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PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO MUNICIPAL DE SANTA HELENA: 2008 - 2018 LEI Nº 1.997 DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009 Institui o Plano Diretor do Município de Santa Helena. SANTA HELENA DEZEMBRO / 2009

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PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO MUNICIPAL DE SANTA HELENA: 2008 - 2018

LEI Nº 1.997 DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009

Institui o Plano Diretor do Município de Santa Helena.

SANTA HELENA DEZEMBRO / 2009

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA HELENA – 2005/ 2008

GIOVANI MAFFINI

Prefeito

JOSÉ ALTAIR SCHIMMELFENNIG

Vice-Prefeito

ADEMIR WEBBER

Secretaria de Administração e Planejamento

ALTAIR RICARDI

Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Administração Portuária

ADEMIR MARION

Secretaria de Finanças

AIRTON LUIS OBEGER

Secretaria de Educação, Cultura e Esportes

JANDIR VARGAS DE LIMA

Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e Abastecimento

DARI CALVI

Chefe de Gabinete

ADEMIR FINK

Secretaria de Obras, Urbanismo e Transportes

ANTONIO DE OLIVEIRA

Secretaria de Saúde e Assistência Social

ROQUE HEMSING

Secretaria de Infra-Estrutura e Prevenção

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CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE SANTA HELENA – GESTÃO 2005/ 2008

ALDEMIR GUERINO

JOÃO NOAL

AURI DARCI PETRI

JUCERLEI SOTORIVA

IRINEO FRANCISCO DA ROSA

LUIZA CORDELIA SOALHEIRO

NELSON JOSÉ DE MOURA

SADI TURRA

VALDIR OSÓRIO

Vereadores

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA HELENA – 2009/ 2012

RITA MARIA SCHIMIDT

Prefeita

EDIMAR SANTIN

Vice-Prefeito

EDNA LARA WIELLENZ

Secretaria de Administração e Planejamento

SILOM SCHIMIDT

Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Adm. Portuária

SANDRA KRAUSPENHAR THIBES

Secretaria de Finanças

ALDEMIR GUERINO

Secretaria de Educação, Cultura e Esportes

EDIMAR SANTIN

Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e Abastecimento

EVANDRO MIGUEL GRADE

Chefe de Gabinete

ELOI JORGE PEREIRA SOUTO

Secretaria de obras, Urbanismo e Transportes

LUIZA CORDÉLIA SOALHEIRO

Secretaria de Saúde e Assistência Social

MAURO LUIS DOTTO

Secretaria de Infraestrutura e Prevenção

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CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE SANTA HELENA – GESTÃO 2009/ 2012

JUCERLEI SOTORIVA

JOÃO PEDRO NOAL

NELSON JOSÉ DE MOURA

CLEODIR PANSERA

LUIZ CARLOS DE CAMARGO

MARILAINE MANICA BROD

SADI TURRA

SIRLEI CÓRDOVA DA ROSA

VALDOMIR LUIZ WEIZEMANN

Vereadores

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EQUIPE TÉCNICA MUNICIPAL

EDNA LARA WIELLENZ

Secretária / Coordenadora do Plano Diretor a partir de 10/02/ 2009

ADEMIR WEBBER

Secretário / Coordenador do Plano Diretor até 09/02/2009

ONEI DE MOURA

Secretário / Coordenador do Plano Diretor até 28/10/2008

ADELAR JOSÉ BABINSKI

Técnico da Secretaria de Administração e Planejamento

ALAIR RODRIGUES CELSO

Técnico da Secretaria de Finanças

ALCIR MARTINS VIANA JUNIOR

Engenheiro Civil

ALMIR JORGE ROHL

Técnico em Tributação

ALTAIR ANTONIO RICARDI

Técnico da Secretaria de Ind. Com. Turismo e Adm. Portuária

ANDERSON STERCHILE

Técnico da Secretaria de Finanças

CARLOS CÉSAR POLLA

Técnico da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente

CLAUDIANA STEIN

Técnico da Secretaria de Saúde e Ação Social

DARINEZ LUIZ WILSMANN

Técnico em Agronomia

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EDNA LARA WIELLENZ

Técnica em Administração

EDUARDO RODRIGUES JUNIOR

Técnico da Secretaria de Saúde e Assistência Social

ILZE SEGATTO

Técnico da Secretaria de Obras, Urbanismo e Transportes

JANDIR VARGAS DE LIMA

Técnico da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente

JOSÉ VALDIR DEMÉTRIO

Engenheiro Agrônomo

LEANDRO FRANZEN

Técnico Ambiental

LUIZA CORDELIA SOALHEIRO

Técnico da Secretaria de Saúde e Assistência Social

MÁRCIA BUSSLER MACHADO

Técnico em Assistência Social

MAURÍCIO CAMILO MENTZ

Técnico da Secretaria de Ind. Com. Turismo e Adm. Portuária

MAURO LUIZ DOTTO

Técnico da Secretaria de Abastecimento e Prevenção

MÔNICA BEDENDO

Técnico da Secretaria de Educação Cultura e Esporte

NEI FLÁVIO BATISTELA RICCI

Técnico em Construção Civil

ROQUE HEMSING

Técnico da Secretaria de Abastecimento e Prevenção

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ROSELI DE LIMA

Turismóloga

SANDRA DILLENBURGER

Técnico da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes

TARCÍSIO MIGUEL KOCH

Técnico da Secretaria de Administração e Planejamento

VILMAR LOPES

Técnico da Secretaria de Obras, Urbanismo e Transportes

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COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR

ANTONIO SPIELMANN

Representante do Bairro São Luiz

AUGUSTO KNORST

Representante do Setor Imobiliário

CELSO MAGAGNIN

Representante da Localidade de Esquina Céu Azul

CLÁUDIO MARTINELLI

Representante do Bairro de Vila Rica

CLÁUDIO OLIVEIRA FURTADO

Representante do Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente

CLEUSA TIBOLA

Representante da APAE

DANIELA OBERGER

Representante do Distrito de São Clemente

DULCE D´AGOSTINI BUENO

Representante do Núcleo de Turismo

EDI TEREZINHA HISTER

Representante da Academia Cultural de Santa Helena

EDONI PRESTES PREDOSO

Representante da Itaipu Binacional

ELISANGELA MARTA SILVA DE MORAES

Representante do Trabalho Integrado de Menores - TIM

ELOI SILVA HERTMANN

Representante da Associação dos Deficientes Físicos de Santa Helena

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ELTON PRATES PEDREIRA

Representante do Distrito de Moreninha

EVERALDO GRASSELLI

Representante do Distrito de Vila Celeste

FERNANDO DIOGO DAL MORO

Representante dos Deficientes Físicos de Santa Helena

GERALDO KAZUO SIMO

Representante do Bairro Baixada Amarela

GILMAR MULLER

Representante do Conselho Municipal de Saúde

GLATSTONE LINDNER

Representante do Conselho Municipal de Segurança

GUERINO PALOSKI

Representante do Conselho Municipal do Idoso

HONORIO CONTE

Representante da EMATER

IOLANDA LOURDES ALVES

Representante do SISMUSA

IRÁIDES NICHETTI PEREIRA

Representante da Associação Comunitária de Vila Rica

JANETE VIVAN ALMEIDA

Representante do Conselho dos Municípios Lindeiros do Lago de Itaipu

JOSÉ DILCEU SOMAVILLA

Representante do Bairro Cidade Alta

JUCERLEI SOTORIVA

Representante do Legislativo

LIANE PEREIRA ROQUE

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Representante do Distrito de Sub-Sede São Francisco

LÍDIA KRAHL

Representante da Associação dos Artesões do Município de Santa Helena

LISANDRA LUCIANO ZILIO

Representante do Rotary clube

LOUVANI LINDENMAYER

Representante da Associação de Engenheiros, Arquitetos e Técnicos de Santa Helena

LUIZ CARLOS VINCENTINI

Representante do Instituto Ambiental do Paraná - IAP

MARION BUENO DOBBRO

Representante do Conselho de Assistência Social

NATÃ DA COSTA DUARTE

Representante da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

NEIDER GABOARDI

Representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Helena

NELSON JOSÉ DE MOURA

Representante do Legislativo

NERI MAZZOCHIN

Representante da Ordem dos Advogados do Brasil – PR 18º Subseção - Medianeira

OLAVO HENRIQUE MOUSQUER

Representante da Ass. De Servidores Públicos Municipais - ASSEMUSA

ORIAS CANDIDO PRADO

Representante da Associação dos Moradores de Aluguel AMASH

OSMAR MANIERI CARLESSO

Representante do Lions Clube

PAULO ADALBERTO FRANZ

Representante das Associações de Pais e Mestres do Município - APM

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PAULO CEZAR KLESENER

Representante da Associação Comercial e Industrial de Santa Helena - ACISA

PAULO FABIANO MELGAREJO

Representante do Setor Imobiliário

ROGÉRIO VOLPI

Representante da Associação Comercial e Industrial de Santa Helena - ACISA

VALDEVINO LAZAROTTO

Representante do Conselho Gestor do Meio Ambiente

VALÉRIO ROTHER

Representante do Distrito de São Roque

VANDERLEI LOAT

Representante do Bairro Central

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EQUIPE TÉCNICA DA VERTRAG PLANEJAMENTO LTDA

LUIS HENRIQUE CAVALCANTI FRAGOMENI

Arquiteto e Urbanista

Coordenação Geral

LÍRIA YURI NAGAMINE

Arquiteta e Urbanista

Coordenação

CECÍLIA GHISI

Arquiteta e Urbanista

HELOÍSA HUMPHREYS ALBERGE

Arquiteta e Urbanista

LUCIANA FRACASSO MORAES

Arquiteta e Urbanista

DANIEL FABIAN BETTÚ

Geólogo

MARTA YOSHIE TAKAHASHI

Turismóloga

CAMILA SIMONI JUNQUEIRA

Advogada, Arquiteta e Urbanista

ARION CESAR FOERSTER

Economista

RENATA ANDRÉIA DINIZ

Estagiária de Arquitetura e Urbanismo

MARIANA RIBEIRO MARTINS

Estagiária de Arquitetura e Urbanismo

BÁRBARA ANDRADE ZANDAVALI

Estagiária de Arquitetura e Urbanismo

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APRESENTAÇÃO

O presente documento resulta do trabalho de elaboração do Plano Diretor

Participativo Municipal de Santa Helena 2008-2018, em conformidade com o Termo de

Referência referente ao Processo Licitatório n.º 0642/2005, e à Tomada de Preço n.º

007/2007, decorrente do contrato firmado entre o Município de Santa Helena e a empresa

consultora Vertrag Planejamento Ltda, em 27 de maio de 2008.

