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PLANTAS LENHOSAS DE CUMARU – PE (BRASIL) Primeira versão, 12 de junho 2012 Bruno Werner Kägi

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PLANTAS LENHOSAS

DE CUMARU – PE (BRASIL)

Primeira versão, 12 de junho 2012 Bruno Werner Kägi

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Conteúdo

1. Introdução 1

2. Chave de identificação das espécies 3

3. Descrição das espécies 20

4. Informações fenológicas 97

5. Distribuição de algumas espécies nativas e invasivas 101

6. Árvores nativas com potencial para reflorestamento ecológico 108

7. Árvores com potencial para plantação comercial 109

8. Árvores nativas recomendadas para arborização urbana 110

9. Árvores nativas recomendadas para plantação em pastagens 110

10. Plantas invasivas 111

11. Plantas nativas com baixa freqüência 112

12. Algumas recomendações para a conservação da variedade florística 114

13. Glossário 115

14. Índice alfabético dos nomes das plantas mencionadas 122

15. Literatura consultada 127

Abstract: Este livro contém a descrição de 243 espécies de arbustos e árvores - nativas e exóticas - de Cumaru, Pernambuco, Brasil: Uma descrição das características morfológicas, fenológicas, geográficas e ecológicas de cada espécie é acompanhada por uma chave de identificação para todas as espécies, baseada principalmente na morfologia das folhas. Além disso, o leitor vai achar informações sobre a frequência e as utilidades das plantas no município e recomendações para o plantio de árvores.

“Se eu soubesse que o mundo vai acabar amanhã, ainda hoje plantava uma árvore.”

(Martin Luther)

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BRUNO KÄGI PLANTAS LENHOSAS DE CUMARU - PE

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1. Introdução Prezado leitor! Você tem a primeira versão da chave de identificação para as plantas lenhosas de Cumaru em mãos. Esta chave serve para identificar em campo os nomes de arbustos e árvores no município de Cumaru - PE. Cumaru é um município do agreste meridional do Pernambuco, com uma superfície de 292 km2, dos quais 6% são florestas (379 ha de reserva legal, 764 ha de sistemas agroflorestais e 617 ha de florestas naturais, IBGE 2010). Segundo a literatura, a vegetação natural é Mata Atlântica e Caatinga. O ponto mais baixo é aprox. 230 m acima do mar (Sítio “Muruabeba”), o ponto mais alto aprox. 595 m acima do mar (“Serra da Cachoeira”). Tenho vários motivos para falar em uma “primeira versão”: Em primeiro lugar, a presente lista das espécies está longe de ser completa. Apesar do número respeitável de espécies, certamente existem ainda mais espécies lenhosas no município. Além disso, a chave apresenta várias espécies que consegui descrever sim, mas sem conhecer o nome científico. Finalmente a chave apresenta provavelmente vários erros. Quem quer inventariar plantas, enfrenta vários problemas:

• Geralmente os moradores dos sítios conhecem as plantas da região. Mas de vez em quando eles confundem as espécies, ou eles as conhecem por nomes que não existem na literatura. Às vezes até inventam nomes de fantasia. O nome “Juremaçu”, por exemplo, foi mencionado para pelo menos três espécies diferentes.

• A variabilidade morfológica e fenológica das espécies é muito grande, dependendo do lugar, do clima local, mas também da informação genética. Um bom exemplo para a grande variabilidade é a espécie de Jucá.

• Existem várias espécies que se parecem muito em um ou dois órgãos, por exemplo, as folhas de Comondongo e Leucena, da Aroeira do Sertão e do Umbu, da Cajazeira e da Cajarana e do Cedro, do Timbaúba I, II e III, do Calumbi branco e do Calumbi Vaqueta, etc.

• Na literatura cada espécie tem muitos nomes populares e muitos nomes científicos sinônimos. • Na internet e na literatura aparecem vários erros.

Com a presente obra vou participar dessa desordem atual: por parte, com árvores descritas sem nome, por outra parte com árvores conhecidas na literatura, mas com novos nomes populares, etc. etc. Eu peço encarecidamente ao usuário desta chave que me comunique os erros e faltas encontrados nesta obra por meio de e-mail ([email protected]). Vou considerar com muito prazer estes avisos na próxima versão da chave. Para a utilização da chave são geralmente necessárias algumas folhas adultas da planta a identificar, às vezes também um galho, a casca do tronco ou o aspecto geral da árvore. É importante usar folhas adultas, porque é bastante comum que o tamanho, a forma e qualidade da folha jovem mudem com o decorrer da vida da folha. Existem, por exemplo, várias espécies com folhas peludas ou brilhantes na juventude, qualidades que se perdem às vezes com o envelhecimento da folha. Dei preferência às folhas como material de identificação, primeiro porque elas têm muitas características estáveis, e segundo porque geralmente as folhas são disponíveis durante uma boa parte do ano. As características da casca, por exemplo, variam muito dentro da mesma espécie, dependendo do lugar e da idade da árvore, e as flores ou os frutos são disponíveis somente durante um curto período do ano. As folhas, no entanto, têm a desvantagem de, pelo menos na floresta densa e alta, se encontrarem numa altura inacessível. Nesses casos é útil usar binóculos. Para medir os tamanhos, é recomendável levar uma régua ao campo, e para enxergar detalhes, a pilosidade, por exemplo, é necessária uma lupa. Visto que a chave usa, preferencialmente, as folhas como material de identificação, as plantas com folhas parecidas são geralmente vizinhas na chave. Mas essas plantas não são obrigatoriamente parentes próximos (do mesmo gênero ou da mesma família), porque o parentesco se determina geralmente pelas flores e não pela forma das folhas.

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Para o uso da chave é indispensável começar sempre com o número 1, depois seguir os números recomendados na terceira coluna até chegar ao nome da espécie. Na maioria dos números de critério, existem duas alternativas para decidir (“a” e “b”), mas raramente há até cinco alternativas por número (de “a” até “e”). O nome da espécie é geralmente o nome encontrado na literatura. Nomes populares usados em Cumaru, que não achei na literatura, são escritos entre aspas. As espécies das quais eu não encontrei nenhum nome viável têm a designação ¨Desc¨, e um número. O comprimento de folhas simples se entende sem o pecíolo, o comprimento de folhas pinadas considera o comprimento da ráquis. Todas as medidas se entendem como aproximações. Nas medidas das folhas e dos folíolos, sempre vem primeiro a largura e depois o comprimento. Expressões pouco conhecidas e abreviações têm uma explicação por texto ou desenho no glossário, na página 115. Dando continuidade à chave (página 3 e seguintes) está listada, em ordem alfabética do nome popular, uma descrição mais ou menos detalhada das espécies, incluindo o nome da planta usado em Cumaru (nos casos de divergência com o nome encontrado na literatura), o nome científico, as características morfológicas estáveis da espécie, as utilidades da planta, a frequência estimada no município, o tipo de vegetação onde a planta foi encontrada, a origem da espécie, e outras particularidades. Os nomes populares e científicos, as utilidades e a origem das plantas são informações tiradas de livros (veja a lista dos livros consultados) e da Internet. O autor não se responsibiliza pelas informações medicinais dados nesta obra. Quem quer usar uma parte de uma planta como remédio, se informe em detalhe sobre efeitos terapêuticos colaterais. As demais informações foram pesquisadas em campo. Cada espécie mencionada nesta chave é documentada por várias fotos digitais de alta definição, gravadas em DVD: Existe pelo menos uma foto da árvore inteira, da casca do tronco, das flores, dos frutos e de ambas as faces das folhas. Este DVD pode ser comprado com o autor (pedidos por e-mail: [email protected]). Dos capítulos 4 até 12, o leitor interessado achará várias informações sobre a fenologia, sobre a ecologia das plantas lenhosas, e dicas para os administradores e proprietários de terra no município. Depois do glossário ilustrado encontra-se, finalmente, um índice completo de todos os nomes de plantas mencionadas neste documento. Agradeço às pessoas que me ajudaram a fazer esta pesquisa: Amilton Bento de Almeida (Sítio do “Jucá”, Cumaru), Sergio Ricardo (Cumaru), Zé Cardoso (Sítio das “Mangueiras”, Cumaru). Cumaru, 12 de junho 2012

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2. Chave de identificação das espécies

Chave principal

No. Critério Continuar: Página 1a Planta sem galhos, folhas concentradas no final do tronco SUB-CHAVE 1 4 b Planta com galhos e folhas 2

2a Folhas cilíndricas, sem limbo SUB-CHAVE 2 4 b Folhas com limbo 3

3a Folhas simples, não divididas 4 b Folhas divididas (compostas ou pinadas) 9

4a Folhas ou sempre opostas ou em grupos opostos, mas não concentradas na extremidade dos ramos

5

b Folhas não sempre opostas 6 5a Folhas com bordos inteiros SUB-CHAVE 3 4 b Folhas com bordos serrilhados SUB-CHAVE 4 6

6a Folhas ou sempre alternas ou em grupos alternos, mas não concentradas na extremidade dos ramos

7

b Folhas concentradas na extremidade dos ramos ou verticiladas ou espiraladas

8

7a Bordos inteiros SUB-CHAVE 5 6 b Bordos serrilhados SUB-CHAVE 6 9

8a Folhas ou verticiladas ou espiraladas ou opostas e alternas na mesma planta

SUB-CHAVE 2 4

b Folhas concentradas na extremidade dos ramos SUB-CHAVE 7 10 9a Folhas parcialmente divididas em lobos ou dentes compridos SUB-CHAVE 8 11 b Folhas completamente divididas em folíolos ou pinas 10

10a Folhas compostas de folíolos ou pinas saindo no final de um pecíolo comum

11

b Folhas pinadas 13 11a Folhas compostas de pinas “Favinha” 43

b Folhas compostas de folíolos 12 12a Folhas compostas de 2-3 folíolos SUB-CHAVE 9 11

b Folhas compostas de mais que 3 folíolos SUB-CHAVE 10 12 13a Folhas mono-pinadas 14

b Folhas bi-pinadas 17 14a Todos os folíolos opostos (exceto um eventual folíolo terminal) 15

b Folha com folíolos alternos 16 15a Folhas paripinadas, sem folíolo terminal SUB-CHAVE 11 13

b Folhas imparipinadas, com folíolo terminal SUB-CHAVE 12 14 16a Todos os folíolos alternos SUB-CHAVE 13 15

b Folíolos alternos e opostos na mesma folha SUB-CHAVE 14 16 17a Planta espinhenta SUB-CHAVE 15 16

b Planta sem espinhos SUB-CHAVE 16 17

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SUB-CHAVE 1: Planta sem galhos, folhas concentradas no final do tronco

1a Folhas simples Círio de Nossa Senhora 39 b Folhas compostas ou pinadas 2

2a Folhas compostas 3 b Folhas pinadas 4

3a Folhas compostas em folíolos lanceolados “Macaxeira Brava” 59 b Folhas parcialmente compostas em dentes Mamoeiro 59

4a Frutos redondos, diâmetro de aprox. 10-20 cm Coqueiro 40 b Frutos muito menores 5

5a Folhas não pinadas 6 b Folhas pinadas com ráquis de mais que 1 m de

comprimento 8

6a Folhas de forma de abano de aprox. 50 cm de comprimento, com pecíolo de aprox. 50 cm de comprimento

7

b Folhas simples, lineares, de aprox. 80 cm de comprimento Círio de Nossa Senhora 39 7a Pecíolo entrando no limbo da folha, dividindo-a em duas

partes. Todas as partes do tronco mais ou menos lisas. Pecíolo das folhas liso, sem espinhos

Desc 8

86 b Pecíolo não entrando no limbo da folha. Parte inferior do

tronco muito áspera, diferente da parte superior. Pecíolo das folhas espinhento

Carnaubeira

35 8a Copa alta, alongada. Pecíolo das folhas liso 9 b Copa globosa. Pecíolo das folhas espinhento Desc 10 86

9a Pecíolo das folhas abraçando o tronco por aprox. 30% Coco Catolé 40 b Pecíolo das folhas abraçando o tronco inteiro Palmeira Imperial 66

SUB-CHAVE 2: Folhas ou verticiladas ou espiraladas ou opostas e alternas na mesma planta

1a Folhas espiraladas Araucária 24 b Folhas verticiladas 2

2a Folhas verdes, agudas no ápice 3 b Folhas vermelhas, arredondadas no ápice Leiteiro Vermelho 58

3a Folhas hirsutas Desc 5 85 b Folhas glabras “Pimenta de Raposa” 69

SUB-CHAVE 3: Folhas simples, opostas, com os bordos inteiros

1a Face inferior das folhas com pilosidade 2 b Face inferior das folhas glabra 7

2a Folhas concentradas na extremidade dos ramos, densamente branco-hirsutas. Face inferior das folhas muito mais claras que a face inferior

Desc 21

89 b Folhas ao longo dos ramos. Face inferior das folhas de

cor verde-intensa, verde-azulado-pálida ou verde-clara 3

3a Base das folhas aguda 5 b Base das folhas obtusa ou arredondada 4

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5

4a Planta trepadeira da Caatinga com casca muito suberosa e sulcada, com folhas ovais, foscas na face superior

Murici-Macho

64

b Arbusto da mata ciliar do Rio Capibaribe com casca lisa e folhas oblongas, brilhantes na face superior

Desc 17

88

5a Tronco canelado. Casca não fissurada, maior largura das folhas na metade basal, pecíolo de aprox. 5 mm de comprimento, inflorescências em espigas.

Desc 18

88 b Tronco não canelado, casca fissurada, maior largura das

folhas na metade apical, pecíolo de aprox. 2 mm de comprimento, inflorescências em panículas

Desc 19

88 7a Ambas as faces da folha de cor parecida 8 b Face inferior da folha muito mais clara que a face superior 22

8a Folhas orbiculares 9 b Folhas ovais ou oblongas 13

9a Várias nervuras saindo da base da folha 10 b Uma nervura principal saindo da base da folha Cambucá 32

10a Planta espinhenta, folhas cartáceas de até 6 cm de comprimento

Capitão

34

b Planta sem espinhos, folhas herbáceas de mais que 9 cm de comprimento

Desc 30

91

12a Folhas de cor verde-escura, base da folha obtusa, nervuras laterais bem visíveis na face superior

Acerola

21

b Folhas de cor verde-clara, base das folhas arredondada, nervuras laterais quase invisíveis

Pitangueira

70

13a Base da folha acuminada ou aguda 14 b Base da folha obtusa ou arredondada ou levemente

cuneada

18

14a Nervuras laterais salientes na face inferior da folha 15 b Nervuras laterais não salientes na face inferior da folha Uvaia 82

15a Nervuras do 3° grau salientes na face superior 16 b Nervuras do 3° grau não salientes na face superior 17

16a Ramos alternos. Folhas concentradas na extremidade dos ramos. Casca muito fissurada longitudinalmente

Desc 27

90

b Ramos opostos. Folhas ao longo dos ramos. Casca rugosa, mas não fissurada

Desc 40

93

17a Folhas foscas, planta da Mata Atlântica Sipauba 76 b Folhas brilhantes, planta cultivada em quintais Café 29

18a 3 (-5) nervuras saindo da base da folha Canela 34 b 1 nervura principal saindo da base da folha 19

19a Planta lactescente Desc 33 92 b Planta não lactescente 20

20a Nervuras laterais não salientes na face inferior 21 b Nervuras salientes na face inferior 24

21a Folhas foscas, de cor verde escura na face superior, um pouco mais claras na face inferior. Inflorescências no tronco e nos galhos grossos

Jabuticabeira

49 b Folhas brilhantes, de cor verde-clara em ambas as faces.

Inflorescências terminais

Desc 3

84

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6

22a A maior largura na metade da folha Desc 40 93 b A maior largura na metade basal da folha 23

23a Folhas herbáceas, arredondadas na base, casca fortemente fissurada e descamente em fibras compridas

Desc 1

84

b Folhas cartáceas, levemente cuneadas na base, casca lisa

Desc 35

93

24a Nervuras impressas na face superior 25 b Nervuras não impressas na face superior 28

25a 3-5 nervuras saindo da base da folha “Cipó Cururu” 39 b Somente nervura principal saindo da base da folha 26

26a Folhas oblongas. Face superior da folha com pouco brilho, nervuras laterais não impressas na face superior

Desc 58

96

b Folhas ovais. Face superior da folha adulta com brilho forte, nervuras laterais impressas na face superior.

27

27a Base das folhas aguda ou obtusa Quina-Quina 73 b Base das folhas arredondada Guabiroba-branca 47

28a Folhas grandes, auriculadas Algodão de Seda 22 b Folhas pequenas, com a base aguda, obtusa ou

arredondada

29

29a Folhas de aprox. 8-12 cm de comprimento, com a face inferior fosca, nervuras laterais de cor amarela

Cipó Mofumbo

39

b Folhas de até 6 cm de comprimento, com a face inferior brilhante, nervuras laterais de cor verde

Guabiraba

47

SUB-CHAVE 4: Folhas simples, opostas ou em grupos opostos, com os bordos serrilhados

1a Folhas em grupos opostos Erva Cidreira 42 b Folhas singulares opostos 2

2a Folhas glabras Desc 1 84 b Folhas com pêlos 3

3a Pêlos das folhas moles. Tronco liso Camará 31 b Pêlos das folhas duros, a folha áspera ao tato. Tronco muito

canelado

“Camará II”

31

SUB-CHAVE 5: Folhas simples, alternas ou em grupos alternos, com os bordos inteiros

1a Folhas parcialmente em grupos alternos 2 b Todas as folhas singulares, alternas 4

2a Folhas glabras Romã 74 b Folhas com pêlos 3

3a Árvore ou arbusto grande com folhas solitárias, glabras na face superior e marrom-tomentosas na face inferior, com pecíolo de aprox. 15 mm de comprimento

Pereiro

68 b Arbusto pequeno com pares alternos de folhas, branco-

pilosas em ambas as faces, com pecíolo de aprox. 3-4 mm de comprimento.

Quebra-Panela

72 4a Limbo da face inferior das folhas com pilosidade 5 b Limbo da face inferior das folhas glabro 12

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c Limbo das folhas com espinhos (Cactus) Cardeiro Rajado 35 5a Maior largura das folhas na metade basal, várias nervuras

saindo da base das folhas

Velame

83 b Maior largura das folhas na metade ou na metade apical

das folhas, somente a nervura principal saindo da base das folhas

6

6a Face inferior das folhas marrom “Lax” 57 b Face inferior das folhas ou branca ou verde 7

7a Face inferior das folhas com pêlos brancos 8 b Face inferior das folhas sem pêlos brancos 10

8a Árvore sem espinhos. Folhas oblongas, verde-escuras na face superior.

9

b Arbusto muito espinhento. Folha oval, de cor verde-oliva na face superior.

Desc 12

86

9a Arbusto, folhas com o ápice agudo. Pilosidade na face inferior da folha não removível

Jurubeba

55

b Árvore grande, folhas com o ápice obtuso ou arredondado. Pilosidade na face inferior da folha removível.

Oiti

65 10a Folhas lanceoladas ou lineares, a maior largura na

metade da folha. Planta da mata ciliar do Rio Capibaribe

“Uvaia do Rio”

82 b Folhas ovais, com a maior largura na metade apical 11

11a Folhas cartáceas, glabras na face superior Marmelinho 61 b Folhas herbáceas, com pêlos duros e estrelados na face

superior

Frei-Jorge

46 12a Nervuras hirsutas na face inferior das folhas Pajaú 65

b Nervuras glabras na face inferior das folhas 13 13a Várias nervuras saindo da base da folha 14

b Sem nervuras laterais saindo da base da folha 15 14a Folhas de cor verde-clara, com nervuras da mesma cor,

salientes na face superior

Açafroa

21 b Folhas de cor verde-escura, com nervuras amarelas, não

salientes na face superior

Tespésia

79 15a Planta espinhenta 16

b Planta sem espinhos 18 16a Pecíolo alado Laranjeira 56

b Pecíolo sem asas 17 17a Folhas ovais, obtusas no ápice, com perfume de limão ao

amassar

Limoeiro

58 b Folhas orbiculares, agudas no ápice, sem perfume de

limão ao amassar

Buganvília

27 18a Pecíolo menor que 1 cm 19

b Pecíolo maior que 1 cm 27 19a Folhas pequenas e lineares, comprimento mais que 4x

largura

20

b Folhas oblongas ou ovais 21 20a Bordos das folhas levemente serrilhados. Comprimento

das folhas menor que 5 cm

“Salgueiro do Rio”

75

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8

b Bordos das folhas inteiros. Comprimento das folhas maior que 5 cm

Chapéu de Napoleão

37

21a Maior largura das folhas na metade apical 22 b Maior largura das folhas na metade ou na metade basal

da folha

23

22a Face inferior das folhas fosca e com as nervuras laterais salientes. Bordos das folhas ondulados

Marmelinho

61

b Face inferior das folhas com um pouco de brilho e somente a nervura principal saliente. Bordos das folhas não ondulados

Graviola

46 23a Maior largura na metade das folhas 24

b Maior largura na metade basal das folhas 25 24a Ápice das folhas agudo Viraro 83

b Ápice das folhas obtuso Desc 56 95 25a Comprimento das folhas menor que 8 cm, face superior

das folhas áspera por pêlos amarelos deitados. Planta trepadeira da Mata Atlântica.

Desc 16

87 b Comprimento da folha maior que 8 cm, face superior da

folha glabra.

26

26a Folhas de cor verde-azulada, ceradas, agudas ou obtusas na base, com pecíolo maior que 5 mm

Pinha

69

b Folhas de cor verde-intenso, brilhantes, arredondadas na base, com pecíolo menor que 5 mm

Desc 28

91

27a Nervuras laterais da mesma cor que o limbo da folha, mal visíveis na face superior

32

b Nervuras laterais mais claras que o limbo da folha, bem visíveis na face superior

28

28a Folhas arredondadas no ápice Figueira-Preta 44 b Folhas agudas ou obtusas no ápice 29

29a Folhas lanceoladas ou oblongas 30 b Folhas ovais 31

30a Maior largura na metade das folhas. Face superior das folhas com brilho

Mangueira 60

b Maior largura no terço basal das folhas. Face superior das folhas fosca

Eucalipto 43

31a Folhas coriáceas, de menos que 12 cm de comprimento Feijão de Boi 44 b Folhas herbáceas, de mais que 12 cm de comprimento Abacateiro 20

32a Folhas oblongas, comprimento mais que 2.5x a largura Azeitona 26 b Folhas ovais ou orbiculares, comprimento menos que 2.5x

a largura

33

33a Distância entre uma nervura lateral e outra regularmente aprox. 1 mm

Benjamim 26

b Distância entre uma nervura lateral e outra irregular, maior que 3 mm

34

34a Face superior da folha fosca, com a base arredondada e a maior largura na metade apical

Figueira

44

b Face superior da folha brilhante, com a base aguda ou obtusa e a maior largura na metade da folha

Guamirim

48

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9

SUB-CHAVE 6: Folhas simples, alternas ou em grupos alternos, com os bordos serrilhados

1a Dentes dos bordos moles 2 b Dentes dos bordos duros 23

2a Planta lactescente 3 b Planta não lactescente 5

3a Ápice das folhas arredondado Desc 34 92 b Ápice das folhas agudo 4

4a Folhas membranáceas, translúcidas, obtusas ou arredondadas na base

Tatajuba

78

b Folhas suculentas, coriáceas, agudas na base Burra Leiteira 28 5a Planta espinhenta 6 b Planta sem espinhos 8

6a Várias nervuras saindo da base das folhas Juazeiro 54 b Uma nervura principal saindo da base das folhas 7

7a Folhas de cor verde escura, brilhantes na face superior Desc 51 95 b Folhas de cor verde-pálida, foscas na face superior Espinho de Judeu 42

8a Uma nervura principal saindo da base das folhas 9 b Várias nervuras saindo da base das folhas 12

9a Nervuras do 1° e 2° grau nitidamente impressas na face superior das folhas

10

b Nervuras do 1° e 2° grau não ou muito pouco impressas na face superior

Guaçatunga

47

10a Folhas glabras Café do Mato 29 b Folhas com pêlos Boldo Baiano 27

12a Base das folhas cuneada ou auriculada 13 b Base das folhas aguda, obtusa ou arredondada 19

13a Folhas oblongas 14 b Folhas ovais ou orbiculares 15

14a Folhas com pêlos curtos e duros na face superior, ásperas no tato

“Rama Branca”

73

b Folhas glabras (pubescentes na face inferior quando jovem)

Mutamba

64

15a Base das folhas levemente cuneada ou arredondada 16 b Base das folhas auriculada 17

16a Folhas membranáceas, pecíolo maior que 2 cm Canelinha 34 b Folhas herbáceas, pecíolo menor que 1 cm Carrapicho 35

17a Folhas com pêlos duros na face superior, ásperas ao tato Desc 13 87 b Folhas com pêlos moles na face superior 18

18a Folhas um pouco mais claras na face inferior que na face superior

Desc 2

84

b Folhas muito mais claras na face inferior que na face superior

Saca-Rolha

75

19a Folhas glabras Papoula 66 b Folhas com pêlos 20

20a Nervuras do 3° grau muito impressas na face superior, as

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10

folhas por isso aparecendo rugosas Desc 46 94 b Nervuras do 3° grau não ou pouco impressas, as folhas

por isso aparecendo lisas

21

21a Face superior das folhas com pêlos duros, as folhas por isso ásperas ao tato

Desc 25

90

b Face superior das folhas glabra ou esparsamente hirsuta 22 22a Folhas em grupos alternos, glabras na face superior Desc 20 89

b Folhas individuais, esparsamente hirsutas na face superior

Canela de Lambu

34

23a Folhas brilhantes na face superior 24 b Folhas foscas na face superior Bom-Nome 27

24a Dentes das folhas nos bordos inteiros Pau Santo 68 b Dentes das folhas somente no terço basal das folhas ou

até faltando

“Quia”

72

SUB-CHAVE 7: Folhas simples, concentradas na extremidade dos ramos

1a Bordos das folhas serrilhados Desc 27 90 b Bordos das folhas inteiros 2

2a Comprimento das folhas maior que 12 cm 3 b Comprimento das folhas menor que 12 cm 9

3a Limbo da face inferior com pêlos 4 b Limbo da face inferior glabro 5

4a Ambas as faces das folhas quase a mesma cor. Somente nervuras do 1° e 2° grau impressas na face superior. Pêlos brancos, duros

Desc 22

89 b Face inferior muito mais clara que a face superior. Todas

as nervuras impressas na face superior, formando uma rede densa, o limbo aparecendo rugoso. Pêlos moles

Desc 24

90 5a Maior largura das folhas na metade das folhas, nervura

principal das folhas roxa no lado inferior

Jasmim-Manga

51

b Maior largura na metade apical das folhas, nervura principal verde ou amarela

6

6a Folhas muito rígidas, arredondadas ou retusas na base, com pecíolo de aprox. 5-6 cm

Desc 36

93

b Folhas herbáceas ou cartáceas, obtusas, agudas ou acuminadas na base, com pecíolo de até 3 cm de comprimento

7

7a Ápice das folhas arredondado Castanhola 36 b Ápice das folhas agudo ou obtuso 8

8a Fruteira plantada em pomares com folhas cartáceas, nervuras laterais glabras, não ramificadas

Jenipapeiro

52

b Árvore da Mata Atlântica com folhas membranáceas. Nervuras laterais ramificadas, tomentosas na face inferior

Quina-de-São-Paulo 72

9a Ambas as faces das folhas verde-claras Goiabinha 46 b Face superior das folhas verde-escura 10

10a Folhas glabras 11 Pitiá 70 b Folhas tomentosas em ambas as faces Desc 21 89

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11

11a Folhas herbáceas, com o ápice agudo ou obtuso, com os bordos não recurvados para baixo

Pitiá

70

b Folhas cartáceas, com o ápice obtuso, arredondado ou retuso, com os bordos recurvados para baixo

Maçaranduba

58

SUB-CHAVE 8: Folhas parcialmente divididas em lobos ou dentes compridos

1a Folhas bilobadas 3 b Folhas com 3-4(-5) dentes. Bordos serrilhados, nervuras

salientes na face inferior 2

c Folhas geralmente com 5 dentes ou lobos. Bordos inteiros ou, se serrilhados, as nervuras salientes na face superior

4

d Folhas geralmente com 7-8 dentes ou lobos “Jacaratiá” 50 e Folhas geralmente com acima de 8 dentes Mamona 59

2a Face superior da folha de cor verde Algodão Bravo 22 b Face superior da folha de cor roxa Pinhão Roxo 70

3a Folha com 7-11 nervuras basais. Casca do tronco muito fissurada, descamante em fibras compridas

Mororó

62

b Folhas com geralmente 13 nervuras basais. Casca do tronco quase lisa, brilhante, não descamante, mas com verrugas ovais horizontais

Pata de Vaca

66 4a Bordos das folhas serrilhados, pecíolo verde-claro ou roxo 5 b Folhas geralmente penta-lobadas, com os bordos inteiros 6

5a Face superior das folhas novas verde Pinhão Bravo 70 b Face superior das folhas novas roxa Pinhão Roxo 70

6a Pecíolo de cor verde Algodão 22 b Pecíolo de cor avermelhado 7

7a Comprimento dos lobos aprox. 75 % das folhas inteiras. Cada lobo com nervuras do 1° e 2° grau. Ambas as faces das folhas de cor verde-azulado-pálidas.

Maniçoba

60 b Comprimento dos lobos aprox. 20 % das folhas inteiras.

Folhas com uma nervura principal, as nervuras laterais espalhadas no limbo da folha. Face superior das folhas verde-escura, face inferior verde-pálida.

Bico de Papagaio

27

SUB-CHAVE 9: Folhas compostas de 2-3 folíolos completamente separados

1a Folhas divididas em dois folíolos separados 2 b Folhas divididas em três (ou raramente 4-5) folíolos

separados 5

2a Pecíolo de cada folíolo curto, menor que 5 mm Jatobá 52 b Pecíolo de cada folíolo maior que 1 cm. Planta trepadeira 3

3a Várias nervuras saindo da base dos folíolos Desc 30 91 b Somente uma nervura principal saindo da base dos

folíolos 4

4a Os folíolos geralmente acompanhados por uma gavinha fina ou um terceiro folíolo central

Desc 42

94

b Folhas sem gavinhas Unha de Gato 82

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12

5a Pecíolos de todos os folíolos da folha do mesmo

comprimento 6

b Pecíolo do folíolo terminal muito mais comprido que o dos folíolos laterais

10

6a Folhas glabras 8 b Face inferior das folhas com pilosidade. Folhas de cor

verde-oliva 7

7a Bordos dos folíolos inteiros Tarumã 78 b Bordos dos folíolos dentados Desc 49 94

8a Folhas opostas Jaramataia 51 b Folhas alternas 9

9a A maior largura dos folíolos laterais na metade dos folíolos. Árvore rara da Mata Atlântica.

Desc 9

86

b A maior largura dos folíolos laterais na metade basal dos folíolos. Árvore de solos húmidos da Caatinga

Trapiá

80

10a Folhas glabras 11 b Folhas com pêlos 14

11a Folíolos oblongos 12 b Folíolos de forma de losango 11

12a Folíolos agudos na base, com mais que 10 cm de comprimento. Árvore ornamental

Sombreiro

77

b Folíolos arredondados ou emarginados na base, com menos que 10 cm de comprimento. Planta trepadeira da Mata Atlântica

Desc 42

94 13a Folíolos de cor verde Mulungu 63

b Folíolos bicolores, verdes e ao longo das nervuras do 1° e 2° grau amarelos

Eritrina bicolor

42

14a Bordos dos folíolos grosso-serrilhados, arbusto pequeno Desc 43 94 b Bordos dos folíolos inteiros, planta trepadeira Mucunã 63

SUB-CHAVE 10: Folhas compostas de mais que 3 folíolos

1a Folhas divididas em 4-5 folíolos separados 2 b Folhas divididas em mais que 5 folíolos separados

Monguba

62 2a Folíolos sésseis ou curto-peciolados 3 b Pecíolo dos folíolos maior que 1 cm 7

3a Folhas opostas 4 b Folhas alternas 6

4a Folíolos lanceolados, de cor verde-azulada Alecrim de Angola 21 b Folíolos oblongos, de cor verde-intensa ou oliva

5a Folíolos glabros na face inferior, com os bordos serrilhados

Jaramataia

51

b Folíolos marrom-hirsutos na face inferior, com os bordos inteiros

Tarumã

78

6a Folíolos brilhantes na face inferior, com os bordos inteiros.

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13

Tronco sem espinhos Embiruçu 41 b Folíolos brilhantes na face superior, com os bordos

serrilhados. Tronco espinhento

Barriguda

26 7a Maior largura dos folíolos na metade basal dos folíolos Craibeira 40 b Maior largura dos folíolos na metade dos folíolos 8

8a Face superior dos folíolos brilhante Pau d´Arco Amarelo 67 b Face superior dos folíolos fosco 9

9a Base das pétalas roxa ou amarela. Árvore nativa da região

Pau d´Arco Roxo I

67

b Base das pétalas branca. Árvore exótica, plantada em calçadas ou quintais

Pau d´Arco Roxo II

67

SUB-CHAVE 11: Folhas pinadas com folíolos opostos, sem folíolo terminal

1a Dois pares de folíolos por folha 2 b 3-5 pares de folíolos por folha 3 c Acima de 5 pares de folíolos por folha 7

2a Folhas e ramos novos glabros „Manduirana I“ 60 b Folhas e ramos novos hirsutos „Manduirana II“ 60

3a Face superior das folhas brilhante 4 b Face superior das folhas fosco Pitombeira 71

4a Bordos dos folíolos serrilhados, nervuras um pouco salientes na face superior, limbo dos folíolos plano, folha amassada com cheiro de limão

Laranjinha I

57 b Bordos dos folíolos inteiros 5

5a Face inferior das folhas glabra Chuva de Ouro 38 b Face inferior das folhas marrom-tomentosas Desc 57 95

7a 12 folíolos por folha 8 b Acima de 12 folíolos por folha 9

8a 6 pares de folíolos opostos por folha, ovais ou oblongos, obtusos no ápice

Chuva de Ouro

38

b 12 folíolos por folha, opostos ou alternos, oblongos ou ovais, agudos no ápice.

Saboeiro

75

9a Folíolos com os bordos serrilhados Nim Indiano 65 b Folíolos com os bordos inteiros 10

10a Folíolos com o ápice arredondado ou retuso 11 b Folíolos com o ápice agudo ou obtuso 14

11a Folíolos quase da mesma cor verde-azulado-pálida em ambas as faces

12

b Folíolos mais claros na face inferior 13 12a Folíolos arredondados no ápice, com uma ponta aguda Canafístula II 33

b Folíolos arredondados ou retusos no ápice, sem ponta aguda

Tamarindo

77

13a Maior largura das folhas no terço apical. Arbusto da Mata Atlântica

Desc 14

87

b Maior largura das folhas na metade da folha. Árvore exótica

“Canafístula do Pará”

33

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14

14a Face superior das folhas de cor verde-azulado-escura Canafístula III 33 b Face superior das folhas de cor verde-intensa ou verde-

clara

15

15a Folíolos lineares com os bordos recurvados, ramos novos canelados

Canafístula I

32

b Folíolos oblongos, com os bordos não recurvados, ramos novos cilíndricos

Canafístula de Besouro

32

SUB-CHAVE 12: Folhas pinadas com folíolos opostos e um folíolo terminal

1a Ápice de pelo menos uma parte dos folíolos acuminado, agudo ou obtuso

2

b Ápice de todos os folíolos arredondado 22 2a Bordos dos folíolos serrilhados ou dentados 3 b Bordos dos folíolos inteiros 9

3a Ráquis das folhas glabra ou esparsamente hirsuta, bi-alada ou entalhada na face superior

4

b Ráquis das folhas pubescente ou tomentosa, não entalhada

8

4a Folíolos coriáceos, nervuras do 2° grau não salientes na face inferior. Arbusto ornamental e medicinal, plantado em quintais

Sabugueiro

75 b Folíolos cartáceos, nervuras do 2° grau salientes na face

inferior. Planta trepadeira da Mata Atlântica 5

c Folíolos herbáceos, nervuras do 2° grau salientes na face inferior

6

5a Ráquis das folhas alada Desc 32 92 b Ráquis das folhas sem asas Desc 15 87

6a Mais que 10 folíolos por folha Ciriguela 39 b Menos que 10 folíolos por folha 7

7a Folíolos oblongos, de cor verde-intenso-fosca Ipê de Jardim 49 b Folíolos orbiculares, de cor verde-pálida pouco brilhante,

e de cor amarelo-pálida ao longo dos bordos

Desc 7

85 8a Folíolos oblongos, afastados, de aprox. 3 cm de com-

primento, glabros no limbo da face inferior. Nervuras pouco salientes na face inferior

Imburana Vermelha

48 b Folíolos orbiculares, aproximados, de aprox. 6-7 cm de

comprimento, pubescentes na inteira face inferior. Ner-vuras muito salientes na face inferior

Aroeira do Sertão

24 9a Face inferior das folhas pubescente 10 b Face inferior das folhas glabra 12

10a Bordos dos folíolos amarelos, mais claros que o limbo Lapacho 56 b Bordos dos folíolos verdes, da mesma cor que o limbo

dos folíolos

11

11a Ráquis com pêlos brancos compridos, folhas com cheiro característico da fruta ao amassar. Copa baixa, semiglobosa, planta da Caatinga

Umbuzeiro

81 b Ráquis ferrugíneo-tomentosa, folhas sem cheiro de fruta

ao amassar. Copa alongada, planta da mata ciliar

Piaca

69

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15

12a Pecíolo dos folíolos de cor marrom Desc 31 92 b Pecíolo dos folíolos de cor amarela ou verde 14

14a 5 folíolos por folha, ramos novos ocos 15 b Acima de 5 folíolos por folha 16

15a Folíolos ovais. Somente nervura principal saliente na face inferior

Jacarandá-do-Litoral

50

b Folíolos orbiculares. Nervuras do 1° até 3° grau salientes na face inferior.

Desc 11

86

16a Nervuras salientes na face inferior dos folíolos 17 b Nervuras não salientes na face inferior dos folíolos „Cumaru Branco“ 40

17a Face inferior dos folíolos brilhante. Existe ainda uma variedade com folíolos alternos (veja sub-chave 13)

„Jitó“

53

b Face inferior dos folíolos fosca 18 18a Folhas glabras, ráquis e nervuras dos folíolos de cor

verde-claro, às vezes pecíolo dos folíolos avermelhado, folíolo terminal geralmente o menor da folha

19

b Pecíolo e nervura principal dos folíolos marrom-claros e pubescentes, folíolos basais geralmente os menores da folha

Tulipeira

81 19a Folha com cheiro de alho ao amassar Cedro 37

b Folha sem cheiro de alho ao amassar 20 20a Casca fina e lisa 21

b Casca espessa, fortemente fissurada longitudinal-mente, suberosa

Cajazeira

29

21a Folíolos arredondados na base Cajarana 29 b Folíolos agudos ou obtusos na base “Atalha” 25

22a 5-15 folíolos por folha 24 b Acima de 15 folíolos por folha 23

23a Folíolos pequenos, de aprox. 1 mm por 3-5 mm Turco 81 b Folíolos grandes, de aprox.15-25 mm por 50-80 mm Ciriguela 39

24a Folíolos peciolados 25 b Folíolos sésseis Braúna-do-Sertão 28

25a Maior largura dos folíolos na metade do comprimento dos folíolos

Cumaru de Cheiro

41

b Maior largura dos folíolos na metade frontal dos folíolos Marizeiro 61

SUB-CHAVE 13: Folhas pinadas com todos os folíolos alternos

1a Folíolos com menos que 2 cm de comprimento, árvore espinhenta

Jacarandá de Espinho

50

b Folíolos com mais que 2 cm de comprimento, árvore sem espinhos

2

2a Folíolos ovais ou orbiculares 3 b Folíolos oblongos ou lanceolados 4

3a Até 11 folíolos ovais, pequenos (aprox. 6 cm de comprimento), verde-claro-brilhantes em ambas as faces, nervuras laterais não salientes na face inferior, árvore grande da Mata Atlântica

Cabraiba

28

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16

b 6-8 folíolos orbiculares, compridos (aprox. 10-14 cm de comprimento), verde-escuro-foscos na face superior, mais claros na face inferior, nervuras laterais salientes na face inferior dos folíolos, árvore de porte médio da mata ciliar

“Chorão”

38 4a Ráquis glabra, de cor verde-clara, ápice dos folíolos

agudo. Existe também uma variedade com folíolos opostos (veja sub-chave 12)

“Jitó”

53 b Ráquis marrom-pubescente, ápice dos folíolos

arredondado

Sucupira Preta

77

SUB-CHAVE 14: Folhas pinadas com folíolos alternos e opostos na mesma folha

1a Até 12 folíolos por folha 2 b Acima de 12 folíolos por folha 3

2a Árvore grande com folíolos de 5-11 cm de comprimento Saboeiro 75 b Arbusto ornamental com folíolos de até 3 cm de

omprimento

„Laranjinha II“

57 3a Folíolos com os bordos inteiros „Cumaru Branco“ 40 b Folíolos com os bordos serrilhados 4

4a Maior largura dos folíolos na metade basal. Folíolos afastados, agudos no ápice

Nim Indiano

65

b Maior largura dos folíolos na metade. Folíolos aproximados, obtusos ou arredondados no ápice

Ciriguela

39

SUB-CHAVE 15: Planta espinhenta com folhas bipinadas

1a Somente um par de folíolos por pina Abetone Docinho 20 b Mais que um par de folíolos por pina 2

2a Até 15 pares de folíolos por pina 7 b Acima de 15 pares de folíolos por pina 3

3a Ráquis das folhas com espinhos 4 b Ráquis das folhas sem espinhos Desc 6 85

4a Planta trepadeira da Caatinga, com casca descamante em folhas delgadas. Ráquis da folha sem verruga

“Rascabéz”

74

b Árvore ou arbusto com tronco reto. Ráquis com verruga entre a base e o primeiro par de pinas, na face superior

5

5a Folíolos lineares, de aprox. 1 mm de largura, retos,

tocando-se na base, verde-escuro-brilhantes na face superior

“Acácia”

20 b Folíolos lanceolados, de aprox. 2-3 mm de largura,

recurvados para frente, de cor verde azulado pálido, fosco em ambas as faces

6

6a Folhas sem estípulas. Casca do tronco e dos ramos com muitas verrugas pequenas de cor branca

Jiquiri

53

b Folhas com estípulas. Casca sem verrugas Monjoleiro 62 7a Folíolos aproximados, um folíolo cobrindo o vizinho 8 b Folíolos afastados, não se cobrindo 12

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17

8a Até 8 pinas por folha 9 b Acima de 8 pinas por folha 11

9a Espinhos solitários “Calumbi Vaqueta” 31 b Espinhos em pares 10

10a Folíolos de cor verde-azulada, de aprox. 2 mm de largura Aromita 25 b Folíolos de cor verde escura na face superior e verde-

intensa na face inferior

“Jurema Branca”

54 11a Fruto maduro de cor preta, medindo aprox. 5 mm por 40

mm. Tronco com muitos espinhos com base grossa e ligados entre si por uma linha de casca

“Calumbi Branco”

30 b Fruto maduro de cor bege, medindo aprox. 20 mm por

100 mm. Tronco com poucos espinhos, com fissuras verticais mostrando um fundo avermelhado

“Calumbi de Miolo Vermelho”

30 12a Folhas verde-escuras, ápice dos folíolos arredondado,

mas ás vezes com ponta aguda

Jurema Preta

55 b Folhas de cor verde-azulado-clara, ápice de todos os

folíolos arredondado

13

13a Folíolos sésseis, oblongos, com ápice arredondado ou agudo, de comprimento até 1 cm, ambas as faces quase da mesma cor

Algaroba

21 b Folíolos curto-peciolados, orbiculares, levemente

assimétricos, com o ápice arredondado ou um pouco retuso e a base arredondada. Comprimento dos folíolos acima de 2 cm, muito mais claros na face inferior que na face superior

Flambuiãzinho

45

SUB-CHAVE 16: Planta com folhas bipinadas e sem espinhos

1a Folíolos oblongos ou lineares, comprimento mais que 2x a largura

8

b Folíolos ovais, comprimento até 2x a largura 2 2a Numero par de pinas Desc 23 89 b Numero impar de pinas 3

3a Folíolos com o ápice acuminado Cinamomo 38 b Folíolos com o ápice arredondado 4

4a Folíolos simétricos com a base obtusa ou arredondada 5 b Folíolos assimétricos com a base alargada Pau Brasil 66

5a Número par de folíolos por pina, sem folíolo terminal 6 b Número impar de folíolos por pina, com folíolo terminal 7

6a Árvore pequena com tronco verde-oliva e bege-clara, copa baixa. Ráquis das folhas 7-14 cm de comprimento. 5-9 pinas por folha. Folíolos de cor verde-azulado-pálida, medindo 8-14 mm por 12-28 mm. Maior largura dos folíolos na metade apical. Todos os folíolos de cada pina orientados para frente. Fruto de cor marrom-clara.

Jucá

54 b Árvore de porte médio com copa globosa ou alongada.

Tronco comprido de cor verde-oliva. Ráquis das folhas 6-10 cm de comprimento. Geralmente 9-11 pinas por folha. Folíolos verde-escuros, medindo 6-8 mm por 14-17 mm.

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18

Maior largura dos folíolos na metade dos folíolos. O primeiro par de folíolos orientado para trás, o último par orientado para frente, os demais pares na posição vertical com o eixo da pina. Fruto de cor marrom-escura.

Pau-Ferro

68 7a Folíolos das pinas laterais alternos, folíolos da pina

terminal opostos

Catingueira

36 b Todos os folíolos opostos Muringa 64

8a Par basal de folíolos de cada pina orientado para trás 9 b Todos os folíolos em posição retangular com o eixo da

pina, ou orientados para frente

11

9a Casca fissurada horizontal e longitudinalmente, descamante em placas pequenas, de cor marrom-clara

Timbaúba III

80

b Casca lisa ou quase lisa, de cor cinza, nas fissuras de cor marrom avermelhado

10

10a Fruto ondulado com diâmetro maior de até 9 cm, casca do tronco quase lisa, de cor cinza

Timbaúba I

79

b Fruto plano com diâmetro maior de até 11 cm, casca do tronco crispa, de cor cinza-avermelhada, com aneis horizontais de fissuras verticais, descamante em placas pequenas

Timbaúba II

79 11a Comprimento da ráquis comum menor que 12 cm 12

b Comprimento da ráquis comum maior que 12 cm 17 12a Um par de pinas Flor de Caboclo 45

b Mais que um par de pinas 13 13a Arbusto pequeno com copa rala “Anil de Bode” 24

b Árvore com copa mais ou menos frondosa 14 14a Casca lisa, de cor verde-oliva, descamante em placas

grandes e deixando o tronco quase branco

16

b Casca fissurada, de cor cinza ou marrom-avermelhada, descamante em fibras compridas

15

15a Face superior dos folíolos de cor verde-escura Jurema Preta 55 b Face superior dos folíolos de cor verde-claro-azulada Algaroba 21

16a 2-4 pares de pinas. Face superior dos folíolos verde- escura, com pouco brilho.

“Jurema Branca”

54

b 5-7 pares de pinas. Face superior dos folíolos verde-azulada, fosca.

“Juremaçu”

55

17a 2-3 pares de pinas Sabiá 74

b 4 ou mais pares de pinas 18 18a 4-10 pares de pinas 19

b Acima de 10 pares de pinas 21 19a Folíolos cartáceos, um pouco brilhantes e de cor verde

muito mais escuro na face superior que na face inferior

„Comondongo“

40 b Folíolos membranáceos, verdes claro em ambas as faces,

um pouco translúcidos,foscos na face superior

20

20a Verruga da ráquis perto da base da folha Monjoleiro 62 b Verruga da ráquis perto do par basal de pinas Leucena 58

21a Folíolos lineares, de aprox. 1 mm por 3-4 mm 22

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19

b Folíolos oblongos, de aprox. 3 mm por 8 mm 23 22a Casca do tronco fina, branca ou cinza, com grandes

espinhos cônicos brancos

Angico Branco

23 b Casca do tronco grossa, fissurada, descamante em

placas, de cor cinza-escura

Angico Preto

23 23a Folíolos aproximados, com a base alargada e ápice

arredondado, mas com uma ponta agudo-espinhenta. Novos ramos pubescentes

Farinha Seca

43 b Folíolos afastados, ovais, arredondados na base e no

ápice. Novos ramos glabros

Flamboyant

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3. Descrição das espécies Abacateiro (Persea americana) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa e tronco reto, comprido. Casca grossa, fissurada, de cor cinza-clara. Folhas alternas, concentradas na extremidade dos ramos, simples, ovais, glabras, herbáceas, com bordos inteiros, verde-escuras um pouco brilhantes na face superior e verde-pálido-foscas na face inferior, de aprox. 7-8 cm por 15 cm, agudas na base e obtusas no ápice, com a maior largura na metade apical da folha. Nervuras do 1° e 2° grau amarelas, pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Pecíolo amarelo de aprox. 2-4 cm de comprimento. Inflorescências terminais em panículas, com flores amarelo-pálidas. Fruto baga monospérmica ovóide. Utilidades da árvore: Fruta comestível e medicinal, folha medicinal, semente medicinal. Frequência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado em pomares e quintais (no bairro de Jenipapeiro e nos sítios Dendê e Chã de Farias) Origem: América intertropical (México – Peru) “Abetone docinho” (Pithecellobium dulce) Características da espécie: Árvore grande e espinhenta, com tronco curto, copa densa e globosa. Folhas em grupos alternos. Na base de cada grupo de folhas nascem dois espinhos duros direcionados para frente. Os ramos novos são curvados para o lado dos grupos de folhas alternos, por isso formando uma linha de ziguezague. Folhas bipinadas com pecíolo comum de aprox. 1 cm de comprimento, com somente duas pinas com pecíolo de aprox. 6 mm de comprimento. Cada uma dessas pinas possui somente um par de folíolos opostos. Os folíolos têm a forma elipsóide, de aprox. 1 cm por aprox. 4 cm, um pouco recurvados para o eixo de cada pina, arredondados no ápice, mas com pequena ponta acuminada, arredondados na base, de cor verde-claro-azulada, fosca em ambas as faces, com os bordos inteiros, amarelos, com Nervura principal e nervuras laterais. As ráquis da folha e da pina terminam numa ponta verde e mole. Inflorescências axilares em capítulos, com muitas flores brancas. Fruto vagem deiscente espiralada de aprox. 15 cm de comprimento e de 12 mm de diâmetro, de cor vermelha, muito contraidas entre as sementes. Utilidades da árvore: Fruta comestível, sombra, paisagismo. Frequência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado nas calçadas da cidade e dos sítios, um pouco espécie invasiva em lugares úmidos. Origem: México, America central, Norte da America do Sul “Acácia” (Acacia tenuifolia ou A. glomerosa?) Características da espécie: Arbusto espinhento de aprox. 3 m de altura, tronco levemente tortuoso, com casca quase lisa, sem espinhos, com fissuras compridas verticais, mas superficiais, de cor marrom-avermelhada ou bege-verde-oliva e branca (líquens). Galhos novos e ráquis das folhas com espinhos direcionados para baixo. Folhas bipinadas com ráquis de aprox. 22 cm de comprimento, com aprox. 14-20 pares de pinas de aprox. 5-6 cm de comprimento. Folíolos de aprox. 1 mm por aprox. 4-5 mm, um folíolo encostando-se aos folíolos vizinhos, verde-intensos e brilhantes na face superior, um pouco mais claros e foscos na face inferior. Inflorescências em panículas terminais com flores globosas (capítulos) de cor branca. Fruto legume achatada de até 3-4 cm por 15 cm, verde-vermelho quando novo até quase preto quando maduro, com ápice arredondado e base aguda. Utilidades da árvore: madeira, lenha, casca, flor (mel) Frequência no município: raro Tipo de vegetação: Encontra-se nas pastagens de alguns sítios do município. É uma planta invasora no município. Origem: America Central, Bolívia, Peru, Equador Outras particularidades: Alguns moradores de Cumaru confundem esta planta com a planta trepadeira “Rascabéz”.

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Açafroa (=”Colorau”) (Bixa orellana) Características da espécie: Árvore media com copa rala, globosa e tronco curto e reto. Casca lisa, de cor cinza-verde, com muitas verrugas ovais horizontais de cor marrom-clara. Folhas alternas, concentradas na extremidade dos ramos, simples, glabras, de forma de gota, de aprox. 10 cm por 16 cm, arredondadas na base e agudas ou até acuminadas no ápice, de cor verde-clara, pouco brilhantes na face superior, um pouco mais claras na face inferior. Geralmente 5 nervuras saindo da base das folhas, impressas na face superior e salientes na face inferior. Pecíolo de aprox. 6-8 cm de comprimento. Inflorescências terminais em panículas curtas, com muitas flores grandes de cor-de-rosa. Fruto cápsula arredondada. Utilidades da árvore: A madeira serve apenas para lenha. Suas sementes são condimentares e tintoriais; as matérias tintoriais de cor amarela (orelina) e vermelha (bixina) extraídas da polpa que envolve as sementes, são empregadas na culinária, na indústria alimentar e na impressão de tecidos. Paisagismo. É muito empregada pelos índios amazônicos para tingir a pele, como repelente de insetos e para rituais religiosos. Sementes medicinais. Frequência no município: muito raro Tipo de vegetação: Plantado em quintais (no centro e nos sítios “Riacho de Pedra” e “Mulungu”). Provavelmente não é planta nativa na região. Origem: América tropical. No Brasil: Norte e Nordeste. Acerola (Malpighia punicifolia) Características da espécie: Arbusto com copa frondosa e muito ramificado, globosa, e tronco muito ramificado. Casca fina, quase lisa, pouco fissurada, de cor bege escuro com verrugas horizontais de cor branca. Folhas alternas, simples, ovais, glabras, agudas na base e no ápice, verde-escuro-brilhantes na face superior e verde-claro-foscas na face inferior. Nervuras do 1° e 2° grau verde-claras, levemente salientes na face superior. Inflorescências axilares de cor-de-rosa. Fruto drupa globoso-depressa de até 3 cm de diâmetro, de cor vermelha. Utilidades da árvore: fruto comestível e medicinal, flor (mel) Frequência no município: comum Tipo de vegetação: Plantada em pomares e quintais. A acerola não é planta nativa na região. Origem: América central Algaroba (Prosopis Hassleri) Características da espécie: Árvore de porte médio, com copa alongada e globosa ou baixa, com tronco um pouco tortuoso e ramificado. Casca grossa, de cor cinza, com muitas fissuras longitudinais e mostrando o fundo avermelhado, descamante em fibras compridas. Ramos novos marrom-escuro-avermelhados na face superior e verde-intensos na face inferior. Folhas alternas ou em grupos alternas de duas folhas, bipinadas paripinadas, glabras, de cor verde-azulado-pálida, com ráquis de aprox. 4 cm de comprimento e geralmente 3-4 pares de pinas opostas, afastadas, de aprox. 4 cm de comprimento, com aprox. 15-20 pares de folíolos sésseis, afastados, de aprox. 2 mm por 8 mm, arredondados na base e no ápice. Inflorescências em espigas terminais, com flores pequenas amarelas. Fruto legume indeiscente de aprox. 8 mm por 12 mm por 15-20 cm, de cor amarelo-pálida. Existe uma variedade com espinhos finos de aprox. 1-2 cm de comprimento, saindo em pares na base das folhas, outra variedade sem espinhos. Utilidades da árvore: fruto forrageiro, sombra, madeira (para móveis, dormentes, postes, estacas, lenha, carvão), flor (mel). Frequência no município: comum Tipo de vegetação: Plantada em calçadas e pastagens, se proliferando em pastagens pelo esterco de boi. É provavelmente a planta mais invasiva no município. Origem: Peru. A espécie foi introduzida no Brasil (Serra Talhada) no ano 1942. Outras particularidades: Tem potencial para arborização urbana, mas não é nativa e tem raiz muito funda. Alecrim-de-Angola (Vitex agnus-castus) Características da espécie: Arbusto de aprox. 3 m de altura, tronco curto e copa globosa. Folhas opostas, sustentadas por um pecíolo de aprox. 4-5 cm de comprimento, compostas de 5(-7) folíolos herbáceos, oblongos, glabros, sésseis, de 8-14 mm por 60-90 mm, acuminados na base como no ápice, de cor verde-azulado-escuro fosco na face superior, verde-pálido fosco na face inferior, com os bordos inteiros.

