grande parte dos professores e alunos no que

diz respeito à inclusão digital. Enquanto os nossos alunos são chamados por Prensky (2001),

de “nativos” digitais,3 a maioria dos professores adquiriu seu primeiro computador sem saber

direito como utilizá-lo. Muitos professores sentem-se inseguros em utilizar as Tecnologias da

Informação e Comunicação (TICs), em face do domínio da ferramenta tecnológica superior

dos alunos.

Diante desta constatação, o CMPA buscou integrar seus professores à era da

globalização, da velocidade e da tecnologia virtual, oferecendo no início do ano letivo de

2012 o Curso de Introdução ao Ambiente Virtual de Aprendizado MOODLE. O curso foi

ofertado em dez módulos, sendo cinco módulos para o nível básico e cinco módulos para o

nível avançado, tendo a sua frente à Profª. Drª. Cap Adriana Dallacosta – uma entusiasta pelo

uso da informática na educação.

Neste contexto, foi criada a sala virtual de História do 6º Ano, que acabou se

constituindo numa importante ferramenta de apoio no processo de ensino-aprendizagem,

contribuindo para o aprimoramento da autonomia intelectual e o desenvolvimento das

habilidades e competências cognitivas do aluno. Os resultados obtidos nesta intervenção

pedagógica serão analisados no decorrer deste artigo.

Este artigo apresenta a seguinte organização: o primeiro tópico aborda as TICs, com o

propósito de compreendermos as transformações que ocorreram na sociedade a partir da

segunda metade do século XX e os seus reflexos na prática pedagógica; o segundo item trata

3 As expressões nativos digitais e imigrantes digitais surgem com Marc Prensky (2001), um educador americano. Para Prensky, “os estudantes de hoje são todos ‘falantes nativos’ da linguagem digital dos computadores, vídeo games e internet”. Os imigrantes digitais seriam os professores, que usam uma linguagem ultrapassada, da era pré-digital.

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dos recursos estáticos e das atividades dinâmicas efetivamente trabalhadas pelos usuários da

sala virtual do 6º Ano; o tópico três apresenta os resultados da pesquisa com todo o alunado

do CMPA, que teve por objetivo buscar informações sobre a relação dos alunos com as redes

sociais, internet e computadores; o quarto item aborda os resultados da pesquisa que teve por

finalidade avaliar a Sala Virtual, sua utilidade, algumas questões pedagógicas, grau de

dificuldade de navegação e sua estrutura, sob o ponto de vista do aluno; o quinto tópico

apresenta as considerações finais com a análise dos resultados alcançados pelos alunos do 6º

Ano do Colégio Militar de Porto Alegre, com a utilização do MOODLE, na disciplina de

História, durante o ano letivo 2012.

As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs)

O desenvolvimento acelerado das TICs a partir da segunda metade do século XX

provocou enormes transformações nos processos produtivos, nas comunicações, aproximando

pessoas e organizações no mundo todo. A revolução da informática acelerou a quebra de

alguns paradigmas pós-kantianos. Para Pierre Lévy (1997) apud Bohadana e Valle (2009, p.

554):

[...] as TICs não apenas aboliriam o espaço e o tempo tal como os conhecemos como estariam na origem de novos modos de subjetivação e de socialização e mesmo de um novo tipo de sociedade e de democracia. E isso porque, coordenadas absolutas de toda significação e, pelo menos desde Kant, pilares da racionalidade humana, espaço e tempo não se modificam impunemente, mas acarretam profundas modificações na própria definição do humano.

Lévy destaca que a navegação no “ciberespaço”4, decorrente da interconexão na rede

mundial de computadores, possibilitou o acesso a um “universo oceânico de informações” e

tornou inconsistentes os conceitos clássicos de localização e de mobilidade, engendrando

possibilidades ilimitadas de trocas de informações entre os internautas.

O aluno do século XXI já traz em sua bagagem o fascínio pelas imagens e pela

linguagem interativa. Acostumado desde a infância a navegar na internet, este aprendente tem

dificuldade de se adaptar ao ensino tradicional.

