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Curso de Graduação em Ciências Agrárias - Licenciatura a Distância Cadernos de Licenciatura em Ciências Agrárias, Editora Universitária da UFPB - Bananeiras - PB, 2011 1 Curso de Graduação em Ciências Agrárias Licenciatura a Distância UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - UFPB CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS SOCIAIS E AGRÁRIAS PLANTAS MEDICINAIS Profa. MSc. Gisely Maria Freire Abílio DEPARTAMENTO DE GESTÃO E TECNOLOGIA AGROINDUSTRIAL CCHSA - UFPB

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Curso de Graduação em Ciências Agrárias Licenciatura a Distância

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBACOORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - UFPBCENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS SOCIAIS E AGRÁRIAS

PLANTAS MEDICINAIS

Profa. MSc. Gisely Maria Freire Abílio DEPARTAMENTO DE GESTÃO E TECNOLOGIA AGROINDUSTRIALCCHSA - UFPB

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Unidade 1

O

UNIDADE I - HISTóRIA DAS PLANTAS MEDICINAIS

Fonte:http://www.culturamix.com/saude/beneficios-das-plantas-na-saude

hábito de recorrer às virtudes curativas de certos vegetais data das mais antigas civilizações, que cedo se aperceberam da existência, ao lado das plantas com fins alimentares, das plantas com propriedades terapêuticas. Apesar do potencial curativo destes vegetais, os povos primitivos também identificaram a existência de plantas potencialmente tóxicas e venenosas. O uso de plantas como medicamento

esteve muito tempo associado a práticas mágicas, místicas e ritualistas, marcando um antigo desejo de compreender e utilizar a natureza como recurso tera-pêutico, nas doenças que afligem o corpo e a alma. Essa associação dificulta da delimitação exata da evo-lução da arte de curar. A prática de utilização das plantas medicinais foi transmitida através das gerações, inicialmente oral-mente e posteriormente através da escrita. No Entan-to, ainda hoje encontramos indivíduos que por falta de informação não conhecem os benefícios de tais vege-tais. È ainda importante salientar que a utilização de plantas no tratamento de doenças deve ser realizado de forma cautelosa, observando a correta identificação e manipulação das mesmas, afim de se evitar casos de intoxicação.

1.1 REgIstRos No mUNDo

1.1.1 Idade Antiga Os primeiros escritos sobre as ervas medicinais relatam sua importância nos ce-rimoniais de magia e medicina. Há placas de barro babilônicas de 3.000 anos a.C., que ilustravam tratamentos médicos, e outras mais recentes que registram importações de ervas. Durante os 1000 anos subseqüentes, culturas paralelas na China, Assíria, Egito e Índia, desenvolveram registros escritos de ervas medicinais que constavam de descri-ções de misturas com utilizações medicinais e mágicas para as plantas.

CADERNOS DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS – Volume 6Caderno Especial 03

FICHA TÉCNICACRÉDITOS AUTORAIS LIVRO

© 2011 Editora Universitária da UFPBCidade Universitária - Campus I S/N° - Castelo Branco

João Pessoa - PB - 58.059 - 900

1ª edição – 1ª impressão

ISBN: 978-85-7745-336-8

Este livro é parte integrante do Curso de Graduação em Ciências Agrárias – Licenciatura a Distância do Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias da Universidade Federal da Paraíba e está integrado ao Sistema Universidade Aberta do Brasil por meio da Coordenação Institucional de Educação à Distância UFPB Virtual e disponibilizado on line no ambiente virtual de aprendigem em www.ead.ufpb.br. O teor de cada capítulo é de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).

mINIstÉRIo DA EDUCAÇÃoFernando Haddad - ministro

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIACarlos Eduardo Bielschowsky – Secretário de Educação a Distância

COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR - CAPES

Jorge Almeida Guimarães – Presidente da Capes

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASILJoão Carlos Teatini de Souza Clímaco – DEE- CAPES

FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE

Daniel Balaban – Presidente do FNDE

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBARômulo Soares Polari - Reitor

PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃOValdir Barbosa Bezerra – Pró-Reitor de Graduação

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA DA UFPBRenata Patrícia Lima Jerônymo Moreira Pinto – Coordenadora

Geral da UFPB VIRTUAL

CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS SOCIAIS E AGRÁRIASAntônio Eustáquio Resende Travassos - Diretor

CURso DE gRADUAÇÃo Em CIÊNCIAs AgRÁRIAsLICENCIAtURA A DIstÂNCIA

COORDENADORMarcos Barros de Medeiros

VICE-COORDENADORJosé Ribeiro de Moraes Filho

COORDENADORA DE EDIÇÃOGeralda Macedo

COORDENADOR DE TUTORIALuis Felipe de Araújo

SECRETÁRIO GERALJosé Fernandes de Araújo Leite

ORGANIZADORESMarcos Barros de Medeiros

Geralda MacedoLuis Felipe de Araújo

REVISORES DE ESTRUTURA E LINGUAGEMGeralda Macedo

Aiene Fernandes RebouçasElizandra Ribeiro de Lima Pereira

José Roberto da Costa - Apoio Técnico

C122 Cadernos de Licenciatura em Ciências Agrárias / Universidade Aberta do Brasil / Universidade Federal da Paraíba; Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias; Organizadores: Marcos Barros de Medeiros, Geralda Macedo, Luis Felipe de Araújo - Autor: Gisely maria Freire Abílio, Plantas Medicinais. Bananeiras: Editora Universitária/UFPB, 2011. v. 6. Caderno Especial 03 : il. ISBN: 978-85-7745-336-8 1. Ciências Agrárias – Ensino Superior. 2. Formação de Professores. 3. Agropecuária e Tecnologia. 4. Educação a Distância. I. Medeiros, Marcos Barros de. II. Macedo, Geralda. III. Araújo, Luis Felipe de. IV. Abílio, Gisely Maria Freire. UFPB/BC CDU: 63

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOOba! Multimídia

IMPRESSÃOGráfica Agenda

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Unidade 1 Unidade 1 Plantas Medicinais

Placas de barro babilônicas Fonte: http://maercelosilvabotelho.blogspot.com/

1.1.1.1 China

A china dedica-se ao cultivo de plantas medicinais desde o ano 3000 a.C. O Im-perador Sheng-Nung utilizou uma série de plantas em seu próprio corpo, para saber o efeito que provocavam. Tais experiências culminaram em seu "Cânone das Ervas" que menciona 252 plantas e destaca entre tantas a raiz de ginseng, anunciando ser a mais fabulosa das ervas e que favorecia a longevidade. Esta raiz é muito utilizada nos dias atu-ais com a finalidade de regeneração dos tecidos, melhoria do funcionamento de algumas glândulas, para o rendimento físico e mental, dores de cabeça, amnésia, como apoio no tratamento de grande número de doenças do coração, dos rins e dos sistemas nervoso e circulatório.

Imperador Shen NungFonte: http://licormusashi.blogspot.com/2009/11/cha-verde-ingredientes-do-licor-musashi.html

1.1.1.2 Egito

A medicina egípcia apoiava-se em elementos mágicos e religiosos, além de estar fortemente vinculada à astrologia e sugerir uma forte relação entre as plantas medicinais, planetas e signos correspon-dentes. Os egípcios utilizavam as plantas condimentares de muitas formas, deixan-do-as até mesmo nas tumbas dos faraós e personalidades importantes, para que estes fizessem viagem segura aos outros planos da existência, segundo suas cren-ças. Nesta época, as plantas eram muitas vezes escolhidas por seu cheiro, acredita-vam que certos aromas afugentavam os espíritos das enfermidades

Plantas Medicinais

Mumificação egípicia: técnica que utilizava as plantas medicinaisFonte: http://bioifbairece.blogspot.com/2011/06/religiao-egipcia.html

Originam-se no Egito os papiros que relatando a adoração que o povo tinha pelas plantas. Nesses catálogos das plantas medicinais já é possível observar a descrição das características mais simples das plantas, assim como as suas respectivas indicações, utilizações e classificação das espécies com base científica. O mais famoso deles é o Pa-piro Ebers, datado de 1550 a.C., que contém centenas de fórmulas e remédios populares usados na época. Continha uma coletânea de aproximadamente 125 plantas, entre elas anis, alcaravia, cardamomo, mostarda, açafrão e sementes de papoula.

Papiro de ÉberesFonte: ttp://www.culturegipcia.es/pagina/culturaegipcia/papiro/papiro.htm

Através do conhecimento progressivamente adquirido das regras de dosagens es-pecíficas para cada droga amplia-se a fabricação e à administração de todos os remédios e pode-se afirmar que nasceu assim a receita médica e a respectiva posologia.

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1.1.1.3 Grécia

Hipócrates (460- 361 a.C.), denominado “Pai da Medicina”, reuniu em sua obra "Corpus Hipocratium" a síntese dos conhecimentos médicos de seu tempo, indicando para cada enfermidade o remédio vegetal e o tratamento.

Hipócrates: O pai da medicinaFonte:http://ovelhaperdida.wordpress.com/2010/04/16/o-processo-de-cura-segundo-hipocrates/

Teofrasto (372-285 a.C.), em sua “História das Plantas”, catalogou 500 espécies vegetais com descrição botânica muito precisas, acompanhadas de efeitos tóxicos e pro-priedades curativas. No século XIII a.C., Asclépio, curandeiro grego, grande conhecedor das ervas, concebe um sistema de cura fundando o primeiro SPA que se tem conhecimento, em Epidauro. Era baseado em banhos, chás, jejum, uso da música como terapia, jogos e teatros. Dioscórides, médico grego, no século I da Era Cristã, enumerou em seu tratado, "De Materia Médica”, mais de 500 plantas medicinais e seus usos. Este tratado que re-presenta um marco histórico no conhecimento de numerosos fármacos, muitos dos quais ainda hoje são usados. O conhecimento grego sobre as ervas foi adquirido na Índia, Babilônia, Egito e até na China.

1.1.1.4 Roma

Os romanos aproveita-ram os conhecimentos do Egi-to, Grécia e Alexandria sobre a importação de especiarias e drogas (pimenta, canela, gen-gibre, mirra, sésamo, goma, entre outras). Os que mais se notabilizaram na arte com as plantas foram:

- Plínio: Escreveu “História Natural” com 37 volumes onde cita mil plantas curativas, como por exemplo, o “alho”, que naquela época já era indicado para 61 enfermidades. - Galeno: Médico-Farmacêutico, romano de origem grega, nascido no ano de 130 D.C., é considerado o “Pai da Farmácia” por sua dedicação na preparação de medicamentos a base de plantas. Elaborou formas farmacêuticas precursoras das que ainda hoje são usadas. Descreveu adulterações para o açafrão, canela, ruibarbo, mirra entre outras. Enunciou a maneira de distinguir as drogas entre si pela aparência, o sabor, a origem geográfica e a potência de sua ação.