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Pecíolo de aprox. 6 cm de comprimento. Nervuras principais muito salientes e branco-brilhantes na face inferior. Inflorescências em vários dicásios posicionados em espigas terminais, com flores pequenas de cor branca ou azul-clara. Fruto drupa globosa de cor marrom-escura de aprox. 3 mm de diâmetro. Utilidades do arbusto: paisagismo, folha medicinal (adstringente, relaxante, diurética, antidisentérica, expectorante, contra hematúria, hemorróidas, diabetes, problemas menstruais, reumatismo, diarréia, gastralgia, amenorréia e bronquite, gripe e resfriado). Frequência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado em quintais, nos sítios “Jucá”, “Cajá” e bairro do “Jenipapeiro”. Origem: África Outras particularidades: As folhas soltam, ao amassar, um perfume forte parecido ao de alecrim. Algodão (Gossypium hirsutum) Características da espécie: Arbusto grande com copa globosa e tronco ramificado. Casca cinza ou marrom- claro-avermelhado, com fissuras verticais superficiais e grandes verrugas elevadas de cor marrom-escura. Folhas alternas, glabras, herbáceas, divididas em 3-5 dentes grandes de até 20 cm de comprimento, de cor verde-intenso-fosca em ambas as faces, com pecíolo comprido de 4-15 cm de comprimento. Cada dente tem uma nervura principal, saindo da base da folha. Nervuras principais e laterais pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências nas axilas das folhas, com flores grandes solitárias de cor creme-clara ou amarelo-claras. Fruto cápsula oblonga, deiscente, com sementes cobertas por longas fibras brancas. Utilidades: fibra do fruto, folha medicinal, casca da raiz medicinal, sementes medicinais. Frequência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantada em quintais e talvez ocasionalmente se proliferando na natureza. Possivelmente uma planta (pouco) invasiva no município. Origem: Ásia Outras particularidades: Até os anos 1980 o município de Cumaru era um dos maiores produtores de algodão do estado de Pernambuco. Devido á praga do bicudo a produção de algodão parou completamente. Algodão bravo (Cochlospermum vitifolia) Características da espécie: Árvore de até 5 m de altura, com copa globosa e tronco de aprox. 2 m de altura. Casca fina, cinza, descamante em placas grandes e finas. Galhos com madeira frágil e soltando um cheiro agradável, ao quebrar. Folhas alternas, tri- até penta-dentadas e fino-serrilhadas, com pecíolo vermelho de aprox. 5-9 cm de comprimento, membranáceas, verde-escuro-brilhantes e glabras na face superior, mais claras, foscas e esparsamente tomentosas na face inferior. Dente central de aprox. 6-12 cm de comprimento, os dentes laterais um pouco menores. 3-5 nervuras principais saindo da base da folha, com as nervuras do 2° grau impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Novos ramos e flores pubescentes. Flores grandes amarelas, com 5 pétalas de até 5 cm de comprimento. Fruto cápsula ovóide deiscente, de aprox. 5 cm de comprimento. Utilidades da árvore: paisagismo, madeira (para construções rurais, caixas, embalagens), lenha (planta verde!), casca medicinal, folha medicinal, flor medicinal, raiz medicinal, flor (mel). A fibra da casca serve para fazer cordas. Frequência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado em calçada (no sítio de “Riacho de Pedra” e “Riacho do Poço”), aparece também espontaneamente beira estrada de terra (“Pedra Branca” e “Riacho do Poço”), à margem do Rio Capibaribe (“Malhadinha”) e numa queimada na Serra Verde. Origem: México, America central. Outras particularidades: Segundo Lorenzi 2009, esta planta é nativa na Caatinga do Nordeste Brasileiro. Algodão de Seda (Calotropis procera) Características da espécie: Arbusto tóxico e lactescente de até 3 m de altura, com copa rala, com tronco ramificado. Casca muito grossa, suberosa, profundamente fissurada em placas pequenas, de cor bege-clara. Folhas opostas, simples, sésseis, orbiculares, com bordos inteiros, auriculadas na base e obtusas no ápice, de aprox. 10 cm por aprox. 15 cm, de cor verde-azulado-pálida e pulverulentas na face superior, quase brancas na face inferior. Nervuras amarelas, bem visíveis na face superior. Flores axilares de cor

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branca e roxa. Fruto cápsula grande, oval, canelada, verde-clara, de aprox. 6-8 cm de diâmetro, contendo sementes aladas. Utilidades do arbusto: Látex (para produção de borracha), folha medicinal, raiz medicinal, látex medicinal, paina do fruto (para encher colchões, travesseiros etc.). Frequência no município: comum em quase todos os sítios Tipo de vegetação: É uma espécie invasiva nas pastagens da Caatinga regional. Origem: Ásia (Índia) Ameixa de Espinho (Ximenia americana) Características da espécie: Arbusto espinhento de até 4 m de altura, com tronco ramificado. Casca marrom e branca, áspera, ás vezes densamente fissurada. Folhas alternas ou em grupos alternos de três folhas e ás vezes um espinho fino, duro, reto, preto, de aprox. 5 mm de comprimento. Folhas um pouco coriáceas ou cartáceas, ovais, de aprox. 3 cm por 4-5 cm, obtusas ou arredondadas na base, arredondadas ou levemente retusas no ápice, de cor verde-intenso-fosca em ambas as faces, com a nervura principal pouco impressa na face superior e saliente na face inferior. Pecíolo entalhado de aprox. 8 mm de comprimento. Inflorescências axilares e terminais, com flores solitárias, curto-pedunculadas, de cor de creme. Fruto drupa subglobosa de cor amarela, de aprox. 2 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: fruto comestível, semente (produz um óleo viscoso que serve para cosmética), casca medicinal (adstringente, cicatrizante), flor (perfume, mel). Frequência no município: raro Tipo de vegetação: Planta nativa da Caatinga regional Origem: Planta tropical da America do Sul e da África, no Brasil: nos tabuleiros litorâneos e na Caatinga do Nordeste. Angico Branco (Anadenanthera colubrina cebil) Características da espécie: Arvore de até 8 m de altura com copa baixa e galhos pendentes. Tronco e os galhos grossos com casca fina, cinza ou quase branca, com espinhos grossos brancos que parecem fazer parte da casca (sem rachar a casca). Galhos finos e folhas sem espinhos. Folhas alternas, bipinadas, com 16-32 pares de pinas opostas de aprox. 5-6 cm de comprimento. Ráquis duplo-entalhada na face superior, de aprox. 12-26 cm de comprimento, com uma verruga oval de cor vermelha entre a base do ráquis e o primeiro par de pinas, na face superior. Folíolos de aprox. 1 mm por 3-4 mm, de cor verde-azulado-fosca em ambas as faces. Fruto legume venenoso, achatado, de cor amarelo-vermelho-preta, de aprox. 2 cm por 18 cm, contraído entre as sementes. Utilidades da árvore: lenha, madeira (construção civil e naval, marcenaria, carpintaria), paisagismo, flor (mel), folha e flor e casca medicinais (hemostáticas, depurativas, peitorais, antigripais, anti-reumáticas). O tronco exsuda uma goma-resina que pode ser mastigado como chiclete ou usado para preparação de bolacha. Goma e casca medicinais (adstringentes, antiblenorrágicas, anti-hemorrágicas, depurativas, expectorantes, hemostáticas, peitorais, tônicas, vulnerárias). Frequência no município: comum Tipo de vegetação: Provavelmente planta nativa da Mata Atlântica e da Caatinga regional. Origem: Maranhão até Argentina, Peru, Bolívia, Paraguai, Minas Gerais, Mato Grosso Outras particularidades: Pelas folhas esta espécie pode ser confundida com Angico Preto. Angico Preto (Piptadenia macrocarpa) Características da espécie: Arvore grande de até 20 m de altura com copa globosa. Tronco comprido com casca grossa, suberosa, marrom-escura, com largas fissuras verticais e finas fissuras horizontais. Fundo das fissuras marrom avermelhado. Casca dos galhos grossos fina, de cor verde-cinzenta, com muitas verrugas compridas horizontais, de cor marrom-clara e com espinhos grossos que atravessam a casca rascando-a. Galhos finos e folhas alternas, sem espinhos. Folhas bipinadas, de aprox. 30 cm de comprimento, com 16-32 pares de pinas opostas de aprox. 5 cm de comprimento. Folíolos de aprox. 1 mm por 3-4 mm, de cor verde-azulado-fosca em ambas as faces. Ráquis simples-entalhada na face superior. Inforescências ? Fruto legume achatado e contraído entre as sementes, de cor ?. Utilidades da árvore: Madeira (para tabuados, vigamentos, tacos e trabalhos de marcenaria, eixos de bolandeiras, lenha e carvão. Ótima para confecção de móveis finos, dando-lhes belos efeitos as raias

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escuras e vermelhas de seu cerne. Casca (para indústria de curtume), resina do tronco medicinal, casca medicinal. Frequência no município: comum na área da Mata Atlântica. Tipo de vegetação: Provavelmente espécie nativa da Mata Atlântica regional. Origem: Nordeste Brasileiro, do Maranhão até São Paulo Outras particularidades: As folhas são tóxicas para o gado. Pelas folhas esta espécie pode ser confundida com Angico Branco. “Anil de Bode ” (?) Características da espécie: Arbusto de até 2 m de altura, com tronco pouco ramificado e levemente canelado, e copa rala. Casca lisa, de cor bege-clara e brilhante, com pequenas verrugas redondas e elevadas, da mesma cor. Folhas alternas, bipinadas, paripinadas, com ráquis tomentosa, entalhada e provida de uma verruga entre a base e as pinas, de aprox. 1-2 cm de comprimento, sustentando 2-4pares de pinas opostas de aprox. 2 cm de comprimento (as do meio as mais compridas). Cada pina tem 12-20 pares de folíolos opostos, lineares, aproximados, de aprox. 1 mm por 4 mm, arredonados ou alargados na base e obtusos no ápice, de cor verde-azulado-fosca na face superior, um tanto mais pálidos na face inferior. Inflorescências nas axilas das últimas folhas, em capítulos solitários encima de um caule de aprox. 1 cm (que cresce até 3 cm de comprimento até o madurescimento do fruto). Fruto vagem (?) deiscente cilíndrica de aprox. 3 mm de diâmetro e 4-5 cm de comprimento, de cor roxo-escura, contendo alguns 20-30 sementes pretas. Utilidades: (?) Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Planta pioneira, na beira de estradas e florestas Origem: ? Araçá (Psidium araça) Características da espécie: Arbusto de até 3 m de altura com copa globosa e tronco ramificado. Casca fina, de cor marrom-cinza-escura, descamante em placas irregulares e mostrando a casca nova de cor verde-pálida. Folhas opostas, simples, glabras, coriáceas, curto-pecioladas, com os bordos inteiros ou levemente serrilhados, ovais, de aprox. 2-3,5 cm por 4-6 cm, com a base aguda e o ápice obtuso ou arredondado, de cor verde-intensa e levemente brilhantes na face superior, um pouco mais claras e mais foscas na face inferior. Nervura principal pouco saliente em ambas as faces. Inflorescências axilares, com pequenas flores solitárias brancas e com perfume muito forte e agradável. Fruto baga oval de aprox. 1 cm de diâmetro e 15 mm de comprimento. Utilidades da árvore: Fruto comestível, madeira (obras de torno, cabos de ferramenta, peças de alta resistência, lenha e carvão!). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: É uma planta nativa da Mata Atlântica regional (somente nas serras). Origem: Das Guianas até São Paulo Outras particularidades: Os frutos são consumidos por muitos pássaros. Araucária (Araucaria excelsa) Características da espécie: Árvore grande com copa cônica. Galhos verticilados, folhas pequenas, em espirais, de aprox. 1 cm de comprimento. Utilidades da árvore: paisagismo Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantada em praças e quintais. Origem: Austrália Aroeira-do-Sertão (Myracrodruona urundeuva) Características da espécie: Árvore grande com copa alongada, com tronco comprido e reto. Casca grossa, quase lisa, de cor cinza ou um pouco roxa, pouco fissurada e pouco descamante. Folhas alternas, imparipinadas, foscas, com ráquis marrom-tomentosa de aprox. 12-14 cm, com (5-)9-11 folíolos opostos, orbiculares, de aprox. 3-4 cm por 6-7 cm, com a maior largura na metade do folíolo, verde-intensos e marrom-hirsutos em ambas as faces, arredondados na base e agudos ou obtusos no ápice,

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com os bordos geralmente serrilhados, raramente inteiros. Nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior. Folhas com cheiro característico de fruta ácida ao amassar. Inflorescências racemosas terminais com muitas flores pequenas de cor branco-roxa. Fruto aquênio de 2-3 mm de diâmetro. Utilidades da árvore: Madeira de alta durabilidade (para obras externas e construção civil). Casca e folhas e raízes medicinais (balsámicas, hemostáticas, contra inflamação de garganta, gastrite, regulador menstrual, aparelho urinário etc.), flor (mel). Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Espécie nativa da Caatinga regional, mas também entrando na Mata Atlântica regional. Origem: Na Caatinga, entre Ceará e Paraná, na Argentina, Paraguai, Bolívia Aromita (Acacia farnesiana) Características da espécie: Arbusto espinhento de aprox. 1-2 m de altura, com copa rala e globosa, com tronco ramificado. Casca fina, lisa, de cor cinza-escura. Galhos de cor marrom-escura, com pequenas verrugas redondas de cor branca. Folhas em grupos alternos de três folhas e dois espinhos retos, finos, brancos de aprox. 5-40 mm de comprimento. Folhas bipinadas, paripinadas, com ráquis entalhada de aprox.4-5 cm, com 3-5 pares de pinas de aprox. 2 cm de comprimento. Cada pina tem aprox. 14 pares de folíolos oblongos, de aprox. 2 mm por 6 mm, de cor verde azulado. Inflorescências axilares, globosas, de aprox. 12 mm de diâmetro, com muitas flores de cor amarela escuro, com perfume muito forte e agradável. Fruto legume indeiscente, de cor marrom-escura. Utilidades da árvore: Madeira (para dormentes, moirões, esteios, eixos e rodas, rolos para moendas, construção civil, peças de resistência, cabos de instrumentos), lenha, carvão. Folhas e flores medicinais (anti-espasmódicas e excitantes), casca medicinal (anti-artrítica), folhas medicinais (contra dores dentes), 25pét parasiticida. A árvore, de flores muito perfumadas, pode ser utilizada no paisagismo em geral. As flores são inseticidas e também usadas em perfumaria, contendo farnesol. O fruto fornece uma tinta preta que serve para tingir roupa. Freqüência no município: raramente em solos pedrosos, geralmente perto de açudes ou riachos. Tipo de vegetação: Ou uma planta nativa da Caatinga regional preferindo solos pedrosos na proximidade de riachos ou açudes, ou planta invasiva no município. Talvéz era outrora plantada como planta útil. Origem: Estados Unidos (Arizona, Novo México, Texas, Flórida), México, América Central. Outras particularidades: Segundo César (1956), esta planta tem o nome de “Coronacris” e atinge uma altura de 5 metros. As sementes são tóxicas. “Atalha” (Senna floribunda?) Características da espécie: Árvore de porte médio, com copa baixa, tronco reto e curto. Casca fina, lisa, de cor bege-clara, quase branca, com verrugas redondas escuras. Folhas alternas, imparipinadas, glabras, com ráquis de aprox. 25 cm de comprimento, sustentando 4-5 pares de folíolos e um folíolo terminal; folíolos em pares ovais, obtusos na base e agudos no ápice, de aprox. 55 mm por 130 mm, o folíolo terminal oblongo, agudo na base e no ápice, de aprox. 40 mm por 110 mm, todos os folíolos com a maior largura na metade dos folíolos, com os bordos inteiros, verde-escuros e pouco brilhantes na face superior, verde-azulado-pálido-foscos na face inferior. Nervura principal impressa na face superior e muito saliente na face inferior, nervuras do 2° e 3° grau pouco salientes em ambas as faces. Pecíolo de aprox. 8 mm de comprimento, o pecíolo do folíolo terminal de aprox. 25 mm de comprimento. Inflorescências axilares, com muitas flores grandes de cor amarela. Fruto legume cilíndrico de aprox. 30 cm de comprimento e de 2-3 cm de diâmetro, de cor preta. Utilidades da árvore: madeira, lenha, paisagismo Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Raramente plantado em quintais. Origem: Austrália Avelós (Euphorbia tirucalli) Características da espécie: Árvore de porte médio, lactescente, com copa globosa ou alongada e tronco curto e reto. Casca grossa, fissurada longitudinalmente, de cor cinza-escura. Galhos verticilados. Folhas cilíndricas, de aprox. 3-6 mm de diâmetro e 10-20 cm de comprimento. Utilidades da árvore: látex (medicinal)

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Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: plantado em cercas vivas e para proteção contra o vento. É uma planta (pouco) invasiva no município. Origem: África do Sul Azeitona (Syzygium Jambolana = Eugenia Jambolana) Características da espécie: Árvore grande com copa alongada, com tronco curto e grosso. Casca fina, quase lisa, com poucas fissuras longitudinais, de cor cinza. Folhas opostas, simples, glabras, oblongas, coriáceas, de aprox. 5-6 cm por 14-16 cm, com a maior largura na metade da folha, verde-olivas, pouco brilhantes na face superior, um pouco mais claras e foscas na face inferior, obtusas na base e agudas no ápice, com os bordos inteiros. Nervura principal de cor amarela, muito saliente na face inferior. Pecíolo muito entalhado de aprox. 2 cm de comprimento. Inflorescências axilares com várias flores brancas. Fruto baga oblonga preta de aprox. 3 cm de comprimento. Utilidades da árvore: fruto comestível, folha medicinal, casca medicinal, semente medicinal. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantada em sítios Origem: Índia, Malásia Barriguda (Ceiba pentandra) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa e tronco grosso. Casca fina, de cor cinza com fissuras longitudinais superficiais de cor verde-clara, ás vezes com acúleos compridos coniformes. Folhas alternas, com pecíolo comprido de aprox. 5-13 cm de comprimento, divididas em geralmente 5 folíolos glabros, ovais, obtusos na base e agudos no ápice, os laterais de aprox. 25-30 mm por 7-8 cm, os centrais de aprox. 5 cm por 15 cm, com a maior largura na metade basal, com pecíolo de aprox. 5-10 mm de comprimento, com os bordos serrilhados na metade apical, de cor verde-intensa ou escuros pouco brilhantes na face superior e verde-pálido-foscos na face inferior. Nervura principal e nervuras laterais pouco impressas na face superior e pouco salientes na face inferior. Inflorescências terminais com flores grandes solitárias de cor branca. Fruto cápsula elipsóide deiscente. Utilidades da árvore: madeira (para caixotaria), lã do fruto, paisagismo, casca 26pétal-nal (contra inflamação do fígado e para tratar hérnias). Freqüência no município: ocasional. Tipo de vegetação: Planta nativa de Caatinga regional. Origem: Nordeste Brasileiro, do Piauí à Bahia Benjamim (Ficus retusa var. nitida) Características da espécie: Árvore grande com copa frondosa e globosa, com tronco reto. Casca fina, lisa, de cor cinza, com manchas brancas de líquens. Folhas alternas, simples, ovais, glabras, de cor verde-intensa ou escura um pouco ou muito brilhantes na face superior, um pouco mais claras e menos brilhantes na face inferior, obtusas na base e agudas no ápice, de aprox. 30-35 mm por 60-70 mm, com a maior largura na metade da folha, com os bordos inteiros. Ambos os lados da folha um pouco redobrados para cima. Nervura principal de cor verde-clara, um pouco saliente na face inferior. Pecíolo de aprox. 12 mm de comprimento. Inflorescências axilares. Fruto baga globosa de aprox. 12 mm de comprimento, de cor vermelho-pálida. Utilidades da árvore: sombra, lenha, paisagismo, folhas (forragem para o gado). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Freqüentemente plantado nas calçadas da cidade Origem: Ásia Outras particularidades: Em Cumaru chamado de “Figo”. O sistema radicular prejudica a conservação das calçadas.

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Bico de Papagaio (Euphorbia pulcherrima) Utilidades da árvore: paisagismo Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Plantado em quintais, no Bairro do Jenipapeiro e no sítio das “Mangueiras”. Origem: México Outras particularidades: O látex da planta é tóxico. Boldo Baiano (=”Alcachofra”) (Vernonia condensata) Características da espécie: Arbusto de aprox. 2-3 m de altura com tronco ramificado. Casca grossa, suberosa, de cor bege, com muitas fissuras profundas longitudinais. Ramos ocos, de cor bege. Folhas alternas, ovais, membranáceas, às vezes estipuladas, de aprox. 7 cm por 18 cm, acuminadas na base e agudas no ápice, levemente pubescentes na face superior, fortemente pubescentes na face inferior, de cor verde-clara, com Nervura principal e nervuras laterais quase brancas e fortemente salientes na face inferior. Bordos serrilhados, ás vezes com dentes irregulares. Pecíolo comprido, ás vezes alado e as asas descendo no ramo. Utilidades da árvore: Folha medicinal (antidiarréica, aperiente, colagoga, colerética, diurética, hepática, desintoxicante do fígado, depurativa, tônico hepático). Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantada em quintais, nos sítios “Jucá”, “Salão” e “Chã de Farias”. Talvez seja uma planta (pouco) invasiva no município. Origem: África Bom-Nome (Maytenus rigida) Características da espécie: Arbusto ou árvore de porte médio, com copa frondosa, muito ramificada e globosa, com tronco ramificado e tortuoso. Casca quase lisa, com poucas fissuras longitudinais superficiais, de cor cinza com manchas de líquens brancos. Folhas alternas, simples, coriáceas, rígidas, glabras, ovais ou orbiculares, de aprox. 25-30 mm por 30-50 mm, arredondadas na base e no ápice, de cor verde-oliva-fosca em ambas as faces, com os bordos espinhentos e o pecíolo de 1-2 mm de comprimento. Inflorescências em partes dos ramos sem folhas, em grupos de muitas flores pequenas curto-pedunculadas de cor verde. Fruto cápsula globosa de cor vermelha. Utilidades da árvore: Madeira (para estacas, lenha, carvão, para fabricação de cangas e pilão), raspa e pó da entrecasca medicinais (antiinflamatórias, analgésicas, cicatrizantes, hipotensores, hepatoprotetores), folha medicinal. Freqüência no município: comum como arbusto na Caatinga e ocasional como árvore solitária em pastagens Tipo de vegetação: Provavelmente planta nativa da Caatinga regional. Origem: Caatinga e Agreste Buganvília (Bougainvillea glabra e B. spectabilis) Características da espécie: Arbusto grande muito ramificado e espinhento, com galhos pendentes. Folhas rígidas, orbiculares, de aprox. 6-7 cm por aprox. 8 cm, com pecíolo de aprox. 10-15 mm, arredondadas ou retusas na base e acuminadas no ápice, com a maior largura na metade basal da folha e os bordos inteiros. Flores de várias cores: roxo, vermelho, laranja até amarelo. Fruto sâmara. Utilidades da árvore: paisagismo Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantada em quintais da cidade e dos sítios, provavelmente não é planta nativa na região. Origem: Brasil

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Braúna-do-Sertão (Schinopsis brasiliensis) Características da espécie: Árvore grande com copa rala e globosa, tronco reto, comprido. Casca lisa, fina, de cor roxa com listras verticais de cor bege na árvore nova, e grossa, fissurada, descamante em placas pequenas de cor cinza na árvore velha. Folhas imparipinadas, com ráquis tomentosa de aprox. 7-9 cm de comprimento, com aprox. 11-15 folíolos geralmente opostos, raramente alternos, quase sésseis, ovais, glabros, de aprox. 10-15 mm por 20-30 mm, obtusos na base e pouco retusos no ápice, verde-escuros na face superior, um pouco mais claros na face inferior. Nervura principal e nervuras laterais salientes na face inferior e um pouco impressas na face superior. Inflorescências em panculas terminais com muitas flores minúsculas de cor amarelo-clara. Fruto sâmara alada de cor marrom-clara. Utilidades da árvore: Madeira de alto valor que resiste aos terrenos mais úmidos por longos anos (para obras internas, carpintaria, moendas, esteios, pilões, postes, vigas, dormentes!), sombra, flor (mel), madeira medicinal (rebentos contra histeria e nervosismo, tintura da resina é tónica), casca medicinal (contra dor de dente, usada no tratamento de verminoses dos animais domésticos). Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: A árvore é nativa na Caatinga regional. Origem: Nordeste Brasileiro até MG, GO, na Caatinga. Outras particularidades: É uma das maiores árvores do município. Segundo informação de moradores, esta espécie era mais freqüente no município, mas foi explorada pelo valor da madeira. Burra Leiteira (Sapium lanceolatum = Sapium glandulosum) Características da espécie: Árvore lactescente de porte médio, com a copa rala e globosa, o tronco reto. Casca grossa, quase lisa, de cor cinza, com líquens brancos, quase sempre com feridas feitas de facão. Folhas alternas, simples, glabras, coriáceas, suculentas, ovais, agudas na base e no ápice, verde-escuras na face superior e verde-claras na face inferior, com os bordos serrilhados, com um par de glândulas no final do pecíolo (próximo à base do limbo). Inflorescências em panículas, com flores pouco vistosas. Fruto cápsula. Utilidades da árvore: Madeira (marcenaria e para portas e janelas), flor (mel) Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Parece ser uma planta nativa da Mata Atlântica Origem: A espécie aparece em várias regiões do Brasil: Norte (Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Tocantins, Acre, Rondônia), Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul). Outras particularidades: Segundo a literatura esta árvore tem o nome de “Leiteiro”. Cabraiba (Myrocarpus frondosus) Características da espécie: Árvore muito grande, de 20-30 m de altura, com tronco reto e copa alongada. Casca ou fina, lisa, de cor cinza, ou rugosa, quase branca com partes de cor verde-oliva e verrugas de cor bege-clara, ou muito e profundamente fissurada longitudinal e horizontalmente, de cor cinza-clara e marrom-avermelhada no fundo das fissuras. Ramos finos de cor verde-oliva, com muitas verrugas pequenas, redondas, de cor bege-clara. Folhas alternas, pinadas, com ráquis comum de cor verde-tomentosa, um pouco canelada, de aprox. 12-15 cm de comprimento. Folíolos alternos, ovais, de aprox. 3 cm por 6 cm, arredondados ou um pouco cuneados na base e agudos no ápice, de cor verde-intenso em ambas as faces, muito brilhantes na face superior, menos brilhantes na face inferior, com a maior largura um pouco antes da metade do comprimento, com os bordos fino-serrilhados, com pecíolo tomentoso de aprox. 2-3 mm de comprimento. Nervura principal muito saliente na face inferior, um pouco impressa na face superior. O limbo é interrompido por muitas listras finas translúcidas, com orientação paralela com as nervuras laterais. Utilidade da árvore: Madeira (na construção civil, como caibros, ripas, vigas, para obras externas, como vigas para pontes, moirões, dormentes, para confecção de rodas, móveis, balcões, tábuas para assoalhos, carrocerias, peças torneadas, folhas faqueadas para revestimentos decorativos de lambris e painéis), flor (mel), líquido balsâmico da madeira medicinal, paisagismo. Freqüência no município: raramente em pastagens do sítio “Cachoeira”. Tipo de vegetação: A árvore é provavelmente nativa na Mata Atlântica regional.

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Origem: Mata Atlântica da Bahia até Rio Grande do Sul, Bacia do Paraná e região Amazônica. (?) Outras particularidades: Segundo a literatura, o nome verdadeiro é “Cabureíba”. Segundo informação de moradores, esta espécie era mais freqüente no município, mas foi esplorada pelo valor da madeira. Café (Coffea arabica) Características da espécie: Arbusto de aprox. 4 m de altura, com tronco ramificado e copa alongada. Casca fina, fissurada longitudinalmente, de cor bege-clara e branca. Folhas opostas, simples, glabras, oblongas, agudas na base e no ápice, de aprox. 5-7 cm por 12-16 cm, de cor verde-intenso-brilhante na face superior, um pouco mais claras e brilhantes na face inferior, com os bordos inteiros e ondulados. Nervuras pouco impressas na face superior, salientes na face inferior. Pecíolo de aprox. 1 cm de comprimento. Flores cheirosas aglomeradas nas axilas das folhas, de cor branca. Fruto baga ovóide de cor vermelha. Utilidade: Sementes usados para preparo de café, sementes medicinais, folha medicinal. Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: plantado em quintal, no centro da cidade. Origem: África (Abissínia), introduzido no Brasil em 1727 (Pará). Café do Mato (Casearia guianensis?) Características da espécie: Árvore de porte médio com copa alongada e tronco ramificado. Casca fina, um pouco fissurada e descamante em placas pequenas, de cor cinza-marrom. Folhas alternas, simples, glabras, membranáceas ou herbáceas, oblongas, de aprox. 5-7 cm por aprox. 12-18 cm, de cor verde-intensa, muito brilhantes na face superior quando novas, pouco brilhantes em ambas as faces quando adultas, agudas na base e no ápice, com bordos serrilhados, com a maior largura na metade ou na metade apical da folha. Nervura principal muito clara, quase amarela, como as nervuras laterais pouco impressas na face superior e muito saliente na face inferior. Pecíolo de aprox. 5 mm de comprimento. Inflorescências agrupadas nos terminais dos ramos, com muitas pequenas flores sésseis de cor branca. Fruto cápsula ovóide de aprox. 6 mm de diâmetro, de cor verde-clara. Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: provavelmente planta nativa da Mata Atlântica regional Origem: América central, Antilhas até Bahia Cajarana (Spondias macrocarpa) Características da espécie: Arvore grande com copa baixa e rala, tronco reto. Casca grossa, lisa, de cor cinza, coberta de líquens brancos. Folhas alternas, imparipinadas, glabras, com ráquis de aprox.12-18 cm de comprimento, com geralmente 7 folíolos opostos, um pouco cartáceos, ovais, de aprox. 3 cm por 5-6 cm, arredondados na base e agudos no ápice, com a maior largura na metade do folíolo, com os bordos inteiros, com pecíolo de aprox. 3-5 mm de comprimento, o pecíolo do folíolo apical de aprox. 2-3 cm de comprimento, de cor verde-clara em ambas as faces. Inflorescências em grandes panículas terminais com muitas flores pequenas de cor branca. Fruto drupa elipsóide. Utilidades da árvore: madeira, fruto comestível, flor (mel), folhas e flores e raiz e fruto medicinais (antiinflamatórias, anti-hemorroidais, antibienorráicas, antidiarréicas, antileucorréicas, antimicrobianas, antivirais, diuréticas, estomáquicas, febrífugas, tônicos cardíaco). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: plantado em sítios (“Taquarí” e “Jucá”) e quintais (Bairro do “Jenipapeiro”, “Madadouro”). Origem: Polinésia, introduzida no Brasil em 1782 Outras particularidades: Pelas folhas pode ser confundida com a Cajazeira e o Cedro. Segundo a informação de um morador do sítio do “Jucá”, todos os exemplares de Cajarana no município são descententes da mesma árvore que se encontra no sítio do “Taquarí”. Cajazeira (Spondias lutea) Características da espécie: Arvore grande com copa baixa e rala, tronco reto. Casca grossa, suberosa, muito e profundamente fissurada longitudinalmente, de cor cinza. Folhas alternas, imparipinadas, glabras, com ráquis de aprox. 25 cm de comprimento, com aprox. 10-15 folíolos opostos ou alternos, ovais, de aprox. 3-4 cm por 5-9 cm, com a maior largura na metade do folíolo, com os bordos inteiros, com pecíolo

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de aprox. 3-5 mm de comprimento, o pecíolo do folíolo terminal de aprox. 1,5 cm de comprimento, de cor verde-clara em ambas as faces. Inflorescências racemosas com muitas flores pequenas de cor branca. Fruto drupa globosa. Utilidades da árvore: fruto comestível, flor (mel), folhas e flores e raiz e fruto medicinais (antiinflamatórias, anti-hemorroidais, antibienorraicas, antidiarreicas, antileucorréicas, antimicrobianas, antivirais, diuréticas, estomáquicas, febrífugas, tônicas cardíacas). Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Parece ser nativa na Caatinga regional Origem: Cosmopolita tropical. Amazonas até Rio de Janeiro Outras particularidades: Pelas folhas pode ser confundida com a Cajarana e o Cedro. Cajueiro (Anacardium occidentale) Características da espécie: Árvore grande com copa ampla, baixa e frondosa, com tronco curto, tortuoso e ramificado. Casca grossa, dividida e descamante em placas pequenas, de cor cinza-escura, avermelhada no fundo das fissuras. Folhas alternas, simples, glabras, cartáceas, orbiculares, verde-escuro-foscas em ambas as faces, de aprox.10 cm por 15 cm, agudas ou obtusas na base e arredondadas ou retusas no ápice, com a maior largura na metade apical, com os bordos inteiros. Nervura principal e nervuras laterais de cor amarela e bem visíveis na face superior, salientes na face inferior. Pecíolo de aprox. 1,5 cm de comprimento. Inflorescências terminais, racemosas, com flores pequenas de cor creme. Fruto castanha com pedúnculo suculento. Utilidades da árvore: pedúnculo comestível, castanha torrada comestível, flor (mel), entrecasca medicinal, goma medicinal, líquido da castanha medicinal, resina da casca medicinal, casca (tinta), lenha (produz muita cinza). Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: plantado em sítios (Cajueiro, S. da Cachoeira, Chã de Farias, Riacho de Pedras, Dendê etc.). Provavelmente o cajueiro não é nativo na região. Origem: Nordeste Brasileiro “Calumbi Branco” (Mimosa arenosa ou Acacia bahiensis ou Acacia piauhyensis?) Características da espécie: Arbusto muito espinhento de até 3 m da altura com tronco ramificado. Casca quase lisa, cinza-clara ou marrom-escuro-avermelhada, com pequenas verrugas brancas horizontais, fissuras longitudinais, no fundo das fissuras de cor marrom-avermelhada e com pequenos espinhos brancos com base grossa. Galhos de cor marrom-escura, com pequenas verrugas claras e muitos espinhos recurvados para trás. Os espinhos do tronco e dos galhos são ligados por uma linha de casca um pouco elevada e bem visível. Folhas alternas paripinadas, com ráquis de aprox. 10-15 cm de comprimento, sustentando 6-12 pares de pinas. Cada pina tem até 40 pares de folíolos aproximados de aprox. 0.5 mm por 10 mm, arredondados ou alargados na base e arredondados no ápice, de cor verde-escura, com a maior largura da folha na metade apical. Glândula comprida na face superior da base da ráquis. Inflorescências em espigas axilares e terminais com pequenas flores brancas. Fruto legume achatado deiscente de aprox. 2 cm por 10 cm, de cor verde-clara quando novo e bege quando maduro. Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: É uma planta nativa da Caatinga regional. Outras particularidades: A planta pode ser confundida com Calumbi Vaqueta. “Calumbi de Miolo Vermelho” (Mimosa arenosa ou M. bimucronata?) Características da espécie: Arbusto muito espinhento de até 4 m de altura, com copa globosa ou baixa e tronco ramificado. Casca fina, cinza, com fissuras largas e compridas longitudinais ou um pouco espirais, no fundo das fissuras de cor marrom-claro-avermelhada. Espinhos de aprox. 10 mm de comprimento, de cor marrom-escura, localizados nos ramos sem inflorescências e no tronco. Ramos novos de cor marrom-avermelhada, com pilosidade esparsa branca e muito curta. Folhas alternas, bipinadas, com ráquis de aprox. 6-8 cm de comprimento, sustentando 3-5 pares de pinas opostas de aprox. 3-4 cm de comprimento. A maior largura das pinas na metade da pina. Pinas com 10-20 pares de folíolos opostos, sésseis, de aprox. 1 mm por 6 mm, de cor verde-claro-azulada e foscos em ambas as faces, arredondados na base e agudos no ápice. Inflorescências em várias espigas na extremidade dos ramos

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de aprox. 4 cm de comprimento, com muitas flores brancas. Fruto vagem tipo lomento achatada, preta, de aprox. 5 mm por aprox. 40 mm. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Provavelmente planta nativa da Caatinga regional. Outras particularidades: A planta parece muito com Mimosa bimucronata, mas não apresenta as inflorescências globosas desta espécie. Outro nome popular ¨Jurema de Bode¨. “Calumbi Vaqueta” (Acacia langsdorfii? Calliandra chapadae? C. tweediei?) Características da espécie: Arbusto espinhento de aprox. 2-3 m de altura, ás vezes árvore de até 8 m da altura, com tronco ramificado. Casca do tronco e dos galhos quase lisa, de cor bege-amarelado-clara, com fissuras longitudinais, no fundo das fissuras da mesma cor, e com pequenos espinhos pretos com base fina. Os espinhos do tronco e dos galhos são ligados entre si por linhas de casca um pouco elevada e bem visível. Folhas alternas paripinadas com ráquis de aprox. 9 cm de comprimento, com 3-4 pares de pinas, com duas estípulas agudas de aprox. 8 mm de comprimento na base da ráquis, e com uma glândula pequena curto-peciolada na face superior da base da ráquis, perto do primeiro par de pinas. Cada pina tem aprox. 10 pares de folíolos membranáceos de aprox. 4 mm por aprox. 14 mm, arredondados ou obtusos no ápice, de cor verde-clara. Inflorescências em espigas terminais com muitos capítulos globosos de aprox. 24 mm de diâmetro, com muitas flores brancas. Fruto legume achatado deiscente de aprox. 2 cm por aprox. 8 cm, fortemente ondulado, velutino e de cor verde quando novo e marrom-claro quando maduro. Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: É uma planta nativa da Caatinga regional. Origem: ? Outras particularidades: Outros nomes populares: “Coração de Nego” e “Quebra-Foice”. Camará ( =”Chumbinho”) (Lantana camara) Características da espécie: Pequeno arbusto com copa rala e globosa, tronco ramificado. Casca fina, quase lisa, um pouco rugosa, de cor bege, um pouco verde-oliva-clara, com muitas verrugas redondas de cor branca e com manchas de líquens brancos. Ramos finos canelados. Folhas opostas, simples, herbáceas, hirsutas, orbiculares ou oblongas, de cor verde-clara ou escura na face superior e verde-pálido na face inferior, de aprox. 20-55 mm por 50-100 mm, com a maior largura no terço basal, cuneadas até obtusas na base e agudas (-obtusas) no ápice, com os bordos grosso-serrilhados. Nervuras na folha nova impressas na face superior e quase brancas muito salientes na face inferior, mais tarde o limbo da folha se esticando e ficando mais liso. Pecíolo hirsuto de aprox. 8-20 mm de comprimento. Inflorescências nas axilas das folhas, com caule de 3-4 cm de comprimento sustentando 10-20 flores pequenas amarelo-escuras, laranjas e vermelhas, com aspecto de capítulo. Fruto drupa pequena de cor preta. Utilidade do arbusto: Folha medicinal (tônica, sudorífica, antipirética), flor medicinal, flor (mel). Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Provavelmente planta pioneira da Caatinga regional e planta daninha em pastagens. Origem: América tropical Outras particularidades: A planta é tóxica para o gado, os carneiros e o ser humano. “Camará II” (?) Características da espécie: Arbusto pequeno de 2-3 m de altura, com copa rala, com tronco ramificado e fortemente canelado. Casca lisa, de cor bege-clara, um pouco brilhante. Galhos canelados, de cor bege-clara. Folhas opostas, simples, membranáceas ou herbáceas, ovais, de aprox. 20-25 mm por 40-45 mm, obtusas na base e agudas no ápice, assimétricas na base (um lado mais curto que outro), com pecíolo de aprox. 4-7 mm de comprimento, de cor verde-oliva-escuro-fosca na face superior, um pouco mais claras na face inferior, com os bordos serrilhados. Ambas as faces apresentam pêlos curtos e duros, o limbo por isso aparecendo áspero. Nervuras do 1° até 3° grau um pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências em capítulos coniformes, longo-pedunculados (aprox. 3 cm), axilares, com várias flores pequenas brancas. Fruto (?) Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Provavelmente planta da Caatinga regional Outras particularidades: Nome errado

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¨Cambucᨠ(Myrcia selloi?) Características da espécie: Arbusto grande ou árvore de ate 8 m de altura, com tronco reto e copa globosa ou alongada. Casca do arbusto fina, de cor cinza-escura, com manchas de líquens brancos, casca da árvore grossa, com anéis de fissuras horizontais a cada 1 cm e fissuras verticais, cortando a casca em placas grossas quadradas, de cor cinza-clara. Ramos novos de cor cinza com liquens brancos. Folhas opostas, simples, coriáceas, rígidas, glabras, ovais ou orbiculares, de aprox. 30-40 mm por 40-60 mm, de cor verde-escura ou intensa, um pouco brilhantes na face superior, verde-pálidas e menos brilhantes ou até foscas na face inferior, obtusas ou quase arredondadas na base e obtusas (ou agudas ou arredondadas) no ápice, mas com a ponta arredondada, com a maior largura na metade da folha, com os bordos inteiros e recurvados para baixo, com pecíolo de aprox. 5 mm de comprimento. Nervura principal amarela, saliente na metade basal da face superior e na face inferior. Inflorescências axilares em glomérulos, com 2-7 flores pequenas de cor branca. Fruto baga ? Utilidades: ? Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: É uma planta nativa da Mata Atlântica. Origem: ? Outras particularidades: Em Cumarú também chamado de “Esporão de Galo”. Canafístula de Besouro (Senna spectabilis var. excelsa = Cassia excelsa) Características da espécie: Arbusto grande ou árvore de porte médio com copa rala e globosa, tronco reto. Casca quase lisa, de cor cinza-clara ou um pouco verde-bege, com fissuras longitudinais superficiais e, quando jovem, com verrugas ovais horizontais. Folhas alternas, paripinadas, com ráquis de cor verde-clara, amarelo-tomentosa de aprox. 20-28 cm de comprimento, sustentando aprox. 15-20 pares de folíolos oblongos de aprox. 15 mm por aprox. 40-45 mm, arredondados na base e obtusos no ápice, com a maior largura na metade dos folíolos, de cor verde-intenso-fosca na face superior e verde-azulado-pálido-fosca na face inferior, glabros na face superior, pubescentes nos bordos inteiros e na face inferior, com pecíolo tomentoso de aprox. 2-3 mm de comprimento. Os folíolos maiores se encontram na metade da folha. Nervura principal pouco impressa na face superior, nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior. Inflorescências em panículas terminais, com flores grandes de cor amarela. Fruto legume quase cilíndrica, indeiscente, de aprox. 10-12 mm de diâmetro e 25 cm de comprimento, de cor preta. Utilidades da árvore: paisagismo, madeira (para caixas e forros, panelas, cochos, gamelas, colheres, lenha e carvão), folhas medicinais (contra queimaduras, laxativas e purgativas), flor medicinal, raspas da entrecasca e das vagens (tinta amarela para tingir vernizes e couros). Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Planta nativa da Caatinga regional, talvez como planta pioneira. Origem: Nordeste Brasileiro, SP, Mato Grosso Outras particularidades: Aparece sobre tudo ao longo das estradas de terra, em solos relativamente úmidos. Segundo César (1956) esta árvore tem o nome de “São João” e nasce no agreste entre Buique e Moxotó. Canafístula I (Cassia grandis) Características da espécie: Árvore de porte médio, com copa baixa ou globosa, e tronco reto. Casca fina, lisa, de cor cinza. Novos ramos canelados e branco-tomentosos. Folhas paripinadas com ráquis branco-tomentosa e entalhada de aprox. 15-25 cm de comprimento, sustentando aprox. 15-24 pares de folíolos lineares, quase sésseis, membranáceos, um pouco afastados, de aprox. 8-10 mm por 30-40 mm (os maiores folíolos no ápice), arredondados na base e obtusos no ápice, com a maior largura na metade do folíolo, verde-intensos, um pouco azulados e glabros na face superior, verde-azulado-pálidos e glabros na face inferior, com os bordos inteiros, recurvados para baixo e pubescentes. Nervura principal impressa na face superior e muito saliente na face inferior. Inflorescências em corimbos terminais com muitas flores grandes de cor amarela. Fruto legume cilíndrico, preto, indeiscente de aprox. 8 mm de diâmetro e de 30-40 cm de comprimento. Utilidades da árvore: madeira (obras de torno, marcenaria, pau para tamancos e para estacas de alta durabilidade), fruto medicinal (e comida para cavalos), paisagismo. Freqüência no município: muito raro

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Tipo de vegetação: Numa pastagem, no sítio do Dendê. Talvez seja uma planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem: Nordeste Brasileiro Outras particularidades: Segundo César (1956) esta espécie é nativa no agreste e na Caatinga pernambucana, e o pó que se desprende do serrote produz uma coceira irritante na pele e nos olhos. Canafístula II (?) Características da espécie: Arbusto de aprox. 3 m de altura, com tronco curto e reto, copa baixa e rala. Casca fina, lisa, de cor marrom-avermelhada, descamante em folhas pequenas e muito finas. Galhos compridos. Folhas alternas, paripinadas, com ráquis glabra, mas com pequenos espinhos moles na face inferior, de aprox. 35 cm de comprimento, com a maior largura na metade da folha, sustentando aprox. 40 pares de folíolos afastados, lineares, glabros, de aprox. 4-6 mm por 10-30 mm, arredondados na base, com uma ponta aguda no ápice arredondado, com os bordos inteiros, com a nervura principal levemente saliente na face inferior, de cor verde-azulado-pálida em ambas as faces, com um pecíolo de aprox. 2 mm de comprimento. Inflorescências em corimbos axilares, com flores grandes de cor amarela. Fruto legume cilíndrico, de aprox. 4 mm por 25 cm, de cor marrom, com pedúnculo de aprox. 15 mm de comprimento. Utilidades: ? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Planta exclusivamente na margem do Rio Capibaribe (e espontaneamente no aterro de um posto de gasolina, no centro da cidade de Cumaru). Origem: ? Canafístula III (Cassia ferruginea?) Características da espécie: Árvore grande com tronco reto e copa globosa. Casca fissurada horizontal- e verticalmente em placas pequenas, de cor marrom-clara. Folhas alternas, paripinadas, densamente marrom-hirsutas, com ráquis canelada de aprox. 25 cm de comprimento, sustentando aprox. 15 pares de folíolos oblongos, aproximados, de aprox. 15 mm por 20-50 mm, os basais os mais curtos e os terminais os mais compridos, de cor verde azulado-escuro-fosca na face superior e verde-azulado-clara na face inferior, arredondados na base e obtusos no ápice, com os bordos inteiros, com um pecíolo de aprox. 1 mm de comprimento. Nervura principal pouco impressa na face superior, nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior. Inflorescências (?). Fruto vagem comprida e reta, quase cilíndrica, de aprox. 35 mm por 50 mm por 55 cm, de cor marrom-escura. Utilidades: Paisagismo Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado no sítio de Chã de Farias. Origem: ? ¨Canafístula do Parᨠ(?) Características da espécie: Árvore de aprox. 8 m de altura, com copa globosa e tronco curto. Casca quase lisa, com poucas fissuras longitudinais, de cor cinza-escura. Folhas paripinadas de aprox. 20 cm de comprimento, com 4-7 pares de folíolos ovais e glabros. Folíolos de aprox. 3 cm de comprimento, arredondados na base e levemente retusos no ápice, de cor verde-escura na face superior e verde-cerada na face inferior, com pecíolo de aprox. 3 mm de comprimento, com os bordos inteiros. Inflorescências racemosas, terminais, com flores grandes de cor amarela. Fruto vagem estreita achatada, de aprox. 1 cm por 15 cm. Utilidades da árvore: sombra, paisagismo Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Freqüentemente plantado em calçadas e quintais. A árvore não é nativa na região. Origem: ? Outras particularidades: Outro nome popular, igualmente errado: “Acácia amarela”.

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Canela (Cinnamomum zeylanicum) Características da espécie: Árvore de porte médio com tronco reto e copa globosa. Casca grossa, fissurada longitudinal- e horizontalmente e descamante em placas pequenas, de cor cinza-escura. Ramos novos achatados. Folhas opostas, simples, ovais ou oblongas, glabras, de aprox. 50-60 mm por 100-120 mm, obtusas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade da folha, de cor verde-intenso-brilhante na face superior, um pouco mais claras e foscas na face inferior, com os bordos inteiros. Pecíolo de cor verde-clara, entalhado, de aprox. 12-15 mm de comprimento. 3(-5) nervuras principais de cor verde-clara saindo da base da folha, um pouco salientes em ambas as faces. As folhas soltam um perfume de canela ao amassar. Inflorescências em panículas terminais, com flores de cor verde-amarelada. Fruto drupa oval de aprox. 10 mm de diâmetro e de 15 mm de comprimento, de cor preto-brilhante, com a superfície rugosa. Utilidades da árvore: Paisagismo, sombra, casca medicinal (contra diarréia infantil, gripe, verminoses, dor de dente, mau-hálito, vômito, problemas gástricos, perda de apetite). Freqüência: Muito raro Tipo de vegetação: Plantada em um exemplar num quintal, no sítio do “Riacho do Poço”. Origem: Sri Lanka e Sudoeste da Índia. “Canela de Lambu” (?) Características da espécie: Arbusto pequeno com copa rala, galhos pendentes, tronco ramificado. Casca rugosa de cor marrom e cinza-escura. Folhas alternas, simples, ovais, de aprox. 3-4 cm por 5-9 cm, com a maior largura no terço basal da folha, obtusas na base e agudas no ápice, de cor verde-azulado-fosca na face superior, um pouco mais claras e foscas na face inferior, esparsamente hirsutas na face superior e nas nervuras da face inferior, com os bordos serrilhados. Nervuras salientes na face inferior. Geralmente 5 nervuras saindo da base da folha. Pecíolo hirsuto de aprox. 2-3 cm de comprimento. Inflorescências em espigas axilares de aprox. 2-3 cm de comprimento, com muitas flores pequenas sésseis de cor branca. Utilidades do arbusto: ? Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Planta nativa, provavelmente da Mata Atlântica regional Origem: ? Canelinha (=”Marmeleiro Branco”) (Croton zehntneri) Características da espécie: Arbusto grande com tronco ramificado e copa alongada. Casca fina, quase lisa, com poucas fissuras longitudinais, de cor cinza e com muitas manchas brancas de líquens. Galhos glabros de cor cinza-marrom. Folhas e ramos novos hirsutos. Folhas alternas, membranáceas, simples, orbiculares, de aprox. 4-5 cm por 6 cm, levemente cuneadas na base e agudas no ápice, com os bordos dentados, com 5-7 nervuras saindo da base, com pecíolo de 20-35 mm de comprimento, ao amassar com perfume agradável. Nervuras um pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências? Fruto? Utilidades do arbusto: folha (para aromatizar bebidas e doce de cana), folha medicinal (carminativa, estomacal, calmante e indutora do sono). Freqüência no município: raro, somente no sítio do “Jucá”. Tipo de vegetação: O arbusto é provavelmente nativo na Caatinga regional. Origem: Nordeste Brasileiro, na Caatinga Outras particularidades: Em Cumaru este arbusto tem o nome de “Marmeleiro Branco”. Segundo a literatura, ele tem ainda os nomes “Canela-do-mato” e “Canela-de-cunhã”. A planta com o nome de “Marmeleiro” na literatura tem em Cumaru o nome de “Velame”. “Capitão” (Basanacantha spinosa = Randia armata?) Características da espécie: Arbusto ou planta trepadeira espinhento. Casca áspera e rugosa, de cor cinza-escura. Ramos novos bege-claros, um pouco brilhantes. Folhas opostas, simples, orbiculares ou ovais, duras, cartáceas, glabras na face superior e glabras ou esparsamente hirsutas na face inferior, de aprox. 25-30 mm por 35-60 mm, arredondadas ou cuneadas na base e obtusas (com a ponta aguda) no ápice, verde-claras e pouco brilhantes em ambas as faces, com os bordos inteiros. Pecíolo fino de aprox. 3-5 mm de comprimento. Uma nervura principal saindo da base, mas se dividindo logo depois em três

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nervuras “principais”, impressas na face superior e salientes na face inferior. Cada folha é acompanhada por um espinho duro, fino, de aprox. 15-20 mm de comprimento, da mesma cor que o ramo, em ângulo de 90° com o galho, mas com a ponta recurvada para baixo. Estes espinhos continuam nos galhos e no tronco depois da folha cair. Inflorescências terminais. Fruto baga ovóide ou globosa de aprox. 15-25 mm de diâmetro, de cor de laranja suja, pouco brilhante, contendo 4-6 sementes achatadas, envolvidas numa polpa branco-transparente. Utilidades do arbusto: Polpa do fruto comestível. Raízes medicinais (depurativas). Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Na Mata Atlântica no sítio de “Pangauá de Cima” e numa beira de estrada de terra no sítio de “Chã de Farias”. Origem: Quase todo o Brasil Outras particularidades: Segundo a literatura, esta planta tem os nomes seguintes: Espinho de Carneiro, Limão do Mato, Fruta de Cachorro, Angélica, Limoeiro do Mato. “Cardeiro Rajado” (Cereus peruvianus) Características da espécie: Árvore de aprox. 12 m de altura, com tronco reto e copa pequena e frondosa. Casca quase branca, muito, mas somente superficialmente fissurada, de cor marrom-avermelhado-clara no fundo das fissuras, provida de grupos de aprox. 30 acúleos finos, cinza-claros, de aprox. 1-4 cm de comprimento. Galhos em forma de candelabro. “Folhas” orbiculares, muito suculentas, de cor verde-escura, agudas na base e arredondadas no ápice, de aprox. 10 cm por 15 cm, com acúleos finos. Inflorescências? Frutos? Utilidades da árvore: ? Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Caatinga serrana Origem: Peru e Brasil Outras particularidades: Segundo R. Braga (1960) o caule do Cardeiro Rajado deveria ser verde. Ele menciona que esta espécie é “rara entre nós” (o que pode ser confirmado em Cumaru). Carnaubeira (Copernicia cerifera) Características da espécie: Palmeira com tronco comprido e copa globosa. Casca grossa e estruturada pelas folhas antigas no terço basal, lisa nos dois terços apicais. Folhas longo-pecioladas, em forma de abano. Utilidade da palmeira: madeira (postes, moirões, construções rústicas e lenha, caibro, barrotes, ripas, confecção de artefatos torneados como bengalas, artefatos de uso doméstico, caixas, etc.), folhas (cera de carnaúba, como cobertura de casas, para confecção de chapéus, bolsas, esteiras, cordas, cestos, colchões, etc.), fruto comestível (para ser humano e porco), raiz medicinal. Freqüência no município: muito rara Tipo de vegetação: plantada em um exemplar na zona rural do Bairro do Matadouro. A palmeira não é nativa na região. Origem: Nordeste Brasileiro, nos vales de rios da região da Caatinga. Carrapicho (Triumfetta semitriloba) Características da espécie: Arbusto de até 4 m de altura, com copa rala e alongada, tronco ramificado. Casca fina, um pouco brilhante, de cor marrom-cinza-clara, com fissuras verticais superficiais marrom-avermelhado-escuras e com verrugas ovais horizontais, um pouco salientes. Folhas alternas, simples, herbáceas, ovais, de aprox. 5-10 cm por 8-14 cm, arredondadas ou pouco cuneadas na base e agudas no ápice um pouco assimétrico, com a maior largura na metade da folha, com pecíolo hirsuto, avermelhado e estipulado de até 7 cm de comprimento. Bordos regularmente serrilhados, ás vezes com 2-3 dentes mais compridos e também serrilhados. Folhas verde-intensas e hirsutas na face superior, verde-pálido-tomentosas na face inferior. 3-5(-7) nervuras saindo da base da folha. Todas as nervuras de cor verde-clara, impressas na face superior e fortemente salientes na face inferior. Pecíolo hirsuto de aprox. 5-7 mm de comprimento. Inflorescências em glomérulo axilares com poucas flores tubiformes de cor amarela. Fruto cápsula indeiscente, globosa de aprox. 5 mm de diâmetro, com muitos espinhos finos, de cor marrom-escura. Utilidades do arbusto: Toda a planta dá boa pasta para papel. Casca (fibras longas e sedosas).