Atento as transformações, o Ministério da Educação e Cultura criou o Programa

Nacional de Informática na Educação – PROINFO, em 1997, com o objetivo de promover o

uso pedagógico das TICs na rede pública de Ensino Fundamental e médio, equipando as 4 Termo utilizado por Lévy (1997) que engloba os meios materiais de comunicação digital, mas, sobretudo o universo de informações e interações humanas. Essas últimas alimentam e navegam por esse espaço.

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escolas com computadores, tecnologias da informação, conteúdos educacionais, além de

oferecer internet banda larga nas escolas.

Em 2010, o governo federal implantou o Programa Um Computador Por Aluno -

PROUCA. Este programa ambicioso pretende distribuir laptops para professores e alunos das

escolas públicas brasileiras, ampliando, com isso, os objetivos do PROINFO ao estender o

processo da inclusão digital à totalidade da comunidade escolar. Entretanto, investimentos em

tecnologia por si só não são suficientes.

Ainda que os recursos sejam de suma necessidade e importância para o desenvolvimento do ensino no Brasil, a implementação de espaços informatizados, o desenvolvimento de softwares e ambientes de aprendizagem, não há garantias de melhora na qualidade da educação. Não é possível comprar qualidade, só pode-se desenvolvê-la. O resgate das competências docentes faz a diferença entre escolas bem equipadas e escolas de boa qualidade (MARTINS e GIRAVA, 2008, p. 3634).

Segundo Demo (apud Martins, 2008) o desenvolvimento de novas competências

docentes é fator determinante nas práticas de ensino e aprendizagens exitosas, principalmente

naquelas que envolvem o uso das TICs. Entretanto, existem poucas pesquisas e,

consequentemente, poucos programas voltados para a formação em AVAs de professores do

Ensino Fundamental e Médio.

No levantamento realizado pelos autores nos programas de capacitação docente em

nível nacional, no período de 2007-2008, veio à tona que 43% dos cursos de formação em

AVAs destinam-se a professores do Ensino Superior; 11% a professores da Educação Básica;

18% a professores em geral; 7% a professores do Ensino Profissionalizante; e 21% destinam-

se a interessados em geral.

Neste cenário pouco animador para os professores da Educação Básica emergem

algumas questões fundamentais: como utilizar em sala de aula as linguagens impressas, as

audiovisuais e as TICs? Que metodologias desenvolver para isso? Como o uso dessas

linguagens pode tornar a disciplina de História mais atrativa e inteligente?

O Moodle e suas ferramentas ou interfaces

O MOODLE foi desenvolvido pelo educador e cientista computacional australiano

Martin Dougiamas. É um sistema de administração de atividades destinado à criação de

comunidades on-line, em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem colaborativa,

baseado na pedagogia do Construcionismo Social. Segundo (Filho, 2009) o Construcionismo

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Social baseia-se na ideia de que pessoas aprendem melhor quando engajadas em um processo

social de construção do conhecimento pelo ato de construir alguma coisa para outros.

O Moodle surgiu da necessidade de enriquecer aulas presenciais, proporcionando uma dinâmica sedutora e empolgante para os alunos em horários livres, propenso a não perder de vista a qualidade do processo. Atualmente, as propostas para o uso deste software adquiriram outras dimensões, indo além da complementação de uma disciplina, e passando a exercer o gerenciamento de cursos inteiros, semipresenciais ou totalmente à distância (RIBEIRO, 2009, p. 1).

As inúmeras ferramentas do MOODLE nos convidam a pensar formas diferenciadas

de trabalhar os conteúdos. A Sala Virtual deve ser simples, prática, atraente e alternar recursos

estáticos com atividades dinâmicas.

Figura 1 – Página inicial Fonte: <moodle.cmpa.tche.br/curse/view.php?id=54>. Acesso em 9 set 2012.

Os recursos estáticos servem como um repositório de material e não oferecem

nenhuma interatividade, tais como, as páginas de texto, páginas Web, conteúdos em

PowerPoint, fotos, vídeos e indicações de sites da internet para pesquisas.

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Figura 2 – Recursos estáticos (aula em Power Point e vídeo do Youtube) Fonte: <moodle.cmpa.tche.br/curse/view.php?id=552>. Acesso em 9 set 2012.