O Plano Diretor Participativo Municipal de Santa Helena está estruturado em três

volumes: Volume 1 – Introdução e Plano de Trabalho; e Perfil e Diagnóstico; Volume 2 –

Quadros Prospectivos, Estratégias e Políticas; e Plano de Ação e Investimentos; e

Participação Comunitária e Volume 3 – Minutas de Legislação.

O relatório ora apresentado constitui o Volume 3, composto pelas Minutas de

Legislação.

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INTRODUÇÃO

Este relatório considera as etapas anteriores de Perfil e Diagnóstico do Município e

Quadros Prospectivos, Estratégias e Políticas como subsídio para elaboração da proposta

das leis que comporão o novo Plano Diretor de Santa Helena. A Legislação Urbanística

assume importância ímpar no processo por ser o instrumento de execução do Plano Diretor.

Na seqüência são apresentados os anteprojetos das seguintes legislações: Lei do

Plano Diretor, Lei do Perímetro Urbano, Lei do Parcelamento do Solo Urbano, Lei do

Sistema Viário, Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano, Código de Obras e

Código de Posturas. Algumas legislações são acompanhadas por mapas, quadros e

tabelas.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ................................................. 17 CAPÍTULO II - DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANO DIRETOR........... 17 CAPÍTULO III - DOS OBJETIVOS DO PLANO DIRETOR.......................................... 19 CAPÍTULO IV - DAS DIRETRIZES DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL ............ 19

SEÇÃO I - DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO .................................................... 19 SEÇÃO II - DO MEIO AMBIENTE........................................................................... 19 SEÇÃO III - DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ........................................ 20 SEÇÃO IV - DO TURISMO ...................................................................................... 20 SEÇÃO V - DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL ................................................... 20 SEÇÃO VI - DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E ASSISTENCIAIS .......................... 20 SEÇÃO VII - DA INFRAESTRUTURA.................................................................... 21 SEÇÃO VIII - DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL ............................. 22 SEÇÃO IX - DA CAPACIDADE JURÍDICA, INSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.................................................................................................... 22

CAPÍTULO V - DO MACROZONEAMENTO ................................................................. 22 CAPÍTULO VI - DOS INSTRUMENTOS JURÍDICOS E URBANÍSTICOS DA POLÍTICA MUNICIPAL .................................................................................................... 25

SEÇÃO I - DA EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIAS ................... 26 SEÇÃO II - DO IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO.............................................. 27 SEÇÃO III - DA DESAPROPRIAÇÃO COM TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA . 28 SEÇÃO IV - DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO ....................................................... 28 SEÇÃO V - DO DIREITO DE PREEMPÇÃO ......................................................... 29 SEÇÃO VI - DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS ........................ 30 SEÇÃO VII - DO DIREITO DE SUPERFÍCIE......................................................... 31 SEÇÃO VIII - DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA ............................. 32

CAPÍTULO VII - DOS INSTRUMENTOS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA........ 34 SEÇÃO I - DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL ........................ 35 SEÇÃO II - DA USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO ...................... 36 SEÇÃO III - DA CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA ................................................................................................................ 36

CAPÍTULO VIII - DOS INSTRUMENTOS DE DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL ....................................................................................................................... 37

SEÇÃO I - DOS DEBATES...................................................................................... 37 SEÇÃO II - DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS .......................................................... 37 SEÇÃO III - DAS CONFERÊNCIAS PÚBLICAS................................................... 38 SEÇÃO IV - DO CONSELHO MUNICIPAL DO PLANO DIRETOR .................... 39

CAPÍTULO IX - DO PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL .......................... 41 SEÇÃO I - DO DEPARTAMENTO DO PLANO DIRETOR .................................. 42 SEÇÃO II - DO DEPARTAMENTO DE URBANISMO .......................................... 42 SEÇÃO III - DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES MUNICIPAIS ........................... 42 SEÇÃO IV - DA COMISSÃO INTERNA DE PLANEJAMENTO INTEGRADO.. 43

CAPÍTULO X - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS............................... 43 ANEXO I – MAPA DE DELIMITAÇÃO DAS MACROZONAS .................................... 45 ANEXO II – PARÂMETROS DE USO E OCUPAÇÃO DAS MACROZONAS........... 46 ANEXO III – ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA APLICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIAS E DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL – ZEIS. ................................................................................................................ 47

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LEI Nº 1.997 DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009

Institui o Plano Diretor do Município de Santa Helena.

A CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA HELENA, ESTADO DO PARANÁ, APROVOU, E EU, PREFEITA MUNICIPAL, SANCIONO A SEGUINTE,

L E I

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta lei, com fundamento na Constituição Federal, em especial no que estabelecem os seus artigos 30 e 182, na Lei Federal n° 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade, e na Lei Orgânica do Município de Santa Helena, institui o Plano Diretor Municipal e estabelece os princípios básicos, as diretrizes, as normas e os instrumentos para sua implantação. Art. 2º O Plano Diretor, nos termos das leis que o compõem, aplica-se a toda a extensão territorial do Município de Santa Helena, devendo ser implantado e interpretado em articulação com as diretrizes de desenvolvimento regional, definidas pelo Estado do Paraná. Art. 3º O Plano Diretor de Santa Helena é o instrumento básico da política de desenvolvimento do Município e integra o processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas. Art. 4º Integram o Plano Diretor as seguintes leis: I- Lei do Perímetro Urbano; II- Lei do Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano; III- Lei de Parcelamento do Solo Urbano; IV- Lei do Sistema Viário; V- Lei do Código de Obras; VI- Lei do Código de Posturas. Art. 5º O Plano Diretor, composto por toda a legislação básica definida no artigo anterior, deverá ser revisado e atualizado em um prazo máximo de 10 (dez) anos.

CAPÍTULO II - DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANO DIRETOR

Art. 6º Os princípios gerais do Plano Diretor de Santa Helena são: I- cumprimento das funções sociais da cidade e da propriedade; II- democratização do planejamento e gestão territorial; III- a sustentabilidade ambiental. Art. 7º A função social da cidade se dará pelo pleno exercício, por todos, dos direitos à terra, à moradia, ao saneamento, ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, ao transporte público, à mobilidade e acessibilidade, aos meios de subsistência, ao trabalho, à saúde, à educação, à cultura, à proteção social, à segurança, ao lazer, à informação e aos demais direitos assegurados pela legislação vigente.

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§ 1º A propriedade cumpre sua função social quando respeitar as funções sociais da cidade e atender às exigências fundamentais, expressas no Plano Diretor, e for utilizada para: I- habitação, especialmente de interesse social;

II- atividades econômicas geradoras de trabalho, emprego e renda; III- proteção e preservação do patrimônio ambiental e cultural; IV- equipamentos e serviços públicos; V- usos e ocupações do solo compatíveis com a infraestrutura urbana disponível e de acordo com os parâmetros mínimos definidos na Lei do Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano e demais legislações correlatas. § 2º O direito de propriedade sobre o solo não acarreta, necessariamente, o direito de construir, cujo exercício deverá ser autorizado pelo poder executivo municipal segundo os critérios estabelecidos nesta Lei, na Lei do Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano e no Código de Obras. § 3º Os direitos decorrentes da propriedade individual estarão subordinados aos interesses da coletividade. Art. 8º A democratização do planejamento e da gestão territorial se dará através da promoção da participação dos cidadãos diretamente ou por suas organizações representativas nos processos de planejamento, tomada de decisão e controle das ações públicas, através de espaços institucionalizados, garantindo: I- a transparência, a solidariedade, a justiça social e o apoio na participação popular; II- a ampliação e a consolidação do poder dos cidadãos e de suas organizações representativas na formulação das políticas e no controle das ações do poder público; III- a consolidação e o aperfeiçoamento dos instrumentos de planejamento e gestão das políticas públicas e descentralização das ações do governo municipal; IV- a capacitação em conjunto com a sociedade civil; V- o estímulo aos conselhos e a outras entidades do movimento popular; VI- a instituição de espaços para discussão, avaliação e monitoramento da implantação do Plano Diretor. Parágrafo único. Deverá ser respeitada a participação de todos os interessados na definição das políticas públicas, programas, projetos, planos, diretrizes e prioridades contidas neste Plano, de modo a garantir o controle direto das atividades e o pleno exercício da cidadania, constituindo obrigação do poder público proceder a efetiva convocação dos cidadãos e das entidades para as atividades onde tal participação for exigida. Art. 9º Todas as ações contempladas nesta Lei têm como pressuposto a sustentabilidade ambiental, de acordo com o artigo 225 da Constituição Federal e com as políticas estaduais e federais de proteção ao meio ambiente, tendo por objetivo assegurar a preservação dos recursos naturais do Município de Santa Helena, necessários à qualidade de vida das populações atuais e futuras. Art. 10. É dever de todos zelar pela proteção ambiental em todo o território do Município, de acordo com as disposições da legislação municipal e das normas adotadas pelo Estado do Paraná e pela União.

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CAPÍTULO III - DOS OBJETIVOS DO PLANO DIRETOR

Art. 11. São objetivos da política de desenvolvimento municipal, regulamentada na presente Lei do Plano Diretor: I- promover o planejamento integrado e a gestão democrática no processo de desenvolvimento municipal; II- proteger os patrimônios ambientais, históricos e culturais; III- determinar as prioridades de investimento público quanto: a) ao saneamento ambiental; b) à melhoria das condições de mobilidade; c) à implantação de equipamentos comunitários; d) ao fortalecimento da administração pública municipal. IV- garantir a definição de perímetros urbanos que atendam às necessidades de crescimento da população, intensificando a ocupação urbana em áreas ambientalmente aptas aos usos urbanos e à expansão das redes de infraestrutura; V- estabelecer normas de uso e ocupação do solo urbano e diretrizes para o desenvolvimento rural; VI- instituir o sistema municipal de planejamento e gestão territorial e adequar os instrumentos de política econômica, tributária e financeira aos objetivos do desenvolvimento urbano.

CAPÍTULO IV - DAS DIRETRIZES DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL

SEÇÃO I - DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 12. Quanto ao uso e ocupação do solo do Município de Santa Helena, devem ser observadas as seguintes diretrizes: I- ordenar e orientar o uso e a ocupação do solo, visando consolidar os núcleos urbanos distritais e estimular a ocupação de vazios urbanos e de áreas de expansão na sede municipal; II- delimitar e regulamentar o uso industrial de modo a promover o fortalecimento do setor secundário no município em locais adequados nos quesitos: logística, disponibilidade de infra-estrutura e legislação ambiental; III- garantir a salubridade das ocupações urbanas, evitando a sua proximidade às áreas geradoras de incomodidades; IV- universalizar o acesso digno à moradia.