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Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Provavelmente é uma planta pioneira da Mata Atlântica regional. Origem: Antilhas, América Central e do Sul. Todo o Brasil. Castanhola (Terminalia catappa) Características da espécie: Árvore grande com copa baixa e tronco reto. Casca fina, quase lisa, de cor marrom-clara, com fissuras superficiais e verrugas elevadas. Galhos principais verticilados, formando um ângulo de quase 90° com o tronco. Folhas alternas, concentradas na extremidade dos ramos, simples, ovais, glabras, um pouco cartáceas, de aprox. 12-16 cm por 18-22 cm, agudas ou obtusas na base e arredondadas no ápice, com a maior largura no terço apical da folha, de cor verde-intensa e pouco brilhante em ambas as faces, com os bordos inteiros e ondulados. Pecíolo grosso de aprox. 1 cm de comprimento. Nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior. Inflorescências? Fruto? Utilidades da árvore: madeira, fruta, raiz e folha (medicinal), sombra, paisagismo. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantada em calçadas da cidade e dos sítios. Origem: Malásia Casuarina (Casuarina equisetifolia) Características da espécie: Árvore de até 15 m de altura com tronco reto e copa alongada. Casca grossa, fissurada longitudinal-e horizontalmente, descamante em placas médias, de cor cinza-clara, avermelhada no fundo das fissuras. Folhas cilíndricas de aprox. 1 mm de diâmetro e 10-25 cm de comprimento, de cor verde-azulada e 36péta amarelos em cada 1 cm de comprimento. Fruto cone ovóide de aprox. 10-15 mm de diâmetro. Utilidades da árvore: madeira (incorruptível em obras internas), paisagismo Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Plantado em um exemplar na calçada do posto de gasolina, no sítio das “Tábuas”, e um exemplar no sítio de “Riacho de Pedras”. Origem: Austrália Outras particularidades: A dona da árvore no sítio “Riacho das Almas” disse que ela pegou a muda no centro da cidade onde outrora tinha muitas árvores desta espécie. Catingueira (Caesalpinia pyramidalis) Características da espécie: Arbusto grande ou árvore de porte médio com copa rala, ampla, baixa, e tronco tortuoso e ramificado. Casca quase lisa, de cor cinza e descamante em placas finas e irregulares, mostrando a casca nova de cor marrom-claro-avermelhada. Folhas alternas, bipinadas, imparipinadas, com ráquis coberta de glândulas elevadas de cor vermelha ou marrom, de aprox. 6 cm de comprimento. 5 pinas de aprox. 4 cm (basais) até 8 cm (terminais) de comprimento, as pinas laterais com geralmente 7-9 folíolos alternos, orbiculares, de aprox. 20-25 mm por 25-35 mm, obtusos na base e arredondados no ápice, de bordos inteiros e um pouco recurvados para baixo, verde-escuro-brilhantes na face superior e verde-intenso-foscos na face inferior. Pina terminal com 3-4 pares de folíolos opostos. Nervuras impressas na face superior (salientes quando jovens) e salientes na face inferior. Inflorescências em panículas terminais com várias flores de cor amarela. Fruto legume achatado deiscente, de aprox. 2-3 cm por 10 cm, de cor marrom-clara. Utilidades da árvore: lenha excelente para fazer carvão. Folha medicinal (contra moléstias dos rins, do fígado e do intestino), flor medicinal (diurética), casca medicinal (contra colites, cólicas intestinais, cámara de sangue e blenorragia), flor (mel), sementes medicinais (para defluxo), resina medicinal (para as vias respiratórias), folhas forrageiras para o gado. Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: A planta é nativa da Caatinga regional. Origem: Nordeste Brasileiro Outras particularidades: Uma das árvores mais freqüentes no município, mas tem poucos exemplares de grande porte devido á exploração florestal.

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Cedro (Cedrela odorata) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa e tronco reto. Casca grossa, mais ou menos profundamente fissurada longitudinalmente, de cor cinza-clara um pouco avermelhada, com líquens brancos. Folhas alternas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, imparipinadas, glabras, com ráquis de aprox. 25-35 cm de comprimento. Aprox. 15-19 folíolos opostos, herbáceos, curto-peciolados, de aprox. 3,5 cm por 8 cm, arredondados na base e agudos no ápice, com os bordos inteiros, verde-escuro-foscos na face superior e verde-claros e um pouco brilhantes na face inferior. Nervuras pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências em panículas terminais com muitas flores pequenas de cor creme. Ráquis das panículas formando uma linha de ziguezague. Fruto cápsula lenhosa deiscente, com muitas sementes aladas. Utilidades da árvore: Madeira (uma das melhores do país, com ótima utilização para laminados, móveis, lambris, compensados e para tabuado em geral), sombra, folha medicinal, casca medicinal (febrífuga, adstringente, estomacal, antiinflamatória), semente medicinal (vermífuga) Freqüência no município: ocasional em poucos sítios do município. Tipo de vegetação: Em pastagens da área da Mata Atlântica e na Mata Atlântica no sítio das Mangueiras, um exemplar de mais que 25 m de altura. A árvore parece ser nativa da Mata Atlântica regional. Origem: Brasil, do Nordeste até São Paulo Outras particularidades: Pela forma das folhas o cedro pode ser confundido com a Cajazeira e a Cajarana. Chapéu de Napoleão (Thevetia peruviana) Características da espécie: Arbusto de porte médio ou árvore lactescente com copa frondosa e globosa, tronco reto. Casca de cor cinza-clara, fissurada longitudinal e horizontalmente e descamante em placas pequenas. Folhas alternas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, simples, glabras, coriáceas, lineares, de aprox. 1 cm por 10-14 cm, de cor verde-intenso-brilhante na face superior, verde-claro-foscas na face inferior, com pecíolo de aprox. 2-3 mm de comprimento, com uma nervura principal saliente em ambas as faces, com os bordos inteiros. Inflorescências terminais, com grandes flores solitárias de cor de laranja. Fruto drupa triangular-comprimida de cor verde-claro-fosca de aprox. 4 cm de diâmetro. Utilidade da espécie: Polpa do fruto comestível, paisagismo. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: plantado em calçadas, praças e quintais. Origem: (?), cultivada em todo o Brasil Outras particularidades: Planta altamente tóxica (sementes e látex). Charuto do Rei (Nicotiana glauca) Características da espécie: Arbusto grande de aprox. 5 m de altura, com a copa rala e o tronco ramificado. Casca lisa, de cor bege-verde-clara, com fissuras superficiais de cor quase branca. Folhas alternas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, simples, orbiculares, glabras, foscas, um pouco suculentas, de aprox. 35-55 mm por 50-90 mm, com a maior largura na metade basal da folha, obtusas na base e obtusas ou arredondadas no ápice, de cor verde-azulado-pálida em ambas as faces, com os bordos inteiros e pecíolo de 30-40 mm de comprimento. Nervuras um pouco salientes em ambas as faces. Inflorescências em panículas terminais, com flores tubiformes amarelas de aprox. 4 cm de comprimento. Fruto cápsula bilocular. Utilidade: A flor é visitada por beija-flores. Paisagismo Freqüência no município: Raro Tipo de vegetação: Em frente de casas abandonadas, espontaneamente beira estradas de terra e na beira da barragem de Jucazinho, no sítio dos “Campos Novos”. Tipo de vegetação: Provavelmente plantado, eventualmente um pouco invasivo. Origem: Argentina e Paraguai Outras particularidades: Todas as partes da planta contem o alcalóide tóxico anabasina, com ação semelhante á nicotina. Segundo César (1956), esta planta tem o nome de “Apara-Raio”.

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“Chorão” (?) Características da espécie: Árvore de aprox. 15 m de altura, com tronco reto, copa alongada e galhos um pouco pendentes. Casca meio-grossa, de cor cinza-clara com manchas de líquens brancos, com fissuras suberficiais longitudinais, no fundo das fissuras de cor marrom-claro-avermelhada. Ramos finos bege-claros e verdes. Folhas alternas, pinadas, com ráquis pendente, cilíndrica, formando uma linha de ziguezague, de cor verde-clara, pubescente, de aprox. 20-26 cm de comprimento, com 5-8 folíolos alternos, ovais ou orbiculares, de aprox. 6-10 cm por 10-14 cm, obtusos ou cuneados na base e agudos ou obtusos no ápice, glabros, verde-escuros e um pouco brilhantes na face superior, um pouco mais claros e foscos na face inferior. A maior largura dos folíolos na metade do comprimento. Os pecíolos dos folíolos são curtos (3-4 mm), tomentosos e mais grossos que a ráquis. Nervuras pouco impressas na face superior e salientes na face inferior. Ráquis, pecíolo e nervuras na face inferior apresentam pêlos curtos dourados, as outras partas da folha são glabras (a face inferior dos folíolos raramente tomentosa). Inflorescências terminais. Fruto legume muito achatada, levemente curvada, com os bordos nitidamente elevadas, asimétrico (mais larga no lado terminal que no lado basal), de aprox. 3 mm por 2.5-4 cm por 15-20 cm, de cor marrom-claro-fosca, contendo alguns 6 sementes achatadas. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Exclusivamente beira riachos (nos sítios de “Jucá”, “Água Doce” e “Riacho do Poço – Muruabeba”). Provavelmente planta nativa da região. Outras particularidades: Florescendo e frutificando somente no sítio das Goiabas. Segundo um morador do sítio tinha uma árvore grande, mas o dono cortou-a. Chuva de Ouro (Cassia fistula) Características da espécie: Árvore de porte médio, com tronco reto e copa rala, globosa. Folhas alternas, paripinadas, glabras, com ráquis de cor vede-clara de aprox. 30 cm de comprimento, sustentando 5-6 pares de folíolos ovais ou oblongos de aprox. 5-6 cm por 8-13 cm, obtusos na base e no ápice, de cor verde-intenso-brilhante na face superior e verde-pálido-foscos na face inferior, com os bordos inteiros. Nervura principal de cor verde-clara, saliente na face inferior. Pecíolo grosso de aprox. 8 mm de comprimento. Inflorescências terminais, em panículas grandes, com flores amarelas. Fruto legume cilíndrico de aprox. 2 cm de diâmetro e de 40 cm de comprimento, de cor preta. Utilidades da árvore: paisagismo, fruto medicinal, raiz medicinal. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Raramente plantado em calçadas ou quintais Origem: Ásia Outras particularidades: As sementes são venenosas Cinamomo (Melia alzedarach) Características da espécie: Árvore de aprox. 8 m de altura, com tronco comprido e copa baixa, globosa ou alongada. Casca cinza, grossa, partida em placas. Folhas bipinadas de 20-30 cm de comprimento, com 7-9 pinas opostas. Pinas com 3-7 folíolos sésseis e dentados, de aprox. 3 cm de comprimento, verde-escuros pouco brilhantes na face superior, verde-claro-brilhantes na face inferior. Inflorescências paniculadas com flores de cor branca-aroxada, perfumadas. Fruto drupa globosa de aprox. 1 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: paisagismo, madeira (marcenaria), resina (preparo de incenso), sombra, casca da raiz medicinal (catártica, vomitiva e antielmíntica, tónica, estimulante, contra diarréia, moléstias intestinais e reumatismo), folhas medicinais (adstringentes, esomáquicas, febrífugas, eméticas, anti-histéricas, anti-diarréicas, emenagogas, insetífugas, contra tumores, neuralgias, cólicas dos eqüinos, pulgas dos cães e piolhos), flor (mel), fruto medicinal (mezinheiro, purgativo, emético e antielmíntico), óleo da semente medicinal (antielmíntico). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Árvores plantadas numa calçada no bairro “Jenipapeiro” e no sítio da “Lagoa da Vaca”. Talvez seja uma planta pouco invasiva no município. Origem: Ásia Outras particularidades: O nome desta árvore ornamental em Cumaru é “Santa Bárbara”. Os frutos e o chá das folhas são tóxicos para algumas espécies de animais (saponinas e alcalóides neurotóxicos (azaridina)). A ingestão pode causar aumento da salivação, náuseas, vômitos, cólicas abdominais,

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diarréia intensa; em casos graves pode ocorrer depressão do sistema nervoso central. A madeira suporta bem a umidade e não sofre ataque de insetos. „Cipó Cururu“ (?) Características da espécie: Planta trepadeira com tronco ramificado. Casca fina, lisa, de cor bege-cinza com verrugas brancas. Folhas opostas, simples, carnosas, glabras, orbiculares, de aprox. 20-40 mm por aprox. 25-60 mm, verde-escuro-brilhantes na face superior e verde-claro-foscas na face inferior, arredondadas ou pouco cuneadas na base e agudas no ápice. Os bordos têm uma incisão ou um pequeno espinho na ponta de cada nervura lateral. Nervura principal e bordos de cor roxa. Pecíolo hirsuto de aprox. 15 mm de comprimento, com duas verrugas laterais perto da base da folha. Inflorescências terminais, com flores muito decorativas, amarelas (cada flor com 4 pétalas serrilhadas amarelas e uma pétala menor de cor amarela com uma mancha vermelha). Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Provavelmente uma planta nativa da Caatinga regional Outras particularidades: Flor muito parecida com Murici-Macho. Cipó Mofumbo (=“Escova de Macaco”) (Combretum laxum) Características da espécie: Planta trepadeira ou arbusto de aprox. 2-3 m de altura, com copa baixa e galhos pendentes. Tronco curto e muito tortuoso. Casca quase lisa, com fissuras verticais, descamante em fibras compridas, de cor cinza-brilhante. Ramos novos quadrangulares, marrom-brilhantes e densamente marrom-tomentosos. Folhas opostas (raramente em verticilos de três folhas), simples, ovais ou oblongas, herbáceas, de aprox. 4-6 cm por aprox. 8-12 cm, com a maior largura na metade da folha, agudas ou obtusas ou até arredondadas na base e agudas ou obtusas no ápice, verde-escuras e levementes brilhantes ou foscas na face superior, um pouco mais claras e foscas na face inferior, marrom-tomentosas quando jovens, glabras quando adultas, com os bordos inteiros e um pouco recurvados para baixo. Nervuras do 1° e 2° grau amarelas, salientes na face inferior, nervura principal saliente nos 2 terços basais da face superior. Pecíolo entalhado e tomentoso de aprox. 1 cm de comprimento. Inflorescências em espigas densas terminais, com flores fragrantes com estames muito compridos verde-claros ou amarelos, mais tarde vermelhos. Frutos? Utilidades da árvore: flor (mel), paisagismo Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: em pastagens e na Mata Atlântica. Provavelmente é uma planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem: América tropical Círio de Nossa Senhora (Yucca gloriosa) Características da espécie: Palmeira pequena com tronco curto e copa alongada. Casca superficialmente fissurada, de cor marrom cinzenta. Folhas espirais, lineares, de cor verde-azulada, de aprox. 6 cm por 50 cm, acuminadas na base e no ápice. Inflorescências terminais, com flores grandes de cor creme. Fruto ? Utilidades da árvore: paisagismo Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Raramente plantado em quintais, sobre tudo em alguns sítios. Origem: México Ciriguela (Spondias purpurea) Características da espécie: Arbusto grande com copa frondosa e baixa, tronco pouco ramificado. Casca lisa, de cor cinza e coberta de liquens brancos. Folhas alternas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, imparipinadas, com ráquis entalhada e esparsamente hirsuta de aprox. 15 cm de comprimento, sustentando geralmente 17 folíolos opostos ou alternos, aproximados, herbáceos, glabros, curto-peciolados, ovais, assimetricamente agudos na base e obtusos ou arredondados no ápice, com a maior largura na metade do folíolo, com os bordos levemente serrilhados, de cor verde-intenso-fosca na face superior, da mesma cor, mas brilhantes na face inferior. Nervura principal e nervuras laterais um pouco salientes na face inferior. Inflorescências terminais. Fruto drupa ovóide de aprox. 25 mm de diâmetro e de 30 mm de comprimento, de cor-de-laranja. Utilidades da árvore: fruto (drupa) comestível

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Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Raramente plantado em quintais Origem: México, introduzida no Brasil em 1938 Cocó Catolé (Syagrus oleracea) Características da espécie: Palmeira de aprox. 10 m de altura, com tronco comprido e copa alongada. Casca quase lisa, de cor cinza um pouco avermelhada, com poucas rachaduras profundas longitudinais. Folhas pinadas de aprox. 2-3 m de comprimento, com folíolos compridos verde-escuros. Utilidades da árvore: fruto comestível (ser humano, porco, gado), madeira, folhas (forrageiras, fornecem material para fazer vassouras), flor (mel), paisagismo. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A palmeira parece ser nativa na Mata Atlântica regional. Origem: Nordeste Brasileiro até São Paulo ¨Comondongo¨ (?) Características da espécie: Árvore grande com copa rala e globosa, tronco comprido, geralmente dividido em duas ou três partes na metade da altura da árvore. Casca meio-fina, geralmente lisa, ás vezes com buracos ou descamante em placas pequenas, de cor cinza claro e com muitas manchas de líquens brancas, aparecendo branca. Folhas alternas, bipinadas, com ráquis pubescente de cor verde-oliva de 8-16 (-27) cm de comprimento. A maior largura das folhas no terço apical. Aprox. 10 (-13) pares de pinas opostas de aprox. 3-11 cm de comprimento. Cada pina sustenta 10-22 pares de folíolos de aprox. 3-5 mm por 9-15 mm afastados, cartáceos, um pouco rígidos, verde-escuros um pouco brilhantes na face superior, verde-claro-foscos na face inferior. Cada folíolo tem aprox. 2 nervuras saindo da base e quase atingindo o ápice. Inflorescências em panículas terminais (e axilares), com flores em capítulos globosos de cor branca. Fruto vagem deiscente. Utilidades da árvore: madeira, paisagismo Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A árvore parece ser nativa na Mata Atlântica. Origem: ? Outras particularidades: Esta espécie não corresponde com a espécie na literatura com o nome de “Comondongo” (Albizia polycephala). Provavelmente é uma espécie diferente. Coqueiro (Cocos nucifera) Utilidades da árvore: fruto comestível, fibra da fruta, madeira Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado em vários sítios e quintais do município. Não é nativo na região. Origem: Cosmopolita das costeiras tropicais. Craibeira (Tabebuia aurea) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa, tronco grosso e comprido ou curto e ramificado. Casca grossa, mais ou menos lisa, de cor marrom-claro-cinzenta, com fissuras superficiais mais escuras. Folhas alternas, compostas, com pecíolo comum de até 10 cm de comprimento, com geralmente 5 folíolos glabros, oblongos, de cor verde-oliva-pálida, de aprox. 25 mm por 15 cm, com bordos inteiros, com pecíolo de aprox. 3 cm de comprimento, arredondados na base e acuminados no ápice. Nervuras salientes na face inferior. Inflorescências terminais com flores grandes de cor amarela escuro. Fruto cápsula cilíndrica. Utilidades da árvore: Madeira! Paisagismo! Casca medicinal, folha medicinal. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado em vários sítios do município e espontâneamente na Caatinga regional, onde ela prefere solos úmidos na vizinhança de rios. Origem: Amazônia, Nordeste Brasileiro ¨Cumaru Branco¨ (?) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa e tronco curto. Casca de cor marrom-claro-avermelhada, superficialmente fissurada verticalmente. Galhos parcialmente pendentes, de cor marrom-

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clara com verrugas redondas de cor branca. Folhas alternas, um pouco espiraladas, imparipinadas, os folíolos basais alternos, os demais opostas, com ráquis de até 30 cm de comprimento. Folíolos glabros, oblongos, de 2-3 cm por 5-7 cm, com a maior largura na metade do folíolo, agudos na base e no ápice, mas com ponta arredondada, verde-intenso-foscos, mais claros na face inferior, com pecíolo de aprox. 4 mm de comprimento. Inflorescências axilares em corimbos, com flores de cor lilá e creme. Fruto legume lenhosa de aprox. 5 mm por 2 cm por 16 cm, de cor marrom, contendo aprox. 10 sementes redondas de cor bege de aprox. 1 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: sombra, flor (mel) Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado em praças e calçadas. A árvore não é nativa na região. Origem: ? Cumaru de Cheiro (Amburana cearensis) Características da espécie: Árvore grande com copa rala e globosa, tronco grosso e ramificado. Casca cinza ou marrom-escuro-avermelhada, lisa, brilhante, coberta de verrugas pequenas de cor branca, descamante em placas grandes e delgadas. Folhas imparipinadas, perfumadas, com ráquis avermelhada de aprox. 10-14 cm de comprimento, com aprox. 8-11 folíolos alternos, orbiculares ou ovais, glabros, foscos, de cor verde-azulada, de aprox. 20-30 mm por 45 mm, arredondados ou um pouco retusos na base e no ápice, com pecíolo de aprox. 3-4 mm de comprimento. Nervura principal um pouco impressa na face superior, saliente e brilhante na face inferior. Inflorescências em panículas terminais com flores pequenas, brancacentas e muito aromáticas. Fruto vagem tardiamente deiscente, contendo uma única semente achatada e provida de uma asa membranácea. Utilidades da árvore: A madeira é medianamente pesada e dura, fácil de cortar, bastante durável, mesmo exposta ao tempo, de excelente qualidade, fácil de trabalhar, com aroma agradável, vendida sob nome de “cerejeira”. A madeira é empregada para portas, janelas, obras internas, esquadrias, forros, fôrmas, estruturas hidráulicas, taboados, carpintaria, caixotaria, mobiliário fino, folhas faqueadas decorativas, tanoaria, escultura, balcões e marcenaria em geral. Muito empregada sob a forma de folheados, cuja superfície (radial) é lisa e de agradável aspecto. É refratária ao ataque de insetos. As sementes possuem odor agradável e eram outrora usadas para perfumar a roupa. As sementes e a casca são medicinais (contra dores reumáticas, sinusite e gripe, efeitos peitorais, antiespasmódicas, emenagogas, afecções pulmonares, tosses, asma, cicatrização de feridas). Raiz medicinal (lambedor contra gripe), a casca é usada como incenso contra dor de cabeça. As folhas servem como forragem para caprinos. O aroma Cumarina (na casca, madeira e sementes) serve para doces, biscoitos, cigarros, sabonetes, perfume e para aromatizar cachaça. A árvore é muito ornamental, principalmente pelos ramos e tronco que são lisos de cor vinho ou marrom avermelhado. Flor (mel) Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: A árvore é provavelmente nativa da Caatinga regional. Origem: Caatinga do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, também na Argentina, Paraguai, Bolívia e Peru Outras particularidades: Esta é a espécie que deu o nome á cidade de Cumaru. Antigamente era mais comum, mas foi quase erradicada pela exploração florestal. Segundo R. Braga, o nome de Cumaru é corrutela de cumbaru: cu=alimento, mboori=alegrar. Por sua vez, Paulino Nogueira, prefere a seguinte etimologia: curu=comprido, uá=fruto, semente, aru do verbo rub, eu tenho; o que tem semente comprida. Já T. Sampaio afirma ser corrução de cu-mboré= o que excita a língua. Embiruçu (Pseudobombax tomentosum?) Características da espécie: Árvore grande com copa rala e alongada, tronco grosso e reto. Casca rugosa de cor branca e cinza-escura, com listras longitudinais de aprox. 2-3 cm de largura de cor verde e estas com fissura de cor amarela. Folhas alternas, concentradas na extremidade dos ramos, compostas, glabras, com pecíolo comum de aprox. 6-12 cm de comprimento. Geralmente 5 folíolos ovais, sésseis, agudos na base e obtusos (mas com ponta aguda) no ápice, o folíolo central de aprox.50-65 mm por 110-130 mm, os folíolos laterais de aprox. 35 mm por 75 mm, com a maior largura na metade apical, com os bordos inteiros, verde-escuro-foscos na face superior e verde-claros, um pouco brilhantes na face inferior. Nervuras do 1° e 2° grau pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências terminais com flores solitárias de cor branca. Fruto cápsula elipsóide deiscente.

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Utilidades da árvore: madeira, casca (as fibras servem para fazer cordas), filamentos da fruta, paisagismo. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A planta é provavelmente nativa na Caatinga regional. Origem: Brasil central (cerrados) Eritrina bicolor (=”Brasileirinha”) (Erythrina indica picta) Características da espécie: Árvore de até aprox. 8 m de comprimento, com tronco curto e copa globosa. Casca fina, quase lisa, de cor marrom-avermelhada, com muitas fissuras superficiais longitudinais compridas de cor quase branca. Folhas alternas, glabras, foscas, imparipinadas com ráquis amarela de aprox. 18 cm de comprimento, um par de folíolos opostos e um folíolo terminal de aprox. 10-15 cm por 10-15 cm, de forma de losango, com bordos inteiros, obtusos ou arredondados na base, agudos ou retusos no ápice, de verde-intensos e amarelo-claros ao longo da nervura principal e das nervuras laterais, os folíolos laterais com pecíolo de aprox. 8 mm de comprimento. Inflorescências (?) com flores de cor vermelha. Fruto (?) Utilidades da árvore: sombra, paisagismo Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: plantada em calçadas e quintais. Origem: Austrália, Índia, Malásia e Filipinas Outras particularidades: A planta é chamada de Brasileirinha. Ela recebeu este nome pelas cores das folhas que são as cores da bandeira brasileira (junto com o céu azul). Outros nomes populares são “Eritrina-verde-amarela” e “Eritrina variegata”. As flores contêm muito mel, são visitadas por beija-flores. Erva-Cidreira (Lippia alba) Características da espécie: Arbusto pequeno com galhos pendentes, com copa rala, com tronco pouco ramificado. Folhas em grupos opostos, simples, orbiculares, hirsutas, foscas, herbáceas, de aprox. 25 mm por 40 mm, obtusas na base e no ápice, com pecíolo de aprox. 8 mm de comprimento, de cor verde-oliva-escura na face superior, um pouco mais claras na face inferior, com os bordos serrilhados, com perfume agradável ao amassar. Nervuras do 1° até 3° grau muito impressas na face superior e muito salientes na face inferior, o limbo por isso aparecendo rugoso. Inflorescências pecioladas (aprox. 1 cm) nas axilas dos grupos de folhas, com flores pequenas de cor azul-branca. Fruto cápsula. Utilidade: folhas medicinais (excitantes, antipasmódicas, diuréticas, contra afecções nervosas, dores reumáticas, para o baço, fígado, os rins e aplicadas como emenegogas), raiz medicinal. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado em quintais Origem: Do Sul dos EUA à América do Sul Espinho de Judeu (Xylosma ciliatifolium ou X. Salzmanni ?) Características da espécie: Arbusto grande, espinhento com copa globosa, tronco curto e ramificado. Casca fina, fissurada e descamante em grandes ou pequenas placas delgadas, de cor cinza-clara. Galhos grossos e finos com espinhos duros, retos, finos e compridos, de até 5 cm de comprimento. Ramos finos, de cor bege ou avermelhada, com verrugas brancas longitudinalmente alinhadas. Folhas alternas, simples, tomentosas, herbáceas, ovais, de cor verde-clara, obtusas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade da folha, de aprox. 3-4 cm por 6-7 cm, foscas na face superior, um pouco brilhantes na face inferior, com as nervuras do 1° e 2° grau impressas na face superior e salientes na face inferior, com os bordos serrilhados, com pecíolo de aprox. 5 mm de comprimento. Inflorescências agrupadas em glomérulos nas axilas das folhas, com aprox. 10 flores minúsculas de cor verde-clara. Fruto ? Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Talvez seja uma planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem: ? Outras particularidades: Segundo Braga (1960), este arbusto tem em Pernambuco o nome de “Espinho de Agulha”. Segundo ele-mesmo os espinhos deveriam ser ramificados, e as folhas rijas.

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Espirradeira (Nerium oleander) Características da espécie: Arbusto médio com tronco ramificado e copa alongada. Folhas verticiladas, simples, lanceoladas, glabras, de aprox. 2-3 cm por 10-15 cm, de cor verde-oliva-clara e foscos em ambas as faces, acuminadas na base e no ápice, com os bordos inteiros, com pecíolo de aprox. 5-8 mm de comprimento. Uma nervura principal e muitas nervuras laterais paralelas. Nervura principal pouco saliente na face inferior. Inflorescências terminais em panículas, com flores vistosas de cor de rosa ou vermelha. Fruto ? deiscente e alongado. Utilidades: paisagismo, folha medicinal Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado em quintais Origem: Mediterrâneo Outras particularidades: Planta extremamente venenosa. Possui o heteróside cardiotônico oleandrina, de ação imediata e paralisante sobre o coração. Eucalipto (Eucalyptus sp.) Características da espécie: Árvore grande com copa alongada e tronco reto. Casca lisa, descamante em placas grandes de forma irregular. Folhas simples, lanceoladas, de 3-6 cm por 14-26 cm, com a maior largura na metade basal da folha, agudas na base, acuminadas no ápice, com os bordos inteiros, de cor verde-claro-fosca em ambas as faces, com pecíolo de 2-3,5 cm de comprimento. Nervura principal de cor verde-clara, saliente na face inferior. Cheiro caracerístico de eucalipto ao amassar a folha. Utilidades da árvore: madeira, folha medicinal Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Raramente plantado em quintais e sítios. Origem: Austrália, introduzido no Brasil em 1911 Farinha Seca (Peltophorum dubium) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa e rala, tronco de aprox. 3 m de comprimento. Casca grossa, fissurada e descamante em pequenas placas grossas, de cor cinza (-marrom). Folhas alternas, concentradas na extremidade dos ramos, bipinadas, ovais, com a maior largura na metade da folha. Ráquis marrom-pubescente de aprox. 25 cm de comprimento. Aprox. 12-18 pares de pinas marrom-pubescentes com aprox. 18-30 pares de folíolos aproximados ou parcialmente se cobrindo, de aprox. 3 mm por 8-10 mm, alargados na base e arredondados no ápice, glabros, herbáceos e de cor verde-claro quando novos, cartáceos e verde-intensos (-oliva) quando adultos, brilhantes na face superior e foscos na face inferior. Nervura principal dos folíolos muito impressa na face superior e saliente na face inferior, aparentemente sem nervuras laterais. Inflorescências em corimbos terminais com flores grandes amarelas, fruto legume comprido achatado de aprox. 1 cm por aprox. 5 cm, acuminado na base e no ápice, de cor marrom-escura, contendo uma semente. Utilidades da árvore: Madeira (para marcenaria, carpintaria, construções navais, tanoaria, estacas, dormentes, celulose, lenha, carvão), sombra, paisagismo, flor (mel), Sementes e polpa dos frutos e folhas e raízes medicinais (laxantes, emolientes, depurativas, desintoxicantes, purgativas, estimulantes da vesícula biliar, aperientes, vermífugas) Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Encontrada em um único exemplar adulto numa pastagem de uma fazenda, no sítio de “Pangauá”, e um exemplar mais novo na margem do Rio Capibaribe, no sítio de “Malhadinha”. Provavelmente é uma árvore nativa da Mata Atlântica regional. Origem: floresta estacional semidecidual, cerrado, floresta estacional decidual dos estados AL, BA, ES, GO, MG, MS, PB, PE, PR, RJ, RS, SC, SE e SP. Em Pernambuco: No Agreste. Outras particularidades: Os moradores do sítio “Pangauá” chamam esta árvore de “Tambor” ou de “Amarelo”. Dizem que este exemplar tem mais que 100 anos de idade. Segundo Ducke 1953, esta espécie tem o nome de “Favinha”. ¨Favinha¨ (?) Características da espécie: Árvore grande com copa pequena, pouco ramificada, globosa, rala, com tronco reto e muito comprido. Casca espessa, fortemente e profundamente fissurada, de cor marrom-avermelhada ou cinza escura com manchas de líquens brancos. Folhas alternas, glabras, concentradas

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no ápice dos ramos, compostas de 5 pinas do 1° grau saindo do pecíolo comum: duas pinas “basais” monopinadas (no 1 e 5) e três pinas centrais bipinadas (no 2-4). Pecíolo comum cilíndrico de aprox. 40-50 cm de comprimento e 6-10 mm de diâmetro. O pecíolo comum e as ráquis das pinas formam ângulos regulares de 60°. As pinas do 1° grau (no 1 e 5) são imparipinadas, com ráquis de aprox. 12 cm de comprimento, sustentando 5-7 folíolos opostos, herbáceos, ovais, de aprox. 45-50 mm por 60-100 mm, com a maior largura na metade basal, arredondados ou cuneados na base e acuminados no ápice (com uma ponta comprida), de cor verde-intensa ou escura e foscos na face superior, verdes um pouco pálidos e brilhantes na face inferior, com os bordos serrilhados. Nervuras do 1° e 2° grau pouco impressas na face superior e salientes na face inferior. Pecíolo dos folíolos basais de aprox. 1 cm de comprimento, pecíolo dos folíolos apiciais de aprox. 2 mm de comprimento. Os folíolos basais são geralmente os menores, o folíolo apical o maior. As pinas do 1° grau (no 2 e 4) são bipinadas, com ráquis de aprox. 35 cm de comprimento, sustentando 5-7 pinas opostas, imparipinadas, com ráquis de aprox. 16-5 cm de comprimento, sustentando 3 (pinas terminais) até 9 (pinas basais) folíolos opostos da mesma qualidade como os folíolos das pinas “basais”. A pina do 1° grau (no 3) é a maior, com ráquis de aprox. 45 cm de comprimento, sustentando 5 pinas do 2° grau opostas com ráquis de aprox. 25 cm (pinas basais) até 10 cm (pina terminal). Os folíolos basais da pina do 2° grau podem ser substituídos por uma pina do 3° grau, com ráquis de aprox. 5 cm e 3 folíolos. Flor? Fruto? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: A planta é provavelmente nativa da Mata Atlântica. Origem: ? Outras particularidades: Vários moradores de Cumaru confirmaram o nome de “Favinha”, que parece ser errado. Feijão de Boi (Capparis flexuosa ou C. hastata) Características da espécie: Arbusto ou árvore pequena com copa globosa e tronco curto e reto. Casca fina, lisa, de cor cinza, coberta de líquens. Folhas alternas, simples, muito variáveis na forma, ovais ou orbiculares, coriáceas, glabras, verde-escuras ou verde-olivas, arredondadas até agudas na base e no ápice, de aprox. 4-6 cm por 8-12 cm, um pouco brilhantes na face superior e foscas na face inferior, com a maior largura geralmente na metade apical. Nervura principal saliente na face inferior. Pecíolo de cor marrom-escura, de aprox. 7 mm de comprimento. Inflorescências terminais, com várias flores com estames brancas e compridas. Fruto legume deiscente cilíndrico de aprox. 10 mm de diâmetro e de 5-10 cm de comprimento. Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Pode ser encontrado sobre tudo ao longo das estradas de terra e dos riachos da região. Pela dispersão no município, esta espécie é ou nativa ou invasiva na região. Origem: Florida, America central, America do Sul Figueira (Ficus organensis) Características da espécie: Árvore grande com tronco reto e copa frondosa. Casca lisa, de cor cinza-clara. Folhas alternas, simples, ovais, coriáceas, glabras, foscas, de aprox. 30-40 mm por 45-75 mm, arredondadas na base e obtusas no ápice, com a maior largura na metade apical da folha, verde-escuras na face superior, verde-intensas na face inferior, com os bordos inteiros. Nervura principal verde-pálida, pouco saliente na face inferior, nervuras laterais pouco vistosas. Pecíolo de aprox. 10-15 mm de comprimento, entalhado na face superior. Inflorescências? Fruto sicônio globoso de aprox. 1 cm de diâmetro, de cor de rosa. Utilidades da árvore: paisagismo Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado em calçadas da cidade e de sítios (Tábuas, Cajueiro, Mulungú). Não é planta nativa na região. Origem: Mata Atlântica entre Minas Gerais e Rio Grande do Sul Figueira-Preta (=”Gameleira”) (Ficus mexiae) Características da espécie: Árvore lactescente muito grande, com copa rala e globosa, tronco grosso e curto. Casca grossa, rugosa, de cor cinza um pouco avermelhada. Folhas alternas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, simples, glabras, oblongas ou ovais, de aprox. 8-9 cm por 15-

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22 cm, agudas até auriculadas na base e obtusas ou arredondadas no ápice, com a maior largura na metade apical, verde-escuras um pouco brilhantes na face superior, um pouco mais claras e foscas na face inferior, com os bordos inteiros, com nervuras do 1° e 2° grau quase brancas e bem visíveis na face superior. Pecíolo entalhado de aprox. 5-20 mm de comprimento. Nervuras um pouco salientes na face superior. Inflorescências? Fruto sicônio globoso de aprox. 2 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: madeira (para confecção de miolo de portas e painéis e utensílios domésticos), sombra, paisagismo. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: plantada em quintais e pastagens de sítios (Serra da Cachoeira, Malhadinha, Pangauá, Chã de Farias). Provavelmente não é uma planta nativa na região. Origem: Na Mata Atlântica de encosta, entre o sul da Bahia e Minas Gerais. Flamboyant (Delonix regia) Características da espécie: Árvore grande com copa baixa, tronco grosso e reto. Casca lisa, fina, de cor cinza um pouco brilhante. Folhas bipinadas, paripinadas, ovais, glabras, com a maior largura na metade da folha, com ráquis de aprox. 20-25 cm de comprimento, sustentando aprox. 12-20 pares de pinas opostas de aprox. 4-8 cm de comprimento, com aprox. 15-25 pares de folíolos sésseis, afastados, oblongos, de aprox. 3 mm por 8 mm, alargados na base e obtusos ou arredondados no ápice, de cor verde-intenso-fosca na face superior e verde-pálido-foscos na face inferior. Nervura principal dos folíolos pouco saliente na face inferior. Inflorescências em corimbos (?) terminais com flores muito grandes de cor vermelha. Fruto vagem grande, dura, pendente, de aprox. 6 cm por 30 cm, de cor marrom-escura. Utilidades da árvore: Paisagismo! Sombra Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado em sítios (Água Salgada, Riacho de Pedras, Campo do Buraco, Tábuas, etc.) Origem: África tropical e Madagascar. Flambuiãzinho (Poinciana pulcherrima) Características da espécie: Arbusto espinhento de até 3 m de altura, com tronco curto e copa globosa. Casca lisa, brilhante, marrom-oliva, com muitas verrugas escuras e poucos espinhos grossos. Folhas bipinadas, com 6-10 pares de pinas opostas, ráquis e pecíolo das pinas verde-claro-amarelos, pinas com aprox. 10-12 pares de folíolos ovais, com ápice levemente retuso, verde-escuro-foscos na face superior, verde-claro-foscos na face inferior, com Nervura principal e nervuras laterais mais escuras e bem visíveis. Inflorescências em panículas piramidais, com flores grandes vermelho-amareladas. Fruto vagem achatada, deiscente, de aprox. 2 mm por 15 mm por 7 cm, de cor preta, contendo poucas sementes bege-brilhantes. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado em quintais Origem: Provavelmente Antilhas Outras particularidades: Em Caruaru este arbusto tem o nome de “Flamboyant Mirim”. Flor de Caboclo (Calliandra emarginata ou C. dasycantha ou C. myriophylla ou C. umbellifera ou C. brevipes?) Características da espécie: Arbusto de aprox. 4 m de altura, com tronco curto, ramificado e copa ampla e baixa. Casca lisa, fina, de cor cinza com liquens de cor cinza e branca. Novos ramos novos de cor verde-oliva, brilhantes. Folhas alternas, bipinadas paripinadas, com ráquis tomentosa e entalhada de aprox. 18 mm de comprimento, no final dela um par de pinas de aprox. 7-9 cm de comprimento. Cada pina tem 10-12 pares de folíolos opostos, sésseis, herbáceos, glabros, de cor verde-oliva fosco, de aprox. 5 mm por 18 mm, arredondados na base e agudos ou obtusos no ápice. Inflorescências em capítulos semiglobosos axilares, sustentadas por um caule duro, rijo de aprox. 10-25 mm de comprimento, com flores pequenas de cor verde-claro, mas com estames compridas (aprox. 25 mm de comprimento) de cor branca e rosa. Fruto vagem indeiscente, dura, de aprox. 10 mm por 8-12 cm, de cor bege, contendo aprox. 3-4 sementes. Utilidades do arbusto: paisagismo Freqüência no município: muito raro

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Tipo de vegetação: plantado no quintal dos sítios “Areias” e “Dendê”. O arbusto parece ser exótico em Cumaru. Origem: ? Frei-Jorge (Cordia trichotoma) Características da espécie: Árvore pequena, raramente de até 15 m de altura, com tronco comprido e reto, copa globosa. Casca dividida em placas pequenas por fissuras verticais e horizontais, de cor cinza-escura com muitas manchas de líquens brancos. Folhas alternas, simples, herbáceas, ovais, de aprox. 4,5-5 cm por 11 cm, agudas na base e no ápice, verde-escuras ou verde-intenso-foscas na face superior e verde-pálidas na face inferior, providas de pêlos brancos ou amarelos estrelados em ambas as faces, amarelas e glabras ao velhecer (no mês de maio), com a maior largura na metade da folha. Nervuras pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Pecíolo hirsuto de até 2 cm de comprimento. Inflorescências terminais em panículas, com várias flores de cor branca, ficando marrom ao velhecer. Fruto drupa. Utilidades da árvore: Madeira (medianamente dura, leve e durável, fácil de trabalhar, podendo ser envergada, para marcenaria, móveis, caixilhos, lambris, persianas, réguas, embarcações leves, alizares, tabuados, envergadura e hélices de aeronaves, tonéis), paisagismo. Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: É uma planta nativa da Mata Atlântica, mas aparece ocasionalmente também na área da Caatinga regional. Origem: Ceará até Rio de Janeiro Outras particularidades: Segundo os moradores, a madeira do Frei-Jorge é ideal para fazer cabos de enxada, pela sensação de frio ao tocar na madeira descascada. Reprodução possível pelos rebentos das raízes. Suponho que é difícil encontrar exemplares grandes desta espécie porque é cortada antes de chegar nestas alturas. Goiabeira (Psidium guajava) Características da espécie: Arbusto grande ou árvore pequena com copa globosa, com tronco ramificado. Casca fina, lisa, de cor marrom, descamante em placas irregulares e delgadas e mostrando a casca nova de cor bege. Galhos pendentes. Folhas alternas, simples, cartáceas, ovais, de cor verde-intenso-fosca na face superior, mais claras na face inferior, arredondadas ou levemente cuneadas na base e obtusas no ápice, com os bordos inteiros. Nervuras impressas na face superior e salientes na face inferior. Pecíolo de aprox. 5 mm de comprimento. Inflorescências em corimbos axilares, com algumas flores pequenas brancas. Fruto baga globosa amarela de aprox. 6 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: fruto comestível e medicinal, madeira, folha e casca medicinal, broto medicinal. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: plantada em quintais e sítios, também encontrada em pastagens. Provavelmente não é planta nativa da região. Origem: México – Peru Outras particularidades: O nome da árvore vem da língua tupi: coyhab = o que tem sementes aglomeradas. Goiabinha (Randia nitida) Características da espécie: Arbusto ou pequena árvore espinhenta. Casca do tronco e dos galhos lisos, de cor marrom-avermelhada, com verrugas. Folhas concentradas no ápice dos ramos, membranáceas, ovais, pilosas em ambas as faces, de aprox. 3-4 cm por 6-10 cm, agudas na base, obtusas ou arredondadas no ápice, com a maior largura na metade apical da folha. Face superior verde-pálido, com nervuras verdes e levemente impressas, face inferior um pouco mais clara, com nervuras amarelas e levemente salientes. Folhas sustentadas por pecíolo de aprox. 3-5 mm de comprimento. Folhas acompanhadas por dois espinhos, situadas na base do pecíolo. Fruto baga globosa amarela de aprox. 1 cm de diâmetro. Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: É uma planta nativa, talvez pioneira, da Mata Atlântica regional. Origem: America tropical

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Graviola (Annona muricata) Características da espécie: Árvore de porte médio com copa globosa e tronco reto. Folhas alternas, simples, ovais ou oblongas, glabras, de aprox. 4-5 cm por 10-12 cm, agudas, obtusas ou arredondadas na base e obtusas no ápice, com a maior largura no terço apical, com os bordos inteiros, verde-escuras em ambas as faces, brilhantes na face superior e menos brilhantes na face inferior, com pecíolo de aprox. 5 mm de comprimento. Nervura principal pouco impressa na face superior e muito saliente na face inferior. Inflorescências axilares com flores solitárias de cor verde-clara. Fruto sincarpo ovóide de aprox. 15-20 cm de comprimento. Utilidades da árvore: fruto comestível e medicinal (antiescorbútico, peitoral e febrífugo), folha medicinal. Freqüência no município: Raramente plantado em quintais Tipo de vegetação: plantado em quintais da cidade e dos sítios. Não é planta nativa da região. Origem: América central, Antilhas, introduzida no Brasil talvez junto com a Pinha. Guabiraba (Myrcianthes pungens?) Características da espécie: Arbusto grande ou árvore pequena, com tronco tortuoso e ramificado e copa rala e alongada. Casca fina, quase lisa, de cor marrom-avermelhada, um pouco descamante em placas grandes, irregulares e delgadas e mostrando a casca nova quase branca. Folhas opostas, simples, ovais, herbáceas ou um pouco coriáceas, glabras, brilhantes, de aprox. 30 mm por 55 mm, com a maior largura na metade da folha, de cor verde-intensa ou verde-escura na face superior, mais claras na face inferior, obtusas ou arredondadas na base e agudas no ápice, mas com a ponta arredondada, com bordos inteiros. Pecíolo de 6-7 mm de comprimento, entalhado na face superior, de cor verde-intenso-brilhante. Nervura principal um pouco impressa na face superior e saliente na face inferior. Utilidades da árvore: madeira, fruto comestível, flor (mel), paisagismo Freqüência no município: ocasional na Mata Atlântica Tipo de vegetação: É provavelmente uma planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem: São Paulo até Rio Grande do Sul (?) Outras particularidades: Segundo a literatura, o nome verdadeiro da planta é Guabiroba-açú. Guabiroba-branca (Campomanesia neriiflora) Características da espécie: Arbusto de aprox. 3-4 m de altura, com copa globosa, com tronco ramificado. Casca densamente fissurada longitudinalmente, descamante em fibras compridas, de cor cinza com manchas brancas de liquens. Galhos opostos. Novos ramos novos verdes, entalhados nos dois lados, um pouco achatados, depois de cor marrom-clara. Folhas opostas, simples, orbiculares, herbáceas ou um pouco cartáceas, glabras, verde-intensas, muito brilhantes na face superior e foscas na face inferior, de aprox. 55-65 mm por 90-110 mm, arredondadas na base e obtusas (quase arredondadas) no ápice, com a maior largura na metade da folha, com pecíolo de aprox. 1 cm de comprimento. Nervura principal e nervuras laterais muito impressas na face superior e muito salientes na face inferior, o limbo da folha por isso aparecendo ondulado. Bordos inteiros e recurvados para baixo. Inflorescências nas axilas das folhas, com duas flores pedunculadas (15 mm) grandes (22 mm de diâmetro) com pétalas brancas, sob caule comum de aprox. 5 cm de comprimento. Fruto ? Utilidades: madeira (carpintaria, cabo de ferramentas e implementos agrícolas), lenha (carvão), frutos comestíveis, paisagismo. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Em vários exemplares numa pastagem no sítio das “Mangueiras”, raramente também no sítio vizinho “Riacho de Pedra”. É uma planta nativa da Mata Atlântica. Origem: São Paulo até Paraná, na Mata Atlântica (?). Guaçatunga (Casearia sylvestris) Características da espécie: Árvore pequena com copa globosa, com tronco ramificado. Casca fina, quase lisa, de cor bege, com manchas de líquens brancos, com verrugas horizontais elevadas. Ramos novos branco-tomentosos, de cor verde-claro-fosca. Folhas alternas, com uma distância muito regular entre uma folha e a folha vizinha e posicionadas no mesmo plano, simples, oblongas, glabras, herbáceas ou um pouco cartáceas, de aprox. 22-30 mm por 50-60 mm, com a maior largura na metade da folha, verde-escuras ou verde-intensas um pouco brilhantes na face superior e quase da mesma cor, um pouco menos brilhantes na face inferior, com os bordos fino-serrilhados, obtusas ou arredondadas na base e

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agudas no ápice, com pecíolo de aprox. 8 mm de comprimento. A nervura principal um pouco impressa na face superior e muito saliente na face inferior. Inflorescências em glomérulos nas axilas das folhas, com muitas flores minúsculas, curto-pedunculadas, de cor branca. Fruto cápsula ovóide deiscente. Utilidades da árvore: madeira, folha e casca medicinais (Entre os povos indígenas onde a Guaçatunga é nativa, os usos mais comuns são para tratar diarréia, resfriados, cicatrização de feridas, como remédio para mordidas de cobras, aranhas e picadas de insetos. Pesquisas científicas indicam que a “Guaçatonga” pode ser eficaz para distúrbios do estômago como úlceras, problemas de digestão e dores de estômago; como remédio para herpes labial, agente desintoxicante e purificador do sangue. Outras pesquisas vêm estudando as propriedades antiofídicas da Guaçatunga). Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Encontrada como planta pioneira da Mata Atlântica regional em pastagens. Origem: Brasil Outras particularidades: Esta espécie parece muito com Desc 25. Guamirim (Eugenia florida) Características da espécie: Árvore grande, com copa frondosa e globosa, tronco grosso de aprox. 2 m de comprimento. Novos ramos um pouco canelados. Folhas alternas, simples, cartáceas, ovais, de aprox. 30-35 mm por 50-60 mm, agudas ou obtusas na base e no ápice (mas com a ponta arredondada), com a maior largura na metade da folha, verde-escuras pouco brilhantes na face superior, verde-intensas foscas na face inferior, com os bordos inteiros, com pecíolo de 5-8 mm de comprimento, de cor verde-clara, entalhado na face superior. Nervura principal verde-clara, melhor visível na face inferior, nervuras laterais pouco vistosas. Inflorescências axilares com flores solitárias de cor branca. Fruto baga globosa de aprox. 10 mm de comprimento, de cor preto-brilhante. Utilidades da árvore: sombra, lenha, paisagismo Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: plantado na calçada do sítio Riacho de Pedra. Provavelmente não é planta nativa na região. Origem: Brasil Imburana Vermelha (Commiphora leptophloeos) Características da espécie: Arbusto grande ou árvore pequena, com copa baixa, raramente árvore grande de até 20 m de altura com copa grande e globosa, tronco curto tortuoso. Casca fina, de cor marrom-avermelhada, descamante em folhas finas e mostrando a casca nova de cor verde. Ramos novos e folhas hirsutos ou tomentosos. Folhas imparipinadas, com ráquis roxa de aprox. 7-9 cm de comprimento, sustentando 5-9 folíolos, os folíolos laterais sésseis, o folíolo terminal com pecíolo de aprox. 5 mm de comprimento, oblongos ou ovais, de aprox.15-20 mm por 30-45 mm, com a maior largura na metade do folíolo, arredondados na base e agudos no ápice, verde-escuros e um pouco brilhantes na face superior, um pouco mais claros na face inferior, com os bordos inteiros ou levemente serrilhados. Inflorescências axilares com muitas flores pequenas, curto-pedunculadas, de cor verde-clara amareladas. Fruto cápsula drupácea bivalva. Utilidades da árvore: fruto comestível (quando maduro), madeira, flor (mel), sombra, paisagismo, sementes e casca medicinais (aromáticas, anticoagulantes, antiinflamatórias, broncodilatadoras, cardiotônicas, diaforéticas, estimulantes, estomáquicas, febrífugas, narcóticas, peitorais, balsâmicas das vias respiratórias, contra afecções pulmonares, asma, astenia, bronquite, cólicas intestinais e uterinas, febre, gripe, hemorragias, inflamação, resfriado, tosse). Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Frequentemente plantada ao longo das estradas como cerca viva e espontâneamente na Caatinga, mas aparece também regularmente na Mata Atlântica regional. É uma planta nativa da Caatinga regional. Origem: Nordeste Brasileiro Outras particularidades: Imburana significa Imbú (= Umbu) falso. Incó manso (Capparis jacobinae) Características da espécie: Arvore de porte médio, com copa alongada, tronco curto e tortuoso. Casca grossa, de cor marrom-escura, mas coberta de líquens brancos, com muitas fissuras profundas verticais,

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no fundo das fissuras de cor marrom-clara. Folhas rígidas, cartáceas, lineares, de 12-25 mm de largura e 10-20 cm de comprimento, verde-escuras, pouco brilhantes na face superior, verde-claro-tomentosas na face inferior, arredondadas na base, obtusas e com ponta espinhenta no ápice, com os bordos muito recurvados para baixo, com pecíolo de aprox. 3 mm de comprimento. Nervuras fortemente impressas na face superior e salientes na face inferior. Ramos novos marrom-claro-pubescentes. Inflorescências em corimbos terminais, com flores brancas com estames compridos. Fruto cápsula cilíndrica-oval, de aprox. 3 cm de diâmetro por 6-8 cm de comprimento, carnosa, de cor verde-claro-fosca. Utilidades: Fruto comestível. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: em cercas vivas, na Caatinga regional e na Mata Atlântica. Parece ser nativa na região, provavelmente uma planta da Caatinga regional e talvez planta pioneira na Mata Atlântica. Origem: ? Outras particularidades: Outro nome popular local: “Boa Noite”. Segundo César (1956) esta planta tem o nome de “Icó Banana”. Ele escreve que as folhas são venenosas para cavalos e burros. Ipê de Jardim (Tecoma stans) Características da espécie: Arbusto de aprox. 3-4 m de altura, com tronco ramificado e copa densa. Casca grossa, muito fissurada longitudinalmente e descamante em fibras compridas, de cor bege-escura. Folhas alternas, imparipinadas, com ráquis entalhada de aprox. 12 cm de comprimento, com 5-7 folíolos opostos, oblongos, sésseis, herbáceos, glabros, de cor verde-intenso-fosca na face superior e um pouco mais claros na face inferior, acuminados na base e no ápice, de aprox. 25-30 mm por 9-10 cm, com a maior largura na metade do folíolo, com os bordos serrilhados nos dois terços apicais dos folíolos. Nervuras do 1° e 2° grau pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências axilares com várias flores grandes de cor amarela intenso. Fruto cápsula achatada deiscente de aprox. 6 mm por 15-20 cm, de cor marrom-escuro-fosca, contendo muitas sementes aladas. Frequências no município: raro Tipo de vegetação: Plantado em quintais Origem: EUA, México, América do Sul Jabuticabeira (Myricaria cauliflora = Myricaria trunciflora) Características da espécie: Árvore pequena de até 4 m de altura, com copa globosa, tronco ramificado e tortuoso. Casca lisa, de cor marrom-claro-avermelhada, descamante em placas pequenas delgadas. Folhas opostas, oblongas, glabras, obtusas ou arredondadas na base e agudas no ápice, verde-escuro-foscas na face superior, um pouco mais claras na face inferior, com os bordos inteiros, de aprox. 20-30 mm por 40-70 mm, com a maior largura na metade da folha. Nervura principal um pouco impressa na face superior e um pouco saliente na face inferior. Inflorescências nascendo no tronco e nos galhos grossos, com muitas flores curto-pedunculadas, pequenas, brancas. Fruto baga globosa de cor preto-brilhante, com aprox. 15 mm de diâmetro. Utilidades da árvore: fruta comestível, paisagismo, flor (mel) Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Plantado em vários sítios, sobre tudo na área das serras da Mata Atlântica: “Mangueiras”, “Riacho de Pedra”, “Chã de Farias”, “Serra de Água Doce”, “Pilões”, etc. Segundo a literatura a jabuticabeira não é nativa na região. Origem: Mata Atlântica entre MG e RS (?) Outras particularidades: “A jabuticabeira é uma planta elegante de folhas pequenas e atinge seu “auge” como planta ornamental durante a floração e frutificação. É uma planta própria para o quintal ou pomar. Seu cultivo em grandes pomares é mais difícil de ser conduzido. A jabuticabeira é uma árvore de crescimento lento, ela demora aproximadamente dez anos para sua primeira frutificação. Mas quando começa não pára mais, e sua produtividade cresce a cada ano. Quando adulta ela pode alcançar cerca de 20 metros de altura e apresenta copa em formato piramidal. Sua floração abundante se torna um grande atrativo para as abelhas. Como toda boa frutífera nativa a jabuticabeira também é ótima como alimento para a fauna e deve ser plantada nos projetos de restauração florestal.”