Galeno: O pai da FarmáciaFonte: http://www.biografiasyvidas.com/biografia/g/galeno.htm

1.1.2 Idade Média, Moderna e Contemporânea

Após a queda do Império Romano e fortalecimento da igreja Católica, segue-se um longo período no Ocidente denominado de Idade Média. Acredita-se que o estudo das plantas medicinais neste período ficou estagnado por um longo período. Esta época foi dominada pela magia e pela feitiçaria, que frequentemente con-fundem-se com a ciência. Eram considerados como produtos vegetais mágicos entre outros, o visco que vegetava sobre o castanheiro, a arruda e até o alho. Drogas como meimendro-negro, a beladona e a mandrágora, foram consideradas como plantas de ori-gem diabólica. Neste contexto, Joana D'Arc foi acusada de atormentar os ingleses pela força e virtude mágica de uma raiz de mandrágora escondida sob a couraça e por isso foi condenada à fogueira.

RomaFonte: http://www.baixaki.com.br/pa-

pel-de-parede/5393-coliseu-roma-italia.htm

Unidade 1 Unidade 1 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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Fonte: http://mantenedordafe.org/blog/?p=1849

Surgem as Escolas de Salerno e Montpellier (séc.XIII) e, a partir delas, as univer-sidades, abrindo para o leigo as portas do conhecimento até então reservado aos mon-ges e religiosos. Durante o século XIX, o uso das ervas ficou mais restrito e cresceu o uso dos me-dicamentos obtidos através de processos químicos industriais. Entretanto, os livros sobre ervas continuaram aparecendo. Somente em finais do século XVIII, se começa a isolar e determinar a estrutura dos constituintes ativos dos produtos de origem natural dotados de propriedades medicinais. Nos anos que ocorreram as guerras mundiais, o interesse pelas plantas medi-cinais voltou devido à necessidade de obter remédios eficazes para múltiplas enfermi-dades, visto que toda a economia dos países envolvidos na guerra estava destinada à produção de material bélico.

1.2 REgIstRos No BRAsIL

A utilização de plantas no Brasil, não só como alimento, mas também como fonte terapêutica começou desde que os primeiros habitantes chegaram ao Brasil, há cerca de 12 mil anos. Historicamente, quando os portugueses aqui chegaram, encontraram índios que usavam urucum para pintar e proteger o corpo das picadas de insetos e também para tingir seus objetos cerâmicos. Entre 1560 a 1580 a partir das observações e anotações do uso freqüente de ervas pelos índios, o padre José de Anchieta detalhou melhor as plantas comestíveis e medicinais do Brasil em suas cartas aos Superior Geral da Companhia de Jesus. Das plantas medicinais, especificamente, Anchieta falou muito em uma “erva boa”, a hortelã--pimenta, que era utilizada pelos índios contra indigestões, para aliviar nevralgias e para o reumatismo e as doenças nervosas.

Fonte: http://naturezaesaude.blogspot.com/2010/11/medicina-indigena-da-magia-cura.html

Apesar das tentativas do padre José de Anchieta em despertar os portugueses para a diversidade das ervas medicinais brasileiras, este esforço foi em vão. Segundo naturalista Von Martius, eles os "selvagens" conheciam apenas algu-mas quantas plantas comestíveis e outras que serviam de tinturas. Das ervas medicinais teriam unicamente uma "obscura noção", quase sempre supersticiosa. Esta falta de in-teresse dos nossos colonizadores pelas ervas brasileiras e continuamente dos nossos governantes culmina no fato de quase tudo que se sabe da flora brasileira foi descoberto por cientistas estrangeiros, especialmente os naturalistas, que realizaram grandes ex-pedições científicas ao Brasil, desde os descobrimento pelos portugueses até o final do século XIX.

Referências consultadas:

BARRACA, S. A. Relatório do Estágio supervisionado. Produção Vegetal-II: MANEJO E PRODUÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS. Universidade de São Paulo - Escola Superior de Agricultura“Luíz de Queiroz”. Julho, 1999.CUNHA, A. P. o emprego das plantas aromáticas desde as antigas civilizações até ao presente. In: caracterização e utilização das plantas aromáticas em Portugal. Funda-ção Calouste Gulbenkian: 2007.DANTAS, I. C. ; FELISMINO, D. C. . o RAIZEIRo. 1. ed. Campina Grande: EDUEP, 2007. v. 1. 540 p.JORGE, S.S.A. Plantas medicinais:coletânea de saberes. 2009.

Unidade 1 Unidade 1 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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Unidade 2UNIDADE II - INTRODUÇÃO ÀS PLANTAS MEDICINAIS

F2.1 ALgUNs CoNCEItos útEIs

itoterapia - é a ciência que estuda a utilização de plantas medicinais, que compreendem os vegetais que possuem características que ajudam no tra-tamento de doenças ou que melhorem as condições de saúde das pessoas. Homeopatia - é um método terapêutico baseado no princípio da similitude, cujo enunciado é o de que as enfermidades são causadas pelo sofrimento e autopunição (por exemplo, perdas, culpas, medos etc.), que levam o pacien-

te a adoecer. Utiliza medicamentos em doses infinitesimais, diluídos em água e álcool, dinamizados para liberação de sua energia medicamentosa. Erroneamente o termo homeopatia pode ser utilizado como sinônimo de fitotera-pia. No entanto, a homeopatia prepara medicamentos de origem vegetal, mineral e ani-mal, enquanto que a fitoterapia por definição utiliza apenas matéria-prima vegetal. Fitoquímica – é a química dos vegetais, que se encarrega de estudar as suas substâncias ativas, e respectivas estrutura, distribuição na planta, modificações e proces-sos de transformação que se produzem no decurso da vida da planta, durante a prepa-ração do remédio vegetal e no período de armazenagem. A fitoquímica está em estreita ligação com a Farmacologia – é a ciência que estuda os efeitos das substâncias medicinais sobre o organismo humano. Preocupa-se com os princípios ativos no que se refere à: me-canismo de ação; velocidade da ação; processo de absorção e eliminação; e indicações (isto é, do uso contra determinadas doenças). Produtos do metabolismo primário - são essencialmente sacarídeos, substân-cias indispensáveis à vida da planta que se formam em todas as plantas verdes graças à fotossíntese. Produtos do metabolismo secundário - substâncias que resultam essencial-mente da assimilação do azoto (nitrogênio amínico). Estes produtos parecem freqüen-temente ser inúteis a planta, mas os seus efeitos terapêuticos, em contrapartida, são notáveis.

Unidade 1 Plantas Medicinais

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2.2 PLANtAs mEDICINAIs

Há muito tempo os produtos de origem natural são utilizados no mundo inteiro pela medicina alternativa. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de 80% da população mundial fez o uso de algum tipo de erva na busca de alívio de alguma sintomatologia dolorosa ou desagradável e estima-se que as comunidades lo-cais utilizam cerca de 10% das plantas nativas com fins terapêuticos. Entretanto, apenas 1% dos produtos utilizados ganha reconhecimento científico. O uso de plantas medicinais é uma prática rotineira nos países em desenvolvi-mento, especialmente na África, Ásia e América Latina, onde existe uma necessidade de utilização da medicina popular com solução alternativa para problemas de saúde. As plantas sintetizam compostos químicos a partir dos nutrientes da água e da luz que recebem. Muitos desses compostos ou grupos deles podem provocar reações nos organismos, esses são os princípios ativos. Algumas dessas substâncias podem ou não ser tóxicas, isto é, causar efeito danoso ao organismo, dependendo da dosagem em que venham a ser utilizadas. Assim, "Planta medicinal é aquela que contém um ou mais de um princípio ativo que lhe confere atividade terapêutica". Os vegetais utilizados podem ter basicamente duas origens: cultivados ou silves-tres. Os silvestres, como são utilizados na maioria das vezes no Brasil, sendo pratica-mente impossível garantir uma eficácia eqüitativa da mesma droga obtida de diferentes fontes. Já no caso dos cultivados, normalmente se procede de uma maneira padrão em todos os aspectos ligados ao desenvolvimento do vegetal, garantindo assim, equitativi-dade de produção dos seus constituintes químicos.

Plantas medicinais cultivadasFonte: http://www.campomourao.pr.gov.br/seama/cultivo.php

Amora silvestre: Possui propriedades medicinais.Fonte: http://sites.google.com/site/florasbs/rosaceae/amora-silvestre---rubus-niveus--rosaceae

Hoje em dia, diversos institutos de pesquisa trabalham no intuito de compreender e até mesmo de melhorar as condições para que uma droga produza da melhor forma, seus constituintes ativos. É relevante mencionar que só estão cientificamente aprovadas a serem utilizadas pela população nas suas necessidades básicas de saúde as plantas que têm avaliadas a sua eficiência terapêutica e a sua toxicologia ou segurança de uso. Uma vez que as plantas medicinais são classificadas como produtos naturais, a lei permite que sejam comercializadas livremente, além de poderem ser cultivadas por aqueles que disponham de condições mínimas necessárias. Com isto, é facilitada a au-tomedicação orientada nos casos considerados mais simples e corriqueiros de uma comunidade, o que reduz a procura pelos profissionais de saúde, facilitando e reduzindo ainda mais o custo do serviço de saúde pública. Considerando a perspectiva de obtenção de novos medicamentos, os produtos naturais se diferenciam dos sintéticos sob o aspecto da diversidade molecular. Sabe-se que a diversidade molecular dos produtos de origem natural é muito superior àquela deri-vada dos processos de síntese, que, apensar dos avanços consideráveis, é ainda limita-da. Isso proporciona a elaboração de diversos novos fármacos com funções terapêuticas diversificadas. No Brasil, país dotado de imensa biodiversidade, diversas experiências atreladas ao conhecimento popular aproximam a utilização de plantas aos recursos terapêuticos disponíveis, sendo, inclusive, esta prática recomendada pelo poder público. Em 3 de maio de 2006, o Ministério da Saúde, através da Portaria nº 971, aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2006). Em 2007, O Ministério da Saúde do governo brasileiro lançou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), que visa garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, e tem como al-guns dos seus objetivos: inserir plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia no SUS, desenvolver instrumentos de fomento à pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e inovações em plantas medicinais e fitoterápicos, nas diversas fases da

Unidade 2 Unidade 2 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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cadeia produtiva, promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais, fitoterápicos e remédios caseiros, bem como estabelecer uma políti-ca intersetorial para o desenvolvimento socioeconômico na área de plantas medicinais e fitoterápicos. Essa política de atuação governamental visa enfrentar os empecilhos para a uti-lização dos produtos naturais que levantam a problemática do desconhecimento dos profissionais de saúde sobre as indicações e cuidados no uso de plantas medicinais. Do ponto de vista dos usuários dos serviços de saúde as plantas medicinais são vistas ape-nas como uma alternativa aos elevados custos dos medicamentos convencionais e não como opção terapêutica devido às propriedades curativas das plantas. Existe uma clara necessidade de minimizar a distância entre a técnica e pesqui-sas científicas das crenças populares e tradições, proporcionando uma valorização dos conhecimentos populares, agregando-lhes comprovação científica e, permitindo, assim, divulgação à população em geral de conhecimentos úteis, antes utilizados apenas in loco, valorizando tanto a cultura quanto a ciência de um povo.