SEÇÃO II - DO MEIO AMBIENTE Art. 13. Quanto ao meio ambiente, devem ser observadas as seguintes diretrizes: I- revitalizar rios e córregos que drenam o Município; II- desenvolver estudos hidrogeológicos a fim de atender ao aumento de demanda por água e reduzir a vulnerabilidade dos aqüíferos explorados; III- exigir a outorga do uso de água para tanques, açudes, poços tubulares e despejo de efluentes para anuência prévia municipal; IV- ampliar a aplicação de técnicas sustentáveis para a produção agropecuária; V- estimular e exigir a regularização ambiental de empresas que atuam à margem da fiscalização; VI- criar Conselho e Fundo Municipal de Meio Ambiente; VII- revisar e aplicar o Plano de Manejo da Área de Relevante Interesse Ecológico - ARIE de Santa Helena;

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VIII- elaborar Agenda 21 Local; IX- ampliar programas de educação ambiental a toda a rede de ensino municipal.

SEÇÃO III - DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Art. 14. Quanto ao desenvolvimento econômico, devem ser observadas as seguintes diretrizes: I- fortalecer as atividades produtoras de grãos e pecuária, com vistas à formação de um complexo transformador de proteínas vegetais em carnes; II- elaborar um Programa para o desenvolvimento da piscicultura em Santa Helena; III- atrair indústrias com vistas a criar um complexo transformador de proteína vegetal em carnes; IV- criar Arranjos Produtivos Locais – APL’s nos setores têxtil e de produtos alimentares; V- estudar a viabilidade de implantação de um pólo industrial ligado ao lago de Itaipu, como: barcos, acessórios de navegação e de esportes náuticos; VI- capacitar empreendedores e fortalecer o empreendedorismo; VII- capacitar pessoas para as atividades de comércio; VIII- criar linhas de financiamento para as atividades de comércio e serviços utilizando os recursos do Fundo de Desenvolvimento do Município; IX- tirar atividades econômicas da Informalidade; X- dar nova destinação para a infra-estrutura do atual campus da UNIOESTE.

SEÇÃO IV - DO TURISMO Art. 15. Quanto ao turismo, devem ser observadas as seguintes diretrizes: I- planejar e gerir a atividade turística visando sua consolidação no âmbito regional; II- qualificar a mão de obra para o turismo buscando excelência no atendimento ao visitante; III- realizar melhorias na infra-estrutura de apoio ao turismo; IV- incrementar a oferta turística fortalecendo os segmentos potenciais e seus atrativos.

SEÇÃO V - DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Art. 16. Quanto ao desenvolvimento social, devem ser observadas as seguintes diretrizes: I- incentivar a manutenção da população jovem no Município; II- estimular a permanência da população rural no campo; III- incluir a população idosa nas atividades da comunidade; IV- ampliar o IDH-M, em especial o indicador de renda, diminuindo a taxa de pobreza e a desigualdade de distribuição de renda.

SEÇÃO VI - DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E ASSISTENCIAIS

Art. 17. Em relação aos serviços públicos e assistenciais, deverão ser observadas as seguintes diretrizes: I- quanto ao serviço de educação: a) incentivar a instalação de instituições de ensino superior, técnico e de formação profissional;

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b) instalar equipamentos esportivos nas ou próximo às escolas; c) construir novos CMEI’s e/ou ampliar os existentes para atender a demanda, em especial na área urbana; d) ampliar a oferta de mais vagas no ensino médio, em especial na área rural. II- quanto aos serviços de saúde: a) ampliar número de consultas médicas e odontológicas por habitante, para atingir o recomendado pelo SUS; b) diminuir número de partos cesáreas no município, tendo como meta o estabelecido pelo Ministério da Saúde (35%); c) ampliar o quadro efetivo de funcionários da saúde; d) ampliar atendimento do programa PSF (Programa de Saúde da Família) para outras Unidades de Saúde (US) no Município e contratar ACS (Agentes Comunitários de Saúde) para as Unidades de Saúde (US); e) ampliar atendimento a especialidades no Município. III- quanto à segurança pública: a) manter e ampliar convênios com municípios vizinhos;

b) intensificar ação da Patrulha Escolar Comunitária; c) intensificar policiamento no Município e atuar para diminuir o tráfico de

armas e drogas, contrabando e descaminho. IV- quanto ao transporte público: a) elaborar um Plano de Transporte Público Municipal; b) separar transporte escolar do transporte público. V- quanto à limpeza pública e à coleta de resíduos sólidos: a) ampliar coleta e campanhas de separação de lixo reciclável e ampliar produção de adubo com galhos e gramíneas; b) fazer levantamento e fiscalizar destinação final especial para resíduos industriais. VI- quanto aos serviços de esporte e lazer: a) ampliar incentivos e infra-estrutura para maior utilização do Lago de Itaipu e da Praia de Santa Helena para atividades de esporte e lazer; b) ampliar a prática esportiva e atividades de lazer no Município; c) ampliar equipamentos e incentivos à cultura; d) criar mais incentivos aos grupos folclóricos e festas regionais, ampliando divulgação e apoio da Prefeitura Municipal de Santa Helena. VII- quanto aos serviços assistenciais: a) diminuir o déficit habitacional e garantir o acesso a moradia regularizada à população; b) diminuir o déficit habitacional e incentivar a permanência do produtor rural no campo; c) ampliar atuação de programas estaduais e federais, além da implantação do Plano de Assistência Social e sua fiscalização pelo Conselho Municipal de Assistência Social; d) preparar o Município para atender à crescente população de idosos, em especial nas áreas da saúde, assistência social, cultura, esporte e lazer; e) ampliar opções de atividades em contra-turno, com cursos e atividades culturais, de esporte e lazer e de reforço escolar; f) adaptar escolas e outras edificações públicas de acordo com NBR 9050 de acessibilidade e verificar se o número de vagas para alunos especiais ofertadas no Município é suficiente para atender a demanda.

SEÇÃO VII - DA INFRAESTRUTURA

Art. 18. Quanto à infra-estrutura, deverão ser observadas as seguintes diretrizes:

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I- ampliar, complementar, restaurar, sinalizar e organizar o sistema viário municipal melhorando a mobilidade dentro do Município e interligação com municípios da região; II- incentivar a utilização de modos alternativos de transporte; III- garantir o escoamento adequado das águas pluviais, através de complementação da rede de drenagem; IV- elaborar plano integrado de gerenciamento de resíduos; V- instalar novo aterro sanitário em local afastado do núcleo urbano; VI- garantir o abastecimento de água, atual e futuro, incentivando medidas de uso racional da água; VII- melhorar e ampliar o sistema de coleta e tratamento de esgoto do município, garantindo a qualidade dos cursos d’água e lago de Itaipu; VIII- aproveitamento do potencial estratégico regional portuário.

SEÇÃO VIII - DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL

Art. 19. A política municipal de patrimônio histórico e cultural visa a preservar e valorizar o legado cultural transmitido pela sociedade, protegendo suas expressões material e imaterial. § 1º Considera-se patrimônio material as expressões e transformações de cunho histórico, artístico, arquitetônico, paisagístico e urbanístico. § 2º Considera-se patrimônio imaterial os conhecimentos e modos de fazer identificados como elementos pertencentes à cultura comunitária, os rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, a religiosidade, o entretenimento e outras práticas da vida social, bem como as manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas. Art. 20. São diretrizes para a política municipal de patrimônio histórico e cultural: I- elaborar e implantar o Plano Municipal de Cultura. SEÇÃO IX - DA CAPACIDADE JURÍDICA, INSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA

Art. 21. Para a consecução da política de desenvolvimento institucional, devem ser observadas as seguintes diretrizes: I- revisar a legislação urbanística e tributária de Santa Helena para adequação à realidade municipal, bem como aos princípios do Estatuto da Cidade e da Constituição Federal; II- fortalecer a estrutura organizacional, especialmente nos órgãos destinados à implementação do Plano Diretor; III- fortalecer o setor tributário visando ao aumento da arrecadação própria do Município; IV- fortalecer as finanças municipais através da revisão, consolidação e atualização do sistema tributário de Santa Helena; V- buscar alternativas aos royalties de Itaipu; VI- manter o equilíbrio fiscal; VII- aumentar os canais de participação direta da população na administração, e fortalecer os canais existentes de participação indireta.

CAPÍTULO V - DO MACROZONEAMENTO

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Art. 22. O Macrozoneamento fixa as regras fundamentais de ordenamento do território municipal e tem como objetivo definir diretrizes para a integração harmônica entre a proteção e a conservação do patrimônio ambiental e cultural e as atividades antrópicas. Art. 23. O território do Município de Santa Helena fica subdividido em 08 (oito) macrozonas: I- Macrozona de Preservação Permanente; II- Macrozona Urbana; III- Macrozona dos Núcleos Urbanos Distritais; IV- Macrozona de Amortecimento; V- Macrozona Industrial; VI- Macrozona Portuária; VII- Macrozona de Interesse Turístico; VIII- Macrozona Rural. Parágrafo único. A localização das macrozonas e os seus parâmetros de uso e ocupação do solo estão definidos, respectivamente, nos Anexos I e II, partes integrantes desta Lei. Art. 24. A Macrozona de Preservação Permanente corresponde à faixa lindeira ao longo do lago de Itaipu, conforme decreto nº. 83.225 de 01/05/1979; e às áreas de preservação permanente ao longo dos rios e nascentes municipais, conforme o Código Florestal (Lei Federal nº. 4.771/1965). Parágrafo único. Na Macrozona de Preservação Permanente serão obedecidas as seguintes diretrizes: I- preservação das margens do Lago de Itaipu, dos fundos-de-vale, das margens dos rios, nascentes ou qualquer curso de água de acordo com o Código Florestal – Lei Federal nº. 4.771, de 15 de setembro de 1965; II- recomposição da mata ciliar com espécies nativas do ecossistema local; III- continuidade territorial das estruturas florestais; IV- fiscalização intensiva para evitar ocupações e pisoteio de animais que contribuem para a supressão da mata ciliar e impermeabilização das margens dos rios; V- manutenção do regime e da qualidade hídrica. Art. 25. A Macrozona Urbana corresponde à área definida como perímetro urbano na sede. Caracteriza-se por ocupações urbanas já consolidadas e em consolidação. § 1º A Macrozona Urbana será definida com as seguintes diretrizes: I- controle e direcionamento da expansão urbana para áreas contíguas à área urbana já consolidada; II- continuidade espacial e viária do tecido urbano em respeito à legislação e aos padrões urbanísticos estabelecidos; III- promoção da mobilidade urbana segura e eficiente, incentivando a utilização de meios alternativos de locomoção; IV- complementação da rede de infra-estrutura, equipamentos e serviços com prioridade para os bairros com menor índice de atendimento; § 2º A regulamentação de usos e ocupação na Macrozona Urbana será detalhada na Lei de Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo.