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Jacarandá-de-Espinho (Machaerium aculeatum) Características da espécie: Árvore grande espinhenta com copa rala e alongada, tronco grosso, reto e comprido. Casca da árvore nova lisa, de cor cinza ou roxa, com verrugas compridas elevadas horizontais, casca da árvore velha lisa, mas parcialmente fissurada longitudinal- e horizontalmente, de cor cinza-clara. Galhos de cor cinza-clara, um pouco brilhante. Galhos e ramos com espinhos finos de aprox. 5 mm de comprimento, de cor cinza, direcionados para frente. Dois espinhos saindo da base das folhas. Folhas alternas, pinadas, com ráquis de aprox. 10 cm de comprimento, sustentando aprox. 30-40 folíolos alternos que mudam a orientação dependendo da quantidade de luz e água. Folíolos quase sésseis, oblongos, arredondados na base e retusos no ápice, de aprox. 4 mm por 12 mm, com a maior largura na metade do folíolo, verde-escuro-azulado-foscos na face superior, mais claros na face inferior. Inflorescências terminais com flores rouxas. Fruto sâmara alada de cor marrom de aprox. 3 cm de comprimento. Utilidades da árvore: madeira, paisagismo Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Provavelmente planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem: Pernambuco até São Paulo Outras particularidades: Outros nomes populares locais são “Espinho de Judeu” e “Unha de Gato”. Jacarandá-do-Litoral (=”Canudo de Cachimbo”) (Platymiscium floribundum?) Descricão das características da espécie: Árvore grande com copa globosa e tronco curto. Casca muito e profundamente fissurada longitudinalmente, de cor cinza um pouco avermelhada. Ramos novos ocos. Folhas imparipinadas, glabras, com ráquis de aprox. 6-12 cm de comprimento, com 5(-7) folíolos ovais. Folíolos de 3-4(-6) cm por 6-10 cm, arredondados ou obtusos na base e acuminados ou agudos no ápice, com pecíolo de 4-6(-8) mm de comprimento, verde-escuro-brilhantes na face superior, um pouco mais claros e menos brilhantes na face inferior. Nervura principal um pouco saliente na face inferior. Maior largura dos folíolos basais na metade basal, do folíolo terminal na metade do folíolo. Inflorescências em corimbos terminais, com muitas flores amarelas. Fruto? Utilidades da árvore: madeira, sombra, paisagismo, flor (mel) Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Pela dispersão no município deve ser uma árvore nativa da Mata Atlântica regional. Origem: ? Outras particularidades: Outros nomes locais são “Pau d´Arco de Chorão” e “Chorão”. Segundo a literatura a árvore tem os nomes “Sacambu” e “Rabugem”. Segundo uma pesquisa publicada na internet os extratos da árvore exerce atividade alelopática sobre o sistema radicular da mesma espécie (e de outras espécies), o que significa que a árvore exsuda um produto químico que impede o crescimento de outras plantas debaixo da árvore. Segundo Ducke (1953) esta espécie aparece na Zona da Mata e no Sertão do PE. Jaqueira Mole (Artocarpus heterophyllus) Características da espécie: Árvore grande lactescente com copa frondosa e globosa, tronco grosso. Casca grossa, de cor marrom-clara, descamante. Folhas alternas, simples, glabras, ovais, de aprox. 7 cm por 12 cm, obtusas na base e arredondadas no ápice, verde-escuro-brilhantes na face superior, muito mais claras e menos brilhantes na face inferior. Pecíolo de aprox. 1-2 cm de comprimento. Nervura principal e nervuras laterais de cor amarela, pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Fruto sincarpo amarelo ovóide de aprox. 30 cm de comprimento. Utilidades da árvore: polpa comestível, sementes comestíveis, madeira (para trabalhos de marcenaria e carpintaria). Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Raramente plantada em quintais e sítios Origem: Índia “Jacaratiá” (Jacaratia spinosa?) Características da espécie: Árvore pequena com copa rala globosa, com tronco curto. Casca grossa, fissurada longitudinal- e horizontalmente, descamante em placas pequenas, de cor cinza-clara, um pouco avermelhada no fundo das fissuras. Folhas alternas, longo-pecioladas, glabras, herbáceas, verde-escuro-

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foscas na face superior e verde-pálido-foscas na face inferior, quase redondas, auriculadas, de aprox. 35 cm por 25 cm, divididas em geralmente 7 dentes lanceoladas, agudas no ápice, de aprox. 6 cm por 23 cm, com a maior largura no terço apical, com os bordos inteiros. Nervuras do 1° e 2° grau de cor verde-clara, salientes na face inferior. Pecíolo de aprox. 5 mm de diâmetro e 30-38 cm de comprimento, avermelhado na face superior. Inflorescências? Fruto? Utilidades da árvore: paisagismo Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Plantado em um exemplar no sítio “Riacho de Pedra”. Origem: Bahia até Rio Grande do Sul (?) Outras particularidades: Este nome deve ser errado. Jaramataia (=”Maria Preta”) (Vitex Gardneriana?) Características da espécie: Árvore média com copa globosa, tronco tortuoso e ramificado. Casca meio-grossa, muito fissurada longitudinalmente, um pouco descamante em fibras compridas, de cor marrom-bege com manchas de líquens brancos. Folhas opostas (mas uma das duas folhas com 51pétala51ia não se desenvolvendo), longo-pecioladas, foscas, glabras, divididas em 3 (-5) folíolos sésseis, herbáceos ou um pouco cartáceos, orbiculares até oblongos, agudos ou obtusos no ápice, de aprox. 30-70 mm por aprox. 50-140 mm, verde-escuros na face superior e verde-claros na face inferior, com bordos inteiros ou pouco serrilhados. Os folíolos laterais têm a base obtusa ou até arredondada, o folíolo médio a base acuminada. A maior largura dos folíolos na metade (laterais) ou na metade apical (folíolo central). Pecíolo comprido e esparsamente marrom-pubescente de aprox. 4-6 cm de comprimento. Nervuras pouco impressas na face superior, salientes e ás vezes marrom-pubescentes na face inferior. Inflorescências axilares com três flores sustentadas por um caule comum de aprox. 2-5 cm de comprimento. Encima deste caule há duas flores laterais pedunculadas (aprox. 8 mm), ou mais uma inflorescência trifloral, a flor central é quase séssil. A flor central floresce antes das flores laterais. Flores pequenas com 4 pétalas, cujas três de cor quase branca e uma de cor roxa. Estames de cor roxa. As flores têm um perfume forte e agradável. Fruto drupa globosa de aprox. 1 cm de diâmetro, de cor verde-claro brilhante com pontos brancos (ou de cor preta brilhante?), contendo uma semente. Utilidades da árvore: madeira, flor (mel), folha medicinal (calmante e anti-reumática). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Em pastagens e na Mata Atlântica com solos pedrosos da “Serra da Cachoeira”, do Sítio “Dendê” e “Campo do Buraco”. A árvore parece ser nativa na Mata Atlântica regional Origem: Mata Atlântica, do MG até RS, no Pantanal, na Amazônia (?) Outras particularidades: Em Cumaru esta árvore é conhecida por “Maria Preta”. Segundo a literatura ela tem ainda o nome de “Tamanca” e “Tamanqueira”. O nome Jaramataia vem do Tupi-Guarani e significa “Árvore de onde nasce a água, com fruto de polpa aderida a semente”. Talvez sejam duas espécies diferentes: uma com folíolos recurvados para baixo e frutos pretos, outra espécie com folíolos retos e frutos de cor verde. Jasmim-Manga (Plumeria rubra = P. aurantia) Características da espécie: Árvore pequena com copa rala e baixa, tronco curto, ramificado e tortuoso. Casca ? Folhas concentradas na extremidade dos ramos, simples, glabras, coriáceas?, foscas, oblongas, de aprox. ? por ?, agudas na base e no ápice, de cor verde azulado na face superior, um pouco mais claras na face inferior. Nervura principal de cor amarela na face superior, avermelhada na face inferior. Pecíolo grosso e avermelhado de aprox. 2-3 cm de comprimento. Inflorescências terminais, com flores grandes de várias cores. Fruto folículo geminado angulado. Utilidades da árvore: madeira, paisagismo, Látex do tronco e folhas medicinais. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado em quintais da cidade e dos sítios Origem: América tropical Outras particularidades: Os Cumaruenses conhecem esta árvore ornamental pelo nome de “Jasmim”. O látex do Jasmim-Manga contém o alcalóide agoniadina, plumerina e o ácido plumeritânico, todos eles produtos tóxicos.

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Jatobá (Hymenaea courbaril stilbocarpa) Características da espécie: Árvore grande de até 15 m de altura, com copa globosa ou levemente alongada. Casca lisa, de cor cinza um pouco avermelhada, com manchas de líquens brancos, parcialmente com anéis horizontais de largas fissuras verticais escuras. Folhas divididas em dois folíolos separados, sustentados por pecíolo comum de aprox. 1.5 cm de comprimento. Folíolos de aprox. 3-4 cm por 6-7 cm, curto-peciolulados (aprox. 2-3 mm), verde-escuro-brilhantes e com nervuras levemente salientes na face superior, um pouco mais claras e foscas na face inferior, com a superfície e especialmente as nervuras salientes e com pubescência marrom. A face inferior das folhas novas de cor de vinho, nervuras de cor verde-clara. Fruto legume indeiscente, de cor marrom-escura de até 4 cm por 6 cm por 14 cm, com casca dura, polpa farinosa de cor verde amarelada e 2-6 sementes globosas e duras. Variação da Serra da Cachoeira: Arvore alta com copa globosa ou oval, com tronco de aprox. 3 m de comprimento. Casca lisa, cinza clara, avermelhada. Galhos recurvados para o lado das folhas alternas, por isso formando uma linha de ziguezague. Ramos, pecíolos das folhas e dos folíolos marrom-pubescentes. Folhas glabras, completamente divididas em dois folíolos separados, sustentados por um pecíolo de aprox. 1.5-2 cm de comprimento. Folíolos de aprox. 3-4 cm por aprox. 8-10(-14) cm, arredondados ou um pouco auriculados na base e obtusos no ápice, com os bordos inteiros, sustentados por um pecíolo de aprox. 2-3 mm de comprimento, verde-escuro-brilhantes na face superior, um pouco mais claros e foscos na face inferior. Nervuras de cor verde-clara, levemente impressas na face superior e bastante salientes na face inferior. Limbo perfurado por muitos poros translúcidos. Fruto legume indeiscente de aprox. 25 mm por aprox. 40 mm por aprox. 80 mm, de cor marrom-escuro-fosca, contendo 2-5 sementes. Utilidades da árvore: madeira valiosa (muito pesada e dura. Difícil de trabalhar, imputrescível fora do contato com o solo úmido, para construções pesadas, obras hidráulicas, carroçaria, engenhos, postes, esteios, vigas, tonéis, etc.). Polpa farinosa da fruta comestível, sombra, paisagismo, resina medicinal (contra as hepatites, fraqueza geral, tosses, bronquites, asma, fraqueza pulmonar, laringites), casca medicinal (contra hemoptises, hematúria, diarréia, disenteria, cólicas ventosas). Com a casca grossa, os índios fazem leves canoas, destacando-a por interno. O tronco exsuda uma resina conhecida como ”jutaicica”, que serve para fabricar vernizes e já foi objeto de exportação no Brasil. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Encontrado numa floresta e numa pastagem no sítio de Chã de Farias. A árvore é provavelmente nativa na Mata Atlântica regional. Variante Serra da Cachoeira: Encontrada em poucos exemplares na Serra da Cachoeira. A árvore é provavelmente nativa na Mata Atlântica regional. Origem: Antilhas, América Central, Norte da América do Sul. No Brasil: Do Amazonas até a Bahia Jenipapeiro (Genipa americana) Características da espécie: Árvore grande com copa rala e globosa, tronco reto e comprido. Casca lisa, de cor cinza-clara, quase branca. Galhos verticilados. Folhas alternas, concentradas na extremidade dos ramos, simples, glabras, ovais, de aprox. 8 cm por 20 cm, acuminadas na base e obtusas no ápice, com a maior largura na metade apical da folha, com os bordos inteiros e recurvados para baixo, de cor verde-clara ou intensa, brilhantes na face superior, um pouco mais claras na face inferior. Nervura principal e nervuras laterais muito salientes na face inferior. Pecíolo de aprox. 1 cm de comprimento. Fruto baga subglobosa de aprox. 5 cm de diâmetro, de cor marrom-claro-cinzenta. Utilidades da árvore: madeira (relativamente pesada, macia, forte, bastante flexível e fácil de trabalhar. Durabilidade satisfatória, recebe bem o verniz, para coronhas de armas de fogo, marcenaria, estatuetas, formas de sapato, tanoaria, marchetaria, palitos, gamelas, pilões, raquetas, cabos de ferramenta, colheres de pau, para xilografia, arcos de zabumba, raquetas de tênis, lenha, etc.), casca (rica em tanino, servindo para curtume), casca do fruto verde (para pintar tecidos), fruto maduro comestível (para preparo de doce, licores, vinhos, jenipapada e aguardente), raiz medicinal (purgativa), casca do tronco medicinal (contra feridas e úlceras, faringites granulosas, rebeldes e diarréias), folha medicinal, polpa dos frutos medicinal (diurética, tónica estomáquica, desobstruente, contra hidropisias, asma), sementes medicinais (vomitórias) folhas forrageiras. Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Plantado em um exemplar na zona rural do município (Bairro do Jenipapeiro!). Provavelmente não é planta nativa da região. Origem: América tropical, inclusive Antilhas. No Brasil, da Amazônia até São Paulo.

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Jiquiri (Piptadenia viridiflora) Características da espécie: Arvore muito espinhenta de até 8 m de altura com copa baixa e rala, tronco reto, galhos pendentes. Casca do tronco e dos galhos grossos fina, lisa, de cor verde-oliva, com muitas verrugas horizontais quase brancas, e com poucos espinhos de cor verde-oliva na base e roxos na ponta, interligados entre si com uma linha de casca pouco elevada. Novos ramos de cor verde-oliva, um pouco canelados, com pequenas verrugas brancas e muitos espinhos em pares, de aprox. 5 mm de comprimento, com a base achatada, de cor verde-oliva e a ponta recurvada para trás, de cor roxa. Folhas alternas, bipinadas, com ráquis espinhenta e canelada de aprox. 8-14 cm de comprimento, com 4-10 pares de pinas opostas, afastadas, de aprox. 6-9 cm de comprimento. 25-30 pares de folíolos opostos, afastados, ovais, quase lineares, arredondados na base e obtusos no ápice, de aprox. 2 mm por 10 mm, de cor verde-oliva-fosca na face superior, um pouco mais claros na face inferior, com uma nervura principal situada perto do bordo frontal, que percorre o folíolo inteiro, e várias nervuras laterais, verde-escuras, bem visíveis na face inferior e invisíveis na face superior. Os folíolos mudam a direção e posição dependendo da iluminação e da quantidade de água, parecem ou afastados ou aproximados. Ráquis simples-entalhada e avermelhada na face superior, verde-claro na face inferior. Inflorescências em panículas terminais e axilares, com capítulos de aprox. 1 cm de diâmetro de flores brancas, com perfume muito forte e agradável. Fruto legume achatado de aprox. 2-3 cm por aprox. 9-15 cm, de cor verde-roxo-marrom-escura, ás vezes pouco contraído entre as sementes, agudo na base e arredondado no final. Sementes ovais achatadas, de aprox. 1 mm por aprox. 6 mm por aprox. 8 mm, de cor marrom-escuro-brilhante. Utilidade: Madeira (para obras internas em construção civil, para marcenaria leve, caixotaria, cabo de ferramentas e para lenha e carvão), flor (mel). Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Encontrado em vários exemplares beira um riacho seco, em solo arenoso e pedroso, no sítio de “Jucá Baixo” e no sítio de “Muruabeba”. Parece ser uma espécie nativa na Caatinga regional. Origem: Nordeste, na Caatinga, e no Pantanal Matogrossense Outras particularidades: Esta espécie pode ser confundida com Acácia, Rascabéz, Angico Preto e A. Branco. “Jitó” (Guarea macrophylla var. tuberculata?) Características da espécie: Árvore média com tronco reto e comprido e copa globosa. Casca grossa, fissurada horizontal- e longitudinalmente, de cor marrom-avermelhada, descamante em placas pequenas. Ramos novos fáceis para quebrar, marrom-escuros, com muitas verrugas redondas de cor bege-claro. Folhas alternas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, imparipinadas, com ráquis esparsamente hirsuta de aprox. 15-30 cm de comprimento, de cor verde-clara, com linhas laterais um pouco elevadas, sustentando 6-13 folíolos opostos (ou raramente alternos), os laterais com pecíolo fino e entalhado de aprox. 2-5 mm de comprimento, o folíolo terminal com pecíolo de aprox. 15-25 mm de comprimento, afastados, ovais, esparsamente hirsutos na face superior, glabros na face inferior, herbáceos ou um pouco cartáceos, arredondados ou obtusos na base e acuminados no ápice, com a maior largura na metade do folíolo, com os bordos inteiros e branco-hirsutos, os folíolos basais de 2-4 cm por 5-8 cm e pecíolo de aprox. 2-3 mm, os folíolos terminais de 5-8 cm por 13-18 cm e pecíolo de aprox. 15-20 mm, de cor verde muito escura (no sol) ou verde-intensa (na sombra) e um pouco brilhantes na face superior, verde-intensos muito brilhantes na face inferior. Nervuras de cor verde-clara, as do 1° e 2° grau impressas na face superior, nervuras do 1° até 3° grau salientes na face inferior. Nas árvores em pastagens o limbo dos folíolos é ondulado. Inflorescências em panículas nas axilas das folhas, de aprox. 12-18 cm de comprimento, com flores com pedicelo de aprox. 10-15 mm de comprimento, de cor branca. Fruto cápsula globosa deiscente, de cor marrom-veluda, de aprox. 8-10 mm de diâmetro. Utilidades da árvore: madeira! (para construção civil e naval, carpintaria, obras internas, carroçarias e caixotaria), casca do tronco medicinal, casca da raiz medicinal, frutos e sementes medicinais, folha medicinal, sombra, paisagismo. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: A árvore parece ser nativa na Mata Atlântica regional Origem: Nordeste e Sudeste Brasileiro

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Outras particularidades: As folhas da árvore são venenosas para o gado. Existe uma árvore com características muito parecidas, também no sítio das Mangueiras (fotos 5-9). Veja as diferencias: Casca grossa, coberta de verrugas elevadas, de cor cinza-escura, folíolos alternos, um pouco cartáceos, com pecíolo engrossado e não entalhado, de cor verde-intensa em ambas as faces, muito brilhantes na face superior e um pouco menos brilhantes na face inferior. Nervuras do 3° grau salientes na face superior. Será que é a mesma espécie? Juazeiro (Zizyphus joazeiro) Características da espécie: Árvore grande, espinhenta, com copa frondosa e globosa, tronco curto. Casca lisa, de cor cinza. Espinhos compridos, retos e duros nos galhos. Folhas alternas, simples, glabras, foscas, cartáceas, orbiculares, de aprox. 6 cm por 8 cm, arredondadas na base e obtusas no ápice, com a maior largura na metade da folha, de cor verde-intensa em ambas as faces, com os bordos serrilhados. Geralmente 3 nervuras saindo da base da folha, impressas na face superior e salientes na face inferior. Inflorescências em capítulos curto-pedunculados, semiglobosos nas axilas das folhas, com muitas flores pequenas brancas. Fruto drupa globosa de cor marrom-clara. Utilidades da árvore: fruto comestível (também para fazer um vinho tipo moscatel), fruto forrageiro (para cabras e ovelhas), madeira (para construções rurais e cabos de ferramentas), sombra, lenha, flor (mel), folha medicinal (estomacal), casca medicinal (para baixar a febre, lavagem de feridas, expectorante). A casca é muito utilizada para combater caspa e queda de cabelo e seborréia. A casca do tronco contém saponina, podendo ser utilizada como sabonete para resolver problemas da pele, para limpeza bucal, cremes e loções), cinza (para fazer sabão). Freqüência no município: freqüente na área da Caatinga. Tipo de vegetação: A árvore é nativa da Caatinga regional. Origem: Nordeste Brasileiro, do Piauí até Minas Gerais Jucá (Caesalpinia ferrea var. cearensis) Características da espécie: Árvore pequena ou média, com tronco tortuoso e copa baixa. Casca lisa, amarelo-clara e descamante em placas grandes, mas delgadas, de cor de oliva. Novos ramos de cor marrom-cinzenta, com pequenas verrugas redondas de cor branca. Folhas imparipinadas, bipinadas com ráquis branco-tomentosa de 7-14 cm, com 5-9 pinas opostas de aprox. 3-7 cm de comprimento, com ráquis branco-tomentosa. Pinas com 5-9 pares de folíolos opostos. Folíolos oblongos ou ovais, de 7-14 por 12-28 mm, um folíolo encostando-se ao folíolo vizinho, mas mal se cobrindo, arredondados na base, arredondados ou levemente retusos no ápice, com a maior largura na metade ou na metade apical, de cor verde-azulado-pálida na face superior, um tanto mais claros na face inferior, com os bordos inteiros e um pouco recurvados para baixo. Pecíolo de aprox. 1 mm de comprimento. Nervura principal impressa na face superior e saliente na face inferior. Fruto legume (vagem) indeiscente, um pouco curvado, de aprox. 1 cm por 2.5-3 cm por 6-10 cm, de cor marrom-clara, pouco brilhante. Utilidades da árvore: A madeira é empregada na construção civil, obras externas e marcenaria em geral. Fruto medicinal, entrecasca medicinal, folhas forrageiras para o gado, sombra, paisagismo. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A espécie é provavelmente nativa na Caatinga regional. Origem: Nordeste Brasileiro, do Ceará até a Bahia. Outras particularidades: Pode ser confundido com “Pau-Ferro”, uma espécie com a qual o Jucá provavelmente se mistura. O nome da árvore vem da língua tupi: Corrutela de yucá = matar. “Jurema Branca” (?) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa e tronco grosso de aprox. 3 m de comprimento. Casca bege ou marrom-clara, descamante em placas grandes e irregulares, apresentando a casca nova quase branca. Novos ramos de cor verde-oliva, com pequenas verrugas brancas. Folhas alternas, bipinadas, com ráquis de 4-12 cm de comprimento, com uma verruga oval elevada entre a base e o primeiro par de pinas, com 4-5(-10) pinas opostas, raramente alternas. Pinas de 4-6 cm de comprimento, as mais curtas situadas na base. 8-15 pares de folíolos opostos, herbáceos ou um pouco cartáceos, de aprox. 4-6 mm por 12-14 mm, os menores na base, glabros, foscos, verde-escuros na face superior e verde-intensos na face inferior. Novos ramos, ráquis e pecíolos das pinas com pilosidade branco-tomentosos. Inflorescências em capítulos semiglobosos axilares, sustentados por um caule de

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aprox. 1-2 cm de comprimento, com flores de cor verde-clara, com estames compridos de cor branca. Fruto legume helicoidal deiscente. Folhas raramente acompanhadas por dois espinhos duros de aprox. 5-8 mm de comprimento. A árvore nova apresenta nos galhos espinhos finos, duros, retos, cinzas, sempre em pares. Utilidades da árvore: madeira, sombra, paisagismo Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Na maioria árvores solitárias em pastagens na área da Mata Atlântica, com uma alta densidade no sítio da “Serra da Cachoeira”. Parece ser uma árvore nativa da Mata Atlântica. Origem: ? Outras particularidades: A espécie não corresponde a ¨Mimosa artemisiana¨ encontrada na literatura que tem o nome popular de ¨Jurema branca¨. O termo Jurema, Jerema ou Gerema vem do tupi yú-r-ema = espinheiro. Jurema Preta (Mimosa tenuiflora) Características da espécie: Arbusto grande ou árvore de grande porte, espinhento ou não, com copa baixa, com tronco curto. Casca grossa, muito fissurada longitudinalmente, descamante em placas compridas, de cor cinza-escuro-avermelhada. Folhas bipinadas imparipinadas, com ráquis de aprox. 5 cm de comprimento. Geralmente 7 pinas opostas de aprox. 1.5-5 cm de comprimento, (as pinas basais mais curtas, as pinas apicais mais compridas), sustentando 8-16 pares de folíolos opostos, afastados, lineares, glabros, de aprox. 1 mm por 4-8 mm, verde-escuro-foscos na face superior, mais claros na face inferior. Inflorescências em espigas axilares com muitas flores pequenas de cor branca. Fruto vagem tardiamente deiscente. Existe uma variedade sem espinhos, outra com muitos espinhos no tronco, galhos e ramos, de aprox. 5-12 mm de comprimento, com base larga, de cor quase preta. Utilidades da árvore: lenha, madeira muito resistente (para obras externas), casca medicinal (contra queimaduras, acne, defeitos da pele, antimicrobiana, analgésica, febrífuga, alucinógena, psicodisléptica), flor (mel). Freqüência no município: comum na área da Mata Atlântica Tipo de vegetação: A árvore é provavelmente nativa na Mata Atlântica regional. Origem: Nordeste Brasileiro Outras particularidades: Muito usada para produção de estacas, por isso é difícil achar exemplares de grande porte. “Juremaçu” ( Chloroleucum tortum?) Características da espécie: Pequena árvore muito decorativa e pouco espinhenta de até 4 m de altura, com copa baixa, tronco ramificado e tortuoso, casca lisa, quase branca com placas irregulares descamantes, de cor de oliva. Ramos novos marrom-cinzentos ou avermelhados ou de cor-de-oliva, com verrugas brancas. Nas ramificações horizontais dos galhos saem ás vezes dois pequenos espinhos verticais, duros, pretos, de aprox. 3-10 mm de comprimento, um espinho para cima, outro para baixo. Folhas alternas, bipinadas, com ráquis de 3-10 cm de comprimento, de cor verde-clara e branco-tomentoso. Geralmente 5-7 pares de pinas opostas de aprox. 2-5 cm de comprimento, branco-pubescentes, com pecíolo verde-claro. Aprox. 10-18 pares de folíolos aproximados, sésseis, de cor verde-azulado-pálida e foscos em ambas as faces, levemente curvados para frente, de aprox. 2 mm por 10 mm, arredondados na base e no ápice. Inflorescências em capítulos terminais, sustentados por um caule de aprox. 1-2 cm de comprimento, semiglobosos, com muitas flores pequenas de cor verde, com estames compridos de cor branca. Fruto legume achatado, agudo na base e arredondado no ápice, de aprox. 4 mm por aprox. 12 mm por aprox. 14 cm, parecido á da “Jurema Branca”, formando quase um anel inteiro de aprox. 6 cm de diâmetro, com aprox. 10-12 sementes brilhantes de cor marrom-clara. Existe uma variedade com somente 3 pares de pinas por folha, com aprox. 12 pares de folíolos por pina, os folíolos mais largos (3 mm) e mais compridos (9 mm) e de cor verde-amarelada. Fruto muito enrolado. Utilidades da árvore: paisagismo, lenha Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: É uma planta nativa da Caatinga, mas aparece também, com menor regularidade, na Mata Atlântica regional. Origem: ?

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Outras particularidades: Segundo um morador de Cumaru existem duas espécies de Juremaçu, o Juremaçu Branco (nos vales, com madeira mais clara) e o Juremaçu Preto (nas serras, com madeira mais escura). Jurubeba (Solanum paniculatum) Características da espécie: Arbusto grande com tronco reto e copa globosa. Casca quase lisa, pouco fissurada, de cor cinza, com verrugas redondas elevadas. Novos ramos branco-tomentosos. Folhas alternas, simples, oblongas, glabras, verde-escuras, pouco brilhantes na face superior, verde-pálidas e densamente branco-tomentosas na face inferior, de aprox. 35-45 mm por 9-10 cm, com a maior largura na metade da folha, obtusas na base e agudas no ápice, com os bordos inteiros e pouco recurvados para baixo. Nervuras pouco impressas na face superior, salientes na face inferior. Pecíolo branco-tomentoso de aprox. 2 cm de comprimento. Inflorescências em panículas terminais, com várias flores com pétalas lilázes e estames amarelos. Fruto baga globosa, amarela, de aprox. 12 mm de diâmetro, com pedúnculo coniforme. Utilidades do arbusto: Raízes, folhas e frutos medicinais (desobstruente do fígado e do baço, tónico amargo e diurético). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: ? Origem: Todo o Brasil? Outras particularidades: O nome origina-se do tupi: yú=espinho, peba=chato. Segundo R. Braga (1960) este arbusto é provido de acúleos, o que não é o caso na Jurubeba de Cumaru. Lapacho (=”Rabo de Cavalo”) (Poecilanthe parviflora) Características da espécie: Árvore de até 8 m de comprimento, com copa alongada, com tronco ramificado de aprox. 2 m de comprimento. Casca quase lisa, branca, com fissuras superficiais longitudinais, de cor bege no fundo das fissuras. Ramos novos com listras longitudinais brancas. Folhas alternas, imparipinadas, com ráquis entalhada entre os folíolos, de 7-9 cm de comprimento, com a maior largura na metade apical das folhas, com 7 folíolos opostos, ovais, cartáceos, os dois lados do folíolo recurvados para cima, de aprox. 30-35 mm por 45-70 mm, com a maior largura na metade do folíolo, verde-escuro-brilhantes na face superior e quase da mesma cor, mas foscos na face inferior. Os folíolos basais pequenos, orbiculares, arredondados na base e obtusos no ápice, os folíolos apicais maiores, ovais ou oblongos, agudos na base e no ápice. Inflorescências em corimbos terminais, com várias flores de cor branca. Fruto legume achatado de aprox. 2-3 cm por 5 cm de comprimento. Utilidades da árvore: madeira, lenha, paisagismo Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: A planta parece ser nativa na região. Aparece na Mata Atlântica e na Caatinga, na Caatinga preferindo a vizinhança de riachos e rios. Origem: Sul do Brasil (?) Outras particularidades: Segundo a literatura esta espécie tem ainda o nome “Piaca” e “Rama Branca”. Em Cumaru tem o nome de “Rabo de Cavalo”. No município ela aparece geralmente como arbusto, mas existem também árvores de até 8 m de altura, no sítio das “Goiabas”. Na época do florescimento a árvore está coberta de muitas borboletas. Laranjeira (Citrus aurantium) Características da espécie: Arbusto ou árvore pequena, espinhenta, com copa globosa, com tronco curto. Ramos novos canelados. Folhas alternas, simples, glabras, cartáceas, ovais, da aprox. 4-5 cm por 8-10 cm, obtusas na base e no ápice, com bordos fino-serrilhados, verde-escuro-brilhantes na face superior e verde-intenso-foscas na face inferior, com cheiro característico de laranja ao amassar. Nervura principal saliente na face inferior. Pecíolo duplo-alado de aprox. 25 mm de comprimento, acompanhado por um espinho duro, fino, verde, de aprox. 1 cm de comprimento. Inflorescências axilares. Fruto baga globosa de cor de laranja. Utilidades da árvore: fruto comestível, folha medicinal, flor (mel) Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: plantado em pomares e quintais. Origem: Ásia

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Laranjinha I (=”Limãozinho”) (Xanthoxylum rhoifolium=Fagara rhoifolia) Características da espécie: Pequena árvore espinhenta, com copa baixa, com tronco ramificado. Casca de cor cinza-clara, com manchas de líquens de várias cores (branco predominante). Planta com espinhos no tronco, nos galhos, nas ráquis das folhas e até na face inferior da nervura central dos folíolos. Espinhos do tronco brancos com base grossa, os espinhos dos galhos de cor marrom, brilhantes, recurvados para trás. Folhas paripinadas ou imparipinadas de aprox. 9-25 cm de comprimento, com 6-14 folíolos opostos, de cor verde-intensa, oblongos, arredondados na base e acuminados ou agudos no ápice, com a maior largura na metade da folha, de aprox. 2 – 4,5 cm por aprox. 4-11 cm, com pecíolo curto de aprox. 2-4 mm de comprimento, com os bordos fino-serrilhados. Nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior, nervura principal impressa na face superior. As partes verdes da planta soltam, ao amassar, um perfume forte parecido com o de limão. Inflorescências nas axilas das folhas, com muitas flores pequenas de cor branca. Fruto cápsula globosa deiscente de aprox. 3 mm de diâmetro, de cor marrom fosco, contendo uma semente de cor preta brilhante. Utilidades da árvore: lenha, sombra, paisagismo, madeira (leve, dura, flexível, pouco durável em ambientes externos, principalmente se em contato com o solo e umidade, para construção civil e marcenaria, ótima para palitos), flor (mel), medicinal (amargo-tônico, eupéptico e febrífugo). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A planta foi encontrada em pastagens extensivas, exclusivamente na área da Mata Atlântica. Provavelmente é uma espécie pioneira, nativa na Mata Atlântica regional. Origem: Todo o Brasil Outras particularidades: Em Cumaru esta árvore tem o nome de “Limãozinho”. Segundo a literatura ela tem ainda o nome de “Maminha de Porco”. “Laranjinha II” (?) Características da espécie: Arbusto aromático de aprox. 3 m de altura, com tronco muito ramificado, com copa densa e globosa. Casca cinza-marrom, fibrosa, descamante em fibras compridas. Folhas alternas, imparipinadas, glabras, com ráquis de aprox. 5 cm de comprimento, sustentando 7-9 folíolos, os basais opostos, os demais alternos, ovais, de aprox. 15 mm por 30 mm, agudos na base e obtusos ou arredondados no ápice, com a maior largura na metade apical, de cor verde-intenso-brilhante na face superior, um pouco mais claros e foscos na face inferior, com os bordos recurvados para baixo e esparsamente serrilhados na metade apical. Nervura principal um pouco impressa na face superior e um pouco saliente na face inferior. Pecíolo de aprox. 3-4 mm de comprimento. Inflorescências terminais, com flores brancas. Fruto baga ovóide de aprox. 7 mm de diâmetro por 8 mm de comprimento, de cor vermelha pouco brilhante. As folhas soltam, ao amassar, um perfume parecido ao da folha de laranja. Utilidades da árvore: paisagismo Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Raramente plantado em quintais (Chã de Trinta, Mangueira) Origem: ? ¨Lax¨ (?) Características da espécie: Árvore de porte médio, tronco comprido e copa um pouco rala, globosa. Casca grossa, profundamente fissurada verticalmente, descamante em placas finas e compridas, de cor cinza e coberta de liquens brancos, de cor marrom-avermelhada no fundo das fissuras. Novos ramos com a mesma pubescência da face inferior da folha, ramos mais velhos de cor marrom-clara, com pequenas verrugas vermelhas. Folhas alternas, simples, na sombra de aprox. 4-5 cm por aprox. 5-8 cm, no sol de aprox. 22 mm por 45 mm, arredondadas ou obtusas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade da folha, de cor verde-intenso-brilhante na face superior, com os bordos inteiros e, no sol, recurvados, com a nervura principal verde-clara e levemente impressa, com densa pubescência ferruginosa e nervuras salientes na face inferior, sustentadas por um pecíolo marrom-claro de aprox. 5-10 mm de comprimento. Inflorescências axilares e terminais, em espigas de aprox. 5 cm de comprimento, sustentando aprox. 12 glomérulos de flores minúsculos de cor ?. Fruto? Utilidades da árvore: paisagismo Freqüência no município: muito raro

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Tipo de vegetação: Encontrado em um exemplar na Mata Atlântica, no sítio da “Mangueira”, e outro numa pastagem no sítio de Riacho de Pedra. Provavelmente é uma espécie nativa da Mata Atlântica regional. Origem: ? Outras particularidades: Achei a mesma espécie na Mata Atlântica da Bahia, na Praia do Forte. Leiteiro Vermelho Euphorbia cotinifolia) Características da espécie: Arbusto lactescente de aprox. 2 m de altura, com tronco reto e copa alongada. Casca fina, quase lisa, de cor bege-clara, com fissuras superficiais verticais e verrugas compridas horizontais elevadas, de cor marrom-clara. Folhas opostas ou verticiladas (de três folhas), simples, glabras, foscas, membranáceas, orbiculares, obtusas na base e obtusas ou arredondadas no ápice, de aprox. 5 cm por 6,5 cm, com a maior largura na metade da folha, verde-pálidas e um pouco roxas na face superior, um pouco mais pálidas na face inferior, com os bordos inteiros. Pecíolo roxo e entalhado na face superior, de aprox. 4-5 cm de comprimento. Nervuras do 1° e 2° grau de cor-de-vinho-clara. Nervura principal saliente na face inferior. Utilidade: Paisagismo Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado como cerca viva no sítio de Dendê. O arbusto não é nativo na região. Origem: America central Outras particularidades: A planta é venenosa, a seiva leitosa provoca irritações na pele. Leucena (Leucaena leucocephala) Características da espécie: Árvore de porte médio com copa baixa ou globosa, tronco reto. Casca lisa, com fissuras longitudinais, de cor cinza claro. Folhas alternas, paripinadas, com ráquis entalhada de aprox. 9-17 cm de comprimento, com aprox. 6-8 pares de pinas de aprox. 6-9 cm de comprimento. As pinas basais são mais curtas que as pinas apicais. Cada pina tem aprox. 15-20 folíolos oblongos, afastados, de aprox. 4 mm por 13 mm, assimetricamente obtusos na base e agudos no ápice, de cor verde-azulado-fosca em ambas as faces. Utilidades da árvore: lenha, folhas forrageiras, sombra Freqüência no município: comum em quintais e pastagens Tipo de vegetação: Plantado em sítios e provavelmente planta invasiva. Origem: México, America central Limoeiro (Citrus limonia) Características da espécie: Arbusto grande com copa frondosa e alongada, tronco ramificado. Casca fina, quase lisa, de cor cinza-escuro-avermelhada, com pequenas verrugas redondas quase pretas. Folhas alternas, simples, glabras, um pouco coriáceas, ovais, de aprox. 5 cm por 9 cm, obtusas ou arredondadas na base e obtusas no ápice, de cor verde-intensa um pouco brilhante na face superior, um tanto mais claras na face inferior, com a maior largura na metade da folha, com pecíolo de aprox. 12 mm de comprimento, com os bordos serrilhados. Nervura principal bastante, nervuras laterais pouco salientes na face inferior. Pecíolo acompanhado por um espinho fino, verde, de aprox. 3 mm de comprimento. Limbo da folha com muitos furos translúcidos. Folha com perfume forte de limão, ao amassar. Inflorescências ? Fruto baga globosa de cor verde, de aprox. 4 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: fruto comestível, folha medicinal, flor (mel). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: plantado em quintais da cidade e dos sítios. Origem: Ásia tropical Maçaranduba (Manilkara subsericea) Características da espécie: Árvore grande com copa densa e alongada, tronco curto, mas grosso. Casca grossa, profundamente fissurada longitudinalmente, de cor cinza-clara. Folhas alternas, um pouco concentradas na extremidade dos galhos, simples, glabras, cartáceas, ovais, de aprox. 45-55 mm por 85-95 mm, com a maior largura no terço apical, verde-escuro-brilhantes na face superior e verde-pálido-foscas na face inferior, agudas na base e obtusas ou arredondadas, raramente retusas no ápice, com os bordos inteiros e um pouco recurvados para baixo. Pecíolo de aprox.15-20 mm de comprimento. Nervura principal um pouco impressa na face superior e saliente na face inferior. Nervuras laterais muito

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regulares, retas e paralelas, numa distância de aprox. 5 mm entre uma nervura e outra. Inflorescências em glomérulos terminais com muitas flores pequenas, curto-pedunculadas de cor de vinho e brancas. Fruto baga globosa de aprox. 15 mm de diâmetro, de cor vermelho-escuro-fosca, contendo uma ou duas sementes achatadas de cor preta. Utilidades da árvore: madeira valiosa (para construção de estruturas externas, dormentes, postes, moirões, estacas, cruzetas etc. bem como para construção civil, como viagas, caibros, tábuas e tacos para assoalhos etc.), paisagismo, sombra, fruta comestível, látex da casca comestível. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Encontrado em várias pastagens dos sítios “Pangauá”, “Chã de Farias” e “Cachoeira”. Provavelmente é uma planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem: De Espirito Santo e Minas Gerais até Santa Catarina (?) Outras particularidades: Segundo Ducke (1953) existem três espécies de Maçaranduba no Pernambuco: Manilkara salzmannii, M. rufula e M. Dardanoi. Nenhuma delas corresponde com as árvores de Cumaru: A maçaranduba de Cumaru tem as flores de M. Dardanoi e os frutos de M. salzmannii. “Macaxeira Brava” (Manihot microdendron, M. carthaginensis?) Características da espécie: Pequena árvore ornamental com tronco reto e copa globosa. Casca fina, quase lisa, com fissuras superficiais verticais, de cor marrom-claro-cinzenta e verrugas redondas de cor marrom-escura. Folhas espirais, saindo diretamente do tronco, divididas em aprox. 9-12 folíolos lanceolados. Folíolos quase sésseis, de aprox. 2-4 cm por 9-30 cm, acuminados na base e no ápice, com a maior largura na metade dos folíolos, verde-escuro-foscos na face superior, um tanto mais claros na face inferior, com os bordos inteiros e recurvados para baixo, sustentados por um pecíolo comum de aprox. 16 cm de comprimento, glabro, de cor de vinho. Nervuras do 1° e 2° grau quase brancas, impressas na face superior e salientes na face inferior. Nervura principal esparsamente marrom-hirsuta na face superior. Utilidades: paisagismo Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Plantado em Ameixas. Não é planta nativa da região. Origem: ? Mamoeiro (Carica papaya) Características da espécie: Árvore pequena com tronco comprido e copa pequena, globosa. Casca fina, lisa, de cor bege. Folhas espirais, saindo diretamente do tronco, quase redondas, de aprox. 25 cm de diâmetro, glabras, comparcialmente divididas em 9 dentes grosso-dentados, de cor verde-claro-fosca na face superior e mais claras na face inferior, com pecíolo grosso de aprox. 40 cm de comprimento. Cada dente tem uma nervura principal saindo da base da folha. Nervuras principais e laterais de cor amarelo-clara, pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências em panículas axilares, com flores de cor amarela pálida de aprox. 3-4 cm de comprimento. Fruto baga de várias formas e tamanhos, de cor de laranja. Utilidades da árvore: fruto comestível e medicinal, sementes medicinais (vermífugas), látex medicinal, raiz medicinal, flores medicinais. Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: plantado em quintais e pomares Origem: México, região andina Mamona (Ricinus communis) Características da espécie: Arbusto com copa ampla e rala, tronco ramificado. Casca lisa, de cor cinza-bege-clara, com pequenas verrugas elevadas e fissuras longitudinais superficiais. Folhas glabras, quase redondas, peltadas, parcialmente divididas em aprox. 8-10 dentes de aprox. 10-20 cm de comprimento, com os bordos serrilhados, de cor verde-intensa na face superior e verde-clara na face inferior. Pecíolo grosso de aprox. 40 cm de comprimento. Cada dente tem uma nervura principal saindo da base da folha. Nervuras principais e laterais de cor amarela, salientes na face inferior. Inflorescências em espigas terminais, com vários glomérulos de flores de cor amarela pálida. Fruto cápsula tricoca de deiscência explosiva. Utilidades da árvore: semente medicinal (óleo), folha medicinal.

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Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Raramente plantado no município e, como planta invasiva, se proliferando pelas estradas e riachos do município. Origem: Ásia ou África tropical e subtropical. Outras particularidades: Outro nome popular em Cumaru: “Rícino”, “Carrapateira”. A semente é venenosa. Manduirana I (Senna macranthera) Características da espécie: Arbusto ou árvore pequena, com a copa baixa e o tronco ramificado. Casca fina, lisa, de cor bege-clara com listras longitudinais de cor verde. Galhos cinza-escuro-brilhantes, com pequenas verrugas elevadas brancas. Folhas alternas, paripinadas, glabras, com ráquis de aprox. 3 cm de comprimento, sustentando dois pares de folíolos oblongos ou ovais, um pouco cartáceos, de aprox. 25-30 mm por 65-85 mm, obtusos ou arredondados na base e agudos no ápice, com a maior largura na metade do folíolo, de cor verde-intenso-fosca na face superior e verde-pálida na face inferior, com os bordos inteiros. Pecíolo de aprox. 1-2 mm de comprimento. Inflorescências axilares com várias flores grandes amarelas. Fruto legume cilíndrico achatado de aprox. 12 mm de diâmetro por 16 cm de comprimento. Utilidades da árvore: madeira, paisagismo Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Na Caatinga e em cercas vivas. Provavelmente é uma planta pioneira, nativa na Caatinga regional. Origem: Brasil, do Ceará até São Paulo „Manduirana II“ (?) Características da espécie: Arbusto de aprox. 2 m de altura, com a copa rala e o tronco ramificado. Casca fina, quase lisa, pouco fissurada, de cor cinza-clara. Ramos novos hirsutos, de cor bege-brilhante. Folhas alternas, paripinadas, hirsutas, foscas, com ráquis de aprox. 2 cm de comprimento, sustentando dois pares de folíolos opostos, oblongos, herbáceos, os folíolos apicais de aprox. 14-20 mm por 30-60 mm, os folíolos basais um pouco menores, com a maior largura na metade apical do folíolo, um pouco asimetricos (recurvados para trás e a nervura principal situada no lado basal do folíolo), de cor verde-oliva na face superior, um pouco mais clara na face inferior, com os bordos inteiros. Nervuras do 1° até 3° grau pouco salientes na face superior, nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Planta nativa da Caatinga regional Origem: ? Outras particularidades: Parece muito com Manduirana I, mas é hirsuta nos ramos novos e nas folhas. Mangueira (Mangifera indica) Características da espécie: Fruto drupa Utilidades da árvore: fruto comestível e medicinal, folha medicinal, semente medicinal, flor (mel). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantada em pomares e quintais, também em pastagens da área da Mata Atlântica do município. Origem: Índia – Sri Lanca, introduzida no Brasil no século 18. Outras particularidades: A dispersão desta fruteira foi drasticamente diminuída nos anos passados por causa de uma doença transmitida por insetos. Maniçoba (Manihot Glaziovii) Características da espécie: Pequena árvore lactescente com copa rala e globosa, tronco curto. Casca fina, muito fissurada horizontalmente e pouco verticalmente, descamante em folhas grandes e delgadas, de cor cinza-claro-brilhante, ás vezes um pouco roxo. Folhas alternas, glabras, orbiculares, parcialmente divididas em geralmente 5 lobos de aprox. 5-6 cm por 12-14 cm, com os bordos inteiros, de cor verde-azulada fosco na face superior, verde-azulado-pálida na face inferior, com pecíolo de aprox. 12-15 cm de

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comprimento. Nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior. Inflorescências terminais, com flores pequenas de cor verde-clara e roxa. Fruto cápsula lenhosa e globosa, indeiscente. Utilidades da árvore: madeira (para caixotaria e tamancos), folhas forrageiras, raspas da raiz forrageiras (especialmente para gado leiteiro), látex (para produção de borracha). Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: A planta é nativa da Caatinga e da Mata Atlântica regional. Origem: Encostas e serras do Nordeste brasileiro Outras particularidades: As folhas e os brotos da Maniçoba são tóxicos para ruminantes, eqüinos, galinhas, coelhos e cobaios (glicosídeo cianogênico). Segundo um morador do sítio de “Riacho de Pedra” esta árvore salvou a vida de muitas pessoas no ano de seca de 1919: Por falta de alternativas os moradores de Cumaru se alimentaram da raiz da Maniçoba. Marizeiro (Geoffroea spinosa) Características da espécie: Árvore grande espinhenta com tronco de 2-3 m de comprimento e copa globosa. Casca muito canelada e com muitas fissuras verticais, de cor marrom ou cinza até branca. Galhos com espinhos finos, retos, de aprox. 1-2 cm de comprimento. Folhas alternas, imparipinadas, com ráquis de aprox. 10 cm de comprimento, com 10-15 (-20) folíolos, ovais, de cor verde-clara, arredondados na base e no ápice, quase sésseis, de aprox. 12 mm por aprox. 24 mm, geralmente os primeiros (basais) opostos, os demais alternos, com a maior largura na metade apical do folíolo. Nervura principal dos folíolos fortemente saliente na face inferior. Inflorescências em corimbos terminais com numerosas flores amarelas. Fruto legume drupáceo com polpa carnosa e adocicada, de aprox. 3 cm por 5 cm, de cor de laranja-pálido-fosco. Utilidades da árvore: Madeira (para carpintaria, para o fabrico de móveis rústicos, bem como para lenha e carvão), frutos comestíveis e muito procurados por roedores. Folha medicinal, casca medicinal, fruto medicinal (contra anemia), paisagismo. Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Nasce geralmente em lugares muito úmidos (na beira de rios e açudes), é uma espécie nativa da Caatinga regional. Origem: Do Norte da Argentina até Équador. No Brasil: Exclusive no Nordeste. Em Pernambuco: Sertão e Agreste. Outras particularidades: O nome desta árvore é corrutela de y-mory, por ubá-mo-ri-y = árvore que verte água. O nome alude ao fenômeno desta planta verter tanta água pelos brotos, no princípio da estação pluvial, que chega a molhar a terra. Os sertanejos consideram o fato como excelente sinal de chuvas abundantes. Segundo Ducke (1953) as sementes são comestíveis, na forma assada. Segundo César (1956) as flores do Marizeiro são brancas. Ele escreve que a madeira “não serve para construção e móveis, porque é muito perseguida pelos cupins e polias”. Marmelinho (Diospyros inconstans) Características da espécie: Árvore de porte médio com copa densa, alongada, tronco curto. Casca de cor cinza-clara, coberta de líquens brancos, com poucas fissuras longitudinais e horizontais. Galhos de cor marrom-escura, com pequenas verrugas brancas. Folhas alternas, simples, cartáceas, ovais, de aprox. 4-5 cm por 10-12 cm, com a maior largura na metade apical, agudas na base e obtusas no ápice, com bordos inteiros ondulados, verde-escuro-glabras e pouco brilhantes na face superior, verde-pálido-foscas e esparsamente tomentosas na face inferior, com pecíolo de cor verde-clara de aprox. 8-10 mm de comprimento. Nervura principal e nervuras laterais um pouco impressas na face superior, bastante salientes na face inferior. Inflorescências axilares com flores pequenas quase sésseis, de cor verde-clara. Fruto baga globosa de cor preto-fosca de aprox. 1 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: madeira (confecção de cabos de ferramentas, pequenos utensílios, lenha e carvão), fruto comestível, paisagismo. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Em cercas vivas e pastagens, na área da Mata Atlântica. A árvore parece ser nativa na Mata Atlântica regional. Origem: Minas Gerais – Rio Grande do Sul (?) Outras particularidades: Segundo informação de moradores, esta espécie era mais freqüente no município, mas foi esplorada pelo valor da madeira.