As atividades dinâmicas fundamentam-se nos princípios do “Construtivismo Social”,

tais como, as salas de bate-papo (chats), fóruns, questionários, wikis.

O uso pedagógico da sala de bate-papo (chat) requer a moderação do professor pelo

fato de ser um recurso de comunicação síncrona (todos conectados ao ambiente virtual no

mesmo momento).

Figura 3 – Sala de bate-papo Fonte: <moodle.cmpa.tche.br/message/index.php?history=1&user=1570&id=1670>. Acesso em 9 set 2012.

O fórum é uma das atividades mais utilizadas em Ambientes Virtuais de

Aprendizagem (AVA), pois possibilita a troca de informações sem a necessidade de que todos

estejam conectados ao mesmo momento. Trata-se, portanto, de uma atividade assíncrona onde

cada aluno acessa a sala virtual no momento que desejar.

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Figura 4 – Atividade Fórum Fonte: <moodle.cmpa.tche.br/mod/fórum/discuss.php?d=785>. Acesso em 13 set 2012.

A atividade questionário engloba um conjunto de questões objetivas, tais como,

múltipla escolha, verdadeiro ou falso e resposta breve. Sua configuração permite definir o

período em que o mesmo estará disponível para respostas, a apresentação de feedback

automático ao aluno e a escolha do sistema de avaliação.

Figura 5 – Atividade Questionário Fonte: <moodle.cmpa.tche.br/mod/quis/review.php?q=83&attempt=1511>. Acesso em 13 set 2012.

A atividade wiki pode ser utilizada pelos professores para elaborar trabalhos que

devam ser escritos cooperativamente pelos alunos do curso. Entre esses trabalhos podemos

destacar sínteses de fóruns, chats ou artigos. Trabalhar com essa interface se constitui no

maior desafio do professor pois, os alunos de uma maneira geral encontram grande

dificuldade em produzir coletivamente.

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Figura 6 – Atividade Wiki Fonte: <moodle.cmpa.tche.br/mod/wiki/Edit.php?pageid=6>. Acesso em 13 set 2012.

Resultado da Pesquisa Quantitativa

No final do ano letivo de 2012, um Grupo de Trabalho Interdisciplinar (TI) orientado

pela Profª. Drª. Cap Adriana Dallacosta realizou uma pesquisa com todo o alunado do CMPA,

incluindo alunos do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º Ano do Ensino Médio, com o

objetivo de buscar informações sobre a relação dos alunos com as redes sociais, internet e

computadores.

De acordo com os resultados da pesquisa constatou-se que o 6º Ano do Ensino

Fundamental foi o Ano em que os alunos mais tinham computadores e/ou notebook com

internet em suas casas. Já o 9º Ano do Ensino Fundamental, seguido do 3º Ano, 2º Ano e 1º

Ano do Ensino Médio registraram o maior número de alunos sem computadores e internet

banda larga em suas residências. Este dado é revelador na medida em que reflete a melhoria

da renda das famílias brasileiras, cada vez mais conectadas a internet e interligadas pelo uso

contínuo das mídias sociais.

A pesquisa também revelou que dos cento e dez alunos do 6º Ano três não possuíam

computadores e/ou notebook e seis não possuíam internet em suas residências. Outro dado

importante da pesquisa foi de que somente no 6º Ano o MOODLE foi à rede social mais

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acessada pelos alunos, a frente do Facebook5 e do Youtube6, respectivamente, as duas redes

sociais mais acessadas no Brasil.

Este dado revela-nos que o esforço dos professores do 6º Ano em criar suas salas

virtuais e disponibilizar conteúdos e atividades interativas foi plenamente recompensado.

Resultados do Questionário de Avaliação

Decorridos seis meses do uso da plataforma MOODLE se fez necessária uma

investigação no objetivo de avaliar o fazer pedagógico. Neste sentido, aplicamos um

questionário nos alunos do Curso de História do 6º Ano com o objetivo de avaliar sua

utilidade, algumas questões pedagógicas, o grau de dificuldade de navegação e a estrutura do

curso sob o ponto de vista do usuário final – o aluno.