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Art. 26. A Macrozona dos Núcleos Urbanos Distritais corresponde às áreas delimitadas como perímetros urbanos nos distritos, caracterizadas pela aglomeração populacional em lotes menores que o módulo rural e a concentração de comércio e serviço. § 1º Integram a Macrozona dos Núcleos Urbanos Distritais as seguintes localidades: I- Sub-Sede São Francisco; II- São Clemente; III- Moreninha; IV- São Miguel; V- São Roque; VI- Vila Celeste. § 2º Na Macrozona dos Núcleos Urbanos Distritais serão obedecidas as seguintes diretrizes: I- consolidação das áreas de aglomeração populacional com características urbanas que concentram equipamentos e serviços; II- incentivo à gestão descentralizada dos serviços municipais; III- promoção de infra-estrutura de esgotamento sanitário adequado; IV- garantia de mobilidade e acessibilidade: a) das áreas rurais aos núcleos urbanos distritais; b) dos núcleos urbanos distritais à sede urbana; c) entre os núcleos urbanos distritais. Art. 27. A Macrozona de Amortecimento corresponde à faixa com distância de 500 (quinhentos) metros ao redor do perímetro urbano da sede municipal e de 250 (duzentos e cinquenta) metros ao redor dos perímetros urbanos dos núcleos urbanos distritais, delimitadas com o objetivo de evitar a implantação de atividades incompatíveis com a proximidade de áreas urbanizadas e com alta concentração populacional. Parágrafo único. Na Macrozona de Amortecimento serão obedecidas as seguintes diretrizes: I- proibição do uso de agrotóxicos e atividades geradoras de odores indesejados, tais como criação de animais de modo confinado; II- proibição de atividades industriais de alto impacto ambiental, incompatíveis com o adensamento populacional. Art. 28. A Macrozona Industrial corresponde a uma faixa com distância paralela de 400 m (quatrocentos metros) de cada lado da PR 488, que se inicia na Linha Burica e segue na direção sul acompanhando a via por aproximadamente 4 km (quatro quilômetros), até encontrar via rural existente, englobando o distrito industrial Cirilo Caumo. Parágrafo único. Na Macrozona Industrial serão obedecidas as seguintes diretrizes: I- atração à instalação de indústrias de grande porte; II- garantia de acessibilidade ao sistema viário regional e ao porto de Santa Helena; III- segregação das indústrias de alto impacto da área urbana consolidada. Art. 29. A Macrozona Portuária corresponde à área do Porto Internacional de Santa Helena e áreas contíguas à sua via de acesso projetada. Parágrafo único. Na Macrozona Portuária serão obedecidas as seguintes diretrizes:

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I- aproveitamento de seu potencial estratégico-regional, assegurando para tanto, áreas de expansão para o crescimento do porto; II- incentivo à instalação de usos voltados ao atendimento portuário, de forma ordenada, a fim de evitar conflitos com a área urbana consolidada. Art. 30. A Macrozona de Interesse Turístico corresponde às áreas destinadas ao uso turístico. § 1º Integram a Macrozona de Interesse Turístico: I- a Base Náutica; II- o Morro do Cristo Esplendor; III- o Balneário Turístico de Santa Helena; IV- o Morro dos Sete Pecados; V- o Memorial Coluna Prestes e a ponte queimada. § 2º Na Macrozona de Interesse Turístico serão obedecidas as seguintes diretrizes: I- incentivo às atividades turísticas; II- garantia da qualidade paisagística e visual; III- melhoria da acessibilidade e sinalização; IV- otimização da infra-estrutura turística instalada e conservação dos equipamentos existentes. Art. 31. A Macrozona Rural corresponde ao território apto ao desenvolvimento de atividades agropastoris, mineradoras l, cujas propriedades devem seguir o módulo rural mínimo do INCRA. § 1º Na Macrozona Rural serão obedecidas as seguintes diretrizes: I- manutenção e incentivo às atividades agrossilvopastoris, de extração mineral e de turismo de forma sustentável; II- fiscalização sistemática para manutenção do módulo mínimo rural; III- observância das diretrizes provenientes do “Programa Estadual Paraná Biodiversidade” e “Projeto Cultivando Água Boa”; IV- conexão dos fragmentos florestais (áreas de reserva legal, unidades de conservação, entre outros) através da recuperação de áreas de preservação permanente /APPs, e promoção da desfragmentação florística; V- resguardo dos fundos de vale das atividades que possam comprometer a qualidade hídrica, tais como suinocultura, granjas e uso intensivo de agrotóxicos; VI- possibilidade de instalação de atividades industriais desde que: a) seja respeitado o módulo rural mínimo; b) não sejam criadas aglomerações com características urbanas; c) seja observada a legislação ambiental.

CAPÍTULO VI - DOS INSTRUMENTOS JURÍDICOS E URBANÍSTICOS DA POLÍTICA MUNICIPAL

Art. 32. Consideram-se instrumentos jurídicos e urbanísticos da política municipal: I- edificação ou utilização compulsórios; II- Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU progressivo no tempo; III- desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV- consórcio imobiliário;

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V- direito de preempção; VI- operações urbanas consorciadas; VII- direito de superfície; VIII- estudo de Impacto de Vizinhança - EIV;

IX- demais instrumentos jurídicos definidos nesta lei ou em leis especiais.

SEÇÃO I - DA EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIAS

Art. 33. É facultado ao poder público municipal exigir do proprietário do imóvel urbano não edificado, subutilizado, utilizado inadequadamente ou não utilizado localizado na área delimitada pelo mapa do Anexo III desta Lei, que promova seu adequado aproveitamento através da edificação ou utilização, nos termos das disposições contidas nos artigos 5º e 6º da Lei Federal nº. 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade. § 1º A edificação e a utilização compulsórias do solo urbano visam, complementarmente, a garantir o cumprimento da função social da cidade e da propriedade, por meio da indução da ocupação de áreas vazias ou subutilizadas, onde tal ocupação for considerada prioritária, na forma de lei específica dispondo sobre a matéria. § 2º A implementação da edificação e da utilização compulsórias do solo urbano objetiva: I- otimizar a ocupação de regiões da cidade dotadas de infra-estrutura e equipamentos urbanos, inibindo a expansão urbana na direção de áreas não servidas de infra-estrutura, bem como nas áreas ambientalmente frágeis; II- aumentar a oferta de lotes urbanizados nas regiões já consolidadas da malha urbana; III- combater o processo de periferização e a ocupação irregular do solo; IV- combater a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização.

Art. 34. A edificação e a utilização compulsórias poderão ser aplicadas nas

áreas definidas no Anexo III da presente lei, tendo prioridade os seguintes casos, sem prejuízo de outros a serem definidos em legislação específica: I- os terrenos e glebas cujo coeficiente de aproveitamento não atingir o mínimo definido para a zona onde se situam, conforme disposições da Lei de Zoneamento do Uso e da Ocupação do Solo; II- todo tipo de imóvel não edificado, bem como os imóveis edificados que, embora obedeçam ao coeficiente de aproveitamento mínimo previsto para a zona onde se localizam, estejam comprovadamente desocupados há mais de 03 (três) anos. § 1º Fica facultado aos proprietários dos imóveis que estejam na situação prevista neste artigo propor, ao poder executivo municipal, o estabelecimento do consórcio imobiliário, conforme disposições do artigo 46 da Lei Federal nº. 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade e do Art. 43 desta lei. § 2º Ficam excluídos da obrigação estabelecida no caput, após tecnicamente comprovada pelo órgão municipal competente, os imóveis utilizados nas seguintes condições: I- garagem de veículos de transporte de passageiros; II- exercendo função ambiental; III- de interesse social, ambiental e patrimônio cultural; IV- ocupados por clubes ou associações de classe; V- de titularidade de espólio ou massa falida.

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Art. 35. O poder executivo municipal expedirá notificação, acompanhada de laudo técnico, que ateste a situação do imóvel ser subutilizado, não utilizado ou não edificado, aos proprietários de imóveis nas condições a que se refere o caput do artigo anterior. § 1º A notificação far-se-á: I- por funcionário do órgão competente do executivo, ao proprietário do imóvel ou, no caso deste ser pessoa jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral ou administrativa; II- por edital, quando frustrada, por três vezes, a tentativa de notificação na forma prevista pelo inciso anterior. § 2º A notificação de que trata o parágrafo anterior será averbada no registro de imóveis e a transmissão do imóvel posterior à notificação transfere as obrigações de edificação ou utilização previstas neste artigo, sem interrupção de quaisquer prazos. § 3º Os proprietários notificados deverão, no prazo máximo de um ano a partir do recebimento da notificação, protocolar pedido de aprovação e execução de edificação. § 4º Somente poderão ser apresentados 02 (dois) pedidos de aprovação de projeto para o mesmo lote, observado o prazo de um ano. § 5º As edificações deverão ser iniciadas e concluídas no prazo máximo de 02 (dois) anos a contar da primeira aprovação do projeto. § 6º Os empreendimentos de grande porte localizados em terrenos objeto da notificação prevista no caput poderão ser, excepcionalmente, executados em etapas, em prazo superior ao previsto na Lei Municipal específica, desde que o projeto seja aprovado na íntegra, juntamente com o cronograma de execução de todas as etapas.

SEÇÃO II - DO IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO Art. 36. Em caso de descumprimento da obrigação descrita na seção anterior, deverá o poder público municipal exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado, utilizado inadequadamente ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento sob pena de ser instituído o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana Progressivo no Tempo – IPTU Progressivo, conforme as disposições constantes da Lei Federal nº. 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade. § 1º O valor da alíquota a ser aplicada a cada ano será o estabelecido no inciso II do artigo 309 do Código Tributário Municipal. § 2º É vedada a concessão de isenções ou de anistias relativas à tributação progressiva de que trata este artigo. Art. 37. A aplicação do IPTU Progressivo no tempo objetiva: I- cumprimento da função social da cidade e da propriedade por meio da indução da ocupação de áreas vazias ou subutilizadas, onde o Plano Diretor considerar prioritário; II- fazer cumprir a edificação ou utilização compulsória; III- aumentar a oferta de lotes urbanizados nas áreas já consolidadas da malha urbana; IV- combater o processo de periferização, a ocupação irregular do solo e o risco de ocorrência de acidentes ambientais na área urbana; V- inibir o processo de retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização.