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Monguba (Pachira aquatica) Características da espécie: Árvore de porte médio, com copa frondosa e globosa, e tronco grosso e reto de aprox. 2 m de comprimento. Casca grossa, quase lisa, com muitas fissuras longitudinais superficiais, de cor cinza com manchas brancas de líquens, marrom-avermelhada no fundo das fissuras. Folhas compostas de 4-7 folíolos ovais ou oblongos, glabros, de aprox. 6-7 cm por 13-20 cm, com a maior largura na metade do folíolo, agudos na base peciolada, agudos ou obtusos no ápice, verde-escuro-brilhantes quando jovens e foscos quando adultos na face superior, verde-claro-foscos na face inferior. Nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior. Pecíolo de aprox. 15 cm de comprimento. Inflorescências terminais, com flores grandes, pétalas de cor amarelo claro, estames compridos de cor de vinho e branca. Fruto cápsula lenhosa deiscente, de cor marrom-claro-veluda, de aprox. 10 cm de comprimento. Utilidades da árvore: madeira, fibras da casca, sementes comestíveis, sombra, paisagismo Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantada em quintais e calçadas da cidade, não é nativa na região. Origem: Norte do Brasil Outras particularidades: No sítio de Pangauá esta árvore tem o nome (errado) de “Carolina”. Monjoleiro (=”Miguel Correia”) (Acacia polyphylla?) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa ou alongada e com tronco comprido. Casca lisa ou quase lisa, cinza com manchas de líquens brancos, com fissuras longitudinais pequenas e grandes, de cor marrom-claro-avermelhada no fundo, com raros espinhos escuros com base grossa. Folhas alternas, bipinadas, com a maior largura na metade da folha, com ráquis canelada e com uma verruga oval entre a base e o primeiro par de pinas, duplo-estipulada na folha nova, de aprox. 10-20 cm de comprimento, de cor verde-claro-pubescente, sustentando 4-10 pares de pinas opostas de 5-8 cm de comprimento. Cada pina com aprox. 15-20 pares de folíolos opostos, sésseis, membranáceos, sem nervuras visíveis, de 2-3 mm de largura e 1-2 cm de comprimento, levemente até fortemente recurvados para o ápice da folha, verde-escuros até verde-claros, foscos na face superior, verde-claros ou verde-pálidos na face inferior, alargados na base e arredondados no ápice. Inflorescências em panítulas compridas terminais e nas axilas das últimas folhas, com capítulos globosos de flores branco-sujas, muito cheirosas, de aprox. 7 mm de comprimento. Fruto legume achatado, ondulado, deiscente, de cor verde-claro quando novo, depois de cor de vinho e finalmente de cor bege-escura quando maduro, de aprox. 2.5 cm por aprox. 10 cm, com aprox. 6-8 sementes de cor marrom-escura. A planta nova apresenta espinhos de aprox. 5-10 mm de comprimento, com a base larga e ponta escura, no tronco, nos ramos e nos ráquis das folhas, a planta adulta não tem mais espinhos. Utilidades da árvore: madeira, casca, sombra, paisagismo, flor (mel). Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: A planta parece ser nativa na Mata Atlântica regional, mas aparece na Caatinga em lugares com solos úmidos, nos pés de encostas. Origem: Brasil Outras particularidades: A árvore pode ser confundida com Comondongo (folha) e Acácia (fruta). A árvore produz uma madeira valiosa. Em Cumaru o nome desta árvore é “Miguel Correia”. Mororó (Bauhinia forficata) Características da espécie: Arbusto ou árvore pequena de até 6 m de altura, com a copa rala e o tronco ramificado. Casca marrom-clara até quase branca (parcialmente por causa de líquens), grossa, com muitas fissuras longitudinais, descamante em fibras compridas. Folhas alternas, verde-escuras, foscas, glabras na face superior e verde-pálidas, marrom-pubescentes na face inferior, com aprox. 7-11 nervuras saindo da base auriculada da folha. As nervuras laterais com as nervuras basais formando quase um ângulo de 90 graus, quase todas as nervuras laterais interligando inteiramente as nervuras basais. Nervuras pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Folhas divididas em dois lobos até a metade do comprimento. Os dois folíolos arredondados na base e no ápice, de até 8 cm por aprox. 14 cm, de bordos inteiros. Uma nervura basal formando a divisão entre os folíolos. Inflorescências em espigas terminais, com flores grandes de cor ? Fruto legume duro, reto e achatado, obtuso ou

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arredondado na base e agudo no terminal, marrom–escuro–tomentoso quando maduro, de aprox. 4 mm por 10-14 mm por 9-12 cm, com pecíolo de 2-3 cm de comprimento. Utilidades da árvore: madeira (caixotaria e obras leves, lenha e carvão), paisagismo, folha medicinal (hipoglicemiante, diurética, antidiarréica e antidiabética, contra diabéticos mellitus II, fazendo que o pâncreas produza mais insulina, ajudando a normalizar a glicose no sangue. É diurética e depurativa, utilizada para males do estômago e rins. É exatamente nas folhas que se oculta o segredo desta planta: o glicosídeo flavonóide), flor medicinal (purgativa), raiz medicinal (vermífugo), casca medicinal (tosses e resfriados, males do fígado, diabetes), sementes torradas (substituto de café), folha (forragem para o gado), flor (mel). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A espécie é nativa e pioneira na Mata Atlântica regional. Origem: Guianas, Amazônia, Nordeste e Mato Grosso, ou: Ocorre desde o Piauí até o Rio Grande do Sul, nas formações florestais do complexo atlântico e nas matas de planalto. Outras particularidades: Pelas folhas esta árvore pode ser confundida com a ¨Pata de Vaca¨. A época de florescimento demora somente poucos dias em março. Segundo César (1956) o tronco do Mororó atinge 30 cm de diâmetro. Mucunã (Dioclea grandiflora) Características da espécie: Planta trepadeira com tronco muito tortuoso. Casca quase lisa, de cor cinza-brilhante, com verrugas elevadas e poucas fissuras superficiais mostrando a casca nova de cor marrom-avermelhada. Folhas alternas, com pecíolo hirsuto de aprox. 7-12 cm de comprimento, divididas em três folíolos completamente separados. Folíolos orbiculares, herbáceos, tomentosos, de aprox. 6-9 cm por 8-13 cm, cuneados na base e obtusos ou arredondados no ápice, com a maior largura na metade no folíolo, de cor verde-escuro-fosca na face superior e verde-pálida na face inferior, com os bordos inteiros, os laterais um pouco asimetricos e com pecíolo de aprox. 4 mm de comprimento, o folíolo terminal com pecíolo de aprox. 2 cm de comprimento. Nervuras do 1° e 2° grau verde-amareladas, pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências em espigas de aprox. 50-60 cm de comprimento nas axilas dos ramos, em pares, com aprox. 30 flores perfumadas de cor roxa, com pétalas de aprox. 2 cm de comprimento. Fruto vagem indeiscente veluda, contraída entre os sementes, de cor marrom-escuro-fosca, de aprox. 2 cm por 5 cm por 8-16 cm, contendo 2-4 sementes ovóides muito duras de aprox. 15-20 mm por aprox. 20-40 mm, de cor marrom. Utilidades da planta: semente comestível (na forma de farinha) e usada para artesanato. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A planta trepadeira é nativa na Mata Atlântica regional. Origem: Nordeste Brasileiro Outras particularidades: Em Cumaru esta espécie tem ainda o nome de “Olho de Boi”. Mulungu (Erythrina velutina) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa ou alongada, e tronco grosso, reto e comprido. Casca quase lisa, de cor cinza com listras longitudinais de cor marrom-avermelhado-clara, ás vezes com espinhos grossos. Folhas divididas em três folíolos orbiculares, coriáceos, os laterais de aprox. 7 cm de largura por 6 cm de comprimento, o folíolo terminal de aprox. 8 cm por 7 cm, verde-escuros até verde-claro-fosco-glabros na face superior, um pouco mais claros, marrom-tomentosos na face inferior, obtusos na base e arredondados no ápice, os folíolos laterais com pecíolo de aprox. 5 mm de comprimento, o folíolo terminal com pecíolo de aprox. 4 cm de comprimento. Nervuras do 1° e 2° grau pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Três nervuras saindo da base do folíolo. Ráquis de aprox. 11-13 cm de comprimento. Inflorescências terminais com flores grandes de cor vermelha. Fruto vagem deiscente, contendo uma semente de cor vermelha. Utilidades da árvore: Madeira (muito leve, empregada na confecção de tamancos e jangadas, brinquedos e caixotaria), paisagismo, flor (mel), sombra, casca medicinal (peitoral e calmante), fruto medicinal. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A espécie é nativa da Caatinga regional. Origem: Venezuela, Equador e Antilhas. No Brasil: Nordeste. Em Pernambuco: no Agreste. Outras particularidades: Segundo a literatura as flores são freqüentemente visitadas por pássaros que sugam seu néctar. Ducke 1953 duvida se esta espécie seja nativa no Nordeste brasileiro.

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Murici-Macho (=“Cipó Cururu”) (Heteropterys byrsonimifolia) Características da espécie: Planta trepadeira de até 4 m de altura. Tronco de até 3 cm de grossura. Casca muito grossa, suberosa, sulcada, de cor bege-clara. Folhas opostas, simples, ovais, herbáceas, de aprox. 25-40 mm por 50-65 mm, arredondadas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade basal da folha, de cor verde-intenso-fosca ou verde-azulado-fosca em ambas as faces, glabras na face superior e esparsamente hirsutas na face inferior, com os bordos inteiros. Nervuras pouco impressas na face superior e salientes na face inferior. Pecíolo hirsuto de aprox. 1 cm de comprimento. Inflorescências em dicásios axilares, com flores de cor amarela. Fruto sâmara. Freqüência no município: comum na Caatinga Tipo de vegetação: Nativa na Caatinga regional. Origem: Planta do Cerrado Outras particularidades: Os Cumaruenses nomearam esta planta trepadeira de “Cipó Cururu”, o que é um nome errado. Muringa (Moringa oleifera) Características da espécie: Árvore de porte médio com tronco curto e ramificado e copa rala e alongada. Casca rugosa, de cor cinza-marrom-avermelhada. Folhas alternas, tripinadas, imparipinadas, foscas, glabras, com ráquis de aprox. 40 cm de comprimento, com 7-9 pinas do 1° grau opostas, de aprox. 10-20 cm de comprimento (as basais mais compridas que as apicais). Cada pina do 1° grau contem 7-13 pinas do 2° grau, opostas, de aprox. 1-7 cm de comprimento, contendo (2-)5-7 folíolos opostos, ovais, curto-peciolados, agudos na base e arredondados no ápice, de aprox. 10-15 mm por 20-25 mm, de cor verde-clara na face superior e verde-pálida na face inferior. Inflorescências em panículas axilares e terminais com muitas flores de cor creme. Fruto legume cilíndrico de aprox. 30 cm de comprimento e de 2-2,5 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: Flores e sementes comestíveis (tostadas), folhas cozidas comestíveis, sementes medicinais, raiz medicinal, folhas medicinais (cicatrizantes e antibióticas). As sementes podem ser usadas para purificar água túrbida. Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Plantada em cercas vivas e ao longo das estradas de terra. A planta é invasiva no município. Origem: Índia Outras particularidades: A raiz da planta solta ao cortar um cheiro forte que provoca tonturas. Mutamba (Guazuma ulmifolia) Características da espécie: Árvore de até 8 m de altura, com a copa alongada, tronco reto ou ramificado. Casca fina, quase lisa, com poucas fissuras longitudinais superficiais, ás vezes pouco descamante em placas pequenas, de cor cinza-clara e coberta de líquens brancos. Galhos de cor marrom-escura, glabros, ramos novos de cor verde-intensa, mais tarde bege e marrom-pubescentes. Folhas alternas, simples, glabras, herbáceas, de cor verde-clara em ambas as faces, no sol quente um pouco brilhantes na face superior e foscas na face inferior, de 35-80 mm por 80-140 mm, com a maior largura na metade ou na metade basal da folha, cuneadas na base e agudas no ápice, com os bordos densa- e finamente serrilhados, com pecíolo de cor bege-pubescente de aprox. 8-16 mm de comprimento. Folhas novas com nervuras pubescentes na face inferior e com duas estípulas lineares de aprox. 3 mm de comprimento na base (que caem com o velhecimento da folha). Nervura principal e nervuras laterais um pouco impressas na face superior e salientes na face inferior, de cor verde-clara, quase amarela, esparsamente hirsutas na face inferior. 5-6 nervuras saindo da base da folha. Inflorescências em cimeiras nas axilas das folhas, com muitas flores pequenas e perfumadas, com 5 pétalas de cor verde-clara ou creme, estames ramificados de cor roxa. Fruto cápsula globosa de cor preta, de aprox. 24 mm de diâmetro. Utilidades da árvore: Madeira (obras internas, carpintaria, coronhas de armas, pasta celulósica, tanoaria e caixotaria, carvão!), fruto comestível (triturado como paçoca ou para fabricar licor), casca (fibras para cordoaria, tecidos e produção do “óleo de Mutamba”), folhas novas e frutos forrageiros para o gado, entrecasca medicinal (adstringente, diaforética, diurética, antiblenorrágico, peitoral e mormente em loções para impedir a queda do cabelo e destruir as afecções parasitárias do couro cabeludo), paisagismo. Freqüência no município: raro

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Tipo de vegetação: encontrado num exemplar em frente a uma casa residencial no sítio “Chã de Trinta”, e numa pastagem no sítio das “Mangueiras”. Provavelmente é uma planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem: América Central e do Sul, inclusive Brasil. Foi introduzida na Índia e na Indonésia. Em Pernambuco: Na zona da Mata e no Agreste. Outras particularidades: O nome popular vem do Tupi e significa “fruta dura”. Os frutos da Mutamba são muito procurados por macacos e outros animais. Nim indiano (Azadirachta indica) Características da espécie: Árvore de porte médio com copa globosa e tronco reto. Casca grossa, fissurada horizontal- e verticalmente, descamante em placas pequenas e regulares, de cor marrom-escuro-avermelhada. Folhas alternas, pinadas, glabras, com ráquis de aprox. 25 cm de comprimento, com aprox. 10-16 folíolos alternos ou opostos, muito afastados, oblongos, de aprox. 20 mm por 50 mm, obtusos na base e agudos no ápice, com a maior largura no terço basal, com os bordos serrilhados, verde-escuro-foscos na face superior, verde-claros na face inferior. Inflorescências compridas em panículas axilares, com muitas flores pequenas de cor branca. Fruto drupa verde-clara de aprox. 12 mm de diâmetro e de 18 mm de comprimento. Utilidades da árvore: Sombra, madeira (moveis, mourões, estacas), folhas e frutas (inseticida, vermífugo), folha medicinal, semente medicinal. Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Plantado em calçadas, praças, quintais e sítios do município. Origem: Índia Oiti (Licania tomentosa) Características da espécie: Árvore grande com a copa alongada, e o tronco grosso e reto. Casca grossa, por parte lisa, por outra parte fissurada longitudinal- e horizontalmente, descamante em pequenas placas quadradas, de cor cinza um pouco avermelhada. Folhas alternas, simples, ovais ou oblongas, fortemente branco- ou bege-tomentosas, de aprox. 2-4 cm por 6-10 cm, agudas na base e obtusas ou arredondadas no ápice, com a maior largura na metade da folha, com os bordos inteiros, verde-escuro-brilhantes na face superior e verde-intenso-foscas na face inferior. Inflorescências terminais com muitas flores brancas. Fruto drupa carnosa de cor de laranja-amarelada. Utilidades da árvore: Madeira (para construção civil, para obras externas, como estacas, postes, dormentes, para obras hidráulicas, construção de embarcações e quilhas de navios, lenha, etc.), semente medicinal (adstringente, contra diarréia, câmara de sangue e cólicas intestinais), sombra, paisagismo. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado nas calçadas da cidade e (espontaneamente?) nos sítios de “Pau d´Arco de Baixo” e “Riacho de Pedra”. Talvez a árvore é nativa na Mata Atlântica regional. Origem: Pernambuco até Espírito Santo, na floresta pluvial atlântica. Em Pernambuco: Na Zona da Mata. Outras particularidades: Segundo César (1956) esta árvore se chama “Oiti coró” e só frutifica cada dois anos. Pajaú (=”Cabaçú”) (Triplaris gardneriana) Características da espécie: Árvore grande com copa rala e globosa, um pouco baixa, e tronco ramificado. Casca lisa, de cor cinza-escura, descamante em grandes placas delgadas e irregulares. Folhas herbáceas, simples, ovais, arredondadas ou obtusas na base e agudas no ápice, de aprox. 10-14 cm por 20-25 cm, com a maior largura na metade basal da folha, de cor verde-intenso-glabra na face superior, quase da mesma cor na face inferior, com as nervuras salientes e marrom-hirsutas na face inferior. Folhas novas com pêlos compridos dourados em ambas as faces. Pecíolo de aprox. 2 cm de comprimento. Inflorescências em panículas terminais de espigas, com muitas flores de cor amarela pálido, um pouco róseas nas pontas. O fruto, um aquênio triangular, agudo, de cor marrom-brilhante, de aprox. 7 mm por 10 mm, cai dentro da flor no chão. Utilidades da árvore: Madeira (leve, mas muito forte, para hastes, mastros e vêrgas de barcos, traves, caibros, ripas, móveis rústicos, coronha para espingardas, colheres e outros utensílios caseiros, lenha), casca medicinal (contra diarréia, disenteria e para abreviar partos de animais e mulheres), folha medicinal (contra hemorróidas sangrentas, edemas, males dos rins), folhas secas (substituto de chá da Índia), folhas e frutos forrageiros, paisagismo.

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Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Nos sítios “Mangueiras”, “Serra da Cachoeira” e “Chã de Trinta”, sempre em pastagens perto de um riacho. Planta nativa da Caatinga regional. Origem: Pantanal Matogrossense e Sulmatogrossense. Caatinga arbórea do vale do São Francisco de Minas Gerais, do Pernambuco até Ceará. Mata semidecídua na Bolívia. Outras particularidades: Segundo a literatura, esta árvore tem os nomes populares de “Novateiro-preto”, “Pau-jaú”, “Coaçú”, “Pajéu”, “Pauformiga”. Em Cumaru ela recebeu o nome de “Cabaçú”. Planta dióica. A planta encontrada no sítio das “Mangueiras” é feminina, as plantas em “Chã de Trinta” masculinas. Durante a época de florescência, a árvore está cheia de borboletas e outros insetos. Segundo César (1956) esta árvore se dispalha desde Buique até a Serra do Araripe. Palmeira imperial (Roystonea oleracea) Utilidades da árvore: sombra, paisagismo Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado no ano 2011 em poucos exemplares na nova “Academia das Cidades”. Origem: Ilha de Barbados. Foi introduzida no Brasil (Rio de Janeiro) em 1809 por Dom João VI. Papoula (Hibiscus Rosa-sinensis) Características da espécie: Arbusto de até 3 m de altura, com tronco ramificado e copa alongada. Folhas simples, glabras, alternas, orbiculares, de aprox. 50-60 mm por 60-80 mm, arredondadas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade basal da folha, com geralmente 5 nervuras saindo da base da folha, com os bordos grosso-serrilhados, de cor verde-intensa pouco brilhantes em ambas as faces. Nervuras laterais pouco salientes na face superior. Pecíolo avermelhado de aprox. 25 mm de comprimento. Flores grandes, terminais, de cor vermelha ou rosa. Fruto? Utilidades da árvore: Paisagismo Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado em quintais Origem: Sul da China Pata de Vaca (Bauhinia sp.) Características da espécie: Árvore pequena com tronco reto e copa rala globosa. Casca quase lisa, de cor cinza clara, um pouco brilhante, com verrugas ovais horizontais. Folhas alternas, glabras, de cor verde-claro-foscas na face superior, um pouco mais claras na face inferior, mais ou menos auriculadas na base, divididas longitudinalmente em dois lobos até aprox. um terço do comprimento, geralmente com 13 nervuras basais, a nervura no meio forma o lateral comum dos dois lobos. Pecíolo de aprox. 5 cm de comprimento. Lobos ovais, assimétricos, de aprox. 6-7 cm por 10-12 cm, arredondados no ápice, com os bordos inteiros. Nervuras basais fortemente salientes na face inferior, mas não impressas na face superior. Inflorescências terminais com pétalas grandes de cor de rosa. Fruto legume duro, reto e achatado, obtuso na base e acuminado no terminal, marrom-tomentoso quando maduro, de aprox. 15-20 cm de comprimento. Utilidades da árvore: madeira, sombra, fruta, paisagismo. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: plantada em calçadas da cidade e em quintais. Não é nativa na região. Origem: ? Outras particularidades: Pelas folhas pode ser confundida com “Mororó”. Pau Brasil (Caesalpinia echinata) Características da espécie: Árvore média, espinhenta, com tronco reto e copa globosa. Casca fina, lisa, de cor cinza. Galhos de cor marrom-escura, com espinhos curtos, finos com base grossa, de cor marrom-escura, da aprox. 3 mm de comprimento. Folhas alternas, bipinadas, com ráquis bege-tomentosa de aprox. 10 cm de comprimento, com aprox. 8-10 pinas alternas aproximadas de aprox. 7 cm de comprimento. Pinas com 10-14 folíolos alternos, glabros, ovais, aproximados, de aprox. 10 mm por 20 mm, arredondados ou alargados na base e arredondados ou pouco retusos no ápice, verde-escuro-brilhantes na face superior e verde-intenso-foscos na face inferior. Inflorescências em corimbos terminais

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com muitas flores grandes amarelas. Fruto legume achatado, espiralado, espinhento de aprox. 6 mm por 20-25 mm por 70 mm, de cor marrom-fosca. Utilidades da árvore: madeira (construção civil e naval, trabalhos de torno, arcos de violino), colorante extraído da lenha para tingir tecidos e fabricar tinta de escrever, paisagismo. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado nas calçadas e praças da cidade. A planta não é nativa na região. Origem: Ceará ao Rio de Janeiro, na Mata Atlântica. Pau d´Arco Amarelo (Tabebuia serratifolia) Características da espécie: Árvore grande com copa alongada e tronco reto. Casca grossa, lisa, de cor bege ou cinza-clara, com fissuras finas verticais. Folhas alternas, compostas 4-5 folioladas, glabras, com pecíolo entalhado de aprox. 8-12 cm de comprimento. Folíolos ovais (os basais) ou oblongos (os centrais), herbáceos, os basais de aprox. 5-8 cm por 8-16 cm, arredondados na base e agudos no ápice, com a maior largura na metade apical, de cor verde-intensa ou escura, um pouco brilhantes na face superior, um pouco mais claros e menos brilhantes na face inferior, com pecíolo de aprox. 10-35 (-60) mm (os basais mais curtos que os centrais), com os bordos inteiros ou raramente serrilhados na metade apical. Nervura principal e nervuras laterais de cor amarela, pouco impressas na face superior e bastante salientes na face inferior. Inflorescências em corimbos terminais, com grandes flores de cor amarela escuro. Fruto cápsula cilíndrica. Utilidades da árvore: madeira (muito pesada, duríssima e indefinidamente durável sob quaisquer condições, para construções pesadas e estruturas externas, civis e navais, quilas de navio, pontes, dormentes, postes, tacos de soalho e de bilhar, tanoaria, bengalas, cangas, eixos de roda, varais de carroça etc.), paisagismo. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A árvore parece ser nativa na Caatinga e na Mata Atlântica regional. Origem: Norte, Nordeste do Brasil, até São Paulo Pau d´Arco Roxo I (Handroanthus impetiginosus) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa e tronco de até 4 m de comprimento. Casca longitudinalmente e profundamente fissurada ou até canelada, de cor cinza. Folhas alternas, compostas 5-7 folioladas, com pecíolo branco-tomentoso de aprox. 8 cm de comprimento. Folíolos glabros, herbáceos, ovais, de aprox. 3-4 cm por 7-8 cm, com a maior largura na metade do folíolo, de cor verde-intenso-fosca, um pouco azulada ou pálida na face superior, um pouco mais claros na face inferior, com os bordos inteiros, com pecíolo branco-tomentoso ou glabro de 2-3 cm de comprimento, entalhado na face superior. Nervuras do 1° e 2° grau de cor verde-clara, impressas na face superior e salientes na face inferior. Flores em corimbos terminais, com flores grandes de cor roxa e fauce amarela. Fruta cápsula cilíndrica de cor preta. Utilidades da árvore: Madeira (para construção civil e naval, obras externas, como quilhas de navios, postes, moirões, pilares de pontes, dormentes, para construção pesada, confecção de tacos, cangas, bengalas, eixos de rodas etc.), paisagismo, casca medicinal (adstringente, mucilaginosa e tem sabor amargo. Usa-se o cozimento em lavagens, banhos e injeções contra as empingens, inflamações artríticas por debilidade, leucorréia e catarro da uretra), folha medicinal, madeira medicinal, flor (mel). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A árvore é nativa na Caatinga e na Mata Atlântica regional. Origem: Mata Atlântica, Cerrado Outras particularidades: Não floresce cada ano. Pau d´Arco roxo II (Handroanthus heptaphyllus?) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa e tronco de aprox. 2 m de comprimento. Casca grossa, de cor marrom, muito fissurada, no fundo das fissuras avermelhada. Folhas compostas de 5 folíolos longo-pecioladas. Folíolos glabros, orbiculares, com os bordos inteiros, arredondados ou obtusos na base, arredondados ou obtusos no ápice, verde-claros em ambas as faces. Pecíolo amarelo, flor roxa. Fruto cápsula cilíndrica. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado numa calçada da cidade. Não é planta nativa da região.

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Origem: ? Outras particularidades: Parecido com Pau d´Arco roxo I. Pau-Ferro (=”Jucá”) (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) Características da espécie: Árvore pequena ou grande, com copa alongada, tronco comprido e tortuoso, com casca e galhos lisos, de cor de oliva com muitas verrugas pequenas redondas brancas, um pouco descamante em placas irregulares. Folhas alternas, imparipinadas, bipinadas, com ráquis de 6-10 cm de comprimento, com geralmente (7-) 9 (-11) pinas opostas de 35-70 mm de comprimento, pinas com 7-9 pares de folíolos opostos. Folíolos ovais, glabros, foscos, um folíolo cobrindo o folíolo vizinho, arredondados na base e no ápice, com a maior largura na metade do folíolo, de 6-8 mm por (10-)14-17 mm, verde-escuros na face superior, um tanto mais claros na face inferior. Nervura principal saliente na face inferior. Ráquis da folha e das pinas branco-tomentosas. Fruto legume (vagem) indeiscente de aprox. 1 cm por 3 cm por 10 cm, quase reta, de cor marrom-escura, pouco brilhante. Utilidades da árvore: Madeira (para vigas, esteios, estacas e lenha), folhas forrageiras, casca medicinal (adstringente, peitoral e vulnerária), paisagismo, sombra. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Provavelmente a espécie é nativa na Caatinga regional. Origem: Mata Atlântica (?) Outras particularidades: Os Cumaruenses não fazem diferência entre o Jucá e o Pau-Ferro, as duas espécies têm o mesmo nome de “Jucá”. Provavelmente as duas espécies se misturam (nos sítios de “Taquarí”, “Jucá” e “Chã de Trinta”). As sementes do Pau-Ferro são tóxicas. Pau Santo (Zollernia ilicifolia) Características da espécie: Pequena árvore de aprox. 6 m de altura, com tronco curto e ramificado, e copa baixa ou globosa e muito densa. Casca meio-grossa, fissurada, marrom, descamante em placas pequenas e irregulares. Folhas alternas, simples, cartáceas, ovais ou orbiculares, arredondadas na base e obtusas no ápice, de 4-6 cm por 6-8 cm, verde-escuras e fortemente brilhantes na face superior, um pouco mais claras e levemente brilhantes na face inferior, com pecíolo de aprox. 4 mm de comprimento. Os bordos das folhas são dotados de dentes muito espinhentos. Inflorescências em corimbos nas axilas das folhas, com flores de cor branca e cor-de-rosa, de aprox. 1 cm de comprimento. Fruto vagem ovóide cilíndrica, de cor amarelo-clara, de aprox. 6-8 cm de comprimento e aprox. 2 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: Madeira (muito dura, variando de cor, para construção civil e naval, esteios, marcenaria, tacos de bilhar, cabos de faca, escovas, ferramentas, dormentes etc.), sombra, paisagismo, folha medicinal (analgésica e antiulcerogênica), fruto comestível, raiz (tinta vermelha). Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Em pastagens de vários sítios (Pau d´Arco de Baixo, Serra de Umarí, Pilões, Poço de Pedra, Malhadinha, Mulungu, Riacho de Boi, Serra da Cachoeira), geralmente em um único exemplar por sítio, em lugares bem visíveis, e sem mudas ao redor das árvores. Provavelmente a árvore não é nativa na região. Origem: Mata Atlântica Brasileira, nos estados PB, PE, BA, RJ, SP, MG e SC. Outras particularidades: Segundo R. Braga (1960) existe uma variedade desta espécie com os bordos das folhas inteiras. No sítio de “Riacho de Pedra” existe uma árvore que tem certa semelhança com Pau Santo e folhas com bordos inteiros. Os vizinhos chamam esta árvore erradamente de “Pau Santo” ou => “Quia”. Pereiro (Aspidosperma pyrifolium) Características da espécie: Arbusto grande ou árvore pequena com tronco reto de aprox. 2 m de comprimento e copa globosa. Casca grossa, profundamente fissurada longitudinalmente, pouco descamante em placas compridas, de cor cinza-clara e marrom-avermelhada no fundo das fissuras. Galhos e ramos sempre opostos. Novos ramos de cor verde-oliva-brilhante, com pequenas verrugas redondas de cor branca. Folhas alternas, simples, ovais ou orbiculares, de aprox. 30-40 mm por 40-70 mm, com a maior largura na metade da folha, obtusas ou arredondadas na base e agudas ou obtusas no ápice, verde-intensas, pouco brilhantes e glabras na face superior, um pouco mais claras, menos brilhantes, densamente marrom-tomentosas na face inferior, com os bordos inteiros. Nervuras do 1° e 2°

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grau pouco impressas na face superior e salientes na face inferior. Pecíolo de aprox. 15 mm de comprimento. Inflorescências terminais. Fruto lenhoso de aprox. 5 cm de comprimento. Utilidades da árvore: Madeira (para confecção de móveis, fabrico de tacos e lambris), casca medicinal, folhas secas forrageiras para gado, paisagismo. Freqüência no município: ocasional nos sítios da Serra da Banana e Gavião, faltando no resto do município. Tipo de vegetação: Planta nativa da Caatinga regional. Origem: Nordeste na Caatinga, e no Pantanal Matogrossense nas áreas de chaco. Outras particularidades: Folhas tóxicas para eqüinos e asininos. Piaca (Lonchocarpus sericeus) Características da espécie: Árvore grande com copa alongada e tronco de aprox. 2 m de comprimento. Casca grossa, um pouco descamante, de cor cinza. Galhos grossos de cor marrom, com muitas verrrugas ovais horizontais de cor bege-clara, ramos novos de cor bege, com verrugas redondas brancas. Folhas alternas, imparipinadas, com ráquis pubescente de cor verde-oliva, de aprox. 10-14 cm de comprimento. 7-9 folíolos opostos, herbáceos, oblongos (os terminais) ou ovais (os basais), de aprox. 3-5 cm por 6-10 cm, arredondados na base e obtusos no ápice, de cor verde-claro-brilhante na face superior, de cor verde-claro-fosco-pubescente na face inferior, com pecíolo de 6-8 mm de comprimento, o folíolo terminal com pecíolo de aprox. 2 cm de comprimento. Nervuras do 1° e 2° grau impressas na face superior e salientes na face inferior. Inflorescências em panículas terminais, com muitas flores grandes de cor roxa. Fruto legume achatado, de cor bege, veludo, de aprox. 4 mm por 15 mm por 60-80 mm. Utilidades da árvore: madeira (construção civil, ebanesteria, confecção de móveis e objetos de adorno, lenha, carvão), paisagismo. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Planta nativa da região, exclusivamente na margem do Rio Capibaribe. Origem: Baixo Amazonas, Nordeste e Leste do país, na mata pluvial. Também no Pantanal Matogrossense e Goiás. Outras particularidades: Segundo informação de moradores, esta espécie era mais freqüente no município (no bairro do “Matadouro”, por exemplo, mas foi esplorada pelo valor da madeira. “Pimenta de Raposa” (?) Características da espécie: Arbusto de até 4 m de altura, com a copa alongada, e o tronco pouco ramificado. Casca de cor bege, áspera, com fissuras superficiais verticais. Folhas verticiladas, de uma até três (raramente 6) folhas simples, glabras, ovais, com bordos inteiros, em lugares ensolarados de aprox. 12-18 mm por 30-40 mm, com os bordos ondulados, em lugares sombreados de aprox. 30 mm por 60 mm, com os bordos não ondulados, quase sésseis, obtusas na base e agudas no ápice, de cor verde-intenso-fosca na face superior e um pouco mais clara na face inferior. Nervura principal e nervuras laterais impressas na face superior e salientes na face inferior. Inflorescências em cimeiras nas axilas dos verticilos, com pequenas flores brancas. Fruto baga (?) globosa, de cor vermelha, de aprox. 4-8 mm de diâmetro. Utilidade do arbusto: ? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: beira estrada e em cercas vivas, no sítio de “Pau d´Arco de Baixo”. Provavelmente planta pioneira na Mata Atlântica. Origem: ? Pinha (Annona squarnosa) Características da espécie: Arbusto grande ou árvore pequena, com tronco ramificado e copa rala. Folhas alternas, simples, glabras, foscas, oblongas, os dois lados da folha dobrados para cima, de aprox. 4 cm por 10 cm, com a maior largura na metade da folha, agudas ou obtusas na base e no ápice, de cor verde-intensa na face superior e verde-azulado-ceradas na face inferior, com pecíolo entalhado de aprox. 12 mm. Nervuras laterais um pouco, a nervura principal muito saliente na face inferior. Inflorescências solitárias, pedunculadas, axilares, de cor verde-amarelada, com pétalas suculentas. Fruto sincarpo carnoso cordiforme, de cor verde-azulado-cerada, de aprox. 6 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: fruto comestível, folha medicinal, sementes inseticidas, raiz medicinal.

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Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado em quintais e sítios, ás vezes espontaneamente em pastagens. Origem: Antilhas, introduzida no Brasil (Bahia) em 1626. Pinhão Bravo (Jatropha pohliana) Características da espécie: Arbusto de aprox. 3-4 m de altura, com copa rala, e tronco reto. Folhas alternas, coriáceas, marrom-tomentosas na face inferior, glabras na face superior, verde-escuro-foscas, parcialmente divididas em 5-7 dentes de aprox. 8-15 cm de comprimento, e estes com bordos grosso-serrilhados. Nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior. Pecíolo de 10-30 cm de comprimento, com estípulas ramificadas. Inflorescências terminais com várias flores amarelas. Fruto cápsula ovóide. Utilidades da árvore: Látex medicinal (cicatrizante e hemostático), raiz medicinal, semente medicinal, óleo da semente (fabrico de tintas, sabões, na iluminação e lubrificação). Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Plantado ao longo de estradas de terra como cerca viva. Planta pioneira, nativa na Caatinga regional. Origem: Caatinga brasileira Pinhão Roxo (Jatropha gossypiifolia) Características da espécie: Pequeno arbusto tóxico de aprox. 1 m de altura com copa globosa, tronco ramificado. Folhas alternas, glabras, herbáceas, verde-escuro-avermelhadas, um pouco brilhantes na face superior, roxo-escuras e um pouco brilhantes na face inferior, parcialmente divididas em 4-5 dentes de aprox. 10-12 cm de comprimento, e estes com bordos fino-serrilhados. Nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior. Pecíolo roxo, glabro e brilhante de aprox. 10-15 cm de comprimento, com estípulas ramificadas. Inflorescências terminais com várias flores roxas. Fruto cápsula trissulcada. Utilidades do arbusto: Látex medicinal (cicatrizante e hemostático), raiz medicinal, semente medicinal, óleo da semente (fabrico de tintas, sabões, na iluminação e lubrificação) Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Plantado em quintais, na frente de casas e ao longo de estradas como cerca viva, e devagar se proliferando na natureza. É uma planta invasiva no município. Origem: Antilhas e América tropical continental. Pitangueira (Eugenia uniflora) Características da espécie: Arbusto pequeno de aprox. 2 m de altura com copa rala e globosa, tronco ramificado. Casca fina, lisa, de cor cinza-clara e coberta de líquens brancos. Folhas opostas, simples, orbiculares, glabras, de aprox. 15-40 mm por 30-60 mm, arredondadas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade basal da folha, de cor verde-clara, um pouco brilhantes na face superior, um pouco mais claras e menos brilhantes na face inferior. Pecíolo de aprox. 2-4 mm de comprimento. Nervura principal um pouco impressa na face superior e um pouco saliente na face inferior. Inflorescências solitárias de cor branca. Fruto baga oblata de aprox. 2-3 cm de diâmetro, de cor vermelha. Utilidades do arbusto: Fruto comestível e medicinal (calmante), folha medicinal (contra febre, adstringente). Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Plantada em quintais (sitio “Camaradas” e centro da cidade), talvez espontaneamente em pastagem no sítio de “Chã de Farias”. Talvez a planta seja nativa na região. Origem: Planalto Meridional Brasileiro, restingas litorâneas do Nordeste até o Sul do Brasil. Outras particularidades: Pitanga é palavra tupi e quer dizer “vermelho rubro”, aqui empregada em alusão à cor do fruto. Na época de florescimento pode ser confundida com a “Uvaia”. Pitiá (Aspidosperma Ulei) Características da espécie: Árvore de porte médio, com a copa alongada e o tronco comprido. Casca de cor cinza-clara, com muitas fissuras longitudinais, no fundo das fissuras de cor marrom-avermelhada. Galhos verticilados, de cor marrom-escura, com pequenas verrugas brancas. Folhas alternas, concentradas na extremidade dos ramos. Folhas simples, herbáceas, glabras, de aprox. 4-5 cm por 9-11 cm, com os bordos inteiros e pouco ondulados, verde-azulado-escuras, pouco brilhantes ou foscas na face superior, verde-azulado-pálidas e foscas na face inferior, agudas ou obtusas na base e no ápice,

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com a maior largura da folha na metade ou na metade apical. Nervuras de cor verde-claro-brilhante e mais aparentes na face inferior, com pecíolo grosso, entalhado, de cor verde-claro-fosca de aprox. 5-8 mm de comprimento. Inflorescências em panículas terminais, semiglobosas, com muitas flores pequenas de cor verde-clara, quase branca. Fruto cápsula de forma muito irregular, de cor marrom-escura, com 2-3 “chifres”, no total de aprox. 3 cm de comprimento. No sol quente as folhas são menores, coriáceas, de cor verde-claro-brilhante na face superior, verde-claro-pálidas e foscas na face inferior, com os bordos recurvados para baixo, os frutos ovóides sem chifres. Utilidades da árvore: Madeira (ideal para cabos de ferramentas, para tabuado e carpintaria). Freqüência no município: Raro Tipo de vegetação: A árvore foi encontrada numa floresta da Mata Atlântica, no sítio das Mangueiras. Ela é provavelmente nativa na Mata Atlântica regional. Origem: tabuleiros litorâneos do Nordeste (?) Outras particularidades: Segundo Braga (1960) o nome é alteração de “Piquiá”, nome de algumas espécies de Aspidosperma nos Estados meridionais. Vem de pi-quiá = casca suja. Pitombeira (Thalisia esculenta) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa ou alongada e com tronco grosso, reto. Casca grossa, muito fissurada, de cor cinza ou marrom, descamante em folhas finas ou placas pequenas. Ramos novos beges. Folhas alternas, pinadas, glabras, com ráquis de aprox. 15-20 cm de comprimento, com 6-9 folíolos oblongos, herbáceos ou um pouco cartáceos, geralmente opostos, ás vezes alternos, agudos ou obtusos na base e agudos no ápice, de aprox. 3-4 cm por 8-10 cm, com a maior largura na metade do folíolo, de cor verde-intensa e pouco brilhante na face superior, um tanto mais claros na face inferior. Nervuras do 1° e 2° grau um pouco impressas na face superior e um pouco salientes na face inferior. Inflorescências em corimbos nas axilas das folhas, com muitas flores brancas e cheirosas. Fruto drupa globosa indeiscente. Utilidades da árvore: fruto comestível, madeira (muito forte, para móveis, tábuas, traves, estacas, lenha, carvão), sementes medicinais (contra diarréias agudas e crônicas), polpa da fruta medicinal (esternutatórias), casca e folhas taníferas. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Em pastagens da parte da Caatinga do município, gealmente perto de habitações, e na Mata Atlântica. Provavelmente é uma planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem: Amazônia e Mata Atlântica, do Pará até Espírito Santo. Outras particularidades: A seiva é tóxica para peixes. Segundo César (1956) esta espécie é nativa em lugares frescos na Zona da Mata e no Agreste pernambucano. “Pororoca” (Clusia grandiflora ou C. nemorosa) Características da espécie: Árvore grande, lactescente, com copa muito grande, globosa e um pouco baixa, e tronco muito grosso ramificado (diâmetro de aprox. 3 m!). Casca quase lisa, de cor cinza-escura e um pouco avermelhada, com verrugas elevadas de cor cinza mais escuras ainda. Folhas opostas, simples, glabras, foscas, suculentas, coriáceas, verde-escuro-brilhantes na face superior, um pouco mais claras na face inferior, ovais, de aprox. 6-10 cm por 10-22 cm, agudas (as folhas pequenas obtusas) na base e arredondadas no ápice, com a maior largura no terço apical, com os bordos inteiros e ás vezes recurvados para baixo, com pecíolo grosso de aprox. 5 mm de comprimento. Nervura principal saliente na metade basal da face inferior, nervuras laterais quase não visíveis. Inflorescências nas axilas das folhas e nos terminais dos ramos, com uma ou duas flores grandes, com 5 pétalas um pouco suculentas de aprox. 25 mm de comprimento, de cor branca, e um anel de estames globosos, amarelo-brilhantes, com perfume muito doce. Depois da flor velhecer ela cai inteiramente no chão, sem produzir frutos (?). Fruto (?) Utilidades (C. nemorosa): Madeira (construção civil), casca e folha medicinal (anti-inflamatórias, anti-alérgicas), paisagismo. Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Encontrada na Mata Atlântica, no sítio das “Mangueiras”, e um exemplar novo plantado no sítio “Pangauá” (“Salão”). Provavelmente é uma planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem (C. nemorosa): Mata Atlântica

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Outras particularidades: Segundo a literatura, com o nome popular “Pororoca” é chamada Clusia nemorosa, mas pelas cores das flores a árvore encontrada em Cumaru parece mais com Clusia grandiflora. Segundo a internet, C. nemorosa tem ainda o nome popular “Orelha de Burro”. Quebra-Panela (Alternanthera tenella) Características da espécie: Arbusto pequeno com copa rala e tronco ramificado. Casca grossa, muito fissurada longitudinalmente, de cor cinza, parcialmente coberta de líquens brancos. Ramos novos glabros, de cor bege claro. Folhas em pares alternos, simples, oblongas, de aprox. 25 mm por 80 mm, agudas na base e obtusas no ápice, com a maior largura na metade da folha, verde-oliva-foscas na face superior, um tanto mais claras e foscas na face inferior, com poucos pêlos brancos deitados na face superior, muitos pêlos brancos deitados na face inferior e no pecíolo. Pecíolo de aprox. 3-4 mm de comprimento. Nervuras do 1° e 2° grau impressas na face superior, as do 1° até 3° grau salientes na face inferior. Flores sésseis, brancas, nas axilas dos pares de folhas. Fruto? Utilidade: Talvéz planta medicinal Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Numa cerca viva no sítio de “Água Salgada”. Talvez uma planta invasiva no município. Origem: Sul dos EUA “Quia” ou “Sequia” (?) Características da espécie: Árvore de aprox. 8 m de altura, com copa baixa ou globosa, tronco um pouco tortuoso de aprox. 2 m comprimento. Casca fissurada horizontal- e verticalmente, de cor cinza, com manchas escuras e brancas de liquens, descamante em placas pequenas. Folhas alternas, simples, glabras, rijas e cartáceas ou coriáceas, de aprox. 3-5(-11) cm por aprox. 6-12 (-19) cm, ovais ou oblongas, agudas ou obtusas na base e agudas no ápice, com os bordos inteiros e ondulados ou esparsamente espinhentos na metade basal da folha, de cor verde-escura ou intensa e fortemente brilhantes na face superior, verde-intensas um pouco brilhantes na face inferior. Nervuras de cor verde-clara, a nervura principal levemente saliente na face inferior, nervuras laterais mais aproximadas na base da folha (aprox. 6 nervuras quase saindo da base da folha). Pecíolo suculento, verde-claro ou marrom-avermelhado-escuro, rígido, com muitas glândulas laterais, de aprox. 3 mm de diâmetro por aprox. 4-8 mm de comprimento. Inflorescências em corimbos axilares, com várias flores pedunculadas de cor creme de aprox. 15 mm de comprimento. Fruto amêndoa ovóide veludo de cor verde-oliva, de aprox. 10-15 mm de diâmetro por 20-25 mm de comprimento, contendo uma ou duas sementes muito rugosas, de cor marrom-escuro-fosca e com perfume doce e agradável. Aparentemente o madurescimento dos frutos acontece parcialmente depois deles cair no chão. Utilidades: ? Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Em pastagens dos sítios de “Riacho de Pedra”, “Riacho do Poço”, “Mangueiras”, e na “Serra Verde” (?). Outras particularidades: É bem provável que esta espécie não é uma espécie, mas duas ou três: uma com folhas pequenas, ovais e inteiras (um único exemplar adulto em “Riacho de Pedra” e outro no pico mais alto de Cumaru), uma com folhas pequenas, oblongas, com raros espinhos na metade basal das folhas (um único exemplar adulto em “Riacho do Poço”), e uma terceira espécie com folhas grandes, oblongas, com raros espinhos nos bordos inteiros das folhas (vários exemplares adolescentes nas “Mangueiras”). Quina-de-São-Paulo (Alseis floribunda) Características da espécie: Arvore de até 10 m de altura, com tronco ramificado e copa alongada. Casca lisa, cor de oliva ou marrom, com manchas de líquens brancos, parcialmente descamante em placas grandes e enroladas, deixando uma casca nova de cor de oliva escura. Folhas concentradas na extremidade dos ramos, translúcidas, membranáceas, verde-claras, de 8-10 cm por aprox. 18-24 cm, com a maior largura na metade apical, acuminadas ou agudas na base, agudas ou obtusas no ápice, levemente brilhantes na face superior, com os bordos inteiros, com pecíolo de aprox. 2-3 cm de comprimento, levemente alado na metade frontal. Nervuras de cor verde-clara, salientes e tomentosas na face inferior. Aprox. 15-20 pares de nervuras laterais quase retas, paralelas, impressas na face superior e

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salientes na face inferior. Inflorescências em espigas terminais de aprox. 8 cm de comprimento, com muitas flores pequenas de cor amarela. Fruto cápsula deiscente de aprox. 5 mm de comprimento, de cor marrom-escura. Utilidade: madeira (marcenaria, confecção de armações de serras e cabos de ferramentas), paisagismo. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem: Espírito Santo até Santa Catarina, na Mata Atlântica (?) Quina-Quina (Coutarea hexandra) Características da espécie: Arbusto de até 4 m de altura com copa rala, tronco ramificado. Casca grossa, pouco fissurada, de cor cinza-escura, com pequenas verrugas redondas bastante elevadas. Ramos novos verdes com verrugas verticais de cor bege. Folhas opostas, simples, glabras, herbáceas, ovais, de aprox. 4 cm por 6 cm, com a maior largura na metade da folha, obtusas na base e obtusas ou agudas no ápice, de cor verde-intensa ou escura, foscas quando novas e muito brilhantes quando adultas na face superior, muito mais claras, mas também brilhantes na face inferior, com os bordos inteiros. Nervuras do 1° e 2° grau verde-claras, muito impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Pecíolo entalhado de aprox. 5-8 mm de comprimento. Inflorescências terminais em fascículos, com várias flores campanuladas de cor branca, de aprox. 4 cm de comprimento. Fruto cápsula deiscente. Utilidades da árvore: lenha, paisagismo, casca medicinal. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Na Mata Atlântica, sobre tudo nas serras do município. A espécie e provavelmente nativa na Mata Atlântica. Origem: Do México à América do Sul. No Brasil: Mata Atlântica e Amazônica. Quixabeira (Sideroxylon obtusifolium) Características da espécie: Arbusto grande com copa muito densa, ramificada e globosa, tronco curto e muito ramificado. Casca grossa, fissurada longitudinalmente, de cor marrom-escura, com liquens brancos. Ramos formando um ângulo de quase 90° com os galhos. Folhas simples, coriáceas, ovais ou oblongas, de aprox. 1 cm por 3-5 cm, sustentadas por um pecíolo de aprox. 5 mm de comprimento, agudas ou obtusas na base e arredondadas no ápice, de cor verde-claro-brilhante na face superior e verde marrom-tomentosas na face inferior, com os bordos inteiros. Nervura principal saliente na face inferior. Inflorescências axilares com pequenas flores perfumadas, de cor amarela esverdeado. Fruto drupa ovóide de cor preta brilhante, com polpa suculenta. Utilidades da árvore: fruto comestível, casca do tronco medicinal (rico em tanina, é tónica, contra diabetes, ferimentos e traumatismos), madeira (construção civil, marcenaria, torno e principalmente para escultura), folhas e frutos forrageiros. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A árvore é nativa na Caatinga regional. Origem: Nordeste (Caatinga), Restinga, Pantanal “Rama Branca” (Boehmeria nivea?) Características da espécie: Árbusto grande ou árvore, com tronco curto e copa globosa ou alongada. Casca fina e quase lisa, com poucas fissuras e formando placas pequenas, de cor cinza-escura, com muitas verrugas redondas ou ovais elevadas de cor marrom-clara. Folhas alternas, simples, ovais, de 20-35 mm por 50-75 cm, arredondadas na base e acuminadas ou agudas no ápice, verde-intensas ou escuras, brilhantes, com pêlos duros muito curtos na face superior, bege-hirsutas e foscas na face inferior, com bordos inteiros no terço basal e grosso-dentados nos dois terços apicais, com pecíolo branco-hirsuto de aprox. 3-5 mm de comprimento, com a maior largura na metade basal da folha. Nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior, impressas na face superior. Flor? Fruto? Utilidade da árvore: paisagismo Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: somente na margem do Rio Capibaribe, em Malhadinha, e, pelo nome de “Chicho”, no sítio “Lagoa de Vaca”. Provavelmente a árvore não é nativa na região. (?) Origem: ?

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„Rascabéz“ (?) Características da espécie: Planta trepadeira com copa rala, tronco ramificado. Casca fina, descamante em placas irregulares e grandes, mas muito finas, de cor marrom ou bege-clara. Galhos de cor bege-clara, com espinhos pequenos da mesma cor, mas com ponta marrom-escuro-roxa, dirigidos para trás. Folhas alternas, bipinadas, concentradas na extremidade dos ramos, com ráquis de aprox. 10 cm de comprimento, com 3-6 espinhos verdes na face inferior. 4-8 pares de pinas opostas de aprox. 4-7 cm de comprimento (as maiores na parte apical). 15-25 pares de folíolos por pina, verde-claro-foscos, glabros, de aprox. 2 mm por 8-10 mm, assimetricamente alargados na base e agudos no ápice, aproximados, mas mudando a direção dependendo da quantidade de luz e água, com uma nervura visível. A ráquis e o pecíolo das pinas são tomentosos. Flor? Fruto vagem de cor bege-veluda. Utilidade: ? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Planta nativa da Caatinga regional. Origem: ? Romã (Punica granatum) Características da espécie: Arbusto de até 3 m de altura, com copa rala e globosa, tronco ramificado. Casca fina, lisa, cinza-escura até verde-oliva, com muitas verrugas elevadas de cor marrom-claro-avermelhada. Folhas opostas ou em grupos opostos de até 4 folhas, simples, lanceoladas, glabras, de aprox. 15 mm por 60 mm, agudas ou obtusas na base e no ápice, de cor verde-intensa em ambas as faces, um pouco brilhantes na face superior e foscas na face inferior, com a maior largura na metade basal ou na metade das folhas. Nervuras do 1° e 2° grau um pouco impressas na face superior e um pouco salientes na face inferior. Pecíolo avermelhado de aprox. 5-12 mm de comprimento. Inflorescências terminais, com grandes flores solitárias de cor vermelha. Fruto baga globosa de até 10 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: polpa do fruto comestível, casca da raiz medicinal (tenífuga), casca da fruta e folha medicinais (contra disenteria, eliminação de toxinas, faringites, gengivites, infecção vaginais por fungos, inflamação da garganta, laringites, pele cansada e sem brilho, sangramento de gengiva, sapinhos, verminoses, acabam com rouquidão, afecções da boca, garganta e gengivas, auxiliam na prevenção de aftas). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado em quintais. Origem: Oriente Próximo Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia) Características da espécie: Arbusto ou árvore de porte médio espinhento. Casca de cor cinza, profundamente fissurada longitudinalmente, descamante em fibras compridas. Espinhos recurvados para trás, na casca do tronco e nos ramos. Folhas alternas, bipinadas, paripinadas, com ráquis tomentosa e entalhada de aprox. 6 cm de comprimento, sustentando dois pares de pinas. As pinas basais com ráquis tomentosa e entalhada de aprox. 2 cm de comprimento, com dois pares de folíolos, as pinas apicais com ráquis tomentosa e entalhada de aprox. 4-5 cm de comprimento, com 3 pares de folíolos. Folíolos opostos, curto-peciolados, orbiculares, de aprox. 2-3 cm por 3-4 cm, glabros, foscos, de cor verde-azulada. Nervuras salientes na face inferior. Inflorescências em panículas terminais, com muitas espigas de flores pequenas brancas. Fruto vagem de cor marrom-escura. Utilidades da árvore: madeira (resistente, pesada, dura e compacta, altamente durável, mesmo em contato com o solo, para estacas, postes, mourões de cerca, dormentes, lenha e carvão), folha (forragem para o gado), paisagismo, flor (mel), casca medicinal (peitoral). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Usado como cerca viva ou produção de estacas, mas provavelmente não é nativa na região. Encontrado nos sítios “Chã de Farias, Campo do Buraco, Serra dos Pintos, Chã de Trinta, Olho d´Agua da Figueira, Cajueiro, Areias, Gavião, Pilões, Poços, Malhadinha, Goiabas, Pedra Branca e Riacho de Boi. Origem: Maranhão, Piauí e Ceará Outras particularidades: Árvore de rápido crescimento

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Saboeiro (Sapindus saponaria) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa ou alongada, tronco reto. Casca grossa, lisa, de cor cinza-clara. Galhos novos de cor quase branca, com verrugas compridas verticais e elevadas de cor marrom-escura. Folhas alternas, imparipinadas, glabras, de cor verde-intensa, com ráquis ás vezes um pouco alada de aprox. 20 cm de comprimento, sustentando aprox. 8-12 folíolos opostos ou alternos, ovais ou oblongos, agudos ou obtusos na base e agudos no ápice, com os bordos inteiros. Os folíolos de aprox. 25 mm por 50 mm, os folíolos apicais de aprox. 4 cm por 11 cm. Pecíolo de aprox. 5-7 mm de comprimento. Nervuras do 1° e 2° grau um pouco salientes na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências em panículas terminais, com flores pequenas de cor branca. Fruto drupa globosa, rugosa, de aprox. 2 cm de diâmetro, de cor marrom-brilhante. Utilidades da árvore: madeira (para marcenaria, carpintaria, construção civil, lenha), fruta (substituto de sabão), semente (material para artesanato, instrumentos musicais, óleo aproveitável para iluminação), flor (mel), fruto e casca e raiz medicinais (contra leucorréia e clorose), sombra. Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Provavelmente árvore nativa da Mata Atlântica regional. Origem: Cosmopolita dos trópicos do hemisfério ocidental. No Brasil, na floresta pluvial e semidecídua. Outras particularidades: Segundo a literatura, os frutos são consumidos por morcegos. Sabugueiro (Sambucus australis) Características da espécie: Arbusto de porte médio com copa globosa e tronco ramificado. Casca fina, lisa, de cor cinza-clara com liquens brancos, com verrugas ovais horizontais elevadas. Folhas alternas, glabras, imparipinadas, ás vezes bipinadas, com ráquis profundamente entalhada de aprox. 8-9 cm de comprimento. 5-7 folíolos opostos, ovais, coriáceos, de aprox. 25 mm por 60 mm, com a maior largura na metade basal, com pecíolo de aprox. 3 mm de comprimento (o folíolo terminal com pecíolo de aprox. 15 mm de comprimento), de cor verde-intenso-brilhante na face superior, de cor verde-pálido-fosca na face inferior, com os bordos serrilhados. Nervura principal um pouco impressa na face superior e um pouco saliente na face inferior. Os dois lados dos folíolos recurvados para cima. No lugar dos folíolos basais ás vezes folíolos inteiramente divididos em duas ou três partes de tamanho diferente, sustentado por um pecíolo de aprox. 5 mm de comprimento. Inflorescências terminais, com muitas flores pequenas de cor branca. O arbusto não produz frutos. Utilidades da árvore: flor medicinal (sudorífera e diurética), folha medicinal (drástica, emenagoga, emética e inseticida). Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Raramente plantado em quintais. Origem: Sul do Brasil Saca-Rolha (Helicteres Guazumaefolia) Características da espécie: Arbusto de aprox. 3 m de altura, com copa rala, tronco ramificado. Casca fina, quase lisa, com verrugas ovais elevadas, de cor bege-verde e marrom-escura. Galhos de cor bege-verde-oliva. Folhas alternas, simples, herbáceas, verde-intensas e hirsutas na face superior, verde-pálidas e tomentosas na face inferior, orbiculares, auriculadas na base e agudas no ápice, com os bordos serrilhados, de aprox. 6-8 cm por 9-13 cm, com a maior largura na metade da folha, com 6-9 nervuras saindo da base da folha, com pecíolo tomentoso de 14-18 mm de comprimento. Nervuras impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Na base de cada pecíolo tem dois estípulos lineares de aprox. 6 mm de comprimento. Inflorescências em cimeiras axilares contendo de uma até 4 flores com 5 pétalas de aprox. 15 mm de comprimento, de cor vermelha, com estilete comprido de aprox. 5 cm de comprimento. Fruto cápsula coniforma, torcida em espiral. Utilidade do arbusto: ? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Na floresta de Caatinga no sítio do “Jucá”, e na beira de uma floresta em Chã de Farias. Provavelmente planta nativa da Caatinga regional. Origem: México, América central

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“Salgueiro do Rio” (?) Características da espécie: Arbusto de até 1.5 m de altura, com tronco muito ramificado. Casca lisa, de cor marrom-cinzenta. Folhas alternas, lineares, glabras, de aprox. 6-8 mm por 30 mm, com pecíolo de aprox. 2-3 mm de comprimento, agudas na base e obtusas ou arredondadas no ápice, com a maior largura na metade do comprimento, de cor verde-intenso em ambas as faces, brilhantes na face superior e foscos na face inferior, com bordos levemente serrilhados (quase inteiros). Nervura principal um pouco saliente na face superior, face inferior da nervura principal e os ramos novos de cor roxa, face inferior da nervura principal da folha adulta de cor amarela. Inflorescências em espigas axilares, com muitas flores minúsculas de cor branca. Fruto cápsula globosa de cor marrom, de aprox. 1 cm de diâmetro. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: exclusivamente na margem do Rio Capibaribe, em “Malhadinha”. Provavelmente é uma planta nativa da vegetação ciliar do Rio Capibaribe. Origem: ? Sapoti (Manilkara zapota) Características da espécie: Árvore pequena com copa frondosa e globosa, tronco reto. Casca grossa, de cor cinza, profundamente fissurada longitudinal- e horizontalmente, marrom-avermelhada no fundo das fissuras. Folhas concentradas na extremidade dos ramos, simples, ovais, glabras, coriáceas, de aprox. 35 mm por 80 mm, agudas na base e obtusas no ápice, com a maior largura na metade apical, verde-escuro-brilhantes na face superior, um pouco mais claras e foscas na face inferior. Pecíolo de aprox. 25 mm de comprimento. Nervura principal de cor amarela, muito saliente na face inferior. Inflorescências terminais, com flores solitárias de cor branco-verde. Fruto baga globosa de aprox. 3 cm de diâmetro, de cor marrom. Utilidades da árvore: polpa do fruto comestível, látex da casca, madeira (para carpintaria), semente medicinal (solvente dos cálculos nefríticos e hepáticos). Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Plantado em um exemplar numa pastagem no sítio de Pangauá. Não é planta nativa da região. Origem: México, Costa Rica Sipaúba (Thiloa glaucocarpa) Características da espécie: Arbusto ou pequena árvore de até 4 m de altura, com copa rala, globosa ou alongada, tronco ramificado. Casca lisa, um pouco brilhante, de cor marrom-avermelhado-clara, descamante em fibras. Folhas opostas, ovais, glabras, membranáceas, de aprox. 3 cm por 6 cm, obtusas ou arredondadas na base e agudas no ápice, de cor verde-clara ou verde-azulado-fosca, áspero-pubescentes em ambas as faces, com os bordos inteiros e um pouco ondulados, com pecíolo entalhado e um pouco alado de aprox. 8-10 mm de comprimento. Nervuras amarelas, um pouco impressas na face superior, muito salientes e hirsutas na face inferior. Inflorescências em cimeiras axilares, com aprox. 10 flores pequenas de cor branca (estames relativamente grandes de cor branca, pétalas brancas escondidas atrás das sépalas de cor verde-clara). Fruto sâmara de aprox. 1 cm de comprimento com quatro asas amarelas e meio-redondas. Utilidades da árvore: lenha, flor (mel), casca e folha medicinal, paisagismo. Freqüência no município: comum na área da Mata Atlântica. Tipo de vegetação: É uma planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem: Caatinga do Nordeste brasileiro Outras particularidades: Folhas e brotos contem taninos e saponinas, por isso é uma planta tóxica para o gado, causadora de intoxicação conhecida como popa-inchada, venta-seca ou mal-da-rama, sobre tudo no início do período das chuvas, em decorrência da brotação das plantas. Os sintomas da intoxicação surgem após 10 a 25 dias da ocorrência das chuvas. Caracterizam-se por edema subcutâneo; fezes inicialmente ressequidas, que se tornam pastosas, sempre com muco, com ou sem estrias de sangue, e odor desagradável. Existe uma planta trepadeira com frutos muito parecidos, mas de coloração vermelho-escura (entre Pangauá e Dendê, beira estrada).