Sabemos não ser tarefa fácil à seleção das questões fundamentais que devem constar

num questionário. Da mesma forma, sabemos ser controverso entre especialistas em educação

sobre que abordagem metodológica é mais eficiente: se pesquisa quantitativa ou a pesquisa

qualitativa. No entanto, tínhamos um problema prático que requeria algum embasamento

teórico.

Elaboramos a pesquisa, cientes de que os resultados seriam relativos, devido à

impossibilidade de mensurá-los num período mais longo. Conforme salienta Gatti (2001, p.

71):

Acresça-se, ainda, que o levantamento de questões mais de fundo e a capacidade de antecipar hoje problemas que estão se descortinando, mas cuja eclosão não está visível, são pontos fundamentais na colocação de problemas para pesquisa. Isso só é possível se existem certa constância e continuidade no trabalho de pesquisadores dedicados a temas preferenciais por períodos mais longos[...].

O método de pesquisa quantitativa é recomendado quando se deseja medir as

percepções, o grau de satisfação ou insatisfação, as expectativas e as opiniões de um universo

considerado. De antemão, sabíamos que os resultados estatísticos somente seriam confiáveis

se os alunos estivessem motivados para participar da pesquisa.

5 É um site onde cada pessoa pode ter seu perfil com seus dados pessoais, fotos, vídeos, links, notas, etc. Seus membros interagem entre si, visitam perfis, fazem amizades, estabelecem contatos, deixam comentários, em uma palavra comunicam-se. 6 Permite que os usuários carreguem, assistam e compartilhem vídeos em formato digital. O site possibilita que os usuários coloquem os seus próprios vídeos na rede, que podem ser visualizados por qualquer pessoa no mundo inteiro.

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Inicialmente desejávamos conhecer o grau de satisfação dos alunos em relação à

Disciplina de História. A pesquisa demonstrou que 53% (58 alunos) acreditam que os

conteúdos curriculares da disciplina de história do 6º ano são extensos para serem estudados

em um ano letivo. Um dado significativo é o fato de 81% (89 alunos) declarar se interessar

pelas aulas de História. A pesquisa revelou que 73% (80 alunos) considera ter um bom

desempenho na disciplina de História, o que foi confirmado pelos altos índices de aprovação

na disciplina no final do ano letivo. Chama atenção o fato de que 47% (52 alunos) declarou

achar as aulas de História na maioria das vezes maçantes. O fato das escolas que integram o

SCMB serem conteudistas determinou esta percepção. Outro dado significativo é que 93%

dos alunos do 6º Ano declararam utilizar o MOODLE para estudar História.

No segundo item da pesquisa convidamos os alunos a avaliarem a importância e

utilidade da sala virtual nos seus estudos. Entre os dados mais importantes revelados pela

pesquisa destacamos que 94% (103 alunos) classificaram como ótimo e bom a quantidade de

conteúdos disponibilizados no MOODLE. Sobre a atividade questionário 87% (96 alunos)

avaliaram como ótimo ou bom. Esta atividade é uma excelente ferramenta pois possibilita ao

professor simular exercícios com o mesmo grau de complexidade dos encontrados nas

avaliações bimestrais. Outro dado significativo é o fato de 83% (91 alunos) terem classificado

como ótimo ou bom os "links" utilizados na sala virtual de História. Este recurso permite que

o professor disponibilize vídeos do "youtube", documentários e partes de filmes, no objetivo

de estimular os alunos a buscarem novas informações sobre os conteúdos estudados.

Na sequência, procuramos avaliar a percepção do aluno sobre o seu desempenho na

sala virtual. Alguns dados estatísticos despertaram nossa atenção. Sobre a atividade "chat",

60% (66 alunos) declararam se comunicar com o professor enquanto 40% (44 alunos)

responderam não se comunicar com o professor. Vários fatores podem ter contribuído para

isso: domínio dos conteúdos, desinteresse ou a motivação insuficiente do professor. Outro

dado significativo é o fato de que 80% (88 alunos) responderam que não tiveram dificuldade

em utilizar os recursos do MOODLE. Este dado comprova que o aluno do 6º Ano na faixa

etária de 11 a 12 anos é um nativo digital. Uma informação relevante é a de que 93% (102

alunos) avaliou que este tipo de curso pode ser útil para aprimorar seus conhecimentos em

relação aos conteúdos da disciplina de História.