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SEÇÃO III - DA DESAPROPRIAÇÃO COM TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA

Art. 38. É facultado ao poder público municipal, decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de edificação ou utilização adequada, proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento de títulos da dívida pública, os quais deverão ter sua emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais de 6% (seis por cento) ao ano. Parágrafo único. Os títulos de que trata este artigo não terão poder liberatório para pagamento de tributos. Art. 39. O valor real da indenização, nos termos do artigo 8º da Lei Federal nº. 10.257 de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade: I- corresponde ao valor venal, estabelecido na planta genérica de valores, na data da primeira notificação, conforme previsto no Art. 35 desta Lei; II- não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios. Art. 40. O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público. § 1º O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado diretamente pelo poder público municipal ou por meio de alienação ou concessão a terceiros, observando-se, nestes casos, o devido procedimento licitatório. § 2º Ficam mantidas, para o adquirente de imóvel nos termos do parágrafo anterior, as mesmas obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas nos Art. 33 a Art. 35 desta lei. Art. 41. A desapropriação com títulos da dívida pública visa a aplicar uma sanção ao proprietário do imóvel urbano, para garantir o cumprimento da função social da cidade e da propriedade urbana nos termos deste Plano Diretor. Art. 42. O instrumento da desapropriação com títulos da dívida pública tem como objetivos: I- promover a reforma urbana; II- fazer cumprir a função social da propriedade urbana e da cidade, sancionando o proprietário que a descumpre; III- combater o processo de periferização, a ocupação irregular do solo e o risco de ocorrência de acidentes ambientais na área urbana; IV- inibir o processo de retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização.

SEÇÃO IV - DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO

Art. 43. O consórcio imobiliário é um instrumento de cooperação entre o poder público municipal e a iniciativa privada, para fins de realizar urbanização em áreas que tenham carência de infra-estrutura e serviços urbanos, que contenham imóveis urbanos subutilizados, não utilizados ou utilizados inadequadamente ou que necessitem de intervenções urbanísticas, conforme critérios definidos na presente lei e na Lei do Zoneamento de Uso e da Ocupação do Solo, integrante do Plano Diretor.

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Parágrafo único. Como forma de viabilização do consórcio imobiliário, expresso por meio de planos de urbanização ou edificação, o proprietário poderá transferir ao poder público municipal o seu imóvel, recebendo como pagamento, após a realização das obras, percentual de unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas. Art. 44. O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao proprietário será correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras, observado o disposto no §2º do artigo 8º da Lei Federal nº. 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade. Art. 45. O instrumento do consórcio imobiliário objetiva: I- realizar obras de urbanização, que atendam de forma prioritária à implantação das diretrizes de sistema viário e transportes, de desenvolvimento socioespacial, de saneamento ambiental e de meio ambiente; II- construir edificações. Art. 46. O poder público municipal poderá facultar, a requerimento do proprietário de imóvel enquadrado nos casos estabelecidos no caput do Art. 34 desta lei, o estabelecimento de consórcio imobiliário como forma de viabilização financeira do aproveitamento do imóvel. Art. 47. Os consórcios imobiliários deverão ser aprovados por lei e formalizados por termo de responsabilidade e participação, pactuado entre o proprietário urbano e o Município, visando à garantia da execução das obras do empreendimento, bem como das obras de uso público.

SEÇÃO V - DO DIREITO DE PREEMPÇÃO

Art. 48. O direito de preempção confere ao poder público municipal a preferência para a aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares, no caso do Município necessitar de áreas para: I- regularização fundiária; II- execução de programas e projetos habitacionais; III- implantação de equipamentos urbanos e comunitários; IV- ordenamento e direcionamento da expansão urbana; V- criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; VI- criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental; VII- proteção de áreas de interesse histórico, cultural e paisagístico. Art. 49. As áreas onde incidirá o direito de preempção serão definidas em lei específica, com fundamento em um dos incisos do artigo anterior e com base nas diretrizes do Plano Diretor. § 1º O poder executivo municipal deverá promover a averbação do direito de preempção nas matrículas dos imóveis e notificar o(s) proprietário(s) no prazo de 30 (trinta) dias a partir do início da vigência da lei específica de que trata o caput deste artigo. § 2º O Município terá preferência para aquisição dos imóveis em que incidir o direito de preempção durante 5 (cinco) anos. § 3º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser renovado em um ano após o decurso do prazo inicial de vigência.

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Art. 50. O proprietário que desejar alienar o seu imóvel deverá notificar sua intenção para o Município, que deverá se manifestar por escrito seu interesse em comprá-lo, o prazo máximo de 30 (trinta) dias. § 1º A notificação ao Município deve ser apresentada com os seguintes documentos: I- proposta de compra apresentada por terceiro interessado na aquisição do imóvel, da qual constarão: preço, condições de pagamento e prazo de validade, quando houver; II- endereço do proprietário do imóvel para recebimento de notificação e outras comunicações do município; III- certidão de inteiro teor da matrícula do imóvel, expedida pelo cartório de registro de imóveis da circunscrição imobiliária competente há no máximo 30 dias; IV- declaração assinada pelo proprietário, sob as penas da lei, de que não incidem quaisquer encargos e ônus sobre o imóvel, inclusive os de natureza real, tributária ou executória. § 2º Transcorrido o prazo mencionado no caput sem manifestação do Município, fica o proprietário autorizado a realizar a venda do imóvel para terceiros, nas condições da proposta apresentada. Art. 51. Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica obrigado a apresentar ao município, no prazo de (30) trinta dias, cópia do instrumento público de alienação do imóvel. Art. 52. A venda do imóvel a terceiro, em condições diferentes da proposta apresentada ao município, é nula de pleno direito. Parágrafo único. Na situação descrita no caput, o Município poderá adquirir o imóvel pelo valor da base de cálculo do Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU ou pelo valor indicado na proposta apresentada pelo proprietário, se este for inferior àquele.

SEÇÃO VI - DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS

Art. 53. Compreende-se como operação urbana consorciada o conjunto de intervenções e medidas, coordenadas pelo poder público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar, em uma área, transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental. Art. 54. Mediante leis específicas, o poder público municipal utilizará operações urbanas consorciadas e estabelecerá as condições a serem observadas em cada operação, com as seguintes finalidades: I- ampliação e melhoria da rede viária e outras infra-estruturas; II- ampliação e melhoria do transporte coletivo; III- implantação e melhoria de espaços públicos; IV- implantação de programas de habitação de interesse social; V- implantação de equipamentos estratégicos para o desenvolvimento urbano; VI- modificação adequada do zoneamento de determinada área para finalidades econômicas e sociais. Parágrafo único. Como contrapartida à contribuição financeira dos particulares, poderão ser previstas, nas operações urbanas consorciadas, entre outras medidas:

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I- a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das normas edilícias, considerado o impacto ambiental delas decorrente; II- a regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a legislação vigente. Art. 55. Cada operação urbana consorciada deverá ser aprovada por lei específica, nos termos do artigo 32 da Lei Federal nº.10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade, a partir de um plano de operação urbana consorciada, contendo no mínimo: I- definição da área a ser atingida; II- finalidade da operação; III- programa básico de ocupação da área e intervenções previstas; IV- instrumentos previstos na operação; V- estudo prévio de impacto de vizinhança; VI- contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes e investidores privados em função dos benefícios recebidos; VII- forma de controle da operação, obrigatoriamente compartilhado com representação da sociedade civil; VIII- cronograma físico-financeiro, com demonstrativo das expectativas de receitas e despesas.

SEÇÃO VII - DO DIREITO DE SUPERFÍCIE

Art. 56. O direito de superfície é o direito real de construir, assentar qualquer obra ou plantar em solo de outrem. Art. 57. O instrumento do direito de superfície objetiva a regularização fundiária e o ordenamento e direcionamento da expansão urbana de modo adequado às diretrizes da presente lei. Art. 58. É facultado ao proprietário de imóvel urbano conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis, conforme o disposto na Lei Federal nº.10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade. Art. 59. O direito de superfície poderá ser exercido em todo o território municipal. § 1º O poder público municipal poderá exercer o direito de superfície em áreas particulares onde haja carência de equipamentos públicos e comunitários. § 2º O poder público municipal poderá utilizar o direito de superfície em caráter transitório para remoção temporária de moradores de núcleos habitacionais de baixa renda, pelo tempo que durarem as obras de urbanização. Art. 60. O poder público municipal poderá conceder, onerosamente, o direito de superfície do solo, subsolo ou espaço aéreo, nas áreas públicas integrantes do seu patrimônio, para exploração por parte das concessionárias de serviços públicos, mediante contratos especificamente fixados para tanto. Art. 61. O proprietário de terreno poderá conceder à administração direta e indireta do Município o direito de superfície, nos termos da legislação em vigor, em adequação às diretrizes constantes desta lei.