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Sombreiro (Clitoria fairchildiana) Características da espécie: Árvore grande com copa frondosa e baixa, tronco grosso e reto. Casca grossa, lisa, de cor cinza, com manchas de líquens brancos. Folhas imparipinadas, glabras, um pouco cartáceas, com ráquis de aprox. 6-8 cm de comprimento, sustentando um par de folíolos basais e um folíolo apical, todos oblongos, arredondados na base e agudos no ápice, com a maior largura na metade basal, de cor verde-intensa um pouco brilhante na face superior e um pouco mais clara e fosca na face inferior. Folíolos basais de aprox. 3,5-4 cm por 10 cm, o folíolo apical de aprox. 6 cm por 12 cm. Nervura principal muito saliente na face inferior, as nervuras laterais um pouco salientes em ambas as faces. Inflorescências axilares com várias flores grandes e perfumadas roxas. Fruto vagem achatada deiscente. Utilidades da árvore: madeira, sombra, paisagismo Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado em calçadas da cidade. Provavelmente a árvore não é nativa na região. Origem: Norte e Nordeste do Brasil Sucupira Preta (Bowdichia virgilioides=Diplotropis incexis?) Características da espécie: Árvore de aprox. 10 m de altura, com copa baixa e rala, tronco ramificado. Casca da árvore grande grossa, de cor cinza-escura, mas com manchas brancas pêlos liquens, irregularmente fissurada em placas pequenas. Galhos de cor marrom com muitas fissuras longitudinais, avermelhados no fundo das fissuras. Novos ramos, ráquis, pecíolos e nervuras principais dos folíolos denso-marrom-pubescentes. Folhas alternas, imparipinadas, com ráquis de aprox. 15-20 cm de comprimento, com aprox. 15-19 folíolos alternos, oblongos, de aprox. 2 cm por 6 cm, verde-brilhantes na face superior, verde-pálido-foscos na face inferior, obtusos na base e arredondados no ápice, com os bordos inteiros e recurvados para baixo. Inflorescências em panículas terminais, com várias flores roxas. Fruto legume indeiscente achatado de aprox. 15 mm por 60 mm, agudo na base e no ápice, de cor bege quando na árvore, ficando marrom avermelhado depois de cair no chão, contendo uma até quatro sementes pretas. Utilidade da árvore: Madeira (de alta resistência, para obras pesadas, esteios, dormentes, postes, lonhas, tabuados, torno e fuso de prensas, assoalhos, portas e acabamentos internos), casca e resina da raiz medicinais (adstringentes, contra diarréias crônicas e como depurativo), fruto medicinal, casca medicinal (antiinflamatória, antialérgica), paisagismo, flor (mel). Freqüência no município: muito raro, em três exemplares numa pastagem, no sítio de “Chã de Farias”. Tipo de vegetação: A árvore foi provavelmente plantada, não é nativa na região, mas se reproduz espontaneamente. Talvez seja uma planta invasiva no município. Origem: Segundo Ducke 1953, o nome é “Sucupira mirim”, e a espécie é nativa na Zona da Mata pernambucana. Segundo César (1956) esta espécie é nativa em Pernambuco, e o tronco dela atinge uma grossura de 1.5 m. Tamarindo (Tamarindus indica) Características da espécie: Árvore grande com copa globosa, tronco grosso e reto. Casca grossa, de cor cinza-avermelhada, fissurada longitudinal- e horizontalmente e descamante em placas grossas. Folhas alternas, imparipinadas, foscas, glabras, com ráquis fortemente entalhada de aprox.10 cm de comprimento, sustentando aprox. 19 -25 folíolos opostos, afastados, de aprox. 8 mm por 20 mm, arredondados na base e no ápice, de cor verde-claro-pálida. Inflorescências em espigas terminais, com várias flores de cor amarela pálida. Fruto vagem subcarnosa de cor marrom. Utilidades da árvore: Polpa do fruto comestível e medicinal (laxativa e contra hemorróidas), folhas novas e flores e sementes novas comestíveis, folha medicinal, sombra, madeira (carpintaria e lenha!), paisagismo. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado em vários sítios do município (“Dendê”, “Lagoa de Aninha”, “Centro”, “Pangauá”, “Malhadinha”, “Queimadas”, “Chã de Farias”, “Rodrigue”). Origem: Índia, introduzido no Brasil antes de 1612. “Tapuia” (Pisonia areolata?) Características da espécie: Árvore grande com tronco curto e copa alongada, um pouco rala. Casca lisa, de cor marrom, com verrugas elevadas da mesma cor. Folhas opostas ou alternas, um pouco

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concentradas na extremidade dos ramos, simples, herbáceas ou um pouco coriáceas, ovais, obtusas ou agudas na base e no ápice, de aprox. 4-6 cm por 9-17 cm de comprimento, verde-intensas e pouco brilhantes na face superior, um pouco mais claras na face inferior, com os bordos inteiros. Nervuras amarelas, pouco impressas na face superior, salientes na face inferior. Os ramos novos, os pecíolos e a face inferior das folhas novas apresentam pilosidade feltrosa de cor marrom-claro. Pecíolo de aprox. 1 cm de comprimento, de cor verde-clara. Inflorescências terminais, com várias flores pequenas de cor verde. Fruto antocarpo alongado, de aprox. 5 mm por 10 mm, de cor roxo-escura. Utilidades da árvore: madeira (caibros, traves e tábuas para portas, varas para pescar), lenha, sombra, casca medicinal. Freqüência no município: comum na área da Mata Atlântica Tipo de vegetação: Na Mata Atlântica e nas pastagens da área da Mata Atlântica. Provavelmente é uma planta nativa da Mata Atlântica regional. Origem: Minas Gerais até Rio Grande do Sul, na Mata Atlântica (?). Outras particularidades: César (1956) descreve esta espécie sob o nome de “Piranha” e menciona outros nomes: “João Mole”, “Maria Mole”, “Pau cinza” e “Pau Piranha”. Em Cumaru o nome de “Maria Mole” é também conhecido. Segundo César esta espécie tem o nome científico “Laetia apetala”, e não “Pisonia tomentosa”. Acho que esta vez ele está errado. Segundo César (1956) a madeira é muito difícil ser serrada quando seca. O pó de serra ofende os olhos. Tarumã (Vitex sellowiana) Características da espécie: Árvore grande com copa alongada e rala, tronco curto. Casca fina, um pouco fissurada e descamante em placas finas, estreitas, de cor bege-claro-cinzenta. Galhos glabros, de cor bege, ramos novos marrom-pubescentes. Madeira com cheiro agradável. Folhas opostas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, com pecíolo marrom-hirsuto de aprox. 5-10 cm de comprimento, compostas de geralmente três (raramente até 5) folíolos quase sésseis, ovais (ou raramente oblongos), de aprox. 3-6 cm por aprox. 6-14 cm, agudos ou obtusos na base e no ápice, de cor verde-oliva e marrom-hirsutos em ambas as faces, um pouco brilhantes na face superior, com os bordos inteiros e recurvados para baixo. Nervuras do 1° até 3° grau um pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Os folíolos laterais são menores que o(s) folíolo(s) centrais, tem a maior largura na metade do folíolo e a base obtusa. Os folíolos centrais têm a maior largura no terço apical do folíolo e a base aguda. Inflorescências em fascículos axilares, com caule comum de aprox. 5 cm de comprimento, sustentando alguns 8 flores de cor azul-escura, de aprox. 15 mm de diâmetro. Fruto baga globosa ou ovóide de cor preto-brilhante, de aprox. 15 mm de diâmetro, contendo uma semente branca. Utilidades da árvore: madeira (para construção civil e obras externas como estacas e mourões), paisagismo, fruto comestível (?), fruto medicinal, folhas medicinais. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Provavelmente planta nativa na Caatinga e planta pioneira na Mata Atlântica. Origem: (?) Outras particularidades: Segundo a literatura esta árvore tem folhas palmadas, com 5-7 folíolos. O nome “Tarumã” vem do Tupi-guarani e significa “Fruta escura de fazer vinho”. Tatajuba (Maclura tinctoria = Chloroflora tinctoria) Características da espécie: Árvore grande dióica, espinhenta, lactescente, com copa globosa e muito frondosa. Tronco reto, de aprox. 2-5 m de comprimento. Casca da árvore nova e dos galhos fina, lisa, de cor bege, com fissuras superficiais verticais e verrugas elevadas ovais horizontais de cor bege, com manchas de liquens brancos. Casca da árvore adulta quase lisa, verde-marrom, com pequenas verrugas elevadas de cor bege-clara. Casca dos ramos novos de cor bege-clara, com muitas verrugas pequenas quase brancas. Galhos ás vezes com espinhos duros e finos de até 3 cm de comprimento, nas axilas das folhas, sobre tudo na árvore adolescente. Folhas alternas, simples, glabras, membranáceas ou herbáceas, orientadas rigidamente no mesmo plano, ovais, de aprox. 4-6 cm por 9-12 cm, arredondadas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade da folha, de cor verde-intenso-fosca na face superior, um tanto mais clara na face inferior, translúcidas, com a nervura principal e os laterais de cor verde-clara, pouco impressas na face superior e bastante salientes na face inferior, com os bordos serrilhados. Pecíolo de cor verde-clara, entalhado na face superior, de aprox. 7-10 mm de comprimento. Nervuras de cor verde-clara, pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior.

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Inflorescências nas axilas das folhas, as masculinas em espigas de aprox. 4-5 cm de comprimento e 5 mm de diâmetro, com caule de aprox. 12 mm de comprimento, com flores pequenas de cor verde-clara (estames amarelo-claros), as inflorescências femininas globosas, com aprox. 8 mm de diâmetro, de cor verde-pálido. Fruto sorose. Utilidades da árvore: madeira! (para construções externas, como postes, esteios, moirões, vigamentos de pontes, dormentes, cruzetas, para construção civil e naval, como vigas, caibros, ripas, tacos e tábuas para assoalho, batentes de portas e janelas, para confecção de móveis, cabos de ferramentas, revestimentos decorativos, peças torneadas, etc.), madeira tintorial, Sombra! Látex medicinal (cicatrizante e odontálgico), fruto comestível. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: A árvore foi encontrada em dois exemplares masculinos na Mata Atlântica no sítio das Mangueiras e beira estrada no sítio do “Jucá”, um exemplar adolescente feminino no “Salão”. A árvore é provavelmente nativa na Mata Atlântica regional e planta pioneira na Mata Atlântica. Origem: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Outras particularidades: Frutos apreciados por pássaros. Tespésia (Thespesia populnea) Características da espécie: Árvore pequena com tronco reto e copa frondosa e globosa. Casca grossa, de cor marrom-cinzenta, fissurada e partida em placas pequenas. Folhas alternas, concentradas na extremidade dos ramos, simples, cordiformes, glabras, fortemente auriculadas na base e agudas no ápice, de aprox. 8-10 cm por 11-13 cm, verde-escuro-brilhantes na face superior, verde-intensas e menos brilhantes na face inferior, com os bordos inteiros, com geralmente 5-6 nervuras amarelas saindo da base da folha. Pecíolo amarelo de aprox. 8 cm de comprimento. Inflorescências nas axilas das folhas, com grandes flores solitárias de cor amarela claro ou rosa. Fruto ? globosa de aprox. 3-4 cm de diâmetro, de cor verde. Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Plantada numa calçada da cidade, no bairro do Jenipapeiro. Origem: Índia Timbaúba I (=”Tambor”) (Enterolobium contortisiliquum) Características da espécie: Árvore grande com copa semiglobosa, tronco reto e grosso. Casca lisa, de cor cinza. Folhas alternas, bipinadas, glabras, com ráquis de aprox. 7-15 cm de comprimento, sustentando 3-5 pares de pinas de aprox. 8-11 cm de comprimento, com aprox. 14 pares de folíolos de aprox. 6 mm por aprox. 18-20 mm, arrodendados na base e agudos no ápice. Inflorescências axilares em capítulos de aprox. ? mm de diâmetro, com flores brancas. Fruto legume contorcido e ondulado de 8-9 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: Madeira (fabrico de barcos e de canoas de tronco inteiro, brinquedos, gamelas, compensados, armações de móveis, miolo de portas, caixotaria em geral), frutos (para lavar roupa), fruto e folhas forrageiros, sombra! Paisagismo! Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A árvore parece ser nativa na Caatinga regional. Origem: Do Pará ao Uruguai e Argentina Outras particularidades: Em Cumaru esta espécie tem o nome de “Tambor”. Os frutos são consumidos por roedores. O nome Timbaúba vem de timbó-yba = a árvore de espuma, alusivo à espuma que produz o fruto. Timbaúba II (=”Tambor”) (Enterolobium timbouva ou E. gummiferum sene ou E. schomburgkii?) Características da espécie: Árvore grande com copa semiglobosa e tronco reto e grosso. Casca grossa, rugosa e pouco fissurada em placas pequenas, de cor cinza, pouco avermelhada no fundo das fissuras. Folhas alternas, bipinadas, glabras, com ráquis de aprox. 9-12 cm de comprimento, com 3-4 pares de pinas de aprox. 10-11 cm de comprimento, com aprox. 10-15 pares de folíolos de aprox. 6 mm por aprox. 18 mm, arredondados na base e agudos no ápice. Inflorescências axilares em capítulos de aprox. ? mm de diâmetro, com flores brancas. Fruto legume controcido, plano de aprox. 9-11 cm de diâmetro.

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Utilidades da árvore: Madeira (fabrico de barcos e de canoas de tronco inteiro, brinquedos, gamelas, compensados, armações de móveis, miolo de portas, caixotaria em geral), frutos (para lavar roupa), fruto e folhas forrageiros, sombra! Paisagismo! Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: A árvore parece ser nativa na Caatinga regional. Origem: Norte-Oueste do Brasil (?) Outras particularidades: Em Cumaru esta espécie tem o nome de “Tambor”. Os frutos são consumidos por roedores. O nome Timbaúba vem de timbó-yba = a árvore de espuma, alusivo à espuma que produz o fruto. Não tenho certeza se esta espécie não é a mesma que Timbaúba I. Timbaúba III (=”Tambor”) (?) Características da espécie: Árvore grande com tronco reto, comprido e copa globosa. Casca grossa, marrom cinzento-avermelhada, com fissuras longitudinais e horizontais, descamante em placas irregulares de tamanho médio. Ramos novos verde-olivo-escuros, com 3-4 linhas longitudinais sem verrugas, pelo resto com muitas verrugas pequenas quase brancas. Folhas alternas, bipinadas, com ráquis canelada de 5-20 cm de comprimento. Aprox. 6-40 mm acima da base do raquis aparece uma glândula elevada de cor verde na face superior. 3-5 pares de pinas de aprox. 6-12 cm de comprimento. As pinas basais são menores que as pinas terminais. 10-16 pares de folíolos sésseis, verde-intenso-foscos na face superior, um pouco mais claros na face inferior, arredondados na base e agudos, obtusos ou arredondados no ápice. Os folíolos basais são menores que os folíolos terminais. Dois ou mais nervuras saindo da base do folíolo. Inflorescências axilares, em capítulos de aprox. 45 mm de diâmetro, com muitas flores verdes com estames compridos de cor branca. Fruto legume contorcido ondulada de 9-11 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: Madeira (fabrico de barcos e de canoas de tronco inteiro, brinquedos, gamelas, compensados, armações de móveis, miolo de portas, caixotaria em geral), frutos (para lavar roupa), fruto e folhas forrageiros, sombra! Paisagismo! Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Em pastagens e plantado em quintais, entre os sítios “Campo do Buraco” e “Agua Doce de Cima”. Provavelmente planta nativa da região. Utilidades da árvore: Madeira (fabrico de barcos e de canoas de tronco inteiro, brinquedos, gamelas, compensados, armações de móveis, miolo de portas, caixotaria em geral), frutos (para lavar roupa), fruto e folhas forrageiros, sombra! Paisagismo!. Origem: ? Outras particularidades: Em Cumaru esta espécie tem o nome de “Tambor”. Os frutos são consumidos por roedores. O nome Timbaúba vem de timbó-yba = a árvore de espuma, alusivo à espuma que produz o fruto. Esta espécie se difere nitidamente das espécies I e II, a área da aparência dela não se mistura com as áreas das espécies I e II. Trapiá (Crataeva tapia) Características da espécie: Árvore grande com copa frondosa e globosa, tronco reto. Casca grossa, lisa, de cor cinza, raramente se partindo em placas pequenas. Folhas alternas, glabras, verde-escuro-foscas, com pecíolo de aprox. 8 cm de comprimento, divididas em três folíolos separados, ovais, um pouco coriáceos, de aprox. 5-6 cm por 13-15 cm, agudos ou obtusos na base e acuminados no ápice, com pecíolo de aprox. 1 cm de comprimento. A maior largura dos folíolos laterais na metade basal, do folíolo terminal na metade do folíolo. Inflorescências em espigas compridas terminais, com flores grandes de cor branca com estames cor-de-rosa. Fruto baga globosa com polpa carnosa, de cor de laranja, de aprox. 5 cm de diâmetro. Utilidades da árvore: madeira (construção civil, caixotaria, canoas, cabo de ferramentas, coronha de espingarda, pau de tamancos, bilros e lenha), fruto comestível, flor (mel), sombra, fruto medicinal, casca e folha medicinal (contra asma), seiva medicinal (contra dor de dente), flor medicinal, raiz medicinal, folha medicinal (contra sarna de cavalo). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A árvore é provavelmente nativa em solos úmidos da Caatinga regional. Origem: América tropical. Quase todo o Brasil.

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Tulipeira (Spathodea campanulata) Características da espécie: Arvore de aprox. 8 m de altura, com copa baixa e frondosa, tronco reto de aprox. 2 m de altura. Casca meio-grossa, marrom-cinza-escura, com fissuras horizontais e verticais, descamante em placas irregulares. Folhas imparipinadas, de aprox. 20 cm de comprimento, com ráquis denso-pubescente de cor bege, com aprox. 11 folíolos glabros, opostos, um pouco cartáceos, curto-peciolados, ovais, de aprox. 5 cm de comprimento, com os bordos inteiros, arredondados na base e no ápice, verde-escuros na face superior, verde-claros na face inferior. Nervuras muito salientes na face inferior, pouco impressas na face superior. Inflorescências em espigas curtas terminais, com flores grandes de cor vermelha. Fruto vagem (?) cilíndrica de aprox. 2 cm de diâmetro por aprox. 12 cm de comprimento. Utilidades da árvore: sombra, paisagismo Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantada na calçada da cidade e no quintal de uma casa residencial. Origem: África central Outras particularidades: A flor é venenosa e intoxica beija-flor e abelhas. Por isso esta árvore não é recomendada para arborização urbana. Turco (Parkinsonia aculeata) Características da espécie: Arbusto espinhento com tronco curto, ramificado e copa alongada. Casca velha cinza, fissurada horizontal e verticalmente, descamante em placas pequenas, no fundo das fissuras verde. Casca nova lisa, verde. Espinhos finos, compridos, em grupos de 1-5, acompanhando a base dos ramos e nos ramos. Folhas em grupos alternos de 2-4 folhas, saindo dos ramos junto com um espinho duro, verde, de aprox. 5 mm de comprimento. Folhas pinadas, com ráquis de até 26 cm de comprimento, com mais que 50 folíolos ovais, alternos de aprox. 1 mm por 3 mm. Inflorescências em corimbos axilares, com flores de cor amarela. Fruto legume de aprox. 1-3 mm por 4 mm por 12 cm, de cor bege-clara, contendo alguns 6 sementes de cor marrom-escura. Utilidades da árvore: madeira (compacta, vermelha, de grande duração, para carpintaria, lenha e carvão, pasta de papel), flor (mel), paisagismo, folhas novas medicinais (febrífugas e sudoríficas, contra febres interminentes e epilepsia), ramos novos medicinais, sementes medicinais (substituto de café, anti-putrefaciente), casca e flores e sementes medicinais (febrífugas e contra a consumpção), fruto forrageiro, fruto novo comestível. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Encontrado na beira de riachos ou açudes. A planta é nativa na Caatinga regional, exclusivamente em lugares úmidos. Origem: México até a Argentina. No Brasil: sobre tudo no Sertão. Outras particularidades: Segundo F. Luetzelburg esta espécie é nativa da África. Umbuzeiro (Spondias tuberosa) Características da espécie: Árvore média com copa frondosa, muito ramificada, semiglobosa e tronco curto. Casca de cor cinza, pouco fissurada e pouco descamante em placas pequenas. Ramos novos beges, tomentosos, com verrugas pequenas de cor branca. Folhas alternas, imparipinadas, com ráquis tomentosa de aprox. 6-8 cm de comprimento, sustentando aprox. 5 folíolos ovais, os laterais de aprox. 2 cm por 4 cm, o folíolo terminal de aprox. 3 cm por 6 cm, obtusos na base e no ápice, com pecíolo de aprox. 2 mm de comprimento (o folíolo terminal com pecíolo de aprox. 1 cm de comprimento), com a maior largura na metade do folíolo, verde-intenso-foscos e marrom-tomentosos em ambas as faces, com os bordos inteiros. Inflorescências em panículas terminais, com muitas flores pequenas de cor branca. Fruto drupa globosa de aprox. 3-4 cm de diâmetro, de cor verde amarelada. Utilidades da árvore: fruto comestível (para preparo de suco, imbuzada, doce, calda, compota e licor), sombra, madeira (para obras internas, caixotaria e pasta de papel), raiz (cunca) comestível e medicinal (febrífugo). Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A árvore parece ser nativa na Caatinga regional, mas aparece geralmente perto de sítios e casas residenciais, raramente longe de casas. Origem: Nordeste Brasileiro Valor ecológico: frutos consumidos por varias espécies de animais.

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Unha de Gato (=”Culhão de Boi”) (Dolichandra unguis-cati) Características da espécie: Planta trepadeira de aprox. 3 m de altura, com tronco fino, liso, um pouco brilhante, de cor cinza-marrom, copa globosa. Folha dividida em dois folíolos longo-peciolados, sustentados por um pecíolo comum de aprox. 3 cm de comprimento. Folíolos ovais, verde-claro-brilhantes em ambas as faces, de aprox. 3.5 cm por aprox. 6 cm, obtusos no ápice e auriculados na base, com os bordos inteiros e ondulados. Inflorescências em fascículos axilares, com várias flores coniformas, grandes de cor amarela. Fruto legume de aprox. 4 cm de diâmetro e até 10 cm de comprimento. Utilidades da planta: Folhas medicinais, tubérculos medicinais. Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Em cercas vivas e pastagens da área da Mata Atlântica. Provavelmente uma planta pioneira nativa da Mata Atlântica. Origem: Brasil Outras particularidades: Os Cumaruenses acharam um nome mais adequado para esta planta trepadeira: “Culhão de Boi”. Uvaia (Eugenia uvalha) Características da espécie: Arbusto grande com tronco ramificado e copa alongada e densa. Casca quase lisa, de cor cinza e coberta de manchas brancas de líquens. Folhas opostas, simples, glabras, oblongas ovais ou orbiculares, de aprox. 2-3 cm por 4-7 cm, agudas (raramente obtusas) na base e agudas no ápice, mas com a ponta arredondada, com a maior largura na metade da folha, com os dois lados da folha recurvados para cima, com bordos inteiros, com pecíolo entalhado na face superior de aprox. 6 mm de comprimento, mais fino na base que no encaixamento na folha, encaixando na face inferior da folha. As folhas nascem somente em ramos novos, no início ainda verdes e aparecendo como folhas paripinadas. Flores terminais, de cor branca. Ápice das sépalas arredondado. Folhas novas ás vezes de cor avermelhada. Fruto baga globosa amarela de aprox. 1.5-2 cm de diâmetro, contendo um ou dois sementes brancos. Utilidades do arbusto: A madeira é empregada apenas localmente para moirões, estacas, postes, e para lenha e carvão. A árvore apresenta características ornamentais graças à forma delicada da copa e à beleza da folhagem. Apesar da inconveniência causada pela queda dos frutos, é recomendável sua utilização no paisagismo. Seus frutos são comestíveis (também para o gado) e muito apreciados para o consumo na forma de sucos. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: A árvore parece ser nativa na Caatinga regional. Origem: Quase todo o Brasil Outras particularidades: Frutos consumidos por várias espécies de pássaros. Pelas flores a Uvaia pode ser confundida com a Pitangueira. O nome da planta é corrutelo de Ybá-aia = fruto azedo. Em Caruaru achei um arbusto que ai também é chamado de Uvaia, aparentemente com frutos comestíveis, mas com folhas muito diferentes: Arbusto de aprox. 3 m de altura, com copa alongada. Casca de cor marrom-escuro. Ramos novos de cor bege, densamente marrom-tomentosos. Folhas opostas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, simples, ovais, herbáceas ou um pouco coriáceas, de aprox. 3-4 cm por 7-8 cm, obtusas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade da folha, verde-escuro fosco e marrom-tomentosas na face superior, da mesma cor, mas pálidas, densamente marrom-tomentosas na face inferior, com os bordos inteiros, branco-hirsutos e recurvados para baixo. Nervuras do 1° e 2° grau pouco impressas na face superior e fortemente salientes na face inferior. Pecíolo branco-hirsuto de aprox. 5-10 mm de comprimento. Inflorescências terminais em panículas curtos. – Até agora não vi esta espécie em Cumaru. “Uvaia do Rio” (?) Características da espécie: Arbusto de aprox. 1-2 m de altura, com tronco ramificado e copa rala e alongada. Casca grossa e profundamente fissurada verticalmente, de cor bege claro. Novos ramos de cor bege-clara e tomentosos. Folhas opostas, oblongas, grossas, cartáceas, de aprox. 2.5 – 4,5 cm por 8 -10 cm, agudas na base e obtusas no ápice, com a maior largura na metade ou na metade apical da folha, glabras e de cor verde-oliva ou verde-escuro na face superior, um tanto mais claras e tomentosas na face inferior, com pecíolo amarelo tomentoso de 12-20 mm de comprimento, com bordos inteiros e recurvados para cima. Todas as nervuras um pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior.

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Inflorescências axilares, com pétalas roxas. Fruto baga (?) ovóide, marrom-escura, de aprox. 1,2 cm de diâmetro. A planta exsuda um perfume aromático. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: exclusivamente na margem do Rio Capibaribe. Origem: ? Velame (Croton sonderianus ou C. hemiargyreus ou C. sincorensis, C. floribundus?) Características da espécie: Arbusto grande ou raramente árvore de porte médio, com copa alongada, tronco curto. Casca do arbusto lisa, marrom-clara, da árvore grossa, muito e profundamente longitudinalmente e pouco horizontalmente fissurada, quase branca, no fundo das fissuras cinza. Galhos de cor marrom, com pequenas verrugas brancas. Folhas alternas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, esparsamente hirsutas na face superior e densamente tomentosas na face inferior, foscas, de aprox. 5 cm por 10 cm, com a maior largura na metade basal, verde-claras na face superior e verde-pálidas, quase brancas, na face inferior, arredondadas ou levemente cuneadas na base e agudas no ápice, com pecíolo bege de aprox. 1.5-2 cm de comprimento, com os bordos inteiros. Nervuras do 1° até 3° grau pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior, por isso o limbo aparecendo rugoso. Inflorescências em espigas compridas, com muitas flores de cor branca. Fruto cápsula pequena deiscente. Utilidades da árvore: Madeira, flor (mel), casca medicinal (contra dispepsia, indigestão, dor de cabeça, enxaqueca), folha amarela medicinal (contra problemas de pele). Freqüência no município: comum Tipo de vegetação: Provavelmente é planta nativa da Caatinga regional, planta pioneira na Mata Atlântica regional Origem: Nordeste Brasileiro, do Piauí até Minas Gerais Outras particularidades: E uma das plantas lenhosas mais freqüentes do município, mas pode ser encontrado quase somente como arbusto. Viraro (=”Pajeú”) (Ruprechtia laxiflora) Características da espécie: Árvore dióica, grande, de aprox. 20 m de altura, com copa alongada, tronco reto e comprido. Casca nova lisa, cinza com manchas brancas e cinza-escuro de líquens, e com pequenas verrugas, casca velha com fissuras horizontais e verticais em alguns lugares. Novos ramos cinza-marrom-escuros, com verrugas ovais brancas. Folhas alternas, simples, glabras, herbáceas quando novas, coriáceas e recurvadas para baixo quando adultas, ovais ou oblongas, com os bordos inteiros, de aprox. 2-3 cm por 5-7 cm, obtusas ou agudas na base e no ápice, verde-claras em ambas as faces quando novas, verde-escuras um pouco brilhantes na face superior, um pouco mais claras na face inferior quando adultas. Nervuras levemente salientes na face inferior, com a maior largura das folhas na metade da folha. Inflorescências pendentes em panículas axilares de aprox. 6-7 cm de comprimento. As inflorescências fêmeas com aprox. 10-15 flores com 3 pétalas lanceoladas, arredondadas, verde-claras de aprox. 15-25 mm de comprimento, com pecíolo de aprox. 8-10 mm de comprimento. As inflorescências masculinas com muitas flores pequenas, perfumadas, com pétalas de aprox. 1 mm de comprimento de cor verde e aprox. 6-9 estames de aprox. 4 mm decomprimento, sob pedúnculo de aprox. 2 mm de comprimento. Fruto aquênio poligonado verde-escuro de aprox. 8 mm de comprimento. Utilidades da árvore: Madeira (para fabrico de moveis, batentes de portas e janelas e para carpintaria, tábuas, forros, ripas, mata-juntas etc.), paisagismo Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Em pastagens da área da Mata Atlântica do município, sobre tudo nas serras, e em solos úmidos da área da Caatinga. Origem: Pantanal Matogrossense, Bacia do Paraná, Nordeste Brasileiro. Outras particularidades: Segundo a literatura, esta árvore tem ainda o nome de “Marmeleiro” e aparece em solos úmidos da Caatinga. Em Cumaru ela é chamada de “Pajeú”. O nome de “Marmeleiro” é ocupado por outra espécie. A espécie conhecida na literatura como “Pajaú” tem em Cumaru o nome de “Cabaçú”.

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Desc 1 Características da espécie: Pequena árvore com tronco tortuoso e copa globosa. Casca cinza, fortemente fissurada, marrom-avermelhada no fundo das fissaduras. Folhas opostas, oblongas, glabras, herbáceas, de aprox. 2-3 cm por 5-8 cm, arredondadas na base, acuminadas no ápice, com a maior largura da folha na metade basal, verde-escuro-brilhantes na face superior, mais claras e foscas na face inferior. Nervuras verde-claras, fortemente impressas na face superior e salientes na face inferior, por isso o limbo da folha entre as nervuras curvado para cima. Bordos das folhas inteiros ou levemente serrilhados, recurvados para baixo, pecíolo de aprox. 1.5 cm de comprimento, fortemente entalhado na face superior. Inflorescências axilares ou terminais, sempre em pares, com pequenas flores brancas, cada uma com caule de 15-25 mm de comprimento. A folha nova é de cor verde-claro-fosca em ambas as faces. Fruto baga (?) solitária, globosa, de aprox. 8 mm de diâmetro, de cor preto-brilhante, com cheiro forte de “Vick” ao amassar. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Em pastagem e na Mata Atlântica no sítio das “Mangueiras”. Provavelmente é nativa da Mata Atlântica regional. Outras particularidades: Pode ser confundido com Desc 35 (que tem folhas cartáceas, levemente cuneadas na base e casca do tronco lisa, além das inflorescências em corimbos). Novos ramos tomentosos. Folhas alternas, simples, ovais, densamente branco-tomentosas em ambas as faces, de aprox. 35 mm por 50 mm, com a maior largura na metade basal da folha, auriculadas na base e obtusas no ápice, verde-azulado-pálidas, foscas na face superior, um pouco mais claras na face inferior, com os bordos serrilhados. Nervuras do 1° até 3° grau impressas na face superior e salientes na face inferior. 5 nervuras saindo da base da folha. Pecíolo tomentoso de aprox. 15 mm de comprimento. Inflorescências axilares em fascículos duplos, com muitas flores minúsculas amarelo-pálidas. Cada fascículo é acompanhado por uma folha pequena. Fruto ? Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: beira estradas de terra Desc 2 Características da espécie: Arbusto pequeno com tronco ramificado e copa rala. Casca fina, lisa, de cor marrom. Ramos de cor marrom e branco-tomentosos. Folhas alternas, simples, ovais, foscos, branco-tomentosas, de aprox. 2 cm por 4 cm, de cor verde-azulado-pálida na face superior, mais claras na face inferior, aucriculadas na base e obtusas ou arredondadas no ápice, com os bordos serrilhados e ondulados. 5 nervuras saindo da base da folha. Nervuras do 1° e 2° grau muito impressas na face superior e muito salientes na face inferior, nervuras do 3° grau pouco impressas na face superior e pouco salientes na face inferior, por isso o limbo parecendo rugoso. Pecíolo branco-tomentoso de aprox. 1 cm de comprimento, com duas estípulas lineares de aprox. 2 mm de comprimento. Inflorescências nas axilas das últimas folhas, em vários fascículos encima de um caule de aprox. 3 cm de comprimento, com flores minúsculos de cor amarelo-pálida. Fruto? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: ao longo de estradas de terra. Outras particularidades: Pode ser confundido com Desc 13. Desc 3 (Myrceugenia myrcioides?) Características da espécie: Arbusto de aprox. 2-4 m de altura, com copa densa e globosa, tronco ramificado. Casca fina, lisa, marrom-verde-oliva escura, fissurada longitudinalmente ou descamante em placas irregulares delgadas, mostrando a casca nova mais clara. Folhas opostas, simples, ovais, glabras, coriáceas, um pouco brilhantes, de cor verde-clara em ambas as faces, agudas na base e acuminadas no ápice, com a maior largura na metade da folha, de aprox. 3 cm por aprox. 6 cm, com os bordos inteiros. Pecíolo de aprox. 1 cm de comprimento, entalhado na face superior. Flor? Fruto baga ovóide de aprox. 8 mm por 12 mm, de cor de laranja. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: em pastagem da Serra da Cachoeira. Provavelmente planta nativa da Mata Atlântica.

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Desc 4 Características da espécie: Arbusto pequeno com copa rala. Casca? Ramos novos de cor marrom-cinzenta-brilhante, com pequenas verrugas brancas. Folhas alternas, simples, oblongas, herbáceas, de aprox. 25-35 mm por 8-10 cm, agudas na base e no ápice, com a maior largura na metade da folha, verde-escuras, pouco brilhantes e marrom-tomentosas na face superior, um pouco mais claras, foscas e densamente marrom-tomentosas na face inferior, com os bordos inteiros. Pecíolo tomentoso de aprox. 15 mm de comprimento. Nervuras do 1° e 2° grau pouco impressas na face superior e salientes na face inferior. Inflorescências em cimeiras axilares e terminais, com caule marrom-tomentoso de aprox. 1-2 cm de comprimento, com flores pequenas de cor amarela. Fruto? Frequências no município: muito raro (?) Tipo de vegetação: Encontrado na margem do Rio Capibaribe, no lado do cemitério de Malhadinha. Possivelmente planta nativa da Mata ciliar. Desc 5 Características da espécie: Arbusto lactescente de aprox. 2 m de altura, com tronco ramificado e copa rala, alongada. Casca bege-brilhante, com fissuras verticais e verrugas ovais elevadas brancas. Ramos novos esparsamente hirsutos. Folhas em verticilos de 3 folhas, ovais, cartáceas, de aprox. 40 mm por 75 mm, arredondadas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade da folha, verde-intenso-foscas na face superior, verde-pálido-foscas na face inferior, branco-hirsutas em ambas as faces, com os bordos inteiros, com pecíolo de aprox. 1 mm de comprimento. Nervura principal grossa, muito saliente e densamente hirsuta na face inferior, nervuras laterais grossas e muito salientes na face inferior, interligadas entre si no final e não atingindo os bordos da folha. Inflorescências terminais, com flores grandes de cor roxa. Fruto ? oval-achatada, de aprox. 15 mm por 30 mm por 40 mm, de cor ? e coberta de finos espinhos moles e lactescentes. Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Plantado num quintal, no sítio de Agua Doce de cima. Desc 6 Características da espécie: Árvore de porte médio com copa globosa e tronco ramificado. Casca grossa, marrom-avermelhada, descamante em placas finas, mas muito grandes e de forma irregular, mostrando a casca nova quase branca e com fissuras verticais. Galhos e ramos verde-oliva-escuros, com pequenas verrugas ovais horizontais quase brancas. Galhos com 3-6 linhas longitudinais de cor verde-oliva sem nenhuma verruga, ramos novos um pouco canelados. Folhas alternas, bipinadas, com ráquis entalhada e branco-tomentosa de aprox. 6-9 cm de comprimento. A ráquis apresenta uma glândula na forma de anel, na face superior, aprox. 6 mm acima da base. (2-) 3-4 (-5) pares de pinas opostas de aprox. 6-9 cm de comprimento, com ráquis branco-tomentosa, as pinas basais geralmente mais curtas que as pinas apicais. 10-20 pares de folíolos sésseis, glabros, herbáceos, foscos, de cor verde-azulada ou verde-intensa na face superior e um pouco mais clara na face inferior, de aprox. 4 mm por 12-14 mm, um pouco recurvados para trás, alargados na base, obtusos, quase arredondados no ápice, com a maior largura no quarto apical. Cada folíolo apresenta geralmente 3-4 nervuras verde-escuras saindo da base e atingindo quase o ápice do folíolo. Na base de cada folha saem dois acúleos finos, duros, de cor verde-oliva na base e vermelho- escura na ponta, de até 2 cm de comprimento. Quando a folha é nova, os acúleos são pequenos e moles e acompanhados por duas estípulas de aprox. 6-7 mm de comprimento. Inflorescências em capítulos axilares e terminais, com caule de aprox. 3 cm de comprimento, com muitas flores verdes, muito perfumadas, com estames compridos de cor branca. Fruto? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Provavelmente é uma planta nativa da Mata Atlântica regional. Outras particularidades: Pelas folhas esta espécie pode ser confundida com o “Comondongo”. Desc 7 Características da espécie: Arbusto de aprox. 2 m de altura, com tronco reto e copa alongada. Casca fina, lisa, completamente coberta de liquens brancos. Folhas alternas, imparipinadas, com ráquis glabra de aprox. 15-25 cm de comprimento, sustentando geralmente 7 folíolos ovais, glabros, de aprox. 5 cm por 10 cm, com a maior largura na metade do folíolo, obtusos na base e no ápice, de cor verde-claro-brilhante e amarelo-pálido ao longo dos bordos esparsamente serrilhados, verde-pálidos e um pouco brilhantes na

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face inferior. Nervuras do 1° e 2° grau um pouco salientes na face superior. Pecíolo de aprox. 1-2 cm de comprimento. Utilidades do arbusto: Paisagismo Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Plantado como cerca viva no sítio do “Dendê”, na “Mangueira”, em “Queimadas” e outros sítios. Não é planta nativa na região. Desc 8 Características da espécie: Palmeira de aprox. 4 m de altura. Utilidades da árvore: paisagismo Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Palmeira exótica, plantada numa praça da cidade. Desc 9 Características da espécie: Árvore pequena com copa alongada e casca grossa e fibrosa, fissurada longitudinalmente, de cor marrom-escura. Ramos novos bege-claros, levemente tomentosos. Folhas alternas, completamente divididas em três folíolos separados, com pecíolo comum tomentoso de 25-40 mm de comprimento. Folíolos ovais, verde-escuros, pouco brilhantes e glabros na face superior, um pouco mais claros, menos brilhantes e marrom-tomentosos na face inferior, agudos na base e no ápice, o folíolo central de 4-5 cm por 8-10 cm, com a maior largura na metade do folíolo, os folíolos laterais de aprox. 3-4 cm por 7-9 cm, com a maior largura na metade apical do folíolo, com as nervuras impressas na face superior e salientes na face inferior, com os bordos levemente serrilhados na metade apical dos folíolos, com pecíolo tomentoso de aprox. 3-4 mm de comprimento. Inflorescências em espigas nas axilas das folhas, com aprox. 20 flores pequenas de cor branca. Fruto cápsula (?) globosa de aprox. 5 mm de diâmetro, de cor-de-laranja fosca Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Provavelmente uma planta nativa da Mata Atlântica. Desc 10 Características da espécie: Palmeira de aprox. 3 m de altura Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Palmeira exótica, plantada na calçada de um sítio e num quintal, no bairro do “Matadouro”. Desc 11 Características da espécie: Arbusto de aprox. 4 m de altura, com copa globosa, tronco ramificado. Casca meio-grossa de cor marrom-cinza, com fissuras longitudinais e pequenas verrugas redondas de cor bege. Ramos novos marrom-claros, ocos, com muitas verrugas pequenas quase brancas. Folhas opostas, imparipinadas, glabras, com ráquis de aprox. 10 cm de comprimento, com 5 folíolos opostos, herbáceos, orbiculares, com pecíolo entalhado na face superior, de aprox. 5 mm de comprimento. Folíolos de aprox. 50-65 mm por aprox. 7-10 cm, arredondados na base e obtusos no ápice, com a maior largura na metade do folíolo, verde-escuros e pouco brilhantes na face superior, um pouco mais claros na face inferior, com os bordos inteiros e um pouco ondulados. Nervuras de cor verde-clara, a nervura principal um pouco impressa na face superior e saliente na face inferior. As nervuras do 2° e 3° grau pouco salientes em ambas as faces. Flor? Fruto? Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Numa pastagem perto do centro da cidade, num pedaço pequeno de floresta. Provavelmente é nativa da Mata Atlântica regional. Outras particularidades: Parece com Jacarandá-do-Litoral, mas tem os folíolos mais largos. Desc 12 Características da espécie: Arbusto pequeno, muito espinhento, com tronco ramificado e copa alongada. Casca marrom-claro-brilhante, superficialmente fissurada. Espinhos pequenos, pretos, poucos no tronco, muitos nos galhos e até na nervura principal das folhas. Folhas alternas, marrom-tomentosas na face superior e densamente branco-tomentosas na face inferior, simples, ovais, foscas, de aprox. 6 cm por 12

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cm, com a maior largura na metade da folha, obtusas na base e agudas no ápice, de cor verde-oliva na face superior e quase brancas na face inferior, com pecíolo entalhado e tomentoso de aprox. 2 cm de comprimento, com os bordos inteiros e um pouco recurvados para baixo. Nervuras do 1° até 3° grau impressas na face superior e salientes na face inferior, o limbo da folha por isso rugoso. Inflorescências terminais, com flores brancas. Fruto (?) globosa de cor amarela. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Beira estradas. Talvez uma planta invasiva no município. Desc 13 Características da espécie: Pequeno arbusto com copa rala e tronco ramificado. Casca fina, de cor cinza-clara, com muitas fissuras superficiais, descamante em folhas pequenas e delgadas. Novos ramos de cor verde-oliva com verrugas ovais brancas. Folhas alternas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, simples, ovais, foscas, herbáceas, de cor verde-oliva na face superior, muito mais claras na face inferior, de 40-55 mm por 75-100 mm, auriculadas na base e agudas no ápice, com a maior largura no terço basal da folha, com os bordos serrilhados. A face inferior apresenta muitos pêlos pequenos moles, a face superior pêlos duros dirigidos para frente, a face superior da folha por isso áspera ao toque. Nervuras do 1° até 3° grau muito impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Pecíolo hirsuto de aprox. 1 cm de comprimento. Inflorescências em espiga terminais de aprox. 3-4 cm de comprimento, com muitas flores pequenas de cor de creme-clara, quase branca. Fruto cápsula globosa pequena de cor marrom-escura, de aprox. 1 mm de diâmetro. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: em cercas vivas ao longo de estradas de terra. Provavelmente planta pioneira da Caatinga regional. Outras particularidades: Pode ser confundido com Desc 2. Desc 14 Características da espécie: Arbusto de até 3 m de altura, com tronco marrom-avermelhado, brilhante, com muitas verrugas brancas e pêlos brancos arrepiados de aprox. 3 mm de comprimento. Folhas paripinadas de aprox. 15 cm de comprimento, com aprox. 7 pares de folíolos curto-peciolados, ovais, de aprox. 1 cm por 3 cm. Ráquis entalhada na face superior, equipada de uma folinha erguida, aguda, de aprox. 1-3 mm de comprimento, de cor de laranja, saindo da base do primeiro par de folíolos. Folíolos verde-escuro-foscos na face superior, com pecíolo amarelo, verde-claros na face inferior, com a base arredondada ou levemente retusa, com a maior largura na metade frontal do folíolo. Inflorescências aos pares nas axilas das últimas folhas, com flores grandes amarelas. Fruto vagem estreita e comprida, de aprox. 1 mm por 7 mm por 17 cm, de cor ? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Encontrado na floresta no sítio das Mangueiras, e no lado do hospital público. É uma planta nativa da Mata Atlântica regional, talvez uma planta pioneira. Desc 15 Características da espécie: Planta trepadeira de até 8 m de altura. Casca fina, quase lisa, de cor cinza-clara, com fissuras verticais superficiais. Folhas alternas, imparipinadas, com ráquis esparsamente hirsuta e entalhada de aprox. 5 cm de comprimento, sustentando 5 folíolos oblongos, glabros, cartáceos, de cor verde-intenso-brilhante em ambas as faces, de aprox. 3 cm por 6 cm (folíolos laterais) resp. 3 cm por 8 cm (folíolo terminal), agudos na base e obtusos no ápice, os laterais com a maior largura na metade, do folíolo terminal na metade terminal, com os bordos esparsamente serrilhados. Pecíolo dos 2 folíolos basais de aprox. 2 mm de comprimento, os 3 folíolos terminais sésseis. Nervuras do 1° e 2° grau impressas na face superior, as demais nervuras salientes. Inflorescências em espigas axilares. Fruto cápsula deiscente, globosa de cor vermelha, de aprox. 14 mm de comprimento, contendo uma polpa branca e duas sementes pretas. Freqüência: ocasional Tipo de vegetação: Cobrindo plantas solitárias em pastagens, no lado leste do município (Riacho de Pedra, Muruabeba). Talvez seja uma planta pioneira da Mata Atlântica.