2.3 CoNstItUINtEs qUímICos Dos vEgEtAIs

Todo ser vivo é constituído por uma infinidade de constituintes químicos, que clas-sificam-se em: princípios ativos e princípios inativos.

2.3.1 Princípio inativo

Princípio inativos são todos os compostos químicos presentes nas plantas medi-cinais, mas que não lhes confere nenhuma atividade biológica. Como exemplo, temos o amido, as gorduras, as fibras, a celulose e outras.

2.3.2 Princípio ativo

Entende-se como princípio ativo o composto ou mistura de compostos sintetiza-dos pelas plantas através dos seus nutrientes, água e luz recebida, que podem provocar reações positivas ou negativas nos organismos vivos. Podemos citar como exemplo os alcalóides, atropina e hiosciamina que são os princípios ativos que conferem atividade anti-espasmódica ao meimendro. Podemos ainda citar a morfina presente no ópio. Para as plantas a produção de princípios ativos está relacionada com atividades de proteção contra pragas e doenças e atração de polinizadores. Têm a função de me-lhorar as condições de sobrevivência da planta. Não são estáveis e nem se distribuem de maneira homogênea. Podem estar concentrados nas raízes, rizomas, ramos, caules, folhas, sementes ou flores, e o teor varia de acordo com a época do ano, hora de coleta, solo ou clima onde vive a planta. Para que a utilização de plantas medicinais tenha ação máxima e propicie uma melhora rápida, é preciso que: sejam colhidas no momento em que haja maior quantida-de de princípios ativos; seja colhida a parte da planta em que a concentração de princípio ativo seja máxima; sejam manipuladas de forma a preservar a quantidade de princípios ativos. Para melhor compreensão dos componentes vegetais e de suas ações, apresen-tamos a seguir um breve resumo dos principais princípios ativos. Óleos essenciais – são misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geral-

mente odoríferas e líquidas. Além de óleos es-senciais, são conhecidos também por essên-cias vegetais, óleos etéreos ou óleos voláteis. À temperatura ambiente, apresentam-se como substâncias líqüidas oleosas e bastante volá-teis, diferindo assim dos óleos fixos. Outra ca-racterística importante é o aroma agradável e intenso da maioria dos óleos essenciais. São solúveis em solventes orgânicos e muito pou-co solúveis em água. óleos essenciais podem estar presen-tes em todas as partes de uma planta. No en-tanto, sua composição pode variar de acordo com sua localização em um mesmo vegetal.

Fonte: http://www.dicas10.com/receita-para-dormir-bem-2/

As funções dos óleos essenciais nas plantas são extremamente complexas, po-dendo possuir atividade alelopática (processo que envolve metabólitos secundários pro-duzidos por plantas, algas, bactérias e fungos que influenciam o crescimento e desen-volvimento de sistemas biológicos), fitoalexiníca (capacidade de manter a parede livre de microorganismos), evitar a perda de água pelos vegetais ou mesmo agir como atraente para agentes polinizadores.

Alcalóides – formam um grupo economicamente importante, pois entram na composição de inúmeros medicamentos. São, na maior parte dos casos, venenos vegetais muito ati-vos, dotados de uma ação específica. Podem causar toxicidade mesmo quando usadas em pequenas doses. Podem ter coloração amarela, roxa ou incolor. Nas células vege-tais estão nos vacúolos. Quando na forma de sais, encontram-se nas paredes celulares. Apenas 10 a 15 % das plantas conhecidas apresentam alcalóides em sua constituição. Localizam-se nas folhas, sementes, raízes e nos caules. Alguns autores afirmam que a função dos alcalóides nos vegetais é restrita a atua-ção como fitoalexinas. Outros autores apontam para a possibilidade deles serem metabó-litos terminais, em outras palavras produtos sem utilidade, o que é muito pouco provável.

A cafeína presente no café é um alcalóide com atividade estimulante.Fonte: http://www.fsm.edu.br/?p=8751

Unidade 2 Unidade 2 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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taninos – são substâncias amorfas, geralmente coloração marrom escura. Em solução aquosa são levemente ácidas e de sabor azedo (adstringentes). É a classe de substân-cias mais comum no reino vegetal encontrada principalmente nas cascas dos vegetais. Não são encontrados em algas, fungos e liquens. O principal uso do tanino desde a antiguidade tem sido o curtimento do couro e como anti-séptico. Estas substâncias protegem o vegetal do ataque de microorganismos, formigas ou cupins e podem provocar irritação gástrica.

mucilagens – são polissacarídeos complexos formados por açúcares simples e que in-cham quando em contato com a água proporcionando um líquido viscoso. Com água fria, as mucilagens engrossam e formam geis, com água quente dissolvem-se e formam soluções coloidais que se gelificam de novo ao arrefecer. Nas plantas, estas substâncias servem de reservatórios, sobretudo pela sua capacidade de reter a água. Nas infusões e decocções, as mucilagens das plantas medicinais têm como efeito reduzir a irritação quer física quer química. Exercem assim uma ação favorável contra as inflamações das mucosas, especialmente as das vias respiratórias e digestivas, atenuam as dores das contusões e amaciam a pele quando são aplicados cataplasmas. Ocorrem em diversas plantas, mas somente algumas espécies possuem aplicação terapêutica. São encontra-dos em maior quantidade nas sementes de tanchagem e malva, goma arábica e algas marinhas. Em menor quantidade encontram-se nas raízes tuberosas, folhas suculentas e plantas de clima árido.

glicosídeos – as plantas produtoras de glicosídeos são de uso industrial, pois seu uso sem orientação médica pode ser perigoso. Apresentam ações e efeitos tão diversos que é difícil agrupá-los sob um conceito químico. Os glicosídeos podem ser: alcalinos, ciano-gênicos, cardiativos, antraquinônicos, flavonóides e saponínicos.

Flavonóides – Este termo se aplica a uma larga gama de compostos naturais, com ex-tensas propriedades físicas e químicas, vulgarmente conhecidos como “pigmentos das flores”, por participarem na coloração das pétalas. Nas plantas apresenta as funções de fitoalexinas, agentes atrativos de insetos e aves, agentes repelente, agentes protetores contra radiação UV e inibidores enzimáticos. Possuem propriedades antioxidante, atrasa o envelhecimento celular. Tem ação antiespasmódica, ação em determinados distúrbios cardíacos e circulatórios e em casos de cólicas estomacais.

Ácidos orgânicos – diversas plantas apresentam ácidos orgânicos, que lhes conferem sabor ácido e propriedades farmacêuticas características, como, ação laxativa e refres-cante. Plantas ricas em ácidos orgânicos são muito utilizadas na fito-cosmética. Essas substâncias encontram-se em maior quantidade nos frutos cítricos e ácidos e nas ver-duras. Tem ação brandamente diurética, antifermentativa, e estimulante da respiração celular.

saponinas - constituem um grupo de compostos praticamente onipresente nos vegetais. São caracterizadas principalmente pela sua capacidade de formar espuma abundante e estável. Apresenta forte atividade hemolítica (promove a destruição dos glóbulos verme-lhos do sangue), espermicida (mata espermatozóides), ictiotóxica (tóxica aos peixes). As saponinas favorecem a ação dos demais princípios ativos da planta e em excesso podem causar irritação da mucosa intestinal e manifestações alérgicas. Em algumas espécies como: erva-mate, joazeiro, e salsaparrilha, as saponinas são encontradas em

maior quantidade.

Princípios amargo – vegetais contendo estas substâncias apresentam um gosto amar-go, excitam as células gustativas, estimulam o apetite e aumentam a secreção dos sucos gástricos. Alcachofra, chicória e boldo são espécies ricas em princípios amargos.

2.3.3 Fatores que afetam os teores de princípios ativos

Vários fatores, tanto internos quanto externos, podem interferir na quantidade de princípios ativos das plantas. 2.3.3.1 Fatores intrínsecos

Os fatores intrínsecos são inerentes do próprio vegetal. Algumas substâncias são produzidas pelas plantas com uma finalidade que existe apenas numa determinada eta-pa da vida da mesma, (floração, frutificação, amadurecimento da semente, etc.). Esta peculiaridade de cada planta produzir compostos específicos está relacionada ao seu respectivo número cromossômico e estágio de desenvolvimento. Plantas geneticamente inferiores não produzirão com qualidade satisfatória mes-mo que sejam dadas a elas as melhores condições durante o cultivo, pois o seu código genético não lhes confere a capacidade de produzir determinado princípio ativo.