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SEÇÃO VIII - DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA

Art. 62. O Município submeterá o licenciamento de empreendimentos e atividades que causam grande impacto urbanístico e ambiental à elaboração e à aprovação de Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança – EIV, a ser apreciado pelos órgãos competentes da administração municipal, ouvido o Conselho Municipal do Plano Diretor. Art. 63. É obrigatória a apresentação de Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV para a aprovação, pelo órgão municipal competente e ouvido o Conselho Municipal do Plano Diretor, para em qualquer ponto do território municipal, dos usos classificados como: I- Pólo Gerador de Tráfego: é o local que centraliza, por sua natureza, a utilização rotineira de transporte de cargas em quantidade superior a cinco toneladas por dia de funcionamento normal e/ou de veículos leves em quantidade maior do que 50 (cinquenta) veículos por dia de funcionamento normal; II- Gerador de Ruído Noturno: é o estabelecimento de comércio, serviços ou instituição que, pela sua atividade, gere sons ou ruídos em intensidade média acima de 50 dB (cinquenta decibéis) no horário compreendido entre as 22h00 (vinte e duas horas) e as 6h00 (seis horas) do dia seguinte; III- Gerador de Ruído Diurno: é o estabelecimento de comércio, serviços ou instituição, com atividade que gere sons ou ruídos em intensidade média acima de 70 dB (setenta decibéis) no horário compreendido entre as 6h00 (seis horas) e as 22h00 (vinte e duas horas); IV- Pólo Gerador de Risco: é o estabelecimento cuja atividade implique no armazenamento ou manuseio, ainda que provisório, de produtos explosivos, inflamáveis e/ou tóxicos, ou com a emissão de radiações, representando risco para a vizinhança por explosão, incêndio, envenenamento e congêneres. Parágrafo único. Excluem-se da exigência dos incisos II e III os empreendimentos industriais localizados na Macrozona Industrial. Art. 64. Também é obrigatória a apresentação de Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV para a aprovação e licenciamento dos seguintes empreendimentos: I- parcelamentos urbanos com área total superior a 500.000 m² (quinhentos mil metros quadrados); II- empreendimentos comerciais com área total superior a 5.000 m² (cinco mil metros quadrados); III- cemitério, crematórios e capelas mortuárias; IV- plantas industriais com mais de 1.000 m² (mil metros quadrados) situados fora da Macrozona Industrial; V- aterros sanitários ou outros depósitos de resíduos sólidos; VI- torres de transmissão para telecomunicações; VII- presídios. Parágrafo único. Lei municipal poderá definir outros empreendimentos e atividades que dependerão de elaboração do EIV para obter as licenças ou autorizações de construção, ampliação ou funcionamento. Art. 65. O Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança – EIV deverá esclarecer sobre os aspectos positivos e negativos do empreendimento, sobre a qualidade de vida da população residente ou usuária da área em questão e de seu entorno, devendo incluir, no que couber, a análise e proposição de solução para as seguintes questões: I- adensamento populacional; II- uso e ocupação do solo; III- valorização imobiliária;

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IV- impacto socioeconômico na população residente ou atuante no entorno; V- áreas de interesse histórico, cultural, paisagístico e ambiental; VI- infraestrutura e serviços urbanos, incluindo consumo de água e de energia elétrica, bem como geração de resíduos sólidos, líquidos e efluentes de drenagem de águas pluviais; VII- geração de resíduos sólidos; VIII- poluição sonora, atmosférica e hídrica; IX- equipamentos comunitários, tais como os de saúde e educação; X- sistema de circulação e transportes, incluindo, entre outros, tráfego gerado, acessibilidade, estacionamento, carga e descarga, embarque e desembarque; XI- vibração; XII- periculosidade; XIII- riscos ambientais; XIV- ventilação e iluminação. § 1º Com relação ao efeito da atividade que possa caracterizar Pólo Gerador de Tráfego, o Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV deverá conter, além dos requisitos previstos no caput, no mínimo: I- verificação se o sistema viário local e seu entorno dão suporte à atividade sem causar transtornos significativos; II- avaliação da existência de área disponível para estacionamento da totalidade das atividades; III- avaliação do incremento do volume de passageiros, se for o caso, e/ou da necessidade de implantação de novas linhas de transporte público; IV- avaliação da necessidade de adequação de vias com relação a acessos e saídas; V- avaliação da eventual necessidade de obras de arte no sistema viário, no entorno. § 2º Com relação ao efeito da atividade que possa caracterizar Gerador de Ruído Noturno e/ou Gerador de Ruído Diurno, o Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV deverá conter, além dos requisitos previstos no caput, no mínimo: I- análise do entorno, observando as atividades vizinhas incompatíveis; II- proposta com parâmetros de redução ou de isolamento acústico de acordo com o estipulado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas; III- análise das aberturas; IV- área de estacionamento coberto ou descoberto. § 3º Com relação ao efeito da atividade que possa caracterizar Pólo Gerador de Risco, o Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV deverá conter, além dos requisitos previstos no caput, no mínimo: I- análise do entorno, observando as atividades vizinhas colocadas em risco; II- proposta com parâmetros de redução dos riscos de acordo com o estipulado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas e/ou por outros órgãos afins à segurança da atividade. Art. 66. A apresentação e aprovação do Estudo de Impacto de Vizinhança não eximem o interessado da apresentação de todos os demais projetos e licenças exigidos pelos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, nem do licenciamento ambiental, nos termos da legislação ambiental. Art. 67. O poder executivo municipal, para eliminar ou minimizar impactos negativos a serem gerados pelo empreendimento, quando não entender pela desaprovação

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deste, deverá solicitar, como condição para aprovação, alterações e complementações no projeto, bem como a execução de melhorias na infra-estrutura urbana e de equipamentos comunitários, tais como: I- ampliação das redes de infra-estrutura urbana; II- área de terreno ou área edificada, para instalação de equipamentos comunitários, em percentual compatível com o necessário para o atendimento da demanda a ser gerada pelo empreendimento; III- ampliação e adequação do sistema viário, faixas de desaceleração, ponto de ônibus, faixa de pedestres, sinalização e semaforização; IV- proteção acústica, uso de filtros e outros procedimentos que minimizem incômodos da atividade; V- manutenção de imóveis, fachadas ou outros elementos arquitetônicos ou naturais, considerados de interesse paisagístico, histórico, artístico ou cultural, bem como recuperação ambiental da área; VI- cotas de emprego e cursos de capacitação profissional, entre outros; VII- percentual de habitação de interesse social no empreendimento; VIII- possibilidade de construção de equipamentos sociais em outras áreas da cidade. § 1º As exigências previstas nos incisos anteriores deverão ser proporcionais ao porte e ao impacto do empreendimento. § 2º A aprovação do empreendimento ficará condicionada à assinatura de termo de compromisso pelo interessado, em que este se compromete a arcar integralmente com as despesas decorrentes das obras e serviços necessários à minimização dos impactos decorrentes da implantação do empreendimento e às demais exigências apontadas pelo poder executivo municipal, antes da finalização do empreendimento. § 3º O certificado de conclusão da obra e/ ou o alvará de funcionamento só serão emitidos mediante comprovação da conclusão de todas as obras e serviços de minimização de impactos. Art. 68. Dar-se-á obrigatória publicidade aos documentos integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta pública, no órgão municipal competente, para qualquer Interessado. § 1º Serão fornecidas cópias do EIV, quando solicitadas pelos moradores da área afetada ou suas associações. § 2º Antes da decisão sobre o projeto, o órgão público responsável pelo exame do EIV deverá realizar audiência pública com os moradores da área afetada ou com suas respectivas associações.

CAPÍTULO VII - DOS INSTRUMENTOS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Art. 69. Para fins desta lei, consideram-se instrumentos de regularização fundiária aqueles destinados a legalizar ocupações populacionais existentes, mas em desconformidade com a lei. Art. 70. São considerados instrumentos de regularização fundiária: I- Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS; II- usucapião especial, coletiva e individual, de imóvel urbano; III- concessão de uso para fins de moradia.

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Art. 71. Os instrumentos mencionados neste título regem-se pela legislação que lhes é própria, observando, ainda e no que couber, o disposto nesta Lei e nas leis municipais específicas. Parágrafo único. Poderão ser utilizados outros instrumentos, não mencionados nesta lei, desde que atendam ao disposto no Plano Diretor, nas demais normas municipais e na Lei Federal nº. 10.257, de 10 de julho de 2001, o Estatuto da Cidade.

SEÇÃO I - DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL

Art. 72. As Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS são áreas urbanas delimitadas pelo poder público municipal, de acordo com Anexo III, que se sobrepõe ao zoneamento urbano Municipal, nas quais é permitido, por meio da elaboração de um plano urbanístico próprio, o estabelecimento de padrões de uso e ocupação diferenciados da legislação em vigor. Parágrafo único. A instituição de Zonas Especiais de Interesse Social será permitida apenas nos casos de regularização fundiária. Art. 73. São objetivos das ZEIS: I- permitir a inclusão urbana de parcelas da população que se encontram à margem do mercado legal de terras; II- possibilitar a extensão dos serviços e da infra-estrutura urbana nas regiões não atendidas; III- garantir a qualidade de vida e a equidade social entre as ocupações urbanas; IV- permitir a permanência de ocupações irregulares já existentes, desde que não acarretem risco à vida ou dano ao meio ambiente. Art. 74. O Plano Urbanístico Específico deverá, no mínimo, conter o seguinte: I- diagnóstico da Zona Especial de Interesse Social que contenha no mínimo: análise físico-ambiental, análise urbanística com levantamento Planialtimétrico e caracterização socioeconômica da população residente; II- os projetos básicos e as intervenções urbanísticas necessárias à recuperação física da área, incluindo, de acordo com as características locais, sistema de abastecimento de água e solução para o esgoto, drenagem de águas pluviais, coleta regular de resíduos sólidos, iluminação pública, adequação dos sistemas de circulação de veículos e pedestres, eliminação de situações de risco, estabilização de taludes e de margens de córregos, tratamento adequado das áreas verdes públicas, instalação de equipamentos sociais e os usos complementares ao habitacional; III- análise da condição jurídica das edificações, em face da legislação municipal, estadual e federal, e da regularidade da posse dos habitantes da área; IV- levantamento da condição de segurança e da sustentabilidade ambiental das edificações, bem com avaliação da necessidade de relocação de ocupações irregulares; V- Plano de Regularização Fundiária específico para cada ZEIS, incluindo projetos de loteamento, outorga de concessões de uso especial para fim de moradia e/ou assistência jurídica à população de baixa renda para a obtenção judicial de usucapião especial de imóvel urbano; VI- previsão de fontes de recursos para execução dos projetos. Art. 75. No processo de elaboração do Plano Urbanístico Específico, o Poder Executivo deverá realizar, no mínimo, uma audiência pública para consulta à comunidade atingida pela Zona Especial de Interesse Social.

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Art. 76. Ficam, através da presente lei, instituídas as seguintes Zonas Especiais de Interesse Social, conforme mapa constante do Anexo III desta lei: I- Loteamento Borchardt; II- Loteamento localizado na PR 317 nas coordenadas UTM (770.065; 7.251.180), área imediatamente anterior a área de preservação permanente e à ponte de interligação da SDE de Santa Helena e a Sub-Sede São Francisco. Parágrafo único. O Poder Executivo Municipal deverá, no prazo de 2 (dois) anos após a publicação da presente lei, elaborar e aprovar, por decreto, o Plano Urbanístico Específico das Zonas Especiais de Interesse Social referidas neste artigo, delimitando a sua área, através de levantamento Planialtimétrico, e atendendo aos demais requisitos previstos nesta presente lei.

SEÇÃO II - DA USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO

Art. 77. Entende-se como Usucapião Especial de Imóvel Urbano a aquisição do domínio por aquele que possuir, como sua, área urbana de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados), por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família. § 1º Só será concedida a Usucapião Especial de Imóvel Urbano aos possuidores que não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. § 2º As áreas urbanas com mais de 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados), ocupadas por população de baixa renda para a sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são suscetíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. § 3º O exercício do direito mencionado neste artigo deverá observar o disposto nos artigos 9º a 12 da Lei Federal nº. 10.257, de 10 de julho de 2001 e as demais normas federais atinentes à matéria. § 4º Cabe ao Executivo garantir assessoria técnica, urbanística, jurídica e social gratuita à população de baixa renda, buscando promover a inclusão social, jurídica, ambiental e urbanística, na garantia da moradia digna, particularmente nas ações visando à regularização fundiária e qualificação das ocupações existentes.