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Desc 16 Características da espécie: Planta trepadeira de aprox. 5 m de altura com tronco tortuoso. Casca grossa, áspera, com fissuras longitudinais, descamante em placas grossas, marrom-avermelhada. Galhos marrom-escuros, com muitas verrugas pequenas redondas de cor branca. Novos ramos um pouco achatados, verde-brilhantes. Folhas alternas, simples, oblongas, herbáceas, de aprox. 2-3 cm por 5-7 cm, arredondadas na base e acuminadas no ápice, com pecíolo entalhado de aprox. 3-4 mm de comprimento, verde-escuro-foscas na face superior, verde-intenso-foscas e glabras na face inferior. A face superior apresenta pêlos deitados duros de cor amarela. A maior largura no terço basal da folha. Nervuras impressas na face superior e salientes na face inferior. Inflorescências terminais, pedunculadas, ramificadas, com várias flores pequenas de cor amarela e marrom. Fruto baga (?) globosa de aprox. 4 mm de diâmetro, de cor ? Freqüência no município: ocasional? Tipo de vegetação: Na Mata Atlântica. Provavelmente é uma planta nativa na região. Desc 17 Características da espécie: Arbusto de aprox. 3 m de altura, com tronco ramificado e copa rala e alongada. Casca fina, quase lisa, de cor bege-clara, superficialmente fissurada verticalmente, com verrugas ovais horizontais elevadas de cor branca. Ramos rigidamente opostos, lisos, de cor marrom, com verrugas brancas, formando um ângulo de 90° com o galho e geralmente com os ramos vizinhos. Folhas opostas, simples, oblongas, herbáceas, de aprox. 25-50 mm por 65-120 mm, obtusas ou arredondadas na base e agudas ou obtusas no ápice, glabras e verde-escuro-brilhantes na face superior, verde-azulado-pálidas e branco-tomentosas na face inferior, com os bordos inteiros. Nervuras do 1° e 2° grau impressas na face superior, salientes, brilhantes e de cor quase branca na face inferior, mas escurecendo na folha velha até ficar quase pretas. Pontos escuros no limbo entre as nervuras laterais e ao longo dos bordos. Pecíolo tomentoso de aprox. 3 mm de comprimento. Inflorescências em cimeiras nas axilas das folhas, de cor ? Fruto baga (?) ovóide de aprox. 6 mm de comprimento, de cor marrom-clara. Utilidades: ? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: na margem do Rio Capibaribe, atrás do cemitério de Malhadinha. Origem: ? Desc 18 Características da espécie: Arbusto pequeno de aprox. 1 m de altura, com copa rala. Casca áspera e canelada, de cor bege-clara. Novos ramos tomentosos. Folhas opostas, simples, membranáceas, ovais, de aprox. 4 cm por 8 cm, agudas na base e no ápice, com a maior largura na metade basal, de cor verde-claro-fosca e glabras na face superior, um pouco mais claras esparsamente tomentosas na face inferior, com os bordos inteiros. Nervuras do 1° e 2° grau pouco salientes na face inferior. Pecíolo de aprox. 5 mm de comprimento. Inflorescências terminais, em espiga curta de aprox. 2 cm de comprimento, com flores tubiformes de cor vermelha de aprox. 3 cm de comprimento, nas axilas de folhinhas oblongas de aprox. 2 cm de comprimento. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Planta nativa da região, provavelmente da Mata Atlântica. Desc 19 Características da espécie: Arbusto pequeno de até 1 m de altura, com tronco ramificado e copa globosa ou alongada. Casca fina, fissurada longitudinalmente, de cor bege-clara. Novos ramos esparsamente tomentosos, verde-claros, mais tarde glabros, marrom-escuros e brilhantes. Folhas opostas, simples, membranáceas, ovais ou oblongos, de aprox. 35-55 mm por 65-120 mm, agudas na base e no ápice, com a maior largura na metade ou na metade apical, verde-claro-foscas em ambas as faces, glabras na face superior e esparsamente tomentosas na face inferior, com os bordos inteiros. Nervuras do 1° e 2° grau pouco impressas na face superior e salientes na face inferior. Pecíolo entalhado de aprox. 2 (-5) mm de comprimento. Inflorescências em panículas terminais e nas axilas das últimas folhas, com flores ? Fruto cápsula (?) globosa de aprox. 1 mm de diâmetro, de cor marrom-claro-fosca. Freqüência no município: ocasional

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Tipo de vegetação: Espontaneamente em pastagem extensiva, nos sítios “Muruabeba” e bastante freqüente no sítio “Campos Novos”, e raremente na floresta pioneira em Campo do Buraco. Planta nativa da região, provavelmente da Caatinga, talvez planta pioneira, talvez uma planta quase exclusiva perto do Rio Capibaribe. Outras particularidades: As folhas parecem muito com as do Frei-Jorge, mas são quase sésseis, membranáceas e glabras na face superior. Desc 20 Características da espécie: Arbusto pequeno com tronco ramificado, copa baixa e rala. Casca lisa, fina, marrom-avermelhada, superficialmente fissurada longitudinalmente e com pequenas verrugas ovais brancas. Folhas alternas ou em grupos alternos de 2-3 folhas, simples, ovais, herbáceas, de aprox. 3 cm por 45 mm, arredondadas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade basal da folha, verde-azulado-pálidas, foscas e glabras na face superior, mais claras e esparsamente hirsutas na face inferior, com os bordos serrilhados. 5 nervuras saindo da base da folha. Nervuras do 1° até 3° grau impressas na face superior e salientes na face inferior. Pecíolo tomentoso de aprox. 12 mm de comprimento. Inflorescências em fascículos axilares e terminais, com flores de cor lilá de aprox. 8 mm de comprimento. Fruto “estrelinha” delgada com 5 pontas, de aprox. 1 cm de diâmetro, de cor bege-clara. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: beira estradas de terra. Outras particularidades: As flores do arbusto são muito visitadas por borboletas. Desc 21 (Guettarda sp.? Angelica archangelica?) Características da espécie: Arbusto de aprox. 6 m de altura, com copa rala e alongada, tronco reto. Casca fina, lisa, cinza-clara, com verrugas elevadas. Galhos opostos. Ramos de cor marrom-avermelhada, com verrugas brancas. Folhas opostas, concentradas na extremidade dos ramos, simples, oblongas ou ovais, herbáceas ou coriáceas, de aprox. 30-45 mm por 75-110 mm, com a maior largura na metade basal ou apical da folha, agudas até arredondadas na base e agudas (ou obtusas) no ápice, verde-escuras ou verde-olivas, pouco brilhantes, amarelo-pubescentes na face superior, de cor verde-pálido-fosca e amarelo-tomentosas na face inferior, com os bordos inteiros e recurvados para baixo. Nervuras do 1° e 2° grau pouco impressas na face superior, todas as nervuras muito salientes na face inferior. Perto da base da folha a distância entre as nervuras laterais é muito menor que perto do ápice da folha. Pecíolo hirsuto ou pubescente de aprox. 10-12 mm de comprimento. Inflorescências em cimeiras nas axilas da folhas, com caule tomentoso de aprox. 2-4 cm de comprimento e várias flores sésseis de aprox. 15 mm de comprimento, de cor creme, com um perfume muito forte e agradável. Fruto ? Freqüência: raro Tipo de vegetação: em pastagens, na Serra da Cachoeira e na Serra Toma Tabaco. Provavelmente planta nativa da Mata Atlântica. Desc 22 Características da espécie: Arbusto ou pequena árvore. Casca grossa, cinza-marrom-clara, com fissuras horizontais e verticais que dividem a casca em placas médias. Galhos marrom-avermelhados, com muitas fissuras superficiais diagonais, no fundo das fissuras de cor marrom-verde escura, com muitas verrugas pequenas brancas. Folhas alternas, concentradas na extremidade dos ramos, membranáceas, simples, ovais, hirsutas em ambas as faces, de aprox. 4-6 cm por aprox. 10-16 cm, verde-claras em ambas as faces, acuminadas na base e no ápice, com a maior largura na metade da folha, com pecíolo hirsuto de aprox. 1 cm de comprimento, com os bordos inteiros. Nervuras do 1° e 2° grau um pouco mais claras, pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Flor? Fruto? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: beira estrada de terra no sítio das Queimadas, na Caatinga de Agua Salgada e beira riacho no sítio de Água Doce. Provavelmente é uma planta pioneira, nativa da Caatinga regional. Desc 23 Características da espécie: Árvore de porte médio, com tronco reto e copa globosa, um pouco baixa. Casca lisa, de cor cinza-escura. Folhas alternas, glabras, foscas, bipinadas, paripinadas, com ráquis entalhada de aprox. 45 cm de comprimento, sustentando 3-5 pares de pinas opostas de aprox. 12-20 cm

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de comprimento. As pinas terminais são as mais compridas. Pinas dotadas de 11-21 folíolos ovais, herbáceos, de aprox. 25 mm por 35 mm, arredondados na base e no ápice, verde-intensos na face superior e verde-pálidos na face inferior, com os bordos inteiros, com pecíolo de aprox. 1-2 mm de comprimento. Nervura principal de cor verde-clara, pouco saliente na face inferior, nervuras laterais pouco vistosas. Inflorescências em espigas terminais, com muitas flores pequenas de cor amarela clara. Fruto vagem deiscente, achatada e comprida, de aprox. 3 mm por 15 mm por 20 cm, reta quando verde e espiralada quando madura, contendo algumas 10-12 sementes vermelhas. Utilidades: paisagismo Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: encontrado em um exemplar no quintal de uma casa residencial, no sítio do “Cajueiro”. A árvore não é nativa na região. Desc 24 Características da espécie: Arbusto de aprox. 3 m de altura, com tronco ramificado e copa rala. Casca fina, lisa, de cor bege. Folhas simples, concentradas na extremidade dos ramos, herbáceas, velutinas, de 6-7 cm por 14-16 cm, verde-escuro-foscas na face superior e verde-pálidas na face inferior, com a maior largura na metade da folha, obtusas na base e no ápice, com pecíolo verde-claro de aprox. 1.2 cm de comprimento, com os bordos inteiros e recurvados para baixo. Nervuras verde-pálidas, muito impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências em fascículos terminais, com várias flores compridas amarelas. Fruto baga (?) globosa de aprox. 4 cm de diâmetro, de cor verde-clara (ou preta?) um pouco brilhante e velutina. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: exclusivamente perto de água, em Malhadinha na margem do Rio Capibaribe e no sítio de Cachoeira, beira açude. Outras particularidades: Segundo um informante a planta é venenosa. Desc 25 Características da espécie: Arbusto de aprox. 2 m de altura, com tronco reto e copa alongada. Casca fina, lisa, de cor marrom- oliva, com verrugas redondas brancas. Novos ramos densamente tomentosos. Folhas alternas, com uma distância muito regular entre uma folha e a folha vizinha, posicionadas no mesmo plano, alternas, herbáceas, oblongas, de aprox. 30-35 mm por 70-90 mm, arredondadas ou levemente cuneadas na base e agudas no ápice, com a maior largura no terço basal da folha, verde-azulado-escuras na face superior e verde-azulado-claras na face inferior. 3 nervuras saindo da base da folha. Nervuras do 1° e 2° grau impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Pecíolo de aprox. 6 mm de comprimento, acompanhado por duas estípulas lanceoladas de aprox. 2-3 mm de comprimento. A face superior da folha com densa pilosidade dura e orientada para o ápice da folha, por isso a folha áspera ao tato, a face inferior da folha e o pecíolo branco-tomentosos. Inflorescências em glomérulos axilares. Fruto cápsula (?) ovóide de aprox. 2 mm de diâmetro e de 3 mm de comprimento, de cor de laranja. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Beira estrada, no sítio das Mangueiras. Parece ser uma planta pioneira da Mata Atlântica. Outras particularidades: Esta espécie parece muito com “Guaçatunga”, se difere dela pela pilosidade nas folhas e pela cor das folhas. Provavelmente é uma árvore que cresce mais que os 2 m mencionados acima. Desc 27 Características da espécie: Arbusto grande ou árvore pequena com tronco ramificado e copa rala. Casca fina, muito fissurada longitudinalmente, de cor cinza, no fundo das fissuras de cor cinza-escura. Novos ramos muito tortuosos, de cor marrom ou bege-clara. Folhas opostas, sempre em pares na extremidade dos ramos, simples, herbáceas, glabras, com duas gerações diferentes: Na primeira metade do ano: folhas orbiculares, de 5-7 cm por 9-10 cm, de cor verde-intensa em ambas as faces, muito brilhantes na face superior e um pouco menos brilhantes na face inferior, obtusas até cuneadas na base e obtusas no ápice, com a maior largura na metade da folha, com os bordos fino-serrilhados. Pecíolo de aprox. 3-4 mm de comprimento, encaixando na face inferior da folha. Nervuras do

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1° e 2° grau impressas na face superior e salientes na face inferior, nervuras do 3° grau um pouco salientes na face superior. Na segunda metade do ano, depois de perder as folhas da primeira geração: folhas ovais, de aprox. 3-5 cm por 5-8 cm, de cor verde-azulada em ambas as faces, brilhantes na face superior e um pouco brilhantes na face inferior, agudas na base e obtusas no ápice, com a maior largura na metade do da folha, com os bordos inteiros e pecíolo de aprox. 3 mm de comprimento. Nervuras um pouco impressas na face superior e um pouco salientes na face inferior. Nervura principal um pouco curvada para um lado, por isso a folha um pouco assimétrica. Inflorescências terminais, com flores solitárias muito pequenas, sésseis, de cor vermelha. Fruto baga globosa de aprox. 7-14 mm de diâmetro, preto-brilhante, contendo aprox. 10-12 sementes ovais achatadas. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Provavelmente planta nativa da Mata Atlântica regional. Desc 28 Características da espécie: Arbusto (talvez árvore?) com tronco ramificado e copa alongada. Casca quase lisa, com muitas fissuras verticais superficiais, cinza-escura, marrom-avermelhada no fundo das fissuras. Novos ramos de cor bege-clara, com muitas verrugas redondas brancas. Folhas alternas, simples, oblongas, herbáceas, glabras, de aprox. 4 cm por 10 cm, arredondadas (ou um pouco cuneadas) na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade basal da folha, verde-intenso-brilhantes na face superior, um tanto mais pálidas na face inferior, com os bordos inteiros. Nervura principal pouco impressa na face superior, nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior. Pecíolo tomentoso de aprox. 2 mm de comprimento. Inflorescências? Frutos? Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Planta nativa na Mata Atlântica Outras particularidades: Deve ter uma utilidade, porque todos os exemplares foram cortados e estão brotando pelo tronco. Desc 29 Características da espécie: Arbusto pequeno com tronco ramificado e copa alongada. Casca áspera de cor bege claro-cinza, com fissuras superficiais. Folhas simples, glabras, membranáceas na sombra, cartáceas quando expostas no sol, de aprox. 3-4 cm por 6-8 cm, alternas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, agudas na base e obtusas ou arredondadas no ápice, com a maior largura na metade apical da folha, com os bordos inteiros, de cor verde-clara um pouco brilhante na face superior e verde-pálida ou um pouco azulada na face inferior. Pecíolo de 2-3 mm de comprimento. Nervura principal um pouco saliente na face inferior. Inflorescências em glomérulos, aos pares e solitárias, axilares, com flores pequenas de cor verde-claro–branca. Fruto drupa (ou baga ?) oval alongada, canelada, de aprox. 8 mm de comprimento e de 3 mm de diâmetro, de cor amarela até marrom, brilhantes. Freqüência no município: comum na Mata Atlântica Tipo de vegetação: Planta nativa da Mata Atlântica regional. Desc 30 Características da espécie: Arbusto, talvez árvore ou planta trepadeira com galhos pendentes, tronco ramificado. Casca nova lisa, de cor marrom-cinzenta, com muitas pequenas verrugas redondas e elevadas, da mesma cor da casca. Galhos novos de cor verde, com muitas verrugas beges. Folhas opostas, ou simples ou compostas de dois folíolos peciolados com pecíolo comum. Folhas simples: ovais ou orbiculares, glabras, herbáceas, de aprox. 9 cm por 12 cm, arredondadas na base e obtusas no ápice, com a maior largura na metade da folha, de cor verde-intenso-fosca na face superior, um pouco mais claras e um pouco brilhantes na face inferior, com os bordos inteiros. 5 nervuras saindo da base da folha, pouco impressas na face superior e bastante salientes na face inferior. Pecíolo de aprox. 3 cm de comprimento, entalhado na metade frontal. Folhas compostas: Pecíolo comum de aprox. 15 mm de comprimento, sustentando uma rama de aprox. 10 cm de comprimento e dois folíolos das mesmas qualidades como as folhas simples, mas um pouco menores (aprox. 55 mm por 95 mm) e com pecíolo menor (aprox. 15 mm). Inflorescências? Frutos? Freqüência no município: muito raro

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Tipo de vegetação: Planta nativa da Mata Atlântica regional Desc 31 Características da espécie: Árvore de porte médio com copa rala e globosa, tronco reto. Casca quase lisa, cinza-clara, com muitas fissuras superficiais longitudinais, coberta de liquens brancos. Ramos novos verde-claros, com verrugas ovais longitudinais de cor branca. Folhas opostas, imparipinadas, com ráquis tomentoso, bege de aprox. 30 cm de comprimento, sustentando geralmente 5 pares de folíolos opostos e afastados além de um folíolo terminal. Folíolos herbáceos, ovais, sésseis ou curto-peciolados os laterais, com pecíolo de aprox. 1 cm de comprimento o folíolo terminal, de aprox. 3-5 cm por 8-10 cm, com a maior largura na metade do folíolo, assimetricamente arredondados na base e agudos no ápice, glabros e verde-oliva-claro-foscos na face superior, um tanto mais claros e esparsamente hirsutos na face inferior, com os bordos inteiros. Nervuras do 1° e 2° grau impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências terminais. Fruto? Utilidades: Paisagismo Freqüência no município: muito raro Tipo de vegetação: Plantado na calçada do sítio de “Chã de Farias”. Outras particularidades: Segundo os moradores do sítio a árvore tem caixos de flores de cor de rosa. Chamam a árvore de “Canafístula”. Desc 32 Características da espécie: Planta trepadeira de aprox. 2 m de altura, com copa rala. Casca fina, quase lisa, marrom-clara, com fissuras superficiais verticais e verrugas marrom-escuras. Ramos novos marrom-escuros. Folhas alternas, um pouco concentradas na extremidade dos ramos, imparipinadas, glabras, com ráquis glabra, lateralmente alada, de aprox. 7 cm de comprimento, sustentando dois pares de folíolos opostos e um folíolo terminal. Folíolos ovais, cartáceos, verde-intenso-foscos em ambas as faces, com os bordos grosso-serrilhados, os folíolos basais de aprox. 22 mm por 40 mm, com a maior largura na metade basal, arredondados na base e obtusos no ápice, os demais folíolos de aprox. 30 mm por 55 mm, com a maior largura na metade apical, agudos na base e arredondados no ápice. Nervura principal impressa na face superior, nervuras do 1° e 2° grau salientes na face inferior. Inflorescências em expigas axilares curtas. Fruto drupa (?) em forma de pêra, de aprox. 1 cm de diâmetro e 2 cm de comprimento. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Em cerca viva no sítio de Chã de Farias. Provavelmente planta nativa da Mata Atlântica regional. Desc 33 Características da espécie: Arbusto lactescente de aprox. 2 m de altura, com tronco ramificado e copa globosa. Casca quase lisa, cinza-escura, com muitas fissuras superficiais verticais, de cor marrom-avermelhada no fundo das fissuras, com liquens brancos e verrugas redondas elevadas de cor marrom-avermelhada. Ramos novos achatados, marrom-claro-foscos, com pequenas verrugas brancas. Folhas opostas, simples, ovais, glabras, coriáceas, um pouco suculentas, foscas, de aprox. 40 mm por 60 mm, arredondadas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade basal da folha, verde-azulado-pálidas na face superior, mais claras na face inferior, com os bordos inteiros. Nervura principal de cor amarela em ambas as faces da folha. Pecíolo largo de aprox. 8 mm de comprimento. Inflorescências? Fruto? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Plantado em vários exemplares na beira de uma estrada de terra no sítio de Cambucá. Desc 34 Características da espécie: Arbusto ou pequena árvore lactescente, de aprox. 3 m de altura, com tronco ramificado e copa rala e alongada. Casca meio-fina, de cor marrom-cinzento-clara, irregularmente fissurada, descamante em placas pequenas e coberta por muitos 92iferen brancos. Ramos novos marrom-avermelhado-escuros, com fissuras longitudinais marrom-claras e verrugas redondas brancas. Folhas alternas, simples, lactescentes, glabras, herbáceas, agudas ou obtusas na base, agudas e com a ponta arredondada no ápice, com a maior largura na metade da folha, de aprox. 25-35 mm por 45-55 mm,

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com os bordos esparsamente finamente serrilhados nos dois terços apicais (quase invisível ao olho nu). Folhas novas oblongas, verde-intensas na face superior, um pouco mais claras na face inferior, brilhantes em ambas as faces. Folhas adultas ovais, verde-azulado-pálidas e foscas em ambas as faces. Folhas velhas (no mês de maio) vermelho-pálido-foscas em ambas as faces. Nervuras do 1° e 2° grau um pouco impressas na face superior e um pouco salientes na face inferior. Pecíolo entalhado de aprox. 3-6 mm de comprimento. Inflorescências em espigas terminais de aprox. 20-80 mm de comprimento, com flores muito pequenas consistindo em duas “verrugas” verdes laterais (=órgão feminino?) e três estames amarelos. Fruto cápsula globosa deiscente de aprox. 4-8 mm de diâmetro, de cor marrom-escura. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Planta nativa pioneira da Mata Atlântica regional. Desc 35 Características da espécie: Pequena árvore com tronco tortuoso e copa globosa. Casca lisa, marrom-clara ou oliva. Galhos engrossados na base. Ramos opostos. Folhas opostas, oblongas, glabras, cartáceas, de aprox. 2-3 cm por 5-8 cm, levemente cuneadas na base e agudas no ápice, com a maior largura da folha na metade basal, verde-intensas ou escuras e um pouco brilhantes na face superior, verde-pálidas e menos brilhantes na face inferior. Nervura principal verde-clara e pubescente, as nervuras do 1° e 2° grau impressas na face superior e salientes na face inferior. O limbo das folhas é curvado para cima entre as nervuras laterais, como se a nervura principal fosse curta demais para o comprimento da folha. Os bordos das folhas inteiros, recurvados para baixo, pecíolo levemente entalhado na face superior e pubescente na face inferior, de aprox. 1 cm de comprimento. Inflorescências em corimbos axilares de aprox. 6 cm de comprimento, com aprox. 10-20 flores pequenas de cor branca. Fruto baga (?) globosa de aprox. 5-6 mm de diâmetro, de cor marrom-escuro-avermelhada, brilhante. Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Na Mata Atlântica. Provavelmente é nativa da Mata Atlântica regional. Outras particularidades: Pelas folhas a espécie pode ser confundida com Desc 1, do qual se difere pela base cuneada das folhas, pela consistência cartácea das folhas, pela casca lisa do tronco e pelas inflorescências em corimbos. Desc 36 Características da espécie: Pequena árvore com tronco reto e copa pouco ramificada. Casca fina, marrom-escura, com fissuras longitudinais marrom-avermelhadas. Folhas simples, lanceoladas, muito rígidas, verticiladas ou concentradas na extremidade dos ramos, de 6-8 cm por 20-28 cm, com a maior largura na metade apical da folha, arredondadas ou um pouco retusas na base e agudas no ápice, verde-intensas e um pouco brilhantes na face superior, mais claras e foscas na face inferior, com os bordos inteiros, mas ondulados e um pouco recurvados para baixo. Nervura principal e nervuras laterais impressas e mais claras que o limbo na face superior, nervuras do 3° grau salientes na face superior. Na face inferior todas as nervuras são salientes e mais escuras que o limbo. A nervura principal é um pouco curvado para o lado, a folha por isso assimétrica. Pecíolo de 5-60 mm de comprimento. Inflorescências axilares (?) Fruto (?) Freqüência no município: raro na Mata Atlântica Tipo de vegetação: Árvore nativa da Mata Atlântica regional. Desc 40 Características da espécie: Planta trepadeira ou árvore de até 8 m de altura, com copa rala e alongada, tronco curto (árvore) ou tortuoso e ramificado (planta trepadeira). Casca rugosa, de cor cinza, com liquens brancos. Novos ramos pendentes, brilhantes, de cor cinza ou marrom-clara, com muitas verrugas minúsculas elevadas. Folhas opostas, simples, oblongas ou ovais, glabras, cartáceas, de aprox. 25-50 mm por 70-110 mm, agudas ou obtusas na base e agudas no ápice, com a maior largura na metade da folha, com bordos inteiros, verde-intenso-brilhantes na face superior, da mesma cor, mas menos brilhantes na face inferior. Nervura principal e nervuras laterais impressas na face superior e salientes na face inferior, nervuras do 3° grau salientes em ambas as faces. Pecíolo de aprox. 3-8 mm de comprimento. Inflorescências em panículas terminais, com muitas flores pequenas, com 5 pétalas de cor amarela (parecidas ás flores do “Murici-Macho”. Fruto sámara ovóide de aprox. 4 mm de comprimento, de cor marrom-clara, com uma asa de aprox. 7 mm por 30 mm.

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Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Planta nativa da Mata Atlântica regional. Desc 42 Características da espécie: Planta trepadeira de até 20 m de altura, com copa rala, tronco tortuoso. Casca lisa, de cor cinza, com muitas verrugas pequenas elevadas, coberta de líquens brancos. Ramos opostos. Ramos novos bege-escuros ou bege-claros com verrugas. Folhas opostas, tomentosas quando novas e glabras quando adultas, verde-claras, com pecíolo de aprox. 6 cm de comprimento, divididas em três folíolos ovais de aprox. 4-5 cm por 8-10 cm, arredonadados na base quando novos e emarginados quando adultos, agudos no ápice, com a maior largura na metade dos folíolos. Os pecíolos dos folíolos laterais de aprox. 1 cm de comprimento, o pecíolo do folíolo central de 3-4 cm. Nervuras do 1° e 2° grau pouco impressas na face superior e muito salientes na face inferior. O folíolo central é ás vezes substituído por uma gavinha ou está até faltando. Inflorescências em panícula axilares e terminais, com várias flores grandes, campanuladas, de cor roxa. Fruto vagem deiscente bege de aprox. 3 mm por 8 mm por 25-35 cm, contendo sementes achatadas de cor marrom com duas asas. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Planta nativa da Mata Atlântica regional, sobre tudo na “Serra da Cachoeira”. Desc 43 Características da espécie: Arbusto pequeno com copa globosa e tronco ramificado. Casca lisa, fina, de cor cinza, esparsamente coberta de verrugas redondas elevadas. Ramos de cor bege com muitas verrugas elevadas. Folhas opostas, com pecíolo hirsuto de aprox. 25 mm de comprimento, divididas em três folíolos ovais de aprox. 25 mm por 50 mm (folíolo central) resp. 18 mm por 40 mm (folíolos laterais), verde-claros em ambas as faces, hirsutos na face inferior, com os bordos dentados na metade apical. Pecíolos dos folíolos laterais de aprox. 2 mm de comprimento, o pecíolo do folíolo central de aprox. 6-8 mm. Nervuras muito impressas na face superior e muito salientes na face inferior. Inflorescências aos pares terminais, com duas flores compridas, campanuladas, de cor roxo-pálida. Fruto? Freqüência no município: raro? Tipo de vegetação: Planta nativa da Mata Atlântica regional, sobre tudo nas serras. Desc 46 Características da espécie: Arbusto grande de até 6 m de altura, com copa rala e globosa, tronco ramificado. Casca fina, quase lisa, cinza-escura, com fissuras superficiais longitudinais e verrugas ovais brancas. Folhas alternas, simples, hirsutas, de aprox. 25-30 mm por 60-65 mm, com a maior largura na metade basal, obtusas ou arredondadas ou levemente cuneadas na base e agudas no ápice, com os bordos serrilhados, verde-azuladas na face superior, um pouco mais claras na face inferior, com as nervuras do 1° até 3° grau impressas na face superior e salientes na face inferior, o limbo por isso rugoso. Pecíolo hirsuto de 10-15 mm de comprimento. Inflorescências em capítulos terminais, com pequenas flores brancas. Fruto baga pequena globosa de cor vermelha-brilhante. Utilidade da árvore: flor (mel) Freqüência no município: comum na Caatinga? Tipo de vegetação: Provavelmente uma planta nativa da Caatinga regional. Desc 49 Características da espécie: Arbusto de até 4 m de altura, com copa alongada e rala, tronco curto e ramificado. Casca grossa, de cor cinza-clara, muito fissurada longitudinalmente, marrom-claro-avermelhado no fundo das fissuras, descamante em folhas grandes delgadas. Novos ramos bege-claros. Folhas alternas, divididas em 3 folíolos sésseis, oblongos, tomentosos, verde-oliva-claros, com os bordos dentados, com pecíolo densamente hirsuto de aprox. 2-3 cm de comprimento. O folíolo central de 2-3 cm por 8-9 cm, acuminado na base e agudo no ápice, os folíolos laterais de 15 mm por 40-50 mm, arredondados ou levemente cuneados na base e agudos no ápice. A maior largura na metade dos folíolos. Nervuras impressas na face superior e salientes na face inferior. Inflorescências em corimbos axilares. Fruto cápsula ovóide de aprox. 4 mm de diâmetro e 6 mm de comprimento, de cor marrom-escura. Freqüência no município: raro

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Tipo de vegetação: Encontrado numa cerca viva em “Pilões” e na Mata Atlântica no sítio da “Serra da Cachoeira”. Provavelmente é uma planta nativa na Caatinga regional. Desc 51 Características da espécie: Árvore pequena com tronco reto e copa alongada. Casca densamente, mas superficialmente fissurada verticalmente, de cor cinza, com manchas de liquens. Novos ramos de cor bege com pequenas verrugas redondas brancas. Os galhos apresentam ás vezes espinhos duros, coniformes e retos nas axilas dos ramos e das folhas, de aprox. 3 cm de comprimento. Folhas alternas, glabras, um pouco brilhantes, herbáceas, oblongas ou ovais, de aprox. 25-35 mm por 45-70 mm, obtusas (ou raremente arredondadas) na base e no ápice, de cor verde-intensa em ambas as faces, com pecíolo de aprox. 3-6 mm de comprimento. Nervura principal e nervuras laterais pouco salientes em ambas as faces. Bordos esparsamente e finamente serrilhados nos dois terços apicais. Inflorescências? Fruto? Freqüência no município: raro Tipo de vegetação: Planta nativa na Mata Atlântica, nos sítios das Mangueiras e Chã de Farias. Desc 52 Características da espécie: Árvore pequena com copa alongada, tronco reto e um pouco tortuoso. Casca lisa, fina, de cor marrom e pouco descamante em placas grandes, irregulares e delgadas, e mostrando a casca nova de cor quase branca. Novos ramos muito tortuosos, ramificados, cinza-escuros ou cinza-claros. Folhas opostas, simples, glabras, orbiculares, obtusas na base e obtusas ou arredondadas no ápice, com os bordos inteiros e pecíolo de aprox. 1-2 mm de comprimento, com a maior largura na metade da folha. As folhas na sombra herbáceas, de aprox. 17-20 mm por 25-35 mm, verde-azulado-foscas em ambas as faces, no sol folhas coriáceas, de aprox. 8-12 mm por 12-18 mm, verde-intensas em ambas as faces, um pouco brilhantes na face superior, foscas na face inferior, com os bordos recurvados para baixo, com a nervura principal um pouco saliente na face inferior. Inflorescências nas axilas das folhas, com flores solitárias pequenas sob caule de aprox. 1-2 cm de comprimento. Fruto (?) ovóide de aprox. 1 cm de diâmetro, de cor amarela. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Planta nativa da Mata Atlântica regional, encontrado no sítio das “Mangueiras”. Outras particularidades: Talvez esta espécie seja idêntica com “Cambucá”. Desc 56 Características da espécie: Árvore pequena com copa rala, tronco reto, galhos inclinados. Casca um pouco áspera e superficialmente fissurada verticalmente, cinza-escura e um pouco avermelhada. Novos ramos marrom-escuros ou um pouco roxos, com listrinhas brancas. Folhas alternas, simples, glabras, oblongas, de aprox. 6-7 cm por 13-15 cm, agudas na base e obtusas no ápice, com a maior largura na metade da folha, cartáceas, verde-escuras, um pouco brilhantes na face superior, verde-pálidas e brilhantes na face inferior, com os bordos inteiros. Pecíolo entalhado de aprox. 6 mm de comprimento. Nervura principal impressa na face superior e saliente na face inferior, nervuras do 3° grau um pouco salientes na face superior. Freqüência no município: muito raro? Tipo de vegetação: Planta nativa na Mata Atlântica regional, encontrada na floresta no sítio das Mangueiras. Desc 57 Características da espécie: Árvore média com copa densa e globosa, tronco curto e ramificado. Casca grossa, áspera, fissurada longitudinalmente, de cor cinza-clara, marrom-avermelhada no fundo das fissuras. Folhas alternas, paripinadas, com ráquis entalhada e marrom-tomentosa de aprox. 6-7 cm de comprimento, sustentando 3-4 pares de folíolos assimétricos, ovais, herbáceos, verde-intensos, esparsamente marrom-tomentosos na face superior, mais claros e densamente marrom-tomentosos na face inferior, com a maior largura na metade apical dos folíolos. Os folíolos basais de aprox. 12 mm por 20 mm, os demais folíolos aumentando o tamanho até os folíolos apicais de aprox. 35 mm por 60 mm, obtusos na base e no ápice, com a nervura principal inclinado para a ráquis da folha. Nervuras do 1° até 3° grau salientes na face inferior. Cada folha tem duas estípulas quase redondas das mesmas cores como os folíolos, de aprox. 15 mm de diâmetro. Inflorescências em panículas terminais, com várias flores

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grandes de cor amarela. Pétalas de aprox. 25 mm de comprimento. Fruto (?) deiscente, de cor marrom muito escura, de aprox. 10 mm por 18 cm. Freqüência no município: ocasional Tipo de vegetação: Encontrado em vários exemplares na beira de uma floresta da Mata Atlântica, no sítio das Mangueiras. Provavelmente planta nativa da Mata Atlântica. Desc 58 Características da espécie: Arbusto pequeno com copa muito densa e globosa, tronco ramificado. Casca (?). Novos ramos hirsutos, marrom-avermelhados. Folhas opostas, simples, oblongas, glabras, cartáceas (?), de aprox. 12-15 mm por 35-45 mm, agudas na base e no ápice, com a maior largura na metade da folha, verde-intensas um pouco brilhantes na face superior, verde-pálido-foscas na face inferior, com os bordos inteiros, hirsutos e recurvados para baixo. Pecíolo hirsuto de aprox. 3 mm de comprimento. Nervura principal impressa na face superior e saliente na face inferior. Inflorescências? Fruto? Freqüência no município: raro? Tipo de vegetação: Encontrado em vários exemplares na beira de uma floresta da Mata Atlântica, no sítio das Mangueiras. Provavelmente planta nativa pioneira da Mata Atlântica.

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4. Informações fenológicas Estas informações sobre a época de folhagem, florescimento e amadurecimento dos frutos podem somente dar uma indicação sobre o desenvolvimento das espécies nativas e algumas espécies exóticas de interesse. As épocas não dependem somente da posição do sol e da quantidade de luz, mas também (ou sobre tudo) da quantidade de chuva e a umidade do ar. Nas extensas épocas de seca, muitas plantas param o desenvolvimento das folhas, flores e frutos até a próxima chuva cair. Nesse sentido cada ano é diferente, e as datas de florescimento etc. mudam de um ano para outro. Existem também diferenças devidas à exposição do terreno, do ambiente (campo aberto ou dentro da floresta) e à altitude. As informações aqui apresentadas não podem ser transferidas para outros lugares fora do agreste meridional pernambucano, porque a época de chuva em Cumaru se difere bastante do resto do nordeste brasileiro:

Quantidade de chuva acumulada mensal nos anos 2009 até 2011 em Cumaru, em milímetros. É interessante constatar que, em geral, as plantas nativas têm dados fenológicos mais regulares que plantas exóticas: Espécies introduzidas pelo ser humano, como o Mamoeiro, a Acerola, a “Canafístula do Pará” etc. florescem e frutificam, ou durante o ano inteiro ou várias vezes por ano, em intervalos irregulares. Provavelmente estas espécies não se adaptaram ainda ao regime local de chuva e sol. Plantas como a Canafístula de Besouro florescem durante vários meses do verão, outras, como o Mororó, florescem somente poucos dias. A Mutamba ou a Quina-Quina, por exemplo, desenvolvem botões de flores, mas sem chuva as plantas podem parar nesse estado durante várias semanas, até que caia suficiente chuva para o desenvolvimento das flores. Será que existe uma planta que indique com a sua fenologia o início da época de chuva? A maioria dos dados foi recolhida durante os anos 2011 e 2012. Os meses de setembro 2011 até maio 2012 foram extremamente secos, e muitas plantas começaram a florescer e apresentar folhas com atraso, depois das chuvas do dia 15 de janeiro 2012 (11 mm) 22 até 24 de janeiro 2012 (105 mm). Choveu mais uma vez entre os dias 17 e 21 de fevereiro 2012 (66 mm). Provavelmente os dados seguintes deverão ser corrigidos com as experiências dos anos seguintes. 0 = planta sem folhas 1 = planta com folhas 2 = época de florescimento 3 = época de maturação dos frutos [ ] = sem informação

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Chuva 09

Chuva 10

Chuva 11

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Espécie / Mês Jan Fev Março Abril Maio Junho Julho Ago Set Out Nov Dez

Abacateiro 1 1 1 1 1 2 “Abetone Docinho” 13 1 1 123 1 1 1 1 1 1 1 1 “Acácia” 1 1 12 1 1(3) 13 3 3 0 1 Açafroa 1(2) 12 1 13 13 1 1 1 Acerola 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 Alecrim-de-Angola 12 123 12 12 1 1 Algaroba (3) 13 13 1 1 1 13 Algodão 1 12 12 13 13 Algodão bravo 23 3 1 1 1 02 023 Algodão de Seda 1 1 1 1 12 1 2 13 Ameixa de Espinho 1 12 13 1 1 Angico Branco (1)2 1 13 13 13 1 1 3 03 0 Angico Preto 02 1 13 1 1 1 1 Anil de Bode 123 123 Araçá 12 12 1 1 3 2 Araucária 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Aroeira do Sertão 3 1 1 1 1 1 1 02 02 Aromita 123 13 13 13 13 13 12 13 “Atalha” 3 1 2 123 Aveloz 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Azeitona 1 1 13 13 1 1 1 1 1 1 1 12 Barriguda 1 1 1 1 1 1 02 02 02 3 Benjamim 1 13 1 1(3) 1 1 1 1 1 1 1 1 Bico de Papagaio 1 12 12 12 2 Boldo Baiano 1 1 1 1 1 Bom-Nome 12 1 13 13 1 1 1 1 1 1 1 12 Braúna 1 1 1 1 1 1 12 12 12 03 03 Buganviília 12 12 12 12 1 1 1 1 1 1 1 1 Burra Leiteira 0 1(2) 12 1 13 1 0 Cabraiba (0) 1 1 1 1 1 Café do Mato 1 12 13 1 1 Cajarana 0 2 1(2) 1 1 13 1 0 0 Cajazeira 1(2) 12 1(2) 1 1 13 1 1 1 1 (0) 0 Cajueiro 13 1 1 1 1 1 12 12 1 13 Calumbi Branco 1 1 1 1 12 12 12 123 3 03 03 03 Calumbi de Miolo verm. 1 1 2 23 123 3 Calumbi Vaqueta 1 1 1 1 1 12 3 “Camará” 1 12 13 1 1 12 “Camará II” 12 “Cambucá” 0? 12 12 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Canafístula I 12 12 12 12 3 3 Canafístula II 1 1 1(2)3? Canafístula III 13 Canafístula de Besouro 12 12 12 12 12 12 12 2 123 12 Canafístula do Pará 1 12 12 12 13 1 1 Canela 13 Canela de Lambu 12 12 0 Canelinha 1 1 1 0 “Capitão” 13 13 1 Carnaubeira 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12 Carrapicho 0 1 1 1 1 1(2) 1 1 12 Castanhola 1 1 1 1 1 1 1 12 1 1 1 1 Catingueira 123 123 123 13 1 1 1 23 23 23 Cedro 0 12 12 1 1 1 1 1 0 0 03 Chapéu de Napoleão 12 12 13 “Chorão” 1 1 12 1 13 1 Chuva de Ouro 1 13 Cinamomo 1 1(2) 12 Cipó de Mofumbo 1 1 1 1 12 12 12 2 Ciriguela 1 13 13 13 Círio de Nossa Senhora 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Coco Catolé 1 1 1 13 1 12 123 13 1 1 1 1 Comondongo 12 12 12 1(2) 1 1 13 13 13 3 1 1 Coqueiro 123 123 123 123 123 123 123 123 123 123 123 123 Craibeira 13 1 1 1 1 1 1 02 12 Cumaru Branco 1 1 1 12 1 1 12 1 Cumaru de Cheiro 2 1 1 1 1 1 Embiruçu 3 3 (1) 1 1 1 1 1 Eritrina bicolor 1 1 1 1 1 1 12 12 Erva-Cidreira 1 1 12 13 Espinho de Judeu 0 12 1 1 1

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Espécie / Mês Jan Fev Março Abril Maio Junho Julho Ago Set Out Nov Dez

Espirradeira 1 12 Eucalipto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Farinha Seca 1 1 1 1 1 1 1 13 (0) 0 0 1 Favinha 0 (1) 1 1 1 1 1 1 0 Feijão de Boi 123 13 13 13 1 1 2 12 123 Figueira 1 1 Figueira-Preta 1 1 1 1 1 12 1 1 1 1 13 1 Flamboyant 2 12 12 1 1 1 1 02 Flambuiãzinho 12 12 12 13 13 1 12 3 Flor de Caboclo 123 13 1 Frei-Jorge 0 1 1 1 1 12 12 12 123 1 (0) 0 Goiabeira 12 13 13 13 1 1 1 12 3 3 12 Goiabinha (0)2 12 1 1 1 1 1 3 0 Graviola 12 1 1 1 1 13 1 12 13 1 1 1 Guabiraba 0(2) 12 1 1 1 13 13 1 1 Guabiroba-branca 12 1 13 13 Guaçatunga 1 1 1 12 12 12 12 12 Guamirim 1 1 13 13 1 1 1 1 1 1 1 1 Imburana Vermelha 0 1 1 1 1 1 1 1 02 Incó Manso 1 1 1 1 1 123 1 1 1 12 123 1 Ipê de Jardim 12 12 12 1 1 Jabuticabeira 1(2) 12 13 1 1 1 1 1(2) Jaqueira Mole 1 1 1 1 1 1 1 1 1 13 1 1 Jacarandá de Espinho 2 1 13 (1)3 13 1 1 2 12 Jacarandá-do-Litoral (0) 1 1 1 1 1 1 2 0 Jacaratiá 1 1 1 Jaramataia (1) 12 13 13 13 13 1 1 0 0 0 0 Jasmim-Manga 12 2 12 12 03 0 Jatobá 1 1 1 1 1 1 1 13 3 1 Jenipapeiro 1 1 1 (0)3 Jiquiri 1 12 12 1(3) 1 Jitó (0)3 1 1 1 1 13 13 1 1 1 13 13 Juazeiro 1 1 1(3) 13 13 13 1 1 1 (0) 1 12 Jucá 12 12 12 13 (0)3 13 3 3 13 3 (2) (0)2 Jurema Branca 12 12 1 1 1 1 3 13 3 Jurema Preta (0) 12 1 1 1 1(2) 2 2 2 2 (0) Juremaçu 12 13 13 1 1 0 0 Laranjeira 1 1 1 1 1 13 1 1 13 13 1 1 Laranjinha I (0)2 12 12 1 1 13 1 1 1 1 1 (0)2 “Laranjinha II” 1 12 12 13 1 1 1 1 1 1 1 1 Lax 1 1 1 12 1 1 1 1 1 Leucena 12 12 1 13 13 13 1 12 Lapacho 2 12 1 1 1 13 1 1 1 1 12 02 Leiteiro Vermelho 1 1 1 Limoeiro 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Macaxeira Brava 1 1 1 1 Maçaranduba 1 1 1 13 13 1 1 12 Mamoeiro 123 123 123 123 123 123 123 123 123 123 123 123 Mamoneira 1 1 1 1 12 1 1 13 1 1 1 1 Manduirana I (1) 1 1 1(2) 1 12 2 123 13 “Manduirana II” 1 1 1 Mangueira 13 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 13 Maniçoba 0 1 12 12 1 13 1 1 1 0 Marizeiro 0 13 13 13 1 1 1 1 1 1 12 0 Marmelinho 1 1 1 1 13 12 12 12 Monjoleiro 0 1 1 1 12 12 12 123 13 (0) 0 0 Monguba 1 1 1 12 1 1 1 13 Mororó 0 1 12 1 1 1 13 13 1 1 (0) 0 Mucunã 0 1 1 12 123 1 13 03 03 Mulungu 0 02 1 13 13 13 13 13 1 1 02 Murici-Macho 2 12 1 1 0 02 023 3 Muringa 1 1 12 123 123 123 123 123 123 123 123 123 Mutamba 1 1(2) 12 1 1 Nim indiano 12 1 13 1 1 12 Oiti 1 1 1 1 13 1 1 1 1 1 1 1 Pajaú (0)3 (1) (1) 1 1 1 12 1 Palmeira Imperial 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Pata de Vaca 12 1 1 12 13 13 Pau Brasil 12 12 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Pau d´Arco Amarelo 02 3 1 1 1 1 1 02 Pau d´Arco Roxo I 0 1 1 1 1 1 1 1 1 (02) (02) 02

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Pau d´Arco Roxo II 12 Pau-Ferro 1 1 1(2) 12 1 13 3 0 0 1 Pau Santo 1 1 1 12 1 13 1 1 1 1 1(2) 1 Pereiro 1 Piaca 12 12 13 1 1 1 1 Pinha 2 1 1 1 1 1 3 Pinhão bravo (1) 12 12 12 2 2 02 023 023 Pinhão roxo 1 12 1 1 1 Pitangueira 12 12 13 13 1 Pitiá 0 12 12 1 13 1 Pitombeira 12 1 13 1 13 13 (0) 12 Pororoca 12 12 12 1(2) Quebra-Panela 12 13? “Quia” 1 1 1 13 13 1 12 1 Quina-de-São-Paulo 1 12 13 13 1 1 1 1 1 1 1 1 Quina-Quina 0 (1) 1(2) 12 1 1 1 13 Quixabeira 1 1 1 1 13 12 1 Rama Branca (0) 1 1 1 1 Romã 1 12 12 123 13 13 3 2 Sabiá 2 12 12 12 12 1 1 1 1 3 Saboeiro 13 13 13 13 1(3) 1 12 12 Sabugueiro 2 2 2 12 12 Saca-Rolha 123 12 12 Salgueiro do Rio 1 1 13 1 1 12 Sapoti 1 1 1 13 1 13 13 13 Sipauba 0 12 12 1 1 1 1 0 0 Sombreiro 1 12 1 12 1 13 Sucupira Preta 1 12 1 1 1 1 1 Tabúia 12 1 13 1 1 1 1 02 12 Tamarindo 12 12 13 13 1 1 12 Trapiá 1 1 13 13 13 13 0 0 0 1 12 1 Tarumã 12 1 1 13 1 0 12 Tatajuba f 12 1 1 1 0 Tatajuba m 0 1 12 1 1 1 1 1 1 1 1 0(2) Tespésia 1 1 1 12 1 13 Timbaúba I 1 1(3) 13 1 1 1 0 0 13 Timbaúba II 123 123 13 1 0 0 2 12 123 Timbaúba III 12 12 1 1 1 Tulipeira (1) 1 1 1(2) 12 12 12 12 3 3 3 03 Turco 1 1 1 12 123 12 12 Umbuzeiro (1)2 1(3) 13 13 1 1 1 1 12 12 02 02 Unha de Gato 2 1 1 1 3 3 02 Uvaia 12 13 1 (0) 1 1 1 1 02 Uvaia do Rio 13 13 13 13 123 Velame 1 12 12 12 1 1 3 (0) 0 Viraro 1 12 1 1 (1)3 13 1 1 (0) (0) Desc 1 (0) 12 13 13 13 1 1 1 0? Desc 2 12 123 Desc 3 1 1 12 1 13 Desc 4 12 Desc 5 12 Desc 6 (1) (1)2 1 1 1 Desc 7 1 Desc 8 1 1 1 1 1 1 1 1 13 1 1 1 Desc 9 1 12 13 1 1 1 Desc 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Desc 11 0 1 1 1 1 1 1 Desc 12 12 12 1 13 Desc 13 1 12 12 13 Desc 14 1 1 1 1 13 12 12 Desc 15 13 Desc 16 12 1 13 0 Desc 17 13 Desc 18 13 Desc 19 12 123 Desc 20 12 13 Desc 21 12 12 12 12 13 Desc 22 1 1 1 Desc 23 123 123 Desc 24 12 12 13 1 1 Desc 25 13 13 13

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Desc 27 (0)2 1 13 1 12 1 12 Desc 28 1 Desc 29 (12) 12 1(3) 13 13 0 Desc 30 1 Desc 31 1 1 1 Desc 32 1 1 13 Desc 33 1 1 Desc 34 (1) 12 1 13 1 0 Desc 35 0 12 1 13 1 (1) Desc 36 1 12 1 13? 1 1 Desc 40 12 1 1 13 12 Desc 42 12 1 13 1 Desc 43. 12 13 1 1 Desc 46 12 123 13 1 0 1 12 Desc 48 12 Desc 49 12 13 Desc 51 1 1 1 1 Desc 52 12 123 1 1 Desc 56 1 1 1 1 Desc 57 12 12 12 12 Desc 58 1 1 1 1

5. Distribuição de algumas espécies nativas e invas ivas O município de Cumaru é dividido em mais que 70 sítios, alem das áreas urbanas de Cumaru, Ameixas e Malhadinha. Durante a minha pesquisa aqui apresentada, anotei a presença das espécies nativas nos sítios mais importantes. A pesquisa não foi feito em todos os sítios com a mesma profundeza, e pode ser que as últimas espécies descritas aparecem em sítios visitados no início da pesquisa, mas não foram anotadas. Infelizmente não dispus de um mapa com os limites dos sítios. Na interpretação do resultado temos que colocar em consideração que os sítios se diferem bastante um do outro, quanto ao tamanho, á altidude, intensidade de exploração agropecuária e á porcentagem de florestas intatas. As principais características dos sítios visitados são os seguintes: 1 = exclusivamente na área da Mata Atlântica 3 = excl. em lugares elevadas (acima de 450 m) 2 = exclusivamente na área da Caatinga 4 = excl. em altitude baixa (abaixo 450 m) Nome do sítio 1 2 3 4 Nome do sítio 1 2 3 4 Mangueiras X Lagoa de Aninha X Serra da Cachoeira X X Queimadas X X Dendê X X Cajá X Riacho de Pedra X X Jurema X X Chã de Farias X X Gavião X X Campo do Buraco X Poço de Pedra X X Riacho do Poço / Muruabeba Pilões X X Serra Verde X X Agua Doce X X Centro Cabaças / Extrema X X Serra dos Pintos Poços X X Chã de Trinta Serra das Bananas X X Camarada X X Maniçoba Cabují X X Jucá Serra de Umari X Mulungu X Malhadinha X X Cambucá X Taquari X X Olho d´Água da Figueira X X Goiabas e Pianga X X Riacho de Boi X X Campos Novos X X Cajueiro X Pingador X Areias X Campos Velhos X X Pau d´Arco X Pedra Branca X X Tábuas X X Agua Salgada X Rodrigue X Serra de Urubú X

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A tabela acima mostra bem a heterogeneidade dos sítios. Para confirmar e perfeiçoar os resultados apresentados na tabela seguinte era necessário um levantamento em superfícies menores e mais homogêneas. Quem anda pelas estradas de terra do município já ganha uma boa impressão da flora local. Sobretudo uma boa parte das plantas da Caatinga pode ser encontrada na beira das estradas e nas cercas vivas. Porém cada um dos dois biomas presentes no município apresenta espécies que podem ser encontradas apenas na floresta intacta ou na pouco influenciada pelo ser humano. A Mata Atlântica é definida por um número grande de espécies raras que aparecem apenas na floresta densa (grupo “A” na tabela seguinte). Além disso, muitas espécies da Caatinga podem ser encontradas na Mata Atlântica de Cumaru. Outro grupo de espécies pode ser encontrado na área da Mata Atlântica, mas são plantas que preferem lugares mais ensolerados, nas beiras das florestas densas (grupo “B”). Provavelmente são plantas pioneiras da Mata Atlântica regional. Um terceiro grupo de espécies da área da Mata Atlântica evita a floresta densa e prefere lugares abertos, sobre tudo nas pastagens das serras (grupo “C”). O grupo de espécies “D” se compõe por espécies da Mata Atlântica que invadem também na Caatinga regional. É grande o grupo dos ubiquistas, espécies que podem ser encontradas com a mesma frequência na Mata Atlântica como na Caatinga: O grupo “F” resume este tipo de plantas com alta freqüência e densidade, o grupo “G” as mais raras. O grupo “H” contem ubiquistas que freqüentam as áreas da Caatinga e da Mata Atlântica, mas evitam as florestas densas da Mata Atlântica. (Este fato não é visível na tabela.) Os grupos seguintes resumem plantas da Caatinga: O grupo “I” as espécies freqüentes, o grupo “J” as mais raras. É interessante perceber que a Caatinga regional apresenta somente poucas espécies que não invadem na Mata Atlântica. A Caatinga é menos definida pela presença de certas espécies que pela falta de espécies da Mata Atlântica. Como podemos explicar este fenômeno? A mistura de espécies dos dois biomas se explica pelo fato que a área de pesquise se encontra nos limites dos dois biomas, e nem um nem outro bioma pode ser encontrado em desenvolvimento típico. Várias espécies da Mata Atlântica dependem para a sua existência da sombra no interior da floresta densa. Qualquer mudança na estrutura dessas florestas tem como resultado a diminuião das espécies da Mata Atlântica ao favor de espécies da Caatinga, que lidam melhor com grandes quantidades de luz e calor na superfície do solo. Por outro lado a Mata Atlântica não é suficiente escura para impedir a presença das plantas da Caatinga. E ai também, qualquer intervenção pelo ser humano favoresce o crescimento destas plantas da Caatinga. Com a intervenção do ser humano o desenvolvimento das florestas vai da Mata Atlântica para a Caatinga, e não no sentido contrário. Mesmo com esta falta de nitidez dos biomas, seria possível desenhar um mapa bastante detalhado das áreas da Mata Atlântica e da Caatinga do município: O centro da área da Mata Atlântica se encontra no sítio das Mangueiras, com o maior número de espécies de todos os sítios de Cumaru, e nos sítios serranas no leste da Mangueira. É interessante o fato que algumas espécies da Mata Atlântica seguem o riacho que atravessa a área urbana de Cumaru até os sítios de “Água Doce”, “Riacho de Boi” e “Cabaças”. A pesar da altitude, a “Serra Verde”, a “Serra do Pingador” e a “Serra de Umari” são completamente na área da Caatinga, provavelmente devido á menor quantidade anual de chuva. Além dessas espécies existem várias espécies que aparecem somente numa área muito restrita ou em lugares especiais do município: Um grupo de espécies que aparecem apenas nas serras não foi separado na tabela. Se trata das espécies seguintes: Araçá, Cabraiba, Jacarandá do Litoral, Capitão, Escova de Macaco, Favinha, Guabiroba-Branca, Jaramataia, Jatobá, Jitó, Jurema Branca, Maçaranduba, Mutamba, Pitiá, Quina-Quina, Desc 21, Desc 34, Desc 35, Desc 42, Desc 43 e Desc 57. As plantas das matas ciliares dos riachos e do Rio Capibaribe foram colocadas no grupo “L”. Elas não aparecem como grupo homogêneo na tabela, porque a pesquisa não se concentrou neste fator ambiental. No grupo “M” há duas espécies que preferem solos úmidos: O Marizeiro prefere a área da Caatinga, o Trapiá aparece igualmente na área da Mata Atlântica. O último grupo é o grupo das plantas invasivas. Os invasores mais freqüentes são a Algaroba, o Algodão de Seda, a Leucena, a Acácia e a Mamoneira, plantas que invadiram principalmente a área da Caatinga. A presente pesquisa criou algumas respostas, mas ainda sobraram muitas perguntas: Por que existem espécies com um único exemplar na área de pesquisa, como, por exemplo, a “Quia”, a Pororoca, o Saboeiro? Por que existem espécies com apenas dois exemplares, um muito distante do outro como, por exemplo, a Rama Branca? Como populações pequenas, como a da Canelinha, chegaram ao seu lugar

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bem longe de parentes? Por que existem espécies que, aparentemente, não produzem mudas, como o Pau Santo? Quais são os fatores que delimitam a presença das plantas da Mata Atlântica, da Caatinga? É a qualidade do solo, o clima, a topografia, a altidude, a umidade do ar? Qual é a influência de uma floresta intacta ao seu ambiente? As espécies raras são os últimos exemplares remanescentes de uma população maior ou os primeiros exemplares que apareceram na região? Qual é a influência de anos com secas prolongadas á flora local? Qual é a chance de sobreviver de plantas dióicas depois delas sendo diminuídas pelo deflorestamento (Viraro, Pajeú)? Quais são as espécies ainda presentes que foram outrora exploradas pelo ser humano, e quais são as espécies já extintas no município? No final da tabela são mencionados os números de espécies por sítio. Os resultados são surpreendentes e não podem ser explicados apenas pela profundeza variada da pesquisa: Os sítios mais ricos em espécies são as “Mangueiras” e “Serra da Cachoeira”, ambas na área da Mata Atlântica e com florestas densas, com mais que 80 espécies nativas. Os outros sítios na área da Mata Atlântica apresentam também alta diversidade em espécies, com mais que 40 espécies. Grande número de espécies pode ser encontrado no sítio Malhadinha (por causa das plantas da mata ciliar) e os sítios da Caatinga, mas com plantas da Mata Atlântica. Os sítios da Caatinga são relativamente pobres em espécies. Os números de plantas invasivas não são correlados nem com grande riqueza nem com pobreza em espécies nativas. O maior índice de infestação com plantas invasivas se encontra nos sítios mais populosos e mais antigos. [ ] = sem informação X = espécie presente no lugar R = espécie raramente presente no lugar P = espécie plantada no lugar

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A Desc 09 X A Desc 25 X A Desc 26 X A Desc 28 X A Desc 30 X A Desc 52 X A Desc 56 X A Desc 58 X A Guabiraba X A Saboeiro X A Tatajuba fem X A Tatajuba masc X X A Desc 03 X X A Desc 42 X X A Desc 29 X X X A Desc 51 X X X A Café do Mato X A Desc 36 X X A Quina-de-São Paulo X X X A Cambucá X X X X R X B Desc 34 X X B Pítia X X B “Lax” X X B Guaçatunga X X X X B Desc 35 X X X B Cipó de Mofumbo X X X B Desc 40 X X X B Espinho de Judeu X X X X B Desc 01 X X X X X B Desc 57 X X B Desc 43 X X B Jatobá X X X B Ameixa de Espinho X X X B Desc 32 X X C Jitó X X X X X C Guabiroba-branca X X X X C “Quia” X X X X X C Desc 21 X X C Araçá X X X C Desc 06 X X X C Jaramataia X X X X X C “Capitão” X X X

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C Cabraiba X X C Maçaranduba X X C Mutamba X X X C Jurema Branca X X X X X X X X C Jacará de espinho X X X X X X X X X X X C Farinha Seca X X D Jiquiri X X X D Tarumã X X X X X D Desc 14 X X X X X X X D Quina-Quina X X X X X D Favinha X X X X D Jacará-do-Litoral X X X X X X X X X X X X D Laranjinha I X X X X X X X X X R X X X D Comondongo X X X X X X X R X X X X X X X R D Marmelinho X X X X D Coco Catolé X X X X X X X X X X X X X X X X R X X D Goiabinha X X R X X X X X X D Burra Leiteira X X X X X X X X X X X X X X X X X R X X X X D Jurema preta X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X R R D Monjoleiro X X X X X X X X X X X X P X X D Pau d´Arco Amarelo X X X X X X X X X X X X R X X X R D Pau d´Arco Roxo X X X X X X X X X X X X X X X X X X X D Carrapicho X X X X X X X X X X X X X D Tapuia X X X X R X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X D Desc 18 X X X D Desc 27 X X X F Pitombeira X X X X X X X X X X X X F Angico Branco X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X F Angico Preto X X X X X R X X X X X X X X X X X X X X R X X X F Aroeira do Sertão X X X X X X X X X X X X X R X X X X X R X X X X X X X X X X X X X X X X F Bom-Nome X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X F Incó manso X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X F Frei-Jorge X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X F Imburana Vermelha X X X X X X X X X X X R X X X X X X X X X R X X X X X X R X X X X X X X F Jucá X X X X X X X R X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X F Mororó X X X X X X X X X X X X X R X X X X X X X X X X X X X X R X R R R X X X F Cajazeira X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X F Catingueira X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X F Feijão de Boi X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X F Juazeiro X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X F Pinhão Bravo X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X F Braúna do Sertão X X X X X X X R X R X X R X R X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

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G Barriguda X R X X X X X X X X X X X X X G Mulungu X X X X X X X X X X X X X X X X R X X X X G Sipauba X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X G Unha de Gato X X X X X X X X X X X X X G Cumaru de Cheiro X X X X X ? X X G Camará X X X X X X X X X X X X X G “Manduirana I” X X X X X X X X X X X X X X G Murici-Macho X X X X X X X X X X X X G “Juremaçu” X X X X X X X X X X X X X X X G Canela de Lambu X X G Cedro X X X X R X X X X X G Desc 16 X X X G Embiruçu X X X G Mucunã X X X X X X G Oiti X X X G Desc 12 X X X X X X X X X X X X G Desc 20 X X X X X X G Desc 02 X X X X X X X H Calumbi Branco X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X H Canafístula de Bes. X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X H Velame X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X H Maniçoba X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X H Calumbi Vaqueta X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X H Quixabeira X X R X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X H Cipó Cururu X X X X X X X X X X X X X X H Desc 13 X X X H Timbaúba I X X X X X X P ? X H Timbaúba II X X X X X X X H Timbaúba III X X X X X X X X X X H Anil de Bode X X X X X X I Calumbi de Miolo v. X X X X X X X X X X X X X X X X X X X I Umbuzeiro R X X X X X X X X X X X X X X X X X X X I Pau-Ferro X X X X X X X X X X X R R X X X X X X X I Desc 46 X X X X X X X X X X X X X X X X I PauSanto X X X X X X X X I Viraro fem. X X X X I Viraro masc. X X X X X X R X X R J “Cardeiro” X J Desc 49 X X X J Rascabéz X X X X J Uvaia X X X X X X X X X X X J “Manduirana II” X X J Canelinha X J Pereiro X J “Camará II” X X X

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J Desc 19 X X X X X J Desc 22 X X X X X J Saca-Rolha X X L Lapacho X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X L Turco X X X X X X X X L Craibeira P X X X X X R X X X L “Chorão” X X X X X L Desc 24 X X X X L Uvaia do Rio X L Salgueiro do Rio X L “Canafístula II” X X L Desc 04 X L Piaca ? X X L Pajaú X X X X M Trapiá X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X R X X X X M Marizeiro X X X X X X X X X X X R X X X X X X X X X X R Algaroba R X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X R Algodão de Seda X R X X R X X X R X X R X X X X X X X X X X X X X X X R Leucena X X X X X P X X X X X X R X X X X X X X X X X R Acácia X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X R Mamoneira X X X X X X X X R X X X X X X X X X R Abetone docinho X X X X R Muringa X X X R X X X X R Aromita X X X X X X X R Charuto do Rei X X X R Desc 17 X X X R Quebra-Panela X X X X Número de epécies

nativas: 82

83

30

45

47

61

25

41

40

40

44

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38

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25

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24

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30

25

25

Número de espécies invasivas: 1 2 0 0 0 4 2 4 4 1 5 6 4 4 4 3 2 5 7 1 0 5 2 3 4 3 2 1 6 7 7 5 4 2 3 5 6 2 5 3 3 4 4 6

Número total de espécies: 83

85

30

45

47

65

27

45

44

41

49

44

42

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51

34

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27

29

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55

45

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26

41

31

23

34

29

31

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6. Árvores nativas com potencial para reflorestamen to ecológico

Em Cumaru não existem mais florestas virgens que se apresentem sem influência nenhuma do ser humano. As principais atividades nas florestas são as seguintes:

• Desflorestamento com machada e fogo (para ganhar lenha, madeira, terra para agricultura e criação de gado)

• Pasto na floresta • Proliferação de plantas invasivas • Aplicação de produtos defensivos (herbicídios) • Remoção de solo • Inundação (para criação de açudes e barragens)

Para quem quer ou precisa reflorestar uma superfície, a medida mais importante é parar qualquer atividade humana, especialmente a remoção de madeira e a pastagem. Geralmente será necessário cercar o terreno a reflorestar. Na maioria dos casos a natureza faz o resto melhor que qualquer engenheiro florestal. Outras medidas podem apenas acelerar o processo espontâneo de reflorestamento: Quando a superfície apresenta plantas invasivas, é recomendável eliminá-las inicialmente. Quando a superfície a reflorestar está longe de florestas intactas, é possível ajudar a recuperação pelas espécies adaptadas ao lugar. De todo jeito: Não fazer nada é melhor que ajudar de maneira errada. Quando se trata de introduzir sementes ou mudas de árvores, é muito importante colher as sementes de várias árvores de plantas da mesma região, para evitar empobrecimento genético e a introdução de plantas mal-adaptadas ao lugar. Outras intervenções possíveis:

• Criar estruturas para animais que trazem sementes das florestas vizinhas; • Remover parcialmente a vegetação existente; • Disseminar sementes de árvores pioneiras adaptadas ao lugar; • Disseminar sementes de plantas com frutos procurados por animais silvestres; • Disseminar sementes de árvores raras adaptadas ao lugar; • Plantar mudas de árvores adaptadas ao lugar.