2.3.3.2 Fatores extrínsecos Os fatores extrínsecos são os relacionados com o meio onde o vegetal está loca-lizado. Estes fatores podem ser divididos em três categorias:

a) Fatores climáticos (irradiação e temperatura) b) Fatores climático-edáficos (água e gás carbônico) c) Fatores edáficos (estrutura física do solo, arejamento, nutrientes, minerais, pH e microorganismos)

Os fatores climáticos influenciam fortemente aéreo do vegetal. A temperatura afe-ta não só o vegetal como também o solo, modificando a composição do mesmo em ter-mos de umidade, gás carbônico e nitrogênio. Produtos como os óleos essenciais, extremamente voláteis, são afetados de ma-neira extrema pela temperatura. A combinação dos fatores climáticos e edáficos constituem obstáculos importan-tes na qualidade do solo. Pode-se citar, por exemplo, a diminuição da umidade e conse-qüente dificuldade de germinação das sementes e/ou crescimento e desenvolvimento das plantas. Os fatores edáficos propriamente ditos constituem uma combinação de condições que influenciam sobremaneira toda a vida do vegetal. Eles relacionam-se mais diretamen-te com as condições do solo. Os mais importantes são: - Estrutura física do solo – Influencia a permeabilidade da água no mesmo e a retenção de CO2. - Presença de sais minerais e micronutrientes. - pH do solo influencia de formas diferentes variadas plantas. - Presença de microorganismos - importantes no desdobramento de compostos

Unidade 2 Unidade 2 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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nitrogenados. A altitude também influi na produção de determinados constituintes químicos de plantas, notadamente óleos essenciais. A maneira de preparar o solo (caso de vegetais cultivados), incluindo-se ai aduba-ção, aragem, e irrigação podem alterar a produção de princípios pela planta.

Referências consultadas:

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Unidade 3UNIDADE III - CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS

O cultivo da plantas medicinais inicia-se com a correta seleção e identificação da espécie. O adequado manejo dessas culturas implica o domínio tecnoló-gico de todas as etapas de desenvolvimento da espécie, visando, além da produção de biomassa, a produção do(s) princípio(s) ativo(s), que conferem qualidade à planta enquanto matéria-prima para a fabricação de medicamen-tos fitoterápicos.

Estudos agronômicos vêm sendo desenvolvidos visando propor tecnologias per-tinentes para o cultivo de plantas medicinais com qualidade. No entanto, a demanda de mercado de produtos fitoterápicos cresce mais rapidamente que a geração e difusão dessas tecnologias, considerando a grande variedade de espécies medicinais cultivadas. Em linhas gerais, vários autores recomendam que o cultivo de plantas medicinais devem seguir como etapas básicas: escolha e preparo da área para cultivo; sistema de cultivos e tratos culturais; colheita, secagem e beneficiamento. Ressalta-se ainda a importância da agricultura praticada de forma orgânica para a produção de plantas medicinais. Fato resultante da clara tendência do mercado no sentido da valorização do produto orgânico e da exigência da certificação da produção orgânica pelas empresas e laboratórios produtores de medicamentos.

3.1 EsCoLHA DAs EsPÉCIEs A sEREm CULtIvADAs

É essencial a prévia escolha das plantas que serão cultivadas, respeitando os critérios de adaptação das mesmas às características edafoclimáticas da propriedade em questão. O desconhecimento dessas critérios pode levar ao insucesso na obtenção dos princípios ativos de interesse, pela não adaptação da planta ao local de cultivo, ou mesmo pela ausência de algum órgão, que pode ser a parte da planta utilizada como medicinal.

3.2 EsCoLHA E PREPARo DA ÁREA PARA CULtIvo

O local de cultivo deve guardar semelhança com o local de ocorrência natural da espécie, para que a mesma expresse o seu potencial da produção.

Unidade 2 Plantas Medicinais

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Os locais com exposição ao sol, principalmente pela manhã, são indicados em terrenos planos ou pouco inclinados, pois minimizam os problemas com a erosão do solo e facilitam a utilização de equipamentos agrícolas quando necessário. O local de cultivo deve ser isolado de áreas que possam contaminar as plantas cultivadas, como fossas, esgotos e trânsito, bem como de áreas em que são aplicados adubos químicos e agrotó-xicos. O local do cultivo deve dispor de água em abundância e de boa qualidade. O tamanho da área destinada ao cultivo de cada espécie deve ser determinado de acordo com os métodos de propagação, espaçamento de plantio e estimativa de quantidade a ser produzida, bem como em função das épocas de colheita. O solo deve ser leve e fértil para que as raízes tenham facilidade de penetrar e desenvolver. Tendo disponibilidade é bom fazer a análise do solo, principalmente se tra-tando de horta comercial. A análise do solo do local do cultivo, indicando as características químicas e físi-cas do solo, é necessária para que possam ser realizadas práticas de correção e fertili-zação do mesmo, apresentando as plantas as melhores condições de desenvolvimento. Esta análise fornecerá os teores de alguns nutrientes presentes na amostra, que, caso estejam abaixo do ideal deverão ser corrigidos com o auxílio de metodologias de adubação orgânica pertinentes. A adubação orgânica pode ser fornecida de várias ma-neiras, sendo a adubação verde, o composto e o húmus de minhoca as formas mais utilizadas no cultivo de plantas medicinais. Nem sempre as condições ideais para o desenvolvimento e produção de biomas-sa são as mais adequadas para a produção de princípios ativos de interesse. Muitas es-pécies produzem substâncias ativas quando submetidas a condições de estresse, como uma reduzida disponibilidade de nutrientes no solo, pois em geral o princípio ativo de interesse está associado ao metabolismo secundário da planta que reflete adaptações a condições adversas ou mecanismos de defesa. Quanto ao aspecto físico do solo, pode ser melhorado, no seu preparo, incorpo-rando no mesmo, esterco e/ou composto orgânico, onde fornecerá nutrientes que ajuda-rão a reter a umidade. Após a correção do solo e do levantamento de suas características, procede-se o seu preparo para o plantio. O cultivo mínimo, onde o solo é revolvido somente na linha de plantio, através da abertura de sulcos, ou o plantio direto, em que o propágalo é deposita-do diretamente no solo não revolvido, são sistemas de preparo de solo mais apropriado. No entanto, para o cultivo da maioria das espécies medicinais, a melhor estratégia é a produção de mudas em viveiro, para posterior transplante a campo.

3.3 sIstEmA DE CULtIvo E tRAtos CULtURAIs

Os sistemas de cultivo variam de acordo com a espécie plantada, baseadas na forma de propagação, podendo ser sexuada ou assexuada. Após o plantio, os tratos culturais serão responsáveis pelo sucesso no desenvol-vimento das plantas. A água é imprescindível no cultivo das plantas medicinais. Visto que a necessidade varia entre as espécies, deve-se irrigá-las sempre que necessário, pois um estresse híbrido pode ser irreversível, causando a morte da planta.

Os biofertilizantes podem ser úteis não ape-nas no fornecimento de nutrientes à planta, mas também na promoção do equilíbrio nutricional e da proteossíntese no interior das células e na seiva, o que torna a planta menos suscetível à ação de pre-dadores e parasitas. Em ambientes equilibrados as espécies me-dicinais normalmente apresentam alta resistência ao ataque de doenças e pragas, já que não sofrerão distúrbios fisiológicos. O uso de produtos químicos (agrotóxicos) é condenado para o cultivo de espécies medicinais, isto se justifica pela ausência de produtos registrados para estas espécies, conforme exigência legal, e pelas alterações que tais produtos podem ocasionar nos princípios ativos. A ocorrência de pragas e doenças no cultivo pode ser controlada através de prá-ticas culturais, como seleção de área de cultivo, manejo adequado do solo, rotação de culturas, consórcios, uso de material de propagação sadio, plantio na época correta e plantio no espaçamento adequado. Para o controle específico de pragas e doenças, po-dem ser utilizados métodos alternativos, como a catação manual de insetos, eliminação de plantas ou galhos doentes, além da aplicação do macerado do fumo, da solução de água e sabão e do extrato de alho e pimenta e biofertilizantes.

3.4 CoLHEItA, sECAgEm E ARmAZENAgEm

Como foi dito antes, o teor de produ-ção de determinados constituintes químicos numa planta pode ser influenciado por uma série de fatores. Esse teor varia também de órgão para órgão, com o estádio de desen-volvimento, com a época de colheita, e até mesmo o período do dia em que é coletada. Fonte: http://www.tecnologiaetreinamento.com.br/agri-cultura/plantas-medicinais/colheita-beneficiamento-

-plantas-medicinais-aromaticas/

Dependendo do órgão a ser coletado, existem normas gerais a serem seguidas: - Raízes, rizomas e túberas devem ser coletadas, geralmente na primavera ou no outono. Nesta época, os processos vegetativos estão em fase estacionária; - Cascas devem ser coletadas na primavera; - Folhas devem ser coletadas durante o dia, quando o processo de fotossíntese é mais intenso; - Flores devem ser coletadas na época de polinização, quando se encontram bem abertas e desenvolvidas; - Sementes devem ser coletadas quando completamente maduras.

Deve-se evitar a colheita de plantas doentes, com manchas, fora do padrão, com terra, poeira, órgãos deformados, etc. Durante o processo de colheita é importante evitar a incidência direta de raios solares sobre as partes colhidas, principalmente flores e fo-

Fonte:http://salto15vermelho.blogspot.com/2010/07/boa-semana.html

Unidade 3 Unidade 3 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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lhas. As raízes podem permanecer por algum tempo ao sol. Alguns autores mencionam que, de acordo com a substância ativa da planta, exis-tem horários em que a concentração desses princípios é maior. No período da manhã é recomendada a colheita de plantas com óleos essenciais e alcalóides, e no período da tarde plantas com glicosídeos. Esse critério é importante no que diz respeito à qualidade química do produto, pois uma baixa concentração da substância ativa no material pode levar a uma desconfiança na pureza do produto. Um ponto importante para a qualidade é a anotação dos dados referentes às condições no momento da colheita, condução da lavoura, local, produtor, condições de secagem, etc. Normalmente após a colheita das plantas pode-se fazer o uso direto do material fresco, extrair substâncias ativas e aromáticas do material fresco ou a secagem para co-mercializaçao "in natura". Afim de se evitar à degradação de princípios ativos o tempo decorrido entre o momento da colheita e a secagem deve ser o menor possível. Pelo mesmo motivo a se-cagem ao sol não é recomendada. O uso de estufas com ar circulante é bastante adequado para efetuar a secagem de drogas vegetais. Essas estufas trabalham a temperaturas baixas (35 a 45o C) e o ar circulante ajuda sobremaneira a retirar a umidade que exsuda do vegetal.