SEÇÃO III - DA CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA

Art. 78. Terá direito à Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia todo cidadão que, até 30 de junho de 2001, possuiu como seu por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família. § 1º O Direito Especial de Uso para Fins de Moradia será concedido somente àqueles que não sejam proprietários ou concessionários, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural, e seguirá os parâmetros legais da Medida Provisória nº. 2.220, de 04 de setembro de 2001. § 2º O instrumento previsto neste artigo poderá ser utilizado pelo Município na implementação dos Planos Urbanísticos de Zonas Especiais de Interesse Social, para o fim de promover a regularização da posse de população de baixa renda sobre imóveis públicos, em ocupações irregulares.

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§ 3º Desde que atendidos os requisitos próprios, definidos na Medida Provisória nº. 2.220/2001 e na legislação municipal específica, o Município poderá outorgar concessão de uso especial coletiva aos possuidores beneficiários, contanto que a fração ideal que couber a cada um não seja maior que 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados).

CAPÍTULO VIII - DOS INSTRUMENTOS DE DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL

Art. 79. Para os efeitos desta lei, consideram-se instrumentos de democratização da gestão municipal todos aqueles que têm por objetivo promover a gestão municipal descentralizada e participativa, quais sejam: I- debates, audiências e consultas públicas; II- conferências; III- conselhos. Art. 80. Além dos instrumentos previstos nesta lei, o Município de Santa Helena poderá estimular a criação de outros espaços de participação popular. Art. 81. A participação de toda a população na gestão municipal será assegurada pelo poder público, mediante a convocação obrigatória das entidades da sociedade civil e dos cidadãos, especialmente daqueles que serão diretamente atingidos pelas decisões e/ou atos discutidos. Art. 82. A informação acerca da realização dos debates, conferências e audiências públicas será garantida por meio de veiculação nas rádios locais, jornais locais e Internet, podendo, ainda, serem utilizados outros meios de divulgação, desde que assegurados os constantes nesta Lei. Art. 83. As informações referentes ao artigo anterior deverão ser divulgadas com, no mínimo, 15 (quinze) dias de antecedência. Parágrafo único. Deverá constar da informação o local, o dia, o horário e o assunto respectivo à reunião. Art. 84. Os instrumentos mencionados neste capítulo regem-se pela legislação que lhes é própria, observado o disposto nesta lei.

SEÇÃO I - DOS DEBATES

Art. 85. O poder público promoverá a realização periódica de sessões públicas de debates sobre temas relevantes de interesse público. Art. 86. A realização dos debates poderá ser solicitada ao Poder Executivo, à Câmara de Vereadores ou a ambos, pelos Conselhos Municipais e por outras instituições representativas de classe e/ou da sociedade civil organizada.

SEÇÃO II - DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Art. 87. A audiência pública é um instituto de participação administrativa, aberta a indivíduos e a grupos sociais, visando à legitimidade da ação administrativa, por

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meio da qual se exerce o direito de expor tendências, preferências e opções que podem conduzir o Poder Público a uma decisão de maior aceitação consensual. Art. 88. As audiências públicas serão promovidas pelo Poder Público, para garantir a gestão democrática da cidade, nos termos do artigo 43 da Lei Federal n°. 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade. Parágrafo único. Ainda que com caráter não deliberativo, as audiências públicas implicam o dever de motivação do administrador quando da tomada das decisões em face dos debates e indagações realizados. Art. 89. Serão realizadas audiências públicas nos processos de implantação de empreendimentos ou atividades de significativo impacto urbanístico ou ambiental com efeitos potencialmente danosos em seu entorno, bem como nos demais casos de interesse público relevante. § 1º Todos os documentos relativos ao tema da audiência pública serão colocados à disposição de qualquer interessado para exame e extração de cópias, inclusive por meio eletrônico, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data da realização da respectiva audiência pública. § 2º As intervenções realizadas em audiência pública serão registradas por escrito e gravadas para acesso e divulgação públicos, devendo o Conselho Municipal relacionado ao tema reter para seu acervo, 01 (uma) cópia da ata de realização da audiência. § 3º Serão obrigatórias às audiências públicas quando da realização de Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV, como condição prévia e indispensável à sua aprovação, bem como nos processos de alteração da legislação básica do Plano Diretor, antes do encaminhamento de projetos de lei pelo Poder Executivo à Câmara Municipal.

SEÇÃO III - DAS CONFERÊNCIAS PÚBLICAS

Art. 90. As conferências terão por objetivo a mobilização do governo municipal e da sociedade civil na elaboração e avaliação das políticas públicas, em que serão discutidas as metas e prioridades para o Município. Art. 91. As conferências ocorrerão ordinariamente a cada 4 (quatro) anos, e extraordinariamente quando convocadas pelo Conselho Municipal do Plano Diretor ou pelo poder executivo municipal, em caso de necessidade de alteração do Plano Diretor em virtude de comprovação técnica de efeitos nocivos aos princípios e valores previstos nesta lei. § 1º As conferências serão abertas à participação de todos os cidadãos. § 2º Os objetivos das conferências são: I- avaliar a implementação deste Plano Diretor; II- sugerir propostas de alteração do Plano Diretor, a serem consideradas no momento de sua modificação ou revisão; III- formular propostas para os programas federais e estaduais relacionados com o planejamento e gestão territorial; IV- sugerir ao poder executivo, adequações em planos, programas, projetos, ações, intervenções e investimentos voltados para o planejamento e gestão territorial;

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V- dirimir divergência entre as deliberações do Conselho Municipal do Plano Diretor e entendimento do poder executivo; VI- aprovar propostas de alteração no Plano Diretor.

SEÇÃO IV - DO CONSELHO MUNICIPAL DO PLANO DIRETOR

Art. 92. Fica instituído o Conselho Municipal do Plano Diretor do Município de Santa Helena, órgão externo, propositivo, opinativo e consultivo, composto, de forma paritária, por representantes do poder público e da sociedade civil. Art. 93. A existência do Conselho Municipal do Plano Diretor está garantida nos termos do art. 42, III, do Estatuto da Cidade, e conforme artigo 6º da Resolução nº. 34, de 1º de julho de 2005, do Conselho das Cidades. Art. 94. Compete ao Conselho Municipal do Plano Diretor: I- estabelecer prioridades municipais para a Política de Nacional de Desenvolvimento Urbano; II- acompanhar a implantação do Plano Diretor Municipal, analisando e deliberando sobre questões relativas à sua aplicação; III- acompanhar o processo de atualização permanente do Plano Diretor, pela proposição de alterações; IV- emitir parecer sobre os casos omissos da legislação pertinente à gestão territorial, por solicitação do órgão municipal competente; V- emitir parecer sobre proposta de alteração do Plano Diretor; VI- emitir parecer sobre projetos de lei de interesse da política territorial, antes de seu encaminhamento para o processo de aprovação pela Câmara Municipal; VII- acompanhar e opinar a respeito da regulamentação legal e da implantação dos instrumentos de política urbana e de democratização de gestão, instituídos por esta lei, bem como sobre outros que venham a ser criados por leis municipais, estaduais e federais; VIII- emitir parecer em processos relativos à aplicação dos instrumentos da política municipal e de regularização fundiária; IX- opinar e acompanhar a implantação dos planos setoriais, de execução do Plano Diretor; X- acompanhar o desenvolvimento urbano do Município, propondo a correção das distorções identificadas, que produzam grandes impactos no espaço urbano municipal; XI- avaliar, auxiliar e deliberar sobre situações que não estejam contempladas e/ ou não estejam em consonância com a política do Plano Diretor, e propor novas soluções; XII- assegurar a transparência e a participação popular nas discussões das políticas urbanas no Município; XIII- garantir a participação de todos os agentes que atuam na produção do espaço municipal; XIV- constituir um fórum independente e permanente de debates da gestão urbana no Município; XV- integrar e orientar a ação dos agentes públicos e privados na produção e gestão do desenvolvimento e planejamento urbano do Município de Santa acordo com as diretrizes do Plano Diretor Municipal; XVI- avaliar periodicamente e propor, sempre que necessário, alterações nos instrumentos legais necessários à implantação das diretrizes de desenvolvimento estabelecidos no Plano Diretor Municipal, dentre eles: a) Lei do Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo; b) Lei do Sistema Viário;

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c) Código de Obras; d) Código de Posturas; e) Lei de Parcelamento do Solo Urbano; f) Lei do Perímetro Urbano. XVII- garantir a supremacia das diretrizes do Plano Diretor em relação às políticas setoriais; XVIII- promover a integração das políticas setoriais do desenvolvimento e planejamento urbano no Município; XIX- coordenar estudos para ordenar o crescimento do Município de Santa Helena de maneira a não comprometer o meio ambiente e atender aos interesses sociais da população; XX- auxiliar na preservação do patrimônio histórico, artístico, arqueológico, construído e cultural do Município de Santa Helena; XXI- assegurar e coordenar o desenvolvimento de uma política municipal que objetive a descentralização urbana e o aproveitamento de todas as potencialidades de trânsito, de acordo com as diretrizes viárias definidas no Plano Diretor Municipal; XXII- propor ações e programas visando à integração das áreas rural e urbana, de acordo com as diretrizes do Plano Diretor Municipal; XXIII- convocar e organizar, em conjunto com o os poderes executivo e legislativo do Município de Santa Helena, a Conferência Municipal das Cidades; XXIV- elaborar, aprovar e aprimorar seu regimento interno. Parágrafo único. Para criação ou alteração de leis que disponham sobre matéria pertinente ao Plano Diretor, à Lei do Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano e à Lei de Parcelamento do Solo Urbano, o Conselho Municipal do Plano Diretor deverá emitir parecer prévio, como requisito para o processo de aprovação pela Câmara Municipal. Art. 95. O Conselho do Plano Diretor de Santa Helena apresentará composição híbrida e paritária, por blocos de representação governamental, territorial e da sociedade civil organizada, totalizando um número de 16 (dezesseis) representantes. § 1º A representação governamental municipal se dará através de 04 (quatro) membros, distribuídos da seguinte forma: I- 01 representante da Secretaria de Administração e Planejamento; II- 01 representante da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente; III- 01 representante da Assessoria Jurídica e Acompanhamento; IV- 01 representante da Secretaria de Urbanismo e Transportes. § 2º A representação governamental de outras esferas se dará através de 04 (quatro) membros, distribuídos da seguinte forma: I- 01 representante do Instituto Ambiental do Paraná - IAP; II- 01 representante da Itaipu Binacional; III- 01 representante da EMATER; IV- 01 representante do Corpo de Bombeiros Comunitário/ Defesa Civil.