Para aproveitar o máximo possível das superfícies reflorestadas, é recomendado um planejamento ecológico antecipado que inclui as exigências da lei e as necessidades do dono da terra. A presença de árvores traz vários benefícios ao ser humano:

• As folhas vivas e mortas das plantas retardam a queda das gotas de chuva e diminuem assim a erosão do solo.

• Uma parte da chuva fica colada nas folhas e evapora antes de cair no chão, um efeito que diminui enchentes e erosão e aumenta a umidade do ar na região, o que pode provocar outras chuvas.

• O solo enraizado por árvores retém mais água de chuva, um efeito que diminui as enchentes nos rios e os efeitos negativos das épocas de seca.

• O solo florestal está na sombra e coberto de folhas mortas, o que favorece o crescimento de animais e micro-organismos capazes de decompor matéria orgânica.

• Uma parte dos nutrientes do lugar está conservada na biomassa das plantas, que a chuva não pode levar. A Caatinga, por exemplo, produz até duas toneladas de matéria orgânica por hectare e ano.

• Pelas raízes as árvores levam os nutrientes do fundo do solo á superfície. • A floresta é espaço vital e fonte de alimento para muitos animais úteis, como abelhas, pássaros,

etc.

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• Árvores diminuem a velocidade do vento perto do solo e assim a erosão eólica. • Muitas sementes de árvores precisam de um ambiente sombreado para germinar.

Em seguida uma lista de árvores nativas recomendáveis para plantação ecológica: Da Mata Atlântica: Angico Branco, Angico Preto, Araçá, Cabraiba, Cedro, Cipó Mofumbo, Coco Catolé, Comondongo, Cumaru de Cheiro, Farinha Seca, “Favinha”, Frei-Jorge, Guabiroba-Branca, Guaçatunga, Imburana Vermelha, Jacarandá-de-Espinho, Jacarandá-do-Litoral, Jaramataia, Jatobá, “Jitó”, “Jurema Branca”, Jurema Preta, Lapacho, Laranjinha I, “Lax”, Maçaranduba, Maniçoba, Marmelinho, Monjoleiro, Mororó, Mutamba, Oití (?), Pajaú, Pau d´Arco Amarelo, Pau d´Arco Roxo, “Pitiá”, Pororoca, “Quia” (?), Quina-de-São-Paulo, Quina-Quina, Saboeiro, Sipauba, Tapuia, Tarumã, Tatajuba, Tatajuba, Desc 1, Desc 6, Desc 9, Desc 21 (?), Desc 34, Desc 35, Desc 51, Desc 57. Da Caatinga: Angico Branco, Angico Preto, Aroeira do Sertão, Barriguda, Braúna, Cajazeira, “Calumbi de Miolo Vermelho”, Canafístula de Besouro, Cardeiro Rajado, Canelinha, “Chorão”, Craibeira, Cumaru de Cheiro, Embiruçu, Frei-Jorge, Imburana Vermelha, Jiquiri, Juazeiro, Jucá, “Juremaçu”, Lapacho, Marizeiro, Mulungu, Pau d´Arco Amarelo, Pau d´Arco Roxo, Pau-Ferro, Piaca, Pitombeira, Quixabeira, Timbauba I-III, Tapuia, Trapiá, Turco, Umbuzeiro, Uvaia, Viraro, Desc 49.

7. Árvores com potencial para plantação comercial Em seguida uma lista das espécies nativas que têm capacidade de produzir um alto valor econômico. No sentido ecológico a silvicultura é uma boa alternativa em superfícies hoje usadas para produção de lenha. Reflorestamento comercial é permitido em todas as superfícies que não são protegidas pelo código florestal. Espécies nativas com alto valor econômico: Da Mata Atlântica (ou em solos profundos, úmidos): Angico Preto (madeira), Cabraiba (madeira), Cedro (madeira), Coco Catolé (fruto), Cumaru de Cheiro (madeira), Farinha Seca (madeira), Frei-Jorge (madeira), Jacarandá-do-Litoral (madeira), Jabuticaba (fruto), Jatobá (madeira), Jitó (madeira), Jurema Branca (madeira), Jurema Preta (madeira), Lapacho (madeira), Maçaranduba (madeira), Marmelinho (madeira), Monjoleiro (madeira), Mororó (Madeira), Mutamba (madeira), Oiti (madeira), Pau d´Arco Amarelo (madeira), Pau d´Arco Roxo (madeira), Pau Santo (madeira), Piaca (madeira), Pitombeira (fruto, madeira), Saboeiro (madeira), Tatajuba (madeira), Trapiá (madeira), Viraro (madeira). Da Caatinga (ou em solos rasos, pedrosos, secos): Aroeira do Sertão (madeira), Braúna (madeira), Cajazeira (fruto), Cumaru de Cheiro (madeira), Pau d´Arco Amarelo (madeira), Pau d´Arco Roxo (madeira), Pereiro (madeira), Pitombeira (fruto, madeira), Quixabeira (madeira), Timbauba I-III (madeira), Umbuzeiro (fruto). Espécies exóticas com alto valor econômico: Abacateiro (fruto), Acerola (fruto), Açafroa (fruto), Cajueiro (fruto, pedúnculo), Canela (casca), Coqueiro (fruto, madeira, fibra), Graviola (fruto), Jabuticabeira (fruto), Jenipapeiro (madeira, fruto), Laranjeira (fruto), Limoeiro (fruto), Mamoeiro (fruto), Mangueira (fruto), Nim indiano (madeira), Oiti (madeira), Pinha (fruto), Romã (fruto), Sabiá (madeira), Sapoti (fruto), Tamarindo (fruto).

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8. Árvores nativas recomendadas para arborização ur bana Árvores plantadas em praças ou calçadas têm a principal função de dar sombra, com preferência no verão, de diminuir as temperaturas, e de embelezar a cidade. Além disso, árvores em área urbana podem exercer funções educativas e ecológicas. Árvores usadas para arborização urbana precisam ter várias qualidades para não prejudicar os valores da área urbana: As raízes podem ofender calçadas ou prédios vizinhos, os galhos podem mexer com a rede elétrica, os frutos ou a resina prejudicar carros estacionados debaixo da árvore. Por isso a árvore plantada em área urbana não pode ter raízes superficiais, tem de ser de crescimento moderado ou tolerante á poda, e não pode produzir frutos pesados. É recomendável escolher espécies tolerantes á seca. Plantas que não perdem as folhas cada ano dão mais sombra e menos trabalho de limpeza. Na cidade de Cumaru tem um grande número de espécies de árvores plantadas em área pública. Infelizmente a maioria delas é exótica, com pouco valor ecológico. A moda atual é o Cumaru Branco, o Nim indiano (da Índia) e o Benjamim (da África do Sul). Como alternativa existem várias espécies nativas com excelentes qualidades aprovadas para arborização urbana: Dois exemplares de Timbaúba plantadas na praça central, por exemplo, dariam sombra para todos visitantes da praça. Em seguida, uma lista de árvores nativas e adaptadas ao clima que têm alto potencial para plantação em calçadas da área urbana, ou pela sua beleza ou pela sombra: Açafroa, Algodão Bravo, Cedro, Comondongo, Coco Catolé, Cumaru de Cheiro, Frei-Jorge, Jaramataia, Jitó, Jucá, “Juremaçu”, Jurema Preta, Lapacho, Lax, Mororó, Mutamba, Pau Santo, Pereiro, Quia, Tarumã, Turco, Desc 1 (?), Desc 6 (?), Desc 35 (?). Árvores grandes que se recomendam plantar em praças, longe de construções civís: Braúna, Craibeira, Farinha Seca, Jurema Branca, Maçaranduba, Mulungu, Oiti, Pau d´Arco Amarelo, Pajaú, Pau d´Arco Roxo, Pau-Ferro, Pitombeira, Pororoca,Tatajuba, Timbauba, Trapiá.

9. Árvores nativas recomendadas para plantação em p astagens Árvores plantadas em pastagens têm a principal função de fornecer sombra para o gado. Além disso, árvores protegem a pastagem contra o vento e a erosão pluvial. Árvores solitárias têm um crescimento diferente do crescimento na floresta: Geralmente o tronco é mais curto, a copa mais larga e mais frondosa. Assim a árvore pode representar um importante elemento paisagístico. A escolha da árvore deve obedecer às necessidades da espécie ao local. Não é recomendável escolher árvores que tem partes venenosas para o gado. Nos primeiros anos é necessário proteger a muda contra as mordidas do gado com uma cerca ou uma tela. Aqui uma lista de árvores nativas, recomendáveis em pastagens: Da Mata Atlântica (em pastagens de solo profundo e úmido): Angico branco, Angico preto, Cabraiba, Cedro, Comondongo, Farinha Seca, Frei-Jorge, Jacarandá-do-Litoral, Jatobá, “Jitó”, Jurema Branca, Maçaranduba, Marmelinho, Mutamba, Oiti, Pau d´Arco Amarelo, Pau d´Arco Roxo, Pau Santo, Saboeiro, Tatajuba, Trapiá. Da Caatinga (em pastagens de solo raso, pedroso e seco): Braúna, Cajazeiro, Juazeiro, Jucá, Mulungu, Pau-Ferro, Pereiro, Pitombeira, Timbaúba I-III, Umbuzeiro.

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10. Plantas invasivas Plantas exóticas são definidas como plantas que foram introduzidas na região pelo ser humano. Ás vezes isto aconteceu propositadamente: uma árvore decorativa plantada num quintal, a tulipeira, por exemplo, ou uma planta que tem certa utilidade, a Algaroba, por exemplo. Outras espécies chegaram ocasionalmente na região, misturadas com sementes compradas, por exemplo, ou coladas na roupa de um viajante ou no pneu de um carro. A maioria destas plantas introduzidas tem menos força reprodutora que a flora nativa, isto quer dizer que as sementes espalhadas na natureza não nascem, ou as mudas morrem em presença das plantas nativas. Das 240 espécies inventariadas nesta pesquisa, 82-95 (ou 35-40%) são exóticas. Os Cumaruenses parecem gostar dos exóticos! Geralmente plantas exóticas têm menos valor ecológico que as plantas nativas, porque os animais nativos não aprenderam utilizar os produtos da planta. O especialista chama essas plantas de “lastro ecológico”. Há exceções, a Acácia, por exemplo, que é uma boa fonte de mel para as abelhas. Mas existe também o caso contrário, a tulipeira, uma planta da África central que tem flores venenosas e mata beija-flores e abelhas. Plantas invasivas são definidas como plantas exóticas que têm, pela sua força reprodutora, a capacidade de estabelecer-se na vegetação local e, com o decorrer do tempo, ocupar o lugar de plantas nativas. Para saber se uma planta é invasiva, são necessárias duas informações: A primeira é se a espécie é nativa na região ou não. Esta informação é geralmente disponível na literatura. Alem disso é necessária a informação se essa espécie exótica se prolifera espontaneamente na região (independente de se a planta é desejada ou não). Esta segunda informação se tira somente pela observação da distribuição atual da espécie e o desenvolvimento durante o tempo. Por isso ninguém pode ter certeza se uma planta a ser introduzida num lugar não se virará invasiva no futuro. Quando uma planta exótica se encontra num lugar onde ela não pode ter sido plantada, ou quando há mudas perto de plantas exóticas plantadas, isto é um bom indício para que esta planta for invasiva. Uma planta exótica pode ser invasiva numa região, mas não em outra, e uma planta exótica que não é invasiva pode virar invasiva com a mudança da composição floristica ao redor dela. A presente pesquisa é incompleta e deixa dúvidas sobre as plantas invasivas. Em alguns casos não há certeza se a espécie é nativa na região ou não (a “Acácia”, por exemplo). Em outros casos existem dúvidas se a espécie se prolifera espontaneamente na floresta. Existem plantas recém-introduzidas na região que ainda não se manifestam nas florestas naturais, mas podem proliferar-se no futuro (a Muringa, por exemplo, uma árvore que produz muitas sementes durante o ano inteiro e brota depois de cortá-la a partir da raiz mesmo em pleno verão). E existem plantas introduzidas, faz muito tempo na região, das quais há representantes na floresta densa (Avelós, por exemplo). São invasores ou últimos traços de povoados antigos que vão desaparecer com o tempo? O caso é mais claro com plantas como a Algaroba ou o Algodão de Seda, espécies que – sem dúvida nenhuma – se estão proliferando com rapidez nas pastagens do município. A Algaroba foi introduzida de propósito, o Algodão de Seda provavelmente ocasionalmente, junto com a criação de gado. Há o risco que, no futuro, estas plantas virarão pragas. Se a Acácia não for uma planta nativa na região, ela pode também ser considerada uma praga que invade terrenos da Mata Atlântica depois dela ser derrubada. Outros invasores, a Mamona, por exemplo, seguem as estradas ou os riachos do município. É interessante observar que as plantas invasivas ocupam com preferência ambientes fortemente influenciados pelo ser humano: Pastagens, margens de estradas de terra, queimadas de florestas. Com futuras mudanças no tratamento dessas superfícies, com mudanças climáticas e com a introdução de outras espécies exóticas, os problemas ecológicos e econômicos das plantas invasivas poderão agravar-se. Em seguida uma lista de plantas lenhosas provavelmente invasivas na região, a origem delas e o biotópo invadido: Planta invasiva

Origem Biotópo invadido

Abetone docinho México, América central, Norte da Amérca do Sul

Pouco invasiva em solos úmidos

Acácia América central, Bolívia, Peru, Equador Queimadas da Mata Atlântica, pastagens Algaroba Peru Pastagens de boi Algodão de Seda Ásia (Índia) Pastagens

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Aromita EUA, México, América central Solos pedrosos na proximidade de riachos e açudes

Aveloz África do Sul Florestas da Caatinga Boldo Baiano África Pastagens Cinamomo Ásia Beira estradas de terra na zona urbana Leucena México, America central Pastagens Mamoneira Ásia tropical e subtropical Ao longo de riachos e rios, em solos

úmidos Muringa Índia Até agora: em cercas vivas e na beira de

estradas Pinhão roxo Antilhas e América tropical Pastagens Quebra-Panela Sul dos Estados Unidos da América Beira estradas de terra, planta daninha em

roçados Sucupira preta Cerrado do Brasil Na vizinhança da árvore plantada Desc 12? ? Na beira de estradas de terra

11. Plantas nativas com baixa frequência Em Cumaru aparecem várias espécies de árvores e arbustos com baixa frequência. Qual é a causa desse fenômeno? Cada espécie tem a sua área natural de presença. No centro dessa área, lá onde as condições ambientais correspondem inteiramente com as necessidades da espécie, ela é mais freqüente que perto dos limites dessa área. Além disso, cada espécie tem a sua estratégia para sobreviver, para tentar superar as plantas concorrentes no lugar: Algumas espécies produzem uma quantidade enorme de sementes, outras espécies envolvem as sementes dentro de uma polpa que atrai animais que ajudam a disseminar as sementes. Existem sementes com asas, sementes com casca duríssima que sobrevivem muito tempo sem água, etc. Muitas plantas perdem as folhas na época de seca para diminuir o gasto de água. Outras espécies aproveitam dessa maior quantidade de luz dentro da floresta para desenvolver exatamente nestes períodos as suas folhas. Aparentemente existem espécies que conseguem aproveitar melhor a umidade noturna do ar para agüentar as épocas de seca. Existem espécies que se protegem contra a perda de água através de uma camada brilhante ou cerada na face superior das folhas, superfícies peludas, outras plantas colocam as folhas em posição vertical para evitar um excesso de calor e evaporação. Algumas árvores criam raízes muito profundas para explorar a água subterrânea, outras fazem raízes horizontais para evitar concorrentes de água, e existem até plantas que soltam uma substância química que mata outras plantas ao redor delas. Existem espécies que agüentam fogo e corte, outras sobrevivem inundações prolongadas. Mesmo na floresta natural existem espécies mais freqüentes e mais raras. É um equilíbrio natural, em cada lugar diferente do outro, dependendo dos fatores ambientais e dos eventos passados. As florestas de Cumaru estão muito longe deste estado natural. É muito difícil adivinhar as causas da raridade das espécies presentes. Todas as atividades humanas influenciam o equilíbrio das plantas nas florestas. Quais são os possíveis problemas de reprodução das plantas criados pelo ser humano?

• Exploração de plantas com valor comercial • Separação de populações de plantas através de desmatamento florestal. • Separação e diminuição de populações de animais que ajudam á polinização das flores e à

disseminação das sementes. • Diminuição da superfície de floresta através de desmatamento florestal, construção de açudes

etc. • Mudança do clima regional e do microclima nas florestas remanescentes através de

desmatamento florestal. • Introdução de plantas invasivas na região, que apresentam uma concorrência adicional para as

plantas nativas.

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Em seguida uma tentativa de explicar a influência do ser humano à distribuição de algumas raras espécies nativas: Causa da freqüência baixa

Plantas muito raras

Plantas raras Plantas o casionais

Plantas que são naturalmente raras nas regiões onde elas aparecem

Cardeiro Rajado, Pororoca, Saboeiro

Ameixa de Espinho, Canelinha, Capitão, Pimenta de Raposa

Barriguda, Calumbi de Miolo Vermelho, Cambucá, Coco Catolé, Embiruçu, Espinho de Judeu, Incó Manso, Jacarandá-do-Litoral, Jaramataia, Laranjinha I, Mucunã, Mulungu, Pau d´Arco Amarelo, Quia-de-São-Paulo, Quina-Quina, Timbaúba,

Plantas que dependem de um tipo de bioma que, naturalmente, não é freqüente em Cumaru

Chorão, Pajaú, Piaca, Uvaia do Rio

Craibeira, Salgueiro do Rio, Trapiá, Turco

Plantas que são naturalmente raras em Cumaru porque se encontram perto dos limites da área de dispersão delas

Lax, Pororoca, Saboeiro (?), Pitangueira

Aromita, Cipó de Mofumbo (?), Oiti, Pajaú

Pereiro

Plantas que foram exploradas no passado por causa da madeira

Farinha Seca, Lax (?)

Cabraiba, Chorão, Cumaru de Cheiro, Favinha, Jatobá, Jitó, Maçaranduba, Marmelinho, Mutamba, Oiti, Pajaú, Piaca, Pitiá, Tatajuba

Cedro, Craibeira, Jacarandá-de-Espinho, Jacarandá-do-Litoral, Jucá, Jurema Branca, Mororó, Pau d´Arco Amarelo, Pau d´Arco Roxo, Pau-Ferro, Pereiro, Pitombeira

Plantas diminuídas por deflorestamentos, diminuição do espaço vital e isolação dos exemplares remanescentes

Cardeiro Rajado, Farinha Seca, Lax, Pororoca

Amexia de Espinho, Cabraiba, Chorão, Cumaru de Cheiro, Favinha, Guabiroba-Branca, Jatobá, Jiquirí, Jitó, Maçaranduba, Marmelinho, Mutamba, Oiti, Pajaú, Tatajuba

Araçá, Cedro, Craibeira, Embirçu, Jacarandá-de-Espinho, Jacarandá-do-Litoral, Jaramataia, Jucá, Jurema Branca, Mororó, Pau d´Arco Amarelo, Pau d´Arco Roxo, Pitombeira, Quixabeira, Tarumã, Timbauba, Trapiá, Turco, Umbuzeiro, Uvaia, Viraro

Sem explicação Quia, Desc 4, 9, 11, 28,30, 31, 56

Guabiroba-Branca, Guaçatunga, Rascabéz, Jiquiri, Manduirana II, Pimenta de Raposa, Desc 3, 6, 14, 17, 19, 21, 22, 24, 25, 27, 33, 34, 35, 36, 43, 49, 51, 58

Guabiraba, Incó Manso, Jurubeba, Desc 1, 2, 12, 13, 15, 16, 18, 20, 32, 40, 42, 52, 57

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12. Algumas recomendações para a conservação da var iedade florística

Não conheço outras pesquisas parecidas com esta, por isso não sei se a quantidade de espécies encontradas em Cumaru é grande ou não. Mas aparentemente as pequenas superfícies remanescentes da Mata Atlântica são completamente cercadas de vegetação de Caatinga. Por parte esta isolação das populações cumaruenses de plantas da Mata Atlântica é natural, devido á topografia serrana. Com os desmatamentos no leste do município a isolação aumentou ainda. Uma vez que uma população é extinta, ela não vai voltar espontaneamente para Cumaru. As recomendações seguintes se baseiam nos resultados da pesquisa acima e têm o objetivo de conservar a diversidade de espécies lenhosas no município.

1. Construir biodigestores nas grandes fazendas de boi e na cidade. Coleta seletiva da matéria orgânica no município. O líquido que sai do biodigestor é um excelente adubo para a agricultura, livre de sementes de plantas daninhas e invasivas. O gás produzido serve, na área rural, para cozinhar (substituindo a lenha), para a esterilização de esterco de boi, para a geração de energia elétrica, etc., no centro da cidade para geração de energia elétrica, ou, por exemplo, como fonte de energia para as padarias, que são atualmente grandes consumidores de lenha.

2. Esterilizar o esterco de boi através de compostagem, para matar as sementes de plantas invasivas e daninhas.

3. Conservar os pequenos restos da Mata Atlântica e da Caatinga do município. 4. Plantar faixas de florestas entre as florestas existentes e planejadas, como corredores para

animais silvestres. 5. Parar o desmatamento ao favor da agricultura e da produção de lenha e carvão. Valorizar os

terrenos agrários com terraçamento, adubação (estrumo, plantas subsidiárias), etc. 6. Suprimir as árvores invasivas. 7. Plantar árvores nativas raras. 8. Plantar árvores nas pastagens com espécies nativas adaptadas ao lugar. 9. Silvicultura nas fazendas grandes (com árvores nativas de alto valor comercial). 10. Parar de plantar árvores exóticas em praças públicas, substituindo-as sucessivamente por

árvores nativas. 11. Completar a arborização das praças públicas com árvores nativas. 12. Educação ecológica nas escolas. 13. Plantar cercas vivas ao longo das estradas de terra, com plantas nativas adequadas. 14. Elaborar um plano diretor municipal florestal-ecológico, com a participação da população e dos

municípios vizinhos.

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13. Glossário Aculeado Provido de acúleos

Acúleo Órgão semelhante a um espinho, mas que se origina superficialmente (do córtex), razão pela qual se desprende com pouco esforço

Acuminado (folha, folíolo)

Muito agudo, os bordos formando um ângulo de até 45° (�agudo, obtuso, arredondado, retuso, emarginado), veja desenho na página 120

Afastado (folíolo) Sem se tocar, com um espácio entre um e outro (� aproximado)

Agudo (ápice, base da folha)

Apontado, os bordos formando um ângulo de 45° até 90°, veja desenho na página 120

Alado (fruto, pecíolo) Com asas

Alargado (base) Mais largo que o resto do folíolo

Alternos (folhas, folíolos) Saindo do ramo ou raquis um por um (� oposto)

Antocarpo ?

Ápice (folha, folíolo) Parte terminal (� base), veja desenho na página 120

Aprox. Aproximadamente

Aproximado (folíolo) Perto, um encostando ou cubrindo outro, que não é afastado

Aquênio Fruto seco indeiscente, contendo habitualmente uma só semente, que é difícil de ser separada do próprio fruto. Usualmente possui no ápice uma estrutura originada do cálice que é adaptada a diversos fins, chamada pappus ou papilho.

Arredondado (ápice, base)

Os bordos formando um ângulo de 180°, veja desenho na página 120

Auriculado (folha) Profundamente reentrante na base, de maneira a formar dois apêndices laterais, ditos aurículas

Baga = Beere Fruto com pericarpo carnoso, normalmente indeiscente, com poucas a usualmente muitas sementes

Basal (nervura) Saindo ou fazendo parte da base (� apical)

Base (folha, folíolo) Parte perto do pecíolo (� ápice)

Bilobado (folha) Com dois lobos

Bipinado (folha) Folha composta de vários pinos que são compostos de vários folíolos, veja desenho na página 120

Caatinga Tipo de vegetação natural do município de Cumaru: Formação lenhosa xerófila que reveste a maior parte do Nordeste e se extende até o Maranhão e norte de Minas Gerais. Apresenta-se formada de pequenas árvores caducifólias no longo período seco, havendo ainda muitas suculentas, entre as quais excelem as cactáceas.

Canelado (ramo, fruto, tronco)

Com várias depressões longitudinais, veja desenho na página 120

Capítulo Espiga globosa. Tipo de inflorescência, veja desenho na página 121

Cápsula Fruto seco e deiscente que se abre através de poros ou por fendas longitudinais

Carnoso (folha) Grosso, que tem consistência de carne

Cartáceo Com a consistência de papel grosso ou de pergaminho

Caule Estrutura responsável pela sustentação e condução de seiva para as flores em inflorescências como capítulos, dicásios ou fascículos. Na sua ausência, diz-se que as flores são sésseis.

Central (nervura) Nervura principal, maior da folha, geralmente dividindo o limbo da folha no meio; veja desenho na página 120

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Cimeira Tipo de inflorescência, veja desenho na página 121

Composto (folha) Formado de partes distintas, que se mostram reunidas num conjunto bem individualizado

Concentrado na extremidade dos ramos (folha)

Que é nem oposto nem alterno, veja desenho na página 120

Coriáceo (folha) Duro, semelhante como couro.

Corimbo Tipo de inflorescência, veja desenho na página 121

Cuneado (base da folha, do folíolo)

Os bordos formando um ângulo de mais que 180°; veja desenho na página 120

Deiscente (fruto) Que se abre espontâneamente ao alcançar a maturidade para deixar cair as sementes (� indeiscente)

Dentado (bordo) Com dentes (� inteiro); veja desenho na página 120

Descamante (casca) Se soltando e caindo em placas ou fibras

Dicásio Tipo de inflorescência, veja desenho na página 121

Dióico (planta) Planta com as flores masculinas e as flores femininas em indivíduos diferentes

Dividido (folha) Composto (�simples, pinado)

Drupa Fruto contendo uma só semente revestida pela camada mais interna da parede do fruto, que se torna coriácea ou lenhosa, formando o chamado caroço.

Emarginado (folha) Com o ápice provido de nítida incisão, conquanto superficial; veja desenho na página 120

Entalhado (pecíolo, ramo)

Com uma depressão longitudinal, veja desenho na página 120

Espiga Tipo de inflorescência, veja desenho na página 121

Espinho Órgão cilíndrico, pontiagudo, duro e pungente, que se origina profundamente, donde ser destacado mediante apreciável esforço.

Espiralado (folhas) Amarrados nos ramos em forma de espiral

Estame Órgão masculino da flor

Estilete Órgão feminino da flor

Estípula Apêndice, geralmente laminar e em número de dois, encontrado na base das folhas

Estipulado (folha) Com estípulas

Exótica (planta, espécie, árvore)

Que não é nativo na região, mas em outro lugar da terra, introduzido na região através do ser humano

Fascículo Tipo de inflorescência, veja desenho na página 121

Fissurado (casca) Com fissuras

Fissura Rachaduras, fendas

Folíolo Partes das pinas de folhas pinadas ou de folhas compostas que apresentam limbo

Folículo ?

Gavinha Estruturas que tem a função de prender a planta em um suporte ou enrolando-se

Glabro (folha) Sem pêlo

Globoso (inflorescência, copa)

Que tem forma de globo

Glomérulo Tipo de inflorescência, veja desenho na página 121

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Herbáceo (folha) Que tem a consistência e o porte de erva

Hirsuto (folha, pecíolo) De pêlos longos, arrepiados

Imparipinado (folha) Folha que tem número impar de pinas ou folíolos (geralmente um folíolo ou uma pina terminal) (� paripinado)

Impresso (nervura) Em nível mais baixo, afundado no limbo da folha (� saliente)

Indeiscente (fruto) Que não se abre espontaneamente, mas cai no chão fechado, sem deixar cair as sementes. As sementes são postas em liberdade pela putrefação (� deiscente)

Inflorescências Veja desenhos na página 121

Inteiro (bordo) Sem dentes nem lobos (�serrilhado, dentado, lobado)

Invasiva (planta, espécie, árvore)

Se diz de uma planta exótica que se prolifera espontaneamente na região e ameaça com a sua presença a flora nativa

Lactescente (planta) Que exsuda um líquido branco ao ferir

Lanceolado (folha, folíolo)

Mais estreito que oblongo, mas menos estreito que linear; veja desenho na página 120

Largo-agudo (base e ápice da folha, do folíolo)

Os bordos formando um ângulo acima de 30° (�acuminado)

Legume = vagem Fruto seco, deiscente mediante duas fendas. As duas valvas separam-se. É o tipo mais comum das leguminosas.

Limbo Parte laminar, geralmente verde das folhas

Linear (folha) Comprido e estreito, com bordos paralelos

Lobado (folha) Cujos recortes não ultrapassam a metade da distância entre a nervura principal e a margem. Cada incisão é um lobo.

Lobo Porção ou segmento de um órgão subdividido ou recortado

Líquen Organismo simbiótico entre alga e fungo. Cresce nas cascas das árvores e outros substratos e forma manchas brancas ou escuras

Mata Atlântica A Mata Atlântica ou floresta estacional semidecidual é o bioma brasileiro mais devastado, reduzido a 7% de sua área original. Chegou a ocupar aproximadamente 15% do território nacional, estendendo-se pela faixa litorânea desde o Rio Grande do Norte ao litoral de Santa Catarina. Apesar da intensa devastação, ainda abriga uma quantidade significativa de espécies tanto de animais quanto de vegetais, compreendendo mais de 6 mil exemplares de plantas endêmicas, 160 espécies de mamíferos e 253 de anfíbios identificados e catalogados. Muitos dos animais brasileiros ameaçados de extinção pertencem a esse bioma, bastante explorado desde a época colonial. O extrato vegetal é constituído basicamente por dois patamares, sendo o mais alto formado por árvores com estatura média de 35 metros, e o inferior caracterizado pela densidade arbustiva.

Membranáceo (folha) Delgado e translúcido, assim como papel fino. Com forma ou consistência de membrana

Metade apical (folha) Veja desenho na página 120

Metade basal (folha) Veja desenho na página 120

Nativa (planta, espécie, árvore)

Que tem a origem natural na região, já tinha na região antes da chegada do homem civilizado (� exótico, invasivo)

Oblongo (folha, folíolo) Estreito-oval, a largura muito menor que o comprimento. Veja desenho na página 120

Obtuso (base, ápice) Terminando com ângulo entre 90° e 180°, nem agudo nem arredondado; veja desenho na página 120

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Ondulado (bordo, folha, fruto, limbo)

Cuja margem ou superfície é percorrida por sucessivas elevações e depressões.

Oposto (folhas, folíolos) Nascendo em pares do mesmo lugar (� alterno)

Orbicular (folha) Largo-oval, entre redondo e oval

Paisagismo (utilidade) Plantado para enfeitar a paisagem, pela beleza da planta.

Panícula Tipo de inflorescência, veja desenho na página 121

Paripinado (folha) Folha composta que tem número par de pinas ou folíolos (geralmente pinas ou folíolos opostos e sem nenhum folíolo ou nenhuma pina terminal) (� imparipinado)

Peciolado (folha, folíolo) Com pecíolo (� séssil)

Pecíolo Talo, haste da folha ou do folíolo

Pedúnculo Estrutura, originada da modificação do caule, responsável pela sustentação e condução de seiva para as flores. Conecta-se ao caule ou à raquis da inflorescência na base e ao cálice no ápice. Raramente apresenta ramificações ou estruturas de origem foliar. Na sua ausência, diz-se que as flores são sésseis.

Peltado (folha) Quando o pecíolo está preso no meio da lâmina foliar (mamona, por exemplo)

Pentadentado (folha) Com cinco dentes

Pentalobado (folha) Com cinco lobos

Perenifólia (folhagem) Cujas folhas não caem senão gradualmente, sendo substituídas por outras.

Pétala Órgão laminar da flor, geralmente colorido

Piloso (folha, ráquis, ramo, fruto)

Com pêlos

Pina Segmento de uma folha bipinada, composto do pecíolo secundário e seus folíolos. Veja desenho na página 120

Pinado (folha) Diz-se da folha composta que apresenta folíolos dispostos ao longo do pecíolo (ráquis) comum.

Pubescente (folha) Coberto de pêlos curtos e macios

Ralo (copa) Transparente, com poucas folhas (� denso, frondoso)

Ramo Galho novo, fino e flexível

Ráquis Eixo comum da folha composta pinada ou bipinada, ou das inflorescências paniculadas, espigas e corimbos

Recurvado (bordo, folíolo)

Inclinado para baixo, veja desenho na página 120

Retuso Cujo ápice é levemente reentrante, menos que emarginado; veja desenho na página 120

Rígido (folha) Duro, robusto

Saliente (nervura) Que se levanta encima do limbo (� impresso)

Sâmara Fruto seco, indeiscente, provido de uma ou mais asas

Seiva Líquido orgânico das plantas

Serrilhado (bordo) Que tem serrilha (ornato em forma de dentes de serra)

Sessil (folha, folíolo, fruto)

Desprovido de pecíolo (� peciolado)

Sépala Órgão laminar da flor, incluindo as pétalas, geralmente menor que as pétalas e de cor verde

Sicônio Pseudofruto constituído por uma inflorescência ou uma infrutescência composta, de receptáculo carnudo e flores ou frutos inclusos. O sicônio

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pode-se apresentar num estágio inicial como inflorescência e mais tarde como uma infrutescência. Na verdade somente por meio de uma inspeção do interior do sicónio com uma lupa é possível distinguir o estágio em que ele se encontra. O exemplo mais comum de sicónio é o figo.

Sincarpo=Sincônio? Fruto da Jaca, da Figueira-Preta e da Graviola

Sorose ?

Terminal (folíolo, pina) Último, situado no ápice da folha ou da pina

Tomentoso (folha) Coberto de pêlos curtos, densos e aplicados, lanugem

Tubérculo Órgão engrossado, rico em substâncias nutritivas armazenadas

Translúcido Que deixa passar alguma luz, mas não a imagem

Tridentado (folha) Com três dentes

Vagem => Legume

Velutino (folha, fruto) Revestido de densa e macia pilosidade curta, que propicia ao tato a sensação de veludo

Verticilados (galhos, folhas)

Diz-se dos órgãos vegetais que se inserem, em número superior a dois, ao mesmo nível de um eixo; veja desenho na página 120

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Inflorescências:

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14. Índice alfabético dos nomes das plantas mencion adas Abacateiro 20 Abetone docinho 20 Acácia 20, 53, 62 Acácia amarela 33 Acacia bahiensis 30 Acacia farnesiana 25 Acacia glomerosa 20 Acacia langsdorfii 31 Acacia piauhyensis 30 Acacia polyphylla 62 Acacia tenuifolia 20 Açafroa 21 Acerola 21 Albizia polycephala 40 Alcachofra 27 Alecrim-de-Angola 21 Algaroba 21 Algodão 22 Algodão Bravo 22 Algodão de Seda 22 Alseis floribunda 72 Alternanthera tenella 72 Amarelo 44 Amburana cearensis 41 Ameixa de Espinho 23 Anacardium occidentale 30 Anadananthera colubrina cebil 23 Angélica 35 Angelica archangelica 89 Angico Branco 23, 24 Angico Preto 23 Anil de Bode 24 Annona muricata 46 Annona squarnosa 69 Apara-Raio 38 Araçá 24 Araucária 24 Araucaria excelsa 24 Aroeira-do-Sertão 24 Aromita 25 Artocarpus heterophyllus 50 Aspidosperma pyrifolium 68 Aspidosperma Ulei 70 Atalha 25 Avelós 25 Azadirachta indica 65 Azeitona 26 Barriguda 26 Basanacantha spinosa 34 Bauhinia forficata 62 Bauhinia sp. 66 Benjamim 26 Bico de Papagaio 27

Bixa orellana 21 Boa Noite 49 Boehmeria nivea 73 Boldo Baiano 27 Bom-Nome 27 Bougainvillea spectabilis 27 Bowdichia virgilioides 77 Brasileirinha 42 Braúna-do-Sertão 28 Bugainvillea glabra 27 Buganvília 27 Burra Leiteira 28 Cabaçú 65, 66, 83 Cabraiba 28 Cabureíba 27 Caesalpinia echinata 66 Caesalpinia férrea var. cearensis 54 Caesalpinia férrea var. leiostachya 67 Caesalpinia pyramidalis 36 Café 29 Café do Mato 29 Cajarana 29, 30, 37 Cajazeira 29, 37 Cajueiro 30 Calliandra brevipes 45 Calliandra chapadae 31 Calliandra dasycantha 45 Calliandra emargiata 45 Calliandra myriophylla 45 Calliandra sp. 43 Calliandra tweediei 31 Calliandra umbellifera 45 Calotropis procera 22 Calumbi Branco 30 Calumbi de Miolo Vermelho 30 Calumbi Vaqueta 31 Camará 31 Camará II 31 Cambucá 32, 92, 95 Campomanesia neriiflora 47 Canafístula 92 Canafístula de Besouro 32 Canafístula do Pará 33 Canafístula I 32 Canafístula II 33 Canafístula III 33 Canela 34 Canela de Lambu 34 Canela-de-cunhã 34 Canela-do-Mato 34 Canelinha 34 Canudo de Cachimbo 48 Canudo de Cachimbo 50

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Capitão 34 Capparis flexuosa 44 Capparis hastata 44 Capparis jacobinae 48 Cardeiro Rajado 35 Carica papaya 59 Carnaubeira 35 Carolina 60 Carrapateira 60 Carrapicho 35 Casearia guianensis 29 Casearia sylvestris 47 Cassia excelsa 31 Cassia ferruginea 33 Cassia fistula 37 Cassia fistula 38 Cassia grandis 32 Castanhola 36 Casuarina 36 Casuarina equisetifolia 36 Catingueira 36 Cedrela odorata 37 Cedro 29, 30, 37 Ceiba pentandra 26 Cereus peruvianus 35 Chapéu de Napoleão 37 Charuto do Rei 37 Chicho 73 Chloroflora tinctoria 78 Chloroleucum tortum 55 Chorão 38, 50 Chumbinho 30 Chuva de Ouro 38 Cinamomo 38 Cinnamomum zeylanicum 34 Cipó Cururu 39, 64 Cipó Mofumbo 39 Ciriguela 39 Círio de Nossa Senhora 39 Citrus aurantium 56 Citrus limonia 58 Clitoria fairchildiana 76 Clusia grandiflora 71 Clusia nemorosa 71 Coaçú 66 Cochlospermum vitifolia 22 Coco Catolé 40 Cocos nucifera 40 Coffea arábica 29 Colorau 21 Combretum laxum 39 Commiphora teptophloeos 48 Comondongo 40, 62, 85 Copernicia cerifera 35 Coqueiro 40

Coração de Nego 31 Cordia trichotoma 46 Coutarea hexandra 72 Craibeira 40 Crataeva tapia 80 Cronacris 24 Croton floribundus 82 Croton hemiargyreus 82 Croton sincorensis 82 Croton sonderianus 82 Croton zehntneri 34 Culhão de Boi 81 Cumaru Branco 40 Cumaru de Cheiro 41 Delonix regia 45 Desc 1 84, 93 Desc 2 84 Desc 3 84 Desc 4 84 Desc 5 85 Desc 6 85 Desc 7 85 Desc 8 86 Desc 9 86 Desc 10 86 Desc 11 86 Desc 12 86 Desc 13 87 Desc 14 87 Desc 15 87 Desc 16 87 Desc 17 88 Desc 18 88 Desc 19 88 Desc 20 89 Desc 21 89 Desc 22 89 Desc 23 89 Desc 24 90 Desc 25 48, 90 Desc 27 90 Desc 28 91 Desc 29 91 Desc 30 91 Desc 31 92 Desc 32 92 Desc 33 92 Desc 34 92 Desc 35 93 Desc 36 93 Desc 40 93 Desc 42 94 Desc 43 94 Desc 46 94 Desc 49 94

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Desc 51 95 Desc 52 95 Desc 56 95 Desc 57 95 Desc 58 96 Dioclea grandiflora 63 Diospyros inconstans 61 Diplotropis incexis 77 Dolichandra unguis-cati 81 Embiruçu 41 Enterolobium contortisiliquum 79 Enterolobium gummiferum sene 79 Enterolobium schomburgkii 79 Enterolobium timbouva 79 Eritrina bicolor 42 Eritrina variegata 42 Eritrina verde-amarela 42 Erva Cidreira 42 Erythrina indica picta 42 Erythrina velutina 63 Escova de Macaco 39 Espinho de Agulha 42 Espinho de Carneiro 35 Espinho de Judeu 42, 50 Espirradeira 42 Esporão de Galo 32 Eucalipto 43 Eucalyptus sp. 43 Eugenia florida 48 Eugenia Jambolana 26 Eugenia uniflora 70 Eugenia uvalha 81 Euphorbia cotinifolia 58 Euphorbia pulcherrima 27 Euphorbia tirucalli 25 Fagara rhoifolia 57 Farinha Seca 43 Favinha 43 Feijão de Boi 44 Ficus mexiae 44 Ficus organensis 44 Ficus retusa var. nitida 26 Figo 26 Figueira 44 Figueira-Preta 44 Flamboyant 45 Flamboyant Mirim 45 Flambuiãzinho 45 Flor de Caboclo 45 Frei-Jorge 46 Fruta de Cachorro 35 Genipa americana 52 Geoffroea spinosa 61 Goiabeira 46 Goiabinha 46

Gossypium hirsutum 22 Graviola 46 Guabiraba 47 Guabiroba-açú 47 Guabiroba-branca 47 Guaçatunga 47 Guamirim 48 Guarea macrophylla var. tuberculata 53 Guazuma ulmifolia 64 Guettarda sp 89 Handroanthus heptaphyllus 67 Handroanthus impetiginosus 67 Helicteres Guazumaefolia 75 Heteropterys byrsonimifolia 64 Hibiscus Rosa-sinensis 66 Hymenaea courbaril stilbocarpa 52 Icó Banana 49 Imbú 47 Imburana Vermelha 48 Incó Manso 48 Ipê de Jardim 49 Jabuticabeira 49 Jacarandá de Espinho 50 Jacarandá-do-Litoral 50, 86 Jacaratiá 50 Jacaratia spinosa 50 Jaqueira Mole 50 Jaramataia 51 Jasmim-Manga 51 Jatobá 52 Jatropha gossypiifolia 70 Jatropha pohliana 70 Jenipapeiro 52 Jiquiri 53 Jitó 53 João Mole 78 Juazeiro 54 Jucá 54, 68 Jurema Branca 54 Jurema de Bode 31 Jurema Preta 55 Juremaçu 55 Juremaçu branco 56 Juremaçu preto 56 Jurubeba 55 Laetia apetala 78 Lantana camara 31 Lapacho 56 Laranjeira 56 Laranjinha 55 Laranjinha I 57 Laranjinha II 57 Lax 57 Leiteiro 28 Leiteiro Vermelho 58

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Leucaena leucocephala 58 Leucena 58 Licania tomentosa 65 Limão do Mato 35 Limão do Mato 35 Limãozinho 57 Limoeiro 58 Lippia alba 42 Lonchocarpus sericeus 69 Maçaranduba 58 Macaxeira Brava 59 Machaerium aculeatum 50 Maclura tinctoria 78 Malpighia punicifolia 21 Maminha de Porco 57 Mamoeiro 59 Mamona 59 Manduirana I 60 Manduirana II 60 Mangifera indica 60 Mangueira 60 Maniçoba 60 Manihot carthaginensis 59 Manihot Glaziovii 60 Manihot microdendron 59 Manilkara Dardanoi 59 Manilkara rufula 59 Manilkara salzmannii 59 Manilkara subsericea 58 Manilkara zapota 76 Maria Mole 78 Maria Preta 51 Marizeiro 61 Marmeleiro 34, 83 Marmeleiro Branco 34 Marmelinho 61 Maytenus rígida 27 Melia alzedarach 38 Miguel Correia 62 Mimosa arenosa 30 Mimosa artemisiana 55 Mimosa bimucronata 30 Mimosa caesalpiniifolia 74 Mimosa tenuiflora 55 Monguba 62 Monjoleiro 62 Moringa oleifera 64 Mororó 62, 66 Mucunã 63 Mulungu 63 Murici-Macho 39, 64, 93 Muringa 64 Mutamba 64 Myracrodruona urundeuva 24 Myrceugenia myrcioides 84

Myrcia selloi 32 Myrcianthes pungens 47 Myricaria cauliflora 49 Myricaria trunciflora 49 Myrocarpus frondosus 28 Nerium oleander 42 Nicotiana glauca 37 Nim Indiano 65 Novateiro-preto 66 Oiti 65 Oiti coró 65 Olho de Boi 63 Orelha de Burro 72 Pachira aquatica 62 Pajaú 65, 83 Palmeira Imperial 66 Papoula 66 Parkinsonia aculeata 81 Pata de Vaca 63, 66 Pau Brasil 66 Pau cinza 78 Pau d´Arco Amarelo 67 Pau d´Arco de Chorão 50 Pau d´Arco Roxo I 67, 68 Pau d´Arco Roxo II 67 Pau Piranha 78 Pau Santo 68 Pau-Ferro 54, 68 Pauformiga 66 Pau-jaú 66 Peltophorum dubium 43 Pereiro 68 Persea americana 20 Piaca 56, 69 Pimenta de Raposa 69 Pinha 47, 69 Pinhão Bravo 70 Pinhão Roxo 70 Piptadenia macrocarpa 23 Piptadenia viridiflora 53 Piquiá 69 Piquiá 70 Piranha 78 Pisonia areolata 77 Pitangueira 70 Pithecellobium dulce 20 Pitiá 70 Pitombeira 71 Platymiscium floribundum 50 Plumeria aurantia 51 Plumeria rubra 51 Poecilanthe parviflora 56 Poinciana pulcherrima 45 Pororoca 71 Prosopis Hassleri 21

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Pseudobombax tomentosum 42 Psidium araçá 24 Psidium guajava 46 Punica granatum 74 Quebra-Foice 31 Quebra-Panela 72 Quia 68, 72 Quina-de-São-Paulo 72 Quina-Quina 73 Quixabeira 73 Rabo de Cavalo 56 Rabugem 50 Rama Branca 56, 73 Randia armata 34 Randia nitida 46 Rascabéz 20, 53, 74 Rícino 60 Ricinus communis 59 Romã 74 Roystonea oleracea 66 Ruprechtia laxiflora 83 Sabiá 74 Saboeiro 75 Sabugueiro 75 Sacambu 50 Saca-Rolha 75 Salgueiro do Rio 75 Sambucus australis 75 Santa Bárbara 39 São João 32 Sapindus saponaria 75 Sapium glandulosum 28 Sapium lanceolatum 28 Sapoti 76 Schinopsis brasiliensis 28 Senna floribunda 25 Senna macranthera 60 Senna spectabilis var. excelsa 32 Sequia 72 Sideroxylon obtusfolium 73 Sideroxylon obtusifolium 71 Sipaúba 76 Solanum paniculatum 55 Sombreiro 77 Spathodea campanulata 81 Spondias lutea 29 Spondias macrocarpa 29 Spondias purpúrea 39 Spondias tuberosa 81

Sucupira mirim 77 Sucupira Preta 77 Syagrus oleracea 40 Syzygium Jambolana 26 Tabebuia aurea 40 Tabebuia serratifolia 67 Tamanca 51 Tamanqueira 51 Tamarindo 77 Tamarindus indica 77 Tambor 43, 79, 80 Tapuia 77 Tarumã 78 Tatajuba 78 Tecoma stans 49 Terminalia catappa 36 Tespésia 79 Thalisia esculenta 71 Thespesia populnea 79 Thevetia peruviana 37 Thiloa glaucocarpa 76 Timbaúba I 79 Timbaúba II 79 Timbaúba III 79 Trapiá 80 Triplaris gardneriana 65 Triumfetta semitriloba 35 Tulipeira 81 Turco 81 Umbu 47 Umbuzeiro 81 Unha de Gato 50, 82 Urucu 21 Uvaia 70, 82 Uvaia do Rio 82 Velame 34, 83 Vernonia condensata 27 Viraro 83 Vitex agnus-castus 21 Vitex Gardneriana 51 Vitex sellowiana 78 Xanthoxylum rhoifolium 57 Ximenia Americana 23 Xylosma ciliatifolium 43 Xylsoma Salzmannii 43 Yucca gloriosa 39 Zizyphus joazeiro 54 Zollernia ilicifolia 68

Page 130: Plantas lenhosas de Cumaru 1 - Portuguêscumaru-pe.com.br/data/documents/Plantas-lenhosas-de-Cumaru-2012.pdf · encontrei nenhum nome viável têm a designação ¨Desc¨, e um número

BRUNO KÄGI PLANTAS LENHOSAS DE CUMARU - PE

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15. Literatura consultada • Árvores e madeiras úteis do Brasil, Manual de Dendrologia Brasileira. • Cabral de França, Pablo Radamés; Edilma Pereira Gonçalves; Edna Ursulino Alves; Riselane de

A. Lucena Bruno; Cosmo Rufino de Lima; Renata Moutinho Vieira; Evio Alves Galindo: Germinação e Vigor de Sementes de Coaçú em Diferentes Substratos.

• Cavalcante Paulo B., Frutas Comestíveis da Amazônia, Paulo B. Cavalcante. 6° edição, Belém: CNPq Museu Paraense Emílio Goeldi, 1996. Coleção Adolpho Ducke, 279p. Il., ISBN 85-7098-048-5

• César Getúlio, Curiosidades de nossa flora, Recife 1956 • De Menezes A. Inácio, Flora da Bahia, Série V, Vol. 264 a Biblioteca pedagógica brasiliana,

Companhia Editora Nacional, São Paulo 1949 • Ducke, A., As leguminosas de Pernambuco e Paraiba, Memorias do Instituto Oswaldo Cruz 51,

1953, Rio de Janeiro • Gamarra-Rojas (Editora Chefe), Alyne C. de Mesquita (Editora Assistente), Simon Mayo, Cynthia

Sothers, Maria Regina V. Barbosa (Taxonomistas), Eduardo Dalcin (Informática), Checklist das Plantas do Nordeste, Versão 1.5.

• Kägi Bruno, Dados meteorológicos de Cumaru, anos 2009-2011 (inedit.) • Lima, Dardano de Andrade, Flora of Pernambuco, Brazil. • Lorenzi, Harri, Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do

Brasil, vol. 1 & 2, Harri Lorenzi, 2° edição, Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002, ISBN 85-86714-14-3.

• Lorenzi, Harri, Árvores brasileiras, Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, Vol. 3, 1° edição, Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2009, ISBN 85-86714-33-7

• Lorenzi, Harri, Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas, Harri Lorenzi, Francisco José de Abreu Matos. Computação gráfica Henrique Martins Lauriano. 2° edição, Nova Odessa, SP: Iinstituto Plantarum 2008, ISBN 85-86714-28-3.

• Margareth Ferreira de Sales, Simon Joseph Maia, Maria Jesus Nogueira Rodal, Plantas Vasculares das Florestas Serranas de Pernambuco, Checklist da Flora Ameaçada dos Brejos de Altitude, Pernambuco, Brasil. Darwin Initiative for the Survivel of Species, Programa Plantas do Nordeste.

• Pickel, D. Bento José, Flora do Nordeste do Brasil segundo Piso e Marcgrave no século XVII. Edição comemorativa dos 96 anos da UFRPE da qual D. Bento Pickel foi um dos fundadores. Editor: Argus Vasconcelos de Almeida, Recife 2008.