Estufa com circulação de arFonte:http://www.wfa.com.br/Produtos/DetalheProduto.aspx?Id=265&CategoriaCodigo=secadores

Existem várias razões para se promover a secagem de uma droga vegetal. Uma delas é a diminuição de volume da mesma, o que além de tudo, facilita a conservação. A redução do peso da planta ocorre em função da evaporação de água contida nas células e tecidos, promovendo o aumento percentual de princípios ativos em relação ao peso inicial da planta. Deve-se observar que o teor de umidade numa droga é de extrema importância para sua conservação. Quanto maior for esse teor, mais sujeita a agentes deletérios a planta fica. O teor de umidade ideal após a secagem deve ser de 5 a 10% para folhas e

flores, para cascas e raízes esta umidade varia entre 12 e 20%. O período de armazenamento deve ser o menor possível, pois com o passar do tempo podem ocorrer perdas qualitativas e/ou quantitativas nas substâncias ativas das plantas. O local destinado ao armazenamento deve ser seco, escuro, arejado e isolado da presença de pragas. Assim como na secagem, as plantas também deverão ser arma-zenadas isoladamente, cada espécie numa embalagem para que não ocorra a mistura. O acondicionamento do material vai depender do volume produzido e do tempo que se pretende armazená-lo. Serão necessários estudos para avaliar os diversos tipos de embalagens e o período de conservação máximo.

Tipo de acondicionamento para plantas medicinais após secagemFonte: http://empregoerenda.com.br/paginas/275/4/hidroponia-de-plantas-medicinais-e-condimentares

Referência consultada:

SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A.; PE-TROVICK, P.R. FARmACogNosIA: da planta ao medicamento. 6 ed. Porto Alegre: UFSC, 1999 821p.OLIVEIRA, F., AKISUE, G.; AKISUE, M.K. Farmacognosia, Atheneu, São Paulo, 1991.

Unidade 3 Unidade 3 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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E

Unidade 4UNIDADE IvIDENTIFICAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS

stima-se que o número de espécies de seres vivos no globo seja de 1,5 milhões. Essa diversidade é responsável pela dificuldade que os biólogos têm em reconhecer todas as entidades de seres vivos e classificá-las em sistemas que reflitam a sua real posição hierárquica na natureza.Primeiramente faz-se necessário estabelecer diferenças entre identificação e classificação.

A identificação é feita a cada vez que se deseja saber o nome de um ser coletado ou encontrado na natureza e consiste na comparação com uma espécie já descrita. Pode--se basear também com dados de uma espécie existente em uma coleção (em caso de plantas – um herbário), ou ainda com dados e ilustrações da literatura. Já a classificação, coloca ou agrupa um determinado ser vivo em uma categoria específica dentro de uma hierarquia. A classificação botânica é feita por especialistas, onde atribúi-se um nome forma-do por duas palavras latinas, designando o gênero e a espécie acompanhados do nome do Autor (primeira pessoa que classifica a planta no sistema botânico). O nome científico vem grifado de forma diferente, isto é, em itálico, negrito ou grafado. O primeiro nome (gênero) inicia em maiúscula e o segundo em minúscula. No final do nome científico vem o nome do autor. A comparação realizada durante o processo de identificação pode ser feita através de processos diretos ou indiretos.

4.1 PRoCEssos DE IDENtIFICAÇÃo

4.1.1 Processos diretos

Neste processo não são utilizados equipamentos sofisticados, com exceção de lupas de pequenos aumentos. Leva-se em conta quatro aspectos: - Visão; - Tato; - Degustação ou sabor; - Olfato;

Unidade 3 Plantas Medicinais

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As características morfológicas são obviamente muito importantes nos processo diretos de identificação. Cada órgão vegetal apresenta características morfológicas que devem ser observadas e comparadas com as drogas padrão ou com as monografias especializadas. Sob este aspecto, as plantas são identificadas pelo seu porte, forma e ta-manho da folha e, principalmente, pelo aspecto e coloração das flores. Assim para termos certeza da identidade de uma planta devemos observá-la na época de floração. Principais aspectos a serem observados para a identificação direta das plantas: - Porte da planta: arbóreo, arbustivo, semi-arbustivo, herbáceo, etc.; - Tipo de folha: folhas simples, composta, alternas, opostas, etc; - Forma da folha: redonda, ovalada, penada, cordiforme, septada, etc.; - Tipo e cor da flor: é o principal meio de diferenciar as espécies; flor simples ou inflorescência; - Época de florescimento: existem basicamente duas épocas de florescimento, na primavera ou outono; - Produção de semente: a produção da semente é importante na reprodução da planta e na variabilidade genética da espécie. A propagação vegetativa garante a ausên-cia de variabilidade genética. 4.1.2 Processos indiretos

Três são os tipos de processos indiretos de identificação: físicos, químicos e bioló-gicos. Os processos físicos podem ser considerados aplicam-se a identificação da maio-ria das espécies vegetais, envolvendo principalmente microscopia e cromatografia. Os processos químicos podem ser de três tipos: - Transformações químicas - podem ocorrer no próprio tecido vegetal ou em seu extrato; - Reações características – dão reações de coloração específica ou de precipita-ção; - Incineração – fornecem um resíduo cujo peso deve ficar dentro de um determi-nado limite. Pode fornecer evidências importantes de processos fraudulentos em maté-rias- primas vegetais destinadas a fabricação de medicamentos.

4.2 tIPos DE IDENtIFICAÇÃo

O processo de identificação de uma planta exige uma classificação que pode ser em nível popular como em nível científico.

4.2.1 Identificação popular

Popularmente uma planta é identificada através do processo direto, usando os sentidos e memorização dos aspectos de importância. Sob este aspecto os vegetais podem ser classificados em plantas cheirosas, de beira de estrada, de beira de rio, do-mésticas, rasteiras, etc. È importante destacar que uma planta pode receber vários nomes, de acordo com a região e cultura da população local. O nome popular é fundamental no trabalho comu-nitário, é através dele que se dá o reconhecimento popular das plantas. No entanto, de modo geral, não são úteis nos trabalhos científicos. Confusões na identificação de plantas medicinais favorecem o aparecimento de diversos problemas como: uso inadequado, intoxicações, comercialização equivocada

de vegetais, plantio de espécie não adequada ao local, etc. Na tentativa de facilitar este trabalho surge a identificação científica, que dá um nome oficial para a classificação dos vegetais.

4.2.2 Identificação científica

A identificação científica pode ser realizada através de processo indireto ou direto, comparan-do-se o material desconhecido com espécies já classificadas em coleções denominadas “Herba-rium”. Os herbários nacionais estão localizados em Jardins Botânicos, Universidades ou outras ins-tituições de pesquisa. Alguns deles têm em suas coleções centenas de milhares de plantas secas, identificadas e ordenadas, destinadas à exposição e ao estudo.

HerbariumFonte: http://www.anbg.gov.au/cpbr/program/hc/hc-ANH.html

Para que possamos efetuar a comparação das plantas desconhecidas com as contidas no Herbário é necessária a elaboração de uma exsicata. Para a elaboração desta devem ser coletadas plantas que contenham estruturas reprodutivas como flores ou frutos. O material coletado deve ser submetido à secagem à sombra, prensado em jor-nal, e se o procedimento for realizado a temperatura ambiente, o jornal deve ser trocado todos os dias, para evitar o crescimento de fungos. Durante a coleta devem ser anotados, o nome científico e popular, local, data, nome do coletor, etc. Estes dados devem ser adicionados à exsicata junto com o nome botânico de identificação. Após a secagem, a planta deve ser fixada em papel ou cartolina, de preferência com linha e agulha.

ExsicataFonte: http://gogocath.blogspot.com/2011/03/pra-inspirar-decoracao-com-exsicatas.html

Unidade 4 Unidade 4 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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Referências consultadas:

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Unidade 5UNIDADE vMANIPULAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS

D urante a formulação dos fitoterápicos deve-mos levar em conta alguns pontos para que a manipulação e a aplicação na clínica mé-dica ocorram. Estes pontos envolvem a cor-reta seleção da espécie vegetal, cultivo ade-quado e avaliação dos teores dos princípios

ativos.

Unidade 4 Plantas Medicinais

Fonte: http://medicinaseterapias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html

O aproveitamento adequado dos princípios ativos de uma planta exige o preparo correto, ou seja, para cada parte a ser usada, grupo de princípio ativo a ser extraído ou doença a ser tratada, existem diversas formas de pre-paro para o seu consumo ou utilização. Os efeitos colate-rais são poucos na utilização dos fitoterápicos, desde que utilizados na dosagem correta. Apesar das especificidades de preparo para cada espécie existem algumas recomendações gerais no uso de plantas medicinais: - Utilizar somente plantas perfeitamente identificadas; - Nunca utilizar plantas desconhecidas ou de identidade duvidosa; - Não colher plantas próximo a locais onde foi aplicado agrotóxico; - Não coletar plantas à beira de estradas ou locais poluídos; - Observar rigorosamente a higiene pessoal e dos utensílios utilizados no preparo; - Não misturar plantas sem o conhecimento prévio do seu efeito, pois os princípios ativos podem não ser compatíveis ou causarem efeitos contrários aos esperados; - Não utilizar plantas com qualquer tipo de efeito tóxico durante a gravidez ou ama-mentação, sem orientação médica; - Utilizar utensílios adequados no preparo; - Não utilizar chás laxantes e/ou diúreticos como emagrecedores; - Não utilizar uma mesma planta ou preparado por período superior a 15 dias sem consultar um profissional de saúde; - Colocar rótulo em todos os preparados, contendo composição e data.

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5.1 ALgUmAs FoRmAs DE PREPARo DAs PLANtAs mEDICINAIs

Dependendo da parte vegetal utilizada os chás apresentam formas diferentes de preparo. Esta bebida tem uso externo e interno, por infusão ou decocção de uma ou mais espécies vegetais. Infusão ou chá abafadinho – es-sas preparações são ideais para partes das plantas medicinais ricas em compostos volá-teis (óleos essenciais), aromas delicados e princípios ativos que se degradam durante o contato com o calor intenso e prolongado. Normalmente, trata-se de flores, brotações e folhas. As infusões são obtidas fervendo-se a água, quando esta estiver em estado de ebulição, põe-se sobre as plantas, tapa-se o recipiente e aguarda-se de 5 a 30 minutos. Isto para evitar que o vapor se perca e os princípios ativos também. Em seguida, côa o infuso e o utiliza acordo com a posologia indicada para as plantas.