§ 3º A representação da sociedade civil organizada se dará através de 04 (quatro) membros, distribuídos pela seguinte forma: I- 01 representante da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Técnicos de Santa Helena; II- 01 representante da Associação Comercial e Empresarial de Santa Helena; III- 01 representante das Associações de Pais e Mestres das escolas municipais;

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IV- 01 representante de organizações não governamentais e organizações da sociedade civil de interesse público.

§ 4º A representação territorial se dará através de 04 (quatro) membros, sendo:

I- 02 (dois) representantes da área urbana, e II- 02 (dois) representantes da área rural. § 5º Acaso as entidades referidas nos parágrafos 2º e 3º deste artigo não indiquem representantes, poderão ser buscados representantes em outras entidades, a critério do poder executivo municipal. Art. 96. A eleição dos membros do Conselho do Plano Diretor ocorrerá: I- para o caso dos representantes territoriais, através de votações a serem realizadas nos respectivos fóruns locais, na forma do artigo anterior; II- para o caso dos representantes da sociedade civil organizada, através e indicação no âmbito da respectiva agremiação; III- para os representantes governamentais, através de indicação dos órgãos a que pertençam. § 1º As eleições dos representantes territoriais deverão ser comprovadas através de Ata de Eleição, entregue a Presidência do Conselho do Plano Diretor. § 2º O Poder Executivo Municipal deverá convocar as reuniões comunitárias necessárias à escolha dos representantes territoriais. Art. 97. O mandato dos membros do Conselho será de 02 (dois) anos, sendo permitida a recondução ao cargo por uma única vez. Parágrafo único. No caso dos representantes da sociedade civil organizada ou do governo municipal, os mandatos poderão ser reduzidos acaso os respectivos órgãos e agremiações decidam por indicar novos representantes. Art. 98. A primeira composição do Conselho Municipal do Plano Diretor será aprovada por meio de audiência pública, convocada pelo Poder Executivo. Parágrafo único. O Poder Executivo municipal garantirá suporte técnico, operacional e administrativo necessário ao pleno funcionamento do Conselho do Plano Diretor. Art. 99. O exercício da função de membro do Conselho do Plano Diretor é considerado como serviço público relevante, honorífico e sem remuneração.

CAPÍTULO IX - DO PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Art. 100. Entende-se por sistema municipal de planejamento e gestão territorial o conjunto de órgãos, normas, recursos humanos e técnicos que objetivam a coordenação articulada das ações dos setores público e privado e da sociedade em geral, bem como a integração entre os diversos programas setoriais e a dinamização e modernização da ação governamental. Parágrafo único. O sistema municipal de planejamento e gestão territorial, conduzido pelo setor público, deverá garantir a necessária transparência e a participação dos cidadãos e de entidades representativas.

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Art. 101. O sistema municipal de planejamento e gestão territorial é composto por: I- Secretaria de Administração e Planejamento; II- demais Secretarias Municipais de Santa Helena; III- Comissão Interna de Planejamento Integrado; IV- Conselho Municipal do Plano Diretor de Santa Helena; V- Sistema de Informações Municipais.

SEÇÃO I - DO DEPARTAMENTO DO PLANO DIRETOR

Art. 102. O Departamento de Planejamento, integrante da estrutura da Secretaria Municipal de Administração e Planejamento, deverá desempenhar, dentre outras funções já estabelecidas em lei específica, as seguintes: I- comandar o processo de implantação, regulamentação e monitoramento e atualização permanente do Plano Diretor municipal, detalhando planos, programas e projetos relacionados ao ordenamento e ocupação do solo; II - promover o levantamento de dados estatísticos e a realização de estudos, pesquisas e diagnósticos de natureza territorial, necessários ao processo de planejamento; III- promover a articulação entre as secretarias municipais e o Conselho Municipal do Plano Diretor; IV- discutir e concretizar, com órgãos federais, estaduais e municipais, parcerias, consórcios e/ ou financiamentos para a implantação do Plano Diretor; V- informar e orientar os munícipes sobre questões atinentes à legislação urbanística, rural e ambiental municipal; VI- monitorar a implementação das políticas de desenvolvimento estabelecidas nesta Lei.

SEÇÃO II - DO DEPARTAMENTO DE URBANISMO

Art. 103. O Departamento de Urbanismo, integrante da estrutura da Secretaria Municipal de Urbanismo e Transportes, deverá desempenhar as seguintes funções, dentre outras definidas em regulamentação específica: I- aprovar projetos de construção e de parcelamento do solo urbano; II- manter cadastro de informações e arquivo de plantas de edificações e parcelamentos do solo aprovados, fornecendo tais informações para a atualização permanente do Sistema de Informações Municipais; III- expedir parecer em relação aos processos de licenciamento para localização e funcionamento de atividades econômicas no município; IV- fiscalizar o uso e a ocupação do solo no território municipal; V- fiscalizar as obras e posturas municipais;

VI- elaborar projetos para execução de obras pelo Município.

SEÇÃO III - DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES MUNICIPAIS

Art. 104. Fica criado o Sistema de Informações Municipais, para fornecer dados técnicos e informações para implementação, monitoramento, avaliação e revisão do Plano Diretor e de outras políticas públicas, subsidiando processos de tomada de decisões. Parágrafo único. O Sistema de Informações Municipais deverá obedecer as seguintes diretrizes: I- simplificação, economicidade, eficácia, clareza, precisão e segurança das bases de dados e cadastros;

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II- democratização, publicização e disponibilização das informações, em especial as relativas ao processo de implementação, controle e avaliação do Plano Diretor. Art. 105. O Sistema de Informações Municipais tem como objetivos: I- produzir e sistematizar informações públicas, evitando a duplicação de meios e instrumentos para fins idênticos; II- controlar e monitorar o uso e ocupação do solo municipal; III- alimentar e facilitar a integração de sistemas e mecanismos setoriais (viário e transporte, tributário, preservação e recuperação ambiental e cultural, bens socioambientais e outros), garantindo o registro das informações produzidas;

IV- difundir as informações públicas.

Art. 106. O Sistema de Informações Municipais deve conter, no mínimo: I- delimitação precisa das macrozonas municipais, das zonas urbanas, das áreas para a aplicação dos instrumentos do Estatuto da Cidade, do perímetro urbano e do território municipal; II- informações geoambientais para toda a extensão do território municipal; III- a relação completa de equipamentos urbanos públicos, equipamentos sociais, cadastro imobiliário, áreas vazias, sistema viário, rede de transporte público, arruamento, infra-estrutura de água, esgoto, energia elétrica, telefonia, estabelecimentos industriais, de comércio, de serviços, áreas verdes e configuração da área rural; IV- índices e parâmetros de uso e ocupação do solo e de construção para todos os imóveis urbanos, de acordo com as leis do Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano, Parcelamento do Solo Urbano e Código de Obras; V- informações socioeconômicas, em especial demografia, emprego e renda. Art. 107. O Sistema de Informações está vinculado à estrutura da Secretaria de Administração e Planejamento, mas deverá ser alimentado com dados provenientes de todas as Secretarias Municipais.

SEÇÃO IV - DA COMISSÃO INTERNA DE PLANEJAMENTO INTEGRADO

Art. 108. Fica instituída a Comissão Interna de Planejamento Integrado, integrada por no mínimo 01 (um) representante de cada Secretaria Municipal, indicado pelo titular da pasta, para discussão do Plano Diretor internamente à administração municipal, bem como para integração de ações entre as secretarias e para atualização do Sistema de Informações Municipais. Art. 109. A primeira reunião da Comissão Interna deverá ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias, a partir da vigência desta lei. Art. 110. O regimento interno da Comissão Interna de Planejamento Integrado deve ser elaborado e aprovado por seus integrantes no prazo de 90 (noventa) dias, a partir da vigência desta lei.

CAPÍTULO X - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 111. O Plano de Ação, contendo a priorização das ações a serem realizadas para concretização das diretrizes definidas nesta Lei, deverá ser regulamentado em Decreto em um prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data da publicação desta Lei.

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Art. 112. Integram a presente lei os seguintes Anexos: I- Anexo I – Macrozoneamento do Município de Santa Helena; II- Anexo II – Parâmetros de Uso e Ocupação do Macrozoneamento; III- Anexo III – Áreas Prioritárias para Aplicação da Edificação ou Utilização Compulsórias e das Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS. Art. 113. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Gabinete da Prefeita Municipal aos vinte e nove dias do mês de dezembro do ano de dois mil e nove.

RITA MARIA SCHIMIDT PREFEITA MUNICIPAL

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ANEXO I – MAPA DE DELIMITAÇÃO DAS MACROZONAS

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ANEXO II – PARÂMETROS DE USO E OCUPAÇÃO DAS MACROZONAS

MACROZONA LOTE MÍNIMO USOS INDICADOS USOS PERMISSÍVEIS

Macrozona de Preservação Permanente

Proibido o parcelamento do

solo

Conforme Código Florestal Brasileiro (Lei Federal nº. 4.771/1965 e alterações)

-

Macrozona Urbana

Definido conforme Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano

Residencial, Comércio, Serviço, Industrial e Institucional – de

acordo com Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano

-

Macrozona dos Núcleos Urbanos

Distritais 600m² (1)

Residencial, Comunitário, Comércio e Serviços de

Vizinhança, Industrial de Baixo Impacto e Institucional,

Preservação e Comunitário – de acordo com Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano

Comércio e serviços

especializados, Industrial de baixo

impacto

Macrozona de Amortecimento

Módulo do INCRA Atividades Rurais -

Macrozona Industrial Módulo do INCRA

Industrial de Alto Impacto, Comércio e Serviços de

Localização Restrita – de acordo com Lei do Zoneamento de Uso e

Ocupação do Solo Urbano

Industrial de Baixo Impacto

Macrozona Portuária Módulo do INCRA Atividades Portuárias Industrial

Macrozona de Interesse Turístico

Módulo do INCRA

Atividades Rurais e de Interesse Turístico -

Macrozona Rural Módulo do INCRA Atividades Rurais Industrial

1. Permitido lotes inferiores em ZEIS (Zona Especial de Interesse Social)

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ANEXO III – ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA APLICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIAS E DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL – ZEIS.