Finalmente, no item quatro os alunos foram convidados a manifestar por escrito suas

opiniões sobre a sala virtual de História do 6º Ano. Noventa e sete alunos não responderam

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este item. Dos treze alunos que manifestaram suas opiniões sete avaliaram positivamente e

seis negativamente. Chama atenção o fato de que cinco das seis avaliações negativas são

decorrentes da velocidade da internet banda larga de suas residências.

Considerações Finais

A utilização das TICs não vão substituir as aulas presenciais, mas acrescentar aos

alunos novas opções de acesso à informação. O sucesso do processo de ensino/aprendizagem

permanece atrelado à qualidade das estratégias didático-pedagógicas; a prática pedagógica

planejada e interdisciplinar; as atividades que levem os alunos a buscarem soluções de

problemas; a contextualização que confira significado a temas e assuntos; a prática constante

da pesquisa, que, por recorrer a fontes diversificadas e passíveis de interpretações variadas,

relaciona-se permanentemente com o ensino e dele é parte indissociável.

Os resultados da pesquisa de opinião nos forneceram respostas às questões colocadas

no início deste artigo. O domínio das TICs é uma necessidade contemporânea e a escola deve

estimular a sua utilização pelos alunos. O emprego do MOODLE recebeu aprovação de mais

de noventa por cento dos alunos do 6º Ano. A grande maioria relatou que as aulas presenciais

se tornaram mais agradáveis e menos sobrecarregadas.

Uma das grandes vantagens que encontramos na introdução do MOODLE no 6º Ano

do Ensino Fundamental foi o fato de que a maioria dos alunos, na faixa dos 11 e 12 anos,

ainda não despertou para os atrativos da internet, entre os quais, os jogos e as salas de bate-

papo. Por esta razão, a pesquisa quantitativa apontou o MOODLE como a rede social mais

acessada pelos alunos do 6º Ano.

Outro aspecto que compensou o “investimento” no trabalho inicial de criar a sala e

abastecê-la com conteúdos e atividades interativas foi o elevado índice de aprovação atingido

pelos alunos do 6º Ano. Ao longo do ano letivo os alunos do Sistema Colégio Militar do

Brasil são submetidos a doze avaliações formativas e quatro avaliações somativas. Embora o

aluno necessite da média final 5,0 (cinco) para ser considerado aprovado, a média de

reprovação no Colégio Militar de Porto Alegre no ano de 2012 atingiu o índice de 10% (dez

por cento). Contrariando esta estatística, apenas 04 (quatro) no universo de 110 (cento e dez)

alunos do 6º Ano reprovaram na disciplina de História.

No decorrer das pesquisas bibliográficas nos defrontamos com a carência de

publicações referentes ao uso do MOODLE em apoio ao ensino presencial na Educação

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Básica. Ao contrário, verificamos que o uso dessa ferramenta é significativo no Ensino

Superior, seja em programas de Ensino a Distância (EaD), seja como suporte ao ensino

presencial.

Se os investimentos do Ministério da Educação nos programas PROINFO e PROUCA

estão proporcionando o acesso cada vez maior de alunos as TICs, é a pré-disposição dos

docentes da Educação Básica em desenvolver competências e habilidades técnicas e

pedagógicas que irão produzir aprendizagens mais ricas e contextualizadas.

Por fim, a adoção do Turno Integral no Colégio Militar de Porto Alegre no ano letivo

de 2013 possibilitou a oferta de aulas de informática para os alunos do 6º Ano no contra-

turno. A avaliação diagnóstica inicial concluiu que existe um distanciamento significativo

entre o que o aluno diz conhecer e o que ele efetivamente conhece sobre informática. O

aumento das habilidades dos alunos em informática potencializará, ainda mais, a sua

autonomia no uso da ferramenta MOODLE.

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