Findo o tempo previsto, filtra-se o líquido e pode-se acrescentar uma quantidade de di-luente (água por exemplo), se achar necessário para obter um volume final desejado. Banhos - faz-se uma infusão ou decocção mais concentrada, que deve ser coada e misturada na água do banho. O cozimento leva 20 a 40 minutos. Os banhos podem ser parciais ou de corpo inteiro, e devem durar uns 20 minutos e são normalmente, indicados uma vez por semana. Cataplasmas – São aplicações locais onde as plantas são utilizadas diretamente sobre a pele. As plantas podem ser cozidas brevemente ou amassadas, ou pulverizadas e misturadas com água, ou com água e farinha formando uma pasta, logo após o preparado pode ser envolvido em gaze para a aplicação.

CataplasmaFonte: http://drmouramendes.blogspot.com/2010/03/argila-no-uso-externo-i.html

Compressas – É uma preparação de uso local (tópico) que atua pela penetra-ção dos princípios ativos através da pele. Prepara-se amassando as ervas frescas e depois de limpas. Aplicando--as, envolvida em um pano fino ou gaze ou diretamente sobre a parte afetada. Pode-se utilizar farinha de mandioca ou fubá de milho adicionado ao chá ainda quente, fazendo uma papa. Neste caso, envolve-se essa mistura da planta em um pano limpo e aplica-se na região afetada. A compressa pode ser quente ou fria. Outra forma é molhar a ponta de uma toalha e colocar no local afetado, cobrindo com a outra ponta da toalha seca, para conservar o calor.

Compressa

Fonte: http://banhodeluz1.blogspot.com/

gargarejos – Usado para combater afecções da garganta, amigdalites e mau há-lito. Faz-se uma infusão, decocção ou maceração concentrada e gargareja quantas vezes for necessário. Ex.: Sálvia (máu hálito), tanchagem, malva e romã (amigdalites e afecções na boca).

maceração – Processo realizado a frio quando o chá é tóxico, devido à ação do calor utilizado na preparação do mesmo, que pode alterar as propriedades medicinais da planta. Esta preparação consiste em colocar a parte da planta medicinal de molho em álcool, óleo, água, vinho ou outro líquido, durante um período de 18 a 24 horas. Neste caso, as vitaminas e sais minerais não são alterados pela fervura. È indicada para uso interno e externo e pode utilizar flores, folhas e sementes. Plantas onde há possibilidade de fermentações não devem ser preparadas desta forma. O recipiente deve permanecer em lugar fresco, protegido da luz solar direta, podendo ser agitado periodicamente.

DecocçãoFonte: http://curaeencantamento.blogspot.com/2010/11/do-preparo-e-utilizacao-das-plantas.html

MaceraçãoFonte: http://fitomedicinapopular.blogspot.com/2009/06/

maceracao.html

Infusão Fonte: http://curaeencantamento.blogspot.

com/2010/11/do-preparo-e-utilizacao-das-plantas.html

Decocção – utilizada na preparação de chás a base de ervas não aromáticas (que contém princípios estáveis ao calor) e para as amostras ve-getais constituídas por sementes, raízes, cascas e outras partes de maior resistência à ação da água quente. Neste tipo de chá as partes das plantas uti-lizadas devem ser cortadas em pequenos pedaços ou esmagadas antes de serem utilizadas. Numa decocção, coloca-se a parte da plan-ta na quantidade prescrita de água fervente. Co-bre-se e deixa-se ferver em fogo baixo por 10 a 20 minutos. A seguir deve-se coar e espremer a erva com um pedaço de pano de ou coador.

Unidade 5 Unidade 5 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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GargarejoFonte: http://drogariasonlinecom.wordpress.com/category/uncategorized/page/11/

Inalações – preparação recomendada para uso interno no tratamento de proble-mas do aparelho respiratório, onde utiliza-se 1 ou mais plantas com substâncias voláteis ou aromática na forma de chá. Coloca-se a erva a ser usada em uma vasilha com água fervente, na proporção de uma colher (sopa) de erva fresca ou seca em 1/2L de água. Respirar lenta e ritmicamente por 15 minutos. O recipiente pode ser mantido no fogo para haver contínua produção de vapor. Usa-se um funil invertido de cartolina (ou outro papel duro), ou ainda uma toalha sobre os ombros, cabeça e vasilha, para facilitar a inalação do vapor que contém os princípios ativos. No caso de crianças deve-se ter muito cuidado, pois há riscos de queimaduras. Pós – após secar a planta o suficiente para permitir a trituração manual das partes mais frágeis (folhas e ramos) e moer as raízes e cas-cas, pode-se adicionar ao leite, ao mel, ao suco. Externamente, deve ser espalhado diretamente sobre o local ferido ou misturado em óleo, vase-lina ou água antes de aplicar. Os pós são muito sensíveis à ação da luz, do oxigênio e da umida-de. Hoje é comum o encapsulamento de plan-tas finamente trituradas, só que a quantidade de matéria vegetal é pequena, havendo necessida-de de consumo de várias cápsulas por dia.

Cápsulas de plantas medicinaisFonte: http://www.dohler.com.br/revistadohler16/vida.htm

Óleos – são elaborados através do processo de maceração a frio, onde as ervas secas (folhas, sementes e flores) são misturadas com óleos de oliva, ou de girassol, ou de milho, quando destinam-se ao uso interno. Para uso externo, em fricções e massa-

gens utiliza-se o óleo de amêndoas ou o óleo de coco. A mistura deve permanecer em frasco transparente e fechado a temperatura ambiente por 2 a 3 semanas. Terminado este tempo filtra-se e separa-se uma possível camada de água que se formar. sumos – são sucos naturais extraídos das plantas medicinais e que constituem uma terapêutica enérgica e eficaz para combater enfermidades. Pode-se obtê-los esma-gando as ervas frescas com um pilão, liquidificador ou centrífuga. O pilão é mais usado para as partes pouco suculentas. Quando a planta possuir pequena quantidade de líquido, deve-se acrescentar um pouco de água e triturar novamente após uma hora de repouso, recolher então o líquido liberado. Sequencialmente procede-se à filtragem, utilizando-se uma peneira de malha fina ou um coador ou simplesmente um pano de filó. Os sumos devem ser feitos para uso no mesmo dia, pois os seus princípios ativos alteram-se facil-mente. tinturas - É uma maceração especial a frio, onde as partes de uma ou mais espécies são trituradas e ficam macerando por um período de 8 a 15 dias, ao abrigo da luz e à temperatura ambiente. Esta preparação utiliza o álcool, referencialmente de cereais, com concentração entre 70 a 90% e tem a finalidade de conservar os princí-pios ativos vegetais por longos períodos. O tempo de ar-mazenamento de uma tintura pode ser de um ano, desde que seja conservado em recipiente fechado ao abrigo da luz e umidade.

TinturaFonte: http://www.spaceblog.com.br/error/

garrafada – preparado de origem popular que se assemelha a tintura. Neste caso, ocorre uma maceração do material verde ou seco em um líquido que pode ser vinho tinto ou vodka, mas que geralmente é a cachaça. A extração deve ser realizada num período de 7 a 21 dias. . O recipiente deve ser agitado uma a duas vezes ao dia para melhorar a extração. A garrafada possui baixo grau alcoólico (40 – 45%), o que diferencia da maioria das tinturas que possuem grau alcoólico entre 50-70%. Por ser um preparado de origem popular, não existe relação fixa entre a quantidade de material vegetal e a quantidade de líquido.

GarrafadasFonte:http://curaeencantamento.blogspot.com/2010/11/do-preparo-e-utilizacao-das-plantas.html

Unidade 5 Unidade 5 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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Xarope - para o seu preparo adiciona-se extratos, tinturas e/ou alcoolaturas de ervas ao mel ou ao xarope simples (calda de açúcar ou rapadura ralada). Mexe-se por 3 a 5 minutos em fogo baixo, coar e guardar em frasco de vidro. A quantidade de planta a ser adicionada em cada xarope é variável de acordo com a espécie vegetal. O xarope pode ser guardado por até 15 dias na geladeira, pois em temperatura ambiente ocorre fácil contaminação. São utilizados nos ca-sos de tosse, dores de garganta e bronquite Lambedor – preparação caseira, feita com rapadura, açúcar ou mel, água e plantas medicinais in natura. É obtido da se-guinte maneira: coloque as cascas e raízes das plantas picadas e lavadas no mel ou na calda de açúcar e cozinhe em banho-maria ou temperatura branda, deixando durante 10-15 minutos após a fervura, mexendo algumas vezes. Após esse tempo adicione as folhas que já deverão estar previamente lavadas e cortadas, e quando voltar a abrir a fervura deixe em ebulição por no máximo 5 minutos. Desligue o fogo, abafe, deixe em repouso até esfriar, coe e coloque num vidro limpo com tampa e guarde em local fresco e ao abrigo da luz.

LambedorFonte: http://conveniencia24h.com.br/product.php?id_product=503

Unguentos e pomadas – podem ser preparados com o sumo da erva ou chá mais concentrado, dissolvido num veículo gorduroso (base). Os produtos mais utilizados como bases na preparação de pomadas são banha animal, gordura de coco ou vaselina líquida. As pomadas e os unguentos permanecem por mais tempo sobre a pele, devem ser usados a frio e renovados mais de uma vez ao dia.

Referências consultadas:

BEVILAQUA, G. A. P.; SCHIEDECK, G.; SCHWENGBER, J. E. Identificação e tecnologia de plantas medicinais da flora de clima temperado. Circular técnica 61. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: Pelotas, 2007.DANTAS, I. C. ; FELISMINO, D. C. . o RAIZEIRo. 1. ed. Campina Grande: EDUEP, 2007. v. 1. 540 p.JORGE, S.S.A. Plantas medicinais:coletânea de saberes. 2009.PEREIRA, D. S.; SACRAMENTO, L. R.; COSTA, J.F.; SILVA, V. A. S.; SILVA, A. C.; GAL-VÃO, R. C.; PAULA, J. T.; LIMA, M. V. F. B.; COELHO, M. C. O. C. Secagem, preparo e manipulação de plantas medicinais. Revista Brasileira de. Farmacognosia v. 14, supl. 01, p. 37-40, 2004.

Unidade 5 Plantas Medicinais Unidade 6UNIDADE vITOXICOLOGIA DAS PLANTAS MEDICINAIS

P opularmente diz-se que o uso da fitoterapia “se bem não faz, mal também não”. Esta afir-mação caracteriza um grave erro. Todos os vegetais possuem em sua composição uma série de princípios ativos que podem ser be-néficos ou maléficos aos organismos. Além

disso, mesmo as plantas que comprovadamente possuem apenas princípios ativos benéficos podem atuar causando malefícios se usadas em dose excessivas.

"A diferença entre o remédio e o veneno está na dose". A ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas (princípios ativos) com o organismo, com a finalidade principal de prevenir o aparecimento deste efeito, ou seja, estabelecer o uso seguro destas substâncias químicas chama-se Toxicologia. No Brasil, as plantas medicinais da flora nativa são consumidas com pouca ou nenhuma comprovação científica de seus efeitos benéficos propagadas por usuários ou comerciantes. Muitas vezes essas ervas são utilizadas no tratamento de doenças para as quais não possui princípio ativo positivo, resultando no não tratamento da enfermidade. A toxicologia de plantas medicinais e fitoterápicos pode parecer inexistente quando compa-rada com a dos medicamentos usados nos tratamentos convencionais. No entanto, isto é um equívoco. A toxicidade de plantas medicinais é um problema sério de saúde pública. Os efeitos adversos dos fitomedicamentos, possíveis adulterações e toxidez, bem como a ação sinérgica (interação com outras drogas) ocorrem comumente. As pesquisas realizadas para avaliação do uso seguro de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil ainda são incipientes, assim como o controle da comercialização pelos órgãos oficiais em feiras livres, mercados públicos ou lojas de produtos naturais.

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6.1 REAÇõEs tÓXICA E EFEItos ADvERsos

O uso milenar de plantas medicinais mostrou, ao longo dos anos, que determi-nadas plantas apresentam substâncias po-tencialmente perigosas. Do ponto de vista científico, pesquisas mostraram que muitos desses efeitos tóxicos são causados por substâncias agressivas, que são tóxicas ou anti-nutricionais e, por esta razão, devem ser utilizadas com cuidado, respeitando

seus riscos toxicológicos. O intenso apelo comercial advindo da procu-

ra por produtos naturais aumentou o consu-mo de plantas medicinais. Entretanto, o uso indiscriminado de fitoterápicos, sem o ade-quado conhecimento sobre seus efeitos tó-xicos e colaterais, representa cada vez mais um risco para a saúde humana. A maioria dos efeitos colaterais pro-

movidos e registrados durante o uso de plantas medicinais são extrínsecos à preparação e estão relacionados a diversos problemas de processamento, tais como identificação in-correta das plantas, necessidade de padronização, prática deficiente de processamento, contaminação, substituição e adulteração de plantas, preparação e/ou dosagem incorre-tas. Os preparados com plantas não devem ser usados por tempo prolongado, aca-bam perdendo o efeito ou causando efeitos colaterais. As plantas medicinais também são passíveis de causar problemas à saúde quan-do contaminados com metais pesados ou por contaminação microbiológica. A contami-nação de vegetais com metais pode ter diversas origens, tais como acidental, proposital, contaminação do solo, de materiais de origem natural ou mineral e durante a manufatura. Já a microbiológica pode ser decorrente de plantas mofadas e mal conservadas ou da inadequada manipulação das ervas pelos comerciantes de feiras livre e de mercados públicos. A hipersensibilidade é um dos efeitos colaterais mais comuns causado pelo uso de plan-tas medicinais. Ela pode variar de uma dermatite temporária (comum, por exemplo, entre os fitoquímicos) até um choque anafilático. O uso concomitante de plantas medicinais e medicamentos sintéticos podem pro-vocar intoxicações pela potencialização do efeito de algum princípio ativo.

6.2 tIPo DE INtoXICAÇÃo CAUsADA:

Intoxicação aguda - é decorrente de um único contato ou múltiplos com pequenas do-ses da planta que contém princípios ativos tóxicos, num período de tempo aproximado de 24 horas. Os efeitos surgem de imediato ou no decorrer de alguns dias, no máximo 2 semanas.Intoxicação crônica - resulta de contatos repetidos com a planta contendo princípios ativos tóxicos, num período de tempo prolongado, de meses ou anos. Mesmo após sus-pender o uso da planta os sintomas de intoxicação podem ocorrer.

6.3 CLAssIFICAÇÃo DAs PLANtAs qUANto Ao Uso:

Plantas de uso interno - são as que apresentam índices muito baixo de toxicidade ao homem ou animais podendo ser ingeridas nas diversas formas de preparo.

Plantas de uso externo - são as que apresentam altos índices de toxicidade ao homem não devendo ser ingeridas e apenas usadas na forma de pomadas, unguentos ou banhos.

6.4 PLANtAs mEDICINAIs qUE PoDEm PRovoCAR INtoXICAÇÃo:

Algumas plantas apresentam altos índices de toxicidade e são consideradas vene-nosas, pode-se citar: coroa de cristo (Euphorbia sp.), mamona (Ricinus communis), maria mole (Senecio brasiliensis), espirradeira (Nerium oleander), copo de leite (Zantedeschia sp.), sendo utilizadas de forma bastante restrita pelo homem, inclusive externamente.

Plantas que podem causar problemas no fígado - Confrei (Symphytum officinale); cambará (Lantana camara); canela sassafrás (Ocotea pretiosa); maria-mole (Senecio brasiliensis);Plantas que podem causar irritação no estômago e intestino - Jurubeba (Solanum paniculatum), umbu (Phytolacca dioica); arnica (Arnica montana)Plantas que podem afetar o sistema nervoso - Erva de santa maria (Chenopodium ambrosioides); trombeteira (Datura suaveolens); losna (Artemisia absinthium); cavalinha (Equisetum arvense)Plantas que podem provocar danos na pele - Arnica (Arnica montana); folhas de figo (Ficus carica); mamica de cadela (Brasimum gaudichaudii).Plantas que podem provocar diarréias em doses altas - Babosa (Aloe vera); sene (Cassia acutifolia); ruibarbo (Rheum palmatum); tajujá (Cayaponia spp);

Referências consultadas:

BEVILAQUA, G. A. P.; SCHIEDECK, G.; SCHWENGBER, J. E. Identificação e tecnologia de plantas medicinais da flora de clima temperado. Circular técnica 61. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: Pelotas, 2007.JORGE, S.S.A. Plantas medicinais:coletânea de saberes. 2009.VEIGA JUNIOR, V. F.; PINTO, A.C.; MACIEL, M. A. M. Plantas medicinais: cura segu-ra?. Química Nova. V. 28, N. 3, 519-528, 2005.

Unidade 6 Unidade 6 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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Unidade 6 Plantas Medicinais Unidade 7UNIDADE vII - ALGUMAS PLANTAS IMPORTANTES

I7.1 ALECRIm (Rosmarinus officinalis L.)

ndicações: estimulante digestivo e para fal-ta de apetite (inapetência), contra azia, para problemas respiratórios e debilidade cardíaca (cardiotônico), contra cansaço físico e men-tal, combate hemorróidas, antiespasmódico (uso interno) e cicatrizante (uso externo).

Parte usada: folhas Podem ser preparados xaropes, infusões e tintu-ras. Usam-se ainda ramos em armários para afugentar insetos.Toxicologia: em altas doses pode ser tóxico e abortivo.

Fonte: http://www.fotosantesedepois.com/2010/03/23/alecrim-planta/

7.2 ALECRIm-PImENtA (Lippia sidoides)

Indicações: para impingens, acne, pano-branco, aftas, escabiose, caspa, maus odores dos pés, axilas, sarna-infecciosa, pé-de-atleta, para inflamações da boca e garganta, como antiespasmódico e estomáquico. Seus constituíntes químicos lhe conferem forte ação antisséptica contra fungos e bactérias.Parte usada: folhas secas ou frescas.Podem ser preparados infusões e tinturas.

7.3 ALHo (Allium sativum L.) Indicações: contra hipertensão, picadas de inseto, diurético, expectorante, antigripal, fe-brífugo, desinfetante, antinflamatório, antibiótico, antisséptico, vermífugo (lombriga, soli-tária e ameba), para arterioesclerose e contra ácido úrico.Parte usada: dentes (bulbilhos)

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Podem ser preparados através de maceração e tin-turas.Toxicologia: contra indicado para pessoas com pro-blemas estomacais e de úlceras, incoveniente para recém-nascidos e mães em amamentação. Em do-ses muito elevada, pode provocar dor de cabeça, de estômago, dos rins e até tonturas.

Fonte: http://receitasmarinpreciado.wordpress.com/category/historia-do-alho/

7.4 ARtEmísIA (Chrysanthemum parthenium Bern.)

Indicações: antileucorréico, antiespasmódico, febrifugo, para do-res de cabeça, enxaquecas, artrites, diarréia, pertubações gás-tricas e insônia.Parte usada: folhas e flores.São utilizadas como infusões e repelente de insetos.Toxicologia: Não deve ser utilizado durante a gravidez, pois exer-ce forte ação sobre o útero, podendo causar aborto.

Fonte: http://www.fotosantesedepois.com/2010/03/25/artemisia/

7.5 Babosa (Aloe sp.)

Indicações: o suco das folhas é hidratante e re-solutivo, quando usadas topicamente sobre in-flamações, queimaduras, eczemas, erisipelas, queda de cabelo, etc. A polpa é antioftálmica, vulnerária e vermífuga (uso interno). A folha des-pida de cutícula é um supositório calmamente nas retites hemorroidais. É ainda utilizada exter-namente nas entorses, contusões e dores reu-máticas.Parte usada: folhas, polpa e seiva.Podem ser preparados como suco, cataplasma e tinturas.Toxicologia: não deve ser ingerida por mulheres durante a menstruação ou gravidez. Também deve ser evitada nos estados hemorroidários. Não usar internamente em crianças.

Fonte: http://distribuidoraloevera.wordpress.com/category/aloe-verababosa/

7.6 BoLDo (Vernonia condensata Beker)

Indicações: aperiente, colerético, desintoxicante do fígado, diu-rético e antidiarrético. Usado popularmente para a ressaca al-coólica.Parte usada: folhas.A partir destas plantas são preparadas infusões, tinturas e ma-cerados.

Fonte: http://www.jardimdeflores.com.br/ERVAS/ervas4.html

7.7 CALÊNDULA (Calendula officinalis)

Indicações: cicatrizante e antisséptico (uso externo). Sudorífico, analgésico, colagogo, antinflamatório, antiviral, antiemético, vasodilatador e tonificante da pele (contra acne).Parte usada: flores e folhas.Esta planta pode ser utilizada como tinturas, infusões e cataplasmas.

7.8 CAPIm-sANto (Cymbopogon citratus)

Indicações: bactericida, antiespasmódico, calmante, anal-gésico suave, carminativo, estomáquico, diurético, sudo-rífico, hipotensor, anti-reumático. Mais utilizado em diar-réias, dores estomacais e problemas renais.Parte usada: folhasEsta planta pode ser utilizada como infusões.Toxicologia: pode ser abortivo em doses concentradas.

Fonte: http://kefireiogurte.blogspot.com/2008/07/sabor-e-aroma-do-capim-santo-e-limao.html

7.9 CoNFREI (Symphitum sp. L.)

Indicações: hemostático, antinflamatório, cicatrizante. Utilizando para favorecer o cresci-mento de tecidos novos em ulcerações, feridas e cortes, fraturas e afecções ósseas (onde age como indutor da produção calcárea).Parte usada: rizoma, raízes e folhas.Esta planta pode ser utilizada como cataplasmas, banhos locais, emplastos e tinturas. O uso externo sobre feridas pode promover rápida cicatrização externa, sendo que o processo inflamatório pode continuar internamente. A absorção dérmica, das substâncias tóxicas, parece não ser significativa.

7.10 ERvA-CIDREIRA-DE-ARBUsto (Lippia alba (Mill) N. E. Brown)

Indicações: antiespasmódico, estomáquico, carminati-vo, calmante, digestivo e combate a insônia e asma.Parte usada: folhas.Esta planta pode ser utilizada como infusões.Toxicologia: popularmente não se recomenda o uso por hipotensos (pressão baixa).

Fonte: http://omeujardim.com/artigos/top-10-ervas-aromaticas

Unidade 7 Unidade 7 Plantas MedicinaisPlantas Medicinais

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7.11 ERvA-DE-sANtA-mARIA (Chenopodium ambrosioides L.)

Indicações: estomáquico, diurético, vermífugo, su-dorífico, para angina e infecções pulmonares. Ci-catrizante e para contusões (uso externo).Parte usada: folhas e flores.Esta planta pode ser utilizada como infusões, su-mos e cataplasmas.Outro usos: elimina e repele pulgas e percevejos - colocar os ramos debaixo dos colchões e varrer a casa utilizando-os como vassoura.

7.12 FALso BoLDo (Coleus barbatus)

Indicações: tônico, digestivo, hipossecretor gástrico (para azia e dispepsia), carminativo, para afecções do fígado e para ressaca alcoólica.Parte usada: folhas frescas.Esta planta pode ser utilizada como sumos e tinturas.Toxicologia: em doses elevadas pode causar irritação gástrica.

7.13 FoLHA-DA-FoRtUNA (Bryophylum pinnatum Kurtz) Indicações: emoliente (para furúnculos), cicatrizantes (queimaduras) e antinflamatório local (uso externo). Refrescante intestinal, para coqueluche e demais infecções das vias respiratórias, usada também para úlceras e gastrites (uso interno).Parte usada: folhas.Esta planta pode ser utilizada como cataplasmas e sucos.

7.14 FUNCHo (Foeniculum vulgare Mill)

Indicações: carminativo, galactagogo, digestivo, diurético, tô-nico geral e antiespasmódico (cólicas de crianças).Parte usada: folhas, frutos e raízes.Esta planta pode ser utilizada como infusões e decocção.Outros usos: o óleo essencial é utilizado na fabricação de li-cores e perfumes. As sementes são utilizadas na confeitaria como aromatizante de pães, bolos e biscoitos.Toxicologia: O uso de mais de 20 g/l dessa erva pode ser convulsivante.

Fonte: http://plantamania.wordpress.com/2010/03/29/funcho/

Fonte: http://www.cultivando.com.br/plantas_medicinais_detalhes/erva_de_santa_maria.

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7.15 gENgIBRE (Zingiber officinalis) Indicações: estimulante gastrintestinal, aperiente, combate os gases intestinais (carminativo), vômitos, rouquidão; tônico e expectorante. Externamente é revulsivo, utilizado em traumatismos e reumatismos.Parte usada: rizoma ("raiz").Esta planta pode ser utilizada como tinturas, cata-plasmas e decocto.Toxicologia: o uso externo deve ser acompanhado, para evitar possíveis queimaduras.

Fonte: http://www.cozinhajaponesa.com.br/dieta-e-nutricao/index.php/gengibre-beneficios-na-saude/

7.16 goIABEIRA-vERmELHA (Psidium guajava)

Indicações: antisséptico bucal e intestinal, inibe microorganismos como Salmonella, Ser-rata e Staphylococcus. Para diarréias (principalmente de origem bacteriana) e inflama-ções da boca e garganta.Parte usada: folhas novas, brotos ou "olhos"(até a 6ª folha tenra, a partir do ápice). Folhas velhas não têm atividade antisséptica.Em gargarejos e bochechos, a infusão atua nas inflamações da boca e garganta.

7.17 gUACo (Mikania glomerata Spreng.)

Indicações: tem efeito broncodilatador, comprovado. É um antisséptico das vias respirató-rias, expectorante, antiasmático, febrífugo, sudorífico, anti-reumático e cicatrizante.Parte usada: folhas ou planta florida.Esta planta pode ser utilizada como infusões e xaropes.Outros usos: é utilizada contra picada de cobras e insetos.Toxicologia: pode causar vômitos e diarréia quando usado em excesso.

7.18 HoRtELÃ-ComUm (Mentha villosa)

Indicações: digestivo, estimulante e tônico geral, car-minativo, antiespasmódico, estomáquico, expectoran-te, antisséptico, colerético e colagogo, vermífugo (giar-dia/ameba e lombrigas).Parte usada: folhas frescas ou secas.Esta planta pode ser utilizada como infusões.Toxicologia: pode causar insônia, se tomado antes de dormir, ou em uso prolongado.

Fonte:http://ocantinhodaservas.blogspot.com/2009/04/menthas-um-mundo-parte.html

Toxicologia: deve ser administrada com cautela. É contra indicado para gestantes e para crianças me-nores de 2 anos de idade. Usar sob orientação de profissional da área.

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Curso de Graduação em Ciências Agrárias - Licenciatura a DistânciaCadernos de Licenciatura em Ciências AgráriasEditora Universitária da UFPB - Bananeiras - PB, 2011

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Editora Universitária da UFPB - Bananeiras - PB, 201144 45

7.19 mACAÉ (Leonurus sibiricus)

Indicações: estomáquico, febrífugo, anti-reumático, eupépico, contra vômitos e gastrinte-rite. As flores são usadas para bronquite e coqueluche.Parte usada: folhas e flores.Esta planta pode ser utilizada como infusões, tinturas, friccionada as folhas sobre as partes afetadas (anti-reumático).e cataplasmas.

7.20 mARACUJÁ (Passiflora edulis)

Indicações: é utillizada contra inquietações nervosa, irritação fre-quente e contra insônia.Parte usada: folhas.Esta planta pode ser utilizada como infusões.

Fonte: http://www.guiavegano.com.br/vegan/nossa-loja/alimentos/chas-organi-cos/capim-limao-melissa-e-maracuja-tribal-brasil

7.21 mEstRAto (Ageratum conyzoides L.)

Indicações: anti-reumática (uso externo), antidiarrético, febrífuga, antinflamatória, carmi-nativa, emanagogo, tônica, útil contra resfriados e para cólicas menstruais.Parte usada: toda a planta.Esta planta pode ser utilizada como tinturas, infusões e decocção.Outros usos: apresenta atividade contra insetos hemípteros (precocenos).Toxicologia: sem efeitos tóxicos nos estudos realizados.

7.22 mIL-FoLHAs (Achilea millefolium L.)

Indicacões: antiespasmódico, estomáquico e expectorante. Contra distúrbio digestivos (dispepsia) e úlceras internas, varises, cólicas menstruais, amenorréia, celulite e hemorrói-das. Cicatrizante, antinflamatório e anti-reu-mático (uso externo).Parte usada: folhas e inflorescências.Esta planta pode ser utilizada como infusões, decocções e sumos.Toxicologia: existem referências que tratam de sua possível ação tóxica nos animais do-mésticos.

Fonte:http://sitiogralhaazul.net/dev15/index.php?product_id=58&page=shop.product_details&category_id=13&flypage=flypage.tpl&option=com_virtuemart&Itemid=1&vmcchk=1&Itemid=1

7.23 PAtA -DE-vACA (Bauhinia fortificata Link.)

Indicações:hipogliceminante (antidiabético), purgativo e diurético. Para problemas do aparelho urinário.Parte usada:folhas, flores e raízes e/ou cascas do tronco.Esta planta pode ser utilizada como infusões.

7.24 PoEJo (Mentha pulleglum)

Indicações: carminativo, digestivo, vermífugo,expectorante, antisséptico, antiespasmódico, emenagogo e para hidropsia.Parte usada: toda a planta.Esta planta pode ser utilizada como infusões.Outros usos: serve para afugentas pulgas e mosquitos.Toxicologia: a pulegona é citada por possuir efeito tóxico em altas doses. Devido à presença do borneol, não se recomen-da o uso de planta por grávidas, especialmente nos 3 primei-ros meses.

Fonte: http://www.ninaflowers.com.br/index.php?p=ervas&id=49

7.25 qUEBRA-PEDRA (Phyllanthus niruri L.)

Indicações: diurética, fortificante do estômago, aperiente, para cistite, anti-infeccioso das vias urinárias, para hipertensão arterial(diurético). A ação analgésica e relaxante muscu-lar de seus alcalóides, ajuda na expulsão dos cálculos renais, por atuar no relaxamento dos uréteres.Parte usada: toda a plantaEsta planta pode ser utilizada como infusões, decocções.Toxicologia: abortiva e purgativa em dosagens acima das normais.

7.26 tANCHAgEm (Plantago sp.)

Indicações: expectorante, antidiarréico (folha), cicatri-zante, adistrigente, emoliente e depurativo. Usada no tratamento da inflamações bucofaringeanas, dérmi-cas, gastrintestinais e das vias urinárias. As sementes são laxativas.Parte usada: toda a planta.Esta planta pode ser utilizada como infusões, gargare-jos e cataplasmas.

Fonte: http://abecedariovegetal.wordpress.com/2010/04/15/tanchagem-maior/

Referência consultada:

DANTAS, I. C. ; FELISMINO, D. C. . o RAIZEIRo. 1. ed. Campina Grande: EDUEP, 2007. v. 1. 540 p.

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